modernismo brasileiro apresentação final
TRANSCRIPT
![Page 1: Modernismo brasileiro apresentação final](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022052912/55a1295d1a28ab4a068b4569/html5/thumbnails/1.jpg)
Modernismo brasileiro
Segunda fase1930 a 1945
![Page 2: Modernismo brasileiro apresentação final](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022052912/55a1295d1a28ab4a068b4569/html5/thumbnails/2.jpg)
DI CAVALCANTI
![Page 3: Modernismo brasileiro apresentação final](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022052912/55a1295d1a28ab4a068b4569/html5/thumbnails/3.jpg)
CÂNDIDO PORTINARI
“MESTIÇO”- 1934
![Page 4: Modernismo brasileiro apresentação final](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022052912/55a1295d1a28ab4a068b4569/html5/thumbnails/4.jpg)
A época
A época O processo de transformação dos meios de
comunicação acelerou-se a partir do início do século XX, graças à união de alguns recursos tecnológicos, como o telégrafo, o telefone, as máquinas rotativas, que possibilitaram o aumento das tiragens dos jornais, e principalmente o rádio, que chegou ao Brasil em 1923. Com isso, as informações sobre música, teatro, cinema, política, problemas econômicos e sociais do mundo inteiro tornaram-se acessíveis a locais cada vez mais distantes do centro que as divulgava. Tinha início a chamada Era da Informação .
![Page 5: Modernismo brasileiro apresentação final](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022052912/55a1295d1a28ab4a068b4569/html5/thumbnails/5.jpg)
O cenário do século XX, porém, não era de tranqüilidade, nem para o Brasil, nem para o resto do mundo. Esse século produziu guerras catastróficas e imensos massacres populacionais: o número de mortos entre civis e militares, de 1914 a 1945, período que compreende as duas grandes guerras, ultrapassa os 100 milhões!
A partir da década de 1920, o mundo passou a viver outro período histórico conturbado devido a uma série de transformações políticas e econômicas. Para o Brasil, são importantes os seguintes fatos:
![Page 6: Modernismo brasileiro apresentação final](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022052912/55a1295d1a28ab4a068b4569/html5/thumbnails/6.jpg)
. A quebra da bolsa de Nova York, em 1929, ao desencadear uma depressão econômica mundial, fez cair vertiginosamente o preço do café, nosso principal produto de exportação.
. Na esteira da perda de poder econômico dos barões do café, ocorre a Revolução de 1930 que levou Getúlio Vargas à presidência da República, pondo fim à política do “café-com-leite”. A chamada Era Vargas só terminaria em 1945.
![Page 7: Modernismo brasileiro apresentação final](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022052912/55a1295d1a28ab4a068b4569/html5/thumbnails/7.jpg)
Em meio à onda de greves operárias, formou-se uma frente paulista em oposição à política de Vargas, que evoluiu, em 1932, para a Revolução Constitucionalista, que reivindica a autonomia dos estados, então sob intervenção federal. Os paulistas foram derrotados.
![Page 8: Modernismo brasileiro apresentação final](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022052912/55a1295d1a28ab4a068b4569/html5/thumbnails/8.jpg)
Cartazes da Revolução Constitucionalista
![Page 9: Modernismo brasileiro apresentação final](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022052912/55a1295d1a28ab4a068b4569/html5/thumbnails/9.jpg)
Modelos de aviões utilizados na Revolução Constitucionalista
![Page 10: Modernismo brasileiro apresentação final](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022052912/55a1295d1a28ab4a068b4569/html5/thumbnails/10.jpg)
Para se manter no poder e evitar futuras rebeliões, em 1935 , Getúlio decreta a Lei de Segurança Nacional, que franqueava ao governo a repressão de quaisquer atividades consideradas subversivas, como a fracassada tentativa de levante organizada pelos comunistas, no mesmo ano.
![Page 11: Modernismo brasileiro apresentação final](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022052912/55a1295d1a28ab4a068b4569/html5/thumbnails/11.jpg)
Em 1937, Vargas, autorizado pelo Congresso, instaura o “estado de guerra”. Fecha, por noventa dias o Congresso, que o apoiara; outorga nova Constituição, de teor claramente fascista; nomeia novos interventores para todos os estados; extingue os partidos políticos e determina a supressão dos direitos individuais. Estava implantada a ditadura do Estado Novo, com o apoio de classe média e da burguesia.
![Page 12: Modernismo brasileiro apresentação final](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022052912/55a1295d1a28ab4a068b4569/html5/thumbnails/12.jpg)
Em 1939, tem início a Segunda Guerra Mundial. Getúlio Vargas cria o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda), órgão de censura aos meios de comunicação.
Em 1942, apesar da simpatia que Vargas nutria pelo fascismo, o Brasil, devido a pressões internacionais, alia-se aos Estados Unidos e declara guerra aos países do Eixo: Itália, Alemanha e Japão.
![Page 13: Modernismo brasileiro apresentação final](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022052912/55a1295d1a28ab4a068b4569/html5/thumbnails/13.jpg)
Em 1945, Getúlio Vargas é deposto pelas Forças Armadas. Extingue-se a ditadura do Estado Novo. file:///E:/Getúlio%20Vargas%20-%20Wikipédia_arquivos/180px-Fo_g0039.jpg
![Page 14: Modernismo brasileiro apresentação final](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022052912/55a1295d1a28ab4a068b4569/html5/thumbnails/14.jpg)
É um dos idealizadores e organizadores da Semana de Arte Moderna de 1922, autor do material gráfico da exposição.
DI CAVALCANTI
Contexto cultural da época
- A mulata, para mim, é um símbolo do Brasil. Ela não é preta nem branca. Nem rica nem pobre. Gosta de música, gosta do futebol, como nosso povo. (...)"
"Moço continuarei até a morte porque, além dos bens que obtenho com minha imaginação, nada mais ambiciono."
![Page 15: Modernismo brasileiro apresentação final](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022052912/55a1295d1a28ab4a068b4569/html5/thumbnails/15.jpg)
Poemas de Carlos Drummond de Andrade e Vinicius de Moraes a Di Cavalcanti
... Que bom que existas, pintorEnamorado das ruas
Que bom vivas, que bom sejasQue bom lutes e construas
Poeta o mais cariocaPintor o mais brasileiro
Entidade mais diletaDo meu Rio de Janeiro
- Perdão meu irmão poetaNosso Rio de Janeiro
(Vinícius de Morais,setembro de 1963)
Uma Flor para Di CavalcantiEsta é uma flor para Di,uma flor em forma di-ferente: de flor-mulher,desabrochada onde querque exista amor e verão.Verão como a cor cinti-la nas curvas, e sorrinesse púrpuro arrebolque Di tirou do seu Riocoado de mel e sol.Uma flor-pintura, zi-nindo o canto de amorque acompanhou toda a vi-da do pincel, o gozo-dor de criar e de sentir, di-vina e tão sensual ração que coube, na Terra, a Di.
Carlos Drummond de Andrade
![Page 16: Modernismo brasileiro apresentação final](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022052912/55a1295d1a28ab4a068b4569/html5/thumbnails/16.jpg)
O desejo de pesquisar nossa realidade social, cultural e religiosa revelou-se forte nas artes plásticas e na literatura. A arte mergulhou profundamente no tenso panorama ideológico da época, procurando analisar as contradições vividas pelo país e representá-las por meio da linguagem estética.
![Page 17: Modernismo brasileiro apresentação final](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022052912/55a1295d1a28ab4a068b4569/html5/thumbnails/17.jpg)
Dois dos mais importantes pintores dessa tendência foram Cândido Portinari, que adotou como tema central da sua pintura o povo e seu cotidiano, e Di Cavalcanti que pintou as mulheres dos bordéis, as festas nas ruas do subúrbio carioca, os pescadores.
Na arquitetura, destacam-se Oscar Niemeyer e Lúcio Costa, os quais, posteriormente, fariam os projetos da capital federal, Brasília.
![Page 18: Modernismo brasileiro apresentação final](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022052912/55a1295d1a28ab4a068b4569/html5/thumbnails/18.jpg)
“Auto-retrato” - 1943“Moças no vilarejo” década de 1940
DI CAVALCANTI- Obras
![Page 19: Modernismo brasileiro apresentação final](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022052912/55a1295d1a28ab4a068b4569/html5/thumbnails/19.jpg)
“Mulatas e pássaros” década de 30
“Colonos” - 1945
![Page 20: Modernismo brasileiro apresentação final](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022052912/55a1295d1a28ab4a068b4569/html5/thumbnails/20.jpg)
CÂNDIDO PORTINARI - Obras
“Futebol”- 1935 “Circo” -1933
![Page 21: Modernismo brasileiro apresentação final](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022052912/55a1295d1a28ab4a068b4569/html5/thumbnails/21.jpg)
“Retirantes” – 1936
“Marias” - 1936
![Page 22: Modernismo brasileiro apresentação final](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022052912/55a1295d1a28ab4a068b4569/html5/thumbnails/22.jpg)
Na música, o inovador maestro e compositor Heitor Villa-Lobos compõe, em 1930, as Bachianas brasileiras, unindo à estrutura da música de Bach as melodias, os ritmos e a sonoridade da música brasileira.
Com a difusão do rádio, a música popular também ganha repercussão. O samba dos morros do Rio de Janeiro passa a ser divulgado nacionalmente e consagra-se, com compositores como Noel Rosa, Pixinguinha, Ary Barroso, Lamartine Babo.
![Page 23: Modernismo brasileiro apresentação final](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022052912/55a1295d1a28ab4a068b4569/html5/thumbnails/23.jpg)
No teatro, Flávio de Carvalho encena a peça “O bailado do Deus morto”, em 1939, que teve sua apresentação interrompida pela polícia, sob a alegação de ser ofensiva ao pudor.
Quanto ao cinema, a produção viu-se derrotada pela concorrência estrangeira. O primeiro filme brasileiro, Os estranguladores, data de 1929. Em 1931, Mário Peixoto lança Limite, um marco na história de nosso cinema.
![Page 24: Modernismo brasileiro apresentação final](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022052912/55a1295d1a28ab4a068b4569/html5/thumbnails/24.jpg)
Poetas da época
Na segunda fase do Modernismo, com o surgimento de uma nova geração de autores, a poesia entra numa fase de grande amadurecimento. Os poetas abandonam o tom irreverente e polêmico dos primeiros tempos e, com a liberdade estética conquistada, desenvolvem plenamente suas próprias tendências, sem a preocupação de chocar os tradicionalistas. É o período em que se afirma uma das mais fecundas gerações de poetas brasileiros: Cecília Meireles, Vinícius de Moraes, Carlos Drummond de Andrade, Murilo Mendes, Jorge de Lima, Augusto Frederico Schmidt, Dante Milano, Mário Quintana.
![Page 25: Modernismo brasileiro apresentação final](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022052912/55a1295d1a28ab4a068b4569/html5/thumbnails/25.jpg)
Cecília Meireles
Cecília Meireles é a primeira grande escritora da literatura brasileira e a principal voz feminina de nossa poesia moderna.
Os temas mais constantes na poesia de Cecília Meireles são a precariedade da existência humana, a fugacidade dos bens materiais e do tempo, a falta de sentido da vida, a solidão a que o indivíduo está condenado, a distância, a perda, a falta.
MOTIVOEu canto porque o instante existeE a minha vida está completa.Não sou alegre nem sou triste:Sou poeta.
![Page 26: Modernismo brasileiro apresentação final](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022052912/55a1295d1a28ab4a068b4569/html5/thumbnails/26.jpg)
“Liberdade,essa palavra que o sonho humano alimenta, não há ninguém que explique e ninguém que não entenda.”
![Page 27: Modernismo brasileiro apresentação final](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022052912/55a1295d1a28ab4a068b4569/html5/thumbnails/27.jpg)
Vinícius de Moraes
Mais conhecido pelas suas composições musicais, Vinícius de Moraes iniciou sua obra poética em 1930. Nas obras iniciais, aproximou-se de temas como a religiosidade e a angústia associada à oscilação entre matéria e espírito. Aos poucos, porém, seu interesse voltou-se para aspectos do cotidiano e para o relacionamento amoroso.
“Se você quer ser minha namorada “Olha que coisa mais lindaAh, que linda namorada Mais cheia de graça Você poderia ser...” É ela menina
Que vem e que passa...”
![Page 28: Modernismo brasileiro apresentação final](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022052912/55a1295d1a28ab4a068b4569/html5/thumbnails/28.jpg)
![Page 29: Modernismo brasileiro apresentação final](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022052912/55a1295d1a28ab4a068b4569/html5/thumbnails/29.jpg)
Carlos Drummond de Andrade
A poesia de Carlos Drummond de Andrade revela um lento processo de investigação da realidade humana, e suas linhas básicas já estão presentes nos primeiros livros: visão crítica da sociedade, certo desencanto com relação à vida, recusando-se a uma participação lírica ou sentimental e revelando um pessimismo em que o homem se encontra frente a frente com o vazio e o nada.
O estilo despojado de sua obra, a visão crítica da realidade e a constante preocupação com a linguagem dão a Carlos Drummond de Andrade um lugar de destaque na história da literatura brasileira.
![Page 30: Modernismo brasileiro apresentação final](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022052912/55a1295d1a28ab4a068b4569/html5/thumbnails/30.jpg)
No meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedraTinha uma pedra no meio do caminhoTinha uma pedraNo meio do caminho tinha uma pedra...
José
E agora, José?
A festa acabou
A luz apagou,
O povo sumiu
A noite esfriou,
E agora, José?...
![Page 31: Modernismo brasileiro apresentação final](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022052912/55a1295d1a28ab4a068b4569/html5/thumbnails/31.jpg)
Murilo Mendes
Murilo Mendes utilizou como material para seus poemas lembranças da infância, temas religiosos, visões oníricas e cultivou a sátira e a paródia – tudo em um estilo absolutamente original. Foi o poeta brasileiro que melhor soube expressar a tendência surrealista.
– Canção do exílioMinha terra tem macieiras da CalifórniaOnde cantam gaturamos de Veneza.Os poetas da minha terraSão pretos que vivem em torres de ametista......
Murilo Mendes -1931
Por C. Portinari
![Page 32: Modernismo brasileiro apresentação final](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022052912/55a1295d1a28ab4a068b4569/html5/thumbnails/32.jpg)
Jorge de Lima
Jorge de Lima aprendeu com o mestre Manuel Bandeira a lição de que a poesia está nas coisas mais simples: o sal da água e a luz do céu. Mas relê a lição modernista pela lente do catolicismo e atribui a Deus a existência de tudo. O mais conhecido de seus poemas é “Essa Negra Fulô”, que tematiza a relação entre os escravos e seus senhores, estabelecendo uma crítica à maneira como os negros eram física e emocionalmente torturados.
– “Qualquer que seja a chuva desses campos devemos esperar pelos estios
– E ao chegar os serões e os fiéis enganos amar os sonhos que restarem frios.” (Invenção de Orfeu)
![Page 33: Modernismo brasileiro apresentação final](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022052912/55a1295d1a28ab4a068b4569/html5/thumbnails/33.jpg)
Essa negra fulô
Ora, se deu que chegou(isso já faz muito tempo)No bangüê dum meu avôUma negra bonitinhaChamada negra Fulô.
Essa negra Fulô!Essa negra Fulô!
...
![Page 34: Modernismo brasileiro apresentação final](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022052912/55a1295d1a28ab4a068b4569/html5/thumbnails/34.jpg)
O Romance de 1930
O Brasil testemunhou, na década de 1930, uma explosão do romance. Preocupados com o país em que viviam, escritores usaram a narrativa como instrumento de denúncia de uma realidade que, principalmente na região Nordeste, condena milhares de brasileiros à miséria. Caracterizavam-se por adotarem uma visão crítica das relações sociais e, todos se integram, num sentido amplo, ao regionalismo, seja na base das áreas rurais e campesinas, seja na fixação de cenários urbanos, de subúrbios ou pequenas cidades. Em todas as vertentes, o que ressalta é o homem hostilizado pelo ambiente, pela terra, pela cidade, o homem devorado pelos problemas que o meio lhe impõe.
![Page 35: Modernismo brasileiro apresentação final](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022052912/55a1295d1a28ab4a068b4569/html5/thumbnails/35.jpg)
O romance desenvolveu diversas linhas temáticas. O drama das secas, a crise dos engenhos, o cangaço, a luta pela terra, o coronelismo, são temas abordados na ficção de Graciliano Ramos, José Lins do Rego, Jorge Amado e Rachel de Queiroz; os problemas do homem urbano estão na obra de Érico Veríssimo; a investigação psicológica das personagens e seus conflitos íntimos encontram-se na ficção de Dionélio Machado.
De modo geral, o trabalho com a linguagem busca trazer para a narrativa a “cor local”, ou seja, as informações sobre espaços, comportamentos e costumes, que permitem ao leitor reconhecer os aspectos típicos, característicos de uma região específica.
![Page 36: Modernismo brasileiro apresentação final](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022052912/55a1295d1a28ab4a068b4569/html5/thumbnails/36.jpg)
GRACILIANO RAMOS
O cuidado com as palavras é um dos traços mais importantes da prosa de Graciliano Ramos. A economia absoluta no uso de adjetivos e advérbios, a escolha cuidadosa dos substantivos que melhor contam uma realidade, todos os aspectos da construção de seus romances colaboram para a criação do “realismo bruto” que define o olhar neo-realista desse autor. É, sem dúvida, o romancista que soube exprimir, com maior agudeza, a dura realidade do homem nordestino.
![Page 37: Modernismo brasileiro apresentação final](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022052912/55a1295d1a28ab4a068b4569/html5/thumbnails/37.jpg)
Capa da última edição da obra Vidas Secas (50 anos da morte do escritor/2003) e busto de Graciliano Ramos por Cândido Portinari.
![Page 38: Modernismo brasileiro apresentação final](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022052912/55a1295d1a28ab4a068b4569/html5/thumbnails/38.jpg)
RACHEL DE QUEIROZ
Os dois primeiros romances de Rachel de Queiroz, “O QUINZE e JOÃO MIGUEL”, têm como espaço o Ceará e revelam com intensidade a problemática social da região do Nordeste do país: a miséria, a seca, a desigualdade, a indiferença dos poderosos diante de tão grave situação. Permaneceu três meses presa em 1937, perseguida pela ditadura do Estado Novo. Escreveu crônicas em diversos jornais brasileiros até o fim de sua vida. Foi a primeira escritora a conquistar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras, em 1977.
![Page 39: Modernismo brasileiro apresentação final](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022052912/55a1295d1a28ab4a068b4569/html5/thumbnails/39.jpg)
Rachel de Queiroz, a primeira mulher eleita para a Academia Brasileira de Letras
Inserida no Modernismo, a prosa regionalista de Rachel de Queiroz retrata numa linguagem enxuta e viva, o Nordeste, mais especificamente, o Ceará.
![Page 40: Modernismo brasileiro apresentação final](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022052912/55a1295d1a28ab4a068b4569/html5/thumbnails/40.jpg)
JOSÉ LINS DO REGO
Muitas das obras de José Lins do Rego apresentam forte conteúdo memorialista, revelando reminiscências da infância e adolescência passadas no engenho do avô. Na Paraíba.Os romances em que tratou da vida nos engenhos, da decadência das velhas estruturas econômicas do Nordeste e dos desmandos dos autoritários senhores de engenho costumam ser reunidos no que ele próprio chamou de “ciclo da cana-de-açúcar” e são os seguintes: Menino de Engenho, Doidinho, Bangüê, Usina, Fogo Morto (sua obra-prima). Também se interessou pelo cangaço, questão tipicamente nordestina, que foi explorada em “Pedra Bonita e Cangaceiros”.
![Page 41: Modernismo brasileiro apresentação final](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022052912/55a1295d1a28ab4a068b4569/html5/thumbnails/41.jpg)
Fotos de José Lins do Rego e José Américo de Almeida, autor de A Bagaceira.
![Page 42: Modernismo brasileiro apresentação final](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022052912/55a1295d1a28ab4a068b4569/html5/thumbnails/42.jpg)
JORGE AMADO
Um dos escritores brasileiros mais conhecidos e lidos de todos os tempos, Jorge Amado conseguiu com seus romances, traçar um vasto painel do povo brasileiro, usando a Bahia como representação da diversidade étnica e social brasileira. Seus romances ultrapassaram a marca dos dez milhões de títulos vendidos só no Brasil e foram traduzidos para 49 línguas estrangeiras. Apesar de sua popularidade, a maior parte da crítica credita seu talento e valor literário às primeiras produções, como:Jubiabá, Terras do Sem-Fim, Mar Morto e Capitães da Areia.
![Page 43: Modernismo brasileiro apresentação final](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022052912/55a1295d1a28ab4a068b4569/html5/thumbnails/43.jpg)
Jorge Amado - 1934
por Cândido Portinari
![Page 44: Modernismo brasileiro apresentação final](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022052912/55a1295d1a28ab4a068b4569/html5/thumbnails/44.jpg)
ÉRICO VERÍSSIMO
É antes de mais nada um grande contador de histórias. Autor de estilo simples e despojado, conquistou desde logo a posição de um dos escritores mais populares de nossa literatura. Grande criador de tipos humanos o escritor funde análise psicológica e sociológica. Vale-se de linguagem simples e de recursos como: discurso indireto livre, ritmo de cortes cinematográficos, temas prosaicos e universais. Em “O TEMPO E O VENTO” (O Continente, O Retrato e O Arquipélago), o autor reconstrói a história do Rio Grande do Sul, por meio da trajetória das famílias Terra e Cambará, ambientada na cidade de Santa Fé.
![Page 45: Modernismo brasileiro apresentação final](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022052912/55a1295d1a28ab4a068b4569/html5/thumbnails/45.jpg)
Érico Veríssimo relendo seus manuscritos.
![Page 46: Modernismo brasileiro apresentação final](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022052912/55a1295d1a28ab4a068b4569/html5/thumbnails/46.jpg)
![Page 47: Modernismo brasileiro apresentação final](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022052912/55a1295d1a28ab4a068b4569/html5/thumbnails/47.jpg)
Comentários finais
“Talvez se possa dizer que os romancistas da geração de trinta, de certo modo, inauguraram o romance brasileiro, porque tentaram resolver a grande contradição que caracteriza a nossa cultura, a saber, a oposição entre as estruturas civilizadas do litoral e as camadas humanas que povoam o interior – entendendo-se por litoral e interior menos as regiões geograficamente correspondentes do que os tipos de existência, os padrões de cultura comumente subentendidos em tais designações. [...]”
(Antônio Cândido)
![Page 48: Modernismo brasileiro apresentação final](https://reader033.vdocuments.pub/reader033/viewer/2022052912/55a1295d1a28ab4a068b4569/html5/thumbnails/48.jpg)
Trabalho organizado pelas professoras de Português – matutino/2007 do Centro de Ensino Médio 01 de São Sebastião.