%mf9t«i;v&vwvía ex 1jsuoa -...
TRANSCRIPT
Terceiro Anno i
.%Mf9t«i;V&VWVíA EX 1JSUOA
i mez SOO réis Annuncios, linha 20 réis 3 wczes.. .. 900 & Publicações no corpo do
Avulso 10 » jornal, por linha 60 réis
.3 i
SABBAD0 il DE ABRIL DE 1874
ANMIGlVATllfiSA MA l*iieVI!Vi'IA
1 mez 500 réis 3 mezes 1$400
A correspondência sobre administração a
RENA QUKIK0Z, calçada do Combro, 10, t.°.
réis
LO Numero 579
A egrçja de Jesus
A egreja que a nossa estampa repre-
senta é um dos templos mais vastos de
Lisboa. Foi dos religiososterceirosfrancis-
canos e agora é a parochial de Nossa Se-
nhora das Mercês.
O terramoto de 1735 destruiu comple-
tamente a antiga egreja, sendo a actuai
■de construcção moderna.
Parle do edifício pertencente ao con-
vento, é hoje occupaiio pela Acidemia
Real das Sciencias e pela bibliotlieca an-
nexa.
O sr. commendador Thomaz Q. Antu-
nes, co-proprietario do Iliano de Noticias
recebeu da sociedade dos artistas de Coim-
bra um diploma que o tornou co-socio
honorário dos membros d'aquella insti-
tuição.
Por nos haverem faltado a tempo al-
guns números do jornal hespanhol A Ibe-
ria, temos demorado a continuação do fo-
lhetim Homens e Coisas de Cartagena, que
estamos traduzido d'aquella folha.
Alguns moradore.» da rua do Sol ao
Rato queixam se-nos da falta de policia
que se encontra de noite n'aquella rua.
N'estas ultimas noites téem sido assal-
tados diversos quintaes; e esses morado-
res teem feito toques de apito, sem que a
[lolicia, apesar de ter uma esquadra no
argo do Rato, tenha acudido.
Pedimos providencias á auctoridade
competente para aquella rua ser de noite
policiada e esperamos ser attendidos.
Está gravemente enfermo o sr. dr. Sil-
veira, pae do sr. conselheiro Fradesso da
Silveira.
Sentimos muito.
Engrossou o rio Mondego com as chu-
vas que caíram no domingo e na segun-
da feira.
Os srs. Pedro de Alcantara Hennah e
Queiroz e Silva adivinharam todas as cha-
radas do nosso numero de hontem.
Da caridosa anonyma C. F. recebemos
500 réis para entregarmos á cega Rosa
Maria Ferreira, moradora na rua dos
Mouros, 19.
Da mesma senhora recebemos para a
infeliz família da rua de S. Bento, 252,
1.° andar, lj5000 rs. em dinheiro, um co-
bertor e dois lençoes.
Agradecemos em nomedaquelles infe-
lizes.
Aos entrevados do hospital da rua do
Terço, no Porto, foi offerecido no dia 5
por uma anonyma um jantar, que cons-
tou de sopa, carne cosida, arroz, pào de
trigo e vinho.
E' candidato ministerial pela Horta o
sr. Filippe de Carvalho, proprietário da
FOLHETIM
CARTAS L1SB0NENSES
(Conclusão)
•Continuam a ser lidas com interesse as
Noites de insomnia de Camillo Castello
Branco. Aos thesouros da sua imaginação
inexgotavel, prodigamentederramados por
quasi um cento de volumes n'um periodo
de vinte e cinco annos, aos lavores de uma
linguagem vernacula e scintillante das
mais vistosas galas e louçanias, — lingua-
gem manejada com raro primor pelo nos-
so primeiro e mais fecundo romancista,
Camillo Castello Branco acrescentou, nos
ullimos doze annos, as riquezas solidas
de uma variada erudição e os recursos
valiosíssimos de manuscriptos curiosos,
de inéditos raros, de jóias bibliographicas,
3ue, exploradas pelo gosto e pelo talento
o eximio romancista, se desentranham
em narrativa cheia de novidade palpitan-
te e dramatica. As paginas das Noites de
insomnia affiguram-se-nos as vistas diver-
síssimas e sempre cambiantes de um ka-
leidoscopo.
•Agora a malícia caustica, como na rea-
bilitação do sr. visconde de Margaride,no
Subsidio para a historia de um futuro san-
to, nas Voltas do mundo e em outros mui-
tos trechos; logo a satyra e a invectiva ace-
radas, voando rapidas e certeiras ao alvo
de seus tiros; em seguida um romacce a-
paixonado e comraovente, como o que se
Gazeta de Portugal, em concorrência com
o sr. Candido de Moraes, que se apresen
ta candidato pela opposiçào.
A acreditada empreza editora Mattos
Moreira & C.a acaba de publicar mais um
livro notável. E' o Regicida, romance his-
torico pelo sr. Camillo Castello Branco.
Agradecemos o exemplar com que fo-
mos obsequiados.
No mez de. março findo entraram no
Tejo 282 embarcações com 3:785 passa-
geiros; e saíram 335 embarcações com
4:4-73 passageiros.
Falleceu em Coimbra o sr. José Maria
Martins, juiz de direito aposentado.
O sr. Jacob Bensabat está compondo
um novo diccionario inglez-portuguez e
portuguez-inglez.
Na segunda fei-
ra, em Lagos, co-
mo em muitos sí-
tios do paiz, des-
encadeou-se uma
ventania tal que
muitas arvores fo-
ram arrancadas,
outras partiram, os
favaes ficaram ar-
rasados, eas amen-
doeiras completa-
mente varejadas.
■ w ■■ Está doenle o sr. J. M. M. de Mello, pre-
sidente da camara municipal de Lagos. i i wmm ■
Espera-se hoje em Montemor o-Novo,
uma força de infanteria n.° 4, comman-
dada pelo sr. tenente Infante.
Vae render a força que ali esta do
mesmo regimento, commandada pelo sr.
alferes Benedicto Antonio Pereira de Aze-
vedo.
Não houve no Porto quem se propo-
zesse, na quarta feira, a arrematar os bens
pertencentes ao passal do parodio da fre-
guezia de Aguiar de Sousa, que estive-
ram em praça.
Ficou por isso addiada a arremata-
ção.
Sáem hoje «lo lazareto os 73 passagei-
ros que vieram dos portos do Brazil no
vapor inglez Lusilania.
Os srs. Mattos
Moreira & C.* vão
publicar uma his-
toria resumida de
Hespanha.
Largou hontem
as agua?, do Tejo
o vapor inglez Ve-
nezia.
O sr. Monteiro
não achou lei!o
mais com mod o pa-
ra dormir do que.
os degraus da es-
cada do prédio da
travessa da Palha
n.° 474.
Tinha lido que
S. Caetano dormia
n'umas taboas e
não quiz ficar a traz
do santo.
Mas a policia,
que lhe faz a inju-
ria de suppór que
é um ratoneim,
deu -lhe mais com-
moda cama na es-
tação.
A que um ho-
mem está exposto!
EG HE J A DE JESUS
Esteve muito concorrido na noite de
quinta feira o espectáculo do theatro de
D. Maria II.
A beneficiada, a actriz Carolina Falco,
cujos progressos na arte scenica teem sido
cada vez mais notáveis, recebeu por difie-
rentes vezes manifestações do maior agra-
do por parte dos espectadores.
Agradou muito o drama do sr. Cezar
de Lacerda, Homens e Feras, e por isso
foi o distincto actor-auctor muito feste-
jado.
Tem passado incommodada de saúde
a ex.mn sr.* baroneza da Folgosa, que ac-
tualmente se acha nas suas propriedades
do Ahr.eijão.
Durante o mez de fevereirofforam mor-
tos no matadouro de Paranhos, no Porto,
1:557 rezes.
Está felizmente
melhor e sr. duque
de Palmella.
Está a ensaios
no theatro Martin,
em Madrid, o dra-
ma em 3 actos, in-
titulado El pecado
de Cam. Este dra-
ma é um solemne
protesto contra as
guerras civis a pro-
posito da sangui-
nolenta luta entre
os filhos da mes-
ma patria.
Entrou hontem
no Tejo o vapor
hespanhol Francoli
Parece que se
teem perdido em
Monchique alguns
regadios por falta
de agua.
Ao Diário de
Not ic tas a praz con-
signar a confirma-
ção ofíicial, plena
e lisongeira de que
sobre o assumpto
«colonias» se tem
dito muito.
Essa confirma-
ção tira-a o colle-
ga dos algarismos
do orçamento da
receita e despeza,
ultimamente apre-
sentado ás cortes
pelo sr. ministro
do ultramar.
Esteve hontem
o tempo muito in-
constante.
intitula Aquella casa triste, em que ha a
severa magestade da tragedia,desde a ca-
deia de iulortunios que açoitam o Africa-
no e sua filha até ao desfecho lugubre de
tão sentida e forte narrativa.
•Um dos segredos do elTeito admiravel
dos livros de Camillo é a rapida e feliz
transição que n'elle se opera do sarcasmo
cortante e implacavel, em que não tem ri-
val, da graça, da pilhéria, do chiste, cheios
de naturalidade, que fazem rir ás garga-
lhadas o leitor mais carrancudo,para o lan-
ce apaixonado, para os arrebatamentos
poéticos, para as visões, para os extases,
para os delírios e para as lagrimas arden-
tes da compaixão ou do amor. Ha n'elle
uma profusão de toques patheticos, que ás
vezes actuam com todo o vigor de uma
sensibilidade irresistível mesmo nas orga-
nisações mais familiares com a litteratura
sentimental, e que por isso se acham como
que revestidos de um arnez refractario aos
golpes feiticeiros dos grandes escriptores.
E todavia — condão dos talentos raros! —
Camillo tem sempre arte de nos falsear o
arnez, e de nos penetrar até ao coração
pela sensibilidade verdadeira e profunda,
e pelas lagrimas que nos obriga a derra-
mar !
•A' imitação dos quadros dos grandes
mestres, cujo colorido excepcional parece
desafiar os insultos do tempo, mantendo-
em admiraveis condições de frescura, a
phantasia de Camillo resplandece com a
exuberancia brilhante dos annos juvenis,
sem desbotar o seu frescor primitivo. E'
simplesmente assombroso, n'um paiz como
o nosso, em que tudo envelhece aos trin-
ta annos, imaginação, graça, formosura!
• O' Camillo, olha que é um teu amigo
velho, quem t o diz, tu remoças muito mais
poderosamente a alma de quem te lê, do
que tantas paginas de litteratura de com-
bate, em que desde o começo até ao fim,
não se vê senão uma selva impenetrável
de imprecações e de pragas ao existente
e ao possível. Nos teus romances e novel-
las, lia a invenção fecunda, o interesse
dramatico, a graça portuguezissima do dia-
logo, a nota cómica dos teus personagens,
em que parece brincarem os raios scintil-
lantes da comedia humana de Balzac, der-
rama-se a uneção suavíssima das lagrimas,
e ouve-se a miúdo a eloquencia incompa-
rável das almas que ou se fundam nas mi-
sérias tragieas do infortúnio, ou estalam
de dor sob o peso brutal do amor trahido
ou da infamia triumphante.
«Se estou triste, meu Camillo, leio a já
extensa galeria dos teus lôrpas endomin-
gados, e lico alegre com as inepeias e bru-
tezas de que os fazes editores responsáveis.
Entontece-me jovialmente a cascata de di-
tos soézes e de dislates ingénuos, que ás
vezes acaba de jorrar ruidosamente dos
lábios dos teus personagens ratões. Os jo-
gos de agua em Versailles não encantam
mais os olhos e os ouvidos dos viajantes
do que me fascinam a mim os engenho-
sos sarilhos de inepcias que tu sabes ar-
mar no cerebro crasso e montesinho de
alguns dos teus heroes picarescos.
• E se quero isolar- me, por instantes, das
prosaicas realidades da vida, então en-
golpho-me no leu romance «Onde está a
felicidadef* commovo-me, até me absor-
ver nas allucinações do extasis, devoran-
do solTregamente as paginas palpitantes
de sentimento e de poesia da tua Doida
do Candal.
«Outro livro publicado pela empreza Bi-
bliotlieca Universal, e devido á penna in-
fatigável do sr. Pinheiro Chagas intitula-
se Ò.s* dramas do mar.
• E' uma historia resumida de desastres
marítimos, em que apparecem sete nau-
lragios portuguezes,um hollandez, um in-
glez e um francez.
«A catastrophe do vapor Porto, que en-
luctou tão tragicamente ha 17 annos, no
dia 27 de março, a nossa bella cidade es-
tá desenhada com uma vivacidade de co-
res e uma exactidão de traços que satis-
fazem a um tempo as exigencias artísticas
e a verdade histórica escrupulosamente
respeitada.
«Lendo as paginas consagradas á des-
cripção de tão tremenda scena, parece-
nos que assistimos de novo ao mais hor-
rível sinistro dos nossos dias. Resurge
diante de nós o commovente espectáculo,
que tantos de nós, entre elles o chorado
romancista Arnaldo Gama, nosso amigo e
companheiro nos bancos das escolas e da
universidade, contemplámos na Foz, ao
clarão incerto dos archotes.
«Ouvimos o vozear desesperado dos
naufragos.
«Por entre as trevas da noite chegam
até nós, dilacerando-nos o coração, os bra-
dos angustiados das famílias e dos ami-
gos dos que se debatem com as ondas.
Vemos mais uma vez estampada a deses-
perarão nos rostos de milhares de espe-
H1GH-LIFE
E' hoje o anniversario natalício no sr.
Eugénio Mendia.
—Regressaram de Coimbra a sr.' con-
dessa da Foz e seu filho o sr. conde do
mesmo titulo.
—Chegou de Bordéus o sr. commenda-
dor Lucio do Araujo e sua familia.
—Faz hoje annos o sr. Alfredo Maria
Bessone, filho do sr. visconde de Bes-
sone.
—Chegou de Bordéus o sr. visconde de
Saint-Guilhem, secretario da legação fran-
ceza nesta corte, e sua familia.
—A Q\.m* sr." I). Adelaide de Almeida
Soriano Lages deu á luz uma robusta
creaoça.
Felicitamos seu esposo, o sr. dr. Anto-
nio Mendes Lages de Moura, distincto me-
dico da Gollegã e seu irmão o nosso ami-
go e collega o sr. Pedro de Almeida So-
riano, illustrado redactor do Jornal de
Coimbra.
—Chegou de Bordéus o sr. Emilio Gon-
çalves Franco, banqueiro em Lisboa.
—Reuniram-se ante-honlem a noite
em casa do sr. conselheiro Alberto Anto-
nio de Moraes Carvalho algumas famílias
das suas relações, festejando o anniver-
sario de sua ex."1" esposa.
Vimos ali a sr." condessa da Silva San-
ches,baroneza d'Almeida e filha, I). Henri-
queta Castilho,barão e baroneza de Matto-
sinlios, barão e baroneza d'Almeida, dr.
Pinto Coelho e sua esposa,barão de Proen-
Ía e lillia, conselheiros Marçal Ribeiro,
aredes, Pestana, dr. Teixeira Duarte sua
esposa e lillia, sr."* Valdez, dr. Klerk e
sua filha, «Ir. Arsênio de Mascarenhas,
Carlos de Mascarenhas, Abilio de Masca-
renhas, Joaquim Teixeira Duarte Triguei-
ros, Gonçalves, conselheiro Fonseca, e
muitas outras senhoras e cavalheiros da
nossa primeira sociedade.
Depois de se terem executado algumas
peças de musica é de se ter dançado ani-
madamente,terminou a festa ás 2 horas e
meia da madrugada.
A com missão administrativa do asylo
da Ajuda já pediu ao governo anctorisa-
ção para admittir n'aquelle estabeleci-
mento mais algumas orphfis.
O sr. reitor da Universidade de Coim-
bra participou ao governo que eram in-
dispensáveis alguns concertos nos telha-
dos do edifício do lyceu nacional d'aquella
cidade, os quaes estão ameaçando ruína.
Não renunciou, nem renuncia o bispado
do Algarve, como ha dias se propalou, o
sr. dr. Antonio Ayres de Gouveia, bispo
eleito para aquella diocese.
O caminho de ferro de sueste produziu
na semana finda ; em 28 de marco, réis
7:571 £200, isto é, mais 3:2421350 réis do
que em egual periodo do anno passado
ctadores juntos na praia, e loucos de dôr
por não poderem valer ás victimas do
naufragio imminente. Revive em toda a
sua sinistra magestade essa noite medo-
nha, em que uma cidade inteira contem-
plou, a poucos passos do abysmo,o espe-
ctáculo supremo de tantas vidas, que,sem
remedio e sem esperança, se sumiam
umas apoz outras, na voragem, a cada
momento mais tragadóra, das vagas irri-
tadas.
«Se são grandes os perigos, de que tem
sido theatro o mar, estrada immensa da
humanidade, se infunde terror nas almas
a leitura das aventuras dolorosas da vida
marítima, ainda assim consola ver que
no meio das mais tremendas tragedias da
natureza, com que pôde àffrontar-se, ás
vezes sem esperança de victoria, a ener-
gia da alma humana, «apparece, profun-
damente gravada no espirito dos naufra-
gos, a idéa luminosa de Deus.» E' este o
justo e reflectido ensinamento moral, que
o sr. Pinheiro Chagas acertadamente indica
que deve tirar-se do seu livro, em que á
animação elegante e ás pompas eloquen-
tes dos episodios e desastres marítimos
que narra, o auctor junta uma doutrina
sã, uma philosophia consoladora, que o
tornam de molde para ser versado com
mão nocturna e diurna pela mocidade es-
tudiosa a que são dedicados os livros
da encyclopedia instructiva e aména, de
que Os dramas do mar são, depois da
guerra peninsular, e da das cruzadas, o
mais recentemente publicado.»
Visconde de Benalcànfou.
DIÁRIO ILLUSTRADO
BOLETIM DO DIA
A opposição, sempre a mesma nos seus
intentos, sempre cuidadosa pelas felicida-
des do paiz. anda um pouco cabisbaixa.
Não segue na imprensa e na praça
publica os dictames da propria cons-
ciência, mas o apodo, e o insulto, que é o
que mais agrada a imaginações escande-
cuias
Quem a ouve,quem 16 os seus escriptoá,
lardcados de velhas citações romanas, e
modelados na ambição que venda os
olhos, e na paixão que embota o entendi-
mento, julgará dos Catões que lhes vae
perturbação no espirito bafejado por algu
ma crença errónea, mas sincera.
Mas o "que aiuisará quem os vê descer
do pedestal de honestidade, que elles
mesmo erguem por sobre a corrupção do
mundo inteiro, para se rojarem aos pés
d'esses que diariamente insultam,pedindo
solieilando com voz meiga, um favor em
premio do que inscientemente disseram
ou escreveram?!
Quem os vê curvarem-se diante dos
ministros por elles ofendidos, estenderem
a mão, como quem pede uma esmola pa-
ra o arrependido, e depois confessarem
estas fraquezas humanas, estas eovardias
da consciência, a desvergonha que lhes
vae na alma, ajuisará, que tantos insultos
em vez de rasões,tantasobjurgatorias em
logar de bons conselhos, sao producções
de génios fracos e cobardes, para occul-
tar alguma coisa, que a sociedade, onde
não sao conhecidos, poderia tomar por
menos honesta, e menos digna.
A opposição parlamentar seguiu sem-
pre o mesmo systema; preferiu insultar e
não discutira discursar e ficar mal ferida
nos certames da palavra.
Depois da phrase grosseira aggravada
pelo modo descomposto por que era pro-
ferida, os opposicionistas em satisfação
á consciência offendida, e á opinião irri-
tada desciam os degraus da tribuna já
por elles rebaixada, para mendigar amao
do insultado, e apertal-a contra o peito,
em signal de haverem calumniado!
E sao cstrs os campeões denodados, os
espíritos fortes, os homens crentes, os
apostolos da honestidade que vem fazer
negaças ao povo coin a bandeira da de-
mocracia enrolada nas mãos, onde se mos-
tram em grossos anneis os symbolos da
fidalguia!!!
Os horisontes estão sombrios, e sempre
enevoados para os espíritos carecedores
de crença?, para os homens que vivem
Íiresos a uma ambição que mata, e não á
é que salva.
Para destruir é que combatem. Edifi-
cará quem poder.
Pois bem. É possível que na rotação do
poder alguma vez os que desenrolam
agora a bandeira da democracia nessas
cendições, venham a lograr esse poder tão
requestado.
Quando tal succeder, tenham cautela,
que o paiz conhecendo-os o comprehen-
dendo-os de mais, terá occasiào opportuna
de lhes pagar com o despreso os desservi-
ços que prestam á democracia.
A liberdade, que é sempre generosa,
pôde perdoar-lhes. Mas a opinião sensata,
que e juiz severo e incorruptível, ha de
cóneeder-lhes como premio das suas in-
consequencias e ambições o estigma de
aventureiros.
1NST RUCÇAO POLITIC A
É notável a seguinte apreciação do Ti-
mes acerca da marcha dos negócios polí-
ticos em Portugal. Diz assim:
«Não é sempre fácil descobrir a rasão
porque um individuo tem fortuna na vi-
da, e outro naufraga, e a mesma diflicul-
dade se encontra a maior parte das vezes
em explicar as diferentes fortunas das na-
ções. Porque motivo se regosiiavam os ita-
lianos, segunda feira passada, pela cir-
cumstancia do 25.° anniversario da eleva-
ção de Victor Manuel ao throno de um
reino (pie tem crescido, sob o seu gover-
no, a pequena e esteril Sardenha, hoje o
reino unido de Italia —ao passo que, ao
mesmo tempo, o povo francez experimen-
ta pouca, ou nenhuma segurança no pre-
sente, e não tem mais confiança no futu-
ro do que tinha em 1849? Aquelles van-
gloriam-se da reconciliação da liberdade
e da ordem, e do pacifico progresso que
teem tido, tornando-se fortes, de fracos
que eram; estes, embaraçados e incertos
na sua posição, estão constantemente à
busca da estabilidade por meio da adop-
ção de resoluções que obriguem o actual
estado de coisas a continuar como se acha
durante um período lixo de 7 annos, e de-
pois de tomada esta resolução, reconhecem
que cila não poderá garantir o resultado
que desejam.
«Podemos dirigir a vista para outras
duas nações ainda mais intimamente li-
gadas entre si do que a França e a Ita-
lia, c pelo menos egualmente notáveis pela
diíTerença das suas fortunas. Qual é a cau-
sa do contraste entre a Hespanha e Portu-
gal? Será uma diíTerença de raça, uma
diíTerença de instituições, ou uma diffe-
rença de caracter das famílias reinantes
que por tanto tempo se associaram com
aquellas duas nações, que deverá ser con-
siderada como urna solução da difliculda-
de? O nosso primeiro impulso 6 crer que
os hespanhoes e os portuguezes são es-
sencialmente os mesmos, e este modo de
pensar era tal ha 13 mezes, quando foi
proclamada a republica em Madrid, que
se chegou a julgar próxima a sua pro-
clamaçao em Lisboa. ConUudo, o fa-
cto é que Portugal não se moveu, ao
passo que a Hespanha tem desde então
estado a fermentar para não dizer em com-
pleta ebullição. Nada perturbou a tran-
quilidade do reino occidental, quer em
quanto prosperavam ou eram batidos os
intransigentes, quer em quanto se levan-
tava ou caia Castellar, quer em quanto
Serrano fugia disfarçado, ou voltava, as-
sumindo uma coisa parecida com o su-
premo poder; e como os portuguezes teem
assistido impassíveis a todas estas mu-
danças, será talvez menos notável que
continuem a não soffrer perturbação al-
guma, ainda que D. Carlos continue a
ganhar aquellas admiraveis victorias que
a nada o levarão.
«Estamos bem certos de que uma gran-
de parte das venturas de Italia e de Por-
tugal são devidas á fiel observancia das
liberdades constitucionaes, pelas casas de
Saboya e de Bragança, ás quaes a casa de
Bourbon, quer em França, quer em Hes-
panha, tem sempre manifestamente falta-
do.»
Os srs. Alberto da Fonseca Abreu e
Costa, José Jacinto Ferreira da Cruz e An-
gelo Sarrea de Sousa Prado, requereram
a concessão de uma linha ferrea, não sub-
sidiada, entre Oeiras na foz do rio Luinha
e Ambaca, seguindo pelo valle do rio Lu-
calla no concelho de Cazengo; e bem as-
sim a exploração das minas <lc Oeiras com
as antigas consirucções que faziam parte
do estabelecimento metalúrgico utilisado
no século passado, e actualmente em ruí-
nas.
A semsaboria demostheniana invadiu o
boletim politico da Democracia. Nem se-
quer já faz rir os que procuravam com
avidez as citações latinas em que timbra-
vam os fidalgos de antiga linhagem. Des-
ceram os interpretes de Horácio e de Vir-
gilio das altas regiões dos themas latinos
para se entregarem á prosa chata de umas
eleições para deputados.
Metteu-se a Democracia a gracejar com
os amigos do sr. marquez de Avila e de
Bolama, querendo promover entre éstes
cavalheiros e os elementos do governo a
intriga e o mexerico como systema mais
apropriado para crear difliculdades ao
regimen ministerial.
Mas nem o sr. Avila e os seus amigos,
nem o governo e os seus partidarios, dão
ouvidos ás tricas da opposição, que bem
pôde mudar de rumo se aspira a ter um
assento na futura camara.
A junta geral do districto de Lisboa vo-
tou a quantia de 205000 réis de gratifica-
ção a todos os professores e professoras
de instrucçào primaria da cidade, para
melhorarem as suas escolas.
Falleceu em Guimarães o sr. Mathias
Albino da Costa Freitas, antigo pharma-
ceutic d'aquella cidade.
E a segunda edição do mappa que ft>ii i
publicado no Jornal da Noite de 4 a 5 di>
corrente. O optimo papel em que esta ine*-
presso, e o maior apuro na impressão, re-
sultando de se ter empregado mais temp®»
na tiragem d'este trabalho, tornaram-®»
perfeito.
A edição está esgotada. Vae fazer-s^
tercei ra."
A companhia mineira do Cabo Monde-
go trata de estabelecer um caminho cie
ferro entre Buarcos a Figueira, onde fârâ
os seus armazéns de deposito junto ao
rio.
Vae proceder-se aos necessários estu-
dos.
O activo e passivo do Banco Commer-
cial de Braga no dia 31 de março, eram
de l.o62:2323996 rs.
A verba de ganhos e perdas importava
em 14:253^413 rs.
Reúne ámanhã no Porto a assembléa
geral dos accionistas da companhia Pro-
gresso Marítimo, para lhe ser presente o
parecer da com missão acerca da proposta
para a acquisição de mais dois vapores
de maior força do que os aetuaes da com-
panhia. . .
Na sexta feira de Paixão introduziu-se
um ladrão em casa do sr. Manuel Paes
Pereira, em Vizeu, e roubou-lhe cerca
de 4005000 rs.
O movimento de carros na cidade do
Porto durante o mez de fevereiro, foi de
18:66o.
Destes, 2:981 carregaram adubos para
fora da cidade.
Tem estado em Vizeu o pianista, o sr.
Dalhunty. ______
Pede-nos a direcção do asylo de D. Pe-
dro V, no Barreiro, que manifestemos a
sua gratidào pela esmola de 25 libras que
recebeu de um generoso bemfeitor, por
mão do sr. Jeronymo Muschatt, e por in-
tervenção do governador civil de Lisboa,
o sr. Cau da Costa.
A nova edição do Breviário feita pela
Imprensa Nacional de Lisboa, só pôde es-
tar prompta d'aqui a alguns mezes.
Foi conduzido em maca para a casa da
sua residência na rua tie S. Boaventura
n.° 58, loja, Antonio Ferrão, trabalhador,
que adoecera repentinamente na praça da
Figueira.
Recebemos e agradecemos o relatorio
e documentos sobre a abolisação da emi-
gração de chinas contractados em Macau,
apresentados ás cortes na sessão legisla-
tiva de 1874 pelo sr. ministro da marinha
e ultramar, João de Andrade Corvo.
1.° Os tres diversos dii eitos estabeleci-
dos para o assucar não refinado, pela lei
de 27 >Ie dezembro de 1$70, são refundi-
dos em um único direito» de 80 réis por
kilogram ma.
2.° O material fixo e circulante destina-
do aos caminhos de ferro de qualquer sys-
tema jwgará pela importarão o direitode
5 por cento a d valoi-nn. •
3.® É reduzido a 1/2 por cen!»iwf r«fo-
rem o direito sof>re a adtfeHa c arcos de
madeira e ferro para vasilhas.
4.° Os cereaes em grão ou farinha im-
portados de Hespanha e despachados [«ra
consumo pagarào os direitos fixados peSos
decretos de 11 de abril de 18G5Ne de 28
de março dò 1870 para os cereaes impu-
tados pelos portos molhados.
§ único. O augmento de 400' réis eoi
100 kilogram mas de farinha de trigo, es-
tabelecido pelo decreto de 28 efe março áò
1870 constituo receita do thesouro pu-
blico.
5.° Fica isento do imposto estabeleço
no artigo 2.* e de qualquer outro que-se
ache estabelecido na pauta geral dàs al-
fandegas todo o material fixo e circuBan-
te. qoe dentro de um anno a. contar da
publicação da presente lei fòr importado
por emprezas particulares devidamente
auctorisadas para a construcção de cami-
nhos de ferros ordinários e americanos,
sem subvenção do governo.
6.° As embarcações movidas a vapor
assim nacionaes como estrangeiras, quer
recebam, quer descarreguem mercadorias,
quer desembarquem, quer tomem passa-
geiros, seja nos portos do reino ou nos
das ilhas dos Açores e Madeira pagarão
por metro cubico o imposto de 30 réis.
§ único. Ficam assim declaradas as dis-
posições do artigo 2.° e seus §§ da carta
de lei de 27 de dezembro de 1870, que re-
gulou os direitos de tonelagem.
Brevemente vão ser distribuídos os es-
tatutos do banco da Povoa de Varzim.
Nos dias 16 e 18 do corrente deve pro-
ceder-se á ratificação das acções d'este es-
tabelecimento com 25500 réis por cada
uma.
As assignaturas de 5 a 10 acções não
soffrem rateio.
Foi conduzida de Taveiro para o hospi-
tal de Coimbra uma pobre mulher que
fora mordida em um braço por um galo,
que se suppõe que estava damnado.
A mulher esta quasi moribunda, e tem
apresentado signaes de raiva. Morde nos
lènçoes, c quando lhe faliam em agua ou
Ih'a oíTerecem descompõem-selhe as fa-
ce? e dá mostras de repugnancia.
A Poli Uca de 7 em um artigo, sob a
npigraphe de Symptomas, julga que não
sáo sinceras as apresentações dos navar-
ros no quartel general do governo, e pa-
ra provar a sua supposição diz que os
povos da Navarra vêem quasi como ini-
migos os castelhanos, não sendo natural
que presentemente acabassem essas anti-
pathiás antigas.Faz differentes outras con-
siderações em abono da sua apprehensão,
e nota que na acção do dia 26, tendo um
batalhão castelhano cartista cedido ao cho-
que das forças do governo, laneando se
em retirada, voltou de novo ás suas posi-
ções em consequência do apparecimento.
dos navaiTOS que á bayonetada os obri-
garam a ir guarnecer a* trincheira, já em
poder dos liberaes.
Esta antipathia que se manifesta entre
os defensores da mesma causa não era
natural que terminasse entre correligio-
nários de partidos oppostos, e tanto mais
quando os li beraes nao teem forças na-
varras no Norte e os apresentados da Na-
varra não encontram por isso ali compa-
triotas.
A viuva de Calderon, presidente da as-
sociação humanitaria da Cruz Vermelha
no acampamento carlista, conferenciou
com Serrano e Topete com o fim de al-
cançar que a esquadra não bombardeasse
Portugalete, onde os carlistas teem os seus
hospitaes de sangue.
Parece que a plenipotenciária apenas
alcançou que cessassem as hostilidades
até se fazer a remoção dos feridos para
distancia que não esteja ao alcance elli-
caz da artilheria.
Serrano e Topete receberam com to-
das as at tenções a sr.a Calderon e acorn-
panharam-na a cavallo, no seu regresso,
até ás linhas inimigas.
O batalhão de caçadores de Estella, de
que o alferes I). João Eymar foi o pri-
meiro a entrar no forte reduto de Galda-
mes, de quarenta e um oííieiaes que ti-
nha apenas conta hoje dez,e das mil pra-
ças de que constava restam-lhe presente-
mente quatrocentas.
Por aqui se vé o denodo com que ata-
cou sob fogo tão mortífero.
O valente alferes foi premiado.
A'manhã realisa-se a festa de Nossa
Senhora das Angustias e Soledade, na
real egreja de S. Francisco de Paula.
Esta solemnidade é mandada fazer pela
respectiva irmandade de que é primeiro
secretario o sr. José Rufino Corrêa Pinto
da Silva.
A missa é cantada com acompanha-
nhamento de instrumental. A' Gloria de-
verá cantar-se o Stabat Mater, de Ros-
sini.
E' prógador o reverendo padre João
Pires Monteiro.
No Diário do Governo, de hontem, vem
publicado o decreto de 22 de janeiro,con-
cedendo a João Ferreira Dias Guimarães
e João Ferreira de Araujo Guimarães li-
cença para estabelecerem um caminho de
fern»> americano sobre o leito da estrada
reafr n.° 30 do Porto a Valença, na parte
comprehendida entre Villa do Conde e
Povoa de Varzim, sujeitando-se elles ao
pontual cumprimento das clausulas cons-
tantes- do mesmo decreto.
O nosso collega o Districto de Aveiro
conta o seguinte:
Ante-hòntem entraram na loja de um
barbeiro, ahi para os lados da Vera-Cruz,
dois pequenos, sendo um de tres annos
e outra, de dois. Como o mestre estivesse
fóra a dar audiência a um amigo velho,
os rapasitos riram um para o outro ao
verem-se sós, bateram as palmas, e deita-
ram logo o lusio para as navalhas que es-
tavam enfileiradas e desafiando os fregue-
zes.
Os petfoes projectaram logo fazer a bar-
ba um ao outro, e zás.
—Seata-te Alfedhn na cadeira.
—Pois sim, Pim, e faz a cara.
Assim se tratam os dois irmãos, porque
a lingua ainda lhes não chega a mais.
Subiu o mais novo, e empertigou-se to-
do ancho na cadeira, em quanto o mais
velho lhe punha a toalha, e lhe ensaboa-
va cara, olhos e nariz, para a obra ser
completa.Em seguida tirou conforme pou-
de uma navalha, e começou a bater com
ella na sol la com a destreza de um per-
feito mestre de barbas.
Ao começar a operação fez dois golpes
na cara ao pobre Alfedhn, e ao mesmo
tempo cortou se a si n'uni dedo.
Como vissem sangue um ao outro co-
meçaram a gritar. Aos clamores accudiu
a polieia, não dissemos bem, appareceu o
mestre esbaforido e a alllicta mãe dos dois
pequenos que os conduziu a casa zanga-
da e com vontade de lhes dar castigo».
Assim foi. Dali a momentos o Alfedhn
e o Pm levavam uma soffrivel tosa por
quererem barbear-se fóra de tempo.
A sr.a Maria Magdalena teve suas tur-
ras com um torneiro na rua do Terreií-i-
nho.
A (pie ponto cilas chegaram não nos
diz a parte de policia; mas pôde íazer-
se idéa pelo que a mulher praticou
quando foi capturada.
Mulher das Arabias, e não Magdalena
arrependida, ferrou o dente n'um braço
do captor; e deu uma bofetada e puxou
as barbas a um cabo da freguezia dos
Anjos.
% Que anjo!
O sr. Rolland está reimprimindo a co-
nhecida obra O anno christão, do padre
Croizet, em 17 volumes.
Todos se lembram do recente enlace
politico entre historicos e reformistas, fa-
do laudatoriamente apregoado em meias
confidencias pelo Diário Popular; assim
como todos se recordam que pouco de-
pois do auspicioso consorcio começaram
os amuos entre os cônjuges, seguindo-se-
lhe os arrufos e até borrascosas dissen-
ções que prognosticavam que o divorcio
estava immiaente.
Hoje é facto averiguado a ruptura com-
pleta de relações; e a não ser assim não
succederia que se estejam recommendan-
do e trabalhando em eleições, a favor de
candidatos reformistas, em círculos por
onde se propõem indivíduos do grupo his-
torico.
Em Elvas sabemos nós que se trabalha
a favor do sr. dr. Luiz Jardim, reformis-
ta, sendo esta eleição auxiliada pelos srs.
Anjos, a» mesmo tempo que o aniigo de-
putado por a que lie circulo, o sr. Alcanta-
ra, se apresenta aos suffragios pelo parti-
do historico a que pertence.
E parece que os srs. Anjos teem tanto
interesse na eleição do seu parente o sr.
Jardim que se comprometteram a auxi-
liar com a sua iníluencia, no circulo de
Estremoz, o sr. Francisco Beirão, também
reformista, em troca do apoio promettido
pelos correligionários do sr. bispo de Vi-
zeu para que triumphe em Elvas a can-
didatura do sr. dr. Luiz Jardim.
Os trabalhos eleitoraes vão correndo
muito animados, sobresaindo sobre todos
os reformistas, que parece pretenderem
que o paiz só a elles lia de eleger, esque-
cendo-se naturalmente de «pie os eleitores
sabem perfeitamente que á tagarelice e
ás sessões tumultuosas (pie promoveram
se deve unicamente o não se discutirem na
ultima sessão legislativa muitos projectos
importantes c de verdadeira utilidade pu-
blica, de iniciativa do goveruo.
No Diário do Governo, de hontem fo-
ram publicadas as seguintes portarias:
—de 28 de janeiro approvando o pro-
jecto relativo ao lanço da estrada real
n.° 16 de Abrantes a Salvaterra do Extre-
mo, situado entre Escallos de Baixo e a
margem esquerda do Ponsul, devendo-se
proceder aos trabalhos e construcção por
empreitadas parciaes ou tarefas.
—de 7 de fevereiro communicando ao
governador civil de Vizeu que se mandou
proceder á abertura do lanço da estrada
districtal n.° 42, de Mangualde a Tranco-
so, comprchendido entre o rio Dão e Cas-
tendo.
—de 13 de fevereiro ordenando se con-
ceda á camara municipal de Cuba o sub-
sidio de 824£593 réis, equivalente á ter-
ça parte da quantia orçada para a eons-
truccão do lanço da estrada munici-
pal de Cuba a Villa Ruiva, situado entre
Cuba e a ermida de S. Caetano.
Um individuo,que se crê que estava de-
mente, deu uma tremenda sova de páu em
um tenente da guarda civil, que estava na
estação de Barcelona. O homem foi preso,
I e entregue á competente auctoridade.
Na cidade de Ponta Delgada morreram
quatro pessoas na semana finda em 28 de
março.
A ex.,,,a sr.1 D. Gabriella de Sousa Cou-
tinho mandou hontem celebrar na egreja
da freguezia da Ajuda uma missa resada,
a que assistiram as creancas do asylo da
Ajuda, rogando a Deus pelas melhoras do
sr. duque de Palmella, vice-presidente da
sociedade das casas de asylo.
Na cidade do Porto e freguezias subur-
banas, morreram 65 pessoas, durante a
semana finda em 28 de ma:ço.
A camara municipal de Lisboa gratifi-
cou com 455000 réis o sr. Antonio Joa-
quim Barreto, auctor do n.odélo da nova
escada de acudir a incêndios.
No principio da semana próxima hão
de ser em Lisboa, Porto, Vianna e; Braga
entregues aos subscriptores as obrigações
do empréstimo do caminho de ferro do
Minho.
Trata-se de elaborar o regulamento
para a companhia das aguas, e como tal-
vez se não tenha attendido n'elle a um
caso especial, vamos lembrai-o.
lia algumas casas em que a agua for-
necida pela companhia tem tão mau gosto
que se não pôde beber. Dizem os empre-
gados que o motivo d isso é »ser fim da
linha.» Seja o motivo qual fòr, o facto é
que a agua se não pôde beber, e os inqui-
linos têem que comprar outra para este
uso.
Parece que em taes circumstancias é
de justiça que os indivíduos a quem é
fornecido semelhante liquido o não pa-
guem pelo preço do bom, ou que a com-
panhia seja obrigada a completar os seus
encanamentos de maneira que se .não
possa originar numa parte da agua que
elles conduzem o gosto desagradavel que
se nota agora em alguma.
As pessoas que estão encarregadas de
rever o regulamento julgarão se se deve
ou não attender n'elle ao caso que apon-
tamos.
Ámanhã pelas 9 horas da manhã é,
na egreja dos Santos Reis do Campo
Grande, ministrada a primeira commu-
nlião a algumas alumnas do asylo de D.
Pedro V n'aquelle sitio.
Reuniu na quarta feira no edifício da
bolsa do Porto a companhia de seguros
Douro, e nomeou uma commissão para
tratar da reforma dos seus estatutos, e
promover a emissão de novas acções.
Recebemos da redacção do Jornal da
Noite, e agradecemos, uma estampa con-
tendo o mappa das operações militares
entre Somorrostro e Bilbáo, com a perspe-
ctiva do terreno observado do mar, dese-
nhado pelo sr. Raphael Bordallo Pinheiro,
e heliographado pelo sr. José Julio Ro-
drigues.
Açoitado por uma grande ventania, na
segunda feira passada, partiu pelo pé um
dos carvalhos da velha mata dos frades
franciscanos, cm Vizeu.
O sr. José Maria Marques Caldeira, de-
legado do thesouro do districto de Lisboa,
vae publicar um livro contendo a legisla-
ção respectiva ao imposto do sello, e, em
appendice, uma tabella rigorosamente al-
phabetada de todos os livros, documen-
tos e mais papeis sujeitos a sello, ou del-
le isentos, comprehendidos nas ires ta-
bellas que fazem parte do regulamento
de 18 de setembro de 1873, e onze taboas
das taxas progressivas do sello proporcio-
nal de alguns dos mesmos papeis, segun-
do o ••apitai que representarem até á
quantia de 100:0005000 réis.
É um trabalho da maior utilidade para
o commercio, para os funccionarios pú-
blicos e mesmo para os particulares.
Encontra-se n'elle' a indicação de
qualquer documento ou papel que se
pretenda sellar, ou de que se pretenda
saber qual o sello a que está sujeito.
Dizia a Democracia de hontem que, por
informações que leve, lhe constava que se
tinham aggravado os padecimentos do sr.
Santos e Silva, a ponto de ser perigoso o
estado do enfermo.
Sentimos profundamente o estado do
iIlustre parlaineniar.
Os srs. Alberto de Fonseca Abreu e Cos-
ta, José Jacinto Ferreira da Cruz e Ange-
lo Soares de Sousa Prado, requereram o
prolongamento de uma linha ferrea entre
Oeiras, na foz do rio Luinha e Ambaca, a
terminar em Malange, na província de
Angola. ______
Anda-se correndo uma petição de di-
versos negociantes, passageiros e outras
muitas pessoas interessadas, para que o
sr. ministro da fazenda ordene a continua-
ção do serviço de verificação de bagagens
e mercadorias em quarentena no Lazare-
to, conforme já se fez até junho do anuo
passado, e que tão bons resultados produ-
ziu.
Os peticionários fundam-se em haver
empregados que ali exerceram o serviço
durante um anno, e tecem-lhes por isso o
maior elogio; allegando egualmente estar
muito próxima a época em que sempre as
quarentenas augmentam consideravel-
mente, e em que se torna de absoluta ne-
cessidade a adopção de tão util medida.
Publicou-se no Porto, editado pela Li-
vraria Progresso, a traducção do romance
de Amadée Achard A Tunica de Nesso,
•pelos srs. José Rodrigues da Cruz e Ilde-
fonso Corrêa.
Agradecemos o exemplar com que fo-
mos obsequiados.
A folha official, de hontem, publica a
carta de lei, de 9 de abril corrente, con-
tendo os seguintes artigos:
DIÁRIO ILLUSTRADO
Deve reunir brevemente em Londres
um congresso internacional para tractar
do melhor meio de evitar os abalroamen-
tos e outros accidentes marítimos.
Oh! sina!
Principiámos hontem uma noticia pela
palavra Hossana e dissemos que a termi-
návamos com a mesma palavra; os desti-
nos porém resolveram outra coisa; e o
Hossana transformou-se em Hussana.
Terminamos hoje este cavaco como o
principiamos e queira Deus que se nào
dó egual diabrura: Oh! sanha!
Diz uma folha da capital que vão ser
aposentados os srs. Rodrigo José de Lima
Felner e Lino Eduardo Mendes Ribeiro,
primeiros o Alcides do ministério da fa-
zenda, que se acham impossibilitados de
continuar no serviço, pelos seus padeci-
mentos.
Nos dias I, 2 e 3 de maio proximo ha-
verá na villa de Montemór-o-Novo uma
grande feira.
Os indivíduos que quizerem concorrer
:a ella devem encontrar na estação do ca-
minho de ferro a diligencia do correio,
que os conduzirá á villa pela módica
quantia de 500 réis.
O Paiz no seu noticiário com o titulo
de Sapiência do sr. Corvo, diz que elle se
enganou 110 valor que no seu relatorio
deu a certas moedas da índia.
O sr. Corvo primeiro que ninguém, se-
gundo se vé por 11111 acto official, reco-
nheceu a sua ignorancia, mas teve a lou-
vável modéstia de se querer instruir. No-
meou para estudar as questões orçamen-
taes da índia uma commissào composta
do sr. Teixeira de Vasconcellos presiden-
te, do sr. José Maria Lobo d'Avila, ambos
estes senhores deputados pela India, do
sr. Bernardo da Costa, que parece é pes-
soa eutendida em coisas da India, do sr.
Antonio Pedro de Carvalho, chefe da con-
tabilidade do ultramar, e d'um outro ca-
valhoiro que viveu muito tempo em Gôa,
como funccionario publico, e cujo nome
nos não recorda agora, c todos estes se-
nhores é que ensinaram ao sr. Corvo o
recado que elle deu 110 seu relatorio so-
bre a índia.
O Paiz que sabe tão bem o valor das
moedas da índia não sabia nada d'isto.
Que iimocente ignorancia!
Entrou hontem a escuna portugueza
Anna, vinda de Aracaju com 52 dias de
viagem.
Trouxe 1 :500 sacos e 32 caixas de as-
sucar, 12 fardos de algodão e 60 fardos
de piassaba.
Hontem pela 1 hora da tarde, n'uma
das pontes da alfandega, houve um desa-
guisado entre dois arraes de terra João
Duarte e Francisco Coelho, chegando es-
te ultimo a dar uma picada nas costas do
primeiro.
Foram presos.
O Gobierno chama a attenção do gover-
no hespanhol para o barbaro e criminoso
attentado praticado por vários agentes de
policia, em uma das ruas principaes do
Rio de Janeiro, contra a pessoa d'um súb-
dito hespanhol por nome Manuel Fernan-
des, que falleceu em poucos horas, victi-
ma dos muitos golpes e feridas inortaes
que lhe inflingiram, pelo facto de estar
um pouco ébrio e neste estado pretender
requestar uma dama que passava pela
rua onde se deu o acontecimento.
Uma folha do Rio de Janeiro, diz que
passeiam e ficaram impunes os auclores
do attentado, e que o nome da victima li-
gura na lista dos fallecidos com uma pe-
ritonitis consecutiva, segundo um attesta-
do do cirurgião do hospital de policia,
documento que está em contradicçao com
a opinião do doutor, que assistiu ao enfer-
mo, logo depois do succedido, que mani-
festou que 110 facto havia um crime e á
auctoridade compelia esclarecel-o.
Pelo que se vé não ó invejável o servi-
ço feito pela policia brazileira, como não
é para desejar o acolhimento que em ge-
ral ali fazem aos estrangeiros.
Entrou hontem a barca portugueza
União, vinda do Pará em 48 dias com 14
passageiros.
Ficou impedida.
Alguns republicanos de Granada nota-
ram que o governador da província se
apresentasse carregado de condecorações
durante as solemnidades da Semana San-
ta, quando as nào podia usar por terem
sido abolidas em virtude d'um decreto da
republica.
É de crer que os que fizeram taes ob-
servações não sejam condecorados.
Vae ser elevado a 1.000:000.5000 réis o
capital da companhia de seguros Douro,
divididos em mil acções de conto de réis.
Caiu na noite de domingo para segun-
da* feira grande temporal sobre a cidade
de Coimbra e arredores.
Foram arrancadas muitas arvores.
Foi domingo de Paschoa a ultima con-
ferencia d'esta quadra 11a associação ca-
tholica de Braga.
Na sexta feira de Paixão, estando a
précar na egreja da freguezia de Agueda
de Cima, concelho de Agueda, o sr. padre
Vicente, professor de instrucção primaria
n'aquella localidade, foi accommetlido de
uma apoplexia, e falleceu pouco depois.
Causou bastantes estragos em Aveiro o
temporal de segunda feira.
Conta um jornal que, sairam de Lisboa
a 14 do mez passado em direcção á terra
da sua naturalidade, S. Benito de Thomar
na Galliza, os srs. Antonio Missa e Migueis
dono do armazém de vinhos que está em
frente do chafariz da Guia, e seu primo o
sr. Hermenegildo Missa e descançaram
em Caminha.
Este seguiu viagem com outros indiví-
duos que ali se juntaram; e não assim o
sr. Migueis, que nào appareceu á hora
marcada para a partida.
Dias depois foram encontrados junto ao
rio Minho o seu casaco e o seu barrete,
e appareceu despejada e rasgada, nas ruas
da villa, uma carteira que o pobre ho-
mem, decerto victima de um crime, leva-
ra de Lisboa com a quantia de 1:4Ò0£000
réis.
A policia procede a averiguações.
Por ser de grande interesse para o
commercio o conteúdo da portaria do mi-
nistério da fazenda, publicada no Diário
do Governo de hontem, damol-a na sua
integra como se segue:
Sua magestade cl-rei a quem foram
presentes as duvidas suscitadas ácerca do
pagamento do imposto do real de agua
dos generos, que tendo sido manifestados
em um concelho para ahi terem consumo
forem depois transferidos para outra lo-
calidade fóra do mesmo conselho para
ahi terem consumo, ha por bem, confor-
mando se com o parecer do conselheiro
director geral das alfandegas e contribui-
Soes indirectas, determinar o seguinte em
armonia coin o que se acha disposto no
§ único do artigo 20.° das instrucções re-
gulamentares para a cobrança do dito
imposto, datadas de 11 de dezembro de
1873:
1.°—Os generos de que se tiver pago o
imposto do real de agua em um conce-
lho, quando forem transferidos para fóra
d'elle devem ir acompanhados de guia
passada pelo dono ou expedidor dos ditos
generos e visada pelo respectivo escrivão
de fazenda, a qual será apresentada na
repartição de fazenda do concelho para
onde os ditos generos forem conduzidos,
dentro de um praso que na referida guia
se indicará, isto a fim de se não repetir o
pagamento, averbando-se n'esta confor-
midade o novo manifesto, que n'este ulti
mo concelho são obrigados a fazer os do-
nos ou conductores dos mesmos generos;
2.°—Se, porém, «los generos que se
transferirem para fóra do concelho só se
haja feito n'este o manifesto, então os di-
tos generos irão da mesma fórma acom-
panhados de guia similhante, na qual se
declare dever-se ainda o imposto.
Esta guia servirá para se fazer novo
manifesto no concelho para onde os ge-
neros se destinarem, pagando-se [ahi o
imposto, dando-se ao manifestante um
documento com o qual possa dar baixa
no manifesto primitivo, sem o que ficará
este subsistindo e por elle a obrigação do
pagamento do imposto.
Os caminhos de ferro do Norte e Leste
produziram, na semana de 26 de feverei-
ro a 4 de março 28:798â72i réis, isto é,
mais 555^188 réis do que cm egual pe-
ríodo do anno passado.
O sr. vereador Margiochi apresentou á
camara municipal de Lisboa o seu pare-
cer sobre o pedido do Club equestre para
que a vereação desse um premio nas pró-
ximas corridas de cavallos.
Nesse parecer dtstina-se a verba de
3005000 réis para o premio deste anno,
e propõe seque nos orçamentos se inclua
uma verba de 4505000 réis para o mesmo
fim.
Algumas folhas madrilenas dizem que
existem serias desintelligencias entre o
general Pavia e o ministro da guerra.
Outras folhas negam a sua desharmo-
nia, e asseverara que os dois militares
vivem na mais perfeita cordialidade, ha-
vendo identidade de propositos en lo subs-
tantial.
Ora, o que ninguém sabe em Madrid é
a traducção do sustancial. Hoc opus hic
labor est.
O no>so estimável collega o Jornal da
Noite escreveu hontem o seguinte :
«Foi publicada 110 Jornal da Noite, e
reproduzida depois por quasi toda a im-
prensa da capital, a noticia da morte de
uma menina que por exageração de sen-
timentos amorosos attentára contra a exis-
tência. A noticia vinha de pessoa circums-
Íiecta e bem informada, e como não reve-
ava os nomes, um dos nossos redactores
mandou a publicar.
«No dia seguinte foi rectificada por no-
vas informações de diversa origem, as
quaes acceitóu de bom grado outro reda-
ctor, cuidando assim restabelecer a ver-
dade, que nós presãmos acima de tudo.
Illudiu-se. A narração primitiva era a ver-
dadeira.
«O director d'esta folha estava ausente
da redacção quando se deu a noticia, e
quando se publicou a rectificação. Depois
tomou conhecimento do caso, e das snas
averiguações resultou: 1.° que amienina
fallecida nunca padeceu do alienação men-
tal; 2.° que o rapaz não é um menino, co-
mo se quiz figurar; 3.° que os factos na sua
essencia foram como primitivamente se
referiram n'esta folha.
«Temos o máximo cuidado em averi-
guar a verdade de noticias d'esta ordem,
que frequentemente havemos deixado de
publicar. Por isso raras vezes somos obri-
Sados a rectificações. N'este caso a serie-
ade do nosso primeiro informador res-
pondia pela fidelidade da narrativa.
«Fica pois annulada a rectificação.»
Recebemos c agradecemos o n.° 4 da
Bibliotheca da algibeira, Noites de Insom-
nia, escripta pelo sr. Camillo Castello
Branco, e editada pelo sr. Ernesto Char-
dron, do Porto.
Foi nomeado engenheiro da camara
municipal de Lisboa o sr. Frederico Res-
sano Garcia.
Os salteadores da Floresta Negra, ma-
gnifico drama em 3 actos, Um Tartufo,
espirituosa comedia em um acto, e Proe-
zas de Satanaz, aparatosa magica em 6
quadros, que se representa pela ultima
vez, eis o espectáculo que nos dá hoje o
theatro do Principe Real.
E de truz.
Na imprensa da academia real das scien-
cias está-se concjuindo a impressão de um
tractado de optica escripto pelo sr. Pina
Vidal.
É ornado de um grande numero de es-
tampas.
Foi ao hospital de S. José curar-se de
um ferimento na cabeça um aprendiz de
serralheiro, por nome Antonio Manuel Ro-
que.
O ferimento fóra-lhe feito com um pau
por um limpador de machinas na estação
dos caminhos de ferro Larmanjat, no si-
tio do Rego, onde ambos trabalham.
O sr. João Gualberto de Barros e Cu-
nha, que tem representado em cortes por
varias vezes, e ainda na legislatura finda,
o circulo de Silves, dirigiu um manifesto
aos seus eleitores.
O carvoeiro Manuel Domingos irritou-
se contra um cidadão.
No excesso da cólera aggrediu-o com
uma taboa.
Nào soube fazer a sua e por isso foi ca-
pturado pela policia.
Oh! carvoeiro inexperiente! O melhor
que tens a fazer ao teu inimigo é enfar-
ruscar* lhe a cara com um carvão!
A falta de chuva tem continuado asen-
tir-se nas províncias de Portugal, havendo
alguns pontos em que os effeitosjá se no-
tam.
Mais felizes a este respeito, mas só a
este respeito, sào os nossos visinhos, pois
tem caido abundancia de agua em Avila,
Guadalajara, Huelva, Orense, Palencia, Sa-
lamanca, Segovia, Valladolid, Zamora e
Zara goza.
Veiu de Londres pelo vapor Zurbaran,
uma nova bomba para incêndios.
E hoje em Madrid a extracção dos pré-
mios da loteria.
A commissào directora dos trabalhos
da exposição internacional de Londns
resolveu não abrir a exposição antes de
1 de maio, para dar logar a' que Portu-
gal e a França possam reunir o maior
numero de amostras dos seus vinhos.
Chegou hontem a Lisboa o vapor in-
glez Bulgarian de Valencia, com diíTe-
rentes géneros.
Foi concedida ao nosso collega o sr.
Luiz Augusto Palmeirim licença para es-
tabelecer 11111 caminho de ferro em leito
proprio, com locomotiva, entre a ponte
de Sant'Anna, e o porto de S. Martinho,
passando pelo Cartaxo, Rio Maior, Óbi-
dos, e Caldas da Rainha.
Deu entrada hontem na barra de Lis-
boa o vapor frincez Corine de Sevilha
com destino a Bordéus.
Veiu receber car vào.
Trinta e oito creanças do asylo de D.
Pedro V do Barreiro, acompanhadas pela
direcção e mestras, ouviram ante hontem
uma missa por intenção do seu chorado
bemfeitor o sr. Manuel Antonio Vianna
Pedra.
É com rasão que estes estabelecimen-
tos dào esses testemunhos de gratidão e
de saudade a quem com tanto jus adqui-
riu o honroso epitheto de Vianna dos
Asylos.
Falleceu na sua casa de Mourão a sr.*
D. Maria do Carmo Rosado de Vasconcel-
los, viuva do abastado proprietário e agri-
cultor, o sr. Joaquim Silvestre Rosado, e
tia do sr. Joaquim de Vasconcellos Gus-
mão, lente substituto de economica politi-
ca da escola polytcchnica de Lisboa e pro-
prieiario e redactor do Diário Popular.
Damos os nossos pezames ao nosso col-
lega e aos seus parentes.
Entrou hontem 110 Tejo o vapor inglez
Cadix, vindo de Londres em 13 dias.
Trouxe 3 passageiros.
Saiu hontem do cemiterio occidental,
pelas 10 horas da manhã processional-
mente, acompanhada pela irmandade do
Santíssimo Sacramento da freguezia de
Santos, a imagem de Nossa Senhora dos
Prazeres para a egreja parochial d'esta
freguezia.
Foi concedida ao sr. Filippe de Carva-
lho licença para o estabelecimento d'um
caminho de ferro entre Cacilhas e Cezim-
bra.
Ancorou na manhã de hontem na bailia
de Cascaes o vapor inglez Pindermon.
No dia de Paschoa houve, na sala da
livraria do convento de Alcobaça, bazar
para solemnisar o anniversario da inau-
guração do monte-pio Alcobacense; e á
noite soiree musical.
O bazar rendeu 3013560 réis.
As damas que se encarregaram da ven-
da das sortes foram as ex.""" sr." D. Ma-
ria do Nascimento Sousa Raposo, D. Lui-
za Lopes Guimarães, D. Marianna Augus-
ta de Andrade Santareno, D. Antónia de
Nunez, D. Eliza Elizeu Baptista, e D. Hen-
riqueta Sanches de Figueiredo.
O bazar continuará no dia 14 de maio
proximo.
Da fabrica de gaz da Villette,em Paris,
subiu, n'um dos últimos dias, o aerostato
Michel le Brave.
A ascensão estava designada para o dia
anterior, mas as correntes aerias obriga-
ram a transferencia.
Depois de tudo bem disposto, subiu em-
fim o balão pelas tres horas da tarde. O
vento soprava ainda rijo, mas os aereo-
natas não esmoreceram, e despegaram-se
com o globo, levando comsigo vários ap-
parel lios photographicos.
O fim principal da viagem era renovar
as experiencias tentadas já em 1866 por
Nadar, ácerca da possibilidade de obter
photographias a uma determinada altura.
Os viajantes eram seis: Villemot, pro-
prietário do balão; Parcot e Durios, aeros-
taticos; Hartava, pintor, e dois rapazes
inglezes.
O vento arrojou aquella família aeria
na direcção do norte, e ainda não se sabe
a que ponto foram parar os modernos
aventureiros.
Nos tres dias de combate em Somorros-
tro o exercito hespanbol teve 153 mortos,
e 2.153 feridos.
Estão gravemente feridos 431.
Os restantes poderão voltar a fazer ser-
viço nos corpos dentro de oito ou quinze
dias.
Vamos dar uma boa noticia aos nossos
leitores.
A Historia de Portugal desde os tempos
mais remotos até d actualidade, que foi
publicada como escripta por uma socie-
dade de homens de letras e que em verda-
de só é devida á elegante e illustrada
penna de Pinheiro Chagas, está quasi a
concluir. Tres a quatro semanas mais, e o
8.° volume, o ultimo da obra, estará á ven-
da nas principaes livrarias do reino.
Esta importante obra. que esteve por al-
guns mezes interrompida, tem saído ulti-
mamente com a maior regularidade.
Os Campinos e Nas armas do touro são
as comedias que se representam esta noi-
te no Gymnasio.
Como nas anteriores recitas, Os Campi-
nos devem dar excel lente casa.
Pernoitaram nas estações policiaes qua-
tro indivíduos que se julgaram membros
da commissào de prova de vinhos do nos-
so paiz eprovaram de mais por essas ta-
vernas.
O excesso de 11111 zelo pela condigna re-
presentação do paiz, na idea em que os
homens estavam, produziu lhes excesso
de vinho.
A casa Ail laud de Paris tem no prelo
uma linda edição das Fabulas de Lafon-
taine. traduzidas por Francisco Manuel do
Nascimento, na Arcadia Filinto Elysio, de
quem Bocage disse:
•Filinto ogran cantor prosou meus versos.
Posteridade, és minha!»
BORBA, 7 de abril, de 1874.—
Celebraram-se n'esta villa com o cos-
tumado esplendor as festividades da se-
mana santa. Em quinta feira maior rea-
lisaram-se as ceremonias de lava-pésc pro-
cissão de triumpho feitas pela irmandade
da santa casa da Misericórdia, em que se
houve com o maior zelo o digno irmão
de mez o ill.»0 sr. Joào Guerra. A procis-
sào seguiu o costumado transito na me-
lhor ordem.
N'este mesmo dia se distribuiu o jan-
tar aos presos. Depois da procissão exe-
cutaram-se na freguezia de S. Bartholo-
meu os ollicios d3 trevas, primorosa com-
posição do ex.mo sr. José Faustino Cha-
morra, e por este dirigidos.
Na sexta feira cantou-se de manhã o
oílieio de paixão, e houve á noite a pro-
cissão do enterro, a qual saiu da egreja
matriz.
No sabbado realisou-se pomposa alle-
luia em S. Bartholomew A orchestra e
banda da villa executaram juntas, e sob
a direcção do seu iIlustrado mestre o
ill.100 sr. Joaquim del Negro, a missa que
a todos deixou surprehendidos pelo bom
desempenho.
No domingo sairam das duas fregue-
zias procissões de res urrei ção; uma e ou-
tra acompanhadas pela mesma banda,
por quem todos os habitantes d'esta villa
estão penhoradissimos e que realmente é
digna dos maiores elogios,pois que tendo
apenas um anno de existência executa já
com excellente correcção muitas peças de
musica, especialisando a marcha fúnebre
executada ultimamente na procissão de
sexta feira assim como egualmente a mis-
sa de alleluia. M.
BOLSA DE LISBOA
10 de abril
FUNDOS PORTUGUEZE8
Inscripções grandes 46,46
» pequenas
—44
FUNDOS HESPANHOES
Títulos de 10:000 escudos
Ditos pequenos
Cambio 940.
14,30
As tropas do terceiro corpo estão che"
gando a Santander.
LONDRES 9, ás 6 h. da tarde.
Morreu o pintor Kaulbuch.
O senado americano votou o augmento
da circulação até á quantia de 800 mi-
lhões de dollars.
Reuter.
PARIS, 9.—Na commissào permanente
da assembléa, declarou Lucet que inter-
pellará o governo, quando se reunir no-
vamente a assembléa, ácerca do estado de
sitio em Argel.
O duque de Broglie confirmou a eva
são de Rochefort.
LONDRES, 9 — Consolidados inglezes,
92 3/8. Hespanhoes externos 19 i/16.
Portuguezes 45 1/2.
Fabro.
MADRID 10, á 1 h. e 55 m. da t. .
A Gaceta publica o extracto de despa-
chos recebidos hoje de madrugada das
províncias Vascongadas e Navarra. O ge-
neral em chefe faz sciente ao governo que
durante o dia de hontem a artilheria dis-
parou sobre as posições inimigas sem que
estas respondessem ao fogo.
Apresentarain-selOcarlistas que foram
indultados.
As tropas do terceiro corpo começam a
chegar a Santander.
Ruiz.
MAD1UD 10, ás 3 h. e 15 m. da t.
Cusning embarcará ámanhã para Ma-
drid.
Os elementos conservadores militares e
ultramontanos intrigam para fazer com
que Bismark saia do poder e seja substi-
tuído por Manteuffel.
liavas.
MADRID 10, ás 6 li. e 56 m. da t.
Continua a falta de noticias do norte.
O novo embaixador americano partirá
ámanhã de Paris para Madrid.
A opposiçào trabalha em Berlim para
fazer substituir Bismarck por Manteuf-
fel.
MADRID 10.—Interior, 14,70. Exterior,
17,75. Bilhetes hypothecarios, 98,50. Bonds
do thesouro, 51,60. Cambio sobre Lon-
dres, 49,35. Idem sobre Paris 8,14.
Fabra.
TELEGRAMMAS
Serviço continental
MADRID 10, ás 9 h. e 45 m. da m.
Diz a Gaceta: Serrano participa que a
artilheria atirou hontem sobre as posi-
ções carlistas, que não responderam.
CHARADAS
Sou principio de carvão—1
Sou 11111 pão assim chamado—1
Sou pequena interjeição
Para fazer estar caUdo.—I
Em fim nome sou
De sangue real,
Infanta me usou
No bom Portugal.
Joanna G.
CHARADAS NOVÍSSIMAS
1.*—Este adverbio e esta nota na bota serve
para vestir.—1 —1—2
2.•—Perto do^chão desgraçado d'aquelle
que não vô este fructo.—1—1
3.»—0 canivete com o soffrimento é um mo*
vel.-3-l
4.'—Na parede é voz de auctoridade e corre
este monte.—1—1—2
5.»—Esta llôr vae para o oceano para resar. 2-2
6.®—Na musica 11a barca c 110 campo.—1—2
7.*—Acreditei na miséria cego desamparado
e perdido.—t—l —1—1
8.a—0 teu appcllido não é ali um verbo mas
um rio.—1—1—1
MafuanNo de Magalhães.
EXPLICAÇÕES DO NOMERO ANTECEDENT!
Charada#—Cantarola. Charada* novlMMlnian—l.a Escaler—2.»
lliate—3.* Galiota — 4.» Fragata—5.* Leme —
6.a Popa—7.* Remo—8.» Vela—9.* Maré.
■ r- ■ ■ ■ —
ESPECTÁCULOS
HOJE
Theatro de O. Xflarla II—Homens e
féras.—A's 8 horas. Theatro do (■ymnaulo —Os Campinos—
Nas armas do Touro—A's 8 horas. Theatro do B'rlnclpe Real— Benelicio
—Os Salteadores da Floresta Negra—Coisas
do diabo—Tribulações de um correio—A's
8 horas. Theatro de n. I.ulz, em iBclem—Ma-
gica, Amor e diabo ou o reino das jóias A's
8 horas e meia.
Praça do Campo de Nan'.lnna
Domingo 12 de abril de 1874. = Inaugura-
ção da presente época Tauromachia.
Grande corrida de touros pertencentes ao
ill.®* sr. Frederico Tavares Donacho.
Capinhas, os dois Cadetes. Roberto da Fon-
seca c os dois Peixinhos e Caixinha.
Cavalleiro, Manoel Mourisca Junior.
Os camarotes e cadeiras estão á venda na
rua nova do Almada 98.
TYP. DE J, G. SOUSA NIV1S
65, Rua da atalaya, 67
DIÁRIO ILLUSTRADO
ANTiGA AGENCIA
DE
V- ■ V
OS
Alfredo Valadin
65 , Travessa de Santa Jnslay 65t
2.° andar
RICEBE annuncios, communieados,
correspondências, assígnaturas pa- ra • Bíarlo llluMtnido. Jornal «In
■•lie, Correnpondencln de Por-
•**aI e para os demais periodicos da
capital, e também para a Ga*cta do
Algarve, (Lagos) Noticioso, (Valen-
floreai de Noticia* (Ponta-
C escriptorio está aberto todos os
dias não santificados das 9 horas da
manhã ás 7 da tarde. 1
¥vancex. 5-E? I OBRAS A VENDA
Chamusca
FRANCISCO Alexandrino da Silva
Gameiro e sua esposa sum-
mamente penhorados, agrade-
cem por este meio em quanto o
não fazem pessoalmente, a todas
as pessoas que se dignaram to-
mar parte na sua dor peloTale-
cimento de sua presaaa tia, D.
Ignacia Ritta Gameiro, e a acom-
panharam á sua uliima morada.
Ao illustre facultativo o exm#
sr. Joaquim Vicente da Costa, se
confessaui altamente gratos pela:
maneira assídua, zelosa e desin-
teressada com que se houve no
exercício do seu cargo, e a to-
dos protestam o mais cordeal
agradecimento, pedindo descul-
pa de qualquer falta devida só-
mente ao estado de consterna-
ção em que se achavam.
Diccionario
C
iHOROGRAPWCO de Portugal, con-
j tendo um resumo de chorographia
patria e manpa de Portugal; preço 500
réis. Livrarias de Campos Junior, rua
Augusta, 77 a 81 e 78 a 80. 3
RAMALHETE
DO
CHRISTÃO
SIMANARIO religioso dedicado ás família* cathollcao—director O
reT. padre prégador F. da S. Figuei-
ra, prior da freguezia d'Ajuda.
Publicou-se o n.ê 21 do 3.* vol. con-
tendo os seguintes artigos:—A Rcsur-
reição (com gravura). — Avè Cruz. —
Surrexit.—0 amor de mãe.—Leontina
e Maria ou as duas educações (conti- nuação). — Uma historia verdadeira
(continução). — Relíquias (continua-
ção).—Aos pés de uma cruz (poesia).
— No campo (poesia). — Curiosidades
pcrtuguezas.- Noticiário.
O Ramalhete do Chrluti&o, é
uma encyclopidia religiosa util a to-
das as familias cathohcas, e muito
Copria para dar de premio nas esco-
Vende-se unicamente no escri-
ptorio da empresa—rua d'Atalaya, 65 —Preço tlooo réis cada volume.
O l.# e 2.° vol. tem 104 beiias gra- vara*, cópias de quadros dos melho-
res auciores e perto ae 800 artigos
religiosos e moraes, romances, poe-
sias, etc.
Remette-se, FRANCO DE PORTE, a
quem enviar a imyortancia em vales
ao correio, e na absoluta impossibi-
lidade d'estes, em estampilhas.—Re-
cebem-se assígnaturas para o 3.* vol.,
sem dependenc ia do 1.° ou 2.®—Cada
3 mes*-? ou ISnumoros 500 réis. Cor-
respondência ao director do jornal,
rea da Ataiaya. t>b. 4
Reabertura do consul-
torio do Dr. Affon-
seca.
Das 2 ás 4 — todos os dias
84. Rua do Arsenal, 84
Bibliotheca
dos dois mundos
Publicou-se a folha 22 do 2.° vol.
do excellente romance — Lucrécia Borgla. l6
Copia-se escripta
UMA pessoa com boa letra encarre-
ga-se de qualquer trabalho n'este
genero.
A quem convier pôde dirigir carta
á redacção d'este jornal com as ini- ciacs L. M. M. F. 7
Por Deus
VÃO á calçada do Duque, 43, que ali
verão um horroroso quadro de fo-
me, doença e atllicção, 8
to pouco tempo. Charles Pons, tra-
vessa do Pombal 84. 9
Agua Duqueza
^OLORANTE MARAVILHOSO DOS CA-
Vj BELLOS. Único deposito, 101, Pra-
ça de 1). Pedro, lado oriental. 10
Caminho de ferro do Sueste
Íj\M virtude da portaria datada de 17
j de Março se annuncia <iue no dia
15 do mez de abril pelas 11 onze ho-
ras da manhã, ne edillcio da adminis-
tração do concelho de Beja. se hão de
receber propostas em carta fechada,
Sara a arrematação de oito empreita-
as parciaes, de movimentos de ter-
ras, comprehendidas entre os kilo-
metros 0 e 4,864.3 no prolongamento
do caminho de ferro de Quintos á
Fronteira, lendo cada uma o compri- mento designado no caderno das em-
preitadas, em conformidade com o
regulamento de 14 de abril de 1856
(Diarto do Governo ns 88;, clausulas
e condicões geraes de 8 de março de
1861 (Diário de Lisboa n.° 5GJ; c ins-
trucçôes de 19 «lo mesmo mez e anuo
(Diário de Lisboa /?.• 64; devendo ser-
vir de base a licitação os preços to-
taes seguintes:
1.* Empreitada.
2.a
3.*
4.» •
5.fc »
6.4
7.»
8.» »
.. 4:362#880
.. 4:130^342
.. 5:433*388
.. 7:350*854
.. 9:642*174
.. 4:220£942
.. 8:642*061
.. 8:300^746
l
As referidas empreitadas serão exe-
cutadas em conformidade com o pro-
iecto respectivo.
Até ao referido dia 15 de abril se-
rão patentes na estação de Reja em
qualquer dia não sanctificado, desde
as nove horas da manhã até ás 4 ho-
ras da tarde, o caderno de encargos
e mais condições da arrematação e
bem assim os desenhos do projecto,
medição das obras, e preços.
Durante o mesmo praso se poderão
examinar em Lisboa, na secretaria da
direcção geral do caminho de ferro
do Sul e Sueste, os documentos con-
cernentes á mesma arrematação.
0 deposito provisorio para ser ad-
mittido a licitar será de dois e meio
or cento do preço total que serve de
ase á licitação de cada uma das ta-
refas, deposito que será feito perante
a commissão, que assistir á arrema-
tação.
0 deposito definitivo, a que é obri-
gado o concorrente a quem for adju-
dicada qualquer das empreitadas, se-
rá de 5 por cento do preço da arre-
matação, podendo ser feito em dinhei-
ro ou em escripeões, pelo seu valor
no mercado, e aó depositante se leva-
rá e m conta a quantia do deposito
provisorio.
A proposta do licitante será escri p-
a pela forma seguinte: O abaixo UNnlgnado obrlgn-MC
a fazer om movimentou da (erra
da empreitada N.° (por extenso) n
que e *e refere o annunclo deZ9
de Março de flt»9 4 pelo preço de
(por extent).
Data e aMMignatura do licitan-
te (por extenso) declarando a hum
prollMMuo e domicilio.
As empreitadas deverão começar
dentro de quinze dias a contar do dia
em que for approvada peio governo a
adjudicação, e serão concluídas den-
tro dos prasos marcados no caderno
das empreitadas depois decomeçadas.
No caso de haver as licitações ver-
baes a que se refere o § 3.° do art.®
15.® das Instrucções de ly de março,
a differença entre cada um dos lanços
não será inferior a mil réis.
Direcção geral do caminho de ferro
do sul e sueste em 27 de março de
1874 — 0 engenheiro director do ca-
minho de ferro,Nuno Augusta de Bri-
to Taborda. 11
21) de julho
DESATTENDIDOS os votos constantes,
que dirijo aos céus: padeces mi-
nha boa filha! Não mereço similhan-
tes provações, porque te amo, e creio
amar-te, como creio em Deus. E não
é também injusta esta longa distan-
cia, que nos separa?!... Lembra-te
sempre de que soffro muito muito,
quando estás doente.—Sexta-feira, 4
a tarde. -Muito, muito, muito. a
Bibliotheca
dos dois mundos
Terminou a publicação do 1.® vol.
d® notável romance — a negunda
mocidade do rei llcnrlquc.
Bibliotheca
dos dois mundos
Saiu a folha 34 do 8.° vol. da iii«- torla de Portugal.
Deve terminar em breve praso esta
importante obra.
Bibliotheca
dos dois mundos
Começou a destribuição do 7. fas-
cículo da Encyclopedia do povo e
dan cMCola*.
Aos srs. assignantes das.provincias
lembramos a condição estabelecida
para cada uma das remessas. 13
RUA DA ATALAYA, 65 > « * 1 I
Chrixtina, por Luiz Énault—1 vol ;
-300 réis.
Kud*ge, continuação de Christina, I
por Luiz Enault, traducção de Pinhei-
ro Chagas.—I vol.-400" réis.
<%il»a, por Luiz Énault,—1 vol,—400
réis.
Receita para curar pnlxõeM,
por M.de Magalhães—1 vol.—300réis.
Procedo c Julga mento de Viei-
ra de Contro, nas audiências de 28,
29 e 30 tie novembro de 1872 — 200
réis.
ApontamentoN da vida de João
nrandào. por elle escriptos nas pri-
sões do Limoeiro, envolvendo a his-
toria da Beira, desde 1834, ornado
com o retracto—t vol.—400 réis.
Compendio de chorograplilu
de Portugal, compilado por Hen-
rique A. da C. S. Freire, e approvado
pela junta consultiva de instrucção
publica. 2.a edição revista e correcta
— !f>0 réis
Culpa c perdào. drama original
em 3 actos, por P. C. d'Alcantra Cha-
ves—160 réis.
O futuro ou a democracia em
occào, opuscclo dedicado á mocida-
de portugueza, por J. C. M.— 60 réis.
o Martyr!!!—considerações philo-
sophicas ao julgamento de—Luiz Car-
doso Vieira de Castro, por Henrique
da Cunha—120 réis.
A morte do* innocenten ou o
homem do gergelim, scena COmí-
ca por Pedro Carlos d'Alcantara Cha-
ves—60 réis.
AlgumaM coiiffldernçôcM, SObre
as diversas formas comparativas esu-
perlativas da LINGUA P0RTIGUESA,
para auxiliar o ensino da mesma lin-
gua. por Antonio Maria Baptista —80
réis.
CoitNequrnelan baile «Puni de
maneara*, comedia em 1 acto — e
A tomada de Tetuào, SCOPa COmí-
ca. por P. C. d'Alcantara Chaves. —
160 réis
Hernetic-m-se eslas obras.
francas de porte, a quem en-
viara importancia em vallesdo
correio, e ria impossibilidade
d'estes. em estampilhas, a Sou-
sa Noves, rua da Ataiaya. 65.
ESMOLA
«»OSA Maria Ferreira, moradora na h rua dos Mouros, lí), loja — viuva,
cepa e sem meios alguns de subsis-
tência, implora ás pessoas caridosas
tenham compaixão da sua infelicida- de, dando-lhe uma esmola pelo amor
Deus. 15
r iMA infeliz família residente na ma
IJ de S. Bento, 252, 1.°, lado direito,
está sem ter um lençol nem um co-
bertor, porque tudo tem vendido pa-
ra accudir ás necessidades da vida,
e á enfermidade de uma das pessoas
de casa.
Accresce a estas penosas circums-
tancias não ter agora onde se reco-
lher por lhe faltarem os meios para
pagar a renda ao senhorio.
íompadeçam-se de tanto infortúnio
as almas beneficas e caritativas.
Tanto n aquelle albergue como na
administração d'esta.lolna pódem en-
viar a sua esmola as pessoas carido-
sas que queiram soccorrer tão des-
graçada familia. 16
CASINO LISBONENSE
Hoje sabbado, domingo
e segunda-feira
Das 10 horas da manhã ás 10 de tarde
0 MUSEU HARTKOPFF
ESTÁ ABERTO
Só para homens
Na próxima terça e sexta-feira
Das 10 horas da manhã ás 10 de tarde
Exclusivamente para senhoras
Admissão 300 rs.
POZZOLANA DOS AÇORES
Ou cimento liydraulico
VENDEM-SB desde 15 kilos até qualquer porção de metros cúbicos, no es-
criptorio de Germano Serrão Arnaud, Caes do Sodré, 2 ° andar. 18
KOMAJNCEIRO DO ALtiAIUE
POR S. P. M. ESTÁCIO DA VEIGA
yM volume, com uma introducção de 38 paginas, 26 romances, e 9 lendas
christãs.
TITVI.OH DON ROnilCEfl
Dom Julião—0 Cavalleiro da Silva—Dom Rodrigo—Dom Aleixo—A Moi-
ra encantada—Almendo—A Náo Cathrineta— Dom Joaquim—A Captiva—Dom
Diniz-0 Captivo—Dona Aldonça—0 Encarcerado—Dona Branca— 0 Paladim
captivo—Dom Manuel-A Noiva arrai8na—A donzella e o punhal—A Serrana
— Os Dois amantes—A Pastora—A Ausência—O Frade.
TIUULOS UA8 LENDAS CHBIITÍ8
A Senhora da Piedade—A Senhora dos Martyres— Santo Antonio e a Prin-
cesa—Santa Iria (lição do Algarve)—Santa Iria (lição ribatejana)—A Senhora
da Orada—Santa Cecília—A Senhora das Angustias—A Fonte das Almas.
Prppn rpi<5 Bemette-se franco de porte a quem 1 l i cio. viar a sua imporiancia, em vales do
reio, ou estampilhas a J. G de Sonsa Neves, ma da Atalaia. 65.
en-
cor-
19
Campanhia tramway a vapor
COMBOIOS ENTRE LISBOA E LOURES
No dia 11 de abril de 1874
Bilhetes de ida e volta a preços redusidos
ESTAÇÕES
Preço Ascenden-
te ESTAÇÕES
Descendente
1.* 3.* C. P. C. P. C. P.
c; 1 c Lisboa
1G0
1G0
200
240
400
400
120
120
1G0
200
320
380 2-45
1-30
1-40
1-45
2-00
2-10
2-30
Loures
5-50
6-25
5- 0
5-20
5-40
6- 0
G—10
6-15
6-5
6-40
C. Pequeno ...
C. Grande —
Lumiar.
C. de Carriche.
N. Cintra
Lumiar •
J— 1 0
5-35
5-55
6-15
6-25
6-30
N. Cintra
C. de Carriche.
Loures.......
C. Grande
C. Pequeno ...
Lisboa AJv U1 •••••••
Os bilhetes acham-se á venda aa estação das Portas do Rego, desde sex-
ta-feira.
A companhia sendo preciso faz comboyos supplementares.
Lisboa, 10 de abril de 1874.
20 0 director d'exploração—Francis E. Fenn.
TABOADA UTIL E INTERESSANTE
DE LUIZ GONCALVES COUTINHO
QCfc augmentada com o «Compendio de Systema Me- vui^av tricô», em fórma de dialogo,esub-divisões mais
asadas de metros, kiiogrammas e litros, em relação ao systema antigo, e
ama tabella comparativa dos seus preços. veivde-mri EM LISBON—Nas lojas do costume, e na imprensa de J. 0.
de Sousa Neves, rua da Ataiaya, 65 e 67, a miem devem ser reitas auaesquer
reauisições, advertindo que maior parção de exemplares tem abatimento, em
vei&çáo das Quantidades que se exijam
fREÇO 60 JRÉLS.—EM COIMBRA.—NaLivraria Académica, 21
Icons trens
i LUOAM-SE no escriptorio de ear-
t\ ruagens. de Campos Junior, rua
do Arco do Bandeira. 187. 21
«jflfanfeia real «os caminhos
(ifi (erro porliittiiezes
Tarifa especial n.° í2
MERCADORIAS—PEQUENA
VELOCIDADE
Cereaes, farinhas e legumes
seccos
Desde 15 de abril de 1874
BaHCMt— I Expedições de peso
náo enterior a l:00u kiiogrammas ou
pagando como tacs:
Até 100 kilometros, 14 réis por tone-
lada e kilometro.
De 101 kilometros em diante, 13 réis
por tonelada e kilometro, não po-
dendo, porém o preço de cada to-
nelléda ser inferior a l«S400 réis.
II Expedições por wagons comple-
tos:
De 200 kilometros em diante. 12 réis
por tonelada e kilometro, não po-
dendo, porém o preço de cada to-
nelada ser inferior a 2£600 réis.
iw.b. — Entende-se por wagons com-
pletos aquelles cujo carregamento
não seja inferior a 6 lonaladas
^6:000 kiiogrammas) ou que paguem
por este minimum.
CondicçòcM
I Estas expedições ficam sujei'as
ao pagamento de 300 réis por tonela-
da por despezas accessorias de carga
e descarga, etc.
II A applicação d'esta tarifa ás frac-
ções de tonelada far-se-ba por frac-
ções indivisíveis de 100 kiiogrammas.
III As mercadorias comprehendidas
n'esta tarifa gosaráo do praso de 15
dias de armazenagem gratuita nas es-
tações de partida e um mez nas de
chegada, declinando, porém, a com-
panhia toda a responsabilidade pelas
avarias ou sinistros que as mercado-
rias possam soffrer durante este pra-
so eu ainda alem delle.
Esta concessão, porém, será limita-
da ao maximum de l$000 toneladas
para cada consignatário, ficando á
companhia o direito de sustar as ex-
pedições quando a existencia cm de-
posito attinja aquelle maximum.
Excedidos os prazos indicados ou o
maximum estipulado, serão cobrados
os respectivos direitos de armazena-
gem, cm conformidade com a tarifa
de despezas accessorias. IV' A companhia resf rva-se a facul-
dade de ampliar por mais 6 dias o
praso lixado na tarifa geral para a en-
trega d'esta mercadoria na estacão de
destino, sem que por este facto haja
direito a reclamação alguma. V Não gosaião d'esta tarifa:
1.°—As expedições provenientes das
estações de Barquinha, Praia, Tra magal c Abrantes destinadas as es-
tacções da linha de Leste compre-
hendidas entre Bemposta e a Fron-
teira, inclusivé, ou vice-versa.
2.a—As expedições destinadas as es-
tações de Barquinha, Praia, Trama-
gal e Abrantes, procedentes da li-
nha do Norte, ou vice-versa, sem-
pre que o seu percurso seja infe-
rior a 100 kilometros.
VI A presente tarifa não é applica-
vel no percurso comprehcndido en-
tre Badajoz e a Fronteira.
VII Fica pela presente annullada e
substituída a tarifa especial n.° 12 de 20 de agosto de 1873.
Lisboa, 15 de março de 1874. —0
director da companhia, Manuel Alfon-
so d'Espregueira. • 23
Para GLASGOW
O vapor Fitxjames
ESPERA-SE a !6do
corrente para sair depois da in-
despensavel de-
mora. Para carga e passagens trata-se no
Caes do Sodré, 64.
24
Os agentes
E. Pinto IftuMo & c.»
Para Pernambuco
Descarregando <
do parle
oAIBA* depois de
O pouca demora
em Lisboa o pa-
>> quete inglcz i.a-
loud© de 1047 to-
co'nmandante J. Williams, que se espera de Liverpool de 12 a 13
ae abril.
Tem muito boas accommodacões
para passageiros de l.« camara. *
1'ara carga ou passagens trata-se na rua do Alecrim, lo.
Os agentes — Garland l.atdlcy
& C.» Ot
Red Cross Line Of
Steamers
Pará, Maranhão
e Ceará
nARA os portos
4 acima sairá de-
pois da indispen-
sável demora n'es-
11 te porto, o vapor paquete inglez i i*i>om n*<>. de 1507
toneladas, capitão Multou, que se es-
pera de Liverpool de 23 a 24 do cor-
rente.
Para carga e passageiros de 1e 3.'
classes trata-se no escriptorio dos
agentes,
Pereiras & La Rocque
120, rua dos Capellistas. 2.« 26
CHARGEURS RÉTO
Bahia, Rio de Janeiro,
Montevideu e Bue-
nos-Ayre
P ESPERADO em
iJ Lisboa no dia 20 ou 21 do cor-
rente o vapor pa-
— ■ ■ quete francez — Moreno de 2:000 toneladas, capitão
Thomas, que sairá nara os portos
acima depois da indispensável demo-
ra n este porto.
fíecebe carga e passageiros para os quaes tem excellentes acommoda-
ções
Fornece vinho aos passageiros de 3." classe.
Dão-se todos os escla-ecimentos no
escriptorio dos agentes.
Pereiras & La Rocque
120, rua dos Capellistas, 2/ 27
b.
Penang, Singapore
Hong-Kong c Sbanghae
Recebendo carga para Ma-
cau por baldeação em—
Hong-Kong, e para Cal-
cula e lEoinhaiiu por
baldeação em Porl-Said.
»ARA os portos
acima sairá de-
pois de curta de-
mora em Lisboa
o paquete inglez uencaiion de 2:800 toneladas, que
se espera de Liverpool em 19 d'abril.
Tem excellentes commodos para
passageiros de l.â camara ou de 3.»
Para carga e passagens trata-se na rua do Alecrim, 10.
Os agentes •— ftarland Laldley
& C.» 28
TI PACIFIC S1EAM Hffi£Tí:l COMPANY
Bio
Para Pernanbuco, Bahia,
de Janeiro, Montevideu, Buenc; Ayres,
ValparaizG, Ârica, Islay e Callae.
SAIRÃO OS PAQUETES
* puno, quarta-feira 15 de abril. | * ci m o, quarta-feiaa 13 de maio
COTOpaxi, quarta-feira 29 de abril. || lmitaivia, quarta-feira 27 de maio
Os paquetes pbko e cizco tocarão em Pernambuco e Bahia.
Para Pernambuco só recebem malas e passageiros.
Para carga e passagens irata-ee lo Caes ú* Sodre, 64.
0 agente no Porto Os agentes em Lisboa Va«eo Ferreira Pinto flauto. E. Pinto Ua.to & C.«