módulo 3 (educação 1)
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Desenvolvimento Humano para
Jornalistas Módulo 3
Educação
• Neste módulo, vamos abordar uma área fundamental do desenvolvimento humano: a educação.
Educação - Por quê?
• Das dimensões do desenvolvimento humano, a educação é a mais transformadora.
• Ela expressa a capacidade de os indivíduos, pelo acesso ao conhecimento, estarem mais preparados para tomar decisões e fazer escolhas, alargarem seus horizontes políticos e culturais, aumentarem sua produtividade (renda) e adotarem modos de vida mais saudáveis (longevidade).
• Pode, portanto, fazer o Brasil (ou outras localidades) dar um salto maior no IDH.
Educação - Por quê?
• Um estudo do Instituto Futuro Brasil indica que um pessoa com ensino fundamental completo ganha, em média, 3 vezes mais que um analfabeto, e que essa diferença aumenta nos níveis seguintes: quem tem ensino médio completo e ingressou na faculdade ganha 6 vezes mais que um analfabeto, quem tem graduação completa, quase 12 vezes, e quem tem mestrado, 16 vezes.
Uma outra comparação ajuda a mostrar a importância da educação. Vamos usar o gráfico de dispersão, apresentado no módulo 2. Verifiquemos qual fator
tem correlação mais forte com mortalidade na infância: renda ou analfabetismo. No diagrama de dispersão, selecionamos todos os municípios.
Para selecionar a primeira variável, vá em “Vulnerabilidade” e dê um duplo clique sobre “Percentual crianças em domicílio com
renda per capita menor que R$ 75,50, 2000”.
Para selecionar a segunda variável, clique no espaço relativo à variável 2, depois em “Vulnerabilidade” novamente, e depois dê um duplo clique sobre “Mortalidade até 5 anos de idade, 2000”
Após clicar em “Avançar” e “Executar”, você verá o gráfico abaixo. Clicando em sigma, vê-se que o coeficiente de correlação
entre as duas variáveis é alto: 0,814
Vamos trocar agora a primeira variável, colocando a taxa de alfabetização. Clique em “Desenvolvimento Humano”, depois
“Subíndices”.
Dê um duplo clique sobre o último indicador: “Taxa de alfabetização, 2000”. A segunda variável será a mesma:
mortalidade até 5 anos de idade, 2000.
Veja que a correlação é ainda mais forte do que com a proporção de crianças em lares pobres: -0,833
Estrutura institucional
• O sistema de ensino no Brasil é composto por:
• Educação básica
• Educação superior
Estrutura institucional• A educação básica passou por algumas mudanças nos últimos
anos, que implicaram também mudança de nomenclatura:
O QUE ERA AGORA É
Maternal ou Infantil Educação infantil (creche, até 3 anos, e pré-escola, de 4 a 5 anos)
Pré-primário Recentemente, com o ensino fundamental de 9 séries, passou a ser a 1a série do ensino fundamental
Primário (1a a 4a série) Ensino fundamental (2a a 5a série)
Ginásio (5a a 8a série) Ensino fundamental (6a a 9a série)
Colegial Ensino médio
Estrutura institucional
• De quem é a responsabilidade:
Ensino infantil Prefeitura
Ensino fundamental Prefeitura (mas em muitas redes o antigo ginásio ainda é de responsabilidade dos governos estaduais)
Ensino médio Governos estaduais
Ensino superior Governo federal
Estrutura institucional
• No ensino infantil, o município é obrigado a atender a demanda por vagas em escolas públicas para crianças de até 6 anos;
• O ensino fundamental é obrigatório: os pais são obrigados a matricular os filhos a partir dos 7 anos e o município é obrigado a ter vagas para todas as crianças dessa faixa etária. Gradualmente, a idade de entrada nesse nível de ensino está passando para 6 anos (o prazo de universalização é 2010).
Indicadores• A educação é uma das áreas com maior abundância
de informações estatísticas. Elas podem ser divididas em quantitativas (que medem, por exemplo, acesso, fluxo e conclusão nos níveis educacionais) e qualitativas (que medem o desempenho dos alunos).
• A vantagem é que se pode buscar dados para países, unidades da Federação, municípios e até por escola.
• O desafio, porém, é saber filtrar os dados para obter as informações que realmente interessam e não se perder na selva das estatísticas.
Indicadores
• Vamos nos deter nos principais indicadores do setor, começando por analfabetismo, que:
- É considerado no IDH (a porcentagem de alfabetizados tem peso 2 no subíndice de educação);
- Faz parte do indicador 2.3 dos Objetivos do Milênio (taxa de alfabetização na faixa etária entre 15 e 24 anos).
Analfabetismo
• Definição do IBGE: capacidade de ler e escrever um bilhete simples. Em geral, levam-se em conta as pessoas de 15 anos ou mais (ou seja, que estão acima da idade em que a escolaridade é obrigatória).
Analfabetismo – Onde buscar dados
• Para os municípios, os dados mais recentes são os do Censo, presentes no Atlas do Desenvolvimento Humano no Brasil, que vimos no módulo 2.
• Para o Brasil, as regiões e as unidades da Federação, os dados estão na Pnad, no site do IBGE.
Na home do IBGE, clique em “População” e depois “Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios”.
No menu à esquerda, clique em “Tabelas (em formato excel)”.
Clique em “Educação”.
Descompacte o arquivo e abra a pasta.
O arquivo “03.html” diz o que tem em cada tabela. Os dados sobre analfabetismo estão na “tab3_2.xls”.
Analfabetismo – Atenção
• A taxa de analfabetismo, como medida pelo IBGE, é um indicador limitado: ele é baseado em uma declaração (o entrevistado diz ao recenseador se é ou não capaz de ler e escrever um bilhete simples) e não mede a capacidade de ler ou escrever textos, por exemplo.
• Outros indicadores podem ajudar a verificar a alfabetização, como anos de estudo e o Saeb (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica), sobre o qual falaremos mais tarde.
Anos de estudo – Onde buscar dados
• A média de anos de estudo é o melhor indicador sobre a situação educacional da população como um todo.
• Para os municípios, os dados mais recentes são os do Censo e estão no Atlas.
• Para o Brasil, as regiões e as unidades da Federação, os dados estão na Pnad. O caminho mais fácil é pela página do Sidra (http://www.sidra.ibge.gov.br/)
Clique em “PNAD”
Depois em “Pesquisa Básica e Síntese de Indicadores”
Os números estão no item “Instrução e Educação”, na tabela 272. (Obs: a tabela 271 traz dados sobre alfabetização para 2001 a 2007, embora seja preciso calcular a taxa — ela não está “pronta” como no caminho que vimos telas
atrás).
Analfabetismo funcional
• Outra maneira de avançar na análise é destacar o alfabetismo funcional (capacidade de usar a leitura e a escrita para satisfazer as demandas do dia-a-dia).
• O IBGE classifica de analfabeto funcional quem tem menos de quatro anos de estudo.
Analfabetismo funcional
• O dado é coletado na Pnad e nos Censos (portanto, os números de 1991 e 2000 estão no Atlas)
• As informações que vimos há pouco sobre anos de estudos, no Banco Sidra do IBGE, não são as oficialmente usadas para apontar o analfabetismo funcional: elas levam em conta a população acima de 10 anos, e o analfabetismo funcional é calculado com base na população de 15 anos ou mais. O caminho para encontrar as informações, portanto, é outro...
No site do IBGE, clique em “População” e, depois, “Síntese dos Indicadores Sociais”.
Em seguida, vá em “Tabelas (em formato zip)”.
Clique em “Educação.zip” e descompacte o arquivo.
As informações sobre analfabetismo funcional estão na tabela “tab203”.
A tabela traz números para o país e as grandes regiões, separados por sexo e área (urbana ou rural)