melhoria da codificação, estrutura e operações de artigos...
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Natália Catarina Faria de Almeida
Melhoria da Codificação, Estrutura eOperações de Artigos numa Empresa deCalçado
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alça
do
Universidade do MinhoEscola de Engenharia
Outubro de 2014
Dissertação de MestradoCiclo de Estudos Integrados Conducentes aoGrau de Mestre em Engenharia e Gestão Industrial
Trabalho efetuado sob a orientação doProfessor Doutor Rui Manuel Lima
Natália Catarina Faria de Almeida
Melhoria da Codificação, Estrutura eOperações de Artigos numa Empresa deCalçado
Universidade do MinhoEscola de Engenharia
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
Página v
“Se tivesse apenas 1 hora para cortar uma árvore,
eu usaria os primeiros 45 minutos a afiar o meu machado.”
ABRAHAM LINCOLN
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
AGRADECIMENTOS Página vii
AGRADECIMENTOS
Ao orientador Rui Manuel Lima pelo interesse e motivação demonstrados por este projeto.
À empresa pela oportunidade de desenvolver este projeto. Aos colegas de trabalho e colaboradores
pela disponibilidade e apoio ao longo de todo o projeto. A todos os colaboradores da empresa que,
de forma direta ou indireta, contribuíram para o este trabalho.
Aos meus familiares e amigos pelos incentivos dados nos momentos mais complicados do projeto,
destacando a persistência e insistência dos meus pais para a conclusão deste projeto.
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
RESUMO Página ix
RESUMO
A eficiência dos processos de gestão surge como um dos principais fatores para a manutenção da
competitividade num mercado cada vez mais globalizado. Neste contexto, as empresas têm vindo
a adaptar os seus procedimentos de gestão às exigências e necessidades do mercado. Num
contexto de gestão em evolução a Gestão da Informação de Artigos para a produção (PDM), que
é um fator de grande importância no suporte a todas as funções de Gestão da Produção, pode ser
considerado o processo base para a mudança. Ganha uma especial importância para tornar
possível a gestão de uma enorme e crescente quantidade e variedade de artigos com que as
empresas têm de lidar, consequência da atual exigência dos mercados: menos quantidade e mais
variedade.
Com a necessidade de atualizar o ERP numa empresa do setor do calçado, os processos de PDM
da empresa em estudo foram analisados a fundo, uma vez que esta área é o pilar de todas as
áreas de gestão numa empresa. Como resultado desta análise, verificou-se que a informação dos
artigos se encontra desatualizada, originando sérios problemas para a empresa, entre os quais,
problemas com aprovisionamento de materiais, produtos não conformes com requisitos de
clientes e problemas com orçamentação de produtos. Neste sentido, este projeto comporta a
análise e revisão da Gestão da Informação de Artigos para a produção (PDM) numa empresa do
setor do calçado, tendo como objetivo a apresentação de propostas de melhorias para a
codificação, estrutura e operações dos artigos, com base na revisão, análise e identificação de
problemas de cada processo: sistema de codificação de artigos, listas de materiais e listas de
operações.
A revisão crítica da literatura incidiu na pesquisa de conceitos, técnicas, abordagens e tendências
atuais do PDM para Gestão de Produção. Esta revisão foi importante para compreender melhor
as principais dificuldades e desafios que se colocam ao PDM, analisando possíveis técnicas e
abordagens para gerir estas dificuldades. Para além disto, foi relevante para a análise e
caraterização da situação atual de PDM na empresa e identificação dos principais problemas e
pontos de melhoria. Como propostas de melhoria apresentam-se a criação de regras de
codificação de artigos, a criação de uma estrutura base dos produtos e a criação de um plano de
processo, com o principal intuito de colmatar os problemas identificados.
PALAVRAS-CHAVE
Gestão da Informação de Artigos, Codificação de Artigos, Listas de materiais, Listas de Operações
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
ABSTRACT Página xi
ABSTRACT
The efficiency of management processes emerges as a major factor for remaining competitive in
an increasingly globalized market. In this context, companies have been adapting their
management procedures to the requirements and needs of the market. In a context of a
management evolution, the Product Data Management (PDM), which is a factor of great
importance in supporting all functions of Production Management, can be considered the base
process for change. It gains a special importance to make the management of a huge and growing
amount and variety of articles that companies have to deal, as a consequence of the present
demand of the markets possible: less quantity and more variety.
The need to upgrade the ERP in a shoe factory, the company's PDM processes under study were
analysed in depth, since this area is the support of all management areas within a company. As a
result of this analysis, it was found that the information of the articles is out of date, causing serious
problems for the company, including problems with materials supply, products not conforming
with customer requirements and problems with budgeting product. Thus, this project involves the
review and analysis of the PDM for production in a shoe factory, with the objective to present
improvement proposals for the coding, structure and operations of the articles, based on the
review, analysis and problems identification for each process: articles coding system, bill-of-
materials and bill-of-operations.
The critical review of the literature has focused on research of concepts, techniques, approaches
and trends of the PDM for Production Management. This review was important for understanding
the main difficulties and challenges faced by the PDM, by examining possible approaches and
techniques to manage these difficulties. In addition, it was relevant to the analysis and
characterization of the current situation of the company PDM and identification of key problems
and areas for improvement. As proposals for improvement it is presented the creation of articles
coding rules, the creation of frameworks for the structure of products and for process plans, with
the main purpose to eliminate the problems identified.
KEYWORDS
Product Data Management, Article Coding, Bill-Of-Materials, Bill-Of-Operations
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
ÍNDICE Página xiii
ÍNDICE
Agradecimentos ....................................................................................................................... vii
Resumo .................................................................................................................................... ix
Abstract .................................................................................................................................... xi
Índice ..................................................................................................................................... xiii
Índice de Figuras ..................................................................................................................... xv
Índice de Tabelas ................................................................................................................... xvii
Lista de Abreviaturas, Siglas e Acrónimos ................................................................................. xix
1. Introdução........................................................................................................................ 1
1.1 Enquadramento ......................................................................................................... 1
1.2 Objetivos ................................................................................................................... 2
1.3 Metodologia de Investigação ...................................................................................... 2
1.4 Organização da Dissertação ....................................................................................... 4
2. Gestão da Informação de Artigos para a Gestão da Produção ............................................ 5
2.1 Planeamento de Necessidades de Materiais – MRP ................................................... 6
2.2 Planeamento de Recursos de Produção – MRP II ....................................................... 7
2.3 Sistema Integrado de Gestão Empresarial – ERP ........................................................ 8
2.4 Gestão da Informação de Artigos – PDM .................................................................... 9
2.4.1 Codificação de Artigos ...................................................................................... 10
2.4.2 Listas de Materiais – BOM ............................................................................... 11
2.4.3 Listas de Operações – BOO ............................................................................. 13
3. Apresentação da Empresa .............................................................................................. 15
3.1 Mercado e Principais Clientes .................................................................................. 15
3.2 Quantidade e Diversidade de Produtos ..................................................................... 17
3.3 Descrição do Processo Produtivo ............................................................................. 18
3.3.1 Secção Corte ................................................................................................... 20
3.3.2 Secção de Costura ........................................................................................... 21
3.3.3 Secção de Montagem ...................................................................................... 22
3.4 Descrição do Fluxo de Informação ........................................................................... 22
4. Gestão de Informação de Artigos na Empresa ................................................................. 25
4.1 Sistema de Codificação de Artigos ........................................................................... 25
4.1.1 Caraterização da Situação Atual ....................................................................... 26
4.1.2 Identificação dos Problemas ............................................................................ 28
4.1.3 Proposta de Melhoria – Regras de Codificação de Artigos ................................. 29
4.2 Listas de Materiais .................................................................................................. 32
4.2.1 Caraterização da Situação Atual ....................................................................... 32
4.2.2 Identificação de Problemas .............................................................................. 32
4.2.3 Proposta de Melhoria – Estrutura Base dos Produtos ....................................... 33
4.3 Listas de Operações ................................................................................................ 35
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
Página xiv ÍNDICE
4.3.1 Caraterização da Situação Atual ....................................................................... 35
4.3.2 Identificação de Problemas .............................................................................. 36
4.3.3 Proposta de Melhoria – Plano de Processo....................................................... 37
5. Análise Crítica e Conclusão ............................................................................................ 39
6. Referências Bibliográficas ............................................................................................... 41
Anexo I. Política da Empresa ............................................................................................. 43
Anexo II. Estrutura Organizacional da Empresa .................................................................. 45
Anexo III. Análise ABC ao Total de Pares Vendidos por País no Ano 2013 ............................ 47
Anexo IV. Análise ABC ao Valor Total de Vendas por País no Ano 2013 ................................ 49
Anexo V. Ficha Técnica – Exemplo ..................................................................................... 51
Anexo VI. Plano de Fabrico – Exemplo ................................................................................ 53
Anexo VII. Estruturas de Codificação das Famílias de Artigos ................................................ 55
Anexo VIII. Ficha de Amostra – Exemplo ........................................................................... 65
Anexo IX. Plano de Processo – Ref.: 8968 .......................................................................... 67
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
ÍNDICE DE FIGURAS Página xv
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1 – Fases do Processo de Investigação. Adaptado de Saunders et al. (2007). ................. 3
Figura 2 – Planeamento de Necessidades de Materiais – MRP. Adaptado de R. M. Lima (2008) 6
Figura 3 – Planeamento de Recursos de Produção – MRP II. Adaptado de R. M. Lima (2008). .. 7
Figura 4 – Sistema Integrado de Gestão Empresarial – ERP. Adaptado de Nielson (2013). ........ 8
Figura 5 – Total de Pares Vendidos por País no Ano de 2013. ................................................. 16
Figura 6 – Valor Total de Vendas por País no Ano de 2013. .................................................... 16
Figura 7 – Modelo 7408 nas Variantes Produzidas em 2013. .................................................. 18
Figura 8 – Layout da Zona Produtiva. ...................................................................................... 19
Figura 9 – Exemplo de Máquinas de Corte (Semiautomático e Automático). ............................ 20
Figura 10 – Exemplo de Máquinas de Costura (Duas Agulhas e Zig-Zag). ................................. 21
Figura 11 – Exemplo de Máquina de Centrar. ......................................................................... 22
Figura 12 – Código de um Artigo Pertencente à Família Peles. ................................................ 27
Figura 13 – Código de um Produto da Empresa. ..................................................................... 27
Figura 14 – Estrutura de Codificação da Família de Elásticos. ................................................. 30
Figura 15 – Parâmetros e Respetivos Valores para a Família de Elásticos. ............................... 31
Figura 16 – Estrutura de Codificação da Família de Modelos. .................................................. 31
Figura 17 – Estrutura Base de Ficha Técnica – Exemplo para Produto da Referência 8968...... 35
Figura 18 – Estrutura Organizacional da Empresa. .................................................................. 45
Figura 19 – Ficha Técnica – Exemplo. .................................................................................... 51
Figura 20 – Plano de Fabrico – Exemplo. ................................................................................ 53
Figura 21 – Estrutura de Codificação da Família de Agulhas. ................................................... 55
Figura 22 – Estrutura de Codificação da Família de Aplicações Metálicas. ............................... 55
Figura 23 – Estrutura de Codificação da Família de Aplicações Plásticas. ................................ 55
Figura 24 – Estrutura de Codificação da Família de Caixas. ..................................................... 56
Figura 25 – Estrutura de Codificação da Família de Colas. ...................................................... 56
Figura 26 – Estrutura de Codificação da Família de Cordões. .................................................. 56
Figura 27 – Estrutura de Codificação da Família de Elásticos. ................................................. 57
Figura 28 – Estrutura de Codificação da Família de Embrulhos. .............................................. 57
Figura 29 – Estrutura de Codificação da Família de Enchimentos. ........................................... 57
Figura 30 – Estrutura de Codificação da Família de Espumas. ................................................. 58
Figura 31 – Estrutura de Codificação da Família de Etiquetas. ................................................. 58
Figura 32 – Estrutura de Codificação da Família de Fechos. .................................................... 58
Figura 33 – Estrutura de Codificação da Família de Fitas. ....................................................... 59
Figura 34 – Estrutura de Codificação da Família de Fivelas. .................................................... 59
Figura 35 – Estrutura de Codificação da Família de Formas. ................................................... 59
Figura 36 – Estrutura de Codificação da Família de Forros. ..................................................... 60
Figura 37 – Estrutura de Codificação da Família de Ilhós. ....................................................... 60
Figura 38 – Estrutura de Codificação da Família de Linhas. ..................................................... 60
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
Página xvi ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 39 – Estrutura de Codificação da Família de Palmilhas Limpeza. .................................. 61
Figura 40 – Estrutura de Codificação da Família de Palmilhas Montagem. ............................... 61
Figura 41 – Estrutura de Codificação da Família de Peles. ...................................................... 61
Figura 42 – Estrutura de Codificação da Família de Produtos Acabamento. ............................. 61
Figura 43 – Estrutura de Codificação da Família de Produtos Primários. ................................. 62
Figura 44 – Estrutura de Codificação da Família de Solas. ...................................................... 62
Figura 45 – Estrutura de Codificação da Família de Tarifas. .................................................... 62
Figura 46 – Estrutura de Codificação da Família de Telas........................................................ 63
Figura 47 – Estrutura de Codificação da Família de Timbres. .................................................. 63
Figura 48 – Estrutura de Codificação da Família de Velcros..................................................... 63
Figura 49 – Estrutura de Codificação da Família de Vivos Plásticos. ........................................ 63
Figura 50 – Ficha de Amostra – Exemplo. ............................................................................... 65
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
ÍNDICE DE TABELAS Página xvii
ÍNDICE DE TABELAS
Tabela 1 – Sistemas de Codificação de Artigos. ....................................................................... 11
Tabela 2 – Importância das BOM para as Funções de PCP. .................................................... 12
Tabela 3 – Elementos utilizados para definir uma BOO (SAP). ................................................. 13
Tabela 4 – Famílias de Artigos Existentes na Empresa............................................................. 26
Tabela 5 – Problemas Identificados no Sistema de Codificação de Artigos da Empresa. ........... 28
Tabela 6 – Proposta de Famílias de Artigos para a Empresa. ................................................... 29
Tabela 7 – Problemas Identificados pela Inexistência de Listas de Operações na Empresa. ...... 36
Tabela 8 – Análise ABC ao Total de Pares Vendidos por País no Ano 2013 .............................. 47
Tabela 9 – Análise ABC ao Valor Total de Vendas por País no Ano 2013 ................................. 49
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E ACRÓNIMOS Página xix
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E ACRÓNIMOS
BOM BILL-OF-MATERIALS – LISTA DE MATERIAIS
BOO BILL-OF-OPERATIONS – LISTA DE OPERAÇÕES
CRM CUSTOMER RELATIONSHIP MANAGEMENT – GESTÃO DO RELACIONAMENTO COM O CLIENTE
ERP ENTERPRISE RESOURCE PLANNING – SISTEMA INTEGRADO DE GESTÃO EMPRESARIAL
GP GESTÃO DA PRODUÇÃO
MRP MATERIAL REQUIREMENTS PLANNING – PLANEAMENTO DE NECESSIDADES DE MATERIAIS
MRP II MANUFACTURING RESOURCE PLANNING – PLANEAMENTO DE RECURSOS DE PRODUÇÃO
MTO MAKE-TO-ORDER – PRODUÇÃO POR ENCOMENDA
PCP PLANEAMENTO E CONTROLO DE PRODUÇÃO
PDM PRODUCT DATA MANAGEMENT – GESTÃO DA INFORMAÇÃO DE ARTIGOS
PDP PLANEAMENTO DIRETOR DE PRODUÇÃO
PNM PLANEAMENTO DE NECESSIDADES DE MATERIAIS
PND PLANEAMENTO DE NECESSIDADES DE CAPACIDADE
SCM SUPPLY CHAIN MANAGEMENT – GESTÃO DA CADEIA DE ABASTECIMENTO
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
INTRODUÇÃO Página 1
1. INTRODUÇÃO
Esta dissertação, desenvolvida no âmbito da unidade curricular Dissertação em Engenharia e
Gestão Industrial, foi realizada numa empresa de calçado, sob o tema: “Melhoria da Codificação,
Estrutura e Operações de Artigos numa Empresa de Calçado”.
Nesta dissertação serão analisados os processos associados à Gestão de Informação de Artigos
(Product Data Management – PDM), no contexto da Gestão da Produção, nomeadamente, o
sistema de codificação de artigos; as listas de materiais (Bill-Of-Materials – BOM) e as listas de
operações.
O desenvolvimento desta dissertação envolveu várias etapas. Numa fase inicial, foi realizada uma
caraterização da situação atual da empresa, tendo sido selecionada a área de atuação.
Posteriormente foi efetuada uma pesquisa bibliográfica que permitiu identificar os problemas e
construir/propor aspetos a melhorar com o intuito de otimizar os processos de PDM da empresa.
Este capítulo começa por apresentar o enquadramento deste projeto, bem como, os seus
objetivos, passando pela metodologia de investigação adotada. Por fim, é descrita a organização
da presente dissertação.
1.1 Enquadramento
Nos tempos que correm, os mercados, caraterizados por uma crescente competitividade e
instabilidade, têm vindo a forçar as empresas a mudar os seus paradigmas. As empresas focam-
se cada vez mais nos clientes e nas suas exigências. Assim, tempos de entrega reduzidos,
quantidades mais pequenas distribuídas por várias entregas, elevada qualidade e preços mais
baixos são, hoje em dia, as principais linhas de orientação de cada empresa para sobreviver à
elevada concorrência existente nos mercados.
Consequência destes factos é a forte aposta em inovação e novas tecnologias de forma a tornarem
os processos mais flexíveis com elevados níveis de customização dos produtos, aumentando assim
os níveis de produtividade que permitem responder rapidamente às exigências do mercado,
reduzindo níveis de stock, tempos e custos operacionais e integrando todas as áreas funcionais
da empresa para facilitar a troca de informação (Russell & Taylor III, 2003).
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
Página 2 INTRODUÇÃO
Devido às caraterísticas dos mercados atuais, as empresas têm vindo a encarar uma crescente
diversidade de artigos, desde as matérias-primas aos produtos finais. Este aumento na diversidade
de artigos tem vindo a implicar ajustamentos nos processos produtivos, no entanto é no PDM que
se encontra o grande desafio das empresas (Guoli, Daxin, & Tsui, 2003; Jiao, Tseng, Ma, & Zou,
2000).
O PDM tornou-se um problema para os sistemas de informação devido à grande quantidade de
informação que estes devem manter, pelo que existe um grande défice de métodos que sejam
satisfatórios para especificar e gerir todas as variantes de produtos possíveis (Olsen, Saetre, &
Thorstenson, 1997).
Com toda esta mudança, as empresas deparam-se com o seguinte paradigma: Como garantir
qualidade nos seus produtos e eficiência nos recursos que aplicam na produção? Para tal,
encaram a necessidade de aperfeiçoar a informação dos seus produtos, especificando com maior
detalhe o que produzir e como produzir, apostando cada vez mais na integração da informação
dos artigos de forma a facilitar o seu acesso e tornar os processos de PDM cada vez mais simples
e acessíveis para que consigam com maior rapidez satisfazer as necessidades e exigências dos
seus clientes.
1.2 Objetivos
No âmbito da presente dissertação, o principal objetivo passa por apresentar soluções que
permitam melhorar os processos associados ao PDM da empresa. Com esse intuito, será
necessário dar cumprimento a objetivos parciais, entre os quais se designam os seguintes: (i)
identificar quais os processos de PDM utilizados na empresa; (ii) analisar cada um desses
processos; (iii) identificar problemas que advém das atuais práticas em curso nesta área; (iv)
apresentar propostas que permitam melhorar e facilitar o funcionamento de cada processo por
forma a eliminar os problemas identificados ou outros que possam advir.
1.3 Metodologia de Investigação
De acordo com Pardal & Correia (1995), a metodologia de investigação pode ser definida como
uma orientação de pesquisa que, atendendo a um sistema de normas, torna possível a seleção e
articulação de técnicas, no intuito de se desenvolver um processo de verificação empírica. Este
pensamento é partilhado por Saunders, Lewis, & Thornhill (2007), que destacam que através da
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
INTRODUÇÃO Página 3
seleção da melhor metodologia de investigação, a probabilidade de alcançar os objetivos definidos
é superior.
Segundo Saunders et al. (2007) os processos de pesquisa têm como objetivo auxiliar o
desenvolvimentos de um projeto de investigação. Na Figura 1 encontram-se as diferentes fases
que, normalmente, o processo de investigação abrange. Note-se que o processo de investigação
nem sempre é linear, pelo que é normal revisitar fases e refinar ideias.
Figura 1 – Fases do Processo de Investigação. Adaptado de Saunders et al. (2007).
A definição do tema de investigação é uma das fases mais importantes para o desenvolvimento
de um projeto de investigação. Se o autor da investigação não estiver motivado para o
desenvolvimento da mesma, o sucesso desta está comprometido desde o início do processo
(Saunders et al., 2007).
De acordo com Saunders et al. (2007) e Yin (2008), a seleção da estratégia de investigação
depende de vários aspetos, entre os quais, a capacidade de responder às perguntas e cumprir os
objetivos de investigação, o foco temporal, os recursos disponíveis e o nível de controlo do
investigador sobre os acontecimentos.
O tema de investigação “Melhoria da Codificação, Estrutura e Operações de Artigos numa Empresa
de Calçado “surgiu no âmbito da proposta apresentada pela empresa, que mostrou interesse
numa análise e posterior proposta de melhoria para os processos de PDM, tendo em conta a
necessidade e vontade de atualizar a versão de software de gestão em utilização.
No decorrer deste projeto desenvolveram-se diversas atividades que permitiram a recolha de
dados, qualitativos na sua maioria, que vieram a facilitar a análise dos procedimentos envolvidos
nos processos de PDM.
A investigação levada a cabo pode ser dividida em três fases. Numa fase inicial, foi realizado um
levantamento dos processos de PDM realizados na empresa, ao mesmo tempo que se ia
identificando a utilidade e utilização da informação resultante desses processos, o que permitiu,
em simultâneo, estudar o processo produtivo da empresa. Para uma melhor perceção dos
procedimentos realizados e das dificuldades dos colaboradores, na segunda fase de trabalhos, o
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
Página 4 INTRODUÇÃO
investigador realizou ele próprio os procedimentos em prática na empresa, tendo participado
ativamente no processamento da informação dos artigos. No decorrer destas duas fases, foi
realizada a revisão de literatura sobre o tema deste projeto, por forma a servir de preparação para
a última fase de trabalhos. Na terceira, desenvolveram-se algumas sugestões de melhoria que têm
como objetivo aperfeiçoar os processos em estudo, tendo como base e incentivo eliminar os
problemas identificados, bem como facilitar o dia-a-dia dos operários fabris, dos encarregados de
secção e do próprio administrador.
Como essas soluções não chegaram a ser colocadas em prática, não permitindo a análise do seu
impacto, a metodologia de investigação em uso revelou-se ser um Caso de Estudo. Esta estratégia
é útil para responder às perguntas “porquê”, “o quê” e “como” visando o desenvolvimento de
conhecimento detalhado e intensivo sobre um caso ou de um número de casos relacionados
(Saunders et al., 2007).
1.4 Organização da Dissertação
A dissertação encontra-se estruturada por capítulos, sendo o primeiro capítulo a introdução. Neste
primeiro capítulo é feita a introdução do trabalho, apresentando um pequeno enquadramento do
tema, seguindo-se os objetivos e a metodologia de investigação aplicada para concretização desses
mesmos objetivos.
O segundo capítulo apresenta a revisão de literatura realizada, onde é feita uma introdução à
Gestão de Informação de Artigos para a Gestão da Produção, explorando os seus três modelos
mais recentes de Gestão de Produção (GP) associados à integração de processos/áreas funcionais
de uma empresa: MRP; MRP II e ERP. O processo/área funcional de PDM foi revisto com mais
exaustão dada a relevância desses conteúdos para o tema desta dissertação.
No terceiro capítulo é apresentado o caso de estudo associado a este projeto, fazendo uma breve
apresentação da empresa em análise e descrevendo algumas caraterísticas/aspetos relevantes
para o desenvolvimento do projeto.
No capítulo quatro é efetuada um descrição dos processos de PDM na empresa. Para cada
processo é analisada a situação atual e identificados os principais problemas, ao que se segue a
apresentação de propostas de melhoria por forma a otimizar estes processos.
Por último, a dissertação termina com uma análise crítica às sugestões propostas e apresentação
das principais conclusões, refletindo acerca da grande limitação deste projeto.
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
GESTÃO DA INFORMAÇÃO DE ARTIGOS PARA A GESTÃO DA PRODUÇÃO Página 5
2. GESTÃO DA INFORMAÇÃO DE ARTIGOS PARA A GESTÃO DA PRODUÇÃO
A Gestão da Produção tem sofrido uma evolução histórica ao longo do tempo no sentido do
progressivo aumento da necessidade de integração entre processos. Encontra-se assim cada vez
mais interligada com outras funções fundamentais da empresa, como sejam, a área financeira e
a área comercial (R. M. Lima, 2012).
A interligação com a área financeira dá-se, a um nível mais estratégico, através da definição de
objetivos financeiros, orçamentos anuais, localização de instalações ou planeamento de recursos,
e a um nível mais operacional, através de orçamentos a clientes e gestão de custos operacionais.
Por outro lado, a interligação com a área comercial faz-se através da relação com o cliente, análise
da procura, criação de novos produtos ou serviços, gestão de planos de oportunidade, entre outros.
Considerando uma empresa como um sistema, esta é constituída por um conjunto de áreas
funcionais interdependentes que formam um todo, onde uma alteração numa variável, afeta outras
variáveis e, por consequência, afeta o todo (Marques, 1998). Este efeito é, muitas vezes, a
principal razão para as dificuldades que a maioria das empresas tem em planear e controlar as
várias áreas funcionais que integram. Consequentemente, segundo Wu, Ong & Hsu (2007),
diversos problemas ocorrem, entre os quais, a incerteza do prazo de entrega, insatisfação do
mercado, falta de eficiência, etc.
Todavia, em busca de um melhor funcionamento, as empresas sentem a necessidade de recorrer
a métodos/ferramentas que integrem as suas diversas áreas funcionais. Estes
métodos/ferramentas são procurados para que a tomada de decisão e o controlo das diversas
atividades e variáveis sejam facilitados. Neste sentido, existem sistemas de informação que
ajudam a planear e controlar as diversas áreas funcionais de uma empresa. (Olhager & Wikner,
2000)
O Planeamento de Necessidades de Materiais (Material Requirements Planning - MRP), o
Planeamento de Recursos de Produção (Manufacturing Resource Planning – MRP II) e o Sistema
Integrado de Gestão Empresarial (Enterprise Resource Planning - ERP) são alguns dos modelos
mais recentes de GP associados à integração de processos/áreas funcionais de uma empresa.
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
Página 6 GESTÃO DA INFORMAÇÃO DE ARTIGOS PARA A GESTÃO DA PRODUÇÃO
2.1 Planeamento de Necessidades de Materiais – MRP
O MRP, esquematizado na Figura 2, tem como finalidade calcular as necessidades de materiais
com base nas necessidades de produtos finais, sendo que estas são obtidas através do
Planeamento Diretor de Produção (PDP) (Plossl, 1995).
Com base nas necessidades de produtos finais, nas existências em stock de cada artigo e na
informação sobre a estrutura dos produtos, efetua-se a explosão de necessidades de materiais
que automaticamente depende da quantidade de produtos finais a entregar em cada período de
tempo. Estas necessidades são determinadas ao longo de períodos de planeamento considerando
períodos de entrega predefinidos para cada artigo comprado ou produzido.
Figura 2 – Planeamento de Necessidades de Materiais – MRP. Adaptado de R. M. Lima (2008)
Assim sendo, de forma resumida, o MRP é o procedimento que desagrega o PDP em planos
detalhados de necessidades de materiais para cada artigo comprado ou produzido. Para além
disto, o MRP permite responder às seguintes questões: O que produzir/comprar? Quanto
produzir/comprar? Quando produzir/comprar? (Plossl, 1995).
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
GESTÃO DA INFORMAÇÃO DE ARTIGOS PARA A GESTÃO DA PRODUÇÃO Página 7
2.2 Planeamento de Recursos de Produção – MRP II
O MRP II foi apresentado por Wight em 1984, na tentativa de melhorar o modelo de Planeamento
e Controlo de Produção (PCP) baseado no MRP sustentado apenas na gestão de materiais e
negligenciando a gestão de capacidade. Assim, este novo modelo considera as necessidades de
capacidade para o lançamento de ordens de produção (Vollmann, William, Whybark, & Jacobs,
2005).
Desta forma, como esquematizado na Figura 3, no MRP II efetua-se a integração do MRP com as
funções do PCP, entre as quais: PDP, Planeamento de Necessidades de Capacidades (PNC) e
Programação da Produção. Ademais, este modelo sugere ainda a integração com outras áreas
funcionais, como por exemplo, gestão financeira, gestão comercial e gestão de recursos humanos.
Figura 3 – Planeamento de Recursos de Produção – MRP II. Adaptado de R. M. Lima (2008).
Os sistemas de PCP transformam requisitos de procura em ordens de produção e, posteriormente,
controlam a sua execução. Isto, geralmente, só é conseguido usando um modelo de PCP
hierárquico.
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
Página 8 GESTÃO DA INFORMAÇÃO DE ARTIGOS PARA A GESTÃO DA PRODUÇÃO
2.3 Sistema Integrado de Gestão Empresarial – ERP
O ERP é um sistema de informação que permite planear e controlar, de forma integrada, as
principais áreas funcionais de uma empresa. Tipicamente, este sistema é focado pelo menos em
quatro grandes áreas: Produção e Logística; Vendas e Marketing; Finanças; e, Recursos Humanos
(Vollmann et al., 2005). Estes sistemas, de acordo com R. M. Lima (2008), têm vindo
progressivamente a ligar fornecedores e clientes finais através de módulos de Gestão da Cadeia
de Abastecimento (Supply Chain Management – SCM) e Gestão de Relacionamento com o Cliente
(Customer Relationship Management – CMR).
Nos dias de hoje, as áreas mais abrangidas por um sistema ERP são apresentadas no esquema
da Figura 4.
Figura 4 – Sistema Integrado de Gestão Empresarial – ERP. Adaptado de Nielson (2013).
Como em qualquer sistema, também o sistema ERP apresenta vantagens e desvantagens
(Nielson, 2013). Assim sendo os sistemas ERP apresentam as seguintes vantagens:
Elimina o uso de interfaces manuais;
Otimiza o fluxo da informação e a sua qualidade;
Otimiza o processo de tomada de decisão;
Elimina a redundância de atividades;
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
GESTÃO DA INFORMAÇÃO DE ARTIGOS PARA A GESTÃO DA PRODUÇÃO Página 9
Reduz o tempo de resposta ao mercado;
Reduz as incertezas do prazo de entrega;
Incorpora melhores práticas aos processos internos da empresa;
Reduz o tempo dos processos administrativos;
Reduz os níveis de stock.
Por outro lado, identificam-se as seguintes desvantagens na utilização de um sistema ERP:
A utilização do ERP por si só não torna uma empresa verdadeiramente integrada;
Altos custos que muitas vezes não comprovam a relação custo/benefício;
Dependência do fornecedor do software;
Adoção de melhores práticas aumenta o grau de imitação e padronização entre as empresas
de um sector;
Torna as áreas funcionais dependentes umas das outras, pois cada área depende das
informações da área anterior, por exemplo. Logo, as informações têm que ser constantemente
atualizadas, uma vez que são em tempo real, ocasionando maior trabalho;
Aumento da carga de trabalho dos servidores da empresa e extrema dependência dos
mesmos;
Assim sendo, um dos aspetos fundamentais da GP, referido por Schroeder (2007), é o do inter-
relacionamento entre diferentes funções da empresa, e a respetiva tomada de decisões cruzadas
através dessas funções, ou seja, existe necessidade de intervenção, partilha de responsabilidade
e de implicações que afetam diferentes funções da empresa.
Após uma breve apresentação dos principais modelos de GP (MRP, MRP II e ERP), importa
evidenciar o que se mostra ser comum para todos. Para qualquer um dos modelos, as BOM são
informação base para as suas técnicas. À medida que os modelos avançam na sua complexidade,
utilizam ainda informação acerca das listas de operações dos produtos. Tudo isto se interliga no
PDM.
2.4 Gestão da Informação de Artigos – PDM
Nos dias que correm, as empresas enfrentam mercados cada vez mais sofisticados e competitivos,
caracterizados por uma tendência de procura por produtos com elevado grau de personalização.
Isto contribui para um aumento significativo na diversidade de produtos acabados, podendo
influenciar um aumento na diversidade de matérias-primas e produtos semiacabados com os quais
uma empresa tem de lidar (Olsen & Saetre, 1998).
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
Página 10 GESTÃO DA INFORMAÇÃO DE ARTIGOS PARA A GESTÃO DA PRODUÇÃO
Esta elevada variedade de artigos tem um impacto direto no ajustamento dos processos
produtivos, provocando assim um grande desafio às empresas no que diz respeito ao PDM, ou
seja, nos sistemas de informação de PCP (Guoli et al., 2003; Jiao et al., 2000).
As implicações ao nível dos processos produtivos podem ser ultrapassados com sistemas de
produção flexíveis e reconfiguráveis. No entanto, em relação aos sistemas de informação de PCP
existe um défice de métodos que sejam satisfatórios para especificar e gerir todas as variantes de
produtos possíveis (Olsen et al., 1997).
A gestão da informação dos artigos, das listas de materiais e das operações de produção tornou-
se um problema para os sistemas de informação devido à grande quantidade e variedade de
informação que devem manter.
Os modelos convencionais de representação utilizados para gerir informações sobre os produtos
são apontados como uma das principais causas do problema mencionado. Estes modelos
atribuem um número de identificação – código do artigo, uma BOM e uma lista de operações para
cada artigo, sendo ele uma matéria-prima, um produto semiacabado ou um produto acabado (Du,
Jiao, & Jiao, 2005).
2.4.1 Codificação de Artigos
Entre todos os processos de PCP existe um, codificação de artigos, que necessita de uma
metodologia particularmente apropriada à empresa (Baranger & Huguel, 1994; Chase & Aquilano,
1995; Guoli et al., 2003; Jiao et al., 2000).
Tal como afirma Sheikh (2002), todos os artigos, quer sejam produtos finais, produtos
semiacabados ou matérias-primas, devem ser codificados. Esta codificação de artigos deve facilitar
toda a comunicação da empresa, considerando que esta possui uma variedade de documentos
que dependem da informação contida no código dos artigos. Neste sentido, pode-se concluir que
o sistema de codificação de artigos tem como principal função atribuir um código representativo,
de modo a que seja possível identificar qualquer artigo, facilitando e simplificando as operações
dentro da empresa. Assim sendo, através de um código único deve ser possível identificar
rapidamente as características do artigo em questão, bem como todos os registos a ele inerentes
realizados na empresa.
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
GESTÃO DA INFORMAÇÃO DE ARTIGOS PARA A GESTÃO DA PRODUÇÃO Página 11
Para além disto, cada artigo deve ser único e para cada artigo deve ser possível encontrar e definir
todas as necessidades que ele satisfaça. Por fim, para uma determinada necessidade deve ser
possível encontrar todos os artigos que a satisfaçam (Baranger & Huguel, 1994).
No que concerne à implementação de um sistema de codificação de artigos, este pode basear-se
em determinadas caraterísticas dos respetivos artigos, entre as quais se destacam as
medidas/dimensões dos artigos, acabamentos do material, tipo de material, a aplicação a que se
destina, normas técnicas e cor do material (Baranger & Huguel, 1994).
De acordo com essas características, as empresas podem optar por um dos seguintes sistemas
de codificação de artigos enunciados por Baranger & Huguel (1994) e apresentados na Tabela 1.
Tabela 1 – Sistemas de Codificação de Artigos.
TIPO DE CODIFICAÇÃO DESCRIÇÃO
ALFABÉTICA Representa os artigos através de letras que devem estar associadas às características do material.
NUMÉRICA Representa os artigos através de números e é o sistema de codificação mais utilizado nas empresas.
ALFANUMÉRICA Este sistema carateriza-se como sendo um misto dos sistemas de codificação anteriores.
CÓDIGO DE BARRAS Representa a informação de um artigo através de alternância de barras e espaços que pode ser lida por dispositivos eletrónicos facilitando, por exemplo, a entrada e saída de dados no sistema informático.
Como se pode verificar, existem vários sistemas de codificação de artigos, pelos quais as empresas
podem optar, que facilitam o registo e a comunicação das informações relativas aos artigos, tendo
sempre por base as características organizacionais da empresa.
2.4.2 Listas de Materiais – BOM
A BOM pode entender-se como uma lista de artigos ou peças que compõem um produto e indica
os seus compostos (conjuntos, subconjuntos e componentes), incluindo o seu código, as
especificações e as quantidades de composição (Guoli et al., 2003).
Segundo Sheikh (2002) existem dois elementos essenciais que compõem a BOM, os artigos e a
estrutura de produto. Os primeiros são todos objetos do sistema produtivo desde matérias-primas
até aos produtos finais; os segundos são a forma de representação de todos artigos consumidos
para produzir o artigo pai.
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
Página 12 GESTÃO DA INFORMAÇÃO DE ARTIGOS PARA A GESTÃO DA PRODUÇÃO
A BOM é, portanto, o esqueleto de uma empresa, uma vez que representa a informação
fundamental para a configuração e controlo de execução dos processos e funções de PCP, sendo
a principal forma de comunicação da informação sobre os produtos da empresa (Vollmann et al.,
2005). Na Tabela 2 descreve-se a importância das BOM para as várias funções de PCP.
Tabela 2 – Importância das BOM para as Funções de PCP.
FUNÇÃO DE PCP IMPORTÂNCIA DA BOM
PLANEAMENTO DIRETOR DE
PRODUÇÃO (PDP)
Para determinar as quantidades de entrega de produtos acabados é necessário conhecer estes artigos a nível de planeamento, o que é conseguido através da sua identificação nas BOM.
PLANEAMENTO DE NECESSIDADES
DE MATERIAIS (PNM)
Por forma a satisfazer o PDP, efetua-se o cálculo das quantidades de componentes necessários para cada artigo e assim sucessivamente até às matérias-primas. A informação das quantidades de componentes necessários para produzir uma unidade do artigo pai.
GESTÃO DE LISTAS DE OPERAÇÕES
A produção de um artigo a partir de um conjunto de componentes requer a execução de uma ou mais operações nos recursos adequados. Assim, para cada artigo existe informação sobre a sua lista de operações, que a partir dos seus componentes, permite produzir uma unidade desse artigo, tendo sempre como base a informação das BOM.
PLANEAMENTO DE NECESSIDADES
DE CAPACIDADE (PNC)
Por forma a calcular a capacidade necessária para produzir a quantidade de artigos planeada utiliza-se a informação sobre a lista de operações de cada artigo da BOM, pelo que a informação das BOM se torna essencial para a execução de vários procedimentos nesta função de PDP.
PROGRAMAÇÃO DETALHADA DE
PRODUÇÃO
A programação detalhada de produção exige o conhecimento das operações a executar e das relações de precedência existentes entre elas. Esta informação está associada à informação das BOM e das listas de operações.
CONTROLO DE STOCKS
O controlo de existências de artigos em stock depende intrinsecamente da informação sobre os artigos a controlar. Esta informação está registada nas BOM, sendo o critério de necessidade de controlo um dos critérios mais importantes e por isso mais utilizado para a decisão de registar um artigo na BOM.
CUSTEIO
A determinação de custo de produção de produtos depende, em parte, dos custos de compra de matérias-primas e componentes, e dos custos de execução de operações de fabrico de artigos da BOM desses produtos, estando, portanto, associado às BOM e às listas de operações.
De salientar que a informação contida numa BOM deve ser e permanecer devidamente atualizada,
de forma a satisfazer todas as necessidades das entidades internas e externas da empresa, uma
vez que esta é um elemento integrador em quase todas as áreas funcionais (Jiao et al., 2000).
Em termos estruturais, as BOM podem ser apresentadas sob a forma: de listas indentadas,
árvores, matrizes ou redes de elementos. Para além disto, podem ainda ser classificadas quanto
ao tipo: multinível, nível único, resumida ou gozinto.
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
GESTÃO DA INFORMAÇÃO DE ARTIGOS PARA A GESTÃO DA PRODUÇÃO Página 13
Sintetizando, a BOM é chave para a informação das necessidades dos componentes, subconjuntos
e matérias-primas para que o objetivo de produto final se realize. Com efeito, é fundamental que
estas listas sejam devidamente atualizadas.
2.4.3 Listas de Operações – BOO
As listas de materiais (Bill-Of-Operations – BOO) podem entender-se como sendo uma estrutura
que descreve os passos necessários, com sequência definida, para produzir um produto/artigo,
incluindo definições do centro de trabalho onde a operação deve ser realizada, bem como os
recursos que podem executar cada operação e que ferramentas utilizar (Jiao et al., 2000; R.M.
Lima, 2008; SAP, 2010).
Na realidade, a BOM por si só, pode incluir informação sobre a sequência de processamento de
operações que permitem produzir os produtos finais, tendo em conta que cada artigo corresponde
a um estado do produto que resulta da execução de um conjunto de operações. Isto significa, que
no mínimo, cada artigo resulta da execução de um tipo de operação. No entanto, na maioria dos
casos resultará da execução de vários tipos de operações (R.M. Lima, 2008).
A Tabela 3 apresenta detalhes da informação necessária dos diferentes elementos utilizados para
definir uma BOO.
Tabela 3 – Elementos utilizados para definir uma BOO (SAP).
ELEMENTO DESCRIÇÃO
OPERAÇÃO A operação é o elemento básico da BOO. Uma operação agrupa todas as atividades a realizar consecutivamente no mesmo recurso e sem interrupção por outra operação.
ATIVIDADE A atividade define o que que se deve fazer e é caraterizada pela sua duração.
SEQUÊNCIA A sequência deve ser utilizada para definir processos complexos, processos alternativos ou paralelos.
OPERAÇÃO ALTERNATIVA Este elemento define que operações podem ser realizadas em alternativa.
RECURSOS Este elemento identifica quais os recursos necessários para realizar cada atividade.
FERRAMENTAS Este elemento identifica as ferramentas que devem ser utilizadas em cada atividade.
CONEXÃO A conexão é utlizada para ligar os processos em paralelo à sequência de processos. Todos os processos que terminam numa conexão têm um término em comum.
A informação sobre as operações, além de servir propósitos de planeamento de capacidades,
também pode servir para a programação detalhada da produção. Como resultado desta
programação podem obter-se escalonamentos das operações para uma ordem de produção (R.M.
Lima, 2008).
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
Página 14 GESTÃO DA INFORMAÇÃO DE ARTIGOS PARA A GESTÃO DA PRODUÇÃO
Conclui-se, portanto, que as BOO assumem um papel fundamental para os processos de PCP,
nomeadamente para o PNC.
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APRESENTAÇÃO DA EMPRESA Página 15
3. APRESENTAÇÃO DA EMPRESA
Este projeto foi desenvolvido na RICAP, uma sociedade por quotas com um capital social de
150.000 € , sediada em Felgueiras. A RICAP dedica-se essencialmente à produção e
comercialização de calçado de conforto para homem, no entanto, também produz calçado para
criança e senhora.
No final de 2013, a empresa contava com 152 colaboradores, dos quais cerca de 141 eram
operários fabris, tratando-se portanto de uma PME, sendo que vem ostentando o estatuto de PME
Líder há seis anos consecutivos, tendo obtido em 2012 o estatuto de 5 Anos PME Líder.
A empresa, com uma gestão centrada na excelência, procura a cada dia ultrapassar as
expectativas dos seus clientes, colaboradores e fornecedores. A sua política, apresentada em
detalhe no Anexo I, pretende evidenciar os meios para atingir os objetivos estabelecidos,
concretizando assim os seus compromissos.
A RICAP apresenta uma estrutura organizacional funcional, apresentada em detalhe no Anexo II,
na qual o trabalho se encontra agrupado em departamentos funcionais sob a orientação de um
responsável.
Atualmente, a empresa tem uma área total de 4.000 m2, dividida por dois pisos e cinco espaços
principais: serviços administrativos; armazém de matérias-primas; secção de corte e secção de
costura; secção de montagem; e, armazém de produto acabado.
3.1 Mercado e Principais Clientes
Os produtos da empresa são, fundamentalmente, destinados a pessoas que buscam sapatos
práticos e confortáveis, ou seja, centram o seu objetivo no conforto para o dia-a-dia. No entanto,
procuram novidades e detalhes ou apontamentos que primam pela diferença.
Em 2013, a empresa exportou cerca de 99,42 % da sua produção, sendo que os principais clientes
são desde grandes importadores a grossistas e retalhistas e estão espalhados por todo o mundo,
centralizando-se maioritariamente na europa.
No ano de 2013, a empresa vendeu um total de 269.373 pares, que se traduz num valor total de
faturação de 5.183.678,30 €..
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
Página 16 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA
No gráfico da Figura 5 apresentam-se os pares vendidos por país no ano 2013, onde se pode
verificar que a Rússia, a Alemanha e a França são os países que se destacam, representando
61,56 % do total de pares vendidos.
Figura 5 – Total de Pares Vendidos por País no Ano de 2013.
No gráfico da Figura 6 pretende ilustrar-se o valor total de vendas por país, onde se pode verificar,
que, mais uma vez, a Rússia, a Alemanha e a França representam 61,76 % do total da faturação
do ano 2013.
Os 12 países para onde são produzidos mais pares, são também os 12 países com maiores
valores de vendas no ano de 2013. No entanto, nota-se algumas alterações no ranking de uma
análise para a outra.
Figura 6 – Valor Total de Vendas por País no Ano de 2013.
61.650
57.977
46.206
22.04514.906
8.181
7.6807.576
6.572 5.772
5.3585.308
20.141
Total de Pares Vendidos por País no Ano de 2013
Rússia
Alemanha
França
Israel
Espanha
Inglaterra
Arábia Saudita
Canada
Cazaquistão
E. U. A.
Irlanda
Bélgica
Outros
1.221.353 €
1.138.954 €
841.003 €
364.537 €
292.021 €
161.005 €
157.651 €
150.538 €
139.249 € 104.402 €
101.493 € 98.399 €
413.074 €
Valor Total de Vendas por País no Ano de 2013
RussiaAlemanhaFrançaIsraelEspanhaInglaterraArabia SauditaCanadaCasaquistãoIrlandaBelgicaE. U. A.Outros
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
APRESENTAÇÃO DA EMPRESA Página 17
Em anexo apresentam-se análises ABC do total de pares vendidos por país (Anexo III) e do valor
de vendas por país (Anexo IV).
3.2 Quantidade e Diversidade de Produtos
A RICAP produz uma elevada diversidade e variedade de produtos, desde sapatos de conforto para
homem, senhora e criança a sapatos casual/clássico para homem.
Os seus produtos apresentam uma sazonalidade distinta, sendo desenvolvidas duas coleções por
ano (Primavera/Verão e Outono/Inverno).
Essas coleções são apresentadas em Feiras Internacionais de Calçado ou no Showroom da
empresa. Os clientes podem escolher e selecionar modelos, bem como solicitar alterações ou até
mesmo o desenvolvimento de modelos completamente novos. Das alterações mais solicitadas aos
modelos apresentados nas coleções, destacam-se a alteração de cor, a alteração de sola, remoção
ou introdução de pormenores/aplicações e alteração de um modelo de cordão para um modelo
de elástico/velcro e/ou vice-versa.
A alteração de cor ou materiais a aplicar no modelo não implicam que seja atribuída outra
referência, sendo esta alteração tratada como uma variante do modelo. No entanto, caso sejam
necessárias alterações a nível da modelação do modelo, que é o caso da alteração de sola, por
exemplo, é atribuída uma nova referência.
A empresa atribui uma referência numérica consecutiva aos seus modelos, pelo que no final o
ano 2013 a empresa continha o registo de cerca de 9.600 referências, o que significa que até a
essa data foram criados cerca de 9.600 modelos diferentes, não contando com as suas variantes
nem com as referências que foram atribuídas de forma provisória, numa numeração diferente,
que não chegaram a ser selecionadas para apresentar em coleção. Por outro lado, nem todas as
referências resultaram em modelos produzidos. Para que a referência tenha sido atribuída a um
modelo implica, que no mínimo, tenha sido desenvolvida uma amostra desse modelo que foi
selecionada para integrar uma coleção ou foi enviada para o cliente a seu pedido.
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
Página 18 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA
No ano 2013 foram produzidos 218 modelos diferentes, sendo que, por exemplo, o modelo 7408
(Figura 7) foi produzido em 6 variantes.
Figura 7 – Modelo 7408 nas Variantes Produzidas em 2013.
3.3 Descrição do Processo Produtivo
A RICAP tem as suas operações produtivas agrupadas, essencialmente, em três secções: Corte,
Costura e Montagem, às quais se pode adicionar o Armazém de Matéria-Prima e o Armazém de
Produto Acabado. Para explicar a forma como a empresa apresenta organizado o seu processo
produtivo, na Figura 8 apresenta-se o layout da zona produtiva.
A empresa enquadra-se no paradigma push, pelo que tanto o fluxo de materiais e o fluxo de
informação fluem no mesmo sentido, passando pelas fases/secções de produção. A Figura 8
permite ainda identificar que, apesar dos equipamentos se encontrarem organizados em linha, a
secção de corte e de costura são consideras oficinas, pois em cada secção existem várias
máquinas que podem realizar o mesmo tipo de trabalhos em paralelo. Desta forma, apenas a
secção de Montagem se encontra organizada em linha.
Assim, apesar de todos os produtos passarem obrigatoriamente por todas as secções, o tipo, a
sequência e o número de operações varia de modelo para modelo. Este facto é consequência da
complexidade do modelo e do sistema de montagem do mesmo. Entre os sistemas de montagem
existentes, a empresa tem capacidade para produzir os seguintes sistemas: cosidos à sola,
montados, s. crespinos, luvas, pratiks e strobel.
Deste modo, de seguida apresentam-se as várias secções, identificando as diferentes operações
e explicando o processo geral de cada uma.
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
APRESENTAÇÃO DA EMPRESA Página 19
Figura 8 – Layout da Zona Produtiva.
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
Página 20 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA
3.3.1 Secção Corte
Na secção de corte, todos os materiais que constituem a parte de cima do sapato são cortados.
Estes materiais vão desde pele, forro, velcro, elástico, contraforte, testeira, entre outros.
As operações de corte podem ser manuais, semiautomáticas ou automáticas. Normalmente, os
materiais são cortados nos balancés de braço (Figura 9 à esquerda) com a ajuda de cortantes,
que funcionam como ferramenta de corte. Quando não existem cortantes, os materiais são
cortados em máquinas de corte automático (Figura 9 à direita), bem como à mão com o auxílio
de uma faca e moldes em cartão.
Figura 9 – Exemplo de Máquinas de Corte (Semiautomático e Automático).
A operação de corte é considerada especializada, uma vez que o cortador usa a sua habilidade
para decidir quais as zonas do material a cortar para determinada peça do sapato, como é o caso
da pele em que a direção e a qualidade da pele deve ser considerada.
De seguida seguem-se as operações de timbrar, igualizar, facear e contagem de peças para a
criação de lotes. Assim, são colocados os timbres de forro e cunho na pele. De seguida a pele é
faceada, ou seja, reduz-se a espessura nas margens, por exemplo, das peças de pele, para que
as operações de costura sejam facilitadas. Finalmente, os materiais são separados em lotes de
10 pares do mesmo tamanho por caixa, sendo que cada caixa fica a conter todos os materiais
necessários para produzir a parte de cima do sapato. Estas caixas são então encaminhadas para
a secção da costura.
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
APRESENTAÇÃO DA EMPRESA Página 21
3.3.2 Secção de Costura
Como apresentado Figura 8, a secção de costura está organizada em duas linhas, cada uma com
um transportador automático, que permite enviar as caixas com mais facilidade para os postos de
trabalho. Para além disso, também é possível o envio de volta das caixas depois de realizar as
operações atribuídas a cada posto.
As operações mais complexas e demoradas são levadas a cabo na secção de costura. É nesta
secção que o sapato ganha forma e onde ocorre a maior parte do trabalho, ou seja, é aqui que
todas as peças são unidas para formar a parte de cima do sapato. Para tal, são necessárias varias
operações que vão desde cravar peças, reforçar costuras; unir e cravar forros; gaspear, etc. A
Figura 10 mostra exemplos de duas máquinas de costura existentes na empresa: máquina de
duas agulhas á esquerda e de zig-zag à direita.
Figura 10 – Exemplo de Máquinas de Costura (Duas Agulhas e Zig-Zag).
Por outro lado, são ainda necessárias algumas operações manuais que ocorrem entre operações
de máquina. Entre elas destacam-se: colar forros; colar contrafortes; virar talões, etc. Para além
destas, existem ainda algumas operações, muitas vezes denominadas por operações de pré-
costura, que dependendo do modelo, são levadas a cabo antes de qualquer operação de costura
ou depois de algumas operações de junção de peças. Estas operações consistem na
termocolagem das testeiras e do pano que funciona como forro da parte frontal do sapato.
No final, antes dos sapatos seguirem para a secção de montagem, consoante o modelo, é ainda
necessário realizar duas operações: moldar contrafortes e fazer chapéu. Estas duas operações
são realizadas em máquinas que moldam o talão e a gáspea do sapato respetivamente.
No caso de modelos cosidos à sola, s. crespinos e strobel é ainda necessário proceder à operação
de cozer o sapato à sola; à palmilha de s. crespino e à palmilha de strobel, respetivamente.
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
Página 22 APRESENTAÇÃO DA EMPRESA
3.3.3 Secção de Montagem
A secção da montagem apresenta-se dividida em duas linhas de montagem, como se pode verificar
na Figura 8.
Deste modo, uma linha é dedicada aos modelos cosidos à sola, enquanto a outra linha contempla
os restantes sistemas de montagem. No entanto, facilmente cada uma das linhas pode produzir
qualquer sistema de montagem de forma alternada ou em simultâneo, com a exceção do sistema
de montados que apenas pode ser realizados numa das linhas devido aos equipamentos
necessários para tal, nomeadamente, a máquina de centrar (Figura 11), que na empresa só existe
uma. Cada linha possui um transportador automático que permite auxiliar o transporte dos sapatos
de posto em posto.
Figura 11 – Exemplo de Máquina de Centrar.
No final de cada linha, após as operações específicas de cada sistema, encontra-se acoplada a
fase de acabamento, onde os sapatos são controlados antes de serem embalados. Por fim, os
produtos são embalados em tarifas e enviados para o Armazém de Produto Acabado.
3.4 Descrição do Fluxo de Informação
O ambiente produtivo predominante na RICAP é o Make-To-Order (MTO), uma vez que quase todos
os produtos fabricados resultam de encomendas colocadas por clientes. Estas encomendas tanto
podem ser de mil pares por modelo e cor, como apenas de um par de amostras.
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
APRESENTAÇÃO DA EMPRESA Página 23
Quando uma encomenda é rececionada pelo Departamento Comercial, este procede ao seu
lançamento no software. Para tal é necessário verificar se os modelos encomendados pelos
clientes serão produzidos pela primeira vez ou se são encomendas de repetições. No caso de
serem encomendas de modelos novos, são criados os artigos no software para que se possa criar
logo de seguida a sua Ficha Técnica (Anexo V).
Nesta altura é criada a encomenda do cliente no software, onde constam todos os artigos,
respetivas quantidades, preços e referências do cliente. Para todos os artigos é, então, gerado o
seu Plano de Fabrico (Anexo VI), no qual consta o artigo e quantidades a serem produzidas, os
materiais e quantidades necessárias para cada secção.
De seguida, o Departamento de Compras gera o Mapa de Necessidades e respetivas Requisições
para aquisição dos materiais necessários e procede à reserva de materiais existentes em
armazém.
Posteriormente, o Departamento Comercial pode preparar os rótulos para as tarifas criando o
Packing List. Na data de expedição, o Departamento Contabilístico procede à Faturação.
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
CARACTERIZAÇÃO DOS PROCESSOS DE GESTÃO DA INFORMAÇÃO DE ARTIGOS Página 25
4. GESTÃO DE INFORMAÇÃO DE ARTIGOS NA EMPRESA
A administração da RICAP tem em mente atualizar o software ERP para uma versão mais
atualizada, tendo em conta que a que possuem data do ano 2000. O software atual foi pensado e
criado para a indústria do calçado, sendo um software de renome e com grande prestígio, utilizado
por muitas empresas do setor. Com o passar do tempo este software tem vindo a revelar as suas
limitações face à atualidade dos mercados, pelo que foi atualizado.
A empresa reconhece a necessidade de atualizar o software, e com isso aproveitar para selecionar,
atualizar e refinar toda a sua informação. No entanto admite que esta atualização tem sido adiada
devido ao esforço e tempo que envolve toda esta operação.
Com base nesta informação, pretende-se, com este projeto, preparar a empresa para a
implementação da nova versão do software, mais concretamente, analisar e melhorar os
processos do PDM. De salientar que este, por sua vez, depende de muitas informações recolhidas
nas restantes áreas.
Para tal, é pertinente averiguar os procedimentos adotados em cada um dos processos inerentes
ao PDM no qual se incluem o sistema de codificação de artigos, as BOM e as BOO. Assim, para
cada um destes processos é apresentada a caraterização da situação atual, os problemas
identificados e as propostas de possíveis melhorias e intervenções.
Assim sendo, é notório que este projeto de investigação prende-se na necessidade de melhorar os
processos de PDM atuais da empresa, pois só assim faz sentido evoluir para um novo sistema
ERP. Resolvendo os problemas encontrados, a empresa ao transitar para um novo sistema de
informação sentir-se-á mais segura e flexível na sua configuração e exploração.
Portanto, antes de implementar um novo sistema recomenda-se que a empresa reorganize e/ou
introduza novos processos no seu sistema de PDM.
4.1 Sistema de Codificação de Artigos
No que respeita ao sistema de codificação de artigos, na RICAP, cada artigo possui um código
único, podendo classificar-se o código como alfanumérico, viste que se utiliza um código misto.
Por outras palavras, a representação do artigo é feita por letras e números.
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
Página 26 CARACTERIZAÇÃO DOS PROCESSOS DE GESTÃO DA INFORMAÇÃO DE ARTIGOS
4.1.1 Caraterização da Situação Atual
O sistema de codificação de artigos na RICAP não obedece a nenhuma norma e/ou regras formais.
No entanto, os responsáveis por estas operações foram definindo estratégias que lhes permitem
facilitar o trabalho.
Com o tempo foram sendo criadas famílias de artigos de modo a que cada artigo se encaixe numa
família. A Tabela 4 identifica as famílias de artigos na empresa, assim como o código atribuído a
cada família e a quantidade de artigos registados em cada uma.
Tabela 4 – Famílias de Artigos Existentes na Empresa.
CÓDIGO DESIGNAÇÃO DA FAMÍLIA DE ARTIGOS Nº DE ARTIGOS ASSOCIADOS
01 PELES 707
02 FORROS DE PELE 48
03 SOLAS 864
04 APLICAÇÕES 175
05 FIVELAS 48
06 CORDÃO 149
07 FORROS DE TÊXTIL 69
08 ELÁSTICOS 0
09 LINHAS 6
10 COLAS/MASSAS 136
11 TELAS 14
12 PALMILHAS 137
13 ESPUMAS 23
14 TARIFAS 89
15 ILHÓS 1
16 ELÁSTICOS / VELCRO 45
17 ETIQUETAS 264
18 MIUDEZAS 48
2 MODELOS 6807
20 FITAS 65
32 CAIXAS / PAPEL SULFITO 372
NÃO EXISTENTE ARTIGOS NÃO MATÉRIAS-PRIMAS 108
NÃO EXISTENTE CORTANTES 2
NÃO EXISTENTE COSIDOS MANUAIS 25
NÃO EXISTENTE FORROS 4
NÃO EXISTENTE LINHAS 1
NÃO EXISTENTE MODELOS 9980
NÃO EXISTENTE TARIFAS CX NORMAIS 9
NÃO EXISTENTE TIMBRES 222
Em primeiro lugar, é necessário identificar se o artigo que se pretende codificar é um artigo novo
ou se já se encontra codificado.
Caso seja um artigo novo, para o qual é necessário atribuir um código, identifica-se a que família
de artigos este pertence. De seguida é atribuído o código a esse artigo tendo em conta as suas
caraterísticas, sendo que depois é descriminado de forma mais detalhada na designação do artigo.
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
CARACTERIZAÇÃO DOS PROCESSOS DE GESTÃO DA INFORMAÇÃO DE ARTIGOS Página 27
A Figura 12 pretende mostrar o código atribuído a um artigo pertencente à família de artigos da
principal matéria-prima da empresa. Para além disso pretende-se mostrar o raciocínio seguido
para a construção dos códigos atribuídos aos artigos desta família.
Figura 12 – Código de um Artigo Pertencente à Família Peles.
Por outro lado, a Figura 13 mostra o código atribuído a um produto da empresa, apresentando
também o raciocínio tido em conta para a construção dos códigos dos produtos da empresa.
Figura 13 – Código de um Produto da Empresa.
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
Página 28 CARACTERIZAÇÃO DOS PROCESSOS DE GESTÃO DA INFORMAÇÃO DE ARTIGOS
4.1.2 Identificação dos Problemas
Atualmente, a empresa possui um número muito elevado de artigos codificados, cerca de vinte
mil, muito relacionado com a complexidade e personalização dos seus produtos, tendo em conta
a variedade e diversidade de materiais que podem ser utilizados no mesmo produto.
Na Tabela 5 apresentam-se os principais problemas identificados, mostrando, quando possível,
exemplos desses mesmos problemas.
Tabela 5 – Problemas Identificados no Sistema de Codificação de Artigos da Empresa.
DESCRIÇÃO EXEMPLO
DUPLICAÇÃO DE FAMÍLIAS DE ARTIGOS
Ex. 1: 02-Forros de Pele, 07-Forros Têxtil e Forros; Ex. 2: 09-Linhas e Linhas Ex. 3: 08-Elásticos e 16-Elásticos/Velcro Ex. 4: 14-Tarifas e Tarifas Cx Normais Ex. 5: 2-Modelos e Modelos
FAMÍLIAS DE ARTIGOS QUE DEVERIAM SER DIVIDIDAS EM DUAS Ex. 1: 10-Colas/Massas Ex. 2: 16-Elásticos/Velcro Ex. 3: Caixas/Papel Sulfito
FAMÍLIAS DE ARTIGOS COM APENAS UM OU NENHUM ARTIGO Ex. 1: 08-Elásticos Ex. 2: 15-Ilhós Ex. 3: Linhas
PARA O MESMO ARTIGO EXISTEM DOIS CÓDIGOS DIFERENTES Ex.: APL.ILH.N10.CHA e ILH.N10.CHA são dois códigos que se referem ao mesmo artigo.
ARTIGOS DESLOCADOS DA FAMÍLIA
Ex. 1: CUN.SOF.13 é um cunho, que pertence à família Timbres e que se encontra na família 04-Aplicações Ex. 2: APL.MOLA.PRESSAO é uma aplicação, que pertence à família 04-Aplicações e que se encontra na família 16-Elástico/Velcro
ARTIGOS ASSOCIADOS Á FAMÍLIA 18-MIUDEZAS, MAS QUE
PERTENCEM A OUTRA FAMÍLIA DE ARTIGOS Ex.: PAP.SUL.FOO é um papel de sulfito que pertence à família 32-Caixas/Papel Sulfito
CÓDIGOS DE ARTIGOS COM ERROS Ex. 1: FIT.ENTI-ROUBO que deveria ser FIT.ANTI.ROUBO
Relativamente à codificação de produtos, o maior problema prende-se com o facto de o código ser
introduzido manualmente e não existir nenhuma norma/regra que explique e defina o
procedimento para a codificação dos diferentes tipos de artigos. Este facto provoca a criação de
códigos com erros.
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
CARACTERIZAÇÃO DOS PROCESSOS DE GESTÃO DA INFORMAÇÃO DE ARTIGOS Página 29
4.1.3 Proposta de Melhoria – Regras de Codificação de Artigos
Para uma correta codificação de materiais é necessário a criação de regras claras e simples.
Deste modo, para codificar um material deve atender-se às seguintes regras:
Identificar a família a que o artigo pertence;
Procurar o artigo no catálogo respetivo;
Caso o material não exista em catálogo proceder à sua codificação:
Consultar e seguir a estrutura de codificação estabelecida para a família do artigo,
construindo o respetivo código, tendo em conta as caraterísticas do artigo necessárias
para a definição do código;
No caso do código terminar com um número sequencial, consultar o catálogo respetivo
para saber qual o último número atribuído;
Atualizar o(s) catálogo(s).
Tendo como base as regras acima mencionadas, a Tabela 6 apresenta a proposta de famílias de
artigos que a empresa deve considerar. Para alcançar esta proposta, foram consideradas as
famílias existentes atualmente na empresa, as sugestões dos colaboradores que trabalham com
os códigos no dia-a-dia, a análise dos artigos que poderão pertencer a cada família e a análise do
registo de artigos existentes na empresa. Assim, algumas das famílias existentes foram divididas,
outras foram eliminadas, outras mantidas, outras criadas e outras sofreram alteração na
designação. Para além disto, para o código das famílias de artigos propõe-se a atribuição de um
código alfabético em substituição do numérico atualmente existente para cada família de artigos.
Tabela 6 – Proposta de Famílias de Artigos para a Empresa.
DESIGNAÇÃO DA FAMÍLIA DE ARTIGOS CÓDIGO DESIGNAÇÃO DA FAMÍLIA DE ARTIGOS CÓDIGO
AGULHAS AGU ILHÓS ILH
APLICAÇÕES METÁLICAS A.MET LINHAS LIN
APLICAÇÕES PLÁSTICAS A.PLA MATERIAIS HST M.HST
CAIXAS CAI MATERIAIS MANUTENÇÃO M.MAN
COLAS COL MODELOS MOD
CORDÕES COR PALMILHAS LIMPEZA P.LIM
DIVERSOS DIV PALMILHAS MONTAGEM P.MON
ELÁSTICOS ELA PELES PEL
EMBRULHOS EMB PRODUTOS ACABAMENTO P.ACA
ENCHIMENTOS ENC PRODUTOS PRIMÁRIOS P.PRI
ESPUMAS ESP SOLAS SOL
ETIQUETAS ETI TARIFAS TAR
FECHOS FEC TELAS TEL
FITAS FIT TIMBRES TIM
FIVELAS FIV UTENSÍLIOS UTE
FORMAS FRM VELCROS VEL
FORROS FOR VIVOS PLÁSTICOS V.PLA
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
Página 30 CARACTERIZAÇÃO DOS PROCESSOS DE GESTÃO DA INFORMAÇÃO DE ARTIGOS
Para cada uma das famílias de artigos propõe-se uma estrutura de codificação para os artigos que
lhes pertençam. A título de exemplo apresenta-se, na Figura 14, a estrutura de codificação da
família de elásticos, exemplificando com o código de um elástico.
Figura 14 – Estrutura de Codificação da Família de Elásticos.
No Anexo VII apresentam-se as estruturas de codificação para as restantes famílias de artigos,
com a exceção das famílias Diversos, Materiais de HST, Utensílios, e Materiais de Manutenção por
não ser possível criar uma estrutura que possa abranger os artigos que nelas se incluem devido à
sua diversidade.
Com isto, pretende-se que, para as famílias de artigos em que seja possível, se definam quais os
valores possíveis para cada um dos parâmetros da estrutura de codificação, com o intuito de lhes
atribuir um código para que haja uma coerência e não existam erros de escrita. Com a atualização
do software, a criação de novos artigos deverá ser feita através da seleção de um valor por
parâmetro associada à família de artigos e, assim, o código será criado automaticamente. No
entanto, não se pretende afirmar que na empresa existam todas as variantes de artigos possíveis
para determinada família. Porém, se a empresa vier a necessitar de criar um novo artigo de uma
determinada família, este poderá já estar contemplado nesses valores dos parâmetros, bastando
selecionar os valores correspondentes às caraterísticas do artigo. Se com o tempo a empresa
necessitar de aumentar os valores para cada parâmetro, deverá ser possível, sem que isso altere
em nada os artigos anteriormente criados, por forma a manter a coerência inicial.
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
CARACTERIZAÇÃO DOS PROCESSOS DE GESTÃO DA INFORMAÇÃO DE ARTIGOS Página 31
A título de exemplo, para a família de elásticos apresentam-se os parâmetros e respetivos valores
que permitem criar a variedade de artigos nesta família, conforme se mostra na Figura 15
Figura 15 – Parâmetros e Respetivos Valores para a Família de Elásticos.
No que à família de Modelos diz respeito, também se apresenta uma proposta de melhoria. No
entanto, só se saberá se tal será possível após consulta na empresa do software. Assim, mantendo
a estrutura de codificação existente, aquilo que se pretende é que, para cada campo do código,
seja selecionado o item correspondente de uma lista de artigos existentes. Na Figura 16 pretende-
se demonstrar o raciocínio desta proposta.
Figura 16 – Estrutura de Codificação da Família de Modelos.
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
Página 32 CARACTERIZAÇÃO DOS PROCESSOS DE GESTÃO DA INFORMAÇÃO DE ARTIGOS
Desta forma, apenas a referência do modelo seria introduzida manualmente. Tudo o resto seria
selecionado a partir de listas que formariam o resto do código do produto, evitando erros de escrita
e permitindo identificar se os principais materiais necessários para este produto já se encontram
codificados no sistema. Caso não existam, devem ser criados à priori para ser possível criar o
código do produto.
4.2 Listas de Materiais
Na empresa, atualmente, falar de listas de materiais equivale a falar de Fichas Técnicas. Estas
Fichas Técnicas são criadas apenas para os modelos que são encomendados e entram em
produção.
4.2.1 Caraterização da Situação Atual
A criação de uma Ficha Técnica tem como base a informação da Ficha de Amostra (Anexo VIII) do
modelo respetivo. Se o Cliente recebeu uma amostra, a Ficha Técnica do modelo encomendado
pelo cliente é criada com base na Ficha de Amostra da amostra do cliente. Caso contrário, a Ficha
Técnica é criada com base na Ficha de Amostra da amostra de coleção.
Cada item é acrescentado à Ficha Técnica tendo em conta a fase de produção em que é
consumido, pelo que, primeiro se colocam os artigos que são consumidos na fase de corte,
seguidos dos artigos consumidos na fase de costura, montagem, acabamento e embalamento. No
entanto, quando se pretende criar uma Ficha Técnica de um produto de um cliente e existe uma
Ficha Técnica de um produto da mesma referência, mas que pertence a outro cliente, copia-se a
Ficha Técnica desse artigo e procede-se às alterações necessárias, entre as quais a alteração de
artigos a utilizar para o mesmo fim, a eliminação de artigos e/ou a adição de artigos.
4.2.2 Identificação de Problemas
O software atual, não permite criar artigos de amostras, que devem ser tratados como temporários,
pelo que não é possível também criar Fichas Técnicas nem obter Planos de Fabrico de amostras.
Para colmatar esta falha, a empresa cria, numa folha de cálculo, as Fichas de Amostra, que
servem como uma lista de materiais básica, onde apenas constam os artigos principais e que
podem ser alvo de alteração conforme a customização dos clientes.
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
CARACTERIZAÇÃO DOS PROCESSOS DE GESTÃO DA INFORMAÇÃO DE ARTIGOS Página 33
Com base nos procedimentos atuais, foram identificados os seguintes problemas, bem como as
suas consequências:
Esquecer de introduzir alguns materiais, o que se traduz na sua não inclusão no Mapa de
Necessidades e consequente falta de materiais para a data de produção.
Esquecer de alterar alguns materiais que são específicos de um determinado cliente, que,
consequentemente, resultará na solicitação de materiais que não são necessários para esse
produto e falta dos que são precisos.
Esquecer de colocar as devidas alterações que o cliente solicitou, que pode resultar numa não
conformidade com o pedido do cliente que pode levar à rejeição/devolução da encomenda ou
pedido de indeminização.
Considerar que um cosido manual é um artigo. Um cosido manual é uma operação que
consome um artigo da família de Linhas. Ao considerarem um cosido manual como um artigo,
este aparece no Mapa de Necessidades ao invés de aparecer o artigo realmente necessário.
O mesmo acontece com as fitas de timbrar que não são incluídas nas Fichas Técnicas, sendo
que apenas é colocado o timbre que é utilizado e a respetiva cor.
Desatualização de algumas Fichas Técnicas que provocam a aquisição de materiais em
excesso ou na não consideração do consumo de determinados artigos no custo do produto
que se reflete de forma direta no preço dos produtos.
Para além dos problemas acima identificados, existe ainda um que se prende com a possível
necessidade de fazer alterações nas fichas técnicas como forma de as manter atualizadas e
corrigidas. Caso seja necessário proceder a uma alteração em todas as Fichas Técnicas relativas
à mesma referência de modelo, o colaborador tem de pesquisar todos os artigos criados sob a
mesma referência do modelo e fazer essa alteração, uma de cada vez. Isto, leva a que muitas
vezes só seja alterada a Ficha Técnica do produto específico do cliente, ficando por alterar o
mesmo produto que foi criado para outros clientes e que também deveriam ser alvo de alteração.
4.2.3 Proposta de Melhoria – Estrutura Base dos Produtos
Como proposta de melhoria sugere-se a criação de uma Estrutura Base dos Produtos que auxilie
o seu preenchimento e permita alertar o colaborador, que as cria, para a necessidade de incluir
determinados materiais que são fundamentais para a produção dos produtos.
Para além disso, o novo software deve permitir criar fichas técnicas de amostras que após
verificação e validação das mesmas devem ser corrigidas e atualizadas. Assim, as fichas técnicas
de amostras aprovadas podem servir, também elas, como estruturas base para a criação de
produtos sob a mesma referência, sendo apenas necessário fazer alterações de acordo com as
especificidades de cada cliente, sendo que em caso de amostra de cliente que seja confirmada,
não haverá necessidade de proceder a qualquer alteração.
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
Página 34 CARACTERIZAÇÃO DOS PROCESSOS DE GESTÃO DA INFORMAÇÃO DE ARTIGOS
Desta forma, no desenvolvimento da coleção e na produção de amostras para os clientes, seria
adiantado grande parte do trabalho no que respeita à informação dos produtos, mais
concretamente às listas de materiais.
A empresa deve ainda solicitar que o novo software permita que ao proceder a uma alteração
numa Ficha Técnica, seja possível alterar todas as Fichas Técnicas da mesma referência ou
apenas na Ficha Técnica em questão.
Para demonstrar o que se pretende, a Figura 17 apresenta a Estrutura Base dos Produtos
preenchida para um produto específico. Como se verifica, a estrutura divide-se pelas fases de
produção e identifica as partes base constituintes dos produtos. Quando uma determinada parte
não possui nenhum artigo atribuído, esta aparece com fundo cinzento. Assim, ao selecionar o
artigo para a parte, o fundo muda de cor conforme a fase correspondente. No final, quando se
guarda e valida a Ficha Técnica, as linhas a cinzento desaparecem, ficando apenas visíveis os
campos com artigos atribuídos. Isto não quer dizer que posteriormente esta Ficha Técnica não
possa vir a ser alterada, podendo acrescentar/eliminar/alterar campos.
Com a intervenção neste processo será possível, principalmente:
Corrigir o preço dos produtos: com a atualização e criação de novas Fichas Técnicas será
possível atualizar o custo e preço dos produtos, sendo que a tendência será para estes
aumentarem ligeiramente;
Melhorar os processos PCP: Se as Fichas Técnicas estiverem atualizadas, os colaboradores
também trabalham com mais certeza nas informações que o software lhes fornece.
Deste modo é fundamental que no momento de atualização de software, também esta informação
dos artigos seja atualizada e conferida, pois só assim possibilitará a correta comunicação para as
restantes áreas funcionais da empresa.
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
CARACTERIZAÇÃO DOS PROCESSOS DE GESTÃO DA INFORMAÇÃO DE ARTIGOS Página 35
Figura 17 – Estrutura Base de Ficha Técnica – Exemplo para Produto da Referência 8968.
4.3 Listas de Operações
A empresa, nos dias que correm, não possui nenhum registo de listas de operações. As operações
a realizar e sua sequência são definidas pelos encarregados das secções, com base a sua
experiência.
4.3.1 Caraterização da Situação Atual
Atualmente, tendo em sua posse o Plano de Fabrico e uma fotografia ou amostra do modelo, o
encarregado da secção de corte identifica as ferramentas a utilizar e que operações deve fazer.
Por sua vez, a encarregada da secção de costura identifica a sequência e tipo de operações a
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
Página 36 CARACTERIZAÇÃO DOS PROCESSOS DE GESTÃO DA INFORMAÇÃO DE ARTIGOS
realizar apenas com a análise da fotografia ou amostra do modelo. Na secção de montagem, a
sequência de operações difere tendo em conta o sistema de montagem do modelo.
A única ferramenta que pode ser útil, em casos de dúvida, é o envelope de modelação que tem
origem na criação do modelo, onde constam algumas indicações para a produção do mesmo.
Porém, às vezes são feitas alterações ao modelo que não chegam a ser corrigidas nesse mesmo
envelope. Para além disso, muitas vezes, questionam os funcionários que produziram a amostra
sobre o procedimento que adotaram. No entanto, estes funcionários produzem muitas amostras
diferentes por época que muitas das vezes não se lembram bem do procedimento específico desse
modelo.
Tendo em conta que o maior número e complexidade de operações são realizadas nas secções
de corte e costura, a análise da inexistência de listas de operações recairá apenas sobre estas
duas secções.
4.3.2 Identificação de Problemas
Face à inexistência de listas de operações na empresa, foi possível identificar certos problemas
que poderão vir a ser colmatados com a criação de listas de operações para cada modelo que
seja aprovado para produção.
Assim, na Tabela 7 apresentam-se os problemas identificados devido à inexistência de listas de
operações bem como as consequências que podem advir desses problemas.
Tabela 7 – Problemas Identificados pela Inexistência de Listas de Operações na Empresa.
PROBLEMA CONSEQUÊNCIA
PEÇA DO MODELO NÃO CORTADA
Este problema muitas vezes só é detetado na secção de costura quando a peça é necessária. Deste modo, essa peça tem de ser cortada, faceada e distribuída pelos lotes. Só assim se pode dar continuidade aos trabalhos, causando paragens/quebras na produção.
PEÇAS POR FACEAR OU MAL FACEADAS As peças têm de ser recolhidas de todos os lotes para regressarem à secção de corte para serem faceadas corretamente e voltarem para a costura causando paragens/quebras na produção.
CRAVADO/APLICAÇÃO EM FALTA
Se for detetado a tempo, pode retificar-se a situação. No entanto, por vezes é necessário desfazer certas operações para que seja possível proceder à retificação. Quando é detetado muito tarde, corre-se o risco de enviar o produto em não conformidade, que pode resultar em penalização ou anulação da encomenda.
RESISTÊNCIA EM SOLICITAR O ENVELOPE DO
MODELO EM PRODUÇÃO Com a solicitação do envelope do modelo, muitas situações de dúvidas ou erros poderiam ser evitados, pois estão perfeitamente esclarecidos.
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
CARACTERIZAÇÃO DOS PROCESSOS DE GESTÃO DA INFORMAÇÃO DE ARTIGOS Página 37
O maior problema resultante da inexistência de listas de operações foi identificado na secção de
costura, para o qual se alerta a gerência da empresa para a necessidade de uma análise mais
cuidadosa.
Os colaboradores baseiam-se nos procedimentos que foram adotados na última vez que
produziram determinado modelo, esquecendo-se que cada encomenda, apesar de ser a mesma
referência de modelo, pode apresentar especificidades diferentes, implicando que dessa vez os
procedimentos se alterem. Por outro lado, o que acontece muitas das vezes é que nem sequer é
o mesmo modelo, mas sim um muito parecido mas com alguma alteração, que, por mais pequena
que seja, torna esse modelo diferente.
Durante a realização deste projeto, verificou-se que muitos erros poderiam ter sido evitados se
antes de iniciar a produção fosse consultado o envelope de modelação do modelo a ser produzido.
4.3.3 Proposta de Melhoria – Plano de Processo
Tendo em conta que as listas de operações são fundamentais no PDM, para o planeamento e
programação da produção, será apresentado como proposta a criação do Plano de Processo, um
registo que deve ser criado pelo Departamento de Investigação & Desenvolvimento para cada
modelo confirmado para produção. Esta proposta foi pensada com ajuda dos encarregados das
secções de corte e costura e com os colaboradores do Departamento de Investigação &
Desenvolvimento, para colmatar os problemas identificados.
Para além de colmatar os problemas identificados, o Plano de Processo servirá de input para o
planeamento de necessidade de materiais e de capacidade.
No Anexo IX apresenta-se o Plano de Processo – Ref.: 8968, onde constam todas as peças
constituintes do modelo, a descrição das operações a realizar e sua sequência, bem como as
ferramentas e detalhes a usar em cada operação.
Com este Plano de Processo pretende-se auxiliar os encarregados de secção a programar com
mais facilidade os trabalhos, sabendo ao certo quais as operações necessárias e a sua sequência
para cada modelo. Para além disso, podem consultar de antemão quais os equipamentos e
ferramentas vão necessitar para cada Plano de Fabrico.
Ainda mais, este Plano de Processo permite que os encarregados e funcionários tenham
conhecimento dos procedimentos corretos, evitando trabalhar na incerteza daquilo que estão a
fazer.
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
Página 38 CARACTERIZAÇÃO DOS PROCESSOS DE GESTÃO DA INFORMAÇÃO DE ARTIGOS
Deste modo, a criação deste documento deve ser levada muito a sério e as operações e respetivas
sequências devem ser pensadas tendo em linha a industrialização do modelo, ou seja, o Plano de
Processo deve ser pensado para produção de grandes quantidades.
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
ANÁLISE CRÍTICA E CONCLUSÃO Página 39
5. ANÁLISE CRÍTICA E CONCLUSÃO
Na fase inicial deste projeto de investigação foi efetuado um enquadramento teórico do tema
Gestão da Informação de Artigos para a Gestão da Produção que permitiu identificar e selecionar
as bases concetuais para o trabalho proposto. No sentido de melhorar o registo das informações
dos artigos, podem ser adotados diferentes sistemas/estratégias/estruturas que devem abranger
diversos aspetos:
A atualidade da informação;
A coerência no mesmo tipo de informação;
A simplicidade e facilidade de interpretar a informação;
A integração das áreas funcionais de uma empresa, permitindo assim a integração dos
processos empresariais.
Após esta revisão de literatura, conclui-se que o PDM para a produção representa uma função
fundamental nas empresas, não só pelo seu impacto nas restantes áreas funcionais das
empresas, mas principalmente no sistema de PCP, não esquecendo as consequências ao nível do
serviço prestado ao cliente. Neste contexto, é crucial que as empresas adotem estratégias que
passem pela otimização dos processos e procedimentos de PDM. Para além disto foi possível
compreender os principais processos do PDM, bom como identificar as diferentes abordagens e
tendências atuais para cada um dos processos.
Na realização desta revisão bibliográfica, a pesquisa de artigos sobre o PDM foi difícil, pois este
assunto é pouco explorado na literatura. Na verdade, não existem muitos estudos ou modelos que
abordem o PDM em situações reais e atuais, tendo em conta as especificações e exigências do
mercado nos dias de hoje.
Após a análise dos conceitos teóricos abordados foi realizada uma análise e caraterização da
situação atual do PDM na empresa em estudo neste projeto. Neste sentido, foram analisados os
procedimentos e os fluxos de informação envolvidos. Posteriormente, foram identificados diversos
problemas do PDM, que num ponto de vista global, conduzem a perdas financeiras, tendo
principalmente em conta a desatualização dos registos da informação de artigos.
Nesta sequência, foram apresentadas propostas de melhoria para o sistema de codificação de
artigos, para as listas de materiais e para as listas de operações.
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
Página 40 ANÁLISE CRÍTICA E CONCLUSÃO
Para o sistema de codificação de artigos sugere-se a criação de Regras de Codificação de Artigos,
redefinindo as famílias de artigos a considerar na empresa, bem como a criando estruturas de
codificação para cada uma das famílias de artigos, por forma a manter a coerência na informação
dos códigos de artigos, permitindo que qualquer colaborador que lide com esta informação tenha
conhecimento do seu significado.
No que respeita às listas de materiais, sugere-se a criação de uma Estrutura Base dos Produtos,
que facilite o preenchimento das Fichas Técnicas, por forma a evitar a não inclusão de artigos,
por exemplo, que provocam consequências no aprovisionamento de materiais e a não
consideração do custo desse artigo no custo do produto.
Em relação às listas de operações, propõe-se a criação do Plano de Processo, um documento que
deve ser criado para cada modelo a produzir, onde constam informações sobre as operações a
realizar na fase de corte e costura. Nestes documentos constam informações acerca da sequência
das operações, das ferramentas a utilizar e dos procedimentos a realizar. Com este Plano de
Processo pretende-se, principalmente, colmatar o problema de não conformidade para com o
cliente.
Como principal dificuldade no desenvolvimento deste projeto, destaca-se o atraso na decisão, por
parte, da empresa, da data de atualização de software. Desta forma, no âmbito deste projeto não
foi possível realizar a implementação e monitorização das propostas de melhoria. No entanto,
pode referir-se que seria intenção de analisar o impacto da implementação das propostas
apresentadas, nomeadamente, identificar se permitiriam aumentar o rigor, diminuir falhas e
reduzir o esforço nos processos do PDM.
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS Página 41
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Saunders, M., Lewis, P., & Thornhill, A. (2007). Research Methods for Business Students (4ª Edição ed.):
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MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
Página 42 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Hill.
Sheikh, K. (2002). Manufacturing Resource Planning (MRPII) with introduction to ERP, SCM and CRM: McGraw‐Hill Professional.
Vollmann, T. E., William, L. B., Whybark, D. C., & Jacobs, F. R. (2005). Manufacturing Planning and Control for Supply Chain Management (5ª ed.): McGraw-Hill.
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Yin, R. K. (2008). Case Study Research: Design and Methods (4ª Edição ed. Vol. 5º): SAGE Publications.
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
ANEXO I – POLÍTICA DA EMPRESA Página 43
Anexo I. POLÍTICA DA EMPRESA
Ultrapassar as expectativas dos clientes, colaboradores e fornecedores é o principal objetivo da
política da empresa. Esta política pretende evidenciar os meios para atingir os objetivos
estabelecidos por forma a concretizar os compromissos. Uma política centrada na excelência.
PERANTE OS CLIENTES
Acompanhar de forma personalizada, com o intuito de assegurar a confiança, firmeza e
fidelização dos clientes;
Identificar as necessidades e expectativas dos atuais e de possíveis novos clientes;
Atuar no sentido de colmatar as necessidades e expectativas dos clientes, melhorando os
produtos, apostando nas melhores técnicas, tecnologias disponíveis e materiais.
PERANTE OS COLABORADORES
Promover condições de trabalho boas e saudáveis a todos os colaboradores quer em
segurança e saúde no trabalho, como em limpeza e bem-estar;
Incutir motivação, bem-estar e espirito de equipa nos colaboradores, com base em valores
éticos e profissionais, com o objetivo de realização profissional e pessoal de cada um;
Garantir qualificação dos recursos humanos, assegurando que cada colaborador dispõe de
competências adequadas para o desempenho das suas funções, permitindo o
desenvolvimento e aperfeiçoamento de competências técnicas, comerciais e de gestão.
PERANTE OS FORNECEDORES
Atuar de forma isenta e íntegra na seleção;
Avaliar o seu desempenho, serviço/produto fornecido de forma exigente;
PERANTE OS ACIONISTAS
Promover e garantir o desenvolvimento económico-financeiro sustentado da empresa a curto,
médio e longo prazo.
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
ANEXO II – ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA EMPRESA Página 45
Anexo II. ESTRUTURA ORGANIZACIONAL DA EMPRESA
Figura 18 – Estrutura Organizacional da Empresa.
Administração (Direção Geral)
D. Contabilístico e Recursos Humanos
Contabilidade
Recursos Humanos
Segurança e Higiene do Trabalho
D. Comercial
Relação com Cliente
Vendas
Orçamentos
Encomendas
Expedição
D. Markting
Marca
Imagem
Comunicação
D. Investigação & Desenvolvimento
Desenvolvimento de Novos Produtos
Produção de Amostras
Apoio Técnico à Produção
D. Produção
Planeamento de Produção
Programação da Produção
Acompanhamento da Produção
D. Compras
Necessidades de Materiais
Requisições
Controlo de Matérias-Primas
Control de Stocks
Acessoria - Direção Geral
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
ANEXO III – ANÁLISE ABC AO TOTAL DE PARES VENDIDOS POR PAÍS NO ANO 2013 Página 47
Anexo III. ANÁLISE ABC AO TOTAL DE PARES VENDIDOS POR PAÍS NO
ANO 2013
Tabela 8 – Análise ABC ao Total de Pares Vendidos por País no Ano 2013
PAÍS TOTAL DE PARES VENDIDOS % DE PARES VENDIDOS % ACUMULADA CLASSE
RÚSSIA 61 650 22,89 % 22,89 %
A
ALEMANHA 57 977 21,52 % 44,41 %
FRANÇA 46 206 17,15 % 61,56 %
ISRAEL 22 045 8,18 % 69,75 %
ESPANHA 14 906 5,53 % 75,28 %
INGLATERRA 8 181 3,04 % 78,32 %
ARABIA SAUDITA 7 680 2,85 % 81,17 %
CANADA 7 576 2,81 % 83,98 %
B
CAZAQUISTÃO 6 572 2,44 % 86,42 %
EAU 5 772 2,14 % 88,56 %
IRLANDA 5 358 1,99 % 90,55 %
BÉLGICA 5 308 1,97 % 92,52 %
BÓSNIA HERZEGOVINA 2 964 1,10 % 93,62 %
PORTUGAL 1 891 0,70 % 94,33 %
NORUEGA 1 793 0,67 % 94,99 %
FINLÂNDIA 1 755 0,65 % 95,64 %
C
HUNGRIA 1 548 0,57 % 96,22 %
ÁUSTRIA 1 520 0,56 % 96,78 %
SUÉCIA 1 078 0,40 % 97,18 %
UCRÂNIA 900 0,33 % 97,52 %
HONG KONG 878 0,33 % 97,84 %
JORDÂNIA 864 0,32 % 98,16 %
MALTA 780 0,29 % 98,45 %
KUWAIT 576 0,21 % 98,67 %
BOLÍVIA 480 0,18 % 98,84 %
BULGÁRIA 430 0,16 % 99,00 %
LÍBANO 384 0,14 % 99,15 %
GRÉCIA 378 0,14 % 99,29 %
NOVA ZELÂNDIA 374 0,14 % 99,43 %
LETÓNIA 372 0,14 % 99,56 %
ILHAS VIRGEM 340 0,13 % 99,69 %
POLONIA 293 0,11 % 99,80 %
BIELORRÚSSIA 207 0,08 % 99,88 %
CHINA 205 0,08 % 99,95 %
ESLOVÉNIA 84 0,03 % 99,98 %
REPUBLICA CHECA 29 0,01 % 99,99 %
JAPÃO 12 0,00 % 100,00 %
ROMÉNIA 6 0,00 % 100,00 %
TOTAL 269 372
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
ANEXO IV – ANÁLISE ABC AO VALOR TOTAL DE VENDAS POR PAÍS NO ANO 2013 Página 49
Anexo IV. ANÁLISE ABC AO VALOR TOTAL DE VENDAS POR PAÍS NO ANO
2013
Tabela 9 – Análise ABC ao Valor Total de Vendas por País no Ano 2013
PAÍS VALOR TOTAL DE VENDAS % TOTAL DE VENDAS % ACUMULADA CLASSE
RÚSSIA 1 221 352,71 € 23,56 % 23,56 %
A
ALEMANHA 1 138 953,67 € 21,97 % 45,53 %
FRANÇA 841 002,61 € 16,22 % 61,76 %
ISRAEL 364 537,44 € 7,03 % 68,79 %
ESPANHA 292 021,30 € 5,63 % 74,42 %
INGLATERRA 161 004,58 € 3,11 % 77,53 %
ARABIA SAUDITA 157 651,20 € 3,04 % 80,57 %
CANADA 150 537,80 € 2,90 % 83,47 %
B
CAZAQUISTÃO 139 248,81 € 2,69 % 86,16 %
IRLANDA 104 401,84 € 2,01 % 88,18 %
BÉLGICA 101 492,90 € 1,96 % 90,13 %
EAU 98 399,23 € 1,90 % 92,03 %
BÓSNIA HERZEGOVINA 66 798,20 € 1,29 % 93,32 %
NORUEGA 36 899,63 € 0,71 % 94,03 %
FINLÂNDIA 34 968,28 € 0,67 % 94,71 %
HUNGRIA 33 278,00 € 0,64 % 95,35 %
PORTUGAL 30 030,21 € 0,58 % 95,93 %
C
ÁUSTRIA 29 987,35 € 0,58 % 96,51 %
SUÉCIA 22 801,21 € 0,44 % 96,95 %
HONG KONG 19 753,90 € 0,38 % 97,33 %
MALTA 17 236,80 € 0,33 % 97,66 %
JORDÂNIA 17 000,00 € 0,33 % 97,99 %
UCRÂNIA 16 622,40 € 0,32 % 98,31 %
BOLÍVIA 11 450,40 € 0,22 % 98,53 %
KUWAIT 10 822,80 € 0,21 % 98,74 %
BULGÁRIA 10 527,87 € 0,20 % 98,94 %
GRÉCIA 8 257,17 € 0,16 % 99,10 %
LETÓNIA 7 728,00 € 0,15 % 99,25 %
NOVA ZELÂNDIA 7 375,11 € 0,14 % 99,39 %
POLONIA 6 741,30 € 0,13 % 99,52 %
LÍBANO 6 706,80 € 0,13 % 99,65 %
ILHAS VIRGEM 6 640,20 € 0,13 % 99,78 %
CHINA 4 845,00 € 0,09 % 99,87 %
BIELORRÚSSIA 3 415,10 € 0,07 % 99,94 %
ESLOVÉNIA 2 120,00 € 0,04 % 99,98 %
REPUBLICA CHECA 483,00 € 0,01 % 99,99 %
JAPÃO 298,00 € 0,01 % 99,99 %
ROMÉNIA 287,48 € 0,01 % 100,00 %
TOTAL 5 183 678, 30 €
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
ANEXO V – FICHA TÉCNICA – EXEMPLO Página 51
Anexo V. FICHA TÉCNICA – EXEMPLO
Figura 19 – Ficha Técnica – Exemplo.
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
ANEXO VI – PLANO DE FABRICO – EXEMPLO Página 53
Anexo VI. PLANO DE FABRICO – EXEMPLO
Figura 20 – Plano de Fabrico – Exemplo.
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
ANEXO VII – ESTRUTURAS DE CODIFICAÇÃO DAS FAMÍLIAS DE ARTIGOS Página 55
Anexo VII. ESTRUTURAS DE CODIFICAÇÃO DAS FAMÍLIAS DE ARTIGOS
Figura 21 – Estrutura de Codificação da Família de Agulhas.
Figura 22 – Estrutura de Codificação da Família de Aplicações Metálicas.
Figura 23 – Estrutura de Codificação da Família de Aplicações Plásticas.
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
Página 56 ANEXO VII – ESTRUTURAS DE CODIFICAÇÃO DAS FAMÍLIAS DE ARTIGOS
Figura 24 – Estrutura de Codificação da Família de Caixas.
Figura 25 – Estrutura de Codificação da Família de Colas.
Figura 26 – Estrutura de Codificação da Família de Cordões.
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
ANEXO VII – ESTRUTURAS DE CODIFICAÇÃO DAS FAMÍLIAS DE ARTIGOS Página 57
Figura 27 – Estrutura de Codificação da Família de Elásticos.
Figura 28 – Estrutura de Codificação da Família de Embrulhos.
Figura 29 – Estrutura de Codificação da Família de Enchimentos.
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
Página 58 ANEXO VII – ESTRUTURAS DE CODIFICAÇÃO DAS FAMÍLIAS DE ARTIGOS
Figura 30 – Estrutura de Codificação da Família de Espumas.
Figura 31 – Estrutura de Codificação da Família de Etiquetas.
Figura 32 – Estrutura de Codificação da Família de Fechos.
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
ANEXO VII – ESTRUTURAS DE CODIFICAÇÃO DAS FAMÍLIAS DE ARTIGOS Página 59
Figura 33 – Estrutura de Codificação da Família de Fitas.
Figura 34 – Estrutura de Codificação da Família de Fivelas.
Figura 35 – Estrutura de Codificação da Família de Formas.
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
Página 60 ANEXO VII – ESTRUTURAS DE CODIFICAÇÃO DAS FAMÍLIAS DE ARTIGOS
Figura 36 – Estrutura de Codificação da Família de Forros.
Figura 37 – Estrutura de Codificação da Família de Ilhós.
Figura 38 – Estrutura de Codificação da Família de Linhas.
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
ANEXO VII – ESTRUTURAS DE CODIFICAÇÃO DAS FAMÍLIAS DE ARTIGOS Página 61
Figura 39 – Estrutura de Codificação da Família de Palmilhas Limpeza.
Figura 40 – Estrutura de Codificação da Família de Palmilhas Montagem.
Figura 41 – Estrutura de Codificação da Família de Peles.
Figura 42 – Estrutura de Codificação da Família de Produtos Acabamento.
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
Página 62 ANEXO VII – ESTRUTURAS DE CODIFICAÇÃO DAS FAMÍLIAS DE ARTIGOS
Figura 43 – Estrutura de Codificação da Família de Produtos Primários.
Figura 44 – Estrutura de Codificação da Família de Solas.
Figura 45 – Estrutura de Codificação da Família de Tarifas.
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
ANEXO VII – ESTRUTURAS DE CODIFICAÇÃO DAS FAMÍLIAS DE ARTIGOS Página 63
Figura 46 – Estrutura de Codificação da Família de Telas.
Figura 47 – Estrutura de Codificação da Família de Timbres.
Figura 48 – Estrutura de Codificação da Família de Velcros.
Figura 49 – Estrutura de Codificação da Família de Vivos Plásticos.
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
ANEXO VIII – FICHA DE AMOSTRA – EXEMPLO Página 65
Anexo VIII. FICHA DE AMOSTRA – EXEMPLO
Figura 50 – Ficha de Amostra – Exemplo.
MELHORIA DA CODIFICAÇÃO, ESTRUTURA E OPERAÇÕES DE ARTIGOS NUMA EMPRESA DE CALÇADO
ANEXO IX – PLANO DE PROCESSO – REF.: 8968 Página 67
Anexo IX. PLANO DE PROCESSO – REF.: 8968
PLANO PROCESSO - REF.: 8968
DETALHES TÉCNICOS PAGINA
REFERÊNCIA 8968 SOLA R-405 CAPA
SISTEMA DE MONTAGEM MONTADO ESCALA DE TAMANHOS 39-46 DATA
ÉPOCA INVERNO 2013 TAMANHO BASE 41 05/08/2014
INFORMAÇÕES DEP.
DIRETOR MODELADOR APROVAÇÃO DO MODELOI & D
DESIGNER RESP. PROD. AMOSTRA CRIAÇÃO DOCUMENTO
MARCA DE CENTRO
MARCA DE INTERIOR
PICA DE ORIENTAÇÃO
RISCO PARA APONTAR
TALOEIRA
IDENTIFICAÇÃO DAS PEÇAS EM PELE E RESPETIVAS MARCAÇÕES
REFERÊNCIA
SISTEMA DE MONTAGEM
ÉPOCA INVERNO 2013
MONTADO
8968
PAGINA
1
DATA
05/08/2014
CORTE
SOLA
ESCALA DE TAMANHOS 39-46
R-405
TAMANHO BASE 41
DETALHES TÉCNICOS
PALA CORTANTE 8968
CORTANTE 8968
CORTANTE 8968
CORTANTE 8968
TALÃO INTERIOR
TALÃO EXTERIOR
SECÇÃO
CORTANTE 8968GASPEA
DETALHES DAS FERRAMENTAS DE CORTE
PALA
GÁSPEA TALOEIRATALÃO EXTERIOR
TALÃO INTERIOR
MARCA DE CENTRO
MARCA DE INTERIOR
IDENTIFICAÇÃO DAS PEÇAS EM FORRO E RESPETIVAS MARCAÇÕES
DETALHES DAS FERRAMENTAS DE CORTE
ÉPOCA INVERNO 2013 41 05/08/2014
SOLA
PAGINA
REFERÊNCIA 8968 R-405 2
SISTEMA DE MONTAGEM MONTADO 39-46 DATA
SECÇÃO
FORRO GÁSPEA CORTANTE 8968CORTE
FORRO TALÃO EXT. CORTANTE 8968
ESCALA DE TAMANHOS
TAMANHO BASE
DETALHES TÉCNICOS
FORRO GÁSPEA
FORRO TALÃO EXTERIOR
FORRO TALÃO INTERIOR
MARCA DE CENTRO
MARCA DE INTERIOR
DETALHES DAS FERRAMENTAS DE CORTE
TESTEIRA CORTANTE 8968 FORRO TALÃO INT. CORTANTE 8968
TAMANHO BASE 41
CORTECONTRAFORTE
05/08/2014
IDENTIFICAÇÃO DAS PEÇAS EM MATERIAIS E RESPETIVAS MARCAÇÕES
CORTANTE 8968
SECÇÃO
PAGINADETALHES TÉCNICOS
REFERÊNCIA 8968 SOLA R-405 3
SISTEMA DE MONTAGEM MONTADO ESCALA DE TAMANHOS 39-46 DATA
ÉPOCA INVERNO 2013
TESTEITA
CONTRAFORTE
MARCA DE CENTRO
MARCA DE INTERIOR
PICA DE ORIENTAÇÃO
RISCO PARA APONTAR
ZONA A FACEAR
ESCALA DE TAMANHOS
TAMANHO BASE
DETALHES TÉCNICOS PAGINA
REFERÊNCIA 8968 R-405 4
05/08/2014
INSTRUÇÕES PARA FACEAR PEÇAS EM PELE
SOLA
CORTE
SISTEMA DE MONTAGEM MONTADO 39-46 DATA
ÉPOCA INVERNO 2013 41
DETALHES PARA FACEADOS SECÇÃO
IGUALIZARSOBREPOSIÇÃOFIO
PALA
GÁSPEA TALOEIRATALÃO EXTERIOR
TALÃO INTERIOR
IGUALIZAR
FIO
FIO
FIO
SOBREPOSIÇÃO
SOBREPOSIÇÃO
MARCA DE CENTRO
MARCA DE INTERIOR
ZONA A FACEAR
PAGINA
REFERÊNCIA 8968
INSTRUÇÕES PARA FACEAR PEÇAS EM MATERIAIS
DETALHES PARA FACEADOS SECÇÃO
SOBREPOSIÇÃO
CORTE
DETALHES TÉCNICOS
SOLA R-405 5
SISTEMA DE MONTAGEM MONTADO ESCALA DE TAMANHOS 39-46 DATA
ÉPOCA INVERNO 2013 TAMANHO BASE 41 05/08/2014
TOUPO
CONTRAFORTE
MARCA DE CENTRO
MARCA DE INTERIOR
PICA DE ORIENTAÇÃO
RISCO PARA APONTAR
CRAVADO
DETALHES TÉCNICOS PAGINA
REFERÊNCIA 8968 SOLA R-405 6
SISTEMA DE MONTAGEM MONTADO ESCALA DE TAMANHOS 39-46 DATA
ÉPOCA INVERNO 2013 TAMANHO BASE 41 05/08/2014
INSTRUÇÕES PARA EMENDAR PALA NA GÁSPEA
DETALHES PARA COSTURA SECÇÃO
LINHA LINHA CANELA AGULHA PONTO COSTURA
COSTURANº 20 Nº 40 120 TRIANGULAR 4 PONTOS / CM FIO
MARCA DE CENTRO
MARCA DE INTERIOR
PICA DE ORIENTAÇÃO
PEÇA A APLICAR
DETALHES TÉCNICOS PAGINA
REFERÊNCIA 8968 SOLA R-405 7
SISTEMA DE MONTAGEM MONTADO ESCALA DE TAMANHOS 39-46 DATA
ÉPOCA INVERNO 2013 TAMANHO BASE 41 05/08/2014
INSTRUÇÕES PARA COLAR TESTEIRA
DETALHES PARA COLAGEM DA TESTEIRA SECÇÃO
DISTÂNCIA TEMP. DA MÁQUINA TEMPO
COSTURA8 MM 180 º C 5 SEGUNDOS
MARCA DE CENTRO
MARCA DE INTERIOR
PICA DE ORIENTAÇÃO
PEÇA A APLICAR
DETALHES TÉCNICOS PAGINA
REFERÊNCIA 8968 SOLA R-405 8
SISTEMA DE MONTAGEM MONTADO ESCALA DE TAMANHOS 39-46 DATA
ÉPOCA INVERNO 2013 TAMANHO BASE 41 05/08/2014
INSTRUÇÕES PARA COLAR FORRO DA GÁSPEA
DETALHES PARA COLAGEM DE FORRO DA GÁSPEA SECÇÃO
DISTÂNCIA COLA
COSTURA8 MM 2326
MARCA DE CENTRO
MARCA DE INTERIOR
RISCO PARA APONTAR
CRAVADO
DETALHES TÉCNICOS PAGINA
REFERÊNCIA 8968 SOLA R-405 9
SISTEMA DE MONTAGEM MONTADO ESCALA DE TAMANHOS 39-46 DATA
ÉPOCA INVERNO 2013 TAMANHO BASE 41 05/08/2014
INSTRUÇÕES PARA CRAVAR O FORRO DA GÁSPEA E APARAR
DETALHES PARA COSTURA SECÇÃO
LINHA LINHA CANELA AGULHA PONTO COSTURA APARAR
COSTURANº 20 Nº 40 120 TRIANGULAR 4 PONTOS / CM FIO TESOURA
APARAR EXCESSO
MARCA DE CENTRO
MARCA DE INTERIOR
PICA DE ORIENTAÇÃO
RISCO PARA APONTAR
CRAVADO ZIG-ZAG
DETALHES TÉCNICOS PAGINA
REFERÊNCIA 8968 SOLA R-405 10
SISTEMA DE MONTAGEM MONTADO ESCALA DE TAMANHOS 39-46 DATA
ÉPOCA INVERNO 2013 TAMANHO BASE 41 05/08/2014
INSTRUÇÕES PARA UNIR TALÕES COM COSTURA ZIG-ZAG
DETALHES PARA COSTURA SECÇÃO
LINHA LINHA CANELA AGULHA PONTO COSTURA
COSTURANº 20 Nº 40 120 TRIANGULAR
LARGURA 2,5 MM
COMPRIMENTO 4 MMZIG-ZAG
MARCA DE CENTRO
MARCA DE INTERIOR
PICA DE ORIENTAÇÃO
RISCO PARA APONTAR
CRAVADO
DETALHES TÉCNICOS PAGINA
REFERÊNCIA 8968 SOLA R-405 11
SISTEMA DE MONTAGEM MONTADO ESCALA DE TAMANHOS 39-46 DATA
ÉPOCA INVERNO 2013 TAMANHO BASE 41 05/08/2014
INSTRUÇÕES PARA CRAVAR TALOEIRA NOS TALÕES
DETALHES PARA COSTURA SECÇÃO
LINHA LINHA CANELA AGULHA PONTO COSTURA
COSTURANº 20 Nº 40 120 TRIANGULAR 4 PONTOS / CM FIO
MARCA DE CENTRO
MARCA DE INTERIOR
PICA DE ORIENTAÇÃO
RISCO PARA APONTAR
CRAVADO FEITIO
DETALHES TÉCNICOS PAGINA
REFERÊNCIA 8968 SOLA R-405 12
SISTEMA DE MONTAGEM MONTADO ESCALA DE TAMANHOS 39-46 DATA
ÉPOCA INVERNO 2013 TAMANHO BASE 41 05/08/2014
INSTRUÇÕES PARA CRAVADO FEITIO
DETALHES PARA COSTURA SECÇÃO
LINHA LINHA CANELA AGULHA PONTO COSTURA
COSTURANº 10 Nº 20 120 TRIANGULAR 2 PONTOS / CM FEITIO
MARCA DE CENTRO
MARCA DE INTERIOR
PEÇA A APLICAR
INSTRUÇÕES PARA COLAR CONTRAFORTE
DETALHES PARA COLAGEM DO CONTRAFORTE SECÇÃO
DISTÂNCIA COLA
COSTURA10 MM 2326
DETALHES TÉCNICOS PAGINA
REFERÊNCIA 8968 SOLA R-405 13
SISTEMA DE MONTAGEM MONTADO ESCALA DE TAMANHOS 39-46 DATA
ÉPOCA INVERNO 2013 TAMANHO BASE 41 05/08/2014
MARCA DE CENTRO
MARCA DE INTERIOR
PEÇA A APLICAR
INSTRUÇÕES PARA COLAR FORRO DO TALÃO
DETALHES PARA COLAGEM DO FORRO DO TALÃO SECÇÃO
DISTÂNCIA COLA
COSTURA10 MM 2326
DETALHES TÉCNICOS PAGINA
REFERÊNCIA 8968 SOLA R-405 14
SISTEMA DE MONTAGEM MONTADO ESCALA DE TAMANHOS 39-46 DATA
ÉPOCA INVERNO 2013 TAMANHO BASE 41 05/08/2014
MARCA DE CENTRO
MARCA DE INTERIOR
PICA DE ORIENTAÇÃO
RISCO PARA APONTAR
CRAVADO
INSTRUÇÕES PARA CRAVAR O FORRO DO TALÃO E APARAR
DETALHES PARA COSTURA SECÇÃO
LINHA LINHA CANELA AGULHA PONTO COSTURA APARAR
COSTURANº 20 Nº 40 120 TRIANGULAR 4 PONTOS / CM FIO TESOURA
DETALHES TÉCNICOS PAGINA
REFERÊNCIA 8968 SOLA R-405 15
SISTEMA DE MONTAGEM MONTADO ESCALA DE TAMANHOS 39-46 DATA
ÉPOCA INVERNO 2013 TAMANHO BASE 41 05/08/2014
MARCA DE CENTRO
MARCA DE INTERIOR
PICA DE ORIENTAÇÃO
RISCO PARA APONTAR
CRAVADO 2 AGULHAS
INSTRUÇÕES PARA GASPEAR
DETALHES PARA COSTURA SECÇÃO
LINHA LINHA CANELA AGULHA PONTO COSTURA
COSTURANº 20 Nº 40 120 TRIANGULAR 4 PONTOS / CM GASPEADO 2 AGULHAS
DETALHES TÉCNICOS PAGINA
REFERÊNCIA 8968 SOLA R-405 16
SISTEMA DE MONTAGEM MONTADO ESCALA DE TAMANHOS 39-46 DATA
ÉPOCA INVERNO 2013 TAMANHO BASE 41 05/08/2014