monitoramento da dispersão de aedes (stegomyia) aegypti
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Universidade Federal do Amapá
Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação
Programa de Pós Graduação em Biodiversidade Tropical
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá
Conservação Internacional
Fred Júlio Costa Monteiro
Monitoramento da dispersão de Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus,
1762) (Diptera: Culicidae) e da dengue no munícipio de Macapá,
Amapá, Brasil
Macapá/AP
2014
Fred Júlio Costa Monteiro
Monitoramento da dispersão de Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus,
1762) (Diptera: Culicidae) e da dengue no munícipio de Macapá,
Amapá, Brasil
Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação
em Biodiversidade Tropical da Universidade Federal
do Amapá/ Embrapa-Amapá /IEPA/ Conservação
Internacional, para obtenção do título de Doutor em
Biodiversidade Tropical, área de concentração
Ecologia e Meio Ambiente.
Orientador: Prof. Dr. José Carlos Tavares Carvalho Co-Orientador: Prof. Dr. Raimundo Nonato Picanço Souto
Macapá/AP
2014
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) Biblioteca Central da Universidade Federal do Amapá
614.4 M775m Monteiro, Fred Júlio Costa.
Monitoramento da dispersão de Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus, 1762) (Diptera: Culicidade) e da dengue no município de Macapá, Amapá, Brasil / Fred Júlio Costa Monteiro -- Macapá, 2014.
78 f.
Dissertação (Doutorado) – Fundação Universidade Federal do Amapá, Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade Tropical.
Orientador: Prof. Dr. Raimundo Nonato Picanço Souto.
1. Aedes Aegypti – Macapá (AP). 2. Dengue – Epidemiologia. 3. Calicidae – Distribuição geográfica. I. Souto, Raimundo Nonato Picanço, orient. II. Fundação Universidade Federal do Amapá. III. Título.
Fred Júlio Costa Monteiro
Monitoramento da dispersão de Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus,
1762) (Diptera: Culicidae) e da dengue no munícipio de Macapá,
Amapá, Brasil
Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação
em Biodiversidade Tropical da Universidade Federal
do Amapá/ Embrapa-Amapá /IEPA/ Conservação
Internacional, para obtenção do título de Doutor em
Biodiversidade Tropical, área de concentração
Ecologia e Meio Ambiente.
Comissão Examinadora
_____________________________________________________
Prof. Dr. José Carlos Tavares Carvalho (Orientador) Universidade Federal do Amapá - UNIFAP
_____________________________________________________
Prof. Dr. Raimundo Nonato Souto Picanço (Co-Orientandor) Universidade Federal do Amapá – UNIFAP
_____________________________________________________
Prof.ª Dr.ª Helenilza Ferreira Albuquerque Cunha Universidade Federal do Amapá – UNIFAP
_____________________________________________________ Prof. Dr. Emerson Monteiro dos Santos
Universidade Federal do Amapá – UNIFAP
_____________________________________________________ Prof.ª Dr.ª Rosimeire Lopes da Trindade
Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá
_____________________________________________________ Prof. Dr. Álvaro Augusto Ribeiro D’Almeida Couto
Universidade Federal do Amapá – UNIFAP
Macapá, 07 de Fevereiro de 2014.
AGRADECIMENTOS
À Deus, pela saúde, pelo amor e pela sabedoria. Sem Ele nada é possível.
A Universidade Federal do Amapá (UNIFAP), Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuária (Embrapa) e Conservação Internacional (CI), em especial a
coordenação do Programa de Pós Graduação em Biodiversidade Tropical (PPGBIO)
e todos docentes que me proporcionaram conhecimento ao longo desta caminhada.
A Prof. Helenilza pelo incentivo e ajuda.
Ao meu estimado orientador Prof. Tavares, por ter aceitado este desafio e por
sua confiança.
Ao meu co-orientador Prof. Nonato, pela amizade e conhecimento.
Aos membros da equipe de entomologia do município de Macapá, pelo apoio
na execução da pesquisa e por acreditarem neste projeto.
A Divisão de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde de Macapá
(DVS/SEMSA), a Divisão de Vigilância Epidemiológica da Coordenadoria de
Vigilância em Saúde do Estado do Amapá (DVE/CVS), ao Núcleo de
Hidrometereologia e Energias Renováveis do Instituto de Pesquisas Científicas e
Tecnológicas do Estado do Amapá (NHMET/IEPA) e a Secretaria de Estado do Meio
Ambiente do Amapá (SEMA/AP) pelo fornecimento dos dados.
Aos meus amigos que estiveram sempre ao meu lado nesta jornada, meu
muito obrigado Fábio, Carlos, Danieli, Kellen, Sílvia, André e Dennis.
Aos meus pais, irmãos, sogro, sogra, cunhados e familiares, que sempre me
apoiaram e compreenderam os momentos de ausência.
Aos meus amados sobrinhos e afilhados, por fazerem parte da minha vida e
que sempre me alegram.
Por fim, as minhas amadas esposa Rackel e filha Lorena, que com os olhos
marejados, agradeço por tudo, pelo apoio incondicional e irrestrito, por
compreenderem os diversos momentos de ausência. Fontes de minha inspiração e
saber. Amo vocês.
“Se você quiser triunfar na vida, faça da
perseverança sua melhor amiga; da experiência, o
seu sábio conselheiro; da prudência, o seu irmão
mais velho; e da esperança, o seu anjo guardião”
Joseph Addison
RESUMO
O presente estudo teve como objetivo monitorar e estratificar a distribuição tempo-
espacial de Aedes aegypti e da dengue, determinando o ambiente de maior
predileção do mosquito. Para isto, foram instaladas ovitrampas em 66 pontos,
divididos em quatro zonas da cidade de Macapá, Estado do Amapá, Brasil, distantes
400 m aproximadamente. Em cada ponto amostral, foram instaladas duas
ovitrampas ao nível de solo, uma em cada ambiente, trocadas semanalmente por
um período aproximado de um ano. A contagem de ovos permitiu calcular o índice
de positividade de ovo (IPO) e índice de densidade de ovo (IDO). Comparou-se o
IPO e o IDO entre os ambientes e zonas, e correlacionou-se com os dados
ambientais e os casos notificados de dengue. Durante o estudo, o IPO foi de 51,90%
e 46,09% e o IDO de 100,89 e 88,79 nos ambientes peridomiciliar e domiciliar,
respectivamente. Não houve diferença do IPO entre as zonas, apenas o IDO da
zona central fora maior que as demais. O IPO e IDO estiveram correlacionados
positivamente com a pluviosidade e casos de dengue, porém negativamente com a
temperatura. Os resultados indicam que o ambiente peridomiciliar é o indicado para
instalação de ovitrampas. A espacialização do número de ovos retirados das
ovitrampas identificou geograficamente os principais locais de maior infestação,
tanto na positividade quanto na densidade, ao passo que a distribuição dos casos de
dengue revelou os locais de maior risco para doença. O monitoramento do A.
aegypti através de ovitrampa direciona complementarmente a equipe de combate ao
vetor, permitindo atuar de maneira mais eficaz nas zonas de maior positividade.
Palavras-chave: armadilha de oviposição; índice de densidade de ovo; índice de
positividade de ovo.
ABSTRACT
The present study aimed to monitor the spread and stratify the distribution of time-
space Aedes aegypti and dengue, determining the most sensitive environment for
detection of mosquito. For this purpose, ovitraps were installed at 66 points divided
into four areas of the city of Macapá City, State of Amapá, Brazil, approximately 400
m apart from one another. At each sampling point, two ovitraps were installed at
ground level, one in each environment, and replaced weekly for approximately one
year. The eggs were counted to calculate the egg positivity index (EPI) and egg
density index (EDI). The EPI and EDI were compared across areas and
environments, and correlated with the environmental data and cases of dengue. For
the period of the study, the EPI was 51.90% and 46,09%, and the EDI was 100.89
and 88,79 in the house surrounding and house, respectively. There was no
difference in EPI across different areas, and only the EDI in the central area was
greater than that in the other areas. The EPI and EDI were correlated positively with
rainfall and cases of dengue, but negatively with temperature. The results indicate
that the house surrounding is the indicated site for ovitrap installation. The spatial
distribution of the amount of eggs removed from ovitraps, geographically identified
the areas of higher infestation, both in positive and in density, and thus the
distribution of dengue cases revealed the locations of greatest risk for disease. The
monitoring of A. aegypti using ovitraps helps the team to combat the vector, enabling
them to act more effectively in areas of higher positivity.
Keywords: oviposition traps; egg density index; egg positivity index.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 1 INTRODUÇÃO GERAL .......................................................................................... 11 Figura 1 – Fêmea de A. aegypti em repouso. ........................................................... 13 Figura 2 – Municípios amapaenses considerados infestados pelo A. aegypti em
2013, de acordo com a coordenação do PECD. .......................................... 14 Figura 3 – Limites geográficos dos potenciais locais de ocorrência durante o ano
todo de A. aegypti. As linhas em verde correspondem a isoterma de 10 ºC que ocorre de Janeiro a Julho. Os países destacados também em verde, são considerados área de risco de transmissão de dengue, em 2010. .............. 15
Figura 4 – Ovo de A. aegypti apresentando uma coloração negra brilhante. Notar à direita, indicado pela seta, o momento em que a larva eclode do ovo. ........ 17
Figura 5 – Morfologia externa da larva do mosquito A. aegypti. ............................... 18 Figura 6 – Morfologia externa da pupa do mosquito A. aegypti. ............................... 19 Figura 7 – Macho do A. aegypti. Notar as antenas plumosas. .................................. 20 CAPÍTULO 1 – ESTUDO DA DISPERSÃO DO Aedes aegypti (LINNAEUS) ATRAVÉS DE OVITRAMPAS Figura 1 – Localização das ovitrampas por zona de estudo em Macapá, Amapá,
Brasil. ............................................................................................................ 36 Figura 2 – Modelo de ovitrampa utilizado no esutdo ................................................. 37 CAPÍTULO 2 – ESTUDO DA SENSIBILIDADE DA OVITRAMPA NO PERIDOMICÍLIO E DOMICÍLIO Figura 1 – Pontos amostrais distribuídos de acordo com as zonas de estudo ......... 48 Figura 2 – Índice de Positividade de Ovo (IPO) a partir da implantação de ovitramas
na cidade de Macapá-AP, no período compreendido entre a semana epidemiológica 38/2011 e a semana epidemiológica 35/2012. .................... 49
Figura 3 – Índice de Densidade de Ovo (IDO) a partir da implantação de ovitramas na cidade de Macapá-AP, no período compreendido entre a semana epidemiológica 38/2011 e a semana epidemiológica 35/2012. .................... 49
CAPÍTULO 3 – DISTRIBUIÇÃO DOS CASOS NOTIFICADOS DE DENGUE E DO Aedes (Stegomyia) aegypti (LINNAEUS, 1762) EM MACAPÁ, AMAPÁ, BRASIL Figura 1 – Localização das ovitrampas por zona de estudo em Macapá, Amapá,
Brasil. ............................................................................................................ 57 Figura 2 – Sobreposição das ovitrampas positivas em relação a densidade Kernel
dos casos notificados de dengue durante a semana epidemiológica 33-2012 ......................................................................................................... 61
LISTA DE TABELAS
1 INTRODUÇÃO GERAL .......................................................................................... 11 Tabela 1 – Número de casos de dengue em Macapá (capital) e no Estado de 2001 a
2010. ............................................................................................................. 12 Tabela 2 – Classificação do índice predial de acordo com o risco da dengue. ......... 22 CAPÍTULO 1 – ESTUDO DA DISPERSÃO DO Aedes aegypti (LINNAEUS) ATRAVÉS DE OVITRAMPAS Tabela 1 – Correlação entre o IPO e as variáveis ambientais e casos notificados de
dengue por zona de estudo durante a semana epidemiológica 38/2011 a 35 2012, em Macapá, Amapá, Brasil ................................................................. 39
Tabela 2 – Correlação entre o IDO e as variáveis ambientais e casos notificados de dengue por zona de estudo durante a semana epidemiológica 38/2011 a 35 2012, em Macapá, Amapá, Brasil ................................................................. 39
CAPÍTULO 2 – ESTUDO DA SENSIBILIDADE DA OVITRAMPA NO PERIDOMICÍLIO E DOMICÍLIO Tabela 1 – Resultado do teste de Mann Whitney aplicado na comparação do IPO a
partir da implantação de ovitrampas em zonas de Macapá, Estado do Amapá, Brasil. .............................................................................................. 50
Tabela 2 – Resultado do teste de Mann Whitney aplicado na comparação do IDO a
partir da implantação de ovitrampas em zonas de Macapá, Amapá, Brasil . 50
CAPÍTULO 3 – DISTRIBUIÇÃO DOS CASOS NOTIFICADOS DE DENGUE E DO Aedes (Stegomyia) aegypti (LINNAEUS, 1762) EM MACAPÁ, AMAPÁ, BRASIL Tabela 1 – Número de casos de dengue notificados por zona de estudo na cidade de
Macapá, durante o período da pesquisa. ..................................................... 60 Tabela 2 – Resultado da Correlação de Spearman aplicada entre os casos
notificados de dengue e as variáveis ambientais de Macapá, Amapá, Brasil ............................................................................................................. 60
SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO GERAL .......................................................................................... 11 1.1 Aedes aegypti ...................................................................................................... 13 1.1.1 Taxonomia ........................................................................................................ 13 1.1.2 Histórico ............................................................................................................ 13 1.1.3 Bioecologia ....................................................................................................... 15 1.1.3.1 Ovo ................................................................................................................ 17 1.1.3.2 Larva .............................................................................................................. 18 1.1.3.3 Pupa .............................................................................................................. 19 1.1.3.4 Adulto ............................................................................................................ 19 1.1.4 Monitoramento do A. aegypti ............................................................................ 20 1.1.4.1 Ovitrampas .................................................................................................... 20 1.1.4.2 Larvitrampa .................................................................................................... 21 1.1.4.3 Armadilhas que capturam adultos ................................................................. 21 1.1.4.4 Levantamento de Índice Rápido para A. aegypti (LIRAa) ............................. 22 1.1.4.5 Sistema de informação geográfica ................................................................ 23 1.1.5 Controle vetorial ............................................................................................... 24 1.1.5.1 Controle Mecânico ......................................................................................... 25 1.1.5.2 Controle Químico ........................................................................................... 25 1.1.5.3 Controle Biológico ......................................................................................... 26 1.1.5.4 Controle Físico .............................................................................................. 28 1.2 Dengue ............................................................................................................... 28 1.2.1 Etiologia e Epidemiologia ................................................................................. 28 1.2.2 Ciclo de transmissão ........................................................................................ 29 1.2.3 Perspectiva de vacina ...................................................................................... 30 CAPÍTULO 1 – ESTUDO DA DISPERSÃO DO Aedes aegyptI (LINNAEUS) ATRAVÉS DE OVITRAMPAS Resumo ..................................................................................................................... 32 Abstract ..................................................................................................................... 33 1 Introdução ............................................................................................................... 34 2 Material e métodos ................................................................................................. 35 2.1 Cidade do estudo ................................................................................................ 35 2.2 Área de estudo .................................................................................................... 35 2.3 Ovitrampas .......................................................................................................... 36 2.4 Determinação do IPO e IDO ................................................................................ 37 2.5 Variáveis ambientais ........................................................................................... 37 2.6 Análise estatística ................................................................................................ 37 3 Resultados .............................................................................................................. 38
CAPÍTULO 2 – ESTUDO DA SENSIBILIDADE DA OVITRAMPA NO PERIDOMICÍLIO E DOMICÍLIO Resumo ..................................................................................................................... 44 Abstract ..................................................................................................................... 45 1 Introdução ............................................................................................................... 46 2 Material e métodos ................................................................................................. 47 2.1 Área do estudo .................................................................................................... 47 2.3 Determinação do índices ..................................................................................... 48 2.4 Análise estatística ................................................................................................ 48 3 Resultados e discussão .......................................................................................... 49 CAPÍTULO 3 – DISTRIBUIÇÃO DOS CASOS NOTIFICADOS DE DENGUE E DO Aedes (Stegomyia) aegypti (LINNAEUS, 1762) EM MACAPÁ, AMAPÁ, BRASIL Resumo ..................................................................................................................... 53 Abstract ..................................................................................................................... 54 1 Introdução ............................................................................................................... 55 2 Material e métodos ................................................................................................. 56 2.1 Cidade do estudo ................................................................................................ 56 2.2 Área de estudo .................................................................................................... 56 2.3 Ovitrampas .......................................................................................................... 56 2.4 Determinação do IPO e IDO ................................................................................ 57 2.5 Variáveis ambientais e casos notificados de dengue .......................................... 58 2.6 Análise estatística ................................................................................................ 58 2.7 Elaboração de mapas .......................................................................................... 58 2.8 Questões éticas ................................................................................................... 59 3 Resultados .............................................................................................................. 59 4 Discussão ............................................................................................................... 61 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 64 4 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 65
11
1 INTRODUÇÃO GERAL
O Aedes (Stegomyia) aegypti (Linnaeus, 1762) é considerado atualmente um
dos principais problemas em saúde pública, devido ao seu papel como transmissor
da dengue (ALDSTADT et al., 2011; BARBOSA et al., 2010; BESERRA et al.,
2009; BRAGA; VALLE, 2007a; ROSA et al., 1997; TEIXEIRA et al., 2009) e febre
amarela urbana. Ao longo de sua evolução, desenvolveu um comportamento
estritamente sinantrópico e antropogênico, sendo considerada a espécie de
mosquito mais dependente do ambiente urbano. Seu habitat está intimamente ligado
às condições domiciliares ou peridomiciliares ofertadas pelas populações humanas
(BESERRA et al., 2009; NATAL, 2002; TEIXEIRA et al., 2009).
A dengue é a arbovirose mais importante do mundo, principalmente nos países
em desenvolvimento (ALMEIDA; MEDRONHO; VALENCIA, 2009; BRASIL, 2009a;
ROSA et al., 1997). É uma doença febril e aguda, que pode ser de curso benigno ou
grave, dependendo da manifestação clínica (BRASIL, 2001b;2009b). A dengue é
causada por um RNA vírus da família Flaviviridae, de grande magnitude
epidemiológica e amplitude demográfica, que ocasiona epidemias em todo mundo,
principalmente nas regiões tropicais, atingindo milhões de pessoas anualmente
(BARBOSA; LOURENÇO, 2010).
A prevenção ou redução da transmissão do vírus da dengue depende
inteiramente do controle do mosquito vetor ou interrupção do contato humano vetor
(WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2009a).
No Brasil, o principal mecanismo preconizado pelo Ministério da Saúde para o
monitoramento do mosquito é o Levantamento de Índice Rápido para o Aedes
aegypti (LIRAa) (BRASIL, 2012). Outra importante ferramenta para o monitoramento
da atividade de A. aegypti é a ovitrampa, a qual pode ser mais interessante para
fêmeas grávidas pela adição de atrativos (TILAK et al., 2004).
A luta contra o mosquito A. aegypti tem sido intensa desde os tempos de
Oswaldo Cruz, porém mesmo após diversas tentativas de erradicação, o vetor
continua presente em todo território nacional (BARBOSA; LOURENÇO, 2010).
12
Vários fatores contribuíram para o aparecimento recorrente de epidemias de
dengue no Brasil, destacando-se principalmente a proliferação do mosquito A.
aegypti, o rápido crescimento demográfico associado à intensa e desordenada
urbanização, a inadequada infraestrutura urbana e o aumento da produção de
resíduos não-orgânicos. Além do mais, o vetor desenvolve resistências cada vez
mais evidentes às diversas formas de seu controle (ALMEIDA; MEDRONHO;
VALENCIA, 2009; MENDONÇA; SOUZA; DUTRA, 2009).
A distribuição do A. aegypti, a frequência de suas picadas e o período de
incubação do vírus são influenciadas por diversos fatores, tais como: temperatura,
pluviosidade e velocidade do vento (MENDONÇA, 2003).
Reduzir ou eliminar o habitat do A. aegypti tem sido um importante componente
de programas de controle vetorial (ALDSTADT et al., 2011).
A avaliação da distribuição espacial da dengue possibilita a geração de
hipóteses explicativas sobre a manutenção da condição em algumas áreas
geográficas (ARAÚJO; FERREIRA; ABREU, 2008).
Macapá, capital do Estado do Amapá, teve o primeiro caso autóctone de
dengue em 2001 (CORREA, 2007). Desde então, a doença tornou-se um grande
problema de saúde pública da cidade, comportando-se de forma endêmica apesar
dos inúmeros esforços para erradicação da doença (Tabela 1).
Tabela 1 – Número de casos de dengue em Macapá (capital) e no Estado de 2001 a 2010.
Ano Amapá Macapá
2001 2.897 2.865
2002 749 554
2003 3.821 3.721
2004 2.693 2.221
2005 2.433 1.874
2006 1.739 931
2007 5.689 4.391
2008 2.326 1.453
2009 3.119 2.308
2010 4.699 2.624
Fonte: Sistema de Agrado de Notificação (2011).
13
1.1 Aedes aegypti 1.1.1 Taxonomia
O mosquito pertence ao Reino Animalia, Filo Arthropoda, Classe Insecta,
Ordem Diptera, Família Culicidae, Gênero Aedes, Subgênero Stegomyia, Espécie
Aedes (Stegomyia) aegypti (Figura 1).
Figura 1 – Fêmea de A. aegypti em repouso.
Fonte: Cruz (2011).
1.1.2 Histórico
O A. aegypti é originário da África (CHIARAVALLOTI NETO, 1997) e foi
descrito pela primeira vez no Egito, o que originou o nome (MARCONDES, 2011;
PAIXÃO, 2007). Chegou ao Brasil através dos navios negreiros, durante o período
da escravatura (CHIEFFI, 1985). Em 1686, foi identificado na Bahia, chegando ao
Rio de Janeiro em 1849. Entre o período de 1850 a 1899 se dispersou pelo Brasil,
seguindo o rumo da navegação marítima, sendo encontrado desde o Amazonas até
o Rio Grande do Sul (BRASIL, 1999).
Mas em 1901, iniciou-se o combate ao A. aegypti no Rio de Janeiro, devido
seu papel como transmissor da febre amarela urbana, até que em 1955, foi
considerado erradicado do Brasil (BRASIL, 1999).
Entretanto, em 1967, reapareceu na região Norte do país, na cidade de
Belém, capital do Pará, e em 1968, em São Luís e São José do Ribamar, Estado do
Maranhão. Após novamente intensificação de campanhas de combate ao mosquito,
no ano de 1973, foi novamente considerado erradicado (BRASIL, 1999).
14
Porém em 1976, o mosquito reapareceu em Salvador, e a partir de 1978 se
disseminou pelo país, devido às condições socioambientais, aliadas à ineficiência
dos programas de combate vetorial (ALMEIDA; MEDRONHO; VALENCIA, 2009).
No Amapá, de acordo com a coordenação do Programa Estadual de Controle
da Dengue (PECD), durante a década de 80, por diversas vezes foi detectada a
presença do A. aegypti no Estado pelo serviço de vigilância de portos, aeroportos e
fronteiras, mas devido a ações efetivas do serviço de combate ao vetor
possibilitaram a eliminação dos focos encontrados.
Somente em 1997, no Estado do Amapá, o município de Oiapoque foi
considerado infestado, (BRASIL, 1999), e em 1999, foi a vez da capital Macapá. Em
2013, dos 16 municípios amapaenses, 14 municípios foram considerados infestados
de acordo com a coordenação do PECD, excetuando-se os municípios de Cutias do
Araguari e Vitória do Jari. (Figura 2).
Figura 2 – Municípios amapaenses considerados infestados pelo A. aegypti em 2013, de acordo com a coordenação do PECD.
Fonte: Elaborado pelo autor.
15
1.1.3 Bioecologia
O A. aegypti é um mosquito cosmopolita encontrado nas regiões tropicais e
subtropicais, entre as latitudes de 45 ºN e 35 ºS. Entretanto, este limite geográfico
ocorre nos meses mais quentes, pois no inverno o mosquito não consegue
sobreviver. Normalmente, ocorre entre as latitudes de 35 ºN e 35 ºS, o que
corresponde a isoterma de 10 ºC e em locais abaixo de 1000 metros acima do nível
do mar (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2009a) (Figura 3).
Figura 3 – Limites geográficos dos potenciais locais de ocorrência durante o ano todo de A. aegypti. As linhas em verde correspondem a isoterma de 10 ºC que ocorre de Janeiro a Julho. Os países destacados também em verde, são considerados área de risco de transmissão de dengue, em 2010.
Fonte: Adaptado de WHO (2011). A ampla distribuição geográfica do mosquito está associada com variações na
sua biologia (COSTA et al., 2010; GLASSER; GOMES, 2002), o que possibilita a
adaptação em diferentes condições ambientais (COSTA et al., 2010).
É um mosquito endofílico que possui uma elevada capacidade de adaptação
ao meio urbano atual. Possui hábitos preferencialmente diurnos crepusculares e as
fêmeas têm marcada predileção pelo sangue humano (ALMEIDA et al., 2008;
CLEMONS et al., 2010; TEIXEIRA et al., 2005).
16
Reproduz-se preferencialmente em reservatórios que contenham águas limpas
(vasos e bromélias, por exemplo) (NELSON, 1986; VAREJÃO et al., 2005), mas
também pode se adaptar às novas circunstâncias geradas pelo homem (VAREJÃO
et al., 2005), como por exemplo, em esgoto (BESERRA et al., 2009; CORREA,
2007).
A maioria dos adultos de A. aegypti não possui grande poder de dispersão, não
chegando ultrapassar 200 m (FREITAS; CODECO; OLIVEIRA, 2007;
HARRINGTON et al., 2005; TRPIS; HAUSERMANN, 1986).
A dispersão do A. aegypti por grandes distâncias é feita principalmente através
de transportes de ovos e larvas dentro dos recipientes (BRASIL, 2001b).
Assim, os indicadores sobre vetor só podem ser relacionados usando o
município como área de estudo e, em alguns casos, o bairro, pois estas unidades
espaciais possuem uma grande heterogeneidade e apresentam grandes dimensões
para cumprir o objetivo de identificar e atuar sobre focos com poucos quilômetros de
extensão (BARCELLOS et al., 2005).
O ciclo de vida do A. aegypti dura em média de 30 a 35 dias (BRASIL, 2001b),
é influenciado pela temperatura, umidade e pluviosidade, pois a população dos
mosquitos tende a elevar de acordo com o aumento da pluviosidade (DEGALLIER et
al., 2010; ZEIDLER et al., 2008).
A temperatura entre 22 ºC e 30 ºC é mais favorável para a longevidade
fecundidade dos adultos (BESERRA et al., 2006; COSTA et al., 2010) e encurtam o
intervalo dos repastos sanguíneos (DEGALLIER et al., 2010).
A alimentação regular do A. aegypti de machos e fêmeas é baseada na seiva
de plantas (AGUIAR, 2006). Entretanto, após o voo nupcial e a fecundação dos
ovos, a fêmea do A. aegypti necessita fazer o repasto sanguíneo, para que os ovos
sejam maturados. O volume de sangue ingerido para completar o repasto de uma
fêmea de A. aegypti pode ser de até 1,5 a 4,2 mm3, levando um tempo aproximado
de três minutos (CONSOLI; OLIVEIRA, 1998). Geralmente, a fêmea faz uma postura
após cada repasto sanguíneo (BRASIL, 2001b).
A extensa associação entre A. aegypti e o homem, permitiu que o mosquito se
adaptasse e conseguisse escapar mais facilmente de ser morto durante o repasto
sanguíneo. Logo que o hospedeiro se movimenta, mesmo que suavemente, a fêmea
do A. aegypti imediatamente o abandona, voltando a ataca-lo assim que o perigo
eminente cessa, ou procura outra vítima (CONSOLI; OLIVEIRA, 1998).
17
Esta peculiaridade é importante, visto que uma fêmea de A. aegypti infectada
pelo vírus da dengue ou da febre amarela, pode se alimentar em vários hospedeiros
até completar o seu repasto, disseminando as doenças (CONSOLI; OLIVEIRA,
1998).
1.1.3.1 Ovo
Os ovos são de contorno alongado e fusiforme, medindo aproximadamente
1mm de comprimento (FORATTINI, 2002). São depositados individualmente,
próximo a superfície da água, em ambientes potencialmente inundáveis (NATAL,
2002).
Inicialmente os ovos são brancos, mas rapidamente adquirem uma cor negra
brilhante (Figura 4), entretanto os ovos inférteis não atingem a coloração escura.
Quando completado o desenvolvimento embrionário, entre dois a três dias, os ovos
tornam-se resistentes a dessecação, sendo capazes de resistir a mais de um ano,
podendo chegar até 450 dias (ALMEIDA et al., 2008; BRASIL, 2001b; CONSOLI;
OLIVEIRA, 1998; NATAL, 2002). Quando entram em contato com a água, os ovos
levam de 10 a 30 minutos para eclodir (AGUIAR, 2006).
Figura 4 – Ovo de A. aegypti apresentando uma coloração negra brilhante. Notar à direita, indicado pela seta, o momento em que a larva eclode do ovo.
Fonte: FIOCRUZ (2006).
As fêmeas podem realizar durante sua vida até cinco posturas, colocando entre
100 a 200 ovos por postura (CLEMENTS, 1999), sendo em média 120 ovos
(MARQUES; SERPA; BRITO, 2006). Além do que a fêmea faz a deposição dos seus
ovos em diversos criadouros, não necessariamente a de uma mesma casa
(AGUIAR, 2006; EDMAN et al., 1998), o que contribui para dispersão do mosquito.
18
1.1.3.2 Larva
O A. aegypti é um mosquito que tem na sua fase larvária como um período de
alimentação e crescimento. As larvas se alimentam principalmente de material
orgânico acumulado nas paredes e fundos dos criadouros (BRASIL, 2001b).
O período larvário do A. aegypti é compreendido em quatro estádios (L1, L2,
L3 e L4), ou seja, ocorrem três mudas, até que a larva de 4º estádio, o mais longo,
que originará a pupa. Em média, a fase larvária ocorre em cinco dias, sendo
influenciada pela temperatura, luz, densidade larvária do criadouro e da
disponibilidade de alimentos (BRASIL, 2001b; FORATTINI, 2002).
As larvas ficam perpendiculares ao nível da água, possuem fotofobia e são
sensíveis a movimentos bruscos na água, deslocando-se rapidamente em forma de
serpente em direção ao fundo do recipiente (CONSOLI; OLIVEIRA, 1998).
As larvas são divididas em cabeça, tórax e abdômen (Figura 5). O abdômen é
composto por oito segmentos, sendo que o último possui quatro brânquias lobuladas
para regulação osmótica e um sifão respiratório (BRASIL, 2001b).
Figura 5 – Morfologia externa da larva do mosquito A. aegypti.
Fonte: Adaptado de BRASIL (2001).
As larvas podem se desenvolver nos criadouros naturais, tais como, bromélias,
troncos de árvores, cascas de frutas etc., entretanto os principais criadouros são os
recipientes artificiais produzidos pela ocupação humana, tais como pneus, vasos,
bebedouros de animais, garrafas, latas etc., isto é, objetos que retenham água
(BESERRA et al., 2009; CHIARAVALLOTI NETO, 1997; SILVA et al., 2006).
19
1.1.3.3 Pupa
Após a fase larval vem o estádio da pupa, que dura de dois a três dias. É nesta
fase que ocorre a metamorfose no mosquito. As pupas possuem forma de vírgula,
não se alimentam, são bastantes móveis, mas ficam a maior parte do tempo
paradas, próximas a superfície da água, para facilitar a emergência do inseto adulto
(BRASIL, 2001b; CONSOLI; OLIVEIRA, 1998).
Inicialmente as pupas possuem a mesma coloração da larva, mas vai
escurecendo à medida que se aproxima o momento do surgimento do adulto. A
pupa se divide em duas parte: cefalotórax (cabeça + tórax) e abdômen (dividido em
oito segmentos) (Figura 6). No cefalotórax estão localizados as trompas respiratórias
e os olhos. No VIII segmento do abdômen há um par de palhetas que servem para a
locomoção da pupa, também, neste segmento, ventralmente as palhetas, está
localizado o lobo genital, que nas fêmeas é bem pequeno e nos machos é volumoso
e parcialmente bilobulado (gonocoxitos e gonóstilos) (CONSOLI; OLIVEIRA, 1998).
Figura 6 – Morfologia externa da pupa do mosquito A. aegypti.
Fonte: Brasil (2001b).
1.1.3.4 Adulto
Os adultos do mosquito A. aegypti são facilmente reconhecidos através de
suas linhas prateadas no tórax em forma de lira e pelas listras brancas nos
segmentos tarsais (Figura 7) (CHIARAVALLOTI NETO, 1997; CLEMONS et al.,
2010).
20
Na cabeça estão os olhos, os palpos, as antenas (que nos machos são
plumosas e nas fêmeas são pilosas) e a probóscide (nas fêmeas é menor que os
palpos) (Figuras 1 e 7). No tórax, destacam-se o sistema locomotor, ou seja, patas e
asas. E por fim, no abdômen, estão presentes os aparelhos digestivos, excretor e
reprodutor (CONSOLI; OLIVEIRA, 1998).
Figura 7 – Macho do A. aegypti. Notar as antenas plumosas.
Fonte: Costa (2011).
1.1.4 Monitoramento do A. aegypti
1.1.4.1 Ovitrampas
A ovitrampa ou armadilha de oviposição é um importante método de se fazer
vigilância entomológica ao A. aegypti (FAY; ELIASON, 1966) e teve como
idealizadores Fay e Perry (1965), sendo considerado um método sensível e
econômico para detectar a presença de A. aegypti (BRAGA et al., 2000).
A ovitrampa é uma armadilha artificial adaptada em recipientes de plástico
preto, com capacidade de 500 ml, com uma palheta de eucatex imersa em água,
onde permite identificar a oviposição da fêmea do mosquito A. aegypti (BRASIL,
2001b).
As ovitrampas têm provado a capacidade não apenas de detectar a presença,
mas também de estimar a densidade relativa de populações de fêmeas de A.
aegypti, permitindo a contagem dos ovos depositados nas palhetas (MORATO et al.,
2005). Dados obtidos através deste método são úteis para análise da distribuição
espacial e temporal do mosquito (BRAGA; VALLE, 2007b).
21
Neste sentido, Cheung e Fok (2009) propuseram a classificação do IPO em
quatro categorias para o A. albopictus, são elas: Nível 1 – índice menor que 5,0%;
Nível 2 – índices maior que 5,0% e menor que 20%; Nível 3 – índice maior que 20%
e menor que 40%; Nível 4 – índices maiores que 40%.
1.1.4.2 Larvitrampa
Outro tipo de armadilha utilizada no monitoramento vetorial é a larvitrampa.
Consiste em um pneu seccionado ao meio, preenchido de 2/3 (dois terços) de água,
favorecendo a oviposição. Semanalmente deve ser inspecionada a procura de
adultos, ovos, larvas e pupas (BRASIL, 2001b).
Todavia, destaca-se que o uso de larvitrampas tem sido mais restrito, pois não
devem ser instaladas onde existam outras opções de oviposição (BRASIL, 2009a).
Além do que, caso a armadilha seja positivada e não haja retirada tempestivamente,
pode servir de criadouro.
1.1.4.3 Armadilhas que capturam adultos
O desenvolvimento de armadilhas que capturam formas aladas do A. aegypti,
tem sido utilizada como uma nova alternativa no monitoramento vetorial. Entretanto,
a utilidade dos índices dos adultos ainda é limitada, pois é desconhecida a relação
entre o número de adultos coletados e o número de existentes no meio ambiente
(BRASIL, 2009a).
Existe uma diversidade de equipamentos comerciais sendo testados para
monitoramento vetorial do A. aegypti (CHADEE; RITCHIE, 2010; GAMA et al., 2007;
MELO; SCHERRER; EIRAS, 2012; RESENDE; SILVA; EIRAS, 2010) e que podem
ser utilizadas em caráter complementar na vigilância entomológica.
Basicamente este tipo de armadilha atrai os mosquitos (com adição ou não de
produtos sintéticos) e os capturam através de um adesivo plástico.
22
1.1.4.4 Levantamento de Índice Rápido para A. aegypti (LIRAa)
Consiste em uma pesquisa por formas imaturas de A. aegypti, desenvolvido
em 2002, pelo Ministério da Saúde, o LIRAa foi elaborado para atender as
necessidades dos gestores municipais do programa de combate a dengue no
direcionamento das ações de controle do mosquito. Preliminarmente, se divide o
município em áreas menores (estratos), que apresentam características
socioambientais semelhantes, e cada estrato deve conter no mínimo 2.000 imóveis e
no máximo 12.000 imóveis (ideal de 9.000 imóveis) (BRASIL, 2012).
Esta técnica de amostragem tem o quarteirão como unidade primária e o
imóvel a unidade secundária. Quando os estratos possuem entre 8.100 e 12.000
imóveis são amostrados 20% dos imóveis, se o estrato possuir de 2.000 a 8.099 são
inspecionados 50% dos imóveis (BRASIL, 2012).
A partir do LIRAa, é possível determinar os indicadores que norteiam as ações
de combate ao A. aegypti, tais como o índice de infestação predial (IIP)1, índice de
Breteau (IB)2 e índice por tipo de recipiente (ITR)3.
De acordo com o valor do IIP é possível determinar o risco para dengue
(Tabela 2).
Tabela 2 – Classificação do índice predial de acordo com o risco da dengue. Índice de infestação predial (%) Classificação
<1 Baixo Risco
1 – 3,9 Médio Risco
>3,9 Alto Risco
Fonte: Brasil (2009a).
Os reservatórios são classificados em (BRASIL, 2012):
a) Grupo A – Armazenamento de água
A1: São aqueles depósitos elevados ligados a rede pública ou a um sistema de
captação mecânica (poço, cisterna, caixa d’água, tambores e depósitos de
alvenaria).
1 Índice de infestação predial (IIP): relação expressa em porcentagem entre o número de imóveis positivos e o número de imóveis pesquisados. 2 Índice de Breteau (IB): relação entre o número de recipientes positivos e o número de imóveis pesquisados. 3 Índice por tipo de recipiente (ITR): relação em porcentagem entre o número do tipo de recipiente positivo e o número de recipientes positivos pesquisados
23
A2: São aqueles depósitos ao nível do solo para armazenamento doméstico
(tonel, tambor, tina, depósitos de barros, cisternas, caixa d’água etc.).
b) Grupo B – Depósitos móveis
Vasos, frascos com água, pratos, garrafas, pingadeiras, recipientes de degelo
em geladeiras, bebedouros em geral, pequenas fontes ornamentais, material em
depósito de construção, objetos religiosos/rituais.
c) Grupo C – Depósitos fixos
Tanques em obras, borracharia e hortas, calhas, lajes e toldos em desnível,
ralos, sanitários em desuso, piscina não tratadas, fontes ornamentais; floreiras/vasos
em cemitérios, cacos de vidro em muros, obras arquitetônicas (caixas de
inspeção/passagens).
d) Grupo D – Passíveis de Remoção
D1: Pneus e materiais rodantes (câmaras de ar, manchões).
D2: Lixo (recipientes plásticos, garrafas, latas); sucatas em pátios (ferroviários,
portos) e ferros-velhos, entulhos de construção.
e) Grupo E – Naturais
Axilas de folhas (bromélias etc.), buracos em árvores e em rochas, restos de
animais (cascas, carapaças etc.).
1.1.4.5 Sistema de informação geográfica
Desde a década de 1990, técnicas de mapeamento de doenças auxiliam na
identificação de áreas de risco (ROJAS; BARCELLOS; PEITER, 1999). Utilizando
diversas técnicas de análise espacial, existem vários estudos brasileiros baseados
em dados individuais e agregados para identificar áreas de maior risco para dengue
(ALMEIDA; MEDRONHO; VALENCIA, 2009; ARAÚJO; FERREIRA; ABREU, 2008;
BARBOSA; LOURENÇO, 2010; BARCELLOS et al., 2005; CORREA, 2007; GALLI;
CHIARAVALLOTI NETO, 2008; HONÓRIO et al., 2003; LAGROTTA; SILVA;
SOUZA-SANTOS, 2008; LOPES et al., 2004; REBLIN, 2010; REGIS et al., 2009;
RESENDES et al., 2010; ROJAS; BARCELLOS; PEITER, 1999; SOUZA-SANTOS;
CARVALHO, 2000).
Considerando o conceito de geoprocessamento, como um conjunto de técnicas
voltadas para a coleta e tratamento de informações espaciais para um objetivo
24
específico, esta ferramenta pode ser considerada muito útil em saúde pública
(ARAÚJO; FERREIRA; ABREU, 2008).
As atividades que envolvem o geoprocessamento como ferramenta, são
executadas por sistemas específicos, denominados de Sistemas de Informação
Geográfica (SIG). Entretanto, para a realização dessas análises é necessária a
localização geográfica dos eventos estudados, levando a associação das
informações dos mapas à base de dados alfanumérica (ARAÚJO; FERREIRA;
ABREU, 2008).
Os SIG estão sendo utilizados para integrar dados ambientais, com dados de
saúde, permitindo uma melhor caracterização e quantificação da exposição aos
agravos à saúde (ROJAS; BARCELLOS; PEITER, 1999).
Destarte, uma das ferramentas amplamente utilizadas para identificar locais de
maior densidade de casos é a densidade Kernel. Este estimador de acordo com
Honório et al. (2009) é uma técnica de interpolação e alisamento para a
generalização da localização do ponto para uma área inteira e consiste em uma
função bidimensional dos eventos, formando uma superfície cujo valor é
proporcional à intensidade de amostras para a área.
Para o cálculo da densidade Kernel é necessário especificar a área de
abrangência e o tamanho do pixel da célula de saída, através do search radius e o
cell size, respectivamente. Após calcular os valores das densidades, o SIG permite
ao usuário determinar o número de classes para designar os valores de intervalos
destas densidades (CORREA, 2007).
Com efeito, outro importante método para avaliar a distribuição espacial da
ovitrampa são os hotspots. Esta ferramenta possibilita a identificação de áreas de
maior densidade de A. aegypti (AI-LEEN; SONG, 2000).
1.1.5 Controle vetorial
O controle vetorial do A. aegypti é considerado um dos maiores desafios
mundiais, não só pela abrangência do mosquito, mas também devido ao seu
comportamento, vem demostrando resistência a diversas formas de controle (TAUIL,
2006).
O isolamento do doente é uma medida ineficaz, pois além da possibilidade de
manifestações clínicas assintomáticas ou oligossintomáticas (TAUIL, 2006), na
25
dengue há transmissão transovariana do vírus, de maneira que, variável percentual
das fêmeas filhas já nasce infectadas (CONSOLI; OLIVEIRA, 1998; ROSEN et al.,
1983), não excedendo a 20% em ambientes naturais (JOSHI; MOURYA; SHARMA,
2002).
Assim, os métodos de controle do mosquitos devem ser constantemente
verificados e aprimorados, para garantir a eficácia no combate ao A. aegypti.
Um dos princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) é a descentralização, que
objetiva aumentar a eficácia e efetividade das ações desenvolvidas, assegurando as
adequações a diferentes realidades de cada município (PENNA, 2003).
O Programa Nacional de Controle da Dengue (PNCD), instituído em 2002
(BRASIL, 2002), preconizava no combate ao vetor a responsabilidade dos
municípios em executar o controle mecânico, químico, biológico e físico do
mosquito, sendo de responsabilidade do Estado supervisioná-los e capacitá-los.
1.1.5.1 Controle Mecânico
Uma das principais estratégias adotadas pelo PNCD é o controle mecânico dos
criadouros potenciais do mosquito, que contenham formas imaturas do mosquito,
principalmente larvas e pupas. Ou, quando sua eliminação não é possível, tomar
medidas para que o recipiente não acumule água. Por exemplo, adicionar areia no
prato dos vasos de flores, furar pneus em desuso, limpar calhas etc. Este tipo de
controle não é de obrigação apenas do poder público, mas também é um dever da
população.
Ações de vedação dos depósito d’água e fossas, telar as janelas e portas é
outro método eficaz no controle vetorial.
Ações voltadas para o saneamento básico, fornecimento de água contínuo e a
coleta e destino adequado dos resíduos sólidos são importantes medidas de
saneamento ambiental para controle mecânico do A. aegypti (BRASIL, 2001a).
1.1.5.2 Controle Químico
De acordo com o Ministério da Saúde (BRASIL, 2009a) este controle é
realizado de maneira focal (abrangendo as formas imaturas) e o controle do
mosquito adulto, através de aplicações a ultra baixo volume (UBV) e residuais.
26
No tratamento focal de formas imaturas (larvas e pupas), tanto a OMS quanto o
Ministério da Saúde indicam o temephós (organofosforado de baixa toxicidade),
diflubenzuron e novaluron (reguladores de crescimento) e pyriproxifen (análogos de
hormônios juvenil). Na UBV se utiliza os piretróides deltametrina e cipermetrina,
além do organofosforado malathion. No tratamento residual é empregado o uso da
alfacypermetrina e fenitrothion (BRASIL, 2009a).
A eficácia destes produtos tem sido testada constantemente, para avaliar a
resistência do A. aegypti aos inseticidas (LIMA et al., 2011; OCAMPO et al., 2011;
POLSON et al., 2012). Por esta razão, o Ministério da Saúde institui em 1999 o
programa para monitorar o status de resistência deste vetor (LIMA et al., 2003).
De acordo com a Divisão de Vigilância em Saúde, da Secretaria Municipal de
Saúde de Macapá (DVS/SEMSA), o município de Macapá utiliza atualmente no
tratamento focal o diflubenzuron e a deltametrina para tratamento espacial.
1.1.5.3 Controle Biológico
O advento de potentes inseticidas químicos de longa duração durante a
década de 1940 foi promissor, mas a dependência excessiva desta ferramenta no
controle vetorial resultou na resistência (MACIEL DE FREITAS et al., 2012). Além do
que, os danos causados por estes inseticidas ao meio ambiente, principalmente os
organosfoforados, tem resultado na busca de novas alternativas de controle, tais
como o uso de agentes biológicos. Assim, o Ministério da Saúde vem adotando o
uso do Bacillus thuringiensis israelenses (Bti) como larvicida biológico no tratamento
focal (BRASIL, 2009a).
O Bti é uma bactéria que produz toxina que são altamente tóxicas aos
culicídeos, e possuem vantagens de não poluir o ambiente, preservar a maioria da
fauna associada e de ser atóxica aos homens e animais (BARRETO; GUEDES;
SOUZA, 2008). O Bti vem comprovando sua eficácia no controle biológico do A.
aegypti (KAMGANG et al., 2011; LEE et al., 2008), mas sofre variações de sua
eficácia com a temperatura ambiente (LEE et al., 2008).
Estratégias atuais no controle biológico do A. aegypti concentram-se no uso da
bactéria gram negativa e intracelular obrigatória do gênero Wolbachia (BALL;
RITCHIE, 2010).
27
Esta bactéria endossimbionte está presente em uma grande diversidade de
espécies de insetos e artrópodes (WERREN; BALDO; CLARK, 2008) entretanto, o
A. aegypti não é naturalmente infectado pela Wolbachia e quando infectado
artificialmente, ocorre significante replicação e disseminação desta bactéria,
resultando num bloqueio completo ou parcial da transmissão viral (BROWNSTEIN;
HETT; O'NEILL, 2003; MOREIRA et al., 2009; WALKER et al., 2011).
A cepa de Wolbachia extraída de Drosophila melanogaster e inserida
laboratorialmente no A. aegypti, tem capacidade de reduzir o tempo de vida dos
mosquitos infectados em 50%, além de ser transmitida verticalmente a 100% de sua
prole (MCMENIMAN et al., 2009).
O princípio deste tipo de controle biológico é liberar populações de A. aegypti
contaminadas laboratorialmente com a Wolbachia, para que assim possam transmitir
a bactéria para outros mosquitos em campo (MACIEL DE FREITAS et al., 2012).
Já o mosquito A. albopictus pode estar infectado naturalmente pela Wolbachia
(MACIEL DE FREITAS et al., 2012), fato este que deve explicar o motivo de até
agora não ser associado aos casos de dengue no Brasil (COSTA; SANTOS;
BARBOSA, 2009).
Mais uma estratégia recente no controle vetorial do A. aegypti é através de
mosquitos geneticamente modificados. Estes mosquitos tem inserido em seu
genoma um gene homozigoto dominante letal associado a um promotor específico
de fêmeas. Esta expressão gênica é inativada, quando tratada com tetraciclina,
permitindo a manutenção da coleção (THOMAS et al., 2000).
Segundo Wilke e Marrelli (2012), durante a preparação de mosquitos para
liberação, o repressor é retirado e o gene letal dominante é ativado, causando a
morte de todas as fêmeas. Assim, os machos são liberados e ao copular com as
fêmeas no ambiente, os machos homozigotos para o gene letal produzem progênies
heterozigotas, condição na qual somente os machos sobreviveriam.
A linhagem OX513A de A. aegypti usa o sistema mencionado acima,
recentemente chegou ao Brasil e está em fase de teste no município de Juazeiro,
Estado da Bahia. Esta avaliação é para verificar a compatibilidade com a linhagem
brasileira e competitividade entre os machos transgênicos e os nativos (LIMA
OLIVEIRA; CARVALHO; CAPURRO, 2011).
28
1.1.5.4 Controle Físico
Consiste na esterilização laboratorial de insetos por radiação de mosquitos
machos e consequente liberação em massa em uma determinada área, provocando
uma competição na cópula com os machos férteis existentes no ambiente (WILKE;
MARRELLI, 2012).
1.2 Dengue 1.2.1 Etiologia e Epidemiologia
A dengue é reconhecida desde 1779, sua etiologia, no entanto foi estabelecida
apenas na década de 1940, quando foram desenvolvidas técnicas de laboratórios
apropriadas que permitiram o isolamento do vírus e sua posterior caracterização. O
vírus dengue pertence ao grupo B dos arbovírus, família Flaviviridae, gênero
Flavivirus, compreendendo a 4 sorotipos: DEN 1, DEN 2, DEN 3 e DEN 4 (GUBLER,
2001), possui como vetor mosquitos das espécies A. aegypti (principal vetor) e A.
albopictus, que é responsável pela transmissão da dengue na Ásia (COSTA;
SANTOS; BARBOSA, 2009).
A infecção por um sorotipo confere imunidade permanente ao mesmo sorotipo,
entre sorotipos diferentes existe uma imunidade cruzada, porém temporária
(ALMEIDA et al., 2008; BRASIL, 2009b; TAUIL, 2001).
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a dengue é a
arbovirose que se dispersa mais rapidamente no mundo (WORLD HEALTH
ORGANIZATION, 2009a), sendo que 2,5 a 3 bilhões de pessoas estão sujeitas a
contrair e destas, 50 a 100 milhões apresentam a doença. Deste total, 500 mil
necessitam de hospitalização e ao menos 25 mil morrem em consequência da
doença (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2009b).
A dengue ocorre de forma endêmica na África, nas Américas, no Leste do
Mediterrâneo, no Sudeste Asiático e no Oeste do Pacífico. Com efeito, a maior parte
dos casos registrados ocorrem no Sudeste Asiático e no Oeste do Pacífico, mas nas
Américas há um crescente aumento na incidência de dengue e dengue hemorrágica
(BRAGA; VALLE, 2007a).
29
A primeira epidemia de dengue no Brasil, documentada clínica e
laboratorialmente, ocorreu entre o final de 1981 e o começo de 1982, em Boa Vista,
Roraima, sendo isolados os sorotipos DEN 1 e DEN 4 (OSANAI et al., 1983).
Em 1986, ocorreram epidemias no Rio de Janeiro (CÂMARA et al., 2009),
Alagoas, Ceará, Pernambuco, Bahia e Minas Gerais, dispersando pelo país. Em
1990, houve a introdução do sorotipo DEN 2. Entre os anos de 1990 e 2000
houveram diversas epidemias de dengue, atingindo 20 dos 27 estados brasileiros.
Em 2000, novamente no Rio de Janeiro, foi isolado o sorotipo DEN 3, que causou
em 2002, uma grande epidemia, que dispersou-se rapidamente para outros estados.
Em 2004, havia circulação simultânea dos sorotipos DEN 1, DEN 2 e DEN 3 em 23
estados (BRASIL, 2009a; CÂMARA et al., 2007). Atualmente, a dengue está
presente em todos os estados brasileiros (HONÓRIO, 2009), havendo inclusive a
circulação do sorotipo DEN 4 novamente no Brasil (BRASIL, 2010;2011a;2011b;
NUNES et al., 2012).
O grande fluxo populacional e a facilidade de deslocamento pode ser um fator
favorável da difusão do vírus dengue, e em cidades de grande porte, a ocupação
desordenada e desigual do espaço, forma paisagens que podem promover estratos
diferenciados de transmissão de dengue, principalmente no que se refere à
1.2.2 Ciclo de transmissão
No ser humano, o período de incubação da doença varia entre 3 a 15 dias,
sendo em média de 5 a 6 dias. Quando a fêmea do mosquito pica uma pessoa
portadora do vírus dengue na fase de viremia (período que vai de um dia antes do
aparecimento da febre até o sexto dia da doença), o mosquito é infectado pelo vírus,
que vai se localizar nas glândulas salivares e se multiplicará após 8 a 12 dias de
incubação (BRASIL, 2009b;2009c; WATTS et al., 1987).
Após ser infectada pelo vírus a fêmea é capaz de transmitir o vírus pelo resto
da vida (CLEMONS et al., 2010).
Pode haver transmissão mecânica quando o repasto é interrompido e o
mosquito, imediatamente, se alimenta em um próximo hospedeiro suscetível
(BRASIL, 2009b).
30
1.2.3 Perspectiva de vacina
Há uma corrida mundial pelo desenvolvimento de uma vacina tetravalente
contra o vírus dengue, com o intuito de controlar esta ameaça global. Até o momento
não há vacina aprovada disponível comercialmente (ZUST et al., 2013).
O primeiro trabalho de pesquisa com o objetivo de produzir uma vacina contra
a dengue foi descrito por Sabin e Schlesinger (1945).
Atualmente, as principais vacinas em fase de testes clínicos são a vacina
recombinada viva-atenuada tetravalente (CYD 1-4) que é baseada na vacina da
febre amarela (YF17D) do Sanofi-Pasteur (LANG, 2012) e a vacina viva-atenuada
fundamentada na passagem de células PDK (Primary Dog Kidney) (SUN et al.,
2009).
A vacina do Sanofi Pasteur mostrou-se segura, geneticamente e
fenotipicamente estáveis, não hepatotrópicas, com menor neurovirulência que a
YF17D, além de não contaminar o mosquito pela via oral (GUY et al., 2011).
Recentemente, foi apresentada na França a fábrica da empresa farmacêutica Sanofi
capaz de produzir 100.000 milhões de doses anuais desta vacina tetravalente, com
previsão de comercialização a partir de 2015 (G1, 2013).
No Brasil, o Instituto Butantan em Agosto de 2013, recebeu autorização da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) para testar a vacina em
humanos. Com o apoio do Ministério da Saúde, desde 2009, o Instituto de
Tecnologia em Imunobiológicos Bio-Manguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz
(FIOCRUZ), também está desenvolvendo uma vacina contra dengue (ANVISA,
2013).
Para ser considerada eficaz, a vacina contra dengue deve ser acessível e de
proteção integral, pois de acordo com Zust et al. (2013) uma vacina que cause sub-
proteção, aumenta potencialmente o risco dos vacinados em desenvolver as formas
mais graves de dengue na infecção repetida devido a uma associação conhecida de
imunidade pré-existente com gravidade.
31
CAPÍTULO 1
ESTUDO DA DISPERSÃO DO Aedes aegypti (LINNAEUS)
ATRAVÉS DE OVITRAMPAS
32
RESUMO
O presente estudo teve como objetivo monitorar a dispersão do A. aegypti através
de ovitrampas e correlacionar com as variáveis ambientais durante período
aproximado de um ano na cidade de Macapá, AP, Brasil. Foram instaladas um total
de 66 ovitrampas em 4 zonas da cidade: oeste, sul norte e central, trocando
semanalmente as armadilhas. A contagem de ovos permitiu calcular o índice de
positividade de ovo (IPO) e índice de densidade de ovo (IDO). Comparou-se o IPO e
o IDO entre zonas, e correlacionou-se com os dados climáticos. Durante o estudo, o
IPO foi de 51,90% e o IDO 100,89. Não houve diferença do IPO entre as zonas,
apenas o IDO da zona central fora maior que as demais. O IPO e o IDO estiveram
correlacionados positivamente com a pluviosidade e umidade do ar mínima e,
negativamente com a umidade máxima do ar e temperatura máxima e mínima,
exceto na zona central que não sofreu influência dos dados climáticos. O
monitoramento do A. aegypti através de ovitrampa direciona complementarmente a
equipe de combate ao vetor, permitindo atuar de maneira mais eficaz na área de
maior positividade.
Palavra chave: armadilha de oviposição, dengue, índice de densidade de ovo,
índice de positividade de ovo.
33
ABSTRACT This study aimed to monitor the spread of A. aegypti using ovitraps and correlate the
results with the climate data over a period of approximately one year in the city of
Macapá, AP, Brazil. A total of 66 ovitraps were installed in four areas of the city,
west, south, north and central, and replaced weekly. The eggs were counted to
calculate the egg positivity rate (EPR) and egg density index (EDI). The EPR and
EDI were compared across zones and correlated with climate data. For the period of
the study, the EPR was 51.90% and the EDI was 100.89. There was no difference in
EPR across different areas, and only the EDI in the central area was greater than
that in the other areas. The EPR and EDI were correlated positively with rainfall and
humidity minimum and negatively with maximum humidity of air and maximum and
minimum temperature, except in the central area that was not influenced climate
data. The monitoring of A. aegypti using ovitraps helps the team to combat the
vector, enabling them to act more effectively in areas of higher positivity.
Keywords: oviposition traps, dengue, egg density index, egg positivity rate.
34
1 INTRODUÇÃO
A dengue é a arbovirose que se dispersa mais rapidamente no mundo
(WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2009a), sendo que cerca de 50 a 100 milhões
de pessoas apresentam a doença. Deste total, 500 mil necessitam de hospitalização
e ao menos 25 mil morrem em consequência da doença (WORLD HEALTH
ORGANIZATION, 2009b).
O vírus dengue pertence ao grupo B dos arbovírus, família Flaviviridae, gênero
Flavivirus, compreendendo a 4 sorotipos: DEN 1, DEN 2, DEN 3 e DEN 4 (ROSA et
al., 1997), possui como vetor mosquitos das espécies A. aegypti (principal vetor) e A.
albopictus, que é responsável pela transmissão da dengue na Ásia (COSTA;
SANTOS; BARBOSA, 2009).
No Brasil, vários fatores contribuíram para o aparecimento recorrente de
epidemias de dengue, destacando-se principalmente a proliferação do vetor, o
Aedes aegypti, o rápido crescimento demográfico associado à intensa e
desordenada urbanização, a inadequada infraestrutura urbana e o aumento da
produção de resíduos não-orgânicos. Além do mais, o vetor desenvolve resistências
cada vez mais evidentes às diversas formas de seu controle (ALMEIDA;
MEDRONHO; VALENCIA, 2009; MENDONÇA; SOUZA; DUTRA, 2009).
Apesar de esforços voltados a uma eminente vacina tetravalente contra
dengue (LANG, 2012), atualmente a prevenção ou redução da transmissão do vírus
da dengue depende do controle do mosquito vetor ou interrupção do contato
humano vetor (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2009a).
Uma importante ferramenta na vigilância entomológica ao A. aegypti é a
armadilha de oviposição ou ovitrampa, pois é um método sensível e econômico para
detectar sua presença (BRAGA et al., 2000) e que teve como pioneiros Fay e Perry
(1965). Elas podem ser usadas para monitorar populações de A. aegypti em
períodos longos, especialmente em estudos epidemiológicos (MARQUES et al.,
1993).
As ovitrampas têm provado a capacidade não apenas de detectar a presença,
mas também de estimar a densidade relativa de populações de fêmeas de A.
aegypti, permitindo a contagem dos ovos depositados nas palhetas (MORATO et al.,
2005).
35
O presente estudo teve por objetivo monitorar a dispersão do A. aegypti
através de ovitrampas e correlacionar com as variáveis ambientais, durante um
período aproximado de um ano.
2 MATERIAL E MÉTODOS
2.1 Cidade do estudo
O estudo foi realizado no município de Macapá, capital do estado do Amapá,
Brasil, o qual possui uma população de 398.204 habitantes (95,73 % da população é
urbana), de acordo com o censo demográfico de 2010, realizado pelo Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, o que representa 59,47% da população
do Estado (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2010).
Macapá possui o clima tropical úmido, com poucas variações de temperatura
(em média de 27º C), com a média anual da umidade relativa do ar de 81% e com
uma pluviosidade média em torno de 2.600 mm (JESUS; GONÇALVES; OLIVEIRA,
2000), sendo que o período mais seco concentra-se entre os meses de setembro a
novembro (chuva trimestral abaixo de 200 mm) e o mais chuvoso entre março a
maio (chuva trimestral maior que 1.000 mm) (SOUZA; CUNHA, 2010).
2.2 Área de estudo
Inicialmente, dividiu-se a cidade em quatro zonas: oeste, sul, norte e central.
De cada zona foram sorteados dois bairros para execução da pesquisa. Nestes
bairros, foram instalados ovitrampas distantes 400 m de raio aproximadamente,
localizadas a nível do solo no ambiente peridomiciliar, totalizando 66 pontos
amostrais, das quais 16 estavam localizados na zona oeste, 18 na zona sul, 11 na
norte e 21 na central (Figura 1).
36
Figura 1 – Localização das ovitrampas por zona de estudo em Macapá, Amapá, Brasil.
2.3 Ovitrampas
As ovitrampas confeccionadas foram compostas por um vaso plástico preto de
500 ml, contendo 200 ml de infusão de feno a 10% elaborada de acordo com Reiter
et. al (1991), tratada com diflubenzuron, contendo uma palheta de eucatex (fixada
por um clipe), medindo 12 cm de altura e 2,5 cm de largura, deixando a parte áspera
voltada para o centro do recipiente para favorecer a oviposição. As palhetas foram
devidamente identificadas através de etiquetas, com a data e o local da instalação
(Figura 2).
As armadilhas foram trocadas semanalmente, por um período compreendido
entre a semana epidemiológica 38/2011 e a semana epidemiológica 35/2012, sendo
as palhetas incineradas após contagem.
37
Figura 2 – Modelo de ovitrampa utilizado no estudo.
2.4 Determinação do IPO e IDO
As instalações das ovitrampas permitiram determinar semanalmente o índice
de positividade de ovo (IPO), que é a porcentagem expressa pelo número de
ovitrampas positivas dividida pelo número total de ovitrampas instaladas. Da mesma
forma, foi calculado o índice de densidade de ovo (IDO), que é a relação entre
número de ovos sobre o número de ovitrampas positivas.
2.5 Variáveis ambientais
Os dados da pluviosidade, umidade do ar (máxima e mínima) e temperatura
(máxima e mínima,) foram fornecidos pelo Núcleo de Hidrometereologia e Energias
Renováveis do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do
Amapá, na cidade de Macapá, Amapá, Brasil (NHMET/IEPA). A pluviosidade
considerada foi a acumulada por semana epidemiológica, coincidindo assim, com o
período de estudo. Similarmente, foram utilizadas as médias semanais tanto para
umidade do ar (máxima e mínima) quanto para temperatura (máxima e mínima).
2.6 Análise estatística
Para realizar as análises estatísticas utilizou-se o software BioEstat 5.3 de
Ayres et al. (2007).
38
Inicialmente foi realizada a comparação entre as quatro zonas delimitadas,
pelo método estatístico de Kruskal Wallis, tanto para o IPO quanto IDO.
Foi empregado o teste de correlação de Spearman para verificar a relação
entre a pluviosidade acumulada, umidade do ar (máxima e mínima) e temperatura
(máxima e mínima) com o IPO e IDO de cada zona de estudo. Para isto, os dados
ambientais foram correlacionados após duas semanas com o IPO e o IDO, ou seja,
as informações ambientais da semana epidemiológica 38/2011, foram
correlacionadas com o IPO e o IDO da semana 40/2011 e assim sucessivamente.
O uso de métodos não paramétricos foi justificado pela distribuição não normal
dos dados e a heterocedasticidade da variância, que persistiram mesmo após
transformação logarítmica.
3 RESULTADOS
No total, foram instaladas 2.508 ovitrampas, das quais 2.339 palhetas foram
coletadas, sendo que as demais 169 foram perdidas ou a ovitrampa foi esvaziada.
Foram contados 122.478 ovos de A. aegypti em 1.180 palhetas positivas, ou seja,
um IPO de 51,90% com o IDO de 100,89.
Não houve diferença significativa do IPO entre a mediana das zonas oeste
(51,67%), sul (55,91%), norte (63,07%) e central (61,51%) (Teste de Kruskall-Wallis,
H= 2,8695; gl=3; p=0,4122). Porém, relacionado ao IDO, há diferença significativa
entre as zonas oeste, sul, norte e central (Teste de Kruskall-Wallis, H=10,1035; gl=3;
p=0,0177), onde a mediana da zona sul (68,5) foi significantemente menor do que a
da zona central (89,5) (Método de Dunn p<0,05), não diferenciando as demais.
O IPO foi correlacionado positivamente com a pluviosidade e a umidade
mínima em todas as zonas de estudo (Tabela 1). Já o IDO foi correlacionado
significantemente positivo com estas variáveis nas zonas oeste, sul e norte, mas na
central, não houve correlação significativa (Tabela 2).
Por outro lado, o IPO foi correlacionado negativamente com a umidade máxima
e a temperatura máxima e mínima em todas as zonas de estudo (Tabela 1). O IDO
foi correlacionado negativamente com a umidade máxima nas zonas oeste, sul e
norte. Contudo, na zona central não houve correlação significativa entre o IDO no
peridomicilio com a umidade máxima (Tabela 2).
39
Tabela 1 – Correlação entre o IPO e as variáveis ambientais e casos notificados de dengue por zona de estudo durante a
semana epidemiológica 38/2011 a 35/2012, em Macapá, Amapá, Brasil. Variáveis ambientais
Zona Oeste Zona Sul Zona Norte Zona Central RS T pvalor RS T pvalor RS T pvalor RS T pvalor
Pluviosidade 0,6130 4,6548 <0,0001 0,6541 5,1882 <0,0001 0,5164 3,6177 0,0009 0,6964 5,8228 <0,0001 Umidade máxima
-0,5681 -4,1423 0,0002 -0,5513 -3,9649 0,0003 -0,6612 -5,3878 <0,0001 -0,6184 -4,7213 <0,0001
Umidade mínima
0,6454 5,0699 <0,0001 0,5637 4,0944 0,0002 0,6261 4,8173 <0,0001 0,7873 7,6605 <0,0001
Temperatura máxima
-0,5870 -4,3508 0,0001 -0,5884 -4,3323 0,0001 -0,6311 -4,8809 <0,0001 -0,8051 -8,1443 <0,0001
Temperatura mínima
-0,5721 -4,1850 0,0002 -0,5448 -3,8936 0,0004 -0,6271 -4,8307 <0,0001 -0,7729 -7,3074 <0,0001
Tabela 2 – Correlação entre o IDO e as variáveis ambientais e casos notificados de dengue por zona de estudo durante a semana epidemiológica 38/2011 a 35/2012, em Macapá, Amapá, Brasil. Variáveis ambientais
Zona Oeste Zona Sul Zona Norte Zona Central RS T pvalor RS T pvalor RS T pvalor RS T pvalor
Pluviosidade 0,5600 4,0555 0,0003 0,4312 2,8673 0,0068 0,4106 2,7020 0,0104 0,3066 1,9324 0,0611 Umidade máxima
-0,5996 -4,4949 <0,0001 -0,6209 -4,7524 <0,0001 -0,7301 -6,4102 <0,0001 -0,2096 -1,2861 0,2065
Umidade mínima
0,6164 4,6964 <0,0001 0,4416 2,9529 0,0055 0,4719 3,2112 0,0028 0,3108 1,9618 0,0575
Temperatura máxima
-0,6802 -5,5683 <0,0001 -0,4755 -3,2431 0,0025 -0,5096 -3,5533 0,0011 -0,1980 -1,2120 0,2333
Temperatura mínima
-0,6577 -5,2388 <0,0001 -0,4426 -2,9612 0,0054 -0,5271 -3,7218 0,0007 -0,2219 -1,3651 0,1806
40
4 DISCUSSÃO
A ovitrampa mostrou-se uma ferramenta sensível à detecção da presença de
fêmeas de A. aegypti, registrando elevado IPO (51,90 %) quando exposta por uma
semana, índices inferiores ao resultados encontrados por Lourenço de Oliveira
(2008) (80 – 100 %) e superiores aos de Santos Nunes et. al. (2011) (46,66 %).
O IPO é importante para avaliar qualitativamente a presença de A. aegypti, e
demonstrou que as zonas de estudo estão similarmente infestadas pelo mosquito,
variando quanto ao IDO, que define a zona central com uma maior densidade de
ovos, cujo qual se manteve elevado ao longo do estudo, não sofrendo interferências
das variáveis climáticas.
Além de determinar a presença do vetor, a instalação de ovitrampas permite
também estimar a densidade vetorial através do IDO. Utilizando marcadores
moleculares para determinar o número de ovos depositados por fêmeas, Apostol et
al. (1994) encontraram uma média de 10.95 ovos por fêmea, contudo devido a
possibilidade de superoviposição (CHADEE; CORBET; GREENWOOD, 1990),
estudos mais aprofundados são necessários para padronização do uso desta
armadilha para estimar a densidade vetorial.
Para Chadee e Ritchie (2010) a combinação do efeito da ovitrampa preta e a
infusão de feno, é responsável pela eliminação de grande quantidade da população
de mosquito, fato este observado no presente estudo, com a destruição de 122.478
ovos de A. aegypti.
Esta ferramenta já fora empregada em diversas lugares do mundo e vem
sendo modificada através de adição de larvicidas e inseticidas para controlar
população de A. aegypti (CHENG et al., 1982; LOK; KIAT; KOH, 1977; PERICH et
al., 2003; REGIS et al., 2008; ZEICHNER; PERICH, 1999).
Atualmente, o Ministério da Saúde preconiza como principal método no
monitoramento vetorial, o Levantamento Índice Rápido para o Aedes aegypti
(LIRAa), que consiste em uma técnica de amostragem que tem o quarteirão como
unidade primária e o imóvel a unidade secundária, após divisão do município em
estratos de 2.000 a 12.000 imóveis (ideal 9.000 imóveis) (BRASIL, 2012). O LIRAa é
aplicado ao final de cada ciclo de trabalho do Programa Municipal de Controle da
Dengue (PMCD), sendo que em Macapá é bimestral.
41
Outro benefício do uso da ovitrampa em relação ao LIRAa é a alta
sensibilidade da armadilha (BRAGA et al., 2000), que diferentemente do LIRAa não
depende da acurácia da inspeção realizada pelo agente de endemias. Além do que,
a instalação e retirada da armadilha, e a leitura das palhetas demanda um
quantitativo de pessoal muito menor do que o LIRAa, ressaltando sua
economicidade.
A visita semanal na retirada das ovitrampas possibilita um contato mais
próximo com o morador, conscientizando da importância da eliminação dos
criadouros, principalmente lixo e tratamento daqueles que não são passíveis de
remoção sempre que necessário.
As variáveis climáticas interferem diretamente na presença do A. aegypti. Para
Hemme et al. (2010), a interação entre temperatura, umidade relativa e pluviosidade,
impactam na sobrevivência e disponibilidade de adultos e locais de oviposição.
Segundo Costa et al. (2010) a elevação da temperatura e a redução da umidade
durante o período mais seco, pode influenciar negativamente sobre a biologia do
vetor, além de também influenciar a positividade e densidade das ovitrampas
(COSTA et al., 2008).
Nesta pesquisa, as elevadas temperaturas tiveram efeitos negativos sobre o
IDO e IPO, pois de acordo com Beserra et al. (2006) temperaturas acima de 34 ºC
prejudicam o desenvolvimento do A. aegypti, fato este observado neste estudo
quando no período compreendido entre a semana epidemiológica 38/2011 e 3/2012
a temperatura máxima ultrapassou este limite.
O aumento da pluviosidade disponibiliza maior oferta de criadouros e
consequentemente, elevando a densidade vetorial e a susceptibilidade da ovitrampa
de ser positivada. Assim, a pluviosidade é uma importante variável climática no
monitoramento por meio de ovitrampa, sendo que neste estudo, correlacionando-se
positivamente com o IPO e IDO (exceto na zona central), resultados estes diferentes
dos encontrados por Konan et al. (2013), que verificaram associação apenas entre o
IPO e a pluviosidade, mas não entre o IDO. Da mesma forma Zeidler et al. (2008)
não acharam correlação entre o IDO e a pluviosidade.
Na presente pesquisa, a correlação do IPO e IDO com a pluviosidade foi
significativa após duas semanas, pois este é o período necessário para que as
formas imaturas se desenvolvam até a fase adulta e assim haja o voo nupcial, por
conseguinte repasto sanguíneo e posterior oviposição, positivando as armadilhas.
42
Outro fator que pode contribuir para não relação entre a pluviosidade com o
IPO e IDO é quando estes índices entomológicos são elevados, mantido por
condições ambientais favoráveis, principalmente a presença de criadouros
permanentes, a pluviosidade pode não influenciar na presença e densidade do vetor.
Em 2010, Macapá possuía apenas 42,6% e 5,6% dos domicílios atendidos
rede de água e esgoto, respectivamente (SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES
SOBRE SANEAMENTO, 2010), além do que a coleta de lixo na cidade é irregular.
Este conjunto de fatores favorece para proliferação do mosquito, uma vez que
contribuem para o uso de recipientes de armazenamento de água, uso de fossas,
além do acúmulo de lixo em via pública (TAUIL, 2001).
A estratificação do IPO para orientar o trabalho das equipes de campo é uma
estratégia que deve ser utilizada na rotina dos programa de controle da dengue e
pode ser desenvolvida semanalmente.
Neste sentindo, Cheung e Fok (2009), propuseram classificar o IPO em 4
níveis e para cada um deles, gradativas ações devem ser tomadas: nível 1: índices
menores que 5%; nível 2: índices entre 5% e menor que 20%; nível 3: índices entre
20% e menor que 40%; nível 4: índices iguais ou maiores que 40%.
O monitoramento do A. aegypti por meio de ovitrampa direciona
complementarmente a equipe de campo de combate ao vetor, permitindo atuar de
maneira mais eficaz na área de abrangência da armadilha, concentrando esforços
nas áreas de IPO mais elevado.
43
CAPÍTULO 2
ESTUDO DA SENSIBILIDADE DA OVITRAMPA NO
PERIDOMICÍLIO E DOMICÍLIO
44
RESUMO O presente estudo teve como objetivo identificar qual o ambiente mais sensível para
detecção do Aedes (Stegomyia) aegypti (Diptera: Culicidae) (Linnaeus, 1762):
peridomiciliar ou domiciliar. Para isto, foram instaladas ovitrampas em 66 pontos,
divididos em quatro zonas da cidade de Macapá, Estado do Amapá, Brasil, distantes
400 m aproximadamente. Em cada ponto amostral, foram instaladas duas
ovitrampas ao nível de solo, uma em cada ambiente, trocadas semanalmente por
um período aproximado de um ano. Em seguida, foi calculado o índice de
positividade de ovo (IPO) e o índice de densidade de ovo (IDO). Os dados obtidos
foram analisados empregando-se o teste de Mann Whitney. A mediana do IPO do
peridomicilio foi significantemente maior que a mediana do IPO do domicílio em três
zonas estudadas. Já o IDO diferenciou apenas em uma das zonas. Os resultados
indicam que o ambiente peridomiciliar é o local indicado para instalação das
ovitrampas.
Palavras-chave: Aedes aegypti; armadilha de oviposição; índice de densidade de
ovo; índice de positividade de ovo.
45
ABSTRACT The present study aimed to identify the most sensitive environment for the detection
of Aedes (Stegomyia) aegypti (Diptera: Culicidae) (Linnaeus, 1762): houses or house
surroundings. For this purpose, ovitraps were installed at 66 points divided into four
areas of the city of Macapá, State of Amapá, Brazil, approximately 400 m apart from
one another. At each sampling point, two ovitraps were installed at ground level, one
in each environment, and replaced weekly for approximately one year. The egg
positivity index (EPI) and egg density index (EDI) were then calculated. The data
were analyzed by the Mann-Whitney test. The median EPI in the house surroundings
was significantly higher than the median EPR in the house in three of the areas
studied. The EDI differed only in one of the areas. The results indicate that the house
surrounding is the indicated site for ovitrap installation.
Keywords: Aedes aegypti; oviposition trap; egg density index; egg positivity rate.
46
1 INTRODUÇÃO Vetores exóticos que chegam, se estabelecem e dispersam para novas áreas,
são responsáveis por transmitir doenças epidêmicas humanas ao longo da história
(LOUNIBOS, 2002). Desta forma, o Aedes (Stegomyia) aegypti (Diptera: Culicidae)
(Linnaeus, 1762), originário da África (CHIARAVALLOTI NETO, 1997), é
considerado um dos principais problemas em saúde pública no Brasil, desde o
começo do século XX, devido a sua função de transmissor da febre amarela urbana
(CHIEFFI, 1985) e por ser o vetor primário da dengue (MORRISON et al., 2008).
O A. aegypti durante sua evolução desenvolveu um comportamento
sinantrópico e antropogênico, sendo considerada a espécie de culicídeo mais
dependente do ambiente urbano (NATAL, 2002) o qual nasce em ambientes
peridomiciliares e domiciliares (TILAK et al., 2004). A maioria dos adultos não
possuem grande poder de dispersão, não chegando ultrapassar 200 m (FREITAS;
CODECO; OLIVEIRA, 2007). A dispersão do A. aegypti por grandes distâncias é
feita principalmente através de transportes de ovos e larvas dentro dos recipientes
(BRASIL, 2001).
O mosquito possui elevada endofilia e antropofilia, sendo que as fêmeas
possuem hábitos hematófagos diurnos (CONSOLI; OLIVEIRA, 1998). Além do que,
as larvas podem ser facilmente encontradas em diversos tipos de criadouros,
localizados tanto no ambiente peridomiciliar quanto no domiciliar (GLASSER et al.,
2011).
A ovitrampa ou armadilha de oviposição é a uma ferramenta sensível para
detecção do A. aegypti, tendo como pioneiros Fay e Perry (1965), a qual pode ser
mais atrativo para fêmeas grávidas pela adição de atrativos (TILAK et al., 2004).
Neste contexto, o presente estudo teve por objetivo identificar qual o ambiente
mais sensível para detecção do A. aegypti através de ovitrampa: peridomiciliar ou
domiciliar.
47
2 MATERIAL E MÉTODOS 2.1 Área do estudo
O estudo foi realizado na cidade de Macapá, capital do estado do Amapá,
Brasil, com população de 398.204 habitantes (95,73 % da população é urbana), de
acordo com o censo demográfico de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística – IBGE, totalizando 59,47% da população do Estado
(INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2010).
Macapá tem o clima tropical úmido, com poucas variações de temperatura (em
média de 27º C), com a média anual da umidade relativa do ar de 81% (JESUS;
GONÇALVES; OLIVEIRA, 2000) e com uma pluviosidade média em torno de 2.600
mm, sendo que o período mais seco concentra-se entre os meses de setembro a
novembro (chuva trimestral abaixo de 200 mm) e o mais chuvoso entre março a
maio (chuva trimestral maior que 1.000 mm) (SOUZA; CUNHA, 2010).
Inicialmente, dividiu-se a cidade em quatro zonas: oeste, sul, norte e central.
De cada zona foram sorteados dois bairros para execução da pesquisa. Nestes
bairros, foram instalados ovitrampas distantes 400 m de raio aproximadamente,
localizadas a nível do solo, sendo que uma no ambiente domiciliar e outra no
peridomiciliar, totalizando 66 pontos amostrais, das quais 16 estavam localizados na
zona oeste, 18 na zona sul, 11 na norte e 21 na central (Figura 1).
2.2 Ovitrampas
As ovitrampas confeccionadas foram compostas por um vaso plástico preto de
500 ml, contendo 200 ml de infusão de feno a 10% elaborado conforme Reiter et al.
(1991), tratada com diflubenzuron, e com uma palheta de eucatex (fixada por um
clipe), medindo 12 cm de altura e 2,5 cm de largura, deixando a parte áspera voltada
para o centro do recipiente para favorecer a oviposição. As palhetas foram
devidamente identificadas através de etiquetas, com a data e o local da instalação.
As armadilhas foram trocadas semanalmente, por um período compreendido
entre a semana epidemiológica de 38/2011 e a semana epidemiológica de 35/2012,
sendo as palhetas incineradas após contagem.
48
Figura 1 – Pontos amostrais distribuídos de acordo com as zonas de estudo.
2.3 Determinação do índices
O índice de positividade de ovo (IPO) e o índice de densidade de ovo (IDO) por
cada ambiente, foram determinados a partir das seguintes fórmulas:
𝐼𝑃𝑂 =𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑑𝑒 𝑜𝑣𝑖𝑡𝑟𝑎𝑚𝑝𝑎𝑠 𝑝𝑜𝑠𝑖𝑡𝑖𝑣𝑎𝑠𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑜𝑣𝑖𝑡𝑟𝑎𝑚𝑝𝑎𝑠 𝑖𝑛𝑠𝑡𝑎𝑙𝑎𝑑𝑎𝑠 × 100
𝐼𝐷𝑂 =𝑛ú𝑚𝑒𝑟𝑜 𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑜𝑣𝑜𝑠
𝑡𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑒 𝑜𝑣𝑖𝑡𝑟𝑎𝑚𝑝𝑎𝑠 𝑝𝑜𝑠𝑖𝑡𝑖𝑣𝑎𝑠
2.4 Análise estatística
Para comparação dos resultados obtidos dos ambientes domiciliar e
peridomiciliar nas quatro zonas de estudos, foi utilizado o método estatístico de
Mann Whitney, tanto para o IPO quanto para o IDO empregando o software Bioestat
5.3 (AYRES et al., 2007).
49
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
O estudo experimental possibilitou a instalação de 5.016 ovitrampas. Das 2.508
alocadas no peridomicilio, 169 ovitrampas apresentavam-se vazias ou a palheta foi
perdida, 1.125 negativas e 1.214 foram positivas, totalizando 122.478 ovos de A.
aegypti, ou seja, um IPO 51,90% e um IDO de 100,89 (Figura 2 e Figura 3). Já no
ambiente domiciliar foram coletadas 2.035 palhetas, sendo que 938 foram positivas,
somando 83.285 ovos, isto é, um IPO 46,09% e um IDO de 88,79 (Figura. 2 e Figura
3).
Figura 2 – Índice de Positividade de Ovo (IPO) a partir da implantação de ovitrampas na cidade de Macapá-AP, no período compreendido entre a semana epidemiológica 38/2011 e a semana epidemiológica 35/2012.
Figura 3 – Índice de Densidade de Ovo (IDO) a partir da implantação de
ovitrampas na cidade de Macapá-AP, no período compreendido entre a semana epidemiológica 38/2011 e a semana epidemiológica 35/2012.
0,00
10,00
20,00
30,00
40,00
50,00
60,00
70,00
80,00
90,00
2011
38
2011
39
2011
40
2011
41
2011
42
2011
43
2011
44
2011
45
2011
47
2011
48
2011
49
2011
50
2011
51
2011
52
2012
01
2012
02
2012
06
2012
07
2012
10
2012
11
2012
12
2012
13
2012
14
2012
15
2012
16
2012
18
2012
19
2012
20
2012
21
2012
23
2012
24
2012
25
2012
28
2012
30
2012
31
2012
32
2012
33
2012
35
IPO
%
Semana Epidemiológica
IPO Peridomiciliar IPO Domiciliar
0
50
100
150
200
250
2011
38
2011
39
2011
40
2011
41
2011
42
2011
43
2011
44
2011
45
2011
47
2011
48
2011
49
2011
50
2011
51
2011
52
2012
01
2012
02
2012
06
2012
07
2012
10
2012
11
2012
12
2012
13
2012
14
2012
15
2012
16
2012
18
2012
19
2012
20
2012
21
2012
23
2012
24
2012
25
2012
28
2012
30
2012
31
2012
32
2012
33
2012
35
IDO
Semana Epidemiológica
IDO Peridomiciliar IDO Intradomiciliar
50
Houve diferença significativa do IPO entre as medianas dos ambientes
peridomiciliar e domiciliar em três zonas do estudo (Tabela 1).
Tabela 1 – Resultado do teste de Mann Whitney aplicado na comparação do IPO a partir da implantação de ovitrampas em zonas de Macapá, Amapá, Brasil. Zona de
estudo
Mediana IPO
peridomiciliar
Mediana IPO
domiciliar
U Z(U) pvalor
Oeste 51,67 % 40,00 % 523,5 2,0622 0,0392
Sul 55,91 % 40,04 % 520 2,0985 0,0359
Norte 63,07 % 33,33 % 356,5 3,7971 0,0001
Centro 61,51 % 47,37 % 534 1,9531 0,0508
Em relação ao IDO, houve diferença significativa entre o peridomicilio e
domicílio apenas na zona oeste, não diferenciando nas demais zonas (Tabela 2).
Tabela 2 – Resultado do teste de Mann Whitney aplicado na comparação do IDO a partir da implantação de ovitrampas em zonas de Macapá, Amapá, Brasil. Zona de
estudo
Mediana IPO
Peridomiciliar
Mediana IPO
Domiciliar
U Z(U) pvalor
Oeste 81,5 60,5 496,5 2,3427 0,0191
Sul 68,5 69 713,5 0,0883 0,9296
Norte 72 61 619 1,07 0,2846
Centro 89,5 86 677 0,4675 0,6401
Barata et al (2001) afirmam que o interior da residência é mais propenso de
encontrar fêmeas do A. aegypti, pois 87,3% dos mosquitos coletados estavam
dentro da casa. Isto se deve ao hábito antropofílico das fêmeas (RITCHIE et al.,
2011), que necessitam de sangue para maturar os ovos (CONSOLI; OLIVEIRA,
1998).
Neste estudo, o ambiente peridomiciliar foi mais sensível a positividade da
ovitrampa do que o domiciliar, fato este semelhante ao descrito por Dibo et al (2005),
mas diferente dos resultados encontrados por Lenhart et al (2005), onde o domicílio
teve maior IPO em relação ao peridomicilio, 13% e 5,7% respectivamente.
Em pesquisa realizada por Santos Nunes et al. (2011) no município de
Santana, no Estado do Amapá, distante 18 km de Macapá (local do estudo),
encontraram no peridomicilio um IPO de 46,66% e IDO de 100,79, similar aos
resultados encontrados no presente trabalho.
51
As fêmeas depositam seus ovos em vários locais em um único ciclo
gonadotrófico (REITER et al., 1995) e devido o fato de que o entorno das
residências apresentarem uma grande disponibilidade de recipientes que servem de
potenciais criadouros para as formas imaturas do mosquito (SILVA et al., 2006),
torna o peridomicilio mais propenso para que as fêmeas depositem seus ovos e
desta forma, aumentando as possibilidades da perpetuação da espécie.
Para Chadee e Ritchie (2010) a combinação do efeito da ovitrampa preta e a
infusão de feno, é responsável pela eliminação de grande quantidade da população
de mosquito, fato este observado no presente estudo, com a destruição de 205.763
ovos de A. aegypti.
A ovitrampa é uma ferramenta de baixo custo na detecção do A. aegypti e que
é amplamente utilizado na vigilância entomológica nos programas de controle da
dengue, baseado nos resultados deste estudo, sugere-se o ambiente peridomiciliar
como local indicado para instalação deste tipo de armadilha.
52
CAPÍTULO 3 DISTRIBUIÇÃO DOS CASOS NOTIFICADOS DE DENGUE E
DO Aedes (Stegomyia) aegypti (LINNAEUS, 1762) EM MACAPÁ, AMAPÁ, BRASIL
53
RESUMO A presente pesquisa teve como objetivo verificar a correlação e sobreposição dos
casos notificados de dengue com a positividade/densidade das ovitrampas, além de
averiguar a influência dos fatores climáticos sobre a dengue durante um período
aproximado de um ano na cidade Macapá, Amapá, Brasil. A contagem de ovos
permitiu calcular o índice de positividade de ovo (IPO) e índice de densidade de ovo
(IDO). Correlacionou-se os casos notificados de dengue com o IPO, IDO e fatores
climáticos. Também foi realizada a espacialização dos casos notificados de dengue
e das ovitrampas possibilitando a elaboração de mapas de risco semanais. Durante
o estudo, o IPO foi de 51,90% e o IDO 100,89. Tanto o IPO, quanto o IDO estiveram
correlacionados positivamente com os casos notificados de dengue. Também houve
correlação entre os fatores abióticos (pluviosidade, temperatura e umidade do ar)
com os casos notificados de dengue. O monitoramento do A. aegypti através de
ovitrampa e da dengue utilizando ferramentas de geoprocessamento identificou
rapidamente as áreas de maior risco para dengue, informando em tempo hábil a
equipe de controle vetorial e de vigilância epidemiológica, permitindo atuar de
maneira mais eficaz na prevenção de surtos.
Palavras-chave: georreferenciamento; vigilância entomológica; vigilância
epidemiológica.
54
ABSTRACT This study aimed to determine the correlation and overlap between dengue and
ovitraps positivity/density and to verify the influence of climatic data on dengue during
a period of approximately one year in the city Macapá, Amapá, Brazil. The eggs were
counted to calculate the egg positivity rate (EPR) and egg density index (EDI). There
were correlated cases of dengue with the EPR, EDI and climatic data. Was also
performed spatial distribution of reported cases of dengue and ovitraps allowing the
preparation of risk maps each week. For the period of the study, the EPR was
51.90% and the EDI was 100.89. Both the EPR, as EDI were positively correlated
with notificated cases of dengue. There was also correlation between abiotic factors
(rainfall, temperature and humidity) with notificated cases of dengue. The monitoring
of A. aegypti through ovitrap and dengue using geoprocessing tools quickly identified
the areas of greatest risk for dengue, timely informing the team of vector control and
epidemiological surveillance, enabling act more effective in preventing outbreaks.
Keywords: georeferencing; entomological surveillance; epidemiological surveillance
55
1 INTRODUÇÃO
Considerada a principal arbovirose do mundo, atingindo anualmente mais de
50 milhões de pessoas (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2009b), a dengue é
causada por um Flavivirus, compreendendo a 4 sorotipos (DEN 1-4) (GUBLER,
2001), tendo como vetor principal nas Américas o Aedes aegypti (Linnaeus, 1762)
(COSTA; SANTOS; BARBOSA, 2009).
Uma importante ferramenta para realizar o monitoramento do mosquito é a
ovitrampa. Desenvolvida por Fay e Perry (1965) é um método sensível, econômico e
ecológico na vigilância do A. aegypti (LOK; KIAT; KOH, 1977). Dados obtidos
através deste método são úteis para análise da distribuição espacial e temporal do
mosquito (BRAGA; VALLE, 2007).
No Brasil, desde a década de 1990 técnicas de mapeamento de doenças
auxiliam na identificação de áreas de risco (ROJAS; BARCELLOS; PEITER, 1999).
As atividades que envolvem o geoprocessamento como ferramenta, são executadas
por sistemas específicos, denominados de Sistemas de Informação Geográfica
(SIG). Assim, para a realização dessas análises é necessária a localização
geográfica dos eventos estudados, levando a associação das informações dos
mapas à base de dados alfanumérica, podendo ser considerado muito útil em saúde
pública (ARAÚJO; FERREIRA; ABREU, 2008).
A avaliação da distribuição espacial da dengue possibilita a geração de
hipóteses explicativas sobre a manutenção da condição em algumas áreas
geográficas (ARAÚJO; FERREIRA; ABREU, 2008).
Macapá, capital do Estado do Amapá, teve o primeiro caso autóctone de
dengue em 2001 (CORREA, 2007). Desde então, a doença tornou-se um grande
problema de saúde pública da cidade comportando-se de forma endêmica.
O presente estudo teve por objetivo verificar a correlação e sobreposição dos
casos notificados de dengue com a positividade/densidade das ovitrampas, além de
averiguar a influência dos fatores climáticos sobre a dengue, pois acreditamos que
os casos notificados de dengue estão correlacionados com a positividade das
ovitrampas, assim como sofrem interferência dos fatores climáticos.
56
2 MATERIAL E MÉTODOS 2.1 Cidade do estudo
O estudo foi realizado no município de Macapá, Amapá, Brasil, o qual possui
uma população de 398.204 habitantes (95,73 % da população é urbana), de acordo
com o censo demográfico de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística – IBGE, o que representa 59,47% da população do Estado (INSTITUTO
BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, 2010).
Macapá possui o clima tropical úmido, com poucas variações de temperatura
(em média de 27º C), com a média anual da umidade relativa do ar de 81% e com
uma pluviosidade média em torno de 2.600 mm (JESUS; GONÇALVES; OLIVEIRA,
2000), sendo que o período mais seco concentra-se entre os meses de setembro a
novembro (chuva trimestral abaixo de 200 mm) e o mais chuvoso entre março a
maio (chuva trimestral maior que 1.000 mm) (SOUZA; CUNHA, 2010).
2.2 Área de estudo
Inicialmente, dividiu-se a cidade em quatro zonas: oeste, sul, norte e central.
De cada zona foram sorteados dois bairros para execução da pesquisa. Nestes
bairros, foram instalados ovitrampas distantes 400 m de raio aproximadamente,
localizadas a nível do solo, sendo instaladas no ambiente peridomiciliar, totalizando
66 pontos amostrais, das quais 16 estavam localizados na zona oeste, 18 na zona
sul, 11 na norte e 21 na central (Figura 1).
2.3 Ovitrampas
As ovitrampas confeccionadas foram compostas por um vaso plástico preto de
500 ml, contendo 200 ml de infusão de feno a 10% elaborada de acordo com Reiter
et. al (1991), tratada com diflubenzuron, contendo uma palheta de eucatex (fixada
por um clipe), medindo 12 cm de altura e 2,5 cm de largura, deixando a parte áspera
voltada para o centro do recipiente para favorecer a oviposição. As palhetas foram
devidamente identificadas através de etiquetas, com a data e o local da instalação.
57
As armadilhas foram trocadas semanalmente, por um período compreendido
entre a semana epidemiológica 38/2011 e a semana epidemiológica 35/2012, sendo
as palhetas incineradas após contagem.
Figura 1 – Localização das ovitrampas por zona de estudo em Macapá, Amapá, Brasil.
2.4 Determinação do IPO e IDO
As instalações das ovitrampas permitiram determinar semanalmente o índice
de positividade de ovo (IPO) que é a porcentagem expressa pelo número de
ovitrampas positivas dividida pela número total de ovitrampas instaladas. Da mesma
forma, foi calculado o índice de densidade de ovo (IDO) que é a relação entre
número de ovos sobre o número de ovitrampas positivas.
58
2.5 Variáveis ambientais e casos notificados de dengue
Os dados da pluviosidade, umidade do ar (máxima e mínima) e temperatura
(máxima e mínima) foram fornecidos pelo Núcleo de Hidrometereologia e Energias
Renováveis do Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do
Amapá na cidade de Macapá, Amapá, Brasil (NHMET/IEPA). A pluviosidade
considerada foi a acumulada por semana epidemiológica, coincidindo assim, com o
período de estudo. Similarmente, foram utilizadas as médias semanais tanto para
umidade do ar (máxima e mínima) quanto para temperatura (máxima e mínima).
Os casos notificados de dengue foram obtidos no Sistema de Informação de
Agravo de Notificação (SINAN), fornecidos pela Divisão de Vigilância Epidemiológica
do Estado do Amapá (DVE), os quais foram segregados por zona de estudo.
2.6 Análise estatística
Para análise estatística foi utilizado o software BioEstat 5.3 de Ayres et al.
(2007). O uso de métodos não paramétricos foi justificado pela distribuição não
normal dos dados e a heterocedasticidade da variância, que persistiram mesmo
após transformação logarítmica.
Foi realizado o teste de correlação de Spearman para verificar a relação entre
os casos notificados de dengue e o IPO e IDO da cidade de Macapá. Para isto, os
casos notificados foram correlacionados após uma semana com o IPO e o IDO, ou
seja, os casos notificados da semana epidemiológica 38/2011, foram
correlacionadas com o IPO e o IDO da semana 39/2011 e assim sucessivamente.
Os casos notificados de dengue para cidade de Macapá foram correlacionados
após três semanas com a pluviosidade acumulada, umidade do ar (máxima e
mínima) e temperatura (máxima e mínima). 2.7 Elaboração de mapas
Todos os locais que tiveram armadilhas instaladas foram georreferenciados por
um aparelho GPS da marca Garmin®, modelo 76 CSx. Para monitoramento espaço
temporal da dispersão do A. aegypti nos bairros estudados, foi utilizado as bases
cartográficas dispostas pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente do Amapá
(SEMA/AP).
59
Da mesma forma, os casos notificados de dengue fornecidos pelo SINAN,
localizados dentro das zonas de estudos durante a pesquisa foram também
georreferenciados. Entretanto, na exportação dos dados foram excluídos os nomes
dos pacientes.
Na elaboração dos mapas de risco foi utilizado o software ArcGIS 9.3. Para
indicar o local de maior incidência da dengue, foi utilizado na análise o estimador de
densidade Kernel, uma das ferramentas constante no Spatial Analyst, uma extensão
do software supracitado. Para a área de abrangência, foi determinado o search
radius de 200m e o cell size de 20. A partir dos valores determinados foram
especificados 10 classes, igualmente divididas, sendo que a cor vermelha para a
densidade maior e a cor verde para densidade menor, excluindo-se os valores iguais
a zero. Posteriormente, realizou-se a sobreposição com um buffer de 200m de raio
para as ovitrampas positivas.
A cada coleta foi produzido um relatório contendo o mapa de dispersão do A.
aegypti, disponibilizado para o gestor municipal do Programa Municipal de Controle
da Dengue (PMCD), para nortear as ações de combate ao mosquito.
2.8 Questões éticas
O projeto foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade
Seama, cujo qual recebeu certificado de isenção.
3 RESULTADOS
No total, foram instaladas 2.508 ovitrampas, das quais 2.339 palhetas foram
coletadas, sendo que as demais 169 foram perdidas ou a ovitrampa foi esvaziada.
Foram contados 122.478 ovos de A. aegypti em 1.180 palhetas positivas, ou seja,
um IPO de 51,90% com o IDO de 100,89.
De acordo com os dados obtidos no SINAN, no período da pesquisa, foram
notificados 212 casos de dengue nas zonas de estudo (Tabela 1). Destaca-se em
2012, Macapá registrou circulação do sorotipo Den-4.
60
Tabela 1 – Número de casos de dengue notificados por zona de estudo da cidade de Macapá, durante o período da pesquisa. Zona de estudo Número de casos notificados
Oeste 29
Sul 95
Norte 34
Central 54
Total 212
Fonte: SINAN (2011).
O IPO foi correlacionado positivamente com os casos notificados de dengue
(Correlação de Spearman, RS=0,5777; T=4,1872; p=0,0002), assim como o IDO
(Correlação de Spearman, RS=0,6583; T=5,1737; p<0,0001).
Os casos notificados de dengue em Macapá foram correlacionados
positivamente com a pluviosidade e com umidade do ar mínima, mas negativamente
com a umidade do ar máxima, temperatura máxima e a temperatura mínima (Tabela
2).
Tabela 2 – Resultado da Correlação de Spearman aplicada entre os casos notificados de dengue e as variáveis ambientais de Macapá, Amapá, Brasil. Variável ambiental RS Z(U) pvalor
Pluviosidade (mm) 0,5767 4,9411 <0,0001
Umidade do ar mínima (%) 0,6091 5,3767 <0,0001
Umidade do ar máxima (%) -0,5363 -4,4476 <0,0001
Temperatura mínima (ºC) -0,5559 -4,6808 <0,0001
Temperatura máxima (ºC) -0,5652 -4,7957 <0,0001
Devido a erro de endereço no preenchimento do SINAN, foi possível
georreferenciar apenas 166 dos 212 casos notificados.
Quanto a espacialização da positividade das armadilhas, verificou-se que todos
os pontos amostrados foram positivados na pesquisa, e que os casos notificados de
dengue, de modo geral, coincidiram com os locais onde houve positividade da
ovitrampa, tanto no período chuvoso quanto no período seco (Figura 2).
61
Figura 2 – Sobreposição das ovitrampas positivas em relação a densidade Kernel dos casos notificados de dengue durante a semana epidemiológica 33-2012.
Fonte: Elaborado pelo autor.
4 DISCUSSÃO
Os resultados desta pesquisa indicam que Macapá está altamente
infestadapelo mosquito A. aegypti e que a área de incidência da dengue
corresponde com os locais de ocorrência do mosquito.
Com efeito, o presente estudo evidencia que a dengue é fortemente
influenciada pelos fatores climáticos, corroborando com os achados de Rosa-Freitas
et al. (2006) e Gonçalves e Rebelo (2004).
Entre os fatores abióticos, diversos estudos demonstram a influência da
pluviosidade sobre os casos de dengue (COSTA et al., 2008; HURTADO-DIAZ et
al., 2007; SOUZA; SILVA; SILVA, 2010; TEIXEIRA; CRUZ, 2011). Esta associação
é contestada por Miyazaki et al. (2009) e Câmara et al. (2009) que encontraram
apenas a influência da temperatura.
62
Para realizar a correlação dos dados climáticos com os casos de dengue, é
necessário realizar ajuste nos dados, pois deve-se considerar a evolução do
mosquito de ovo a adulto, a possibilidade deste mosquito já nascer infectado pelo
vírus dengue, o período extrínseco no mosquito e por fim, o período de incubação.
A associação entre o IPO e os casos notificados de dengue relatado por
Avendanha (2006), corroboram com os achados deste estudo.
Contudo, não necessariamente o IPO e IDO estão relacionados com o número
de casos notificados, uma vez que a infecção pelo vírus da dengue pode ocorrer no
local que não seja a residência. Locais que têm altos índices de infestação as
ovitrampas tendem a serem visitadas constantemente, não representando inferência
estatística significante.
Mas a partir do momento em que se tem o ciclo de transmissão da dengue
estabelecido (densidade vetorial elevada, vírus dengue circulando e uma população
susceptível), a ovitrampa é um instrumento fundamental e de baixo custo para
orientar o combate ao mosquito. Para Braga et. al (2000) a vigilância do A. aegypti é
baseada na determinação de sua presença, frequência de ocorrência, abundância,
atividade a alterações no nível de densidade.
De acordo com Barrera, Amador e Mackay (2011), o IDO deve ser reduzido
abaixo de dez para não haver risco de transmissão com dengue. Já Mogi et al.
(1988) afirmam que o IDO deve ser reduzido no mínimo para dois. Contudo, neste
estudo, o IDO foi muito elevado, caracterizando Macapá como cidade de elevado
risco para dengue.
A espacialização das armadilhas de oviposição permitiu verificar
semanalmente as zonas de estudo com maior positividade e densidade das
ovitrampas. Assim, as equipes responsáveis por determinadas áreas podem
concentrar esforços nos locais de maior positividade de armadilhas.
A modelagem espacial através de SIG ajuda a compreensão da variação na
incidência da dengue e sua covariação com fatores ambientais e de saúde pública
(AI-LEEN; SONG, 2000). A importância do SIG é exacerbada quando se utiliza
armadilhas de oviposição, pois os índices uniformizam as zonas, diferentemente do
mapeamento das ovitrampas, que possibilita uma visão diferenciada em cada zona,
uma vez que dentro delas existem locais com maior positividade.
63
O controle vetorial é a principal estratégia para minimizar o risco da dengue,
intensificando os esforços nas áreas de maior risco ou incidência da doença
(MACIEL DE FREITAS et al., 2012).
Para dengue, tal mapeamento (epidemiológica, entomológica e estratificação
ambiental) pode servir para identificar áreas onde a transmissão ocorre
repetidamente e que podem justificar as atividades de controle intensificados ou a
estratificação de áreas. A disponibilidade de tais informações em tempo hábil pode
determinar o resultado das operações de controle de vetores e até mesmo ajudar a
reduzir a intensidade do surto (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2009a).
Neste estudo, verificou-se que a dengue está dispersa em todas as zonas, mas
na zona sul, ocorreu a maior concentração de casos de dengue durante um surto, os
quais coincidiram na sobreposição das imagens com o IPO e IDO.
64
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Enquanto não houver uma vacina tetravalente eficaz e segura disponível contra
dengue, o controle vetorial ainda é a principal forma de prevenção desta importante
arbovirose. Cabe salientar que levará vários anos até que este imunobiológico esteja
disponível para a população que está sobre o risco de contrair a doença.
Neste estudo, o monitoramento do A. aegypti por meio de ovitrampa fornece
dados para direcionar complementarmente a equipe de campo de combate ao vetor,
permitindo atuar de maneira mais eficaz na área de abrangência da armadilha,
concentrando esforços nas áreas de IPO mais elevado.
Sendo assim, defende-se o uso desta ferramenta de baixo custo na detecção
do A. aegypti para que seja amplamente utilizada na vigilância entomológica nos
programas de controle da dengue e, baseado nos resultados deste estudo,
observou-se que o ambiente peridomiciliar é o local indicado para instalação deste
tipo de armadilha.
Evidente é a capacidade das ovitrampas em estimar a presença do mosquito
(IPO), mas para mensurar a densidade (IDO), se faz necessário pesquisa para
determinar a quantidade de ovos por fêmeas em cada armadilhas.
É possível identificar que os fatores climáticos influenciam no número de casos
de dengue apenas três semanas. Isto oferece um tempo maior para que as
campanhas realizadas de educação em saúde, assim como a eliminação e
tratamento de criadouros, possam ser intensificadas, principalmente no período
menos chuvoso, quando há menor densidade vetorial.
Quanto a espacialização do número de ovos retirados das ovitrampas, é
possível identificar geograficamente quais os principais locais de maior infestação,
tanto na positividade quanto na densidade. Da mesma forma, os casos de dengue
distribuídos através de SIG, revela os locais de maior incidência da doença, inclusive
devendo ter um intensivo trabalho de combate não só a forma adulta do A. aegypti,
mas também as imaturas, uma vez que o mosquito já pode nascer contaminado.
O georreferenciamento dos casos notificados de dengue, também possibilitou
que a equipe do PMCD realizasse o bloqueio de casos, conforme preconiza o
PNCD.
65
Apesar de eliminar uma grande quantidade de ovos, as ovitrampas não devem
ser tomadas como um único instrumento de combate ao mosquito, uma vez que as
fêmeas depositam seus ovos em vários locais.
Espera-se que este método de monitoramento vetorial e dos casos de dengue
seja amplamente utilizado nos programas de controle da dengue, como suporte de
na gestão do programa, para auxiliar a tomada de decisão.
4 REFERÊNCIAS
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