ministÉrio da educaÇÃo secretaria de educaÇao ... · implementação de políticas públicas...
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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃOSECRETARIA DE EDUCAÇAO CONTINUADA, ALFABETIZAÇÃO
E DIVERSIDADE – SECADDIRETORIA DE EDUCAÇÃO PARA A DIVERSIDADE
COORDENAÇÃO GERAL DE DIVERSIDADE
GUIA PARA FÓRUNS DE EDUCAÇÃO E
DIVERSIDADE ÉTNICO-RACIAL
Ministério da Educação
Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade
Diretoria de Educação para a Diversidade
Coordenação-Geral de Diversidade
Brasília-DF
ilustrações cedidas: John Carth
2010
FÓRUNS DE EDUACAÇÃO E DIVERSIDADE
ÉTNICO-RACIAL
APRESENTAÇÃO
Este guia tem a finalidade de ilustrar de maneira breve a idéia que a
Coordenação-Geral de Diversidade da Secretaria de Educação Continuada,
Alfabetização e Diversidade – SECAD, Ministério da Educação, tem sobre a
existência de Fóruns de Educação e Diversidade Étnico-Racial nos Estados e
Municípios.
Entendidos como instância privilegiada de interlocução entre o poder público
e a sociedade civil, os Fóruns Permanentes podem se constituir de importante
instrumento de controle social das políticas públicas para a educação,
garantindo que haja mais equidade na distribuição e aplicação de recursos
públicos.
O fato de ser continuado indica que um Fórum fortalecido sobreviva às
mudanças de governo e garanta a participação popular na co-construção da
sociedade, assumindo parte da responsabilidade social na educação e na
melhora da qualidade de vida como produto final de uma sociedade mais
equilibrada, ética e colaborativa.
O guia pretende tirar as principais dúvidas daqueles que pretendam constituir
Fóruns de educação nos estados ou municípios, ou ainda ajudar na
articulação e rearticulação daqueles que já existam.
O princípio fundamental de existência do Fórum é a permanência do diálogo
social sobre as necessidades e avanços locais no campo da educação para as
relações étnico-raciais e diversidade. Um conjunto de atores que são
chamados a pensar, propor e atuar na construção de uma sociedade mais
justa, fraterna e humana, pelo caminho da educação.
Resguardado os poderes e obrigações sociais, o Fórum informa, forma,
sensibiliza, propõe, analisa e apresenta, em diferentes níveis, a temática das
Relações étnico-raciais.
O que é? Conjunto formado por representantes de
instituições do poder público e da sociedade
civil, reunindo-se periodicamente e de forma
continuada a fim de prestar apoio a políticas
públicas para a educação e implementação das
diretrizes curriculares nacionais para educação
das relações étnico-raciais e para o ensino de
história e cultura afro-brasileira de africana.
Para quê?Acompanhar, propor, debater políticas públicas
para a Educação das Relações Étnico-Raciais de
Diversidade; levantar demandas para
populações abrangidas pela temática da
diversidade; sensibilizar a comunidade local
para a temática da diversidade; promover
Grupos de Trabalho, Oficinas e Seminários no
sentido de estudar, pesquisar e orientar para o
adequado tratamento da educação das relações raciais; fazer levantamento
das atividades de implementação da Lei 10639/03 e 11645/08; dar respostas ao
Ministério Público e outras instituições, quando necessário.
Quem pode criar?Entidades do poder público e da sociedade civil, interessadas na temática da
educação para as relações étnico-raciais, concordantes das leis vigentes para
educação das relações raciais. Comungando um Regimento Interno ou
documento que regule suas ações. Normalmente os Fóruns são coordenados
(sugeridos/convocados) pela Secretaria de Educação, mas há casos em que
estes tem sido propostos e conduzidos por Institutos Federais (antigos
CEFETs ) ou Coordenações de Igualdade Racial ligadas a SEPPIR.
Como?Reunindo-se, estruturando, planejando conjuntamente e atuando de forma
ordenada na co-construção de uma educação para todos. Constituindo-se de
forma não partidária, responsabilizando-se em controle social pela
implementação de políticas públicas aplicadas localmente em favor da
educação para as relações étnico-raciais e diversidade. É uma somatória de
potências e valores que podem ser acionados juntos ou individualmente em
apoio a educação.
O Fórum manda na Secretaria de Educação?O Fórum não é um “órgão” da Secretaria de Educação ou de qualquer uma das
entidades, não faz gestão em lugar da secretaria de educação ou de qualquer
pasta de governo. Não se admite ingerência nas gestões. O Fórum apóia,
orienta, propõe, informa, representa, colabora e aciona quando o foco é o
cumprimento das leis que determinam políticas públicas para educação e
diversidade.
Existe remuneração para quem participa do Fórum?Não. O Fórum é uma instancia colegiada voluntária e representativa de
entidades. As entidades que se fazem representar no Fórum condicionam-se a
liberar os seus membros para as atividades do Fórum (reuniões, GTs,
seminários, viagens, debates, audiências, congressos e conferências) e dar-
lhes suporte para o cumprimento dessa representação.
O Fórum pode eleger uma de suas entidades para captar recursos
que o fórum ajudará a planejar e executar?Sim, porque se trata de acordos entre os membros, a SECAD/MEC não
interfere nas gestão do Fórum e seus acordos entre membros, limita-se a
orientar quando solicitada, nos casos de dúvidas. É preciso em todo caso,
verificar as permissões estatutárias e regimentais da(s) instituição (ões)
proposta(s) para este fim; nível de confiabilidade e o cuidado para desviar da
finalidade primeira.
CONSIDERAÇÕES GERAIS
A idéia dos Fóruns Permanentes de Educação e Diversidade Étnico-Racial
iniciou-se nos estados nos anos de 2004/2005 com eventos realizados pela
SECAD/MEC, no âmbito do Programa Diversidade na Universidade,
chamados Fóruns Permanentes Estaduais de Educação e Diversidade Étnico-
Racial.
É necessário verificar se no seu Estado já existe um Fórum ativo, se existiu e
está desarticulado ou inativo. Geralmente essa informação pode ser
conseguida na Secretaria de Estado da Educação ou na SECAD/MEC.
Veja qual a situação, se não existir ou estiver desativado a proposta deve ser de
REUNIR PARA CRIAR OU REARTICULAR. Se estiver ativo, você pode pedir
que a sua instituição faça parte, neste caso deve conhecer e estar de acordo
com o Regimento Interno do Fórum. È importante esclarecer que no Fórum as
atividades são estritamente para educação, uma vez que muitos atores têm a
tendência a confundir o Fórum de Educação e Diversidade Étnico-racial,
acompanhado pela SECAD/MEC com o Fórum Intergovernamental de
Promoção da Igualdade Racial (FIPIR), ligado a Secretaria Especial de Políticas
de Promoção de Igualdade Racial, SEPPIR/PR. Embora SECAD e SEPPIR
sejam parceiros para diversas questões da diversidade, cada um tem
atribuições institucionais específicas.
O mesmo vale para criação de Fóruns Municipais de Educação e
Diversidade Étnico-raciais.
A existência de Fóruns Estaduais não invalida a existência de Fóruns
Municipais de Educação e Diversidade Étnico-Racial, uma vez que são esferas
de interesses e trabalhos diferentes. Todavia, vale para o municipal o que está
estabelecido para o estadual. Os Fóruns Permanentes municipais devem
possuir agenda própria de atuação, sendo natural que tenha acento no Fórum
do Estado em regime de colaboração nos trabalhos e na troca de informações.
Fóruns Municipais são automaticamente entendidos como partícipes dos
Fóruns Estaduais, devendo, na medida do possível, manterem-se informado
das ações de nível estadual.
O primeiro passo é conversar com entidades e propor a criação ou
rearticulação do Fórum. As entidades a serem convidadas são as mais
diversas, compondo-se de Poder Público e Sociedade Civil. Lógico que todas
devem estar de acordo em colaborar com os trabalhos em prol da educação,
respeitando os limites de atuação em cada campo, característica de formação
e autonomia das partes.
Os convites podem ser feitos por carta, e-mail, ofícios, site, jornais locais,
cartazes, panfletos, diretamente ou por telefonemas.
A proposta de constituição de um Fórum deve ser clara e objetiva para que
todos entendam a quê estão sendo chamados. Então, é necessário que faça
uma leitura inicial acurada das leis atuais que, na educação, regem o conjunto
para a diversidade e as questões de raça e etnia. Recomenda-se a leitura previa
dos seguintes documentos:
• Lei 9394/96 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação;
• Lei 10.639/03 – Lei que Altera os textos dos artigos 26A e 79B;
• Lei 11.645/08 – Lei que Acrescenta “indígenas” ao texto do artigo 26A da
Lei 10639/03;
• Parecer CNE/CP 03/2004 – conhecido como parecer da Petronilha;
• Resolução CNE/CP 01/2004;
• Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-
Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana;
• Plano Nacional para Educação das Relações Etnico-raciais e para o
Ensino de História e Cultura Afrobrasileira e Africana;
• Veja também as leis, decretos e regulação que existam no estado ou
município;
As Diretrizes devem ser o texto referência para a maioria das ações do Fórum,
principalmente o texto da Resolução 01/2004 e Parecer 03/2004, ambos no
Conselho Nacional de Educação –CNE/CP.
Com todas as entidades representadas, em reunião, esclarece-se o motivos do
convite e as intenções de existência do Fórum Permanente. Não é necessário
que os representantes enviados pelas entidades sejam especialistas em
relações étnico-raciais, mas é necessário que se disponha a tomar
conhecimento dessa temática atuando em conjunto em favor da educação.
O Fórum Permanente também é uma instância formativa do diálogo em favor
da diversidade. Este diálogo pressupõe troca de conhecimentos em regime de
cordialidade e tolerância.
Não pode haver no Fórum, discriminação de segmentos sociais interessados
na atuação do Fórum. O único pressuposto e á concordância ideológica com
os marcos legais vigentes para a diversidade e para a educação das relações
étnico-raciais e concordância com o Regimento Interno do Fórum.
A partir da primeira reunião um dos primeiros cronogramas é elaboração do
Regimento Interno do Fórum ou instrumento disciplinador da sua existência.
Uma comissão (ou relatores) pode ser tirada para se incumbir de preparar a
minuta deste documento a ser lido, debatido, aprovado e assinado por todos
os representantes de entidades do Fórum.
Importante: O representante da entidade, ao concordar com o Regimento,
deve estar ciente de que assume pela a responsabilidade em nome da sua
instituição, logo, estar representado no Fórum pressupõe compromisso e
aquiescência da entidade com as disposições do documento (sugere-se que as
entidades enviem comunicação oficial nomeando seus representantes –
titular e suplente).
A instituição do Fórum pode ser publicada Oficialmente no Diário Oficial ou
por portaria de governo. Há casos em que o Fórum esta sendo tramitado por
Projeto de Lei, neste caso, é necessária uma intermediação junto às casas
legislativas.
A vaga no Fórum é DA ENTIDADE e não da pessoa que a representa.
As mais diversas entidades podem compor o Fórum, mas não podem faltar de
sua composição: Entidades de Gestão da Educação (Secretarias Municipais e
Estaduais de Educação); Entidades da Sociedade Civil.
Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros;
Escolas Técnicas;
Instituições de Ensino particulares e públicas;
ONGs ligadas a educação e cultura;
Ministério Público;
Conselhos Estaduais e Municipais de Educação;
Sindicatos;
Grêmios;
Órgãos de Promoção da Igualdade Racial;
Grupos Religiosos com ações educacionais;
Entidades Culturais;
Entidades de Remanescentes de Quilombos;
Entre outras.
• O Fórum não pode ser formado por uma só entidade, um só segmento
(Sociedade Civil ou Poder Público).
• O Fórum não pertence a nenhuma entidade especificamente, é uma
força tarefa estabelecida para o diálogo respeitoso entre as partes que,
no conjunto, participam do processo da Educação para as Relações
Étnico-Raciais e Diversidade.
• O Fórum não é um órgão gestor da educação nos estados e municípios,
atua como colegiado consultivo, propositivo, de
monitoramento/acompanhamento de políticas públicas para a
educação das relações étnico-raciais, de informação e sensibilização
local.
• O Fórum não pode ser partidarizado. As reuniões não podem ser
convocadas para favorecimento de candidatos, tampouco sua
coordenação deve estar entregue a coordenação de candidato
declarado a cargo eleitoral. A razão se deve à garantia de independência
ideológica do grupo;
• O Fórum não remunera seus representantes, a representação no Fórum
não pressupõe obrigação a vantagens financeiras.
O Fórum pode:
• No seu caráter propositivo, levantar demandas educacionais da
população afro-descendente e outros públicos da diversidade em seu
âmbito de atuação, encaminhando essas demandas às instâncias
competentes (Ministério Público, Secretarias Municipais e Estaduais de
Educação, Sindicatos, Escolas, Universidades, Governos, órgãos de
pesquisa);
• No campo consultivo, poderá ser convocado a fornecer informações
importantes para Audiências Públicas sobre a temática, Ministério
Público, Secretarias de Educação, SECAD/MEC, entidade culturais,
órgãos de pesquisa nacional e internacional, conferências e demais
áreas onde se precise de dados locais de implementação das leis e
andamento de políticas públicas para a educação das relações étnico-
raciais;
• Enquanto conjunto de monitoramento poderá verificar o andamento
de projetos em curso na região, aplicação de verbas com qualidade,
alcance de público alvo por políticas como distribuição de material
didático da temática e demais recursos, estando apto a qualquer
momento, para prestar testemunho junto órgãos de governo neste
sentido;
• No seu caráter de sensibilização/informação o Fórum poderá formatar
e promover seminários, simpósios, palestras, mini-cursos, cursos e
eventos educativos ou culturais em parceria com as entidades
interessadas, maximizando o alcance e entendimento da temática.
Aconselha-se que os Fóruns permanentes de educação e diversidade étnico-
raciais possuam comunicação constante entre si, de forma a constituírem
uma rede de colaboratividade e impeça a formação de ilhas por falta de
informação atualizada. Esse diálogo ajudará que existam condições para que
as experiências bem sucedidas de um Fórum sejam replicadas por outros.
Poderá, inclusive, haver ações conjuntas em eventos regionais ou nacionais.
A manutenção do Fórum pode ser estabelecida das seguintes maneiras:
- Por contribuição financeira, em fundo, acordado pelas entidades parceiras;
-Por contribuição de recursos materiais, estruturais e humanos
disponibilizados pelas entidades parceiras;
- Por estabelecimento de parcerias com setores da iniciativa privada;
- Por regime de doações.
Cabe lembrar que cada caso deve ser estudado pelas instancias legais a fim
de verificar a forma possível em cada situação.
A estrutura material mínima necessária é a de sala, telefone e computador
com acesso à internet. A estrutura de pessoal deve ser fornecida de acordo
com as disponibilidades de tempo e logística de cada parceiro. Não se entende
que todos os representantes de entidades precisem trabalhar nele em tempo
integral ou exclusividade. Exceções feitas em alguns casos de funcionários
indicados a esta função no âmbito das Secretarias de Educação, por exemplo.
Os Fóruns devem produzir:
Plano de Trabalho anual; agenda de atividades e relatórios.
No Plano de Trabalho : devem constar, entre outras coisas, as atividades
previstas para todo ano nos campos:
-De sensibilização;
-De levantamento (é recomendável acompanhar a implementação no estado
o município com dados quantitativos -planilhas e gráficos- assim como
qualitativos.
-De proposição;
-De acompanhamento;
Atividades de sensibilização:
Exemplos: visitas a escolas e entidades para informar sobre a lei e as
Diretrizes; reuniões com gestores da educação para falar sobre a importância
da lei e seminários de publicização de atividades do fórum com palestras,
oficinas, shows, debates, ciclos de palestras, amostras de vídeos e exposições
temáticas.
Atividades de levantamento:
Exemplos: catalogação de atividades isoladas nas escolas entidades e
comunidades com o fim de implementar a lei 10639/03; arquivo de resoluções
e deliberações locais para implementação da Lei; verificação de demandas de
professores para cursos de formação continuada na Lei, formação em
especialização, etc; levantamento de demandas escolares diversas para a
educação na cidade e no meio rural, incluindo comunidades de
remanescentes de quilombos.
Atividades de proposição:
Essas atividades, normalmente vêm em seqüência dos levantamentos, tratam-
se de proposições de cursos, ações, intervenções pedagógicas e de
acionamento de órgãos específicos como Ministério Público, Conselhos de
Educação, Conselho Tutelar e outros conselhos.
Atividades de acompanhamento:
São aquelas atividades que visam acompanhar alguma atividade em curso:
adoção de material didático para a temática; execução de cursos na temática
(verificação conceitual para ver se confere com o que determinam as
Diretrizes –Resolução CNE 01/2004); aplicação de recursos em situação
específica para a temática, entre outros.
A Agenda de atividades previstas, refere-se entre outras coisas, às ações
confirmadas com datas para acontecer no semestre mês a mês.
No Relatório devem constar: plano de trabalho, agenda realizada, atas de
reunião, resultados dos trabalhos de sensibilização, levantamento (gráficos,
planilhas), monitoramento e de proposição. Deve ser disponibilizada cópia
para as entidades componentes do Fórum e para a SECAD/MEC.
Fóruns e Ministério Público
A partir do instante em que o Fórum esteja funcionando no Estado ou no
Município, poderá responder sobre as ações de implementação no local,
subsidiando a Secretaria de Educação.
A SECAD poderá sugerir, por exemplo que o Fórum local participe em
audiências públicas para falar da implementação da lei quando as
informações solicitadas forem de âmbito local. Razão pela qual os membros
do fórum devem estar “antenados” com as atividades que estejam
acontecendo na região.
A SECAD/MEC E OS FÓRUNS
A proposta da SECAD/MEC para os Fóruns constitui-se em um esforço para
aumentar o diálogo entre os entes federados, fortalecendo as instituições e
garantindo participação e controle social nas políticas públicas para educação
das relações raciais.
Para SECAD/MEC o Fórum ideal é a aquele que consiga manter diálogo
cordial entre os mais diferentes atores; consiga sobreviver à alternância
política; consiga acompanhar as ações de implementação da política de
diversidade na localidade, auxiliando na checagem de indicadores
educacionais; consiga ser independente politicamente e atuar conjuntamente,
respondendo com coerência às instancias as quais seja chamado.
A Coordenação de Diversidade/SECAD/MEC espera que os Fóruns e seus
especialistas assumam a agenda local por palestras, sensibilização,
informação das novidades da política educacional para a temática da
educação para as relações étnico-raciais, portanto, antes de a SECAD atender
a um convite para palestras e informações, indicará que o Fórum local supra
essas demandas e possa se relacionar com a região. Não há muito sentido de
existência para Fóruns se estes apenas encaminharem agendas locais para o
MEC, é fundamental que prestem assistência a essas mesmas agendas.
Não há repasse de verbas do Governo Federal diretamente aos Fóruns,
devido à impossibilidade legal.
A SECAD/MEC colabora com o acompanhamento técnico operacional dos
Fóruns, disponibiliza publicações e materiais institucionais para eventos de
capacitação e sensibilização; envia técnico e auxilia em algumas atividades de
esclarecimento referente às ações que lhe sejam afins, segundo
disponibilidade de período.
À critério de sua logística de trabalho, a SECAD/MEC pode promover reuniões
nacionais ou regionais entre representantes de Fóruns para fazer:
- levantamentos setoriais de alcance das políticas públicas para educação das
relações étnico-raciais;
- consulta de planos de ações conjunta nos Estados e Municípios;
- formação de Comissões e/ou Grupos de Trabalho;
- Avaliação e atualização das informações dos Fóruns; etc.
- atividades/oficinas de formação de representantes;
- convidar independente de aprovação de plenária do fórum, individualmente
representantes ativos dos fóruns para atividades específicas segundo
habilidades e especialidades apresentadas.
Cabe aos Fóruns elegerem quem será seu coordenador geral ou presidente,
fazendo interlocução junto a SECAD/MEC e um secretário. Isso não significa
que a SECAD restrinja sua comunicação com o Fórum unicamente por este
coordenador, uma vez que, dependendo da área, pode haver no Fórum
pessoas que tratem de situações específicas de interesse da SECAD/MEC. O
ideal é que o Fórum tenha um e-mail coletivo que todos tenham acesso ao
mesmo tempo e possam colaborar.
Por exemplo: assuntos referentes às comunidades remanescentes de
quilombos; assuntos referentes à comunidades indígenas; assuntos referentes
à currículo e gestão pedagógica educacional, de Direitos Humanos, de Gênero
e Suxalidade, etc.
Assim, havendo nos Fóruns um conjunto de atores de diversas áreas, pode a SECAD contar com a colaboração destes no particular. Todavia, essa solicitação é prerrogativa da SECAD/MEC
O coordenador responde pelo Fórum no seu conjunto, devendo ter seus
dados atualizados junto às instancias locais e à SECAD.
OS FÓRUNS DE EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE E OUTROS ÓRGÃOS
Além da SECAD/MEC, outras Secretarias do Ministério da Educação, como a
SETEC e a SEB podem solicitar informações dos Fóruns, razão pela qual os
membros do Fórum devem estar sempre atualizados das políticas públicas
para educação em âmbito local.
Organismos como UNESCO, UNICEF, SEPPIR, etc. Podem requisitar auxilio
consultivo ou colaborativo aos Fóruns que, indicados pela SECAD/MEC,
trabalhem em consonância com temática.
O LSF
O Levantamento da Situação dos Fóruns –LSF é um instrumento que será
solicitado anualmente aos fóruns para atualizar e avaliar o nível de
estruturação dos Fóruns. O grau de mudanças e a interação entre Secretarias
de Educação e os demais parceiros. Sua intenção é prever dificuldades e
ajudar a resolve-las em tempo. Por meio deste levantamento fica mais fácil
atender com auxilio técnico e operacional as demandas dos Fóruns. NÃO
ATRASE O ENVIO DE SEU LSF ANUAL.
OS FÓRUNS E O PLANO NACIONAL DE IMPLEMENTAÇÃO DAS
DCNs da ERER
O Plano Nacional para
Implementação das Diretrizes
Curriculares Nacionais para
Educação das Relações Étnico-raciais
é um documento que estabelece um
conjunto de metas e ações para os
sistemas de ensino levarem a efeito o
cumprimento da Resolução 01/2004
do CNE/CP, do Parecer 03/2004,
também do CNE/CP, e a lei
10639/03.
Esse documento foi elaborado a
pedido do Ministro Fernando
Haddad em 2007 que junto com o
ministro Edson Santos da
SEPPIR/PR, assinaram uma Portaria constituindo um Grupo de Trabalho
Interministerial para formularem as bases conceituais que estruturaram o
Documento Referência para o Plano.
Em 2008 aconteceram os Diálogos Regionais para consulta e contribuição a
este Documento Referência. Belém/PA, Cuiabá/MT, Curitiba/PR, Vitória/ES,
São Luiz/MA e Aracajú/SE foram as cidades onde se realizaram os encontros.
Os fóruns que naquele tempo estavam em fase de rearticulação ou
constituição, foram os principais agentes para convocação, inscrição e
realização local desses eventos onde alguns representantes chegaram a
coordenar oficinas.
Os Diálogos Regionais culminaram com o Encontro Nacional para o Plano
Nacional em julho de 2008 em Brasília/DF e o documento das Contribuições
para o Plano Nacional compilado por Valter Silvério a serviço da UNESCO, foi
entregue por uma comissão com representantes de Fóruns, CADARA e GTI, ao
Ministro da Educação em 20 de novembro de 2008.
Das contribuições o MEC elaborou o Plano Nacional de implementação das
DCNs da ERER cujo lançamento ocorreu em 13 de maio de 2009 em evento
organizado pela SEPPIR.
Os Fóruns são figuras estratégicas para bom êxito do plano por meio da
divulgação, acompanhamento e controle social de suas metas junto aos entes
de sua região.
São Metas para os Fóruns Estaduais e Municipais descritas no Plano:
Principais ações para os Fóruns de Educação e Diversidade Étnico-racial
a) Manter permanente diálogo com instituições de ensino, gestores
educacionais, movimento negro e sociedade civil organizada para a
implementação das Leis 10639 e 11645 ;
b)Colaborar com a implementação das DCNs das Relações Étnico-raciais na
sua localidade, orientando gestores educacionais sobre a temática das
relações raciais quando solicitados;
c) Colaborar com os sistemas de ensino na coleta de informações sobre a
implementação da lei nas redes privada e pública de ensino, para
atendimento ao Artigo 8º da Resolução CNE/CP nº. 01/2004 ;
d) Divulgar atividades de implementação da Lei 10.639/03, assim como suas
reuniões e ações para toda a sociedade local e regional;
e) Acompanhar e solicitar providências dos órgãos competentes onde se insira
quando da constatação de ações discriminatórias ou do descumprimento da
Lei 10.639/03;
f) Verificar e acompanhar nos estados e municípios as ações de cumprimento
do presente Plano, assim como a aplicação de recursos para implementação
da Educação das Relações Étnico-raciais;
Portanto, a partir de lançado o documento os Fóruns precisam sistematizar
suas atuações estudando o Plano e o que cabe aos entes de sua localidade
uma vez que ali estão estabelecidas ações para governos municipais,
estaduais e federal; para coordenações pedagógicas, NEABs e Rede Federal;
para Instituições de Ensino Públicas e Particulares, incluindo as de nível
superior; ações para áreas de remanescentes de quilombos; para os níveis e
modalidades de ensino.
Não há como existir alegação de que os atores não sabem o que fazer para
cumprir as normas legais.
FUNÇÃO DE REPRESENTANTES DOS FÓRUNS NA CADARA
A CADARA é um comissão técnica de assessoramento do MEC para assuntos
de Educação de afrobrasileiros, constituída por portaria ministerial. A
estrutura da CADARA compõe-se de 34 membros de diversas entidades da
sociedade civil, de poder público e de universidades.
Em 2008 houve a reestruturação da CADARA e por força da conquista e
reconhecimento surgiram 7 (seis) vagas que foram ocupadas por
representantes de Fóruns. É dever do representante dos Fóruns na CADARA
participar ativamente dos trabalhos do seu fórum de origem, do contrário o
Fórum poderá pedir que o representante seja tirado da comissão.
A função desses representantes é garantir que os fóruns estejam informados e
participando de importantes debates e deliberações nacionais. Estes
membros na CADARA podem ser convocados a representar a SECAD em
eventos, palestras, congressos e seminários, participar de reuniões de trabalho
em Brasília e colaborar na formulação ou análise de documentos. Os
membros da CADARA devem atuar na sua região em caso de eventos onde se
solicite “informações sobre a implementação da lei” em nível nacional e
outros assuntos e deve ser um membro ativo nas reuniões das Comissões
Executivas.
Qualquer Fórum pode solicitar informações sobre atuação da CADARA a um
representante de sua Região uma vez que todas as regiões estão
representadas.
O mandato é de dois anos onde o Fórum poderá substituir ou manter a
indicação de seu representante.
Atuação Principal da Coordenação-Geral de Diversidade junto
aos Fóruns
2008
1ª Reunião de Representantes de Fóruns – Brasília
Diálogos Regionais para Contribuição ao Plano Nacional: Belém / Curitiba /
Cuiabá / Vitória / São Luis / Aracajú
Encontro Nacional para o Plano de Implementação da Lei 10639/03 – Brasília
CONEB
2009
2ª Reunião de Representantes de Fóruns – Brasília
Seminários Regionais de Formação de Representantes de Fóruns –
Florianópolis / Campo Grande / Rio de Janeiro / Natal / Manaus
CONAPIR
2010
3ª Reunião de Representantes de Fóruns – Brasília
Diálogos de Formação de Representantes de Fóruns – Norte e Nordeste –
Maceió
Diálogos de Formação de Representantes de Fóruns – Sul, Sudeste e Centro-
Oeste – São Paulo
CONAE
Proposição Estratégica dos Fóruns Municipais
A Coordenação-Geral de Diversidade e a Coordenação Nacional dos Fóruns
entende que:
1- Os Fóruns Estaduais devem induzir a formação de fóruns municipais, mas
não devem tutelá-los. O Fórum municipal tem características próprias que
devem ser respeitadas;
2- O Fórum municipal tem regimento próprio desvinculado do Estado,
inclusive na diretoria executiva (é recomendável que o presidente ou
coordenador geral não seja o mesmo no estado e município);
3- A interlocução do Fórum municipal com a SECAD/MEC é independente do
Estado;
4- O Fórum Municipal deve conhecer a agenda do fórum estadual, assim
como o Fórum do Estado deve acompanhar a do município, se possível,
atuando em parceria nas ações de interesse comum.
5- O Fórum somente é reconhecido pela SECAD/MEC quando passa a enviar
documentos, possui regimento interno e atua em conformidade com o Plano
Nacional.
CONTATOS ÚTEIS
Secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade
André Luiz de Figueiredo Lázaro
Diretor de Diversidade
Armênio Bello Schmidt
SECAD/MEC – Coordenação-Geral de Diversidade
Coordenadora-Geral : Leonor Franco de Araújo [email protected]
Técnicos: John Land Carth - telefone: 61-20229050 [email protected]
FÓRUNS DE EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE ETNICORRACIAL
Contato virtual: [email protected]
http://www.grupos.com.br/group/forumdiversidade/
Brasília - 2009
SECAD /MEC Coordenação-Geral de Diversidade
Diretoria de Educação para a Diversidade Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade - SECAD
Ministério da Educação - MEC Esplanada dos Ministérios, Bloco L, Anexo I, sala 403
CEP: 70047-900 Brasília - DF
Verifique seu check-list de criação do Fórum
1. Convite para instituições enviarem representantes para a 1ª reunião do
fórum
2. 1ª reunião do fórum: apresentação da idéia do fórum (ata)
3. Convite para a 2ª reunião do fórum
4. 2ª reunião do fórum: apresentação de propostas de regimento interno
5. Convite para a 3ª reunião do fórum
6. 3ª reunião do fórum: leitura e apreciação do texto do regimento a ser
aprovado/aprovação do regimento, aprovação e posse da Comissão
executiva
7. Convite para Reunião de Planejamento das atividades anuais do fórum
8. Reunião de planejamento
9. Convocação para deliberação de agendas mensais de atividades e
delegação de atribuições.
10. Calendário de reuniões mensais da Comissão Executiva
11. Reunião anual da plenária do Fórum e evento (Seminário anual) para
divulgação e avaliação dos trabalhos do Fórum.
Normalmente nas reuniões de plenária anual acontecem:
1. Palestras e oficinas para professores (público maior)
2. Prestação de contas das atividades do Fórum no ano
3. Apresentação de resultados por municípios
4. Apresentação de proposta de Planejamento para o próximo exercício
5. mudanças na Comissão Colegiada (acréscimos, substituições, eleições
de chapas, etc.)
6. mudanças em Regimento Interno
7. Escolha do local/município que receberá o Seminário anual no
próximo exercício com planejamentos a cargo da Comissão executiva e
representantes do município escolhido (eleito)
Ao final desse encontro anual é encaminhado um relatório ao MEC/SECAD e
parceiros interessados.
O Fórum também pode:
1- encaminhar sua logomarca para a SECAD/MEC
2-criar blog, site, página para se tornar visível na região e no país
3-atuar com parceiros da iniciativa privada
4-produzir artigos, pesquisas
5-montar estandes em atividades de parceiros para mostrar sua atuação
BOA CAMINHADA
mas nesse caminho, quanto mais diálogo melhor.