monografia benedita

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2 UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA PRÓ-REITORIA DE ENSINO MÉDIO, TÉCNICO E EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA. CURSO DE PEDAGOGIA    PARFOR/CAPES/UEPB BENEDITA CONRADO DA SILVA AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM NO ENSINO FUNDAMENTAL CATOLÉ DO ROCHA    PB. 2014

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARABAPR-REITORIA DE ENSINO MDIO, TCNICO E EDUCAO A DISTNCIA.CURSO DE PEDAGOGIA PARFOR/CAPES/UEPB

BENEDITA CONRADO DA SILVA

AVALIAO DA APRENDIZAGEM NO ENSINO FUNDAMENTAL

CATOL DO ROCHA PB.2014

BENEDITA CONRADO DA SILVA

AVALIAO DA APRENDIZAGEM NO ENSINO FUNDAMENTAL

Trabalho de Concluso de Curso apresentado Universidade Estadual da Paraba como requisito para obteno do ttulo de Licenciatura Plena em Pedagogia.

Orientadora: Prof. Ariane Krcia Bencio de S Barreto

CATOL DO ROCHA - PB2014

BENEDITA CONRADO DA SILVA

Trabalho de Concluso de Curso apresentado a Universidade Estadual da Paraba como requisito para obteno do ttulo de Licenciatura Plena em Pedagogia.

Data da avaliao: ____/____/____

Aprovada em __/__/2014.

________________________________Prof. Ariane Bencio / UEPBOrientadora

________________________________Prof. Ma. Maria Fernandes de Andrade PraxedesExaminador

CATOL DO ROCHA - PB2014

DEDICATRIA

Dedico a Maria Ismerina da Silva, uma mulher virtuosa a qual considero guerreira, sempre viu a educao como alicerce para minha vida, colocando-me e orientando-me no caminho certo para que eu realizasse o nosso sonho, a quem devo o orgulho de t-la como me.

AGRADECIMENTOS

A Deus.Senhor retiro-me neste momento do visvel e do cotidiano para estar na Tua presena e te agradecer pela coragem que o Senhor me dispensou durante esta caminhada na busca de mais uma conquista e que em sua infinita bondade tem feito grandes coisas por mim. Aos meus pais pela minha existncia. minha me Maria Ismerina da Silva por tudo que sou.Aos meus sobrinhos Jailson, Jarn e caro que me inspiraram diariamente encorajando-me em busca de novas conquistas.Aos meus irmos Ailson, Rosa, Djaira, Ildete, Iazodria e Deusiene pelo incentivo a mim dispensado para subir mais um degrau na minha formao profissional.Aos meus professores, que souberam dar-se um ao outro para a construo dos nossos conhecimentos. minha orientadora Ariane Krcia Bencio de S Barreto, pela pacincia e a disponibilidade que sempre teve comigo e especialmente pela sua competncia e exemplo de educadora.

A avaliao um processo natural, que nos permite ter conscincia do que fazemos da qualidade do que fazemos e das consequncias que acarretam nossas aes (MNDEZ, 2005).

SUMRIO

INTRODUO81- REFLEXES TERICO/PRTICAS A RESPEITO DO ESTGIO SURPERVISIONADO101.1 Gesto101.1.1 Caracterizao e contexto histrico da escola111.2 Educao Infantil121.3 Educao Fundamental161.3.1 Caracterizao da escola e relato de estgio161.3.2 Interveno192. AVALIAO DA APRENDIZAGEM NO ENSINO FUNDAMENTAL212.1 O ato de avaliar: Necessrias reflexes212.2 Tipos de Avaliao252.1.1 Diagnstico252.3 A Avaliao Somativa262.4 Avaliao formativa273 AVALIAO EDUCACIONAL: Algumas reflexes283.1 A Avaliao da aprendizagem no contexto escolar323.2 Avaliao Continuada: prticas e possibilidades34 CONSIDERAES FINAIS36 REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS38

RESUMO

A avaliao da aprendizagem escolar uma prtica que se faz presente em todo o decorrer do trabalho do professor, existindo no para medir conhecimentos, mas para ser til no processo de reflexo constante do ensino e da aprendizagem na sala de aula, auxiliando o professor nas suas tomadas de decises o tempo todo, possibilitando mudanas em sua metodologia de ensino e diagnosticando o aprendizado dos alunos nas suas progresses e/ou dificuldades no decorrer do percurso escolar. Nesse sentido, este trabalho mostra a importncia da avaliao na prtica do professor, partindo de uma pesquisa exploratria e bibliogrfica pautada pelas observaes construdas ao longo do estgio supervisionado em Gesto, Educao Infantil e Ensino Fundamental e pelos estudos e reflexes de autores como Bloom (1984), Demo (2000), Esteban (2001), Hadji (2001), Hoffmann (2001), Kenski (2003), Libneo (1994), Luckesi (2002), Moreto (2001), Santanna (1995), entre outros. Da sua formao acadmica at a prtica propriamente dita em sala de aula, faz-se necessrio que o professor tenha conscincia de que a avaliao no se limita mais a prticas tradicionais em que se avaliava para to somente aplicar provas e verificar quem sabia ou no sabia os contedos trabalhados em sala de aula, mas que a avaliao cumpre um papel muito mais importante, de tomadas de decises fundamentais no processo de ensino e aprendizagem, no s do aluno, mas tambm, na prtica do professor e nas melhorias da escola.PALAVRAS-CHAVE: Escola. Avaliao. Professor, Formao.

ABSTRACT

The assessment of school learning is a practice that is present throughout the course of the teacher's work, existing not to measure knowledge, but to be useful in the discussion of the constant teaching and learning process in the classroom. Assisting the teacher in his decision making all the time, enabling changes in their teaching methodology and diagnosing student learning in their progressions and / or difficulties in the course of schooling. In this sense, this work shows the importance of evaluation in teacher practice, starting from a literature search and exploratory guided by the observations built over supervised training in Management, Early Childhood Education and Elementary Education and by studies and reflections from authors such as Bloom (1984 ), Demo (2000), Esteban (2001), Hadji (2001), Hoffman (2001), Kenski (2003) Libneo (1994) Luckesi (2002) Moreto (2001) Sant'anna (1995), among others. Of their academic training to the actual execution in the classroom, it is necessary that the teacher is aware that the assessment is no longer limited to traditional practices that apply solely to evaluating evidence and verify who knew or did not know the contents learned in the classroom, but that assessment plays a very important role in key decisions taken in the teaching and learning process, not only the student but also the teacher practice and improvements in the school.KEYWORDS: School. Assessment. Teacher training.2

INTRODUO

Nas ltimas dcadas, a ateno dos profissionais da educao voltou-se com maior intensidade para as dimenses polticas e sociais da avaliao escolar, tendo em vista a necessidade da implementao de uma educao democrtica e inclusiva.Diante dessa necessidade, surgem estudos e pesquisas, que apontam para uma escola que parece no atender as demandas sociais e, consequentemente, apresentam propostas de avaliao bastante elaboradas, mais totalmente contraditrias, ou seja, temos uma proposta de inovao na avaliao que no se concretiza na prtica.Sobre essa contradio dos mtodos avaliativos, Romo nos esclarece que:

[...] tal contradio nasce da alto censura gerada pelo descompasso entre uma imagem idealizada na avaliao e a realidade cotidiana nas escolas, condicionadas, estruturalmente, pelo sistema de promoo e seriao e, conjunturalmente, pelas pssimas condies concretas de trabalho e pelas determinaes dos superiores de planto (ROMO 1999, p,55).

Somando-se a isso o autor acrescenta que ainda encontramos professores trabalhando voltados para a transmisso e repetio de modelos estereotipados, empobrecendo o universo cultural dos alunos.Neste enfoque, a filosofia da escola, seus objetivos e tcnicas empregados devem ser expressos sempre que se avalia. Por isso, cada escola tem suas caractersticas prprias consolidadas em seus objetivos scio culturais, e especialmente em sua interpretao e sistema de avaliao.Nessa perspectiva o presente trabalho foi desenvolvido a fim de discutir e refletir as problemticas da avaliao levando em conta as concepes de avaliao de vrios tericos como: Luckesi (2002), Libneo (1994), Romo (1999), Paulo Freire (2006), Esteban (2001), Kensi (2004), Hadji (2001), Perremond (1999), Moreto (2001), Demo (2000), Bloom (1984), Haydt (2002), Penin (2012), Santanna (1995), Hoffmann (2001), Mndez (1999) como tambm a observao das atividades aplicadas pelos professores aos alunos para compreender a relao existente entre o discurso e prtica. O presente trabalho est estruturado em trs captulos, sendo o primeiro captulo um breve diagnstico e anlise da realidade escolar, onde realizamos estgios supervisionados procurando resgatar historicamente a origem da escola, bem como algumas caractersticas scio econmicas culturais do corpo docente e discente.No segundo captulo apresentamos fundamentao terica que aborda o conceito, importncia e concepes da avaliao da aprendizagem.O terceiro captulo faz algumas reflexes sobre a avaliao educacional, abordando a avaliao no contexto escolar e a avaliao continuada.A importncia desse trabalho est centrada na busca pelo esclarecimento de um tema to antigo e frequentemente debatido como o caso da avaliao. Procuramos levar ao nosso leitor, informaes, as quais consideraram importante, que serviro de pesquisa, para aqueles que queiram refletir um pouco mais sobre esse tema.

1- REFLEXES TERICO/PRTICAS A RESPEITO DO ESTGIO SURPERVISIONADO

O estgio supervisionado uma das atividades constituintes dos cursos de Licenciatura Plena de fundamental importncia para o formando uma vez que o mesmo traz a oportunidade de se fazer uma conciliao entre teoria e prtica relativamente a tudo que se viu e observou durante o curso.O professor estagirio pode durante o seu processo de interveno na escola campo de estgio contar com a colaborao da experincia do professor titular como tambm de outros profissionais da educao, a exemplo de diretores, coordenadores pedaggicos, inspetores, os quais so uma fonte de informaes valiosas para o futuro professor que ora est se submetendo a to esperada experincia de assumir a sala de aula. com essas experincias e observaes que o professor que est se formando aprende cada vez mais, onde as teorias confrontam-se e dialogam com a prtica e conceitos como; Gesto, Educao infantil e Ensino Fundamental, assim como a importncia de cada aspecto da organizao e desenvolvimento escolar tanto na vida do professor quanto na formao dos alunos ficam mais evidentes. A escola propriamente dita , de fato, o laboratrio no qual o futuro professor, aluno do curso de licenciatura plena, se encontrar para realizar-se enquanto profissional da educao e que vai aprender o real significado de gesto escolar, em que se deve contar com a participao de todos os profissionais envolvidos, alm dos representantes da comunidade.Foram nestes momentos de estgio que o corpus dessa pesquisa passou a ser construdo. Diante de todas as problemticas e possibilidades de ensino que observava, destacou-se como principal interesse dessa pesquisa a avaliao. Mas a avaliao um processo apenas, integrado a vrios outros que compem a dinmica escolar. Esta dinmica ser parcialmente descrita nos relatos abaixo.

1.1 Gesto

Realizei, na escola municipal do ensino fundamental, Aro Teodomiro de Sousa, em Brejo dos Santos PB, o meu estgio supervisionado em Gesto Escolar, onde, na oportunidade pude compreender os mecanismos de funcionamento de uma escola, observando-se pela tica administrativa, onde se envolve pessoas, alunos, professores, coordenao, finanas, famlias, projetos pedaggicos, regimentos, entre outras coisas que envolvem a gesto escolar.O estgio supervisionado do Curso Primeira Licenciatura em Pedagogia PARFOR da Universidade Estadual da Paraba (UEPB), teve como base a resoluo 14/2005 da UEPB, e como objetivo oferecer uma aprendizagem de uma rotina dentro da unidade escolar, bem como seus mtodos de planejamento e estratgias de direcionamento da mesma.Enquanto permaneci na Aro Teodomiro de Sousa, desenvolvi junto a esta instituio atividades extraclasse, como o projeto de respeito s diferenas, ensinando com formas ldicas o respeito s diferenas, s formas de vida, a religio, crena, etnia, opo sexual e condio financeira.Tive oportunidade de assimilar a teoria e a prtica, aprendi as peculiaridades e macetes da rotina escolar, conheci um pouco do dia-a-dia da escola Municipal de Ensino Fundamental Aro Teodomiro de Sousa, onde pude assimilar tudo aquilo que tenho aprendido e at mesmo aquilo que ainda irei aprender teoricamente.Neste trabalho tive maior contato com os diversos representantes dos diferentes segmentos de uma escola. Pude ver como um projeto, onde todos tem sua colaborao, pode mudar a rotina da escola, trazendo assim melhorias na vida de todos os envolvidos neste processo de aprendizagem.1.1.1 Caracterizao e contexto histrico da escola

A Escola Municipal do Ensino Fundamental Aro Teodomiro de Sousa localiza-se Rua Manoel Andrade de Silva, n 37 no centro de Brejo dos Santos-PB.A referida escola tem como objetivo atender aos alunos da educao infantil, ensino fundamental, 1 ao 9 anos e EJA, levando a todos eles uma educao de qualidade, observando o que diz a Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional, Lei N 9.394/96 em seu inciso I do art. 4 ensino fundamental, obrigatrio e gratuito, inclusive para os que a ele no tiveram acesso na idade prpria.Ao longo do tempo a escola passou por algumas reformas, sendo a mais recente a do ano de 2012, tambm na administrao do prefeito Dr. Lauri Ferreira da Costa, a construo de um palco e rea coberta a fim de melhorar os eventos escolares. Atualmente a escola Aro Teodomiro funciona nos trs turnos, contando com aproximadamente 400 alunos, tendo como Diretora Geral a professora Janailma de Macena e Silva e Diretora Adjunta, Neci Vieira Gomes; Secretria Escola Elivnia Diniz de Souza; Supervisora Escolar, Adalgisa Alves Filha; Coordenadora Elaine Klbia Guedes e Psicopedagoga Ldia de Oliveira Neta;Contando atualmente com 20 professores, e com funcionrios de apoio administrativos: 2 inspetores; 1 coordenador da Sala de Estudos; 2 Auxiliares administrativos; 4 vigias; 1 merendeira; 1 auxiliar de merendeira; 5 auxiliares de servios gerais. H pouco mais de 4 anos os funcionrios passaram por um processo seletivo, portanto concursados. Os professores cumprem uma carga horria semanal de 30h e 99% so graduados e os que no so esto cursando alguma graduao.Ficou evidente, na referida escola, que de suma importncia se desenvolver uma gesto democrtica em que todos se sintam bem acolhidos e tambm no direito de participar, como o caso dos pais de alunos e responsveis, na construo do Projeto Poltico Pedaggico da Escola, participao nos Conselhos Escolares e outras decises importantes que fortalecem a gesto democrtica na escola.

1.2 Educao Infantil

A educao infantil uma das etapas iniciais da educao da criana quando esta comea a frequentar a escola. Enquanto estagiria, do curso de Pedagogia, foi muito importante este estgio, uma vez que tive a oportunidade de conhecer mais de perto o universo infantil enquanto professora. Pude perceber a necessidade de um profissional competente e muito responsvel para se trabalhar com crianas ainda muito pequenas.No perodo de estgio analisei os documentos da Escola Aro Teodomiro de Sousa buscando pontos que especifiquem a programao de atividades escolares, a interao ente profissionais da escola, a articulao com a comunidade etc.Os documentos analisados, da referida escola, foram o Projeto Poltico Pedaggico, (PPP)- em anexo, e o plano de Desenvolvimento da Escola (PDE), onde pude encontrar o histrico da escola, bem como seu quadro de funcionrios e desenvolvimento escolar desde sua criao.O encontro com os gestores e com os professores orientadores do estgio aconteceu na tarde do dia 17 de agosto do decorrente ano na UEPB, e contou com a participao de professores da UEPB e da maioria dos gestores das escolas convidadas. Este encontro foi importante para que os gestores nos dessem orientaes sobre a necessidade do estgio e tambm sobre detalhes da disciplina Estgio supervisionado. No dia 18 de agosto, foi feito um aprofundamento, pelos professores orientadores sobre os textos, eles compartilharam conhecimentos tericos da Gesto Escolar e discutiram sobre tal assunto. Primeiramente, todos discutiram aspectos da disciplina e como se daria o estgio, depois disso, separaram-se estagirios de acordo com as cidades, e cada cidade ficou com um orientador que traaria o roteiro do plano de estgio e elaboraria atividades e solucionaria as dvidas dos estagirios. No dia 27 de agosto, na EEEFM Diva Guedes de Arajo, na cidade de Brejo dos Santos-PB, aconteceu o encontro de professor orientador que encaminhou um modelo de questionrio para ser aplicado nas escolas, alm dedebate sobre o planejamento colaborativo com um tema gerador sobre alguma dificuldade enfrentada no campo de estgio a ser definido posteriormente. Todos esses encontros foram importantes para que segussemos pelo caminho certo, pois os professores nos mostraram como prosseguir com informaes valiosas a respeito do estgio supervisionado.Nessa mesma oportunidade, vale observar o que diz Penin (2012) sobre a gesto e participao na escola, referenciando a construo do Projeto Poltico Pedaggico:

Uma escola, diferentemente de uma empresa comercial, no pode se contentar apenas com um administrador, mas precisa de um educador que lidere e crie lideranas no percurso de realizao do projeto. Se assim forem conduzidas a definio e a realizao de um projeto pedaggico, ento, ele ser sempre coletivo. Ou o projeto pedaggico ser coletivo ou ele no ser coletivo, neste caso, a fora para a sua realizao estar enfraquecida. PENIN, (2012, p. 41)

Nesse sentido, observa-se que, na escola, necessrio que se tenha uma gesto democrtica e participativa para que, dessa forma se fortaleam os vnculos com todos os profissionais da educao e tambm com a comunidade escolar, levando-se em considerao que a escola uma instituio em que se prepara o aluno para a vida em sociedade, fazendo com que ele se fortalea e se sinta capaz de se projetar atravs do conhecimento.Nessa perspectiva observou-se a sala do Pr II da Educao Bsica, tendo como professora Lcia de Ftima Dantas, na Escola Municipal de Ensino Fundamental Aro Teodomiro de Sousa na cidade de Brejo dos Santos-PB. A turma formada por 24 alunos com idades entre 5 e 6 anos. A professora formada em pedagogia e faz parte do quadro de professores efetivos do municpio.Durante o meu perodo de observao, a professora no apresentou nenhuma dificuldade com a minha presena em sua sala, isso mostrou o profissionalismo da docente, como um momento extremamente importante para ns. Durante todo momento, a professora demostrou ser profissional em sua rea de atuao. Disponibilizou materiais adequados para as atividades, explicando de forma carinhosa e eficaz.Pelo que observei a professora tem uma concepo bem atual sobre ensino, mas no deixando de usar diferentes vertentes quando estritamente necessrio, ou seja, trabalhando hibridamente o tradicional e o atual em algumas situaes, mas na maioria ajudando o aluno a construir seu prprio conhecimento: trabalhando as habilidades individuais, respeitando a diversidade e relacionando contedo ao cotidiano da criana.Todos os dias a professora iniciava as suas aulas organizando os alunos em filas e em seguida eles caminhavam alegres para a sua cadeira cantando. Chegando l a professora fazia uma relao das principais atividades referente a aula daquele dia. Ela trabalhou com os alunos contando a histria da Arca de No e seguida desenhos e pinturas.Na minha observao acompanhei o trabalho da professora, que em alguns momentos iniciava as atividades com entoaes de msicas variadas. Tambm ela trabalhou com a famlia silbica do C. Em seguida, os encontros voclicos, sendo sublinhados nas palavras. Foi trabalhada a escrita dos nmeros de 1 a 8, em ordem crescente e decrescente dos numerais.Houve discusso sobre os tipos de animais com desenhos sendo destacados atravs de pintura os animais domsticos. Tambm foi trabalhado o Dia da Famlia na escola com listagem dos membros da famlia. No ltimo dia de aula houve a discusso sobre os alimentos saudveis e sua importncia.Foi de grande importncia observar o trabalho de outro docente durante o estgio, isso nos levou a identificar no outro os pontos positivos e negativos e refletimos sobre a nossa prpria concepo de ensino-aprendizagem e prtica em sala de aula.Vejamos o que diz Libneo (1994) sobre isso:

O trabalho docente parte integrante do processo e educativo mais global pelo qual os membros da sociedade so preparados para a participao na vida social. A educao um fenmeno social e universal, sendo uma atividade humana necessria existncia e funcionamento de todas as sociedades.[...] (LIBNEO, 1994, p. 34)

Assim sendo, conforme o pensamento de Libneo, a educao, seja ela em qualquer modalidade, fundamental na formao do educando, uma vez que esta prepara o indivduo para viver melhor e se tornar atuante na sociedade na qual ele est inserido.

1.2.1 Interveno

No meu estgio supervisionado II aconteceu na Escola Municipal de Ensino Fundamental Aro Teodomiro de Sousa na cidade de Brejo dos Santos-PB, numa turma de Educao Infantil, Pr I, com os alunos contando com idades de 4 anos.A acolhida foi tima, pela professora e tambm pela escola, deixando-me mais vontade para realizar o meu estgio. O meu relacionamento com as crianas apresentou total harmonia, facilitando assim o aprendizado entre as crianas.As aulas aconteceram conforme o plano de aula, dando continuidade do programa dado pela a professora da sala de aula.Iniciei a aula com a historinha dos Trs Porquinhos, levando os alunos a explorar a capa do livro, e em seguida eles a fazerem antecipao e inferncia sobre o que era apresentado. Com exibio de filme, havendo a discusso evidenciando os tipos de moradia, com continuidade de atividades, pedi para os alunos identificarem a vogal e nas palavras retiradas do filme, e a contagem dos porquinhos relacionando os nmeros de 0 a 4.No roteiro seguinte trabalhei com listagem dos animais domsticos, pintura dos animais domsticos, pintura dos animais domsticos, identificando a vogal i maiscula e minscula sendo destacada no nome dos animais.Em arte, a professora deu continuidade ao Projeto Festas Juninas, quando na oportunidade os alunos desenvolveram atividades de contos, danas, coreografias, relatos e desenhos. Em cada um dos momentos que passei em sala de aula, procurei criar situaes que estimulassem o desejo e o gosto pelas atividades desenvolvidas em sala de aula, trabalhando com eles a partir do conhecimento concreto para ento transforma-lo no conhecimento sistematizado. Para trabalhar as diversas reas do conhecimento, procurei trabalhar de forma interdisciplinar a partir da exibio do filme citado antes, trabalhei com cartazes, mural (desenho, pintura); tipos de moradia (artes, histria, geografia); contagem dos porquinhos (trabalhando os numerais de 0 a 4); entoao de musica envolvendo os nmeros; identificao e complementao da vogal em estudo nas palavras ilustradas; listagem dos animais domsticos apresentados no filme e a associao com o animalzinho de estimao dos alunos (matemtica, portugus e cincia).Acompanhei do incio ao fim os alunos, nas realizaes de suas atividades dando ateno redobrada para aqueles que demostravam mais timidez e dificuldade.Fiz todo um planejamento adequado ao nvel da turma, utilizei outras estratgias de ensino alm das citadas antes, tais como: brincadeiras, coordenao motora, montagem de quebra-cabea para relaxar as crianas e reforar os laos de amizade entre elas, para que elas juntos realizem a caminhada da aprendizagem e da integrao social.De acordo com Libneo (1994, p.4), Cada sociedade precisa cuidar da formao dos indivduos, auxiliar no desenvolvimento de suas capacidades fsicas e espirituais dos indivduos, auxiliar no desenvolvimento de suas capacidades fsicas e espirituais, prepar-los para participao ativa e transformadora nas vrias instncias da vida social.Entendemos que, para o exerccio de uma prtica pedaggica eficaz, o professor no encontrar receitas prontas, mas preciso assumir todos os desafios impostos pelo contexto social que interfere no processo de ensino-aprendizagem. Nesse caso o compromisso e o carisma pela profisso ajudaro muito a vencer as dificuldades e ter xito nessa carreira to cheia de cobranas e responsabilidades pelo futuro de novas geraes que o exerccio do magistrio. Assim, vale observar o que diz Freire, 2009:

Por isso que, na formao permanente dos professores, o momento fundamental o da reflexo crtica sobre a prtica. pensando criticamente sobre a prtica de hoje ou de ontem que se pode melhorar a prxima prtica. O prprio discurso terico, necessrio reflexo crtica, tem de ser de tal modo concreto que quase se confunda com a prtica. (FREIRE, 2009, p. 39).

Na sua formao, de acordo com o pensamento de Freire, o professor necessita de uma reflexo constante durante todo o seu percurso enquanto educador. A profisso de professor exigir dele, esse pensar crtico o tempo todo, tendo em vista as constantes mudanas pelas quais passa a sociedade e tambm as reais necessidades dos educandos, as quais se evidenciam em sala de aula e com as quais o professor passa a conviver.

1.3 Educao Fundamental

O presente trabalho de estgio de docncia no Ensino Fundamental tem como objetivo, observar como se desenvolve o ensino em sala de aula, de que maneira a professora conduz a aprendizagem, como se processa a apreenso do conhecimento pela criana. Objetiva ainda analisar como a interao dos alunos com a professora, dos alunos entre si e com o ambiente no cotidiano escolar.O estgio surgiu como um processo fundamental na formao do aluno estagirio, pois a forma de fazer a transio de aluno para professor. Este um momento da formao em que o graduando pode vivenciar experincias, conhecendo melhor sua rea de atuao de tal modo que sua formao tornar-se as mais significativas, produzindo discusses, possibilitando uma boa reflexo critica, construindo a sua identidade e lanando um novo olhar sobre o ensino, a aprendizagem e a funo do educador. Vejamos o que diz PIMENTA e LIMA sobre isso: O estgio o eixo central na formao de professores, pois atravs dele que o profissional conhece os aspectos indispensveis para a formao da construo da identidade e dos saberes do dia-a-dia. (PIMENTA e LIMA, 2014).A carga horria do referido estgio foi distribuda da seguinte forma: 20 horas/aulas presenciais; 20 horas/aulas para observao; 30 horas/aulas para planejamento das atividades; 20 horas/aulas para interveno; 10 horas/aulas para a redao do relatrio.As referidas observaes foram realizadas de 12 a 16 de maio de 2014, na sala de aula do 2 Ano A" da Escola Municipal de Ensino Fundamental Lucas Ferreira de Andrade, e as intervenes do perodo de 26 a 30 de maio na sala de aula do 5 Ano A na Escola Municipal de Ensino Fundamental Aro Teodomiro de Sousa, Brejo dos Santos-PB.1.3.1 Caracterizao da escola e relato de estgio

Escola Municipal de Ensino Fundamental Lucas Ferreira de AndradeBairro Alto do CruzeiroBrejo dos Santos-PB CEP: 58-880. 000 Jurisdio: Escola Pblica Municipal Modalidade de Ensino: Educao Infantil (Pr Escola I eII)Ensino Fundamental (1 ao 5)EJA (1 a 4 srie) e Educao Especial (AEE) Situao Fsica (estrutura, conservao do prdio e adequao dos espaos):A estrutura fsica da escola vem sendo ampliada a cada ano. A pintura est bem conservada a iluminao boa e suas dependncias so bem arejadas. Temos salas de aula, laboratrio de informtica, sala de leitura, sala de professores, diretoria, sala de AEE, almoxarifado, despensa e banheiro para funcionrios, deixando desejar os banheiros dos alunos, a cantina ou cozinha, pois o espao insuficiente e a rea recreao no coberta e no tem piso adequado, ficando assim difcil de realizar atividades recreativas com o aluno. Recursos tcnicos pedaggicos de que dispe:Recursos Tcnicos e Pedaggicos: Laboratrio de informtica, biblioteca, salas de recursos multifuncionais, projeto PROINFO e jogos pedaggicos.

A observao aconteceu na sala do 2 Ano A, na Escola Municipal de Ensino Fundamental Lucas Ferreira de Andrade na cidade de Brejo dos Santos-PB.A turma formada por nove alunos com idade entre oito anos. A professora formada em pedagogia e faz parte do quadro de professores efetivos do municpio.Durante a observao a professora no apresentou nenhuma dificuldade para atingir os objetivos como docente no Ensino Fundamental. Pelo que observei, a professora se sentia segura nos seus conhecimentos para trabalhar com os seus alunos, com a interao dos mesmos com a professora, dos alunos entre si no seu dia-a-dia escolar.Esta instituio me elucidou muito aspectos importantes tanto na relao dos alunos entre o docente, quanto na relao aluno-professor, mostrando-me muito da sua teoria e prtica.Portanto, durante este estgio pude vivenciar diferentes prticas e formas de trabalho com as crianas.No incio da semana de estgio, no primeiro dia, foi muito bem recebida pela professora titular e tambm pelos demais profissionais de educao na escola, onde, na oportunidade foram apresentados os alunos, cada um pelo seu nome e eu, tambm me apresentei como professora estagiria. Iniciei as atividades, dando sequncia ao programa da professora, e, durante toda a semana fui desenvolvendo as aulas, sempre contando com o apoio da equipe pedaggica da escola e tambm da professora titular da turma.Trabalhei com todas as disciplinas do currculo, envolvendo atividades de leitura, interpretao, produo, atividades de Matemtica, comtemplei tambm os contedos de Cincias, Histria e Geografia, Arte, enfim, toda a programao repassada pela professora.O presente estgio foi uma oportunidade que tive, mesmo j sendo professora, mas certamente foi uma experincia que tive a mais, uma vez que pude conviver com alunos diferentes, de outra escola, colegas professores e conhecer a realidade de outra escola, o que veio enriquecer meus conhecimentos e experincia.O referido estgio de suma importncia para instrumentalizar o estudante de pedagogia e futuro profissional da educao, para que o mesmo se familiarize com a prtica alegria, realizaes e sobre tudo, cheio de crianas transbordantes de vida e vontade de aprender.

1.3.2 Interveno

No meu estgio supervisionado III, aconteceu na Escola Municipal de Ensino Fundamental Aro Teodomiro de Sousa em Brejo dos Santos-PB, na turma do 5 ano da professora Benedita Conrado da Silva, era composta por 20 alunos sendo 10 mulheres e 10 homens. O relacionamento com as crianas foi de total harmonia, pois tive uma boa interao com os mesmos. As aulas aconteceram conforme o plano de aula, sobre a histria do nosso municpio. Iniciei a aula com orao, roda de conversa na oportunidade de apresentao do projeto; apresentao do hino de Brejo dos Santos e em seguida distribuio da letra; leitura silenciosa, leitura oral pela professora e em seguida pelos alunos; ampliao do vocabulrio do uso do dicionrio.No roteiro seguinte trabalhei com entoao do hino, com a discusso coletiva sobre a letra do hino; em seguida diviso da turma em grupos para pesquisa atravs das dinmicas formas geomtricas; apresentao dos temas a serem pesquisada a cada grupo, dando orientaes aos grupos para pesquisa; fazendo a socializao das pesquisas e entrevistas feita pelos alunos. No dia seguinte foi trabalhado com a produo textual feita por grupo de acordo com a turma; confeco de uma maquete do ponto mais importante do municpio. Exposio dos trabalhos produzidos pelo projeto.O estgio supervisionado, portanto, constitui-se oportunidade para aluno/professor exercitar a reflexo superando a dicotomia entre teoria e prtica. Segundo Freire (1996, p.24) a reflexo critica sobre a prtica se torna uma exigncia da relao terica/prtica sema qual a teoria pode ir virando bl bl bl e a prtica ativismo.Dessa maneira compreende-se a reflexo como um pensamento e ao que ocorre no interior de uma realidade em que est inserida, realidade essa constituda por interesses sociais, culturais, polticas e humanas. Reflexo ainda caracterizada como trabalho coletivo, que pressupe relaes sociais contribuindo para que o professor, no momento de discutir a sua prtica pedaggica no relute e fique inseguro, estando apto a produzir novo saberes. Nessa perspectiva, o aluno/professor, durante a atividade de estgio, tem a oportunidade de construir saberes e se aperfeioar nesta construo de forma que a sua capacidade para realizar a ao docente torne-se fortalecida. Nesse sentido, afirmam os PCNs (2001):

A postura de acolhimento envolve tanto a valorizao dos conhecimentos e da forma de expresso de cada aluno como o processo de socializao. Valorizar o conhecimento do aluno, considerando suas dvidas e inquietaes, implica promover situaes de aprendizagem que faam sentido para ele. (BRASIL, 2001, p. 43).

Conforme afirmam os PCNs, essa postura de acolhimento, valorizao e construo de saberes implicam na promoo de situaes prazerosas de aprendizagem, constantemente, o que deve sempre acontecer na prtica de sala de aula, para que, dessa forma, o aluno tambm se sinta valorizado pelo professor que, na escola, um parceiro na busca e na construo do conhecimento.

2. AVALIAO DA APRENDIZAGEM NO ENSINO FUNDAMENTAL

2.1 O ato de avaliar: Necessrias reflexes

Diante da mudana acelerada de valores, ocasio em que a escola vem sendo questionada acirradamente, nada mais coerente que a avaliao educacional seja repensada nesse novo milnio. Assim nos afirma Hoffmann:

Acreditamos na necessidade de um novo redimensionamento, muitos pensadores, tericos e profissionais de educao vm procurando desenvolver estratgias, baseados numa nova concepo de avaliao educacional, que se diferencia basicamente pelo seu objetivo (HOFFMAN, 2001).

Ainda segundo Hoffmann (2001), a avaliao tem sido expressa nas propostas oficiais e nas experincias contemporneas, com uma preocupao em superar essa viso de modelo classificatrio e retorn-la em seu sentido tico, valorativo, respeitando as diferenas e comprometida com a aprendizagem do ponto de vista individual, levando em considerao a maneira com que cada aluno aprende.Neste enfoque Silva refora que:

Cabe ao educador descobrir a forma de aprender de cada aluno e reconstruir sua prpria prtica pedaggica. Logo, uma avaliao inovadora procuraria no apenas avaliar a aprendizagem, mas tambm o ensino, uma vez que quanto mais o professor conhece as formas pelas quais os alunos aprendem, melhor ser sua interao pedaggica na tentativa de avaliar as competncias desenvolvidas por esses alunos, mesmo que esse no seja uma tarefa relativamente fcil. (SILVA, 2002, p.41).

O professor, nessa perspectiva, deve tomar conhecimento dos seus alunos, seus anseios, necessidades, caractersticas individuais, a comunidade na qual eles esto inseridos, para que possa desenvolver o seu trabalho o mais prximo possvel da realidade dos mesmos. Perrenoud (1999, p.16) reafirma que mais fcil avaliar conhecimento de aluno do que suas competncias. Para ele, avaliar significa observar o aluno em sua capacidade de pensar e agir com eficcia em uma situao, buscando solues para enfrent-la, apoiando em conhecimentos, mas sem limitar-se a eles. , portanto a mediao entre o trabalho do professor e as aprendizagens do aluno, ou seja, o fio de comunicao entre forma de ensinar e formas de aprender que facilitam o processo aprendizagem. E para isso, preciso considerar que os alunos aprendem de modo diferente porque tem histrias de vida diferentes so sujeitos histricos, e isso condiciona sua relao com o mundo e sua forma de aprender.Porm, para se chega ao que se pensa hoje sobre o processo de avaliao, foi preciso muito estudos e pesquisas, numa tentativa de romper com os modelos tradicionais que concebem a avaliao como a atribuio de notas, classificao seleo, entre outras coisas. Isso no quer dizer que temos hoje em nossas escolas um sistema avaliativo ideal, e que essa mudana no mtodo prontamente aceita por todos os educadores, ao contrrio, mudar a avaliao torna-se difcil, justamente porque, antes de qualquer coisa, exige uma mudana na postura do educador tanto em relao avaliao propriamente dita, quanto educao e sociedade e, que muitos educadores, ou por falta de coragem, ou por resistirem s mudanas, considerando-as utpicas, sem fundamento real e sem metas definitivas.Nesta perspectiva Hadji nos esclarece que:

Falar de utopia promissora afirmar que a perspectiva de uma avaliao mais formativa realista, na medida em que a meta legtima e claramente identificvel. Mas tambm recusar a crena ingnua de que essa meta pode ser atingida sem esforo, como se bastasse decretar a passagem [de uma avaliao somativa] a uma avaliao formativa para que esta se produzisse de sbito (HADJI, p.22).

Se tentarmos levantar os diversos conceitos de avaliao da aprendizagem, certamente encontraremos tantos quantos seus formuladores. claro que em cada conceito de avaliao subjaz uma determinada concepo de educao. Como o tema ao qual este estudo direcionado: avaliao no ensino fundamental: uma prtica possvel, e como suas concepes derivam das concepes de educao, comeam por definir:De acordo com Luckesi (1995, p.9) a avaliao um juzo de qualidade sobre dados relevantes para uma tomada de deciso.Assim, a avaliao uma prtica que na sua essncia, no servir para reprovar ou medir conhecimento, mas tomar decises importantes a respeito do progresso dos alunos, suas dificuldades e necessidades de recuperao.Esteban (2001, p.120) por sua vez, considera que a avaliao se assume como tarefa para a apreenso das habilidades adquiridas ou em desenvolvimento e busca compreender os processos congnitivos fazendo emergir os traos subjetivos do indivduo. Assim sendo, trata-se da oportunidade de se compreender as potencialidades e/ou dificuldades do educando para, melhorar ou progredir.Segundo Libneo (1994, p.195) a avaliao uma tarefa didtica necessria e permanente do trabalho docente, que deve acompanhar o processo de ensino e aprendizagem. No apenas uma atividade que, com o tempo, transforma-se apenas no cumprimento de uma exigncia da escola.Para Hoffmann (2001, p.65) a avaliao uma ao sistemtica e se constitui no cotidiano da sala de aula, intuitiva, mas sem deixar de ser planejada e sistematizada.Por isso, no se avalia apenas no final de cada etapa, como sendo: bimestre, semestre ou final de ano, preciso ter conscincia de que o trabalho avaliativo deve acontecer constantemente para que se possa se ter mais conscincia do trabalho, sua evoluo e detectar tambm os erros para melhor-los. Por fim Romo (1999, p.81) diz que a avaliao implica deliderabilidade, sendo, portanto, subjetiva por ser referenciada em valores de determinada poca, sociedade ou classe social.Conforme as definies expressas, constatamos a unanimidade dos autores em considerar a avaliao um processo e consequentemente uma conjuno que imprime dinamismo com um trabalho escolar, pois diagnostica uma situao que permite modific-la de acordo com as necessidades detectadas.A avaliao uma janela por onde se vislumbra toda educao. Quando indagamos a quem ela beneficia, a quem interessa, questionamos o ensino que privilegia. Quando o educador se pergunta como quer avaliar desvela sua viso de escola de homem de mundo e de sociedade.Nesta perspectiva Perrenoud 1999 nos esclarece que mudar a avaliao significa, provavelmente, mudar a escola. Segundo o autor a avaliao da aprendizagem no um processo isolado, associada e integrada com todos os segmentos da comunidade escolar, ou seja, ela abrange o currculo como um todo (saberes, competncias, representaes, tendncias, valores transmitidos nas prticas pedaggicas e nas situaes de escolarizao).Em consonncia com a ideia de Perrenoud (1999), Mere (2001, p.47) a avaliao ter seu sentido autntico e significativo se tiver articulao com o Projeto Poltico Pedaggico da Escola. Valendo ressaltar que no processo de avaliao h um foco no todo, no coletivo, mas h tambm outro, nos dois protagonistas principais, que so o professor e o aluno. Em meio a tanto estudo, hoje entendemos que mudanas profundas ocorrem nas pedagogias e consequentemente nas prticas avaliativas, mudanas estas que colocou nas mos dos educadores um grande desafio, que para muitos se torna impossvel, pois existe uma gama de conceitos de avaliao, e atrelados a esses conceitos prticas pedaggicas inovadores que dificultam o entendimento por parte da maioria dos educadores por estarem bitolados a uma prtica pedaggica que prioriza a transmisso e memorizao de contedos, empobrecendo o universo cultural dos alunos.Para os educadores a avaliao tradicional o melhor mtodo de listar os alunos pela quantidade de conhecimento que eles dominam, isto , se os alunos memorizam ou no os contedos transmitidos. A esse respeito Hoffmann esclarece:

Nessa abordagem o professor se posiciona como um policial ou detetive, e as provas e as notas funcionam como rede de segurana em termos de controle excessivo pelo professor sobre o aluno, controle esse que parece no garantir um sistema de ensino de qualidade (HOFFMANN, 2001, p.32).

Por tratar-se de uma atividade tica, nenhuma outra prtica escolar to dogmtica conservadora quanto avaliao. Mas estamos em tempo de fazer apostas e criarmos estratgias para enfrentar o desafio tico de igualdade de oportunidade em aprendizagem. A plena conscincia das finalidades em avaliao favorecer a escolha consciente de estratgias de ao pelos professores e no imposio de metodologias. No se pode discutir avaliao pelos seus meios, mas pelos fins que a justificam. Os estudos contemporneos apontam novos rumos tericos, tendo como referencial bsico o papel interativo do avaliador no processo, o que passa a conferi-lo um grande responsabilidade. Os professores ao inovar sua prtica, devem estar conscientes das concepes que regem suas aes. Os processos avaliativos tendem em todos os pases do mundo, a adequar-se aos novos rumos, com prticas sendo repensadas pelos professores nas salas de aula, estudos e pesquisas desenvolvidos pelos tericos.Programas de qualificao passam a exigir o engajamento de cada professor nessa discusso, pois os ensinamentos tericos, apresentao de novos preceitos mtodos lgicos no vo garantir, por isso s, a compreenso e a tomada novos rumos exige uma reflexo conjunta pelos avaliadores e todos os envolvidos.O grande dilema que no h como ensinar melhores fazeres em avaliao, esse caminho precisa ser construdo por cada um de ns, pelo conforto de ideias, repensando e distindo, em conjunto, valores, princpios e metodologias em avaliao.Nesta linha de pensamento, Enas e Vale (2000, p.184), nos esclarece que ao novo educador compete refazer a educao, reinvent-la e criar condies objetivas para que uma educao democrtica seja possvel.Avanamos lentamente, foto, mas houve conquistas importantes em termos de uma maior reflexo de um maior nmero de experincias por escolas e professores. Passo a passo, a discusso amplia-se, professor por professor, escola por escola em cada comunidade, em todo o pas. Dessa forma ao reunir professores, escolas e comunidade para discutirem a avaliao, desencadeiam-se e dinamizam-se processos de mudana muito mais amplos do que a simples reformulao de prticas.A reflexo conjunta sobre os princpios fundamentais avaliao nas escolas favorece a convivncia com diferentes perspectivas individuais ampliando a compreenso coletiva sobre as dimenses de ser escola, do ser educador e do ser educando.

2.2 Tipos de Avaliao

A avaliao da aprendizagem um processo contnuo e sistemtico que faz parte de um sistema amplo, que o processo ensino-aprendizagem. Por isso, ela no tem fim em si mesmo, sempre um meio, um recurso, e como tal deve ser usada. No pode ser espordica ou improvisada ao contrrio deve ser constante e planejada, ocorrendo normalmente ao longo de todo o processo, para reorient-lo e aperfeioa-lo.De acordo com suas funes e emprego, a avaliao apresenta diferentes tipos dos quais abordaremos a seguir:

2.1.1 Diagnstico

A avaliao diagnstica est relacionada a uma metodologia do diagnstico. Tem como propsito realizar um levantamento dos conhecimentos prvios, com o objetivo de fornecer, ao professor, elementos que lhe permitam adequar o planejamento prtica educativa. Outra forma verificar se existem alunos que j possuem o conhecimento e as habilidades previstas a fim de orient-los a outra oportunidade, novas aprendizagens, sobre isso afima o autor:

A avaliao como diagnsticos, usadas antes do ensino, deve atender aos propsitos de verificar os alunos que no possuem habilidades, pr-requisitos ao assunto a fim de que o ensino de recuperao coloque-os em situao de trabalhar visando o desejado; verificar os alunos que j alcanaram os objetivos a serem desenvolvidos, permitindo-lhes aprofundar o assunto (RAMALHO 1986, p.23).

Portanto, necessria a avaliao como diagnstico durante o processo de aprendizagem, porque atravs da avaliao diagnstica, que o aluno pode vir apresentar dificuldades. Caso afirmado, o professor proporciona-lhes recuperao, modificando sua metodologia de ensino e materiais didticos, atendendo individualmente, mesmo assim se o aluno continua com dificuldades, ser necessrio um acompanhamento para identificao das causas das repetidas falhas na aprendizagem. As causas podem no estar ligadas ao mtodo usado pelo professor, mas h problema de natureza fsica, emocional, social e cultural. Sendo assim, a avaliao como diagnsticos pode extrapolar a esfera de ao do professor e solicitar a cooperao de outros especialistas como mdicos, orientadores educacionais, psiclogos etc.

2.3 A Avaliao Somativa

A avaliao somativa conhecida como clssica, tem por objetivo refletir os resultados obtidos em momentos especficos, traduzindo, de forma breve, codificada, o quanto de uma meta foi atingido. Caracterizam-se por controle, padronizao e classificao por atribuio de graus ou nata.O professor ter que utilizar no incio do processo ensino aprendizagem, o teste diagnstico para verificar os pr-requisitos do que vai ser ensinado, cada aluno ser focalizado no ponto de partida para sua aprendizagem. No decorrer do processo ensino aprendizagem, usar a avaliao a fim de ver se os alunos esto atingindo os objetivos, recuperando as falhas e modificando sua metodologia de ensino.A avaliao no surge para punir, mas para verificar se aquilo que foi planejado e executado foi realmente absorvido em relao s mudanas e ao comportamento dos alunos.

Os avaliativos somativos, ao trabalharem com sequencia de ensino j terminados, devem ser mais prudentes na aplicao de padres de apreciaes. Tipicamente as cises de ao seguiro o trabalho de avaliador somativo. Por exemplo, a compra de um livro-texto B, eliminar um plano de ensino para preserv-lo. Por isso, os avaliadores somativos frequentemente tem recursos para produzir tarefas de alunos aleatoriamente, no seu trabalho, o planejamento das atividades de grupos uma vez que tais procedimentos permitem interferncias mais defensveis (MOLINA, 2001).

A escolha de um ou outro instrumento de avaliao deve ser feita tendo-se em vista os objetivos de cada aluno. No ser de tanta importncia saber se deve testar ou avaliar as condies de um aluno, contanto que determinemos seu progresso ou diagnostiquemos seu problema.Os resultados de avaliaes somativas s devem servir para diagnstico quando se dispe das provas para serem analisadas e interpretadas.Muitos educadores veem a avaliao como um instrumento absolutamente classificatrio, atribuindo notas e fazendo julgamentos de valores. Nesse sentido afirma Moreto apud Bradfrield e Moredock:

Avaliao o processo de atribuio de smbolo a fenmenos com o objetivo de caracterizar o valor do fenmeno, geralmente com referncia a algum padro de natureza social, cultural ou cientfica. (MORETO, apud BRADFRIELD & MOREDOCK, 1963, p.1).

Esta afirmao reflete claramente uma postura classificatria, pois consideram a avaliao como um julgamento de valor, com base em padres consagrados e tomados previamente como referncia. O conceito de avaliao da aprendizagem que tradicionalmente tem como alvo o julgamento e a classificao do aluno necessitam ser redirecionado. Atividade avaliativa deveria voltar-se para uma viso diagnstica, na qual deve passar por um processo de verificao e pesquisa das mudanas de estratgias e instrumentos que interferem na conduo do processo educativo. Ao mesmo tempo, a avaliao deve servir como instrumento do processo de tomada de deciso dos agentes escolares, os quais devem trabalhar em funo de um projeto pedaggico que se comprometa com a aprendizagem dos alunos.

2.4 Avaliao formativa

A avaliao formativa ocorre quando durante o processo ensino aprendizagem, incluem-se instrumentos rpidos, visando verificar a ocorrncia da aprendizagem.

A avaliao formativa busca basicamente identificar insuficincias principais em aprendizagens iniciais realizao de outras aprendizagens. Providenciar elementos para que de maneira direta, orientar a organizao de ensino aprendizagem em etapas posteriores de aprendizagem corretiva ou teraputica. Nesse sentido, deve ocorrer frequentemente durante o ensino (BLOOM, 1984, p.38).

Assume carter contnuo e sistemtico, visando regulao do ensino e da aprendizagem. Este tipo de avaliao tenta contribuir para o sucesso dos alunos e o desenvolvimento possvel das suas competncias, alm de valorizar a responsabilidade do sistema e do docente nos resultados obtidos. Ela oferece a recuperao paralela. Sendo contnua, mostra as falhas no momento em que elas ocorrem, d ao professor e alunos oportunidades de uma nova chance. Assim sendo, a avaliao no est a para medir ou reprovar, mas para ir de encontro s dificuldades e consequentemente s possibilidades de recuperaes.

3. AVALIAO EDUCACIONAL: ALGUMAS REFLEXES

Procurando dar continuidade a interpretao das definies do conceito de avaliao, desejamos enfatizar a diferena entre testar, medir e avaliar. Os testes so instrumentos de medida. A partir da constatao de que, embora sendo timos instrumentos de verificao, os testes no satisfaziam a todos os propsitos da educao, novos instrumentos de medida foram buscados: observao sistemtica, escalas desclassificao (SANTANNA, 1995, p.31).Medir determinar a extenso, as dimenses, a quantidade, o grau ou capacidade em termos de ensino e aprendizagem, a atribuio de valores segundo determinada regra anteriormente estabelecida, para Hoffmann (2001), nem sempre possvel; visto que os resultados educacionais envolvem no s quantidade, mas qualidade. Passou-se ento, a partir desta constatao, a utilizar-se da avaliao.Os resultados da avaliao so expressos em julgamentos, descries e opinies e se processam na interpretao dos resultados de testes e medidas. Isto inclui no apenas conhecimento do contedo da matria, mas tambm atitudes, interesses, ideias, hbitos de trabalho, modo de pensar e agir, bem como a adaptao social.A avaliao um processo pelo qual se procura identificar erros e progresses. Em caso de erros, procurar corrigi-los, em caso de progresses, seguir em frente, rumo aos objetivos propostos. As definies nos levam a concluir a importncia da avaliao no sistema escolar, pois atravs da mesma que o professor e a escola verificaro se os objetivos do ensino e do sistema foram alcanados. Constatamos tambm que, como processo, a avaliao apresenta caractersticas de continuidade, temporalidade, totalidade, organicidade e orientao para fim, ou seja, se fundamenta em pressupostos tericos e prticos (LIBNEO, 1994, p203).SantAnna (1995, p.17) enfatiza que avaliar significa expressar f, incentivo, coragem e no rtulos, agresses, muros, grilhes, prises que impeam o indivduo de continuar aprendendo.Estudar avaliao no significa estudar teorias de medidas educacionais e tratamentos estatsticos. A elaborao de instrumentos e registros de avaliao a imagem de um trabalho, refletem o significado da avaliao que devem ser discutidos. Na avaliao, algumas aes desencadeiam outras aes, outros estudos. Alguns professores acabam conquistando outras parcerias em suas tentativas.Os fundamentos de uma ao avaliativa ultrapassam estudos sobre teorias de avaliao e exigem o aprofundamento em teorias de conhecimento, bem como estudos referentes a reas especficas de trabalho de professor. Aprofundar-se em avaliao na disciplina de Lngua Portuguesa exige, por exemplo, discutir a avaliao, discutir como se d o conhecimento em crianas, jovens e adultos, discutir como se d o conhecimento da lngua.Antes de qualquer coisa, temos de ser conscientes que a avaliao est presente em todas as atividades humanas. Quando pensamos na escola e na nossa pratica pedaggica, no como dissociar delas a avaliao.Em relao a isso SantAnna, (1995) nos adverte que:

A avaliao dever revelar se o contedo sistematizado e a autoridade do saber do professor, no intercambio com a experincia de vida, o saber at ento construdos e a capacidade de construir conhecimento do aluno, atingiram o nvel pretendido por ambos, atravs de constantes feedbacks, isto em nenhuma etapa exclui-se avaliador e avaliando do compromisso de ser o prprio agente de deciso e o responsvel pelo processo educativo. (SANTANNA, 1995, p.8).

A cada vez fica-nos mais claro que a avaliao est intimamente ligada ao processo de ensino-aprendizageme funciona como um termmetro que permite confirmar o estado em que se encontram os elementos envolvidos no contexto. Ela tem um papel altamente significativo na educao, tanto que nos arriscamos a dizer que a avaliao a alma do processo educacional.Como educadores, temos nos questionados quase sempre sobre o tema avaliao. Todos unanimemente concordam quanto a sua necessidade, mas ao mesmo tempo comentam sobre sua complexidade. Tanto educadores quanto educandos reconhecem o significado de valorar os resultados ou suas expectativas, seja qual for o aspecto da vida em que estejam envolvidos. Estamos empenhados em detectar quais as melhores razes que justificam a incluso da avaliao na instituio escolar. (HOFFMANN, 1993, p.119). indispensvel verificar a extenso das capacidades aprendidas, ou seja, confirmar a aprendizagem do estudante. Embora possamos contar com uma tecnologia avanada, parece que ainda temos total segurana da eficcia de alguns modelos avaliativos. Sabemos a importncia da avaliao no processo educacional, porm nos detemos diante do desafio de promov-la a ponto de contemplar as individualidades dos nossos alunos.A vertente qualitativa da avaliao introduz aspectos que levam a uma mudana epistemolgica. Embora a prtica pedaggica permanea delimitada, observamos o movimento de denncia da insuficincia para responder s demandas cotidianas, coexistindo com o outro que opera no sentido de sua reconstruo terica, a partir da reflexo sobre a produo do conhecimento (HAYDT, 2002, p.13).Falar em avaliao dos nossos atos dirios, da nossa situao financeira, isso significa refletir para mudar, para tentar melhor nossas vidas. Fazemos isso todo dia, todo tempo, sem programaes ou registros formais sobre nossos descaminhos at ento:Tentamos vrias vezes descobrir melhores solues para um determinado problema e amadurecemos a partir de algumas tentativas frustradas. Por que no avaliarmos em nossas escolas, da mesma forma que avaliamos os nossos atos dirios? Hoffmann (1993, p.186) nos esclarece que: A avaliao na escola carrega um significado muito diferente da avaliao em nosso dia-a-dia. Atravs da formalizao do processo, perdeu-se o bom censo e a simplicidade em relao ao seu significado.Assim enfatiza a autora, com toda a discusso sobre esse tema, vemos como compromisso alm do aprofundamento terico, resgatar a logicidade dessa ao na escola, aproximando-a do sentido que atribumos a ela como seres humanos. Se a avaliao na vida tem gosto de recomear, de partir para melhor, de fazer muitas outras tentativas, por que, na escola, se mantm o significado sentencioso, de constatao, prova de fracasso, classificao?Para ela, sua rigidez sua formalizao secular, obstaculiza a espontaneidade natural ao processo. Espontaneidade, no sentido de percebera avaliao inerente ao cotidiano do professor, de valorizar as dvidas com etapas no desenvolvimento, entender que a relao que se estabelece via avaliao absolutamente natural na convivncia entre os homens.A redefinio da teoria e da pratica da avaliao escola, s se tornar possvel dentro de um processo de reconstruo do sentido e da ao da produo de conhecimento em sua totalidade. No que fiz respeito avaliao, a busca de cientificidade tem sido um dos marcos central. A negao do censo comum e a aceitao do conhecimento cientfico como nico e legtimo, resultam de uma determinada viso que no indaga seus prprios fundamentos (LIBNEO, 1994).Para o autor, redimensionamento do conceito de avaliao escolar, articulado pelo compromisso com a democratizao do ato pedaggico, tem como caracterstica ser uma atividade mais participativa, desenvolvida atravs de um processo contnuo.Deste ponto de vista, a teoria sobre a avaliao precisa assinalar, para a atividade docente, estratgias que possam ajudar alunos e professores a compreender e intervir no processo coletivo de construo do conhecimento.A ao avaliativa se desenvolve em benefcio do educando e d-se fundamentalmente pela proximidade entre quem educa e quem educado. Com relao a isso, Hoffmann (1993, p.150) nos acrescenta que Refletir em conjunto com o aluno sobre o objeto do conhecimento, para encaminhar-se superao, significa desenvolver uma relao dialgica, princpio fundamental da avaliao.Por outro lado, percebe-se que h certa dificuldade para alguns professores, em contribuir para a transformao de sua prtica, que se constitui fortemente pela sua histria de vida, e revelam posturas pedaggicas que nada mais so do que o reflexo de sua insatisfao, de sua postura de vida.Porm, com todas as dificuldades enfrentadas pela categoria, vemos que h professores que assumem uma postura profissional diferente. A esse respeito, Luckesi (2002, p.155) nos deixa claro que: Podemos romper com nossas limitaes auto impostas, fazer mudanas enormes e descobrir nossas habilidades as quais nunca antes imaginvamos possuir. Assim sendo, para o autor, a avaliao um momento de decises acertadas, no se destinando a um julgamento definitivo sobre alguma coisa, pessoa ou situao, pois que no um ato seletivo. A avaliao se destina ao diagnstico e, por isso mesmo, incluso.Infelizmente, por nossas experincias histrico-sociais e pessoais, temos dificuldades em assim compreend-la e pratic-la. Dessa forma, avaliar um investimento na transformao na conscincia, atravs da desconstruo, construo e reconstruo do conhecimento. (SANTANNA, 1995).Segundo a autora, papel do professor nesse processo educar, e educao sinnimo de f, amor, sabedoria, ao, participao, construo, transformao, problematizao, criao e realizao, uma forma de libertar o aluno e o professor da escravido dos dados estatsticos, pois para ela, nem tudo pode ser comprovado estatisticamente.Trabalhar em prol de uma redefinio em avaliao a meta de todo mestre ou profissional em educao. No fugindo a regra tomamos a deciso de, a partir de nossa vivencia propor caminho para melhoria na avaliao nas nossas escolas. Propondo, a partir de uma viso ampla e ao mesmo tempo sinttica a reflexo de alternativas que melhor se adque as necessidades de cada grupo de trabalho, tendo em vista a individualidade de cada membro envolvido nesse processo.Cremos que repensar os princpios da avaliao que regem uma instituio educacional pode ser sim, um primeiro passo para transform-la, porque exige discuti-la em seu conjunto: valores, organizao curricular, preceitos metodolgicos, viso poltica e comunitria.Ao discutir a prtica avaliativa, cada professor enuncia concepes prprias a cerca da vida, da educao, do educando. E hoje, mais do que nunca, percebemos que a grande maioria dos educadores est imersa nessa discusso. No h tomada de conscincia que influencie uma ao. Repensar a avaliao auxiliar de maneira preponderante, a transformao da realidade avaliada.

3.1 A Avaliao da aprendizagem no contexto escolar

A avaliao desenvolvida durante o processo de ensino aprendizagem deve esta vinculada a um projeto educativo mais amplo que, na sua elaborao a nvel de escola deve contar com a participao dos professores, alunos, demais profissionais da escola, pais e representantes da comunidade onde a escola est inserida. Como afirma Kenski:

O projeto educativo desenvolvido na escola deve ter como premissa bsica o alcance de objetos que correspondam aos interesses e necessidades dos alunos, garantindo-lhes instrumentos que possibilitem o acesso aos conhecimentos necessrios formao de uma conscincia critica que os liberte da fragilidade e importncia do poder da dominao (KENSKI, 2003, p.136).

O professor vai estar ento, comprometido no apenas com a simples transmisso de um saber elaborado que os alunos se limitam a estudar e a esquecer. Seu compromisso vai estar ligado a um processo complexo por onde este saber vai ser adquirido pelo aluno de forma crtica, relacionado com o seu universo de experincias, procurando novas solues para velhos problemas, de forma questionadora, procurando formas criativas competentes de fazer as mesmas coisas. Por isso, as tarefas de avaliao de aprendizagem no deveriam ser isoladas elas deveriam fazer parte do cotidiano dos alunos e no deveriam ser avaliador, apenas, com momentos isolados e desvinculados da realidade diria de sala de aula. Sobre isto comenta:

A avaliao efetiva vai d durante o processo, nas relaes dinmicas de sala de aula que orientam as tomadas de decises frequentes, relacionadas ao tratamento do contedo e a melhor forma, compreenso e produo do conhecimento pelo aluno (KENSKI, 2003, p.137).

Para que isso ocorra, faz-se necessrio que o professor esteja permanentemente atento as alteraes de comportamento dos alunos. Que haja um clima favorvel participao de todos em sala de aula. Que os alunos no se sintam reprimidos e possam manifestar suas dvidas, inquietaes e incompreenses quanto ao que est sendo aprendido. Dessa interao vo surgir condies mais efetivas para que ambos sejam capazes de se avaliar, de avaliarem o contedo em questo e de tomarem decises quanto ao prosseguimento do processo de ensino aprendizagem. Portanto, preciso ressaltar que a avaliao da aprendizagem precisa ser coerente com a forma de ensino. Se a abordagem seguir a mesma orientao. Nessa linha de pensamento a avaliao de aprendizagem considerada um momento privilegiado de estudo e no um acerto de contas. A este respeito Moretto nos diz:

A perspectiva construtivista scio interacionista prope uma nova relao entre professor e aluno e o conhecimento. Ela parte do municpio que o aluno no um simples acumulador de informaes. Ele construtor do prprio conhecimento. Essa construo se d com a medicao do professor numa ao do aluno que estabelece a relao entre suas concepes previas e o objeto de conhecimento proposto pela escola. (MORETTO, 2001, p.95).

Assim, fica claro que a construo do conhecimento um processo interior do sujeito da aprendizagem, estimulado por condies exteriores criados pelo professor. Por isso dizemos que cabe a este o papel de catalisador, mediador e facilitador do processo de aprendizagem e pesquisador j que a avaliao um processo de investigao intimamente ligada a pesquisa e a reflexo sobre vrias dimenses do desenvolvimento humano so contempladas realizando uma educao inclusiva e respeitadora do processo individual de cada um.3.2 Avaliao Continuada: prticas e possibilidades

O processo de avaliao deve ir acontecendo ao longo de todo o trabalho do professor, na escola. Buscando sempre diagnosticar as dificuldades de aprendizagem dos alunos dia a dia, uma forma de continuadamente desenvolver o processo de avaliao de forma muito mais proveitosa na prtica escolar. Nesse sentido afirma Hoffmann, 2003:

O resgate do cotidiano, em avaliao exige, portanto, um tempo de deixar falar, tempo de relatar situaes, contar histrias, sem a delimitao de objetivos previamente estabelecidos, temas a priori determinados, anlises crticas imediatamente feitas. HOFFMANN, (2003, p. 143).

De acordo com Hoffmann, podemos compreender que a atividade de avaliar no uma atividade que venha a se realizar ao final de uma unidade, um semestre ou apenas do ano letivo escolar, mas que se faa presente a cada dia no ambiente escolar, acompanhando o trabalho do professor e o progresso dos alunos no processo de aprendizagem. Como afirma Libneo (1994):

Na prtica escolar cotidiana, a funo de diagnstico mais importante porque a que possibilita a avaliao do cumprimento da funo pedaggico-didtica e a que d sentido pedaggico funo de controle. A avaliao diagnstica ocorre no incio, durante e no final do desenvolvimento das aulas ou unidades didticas. LIBNEO, (1994, p. 197).

Como se pode observar, de acordo com as ideias de Libneo (1998), a avaliao acontece, ou melhor, deve ir acontecendo ao longo de todo o processo de ensino e aprendizagem, para que, dessa forma, se cumpra o verdadeiro sentido da avaliao na escola. possvel, atravs de atividades escolares de avaliao bem definidas, planejadas e com objetivos bem claros, diagnosticar dificuldades e desenvolver possibilidades de recuperao dessas dificuldades durante todo o percurso escolar, pois dessa forma, mais fcil se ter, na escola, um projeto de ensino mais humanizado, quando se pensa no crescimento do educando, desenvolver possibilidades de criatividade e valorizando a autoestima dos alunos, sem pensar em reprov-los pelo fato de apresentarem dificuldades de aprendizagem, uma vez que os educandos tm garantidos pela Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional (Lei N 9.394/96), o direito de recuperao das suas dificuldades de aprendizagem. Ainda nesse sentido, vale destacar o que diz Kenski, 1998:

Ao assumirmos que o ato de avaliar se faz presente em todos os momentos da vida humana estamos admitindo que ele tambm esteja presente em todos os momentos vividos em sala de aula. O dia a dia da sala de aula no se separa da cotidianidade de cada um dos indivduos que a se relacionam. O ato de avaliar est sempre presente, portanto, nos momentos desfrutados pela classe. Kenski, (1998, p. 133).

A partir dessa ideia, fica evidente que durante todo o processo de aprendizagem, professores e alunos esto envolvidos no processo avaliativo, processo esse cujo objetivo melhorar as prticas de aprendizagem constantemente no cotidiano escolar e progredir uma vez que ambos esto refletindo sobre erros, possibilidades de melhoria e aprendizagem constantemente. nas prticas possveis de ensino e aprendizagem, cotidianamente, que se possvel desenvolver um trabalho que possibilite ao educando o seu crescimento e formao crtica, j nas sries iniciais da educao bsica, atravs de prticas que o levam ao aprendizado significativo sem empecilhos que o faa desistir ou para no meio do caminho, como o caso da avaliao cujo objetivo apenas a seleo e a medio de quem sabe ou no sabe, restando para esse educando a terrvel reprovao e, desta forma, o atraso escolar ou o desestmulo de uma educao seletiva. Como to bem coloca Paulo Freire (2009):

Pormenores assim da cotidianidade do professor, portanto igualmente do aluno, a que quase sempre ou nenhuma ateno se d, tm na verdade um peso significativo na avaliao da experincia docente. O que importa, na formao docente, no a repetio mecnica do gesto, este ou aquele, mas a compreenso do valor dos sentimentos, das emoes, do desejo, da insegurana a ser superada pela segurana, do medo, que ao ser educado, vai gerando a coragem. (FREIRE, 2009, p. 45).

Assim sendo, o educador convidado a cotidianamente refletir sobre a sua prtica docente, compreendendo que existe um significado muito importante nas decises que ele toma durante todo o seu trabalho em sala de aula, que a educao deve levar o aluno ao pleno desenvolvimento de suas capacidades cognoscitivas para que possa se tornar em breve um cidado livre e que possa tambm ter o mesmo desejo de liberdade para com os outros. Por isso, a atividade docente muito mais que ensinar ou avaliar/reprovar, mas participar juntamente com os alunos de um processo de construo do conhecimento em que ambos sintam-se capazes de crescer a cada dia sem empecilhos ou atividades que possibilitem a excluso ou os faa desacreditar na capacidade que cada um tem dentro de si.

CONSIDERAES FINAIS

Ao concluirmos esse estudo imprescindvel enfatizar que o papel fundamental da educao no desenvolvimento das pessoas e da sociedade, amplia-se ainda mais no decorrer desse milnio, apontando para a necessidade de se construir uma escola voltada para a formao de cidados mais crticos e conscientes do seu papel social.Considerando essa afirmao, percebemos que em nossas escolas esse despertar tem ocorrido lentamente. Vivemos numa era marcada pela competio e pela excelncia em processo cientfico e avanos tecnolgicos, que definem novas exigncias para os jovens que ingressaro no mundo do trabalho.Diante desse contexto faz-se necessria uma reflexo dos contedos trabalhados nas escolas e, sobre tudo, das prticas adotadas no processo educativo. Na verdade, trata-se de um esforo na tentativa de compreender a ao docente na perspectiva da construo do conhecimento.Desse modo, muitos fatores contribuem para que o ensino em sala de aula deixe de cumprir essa funo de construo de conhecimento, uma vez que, ainda pautada por elementos tradicionais, que por sua vez, no preenchem as necessidades apontadas no processo.Por isso, vale ressaltar a importncia da ao do professor frente a todas as dificuldades, pois como tal, ele o mediador do processo de ensino aprendizagem e, para tanto, precisa pautar o seu trabalho em instrumentos que possam favorecer o crescimento do educando.Nossa discusso focalizou um desses instrumentos como pea fundamental para o processo educativo que a avaliao da aprendizagem escolar.Identificamos uma dissonncia referente ao discurso e a prtica do contexto estudado. Levando em considerao Freire (1998, p.98) de que no o discurso, a oralidade, o que ajuza a prtica, mas ao contrrio a prtica que ajuza o discurso.Apontamos que os professores em sua maioria norteiam sua prtica, baseados em um modelo de avaliao que no se mostrou pautado em elementos que favoream o desenvolvimento de uma prtica avaliativa formativa, na perspectiva diagnstica, o que no estimula uma aprendizagem significativa em nossos alunos. Para eles, a avaliao se constitui por uma apreciao quantitativa, apenas uma forma de testar e medir os aspectos e no aponta as reais dificuldades, pois no sugere qualquer encaminhamento.Por outro lado, a avaliao diagnstica propicia ao professor uma viso geral do processo, auxiliando-o na retomada do trabalho sempre que os objetivos no foram atingidos. Atravs dela, o professor dela no s avalia o aluno, como tambm se auto avalia, procurando sanar suas falhas durante a conduo do processo.Assim chegamos concluso de que, enquanto a avaliao for encarada como uma forma classificatria, de medida e punio, os professores no conduziro o processo educativo para o seu desenvolvimento pleno e, consequentemente o educando ser mais uma vtima desse tipo de avaliao.

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