marx: teoria da alienação

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Marx foi criado num ambiente onde seu pai flertava com os ideais iluministas. Foi educado em Trier e em 1835 estudou Grego e Mitologia Romana. Lá se envolveu, desde cedo com política. Em 36 se mudou pra Universidade de Berlim. Lá ele participou dos estudos de Bruno Bauer. Bruno que fazia parte do grupo dos jovens radicais- discípulo de Hegel. Georg Hegel foi um filósofo alemão. Viu a historia humana como um desdobramento da consciência humana. Ele também caracterizou a condição humana em um estado de alienação, onde o objeto e o sujeito estão separados uns dos outros. Existe a distinção que o sujeito, você, observando e o objeto, os outros ou o mundo material no qual você se reflete. Totalidade significa, quando o objeto e o sujeito estão juntos numa só unidade. Segundo a filosofia Hegeliana, sujeito e objeto se tornam separados e a separação do sujeito do objeto é o estado de alienação. Alien, ser um estranho, estranho no mundo, pois o eu está ao seu redor parece estranho. Ou seja, segundo Hegel, de alguma forma a consciência precede a existência material.(foi isso que o fez um idealista). Isso não é uma proposição religiosa, teológica. A ideia é de que antes da existência do mundo físico, existia um espírito absoluto. A origem do mundo é de que existe um espírito absoluto existindo e que existe num mundo material. Você pode descrever, segundo ele, a historia do mundo como um problema de alienação, como um problema de separação gradual de objeto e sujeito. O espírito absoluto(uma situação de totalidade) é ao mesmo tempo sujeito e objeto unidos nele mesmo- Totalidade. Ele diz que nós estamos buscando totalidade, a unidade entre objeto e sujeito. O mundo material existe sem consciência e consciência se torna consciência absoluta, pois é como se fosse a projeção do mundo material para fora de si mesmo. E essa é a situação de alienação. Depois surge o ser humano e objeto e sujeito começam surgir. A consciência começa a surgir. Sujeito é você e objeto são as condições da vida. Outra pessoa que você interage é um objeto de interação, ou as condições de sua vida, as condições objetivas: uma sala onde você está, e você é o sujeito que se reflete sobre ele. Pois você está ganhado consciência, você está conquistando as condições objetivas da sua vida. A Alienação será superada quando o sujeito será capaz de controlar as questões objetivas da vida. Quando a consciência é adequada a sua existência. Quando você controlar sua vida, não são as condições que controlam você, mas você controla as condições. Marx segue essas ideias. Ele elimina a ideia do espírito absoluto, para ele isso é muito especulativo. Ele também está incomodado com a ideia que você pode superar o problema da alienação simplesmente pelo pensar. Marx traz toda essa ideia de alienação para terra, para as experiências do dia-dia, e pelas experiências de modernidade(até 1944). Marx não tem um conceito e capitalismo ou modo capitalista de produção. Ele apenas pensa vagamente sobre propriedade privada. Ele está tentando conceituar modernidade, vida moderna industrial, como distinto de antes, vida comunitária, a vida que existe em comunidades mais intimas, camponeses de vilarejos e etc. Ele tenta conceituar isso, e ele o vê como progresso. Ele vê a modernidade como progresso, mas temos que pagar um preço caro por isso. E o preço que pagamos é a separação de objeto e sujeito(Alienação). Os camponeses de um vilarejo não estão separados das condições de sua existência, estava unido com as condiçõe s objetivas.Até

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Page 1: Marx: teoria da alienação

Marx foi criado num ambiente onde seu pai flertava com os ideais iluministas. Foi educado

em Trier e em 1835 estudou Grego e Mitologia Romana. Lá se envolveu, desde cedo com

política.

Em 36 se mudou pra Universidade de Berlim. Lá ele participou dos estudos de Bruno Bauer.

Bruno que fazia parte do grupo dos jovens radicais- discípulo de Hegel.

Georg Hegel foi um filósofo alemão. Viu a historia humana como um desdobramento da

consciência humana. Ele também caracterizou a condição humana em um estado de alienação,

onde o objeto e o sujeito estão separados uns dos outros. Existe a distinção que o sujeito,

você, observando e o objeto, os outros ou o mundo material no qual você se reflete.

Totalidade significa, quando o objeto e o sujeito estão juntos numa só unidade. Segundo a

filosofia Hegeliana, sujeito e objeto se tornam separados e a separação do sujeito do objeto é

o estado de alienação. Alien, ser um estranho, estranho no mundo, pois o eu está ao seu redor

parece estranho. Ou seja, segundo Hegel, de alguma forma a consciência precede a existência

material.(foi isso que o fez um idealista). Isso não é uma proposição religiosa, teológica. A ideia

é de que antes da existência do mundo físico, existia um espírito absoluto. A origem do mundo

é de que existe um espírito absoluto existindo e que existe num mundo material. Você pode

descrever, segundo ele, a historia do mundo como um problema de alienação, como um

problema de separação gradual de objeto e sujeito. O espírito absoluto(uma situação de

totalidade) é ao mesmo tempo sujeito e objeto unidos nele mesmo- Totalidade. Ele diz que

nós estamos buscando totalidade, a unidade entre objeto e sujeito. O mundo material existe

sem consciência e consciência se torna consciência absoluta, pois é como se fosse a projeção

do mundo material para fora de si mesmo. E essa é a situação de alienação. Depois surge o ser

humano e objeto e sujeito começam surgir. A consciência começa a surgir. Sujeito é você e

objeto são as condições da vida. Outra pessoa que você interage é um objeto de interação, ou

as condições de sua vida, as condições objetivas: uma sala onde você está, e você é o sujeito

que se reflete sobre ele. Pois você está ganhado consciência, você está conquistando as

condições objetivas da sua vida. A Alienação será superada quando o sujeito será capaz de

controlar as questões objetivas da vida. Quando a consciência é adequada a sua existência.

Quando você controlar sua vida, não são as condições que controlam você, mas você controla

as condições.

Marx segue essas ideias. Ele elimina a ideia do espírito absoluto, para ele isso é muito

especulativo. Ele também está incomodado com a ideia que você pode superar o problema da

alienação simplesmente pelo pensar. Marx traz toda essa ideia de alienação para terra, para as

experiências do dia-dia, e pelas experiências de modernidade(até 1944). Marx não tem um

conceito e capitalismo ou modo capitalista de produção. Ele apenas pensa vagamente sobre

propriedade privada. Ele está tentando conceituar modernidade, vida moderna industrial,

como distinto de antes, vida comunitária, a vida que existe em comunidades mais intimas,

camponeses de vilarejos e etc. Ele tenta conceituar isso, e ele o vê como progresso. Ele vê a

modernidade como progresso, mas temos que pagar um preço caro por isso. E o preço que

pagamos é a separação de objeto e sujeito(Alienação). Os camponeses de um vilarejo não

estão separados das condições de sua existência, estava unido com as condiçõe s objetivas.Até

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mesmo escravos não estavam separados das condições objetivas de sua existência(Eles eram

tratados como objetos, não tinha sujeito separando do objeto).

Marx vê a alienação, sua característica única, é que existe a separação de objeto e suje ito,

sobre condições modernas. Isso não significa que você não seja livre, porém na liberdade você

é alienado pois você não controla suas condições, e parece que com a sua liberdade, com a sua

escolha livre, você é forçado a fazer coisas. Você parece que é livre, parece igual aos outros

mas você não é verdadeiramente livre, pelas condições objetivas, o que você criou para você

mesmo.

Bruno Bauer foi um jovem Hegeliano que Marx estudou. Ainda que a maioria do trabalho de

Marx é uma grande critica de Bruno Bauer. Bruno Bauer é um discípulo de Hegel, mas ele

tenta ir além d’ele e oferece uma critica da teoria de Hegel e do Hegelianismo(o sistema por

ele próprio). Os jovens Hegelianos(Bauer, seu irmão e outro como Feuerbach) se

autonomiavam “os críticos críticos”, que é um termo que aparece nos trabalhos de Marx

algumas vezes, e de forma irônica. Hegel é visto em filosofia moderna, como Fundador da

Teoria Crítica. A Teoria Crítica, em sua essência, acredita que a maior tarefa da filosofia é de

sujeitar a consciência humana ao escrutínio(exame feito minuciosamente). Existe uma

discrepância entre consciência humana e condição humana. A nossa consciência não reflete

apropriadamente a condição humana, por isso devemos criticar a consciência, chegar a

consciência correta.

Para alguns o primeiro dos críticos teóricos seria Immanuel Kant. Kant fez a distinção entre

coisas em si e coisas para si. Todas as ideias que temos na nossa cabeça são coisas para si, e

elas não correspondem ao mundo ao nosso redor. O mundo em torno de nós é tão rico que os

conceitos que desenvolvemos não se encaixam completamente. Portanto no ato de

cognação(tentar compreender algo), selecionamos do mundo material que é importante para

gente.Por isso são coisas para si. Selecionamos, no processo de cognição, de aprendizado,

elementos que nos são uteis. De certo maneira, Kant sugeriu que existe algo problemático

com a consciência humana. Outros veem Hegel como o verdadeiro critico, pois agora o ponto

central é a alienação.

Os jovens Hegelianos, críticos críticos, queriam aplicar o método critico de Hegel na teoria de

Hegel.

Ludwig Feuerbach foi outro Hegeliano que teve bastante impacto em Marx. Feuerbach

chamou sua abordagem de “Naturalismo”. Marx , jovem Marx, utilizava esse termo pra se

autodescrever. Naturalismo significa que você não subestima a importância da consciência no

espírito, somente na interação entre consciência e espírito, e na natureza nela mesmo, você

presta mais atenção na natureza.

No seu trabalho mais importante, “A essência do cristianismo”(“das Wesen dês Cristiantums”-

1841), ele sugeriu que ao invés de Deus ter criado o homem, o homem criou uma ideia de

Deus.( O que não é longe de Bruno Bauer, só mais radical). Ele quer projetar o desespero da

alienação na ideia de Deus.

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Bauer não escreveu uma critica ontológica de Hegel, o que Feuerbach fez.Ontologia significa a

origem das coisas, e ele acreditava que o mundo spiritual é uma reflexão do mundo. Por isso

ele chamou de Naturalismo que é distinto de Idealismo.

(Idealismo x materialismo)

Seria idealista quem acreditasse que o mundo vem de uma ideia. Se acreditasse que existe um

ser transcendental como Deus , e esse ser transcendental por ato de vontade, criou o mundo e

os humanos. Se acreditasse que as ideias explicam o comportamento humano, então serias um

idealista.

Materialistas são os que começam pelas condições materiais e tentam explicar ideias das

condições materiais.

Feuerbach criou o pensamento de que nós inventamos Deus e não o contrário.

Marx vai além e diz: Bem tendes ideias em tua cabeça, eu poço dizer-te que tendes essas

ideias ao olhar suas condições materiais. Mais tarde ele ainda dirá: quando eu entender a sua

posição na estrutura de classe, entenderei seu interesse econômico, então serei capaz de te

dizer o porque de você pensar da maneira que você pensa. Essas ideias vem de Feuerbach.

Em 1842 Marx começa a escrever num jornal liberal, ainda não era radical naquela época.

Mais tarde chega até a ser o editor desse jornal. Escreve sobre a liberdade de imprensa e

liberdades civis.

A maioria das pessoas conhecem só Marx da teoria das classes,comunista, quando há 2 Marx,

além dele há um Marx idealista, Hegeliano, Humanista, quem a ideia central era a noção de

alienação. Quem as maiores preocupações eram sobre as condições humanas na modernidade

e ele queria superá-la. Esses dois bem diferentes Marx apelavam pra duas audiências distintas.

O Primeiro Marx, de fato, o humanista, hegeliano, idealista, foi quase esquecido por bastante

tempo. (Existem varias influencias literárias na alienação: Albert Camus-novelista Frances;

Franz Kafka; Henrik Ibsen-Peer Gynt; Bauman; Kolakowski; Georg Lukács; Frankfurt School-

Adorno, Horkheimer, Marcuse). Os primeiros passos pro segundo Marx são as teses de

Feuerbach.