METODOLOGIA

DA PESQUISA

Tipos de Pesquisa

Objetivo:

Conhecer os tipos de pesquisa.

Nesta aula:

Tipos de pesquisa Tipos de monografia Classificação dos métodos Métodos quantitativos e qualitativos

Tipos de Pesquisa

Como vimos, a pesquisa científica volta-se para a formação do

conhecimento e é desenvolvida a fim de superar dificuldades

que surgem. Por meio dela podemos explicar fatos desconheci-

dos ou mostrar falhas e limitações do conhecimento.

Após pesquisar, com método e rigor, chega-se a um resultado.

Nesse momento é preciso redigir um relatório do que foi desco-

berto, mostrando à comunidade científica o produto final.

Isso pode ser feito no formato de artigos, monografias, teses

entre outras. Na graduação e na especialização, o trabalho

que relata resultados de uma pesquisa ou TCC pode ter o for-

mato de monografia.

Trataremos a seguir da monografia de compilação, da mono-

grafia com pesquisa de campo e da monografia com pesquisa

experimental, por serem os tipos mais comuns.

TIPOS DE PESQUISA

Visão panorâmica das diversas posições sobre um tema.

Exposição organizada do pensamento de vários autores

(baseada em pesquisa bibliográfica).

Todo trabalho científico apresenta momentos de compilação,

pois a ciência parte do passado para propor soluções. Sem

conhecer profundamente o

que já existe sobre um tema, o

pesquisador não pode chegar

ao novo.

Algumas pesquisas misturam a

compilação à pesquisa de

campo, outras são meramente

compilatórias.

MONOGRAFIA DE COMPILAÇÃO:

Tipos de Pesquisa

Exigências para uma monografia de compilação:

Exame completo das opiniões sobre o tema, com a exposição

de vários pensamentos, sem excluir nenhum cânone (autor fun-

damental).

Organização sistemática: anteposição lógica e didática das

posições analisadas.

Unidade/organicidade: coerência e coesão. O texto deve ser

progressivo, não repetitivo e convergente (focado no problema).

Não pode conter evasão (fuga do tema).

Confronto dos antagonismos teóricos e harmonização dos

pontos de vista convergentes.

Emissão de opiniões e conclusões decorrentes do raciocínio

do pesquisador a partir das teorias citadas (novidade).

Capacidade de identificar o essencial (pontos relevantes), sin-

tetizando as teses e antíteses apresentadas pelos autores citados.

Riscos da monografia de compilação:

Reprodução de teses alheias sem nenhum acréscimo ou aná-

lise pessoal.

Omissão de tese ou obra importante. Omissão de jurispru-

dências atinentes ao tema. Inutilidade.

Combina-se, geralmente, com o método de raciocínio dialéti-

co e com os métodos de procedimento histórico e comparativo.

Pode combinar-se, porém, com outros métodos, especialmente

com o dedutivo quando, na análise do tema, o aluno parte da

regra geral (lei) para a observação de casos específicos.

Tipos de Pesquisa

O estudo de artigos científicos publicados em periódicos res-

peitados e recentes são a melhor forma de fazer compilações

adequadas. Verifique sempre o Qualis da revista antes de utili-

zá-la em uma pesquisa.

O que é Qualis?

O Qualis constitui-se num sistema de avaliação de periódicos,

mantido pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de

Nível Superior (CAPES), no Brasil.

Relaciona e classifica os veículos utilizados para a divulgação

da produção intelectual dos programas de pós-graduação

"stricto sensu" (mestrado e doutorado), quanto ao âmbito da

circulação (local, nacional ou internacional) e à qualidade (A,

B, C), por área de avaliação.

A classificação possui atualização anual e segue uma série de

critérios definidos pela CAPES, como número de exemplares

circulantes, número de bases de dados em que está indexado,

número de instituições que publicam na revista, etc. [carece de

fontes]

A monografia de compilação pode ser

útil se o pesquisador esgotar o as-

sunto, trazendo a síntese de obras ra-

ras, de difícil acesso ou sem tradução;

visualizar uma nova comparação entre

teses, um novo argumento ou uma no-

va conclusão.

A inutilidade de uma pesquisa de com-

pilação costuma acontecer quando o

projeto não foi bem elaborado. Se o

pesquisador partir do problema, prova-

velmente evitará o erro da inutilidade.

Quando a monografia de compilação pode ser útil:

Tipos de Pesquisa

Para saber o qualis de uma revista visite o site:

http://qualis.capes.gov.br/webqualis/

principal.seam

Em ordem de qualidade, os estratos são:

A1

A2

B1

B2

B3

B4

B5

C

Boas pesquisas devem ser baseadas em autores respeitados,

livros atualizados e, sobretudo, em artigos atualizados de perió-

dicos com qualis A, preferencialmente.

Monografia de pesquisa de campo ou análise documental

É a investigação realizada no local onde ocorre ou

ocorreu um fenômeno ou que dispõe de elementos para expli-

cá-lo.

Pode incluir entrevistas, aplicação de questionários, testes e

observação participante ou não.

Mediante observação

direta dos fatos.

Observação rigorosa

de fenômenos, entrevis-

tas, busca de docu-

mentos históricos não-

publicados, etc.

MONOGRAFIA COM PESQUISA DE CAMPO

Tipos de Pesquisa

Procedimento

Problematização do tema (transformando-o numa questão).

Definição das premissas: levantamento das hipóteses (resposta

provisória para a questão formulada).

Base teórica imprescindível: para a elaboração da hipótese, o

pesquisador depende do conhecimento da doutrina, de dados

já conhecidos e de outras pesquisas publicadas sobre o assun-

to, as quais devem ser refutadas ou atualizadas.

Coleta sistematizada de dados e organização do material recolhi-

do.

Constatação do acerto ou erro da hipótese levantada.

Desenvolvimento do trabalho baseado nas teorias existentes e

nos dados coletados.

Procedimentos para coleta de dados

A coleta de dados é a fase da pesquisa em que se indaga a

realidade e se obtém dados pela aplicação de técnicas. Em

pesquisas de campo, é comum o uso de questionários e entre-

vistas. A escolha do instrumento de pesquisa, porém, depen-

derá do tipo de informação que se deseja obter ou do tipo de

objeto de estudo.

Nesta etapa você fará a pesquisa de campo propriamente di-

ta. Para obter êxito neste processo, duas qualidades são fun-

damentais: a paciência e a persistência.

Utilização do método de procedimento estatístico na conclusão.

Análise consistente dos resultados. Inferências lógicas e racio-

nais. (Neutralidade).

Tipos de Pesquisa

Coleta de dados

É o registro de dados obtidos para a classificação e a categori-

zação.

Os dados examinados transformam-se em elementos para a

comprovação ou não das hipóteses.

Análise crítica dos dados, observando falhas, distorções e erros.

Só assim será possível a correta interpretação.

Uma vez selecionados os dados passíveis de análise e interpre-

tação, os passos seguintes são:

Classificação: divisão e ordenação dos dados em partes (cada

um em seu lugar). A classificação é baseada em determinado

critério que orienta a divisão de um todo em partes, classes ou

categorias.

Codificação: colocação de cada informação em categorias,

atribuindo-lhes um símbolo.

Tabulação: os dados obtidos da categorização são postos em

tabelas e gráficos. Isso auxilia a interpretação da análise e fa-

cilita o processo de inter-relação deles e também com as hipó-

teses de estudo.

Riscos

Generalização (amostra pequena, viciada ou indução apres-

sada); interpretação tendenciosa dos resultados; método ina-

dequado; falta de interpretação dos resultados.

Cuidado ainda para não desprezar as variantes possíveis.

A monografia de pesquisa de campo combina-se, geralmente,

com método de raciocínio hipotético-dedutivo e método de

procedimento estatístico. A monografia de pesquisa pode ou

não ser combinada com a de compilação.

Tipos de Pesquisa

A pesquisa de campo pode combinar-se também com o méto-

do indutivo, quando, sem problematizar ou

criar hipóteses, o aluno observa

fenômenos individuais

para tentar uma gene-

ralização.

População e amostras

Você irá definir onde e como será realizada a pesquisa. Definirá

o tipo de pesquisa, a população (universo da pesquisa), a

amostragem, os instrumentos de coleta de dados e a forma co-

mo pretende tabular e analisar seus dados.

População (ou universo da pesquisa) é a totalidade de indiví-

duos que possuem as mesmas características definidas para um

determinado estudo. Exemplo: população de São Paulo. Servi-

dores municipais de Votuporanga. Alunos do ensino fundamen-

tal de Campinas.

Amostra é uma parcela ou parte da população (ou do univer-

so), selecionada de acordo com uma regra ou plano. A amos-

tra pode ser probabilística e não-probabilística.

Segundo Moresi (2003) as amostras não-probabilísticas po-

dem ser:

amostras acidentais: compostas por acaso.

amostras por quotas: diversos elementos constantes da popu-

lação/universo, na mesma proporção;

amostras intencionais: escolhidos casos para a amostra que

representem o “bom julgamento” da população/universo.

Amostras probabilísticas são compostas por sorteio e podem ser:

amostras casuais simples: cada elemento da população tem

a mesma oportunidade de ser incluído na amostra;

amostras casuais estratificadas: cada estrato, definido previa-

mente, estará representado na amostra;

amostras por agrupamento: reunião de amostras representa-

tivas de uma população.

Tipos de Pesquisa

Para a definição das amostras, recomenda-se a aplicação de

técnicas estatísticas.

Barbetta (1999) fornece uma abordagem muito didática referen-

te à delimitação de amostras e ao emprego da estatística em

pesquisas.

A definição do instrumento de coleta de dados dependerá dos

objetivos que se pretende alcançar com a pesquisa e do univer-

so a ser investigado. Os instrumentos de coleta de dados tradici-

onais são:

Observação: quando se utilizam os sentidos na obtenção de

dados de determinados aspectos da realidade. A observação

pode ser:

- Observação não-participante: o pesquisador presencia o fato,

mas não participa;

- Observação individual: realizada por um pesquisador;

- Observação em equipe: feita por um grupo de pessoas;

- Observação na vida real: registro de dados à medida que

ocorrem;

- Observação assistemática: não tem planejamento e controle

previamente elaborados;

- Observação sistemática: tem planejamento, realiza-se em

condições controladas para responder aos propósitos preesta-

belecidos;

- Observação em laboratório: onde tudo é controlado.

Investigação ex post facto (depois do fato): Refere-se a um

fato passado. Também observa a relação entre variáveis. Apli-

ca-se quando o pesquisador não pôde controlar ou manipu-

lar variáveis, seja porque suas manifestações já ocorreram, se-

ja porque as variáveis não são controláveis. A impossibilidade

de manipulação e controle das variáveis as distinguem das

laboratoriais.

Tipos de Pesquisa

Leia o artigo seguinte e veja um modelo de pes-

quisa de campo:

http://www.scielo.br/scielo.php?

script=sci_arttext&pid=S1413-

85572012000100010&lang=pt

Ocorre quando existe a coleta de dados sem influenciar os even-

tos. Difere da experimental em que o pesquisador tem influên-

cia nos eventos, buscando verificar os efeitos da intervenção.

ESTUDO OBSERVACIONAL

"Ciência é conhecimento organizado. Sa-

bedoria é vida organizada."

Immanuel Kant

Estudo transversal

Ocorre quando existe coleta de dados num único instante no

tempo, obtendo um recorte momentâneo do fenômeno investi-

gado.

Estudo longitudinal

Ocorre quando a coleta de dados se dá em dois ou mais mo-

mentos, havendo um acompanhamento do desenrolar do fe-

nômeno considerado.

Formas de realização de estudos observacionais:

As pesquisas observacionais ocorrem mediante aplicação de

questionários, estudos de campo, registro de dados explorató-

rios etc..

Realização de estudos experimentais (manipulação das variá-

veis de estudo, coleta de resultados).

Tipos de Pesquisa

Observação participativa identifica procedimentos de pesquisa

etnográfica de imersão no campo. Utilizadas pela antropologia.

Na observação participativa o pesquisador integra o grupo,

convivendo e experimentando situações (exemplo: o pesquisa-

dor mora ou frequenta uma favela ou comunidade (em que faz

a observação).

Coleta dados em razão de sua participação na vida do grupo

ou organização estudada. Observa o grupo para ver como ele

se comporta diante das situações. Entabula conversas com os

participantes e descobre as interpretações que fazem dos acon-

tecimentos.

Na observação participativa há efetivo envolvimento do pesqui-

sador com o grupo investigado. O pesquisador interage, dife-

rentemente do que ocorre na mera observação (na qual o pes-

quisador tenta passar despercebido na cena estudada).

OBSERVAÇÃO PARTICIPATIVA QUESTIONÁRIO

Questionário: é uma série ordenada de perguntas que devem

ser respondidas por escrito pelo informante. O questionário

deve ser objetivo, limitado em extensão e estar acompanhado

de instruções. As instruções devem esclarecer o propósito de

sua aplicação, ressaltar a importância da colaboração do in-

formante e facilitar o preenchimento.

Segundo Moresi (2003) o questionário é o instrumento mais

usado para o levantamento de informações.

Não está restrito a uma quantidade de questões, porém acon-

selha-se que não seja muito exaustivo, para que não desani-

me o pesquisado.

É entregue por escrito e também será respondido por escrito.

Tipos de Pesquisa

O pesquisador deve ter como preocupação, ao elaborar o seu

instrumento de investigação, determinar tamanho, conteúdo,

organização e clareza de apresentação das questões, a fim de

estimular o informante a responder.

O questionário pode possuir perguntas fechadas ou abertas e

ainda a combinação dos dois tipos. As “perguntas fechadas”

são aquelas questões que apresentam categorias ou alternati-

vas de respostas fixas:

A) Pergunta com alternativas dicotômicas:

Você já leu algum livro de metodologia científica?

( ) sim ( ) não

B) Pergunta com respostas múltiplas – escolha uma ou mais al-

ternativas:

Quais programas que você prefere escutar no rádio?

( ) musicais clássicos ( ) musicais modernos

( ) ocorrências policiais ( ) noticiários

( ) programas de música sertaneja ( ) outros

As “perguntas abertas” são aquelas que levam o informante a

responder livremente com frases ou orações. Por exemplo:

“Qual a sua opinião sobre o pluripartidarismo no Brasil?”

Young e Lundberg (apud Pessoa, 1999) fizeram uma série de

recomendações úteis à construção de um questionário.

Entre elas destacam-se:

o questionário deverá ser construído em blocos temáticos

obedecendo a uma ordem lógica na elaboração das pergun-

tas;

a redação das perguntas deverá ser feita em linguagem

compreensível ao informante. A linguagem deverá ser acessí-

vel ao entendimento da média da população estudada. A for-

mulação das perguntas deverá evitar a possibilidade de inter-

pretação dúbia, sugerir ou induzir a resposta;

Tipos de Pesquisa

cada pergunta deverá focar apenas uma questão para ser

analisada pelo informante;

o questionário deverá conter apenas as perguntas relaciona-

das aos objetivos da pesquisa. Devem ser evitadas perguntas

que, de antemão, já se sabe que não serão respondidas com

honestidade.

ROTEIRO PARA A ELABORAÇÃO DE QUESTIO-NÁRIO (PESQUISA EMPÍRICA)

Defina o que quer saber: um bom questionário faz as per-

guntas certas, ou seja, não perde tempo com questões irrele-

vantes e não deixa de perguntar o que, de fato, é importante.

Ao elaborar suas questões, pense o que você quer com cada

uma, ou seja, qual o objetivo da pergunta.

Poucas perguntas pode dificultar, posteriormente, a elabora-

ção do seu relatório.

Defina se será um questionário com questões fechadas,

abertas, ou misto.

Às vezes, uma primeira resposta negativa inviabiliza todo o

questionário, pois todas as outras perguntas dependem de que

a primeira seja positiva. Não deixe isso acontecer.

Tipos de Pesquisa

Se o seu questionário apresentar alternativas, cuide para que

todas as possibilidades sejam elencadas. Por exemplo, se quer

saber se o entrevistado consome determinada marca de anal-

gésico, liste todas elas. Quando isso não for possível, não se

esqueça de colocar uma alternativa: “outras”.

Quando houver pergunta aberta, deixe espaço para a respos-

ta.

Não deixe espaço para que o entrevistando se identifique com

o nome: não é necessário.

Elabore um texto inicial em que você explique exatamente pa-

ra que servirá a pesquisa que você está fazendo. Diga que o

entrevistando não deverá se identificar e que conta com serie-

dade nas respostas.

Cuide para que não haja erros de português ou de digitação

no seu questionário.

É a obtenção de informações de um

entrevistado, sobre determinado as-

sunto ou problema.

A entrevista é uma técnica que permite o relacionamento mais

amplo entre entrevistado e entrevistador.

As entrevistas, segundo sua forma de operacionalização, po-

dem ser classificadas em “estruturadas” e “não estruturadas”.

As entrevistas são estruturadas quando possuem as questões

previamente formuladas, isto é, o entrevistador estabelece um

roteiro prévio de perguntas e não há liberdade de alterar os

tópicos ou fazer inclusão de questões diante das situações.

As entrevistas não estruturadas não possuem questões previa-

mente formuladas. Nela é viável alterar os tópicos e incluir

questões.

ENTREVISTA

Tipos de Pesquisa

Formulário: agora as questões são anotadas por um entrevis-

tador, numa situação face a face com a outra pessoa (o infor-

mante). O instrumento de coleta de dados deverá proporcio-

nar uma interação efetiva entre você, o informante e a pesqui-

sa que está sendo realizada. Para facilitar o processo de tabu-

lação de dados, as questões e suas respostas devem ser codi-

ficadas. A coleta de dados ideal depende do problema, a hi-

pótese ou os pressupostos da pesquisa e objetiva obter ele-

mentos para que os objetivos propostos na pesquisa possam

ser alcançados.

Neste estágio, você escolhe também as formas de tabulação

e apresentação de dados e os meios de interpretação e aná-

lise dos dados (os métodos estatísticos, os instrumentos ma-

nuais ou computacionais).

Atividade Opcional

“Bases empíricas - Gilson Volpato”

http://www.youtube.com/watch?v=HnKw4-rS6Bc

FORMULÁRIO TABULAÇÃO E APRESENTAÇÃO DOS DADOS

Nesta etapa, você poderá fa-

rá a tabulação dos resultados

da pesquisa, organizando os

dados obtidos na pesquisa de

campo. Atualmente, com o

advento da informática, é na-

tural que você escolha os re-

cursos computacionais para

dar suporte à elaboração de

índices e cálculos estatísticos,

tabelas, quadros e gráficos.

Tipos de Pesquisa

Experimento é uma pesquisa científica na qual o pesquisador

manipula e controla uma ou mais variáveis independentes e

observa a variação nas variáveis dependentes”.

Variável é um valor atribuído por quantidade, qualidade, ca-

racterística, magnitude, variando em cada caso individual.

(Ex: na correlação entre escolaridade e pobreza, temos as va-

riáveis escolaridade e pobreza: quanto maior a escolaridade,

menor a pobreza etc.)

Exemplo: na expressão sociedade globalizada, globalizada

é a variável do conceito sociedade.

Variável independente é a que antecedente, influencia, deter-

mina ou afeta a dependente. É sempre conhecida, aparece

antes da dependente. Pode ser manipulada para ver o que

acontece com a variável que depende dela (dependente).

ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Agora, você interpretará e analisará os dados tabulados na eta-

pa anterior. A análise deve atender aos objetivos da pesquisa,

comparar e confrontar dados e provas, com o objetivo de con-

firmar ou rejeitar a(s) hipótese(s).

É o momento de dizer se os objetivos foram atingidos, se a(s)

hipótese(s) ou os pressupostos foram confirmados ou rejeitados.

É importante ressaltar a contribuição da sua pesquisa para o

meio acadêmico ou para o desenvolvimento da ciência e da

tecnologia.

MONOGRAFIA COM PESQUISA EXPERIMENTAL

Tipos de Pesquisa

Variável dependente é aquela que vai ser afetada pela inde-

pendente. É a descoberta, é a consequente.

Exemplo:

Preço = variável independente

Volume de vendas = variável dependente

Relação: Quanto menor o preço, maior o volume de vendas.

O objetivo da manipulação é medir as variáveis no experimento

para captar causalidade (relação entre causa e efeito).

As variáveis independentes são responsáveis pelas possíveis

causas, e as variáveis dependentes sinalizam os efeitos. Duas

variáveis podem ter altíssima correlação, mas não necessaria-

mente uma é causa da outra.

Condições para que seja admitida a causalidade:

1) Variação concomitante – evidência de forte associação entre

uma ação e um efeito observado.

2) Ordem de ocorrência das variáveis no tempo – evidência de

que a ação precede (e/ou ocorre simultaneamente) ao efeito.

3) Eliminação de outros fatores – evidência de que não há ou-

tra explicação para a relação.

A investigação empírica com manipulação e controle das va-

riáveis independentes leva à observação das variações que tal

manipulação e controle produ-

zem em variáveis dependentes.

A pesquisa experimental permite

observar e analisar um fenôme-

no, sob condições determinadas

em uma pesquisa experimental

de campo. Também se pode fa-

zer investigação experimental no

laboratório.

Tipos de Pesquisa

A experimentação pode ser vista como um conjunto de procedi-

mentos estabelecidos para a verificação das hipóteses. Ela é re-

alizada com o controle de circunferências e variáveis que pos-

sam inferir na relação da causa e do efeito que está sendo es-

tudada. O experimentador manipula e controla as variáveis e

mede os resultados.

Dentro do contexto da pesquisa experimental, há a necessidade

de utilizar dois ou mais grupos. O grupo em que se aplica ou

se retira a variável experimental, ou variável independente, de-

nomina-se “grupo experimental”. O outro grupo constitui o

“grupo controle”. Nesse grupo, não se aplica o fator experi-

mental e, sob condições de controle, relacionam-se os resulta-

dos comparando-os com os do grupo experimental.

Em ciências sociais, existe muita restrição quanto à aplicabilida-

de desse tipo de procedimento. Muitos cientistas sociais afir-

mam que os experimentos intencionalmente programados po-

dem trazer muitos desvios em seus trabalhos. Outros acreditam

que precisam ainda desenvolver procedimentos e técnicas apu-

rados para controle e observação dos experimentos.

Pesquisa de laboratório

Ocorre quando a experiência é realizada em laboratório

(local preparado para tal pesquisa e não no local em que o

fenômeno acontece naturalmente). Manipulações podem ocor-

rer neste cenário. Simulações são exemplo desta pesquisa.

Hoje as simulações em computador se enquadram nessa cate-

goria.

Tipos de Pesquisa

OUTROS TIPOS DE PESQUISA

Pesquisa telematizada

Busca informações em meios que combinam o uso do

computador e as telecomunicações. Pesquisas na Internet são

um exemplo disso.

Monografia com investigação documental

É a realizada pela leitura de documentos não publicados

(nisso difere das pesquisas bibliográficas) conservados no interi-

or de órgãos públicos e privados de qualquer natureza, ou com

pessoas: registros, regulamentos, ofícios, memorandos, comuni-

cações informais, filmes, microfilmes, fotografias, videoteipes,

diários, cartas e outros. Segundo Moresi (2003), o livro editado

pela Fundação Getúlio Vargas e pela Siciliano em 1995 so-

bre a vida de Getúlio Vargas é, basicamente, apoiado em

pesquisa documental, notadamente, o diário de Vargas. Um

exemplo de pesquisa documental é a que analisa relatórios,

processos, jurisprudências e contratos. Jurisprudências podem

ser utilizadas para análise de discurso e tendências. Documen-

tos podem ser objeto de trabalhos de investigação a partir de

instrumentos de interpretação definidos, identificação de cor-

rentes teóricas etc.

Pesquisa documental em direito, por exemplo, tratou da análi-

se do discurso dos Tribunais do Rio Grande do Sul no caso de

aborto de fetos anencefálicos. O objetivo, nesse caso, era te-

cer um diagnóstico sobre o entendimento do tema pela Corte,

tendo como referência o posicionamento do STF.

Pesquisa bibliográfica

Baseada em material publicado (livros, revistas, artigos, jor-

nais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em

geral). A pesquisa bibliográfica é a base fundamental para

outros tipo de pesquisa e também pode esgotar-se em si mes-

ma (monografia de compilação). Materiais publicados podem

ser fonte primária (material que serve de base para outros) ou

secundária (material baseado na análise de obras de fonte pri-

mária).

Tipos de Pesquisa

Pesquisa participante

Não se esgota na figura do pesquisador. Dela tomam parte

pessoas implicadas no problema sob investigação, fazendo que

a fronteira pesquisador/pesquisado, ao contrário do que ocorre

na pesquisa tradicional, seja tênue.

Pesquisa-ação

É um tipo particular de pesquisa participante que supõe inter-

venção participativa na realidade social. Quanto aos fins é,

portanto, intervencionista.

Os tipos de pesquisa não são mutuamente exclusivos. Por

exemplo: uma pesquisa pode ser, ao mesmo tempo, bibliográfi-

ca, documental, de campo e estudo de caso.

Para saber mais sobre experimentação:

http://pt.wikipedia.org/wiki/Experimenta%C3%

A7%C3%A3o

CLASSIFICAÇÃO QUANTO À ABORDAGEM DO PROBLEMA

Quanto à abordagem do problema Moresi, (2003) afirma que

as pesquisas podem ser quantitativas e qualitativas.

Quantitativa: quantifica dados e reduz a estatística dos

achados da pesquisa.

São estudos que correlacionam variáveis, como as pes-

quisas experimentais e comparativas. As consequências

são ou não deduzidas das hipóteses.

Segue uma sequência rígida e pré-determinada nas

etapas do processo de pesquisa.

Qualitativa: descreve problemas, compreende e classifi-

ca processos. Comum em ciências sociais. Lida com

compreensão, interpretação e descrição de fenômenos.

As etapas pro processo de pesquisa não são rígidas.

Tipos de Pesquisa

Pesquisa Quantitativa

Moresi (2003) considera que tudo pode ser quantificável, o que

significa traduzir em números opiniões e informações para clas-

sificá-las e analisá-las. Requer o uso de recursos e de técnicas

estatísticas (percentagem, média, moda, mediana, desvio-

padrão, coeficiente de correlação, análise de regressão etc.).

Pesquisa Qualitativa

Considera que há uma relação dinâmica entre o mundo real e

o sujeito, isto é, um vínculo indissociável entre o mundo ob-

jetivo e a subjetividade do sujeito que não pode ser traduzido

em números. A interpretação dos fenômenos e a atribuição de

significados são básicas no processo de pesquisa qualitativa.

Não requer o uso de métodos e técnicas estatísticas. O am-

biente natural é a fonte direta para coleta de dados e o pesqui-

sador é o instrumento-chave. Segundo Granger (1982), um ver-

dadeiro modelo qualitativo descreve, compreende e explica os

fenômenos investigados, trabalhando exatamente nesta ordem.

Exemplo: Pesquisa jurídica — Análise de decisões dos

tribunais: Levantamento documental e construção do

banco de dados (análise quantitativa): a) número de

decisões, b) espécie de crimes julgados, c) índices, clas-

sificação por tipos.

Posterior reflexão sobre os dados (qualitativa).

Exemplo de Métodos Qualitativos de Pesquisa

Vivência de mulheres sobre o desmame (tardio) da criança.

MARCON S S.

Rev. gauch. Enfermagem. V.17, n. 1, p. 43-50, 1996.

Vivências experienciadas pelas mulheres durante o desmame

tido como "natural" não são encontradas na literatura. Nesse

sentido, o objetivo deste trabalho é apresentar os processos,

conceitos e vivências experienciadas por mulheres durante o

processo de desmame tardio de seus filhos. Trata-se de um es-

Tipos de Pesquisa

tudo qualitativo que adotou como linha metodológica a

GroundedTheory (Glaser & Strauss, 1967) e como método de

coleta de dados a Observação Participante (Leininger, 1985).

Os dados foram coletados junto a 60 mulheres, através de du-

as técnicas: entrevistas abertas e observação não estruturada.

O desmame tardio ocorre diante da ausência de problema físi-

co, fisiológico ou social e engloba a vivência de cinco subpro-

cessos: "Acreditando em uma idade limite", "Desacreditando do

poder de sustentação do leite materno", "Sendo influenciada",

"Desmamando com tranquilidade" e "Tendo dificuldades para

concretizar o desmame".

Grounded theory

A Grounded Theory (Teoria Fundamentada em Dados) é uma

forma de analisar dados etnográficos. Ao contrário da fenome-

nologia, a Grounded Theory assume a existência de processos

para compreender as experiências de seres humanos em diver-

sas situações.

A Grounded Theory é um conjunto de procedimentos e técni-

cas de coletar e analisar dados de maneira processual. Os da-

dos são fragmentados e codificados de acordo com os inci-

dentes e fatos, para possibilitar, posteriormente, a categoriza-

ção e atribuição de conceitos.

Assim, as categorias são ordenadas, de maneira a identificar a

categoria central, que por sua vez, precisa ser testada para ve-

rificar se esta representa as experiências dos sujeitos.

Exemplo de questões que demandam uma abordagem

Grounded:

Como é o processo, conceitos e vivências experienciadas por

mulheres ao retornar ao trabalho após a licença gestante?

Como têm sido as experiências, na perspectiva dos familiares

cuidadores, vivenciando o processo internacional com entes

após o AVC?

Tipos de Pesquisa

MARCON, S. S. Vivenciando a gravidez. Florianópolis, 1989. 383 p. Universidade Federal de Santa Catarina

O objetivo deste estudo foi explorar e compreender o período de uma gravidez a partir da perspectiva de mulheres em estado de

gravidez. Para tanto, adotei a metodologia da "Grounded Theory" (Teoria Fundamentada nos Dados), que segundo GLASER &

STRAUSS (1967: 43), consiste na descoberta e no desenvolvimento de uma teoria a partir de informações obtidas e analisadas

sistemática e comparativamente. Para a coleta dos dados foi utilizado o método de observação - participante (LEININGER,

1985:52). Eles foram coletados junto a quatro grupos amostrais, totalizando 85 mulheres em estado de gravidez no período de

janeiro a dezembro de 1987. Para a análise dos dados adotei o método de comparação constante. Os resultados do estudo es-

tão expostos na teoria substantiva desenvolvida "Vivenciando a gravidez": é um processo dinâmico que ocorre na vida da mulher

dentro de um contexto espaço-temporal. A vivência deste processo pode ou não ser planejada, além de ser influenciada por um

conjunto de fatos relacionados ao contexto no qual a mulher se encontra inserida. Esta vivência se dá em quatro etapas sequen-

ciais e inter-relacionadas que foram denominadas.

Métodos Qualitativos de Pesquisa de: Precedendo, o Início, o Meio e o Fim da Gravidez e é composta por cinco processos:

"Vivendo um relacionamento sexual", "Descobrindo-se grávida", "Estando grávida", "Sentindo-se grávida" e "Esperando nascer".

Cada um destes processos é vivido de forma particularizada, embora existam conceitos que são comuns a todos. De qualquer

modo, independente da forma como a mulher experiência estes processos, a vivência de cada um deles só ocorre após a vivên-

cia do anterior, caracterizando a existência da teoria.

Fonte: http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAPMEAI/metodos-qualitativos-pesquisa-tentativa-desmistificar-a-sua-compreensao?part=2

Tipos de Pesquisa

CLASSIFICAÇÃO QUANTO AOS OBJETIVOS DA PESQUISA

Exploratórias: pesquisas bibliográfi-

cas, análise de exemplos e entrevistas.

Descritivas: descrevem as características de um fenômeno e

correlacionam dados estabelecendo relações entre variáveis.

Usam questionários e observações.

A investigação exploratória é realizada em área na qual há

pouco conhecimento acumulado e sistematizado. Por sua natu-

reza de sondagem, não comporta hipóteses que, todavia, po-

derão surgir durante ou ao final da pesquisa. É, normal-

mente, o primeiro passo para quem não conhece suficiente-

mente o campo que pretende abordar.

A pesquisa descritiva expõe características de determinada

população ou de determinado fenômeno. Estabelece correla-

ções entre variáveis e define sua natureza. Não visa explicar

os fenômenos, mas serve de base para tal explicação. Ex.

Pesquisa de opinião.

OUTRAS CLASSIFICAÇÕES DAS PESQUISAS

Segundo o propósito podem ser:

Aplicadas = visam a aplicação de uma teoria a uma

situação concreta.

De avaliação de resultados = julgam resultados con-

cretizados.

De avaliação formativa = visam a melhoria de proces-

sos e sistemas.

De proposição de projetos e planos = apresentam

propostas para solucionar situações problemáticas.

Diagnósticas = visam ao diagnóstico e a solução de

problemas.

Tipos de Pesquisa

CLASSIFICAÇÃO QUANTO AOS FINS DA PESQUISA

Quanto aos fins da pesquisa, essas podem ser:

Explicativa

Visa justificar algo (mostrar o nexo causal) e os motivos. A pes-

quisa descritiva é a base para as explicações.

Metodológica

Visa a elaboração de instrumentos para a captação ou mani-

pulação de dados. Busca caminhos, formas, e procedimentos

para atingir determinado fim. Ex: construir uma fórmula ou

instrumento para avaliar o objeto pesquisado.

Investigação intervencionista

Objetiva interferir na realidade e modificá-la. Além de explicar

e propor meios de resolução, atua. Distingue-se da pesquisa

aplicada pelo compromisso de resolver participativamente o

problema concreto ( e não apenas indicar “como se faz” para

resolvê-lo).

Os diferentes métodos citados até aqui, geralmente,

aparecem combinados em uma pesquisas e não se-

paradamente.

O importante é que o estudante possa realizar algo

que vá além do mero relatório, mas, a partir de uma

questão real e relevante , possa produzir uma reflexão

teórica nova e problematizadora do tema.

Finalizando...

É desejável que uma pesquisa científica preencha os se-

guintes requisitos:

a) a existência de uma pergunta que se deseja responder;

b) a elaboração de um conjunto de passos que permitam che-

gar à resposta (métodos);

c) a indicação do grau de confiabilidade na resposta obti-

da” (GOLDEMBERG, 1999, p.106).

Tipos de Pesquisa

O planejamento de uma pesquisa dependerá basicamente de

três fases:

Escolha do tema, definição e delimitação do problema de

pesquisa;

Construção de um plano de pesquisa e à execução da pesqui-

sa propriamente dita;

Análise dos dados e informações obtidas na fase construti-

va. É a organização das ideias de forma sistematizada visando

à elaboração do relatório final.

A apresentação do relatório de pesquisa deverá obedecer às

formalidades requeridas pela Academia.

Tipos de Pesquisa

______. A filosofia na sala de aula. São Paulo: Nova Alexandria, 1994.

______. O pensar na educação. Petrópolis: Vozes, 1995.

LORIERI, Marcos Antônio. Filosofia no ensino fundamental. São Paulo:

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MEZZAROBA, Orides. Manual de metodologia da pesquisa no direito.

São Paulo: Saraiva, 2004.

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da pesquisa. Brasília: PUC, 2003.

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REY, Luís. Planejar e redigir trabalhos

científicos. São Paulo: Edgard Blucher,

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BARBETTA, Pedro Alberto. Estatística aplicada às ciências sociais. 3.ed.

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D’ONOFRIO, Salvatore. Da Odisséia ao Ulisses: evolução do gênero

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REFERÊNCIAS E LEITURAS RECOMENDADAS:

Tipos de Pesquisa

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RODRIGUES, Zuleide Blanco. Desenvolvendo habilidades básicas de pen-

samento: possibilidades de reflexão e pensar correto. Disponível em:

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SUCHODOLSKI, Bogdan. A pedagogia e as grandes correntes filosóficas.

Lisboa: Livros Horizonte, s/d.