mdg relatorio 2007

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Relatório sobre os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio 2007 A presente obra é publicada em nome da Organização das Nações Unidas R E L A T Ó R I O INSTITUTO DE ESTUDOS PARA O DESENVOLVIMENTO

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Page 1: Mdg relatorio 2007

Relatório sobre os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio

2007

A presente obra é publicada em nome da Organização das Nações Unidas

“Na Declaração do Milénio de 2000, os dirigentes

mundiais anunciaram uma nova visão para a

humanidade... Comprometeram-se a não poupar

«esforços para libertar os nossos semelhantes,

homens, mulheres e crianças, das condições

abjectas e desumanas da pobreza extrema».

Temos de reconhecer que é a confiança nas

instituições mundiais que está em jogo e que há o

perigo de as esperanças de muitos países em

desenvolvimento ruírem irremediavelmente se até

o maior movimento de luta contra a pobreza da

história for insuficiente para romper com os

hábitos de sempre.

Será que em 2015 poderemos olhar para trás e

dizer que não poupámos esforço algum?”

– Meeting the Challenges of a Changing World(Relatório Anual do Secretário-Geral sobre o Trabalho da Organização, 2006)

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O

Page 2: Mdg relatorio 2007

Este Relatório baseia-se num conjunto de dados que foram compilados por um Grupo dePeritos Interorganismos para os Indicadores dos ODM, sob a direcção do Departamento deAssuntos Económicos e Sociais do Secretariado das Nações Unidas, em resposta ao desejomanifestado pela Assembleia Geral de que fosse realizada uma avaliação periódica dosprogressos registados na consecução dos ODM. O Grupo é constituído por representantesdas organizações internacionais que se indicam a seguir e cujas actividades incluem apreparação de uma ou mais séries de indicadores estatísticos considerados apropriados paracontrolar o avanço em direcção à realização dos ODM. O Relatório contou igualmente comcontributos de estatísticos de vários países e de consultores externos.

ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A ALIMENTAÇÃO E AGRICULTURA

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E CULTURA

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE

BANCO MUNDIAL

FUNDO MONETÁRIO INTERNACIONAL

UNIÃO INTERNACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES

COMISSÃO ECONÓMICA PARA ÁFRICA

COMISSÃO ECONÓMICA PARA A EUROPA

COMISSÃO ECONÓMICA PARA A AMÉRICA LATINA E AS CARAÍBAS

COMISSÃO ECONÓMICA E SOCIAL PARA A ÁSIA E O PACÍFICO

COMISSÃO ECONÓMICA E SOCIAL PARA A ÁSIA OCIDENTAL

PROGRAMA CONJUNTO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O VIH/SIDA

FUNDO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A INFÂNCIA

CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE COMÉRCIO E DESENVOLVIMENTO

FUNDO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A MULHER

PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO

PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O AMBIENTE

CONVENÇÃO-QUADRO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

ALTO COMISSARIADO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA OS REFUGIADOS

PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA OS POVOAMENTOS HUMANOS

FUNDO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A POPULAÇÃO

UNIÃO INTERPARLAMENTAR

ORGANIZAÇÃO DE COOPERAÇÃO E DE DESENVOLVIMENTO ECONÓMICOS

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO

Page 3: Mdg relatorio 2007

Relatório sobre os

Objectivos de Desenvolvimento

do Milénio 2007

Ficha Técnica

Título: Relatório sobre os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio 2007

Editor: IED – Instituto de Estudos para o Desenvolvimento

Execução Gráfica:Editorial do Ministério da EducaçãoEstrada de Mem Martins, 4Apartado 1132726-901 Mem Martins

1.a Edição: Dezembro 2007

Tiragem: 1500 exemplares

Depósito Legal n.o 268 662/07

ISBN: 978-972-9219-73-3

Copyright @ 2007 Nações Unidas para a edição inglesaCopyright @ 2007 Nações Unidas para a edição portuguesaAll rights reserved/ Todos os direitos reservados

A presente obra é publicada em nome da Organização das Nações Unidas

A tradução é da responsabilidade do Centro Regional de Informação das Nações Unidas para a Europa Ocidental (UNRIC)

A edição inglesa do Millennium Development Report foi publicada pelo Departamento deAssuntos Económicos e Sociais do Secretariado das Nações Unidas (DESA) – Junho de 2007

A edição da versão portuguesa foi coordenada pelo IED

Edição APOIADA PELO IPAD

Page 4: Mdg relatorio 2007
Page 5: Mdg relatorio 2007

PreâmbuloDesde a sua adopção por todos os Estados-membrosdas Nações Unidas em 2000, a Declaração doMilénio e os Objectivos de Desenvolvimento doMilénio tornaram-se um quadro universal para o desenvolvimento e um meio de os países em desenvolvimento e os seus parceiros para o desenvolvimento trabalharem juntos embusca de um futuro comum para todas as pessoas.

Encontramo-nos agora a meio caminho entre aadopção dos ODM e 2015, data fixada para a suaconsecução. Até ao momento, os progressos globaisalcançados são díspares. Os resultados apresentadosno presente Relatório sugerem que se registaramalguns avanços e que o êxito continua a ser possívelna maior parte do mundo. Mas também revelam omuito que ainda há por fazer. É manifestamentenecessário que os dirigentes políticos empreendamacções urgentes e concertadas, caso contráriomilhões de pessoa não conseguirão concretizar aspromessas básicas dos ODM nas suas vidas.

Os ODM continuam a ser realizáveis se agirmosdesde já. Para isso será necessário assegurar umagovernação sólida que promova a inclusão, umaumento do crescimento económico impulsionadopelo investimento público, um reforço dacapacidade de produção e a criação de empregosdignos. O êxito de alguns países demonstra que oavanço rápido e em grande escala na direcção dosODM é viável, se conjugarmos uma forte liderançagovernamental, políticas apropriadas e estratégiaspráticas, tendo em vista a intensificação doinvestimento público em áreas vitais, e um apoiofinanceiro e técnico adequado por parte dacomunidade internacional.

Para realizar os Objectivos, há que alinhar por elesos orçamentos nacionais e as estratégias dedesenvolvimento controladas pelos países. A pardisto, há que assegurar um financiamento adequadono âmbito da parceria mundial para odesenvolvimento e do seu quadro deresponsabilização mútua.

O mundo não quer mais promessas. Éimprescindível que todas as partes interessadascumpram integralmente os compromissos jáassumidos na Declaração do Milénio, naConferência sobre Financiamento doDesenvolvimento, realizada em Monterrey, em2002, e na Cimeira Mundial de 2005. Emparticular, a ausência de um aumento significativoda ajuda pública ao desenvolvimento desde 2004significa que é impossível até os países bemgovernados realizarem os ODM. Tal como semostra claramente neste Relatório, há que mobilizarrecursos suficientes a favor dos países, de umamaneira previsível, de modo que eles possamplanear eficazmente a intensificação dos seusinvestimentos. Estas promessas continuam, todavia,por cumprir.

Recomendo este Relatório como um recursofundamental que ajuda a mostrar aquilo que épossível alcançar e o que ainda está por fazer. Adisponibilização atempada de informação fiável éfundamental para a formulação das políticas eestratégias necessárias para assegurar que serealizem progressos, para controlar odesenvolvimento e para permitir que os ODM sejamalcançados.

Ban Ki-moon Secretário-Geral, Nações Unidas

3

Page 6: Mdg relatorio 2007

ResumoProgressos alcançados a meio do percurso

A Declaração do Milénio estabeleceu 2015 como o fim do prazopara a realização da maioria dos Objectivos. Numa altura em queestamos a chegar a meio caminho deste período de 15 anos, começaa haver dados que permitem formar uma ideia dos progressosalcançados durante os primeiros 5 anos.O presente Relatório contém a avaliação global mais completa dosprogressos registados até à data, efectuada com base num conjuntode dados preparados por um grande número de organizaçõesinternacionais pertencentes ao sistema das Nações Unidas eexteriores a ele.Os resultados são desiguais, como seria de prever. Nos anos desde2000, altura em que os dirigentes mundiais aprovaram a Declaraçãodo Milénio, registaram-se alguns avanços visíveis um pouco por todaa parte. É animador constatar que o Relatório sugere que estão a serfeitos alguns progressos, mesmo nas regiões onde as dificuldades sãomaiores. Estes resultados são prova do grau de empenhamento semprecedentes dos países em desenvolvimento e dos seus parceiros parao desenvolvimento na Declaração do Milénio e de um certo êxitorelativamente ao estabelecimento da parceria mundial preconizadana Declaração.Os resultados alcançados nos casos de maior êxito demonstram queé possível realizar os ODM na maioria dos países, mas que issoapenas acontecerá se forem empreendidas imediatamente acçõessuplementares concertadas que se devem manter até 2015. Énecessário que todas as partes interessadas cumpram na íntegra oscompromissos que assumiram na Declaração do Milénio e emdeclarações posteriores.

Apresentam-se a seguir alguns valores que permitem avaliar osprogressos já realizados:

• A proporção de pessoas que vivem na pobreza extrema baixou dequase um terço para menos de um quinto, entre 1990 e 2004. Seesta tendência se mantiver, a meta de redução da pobreza dos ODMserá alcançada a nível mundial e ao nível da maioria das regiões.

• O número de pessoas extremamente pobres na África Subsarianaestabilizou e a taxa de pobreza diminuiu quase 6 pontospercentuais desde 2000. No entanto, a região não se encontra bemencaminhada no que se refere a realizar o Objectivo de reduzir apobreza para metade, até 2015.

• Foram feitos progressos no que se refere a levar um maior númerode crianças a frequentar as escolas, no mundo emdesenvolvimento. A taxa de escolarização no ensino primárioaumentou de 80%, em 1991, para 88%, em 2005. Grande partedeste avanço deu-se a partir de 1999.

• A participação das mulheres na vida política tem vindo a aumentar,ainda que devagar. As mulheres já têm actualmente um lugar noParlamento, mesmo nos países onde até à data apenas se permitiaque os homens se candidatassem a eleições para cargos políticos.

• A mortalidade infantil diminuiu a nível mundial e começa atornar-se evidente que intervenções correctas destinadas a salvarvidas contribuem para reduzir o número de mortes causadas pelasdoenças que mais mortes causam entre as crianças, como, porexemplo, o sarampo.

• As principais intervenções destinadas a controlar a malária foramalargadas.

• A epidemia de tuberculose parece finalmente começar a diminuir,embora não se estejam a fazer progressos suficientemente rápidospara reduzir para metade, até 2015, as taxas de prevalência e demortalidade.

Ao mostrarem o que se conseguiu alcançar, estes resultados tambémrealçam quanto está ainda por fazer e como seria possível fazermuito mais, se todas as partes envolvidas no processo respeitassemplenamente os compromissos já assumidos. Actualmente, apenas umdos oito grupos regionais citados no presente Relatório se encontrabem encaminhado e deverá realizar todos os Objectivos deDesenvolvimento do Milénio. Em contrapartida, os déficesprojectados serão mais graves na África Subsariana. Mesmo asregiões que fizeram progressos consideráveis, nomeadamente partesda Ásia, estão a debater-se com dificuldades em domínios como osda saúde e da sustentabilidade ambiental. Em termos mais gerais, afalta de oportunidades de emprego para os jovens, as desigualdadesentre homens e mulheres, a urbanização rápida e não planeada, adesflorestação, o agravamento da escassez de água e a elevadaprevalência do VIH são obstáculos que existem um pouco por toda aparte.Além disso, a insegurança e a instabilidade, em países onde háconflito ou que se encontram em situação pós-conflito, dificultamextremamente as acções de desenvolvimento a longo prazo. Poroutro lado, a não consecução dos ODM poderá agravar ainda maiso risco de instabilidade e de conflito. No entanto, apesar de umconsenso técnico, segundo o qual o desenvolvimento e a segurançasão mutuamente dependentes, as acções internacionais tratam-noscomo se fossem aspectos independentes.

Indicam-se a seguir alguns dos principais desafios que é necessáriosuperar:

• Continuam a morrer todos os anos mais de meio milhão demulheres em consequência de complicações tratáveis resultantesda gravidez e do parto. A probabilidade de uma mulher morrerdevido a estas causas, na África Subsariana, é de 1 em 16, emcomparação com 1 em 3 800 no mundo desenvolvido.

• Se as actuais tendências se mantiverem, a meta de reduzir parametade a proporção de crianças com insuficiência ponderal não seconcretizará para 30 milhões de crianças, em grande medida devidoà lentidão dos progressos no Sul da Ásia e na África Subsariana.

• O número de pessoas que morrem de SIDA no mundo inteiroaumentou para 2,9 milhões em 2006, e as medidas de prevençãonão estão a conseguir acompanhar o ritmo de crescimento daepidemia. Em 2005, mais de 15 milhões de crianças já haviamperdido o pai ou a mãe, ou ambos, devido à SIDA.

• Metade da população do mundo em desenvolvimento carece desaneamento básico. A fim de alcançar a meta dos ODM, énecessário que, no período de 2005-2015, mais 1,6 milhões depessoas passem a ter acesso a um saneamento melhor. Se astendências registadas desde 1990 se mantiverem, é provável que omundo não consiga alcançar esta meta, no que se refere a quase600 milhões de pessoas.

• Em certa medida, estas situações reflectem o facto de não haveruma distribuição equitativa dos benefícios do crescimento

4

Page 7: Mdg relatorio 2007

5

económico no mundo em desenvolvimento. O agravamento dasdesigualdades de rendimento é especialmente preocupante noLeste Asiático, onde a percentagem do consumo das pessoas maispobres diminuiu drasticamente, entre 1990 e 2004.

• A maioria das economias não tem conseguido asseguraroportunidades de emprego para os seus jovens, cuja probabilidadede serem afectados pelo desemprego é três vezes maior do que ados adultos.

• O aquecimento global é actualmente inegável. As emissões dedióxido de carbono, a principal causa das alterações climáticas nomundo, aumentaram de 23 mil milhões de toneladas métricas, em1990, para 29 mil milhões de toneladas métricas, em 2004. Prevê-se que as alterações climáticas tenham graves repercussõeseconómicas e sociais, o que dificultará a consecução dos ODM.

Este Relatório apresenta também as desigualdades dentro dos países,onde determinados grupos da população – em muitos casos aspessoas que vivem nas zonas rurais, as crianças cujas mães nãobeneficiaram de uma educação formal e os agregados familiares maispobres – não estão a fazer progressos suficientes no sentido daconsecução das metas, mesmo que o resto da população esteja. Isto éespecialmente evidente no acesso aos serviços de saúde e à educação.A fim de realizarem os ODM, os países terão de mobilizar maisrecursos e canalizar os investimentos públicos para acções quebeneficiem os pobres.

É possível avançar rapidamente e em grande escala

Vários países em desenvolvimento estão a demonstrar que é possívelavançar rapidamente e em grande escala em direcção à consecuçãodos ODM, quando uma forte liderança governamental, políticassólidas e estratégias práticas destinadas a promover o investimentopúblico se conjugam com um apoio financeiro e técnico adequado,por parte da comunidade internacional.Nomeadamente, obtiveram-se resultados extraordinários na ÁfricaSubsariana, no que se refere ao aumento da produtividade agrícola(no Malavi, por exemplo), aumento da escolaridade no ensinoprimário (no Gana, Quénia, Uganda e República Unida daTanzânia), controlo da malária (por exemplo, no Níger, Togo,Zâmbia e Zanzibar), alargamento do acesso aserviços de saúdebásicos nas zonas rurais (Zâmbia), reflorestação em grande escala(Níger) e maior acesso à água e ao saneamento básico (Senegal eUganda). Agora, é necessário reproduzir e intensificar estes êxitosconcretos.Com o apoio das Nações Unidas, muitos países em desenvolvimento– sobretudo em África – já começaram a preparar estratégias destinadas a promover a realização dos ODM.Em meados de 2007, 41 países da África Subsariana já tinhaminiciado o processo de elaboração de estratégias nacionais que têmem conta os ODM e outros objectivos de desenvolvimentoacordados através das Nações Unidas. Ao longo do ano em curso,um ano que se encontra a meio do prazo fixado para a realizaçãodos ODM, é necessário que a comunidade internacional apoie apreparação destas estratégias e acelere a execução dos ODM.Em termos gerais, as estratégias devem adoptar uma abordagemalargada, com vista a alcançar um crescimento económico quebeneficie os pobres, nomeadamente, proporcionando-lhes um maiornúmero de oportunidades de obter um emprego digno. Isto, por suavez, exigirá programas abrangentes destinados a promover odesenvolvimento humano, particularmente nos domínios da

educação e da saúde, bem como o reforço da capacidade deprodução e melhores infra-estruturas físicas. Em todas estas áreas,deve ser feito um esforço para quantificar os recursos necessáriospara pôr em prática os programas em causa. A execução dosprogramas deve assentar numa abordagem a médio prazo dasdespesas públicas. É igualmente necessário criar um sistema nacionalde estatística e reforçar a prestação de contas por parte do sectorpúblico.Os ODM devem também ser sistematicamente integrados nasestratégias de recuperação pós-conflito, mediante a coordenação dasoperações humanitárias e de segurança com as acções dedesenvolvimento a longo prazo. Os ODM, ao estabelecerem osresultados a alcançar, podem ser utilizados como referência pelospaíses na transição de uma situação de ajuda de emergência erecuperação para o processo de desenvolvimento a longo prazo.Os países mais pobres e mais desfavorecidos não conseguirãorealizar os ODM sozinhos. É necessário que os países desenvolvidoscumpram integralmente o compromisso de longa data de afectarem0,7% do rendimento nacional bruto (RNB) à ajuda pública aodesenvolvimento (APD), até 2015. É necessário, sobretudo, que asnações industrializadas do Grupo dos 8 (G8) cumpra a promessa,feita em 2005, de duplicar a ajuda a África, até 2010, e que osEstados-membros da União Europeia afectem 0,7% do seu RNB àAPD, até 2015. Apesar destes compromissos, a APD diminuiu, entre2005 e 2006, e prevê-se que continue a diminuir ligeiramente em2007, à medida que a redução da dívida for decrescendo.Há que melhorar a ajuda, assegurando que a assistência prestadaseja alinhada pelas políticas adoptadas pelos países beneficiários eque os fluxos de ajuda canalizados para os vários países sejamcontínuos, previsíveis e garantidos, e que não estejam condicionadosa compras nos países doadores. Para isso, os doadores devem reduzira actual imprevisibilidade da ajuda, apresentando calendáriosplurianuais de fluxos de ajuda para cada país beneficiário. Osrecursos adicionais poderiam ser utilizados, por exemplo, paramultiplicar o número de iniciativas de “impacto rápido” a nívelnacional e transnacional, que nos últimos anos têm dado provas deeficácia.Relativamente a um outro elemento da parceria para odesenvolvimento e tal como foi acordado em Doha, em 2001, todosos governos devem redobrar os seus esforços, tendo em vista umaconclusão positiva e equitativa das negociações comerciais em curso,procurando alcançar um resultado que garanta que o sistemacomercial internacional e as disposições comerciais mundiais setornem mais favoráveis ao desenvolvimento, em todos os países emdesenvolvimento.Enfrentar o desafio das alterações climáticas é um aspecto que temde fazer parte integrante das estratégias de desenvolvimento de todosos países. Mais importante, porém, é que isso se torne um elementofundamental do programa de desenvolvimento internacional. Todosos parceiros para o desenvolvimento devem colaborar intensamentena concepção de uma estratégia mundial comum destinada a fazerface a este problema mundial.

JOSÉ ANTONIO OCAMPOSecretário-Geral Adjunto para os Assuntos Económicos e Sociais

Page 8: Mdg relatorio 2007

Objectivo 1Erradicar a pobreza extrema e a fome

A pobreza extrema começa a baixar na África Subsariana

Proporção de pessoas que vivem com menos de 1 dólar por dia, 1990, 1994e 2004 (percentagem)

A nível mundial, o número de pessoas nos países em desenvolvimento quevivem com menos de 1 dólar por dia baixou para 980 milhões, em 2004, em

0 40302010 50

23,4

31,6

19,2

5,5

0,5

0,6

1,3

0,6

2,6

1,4

2,5

1,6

3,8

8,9

20,8

6,8

9,6

10,3

8,7

17,8

33,0

9,9

33,4

41,1

29,5

45,9

46,8

41,1

Sul da Ásia

África Subsariana

CEI

Sudeste Asiático

Ásia Ocidental

Norte de África

América Latina e Caraíbas

Regiões em desenvolvimento

Leste Asiático

Países em transição do Sudeste da Europa

1990

1999

2004

2,0

<0,1

META

Reduzir para metade, entre 1990 e 2015, a percentagemde pessoas cujo rendimento é inferior a um dólar por dia

NAÇÕES UNIDAS

6

Page 9: Mdg relatorio 2007

comparação com 1,25 mil milhões, em 1990. Aproporção de pessoas que vive na pobreza extremadiminuiu quase um terço, tendo baixado para 19% aolongo deste período. Se estes progressos semantiverem, será possível realizar o ODM. No entanto,os benefícios deste avanço não se encontramigualmente distribuídos, já que a diminuição da pobrezamundial se deve, em grande medida, ao rápidocrescimento económico na Ásia. O Leste e o SudesteAsiático, em especial, registaram reduçõesextraordinárias da pobreza, e a aceleração docrescimento na Índia significa que o Sudeste Asiático seencontra novamente bem encaminhado, no que serefere à realização deste objectivo.Pelo contrário, as taxas de pobreza na Ásia Ocidentalmais do que duplicaram entre 1990 e 2005. A pobrezaextrema registou um aumento acentuado no princípioda década de 1990 na Comunidade de EstadosIndependentes (CEI) e nos países em transição doSudeste da Europa. Contudo, actualmente, as taxas depobreza nestas regiões estão a baixar e a aproximar-sedos níveis da década de 1980.Na África Subsariana, a proporção de pessoas que vivena pobreza extrema diminuiu de 46,8%, em 1990, para41,1%, em 2004. A maior parte desta melhoria deu-se apartir de 2000. O número de pessoas que vive commenos de 1 dólar por dia também começou aestabilizar, apesar do rápido crescimento demográfico.O rendimento per capita de 7 países da ÁfricaSubsariana aumentou mais de 3,5% por ano, entre 2000e 2005; outros 23 países apresentaram taxas decrescimento superiores a 2% por ano ao longo domesmo período, o que permite encarar o futuro comalgum optimismo.

Os pobres estão a ficar um pouco menos pobres na maioria das regiões

Índice de intensidade da pobreza, 1990 e 2004 (percentagem)

Na maioria das regiões em desenvolvimento, o rendimento médio daspessoas que vivem com menos de 1 dólar por dia aumentou. O índice deintensidade da pobreza, que reflecte o grau de pobreza e a sua incidência,diminuiu em todas as regiões, excepto na Ásia Ocidental, onde a taxa depobreza crescente fez aumentar a intensidade da pobreza, e nos países emtransição da Europa e na CEI, onde se registou uma deterioração marginalou não houve alteração. Pelo contrário, os pobres do Leste e SudesteAsiático fizeram progressos importantes. Na África Subsariana, apesar damelhoria registada, o índice de intensidade da pobreza continua a ser o maiselevado do mundo, revelando que os pobres desta região são as pessoas quese encontram na situação mais desfavorecida em termos económicos, nomundo inteiro.

RELATÓRIO SOBRE OS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO 2007

O limiar da pobreza internacional está a ser redefinido

As últimas estimativas sobre a pobreza baseiam-seem mais de 500 inquéritos a agregados familiares, em100 países em desenvolvimento, que representam93% da população do mundo em desenvolvimento. Olimiar da pobreza internacional é definido com basenum nível de consumo representativo dos limiares dapobreza de países de baixo rendimento. Depois de2000, o limiar da pobreza internacional foi fixado em1,08 dólares por dia, medido com base nas paridadesdo poder de compra (PPC). No próximo ano, oPrograma de Comparação Internacional apresentaránovas estimativas das PPC, baseadas em preços de2005. Estas novas medidas do custo de vida relativodos vários países exigirá uma revisão do limiar dapobreza internacional e poderá levar-nos areformular as nossas ideias sobre a dimensão edistribuição da pobreza mundial.

7

0 15,010,05,0 20,0

África Subsariana

CEI

Sudeste Asiático

Ásia Ocidental

Norte de África

América Latina e Caraíbas

Regiões em desenvolvimento

19,5

17,5

11,0

6,7

3,0

3,5

2,1

8,9

1,5

5,1

0,9

Leste Asiático

0,4

0,2

0,0

0,2

Países em transição do Sudeste da Europa

0,5

0,1

9,3

0,1

5,4

1990

2004

Sul da Ásia

Page 10: Mdg relatorio 2007

A redução da pobreza tem sidoacompanhada de um aumento das desigualdades

Participação dos 20% mais pobres no consumo nacional, 1990 e 2004 (percentagem)

Não há uma distribuição equitativa dos benefícios docrescimento económico no mundo emdesenvolvimento, quer dentro dos países quer entre ospaíses. Entre 1990 e 2004, a participação dos 20% maispobres da população das regiões em desenvolvimentono consumo nacional diminuiu de 4,6% para 3,9% (empaíses onde não existem valores relativos ao consumo,utilizaram-se dados sobre o rendimento). Oagravamento da desigualdade do rendimento éparticularmente preocupante no Leste Asiático, onde aparticipação das pessoas mais pobres no consumoregistou uma diminuição muito acentuada durante operíodo em análise. Por outro lado, a desigualdadepermanece elevada na América Latina e Caraíbas e naÁfrica Subsariana, onde os 20% mais pobres dapopulação representam apenas cerca de 3% doconsumo (ou do rendimento) nacional.

A fome infantil está a diminuir em todas as regiões, mas são necessários progressos mais rápidos para atingir a meta

Proporção de crianças menores de 5 anos com insuficiência ponderal, 1990,1994 e 2004 (percentagem)

A nível mundial, a proporção de crianças menores de 5 anos que apresentaminsuficiência ponderal diminuiu um quinto, no período de 1990-2005. OLeste Asiático, região onde se registaram mais progressos, está a ultrapassara meta dos ODM, em grande medida graças aos avanços no domínio danutrição verificados na China. A Ásia Ocidental e a América Latina eCaraíbas também apresentaram progressos significativos, tendo aprevalência de insuficiência ponderal diminuído mais de um terço. O Sul daÁsia e a África Subsariana são as regiões onde continua a haver as maioresproporções de crianças que sofrem de fome. A falta de progressos nestasregiões significa que não é provável que se consiga atingir a meta mundial. Seas tendências actuais se mantiverem, o mundo ficará aquém da meta fixadapara 2015 e 30 milhões de crianças continuarão a sofrer de fome, o quesignifica que nunca poderão realizar todo o seu potencial.

0,0 1,0 2,0 3,0 4,0 5,0 6,0 7,0 8,0 9,0

2,8

2,7

3,4

3,4

4,5

7,1

5,4

5,9

6,1

6,2

6,2

7,9

6,3

6,2

6,7

7,2

7,8

4,6

8,3

3,9

1990

2004

Sul da Ásia

África Subsariana

CEI

Sudeste Asiático

Ásia Ocidental

Norte de África

América Latina e Caraíbas

Regiões em desenvolvimento

Leste Asiático

Países em transição do Sudeste da Europa

META

Reduzir para metade, entre 1990 e 2015, a percentagemda população que sofre de fome

NAÇÕES UNIDAS

8

0,0 10 20 30 40 50 60

Sul da Ásia

África Subsariana

Sudeste Asiático

Ásia Ocidental

Norte de África

América Latina e Caraíbas

Regiões em desenvolvimento

46

53

29

33

28

39

8

Leste Asiático

10

7

11

7

11

7

33

19

27

1990

2005

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Page 12: Mdg relatorio 2007

Objectivo 2Alcançar o ensinoprimáriouniversal

A África Subsariana apresentou alguns avanços em direcção à escolarização universal,mas ainda tem um longo caminho a percorrer

Taxa de escolarização total líquida no ensino primário,* 1990/1991,1998/1999 e 2004/2005 (percentagem)

* Número de alunos pertencentes ao grupo teoricamente com idade para frequentar o ensino primário, matriculadosno ensino primário ou secundário, expresso como percentagem da população total pertencente a esse grupo etário.

0 20 40 60 80 100

CEI, Europa

Ásia Ocidental

Oceânia

África Subsariana

Sul da Ásia

Sudeste Asiático

Leste Asiático

Norte de África

Regiões em desenvolvimento

CEI, Ásia

83

80

88

90

82

95

América Latina e Caraíbas

94

87

97

99

99

95

93

89

94

92

94

94

81

74

90

83

91

90

85

81

86

81

75

78

57

54

70

1991

1999

2005

META

Garantir que, até 2015, todas as crianças, de ambos ossexos, terminem um ciclo completo de ensino primário

NAÇÕES UNIDAS

10

Page 13: Mdg relatorio 2007

A taxa de escolarização líquida no ensino primário, nasregiões em desenvolvimento, aumentou para 88% no anolectivo de 2004/2005, em comparação com 80% em1990/1991. Dois terços deste aumento deu-se desde1999. Embora a África Subsariana tenha feito progressossignificativos nos últimos anos, continua a estar atrasadaem relação a outras regiões e 30% das suas crianças emidade de frequentar o ensino primário ainda não vão àescola. Será necessário que haja uma intensificação deesforços nos próximos anos para garantir que todas ascrianças sejam matriculadas na escola e para assegurar oseu direito a um ensino de qualidade.

As raparigas e as crianças das famílias rurais mais pobrestêm menos probabilidade de frequentar a escola

Crianças em idade de frequentar o ensino primário,por sexo, local de residência e riqueza do agregadofamiliar, 2005 (percentagem)

O número de crianças que não frequentam a escoladiminuiu, mas continua a ser inaceitavelmente elevado.Segundo os dados disponíveis sobre escolarização, em2005, 72 milhões de crianças em idade de frequentar oensino primário não estavam a ir à escola e 57% dessascrianças eram raparigas. Embora este número pareçaelevado, os inquéritos mostram que não reflecteinteiramente o número de crianças que, apesar dematriculadas, não estão a frequentar a escola. Alémdisso, os valores relativos às matrículas e à frequênciatambém não reflectem o número de crianças que nãovão à escola regularmente. Por outro lado, também nãoexistem dados oficiais relativos aos países em conflitoou em situação pós-conflito. Se as estimativas mundiaisincluíssem os dados relativos a estes países, o panoramada escolarização seria ainda menos optimista.

As crianças com maior probabilidade de abandonar a escola ou de não afrequentar sequer são as dos agregados familiares mais pobres ou que vivemnas zonas rurais. Por exemplo, quase um terço das crianças das zonas ruraisdo mundo em desenvolvimento que estão em idade de frequentar o ensinoprimário não o estão a fazer, em comparação com 18% das crianças domesmo grupo etário que vivem em cidades. Continua a haver mais raparigasdo que rapazes a serem excluídas do ensino, uma tendência que éespecialmente evidente na Ásia Ocidental e no Sul da Ásia.

Uma criança em cada cinco com idade para frequentar o ensino secundário continua a estar matriculada no ensino primário

Frequência escolar líquida do ensino primário por crianças com idade defrequentar a escola primária e por crianças com idade de frequentar oensino secundário em todas as regiões em desenvolvimento

Dado que muitas crianças que começam a ir à escola têm idade inferior ousuperior à idade legal de ingresso no ensino, os rácios de escolarização noensino primário não reflectem com precisão a situação das crianças quefrequentam a escola. Os inquéritos revelam que é muito comum haver nasescolas crianças em idade de frequentar um nível de ensino superior,especialmente em algumas regiões. Na África Subsariana, por exemplo, hámais crianças em idade de frequentar o ensino secundário no ensinoprimário do que no ensino secundário. Embora a escolarização tardia sejamelhor do que a ausência total de escolarização, trata-se de um fenómenoque representa um desafio para o sistema educativo e que reflecte asdificuldades que as famílias têm de enfrentar, quando mandam as suascrianças para a escola. A escolarização tardia também coloca as criançasnuma situação de desvantagem, pois é uma causa potencial de problemas deaprendizagem e reduz as oportunidades de as crianças passarem para umnível de ensino mais elevado. Nos casos em que existe informaçãodisponível, os dados revelam que as crianças que vão para a escola pelomenos dois anos depois da idade legal de ingresso tendem a vir de agregadosfamiliares mais pobres e a ter uma mãe que não possui escolaridade formal.

RELATÓRIO SOBRE OS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO 2007

11

Rapazes Raparigas Zona urbana Zona rural 20% maisricos

Quarto Terceiro Segundo 20% maispobres

0

5

10

15

20

25

30

35

40

17

2018

31

12

20

25

31

37

8380

2117

0

10

20

30

40

50

60

70

80

90

100

Rapazes

Raparigas

Crianças em idade de frequentar o ensinoprimário que frequentam a escola primária

Crianças em idade de frequentar o ensinosecundário que frequentam a escola primária

Page 14: Mdg relatorio 2007

Objectivo 3Promover a igualdade de género e o empoderamentodas mulheres

As portas do mercado de trabalho começam a abrir-se lentamente às mulheres

Assalariadas que trabalham em sectores que não o da agricultura, 1990 e2005 (percentagem)

A participação das mulheres em trabalho remunerado não agrícola temcontinuado a aumentar lentamente. Os maiores progressos registaram-se nasregiões em que a presença das mulheres no mercado de trabalho é menor – Sulda Ásia, Ásia Ocidental e Oceânia. No Norte de África, onde se regista tambémum nível baixo de participação das mulheres, os progressos foram insignificantes.Apenas um em cada cinco trabalhadores remunerados é uma mulher, umasituação que se tem mantido inalterada nos últimos 15 anos. Noutras regiões, asmulheres estão lentamente a aceder ao trabalho remunerado a um nívelequivalente ao dos homens, ou, no caso da CEI, a um nível superior.

0 50 6040302010

Sul da Ásia

África Subsariana

CEI

Regiões em desenvolvimento

Sudeste Asiático

Ásia Ocidental

Oceânia

Norte de África

América Latina e Caraíbas

Mundo

13

18

20

20

16

21

32

28

38

28

39

38

41

Leste Asiático38

42

37

47

44

51

36

49

39

1990

2005

META

Eliminar as disparidades de género no ensino primário e secundário, se possível até 2005, e em todos os níveis, o mais tardar até 2015

NAÇÕES UNIDAS

12

Page 15: Mdg relatorio 2007

Participação das mulheres no emprego total por tipode emprego, 1990-2005 (percentagem)

* Não existem dados relativos a 1990 para a CEI.

O trabalho das mulheres tende mais frequentemente do que o dos homens a não ser remunerado

Participação das mulheres na única Câmara ou naCâmara Baixa do Parlamento, 1990 e 2007 (percentagem)

As mulheres estão a ganhar terreno no plano político, embora os homens mantenham uma posição de controlo

A participação política das mulheres está a aumentar, ainda que lentamente. A nível mundial, em Janeiro de 2007, as mulheres representavam 17% da únicaCâmara ou da Câmara Baixa do Parlamento dos respectivos países, emcomparação com 13%, em 1990. No entanto, só em 19 países as mulheresrepresentavam pelo menos 30% do número de deputados. O Ruanda continuaa estar em primeiro lugar, com 49% dos lugares no Parlamento ocupados pormulheres, seguindo-se a Suécia e a Costa Rica, onde as mulheres representam47% e 39% dos lugares, respectivamente. No outro extremo, existem paísesem que praticamente não há mulheres no Parlamento. Em 2006, nas eleiçõesrealizadas nas Ilhas Salomão e em Tuvalu não foram eleitas mulheres para aCâmara Baixa do Parlamento.Existem, porém, indícios animadores nos Estados árabes. Em 2006, as eleiçõesforam disputadas por homens e mulheres, pela primeira vez, no Kuwait, ondeas mulheres obtiveram 2 lugares no Parlamento, e nos Emiratos ÁrabesUnidos, onde ganharam 23% dos lugares. No Barém, foi eleita uma mulherpara a Câmara Baixa do Parlamento, pela primeira vez na história desta nação.A nível mundial, está também a aumentar o acesso das mulheres a cargosdirigentes na esfera política. Em Março de 2007, havia 35 mulheres emcargos dirigentes no Parlamento – o número maior de sempre –, em algunscasos pela primeira vez, na Gâmbia, em Israel, na Suazilândia, noTurquemenistão e nos Estados Unidos. Pelo contrário, o número demulheres no mais alto cargo do Estado ou do governo não apresenta umatendência positiva clara. Em 2006, 13 mulheres detinham cargos de Chefe deEstado ou de Governo, em comparação com 9, em 2000, e 12, em 1995.Um número recorde de mulheres – seis – acedeu a estes cargos em 2006,no Chile, na Jamaica, na Libéria, na República da Coreia e na Suíça, e, emIsrael, ao cargo de Presidente Interino.São vários os factores que determinam a presença de mulheres em cargospolíticos, nomeadamente, a vontade política, a força dos movimentosnacionais de mulheres e o destaque sistemático dado pela comunidadeinternacional à questão da igualdade de género e ao empoderamento dasmulheres. No entanto, o factor mais decisivo continua a ser o sistema dequotas. Em 2006, nos países onde existia um sistema de quotas, o númerode mulheres eleitas quase duplicou em comparação com aqueles em que nãohavia um sistema desse tipo. Outros países têm apoiado as candidaturas demulheres através de actividades de formação e da concessão de fundos.

O trabalho assalariado em grande parte de África e em muitas partes da Ásia e da América Latina está concentrado nas zonas urbanas. Fora das cidades, a maior parte do trabalho está ligado à agricultura edestina-se principalmente a garantir a subsistência da família. Nas regiões em desenvolvimento, as mulheres tendem a trabalhar mais na agricultura do que os homens e a realizar mais trabalho não remuneradopara a família. A nível mundial, mais de 60% do trabalho não remuneradopara a família é realizado por mulheres – o que significa que as mulherescontinuam a não beneficiar de um emprego seguro e de protecção social.

RELATÓRIO SOBRE OS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO 2007

13

1000 20 40 60 80

Trabalho não remunerado para a família

Empregadores

Trabalhadores por conta de outrem

Emprego total

Mulheres Homens

41 59

40 60

22 78

60 40

0 15 20 25105

Sul da Ásia

África Subsariana

CEI

Regiões em desenvolvimento

Sudeste Asiático

Ásia Ocidental

Oceânia

Norte de África

América Latina e Caraíbas

Mundo

1

3

5

8

3

8

12

13

6

17

7

17

Leste Asiático

10

19

20

20

12

22

13

16

17

1990

2007

*

Page 16: Mdg relatorio 2007

Objectivo 4Reduzir a mortalidadedas crianças

As taxas de sobrevivência infantil registaramuma melhoria lenta e apresentam níveis mais baixos na África Subsariana

Taxa de mortalidade dos menores de 5 anos por 1000 nados-vivos, 1990 e 2005

As estimativas referentes a 2005 mostram que 10,1 milhões de criançasmorrem antes de completarem 5 anos de idade, na maior parte dos casosdevido a causas evitáveis. Embora as taxas de mortalidade infantil e demenores de cinco anos tenham diminuído a nível mundial, tem-se avançado aritmos diferentes nas várias regiões e nos vários países. São necessáriasmelhorias urgentes, sobretudo na África Subsariana, no Sul da Ásia, nospaíses asiáticos da CEI e na Oceânia. Em algumas partes do mundo emdesenvolvimento, a falta de progressos em matéria de sobrevivência infantilestá associada ao estado insatisfatório de muitos serviços básicos de saúde.

0 50 100 150 200

Sul da Ásia

África Subsariana

CEI, Ásia

Sudeste Asiático

Ásia Ocidental

Oceânia

Norte de África

América Latina e Caraíbas

Regiões em desenvolvimento

185

166

126

82

81

72

80

63

55

68

41

78

35

88

31

Leste Asiático

54

27

CEI, Europa

48

17

Países em transição do Sudeste da Europa

27

17

106

29

83

1990

2005

META

Reduzir em dois terços, entre 1990 e 2015, a taxa demortalidade de menores de cinco anos

NAÇÕES UNIDAS

14

Page 17: Mdg relatorio 2007

Estudos recentes mostram que são possíveis melhorias substanciais, embora tenham sido detectadas disparidades nospaíses estudados. Mesmo os países que fizeram bons progressos (isto é, em que as taxas de mortalidade infantildiminuíram pelo menos 15% entre 1998 e 2004) apresentam tendências diferentes. As taxas de sobrevivência melhorarampara crianças de todas as idades incluídas no grupo etário dos 0 aos 5 anos, mas, em alguns países, registaram-se maioresprogressos relativamente a determinadas faixas etárias – por exemplo, o primeiro mês de vida, em que a vulnerabilidadedas crianças é maior. Os dados dos últimos inquéritos continuarão a ser estudados, a fim de determinar quais são asintervenções mais necessárias para reduzir a mortalidade durante os primeiros anos de vida das crianças.

As mudanças verificadas em todos os níveis de mortalidade também revelam grandes diferenças, consoante o estatutosocioeconómico. Na maioria dos países que conseguiram reduzir substancialmente a mortalidade infantil nos últimos anos,as maiores mudanças verificaram-se entre as crianças que vivem entre os 40% dos agregados familiares mais ricos, ou naszonas urbanas, ou entre as crianças cujas mães possuem um certo nível de escolaridade.

Nos países em que os progressos foram mais lentos ou em que a mortalidade infantil aumentou, a SIDA terá sido um dosfactores principais. A malária também continua a matar um grande número de crianças. Há ainda países em que a guerra eo conflito são as principais causas do aumento da mortalidade infantil num passado recente.

RELATÓRIO SOBRE OS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO 2007

15

Percentagem de crianças com 12 a 23 meses de idadeque receberam pelo menos uma dose da vacina contrao sarampo, 1990 e 2005 (percentagem)

As vacinas contribuem para o declínio do sarampo e a expansão de serviços básicos de saúde

Entre as doenças que a vacinação permite evitar, o sarampo é a que causaum maior número de mortes. A nível mundial, as mortes causadas pelosarampo diminuíram mais de 60%, entre 2000 e 2005 – um êxito notável nodomínio da saúde pública. Segundo os dados mais recentes, o número demortes causadas por esta doença baixou de 873 000, em 1999, para345 000, em 2005. Os maiores avanços registaram-se em África, onde asmortes causadas pelo sarampo diminuíram quase 75%, durante o mesmoperíodo – de aproximadamente 506 000 para 126 000.

Estes resultados devem-se a uma melhor cobertura da imunização em todoo mundo em desenvolvimento, bem como ao facto de se realizaremcampanhas de imunização que são um complemento dos serviços de rotina.Embora a cobertura se tenha mantido estacionária, entre 1990 e 1999, apartir de 2000, a imunização ganhou terreno rapidamente. Na ÁfricaSubsariana, a cobertura baixou para 49% em 1999, tendo aumentadonovamente para 64%, até ao final de 2005. Isto deveu-se, em grande medida,a actividades de sensibilização e apoio desenvolvidas no âmbito da IniciativaInternacional contra o Sarampo – que incidiu em 47 países prioritários – bemcomo ao empenhamento dos governos dos países africanos participantes.

A imunização de rotina contra o sarampo é um indicador do acesso aosserviços básicos de saúde por parte das crianças com menos de 5 anos. Aaceleração das actividades de controlo do sarampo está a contribuir para odesenvolvimento da infra-estrutura de saúde que dá apoio à imunização derotina e a outros serviços de saúde. Além disso, as campanhas de vacinaçãocontra o sarampo tornaram-se um meio de realizar outras intervenções quepermitem salvar vidas, tais como a distribuição de mosquiteiros para proteger contra a malária, medicamentos de desparasitação e suplementos de vitamina A.

0 50 9080706040302010 100

Sul da Ásia

África Subsariana

CEI

Sudeste Asiático

Ásia Ocidental

Oceânia

Norte de África

América Latina e Caraíbas

Regiões em desenvolvimento

70

63

57

64

57

65

80

72

87

98

91

80

92

Leste Asiático

76

95

85

96

Países em transição do Sudeste da Europa93

98

71

85

75

1990

2005

Page 18: Mdg relatorio 2007

Objectivo 5Melhorara saúdematerna

Continuam a morrer, todos os anos,meio milhão de mulheres durante a gravidezou o parto, na sua maioria na África Subsariana e na Ásia

Vários países de rendimento médio fizeram progressos rápidos em matériade redução da mortalidade materna. No entanto, os níveis de mortalidademantêm-se inaceitavelmente elevados em todo o mundo em desenvolvi-mento, sobretudo na África Subsariana e no Sul da Ásia. Todos os anos, maisde 500 000 mulheres morrem devido a complicações tratáveis ou evitáveisdurante a gravidez e o parto. Na África Subsariana, a probabilidade de umamulher morrer devido a complicações dessa natureza é de 1 em 16, emcomparação com 1 em 3 800 no mundo desenvolvido.

As intervenções dos serviços de saúde podemreduzir a mortalidade materna, mas é necessário aumentar a cobertura desses serviços

Percentagem de partos assistidos por pessoal de saúde qualificado, 1990 e 2005 (percentagem)

0 10 20 30 40 50 60 908070 100 110

África Subsariana

Sul da Ásia

Ásia Ocidental

Leste Asiático

Norte de África

Sudeste Asiático

América Latina e Caraíbas

CEI

Regiões em desenvolvimento

30

38

42

45

60

66

38

68

40

75

51

83

72

89

98

43

57

1990

2005

99

META

Reduzir em três quartos, entre 1990 e 2015, a taxa demortalidade materna

NAÇÕES UNIDAS

16

Page 19: Mdg relatorio 2007

A grande maioria das mortes maternas e das deficiênciascausadas pela maternidade podia ser evitada através daprestação de serviços apropriados de saúde reprodutivaantes, durante e após a gravidez e através de interven-ções, quando surgem complicações. É essencial o partoser assistido por pessoal de saúde qualificado (médicos,enfermeiras, parteiras) que saiba detectar problemaslogo desde o início e com capacidade de prestar cuida-dos obstétricos de emergência ou enviar as mulherespara locais onde esses serviços sejam prestados, sempreque necessário. As regiões com as proporções mais bai-xas de pessoal qualificado para prestar assistência a par-tos são o Sul da Ásia e a África Subsariana, que sãotambém as regiões onde se registam os números maiselevados de mortes maternas.

Existem disparidades manifestas em termos de apoioprestado às mulheres durante a gravidez e o parto, nãosó entre os países mas também dentro dos países.Segundo inquéritos realizados entre 1996 e 2005, em57 países em desenvolvimento, 81% das mulheres quevivem em zonas urbanas são assistidas por pessoalqualificado durante o parto, por oposição a apenas49%, nas zonas rurais. Do mesmo modo, 84% dasmulheres que completaram o ensino secundário ousuperior são assistidas por pessoal qualificado durante oparto, uma percentagem mais de duas vezes superior àdas mães que não possuem escolaridade formal.

Há muito que se reconhece que os cuidados pré-nataissão uma componente fundamental dos serviços desaúde materna. Esses cuidados podem ajudar asmulheres a identificar riscos potenciais e a planear umparto seguro. Podem constituir igualmente um meio deentrar no sistema de cuidados de saúde em geral.Desde 1990, todas as regiões realizaram progressos emmatéria de assegurar que as mulheres beneficiem decuidados pré-natais, pelo menos uma vez, durante agravidez. Mesmo na África Subsariana, a região ondemenos progressos houve, mais de dois terços dasmulheres beneficiam de cuidados pré-natais, pelomenos uma vez, durante a gravidez.

Para os cuidados pré-natais serem eficazes, os peritosinternacionais recomendam pelo menos quatro visitas aum profissional de saúde qualificado, durante a gravidez.No entanto, em muitos países, especialmente emÁfrica, há uma grande diferença entre a proporção demulheres que beneficiam de cuidados pré-natais pelomenos uma vez e aquelas que recebem cuidados quatrovezes ou mais. No Quénia, por exemplo, em 2003, 87%das mulheres receberam cuidados pré-natais pelomenos uma vez, ao passo que apenas 51% beneficiaramde cuidados quatro vezes, conforme recomendado. Domesmo modo, em Madagáscar, o número de mulheresque recebem cuidados pré-natais pelo menos uma vezé duas vezes superior ao daquelas que recebemcuidados quatro vezes ou mais.

Não é possível abordar as múltiplas causas demorte materna com um tipo único de intervenção

Causas de morte materna, 1997-2002 (percentagem)

*Inclui gravidez ectópica, embolia, outras causas directas, indirectas e não classificadas.

É necessário adaptar as acções destinadas a reduzir a mortalidade materna àscondições locais, uma vez que as causas de morte diferem entre as váriasregiões e países em desenvolvimento. Na África e na Ásia, as hemorragiassão a principal causa de morte materna, enquanto na América Latina eCaraíbas, a maior ameaça são os problemas de hipertensão durante agravidez e o parto. O parto distócico e o aborto são responsáveis por 13% e12% da mortalidade materna, respectivamente, na América Latina eCaraíbas. A anemia é a principal causa de morte materna na Ásia, mas é umfactor menos importante em África e, na América Latina, é insignificante. EmÁfrica, sobretudo em certas partes da África Austral, o VIH e a SIDA estãofrequentemente associados a mortes ocorridas durante a gravidez e o parto.

Só por si, a prevenção de gravidezes não planeadas permitiria evitar cerca deum quarto das mortes maternas, incluindo as que são consequência de umainterrupção de gravidez pouco segura. Mesmo assim, calcula-se que 137milhões de mulheres necessitem de planeamento familiar. Outros 64 milhõesestão a utilizar métodos de contracepção tradicionais, com elevadas taxas deinsucesso. A prevalência da anticoncepção aumentou lentamente de 55%,em 1990, para 64%, em 2005, mas continua a ser muito baixa na ÁfricaSubsariana, onde se situa em 21%.

Além disso, nas regiões onde a taxa de natalidade entre adolescentescontinua a ser elevada, para um grande número de mulheres jovens,sobretudo as muito jovens, e para os seus filhos, o risco de morte e de virema sofrer de deficiências é maior. Na África Subsariana, no Sul da Ásia e naAmérica Latina e Caraíbas, as taxas de natalidade elevadas entreadolescentes que prevaleciam em 1990 não diminuíram significativamente,apesar das reduções constantes da fecundidade total nestas regiões.

RELATÓRIO SOBRE OS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO 2007

17

África Ásia

HemorragiasProblemas de hipertensão

Parto distócicoAnemiaAbortoOutras causas*

34

9

16

25

31

9

12

9

13

6

15

21

26

8

13

0

12

9

4 4 4

América Latina e Caraíbas

Sépsis/infecções, incluindo VIH

0

5

10

15

20

25

30

35

40

Page 20: Mdg relatorio 2007

Objectivo 6Combatero VIH/SIDA,malária e outras doenças

A prevalência do VIH estabilizou, no mundoem desenvolvimento, mas o número de mortescausadas pela SIDA continua a aumentar na África Subsariana

Prevalência do VIH em adultos dos 15 aos 49 anos de idade, na África Subsariana e em todas as regiões em desenvolvimento (percentagem) e número de mortes causadas pela SIDA na África Subsariana (milhões),1990-2006

No final de 2006, calcula-se que houvesse no mundo inteiro 39,5 milhões depessoas a viver com o VIH (em comparação com 32,9 milhões em 2001), nasua maioria na África Subsariana. Em 2006, foram infectadas pelo VIH, a nívelmundial, 4,3 milhões de pessoas, e as regiões em que as taxas de infecçãoevoluíram mais rapidamente foram o Leste Asiático e a CEI. O número depessoas que morreram devido à SIDA também aumentou – de 2,2 milhões,em 2001, para 2,9 milhões, em 2006.

A utilização de seringas não esterilizadas continua a ser o principal modo detransmissão do VIH, nos países da CEI. O consumo de droga injectadatornou-se, recentemente, um novo factor de infecção pelo VIH na ÁfricaSubsariana, especialmente nas Maurícias, mas também no Quénia, Nigéria,África do Sul e República Unida da Tanzânia. No Sul da Ásia e no SudesteAsiático, o principal meio de contágio são as relações sexuais não protegidascom trabalhadores do sexo. Nos últimos dois anos, registaram-se tambémsurtos de infecção pelo VIH entre homens que têm relações sexuais comoutros homens na Ásia – no Camboja, China, Índia, Nepal, Paquistão,Tailândia e Vietname.

Núm

ero

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l de

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49 a

nos

de id

ade

(per

cent

agem

)

0,0

0,5

1,0

1,5

2,0

2,5

1990 1995 2000 2005

0

2

4

6

8

10 Número anual de mortes devido à SIDA na África Subsariana

Prevalência do VIH na África Subsariana

Prevalência do VIH nas regiões em desenvolvimento (excluindo a África Subsariana)

META

Até 2015, deter e começar a reduzir a propagação doVIH/SIDA

NAÇÕES UNIDAS

18

Page 21: Mdg relatorio 2007

As desigualdades nas relações de poder entre os homens e as mulherescontinuam a contribuir para a “feminização” da epidemia de VIH, embora estadinâmica esteja a mudar. Há um número crescente de mulheres casadas, bemcomo raparigas e mulheres jovens, infectadas pelo vírus. Em 2006, as mulheresrepresentavam 48% das pessoas que viviam com o VIH no mundo inteiro.

Ser jovem também é um factor de risco. Em 2006, 40% das novas infecçõesentre pessoas com 15 anos de idade ou mais surgiram no grupo etário dos15 aos 24 anos de idade.

Embora haja actualmente um maior acessoao tratamento da SIDA, as necessidades continuam a aumentar

População que vive com o VIH que necessita de tratamento e está a benefi-ciar de uma terapia anti-retroviral, 2006 (percentagem)

As acções destinadas a assegurar tratamento às pessoas que vivem com oVIH e a SIDA continuam a aumentar. Em Dezembro de 2006, calcula-se quehavia 2 milhões de pessoas a beneficiar de uma terapia anti-retroviral nasregiões em desenvolvimento. Isto corresponde a 28% do número de pessoasque necessitam de tratamento, que se calcula ser da ordem de 7,1 milhões.Embora a grande maioria das pessoas que vive com o VIH (63%) habite naÁfrica Subsariana, apenas cerca de uma em quatro dos 4,8 milhões depessoas desta região que necessitam de tratamento com anti-retroviraisbeneficia de uma terapia desse tipo.

O problema está a agravar-se: embora 700 000 pessoas tenham recebidotratamento pela primeira vez em 2006, calcula-se que, nesse ano, se tenhamregistado 4,3 milhões de novas infecções, o que realça a necessidade urgentede intensificar os esforços de prevenção. Se as actuais tendências semantiverem, o número de pessoas que se encontram numa fase adiantadade infecção pelo VIH que necessitam de tratamento aumentará tão depressaque o desenvolvimento dos serviços que prestam esse tratamento nãoconseguirá acompanhar esse ritmo.

RELATÓRIO SOBRE OS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO 2007

19

28

0 10 20 30 40 50 60 70 80

72

49

37

35

28

26

10

10

9

2006

América Latina e Caraíbas

Sudeste Asiático

Ásia Ocidental

Norte de África

África Subsariana

Leste Asiático

Oceânia

CEI

Sul da Ásia

Regiões em desenvolvimento

Nas regiões mais afectadas, as mulheres representam mais de metade das pessoas que vivem com o VIH

Percentagem de mulheres entre os adultos com 15anos de idade ou mais que vivem com o VIH, 1990,2002 e 2006 (percentagem)

* Não existem dados relativos a 1990 e 2002 porque a epidemia nesta regiãoé recente.

Regiões em desenvolvimento

Regiões desenvolvidas

Ásia Ocidental

Norte de África

CEI, Ásia*

Leste Asiático

Sul da Ásia

África Subsariana

Oceânia

CEI, Europa

47

50

50

16

0 10 2 0 30 4 0 5 0 6 0 70

30

30

16

<0,1

<0,1

20

18

23

22

15

28

27

21

28

30

19

31

33

13

33

32

26

33

58

54

59

55

23

59

25

1990

2002

2006

América Latina e Caraíbas

Sudeste Asiático

Page 22: Mdg relatorio 2007

As medidas de prevenção nãoestão a conseguir acompanhar a propagação do VIH

Registaram-se ligeiras diminuições da prevalência doVIH entre os jovens, desde 2000/2001, em oito dos 11países africanos sobre os quais existem dadossuficientes para avaliar as tendências. As melhoriasforam mais evidentes no Quénia, nas zonas urbanas daCosta do Marfim, no Malavi e no Zimbabué, bem comoem algumas zonas rurais do Botsuana. No entanto, deum modo geral, as medidas de prevenção não estão aconseguir acompanhar o alastramento da epidemia. NaÁfrica Subsariana, menos de um terço dos jovens epouco mais de um quinto das jovens revelaram ter umconhecimento completo e correcto do VIH. Na maioriados países, o estigma e a discriminação contra aspessoas que vivem com o VIH levam a que muitaspessoas não queiram fazer teste de rastreio do VIHnem informar os seus parceiros sexuais do seu estado.Segundo estudos recentes, em doze dos países maisafectados de África, as percentagens médias de homense mulheres que fizeram o teste e receberam osresultados foram apenas 12% e 10%, respectivamente.

Em 2005, apenas 11% das mulheres grávidas dos paísesde rendimento baixo e médio que eram seropositivasestavam a receber tratamento para impedir atransmissão do vírus aos seus recém-nascidos.

Cuidar dos órfãos é um enormeproblema social que apenas se agravará, à medida que maisprogenitores morrerem devido à SIDA

Calcula-se que, em 2005, 15,2 milhões de crianças, 80%das quais vivem na África Subsariana, já tivessemperdido o pai ou a mãe, ou ambos, devido à SIDA. Até2010, prevê-se que este número aumente para 20milhões ou mais. Vários países estão a fazer progressos,prestando aos órfãos e às crianças vulneráveis umconjunto mínimo de serviços, incluindo educação,cuidados de saúde, bem-estar e protecção social. Mas énecessário muito mais trabalho, para dar uma respostahumana e abrangente a este problema social semprecedentes.

As acções destinadas a combater a maláriaestão a produzir resultados, mas é necessário um maior esforço

Proporção de crianças que dormem com redes mosquiteiras tratadas cominsecticida em países seleccionados, 1999-2006 (percentagem)

As principais intervenções destinadas a controlar a malária foram alargadas nosúltimos anos, graças à maior atenção prestada a esta questão e ao aumento dosfundos. Vários países africanos, por exemplo, aumentaram a cobertura de redesmosquiteiras tratadas com insecticida, que são um dos meios mais eficazes deimpedir as picadas de mosquitos transmissores da malária. Os resultadospreliminares de inquéritos aos agregados familiares realizados em 2005-2006mostram que muitos outros países também estão a fazer progressos em matériade distribuição de redes, embora os resultados finais apenas fiquem disponíveis nofinal deste ano. Mesmo assim, sabe-se que apenas alguns países se aproximaramda meta de garantir, até 2005, uma cobertura de 60%, meta essa que foi fixada naCimeira Africana para Reduzir a Malária, que teve lugar em 2000. É necessárioque todos os interessados reforcem o seu compromisso, para que os paísesconsigam atingir a nova meta de assegurar, até 2010, uma cobertura de 80%no que se refere à distribuição e utilização de redes mosquiteiras.

Os países devem igualmente assegurar que a cobertura seja mais equitativa.Na África Subsariana, apenas 5% dos menores de 5 anos dormem com redestratadas com insecticida. E as zonas rurais de países onde a malária é endémicasão aquelas em que o peso da malária é muitas vezes maior e a cobertura deredes mosquiteiras menor. Segundo os inquéritos mais recentes realizados em30 países africanos (entre 2000 e 2006), as crianças com menos de 5 anos quevivem nas zonas urbanas tinham quase 2,5 vezes mais probabilidade de dormircom redes tratadas do que as das zonas rurais.

Para atingir esta meta do ODM, é necessário também garantir o tratamentomais eficaz contra a malária às pessoas que dele necessitam. Uma proporçãosignificativa de quase 40% das crianças da África Subsariana com febre quereceberam medicamentos contra a malária foi tratada com cloroquina, cujaeficácia tem vindo a diminuir, devido ao aumento de resistência a estemedicamento. Vários países africanos modificaram as suas políticas nacionais,

META

Até 2015, deter e começar a reduzir a incidência da maláriae de outras doenças graves

NAÇÕES UNIDAS

20

4

13

1

7

23

2

7

3

15

23

4

22

Zâmbia Ruanda Senegal Malavi Gana

40

20

15

10

5

0

1999-2000

2002-2004

2005-2006

Page 23: Mdg relatorio 2007

com vista a incentivar a utilização de uma terapiacombinada à base de artemisina (ACT). Mas, para fazerchegar estes medicamentos às pessoas susceptíveis debeneficiar deles, é necessário prever melhor asnecessidades e melhorar a gestão dos processos deaquisição e fornecimento.

A nível mundial, são necessários aproximadamente 3mil milhões de dólares – 2 mil milhões só para África –para combater a malária nos países mais afectados poresta doença. Os financiamentos internacionaisdestinados ao controlo da malária aumentaram 10vezes, na última década, mas, em 2004, o montantedisponível foi apenas de 600 milhões de dólares.

A incidência da tuberculose estabilizou mundialmente, mas o número de casos novos continua a aumentar

Número de casos novos de tuberculose por 100 000pessoas (excluindo seropositivos), 1990-2005

A incidência da tuberculose – medida com base nonúmero de casos novos por 100 000 pessoas –estabilizou ou começou a diminuir na maioria dasregiões, no seguimento de diminuições da prevalência eda mortalidade. No entanto, o número total de casosnovos continuou a aumentar lentamente, em 2005,devido ao crescimento demográfico. Em 2005, foramparticipados aproximadamente 8,8 milhões de casosnovos de tuberculose, 7,3 milhões dos quais seregistaram na África Subsariana e nas quatro regiõesasiáticas. O número total de pessoas que morreram emconsequência da tuberculose em 2005 foi de 1,6milhões, incluindo 195 000 seropositivos.

Embora a incidência da tuberculose tenha registado umaumento muito acentuado na África Subsariana e nospaíses da CEI ao longo da década de 1990, em 2005constatou-se uma estabilização em ambas as regiões.

Para atingir as metas mundiais relativas ao controlo da tuberculose serão necessáriosprogressos mais rápidos, especialmente na África Subsariana e na CEINúmero de casos de tuberculose por 100 000 pessoas (excluindo seropositivos), 1990, 2000 e 2005

A epidemia mundial de tuberculose parece estar prestes a entrar em declínio, jáque a incidência desta doença começou a diminuir. No entanto, os progressosnão se estão a dar a um ritmo suficientemente rápido para permitir que sejamatingidas as metas suplementares fixadas pela Parceria “Fim à Tuberculose”,nomeadamente, reduzir para metade, até 2015, as taxas de prevalência emortalidade (em comparação com os níveis de 1990). Os avanços registadosrecentemente revelam que a África Subsariana e a CEI são as regiões quemenos probabilidade têm de atingir as novas metas.

RELATÓRIO SOBRE OS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO 2007

21

0 100 200 300 400 500 600 700

Regiões em desenvolvimento

Regiões desenvolvidas

Norte de África

Ásia Ocidental

América Latina e Caraíbas

CEI

Leste Asiático

Oceânia

África Subsariana

Sudeste Asiático

Sul da Ásia

482

331

490

457

590

341

427

531

290

267

319

204

337

485

274

136

83

137

98

156

76

63

92

56

53

59

44

22

31

16

321

367

255

1990

2000

2005

1990 1995 2000 2005

300

250

200

150

100

50

0

Regiões desenvolvidas

Regiões em desenvolvimento (excluindo África Subsariana)

África Subsariana

CEI

Page 24: Mdg relatorio 2007

Objectivo 7Garantir a sustentabi-lidade ambiental

A desflorestação prossegue, especialmente em regiões de grande diversidade biológica

Proporção de território florestado, 1990, 2000 e 2005 (percentagem)

0 10 2 0 30 4 0 5 0 6 0 7 0 8 0

Leste Asiático

Ásia Ocidental

Oceânia

África Subsariana

Sul da Ásia

Sudeste Asiático

Regiões desenvolvidas

Norte de África

Mundo

CEI

31

31

30

50

56

47

América Latina e Caraíbas

65

68

63

47

50

46

39

39

39

31

30

31

27

29

26

18

16

20

14

14

14

3

3

3

1

1

1

1990

2000

2005

META

Integrar os princípios do desenvolvimento sustentável nas políticas e programas nacionais e inverter a actualtendência para a perda de recursos ambientais

NAÇÕES UNIDAS

22

Page 25: Mdg relatorio 2007

Entre 1990 e 2005, o mundo perdeu 3% das suas florestas,o que corresponde a uma diminuição média de 0,2% porano. A desflorestação, cuja causa principal é a conversãode florestas em terras de cultivo nos países em desenvolvi-mento, prossegue a um ritmo alarmante – aproximada-mente 13 milhões de hectares por ano. O ritmo dedesflorestação tem sido mais rápido em algumas das re-giões de maior diversidade biológica do mundo, nomeada-mente o Sudeste Asiático, a Oceânia, a América Latina e aÁfrica Subsariana. Para além da perda de biodiversidade,entre 18% e 25% das emissões anuais de gases com efeitode estufa estão associadas à desflorestação, tornando-aum factor fundamental das alterações climáticas.

A plantação de árvores, a regeneração de solosdegradados e a expansão natural de zonas arborizadas– especialmente, na Europa, em partes da América doNorte e no Leste Asiático – contribuíram para oaumento das zonas florestadas nestas regiões,sobretudo nos últimos anos. Graças a estas medidas, adiminuição líquida do manto florestal no período de2000-2005 foi aproximadamente de 7,3 milhões dehectares por ano, em comparação com 8,9 milhões dehectares por ano, entre 1990 e 2000. Mesmo assim,perdem-se todos os dias cerca de 200 km2 de zonasflorestadas, uma área duas vezes superior à de Paris.

Esforços recentes para travar a desflorestação – noBrasil, por exemplo – são indícios positivos. Em partesdo Sahel africano, onde a desertificação está acontribuir para a pobreza, a descentralização depoderes com vista a promover o controlo e osbenefícios dos recursos a nível local também se revelaprometedora como meio de contribuir para umainversão de perdas anteriores de manto florestal.

A plantação de árvores aumentaenquanto os ecossistemas de florestas primárias continuam a diminuir

Características da floresta, 2005 (percentagem)

Manter a integridade das florestas do mundo e de outros ecossistemas é umimportante factor de conservação da biodiversidade. Mais de um terço(36%) das florestas mundiais permanecem em grande medida inalteradaspela actividade humana. No entanto, entre 2000 e 2005, perderam-seaproximadamente 6 milhares de hectares destas florestas primárias por ano,devido ao abate selectivo de árvores e outras intervenções humanas.Durante o mesmo período, a plantação de florestas aumentou cerca de 2,8milhões de hectares por ano, principalmente devido a programas deplantação de árvores em grande escala na China. As plantações de florestasrepresentam menos de 5% da área florestal mundial total. Um pouco mais detrês quartos de todas as plantações destina-se ao abate, principalmente paraobtenção de madeira e fibras, e um quarto corresponde a plantações deprotecção tendo em vista a conservação do solo e da água.

Apesar da intensificação dos esforços de conservação do solo e dos mares, a biodiversidade continua a diminuir

A comunidade internacional tem vindo a incentivar a protecção dos solos eambientes marinhos do planeta, respondendo desta forma à perda de biodi-versidade a nível mundial. A proporção de zonas protegidas no mundo in-teiro tem aumentado progressivamente, e, em 2006, já havia 20 milhões dequilómetros quadrados de solos e mares em regime de protecção. Esta áreacorresponde a duas vezes a superfície da China. No entanto, nem todas aszonas protegidas são geridas eficazmente para efeito de conservação. Umaoutra agravante é o facto de apenas uma pequena parcela dessa área – cercade 2 milhões de quilómetros quadrados – corresponder a ecossistemas ma-rinhos, apesar do importante papel que estes desempenham na sustentabili-dade dos recursos haliêuticos e dos modos de vida das populações costeiras.

Embora haja actualmente mais áreas protegidas, a proporção de espéciesameaçadas de extinção continua a aumentar e as populações das váriasespécies continuam a diminuir. Serão necessários esforços sem precedentespara conservar os habitats e para gerir os ecossistemas e as espécies de umaforma sustentável, caso se pretenda reduzir significativamente o ritmo deperda das espécies até 2010.

As pescarias mundiais estão especialmente em risco e requerem umacooperação e gestão permanentes a nível internacional, para manter asunidades populacionais existentes e permitir a recuperação das que seencontram depauperadas. Após décadas de deterioração, a proporção deunidades populacionais sobreexploradas, depauperadas e em recuperaçãoestabilizou, situando-se em cerca de 25% desde a década de 1990. Mas aproporção de pescarias subexploradas está a diminuir progressivamente.Actualmente, apenas 22% das pescarias do mundo são sustentáveis, emcomparação com 40%, em 1975.

RELATÓRIO SOBRE OS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO 2007

23

1

Floresta primária

Floresta natural modificada

Floresta seminatural

Plantação de florestadestinada à produção

Plantação de florestapara fins de protecção

53

36

73

Page 26: Mdg relatorio 2007

O aumento das emissões de gasescom efeito de estufa continua a ultrapassar os avanços das tecnologias de energia sustentável

Emissões de dióxido de carbono (CO2)(Biliões de toneladas métricas)

Segundo o Painel Intergovernamental sobre AlteraçõesClimáticas (IPCC), a informação científica é inequívoca:as actividades humanas estão a causar alterações noclima do planeta, com os riscos que daí advêm para osmodos de vida e o bem-estar humano. As temperaturasmédias da superfície terrestre aumentaramaproximadamente 0,5ºC, desde 1970. Um resultadoprevisto é um aumento de eventos meteorológicosextremos em muitas partes do mundo. A escassez deágua doce – que é talvez o nosso recurso natural maisprecioso mas também aquele que se encontra maisdegradado – irá também, provavelmente, agravar-se.Em regiões como a África Subsariana, para as quais os

modelos climáticos prevêem menos precipitação, a subsequente diminuiçãodo rendimento das colheitas, bem como de alimentos, materiais paraconstrução de abrigos e água poderá revelar-se catastrófica.

O principal factor de alterações climáticas é o dióxido de carbono (CO2)libertado pela queima de combustíveis fósseis. As emissões de dióxido decarbono atingiram 29 mil milhões de toneladas métricas, em 2004, econtinuam a aumentar, sendo prova disso as concentrações cada vezmaiores de CO2 na atmosfera. No Sudeste Asiático e no Norte de África, asemissões mais do que duplicaram, entre 1990 e 2004. No entanto, numabase per capita, as regiões em desenvolvimento continuam a produzir muitomenos emissões de CO2 do que as regiões desenvolvidas. Em 2004, asregiões desenvolvidas produziram, em média, 12 toneladas de emissões porpessoa. A Ásia Ocidental, a região com as emissões per capita mais elevadas,produziu menos de metade dessa quantidade. Na África Subsariana, cadaindivíduo é responsável por menos de um décimo das emissões de CO2produzidas em média por uma pessoa no mundo desenvolvido.

À medida que o consumo mundial de energia tem vindo a aumentar – umaumento de 20%, desde 1990 – têm-se registado avanços nodesenvolvimento e utilização de tecnologias de energia limpa. As energiasgeradas por fontes renováveis, tais como a energia hidroeléctrica e osbiocombustíveis, representam actualmente mais de 12% do consumo totalde energia. O desenvolvimento de energias renováveis mais modernas, quenão têm um impacto negativo na saúde das pessoas nem no ambiente,aumentou dez vezes nas últimas décadas. No entanto, estas tecnologias maisrecentes, incluindo as energias eólica, solar, das marés e geotérmica,continuam a representar apenas 0,5% do consumo total de energia.

É provável que a dependência dos combustíveis fósseis se mantenha, durantealgum tempo. É necessária uma acção internacional mais vigorosa paraacelerar a transição para fontes de energia mais limpas e mais eficientes.

O esforço mundial para eliminar as substânciasque destroem a camada do ozono está a produzirresultados, embora os danos já causados devam persistir durante algum tempo

Consumo de todas as substâncias que destroem a camada de ozono, 1989-2005(milhares de toneladas métricas de potencial de destruição do ozono)

As emissões de substâncias que destroem a camada de ozono diminuíramdrasticamente – de quase 1,5 mil milhões de toneladas, em 1989, para89 000 toneladas, em 2005 – desde que os riscos que essas substâncias

0 10 14128642

Sul da Ásia

África Subsariana

CEI

Sudeste Asiático

Ásia Ocidental

Oceânia

Norte de África

América Latina e Caraíbas

Regiões em desenvolvimento

Regiões desenvolvidas

2,9

5,6

3,2

2,4

1,0

2,0

1,4

1,1

1,2

0,7

1,1

0,5

0,7

0,5

0,5

0,2

Leste Asiático

12,5

6,9

9,7

1990

2004

12,4

<0,1

<0,1

NAÇÕES UNIDAS

24

20 0

400

600

800

1 000

1 200

1 400

Regiões desenvolvidas

Regiões em desenvolvimento

1990 1995 2000 20051986

Page 27: Mdg relatorio 2007

representavam para a camada protectora de ozonoforam identificados pela primeira vez. Os progressosrealizados até à data, 20 anos após a assinatura doProtocolo de Montreal, demonstram os resultados quese conseguem obter, quando os países agem emconjunto e de uma maneira concertada, com vista aresolver problemas ambientais mundiais.

As concentrações de clorofluorocarbonetos (CFC),que destroem a camada de ozono, na atmosfera, jácomeçaram a diminuir. No entanto, até se registar umadiminuição significativa, a camada de ozono não poderácomeçar a regenerar-se e as radiações ultravioletascontinuarão a prejudicar a saúde humana, aprodutividade das colheitas e a fauna e flora selvagens.

Desde a década de 1990, todas as regiões foram alémdos compromissos assumidos nos termos do Protocolode Montreal. Os CFC foram gradualmente eliminadosnos países desenvolvidos e os países emdesenvolvimento estão bem encaminhados, prevendo-se que o façam até 2010. Do mesmo modo, todas asregiões reduziram o consumo de outras substâncias quedestroem a camada de ozono. No entanto, os paísesainda não eliminaram completamente a utilização dessassubstâncias, o que está de acordo com os calendáriospropostos no Protocolo. Uma agravante é o facto decontinuarem a ser produzidas e comercializadasilegalmente quantidades significativas de CFC. A gestãodas reservas de substâncias que destroem a camada deozono que se encontram armazenadas constitui outromotivo de preocupação, já que o custo de as destruir éelevado e a utilização de métodos de eliminaçãoinadequados poderá lançar para a atmosferaquantidades catastróficas dessas substâncias. É essencialmanter o dinamismo gerado e assegurar ofinanciamento da fase final de eliminação e do controlodo estado da camada de ozono, a fim de garantir queesta história de sucesso internacional sem precedentestenha um desfecho feliz.

Com metade do mundo em desenvolvimentosem saneamento básico, atingir esta meta dos ODM exigirá esforços extraordinários

Proporção da população que utiliza serviços de saneamento melhorados,1990 e 2004 (percentagem)

Calcula-se que será necessário garantir o acesso de 1,6 mil milhões depessoas a estruturas de saneamento melhores no período de 2005-2015, a fim de se atingir esta meta dos ODM. No entanto, se as tendênciasregistadas desde 1990 se mantiverem, é provável que a meta não sejaatingida e que 600 milhões de pessoas continuem sem saneamento.

As únicas regiões que estão bem encaminhadas no que se refere a reduzirpara metade a proporção de pessoas sem saneamento básico são o LesteAsiático, o Sudeste Asiático, a Ásia Ocidental, o Norte de África e a AméricaLatina e Caraíbas. Nenhuma das outras regiões fez progressos suficientes.Com efeito, na África Subsariana, o número absoluto de pessoas sem acesso

RELATÓRIO SOBRE OS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO 2007

25

Sul da Ásia

África Subsariana

CEI

Sudeste Asiático

Ásia Ocidental

Oceânia

Norte de África

América Latina e Caraíbas

Regiões em desenvolvimento

32

37

20

38

24

45

53

54

67

49

77

65

77

68

83

82

84

Leste Asiático

81

91

91

84

83

75

77

62

60

50 68

35

66

0 20 40 60 80 100

2004

1990

meta de 2015

META

Reduzir para metade, até 2015, a percentagem da popula-ção sem acesso permanente a água potável e saneamentobásico

Page 28: Mdg relatorio 2007

a saneamento aumentou – de 335 milhões em 1990para 400 milhões em finais de 2004. É possível que estenúmero aumente ainda mais, se as tendências nãoevoluírem positivamente.

As repercussões económicas, sociais e para a saúde dadefecação a céu aberto, das más condições de higiene eda falta de água própria para consumo humano estãobem documentadas. Em conjunto, contribuem paracerca de 88% das mortes causadas por doençasdiarreicas – mais de 1,5 milhões – em menores de 5anos. A infestação por vermes intestinais causada peladefecação a céu aberto afecta, sobretudo, centenas demilhões de crianças em idade escolar, prejudicando oseu crescimento, reduzindo a sua aptidão física e as suasfunções cognitivas. À medida que a infecção se vaiagravando, dá-se uma deterioração do aproveitamentoe da frequência escolares. Os vermes intestinaistambém podem causar anemia, o que, no caso dasraparigas, aumenta o risco de futuras complicaçõesdurante o parto.

A rápida expansão das cidades está a dificultar ainda mais a reabilitação de bairros degradados

População urbana que vive em bairros degradados, 1990, 2001 e 2005(percentagem)

Nota: A diminuição da percentagem das populações que vive em bairros degradados deve-se, em grandemedida, a uma nova definição de saneamento adequado. Em 2005, apenas se consideravam habitantes debairros degradados parte dos agregados familiares que utilizavam latrinas com fossa, ao passo que, em1990 e 2001, todos os agregados que utilizavam latrinas com fossa foram contabilizados como habitantesde bairros degradados. O facto de haver uma nova definição afecta sobretudo as estimativas dos paísesem que a utilização de latrinas com fossa está mais generalizada, como os países da África Subsariana.

META

Até 2020, melhorar consideravelmente a vida de pelo menos100 milhões de pessoas que vivem em bairros degradados

NAÇÕES UNIDAS

26

Regiões em desenvolvimento

Ásia Ocidental

Norte de África

Leste Asiático

Sul da Ásia

África Subsariana

Oceânia

47

43

37

0 10 20 30 4 0 5 0 6 0 70 80

26

26

24

24

25

24

32

35

27

28

37

28

36

41

37

59

64

43

72

72

62

38

28

15

1990

2001

2005

América Latina e Caraíbas

Sudeste Asiático

Page 29: Mdg relatorio 2007

Quase metade da população mundial já vive em cidades. No entanto, devidoà migração urbana e ao rápido crescimento demográfico, o número dehabitantes das zonas urbanas continuará a aumentar dos actuais 3,2 milmilhões de pessoas para quase 5 mil milhões até 2030, devendo a maiorparte deste aumento dar-se em África e na Ásia.

Em 2005, um em cada três habitantes das zonas urbanas vivia em bairrosdegradados, ou seja, sem pelo menos uma das condições básicas de umahabitação digna: saneamento adequado, melhor abastecimento de água e áreahabitável suficiente. Mesmo que a taxa de crescimento dos habitantes de zonasurbanas diminua, será difícil melhorar as condições de vida suficientementedepressa para atingir a meta, devido à rápida expansão dessas zonas.

A África Subsariana e o Sul da Ásia continuam a ser as regiões onde se fazsentir com mais acuidade a falta de abrigos adequados entre as populaçõesurbanas. Se olharmos para além das médias regionais, a situação é ainda maisdesanimadora. Em países como o Chade, a República Centro-Africana e aEtiópia, quatro em cada cinco habitantes das zonas urbanas vivem em bairrosdegradados. Na maior parte da Ásia e da América Latina, onde a maioria doshabitantes das zonas urbanas tem acesso a um melhor abastecimento deágua e a melhores serviços de saneamento, os bairros degradadoscaracterizam-se sobretudo pela superlotação e pela precariedade dosabrigos. A não durabilidade da habitação é, efectivamente, um problemapara cerca de 117 milhões de pessoas que vivem em cidades do mundo emdesenvolvimento. Mais de metade destas pessoas vivem na Ásia; o Norte deÁfrica é a região em que menos pessoas vivem em habitações nãoduradouras. Em 2005, aproximadamente um quinto da população urbana nomundo em desenvolvimento vivia em casas superlotadas (com mais de trêspessoas a dormir no mesmo quarto) – dois terços na Ásia, metade dos quaisno Sul da Ásia.

RELATÓRIO SOBRE OS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO 2007

27

Page 30: Mdg relatorio 2007

Objectivo 8Criar uma parceria Mundial para odesenvolvimento

A ajuda ao desenvolvimento está a diminuir,apesar de os países doadores terem renovadoos seus compromissos

Ajuda pública ao desenvolvimento dos países desenvolvidos, 1990-2006 (em dólares constantes dos Estados Unidos)

Em 2005, a ajuda atingiu um valor recorde de 106,8 mil milhões de dólares,graças a operações de redução da dívida em grande escala, sobretudo afavor do Iraque e da Nigéria. Em 2006, a redução substancial da dívidadestes dois países começou a deixar de ser um factor a considerar e osdesembolsos de ajuda baixaram para 103,9 mil milhões de dólares – o queequivale a 0,3% do conjunto do rendimento nacional dos paísesdesenvolvidos. Em termos reais, a ajuda pública ao desenvolvimentodiminuiu 5,1%, o que aconteceu pela primeira vez desde 1997. Mesmoexcluindo as operações de redução da dívida, a ajuda diminuiu 1,8% emcomparação com o ano anterior.

Os únicos doadores que atingiram ou ultrapassaram a meta de 0,7% dorendimento nacional bruto para ajuda ao desenvolvimento fixada pelasNações Unidas foram a Dinamarca, o Luxemburgo, os Países Baixos, aNoruega e a Suécia. Dezasseis dos 22 Estados-membros do Comité deAjuda ao Desenvolvimento (CAD) cumpriram os objectivos de ajuda públicaao desenvolvimento fixados em 2002, na Conferência de Monterrey sobre oFinanciamento do Desenvolvimento.

Prevê-se que a ajuda continue a registar um ligeiro decréscimo em 2007, àmedida que as operações de redução da dívida forem diminuindo. As outrasformas de ajuda deverão aumentar, se os doadores cumprirem as promessasque fizeram recentemente. No entanto, para os doadores cumprirem as suaspromessas, a ajuda actualmente concedida aos principais programas dedesenvolvimento terá de aumentar a um ritmo três vezes mais rápido, nospróximos quatro anos.

0

20

40

60

80

100

120

1990 1992 1994 1996 1998 2000 2002 2004 2006(dados preliminares)

Subvenções líquidas para a redução da dívida

Ajuda humanitária

Desenvolvimento bilateral

Contribuição para organizações multilaterais

NAÇÕES UNIDAS

28

Page 31: Mdg relatorio 2007

Os doadores prometeram duplicara sua ajuda a África, mas poucose fez até à data

Ajuda pública ao desenvolvimento de paísesdesenvolvidos como proporção do rendimentonacional bruto dos doadores, 1990-2006(percentagem)

A ajuda ao desenvolvimento é canalizadaprincipalmente para os países mais pobres. No entanto,a ajuda aos países menos avançados (PMA)praticamente estagnou desde 2003. A ajuda à ÁfricaSubsariana, excluindo a redução da dívida da Nigéria,aumentou apenas 2%, entre 2005 e 2006. Isto é motivode descrédito para os doadores que, na cimeira doGrupo das 8 nações industrializadas realizada emGleneagles, em 2005, prometeram duplicar a ajuda aÁfrica até 2010.

RELATÓRIO SOBRE OS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO 2007

29

40

60

50

70

80

90 Países menos avançados

Todos os países em desenvolvimento

1996 19981997 2000 2001 2002 20031999 2004 2005

META

Satisfazer as necessidades especiais dospaíses menos avançados, dos países semlitoral e dos pequenos Estados insularesem desenvolvimento

0,00

0,05

0,10

0,15

0,20

0,25

0,30

0,35

0,40APD a PMA (% RNB)

APD Total (% RNB)

1990 19941992 1998 2000 2002 20041996 2006(dados preliminares)

O acesso preferencial aos mercados mantém-seestacionário para a maioria dos países em desenvolvimento

Proporção de importações provenientes de países em desenvolvimento(excluindo armas e petróleo) que entraram nos países desenvolvidos comisenção de direitos, 1996-2005 (percentagem)

Na Declaração do Milénio, os governos reconheceram que a globalização sedevia tornar uma força positiva para todos. Assim, os membros daOrganização Internacional do Comércio decidiram, numa reunião realizadaem Doha, em 2001, concluir, até ao final de 2004, uma série de negociaçõescomerciais destinadas a melhorar as perspectivas dos países emdesenvolvimento. Em princípios de 2007, ainda não se tinha chegado aacordo sobre o programa geral de medidas a adoptar. Isto significa que seperdeu uma oportunidade importante.

Como parte destas negociações mais alargadas, em 2005, os paísesdesenvolvidos (e os países em desenvolvimento que estão em posição de ofazer) concordaram em eliminar os direitos e as quotas aplicáveis à maioria dasimportações provenientes dos países menos avançados (PMA). Graças a estamedida, as barreiras comerciais impostas a estes países diminuíram, mascontinuam a ser significativas para alguns produtos e para alguns PMA. Além disso,mais de 40 países em desenvolvimento, incluindo a China, estão actualmentedispostos a reforçar o acesso com isenção de direitos a favor dos países menosavançados no âmbito do Sistema Global de Preferências Comerciais.

Em 2005, a proporção de produtos que entrou nos mercados dos paísesdesenvolvidos com isenção de direitos manteve-se inalterada em relação aoano anterior, tanto no que se refere aos países em desenvolvimento no seuconjunto como aos países menos avançados. Além disso, a liberalização dasquotas aplicáveis a produtos sensíveis – tais como o vestuário e os têxteis –que decorreu do facto de o Acordo sobre Têxteis e Vestuário ter expiradoem 2005, deu origem a uma reestruturação mundial dos fluxos comerciais. Istobeneficiou alguns países em desenvolvimento, mas prejudicou outros – desde

META

Continuar a criar um sistema comercial e financeiro aberto,previsível, baseado em regras e não discriminatório

Page 32: Mdg relatorio 2007

IMRD, proposta pelo Grupo das 8 nações industrializadas, foi lançada em2005 e visa uma maior redução da dívida dos países pobres muitoendividados, bem como a concessão, a estes países, de recursos adicionaispara os ajudar a realizar os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio.

No âmbito deste programa, três instituições multilaterais – a AssociaçãoInternacional de Desenvolvimento, o Fundo Monetário Internacional e oFundo Africano de Desenvolvimento – asseguram o cancelamento total dasdívidas elegíveis de países que concluíram o processo da Iniciativa PPME, queexige que sejam cumpridos determinados critérios. Em princípios de 2007, oBanco Interamericano de Desenvolvimento decidiu aplicar uma medida deredução da dívida semelhante aos cinco países da América Latina e Caraíbasque estão a participar naquela Iniciativa.

Em Abril de 2007, 22 dos 40 PPME já tinham satisfeito todas as condições ea sua dívida havia sido cancelada; 8 países tinham concluído a primeira fasedo processo (tendo chegado ao chamado “ponto de decisão”) ebeneficiaram de medidas de redução da dívida com carácter provisório. Noque se refere aos restantes 10 países, já foram assumidos compromissos deredução da dívida no valor de 12,5 mil milhões de dólares em termos devalores actuais, no âmbito da Iniciativa PPME, o que significa que estes paísesse poderão tornar elegíveis para novas medidas de redução da dívida noâmbito da IMRD. Há ainda 11 países potencialmente elegíveis para medidasde redução da dívida no âmbito da Iniciativa PPME, mas que nãoconseguiram aproveitar a oportunidade devido à situação de conflito em quese encontram, má governação ou pagamentos em atraso.

Em meados de 2006, já tinham sido prometidos quase 60 mil milhões dedólares a países que haviam atingido o ponto de decisão da Iniciativa PPME.Prevê-se que a redução da dívida concedida no âmbito das duas iniciativasfaça baixar o endividamento destes países em quase 90%. Calcula-se que, em2005, os pagamentos do serviço da dívida tenham baixado para cerca de 6%das receitas de exportação; prevê-se que, em 2006, baixem ainda mais –para aproximadamente 4%. Os encargos do serviço da dívida pagos porestes países diminuíram para cerca de 2% do seu produto interno bruto,entre 1999 e 2005, e prevê-se que diminuam ainda mais nos próximos anos.

NAÇÕES UNIDAS

30

Os encargos do serviço da dívidados países em desenvolvimento continuam a diminuir

Pagamentos para serviço da dívida externa comoproporção das receitas das exportações, 1990-2005(percentagem)

Os países mais pobres continuam a beneficiar demedidas destinadas a reduzir os encargos da sua dívidaexterna no âmbito de dois programas: a Iniciativa paraos Países Pobres Muito Endividados (PPME) e aIniciativa Multilateral de Redução da Dívida (IMRD). A

META

Tratar de uma maneira global os problemasda dívida dos países em desenvolvimento

0

5

10

15

20

25

1990 19941992 1998 2000 20021996 2005

Regiões em desenvolvimento

Países menos avançados

Países pobres muito endividados (PPME)

países de rendimento médio e elevado da Ásia e AméricaLatina até vários países menos avançados de África.

Só por si, a abertura dos mercados das economias ricasou de rendimento médio nem sempre beneficia os paísesem desenvolvimento mais pobres. Através de váriasiniciativas, os PMA africanos têm acesso com isençãoquase total de direitos aos mercados da maioria dospaíses em desenvolvimento. No entanto, as limitações daoferta restringem seriamente a sua capacidade deaproveitar tais oportunidades. Além disso, a existência decondições restritivas – nomeadamente, regras de origemaplicáveis aos produtos e outros obstáculosadministrativos – significa, por vezes, que é difícil tirarpartido dos regimes preferenciais. Para tirar os PMA dasua situação de pobreza, o maior acesso aos mercadostem de ser complementado por um programa de ajudaao comércio, um apelo que foi reiterado na DeclaraçãoMinisterial da Organização Mundial do Comércio em2005. No entanto, entre 2001 e 2005, a proporção deajuda pública canalizada para assistência técnicarelacionada com o comércio e o reforço de capacidadesdiminuiu de 4,4% para 3,5%.

Page 33: Mdg relatorio 2007

Em todas as regiões, as economiasnão conseguiram assegurar o pleno emprego dos seus jovens

Taxas de desemprego juvenil, 1996 e 2006(percentagem)

As economias dos países desenvolvidos e dos países emdesenvolvimento não estão a conseguir proporcionaroportunidades de emprego a um ritmo suficientementerápido para assegurar o pleno emprego dos jovens. O

META

Em cooperação com os países emdesenvolvimento, formular e implementarestratégias destinadas a assegurar que osjovens obtenham empregos dignos eprodutivos

número de jovens desempregados aumentou de 74 milhões, em 1996, para86 milhões, em 2006. Isto corresponde a quase metade dos 195 milhões dedesempregados que existem no mundo inteiro. Os jovens tendem a ter maisdificuldade em obter um emprego do que os adultos e, em muitos países,têm três vezes mais probabilidades de estar desempregados do que osadultos. Em 2006, o desemprego juvenil era de 13,6%, em comparação comuma taxa de desemprego de adultos de 4,4%.

A necessidade de superar o desafio do desemprego é tanto mais urgente sepensarmos que, nos próximos anos, se prevê um aumento considerável donúmero de candidatos ao emprego, sobretudo nos países emdesenvolvimento – onde vivem 89% dos jovens do mundo. O número totalde jovens aumentou mais de 142 milhões, desde 1996, e prevê-se queaumente mais 18 milhões até 2015, atingindo 1,2 mil milhões. Assegurar aosjovens formas produtivas de aplicarem a sua energia e os seus talentos é umelemento indispensável da erradicação da pobreza.

A integração eficaz dos jovens no mercado de trabalho – especialmente osjovens de agregados familiares pobres ou desfavorecidos – é tambémimportante para o crescimento económico. Um bom começo no mercadode trabalho traz uma série de opções através das quais os jovens podemmelhorar a sua vida e a dos seus futuros dependentes. É assim que se acabacom a transmissão da pobreza de uma geração para outra. Além disso, oshomens e mulheres jovens que possuem os meios necessários para sustentaruma família têm menos probabilidade de se entregar a comportamentosanti-sociais, à violência e à criminalidade.

O desemprego é apenas um aspecto do mau funcionamento dos mercadosde trabalho. Acontece com demasiada frequência as pessoas terem umemprego, mas trabalharem demasiadas horas em modalidades de trabalhoprecárias, caracterizadas pela baixa produtividade, ou terem umaremuneração inadequada, medidas de protecção insuficientes e direitosreduzidos. Há que ter em conta todas estas dimensões numa definição maisampla de trabalho digno e produtivo e uma análise da questão ajudar-nos-iaa compreender melhor os avanços que se estão a registar em direcção aopleno emprego para todos. Todas as pessoas – incluindo as mulheres e osjovens – têm o direito de realizar todas as suas potencialidades e escapar àarmadilha da pobreza através de um emprego digno e produtivo.

RELATÓRIO SOBRE OS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO 2007

31

* Estimativas preliminares0 25 35302015105

Sudeste Asiático

Regiões em desenvolvimento

América Latina e Caraíbas

CEI

Leste Asiático

Mundo

Sul da Ásia

31

30

19

23

18

18

18

10

17

21

16

15

11

10

7

7

7

7

13

12

16

14

1996

2006*

África Subsariana

Ásia Ocidental

Norte de África

Oceânia

Page 34: Mdg relatorio 2007

O acesso às tecnologias dainformação e comunicação está a aumentar mais rapidamente no sector das comunicações móveis

Número de assinaturas de telefone e de ligações àInternet por 100 pessoas, 1990-2005(percentagem)

A conectividade está a aumentar, e o número deutilizadores da Internet e de assinantes de telefone estáa crescer a nível mundial. O crescimento mais rápidotem-se registado no sector das comunicações móveis,que tem contribuído decisivamente para melhorar ascomunicações nas regiões onde a rede fixa tem poucaslinhas telefónicas. O número de assinantes detelemóveis no mundo aumentou de 11 milhões, em1990, para 2,2 mil milhões, em 2005, em comparaçãocom um aumento de 520 milhões para 1,2 mil milhõesdo número de assinantes da rede fixa, no mesmoperíodo. Em África, quase todos os países têm maisassinantes de telemóveis do que da rede fixa, e, em2005, o número de assinaturas da rede móvelaumentou 55 milhões. No final de 2005, 130 milhões deafricanos tinham assinaturas de telemóveis. Istocorresponde a 15% da população africana, emcomparação com 3% para a rede fixa e 4% para asligações à Internet.

A utilização da Internet está a aumentar,mas mantém-se a um nível baixo no mundo em desenvolvimento

Número de utilizadores da Internet por 100 pessoas, 2002 e 2005

No final de 2005, a Internet estava a ser utilizada por pouco mais de 15% dapopulação mundial. No entanto, as proporções maiores de utilizadores estãoconcentradas nos países mais ricos. Nas regiões desenvolvidas, mais demetade da população estava a utilizar a Internet, em 2005, em comparaçãocom 9% nas regiões em desenvolvimento e 1% nos 50 países menosavançados.

NAÇÕES UNIDAS

32

Oceânia

Sul da Ásia

Ásia Ocidental

CEI

Sudeste Asiático

Leste Asiático

Norte de África

Países em transição do Sudeste da Europa

América Latina e Caraíbas

4

5

2

5

1

3

3

8

5

9

11

6

12

7

12

3

15

8

19

8

0 50 6040302010

Regiões em desenvolvimento

Regiões desenvolvidas

9

43

4

53

2002

2005

África Subsariana

Linhas da rede fixa

0

5

10

15

20

25

30

35

40

1990 1995 2000 2005

Utilizadores da Internet

Assinantes de telefones

META

Em cooperação com o sector privado,tornar acessíveis os benefícios das novastecnologias, em especial nas áreas dainformação e das comunicações

Page 35: Mdg relatorio 2007

RELATÓRIO SOBRE OS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO 2007

Page 36: Mdg relatorio 2007

34

NAÇÕES UNIDAS

Nota ao leitorBalanço dos progressos na consecução das ODM

A Declaração do Milénio, assinada pelos dirigentes de 189 países domundo, em 2000, estabeleceu 2015 como o limite do prazo para aconsecução da maioria dos Objectivos de Desenvolvimento doMilénio. A maioria das metas dos ODM tem 1990 como ano dereferência e destina-se a controlar os resultados obtidos ao longo doperíodo de 1990-2015. O presente Relatório contém uma avaliaçãodos progressos realizados até meio do processo, avaliação esta que sebaseia nos dados disponíveis em Junho de 2007.1 Uma vez que, nestemomento, começa a haver mais dados para o período a partir de2000, foram apresentados dados relativos a 2000 sempre quepossível, a fim de se apresentar um panorama mais pormenorizadodos progressos realizados desde a assinatura da Declaração.

Base da presente análise

A presente análise baseia-se em valores regionais e sub-regionaiscompilados pelo Grupo de Peritos Interorganismos para osIndicadores dos ODM. De um modo geral, os valores foram obtidosatravés de médias ponderadas dos dados relativos aos vários países –utilizando como coeficiente de ponderação a população de referência.Para garantir a comparabilidade entre países e entre regiões, os dadossão os utilizados por organismos internacionais nos respectivosdomínios de especialização (ver a lista de organizações quecontribuíram com dados no verso da capa). Para cada indicador,foram designados um ou mais organismos para serem fornecedoresoficiais de dados e para desenvolverem metodologias apropriadaspara a recolha e análise dos dados.

Os dados foram normalmente extraídos de estatísticas oficiaisfornecidas pelos governos aos organismos internacionais responsáveispelo indicador em causa. Foi utilizado um mecanismo de recolhaperiódica de dados. No caso dos dados sobre o emprego, porexemplo, a Organização Internacional do Trabalho obtémindicadores da população activa junto dos Ministérios do Trabalho edos institutos nacionais de estatística; no domínio da saúde, aOrganização Mundial de Saúde obtém registos administrativos edados de inquéritos aos agregados familiares sobre as principaisdoenças junto dos Ministérios da Saúde e de institutos nacionais deestatística do mundo inteiro.

A fim de colmatar as frequentes lacunas dos dados, muitosindicadores foram completados com dados recolhidos através deinquéritos patrocinados e realizados por organismos internacionaisou derivados exclusivamente desses dados. Isto aplica-se a muitos dosindicadores relativos à saúde, que foram compilados na maioria doscasos a partir de inquéritos agregados de indicadores múltiplos eInquéritos Demográficos e de Saúde.

Em alguns casos, os países poderão dispor de dados mais recentes queainda não foram facultados aos organismos especializados em questão.Noutros casos, os países não produzem os dados necessários paracompilar um indicador e os organismos internacionais competentescalculam os valores em falta. Por último, mesmo quando os paísesproduzem regularmente os dados indispensáveis, é frequentementenecessário proceder a ajustamentos a fim de garantir a comparabilidadeinternacional. A Divisão de Estatísticas das Nações Unidas é responsávelpor manter o sítio Web oficial do Grupo de Peritos Interorganismos

para os Indicadores dos ODM e a sua base de dados – que pode serconsultada em mdgs.un.org –, que contém os dados agregados bemcomo as séries de dados relativas aos vários países, fornecidas por todosos organismos parceiros. A base de dados contém igualmentemetadados pormenorizados sobre o cálculo dos indicadores e sobre asmetodologias utilizadas para as agregações regionais.

No actual Relatório, foram utilizados valores agregados paraapresentar uma avaliação global dos progressos regionais realizadosrelativamente aos oito Objectivos, por ser uma maneira convenientede identificar os progressos registados ao longo do tempo. Noentanto, a situação em cada país de uma determinada região poderádiferir significativamente das médias aqui apresentadas.

Construir sistemas estatísticos mais sólidos

A disponibilidade de estatísticas de qualidade e a capacidade dosgovernos, doadores e organismos internacionais no que diz respeito amedir, controlar e prestar informação sistematicamente sobre todosos domínios sociais e económicos estão no cerne da política dedesenvolvimento e da consecução dos ODM.

A existência de dados fiáveis aos níveis nacional e local é indispensávelpara servir de base à formulação de políticas, identificar e medir aeficácia das principais intervenções e controlar os progressosrealizados. Desde que a avaliação periódica dos ODM teve início hácinco anos, foram lançadas várias iniciativas destinadas a ajudar ospaíses em desenvolvimento a reforçarem a sua capacidade de produzir,analisar e difundir dados. Um passo importante neste sentido foi aaprovação do “Plano de Acção de Marraquexe em matéria deEstatística – Dados Melhores em prol de Resultados Melhores, umPlano de Acção para Melhorar o Desenvolvimento das Estatísticas”pela Segunda Mesa-Redonda Internacional sobre gestão tendo emvista a obtenção de resultados no domínio do desenvolvimento, emque participaram beneficiários de ajuda e doadores.

Em conformidade com o Plano de Acção de Marraquexe, o Grupo dePeritos Interorganismos para os Indicadores dos ODM tambémestabeleceu o reforço de capacidades no domínio da estatística comouma das suas áreas de trabalho prioritárias. Para esse efeito, o Grupode Peritos Interorganismos, juntamente com os organismosinternacionais, doadores e representantes dos institutos nacionais deestatística, está a identificar as prioridades nacionais em matéria dereforço de capacidades estatísticas. Vai igualmente fazer recomendaçõessobre melhorias específicas no que se refere à prestação e coordenaçãoda assistência aos países no domínio da estatística.

Mais recentemente, a Comissão de Estatística das Nações Unidas,composta por representantes dos serviços nacionais de estatística,chamou a atenção dos Estados-membros da ONU para a necessidadeurgente de reforçar as capacidades estatísticas dos países com menosrecursos. Em Março de 2006, a Comissão apresentou uma propostade resolução sobre o reforço de capacidades estatísticas que foiposteriormente aprovada pelo Conselho Económico e Social, emJulho do mesmo ano. O reforço de capacidades no domínioestatístico exigirá apoio financeiro e técnico acrescido e mais bemcoordenado por parte da comunidade internacional. O êxitodependerá da apropriação pelos países e do empenhamento dosgovernos em promover as mudanças institucionais necessárias paragarantir a sustentabilidade das iniciativas de reforço de capacidades.

1 Dado o tempo que medeia entre a recolha dos dados e a análise dos mesmos, são poucosos indicadores que incluem dados relativos ao ano em curso ou a 2006.

Page 37: Mdg relatorio 2007

Este Relatório apresenta dados sobre os progressos realizados no que se refere à consecução dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio a nível mundial e de váriosagrupamentos de países. Estes agrupamentos encontram-se classificados como regiões “emdesenvolvimento”, economias em transição da Comunidade de Estados Independentes (CEI)da Ásia e da Europa, e regiões “desenvolvidas”.1 As regiões em desenvolvimento foram aindasubdivididas em sub-regiões, tal como se mostra no mapa acima apresentado. Estesagrupamentos regionais baseiam-se em divisões geográficas das Nações Unidas, com algumasmodificações destinadas a criar, na medida do possível, grupos de países susceptíveis depermitir uma análise útil. No endereço mdgs.un.org encontra-se uma lista completa dos paísesincluídos em cada região e sub-região.

1 Uma vez que no sistema das Nações Unidas não existe uma convenção para a designação de países ou regiões “desenvolvidas” e “em desenvolvimento”, estabeleceu-se aqui esta distinção apenas para efeito de análise estatística.

As designações utilizadas e o material incluído na presente publicação não implicam a expressão de qualquer opinião pelo Secretariado das Nações Unidas no que serefere ao estatuto jurídico de qualquer país, território, cidade ou área de competência dos mesmos, nem ao traçado das suas fronteiras ou limites.

35

RELATÓRIO SOBRE OS OBJECTIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILÉNIO 2007

Agrupamentos Regionais

Regiões desenvolvidas

Países da Comunidade de Estados Independentes (CEI)

Norte de África

África Subsariana

Sudeste Asiático

Oceânia

Leste Asiático

Sul da Ásia

Ásia Ocidental

América Latina e Caraíbas

Page 38: Mdg relatorio 2007

Para mais informações:Consultar o sítio Web sobre os Objectivos deDesenvolvimento do Milénio da Divisão de Estatística dasNações Unidas em mdgs.un.org

Consultar o sítio Web dos Objectivos deDesenvolvimento do Milénio das Nações Unidas emwww.un.org/millenniumgoals

Consultar o sítio Web do Gabinete da Campanha doMilénio das Nações Unidas emwww.millenniumcampaign.org

FOTOGRAFIAS:Capa: UN Photo/Eskinder Debebe Página 2: UN Photo/Evan Schneider Página 6: UN Photo/Kevin Bubriski Página 9: UN Photo Página 10: UN Photo/Eskinder Debebe Página 12: UN Photo/Martine Perret Página 14: UN Photo/Evan Schneider Página 16: UNICEF/Shehzad Noorani Página 18: UN Photo/Eskinder Debebe Página 22: UN Photo Página 27: UN Photo Página 28: UNCDF/Adam Rogers Página 31: UN Photo/Louise Gubb Página 33: ITU Photo

36

Page 39: Mdg relatorio 2007

A tabela de progressos funciona a dois níveis. As palavras em cada caixa indicam qual o nível actual de consecução de cada meta. As cores correspondem a uma tendência que indica em que medida se prevê que a meta sejaatingida até 2015 ou não. As cores representam o seguinte:

Meta atingida ou muito próximo de ser atingida

Prevê-se que a meta seja atingida até 2015 se as tendências dominantes se mantiverem, ou então o problema que esta meta visa resolver não constitui uma grave preocupação nesta região

Não se prevê que a meta seja atingida até 2015.

Não se registaram progressos, ou a situação deteriorou-se, ou houve um retrocesso

Dados insuficientes.

Nível baixo de pobreza

Nível muito elevadode pobreza

Nível moderado de pobreza

Nível moderado de pobreza

Nível muito elevadode pobreza

Nível baixo de pobreza

—Nível moderado

de pobrezaNível baixo de pobreza

Nível baixo de pobreza

Nível muito baixo de fome

Nível muito elevadode fome

Nível moderado de fome

Nível moderado de fome

Nível elevado de fome

Nível moderado de fome

Nível moderado de fome

Nível moderado de fome

Nível muito baixo de fome

Nível elevado de fome

Objectivos de Desenvolvimento do Milénio: Tabela de Progressos 2007

Desde que foram estabelecidos, em 2000, os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio tornaram-se um quadro comum universal para o desenvolvimento. São um meio de os países em desenvolvimento e os seus

parceiros avaliarem a sua capacidade de trabalhar em conjunto com vista a atingir metas significativas em áreasfundamentais. Os governos, os organismos das Nações Unidas e outras organizações internacionais, bem como gru-pos importantes da sociedade civil, estão a utilizar activamente os ODM como critérios de aferição das suas acti-vidades em prol do desenvolvimento.

Os objectivos estabelecem metas mensuráveis, sujeitas a prazos específicos, tendo em vista a redução da pobreza, au-mento da escolarização, promoção da igualdade de género, redução da mortalidade materna e infantil, melhoria doscuidados de saúde, controlo de doenças importantes e consecução da sustentabilidade ambiental. Um último Objectivovisa a criação de parcerias entre os países desenvolvidos e os países em desenvolvimento, como condição necessá-ria da realização dos restantes Objectivos e da melhoria do bem-estar das pessoas mais pobres do mundo.

Progressos alcançados a meio do percursoA Declaração do Milénio estabeleceu 2015 como data limite do prazo para a consecução da maioria dos ODM,considerando 1990, de um modo geral, como o ano de referência. O quadro seguinte mostra os progressos reali-zados até Junho de 2007, com base em dados de indicadores seleccionados de cada um dos oito Objectivos. A ava-liação baseia-se numa análise das tendências entre 1990 e o último ano para o qual existem dados. Atendendoao tempo que medeia entre a recolha dos dados e a análise dos mesmos, a informação mais recente sobre algunsdos indicadores é de 2004 ou 2005.

Objectivos e metas

África

OBJECTIVO 1 | Erradicar a pobreza extrema e a fome

Norte Subsariana Leste Sudeste Sul Ocidente Europa Ásia

Ásia

Oceânia

América Latina

e Caraíbas

Comunidade de Estados Independentes

Reduzir a pobreza extrema para metade

Reduzir a fome para metade

Nível elevado de escolaridade

Nível baixo de escolaridade

Nível elevado de escolaridade

Nível elevado de escolaridade

Nível elevado de escolaridade

Nível moderado de escolaridade

Nível moderado de escolaridade

Nível elevado de escolaridade

Nível elevado de escolaridade

Nível elevado de escolaridade

OBJECTIVO 2 | Alcançar o ensino primário universal

Ensino primário universal

Próximo da paridade

Quase próximo da paridade

Paridade ParidadePróximo

da paridadePróximo

da paridadePróximo

da paridadeParidade Paridade Paridade

Pequena proporção

Proporção média

Proporção elevada

Proporção média

Pequena proporção

Pequena proporção

Proporção média

Proporção elevada

Proporção elevada

Proporção elevada

Nível muito baixo de representação

Nível baixo de representação

Nível moderado de representação

Nível baixo de representação

Nível baixo de representação

Nível muito baixo de representação

Nível muito baixo de representação

Nível moderado de representação

Nível baixo de representação

Nível baixo de representação

OBJECTIVO 3 | Promover a igualdade de género e o empoderamento das mulheres

Escolaridade igual para raparigas noensino primário

Proporção do emprego remuneradoque corresponde às mulheres

Igualdade de representação das mulheres nos parlamentos nacionais

Nível baixo de mortalidade

Nível muito elevadode mortalidade

Nível baixo de mortalidade

Nível moderado de mortalidade

Nível elevado de mortalidade

Nível moderado de mortalidade

Nível moderado de mortalidade

Nível baixo de mortalidade

Nível baixo de mortalidade

Nível moderado de mortalidade

Cobertura elevada

Cobertura reduzida

Cobertura moderada

Cobertura moderada

Cobertura reduzida

Cobertura elevada

Cobertura reduzida

Cobertura elevada

Cobertura elevada

Cobertura elevada

OBJECTIVO 4 | Reduzir a mortalidade de crianças

Reduzir em dois terços a mortalidadede menores de 5 anos

Imunização contra o sarampo

Nível moderado de mortalidade

Nível muito elevadode mortalidade

Nível baixo de mortalidade

Nível elevado de mortalidade

Nível muito elevadode mortalidade

Nível moderado de mortalidade

Nível elevado de mortalidade

Nível moderado de mortalidade

Nível baixo de mortalidade

Nível baixo de mortalidade

OBJECTIVO 5 | Melhorar a saúde materna

Nível muito elevadode desemprego

Nível elevado de desemprego

Nível baixo de desemprego

Nível elevado de desemprego

Nível moderado de desemprego

Nível muito elevadode desemprego

Nível baixo de desemprego

Nível elevado de desemprego

Nível elevado de desemprego

Nível elevado de desemprego

Acesso moderado

Acesso muito reduzido

Acesso moderado

Acesso moderado

Acesso reduzido

Acesso moderado

Acesso reduzido

Acesso elevado

Acesso moderado

Acesso moderado

OBJECTIVO 8 | Criar uma parceria mundial para o desenvolvimento

Desemprego juvenil**

Utilizadores da Internet

As experiências dos vários países de cada região poderão divergir significativamente da média regional. Para mais informações sobre os agrupamentos regionais e os dados relativos aos vários países, há que consultar mdgs.un.org.

Fontes: Nações Unidas, com base em dados e estimativas fornecidos por: Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura, União Interparlamentar, Organização Internacional do Trabalho, União Internacional de Teleco-municações, UNESCO, UNICEF, Organização Mundial de Saúde, ONUSIDA, ONU-Habitat, Banco Mundial – dados baseados em estatísticas disponíveis em Junho de 2007.

Compilado por: Divisão de Estatística, UN DESA. Fotografia de: Adam Rogers/ UNCDF

* Os dados disponíveis relativos à mortalidade materna e à malária não permitem uma análise tendencial. Os progressos apresentados na tabela foram avaliados pelos organismos responsáveis com base em indicadores proxy.

** A avaliação baseia-se numa nova metodologia, pelo que não é comparável com avaliações anteriores.

Reduzir em três quartos a mortalidade materna*

OBJECTIVO 6 | Combater o VIH/SIDA, malária e outras doenças

Baixa prevalência

Prevalência muitoelevada

Baixa prevalência

Baixa prevalência

Prevalência moderada

Baixa prevalência

Prevalência moderada

Prevalência moderada

Prevalência moderada

Baixa prevalência

Baixo risco

Risco elevado

Risco moderado

Risco moderado

Risco moderado

Baixo risco

Baixo risco

Risco moderado

Baixo risco

Baixo risco

Nível baixo de mortalidade

Nível elevado de mortalidade

Nível moderado de mortalidade

Nível moderado de mortalidade

Nível moderado de mortalidade

Nível baixo de mortalidade

Nível moderado de mortalidade

Nível baixo de mortalidade

Nível moderado de mortalidade

Nível moderado de mortalidade

Conter e inverter a propagaçãodo VIH/SIDA

Conter e inverter a propagaçãoda malária*

Conter e inverter a propagaçãoda tuberculose

OBJECTIVO 7 | Garantir a sustentabilidade ambientalManto florestal

reduzidoManto florestal

médioManto florestal

médioManto florestal

elevadoManto florestal

médioManto florestal

reduzidoManto florestal

elevadoManto florestal

elevadoManto florestal

elevadoManto florestal

reduzido

Cobertura elevada

Cobertura reduzida

Cobertura moderada

Cobertura moderada

Cobertura moderada

Cobertura elevada

Cobertura reduzida

Cobertura elevada

Cobertura elevada

Cobertura moderada

Cobertura moderada

Proporção moderadade habitantes de

bairros degradados

Proporção muito elevada de habitantesde bairros degradados

Proporção elevada de habitantes de

bairros degradados

Proporção moderadade habitantes de

bairros degradados

Proporção elevada de habitantes de

bairros degradados

Proporção moderadade habitantes de

bairros degradados

Proporção moderadade habitantes de

bairros degradados

Proporção moderadade habitantes de

bairros degradados

Pequena proporção de habitantes de

bairros degradados

Proporção moderadade habitantes de

bairros degradados

Cobertura muito reduzida

Cobertura muito reduzida

Cobertura reduzida

Cobertura muito reduzida

Cobertura moderada

Cobertura reduzida

Cobertura moderada

Cobertura moderada

Cobertura moderada

Travar a perda de florestas**

Reduzir para metade a % da populaçãosem acesso a água potável

Reduzir para metade a % sem saneamento

Melhorar a vida dos habitantes de bairros degradados

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Page 40: Mdg relatorio 2007

Este Relatório baseia-se num conjunto de dados que foram compilados por um Grupo dePeritos Interorganismos para os Indicadores dos ODM, sob a direcção do Departamento deAssuntos Económicos e Sociais do Secretariado das Nações Unidas, em resposta ao desejomanifestado pela Assembleia Geral de que fosse realizada uma avaliação periódica dosprogressos registados na consecução dos ODM. O Grupo é constituído por representantesdas organizações internacionais que se indicam a seguir e cujas actividades incluem apreparação de uma ou mais séries de indicadores estatísticos considerados apropriados paracontrolar o avanço em direcção à realização dos ODM. O Relatório contou igualmente comcontributos de estatísticos de vários países e de consultores externos.

ORGANIZAÇÃO INTERNACIONAL DO TRABALHO

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A ALIMENTAÇÃO E AGRICULTURA

ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E CULTURA

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE

BANCO MUNDIAL

FUNDO MONETÁRIO INTERNACIONAL

UNIÃO INTERNACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES

COMISSÃO ECONÓMICA PARA ÁFRICA

COMISSÃO ECONÓMICA PARA A EUROPA

COMISSÃO ECONÓMICA PARA A AMÉRICA LATINA E AS CARAÍBAS

COMISSÃO ECONÓMICA E SOCIAL PARA A ÁSIA E O PACÍFICO

COMISSÃO ECONÓMICA E SOCIAL PARA A ÁSIA OCIDENTAL

PROGRAMA CONJUNTO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O VIH/SIDA

FUNDO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A INFÂNCIA

CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE COMÉRCIO E DESENVOLVIMENTO

FUNDO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A MULHER

PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO

PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O AMBIENTE

CONVENÇÃO-QUADRO DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE AS ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS

ALTO COMISSARIADO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA OS REFUGIADOS

PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA OS POVOAMENTOS HUMANOS

FUNDO DAS NAÇÕES UNIDAS PARA A POPULAÇÃO

UNIÃO INTERPARLAMENTAR

ORGANIZAÇÃO DE COOPERAÇÃO E DE DESENVOLVIMENTO ECONÓMICOS

ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DO COMÉRCIO

Page 41: Mdg relatorio 2007

Relatório sobre os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio

2007

A presente obra é publicada em nome da Organização das Nações Unidas

“Na Declaração do Milénio de 2000, os dirigentes

mundiais anunciaram uma nova visão para a

humanidade... Comprometeram-se a não poupar

«esforços para libertar os nossos semelhantes,

homens, mulheres e crianças, das condições

abjectas e desumanas da pobreza extrema».

Temos de reconhecer que é a confiança nas

instituições mundiais que está em jogo e que há o

perigo de as esperanças de muitos países em

desenvolvimento ruírem irremediavelmente se até

o maior movimento de luta contra a pobreza da

história for insuficiente para romper com os

hábitos de sempre.

Será que em 2015 poderemos olhar para trás e

dizer que não poupámos esforço algum?”

– Meeting the Challenges of a Changing World(Relatório Anual do Secretário-Geral sobre o Trabalho da Organização, 2006)

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