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UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS FACULDADE DE ESTUDOS SOCIAIS DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAO MBA EXECUTIVO EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS

CADERNO DE ESTUDOS DA DISCIPLINA

METODOLOGIA DA PESQUISA APLICADA A PROJETOSElaborao: Prof. Dr. Geraldo Vieira da Costa

Manaus, 2011

Universidade Federal do Amazonas MBA executivo em gerenciamento de projetos Metodologia da pesquisa aplicada a projetos Prof. Dr. Geraldo Vieira da Costa

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SUMRIO

MTODOS QUANTITATIVOS E QUALITATIVOS EM PESQUISA....................................................... 3 A INVESTIGAO QUALITATIVA................................................................................................. 6 PROJETO DE PESQUISA............................................................................................................ 9 A ESCOLHA DO TEMA DE PESQUISA.......................................................................................... 13 TICA NA PESQUISA ENVOLVENDO SERES HUMANOS................................................................ 16 CLCULO DA AMOSTRA ALEATRIA SIMPLES............................................................................. 29 REDAO CIENTFICA................................................................................................................ 31 ANEXO 1 TEMAS EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS.............................................................. 39 ANEXO 2 MODELO DE PROJETO DE PESQUISA......................................................................... 40 ANEXO 3 PLANO DE MINISTRAO DA DISCIPLINA.................................................................... 44 ANEXO 4 BIBLIOGRAFIA........................................................................................................... 46

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MTODOS QUANTITATIVOS E QUALITATIVOS EM PESQUISA

Segundo Richardson e colaboradores (1985), mtodo em pesquisa significa a escolha de procedimentos sistemticos para a descrio e explicao de fenmenos. H dois grandes

mtodos de pesquisa: o quantitativo e o qualitativo. Sua escolha determinada pela natureza do problema ou pelo seu nvel de aprofundamento. 1. O mtodo quantitativo caracteriza-se pelo emprego da quantificao tanto nas modalidades de coleta de informaes, quanto no tratamento dessas atravs de tcnicas estatsticas. Representa, em princpio, a inteno de garantir a preciso dos resultados e de evitar distores de anlise e interpretao, possibilitando assim, uma margem de segurana quanto s inferncias. freqentemente empregado nos estudos descritivos, nos que procuram descobrir e classificar a relao entre variveis e nos que investigam a relao de causalidade entre fenmenos. Os estudos descritivos propem-se a investigar as caractersticas de um fenmeno, sendo considerados como objeto de estudo uma situao especfica, um grupo ou um indivduo. Representam um nvel de anlise que permite identificar as caractersticas dos fenmenos, sua ordenao e classificao. Os estudos que procuram investigar a correlao entre variveis permitem controlar, simultaneamente, um grande nmero de variveis e, por meio do uso de tcnicas estatsticas de correlao, especificar o grau pelo qual diferentes variveis esto relacionadas, oferecendo o entendimento do modo pelo qual esto operando. As variveis contidas no estudo de correlao podem ser apresentadas nas formas de escore contnuo, dicotomia artificial, dicotomia verdadeira e categrica. No estudo comparativo causal o pesquisador parte dos efeitos observados e procura descobrir os antecedentes de tais efeitos. Isso ocorre quando as variveis no podem ser submetidas a controle rgido, ou seja, no podem ser manipuladas como nas pesquisas experimentais. Os estudos experimentais so os que proporcionam meios mais rigorosos para testar hipteses. Embora os estudos de correlao e o comparativo causal venham a descobrir a relao entre variveis, o experimental que determina se a relao de causa-efeito. A procura por mtodos alternativos de pesquisa nas cincias sociais deveu-se, principalmente, s crticas filosficas, polticas e tcnicas aos mtodos quantitativos. As principais crticas baseiam-se em: concepo positivista da cincia; reduo da cincia ao campo do observvel e separao entre fatos e seus contextos;

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nfase no dado emprico e sua reificao; insistncia de uma cincia livre de valores; a forma como, em geral, as cincias naturais vem o mundo como um objeto que deve ser controlado tecnologicamente pelo ser humano.

2. Para Richardson e colaboradores (1985), O mtodo qualitativo difere do quantitativo medida que no emprega um instrumental estatstico como base do processo de anlise de um problema. No pretende numerar ou medir unidades ou categorias homogneas. H autores que no fazem distino entre os dois mtodos por entenderem que a pesquisa quantitativa , de certo modo, qualitativa. Porm, a forma como se pretende analisar um problema que, de fato, exige uma metodologia quantitativa ou qualitativa. A abordagem qualitativa, alm de ser uma opo do investigador, justifica-se por ser uma forma adequada para entender a natureza de um fenmeno social. Na tentativa de se assegurar a exatido dos resultados, comum a transformao de dados qualitativos em dados quantificveis, que consiste em utilizar como parmetros o emprego de critrios, categorias e escalas ou, ainda, identificar com que intensidade um conceito se manifesta. Contudo, o desejo de se quantificar a todo custo tem levado as cincias sociais a investigarem algo que se quantifica mais facilmente, aumentando o nmero de pesquisas que, ao desprezarem elementos qualitativos, apresentam pobreza de resultados. Os estudos que empregam uma metodologia qualitativa podem descrever a complexidade de certo problema, analisar a interao de variveis, compreender processos dinmicos vividos por grupos sociais, contribuir no processo de mudana de determinado grupo e possibilitar, em maior nvel de profundidade, o entendimento das particularidades do comportamento dos indivduos. Quanto aos procedimentos metodolgicos, as pesquisas qualitativas de campo exploram particularmente as tcnicas de observao e entrevistas devido propriedade com que estas penetram na complexidade de um problema. Assim, h vrios tipos de estudos que apresentam abordagem qualitativa, destacando-se a pesquisa para elaborao de material didtico e a pesquisa documentria. A pesquisa para elaborar material didtico um processo que consiste em desenvolver e validar produtos educacionais, objetivando produzir livro-texto, material de treinamento, enfim, qualquer produto essencial ao desenvolvimento do ensino-aprendizagem. Difere da pesquisa bsica porque no se volta diretamente para a busca de conhecimentos em uma rea especfica, mas em elaborar um produto que possa ser, efetivamente, usado em escolas. Na pesquisa documentria, a anlise de contedo das mais apaixonantes, utilizando como material de estudo qualquer forma de comunicao, usualmente documentos escritos, como livros, peridicos, jornais, mas tambm recorrendo a outras formas de comunicao, como programas de radiodifuso, msica e pintura. A anlise de contedo trata de descrever os contedos segundo a forma e o fundo. A anlise de forma estuda os smbolos empregados, isto , as palavras ou temasUniversidade Federal do Amazonas MBA executivo em gerenciamento de projetos Metodologia da pesquisa aplicada a projetos Prof. Dr. Geraldo Vieira da Costa

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que so, inicialmente, selecionados e, a partir da, verifica-se a freqncia relativa de sua apario em uma obra ou em diferentes tipos de comunicao. A anlise de fundo consiste em estudar as referncias dos smbolos, podendo revelar tendncias constatadas nos contedos das comunicaes, comparar os meios ou nveis da comunicao e verificar a adequao do contedo aos seus objetivos. 3. Validao dos mtodos de pesquisa para a validao de um trabalho de pesquisa, tanto a perspectiva qualitativa quanto a qualitativa de pesquisa devem cumprir dois critrios cientficos: confiabilidade e validez. A confiabilidade indica a capacidade que devem ter os instrumentos de produzir medies constantes quando aplicados a um mesmo fenmeno. A confiabilidade externa refere-se possibilidade de outros pesquisadores, utilizando os mesmos instrumentos, observarem os mesmos fatos e a confiabilidade interna refere-se possibilidade de outros pesquisadores fazerem as mesmas relaes entre os conceitos e os dados coletados com os mesmos instrumentos. A validez indica a capacidade de um instrumento produzir medies adequadas e precisas para chegar a concluses corretas, assim como a possibilidade de aplicar as descobertas a grupos semelhantes no includos em determinada pesquisa. generalizar os resultados a outros grupos semelhantes. A validez interna refere-se

exatido dos dados e adequao das concluses. A validez externa refere-se possibilidade de

Referncia Bibliogrfica RICHARDSON, R. J. e colaboradores. Pesquisa social: mtodos e tcnicas. So Paulo: Atlas, 1985.

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A INVESTIGAO QUALITATIVA*

1. O que investigao qualitativa

O que caracteriza a investigao qualitativa (IQ) a multiplicidade de mtodos e tcnicas utilizados, dada a cada vez maior complexidade das sociedades contemporneas. Alis, sem a dita mensurabilidade dos dados quantitativos estatsticas, percentagens, mdias, a investigao qualitativa deve usar a maior variabilidade metodolgica. Segundo vrios autores essa complexidade de mtodos, os quais determinam um conjunto de caractersticas, que define uma investigao como qualitativa. Bogdan e Biklen falam mesmo de um elenco de cinco caractersticas principais que a IQ apresenta: a) O contexto natural/ecolgico como fonte dos dados e dos processos de recolha e interao do investigador e dos atores locais. b) A descrio precisa e pormenorizada dos dados de qualidade: imagens, palavras, significados, ao invs de nmeros. c) O processo de construo dos resultados como elemento preponderante para a anlise, secundarizando os resultados alcanados no final da investigao. d) Utilizao de anlise indutiva, construindo hipteses a partir dos dados e nunca deduzir hipteses para confirmar ou rejeitar. e) Importncia decisiva dos significados atribudos pelos sujeitos s problemticas em investigao, com o objetivo de construir conhecimento em conjunto. Outros autores explicitam ainda algumas caractersticas dispersas da investigao qualitativa: i) Carter sistmico da metodologia; ii) Objetivo compreensivo e no preditivo da investigao; iii) Comunho de interesses e aes dos autores e atores do processo de investigao.

2. Design de investigao e triangulao dos dados Podemos dizer que o sucesso do desenvolvimento do projeto de investigao depende quase exclusivamente de uma boa formulao das questes de investigao. Isto porque as questes de partida mobilizam diversos problemas: i) Vocaes e disposies do investigador; ii) Existncia de dados disponveis em bibliografia e contextos; iii) Pertinncia dos contributos tericos ou prticos trazidos pela investigao.Universidade Federal do Amazonas MBA executivo em gerenciamento de projetos Metodologia da pesquisa aplicada a projetos Prof. Dr. Geraldo Vieira da Costa

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A triangulao de dados uma espcie de bola de dados que circula por vrias provas, para que se comparem diferentes abordagens metodolgicas. Isto permite o cruzamento de dados, teorias e perspectivas que acrescentam rigor, profundidade, complexidade e diversidade ao estudo.

3. Como se trabalha a IQ a) Organizar os dados em memorandos e cadernos de campo, relatados de forma pormenorizada, compreensvel e reflexiva. b) Utilizar o maior nmero de dados disponveis, mas sem atropelos entre dados fundamentais e desnecessrios. c) Apresentar dados de forma grfica e sinttica. d) Efetuar categorizao adequada dos dados, de modo a facilitar a sua movimentao, a partir de gavetas separadas. e) Desenvolver anlises seqenciais de dados ao longo da investigao para permitir recomendaes s perguntas de partida e s que se vo construindo.

4. Exemplo de um design de investigao qualitativa Pretende-se desenvolver uma investigao sobre a importncia dos saberes populares na construo de um museu local comunitrio, numa comunidade rural. Como pergunta de partida coloca-se a seguinte questo: Que influncias podem ter os saberes populares na definio do objeto museolgico que informar todo o processo de desenvolvimento de um museu local? A partir daqui pode desenrolar-se um conjunto de tpicos: i) Que saberes populares podem ser considerados; o conceito de saber popular idntico para todos os intervenientes. ii) Os saberes populares so considerados como tal pela populao local ou so desvirtuados, desvalorizados ou representados. iii) Esses saberes influenciam decises de poltica de construo ou de poltica cultural; Sero eles representativos da comunidade. iv) Porque no usar outro(s) tipo(s) de saberes, em exclusividade ou complementaridade.

De

seguida

poderiam

apontar-se alguns

objetivos

operacionais

para

o

estudo,

designadamente: a) Conhecer o conjunto de saberes populares da comunidade; b) Desenvolver um processo de valorizao comunitria desse saber; c) Estimular a utilizao desse saber nas aes e iniciativas a desencadear na comunidade; d) Tornar alguns saberes populares, matria-prima decisiva para a definio do museu local.Universidade Federal do Amazonas MBA executivo em gerenciamento de projetos Metodologia da pesquisa aplicada a projetos Prof. Dr. Geraldo Vieira da Costa

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Dadas as condies conjunturais da aldeia de Alte *, no barrocal do Conselho de Loul (Algarve): dinmica comunitria e associativa; diversos estudos cientficos realizados; conhecimento do investigador; populao aberta e disponvel; fontes de informao sistematizadas; esta poderia ser a comunidade rural escolhida para o estudo. A investigao deve definir como populao de estudo os moradores do aglomerado populacional de Alte, sede de freguesia, no conjunto dos seus vrios grupos sociais e profissionais, que habitualmente se disponibilizam para estudos desta natureza. As caractersticas deste estudo qualitativo devem determinar a utilizao de estratgias metodolgicas diversificadas, de entre as quais nos parecem fundamentais: o estudo etnogrfico, a histria de vida de lderes privilegiados da comunidade e a investigao-ao-participao. Estas metodologias sero usadas em doses mais ou menos preponderantes, de acordo com o desenrolar da investigao participada pela populao. Para a concretizao desta estratgia, diversos mtodos, tcnicas e instrumentos devem ser mobilizados: i) Anlise de documentos (os jornais locais que cessaram publicao e um ainda existente e bibliografia sobre a aldeia ou sobre comunidades rurais e saberes populares em Portugal); ii) Dirio de campo, com registro das observaes diretas e participantes efetuadas; iii) Entrevistas semi-estruturadas, com informantes privilegiados da comunidade, registradas em suporte udio; entrevistas estruturadas com outros lderes e eleitos locais; iv) Manuais de saberes populares construdos pela populao local em aes adequadas de educao no formal de adultos, por exemplo, atravs da realizao de fruns de auto-diagnstico; v) Histrias de vida de informantes privilegiados da comunidade, conhecedores da temtica: curandeiros, endireitas, artesos, poetas e msicos, entre outros. O investigador assume uma atitude de aceitao dos saberes locais, que reconhece como fundamentais para a (re)construo de uma identidade cultural prpria. Por outro lado, este reconhecimento acompanhado de um conhecimento prtico desses saberes - ainda que noutros contextos histrico/culturais - os quais sero manuseados na interao com a populao, de forma a desenvolver um compromisso de valorizao e utilizao prtica do estudo, na promoo comunitria.

Nota: este texto foi produzido em Portugal, da as referncias a essa localidade.

* Fonte: sem identificao de autoria. Disponvel em . Acessado em 26/03/2007.

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PROJETO DE PESQUISA

a) Elementos bsicos

1. Introduo Tema e problema de pesquisa Justificativa terica e prtica Objetivos geral e especficos

2. Fundamentao terica ou referencial terico-metodolgico Este tpico pode compor a introduo

3. Procedimentos metodolgicos Delineamento: tipo de pesquisa, tipo de estudo, uso dos mtodos Populao e amostra Tcnicas/estratgias de coleta de dados (fontes e instrumentos) Procedimentos para anlise dos dados Hipteses / perguntas de pesquisa Apresentao e definio de termos e variveis Questes ticas da pesquisa envolvendo seres humanos

4. Cronograma Fsico e Oramento

5. Referncias Bibliogrficas b) Detalhamento Quanto ao tema e ao problema de pesquisa: consulta a documentos, pessoas e bibliografia sendo um trabalho em cincias sociais, escolha de um problema de natureza social, tendo por base fenmenos observveis; problema concreto, com formulao clara, contendo a discusso e apresentao dos termos, variveis e categorias em estudo; conscincia da necessidade de delimitao do trabalho; verificao da originalidade, importncia e viabilidade.

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Quanto justificativa da pesquisa: modo como foi escolhido o tema e como surgiu o problema de pesquisa; apresentao das razes em defesa do estudo realizado; relao do tema / problema com o contexto social; justificao / contribuio da pesquisa no plano terico e prtico; fundamentao da viabilidade da pesquisa; consideraes sobre escolha do local a ser realizado o trabalho de pesquisa.

Quanto aos objetivos: proposio do objetivo geral: deve responder ao problema de pesquisa; proposio dos objetivos especficos: aspectos a estudar, necessrios ao alcance do objetivo geral, e definio do que pode ser cobrado ao final do trabalho. Todos os objetivos devem ser respondidos ao final da pesquisa. Quanto fundamentao terica ou referencial terico-metodolgico:

Consiste em: seleo, dentro da bibliografia existente, das obras que tm relao com o tema e o problema de pesquisa; indicao do suporte para definio da metodologia a ser utilizada; exame das correntes e abordagens tericas e metodolgicas; contextualizao da abordagem a ser utilizada; desenvolvimento do pensamento dedutivo (macro para micro)

Deve conter: relao do problema com o marco terico; relao do problema com pesquisas anteriores; apresentao de questes ou hipteses possveis de serem trabalhadas dentro dos limites do marco terico. Quanto aos procedimentos metodolgicos: Delineamento da pesquisa definir tipo de estudo: indicar a opo pela forma de abordagem, se qualitativa ou quantitativa; tipo de estudo, se estudo de caso, estudo comparativo, estudo exploratrio, descritivo, explicativo, de carter experimental ou no experimental, etc.

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Formulao de hipteses ou de perguntas de pesquisa definio prvia ou no das direes do fenmeno em estudo: hiptese X perguntas; hiptese uma suposio que antecede a constatao dos fatos e deve ser testada para verificar sua validade. Nem toda pesquisa requer a formulao de hipteses, caso em que ela pode ser orientada simplesmente por uma pergunta de pesquisa. Definio de termos e variveis geral ou constitutiva: nvel de abstrao, carter mais amplo; operacional: restrita, voltada diretamente para aspectos do objeto, possibilitando sua observao e mensurao. Utilizao de indicadores. Um conjunto de instrues de como medir o conceito. Sacrificao do sentido do conceito. Populao/ amostra Definio do universo da pesquisa, rea, local, populao; Esclarecimento do tipo de amostra, o tamanho da amostra (limitaes da garantida da aleatoriedade, clculo segundo critrios estatsticos) e a forma de seleo dos participantes da pesquisa. Esclarecer detalhes da amostra no caso de investigao qualitativa. Plano de coleta dos dados definio dos instrumentos (entrevistas, questionrios, observao, coleta documental); identificao de dados primrios e secundrios; preparao: elaborao, pr-teste, discusso, redao definitiva; procedimento de aplicao: ordem de aplicao, prazo de coleta, poca.

Anlise e interpretao dos dados no caso de pesquisa quantitativa: especificar tratamento e tcnicas estatsticas; no caso de pesquisa qualitativa: definir procedimento e as estratgias de anlise de dados.

Quanto cronograma e oramento Estimativa do tempo de cada etapa da pesquisa e do custo que ser envolvido para: reviso da bibliografia; preparao dos instrumentos, definio da populao e amostra; coleta de dados; anlise de dados e concluses; elaborao do relatrio final; recursos necessrios: humanos, materiais, financeiros.

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Quanto s referncias bibliogrficas

Relacionar todas as obras citadas na redao do trabalho de acordo com as normas tcnicas de redao cientfica.

c) Relatrio da pesquisa Anlise dos dados seleo (exame minucioso, verificao critica com o objetivo detectar falhas, erros,

confuses, informaes incompletas, excessos); codificao (classificao dos dados, agrupamentos, atribuio de cdigos); tabulao (disposio em tabelas para facilitar verificao de relaes); No caso da pesquisa qualitativa, fazer a categorizao dos dados.

Interpretao ou apresentao dos resultados atividade intelectual que procura um significado mais amplo s respostas, vinculando-as a outros conhecimentos. Concluses / consideraes finais exposio sobre o que foi investigado, analisado, interpretado; sntese das idias essenciais e dos principais resultados obtidos; explicitao com preciso e clareza; apresentao de inferncias sobre os resultados; extrapolao da situao estudada para outras situaes similares ou correlatas; comentrios de alcance mais amplo do que aqueles fixados nos objetivos do trabalho.

d) Publicao da pesquisa sob a forma de artigo cientfico verificar normas da revista que publicar o artigo; adequar o texto s normas da revista;

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A ESCOLHA DO TEMA DE PESQUISA

Cludio de Moura Castro (1977), em A escolha do tema, captulo de A prtica da pesquisa, discute os diversos problemas que dizem respeito aos critrios de escolha do tema de pesquisa, classifica os tipos de pesquisa e discute o significado de tese*, abordando-o segundo alguns aspectos das tcnicas da pesquisa. I. CRITRIOS PARA ESCOLHA DO TEMA

A seleo judiciosa de um tema de pesquisa de extrema importncia e deve ser fundamentada em trs critrios bsicos: a importncia, a originalidade e a viabilidade da tese. A IMPORTNCIA do tema o critrio vinculado forma com o qual est ligado a uma questo crucial que polariza ou afeta um segmento substancial da sociedade, ou ento se est ligado a uma questo terica que merece ateno continuada na literatura especializada. A ORIGINALIDADE diz respeito queles temas cujos resultados tm o potencial para surpreender. Interessante ressaltar que o fato de no haver sido feito no confere necessariamente originalidade a um tema, mas sim sua real capacidade de surpreender. A VIABILIDADE, dos trs o conceito mais tangvel, tem relao com os prazos, os recursos financeiros, a competncia do futuro autor, o potencial de informaes, o estado da teorizao a respeito, disponveis para a perfeita execuo do projeto de pesquisa. O veredito de viabilidade mais fcil de ser atingido com confiana, pelas suas prprias caractersticas intrnsecas, em contraste com os critrios de importncia e originalidade.

II. CLASSIFICAO DOS TIPOS DE PESQUISA: Castro (1977) examina trs critrios de classificao de pesquisas. O primeiro diz respeito a maior ou menor distncia entre a pesquisa e as possibilidades de implementao dos seus resultados ou concluses. Nesse sentido tem-se a pesquisa pura, bsica ou fundamental, e a pesquisa aplicada. Pesquisa bsica o tipo de estudo sistemtico que tem a curiosidade intelectual como primeira motivao e a compreenso como principal objetivo. J a pesquisa aplicada motivada pela necessidade de resolver problemas concretos. Sob esse rtulo estariam as investigaes que respondessem diretamente s indagaes dos que esto envolvidos na formulao de poltica, planejamento ou coisas do mesmo teor. Contudo, cabe ressaltar a vinculao entre os dois tipos, pois a pesquisa aplicada o coroamento de um esforo de investigaes em pesquisas bsicas, no um substituto. Ainda comUniversidade Federal do Amazonas MBA executivo em gerenciamento de projetos Metodologia da pesquisa aplicada a projetos Prof. Dr. Geraldo Vieira da Costa

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relao s pesquisas, deve-se ter o cuidado de descobrir dentre elas aquelas de valor apenas ornamental, ou seja, que no tm qualquer importncia ou relevncia para a compreenso das questes julgadas importantes para o seu contexto. No segundo critrio, a pesquisa classificada segundo a originalidade da contribuio pretendida. Nessa abordagem, entende-se que pesquisa cientfica o processo que conduz expanso e a consolidao do conhecimento cientfico, mas diferente do diagnstico, que requer uma base terica slida, mas tambm bons conhecimentos de pessoas e instituies. um

trabalho de triagem e sntese, em estilo direto, visando no resolver controvrsias e dvidas, mas coloc-las s claras, em ntido contraste com o que sabido e pacfico. Finalmente, a pesquisa examinada com relao complexidade da estrutura terica e do entrelaamento de variveis. Trata ento da pesquisa no nvel descritivo, quando se limita a uma descrio pura e simples de cada uma das variveis, isoladamente, sem que sua associao com as demais seja examinada. De outra forma, tem-se a pesquisa explicativa, que busca estudar o nexo, a associao entre duas ou mais variveis.

III. A TESE Castro (1977) no define o significado de tese, mas o discute apresentando uma classificao provisria que inclui: propostas de planos ou reformas, no qual diz ser imprescindvel o conhecimento da realidade, antes de transform-la; teses didticas, cujo objetivo preparar um texto didtico sobre o assunto; reviso bibliogrfica, na qual se tenta reconstruir o desenvolvimento emprico ou terico de alguma rea; teses tipo levantamento, na qual se constatam ou se medem certos parmetros da realidade; teses tericas, atravs da qual se tenta avanar a fronteira, ao nvel terico-analtico; teses terico-empricas, na qual se relaciona algum modelo terico com observaes empricas.

Castro (1977) no considera como temas adequados para teses de mestrado, no caso do campo das cincias sociais, os trabalhos de polimento de textos didticos, os exerccios escolares de reviso bibliogrfica, ou outras empreitadas que deixem o curso pela metade. Teme o excesso de ambio dos que se lanam em aventuras de formulao terica ou metodolgica, concluindo que na confluncia da teoria com a realidade est o foco mais frtil para esses trabalhos. A importncia da fertilidade lgica do tema escolhido, ou seja, a interligao que uma teoria mantm com o conjunto interessante de outras teorias, ressaltada no sentido de no deixar a

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pesquisa em um beco sem sada. Assim, os modelos explicativos utilizados devero estar analiticamente prximos e densamente interligados com as teorias correntes nas cincias sociais. Quanto s tcnicas de pesquisa, estas devem ser entendidas como instrumentos de trabalho que permitem organizar, dar sentido e coerncia realidade. Somente a natureza do problema que ir determinar o tipo de tcnica a ser utilizada. Na pesquisa, quem deve ser sofisticado o pesquisador, no necessariamente as tcnicas que ele usa, pois a tcnica mais apropriada de enunciado simples e despojada exigindo, entretanto, um elevadssimo grau de perspiccia, imaginao e sensibilidade para sua aplicao correta. Uma pesquisa tambm uma continuao de um esforo prvio de conhecimento da realidade, da que, para evitar duplicao de esforos e ineficincia em geral no processo de aquisio de conhecimento, seu incio deve ser precedido por um trabalho inteligente e cuidadoso de avaliao do material existente conhecido, na linguagem cientfica, como reviso de literatura. Para finalizar, Castro (1977) declara que o processo cientfico deve pautar-se no princpio da economia ou eficincia, o que significa armazenar e ter acesso ao mximo de informao ou conhecimentos possveis com um dado nvel de esforo e dispndio de tempo ou de recursos.

Referncia Bibliogrfica

CASTRO, C. M. A prtica da pesquisa. So Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1977. p. 55-80.

* Nota: Castro usa o termo tese, referindo-se ao trabalho de mestrado. As normas brasileiras, contudo, nomeiam tese ao trabalho de doutorado e dissertao ao trabalho de mestrado.

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TICA NA PESQUISA ENVOLVENDO SERES HUMANOSRESOLUO N 196, DE 10 DE OUTUBRO DE 1996 (Reproduo integral) O Plenrio do Conselho Nacional de Sade em sua Quinquagsima Nona Reunio Ordinria, realizada nos dias 09 e 10 de outubro de 1996, no uso de suas competncias regimentais e atribuies conferidas pela Lei n 8.080, de 19 de setembro de 1990, e pela Lei n 8.142, de 28 de dezembro de 1990, RESOLVE: Aprovar as seguintes diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos:

I - PREMBULO A presente Resoluo fundamenta-se nos principais documentos internacionais que emanaram declaraes e diretrizes sobre pesquisas que envolvem seres humanos: o Cdigo de Nuremberg (1947), a Declarao dos Direitos do Homem (1948), a Declarao de Helsinque (1964 e suas verses posteriores de 1975, 1983 e 1989), o Acordo Internacional sobre Direitos Civis e Polticos (ONU, 1966, aprovado pelo Congresso Nacional Brasileiro em 1992), as Propostas de Diretrizes ticas Internacionais para Pesquisas Biomdicas Envolvendo Seres Humanos (CIOMS/OMS 1982 e 1993) e as Diretrizes Internacionais para Reviso tica de Estudos Epidemiolgicos (CIOMS, 1991). Cumpre as disposies da Constituio da Repblica Federativa do Brasil de 1988 e da legislao brasileira correlata: Cdigo de Direitos do Consumidor, Cdigo Civil e Cdigo Penal, Estatuto da Criana e do Adolescente, Lei Orgnica da Sade 8.080, de 19/09/90 (dispe sobre as condies de ateno sade, a organizao e o funcionamento dos servios correspondentes), Lei 8.142, de 28/12/90 (participao da comunidade na gesto do Sistema nico de Sade), Decreto 99.438, de 07/08/90 (organizao e atribuies do Conselho Nacional de Sade), Decreto 98.830, de 15/01/90 (coleta por estrangeiros de dados e materiais cientficos no Brasil), Lei 8.489, de 18/11/92, e Decreto 879, de 22/07/93 (dispem sobre retirada de tecidos, rgos e outras partes do corpo humano com fins humanitrios e cientficos), Lei 8.501, de 30/11/92 (utilizao de cadver), Lei 8.974, de 05/01/95 (uso das tcnicas de engenharia gentica e liberao no meio ambiente de organismos geneticamente modificados), Lei 9.279, de 14/05/96 (regula direitos e obrigaes relativos propriedade industrial), e outras. Esta Resoluo incorpora, sob a tica do indivduo e das coletividades, os quatro referenciais bsicos da biotica: autonomia, no maleficncia, beneficncia e justia, entre outros, e visa assegurar os direitos e deveres que dizem respeito comunidade cientfica, aos sujeitos da pesquisa e ao Estado. O carter contextual das consideraes aqui desenvolvidas implica em revises peridicas desta Resoluo, conforme necessidades nas reas tecnocientfica e tica. Ressalta-se, ainda, que cada rea temtica de investigao e cada modalidade de pesquisa, alm de respeitar os princpios emanados deste texto, deve cumprir com as exigncias setoriais e regulamentaes especficas. II - TERMOS E DEFINIES A presente Resoluo, adota no seu mbito, as seguintes definies:Universidade Federal do Amazonas MBA executivo em gerenciamento de projetos Metodologia da pesquisa aplicada a projetos Prof. Dr. Geraldo Vieira da Costa

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II.1 - Pesquisa - classe de atividades cujo objetivo desenvolver ou contribuir para o conhecimento generalizvel. O conhecimento generalizvel consiste em teorias, relaes ou princpios ou no acmulo de informaes sobre as quais esto baseados, que possam ser corroborados por mtodos cientficos aceitos de observao e inferncia. II.2 - Pesquisa envolvendo seres humanos - pesquisa que, individual ou coletivamente, envolva o ser humano, de forma direta ou indireta, em sua totalidade ou partes dele, incluindo o manejo de informaes ou materiais. II.3 - Protocolo de Pesquisa - Documento contemplando a descrio da pesquisa em seus aspectos fundamentais, informaes relativas ao sujeito da pesquisa, qualificao dos pesquisadores e todas as instncias responsveis. II.4 - Pesquisador responsvel - pessoa responsvel pela coordenao e realizao da pesquisa e pela integridade e bem-estar dos sujeitos da pesquisa. II.5 - Instituio de pesquisa - organizao, pblica ou privada, legitimamente constituda e habilitada na qual so realizadas investigaes cientficas. II.6 - Promotor - indivduo ou instituio, responsvel pela promoo da pesquisa. II.7 - Patrocinador - pessoa fsica ou jurdica que apia financeiramente a pesquisa. II.8 - Risco da pesquisa - possibilidade de danos dimenso fsica, psquica, moral, intelectual, social, cultural ou espiritual do ser humano, em qualquer fase de uma pesquisa e dela decorrente. II.9 - Dano associado ou decorrente da pesquisa - agravo imediato ou tardio, ao indivduo ou coletividade, com nexo causal comprovado, direto ou indireto, decorrente do estudo cientfico. II.10 - Sujeito da pesquisa - o(a) participante pesquisado(a), individual ou coletivamente, de carter voluntrio, vedada qualquer forma de remunerao. II.11 - Consentimento livre e esclarecido - anuncia do sujeito da pesquisa e/ou de seu representante legal, livre de vcios (simulao, fraude ou erro), dependncia, subordinao ou intimidao, aps explicao completa e pormenorizada sobre a natureza da pesquisa, seus objetivos, mtodos, benefcios previstos, potenciais riscos e o incmodo que esta possa acarretar, formulada em um termo de consentimento, autorizando sua participao voluntria na pesquisa. II.12 - Indenizao - cobertura material, em reparao a dano imediato ou tardio, causado pela pesquisa ao ser humano a ela submetida. II.13 - Ressarcimento - cobertura, em compensao, exclusiva de despesas decorrentes da participao do sujeito na pesquisa. II.14 - Comits de tica em Pesquisa - CEP - colegiados interdisciplinares e independentes, com "munus pblico", de carter consultivo, deliberativo e educativo, criados para defender os interesses dos sujeitos da pesquisa em sua integridade e dignidade e para contribuir no desenvolvimento da pesquisa dentro de padres ticos. II.15 - Vulnerabilidade - refere-se a estado de pessoas ou grupos que, por quaisquer razes ou motivos, tenham a sua capacidade de autodeterminao reduzida, sobretudo no que se refere ao consentimento livre e esclarecido. II.16 - Incapacidade - Refere-se ao possvel sujeito da pesquisa que no tenha capacidade civil para dar o seu consentimento livre e esclarecido, devendo ser assistido ou representado, de acordo com a legislao brasileira vigente.

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III - ASPECTOS TICOS DA PESQUISA ENVOLVENDO SERES HUMANOS As pesquisas envolvendo seres humanos devem atender s exigncias ticas e cientficas fundamentais. III.1 - A eticidade da pesquisa implica em: a) consentimento livre e esclarecido dos indivduos-alvo e a proteo a grupos vulnerveis e aos legalmente incapazes (autonomia). Neste sentido, a pesquisa envolvendo seres humanos dever sempre trat-los em sua dignidade, respeit-los em sua autonomia e defend-los em sua vulnerabilidade; b) ponderao entre riscos e benefcios, tanto atuais como potenciais, individuais ou coletivos (beneficncia), comprometendo-se com o mximo de benefcios e o mnimo de danos e riscos; c) garantia de que danos previsveis sero evitados (no maleficncia); d) relevncia social da pesquisa com vantagens significativas para os sujeitos da pesquisa e minimizao do nus para os sujeitos vulnerveis, o que garante a igual considerao dos interesses envolvidos, no perdendo o sentido de sua destinao scio-humanitria (justia e eqidade). III.2- Todo procedimento de qualquer natureza envolvendo o ser humano, cuja aceitao no esteja ainda consagrada na literatura cientfica, ser considerado como pesquisa e, portanto, dever obedecer s diretrizes da presente Resoluo. Os procedimentos referidos incluem entre outros, os de natureza instrumental, ambiental, nutricional, educacional, sociolgica, econmica, fsica, psquica ou biolgica, sejam eles farmacolgicos, clnicos ou cirrgicos e de finalidade preventiva, diagnstica ou teraputica. III.3 - A pesquisa em qualquer rea do conhecimento, envolvendo seres humanos dever observar as seguintes exigncias: a) ser adequada aos princpios cientficos que a justifiquem e com possibilidades concretas de responder a incertezas; b) estar fundamentada na experimentao prvia realizada em laboratrios, animais ou em outros fatos cientficos; c) ser realizada somente quando o conhecimento que se pretende obter no possa ser obtido por outro meio; d) prevalecer sempre as probabilidades dos benefcios esperados sobre os riscos previsveis; e) obedecer a metodologia adequada. Se houver necessidade de distribuio aleatria dos sujeitos da pesquisa em grupos experimentais e de controle, assegurar que, a priori, no seja possvel estabelecer as vantagens de um procedimento sobre outro atravs de reviso de literatura, mtodos observacionais ou mtodos que no envolvam seres humanos; f) ter plenamente justificada, quando for o caso, a utilizao de placebo, em termos de no maleficncia e de necessidade metodolgica; g) contar com o consentimento livre e esclarecido do sujeito da pesquisa e/ou seu representante legal; h) contar com os recursos humanos e materiais necessrios que garantam o bem-estar do sujeito da pesquisa, devendo ainda haver adequao entre a competncia do pesquisador e o projeto proposto; i) prever procedimentos que assegurem a confidencialidade e a privacidade, a proteo da imagem e a no estigmatizao, garantindo a no utilizao das informaes em prejuzo das pessoas e/ou das comunidades, inclusive em termos de auto-estima, de prestgio e/ou econmico - financeiro; j) ser desenvolvida preferencialmente em indivduos com autonomia plena. Indivduos ou grupos vulnerveis no devem ser sujeitos de pesquisa quando a informao desejada possa ser obtida atravs de sujeitos com plena autonomia, a menos que a investigao possa trazer benefcios diretos aos vulnerveis. Nestes casos,Universidade Federal do Amazonas MBA executivo em gerenciamento de projetos Metodologia da pesquisa aplicada a projetos Prof. Dr. Geraldo Vieira da Costa

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o direito dos indivduos ou grupos que queiram participar da pesquisa deve ser assegurado, desde que seja garantida a proteo sua vulnerabilidade e incapacidade legalmente definida; l) respeitar sempre os valores culturais, sociais, morais, religiosos e ticos, bem como os hbitos e costumes quando as pesquisas envolverem comunidades; m) garantir que as pesquisas em comunidades, sempre que possvel, traduzir-se-o em benefcios cujos efeitos continuem a se fazer sentir aps sua concluso. O projeto deve analisar as necessidades de cada um dos membros da comunidade e analisar as diferenas presentes entre eles, explicitando como ser assegurado o respeito s mesmas; n) garantir o retorno dos benefcios obtidos atravs das pesquisas para as pessoas e as comunidades onde as mesmas forem realizadas. Quando, no interesse da comunidade, houver benefcio real em incentivar ou estimular mudanas de costumes ou comportamentos, o protocolo de pesquisa deve incluir, sempre que possvel, disposies para comunicar tal benefcio s pessoas e/ou comunidades; o) comunicar s autoridades sanitrias os resultados da pesquisa, sempre que os mesmos puderem contribuir para a melhoria das condies de sade da coletividade, preservando, porm, a imagem e assegurando que os sujeitos da pesquisa no sejam estigmatizados ou percam a auto-estima; p) assegurar aos sujeitos da pesquisa os benefcios resultantes do projeto, seja em termos de retorno social, acesso aos procedimentos, produtos ou agentes da pesquisa; q)assegurar aos sujeitos da pesquisa as condies de acompanhamento, tratamento ou de orientao, conforme o caso, nas pesquisas de rastreamento; demonstrar a preponderncia de benefcios sobre riscos e custos; r) assegurar a inexistncia de conflito de interesses entre o pesquisador e os sujeitos da pesquisa ou patrocinador do projeto; s) comprovar, nas pesquisas conduzidas do exterior ou com cooperao estrangeira, os compromissos e as vantagens, para os sujeitos das pesquisas e para o Brasil, decorrentes de sua realizao. Nestes casos deve ser identificado o pesquisador e a instituio nacionais co-responsveis pela pesquisa. O protocolo dever observar as exigncias da Declarao de Helsinque e incluir documento de aprovao, no pas de origem, entre os apresentados para avaliao do Comit de tica em Pesquisa da instituio brasileira, que exigir o cumprimento de seus prprios referenciais ticos. Os estudos patrocinados do exterior tambm devem responder s necessidades de treinamento de pessoal no Brasil, para que o pas possa desenvolver projetos similares de forma independente; t) utilizar o material biolgico e os dados obtidos na pesquisa exclusivamente para a finalidade prevista no seu protocolo; u) levar em conta, nas pesquisas realizadas em mulheres em idade frtil ou em mulheres grvidas, a avaliao de riscos e benefcios e as eventuais interferncias sobre a fertilidade, a gravidez, o embrio ou o feto, o trabalho de parto, o puerprio, a lactao e o recm-nascido; v) considerar que as pesquisas em mulheres grvidas devem, ser precedidas de pesquisas em mulheres fora do perodo gestacional, exceto quando a gravidez for o objetivo fundamental da pesquisa; x) propiciar, nos estudos multicntricos, a participao dos pesquisadores que desenvolvero a pesquisa na elaborao do delineamento geral do projeto; e z) descontinuar o estudo somente aps anlise das razes da descontinuidade pelo CEP que a aprovou.

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IV - CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

O respeito devido dignidade humana exige que toda pesquisa se processe aps consentimento livre e esclarecido dos sujeitos, indivduos ou grupos que por si e/ou por seus representantes legais manifestem a sua anuncia participao na pesquisa. IV.1 - Exige-se que o esclarecimento dos sujeitos se faa em linguagem acessvel e que inclua necessariamente os seguintes aspectos: a) a justificativa, os objetivos e os procedimentos que sero utilizados na pesquisa; b) os desconfortos e riscos possveis e os benefcios esperados; c) os mtodos alternativos existentes; d) a forma de acompanhamento e assistncia, assim como seus responsveis; e) a garantia de esclarecimentos, antes e durante o curso da pesquisa, sobre a metodologia, informando a possibilidade de incluso em grupo controle ou placebo; f) a liberdade do sujeito se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em qualquer fase da pesquisa, sem penalizao alguma e sem prejuzo ao seu cuidado; g) a garantia do sigilo que assegure a privacidade dos sujeitos quanto aos dados confidenciais envolvidos na pesquisa; h) as formas de ressarcimento das despesas decorrentes da participao na pesquisa; e i) as formas de indenizao diante de eventuais danos decorrentes da pesquisa. IV.2 - O termo de consentimento livre e esclarecido obedecer aos seguintes requisitos: a) ser elaborado pelo pesquisador responsvel, expressando o cumprimento de cada uma das exigncias acima; b) ser aprovado pelo Comit de tica em Pesquisa que referenda a investigao; c) ser assinado ou identificado por impresso dactiloscpica, por todos e cada um dos sujeitos da pesquisa ou por seus representantes legais; e d) ser elaborado em duas vias, sendo uma retida pelo sujeito da pesquisa ou por seu representante legal e uma arquivada pelo pesquisador. IV.3 - Nos casos em que haja qualquer restrio liberdade ou ao esclarecimento necessrios para o adequado consentimento, deve-se ainda observar: a) em pesquisas envolvendo crianas e adolescentes, portadores de perturbao ou doena mental e sujeitos em situao de substancial diminuio em suas capacidades de consentimento, dever haver justificao clara da escolha dos sujeitos da pesquisa, especificada no protocolo, aprovada pelo Comit de tica em Pesquisa, e cumprir as exigncias do consentimento livre e esclarecido, atravs dos representantes legais dos referidos sujeitos, sem suspenso do direito de informao do indivduo, no limite de sua capacidade; b) a liberdade do consentimento dever ser particularmente garantida para aqueles sujeitos que, embora adultos e capazes, estejam expostos a condicionamentos especficos ou influncia de autoridade, especialmente estudantes, militares, empregados, presidirios, internos em centros de readaptao, casasabrigo, asilos, associaes religiosas e semelhantes, assegurando-lhes a inteira liberdade de participar ou no da pesquisa, sem quaisquer represlias;Universidade Federal do Amazonas MBA executivo em gerenciamento de projetos Metodologia da pesquisa aplicada a projetos Prof. Dr. Geraldo Vieira da Costa

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c) nos casos em que seja impossvel registrar o consentimento livre e esclarecido, tal fato deve ser devidamente documentado, com explicao das causas da impossibilidade, e parecer do Comit de tica em Pesquisa; d) as pesquisas em pessoas com o diagnstico de morte enceflica s podem ser realizadas desde que estejam preenchidas as seguintes condies: - documento comprobatrio da morte enceflica (atestado de bito); - consentimento explcito dos familiares e/ou do responsvel legal, ou manifestao prvia da vontade da pessoa; - respeito total dignidade do ser humano sem mutilao ou violao do corpo; - sem nus econmico financeiro adicional famlia; - sem prejuzo para outros pacientes aguardando internao ou tratamento; - possibilidade de obter conhecimento cientfico relevante, novo e que no possa ser obtido de outra maneira; e) em comunidades culturalmente diferenciadas, inclusive indgenas, deve-se contar com a anuncia antecipada da comunidade atravs dos seus prprios lderes, no se dispensando, porm, esforos no sentido de obteno do consentimento individual; f) quando o mrito da pesquisa depender de alguma restrio de informaes aos sujeitos, tal fato deve ser devidamente explicitado e justificado pelo pesquisador e submetido ao Comit de tica em Pesquisa. Os dados obtidos a partir dos sujeitos da pesquisa no podero ser usados para outros fins que os no previstos no protocolo e/ou no consentimento.

V - RISCOS E BENEFCIOS Considera-se que toda pesquisa envolvendo seres humanos envolve risco. O dano eventual poder ser imediato ou tardio, comprometendo o indivduo ou a coletividade. V.1 - No obstante os riscos potenciais, as pesquisas envolvendo seres humanos sero admissveis quando: a) oferecerem elevada possibilidade de gerar conhecimento para entender, prevenir ou aliviar um problema que afete o bem-estar dos sujeitos da pesquisa e de outros indivduos; b) o risco se justifique pela importncia do benefcio esperado; c) o benefcio seja maior, ou no mnimo igual, a outras alternativas j estabelecidas para a preveno, o diagnstico e o tratamento. V.2 - As pesquisas sem benefcio direto ao indivduo devem prever condies de serem bem suportadas pelos sujeitos da pesquisa, considerando sua situao fsica, psicolgica, social e educacional. V.3 - O pesquisador responsvel obrigado a suspender a pesquisa imediatamente ao perceber algum risco ou dano sade do sujeito participante da pesquisa, conseqente mesma, no previsto no termo de consentimento. Do mesmo modo, to logo constatada a superioridade de um mtodo em estudo sobre outro, o projeto dever ser suspenso, oferecendo-se a todos os sujeitos os benefcios do melhor regime. V.4 - O Comit de tica em Pesquisa da instituio dever ser informado de todos os efeitos adversos ou fatos relevantes que alterem o curso normal do estudo. V.5 - O pesquisador, o patrocinador e a instituio devem assumir a responsabilidade de dar assistncia integral s complicaes e danos decorrentes dos riscos previstos.

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V.6 - Os sujeitos da pesquisa que vierem a sofrer qualquer tipo de dano previsto ou no no termo de consentimento e resultante de sua participao, alm do direito assistncia integral, tm direito indenizao. V.7 - Jamais poder ser exigido do sujeito da pesquisa, sob qualquer argumento, renncia ao direito indenizao por dano. O formulrio do consentimento livre e esclarecido no deve conter nenhuma ressalva que afaste essa responsabilidade ou que implique ao sujeito da pesquisa abrir mo de seus direitos legais, incluindo o direito de procurar obter indenizao por danos eventuais. VI - PROTOCOLO DE PESQUISA O protocolo a ser submetido reviso tica somente poder ser apreciado se estiver instrudo com os seguintes documentos, em portugus: VI.1 - folha de rosto: ttulo do projeto, nome, nmero da carteira de identidade, CPF, telefone e endereo para correspondncia do pesquisador responsvel e do patrocinador, nome e assinaturas dos dirigentes da instituio e/ou organizao; VI.2 - descrio da pesquisa, compreendendo os seguintes itens: a) descrio dos propsitos e das hipteses a serem testadas; b) antecedentes cientficos e dados que justifiquem a pesquisa. Se o propsito for testar um novo produto ou dispositivo para a sade, de procedncia estrangeira ou no, dever ser indicada a situao atual de registro junto a agncias regulatrias do pas de origem; c) descrio detalhada e ordenada do projeto de pesquisa (material e mtodos, casustica, resultados esperados e bibliografia); d) anlise crtica de riscos e benefcios; e) durao total da pesquisa, a partir da aprovao; f) explicitao das responsabilidades do pesquisador, da instituio, do promotor e do patrocinador; g) explicitao de critrios para suspender ou encerrar a pesquisa; h) local da pesquisa: detalhar as instalaes dos servios, centros, comunidades e instituies nas quais se processaro as vrias etapas da pesquisa; i) demonstrativo da existncia de infra-estrutura necessria ao desenvolvimento da pesquisa e para atender eventuais problemas dela resultantes, com a concordncia documentada da instituio; j) oramento financeiro detalhado da pesquisa: recursos, fontes e destinao, bem como a forma e o valor da remunerao do pesquisador; l) explicitao de acordo preexistente quanto propriedade das informaes geradas, demonstrando a inexistncia de qualquer clusula restritiva quanto divulgao pblica dos resultados, a menos que se trate de caso de obteno de patenteamento; neste caso, os resultados devem se tornar pblicos, to logo se encerre a etapa de patenteamento; m) declarao de que os resultados da pesquisa sero tornados pblicos, sejam eles favorveis ou no; e n) declarao sobre o uso e destinao do material e/ou dados coletados. VI.3 - informaes relativas ao sujeito da pesquisa:

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a) descrever as caractersticas da populao a estudar: tamanho, faixa etria, sexo, cor (classificao do IBGE), estado geral de sade, classes e grupos sociais, etc. Expor as razes para a utilizao de grupos vulnerveis; b) descrever os mtodos que afetem diretamente os sujeitos da pesquisa; c) identificar as fontes de material de pesquisa, tais como espcimens, registros e dados a serem obtidos de seres humanos. Indicar se esse material ser obtido especificamente para os propsitos da pesquisa ou se ser usado para outros fins; d) descrever os planos para o recrutamento de indivduos e os procedimentos a serem seguidos. Fornecer critrios de incluso e excluso; e) apresentar o formulrio ou termo de consentimento, especfico para a pesquisa, para a apreciao do Comit de tica em Pesquisa, incluindo informaes sobre as circunstncias sob as quais o consentimento ser obtido, quem ir tratar de obt-lo e a natureza da informao a ser fornecida aos sujeitos da pesquisa; f) descrever qualquer risco, avaliando sua possibilidade e gravidade; g) descrever as medidas para proteo ou minimizao de qualquer risco eventual. Quando apropriado, descrever as medidas para assegurar os necessrios cuidados sade, no caso de danos aos indivduos. Descrever tambm os procedimentos para monitoramento da coleta de dados para prover a segurana dos indivduos, incluindo as medidas de proteo confidencialidade; e h) apresentar previso de ressarcimento de gastos aos sujeitos da pesquisa. A importncia referente no poder ser de tal monta que possa interferir na autonomia da deciso do indivduo ou responsvel de participar ou no da pesquisa. VI.4 - qualificao dos pesquisadores: "Curriculum vitae" do pesquisador responsvel e dos demais participantes. VI.5 - termo de compromisso do pesquisador responsvel e da instituio de cumprir os termos desta Resoluo. VII - COMIT DE TICA EM PESQUISA-CEP

Toda pesquisa envolvendo seres humanos dever ser submetida apreciao de um Comit de tica em Pesquisa. VII.1 - As instituies nas quais se realizem pesquisas envolvendo seres humanos devero constituir um ou mais de um Comit de tica em Pesquisa- CEP, conforme suas necessidades. VII.2 - Na impossibilidade de se constituir CEP, a instituio ou o pesquisador responsvel dever submeter o projeto apreciao do CEP de outra instituio, preferencialmente dentre os indicados pela Comisso Nacional de tica em Pesquisa (CONEP/MS). VII.3 - Organizao - A organizao e criao do CEP ser da competncia da instituio, respeitadas as normas desta Resoluo, assim como o provimento de condies adequadas para o seu funcionamento. VII.4 - Composio - O CEP dever ser constitudo por colegiado com nmero no inferior a 7 (sete) membros. Sua constituio dever incluir a participao de profissionais da rea de sade, das cincias exatas, sociais e humanas, incluindo, por exemplo, juristas, telogos, socilogos, filsofos, bioeticistas e, pelo menos, um membro da sociedade representando os usurios da instituio. Poder variar na sua composio, dependendo das especificidades da instituio e das linhas de pesquisa a serem analisadas.Universidade Federal do Amazonas MBA executivo em gerenciamento de projetos Metodologia da pesquisa aplicada a projetos Prof. Dr. Geraldo Vieira da Costa

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VII.5 - Ter sempre carter multi e transdisciplinar, no devendo haver mais que metade de seus membros pertencentes mesma categoria profissional, participando pessoas dos dois sexos. Poder ainda contar com consultores "ad hoc", pessoas pertencentes ou no instituio, com a finalidade de fornecer subsdios tcnicos. VII.6 - No caso de pesquisas em grupos vulnerveis, comunidades e coletividades, dever ser convidado um representante, como membro "ad hoc" do CEP, para participar da anlise do projeto especfico. VII.7 - Nas pesquisas em populao indgena dever participar um consultor familiarizado com os costumes e tradies da comunidade. VII.8 - Os membros do CEP devero se isentar de tomada de deciso, quando diretamente envolvidos na pesquisa em anlise. VII.9 - Mandato e escolha dos membros - A composio de cada CEP dever ser definida a critrio da instituio, sendo pelo menos metade dos membros com experincia em pesquisa, eleitos pelos seus pares. A escolha da coordenao de cada Comit dever ser feita pelos membros que compem o colegiado, durante a primeira reunio de trabalho. Ser de trs anos a durao do mandato, sendo permitida reconduo. VII.10 - Remunerao - Os membros do CEP no podero ser remunerados no desempenho desta tarefa, sendo recomendvel, porm, que sejam dispensados nos horrios de trabalho do Comit das outras obrigaes nas instituies s quais prestam servio, podendo receber ressarcimento de despesas efetuadas com transporte, hospedagem e alimentao. VII.11 - Arquivo - O CEP dever manter em arquivo o projeto, o protocolo e os relatrios correspondentes, por 5 (cinco) anos aps o encerramento do estudo. VII.12 - Liberdade de trabalho - Os membros dos CEPs devero ter total independncia na tomada das decises no exerccio das suas funes, mantendo sob carter confidencial as informaes recebidas. Deste modo, no podem sofrer qualquer tipo de presso por parte de superiores hierrquicos ou pelos interessados em determinada pesquisa, devem isentar-se de envolvimento financeiro e no devem estar submetidos a conflito de interesse. VII.13 - Atribuies do CEP: a) revisar todos os protocolos de pesquisa envolvendo seres humanos, inclusive os multicntricos, cabendolhe a responsabilidade primria pelas decises sobre a tica da pesquisa a ser desenvolvida na instituio, de modo a garantir e resguardar a integridade e os direitos dos voluntrios participantes nas referidas pesquisas; b) emitir parecer consubstanciado por escrito, no prazo mximo de 30 (trinta) dias, identificando com clareza o ensaio, documentos estudados e data de reviso. A reviso de cada protocolo culminar com seu enquadramento em uma das seguintes categorias: aprovado; com pendncia: quando o Comit considera o protocolo como aceitvel, porm identifica determinados problemas no protocolo, no formulrio do consentimento ou em ambos, e recomenda uma reviso especfica ou solicita uma modificao ou informao relevante, que dever ser atendida em 60 (sessenta) dias pelos pesquisadores; retirado: quando, transcorrido o prazo, o protocolo permanece pendente; no aprovado; e

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aprovado e encaminhado, com o devido parecer, para apreciao pela Comisso Nacional de tica em Pesquisa -CONEP/MS, nos casos previstos no captulo VIII, item 4.c. c) manter a guarda confidencial de todos os dados obtidos na execuo de sua tarefa e arquivamento do protocolo completo, que ficar disposio das autoridades sanitrias; d) acompanhar o desenvolvimento dos projetos atravs de relatrios anuais dos pesquisadores; e) desempenhar papel consultivo e educativo, fomentando a reflexo em torno da tica na cincia; f) receber dos sujeitos da pesquisa ou de qualquer outra parte denncias de abusos ou notificao sobre fatos adversos que possam alterar o curso normal do estudo, decidindo pela continuidade, modificao ou suspenso da pesquisa, devendo, se necessrio, adequar o termo de consentimento. Considera-se como anti-tica a pesquisa descontinuada sem justificativa aceita pelo CEP que a aprovou; g) requerer instaurao de sindicncia direo da instituio em caso de denncias de irregularidades de natureza tica nas pesquisas e, em havendo comprovao, comunicar Comisso Nacional de tica em Pesquisa - CONEP/MS e, no que couber, a outras instncias; e h) manter comunicao regular e permanente com a CONEP/MS. VII.14 - Atuao do CEP: a) A reviso tica de toda e qualquer proposta de pesquisa envolvendo seres humanos no poder ser dissociada da sua anlise cientfica. Pesquisa que no se faa acompanhar do respectivo protocolo no deve ser analisada pelo Comit. b) Cada CEP dever elaborar suas normas de funcionamento, contendo metodologia de trabalho, a exemplo de: elaborao das atas; planejamento anual de suas atividades; periodicidade de reunies; nmero mnimo de presentes para incio das reunies; prazos para emisso de pareceres; critrios para solicitao de consultas de experts na rea em que se desejam informaes tcnicas; modelo de tomada de deciso, etc. VIII - COMISSO NACIONAL DE TICA EM PESQUISA (CONEP/MS) A Comisso Nacional de tica em Pesquisa - CONEP/MS uma instncia colegiada, de natureza consultiva, deliberativa, normativa, educativa, independente, vinculada ao Conselho Nacional de Sade. O Ministrio da Sade adotar as medidas necessrias para o funcionamento pleno da Comisso e de sua Secretaria Executiva. VIII.1 - Composio: A CONEP ter composio multi e transdiciplinar, com pessoas de ambos os sexos e dever ser composta por 13 (treze) membros titulares e seus respectivos suplentes, sendo 05 (cinco) deles personalidades destacadas no campo da tica na pesquisa e na sade e 08 (oito) personalidades com destacada atuao nos campos teolgico, jurdico e outros, assegurando-se que pelo menos um seja da rea de gesto da sade. Os membros sero selecionados, a partir de listas indicativas elaboradas pelas instituies que possuem CEP registrados na CONEP, sendo que 07 (sete) sero escolhidos pelo Conselho Nacional de Sade e 06 (seis) sero definidos por sorteio. Poder contar tambm com consultores e membros "ad hoc", assegurada a representao dos usurios. VIII.2 - Cada CEP poder indicar duas personalidades. VIII.3 - O mandato dos membros da CONEP ser de quatro anos com renovao alternada a cada dois anos, de sete ou seis de seus membros.

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VIII.4 - Atribuies da CONEP - Compete CONEP o exame dos aspectos ticos da pesquisa envolvendo seres humanos, bem como a adequao e atualizao das normas atinentes. A CONEP consultar a sociedade sempre que julgar necessrio, cabendo-lhe, entre outras, as seguintes atribuies: a) estimular a criao de CEPs institucionais e de outras instncias; b) registrar os CEPs institucionais e de outras instncias; c) aprovar, no prazo de 60 dias, e acompanhar os protocolos de pesquisa em reas temticas especiais tais como: 1- gentica humana; 2- reproduo humana; 3- frmacos, medicamentos, vacinas e testes diagnsticos novos (fases I, II e III) ou no registrados no pas (ainda que fase IV), ou quando a pesquisa for referente a seu uso com modalidades, indicaes, doses ou vias de administrao diferentes daquelas estabelecidas, incluindo seu emprego em combinaes; 4- equipamentos, insumos e dispositivos para a sade novos, ou no registrados no pas; 5- novos procedimentos ainda no consagrados na literatura; 6- populaes indgenas; 7- projetos que envolvam aspectos de biossegurana; 8- pesquisas coordenadas do exterior ou com participao estrangeira e pesquisas que envolvam remessa de material biolgico para o exterior; e 9- projetos que, a critrio do CEP, devidamente justificado, sejam julgados merecedores de anlise pela CONEP; d) prover normas especficas no campo da tica em pesquisa, inclusive nas reas temticas especiais, bem como recomendaes para aplicao das mesmas; e) funcionar como instncia final de recursos, a partir de informaes fornecidas sistematicamente, em carter ex-ofcio ou a partir de denncias ou de solicitao de partes interessadas, devendo manifestar-se em um prazo no superior a 60 (sessenta) dias; f) rever responsabilidades, proibir ou interromper pesquisas, definitiva ou temporariamente, podendo requisitar protocolos para reviso tica inclusive, os j aprovados pelo CEP; g) constituir um sistema de informao e acompanhamento dos aspectos ticos das pesquisas envolvendo seres humanos em todo o territrio nacional, mantendo atualizados os bancos de dados; h) informar e assessorar o MS, o CNS e outras instncias do SUS, bem como do governo e da sociedade, sobre questes ticas relativas pesquisa em seres humanos; i) divulgar esta e outras normas relativas tica em pesquisa envolvendo seres humanos; j) a CONEP juntamente com outros setores do Ministrio da Sade, estabelecer normas e critrios para o credenciamento de Centros de Pesquisa. Este credenciamento dever ser proposto pelos setores do Ministrio da Sade, de acordo com suas necessidades, e aprovado pelo Conselho Nacional de Sade; e l) estabelecer suas prprias normas de funcionamento. VIII.5 - A CONEP submeter ao CNS para sua deliberao: a) propostas de normas gerais a serem aplicadas s pesquisas envolvendo seres humanos, inclusive modificaes desta norma; b) plano de trabalho anual; c) relatrio anual de suas atividades, incluindo sumrio dos CEP estabelecidos e dos projetos analisados.Universidade Federal do Amazonas MBA executivo em gerenciamento de projetos Metodologia da pesquisa aplicada a projetos Prof. Dr. Geraldo Vieira da Costa

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IX - OPERACIONALIZAO IX.1 - Todo e qualquer projeto de pesquisa envolvendo seres humanos dever obedecer s recomendaes desta Resoluo e dos documentos endossados em seu prembulo. A responsabilidade do pesquisador indelegvel, indeclinvel e compreende os aspectos ticos e legais. IX.2 - Ao pesquisador cabe: a) apresentar o protocolo, devidamente instrudo ao CEP, aguardando o pronunciamento deste, antes de iniciar a pesquisa; b) desenvolver o projeto conforme delineado; c) elaborar e apresentar os relatrios parciais e final; d) apresentar dados solicitados pelo CEP, a qualquer momento; e) manter em arquivo, sob sua guarda, por 5 anos, os dados da pesquisa, contendo fichas individuais e todos os demais documentos recomendados pelo CEP; f) encaminhar os resultados para publicao, com os devidos crditos aos pesquisadores associados e ao pessoal tcnico participante do projeto; g) justificar, perante o CEP, interrupo do projeto ou a no publicao dos resultados. IX.3 - O Comit de tica em Pesquisa institucional dever estar registrado junto CONEP/MS. IX.4 - Uma vez aprovado o projeto, o CEP passa a ser co-responsvel no que se refere aos aspectos ticos da pesquisa. IX.5 - Consideram-se autorizados para execuo, os projetos aprovados pelo CEP, exceto os que se enquadrarem nas reas temticas especiais, os quais, aps aprovao pelo CEP institucional devero ser enviados CONEP/MS, que dar o devido encaminhamento. IX.6 - Pesquisas com novos medicamentos, vacinas, testes diagnsticos, equipamentos e dispositivos para a sade devero ser encaminhados do CEP CONEP/MS e desta, aps parecer, Secretaria de Vigilncia Sanitria. IX.7 - As agncias de fomento pesquisa e o corpo editorial das revistas cientficas devero exigir documentao comprobatria de aprovao do projeto pelo CEP e/ou CONEP, quando for o caso. IX.8 - Os CEP institucionais devero encaminhar trimestralmente CONEP/MS a relao dos projetos de pesquisa analisados, aprovados e concludos, bem como dos projetos em andamento e, imediatamente, aqueles suspensos. X. DISPOSIES TRANSITRIAS X.1 - O Grupo Executivo de Trabalho - GET, constitudo atravs da Resoluo CNS 170/95, assumir as atribuies da CONEP at a sua constituio, responsabilizando-se por: a) tomar as medidas necessrias ao processo de criao da CONEP/MS; b) estabelecer normas para registro dos CEP institucionais; X.2 - O GET ter 180 dias para finalizar as suas tarefas.

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X.3 - Os CEP das instituies devem proceder, no prazo de 90 (noventa) dias, ao levantamento e anlise, se for o caso, dos projetos de pesquisa em seres humanos j em andamento, devendo encaminhar CONEP/MS, a relao dos mesmos. X.4 - Fica revogada a Resoluo 01/88.

ADIB D. JATENE Presidente do Conselho Nacional de Sade Homologo a Resoluo CNS n 196, de 10 de outubro de 1996, nos termos do Decreto de Delegao de Competncia de 12 de novembro de 1991. ADIB D. JATENE Ministro de Estado da Sade

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CLCULO DA AMOSTRA ALEATRIA SIMPLES

O clculo do tamanho da amostra um problema de mbito da Estatstica. Como na maioria das situaes de pesquisa em Administrao de Recursos Humanos o pesquisador vai utilizar amostra aleatria simples, extrada de uma populao cujo tamanho conhecido, a questo reduzse a um procedimento bastante simples que ser demonstrado a seguir. Esses procedimentos so usados quando se desejam estimar diversos parmetros, especialmente propores ou percentagens de ocorrncia de determinados atributos, o que tambm o caso de muitas pesquisas na rea de RH. Nessas situaes, pode-se usar a frmula para o clculo do tamanho mnimo da amostra com populao finita, segundo critrios definidos por Pedro Barbetta no livro Estatstica aplicada s Cincias Sociais, editado pela UFSC, Florianpolis, em 1994. A frmula apresentada abaixo.

N . no n = -----------N + noN o tamanho (nmero de elementos da populao) n o tamanho (nmero de elementos) da amostra no uma primeira aproximao para o tamanho da amostra

Como, em geral, o tamanho da populao (N) conhecido, deve-se fazer uma primeira aproximao para o tamanho da amostra, utilizando o conceito de erro amostral tolervel (Eo). Dessa forma, a equao de (n) ficar com apenas uma incgnita. Chama-se de erro amostral diferena entre o valor que a estatstica pode acusar e o verdadeiro valor do parmetro que se deseja estimar. Para determinao do tamanho da amostra, o pesquisador precisa especificar o erro amostral tolervel, ou seja, o quanto ele admite errar na avaliao dos parmetros de seu interesse. Nas pesquisas do Curso de Especializao em Administrao de Recursos Humanos ser admitido o erro amostral de 5% como o ideal e, excepcionalmente, 7% como o erro mximo tolervel. Nesse caso, por convenincia da pesquisa ou por economia financeira. A especificao do erro amostral deve ser feita sob um enfoque probabilstico, pois, por maior que seja a amostra, existe sempre o risco de o sorteio gerar uma amostra com caractersticas bem diferentes da populao de onde ela est sendo extrada. 1 no = ------------Eo

O clculo de (no) feito por meio da expresso

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Exemplo: Considerar o nmero total de funcionrios da organizao que ser pesquisada N=2000. Calcular o tamanho da amostra a ser pesquisada considerando os erros amostrais de 4%, 5% e 7%.

1) Clculo da primeira aproximao para o tamanho da amostra (no) 1 no = -------------- = 625 funcionrios (0,04) 1 no = -------------- = 400 funcionrios (0,05) 1 no = -------------- = 204 funcionrios (0,07)

Para 4% (0,04)

Para 5% (0,05)

Para 7% (0,07)

N . no 2) Clculo do tamanho da amostra (n) = -----------N + no (2000) . (625) 1250000 n = ---------------------- = ---------------- = 477 funcionrios 2000 + 625 2625 (2000) . (400) 800000 n = ---------------------- = ---------------- = 334 funcionrios 2000 + 400 2400 (2000) . (204) 408000 n = ---------------------- = ---------------- = 186 funcionrios 2000 + 204 2204

Assim, se for admitido o erro de 4% deve-se pesquisar 477 funcionrios. Usando o mximo erro tolervel, no caso 7%, o nmero de elementos a serem pesquisados cai para 186, porm o risco de se ter resultados diferentes entre amostra e populao aumenta. por essa razo que no se podem adotar erros acima desses valores.

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REDAO CIENTFICA

Todo trabalho cientfico envolve um conjunto de fontes como livros, peridicos, revistas, jornais, monografias e documentos, entre outros que so utilizados com o fim de se atingir os objetivos de pesquisa. Nos cursos ofertados pela UFAM devero ser utilizadas as normas tcnicas da Associao Brasileira de Normas Tcnicas ABNT e as normas cientficas praticadas pela UFAM, a fim de que todos os trabalhos de concluso de curso apresentem uniformidade de redao cientfica.

I CITAES Citao a meno no texto, de informao colhida de outra fonte, para esclarecimento do assunto em discusso ou para ilustrar ou sustentar o que se afirma. As citaes podem ser diretas ou indiretas, sejam obtidas de documentos ou de canais informais. As fontes de que foram tiradas as citaes so indicadas pelo sistema alfabtico ou pelo sistema numrico. Citao indireta ou livre aquela na qual o autor do trabalho expressa-se por meio do pensamento de outro autor ou autores. Deve-se sempre indicar a fonte de onde foi tirada a idia, mencionando-se o nome do autor, que no deve ser escrito com letras maisculas, e registrando, entre parntesis, o ano da publicao da obra em que se encontra a idia referida. Pode-se tambm, aps a expresso da idia, citar entre parntesis, o nome do autor e o ano da obra, separados por vrgula. Quando colocado entre parntesis, o nome do autor deve ser grafado com letras maisculas. No se indicam as pginas j que a idia pode estar sendo resumida de uma obra inteira, de um captulo ou de um conjunto deles. Exemplos: a) Para Quirino e Xavier (1987), a empresa pode avaliar a qualidade de vida no trabalho por meio de uma abordagem objetiva, que parte da mensurao das condies materiais, como disponibilidade de equipamentos, padres salariais, ambiente fsico etc. ou mediante a abordagem subjetiva, que busca avaliar o nvel de satisfao das prprias pessoas com estas condies. b) A empresa pode avaliar a qualidade de vida no trabalho por meio de uma abordagem objetiva, que parte da mensurao das condies materiais, como disponibilidade de equipamentos, padres salariais, ambiente fsico etc. ou mediante a abordagem subjetiva, que busca avaliar o nvel de satisfao das prprias pessoas com estas condies (QUIRINO e XAVIER, 1987). Citao direta ou textual a transcrio literal de um texto ou parte dele, conservando-se a grafia, pontuao, uso de maisculas e idioma. Deve ser usada somente quando um pensamento significativo for particularmente bem expresso, ou quando for absolutamente necessrio e essencial transcrever as palavras de um autor. Na citao indireta deve-se, alm de mencionar o nome do autor e o ano da obra, o nmero da pgina ou das pginas de onde foi extrado o pensamento.Universidade Federal do Amazonas MBA executivo em gerenciamento de projetos Metodologia da pesquisa aplicada a projetos Prof. Dr. Geraldo Vieira da Costa

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Quando a citao direta for de at quatro linhas deve ser inserida no pargrafo, entre aspas. Se o texto original j contiver aspas, estas sero substitudas pelo apstrofo ou aspas simples. Exemplo: A expresso furiosa dessa esttua de que fala Rabelais, corresponde tambm realidade (BATHIN, 1987, p. 388). Quando a citao direta contiver mais de quatro linhas, deve aparecer em pargrafo distinto, a sete espaos da margem do texto (margem de pargrafo), terminando na margem direita. Quando possvel deve-se utilizar tipos menores. Todo autor citado deve aparecer na referncia bibliogrfica do trabalho cientfico. II NOTAS

As notas, no trabalho cientfico, so esclarecimentos ou informaes prestadas pelo autor, cujas incluses no texto prejudicariam a seqncia lgica do seu desenvolvimento. As notas podem aparecer na forma de: a) referncias bibliogrficas quando servem para a indicao da origem de uma citao feita, sendo mencionadas to somente as obras utilizadas dentro do trabalho. b) notas explicativas quando apresentam observaes, acrscimos ou comentrios para esclarecer uma afirmao que no pode ser includa no texto.

A localizao das notas depende da escolha do autor do trabalho cientfico, podendo aparecer: em rodap, no final do captulo e no final do trabalho. A chamada para a nota pode ser feita da seguinte maneira: a) por asterisco (*), quando no passar de trs em cada pgina, diferenciando-se pela repetio do asterisco: (*), (**) e (***); b) por algarismos arbicos seqenciais que podem ser recomeados pgina por pgina ou captulo por captulo; c) algarismos arbicos ou seqncia nica at o final do trabalho. III REFERNCIA BIBLIOGRFICA

A norma NBR 6023 da ABNT objetiva fixar condies exigveis pelas quais devem ser referenciadas as publicaes mencionadas em determinado trabalho, relacionadas em bibliografias ou objeto de resumos ou recenses, no se aplicando ou substituindo as descries bibliogrficas usadas em bibliotecas. Para tanto, so definidos os seguintes termos: Referncia bibliogrfica conjunto de elementos que permitem a identificao, no todo ou em parte, de documentos impressos ou registrados em diversos tipos de material.Universidade Federal do Amazonas MBA executivo em gerenciamento de projetos Metodologia da pesquisa aplicada a projetos Prof. Dr. Geraldo Vieira da Costa

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Elementos essenciais de uma referncia bibliogrfica so aqueles indispensveis identificao de publicaes mencionadas em qualquer trabalho. So eles: autor da obra; ttulo da publicao; edio; imprenta (local de publicao, editor e data).

Elementos complementares de uma referncia bibliogrfica so aqueles opcionais que, acrescentados aos essenciais, permitem melhor caracterizar as publicaes

referenciadas em bibliografias, resumos ou recenses. A localizao da referncia bibliogrfica pode ser: em nota de rodap, no fim de texto, em lista bibliogrfica sinaltica ou analtica e encabeando resumos ou recenses. importante ressaltar a importncia da honestidade do pesquisador quando da elaborao da referncia bibliogrfica, no devendo este sonegar dados nem extrapol-los, ou seja, colocar obras que no foram consultadas. Por outro lado, cabe assinalar que todos os autores ou obras citadas ao longo da redao do trabalho cientfico devem ser referenciados na bibliografia. Ordem dos elementos essenciais

Todas as obras citadas devero ser ordenadas alfabeticamente a partir do sobrenome do autor, quando este for conhecido. No caso de publicaes que no tenham autoria, deve-se citar o rgo responsvel pelas informaes utilizadas. Se houver necessidade, respeitando-se a ordem alfabtica estabelecida, as obras devem ser ordenadas segundo o ano de publicao, comeando pelas mais antigas. LIVROS E AFINS

Os dados a serem utilizados sero os da ficha catalogrfica que aparece no verso da folha de rosto do livro. Quando tal ficha no existir, caber ao pesquisador obter as informaes necessrias na capa ou em outras partes do livro.

AUTOR DA OBRA Cita-se o sobrenome do autor, todo em letras maisculas, seguido de vrgula, e o seu prenome em letras minsculas, a exceo da primeira, seguido de ponto. Os nomes do autor podero ser abreviados com as iniciais maisculas, seguidas de ponto, com exceo do sobrenome, conforme demonstrado. Autor: Geraldo Vieira da Costa COSTA, Geraldo Vieira da. COSTA, G. V. da.

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Quando a obra tiver at trs autores, mencionam-se todos na entrada, na ordem em que aparecem na publicao. Por exemplo: MAIA, Tom, CALMON, Pedro, MAIA, Thereza Regina de Camargo. Se houver mais de trs autores, mencionam-se at os trs primeiros seguidos da expresso et al (abreviao de et alii que significa e outros). Por exemplo: ALMEIDA, J. da C. et al. ALMEIDA, J. da C.; VARGAS; F. et al. ALMEIDA, J. da C.; VARGAS, F.; LOBATO, M. L. et al. Obras constitudas de vrios trabalhos ou contribuies de vrios autores entram pelo responsvel intelectual (organizador, coordenador etc.), seguido da abreviao da palavra que caracteriza o tipo de responsabilidade, entre parntesis. CUNHA, Antnio da (coord.) Em caso de autoria desconhecida entra-se pelo ttulo. O termo annimo no deve ser usado como substituto para o nome do autor desconhecido. O nome do autor de vrias obras referenciadas sucessivamente deve ser substitudo, nas referncias seguintes primeira, por um travesso, conforme se demonstra a seguir. CHIAVENATO, I. Recursos humanos. 3. ed. So Paulo: Atlas 1994. _____________ . Introduo teoria geral da administrao. So Paulo: Makron, 1982.

TTULO DA PUBLICAO O ttulo da obra deve ser citado da maneira como aparece na publicao, seguido de ponto e dois espaos, devendo-se destac-lo com a escrita em itlico, negrito ou sublinhada. A ABNT recomenda o destaque em negrito. Em ttulos demasiadamente longos, podem-se suprimir algumas palavras, desde que a supresso no incida sobre as primeiras e no altere o sentido. A supresso indicada por reticncias. Os subttulos podem ser suprimidos, a no ser que forneam informao essencial sobre o contedo do documento. Quando mencionados, so separados do ttulo por dois pontos e no devem ser destacados como este. Exemplo: TRIVIOS, Augusto N. S. Introduo pesquisa em cincias sociais: a qualitativa em educao. So Paulo: Atlas, 1992. pesquisa

EDIO Indica-se a edio, quando mencionada na obra, em algarismo (s) arbico (s) seguido (s) de ponto e da abreviatura da palavra edio no idioma da publicao. Por exemplo: 2. ed. 2. Aufl.Universidade Federal do Amazonas MBA executivo em gerenciamento de projetos Metodologia da pesquisa aplicada a projetos Prof. Dr. Geraldo Vieira da Costa

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A primeira edio da obra no mencionada. Indicam-se emendas e acrscimos edio, de forma abreviada, como no caso a seguir, 2 edio revista e aumentada, escreve-se: 2. ed.rev. aum.

LOCAL DE PUBLICAO O local a ser mencionado ser a cidade da publicao constante da ficha catalogrfica ou da folha de rosto da obra. Quando a identificao do local no for possvel, deve-se indicar entre colchetes a expresso sine loco [s.l.]. No se deve abreviar o local da publicao. No caso de homnimos, acrescenta-se o nome do estado, pas etc. Por exemplo: Viosa, MG e Viosa, RN. Quando a cidade no aparecer na publicao, mas puder ser identificada, indica-se entre colchetes. Quando houver mais de um local, para um s editor, indica-se o mais destacado. EDITOR O nome do editor deve ser grafado tal como figura na publicao referenciada, abreviandose os prenomes e suprimindo-se outros elementos que designam sua natureza jurdica ou comercial, desde que indispensveis sua identificao. Por exemplo: J. Olympio (e no Livraria Jos Olympio Editora) Kosmos (e no Kosmos Editora ou Livraria Kosmos) Quando houver mais de um editor, indica-se o mais destacado. Se os nomes dos editores estiverem em igual destaque, indica-se o nome do primeiro. Os nomes dos demais podero ser tambm indicados com seus respectivos locais. Quando o editor no aparecer na publicao, mas puder ser identificado, indica-se entre colchetes. Quando o editor no for mencionado, pode-se indicar o impressor. Na falta dos dois, indica-se, entre colchetes [s.n.] (sine nomine). Quando o local e o editor no aparecerem na publicao, indica-se entre colchetes [s.l.:s.n.]. No se indica o nome do editor quando ele for o autor. DATA O ano de publicao da obra deve ser sempre indicado em algarismos arbicos, sem separao por ponto. Por exemplo: 1985 (e no 1.985 ou MCMLXXXV) Quando a obra no apresenta nenhuma data de publicao, distribuio, copyright, impresso etc., e no puder ser determinada, deve ser registrada uma data aproximada entre colchetes, conforme exemplos a seguir. [1981?] para data provvelUniversidade Federal do Amazonas MBA executivo em gerenciamento de projetos Metodologia da pesquisa aplicada a projetos Prof. Dr. Geraldo Vieira da Costa

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[ca.1960] para data aproximada [197-] para dcada certa [18--] para sculo certo [18--?] para sculo provvel Ordem e forma de escrever a imprenta A imprenta compreende o local, o editor e o ano de publicao da obra e deve ser escrita nessa forma, separando-se o local do editor por dois pontos e este do ano de publicao por vrgula, conforme demonstrado a seguir: Florianpolis: Insular, 1999. Registra-se a seguir dois exemplos de referncia bibliogrfica, contendo os elementos essenciais, de acordo com as normas da ABNT. CASTRO, C. M. A prtica da pesquisa. So Paulo: McGraw-Hill do Brasil, 1977. CERVO, A. L.; BERVIAN, P. A. Metodologia cientfica. So Paulo: Makron, 1996. Observe-se que as referncias devem ser alinhadas somente margem esquerda e de forma a se identificar individualmente cada documento. PARTES DE LIVROS E AFINS (trechos, fragmentos, volumes etc.) Para referenciar parte de um livro, primeiro menciona-se o nome do autor e do ttulo da parte referenciada, seguido de ponto e da referncia da publicao no todo, antecedida da expresso In: Por exemplo: LAWLER III, E. E. Criando a organizao de alto envolvimento. In: GALBRAITH, J. R.; LAWLER III, E. E. & Associados. Organizando para competir no futuro. So Paulo: Makron, 1995. REVISTAS E JORNAIS

Para o caso de ser considerado o todo como fonte de informaes:

Elementos Ttulo da revista Local da publicao e editor Data (ano) do primeiro volume e, se a publicao cessou, tambm do ltimo Periodicidade

Exemplo CONJUNTURA ECONMICA Rio de Janeiro: FGV 1957

Mensal

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Exemplo: CONJUNTURA ECONMICA. Rio de Janeiro: FGV, 1957. Mensal.

Quando consideradas partes como fonte de informaes (fascculos, suplementos, etc.):

Elementos Ttulo da revista Ttulo do fascculo, suplemento etc. Local da publicao e editor Indicao de volume, nmero e data

Exemplo CONJUNTURA ECONMICA As 500 maiores empresas do Brasil Rio de Janeiro : FGV v.38, n.9, set.1984

Exemplo: CONJUNTURA ECONMICA. As 500 maiores empresas do Brasil. Rio de Janeiro: IBGE, v. 38, n. 9, set. 1984.

ARTIGOS EM REVISTAS

Elementos Autor do artigo Ttulo do artigo Ttulo da revista (em destaque) Local da publicao Nmero do volume, fascculo, pginas inicial e final do artigo Ms abreviado e ano

Exemplo COSTA, Geraldo Vieira da Organizaes de alto envolvimento Revista Brasileira de Administrao Braslia Ano VIII, n. 23, p. 46-51 out. 1998

Exemplo: COSTA, G. V. Organizaes de alto envolvimento. Revista Brasileira de Administrao. Braslia, Ano VII, n. 19, p. 46-51, out. 1998.

ARTIGOS EM JORNAIS

Elementos Autor do artigo Ttulo do artigo Ttulo do jornal em destaque Local da publicao

Exemplo COUTINHO, Wilson O Pao da Cidade retorna ao seu brilho barroco Jornal do Brasil Rio de Janeiro

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Data (dia, ms e ano)

6 mar. 1985

Nmero ou ttulo do caderno, Caderno B, p .6 da seo, etc. e pginas do artigo referenciado.

Exemplo: COUTINHO, Wilson. O Pao da Cidade retorna ao seu brilho barroco. Jornal do Brasil, Rio de Janeiro, 6 mar. 1985. Caderno B, p. 6. TEXTOS COLETADOS NA INTERNET

AKATU. Disponvel em: . Acesso em 22 set. 2003. BUSINESS WEEK. As 1000 empresas mais valiosas do mundo. 2002. Disponvel em: . Acesso em 21 abr. 2003. CHIAVENATO, I. Talento e empregabilidade. Disponvel em:

. Acesso em 11 set. 2002.

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ANEXO 1 TEMAS EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS

Tendo em vista a elaborao do trabalho final de curso sob a forma de artigo cientfico so sugeridos, a seguir, alguns temas na rea de gerenciamento de projetos. Essa relao no excludente ou definitiva. Outros temas correlatos podem ser desenvolvidos pelo aluno, a partir da aprovao da coordenao do curso ou do professor orientador. Plano e projeto: a ausncia, o adequado e o excesso no ato de planejar; Gesto do tempo em projetos; Conflitos em equipes de alta performance; Influncias do ambiente em equipes de projetos; Fatores crticos de sucesso em gerenciamento de projetos; A importncia do processo de comunicao em gerenciamento de projetos; Trabalho em equipe; Meritocracia em gerenciamento de projetos; Estruturas organizacionais voltadas para projetos; Cultura e desenvolvimento da organizao com base em projetos; Gesto estratgica e gerenciamento de projetos; Competncias gerenciais em projetos; Projeto e ao: liderana e motivao; Controle em projetos: mtodos quantitativos / estatsticos; Monitoramento e avaliao de projetos; Custos e oramento do projeto; Uso da tecnologia em gerenciamento de projetos; Projetos pblicos: eficcia, eficincia e efetividade; Projetos sociais e em organizaes do terceiro setor.

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ANEXO 2 MODELO DE PROJETO DE PESQUISACAPA (Retire este e os demais cabealhos quando da entregado projeto). (Este projeto deve conter no mximo 20 laudas)

UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS FACULDADE DE ESTUDOS SOCIAIS MBA EXECUTIVO EM GERENCIAMENTO DE PROJETOS Turma ____

PROJETO DE PESQUISA

_________