mecflu aula perfil de velocidades turbulento
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MECANICA DOS FLUIDOS
PUCRS - DEM - Prof. Alé 2-1
ESCOAMENTOS VISCOSOS
PERFIL DE VELOCIDADES EM ESCOAMENTOS TURBULENTOS
Mecânica dos Fluidos
Escoamentos Viscosos 2-2
PERFIL DE VELOCIDADES EM ESCOAMENTOS TURBULENTOS – TUBOS Num escoamento turbulento em dutos o perfil de velocidade cresce desde a parede até um máximo no centro da tubulação. Este escoamento pode ser divido em três regiões principais: • Uma subcamada laminar ou viscosa muito próxima da parede • Uma camada intermediaria ou de superposição • Uma camada turbulenta externa (na região central da tubulação).
A natureza do escoamento e portando do perfil de velocidade e totalmente diferente nestas três camadas:
• Na subcamada a viscosidade do fluido e um parâmetro significativo e a massa especifica não. • Na camada externa a massa especifica e um parâmetro significativo e a viscosidade não.
Escoamento turbulento num tubo (a) tensão de cisalhamento e (b) velocidade média. Sabemos que num escoamento turbulento a tensão de cisalhamento e composta por uma parcela de tensão laminar e uma turbulenta. ( )''vu
dy
udturblam ρµτττ −=+=
A equação pode ser representada como:
( )dy
udTµµτ +=
Onde µ representa a viscosidade absoluta do fluido e µT representa a viscosidade aparente ou efetiva.
dy
udlmT
2ρµ =
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dy
ud
dy
udl
dy
udm
+= 2ρµτ
Visto desta forma podemos colocar que: Sub-camada laminar ou viscosa (região da parede)
Tturblam µµττ >>>> Camada de amortecedora ou de superposição:
Tturblam µµττ ≅≅ Camada turbulenta externa:
µµττ >>>> Tlamturb
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EQUACIONAMENTOS PARA O PERFIL DE VELOCIDADES EM ESCOAMENTOS TURBULENTOS – TUBOS LISOS
Objetivo:
Determinar o perfil de velocidade num escoamento turbulento numa tubulação considerada lisa e um fluido com propriedades constantes.
Utiliza-se como equação básica a expressão da tensão turbulenta:
Para equacionar o perfil de velocidade e utilizado o conceito de velocidade de atrito. Velocidade de Atrito
ρτWu =*
onde Wτ e a tensão de cisalhamento na parede e ρ a massa especifica do fluido. Alem disto são introduzidas duas grandezas adimensionais:
• Velocidade adimensional +u • Distancia a partir da parede adimensional +y
Velocidade de Adimensional
*u
uu =+
Distancia da parede adimensional
v
yuy
*
=+
rRy −= Representa a distancia normal a partir da parede
ν Viscosidade cinemática do fluido Em termos das camadas: Sub-camada viscosa (região da parede) 5≤+y Camada de superposição: 305 ≤< +y Camada externa: 30>+y
dy
ud
dy
udl
dy
udm
+= 2ρµτ
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SOLUCAO 1.
dy
ud
dy
udl
dy
udm2ρµτ +=
2. sabemos que kylm =
3. ( )2
2
+=dy
udky
dy
ud ρµτ
4. Dividimos a Equação pela massa especifica
5. ( )2
2
+=dy
udky
dy
ud
ρµ
ρτ
6. O termo ν
ρµ= representa a viscosidade cinemática:
7. ( )2
2
+=dy
udky
dy
udv
ρτ
8. ( )
dy
ud
dy
udkyv
+= 2
ρτ
9. ( )
dy
ud
dy
udkyvu
+= 22*
Equação Deduzir as Equações Especificas.
( )
dy
ud
dy
udkyvu
+= 22*
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Caso No1 – Escoamento na Sub-camada Viscosa (Região da Parede): Como: turblam ττ >> o termo que representa a tensão viscosa da equação torna-se nulo.
( )dy
udvu =
2*
dyv
uud
2*
= sendo que : *uduud +
= e que *u
dydy
ν+=
*
2**
u
dy
v
uudu
ν++= Se obtém:
++
= dydu Integrando
cyu += ++ Nas condições de contorno na parede: 0 0 por tanto 0 0 ====
++ yeuuypara e c=0. Lei da Parede Sub-camada Laminar ou Viscosa
++
= yu para 5≤+y
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Caso No2 – Camada turbulenta (Região de Externa): Como: lamTrub ττ >> o termo que representa a tensão laminar torna-se nulo. Podemos utilizar as relações adimensionais:
( )2
22*
=
dy
udkyu
dy
udkyu =*
O termo: *
2*
*
*
*
*u
dy
duy
dy
udu
u
vy
u
dy
udu
u
vy
dy
udy
+
++
+
++
+
++
=
=
=
νν
** udy
dukyu
+
++
=
+
++=
ky
dydu Integrando:
cyk
u += ++ ln1
Onde c e uma constante que depende da rugosidade da tubulação. Para paredes consideradas lisas, na literatura se encontra c=5 ou também c=5,5. Lei da Logarítmica Camada Externa plenamente turbulenta.
5,5ln5,2 += ++ yu para 30>+y
Pode ser mostrado que integrando a equação anterior se obtém a velocidade media do perfil de velocidades. Lei da Logarítmica Velocidade Media
34,1ln5,2
*+≅ +y
u
Vmedia para 30>+y
Caso No3 – Região de Superposição: Neste caso adota-se um perfil de ajuste logarítmico do tipo. Lei da Logarítmica Camada de Superposição.
05,3ln0,5 −=
++ yu para 305 ≤< +y
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RESUMO DAS EQUACOES DO PERFIL DE VELOCIDADES Sub-camada viscosa (região da parede) ++
= yu para 5≤+y Camada de superposição: 05,3ln0,5 −=
++ yu para 305 ≤< +y Camada externa: 5,5ln5,2 += ++ yu para 30>+y
Perfil de velocidade turbulenta num tubo liso
Escoamento turbulento num tubo (a) tensão de cisalhamento e (b) velocidade média.
y+=u*y/ν
u+
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PERFIL DE VELOCIDADES EM ESCOAMENTOS TURBULENTOS – TUBOS RUGOSOS
• Uma superfície e considerada hidraulicamente lisa quando as saliências da superfície ( ε) ou rugosidade for muito menor que a espessura da sub-camada viscosa (δV)).
• Define-se o parâmetro Parâmetro de Rugosidade
*u
ν
εε =+
• Estudos em tubos em escoamento turbulento utilizando rugosidade areia para aumentar artificialmente a rugosidade permitem concluir que a as superfícies podem ser classificadas em função do parâmetro:
Hidraulicamente Lisa: • Sem efeito da rugosidade sobre o atrito
50 ≤≤ +ε
Transitórias • Efeito moderado do numero de Reynolds
705 ≤< +ε
Completamente Rugosa • A subcamada viscosa e totalmente destruída e o
atrito dependem do numero de Reynolds.
70>+ε
Resultados mostram que para escoamento em tubos rugosos, a lei logarítmica da velocidade para escoamento plenamente turbulento e dado por: Lei da Logarítmica da Velocidade
• Tubos Rugosos • Camada Externa plenamente
turbulenta.
5,8ln5,2 +=+
ε
yu para 70>+ε
Integrando esta equação se obtém a velocidade media do perfil de velocidades na tubulação: Velocidade media
• Tubos Rugosos • Camada Externa plenamente
turbulenta.
5,8ln5,2
*+=
ε
D
u
Vmedia para 70>+ε
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PERFIL DE VELOCIDADES EM ESCOAMENTOS TURBULENTOS – LEI EXPONENCIAL Uma alternativa para descrever a distribuição de velocidade num escoamento turbulento numa tubulação e dada pela lei exponencial: Lei Exponencial
n
R
ruu
/1
max 1
−=
onde o expoente n e uma função do numero de Reynolds e da rugosidade do material e varia de 5 a 10. Para tubos lisos: Re 4x103 105 106 > 2x106 n 6 7 9 10 Podemos também utilizar uma expressão aproximada. 96.1Relog85.1 −=n
O expoente n esta relacionado com o fator de atrito pela equação empírica: Expoente n
fn
1=
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Lembrando que tanto para escoamentos laminar e turbulento o atrito esta relacionada com: Equações validas para Escoamento Laminar e turbulento
2
8
media
W
Vf
ρτ
= 4
D
L
PW
∆=τ g
V
D
LfhL 2
2
=
• O perfil de velocidades da lei exponencial não poder ser utilizado para determinar a tensão de cisalhamento na parede já que:
• ∞=
parede
dy
ud
• Para determinar Wτ deve-se relacionar o fator de atrito com a tensão de cisalhamento com as equações apresentadas acima.
Pode-se obter a velocidade media em função da velocidade máxima pela integração da velocidade:
A
dAu
A
QV
R
media
∫==
0 ( ) max
2
20
)12(1
22)(
unn
n
R
rdrru
V
R
media++
==∫π
π
Relação entre a velocidade media e velocidade máxima.
( ) )12(1
2 2
max ++=
nn
n
u
Vmedia
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EXEMPLO - 1: Numa tubulação de 140mm de diâmetro escoa ar a 200C. A tensão de cisalhamento na parede e igual a 0,062Pa. Considere tubo liso e pressão atmosférica padrão. Determinar : (a) a velocidade no centro da tubulação (
maxu ) (a) a velocidade media ( mediaV )
EXEMPLO - 2: Numa tubulação de 97mm de diâmetro escoa água com uma vazão de 18 m3/h ar a 400C. A variação de pressão num trecho de 30 metros de comprimento e igual a 1255 Pa. Considerando tubulação lisa determinar:
(a) Velocidade na tubulação numa distancia media entre a parede e o centro do tubo. (b) A distancia a partir da parede em que a velocidade e igual a velocidade media da tubulação. (c) Considerando os limites das diferentes camadas determine a espessura da subcamada laminar, da camada de
transição e da camada turbulenta..
Propriedades da água a 400C sPaxmkg .1051,6 /992 43 −
== µρ
EXEMPLO – 3: Numa tubulação de 100mm de diâmetro escoa água ( 400C.)com uma velocidade media igual a 1,6m/s. A rugosidade do material e igual a 0,046mm. (a) Determine a espessura da sub-camada viscosa. (b) Especifique se a parede da tubulação e considerada lisa ou rugosa.
• Uma superfície e considerada hidraulicamente lisa quando as saliências da superfície ( ε) ou rugosidade for muito menor que a espessura da sub-camada viscosa (δV)). SCVδε <<
EXEMPLO – 4 Numa tubulação lisa horizontal de 400mm de diâmetro escoa água ( 200C.) com uma vazão de 14,4 m3/h. Utilize a lei de exponencial para determinar: (a) O fator de atrito (b) Velocidade máxima (c) A posição radial em que u=Vmedia (d) A tensão de cisalhamento na parede (e) a queda de pressão para um comprimento de 10m. (f) A velocidade máxima utilizando a lei logarítmica.