mesa redonda: a interface da políticas públicas e erradicação do trabalho infantil nivia maria...
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MESA REDONDA: A Interface da Políticas
Públicas e
Erradicação do Trabalho Infantil
Nivia Maria Polezer / Assistente Social
Territórios livres do trabalho infantil
A realidade tem nos mostrado que devemos qualificar nosso debate. Estarmos presente é importante, mas não é suficiente. O que fazemos para alterar o rumo da história das crianças e adolescentes em situação
do trabalho infantil.
Contextualização da problemática - Trabalho Infantil
Contextualização da problemática - Trabalho Infantil
Por que este tema:
Consolidar a perspectiva de co-responsabilidade entre os entes federados e demais órgãos;
Consolidar políticas de Estado e não de um governo;
Cumprimento do ECA – art. 86
“ Política de atendimento dos direitos da criança e do adolescente far-se-á através de um conjunto articulado de ações governamentais e não governamentais, da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios e demais legislações vigentes”.
ASSISTÊNCIA SOCIALASSISTÊNCIA SOCIAL
Marcos Legais da Política de Assistência Social:
•Constituição Federal de 1988
•1993: Lei Orgânica de Assistência Social
•2009 : Lei 12.101/2009 CEBAS
•2011: Lei 12.435/2011 insere o SUAS na LOAS
ASSISTÊNCIA SOCIALASSISTÊNCIA SOCIAL
Marcos Normativos do SUAS:
•Política Nacional de Assistência Social (PNAS/2004);
•Norma Operacional Básica do SUAS (NOB/SUAS/2005);
•Norma Operacional Básica de Recursos Humanos (NOB-RH/SUAS/2006);
•Tipificação dos Serviços Socioassistenciais (2009);
•Protocolo de Gestão Integrada de Serviços, Benefícios e Programas de Transferência de Renda (2009).
Centralidade na Família na Política Centralidade na Família na Política de Assistência Socialde Assistência Social
RECONHECIMENTO:
Do papel da família e de suas potencialidades;Do papel do Estado no apoio ao exercício da função da família de cuidado e proteção de seus membros; De que a família é espaço de cuidado e proteção, mas também pode ser o espaço de conflito e até mesmo violações.
AssistencialismoAJUDA
• Ligado à filantropia;• Concepção relacionada à culpabilização individual; •Não provoca mudanças.
AssistencialismoAJUDA
• Ligado à filantropia;• Concepção relacionada à culpabilização individual; •Não provoca mudanças.
Assistência SocialDIREITO
• Direito social e dever estatal;• Concepção contextualizada das situações e do papel do estado de Proteção Social; • Voltada à promoção do acesso a direitos;• Contínua, transformadora;• Reconhece necessidades individuais e coletivas;• Promove estratégia de desenvolvimento individual, familiar e coletivo.
Assistência SocialDIREITO
• Direito social e dever estatal;• Concepção contextualizada das situações e do papel do estado de Proteção Social; • Voltada à promoção do acesso a direitos;• Contínua, transformadora;• Reconhece necessidades individuais e coletivas;• Promove estratégia de desenvolvimento individual, familiar e coletivo.
OBJETIVOS DO SUASOBJETIVOS DO SUAS
...que as ações no âmbito da assistência social tenham centralidade na família, e que garantam a convivência familiar e comunitária.
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...serviços, programas, projetos e benefícios de proteção social básica e/ou especial para famílias, indivíduos e grupos que deles necessitam.
...com a inclusão e a eqüidade dos demandatários e grupos específicos, ampliando o acesso aos bens e serviços socioassistenciais básicos e especiais, em áreas urbanas e rural.
Enfoque na proteção social, a partir da configuração de um sistema que reorganiza as ações por níveis de complexidade
Proteção Social Básica
Proteção Social Especial de Média Complexidade
Proteção Social Especial de Alta Complexidade
SUAS - UM NOVO MODELO DE SUAS - UM NOVO MODELO DE ORGANIZAÇÃO ORGANIZAÇÃO
PSB
PSE AltaAusência de
Vínculos Familiares e Comunitários
Fortalecimento dos Vínculos
Familiares e
Comunitários
PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA E PROTEÇÃO SOCIAL BÁSICA E ESPECIALESPECIAL
CRAS
CREAS e
CENTRO POP
Instituições de Acolhimento
Família Acolhedora
PSE Média
A intervenção intervenção realizada pela Assistência SocialAssistência Social deve contar com um conjunto articulado de ações,conjunto articulado de ações, referenciando as várias políticas setoriaisvárias políticas setoriais: Saúde; Educação; Esporte; Cultura ; Lazer ; Trabalho (Preparação/Proteção para o trabalho).
Centralidade na famíliaCentralidade na família, visando o fortalecimento ou resgate da convivência familiar, por meio de ações integradas desenvolvidas no âmbito do SUAS;
Fortalecimento de vínculos comunitários e estímulo a Fortalecimento de vínculos comunitários e estímulo a autonomiaautonomia, visando a (re)inserção comunitária e a participação social;
PrevençãoPrevenção do agravamentoagravamento ou reincidênciareincidência de situações de risco e violação de direitos;
DIRETRIZES PARA O ENFRENTAMENTO DO DIRETRIZES PARA O ENFRENTAMENTO DO TRABALHO INFANTIL: TRABALHO INFANTIL:
DIRETRIZES PARA O ENFRENTAMENTO DO DIRETRIZES PARA O ENFRENTAMENTO DO TRABALHO INFANTIL: TRABALHO INFANTIL:
DIRETRIZES PARA O ENFRENTAMENTO DO DIRETRIZES PARA O ENFRENTAMENTO DO TRABALHO INFANTIL: TRABALHO INFANTIL:
DIRETRIZES PARA O ENFRENTAMENTO DO DIRETRIZES PARA O ENFRENTAMENTO DO TRABALHO INFANTIL: TRABALHO INFANTIL:
IntersetorialidadeIntersetorialidade no desenvolvimento das intervenções e articulaçãoarticulação do serviço com a rede socioassistencial, com as demais políticas setoriais e com o Sistema de Garantia de Direitos;
Adoção de metodologia centrada no resgate dos direitosresgate dos direitos e na reconstrução dos projetos de vidasreconstrução dos projetos de vidas das crianças e adolescentes e familiares;
Atendimento personalizadoAtendimento personalizado que considere a singularidade do indivíduo e de cada família;
Acompanhamento técnico-profissional qualificadoAcompanhamento técnico-profissional qualificado visando a realização de intervenções condizentes com as legislações e normativas relacionadas.
Desafios para reduzir os índices de trabalho infantil
Há necessidade de visão social e concepção de infância mais adequadas, que permitam contextualizar a criança no seu tempo e no seu contexto social- histórico.
• O enfrentamento ao trabalho infantil se realiza de forma intersetorial:
- Instância governamental que mobiliza o enfrentamento ao trabalho infantil: Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil – CONAETI, instituída pela Portaria nº 365, de 2002.
- Coordenada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, com participação quadripartite, visa implementar a aplicação das disposições das Convenções nºs 138 e 182 da OIT.
- Possui, como uma de suas principais atribuições, o acompanhamento da execução do Plano Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil, por ela elaborado em 2003 e para ser lançada em nova versão
O enfrentamento ao trabalho infantil deve congregrar diversos esforços de vários setores.
A ATUAÇÃO DO GOVERNO BRASILEIRO:
Desafios para reduzir os índices de trabalho infantil
Implementar as ações contida no Plano Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil e de Proteção do Adolescente Trabalhador, nos três níveis: União, Estado e Municípios;
Plano Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil e de Proteção do Adolescente Trabalhador - Eixos
Estratégicos:
• Eixo 1 - priorização da prevenção e erradicação do trabalho infantil e proteção ao adolescente trabalhador nas agendas políticas e sociais.
• Eixo 2 - promoção de ações de comunicação e mobilização social.
• Eixo 3 - criação, aperfeiçoamento e implementação de mecanismos de prevenção e erradicação do trabalho infantil e proteção ao adolescente trabalhador, com destaque para as piores formas.
Plano Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil e de Proteção do Adolescente Trabalhador:
• Eixo 4 - promoção e fortalecimento da família na perspectiva de sua emancipação e inclusão social.
• Eixo 5 - garantia de educação pública de qualidade para todas as crianças e adolescentes.
• Eixo 6 - proteção da saúde de crianças e adolescentes contra a exposição aos riscos do trabalho.
•. Eixo 7 - fomento à geração de conhecimento sobre a realidade do trabalho infantil no Brasil, com destaque para as suas piores formas.
• Art.24. Os programas de Assistência Social compreendem ações integradas e complementares com objetivos, tempo e área de abrangência definidos para qualificar, incentivar e melhorar os benefícios e os serviços assistencias. Não são caracterizados como ações continuadas.
• Art.24-C – Fica instituído o Programa de Erradicação do trabalho Infantil (PETI), de caráter intersetorial, integrante da Política Nacional de Assistência Social, que, no âmbito do SUAS, compreende transferências de renda, trabalho social com famílias e ofertas de serviços socioeducativos para crianças, que se encontrem em situação de trabalho.
• § 1º O Peti tem abrangência nacional e será desenvolvido de for a articulada pelos entes federados, com a participacão da sociedade civil, e tem como objetivo contribuir para a retirada de crianças e adolescentes com idade inferior a 16 (dezesseis) anos em situação de trabalho, ressalvada a condição de aprendiz., a partir de 14 (quatorze) anos.
• § 2º As crianças e adolescentes em situação de trabalho deverão ser identificadas e ter os seus dados inseridos no cadastros Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico).com a devida identificação das situações de trabalho infantil.”
Programa de Erradicação do Trabalho Infantil: Programa de Erradicação do Trabalho Infantil: O compartilhamento de responsabilidades e o desenvolvimento de competências específicas de modo articulado e
complementar para a prevenção e o enfrentamento do trabalho infantil.
PETIPETI• Criação do PETI no ano de 1996, em Estados e para situações específicas• Lei 8.742, de 7 de dezembro de 1993 (LOAS), modificada pela lei n. 12.435
de 6 de julho de 2011 (PLSUAS)
RECOMENDAÇÕES:
• As situações de trabalho infantil nos territórios deverão ser alvo de ações de busca ativa pelos municípios ;
• São referências importantes a serem consideradas pelos municípios, no que se refere à incidência de trabalho infantil, os dados mais recentes e disponíveis da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – PNAD e do CENSO, fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas – IBGE e o Plano Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente Trabalhador.
• Cabe ao Órgão Gestor da Assistência Social, no Município, coordenar o processo de busca ativa das situações de trabalho infantil nos territórios.
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à FomeMinistério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
Territórios livres do trabalho infantil
Diagnóstico desta realidade brasileira para traçar estratégias para o enfrentamento do trabalho infantil (cruzar dados do IBGE e Trabalho Infantil captados no Censo 2010, PNAD, etc) ;
Instrução Operacional Conjunta SNAS e SENARC e capacitar os gestores estaduais e do DF detalhando o cadastramento de situações de trabalho infantil no Cadastro Único;
Capacitação dos gestores estaduais e DF para discutir e aprofundar a identificação e abordagem das piores formas de trabalho infantil de acordo com as orientações das Instruções Operacionais;
NECESSÁRIO:
As ações de busca ativa de situações de trabalho infantil devem estar associadas:
a) a inclusão das famílias no PETI;
b) o cadastramento ou atualização dos campos específicos de trabalho infantil no CADÚNICO;
c) o acompanhamento familiar através do CREAS/Serviço de Proteção e Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos – PAEFI ou CRAS/Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família–PAIF;
d) a inserção das crianças e adolescentes na escola e nos Serviços de Convivência e Fortalecimento de Vínculos ou Atividades Socioeducativas de outras Políticas Sociais;
As ações de busca ativa de situações de trabalho infantil devem estar associadas:
e) a avaliação das crianças e adolescentes encontradas em situação de trabalho infantil pelo Sistema Único de Saúde – SUS;
f) a articulação do CREAS/PAEFI com o Sistema de Garantia de Direitos de Crianças e Adolescentes, quando necessário, visando o afastamento da criança e do adolescente do trabalho e a garantia da proteção integral.
Busca ativa de situações de trabalho infantil:
- O processo de busca ativa de situações de trabalho infantil no território deve estar articulado, no mínimo, com os seguintes atores: Vigilância Social, Superintendências Regionais do Trabalho, Ministério Público do Trabalho, Conselho Tutelar, Serviço Especializado em Abordagem Social, PETI, Programa Bolsa Família, CRAS/PAIF, CREAS/PAEFI, Educação, Saúde e canais de denúncia para a violação de direitos de criança/adolescente, quando houver;
- A rede de educação e de saúde deve ser priorizada enquanto estratégias de busca ativa do trabalho infantil haja vista sua capilaridade e abrangência.
Busca ativa de situações de trabalho infantil:
-Os entrevistadores do CADÚNICO também são atores que podem identificar situações de trabalho infantil considerando a declaração da família ao preencher o CADÚNICO ou fatos que indiquem a existência de trabalho infantil;
-As ações de busca ativa do trabalho infantil devem incidir no meio urbano e rural e partir de mapeamento geo-referenciado, fornecendo conhecimento prévio dos territórios e dos principais focos de trabalho infantil, visando o planejamento local.
Busca ativa de situações de trabalho infantil:
- Os profissionais da assistência social envolvidos nas ações de busca ativa do trabalho infantil devem dispor de capacitação técnica acerca dos seguintes temas:política social, política de assistência social, violação de direitos de crianças e adolescentes, trabalho infantil com ênfase no trabalho infantil doméstico, nas ruas, nos lixões e nos casos de exploração sexual, técnicas de abordagem de crianças,adolescente e suas famílias.
* Recomenda-se a articulação com instituições de ensino superior e pesquisadores da área social, bem como com a Organização Internacional do Trabalho – OIT, visando a qualificação e o fortalecimento das ações de busca ativa.
1. BUSCA ATIVA Destaque para: CRAS, MTE, MPT (Termo de Cooperação), Conselho Tutelar, Serviço Especializado de Abordagem Social, Vigilância Socioassistencial
2. REGISTRO NO CADÚNICOA obrigatoriedade do registro para acesso ao PETI – necessidade de mobilização e capacitação
3. ACOMPANHAMENTO FAMILIARAtravés do CRAS- PAIF, CREAS – PAEFI – registro do acompanhamento familiar
4. TRANSFERÊNCIA DE RENDAPúblico prioritário do PBF
5. INSERÇÃO DA CRIANÇA E ADOLESCENTE NO SCFV OU NA REDE
6. SISTEMAS – INFORMAÇÃOCadúnico – Sibec – Sispeti
Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à FomeMinistério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
PETI – O foco no trabalho infantil
Que o mundo do trabalho das novas gerações seja construído sob a lógica dos direitos e não da exploração.
Que todas as crianças sejam sempre protegidas e consideradas prioridade para todos.
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