mobile identity
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Desenvolvimento da identidade dos jovensTRANSCRIPT
Mobile Identity: Youth, Identity, and Mobile Comunication Media
de Gitte Stald
Contributos para uma síntese e reflexão
Media digitais e socializ@çãoDocente: Lúcia Amante
Alunas: Etelvina Lamas, Isabel Pardal, Maritza Dias e Zélia Delgado Mestrado em Gestão da Informação e Bibliotecas Escolares
Introdução
O telemóvel,
começando por ser
um raro e excitante objecto de alguns privilegiados,
tornou-se
a mais importante, popular e óbvia ferramenta para comunicar, informar e entreter.
Mobile Identity: Youth, Identity, and Mobile Comunication Media - Mobile Identity: Youth, Identity, and Mobile Comunication Media - Mobile Identity: Youth, Identity, and Mobile Comunication Media
telemóvel e mobilidade
The Mobile Phone and Mobility - The Mobile Phone and Mobility - The Mobile Phone and Mobility - The Mobile Phone and Mobility - The Mobile Phone and Mobility - The Mobile Phone and
As suas vantagens mais óbvias são:
Ser portátil.
Ser eficaz e vantajoso, independente do tempo e do espaço.
Em qualquer lugar o telemóvel transmite e recebe
informação.
A mobilidade combinada com o uso social, coordena e
actualiza de modo imediato e ubíquo a informação.
a mobilidade e os jovens
Mobility and Young People - Mobility and Young People - Mobility and Young People - Mobility and Young People - Mobility and Young People - Mobility and Young People - Mobility and Young
O telemóvel permite aos jovens moverem-se, em espaços virtuais e
num contexto global.
Liberta o utilizador do constrangimento físico da proximidade e da
mobilidade espacial.
“Somos móveis, o “invento” move-se connosco”.
É um meio para constantes updatings (actualizações), coordenação,
acesso à informação e documentação.
Duplamente articulado, o seu valor depende do uso contextualizado e
da experiência.
o telemóvel na cultura contemporânea dos jovens
Facilita a mobilidade de identidade porque é ubíquo no contexto cultural jovem,
como meio para constantes updatings (actualizações), coordenação, acesso à
informação e documentação.
É necessário no reflexivo processo da construção da identidade.
Os mais novos apenas discutem a sua importância e significado no contexto social,
assumindo maior importância e valências para os mais velhos.
The Mobile Phone in Contemporary Youth Culture - The Mobile Phone in Contemporary Youth Culture - The Mobile Phone in Contemporary Youth Culture - The Mobile Phone in Contemporary
o telemóvel na cultura contemporânea dos jovens
O uso de variadas comunicações digitais combinadas com informações média, reflectem o
estado do fluxo da informação que existe entre diferentes esferas da vida moderna, entre o
tempo de trabalho e o tempo de lazer, entre o privado e o espaço público, entre campos
físicos e virtuais e a interdependência do tempo e do espaço.
É uma mais-valia do grupo e da sua identidade para as trocas entre amigos.
“Seremos capazes de trabalhar em qualquer lugar,.., os nossos telemóveis conectar-nos-
ão”
The Mobile Phone in Contemporary Youth Culture - The Mobile Phone in Contemporary Youth Culture - The Mobile Phone in Contemporary Youth Culture - The Mobile Phone in Contemporary
a importância do telemóvel
The Importance of The Mobile - The Importance of The Mobile - The Importance of The Mobile - The Importance of The Mobile - The Importance of The Mobile - The Importance of The Mobile - The
“Entrou na vida quotidiana”.
É usado para gerir a vida em geral.
É indispensável e tem que estar sempre perto:
“…Sempre comigo. Eu transporto tudo o que preciso e a flexibilidade
disso é absolutamente fantástica” (Dany, 20 anos).
A sua forma e tamanho fazem-no parecer parte do próprio corpo.
É fácil de transportar em qualquer lugar, de tê-lo perto e pronto a pegar
(nem se sente até se ser alertado por uma mensagem ou chamada).
É um invento físico, um meio através do qual comunicamos e com o qual
mantemos contactos sociais.
Os jovens fazem um uso básico do telemóvel, devido aos baixos
níveis de literacia tecnológica, reflexo de pouco interesse nas
potencialidades desta tecnologia e respectivo software.
Factores culturais (tradições, normas, tendências), sociais
(legislação, regulamentação, necessidades e normas) e
restrições práticas (acesso, economia, infra estruturas, trabalho/
estudo) afectam o ritmo de adaptação a esta tecnologia, assim
como o seu uso corrente e os usos inesperados.
Use and Adaptation - Use and Adaptation - Use and Adaptation - Use and Adaptation - Use and Adaptation - Use and Adaptation - Use and Adaptation - Use and Adaptation - Use and Adapta
Uso e adaptação
A variedade de usos e as formas de adaptação ao
telemóvel não são apenas ditadas pela
funcionalidade e pelas necessidades.
A escolha do equipamento e o uso de serviços são
igualmente determinados pelas tendências que
marcam as culturas juvenis.
Use and Adaptation - Use and Adaptation - Use and Adaptation - Use and Adaptation - Use and Adaptation - Use and Adaptation - Use and Adaptation - Use and Adaptation - Use and Adapta
Uso e adaptação
Os adolescentes raramente desligam o telemóvel, põem-no em silêncio. Estar sempre disponível
denota confiança, fundamental nos verdadeiros relacionamentos, segundo os adolescentes.
O telemóvel é um mediador/elo entre a identidade social e a pessoal. Ausências ou zonas em
que não se faz uso do telemóvel são um luxo a que apenas se podem dar os muito seguros da
sua posição na respectiva rede social.
Não ter telemóvel, por opção, por falta de dinheiro, por roubo ou por se estragar, é uma ameaça
à importante actualização da respectiva rede social e, logo, para a própria posição, para a
capacidade de participar em actividades sociais e, em último caso, para a percepção de si
mesmo ou identidade.
Availability - Availability - Availability - Availability - Availability - Availability - Availability - Availability - Availability - Availability - Availability - Availability - Availability - Availability - Availability - Availabi
disponibilidade
A comunicação fática assume diversas formas, do
toque único aos vários toques, e a forma como é
compreendida depende de aspectos culturais e dos
códigos com que o grupo se rege, sendo essencial
aprendê-los e às regras de significado não escritas, à
linguagem e ao comportamento normativo, para que a
comunicação seja significativa.
Phatic Communication - Phatic Communication - Phatic Communication - Phatic Communication - Phatic Communication - Phatic Communication - Phatic Communication - Phatic Communication -
comunicação fática
Phatic Communication - Phatic Communication - Phatic Communication - Phatic Communication - Phatic Communication - Phatic Communication - Phatic Communication - Phatic Communication -
comunicação fática
Manter o contacto social pode ser um motivo
essencial para a comunicação fática, bem como:
pertença a um grupo, confirmação, estatuto,
presença, entretenimento, motivos relacionados com
ser capaz de reflectir e de testar a identidade pessoal
por comparação com a do grupo.
Outro aspecto relevante é que com o telemóvel (juntamente com
Messenger, mail e chat) não há momentos livres nem pausas, excepto em
situações muito raras.
Muitos jovens são constantemente recordados da presença dos outros,
sendo interrompidos por um ou mais meios digitais, a que acresce o uso
corrente da televisão e da Internet, a música e os jogos, o que levanta
questões acerca das capacidades cognitivas necessárias para se
concentrar, para realizar multitarefas e gerir grandes quantidades de
informação de todos os tipos.
No Free Momments - No Free Momments - No Free Momments - No Free Momments - No Free Momments - No Free Momments - No Free Momments - No Free Momments - No Free Momments -
sem momentos livres
stress
A utilização dos telemóveis é causadora de stress pela necessidade de disponibilidade
permanente, o ritmo e a quantidade de informação a que é preciso dar resposta e a necessidade
de contextualização e rápida apreensão do conteúdos das mensagens.
A privação do telemóvel é igualmente causadora de stress, dado que, periga as relações/redes
sociais estabelecidas.
O stress é uma condição permanente da vida dos jovens, que o telemóvel agrava, quer pela
presença, quer pela ausência, quer ainda, pelo exacerbamento da fluidez do tempo e da
programação e definição da sua vida quotidiana.
Stress - Stress - Stress - Stress - Stress - Stress - Stress - Stress - Stress - Stress - Stress - Stress - Stress - Stress - Stress - Stress - Stress - Stress - Stress - Stress - Stress - Stress - Stress -
a percepção de presença num
espaço partilhado
A presença adquire contornos diferenciados: presença física ou virtual e
interrupção da presença física pela necessidade de uma presença virtual. O
telemóvel promove o alheamento da presença num contexto/espaço físico
para permitir a presença num contexto/espaço virtual.
Estar igualmente presente em vários contextos (físico e virtual) ao mesmo
tempo é impossível.
The Perception of Presence in a Shared Space - The Perception of Presence in a Shared Space - The Perception of Presence in a Shared Space - The Perception of Presence in a Shared Space -
a percepção de presença num espaço partilhado
Existe uma distinção entre a presença física e a presença social: um
indivíduo pode estar fisicamente presente num determinado lugar e contexto
e, através do uso do telemóvel, estar socialmente presente num outro espaço
e contexto partilhado com o interlocutor.
Em função do contexto e da comunicação, o uso do telemóvel contribui para
a criação de uma sensação de presença num espaço social partilhado,
dando lugar a sensações de proximidade e intimidade, ou pode ser visto
como um meio que permite a alienação do individuo do espaço físico em que
se encontra.
The Perception of Presence in a Shared Space - The Perception of Presence in a Shared Space - The Perception of Presence in a Shared Space - The Perception of Presence in a Shared Space -
a percepção de presença num
espaço partilhado
Os jovens utilizam o telemóvel para comunicar sobre os mais
diversos assuntos, no entanto, para o tratamento de problemas
mais sérios preferem o contacto presencial.
The Perception of Presence in a Shared Space - The Perception of Presence in a Shared Space - The Perception of Presence in a Shared Space - The Perception of Presence in a Shared Space -
estar simultaneamente presente
em vários espaços
Being Simultaneously Present in Sveral Spaces - Being Simultaneously Present in Sveral Spaces - Being Simultaneously Present in Sveral Spaces - Being Simultaneously Present in Sveral Spa
O telemóvel permite uma “presença ausente”, ao possibilitar
estar fisicamente num espaço físico e mentalmente num outro
lugar.
Em determinadas situações o telemóvel assume a função de
“guarda-costas simbólico” permitindo ao utilizador demonstrar
que apesar de estar só num determinado espaço físico está
virtualmente acompanhado por outros.
o telemóvel como diário de bordo
The Mobile as Personal Log - The Mobile as Personal Log - The Mobile as Personal Log - The Mobile as Personal Log - The Mobile as Personal Log - The Mobile as Personal Log - The Mobile as P
O telemóvel é utilizado pelos jovens como um “diário de bordo” onde armazenam, sob diversas
formas as experiências e emoções do quotidiano. A informação armazenada é geralmente
partilhada com outros estreitando, assim, as relações interpessoais e contribuindo para a
afirmação da identidade pessoal dos utilizadores.
Como “diário de vida” comporta informação que não é partilhada e que se destina apenas a ser
visualizada pelo utilizador como forma de recuperar emoções, sentimentos e estados de espírito.
o telemóvel como duplo informacional
The Mobile as the Data Double - The Mobile as the Data Double - The Mobile as the Data Double - The Mobile as the Data Double - The Mobile as the Data Double - The Mobile as the Data Double
O telemóvel funciona como uma espécie de diário digital que é
compartilhado com amigos, mas também pode ser entendido como
um “data double,” extensão amovível do corpo e mente, ou uma
espécie “de extensão do próprio”.
O telemóvel está sempre perto das mãos, orelhas, ou olhos:
representa uma espécie de auto-percepção, um meio de
documentação da vida social, exprime preferências e é uma forma de
criar redes e de partilha de experiências.
o telemóvel como duplo informacional
The Mobile as the Data Double - The Mobile as the Data Double - The Mobile as the Data Double - The Mobile as the Data Double - The Mobile as the Data Double - The Mobile as the Data Double
Os jovens experimentam uma espécie de simbiose com o seu
telemóvel, em que os dispositivos físicos são entendidos como
uma representação pessoal da identidade.
Para os usuários, o próprio dispositivo tem pouco ou nenhum
valor afectivo — pode ser trocado por um modelo mais novo.
É principalmente o conteúdo e as representações que ele
contém que estabelecem a sua importância.
o telemóvel como duplo informacional
The Mobile as the Data Double - The Mobile as the Data Double - The Mobile as the Data Double - The Mobile as the Data Double - The Mobile as the Data Double - The Mobile as the Data Double
A identificação do utilizador com o telemóvel estende-se
ao número telefónico.
Os números telefónicos funcionam como códigos para as
relações sociais e íntimas, como códigos para aceder a
redes sociais e o facto de outras pessoas o saberem dá
uma sensação de segurança.
aprendizagem social
Social Learning - Social Learning - Social Learning - Social Learning - Social Learning - Social Learning - Social Learning - Social Learning - Social Learning - Social Learning - Social Learning -
A relação entre o telemóvel e a aprendizagem social pode ser entendida
de dois modos:
- como aprendizagem por interacção social;
- como aprendizagem de normas sociais.
As normas do comportamento social com o telemóvel são constantemente
testadas e modificadas pelos jovens.
Esta modificação realiza-se através:
- dos modelos do uso
- da modificação e desenvolvimento do significado do telemóvel na vida
diária.
aprendizagem social
Social Learning - Social Learning - Social Learning - Social Learning - Social Learning - Social Learning - Social Learning - Social Learning - Social Learning - Social Learning - Social Learning -
As normas modificam-se constantemente e não são as mesmas para todos
os grupos sociais.
Para ser incluído no grupo, o jovem deve comportar-se segundo os códigos
normativos desse grupo.
O telemóvel é muitas vezes considerado potencialmente perturbador em
situações de comunicação cara a cara e em lugares públicos (cinema,
restaurantes, cafés, transportes).
conclusão
Conclusion - Conclusion - Conclusion - Conclusion - Conclusion - Conclusion - Conclusion - Conclusion - Conclusion - Conclusion - Conclusion - Conclusion - Conclusion - Conclusion - Conclusion -
O telemóvel funciona como:
- uma espécie de diário digital
- extensão amovível do corpo e da mente – os jovens parecem experimentar uma espécie
de simbiose com eles
O telemóvel permite:
- criar redes
- partilhar experiências
- estabelecer uma identidade
conclusão
Conclusion - Conclusion - Conclusion - Conclusion - Conclusion - Conclusion - Conclusion - Conclusion - Conclusion - Conclusion - Conclusion - Conclusion - Conclusion - Conclusion - Conclusion -
O telemóvel representa:
- a vida social
- as experiências íntimas
- a sua rede social (network)
O telemóvel dá a sensação de segurança.
O telemóvel tem um valor simbólico, uma vez que:
- permite perceber as preferências
- fornece sinais sobre a identidade do utilizador ou pelo menos a sua auto-representação
- suporta e realça a manutenção dos grupos sociais e a sensação de pertença a um grupo
O telemóvel é importante para a representação pessoal e social dos jovens
comentários e reflexão
Comments and Reflection - Comments and Reflection - Comments and Reflection - Comments and Reflection - Comments and Reflection - Comments and Reflection - Comments and Refl
O telemóvel tem um enorme impacto na vida quotidiana pelo
acesso à informação e à comunicação que possibilita.
Nos jovens, a comunicação estabelecida é essencialmente de
carácter social.
Através do uso do telemóvel constroem-se, desenvolvem-se,
alimentam-se e destroem-se relações sociais com os pares.
comentários e reflexão
Comments and Reflection - Comments and Reflection - Comments and Reflection - Comments and Reflection - Comments and Reflection - Comments and Reflection - Comments and Refl
Elemento de comunicação e segurança, de definição da
identidade pessoal e de afirmação perante o grupo, o telemóvel
constitui-se como algo indispensável à vida quotidiana dos
jovens.
Espaço de armazenamento de informações e emoções, espaço
de partilha, recurso para suprir a ausência dos outros, forma de
aprendizagem de normas sociais, meio de pertença a um grupo
num mundo marcado pela incerteza.
comentários e reflexão
Comments and Reflection - Comments and Reflection - Comments and Reflection - Comments and Reflection - Comments and Reflection - Comments and Reflection - Comments and Refl
Conscientes dos aspectos negativos que o uso permanente e
omnipresente do telemóvel implica nas suas vidas, os jovens optam por
seguir a forma estabelecida para a interacção, temendo o risco da
exclusão social.
Avaliados os riscos e os aspectos negativos, as vantagens são
demasiadas.
A opção dos jovens é alimentar a tendência, em virtude da importância da
definição da identidade e das relações sociais na adolescência e do uso
do telemóvel ser um meio altamente facilitador desse processo.
bibliografia
Bibliography - Bibliography - Bibliography - Bibliography - Bibliography - Bibliography - Bibliography - Bibliography - Bibliography - Bibliography - Bibliography - Bibliography - Bibliography -
Gitte Stald (2008) Mobile Identity: Youth, Identity, and Mobile
Communication Media .Youth, Identity, and Digital Media: 143–164.
http://www.mitpressjournals.org/doi/pdf/10.1162/dmal.9780262524834.143
Marc Prensky, “Digital Natives, Digital Immigrants”, On the Horizon
(NCB University Press, Vol. 9 No. 5, October 2001