moeda e inflação

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Fernando Monteiro D’Andrea, Eng. MSc. Pos Graduando em Economia Austríaca pelo IMB Santarém – Tapajós – Brasil – 30 e 31 de Agosto de 2016 dodandrea.com @DoDAndrea Moeda e Inflação

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Economy & Finance


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Page 1: Moeda e inflação

Fernando Monteiro D’Andrea, Eng. MSc.Pos Graduando em Economia Austríaca pelo IMBSantarém – Tapajós – Brasil – 30 e 31 de Agosto de 2016dodandrea.com@DoDAndrea

Moeda e Inflação

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• Moeda? Dinheiro?• De onde surge?• De quem é?• Quanto existe?• Para que entender isso?• Como isso influencia a vida de vocês?

Moeda e Inflação: para?

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• Geral:– Esclarecer o que é o fenômeno popularmente conhecido

como ‘inflação’ e como ela surge.• Específicos:

– Compreender superficialmente a lei da oferta e da demanda.

– Compreender a moeda como um bem usado como meio de troca e, portanto, também sujeito à lei supra citada.

– Compreender como a inflação surge e quais suas consequências.

Moeda e Inflação: objetivos

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O dinheiro não é uma invenção do Estado, não é o produto de um ato legislativo.

Mesmo a sanção da autoridade política não é necessária para a sua existência.

Certas mercadorias passaram a ser dinheiro muito naturalmente, como

resultado de relações econômicas que eram independentes do poder do Estado.

Carl Menger

Dinheiro

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• Surgida nos anos 1870 (Menger-1871, Jevons-1871 e Walras-1874) em diversos centros, a teoria Marginalista diz que o valor econômico resulta da utilidade marginal do bem;

• A teoria clássica (que deu origem à teoria Marxista, dentre outras) considerava que o valor do bem estava diretamente relacionado ao seu custo de produção;– Se a produção de um martelo usou os mesmos recursos que a de uma enxada,

então os dois devem ter o mesmo valor;– Seria isso correto?

• A partir da ‘descoberta’ desse fato o valor subjetivo passou a ser mais importante do que a quantidade de bens usada para fazer o bem;– “O valor que os bens possuem para cada indivíduo constitui a base mais

importante para a determinação do preço.” (Carl Menger)

Valor

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• Moeda: é um sistema de dinheiro de uso geral aceito em determinada região geográfica;– A moeda do Brasil é o Real;– O ouro já foi moeda em muitos lugares;– Bitcoin é uma moeda virtual;

• Quando falarmos de moeda estamos nos referindo não à parte física (notas e moedas), mas ao fenômeno em si;

Moeda e Sistema Monetário

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• Pessoas trabalham em troca de pedaços de papel que, por si mesmos, não tem valor algum;– Veremos como isso chegou a ser;

• Embora o papel moeda não tenha valor em si, as pessoas o aceitam, pois elas estão certas de que outras pessoas o aceitarão em troca de outros bens ou serviços;– O dinheiro, portanto, só funciona numa economia na qual haja

divisão de trabalho;– Sem divisão de trabalho, no mundo ideal, todos produzem tudo

ou, no mundo real, ninguém produz nada...

Moeda e Sistema Monetário

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• O dinheiro (e assim também o cheque) representa um direito a bens ou serviços no futuro;

• Sem um item largamente aceito em troca de bens ou serviços, as pessoas teriam que recorrer ao escambo;– Economias que dependem do escambo terão dificuldades de alocar

os recursos, pois isto irá depender da dita ‘dupla coincidência de desejos’;• Eu tenho leite e quero ovos, você tem ovos e quer leite, mas e se eu tiver

leite e quiser ovos e você que tem ovos quiser bacon? Como resolver isso?– A existência do dinheiro facilita o comércio e, como é sabido, o

comércio beneficia a todos os envolvidos;

Moeda e Sistema Monetário

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• Conjunto de ativos da economia que os entes usam regularmente para comprar bens e serviços de outros entes;– A moeda é um produto especial que tem por função facilitar

trocas;• A moeda é composta pelos itens que são regularmente

aceitos em troca de bens e serviços;• Mais à frente veremos as três funções da moeda:

– Meio de Troca;– Unidade de Conta;– Reserva de Valor;

Moeda?

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• Pode ser Moeda Mercadoria: que toma a forma de uma mercadoria que tem valor intrínseco;

• Ou moeda de curso forçado: não tem valor intrínseco e só é usada como moeda por força de decreto governamental;

• A quantidade de moeda em um país, seu estoque de moeda, é formada pela moeda corrente (cédulas e metal em poder do público) e depósitos à vista (saldos em conta aos quais os depositantes podem ter acesso quase imediato);– Cartões de crédito não são moeda, são forma de pagamento;

Moeda

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• Atenção à quantidade de moeda, ela é fundamental para a compreensão do que veremos a seguir;– A quantidade de moeda é aquela

composta pelo que tem liquidez imediata (cédulas e moedas, além de depósitos à vista);

Moeda

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• Ao longo do tempo a natureza dos bens usados como moeda variou;– Tentem imaginar como funcionaria uma comunidade na qual não

houvesse um governo com poder total sobre a moeda, o que seria usado para facilitar as trocas?

– Haveria crédito numa sociedade assim?• P.e. hoje te dei um porco e você não me deu nada em troca, você está me

devendo? Como cobrar?• Certos bens foram, ao longo do tempo, escolhidos como moeda pois

continham algumas características: podiam ser armazenados facilmente, tinham um valor elevado e um peso reduzido em termos comparativos, eram fáceis de transportar e duráveis;– Veremos uma à uma as características que fazem de um bem uma boa

moeda;

Moeda: História

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• Esses bens muito desejados eram transacionados com facilidade e, assim, passaram a ser aceitos como dinheiro; – Note-se que isso ocorreu antes de qualquer intervenção estatal,

antes mesmo de existir a ideia de estado ou nação;• A evolução da moeda depende de vários fatores, dentre

eles a importância relativa do comércio e o estádio de desenvolvimento da economia;– Quanto mais comércio, mais necessário o dinheiro é;– Quanto mais desenvolvida uma economia, mais necessário um

meio universal de troca;

Moeda: História

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• O sal é o exemplo mais comum, foi utilizado como dinheiro e mostrou ser uma ótima moeda, especialmente antes da invenção da refrigeração, pois era:– Amplamente demandado;– Divisível até o nível granular;– Muito portátil e transportável;– Fácil de ser pesado; e– Podia ser facilmente testado contra falsificações: bastava

prová-lo com seu paladar• Os romanos utilizaram o sal como dinheiro., daí a palavra salário’;

Moeda: História

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• No entanto, o fato de o sal ter passado a servir como dinheiro não significava que não poderiam surgir outras formas de dinheiro em circulação ao mesmo tempo.  Folhas de tabaco também foram amplamente aceitas como meios de pagamento, assim como o ouro ou a prata;

Moeda: História

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Moeda: História

Ouro

Sal - Roma

Milho - Maias

Prata

Cobre

Conchas – índios norte americanos

Conchas coloridas - Índia

Dentes de Baleia - FijiTabaco – Colônias americanas

Cigarros e álcool – 2da Guerra

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• A palavra “moeda” vem do latim “moneta”;– Na Roma antiga, contudo, o termo “monetor” ou “moneta”

significava “conselheiro/a”, no sentido de uma pessoa que aconselha ou previne;

• Alguns historiadores defendem que o significado da palavra remonta a um acontecimento-chave da história romana. Em 390 a.C., durante uma invasão gaulesa, o grasnar de um bando de gansos residente num templo da deusa Juno no Monte Capitolino alertou os Romanos para o ataque iminente, salvando-os de uma derrota;

Moeda: História

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• Em agradecimento, os Romanos construíram um novo templo dedicado a Juno Moneta, a deusa que previne e aconselha;– A primeira casa da moeda romana foi construída em 289 a. C.,

nesse templo ou muito perto, tendo começado por produzir moedas em bronze e depois em prata;

– Na face de muitas dessas moedas era cunhada a efígie de Juno Moneta. Daí terem surgido os termos “moeda” e “casa da moeda”.

• Desempenha papel fundamental, as economias modernas não funcionariam sem moeda;

Moeda: História

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• Os metais foram introduzidos na antiguidade para resolver os problemas associados ao uso de bens perecíveis como moeda;– Não se sabe ao certo onde e quando a moeda metálica surgiu pela

primeira vez;– Os bens perecíveis tinham problemas intrínsecos, o sal, por exemplo,

poderia se derreter na água da chuva ou de um rio, outros apodreciam;• Cerca de 2.000 a.C. na Ásia já se usava metal (pepitas de ouro e

prata) para transacionar, ainda sem peso uniforme nem valor certificado pelos soberanos;– As pepitas foram usadas como moeda-mercadoria pois eram fáceis de

transportar, não perecíveis e fáceis de dividir, podiam ainda ser fundidas;

Moeda: História

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• Na Europa foram produzidas pela primeira vez moedas metálicas uniformizadas e certificadas; – Por serem assim garantiam a validade, o que centralizava o poder de

emissão de moeda nas mãos dos governantes;• Os Gregos passaram a usar moedas de prata cerca de 700 a.C.:

– Egina (595 a.C.), Atenas (575 a.C.) e Corinto (570 a.C.) foram as primeiras cidades-estado gregas a cunharem as suas próprias moedas;

– O conteúdo em prata das moedas de dracma de Atenas, famosas por exibirem a lendária coruja, permaneceu estável durante cerca de 400 anos;

• As moedas gregas foram muito usadas e arqueólogos descobriram-nas da Espanha à Índia atual;

Moeda: História

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Moeda: História

Dracma AtenienseMoeda de um

Euro que homenageia a

Dracma

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• Os Romanos, que usavam como moeda pesadas barras de bronze ditas “aes signatum”, seguiram os Gregos e oficializaram as moedas e introduziram um sistema monetário bimetálico, que usava o denarius de prata, e o aureus de ouro;

• No reinado do Imperador Nero, séc. I d.C., o conteúdo de metal precioso das moedas começou a diminuir à medida que as casas da moeda imperiais iam cada vez mais substituindo o ouro e a prata por ligas metálicas para financiarem o gigantesco déficit;– Com o valor intrínseco das moedas caindo, os preços subiram, ocorreu

uma das primeiras inflações das quais se tem notícia na história, esta contribuiu para a queda do Império Romano do Ocidente;

Moeda: História

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• O solidus, moeda do Império Romano do Oriente (Bizantino), introduzido por Constantino, o Grande, no século IV d.C., manteve o peso e conteúdo de metal precioso originais até meados do século XI, foi assim a moeda mais importante no comércio internacional por mais de cinco séculos;

• Em meados do século XI, porém, a economia monetária bizantina ruiu e foi substituída por um novo sistema que vigorou ao longo do século XII, até que a conquista de Constantinopla pelos Cruzados em 1204 determinou o fim da história da moeda greco-romana;

Moeda: História

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• Os Gregos e Romanos espalharam o costume do uso de moedas metálicas e os conhecimentos técnicos sobre a sua cunhagem por uma vasta região;– Também espalharam pelo mundo a maneira ‘fácil’ de burlar o sistema;– A cada mudança de imperador ou cobrança de impostos as moedas eram

recolhidas e cunhadas novamente com a nova face e, normalmente, com menos metal precioso;

• Na maior parte da Idade Média, o meio de pagamento dominante eram as moedas de ouro e de prata cunhadas localmente;

• Em 793 d.C., Carlos Magno reformou e uniformizou o sistema monetário franco, introduzindo uma norma monetária segundo a qual uma libra de prata franca (408g) equivalia a 20 xelins ou 240 pence;– Essa norma permaneceu em vigor no Reino Unido e na Irlanda até 1971;

Moeda: História

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• O custo de produção de uma moeda pode ser maior que seu “valor comercial”...

Moeda: Curiosidade

• O DollarDaze.org estudou 775 moedas do presente e do passado:• 20% sumiram devido à

hiperinflação;• 21% foram destruídas por

guerras;• 12% acabaram por

independência;• 24% foram reformados

monetariamente ; e• 23% ainda estão em

circulação;

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• Surgido na atual China cerca de 800 d.C. (Imperador Hien Tsung), e usado por vários séculos;

• Não tinha valor de mercadoria (diferente dos metais e dos commodities) e constituía uma forma de dinheiro apenas por decreto imperial;– Talvez o primeiro relato de do que viria a se definir como fiat

money “moeda fiduciária” - ou seja, dinheiro sem valor intrínseco;• O papel-moeda teve o seu apogeu na China em torno de

1.000 d.C., mas foi abandonado por volta de 1500 após a Conquista Mongol;

Moeda: o Papel

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• Como a reserva de valor só era possível sob forma de mercadorias ou moedas metálicas, era difícil comercializar a grandes distâncias;

• Assim as cidades-estado italianas introduziram os certificados de dívida (“obrigações” ou “letras de câmbio”) como meio de pagamento;– Para reduzir o risco de roubo durante as viagens, os mercadores levavam

consigo essas obrigações;• Devedor e credor eram mencionados nos certificados, bem como a

data de pagamento e o montante de ouro ou prata. Rapidamente, essas obrigações começaram a ser transacionadas pelos banqueiros;– A primeira evidência de um contrato do tipo remonta a 1.156;– Isso também ajudou a criar o dinheiro em papel;

Moeda: as obrigações

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• As obrigações seguiram em uso, sobretudo pelos comerciantes italianos, em conjunto com o sistema bimetálico até à Guerra dos 30 Anos (século 17);

• A partir de então, devido à instabilidade económica, governantes começaram a dar preferência ao papel-moeda, introduzido na Inglaterra em 1694 e na França em 1716;

• O advento do papel-moeda fiduciário marcou o início da nova fase na evolução da moeda;

• A criação e regulamentação do sistema continuou a ser da responsabilidade dos governantes, mas outras instituições públicas e privadas (bancos centrais e o sistema financeiro), passaram a desempenhar um papel cada vez mais crucial para o êxito das unidades monetárias nacionais;

Moeda: as obrigações

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• A adoção da moeda fiduciária trouxe profundas mudanças ao sistema monetário;

• O papel-moeda tinha, e ainda tem, curso legal apenas sob o abrigo de leis emitidas pela autoridade competente.;– Um real fora do Brasil, em geral, não vale nada, pois as leis fora são diferentes;

• A moeda fiduciária, emitida em unidades monetárias nacionais fixas, tinha um valor nominal claramente definido, os Estados-Nação mantinham reservas de metais, em especial Ouro, nos bancos centrais para assegurar a credibilidade da sua moeda, o que se conhece por “padrão-ouro”;– Cada nota equivalia a uma quantidade de ouro guardada pelo banco central

(esta quantidade estava explicitada na nota, muitas vezes), se o portador da cédula quisesse trocá-la por ouro poderia fazer isso diretamente;

Moeda: o Padrão Ouro

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• As moedas metálicas os papéis fiduciários podiam ser convertidas em ouro a uma paridade fixa;

• A Grã-Bretanha foi pioneira no estabelecer de um padrão-ouro (1816), a taxa de câmbio libra-ouro fixada em 1717 por Isaac Newton era de 3,811 libras esterlinas por onça (28,3495 gramas);

• Durante a 1° Guerra, países começaram a imprimir papel-moeda para financiarem os custos; – Na Alemanha, o número de notas emitidas subiu de 2.593 milhões, em

1913, para 92.844.720,7 mil milhões em 1923;– Com mais papel moeda em circulação, a maioria dos países suspendeu a

convertibilidade da sua moeda em ouro;

Moeda: o Padrão Ouro

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• O padrão-ouro britânico acabou em 1931, mas o sistema foi restabelecido em 1944, numa conferência nos EUA;

• O acordo foi de que as taxas de câmbio das moedas nacionais dos principais países seriam ligadas ao dólar americano e de que o dólar seria convertível em ouro a um preço fixo de 35 dólares por onça (28,3495 gramas);

• Os bancos centrais prontificavam-se a fornecer dólares em troca das suas moedas nacionais e vice-versa;

• Este sistema, dito Bretton Woods, foi abandonado em 1971 e desde então as unidades monetárias das principais economias mundiais passaram a ser exclusivamente moeda fiduciária;– O ‘valor’ da moeda não tem nenhum equivalente no mundo real;

• Além disso, a maioria dos países passou a permitir a flutuação das taxas de câmbio da sua moeda;

Moeda: o Divisas-Ouro

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• A evolução da moeda continua;• A moeda eletrônica, por exemplo, é intangível, é um meio de

pagamento electrônico desenvolvido no final do século XX;• Ao receber a autorização de pagamento do comprador, o vendedor

contacta o banco emitente e a transferência de fundos é realizada;– Em geral essas operações se dão pelo uso de cartões ou contas online

(PayPal, Apple Money ou Samsung Pay, por exemplo);• Mais recentemente ainda surgiram as “moedas” não ligadas à

bancos centrais, o Bitcoin é a mais falada atualmente;– Há a promessa de que nunca haverá mais do que uma quantidade limitada

de Bitcoins, o que impede que a moeda perca o seu valor a longo prazo;

Moeda: o Divisas-Ouro

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• Dinheiro é uma mercadoria qualquer que tem certas características;– Hoje usa-se comumente moedas e papel-moeda como dinheiro, além dos

depósitos à vista (que os cartões de débito usam para fazer pagamentos); • A moeda, qualquer que ela seja, tem por funções ser:

– Meio de troca;– Reserva de valor (e meio de comprar a crédito);– Unidade de conta;

• Um pré-requisito para o bem escolhido poder funcionar como moeda é que seja aceito por toda uma economia como meio de troca, seja por tradição, convenção informal ou por lei (imposição), além disso tem que ter liquidez; – O dinheiro deve estar disponível a qualquer momento para efeitos de

pagamento;

Dinheiro: para quê?

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• É qualquer coisa usada para determinar valor durante uma transação de bens e serviços;

• O dinheiro faz com que seja possível comercializar sem ter que usar diretamente o escambo ou a troca simples de um bem por outro bem;– Sai-se de uma economia de troca direta para uma de troca indireta, como

vimos anteriormente;• O dinheiro age como uma base comum de determinação de valor;

– Lembrem-se que, modernamente, o valor é subjetivo, o dinheiro consegue igualar o nível de comparação;

• O uso de um bem como meio de troca facilita consideravelmente todo o processo, pois deixa de ser necessária uma dupla coincidência de vontades para que uma troca de bens e/ou serviços se realize;

Dinheiro: Meio de troca

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• O dinheiro deve ser usado para manter o valor de uma transação no tempo;

• Se você recebe compensação monetária por um produto ou serviço, o valor não deve mudar caso o valor não seja usado de imediato;– Dinheiro deve poder ser gasto ou trocado num tempo futuro sem perdas

ou penalidades;– O ato de venda pode ser separado do de compra sem prejudicar quem fica

com o dinheiro;• O valor funcional do dinheiro pode, porém, mudar com o tempo, em

virtude de outros fatores;• Mede também a riqueza;

Dinheiro: Reserva de valor

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• Bens que servem também como reserva de valor são preferíveis aos que servem apenas como meio de troca;– Flores ou as maçãs poderiam servir como meio de troca. No entanto,

não seriam utilizáveis como reserva de valor (pois apodrecem) e, por conseguinte, não poderiam ser utilizados eficientemente como moeda;

• Se o papel da moeda não for desempenhado da maneira correta (por exemplo, se o bem utilizado como moeda perder valor com o tempo), as pessoas usarão outros bens ou ativos como reserva de valor ou, em casos extremos, recorrerão de novo à troca direta;– Investir em imóveis em tempos de inflação alta, pois o imóvel reserva

valor o que não ocorre com a moeda nestas situações;– Na Venezuela atual, assim como na ex-URSS o escambo voltou;

Dinheiro: Reserva de valor

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• Serve para comparar os valores de bens e serviços;• Pode-se usar o valor de um bem oferecido por “A” e

compará-lo com um bem ofertado por “B”;• O dinheiro faz com que o usuário seja capaz de

comparar ofertas de bens e serviços e determinar o melhor valor dentre aquilo que está sendo ofertado;– Preço é apenas uma expressão de valor;– Revolução Marginalista;

Dinheiro: Unidade de Conta

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• Com os preços fixados em termos monetários, as transações tornam-se muito mais fáceis;

• Todos os agentes econômicos da mesma zona monetária calculam custos, preços, salários, rendimentos, etc. na mesma unidade monetária;– Isto facilita sobremaneira o cálculo econômico e a alocação de recursos;

• Quanto menos estável e confiável é o valor da moeda, mais difícil é para essa moeda desempenhar esta função;– Eis um dos maiores problemas da inflação, a perda de estabilidade que leva à

dificuldades na alocação de recursos;• Uma unidade de conta confiável e geralmente aceita constitui uma

base sólida para o cálculo de preços e custos, o que aumenta a transparência e a confiabilidade da economia;

Dinheiro: Unidade de Conta

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• É a facilidade com a qual um ativo pode ser convertido em meio de troca na economia;

• A moeda, sendo o meio de troca da economia, é o ativo mais líquido disponível;– Vender um bem qualquer exige mais trabalho, portanto,

bens são bem menos líquidos do que dinheiro;• Quando os preços (todos) sobem em virtude de

uma perda de valor da moeda, o dinheiro na sua carteira irá comprar menos coisas;

Dinheiro: a liquidez

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• Quase qualquer coisa pode ser usada como meio de troca, como dinheiro, mas as melhores tem as seguintes características básicas:1. Escassez / Oferta Limitada / deve possuir valor por si só;2. Divisibilidade3. Conveniente / Portátil / Fácil de transportar; • Deve ainda ter4. Durabilidade;5. Qualidade fácil de verificar/dificuldade de falsificar /

Uniformidade;6. Uma longa história de aceitação;

Dinheiro: Características

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• Escassez, Oferta Limitada / deve possuir valor por si só;– Restrições naturais ou por vias de leis na quantidade de

dinheiro em circulação certificam que os valores permaneçam relativamente constantes para aquela moeda;• Se não houver restrição qualquer pessoa pode ‘criar’ moeda e o

valor desta tenderia necessariamente a zero;– Modernamente a responsabilidade por essa escassez está nas

mãos dos bancos centrais dos países;• Os metais tem essa característica naturalmente, é difícil encontrar

ouro, por exemplo;• Por esse motivo não se usa areia como dinheiro, ou cabelo humano,

papel, alumínio, ferro...;

Dinheiro: Características

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• Escassez, Oferta Limitada / deve possuir valor por si só;–O monopólio da emissão de moeda é dos

maiores poderes que um governo tem sobre o país;

– Com este monopólio é possível, de maneiras sagazes, direcionar a economia, pagar contas e várias outras coisas fazendo pouca ou nenhuma força;

Dinheiro: Características

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• Divisibilidade:– Significa que o dinheiro deve poder ser dividido

facilmente em unidades menores de valor;– Hoje em dia usam-se as moedas para fazer essa

divisão na maioria das economias;– 100 centavos são equivalentes a um real;

• Os Bitcoins podem ser divididos em quantidades ilimitadas;

• Em virtude desta característica não é possível usar obras de arte ou objetos muito grandes como dinheiro;

Dinheiro: Características

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• Conveniente / Portátil / Fácil de transportar:– Indivíduos deverão ser capazes de carregar

o dinheiro com eles e transferir o mesmo de forma fácil para outros indivíduos;

– Também por isso moedas e papel-moeda tornaram-se populares ao longo da história;

– Por isso não usamos aço ou chumbo;

Dinheiro: Características

Page 45: Moeda e inflação

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• Durabilidade:– O ítem deve ser capaz de ser usado

repetidamente sem perder as características fundamentais;

–Moedas e papel moeda tem essa característica e duram, ao longo de determinado tempo;

– Por isso não é comum o uso de materiais perecíveis (arroz, milho, carne, couro), nem mesmo facilmente dissolvíveis (sal);

Dinheiro: Características

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• Qualidade fácil de verificar/dificuldade de falsificar / Uniformidade;– Todas as versões da mesma moeda tem que manter o

valor de compra:– Uma nota de um real produzida em 1995 compra hoje

a mesma coisa que uma moeda produzida em 2016;– A dificuldade de falsificar se dá para manter a

confiança na moeda, para que ela não perca valor;– Deve ser fácil de perceber se a moeda é de qualidade

ou não (o sal era facílimo de testar, bastava prová-lo);

Dinheiro: Características

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• Deve ter uma longa história de aceitação:– Todos os participantes daquela economia devem

aceitar a moeda como forma de pagamento;– Por isso não se usam materiais desconhecidos;– Em alternativa deve ser forçada pelo poder sobre os

usuários;– Qualquer transação naquela economia pode ser feita

com aquele dinheiro;• Nos EUA a nota de dólar tem escrito: “Esta nota pode ser

aceita para todos os débitos, públicos e privados);

Dinheiro: Características

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• Nos estados unidos a nota de dólar tem escrito: “Esta nota pode ser aceita para todos os débitos, públicos e privados);

Dinheiro: Características

Page 49: Moeda e inflação

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• Sempre que uma economia usa moeda de curso forçado, como é o caso de todos os países do mundo hoje em dia, deve haver um banco responsável pela emissão desta moeda;– Lembrem-se do monopólio que falamos anteriormente;

• Em geral estes são os chamados Bancos Centrais – BC no Brasil, FED nos EUA e o BCE na UE são exemplos;

• Os bancos centrais são instituições teoricamente planejadas para:– Supervisionar o sistema bancário e manter sua estabilidade – geralmente o

banco central é o último emprestador;• Se um banco precisa de dinheiro, recorre por último ao banco central;

– Regular a quantidade de moeda na economia: através da política monetária, isto é o estabelecimento da oferta de moeda;• Aqui está um dos grandes perigos do monopólio dos bancos centrais;

Dinheiro: Banco Central

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• Para regular a oferta de moeda o BC trata, em geral, com a compra e venda de títulos do governo;– Quando títulos são comprados coloca-se dinheiro da

economia;– Quando são vendidos retira-se este dinheiro;

• As decisões dos BC’s tem forte influência sobre a taxa de inflação no longo prazo e sobre o emprego e a produção no curto prazo;– O que ocorreu com o ex-ministro da fazenda Joaquim Levy?– O que dizer sobre a independência do Banco Central?

Dinheiro: Banco Central

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• Um BC mais politicamente enviesado pode, através de manobras monetárias, dar a impressão de que a economia está melhor do que a realidade;– BC’s também podem ajudar muito governos

em dificuldade para pagar as contas, caso sejam facilmente manipuláveis;

Dinheiro: Banco Central

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• O Comitê de Política Monetária do Banco Central;• Deve definir as diretrizes da política monetária e a taxa

básica de juros do País;• Sua criação buscou proporcionar maior transparência e

ritual adequado ao processo decisório, a exemplo do que já fazia o Federal Open Market Committee (FOMC) do FED;

• O objetivo das mudanças nos juros básicos é manter a inflação sob controle, ou seja, cumprir a meta de inflação para o ano;– A meta de inflação é fixada pelo governo;

COPOM e Taxa Selic

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• Se reúne uma vez ao mês por dois dias;• Formalmente, objetiva "implementar a política monetária, definir

a meta da Taxa Selic e seu eventual viés, e analisar o 'Relatório de Inflação'“;

• A taxa de juros fixada na reunião é a meta para a Taxa Selic (taxa média dos financiamentos diários, com lastro em títulos federais, apurados no Sistema Especial de Liquidação e Custódia), a qual vigora por todo o período entre reuniões ordinárias do Comitê;

• Também pode definir o viés, que é a prerrogativa dada ao presidente do Banco Central para alterar, na direção do viés, a meta para a Taxa Selic a qualquer momento entre as reuniões ordinárias;

COPOM e Taxa Selic

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• A ata da reunião e o relatório da inflação são os instrumentos de comunicação do COPOM;– A ata traz os motivos para as decisões e pode

trazer pistas para as próximas ações do colegiado;

– O relatório de inflação é trimestral (fim de março, junho, setembro e dezembro), ele analisa a economia brasileira e traz projeções para a taxa de inflação;

COPOM e Taxa Selic

Page 55: Moeda e inflação

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• A taxa Selic (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia) é a taxa de juros para empréstimos entre bancos que duram apenas um dia (operações chamadas de “overnight”) e que têm como garantia títulos públicos;– É a taxa básica de juros da economia brasileira, definida pelo

Banco Central;• Serve de base para que bancos calculem seus juros;• Quando baixa, em tese, as taxas praticadas pelos bancos

e outras instituições financeiras também devem cair;

COPOM e Taxa Selic

Page 56: Moeda e inflação

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• Se o governo quer estimular a oferta de empréstimos a taxas mais baixas e assim incentivar o consumo e movimentar a economia, ele reduz a Selic;

• Se a economia está aquecida e a inflação começa a subir demais, ele aumenta a Selic – os empréstimos voltam a ficar mais caros e as pessoas consomem menos, freando o aumento dos preços;– Hoje em dia, no Brasil, isso tem sido contestado, alguns

teóricos dizem que o país não reage bem à essas movimentações, suspeita-se que isso ocorra pela falta de confiança nas ações independentes do BC;

COPOM e Taxa Selic

Page 57: Moeda e inflação

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• O sistema de reservas fracionadas é um sistema bancário no qual os bancos mantém apenas parte de seus depósitos como reserva;– A razão de reserva é a fração que os bancos mantém como reserva;

• Quando alguém quiser retirar dinheiro de sua conta no banco, o dinheiro deve estar lá, mas as pessoas, em geral, não querem dinheiro todas ao mesmo tempo;

• Se o fluxo de novos depósitos for aproximadamente igual ao fluxo de retiradas do banco este precisará manter apenas uma fração destas reservas;– Corrida aos bancos... O que é e qual o motivo da sua ocorrência?

Bancos e Oferta de Moeda

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• Se a oferta de moeda na economia for $100 antes dos empréstimos;– O banco começa a emprestar parte do dinheiro, com isso

a oferta de moeda aumenta;– Os depositantes ainda tem os $100 reais em suas contas,

mas agora os tomadores de empréstimo tem, por exemplo $90 em suas contas;

– A oferta de moeda (que é igual a moeda corrente mais os depósitos à vista) é agora igual a $190, portanto o banco., quando mantém uma fração de depósitos, cria moeda;

Bancos e Oferta de Moeda

Page 59: Moeda e inflação

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• Se alguém está guardando algo de valor para você, este alguém deve receber algo ou deve te pagar algo?– Qual o motivo de os bancos pagarem

para ficar com o dinheiro das pessoas?• Spread bancário?

Bancos e Oferta de Moeda

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Bancos e Oferta de Moeda

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InflaçãoQuanto vale o

dinheiro?

Page 62: Moeda e inflação

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• Lei da Demanda:– Diz que, dado que todos os outros fatores permaneçam

constantes (coeteris paribus), quanto maior for o preço do produto, menos pessoas irão se interessar por ele (demandá-lo);

• Lei da Oferta:– Da mesma forma que a anterior esta lei demonstra a

quantidade de um dado produto que serão vendidas a um preço determinado.

– Esta curva, porém, tem tendência ascendente. Quanto maior o preço, maior a quantidade ofertada.

Inflação: ao básico

Page 63: Moeda e inflação

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• O Equilíbrio: – Ocorre quando Oferta e demanda são iguais

(quando as curvas se tocam) se diz que a economia para aquele bem está em equilíbrio;• Neste ponto a economia atinge seu ponto mais eficiente;

– A quantidade que é demandada é igual à ofertada;– Neste caso hipotético todos (demandantes e

ofertantes) estão satisfeitos;• Isso nunca ocorre ou ocorrerá na realidade, é impossível;

Inflação: ao básico

Page 64: Moeda e inflação

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Inflação: ao básicoPreço

Qtd

Equilíbrio

Qe

Pe

Curva de Oferta “O”

Curva de demanda “D”No mundo

real é impossível

chegar à este equilíbrio,

quantidades demandas e

ofertadas movem-se

continuamente.

Page 65: Moeda e inflação

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• Pergunto: a moeda é um produto?• Estaria a moeda sujeita às leis da

oferta e da demanda?• Se sim, quais seriam as implicações

de uma mudança na quantidade de moeda ofertada/demandada?

Inflação: ao básico

Page 66: Moeda e inflação

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• Em 1997 se comprava um refrigerante em lata em Santarém com uma moeda de um real;

• Hoje, 19 anos depois, a mesma lata de refrigerante custa, em média, R$ 3,00 no varejo;

• Nas economias modernas, que funcionam com fiat money (moedas de curso forçado), existe a tendência natural do aumento de preços;– Muitos economistas defendem que “um pouco de inflação é bom” (!!!!);

• Esse aumento, não só do refrigerante, mas do nível geral de preços é chamado popularmente de inflação;

• Ela pode ser medida por qualquer índice do nível geral de preços:– No Brasil usam-se diversas medidas, sendo que o IPCA é considerada a

medida oficial;

Inflação: ao básico

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• Se não há controle da oferta...• A inflação não é algo inevitável, mas é

muito difícil de ocorrer em países que não controlam a sua emissão de moeda;– Ocorreu nos EUA no fim do século XIX;–No Japão no final do século XX;–Na Grécia em alguns meses dos últimos anos;

Inflação: ao básico

Page 68: Moeda e inflação

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• Mas em países que controlam sua emissão de moeda (dados de 2009)...– EUA: 2%;– Japão: 1,7%– Rússia 9%;– Venezuela: 25%;– Zimbábue: 24.000% em fevereiro de 2008...

• Mas o que determina a inflação e porque ela é um problema?

Inflação: ao básico

Page 69: Moeda e inflação

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Inflação: definições     Economistas usam o termo para denotar um

aumento contínuo no nível geral de preços cotados em unidades de dinheiro. A taxa

de inflação geralmente é relatada como o crescimento

anualizado percentual de alguns amplo índice de

preços monetários. Com os preços subindo, uma nota de

compra menos a cada período. A inflação significa

assim uma diminuição contínua no poder de compra total da unidade monetária.

Concise Encyclopedia of Economics

Simplificando, a inflação é um aumento dos preços em relação ao dinheiro disponível. Em outras palavras, você pode obter menos para

o seu dinheiro do que você costumava ser capaz de obter .... SocialStudiesforKids.com.

"É um fenômeno em que a maioria dos preços vai sendo reajustada com uma

frequência mensal. O último índice oficial de inflação que foi divulgado mostrou que o índice de difusão do IPCA foi de 64%, o que significa que, dos preços pesquisados, 64% tiveram algum tipo de reajuste para cima. É uma remarcação de preço generalizada – que pode ser pequena ou pode ser grande, por algum tipo de acidente, para algum tipo

específico de produto.“Davi Simão Silber – Dpt. Economia da USP

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Inflação: definições"A taxa de inflação é o aumento no nível de

preços. Ou seja, é a média do crescimento dos preços de um conjunto de bens e

serviços em um determinado período.“

Pedro Rossi - Instituto de Economia da Unicamp

"É o crescimento persistente e generalizado do nível de preços. A inflação é um fenômeno de

longo prazo.“Heron do Carmo - Faculdade de Economia e

Administração da USP e Corecon-SP

"Inflação é uma alta persistente e generalizada

dos preços em uma determinada economia.“

Emerson MarçalEscola de Economia da

FGV-SP

"Inflação é o aumento geral e persistente dos preços. Estas duas características são cruciais. Se apenas uns poucos preços aumentam, enquanto os demais permanecem estáveis, não há como

caracterizar um processo inflacionário, ainda que o índice de preços mostre valores positivos.

Da mesma forma, se há um aumento de todos os preços num dado mês, por exemplo, por conta da imposição de algum tributo, mas estabilidade em seguida, também não temos como caracterizar

inflação; esta tem que ser generalizada e persistente.“

Alexandre Schwartsman - Sócio-diretor da Schwartsman & Associados e ex-diretor do BC

Page 71: Moeda e inflação

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Inflação: definiçõesFala-se de inflação quando se verifica um aumento geral

dos preços dos bens e serviços e não quando

apenas os preços de artigos específicos sobem. O

resultado é que se compra menos com um euro. Por outras palavras, um euro

vale menos do que anteriormente. Banco

Central EuropeuA inflação é um processo de elevação de preços que ocorre sempre que há procura

maior do que a capacidade de uma economia produzir determinado bem ou serviço. Em

resumo, a inflação pode ser de oferta – quando há escassez de produto – ou de demanda –

quando a procura é maior do que a quantidade ofertada. Revista Veja

É o aumento no nível geral de

preços dos bens e serviços de uma

economia.Revista Veja

Inflação é um aumento na quantidade de dinheiro e de crédito criado em decorrência desta criação adicional de dinheiro.  A principal e mais visível

consequência da inflação é a elevação dos preços.  Portanto, uma inflação de preços — atenção para o termo correto — é causada

unicamente pelo aumento da quantidade de dinheiro na economia.  Henry Hazlitt

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Inflação: definiçõesHiperinflação

A inflação é um aumento sustentado do nível de preços agregado. A

hiperinflação é a inflação muito alta. Embora este limiar seja arbitrário, os

economistas geralmente usam o termo para descrever episódios nos quais a taxa de inflação mensal é superior a

50%. Com esta taxa, um item que custa um dólar em 1 de Janeiro custa 130

dólares em 1 de Janeiro do ano seguinte ....

Concise Encyclopedia of Economics

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Inflação: no Brasil

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Inflação: no Brasil

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Inflação: no Brasil

1901 1905 1909 1913 1917 1921 1925 1929 1933 1937 1941 1945 1949 1953 1957 1961 1965 1969 1973 1977 1981 1985 1989 1993 1997 2001 2005 2009 2013 1.00

10.00

100.00

1,000.00

10,000.00

Inflação no Brasil 1900-2015 (%)

Médias das décadas:1900: 2% 1910: 7% 1920: 3%1930: 2% 1940: 13% 1950: 21%1960: 45% 1970: 37%1980: 605%1990 (até 1995): 1270%1990 (de 1995 a 2000): 7%2000: 6,7%2015: 10,67%2010- 2015 previsto: 6,7%

2567% em 1993

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Inflação: no Brasil

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Inflação: no Brasil

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HiperInflação: +50% a.n.

Crianças alemãs brincando com dinheiro década de

1920

Cartaz no Zimbabwe “Bilionário Faminto”

100 bilhões no Zimbabwe, compram 3 ovos. circa 2005

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HiperInflação: +50% a.n.

Mulher queima dinheiro na Alemanha para se aquecer Varrendo papel moeda das ruas na

Hungria

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HiperInflação: +50% a.n.

Mulher queima dinheiro para fazer comida

Risco zero de assalto no Zimbabwe

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HiperInflação: +50% a.n.

Para pagar o restaurante...

E uma cerveja...

O dinheiro tem tão

pouco valor que não se conta, mas se pesa...

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HiperInflação: +50% a.n.

Papagaios feitos de dinheiroSomente papel higiênico pode

ser usado neste banheiroPapelão: Não

Pano: NãoDolar do Zimbabwe: Não

Jornais: Não

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• No dia 15 de Junho de 2015 o Zimbábue anunciou finalmente que estava deixando de lado a moeda e iria adotar a política de multi-moedas ou a dolarização da economia.

• Segundo informações da BBC:• Cada 175 quadrilhões de dólares do Zimbábue serão

trocados por US$ 5 dólares americanos• Para qualquer valor acima disso será usada o cambio

de 35 quadrilhões para um dolar americano.

HiperInflação: +50% a.m.

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HiperInflação: +50% a.m.

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Inflação

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“A Inflação é sempre e em todo lugar um fenômeno monetário”

Millton Friedman

Inflação: ao básico

Page 87: Moeda e inflação

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• As primeiras inflações surgiram quando o regente de um país, p.e., um monarca, obrigava seus cidadãos a lhe entregar todas as moedas (de ouro e prata) que possuíam sob o pretexto de que uma nova moeda iria substituir a atual;– Com todas as moedas em mãos, o monarca podia

falsificar o conteúdo das moedas misturando a elas algum outro metal e devolvia aos cidadãos moedas diluídas;

Inflação: ao básico

Page 88: Moeda e inflação

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• Sobre este fato, Murray Rothbard escreveu:–Mais especificamente, a Casa da Moeda derretia

e voltava a cunhar todas as moedas do reinado, devolvendo aos súditos o mesmo valor nominal de "libras" ou "marcos", mas a um peso menor.  As sobras de ouro (ou prata) que ficavam na Casa da Moeda eram embolsadas pelo monarca e utilizadas para financiar seus gastos.

Inflação: ao básico

Page 89: Moeda e inflação

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• O valor que as pessoas dão às coisas muda ao longo do tempo, essa mudança, porém, não é suficiente para explicar as mudanças de preço dos bens;

• Em geral a mudança de valor demora para ocorrer, o preço muda, portanto, pois a moeda usada para pagar pelo produto perdeu valor;– A inflação tem mais a ver com o valor da moeda do

que com o valor dos bens;

Inflação: Teoria Clássica

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• A inflação é um fenômeno amplo da economia e diz respeito, em primeiro lugar, ao valor do meio de troca;– Os aumentos dos preços dos produtos isolados

não causam inflação, e são pontuais, não amplos;• O aumento do nível de preços é

consequência (e não causa), numa inflação, da diminuição do valor da moeda;

Inflação: Teoria Clássica

Page 91: Moeda e inflação

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Inflação: Teoria Clássica

Page 92: Moeda e inflação

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• Já vimos que moeda é um bem com algumas características especiais;

• Seu valor, portanto, é determinado por sua escassez, na oferta e na demanda;

• Mas quais são os determinantes da oferta e demanda de moeda?– O banco central é capaz de tirar ou colocar moeda em

circulação na economia, como já vimos:• Imprime, empresta ou paga ou emite títulos de dívida;• Além disso o dinheiro pago pelo governo, ao ir para os bancos,

pode ser multiplicado, como já visto;

Oferta e demanda de moeda

Page 93: Moeda e inflação

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Oferta e demanda de moeda

“Se a oferta de caviar fosse tão abundante quanto a de batatas, o preço do caviar - isto é, a relação de troca entre caviar e dinheiro, ou entre caviar e outras mercadorias - se alteraria consideravelmente.  Nesse caso, seria possível adquirí-lo a um preço muito menor que o exigido hoje.  Da mesma maneira, se a quantidade de dinheiro aumenta, o poder de compra da unidade monetária diminui, e a quantidade de bens que pode ser adquirida com uma unidade desse dinheiro também se reduz.”

Ludwig Von MisesAs 6 LiçõesCapítulo 4

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• A demanda por moeda reflete quanta riqueza as pessoas desejam ter liquidamente;– As pessoas retém moeda pois ela facilita as trocas;

• A quantidade de dinheiro na sua carteira depende da disponibilidade de cartões de crédito, de você ter ou não uma conta bancária, da facilidade de encontrar um caixa eletrônico, etc.;– Também depende da taxa de juros do banco, quanto mais ele

pagar para você deixar o dinheiro lá, maior será seu incentivo para ter pouca liquidez;

– Consumo presente x consumo futuro (poupança);

Oferta e demanda de moeda

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• Quanto maiores os preços, mais moeda será exigida numa transação, mais moeda as pessoas terão que ter liquida (no bolso e na conta corrente);

• Ou seja, se o valor da moeda é baixo, haverá uma maior demanda por moeda;

• No longo prazo o nível geral de preços se ajusta para o nível em que a demanda e oferta de moeda sejam iguais;

Oferta e demanda de moeda

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• Economias baseadas em metais (sem o truque da diminuição da quantidade de metal) às vezes sofreram inflações, estas raraente superaram os 2% a.a. e eram normalmente provenientes de um aumento abrupto na oferta de metal;– Em geral a experiência era de inflação próxima a zero;

• Do contrário, economias com papel moeda, apresentaram historicamente muito mais inflação;

• Os piores excessos de inflação ocorreram somente no século XX. Peter Bernholz (2003, p. 1) em países nos quais o padrão metálico não mais existia;

• Em 1971 o governo americano cortou o último elo do dólar com o ouro;• Mesmo entre países que não sofreram hiperinflação, as taxas geralmente

ficaram acima do então normal depois de 1971;• Na maioria dos países as taxas de inflação ficaram menores após 1985 do que

foram entre 1971–1985;

Oferta e demanda de moeda

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Oferta e demanda de moeda

Page 98: Moeda e inflação

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• Imaginem uma economia sem inflação e na qual o Banco Central, subitamente, dobra a oferta de moeda;

• Teoria quantitativa da moeda: afirma que a quantidade de moeda disponível determina o nível de preços e que a taxa de crescimento de moeda disponível determina o nível de inflação;

Injeção de Moeda

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Injeção de Moeda

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• Como a economia vai do antigo para o novo equilíbrio?• O efeito imediato da injeção de moeda é criar um

excesso de moeda;– As pessoas tentam se livrar deste excesso: comprando bens

e serviços ou emprestando para que outras comprem;• Veja o que ocorreu com o Brasil nos últimos 8 anos, mais ou menos;

– A capacidade da economia de ofertar bens e serviços não mudou, pois não houve investimento (no sentido econômico);• O aumento da demanda faz os bens e serviços aumentarem os

preços, isto eleva a demanda por moeda para conseguir transacionar até o novo ‘equilíbrio’;

Injeção de Moeda: ajuste

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• As alterações monetárias afetam outras variáveis? Produção? Emprego? Salários Reais? Taxas de Juros?

• Variáveis nominais: medidas em unidades monetárias;

• Variáveis reais: medidas em unidades físicas;– Dicotomia clássica: os dois tipos de variáveis

estão separados pela teoria;

Neutralidade da Moeda

Page 102: Moeda e inflação

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• A dicotomia clássica ajuda a compreender os preços relativos:– Se uma saca de milho custa R$ 30,00 e uma de feijão custa R$ 60,00

então uma saca de feijão vale 2 sacas de milho;• Preços em R$ são variáveis nominais, os relativos são variáveis reais;

– O mesmo ocorre com a taxa de juros real (a nominal menos a inflação do período);

– Alterações na oferta de moeda afetam variáveis nominais, mas não as reais;• Tal irrelevância das alterações monetárias é chamada de neutralidade monetária;

– A moeda, como unidade de medida, quando sofre alterações de valor não traz efeitos reais importantes a longo prazo;• A curto prazo isso causa efeitos nas variáveis reais, pois o excesso de moeda

chega primeiro a alguns atores;

Neutralidade da Moeda

Page 103: Moeda e inflação

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• Governos criam dinheiro para pagar suas despesas;– Isso também pode ser feito por meio de impostos diretos,

é claro, mas é bem mais difícil politicamente;• Quando um governo aumenta sua receita

‘imprimindo’ dinheiro, diz-se que está arrecadando um imposto inflacionário, quando há emissão de moeda o nível de preços se eleva e o dinheiro perde valor, assim o imposto inflacionário atinge todos que têm moeda;

O imposto inflacionário

Page 104: Moeda e inflação

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• Nos EUA o termo econômico mais usado é ‘inflação’, acima de ‘desemprego’ e ‘produtividade’;– No Brasil pouco ou nada se fala de produtividade...;

• A inflação, por si só, a longo prazo, não reduz o poder aquisitivo real, isso pode ocorrer por outros motivos, por exemplo a inércia (o varejista aumenta os preços pois acha que eles irão aumentar);– Isso se deve ao fato de a moeda ser neutra ou seja, vale o

mesmo para todos;

Custos da inflação

Page 105: Moeda e inflação

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• Custo de sola de sapato: recursos desperdiçados quando a inflação incentiva as pessoas a reduzir a quantidade de moeda que tem em mãos;

• Custos de menu: custos de alteração de preço;• Variabilidade dos preços relativos e alocação

distorcida de recursos: preços relativos ajudam a alocar melhor os recursos escassos, a inflação faz com que isso fique mais difícil;

Custos da inflação

Page 106: Moeda e inflação

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• Confusão e inconveniência: a inflação muda a lógica do mercado, fica mais difícil calcular lucros, juros, salários, preços em geral;

• Redistribuição arbitrária de riqueza: a inflação distribui sem ter a ver com mérito ou mesmo com sorte, isso se dá porque muitos empréstimos são especificados em termos de moeda;– Se eu emprestar R$ 50 mil hoje com juros de 10% a.a. um ano para

pagar e houver uma inflação de 20% a.a. terei que pagar, em termos reais, R$ 44 mil;

– Se houver uma deflação de 10% estarei devendo não R$ 55 mil, mas R$ 60,5 mil;

Custos da inflação

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• Distorções tributárias: a inflação aumenta a carga tributária sob a renda que se poupa;– Isso desestimula a poupança e portanto o investimento;– Inflação faz com que o rendimento nominal cresça mais

rápido do que a renda real.– Impostos são baseados na renda nominal, e alguns não

são ajustados pela inflação.– Assim, a inflação leva as pessoas a pagar mais

impostos, mesmo quando os seus rendimentos reais não aumentam;

Custos da inflação

Page 108: Moeda e inflação

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• Segundo Mises: – Para evitar levar a culpa pelas conseqüências nefastas da inflação, o

governo e seus seguidores recorrem a um truque semântico. Eles tentam mudar o significado dos termos. Eles chamam de "inflação" aquilo que é justamente a consequência inevitável da inflação: o aumento dos preços. Eles se esforçam ao máximo para relegar ao esquecimento o fato de que esse aumento de preços é produzido justamente pelo aumento da quantidade de dinheiro e de substitutos monetários na economia. E eles nunca mencionam este aumento.

– Eles culpam as empresas e os empresários por esse aumento do custo de vida. Este é o clássico exemplo do ladrão que grita "pega ladrão!". O governo, que é quem produziu a inflação ao multiplicar a oferta monetária, incrimina os produtores e os mercadores, e se jacta de ser o grande paladino dos preços baixos.

Inflação: porqûes

"Se os governos desvalorizam a moeda para trair todos os credores, você educadamente chama este

procedimento de 'inflação'." George Bernard Shaw

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Inflação: efeitosem anos 1% 2% 5% 10% 50% 100% 387%

1 10,10R$ 10,20R$ 10,50R$ 11,00R$ 15,00R$ 20,00R$ 48,70R$ 2 10,20R$ 10,40R$ 11,03R$ 12,10R$ 22,50R$ 40,00R$ 237,17R$ 3 10,30R$ 10,61R$ 11,58R$ 13,31R$ 33,75R$ 80,00R$ 1.155,01R$ 4 10,41R$ 10,82R$ 12,16R$ 14,64R$ 50,63R$ 160,00R$ 5.624,91R$ 5 10,51R$ 11,04R$ 12,76R$ 16,11R$ 75,94R$ 320,00R$ 27.393,33R$ 6 10,62R$ 11,26R$ 13,40R$ 17,72R$ 113,91R$ 640,00R$ 133.405,51R$ 7 10,72R$ 11,49R$ 14,07R$ 19,49R$ 170,86R$ 1.280,00R$ 649.684,83R$ 8 10,83R$ 11,72R$ 14,77R$ 21,44R$ 256,29R$ 2.560,00R$ 3.163.965,14R$ 9 10,94R$ 11,95R$ 15,51R$ 23,58R$ 384,43R$ 5.120,00R$ 15.408.510,23R$ 10 11,05R$ 12,19R$ 16,29R$ 25,94R$ 576,65R$ 10.240,00R$ 75.039.444,80R$

Preços EstáveisConjuntura

inflacionária Hiperinflação

10 reais hoje...

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Inflação: efeitosano 1% 2% 5% 10% 50% 100% 387%

1 2,53R$ 2,55R$ 2,63R$ 2,75R$ 3,75R$ 5,00R$ 12,18R$ 2 2,55R$ 2,60R$ 2,76R$ 3,03R$ 5,63R$ 10,00R$ 59,29R$ 3 2,58R$ 2,65R$ 2,89R$ 3,33R$ 8,44R$ 20,00R$ 288,75R$ 4 2,60R$ 2,71R$ 3,04R$ 3,66R$ 12,66R$ 40,00R$ 1.406,23R$ 5 2,63R$ 2,76R$ 3,19R$ 4,03R$ 18,98R$ 80,00R$ 6.848,33R$ 6 2,65R$ 2,82R$ 3,35R$ 4,43R$ 28,48R$ 160,00R$ 33.351,38R$ 7 2,68R$ 2,87R$ 3,52R$ 4,87R$ 42,71R$ 320,00R$ 162.421,21R$ 8 2,71R$ 2,93R$ 3,69R$ 5,36R$ 64,07R$ 640,00R$ 790.991,28R$ 9 2,73R$ 2,99R$ 3,88R$ 5,89R$ 96,11R$ 1.280,00R$ 3.852.127,56R$ 10 2,76R$ 3,05R$ 4,07R$ 6,48R$ 144,16R$ 2.560,00R$ 18.759.861,20R$

Uma latinha de coca-cola

Preços Estáveis Conjuntura inflacionária

Hiperinflação

ESTUDO

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Inflação: efeitosem anos 1% 2% 5% 10% 50% 100% 387%

1 99,00R$ 98,00R$ 95,00R$ 90,00R$ 50,00R$ -R$ 287,00-R$ 2 98,01R$ 96,04R$ 90,25R$ 81,00R$ 25,00R$ -R$ 258,30-R$ 3 97,03R$ 94,12R$ 85,74R$ 72,90R$ 12,50R$ -R$ 232,47-R$ 4 96,06R$ 92,24R$ 81,45R$ 65,61R$ 6,25R$ -R$ 209,22-R$ 5 95,10R$ 90,39R$ 77,38R$ 59,05R$ 3,13R$ -R$ 188,30-R$ 6 94,15R$ 88,58R$ 73,51R$ 53,14R$ 1,56R$ -R$ 169,47-R$ 7 93,21R$ 86,81R$ 69,83R$ 47,83R$ 0,78R$ -R$ 152,52-R$ 8 92,27R$ 85,08R$ 66,34R$ 43,05R$ 0,39R$ -R$ 137,27-R$ 9 91,35R$ 83,37R$ 63,02R$ 38,74R$ 0,20R$ -R$ 123,54-R$ 10 90,44R$ 81,71R$ 59,87R$ 34,87R$ 0,10R$ -R$ 111,19-R$

Para onde vai o poder de compra?

Inflação é um ato de fraude, de peculato.

Frank Shostak

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Inflação modernamente

Previsão 2015EUA: - 0,2%Japão: 2,2%

Zona Euro: 0%

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• Se a maioria dos economistas concorda que a emissão de papel-moeda é um fator (ainda que não seja ao único) muito forte no nascimento da inflação, por que os governos seguem emitindo dinheiro?

• Exitem 3 respostas, ou razões princiapais para isso:– O mito de que dinheiro é sinônimo de riqueza;– A crença de que, através da inflação se pode eliminar o

desemprego;– A inflação é benéfica para o governante em turno, a curto

prazo;

Por que a emissão continua?

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• É comum pensar que com mais dinheiro irá aumentar a riqueza, por isso: “não seria sensacional emitir dinheiro para que todos fossem ricos?”;– Quem nunca pensou nisso quando criança ou adolescente?

• Porém, o dinheiro, por sí só, não é sinônimo de riqueza;– Numa economia com 3 tipos de bens camisas (50 und), calças (25 und) e

sapatos (25 und);– Uma pessoa só, por R$ 5.000,00, compra todos estes bens;– Se o rendimento desta esta dobra para R$ 10 mil, será possível comprar mais

bens?• Não, é impossível, só poderá compra r mais desde que mais bens sejam produzidos!;

• Conclui-se que a riqueza não está na posse do dinheiro, mas sim naquilo que ele é capaz de proporcionar;– Se o dinheiro não é capaz de comprar bens, ele será inútil;

Dinheiro é riqueza?

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• Baseado nos estudos de William Phillips (séc. XX) concluiu-se que os governantes devem decidir entre um dos dois, seria um trade-off. – Em outras palavras, para baixar o desemprego se deveria gerar

inflação através da emissão de dinheiro para gerar trabalho;• E evidencia suportou esta teoria até a década de 70 quando surgiram

casos de alta inflação e desemprego (Argentina, Venezuela, países africanos hoje em dia);

• Ainda hoje a idéia permanece presente em muitos países;– Governos populistas tendem a usar essa lógica;

+ Inflação, - desemprego

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+ Inflação, - desemprego

• Inflação x Desemprego no curto prazo;

• O Estudo do economista Neo-Zelandês A. W. H. Phillips publicado em 1958 sobre inflação salarial e desemprego no Reino Unido de 1861 to 1957 é um marco no desenvolvimento da macroeconomia;

A curva de Phillips mostra uma

correlação negativa entre inflação e

desemprego.Mas cuidado:

Correlação não é causa...

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• A curva de Phillips retrata um dos dez princípios de economia: “existe, no curto prazo, um tradeoff entre inflação e desemprego”;– Esta relação não se sustenta no longo prazo...

• Nos anos 60 economistas ligados Keynesianos criaram uma nova versão da curva que relaciona a taxa de desemprego à inflação como um todo;

• A redução do desemprego, portanto, provocaria maior inflação;– Isto se explicaria pela tendência de aumento dos custos de produção

(puxados pelos salários) quando a economia se aproxima do pleno emprego;– Mais tarde economistas neo-clássicos como Friedman propuseram novas

versões para a CP, nas quais os aumentos de salário e preços seriam alimentados pelas expectativas inflacionárias dos agentes, além da demanda agregada;

+ Inflação, - desemprego

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• Uma análise menos criteriosa apresenta a CP como uma solução mágica para os maiores problemas político-econômicos: desemprego e inflação;– Os formuladores de políticas poderiam “ajustar” a economia ao seu prazer, para

agradar quem conviesse;• Porém, o que ocorre quando, a curto prazo, existe um aumento na

demanda como um todo?– Como é possível perceber numa análise microeconômica básica, o que ocorre é

que a produção aumenta, mas também aumentam os preços, pois a produção não consegue aumentar no mesmo ritmo que a demanda;

– Mais produção significa maior emprego e, portanto, menor taxa de desemprego;– Deslocamentos na demanda agregada pressionam a inflação e o desemprego em

sentidos opostos no curto prazo;• Como a política monetária e fiscal podem deslocar a curva de demanda

agregada, elas podem mover a economia ao longo da curva de Phillips;

+ Inflação, - desemprego

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• Aumentos na oferta de moeda ou nos gastos do governo ou cortes em impostos forçam a produção para cima, pois expandem a demanda agregada e movem a economia para um ponto na curva de Phillips com maior inflação e menor desemprego;

• Quando a oferta da moeda cai, o governo corta despesas, ou aumenta os impostos há uma contração na demanda agregada e a economia se move para um ponto de menor inflação e maior desemprego;

• A curto prazo a correlação existe, mas ela seria causal?

+ Inflação, - desemprego

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• Milton Friedman e Edmund Phelps no final da década de 60 publicaram artigos negando o tradeoff de longo prazo entre inflação e desemprego;

• Baseando-se na teoria clássica da neutralidade da moeda, eles mencionaram que o aumento da oferta de moeda não tem efeito direto sobre as variáveis reais como a produção e emprego e se limita a alterar os preços nominais;

• O aumento da quantidade de moeda não tem influência alguma sobre os 4 fatores principais para o desemprego:– Salário mínimo, poder dos sindicatos, salários de eficiência e a busca pelo

emprego;• Eles demonstraram que os formuladores de políticas monetárias podem

adotar medidas expansionistas para reduzir o desemprego por algum tempo, mas o desemprego acaba por voltar à taxa natural, e a continuidade da política expansionista causará apenas maior inflação;

+ Inflação, - desemprego

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• Provavelmente a razão mais importante para quem está no poder;

• Quando um governo emite dinheiro este chega em suas mãos antes de chegar à economia como um todo, dado ao governo uma vantagem de tempo e diminuindo assim seus custos;– Quando este dinheiro começa a circular os preços relativos

começam a variar aumentando, prejudicando o consumidor final, o último a receber tal dinheiro;

– O governo compra barato (ou oaga suas dívidas com maior facilidade) às custas da maior dificuldade da população em geral para sobreviver no futuro;

É bom para o governo

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• Tem uma fonte, dividida em 3 maneiras diferentes:– O governo precisa de mais dinheiro para manter os seus

gastos correntes:• Governo toma empréstimos e não aumenta os impostos e a

produção não aumenta (o que elevaria a arrecadação dos impostos);– Impostos deverão ser pagos no futuro, se não houver redução de gastos,

haverá inflação;• Governo compra títulos de volta (jogando liquidez na economia);

– Isso serve para ‘estimular’ o consumo, como forma de melhorar a percepção de bem-estar das pessoas;

• Governo imprime dinheiro;– Todas as três soluções terão, por consequência a inflação;

Inflação

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• O único ente capaz de provocar inflação é o governo;– Inflação de demanda não existe, a mudança de preço de

um produto não é capaz de alterar todos os preços de uma economia;

• Aumento de preços, ainda que sejam preços muito importantes na economia, não causam inflação;– O aumento do preço da energia fará com que as famílias

tenham que reduzir o consumo desse ou de outro bem, as empresas poderão melhorar a produtividade ou repassar os custos, as famílias, novamente, deverão reduzir o consumo de alguma coisa;

Inflação

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Perguntas?

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• Mankiw, N. Gregory. Introdução À Economia - Tradução da 6ª Edição Norte-americana, São Paulo. Cengage Learning, 2013 2014 – Capítulo 26, 27 e 30

• Como a Economia cresce e porquê ela quebra. São Paulo, ______ 2013.• Economia numa única lição, Henry Hazlitt.• As 6 Lições, Von Mises;• Money - Mises Wiki, the global repository of classical-liberal thought (http://wiki.mises.org/wiki/Money• AmosWEB is Economics: Encyclonomic WEB*pedia (

http://www.amosweb.com/cgi-bin/awb_nav.pl?s=wpd&c=dsp&k=money+characteristics);• Money-Functions ...Titlepage - moneyfunct.pdf (

http://www.moneyandyouth.cfee.org/en/resources/pdf/moneyfunct.pdf );• Functions and Characteristics of Money | Mr Rouse's Online Classroom (http://mrrouse.com/2011/03/26/money );• The Seven Characteristics of Money (http://blog.milesfranklin.com/the-seven-characteristics-of-money );• What is the characteristic of money? - Answers.com (

http://wiki.answers.com/Q/What_is_the_characteristic_of_money?#slide=3 );• Uses and Characteristics of Money (

http://pt.slideshare.net/Geckos/uses-and-characteristics-of-money-presentation );• Lecciones financieras para gobiernos emisionistas (es.panampost.com/ivan-cachanosky/2014/04/09/lecciones-

financieras-para-gobiernos-emisionistas);

Bibliografia e Sugestões

Page 126: Moeda e inflação

dodandrea.com 126

• Inflation, High School Economics Topics | Library of Economics and Liberty (http://www.econlib.org/library/Topics/HighSchool/Inflation.html)

• G1 Economia – O que é inflação (http://g1.globo.com/economia/inflacao-o-que-e/platb);

• BCE: O que é a inflação? (http://www.ecb.europa.eu/ecb/educational/hicp/html/index.pt.html);

• Inflação - Perguntas e Respostas - VEJA.com (http://veja.abril.com.br/perguntas-respostas/inflacao.shtml)

• IMB - O básico sobre a inflação (http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1296)• IMB – Inflação (http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=577)• IMB - Quando a inflação é boa (http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=489)• IMB - Mito: crescimento econômico causa inflação (

http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=145)• IMB - Deflação: os maiores mitos (http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=163);

Bibliografia e Sugestões

Page 127: Moeda e inflação

dodandrea.com 127

• Lecciones financieras para gobiernos emisionistas (es.panampost.com/ivan-cachanosky/2014/04/09/lecciones-financieras-para-gobiernos-emisionistas);

• IMB - A verdade sobre a inflação (http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=101)• IMB - Os efeitos econômicos da inflação (

http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1576)• IMB - A atual definição de inflação impede a adoção de políticas sensatas (

http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1779);• IMB - A verdade sobre a inflação (http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=101);• IMB - Inflação não é um aumento generalizado nos preços (

http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1302);• Instituto Ludwig von Mises Brasil (

http://www.mises.org.br/EbookChapter.aspx?id=42);• A estabilidade de preços é importante porque? (

http://www.ecb.europa.eu/ecb/educational/pricestab/shared/movie/EZB_Booklet_2011_PT_web.pdf??1f928d0a5f506b3fa8850b7200a5fc03)

Bibliografia e Sugestões

Page 128: Moeda e inflação

Fernando Monteiro D’Andrea, Eng. MSc.Pos Graduando em Economia Austríaca pelo IMBSantarém – Tapajós – Brasil - Agosto de 2016dodandrea.com@DoDAndrea

Moeda e Inflação