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LEGISLAÇÃO COMERCIAL

SEMANA 6

Page 2: Mkt legislacao comercial_semana_06

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Sumário

Sumário ..................................................................................................................................................................... 2

Legislação Comercial: Direito Empresarial ................................................................................................ 3

Perfil Funcional e Objetivo ................................................................................................................................ 4

Síntese dos Perfis .................................................................................................................................................. 5

Condições para o Exercício da Atividade Empresarial .......................................................................... 6

Capacidade Civil .................................................................................................................................................... 6

Capacidade Civil: Absolutamente Incapazes ............................................................................................. 7

Capacidade Civil: Relativamente Incapazes ............................................................................................... 8

Os Maiores de Dezesseis e Menores de Dezoito ....................................................................................... 8

Ébrios Habituais, Viciados em Tóxicos e os que têm Discernimento Reduzido por Deficiência Mental ................................................................................................................................................ 9

Excepcionais sem Desenvolvimento Mental Completo ....................................................................... 10

Conclusão sobre a Capacidade Civil do Empresário ............................................................................. 10

Impedimentos para o Exercício da Atividade Empresarial ............................................................... 11

Registro Empresarial – Art. 967º do Código Civil ................................................................................. 12

Atos para serem Registrados ......................................................................................................................... 13

Livros Comerciais ............................................................................................................................................... 14

Consequências da Má Escrituração ............................................................................................................. 14

Noções sobre Sociedades no Direito Comercial ..................................................................................... 15

Classificação das Sociedades - quanto à forma de constituição ...................................................... 15

Sobre a Venda da Participação Societária................................................................................................. 16

Classificação quando ao Objeto: sociedades empresárias e não empresárias .......................... 17

Requisitos para Formação das Sociedades Empresárias ................................................................... 18

Mensagem Final ................................................................................................................................................... 20

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Legislação Comercial: Direito Empresarial

De acordo com o Novo Código Civil de 2002, o Brasil passa a adotar o Direito

Empresarial, ao invés do Direito Comercial. O estudo que segue analisará essa nova

fase, na qual toma como base a figura do empresário. Vejamos, agora, cada um dos

perfis dessa nova fase do Direito Comercial, a teoria da empresa no seu perfil

subjetivo, funcional, objetivo e corporativo.

OS QUATRO PERFIS DA TEORIA DA EMPRESA

1º) PERFIL SUBJETIVO – é o mais importante para nova teoria, porque desloca o

elemento diferenciador para o sujeito que exerce a atividade empresarial.

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Quem é o empresário?

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

“Art. 966º Código Civil. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente

atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de

serviços. Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão

intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de

auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de

empresa. Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão

intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de

auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de

empresa”

Portanto, podemos concluir que:

Empresário unipessoal (pessoa física): exerce atividade empresarial,

respondendo com seu patrimônio por todas as dívidas. Por ficção, é

considerada pessoa jurídica apenas para fins de Imposto de Renda;

Sociedade empresária: quando existem pelo menos duas pessoas que unem

para formar uma sociedade empresarial.

Ainda, podemos concluir que não se considera empresário quem exerce profissão

intelectual, de natureza científica, literária ou artística, portanto, o dentista não é um

empresário, porque exerce atividade intelectual, assim como, um contador que exerça

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sua atividade profissional também não é um empresário, pois igualmente sua função é

sobretudo intelectual, o mesmo não se pode dizer daquele que possui um

estabelecimento onde funciona uma lan house, nesse caso, trata-se de uma atividade

empresarial.

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Cuidado! Empresário não é o sócio da empresa, mas aquele que assume o risco do empreendimento, podendo ser a pessoa

física ou a sociedade.

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

FONTE: CÓDIGO CIVIL, ART. 966º E SEGUINTES.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/L10406.htm

Perfil Funcional e Objetivo

2º) PERFIL FUNCIONAL – significa dizer que o empresário deve desenvolver uma

Atividade econômica exercida de forma organizada profissionalmente.

O exercício de atividade econômica é porque visa o lucro, de forma organizada porque

visa a venda de um produto de modo profissional.

O exercício da atividade empresarial poderá ocorrer, como já foi salientado, de

maneira individual – tem-se o empresário unipessoal do art. 966º – ou coletiva, de que

trata a sociedade empresária do art. 983º. Portanto, podemos ter tanto o empresário

unipessoal (ou individual) ou a sociedade empresária.

3º) PERFIL OBJETIVO: ESTABELECIMENTO ou patrimonial – art. 1142º do Código

Civil

Refere-se à empresa como patrimônio. Desse modo, o exercício da atividade

empresarial (perfil funcional), pelo empresário (perfil subjetivo), exige um instrumento

para obtenção de seu fim, que é o estabelecimento (perfil objetivo).

Muito bem, então o que é o estabelecimento?

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“Art. 1.142º do Código Civil. Considera-se estabelecimento todo complexo de bens

organizado, para exercício da empresa, por empresário, ou por sociedade

empresária.”

Ou seja, são todos os bens, físicos (ex.: balcão, máquinas, etc. e também imateriais)

(ex.: clientela).

4º) PERFIL CORPORATIVO: o último perfil da empresa, que é imprescindível para

sua definição, são os colaboradores. Portanto, todos os funcionários que atuam junto a

empresa fazem parte do chamado perfil corporativo.

Síntese dos Perfis

Como atualmente cada um dos perfis da empresa é o que irá caracterizar o novo

DIREITO EMPRESARIAL, sendo todos esses conceitos fundamentais no trato com a

matéria, logo abaixo acrescentamos um pequeno quadro resumo com cada um dos

perfis até aqui explicados, a fim de que você possa memorizá-los. Veja-os:

Perfil objetivo

ESTABELECIMENTO ou patrimonial – art. 1142º, abrangendo tanto bens materiais

quanto imateriais.

Perfil corporativo

São os colaboradores, portanto, todos os funcionários que atuam junto a empresa

fazem parte do chamado perfil corporativo.

Perfil funcional

Significa dizer que o empresário deve desenvolver uma atividade econômica exercida

de forma organizada profissionalmente.

Perfil subjetivo

É o mais importante para nova teoria, porque desloca o elemento diferenciador para o

sujeito que exerce a atividade empresarial.

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Condições para o Exercício da Atividade Empresarial

Ainda, estudando a figura do EMPRESÁRIO e sua empresa, vamos agora analisar

quais são as condições que a lei exige para que alguém possa ser um empresário.

Vamos ver o que diz a lei e depois interpretá-la:

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

“Art. 972º do Código Civil. Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade

civil e não forem legalmente impedidos."

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

O artigo acima citado trata dos seguintes temas:

Capacidade;

Incapacidade e;

Proibidos de exercer atividade empresarial.

Vamos ver cada um desses itens necessários para o exercício da atividade

empresarial, primeiramente a capacidade civil.

Capacidade Civil

A capacidade civil é o que permite que uma pessoa possa celebrar contratos, enfim,

ser capaz de realizar atos na vida civil, e portanto, só poderá ser um empresário se

tiver capacidade civil.

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Muito bem, mas quem não tem capacidade civil?

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Os incapazes para assinar um contrato, para ser empresário, são classificados em

dois tipos:

Relativamente incapazes ou;

Absolutamente incapazes.

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Vamos agora analisar cada uma dessas incapacidades que não permite que a pessoa

possa ser um empresário, iniciando pela incapacidade absoluta, na próxima tela.

Capacidade Civil: Absolutamente Incapazes

Se faz necessário saber quem é o absolutamente incapaz para exercer atividade

empresarial, para isso deve-se buscar o art. 3º do Código Civil:

"Art. 3º. São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil:

I – os menores de dezesseis anos;

II – os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário

discernimento para a prática desses atos;

III – os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade."

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Os absolutamente incapazes têm direitos, porém não poderão

exercê-los direta e pessoalmente, devendo ser representados.

-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Os menores de dezesseis anos são os menores impúberes, que ainda não atingiram a

maturidade suficiente para participar da atividade jurídica. A incapacidade abrange as

pessoas dos dois sexos. O que se leva em conta, na fixação desse limite, que não é

igual em todos os países, é o desenvolvimento mental do indivíduo.

Os privados do necessário discernimento por enfermidade ou deficiência mental

também são absolutamente incapazes, mas cuidado: a nossa lei não admite os

chamados intervalos lúcidos. Assim, se declarado incapaz, os atos praticados pelo

privado de discernimento serão nulos, não se aceitando a tentativa de demonstrar que,

naquele momento, encontrava-se lúcido.

E AINDA: A velhice ou senilidade, por si só, não é causa de limitação da capacidade.

Por fim, são também absolutamente incapazes aqueles que, mesmo por causa

transitória, não puderem exprimir sua vontade. Nesse dispositivo, o código não quis se

referir às pessoas portadoras de deficiência mental permanente, já referidas no inciso

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anterior, mas as que não puderem exprimir sua vontade por causa transitória, por

exemplo, um acidente que causa lesão temporárias no cérebro.

Capacidade Civil: Relativamente Incapazes

Art. 4º. São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer:

I – os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;

II – os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental,

tenham o discernimento reduzido;

III – os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;

IV – os pródigos.

Parágrafo único. A capacidade dos índios será regulada por legislação especial.

Os Maiores de Dezesseis e Menores de Dezoito

Nesta idade o indivíduo, sem dúvida, já atingiu um certo desenvolvimento, sendo que

se encontra intelectualmente amadurecido para razoavelmente entender e medir ou

aquilatar as consequências de seus atos, mas não em grau suficiente para agir com

plena autonomia ou independência. Por isso, é que, pode praticar os atos da vida civil

desde que, devidamente ASSISTIDO por seus pais, tutor ou curador.

LEMBRE-SE: Os absolutamente incapazes (art. 3º) eram

REPRESENTADOS pelos seus pais ou curador, pois a sua vontade é

irrelevante; já os relativamente incapazes são ASSISTIDOS e não

representados, porque devem comparecer ao ato e manifestar sua

vontade, recebendo apenas a autorização do assistente.

CUIDADO: O menor entre 16 e 18 anos não deve apenas comparecer, como também

manifestar sua vontade, que é essencial para a validade do negócio jurídico, já que o

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assistente apenas o autoriza a realizar o contrato, sem jamais poder agir em seu

nome.

Ébrios Habituais, Viciados em Tóxicos e os que têm Discernimento Reduzido por Deficiência Mental

Ébrios habituais: A tal ponto chegou o vício que o organismo reclama a ingestão de

bebidas com álcool, tendo se criada uma irresistível inclinação que não consegue a

pessoa suportar, passando a viver constantemente sob o seu efeito. Daí que, mesmo

sem ter bebido, quando o alcoólatra for efetuar um negócio jurídico, deverá estar

devidamente assistido.

Viciados em tóxicos: Notando-se a intoxicação habitual, ou a dependência psíquica

ou física de substância entorpecente, promove-se o processo competente de

internação em estabelecimento adequado ao tratamento e, por conseguinte, a

declaração de incapacidade relativa.

Discernimento reduzido por deficiência mental:

A alienação mental não oportuniza a apreensão ou compreensão de questões e

problemas complexos. Nem permite o entendimento ou o conhecimento mais profundo

da ciência, da técnica ou da cultura. Entrementes, assimila o ser humano a série de

conhecimentos comuns e necessários para a vida, que leva a coadunar a conduta às

imposições para a convivência e a subsistência. Não equivale tal estado à ausência de

cultura, ou de conhecimento, ou de estudo; nem corresponde à dificuldade em se

comunicar, em se expressar, em efetuar simples cálculos, em se deslocar de um local

para outro. Imprescindível que exista um déficit mental, a ponto de se tornar notória a

limitação. (Arnaldo Rizzardo. Parte Geral do Código Civil. Rio de Janeiro: Forense,

2005, p. 208)

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Excepcionais sem Desenvolvimento Mental Completo

Essa hipótese apenas repete o que já dizia anteriormente, pois com o intuito de

proteger os portadores de deficiência ou retardamento mental, o legislador referiu por

duas vezes que eles necessitam de assistência para praticar atos na vida civil (não

estão aqui incluídos os portadores de psicoses, e doenças mentais graves, os quais

são absolutamente incapazes).

Pródigos

Pródigo é aquele que desperdiça os próprios bens, dilapida seu patrimônio, revelando

um estado mórbido, estando mesmo afetada sua capacidade intelectiva, mental.

O pródigo deve ser interditado e lhe é nomeado um curador, mas atente para o fato de

que o pródigo não terá capacidade para atos como o de:

Emprestar;

Transigir;

Dar quitação;

Alienar;

Hipotecar;

Demandar ou ser demandado em juízo;

Contudo, poderá ADMINISTRAR os bens.

Conclusão sobre a Capacidade Civil do Empresário

Adquire-se a capacidade civil ao se completar 18 anos, desde que não haja alguma

causa de incapacidade até aqui relatada. Logo, toda pessoa maior de 18 anos pode

exercer a atividade mercantil no Brasil. Mas existem outros motivos que podem fazer

com que a pessoa antes de 18 anos adquira a capacidade civil e, portanto, poderá

tornar-se um empresário, eis os motivos que tornam a pessoa capaz, e por isso a

chamamos de EMANCIPADA. Veja-os:

“Art. 5º. A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica

habilitada à prática de todos os atos da vida civil. Parágrafo único. Cessará, para os

menores, a incapacidade:

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I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento

público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido

o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;

II - pelo casamento;

III - pelo exercício de emprego público efetivo;

IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;

V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de

emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos

tenha economia própria.”

Significa dizer que, aquele que possui 16 anos e casou, igualmente pode ser

empresário, ou mesmo aquele que já possui um emprego com 17 anos, também pode

se tornar um empresário.

Agora que terminamos o capítulo relativo ao estudo das incapacidades para o

exercício da atividade empresarial, uma vez que a pessoa seja capaz, tenha sua

vontade livre para manifestar-se de forma consciente, então, além disso, ela deve

também não possuir nenhum impedimento para ser um empresário. Quais são os

impedimentos? É o que veremos no próximo tópico.

Impedimentos para o Exercício da Atividade Empresarial

A incompatibilidade com a prática mercantil traz as seguintes limitações para pessoas

que não podem exercer a atividade empresarial, mesmo sendo capazes. Nesses

termos, Ricardo Negrão ("Manal de direito comercial e de empresa", São Paulo:

Saraiva, 2010, p. 51) elenca os seguintes impedidos de exercer a atividade

empresarial:

Agente político

Ministério Público, Magistratura, Deputados e Senadores, a restrição é parcial, apenas

para propriedade, controle ou Gerenciamento, nos termos do art. 54º, II, “a” da

Constituição.

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Não há restrição para Presidente da República, Prefeito, Ministro, etc.

Falido

Só poderá voltar a exercer atividade mercantil quando satisfeitas as obrigações civis e,

se foi condenado por crime falimentar apenas após a reabilitação: 3 anos – após

cumprimento da pena de detenção, ou 5 anos – após cumprimento da pena de

reclusão.

Servidores públicos

Proibição completa para o exercício da atividade empresarial.

CONSEQUÊNCIA DA VIOLAÇÃO DA PROIBIÇÃO

ATOS VÁLIDOS: não há nulidade dos atos praticados para não prejudicar terceiro,

mas pode ser considerada uma COTRAVENÇÃO PENAL ART. 47º da lei de

contravenções.

CUIDADO: ESTRANGEIRO – não está proibido de ser empresário, apenas sofre

algumas restrições em alguns ramos, como por exemplo no art. 222º da CF, setor de

telecomunicações.

Registro Empresarial – Art. 967º do Código Civil

Sobre a obrigatoriedade do registro da empresa, o Código Civil assim afirma:

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

“Art. 967º. É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do

início de sua atividade.”

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

O Registro Público de Empresas Mercantis e atividades afins é um sistema com dois

níveis:

a) Departamento Nacional do Registro do Comércio (DNRC) – Instituição de nível

federal, cuja finalidade não é de ser um órgão executivo, mas de apenas lançar as

diretrizes. Observe abaixo, as normas para essa atividade:

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Normatiza atividade de registro das empresas;

Organiza o Cadastro Nacional das Empresas Mercantis – sem efeito registral é

um mero banco de dados.

b) Junta Comercial – Instituição de nível estadual, a qual terá uma função executiva,

pois tem como atribuição:

Assentamento dos usos e práticas mercantis (Direito consuetudinário) indício

de prova;

Habilitação de Tradutores públicos e intérpretes comerciais;

Primordialmente, o registro das empresas, é a “certidão de nascimento” de

uma empresa.

Atos para serem Registrados

QUAIS ATOS DA EMPRESA DEVEM SER REGISTRADOS?

Matrícula

Inscrição de profissionais como intérpretes;

Arquivamento

Inscrição do empresário que exerce atividade individual e constituição, dissolução ou

alteração contratual das sociedades empresariais. Arquiva-se, portanto, o contrato

social da empresa;

Autenticação

Ato ligado aos livros comerciais e fichas escriturais.

EMPRESÁRIO IRREGULAR:

Quando o empresário deixa de proceder com o arquivamento do contrato social,

portanto, não registra na junta comercial os atos da sociedade ou mesmo os livros

contábeis, então passa a ser um empresário irregular.

Nesse caso, terá várias restrições, dentre as quais destacam-se:

a) O empresário irregular não tem legitimidade ativa para o pedido de falência de seu

devedor, consoante prescreve o art. 9º, III, a Lei de Falência;

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b) O empresário irregular não tem legitimidade ativa para pedir a recuperação judicial

da empresa;

c) O empresário não pode ter seus livros autenticados no Registro de Empresa, em

virtude de falta de inscrição. Portanto, a falência será necessariamente fraudulenta.

Livros Comerciais

Todos os empresários estão sujeitos a três seguintes obrigações:

1º) Registrar-se, no Registro de Empresa, antes de iniciar suas atividades, conforme

consta no art. 967º;

2º) Escriturar regularmente os livros obrigatórios;

3º) Levantar balanço patrimonial e de resultado econômico a cada ano art. 1.179º.

Aqui, é importante saber quais são os livros de escrituração obrigatória. Na verdade,

existe apenas um livro que é de escrituração obrigatória, o livro DIÁRIO – art. 1.180º

do CC – qualquer empresário, pessoa física ou jurídica deve escriturar o diário.

“Art. 1.180º. Além dos demais livros exigidos por lei, é indispensável o Diário, que

pode ser substituído por fichas no caso de escrituração mecanizada ou eletrônica.

Parágrafo único. A adoção de fichas não dispensa o uso de livro apropriado para o

lançamento do balanço patrimonial e do resultado econômico.”

Empresas de pequeno porte e microempresas que NÃO forem adeptas do SIMPLES

(Regime especial de contribuição fiscal, efetuada de modo mensal), estão

dispensadas da obrigação de escriturar livros.

Consequências da Má Escrituração

Nesse caso, além de eventual autuação da Receita Federal do Brasil, pois a

escrituração é necessária para o cálculo dos tributos, também há implicações caso a

empresa venha a falir, pois será considerada irregular a falência com responsabilidade

do administrador da empresa.

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Noções sobre Sociedades no Direito Comercial

Para finalizar nosso estudo de Legislação Comercial e Marketing, é necessário, ainda,

estudarmos um pouco sobre as sociedades, pois o profissional com certeza irá se

deparar com essa realidade quando ingressar no mercado de trabalho, e esta noção

sobre sociedade trazida pelo Direito Comercial irá auxiliar muito no momento de

alguma decisão, ou mesmo para compreensão de um contrato. Vamos lá?!

Para iniciarmos esse estudo, é necessário primeiramente que possamos ter uma

noção sobre quais tipos de sociedade existem. Então, veremos uma classificação

desses diferentes tipos no Direito Comercial.

Classificação das Sociedades - quanto à forma de constituição

1. QUANTO À FORMA DE CONSTITUIÇÃO:

As sociedades podem ser regulares ou irregulares, isso significa dizer, personificadas

ou não personificadas.

Personificadas – são as que apresentam contrato escrito e registrado na

Junta Comercial, essas sociedades constituem uma pessoa jurídica distinta

dos seus sócios;

Não personificadas – não possuem contrato escrito, ou registrado na Junta

Comercial, nesse caso, as sociedades não personificados, por não possuírem

o registro, então é como se elas sequer existissem. Os sócios irão responder

com seu patrimônio pessoal por qualquer dívida da sociedade não

personificada, pois ela não possui uma personalidade jurídica.

Sobre a responsabilidade dos sócios pelas dívidas da sociedade, no caso da

sociedade sem personalidade jurídica, o Código Civil assim se refere:

“Art. 990º. Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações

sociais, excluído do benefício de ordem, previsto no art. 1.024º, aquele que contratou

pela sociedade.”

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Sobre a Venda da Participação Societária

2. QUANTO ÀS CONDIÇÕES PARA A VENDA DA PARTICIPAÇÃO SOCIETÁRIA:

2.1. Sociedade de pessoas

Nas sociedades de pessoas, as características pessoais dos sócios têm relevância

para a sua constituição, desenvolvimento e sucesso. Por isso, ao formar essa

sociedade a entrada de outra pessoa ou saída de alguém é algo muito complicado,

imagine 4 profissionais de Marketing que decidiram fazer uma sociedade para atuar no

mercado, a decisão de formar a sociedade foi motivada sobretudo considerando o que

cada um tem para contribuir intelectualmente. Bem, nesse caso, temos uma sociedade

de pessoas.

Na sociedade de pessoas, a realização do objeto social depende fundamentalmente

dos atributos individuais dos sócios. A pessoa do sócio é mais importante que sua

contribuição material para a sociedade. Ex.: Duas pessoas que se organizam para

criar uma empresa de prestação de serviços. Como os atributos individuais do

adquirente de uma participação podem interferir na realização do objeto social, a

cessão da participação societária depende da anuência dos demais sócios. O ingresso

de novo sócio está condicionado à aceitação dos outros sócios, cujos interesses

podem ser afetados.

Por isso, NÃO se admite:

Alienação da participação societária por um sócio sem anuência dos demais;

Transmissão das cotas sociais aos herdeiros – assim, caso um dos sócios

venha a falecer, seu filho não entrará na sociedade, sendo que participação do

sócio falecido no capital social terá que ser entregue para a família em

dinheiro. Por isso, diz-se que as cotas devem ser liquidadas (dissolução parcial

da sociedade) e repassadas aos herdeiros do sócio falecido.

2.2. Sociedades de capital

São aquelas em que a participação pessoal dos sócios ocupa posição secundária. O

mais importante neste tipo de sociedade é o capital do sócioacionista e não a sua

pessoa. Por isso, nenhuma alteração será feita no contrato social em razão do

ingresso ou retirada deste ou daquele sócio. Desta maneira, o sócioacionista ingressa

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na sociedade ou dela se retira, sem dar atenção aos demais, pela simples aquisição

ou venda de suas ações.

Portanto, nesse caso a participação societária é livremente transferível a terceiros.

Classificação quando ao Objeto: sociedades empresárias e não empresárias

3. QUANTO AO OBJETO:

3.1. Sociedades empresárias – exerce atividade própria de empresário (Art. 966º).

3.2. Sociedades não empresárias – conceito negativo, toda atividade que não for de

empresário. Ex.: Uma atividade eminentemente intelectual, ou artística, como uma

sociedade de dentistas, essa clínica será não empresária (Parágrafo único do art.

966º). Em diversos textos vamos encontrar o nome sociedade "simples" como

sinônimo de sociedade "não empresária". A rigor isso não é muito preciso, pois a

classificação sociedade "simples" diz respeito ao tipo de responsabilidade existente

entre os sócios, e não ao objeto da empresa. Contudo, já se consagrou a denomição

sociedade "simples" para as sociedades "não empresárias".

É possível uma sociedade "não empresária" com responsabilidade LIMITADA? Sim,

com certeza, pois se trata de uma atividade intelectual desenvolvida com

responsabilidade limitada dos sócios. Já que ela é "não empresária" poderíamos dizer

que ela é simples, mas não fica bem dizer uma sociedade simples limitada. Como se

pode ver então, embora seja consagrado que sociedade "não empresária" é

conhecida por "simples", melhor seria separar os conceitos. Mas fique atento, quando

você ler ou ouvir falar em sociedade simples, é bem possível que o texto esteja se

referindo a sociedade "não empresária", pois tais nomes foram consagrados como

sinônimos.

SOCIEDADES EMPRESÁRIAS:

Considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade

própria de empresário sujeito a registro.

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“Art. 982º. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que

tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro (art.

967º); e, simples, as demais.”

ATIVIDADE PRÓPRIA DE EMPRESÁRIO:

Atividade organizada exercida de modo habitual com escopo econômico!

“Art. 966º do Código Civil. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente

atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de

serviços. Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão

intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de

auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de

empresa.”

Exemplo: Uma sociedade com vários sócios para exercer atividade na construção civil,

ou para venda de sorvetes. Enfim, todas as sociedades que existem visando lucro

para a venda de bens ou serviços, desde que não seja uma atividade eminentemente

intelectual, pois se for intelectual, como uma sociedade de dentistas, ou médicos, ou

advogados, nesse caso será uma sociedade não empresarial.

Portanto, o que difere a sociedade empresária da não empresária é o MODO como

exploram seu objeto.

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Cuidado: É comum no linguajar empregado no meio empresarial chamar a sociedade "não empresária" de

sociedade "simples".

-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------

Requisitos para Formação das Sociedades Empresárias

Por fim, nossa última tela com conteúdo trata dos requisitos para formação das

sociedades empresárias.

São 3 requisitos essenciais para formação da sociedade, além, é claro, do ato registral

na Junta Comercial chamado arquivamento. Observe-os abaixo:

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REQUISITO 01

“affectio societatis”:

Consiste na intenção dos sócios de constituir uma sociedade. É a declaração de

vontade expressa e manifestada livremente pelo(s) sócio(s) de desejar(em), estar(em)

e permanecer(em) juntos na sociedade. Isso quer dizer que efetivamente existe um

desejo de todos os sócios de permanecerem juntos para trabalhar.

REQUISITOS 02

Pluralidade de sócios:

Necessariamente deve haver 2 ou mais pessoas. No Brasil, não existe sociedade com

apenas uma pessoa.

REQUISITO 03

A constituição de um capital:

Cada sócio deve entrar contribuindo com um pouco para formar o patrimônio da

empresa, o patrimônio da empresa se chama capital social. Portanto, cada sócio deve

entrar pagando uma parte do capital social.

Como já foi dito anteriormente, para AQUISIÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA, é

necessário que seja promovido na Junta Comercial o registro chamado

ARQUIVAMENTO do contrato social, nos termos do artigo 985º do Código Civil.

Após tudo isso, teremos então uma SOCIEDADE EMPRESÁRIA com a respectiva

personalidade jurídica.

FAREMOS AGORA, UM BREVE RESUMO:

Após nosso estudo, podemos dizer que existem as seguintes possibilidades:

SOCIEDADE NÃO EMPRESARIAL;

SOCIEDADE EMPRESARIAL;

EXPLORAÇÃO INDIVIDUAL/EMPRESÁRIO;

EXPLORAÇÃO COLETIVA COM SÓCIOS/SOCIEDADE (do tipo limitada,

simples...).

Quem explora individualmente uma atividade não empresarial?

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O PROFISSIONAL LIBERAL.

Quem explora individualmente uma atividade empresarial?

O EMPRESÁRIO.

Mensagem Final

Após todas essas semanas de estudos, acredito que o Direito tenha se tornado mais

fácil e compreensível em alguns de seus aspectos.

Talvez essa não seja uma área que você tenha maior afinidade, ou talvez você tenha

despertado grande interesse pelos institutos jurídicos. O certo é que o Direito estará

sempre em sua vida, principalmente se atuar numa atividade empresarial, e nesse

caso é preferível sempre conhecer um pouco mais para poder tomar as melhores

decisões!

Pois como diz um velho ditado: prior in tempore, potior in iure!

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Significa dizer, PRIMEIRO NO TEMPO, MELHOR NO DIREITO!

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Quanto mais cedo despertamos para as questões jurídicas, mais cedo seremos

beneficiados!

Um grande abraço a todos!