material de atualidades – prof rodrigo barbati

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TURMA RETA FINAL TRT - BA Disciplina: Atualidades Prof.: Rodrigo Barbati Data: 01/11/2008 - 1 – Material disponibilizado pelo Professor: TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 5ª REGIÃO – CONHECIMENTOS BÁSICOS ATUALIDADES: Domínio de tópicos atuais e relevantes de diversas áreas, tais como política, economia, sociedade, educação, tecnologia, energia, relações internacionais, desenvolvimento sustentável, segurança, artes e literatura, e suas vinculações históricas. MATERIAL DE ATUALIDADES – PROF RODRIGO BARBATI I - POLÍTICA – MUNDO A Globalização e a Nova Ordem Mundial A globalização é um dos processos de aprofundamento da integração econômica, social, cultural, política, com o barateamento dos meios de transporte e comunicação dos países do mundo no final do século XX e início do século XXI. É um fenômeno gerado pela necessidade da dinâmica do capitalismo de formar uma aldeia global que permita maiores mercados para os países centrais (ditos desenvolvidos) cujos mercados internos já estão saturados. O processo de Globalização diz respeito à forma como os países interagem e aproximam pessoas, ou seja, interliga o mundo, levando em consideração aspectos econômicos, sociais, culturais e políticos. Com isso, gerando a fase da expansão capitalista, onde é possível realizar transações financeiras, expandir seu negócio até então restrito ao seu mercado de atuação para mercados distantes e emergentes, sem necessariamente um investimento alto de capital financeiro, pois a comunicação no mundo globalizado permite tal expansão, porém, obtêm-se como conseqüência o aumento acirrado da concorrência. A globalização é um fenômeno capitalista e complexo que começou na época dos Descobrimentos e que se desenvolveu a partir da Revolução Industrial. Mas o seu conteúdo passou despercebido por muito tempo, e hoje muitos economistas analisam a globalização como resultado do pós Segunda Guerra Mundial, ou como resultado da Revolução Tecnológica. Sua origem pode ser traçada do período mercantilista iniciado aproximadamente no século XV e durando até o século XVIII, com a queda dos custos de transporte marítimo, e aumento da complexidade das relações políticas européias durante o período. Este período viu grande aumento no fluxo de força de trabalho entre os países e continentes, particularmente nas novas colônias européias. É tido como inicio da globalização moderna o fim da Segunda Guerra mundial, e a vontade de impedir que uma mostruosidade como ela ocorresse novamente no futuro, sendo que as nações vitoriosas da guerra e as devastadas potências do eixo chegaram a conclusão que era de suma importância para o futuro da humanidade a criação de mecanismos diplomáticos e comerciais para aproximar cada vez mais as nações uma das outras. Deste consenso nasceu as Nações Unidas, e começou a surgir o conceito de bloco econômico pouco após isso com a fundação da Comunidade Européia do Carvão e do Aço - CECA. A necessidade de expandir seus mercados levou as nações a aos poucos começarem a se abrir para produtos de outros países, marcando o crescimento da ideologia econômica do liberalismo. Atualmente os grandes beneficiários da globalização são os grandes países emergentes, especialmente o BRIC, com grandes economias de exportação, grande mercado interno e cada vez maior presença mundial. Antes do BRIC, outros países fizeram uso da globalização e economias voltadas a exportação para obter rápido crescimento e chegar ao primeiro mundo, como os tigres asiáticos na década de 1980 e Japão na década de 1970. A globalização, por ser um fenômeno espontâneo decorrente da evolução do mercado capitalista não direcionado por uma única entidade ou pessoa, possui várias linhas teóricas que tentam explicar sua origem e seu impacto no mundo atual. A rigor, as sociedades do mundo estão em processo de globalização desde o início da História, acelerado pela época dos Descobrimentos. Mas o processo histórico a que se denomina Globalização é bem mais recente, datando (dependendo da conceituação e da interpretação) do colapso do bloco socialista e o conseqüente fim da Guerra Fria (entre 1989 e 1991), do refluxo capitalista com a estagnação econômica da URSS (a partir de 1975) ou ainda do próprio fim da Segunda Guerra Mundial. No geral a globalização é vista por alguns cientistas políticos como o movimento sob o qual se constrói o processo de ampliação da hegemonia econômica, política e

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TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 5ª REGIÃO – CONHECIMENTOS BÁSICOS Domínio de tópicos atuais e relevantes de diversas áreas, tais como política, economia, sociedade, educação, tecnologia, energia, relações internacionais, desenvolvimento sustentável, segurança, artes e literatura, e suas vinculações históricas.

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  • TURMA RETA FINAL TRT - BA Disciplina: Atualidades Prof.: Rodrigo Barbati Data: 01/11/2008

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    Material disponibilizado pelo Professor:

    TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 5 REGIO CONHECIMENTOS BSICOS ATUALIDADES: Domnio de tpicos atuais e relevantes de diversas reas, tais como poltica, economia, sociedade, educao, tecnologia, energia, relaes internacionais, desenvolvimento sustentvel, segurana, artes e literatura, e suas vinculaes histricas.

    MATERIAL DE ATUALIDADES PROF RODRIGO BARBATI

    I - POLTICA MUNDO A Globalizao e a Nova Ordem Mundial

    A globalizao um dos processos de aprofundamento da integrao econmica, social, cultural, poltica, com o barateamento dos meios de transporte e comunicao dos pases do mundo no final do sculo XX e incio do sculo XXI. um fenmeno gerado pela necessidade da dinmica do capitalismo de formar uma aldeia global que permita maiores mercados para os pases centrais (ditos desenvolvidos) cujos mercados internos j esto saturados. O processo de Globalizao diz respeito forma como os pases interagem e aproximam pessoas, ou seja, interliga o mundo, levando em considerao aspectos econmicos, sociais, culturais e polticos. Com isso, gerando a fase da expanso capitalista, onde possvel realizar transaes financeiras, expandir seu negcio at ento restrito ao seu mercado de atuao para mercados distantes e emergentes, sem necessariamente um investimento alto de capital financeiro, pois a comunicao no mundo globalizado permite tal expanso, porm, obtm-se como conseqncia o aumento acirrado da concorrncia. A globalizao um fenmeno capitalista e complexo que comeou na poca dos Descobrimentos e que se desenvolveu a partir da Revoluo Industrial. Mas o seu contedo passou despercebido por muito tempo, e hoje muitos economistas analisam a globalizao como resultado do ps Segunda Guerra Mundial, ou como resultado da Revoluo Tecnolgica. Sua origem pode ser traada do perodo mercantilista iniciado aproximadamente no sculo XV e durando at o sculo XVIII, com a queda dos custos de transporte martimo, e aumento da complexidade das relaes polticas europias durante o perodo. Este perodo viu grande aumento no fluxo de fora de trabalho entre os pases e continentes, particularmente nas novas colnias europias.

    tido como inicio da globalizao moderna o fim da Segunda Guerra mundial, e a vontade de impedir que uma mostruosidade como ela ocorresse novamente no futuro, sendo que as naes vitoriosas da guerra e as devastadas potncias do eixo chegaram a concluso que era de suma importncia para o futuro da humanidade a criao de mecanismos diplomticos e comerciais para aproximar cada vez mais as naes uma das outras. Deste consenso nasceu as Naes Unidas, e comeou a surgir o conceito de bloco econmico pouco aps isso com a fundao da Comunidade Europia do Carvo e do Ao - CECA. A necessidade de expandir seus mercados levou as naes a aos poucos comearem a se abrir para produtos de outros pases, marcando o crescimento da ideologia econmica do liberalismo. Atualmente os grandes beneficirios da globalizao so os grandes pases emergentes, especialmente o BRIC, com grandes economias de exportao, grande mercado interno e cada vez maior presena mundial. Antes do BRIC, outros pases fizeram uso da globalizao e economias voltadas a exportao para obter rpido crescimento e chegar ao primeiro mundo, como os tigres asiticos na dcada de 1980 e Japo na dcada de 1970.

    A globalizao, por ser um fenmeno espontneo decorrente da evoluo do mercado capitalista no direcionado por uma nica entidade ou pessoa, possui vrias linhas tericas que tentam explicar sua origem e seu impacto no mundo atual. A rigor, as sociedades do mundo esto em processo de globalizao desde o incio da Histria, acelerado pela poca dos Descobrimentos. Mas o processo histrico a que se denomina Globalizao bem mais recente, datando (dependendo da conceituao e da interpretao) do colapso do bloco socialista e o conseqente fim da Guerra Fria (entre 1989 e 1991), do refluxo capitalista com a estagnao econmica da URSS (a partir de 1975) ou ainda do prprio fim da Segunda Guerra Mundial. No geral a globalizao vista por alguns cientistas polticos como o movimento sob o qual se constri o processo de ampliao da hegemonia econmica, poltica e

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    cultural ocidental sobre as demais naes. Ou ainda que a globalizao a reinveno do processo expansionista americano no perodo ps guerra-fria (esta reinveno tardaria quase 10 anos para ganhar forma) com a imposio (forosa ou no) dos modelos polticos (democracia), ideolgico (liberalismo, hedonismo e individualismo) e econmico (abertura de mercados e livre competio). Vale ressaltar que este projeto no uma criao exclusiva do estado norte-americano e que tampouco atende exclusivamente aos interesses deste mas tambm um projeto das empresas, em especial das grandes empresas transnacionais, e governos do mundo inteiro. Neste ponta surge a interelao entre a Globalizao e o Consenso de Washington.

    A Nova Ordem Mundial um conceito scio-econmico-poltico que faz referncia ao contexto histrico do mundo ps-Guerra Fria. A expresso foi pela primeira vez usada pelo presidente norte-americano Ronald Reagan na dcada de 1980, referindo-se ao processo de queda da Unio Sovitica e ao rearranjo geopoltico das potncias mundiais. A Nova Ordem Mundial foi a denominao que o presidente Bush deu a ordem multipolar, onde novos plos econmicos estavam surgindo, entre eles, Japo, China, Rssia e Unio Europia. Quando deu incio a nova ordem mundial, a rivalidade entre os sistemas econmicos opostos, a classificao dos pases em 1, 2 e 3 mundo e a ordem bipolar, EUA e URSS, deixaram de existir. O termo Nova Ordem Mundial tem sido aplicado de forma abrangente, dependendo do contexto histrico, mas de um modo geral, pode ser definido como a designao que pretende compreender uma radical alterao, e o surgimento de um novo equilbrio, nas relaes de poder entre os estados na cena internacional. Em um contexto mais moderno, percebe-se muitas vezes esta referncia ser feita a respeito das novas formas de controle tecnolgico das populaes, num mundo progressivamente globalizado, descrevendo assim um cenrio que aponta para uma evoluo no sentido da perda de liberdades e um maior controle por entidades distantes, com o quebramento da autonomia de pases, grupos menores em geral, e indivduos.

    Eleies nos EUA: Democratas x Republicanos A disputa entre Barack Obama e John McCain pela presidncia dos Estados Unidos da Amrica pe mais uma vez em confronto os dois maiores partidos polticos norte-americanos: o Partido Democrata (ou Democrtico) e o Republicano. Em geral, identificam-se os democratas com posies polticas mais liberais, ou mesmo "de esquerda", e os republicanos com posturas conservadoras, ou "de direita". A generalizao, com certeza, vlida, mas nem sempre, como revelaria uma anlise mais pormenorizada ou pontual da atuao de cada partido. Por um lado, preciso lembrar que as definies de liberal e conservador no correspondem exatamente aos conceitos de esquerda e direita. Alm disso, o que se chama de esquerda e direita nos Estados Unidos no coincide com preciso ao que atende pelos mesmos nomes no Brasil. Por outro lado, convm lembrar que h um grande nmero de matizes possveis na poltica e que no existe uma unidade monoltica nem mesmo no interior de um nico partido poltico. H democratas conservadores, por exemplo: alguns j declararam no apoiar Obama, como os congressistas Dan Boren, do Estado de Oklahoma, e Tim Mahoney, da Florida. Tambm no se pode deixar de considerar que as circunstncias em que as coisas acontecem muitas vezes levam os dois partidos a se alternarem no papel que desempenham em relao a avanos, mudanas e progresso. o que se v principalmente quando se faz uma retrospectiva da ao de republicanos e democratas ao longo da histria dos Estados Unidos.

    Um breve panorama histrico da disputa poltica norte-americana tambm serve para mostrar a solidez das instituies partidrias naquele pas. O Partido Democrata, por exemplo, que o mais antigo dos partidos do pas, foi fundado h mais de 200 anos, em 1792, por Thomas Jefferson, um dos chamados "pais fundadores" da nao americana. Jefferson foi tambm o primeiro membro do partido a chegar presidncia dos EUA, no ano de 1800. H pelo menos trs outros presidentes norte-americanos do Partido Democrata cujos nomes tiveram maior repercusso no plano internacional: Woodrow Wilson, Franklin D. Roosevelt e John F. Kennedy. Wilson colocou os EUA na Primeira Guerra Mundial, contribuindo decisivamente para o fim do conflito. Tambm lutou pela criao da Liga das Naes e estabeleceu o Federal Reserve ou Fed, o banco central norte-americano. Roosevelt governou o pas por 12 anos, tendo comeado seu governo em meio catastrfica crise deflagrada pela quebra da bolsa de valores de Nova York, em 1929. Sua atuao foi marcada por uma grande interveno do Estado na economia e pelo "New Deal", que retirou o pas da depresso econmica. Kennedy, o segundo mais jovem presidente norte-americano e o primeiro catlico a assumir a presidncia do pas, personificou - no mbito do possvel - os ideais de mudana caractersticos da dcada de 1960.

    O Partido Republicano tambm conhecido por seus membros e simpatizantes como GOP ou Grand Old Party (Grande Velho Partido, onde "grande" se refere mais a valor, do que a tamanho). Embora mais recente do que seu tradicional adversrio, tambm tem mais de 150 anos de idade. Foi fundado em 1854 por militantes antiescravocratas e chegou ao poder quatro anos depois, com a eleio de Abraham Lincoln. No sculo 19, o Partido empenhou-se em defesa dos negros e lutou no Congresso pela 13. emenda, que aboliu a escravido; pela 14., que garantiu proteo igualitria a negros e brancos; e pela 15., que deu direito de voto aos afro-

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    americanos. Com isso, o partido conquistou a simpatia dessa minoria tnica, embora no a tenha mantido ao longo do tempo: desde os anos 1960, os negros norte-americanos votam majoritariamente nos democratas. Entre os presidentes republicanos de destaque, encontra-se certamente Theodore Roosevelt, um republicano que no pode ser taxado de conservador, no sentido mais estrito da palavra. Prmio Nobel da Paz de 1906, Ted Roosevelt desenvolveu uma poltica progressista e, por sinal, foi um pioneiro da preservao ambiental, tendo criado 170 mil km2 de florestas nacionais e 53 reservas naturais.

    Outros nomes republicanos que no podem deixar de ser citados so Dwight D. Eisenhower, Richard Nixon e Ronald Reagan. O general Eisenhower, ou simplesmente Ike, o popular comandante das tropas aliadas na invaso Normandia, na Segunda Guerra Mundial, teve uma atuao que diminuiu as tenses entre os Estados Unidos e a Unio Sovitica, durante a Guerra Fria. No plano interno, foi terminantemente contra a segregao dos negros, deixando claro que a nao no aceitava a existncia de "cidados de segunda classe". So bem diversos os motivos a que Richard Nixon deve a passagem de seu nome histria. Sua participao num episdio de espionagem ao escritrio do Partido Democrata, no complexo hoteleiro Watergate, em Washington, resultou no processo poltico que culminou com sua renncia ao cargo de presidente, para evitar o impeachment. Independentemente de qualquer juzo de valor e do fato de ter resgatado seu pas da crise econmica do governo Jimmy Carter, Reagan foi um dos principais responsveis pela entrada do mundo numa nova era: a da chamada "Nova Ordem Mundial", que sucedeu ao perodo da Guerra Fria. Apostando na corrida armamentista, Reagan contribuiu decisivamente para levar a Unio Sovitica ao colapso, num dos grandes triunfos do liberalismo sobre o comunismo.

    Crise poltica no Qunia jan/08

    Onda de violncia causou a morte de mais de 800 pessoas. O principal partido de oposio, o Movimento Democrtico Laranja (ODM), fez manifestaes no centro de Nairbi. O motivo do protesto a existncia de denncias de fraude na eleio presidencial de 27/12/07, na qual o atual presidente, Mwai Kibaki, 76, foi reeleito. Raila Odinga, 62, candidato Presidncia pelo ODM, ficou em segundo por uma margem pequena de votos. O Qunia tem 42 grupos tnicos. O maior so os kikuyus, do qual Kibaki faz parte. Com 22% da populao, eles tm sido as maiores vtimas da violncia iniciada desde o anncio do resultado das eleies. Odinga, um luo, tem o apoio de quase todos os outros grupos tnicos, que acusam o governo atual de privilegiar kikuyus. Em abril, com mediao da ONU, o candidato de oposio Raila Odinga foi nomeado primeiro-ministro pelo presidente Kibaki encerrando crise poltica.

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    Premi da Itlia renuncia

    O primeiro-ministro da Itlia, Romano Prodi, apresentou sua renncia ao cargo, depois de ter perdido no Senado um voto de confiana crucial para a continuidade de seu governo de centro-esquerda. A crise do governo comeou com a confirmao da renncia do ministro da Justia, Clemente Mastella supostamente envolvido em corrupo e a retirada do apoio do seu partido, o Udeur, coalizo governante, deixando o premi sem maioria no Senado. As eleies italianas foram marcadas para os dias 13 e 14 de abril de 2008 - depois do anncio da dissoluo do Parlamento pelo presidente Giorgio Napolitano - e acabaram com a vitria de Slvio Berlusconi.

    Parlamento turco libera vu em universidade

    O Parlamento turco aprovou o direito das mulheres de usar o vu islmico em universidades, proibido desde 1989. A deciso levou milhares de pessoas s ruas da capital, Ancara, em protesto. A diviso entre Estado e religio cara elite econmica e aos militares turcos, que mantm a Repblica, fundada em 1923, estritamente laica. O novo texto dir que "todos tm direito a igual tratamento pelas instituies governamentais" e que "ningum pode ser privado de seu direito educao superior" - muitas turcas, obrigadas a retirar o vu, desistiam da universidade. A mudana foi sancionada pelo presidente Abdullah Gl.

    Presidente do Timor Leste sofre atentado

    O presidente do Timor Leste e Prmio Nobel da Paz de 1996, Jos Ramos Horta, foi ferido a tiros em um ataque em sua casa na capital do pas Dili. Um soldado rebelde, Alfredo Reinaldo, foi morto a tiros pelos guardas do presidente durante o ataque. Em novembro de 2007, ele havia ameaado usar a fora contra o governo, depois de ter sido indiciado por envolvimento em confrontos iniciados em abril de 2007 e que levaram morte 37 pessoas no Timor Leste. Ramos Horta ganhou destaque em sua campanha contra o domnio indonsio no Timor Leste. Soldados da Indonsia invadiram o territrio depois que Portugal se retirou de sua ex-colnia em 1975, e o Timor Leste s ganharia independncia em 2002.

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    Declarao de independncia do Kosovo

    O Parlamento de Kosovo aprovou a declarao da independncia da provncia feita pelo primeiro-ministro Hashim Thaci durante uma sesso especial em fevereiro de 2008 na capital, Pristina. A sesso contou com a presena de 104 parlamentares. Durante a sesso, o primeiro-ministro de Kosovo, Hashim Thaci, afirmou que "muitas pessoas se sacrificaram para que a independncia se tornasse realidade e esperamos por este dia durante muito tempo". "Kosovo independente, soberano e livre", disse Thaci. "Hoje ns estamos entre as naes livres do mundo". Ele garantiu que o pas ir obedecer aos preceitos da ONU (Organizao das Naes Unidas) e das leis internacionais e pediu o reconhecimento da comunidade internacional. O premi afirmou ainda que a nova repblica ter boas relaes com a Srvia. Thaci assegurou que os direitos da minoria srvia sero respeitados com a independncia. "Todas as comunidades tero um papel importante na construo da nao, no h lugar para medo e discriminao em Kosovo. Qualquer ato de discriminao, principalmente contra as minorias, ser removido das nossas instituies e do nosso Estado". Milhares de kosovares saram s ruas para comemorar o anncio da independncia do pas. O governo preparou shows para a populao e oito toneladas de fogos de artifcio sero usadas nas celebraes. Thaci vinha dando indicaes de que a independncia seria declarada neste final de semana e milhares de kosovares de origem albanesa j comemoravam a deciso desde a madrugada. Quando assumiu o poder, em dezembro passado, Thaci, ex-guerrilheiro que lutou contra a Srvia entre 1998 e 1999, afirmou que a independncia da provncia seria uma das primeiras medidas do seu governo. Os governos da Srvia e da Rssia j haviam afirmado que no reconheceriam a independncia de Kosovo. No juramento de posse para o segundo mandato no cargo, o presidente eleito da Srvia, Boris Tadic, prometeu nunca desistir da luta pela provncia, considerada o corao religioso e cultural do pas. A declarao foi reforada por outra, do primeiro-ministro Vojislav Kostunica. Ele pediu aos srvios que vivem em Kosovo que no abandonem o territrio e disse que eles tm o direito de ignorar qualquer proclamao de independncia. O presidente da Rssia, Vladimir Putin, afirmou que seria ilegal e imoral a comunidade internacional reconhecer a independncia da provncia. Alm da Rssia e da Srvia, a Bsnia-Herzegovina e Montenegro tambm so contra a independncia. A populao dos Blcs est acompanhando de perto os eventos no Kosovo e as consequncias que a independncia da provncia poder trazer para a regio. A Albnia e a Eslovnia devem ser os primeiros pases a reconhecerem a independncia. J a Macednia e a Bsnia devem hesitar em reconhecer a ruptura, pois tambm sofrem com problemas de separatismo tnico.

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    Fidel Castro renuncia Presidncia de Cuba

    O lder cubano Fidel Castro anunciou que no voltar a governar o pas. Seu irmo Ral Castro - na Presidncia interina desde 2006 - foi escolhido o novo lder do pas pelo Parlamento. Fidel foi o lder do movimento que derrubou o lder pr-Estados Unidos Fulgncio Batista em 1 de janeiro de 1959. Ele comandou o regime cubano como primeiro-ministro por 18 anos, passando Presidncia do pas por escolha da Assemblia, eleita aps a aprovao da Constituio Socialista de 1976.

    Novo presidente russo

    O presidente eleito em maro de 2008 na Rssia, Dmitry Medvedev, prometeu continuar as polticas adotadas pelo atual governante, Vladimir Putin. Medvedev confirmou o nome de Vladimir Putin para primeiro-ministro. A economia da Rssia altamente dependente da produo e demanda de petrleo e gs, que representam cerca de 60% das exportaes. A diversificao da economia ser um dos principais desafios do governo.

    China reprime protesto em regio autnoma do TIBETE

    Por atrair a ateno internacional, a realizao dos Jogos Olmpicos de Pequim, em agosto de 2008, transformou-se numa oportunidade para o movimento nacionalista do Tibete protestar contra a domnio da China sobre a regio. Os primeiros protestos surgiram logo aps a priso de monges tibetanos que organizaram uma passeata para marcar os 49 anos do grande levante contra o governo chins. Em seguida, milhares de pessoas que moram na regio tambm foram s ruas, reivindicando a independncia. Como sempre faz quando autoriza os seus militares a realizarem represses, o governo chins censurou emissoras de televiso, jornais e sites que tentaram divulgar informaes sobre o Tibete. Apenas a televiso oficial chinesa tinha autorizao para falar sobre o assunto. No entanto, observadores internacionais informaram que o massacre provocou mais de 120 mortes - os chineses admitem apenas 13. Uma coisa certa: os protestos foram apontados como os maiores e mais violentos das ltimas duas dcadas. Aconteceram a menos de cinco meses da abertura dos Jogos Olmpicos, evento que tem um importante carter diplomtico para os chineses, visando a integrar o pas na comunidade mundial, independente do regime poltico totalitrio que ali vigora. O regime comunista chins no aceita a hiptese de divergncias de idias, uma prtica comum em democracias. Em 1989, por exemplo, o governo da China reprimiu com violncia uma manifestao iniciada por estudantes que reivindicavam mais liberdade poltica. O protesto, que ficou conhecido como o massacre da Paz Celestial, reuniu cerca de 100 mil pessoas, que foram s ruas para denunciar a corrupo e o totalitarismo. O Tibete uma regio da sia Central com cerca de 1,2 milho de quilmetros quadrados e uma altitude mdia de cerca de 5 mil metros. O isolamento provocado pela altitude favoreceu o surgimento de uma civilizao caracterstica com mais de 2 mil anos de histria prpria. No sculo 7, o pas se converteu num reino lamasta, uma seita local do budismo, que definiria, em linhas gerais, o carter

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    religioso ou teocrtico da estrutura poltica e econmica do Tibete. O budismo tibetano atribui ao seu lder espiritual o ttulo de Dalai-Lama e lhe confere tambm o poder governamental, num regime com caractersticas monrquicas. O Dalai-Lama considerado uma reencarnao de lderes espirituais anteriores, que so manifestaes de Avalokteshvara ou Chenrezi, o santo padroeiro do Tibete, um Bodhisattva, termo budista que designa um ser de sabedoria e bondade. O lamasmo conseguiu sobreviver invaso do Imprio mongol no sculo 13, dos chineses no sculo 18, bem como a uma dcada em que o pas se transformou num protetorado britnico, no incio do sculo 20. Entre 1911 e 1950, o Tibete foi um pas independente perante a maior parte da comunidade internacional, at que a Revoluo chinesa colocou no poder Mao Ts-Tung e o expansionismo chins resultou numa nova invaso do pas, em 1950. O Tibete foi anexado China como provncia e assim se manteve a despeito da resistncia tibetana. Em 1959 ocorreu o grande levante da populao do pas contra o domnio chins - cujo 49o aniversrio foi o estopim dos protestos de 2008. No entanto, a revolta foi violentamente reprimida e o Dalai-Lama, lder espiritual e poltico dos tibetanos, foi obrigado a exilar-se na ndia. Em 1963, depois de muita presso internacional, o Tibete foi reconhecido pelo China como uma regio autnoma e ganhou um governo prprio, submisso, porm, a Pequim. A luta pela independncia tibetana, porm, continuou e ganhou repercusso maior a partir da concesso do prmio Nobel da paz ao Dalai-Lama. Apesar do poder repressivo chins, provvel que novas manifestaes continuem ocorrendo no Tibete e em outros pases, em especial na Europa, onde h simpatia pela causa da independncia tibetana.

    Paraguai: Partido perde o poder aps 61 anos

    A vitria do ex-bispo Fernando Lugo nas eleies para a Presidncia do Paraguai, um dos pases mais pobres da Amrica do Sul, histrica - ela quebra a hegemonia de 61 anos da ANR (Associao Nacional Republicana), mais conhecida como Partido Colorado. Desde 1947, o Paraguai s teve presidentes do Partido Colorado, agremiao que, at a vitria de Lugo (com a posse marcada para o prximo ms de agosto), estava h mais tempo no poder em todo o Ocidente. Mais da metade do domnio Colorado na Presidncia do Paraguai teve um personagem central: o general Alfredo Gustavo Stroessner, que comandou 35 anos de ditadura no pas (1954/89). Ao fim de seu governo, o militar se exilou no Brasil, onde permaneceu at agosto de 2006, quando morreu em um hospital de Braslia. Muito popular entre os mais pobres, o ex-bispo Fernando Lugo encaminhou em 2006 uma carta ao Vaticano pedindo a sua renncia sacerdotal porque tinha interesse em disputar a Presidncia da Repblica. A solicitao de Lugo no foi aceita pela Igreja Catlica, mas, mesmo assim, o ex-bispo confirmou a sua

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    candidatura. Ao constatar que Fernando Lugo no recuaria, o Vaticano suspendeu o seu direito de exercer o sacerdcio. Admirador confesso da Teologia da Libertao, Fernando Lugo, a partir de agosto, vai administrar um pas que registrou crescimento de 6,4 do PIB (Produto Interno Bruto) em 2007, ndice superior ao registrado pelo Brasil no mesmo perodo.

    O Paraguai, o mais pobre integrante do Mercosul, tem cerca de 6 milhes de habitantes. O pas mantm com o Brasil um acordo de 50 anos que foi a principal plataforma eleitoral de Fernando Lugo: o contrato de construo e funcionamento da usina hidreltrica de Itaipu. Depois da Guerra do Paraguai, o fato histrico mais marcante no relacionamento diplomtico entre os dois pases. Para compreend-lo, vale a pena ter em mente alguns elementos histricos e geogrficos. As fronteiras entre o Brasil e o Paraguai foram estabelecidas por tratado em 1872. Estendem-se por 1.365,4 km, desde a foz do rio Apa, no Estado de Mato Grosso do Sul, at a foz do rio Iguau, no Estado do Paran. A maior parte dessa linha demarcatria formada por rios (928,5 km). A Usina Hidreltrica de Itaipu Binacional foi construda no rio Paran e sua rea abrange um territrio que vai das cidades vizinhas de Foz do Iguau e Ciudad del Este, respectivamente no Brasil e no Paraguai, ao municpio brasileiro de Guara e ao paraguaio de Salto del Gair. Na verdade, a regio j foi motivo de disputa entre Espanha e Portugal ainda no sculo 18. A situao das fronteiras no chegou a ser resolvida nem mesmo com a independncia do Paraguai (1811) e do Brasil (1822). Agravou-se na guerra dos dois pases e, apesar do tratado de 1872, continuou a provocar polmicas e divergncias de interpretaes quanto aos limites territoriais, em especial no que se refere ao salto de Sete Quedas, a maior cachoeira do rio Paran.

    A descoberta do potencial hidreltrico do rio Paran, nos anos 1960, em vez de agravar os problemas, resultou na unio de foras brasileiras e paraguaias para o empreendimento conjunto na rea energtica. Em 1966, assinou-se a Ata de Itaipu, uma carta de intenes que abriu caminho para o incio dos estudos tcnicos.O Tratado de Itaipu, assinado pelos presidentes Mdici e Stroessner em 1973, manifesta, em seu artigo 1o, a deciso binacional de "realizar, em comum e de acordo com o previsto no presente Tratado e seus Anexos, o aproveitamento hidroeltrico dos recursos hdricos do rio Paran, pertencentes em condomnio aos dois pases, desde e inclusive o Salta Grande de Sete Quedas ou Salto de Guair at a foz do rio Iguau".As obras tiveram incio no ano seguinte, com um desvio de 2 km do curso do rio Paran. A partir da e at a inaugurao da usina, desenvolveu-se um trabalho intenso e de propores gigantescas, que chegou a envolver 100 mil trabalhadores, mobilizou 20 mil caminhes e cerca de 6,5 mil vages ferrovirios. Para se ter uma idia dos recursos materiais utilizados, o total de concreto despejado na barragem foi de 12,3 milhes de metros cbicos, quantidade suficiente para concretar quatro rodovias do tamanho da Transamaznica, que tem 2.300 km de extenso. A barragem de Itaipu gerou um lago artificial de 135 mil hectares (um hectare equivale aproximadamente a um campo de futebol). Esse lago fez desaparecer o salto de Sete Quedas em outubro de 1982, causando comoo nos habitantes da regio e reao indignada dos ambientalistas at hoje. Por outro lado, ps fim ao litgio das fronteiras entre o Brasil e o Paraguai. A Usina foi inaugurada oficialmente em 5 de novembro de 1982, pelos presidentes dos dois pases, Joo Figueiredo e Alfredo Stroessner. Cerca de um ano e meio mais tarde, em maio de 1984, teve incio a produo de energia eltrica. O recorde dessa produo foi atingido no ano 2000, quando Itaipu gerou 93,4 bilhes de quilowatts/hora.

    Com a eleio de Fernando Lugo, o Paraguai pretende a reviso do Tratado de Itaipu, por consider-lo financeiramente injusto. Atualmente, o Paraguai recebe aproximadamente US$ 300 milhes por ano (o pas consome somente 5% da energia gerada por Itaipu e vende os outros 45% ao Brasil a preo de custo). A outra metade da energia produzida na usina administrada (e consumida) pelo Brasil. Contudo, os investimentos brasileiros na hidreltrica foram muito maiores do que os paraguaios, de maneira proporcional capacidade econmico-tecnolgica dos dois pases. Basta lembrar que o custo da obra, cujo financiamento foi obtido pelo Brasil, atinge US$ 16 bilhes e o total da dvida s ser pago em 2023. Alm disso, no mbito da construo civil, os brasileiros chegaram a contribuir com at 100% do empreendimento e com 85% na fabricao e montagem dos equipamentos.

    Estado judeu comemora 60 anos de fundao O dia 14 de maio marca a fundao do Estado de Israel, que completa 60 anos em 2008, segundo o calendrio internacional ou gregoriano. Para os israelenses e os judeus de todo o mundo, a data foi festejada no dia 8 de maio, devido ao fato de eles seguirem o tradicional calendrio judaico, baseado nas fases da lua. Em termos histricos, 60 anos um perodo relativamente pequeno. Se a existncia de Israel atual recente, porm, sua histria muito mais longa e se confunde com a do povo judeu e de seus antepassados, os hebreus, da

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    Antigidade. Pode-se aceitar que ela tenha comeado com os patriarcas bblicos, como Abrao, seu filho Isaac e seu neto Jac, a quem, segundo o Gnesis (primeiro livro da Bblia), Deus chamou de Israel. O nome de Israel se estendeu a uma estreita faixa de terra, entre o mar Mediterrneo, a pennsula Arbica e a Sria cerca de 2 mil anos antes de Cristo. Por se tratar de um local que constitui uma ponte natural entre a sia, a frica e a Europa, a regio foi sempre disputada e - da Antigidade at meados do sculo 20 - os grandes imprios ali se impuseram: egpcios, assrios, babilnios, persas, gregos, romanos, bizantinos, rabes, turcos e ingleses. Todas essas invases resultaram na disperso dos judeus pelo mundo, em especial a partir de 70 d.C., quando este povo promoveu uma grande rebelio contra o domnio romano. As legies de Roma reprimiram duramente a revolta e incendiaram o templo de Jerusalm, um smbolo da unidade poltica e religiosa hebraica. Somente uma parte do muro exterior continua de p at hoje, constituindo um grande monumento religioso do judasmo. De qualquer modo, mesmo dispersos, sem um territrio que os abrigasse, os judeus conseguiram se manter como um povo ou uma nao, devido ao imenso apego a suas tradies religiosas e culturais, alm de uma esperana - ainda que remota - de um dia retornar a Israel, a "Terra (a eles) prometida (por Deus)", de acordo com a tradio bblica. Em 2 mil anos de exlio, os judeus sempre constituram minorias em outros pases, sendo constantemente discriminados e perseguidos. O cristianismo, aps tornar-se a religio oficial do Imprio romano, contribuiu bastante para isso, retirando a culpa da crucificao de Jesus que pesava sobre Roma e atribuindo-a aos judeus, que passaram a ser vistos como os "assassinos de Cristo". No difcil imaginar o que lhes aconteceu durante a Idade Mdia ou a Contra-Reforma, quando a Igreja catlica imperava. Em meados do sculo 19, a maior parte dos judeus se encontrava nos pases da Europa oriental, como a Polnia, a Litunia, a Hungria e a Rssia. Nessa poca, a antiga Israel era uma provncia do Imprio turco, denominada Palestina. Ao mesmo tempo, uma onda de nacionalismo atingia a Europa com a unificao da Itlia e da Alemanha. Desenvolveu-se, ento, tambm entre os judeus um movimento nacionalista que se orientava pela idia de recriar uma nao judaica no territrio de sua ptria ancestral. O movimento recebeu o nome de sionismo, que se origina de Sion, a antiga designao de uma colina de Jerusalm que passou a denominar esta mesma cidade bem como a prpria Israel. Na Basilia, Sua, em 1897, teve lugar o 1 Congresso Sionista, presidido por Theodor Herzl, o fundador do movimento. Seu objetivo era obter um documento reconhecido internacionalmente que legitimasse o estabelecimento dos judeus na Palestina. As comunidades judaicas da Europa ocidental - ricas e bem integradas s naes onde estavam - contriburam para levar o projeto adiante.Quando a ONU propusesse uma soluo de consenso, a Inglaterra abriria mo de seu Mandato na Palestina. Em abril de 1947, um Comit Especial das Naes Unidas props a partilha da Palestina em um Estado judeu (j com cerca de 650 mil habitantes) e um Estado rabe-palestino (com o dobro dessa populao). A 14 de maio de 1948, seis horas antes do trmino oficial do Mandato britnico, David Ben Gurion, que seria o primeiro governante israelense, leu a declarao de Independncia de Israel. Os Estados Unidos e a Unio Sovitica, as potncias do ps-guerra, reconheceram rapidamente o novo Estado. Porm, j no dia seguinte independncia, os rabes se uniram para atacar Israel. Os judeus resistiram e venceram seus adversrios. Na guerra, conquistaram 78% do antigo territrio palestino (22% a mais do que previa o plano de partilha da ONU para alojar a populao rabe). Em 1949, firmou-se um primeiro acordo de paz entre os rabes e o Estado de Israel, j reconhecido pela comunidade internacional, inclusive o Brasil. Infelizmente, a paz e a convivncia harmoniosa entre os povos da regio no teve continuidade at hoje, assim como o Estado Palestino ainda no conseguiu ser efetivamente criado. De meados do sculo 20 at o incio do sculo 21, a histria de Israel e do Oriente Mdio marcada por tantos problemas e conflitos que constitui uma nova epopia, quase to longa quanto a dos 5 mil anos anteriores.

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    Anistia condena '60 anos de fracasso' em direitos humanos A Anistia Internacional pediu aos lderes mundiais que se desculpem por seis dcadas do que a entidade considera fracasso na defesa dos direitos humanos. A cobrana est no relatrio anual da organizao, que, neste ano, faz um balano entre o que foi prometido pela Declarao Universal dos Direitos Humanos de 1948 e o que foi cumprido at agora. "Injustia, desigualdade e impunidade so as marcas do nosso mundo hoje. Os governos devem agir agora para acabar com a distncia entre promessa e desempenho", disse Irene Khan, secretria-geral da organizao, em uma nota imprensa. A Anistia diz que os governos ao redor do mundo deveriam se comprometer novamente a apresentar melhoras concretas. "Os problemas de direitos humanos em Darfur, Zimbbue, Gaza, Iraque e Mianmar exigem uma ao imediata", disse Khan. Segundo o relatrio, 60 anos depois de a Declarao Universal dos Direitos Humanos ter sido adotada pelas Naes Unidas, pessoas ainda so torturadas ou mal tratadas em pelo menos 81 pases, so submetidas a julgamentos injustos em pelo menos 54 pases e no tm direito de se manifestar livremente em pelo menos 77. O ano de 2007 foi caracterizado pela impotncia de governos ocidentais e a ambivalncia ou relutncia dos poderes emergentes em combater algumas das piores crises de direitos humanos no mundo, desde guerras a desigualdades que deixam milhes para trs", disse Khan. Para a organizao, a maior ameaa ao futuro dos direitos humanos a ausncia de uma viso compartilhada e de uma liderana coletiva. 2008 representa uma oportunidade sem precedentes para que novos lderes e pases emergentes no cenrio internacional estabeleam uma nova direo e rejeitem as polticas e prticas mopes que tm deixado o mundo um lugar mais perigoso e mais dividido", afirmou a secretria-geral da Anistia. Segundo Khan, "os mais poderosos devem liderar dando o exemplo." Nesse sentido, a organizao faz um apelo direto para a China, os Estados Unidos, a Rssia e a Unio Europia. A Anistia diz que a China deve cumprir as promessas feitas por conta dos Jogos Olmpicos e permitir a liberdade de expresso e de imprensa e acabar com o sistema de "reeducao atravs do trabalho", que permite a priso por at quatro anos sem indiciamento, julgamento ou reviso judicial. No caso dos Estados Unidos, o apelo se refere ao fechamento da priso de Guantnamo e outros centros de deteno e rejeio da tortura. J a Rssia deveria mostrar mais tolerncia dissidncia poltica e nenhuma tolerncia impunidade de abusos de direitos humanos na Chechnia. E a Unio Europia, segundo a Anistia, deveria investigar a cumplicidade de seus integrantes em entregar suspeitos de terrorismo e exigir deles os mesmos padres de direitos humanos que exige de pases fora do bloco.

    Crise Poltica na Bolvia

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    Eleio de Evo Morales (MAS) em 2005. Nacionalizao dos recursos energticos em 2006. Aprovao de uma nova constituio na Bolvia em 2007. Quatro departamentos declararam a sua inteno de no aceitar o novo texto constitucional. Os departamentos rebeldes ameaaram comear um processo de estudo para garantir a sua autonomia relativa ao governo de La Paz. Os quatro departamentos so: Santa Cruz, Beni e Pando na fronteira com o Brasil e Tarija na fronteira com Argentina e Paraguai. As autoridades locais rechaam a nova Constituio do pas, aprovada por aliados do presidente e sem a presena da oposio. Evo Morales props aumentar a verba destinada aos departamentos para compensar as perdas com o uso do dinheiro de um impostos sobre hidrocarbonetos para financiar um bnus para maiores de 60 anos. A alterao no uso do imposto vem causando confrontos graves com oposicionistas.

    A crise poltica na Bolvia aumenta progressivamente com o avano do processo autonomista liderado por opositores ao presidente Evo Morales e com a aprovao dos novos estatutos dos departamentos (Estados) de Beni, Pando e Tarija que o governo no reconhece. O governo se diz partidrio das autonomias, mas desde que seja "sob uma ordem constitucional" e prope oposio impulsionar uma lei que regule este processo e que inclua eleies para conselheiros departamentais, que se encarregariam de elaborar os estatutos. O dilogo e as possibilidades de acordo entre o Executivo e os prefeitos regionais opositores da Meia Lua (como se denomina o territrio composto por Santa Cruz, Beni, Pando e Tarija) parecem por enquanto improvvel.

    Alm disso, realizou-se, em 10 de agosto de 2008, um referendo para que os cidados decidissem se Morales, seu vice-presidente e os prefeitos regionais continuariam ou no seus mandatos. O pleito registrou a vitria do presidente e de seus aliados.

    Em setembro de 2008, a crise poltica na Bolvia ameaou transformar-se em uma guerra civil. O confronto entre os partidrios do presidente Evo Morales e a oposio, organizada em torno dos governos dos departamentos de Pando, El Beni, Santa Cruz, Chuquisaca e Tarija, descambou para o enfrentamento fsico nas ruas, com choques violentos que resultaram em no mnimo 15 mortos.

    A Unio de Naes Sul-Americanas

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    A Unio de Naes Sul-Americanas (UNASUL), ser uma zona de livre comrcio continental que unir as duas organizaes de livre comrcio, Mercosul e Comunidade Andina de Naes, alm do Chile, Guiana e Suriname, nos moldes da Unio Europia a partir de 2014. De acordo com entendimentos feitos at agora, a sede da Unio ser localizada em Quito, capital do Equador, enquanto a localizao de seu banco, o Banco do Sul ser na capital da Venezuela, Caracas. O seu parlamento ser localizado em Cochabamba, na Bolvia. A integrao completa entre esses dois blocos foi formalizada durante a reunio dos presidentes de pases da Amrica do Sul, no dia 23 de Maio de 2008 em Braslia. A antiga denominao da Unio, Comunidade Sul-Americana de Naes foi deixada de lado aps a 1 Reunio de Energia Sul-Americana em 2007. A primeira presidente da Unasul, pelos prximos 12 meses, a chilena Michelle Bachellet.

    O "no" da Irlanda ao Tratado de Lisboa

    O Tratado de Lisboa (tambm denominado Tratado Reformador) o acordo ratificado pelo Conselho da Unio Europia em Lisboa, a 19 de Outubro de 2007, e que substitui a Constituio europia de 2004. O tratado confere Unio Europia personalidade jurdica prpria para assinar acordos internacionais de nvel comunitrio. O termo Comunidade ser substitudo por Unio, nomeia o Alto Representante para a Poltica Exterior e de Segurana

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    Comum da Unio Europia e estabelece a aplicao formal da dupla maioria a partir de 2014. A presidncia eslovena da Unio Europia (UE) lamentou a vitria do "no" no referendo irlands ao Tratado de Lisboa em junho de 2008.

    Eleies no Zimbbue

    Num continente em que pelo menos dez pases esto entre os piores do mundo em matria de critrios sociais e econmicos, o Zimbbue uma sntese da pobreza que caracteriza a frica. O pas apresenta renda per capita anual abaixo de US$ 1.000, expectativa de vida inferior aos 50 anos, ndice de analfabetismo acima de 40% da populao, inflao projetada de 165.000% ao ano e mais de 5% da populao com Aids. Em meio a esse cenrio de misria impressionante, os 12,3 milhes de habitantes do Zimbbue ainda convivem com a violncia e a instabilidade poltica. Desde a independncia do pas, em 1980, o Zimbbue conheceu apenas um simulacro de regime democrtico, o ditador Robert Gabriel Mugabe. Em junho de 2008, em um pleito marcado por denncias de fraudes, ele foi eleito para mais um mandato. Derrotado no primeiro turno por Morgan Tsvangirai, Mugabe usou a fora para vencer as eleies - o seu adversrio retirou a candidatura na reta final do segundo turno. Durante a campanha, o principal adversrio da ditadura foi preso diversas vezes, aconteceram cerca de 100 mortes de correligionrios ligados a Morgan Tsvangirai e pelo menos 200 mil pessoas deixaram as suas residncias para fugir das perseguies. Observadores internacionais tambm denunciaram que correligionrios de Tsvangirai sofreram mutilaes nos dedos das mos para deixar de votar na eleio. A crise do Zimbbue aumentou aps a proclamao do resultado das eleies - de acordo com a comisso nacional eleitoral, Mugabe foi reeleito com 85,51% dos votos vlidos. O governo dos Estados Unidos no reconheceu a eleio, solicitou o embargo internacional de armas contra o pas e quer aumentar as sanes econmicas ao Zimbbue. A Unio Europia tambm condenou o segundo turno e a maioria dos 27 pases que compem o bloco classificou de ilegtima a vitria de Robert Mugabe. Para driblar o ndice recorde de desemprego, que atinge 80% da populao economicamente ativa, nos ltimos anos, pelo menos 2 milhes de zimbabuanos fugiram para a frica do Sul e outros pases do continente. O aumento do desemprego tem uma origem: em 2000, atendendo a um pedido do ditador, o governo expropriou cerca de 3.000 propriedades sem pagar nenhuma indenizao aos seus donos, todos brancos. As reas foram entregues a mais de 1 milho de sem-terra negros que, por falta de infra-estrutura, abandonaram as plantaes.

    Crise no Governo Cristina Kirchner

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    Em apenas seis meses de governo, Cristina Kirchner perdeu popularidade de maneira vertiginosa. Segundo sondagens, a imagem da presidente caiu em 26 pontos desde maro, quando comeou o conflito com os setores agropecurios, e 36 pontos desde o comeo do ano. De janeiro a junho, caiu de 56% a 20%. A perda de confiana no governo argentino devida ao conflito agropecurio motivado pela elevao dos impostos de exportao - e acontece em todos os setores sociais. Se o governo conseguir uma sada do conflito, vai recuperar um pouco dessa imagem, mas ainda vir o impacto da inflao e da crise energtica. A estratgia de Cristina Kirchner para colocar ponto final discusso foi criar um plano de redistribuio de renda que d um destino social ao excedente arrecadado a partir dos 35% de imposto. Porm o plano s foi apresentado trs meses depois de iniciado o conflito e no serviu para aliviar ao situao. As retenes (imposto de exportao) comearam em 2002 em 10%. Em novembro passado, passaram de 27% a 35%. Em maro, uma taxa varivel at mais de 50%. Pelo atual preo da soja, por exemplo, est em 46%. O gasto pblico se mantm elevado, o supervit primrio argentino de 3,5% do PIB depende em 90% dessas retenes.

    Colmbia anuncia libertao de Ingrid Betancourt jul/08 O Exrcito colombiano anunciou em julho o resgate de Ingrid Betancourt, trs norte-americanos e 11 militares que estavam em poder das Farc (Foras Armadas Revolucionrias da Colmbia), segundo agncias internacionais, que no forneceram mais detalhes sobre o resgate. Betancourt, de nacionalidade franco-colombiana, era prisioneira da guerrilha colombiana desde 2002, quando fazia campanha como candidata Presidncia do pas. Os trs norte-americanos foram presos em fevereiro de 2003, quando realizavam uma misso area do chamado Plano Colmbia nas selvas de Caquet, ao sul do pas. O ministro da Defesa, Juan Manuel Santos, declarou que os quatro ex-prisioneiros esto em estado de sade razoavelmente bom. O resgate foi realizado em uma zona de floresta do departamento de Guaviare, no sudoeste da Colmbia, de acordo com Santos. "Seguiremos trabalhando na libertao dos demais seqestrados. Fazemos um chamado aos atuais lderes das Farc para que no matem, liberem os outros seqestrados e no sacrifiquem seus homens", declarou o ministro, em coletiva na sede do Ministrio da Defesa, em Bogot.

    Conflito entre a Rssia e a Gergia ago/08

    Ainda no terminou por completo a guerra entre a Rssia e a Gergia, iniciada em 8 de agosto. O conflito ocorreu em funo do projeto separatista da Osstia do Sul e da Abkhzia, mas est relacionado a problemas tnicos e nacionais que datam da dissoluo da Unio Sovitica. Repete-se no Cucaso o que j havia acontecido nos Blcs, com a independncia do Kosovo, em fevereiro de 2008, que estava relacionada dissoluo da Iugoslvia.

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    Por isso, para entender o conflito russo-georgiano, necessrio levar em considerao outros eventos ocorridos anteriormente nessa regio geogrfica em que Europa e sia se limitam. Em primeiro lugar, convm recordar o que era a Unio das Repblicas Socialistas Soviticas, uma federao criada em 1922, ao fim da guerra civil desencadeada pela Revoluo Russa. A Revoluo implantou o socialismo no Imprio russo, que inclua a Rssia, a Ucrnia, a Bielorssia (atual Belarus) e a Transcaucsia (Armnia, Azerbaijo e Gergia). Gradualmente, a URSS chegou a abranger 15 repblicas, at 1991 quando o regime socialista entrou em colapso. Ainda antes que isso acontecesse, em 1989, a regio da Osstia do Sul havia declarado autonomia em relao Repblica Socialista Sovitica da Gergia, aproximando-se da Rssia, que dominava a Unio Sovitica. Com a dissoluo da URSS, em 1991, a Gergia tornou-se uma repblica independente. A Osstia do Sul procurou seguir pelo mesmo caminho, proclamando sua independncia em relao Gergia. Disso resultou uma guerra entre a Gergia e a Osstia do Sul que se estendeu at 1992. A Rssia intermediou a paz entre as duas. A atuao russa, porm, estava condicionada por seus interesses nacionais, que implicam intenes de transformar em rea de influncia russa tanto a Osstia do Sul quanto a prpria Gergia. No que se refere Osstia do Sul, a Rssia chegou a distribuir passaportes russos para os ossetianos, de modo a poder declarar que sua interveno na regio tinha como objetivo a proteo de cidados russos. Desde a presidncia de Vladimir Putin, quando emergiu do caos posterior ao colapso sovitico e se tornou uma potncia emergente, a Rssia anseia por retomar a posio hegemnica que ocupou na Europa e no Cucaso, nos tempos de URSS. A Gergia, por sua vez, caminhava no sentido contrrio s ambies russas, particularmente a partir de 2004, com a eleio do presidente Mikhail Saakashvili, que tentou levar o pas Otan (Organizao do Tratado do Atlntico Norte), alm de se aproximar dos Estados Unidos, de modo a escapar ao poderio russo.

    A proclamao de independncia do Kosovo, em relao Srvia, foi a deixa que a Osstia do Sul esperava para retomar suas pretenses separatistas. Ao mesmo tempo, a tentativa georgiana de entrar para a Otan foi a deixa que a Rssia esperava para apoiar a independncia da Osstia do Sul, baseada tambm no fato de a regio abrigar grande nmero de "cidados russos". No entanto, se o caldeiro est fervendo h tanto tempo, o que levou a Gergia a agir exatamente em agosto de 2008, mandando suas tropas para a Osstia do Sul? Um analista do jornal britnico "The Guardian", lembra que o presidente Saakashvili est enfrentado uma crise econmica e uma fase de impopularidade. Com a invaso da Osstia do Sul, ele estaria resolvendo um problema nacional pendente h anos e conquistaria o apoio popular, a pretexto de enfrentar o inimigo externo. Alm disso, Saakashvili no contava com uma reao do governo russo, certo de que Putin no teria coragem de enfrentar militarmente um aliado dos Estados Unidos. Como se viu, estes reagiram duramente ao georgiana, independentemente dos protestos dos norte-americanos. A Rssia aceitou em 12 de agosto o cessar-fogo negociado pelo presidente da Frana, Nicolas Sarkozy, em parte porque j atingiu seus objetivos, mostrando ao mundo que est disposta a lutar para manter a hegemonia sobre a regio. Cacife no lhe falta para isso: alm de riquezas provenientes do gs e do petrleo, a Rssia mantm quase um monoplio do fornecimento de energia para a Europa. Conta ainda com um milho de soldados, milhares de ogivas nucleares e o terceiro maior oramento militar do mundo. Desse modo, as tropas de Putin e seus aliados ossetianos ainda no esto respeitando o cessar-fogo: atrocidades continuam sendo cometidas contra os georgianos.

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    Vivo de Benazir Bhutto o novo presidente do Paquisto set/08

    O lder do Partido Popular (PPP) e vivo da ex-primeira-ministra Benazir Bhutto, Asif Zardari, o novo presidente do Paquisto, anunciou a comisso eleitoral. Os legisladores das Assemblias nacionais e provinciais o elegeram em 06/09/08, aps um pleito de cerca de seis horas. A eleio foi convocada aps renncia de Pervez Musharraf ao cargo. O ministro da Defesa, Sikandar Iqbal, disse que Zardari vai trazer estabilidade para o Paquisto. Zardari concorria com o ex-chefe do Tribunal Supremo Saiduzuman Sidiqui, a opositora Liga Muulmana-N, do ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif, e o senador Mushahid Hussain, que pertence Liga-Q, legenda que apoiou o regime de Musharraf. Aps sofrer priso, exlio e o desprezo dos paquistaneses, que deram a ele a alcunha de "senhor 10%", Asif Ali Zardari, lder do Partido Popular do Paquisto (PPP), conseguiu a maioria de votos necessria para se proclamar presidente. A fora do PPP e de seus aliados nas Assemblias do pas, encarregadas da votao, transformaram Zardari em favorito para suceder Pervez Musharraf. Para chegar at aqui, Zardari no duvidou em abrir mo de seu principal parceiro aps a vitria eleitoral do PPP em fevereiro, o ex-primeiro-ministro Nawaz Sharif, e afirmou que, para ele, os acordos entre os dois no eram "sagrados como o Coro". A ruptura era previsvel, j que Zardari passou quase 11 anos na priso por conta de acusaes levantadas durante os Governos de Sharif, que lhe deram sua fama de corrupto pelos supostos subornos que cobrava. Nascido em Nawabshah, na provncia de Sindh (sudeste), no dia 21 de junho de 1956, em uma famlia de fazendeiros, o jovem Zardari cursou apenas o ensino mdio. Em 1987, casou-se de maneira arranjada com Benazir Bhutto, herdeira de uma dinastia poltica, educada em Oxford e que um ano depois - com apenas 35 - se transformou na primeira mulher frente do governo do Paquisto. Zardari popularmente considerado o responsvel pela corrupo que ps fim aos dois Governos de sua esposa, alternados com Executivos de Sharif. Aps a queda do primeiro governo de Bhutto, Zardari foi acusado de extorso e passou trs anos na priso, at ser exonerado quando sua esposa recuperou o poder, em 1993. Bhutto caiu outra vez em outubro de 1996, e Zardari voltou para a priso, desta vez por um perodo de oito anos, nos quais surgiram vrias acusaes contra ele, entre elas o assassinato de seu cunhado, Murtaza Bhutto. O PPP sempre alegou que as acusaes foram motivadas politicamente e que seu perodo na priso e as torturas que sofreu prejudicaram gravemente a sade de Zardari, que diabtico, tem problemas cardacos e sofre com dores nas costas. "A corrupo um estado mental. Uma pessoa corrupta (...) no teria sacrificado oito anos de sua vida na priso. Poderia ter aceitado um acordo vivido no exlio", disse em entrevista em 2005. A priso, o exlio e a morte de Bhutto em um atentado no fim de 2007 separaram de vez o casal, que passou somente cinco anos realmente

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    junto e teve trs filhos: Bilawal, em 1988, Bajtawar, em 1990, e Asafa, em 1996. Quando foi libertado em 2004, Zardari se mudou para Nova York e no para Dubai, onde sua esposa e filhos viviam no exlio desde o comeo de 1999. "Sou um completo estranho para meus filhos", lamentou uma vez, embora as notcias da poca retratem uma vida de prazer e luxo nos Estados Unidos. No entanto, Benazir sempre defendeu em pblico o apoio de seu marido e negou os "rumores venenosos" sobre seu suposto afastamento. Quando Bhutto retornou ao Paquisto, no dia 18 de outubro de 2007, aps conseguir uma anistia de Musharraf, seu marido no estava ao seu lado. Apesar de sempre ter ocupado algum posto ministerial nos dois Executivos de Benazir, Zardari no era membro do PPP nem candidato s eleies em que sua esposa tentava retornar ao Governo, no comeo de 2008. Seu assassinato em um atentado em 27 de dezembro de 2007 precipitou a ascenso de Zardari cpula do PPP. Nos meses seguintes, ele se aproximou cada vez mais do poder, alternando perodos em Islamabad com viagens de negcio ao exterior, sem se esquecer de estimular o culto de muitos paquistaneses famlia Bhutto.

    Bens da Odebrecht so embargados no Equador set/08 Todos os bens da construtora brasileira Odebrecht no Equador foram embargados na noite de 23/09/08. A ordem partiu de um decreto assinado pelo presidente equatoriano, Rafael Correa. Os funcionrios da empresa tambm esto proibidos de deixar o pas e dois de seus diretores receberam ordem de priso. A deciso significa a expulso da Odebrecht do Equador, onde acusada de falhas tcnicas e corrupo durante a construo da central hidreltrica San Francisco a nica no mundo totalmente subterrnea e que responde por 12% da energia eltrica consumida pelos equatorianos. Desde junho, a usina vem apresentando graves problemas, colocando em risco o abastecimento energtico no pas andino. Em nota oficial, a Odebrecht afirma que apresentar ao governo equatoriano uma proposta para resolver o problema e que, at o momento, os trabalhos prosseguem dentro do cronograma estabelecido. A assessoria de imprensa da construtora informou ainda que 30 brasileiros participam da obra e que no h clima de violncia. O ministro brasileiro das Relaes Exteriores, Celso Amorim, disse que espera resolver a questo brevemente. Segundo o chanceler, a deciso no afetou as relaes entre Brasil e Equador.

    Parlamento elege novo presidente da frica do Sul set/08

    O Parlamento da frica do Sul elegeu na manh de 25/9 o novo presidente do pas. Por 269 a 50, Kgalema Motlanthe, do Congresso Nacional Africano (CNA), venceu o adversrio Joe Seremane, da Aliana Democrtica. A vitria j era esperada, j que o CNA tem ampla maioria no Parlamento. Motlanthe assume a Presidncia interinamente at as novas eleies gerais, que devem ocorrer depois de abril de 2009, quando termina o atual mandato. No ano que vem, o candidato mais forte Jacob Zuma, que s no foi escolhido como candidato porque no membro do Parlamento. Com uma reputao de poltico moderado, Motlanthe assume a Presidncia depois da renncia no 21/9 de Thabo Mbeki. Junto com ele, mais dez ministros deixaram o governo, fato que marcou o racha dentro do CNA, dividido entre Mbeki e o atual presidente do partido Jacob Zuma. A crise comeou no final de 2007, quando Zuma derrotou Mbeki nas eleies internas do partido e logo depois foi processado por corrupo. Na semana passada, o processo foi arquivado sob a justificativa de que Zuma no teve chance de se defender. O juiz considerou tambm que houve perseguio poltica contra Zuma por parte dos promotores e de Mbeki. A queda de Mbeki e de quase todo o gabinete trouxe ansiedade aos investidores do pas, que temiam um novo governo que ameaasse a atual poltica econmica do pas. O ministro da Economia, Trevor Manuel, que havia renunciado com Mbeki, disse que estar a disposio do novo governo. Apesar de ser um aliado de Zuma, Motlanthe mantm boas relaes com todas as alas do partido.

    II - POLTICA BRASIL

    Crise dos cartes corporativos jan/08

    Os cartes corporativos foram introduzidos no governo FHC, para, segundo o governo, facilitar a transparncia das contas. Ministros do governo Lula registraram altos gastos com carto para quitar despesas de viagem. O objetivo

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    era diminuir os gastos por meio da comprovao de notas, um procedimento de prestao de contas menos transparente. A pedido da Comisso de tica Pblica, a CGU investigou os gastos feitos pela ex-ministra Matilde Ribeiro, da Igualdade Racial. O secretrio especial da Pesca, Altemir Gregolin, tambm est na mira do rgo. O presidente Luiz Incio Lula da Silva assinou um decreto que altera as regras para uso dos cartes. As principais medidas: Proibio de saques em dinheiro para pagamento de despesas que poderiam ser pagas com o prprio carto. Proibio do uso do carto corporativo para compra de bilhetes areos e pagamento de dirias a servidores. Encerramento do prazo de 60 dias de todas as contas correntes abertas em nome de servidores, onde so depositadas verbas relativas ao suprimento de fundos do Tesouro.

    Crise no Ministrio do Meio Ambiente maio/08

    Considerado por muitos organismos internacionais como nao em que prevalecem a corrupo, impunidade, a violncia, as doenas tropicais e a desigualdade social, o Brasil tambm conhecido no mundo como um pas que no d a devida ateno preservao do meio ambiente. De fato, as estatsticas relacionadas questo depem efetivamente contra o Estado brasileiro. Em 2007, um relatrio apresentado pela FAO (Organizao das Naes Unidas para a Agricultura e Alimentao) mostrou que o Brasil foi o pas da Amrica do Sul que apresentou a maior perda real da rea de florestas nos ltimos anos. O relatrio mostra que, entre 2000 e 2005, fomos responsveis por 74% de todo o desmatamento da Amrica do Sul. Em nmeros absolutos, dos 44 mil quilmetros quadrados destrudos no continente, ao menos 31 mil estavam localizados no pas. Ao lado da Indonsia, Mxico e Papua-Nova Guin, o Brasil tambm freqenta a seleta lista dos pases que mais desmataram florestas no mundo nesse perodo. Ainda em 1992, para coordenar a poltica nacional do meio ambiente e dos recursos hdricos, foi criado o Ministrio do Meio Ambiente - que teve o seu nome alterado para Ministrio do Meio Ambiente e da Amaznia Legal no ano seguinte. Cabe a esse ministrio elaborar aes para a preservao, conservao e utilizao sustentvel dos ecossistemas, florestas e biodiversidades, integrar o meio ambiente produo, melhorar a qualidade ambiental e o uso sustentvel dos recursos naturais e executar o zoneamento ecolgico-econmico. No entanto, so inmeros os entraves que ele enfrenta, de vez que a preservao ambiental freqentemente contraria os interesses econmicos. A idia de um desenvolvimento sustentvel ainda est longe de ter sido colocada em prtica. Para se ter uma idia dos problemas do ministrio, basta citar o nmero de funcionrios para exercer uma rigorosa fiscalizao das leis de proteo ambiental j existentes. H apenas um fiscal para cada 2.800 quilmetros quadrados, com diversas reservas sendo invadidas a todo momento por posseiros, madeireiros e sem-terra. O Ministrio do Meio Ambiente ganhou destaque internacional no incio do governo Luiz Incio Lula da Silva, com a nomeao da militante ambientalista Marina Silva para a chefia da pasta. Conhecida como defensora da preservao da floresta Amaznica, durante todo o perodo em que permaneceu frente do ministrio, a ministra no aceitou qualquer tipo de interveno na Amaznia, floresta que smbolo mundial da biodiversidade (pelo menos 15% dos 5 milhes de espcies de seres vivos catalogados habitam o local). O mximo que admitiu foram pequenos plos de agricultura. No entanto, uma outra corrente dentro do prprio do governo, que conta com a simpatia do presidente Lula, defende "mais flexibilidade" na poltica ambiental. Para essas pessoas, a "radicalizao" em defesa do meio ambiente trava o desenvolvimento econmico do pas. Segundo elas, o Brasil precisa gerar mais energia, construir estradas e aeroportos, ampliar e melhorar as malhas rodoviria e ferroviria para ampliar a oferta de emprego e continuar crescendo. Assim, Marina Silva no suportou as presses do prprio governo e pediu demisso, em maio de 2008. Foi substituda pelo ambientalista Carlos Minc. Poucos dias depois de ter o seu nome confirmado pelo governo, Minc apresentou algumas propostas para reverter a imagem do Brasil no exterior em relao preservao do meio ambiente. De incio, defendeu a implementao de trs projetos para conter o desmatamento da Amaznia: diminuio do ICMS para as prefeituras da regio que tm uma poltica ambiental correta, remunerao para os agricultores que plantarem matas ciliares e a entrada em funcionamento do Programa "Desmatamento Zero" na Amaznia. A preocupao do ministro tem explicao. Entre 1990 e 2000, o Brasil registrou um aumento de 0,5% no ndice de desmatamento. J entre 2000 e 2005, quando a pesquisa da FAO foi fechada, o ndice foi ainda maior: 0,6%, o que significa que o Brasil perdeu 3 milhes de hectares de florestas (um hectare equivale a 10 mil metros quadrados). Mesmo com todos os problemas relacionados ao setor, o governo, entre 2002 e 2007, criou 62 reservas ambientais, medida que coloca o Brasil entre os pases com o maior percentual de reas preservadas em relao extenso territorial. Dados do ministrio revelam que este ndice, no Brasil, de 10%, inferior ao Mxico (11,5%), Nova Zelndia (15%) e Costa Rica (26%).

    III - ECONOMIA

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    A crise do mercado imobilirio nos EUA 2007/2008

    Os mercados ao redor do mundo esto preocupados com o setor imobilirio nos Estados Unidos, que atravessou um boom nos ltimos anos. O medo principal sobre a oferta de crdito disponvel, j que, em agosto de 2007, foi detectada uma alta inadimplncia do segmento que engloba pessoas com histrico de inadimplncia e que, por conseqncia, podem oferecer menos garantia de pagamento -- o chamado crdito "subprime" (de segunda linha). Justamente por causa do alto volume de dinheiro disponvel ultimamente, o "subprime" foi um setor que ganhou fora e cresceu muito. A atual crise, assim, proporcional sua expanso. Como os emprstimos "subprime" embutem maior risco, eles tm juros maiores, o que os torna mais atrativos para gestores de fundos e bancos em busca de retornos melhores. Estes gestores, assim, ao comprar tais ttulos das instituies que fizeram o primeiro emprstimo, permitem que um novo montante de dinheiro seja novamente emprestado, antes mesmo do primeiro emprstimo ser pago. Tambm interessado em lucrar, um segundo gestor pode comprar o ttulo adquirido pelo primeiro, e assim por diante, gerando uma cadeia de venda de ttulos. Porm, se a ponta (o tomador) no consegue pagar sua dvida inicial, ele d incio a um ciclo de no-recebimento por parte dos compradores dos ttulos. O resultado: todo o mercado passa a ter medo de emprestar e comprar os "subprime", o que termina por gerar uma crise de liquidez (retrao de crdito).

    No mundo da globalizao financeira, crditos gerados nos EUA podem ser convertidos em ativos que vo render juros para investidores na Europa e outras partes do mundo, por isso o pessimismo influencia os mercados globais. O estopim para a tenso mundial foi justamente uma notcia vinda da Europa, de que o banco francs BNP Paribas, um dos principais da regio, havia congelado o saque de trs de seus fundos de investimentos que tinham recursos aplicados em crditos gerados a partir de operaes hipotecrias nos EUA. A instituio alegou dificuldades em contabilizar as reais perdas desses fundos. O mercado j monitorava h meses os problemas com esses crditos imobilirios. Quando a inadimplncia dessas operaes superou as expectativas, empresa aps empresa nos EUA relataram problemas de caixa. Os investidores, ento, comearam a ficar preocupados com o tamanho do prejuzo. Principalmente porque ningum sabe, at hoje, quanto os bancos e fundos de investimento tm aplicados nesses crditos de alto risco. E o caso do Paribas sinalizou que esses problemas e medos haviam atravessado as fronteiras. Esse desconhecimento geral comeou a provocar o que se chama de crise de liquidez (retrao do crdito) no sistema financeiro. Num mundo de incertezas, o dinheiro pra de circular --quem possui recursos sobrando no empresta, quem precisa de dinheiro para cobrir falta de caixa no encontra quem fornea.

    Para socorrer os mercados financeiros e garantir que eles tivessem dinheiro para emprestar, os principais bancos centrais do planeta --o BCE (Banco Central Europeu), o Federal Reserve (Fed, o BC americano) e o Banco do Japo, alm de entidades da Austrlia, Canad e Rssia-- intervieram e liberaram bilhes de dlares em recursos aos bancos. O medo que com menos crdito disponvel, caia o consumo e o diminua o crescimentos das economias. Como a crise americana provoca averso ao risco, os investidores em aes preferem sair das Bolsas, sujeita a oscilaes sempre, e aplicar em investimentos mais seguros. Alm disso, os estrangeiros que aplicam em mercados emergentes, como o Brasil, vendem seus papis para cobrir perdas l fora. Com muita gente querendo vender --ou seja, oferta elevada--, os preos dos papis caem.

    Bush sanciona pacote para estimular economia O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, sancionou o pacote de mais de US$ 150 bilhes anunciado em 2007 com o objetivo de estimular a economia do pas e afastar o risco de uma recesso. O plano estabelece restituies de impostos que variam de US$ 300 a US$ 1,2 mil para a maioria dos contribuintes. Famlias com dois filhos podero ganhar at US$ 1,8 mil. Alm disso, o plano prev o pagamento de US$ 300 para pessoas de baixa renda que so isentas do imposto de renda. Governo espera que pacote limite efeitos da crise hipotecria. A economia dos Estados Unidos teve o menor crescimento anual dos ltimos cinco anos, segundo estimativas preliminares divulgadas pelo Departamento de Comrcio americano: 2,2% em 2007. A Inflao dos alimentos Assim como o tsunami que provocou a morte de milhares de pessoas na sia em dezembro de 2004, uma onda generalizada de aumento de preos e escassez de alimentos atingiu mais intensamente os principais mercados mundiais entre maro e abril de 2008. A crise provocou uma imediata reao de empresrios e governos. Alguns pases, como o Brasil, a Argentina, a Rssia, o Cazaquisto, a ndia, a Ucrnia, o Vietn, a Malsia, o Camboja, a Indonsia e o Egito, por exemplo, restringiram as exportaes de alimentos. Para melhor dimensionar o problema, pode-se lembrar que quatro produtos bsicos da alimentao dos brasileiros tiveram grandes reajustes entre maro de 2007 e maro de 2008. O milho subiu 31%; o arroz, 74%; a soja, 87%; e o trigo, 130%, de acordo com

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    um levantamento realizado pelo Bird (Banco Mundial) e pelo FMI (Fundo Monetrio Internacional). Nos Estados Unidos, a maior economia do mundo, o Sams Club, diviso atacadista da rede Wal-Mart, limitou a venda de diversos tipos de arroz para controlar o desabastecimento _os maiores restaurantes do pas estavam estocando o produto temendo o aumento da crise. Por que os preos subiram tanto? Os principais economistas e analistas financeiros apontam diversas razes. Em primeiro lugar, a produo de alimentos no acompanhou o crescimento da populao. Alm disso, milhes de pessoas que deixaram a linha de pobreza na ltima dcada, um fenmeno de ascenso social para o qual o mundo, aparentemente, no estava preparado. Somente na China pelo menos 400 milhes de pessoas, impulsionadas pelo grande crescimento do pas mais populoso do mundo, saram da pobreza nos ltimos anos. Em escala menor, no Brasil, o principal programa social do governo federal, o Bolsa Famlia, aumentou a renda familiar de aproximadamente 45 milhes de pessoas - o equivalente populao da Espanha. Outra explicao para a inflao alimentar est na prpria globalizao. As transaes comerciais entre os pases esto mais dinmicas e as empresas ampliaram as exportaes, reduzindo a oferta interna de produtos. At mesmo a alta do petrleo, que o brasileiro costuma sentir mais quando abastece o seus veculos, influencia o ndice dos preos. Com o aumento do petrleo, a utilizao de mquinas e equipamentos nas lavouras ficou mais cara, o que eleva tambm o custo da produo de alimentos. Com o desequilbrio entra a oferta e a procura, os preos explodiram. Segundo a ONU, pelo menos 100 milhes de pessoas foram atingidas pela escalada de preos em todo o mundo. Temendo o recrudescimento da crise, o Banco Mundial anunciou que vai dobrar os emprstimos para a produo agrcola na frica, o mais pobre dos continentes.

    A ONU (Organizao das Naes Unidas) classificou como "crise global" a alta nos preos dos alimentos, alm de considerar que a "inflao" coloca em risco a segurana e o crescimento mundiais. De fato, os aumentos consecutivos nos preos dos alimentos e dos combustveis provocaram protestos violentos principalmente na sia, frica e Amrica Central (Haiti). Para tentar solucionar os efeitos mais perversos da crise - a fome de milhes de pessoas nos pases mais pobres - a ONU e o Banco Mundial prometeram criar uma fora-tarefa, tentando arrecadar dos pases desenvolvidos US$ 2,5 bilhes. Alm disso, o secretrio-geral das Naes Unidas, Ban Ki-moon, fez um apelo a pases que adotaram restries exportao de alguns produtos alimentcios, para que abandonem estas medidas. No Brasil, por exemplo, em abril de 2008, o governo proibiu por tempo indeterminado a exportao de arroz administrado pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).O pas, por sinal, tem sido freqentemente criticado no exterior por outro motivo indiretamente relacionado crise alimentar. Segundo a ONU, a produo em massa de biocombustveis a principal causa para a inflao alimentar.

    Brasil recebe Grau de investimento

    At o lanamento do Plano Real, em 1994, investir no Brasil era um negcio de alto risco. Desde a dcada de 1980, a inflao era enorme e os sucessivos planos econmicos no conseguiam cont-la. Sem uma estratgia para combater a escalada inflacionria, o governo do presidente Sarney, por exemplo, recorreu a medidas consideradas populistas, como o congelamento de preos e os gatilhos salariais, reajustes de salrios que disparavam automaticamente quando a alta do custo de vida atingia determinado percentual. No adiantou: em maro de 1990, a inflao atingiu um ndice histrico, de 82,4% ao ms. O pas deu o calote na dvida externa por duas vezes e o governo do presidente Collor chegou a confiscar a poupana da populao. Houve mudanas no nome da moeda (cruzeiro, cruzado, cruzado novo, cruzeiro e cruzeiro novo), de efeito praticamente simblico, e o poder de compra dos assalariados era cada vez menor. Nos governos Itamar Franco e Fernando Henrique Cardoso, o Plano Real trouxe uma nova realidade economia brasileira. De cara, eliminou praticamente um dos maiores entraves ao desenvolvimento do pas e permitiu uma melhor distribuio de renda, ao reduzir a inflao a nveis considerados aceitveis. Essa poltica econmica no mudou na gesto do presidente Lula e outras medidas tambm foram adotadas para permitir o crescimento do pas e a gerao de mais empregos. Por isso No dia 30 de abril de 2008, pela primeira vez em sua histria, o Brasil conquistou o chamado grau de investimento, concedido pela agncia Standard & Poor's. Na realidade, o ttulo nada mais do que um "selo de qualidade" que sinaliza aos investidores que o pas tem condies de honrar os seus compromissos. De acordo com a agncia, nos ltimos 15 anos, o Brasil adotou polticas econmicas responsveis, promoveu a queda de juros e reduziu o endividamento externo. A deciso tomada pela Standard & Poor's, a maior agncia de classificao de risco do mundo, trouxe reflexos imediatos na economia brasileira. A Bolsa de Valores de So Paulo teve a maior alta nos ltimos cinco anos, movimentando quase R$ 10 bilhes no dia seguinte nova classificao. Apenas para efeito de comparao, entre janeiro e abril de 2008, a mdia diria de movimentao na Bovespa foi de R$ 5,9 bilhes. Apesar da promoo, o

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    Brasil ainda no atingiu o mesmo patamar de outros dois pases da Amrica Latina, o Mxico e o Chile, que so considerados mais seguros para os investidores aplicarem os seus recursos. Outros pases frente do Brasil so a Rssia, a China, o Japo e os Estados Unidos, que esto no topo da tabela, com a maior nota, o que significa plena capacidade de pagar todas as suas dvidas no prazo. importante ressaltar tambm que a classificao obtida pelo Brasil j faz parte da realidade de 67 pases, de um total de 117 naes avaliadas segundo os critrios estabelecidos pela agncia internacional. Alm disso, outras duas grandes agncias de classificao, a Fitch e a Moody's, no consideram o Brasil como grau de investimento. Para ambas, o pas ainda est classificado como "grau especulativo" porque no conseguiu resolver a maioria dos seus problemas econmicos, sociais e polticos. A classificao brasileira aumenta a responsabilidade dos governantes porque a mesma agncia que elevou a nota do pas pode rebaix-la, como aconteceu com o Uruguai que, bem antes do Brasil, recebeu a classificao de grau de investimento, mas acabou perdendo o ttulo alguns anos depois. A grande vantagem da promoo para grau de investimento a captao de recursos internacionais. Com a globalizao, os maiores fundos de investimentos do mundo no aplicam seus recursos em pases de risco para evitar eventuais prejuzos aos acionistas. Agora, esses fundos tm o aval da maior empresa internacional de risco para transferir aplicaes para o Brasil.

    Supervit comercial brasileiro fecha semestre com queda de 45% O supervit da balana comercial no primeiro semestre de 2008 foi de US$ 11,370 bilhes, nmero 44,7% menor que os US$ 20,579 bilhes registrados em igual perodo do ano passado. Os dados foram divulgados em julho pelo Ministrio do Desenvolvimento, Indstria e Comrcio Exterior. A queda do saldo comercial ocorre porque as importaes esto crescendo mais que as exportaes. As vendas de produtos brasileiros ao exterior na primeira metade de 2008 somaram US$ 90,645 bilhes, um aumento de 23,8% sobre o mesmo perodo do ano passado. J as compras corresponderam a US$ 79,275 bilhes, um salto de 50,6% em relao a um ano antes. Em junho, o supervit comercial foi de US$ 2,719 bilhes, montante 28,8% inferior aos US$ 3,821 bilhes verificados no mesmo ms de 2007. As exportaes no sexto ms do ano somaram US$ 18,594 bilhes (alta de 41,7%), enquanto as importaes foram de US$ 15,875 bilhes (alta de 70,8%). O Ministrio do Desenvolvimento divulgou tambm os nmeros da balana comercial na quarta semana se junho (dias 23 a 29). O saldo foi positivo em US$ 896 milhes, resultado de US$ 4,817 bilhes em exportaes e US$ 3,921 bilhes em importaes. No dia 30 de junho, o supervit foi de US$ 322 milhes, com venda de produtos no valor de US$ 993 milhes e compras correspondentes a US$ 671 milhes.

    Congresso dos Estados Unidos aprova pacote contra a crise financeira out/08

    A Cmara de Representantes dos Estados Unidos aprovou em 3/10/08, por 263 votos a 171, o pacote de ajuda ao sistema financeiro norte-americano. As medidas haviam sido rejeitadas no dia 29/9 pelos deputados, por falta de consenso entre democratas e republicanos. No dia 1, passaram no Senado com modificaes que o tornaram mais popular, e que agora foram ratificadas pelos deputados. Ainda necessria a sano do presidente George W. Bush. Embora as medidas tenham sido idealizadas pelo governo republicano de Bush, os parlamentares democratas foram decisivos para a aprovao na Cmara. Dos 263 votos favorveis, 172 foram de deputados democratas e 91 de republicanos. Votaram contra o pacote 108 republicanos e 63 democratas. Em desvantagem nas pesquisas para a Presidncia dos Estados Unidos, os republicanos temiam a reao da populao diante da aprovao das medidas, rejeitadas pela grande maioria dos norte-americanos. Para viabilizar a aprovao das medidas consideradas, pelo governo Bush, fundamentais para evitar um colapso do sistema financeiro e uma conseqente recesso no pas , foram includas aes de apelo popular. Uma delas a ampliao de US$ 100 mil para US$ 250 mil do limite de depsitos bancrios que passam a ser garantidos pelo governo. O novo pacote tambm prev mais US$ 150 bilhes, alm dos US$ 700 bilhes propostos inicialmente, e medidas como o corte de impostos para a classe mdia e incentivo a pequenos empresrios.

    A maior conseqncia da crise econmica norte-americana para o Brasil a falta de crdito, principalmente para exportao, alm de uma reao das instituies financeiras, que tambm esto reduzindo o crdito. A afirmao foi feita ontem (3/10) pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, aps participar de encontro com empresrios. Segundo o ministro, a fase atual da crise aguda e passageira. "O papel das autoridades aumentar a liquidez do sistema. Ns estamos irrigando o sistema j estamos irrigando com dlares, com os leiles que esto sendo feitos pelo Banco Central." Ele reforou que o governo est disposto a recorrer a outros instrumentos, caso seja necessrio, e que poder

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    tambm usar as reservas de "maneira criativa", para irrigar o crdito, e diminuir o compulsrio, para que as instituies financeiras maiores possam comprar carteiras das menores. Mantega no quis adiantar quais seriam as "maneiras criativas" de usar as reservas, mas citou como exemplo o leilo de dlares como forma de manter as reservas no mesmo patamar, porm dando mais liquidez s linhas de crdito internacional. "Quero deixar muito claro que no h problema de solvncia na economia brasileira, e sim problemas de liquidez, por causa dessa fase aguda da crise. Se a liquidez for recomposta, est tudo bem porque as instituies no tm ativos podres. Mesmo as instituies mdias e pequenas, que neste momento tm mais dificuldade, tm boas carteiras. Podem ter alguma dificuldade momentnea, ento, o governo vai liberar compulsrios para os bancos que quiserem comprar." O ministro lembrou que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econmico e Social (BNDES) deve liberar este ano R$ 90 bilhes em crdito, o que est sendo feito gradativamente. "Claro que a demanda subiu porque houve uma restrio de linhas internacionais e de IPO [menos oferta de aes no mercado], ento aumentou a demanda sobre o BNDES." Ele disse acreditar que a restrio ao crdito feita pelo setor privado seja temporria, porque a tenso existente no mercado internacional deve diminuir com o pacote econmico do governo dos Estados Unidos, que j foi aprovado pelo Congresso americano, e com o pacote que est em elaborao pela Unio Europia. "Ns sairemos do stress, as linhas sero reativadas, talvez no na mesma dimenso atual, mas o suficiente para dar crdito e manter o comrcio internacional brasileiro no mesmo patamar." Mantega repetiu vrias vezes que as exportaes brasileiras no esto sendo atingidas ou prejudicadas e que o governo est mantendo o ritmo de exportaes e de importaes.

    O presidente da Sociedade Rural Brasileira (SRB), Cesrio Ramalho da Silva, afirma que provavelmente o setor do agronegcio vai enfrentar dificuldades como efeito da crise financeira norte-americana. Na avaliao dele, " uma das mais graves crises da histria" que no afetar apenas a agricultura como tambm outros setores vitais para o desenvolvimento da economia como a produo e venda de veculos. De acordo com Ramalho, as recentes medidas do Banco Central que facilitaram as operaes de crdito no pas ajudaram a agilizar a liberao de recursos referentes aos contratos de crdito rural pelo Banco do Brasil. Ele afirmou, no entanto, que mesmo antes da crise desencadeada nos Estados Unidos, o setor j vinha com problemas de endividamento e escassez de recursos. Para o presidente da instituio, o plano anunciado pelo Governo Federal de um aporte para a prxima safra de R$ 65 bilhes para as empresas e outros R$ 13 bilhes para a agricultura familiar vai estimular o setor, mas no atende a todas as necessidades dos agricultores. Com a comercializao globalizada e o Brasil detendo 30% do Produto Interno Bruto (PIB) agrcola comercializado internacionalmente, o representante do setor prev desacelerao do consumo mundial. Ele explicou que a fuga dos investidores em commodities (produtos com cotaes no mercado mundial) para outras opes mais seguras, implica prejuzos das operaes com as trading, que so fontes de financiamento de fertilizantes, sementes e adubos.

    A turbulncia no mercado mundial foi acentuada aps o pedido de concordata do banco de investimentos dos Estados Unidos, Lehman Brothers, e a negociao de compra do Merril Lynch pelo Bank Of America, seguradora AIG, no incio da segunda quinzena do ms passado. Para Ramalho, o plano proposto pelo governo norte-americano de injetar US$ 850 bilhes nas instituies financeiras surgiu como para "contemporizar, diminuir os efeitos de um incndio ou impedir que o doente morra", mas no ser suficiente para conter a desacelerao mundial.

    IV - SOCIEDADE

    POPULAO

    IDH - 2007: Brasil entra para o grupo de 'alto desenvolvimento humano', aponta ONU

    O Brasil entrou pela primeira vez para o grupo de pases de "alto desenvolvimento humano" no ranking elaborado pelo Programa das Naes Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), divulgado em novembro de 2007 em Braslia. De acordo com o relatrio da ONU, o Brasil atingiu o ndice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,800, em uma escala de 0 a 1. Pases com ndice inferior a 0,800 so considerados de "mdio desenvolvimento humano", categoria na qual o Brasil figurava desde 1990, quando o PNUD comeou a divulgar o ranking. Os dados do relatrio divulgado nesta tera-feira so referentes a 2005. No relatrio do ano passado, de 2004, o IDH do Brasil

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    foi de 0,792. Apesar de ter tido uma pontuao maior, o pas caiu uma posio no ranking e agora ocupa o 70 lugar, o ltimo entre os de naes com "alto desenvolvimento". Nesse grupo, que saltou de 63 para 70 neste ano, o Brasil tambm o pas com maior desigualdade entre ricos e pobres, seguido por Panam, Chile, Argentina e Costa Rica. No Brasil, os 10% mais ricos da populao tm renda 51,3 vezes maior do que os 10% pobres. Alm do Brasil, pases como Rssia, Macednia, Albnia e Belarus tambm ingressaram no rol dos pases de "alto desenvolvimento humano" nesta edio do ranking, que neste ano foi liderado pela Islndia, com IDH de 0,968. O ltimo lugar ficou com Serra Leoa, com IDH de 0,336.

    O IDH um ndice usado pela ONU para medir o desempenho dos pases em trs reas: sade, educao e padro de vida. O ndice composto por estatsticas de expectativa de vida, alfabetizao adulta, quantidade de alunos na escola e na universidade e o produto interno bruto (PIB) per capita. O Brasil subiu no s devido a melhoras reais nos campos avaliados pelo IDH, mas tambm em funo de revises de estatsticas nos bancos de dados da Unicef e do Banco Mundial - rgos que fornecem os nmeros para o PNUD, normalmente baseados em dados produzidos pelos prprios pases. Revises estatsticas do IBGE tambm revelaram que os padres de educao e expectativa de vida no Brasil aumentaram em 2005. A expectativa de vida mdia subiu de 70,8 anos, no relatrio do ano passado, para 71,7 anos, e a porcentagem de alunos matriculados em escolas e universidades aumentou de 86% para 87,5%.

    De 2004 para 2005, o Brasil melhorou em todos os itens que compem o IDH, com exceo da alfabetizao adulta - que ficou estvel em 88,6% da populao com mais de 15 anos. O desempenho econmico do pas tambm contribuiu para melhorar o padro de desenvolvimento humano. O PIB per capita anual aumentou 2,5% de 2004 para 2005, atingindo US$ 8.402 (por paridade de poder de compra). De 1990 a 2005, o PIB per capita brasileiro cresceu em mdia 1,1% por ano, ritmo idntico ao da Argentina, mas bastante inferior ao do Chile - que cresceu em mdia 3,8% ao ano. O PNUD comeou a divulgar o IDH desde 1990, mas traz dados para vrios pases retroativos a 1975. Desde ento, o Brasil vem melhorando o seu ndice de desenvolvimento humano em um ritmo estvel. Em 1975, o IDH brasileiro