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MESTRADO EM DIREITO AMBIENTAL E POLÍTICAS PÚBLICAS Responsabilidade Civil e Administrativa Ambiental Prof. Dr. Nicolau Eládio Bassalo Crispino A Degradação das Áreas de Preservação Permanente: Responsabilidade Administrativa Ambiental Mestrando: Heitor de Azevedo Picanço Peres Neto Macapá 2008

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  • MESTRADO EM DIREITO AMBIENTAL E POLÍTICAS PÚBLICAS

    Responsabilidade Civil e Administrativa Ambiental

    Prof. Dr. Nicolau Eládio Bassalo Crispino

    A Degradação das Áreas de Preservação Permanente: Responsabilidade

    Administrativa Ambiental

    Mestrando: Heitor de Azevedo Picanço Peres Neto

    Macapá

    2008

  • Disposições Preliminares

    Fundamento Constitucional da Tutela do Meio Ambiente:

    Art. 225, “caput”, CF. Todos tem direito ao meio ambienteecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo eessencial a sadia qualidade de vida, impondo-se ao PoderPúblico e à Coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lopara as presentes e futuras gerações.

  • Poder de Polícia

    Conceito Legal (Art. 70, CTN):

  • Poder de Polícia Ambiental

    Conceito:

    Paulo Afonso de Leme Machado: Poder de policia ambiental é aatividade da Administração Pública que limita ou disciplinadireito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou aabstenção de fato em razão de interesse público concernente àsaúde da população, à conservação dos ecossistemas, àdisciplina da produção e do mercado, ao exercício da atividadeeconômica ou de outras atividades dependentes de concessão,autorização/permissão ou licença do Poder Público de cujasatividades possam decorrer poluição ou agressão à natureza.

  • Poder de Polícia Ambiental

    Exercício do Poder de Polícia Ambiental:

    Atos normativos em geral;

    Medidas preventivas;

    Medidas Repressivas.

  • Poder de Polícia Ambiental

    Medidas preventivas: Licenças, autorizações, permissões;

    Estabelecimento de padrões de emissão;

    Limitações ao emprego de matérias-primas;

    Imposição de níveis tecnológicos;

    Avaliações de impacto ambiental;

    Fiscalização.

    Medidas repressivas: sanções administrativas;

    penais.

  • Poder de Polícia Ambiental

    Limitações Administrativas

    Conceito de Maria Sylvia Zanella Di Prieto: “medidas de carátergeral, impostas com fundamento no poder de polícia do Estado,gerando para os proprietários obrigações positivas ou negativas,com o fim de condicionar o exercício do direito de propriedade aobem-estar social”.

    Obrigações/Restrições decorrentes das Limitações Administrativas:

    De fazer (positiva), onde o particular fica obrigado a realizar o que a Administração lhe impõe;

    De não fazer (negativa), onde o mesmo deve abster-se do que lhe é vedado;

    Deixar fazer (permissiva), deve permitir algo em sua propriedade.

  • Poder de Polícia Ambiental

    Limitações Administrativas

    Características:

    São gerais, ou seja, dirigidas a propriedades indeterminadas (mas determináveis no momento de sua aplicação), por isso não geram direito a indenizações.

    Podem ser expressas por lei ou regulamentos de qualquer das três entidades estatais, por se tratar de matéria de direito público da competência concorrente federal, estadual e municipal.

    Não se confunde com as servidões administrativas, que constituem ônus especial a determinada propriedade, mediante indenização do Poder Público.

  • Poder de Polícia Ambiental

    Limitações Administrativas

    Espaços territoriais e seus componentes a seremespecialmente protegidos (Art. 225 § 1º, III, CF): o Poder Público (federal, estadual e municipal) deve definir

    espaços territoriais e seus componentes a serem especialmenteprotegidos;

    somente uma lei pode autorizar a alteração ou supressãodesses bens protegidos;

    o Poder Público tem o dever de impedir qualquer utilização quecomprometa a integridade dos atributos inerentes a esses bens.

    Exemplos: Unidades de conservação;

    Áreas de reserva legal;

    Áreas de preservação permanente.

  • Áreas de Preservação Permanente - APPs

    Definição (Art. 1º, § 2º, II do Código Florestal): consiste em “áreaprotegida, coberta ou não por vegetação nativa, com a funçãoambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, aestabilidade geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna eflora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populaçõeshumanas nativas”

    Forma de constituição:

    Por força de lei;

    Por ato declaratório;

    Por equiparação.

  • Áreas de Preservação Permanente - APPs

    Por força de lei (Art. 2° do Código Florestal) são APPs asflorestas e demais formas de vegetação natural situadas:

    a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água desde o seunível mais alto em faixa marginal cuja largura mínima seja:

    • de 30 (trinta) metros para os cursos d'água de menos de 10 (dez)metros de largura;

    • de 50 (cinqüenta) metros para os cursos d'água que tenham de 10(dez) a 50 (cinqüenta) metros de largura;

    • de 100 (cem) metros para os cursos d'água que tenham de 50(cinqüenta) a 200 (duzentos) metros de largura;

    • de 200 (duzentos) metros para os cursos d'água que tenha de200(duzentos) a 600 (seiscentos) metros de largura;

    • de 500 (quinhentos) metros para os cursos d'água que tenhamlargura superior a 600 (metros);

  • Áreas de Preservação Permanente - APPs

    Por força de lei (Art. 2° do Código Florestal) são APPs as florestas edemais formas de vegetação natural situadas:

    b) ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d'água naturais ouartificiais;

    c) nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados " olhosd'água", qualquer que seja a sua situação topográfica, num raio mínimode 50 (cinqüenta) metros de largura;

    d) no topo de morros, montes, montanhas e serras;

    e) nas encostas ou parte destas com declividade superior a 45º,equivalente a 100% na linha de maior declive;

    f) nas restingas como fixadoras de dunas ou estabilizadoras demangues;

    g) nas bordas dos tabuleiros ou chapadas, a partir da linha de rupturado relevo, em faixa nunca inferior a 1.800 (mil e oitocentos) metros,qualquer que seja a vegetação.

  • Áreas de Preservação Permanente - APPs

    APPs por ato declaratório: Além das chamadas APPs legais, pode oPoder Público, declarar como sendo também de preservaçãopermanente as florestas e demais formas de vegetação naturaldestinadas:

    a) a atenuar a erosão das terras;

    b) a fixar as dunas;

    c) a formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias;

    d) a auxiliar a defesa do território nacional a critério das autoridadesmilitares;

    e) a proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico ouhistórico;

    f) a asilar exemplares da fauna ou flora ameaçados de extinção;

    g) a manter o ambiente necessário à vida das populações silvícolas;

    h) a assegurar condições de bem-estar público.

  • Áreas de Preservação Permanente - APPs

    Apps por equiparação: São equiparadas às APPs asflorestas que integram o Patrimônio Indígena,submetendo-se ao regime de preservação permanente,porquanto são necessárias à manutenção do ambientenecessário à vida das populações silvícolas.

  • Áreas de Preservação Permanente - APPs

    Responsabilização pela degradação das APPs:

    Fundamento constitucional: Art. 225,

  • Infrações Administrativas Ambientais

    Conceito:

    Art. 70 da Lei no. 9.605/98: Considera-se infração administrativaambiental toda ação ou omissão que viole as regras jurídicas deuso, gozo, promoção, proteção e recuperação do meioambiente.

    Art. 1º do Decreto nº. 3.179/99: Toda ação ou omissão queviole as regras jurídicas de uso, gozo, promoção, proteção erecuperação do meio ambiente é considerada infraçãoadministrativa ambiental e será punida com as sanções dopresente diploma legal, sem prejuízo da aplicação de outraspenalidades previstas na legislação.