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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA FACULDADE DE CIÊNCIAS JURÍDICAS E SOCIAIS – FCJS CURSO: RELAÇÕES INTERNACIONAIS DISCIPLINA: MONOGRAFIA ACADÊMICA PROFESSOR ORIENTADOR: CARLITO ZANETTI AS RELAÇÕES COMERCIAIS ENTRE MERCOSUL E UNIÃO EUROPÉIA: AS CONSEQÜÊNCIAS PARA O BRASIL Monografia apresentada como requisito parcial para a conclusão do curso de bacharelado em Relações Internacionais do Centro Universitário de Brasília UniCEUB. POLIANNA DA SILVA RIBEIRO Brasília/DF, Novembro de 2005 PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

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CENTRO UNIVERSITAacuteRIO DE BRASIacuteLIA

FACULDADE DE CIEcircNCIAS JURIacuteDICAS E SOCIAIS ndash FCJS

CURSO RELACcedilOtildeES INTERNACIONAIS

DISCIPLINA MONOGRAFIA ACADEcircMICA

PROFESSOR ORIENTADOR CARLITO ZANETTI

AS RELACcedilOtildeES COMERCIAIS ENTRE MERCOSUL E UNIAtildeO

EUROPEacuteIA AS CONSEQUumlEcircNCIAS PARA O BRASIL

Monografia apresentada como requisito parcial para a conclusatildeo do curso de bacharelado em Relaccedilotildees Internacionais do Centro Universitaacuterio de Brasiacutelia ndash UniCEUB

POLIANNA DA SILVA RIBEIRO

BrasiacuteliaDF Novembro de 2005

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POLIANNA DA SILVA RIBEIRO

AS RELACcedilOtildeES COMERCIAIS ENTRE MERCOSUL E UNIAtildeO

EUROPEacuteIA AS CONSEQUEcircNCIAS PARA O BRASIL

Banca Examinadora ____________________________ Prof Carlito Zanetti (orientador) ____________________________ Prof Claacuteudio Ferreira da Silva (membro) ____________________________ Prof Alaor Siacutelvio Cardoso (membro)

Brasiacutelia Novembro de 2005

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AGRADECIMENTOS Agradeccedilo primeiramente a Deus por ter me proporcionado mais

essa conquista Aos meus pais e irmatilde pelo incentivo de sempre Aos

amigos pelo apoio e compreensatildeo Ao querido Ronaldo pela ajuda para a

realizaccedilatildeo deste trabalho E aos professores do curso de Relaccedilotildees

Internacionais do Uniceub que muito contribuiacuteram para a minha formaccedilatildeo

acadecircmica

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RESUMO

Esta monografia eacute resultado de estudos sobre a importacircncia a participaccedilatildeo e a

evoluccedilatildeo do comeacutercio entre dois blocos regionais em constante crescimento a Uniatildeo Europeacuteia e

o MERCOSUL A abordagem deste trabalho engloba a origem do processo de integraccedilatildeo

regional a formaccedilatildeo dos blocos e sua atual relaccedilatildeo inter-regional O enfoque principal diz

respeito ao Brasil Analisa sua participaccedilatildeo importacircncia e as consequumlecircncias proporcionadas

devido agrave relaccedilatildeo comercial existente entre os blocos estudados

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ABSTRACT

This work is the result of studies about the importance participation and

evolution of commerce between these two regional blocks that are in constant growth the

European Union and Mercosur This work encloses the beginning of the regional integration

process formation of economic blocks and its actual inter-regional relationship The focus of this

work encompasses Brazilrsquos situation This study analyses Brazilrsquos participation its importance

and the consequences due to the existing commercial relationship between the regional blocks

which were studied in this work

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LISTA DE SIGLAS bull ALADI - Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo bull ALALC ndash Associaccedilatildeo Latino-Americana de Livre Comeacutercio bull BLOCO ABC ndash Bloco econocircmico formado por Argentina Brasil e Chile bull CCM ndash Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL bull CECA - Comunidade Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo bull CEE ndash Comunidade Econocircmica Europeacuteia bull CEPAL ndash Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina bull CMC ndash Conselho do Mercado Comum bull CPCM ndash Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL bull EUA ndash Estados Unidos da Ameacuterica bull FCES ndash Foro Consultivo Econocircmico e Social bull GATT ndash Acordo Geral sobre Tarifas e Comeacutercio bull GMC ndash Grupo Mercado Comum bull IPEA ndash Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada bull MERCOSUL ndash Mercado Comum do Sul bull MRE ndash Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores bull OMC ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio bull PESC - Poliacutetica Externa e Seguranccedila Comum bull PIB ndash Produto Interno Bruto bull PICE ndash Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica bull POP ndash Protocolo de Ouro Preto bull SAM ndash Secretaria Administrativa do MERCOSUL bull SGP ndash Sistema Geral de Preferecircncias bull TEC ndash Tarifa Externa Comum bull TM-60 ndash Tratado de Montevideacuteu criado em 1960 bull TM-80 ndash Tratado de Montevideacuteu criado em 1980 bull TUE ndash Tratado da Uniatildeo Europeacuteia bull UE ndash Uniatildeo Europeacuteia bull UNCTAD - Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre o Comeacutercio e o Desenvolvimento

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SUMAacuteRIO

Paacutegina

AGRADECIMENTOS III RESUMO IV ABSTRACT IV LISTA DE SIGLAS VI INTRODUCcedilAtildeO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO PROBLEMA 10

IMPORTAcircNCIA DO TEMA E METODOLOGIA DE TRABALHO 12

REFERENCIAL TEOacuteRICO 13

1 MERCOSUL E UNIAtildeO EUROPEacuteIA 19

11 MERCOSUL antecedentes histoacutericos 19

12 Tratados do MERCOSUL 22

121 Tratado de Assunccedilatildeo 22

122 Protocolo de Brasiacutelia 25

123 Protocolo de Ouro Preto 26

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13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu 27

14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia 29

15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia 30

16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia 31

2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 33

21 - A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE 33

22 - A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL 33

23 - O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina 34

24 - Produtos ou setores em potencial 35

25 - Principais parceiros europeus 36

3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE 37

31 - MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia 37

32 - Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil 39

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CONCLUSAtildeO 41 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 44 ANEXO I 46 ANEXO II 47 ANEXO III 48 ANEXO IV 49

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INTRODUCcedilAtildeO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO PROBLEMA

Apoacutes a Segunda Guerra Mundial tornou-se possiacutevel assistir a propagaccedilatildeo de

iniciativas de diversos Estados para promover o comeacutercio internacional e consequumlentemente

uma maior inserccedilatildeo de cada um deles no mercado mundial Essas iniciativas se realizaram por

meio de negociaccedilotildees acordos bilaterais ou multilaterais e pela formaccedilatildeo de blocos econocircmicos

regionais

No decorrer do estudo nota-se a preocupaccedilatildeo em entender ateacute que ponto as

relaccedilotildees inter-regionais entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia afetam o Brasil sendo vantajosas

ou natildeo para o paiacutes Para tanto o presente trabalho foi dividido em trecircs capiacutetulos que buscam dar

uma melhor abordagem sobre o tema em questatildeo

Sabendo que o antecedente imediato do MERCOSUL foi a integraccedilatildeo Brasil-

Argentina pode-se notar que esta uacuteltima foi impulsionada principalmente pela superaccedilatildeo das

divergecircncias geopoliacuteticas bilaterais pelo retorno agrave plenitude do regime democraacutetico nos dois

paiacuteses e pela crise do sistema econocircmico internacional Uma seacuterie de acordos bilaterais

precederam o MERCOSUL poreacutem o primeiro desses acordos a Declaraccedilatildeo de Iguaccedilu foi

firmada pelos presidentes Sarney e Alfonsiacuten em 1985 buscando acelerar o processo de

integraccedilatildeo dos dois paiacuteses Brasil e Argentina em diferentes aacutereas

Tendo conhecimento do que foi apresentado o primeiro capiacutetulo abordaraacute um

pouco da fase histoacuterica dos blocos Fala da criaccedilatildeo do MERCOSUL que remonta agrave ALALC ateacute

chegar agrave assinatura do Tratado de Assunccedilatildeo e seus protocolos adicionais de Brasiacutelia que

estabelece um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias e de Ouro Preto que traz modificaccedilotildees para a

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estrutura orgacircnica criando diversos oacutergatildeos para o bloco A partir de entatildeo procura-se fazer uma

breve abordagem histoacuterica da Uniatildeo Europeacuteia analisando-a desde quando era ainda a CEE ateacute

consolidar-se por meio do Tratado de Maastricht tornando-se de fato a atual Uniatildeo Europeacuteia

com 25 membros Ainda no primeiro capiacutetulo eacute possiacutevel verificar a vontade desses dois blocos de

implementar um acordo inter-regional entre eles

Mais adiante seraacute dado enfoque agrave relevacircncia da participaccedilatildeo do Brasil no

comeacutercio com o MERCOSUL e no comeacutercio com a Uniatildeo Europeacuteia separadamente procurando

ressaltar os setores mais expressivos para as partes e seus parceiros mais importantes

Finalmente no uacuteltimo capiacutetulo seratildeo abordadas as consequumlecircncias positivas ou

negativas para o Brasil a partir da relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia lembrando que

apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar um acordo entre eles os europeus adotam

medidas protecionistas que muito afetam as intenccedilotildees dos paiacuteses latino-americanos

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IMPORTAcircNCIA DO TEMA E METODOLOGIA DE TRABALHO

Com o constante fenocircmeno da globalizaccedilatildeo o interesse dos Estados por

mercados estrangeiros eacute cada vez maior proporcionando assim oportunidades para os paiacuteses

geograficamente mais proacuteximos se unirem formando grandes blocos econocircmicos atraveacutes do

processo de integraccedilatildeo regional Devido a vantagens e benefiacutecios oferecidos os paiacuteses optam cada

vez mais por integrar-se com seus vizinhos para adquirir mais forccedila e competitividade no cenaacuterio

internacional Esse processo de integraccedilatildeo pode ser facilmente observado como mostra o

trabalho na Ameacuterica Latina e na Europa com a criaccedilatildeo do Mercado Comum do Sul

(MERCOSUL) e da Uniatildeo Europeacuteia respectivamente

O interesse pelo tema surgiu da importacircncia no atual cenaacuterio internacional de

se obter uma visatildeo a partir da oacutetica do Brasil como maior economia do MERCOSUL com

relaccedilatildeo ao intercacircmbio comercial entre este bloco e a Uniatildeo Europeacuteia Estudar a relaccedilatildeo entre os

dois blocos torna mais faacutecil visualizar a participaccedilatildeo do Brasil no comeacutercio com cada um deles

individualmente e de sua situaccedilatildeo e eventuais consequumlecircncias para o paiacutes devido a essa relaccedilatildeo

inter-regional que tende a crescer cada vez mais

Este trabalho foi realizado baseado em fontes secundaacuterias como livros teses

textos especializados jornais revistas internet dados e tabelas para maior esclarecimento do que

foi abordado

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REFERENCIAL TEOacuteRICO

Foi principalmente apoacutes a Segunda Guerra Mundial que surgiu o fenocircmeno da

integraccedilatildeo econocircmica regional que desde entatildeo tem sido objeto de estudo para a economia

poliacutetica O conceito de integraccedilatildeo eacute recente se implanta perfeitamente no atual panorama

econocircmico mundial e eacute marcado pelo multilateralismo das relaccedilotildees comerciais e pela

regionalizaccedilatildeo econocircmica Eacute um fato comum no mundo atual Quase todas as grandes economias

mundiais encontram-se de alguma forma envolvidas em processos de integraccedilatildeo econocircmica

Esse fenocircmeno se introduz no problema enfrentado por todas as naccedilotildees

modernas o protecionismo contra liberalismo comercial O protecionismo aumenta e favorece a

industrializaccedilatildeo de um paiacutes mas por outro lado apoacutes certo tempo tambeacutem favorece o

surgimento de monopoacutelios internos com visiacutevel desvantagem para o consumidor que natildeo tem

acesso a novos produtos lanccedilados no mercado internacional e soacute pode escolher entre os ofertados

no mercado interno Como natildeo haacute concorrecircncia internacional e satildeo produzidos por empresas

abrigadas sob o protecionismo os produtos nacionais tecircm a tendecircncia de serem caros e de baixa

qualidade

Ao se desestruturar os mecanismos da proteccedilatildeo a liberalizaccedilatildeo comercial

deixou de ser uma simples alternativa e passou a significar uma caracteriacutestica da economia

mundial Reuacutenem-se paiacuteses regionalmente para assim alcanccedilar novos paiacuteses sendo vizinhos ou

natildeo e ampliar o espaccedilo econocircmico integrado

A integraccedilatildeo deve ser entendida como um processo de unificaccedilatildeo de

sociedades que tendem a formar uma coletividade harmoniosa a partir de liberalizaccedilotildees das

trocas comerciais dos movimentos de capitais pessoas serviccedilos e reduccedilotildees de discriminaccedilotildees

entre os estados membros1

1 VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81

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Segundo o MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES os processos de

integraccedilatildeo econocircmica satildeo conjuntos de medidas de caraacuteter econocircmico e comercial que tecircm por

finalidade originar a aproximaccedilatildeo e consequumlentemente a uniatildeo entre as economias de dois ou

mais paiacuteses Essa aproximaccedilatildeo deve ter por objetivo natildeo somente laccedilos econocircmicos mas

tambeacutem poliacuteticos e sociais

A integraccedilatildeo consiste em estabelecer um novo ambiente econocircmico poliacutetico e

cultural a partir de vaacuterios ambientes econocircmicos Haacute uma eliminaccedilatildeo de formas de

discriminaccedilotildees iniciais como no aspecto comercial ou no que concerne agrave circulaccedilatildeo de pessoas

serviccedilos e capitais em processos de integraccedilatildeo mais avanccedilados

Os processos de integraccedilatildeo de mercados representam o auge da globalizaccedilatildeo e

internacionalizaccedilatildeo da economia o que resulta em tendecircncias de interdependecircncia e

uniformidade a chamada homogeneizaccedilatildeo A economia transnacional se sobrepotildee agrave soberania

dos Estados gerando assim novas territorizaccedilotildees sem raiacutezes culturais

As poliacuteticas de integraccedilatildeo econocircmica podem ser positivas ou negativas Nas

positivas ocorrem modificaccedilotildees dos instrumentos existentes ndash matildeo-de-obra barata infra-

estrutura mobilidade de um paiacutes a outro etc ndash e a criaccedilatildeo de instituiccedilotildees para permitir o

aprofundamento da unificaccedilatildeo dos mercados e seu efetivo funcionamento Jaacute nas poliacuteticas

negativas acontece a remoccedilatildeo total de barreiras ao comeacutercio internacional ou restriccedilatildeo ao

processo de liberalizaccedilatildeo comercial

VINER (1949) criou as bases da integraccedilatildeo econocircmica a partir da teoria pura do

comeacutercio internacional Foi ele tambeacutem quem fez a distinccedilatildeo entre criaccedilatildeo de comeacutercio e desvio

de comeacutercio

A integraccedilatildeo econocircmica entre paiacuteses em desenvolvimento seria uma alternativa

para viabilizar uma estrateacutegia de desenvolvimento que seria irrealizaacutevel nas dimensotildees de

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pequenas economias perifeacutericas Essas razotildees levaram os economistas da CEPAL a defenderem a

necessidade da integraccedilatildeo das economias latino-americanas

Os processos de integraccedilatildeo2 buscam alcanccedilar diversos objetivos tais como a

ampliaccedilatildeo da resistecircncia frente agraves barreiras aduaneiras a ampliaccedilatildeo dos mercados o estiacutemulo do

intercambio tecnoloacutegico uma maior facilidade de acesso a mateacuterias primas e o maior poder de

pressatildeo na defesa de seus interesses nas negociaccedilotildees internacionais Tendo visto isso pode-se

observar que haacute diferentes formas e etapas de integraccedilatildeo divididos em vaacuterios estaacutegios definidos

como

a) Zonas de Preferecircncias Tarifaacuterias ndash caracteriza-se pela reduccedilatildeo de tarifas para uma

gama variada de produtos abrangendo parte do universo tarifaacuterio sem que se implique na

eliminaccedilatildeo total dos direitos aduaneiros e na reduccedilatildeo ou eliminaccedilatildeo de outras restriccedilotildees ao

comeacutercio Esses acordos violam a claacuteusula de Naccedilatildeo Mais Favorecida do GATT3 mas satildeo

admitidos entre paiacuteses em desenvolvimento e satildeo praticados pelos paiacuteses desenvolvidos atraveacutes

do Sistema Geral de Preferecircncias (SGP) criado pela Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre o

Comeacutercio e o Desenvolvimento (UNCTAD)

b) Zona de Livre Comeacutercio ndash trata-se da forma mais simples de associaccedilatildeo entre

Estados admitida pelo GATT Caracteriza-se pela eliminaccedilatildeo de tarifas aduaneiras e outras

restriccedilotildees ao comeacutercio entre os paiacuteses que dela participam Poreacutem cada paiacutes preserva sua

autonomia na poliacutetica comercial em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses

2 BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972 3 GATT ndash Acordo Geral sobre Tarifas e Comeacutercio assinado por 23 paiacuteses O artigo XXIV do acordo permite a formaccedilatildeo de uniotildees aduaneiras e aacutereas de livre comeacutercio sob certas condiccedilotildees

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c) Uniatildeo Aduaneira ndash caracteriza-se pela ausecircncia de barreiras ao comeacutercio entre

paiacuteses-membros pressupotildee uma poliacutetica comercial comum em relaccedilatildeo a paiacuteses natildeo-membros e a

adoccedilatildeo de uma Tarifa Externa Comum (TEC) A uniatildeo aduaneira pressupotildee ainda a

harmonizaccedilatildeo de instrumentos da poliacutetica comercial tais como diferentes sistemas monetaacuterios

fiscais etc que possam vir a originar problemas

d) Mercado Comum ndash consiste em uma uniatildeo aduaneira na qual os estados membros

determinam a eliminaccedilatildeo das restriccedilotildees sobre produtos bem como a livre circulaccedilatildeo dos demais

fatores produtivos como pessoas serviccedilos e capital eacute uma forma mais elevada de integraccedilatildeo

econocircmica

e) Uniatildeo Econocircmica ndash caracteriza-se pelo estabelecimento de uma autoridade

supranacional que se responsabiliza pela aplicaccedilatildeo das poliacuteticas comuns define criteacuterios e

distingue-se de um mercado comum por associar a eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees aos movimentos de

mercadorias e fatores com um certo grau de harmonizaccedilatildeo das poliacuteticas econocircmicas nacionais de

forma a abolir as discriminaccedilotildees resultantes das disparidades existentes entre essas poliacuteticas

f) Integraccedilatildeo Econocircmica Total ndash para Balassa4 essa forma de integraccedilatildeo pressupotildee a

unificaccedilatildeo das poliacuteticas monetaacuterias fiscais sociais e anticiacuteclicas e exige o estabelecimento de

uma autoridade supranacional cujas decisotildees satildeo obrigatoacuterias para os Estados-membros

g) Uniatildeo Poliacutetica ndash essa eacute uma forma de integraccedilatildeo que se caracteriza pela instituiccedilatildeo

de uma federaccedilatildeo de Estados com autoridade poliacutetica unificada ou formaccedilatildeo de Estados na qual

4 Bela Balassa op Cit p 11

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apenas as aacutereas acordadas passam a ser objeto de controle de instituiccedilotildees supranacionais Em

geral a formaccedilatildeo de uma uniatildeo poliacutetica deve envolver cooperaccedilatildeo em termos da poliacutetica externa

e de defesa5

Eacute bastante antiga a noccedilatildeo de que uma zona de livre comeacutercio e uma uniatildeo

aduaneira ajudam para o aumento do bem-estar mas foi Jacob Viner em 1950 que formulou

uma teoria dos efeitos econocircmicos de uma uniatildeo aduaneira Essa teoria eacute baseada nos efeitos da

uniatildeo aduaneira sobre os produtos Foi entatildeo que introduziu os conceitos de criaccedilatildeo de comeacutercio

e desvio de comeacutercio

Viner investigou os efeitos de uma uniatildeo aduaneira nas correntes de trocas e fez

a distribuiccedilatildeo entre o efeito de desvio de comeacutercio resultante de uma uniatildeo Outros autores

tambeacutem abordaram estes problemas poreacutem num esquema menos preciso e sem utilizar a

terminologia de Viner

A criaccedilatildeo de comeacutercio eacute o mecanismo de ampliaccedilatildeo das transaccedilotildees comerciais

entre os paiacuteses membros de uma uniatildeo aduaneira a partir da unificaccedilatildeo de preccedilos dos produtos na

regiatildeo apoacutes a queda das barreiras tarifaacuterias Entende-se por desvio de comeacutercio o mecanismo de

reduccedilatildeo de comeacutercio com paiacuteses natildeo-membros da uniatildeo aduaneira em benefiacutecio do aumento do

comeacutercio intra-regional

Os efeitos positivos sobre a produccedilatildeo resultam do desvio de compras de um

dado bem de fontes de produccedilatildeo interna de custos mais altos para outras de custos mais

5 MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000

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reduzidos localizadas em paiacuteses membros Jaacute os efeitos negativos sobre a produccedilatildeo dizem

respeito a um desvio das fontes de produccedilatildeo com custos mais baixos paiacuteses estrangeiros para

fontes de produccedilatildeo com custos mais elevados paiacuteses membros Segundo Viner os efeitos

beneacuteficos da uniatildeo aduaneira seratildeo predominantes se o aumento de comeacutercio for superior ao seu

desvio

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19

1 MERCOSUL E UNIAtildeO EUROPEacuteIA

11 MERCOSUL antecedentes histoacutericos

A Ameacuterica Latina vem haacute tempos buscando aumentar os laccedilos econocircmicos

entre seus paiacuteses atraveacutes da criaccedilatildeo de blocos regionais Vaacuterios foram os idealizadores da

integraccedilatildeo entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina dentre eles estaacute o presidente Getuacutelio Vargas que na

primeira metade do seacuteculo XX almejava a integraccedilatildeo das principais economias da Ameacuterica

Latina atraveacutes da formaccedilatildeo de um bloco econocircmico Inicialmente por volta da deacutecada de 30

ainda no Governo Vargas foram feitas algumas negociaccedilotildees para criar o BLOCO ABC

procurou-se formar a integraccedilatildeo dos trecircs paiacuteses mais fortes economicamente na Ameacuterica Latina

a Argentina o Brasil e o Chile Os paiacuteses sul americanos tiveram que enfrentar a resistecircncia do

governo dos EUA que natildeo via com bons olhos a imposiccedilatildeo de fronteiras econocircmicas pois

desejava continuar suprindo a Ameacuterica Latina com seus produtos industrializados e obtendo sua

mateacuteria prima

Anos mais tarde em 1948 foi criada a Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica

Latina - CEPAL subordinada ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees Unidas

representando outro importante instrumento para o desenvolvimento dos paiacuteses da Ameacuterica

Latina pois busca promover o desenvolvimento da Ameacuterica Latina estimulando a criaccedilatildeo de um

mercado comum latino americano

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O MERCOSUL considerado o mais recente esforccedilo para a integraccedilatildeo da

Ameacuterica Latina pode encontrar suas origens na criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo Latino-Americana de

Livre Comeacutercio ndash ALALC Este bloco tinha como objetivo implantar no prazo de 12 anos um

mercado comum regional por meio da formaccedilatildeo de uma zona de livre comeacutercio Criada em 1960

pelo Tratado de Montevideacuteu conhecido como TM-60 a ALALC era constituiacuteda pelos paiacuteses da

Ameacuterica do Sul excluindo-se deste grupo as Guianas e pelo Meacutexico O Tratado buscava ampliar

os mercados e alcanccedilar a liberalizaccedilatildeo do intercacircmbio eliminando as medidas protecionistas

Atraveacutes do Protocolo de Caracas a ideacuteia de criar um mercado comum em 12 anos teve seu prazo

aumentado para 1980 O objetivo era eliminar ateacute 1980 a maior quantidade imaginaacutevel de

restriccedilotildees comerciais existentes entre os integrantes do bloco

Os objetivos almejados pela ALALC natildeo foram alcanccedilados e dentre as razotildees

que levaram ao fracasso da Associaccedilatildeo encontra-se a falta de dinamismo por conta do elevado

nuacutemero de associados e suas diferenccedilas estruturais o vencimento do prazo determinado para a

obtenccedilatildeo de ecircxito do bloco entre outros motivos Durante a deacutecada de 70 a crise do petroacuteleo que

atingia a economia mundial causou uma intensa recessatildeo nos paiacuteses da Ameacuterica Latina e em

busca de uma alternativa para contornar o problema os paiacuteses latino-americanos reestruturaram a

ALALC fazendo surgir a Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo ndash ALADI criada em 1980

pelo Tratado de Montevideacuteu chamado TM-80 Ainda em vigor este Tratado compreende os

mesmos paiacuteses que compunham a ALALC Esse novo tratado requer que os paiacuteses membros

decircem continuidade ao processo de integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina colaborando para o

desenvolvimento econocircmico-social de uma forma mais equilibrada na regiatildeo Sua criaccedilatildeo

permitiu a promoccedilatildeo do aprofundamento do processo de integraccedilatildeo latino-americana e sua

finalidade eacute atingir a formaccedilatildeo de um mercado comum regional permitir o comeacutercio intra-

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regional reciacuteproco promover o comeacutercio ampliaccedilatildeo de mercados desenvolvimento equilibrado e

o estabelecimento de preferecircncias regionais O TM-80 daacute aos Estados membros grande liberdade

para formular suas poliacuteticas comerciais e ainda uma maior flexibilidade para celebrar acordos

bilaterais ou multilaterais Com a criaccedilatildeo da ALADI houve um grande avanccedilo nas relaccedilotildees

comerciais entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina isso aconteceu devido agrave essa possibilidade de

realizaccedilatildeo de acordos bilaterais e outros de alcance regional entre os membros fazendo com que

aumentasse cada vez mais o comeacutercio bilateral e intra-regional na Ameacuterica Latina

A criaccedilatildeo da ALADI ainda parece ter beneficiado o processo de integraccedilatildeo

latino-americana Ficou extinta a ldquoclaacuteusula de naccedilatildeo mais favorecida regionalrdquo anteriormente

adotada pela ALALC permitindo assim conceder preferecircncia tarifaacuteria entre alguns membros da

ALADI sem a obrigatoriedade de dar preferecircncia a todos os integrantes da Associaccedilatildeo Apesar

do esforccedilo a ALADI natildeo conseguiu atingir seu objetivo de alcanccedilar uma integraccedilatildeo regional As

vaacuterias perspectivas geradas com a criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo foram extintas devido aos

acontecimentos no cenaacuterio internacional por volta do final da deacutecada de 70 Alguns fatores

comprometeram o crescimento do comeacutercio internacional e dificultaram o acesso de paiacuteses em

desenvolvimento agraves suas fontes externas de financiamento Dentre esses fatores se encontram o

segundo choque do petroacuteleo a elevaccedilatildeo do valor das taxas de juros internacionais e a recessatildeo

das economias de paiacuteses desenvolvidos Como os paiacuteses da Ameacuterica Latina estavam com a diacutevida

externa cada vez maior e sofrendo com a alta dos juros houve entre os paiacuteses integrantes da

ALADI a praacutetica cada vez mais frequumlente do protecionismo pois cada paiacutes passava a empregar

um amplo conjunto de medidas para controlar as importaccedilotildees Poreacutem o impacto dessa poliacutetica

sobre o comeacutercio intra-regional natildeo foi considerado eficaz pois aleacutem da reduccedilatildeo das importaccedilotildees

de cada paiacutes aconteceu tambeacutem uma proporcional reduccedilatildeo das trocas comerciais entre os paiacuteses

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22

da proacutepria regiatildeo Haacute autores que dizem que a ALADI seguiu o mesmo modelo fracassado de

integraccedilatildeo regional que a ALALC onde o uacutenico agente eacute o Estado Isso porque o Tratado natildeo

considerava a livre circulaccedilatildeo de pessoas de empresas e de capitais privados e regionais e nem

de formas comunitaacuterias natildeo deixando espaccedilo para os verdadeiros interessados na integraccedilatildeo

regional

Mesmo a ALALC e a ALADI tendo obtido poucos resultados com relaccedilatildeo agrave

integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina ainda crescia o desejo pelo desenvolvimento de uma integraccedilatildeo

regional com destaque para o MERCOSUL que eacute considerado o processo de integraccedilatildeo regional

mais bem-sucedido da Ameacuterica Latina

12 Tratados do MERCOSUL

Eacute importante lembrar que os Estados-parte do MERCOSUL fazem parte do

GATT-OMC e suas accedilotildees devem estar adequadas ao regulamento desse acordo Isso acontece

devido agrave claacuteusula de habilitaccedilatildeo da Ronda Toacutequio que permite que os paiacuteses em

desenvolvimento natildeo apliquem o princiacutepio da naccedilatildeo mais favorecida

121 Tratado de Assunccedilatildeo

Foi assinado em 26 de marccedilo de 1991 o Tratado de Assunccedilatildeo visando agrave

constituiccedilatildeo de um mercado comum entre a Argentina o Brasil o Paraguai e o Uruguai Esse

tratado previa a liberalizaccedilatildeo comercial entre os paiacuteses-membros num periacuteodo de transiccedilatildeo ateacute

1994 Pode-se dividir a evoluccedilatildeo do MERCOSUL em dois periacuteodos o periacuteodo de transiccedilatildeo de

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1991 a 1994 e a partir do iniacutecio de 1995 a existecircncia do MERCOSUL como uma Uniatildeo

Aduaneira

Eacute um acordo-quadro que apesar de natildeo criar um mercado comum estabelece

as metas do processo de integraccedilatildeo e a forma de alcanccedilaacute-las Um dos objetivos desse tratado eacute o

estabelecimento de uma tarifa externa comum a TEC e adoccedilatildeo de uma poliacutetica comercial

comum em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses Estabelece tambeacutem as condiccedilotildees para o surgimento de um

projeto de integraccedilatildeo que define seu objetivo agrave criaccedilatildeo de um mercado comum Este tratado

registra a vontade por parte dos quatro paiacuteses integrantes de se inserir com mais forccedila no

mercado mundial

O Tratado de Assunccedilatildeo eacute um acordo que agrave medida que se necessita vem sendo

complementado por outros instrumentos adicionais negociados entre os participantes do bloco

Inicialmente determina os meios para que ateacute o fim de 1994 se chegasse a uma uniatildeo aduaneira

que eacute a fase anterior ao mercado comum Poreacutem como eacute visto o MERCOSUL hoje ainda eacute uma

uniatildeo aduaneira imperfeita pois natildeo manteacutem a Tarifa Externa Comum (TEC) prevista para os

quatro Estados-membros

O Tratado de Assunccedilatildeo ato que fundou o MERCOSUL constitui um dos

principais instrumentos do processo de integraccedilatildeo acompanhado do Protocolo de Brasiacutelia de

1991 e ainda do Protocolo de Ouro Preto de 1994

Este tratado constitui a base de todo o sistema normativo do MERCOSUL

ordena e regulamenta as relaccedilotildees existentes entre os Estados integrantes do bloco

O Tratado de Assunccedilatildeo tem como objetivo principal a constituiccedilatildeo de um

mercado comum entre seus signataacuterios o que sugere tambeacutem a livre circulaccedilatildeo de bens serviccedilos

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e fatores produtivos entre os Estados-parte eliminando as tarifas preacute-estabelecidas e as restriccedilotildees

natildeo tarifaacuterias No tratado estatildeo estabelecidos os elementos para a criaccedilatildeo de uma uniatildeo aduaneira

e por consequumlecircncia de uma poliacutetica comercial comum

De acordo com o Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE) o Tratado de

Assunccedilatildeo estabeleceu a utilizaccedilatildeo dos seguintes instrumentos para a constituiccedilatildeo do

MERCOSUL6

a) o cumprimento de um programa de liberalizaccedilatildeo comercial com reduccedilotildees tarifaacuterias

progressivas lineares e automaacuteticas acompanhadas da eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees natildeo-tarifaacuterias ou

de medidas de efeito equivalente

b) o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC) capaz de incentivar a

competitividade externa dos Estados-parte

c) a harmonizaccedilatildeo de poliacuteticas macroeconocircmicas e setoriais sempre que pertinente

O Tratado eacute sempre que necessaacuterio complementado por alguns instrumentos

adicionais acordados pelos quatro Estados-parte devido ao avanccedilo da integraccedilatildeo A intenccedilatildeo do

Tratado era de estabelecer condiccedilotildees para que se alcanccedilasse ateacute o fim de 1994 uma uniatildeo

aduaneira entre os quatro integrantes para posteriormente chegar a um mercado comum O MRE

mostra que o Tratado de Assunccedilatildeo determina alguns aspectos como7 estabelecer um programa de

liberalizaccedilatildeo comercial que consista de reduccedilotildees tarifaacuterias progressivas lineares e automaacuteticas

acompanhadas da eliminaccedilatildeo das barreiras natildeo tarifaacuterias coordenar poliacuteticas macro-econocircmicas

estabelecer uma Tarifa Externa Comum (TEC) estabelecer listas de exceccedilotildees ao programa de

6 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt

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liberalizaccedilatildeo para produtos considerados sensiacuteveis constituir um regime geral de origem e de

um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias

O Tratado de Assunccedilatildeo estabelece que o Poder Executivo de cada Estado-parte

deve manter informado seu respectivo Poder Legislativo sobre a evoluccedilatildeo do objeto deste tratado

o MERCOSUL

122 Protocolo de Brasiacutelia

Para solucionar os conflitos na esfera do MERCOSUL a forma escolhida foi a

arbitragem Portanto para cumprir determinaccedilatildeo do Tratado de Assunccedilatildeo designou-se um grupo

de trabalho que elaboraria um Sistema de Soluccedilatildeo de Controveacutersias entre os Estados-parte

Assim em dezembro de 1991 foi assinado o Protocolo de Brasiacutelia para Soluccedilatildeo de Controveacutersias

que passou a ter vigecircncia a partir de 1993

Este Protocolo no sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias tem como caracteriacutestica

ordenar que a soluccedilatildeo de controveacutersias ocorreraacute no plano diplomaacutetico por meio de negociaccedilotildees

diretas mas que possuem intervenccedilatildeo de oacutergatildeos institucionais como o Grupo Mercado Comum -

GMC- e se as dificuldades natildeo forem superadas utilizaraacute o procedimento arbitral O Protocolo

prevecirc tambeacutem poreacutem de maneira bem restrita e com normas complexas que particulares

pessoas fiacutesicas e juriacutedicas tenham acesso ao sistema com direito a reclamaccedilotildees pois o Tratado de

Assunccedilatildeo previa somente a participaccedilatildeo dos Estados-parte

7 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt

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A uacuteltima fase do Protocolo a instauraccedilatildeo de um Tribunal Arbitral proferiraacute a

decisatildeo por meio de laudos inapelaacuteveis e obrigatoacuterios para os Estados-parte na controveacutersia Essa

obrigatoriedade se daraacute a partir do recebimento da notificaccedilatildeo sobre a decisatildeo e os laudos teratildeo

forccedila de coisa julgada devendo ser cumpridos no prazo fixado pelo Tribunal Arbitral

O Protocolo de Brasiacutelia funciona como provisoacuterio fornecendo mecanismos para

a soluccedilatildeo de controveacutersias ateacute que entre em vigor o Sistema Permanente de Soluccedilotildees de

Controveacutersias Este sistema aleacutem de previsto no Tratado de Assunccedilatildeo ganhou forccedila com o

Protocolo de Ouro Preto quando diz que antes de se firmar uma Tarifa Externa Comum os

Estados-parte deveratildeo fazer uma revisatildeo do sistema atual para soluccedilatildeo de controveacutersias com o

objetivo de adotar o sistema permanente

123 Protocolo de Ouro Preto

O Protocolo de Ouro Preto ndash POP assinado em 1994 define a estrutura

institucional definitiva do MERCOSUL e firma a ideacuteia de avanccedilar na constituiccedilatildeo de um

mercado comum Este protocolo pode se adaptar a possiacuteveis circunstacircncias que se apresentem

pois por meio de uma conferecircncia diplomaacutetica sua estrutura pode ser reavaliada

O POP tem como principal atribuiccedilatildeo conferir personalidade juriacutedica ao

MERCOSUL sempre que ele tenha que se relacionar como bloco econocircmico com grupos de

paiacuteses e oacutergatildeos internacionais multilateraisO POP trouxe algumas inovaccedilotildees para a estrutura

orgacircnica do MERCOSUL com relaccedilatildeo agrave criaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos Este bloco pode contar agora

com os seguintes oacutergatildeos

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- Conselho do Mercado Comum (CMC)

- Grupo Mercado Comum (GMC)

- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)

- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)

- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)

- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)

Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de

Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte

reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a

decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o

encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver

uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc

teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado

reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante

poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de

Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de

Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares

13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu

Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem

conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo

regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos

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aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica

proacutepria

No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos

fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes

promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em

1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash

Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de

Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as

barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas

O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE

satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de

Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc

Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas

Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a

primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE

que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais

e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos

tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda

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parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila

comum (PESC)

O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs

pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica

externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria

Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais

elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo

Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma

deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para

um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de

acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE

14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia

Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros

fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e

Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda

aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez

com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-

se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios

tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a

ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses

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A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus

integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O

alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como

dos novos paiacuteses integrantes do bloco

ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)

Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455

milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou

preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados

pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo

15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia

As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as

importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL

8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional

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aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial

global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O

Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo

Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a

Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda

mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a

conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o

protecionismo adotado pela Europa

16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia

Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade

Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo

Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos

A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo

interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de

integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional

O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as

condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e

econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando

9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt

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a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)

Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas

regiotildees como conceitos baacutesicos

Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de

atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e

das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre

Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros

A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo

natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos

regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As

propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL

foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a

posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais

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2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE

Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e

Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute

de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e

Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de

envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da

Uniatildeo Europeacuteia

Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das

relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se

referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral

22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL

Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia

econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da

economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do

comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o

comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano

10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144

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Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das

exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo

Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do

Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira

Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros

paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido

com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a

Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees

Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve

um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$

45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila

comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do

MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno

crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL

passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees

Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees

brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina

23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina

Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai

para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo

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nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo

principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro

mercado comum

No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a

Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo

industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha

caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata

previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos

setoriais foram assinados bilateralmente

24 Produtos ou setores em potencial

A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila

de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees

europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-

tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral

permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a

UE

O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre

paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco

elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado

principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A

composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das

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importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do

MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e

ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu

25 Principais parceiros europeus

As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande

assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o

primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos

externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus

Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica

Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a

complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais

intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-

americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de

diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio

bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais

com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande

influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a

Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada

na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento

comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro

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3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ

RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE

31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia

O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco

pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do

MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa

Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros

comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos

comerciais na Europa

Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do

Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto

que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com

relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve

queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve

uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos

anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e

menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil

passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda

de 10 nesse investimento

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No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do

MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os

europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior

mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das

exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial

importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute

a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total

A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de

intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores

agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees

europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo

dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida

Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma

importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios

desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos

manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser

importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas

Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com

tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas

11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses

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39

Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta

de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as

maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados

representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros

quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo

eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos

Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II

32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil

Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco

econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a

assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos

tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL

Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de

facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo

acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram

negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL

com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados

europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia

A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais

nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que

temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as

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40

relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no

fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as

medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus

No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator

agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de

2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral

com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano

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41

CONCLUSAtildeO

As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito

tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se

aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial

implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente

conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados

Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos

data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina

individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se

com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as

partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados

A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos

causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e

Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um

desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo

com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e

falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a

formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse

fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados

que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus

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42

interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus

interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar

obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos

econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada

bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles

como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das

negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave

liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees

Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar

um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o

Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e

essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles

Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo

inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se

tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs

dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses

integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e

reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento

Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da

agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos

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43

Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor

agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta

de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses

desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil

esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor

Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do

Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC

depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia

Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a

pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade

eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os

subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre

MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas

do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos

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44

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005

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bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972

bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004

bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004

bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003

bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004

bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998

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bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000

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45

bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005

bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005

bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005

bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005

bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999

bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005

bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003

bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81

bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992

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46

ANEXO I

Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo

(valores totais em US$ e porcentuais)

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45

Exportaccedilotildees do Brasil

2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46

2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38

Importaccedilotildees do Brasil

2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44

Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28

2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23

Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31

Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees

2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil

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47

ANEXO II

Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL

Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp

Peso do MERCOSUL

nas Importaccedilotildees

extra UE 19982000

Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL

19982000

I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361

II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399

III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112

IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423

Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386

V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207

VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130

VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92

VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341

IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374

X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259

XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152

XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139

XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120

XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140

XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176

XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157

XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151

XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206

XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67

XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301

Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183

Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA

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ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE

Totais por fator agregado

US$ F0B

Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s

A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935

2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111

Fonte

Anos de 19801992 = Banco do Brasil

Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE

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ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro

Uniatildeo Europeacuteia - UE

US$ F0B

E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s

A n o

US$ FOB (A)

Var

Part ()

US$ FOB (B)

Var ()

Part ()

Saldo (A-B)

Corrente Comeacutercio (A+B)

Cobertura (AB)

1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133

Obs () ()

VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil

IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final

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2

POLIANNA DA SILVA RIBEIRO

AS RELACcedilOtildeES COMERCIAIS ENTRE MERCOSUL E UNIAtildeO

EUROPEacuteIA AS CONSEQUEcircNCIAS PARA O BRASIL

Banca Examinadora ____________________________ Prof Carlito Zanetti (orientador) ____________________________ Prof Claacuteudio Ferreira da Silva (membro) ____________________________ Prof Alaor Siacutelvio Cardoso (membro)

Brasiacutelia Novembro de 2005

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3

AGRADECIMENTOS Agradeccedilo primeiramente a Deus por ter me proporcionado mais

essa conquista Aos meus pais e irmatilde pelo incentivo de sempre Aos

amigos pelo apoio e compreensatildeo Ao querido Ronaldo pela ajuda para a

realizaccedilatildeo deste trabalho E aos professores do curso de Relaccedilotildees

Internacionais do Uniceub que muito contribuiacuteram para a minha formaccedilatildeo

acadecircmica

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4

RESUMO

Esta monografia eacute resultado de estudos sobre a importacircncia a participaccedilatildeo e a

evoluccedilatildeo do comeacutercio entre dois blocos regionais em constante crescimento a Uniatildeo Europeacuteia e

o MERCOSUL A abordagem deste trabalho engloba a origem do processo de integraccedilatildeo

regional a formaccedilatildeo dos blocos e sua atual relaccedilatildeo inter-regional O enfoque principal diz

respeito ao Brasil Analisa sua participaccedilatildeo importacircncia e as consequumlecircncias proporcionadas

devido agrave relaccedilatildeo comercial existente entre os blocos estudados

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5

ABSTRACT

This work is the result of studies about the importance participation and

evolution of commerce between these two regional blocks that are in constant growth the

European Union and Mercosur This work encloses the beginning of the regional integration

process formation of economic blocks and its actual inter-regional relationship The focus of this

work encompasses Brazilrsquos situation This study analyses Brazilrsquos participation its importance

and the consequences due to the existing commercial relationship between the regional blocks

which were studied in this work

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6

LISTA DE SIGLAS bull ALADI - Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo bull ALALC ndash Associaccedilatildeo Latino-Americana de Livre Comeacutercio bull BLOCO ABC ndash Bloco econocircmico formado por Argentina Brasil e Chile bull CCM ndash Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL bull CECA - Comunidade Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo bull CEE ndash Comunidade Econocircmica Europeacuteia bull CEPAL ndash Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina bull CMC ndash Conselho do Mercado Comum bull CPCM ndash Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL bull EUA ndash Estados Unidos da Ameacuterica bull FCES ndash Foro Consultivo Econocircmico e Social bull GATT ndash Acordo Geral sobre Tarifas e Comeacutercio bull GMC ndash Grupo Mercado Comum bull IPEA ndash Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada bull MERCOSUL ndash Mercado Comum do Sul bull MRE ndash Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores bull OMC ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio bull PESC - Poliacutetica Externa e Seguranccedila Comum bull PIB ndash Produto Interno Bruto bull PICE ndash Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica bull POP ndash Protocolo de Ouro Preto bull SAM ndash Secretaria Administrativa do MERCOSUL bull SGP ndash Sistema Geral de Preferecircncias bull TEC ndash Tarifa Externa Comum bull TM-60 ndash Tratado de Montevideacuteu criado em 1960 bull TM-80 ndash Tratado de Montevideacuteu criado em 1980 bull TUE ndash Tratado da Uniatildeo Europeacuteia bull UE ndash Uniatildeo Europeacuteia bull UNCTAD - Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre o Comeacutercio e o Desenvolvimento

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7

SUMAacuteRIO

Paacutegina

AGRADECIMENTOS III RESUMO IV ABSTRACT IV LISTA DE SIGLAS VI INTRODUCcedilAtildeO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO PROBLEMA 10

IMPORTAcircNCIA DO TEMA E METODOLOGIA DE TRABALHO 12

REFERENCIAL TEOacuteRICO 13

1 MERCOSUL E UNIAtildeO EUROPEacuteIA 19

11 MERCOSUL antecedentes histoacutericos 19

12 Tratados do MERCOSUL 22

121 Tratado de Assunccedilatildeo 22

122 Protocolo de Brasiacutelia 25

123 Protocolo de Ouro Preto 26

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8

13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu 27

14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia 29

15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia 30

16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia 31

2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 33

21 - A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE 33

22 - A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL 33

23 - O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina 34

24 - Produtos ou setores em potencial 35

25 - Principais parceiros europeus 36

3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE 37

31 - MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia 37

32 - Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil 39

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9

CONCLUSAtildeO 41 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 44 ANEXO I 46 ANEXO II 47 ANEXO III 48 ANEXO IV 49

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10

INTRODUCcedilAtildeO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO PROBLEMA

Apoacutes a Segunda Guerra Mundial tornou-se possiacutevel assistir a propagaccedilatildeo de

iniciativas de diversos Estados para promover o comeacutercio internacional e consequumlentemente

uma maior inserccedilatildeo de cada um deles no mercado mundial Essas iniciativas se realizaram por

meio de negociaccedilotildees acordos bilaterais ou multilaterais e pela formaccedilatildeo de blocos econocircmicos

regionais

No decorrer do estudo nota-se a preocupaccedilatildeo em entender ateacute que ponto as

relaccedilotildees inter-regionais entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia afetam o Brasil sendo vantajosas

ou natildeo para o paiacutes Para tanto o presente trabalho foi dividido em trecircs capiacutetulos que buscam dar

uma melhor abordagem sobre o tema em questatildeo

Sabendo que o antecedente imediato do MERCOSUL foi a integraccedilatildeo Brasil-

Argentina pode-se notar que esta uacuteltima foi impulsionada principalmente pela superaccedilatildeo das

divergecircncias geopoliacuteticas bilaterais pelo retorno agrave plenitude do regime democraacutetico nos dois

paiacuteses e pela crise do sistema econocircmico internacional Uma seacuterie de acordos bilaterais

precederam o MERCOSUL poreacutem o primeiro desses acordos a Declaraccedilatildeo de Iguaccedilu foi

firmada pelos presidentes Sarney e Alfonsiacuten em 1985 buscando acelerar o processo de

integraccedilatildeo dos dois paiacuteses Brasil e Argentina em diferentes aacutereas

Tendo conhecimento do que foi apresentado o primeiro capiacutetulo abordaraacute um

pouco da fase histoacuterica dos blocos Fala da criaccedilatildeo do MERCOSUL que remonta agrave ALALC ateacute

chegar agrave assinatura do Tratado de Assunccedilatildeo e seus protocolos adicionais de Brasiacutelia que

estabelece um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias e de Ouro Preto que traz modificaccedilotildees para a

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11

estrutura orgacircnica criando diversos oacutergatildeos para o bloco A partir de entatildeo procura-se fazer uma

breve abordagem histoacuterica da Uniatildeo Europeacuteia analisando-a desde quando era ainda a CEE ateacute

consolidar-se por meio do Tratado de Maastricht tornando-se de fato a atual Uniatildeo Europeacuteia

com 25 membros Ainda no primeiro capiacutetulo eacute possiacutevel verificar a vontade desses dois blocos de

implementar um acordo inter-regional entre eles

Mais adiante seraacute dado enfoque agrave relevacircncia da participaccedilatildeo do Brasil no

comeacutercio com o MERCOSUL e no comeacutercio com a Uniatildeo Europeacuteia separadamente procurando

ressaltar os setores mais expressivos para as partes e seus parceiros mais importantes

Finalmente no uacuteltimo capiacutetulo seratildeo abordadas as consequumlecircncias positivas ou

negativas para o Brasil a partir da relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia lembrando que

apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar um acordo entre eles os europeus adotam

medidas protecionistas que muito afetam as intenccedilotildees dos paiacuteses latino-americanos

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12

IMPORTAcircNCIA DO TEMA E METODOLOGIA DE TRABALHO

Com o constante fenocircmeno da globalizaccedilatildeo o interesse dos Estados por

mercados estrangeiros eacute cada vez maior proporcionando assim oportunidades para os paiacuteses

geograficamente mais proacuteximos se unirem formando grandes blocos econocircmicos atraveacutes do

processo de integraccedilatildeo regional Devido a vantagens e benefiacutecios oferecidos os paiacuteses optam cada

vez mais por integrar-se com seus vizinhos para adquirir mais forccedila e competitividade no cenaacuterio

internacional Esse processo de integraccedilatildeo pode ser facilmente observado como mostra o

trabalho na Ameacuterica Latina e na Europa com a criaccedilatildeo do Mercado Comum do Sul

(MERCOSUL) e da Uniatildeo Europeacuteia respectivamente

O interesse pelo tema surgiu da importacircncia no atual cenaacuterio internacional de

se obter uma visatildeo a partir da oacutetica do Brasil como maior economia do MERCOSUL com

relaccedilatildeo ao intercacircmbio comercial entre este bloco e a Uniatildeo Europeacuteia Estudar a relaccedilatildeo entre os

dois blocos torna mais faacutecil visualizar a participaccedilatildeo do Brasil no comeacutercio com cada um deles

individualmente e de sua situaccedilatildeo e eventuais consequumlecircncias para o paiacutes devido a essa relaccedilatildeo

inter-regional que tende a crescer cada vez mais

Este trabalho foi realizado baseado em fontes secundaacuterias como livros teses

textos especializados jornais revistas internet dados e tabelas para maior esclarecimento do que

foi abordado

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13

REFERENCIAL TEOacuteRICO

Foi principalmente apoacutes a Segunda Guerra Mundial que surgiu o fenocircmeno da

integraccedilatildeo econocircmica regional que desde entatildeo tem sido objeto de estudo para a economia

poliacutetica O conceito de integraccedilatildeo eacute recente se implanta perfeitamente no atual panorama

econocircmico mundial e eacute marcado pelo multilateralismo das relaccedilotildees comerciais e pela

regionalizaccedilatildeo econocircmica Eacute um fato comum no mundo atual Quase todas as grandes economias

mundiais encontram-se de alguma forma envolvidas em processos de integraccedilatildeo econocircmica

Esse fenocircmeno se introduz no problema enfrentado por todas as naccedilotildees

modernas o protecionismo contra liberalismo comercial O protecionismo aumenta e favorece a

industrializaccedilatildeo de um paiacutes mas por outro lado apoacutes certo tempo tambeacutem favorece o

surgimento de monopoacutelios internos com visiacutevel desvantagem para o consumidor que natildeo tem

acesso a novos produtos lanccedilados no mercado internacional e soacute pode escolher entre os ofertados

no mercado interno Como natildeo haacute concorrecircncia internacional e satildeo produzidos por empresas

abrigadas sob o protecionismo os produtos nacionais tecircm a tendecircncia de serem caros e de baixa

qualidade

Ao se desestruturar os mecanismos da proteccedilatildeo a liberalizaccedilatildeo comercial

deixou de ser uma simples alternativa e passou a significar uma caracteriacutestica da economia

mundial Reuacutenem-se paiacuteses regionalmente para assim alcanccedilar novos paiacuteses sendo vizinhos ou

natildeo e ampliar o espaccedilo econocircmico integrado

A integraccedilatildeo deve ser entendida como um processo de unificaccedilatildeo de

sociedades que tendem a formar uma coletividade harmoniosa a partir de liberalizaccedilotildees das

trocas comerciais dos movimentos de capitais pessoas serviccedilos e reduccedilotildees de discriminaccedilotildees

entre os estados membros1

1 VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81

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14

Segundo o MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES os processos de

integraccedilatildeo econocircmica satildeo conjuntos de medidas de caraacuteter econocircmico e comercial que tecircm por

finalidade originar a aproximaccedilatildeo e consequumlentemente a uniatildeo entre as economias de dois ou

mais paiacuteses Essa aproximaccedilatildeo deve ter por objetivo natildeo somente laccedilos econocircmicos mas

tambeacutem poliacuteticos e sociais

A integraccedilatildeo consiste em estabelecer um novo ambiente econocircmico poliacutetico e

cultural a partir de vaacuterios ambientes econocircmicos Haacute uma eliminaccedilatildeo de formas de

discriminaccedilotildees iniciais como no aspecto comercial ou no que concerne agrave circulaccedilatildeo de pessoas

serviccedilos e capitais em processos de integraccedilatildeo mais avanccedilados

Os processos de integraccedilatildeo de mercados representam o auge da globalizaccedilatildeo e

internacionalizaccedilatildeo da economia o que resulta em tendecircncias de interdependecircncia e

uniformidade a chamada homogeneizaccedilatildeo A economia transnacional se sobrepotildee agrave soberania

dos Estados gerando assim novas territorizaccedilotildees sem raiacutezes culturais

As poliacuteticas de integraccedilatildeo econocircmica podem ser positivas ou negativas Nas

positivas ocorrem modificaccedilotildees dos instrumentos existentes ndash matildeo-de-obra barata infra-

estrutura mobilidade de um paiacutes a outro etc ndash e a criaccedilatildeo de instituiccedilotildees para permitir o

aprofundamento da unificaccedilatildeo dos mercados e seu efetivo funcionamento Jaacute nas poliacuteticas

negativas acontece a remoccedilatildeo total de barreiras ao comeacutercio internacional ou restriccedilatildeo ao

processo de liberalizaccedilatildeo comercial

VINER (1949) criou as bases da integraccedilatildeo econocircmica a partir da teoria pura do

comeacutercio internacional Foi ele tambeacutem quem fez a distinccedilatildeo entre criaccedilatildeo de comeacutercio e desvio

de comeacutercio

A integraccedilatildeo econocircmica entre paiacuteses em desenvolvimento seria uma alternativa

para viabilizar uma estrateacutegia de desenvolvimento que seria irrealizaacutevel nas dimensotildees de

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15

pequenas economias perifeacutericas Essas razotildees levaram os economistas da CEPAL a defenderem a

necessidade da integraccedilatildeo das economias latino-americanas

Os processos de integraccedilatildeo2 buscam alcanccedilar diversos objetivos tais como a

ampliaccedilatildeo da resistecircncia frente agraves barreiras aduaneiras a ampliaccedilatildeo dos mercados o estiacutemulo do

intercambio tecnoloacutegico uma maior facilidade de acesso a mateacuterias primas e o maior poder de

pressatildeo na defesa de seus interesses nas negociaccedilotildees internacionais Tendo visto isso pode-se

observar que haacute diferentes formas e etapas de integraccedilatildeo divididos em vaacuterios estaacutegios definidos

como

a) Zonas de Preferecircncias Tarifaacuterias ndash caracteriza-se pela reduccedilatildeo de tarifas para uma

gama variada de produtos abrangendo parte do universo tarifaacuterio sem que se implique na

eliminaccedilatildeo total dos direitos aduaneiros e na reduccedilatildeo ou eliminaccedilatildeo de outras restriccedilotildees ao

comeacutercio Esses acordos violam a claacuteusula de Naccedilatildeo Mais Favorecida do GATT3 mas satildeo

admitidos entre paiacuteses em desenvolvimento e satildeo praticados pelos paiacuteses desenvolvidos atraveacutes

do Sistema Geral de Preferecircncias (SGP) criado pela Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre o

Comeacutercio e o Desenvolvimento (UNCTAD)

b) Zona de Livre Comeacutercio ndash trata-se da forma mais simples de associaccedilatildeo entre

Estados admitida pelo GATT Caracteriza-se pela eliminaccedilatildeo de tarifas aduaneiras e outras

restriccedilotildees ao comeacutercio entre os paiacuteses que dela participam Poreacutem cada paiacutes preserva sua

autonomia na poliacutetica comercial em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses

2 BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972 3 GATT ndash Acordo Geral sobre Tarifas e Comeacutercio assinado por 23 paiacuteses O artigo XXIV do acordo permite a formaccedilatildeo de uniotildees aduaneiras e aacutereas de livre comeacutercio sob certas condiccedilotildees

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16

c) Uniatildeo Aduaneira ndash caracteriza-se pela ausecircncia de barreiras ao comeacutercio entre

paiacuteses-membros pressupotildee uma poliacutetica comercial comum em relaccedilatildeo a paiacuteses natildeo-membros e a

adoccedilatildeo de uma Tarifa Externa Comum (TEC) A uniatildeo aduaneira pressupotildee ainda a

harmonizaccedilatildeo de instrumentos da poliacutetica comercial tais como diferentes sistemas monetaacuterios

fiscais etc que possam vir a originar problemas

d) Mercado Comum ndash consiste em uma uniatildeo aduaneira na qual os estados membros

determinam a eliminaccedilatildeo das restriccedilotildees sobre produtos bem como a livre circulaccedilatildeo dos demais

fatores produtivos como pessoas serviccedilos e capital eacute uma forma mais elevada de integraccedilatildeo

econocircmica

e) Uniatildeo Econocircmica ndash caracteriza-se pelo estabelecimento de uma autoridade

supranacional que se responsabiliza pela aplicaccedilatildeo das poliacuteticas comuns define criteacuterios e

distingue-se de um mercado comum por associar a eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees aos movimentos de

mercadorias e fatores com um certo grau de harmonizaccedilatildeo das poliacuteticas econocircmicas nacionais de

forma a abolir as discriminaccedilotildees resultantes das disparidades existentes entre essas poliacuteticas

f) Integraccedilatildeo Econocircmica Total ndash para Balassa4 essa forma de integraccedilatildeo pressupotildee a

unificaccedilatildeo das poliacuteticas monetaacuterias fiscais sociais e anticiacuteclicas e exige o estabelecimento de

uma autoridade supranacional cujas decisotildees satildeo obrigatoacuterias para os Estados-membros

g) Uniatildeo Poliacutetica ndash essa eacute uma forma de integraccedilatildeo que se caracteriza pela instituiccedilatildeo

de uma federaccedilatildeo de Estados com autoridade poliacutetica unificada ou formaccedilatildeo de Estados na qual

4 Bela Balassa op Cit p 11

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17

apenas as aacutereas acordadas passam a ser objeto de controle de instituiccedilotildees supranacionais Em

geral a formaccedilatildeo de uma uniatildeo poliacutetica deve envolver cooperaccedilatildeo em termos da poliacutetica externa

e de defesa5

Eacute bastante antiga a noccedilatildeo de que uma zona de livre comeacutercio e uma uniatildeo

aduaneira ajudam para o aumento do bem-estar mas foi Jacob Viner em 1950 que formulou

uma teoria dos efeitos econocircmicos de uma uniatildeo aduaneira Essa teoria eacute baseada nos efeitos da

uniatildeo aduaneira sobre os produtos Foi entatildeo que introduziu os conceitos de criaccedilatildeo de comeacutercio

e desvio de comeacutercio

Viner investigou os efeitos de uma uniatildeo aduaneira nas correntes de trocas e fez

a distribuiccedilatildeo entre o efeito de desvio de comeacutercio resultante de uma uniatildeo Outros autores

tambeacutem abordaram estes problemas poreacutem num esquema menos preciso e sem utilizar a

terminologia de Viner

A criaccedilatildeo de comeacutercio eacute o mecanismo de ampliaccedilatildeo das transaccedilotildees comerciais

entre os paiacuteses membros de uma uniatildeo aduaneira a partir da unificaccedilatildeo de preccedilos dos produtos na

regiatildeo apoacutes a queda das barreiras tarifaacuterias Entende-se por desvio de comeacutercio o mecanismo de

reduccedilatildeo de comeacutercio com paiacuteses natildeo-membros da uniatildeo aduaneira em benefiacutecio do aumento do

comeacutercio intra-regional

Os efeitos positivos sobre a produccedilatildeo resultam do desvio de compras de um

dado bem de fontes de produccedilatildeo interna de custos mais altos para outras de custos mais

5 MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000

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18

reduzidos localizadas em paiacuteses membros Jaacute os efeitos negativos sobre a produccedilatildeo dizem

respeito a um desvio das fontes de produccedilatildeo com custos mais baixos paiacuteses estrangeiros para

fontes de produccedilatildeo com custos mais elevados paiacuteses membros Segundo Viner os efeitos

beneacuteficos da uniatildeo aduaneira seratildeo predominantes se o aumento de comeacutercio for superior ao seu

desvio

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19

1 MERCOSUL E UNIAtildeO EUROPEacuteIA

11 MERCOSUL antecedentes histoacutericos

A Ameacuterica Latina vem haacute tempos buscando aumentar os laccedilos econocircmicos

entre seus paiacuteses atraveacutes da criaccedilatildeo de blocos regionais Vaacuterios foram os idealizadores da

integraccedilatildeo entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina dentre eles estaacute o presidente Getuacutelio Vargas que na

primeira metade do seacuteculo XX almejava a integraccedilatildeo das principais economias da Ameacuterica

Latina atraveacutes da formaccedilatildeo de um bloco econocircmico Inicialmente por volta da deacutecada de 30

ainda no Governo Vargas foram feitas algumas negociaccedilotildees para criar o BLOCO ABC

procurou-se formar a integraccedilatildeo dos trecircs paiacuteses mais fortes economicamente na Ameacuterica Latina

a Argentina o Brasil e o Chile Os paiacuteses sul americanos tiveram que enfrentar a resistecircncia do

governo dos EUA que natildeo via com bons olhos a imposiccedilatildeo de fronteiras econocircmicas pois

desejava continuar suprindo a Ameacuterica Latina com seus produtos industrializados e obtendo sua

mateacuteria prima

Anos mais tarde em 1948 foi criada a Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica

Latina - CEPAL subordinada ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees Unidas

representando outro importante instrumento para o desenvolvimento dos paiacuteses da Ameacuterica

Latina pois busca promover o desenvolvimento da Ameacuterica Latina estimulando a criaccedilatildeo de um

mercado comum latino americano

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20

O MERCOSUL considerado o mais recente esforccedilo para a integraccedilatildeo da

Ameacuterica Latina pode encontrar suas origens na criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo Latino-Americana de

Livre Comeacutercio ndash ALALC Este bloco tinha como objetivo implantar no prazo de 12 anos um

mercado comum regional por meio da formaccedilatildeo de uma zona de livre comeacutercio Criada em 1960

pelo Tratado de Montevideacuteu conhecido como TM-60 a ALALC era constituiacuteda pelos paiacuteses da

Ameacuterica do Sul excluindo-se deste grupo as Guianas e pelo Meacutexico O Tratado buscava ampliar

os mercados e alcanccedilar a liberalizaccedilatildeo do intercacircmbio eliminando as medidas protecionistas

Atraveacutes do Protocolo de Caracas a ideacuteia de criar um mercado comum em 12 anos teve seu prazo

aumentado para 1980 O objetivo era eliminar ateacute 1980 a maior quantidade imaginaacutevel de

restriccedilotildees comerciais existentes entre os integrantes do bloco

Os objetivos almejados pela ALALC natildeo foram alcanccedilados e dentre as razotildees

que levaram ao fracasso da Associaccedilatildeo encontra-se a falta de dinamismo por conta do elevado

nuacutemero de associados e suas diferenccedilas estruturais o vencimento do prazo determinado para a

obtenccedilatildeo de ecircxito do bloco entre outros motivos Durante a deacutecada de 70 a crise do petroacuteleo que

atingia a economia mundial causou uma intensa recessatildeo nos paiacuteses da Ameacuterica Latina e em

busca de uma alternativa para contornar o problema os paiacuteses latino-americanos reestruturaram a

ALALC fazendo surgir a Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo ndash ALADI criada em 1980

pelo Tratado de Montevideacuteu chamado TM-80 Ainda em vigor este Tratado compreende os

mesmos paiacuteses que compunham a ALALC Esse novo tratado requer que os paiacuteses membros

decircem continuidade ao processo de integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina colaborando para o

desenvolvimento econocircmico-social de uma forma mais equilibrada na regiatildeo Sua criaccedilatildeo

permitiu a promoccedilatildeo do aprofundamento do processo de integraccedilatildeo latino-americana e sua

finalidade eacute atingir a formaccedilatildeo de um mercado comum regional permitir o comeacutercio intra-

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regional reciacuteproco promover o comeacutercio ampliaccedilatildeo de mercados desenvolvimento equilibrado e

o estabelecimento de preferecircncias regionais O TM-80 daacute aos Estados membros grande liberdade

para formular suas poliacuteticas comerciais e ainda uma maior flexibilidade para celebrar acordos

bilaterais ou multilaterais Com a criaccedilatildeo da ALADI houve um grande avanccedilo nas relaccedilotildees

comerciais entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina isso aconteceu devido agrave essa possibilidade de

realizaccedilatildeo de acordos bilaterais e outros de alcance regional entre os membros fazendo com que

aumentasse cada vez mais o comeacutercio bilateral e intra-regional na Ameacuterica Latina

A criaccedilatildeo da ALADI ainda parece ter beneficiado o processo de integraccedilatildeo

latino-americana Ficou extinta a ldquoclaacuteusula de naccedilatildeo mais favorecida regionalrdquo anteriormente

adotada pela ALALC permitindo assim conceder preferecircncia tarifaacuteria entre alguns membros da

ALADI sem a obrigatoriedade de dar preferecircncia a todos os integrantes da Associaccedilatildeo Apesar

do esforccedilo a ALADI natildeo conseguiu atingir seu objetivo de alcanccedilar uma integraccedilatildeo regional As

vaacuterias perspectivas geradas com a criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo foram extintas devido aos

acontecimentos no cenaacuterio internacional por volta do final da deacutecada de 70 Alguns fatores

comprometeram o crescimento do comeacutercio internacional e dificultaram o acesso de paiacuteses em

desenvolvimento agraves suas fontes externas de financiamento Dentre esses fatores se encontram o

segundo choque do petroacuteleo a elevaccedilatildeo do valor das taxas de juros internacionais e a recessatildeo

das economias de paiacuteses desenvolvidos Como os paiacuteses da Ameacuterica Latina estavam com a diacutevida

externa cada vez maior e sofrendo com a alta dos juros houve entre os paiacuteses integrantes da

ALADI a praacutetica cada vez mais frequumlente do protecionismo pois cada paiacutes passava a empregar

um amplo conjunto de medidas para controlar as importaccedilotildees Poreacutem o impacto dessa poliacutetica

sobre o comeacutercio intra-regional natildeo foi considerado eficaz pois aleacutem da reduccedilatildeo das importaccedilotildees

de cada paiacutes aconteceu tambeacutem uma proporcional reduccedilatildeo das trocas comerciais entre os paiacuteses

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da proacutepria regiatildeo Haacute autores que dizem que a ALADI seguiu o mesmo modelo fracassado de

integraccedilatildeo regional que a ALALC onde o uacutenico agente eacute o Estado Isso porque o Tratado natildeo

considerava a livre circulaccedilatildeo de pessoas de empresas e de capitais privados e regionais e nem

de formas comunitaacuterias natildeo deixando espaccedilo para os verdadeiros interessados na integraccedilatildeo

regional

Mesmo a ALALC e a ALADI tendo obtido poucos resultados com relaccedilatildeo agrave

integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina ainda crescia o desejo pelo desenvolvimento de uma integraccedilatildeo

regional com destaque para o MERCOSUL que eacute considerado o processo de integraccedilatildeo regional

mais bem-sucedido da Ameacuterica Latina

12 Tratados do MERCOSUL

Eacute importante lembrar que os Estados-parte do MERCOSUL fazem parte do

GATT-OMC e suas accedilotildees devem estar adequadas ao regulamento desse acordo Isso acontece

devido agrave claacuteusula de habilitaccedilatildeo da Ronda Toacutequio que permite que os paiacuteses em

desenvolvimento natildeo apliquem o princiacutepio da naccedilatildeo mais favorecida

121 Tratado de Assunccedilatildeo

Foi assinado em 26 de marccedilo de 1991 o Tratado de Assunccedilatildeo visando agrave

constituiccedilatildeo de um mercado comum entre a Argentina o Brasil o Paraguai e o Uruguai Esse

tratado previa a liberalizaccedilatildeo comercial entre os paiacuteses-membros num periacuteodo de transiccedilatildeo ateacute

1994 Pode-se dividir a evoluccedilatildeo do MERCOSUL em dois periacuteodos o periacuteodo de transiccedilatildeo de

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1991 a 1994 e a partir do iniacutecio de 1995 a existecircncia do MERCOSUL como uma Uniatildeo

Aduaneira

Eacute um acordo-quadro que apesar de natildeo criar um mercado comum estabelece

as metas do processo de integraccedilatildeo e a forma de alcanccedilaacute-las Um dos objetivos desse tratado eacute o

estabelecimento de uma tarifa externa comum a TEC e adoccedilatildeo de uma poliacutetica comercial

comum em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses Estabelece tambeacutem as condiccedilotildees para o surgimento de um

projeto de integraccedilatildeo que define seu objetivo agrave criaccedilatildeo de um mercado comum Este tratado

registra a vontade por parte dos quatro paiacuteses integrantes de se inserir com mais forccedila no

mercado mundial

O Tratado de Assunccedilatildeo eacute um acordo que agrave medida que se necessita vem sendo

complementado por outros instrumentos adicionais negociados entre os participantes do bloco

Inicialmente determina os meios para que ateacute o fim de 1994 se chegasse a uma uniatildeo aduaneira

que eacute a fase anterior ao mercado comum Poreacutem como eacute visto o MERCOSUL hoje ainda eacute uma

uniatildeo aduaneira imperfeita pois natildeo manteacutem a Tarifa Externa Comum (TEC) prevista para os

quatro Estados-membros

O Tratado de Assunccedilatildeo ato que fundou o MERCOSUL constitui um dos

principais instrumentos do processo de integraccedilatildeo acompanhado do Protocolo de Brasiacutelia de

1991 e ainda do Protocolo de Ouro Preto de 1994

Este tratado constitui a base de todo o sistema normativo do MERCOSUL

ordena e regulamenta as relaccedilotildees existentes entre os Estados integrantes do bloco

O Tratado de Assunccedilatildeo tem como objetivo principal a constituiccedilatildeo de um

mercado comum entre seus signataacuterios o que sugere tambeacutem a livre circulaccedilatildeo de bens serviccedilos

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e fatores produtivos entre os Estados-parte eliminando as tarifas preacute-estabelecidas e as restriccedilotildees

natildeo tarifaacuterias No tratado estatildeo estabelecidos os elementos para a criaccedilatildeo de uma uniatildeo aduaneira

e por consequumlecircncia de uma poliacutetica comercial comum

De acordo com o Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE) o Tratado de

Assunccedilatildeo estabeleceu a utilizaccedilatildeo dos seguintes instrumentos para a constituiccedilatildeo do

MERCOSUL6

a) o cumprimento de um programa de liberalizaccedilatildeo comercial com reduccedilotildees tarifaacuterias

progressivas lineares e automaacuteticas acompanhadas da eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees natildeo-tarifaacuterias ou

de medidas de efeito equivalente

b) o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC) capaz de incentivar a

competitividade externa dos Estados-parte

c) a harmonizaccedilatildeo de poliacuteticas macroeconocircmicas e setoriais sempre que pertinente

O Tratado eacute sempre que necessaacuterio complementado por alguns instrumentos

adicionais acordados pelos quatro Estados-parte devido ao avanccedilo da integraccedilatildeo A intenccedilatildeo do

Tratado era de estabelecer condiccedilotildees para que se alcanccedilasse ateacute o fim de 1994 uma uniatildeo

aduaneira entre os quatro integrantes para posteriormente chegar a um mercado comum O MRE

mostra que o Tratado de Assunccedilatildeo determina alguns aspectos como7 estabelecer um programa de

liberalizaccedilatildeo comercial que consista de reduccedilotildees tarifaacuterias progressivas lineares e automaacuteticas

acompanhadas da eliminaccedilatildeo das barreiras natildeo tarifaacuterias coordenar poliacuteticas macro-econocircmicas

estabelecer uma Tarifa Externa Comum (TEC) estabelecer listas de exceccedilotildees ao programa de

6 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt

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liberalizaccedilatildeo para produtos considerados sensiacuteveis constituir um regime geral de origem e de

um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias

O Tratado de Assunccedilatildeo estabelece que o Poder Executivo de cada Estado-parte

deve manter informado seu respectivo Poder Legislativo sobre a evoluccedilatildeo do objeto deste tratado

o MERCOSUL

122 Protocolo de Brasiacutelia

Para solucionar os conflitos na esfera do MERCOSUL a forma escolhida foi a

arbitragem Portanto para cumprir determinaccedilatildeo do Tratado de Assunccedilatildeo designou-se um grupo

de trabalho que elaboraria um Sistema de Soluccedilatildeo de Controveacutersias entre os Estados-parte

Assim em dezembro de 1991 foi assinado o Protocolo de Brasiacutelia para Soluccedilatildeo de Controveacutersias

que passou a ter vigecircncia a partir de 1993

Este Protocolo no sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias tem como caracteriacutestica

ordenar que a soluccedilatildeo de controveacutersias ocorreraacute no plano diplomaacutetico por meio de negociaccedilotildees

diretas mas que possuem intervenccedilatildeo de oacutergatildeos institucionais como o Grupo Mercado Comum -

GMC- e se as dificuldades natildeo forem superadas utilizaraacute o procedimento arbitral O Protocolo

prevecirc tambeacutem poreacutem de maneira bem restrita e com normas complexas que particulares

pessoas fiacutesicas e juriacutedicas tenham acesso ao sistema com direito a reclamaccedilotildees pois o Tratado de

Assunccedilatildeo previa somente a participaccedilatildeo dos Estados-parte

7 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt

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A uacuteltima fase do Protocolo a instauraccedilatildeo de um Tribunal Arbitral proferiraacute a

decisatildeo por meio de laudos inapelaacuteveis e obrigatoacuterios para os Estados-parte na controveacutersia Essa

obrigatoriedade se daraacute a partir do recebimento da notificaccedilatildeo sobre a decisatildeo e os laudos teratildeo

forccedila de coisa julgada devendo ser cumpridos no prazo fixado pelo Tribunal Arbitral

O Protocolo de Brasiacutelia funciona como provisoacuterio fornecendo mecanismos para

a soluccedilatildeo de controveacutersias ateacute que entre em vigor o Sistema Permanente de Soluccedilotildees de

Controveacutersias Este sistema aleacutem de previsto no Tratado de Assunccedilatildeo ganhou forccedila com o

Protocolo de Ouro Preto quando diz que antes de se firmar uma Tarifa Externa Comum os

Estados-parte deveratildeo fazer uma revisatildeo do sistema atual para soluccedilatildeo de controveacutersias com o

objetivo de adotar o sistema permanente

123 Protocolo de Ouro Preto

O Protocolo de Ouro Preto ndash POP assinado em 1994 define a estrutura

institucional definitiva do MERCOSUL e firma a ideacuteia de avanccedilar na constituiccedilatildeo de um

mercado comum Este protocolo pode se adaptar a possiacuteveis circunstacircncias que se apresentem

pois por meio de uma conferecircncia diplomaacutetica sua estrutura pode ser reavaliada

O POP tem como principal atribuiccedilatildeo conferir personalidade juriacutedica ao

MERCOSUL sempre que ele tenha que se relacionar como bloco econocircmico com grupos de

paiacuteses e oacutergatildeos internacionais multilateraisO POP trouxe algumas inovaccedilotildees para a estrutura

orgacircnica do MERCOSUL com relaccedilatildeo agrave criaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos Este bloco pode contar agora

com os seguintes oacutergatildeos

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- Conselho do Mercado Comum (CMC)

- Grupo Mercado Comum (GMC)

- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)

- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)

- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)

- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)

Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de

Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte

reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a

decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o

encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver

uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc

teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado

reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante

poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de

Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de

Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares

13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu

Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem

conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo

regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos

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aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica

proacutepria

No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos

fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes

promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em

1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash

Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de

Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as

barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas

O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE

satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de

Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc

Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas

Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a

primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE

que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais

e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos

tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda

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parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila

comum (PESC)

O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs

pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica

externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria

Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais

elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo

Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma

deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para

um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de

acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE

14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia

Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros

fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e

Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda

aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez

com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-

se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios

tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a

ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses

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A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus

integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O

alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como

dos novos paiacuteses integrantes do bloco

ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)

Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455

milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou

preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados

pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo

15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia

As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as

importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL

8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional

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aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial

global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O

Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo

Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a

Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda

mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a

conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o

protecionismo adotado pela Europa

16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia

Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade

Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo

Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos

A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo

interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de

integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional

O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as

condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e

econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando

9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt

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a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)

Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas

regiotildees como conceitos baacutesicos

Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de

atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e

das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre

Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros

A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo

natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos

regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As

propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL

foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a

posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais

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2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE

Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e

Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute

de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e

Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de

envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da

Uniatildeo Europeacuteia

Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das

relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se

referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral

22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL

Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia

econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da

economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do

comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o

comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano

10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144

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Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das

exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo

Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do

Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira

Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros

paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido

com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a

Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees

Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve

um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$

45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila

comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do

MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno

crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL

passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees

Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees

brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina

23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina

Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai

para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo

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nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo

principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro

mercado comum

No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a

Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo

industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha

caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata

previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos

setoriais foram assinados bilateralmente

24 Produtos ou setores em potencial

A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila

de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees

europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-

tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral

permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a

UE

O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre

paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco

elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado

principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A

composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das

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importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do

MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e

ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu

25 Principais parceiros europeus

As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande

assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o

primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos

externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus

Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica

Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a

complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais

intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-

americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de

diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio

bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais

com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande

influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a

Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada

na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento

comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro

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37

3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ

RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE

31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia

O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco

pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do

MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa

Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros

comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos

comerciais na Europa

Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do

Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto

que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com

relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve

queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve

uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos

anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e

menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil

passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda

de 10 nesse investimento

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38

No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do

MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os

europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior

mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das

exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial

importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute

a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total

A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de

intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores

agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees

europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo

dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida

Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma

importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios

desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos

manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser

importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas

Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com

tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas

11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses

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39

Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta

de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as

maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados

representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros

quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo

eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos

Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II

32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil

Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco

econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a

assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos

tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL

Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de

facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo

acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram

negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL

com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados

europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia

A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais

nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que

temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as

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40

relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no

fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as

medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus

No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator

agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de

2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral

com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano

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41

CONCLUSAtildeO

As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito

tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se

aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial

implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente

conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados

Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos

data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina

individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se

com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as

partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados

A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos

causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e

Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um

desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo

com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e

falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a

formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse

fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados

que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus

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42

interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus

interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar

obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos

econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada

bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles

como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das

negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave

liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees

Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar

um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o

Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e

essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles

Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo

inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se

tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs

dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses

integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e

reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento

Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da

agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos

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43

Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor

agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta

de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses

desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil

esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor

Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do

Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC

depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia

Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a

pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade

eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os

subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre

MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas

do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos

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44

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992

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ANEXO I

Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo

(valores totais em US$ e porcentuais)

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45

Exportaccedilotildees do Brasil

2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46

2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38

Importaccedilotildees do Brasil

2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44

Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28

2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23

Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31

Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees

2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil

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ANEXO II

Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL

Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp

Peso do MERCOSUL

nas Importaccedilotildees

extra UE 19982000

Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL

19982000

I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361

II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399

III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112

IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423

Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386

V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207

VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130

VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92

VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341

IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374

X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259

XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152

XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139

XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120

XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140

XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176

XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157

XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151

XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206

XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67

XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301

Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183

Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA

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ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE

Totais por fator agregado

US$ F0B

Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s

A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935

2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111

Fonte

Anos de 19801992 = Banco do Brasil

Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE

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49

ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro

Uniatildeo Europeacuteia - UE

US$ F0B

E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s

A n o

US$ FOB (A)

Var

Part ()

US$ FOB (B)

Var ()

Part ()

Saldo (A-B)

Corrente Comeacutercio (A+B)

Cobertura (AB)

1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133

Obs () ()

VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil

IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final

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3

AGRADECIMENTOS Agradeccedilo primeiramente a Deus por ter me proporcionado mais

essa conquista Aos meus pais e irmatilde pelo incentivo de sempre Aos

amigos pelo apoio e compreensatildeo Ao querido Ronaldo pela ajuda para a

realizaccedilatildeo deste trabalho E aos professores do curso de Relaccedilotildees

Internacionais do Uniceub que muito contribuiacuteram para a minha formaccedilatildeo

acadecircmica

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4

RESUMO

Esta monografia eacute resultado de estudos sobre a importacircncia a participaccedilatildeo e a

evoluccedilatildeo do comeacutercio entre dois blocos regionais em constante crescimento a Uniatildeo Europeacuteia e

o MERCOSUL A abordagem deste trabalho engloba a origem do processo de integraccedilatildeo

regional a formaccedilatildeo dos blocos e sua atual relaccedilatildeo inter-regional O enfoque principal diz

respeito ao Brasil Analisa sua participaccedilatildeo importacircncia e as consequumlecircncias proporcionadas

devido agrave relaccedilatildeo comercial existente entre os blocos estudados

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5

ABSTRACT

This work is the result of studies about the importance participation and

evolution of commerce between these two regional blocks that are in constant growth the

European Union and Mercosur This work encloses the beginning of the regional integration

process formation of economic blocks and its actual inter-regional relationship The focus of this

work encompasses Brazilrsquos situation This study analyses Brazilrsquos participation its importance

and the consequences due to the existing commercial relationship between the regional blocks

which were studied in this work

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6

LISTA DE SIGLAS bull ALADI - Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo bull ALALC ndash Associaccedilatildeo Latino-Americana de Livre Comeacutercio bull BLOCO ABC ndash Bloco econocircmico formado por Argentina Brasil e Chile bull CCM ndash Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL bull CECA - Comunidade Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo bull CEE ndash Comunidade Econocircmica Europeacuteia bull CEPAL ndash Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina bull CMC ndash Conselho do Mercado Comum bull CPCM ndash Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL bull EUA ndash Estados Unidos da Ameacuterica bull FCES ndash Foro Consultivo Econocircmico e Social bull GATT ndash Acordo Geral sobre Tarifas e Comeacutercio bull GMC ndash Grupo Mercado Comum bull IPEA ndash Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada bull MERCOSUL ndash Mercado Comum do Sul bull MRE ndash Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores bull OMC ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio bull PESC - Poliacutetica Externa e Seguranccedila Comum bull PIB ndash Produto Interno Bruto bull PICE ndash Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica bull POP ndash Protocolo de Ouro Preto bull SAM ndash Secretaria Administrativa do MERCOSUL bull SGP ndash Sistema Geral de Preferecircncias bull TEC ndash Tarifa Externa Comum bull TM-60 ndash Tratado de Montevideacuteu criado em 1960 bull TM-80 ndash Tratado de Montevideacuteu criado em 1980 bull TUE ndash Tratado da Uniatildeo Europeacuteia bull UE ndash Uniatildeo Europeacuteia bull UNCTAD - Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre o Comeacutercio e o Desenvolvimento

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7

SUMAacuteRIO

Paacutegina

AGRADECIMENTOS III RESUMO IV ABSTRACT IV LISTA DE SIGLAS VI INTRODUCcedilAtildeO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO PROBLEMA 10

IMPORTAcircNCIA DO TEMA E METODOLOGIA DE TRABALHO 12

REFERENCIAL TEOacuteRICO 13

1 MERCOSUL E UNIAtildeO EUROPEacuteIA 19

11 MERCOSUL antecedentes histoacutericos 19

12 Tratados do MERCOSUL 22

121 Tratado de Assunccedilatildeo 22

122 Protocolo de Brasiacutelia 25

123 Protocolo de Ouro Preto 26

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8

13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu 27

14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia 29

15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia 30

16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia 31

2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 33

21 - A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE 33

22 - A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL 33

23 - O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina 34

24 - Produtos ou setores em potencial 35

25 - Principais parceiros europeus 36

3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE 37

31 - MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia 37

32 - Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil 39

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9

CONCLUSAtildeO 41 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 44 ANEXO I 46 ANEXO II 47 ANEXO III 48 ANEXO IV 49

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10

INTRODUCcedilAtildeO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO PROBLEMA

Apoacutes a Segunda Guerra Mundial tornou-se possiacutevel assistir a propagaccedilatildeo de

iniciativas de diversos Estados para promover o comeacutercio internacional e consequumlentemente

uma maior inserccedilatildeo de cada um deles no mercado mundial Essas iniciativas se realizaram por

meio de negociaccedilotildees acordos bilaterais ou multilaterais e pela formaccedilatildeo de blocos econocircmicos

regionais

No decorrer do estudo nota-se a preocupaccedilatildeo em entender ateacute que ponto as

relaccedilotildees inter-regionais entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia afetam o Brasil sendo vantajosas

ou natildeo para o paiacutes Para tanto o presente trabalho foi dividido em trecircs capiacutetulos que buscam dar

uma melhor abordagem sobre o tema em questatildeo

Sabendo que o antecedente imediato do MERCOSUL foi a integraccedilatildeo Brasil-

Argentina pode-se notar que esta uacuteltima foi impulsionada principalmente pela superaccedilatildeo das

divergecircncias geopoliacuteticas bilaterais pelo retorno agrave plenitude do regime democraacutetico nos dois

paiacuteses e pela crise do sistema econocircmico internacional Uma seacuterie de acordos bilaterais

precederam o MERCOSUL poreacutem o primeiro desses acordos a Declaraccedilatildeo de Iguaccedilu foi

firmada pelos presidentes Sarney e Alfonsiacuten em 1985 buscando acelerar o processo de

integraccedilatildeo dos dois paiacuteses Brasil e Argentina em diferentes aacutereas

Tendo conhecimento do que foi apresentado o primeiro capiacutetulo abordaraacute um

pouco da fase histoacuterica dos blocos Fala da criaccedilatildeo do MERCOSUL que remonta agrave ALALC ateacute

chegar agrave assinatura do Tratado de Assunccedilatildeo e seus protocolos adicionais de Brasiacutelia que

estabelece um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias e de Ouro Preto que traz modificaccedilotildees para a

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11

estrutura orgacircnica criando diversos oacutergatildeos para o bloco A partir de entatildeo procura-se fazer uma

breve abordagem histoacuterica da Uniatildeo Europeacuteia analisando-a desde quando era ainda a CEE ateacute

consolidar-se por meio do Tratado de Maastricht tornando-se de fato a atual Uniatildeo Europeacuteia

com 25 membros Ainda no primeiro capiacutetulo eacute possiacutevel verificar a vontade desses dois blocos de

implementar um acordo inter-regional entre eles

Mais adiante seraacute dado enfoque agrave relevacircncia da participaccedilatildeo do Brasil no

comeacutercio com o MERCOSUL e no comeacutercio com a Uniatildeo Europeacuteia separadamente procurando

ressaltar os setores mais expressivos para as partes e seus parceiros mais importantes

Finalmente no uacuteltimo capiacutetulo seratildeo abordadas as consequumlecircncias positivas ou

negativas para o Brasil a partir da relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia lembrando que

apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar um acordo entre eles os europeus adotam

medidas protecionistas que muito afetam as intenccedilotildees dos paiacuteses latino-americanos

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12

IMPORTAcircNCIA DO TEMA E METODOLOGIA DE TRABALHO

Com o constante fenocircmeno da globalizaccedilatildeo o interesse dos Estados por

mercados estrangeiros eacute cada vez maior proporcionando assim oportunidades para os paiacuteses

geograficamente mais proacuteximos se unirem formando grandes blocos econocircmicos atraveacutes do

processo de integraccedilatildeo regional Devido a vantagens e benefiacutecios oferecidos os paiacuteses optam cada

vez mais por integrar-se com seus vizinhos para adquirir mais forccedila e competitividade no cenaacuterio

internacional Esse processo de integraccedilatildeo pode ser facilmente observado como mostra o

trabalho na Ameacuterica Latina e na Europa com a criaccedilatildeo do Mercado Comum do Sul

(MERCOSUL) e da Uniatildeo Europeacuteia respectivamente

O interesse pelo tema surgiu da importacircncia no atual cenaacuterio internacional de

se obter uma visatildeo a partir da oacutetica do Brasil como maior economia do MERCOSUL com

relaccedilatildeo ao intercacircmbio comercial entre este bloco e a Uniatildeo Europeacuteia Estudar a relaccedilatildeo entre os

dois blocos torna mais faacutecil visualizar a participaccedilatildeo do Brasil no comeacutercio com cada um deles

individualmente e de sua situaccedilatildeo e eventuais consequumlecircncias para o paiacutes devido a essa relaccedilatildeo

inter-regional que tende a crescer cada vez mais

Este trabalho foi realizado baseado em fontes secundaacuterias como livros teses

textos especializados jornais revistas internet dados e tabelas para maior esclarecimento do que

foi abordado

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13

REFERENCIAL TEOacuteRICO

Foi principalmente apoacutes a Segunda Guerra Mundial que surgiu o fenocircmeno da

integraccedilatildeo econocircmica regional que desde entatildeo tem sido objeto de estudo para a economia

poliacutetica O conceito de integraccedilatildeo eacute recente se implanta perfeitamente no atual panorama

econocircmico mundial e eacute marcado pelo multilateralismo das relaccedilotildees comerciais e pela

regionalizaccedilatildeo econocircmica Eacute um fato comum no mundo atual Quase todas as grandes economias

mundiais encontram-se de alguma forma envolvidas em processos de integraccedilatildeo econocircmica

Esse fenocircmeno se introduz no problema enfrentado por todas as naccedilotildees

modernas o protecionismo contra liberalismo comercial O protecionismo aumenta e favorece a

industrializaccedilatildeo de um paiacutes mas por outro lado apoacutes certo tempo tambeacutem favorece o

surgimento de monopoacutelios internos com visiacutevel desvantagem para o consumidor que natildeo tem

acesso a novos produtos lanccedilados no mercado internacional e soacute pode escolher entre os ofertados

no mercado interno Como natildeo haacute concorrecircncia internacional e satildeo produzidos por empresas

abrigadas sob o protecionismo os produtos nacionais tecircm a tendecircncia de serem caros e de baixa

qualidade

Ao se desestruturar os mecanismos da proteccedilatildeo a liberalizaccedilatildeo comercial

deixou de ser uma simples alternativa e passou a significar uma caracteriacutestica da economia

mundial Reuacutenem-se paiacuteses regionalmente para assim alcanccedilar novos paiacuteses sendo vizinhos ou

natildeo e ampliar o espaccedilo econocircmico integrado

A integraccedilatildeo deve ser entendida como um processo de unificaccedilatildeo de

sociedades que tendem a formar uma coletividade harmoniosa a partir de liberalizaccedilotildees das

trocas comerciais dos movimentos de capitais pessoas serviccedilos e reduccedilotildees de discriminaccedilotildees

entre os estados membros1

1 VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81

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14

Segundo o MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES os processos de

integraccedilatildeo econocircmica satildeo conjuntos de medidas de caraacuteter econocircmico e comercial que tecircm por

finalidade originar a aproximaccedilatildeo e consequumlentemente a uniatildeo entre as economias de dois ou

mais paiacuteses Essa aproximaccedilatildeo deve ter por objetivo natildeo somente laccedilos econocircmicos mas

tambeacutem poliacuteticos e sociais

A integraccedilatildeo consiste em estabelecer um novo ambiente econocircmico poliacutetico e

cultural a partir de vaacuterios ambientes econocircmicos Haacute uma eliminaccedilatildeo de formas de

discriminaccedilotildees iniciais como no aspecto comercial ou no que concerne agrave circulaccedilatildeo de pessoas

serviccedilos e capitais em processos de integraccedilatildeo mais avanccedilados

Os processos de integraccedilatildeo de mercados representam o auge da globalizaccedilatildeo e

internacionalizaccedilatildeo da economia o que resulta em tendecircncias de interdependecircncia e

uniformidade a chamada homogeneizaccedilatildeo A economia transnacional se sobrepotildee agrave soberania

dos Estados gerando assim novas territorizaccedilotildees sem raiacutezes culturais

As poliacuteticas de integraccedilatildeo econocircmica podem ser positivas ou negativas Nas

positivas ocorrem modificaccedilotildees dos instrumentos existentes ndash matildeo-de-obra barata infra-

estrutura mobilidade de um paiacutes a outro etc ndash e a criaccedilatildeo de instituiccedilotildees para permitir o

aprofundamento da unificaccedilatildeo dos mercados e seu efetivo funcionamento Jaacute nas poliacuteticas

negativas acontece a remoccedilatildeo total de barreiras ao comeacutercio internacional ou restriccedilatildeo ao

processo de liberalizaccedilatildeo comercial

VINER (1949) criou as bases da integraccedilatildeo econocircmica a partir da teoria pura do

comeacutercio internacional Foi ele tambeacutem quem fez a distinccedilatildeo entre criaccedilatildeo de comeacutercio e desvio

de comeacutercio

A integraccedilatildeo econocircmica entre paiacuteses em desenvolvimento seria uma alternativa

para viabilizar uma estrateacutegia de desenvolvimento que seria irrealizaacutevel nas dimensotildees de

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pequenas economias perifeacutericas Essas razotildees levaram os economistas da CEPAL a defenderem a

necessidade da integraccedilatildeo das economias latino-americanas

Os processos de integraccedilatildeo2 buscam alcanccedilar diversos objetivos tais como a

ampliaccedilatildeo da resistecircncia frente agraves barreiras aduaneiras a ampliaccedilatildeo dos mercados o estiacutemulo do

intercambio tecnoloacutegico uma maior facilidade de acesso a mateacuterias primas e o maior poder de

pressatildeo na defesa de seus interesses nas negociaccedilotildees internacionais Tendo visto isso pode-se

observar que haacute diferentes formas e etapas de integraccedilatildeo divididos em vaacuterios estaacutegios definidos

como

a) Zonas de Preferecircncias Tarifaacuterias ndash caracteriza-se pela reduccedilatildeo de tarifas para uma

gama variada de produtos abrangendo parte do universo tarifaacuterio sem que se implique na

eliminaccedilatildeo total dos direitos aduaneiros e na reduccedilatildeo ou eliminaccedilatildeo de outras restriccedilotildees ao

comeacutercio Esses acordos violam a claacuteusula de Naccedilatildeo Mais Favorecida do GATT3 mas satildeo

admitidos entre paiacuteses em desenvolvimento e satildeo praticados pelos paiacuteses desenvolvidos atraveacutes

do Sistema Geral de Preferecircncias (SGP) criado pela Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre o

Comeacutercio e o Desenvolvimento (UNCTAD)

b) Zona de Livre Comeacutercio ndash trata-se da forma mais simples de associaccedilatildeo entre

Estados admitida pelo GATT Caracteriza-se pela eliminaccedilatildeo de tarifas aduaneiras e outras

restriccedilotildees ao comeacutercio entre os paiacuteses que dela participam Poreacutem cada paiacutes preserva sua

autonomia na poliacutetica comercial em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses

2 BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972 3 GATT ndash Acordo Geral sobre Tarifas e Comeacutercio assinado por 23 paiacuteses O artigo XXIV do acordo permite a formaccedilatildeo de uniotildees aduaneiras e aacutereas de livre comeacutercio sob certas condiccedilotildees

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c) Uniatildeo Aduaneira ndash caracteriza-se pela ausecircncia de barreiras ao comeacutercio entre

paiacuteses-membros pressupotildee uma poliacutetica comercial comum em relaccedilatildeo a paiacuteses natildeo-membros e a

adoccedilatildeo de uma Tarifa Externa Comum (TEC) A uniatildeo aduaneira pressupotildee ainda a

harmonizaccedilatildeo de instrumentos da poliacutetica comercial tais como diferentes sistemas monetaacuterios

fiscais etc que possam vir a originar problemas

d) Mercado Comum ndash consiste em uma uniatildeo aduaneira na qual os estados membros

determinam a eliminaccedilatildeo das restriccedilotildees sobre produtos bem como a livre circulaccedilatildeo dos demais

fatores produtivos como pessoas serviccedilos e capital eacute uma forma mais elevada de integraccedilatildeo

econocircmica

e) Uniatildeo Econocircmica ndash caracteriza-se pelo estabelecimento de uma autoridade

supranacional que se responsabiliza pela aplicaccedilatildeo das poliacuteticas comuns define criteacuterios e

distingue-se de um mercado comum por associar a eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees aos movimentos de

mercadorias e fatores com um certo grau de harmonizaccedilatildeo das poliacuteticas econocircmicas nacionais de

forma a abolir as discriminaccedilotildees resultantes das disparidades existentes entre essas poliacuteticas

f) Integraccedilatildeo Econocircmica Total ndash para Balassa4 essa forma de integraccedilatildeo pressupotildee a

unificaccedilatildeo das poliacuteticas monetaacuterias fiscais sociais e anticiacuteclicas e exige o estabelecimento de

uma autoridade supranacional cujas decisotildees satildeo obrigatoacuterias para os Estados-membros

g) Uniatildeo Poliacutetica ndash essa eacute uma forma de integraccedilatildeo que se caracteriza pela instituiccedilatildeo

de uma federaccedilatildeo de Estados com autoridade poliacutetica unificada ou formaccedilatildeo de Estados na qual

4 Bela Balassa op Cit p 11

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apenas as aacutereas acordadas passam a ser objeto de controle de instituiccedilotildees supranacionais Em

geral a formaccedilatildeo de uma uniatildeo poliacutetica deve envolver cooperaccedilatildeo em termos da poliacutetica externa

e de defesa5

Eacute bastante antiga a noccedilatildeo de que uma zona de livre comeacutercio e uma uniatildeo

aduaneira ajudam para o aumento do bem-estar mas foi Jacob Viner em 1950 que formulou

uma teoria dos efeitos econocircmicos de uma uniatildeo aduaneira Essa teoria eacute baseada nos efeitos da

uniatildeo aduaneira sobre os produtos Foi entatildeo que introduziu os conceitos de criaccedilatildeo de comeacutercio

e desvio de comeacutercio

Viner investigou os efeitos de uma uniatildeo aduaneira nas correntes de trocas e fez

a distribuiccedilatildeo entre o efeito de desvio de comeacutercio resultante de uma uniatildeo Outros autores

tambeacutem abordaram estes problemas poreacutem num esquema menos preciso e sem utilizar a

terminologia de Viner

A criaccedilatildeo de comeacutercio eacute o mecanismo de ampliaccedilatildeo das transaccedilotildees comerciais

entre os paiacuteses membros de uma uniatildeo aduaneira a partir da unificaccedilatildeo de preccedilos dos produtos na

regiatildeo apoacutes a queda das barreiras tarifaacuterias Entende-se por desvio de comeacutercio o mecanismo de

reduccedilatildeo de comeacutercio com paiacuteses natildeo-membros da uniatildeo aduaneira em benefiacutecio do aumento do

comeacutercio intra-regional

Os efeitos positivos sobre a produccedilatildeo resultam do desvio de compras de um

dado bem de fontes de produccedilatildeo interna de custos mais altos para outras de custos mais

5 MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000

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reduzidos localizadas em paiacuteses membros Jaacute os efeitos negativos sobre a produccedilatildeo dizem

respeito a um desvio das fontes de produccedilatildeo com custos mais baixos paiacuteses estrangeiros para

fontes de produccedilatildeo com custos mais elevados paiacuteses membros Segundo Viner os efeitos

beneacuteficos da uniatildeo aduaneira seratildeo predominantes se o aumento de comeacutercio for superior ao seu

desvio

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1 MERCOSUL E UNIAtildeO EUROPEacuteIA

11 MERCOSUL antecedentes histoacutericos

A Ameacuterica Latina vem haacute tempos buscando aumentar os laccedilos econocircmicos

entre seus paiacuteses atraveacutes da criaccedilatildeo de blocos regionais Vaacuterios foram os idealizadores da

integraccedilatildeo entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina dentre eles estaacute o presidente Getuacutelio Vargas que na

primeira metade do seacuteculo XX almejava a integraccedilatildeo das principais economias da Ameacuterica

Latina atraveacutes da formaccedilatildeo de um bloco econocircmico Inicialmente por volta da deacutecada de 30

ainda no Governo Vargas foram feitas algumas negociaccedilotildees para criar o BLOCO ABC

procurou-se formar a integraccedilatildeo dos trecircs paiacuteses mais fortes economicamente na Ameacuterica Latina

a Argentina o Brasil e o Chile Os paiacuteses sul americanos tiveram que enfrentar a resistecircncia do

governo dos EUA que natildeo via com bons olhos a imposiccedilatildeo de fronteiras econocircmicas pois

desejava continuar suprindo a Ameacuterica Latina com seus produtos industrializados e obtendo sua

mateacuteria prima

Anos mais tarde em 1948 foi criada a Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica

Latina - CEPAL subordinada ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees Unidas

representando outro importante instrumento para o desenvolvimento dos paiacuteses da Ameacuterica

Latina pois busca promover o desenvolvimento da Ameacuterica Latina estimulando a criaccedilatildeo de um

mercado comum latino americano

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O MERCOSUL considerado o mais recente esforccedilo para a integraccedilatildeo da

Ameacuterica Latina pode encontrar suas origens na criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo Latino-Americana de

Livre Comeacutercio ndash ALALC Este bloco tinha como objetivo implantar no prazo de 12 anos um

mercado comum regional por meio da formaccedilatildeo de uma zona de livre comeacutercio Criada em 1960

pelo Tratado de Montevideacuteu conhecido como TM-60 a ALALC era constituiacuteda pelos paiacuteses da

Ameacuterica do Sul excluindo-se deste grupo as Guianas e pelo Meacutexico O Tratado buscava ampliar

os mercados e alcanccedilar a liberalizaccedilatildeo do intercacircmbio eliminando as medidas protecionistas

Atraveacutes do Protocolo de Caracas a ideacuteia de criar um mercado comum em 12 anos teve seu prazo

aumentado para 1980 O objetivo era eliminar ateacute 1980 a maior quantidade imaginaacutevel de

restriccedilotildees comerciais existentes entre os integrantes do bloco

Os objetivos almejados pela ALALC natildeo foram alcanccedilados e dentre as razotildees

que levaram ao fracasso da Associaccedilatildeo encontra-se a falta de dinamismo por conta do elevado

nuacutemero de associados e suas diferenccedilas estruturais o vencimento do prazo determinado para a

obtenccedilatildeo de ecircxito do bloco entre outros motivos Durante a deacutecada de 70 a crise do petroacuteleo que

atingia a economia mundial causou uma intensa recessatildeo nos paiacuteses da Ameacuterica Latina e em

busca de uma alternativa para contornar o problema os paiacuteses latino-americanos reestruturaram a

ALALC fazendo surgir a Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo ndash ALADI criada em 1980

pelo Tratado de Montevideacuteu chamado TM-80 Ainda em vigor este Tratado compreende os

mesmos paiacuteses que compunham a ALALC Esse novo tratado requer que os paiacuteses membros

decircem continuidade ao processo de integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina colaborando para o

desenvolvimento econocircmico-social de uma forma mais equilibrada na regiatildeo Sua criaccedilatildeo

permitiu a promoccedilatildeo do aprofundamento do processo de integraccedilatildeo latino-americana e sua

finalidade eacute atingir a formaccedilatildeo de um mercado comum regional permitir o comeacutercio intra-

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regional reciacuteproco promover o comeacutercio ampliaccedilatildeo de mercados desenvolvimento equilibrado e

o estabelecimento de preferecircncias regionais O TM-80 daacute aos Estados membros grande liberdade

para formular suas poliacuteticas comerciais e ainda uma maior flexibilidade para celebrar acordos

bilaterais ou multilaterais Com a criaccedilatildeo da ALADI houve um grande avanccedilo nas relaccedilotildees

comerciais entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina isso aconteceu devido agrave essa possibilidade de

realizaccedilatildeo de acordos bilaterais e outros de alcance regional entre os membros fazendo com que

aumentasse cada vez mais o comeacutercio bilateral e intra-regional na Ameacuterica Latina

A criaccedilatildeo da ALADI ainda parece ter beneficiado o processo de integraccedilatildeo

latino-americana Ficou extinta a ldquoclaacuteusula de naccedilatildeo mais favorecida regionalrdquo anteriormente

adotada pela ALALC permitindo assim conceder preferecircncia tarifaacuteria entre alguns membros da

ALADI sem a obrigatoriedade de dar preferecircncia a todos os integrantes da Associaccedilatildeo Apesar

do esforccedilo a ALADI natildeo conseguiu atingir seu objetivo de alcanccedilar uma integraccedilatildeo regional As

vaacuterias perspectivas geradas com a criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo foram extintas devido aos

acontecimentos no cenaacuterio internacional por volta do final da deacutecada de 70 Alguns fatores

comprometeram o crescimento do comeacutercio internacional e dificultaram o acesso de paiacuteses em

desenvolvimento agraves suas fontes externas de financiamento Dentre esses fatores se encontram o

segundo choque do petroacuteleo a elevaccedilatildeo do valor das taxas de juros internacionais e a recessatildeo

das economias de paiacuteses desenvolvidos Como os paiacuteses da Ameacuterica Latina estavam com a diacutevida

externa cada vez maior e sofrendo com a alta dos juros houve entre os paiacuteses integrantes da

ALADI a praacutetica cada vez mais frequumlente do protecionismo pois cada paiacutes passava a empregar

um amplo conjunto de medidas para controlar as importaccedilotildees Poreacutem o impacto dessa poliacutetica

sobre o comeacutercio intra-regional natildeo foi considerado eficaz pois aleacutem da reduccedilatildeo das importaccedilotildees

de cada paiacutes aconteceu tambeacutem uma proporcional reduccedilatildeo das trocas comerciais entre os paiacuteses

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da proacutepria regiatildeo Haacute autores que dizem que a ALADI seguiu o mesmo modelo fracassado de

integraccedilatildeo regional que a ALALC onde o uacutenico agente eacute o Estado Isso porque o Tratado natildeo

considerava a livre circulaccedilatildeo de pessoas de empresas e de capitais privados e regionais e nem

de formas comunitaacuterias natildeo deixando espaccedilo para os verdadeiros interessados na integraccedilatildeo

regional

Mesmo a ALALC e a ALADI tendo obtido poucos resultados com relaccedilatildeo agrave

integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina ainda crescia o desejo pelo desenvolvimento de uma integraccedilatildeo

regional com destaque para o MERCOSUL que eacute considerado o processo de integraccedilatildeo regional

mais bem-sucedido da Ameacuterica Latina

12 Tratados do MERCOSUL

Eacute importante lembrar que os Estados-parte do MERCOSUL fazem parte do

GATT-OMC e suas accedilotildees devem estar adequadas ao regulamento desse acordo Isso acontece

devido agrave claacuteusula de habilitaccedilatildeo da Ronda Toacutequio que permite que os paiacuteses em

desenvolvimento natildeo apliquem o princiacutepio da naccedilatildeo mais favorecida

121 Tratado de Assunccedilatildeo

Foi assinado em 26 de marccedilo de 1991 o Tratado de Assunccedilatildeo visando agrave

constituiccedilatildeo de um mercado comum entre a Argentina o Brasil o Paraguai e o Uruguai Esse

tratado previa a liberalizaccedilatildeo comercial entre os paiacuteses-membros num periacuteodo de transiccedilatildeo ateacute

1994 Pode-se dividir a evoluccedilatildeo do MERCOSUL em dois periacuteodos o periacuteodo de transiccedilatildeo de

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1991 a 1994 e a partir do iniacutecio de 1995 a existecircncia do MERCOSUL como uma Uniatildeo

Aduaneira

Eacute um acordo-quadro que apesar de natildeo criar um mercado comum estabelece

as metas do processo de integraccedilatildeo e a forma de alcanccedilaacute-las Um dos objetivos desse tratado eacute o

estabelecimento de uma tarifa externa comum a TEC e adoccedilatildeo de uma poliacutetica comercial

comum em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses Estabelece tambeacutem as condiccedilotildees para o surgimento de um

projeto de integraccedilatildeo que define seu objetivo agrave criaccedilatildeo de um mercado comum Este tratado

registra a vontade por parte dos quatro paiacuteses integrantes de se inserir com mais forccedila no

mercado mundial

O Tratado de Assunccedilatildeo eacute um acordo que agrave medida que se necessita vem sendo

complementado por outros instrumentos adicionais negociados entre os participantes do bloco

Inicialmente determina os meios para que ateacute o fim de 1994 se chegasse a uma uniatildeo aduaneira

que eacute a fase anterior ao mercado comum Poreacutem como eacute visto o MERCOSUL hoje ainda eacute uma

uniatildeo aduaneira imperfeita pois natildeo manteacutem a Tarifa Externa Comum (TEC) prevista para os

quatro Estados-membros

O Tratado de Assunccedilatildeo ato que fundou o MERCOSUL constitui um dos

principais instrumentos do processo de integraccedilatildeo acompanhado do Protocolo de Brasiacutelia de

1991 e ainda do Protocolo de Ouro Preto de 1994

Este tratado constitui a base de todo o sistema normativo do MERCOSUL

ordena e regulamenta as relaccedilotildees existentes entre os Estados integrantes do bloco

O Tratado de Assunccedilatildeo tem como objetivo principal a constituiccedilatildeo de um

mercado comum entre seus signataacuterios o que sugere tambeacutem a livre circulaccedilatildeo de bens serviccedilos

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e fatores produtivos entre os Estados-parte eliminando as tarifas preacute-estabelecidas e as restriccedilotildees

natildeo tarifaacuterias No tratado estatildeo estabelecidos os elementos para a criaccedilatildeo de uma uniatildeo aduaneira

e por consequumlecircncia de uma poliacutetica comercial comum

De acordo com o Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE) o Tratado de

Assunccedilatildeo estabeleceu a utilizaccedilatildeo dos seguintes instrumentos para a constituiccedilatildeo do

MERCOSUL6

a) o cumprimento de um programa de liberalizaccedilatildeo comercial com reduccedilotildees tarifaacuterias

progressivas lineares e automaacuteticas acompanhadas da eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees natildeo-tarifaacuterias ou

de medidas de efeito equivalente

b) o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC) capaz de incentivar a

competitividade externa dos Estados-parte

c) a harmonizaccedilatildeo de poliacuteticas macroeconocircmicas e setoriais sempre que pertinente

O Tratado eacute sempre que necessaacuterio complementado por alguns instrumentos

adicionais acordados pelos quatro Estados-parte devido ao avanccedilo da integraccedilatildeo A intenccedilatildeo do

Tratado era de estabelecer condiccedilotildees para que se alcanccedilasse ateacute o fim de 1994 uma uniatildeo

aduaneira entre os quatro integrantes para posteriormente chegar a um mercado comum O MRE

mostra que o Tratado de Assunccedilatildeo determina alguns aspectos como7 estabelecer um programa de

liberalizaccedilatildeo comercial que consista de reduccedilotildees tarifaacuterias progressivas lineares e automaacuteticas

acompanhadas da eliminaccedilatildeo das barreiras natildeo tarifaacuterias coordenar poliacuteticas macro-econocircmicas

estabelecer uma Tarifa Externa Comum (TEC) estabelecer listas de exceccedilotildees ao programa de

6 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt

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liberalizaccedilatildeo para produtos considerados sensiacuteveis constituir um regime geral de origem e de

um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias

O Tratado de Assunccedilatildeo estabelece que o Poder Executivo de cada Estado-parte

deve manter informado seu respectivo Poder Legislativo sobre a evoluccedilatildeo do objeto deste tratado

o MERCOSUL

122 Protocolo de Brasiacutelia

Para solucionar os conflitos na esfera do MERCOSUL a forma escolhida foi a

arbitragem Portanto para cumprir determinaccedilatildeo do Tratado de Assunccedilatildeo designou-se um grupo

de trabalho que elaboraria um Sistema de Soluccedilatildeo de Controveacutersias entre os Estados-parte

Assim em dezembro de 1991 foi assinado o Protocolo de Brasiacutelia para Soluccedilatildeo de Controveacutersias

que passou a ter vigecircncia a partir de 1993

Este Protocolo no sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias tem como caracteriacutestica

ordenar que a soluccedilatildeo de controveacutersias ocorreraacute no plano diplomaacutetico por meio de negociaccedilotildees

diretas mas que possuem intervenccedilatildeo de oacutergatildeos institucionais como o Grupo Mercado Comum -

GMC- e se as dificuldades natildeo forem superadas utilizaraacute o procedimento arbitral O Protocolo

prevecirc tambeacutem poreacutem de maneira bem restrita e com normas complexas que particulares

pessoas fiacutesicas e juriacutedicas tenham acesso ao sistema com direito a reclamaccedilotildees pois o Tratado de

Assunccedilatildeo previa somente a participaccedilatildeo dos Estados-parte

7 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt

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A uacuteltima fase do Protocolo a instauraccedilatildeo de um Tribunal Arbitral proferiraacute a

decisatildeo por meio de laudos inapelaacuteveis e obrigatoacuterios para os Estados-parte na controveacutersia Essa

obrigatoriedade se daraacute a partir do recebimento da notificaccedilatildeo sobre a decisatildeo e os laudos teratildeo

forccedila de coisa julgada devendo ser cumpridos no prazo fixado pelo Tribunal Arbitral

O Protocolo de Brasiacutelia funciona como provisoacuterio fornecendo mecanismos para

a soluccedilatildeo de controveacutersias ateacute que entre em vigor o Sistema Permanente de Soluccedilotildees de

Controveacutersias Este sistema aleacutem de previsto no Tratado de Assunccedilatildeo ganhou forccedila com o

Protocolo de Ouro Preto quando diz que antes de se firmar uma Tarifa Externa Comum os

Estados-parte deveratildeo fazer uma revisatildeo do sistema atual para soluccedilatildeo de controveacutersias com o

objetivo de adotar o sistema permanente

123 Protocolo de Ouro Preto

O Protocolo de Ouro Preto ndash POP assinado em 1994 define a estrutura

institucional definitiva do MERCOSUL e firma a ideacuteia de avanccedilar na constituiccedilatildeo de um

mercado comum Este protocolo pode se adaptar a possiacuteveis circunstacircncias que se apresentem

pois por meio de uma conferecircncia diplomaacutetica sua estrutura pode ser reavaliada

O POP tem como principal atribuiccedilatildeo conferir personalidade juriacutedica ao

MERCOSUL sempre que ele tenha que se relacionar como bloco econocircmico com grupos de

paiacuteses e oacutergatildeos internacionais multilateraisO POP trouxe algumas inovaccedilotildees para a estrutura

orgacircnica do MERCOSUL com relaccedilatildeo agrave criaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos Este bloco pode contar agora

com os seguintes oacutergatildeos

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- Conselho do Mercado Comum (CMC)

- Grupo Mercado Comum (GMC)

- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)

- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)

- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)

- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)

Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de

Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte

reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a

decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o

encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver

uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc

teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado

reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante

poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de

Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de

Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares

13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu

Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem

conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo

regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos

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aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica

proacutepria

No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos

fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes

promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em

1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash

Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de

Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as

barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas

O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE

satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de

Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc

Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas

Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a

primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE

que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais

e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos

tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda

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parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila

comum (PESC)

O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs

pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica

externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria

Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais

elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo

Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma

deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para

um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de

acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE

14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia

Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros

fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e

Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda

aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez

com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-

se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios

tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a

ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses

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30

A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus

integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O

alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como

dos novos paiacuteses integrantes do bloco

ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)

Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455

milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou

preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados

pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo

15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia

As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as

importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL

8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional

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31

aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial

global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O

Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo

Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a

Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda

mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a

conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o

protecionismo adotado pela Europa

16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia

Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade

Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo

Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos

A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo

interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de

integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional

O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as

condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e

econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando

9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt

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32

a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)

Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas

regiotildees como conceitos baacutesicos

Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de

atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e

das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre

Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros

A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo

natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos

regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As

propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL

foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a

posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais

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33

2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE

Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e

Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute

de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e

Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de

envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da

Uniatildeo Europeacuteia

Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das

relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se

referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral

22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL

Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia

econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da

economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do

comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o

comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano

10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144

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34

Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das

exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo

Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do

Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira

Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros

paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido

com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a

Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees

Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve

um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$

45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila

comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do

MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno

crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL

passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees

Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees

brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina

23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina

Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai

para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo

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35

nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo

principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro

mercado comum

No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a

Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo

industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha

caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata

previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos

setoriais foram assinados bilateralmente

24 Produtos ou setores em potencial

A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila

de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees

europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-

tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral

permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a

UE

O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre

paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco

elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado

principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A

composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das

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36

importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do

MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e

ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu

25 Principais parceiros europeus

As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande

assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o

primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos

externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus

Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica

Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a

complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais

intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-

americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de

diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio

bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais

com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande

influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a

Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada

na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento

comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro

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37

3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ

RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE

31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia

O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco

pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do

MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa

Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros

comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos

comerciais na Europa

Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do

Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto

que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com

relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve

queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve

uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos

anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e

menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil

passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda

de 10 nesse investimento

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38

No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do

MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os

europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior

mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das

exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial

importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute

a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total

A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de

intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores

agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees

europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo

dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida

Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma

importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios

desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos

manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser

importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas

Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com

tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas

11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses

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39

Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta

de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as

maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados

representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros

quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo

eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos

Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II

32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil

Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco

econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a

assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos

tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL

Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de

facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo

acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram

negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL

com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados

europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia

A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais

nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que

temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as

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40

relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no

fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as

medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus

No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator

agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de

2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral

com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano

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41

CONCLUSAtildeO

As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito

tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se

aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial

implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente

conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados

Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos

data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina

individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se

com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as

partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados

A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos

causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e

Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um

desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo

com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e

falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a

formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse

fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados

que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus

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42

interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus

interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar

obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos

econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada

bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles

como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das

negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave

liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees

Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar

um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o

Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e

essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles

Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo

inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se

tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs

dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses

integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e

reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento

Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da

agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos

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43

Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor

agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta

de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses

desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil

esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor

Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do

Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC

depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia

Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a

pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade

eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os

subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre

MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas

do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos

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44

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992

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46

ANEXO I

Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo

(valores totais em US$ e porcentuais)

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45

Exportaccedilotildees do Brasil

2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46

2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38

Importaccedilotildees do Brasil

2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44

Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28

2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23

Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31

Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees

2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil

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47

ANEXO II

Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL

Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp

Peso do MERCOSUL

nas Importaccedilotildees

extra UE 19982000

Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL

19982000

I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361

II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399

III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112

IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423

Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386

V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207

VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130

VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92

VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341

IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374

X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259

XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152

XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139

XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120

XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140

XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176

XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157

XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151

XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206

XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67

XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301

Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183

Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA

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ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE

Totais por fator agregado

US$ F0B

Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s

A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935

2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111

Fonte

Anos de 19801992 = Banco do Brasil

Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE

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49

ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro

Uniatildeo Europeacuteia - UE

US$ F0B

E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s

A n o

US$ FOB (A)

Var

Part ()

US$ FOB (B)

Var ()

Part ()

Saldo (A-B)

Corrente Comeacutercio (A+B)

Cobertura (AB)

1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133

Obs () ()

VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil

IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final

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4

RESUMO

Esta monografia eacute resultado de estudos sobre a importacircncia a participaccedilatildeo e a

evoluccedilatildeo do comeacutercio entre dois blocos regionais em constante crescimento a Uniatildeo Europeacuteia e

o MERCOSUL A abordagem deste trabalho engloba a origem do processo de integraccedilatildeo

regional a formaccedilatildeo dos blocos e sua atual relaccedilatildeo inter-regional O enfoque principal diz

respeito ao Brasil Analisa sua participaccedilatildeo importacircncia e as consequumlecircncias proporcionadas

devido agrave relaccedilatildeo comercial existente entre os blocos estudados

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5

ABSTRACT

This work is the result of studies about the importance participation and

evolution of commerce between these two regional blocks that are in constant growth the

European Union and Mercosur This work encloses the beginning of the regional integration

process formation of economic blocks and its actual inter-regional relationship The focus of this

work encompasses Brazilrsquos situation This study analyses Brazilrsquos participation its importance

and the consequences due to the existing commercial relationship between the regional blocks

which were studied in this work

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6

LISTA DE SIGLAS bull ALADI - Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo bull ALALC ndash Associaccedilatildeo Latino-Americana de Livre Comeacutercio bull BLOCO ABC ndash Bloco econocircmico formado por Argentina Brasil e Chile bull CCM ndash Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL bull CECA - Comunidade Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo bull CEE ndash Comunidade Econocircmica Europeacuteia bull CEPAL ndash Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina bull CMC ndash Conselho do Mercado Comum bull CPCM ndash Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL bull EUA ndash Estados Unidos da Ameacuterica bull FCES ndash Foro Consultivo Econocircmico e Social bull GATT ndash Acordo Geral sobre Tarifas e Comeacutercio bull GMC ndash Grupo Mercado Comum bull IPEA ndash Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada bull MERCOSUL ndash Mercado Comum do Sul bull MRE ndash Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores bull OMC ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio bull PESC - Poliacutetica Externa e Seguranccedila Comum bull PIB ndash Produto Interno Bruto bull PICE ndash Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica bull POP ndash Protocolo de Ouro Preto bull SAM ndash Secretaria Administrativa do MERCOSUL bull SGP ndash Sistema Geral de Preferecircncias bull TEC ndash Tarifa Externa Comum bull TM-60 ndash Tratado de Montevideacuteu criado em 1960 bull TM-80 ndash Tratado de Montevideacuteu criado em 1980 bull TUE ndash Tratado da Uniatildeo Europeacuteia bull UE ndash Uniatildeo Europeacuteia bull UNCTAD - Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre o Comeacutercio e o Desenvolvimento

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7

SUMAacuteRIO

Paacutegina

AGRADECIMENTOS III RESUMO IV ABSTRACT IV LISTA DE SIGLAS VI INTRODUCcedilAtildeO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO PROBLEMA 10

IMPORTAcircNCIA DO TEMA E METODOLOGIA DE TRABALHO 12

REFERENCIAL TEOacuteRICO 13

1 MERCOSUL E UNIAtildeO EUROPEacuteIA 19

11 MERCOSUL antecedentes histoacutericos 19

12 Tratados do MERCOSUL 22

121 Tratado de Assunccedilatildeo 22

122 Protocolo de Brasiacutelia 25

123 Protocolo de Ouro Preto 26

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8

13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu 27

14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia 29

15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia 30

16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia 31

2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 33

21 - A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE 33

22 - A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL 33

23 - O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina 34

24 - Produtos ou setores em potencial 35

25 - Principais parceiros europeus 36

3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE 37

31 - MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia 37

32 - Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil 39

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9

CONCLUSAtildeO 41 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 44 ANEXO I 46 ANEXO II 47 ANEXO III 48 ANEXO IV 49

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10

INTRODUCcedilAtildeO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO PROBLEMA

Apoacutes a Segunda Guerra Mundial tornou-se possiacutevel assistir a propagaccedilatildeo de

iniciativas de diversos Estados para promover o comeacutercio internacional e consequumlentemente

uma maior inserccedilatildeo de cada um deles no mercado mundial Essas iniciativas se realizaram por

meio de negociaccedilotildees acordos bilaterais ou multilaterais e pela formaccedilatildeo de blocos econocircmicos

regionais

No decorrer do estudo nota-se a preocupaccedilatildeo em entender ateacute que ponto as

relaccedilotildees inter-regionais entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia afetam o Brasil sendo vantajosas

ou natildeo para o paiacutes Para tanto o presente trabalho foi dividido em trecircs capiacutetulos que buscam dar

uma melhor abordagem sobre o tema em questatildeo

Sabendo que o antecedente imediato do MERCOSUL foi a integraccedilatildeo Brasil-

Argentina pode-se notar que esta uacuteltima foi impulsionada principalmente pela superaccedilatildeo das

divergecircncias geopoliacuteticas bilaterais pelo retorno agrave plenitude do regime democraacutetico nos dois

paiacuteses e pela crise do sistema econocircmico internacional Uma seacuterie de acordos bilaterais

precederam o MERCOSUL poreacutem o primeiro desses acordos a Declaraccedilatildeo de Iguaccedilu foi

firmada pelos presidentes Sarney e Alfonsiacuten em 1985 buscando acelerar o processo de

integraccedilatildeo dos dois paiacuteses Brasil e Argentina em diferentes aacutereas

Tendo conhecimento do que foi apresentado o primeiro capiacutetulo abordaraacute um

pouco da fase histoacuterica dos blocos Fala da criaccedilatildeo do MERCOSUL que remonta agrave ALALC ateacute

chegar agrave assinatura do Tratado de Assunccedilatildeo e seus protocolos adicionais de Brasiacutelia que

estabelece um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias e de Ouro Preto que traz modificaccedilotildees para a

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11

estrutura orgacircnica criando diversos oacutergatildeos para o bloco A partir de entatildeo procura-se fazer uma

breve abordagem histoacuterica da Uniatildeo Europeacuteia analisando-a desde quando era ainda a CEE ateacute

consolidar-se por meio do Tratado de Maastricht tornando-se de fato a atual Uniatildeo Europeacuteia

com 25 membros Ainda no primeiro capiacutetulo eacute possiacutevel verificar a vontade desses dois blocos de

implementar um acordo inter-regional entre eles

Mais adiante seraacute dado enfoque agrave relevacircncia da participaccedilatildeo do Brasil no

comeacutercio com o MERCOSUL e no comeacutercio com a Uniatildeo Europeacuteia separadamente procurando

ressaltar os setores mais expressivos para as partes e seus parceiros mais importantes

Finalmente no uacuteltimo capiacutetulo seratildeo abordadas as consequumlecircncias positivas ou

negativas para o Brasil a partir da relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia lembrando que

apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar um acordo entre eles os europeus adotam

medidas protecionistas que muito afetam as intenccedilotildees dos paiacuteses latino-americanos

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12

IMPORTAcircNCIA DO TEMA E METODOLOGIA DE TRABALHO

Com o constante fenocircmeno da globalizaccedilatildeo o interesse dos Estados por

mercados estrangeiros eacute cada vez maior proporcionando assim oportunidades para os paiacuteses

geograficamente mais proacuteximos se unirem formando grandes blocos econocircmicos atraveacutes do

processo de integraccedilatildeo regional Devido a vantagens e benefiacutecios oferecidos os paiacuteses optam cada

vez mais por integrar-se com seus vizinhos para adquirir mais forccedila e competitividade no cenaacuterio

internacional Esse processo de integraccedilatildeo pode ser facilmente observado como mostra o

trabalho na Ameacuterica Latina e na Europa com a criaccedilatildeo do Mercado Comum do Sul

(MERCOSUL) e da Uniatildeo Europeacuteia respectivamente

O interesse pelo tema surgiu da importacircncia no atual cenaacuterio internacional de

se obter uma visatildeo a partir da oacutetica do Brasil como maior economia do MERCOSUL com

relaccedilatildeo ao intercacircmbio comercial entre este bloco e a Uniatildeo Europeacuteia Estudar a relaccedilatildeo entre os

dois blocos torna mais faacutecil visualizar a participaccedilatildeo do Brasil no comeacutercio com cada um deles

individualmente e de sua situaccedilatildeo e eventuais consequumlecircncias para o paiacutes devido a essa relaccedilatildeo

inter-regional que tende a crescer cada vez mais

Este trabalho foi realizado baseado em fontes secundaacuterias como livros teses

textos especializados jornais revistas internet dados e tabelas para maior esclarecimento do que

foi abordado

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13

REFERENCIAL TEOacuteRICO

Foi principalmente apoacutes a Segunda Guerra Mundial que surgiu o fenocircmeno da

integraccedilatildeo econocircmica regional que desde entatildeo tem sido objeto de estudo para a economia

poliacutetica O conceito de integraccedilatildeo eacute recente se implanta perfeitamente no atual panorama

econocircmico mundial e eacute marcado pelo multilateralismo das relaccedilotildees comerciais e pela

regionalizaccedilatildeo econocircmica Eacute um fato comum no mundo atual Quase todas as grandes economias

mundiais encontram-se de alguma forma envolvidas em processos de integraccedilatildeo econocircmica

Esse fenocircmeno se introduz no problema enfrentado por todas as naccedilotildees

modernas o protecionismo contra liberalismo comercial O protecionismo aumenta e favorece a

industrializaccedilatildeo de um paiacutes mas por outro lado apoacutes certo tempo tambeacutem favorece o

surgimento de monopoacutelios internos com visiacutevel desvantagem para o consumidor que natildeo tem

acesso a novos produtos lanccedilados no mercado internacional e soacute pode escolher entre os ofertados

no mercado interno Como natildeo haacute concorrecircncia internacional e satildeo produzidos por empresas

abrigadas sob o protecionismo os produtos nacionais tecircm a tendecircncia de serem caros e de baixa

qualidade

Ao se desestruturar os mecanismos da proteccedilatildeo a liberalizaccedilatildeo comercial

deixou de ser uma simples alternativa e passou a significar uma caracteriacutestica da economia

mundial Reuacutenem-se paiacuteses regionalmente para assim alcanccedilar novos paiacuteses sendo vizinhos ou

natildeo e ampliar o espaccedilo econocircmico integrado

A integraccedilatildeo deve ser entendida como um processo de unificaccedilatildeo de

sociedades que tendem a formar uma coletividade harmoniosa a partir de liberalizaccedilotildees das

trocas comerciais dos movimentos de capitais pessoas serviccedilos e reduccedilotildees de discriminaccedilotildees

entre os estados membros1

1 VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81

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Segundo o MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES os processos de

integraccedilatildeo econocircmica satildeo conjuntos de medidas de caraacuteter econocircmico e comercial que tecircm por

finalidade originar a aproximaccedilatildeo e consequumlentemente a uniatildeo entre as economias de dois ou

mais paiacuteses Essa aproximaccedilatildeo deve ter por objetivo natildeo somente laccedilos econocircmicos mas

tambeacutem poliacuteticos e sociais

A integraccedilatildeo consiste em estabelecer um novo ambiente econocircmico poliacutetico e

cultural a partir de vaacuterios ambientes econocircmicos Haacute uma eliminaccedilatildeo de formas de

discriminaccedilotildees iniciais como no aspecto comercial ou no que concerne agrave circulaccedilatildeo de pessoas

serviccedilos e capitais em processos de integraccedilatildeo mais avanccedilados

Os processos de integraccedilatildeo de mercados representam o auge da globalizaccedilatildeo e

internacionalizaccedilatildeo da economia o que resulta em tendecircncias de interdependecircncia e

uniformidade a chamada homogeneizaccedilatildeo A economia transnacional se sobrepotildee agrave soberania

dos Estados gerando assim novas territorizaccedilotildees sem raiacutezes culturais

As poliacuteticas de integraccedilatildeo econocircmica podem ser positivas ou negativas Nas

positivas ocorrem modificaccedilotildees dos instrumentos existentes ndash matildeo-de-obra barata infra-

estrutura mobilidade de um paiacutes a outro etc ndash e a criaccedilatildeo de instituiccedilotildees para permitir o

aprofundamento da unificaccedilatildeo dos mercados e seu efetivo funcionamento Jaacute nas poliacuteticas

negativas acontece a remoccedilatildeo total de barreiras ao comeacutercio internacional ou restriccedilatildeo ao

processo de liberalizaccedilatildeo comercial

VINER (1949) criou as bases da integraccedilatildeo econocircmica a partir da teoria pura do

comeacutercio internacional Foi ele tambeacutem quem fez a distinccedilatildeo entre criaccedilatildeo de comeacutercio e desvio

de comeacutercio

A integraccedilatildeo econocircmica entre paiacuteses em desenvolvimento seria uma alternativa

para viabilizar uma estrateacutegia de desenvolvimento que seria irrealizaacutevel nas dimensotildees de

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pequenas economias perifeacutericas Essas razotildees levaram os economistas da CEPAL a defenderem a

necessidade da integraccedilatildeo das economias latino-americanas

Os processos de integraccedilatildeo2 buscam alcanccedilar diversos objetivos tais como a

ampliaccedilatildeo da resistecircncia frente agraves barreiras aduaneiras a ampliaccedilatildeo dos mercados o estiacutemulo do

intercambio tecnoloacutegico uma maior facilidade de acesso a mateacuterias primas e o maior poder de

pressatildeo na defesa de seus interesses nas negociaccedilotildees internacionais Tendo visto isso pode-se

observar que haacute diferentes formas e etapas de integraccedilatildeo divididos em vaacuterios estaacutegios definidos

como

a) Zonas de Preferecircncias Tarifaacuterias ndash caracteriza-se pela reduccedilatildeo de tarifas para uma

gama variada de produtos abrangendo parte do universo tarifaacuterio sem que se implique na

eliminaccedilatildeo total dos direitos aduaneiros e na reduccedilatildeo ou eliminaccedilatildeo de outras restriccedilotildees ao

comeacutercio Esses acordos violam a claacuteusula de Naccedilatildeo Mais Favorecida do GATT3 mas satildeo

admitidos entre paiacuteses em desenvolvimento e satildeo praticados pelos paiacuteses desenvolvidos atraveacutes

do Sistema Geral de Preferecircncias (SGP) criado pela Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre o

Comeacutercio e o Desenvolvimento (UNCTAD)

b) Zona de Livre Comeacutercio ndash trata-se da forma mais simples de associaccedilatildeo entre

Estados admitida pelo GATT Caracteriza-se pela eliminaccedilatildeo de tarifas aduaneiras e outras

restriccedilotildees ao comeacutercio entre os paiacuteses que dela participam Poreacutem cada paiacutes preserva sua

autonomia na poliacutetica comercial em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses

2 BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972 3 GATT ndash Acordo Geral sobre Tarifas e Comeacutercio assinado por 23 paiacuteses O artigo XXIV do acordo permite a formaccedilatildeo de uniotildees aduaneiras e aacutereas de livre comeacutercio sob certas condiccedilotildees

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c) Uniatildeo Aduaneira ndash caracteriza-se pela ausecircncia de barreiras ao comeacutercio entre

paiacuteses-membros pressupotildee uma poliacutetica comercial comum em relaccedilatildeo a paiacuteses natildeo-membros e a

adoccedilatildeo de uma Tarifa Externa Comum (TEC) A uniatildeo aduaneira pressupotildee ainda a

harmonizaccedilatildeo de instrumentos da poliacutetica comercial tais como diferentes sistemas monetaacuterios

fiscais etc que possam vir a originar problemas

d) Mercado Comum ndash consiste em uma uniatildeo aduaneira na qual os estados membros

determinam a eliminaccedilatildeo das restriccedilotildees sobre produtos bem como a livre circulaccedilatildeo dos demais

fatores produtivos como pessoas serviccedilos e capital eacute uma forma mais elevada de integraccedilatildeo

econocircmica

e) Uniatildeo Econocircmica ndash caracteriza-se pelo estabelecimento de uma autoridade

supranacional que se responsabiliza pela aplicaccedilatildeo das poliacuteticas comuns define criteacuterios e

distingue-se de um mercado comum por associar a eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees aos movimentos de

mercadorias e fatores com um certo grau de harmonizaccedilatildeo das poliacuteticas econocircmicas nacionais de

forma a abolir as discriminaccedilotildees resultantes das disparidades existentes entre essas poliacuteticas

f) Integraccedilatildeo Econocircmica Total ndash para Balassa4 essa forma de integraccedilatildeo pressupotildee a

unificaccedilatildeo das poliacuteticas monetaacuterias fiscais sociais e anticiacuteclicas e exige o estabelecimento de

uma autoridade supranacional cujas decisotildees satildeo obrigatoacuterias para os Estados-membros

g) Uniatildeo Poliacutetica ndash essa eacute uma forma de integraccedilatildeo que se caracteriza pela instituiccedilatildeo

de uma federaccedilatildeo de Estados com autoridade poliacutetica unificada ou formaccedilatildeo de Estados na qual

4 Bela Balassa op Cit p 11

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apenas as aacutereas acordadas passam a ser objeto de controle de instituiccedilotildees supranacionais Em

geral a formaccedilatildeo de uma uniatildeo poliacutetica deve envolver cooperaccedilatildeo em termos da poliacutetica externa

e de defesa5

Eacute bastante antiga a noccedilatildeo de que uma zona de livre comeacutercio e uma uniatildeo

aduaneira ajudam para o aumento do bem-estar mas foi Jacob Viner em 1950 que formulou

uma teoria dos efeitos econocircmicos de uma uniatildeo aduaneira Essa teoria eacute baseada nos efeitos da

uniatildeo aduaneira sobre os produtos Foi entatildeo que introduziu os conceitos de criaccedilatildeo de comeacutercio

e desvio de comeacutercio

Viner investigou os efeitos de uma uniatildeo aduaneira nas correntes de trocas e fez

a distribuiccedilatildeo entre o efeito de desvio de comeacutercio resultante de uma uniatildeo Outros autores

tambeacutem abordaram estes problemas poreacutem num esquema menos preciso e sem utilizar a

terminologia de Viner

A criaccedilatildeo de comeacutercio eacute o mecanismo de ampliaccedilatildeo das transaccedilotildees comerciais

entre os paiacuteses membros de uma uniatildeo aduaneira a partir da unificaccedilatildeo de preccedilos dos produtos na

regiatildeo apoacutes a queda das barreiras tarifaacuterias Entende-se por desvio de comeacutercio o mecanismo de

reduccedilatildeo de comeacutercio com paiacuteses natildeo-membros da uniatildeo aduaneira em benefiacutecio do aumento do

comeacutercio intra-regional

Os efeitos positivos sobre a produccedilatildeo resultam do desvio de compras de um

dado bem de fontes de produccedilatildeo interna de custos mais altos para outras de custos mais

5 MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000

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reduzidos localizadas em paiacuteses membros Jaacute os efeitos negativos sobre a produccedilatildeo dizem

respeito a um desvio das fontes de produccedilatildeo com custos mais baixos paiacuteses estrangeiros para

fontes de produccedilatildeo com custos mais elevados paiacuteses membros Segundo Viner os efeitos

beneacuteficos da uniatildeo aduaneira seratildeo predominantes se o aumento de comeacutercio for superior ao seu

desvio

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1 MERCOSUL E UNIAtildeO EUROPEacuteIA

11 MERCOSUL antecedentes histoacutericos

A Ameacuterica Latina vem haacute tempos buscando aumentar os laccedilos econocircmicos

entre seus paiacuteses atraveacutes da criaccedilatildeo de blocos regionais Vaacuterios foram os idealizadores da

integraccedilatildeo entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina dentre eles estaacute o presidente Getuacutelio Vargas que na

primeira metade do seacuteculo XX almejava a integraccedilatildeo das principais economias da Ameacuterica

Latina atraveacutes da formaccedilatildeo de um bloco econocircmico Inicialmente por volta da deacutecada de 30

ainda no Governo Vargas foram feitas algumas negociaccedilotildees para criar o BLOCO ABC

procurou-se formar a integraccedilatildeo dos trecircs paiacuteses mais fortes economicamente na Ameacuterica Latina

a Argentina o Brasil e o Chile Os paiacuteses sul americanos tiveram que enfrentar a resistecircncia do

governo dos EUA que natildeo via com bons olhos a imposiccedilatildeo de fronteiras econocircmicas pois

desejava continuar suprindo a Ameacuterica Latina com seus produtos industrializados e obtendo sua

mateacuteria prima

Anos mais tarde em 1948 foi criada a Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica

Latina - CEPAL subordinada ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees Unidas

representando outro importante instrumento para o desenvolvimento dos paiacuteses da Ameacuterica

Latina pois busca promover o desenvolvimento da Ameacuterica Latina estimulando a criaccedilatildeo de um

mercado comum latino americano

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O MERCOSUL considerado o mais recente esforccedilo para a integraccedilatildeo da

Ameacuterica Latina pode encontrar suas origens na criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo Latino-Americana de

Livre Comeacutercio ndash ALALC Este bloco tinha como objetivo implantar no prazo de 12 anos um

mercado comum regional por meio da formaccedilatildeo de uma zona de livre comeacutercio Criada em 1960

pelo Tratado de Montevideacuteu conhecido como TM-60 a ALALC era constituiacuteda pelos paiacuteses da

Ameacuterica do Sul excluindo-se deste grupo as Guianas e pelo Meacutexico O Tratado buscava ampliar

os mercados e alcanccedilar a liberalizaccedilatildeo do intercacircmbio eliminando as medidas protecionistas

Atraveacutes do Protocolo de Caracas a ideacuteia de criar um mercado comum em 12 anos teve seu prazo

aumentado para 1980 O objetivo era eliminar ateacute 1980 a maior quantidade imaginaacutevel de

restriccedilotildees comerciais existentes entre os integrantes do bloco

Os objetivos almejados pela ALALC natildeo foram alcanccedilados e dentre as razotildees

que levaram ao fracasso da Associaccedilatildeo encontra-se a falta de dinamismo por conta do elevado

nuacutemero de associados e suas diferenccedilas estruturais o vencimento do prazo determinado para a

obtenccedilatildeo de ecircxito do bloco entre outros motivos Durante a deacutecada de 70 a crise do petroacuteleo que

atingia a economia mundial causou uma intensa recessatildeo nos paiacuteses da Ameacuterica Latina e em

busca de uma alternativa para contornar o problema os paiacuteses latino-americanos reestruturaram a

ALALC fazendo surgir a Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo ndash ALADI criada em 1980

pelo Tratado de Montevideacuteu chamado TM-80 Ainda em vigor este Tratado compreende os

mesmos paiacuteses que compunham a ALALC Esse novo tratado requer que os paiacuteses membros

decircem continuidade ao processo de integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina colaborando para o

desenvolvimento econocircmico-social de uma forma mais equilibrada na regiatildeo Sua criaccedilatildeo

permitiu a promoccedilatildeo do aprofundamento do processo de integraccedilatildeo latino-americana e sua

finalidade eacute atingir a formaccedilatildeo de um mercado comum regional permitir o comeacutercio intra-

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regional reciacuteproco promover o comeacutercio ampliaccedilatildeo de mercados desenvolvimento equilibrado e

o estabelecimento de preferecircncias regionais O TM-80 daacute aos Estados membros grande liberdade

para formular suas poliacuteticas comerciais e ainda uma maior flexibilidade para celebrar acordos

bilaterais ou multilaterais Com a criaccedilatildeo da ALADI houve um grande avanccedilo nas relaccedilotildees

comerciais entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina isso aconteceu devido agrave essa possibilidade de

realizaccedilatildeo de acordos bilaterais e outros de alcance regional entre os membros fazendo com que

aumentasse cada vez mais o comeacutercio bilateral e intra-regional na Ameacuterica Latina

A criaccedilatildeo da ALADI ainda parece ter beneficiado o processo de integraccedilatildeo

latino-americana Ficou extinta a ldquoclaacuteusula de naccedilatildeo mais favorecida regionalrdquo anteriormente

adotada pela ALALC permitindo assim conceder preferecircncia tarifaacuteria entre alguns membros da

ALADI sem a obrigatoriedade de dar preferecircncia a todos os integrantes da Associaccedilatildeo Apesar

do esforccedilo a ALADI natildeo conseguiu atingir seu objetivo de alcanccedilar uma integraccedilatildeo regional As

vaacuterias perspectivas geradas com a criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo foram extintas devido aos

acontecimentos no cenaacuterio internacional por volta do final da deacutecada de 70 Alguns fatores

comprometeram o crescimento do comeacutercio internacional e dificultaram o acesso de paiacuteses em

desenvolvimento agraves suas fontes externas de financiamento Dentre esses fatores se encontram o

segundo choque do petroacuteleo a elevaccedilatildeo do valor das taxas de juros internacionais e a recessatildeo

das economias de paiacuteses desenvolvidos Como os paiacuteses da Ameacuterica Latina estavam com a diacutevida

externa cada vez maior e sofrendo com a alta dos juros houve entre os paiacuteses integrantes da

ALADI a praacutetica cada vez mais frequumlente do protecionismo pois cada paiacutes passava a empregar

um amplo conjunto de medidas para controlar as importaccedilotildees Poreacutem o impacto dessa poliacutetica

sobre o comeacutercio intra-regional natildeo foi considerado eficaz pois aleacutem da reduccedilatildeo das importaccedilotildees

de cada paiacutes aconteceu tambeacutem uma proporcional reduccedilatildeo das trocas comerciais entre os paiacuteses

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da proacutepria regiatildeo Haacute autores que dizem que a ALADI seguiu o mesmo modelo fracassado de

integraccedilatildeo regional que a ALALC onde o uacutenico agente eacute o Estado Isso porque o Tratado natildeo

considerava a livre circulaccedilatildeo de pessoas de empresas e de capitais privados e regionais e nem

de formas comunitaacuterias natildeo deixando espaccedilo para os verdadeiros interessados na integraccedilatildeo

regional

Mesmo a ALALC e a ALADI tendo obtido poucos resultados com relaccedilatildeo agrave

integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina ainda crescia o desejo pelo desenvolvimento de uma integraccedilatildeo

regional com destaque para o MERCOSUL que eacute considerado o processo de integraccedilatildeo regional

mais bem-sucedido da Ameacuterica Latina

12 Tratados do MERCOSUL

Eacute importante lembrar que os Estados-parte do MERCOSUL fazem parte do

GATT-OMC e suas accedilotildees devem estar adequadas ao regulamento desse acordo Isso acontece

devido agrave claacuteusula de habilitaccedilatildeo da Ronda Toacutequio que permite que os paiacuteses em

desenvolvimento natildeo apliquem o princiacutepio da naccedilatildeo mais favorecida

121 Tratado de Assunccedilatildeo

Foi assinado em 26 de marccedilo de 1991 o Tratado de Assunccedilatildeo visando agrave

constituiccedilatildeo de um mercado comum entre a Argentina o Brasil o Paraguai e o Uruguai Esse

tratado previa a liberalizaccedilatildeo comercial entre os paiacuteses-membros num periacuteodo de transiccedilatildeo ateacute

1994 Pode-se dividir a evoluccedilatildeo do MERCOSUL em dois periacuteodos o periacuteodo de transiccedilatildeo de

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1991 a 1994 e a partir do iniacutecio de 1995 a existecircncia do MERCOSUL como uma Uniatildeo

Aduaneira

Eacute um acordo-quadro que apesar de natildeo criar um mercado comum estabelece

as metas do processo de integraccedilatildeo e a forma de alcanccedilaacute-las Um dos objetivos desse tratado eacute o

estabelecimento de uma tarifa externa comum a TEC e adoccedilatildeo de uma poliacutetica comercial

comum em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses Estabelece tambeacutem as condiccedilotildees para o surgimento de um

projeto de integraccedilatildeo que define seu objetivo agrave criaccedilatildeo de um mercado comum Este tratado

registra a vontade por parte dos quatro paiacuteses integrantes de se inserir com mais forccedila no

mercado mundial

O Tratado de Assunccedilatildeo eacute um acordo que agrave medida que se necessita vem sendo

complementado por outros instrumentos adicionais negociados entre os participantes do bloco

Inicialmente determina os meios para que ateacute o fim de 1994 se chegasse a uma uniatildeo aduaneira

que eacute a fase anterior ao mercado comum Poreacutem como eacute visto o MERCOSUL hoje ainda eacute uma

uniatildeo aduaneira imperfeita pois natildeo manteacutem a Tarifa Externa Comum (TEC) prevista para os

quatro Estados-membros

O Tratado de Assunccedilatildeo ato que fundou o MERCOSUL constitui um dos

principais instrumentos do processo de integraccedilatildeo acompanhado do Protocolo de Brasiacutelia de

1991 e ainda do Protocolo de Ouro Preto de 1994

Este tratado constitui a base de todo o sistema normativo do MERCOSUL

ordena e regulamenta as relaccedilotildees existentes entre os Estados integrantes do bloco

O Tratado de Assunccedilatildeo tem como objetivo principal a constituiccedilatildeo de um

mercado comum entre seus signataacuterios o que sugere tambeacutem a livre circulaccedilatildeo de bens serviccedilos

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e fatores produtivos entre os Estados-parte eliminando as tarifas preacute-estabelecidas e as restriccedilotildees

natildeo tarifaacuterias No tratado estatildeo estabelecidos os elementos para a criaccedilatildeo de uma uniatildeo aduaneira

e por consequumlecircncia de uma poliacutetica comercial comum

De acordo com o Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE) o Tratado de

Assunccedilatildeo estabeleceu a utilizaccedilatildeo dos seguintes instrumentos para a constituiccedilatildeo do

MERCOSUL6

a) o cumprimento de um programa de liberalizaccedilatildeo comercial com reduccedilotildees tarifaacuterias

progressivas lineares e automaacuteticas acompanhadas da eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees natildeo-tarifaacuterias ou

de medidas de efeito equivalente

b) o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC) capaz de incentivar a

competitividade externa dos Estados-parte

c) a harmonizaccedilatildeo de poliacuteticas macroeconocircmicas e setoriais sempre que pertinente

O Tratado eacute sempre que necessaacuterio complementado por alguns instrumentos

adicionais acordados pelos quatro Estados-parte devido ao avanccedilo da integraccedilatildeo A intenccedilatildeo do

Tratado era de estabelecer condiccedilotildees para que se alcanccedilasse ateacute o fim de 1994 uma uniatildeo

aduaneira entre os quatro integrantes para posteriormente chegar a um mercado comum O MRE

mostra que o Tratado de Assunccedilatildeo determina alguns aspectos como7 estabelecer um programa de

liberalizaccedilatildeo comercial que consista de reduccedilotildees tarifaacuterias progressivas lineares e automaacuteticas

acompanhadas da eliminaccedilatildeo das barreiras natildeo tarifaacuterias coordenar poliacuteticas macro-econocircmicas

estabelecer uma Tarifa Externa Comum (TEC) estabelecer listas de exceccedilotildees ao programa de

6 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt

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liberalizaccedilatildeo para produtos considerados sensiacuteveis constituir um regime geral de origem e de

um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias

O Tratado de Assunccedilatildeo estabelece que o Poder Executivo de cada Estado-parte

deve manter informado seu respectivo Poder Legislativo sobre a evoluccedilatildeo do objeto deste tratado

o MERCOSUL

122 Protocolo de Brasiacutelia

Para solucionar os conflitos na esfera do MERCOSUL a forma escolhida foi a

arbitragem Portanto para cumprir determinaccedilatildeo do Tratado de Assunccedilatildeo designou-se um grupo

de trabalho que elaboraria um Sistema de Soluccedilatildeo de Controveacutersias entre os Estados-parte

Assim em dezembro de 1991 foi assinado o Protocolo de Brasiacutelia para Soluccedilatildeo de Controveacutersias

que passou a ter vigecircncia a partir de 1993

Este Protocolo no sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias tem como caracteriacutestica

ordenar que a soluccedilatildeo de controveacutersias ocorreraacute no plano diplomaacutetico por meio de negociaccedilotildees

diretas mas que possuem intervenccedilatildeo de oacutergatildeos institucionais como o Grupo Mercado Comum -

GMC- e se as dificuldades natildeo forem superadas utilizaraacute o procedimento arbitral O Protocolo

prevecirc tambeacutem poreacutem de maneira bem restrita e com normas complexas que particulares

pessoas fiacutesicas e juriacutedicas tenham acesso ao sistema com direito a reclamaccedilotildees pois o Tratado de

Assunccedilatildeo previa somente a participaccedilatildeo dos Estados-parte

7 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt

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A uacuteltima fase do Protocolo a instauraccedilatildeo de um Tribunal Arbitral proferiraacute a

decisatildeo por meio de laudos inapelaacuteveis e obrigatoacuterios para os Estados-parte na controveacutersia Essa

obrigatoriedade se daraacute a partir do recebimento da notificaccedilatildeo sobre a decisatildeo e os laudos teratildeo

forccedila de coisa julgada devendo ser cumpridos no prazo fixado pelo Tribunal Arbitral

O Protocolo de Brasiacutelia funciona como provisoacuterio fornecendo mecanismos para

a soluccedilatildeo de controveacutersias ateacute que entre em vigor o Sistema Permanente de Soluccedilotildees de

Controveacutersias Este sistema aleacutem de previsto no Tratado de Assunccedilatildeo ganhou forccedila com o

Protocolo de Ouro Preto quando diz que antes de se firmar uma Tarifa Externa Comum os

Estados-parte deveratildeo fazer uma revisatildeo do sistema atual para soluccedilatildeo de controveacutersias com o

objetivo de adotar o sistema permanente

123 Protocolo de Ouro Preto

O Protocolo de Ouro Preto ndash POP assinado em 1994 define a estrutura

institucional definitiva do MERCOSUL e firma a ideacuteia de avanccedilar na constituiccedilatildeo de um

mercado comum Este protocolo pode se adaptar a possiacuteveis circunstacircncias que se apresentem

pois por meio de uma conferecircncia diplomaacutetica sua estrutura pode ser reavaliada

O POP tem como principal atribuiccedilatildeo conferir personalidade juriacutedica ao

MERCOSUL sempre que ele tenha que se relacionar como bloco econocircmico com grupos de

paiacuteses e oacutergatildeos internacionais multilateraisO POP trouxe algumas inovaccedilotildees para a estrutura

orgacircnica do MERCOSUL com relaccedilatildeo agrave criaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos Este bloco pode contar agora

com os seguintes oacutergatildeos

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- Conselho do Mercado Comum (CMC)

- Grupo Mercado Comum (GMC)

- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)

- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)

- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)

- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)

Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de

Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte

reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a

decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o

encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver

uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc

teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado

reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante

poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de

Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de

Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares

13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu

Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem

conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo

regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos

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aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica

proacutepria

No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos

fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes

promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em

1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash

Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de

Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as

barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas

O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE

satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de

Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc

Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas

Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a

primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE

que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais

e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos

tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda

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parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila

comum (PESC)

O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs

pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica

externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria

Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais

elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo

Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma

deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para

um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de

acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE

14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia

Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros

fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e

Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda

aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez

com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-

se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios

tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a

ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses

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30

A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus

integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O

alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como

dos novos paiacuteses integrantes do bloco

ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)

Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455

milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou

preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados

pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo

15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia

As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as

importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL

8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional

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31

aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial

global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O

Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo

Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a

Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda

mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a

conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o

protecionismo adotado pela Europa

16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia

Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade

Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo

Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos

A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo

interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de

integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional

O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as

condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e

econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando

9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt

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32

a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)

Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas

regiotildees como conceitos baacutesicos

Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de

atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e

das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre

Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros

A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo

natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos

regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As

propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL

foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a

posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais

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33

2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE

Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e

Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute

de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e

Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de

envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da

Uniatildeo Europeacuteia

Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das

relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se

referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral

22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL

Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia

econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da

economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do

comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o

comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano

10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144

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34

Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das

exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo

Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do

Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira

Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros

paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido

com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a

Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees

Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve

um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$

45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila

comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do

MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno

crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL

passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees

Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees

brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina

23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina

Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai

para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo

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35

nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo

principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro

mercado comum

No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a

Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo

industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha

caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata

previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos

setoriais foram assinados bilateralmente

24 Produtos ou setores em potencial

A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila

de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees

europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-

tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral

permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a

UE

O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre

paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco

elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado

principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A

composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das

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36

importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do

MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e

ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu

25 Principais parceiros europeus

As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande

assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o

primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos

externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus

Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica

Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a

complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais

intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-

americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de

diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio

bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais

com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande

influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a

Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada

na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento

comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro

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37

3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ

RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE

31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia

O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco

pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do

MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa

Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros

comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos

comerciais na Europa

Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do

Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto

que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com

relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve

queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve

uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos

anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e

menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil

passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda

de 10 nesse investimento

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38

No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do

MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os

europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior

mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das

exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial

importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute

a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total

A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de

intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores

agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees

europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo

dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida

Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma

importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios

desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos

manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser

importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas

Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com

tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas

11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses

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39

Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta

de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as

maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados

representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros

quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo

eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos

Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II

32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil

Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco

econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a

assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos

tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL

Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de

facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo

acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram

negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL

com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados

europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia

A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais

nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que

temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as

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40

relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no

fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as

medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus

No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator

agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de

2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral

com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano

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41

CONCLUSAtildeO

As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito

tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se

aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial

implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente

conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados

Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos

data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina

individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se

com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as

partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados

A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos

causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e

Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um

desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo

com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e

falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a

formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse

fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados

que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus

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42

interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus

interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar

obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos

econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada

bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles

como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das

negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave

liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees

Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar

um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o

Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e

essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles

Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo

inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se

tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs

dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses

integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e

reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento

Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da

agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos

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Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor

agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta

de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses

desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil

esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor

Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do

Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC

depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia

Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a

pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade

eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os

subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre

MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas

do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos

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44

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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46

ANEXO I

Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo

(valores totais em US$ e porcentuais)

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45

Exportaccedilotildees do Brasil

2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46

2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38

Importaccedilotildees do Brasil

2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44

Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28

2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23

Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31

Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees

2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil

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47

ANEXO II

Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL

Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp

Peso do MERCOSUL

nas Importaccedilotildees

extra UE 19982000

Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL

19982000

I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361

II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399

III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112

IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423

Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386

V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207

VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130

VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92

VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341

IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374

X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259

XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152

XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139

XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120

XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140

XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176

XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157

XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151

XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206

XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67

XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301

Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183

Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA

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ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE

Totais por fator agregado

US$ F0B

Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s

A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935

2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111

Fonte

Anos de 19801992 = Banco do Brasil

Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE

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49

ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro

Uniatildeo Europeacuteia - UE

US$ F0B

E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s

A n o

US$ FOB (A)

Var

Part ()

US$ FOB (B)

Var ()

Part ()

Saldo (A-B)

Corrente Comeacutercio (A+B)

Cobertura (AB)

1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133

Obs () ()

VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil

IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final

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5

ABSTRACT

This work is the result of studies about the importance participation and

evolution of commerce between these two regional blocks that are in constant growth the

European Union and Mercosur This work encloses the beginning of the regional integration

process formation of economic blocks and its actual inter-regional relationship The focus of this

work encompasses Brazilrsquos situation This study analyses Brazilrsquos participation its importance

and the consequences due to the existing commercial relationship between the regional blocks

which were studied in this work

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6

LISTA DE SIGLAS bull ALADI - Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo bull ALALC ndash Associaccedilatildeo Latino-Americana de Livre Comeacutercio bull BLOCO ABC ndash Bloco econocircmico formado por Argentina Brasil e Chile bull CCM ndash Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL bull CECA - Comunidade Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo bull CEE ndash Comunidade Econocircmica Europeacuteia bull CEPAL ndash Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina bull CMC ndash Conselho do Mercado Comum bull CPCM ndash Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL bull EUA ndash Estados Unidos da Ameacuterica bull FCES ndash Foro Consultivo Econocircmico e Social bull GATT ndash Acordo Geral sobre Tarifas e Comeacutercio bull GMC ndash Grupo Mercado Comum bull IPEA ndash Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada bull MERCOSUL ndash Mercado Comum do Sul bull MRE ndash Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores bull OMC ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio bull PESC - Poliacutetica Externa e Seguranccedila Comum bull PIB ndash Produto Interno Bruto bull PICE ndash Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica bull POP ndash Protocolo de Ouro Preto bull SAM ndash Secretaria Administrativa do MERCOSUL bull SGP ndash Sistema Geral de Preferecircncias bull TEC ndash Tarifa Externa Comum bull TM-60 ndash Tratado de Montevideacuteu criado em 1960 bull TM-80 ndash Tratado de Montevideacuteu criado em 1980 bull TUE ndash Tratado da Uniatildeo Europeacuteia bull UE ndash Uniatildeo Europeacuteia bull UNCTAD - Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre o Comeacutercio e o Desenvolvimento

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7

SUMAacuteRIO

Paacutegina

AGRADECIMENTOS III RESUMO IV ABSTRACT IV LISTA DE SIGLAS VI INTRODUCcedilAtildeO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO PROBLEMA 10

IMPORTAcircNCIA DO TEMA E METODOLOGIA DE TRABALHO 12

REFERENCIAL TEOacuteRICO 13

1 MERCOSUL E UNIAtildeO EUROPEacuteIA 19

11 MERCOSUL antecedentes histoacutericos 19

12 Tratados do MERCOSUL 22

121 Tratado de Assunccedilatildeo 22

122 Protocolo de Brasiacutelia 25

123 Protocolo de Ouro Preto 26

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8

13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu 27

14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia 29

15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia 30

16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia 31

2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 33

21 - A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE 33

22 - A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL 33

23 - O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina 34

24 - Produtos ou setores em potencial 35

25 - Principais parceiros europeus 36

3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE 37

31 - MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia 37

32 - Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil 39

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9

CONCLUSAtildeO 41 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 44 ANEXO I 46 ANEXO II 47 ANEXO III 48 ANEXO IV 49

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10

INTRODUCcedilAtildeO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO PROBLEMA

Apoacutes a Segunda Guerra Mundial tornou-se possiacutevel assistir a propagaccedilatildeo de

iniciativas de diversos Estados para promover o comeacutercio internacional e consequumlentemente

uma maior inserccedilatildeo de cada um deles no mercado mundial Essas iniciativas se realizaram por

meio de negociaccedilotildees acordos bilaterais ou multilaterais e pela formaccedilatildeo de blocos econocircmicos

regionais

No decorrer do estudo nota-se a preocupaccedilatildeo em entender ateacute que ponto as

relaccedilotildees inter-regionais entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia afetam o Brasil sendo vantajosas

ou natildeo para o paiacutes Para tanto o presente trabalho foi dividido em trecircs capiacutetulos que buscam dar

uma melhor abordagem sobre o tema em questatildeo

Sabendo que o antecedente imediato do MERCOSUL foi a integraccedilatildeo Brasil-

Argentina pode-se notar que esta uacuteltima foi impulsionada principalmente pela superaccedilatildeo das

divergecircncias geopoliacuteticas bilaterais pelo retorno agrave plenitude do regime democraacutetico nos dois

paiacuteses e pela crise do sistema econocircmico internacional Uma seacuterie de acordos bilaterais

precederam o MERCOSUL poreacutem o primeiro desses acordos a Declaraccedilatildeo de Iguaccedilu foi

firmada pelos presidentes Sarney e Alfonsiacuten em 1985 buscando acelerar o processo de

integraccedilatildeo dos dois paiacuteses Brasil e Argentina em diferentes aacutereas

Tendo conhecimento do que foi apresentado o primeiro capiacutetulo abordaraacute um

pouco da fase histoacuterica dos blocos Fala da criaccedilatildeo do MERCOSUL que remonta agrave ALALC ateacute

chegar agrave assinatura do Tratado de Assunccedilatildeo e seus protocolos adicionais de Brasiacutelia que

estabelece um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias e de Ouro Preto que traz modificaccedilotildees para a

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estrutura orgacircnica criando diversos oacutergatildeos para o bloco A partir de entatildeo procura-se fazer uma

breve abordagem histoacuterica da Uniatildeo Europeacuteia analisando-a desde quando era ainda a CEE ateacute

consolidar-se por meio do Tratado de Maastricht tornando-se de fato a atual Uniatildeo Europeacuteia

com 25 membros Ainda no primeiro capiacutetulo eacute possiacutevel verificar a vontade desses dois blocos de

implementar um acordo inter-regional entre eles

Mais adiante seraacute dado enfoque agrave relevacircncia da participaccedilatildeo do Brasil no

comeacutercio com o MERCOSUL e no comeacutercio com a Uniatildeo Europeacuteia separadamente procurando

ressaltar os setores mais expressivos para as partes e seus parceiros mais importantes

Finalmente no uacuteltimo capiacutetulo seratildeo abordadas as consequumlecircncias positivas ou

negativas para o Brasil a partir da relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia lembrando que

apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar um acordo entre eles os europeus adotam

medidas protecionistas que muito afetam as intenccedilotildees dos paiacuteses latino-americanos

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12

IMPORTAcircNCIA DO TEMA E METODOLOGIA DE TRABALHO

Com o constante fenocircmeno da globalizaccedilatildeo o interesse dos Estados por

mercados estrangeiros eacute cada vez maior proporcionando assim oportunidades para os paiacuteses

geograficamente mais proacuteximos se unirem formando grandes blocos econocircmicos atraveacutes do

processo de integraccedilatildeo regional Devido a vantagens e benefiacutecios oferecidos os paiacuteses optam cada

vez mais por integrar-se com seus vizinhos para adquirir mais forccedila e competitividade no cenaacuterio

internacional Esse processo de integraccedilatildeo pode ser facilmente observado como mostra o

trabalho na Ameacuterica Latina e na Europa com a criaccedilatildeo do Mercado Comum do Sul

(MERCOSUL) e da Uniatildeo Europeacuteia respectivamente

O interesse pelo tema surgiu da importacircncia no atual cenaacuterio internacional de

se obter uma visatildeo a partir da oacutetica do Brasil como maior economia do MERCOSUL com

relaccedilatildeo ao intercacircmbio comercial entre este bloco e a Uniatildeo Europeacuteia Estudar a relaccedilatildeo entre os

dois blocos torna mais faacutecil visualizar a participaccedilatildeo do Brasil no comeacutercio com cada um deles

individualmente e de sua situaccedilatildeo e eventuais consequumlecircncias para o paiacutes devido a essa relaccedilatildeo

inter-regional que tende a crescer cada vez mais

Este trabalho foi realizado baseado em fontes secundaacuterias como livros teses

textos especializados jornais revistas internet dados e tabelas para maior esclarecimento do que

foi abordado

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13

REFERENCIAL TEOacuteRICO

Foi principalmente apoacutes a Segunda Guerra Mundial que surgiu o fenocircmeno da

integraccedilatildeo econocircmica regional que desde entatildeo tem sido objeto de estudo para a economia

poliacutetica O conceito de integraccedilatildeo eacute recente se implanta perfeitamente no atual panorama

econocircmico mundial e eacute marcado pelo multilateralismo das relaccedilotildees comerciais e pela

regionalizaccedilatildeo econocircmica Eacute um fato comum no mundo atual Quase todas as grandes economias

mundiais encontram-se de alguma forma envolvidas em processos de integraccedilatildeo econocircmica

Esse fenocircmeno se introduz no problema enfrentado por todas as naccedilotildees

modernas o protecionismo contra liberalismo comercial O protecionismo aumenta e favorece a

industrializaccedilatildeo de um paiacutes mas por outro lado apoacutes certo tempo tambeacutem favorece o

surgimento de monopoacutelios internos com visiacutevel desvantagem para o consumidor que natildeo tem

acesso a novos produtos lanccedilados no mercado internacional e soacute pode escolher entre os ofertados

no mercado interno Como natildeo haacute concorrecircncia internacional e satildeo produzidos por empresas

abrigadas sob o protecionismo os produtos nacionais tecircm a tendecircncia de serem caros e de baixa

qualidade

Ao se desestruturar os mecanismos da proteccedilatildeo a liberalizaccedilatildeo comercial

deixou de ser uma simples alternativa e passou a significar uma caracteriacutestica da economia

mundial Reuacutenem-se paiacuteses regionalmente para assim alcanccedilar novos paiacuteses sendo vizinhos ou

natildeo e ampliar o espaccedilo econocircmico integrado

A integraccedilatildeo deve ser entendida como um processo de unificaccedilatildeo de

sociedades que tendem a formar uma coletividade harmoniosa a partir de liberalizaccedilotildees das

trocas comerciais dos movimentos de capitais pessoas serviccedilos e reduccedilotildees de discriminaccedilotildees

entre os estados membros1

1 VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81

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Segundo o MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES os processos de

integraccedilatildeo econocircmica satildeo conjuntos de medidas de caraacuteter econocircmico e comercial que tecircm por

finalidade originar a aproximaccedilatildeo e consequumlentemente a uniatildeo entre as economias de dois ou

mais paiacuteses Essa aproximaccedilatildeo deve ter por objetivo natildeo somente laccedilos econocircmicos mas

tambeacutem poliacuteticos e sociais

A integraccedilatildeo consiste em estabelecer um novo ambiente econocircmico poliacutetico e

cultural a partir de vaacuterios ambientes econocircmicos Haacute uma eliminaccedilatildeo de formas de

discriminaccedilotildees iniciais como no aspecto comercial ou no que concerne agrave circulaccedilatildeo de pessoas

serviccedilos e capitais em processos de integraccedilatildeo mais avanccedilados

Os processos de integraccedilatildeo de mercados representam o auge da globalizaccedilatildeo e

internacionalizaccedilatildeo da economia o que resulta em tendecircncias de interdependecircncia e

uniformidade a chamada homogeneizaccedilatildeo A economia transnacional se sobrepotildee agrave soberania

dos Estados gerando assim novas territorizaccedilotildees sem raiacutezes culturais

As poliacuteticas de integraccedilatildeo econocircmica podem ser positivas ou negativas Nas

positivas ocorrem modificaccedilotildees dos instrumentos existentes ndash matildeo-de-obra barata infra-

estrutura mobilidade de um paiacutes a outro etc ndash e a criaccedilatildeo de instituiccedilotildees para permitir o

aprofundamento da unificaccedilatildeo dos mercados e seu efetivo funcionamento Jaacute nas poliacuteticas

negativas acontece a remoccedilatildeo total de barreiras ao comeacutercio internacional ou restriccedilatildeo ao

processo de liberalizaccedilatildeo comercial

VINER (1949) criou as bases da integraccedilatildeo econocircmica a partir da teoria pura do

comeacutercio internacional Foi ele tambeacutem quem fez a distinccedilatildeo entre criaccedilatildeo de comeacutercio e desvio

de comeacutercio

A integraccedilatildeo econocircmica entre paiacuteses em desenvolvimento seria uma alternativa

para viabilizar uma estrateacutegia de desenvolvimento que seria irrealizaacutevel nas dimensotildees de

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pequenas economias perifeacutericas Essas razotildees levaram os economistas da CEPAL a defenderem a

necessidade da integraccedilatildeo das economias latino-americanas

Os processos de integraccedilatildeo2 buscam alcanccedilar diversos objetivos tais como a

ampliaccedilatildeo da resistecircncia frente agraves barreiras aduaneiras a ampliaccedilatildeo dos mercados o estiacutemulo do

intercambio tecnoloacutegico uma maior facilidade de acesso a mateacuterias primas e o maior poder de

pressatildeo na defesa de seus interesses nas negociaccedilotildees internacionais Tendo visto isso pode-se

observar que haacute diferentes formas e etapas de integraccedilatildeo divididos em vaacuterios estaacutegios definidos

como

a) Zonas de Preferecircncias Tarifaacuterias ndash caracteriza-se pela reduccedilatildeo de tarifas para uma

gama variada de produtos abrangendo parte do universo tarifaacuterio sem que se implique na

eliminaccedilatildeo total dos direitos aduaneiros e na reduccedilatildeo ou eliminaccedilatildeo de outras restriccedilotildees ao

comeacutercio Esses acordos violam a claacuteusula de Naccedilatildeo Mais Favorecida do GATT3 mas satildeo

admitidos entre paiacuteses em desenvolvimento e satildeo praticados pelos paiacuteses desenvolvidos atraveacutes

do Sistema Geral de Preferecircncias (SGP) criado pela Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre o

Comeacutercio e o Desenvolvimento (UNCTAD)

b) Zona de Livre Comeacutercio ndash trata-se da forma mais simples de associaccedilatildeo entre

Estados admitida pelo GATT Caracteriza-se pela eliminaccedilatildeo de tarifas aduaneiras e outras

restriccedilotildees ao comeacutercio entre os paiacuteses que dela participam Poreacutem cada paiacutes preserva sua

autonomia na poliacutetica comercial em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses

2 BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972 3 GATT ndash Acordo Geral sobre Tarifas e Comeacutercio assinado por 23 paiacuteses O artigo XXIV do acordo permite a formaccedilatildeo de uniotildees aduaneiras e aacutereas de livre comeacutercio sob certas condiccedilotildees

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c) Uniatildeo Aduaneira ndash caracteriza-se pela ausecircncia de barreiras ao comeacutercio entre

paiacuteses-membros pressupotildee uma poliacutetica comercial comum em relaccedilatildeo a paiacuteses natildeo-membros e a

adoccedilatildeo de uma Tarifa Externa Comum (TEC) A uniatildeo aduaneira pressupotildee ainda a

harmonizaccedilatildeo de instrumentos da poliacutetica comercial tais como diferentes sistemas monetaacuterios

fiscais etc que possam vir a originar problemas

d) Mercado Comum ndash consiste em uma uniatildeo aduaneira na qual os estados membros

determinam a eliminaccedilatildeo das restriccedilotildees sobre produtos bem como a livre circulaccedilatildeo dos demais

fatores produtivos como pessoas serviccedilos e capital eacute uma forma mais elevada de integraccedilatildeo

econocircmica

e) Uniatildeo Econocircmica ndash caracteriza-se pelo estabelecimento de uma autoridade

supranacional que se responsabiliza pela aplicaccedilatildeo das poliacuteticas comuns define criteacuterios e

distingue-se de um mercado comum por associar a eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees aos movimentos de

mercadorias e fatores com um certo grau de harmonizaccedilatildeo das poliacuteticas econocircmicas nacionais de

forma a abolir as discriminaccedilotildees resultantes das disparidades existentes entre essas poliacuteticas

f) Integraccedilatildeo Econocircmica Total ndash para Balassa4 essa forma de integraccedilatildeo pressupotildee a

unificaccedilatildeo das poliacuteticas monetaacuterias fiscais sociais e anticiacuteclicas e exige o estabelecimento de

uma autoridade supranacional cujas decisotildees satildeo obrigatoacuterias para os Estados-membros

g) Uniatildeo Poliacutetica ndash essa eacute uma forma de integraccedilatildeo que se caracteriza pela instituiccedilatildeo

de uma federaccedilatildeo de Estados com autoridade poliacutetica unificada ou formaccedilatildeo de Estados na qual

4 Bela Balassa op Cit p 11

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apenas as aacutereas acordadas passam a ser objeto de controle de instituiccedilotildees supranacionais Em

geral a formaccedilatildeo de uma uniatildeo poliacutetica deve envolver cooperaccedilatildeo em termos da poliacutetica externa

e de defesa5

Eacute bastante antiga a noccedilatildeo de que uma zona de livre comeacutercio e uma uniatildeo

aduaneira ajudam para o aumento do bem-estar mas foi Jacob Viner em 1950 que formulou

uma teoria dos efeitos econocircmicos de uma uniatildeo aduaneira Essa teoria eacute baseada nos efeitos da

uniatildeo aduaneira sobre os produtos Foi entatildeo que introduziu os conceitos de criaccedilatildeo de comeacutercio

e desvio de comeacutercio

Viner investigou os efeitos de uma uniatildeo aduaneira nas correntes de trocas e fez

a distribuiccedilatildeo entre o efeito de desvio de comeacutercio resultante de uma uniatildeo Outros autores

tambeacutem abordaram estes problemas poreacutem num esquema menos preciso e sem utilizar a

terminologia de Viner

A criaccedilatildeo de comeacutercio eacute o mecanismo de ampliaccedilatildeo das transaccedilotildees comerciais

entre os paiacuteses membros de uma uniatildeo aduaneira a partir da unificaccedilatildeo de preccedilos dos produtos na

regiatildeo apoacutes a queda das barreiras tarifaacuterias Entende-se por desvio de comeacutercio o mecanismo de

reduccedilatildeo de comeacutercio com paiacuteses natildeo-membros da uniatildeo aduaneira em benefiacutecio do aumento do

comeacutercio intra-regional

Os efeitos positivos sobre a produccedilatildeo resultam do desvio de compras de um

dado bem de fontes de produccedilatildeo interna de custos mais altos para outras de custos mais

5 MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000

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reduzidos localizadas em paiacuteses membros Jaacute os efeitos negativos sobre a produccedilatildeo dizem

respeito a um desvio das fontes de produccedilatildeo com custos mais baixos paiacuteses estrangeiros para

fontes de produccedilatildeo com custos mais elevados paiacuteses membros Segundo Viner os efeitos

beneacuteficos da uniatildeo aduaneira seratildeo predominantes se o aumento de comeacutercio for superior ao seu

desvio

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1 MERCOSUL E UNIAtildeO EUROPEacuteIA

11 MERCOSUL antecedentes histoacutericos

A Ameacuterica Latina vem haacute tempos buscando aumentar os laccedilos econocircmicos

entre seus paiacuteses atraveacutes da criaccedilatildeo de blocos regionais Vaacuterios foram os idealizadores da

integraccedilatildeo entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina dentre eles estaacute o presidente Getuacutelio Vargas que na

primeira metade do seacuteculo XX almejava a integraccedilatildeo das principais economias da Ameacuterica

Latina atraveacutes da formaccedilatildeo de um bloco econocircmico Inicialmente por volta da deacutecada de 30

ainda no Governo Vargas foram feitas algumas negociaccedilotildees para criar o BLOCO ABC

procurou-se formar a integraccedilatildeo dos trecircs paiacuteses mais fortes economicamente na Ameacuterica Latina

a Argentina o Brasil e o Chile Os paiacuteses sul americanos tiveram que enfrentar a resistecircncia do

governo dos EUA que natildeo via com bons olhos a imposiccedilatildeo de fronteiras econocircmicas pois

desejava continuar suprindo a Ameacuterica Latina com seus produtos industrializados e obtendo sua

mateacuteria prima

Anos mais tarde em 1948 foi criada a Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica

Latina - CEPAL subordinada ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees Unidas

representando outro importante instrumento para o desenvolvimento dos paiacuteses da Ameacuterica

Latina pois busca promover o desenvolvimento da Ameacuterica Latina estimulando a criaccedilatildeo de um

mercado comum latino americano

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O MERCOSUL considerado o mais recente esforccedilo para a integraccedilatildeo da

Ameacuterica Latina pode encontrar suas origens na criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo Latino-Americana de

Livre Comeacutercio ndash ALALC Este bloco tinha como objetivo implantar no prazo de 12 anos um

mercado comum regional por meio da formaccedilatildeo de uma zona de livre comeacutercio Criada em 1960

pelo Tratado de Montevideacuteu conhecido como TM-60 a ALALC era constituiacuteda pelos paiacuteses da

Ameacuterica do Sul excluindo-se deste grupo as Guianas e pelo Meacutexico O Tratado buscava ampliar

os mercados e alcanccedilar a liberalizaccedilatildeo do intercacircmbio eliminando as medidas protecionistas

Atraveacutes do Protocolo de Caracas a ideacuteia de criar um mercado comum em 12 anos teve seu prazo

aumentado para 1980 O objetivo era eliminar ateacute 1980 a maior quantidade imaginaacutevel de

restriccedilotildees comerciais existentes entre os integrantes do bloco

Os objetivos almejados pela ALALC natildeo foram alcanccedilados e dentre as razotildees

que levaram ao fracasso da Associaccedilatildeo encontra-se a falta de dinamismo por conta do elevado

nuacutemero de associados e suas diferenccedilas estruturais o vencimento do prazo determinado para a

obtenccedilatildeo de ecircxito do bloco entre outros motivos Durante a deacutecada de 70 a crise do petroacuteleo que

atingia a economia mundial causou uma intensa recessatildeo nos paiacuteses da Ameacuterica Latina e em

busca de uma alternativa para contornar o problema os paiacuteses latino-americanos reestruturaram a

ALALC fazendo surgir a Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo ndash ALADI criada em 1980

pelo Tratado de Montevideacuteu chamado TM-80 Ainda em vigor este Tratado compreende os

mesmos paiacuteses que compunham a ALALC Esse novo tratado requer que os paiacuteses membros

decircem continuidade ao processo de integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina colaborando para o

desenvolvimento econocircmico-social de uma forma mais equilibrada na regiatildeo Sua criaccedilatildeo

permitiu a promoccedilatildeo do aprofundamento do processo de integraccedilatildeo latino-americana e sua

finalidade eacute atingir a formaccedilatildeo de um mercado comum regional permitir o comeacutercio intra-

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regional reciacuteproco promover o comeacutercio ampliaccedilatildeo de mercados desenvolvimento equilibrado e

o estabelecimento de preferecircncias regionais O TM-80 daacute aos Estados membros grande liberdade

para formular suas poliacuteticas comerciais e ainda uma maior flexibilidade para celebrar acordos

bilaterais ou multilaterais Com a criaccedilatildeo da ALADI houve um grande avanccedilo nas relaccedilotildees

comerciais entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina isso aconteceu devido agrave essa possibilidade de

realizaccedilatildeo de acordos bilaterais e outros de alcance regional entre os membros fazendo com que

aumentasse cada vez mais o comeacutercio bilateral e intra-regional na Ameacuterica Latina

A criaccedilatildeo da ALADI ainda parece ter beneficiado o processo de integraccedilatildeo

latino-americana Ficou extinta a ldquoclaacuteusula de naccedilatildeo mais favorecida regionalrdquo anteriormente

adotada pela ALALC permitindo assim conceder preferecircncia tarifaacuteria entre alguns membros da

ALADI sem a obrigatoriedade de dar preferecircncia a todos os integrantes da Associaccedilatildeo Apesar

do esforccedilo a ALADI natildeo conseguiu atingir seu objetivo de alcanccedilar uma integraccedilatildeo regional As

vaacuterias perspectivas geradas com a criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo foram extintas devido aos

acontecimentos no cenaacuterio internacional por volta do final da deacutecada de 70 Alguns fatores

comprometeram o crescimento do comeacutercio internacional e dificultaram o acesso de paiacuteses em

desenvolvimento agraves suas fontes externas de financiamento Dentre esses fatores se encontram o

segundo choque do petroacuteleo a elevaccedilatildeo do valor das taxas de juros internacionais e a recessatildeo

das economias de paiacuteses desenvolvidos Como os paiacuteses da Ameacuterica Latina estavam com a diacutevida

externa cada vez maior e sofrendo com a alta dos juros houve entre os paiacuteses integrantes da

ALADI a praacutetica cada vez mais frequumlente do protecionismo pois cada paiacutes passava a empregar

um amplo conjunto de medidas para controlar as importaccedilotildees Poreacutem o impacto dessa poliacutetica

sobre o comeacutercio intra-regional natildeo foi considerado eficaz pois aleacutem da reduccedilatildeo das importaccedilotildees

de cada paiacutes aconteceu tambeacutem uma proporcional reduccedilatildeo das trocas comerciais entre os paiacuteses

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da proacutepria regiatildeo Haacute autores que dizem que a ALADI seguiu o mesmo modelo fracassado de

integraccedilatildeo regional que a ALALC onde o uacutenico agente eacute o Estado Isso porque o Tratado natildeo

considerava a livre circulaccedilatildeo de pessoas de empresas e de capitais privados e regionais e nem

de formas comunitaacuterias natildeo deixando espaccedilo para os verdadeiros interessados na integraccedilatildeo

regional

Mesmo a ALALC e a ALADI tendo obtido poucos resultados com relaccedilatildeo agrave

integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina ainda crescia o desejo pelo desenvolvimento de uma integraccedilatildeo

regional com destaque para o MERCOSUL que eacute considerado o processo de integraccedilatildeo regional

mais bem-sucedido da Ameacuterica Latina

12 Tratados do MERCOSUL

Eacute importante lembrar que os Estados-parte do MERCOSUL fazem parte do

GATT-OMC e suas accedilotildees devem estar adequadas ao regulamento desse acordo Isso acontece

devido agrave claacuteusula de habilitaccedilatildeo da Ronda Toacutequio que permite que os paiacuteses em

desenvolvimento natildeo apliquem o princiacutepio da naccedilatildeo mais favorecida

121 Tratado de Assunccedilatildeo

Foi assinado em 26 de marccedilo de 1991 o Tratado de Assunccedilatildeo visando agrave

constituiccedilatildeo de um mercado comum entre a Argentina o Brasil o Paraguai e o Uruguai Esse

tratado previa a liberalizaccedilatildeo comercial entre os paiacuteses-membros num periacuteodo de transiccedilatildeo ateacute

1994 Pode-se dividir a evoluccedilatildeo do MERCOSUL em dois periacuteodos o periacuteodo de transiccedilatildeo de

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1991 a 1994 e a partir do iniacutecio de 1995 a existecircncia do MERCOSUL como uma Uniatildeo

Aduaneira

Eacute um acordo-quadro que apesar de natildeo criar um mercado comum estabelece

as metas do processo de integraccedilatildeo e a forma de alcanccedilaacute-las Um dos objetivos desse tratado eacute o

estabelecimento de uma tarifa externa comum a TEC e adoccedilatildeo de uma poliacutetica comercial

comum em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses Estabelece tambeacutem as condiccedilotildees para o surgimento de um

projeto de integraccedilatildeo que define seu objetivo agrave criaccedilatildeo de um mercado comum Este tratado

registra a vontade por parte dos quatro paiacuteses integrantes de se inserir com mais forccedila no

mercado mundial

O Tratado de Assunccedilatildeo eacute um acordo que agrave medida que se necessita vem sendo

complementado por outros instrumentos adicionais negociados entre os participantes do bloco

Inicialmente determina os meios para que ateacute o fim de 1994 se chegasse a uma uniatildeo aduaneira

que eacute a fase anterior ao mercado comum Poreacutem como eacute visto o MERCOSUL hoje ainda eacute uma

uniatildeo aduaneira imperfeita pois natildeo manteacutem a Tarifa Externa Comum (TEC) prevista para os

quatro Estados-membros

O Tratado de Assunccedilatildeo ato que fundou o MERCOSUL constitui um dos

principais instrumentos do processo de integraccedilatildeo acompanhado do Protocolo de Brasiacutelia de

1991 e ainda do Protocolo de Ouro Preto de 1994

Este tratado constitui a base de todo o sistema normativo do MERCOSUL

ordena e regulamenta as relaccedilotildees existentes entre os Estados integrantes do bloco

O Tratado de Assunccedilatildeo tem como objetivo principal a constituiccedilatildeo de um

mercado comum entre seus signataacuterios o que sugere tambeacutem a livre circulaccedilatildeo de bens serviccedilos

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e fatores produtivos entre os Estados-parte eliminando as tarifas preacute-estabelecidas e as restriccedilotildees

natildeo tarifaacuterias No tratado estatildeo estabelecidos os elementos para a criaccedilatildeo de uma uniatildeo aduaneira

e por consequumlecircncia de uma poliacutetica comercial comum

De acordo com o Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE) o Tratado de

Assunccedilatildeo estabeleceu a utilizaccedilatildeo dos seguintes instrumentos para a constituiccedilatildeo do

MERCOSUL6

a) o cumprimento de um programa de liberalizaccedilatildeo comercial com reduccedilotildees tarifaacuterias

progressivas lineares e automaacuteticas acompanhadas da eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees natildeo-tarifaacuterias ou

de medidas de efeito equivalente

b) o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC) capaz de incentivar a

competitividade externa dos Estados-parte

c) a harmonizaccedilatildeo de poliacuteticas macroeconocircmicas e setoriais sempre que pertinente

O Tratado eacute sempre que necessaacuterio complementado por alguns instrumentos

adicionais acordados pelos quatro Estados-parte devido ao avanccedilo da integraccedilatildeo A intenccedilatildeo do

Tratado era de estabelecer condiccedilotildees para que se alcanccedilasse ateacute o fim de 1994 uma uniatildeo

aduaneira entre os quatro integrantes para posteriormente chegar a um mercado comum O MRE

mostra que o Tratado de Assunccedilatildeo determina alguns aspectos como7 estabelecer um programa de

liberalizaccedilatildeo comercial que consista de reduccedilotildees tarifaacuterias progressivas lineares e automaacuteticas

acompanhadas da eliminaccedilatildeo das barreiras natildeo tarifaacuterias coordenar poliacuteticas macro-econocircmicas

estabelecer uma Tarifa Externa Comum (TEC) estabelecer listas de exceccedilotildees ao programa de

6 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt

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liberalizaccedilatildeo para produtos considerados sensiacuteveis constituir um regime geral de origem e de

um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias

O Tratado de Assunccedilatildeo estabelece que o Poder Executivo de cada Estado-parte

deve manter informado seu respectivo Poder Legislativo sobre a evoluccedilatildeo do objeto deste tratado

o MERCOSUL

122 Protocolo de Brasiacutelia

Para solucionar os conflitos na esfera do MERCOSUL a forma escolhida foi a

arbitragem Portanto para cumprir determinaccedilatildeo do Tratado de Assunccedilatildeo designou-se um grupo

de trabalho que elaboraria um Sistema de Soluccedilatildeo de Controveacutersias entre os Estados-parte

Assim em dezembro de 1991 foi assinado o Protocolo de Brasiacutelia para Soluccedilatildeo de Controveacutersias

que passou a ter vigecircncia a partir de 1993

Este Protocolo no sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias tem como caracteriacutestica

ordenar que a soluccedilatildeo de controveacutersias ocorreraacute no plano diplomaacutetico por meio de negociaccedilotildees

diretas mas que possuem intervenccedilatildeo de oacutergatildeos institucionais como o Grupo Mercado Comum -

GMC- e se as dificuldades natildeo forem superadas utilizaraacute o procedimento arbitral O Protocolo

prevecirc tambeacutem poreacutem de maneira bem restrita e com normas complexas que particulares

pessoas fiacutesicas e juriacutedicas tenham acesso ao sistema com direito a reclamaccedilotildees pois o Tratado de

Assunccedilatildeo previa somente a participaccedilatildeo dos Estados-parte

7 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt

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A uacuteltima fase do Protocolo a instauraccedilatildeo de um Tribunal Arbitral proferiraacute a

decisatildeo por meio de laudos inapelaacuteveis e obrigatoacuterios para os Estados-parte na controveacutersia Essa

obrigatoriedade se daraacute a partir do recebimento da notificaccedilatildeo sobre a decisatildeo e os laudos teratildeo

forccedila de coisa julgada devendo ser cumpridos no prazo fixado pelo Tribunal Arbitral

O Protocolo de Brasiacutelia funciona como provisoacuterio fornecendo mecanismos para

a soluccedilatildeo de controveacutersias ateacute que entre em vigor o Sistema Permanente de Soluccedilotildees de

Controveacutersias Este sistema aleacutem de previsto no Tratado de Assunccedilatildeo ganhou forccedila com o

Protocolo de Ouro Preto quando diz que antes de se firmar uma Tarifa Externa Comum os

Estados-parte deveratildeo fazer uma revisatildeo do sistema atual para soluccedilatildeo de controveacutersias com o

objetivo de adotar o sistema permanente

123 Protocolo de Ouro Preto

O Protocolo de Ouro Preto ndash POP assinado em 1994 define a estrutura

institucional definitiva do MERCOSUL e firma a ideacuteia de avanccedilar na constituiccedilatildeo de um

mercado comum Este protocolo pode se adaptar a possiacuteveis circunstacircncias que se apresentem

pois por meio de uma conferecircncia diplomaacutetica sua estrutura pode ser reavaliada

O POP tem como principal atribuiccedilatildeo conferir personalidade juriacutedica ao

MERCOSUL sempre que ele tenha que se relacionar como bloco econocircmico com grupos de

paiacuteses e oacutergatildeos internacionais multilateraisO POP trouxe algumas inovaccedilotildees para a estrutura

orgacircnica do MERCOSUL com relaccedilatildeo agrave criaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos Este bloco pode contar agora

com os seguintes oacutergatildeos

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- Conselho do Mercado Comum (CMC)

- Grupo Mercado Comum (GMC)

- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)

- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)

- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)

- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)

Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de

Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte

reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a

decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o

encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver

uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc

teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado

reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante

poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de

Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de

Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares

13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu

Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem

conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo

regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos

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aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica

proacutepria

No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos

fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes

promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em

1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash

Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de

Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as

barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas

O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE

satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de

Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc

Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas

Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a

primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE

que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais

e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos

tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda

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parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila

comum (PESC)

O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs

pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica

externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria

Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais

elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo

Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma

deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para

um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de

acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE

14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia

Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros

fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e

Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda

aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez

com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-

se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios

tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a

ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses

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30

A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus

integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O

alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como

dos novos paiacuteses integrantes do bloco

ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)

Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455

milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou

preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados

pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo

15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia

As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as

importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL

8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional

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aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial

global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O

Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo

Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a

Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda

mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a

conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o

protecionismo adotado pela Europa

16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia

Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade

Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo

Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos

A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo

interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de

integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional

O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as

condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e

econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando

9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt

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a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)

Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas

regiotildees como conceitos baacutesicos

Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de

atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e

das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre

Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros

A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo

natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos

regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As

propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL

foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a

posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais

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33

2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE

Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e

Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute

de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e

Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de

envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da

Uniatildeo Europeacuteia

Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das

relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se

referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral

22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL

Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia

econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da

economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do

comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o

comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano

10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144

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Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das

exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo

Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do

Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira

Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros

paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido

com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a

Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees

Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve

um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$

45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila

comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do

MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno

crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL

passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees

Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees

brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina

23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina

Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai

para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo

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nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo

principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro

mercado comum

No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a

Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo

industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha

caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata

previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos

setoriais foram assinados bilateralmente

24 Produtos ou setores em potencial

A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila

de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees

europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-

tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral

permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a

UE

O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre

paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco

elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado

principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A

composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das

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importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do

MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e

ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu

25 Principais parceiros europeus

As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande

assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o

primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos

externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus

Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica

Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a

complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais

intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-

americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de

diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio

bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais

com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande

influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a

Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada

na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento

comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro

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3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ

RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE

31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia

O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco

pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do

MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa

Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros

comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos

comerciais na Europa

Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do

Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto

que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com

relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve

queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve

uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos

anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e

menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil

passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda

de 10 nesse investimento

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No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do

MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os

europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior

mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das

exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial

importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute

a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total

A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de

intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores

agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees

europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo

dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida

Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma

importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios

desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos

manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser

importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas

Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com

tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas

11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses

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Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta

de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as

maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados

representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros

quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo

eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos

Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II

32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil

Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco

econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a

assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos

tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL

Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de

facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo

acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram

negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL

com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados

europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia

A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais

nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que

temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as

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40

relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no

fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as

medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus

No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator

agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de

2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral

com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano

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CONCLUSAtildeO

As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito

tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se

aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial

implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente

conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados

Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos

data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina

individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se

com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as

partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados

A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos

causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e

Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um

desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo

com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e

falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a

formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse

fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados

que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus

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interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus

interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar

obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos

econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada

bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles

como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das

negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave

liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees

Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar

um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o

Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e

essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles

Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo

inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se

tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs

dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses

integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e

reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento

Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da

agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos

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Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor

agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta

de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses

desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil

esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor

Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do

Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC

depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia

Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a

pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade

eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os

subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre

MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas

do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos

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REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004

bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004

bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003

bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004

bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998

bull GLOBAL 21 Disponiacutevel em lthttpwwwglobal21combrgt Acessado em 20 de novembro de 2005

bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001

bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000

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45

bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005

bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005

bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005

bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005

bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999

bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005

bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003

bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81

bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992

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46

ANEXO I

Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo

(valores totais em US$ e porcentuais)

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45

Exportaccedilotildees do Brasil

2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46

2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38

Importaccedilotildees do Brasil

2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44

Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28

2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23

Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31

Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees

2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil

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47

ANEXO II

Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL

Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp

Peso do MERCOSUL

nas Importaccedilotildees

extra UE 19982000

Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL

19982000

I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361

II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399

III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112

IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423

Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386

V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207

VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130

VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92

VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341

IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374

X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259

XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152

XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139

XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120

XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140

XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176

XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157

XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151

XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206

XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67

XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301

Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183

Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA

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ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE

Totais por fator agregado

US$ F0B

Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s

A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935

2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111

Fonte

Anos de 19801992 = Banco do Brasil

Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE

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49

ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro

Uniatildeo Europeacuteia - UE

US$ F0B

E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s

A n o

US$ FOB (A)

Var

Part ()

US$ FOB (B)

Var ()

Part ()

Saldo (A-B)

Corrente Comeacutercio (A+B)

Cobertura (AB)

1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133

Obs () ()

VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil

IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final

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6

LISTA DE SIGLAS bull ALADI - Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo bull ALALC ndash Associaccedilatildeo Latino-Americana de Livre Comeacutercio bull BLOCO ABC ndash Bloco econocircmico formado por Argentina Brasil e Chile bull CCM ndash Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL bull CECA - Comunidade Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo bull CEE ndash Comunidade Econocircmica Europeacuteia bull CEPAL ndash Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina bull CMC ndash Conselho do Mercado Comum bull CPCM ndash Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL bull EUA ndash Estados Unidos da Ameacuterica bull FCES ndash Foro Consultivo Econocircmico e Social bull GATT ndash Acordo Geral sobre Tarifas e Comeacutercio bull GMC ndash Grupo Mercado Comum bull IPEA ndash Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada bull MERCOSUL ndash Mercado Comum do Sul bull MRE ndash Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores bull OMC ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio bull PESC - Poliacutetica Externa e Seguranccedila Comum bull PIB ndash Produto Interno Bruto bull PICE ndash Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica bull POP ndash Protocolo de Ouro Preto bull SAM ndash Secretaria Administrativa do MERCOSUL bull SGP ndash Sistema Geral de Preferecircncias bull TEC ndash Tarifa Externa Comum bull TM-60 ndash Tratado de Montevideacuteu criado em 1960 bull TM-80 ndash Tratado de Montevideacuteu criado em 1980 bull TUE ndash Tratado da Uniatildeo Europeacuteia bull UE ndash Uniatildeo Europeacuteia bull UNCTAD - Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre o Comeacutercio e o Desenvolvimento

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SUMAacuteRIO

Paacutegina

AGRADECIMENTOS III RESUMO IV ABSTRACT IV LISTA DE SIGLAS VI INTRODUCcedilAtildeO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO PROBLEMA 10

IMPORTAcircNCIA DO TEMA E METODOLOGIA DE TRABALHO 12

REFERENCIAL TEOacuteRICO 13

1 MERCOSUL E UNIAtildeO EUROPEacuteIA 19

11 MERCOSUL antecedentes histoacutericos 19

12 Tratados do MERCOSUL 22

121 Tratado de Assunccedilatildeo 22

122 Protocolo de Brasiacutelia 25

123 Protocolo de Ouro Preto 26

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8

13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu 27

14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia 29

15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia 30

16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia 31

2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 33

21 - A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE 33

22 - A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL 33

23 - O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina 34

24 - Produtos ou setores em potencial 35

25 - Principais parceiros europeus 36

3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE 37

31 - MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia 37

32 - Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil 39

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9

CONCLUSAtildeO 41 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 44 ANEXO I 46 ANEXO II 47 ANEXO III 48 ANEXO IV 49

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10

INTRODUCcedilAtildeO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO PROBLEMA

Apoacutes a Segunda Guerra Mundial tornou-se possiacutevel assistir a propagaccedilatildeo de

iniciativas de diversos Estados para promover o comeacutercio internacional e consequumlentemente

uma maior inserccedilatildeo de cada um deles no mercado mundial Essas iniciativas se realizaram por

meio de negociaccedilotildees acordos bilaterais ou multilaterais e pela formaccedilatildeo de blocos econocircmicos

regionais

No decorrer do estudo nota-se a preocupaccedilatildeo em entender ateacute que ponto as

relaccedilotildees inter-regionais entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia afetam o Brasil sendo vantajosas

ou natildeo para o paiacutes Para tanto o presente trabalho foi dividido em trecircs capiacutetulos que buscam dar

uma melhor abordagem sobre o tema em questatildeo

Sabendo que o antecedente imediato do MERCOSUL foi a integraccedilatildeo Brasil-

Argentina pode-se notar que esta uacuteltima foi impulsionada principalmente pela superaccedilatildeo das

divergecircncias geopoliacuteticas bilaterais pelo retorno agrave plenitude do regime democraacutetico nos dois

paiacuteses e pela crise do sistema econocircmico internacional Uma seacuterie de acordos bilaterais

precederam o MERCOSUL poreacutem o primeiro desses acordos a Declaraccedilatildeo de Iguaccedilu foi

firmada pelos presidentes Sarney e Alfonsiacuten em 1985 buscando acelerar o processo de

integraccedilatildeo dos dois paiacuteses Brasil e Argentina em diferentes aacutereas

Tendo conhecimento do que foi apresentado o primeiro capiacutetulo abordaraacute um

pouco da fase histoacuterica dos blocos Fala da criaccedilatildeo do MERCOSUL que remonta agrave ALALC ateacute

chegar agrave assinatura do Tratado de Assunccedilatildeo e seus protocolos adicionais de Brasiacutelia que

estabelece um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias e de Ouro Preto que traz modificaccedilotildees para a

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11

estrutura orgacircnica criando diversos oacutergatildeos para o bloco A partir de entatildeo procura-se fazer uma

breve abordagem histoacuterica da Uniatildeo Europeacuteia analisando-a desde quando era ainda a CEE ateacute

consolidar-se por meio do Tratado de Maastricht tornando-se de fato a atual Uniatildeo Europeacuteia

com 25 membros Ainda no primeiro capiacutetulo eacute possiacutevel verificar a vontade desses dois blocos de

implementar um acordo inter-regional entre eles

Mais adiante seraacute dado enfoque agrave relevacircncia da participaccedilatildeo do Brasil no

comeacutercio com o MERCOSUL e no comeacutercio com a Uniatildeo Europeacuteia separadamente procurando

ressaltar os setores mais expressivos para as partes e seus parceiros mais importantes

Finalmente no uacuteltimo capiacutetulo seratildeo abordadas as consequumlecircncias positivas ou

negativas para o Brasil a partir da relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia lembrando que

apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar um acordo entre eles os europeus adotam

medidas protecionistas que muito afetam as intenccedilotildees dos paiacuteses latino-americanos

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12

IMPORTAcircNCIA DO TEMA E METODOLOGIA DE TRABALHO

Com o constante fenocircmeno da globalizaccedilatildeo o interesse dos Estados por

mercados estrangeiros eacute cada vez maior proporcionando assim oportunidades para os paiacuteses

geograficamente mais proacuteximos se unirem formando grandes blocos econocircmicos atraveacutes do

processo de integraccedilatildeo regional Devido a vantagens e benefiacutecios oferecidos os paiacuteses optam cada

vez mais por integrar-se com seus vizinhos para adquirir mais forccedila e competitividade no cenaacuterio

internacional Esse processo de integraccedilatildeo pode ser facilmente observado como mostra o

trabalho na Ameacuterica Latina e na Europa com a criaccedilatildeo do Mercado Comum do Sul

(MERCOSUL) e da Uniatildeo Europeacuteia respectivamente

O interesse pelo tema surgiu da importacircncia no atual cenaacuterio internacional de

se obter uma visatildeo a partir da oacutetica do Brasil como maior economia do MERCOSUL com

relaccedilatildeo ao intercacircmbio comercial entre este bloco e a Uniatildeo Europeacuteia Estudar a relaccedilatildeo entre os

dois blocos torna mais faacutecil visualizar a participaccedilatildeo do Brasil no comeacutercio com cada um deles

individualmente e de sua situaccedilatildeo e eventuais consequumlecircncias para o paiacutes devido a essa relaccedilatildeo

inter-regional que tende a crescer cada vez mais

Este trabalho foi realizado baseado em fontes secundaacuterias como livros teses

textos especializados jornais revistas internet dados e tabelas para maior esclarecimento do que

foi abordado

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13

REFERENCIAL TEOacuteRICO

Foi principalmente apoacutes a Segunda Guerra Mundial que surgiu o fenocircmeno da

integraccedilatildeo econocircmica regional que desde entatildeo tem sido objeto de estudo para a economia

poliacutetica O conceito de integraccedilatildeo eacute recente se implanta perfeitamente no atual panorama

econocircmico mundial e eacute marcado pelo multilateralismo das relaccedilotildees comerciais e pela

regionalizaccedilatildeo econocircmica Eacute um fato comum no mundo atual Quase todas as grandes economias

mundiais encontram-se de alguma forma envolvidas em processos de integraccedilatildeo econocircmica

Esse fenocircmeno se introduz no problema enfrentado por todas as naccedilotildees

modernas o protecionismo contra liberalismo comercial O protecionismo aumenta e favorece a

industrializaccedilatildeo de um paiacutes mas por outro lado apoacutes certo tempo tambeacutem favorece o

surgimento de monopoacutelios internos com visiacutevel desvantagem para o consumidor que natildeo tem

acesso a novos produtos lanccedilados no mercado internacional e soacute pode escolher entre os ofertados

no mercado interno Como natildeo haacute concorrecircncia internacional e satildeo produzidos por empresas

abrigadas sob o protecionismo os produtos nacionais tecircm a tendecircncia de serem caros e de baixa

qualidade

Ao se desestruturar os mecanismos da proteccedilatildeo a liberalizaccedilatildeo comercial

deixou de ser uma simples alternativa e passou a significar uma caracteriacutestica da economia

mundial Reuacutenem-se paiacuteses regionalmente para assim alcanccedilar novos paiacuteses sendo vizinhos ou

natildeo e ampliar o espaccedilo econocircmico integrado

A integraccedilatildeo deve ser entendida como um processo de unificaccedilatildeo de

sociedades que tendem a formar uma coletividade harmoniosa a partir de liberalizaccedilotildees das

trocas comerciais dos movimentos de capitais pessoas serviccedilos e reduccedilotildees de discriminaccedilotildees

entre os estados membros1

1 VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81

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14

Segundo o MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES os processos de

integraccedilatildeo econocircmica satildeo conjuntos de medidas de caraacuteter econocircmico e comercial que tecircm por

finalidade originar a aproximaccedilatildeo e consequumlentemente a uniatildeo entre as economias de dois ou

mais paiacuteses Essa aproximaccedilatildeo deve ter por objetivo natildeo somente laccedilos econocircmicos mas

tambeacutem poliacuteticos e sociais

A integraccedilatildeo consiste em estabelecer um novo ambiente econocircmico poliacutetico e

cultural a partir de vaacuterios ambientes econocircmicos Haacute uma eliminaccedilatildeo de formas de

discriminaccedilotildees iniciais como no aspecto comercial ou no que concerne agrave circulaccedilatildeo de pessoas

serviccedilos e capitais em processos de integraccedilatildeo mais avanccedilados

Os processos de integraccedilatildeo de mercados representam o auge da globalizaccedilatildeo e

internacionalizaccedilatildeo da economia o que resulta em tendecircncias de interdependecircncia e

uniformidade a chamada homogeneizaccedilatildeo A economia transnacional se sobrepotildee agrave soberania

dos Estados gerando assim novas territorizaccedilotildees sem raiacutezes culturais

As poliacuteticas de integraccedilatildeo econocircmica podem ser positivas ou negativas Nas

positivas ocorrem modificaccedilotildees dos instrumentos existentes ndash matildeo-de-obra barata infra-

estrutura mobilidade de um paiacutes a outro etc ndash e a criaccedilatildeo de instituiccedilotildees para permitir o

aprofundamento da unificaccedilatildeo dos mercados e seu efetivo funcionamento Jaacute nas poliacuteticas

negativas acontece a remoccedilatildeo total de barreiras ao comeacutercio internacional ou restriccedilatildeo ao

processo de liberalizaccedilatildeo comercial

VINER (1949) criou as bases da integraccedilatildeo econocircmica a partir da teoria pura do

comeacutercio internacional Foi ele tambeacutem quem fez a distinccedilatildeo entre criaccedilatildeo de comeacutercio e desvio

de comeacutercio

A integraccedilatildeo econocircmica entre paiacuteses em desenvolvimento seria uma alternativa

para viabilizar uma estrateacutegia de desenvolvimento que seria irrealizaacutevel nas dimensotildees de

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15

pequenas economias perifeacutericas Essas razotildees levaram os economistas da CEPAL a defenderem a

necessidade da integraccedilatildeo das economias latino-americanas

Os processos de integraccedilatildeo2 buscam alcanccedilar diversos objetivos tais como a

ampliaccedilatildeo da resistecircncia frente agraves barreiras aduaneiras a ampliaccedilatildeo dos mercados o estiacutemulo do

intercambio tecnoloacutegico uma maior facilidade de acesso a mateacuterias primas e o maior poder de

pressatildeo na defesa de seus interesses nas negociaccedilotildees internacionais Tendo visto isso pode-se

observar que haacute diferentes formas e etapas de integraccedilatildeo divididos em vaacuterios estaacutegios definidos

como

a) Zonas de Preferecircncias Tarifaacuterias ndash caracteriza-se pela reduccedilatildeo de tarifas para uma

gama variada de produtos abrangendo parte do universo tarifaacuterio sem que se implique na

eliminaccedilatildeo total dos direitos aduaneiros e na reduccedilatildeo ou eliminaccedilatildeo de outras restriccedilotildees ao

comeacutercio Esses acordos violam a claacuteusula de Naccedilatildeo Mais Favorecida do GATT3 mas satildeo

admitidos entre paiacuteses em desenvolvimento e satildeo praticados pelos paiacuteses desenvolvidos atraveacutes

do Sistema Geral de Preferecircncias (SGP) criado pela Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre o

Comeacutercio e o Desenvolvimento (UNCTAD)

b) Zona de Livre Comeacutercio ndash trata-se da forma mais simples de associaccedilatildeo entre

Estados admitida pelo GATT Caracteriza-se pela eliminaccedilatildeo de tarifas aduaneiras e outras

restriccedilotildees ao comeacutercio entre os paiacuteses que dela participam Poreacutem cada paiacutes preserva sua

autonomia na poliacutetica comercial em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses

2 BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972 3 GATT ndash Acordo Geral sobre Tarifas e Comeacutercio assinado por 23 paiacuteses O artigo XXIV do acordo permite a formaccedilatildeo de uniotildees aduaneiras e aacutereas de livre comeacutercio sob certas condiccedilotildees

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16

c) Uniatildeo Aduaneira ndash caracteriza-se pela ausecircncia de barreiras ao comeacutercio entre

paiacuteses-membros pressupotildee uma poliacutetica comercial comum em relaccedilatildeo a paiacuteses natildeo-membros e a

adoccedilatildeo de uma Tarifa Externa Comum (TEC) A uniatildeo aduaneira pressupotildee ainda a

harmonizaccedilatildeo de instrumentos da poliacutetica comercial tais como diferentes sistemas monetaacuterios

fiscais etc que possam vir a originar problemas

d) Mercado Comum ndash consiste em uma uniatildeo aduaneira na qual os estados membros

determinam a eliminaccedilatildeo das restriccedilotildees sobre produtos bem como a livre circulaccedilatildeo dos demais

fatores produtivos como pessoas serviccedilos e capital eacute uma forma mais elevada de integraccedilatildeo

econocircmica

e) Uniatildeo Econocircmica ndash caracteriza-se pelo estabelecimento de uma autoridade

supranacional que se responsabiliza pela aplicaccedilatildeo das poliacuteticas comuns define criteacuterios e

distingue-se de um mercado comum por associar a eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees aos movimentos de

mercadorias e fatores com um certo grau de harmonizaccedilatildeo das poliacuteticas econocircmicas nacionais de

forma a abolir as discriminaccedilotildees resultantes das disparidades existentes entre essas poliacuteticas

f) Integraccedilatildeo Econocircmica Total ndash para Balassa4 essa forma de integraccedilatildeo pressupotildee a

unificaccedilatildeo das poliacuteticas monetaacuterias fiscais sociais e anticiacuteclicas e exige o estabelecimento de

uma autoridade supranacional cujas decisotildees satildeo obrigatoacuterias para os Estados-membros

g) Uniatildeo Poliacutetica ndash essa eacute uma forma de integraccedilatildeo que se caracteriza pela instituiccedilatildeo

de uma federaccedilatildeo de Estados com autoridade poliacutetica unificada ou formaccedilatildeo de Estados na qual

4 Bela Balassa op Cit p 11

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apenas as aacutereas acordadas passam a ser objeto de controle de instituiccedilotildees supranacionais Em

geral a formaccedilatildeo de uma uniatildeo poliacutetica deve envolver cooperaccedilatildeo em termos da poliacutetica externa

e de defesa5

Eacute bastante antiga a noccedilatildeo de que uma zona de livre comeacutercio e uma uniatildeo

aduaneira ajudam para o aumento do bem-estar mas foi Jacob Viner em 1950 que formulou

uma teoria dos efeitos econocircmicos de uma uniatildeo aduaneira Essa teoria eacute baseada nos efeitos da

uniatildeo aduaneira sobre os produtos Foi entatildeo que introduziu os conceitos de criaccedilatildeo de comeacutercio

e desvio de comeacutercio

Viner investigou os efeitos de uma uniatildeo aduaneira nas correntes de trocas e fez

a distribuiccedilatildeo entre o efeito de desvio de comeacutercio resultante de uma uniatildeo Outros autores

tambeacutem abordaram estes problemas poreacutem num esquema menos preciso e sem utilizar a

terminologia de Viner

A criaccedilatildeo de comeacutercio eacute o mecanismo de ampliaccedilatildeo das transaccedilotildees comerciais

entre os paiacuteses membros de uma uniatildeo aduaneira a partir da unificaccedilatildeo de preccedilos dos produtos na

regiatildeo apoacutes a queda das barreiras tarifaacuterias Entende-se por desvio de comeacutercio o mecanismo de

reduccedilatildeo de comeacutercio com paiacuteses natildeo-membros da uniatildeo aduaneira em benefiacutecio do aumento do

comeacutercio intra-regional

Os efeitos positivos sobre a produccedilatildeo resultam do desvio de compras de um

dado bem de fontes de produccedilatildeo interna de custos mais altos para outras de custos mais

5 MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000

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18

reduzidos localizadas em paiacuteses membros Jaacute os efeitos negativos sobre a produccedilatildeo dizem

respeito a um desvio das fontes de produccedilatildeo com custos mais baixos paiacuteses estrangeiros para

fontes de produccedilatildeo com custos mais elevados paiacuteses membros Segundo Viner os efeitos

beneacuteficos da uniatildeo aduaneira seratildeo predominantes se o aumento de comeacutercio for superior ao seu

desvio

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19

1 MERCOSUL E UNIAtildeO EUROPEacuteIA

11 MERCOSUL antecedentes histoacutericos

A Ameacuterica Latina vem haacute tempos buscando aumentar os laccedilos econocircmicos

entre seus paiacuteses atraveacutes da criaccedilatildeo de blocos regionais Vaacuterios foram os idealizadores da

integraccedilatildeo entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina dentre eles estaacute o presidente Getuacutelio Vargas que na

primeira metade do seacuteculo XX almejava a integraccedilatildeo das principais economias da Ameacuterica

Latina atraveacutes da formaccedilatildeo de um bloco econocircmico Inicialmente por volta da deacutecada de 30

ainda no Governo Vargas foram feitas algumas negociaccedilotildees para criar o BLOCO ABC

procurou-se formar a integraccedilatildeo dos trecircs paiacuteses mais fortes economicamente na Ameacuterica Latina

a Argentina o Brasil e o Chile Os paiacuteses sul americanos tiveram que enfrentar a resistecircncia do

governo dos EUA que natildeo via com bons olhos a imposiccedilatildeo de fronteiras econocircmicas pois

desejava continuar suprindo a Ameacuterica Latina com seus produtos industrializados e obtendo sua

mateacuteria prima

Anos mais tarde em 1948 foi criada a Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica

Latina - CEPAL subordinada ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees Unidas

representando outro importante instrumento para o desenvolvimento dos paiacuteses da Ameacuterica

Latina pois busca promover o desenvolvimento da Ameacuterica Latina estimulando a criaccedilatildeo de um

mercado comum latino americano

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20

O MERCOSUL considerado o mais recente esforccedilo para a integraccedilatildeo da

Ameacuterica Latina pode encontrar suas origens na criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo Latino-Americana de

Livre Comeacutercio ndash ALALC Este bloco tinha como objetivo implantar no prazo de 12 anos um

mercado comum regional por meio da formaccedilatildeo de uma zona de livre comeacutercio Criada em 1960

pelo Tratado de Montevideacuteu conhecido como TM-60 a ALALC era constituiacuteda pelos paiacuteses da

Ameacuterica do Sul excluindo-se deste grupo as Guianas e pelo Meacutexico O Tratado buscava ampliar

os mercados e alcanccedilar a liberalizaccedilatildeo do intercacircmbio eliminando as medidas protecionistas

Atraveacutes do Protocolo de Caracas a ideacuteia de criar um mercado comum em 12 anos teve seu prazo

aumentado para 1980 O objetivo era eliminar ateacute 1980 a maior quantidade imaginaacutevel de

restriccedilotildees comerciais existentes entre os integrantes do bloco

Os objetivos almejados pela ALALC natildeo foram alcanccedilados e dentre as razotildees

que levaram ao fracasso da Associaccedilatildeo encontra-se a falta de dinamismo por conta do elevado

nuacutemero de associados e suas diferenccedilas estruturais o vencimento do prazo determinado para a

obtenccedilatildeo de ecircxito do bloco entre outros motivos Durante a deacutecada de 70 a crise do petroacuteleo que

atingia a economia mundial causou uma intensa recessatildeo nos paiacuteses da Ameacuterica Latina e em

busca de uma alternativa para contornar o problema os paiacuteses latino-americanos reestruturaram a

ALALC fazendo surgir a Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo ndash ALADI criada em 1980

pelo Tratado de Montevideacuteu chamado TM-80 Ainda em vigor este Tratado compreende os

mesmos paiacuteses que compunham a ALALC Esse novo tratado requer que os paiacuteses membros

decircem continuidade ao processo de integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina colaborando para o

desenvolvimento econocircmico-social de uma forma mais equilibrada na regiatildeo Sua criaccedilatildeo

permitiu a promoccedilatildeo do aprofundamento do processo de integraccedilatildeo latino-americana e sua

finalidade eacute atingir a formaccedilatildeo de um mercado comum regional permitir o comeacutercio intra-

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regional reciacuteproco promover o comeacutercio ampliaccedilatildeo de mercados desenvolvimento equilibrado e

o estabelecimento de preferecircncias regionais O TM-80 daacute aos Estados membros grande liberdade

para formular suas poliacuteticas comerciais e ainda uma maior flexibilidade para celebrar acordos

bilaterais ou multilaterais Com a criaccedilatildeo da ALADI houve um grande avanccedilo nas relaccedilotildees

comerciais entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina isso aconteceu devido agrave essa possibilidade de

realizaccedilatildeo de acordos bilaterais e outros de alcance regional entre os membros fazendo com que

aumentasse cada vez mais o comeacutercio bilateral e intra-regional na Ameacuterica Latina

A criaccedilatildeo da ALADI ainda parece ter beneficiado o processo de integraccedilatildeo

latino-americana Ficou extinta a ldquoclaacuteusula de naccedilatildeo mais favorecida regionalrdquo anteriormente

adotada pela ALALC permitindo assim conceder preferecircncia tarifaacuteria entre alguns membros da

ALADI sem a obrigatoriedade de dar preferecircncia a todos os integrantes da Associaccedilatildeo Apesar

do esforccedilo a ALADI natildeo conseguiu atingir seu objetivo de alcanccedilar uma integraccedilatildeo regional As

vaacuterias perspectivas geradas com a criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo foram extintas devido aos

acontecimentos no cenaacuterio internacional por volta do final da deacutecada de 70 Alguns fatores

comprometeram o crescimento do comeacutercio internacional e dificultaram o acesso de paiacuteses em

desenvolvimento agraves suas fontes externas de financiamento Dentre esses fatores se encontram o

segundo choque do petroacuteleo a elevaccedilatildeo do valor das taxas de juros internacionais e a recessatildeo

das economias de paiacuteses desenvolvidos Como os paiacuteses da Ameacuterica Latina estavam com a diacutevida

externa cada vez maior e sofrendo com a alta dos juros houve entre os paiacuteses integrantes da

ALADI a praacutetica cada vez mais frequumlente do protecionismo pois cada paiacutes passava a empregar

um amplo conjunto de medidas para controlar as importaccedilotildees Poreacutem o impacto dessa poliacutetica

sobre o comeacutercio intra-regional natildeo foi considerado eficaz pois aleacutem da reduccedilatildeo das importaccedilotildees

de cada paiacutes aconteceu tambeacutem uma proporcional reduccedilatildeo das trocas comerciais entre os paiacuteses

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da proacutepria regiatildeo Haacute autores que dizem que a ALADI seguiu o mesmo modelo fracassado de

integraccedilatildeo regional que a ALALC onde o uacutenico agente eacute o Estado Isso porque o Tratado natildeo

considerava a livre circulaccedilatildeo de pessoas de empresas e de capitais privados e regionais e nem

de formas comunitaacuterias natildeo deixando espaccedilo para os verdadeiros interessados na integraccedilatildeo

regional

Mesmo a ALALC e a ALADI tendo obtido poucos resultados com relaccedilatildeo agrave

integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina ainda crescia o desejo pelo desenvolvimento de uma integraccedilatildeo

regional com destaque para o MERCOSUL que eacute considerado o processo de integraccedilatildeo regional

mais bem-sucedido da Ameacuterica Latina

12 Tratados do MERCOSUL

Eacute importante lembrar que os Estados-parte do MERCOSUL fazem parte do

GATT-OMC e suas accedilotildees devem estar adequadas ao regulamento desse acordo Isso acontece

devido agrave claacuteusula de habilitaccedilatildeo da Ronda Toacutequio que permite que os paiacuteses em

desenvolvimento natildeo apliquem o princiacutepio da naccedilatildeo mais favorecida

121 Tratado de Assunccedilatildeo

Foi assinado em 26 de marccedilo de 1991 o Tratado de Assunccedilatildeo visando agrave

constituiccedilatildeo de um mercado comum entre a Argentina o Brasil o Paraguai e o Uruguai Esse

tratado previa a liberalizaccedilatildeo comercial entre os paiacuteses-membros num periacuteodo de transiccedilatildeo ateacute

1994 Pode-se dividir a evoluccedilatildeo do MERCOSUL em dois periacuteodos o periacuteodo de transiccedilatildeo de

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1991 a 1994 e a partir do iniacutecio de 1995 a existecircncia do MERCOSUL como uma Uniatildeo

Aduaneira

Eacute um acordo-quadro que apesar de natildeo criar um mercado comum estabelece

as metas do processo de integraccedilatildeo e a forma de alcanccedilaacute-las Um dos objetivos desse tratado eacute o

estabelecimento de uma tarifa externa comum a TEC e adoccedilatildeo de uma poliacutetica comercial

comum em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses Estabelece tambeacutem as condiccedilotildees para o surgimento de um

projeto de integraccedilatildeo que define seu objetivo agrave criaccedilatildeo de um mercado comum Este tratado

registra a vontade por parte dos quatro paiacuteses integrantes de se inserir com mais forccedila no

mercado mundial

O Tratado de Assunccedilatildeo eacute um acordo que agrave medida que se necessita vem sendo

complementado por outros instrumentos adicionais negociados entre os participantes do bloco

Inicialmente determina os meios para que ateacute o fim de 1994 se chegasse a uma uniatildeo aduaneira

que eacute a fase anterior ao mercado comum Poreacutem como eacute visto o MERCOSUL hoje ainda eacute uma

uniatildeo aduaneira imperfeita pois natildeo manteacutem a Tarifa Externa Comum (TEC) prevista para os

quatro Estados-membros

O Tratado de Assunccedilatildeo ato que fundou o MERCOSUL constitui um dos

principais instrumentos do processo de integraccedilatildeo acompanhado do Protocolo de Brasiacutelia de

1991 e ainda do Protocolo de Ouro Preto de 1994

Este tratado constitui a base de todo o sistema normativo do MERCOSUL

ordena e regulamenta as relaccedilotildees existentes entre os Estados integrantes do bloco

O Tratado de Assunccedilatildeo tem como objetivo principal a constituiccedilatildeo de um

mercado comum entre seus signataacuterios o que sugere tambeacutem a livre circulaccedilatildeo de bens serviccedilos

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e fatores produtivos entre os Estados-parte eliminando as tarifas preacute-estabelecidas e as restriccedilotildees

natildeo tarifaacuterias No tratado estatildeo estabelecidos os elementos para a criaccedilatildeo de uma uniatildeo aduaneira

e por consequumlecircncia de uma poliacutetica comercial comum

De acordo com o Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE) o Tratado de

Assunccedilatildeo estabeleceu a utilizaccedilatildeo dos seguintes instrumentos para a constituiccedilatildeo do

MERCOSUL6

a) o cumprimento de um programa de liberalizaccedilatildeo comercial com reduccedilotildees tarifaacuterias

progressivas lineares e automaacuteticas acompanhadas da eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees natildeo-tarifaacuterias ou

de medidas de efeito equivalente

b) o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC) capaz de incentivar a

competitividade externa dos Estados-parte

c) a harmonizaccedilatildeo de poliacuteticas macroeconocircmicas e setoriais sempre que pertinente

O Tratado eacute sempre que necessaacuterio complementado por alguns instrumentos

adicionais acordados pelos quatro Estados-parte devido ao avanccedilo da integraccedilatildeo A intenccedilatildeo do

Tratado era de estabelecer condiccedilotildees para que se alcanccedilasse ateacute o fim de 1994 uma uniatildeo

aduaneira entre os quatro integrantes para posteriormente chegar a um mercado comum O MRE

mostra que o Tratado de Assunccedilatildeo determina alguns aspectos como7 estabelecer um programa de

liberalizaccedilatildeo comercial que consista de reduccedilotildees tarifaacuterias progressivas lineares e automaacuteticas

acompanhadas da eliminaccedilatildeo das barreiras natildeo tarifaacuterias coordenar poliacuteticas macro-econocircmicas

estabelecer uma Tarifa Externa Comum (TEC) estabelecer listas de exceccedilotildees ao programa de

6 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt

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25

liberalizaccedilatildeo para produtos considerados sensiacuteveis constituir um regime geral de origem e de

um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias

O Tratado de Assunccedilatildeo estabelece que o Poder Executivo de cada Estado-parte

deve manter informado seu respectivo Poder Legislativo sobre a evoluccedilatildeo do objeto deste tratado

o MERCOSUL

122 Protocolo de Brasiacutelia

Para solucionar os conflitos na esfera do MERCOSUL a forma escolhida foi a

arbitragem Portanto para cumprir determinaccedilatildeo do Tratado de Assunccedilatildeo designou-se um grupo

de trabalho que elaboraria um Sistema de Soluccedilatildeo de Controveacutersias entre os Estados-parte

Assim em dezembro de 1991 foi assinado o Protocolo de Brasiacutelia para Soluccedilatildeo de Controveacutersias

que passou a ter vigecircncia a partir de 1993

Este Protocolo no sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias tem como caracteriacutestica

ordenar que a soluccedilatildeo de controveacutersias ocorreraacute no plano diplomaacutetico por meio de negociaccedilotildees

diretas mas que possuem intervenccedilatildeo de oacutergatildeos institucionais como o Grupo Mercado Comum -

GMC- e se as dificuldades natildeo forem superadas utilizaraacute o procedimento arbitral O Protocolo

prevecirc tambeacutem poreacutem de maneira bem restrita e com normas complexas que particulares

pessoas fiacutesicas e juriacutedicas tenham acesso ao sistema com direito a reclamaccedilotildees pois o Tratado de

Assunccedilatildeo previa somente a participaccedilatildeo dos Estados-parte

7 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt

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26

A uacuteltima fase do Protocolo a instauraccedilatildeo de um Tribunal Arbitral proferiraacute a

decisatildeo por meio de laudos inapelaacuteveis e obrigatoacuterios para os Estados-parte na controveacutersia Essa

obrigatoriedade se daraacute a partir do recebimento da notificaccedilatildeo sobre a decisatildeo e os laudos teratildeo

forccedila de coisa julgada devendo ser cumpridos no prazo fixado pelo Tribunal Arbitral

O Protocolo de Brasiacutelia funciona como provisoacuterio fornecendo mecanismos para

a soluccedilatildeo de controveacutersias ateacute que entre em vigor o Sistema Permanente de Soluccedilotildees de

Controveacutersias Este sistema aleacutem de previsto no Tratado de Assunccedilatildeo ganhou forccedila com o

Protocolo de Ouro Preto quando diz que antes de se firmar uma Tarifa Externa Comum os

Estados-parte deveratildeo fazer uma revisatildeo do sistema atual para soluccedilatildeo de controveacutersias com o

objetivo de adotar o sistema permanente

123 Protocolo de Ouro Preto

O Protocolo de Ouro Preto ndash POP assinado em 1994 define a estrutura

institucional definitiva do MERCOSUL e firma a ideacuteia de avanccedilar na constituiccedilatildeo de um

mercado comum Este protocolo pode se adaptar a possiacuteveis circunstacircncias que se apresentem

pois por meio de uma conferecircncia diplomaacutetica sua estrutura pode ser reavaliada

O POP tem como principal atribuiccedilatildeo conferir personalidade juriacutedica ao

MERCOSUL sempre que ele tenha que se relacionar como bloco econocircmico com grupos de

paiacuteses e oacutergatildeos internacionais multilateraisO POP trouxe algumas inovaccedilotildees para a estrutura

orgacircnica do MERCOSUL com relaccedilatildeo agrave criaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos Este bloco pode contar agora

com os seguintes oacutergatildeos

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- Conselho do Mercado Comum (CMC)

- Grupo Mercado Comum (GMC)

- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)

- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)

- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)

- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)

Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de

Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte

reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a

decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o

encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver

uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc

teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado

reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante

poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de

Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de

Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares

13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu

Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem

conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo

regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos

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aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica

proacutepria

No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos

fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes

promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em

1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash

Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de

Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as

barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas

O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE

satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de

Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc

Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas

Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a

primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE

que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais

e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos

tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda

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parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila

comum (PESC)

O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs

pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica

externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria

Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais

elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo

Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma

deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para

um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de

acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE

14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia

Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros

fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e

Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda

aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez

com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-

se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios

tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a

ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses

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30

A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus

integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O

alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como

dos novos paiacuteses integrantes do bloco

ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)

Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455

milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou

preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados

pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo

15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia

As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as

importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL

8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional

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31

aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial

global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O

Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo

Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a

Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda

mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a

conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o

protecionismo adotado pela Europa

16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia

Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade

Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo

Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos

A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo

interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de

integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional

O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as

condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e

econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando

9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt

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a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)

Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas

regiotildees como conceitos baacutesicos

Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de

atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e

das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre

Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros

A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo

natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos

regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As

propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL

foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a

posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais

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33

2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE

Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e

Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute

de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e

Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de

envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da

Uniatildeo Europeacuteia

Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das

relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se

referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral

22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL

Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia

econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da

economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do

comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o

comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano

10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144

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Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das

exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo

Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do

Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira

Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros

paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido

com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a

Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees

Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve

um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$

45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila

comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do

MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno

crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL

passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees

Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees

brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina

23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina

Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai

para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo

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nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo

principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro

mercado comum

No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a

Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo

industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha

caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata

previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos

setoriais foram assinados bilateralmente

24 Produtos ou setores em potencial

A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila

de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees

europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-

tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral

permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a

UE

O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre

paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco

elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado

principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A

composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das

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importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do

MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e

ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu

25 Principais parceiros europeus

As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande

assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o

primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos

externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus

Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica

Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a

complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais

intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-

americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de

diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio

bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais

com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande

influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a

Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada

na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento

comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro

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3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ

RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE

31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia

O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco

pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do

MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa

Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros

comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos

comerciais na Europa

Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do

Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto

que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com

relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve

queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve

uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos

anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e

menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil

passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda

de 10 nesse investimento

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No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do

MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os

europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior

mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das

exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial

importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute

a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total

A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de

intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores

agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees

europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo

dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida

Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma

importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios

desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos

manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser

importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas

Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com

tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas

11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses

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Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta

de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as

maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados

representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros

quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo

eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos

Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II

32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil

Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco

econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a

assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos

tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL

Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de

facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo

acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram

negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL

com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados

europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia

A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais

nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que

temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as

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40

relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no

fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as

medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus

No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator

agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de

2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral

com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano

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41

CONCLUSAtildeO

As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito

tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se

aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial

implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente

conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados

Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos

data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina

individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se

com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as

partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados

A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos

causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e

Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um

desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo

com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e

falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a

formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse

fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados

que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus

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interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus

interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar

obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos

econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada

bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles

como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das

negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave

liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees

Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar

um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o

Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e

essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles

Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo

inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se

tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs

dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses

integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e

reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento

Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da

agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos

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Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor

agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta

de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses

desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil

esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor

Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do

Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC

depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia

Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a

pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade

eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os

subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre

MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas

do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos

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44

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005

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bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972

bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004

bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004

bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003

bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004

bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998

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bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000

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45

bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005

bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005

bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005

bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005

bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999

bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005

bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003

bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81

bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992

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ANEXO I

Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo

(valores totais em US$ e porcentuais)

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45

Exportaccedilotildees do Brasil

2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46

2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38

Importaccedilotildees do Brasil

2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44

Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28

2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23

Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31

Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees

2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil

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47

ANEXO II

Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL

Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp

Peso do MERCOSUL

nas Importaccedilotildees

extra UE 19982000

Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL

19982000

I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361

II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399

III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112

IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423

Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386

V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207

VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130

VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92

VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341

IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374

X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259

XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152

XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139

XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120

XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140

XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176

XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157

XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151

XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206

XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67

XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301

Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183

Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA

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ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE

Totais por fator agregado

US$ F0B

Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s

A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935

2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111

Fonte

Anos de 19801992 = Banco do Brasil

Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE

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ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro

Uniatildeo Europeacuteia - UE

US$ F0B

E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s

A n o

US$ FOB (A)

Var

Part ()

US$ FOB (B)

Var ()

Part ()

Saldo (A-B)

Corrente Comeacutercio (A+B)

Cobertura (AB)

1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133

Obs () ()

VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil

IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final

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7

SUMAacuteRIO

Paacutegina

AGRADECIMENTOS III RESUMO IV ABSTRACT IV LISTA DE SIGLAS VI INTRODUCcedilAtildeO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO PROBLEMA 10

IMPORTAcircNCIA DO TEMA E METODOLOGIA DE TRABALHO 12

REFERENCIAL TEOacuteRICO 13

1 MERCOSUL E UNIAtildeO EUROPEacuteIA 19

11 MERCOSUL antecedentes histoacutericos 19

12 Tratados do MERCOSUL 22

121 Tratado de Assunccedilatildeo 22

122 Protocolo de Brasiacutelia 25

123 Protocolo de Ouro Preto 26

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8

13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu 27

14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia 29

15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia 30

16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia 31

2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 33

21 - A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE 33

22 - A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL 33

23 - O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina 34

24 - Produtos ou setores em potencial 35

25 - Principais parceiros europeus 36

3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE 37

31 - MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia 37

32 - Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil 39

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9

CONCLUSAtildeO 41 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 44 ANEXO I 46 ANEXO II 47 ANEXO III 48 ANEXO IV 49

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10

INTRODUCcedilAtildeO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO PROBLEMA

Apoacutes a Segunda Guerra Mundial tornou-se possiacutevel assistir a propagaccedilatildeo de

iniciativas de diversos Estados para promover o comeacutercio internacional e consequumlentemente

uma maior inserccedilatildeo de cada um deles no mercado mundial Essas iniciativas se realizaram por

meio de negociaccedilotildees acordos bilaterais ou multilaterais e pela formaccedilatildeo de blocos econocircmicos

regionais

No decorrer do estudo nota-se a preocupaccedilatildeo em entender ateacute que ponto as

relaccedilotildees inter-regionais entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia afetam o Brasil sendo vantajosas

ou natildeo para o paiacutes Para tanto o presente trabalho foi dividido em trecircs capiacutetulos que buscam dar

uma melhor abordagem sobre o tema em questatildeo

Sabendo que o antecedente imediato do MERCOSUL foi a integraccedilatildeo Brasil-

Argentina pode-se notar que esta uacuteltima foi impulsionada principalmente pela superaccedilatildeo das

divergecircncias geopoliacuteticas bilaterais pelo retorno agrave plenitude do regime democraacutetico nos dois

paiacuteses e pela crise do sistema econocircmico internacional Uma seacuterie de acordos bilaterais

precederam o MERCOSUL poreacutem o primeiro desses acordos a Declaraccedilatildeo de Iguaccedilu foi

firmada pelos presidentes Sarney e Alfonsiacuten em 1985 buscando acelerar o processo de

integraccedilatildeo dos dois paiacuteses Brasil e Argentina em diferentes aacutereas

Tendo conhecimento do que foi apresentado o primeiro capiacutetulo abordaraacute um

pouco da fase histoacuterica dos blocos Fala da criaccedilatildeo do MERCOSUL que remonta agrave ALALC ateacute

chegar agrave assinatura do Tratado de Assunccedilatildeo e seus protocolos adicionais de Brasiacutelia que

estabelece um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias e de Ouro Preto que traz modificaccedilotildees para a

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11

estrutura orgacircnica criando diversos oacutergatildeos para o bloco A partir de entatildeo procura-se fazer uma

breve abordagem histoacuterica da Uniatildeo Europeacuteia analisando-a desde quando era ainda a CEE ateacute

consolidar-se por meio do Tratado de Maastricht tornando-se de fato a atual Uniatildeo Europeacuteia

com 25 membros Ainda no primeiro capiacutetulo eacute possiacutevel verificar a vontade desses dois blocos de

implementar um acordo inter-regional entre eles

Mais adiante seraacute dado enfoque agrave relevacircncia da participaccedilatildeo do Brasil no

comeacutercio com o MERCOSUL e no comeacutercio com a Uniatildeo Europeacuteia separadamente procurando

ressaltar os setores mais expressivos para as partes e seus parceiros mais importantes

Finalmente no uacuteltimo capiacutetulo seratildeo abordadas as consequumlecircncias positivas ou

negativas para o Brasil a partir da relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia lembrando que

apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar um acordo entre eles os europeus adotam

medidas protecionistas que muito afetam as intenccedilotildees dos paiacuteses latino-americanos

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12

IMPORTAcircNCIA DO TEMA E METODOLOGIA DE TRABALHO

Com o constante fenocircmeno da globalizaccedilatildeo o interesse dos Estados por

mercados estrangeiros eacute cada vez maior proporcionando assim oportunidades para os paiacuteses

geograficamente mais proacuteximos se unirem formando grandes blocos econocircmicos atraveacutes do

processo de integraccedilatildeo regional Devido a vantagens e benefiacutecios oferecidos os paiacuteses optam cada

vez mais por integrar-se com seus vizinhos para adquirir mais forccedila e competitividade no cenaacuterio

internacional Esse processo de integraccedilatildeo pode ser facilmente observado como mostra o

trabalho na Ameacuterica Latina e na Europa com a criaccedilatildeo do Mercado Comum do Sul

(MERCOSUL) e da Uniatildeo Europeacuteia respectivamente

O interesse pelo tema surgiu da importacircncia no atual cenaacuterio internacional de

se obter uma visatildeo a partir da oacutetica do Brasil como maior economia do MERCOSUL com

relaccedilatildeo ao intercacircmbio comercial entre este bloco e a Uniatildeo Europeacuteia Estudar a relaccedilatildeo entre os

dois blocos torna mais faacutecil visualizar a participaccedilatildeo do Brasil no comeacutercio com cada um deles

individualmente e de sua situaccedilatildeo e eventuais consequumlecircncias para o paiacutes devido a essa relaccedilatildeo

inter-regional que tende a crescer cada vez mais

Este trabalho foi realizado baseado em fontes secundaacuterias como livros teses

textos especializados jornais revistas internet dados e tabelas para maior esclarecimento do que

foi abordado

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13

REFERENCIAL TEOacuteRICO

Foi principalmente apoacutes a Segunda Guerra Mundial que surgiu o fenocircmeno da

integraccedilatildeo econocircmica regional que desde entatildeo tem sido objeto de estudo para a economia

poliacutetica O conceito de integraccedilatildeo eacute recente se implanta perfeitamente no atual panorama

econocircmico mundial e eacute marcado pelo multilateralismo das relaccedilotildees comerciais e pela

regionalizaccedilatildeo econocircmica Eacute um fato comum no mundo atual Quase todas as grandes economias

mundiais encontram-se de alguma forma envolvidas em processos de integraccedilatildeo econocircmica

Esse fenocircmeno se introduz no problema enfrentado por todas as naccedilotildees

modernas o protecionismo contra liberalismo comercial O protecionismo aumenta e favorece a

industrializaccedilatildeo de um paiacutes mas por outro lado apoacutes certo tempo tambeacutem favorece o

surgimento de monopoacutelios internos com visiacutevel desvantagem para o consumidor que natildeo tem

acesso a novos produtos lanccedilados no mercado internacional e soacute pode escolher entre os ofertados

no mercado interno Como natildeo haacute concorrecircncia internacional e satildeo produzidos por empresas

abrigadas sob o protecionismo os produtos nacionais tecircm a tendecircncia de serem caros e de baixa

qualidade

Ao se desestruturar os mecanismos da proteccedilatildeo a liberalizaccedilatildeo comercial

deixou de ser uma simples alternativa e passou a significar uma caracteriacutestica da economia

mundial Reuacutenem-se paiacuteses regionalmente para assim alcanccedilar novos paiacuteses sendo vizinhos ou

natildeo e ampliar o espaccedilo econocircmico integrado

A integraccedilatildeo deve ser entendida como um processo de unificaccedilatildeo de

sociedades que tendem a formar uma coletividade harmoniosa a partir de liberalizaccedilotildees das

trocas comerciais dos movimentos de capitais pessoas serviccedilos e reduccedilotildees de discriminaccedilotildees

entre os estados membros1

1 VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81

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14

Segundo o MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES os processos de

integraccedilatildeo econocircmica satildeo conjuntos de medidas de caraacuteter econocircmico e comercial que tecircm por

finalidade originar a aproximaccedilatildeo e consequumlentemente a uniatildeo entre as economias de dois ou

mais paiacuteses Essa aproximaccedilatildeo deve ter por objetivo natildeo somente laccedilos econocircmicos mas

tambeacutem poliacuteticos e sociais

A integraccedilatildeo consiste em estabelecer um novo ambiente econocircmico poliacutetico e

cultural a partir de vaacuterios ambientes econocircmicos Haacute uma eliminaccedilatildeo de formas de

discriminaccedilotildees iniciais como no aspecto comercial ou no que concerne agrave circulaccedilatildeo de pessoas

serviccedilos e capitais em processos de integraccedilatildeo mais avanccedilados

Os processos de integraccedilatildeo de mercados representam o auge da globalizaccedilatildeo e

internacionalizaccedilatildeo da economia o que resulta em tendecircncias de interdependecircncia e

uniformidade a chamada homogeneizaccedilatildeo A economia transnacional se sobrepotildee agrave soberania

dos Estados gerando assim novas territorizaccedilotildees sem raiacutezes culturais

As poliacuteticas de integraccedilatildeo econocircmica podem ser positivas ou negativas Nas

positivas ocorrem modificaccedilotildees dos instrumentos existentes ndash matildeo-de-obra barata infra-

estrutura mobilidade de um paiacutes a outro etc ndash e a criaccedilatildeo de instituiccedilotildees para permitir o

aprofundamento da unificaccedilatildeo dos mercados e seu efetivo funcionamento Jaacute nas poliacuteticas

negativas acontece a remoccedilatildeo total de barreiras ao comeacutercio internacional ou restriccedilatildeo ao

processo de liberalizaccedilatildeo comercial

VINER (1949) criou as bases da integraccedilatildeo econocircmica a partir da teoria pura do

comeacutercio internacional Foi ele tambeacutem quem fez a distinccedilatildeo entre criaccedilatildeo de comeacutercio e desvio

de comeacutercio

A integraccedilatildeo econocircmica entre paiacuteses em desenvolvimento seria uma alternativa

para viabilizar uma estrateacutegia de desenvolvimento que seria irrealizaacutevel nas dimensotildees de

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15

pequenas economias perifeacutericas Essas razotildees levaram os economistas da CEPAL a defenderem a

necessidade da integraccedilatildeo das economias latino-americanas

Os processos de integraccedilatildeo2 buscam alcanccedilar diversos objetivos tais como a

ampliaccedilatildeo da resistecircncia frente agraves barreiras aduaneiras a ampliaccedilatildeo dos mercados o estiacutemulo do

intercambio tecnoloacutegico uma maior facilidade de acesso a mateacuterias primas e o maior poder de

pressatildeo na defesa de seus interesses nas negociaccedilotildees internacionais Tendo visto isso pode-se

observar que haacute diferentes formas e etapas de integraccedilatildeo divididos em vaacuterios estaacutegios definidos

como

a) Zonas de Preferecircncias Tarifaacuterias ndash caracteriza-se pela reduccedilatildeo de tarifas para uma

gama variada de produtos abrangendo parte do universo tarifaacuterio sem que se implique na

eliminaccedilatildeo total dos direitos aduaneiros e na reduccedilatildeo ou eliminaccedilatildeo de outras restriccedilotildees ao

comeacutercio Esses acordos violam a claacuteusula de Naccedilatildeo Mais Favorecida do GATT3 mas satildeo

admitidos entre paiacuteses em desenvolvimento e satildeo praticados pelos paiacuteses desenvolvidos atraveacutes

do Sistema Geral de Preferecircncias (SGP) criado pela Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre o

Comeacutercio e o Desenvolvimento (UNCTAD)

b) Zona de Livre Comeacutercio ndash trata-se da forma mais simples de associaccedilatildeo entre

Estados admitida pelo GATT Caracteriza-se pela eliminaccedilatildeo de tarifas aduaneiras e outras

restriccedilotildees ao comeacutercio entre os paiacuteses que dela participam Poreacutem cada paiacutes preserva sua

autonomia na poliacutetica comercial em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses

2 BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972 3 GATT ndash Acordo Geral sobre Tarifas e Comeacutercio assinado por 23 paiacuteses O artigo XXIV do acordo permite a formaccedilatildeo de uniotildees aduaneiras e aacutereas de livre comeacutercio sob certas condiccedilotildees

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16

c) Uniatildeo Aduaneira ndash caracteriza-se pela ausecircncia de barreiras ao comeacutercio entre

paiacuteses-membros pressupotildee uma poliacutetica comercial comum em relaccedilatildeo a paiacuteses natildeo-membros e a

adoccedilatildeo de uma Tarifa Externa Comum (TEC) A uniatildeo aduaneira pressupotildee ainda a

harmonizaccedilatildeo de instrumentos da poliacutetica comercial tais como diferentes sistemas monetaacuterios

fiscais etc que possam vir a originar problemas

d) Mercado Comum ndash consiste em uma uniatildeo aduaneira na qual os estados membros

determinam a eliminaccedilatildeo das restriccedilotildees sobre produtos bem como a livre circulaccedilatildeo dos demais

fatores produtivos como pessoas serviccedilos e capital eacute uma forma mais elevada de integraccedilatildeo

econocircmica

e) Uniatildeo Econocircmica ndash caracteriza-se pelo estabelecimento de uma autoridade

supranacional que se responsabiliza pela aplicaccedilatildeo das poliacuteticas comuns define criteacuterios e

distingue-se de um mercado comum por associar a eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees aos movimentos de

mercadorias e fatores com um certo grau de harmonizaccedilatildeo das poliacuteticas econocircmicas nacionais de

forma a abolir as discriminaccedilotildees resultantes das disparidades existentes entre essas poliacuteticas

f) Integraccedilatildeo Econocircmica Total ndash para Balassa4 essa forma de integraccedilatildeo pressupotildee a

unificaccedilatildeo das poliacuteticas monetaacuterias fiscais sociais e anticiacuteclicas e exige o estabelecimento de

uma autoridade supranacional cujas decisotildees satildeo obrigatoacuterias para os Estados-membros

g) Uniatildeo Poliacutetica ndash essa eacute uma forma de integraccedilatildeo que se caracteriza pela instituiccedilatildeo

de uma federaccedilatildeo de Estados com autoridade poliacutetica unificada ou formaccedilatildeo de Estados na qual

4 Bela Balassa op Cit p 11

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17

apenas as aacutereas acordadas passam a ser objeto de controle de instituiccedilotildees supranacionais Em

geral a formaccedilatildeo de uma uniatildeo poliacutetica deve envolver cooperaccedilatildeo em termos da poliacutetica externa

e de defesa5

Eacute bastante antiga a noccedilatildeo de que uma zona de livre comeacutercio e uma uniatildeo

aduaneira ajudam para o aumento do bem-estar mas foi Jacob Viner em 1950 que formulou

uma teoria dos efeitos econocircmicos de uma uniatildeo aduaneira Essa teoria eacute baseada nos efeitos da

uniatildeo aduaneira sobre os produtos Foi entatildeo que introduziu os conceitos de criaccedilatildeo de comeacutercio

e desvio de comeacutercio

Viner investigou os efeitos de uma uniatildeo aduaneira nas correntes de trocas e fez

a distribuiccedilatildeo entre o efeito de desvio de comeacutercio resultante de uma uniatildeo Outros autores

tambeacutem abordaram estes problemas poreacutem num esquema menos preciso e sem utilizar a

terminologia de Viner

A criaccedilatildeo de comeacutercio eacute o mecanismo de ampliaccedilatildeo das transaccedilotildees comerciais

entre os paiacuteses membros de uma uniatildeo aduaneira a partir da unificaccedilatildeo de preccedilos dos produtos na

regiatildeo apoacutes a queda das barreiras tarifaacuterias Entende-se por desvio de comeacutercio o mecanismo de

reduccedilatildeo de comeacutercio com paiacuteses natildeo-membros da uniatildeo aduaneira em benefiacutecio do aumento do

comeacutercio intra-regional

Os efeitos positivos sobre a produccedilatildeo resultam do desvio de compras de um

dado bem de fontes de produccedilatildeo interna de custos mais altos para outras de custos mais

5 MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000

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18

reduzidos localizadas em paiacuteses membros Jaacute os efeitos negativos sobre a produccedilatildeo dizem

respeito a um desvio das fontes de produccedilatildeo com custos mais baixos paiacuteses estrangeiros para

fontes de produccedilatildeo com custos mais elevados paiacuteses membros Segundo Viner os efeitos

beneacuteficos da uniatildeo aduaneira seratildeo predominantes se o aumento de comeacutercio for superior ao seu

desvio

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19

1 MERCOSUL E UNIAtildeO EUROPEacuteIA

11 MERCOSUL antecedentes histoacutericos

A Ameacuterica Latina vem haacute tempos buscando aumentar os laccedilos econocircmicos

entre seus paiacuteses atraveacutes da criaccedilatildeo de blocos regionais Vaacuterios foram os idealizadores da

integraccedilatildeo entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina dentre eles estaacute o presidente Getuacutelio Vargas que na

primeira metade do seacuteculo XX almejava a integraccedilatildeo das principais economias da Ameacuterica

Latina atraveacutes da formaccedilatildeo de um bloco econocircmico Inicialmente por volta da deacutecada de 30

ainda no Governo Vargas foram feitas algumas negociaccedilotildees para criar o BLOCO ABC

procurou-se formar a integraccedilatildeo dos trecircs paiacuteses mais fortes economicamente na Ameacuterica Latina

a Argentina o Brasil e o Chile Os paiacuteses sul americanos tiveram que enfrentar a resistecircncia do

governo dos EUA que natildeo via com bons olhos a imposiccedilatildeo de fronteiras econocircmicas pois

desejava continuar suprindo a Ameacuterica Latina com seus produtos industrializados e obtendo sua

mateacuteria prima

Anos mais tarde em 1948 foi criada a Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica

Latina - CEPAL subordinada ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees Unidas

representando outro importante instrumento para o desenvolvimento dos paiacuteses da Ameacuterica

Latina pois busca promover o desenvolvimento da Ameacuterica Latina estimulando a criaccedilatildeo de um

mercado comum latino americano

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O MERCOSUL considerado o mais recente esforccedilo para a integraccedilatildeo da

Ameacuterica Latina pode encontrar suas origens na criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo Latino-Americana de

Livre Comeacutercio ndash ALALC Este bloco tinha como objetivo implantar no prazo de 12 anos um

mercado comum regional por meio da formaccedilatildeo de uma zona de livre comeacutercio Criada em 1960

pelo Tratado de Montevideacuteu conhecido como TM-60 a ALALC era constituiacuteda pelos paiacuteses da

Ameacuterica do Sul excluindo-se deste grupo as Guianas e pelo Meacutexico O Tratado buscava ampliar

os mercados e alcanccedilar a liberalizaccedilatildeo do intercacircmbio eliminando as medidas protecionistas

Atraveacutes do Protocolo de Caracas a ideacuteia de criar um mercado comum em 12 anos teve seu prazo

aumentado para 1980 O objetivo era eliminar ateacute 1980 a maior quantidade imaginaacutevel de

restriccedilotildees comerciais existentes entre os integrantes do bloco

Os objetivos almejados pela ALALC natildeo foram alcanccedilados e dentre as razotildees

que levaram ao fracasso da Associaccedilatildeo encontra-se a falta de dinamismo por conta do elevado

nuacutemero de associados e suas diferenccedilas estruturais o vencimento do prazo determinado para a

obtenccedilatildeo de ecircxito do bloco entre outros motivos Durante a deacutecada de 70 a crise do petroacuteleo que

atingia a economia mundial causou uma intensa recessatildeo nos paiacuteses da Ameacuterica Latina e em

busca de uma alternativa para contornar o problema os paiacuteses latino-americanos reestruturaram a

ALALC fazendo surgir a Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo ndash ALADI criada em 1980

pelo Tratado de Montevideacuteu chamado TM-80 Ainda em vigor este Tratado compreende os

mesmos paiacuteses que compunham a ALALC Esse novo tratado requer que os paiacuteses membros

decircem continuidade ao processo de integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina colaborando para o

desenvolvimento econocircmico-social de uma forma mais equilibrada na regiatildeo Sua criaccedilatildeo

permitiu a promoccedilatildeo do aprofundamento do processo de integraccedilatildeo latino-americana e sua

finalidade eacute atingir a formaccedilatildeo de um mercado comum regional permitir o comeacutercio intra-

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regional reciacuteproco promover o comeacutercio ampliaccedilatildeo de mercados desenvolvimento equilibrado e

o estabelecimento de preferecircncias regionais O TM-80 daacute aos Estados membros grande liberdade

para formular suas poliacuteticas comerciais e ainda uma maior flexibilidade para celebrar acordos

bilaterais ou multilaterais Com a criaccedilatildeo da ALADI houve um grande avanccedilo nas relaccedilotildees

comerciais entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina isso aconteceu devido agrave essa possibilidade de

realizaccedilatildeo de acordos bilaterais e outros de alcance regional entre os membros fazendo com que

aumentasse cada vez mais o comeacutercio bilateral e intra-regional na Ameacuterica Latina

A criaccedilatildeo da ALADI ainda parece ter beneficiado o processo de integraccedilatildeo

latino-americana Ficou extinta a ldquoclaacuteusula de naccedilatildeo mais favorecida regionalrdquo anteriormente

adotada pela ALALC permitindo assim conceder preferecircncia tarifaacuteria entre alguns membros da

ALADI sem a obrigatoriedade de dar preferecircncia a todos os integrantes da Associaccedilatildeo Apesar

do esforccedilo a ALADI natildeo conseguiu atingir seu objetivo de alcanccedilar uma integraccedilatildeo regional As

vaacuterias perspectivas geradas com a criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo foram extintas devido aos

acontecimentos no cenaacuterio internacional por volta do final da deacutecada de 70 Alguns fatores

comprometeram o crescimento do comeacutercio internacional e dificultaram o acesso de paiacuteses em

desenvolvimento agraves suas fontes externas de financiamento Dentre esses fatores se encontram o

segundo choque do petroacuteleo a elevaccedilatildeo do valor das taxas de juros internacionais e a recessatildeo

das economias de paiacuteses desenvolvidos Como os paiacuteses da Ameacuterica Latina estavam com a diacutevida

externa cada vez maior e sofrendo com a alta dos juros houve entre os paiacuteses integrantes da

ALADI a praacutetica cada vez mais frequumlente do protecionismo pois cada paiacutes passava a empregar

um amplo conjunto de medidas para controlar as importaccedilotildees Poreacutem o impacto dessa poliacutetica

sobre o comeacutercio intra-regional natildeo foi considerado eficaz pois aleacutem da reduccedilatildeo das importaccedilotildees

de cada paiacutes aconteceu tambeacutem uma proporcional reduccedilatildeo das trocas comerciais entre os paiacuteses

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22

da proacutepria regiatildeo Haacute autores que dizem que a ALADI seguiu o mesmo modelo fracassado de

integraccedilatildeo regional que a ALALC onde o uacutenico agente eacute o Estado Isso porque o Tratado natildeo

considerava a livre circulaccedilatildeo de pessoas de empresas e de capitais privados e regionais e nem

de formas comunitaacuterias natildeo deixando espaccedilo para os verdadeiros interessados na integraccedilatildeo

regional

Mesmo a ALALC e a ALADI tendo obtido poucos resultados com relaccedilatildeo agrave

integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina ainda crescia o desejo pelo desenvolvimento de uma integraccedilatildeo

regional com destaque para o MERCOSUL que eacute considerado o processo de integraccedilatildeo regional

mais bem-sucedido da Ameacuterica Latina

12 Tratados do MERCOSUL

Eacute importante lembrar que os Estados-parte do MERCOSUL fazem parte do

GATT-OMC e suas accedilotildees devem estar adequadas ao regulamento desse acordo Isso acontece

devido agrave claacuteusula de habilitaccedilatildeo da Ronda Toacutequio que permite que os paiacuteses em

desenvolvimento natildeo apliquem o princiacutepio da naccedilatildeo mais favorecida

121 Tratado de Assunccedilatildeo

Foi assinado em 26 de marccedilo de 1991 o Tratado de Assunccedilatildeo visando agrave

constituiccedilatildeo de um mercado comum entre a Argentina o Brasil o Paraguai e o Uruguai Esse

tratado previa a liberalizaccedilatildeo comercial entre os paiacuteses-membros num periacuteodo de transiccedilatildeo ateacute

1994 Pode-se dividir a evoluccedilatildeo do MERCOSUL em dois periacuteodos o periacuteodo de transiccedilatildeo de

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1991 a 1994 e a partir do iniacutecio de 1995 a existecircncia do MERCOSUL como uma Uniatildeo

Aduaneira

Eacute um acordo-quadro que apesar de natildeo criar um mercado comum estabelece

as metas do processo de integraccedilatildeo e a forma de alcanccedilaacute-las Um dos objetivos desse tratado eacute o

estabelecimento de uma tarifa externa comum a TEC e adoccedilatildeo de uma poliacutetica comercial

comum em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses Estabelece tambeacutem as condiccedilotildees para o surgimento de um

projeto de integraccedilatildeo que define seu objetivo agrave criaccedilatildeo de um mercado comum Este tratado

registra a vontade por parte dos quatro paiacuteses integrantes de se inserir com mais forccedila no

mercado mundial

O Tratado de Assunccedilatildeo eacute um acordo que agrave medida que se necessita vem sendo

complementado por outros instrumentos adicionais negociados entre os participantes do bloco

Inicialmente determina os meios para que ateacute o fim de 1994 se chegasse a uma uniatildeo aduaneira

que eacute a fase anterior ao mercado comum Poreacutem como eacute visto o MERCOSUL hoje ainda eacute uma

uniatildeo aduaneira imperfeita pois natildeo manteacutem a Tarifa Externa Comum (TEC) prevista para os

quatro Estados-membros

O Tratado de Assunccedilatildeo ato que fundou o MERCOSUL constitui um dos

principais instrumentos do processo de integraccedilatildeo acompanhado do Protocolo de Brasiacutelia de

1991 e ainda do Protocolo de Ouro Preto de 1994

Este tratado constitui a base de todo o sistema normativo do MERCOSUL

ordena e regulamenta as relaccedilotildees existentes entre os Estados integrantes do bloco

O Tratado de Assunccedilatildeo tem como objetivo principal a constituiccedilatildeo de um

mercado comum entre seus signataacuterios o que sugere tambeacutem a livre circulaccedilatildeo de bens serviccedilos

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e fatores produtivos entre os Estados-parte eliminando as tarifas preacute-estabelecidas e as restriccedilotildees

natildeo tarifaacuterias No tratado estatildeo estabelecidos os elementos para a criaccedilatildeo de uma uniatildeo aduaneira

e por consequumlecircncia de uma poliacutetica comercial comum

De acordo com o Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE) o Tratado de

Assunccedilatildeo estabeleceu a utilizaccedilatildeo dos seguintes instrumentos para a constituiccedilatildeo do

MERCOSUL6

a) o cumprimento de um programa de liberalizaccedilatildeo comercial com reduccedilotildees tarifaacuterias

progressivas lineares e automaacuteticas acompanhadas da eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees natildeo-tarifaacuterias ou

de medidas de efeito equivalente

b) o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC) capaz de incentivar a

competitividade externa dos Estados-parte

c) a harmonizaccedilatildeo de poliacuteticas macroeconocircmicas e setoriais sempre que pertinente

O Tratado eacute sempre que necessaacuterio complementado por alguns instrumentos

adicionais acordados pelos quatro Estados-parte devido ao avanccedilo da integraccedilatildeo A intenccedilatildeo do

Tratado era de estabelecer condiccedilotildees para que se alcanccedilasse ateacute o fim de 1994 uma uniatildeo

aduaneira entre os quatro integrantes para posteriormente chegar a um mercado comum O MRE

mostra que o Tratado de Assunccedilatildeo determina alguns aspectos como7 estabelecer um programa de

liberalizaccedilatildeo comercial que consista de reduccedilotildees tarifaacuterias progressivas lineares e automaacuteticas

acompanhadas da eliminaccedilatildeo das barreiras natildeo tarifaacuterias coordenar poliacuteticas macro-econocircmicas

estabelecer uma Tarifa Externa Comum (TEC) estabelecer listas de exceccedilotildees ao programa de

6 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt

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liberalizaccedilatildeo para produtos considerados sensiacuteveis constituir um regime geral de origem e de

um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias

O Tratado de Assunccedilatildeo estabelece que o Poder Executivo de cada Estado-parte

deve manter informado seu respectivo Poder Legislativo sobre a evoluccedilatildeo do objeto deste tratado

o MERCOSUL

122 Protocolo de Brasiacutelia

Para solucionar os conflitos na esfera do MERCOSUL a forma escolhida foi a

arbitragem Portanto para cumprir determinaccedilatildeo do Tratado de Assunccedilatildeo designou-se um grupo

de trabalho que elaboraria um Sistema de Soluccedilatildeo de Controveacutersias entre os Estados-parte

Assim em dezembro de 1991 foi assinado o Protocolo de Brasiacutelia para Soluccedilatildeo de Controveacutersias

que passou a ter vigecircncia a partir de 1993

Este Protocolo no sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias tem como caracteriacutestica

ordenar que a soluccedilatildeo de controveacutersias ocorreraacute no plano diplomaacutetico por meio de negociaccedilotildees

diretas mas que possuem intervenccedilatildeo de oacutergatildeos institucionais como o Grupo Mercado Comum -

GMC- e se as dificuldades natildeo forem superadas utilizaraacute o procedimento arbitral O Protocolo

prevecirc tambeacutem poreacutem de maneira bem restrita e com normas complexas que particulares

pessoas fiacutesicas e juriacutedicas tenham acesso ao sistema com direito a reclamaccedilotildees pois o Tratado de

Assunccedilatildeo previa somente a participaccedilatildeo dos Estados-parte

7 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt

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A uacuteltima fase do Protocolo a instauraccedilatildeo de um Tribunal Arbitral proferiraacute a

decisatildeo por meio de laudos inapelaacuteveis e obrigatoacuterios para os Estados-parte na controveacutersia Essa

obrigatoriedade se daraacute a partir do recebimento da notificaccedilatildeo sobre a decisatildeo e os laudos teratildeo

forccedila de coisa julgada devendo ser cumpridos no prazo fixado pelo Tribunal Arbitral

O Protocolo de Brasiacutelia funciona como provisoacuterio fornecendo mecanismos para

a soluccedilatildeo de controveacutersias ateacute que entre em vigor o Sistema Permanente de Soluccedilotildees de

Controveacutersias Este sistema aleacutem de previsto no Tratado de Assunccedilatildeo ganhou forccedila com o

Protocolo de Ouro Preto quando diz que antes de se firmar uma Tarifa Externa Comum os

Estados-parte deveratildeo fazer uma revisatildeo do sistema atual para soluccedilatildeo de controveacutersias com o

objetivo de adotar o sistema permanente

123 Protocolo de Ouro Preto

O Protocolo de Ouro Preto ndash POP assinado em 1994 define a estrutura

institucional definitiva do MERCOSUL e firma a ideacuteia de avanccedilar na constituiccedilatildeo de um

mercado comum Este protocolo pode se adaptar a possiacuteveis circunstacircncias que se apresentem

pois por meio de uma conferecircncia diplomaacutetica sua estrutura pode ser reavaliada

O POP tem como principal atribuiccedilatildeo conferir personalidade juriacutedica ao

MERCOSUL sempre que ele tenha que se relacionar como bloco econocircmico com grupos de

paiacuteses e oacutergatildeos internacionais multilateraisO POP trouxe algumas inovaccedilotildees para a estrutura

orgacircnica do MERCOSUL com relaccedilatildeo agrave criaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos Este bloco pode contar agora

com os seguintes oacutergatildeos

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- Conselho do Mercado Comum (CMC)

- Grupo Mercado Comum (GMC)

- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)

- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)

- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)

- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)

Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de

Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte

reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a

decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o

encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver

uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc

teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado

reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante

poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de

Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de

Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares

13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu

Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem

conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo

regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos

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aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica

proacutepria

No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos

fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes

promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em

1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash

Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de

Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as

barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas

O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE

satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de

Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc

Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas

Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a

primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE

que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais

e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos

tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda

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parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila

comum (PESC)

O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs

pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica

externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria

Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais

elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo

Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma

deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para

um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de

acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE

14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia

Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros

fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e

Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda

aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez

com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-

se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios

tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a

ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses

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A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus

integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O

alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como

dos novos paiacuteses integrantes do bloco

ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)

Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455

milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou

preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados

pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo

15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia

As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as

importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL

8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional

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aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial

global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O

Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo

Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a

Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda

mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a

conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o

protecionismo adotado pela Europa

16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia

Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade

Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo

Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos

A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo

interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de

integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional

O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as

condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e

econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando

9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt

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a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)

Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas

regiotildees como conceitos baacutesicos

Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de

atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e

das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre

Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros

A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo

natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos

regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As

propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL

foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a

posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais

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2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE

Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e

Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute

de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e

Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de

envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da

Uniatildeo Europeacuteia

Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das

relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se

referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral

22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL

Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia

econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da

economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do

comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o

comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano

10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144

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Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das

exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo

Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do

Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira

Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros

paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido

com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a

Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees

Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve

um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$

45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila

comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do

MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno

crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL

passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees

Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees

brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina

23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina

Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai

para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo

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nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo

principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro

mercado comum

No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a

Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo

industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha

caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata

previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos

setoriais foram assinados bilateralmente

24 Produtos ou setores em potencial

A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila

de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees

europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-

tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral

permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a

UE

O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre

paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco

elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado

principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A

composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das

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importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do

MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e

ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu

25 Principais parceiros europeus

As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande

assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o

primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos

externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus

Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica

Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a

complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais

intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-

americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de

diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio

bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais

com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande

influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a

Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada

na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento

comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro

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37

3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ

RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE

31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia

O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco

pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do

MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa

Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros

comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos

comerciais na Europa

Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do

Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto

que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com

relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve

queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve

uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos

anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e

menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil

passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda

de 10 nesse investimento

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No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do

MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os

europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior

mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das

exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial

importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute

a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total

A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de

intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores

agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees

europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo

dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida

Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma

importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios

desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos

manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser

importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas

Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com

tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas

11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses

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39

Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta

de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as

maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados

representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros

quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo

eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos

Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II

32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil

Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco

econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a

assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos

tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL

Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de

facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo

acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram

negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL

com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados

europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia

A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais

nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que

temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as

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relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no

fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as

medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus

No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator

agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de

2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral

com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano

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41

CONCLUSAtildeO

As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito

tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se

aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial

implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente

conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados

Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos

data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina

individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se

com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as

partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados

A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos

causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e

Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um

desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo

com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e

falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a

formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse

fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados

que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus

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interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus

interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar

obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos

econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada

bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles

como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das

negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave

liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees

Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar

um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o

Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e

essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles

Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo

inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se

tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs

dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses

integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e

reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento

Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da

agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos

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43

Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor

agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta

de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses

desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil

esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor

Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do

Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC

depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia

Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a

pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade

eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os

subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre

MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas

do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos

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REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004

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bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992

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ANEXO I

Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo

(valores totais em US$ e porcentuais)

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45

Exportaccedilotildees do Brasil

2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46

2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38

Importaccedilotildees do Brasil

2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44

Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28

2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23

Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31

Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees

2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil

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ANEXO II

Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL

Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp

Peso do MERCOSUL

nas Importaccedilotildees

extra UE 19982000

Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL

19982000

I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361

II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399

III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112

IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423

Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386

V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207

VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130

VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92

VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341

IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374

X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259

XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152

XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139

XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120

XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140

XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176

XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157

XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151

XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206

XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67

XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301

Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183

Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA

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ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE

Totais por fator agregado

US$ F0B

Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s

A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935

2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111

Fonte

Anos de 19801992 = Banco do Brasil

Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE

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49

ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro

Uniatildeo Europeacuteia - UE

US$ F0B

E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s

A n o

US$ FOB (A)

Var

Part ()

US$ FOB (B)

Var ()

Part ()

Saldo (A-B)

Corrente Comeacutercio (A+B)

Cobertura (AB)

1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133

Obs () ()

VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil

IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final

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8

13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu 27

14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia 29

15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia 30

16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia 31

2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 33

21 - A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE 33

22 - A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL 33

23 - O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina 34

24 - Produtos ou setores em potencial 35

25 - Principais parceiros europeus 36

3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE 37

31 - MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia 37

32 - Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil 39

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9

CONCLUSAtildeO 41 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 44 ANEXO I 46 ANEXO II 47 ANEXO III 48 ANEXO IV 49

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10

INTRODUCcedilAtildeO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO PROBLEMA

Apoacutes a Segunda Guerra Mundial tornou-se possiacutevel assistir a propagaccedilatildeo de

iniciativas de diversos Estados para promover o comeacutercio internacional e consequumlentemente

uma maior inserccedilatildeo de cada um deles no mercado mundial Essas iniciativas se realizaram por

meio de negociaccedilotildees acordos bilaterais ou multilaterais e pela formaccedilatildeo de blocos econocircmicos

regionais

No decorrer do estudo nota-se a preocupaccedilatildeo em entender ateacute que ponto as

relaccedilotildees inter-regionais entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia afetam o Brasil sendo vantajosas

ou natildeo para o paiacutes Para tanto o presente trabalho foi dividido em trecircs capiacutetulos que buscam dar

uma melhor abordagem sobre o tema em questatildeo

Sabendo que o antecedente imediato do MERCOSUL foi a integraccedilatildeo Brasil-

Argentina pode-se notar que esta uacuteltima foi impulsionada principalmente pela superaccedilatildeo das

divergecircncias geopoliacuteticas bilaterais pelo retorno agrave plenitude do regime democraacutetico nos dois

paiacuteses e pela crise do sistema econocircmico internacional Uma seacuterie de acordos bilaterais

precederam o MERCOSUL poreacutem o primeiro desses acordos a Declaraccedilatildeo de Iguaccedilu foi

firmada pelos presidentes Sarney e Alfonsiacuten em 1985 buscando acelerar o processo de

integraccedilatildeo dos dois paiacuteses Brasil e Argentina em diferentes aacutereas

Tendo conhecimento do que foi apresentado o primeiro capiacutetulo abordaraacute um

pouco da fase histoacuterica dos blocos Fala da criaccedilatildeo do MERCOSUL que remonta agrave ALALC ateacute

chegar agrave assinatura do Tratado de Assunccedilatildeo e seus protocolos adicionais de Brasiacutelia que

estabelece um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias e de Ouro Preto que traz modificaccedilotildees para a

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11

estrutura orgacircnica criando diversos oacutergatildeos para o bloco A partir de entatildeo procura-se fazer uma

breve abordagem histoacuterica da Uniatildeo Europeacuteia analisando-a desde quando era ainda a CEE ateacute

consolidar-se por meio do Tratado de Maastricht tornando-se de fato a atual Uniatildeo Europeacuteia

com 25 membros Ainda no primeiro capiacutetulo eacute possiacutevel verificar a vontade desses dois blocos de

implementar um acordo inter-regional entre eles

Mais adiante seraacute dado enfoque agrave relevacircncia da participaccedilatildeo do Brasil no

comeacutercio com o MERCOSUL e no comeacutercio com a Uniatildeo Europeacuteia separadamente procurando

ressaltar os setores mais expressivos para as partes e seus parceiros mais importantes

Finalmente no uacuteltimo capiacutetulo seratildeo abordadas as consequumlecircncias positivas ou

negativas para o Brasil a partir da relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia lembrando que

apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar um acordo entre eles os europeus adotam

medidas protecionistas que muito afetam as intenccedilotildees dos paiacuteses latino-americanos

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12

IMPORTAcircNCIA DO TEMA E METODOLOGIA DE TRABALHO

Com o constante fenocircmeno da globalizaccedilatildeo o interesse dos Estados por

mercados estrangeiros eacute cada vez maior proporcionando assim oportunidades para os paiacuteses

geograficamente mais proacuteximos se unirem formando grandes blocos econocircmicos atraveacutes do

processo de integraccedilatildeo regional Devido a vantagens e benefiacutecios oferecidos os paiacuteses optam cada

vez mais por integrar-se com seus vizinhos para adquirir mais forccedila e competitividade no cenaacuterio

internacional Esse processo de integraccedilatildeo pode ser facilmente observado como mostra o

trabalho na Ameacuterica Latina e na Europa com a criaccedilatildeo do Mercado Comum do Sul

(MERCOSUL) e da Uniatildeo Europeacuteia respectivamente

O interesse pelo tema surgiu da importacircncia no atual cenaacuterio internacional de

se obter uma visatildeo a partir da oacutetica do Brasil como maior economia do MERCOSUL com

relaccedilatildeo ao intercacircmbio comercial entre este bloco e a Uniatildeo Europeacuteia Estudar a relaccedilatildeo entre os

dois blocos torna mais faacutecil visualizar a participaccedilatildeo do Brasil no comeacutercio com cada um deles

individualmente e de sua situaccedilatildeo e eventuais consequumlecircncias para o paiacutes devido a essa relaccedilatildeo

inter-regional que tende a crescer cada vez mais

Este trabalho foi realizado baseado em fontes secundaacuterias como livros teses

textos especializados jornais revistas internet dados e tabelas para maior esclarecimento do que

foi abordado

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13

REFERENCIAL TEOacuteRICO

Foi principalmente apoacutes a Segunda Guerra Mundial que surgiu o fenocircmeno da

integraccedilatildeo econocircmica regional que desde entatildeo tem sido objeto de estudo para a economia

poliacutetica O conceito de integraccedilatildeo eacute recente se implanta perfeitamente no atual panorama

econocircmico mundial e eacute marcado pelo multilateralismo das relaccedilotildees comerciais e pela

regionalizaccedilatildeo econocircmica Eacute um fato comum no mundo atual Quase todas as grandes economias

mundiais encontram-se de alguma forma envolvidas em processos de integraccedilatildeo econocircmica

Esse fenocircmeno se introduz no problema enfrentado por todas as naccedilotildees

modernas o protecionismo contra liberalismo comercial O protecionismo aumenta e favorece a

industrializaccedilatildeo de um paiacutes mas por outro lado apoacutes certo tempo tambeacutem favorece o

surgimento de monopoacutelios internos com visiacutevel desvantagem para o consumidor que natildeo tem

acesso a novos produtos lanccedilados no mercado internacional e soacute pode escolher entre os ofertados

no mercado interno Como natildeo haacute concorrecircncia internacional e satildeo produzidos por empresas

abrigadas sob o protecionismo os produtos nacionais tecircm a tendecircncia de serem caros e de baixa

qualidade

Ao se desestruturar os mecanismos da proteccedilatildeo a liberalizaccedilatildeo comercial

deixou de ser uma simples alternativa e passou a significar uma caracteriacutestica da economia

mundial Reuacutenem-se paiacuteses regionalmente para assim alcanccedilar novos paiacuteses sendo vizinhos ou

natildeo e ampliar o espaccedilo econocircmico integrado

A integraccedilatildeo deve ser entendida como um processo de unificaccedilatildeo de

sociedades que tendem a formar uma coletividade harmoniosa a partir de liberalizaccedilotildees das

trocas comerciais dos movimentos de capitais pessoas serviccedilos e reduccedilotildees de discriminaccedilotildees

entre os estados membros1

1 VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81

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14

Segundo o MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES os processos de

integraccedilatildeo econocircmica satildeo conjuntos de medidas de caraacuteter econocircmico e comercial que tecircm por

finalidade originar a aproximaccedilatildeo e consequumlentemente a uniatildeo entre as economias de dois ou

mais paiacuteses Essa aproximaccedilatildeo deve ter por objetivo natildeo somente laccedilos econocircmicos mas

tambeacutem poliacuteticos e sociais

A integraccedilatildeo consiste em estabelecer um novo ambiente econocircmico poliacutetico e

cultural a partir de vaacuterios ambientes econocircmicos Haacute uma eliminaccedilatildeo de formas de

discriminaccedilotildees iniciais como no aspecto comercial ou no que concerne agrave circulaccedilatildeo de pessoas

serviccedilos e capitais em processos de integraccedilatildeo mais avanccedilados

Os processos de integraccedilatildeo de mercados representam o auge da globalizaccedilatildeo e

internacionalizaccedilatildeo da economia o que resulta em tendecircncias de interdependecircncia e

uniformidade a chamada homogeneizaccedilatildeo A economia transnacional se sobrepotildee agrave soberania

dos Estados gerando assim novas territorizaccedilotildees sem raiacutezes culturais

As poliacuteticas de integraccedilatildeo econocircmica podem ser positivas ou negativas Nas

positivas ocorrem modificaccedilotildees dos instrumentos existentes ndash matildeo-de-obra barata infra-

estrutura mobilidade de um paiacutes a outro etc ndash e a criaccedilatildeo de instituiccedilotildees para permitir o

aprofundamento da unificaccedilatildeo dos mercados e seu efetivo funcionamento Jaacute nas poliacuteticas

negativas acontece a remoccedilatildeo total de barreiras ao comeacutercio internacional ou restriccedilatildeo ao

processo de liberalizaccedilatildeo comercial

VINER (1949) criou as bases da integraccedilatildeo econocircmica a partir da teoria pura do

comeacutercio internacional Foi ele tambeacutem quem fez a distinccedilatildeo entre criaccedilatildeo de comeacutercio e desvio

de comeacutercio

A integraccedilatildeo econocircmica entre paiacuteses em desenvolvimento seria uma alternativa

para viabilizar uma estrateacutegia de desenvolvimento que seria irrealizaacutevel nas dimensotildees de

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15

pequenas economias perifeacutericas Essas razotildees levaram os economistas da CEPAL a defenderem a

necessidade da integraccedilatildeo das economias latino-americanas

Os processos de integraccedilatildeo2 buscam alcanccedilar diversos objetivos tais como a

ampliaccedilatildeo da resistecircncia frente agraves barreiras aduaneiras a ampliaccedilatildeo dos mercados o estiacutemulo do

intercambio tecnoloacutegico uma maior facilidade de acesso a mateacuterias primas e o maior poder de

pressatildeo na defesa de seus interesses nas negociaccedilotildees internacionais Tendo visto isso pode-se

observar que haacute diferentes formas e etapas de integraccedilatildeo divididos em vaacuterios estaacutegios definidos

como

a) Zonas de Preferecircncias Tarifaacuterias ndash caracteriza-se pela reduccedilatildeo de tarifas para uma

gama variada de produtos abrangendo parte do universo tarifaacuterio sem que se implique na

eliminaccedilatildeo total dos direitos aduaneiros e na reduccedilatildeo ou eliminaccedilatildeo de outras restriccedilotildees ao

comeacutercio Esses acordos violam a claacuteusula de Naccedilatildeo Mais Favorecida do GATT3 mas satildeo

admitidos entre paiacuteses em desenvolvimento e satildeo praticados pelos paiacuteses desenvolvidos atraveacutes

do Sistema Geral de Preferecircncias (SGP) criado pela Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre o

Comeacutercio e o Desenvolvimento (UNCTAD)

b) Zona de Livre Comeacutercio ndash trata-se da forma mais simples de associaccedilatildeo entre

Estados admitida pelo GATT Caracteriza-se pela eliminaccedilatildeo de tarifas aduaneiras e outras

restriccedilotildees ao comeacutercio entre os paiacuteses que dela participam Poreacutem cada paiacutes preserva sua

autonomia na poliacutetica comercial em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses

2 BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972 3 GATT ndash Acordo Geral sobre Tarifas e Comeacutercio assinado por 23 paiacuteses O artigo XXIV do acordo permite a formaccedilatildeo de uniotildees aduaneiras e aacutereas de livre comeacutercio sob certas condiccedilotildees

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16

c) Uniatildeo Aduaneira ndash caracteriza-se pela ausecircncia de barreiras ao comeacutercio entre

paiacuteses-membros pressupotildee uma poliacutetica comercial comum em relaccedilatildeo a paiacuteses natildeo-membros e a

adoccedilatildeo de uma Tarifa Externa Comum (TEC) A uniatildeo aduaneira pressupotildee ainda a

harmonizaccedilatildeo de instrumentos da poliacutetica comercial tais como diferentes sistemas monetaacuterios

fiscais etc que possam vir a originar problemas

d) Mercado Comum ndash consiste em uma uniatildeo aduaneira na qual os estados membros

determinam a eliminaccedilatildeo das restriccedilotildees sobre produtos bem como a livre circulaccedilatildeo dos demais

fatores produtivos como pessoas serviccedilos e capital eacute uma forma mais elevada de integraccedilatildeo

econocircmica

e) Uniatildeo Econocircmica ndash caracteriza-se pelo estabelecimento de uma autoridade

supranacional que se responsabiliza pela aplicaccedilatildeo das poliacuteticas comuns define criteacuterios e

distingue-se de um mercado comum por associar a eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees aos movimentos de

mercadorias e fatores com um certo grau de harmonizaccedilatildeo das poliacuteticas econocircmicas nacionais de

forma a abolir as discriminaccedilotildees resultantes das disparidades existentes entre essas poliacuteticas

f) Integraccedilatildeo Econocircmica Total ndash para Balassa4 essa forma de integraccedilatildeo pressupotildee a

unificaccedilatildeo das poliacuteticas monetaacuterias fiscais sociais e anticiacuteclicas e exige o estabelecimento de

uma autoridade supranacional cujas decisotildees satildeo obrigatoacuterias para os Estados-membros

g) Uniatildeo Poliacutetica ndash essa eacute uma forma de integraccedilatildeo que se caracteriza pela instituiccedilatildeo

de uma federaccedilatildeo de Estados com autoridade poliacutetica unificada ou formaccedilatildeo de Estados na qual

4 Bela Balassa op Cit p 11

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apenas as aacutereas acordadas passam a ser objeto de controle de instituiccedilotildees supranacionais Em

geral a formaccedilatildeo de uma uniatildeo poliacutetica deve envolver cooperaccedilatildeo em termos da poliacutetica externa

e de defesa5

Eacute bastante antiga a noccedilatildeo de que uma zona de livre comeacutercio e uma uniatildeo

aduaneira ajudam para o aumento do bem-estar mas foi Jacob Viner em 1950 que formulou

uma teoria dos efeitos econocircmicos de uma uniatildeo aduaneira Essa teoria eacute baseada nos efeitos da

uniatildeo aduaneira sobre os produtos Foi entatildeo que introduziu os conceitos de criaccedilatildeo de comeacutercio

e desvio de comeacutercio

Viner investigou os efeitos de uma uniatildeo aduaneira nas correntes de trocas e fez

a distribuiccedilatildeo entre o efeito de desvio de comeacutercio resultante de uma uniatildeo Outros autores

tambeacutem abordaram estes problemas poreacutem num esquema menos preciso e sem utilizar a

terminologia de Viner

A criaccedilatildeo de comeacutercio eacute o mecanismo de ampliaccedilatildeo das transaccedilotildees comerciais

entre os paiacuteses membros de uma uniatildeo aduaneira a partir da unificaccedilatildeo de preccedilos dos produtos na

regiatildeo apoacutes a queda das barreiras tarifaacuterias Entende-se por desvio de comeacutercio o mecanismo de

reduccedilatildeo de comeacutercio com paiacuteses natildeo-membros da uniatildeo aduaneira em benefiacutecio do aumento do

comeacutercio intra-regional

Os efeitos positivos sobre a produccedilatildeo resultam do desvio de compras de um

dado bem de fontes de produccedilatildeo interna de custos mais altos para outras de custos mais

5 MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000

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reduzidos localizadas em paiacuteses membros Jaacute os efeitos negativos sobre a produccedilatildeo dizem

respeito a um desvio das fontes de produccedilatildeo com custos mais baixos paiacuteses estrangeiros para

fontes de produccedilatildeo com custos mais elevados paiacuteses membros Segundo Viner os efeitos

beneacuteficos da uniatildeo aduaneira seratildeo predominantes se o aumento de comeacutercio for superior ao seu

desvio

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1 MERCOSUL E UNIAtildeO EUROPEacuteIA

11 MERCOSUL antecedentes histoacutericos

A Ameacuterica Latina vem haacute tempos buscando aumentar os laccedilos econocircmicos

entre seus paiacuteses atraveacutes da criaccedilatildeo de blocos regionais Vaacuterios foram os idealizadores da

integraccedilatildeo entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina dentre eles estaacute o presidente Getuacutelio Vargas que na

primeira metade do seacuteculo XX almejava a integraccedilatildeo das principais economias da Ameacuterica

Latina atraveacutes da formaccedilatildeo de um bloco econocircmico Inicialmente por volta da deacutecada de 30

ainda no Governo Vargas foram feitas algumas negociaccedilotildees para criar o BLOCO ABC

procurou-se formar a integraccedilatildeo dos trecircs paiacuteses mais fortes economicamente na Ameacuterica Latina

a Argentina o Brasil e o Chile Os paiacuteses sul americanos tiveram que enfrentar a resistecircncia do

governo dos EUA que natildeo via com bons olhos a imposiccedilatildeo de fronteiras econocircmicas pois

desejava continuar suprindo a Ameacuterica Latina com seus produtos industrializados e obtendo sua

mateacuteria prima

Anos mais tarde em 1948 foi criada a Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica

Latina - CEPAL subordinada ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees Unidas

representando outro importante instrumento para o desenvolvimento dos paiacuteses da Ameacuterica

Latina pois busca promover o desenvolvimento da Ameacuterica Latina estimulando a criaccedilatildeo de um

mercado comum latino americano

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O MERCOSUL considerado o mais recente esforccedilo para a integraccedilatildeo da

Ameacuterica Latina pode encontrar suas origens na criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo Latino-Americana de

Livre Comeacutercio ndash ALALC Este bloco tinha como objetivo implantar no prazo de 12 anos um

mercado comum regional por meio da formaccedilatildeo de uma zona de livre comeacutercio Criada em 1960

pelo Tratado de Montevideacuteu conhecido como TM-60 a ALALC era constituiacuteda pelos paiacuteses da

Ameacuterica do Sul excluindo-se deste grupo as Guianas e pelo Meacutexico O Tratado buscava ampliar

os mercados e alcanccedilar a liberalizaccedilatildeo do intercacircmbio eliminando as medidas protecionistas

Atraveacutes do Protocolo de Caracas a ideacuteia de criar um mercado comum em 12 anos teve seu prazo

aumentado para 1980 O objetivo era eliminar ateacute 1980 a maior quantidade imaginaacutevel de

restriccedilotildees comerciais existentes entre os integrantes do bloco

Os objetivos almejados pela ALALC natildeo foram alcanccedilados e dentre as razotildees

que levaram ao fracasso da Associaccedilatildeo encontra-se a falta de dinamismo por conta do elevado

nuacutemero de associados e suas diferenccedilas estruturais o vencimento do prazo determinado para a

obtenccedilatildeo de ecircxito do bloco entre outros motivos Durante a deacutecada de 70 a crise do petroacuteleo que

atingia a economia mundial causou uma intensa recessatildeo nos paiacuteses da Ameacuterica Latina e em

busca de uma alternativa para contornar o problema os paiacuteses latino-americanos reestruturaram a

ALALC fazendo surgir a Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo ndash ALADI criada em 1980

pelo Tratado de Montevideacuteu chamado TM-80 Ainda em vigor este Tratado compreende os

mesmos paiacuteses que compunham a ALALC Esse novo tratado requer que os paiacuteses membros

decircem continuidade ao processo de integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina colaborando para o

desenvolvimento econocircmico-social de uma forma mais equilibrada na regiatildeo Sua criaccedilatildeo

permitiu a promoccedilatildeo do aprofundamento do processo de integraccedilatildeo latino-americana e sua

finalidade eacute atingir a formaccedilatildeo de um mercado comum regional permitir o comeacutercio intra-

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regional reciacuteproco promover o comeacutercio ampliaccedilatildeo de mercados desenvolvimento equilibrado e

o estabelecimento de preferecircncias regionais O TM-80 daacute aos Estados membros grande liberdade

para formular suas poliacuteticas comerciais e ainda uma maior flexibilidade para celebrar acordos

bilaterais ou multilaterais Com a criaccedilatildeo da ALADI houve um grande avanccedilo nas relaccedilotildees

comerciais entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina isso aconteceu devido agrave essa possibilidade de

realizaccedilatildeo de acordos bilaterais e outros de alcance regional entre os membros fazendo com que

aumentasse cada vez mais o comeacutercio bilateral e intra-regional na Ameacuterica Latina

A criaccedilatildeo da ALADI ainda parece ter beneficiado o processo de integraccedilatildeo

latino-americana Ficou extinta a ldquoclaacuteusula de naccedilatildeo mais favorecida regionalrdquo anteriormente

adotada pela ALALC permitindo assim conceder preferecircncia tarifaacuteria entre alguns membros da

ALADI sem a obrigatoriedade de dar preferecircncia a todos os integrantes da Associaccedilatildeo Apesar

do esforccedilo a ALADI natildeo conseguiu atingir seu objetivo de alcanccedilar uma integraccedilatildeo regional As

vaacuterias perspectivas geradas com a criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo foram extintas devido aos

acontecimentos no cenaacuterio internacional por volta do final da deacutecada de 70 Alguns fatores

comprometeram o crescimento do comeacutercio internacional e dificultaram o acesso de paiacuteses em

desenvolvimento agraves suas fontes externas de financiamento Dentre esses fatores se encontram o

segundo choque do petroacuteleo a elevaccedilatildeo do valor das taxas de juros internacionais e a recessatildeo

das economias de paiacuteses desenvolvidos Como os paiacuteses da Ameacuterica Latina estavam com a diacutevida

externa cada vez maior e sofrendo com a alta dos juros houve entre os paiacuteses integrantes da

ALADI a praacutetica cada vez mais frequumlente do protecionismo pois cada paiacutes passava a empregar

um amplo conjunto de medidas para controlar as importaccedilotildees Poreacutem o impacto dessa poliacutetica

sobre o comeacutercio intra-regional natildeo foi considerado eficaz pois aleacutem da reduccedilatildeo das importaccedilotildees

de cada paiacutes aconteceu tambeacutem uma proporcional reduccedilatildeo das trocas comerciais entre os paiacuteses

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da proacutepria regiatildeo Haacute autores que dizem que a ALADI seguiu o mesmo modelo fracassado de

integraccedilatildeo regional que a ALALC onde o uacutenico agente eacute o Estado Isso porque o Tratado natildeo

considerava a livre circulaccedilatildeo de pessoas de empresas e de capitais privados e regionais e nem

de formas comunitaacuterias natildeo deixando espaccedilo para os verdadeiros interessados na integraccedilatildeo

regional

Mesmo a ALALC e a ALADI tendo obtido poucos resultados com relaccedilatildeo agrave

integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina ainda crescia o desejo pelo desenvolvimento de uma integraccedilatildeo

regional com destaque para o MERCOSUL que eacute considerado o processo de integraccedilatildeo regional

mais bem-sucedido da Ameacuterica Latina

12 Tratados do MERCOSUL

Eacute importante lembrar que os Estados-parte do MERCOSUL fazem parte do

GATT-OMC e suas accedilotildees devem estar adequadas ao regulamento desse acordo Isso acontece

devido agrave claacuteusula de habilitaccedilatildeo da Ronda Toacutequio que permite que os paiacuteses em

desenvolvimento natildeo apliquem o princiacutepio da naccedilatildeo mais favorecida

121 Tratado de Assunccedilatildeo

Foi assinado em 26 de marccedilo de 1991 o Tratado de Assunccedilatildeo visando agrave

constituiccedilatildeo de um mercado comum entre a Argentina o Brasil o Paraguai e o Uruguai Esse

tratado previa a liberalizaccedilatildeo comercial entre os paiacuteses-membros num periacuteodo de transiccedilatildeo ateacute

1994 Pode-se dividir a evoluccedilatildeo do MERCOSUL em dois periacuteodos o periacuteodo de transiccedilatildeo de

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1991 a 1994 e a partir do iniacutecio de 1995 a existecircncia do MERCOSUL como uma Uniatildeo

Aduaneira

Eacute um acordo-quadro que apesar de natildeo criar um mercado comum estabelece

as metas do processo de integraccedilatildeo e a forma de alcanccedilaacute-las Um dos objetivos desse tratado eacute o

estabelecimento de uma tarifa externa comum a TEC e adoccedilatildeo de uma poliacutetica comercial

comum em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses Estabelece tambeacutem as condiccedilotildees para o surgimento de um

projeto de integraccedilatildeo que define seu objetivo agrave criaccedilatildeo de um mercado comum Este tratado

registra a vontade por parte dos quatro paiacuteses integrantes de se inserir com mais forccedila no

mercado mundial

O Tratado de Assunccedilatildeo eacute um acordo que agrave medida que se necessita vem sendo

complementado por outros instrumentos adicionais negociados entre os participantes do bloco

Inicialmente determina os meios para que ateacute o fim de 1994 se chegasse a uma uniatildeo aduaneira

que eacute a fase anterior ao mercado comum Poreacutem como eacute visto o MERCOSUL hoje ainda eacute uma

uniatildeo aduaneira imperfeita pois natildeo manteacutem a Tarifa Externa Comum (TEC) prevista para os

quatro Estados-membros

O Tratado de Assunccedilatildeo ato que fundou o MERCOSUL constitui um dos

principais instrumentos do processo de integraccedilatildeo acompanhado do Protocolo de Brasiacutelia de

1991 e ainda do Protocolo de Ouro Preto de 1994

Este tratado constitui a base de todo o sistema normativo do MERCOSUL

ordena e regulamenta as relaccedilotildees existentes entre os Estados integrantes do bloco

O Tratado de Assunccedilatildeo tem como objetivo principal a constituiccedilatildeo de um

mercado comum entre seus signataacuterios o que sugere tambeacutem a livre circulaccedilatildeo de bens serviccedilos

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e fatores produtivos entre os Estados-parte eliminando as tarifas preacute-estabelecidas e as restriccedilotildees

natildeo tarifaacuterias No tratado estatildeo estabelecidos os elementos para a criaccedilatildeo de uma uniatildeo aduaneira

e por consequumlecircncia de uma poliacutetica comercial comum

De acordo com o Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE) o Tratado de

Assunccedilatildeo estabeleceu a utilizaccedilatildeo dos seguintes instrumentos para a constituiccedilatildeo do

MERCOSUL6

a) o cumprimento de um programa de liberalizaccedilatildeo comercial com reduccedilotildees tarifaacuterias

progressivas lineares e automaacuteticas acompanhadas da eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees natildeo-tarifaacuterias ou

de medidas de efeito equivalente

b) o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC) capaz de incentivar a

competitividade externa dos Estados-parte

c) a harmonizaccedilatildeo de poliacuteticas macroeconocircmicas e setoriais sempre que pertinente

O Tratado eacute sempre que necessaacuterio complementado por alguns instrumentos

adicionais acordados pelos quatro Estados-parte devido ao avanccedilo da integraccedilatildeo A intenccedilatildeo do

Tratado era de estabelecer condiccedilotildees para que se alcanccedilasse ateacute o fim de 1994 uma uniatildeo

aduaneira entre os quatro integrantes para posteriormente chegar a um mercado comum O MRE

mostra que o Tratado de Assunccedilatildeo determina alguns aspectos como7 estabelecer um programa de

liberalizaccedilatildeo comercial que consista de reduccedilotildees tarifaacuterias progressivas lineares e automaacuteticas

acompanhadas da eliminaccedilatildeo das barreiras natildeo tarifaacuterias coordenar poliacuteticas macro-econocircmicas

estabelecer uma Tarifa Externa Comum (TEC) estabelecer listas de exceccedilotildees ao programa de

6 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt

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liberalizaccedilatildeo para produtos considerados sensiacuteveis constituir um regime geral de origem e de

um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias

O Tratado de Assunccedilatildeo estabelece que o Poder Executivo de cada Estado-parte

deve manter informado seu respectivo Poder Legislativo sobre a evoluccedilatildeo do objeto deste tratado

o MERCOSUL

122 Protocolo de Brasiacutelia

Para solucionar os conflitos na esfera do MERCOSUL a forma escolhida foi a

arbitragem Portanto para cumprir determinaccedilatildeo do Tratado de Assunccedilatildeo designou-se um grupo

de trabalho que elaboraria um Sistema de Soluccedilatildeo de Controveacutersias entre os Estados-parte

Assim em dezembro de 1991 foi assinado o Protocolo de Brasiacutelia para Soluccedilatildeo de Controveacutersias

que passou a ter vigecircncia a partir de 1993

Este Protocolo no sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias tem como caracteriacutestica

ordenar que a soluccedilatildeo de controveacutersias ocorreraacute no plano diplomaacutetico por meio de negociaccedilotildees

diretas mas que possuem intervenccedilatildeo de oacutergatildeos institucionais como o Grupo Mercado Comum -

GMC- e se as dificuldades natildeo forem superadas utilizaraacute o procedimento arbitral O Protocolo

prevecirc tambeacutem poreacutem de maneira bem restrita e com normas complexas que particulares

pessoas fiacutesicas e juriacutedicas tenham acesso ao sistema com direito a reclamaccedilotildees pois o Tratado de

Assunccedilatildeo previa somente a participaccedilatildeo dos Estados-parte

7 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt

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A uacuteltima fase do Protocolo a instauraccedilatildeo de um Tribunal Arbitral proferiraacute a

decisatildeo por meio de laudos inapelaacuteveis e obrigatoacuterios para os Estados-parte na controveacutersia Essa

obrigatoriedade se daraacute a partir do recebimento da notificaccedilatildeo sobre a decisatildeo e os laudos teratildeo

forccedila de coisa julgada devendo ser cumpridos no prazo fixado pelo Tribunal Arbitral

O Protocolo de Brasiacutelia funciona como provisoacuterio fornecendo mecanismos para

a soluccedilatildeo de controveacutersias ateacute que entre em vigor o Sistema Permanente de Soluccedilotildees de

Controveacutersias Este sistema aleacutem de previsto no Tratado de Assunccedilatildeo ganhou forccedila com o

Protocolo de Ouro Preto quando diz que antes de se firmar uma Tarifa Externa Comum os

Estados-parte deveratildeo fazer uma revisatildeo do sistema atual para soluccedilatildeo de controveacutersias com o

objetivo de adotar o sistema permanente

123 Protocolo de Ouro Preto

O Protocolo de Ouro Preto ndash POP assinado em 1994 define a estrutura

institucional definitiva do MERCOSUL e firma a ideacuteia de avanccedilar na constituiccedilatildeo de um

mercado comum Este protocolo pode se adaptar a possiacuteveis circunstacircncias que se apresentem

pois por meio de uma conferecircncia diplomaacutetica sua estrutura pode ser reavaliada

O POP tem como principal atribuiccedilatildeo conferir personalidade juriacutedica ao

MERCOSUL sempre que ele tenha que se relacionar como bloco econocircmico com grupos de

paiacuteses e oacutergatildeos internacionais multilateraisO POP trouxe algumas inovaccedilotildees para a estrutura

orgacircnica do MERCOSUL com relaccedilatildeo agrave criaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos Este bloco pode contar agora

com os seguintes oacutergatildeos

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- Conselho do Mercado Comum (CMC)

- Grupo Mercado Comum (GMC)

- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)

- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)

- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)

- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)

Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de

Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte

reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a

decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o

encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver

uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc

teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado

reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante

poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de

Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de

Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares

13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu

Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem

conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo

regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos

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aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica

proacutepria

No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos

fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes

promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em

1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash

Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de

Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as

barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas

O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE

satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de

Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc

Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas

Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a

primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE

que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais

e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos

tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda

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parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila

comum (PESC)

O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs

pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica

externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria

Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais

elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo

Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma

deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para

um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de

acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE

14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia

Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros

fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e

Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda

aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez

com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-

se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios

tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a

ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses

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A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus

integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O

alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como

dos novos paiacuteses integrantes do bloco

ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)

Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455

milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou

preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados

pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo

15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia

As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as

importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL

8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional

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aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial

global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O

Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo

Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a

Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda

mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a

conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o

protecionismo adotado pela Europa

16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia

Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade

Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo

Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos

A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo

interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de

integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional

O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as

condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e

econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando

9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt

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a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)

Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas

regiotildees como conceitos baacutesicos

Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de

atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e

das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre

Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros

A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo

natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos

regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As

propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL

foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a

posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais

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33

2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE

Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e

Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute

de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e

Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de

envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da

Uniatildeo Europeacuteia

Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das

relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se

referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral

22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL

Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia

econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da

economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do

comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o

comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano

10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144

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34

Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das

exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo

Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do

Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira

Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros

paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido

com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a

Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees

Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve

um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$

45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila

comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do

MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno

crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL

passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees

Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees

brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina

23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina

Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai

para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo

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35

nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo

principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro

mercado comum

No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a

Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo

industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha

caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata

previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos

setoriais foram assinados bilateralmente

24 Produtos ou setores em potencial

A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila

de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees

europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-

tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral

permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a

UE

O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre

paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco

elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado

principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A

composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das

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importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do

MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e

ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu

25 Principais parceiros europeus

As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande

assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o

primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos

externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus

Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica

Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a

complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais

intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-

americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de

diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio

bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais

com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande

influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a

Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada

na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento

comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro

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37

3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ

RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE

31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia

O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco

pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do

MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa

Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros

comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos

comerciais na Europa

Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do

Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto

que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com

relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve

queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve

uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos

anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e

menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil

passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda

de 10 nesse investimento

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38

No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do

MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os

europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior

mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das

exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial

importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute

a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total

A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de

intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores

agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees

europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo

dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida

Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma

importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios

desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos

manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser

importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas

Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com

tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas

11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses

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39

Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta

de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as

maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados

representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros

quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo

eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos

Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II

32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil

Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco

econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a

assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos

tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL

Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de

facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo

acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram

negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL

com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados

europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia

A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais

nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que

temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as

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40

relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no

fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as

medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus

No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator

agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de

2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral

com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano

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41

CONCLUSAtildeO

As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito

tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se

aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial

implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente

conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados

Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos

data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina

individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se

com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as

partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados

A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos

causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e

Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um

desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo

com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e

falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a

formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse

fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados

que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus

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42

interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus

interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar

obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos

econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada

bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles

como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das

negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave

liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees

Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar

um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o

Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e

essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles

Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo

inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se

tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs

dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses

integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e

reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento

Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da

agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos

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43

Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor

agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta

de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses

desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil

esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor

Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do

Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC

depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia

Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a

pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade

eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os

subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre

MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas

do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos

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44

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992

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46

ANEXO I

Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo

(valores totais em US$ e porcentuais)

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45

Exportaccedilotildees do Brasil

2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46

2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38

Importaccedilotildees do Brasil

2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44

Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28

2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23

Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31

Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees

2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil

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47

ANEXO II

Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL

Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp

Peso do MERCOSUL

nas Importaccedilotildees

extra UE 19982000

Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL

19982000

I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361

II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399

III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112

IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423

Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386

V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207

VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130

VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92

VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341

IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374

X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259

XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152

XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139

XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120

XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140

XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176

XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157

XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151

XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206

XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67

XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301

Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183

Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA

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ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE

Totais por fator agregado

US$ F0B

Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s

A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935

2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111

Fonte

Anos de 19801992 = Banco do Brasil

Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE

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49

ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro

Uniatildeo Europeacuteia - UE

US$ F0B

E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s

A n o

US$ FOB (A)

Var

Part ()

US$ FOB (B)

Var ()

Part ()

Saldo (A-B)

Corrente Comeacutercio (A+B)

Cobertura (AB)

1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133

Obs () ()

VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil

IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final

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9

CONCLUSAtildeO 41 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 44 ANEXO I 46 ANEXO II 47 ANEXO III 48 ANEXO IV 49

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10

INTRODUCcedilAtildeO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO PROBLEMA

Apoacutes a Segunda Guerra Mundial tornou-se possiacutevel assistir a propagaccedilatildeo de

iniciativas de diversos Estados para promover o comeacutercio internacional e consequumlentemente

uma maior inserccedilatildeo de cada um deles no mercado mundial Essas iniciativas se realizaram por

meio de negociaccedilotildees acordos bilaterais ou multilaterais e pela formaccedilatildeo de blocos econocircmicos

regionais

No decorrer do estudo nota-se a preocupaccedilatildeo em entender ateacute que ponto as

relaccedilotildees inter-regionais entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia afetam o Brasil sendo vantajosas

ou natildeo para o paiacutes Para tanto o presente trabalho foi dividido em trecircs capiacutetulos que buscam dar

uma melhor abordagem sobre o tema em questatildeo

Sabendo que o antecedente imediato do MERCOSUL foi a integraccedilatildeo Brasil-

Argentina pode-se notar que esta uacuteltima foi impulsionada principalmente pela superaccedilatildeo das

divergecircncias geopoliacuteticas bilaterais pelo retorno agrave plenitude do regime democraacutetico nos dois

paiacuteses e pela crise do sistema econocircmico internacional Uma seacuterie de acordos bilaterais

precederam o MERCOSUL poreacutem o primeiro desses acordos a Declaraccedilatildeo de Iguaccedilu foi

firmada pelos presidentes Sarney e Alfonsiacuten em 1985 buscando acelerar o processo de

integraccedilatildeo dos dois paiacuteses Brasil e Argentina em diferentes aacutereas

Tendo conhecimento do que foi apresentado o primeiro capiacutetulo abordaraacute um

pouco da fase histoacuterica dos blocos Fala da criaccedilatildeo do MERCOSUL que remonta agrave ALALC ateacute

chegar agrave assinatura do Tratado de Assunccedilatildeo e seus protocolos adicionais de Brasiacutelia que

estabelece um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias e de Ouro Preto que traz modificaccedilotildees para a

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11

estrutura orgacircnica criando diversos oacutergatildeos para o bloco A partir de entatildeo procura-se fazer uma

breve abordagem histoacuterica da Uniatildeo Europeacuteia analisando-a desde quando era ainda a CEE ateacute

consolidar-se por meio do Tratado de Maastricht tornando-se de fato a atual Uniatildeo Europeacuteia

com 25 membros Ainda no primeiro capiacutetulo eacute possiacutevel verificar a vontade desses dois blocos de

implementar um acordo inter-regional entre eles

Mais adiante seraacute dado enfoque agrave relevacircncia da participaccedilatildeo do Brasil no

comeacutercio com o MERCOSUL e no comeacutercio com a Uniatildeo Europeacuteia separadamente procurando

ressaltar os setores mais expressivos para as partes e seus parceiros mais importantes

Finalmente no uacuteltimo capiacutetulo seratildeo abordadas as consequumlecircncias positivas ou

negativas para o Brasil a partir da relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia lembrando que

apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar um acordo entre eles os europeus adotam

medidas protecionistas que muito afetam as intenccedilotildees dos paiacuteses latino-americanos

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12

IMPORTAcircNCIA DO TEMA E METODOLOGIA DE TRABALHO

Com o constante fenocircmeno da globalizaccedilatildeo o interesse dos Estados por

mercados estrangeiros eacute cada vez maior proporcionando assim oportunidades para os paiacuteses

geograficamente mais proacuteximos se unirem formando grandes blocos econocircmicos atraveacutes do

processo de integraccedilatildeo regional Devido a vantagens e benefiacutecios oferecidos os paiacuteses optam cada

vez mais por integrar-se com seus vizinhos para adquirir mais forccedila e competitividade no cenaacuterio

internacional Esse processo de integraccedilatildeo pode ser facilmente observado como mostra o

trabalho na Ameacuterica Latina e na Europa com a criaccedilatildeo do Mercado Comum do Sul

(MERCOSUL) e da Uniatildeo Europeacuteia respectivamente

O interesse pelo tema surgiu da importacircncia no atual cenaacuterio internacional de

se obter uma visatildeo a partir da oacutetica do Brasil como maior economia do MERCOSUL com

relaccedilatildeo ao intercacircmbio comercial entre este bloco e a Uniatildeo Europeacuteia Estudar a relaccedilatildeo entre os

dois blocos torna mais faacutecil visualizar a participaccedilatildeo do Brasil no comeacutercio com cada um deles

individualmente e de sua situaccedilatildeo e eventuais consequumlecircncias para o paiacutes devido a essa relaccedilatildeo

inter-regional que tende a crescer cada vez mais

Este trabalho foi realizado baseado em fontes secundaacuterias como livros teses

textos especializados jornais revistas internet dados e tabelas para maior esclarecimento do que

foi abordado

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13

REFERENCIAL TEOacuteRICO

Foi principalmente apoacutes a Segunda Guerra Mundial que surgiu o fenocircmeno da

integraccedilatildeo econocircmica regional que desde entatildeo tem sido objeto de estudo para a economia

poliacutetica O conceito de integraccedilatildeo eacute recente se implanta perfeitamente no atual panorama

econocircmico mundial e eacute marcado pelo multilateralismo das relaccedilotildees comerciais e pela

regionalizaccedilatildeo econocircmica Eacute um fato comum no mundo atual Quase todas as grandes economias

mundiais encontram-se de alguma forma envolvidas em processos de integraccedilatildeo econocircmica

Esse fenocircmeno se introduz no problema enfrentado por todas as naccedilotildees

modernas o protecionismo contra liberalismo comercial O protecionismo aumenta e favorece a

industrializaccedilatildeo de um paiacutes mas por outro lado apoacutes certo tempo tambeacutem favorece o

surgimento de monopoacutelios internos com visiacutevel desvantagem para o consumidor que natildeo tem

acesso a novos produtos lanccedilados no mercado internacional e soacute pode escolher entre os ofertados

no mercado interno Como natildeo haacute concorrecircncia internacional e satildeo produzidos por empresas

abrigadas sob o protecionismo os produtos nacionais tecircm a tendecircncia de serem caros e de baixa

qualidade

Ao se desestruturar os mecanismos da proteccedilatildeo a liberalizaccedilatildeo comercial

deixou de ser uma simples alternativa e passou a significar uma caracteriacutestica da economia

mundial Reuacutenem-se paiacuteses regionalmente para assim alcanccedilar novos paiacuteses sendo vizinhos ou

natildeo e ampliar o espaccedilo econocircmico integrado

A integraccedilatildeo deve ser entendida como um processo de unificaccedilatildeo de

sociedades que tendem a formar uma coletividade harmoniosa a partir de liberalizaccedilotildees das

trocas comerciais dos movimentos de capitais pessoas serviccedilos e reduccedilotildees de discriminaccedilotildees

entre os estados membros1

1 VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81

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14

Segundo o MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES os processos de

integraccedilatildeo econocircmica satildeo conjuntos de medidas de caraacuteter econocircmico e comercial que tecircm por

finalidade originar a aproximaccedilatildeo e consequumlentemente a uniatildeo entre as economias de dois ou

mais paiacuteses Essa aproximaccedilatildeo deve ter por objetivo natildeo somente laccedilos econocircmicos mas

tambeacutem poliacuteticos e sociais

A integraccedilatildeo consiste em estabelecer um novo ambiente econocircmico poliacutetico e

cultural a partir de vaacuterios ambientes econocircmicos Haacute uma eliminaccedilatildeo de formas de

discriminaccedilotildees iniciais como no aspecto comercial ou no que concerne agrave circulaccedilatildeo de pessoas

serviccedilos e capitais em processos de integraccedilatildeo mais avanccedilados

Os processos de integraccedilatildeo de mercados representam o auge da globalizaccedilatildeo e

internacionalizaccedilatildeo da economia o que resulta em tendecircncias de interdependecircncia e

uniformidade a chamada homogeneizaccedilatildeo A economia transnacional se sobrepotildee agrave soberania

dos Estados gerando assim novas territorizaccedilotildees sem raiacutezes culturais

As poliacuteticas de integraccedilatildeo econocircmica podem ser positivas ou negativas Nas

positivas ocorrem modificaccedilotildees dos instrumentos existentes ndash matildeo-de-obra barata infra-

estrutura mobilidade de um paiacutes a outro etc ndash e a criaccedilatildeo de instituiccedilotildees para permitir o

aprofundamento da unificaccedilatildeo dos mercados e seu efetivo funcionamento Jaacute nas poliacuteticas

negativas acontece a remoccedilatildeo total de barreiras ao comeacutercio internacional ou restriccedilatildeo ao

processo de liberalizaccedilatildeo comercial

VINER (1949) criou as bases da integraccedilatildeo econocircmica a partir da teoria pura do

comeacutercio internacional Foi ele tambeacutem quem fez a distinccedilatildeo entre criaccedilatildeo de comeacutercio e desvio

de comeacutercio

A integraccedilatildeo econocircmica entre paiacuteses em desenvolvimento seria uma alternativa

para viabilizar uma estrateacutegia de desenvolvimento que seria irrealizaacutevel nas dimensotildees de

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15

pequenas economias perifeacutericas Essas razotildees levaram os economistas da CEPAL a defenderem a

necessidade da integraccedilatildeo das economias latino-americanas

Os processos de integraccedilatildeo2 buscam alcanccedilar diversos objetivos tais como a

ampliaccedilatildeo da resistecircncia frente agraves barreiras aduaneiras a ampliaccedilatildeo dos mercados o estiacutemulo do

intercambio tecnoloacutegico uma maior facilidade de acesso a mateacuterias primas e o maior poder de

pressatildeo na defesa de seus interesses nas negociaccedilotildees internacionais Tendo visto isso pode-se

observar que haacute diferentes formas e etapas de integraccedilatildeo divididos em vaacuterios estaacutegios definidos

como

a) Zonas de Preferecircncias Tarifaacuterias ndash caracteriza-se pela reduccedilatildeo de tarifas para uma

gama variada de produtos abrangendo parte do universo tarifaacuterio sem que se implique na

eliminaccedilatildeo total dos direitos aduaneiros e na reduccedilatildeo ou eliminaccedilatildeo de outras restriccedilotildees ao

comeacutercio Esses acordos violam a claacuteusula de Naccedilatildeo Mais Favorecida do GATT3 mas satildeo

admitidos entre paiacuteses em desenvolvimento e satildeo praticados pelos paiacuteses desenvolvidos atraveacutes

do Sistema Geral de Preferecircncias (SGP) criado pela Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre o

Comeacutercio e o Desenvolvimento (UNCTAD)

b) Zona de Livre Comeacutercio ndash trata-se da forma mais simples de associaccedilatildeo entre

Estados admitida pelo GATT Caracteriza-se pela eliminaccedilatildeo de tarifas aduaneiras e outras

restriccedilotildees ao comeacutercio entre os paiacuteses que dela participam Poreacutem cada paiacutes preserva sua

autonomia na poliacutetica comercial em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses

2 BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972 3 GATT ndash Acordo Geral sobre Tarifas e Comeacutercio assinado por 23 paiacuteses O artigo XXIV do acordo permite a formaccedilatildeo de uniotildees aduaneiras e aacutereas de livre comeacutercio sob certas condiccedilotildees

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16

c) Uniatildeo Aduaneira ndash caracteriza-se pela ausecircncia de barreiras ao comeacutercio entre

paiacuteses-membros pressupotildee uma poliacutetica comercial comum em relaccedilatildeo a paiacuteses natildeo-membros e a

adoccedilatildeo de uma Tarifa Externa Comum (TEC) A uniatildeo aduaneira pressupotildee ainda a

harmonizaccedilatildeo de instrumentos da poliacutetica comercial tais como diferentes sistemas monetaacuterios

fiscais etc que possam vir a originar problemas

d) Mercado Comum ndash consiste em uma uniatildeo aduaneira na qual os estados membros

determinam a eliminaccedilatildeo das restriccedilotildees sobre produtos bem como a livre circulaccedilatildeo dos demais

fatores produtivos como pessoas serviccedilos e capital eacute uma forma mais elevada de integraccedilatildeo

econocircmica

e) Uniatildeo Econocircmica ndash caracteriza-se pelo estabelecimento de uma autoridade

supranacional que se responsabiliza pela aplicaccedilatildeo das poliacuteticas comuns define criteacuterios e

distingue-se de um mercado comum por associar a eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees aos movimentos de

mercadorias e fatores com um certo grau de harmonizaccedilatildeo das poliacuteticas econocircmicas nacionais de

forma a abolir as discriminaccedilotildees resultantes das disparidades existentes entre essas poliacuteticas

f) Integraccedilatildeo Econocircmica Total ndash para Balassa4 essa forma de integraccedilatildeo pressupotildee a

unificaccedilatildeo das poliacuteticas monetaacuterias fiscais sociais e anticiacuteclicas e exige o estabelecimento de

uma autoridade supranacional cujas decisotildees satildeo obrigatoacuterias para os Estados-membros

g) Uniatildeo Poliacutetica ndash essa eacute uma forma de integraccedilatildeo que se caracteriza pela instituiccedilatildeo

de uma federaccedilatildeo de Estados com autoridade poliacutetica unificada ou formaccedilatildeo de Estados na qual

4 Bela Balassa op Cit p 11

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17

apenas as aacutereas acordadas passam a ser objeto de controle de instituiccedilotildees supranacionais Em

geral a formaccedilatildeo de uma uniatildeo poliacutetica deve envolver cooperaccedilatildeo em termos da poliacutetica externa

e de defesa5

Eacute bastante antiga a noccedilatildeo de que uma zona de livre comeacutercio e uma uniatildeo

aduaneira ajudam para o aumento do bem-estar mas foi Jacob Viner em 1950 que formulou

uma teoria dos efeitos econocircmicos de uma uniatildeo aduaneira Essa teoria eacute baseada nos efeitos da

uniatildeo aduaneira sobre os produtos Foi entatildeo que introduziu os conceitos de criaccedilatildeo de comeacutercio

e desvio de comeacutercio

Viner investigou os efeitos de uma uniatildeo aduaneira nas correntes de trocas e fez

a distribuiccedilatildeo entre o efeito de desvio de comeacutercio resultante de uma uniatildeo Outros autores

tambeacutem abordaram estes problemas poreacutem num esquema menos preciso e sem utilizar a

terminologia de Viner

A criaccedilatildeo de comeacutercio eacute o mecanismo de ampliaccedilatildeo das transaccedilotildees comerciais

entre os paiacuteses membros de uma uniatildeo aduaneira a partir da unificaccedilatildeo de preccedilos dos produtos na

regiatildeo apoacutes a queda das barreiras tarifaacuterias Entende-se por desvio de comeacutercio o mecanismo de

reduccedilatildeo de comeacutercio com paiacuteses natildeo-membros da uniatildeo aduaneira em benefiacutecio do aumento do

comeacutercio intra-regional

Os efeitos positivos sobre a produccedilatildeo resultam do desvio de compras de um

dado bem de fontes de produccedilatildeo interna de custos mais altos para outras de custos mais

5 MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000

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18

reduzidos localizadas em paiacuteses membros Jaacute os efeitos negativos sobre a produccedilatildeo dizem

respeito a um desvio das fontes de produccedilatildeo com custos mais baixos paiacuteses estrangeiros para

fontes de produccedilatildeo com custos mais elevados paiacuteses membros Segundo Viner os efeitos

beneacuteficos da uniatildeo aduaneira seratildeo predominantes se o aumento de comeacutercio for superior ao seu

desvio

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1 MERCOSUL E UNIAtildeO EUROPEacuteIA

11 MERCOSUL antecedentes histoacutericos

A Ameacuterica Latina vem haacute tempos buscando aumentar os laccedilos econocircmicos

entre seus paiacuteses atraveacutes da criaccedilatildeo de blocos regionais Vaacuterios foram os idealizadores da

integraccedilatildeo entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina dentre eles estaacute o presidente Getuacutelio Vargas que na

primeira metade do seacuteculo XX almejava a integraccedilatildeo das principais economias da Ameacuterica

Latina atraveacutes da formaccedilatildeo de um bloco econocircmico Inicialmente por volta da deacutecada de 30

ainda no Governo Vargas foram feitas algumas negociaccedilotildees para criar o BLOCO ABC

procurou-se formar a integraccedilatildeo dos trecircs paiacuteses mais fortes economicamente na Ameacuterica Latina

a Argentina o Brasil e o Chile Os paiacuteses sul americanos tiveram que enfrentar a resistecircncia do

governo dos EUA que natildeo via com bons olhos a imposiccedilatildeo de fronteiras econocircmicas pois

desejava continuar suprindo a Ameacuterica Latina com seus produtos industrializados e obtendo sua

mateacuteria prima

Anos mais tarde em 1948 foi criada a Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica

Latina - CEPAL subordinada ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees Unidas

representando outro importante instrumento para o desenvolvimento dos paiacuteses da Ameacuterica

Latina pois busca promover o desenvolvimento da Ameacuterica Latina estimulando a criaccedilatildeo de um

mercado comum latino americano

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O MERCOSUL considerado o mais recente esforccedilo para a integraccedilatildeo da

Ameacuterica Latina pode encontrar suas origens na criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo Latino-Americana de

Livre Comeacutercio ndash ALALC Este bloco tinha como objetivo implantar no prazo de 12 anos um

mercado comum regional por meio da formaccedilatildeo de uma zona de livre comeacutercio Criada em 1960

pelo Tratado de Montevideacuteu conhecido como TM-60 a ALALC era constituiacuteda pelos paiacuteses da

Ameacuterica do Sul excluindo-se deste grupo as Guianas e pelo Meacutexico O Tratado buscava ampliar

os mercados e alcanccedilar a liberalizaccedilatildeo do intercacircmbio eliminando as medidas protecionistas

Atraveacutes do Protocolo de Caracas a ideacuteia de criar um mercado comum em 12 anos teve seu prazo

aumentado para 1980 O objetivo era eliminar ateacute 1980 a maior quantidade imaginaacutevel de

restriccedilotildees comerciais existentes entre os integrantes do bloco

Os objetivos almejados pela ALALC natildeo foram alcanccedilados e dentre as razotildees

que levaram ao fracasso da Associaccedilatildeo encontra-se a falta de dinamismo por conta do elevado

nuacutemero de associados e suas diferenccedilas estruturais o vencimento do prazo determinado para a

obtenccedilatildeo de ecircxito do bloco entre outros motivos Durante a deacutecada de 70 a crise do petroacuteleo que

atingia a economia mundial causou uma intensa recessatildeo nos paiacuteses da Ameacuterica Latina e em

busca de uma alternativa para contornar o problema os paiacuteses latino-americanos reestruturaram a

ALALC fazendo surgir a Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo ndash ALADI criada em 1980

pelo Tratado de Montevideacuteu chamado TM-80 Ainda em vigor este Tratado compreende os

mesmos paiacuteses que compunham a ALALC Esse novo tratado requer que os paiacuteses membros

decircem continuidade ao processo de integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina colaborando para o

desenvolvimento econocircmico-social de uma forma mais equilibrada na regiatildeo Sua criaccedilatildeo

permitiu a promoccedilatildeo do aprofundamento do processo de integraccedilatildeo latino-americana e sua

finalidade eacute atingir a formaccedilatildeo de um mercado comum regional permitir o comeacutercio intra-

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regional reciacuteproco promover o comeacutercio ampliaccedilatildeo de mercados desenvolvimento equilibrado e

o estabelecimento de preferecircncias regionais O TM-80 daacute aos Estados membros grande liberdade

para formular suas poliacuteticas comerciais e ainda uma maior flexibilidade para celebrar acordos

bilaterais ou multilaterais Com a criaccedilatildeo da ALADI houve um grande avanccedilo nas relaccedilotildees

comerciais entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina isso aconteceu devido agrave essa possibilidade de

realizaccedilatildeo de acordos bilaterais e outros de alcance regional entre os membros fazendo com que

aumentasse cada vez mais o comeacutercio bilateral e intra-regional na Ameacuterica Latina

A criaccedilatildeo da ALADI ainda parece ter beneficiado o processo de integraccedilatildeo

latino-americana Ficou extinta a ldquoclaacuteusula de naccedilatildeo mais favorecida regionalrdquo anteriormente

adotada pela ALALC permitindo assim conceder preferecircncia tarifaacuteria entre alguns membros da

ALADI sem a obrigatoriedade de dar preferecircncia a todos os integrantes da Associaccedilatildeo Apesar

do esforccedilo a ALADI natildeo conseguiu atingir seu objetivo de alcanccedilar uma integraccedilatildeo regional As

vaacuterias perspectivas geradas com a criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo foram extintas devido aos

acontecimentos no cenaacuterio internacional por volta do final da deacutecada de 70 Alguns fatores

comprometeram o crescimento do comeacutercio internacional e dificultaram o acesso de paiacuteses em

desenvolvimento agraves suas fontes externas de financiamento Dentre esses fatores se encontram o

segundo choque do petroacuteleo a elevaccedilatildeo do valor das taxas de juros internacionais e a recessatildeo

das economias de paiacuteses desenvolvidos Como os paiacuteses da Ameacuterica Latina estavam com a diacutevida

externa cada vez maior e sofrendo com a alta dos juros houve entre os paiacuteses integrantes da

ALADI a praacutetica cada vez mais frequumlente do protecionismo pois cada paiacutes passava a empregar

um amplo conjunto de medidas para controlar as importaccedilotildees Poreacutem o impacto dessa poliacutetica

sobre o comeacutercio intra-regional natildeo foi considerado eficaz pois aleacutem da reduccedilatildeo das importaccedilotildees

de cada paiacutes aconteceu tambeacutem uma proporcional reduccedilatildeo das trocas comerciais entre os paiacuteses

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da proacutepria regiatildeo Haacute autores que dizem que a ALADI seguiu o mesmo modelo fracassado de

integraccedilatildeo regional que a ALALC onde o uacutenico agente eacute o Estado Isso porque o Tratado natildeo

considerava a livre circulaccedilatildeo de pessoas de empresas e de capitais privados e regionais e nem

de formas comunitaacuterias natildeo deixando espaccedilo para os verdadeiros interessados na integraccedilatildeo

regional

Mesmo a ALALC e a ALADI tendo obtido poucos resultados com relaccedilatildeo agrave

integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina ainda crescia o desejo pelo desenvolvimento de uma integraccedilatildeo

regional com destaque para o MERCOSUL que eacute considerado o processo de integraccedilatildeo regional

mais bem-sucedido da Ameacuterica Latina

12 Tratados do MERCOSUL

Eacute importante lembrar que os Estados-parte do MERCOSUL fazem parte do

GATT-OMC e suas accedilotildees devem estar adequadas ao regulamento desse acordo Isso acontece

devido agrave claacuteusula de habilitaccedilatildeo da Ronda Toacutequio que permite que os paiacuteses em

desenvolvimento natildeo apliquem o princiacutepio da naccedilatildeo mais favorecida

121 Tratado de Assunccedilatildeo

Foi assinado em 26 de marccedilo de 1991 o Tratado de Assunccedilatildeo visando agrave

constituiccedilatildeo de um mercado comum entre a Argentina o Brasil o Paraguai e o Uruguai Esse

tratado previa a liberalizaccedilatildeo comercial entre os paiacuteses-membros num periacuteodo de transiccedilatildeo ateacute

1994 Pode-se dividir a evoluccedilatildeo do MERCOSUL em dois periacuteodos o periacuteodo de transiccedilatildeo de

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1991 a 1994 e a partir do iniacutecio de 1995 a existecircncia do MERCOSUL como uma Uniatildeo

Aduaneira

Eacute um acordo-quadro que apesar de natildeo criar um mercado comum estabelece

as metas do processo de integraccedilatildeo e a forma de alcanccedilaacute-las Um dos objetivos desse tratado eacute o

estabelecimento de uma tarifa externa comum a TEC e adoccedilatildeo de uma poliacutetica comercial

comum em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses Estabelece tambeacutem as condiccedilotildees para o surgimento de um

projeto de integraccedilatildeo que define seu objetivo agrave criaccedilatildeo de um mercado comum Este tratado

registra a vontade por parte dos quatro paiacuteses integrantes de se inserir com mais forccedila no

mercado mundial

O Tratado de Assunccedilatildeo eacute um acordo que agrave medida que se necessita vem sendo

complementado por outros instrumentos adicionais negociados entre os participantes do bloco

Inicialmente determina os meios para que ateacute o fim de 1994 se chegasse a uma uniatildeo aduaneira

que eacute a fase anterior ao mercado comum Poreacutem como eacute visto o MERCOSUL hoje ainda eacute uma

uniatildeo aduaneira imperfeita pois natildeo manteacutem a Tarifa Externa Comum (TEC) prevista para os

quatro Estados-membros

O Tratado de Assunccedilatildeo ato que fundou o MERCOSUL constitui um dos

principais instrumentos do processo de integraccedilatildeo acompanhado do Protocolo de Brasiacutelia de

1991 e ainda do Protocolo de Ouro Preto de 1994

Este tratado constitui a base de todo o sistema normativo do MERCOSUL

ordena e regulamenta as relaccedilotildees existentes entre os Estados integrantes do bloco

O Tratado de Assunccedilatildeo tem como objetivo principal a constituiccedilatildeo de um

mercado comum entre seus signataacuterios o que sugere tambeacutem a livre circulaccedilatildeo de bens serviccedilos

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e fatores produtivos entre os Estados-parte eliminando as tarifas preacute-estabelecidas e as restriccedilotildees

natildeo tarifaacuterias No tratado estatildeo estabelecidos os elementos para a criaccedilatildeo de uma uniatildeo aduaneira

e por consequumlecircncia de uma poliacutetica comercial comum

De acordo com o Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE) o Tratado de

Assunccedilatildeo estabeleceu a utilizaccedilatildeo dos seguintes instrumentos para a constituiccedilatildeo do

MERCOSUL6

a) o cumprimento de um programa de liberalizaccedilatildeo comercial com reduccedilotildees tarifaacuterias

progressivas lineares e automaacuteticas acompanhadas da eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees natildeo-tarifaacuterias ou

de medidas de efeito equivalente

b) o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC) capaz de incentivar a

competitividade externa dos Estados-parte

c) a harmonizaccedilatildeo de poliacuteticas macroeconocircmicas e setoriais sempre que pertinente

O Tratado eacute sempre que necessaacuterio complementado por alguns instrumentos

adicionais acordados pelos quatro Estados-parte devido ao avanccedilo da integraccedilatildeo A intenccedilatildeo do

Tratado era de estabelecer condiccedilotildees para que se alcanccedilasse ateacute o fim de 1994 uma uniatildeo

aduaneira entre os quatro integrantes para posteriormente chegar a um mercado comum O MRE

mostra que o Tratado de Assunccedilatildeo determina alguns aspectos como7 estabelecer um programa de

liberalizaccedilatildeo comercial que consista de reduccedilotildees tarifaacuterias progressivas lineares e automaacuteticas

acompanhadas da eliminaccedilatildeo das barreiras natildeo tarifaacuterias coordenar poliacuteticas macro-econocircmicas

estabelecer uma Tarifa Externa Comum (TEC) estabelecer listas de exceccedilotildees ao programa de

6 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt

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liberalizaccedilatildeo para produtos considerados sensiacuteveis constituir um regime geral de origem e de

um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias

O Tratado de Assunccedilatildeo estabelece que o Poder Executivo de cada Estado-parte

deve manter informado seu respectivo Poder Legislativo sobre a evoluccedilatildeo do objeto deste tratado

o MERCOSUL

122 Protocolo de Brasiacutelia

Para solucionar os conflitos na esfera do MERCOSUL a forma escolhida foi a

arbitragem Portanto para cumprir determinaccedilatildeo do Tratado de Assunccedilatildeo designou-se um grupo

de trabalho que elaboraria um Sistema de Soluccedilatildeo de Controveacutersias entre os Estados-parte

Assim em dezembro de 1991 foi assinado o Protocolo de Brasiacutelia para Soluccedilatildeo de Controveacutersias

que passou a ter vigecircncia a partir de 1993

Este Protocolo no sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias tem como caracteriacutestica

ordenar que a soluccedilatildeo de controveacutersias ocorreraacute no plano diplomaacutetico por meio de negociaccedilotildees

diretas mas que possuem intervenccedilatildeo de oacutergatildeos institucionais como o Grupo Mercado Comum -

GMC- e se as dificuldades natildeo forem superadas utilizaraacute o procedimento arbitral O Protocolo

prevecirc tambeacutem poreacutem de maneira bem restrita e com normas complexas que particulares

pessoas fiacutesicas e juriacutedicas tenham acesso ao sistema com direito a reclamaccedilotildees pois o Tratado de

Assunccedilatildeo previa somente a participaccedilatildeo dos Estados-parte

7 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt

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A uacuteltima fase do Protocolo a instauraccedilatildeo de um Tribunal Arbitral proferiraacute a

decisatildeo por meio de laudos inapelaacuteveis e obrigatoacuterios para os Estados-parte na controveacutersia Essa

obrigatoriedade se daraacute a partir do recebimento da notificaccedilatildeo sobre a decisatildeo e os laudos teratildeo

forccedila de coisa julgada devendo ser cumpridos no prazo fixado pelo Tribunal Arbitral

O Protocolo de Brasiacutelia funciona como provisoacuterio fornecendo mecanismos para

a soluccedilatildeo de controveacutersias ateacute que entre em vigor o Sistema Permanente de Soluccedilotildees de

Controveacutersias Este sistema aleacutem de previsto no Tratado de Assunccedilatildeo ganhou forccedila com o

Protocolo de Ouro Preto quando diz que antes de se firmar uma Tarifa Externa Comum os

Estados-parte deveratildeo fazer uma revisatildeo do sistema atual para soluccedilatildeo de controveacutersias com o

objetivo de adotar o sistema permanente

123 Protocolo de Ouro Preto

O Protocolo de Ouro Preto ndash POP assinado em 1994 define a estrutura

institucional definitiva do MERCOSUL e firma a ideacuteia de avanccedilar na constituiccedilatildeo de um

mercado comum Este protocolo pode se adaptar a possiacuteveis circunstacircncias que se apresentem

pois por meio de uma conferecircncia diplomaacutetica sua estrutura pode ser reavaliada

O POP tem como principal atribuiccedilatildeo conferir personalidade juriacutedica ao

MERCOSUL sempre que ele tenha que se relacionar como bloco econocircmico com grupos de

paiacuteses e oacutergatildeos internacionais multilateraisO POP trouxe algumas inovaccedilotildees para a estrutura

orgacircnica do MERCOSUL com relaccedilatildeo agrave criaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos Este bloco pode contar agora

com os seguintes oacutergatildeos

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- Conselho do Mercado Comum (CMC)

- Grupo Mercado Comum (GMC)

- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)

- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)

- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)

- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)

Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de

Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte

reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a

decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o

encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver

uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc

teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado

reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante

poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de

Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de

Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares

13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu

Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem

conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo

regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos

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aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica

proacutepria

No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos

fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes

promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em

1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash

Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de

Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as

barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas

O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE

satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de

Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc

Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas

Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a

primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE

que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais

e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos

tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda

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parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila

comum (PESC)

O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs

pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica

externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria

Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais

elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo

Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma

deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para

um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de

acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE

14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia

Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros

fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e

Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda

aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez

com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-

se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios

tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a

ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses

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A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus

integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O

alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como

dos novos paiacuteses integrantes do bloco

ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)

Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455

milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou

preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados

pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo

15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia

As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as

importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL

8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional

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aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial

global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O

Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo

Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a

Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda

mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a

conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o

protecionismo adotado pela Europa

16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia

Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade

Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo

Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos

A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo

interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de

integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional

O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as

condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e

econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando

9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt

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a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)

Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas

regiotildees como conceitos baacutesicos

Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de

atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e

das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre

Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros

A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo

natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos

regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As

propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL

foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a

posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais

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2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE

Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e

Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute

de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e

Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de

envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da

Uniatildeo Europeacuteia

Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das

relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se

referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral

22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL

Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia

econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da

economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do

comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o

comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano

10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144

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34

Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das

exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo

Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do

Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira

Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros

paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido

com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a

Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees

Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve

um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$

45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila

comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do

MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno

crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL

passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees

Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees

brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina

23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina

Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai

para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo

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35

nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo

principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro

mercado comum

No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a

Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo

industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha

caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata

previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos

setoriais foram assinados bilateralmente

24 Produtos ou setores em potencial

A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila

de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees

europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-

tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral

permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a

UE

O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre

paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco

elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado

principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A

composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das

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36

importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do

MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e

ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu

25 Principais parceiros europeus

As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande

assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o

primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos

externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus

Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica

Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a

complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais

intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-

americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de

diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio

bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais

com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande

influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a

Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada

na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento

comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro

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37

3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ

RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE

31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia

O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco

pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do

MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa

Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros

comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos

comerciais na Europa

Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do

Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto

que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com

relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve

queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve

uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos

anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e

menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil

passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda

de 10 nesse investimento

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38

No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do

MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os

europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior

mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das

exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial

importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute

a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total

A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de

intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores

agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees

europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo

dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida

Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma

importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios

desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos

manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser

importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas

Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com

tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas

11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses

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39

Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta

de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as

maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados

representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros

quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo

eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos

Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II

32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil

Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco

econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a

assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos

tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL

Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de

facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo

acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram

negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL

com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados

europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia

A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais

nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que

temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as

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40

relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no

fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as

medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus

No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator

agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de

2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral

com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano

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41

CONCLUSAtildeO

As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito

tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se

aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial

implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente

conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados

Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos

data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina

individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se

com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as

partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados

A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos

causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e

Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um

desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo

com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e

falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a

formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse

fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados

que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus

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42

interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus

interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar

obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos

econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada

bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles

como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das

negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave

liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees

Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar

um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o

Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e

essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles

Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo

inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se

tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs

dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses

integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e

reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento

Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da

agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos

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43

Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor

agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta

de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses

desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil

esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor

Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do

Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC

depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia

Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a

pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade

eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os

subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre

MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas

do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos

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44

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992

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ANEXO I

Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo

(valores totais em US$ e porcentuais)

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45

Exportaccedilotildees do Brasil

2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46

2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38

Importaccedilotildees do Brasil

2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44

Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28

2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23

Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31

Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees

2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil

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ANEXO II

Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL

Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp

Peso do MERCOSUL

nas Importaccedilotildees

extra UE 19982000

Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL

19982000

I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361

II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399

III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112

IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423

Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386

V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207

VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130

VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92

VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341

IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374

X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259

XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152

XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139

XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120

XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140

XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176

XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157

XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151

XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206

XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67

XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301

Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183

Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA

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ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE

Totais por fator agregado

US$ F0B

Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s

A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935

2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111

Fonte

Anos de 19801992 = Banco do Brasil

Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE

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49

ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro

Uniatildeo Europeacuteia - UE

US$ F0B

E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s

A n o

US$ FOB (A)

Var

Part ()

US$ FOB (B)

Var ()

Part ()

Saldo (A-B)

Corrente Comeacutercio (A+B)

Cobertura (AB)

1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133

Obs () ()

VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil

IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final

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10

INTRODUCcedilAtildeO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO PROBLEMA

Apoacutes a Segunda Guerra Mundial tornou-se possiacutevel assistir a propagaccedilatildeo de

iniciativas de diversos Estados para promover o comeacutercio internacional e consequumlentemente

uma maior inserccedilatildeo de cada um deles no mercado mundial Essas iniciativas se realizaram por

meio de negociaccedilotildees acordos bilaterais ou multilaterais e pela formaccedilatildeo de blocos econocircmicos

regionais

No decorrer do estudo nota-se a preocupaccedilatildeo em entender ateacute que ponto as

relaccedilotildees inter-regionais entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia afetam o Brasil sendo vantajosas

ou natildeo para o paiacutes Para tanto o presente trabalho foi dividido em trecircs capiacutetulos que buscam dar

uma melhor abordagem sobre o tema em questatildeo

Sabendo que o antecedente imediato do MERCOSUL foi a integraccedilatildeo Brasil-

Argentina pode-se notar que esta uacuteltima foi impulsionada principalmente pela superaccedilatildeo das

divergecircncias geopoliacuteticas bilaterais pelo retorno agrave plenitude do regime democraacutetico nos dois

paiacuteses e pela crise do sistema econocircmico internacional Uma seacuterie de acordos bilaterais

precederam o MERCOSUL poreacutem o primeiro desses acordos a Declaraccedilatildeo de Iguaccedilu foi

firmada pelos presidentes Sarney e Alfonsiacuten em 1985 buscando acelerar o processo de

integraccedilatildeo dos dois paiacuteses Brasil e Argentina em diferentes aacutereas

Tendo conhecimento do que foi apresentado o primeiro capiacutetulo abordaraacute um

pouco da fase histoacuterica dos blocos Fala da criaccedilatildeo do MERCOSUL que remonta agrave ALALC ateacute

chegar agrave assinatura do Tratado de Assunccedilatildeo e seus protocolos adicionais de Brasiacutelia que

estabelece um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias e de Ouro Preto que traz modificaccedilotildees para a

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11

estrutura orgacircnica criando diversos oacutergatildeos para o bloco A partir de entatildeo procura-se fazer uma

breve abordagem histoacuterica da Uniatildeo Europeacuteia analisando-a desde quando era ainda a CEE ateacute

consolidar-se por meio do Tratado de Maastricht tornando-se de fato a atual Uniatildeo Europeacuteia

com 25 membros Ainda no primeiro capiacutetulo eacute possiacutevel verificar a vontade desses dois blocos de

implementar um acordo inter-regional entre eles

Mais adiante seraacute dado enfoque agrave relevacircncia da participaccedilatildeo do Brasil no

comeacutercio com o MERCOSUL e no comeacutercio com a Uniatildeo Europeacuteia separadamente procurando

ressaltar os setores mais expressivos para as partes e seus parceiros mais importantes

Finalmente no uacuteltimo capiacutetulo seratildeo abordadas as consequumlecircncias positivas ou

negativas para o Brasil a partir da relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia lembrando que

apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar um acordo entre eles os europeus adotam

medidas protecionistas que muito afetam as intenccedilotildees dos paiacuteses latino-americanos

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12

IMPORTAcircNCIA DO TEMA E METODOLOGIA DE TRABALHO

Com o constante fenocircmeno da globalizaccedilatildeo o interesse dos Estados por

mercados estrangeiros eacute cada vez maior proporcionando assim oportunidades para os paiacuteses

geograficamente mais proacuteximos se unirem formando grandes blocos econocircmicos atraveacutes do

processo de integraccedilatildeo regional Devido a vantagens e benefiacutecios oferecidos os paiacuteses optam cada

vez mais por integrar-se com seus vizinhos para adquirir mais forccedila e competitividade no cenaacuterio

internacional Esse processo de integraccedilatildeo pode ser facilmente observado como mostra o

trabalho na Ameacuterica Latina e na Europa com a criaccedilatildeo do Mercado Comum do Sul

(MERCOSUL) e da Uniatildeo Europeacuteia respectivamente

O interesse pelo tema surgiu da importacircncia no atual cenaacuterio internacional de

se obter uma visatildeo a partir da oacutetica do Brasil como maior economia do MERCOSUL com

relaccedilatildeo ao intercacircmbio comercial entre este bloco e a Uniatildeo Europeacuteia Estudar a relaccedilatildeo entre os

dois blocos torna mais faacutecil visualizar a participaccedilatildeo do Brasil no comeacutercio com cada um deles

individualmente e de sua situaccedilatildeo e eventuais consequumlecircncias para o paiacutes devido a essa relaccedilatildeo

inter-regional que tende a crescer cada vez mais

Este trabalho foi realizado baseado em fontes secundaacuterias como livros teses

textos especializados jornais revistas internet dados e tabelas para maior esclarecimento do que

foi abordado

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13

REFERENCIAL TEOacuteRICO

Foi principalmente apoacutes a Segunda Guerra Mundial que surgiu o fenocircmeno da

integraccedilatildeo econocircmica regional que desde entatildeo tem sido objeto de estudo para a economia

poliacutetica O conceito de integraccedilatildeo eacute recente se implanta perfeitamente no atual panorama

econocircmico mundial e eacute marcado pelo multilateralismo das relaccedilotildees comerciais e pela

regionalizaccedilatildeo econocircmica Eacute um fato comum no mundo atual Quase todas as grandes economias

mundiais encontram-se de alguma forma envolvidas em processos de integraccedilatildeo econocircmica

Esse fenocircmeno se introduz no problema enfrentado por todas as naccedilotildees

modernas o protecionismo contra liberalismo comercial O protecionismo aumenta e favorece a

industrializaccedilatildeo de um paiacutes mas por outro lado apoacutes certo tempo tambeacutem favorece o

surgimento de monopoacutelios internos com visiacutevel desvantagem para o consumidor que natildeo tem

acesso a novos produtos lanccedilados no mercado internacional e soacute pode escolher entre os ofertados

no mercado interno Como natildeo haacute concorrecircncia internacional e satildeo produzidos por empresas

abrigadas sob o protecionismo os produtos nacionais tecircm a tendecircncia de serem caros e de baixa

qualidade

Ao se desestruturar os mecanismos da proteccedilatildeo a liberalizaccedilatildeo comercial

deixou de ser uma simples alternativa e passou a significar uma caracteriacutestica da economia

mundial Reuacutenem-se paiacuteses regionalmente para assim alcanccedilar novos paiacuteses sendo vizinhos ou

natildeo e ampliar o espaccedilo econocircmico integrado

A integraccedilatildeo deve ser entendida como um processo de unificaccedilatildeo de

sociedades que tendem a formar uma coletividade harmoniosa a partir de liberalizaccedilotildees das

trocas comerciais dos movimentos de capitais pessoas serviccedilos e reduccedilotildees de discriminaccedilotildees

entre os estados membros1

1 VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81

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Segundo o MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES os processos de

integraccedilatildeo econocircmica satildeo conjuntos de medidas de caraacuteter econocircmico e comercial que tecircm por

finalidade originar a aproximaccedilatildeo e consequumlentemente a uniatildeo entre as economias de dois ou

mais paiacuteses Essa aproximaccedilatildeo deve ter por objetivo natildeo somente laccedilos econocircmicos mas

tambeacutem poliacuteticos e sociais

A integraccedilatildeo consiste em estabelecer um novo ambiente econocircmico poliacutetico e

cultural a partir de vaacuterios ambientes econocircmicos Haacute uma eliminaccedilatildeo de formas de

discriminaccedilotildees iniciais como no aspecto comercial ou no que concerne agrave circulaccedilatildeo de pessoas

serviccedilos e capitais em processos de integraccedilatildeo mais avanccedilados

Os processos de integraccedilatildeo de mercados representam o auge da globalizaccedilatildeo e

internacionalizaccedilatildeo da economia o que resulta em tendecircncias de interdependecircncia e

uniformidade a chamada homogeneizaccedilatildeo A economia transnacional se sobrepotildee agrave soberania

dos Estados gerando assim novas territorizaccedilotildees sem raiacutezes culturais

As poliacuteticas de integraccedilatildeo econocircmica podem ser positivas ou negativas Nas

positivas ocorrem modificaccedilotildees dos instrumentos existentes ndash matildeo-de-obra barata infra-

estrutura mobilidade de um paiacutes a outro etc ndash e a criaccedilatildeo de instituiccedilotildees para permitir o

aprofundamento da unificaccedilatildeo dos mercados e seu efetivo funcionamento Jaacute nas poliacuteticas

negativas acontece a remoccedilatildeo total de barreiras ao comeacutercio internacional ou restriccedilatildeo ao

processo de liberalizaccedilatildeo comercial

VINER (1949) criou as bases da integraccedilatildeo econocircmica a partir da teoria pura do

comeacutercio internacional Foi ele tambeacutem quem fez a distinccedilatildeo entre criaccedilatildeo de comeacutercio e desvio

de comeacutercio

A integraccedilatildeo econocircmica entre paiacuteses em desenvolvimento seria uma alternativa

para viabilizar uma estrateacutegia de desenvolvimento que seria irrealizaacutevel nas dimensotildees de

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pequenas economias perifeacutericas Essas razotildees levaram os economistas da CEPAL a defenderem a

necessidade da integraccedilatildeo das economias latino-americanas

Os processos de integraccedilatildeo2 buscam alcanccedilar diversos objetivos tais como a

ampliaccedilatildeo da resistecircncia frente agraves barreiras aduaneiras a ampliaccedilatildeo dos mercados o estiacutemulo do

intercambio tecnoloacutegico uma maior facilidade de acesso a mateacuterias primas e o maior poder de

pressatildeo na defesa de seus interesses nas negociaccedilotildees internacionais Tendo visto isso pode-se

observar que haacute diferentes formas e etapas de integraccedilatildeo divididos em vaacuterios estaacutegios definidos

como

a) Zonas de Preferecircncias Tarifaacuterias ndash caracteriza-se pela reduccedilatildeo de tarifas para uma

gama variada de produtos abrangendo parte do universo tarifaacuterio sem que se implique na

eliminaccedilatildeo total dos direitos aduaneiros e na reduccedilatildeo ou eliminaccedilatildeo de outras restriccedilotildees ao

comeacutercio Esses acordos violam a claacuteusula de Naccedilatildeo Mais Favorecida do GATT3 mas satildeo

admitidos entre paiacuteses em desenvolvimento e satildeo praticados pelos paiacuteses desenvolvidos atraveacutes

do Sistema Geral de Preferecircncias (SGP) criado pela Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre o

Comeacutercio e o Desenvolvimento (UNCTAD)

b) Zona de Livre Comeacutercio ndash trata-se da forma mais simples de associaccedilatildeo entre

Estados admitida pelo GATT Caracteriza-se pela eliminaccedilatildeo de tarifas aduaneiras e outras

restriccedilotildees ao comeacutercio entre os paiacuteses que dela participam Poreacutem cada paiacutes preserva sua

autonomia na poliacutetica comercial em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses

2 BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972 3 GATT ndash Acordo Geral sobre Tarifas e Comeacutercio assinado por 23 paiacuteses O artigo XXIV do acordo permite a formaccedilatildeo de uniotildees aduaneiras e aacutereas de livre comeacutercio sob certas condiccedilotildees

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c) Uniatildeo Aduaneira ndash caracteriza-se pela ausecircncia de barreiras ao comeacutercio entre

paiacuteses-membros pressupotildee uma poliacutetica comercial comum em relaccedilatildeo a paiacuteses natildeo-membros e a

adoccedilatildeo de uma Tarifa Externa Comum (TEC) A uniatildeo aduaneira pressupotildee ainda a

harmonizaccedilatildeo de instrumentos da poliacutetica comercial tais como diferentes sistemas monetaacuterios

fiscais etc que possam vir a originar problemas

d) Mercado Comum ndash consiste em uma uniatildeo aduaneira na qual os estados membros

determinam a eliminaccedilatildeo das restriccedilotildees sobre produtos bem como a livre circulaccedilatildeo dos demais

fatores produtivos como pessoas serviccedilos e capital eacute uma forma mais elevada de integraccedilatildeo

econocircmica

e) Uniatildeo Econocircmica ndash caracteriza-se pelo estabelecimento de uma autoridade

supranacional que se responsabiliza pela aplicaccedilatildeo das poliacuteticas comuns define criteacuterios e

distingue-se de um mercado comum por associar a eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees aos movimentos de

mercadorias e fatores com um certo grau de harmonizaccedilatildeo das poliacuteticas econocircmicas nacionais de

forma a abolir as discriminaccedilotildees resultantes das disparidades existentes entre essas poliacuteticas

f) Integraccedilatildeo Econocircmica Total ndash para Balassa4 essa forma de integraccedilatildeo pressupotildee a

unificaccedilatildeo das poliacuteticas monetaacuterias fiscais sociais e anticiacuteclicas e exige o estabelecimento de

uma autoridade supranacional cujas decisotildees satildeo obrigatoacuterias para os Estados-membros

g) Uniatildeo Poliacutetica ndash essa eacute uma forma de integraccedilatildeo que se caracteriza pela instituiccedilatildeo

de uma federaccedilatildeo de Estados com autoridade poliacutetica unificada ou formaccedilatildeo de Estados na qual

4 Bela Balassa op Cit p 11

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apenas as aacutereas acordadas passam a ser objeto de controle de instituiccedilotildees supranacionais Em

geral a formaccedilatildeo de uma uniatildeo poliacutetica deve envolver cooperaccedilatildeo em termos da poliacutetica externa

e de defesa5

Eacute bastante antiga a noccedilatildeo de que uma zona de livre comeacutercio e uma uniatildeo

aduaneira ajudam para o aumento do bem-estar mas foi Jacob Viner em 1950 que formulou

uma teoria dos efeitos econocircmicos de uma uniatildeo aduaneira Essa teoria eacute baseada nos efeitos da

uniatildeo aduaneira sobre os produtos Foi entatildeo que introduziu os conceitos de criaccedilatildeo de comeacutercio

e desvio de comeacutercio

Viner investigou os efeitos de uma uniatildeo aduaneira nas correntes de trocas e fez

a distribuiccedilatildeo entre o efeito de desvio de comeacutercio resultante de uma uniatildeo Outros autores

tambeacutem abordaram estes problemas poreacutem num esquema menos preciso e sem utilizar a

terminologia de Viner

A criaccedilatildeo de comeacutercio eacute o mecanismo de ampliaccedilatildeo das transaccedilotildees comerciais

entre os paiacuteses membros de uma uniatildeo aduaneira a partir da unificaccedilatildeo de preccedilos dos produtos na

regiatildeo apoacutes a queda das barreiras tarifaacuterias Entende-se por desvio de comeacutercio o mecanismo de

reduccedilatildeo de comeacutercio com paiacuteses natildeo-membros da uniatildeo aduaneira em benefiacutecio do aumento do

comeacutercio intra-regional

Os efeitos positivos sobre a produccedilatildeo resultam do desvio de compras de um

dado bem de fontes de produccedilatildeo interna de custos mais altos para outras de custos mais

5 MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000

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reduzidos localizadas em paiacuteses membros Jaacute os efeitos negativos sobre a produccedilatildeo dizem

respeito a um desvio das fontes de produccedilatildeo com custos mais baixos paiacuteses estrangeiros para

fontes de produccedilatildeo com custos mais elevados paiacuteses membros Segundo Viner os efeitos

beneacuteficos da uniatildeo aduaneira seratildeo predominantes se o aumento de comeacutercio for superior ao seu

desvio

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1 MERCOSUL E UNIAtildeO EUROPEacuteIA

11 MERCOSUL antecedentes histoacutericos

A Ameacuterica Latina vem haacute tempos buscando aumentar os laccedilos econocircmicos

entre seus paiacuteses atraveacutes da criaccedilatildeo de blocos regionais Vaacuterios foram os idealizadores da

integraccedilatildeo entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina dentre eles estaacute o presidente Getuacutelio Vargas que na

primeira metade do seacuteculo XX almejava a integraccedilatildeo das principais economias da Ameacuterica

Latina atraveacutes da formaccedilatildeo de um bloco econocircmico Inicialmente por volta da deacutecada de 30

ainda no Governo Vargas foram feitas algumas negociaccedilotildees para criar o BLOCO ABC

procurou-se formar a integraccedilatildeo dos trecircs paiacuteses mais fortes economicamente na Ameacuterica Latina

a Argentina o Brasil e o Chile Os paiacuteses sul americanos tiveram que enfrentar a resistecircncia do

governo dos EUA que natildeo via com bons olhos a imposiccedilatildeo de fronteiras econocircmicas pois

desejava continuar suprindo a Ameacuterica Latina com seus produtos industrializados e obtendo sua

mateacuteria prima

Anos mais tarde em 1948 foi criada a Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica

Latina - CEPAL subordinada ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees Unidas

representando outro importante instrumento para o desenvolvimento dos paiacuteses da Ameacuterica

Latina pois busca promover o desenvolvimento da Ameacuterica Latina estimulando a criaccedilatildeo de um

mercado comum latino americano

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O MERCOSUL considerado o mais recente esforccedilo para a integraccedilatildeo da

Ameacuterica Latina pode encontrar suas origens na criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo Latino-Americana de

Livre Comeacutercio ndash ALALC Este bloco tinha como objetivo implantar no prazo de 12 anos um

mercado comum regional por meio da formaccedilatildeo de uma zona de livre comeacutercio Criada em 1960

pelo Tratado de Montevideacuteu conhecido como TM-60 a ALALC era constituiacuteda pelos paiacuteses da

Ameacuterica do Sul excluindo-se deste grupo as Guianas e pelo Meacutexico O Tratado buscava ampliar

os mercados e alcanccedilar a liberalizaccedilatildeo do intercacircmbio eliminando as medidas protecionistas

Atraveacutes do Protocolo de Caracas a ideacuteia de criar um mercado comum em 12 anos teve seu prazo

aumentado para 1980 O objetivo era eliminar ateacute 1980 a maior quantidade imaginaacutevel de

restriccedilotildees comerciais existentes entre os integrantes do bloco

Os objetivos almejados pela ALALC natildeo foram alcanccedilados e dentre as razotildees

que levaram ao fracasso da Associaccedilatildeo encontra-se a falta de dinamismo por conta do elevado

nuacutemero de associados e suas diferenccedilas estruturais o vencimento do prazo determinado para a

obtenccedilatildeo de ecircxito do bloco entre outros motivos Durante a deacutecada de 70 a crise do petroacuteleo que

atingia a economia mundial causou uma intensa recessatildeo nos paiacuteses da Ameacuterica Latina e em

busca de uma alternativa para contornar o problema os paiacuteses latino-americanos reestruturaram a

ALALC fazendo surgir a Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo ndash ALADI criada em 1980

pelo Tratado de Montevideacuteu chamado TM-80 Ainda em vigor este Tratado compreende os

mesmos paiacuteses que compunham a ALALC Esse novo tratado requer que os paiacuteses membros

decircem continuidade ao processo de integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina colaborando para o

desenvolvimento econocircmico-social de uma forma mais equilibrada na regiatildeo Sua criaccedilatildeo

permitiu a promoccedilatildeo do aprofundamento do processo de integraccedilatildeo latino-americana e sua

finalidade eacute atingir a formaccedilatildeo de um mercado comum regional permitir o comeacutercio intra-

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regional reciacuteproco promover o comeacutercio ampliaccedilatildeo de mercados desenvolvimento equilibrado e

o estabelecimento de preferecircncias regionais O TM-80 daacute aos Estados membros grande liberdade

para formular suas poliacuteticas comerciais e ainda uma maior flexibilidade para celebrar acordos

bilaterais ou multilaterais Com a criaccedilatildeo da ALADI houve um grande avanccedilo nas relaccedilotildees

comerciais entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina isso aconteceu devido agrave essa possibilidade de

realizaccedilatildeo de acordos bilaterais e outros de alcance regional entre os membros fazendo com que

aumentasse cada vez mais o comeacutercio bilateral e intra-regional na Ameacuterica Latina

A criaccedilatildeo da ALADI ainda parece ter beneficiado o processo de integraccedilatildeo

latino-americana Ficou extinta a ldquoclaacuteusula de naccedilatildeo mais favorecida regionalrdquo anteriormente

adotada pela ALALC permitindo assim conceder preferecircncia tarifaacuteria entre alguns membros da

ALADI sem a obrigatoriedade de dar preferecircncia a todos os integrantes da Associaccedilatildeo Apesar

do esforccedilo a ALADI natildeo conseguiu atingir seu objetivo de alcanccedilar uma integraccedilatildeo regional As

vaacuterias perspectivas geradas com a criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo foram extintas devido aos

acontecimentos no cenaacuterio internacional por volta do final da deacutecada de 70 Alguns fatores

comprometeram o crescimento do comeacutercio internacional e dificultaram o acesso de paiacuteses em

desenvolvimento agraves suas fontes externas de financiamento Dentre esses fatores se encontram o

segundo choque do petroacuteleo a elevaccedilatildeo do valor das taxas de juros internacionais e a recessatildeo

das economias de paiacuteses desenvolvidos Como os paiacuteses da Ameacuterica Latina estavam com a diacutevida

externa cada vez maior e sofrendo com a alta dos juros houve entre os paiacuteses integrantes da

ALADI a praacutetica cada vez mais frequumlente do protecionismo pois cada paiacutes passava a empregar

um amplo conjunto de medidas para controlar as importaccedilotildees Poreacutem o impacto dessa poliacutetica

sobre o comeacutercio intra-regional natildeo foi considerado eficaz pois aleacutem da reduccedilatildeo das importaccedilotildees

de cada paiacutes aconteceu tambeacutem uma proporcional reduccedilatildeo das trocas comerciais entre os paiacuteses

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da proacutepria regiatildeo Haacute autores que dizem que a ALADI seguiu o mesmo modelo fracassado de

integraccedilatildeo regional que a ALALC onde o uacutenico agente eacute o Estado Isso porque o Tratado natildeo

considerava a livre circulaccedilatildeo de pessoas de empresas e de capitais privados e regionais e nem

de formas comunitaacuterias natildeo deixando espaccedilo para os verdadeiros interessados na integraccedilatildeo

regional

Mesmo a ALALC e a ALADI tendo obtido poucos resultados com relaccedilatildeo agrave

integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina ainda crescia o desejo pelo desenvolvimento de uma integraccedilatildeo

regional com destaque para o MERCOSUL que eacute considerado o processo de integraccedilatildeo regional

mais bem-sucedido da Ameacuterica Latina

12 Tratados do MERCOSUL

Eacute importante lembrar que os Estados-parte do MERCOSUL fazem parte do

GATT-OMC e suas accedilotildees devem estar adequadas ao regulamento desse acordo Isso acontece

devido agrave claacuteusula de habilitaccedilatildeo da Ronda Toacutequio que permite que os paiacuteses em

desenvolvimento natildeo apliquem o princiacutepio da naccedilatildeo mais favorecida

121 Tratado de Assunccedilatildeo

Foi assinado em 26 de marccedilo de 1991 o Tratado de Assunccedilatildeo visando agrave

constituiccedilatildeo de um mercado comum entre a Argentina o Brasil o Paraguai e o Uruguai Esse

tratado previa a liberalizaccedilatildeo comercial entre os paiacuteses-membros num periacuteodo de transiccedilatildeo ateacute

1994 Pode-se dividir a evoluccedilatildeo do MERCOSUL em dois periacuteodos o periacuteodo de transiccedilatildeo de

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1991 a 1994 e a partir do iniacutecio de 1995 a existecircncia do MERCOSUL como uma Uniatildeo

Aduaneira

Eacute um acordo-quadro que apesar de natildeo criar um mercado comum estabelece

as metas do processo de integraccedilatildeo e a forma de alcanccedilaacute-las Um dos objetivos desse tratado eacute o

estabelecimento de uma tarifa externa comum a TEC e adoccedilatildeo de uma poliacutetica comercial

comum em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses Estabelece tambeacutem as condiccedilotildees para o surgimento de um

projeto de integraccedilatildeo que define seu objetivo agrave criaccedilatildeo de um mercado comum Este tratado

registra a vontade por parte dos quatro paiacuteses integrantes de se inserir com mais forccedila no

mercado mundial

O Tratado de Assunccedilatildeo eacute um acordo que agrave medida que se necessita vem sendo

complementado por outros instrumentos adicionais negociados entre os participantes do bloco

Inicialmente determina os meios para que ateacute o fim de 1994 se chegasse a uma uniatildeo aduaneira

que eacute a fase anterior ao mercado comum Poreacutem como eacute visto o MERCOSUL hoje ainda eacute uma

uniatildeo aduaneira imperfeita pois natildeo manteacutem a Tarifa Externa Comum (TEC) prevista para os

quatro Estados-membros

O Tratado de Assunccedilatildeo ato que fundou o MERCOSUL constitui um dos

principais instrumentos do processo de integraccedilatildeo acompanhado do Protocolo de Brasiacutelia de

1991 e ainda do Protocolo de Ouro Preto de 1994

Este tratado constitui a base de todo o sistema normativo do MERCOSUL

ordena e regulamenta as relaccedilotildees existentes entre os Estados integrantes do bloco

O Tratado de Assunccedilatildeo tem como objetivo principal a constituiccedilatildeo de um

mercado comum entre seus signataacuterios o que sugere tambeacutem a livre circulaccedilatildeo de bens serviccedilos

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e fatores produtivos entre os Estados-parte eliminando as tarifas preacute-estabelecidas e as restriccedilotildees

natildeo tarifaacuterias No tratado estatildeo estabelecidos os elementos para a criaccedilatildeo de uma uniatildeo aduaneira

e por consequumlecircncia de uma poliacutetica comercial comum

De acordo com o Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE) o Tratado de

Assunccedilatildeo estabeleceu a utilizaccedilatildeo dos seguintes instrumentos para a constituiccedilatildeo do

MERCOSUL6

a) o cumprimento de um programa de liberalizaccedilatildeo comercial com reduccedilotildees tarifaacuterias

progressivas lineares e automaacuteticas acompanhadas da eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees natildeo-tarifaacuterias ou

de medidas de efeito equivalente

b) o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC) capaz de incentivar a

competitividade externa dos Estados-parte

c) a harmonizaccedilatildeo de poliacuteticas macroeconocircmicas e setoriais sempre que pertinente

O Tratado eacute sempre que necessaacuterio complementado por alguns instrumentos

adicionais acordados pelos quatro Estados-parte devido ao avanccedilo da integraccedilatildeo A intenccedilatildeo do

Tratado era de estabelecer condiccedilotildees para que se alcanccedilasse ateacute o fim de 1994 uma uniatildeo

aduaneira entre os quatro integrantes para posteriormente chegar a um mercado comum O MRE

mostra que o Tratado de Assunccedilatildeo determina alguns aspectos como7 estabelecer um programa de

liberalizaccedilatildeo comercial que consista de reduccedilotildees tarifaacuterias progressivas lineares e automaacuteticas

acompanhadas da eliminaccedilatildeo das barreiras natildeo tarifaacuterias coordenar poliacuteticas macro-econocircmicas

estabelecer uma Tarifa Externa Comum (TEC) estabelecer listas de exceccedilotildees ao programa de

6 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt

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liberalizaccedilatildeo para produtos considerados sensiacuteveis constituir um regime geral de origem e de

um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias

O Tratado de Assunccedilatildeo estabelece que o Poder Executivo de cada Estado-parte

deve manter informado seu respectivo Poder Legislativo sobre a evoluccedilatildeo do objeto deste tratado

o MERCOSUL

122 Protocolo de Brasiacutelia

Para solucionar os conflitos na esfera do MERCOSUL a forma escolhida foi a

arbitragem Portanto para cumprir determinaccedilatildeo do Tratado de Assunccedilatildeo designou-se um grupo

de trabalho que elaboraria um Sistema de Soluccedilatildeo de Controveacutersias entre os Estados-parte

Assim em dezembro de 1991 foi assinado o Protocolo de Brasiacutelia para Soluccedilatildeo de Controveacutersias

que passou a ter vigecircncia a partir de 1993

Este Protocolo no sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias tem como caracteriacutestica

ordenar que a soluccedilatildeo de controveacutersias ocorreraacute no plano diplomaacutetico por meio de negociaccedilotildees

diretas mas que possuem intervenccedilatildeo de oacutergatildeos institucionais como o Grupo Mercado Comum -

GMC- e se as dificuldades natildeo forem superadas utilizaraacute o procedimento arbitral O Protocolo

prevecirc tambeacutem poreacutem de maneira bem restrita e com normas complexas que particulares

pessoas fiacutesicas e juriacutedicas tenham acesso ao sistema com direito a reclamaccedilotildees pois o Tratado de

Assunccedilatildeo previa somente a participaccedilatildeo dos Estados-parte

7 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt

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A uacuteltima fase do Protocolo a instauraccedilatildeo de um Tribunal Arbitral proferiraacute a

decisatildeo por meio de laudos inapelaacuteveis e obrigatoacuterios para os Estados-parte na controveacutersia Essa

obrigatoriedade se daraacute a partir do recebimento da notificaccedilatildeo sobre a decisatildeo e os laudos teratildeo

forccedila de coisa julgada devendo ser cumpridos no prazo fixado pelo Tribunal Arbitral

O Protocolo de Brasiacutelia funciona como provisoacuterio fornecendo mecanismos para

a soluccedilatildeo de controveacutersias ateacute que entre em vigor o Sistema Permanente de Soluccedilotildees de

Controveacutersias Este sistema aleacutem de previsto no Tratado de Assunccedilatildeo ganhou forccedila com o

Protocolo de Ouro Preto quando diz que antes de se firmar uma Tarifa Externa Comum os

Estados-parte deveratildeo fazer uma revisatildeo do sistema atual para soluccedilatildeo de controveacutersias com o

objetivo de adotar o sistema permanente

123 Protocolo de Ouro Preto

O Protocolo de Ouro Preto ndash POP assinado em 1994 define a estrutura

institucional definitiva do MERCOSUL e firma a ideacuteia de avanccedilar na constituiccedilatildeo de um

mercado comum Este protocolo pode se adaptar a possiacuteveis circunstacircncias que se apresentem

pois por meio de uma conferecircncia diplomaacutetica sua estrutura pode ser reavaliada

O POP tem como principal atribuiccedilatildeo conferir personalidade juriacutedica ao

MERCOSUL sempre que ele tenha que se relacionar como bloco econocircmico com grupos de

paiacuteses e oacutergatildeos internacionais multilateraisO POP trouxe algumas inovaccedilotildees para a estrutura

orgacircnica do MERCOSUL com relaccedilatildeo agrave criaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos Este bloco pode contar agora

com os seguintes oacutergatildeos

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- Conselho do Mercado Comum (CMC)

- Grupo Mercado Comum (GMC)

- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)

- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)

- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)

- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)

Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de

Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte

reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a

decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o

encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver

uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc

teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado

reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante

poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de

Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de

Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares

13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu

Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem

conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo

regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos

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aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica

proacutepria

No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos

fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes

promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em

1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash

Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de

Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as

barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas

O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE

satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de

Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc

Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas

Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a

primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE

que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais

e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos

tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda

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parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila

comum (PESC)

O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs

pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica

externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria

Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais

elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo

Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma

deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para

um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de

acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE

14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia

Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros

fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e

Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda

aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez

com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-

se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios

tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a

ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses

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A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus

integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O

alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como

dos novos paiacuteses integrantes do bloco

ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)

Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455

milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou

preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados

pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo

15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia

As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as

importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL

8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional

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aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial

global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O

Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo

Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a

Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda

mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a

conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o

protecionismo adotado pela Europa

16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia

Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade

Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo

Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos

A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo

interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de

integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional

O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as

condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e

econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando

9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt

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a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)

Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas

regiotildees como conceitos baacutesicos

Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de

atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e

das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre

Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros

A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo

natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos

regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As

propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL

foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a

posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais

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2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE

Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e

Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute

de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e

Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de

envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da

Uniatildeo Europeacuteia

Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das

relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se

referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral

22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL

Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia

econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da

economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do

comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o

comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano

10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144

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Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das

exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo

Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do

Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira

Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros

paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido

com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a

Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees

Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve

um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$

45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila

comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do

MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno

crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL

passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees

Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees

brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina

23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina

Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai

para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo

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35

nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo

principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro

mercado comum

No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a

Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo

industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha

caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata

previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos

setoriais foram assinados bilateralmente

24 Produtos ou setores em potencial

A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila

de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees

europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-

tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral

permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a

UE

O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre

paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco

elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado

principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A

composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das

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36

importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do

MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e

ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu

25 Principais parceiros europeus

As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande

assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o

primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos

externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus

Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica

Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a

complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais

intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-

americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de

diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio

bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais

com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande

influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a

Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada

na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento

comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro

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37

3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ

RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE

31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia

O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco

pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do

MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa

Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros

comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos

comerciais na Europa

Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do

Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto

que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com

relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve

queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve

uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos

anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e

menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil

passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda

de 10 nesse investimento

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38

No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do

MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os

europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior

mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das

exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial

importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute

a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total

A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de

intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores

agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees

europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo

dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida

Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma

importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios

desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos

manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser

importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas

Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com

tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas

11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses

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39

Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta

de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as

maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados

representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros

quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo

eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos

Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II

32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil

Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco

econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a

assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos

tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL

Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de

facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo

acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram

negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL

com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados

europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia

A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais

nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que

temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as

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40

relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no

fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as

medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus

No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator

agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de

2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral

com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano

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41

CONCLUSAtildeO

As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito

tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se

aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial

implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente

conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados

Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos

data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina

individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se

com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as

partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados

A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos

causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e

Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um

desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo

com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e

falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a

formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse

fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados

que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus

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interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus

interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar

obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos

econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada

bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles

como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das

negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave

liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees

Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar

um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o

Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e

essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles

Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo

inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se

tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs

dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses

integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e

reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento

Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da

agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos

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43

Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor

agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta

de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses

desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil

esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor

Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do

Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC

depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia

Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a

pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade

eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os

subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre

MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas

do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos

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44

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992

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ANEXO I

Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo

(valores totais em US$ e porcentuais)

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45

Exportaccedilotildees do Brasil

2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46

2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38

Importaccedilotildees do Brasil

2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44

Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28

2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23

Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31

Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees

2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil

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47

ANEXO II

Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL

Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp

Peso do MERCOSUL

nas Importaccedilotildees

extra UE 19982000

Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL

19982000

I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361

II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399

III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112

IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423

Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386

V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207

VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130

VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92

VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341

IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374

X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259

XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152

XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139

XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120

XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140

XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176

XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157

XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151

XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206

XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67

XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301

Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183

Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA

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ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE

Totais por fator agregado

US$ F0B

Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s

A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935

2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111

Fonte

Anos de 19801992 = Banco do Brasil

Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE

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49

ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro

Uniatildeo Europeacuteia - UE

US$ F0B

E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s

A n o

US$ FOB (A)

Var

Part ()

US$ FOB (B)

Var ()

Part ()

Saldo (A-B)

Corrente Comeacutercio (A+B)

Cobertura (AB)

1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133

Obs () ()

VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil

IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final

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11

estrutura orgacircnica criando diversos oacutergatildeos para o bloco A partir de entatildeo procura-se fazer uma

breve abordagem histoacuterica da Uniatildeo Europeacuteia analisando-a desde quando era ainda a CEE ateacute

consolidar-se por meio do Tratado de Maastricht tornando-se de fato a atual Uniatildeo Europeacuteia

com 25 membros Ainda no primeiro capiacutetulo eacute possiacutevel verificar a vontade desses dois blocos de

implementar um acordo inter-regional entre eles

Mais adiante seraacute dado enfoque agrave relevacircncia da participaccedilatildeo do Brasil no

comeacutercio com o MERCOSUL e no comeacutercio com a Uniatildeo Europeacuteia separadamente procurando

ressaltar os setores mais expressivos para as partes e seus parceiros mais importantes

Finalmente no uacuteltimo capiacutetulo seratildeo abordadas as consequumlecircncias positivas ou

negativas para o Brasil a partir da relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia lembrando que

apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar um acordo entre eles os europeus adotam

medidas protecionistas que muito afetam as intenccedilotildees dos paiacuteses latino-americanos

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12

IMPORTAcircNCIA DO TEMA E METODOLOGIA DE TRABALHO

Com o constante fenocircmeno da globalizaccedilatildeo o interesse dos Estados por

mercados estrangeiros eacute cada vez maior proporcionando assim oportunidades para os paiacuteses

geograficamente mais proacuteximos se unirem formando grandes blocos econocircmicos atraveacutes do

processo de integraccedilatildeo regional Devido a vantagens e benefiacutecios oferecidos os paiacuteses optam cada

vez mais por integrar-se com seus vizinhos para adquirir mais forccedila e competitividade no cenaacuterio

internacional Esse processo de integraccedilatildeo pode ser facilmente observado como mostra o

trabalho na Ameacuterica Latina e na Europa com a criaccedilatildeo do Mercado Comum do Sul

(MERCOSUL) e da Uniatildeo Europeacuteia respectivamente

O interesse pelo tema surgiu da importacircncia no atual cenaacuterio internacional de

se obter uma visatildeo a partir da oacutetica do Brasil como maior economia do MERCOSUL com

relaccedilatildeo ao intercacircmbio comercial entre este bloco e a Uniatildeo Europeacuteia Estudar a relaccedilatildeo entre os

dois blocos torna mais faacutecil visualizar a participaccedilatildeo do Brasil no comeacutercio com cada um deles

individualmente e de sua situaccedilatildeo e eventuais consequumlecircncias para o paiacutes devido a essa relaccedilatildeo

inter-regional que tende a crescer cada vez mais

Este trabalho foi realizado baseado em fontes secundaacuterias como livros teses

textos especializados jornais revistas internet dados e tabelas para maior esclarecimento do que

foi abordado

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13

REFERENCIAL TEOacuteRICO

Foi principalmente apoacutes a Segunda Guerra Mundial que surgiu o fenocircmeno da

integraccedilatildeo econocircmica regional que desde entatildeo tem sido objeto de estudo para a economia

poliacutetica O conceito de integraccedilatildeo eacute recente se implanta perfeitamente no atual panorama

econocircmico mundial e eacute marcado pelo multilateralismo das relaccedilotildees comerciais e pela

regionalizaccedilatildeo econocircmica Eacute um fato comum no mundo atual Quase todas as grandes economias

mundiais encontram-se de alguma forma envolvidas em processos de integraccedilatildeo econocircmica

Esse fenocircmeno se introduz no problema enfrentado por todas as naccedilotildees

modernas o protecionismo contra liberalismo comercial O protecionismo aumenta e favorece a

industrializaccedilatildeo de um paiacutes mas por outro lado apoacutes certo tempo tambeacutem favorece o

surgimento de monopoacutelios internos com visiacutevel desvantagem para o consumidor que natildeo tem

acesso a novos produtos lanccedilados no mercado internacional e soacute pode escolher entre os ofertados

no mercado interno Como natildeo haacute concorrecircncia internacional e satildeo produzidos por empresas

abrigadas sob o protecionismo os produtos nacionais tecircm a tendecircncia de serem caros e de baixa

qualidade

Ao se desestruturar os mecanismos da proteccedilatildeo a liberalizaccedilatildeo comercial

deixou de ser uma simples alternativa e passou a significar uma caracteriacutestica da economia

mundial Reuacutenem-se paiacuteses regionalmente para assim alcanccedilar novos paiacuteses sendo vizinhos ou

natildeo e ampliar o espaccedilo econocircmico integrado

A integraccedilatildeo deve ser entendida como um processo de unificaccedilatildeo de

sociedades que tendem a formar uma coletividade harmoniosa a partir de liberalizaccedilotildees das

trocas comerciais dos movimentos de capitais pessoas serviccedilos e reduccedilotildees de discriminaccedilotildees

entre os estados membros1

1 VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81

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Segundo o MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES os processos de

integraccedilatildeo econocircmica satildeo conjuntos de medidas de caraacuteter econocircmico e comercial que tecircm por

finalidade originar a aproximaccedilatildeo e consequumlentemente a uniatildeo entre as economias de dois ou

mais paiacuteses Essa aproximaccedilatildeo deve ter por objetivo natildeo somente laccedilos econocircmicos mas

tambeacutem poliacuteticos e sociais

A integraccedilatildeo consiste em estabelecer um novo ambiente econocircmico poliacutetico e

cultural a partir de vaacuterios ambientes econocircmicos Haacute uma eliminaccedilatildeo de formas de

discriminaccedilotildees iniciais como no aspecto comercial ou no que concerne agrave circulaccedilatildeo de pessoas

serviccedilos e capitais em processos de integraccedilatildeo mais avanccedilados

Os processos de integraccedilatildeo de mercados representam o auge da globalizaccedilatildeo e

internacionalizaccedilatildeo da economia o que resulta em tendecircncias de interdependecircncia e

uniformidade a chamada homogeneizaccedilatildeo A economia transnacional se sobrepotildee agrave soberania

dos Estados gerando assim novas territorizaccedilotildees sem raiacutezes culturais

As poliacuteticas de integraccedilatildeo econocircmica podem ser positivas ou negativas Nas

positivas ocorrem modificaccedilotildees dos instrumentos existentes ndash matildeo-de-obra barata infra-

estrutura mobilidade de um paiacutes a outro etc ndash e a criaccedilatildeo de instituiccedilotildees para permitir o

aprofundamento da unificaccedilatildeo dos mercados e seu efetivo funcionamento Jaacute nas poliacuteticas

negativas acontece a remoccedilatildeo total de barreiras ao comeacutercio internacional ou restriccedilatildeo ao

processo de liberalizaccedilatildeo comercial

VINER (1949) criou as bases da integraccedilatildeo econocircmica a partir da teoria pura do

comeacutercio internacional Foi ele tambeacutem quem fez a distinccedilatildeo entre criaccedilatildeo de comeacutercio e desvio

de comeacutercio

A integraccedilatildeo econocircmica entre paiacuteses em desenvolvimento seria uma alternativa

para viabilizar uma estrateacutegia de desenvolvimento que seria irrealizaacutevel nas dimensotildees de

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15

pequenas economias perifeacutericas Essas razotildees levaram os economistas da CEPAL a defenderem a

necessidade da integraccedilatildeo das economias latino-americanas

Os processos de integraccedilatildeo2 buscam alcanccedilar diversos objetivos tais como a

ampliaccedilatildeo da resistecircncia frente agraves barreiras aduaneiras a ampliaccedilatildeo dos mercados o estiacutemulo do

intercambio tecnoloacutegico uma maior facilidade de acesso a mateacuterias primas e o maior poder de

pressatildeo na defesa de seus interesses nas negociaccedilotildees internacionais Tendo visto isso pode-se

observar que haacute diferentes formas e etapas de integraccedilatildeo divididos em vaacuterios estaacutegios definidos

como

a) Zonas de Preferecircncias Tarifaacuterias ndash caracteriza-se pela reduccedilatildeo de tarifas para uma

gama variada de produtos abrangendo parte do universo tarifaacuterio sem que se implique na

eliminaccedilatildeo total dos direitos aduaneiros e na reduccedilatildeo ou eliminaccedilatildeo de outras restriccedilotildees ao

comeacutercio Esses acordos violam a claacuteusula de Naccedilatildeo Mais Favorecida do GATT3 mas satildeo

admitidos entre paiacuteses em desenvolvimento e satildeo praticados pelos paiacuteses desenvolvidos atraveacutes

do Sistema Geral de Preferecircncias (SGP) criado pela Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre o

Comeacutercio e o Desenvolvimento (UNCTAD)

b) Zona de Livre Comeacutercio ndash trata-se da forma mais simples de associaccedilatildeo entre

Estados admitida pelo GATT Caracteriza-se pela eliminaccedilatildeo de tarifas aduaneiras e outras

restriccedilotildees ao comeacutercio entre os paiacuteses que dela participam Poreacutem cada paiacutes preserva sua

autonomia na poliacutetica comercial em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses

2 BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972 3 GATT ndash Acordo Geral sobre Tarifas e Comeacutercio assinado por 23 paiacuteses O artigo XXIV do acordo permite a formaccedilatildeo de uniotildees aduaneiras e aacutereas de livre comeacutercio sob certas condiccedilotildees

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c) Uniatildeo Aduaneira ndash caracteriza-se pela ausecircncia de barreiras ao comeacutercio entre

paiacuteses-membros pressupotildee uma poliacutetica comercial comum em relaccedilatildeo a paiacuteses natildeo-membros e a

adoccedilatildeo de uma Tarifa Externa Comum (TEC) A uniatildeo aduaneira pressupotildee ainda a

harmonizaccedilatildeo de instrumentos da poliacutetica comercial tais como diferentes sistemas monetaacuterios

fiscais etc que possam vir a originar problemas

d) Mercado Comum ndash consiste em uma uniatildeo aduaneira na qual os estados membros

determinam a eliminaccedilatildeo das restriccedilotildees sobre produtos bem como a livre circulaccedilatildeo dos demais

fatores produtivos como pessoas serviccedilos e capital eacute uma forma mais elevada de integraccedilatildeo

econocircmica

e) Uniatildeo Econocircmica ndash caracteriza-se pelo estabelecimento de uma autoridade

supranacional que se responsabiliza pela aplicaccedilatildeo das poliacuteticas comuns define criteacuterios e

distingue-se de um mercado comum por associar a eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees aos movimentos de

mercadorias e fatores com um certo grau de harmonizaccedilatildeo das poliacuteticas econocircmicas nacionais de

forma a abolir as discriminaccedilotildees resultantes das disparidades existentes entre essas poliacuteticas

f) Integraccedilatildeo Econocircmica Total ndash para Balassa4 essa forma de integraccedilatildeo pressupotildee a

unificaccedilatildeo das poliacuteticas monetaacuterias fiscais sociais e anticiacuteclicas e exige o estabelecimento de

uma autoridade supranacional cujas decisotildees satildeo obrigatoacuterias para os Estados-membros

g) Uniatildeo Poliacutetica ndash essa eacute uma forma de integraccedilatildeo que se caracteriza pela instituiccedilatildeo

de uma federaccedilatildeo de Estados com autoridade poliacutetica unificada ou formaccedilatildeo de Estados na qual

4 Bela Balassa op Cit p 11

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apenas as aacutereas acordadas passam a ser objeto de controle de instituiccedilotildees supranacionais Em

geral a formaccedilatildeo de uma uniatildeo poliacutetica deve envolver cooperaccedilatildeo em termos da poliacutetica externa

e de defesa5

Eacute bastante antiga a noccedilatildeo de que uma zona de livre comeacutercio e uma uniatildeo

aduaneira ajudam para o aumento do bem-estar mas foi Jacob Viner em 1950 que formulou

uma teoria dos efeitos econocircmicos de uma uniatildeo aduaneira Essa teoria eacute baseada nos efeitos da

uniatildeo aduaneira sobre os produtos Foi entatildeo que introduziu os conceitos de criaccedilatildeo de comeacutercio

e desvio de comeacutercio

Viner investigou os efeitos de uma uniatildeo aduaneira nas correntes de trocas e fez

a distribuiccedilatildeo entre o efeito de desvio de comeacutercio resultante de uma uniatildeo Outros autores

tambeacutem abordaram estes problemas poreacutem num esquema menos preciso e sem utilizar a

terminologia de Viner

A criaccedilatildeo de comeacutercio eacute o mecanismo de ampliaccedilatildeo das transaccedilotildees comerciais

entre os paiacuteses membros de uma uniatildeo aduaneira a partir da unificaccedilatildeo de preccedilos dos produtos na

regiatildeo apoacutes a queda das barreiras tarifaacuterias Entende-se por desvio de comeacutercio o mecanismo de

reduccedilatildeo de comeacutercio com paiacuteses natildeo-membros da uniatildeo aduaneira em benefiacutecio do aumento do

comeacutercio intra-regional

Os efeitos positivos sobre a produccedilatildeo resultam do desvio de compras de um

dado bem de fontes de produccedilatildeo interna de custos mais altos para outras de custos mais

5 MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000

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18

reduzidos localizadas em paiacuteses membros Jaacute os efeitos negativos sobre a produccedilatildeo dizem

respeito a um desvio das fontes de produccedilatildeo com custos mais baixos paiacuteses estrangeiros para

fontes de produccedilatildeo com custos mais elevados paiacuteses membros Segundo Viner os efeitos

beneacuteficos da uniatildeo aduaneira seratildeo predominantes se o aumento de comeacutercio for superior ao seu

desvio

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19

1 MERCOSUL E UNIAtildeO EUROPEacuteIA

11 MERCOSUL antecedentes histoacutericos

A Ameacuterica Latina vem haacute tempos buscando aumentar os laccedilos econocircmicos

entre seus paiacuteses atraveacutes da criaccedilatildeo de blocos regionais Vaacuterios foram os idealizadores da

integraccedilatildeo entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina dentre eles estaacute o presidente Getuacutelio Vargas que na

primeira metade do seacuteculo XX almejava a integraccedilatildeo das principais economias da Ameacuterica

Latina atraveacutes da formaccedilatildeo de um bloco econocircmico Inicialmente por volta da deacutecada de 30

ainda no Governo Vargas foram feitas algumas negociaccedilotildees para criar o BLOCO ABC

procurou-se formar a integraccedilatildeo dos trecircs paiacuteses mais fortes economicamente na Ameacuterica Latina

a Argentina o Brasil e o Chile Os paiacuteses sul americanos tiveram que enfrentar a resistecircncia do

governo dos EUA que natildeo via com bons olhos a imposiccedilatildeo de fronteiras econocircmicas pois

desejava continuar suprindo a Ameacuterica Latina com seus produtos industrializados e obtendo sua

mateacuteria prima

Anos mais tarde em 1948 foi criada a Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica

Latina - CEPAL subordinada ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees Unidas

representando outro importante instrumento para o desenvolvimento dos paiacuteses da Ameacuterica

Latina pois busca promover o desenvolvimento da Ameacuterica Latina estimulando a criaccedilatildeo de um

mercado comum latino americano

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O MERCOSUL considerado o mais recente esforccedilo para a integraccedilatildeo da

Ameacuterica Latina pode encontrar suas origens na criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo Latino-Americana de

Livre Comeacutercio ndash ALALC Este bloco tinha como objetivo implantar no prazo de 12 anos um

mercado comum regional por meio da formaccedilatildeo de uma zona de livre comeacutercio Criada em 1960

pelo Tratado de Montevideacuteu conhecido como TM-60 a ALALC era constituiacuteda pelos paiacuteses da

Ameacuterica do Sul excluindo-se deste grupo as Guianas e pelo Meacutexico O Tratado buscava ampliar

os mercados e alcanccedilar a liberalizaccedilatildeo do intercacircmbio eliminando as medidas protecionistas

Atraveacutes do Protocolo de Caracas a ideacuteia de criar um mercado comum em 12 anos teve seu prazo

aumentado para 1980 O objetivo era eliminar ateacute 1980 a maior quantidade imaginaacutevel de

restriccedilotildees comerciais existentes entre os integrantes do bloco

Os objetivos almejados pela ALALC natildeo foram alcanccedilados e dentre as razotildees

que levaram ao fracasso da Associaccedilatildeo encontra-se a falta de dinamismo por conta do elevado

nuacutemero de associados e suas diferenccedilas estruturais o vencimento do prazo determinado para a

obtenccedilatildeo de ecircxito do bloco entre outros motivos Durante a deacutecada de 70 a crise do petroacuteleo que

atingia a economia mundial causou uma intensa recessatildeo nos paiacuteses da Ameacuterica Latina e em

busca de uma alternativa para contornar o problema os paiacuteses latino-americanos reestruturaram a

ALALC fazendo surgir a Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo ndash ALADI criada em 1980

pelo Tratado de Montevideacuteu chamado TM-80 Ainda em vigor este Tratado compreende os

mesmos paiacuteses que compunham a ALALC Esse novo tratado requer que os paiacuteses membros

decircem continuidade ao processo de integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina colaborando para o

desenvolvimento econocircmico-social de uma forma mais equilibrada na regiatildeo Sua criaccedilatildeo

permitiu a promoccedilatildeo do aprofundamento do processo de integraccedilatildeo latino-americana e sua

finalidade eacute atingir a formaccedilatildeo de um mercado comum regional permitir o comeacutercio intra-

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regional reciacuteproco promover o comeacutercio ampliaccedilatildeo de mercados desenvolvimento equilibrado e

o estabelecimento de preferecircncias regionais O TM-80 daacute aos Estados membros grande liberdade

para formular suas poliacuteticas comerciais e ainda uma maior flexibilidade para celebrar acordos

bilaterais ou multilaterais Com a criaccedilatildeo da ALADI houve um grande avanccedilo nas relaccedilotildees

comerciais entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina isso aconteceu devido agrave essa possibilidade de

realizaccedilatildeo de acordos bilaterais e outros de alcance regional entre os membros fazendo com que

aumentasse cada vez mais o comeacutercio bilateral e intra-regional na Ameacuterica Latina

A criaccedilatildeo da ALADI ainda parece ter beneficiado o processo de integraccedilatildeo

latino-americana Ficou extinta a ldquoclaacuteusula de naccedilatildeo mais favorecida regionalrdquo anteriormente

adotada pela ALALC permitindo assim conceder preferecircncia tarifaacuteria entre alguns membros da

ALADI sem a obrigatoriedade de dar preferecircncia a todos os integrantes da Associaccedilatildeo Apesar

do esforccedilo a ALADI natildeo conseguiu atingir seu objetivo de alcanccedilar uma integraccedilatildeo regional As

vaacuterias perspectivas geradas com a criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo foram extintas devido aos

acontecimentos no cenaacuterio internacional por volta do final da deacutecada de 70 Alguns fatores

comprometeram o crescimento do comeacutercio internacional e dificultaram o acesso de paiacuteses em

desenvolvimento agraves suas fontes externas de financiamento Dentre esses fatores se encontram o

segundo choque do petroacuteleo a elevaccedilatildeo do valor das taxas de juros internacionais e a recessatildeo

das economias de paiacuteses desenvolvidos Como os paiacuteses da Ameacuterica Latina estavam com a diacutevida

externa cada vez maior e sofrendo com a alta dos juros houve entre os paiacuteses integrantes da

ALADI a praacutetica cada vez mais frequumlente do protecionismo pois cada paiacutes passava a empregar

um amplo conjunto de medidas para controlar as importaccedilotildees Poreacutem o impacto dessa poliacutetica

sobre o comeacutercio intra-regional natildeo foi considerado eficaz pois aleacutem da reduccedilatildeo das importaccedilotildees

de cada paiacutes aconteceu tambeacutem uma proporcional reduccedilatildeo das trocas comerciais entre os paiacuteses

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da proacutepria regiatildeo Haacute autores que dizem que a ALADI seguiu o mesmo modelo fracassado de

integraccedilatildeo regional que a ALALC onde o uacutenico agente eacute o Estado Isso porque o Tratado natildeo

considerava a livre circulaccedilatildeo de pessoas de empresas e de capitais privados e regionais e nem

de formas comunitaacuterias natildeo deixando espaccedilo para os verdadeiros interessados na integraccedilatildeo

regional

Mesmo a ALALC e a ALADI tendo obtido poucos resultados com relaccedilatildeo agrave

integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina ainda crescia o desejo pelo desenvolvimento de uma integraccedilatildeo

regional com destaque para o MERCOSUL que eacute considerado o processo de integraccedilatildeo regional

mais bem-sucedido da Ameacuterica Latina

12 Tratados do MERCOSUL

Eacute importante lembrar que os Estados-parte do MERCOSUL fazem parte do

GATT-OMC e suas accedilotildees devem estar adequadas ao regulamento desse acordo Isso acontece

devido agrave claacuteusula de habilitaccedilatildeo da Ronda Toacutequio que permite que os paiacuteses em

desenvolvimento natildeo apliquem o princiacutepio da naccedilatildeo mais favorecida

121 Tratado de Assunccedilatildeo

Foi assinado em 26 de marccedilo de 1991 o Tratado de Assunccedilatildeo visando agrave

constituiccedilatildeo de um mercado comum entre a Argentina o Brasil o Paraguai e o Uruguai Esse

tratado previa a liberalizaccedilatildeo comercial entre os paiacuteses-membros num periacuteodo de transiccedilatildeo ateacute

1994 Pode-se dividir a evoluccedilatildeo do MERCOSUL em dois periacuteodos o periacuteodo de transiccedilatildeo de

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1991 a 1994 e a partir do iniacutecio de 1995 a existecircncia do MERCOSUL como uma Uniatildeo

Aduaneira

Eacute um acordo-quadro que apesar de natildeo criar um mercado comum estabelece

as metas do processo de integraccedilatildeo e a forma de alcanccedilaacute-las Um dos objetivos desse tratado eacute o

estabelecimento de uma tarifa externa comum a TEC e adoccedilatildeo de uma poliacutetica comercial

comum em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses Estabelece tambeacutem as condiccedilotildees para o surgimento de um

projeto de integraccedilatildeo que define seu objetivo agrave criaccedilatildeo de um mercado comum Este tratado

registra a vontade por parte dos quatro paiacuteses integrantes de se inserir com mais forccedila no

mercado mundial

O Tratado de Assunccedilatildeo eacute um acordo que agrave medida que se necessita vem sendo

complementado por outros instrumentos adicionais negociados entre os participantes do bloco

Inicialmente determina os meios para que ateacute o fim de 1994 se chegasse a uma uniatildeo aduaneira

que eacute a fase anterior ao mercado comum Poreacutem como eacute visto o MERCOSUL hoje ainda eacute uma

uniatildeo aduaneira imperfeita pois natildeo manteacutem a Tarifa Externa Comum (TEC) prevista para os

quatro Estados-membros

O Tratado de Assunccedilatildeo ato que fundou o MERCOSUL constitui um dos

principais instrumentos do processo de integraccedilatildeo acompanhado do Protocolo de Brasiacutelia de

1991 e ainda do Protocolo de Ouro Preto de 1994

Este tratado constitui a base de todo o sistema normativo do MERCOSUL

ordena e regulamenta as relaccedilotildees existentes entre os Estados integrantes do bloco

O Tratado de Assunccedilatildeo tem como objetivo principal a constituiccedilatildeo de um

mercado comum entre seus signataacuterios o que sugere tambeacutem a livre circulaccedilatildeo de bens serviccedilos

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e fatores produtivos entre os Estados-parte eliminando as tarifas preacute-estabelecidas e as restriccedilotildees

natildeo tarifaacuterias No tratado estatildeo estabelecidos os elementos para a criaccedilatildeo de uma uniatildeo aduaneira

e por consequumlecircncia de uma poliacutetica comercial comum

De acordo com o Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE) o Tratado de

Assunccedilatildeo estabeleceu a utilizaccedilatildeo dos seguintes instrumentos para a constituiccedilatildeo do

MERCOSUL6

a) o cumprimento de um programa de liberalizaccedilatildeo comercial com reduccedilotildees tarifaacuterias

progressivas lineares e automaacuteticas acompanhadas da eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees natildeo-tarifaacuterias ou

de medidas de efeito equivalente

b) o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC) capaz de incentivar a

competitividade externa dos Estados-parte

c) a harmonizaccedilatildeo de poliacuteticas macroeconocircmicas e setoriais sempre que pertinente

O Tratado eacute sempre que necessaacuterio complementado por alguns instrumentos

adicionais acordados pelos quatro Estados-parte devido ao avanccedilo da integraccedilatildeo A intenccedilatildeo do

Tratado era de estabelecer condiccedilotildees para que se alcanccedilasse ateacute o fim de 1994 uma uniatildeo

aduaneira entre os quatro integrantes para posteriormente chegar a um mercado comum O MRE

mostra que o Tratado de Assunccedilatildeo determina alguns aspectos como7 estabelecer um programa de

liberalizaccedilatildeo comercial que consista de reduccedilotildees tarifaacuterias progressivas lineares e automaacuteticas

acompanhadas da eliminaccedilatildeo das barreiras natildeo tarifaacuterias coordenar poliacuteticas macro-econocircmicas

estabelecer uma Tarifa Externa Comum (TEC) estabelecer listas de exceccedilotildees ao programa de

6 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt

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liberalizaccedilatildeo para produtos considerados sensiacuteveis constituir um regime geral de origem e de

um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias

O Tratado de Assunccedilatildeo estabelece que o Poder Executivo de cada Estado-parte

deve manter informado seu respectivo Poder Legislativo sobre a evoluccedilatildeo do objeto deste tratado

o MERCOSUL

122 Protocolo de Brasiacutelia

Para solucionar os conflitos na esfera do MERCOSUL a forma escolhida foi a

arbitragem Portanto para cumprir determinaccedilatildeo do Tratado de Assunccedilatildeo designou-se um grupo

de trabalho que elaboraria um Sistema de Soluccedilatildeo de Controveacutersias entre os Estados-parte

Assim em dezembro de 1991 foi assinado o Protocolo de Brasiacutelia para Soluccedilatildeo de Controveacutersias

que passou a ter vigecircncia a partir de 1993

Este Protocolo no sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias tem como caracteriacutestica

ordenar que a soluccedilatildeo de controveacutersias ocorreraacute no plano diplomaacutetico por meio de negociaccedilotildees

diretas mas que possuem intervenccedilatildeo de oacutergatildeos institucionais como o Grupo Mercado Comum -

GMC- e se as dificuldades natildeo forem superadas utilizaraacute o procedimento arbitral O Protocolo

prevecirc tambeacutem poreacutem de maneira bem restrita e com normas complexas que particulares

pessoas fiacutesicas e juriacutedicas tenham acesso ao sistema com direito a reclamaccedilotildees pois o Tratado de

Assunccedilatildeo previa somente a participaccedilatildeo dos Estados-parte

7 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt

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A uacuteltima fase do Protocolo a instauraccedilatildeo de um Tribunal Arbitral proferiraacute a

decisatildeo por meio de laudos inapelaacuteveis e obrigatoacuterios para os Estados-parte na controveacutersia Essa

obrigatoriedade se daraacute a partir do recebimento da notificaccedilatildeo sobre a decisatildeo e os laudos teratildeo

forccedila de coisa julgada devendo ser cumpridos no prazo fixado pelo Tribunal Arbitral

O Protocolo de Brasiacutelia funciona como provisoacuterio fornecendo mecanismos para

a soluccedilatildeo de controveacutersias ateacute que entre em vigor o Sistema Permanente de Soluccedilotildees de

Controveacutersias Este sistema aleacutem de previsto no Tratado de Assunccedilatildeo ganhou forccedila com o

Protocolo de Ouro Preto quando diz que antes de se firmar uma Tarifa Externa Comum os

Estados-parte deveratildeo fazer uma revisatildeo do sistema atual para soluccedilatildeo de controveacutersias com o

objetivo de adotar o sistema permanente

123 Protocolo de Ouro Preto

O Protocolo de Ouro Preto ndash POP assinado em 1994 define a estrutura

institucional definitiva do MERCOSUL e firma a ideacuteia de avanccedilar na constituiccedilatildeo de um

mercado comum Este protocolo pode se adaptar a possiacuteveis circunstacircncias que se apresentem

pois por meio de uma conferecircncia diplomaacutetica sua estrutura pode ser reavaliada

O POP tem como principal atribuiccedilatildeo conferir personalidade juriacutedica ao

MERCOSUL sempre que ele tenha que se relacionar como bloco econocircmico com grupos de

paiacuteses e oacutergatildeos internacionais multilateraisO POP trouxe algumas inovaccedilotildees para a estrutura

orgacircnica do MERCOSUL com relaccedilatildeo agrave criaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos Este bloco pode contar agora

com os seguintes oacutergatildeos

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- Conselho do Mercado Comum (CMC)

- Grupo Mercado Comum (GMC)

- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)

- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)

- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)

- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)

Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de

Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte

reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a

decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o

encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver

uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc

teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado

reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante

poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de

Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de

Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares

13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu

Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem

conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo

regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos

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aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica

proacutepria

No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos

fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes

promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em

1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash

Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de

Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as

barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas

O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE

satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de

Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc

Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas

Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a

primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE

que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais

e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos

tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda

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parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila

comum (PESC)

O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs

pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica

externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria

Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais

elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo

Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma

deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para

um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de

acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE

14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia

Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros

fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e

Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda

aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez

com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-

se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios

tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a

ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses

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A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus

integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O

alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como

dos novos paiacuteses integrantes do bloco

ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)

Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455

milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou

preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados

pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo

15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia

As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as

importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL

8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional

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aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial

global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O

Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo

Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a

Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda

mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a

conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o

protecionismo adotado pela Europa

16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia

Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade

Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo

Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos

A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo

interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de

integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional

O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as

condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e

econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando

9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt

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a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)

Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas

regiotildees como conceitos baacutesicos

Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de

atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e

das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre

Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros

A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo

natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos

regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As

propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL

foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a

posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais

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2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE

Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e

Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute

de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e

Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de

envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da

Uniatildeo Europeacuteia

Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das

relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se

referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral

22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL

Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia

econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da

economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do

comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o

comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano

10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144

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Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das

exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo

Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do

Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira

Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros

paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido

com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a

Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees

Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve

um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$

45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila

comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do

MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno

crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL

passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees

Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees

brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina

23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina

Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai

para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo

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nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo

principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro

mercado comum

No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a

Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo

industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha

caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata

previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos

setoriais foram assinados bilateralmente

24 Produtos ou setores em potencial

A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila

de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees

europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-

tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral

permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a

UE

O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre

paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco

elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado

principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A

composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das

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36

importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do

MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e

ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu

25 Principais parceiros europeus

As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande

assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o

primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos

externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus

Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica

Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a

complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais

intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-

americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de

diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio

bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais

com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande

influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a

Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada

na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento

comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro

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37

3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ

RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE

31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia

O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco

pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do

MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa

Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros

comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos

comerciais na Europa

Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do

Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto

que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com

relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve

queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve

uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos

anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e

menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil

passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda

de 10 nesse investimento

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38

No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do

MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os

europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior

mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das

exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial

importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute

a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total

A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de

intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores

agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees

europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo

dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida

Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma

importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios

desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos

manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser

importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas

Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com

tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas

11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses

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39

Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta

de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as

maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados

representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros

quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo

eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos

Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II

32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil

Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco

econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a

assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos

tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL

Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de

facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo

acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram

negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL

com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados

europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia

A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais

nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que

temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as

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40

relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no

fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as

medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus

No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator

agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de

2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral

com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano

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41

CONCLUSAtildeO

As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito

tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se

aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial

implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente

conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados

Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos

data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina

individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se

com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as

partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados

A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos

causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e

Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um

desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo

com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e

falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a

formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse

fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados

que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus

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42

interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus

interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar

obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos

econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada

bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles

como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das

negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave

liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees

Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar

um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o

Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e

essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles

Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo

inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se

tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs

dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses

integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e

reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento

Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da

agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos

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Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor

agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta

de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses

desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil

esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor

Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do

Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC

depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia

Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a

pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade

eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os

subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre

MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas

do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos

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44

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992

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ANEXO I

Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo

(valores totais em US$ e porcentuais)

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45

Exportaccedilotildees do Brasil

2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46

2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38

Importaccedilotildees do Brasil

2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44

Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28

2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23

Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31

Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees

2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil

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ANEXO II

Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL

Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp

Peso do MERCOSUL

nas Importaccedilotildees

extra UE 19982000

Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL

19982000

I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361

II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399

III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112

IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423

Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386

V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207

VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130

VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92

VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341

IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374

X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259

XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152

XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139

XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120

XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140

XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176

XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157

XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151

XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206

XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67

XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301

Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183

Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA

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ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE

Totais por fator agregado

US$ F0B

Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s

A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935

2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111

Fonte

Anos de 19801992 = Banco do Brasil

Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE

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49

ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro

Uniatildeo Europeacuteia - UE

US$ F0B

E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s

A n o

US$ FOB (A)

Var

Part ()

US$ FOB (B)

Var ()

Part ()

Saldo (A-B)

Corrente Comeacutercio (A+B)

Cobertura (AB)

1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133

Obs () ()

VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil

IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final

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12

IMPORTAcircNCIA DO TEMA E METODOLOGIA DE TRABALHO

Com o constante fenocircmeno da globalizaccedilatildeo o interesse dos Estados por

mercados estrangeiros eacute cada vez maior proporcionando assim oportunidades para os paiacuteses

geograficamente mais proacuteximos se unirem formando grandes blocos econocircmicos atraveacutes do

processo de integraccedilatildeo regional Devido a vantagens e benefiacutecios oferecidos os paiacuteses optam cada

vez mais por integrar-se com seus vizinhos para adquirir mais forccedila e competitividade no cenaacuterio

internacional Esse processo de integraccedilatildeo pode ser facilmente observado como mostra o

trabalho na Ameacuterica Latina e na Europa com a criaccedilatildeo do Mercado Comum do Sul

(MERCOSUL) e da Uniatildeo Europeacuteia respectivamente

O interesse pelo tema surgiu da importacircncia no atual cenaacuterio internacional de

se obter uma visatildeo a partir da oacutetica do Brasil como maior economia do MERCOSUL com

relaccedilatildeo ao intercacircmbio comercial entre este bloco e a Uniatildeo Europeacuteia Estudar a relaccedilatildeo entre os

dois blocos torna mais faacutecil visualizar a participaccedilatildeo do Brasil no comeacutercio com cada um deles

individualmente e de sua situaccedilatildeo e eventuais consequumlecircncias para o paiacutes devido a essa relaccedilatildeo

inter-regional que tende a crescer cada vez mais

Este trabalho foi realizado baseado em fontes secundaacuterias como livros teses

textos especializados jornais revistas internet dados e tabelas para maior esclarecimento do que

foi abordado

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13

REFERENCIAL TEOacuteRICO

Foi principalmente apoacutes a Segunda Guerra Mundial que surgiu o fenocircmeno da

integraccedilatildeo econocircmica regional que desde entatildeo tem sido objeto de estudo para a economia

poliacutetica O conceito de integraccedilatildeo eacute recente se implanta perfeitamente no atual panorama

econocircmico mundial e eacute marcado pelo multilateralismo das relaccedilotildees comerciais e pela

regionalizaccedilatildeo econocircmica Eacute um fato comum no mundo atual Quase todas as grandes economias

mundiais encontram-se de alguma forma envolvidas em processos de integraccedilatildeo econocircmica

Esse fenocircmeno se introduz no problema enfrentado por todas as naccedilotildees

modernas o protecionismo contra liberalismo comercial O protecionismo aumenta e favorece a

industrializaccedilatildeo de um paiacutes mas por outro lado apoacutes certo tempo tambeacutem favorece o

surgimento de monopoacutelios internos com visiacutevel desvantagem para o consumidor que natildeo tem

acesso a novos produtos lanccedilados no mercado internacional e soacute pode escolher entre os ofertados

no mercado interno Como natildeo haacute concorrecircncia internacional e satildeo produzidos por empresas

abrigadas sob o protecionismo os produtos nacionais tecircm a tendecircncia de serem caros e de baixa

qualidade

Ao se desestruturar os mecanismos da proteccedilatildeo a liberalizaccedilatildeo comercial

deixou de ser uma simples alternativa e passou a significar uma caracteriacutestica da economia

mundial Reuacutenem-se paiacuteses regionalmente para assim alcanccedilar novos paiacuteses sendo vizinhos ou

natildeo e ampliar o espaccedilo econocircmico integrado

A integraccedilatildeo deve ser entendida como um processo de unificaccedilatildeo de

sociedades que tendem a formar uma coletividade harmoniosa a partir de liberalizaccedilotildees das

trocas comerciais dos movimentos de capitais pessoas serviccedilos e reduccedilotildees de discriminaccedilotildees

entre os estados membros1

1 VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81

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14

Segundo o MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES os processos de

integraccedilatildeo econocircmica satildeo conjuntos de medidas de caraacuteter econocircmico e comercial que tecircm por

finalidade originar a aproximaccedilatildeo e consequumlentemente a uniatildeo entre as economias de dois ou

mais paiacuteses Essa aproximaccedilatildeo deve ter por objetivo natildeo somente laccedilos econocircmicos mas

tambeacutem poliacuteticos e sociais

A integraccedilatildeo consiste em estabelecer um novo ambiente econocircmico poliacutetico e

cultural a partir de vaacuterios ambientes econocircmicos Haacute uma eliminaccedilatildeo de formas de

discriminaccedilotildees iniciais como no aspecto comercial ou no que concerne agrave circulaccedilatildeo de pessoas

serviccedilos e capitais em processos de integraccedilatildeo mais avanccedilados

Os processos de integraccedilatildeo de mercados representam o auge da globalizaccedilatildeo e

internacionalizaccedilatildeo da economia o que resulta em tendecircncias de interdependecircncia e

uniformidade a chamada homogeneizaccedilatildeo A economia transnacional se sobrepotildee agrave soberania

dos Estados gerando assim novas territorizaccedilotildees sem raiacutezes culturais

As poliacuteticas de integraccedilatildeo econocircmica podem ser positivas ou negativas Nas

positivas ocorrem modificaccedilotildees dos instrumentos existentes ndash matildeo-de-obra barata infra-

estrutura mobilidade de um paiacutes a outro etc ndash e a criaccedilatildeo de instituiccedilotildees para permitir o

aprofundamento da unificaccedilatildeo dos mercados e seu efetivo funcionamento Jaacute nas poliacuteticas

negativas acontece a remoccedilatildeo total de barreiras ao comeacutercio internacional ou restriccedilatildeo ao

processo de liberalizaccedilatildeo comercial

VINER (1949) criou as bases da integraccedilatildeo econocircmica a partir da teoria pura do

comeacutercio internacional Foi ele tambeacutem quem fez a distinccedilatildeo entre criaccedilatildeo de comeacutercio e desvio

de comeacutercio

A integraccedilatildeo econocircmica entre paiacuteses em desenvolvimento seria uma alternativa

para viabilizar uma estrateacutegia de desenvolvimento que seria irrealizaacutevel nas dimensotildees de

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15

pequenas economias perifeacutericas Essas razotildees levaram os economistas da CEPAL a defenderem a

necessidade da integraccedilatildeo das economias latino-americanas

Os processos de integraccedilatildeo2 buscam alcanccedilar diversos objetivos tais como a

ampliaccedilatildeo da resistecircncia frente agraves barreiras aduaneiras a ampliaccedilatildeo dos mercados o estiacutemulo do

intercambio tecnoloacutegico uma maior facilidade de acesso a mateacuterias primas e o maior poder de

pressatildeo na defesa de seus interesses nas negociaccedilotildees internacionais Tendo visto isso pode-se

observar que haacute diferentes formas e etapas de integraccedilatildeo divididos em vaacuterios estaacutegios definidos

como

a) Zonas de Preferecircncias Tarifaacuterias ndash caracteriza-se pela reduccedilatildeo de tarifas para uma

gama variada de produtos abrangendo parte do universo tarifaacuterio sem que se implique na

eliminaccedilatildeo total dos direitos aduaneiros e na reduccedilatildeo ou eliminaccedilatildeo de outras restriccedilotildees ao

comeacutercio Esses acordos violam a claacuteusula de Naccedilatildeo Mais Favorecida do GATT3 mas satildeo

admitidos entre paiacuteses em desenvolvimento e satildeo praticados pelos paiacuteses desenvolvidos atraveacutes

do Sistema Geral de Preferecircncias (SGP) criado pela Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre o

Comeacutercio e o Desenvolvimento (UNCTAD)

b) Zona de Livre Comeacutercio ndash trata-se da forma mais simples de associaccedilatildeo entre

Estados admitida pelo GATT Caracteriza-se pela eliminaccedilatildeo de tarifas aduaneiras e outras

restriccedilotildees ao comeacutercio entre os paiacuteses que dela participam Poreacutem cada paiacutes preserva sua

autonomia na poliacutetica comercial em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses

2 BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972 3 GATT ndash Acordo Geral sobre Tarifas e Comeacutercio assinado por 23 paiacuteses O artigo XXIV do acordo permite a formaccedilatildeo de uniotildees aduaneiras e aacutereas de livre comeacutercio sob certas condiccedilotildees

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16

c) Uniatildeo Aduaneira ndash caracteriza-se pela ausecircncia de barreiras ao comeacutercio entre

paiacuteses-membros pressupotildee uma poliacutetica comercial comum em relaccedilatildeo a paiacuteses natildeo-membros e a

adoccedilatildeo de uma Tarifa Externa Comum (TEC) A uniatildeo aduaneira pressupotildee ainda a

harmonizaccedilatildeo de instrumentos da poliacutetica comercial tais como diferentes sistemas monetaacuterios

fiscais etc que possam vir a originar problemas

d) Mercado Comum ndash consiste em uma uniatildeo aduaneira na qual os estados membros

determinam a eliminaccedilatildeo das restriccedilotildees sobre produtos bem como a livre circulaccedilatildeo dos demais

fatores produtivos como pessoas serviccedilos e capital eacute uma forma mais elevada de integraccedilatildeo

econocircmica

e) Uniatildeo Econocircmica ndash caracteriza-se pelo estabelecimento de uma autoridade

supranacional que se responsabiliza pela aplicaccedilatildeo das poliacuteticas comuns define criteacuterios e

distingue-se de um mercado comum por associar a eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees aos movimentos de

mercadorias e fatores com um certo grau de harmonizaccedilatildeo das poliacuteticas econocircmicas nacionais de

forma a abolir as discriminaccedilotildees resultantes das disparidades existentes entre essas poliacuteticas

f) Integraccedilatildeo Econocircmica Total ndash para Balassa4 essa forma de integraccedilatildeo pressupotildee a

unificaccedilatildeo das poliacuteticas monetaacuterias fiscais sociais e anticiacuteclicas e exige o estabelecimento de

uma autoridade supranacional cujas decisotildees satildeo obrigatoacuterias para os Estados-membros

g) Uniatildeo Poliacutetica ndash essa eacute uma forma de integraccedilatildeo que se caracteriza pela instituiccedilatildeo

de uma federaccedilatildeo de Estados com autoridade poliacutetica unificada ou formaccedilatildeo de Estados na qual

4 Bela Balassa op Cit p 11

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17

apenas as aacutereas acordadas passam a ser objeto de controle de instituiccedilotildees supranacionais Em

geral a formaccedilatildeo de uma uniatildeo poliacutetica deve envolver cooperaccedilatildeo em termos da poliacutetica externa

e de defesa5

Eacute bastante antiga a noccedilatildeo de que uma zona de livre comeacutercio e uma uniatildeo

aduaneira ajudam para o aumento do bem-estar mas foi Jacob Viner em 1950 que formulou

uma teoria dos efeitos econocircmicos de uma uniatildeo aduaneira Essa teoria eacute baseada nos efeitos da

uniatildeo aduaneira sobre os produtos Foi entatildeo que introduziu os conceitos de criaccedilatildeo de comeacutercio

e desvio de comeacutercio

Viner investigou os efeitos de uma uniatildeo aduaneira nas correntes de trocas e fez

a distribuiccedilatildeo entre o efeito de desvio de comeacutercio resultante de uma uniatildeo Outros autores

tambeacutem abordaram estes problemas poreacutem num esquema menos preciso e sem utilizar a

terminologia de Viner

A criaccedilatildeo de comeacutercio eacute o mecanismo de ampliaccedilatildeo das transaccedilotildees comerciais

entre os paiacuteses membros de uma uniatildeo aduaneira a partir da unificaccedilatildeo de preccedilos dos produtos na

regiatildeo apoacutes a queda das barreiras tarifaacuterias Entende-se por desvio de comeacutercio o mecanismo de

reduccedilatildeo de comeacutercio com paiacuteses natildeo-membros da uniatildeo aduaneira em benefiacutecio do aumento do

comeacutercio intra-regional

Os efeitos positivos sobre a produccedilatildeo resultam do desvio de compras de um

dado bem de fontes de produccedilatildeo interna de custos mais altos para outras de custos mais

5 MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000

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18

reduzidos localizadas em paiacuteses membros Jaacute os efeitos negativos sobre a produccedilatildeo dizem

respeito a um desvio das fontes de produccedilatildeo com custos mais baixos paiacuteses estrangeiros para

fontes de produccedilatildeo com custos mais elevados paiacuteses membros Segundo Viner os efeitos

beneacuteficos da uniatildeo aduaneira seratildeo predominantes se o aumento de comeacutercio for superior ao seu

desvio

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19

1 MERCOSUL E UNIAtildeO EUROPEacuteIA

11 MERCOSUL antecedentes histoacutericos

A Ameacuterica Latina vem haacute tempos buscando aumentar os laccedilos econocircmicos

entre seus paiacuteses atraveacutes da criaccedilatildeo de blocos regionais Vaacuterios foram os idealizadores da

integraccedilatildeo entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina dentre eles estaacute o presidente Getuacutelio Vargas que na

primeira metade do seacuteculo XX almejava a integraccedilatildeo das principais economias da Ameacuterica

Latina atraveacutes da formaccedilatildeo de um bloco econocircmico Inicialmente por volta da deacutecada de 30

ainda no Governo Vargas foram feitas algumas negociaccedilotildees para criar o BLOCO ABC

procurou-se formar a integraccedilatildeo dos trecircs paiacuteses mais fortes economicamente na Ameacuterica Latina

a Argentina o Brasil e o Chile Os paiacuteses sul americanos tiveram que enfrentar a resistecircncia do

governo dos EUA que natildeo via com bons olhos a imposiccedilatildeo de fronteiras econocircmicas pois

desejava continuar suprindo a Ameacuterica Latina com seus produtos industrializados e obtendo sua

mateacuteria prima

Anos mais tarde em 1948 foi criada a Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica

Latina - CEPAL subordinada ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees Unidas

representando outro importante instrumento para o desenvolvimento dos paiacuteses da Ameacuterica

Latina pois busca promover o desenvolvimento da Ameacuterica Latina estimulando a criaccedilatildeo de um

mercado comum latino americano

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20

O MERCOSUL considerado o mais recente esforccedilo para a integraccedilatildeo da

Ameacuterica Latina pode encontrar suas origens na criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo Latino-Americana de

Livre Comeacutercio ndash ALALC Este bloco tinha como objetivo implantar no prazo de 12 anos um

mercado comum regional por meio da formaccedilatildeo de uma zona de livre comeacutercio Criada em 1960

pelo Tratado de Montevideacuteu conhecido como TM-60 a ALALC era constituiacuteda pelos paiacuteses da

Ameacuterica do Sul excluindo-se deste grupo as Guianas e pelo Meacutexico O Tratado buscava ampliar

os mercados e alcanccedilar a liberalizaccedilatildeo do intercacircmbio eliminando as medidas protecionistas

Atraveacutes do Protocolo de Caracas a ideacuteia de criar um mercado comum em 12 anos teve seu prazo

aumentado para 1980 O objetivo era eliminar ateacute 1980 a maior quantidade imaginaacutevel de

restriccedilotildees comerciais existentes entre os integrantes do bloco

Os objetivos almejados pela ALALC natildeo foram alcanccedilados e dentre as razotildees

que levaram ao fracasso da Associaccedilatildeo encontra-se a falta de dinamismo por conta do elevado

nuacutemero de associados e suas diferenccedilas estruturais o vencimento do prazo determinado para a

obtenccedilatildeo de ecircxito do bloco entre outros motivos Durante a deacutecada de 70 a crise do petroacuteleo que

atingia a economia mundial causou uma intensa recessatildeo nos paiacuteses da Ameacuterica Latina e em

busca de uma alternativa para contornar o problema os paiacuteses latino-americanos reestruturaram a

ALALC fazendo surgir a Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo ndash ALADI criada em 1980

pelo Tratado de Montevideacuteu chamado TM-80 Ainda em vigor este Tratado compreende os

mesmos paiacuteses que compunham a ALALC Esse novo tratado requer que os paiacuteses membros

decircem continuidade ao processo de integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina colaborando para o

desenvolvimento econocircmico-social de uma forma mais equilibrada na regiatildeo Sua criaccedilatildeo

permitiu a promoccedilatildeo do aprofundamento do processo de integraccedilatildeo latino-americana e sua

finalidade eacute atingir a formaccedilatildeo de um mercado comum regional permitir o comeacutercio intra-

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regional reciacuteproco promover o comeacutercio ampliaccedilatildeo de mercados desenvolvimento equilibrado e

o estabelecimento de preferecircncias regionais O TM-80 daacute aos Estados membros grande liberdade

para formular suas poliacuteticas comerciais e ainda uma maior flexibilidade para celebrar acordos

bilaterais ou multilaterais Com a criaccedilatildeo da ALADI houve um grande avanccedilo nas relaccedilotildees

comerciais entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina isso aconteceu devido agrave essa possibilidade de

realizaccedilatildeo de acordos bilaterais e outros de alcance regional entre os membros fazendo com que

aumentasse cada vez mais o comeacutercio bilateral e intra-regional na Ameacuterica Latina

A criaccedilatildeo da ALADI ainda parece ter beneficiado o processo de integraccedilatildeo

latino-americana Ficou extinta a ldquoclaacuteusula de naccedilatildeo mais favorecida regionalrdquo anteriormente

adotada pela ALALC permitindo assim conceder preferecircncia tarifaacuteria entre alguns membros da

ALADI sem a obrigatoriedade de dar preferecircncia a todos os integrantes da Associaccedilatildeo Apesar

do esforccedilo a ALADI natildeo conseguiu atingir seu objetivo de alcanccedilar uma integraccedilatildeo regional As

vaacuterias perspectivas geradas com a criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo foram extintas devido aos

acontecimentos no cenaacuterio internacional por volta do final da deacutecada de 70 Alguns fatores

comprometeram o crescimento do comeacutercio internacional e dificultaram o acesso de paiacuteses em

desenvolvimento agraves suas fontes externas de financiamento Dentre esses fatores se encontram o

segundo choque do petroacuteleo a elevaccedilatildeo do valor das taxas de juros internacionais e a recessatildeo

das economias de paiacuteses desenvolvidos Como os paiacuteses da Ameacuterica Latina estavam com a diacutevida

externa cada vez maior e sofrendo com a alta dos juros houve entre os paiacuteses integrantes da

ALADI a praacutetica cada vez mais frequumlente do protecionismo pois cada paiacutes passava a empregar

um amplo conjunto de medidas para controlar as importaccedilotildees Poreacutem o impacto dessa poliacutetica

sobre o comeacutercio intra-regional natildeo foi considerado eficaz pois aleacutem da reduccedilatildeo das importaccedilotildees

de cada paiacutes aconteceu tambeacutem uma proporcional reduccedilatildeo das trocas comerciais entre os paiacuteses

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da proacutepria regiatildeo Haacute autores que dizem que a ALADI seguiu o mesmo modelo fracassado de

integraccedilatildeo regional que a ALALC onde o uacutenico agente eacute o Estado Isso porque o Tratado natildeo

considerava a livre circulaccedilatildeo de pessoas de empresas e de capitais privados e regionais e nem

de formas comunitaacuterias natildeo deixando espaccedilo para os verdadeiros interessados na integraccedilatildeo

regional

Mesmo a ALALC e a ALADI tendo obtido poucos resultados com relaccedilatildeo agrave

integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina ainda crescia o desejo pelo desenvolvimento de uma integraccedilatildeo

regional com destaque para o MERCOSUL que eacute considerado o processo de integraccedilatildeo regional

mais bem-sucedido da Ameacuterica Latina

12 Tratados do MERCOSUL

Eacute importante lembrar que os Estados-parte do MERCOSUL fazem parte do

GATT-OMC e suas accedilotildees devem estar adequadas ao regulamento desse acordo Isso acontece

devido agrave claacuteusula de habilitaccedilatildeo da Ronda Toacutequio que permite que os paiacuteses em

desenvolvimento natildeo apliquem o princiacutepio da naccedilatildeo mais favorecida

121 Tratado de Assunccedilatildeo

Foi assinado em 26 de marccedilo de 1991 o Tratado de Assunccedilatildeo visando agrave

constituiccedilatildeo de um mercado comum entre a Argentina o Brasil o Paraguai e o Uruguai Esse

tratado previa a liberalizaccedilatildeo comercial entre os paiacuteses-membros num periacuteodo de transiccedilatildeo ateacute

1994 Pode-se dividir a evoluccedilatildeo do MERCOSUL em dois periacuteodos o periacuteodo de transiccedilatildeo de

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1991 a 1994 e a partir do iniacutecio de 1995 a existecircncia do MERCOSUL como uma Uniatildeo

Aduaneira

Eacute um acordo-quadro que apesar de natildeo criar um mercado comum estabelece

as metas do processo de integraccedilatildeo e a forma de alcanccedilaacute-las Um dos objetivos desse tratado eacute o

estabelecimento de uma tarifa externa comum a TEC e adoccedilatildeo de uma poliacutetica comercial

comum em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses Estabelece tambeacutem as condiccedilotildees para o surgimento de um

projeto de integraccedilatildeo que define seu objetivo agrave criaccedilatildeo de um mercado comum Este tratado

registra a vontade por parte dos quatro paiacuteses integrantes de se inserir com mais forccedila no

mercado mundial

O Tratado de Assunccedilatildeo eacute um acordo que agrave medida que se necessita vem sendo

complementado por outros instrumentos adicionais negociados entre os participantes do bloco

Inicialmente determina os meios para que ateacute o fim de 1994 se chegasse a uma uniatildeo aduaneira

que eacute a fase anterior ao mercado comum Poreacutem como eacute visto o MERCOSUL hoje ainda eacute uma

uniatildeo aduaneira imperfeita pois natildeo manteacutem a Tarifa Externa Comum (TEC) prevista para os

quatro Estados-membros

O Tratado de Assunccedilatildeo ato que fundou o MERCOSUL constitui um dos

principais instrumentos do processo de integraccedilatildeo acompanhado do Protocolo de Brasiacutelia de

1991 e ainda do Protocolo de Ouro Preto de 1994

Este tratado constitui a base de todo o sistema normativo do MERCOSUL

ordena e regulamenta as relaccedilotildees existentes entre os Estados integrantes do bloco

O Tratado de Assunccedilatildeo tem como objetivo principal a constituiccedilatildeo de um

mercado comum entre seus signataacuterios o que sugere tambeacutem a livre circulaccedilatildeo de bens serviccedilos

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e fatores produtivos entre os Estados-parte eliminando as tarifas preacute-estabelecidas e as restriccedilotildees

natildeo tarifaacuterias No tratado estatildeo estabelecidos os elementos para a criaccedilatildeo de uma uniatildeo aduaneira

e por consequumlecircncia de uma poliacutetica comercial comum

De acordo com o Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE) o Tratado de

Assunccedilatildeo estabeleceu a utilizaccedilatildeo dos seguintes instrumentos para a constituiccedilatildeo do

MERCOSUL6

a) o cumprimento de um programa de liberalizaccedilatildeo comercial com reduccedilotildees tarifaacuterias

progressivas lineares e automaacuteticas acompanhadas da eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees natildeo-tarifaacuterias ou

de medidas de efeito equivalente

b) o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC) capaz de incentivar a

competitividade externa dos Estados-parte

c) a harmonizaccedilatildeo de poliacuteticas macroeconocircmicas e setoriais sempre que pertinente

O Tratado eacute sempre que necessaacuterio complementado por alguns instrumentos

adicionais acordados pelos quatro Estados-parte devido ao avanccedilo da integraccedilatildeo A intenccedilatildeo do

Tratado era de estabelecer condiccedilotildees para que se alcanccedilasse ateacute o fim de 1994 uma uniatildeo

aduaneira entre os quatro integrantes para posteriormente chegar a um mercado comum O MRE

mostra que o Tratado de Assunccedilatildeo determina alguns aspectos como7 estabelecer um programa de

liberalizaccedilatildeo comercial que consista de reduccedilotildees tarifaacuterias progressivas lineares e automaacuteticas

acompanhadas da eliminaccedilatildeo das barreiras natildeo tarifaacuterias coordenar poliacuteticas macro-econocircmicas

estabelecer uma Tarifa Externa Comum (TEC) estabelecer listas de exceccedilotildees ao programa de

6 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt

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liberalizaccedilatildeo para produtos considerados sensiacuteveis constituir um regime geral de origem e de

um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias

O Tratado de Assunccedilatildeo estabelece que o Poder Executivo de cada Estado-parte

deve manter informado seu respectivo Poder Legislativo sobre a evoluccedilatildeo do objeto deste tratado

o MERCOSUL

122 Protocolo de Brasiacutelia

Para solucionar os conflitos na esfera do MERCOSUL a forma escolhida foi a

arbitragem Portanto para cumprir determinaccedilatildeo do Tratado de Assunccedilatildeo designou-se um grupo

de trabalho que elaboraria um Sistema de Soluccedilatildeo de Controveacutersias entre os Estados-parte

Assim em dezembro de 1991 foi assinado o Protocolo de Brasiacutelia para Soluccedilatildeo de Controveacutersias

que passou a ter vigecircncia a partir de 1993

Este Protocolo no sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias tem como caracteriacutestica

ordenar que a soluccedilatildeo de controveacutersias ocorreraacute no plano diplomaacutetico por meio de negociaccedilotildees

diretas mas que possuem intervenccedilatildeo de oacutergatildeos institucionais como o Grupo Mercado Comum -

GMC- e se as dificuldades natildeo forem superadas utilizaraacute o procedimento arbitral O Protocolo

prevecirc tambeacutem poreacutem de maneira bem restrita e com normas complexas que particulares

pessoas fiacutesicas e juriacutedicas tenham acesso ao sistema com direito a reclamaccedilotildees pois o Tratado de

Assunccedilatildeo previa somente a participaccedilatildeo dos Estados-parte

7 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt

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A uacuteltima fase do Protocolo a instauraccedilatildeo de um Tribunal Arbitral proferiraacute a

decisatildeo por meio de laudos inapelaacuteveis e obrigatoacuterios para os Estados-parte na controveacutersia Essa

obrigatoriedade se daraacute a partir do recebimento da notificaccedilatildeo sobre a decisatildeo e os laudos teratildeo

forccedila de coisa julgada devendo ser cumpridos no prazo fixado pelo Tribunal Arbitral

O Protocolo de Brasiacutelia funciona como provisoacuterio fornecendo mecanismos para

a soluccedilatildeo de controveacutersias ateacute que entre em vigor o Sistema Permanente de Soluccedilotildees de

Controveacutersias Este sistema aleacutem de previsto no Tratado de Assunccedilatildeo ganhou forccedila com o

Protocolo de Ouro Preto quando diz que antes de se firmar uma Tarifa Externa Comum os

Estados-parte deveratildeo fazer uma revisatildeo do sistema atual para soluccedilatildeo de controveacutersias com o

objetivo de adotar o sistema permanente

123 Protocolo de Ouro Preto

O Protocolo de Ouro Preto ndash POP assinado em 1994 define a estrutura

institucional definitiva do MERCOSUL e firma a ideacuteia de avanccedilar na constituiccedilatildeo de um

mercado comum Este protocolo pode se adaptar a possiacuteveis circunstacircncias que se apresentem

pois por meio de uma conferecircncia diplomaacutetica sua estrutura pode ser reavaliada

O POP tem como principal atribuiccedilatildeo conferir personalidade juriacutedica ao

MERCOSUL sempre que ele tenha que se relacionar como bloco econocircmico com grupos de

paiacuteses e oacutergatildeos internacionais multilateraisO POP trouxe algumas inovaccedilotildees para a estrutura

orgacircnica do MERCOSUL com relaccedilatildeo agrave criaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos Este bloco pode contar agora

com os seguintes oacutergatildeos

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- Conselho do Mercado Comum (CMC)

- Grupo Mercado Comum (GMC)

- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)

- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)

- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)

- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)

Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de

Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte

reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a

decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o

encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver

uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc

teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado

reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante

poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de

Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de

Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares

13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu

Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem

conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo

regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos

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aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica

proacutepria

No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos

fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes

promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em

1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash

Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de

Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as

barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas

O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE

satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de

Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc

Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas

Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a

primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE

que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais

e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos

tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda

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parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila

comum (PESC)

O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs

pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica

externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria

Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais

elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo

Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma

deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para

um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de

acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE

14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia

Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros

fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e

Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda

aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez

com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-

se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios

tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a

ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses

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A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus

integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O

alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como

dos novos paiacuteses integrantes do bloco

ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)

Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455

milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou

preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados

pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo

15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia

As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as

importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL

8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional

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aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial

global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O

Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo

Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a

Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda

mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a

conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o

protecionismo adotado pela Europa

16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia

Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade

Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo

Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos

A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo

interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de

integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional

O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as

condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e

econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando

9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt

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a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)

Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas

regiotildees como conceitos baacutesicos

Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de

atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e

das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre

Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros

A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo

natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos

regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As

propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL

foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a

posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais

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2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE

Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e

Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute

de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e

Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de

envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da

Uniatildeo Europeacuteia

Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das

relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se

referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral

22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL

Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia

econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da

economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do

comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o

comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano

10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144

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Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das

exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo

Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do

Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira

Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros

paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido

com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a

Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees

Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve

um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$

45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila

comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do

MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno

crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL

passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees

Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees

brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina

23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina

Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai

para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo

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nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo

principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro

mercado comum

No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a

Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo

industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha

caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata

previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos

setoriais foram assinados bilateralmente

24 Produtos ou setores em potencial

A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila

de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees

europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-

tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral

permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a

UE

O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre

paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco

elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado

principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A

composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das

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importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do

MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e

ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu

25 Principais parceiros europeus

As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande

assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o

primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos

externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus

Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica

Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a

complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais

intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-

americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de

diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio

bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais

com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande

influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a

Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada

na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento

comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro

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37

3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ

RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE

31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia

O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco

pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do

MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa

Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros

comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos

comerciais na Europa

Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do

Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto

que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com

relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve

queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve

uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos

anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e

menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil

passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda

de 10 nesse investimento

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38

No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do

MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os

europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior

mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das

exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial

importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute

a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total

A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de

intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores

agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees

europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo

dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida

Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma

importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios

desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos

manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser

importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas

Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com

tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas

11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses

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39

Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta

de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as

maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados

representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros

quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo

eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos

Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II

32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil

Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco

econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a

assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos

tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL

Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de

facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo

acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram

negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL

com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados

europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia

A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais

nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que

temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as

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40

relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no

fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as

medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus

No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator

agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de

2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral

com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano

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41

CONCLUSAtildeO

As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito

tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se

aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial

implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente

conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados

Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos

data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina

individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se

com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as

partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados

A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos

causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e

Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um

desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo

com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e

falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a

formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse

fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados

que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus

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42

interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus

interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar

obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos

econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada

bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles

como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das

negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave

liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees

Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar

um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o

Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e

essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles

Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo

inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se

tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs

dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses

integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e

reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento

Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da

agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos

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43

Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor

agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta

de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses

desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil

esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor

Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do

Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC

depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia

Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a

pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade

eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os

subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre

MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas

do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos

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44

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992

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ANEXO I

Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo

(valores totais em US$ e porcentuais)

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45

Exportaccedilotildees do Brasil

2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46

2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38

Importaccedilotildees do Brasil

2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44

Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28

2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23

Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31

Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees

2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil

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ANEXO II

Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL

Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp

Peso do MERCOSUL

nas Importaccedilotildees

extra UE 19982000

Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL

19982000

I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361

II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399

III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112

IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423

Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386

V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207

VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130

VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92

VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341

IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374

X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259

XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152

XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139

XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120

XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140

XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176

XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157

XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151

XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206

XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67

XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301

Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183

Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA

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ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE

Totais por fator agregado

US$ F0B

Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s

A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935

2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111

Fonte

Anos de 19801992 = Banco do Brasil

Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE

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49

ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro

Uniatildeo Europeacuteia - UE

US$ F0B

E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s

A n o

US$ FOB (A)

Var

Part ()

US$ FOB (B)

Var ()

Part ()

Saldo (A-B)

Corrente Comeacutercio (A+B)

Cobertura (AB)

1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133

Obs () ()

VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil

IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final

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13

REFERENCIAL TEOacuteRICO

Foi principalmente apoacutes a Segunda Guerra Mundial que surgiu o fenocircmeno da

integraccedilatildeo econocircmica regional que desde entatildeo tem sido objeto de estudo para a economia

poliacutetica O conceito de integraccedilatildeo eacute recente se implanta perfeitamente no atual panorama

econocircmico mundial e eacute marcado pelo multilateralismo das relaccedilotildees comerciais e pela

regionalizaccedilatildeo econocircmica Eacute um fato comum no mundo atual Quase todas as grandes economias

mundiais encontram-se de alguma forma envolvidas em processos de integraccedilatildeo econocircmica

Esse fenocircmeno se introduz no problema enfrentado por todas as naccedilotildees

modernas o protecionismo contra liberalismo comercial O protecionismo aumenta e favorece a

industrializaccedilatildeo de um paiacutes mas por outro lado apoacutes certo tempo tambeacutem favorece o

surgimento de monopoacutelios internos com visiacutevel desvantagem para o consumidor que natildeo tem

acesso a novos produtos lanccedilados no mercado internacional e soacute pode escolher entre os ofertados

no mercado interno Como natildeo haacute concorrecircncia internacional e satildeo produzidos por empresas

abrigadas sob o protecionismo os produtos nacionais tecircm a tendecircncia de serem caros e de baixa

qualidade

Ao se desestruturar os mecanismos da proteccedilatildeo a liberalizaccedilatildeo comercial

deixou de ser uma simples alternativa e passou a significar uma caracteriacutestica da economia

mundial Reuacutenem-se paiacuteses regionalmente para assim alcanccedilar novos paiacuteses sendo vizinhos ou

natildeo e ampliar o espaccedilo econocircmico integrado

A integraccedilatildeo deve ser entendida como um processo de unificaccedilatildeo de

sociedades que tendem a formar uma coletividade harmoniosa a partir de liberalizaccedilotildees das

trocas comerciais dos movimentos de capitais pessoas serviccedilos e reduccedilotildees de discriminaccedilotildees

entre os estados membros1

1 VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81

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14

Segundo o MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES os processos de

integraccedilatildeo econocircmica satildeo conjuntos de medidas de caraacuteter econocircmico e comercial que tecircm por

finalidade originar a aproximaccedilatildeo e consequumlentemente a uniatildeo entre as economias de dois ou

mais paiacuteses Essa aproximaccedilatildeo deve ter por objetivo natildeo somente laccedilos econocircmicos mas

tambeacutem poliacuteticos e sociais

A integraccedilatildeo consiste em estabelecer um novo ambiente econocircmico poliacutetico e

cultural a partir de vaacuterios ambientes econocircmicos Haacute uma eliminaccedilatildeo de formas de

discriminaccedilotildees iniciais como no aspecto comercial ou no que concerne agrave circulaccedilatildeo de pessoas

serviccedilos e capitais em processos de integraccedilatildeo mais avanccedilados

Os processos de integraccedilatildeo de mercados representam o auge da globalizaccedilatildeo e

internacionalizaccedilatildeo da economia o que resulta em tendecircncias de interdependecircncia e

uniformidade a chamada homogeneizaccedilatildeo A economia transnacional se sobrepotildee agrave soberania

dos Estados gerando assim novas territorizaccedilotildees sem raiacutezes culturais

As poliacuteticas de integraccedilatildeo econocircmica podem ser positivas ou negativas Nas

positivas ocorrem modificaccedilotildees dos instrumentos existentes ndash matildeo-de-obra barata infra-

estrutura mobilidade de um paiacutes a outro etc ndash e a criaccedilatildeo de instituiccedilotildees para permitir o

aprofundamento da unificaccedilatildeo dos mercados e seu efetivo funcionamento Jaacute nas poliacuteticas

negativas acontece a remoccedilatildeo total de barreiras ao comeacutercio internacional ou restriccedilatildeo ao

processo de liberalizaccedilatildeo comercial

VINER (1949) criou as bases da integraccedilatildeo econocircmica a partir da teoria pura do

comeacutercio internacional Foi ele tambeacutem quem fez a distinccedilatildeo entre criaccedilatildeo de comeacutercio e desvio

de comeacutercio

A integraccedilatildeo econocircmica entre paiacuteses em desenvolvimento seria uma alternativa

para viabilizar uma estrateacutegia de desenvolvimento que seria irrealizaacutevel nas dimensotildees de

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15

pequenas economias perifeacutericas Essas razotildees levaram os economistas da CEPAL a defenderem a

necessidade da integraccedilatildeo das economias latino-americanas

Os processos de integraccedilatildeo2 buscam alcanccedilar diversos objetivos tais como a

ampliaccedilatildeo da resistecircncia frente agraves barreiras aduaneiras a ampliaccedilatildeo dos mercados o estiacutemulo do

intercambio tecnoloacutegico uma maior facilidade de acesso a mateacuterias primas e o maior poder de

pressatildeo na defesa de seus interesses nas negociaccedilotildees internacionais Tendo visto isso pode-se

observar que haacute diferentes formas e etapas de integraccedilatildeo divididos em vaacuterios estaacutegios definidos

como

a) Zonas de Preferecircncias Tarifaacuterias ndash caracteriza-se pela reduccedilatildeo de tarifas para uma

gama variada de produtos abrangendo parte do universo tarifaacuterio sem que se implique na

eliminaccedilatildeo total dos direitos aduaneiros e na reduccedilatildeo ou eliminaccedilatildeo de outras restriccedilotildees ao

comeacutercio Esses acordos violam a claacuteusula de Naccedilatildeo Mais Favorecida do GATT3 mas satildeo

admitidos entre paiacuteses em desenvolvimento e satildeo praticados pelos paiacuteses desenvolvidos atraveacutes

do Sistema Geral de Preferecircncias (SGP) criado pela Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre o

Comeacutercio e o Desenvolvimento (UNCTAD)

b) Zona de Livre Comeacutercio ndash trata-se da forma mais simples de associaccedilatildeo entre

Estados admitida pelo GATT Caracteriza-se pela eliminaccedilatildeo de tarifas aduaneiras e outras

restriccedilotildees ao comeacutercio entre os paiacuteses que dela participam Poreacutem cada paiacutes preserva sua

autonomia na poliacutetica comercial em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses

2 BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972 3 GATT ndash Acordo Geral sobre Tarifas e Comeacutercio assinado por 23 paiacuteses O artigo XXIV do acordo permite a formaccedilatildeo de uniotildees aduaneiras e aacutereas de livre comeacutercio sob certas condiccedilotildees

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16

c) Uniatildeo Aduaneira ndash caracteriza-se pela ausecircncia de barreiras ao comeacutercio entre

paiacuteses-membros pressupotildee uma poliacutetica comercial comum em relaccedilatildeo a paiacuteses natildeo-membros e a

adoccedilatildeo de uma Tarifa Externa Comum (TEC) A uniatildeo aduaneira pressupotildee ainda a

harmonizaccedilatildeo de instrumentos da poliacutetica comercial tais como diferentes sistemas monetaacuterios

fiscais etc que possam vir a originar problemas

d) Mercado Comum ndash consiste em uma uniatildeo aduaneira na qual os estados membros

determinam a eliminaccedilatildeo das restriccedilotildees sobre produtos bem como a livre circulaccedilatildeo dos demais

fatores produtivos como pessoas serviccedilos e capital eacute uma forma mais elevada de integraccedilatildeo

econocircmica

e) Uniatildeo Econocircmica ndash caracteriza-se pelo estabelecimento de uma autoridade

supranacional que se responsabiliza pela aplicaccedilatildeo das poliacuteticas comuns define criteacuterios e

distingue-se de um mercado comum por associar a eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees aos movimentos de

mercadorias e fatores com um certo grau de harmonizaccedilatildeo das poliacuteticas econocircmicas nacionais de

forma a abolir as discriminaccedilotildees resultantes das disparidades existentes entre essas poliacuteticas

f) Integraccedilatildeo Econocircmica Total ndash para Balassa4 essa forma de integraccedilatildeo pressupotildee a

unificaccedilatildeo das poliacuteticas monetaacuterias fiscais sociais e anticiacuteclicas e exige o estabelecimento de

uma autoridade supranacional cujas decisotildees satildeo obrigatoacuterias para os Estados-membros

g) Uniatildeo Poliacutetica ndash essa eacute uma forma de integraccedilatildeo que se caracteriza pela instituiccedilatildeo

de uma federaccedilatildeo de Estados com autoridade poliacutetica unificada ou formaccedilatildeo de Estados na qual

4 Bela Balassa op Cit p 11

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17

apenas as aacutereas acordadas passam a ser objeto de controle de instituiccedilotildees supranacionais Em

geral a formaccedilatildeo de uma uniatildeo poliacutetica deve envolver cooperaccedilatildeo em termos da poliacutetica externa

e de defesa5

Eacute bastante antiga a noccedilatildeo de que uma zona de livre comeacutercio e uma uniatildeo

aduaneira ajudam para o aumento do bem-estar mas foi Jacob Viner em 1950 que formulou

uma teoria dos efeitos econocircmicos de uma uniatildeo aduaneira Essa teoria eacute baseada nos efeitos da

uniatildeo aduaneira sobre os produtos Foi entatildeo que introduziu os conceitos de criaccedilatildeo de comeacutercio

e desvio de comeacutercio

Viner investigou os efeitos de uma uniatildeo aduaneira nas correntes de trocas e fez

a distribuiccedilatildeo entre o efeito de desvio de comeacutercio resultante de uma uniatildeo Outros autores

tambeacutem abordaram estes problemas poreacutem num esquema menos preciso e sem utilizar a

terminologia de Viner

A criaccedilatildeo de comeacutercio eacute o mecanismo de ampliaccedilatildeo das transaccedilotildees comerciais

entre os paiacuteses membros de uma uniatildeo aduaneira a partir da unificaccedilatildeo de preccedilos dos produtos na

regiatildeo apoacutes a queda das barreiras tarifaacuterias Entende-se por desvio de comeacutercio o mecanismo de

reduccedilatildeo de comeacutercio com paiacuteses natildeo-membros da uniatildeo aduaneira em benefiacutecio do aumento do

comeacutercio intra-regional

Os efeitos positivos sobre a produccedilatildeo resultam do desvio de compras de um

dado bem de fontes de produccedilatildeo interna de custos mais altos para outras de custos mais

5 MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000

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18

reduzidos localizadas em paiacuteses membros Jaacute os efeitos negativos sobre a produccedilatildeo dizem

respeito a um desvio das fontes de produccedilatildeo com custos mais baixos paiacuteses estrangeiros para

fontes de produccedilatildeo com custos mais elevados paiacuteses membros Segundo Viner os efeitos

beneacuteficos da uniatildeo aduaneira seratildeo predominantes se o aumento de comeacutercio for superior ao seu

desvio

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19

1 MERCOSUL E UNIAtildeO EUROPEacuteIA

11 MERCOSUL antecedentes histoacutericos

A Ameacuterica Latina vem haacute tempos buscando aumentar os laccedilos econocircmicos

entre seus paiacuteses atraveacutes da criaccedilatildeo de blocos regionais Vaacuterios foram os idealizadores da

integraccedilatildeo entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina dentre eles estaacute o presidente Getuacutelio Vargas que na

primeira metade do seacuteculo XX almejava a integraccedilatildeo das principais economias da Ameacuterica

Latina atraveacutes da formaccedilatildeo de um bloco econocircmico Inicialmente por volta da deacutecada de 30

ainda no Governo Vargas foram feitas algumas negociaccedilotildees para criar o BLOCO ABC

procurou-se formar a integraccedilatildeo dos trecircs paiacuteses mais fortes economicamente na Ameacuterica Latina

a Argentina o Brasil e o Chile Os paiacuteses sul americanos tiveram que enfrentar a resistecircncia do

governo dos EUA que natildeo via com bons olhos a imposiccedilatildeo de fronteiras econocircmicas pois

desejava continuar suprindo a Ameacuterica Latina com seus produtos industrializados e obtendo sua

mateacuteria prima

Anos mais tarde em 1948 foi criada a Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica

Latina - CEPAL subordinada ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees Unidas

representando outro importante instrumento para o desenvolvimento dos paiacuteses da Ameacuterica

Latina pois busca promover o desenvolvimento da Ameacuterica Latina estimulando a criaccedilatildeo de um

mercado comum latino americano

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20

O MERCOSUL considerado o mais recente esforccedilo para a integraccedilatildeo da

Ameacuterica Latina pode encontrar suas origens na criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo Latino-Americana de

Livre Comeacutercio ndash ALALC Este bloco tinha como objetivo implantar no prazo de 12 anos um

mercado comum regional por meio da formaccedilatildeo de uma zona de livre comeacutercio Criada em 1960

pelo Tratado de Montevideacuteu conhecido como TM-60 a ALALC era constituiacuteda pelos paiacuteses da

Ameacuterica do Sul excluindo-se deste grupo as Guianas e pelo Meacutexico O Tratado buscava ampliar

os mercados e alcanccedilar a liberalizaccedilatildeo do intercacircmbio eliminando as medidas protecionistas

Atraveacutes do Protocolo de Caracas a ideacuteia de criar um mercado comum em 12 anos teve seu prazo

aumentado para 1980 O objetivo era eliminar ateacute 1980 a maior quantidade imaginaacutevel de

restriccedilotildees comerciais existentes entre os integrantes do bloco

Os objetivos almejados pela ALALC natildeo foram alcanccedilados e dentre as razotildees

que levaram ao fracasso da Associaccedilatildeo encontra-se a falta de dinamismo por conta do elevado

nuacutemero de associados e suas diferenccedilas estruturais o vencimento do prazo determinado para a

obtenccedilatildeo de ecircxito do bloco entre outros motivos Durante a deacutecada de 70 a crise do petroacuteleo que

atingia a economia mundial causou uma intensa recessatildeo nos paiacuteses da Ameacuterica Latina e em

busca de uma alternativa para contornar o problema os paiacuteses latino-americanos reestruturaram a

ALALC fazendo surgir a Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo ndash ALADI criada em 1980

pelo Tratado de Montevideacuteu chamado TM-80 Ainda em vigor este Tratado compreende os

mesmos paiacuteses que compunham a ALALC Esse novo tratado requer que os paiacuteses membros

decircem continuidade ao processo de integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina colaborando para o

desenvolvimento econocircmico-social de uma forma mais equilibrada na regiatildeo Sua criaccedilatildeo

permitiu a promoccedilatildeo do aprofundamento do processo de integraccedilatildeo latino-americana e sua

finalidade eacute atingir a formaccedilatildeo de um mercado comum regional permitir o comeacutercio intra-

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regional reciacuteproco promover o comeacutercio ampliaccedilatildeo de mercados desenvolvimento equilibrado e

o estabelecimento de preferecircncias regionais O TM-80 daacute aos Estados membros grande liberdade

para formular suas poliacuteticas comerciais e ainda uma maior flexibilidade para celebrar acordos

bilaterais ou multilaterais Com a criaccedilatildeo da ALADI houve um grande avanccedilo nas relaccedilotildees

comerciais entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina isso aconteceu devido agrave essa possibilidade de

realizaccedilatildeo de acordos bilaterais e outros de alcance regional entre os membros fazendo com que

aumentasse cada vez mais o comeacutercio bilateral e intra-regional na Ameacuterica Latina

A criaccedilatildeo da ALADI ainda parece ter beneficiado o processo de integraccedilatildeo

latino-americana Ficou extinta a ldquoclaacuteusula de naccedilatildeo mais favorecida regionalrdquo anteriormente

adotada pela ALALC permitindo assim conceder preferecircncia tarifaacuteria entre alguns membros da

ALADI sem a obrigatoriedade de dar preferecircncia a todos os integrantes da Associaccedilatildeo Apesar

do esforccedilo a ALADI natildeo conseguiu atingir seu objetivo de alcanccedilar uma integraccedilatildeo regional As

vaacuterias perspectivas geradas com a criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo foram extintas devido aos

acontecimentos no cenaacuterio internacional por volta do final da deacutecada de 70 Alguns fatores

comprometeram o crescimento do comeacutercio internacional e dificultaram o acesso de paiacuteses em

desenvolvimento agraves suas fontes externas de financiamento Dentre esses fatores se encontram o

segundo choque do petroacuteleo a elevaccedilatildeo do valor das taxas de juros internacionais e a recessatildeo

das economias de paiacuteses desenvolvidos Como os paiacuteses da Ameacuterica Latina estavam com a diacutevida

externa cada vez maior e sofrendo com a alta dos juros houve entre os paiacuteses integrantes da

ALADI a praacutetica cada vez mais frequumlente do protecionismo pois cada paiacutes passava a empregar

um amplo conjunto de medidas para controlar as importaccedilotildees Poreacutem o impacto dessa poliacutetica

sobre o comeacutercio intra-regional natildeo foi considerado eficaz pois aleacutem da reduccedilatildeo das importaccedilotildees

de cada paiacutes aconteceu tambeacutem uma proporcional reduccedilatildeo das trocas comerciais entre os paiacuteses

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da proacutepria regiatildeo Haacute autores que dizem que a ALADI seguiu o mesmo modelo fracassado de

integraccedilatildeo regional que a ALALC onde o uacutenico agente eacute o Estado Isso porque o Tratado natildeo

considerava a livre circulaccedilatildeo de pessoas de empresas e de capitais privados e regionais e nem

de formas comunitaacuterias natildeo deixando espaccedilo para os verdadeiros interessados na integraccedilatildeo

regional

Mesmo a ALALC e a ALADI tendo obtido poucos resultados com relaccedilatildeo agrave

integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina ainda crescia o desejo pelo desenvolvimento de uma integraccedilatildeo

regional com destaque para o MERCOSUL que eacute considerado o processo de integraccedilatildeo regional

mais bem-sucedido da Ameacuterica Latina

12 Tratados do MERCOSUL

Eacute importante lembrar que os Estados-parte do MERCOSUL fazem parte do

GATT-OMC e suas accedilotildees devem estar adequadas ao regulamento desse acordo Isso acontece

devido agrave claacuteusula de habilitaccedilatildeo da Ronda Toacutequio que permite que os paiacuteses em

desenvolvimento natildeo apliquem o princiacutepio da naccedilatildeo mais favorecida

121 Tratado de Assunccedilatildeo

Foi assinado em 26 de marccedilo de 1991 o Tratado de Assunccedilatildeo visando agrave

constituiccedilatildeo de um mercado comum entre a Argentina o Brasil o Paraguai e o Uruguai Esse

tratado previa a liberalizaccedilatildeo comercial entre os paiacuteses-membros num periacuteodo de transiccedilatildeo ateacute

1994 Pode-se dividir a evoluccedilatildeo do MERCOSUL em dois periacuteodos o periacuteodo de transiccedilatildeo de

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1991 a 1994 e a partir do iniacutecio de 1995 a existecircncia do MERCOSUL como uma Uniatildeo

Aduaneira

Eacute um acordo-quadro que apesar de natildeo criar um mercado comum estabelece

as metas do processo de integraccedilatildeo e a forma de alcanccedilaacute-las Um dos objetivos desse tratado eacute o

estabelecimento de uma tarifa externa comum a TEC e adoccedilatildeo de uma poliacutetica comercial

comum em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses Estabelece tambeacutem as condiccedilotildees para o surgimento de um

projeto de integraccedilatildeo que define seu objetivo agrave criaccedilatildeo de um mercado comum Este tratado

registra a vontade por parte dos quatro paiacuteses integrantes de se inserir com mais forccedila no

mercado mundial

O Tratado de Assunccedilatildeo eacute um acordo que agrave medida que se necessita vem sendo

complementado por outros instrumentos adicionais negociados entre os participantes do bloco

Inicialmente determina os meios para que ateacute o fim de 1994 se chegasse a uma uniatildeo aduaneira

que eacute a fase anterior ao mercado comum Poreacutem como eacute visto o MERCOSUL hoje ainda eacute uma

uniatildeo aduaneira imperfeita pois natildeo manteacutem a Tarifa Externa Comum (TEC) prevista para os

quatro Estados-membros

O Tratado de Assunccedilatildeo ato que fundou o MERCOSUL constitui um dos

principais instrumentos do processo de integraccedilatildeo acompanhado do Protocolo de Brasiacutelia de

1991 e ainda do Protocolo de Ouro Preto de 1994

Este tratado constitui a base de todo o sistema normativo do MERCOSUL

ordena e regulamenta as relaccedilotildees existentes entre os Estados integrantes do bloco

O Tratado de Assunccedilatildeo tem como objetivo principal a constituiccedilatildeo de um

mercado comum entre seus signataacuterios o que sugere tambeacutem a livre circulaccedilatildeo de bens serviccedilos

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e fatores produtivos entre os Estados-parte eliminando as tarifas preacute-estabelecidas e as restriccedilotildees

natildeo tarifaacuterias No tratado estatildeo estabelecidos os elementos para a criaccedilatildeo de uma uniatildeo aduaneira

e por consequumlecircncia de uma poliacutetica comercial comum

De acordo com o Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE) o Tratado de

Assunccedilatildeo estabeleceu a utilizaccedilatildeo dos seguintes instrumentos para a constituiccedilatildeo do

MERCOSUL6

a) o cumprimento de um programa de liberalizaccedilatildeo comercial com reduccedilotildees tarifaacuterias

progressivas lineares e automaacuteticas acompanhadas da eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees natildeo-tarifaacuterias ou

de medidas de efeito equivalente

b) o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC) capaz de incentivar a

competitividade externa dos Estados-parte

c) a harmonizaccedilatildeo de poliacuteticas macroeconocircmicas e setoriais sempre que pertinente

O Tratado eacute sempre que necessaacuterio complementado por alguns instrumentos

adicionais acordados pelos quatro Estados-parte devido ao avanccedilo da integraccedilatildeo A intenccedilatildeo do

Tratado era de estabelecer condiccedilotildees para que se alcanccedilasse ateacute o fim de 1994 uma uniatildeo

aduaneira entre os quatro integrantes para posteriormente chegar a um mercado comum O MRE

mostra que o Tratado de Assunccedilatildeo determina alguns aspectos como7 estabelecer um programa de

liberalizaccedilatildeo comercial que consista de reduccedilotildees tarifaacuterias progressivas lineares e automaacuteticas

acompanhadas da eliminaccedilatildeo das barreiras natildeo tarifaacuterias coordenar poliacuteticas macro-econocircmicas

estabelecer uma Tarifa Externa Comum (TEC) estabelecer listas de exceccedilotildees ao programa de

6 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt

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liberalizaccedilatildeo para produtos considerados sensiacuteveis constituir um regime geral de origem e de

um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias

O Tratado de Assunccedilatildeo estabelece que o Poder Executivo de cada Estado-parte

deve manter informado seu respectivo Poder Legislativo sobre a evoluccedilatildeo do objeto deste tratado

o MERCOSUL

122 Protocolo de Brasiacutelia

Para solucionar os conflitos na esfera do MERCOSUL a forma escolhida foi a

arbitragem Portanto para cumprir determinaccedilatildeo do Tratado de Assunccedilatildeo designou-se um grupo

de trabalho que elaboraria um Sistema de Soluccedilatildeo de Controveacutersias entre os Estados-parte

Assim em dezembro de 1991 foi assinado o Protocolo de Brasiacutelia para Soluccedilatildeo de Controveacutersias

que passou a ter vigecircncia a partir de 1993

Este Protocolo no sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias tem como caracteriacutestica

ordenar que a soluccedilatildeo de controveacutersias ocorreraacute no plano diplomaacutetico por meio de negociaccedilotildees

diretas mas que possuem intervenccedilatildeo de oacutergatildeos institucionais como o Grupo Mercado Comum -

GMC- e se as dificuldades natildeo forem superadas utilizaraacute o procedimento arbitral O Protocolo

prevecirc tambeacutem poreacutem de maneira bem restrita e com normas complexas que particulares

pessoas fiacutesicas e juriacutedicas tenham acesso ao sistema com direito a reclamaccedilotildees pois o Tratado de

Assunccedilatildeo previa somente a participaccedilatildeo dos Estados-parte

7 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt

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A uacuteltima fase do Protocolo a instauraccedilatildeo de um Tribunal Arbitral proferiraacute a

decisatildeo por meio de laudos inapelaacuteveis e obrigatoacuterios para os Estados-parte na controveacutersia Essa

obrigatoriedade se daraacute a partir do recebimento da notificaccedilatildeo sobre a decisatildeo e os laudos teratildeo

forccedila de coisa julgada devendo ser cumpridos no prazo fixado pelo Tribunal Arbitral

O Protocolo de Brasiacutelia funciona como provisoacuterio fornecendo mecanismos para

a soluccedilatildeo de controveacutersias ateacute que entre em vigor o Sistema Permanente de Soluccedilotildees de

Controveacutersias Este sistema aleacutem de previsto no Tratado de Assunccedilatildeo ganhou forccedila com o

Protocolo de Ouro Preto quando diz que antes de se firmar uma Tarifa Externa Comum os

Estados-parte deveratildeo fazer uma revisatildeo do sistema atual para soluccedilatildeo de controveacutersias com o

objetivo de adotar o sistema permanente

123 Protocolo de Ouro Preto

O Protocolo de Ouro Preto ndash POP assinado em 1994 define a estrutura

institucional definitiva do MERCOSUL e firma a ideacuteia de avanccedilar na constituiccedilatildeo de um

mercado comum Este protocolo pode se adaptar a possiacuteveis circunstacircncias que se apresentem

pois por meio de uma conferecircncia diplomaacutetica sua estrutura pode ser reavaliada

O POP tem como principal atribuiccedilatildeo conferir personalidade juriacutedica ao

MERCOSUL sempre que ele tenha que se relacionar como bloco econocircmico com grupos de

paiacuteses e oacutergatildeos internacionais multilateraisO POP trouxe algumas inovaccedilotildees para a estrutura

orgacircnica do MERCOSUL com relaccedilatildeo agrave criaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos Este bloco pode contar agora

com os seguintes oacutergatildeos

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- Conselho do Mercado Comum (CMC)

- Grupo Mercado Comum (GMC)

- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)

- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)

- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)

- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)

Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de

Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte

reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a

decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o

encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver

uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc

teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado

reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante

poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de

Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de

Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares

13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu

Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem

conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo

regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos

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aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica

proacutepria

No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos

fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes

promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em

1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash

Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de

Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as

barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas

O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE

satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de

Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc

Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas

Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a

primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE

que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais

e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos

tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda

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parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila

comum (PESC)

O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs

pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica

externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria

Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais

elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo

Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma

deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para

um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de

acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE

14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia

Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros

fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e

Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda

aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez

com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-

se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios

tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a

ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses

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A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus

integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O

alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como

dos novos paiacuteses integrantes do bloco

ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)

Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455

milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou

preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados

pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo

15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia

As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as

importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL

8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional

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aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial

global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O

Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo

Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a

Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda

mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a

conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o

protecionismo adotado pela Europa

16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia

Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade

Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo

Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos

A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo

interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de

integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional

O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as

condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e

econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando

9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt

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a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)

Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas

regiotildees como conceitos baacutesicos

Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de

atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e

das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre

Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros

A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo

natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos

regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As

propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL

foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a

posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais

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2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE

Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e

Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute

de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e

Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de

envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da

Uniatildeo Europeacuteia

Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das

relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se

referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral

22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL

Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia

econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da

economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do

comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o

comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano

10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144

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Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das

exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo

Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do

Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira

Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros

paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido

com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a

Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees

Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve

um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$

45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila

comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do

MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno

crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL

passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees

Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees

brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina

23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina

Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai

para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo

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nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo

principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro

mercado comum

No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a

Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo

industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha

caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata

previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos

setoriais foram assinados bilateralmente

24 Produtos ou setores em potencial

A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila

de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees

europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-

tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral

permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a

UE

O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre

paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco

elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado

principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A

composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das

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importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do

MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e

ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu

25 Principais parceiros europeus

As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande

assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o

primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos

externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus

Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica

Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a

complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais

intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-

americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de

diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio

bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais

com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande

influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a

Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada

na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento

comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro

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37

3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ

RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE

31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia

O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco

pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do

MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa

Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros

comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos

comerciais na Europa

Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do

Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto

que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com

relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve

queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve

uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos

anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e

menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil

passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda

de 10 nesse investimento

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38

No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do

MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os

europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior

mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das

exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial

importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute

a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total

A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de

intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores

agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees

europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo

dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida

Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma

importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios

desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos

manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser

importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas

Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com

tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas

11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses

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39

Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta

de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as

maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados

representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros

quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo

eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos

Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II

32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil

Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco

econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a

assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos

tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL

Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de

facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo

acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram

negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL

com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados

europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia

A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais

nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que

temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as

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40

relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no

fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as

medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus

No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator

agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de

2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral

com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano

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41

CONCLUSAtildeO

As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito

tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se

aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial

implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente

conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados

Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos

data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina

individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se

com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as

partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados

A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos

causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e

Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um

desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo

com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e

falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a

formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse

fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados

que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus

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interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus

interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar

obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos

econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada

bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles

como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das

negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave

liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees

Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar

um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o

Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e

essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles

Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo

inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se

tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs

dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses

integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e

reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento

Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da

agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos

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43

Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor

agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta

de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses

desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil

esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor

Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do

Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC

depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia

Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a

pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade

eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os

subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre

MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas

do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos

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44

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004

bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004

bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003

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bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003

bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81

bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992

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ANEXO I

Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo

(valores totais em US$ e porcentuais)

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45

Exportaccedilotildees do Brasil

2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46

2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38

Importaccedilotildees do Brasil

2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44

Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28

2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23

Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31

Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees

2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil

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ANEXO II

Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL

Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp

Peso do MERCOSUL

nas Importaccedilotildees

extra UE 19982000

Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL

19982000

I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361

II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399

III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112

IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423

Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386

V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207

VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130

VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92

VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341

IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374

X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259

XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152

XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139

XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120

XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140

XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176

XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157

XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151

XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206

XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67

XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301

Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183

Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA

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ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE

Totais por fator agregado

US$ F0B

Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s

A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935

2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111

Fonte

Anos de 19801992 = Banco do Brasil

Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE

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49

ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro

Uniatildeo Europeacuteia - UE

US$ F0B

E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s

A n o

US$ FOB (A)

Var

Part ()

US$ FOB (B)

Var ()

Part ()

Saldo (A-B)

Corrente Comeacutercio (A+B)

Cobertura (AB)

1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133

Obs () ()

VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil

IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final

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14

Segundo o MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES os processos de

integraccedilatildeo econocircmica satildeo conjuntos de medidas de caraacuteter econocircmico e comercial que tecircm por

finalidade originar a aproximaccedilatildeo e consequumlentemente a uniatildeo entre as economias de dois ou

mais paiacuteses Essa aproximaccedilatildeo deve ter por objetivo natildeo somente laccedilos econocircmicos mas

tambeacutem poliacuteticos e sociais

A integraccedilatildeo consiste em estabelecer um novo ambiente econocircmico poliacutetico e

cultural a partir de vaacuterios ambientes econocircmicos Haacute uma eliminaccedilatildeo de formas de

discriminaccedilotildees iniciais como no aspecto comercial ou no que concerne agrave circulaccedilatildeo de pessoas

serviccedilos e capitais em processos de integraccedilatildeo mais avanccedilados

Os processos de integraccedilatildeo de mercados representam o auge da globalizaccedilatildeo e

internacionalizaccedilatildeo da economia o que resulta em tendecircncias de interdependecircncia e

uniformidade a chamada homogeneizaccedilatildeo A economia transnacional se sobrepotildee agrave soberania

dos Estados gerando assim novas territorizaccedilotildees sem raiacutezes culturais

As poliacuteticas de integraccedilatildeo econocircmica podem ser positivas ou negativas Nas

positivas ocorrem modificaccedilotildees dos instrumentos existentes ndash matildeo-de-obra barata infra-

estrutura mobilidade de um paiacutes a outro etc ndash e a criaccedilatildeo de instituiccedilotildees para permitir o

aprofundamento da unificaccedilatildeo dos mercados e seu efetivo funcionamento Jaacute nas poliacuteticas

negativas acontece a remoccedilatildeo total de barreiras ao comeacutercio internacional ou restriccedilatildeo ao

processo de liberalizaccedilatildeo comercial

VINER (1949) criou as bases da integraccedilatildeo econocircmica a partir da teoria pura do

comeacutercio internacional Foi ele tambeacutem quem fez a distinccedilatildeo entre criaccedilatildeo de comeacutercio e desvio

de comeacutercio

A integraccedilatildeo econocircmica entre paiacuteses em desenvolvimento seria uma alternativa

para viabilizar uma estrateacutegia de desenvolvimento que seria irrealizaacutevel nas dimensotildees de

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pequenas economias perifeacutericas Essas razotildees levaram os economistas da CEPAL a defenderem a

necessidade da integraccedilatildeo das economias latino-americanas

Os processos de integraccedilatildeo2 buscam alcanccedilar diversos objetivos tais como a

ampliaccedilatildeo da resistecircncia frente agraves barreiras aduaneiras a ampliaccedilatildeo dos mercados o estiacutemulo do

intercambio tecnoloacutegico uma maior facilidade de acesso a mateacuterias primas e o maior poder de

pressatildeo na defesa de seus interesses nas negociaccedilotildees internacionais Tendo visto isso pode-se

observar que haacute diferentes formas e etapas de integraccedilatildeo divididos em vaacuterios estaacutegios definidos

como

a) Zonas de Preferecircncias Tarifaacuterias ndash caracteriza-se pela reduccedilatildeo de tarifas para uma

gama variada de produtos abrangendo parte do universo tarifaacuterio sem que se implique na

eliminaccedilatildeo total dos direitos aduaneiros e na reduccedilatildeo ou eliminaccedilatildeo de outras restriccedilotildees ao

comeacutercio Esses acordos violam a claacuteusula de Naccedilatildeo Mais Favorecida do GATT3 mas satildeo

admitidos entre paiacuteses em desenvolvimento e satildeo praticados pelos paiacuteses desenvolvidos atraveacutes

do Sistema Geral de Preferecircncias (SGP) criado pela Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre o

Comeacutercio e o Desenvolvimento (UNCTAD)

b) Zona de Livre Comeacutercio ndash trata-se da forma mais simples de associaccedilatildeo entre

Estados admitida pelo GATT Caracteriza-se pela eliminaccedilatildeo de tarifas aduaneiras e outras

restriccedilotildees ao comeacutercio entre os paiacuteses que dela participam Poreacutem cada paiacutes preserva sua

autonomia na poliacutetica comercial em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses

2 BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972 3 GATT ndash Acordo Geral sobre Tarifas e Comeacutercio assinado por 23 paiacuteses O artigo XXIV do acordo permite a formaccedilatildeo de uniotildees aduaneiras e aacutereas de livre comeacutercio sob certas condiccedilotildees

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c) Uniatildeo Aduaneira ndash caracteriza-se pela ausecircncia de barreiras ao comeacutercio entre

paiacuteses-membros pressupotildee uma poliacutetica comercial comum em relaccedilatildeo a paiacuteses natildeo-membros e a

adoccedilatildeo de uma Tarifa Externa Comum (TEC) A uniatildeo aduaneira pressupotildee ainda a

harmonizaccedilatildeo de instrumentos da poliacutetica comercial tais como diferentes sistemas monetaacuterios

fiscais etc que possam vir a originar problemas

d) Mercado Comum ndash consiste em uma uniatildeo aduaneira na qual os estados membros

determinam a eliminaccedilatildeo das restriccedilotildees sobre produtos bem como a livre circulaccedilatildeo dos demais

fatores produtivos como pessoas serviccedilos e capital eacute uma forma mais elevada de integraccedilatildeo

econocircmica

e) Uniatildeo Econocircmica ndash caracteriza-se pelo estabelecimento de uma autoridade

supranacional que se responsabiliza pela aplicaccedilatildeo das poliacuteticas comuns define criteacuterios e

distingue-se de um mercado comum por associar a eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees aos movimentos de

mercadorias e fatores com um certo grau de harmonizaccedilatildeo das poliacuteticas econocircmicas nacionais de

forma a abolir as discriminaccedilotildees resultantes das disparidades existentes entre essas poliacuteticas

f) Integraccedilatildeo Econocircmica Total ndash para Balassa4 essa forma de integraccedilatildeo pressupotildee a

unificaccedilatildeo das poliacuteticas monetaacuterias fiscais sociais e anticiacuteclicas e exige o estabelecimento de

uma autoridade supranacional cujas decisotildees satildeo obrigatoacuterias para os Estados-membros

g) Uniatildeo Poliacutetica ndash essa eacute uma forma de integraccedilatildeo que se caracteriza pela instituiccedilatildeo

de uma federaccedilatildeo de Estados com autoridade poliacutetica unificada ou formaccedilatildeo de Estados na qual

4 Bela Balassa op Cit p 11

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17

apenas as aacutereas acordadas passam a ser objeto de controle de instituiccedilotildees supranacionais Em

geral a formaccedilatildeo de uma uniatildeo poliacutetica deve envolver cooperaccedilatildeo em termos da poliacutetica externa

e de defesa5

Eacute bastante antiga a noccedilatildeo de que uma zona de livre comeacutercio e uma uniatildeo

aduaneira ajudam para o aumento do bem-estar mas foi Jacob Viner em 1950 que formulou

uma teoria dos efeitos econocircmicos de uma uniatildeo aduaneira Essa teoria eacute baseada nos efeitos da

uniatildeo aduaneira sobre os produtos Foi entatildeo que introduziu os conceitos de criaccedilatildeo de comeacutercio

e desvio de comeacutercio

Viner investigou os efeitos de uma uniatildeo aduaneira nas correntes de trocas e fez

a distribuiccedilatildeo entre o efeito de desvio de comeacutercio resultante de uma uniatildeo Outros autores

tambeacutem abordaram estes problemas poreacutem num esquema menos preciso e sem utilizar a

terminologia de Viner

A criaccedilatildeo de comeacutercio eacute o mecanismo de ampliaccedilatildeo das transaccedilotildees comerciais

entre os paiacuteses membros de uma uniatildeo aduaneira a partir da unificaccedilatildeo de preccedilos dos produtos na

regiatildeo apoacutes a queda das barreiras tarifaacuterias Entende-se por desvio de comeacutercio o mecanismo de

reduccedilatildeo de comeacutercio com paiacuteses natildeo-membros da uniatildeo aduaneira em benefiacutecio do aumento do

comeacutercio intra-regional

Os efeitos positivos sobre a produccedilatildeo resultam do desvio de compras de um

dado bem de fontes de produccedilatildeo interna de custos mais altos para outras de custos mais

5 MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000

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18

reduzidos localizadas em paiacuteses membros Jaacute os efeitos negativos sobre a produccedilatildeo dizem

respeito a um desvio das fontes de produccedilatildeo com custos mais baixos paiacuteses estrangeiros para

fontes de produccedilatildeo com custos mais elevados paiacuteses membros Segundo Viner os efeitos

beneacuteficos da uniatildeo aduaneira seratildeo predominantes se o aumento de comeacutercio for superior ao seu

desvio

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19

1 MERCOSUL E UNIAtildeO EUROPEacuteIA

11 MERCOSUL antecedentes histoacutericos

A Ameacuterica Latina vem haacute tempos buscando aumentar os laccedilos econocircmicos

entre seus paiacuteses atraveacutes da criaccedilatildeo de blocos regionais Vaacuterios foram os idealizadores da

integraccedilatildeo entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina dentre eles estaacute o presidente Getuacutelio Vargas que na

primeira metade do seacuteculo XX almejava a integraccedilatildeo das principais economias da Ameacuterica

Latina atraveacutes da formaccedilatildeo de um bloco econocircmico Inicialmente por volta da deacutecada de 30

ainda no Governo Vargas foram feitas algumas negociaccedilotildees para criar o BLOCO ABC

procurou-se formar a integraccedilatildeo dos trecircs paiacuteses mais fortes economicamente na Ameacuterica Latina

a Argentina o Brasil e o Chile Os paiacuteses sul americanos tiveram que enfrentar a resistecircncia do

governo dos EUA que natildeo via com bons olhos a imposiccedilatildeo de fronteiras econocircmicas pois

desejava continuar suprindo a Ameacuterica Latina com seus produtos industrializados e obtendo sua

mateacuteria prima

Anos mais tarde em 1948 foi criada a Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica

Latina - CEPAL subordinada ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees Unidas

representando outro importante instrumento para o desenvolvimento dos paiacuteses da Ameacuterica

Latina pois busca promover o desenvolvimento da Ameacuterica Latina estimulando a criaccedilatildeo de um

mercado comum latino americano

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20

O MERCOSUL considerado o mais recente esforccedilo para a integraccedilatildeo da

Ameacuterica Latina pode encontrar suas origens na criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo Latino-Americana de

Livre Comeacutercio ndash ALALC Este bloco tinha como objetivo implantar no prazo de 12 anos um

mercado comum regional por meio da formaccedilatildeo de uma zona de livre comeacutercio Criada em 1960

pelo Tratado de Montevideacuteu conhecido como TM-60 a ALALC era constituiacuteda pelos paiacuteses da

Ameacuterica do Sul excluindo-se deste grupo as Guianas e pelo Meacutexico O Tratado buscava ampliar

os mercados e alcanccedilar a liberalizaccedilatildeo do intercacircmbio eliminando as medidas protecionistas

Atraveacutes do Protocolo de Caracas a ideacuteia de criar um mercado comum em 12 anos teve seu prazo

aumentado para 1980 O objetivo era eliminar ateacute 1980 a maior quantidade imaginaacutevel de

restriccedilotildees comerciais existentes entre os integrantes do bloco

Os objetivos almejados pela ALALC natildeo foram alcanccedilados e dentre as razotildees

que levaram ao fracasso da Associaccedilatildeo encontra-se a falta de dinamismo por conta do elevado

nuacutemero de associados e suas diferenccedilas estruturais o vencimento do prazo determinado para a

obtenccedilatildeo de ecircxito do bloco entre outros motivos Durante a deacutecada de 70 a crise do petroacuteleo que

atingia a economia mundial causou uma intensa recessatildeo nos paiacuteses da Ameacuterica Latina e em

busca de uma alternativa para contornar o problema os paiacuteses latino-americanos reestruturaram a

ALALC fazendo surgir a Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo ndash ALADI criada em 1980

pelo Tratado de Montevideacuteu chamado TM-80 Ainda em vigor este Tratado compreende os

mesmos paiacuteses que compunham a ALALC Esse novo tratado requer que os paiacuteses membros

decircem continuidade ao processo de integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina colaborando para o

desenvolvimento econocircmico-social de uma forma mais equilibrada na regiatildeo Sua criaccedilatildeo

permitiu a promoccedilatildeo do aprofundamento do processo de integraccedilatildeo latino-americana e sua

finalidade eacute atingir a formaccedilatildeo de um mercado comum regional permitir o comeacutercio intra-

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regional reciacuteproco promover o comeacutercio ampliaccedilatildeo de mercados desenvolvimento equilibrado e

o estabelecimento de preferecircncias regionais O TM-80 daacute aos Estados membros grande liberdade

para formular suas poliacuteticas comerciais e ainda uma maior flexibilidade para celebrar acordos

bilaterais ou multilaterais Com a criaccedilatildeo da ALADI houve um grande avanccedilo nas relaccedilotildees

comerciais entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina isso aconteceu devido agrave essa possibilidade de

realizaccedilatildeo de acordos bilaterais e outros de alcance regional entre os membros fazendo com que

aumentasse cada vez mais o comeacutercio bilateral e intra-regional na Ameacuterica Latina

A criaccedilatildeo da ALADI ainda parece ter beneficiado o processo de integraccedilatildeo

latino-americana Ficou extinta a ldquoclaacuteusula de naccedilatildeo mais favorecida regionalrdquo anteriormente

adotada pela ALALC permitindo assim conceder preferecircncia tarifaacuteria entre alguns membros da

ALADI sem a obrigatoriedade de dar preferecircncia a todos os integrantes da Associaccedilatildeo Apesar

do esforccedilo a ALADI natildeo conseguiu atingir seu objetivo de alcanccedilar uma integraccedilatildeo regional As

vaacuterias perspectivas geradas com a criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo foram extintas devido aos

acontecimentos no cenaacuterio internacional por volta do final da deacutecada de 70 Alguns fatores

comprometeram o crescimento do comeacutercio internacional e dificultaram o acesso de paiacuteses em

desenvolvimento agraves suas fontes externas de financiamento Dentre esses fatores se encontram o

segundo choque do petroacuteleo a elevaccedilatildeo do valor das taxas de juros internacionais e a recessatildeo

das economias de paiacuteses desenvolvidos Como os paiacuteses da Ameacuterica Latina estavam com a diacutevida

externa cada vez maior e sofrendo com a alta dos juros houve entre os paiacuteses integrantes da

ALADI a praacutetica cada vez mais frequumlente do protecionismo pois cada paiacutes passava a empregar

um amplo conjunto de medidas para controlar as importaccedilotildees Poreacutem o impacto dessa poliacutetica

sobre o comeacutercio intra-regional natildeo foi considerado eficaz pois aleacutem da reduccedilatildeo das importaccedilotildees

de cada paiacutes aconteceu tambeacutem uma proporcional reduccedilatildeo das trocas comerciais entre os paiacuteses

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22

da proacutepria regiatildeo Haacute autores que dizem que a ALADI seguiu o mesmo modelo fracassado de

integraccedilatildeo regional que a ALALC onde o uacutenico agente eacute o Estado Isso porque o Tratado natildeo

considerava a livre circulaccedilatildeo de pessoas de empresas e de capitais privados e regionais e nem

de formas comunitaacuterias natildeo deixando espaccedilo para os verdadeiros interessados na integraccedilatildeo

regional

Mesmo a ALALC e a ALADI tendo obtido poucos resultados com relaccedilatildeo agrave

integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina ainda crescia o desejo pelo desenvolvimento de uma integraccedilatildeo

regional com destaque para o MERCOSUL que eacute considerado o processo de integraccedilatildeo regional

mais bem-sucedido da Ameacuterica Latina

12 Tratados do MERCOSUL

Eacute importante lembrar que os Estados-parte do MERCOSUL fazem parte do

GATT-OMC e suas accedilotildees devem estar adequadas ao regulamento desse acordo Isso acontece

devido agrave claacuteusula de habilitaccedilatildeo da Ronda Toacutequio que permite que os paiacuteses em

desenvolvimento natildeo apliquem o princiacutepio da naccedilatildeo mais favorecida

121 Tratado de Assunccedilatildeo

Foi assinado em 26 de marccedilo de 1991 o Tratado de Assunccedilatildeo visando agrave

constituiccedilatildeo de um mercado comum entre a Argentina o Brasil o Paraguai e o Uruguai Esse

tratado previa a liberalizaccedilatildeo comercial entre os paiacuteses-membros num periacuteodo de transiccedilatildeo ateacute

1994 Pode-se dividir a evoluccedilatildeo do MERCOSUL em dois periacuteodos o periacuteodo de transiccedilatildeo de

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23

1991 a 1994 e a partir do iniacutecio de 1995 a existecircncia do MERCOSUL como uma Uniatildeo

Aduaneira

Eacute um acordo-quadro que apesar de natildeo criar um mercado comum estabelece

as metas do processo de integraccedilatildeo e a forma de alcanccedilaacute-las Um dos objetivos desse tratado eacute o

estabelecimento de uma tarifa externa comum a TEC e adoccedilatildeo de uma poliacutetica comercial

comum em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses Estabelece tambeacutem as condiccedilotildees para o surgimento de um

projeto de integraccedilatildeo que define seu objetivo agrave criaccedilatildeo de um mercado comum Este tratado

registra a vontade por parte dos quatro paiacuteses integrantes de se inserir com mais forccedila no

mercado mundial

O Tratado de Assunccedilatildeo eacute um acordo que agrave medida que se necessita vem sendo

complementado por outros instrumentos adicionais negociados entre os participantes do bloco

Inicialmente determina os meios para que ateacute o fim de 1994 se chegasse a uma uniatildeo aduaneira

que eacute a fase anterior ao mercado comum Poreacutem como eacute visto o MERCOSUL hoje ainda eacute uma

uniatildeo aduaneira imperfeita pois natildeo manteacutem a Tarifa Externa Comum (TEC) prevista para os

quatro Estados-membros

O Tratado de Assunccedilatildeo ato que fundou o MERCOSUL constitui um dos

principais instrumentos do processo de integraccedilatildeo acompanhado do Protocolo de Brasiacutelia de

1991 e ainda do Protocolo de Ouro Preto de 1994

Este tratado constitui a base de todo o sistema normativo do MERCOSUL

ordena e regulamenta as relaccedilotildees existentes entre os Estados integrantes do bloco

O Tratado de Assunccedilatildeo tem como objetivo principal a constituiccedilatildeo de um

mercado comum entre seus signataacuterios o que sugere tambeacutem a livre circulaccedilatildeo de bens serviccedilos

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e fatores produtivos entre os Estados-parte eliminando as tarifas preacute-estabelecidas e as restriccedilotildees

natildeo tarifaacuterias No tratado estatildeo estabelecidos os elementos para a criaccedilatildeo de uma uniatildeo aduaneira

e por consequumlecircncia de uma poliacutetica comercial comum

De acordo com o Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE) o Tratado de

Assunccedilatildeo estabeleceu a utilizaccedilatildeo dos seguintes instrumentos para a constituiccedilatildeo do

MERCOSUL6

a) o cumprimento de um programa de liberalizaccedilatildeo comercial com reduccedilotildees tarifaacuterias

progressivas lineares e automaacuteticas acompanhadas da eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees natildeo-tarifaacuterias ou

de medidas de efeito equivalente

b) o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC) capaz de incentivar a

competitividade externa dos Estados-parte

c) a harmonizaccedilatildeo de poliacuteticas macroeconocircmicas e setoriais sempre que pertinente

O Tratado eacute sempre que necessaacuterio complementado por alguns instrumentos

adicionais acordados pelos quatro Estados-parte devido ao avanccedilo da integraccedilatildeo A intenccedilatildeo do

Tratado era de estabelecer condiccedilotildees para que se alcanccedilasse ateacute o fim de 1994 uma uniatildeo

aduaneira entre os quatro integrantes para posteriormente chegar a um mercado comum O MRE

mostra que o Tratado de Assunccedilatildeo determina alguns aspectos como7 estabelecer um programa de

liberalizaccedilatildeo comercial que consista de reduccedilotildees tarifaacuterias progressivas lineares e automaacuteticas

acompanhadas da eliminaccedilatildeo das barreiras natildeo tarifaacuterias coordenar poliacuteticas macro-econocircmicas

estabelecer uma Tarifa Externa Comum (TEC) estabelecer listas de exceccedilotildees ao programa de

6 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt

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25

liberalizaccedilatildeo para produtos considerados sensiacuteveis constituir um regime geral de origem e de

um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias

O Tratado de Assunccedilatildeo estabelece que o Poder Executivo de cada Estado-parte

deve manter informado seu respectivo Poder Legislativo sobre a evoluccedilatildeo do objeto deste tratado

o MERCOSUL

122 Protocolo de Brasiacutelia

Para solucionar os conflitos na esfera do MERCOSUL a forma escolhida foi a

arbitragem Portanto para cumprir determinaccedilatildeo do Tratado de Assunccedilatildeo designou-se um grupo

de trabalho que elaboraria um Sistema de Soluccedilatildeo de Controveacutersias entre os Estados-parte

Assim em dezembro de 1991 foi assinado o Protocolo de Brasiacutelia para Soluccedilatildeo de Controveacutersias

que passou a ter vigecircncia a partir de 1993

Este Protocolo no sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias tem como caracteriacutestica

ordenar que a soluccedilatildeo de controveacutersias ocorreraacute no plano diplomaacutetico por meio de negociaccedilotildees

diretas mas que possuem intervenccedilatildeo de oacutergatildeos institucionais como o Grupo Mercado Comum -

GMC- e se as dificuldades natildeo forem superadas utilizaraacute o procedimento arbitral O Protocolo

prevecirc tambeacutem poreacutem de maneira bem restrita e com normas complexas que particulares

pessoas fiacutesicas e juriacutedicas tenham acesso ao sistema com direito a reclamaccedilotildees pois o Tratado de

Assunccedilatildeo previa somente a participaccedilatildeo dos Estados-parte

7 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt

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A uacuteltima fase do Protocolo a instauraccedilatildeo de um Tribunal Arbitral proferiraacute a

decisatildeo por meio de laudos inapelaacuteveis e obrigatoacuterios para os Estados-parte na controveacutersia Essa

obrigatoriedade se daraacute a partir do recebimento da notificaccedilatildeo sobre a decisatildeo e os laudos teratildeo

forccedila de coisa julgada devendo ser cumpridos no prazo fixado pelo Tribunal Arbitral

O Protocolo de Brasiacutelia funciona como provisoacuterio fornecendo mecanismos para

a soluccedilatildeo de controveacutersias ateacute que entre em vigor o Sistema Permanente de Soluccedilotildees de

Controveacutersias Este sistema aleacutem de previsto no Tratado de Assunccedilatildeo ganhou forccedila com o

Protocolo de Ouro Preto quando diz que antes de se firmar uma Tarifa Externa Comum os

Estados-parte deveratildeo fazer uma revisatildeo do sistema atual para soluccedilatildeo de controveacutersias com o

objetivo de adotar o sistema permanente

123 Protocolo de Ouro Preto

O Protocolo de Ouro Preto ndash POP assinado em 1994 define a estrutura

institucional definitiva do MERCOSUL e firma a ideacuteia de avanccedilar na constituiccedilatildeo de um

mercado comum Este protocolo pode se adaptar a possiacuteveis circunstacircncias que se apresentem

pois por meio de uma conferecircncia diplomaacutetica sua estrutura pode ser reavaliada

O POP tem como principal atribuiccedilatildeo conferir personalidade juriacutedica ao

MERCOSUL sempre que ele tenha que se relacionar como bloco econocircmico com grupos de

paiacuteses e oacutergatildeos internacionais multilateraisO POP trouxe algumas inovaccedilotildees para a estrutura

orgacircnica do MERCOSUL com relaccedilatildeo agrave criaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos Este bloco pode contar agora

com os seguintes oacutergatildeos

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- Conselho do Mercado Comum (CMC)

- Grupo Mercado Comum (GMC)

- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)

- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)

- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)

- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)

Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de

Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte

reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a

decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o

encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver

uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc

teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado

reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante

poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de

Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de

Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares

13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu

Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem

conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo

regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos

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aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica

proacutepria

No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos

fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes

promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em

1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash

Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de

Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as

barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas

O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE

satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de

Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc

Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas

Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a

primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE

que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais

e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos

tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda

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parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila

comum (PESC)

O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs

pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica

externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria

Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais

elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo

Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma

deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para

um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de

acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE

14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia

Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros

fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e

Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda

aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez

com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-

se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios

tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a

ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses

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A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus

integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O

alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como

dos novos paiacuteses integrantes do bloco

ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)

Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455

milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou

preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados

pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo

15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia

As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as

importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL

8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional

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aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial

global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O

Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo

Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a

Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda

mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a

conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o

protecionismo adotado pela Europa

16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia

Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade

Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo

Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos

A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo

interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de

integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional

O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as

condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e

econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando

9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt

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a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)

Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas

regiotildees como conceitos baacutesicos

Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de

atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e

das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre

Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros

A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo

natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos

regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As

propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL

foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a

posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais

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2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE

Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e

Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute

de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e

Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de

envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da

Uniatildeo Europeacuteia

Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das

relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se

referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral

22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL

Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia

econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da

economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do

comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o

comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano

10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144

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Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das

exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo

Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do

Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira

Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros

paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido

com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a

Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees

Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve

um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$

45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila

comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do

MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno

crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL

passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees

Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees

brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina

23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina

Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai

para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo

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nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo

principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro

mercado comum

No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a

Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo

industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha

caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata

previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos

setoriais foram assinados bilateralmente

24 Produtos ou setores em potencial

A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila

de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees

europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-

tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral

permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a

UE

O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre

paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco

elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado

principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A

composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das

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importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do

MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e

ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu

25 Principais parceiros europeus

As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande

assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o

primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos

externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus

Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica

Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a

complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais

intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-

americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de

diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio

bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais

com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande

influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a

Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada

na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento

comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro

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37

3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ

RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE

31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia

O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco

pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do

MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa

Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros

comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos

comerciais na Europa

Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do

Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto

que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com

relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve

queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve

uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos

anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e

menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil

passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda

de 10 nesse investimento

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No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do

MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os

europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior

mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das

exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial

importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute

a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total

A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de

intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores

agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees

europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo

dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida

Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma

importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios

desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos

manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser

importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas

Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com

tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas

11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses

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39

Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta

de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as

maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados

representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros

quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo

eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos

Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II

32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil

Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco

econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a

assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos

tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL

Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de

facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo

acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram

negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL

com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados

europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia

A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais

nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que

temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as

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40

relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no

fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as

medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus

No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator

agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de

2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral

com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano

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41

CONCLUSAtildeO

As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito

tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se

aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial

implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente

conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados

Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos

data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina

individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se

com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as

partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados

A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos

causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e

Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um

desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo

com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e

falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a

formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse

fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados

que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus

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interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus

interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar

obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos

econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada

bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles

como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das

negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave

liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees

Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar

um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o

Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e

essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles

Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo

inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se

tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs

dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses

integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e

reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento

Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da

agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos

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Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor

agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta

de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses

desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil

esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor

Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do

Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC

depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia

Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a

pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade

eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os

subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre

MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas

do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos

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REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992

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ANEXO I

Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo

(valores totais em US$ e porcentuais)

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45

Exportaccedilotildees do Brasil

2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46

2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38

Importaccedilotildees do Brasil

2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44

Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28

2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23

Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31

Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees

2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil

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ANEXO II

Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL

Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp

Peso do MERCOSUL

nas Importaccedilotildees

extra UE 19982000

Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL

19982000

I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361

II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399

III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112

IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423

Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386

V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207

VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130

VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92

VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341

IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374

X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259

XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152

XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139

XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120

XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140

XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176

XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157

XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151

XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206

XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67

XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301

Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183

Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA

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ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE

Totais por fator agregado

US$ F0B

Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s

A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935

2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111

Fonte

Anos de 19801992 = Banco do Brasil

Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE

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49

ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro

Uniatildeo Europeacuteia - UE

US$ F0B

E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s

A n o

US$ FOB (A)

Var

Part ()

US$ FOB (B)

Var ()

Part ()

Saldo (A-B)

Corrente Comeacutercio (A+B)

Cobertura (AB)

1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133

Obs () ()

VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil

IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final

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15

pequenas economias perifeacutericas Essas razotildees levaram os economistas da CEPAL a defenderem a

necessidade da integraccedilatildeo das economias latino-americanas

Os processos de integraccedilatildeo2 buscam alcanccedilar diversos objetivos tais como a

ampliaccedilatildeo da resistecircncia frente agraves barreiras aduaneiras a ampliaccedilatildeo dos mercados o estiacutemulo do

intercambio tecnoloacutegico uma maior facilidade de acesso a mateacuterias primas e o maior poder de

pressatildeo na defesa de seus interesses nas negociaccedilotildees internacionais Tendo visto isso pode-se

observar que haacute diferentes formas e etapas de integraccedilatildeo divididos em vaacuterios estaacutegios definidos

como

a) Zonas de Preferecircncias Tarifaacuterias ndash caracteriza-se pela reduccedilatildeo de tarifas para uma

gama variada de produtos abrangendo parte do universo tarifaacuterio sem que se implique na

eliminaccedilatildeo total dos direitos aduaneiros e na reduccedilatildeo ou eliminaccedilatildeo de outras restriccedilotildees ao

comeacutercio Esses acordos violam a claacuteusula de Naccedilatildeo Mais Favorecida do GATT3 mas satildeo

admitidos entre paiacuteses em desenvolvimento e satildeo praticados pelos paiacuteses desenvolvidos atraveacutes

do Sistema Geral de Preferecircncias (SGP) criado pela Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre o

Comeacutercio e o Desenvolvimento (UNCTAD)

b) Zona de Livre Comeacutercio ndash trata-se da forma mais simples de associaccedilatildeo entre

Estados admitida pelo GATT Caracteriza-se pela eliminaccedilatildeo de tarifas aduaneiras e outras

restriccedilotildees ao comeacutercio entre os paiacuteses que dela participam Poreacutem cada paiacutes preserva sua

autonomia na poliacutetica comercial em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses

2 BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972 3 GATT ndash Acordo Geral sobre Tarifas e Comeacutercio assinado por 23 paiacuteses O artigo XXIV do acordo permite a formaccedilatildeo de uniotildees aduaneiras e aacutereas de livre comeacutercio sob certas condiccedilotildees

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16

c) Uniatildeo Aduaneira ndash caracteriza-se pela ausecircncia de barreiras ao comeacutercio entre

paiacuteses-membros pressupotildee uma poliacutetica comercial comum em relaccedilatildeo a paiacuteses natildeo-membros e a

adoccedilatildeo de uma Tarifa Externa Comum (TEC) A uniatildeo aduaneira pressupotildee ainda a

harmonizaccedilatildeo de instrumentos da poliacutetica comercial tais como diferentes sistemas monetaacuterios

fiscais etc que possam vir a originar problemas

d) Mercado Comum ndash consiste em uma uniatildeo aduaneira na qual os estados membros

determinam a eliminaccedilatildeo das restriccedilotildees sobre produtos bem como a livre circulaccedilatildeo dos demais

fatores produtivos como pessoas serviccedilos e capital eacute uma forma mais elevada de integraccedilatildeo

econocircmica

e) Uniatildeo Econocircmica ndash caracteriza-se pelo estabelecimento de uma autoridade

supranacional que se responsabiliza pela aplicaccedilatildeo das poliacuteticas comuns define criteacuterios e

distingue-se de um mercado comum por associar a eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees aos movimentos de

mercadorias e fatores com um certo grau de harmonizaccedilatildeo das poliacuteticas econocircmicas nacionais de

forma a abolir as discriminaccedilotildees resultantes das disparidades existentes entre essas poliacuteticas

f) Integraccedilatildeo Econocircmica Total ndash para Balassa4 essa forma de integraccedilatildeo pressupotildee a

unificaccedilatildeo das poliacuteticas monetaacuterias fiscais sociais e anticiacuteclicas e exige o estabelecimento de

uma autoridade supranacional cujas decisotildees satildeo obrigatoacuterias para os Estados-membros

g) Uniatildeo Poliacutetica ndash essa eacute uma forma de integraccedilatildeo que se caracteriza pela instituiccedilatildeo

de uma federaccedilatildeo de Estados com autoridade poliacutetica unificada ou formaccedilatildeo de Estados na qual

4 Bela Balassa op Cit p 11

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apenas as aacutereas acordadas passam a ser objeto de controle de instituiccedilotildees supranacionais Em

geral a formaccedilatildeo de uma uniatildeo poliacutetica deve envolver cooperaccedilatildeo em termos da poliacutetica externa

e de defesa5

Eacute bastante antiga a noccedilatildeo de que uma zona de livre comeacutercio e uma uniatildeo

aduaneira ajudam para o aumento do bem-estar mas foi Jacob Viner em 1950 que formulou

uma teoria dos efeitos econocircmicos de uma uniatildeo aduaneira Essa teoria eacute baseada nos efeitos da

uniatildeo aduaneira sobre os produtos Foi entatildeo que introduziu os conceitos de criaccedilatildeo de comeacutercio

e desvio de comeacutercio

Viner investigou os efeitos de uma uniatildeo aduaneira nas correntes de trocas e fez

a distribuiccedilatildeo entre o efeito de desvio de comeacutercio resultante de uma uniatildeo Outros autores

tambeacutem abordaram estes problemas poreacutem num esquema menos preciso e sem utilizar a

terminologia de Viner

A criaccedilatildeo de comeacutercio eacute o mecanismo de ampliaccedilatildeo das transaccedilotildees comerciais

entre os paiacuteses membros de uma uniatildeo aduaneira a partir da unificaccedilatildeo de preccedilos dos produtos na

regiatildeo apoacutes a queda das barreiras tarifaacuterias Entende-se por desvio de comeacutercio o mecanismo de

reduccedilatildeo de comeacutercio com paiacuteses natildeo-membros da uniatildeo aduaneira em benefiacutecio do aumento do

comeacutercio intra-regional

Os efeitos positivos sobre a produccedilatildeo resultam do desvio de compras de um

dado bem de fontes de produccedilatildeo interna de custos mais altos para outras de custos mais

5 MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000

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18

reduzidos localizadas em paiacuteses membros Jaacute os efeitos negativos sobre a produccedilatildeo dizem

respeito a um desvio das fontes de produccedilatildeo com custos mais baixos paiacuteses estrangeiros para

fontes de produccedilatildeo com custos mais elevados paiacuteses membros Segundo Viner os efeitos

beneacuteficos da uniatildeo aduaneira seratildeo predominantes se o aumento de comeacutercio for superior ao seu

desvio

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1 MERCOSUL E UNIAtildeO EUROPEacuteIA

11 MERCOSUL antecedentes histoacutericos

A Ameacuterica Latina vem haacute tempos buscando aumentar os laccedilos econocircmicos

entre seus paiacuteses atraveacutes da criaccedilatildeo de blocos regionais Vaacuterios foram os idealizadores da

integraccedilatildeo entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina dentre eles estaacute o presidente Getuacutelio Vargas que na

primeira metade do seacuteculo XX almejava a integraccedilatildeo das principais economias da Ameacuterica

Latina atraveacutes da formaccedilatildeo de um bloco econocircmico Inicialmente por volta da deacutecada de 30

ainda no Governo Vargas foram feitas algumas negociaccedilotildees para criar o BLOCO ABC

procurou-se formar a integraccedilatildeo dos trecircs paiacuteses mais fortes economicamente na Ameacuterica Latina

a Argentina o Brasil e o Chile Os paiacuteses sul americanos tiveram que enfrentar a resistecircncia do

governo dos EUA que natildeo via com bons olhos a imposiccedilatildeo de fronteiras econocircmicas pois

desejava continuar suprindo a Ameacuterica Latina com seus produtos industrializados e obtendo sua

mateacuteria prima

Anos mais tarde em 1948 foi criada a Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica

Latina - CEPAL subordinada ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees Unidas

representando outro importante instrumento para o desenvolvimento dos paiacuteses da Ameacuterica

Latina pois busca promover o desenvolvimento da Ameacuterica Latina estimulando a criaccedilatildeo de um

mercado comum latino americano

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20

O MERCOSUL considerado o mais recente esforccedilo para a integraccedilatildeo da

Ameacuterica Latina pode encontrar suas origens na criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo Latino-Americana de

Livre Comeacutercio ndash ALALC Este bloco tinha como objetivo implantar no prazo de 12 anos um

mercado comum regional por meio da formaccedilatildeo de uma zona de livre comeacutercio Criada em 1960

pelo Tratado de Montevideacuteu conhecido como TM-60 a ALALC era constituiacuteda pelos paiacuteses da

Ameacuterica do Sul excluindo-se deste grupo as Guianas e pelo Meacutexico O Tratado buscava ampliar

os mercados e alcanccedilar a liberalizaccedilatildeo do intercacircmbio eliminando as medidas protecionistas

Atraveacutes do Protocolo de Caracas a ideacuteia de criar um mercado comum em 12 anos teve seu prazo

aumentado para 1980 O objetivo era eliminar ateacute 1980 a maior quantidade imaginaacutevel de

restriccedilotildees comerciais existentes entre os integrantes do bloco

Os objetivos almejados pela ALALC natildeo foram alcanccedilados e dentre as razotildees

que levaram ao fracasso da Associaccedilatildeo encontra-se a falta de dinamismo por conta do elevado

nuacutemero de associados e suas diferenccedilas estruturais o vencimento do prazo determinado para a

obtenccedilatildeo de ecircxito do bloco entre outros motivos Durante a deacutecada de 70 a crise do petroacuteleo que

atingia a economia mundial causou uma intensa recessatildeo nos paiacuteses da Ameacuterica Latina e em

busca de uma alternativa para contornar o problema os paiacuteses latino-americanos reestruturaram a

ALALC fazendo surgir a Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo ndash ALADI criada em 1980

pelo Tratado de Montevideacuteu chamado TM-80 Ainda em vigor este Tratado compreende os

mesmos paiacuteses que compunham a ALALC Esse novo tratado requer que os paiacuteses membros

decircem continuidade ao processo de integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina colaborando para o

desenvolvimento econocircmico-social de uma forma mais equilibrada na regiatildeo Sua criaccedilatildeo

permitiu a promoccedilatildeo do aprofundamento do processo de integraccedilatildeo latino-americana e sua

finalidade eacute atingir a formaccedilatildeo de um mercado comum regional permitir o comeacutercio intra-

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regional reciacuteproco promover o comeacutercio ampliaccedilatildeo de mercados desenvolvimento equilibrado e

o estabelecimento de preferecircncias regionais O TM-80 daacute aos Estados membros grande liberdade

para formular suas poliacuteticas comerciais e ainda uma maior flexibilidade para celebrar acordos

bilaterais ou multilaterais Com a criaccedilatildeo da ALADI houve um grande avanccedilo nas relaccedilotildees

comerciais entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina isso aconteceu devido agrave essa possibilidade de

realizaccedilatildeo de acordos bilaterais e outros de alcance regional entre os membros fazendo com que

aumentasse cada vez mais o comeacutercio bilateral e intra-regional na Ameacuterica Latina

A criaccedilatildeo da ALADI ainda parece ter beneficiado o processo de integraccedilatildeo

latino-americana Ficou extinta a ldquoclaacuteusula de naccedilatildeo mais favorecida regionalrdquo anteriormente

adotada pela ALALC permitindo assim conceder preferecircncia tarifaacuteria entre alguns membros da

ALADI sem a obrigatoriedade de dar preferecircncia a todos os integrantes da Associaccedilatildeo Apesar

do esforccedilo a ALADI natildeo conseguiu atingir seu objetivo de alcanccedilar uma integraccedilatildeo regional As

vaacuterias perspectivas geradas com a criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo foram extintas devido aos

acontecimentos no cenaacuterio internacional por volta do final da deacutecada de 70 Alguns fatores

comprometeram o crescimento do comeacutercio internacional e dificultaram o acesso de paiacuteses em

desenvolvimento agraves suas fontes externas de financiamento Dentre esses fatores se encontram o

segundo choque do petroacuteleo a elevaccedilatildeo do valor das taxas de juros internacionais e a recessatildeo

das economias de paiacuteses desenvolvidos Como os paiacuteses da Ameacuterica Latina estavam com a diacutevida

externa cada vez maior e sofrendo com a alta dos juros houve entre os paiacuteses integrantes da

ALADI a praacutetica cada vez mais frequumlente do protecionismo pois cada paiacutes passava a empregar

um amplo conjunto de medidas para controlar as importaccedilotildees Poreacutem o impacto dessa poliacutetica

sobre o comeacutercio intra-regional natildeo foi considerado eficaz pois aleacutem da reduccedilatildeo das importaccedilotildees

de cada paiacutes aconteceu tambeacutem uma proporcional reduccedilatildeo das trocas comerciais entre os paiacuteses

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da proacutepria regiatildeo Haacute autores que dizem que a ALADI seguiu o mesmo modelo fracassado de

integraccedilatildeo regional que a ALALC onde o uacutenico agente eacute o Estado Isso porque o Tratado natildeo

considerava a livre circulaccedilatildeo de pessoas de empresas e de capitais privados e regionais e nem

de formas comunitaacuterias natildeo deixando espaccedilo para os verdadeiros interessados na integraccedilatildeo

regional

Mesmo a ALALC e a ALADI tendo obtido poucos resultados com relaccedilatildeo agrave

integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina ainda crescia o desejo pelo desenvolvimento de uma integraccedilatildeo

regional com destaque para o MERCOSUL que eacute considerado o processo de integraccedilatildeo regional

mais bem-sucedido da Ameacuterica Latina

12 Tratados do MERCOSUL

Eacute importante lembrar que os Estados-parte do MERCOSUL fazem parte do

GATT-OMC e suas accedilotildees devem estar adequadas ao regulamento desse acordo Isso acontece

devido agrave claacuteusula de habilitaccedilatildeo da Ronda Toacutequio que permite que os paiacuteses em

desenvolvimento natildeo apliquem o princiacutepio da naccedilatildeo mais favorecida

121 Tratado de Assunccedilatildeo

Foi assinado em 26 de marccedilo de 1991 o Tratado de Assunccedilatildeo visando agrave

constituiccedilatildeo de um mercado comum entre a Argentina o Brasil o Paraguai e o Uruguai Esse

tratado previa a liberalizaccedilatildeo comercial entre os paiacuteses-membros num periacuteodo de transiccedilatildeo ateacute

1994 Pode-se dividir a evoluccedilatildeo do MERCOSUL em dois periacuteodos o periacuteodo de transiccedilatildeo de

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1991 a 1994 e a partir do iniacutecio de 1995 a existecircncia do MERCOSUL como uma Uniatildeo

Aduaneira

Eacute um acordo-quadro que apesar de natildeo criar um mercado comum estabelece

as metas do processo de integraccedilatildeo e a forma de alcanccedilaacute-las Um dos objetivos desse tratado eacute o

estabelecimento de uma tarifa externa comum a TEC e adoccedilatildeo de uma poliacutetica comercial

comum em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses Estabelece tambeacutem as condiccedilotildees para o surgimento de um

projeto de integraccedilatildeo que define seu objetivo agrave criaccedilatildeo de um mercado comum Este tratado

registra a vontade por parte dos quatro paiacuteses integrantes de se inserir com mais forccedila no

mercado mundial

O Tratado de Assunccedilatildeo eacute um acordo que agrave medida que se necessita vem sendo

complementado por outros instrumentos adicionais negociados entre os participantes do bloco

Inicialmente determina os meios para que ateacute o fim de 1994 se chegasse a uma uniatildeo aduaneira

que eacute a fase anterior ao mercado comum Poreacutem como eacute visto o MERCOSUL hoje ainda eacute uma

uniatildeo aduaneira imperfeita pois natildeo manteacutem a Tarifa Externa Comum (TEC) prevista para os

quatro Estados-membros

O Tratado de Assunccedilatildeo ato que fundou o MERCOSUL constitui um dos

principais instrumentos do processo de integraccedilatildeo acompanhado do Protocolo de Brasiacutelia de

1991 e ainda do Protocolo de Ouro Preto de 1994

Este tratado constitui a base de todo o sistema normativo do MERCOSUL

ordena e regulamenta as relaccedilotildees existentes entre os Estados integrantes do bloco

O Tratado de Assunccedilatildeo tem como objetivo principal a constituiccedilatildeo de um

mercado comum entre seus signataacuterios o que sugere tambeacutem a livre circulaccedilatildeo de bens serviccedilos

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e fatores produtivos entre os Estados-parte eliminando as tarifas preacute-estabelecidas e as restriccedilotildees

natildeo tarifaacuterias No tratado estatildeo estabelecidos os elementos para a criaccedilatildeo de uma uniatildeo aduaneira

e por consequumlecircncia de uma poliacutetica comercial comum

De acordo com o Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE) o Tratado de

Assunccedilatildeo estabeleceu a utilizaccedilatildeo dos seguintes instrumentos para a constituiccedilatildeo do

MERCOSUL6

a) o cumprimento de um programa de liberalizaccedilatildeo comercial com reduccedilotildees tarifaacuterias

progressivas lineares e automaacuteticas acompanhadas da eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees natildeo-tarifaacuterias ou

de medidas de efeito equivalente

b) o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC) capaz de incentivar a

competitividade externa dos Estados-parte

c) a harmonizaccedilatildeo de poliacuteticas macroeconocircmicas e setoriais sempre que pertinente

O Tratado eacute sempre que necessaacuterio complementado por alguns instrumentos

adicionais acordados pelos quatro Estados-parte devido ao avanccedilo da integraccedilatildeo A intenccedilatildeo do

Tratado era de estabelecer condiccedilotildees para que se alcanccedilasse ateacute o fim de 1994 uma uniatildeo

aduaneira entre os quatro integrantes para posteriormente chegar a um mercado comum O MRE

mostra que o Tratado de Assunccedilatildeo determina alguns aspectos como7 estabelecer um programa de

liberalizaccedilatildeo comercial que consista de reduccedilotildees tarifaacuterias progressivas lineares e automaacuteticas

acompanhadas da eliminaccedilatildeo das barreiras natildeo tarifaacuterias coordenar poliacuteticas macro-econocircmicas

estabelecer uma Tarifa Externa Comum (TEC) estabelecer listas de exceccedilotildees ao programa de

6 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt

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25

liberalizaccedilatildeo para produtos considerados sensiacuteveis constituir um regime geral de origem e de

um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias

O Tratado de Assunccedilatildeo estabelece que o Poder Executivo de cada Estado-parte

deve manter informado seu respectivo Poder Legislativo sobre a evoluccedilatildeo do objeto deste tratado

o MERCOSUL

122 Protocolo de Brasiacutelia

Para solucionar os conflitos na esfera do MERCOSUL a forma escolhida foi a

arbitragem Portanto para cumprir determinaccedilatildeo do Tratado de Assunccedilatildeo designou-se um grupo

de trabalho que elaboraria um Sistema de Soluccedilatildeo de Controveacutersias entre os Estados-parte

Assim em dezembro de 1991 foi assinado o Protocolo de Brasiacutelia para Soluccedilatildeo de Controveacutersias

que passou a ter vigecircncia a partir de 1993

Este Protocolo no sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias tem como caracteriacutestica

ordenar que a soluccedilatildeo de controveacutersias ocorreraacute no plano diplomaacutetico por meio de negociaccedilotildees

diretas mas que possuem intervenccedilatildeo de oacutergatildeos institucionais como o Grupo Mercado Comum -

GMC- e se as dificuldades natildeo forem superadas utilizaraacute o procedimento arbitral O Protocolo

prevecirc tambeacutem poreacutem de maneira bem restrita e com normas complexas que particulares

pessoas fiacutesicas e juriacutedicas tenham acesso ao sistema com direito a reclamaccedilotildees pois o Tratado de

Assunccedilatildeo previa somente a participaccedilatildeo dos Estados-parte

7 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt

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26

A uacuteltima fase do Protocolo a instauraccedilatildeo de um Tribunal Arbitral proferiraacute a

decisatildeo por meio de laudos inapelaacuteveis e obrigatoacuterios para os Estados-parte na controveacutersia Essa

obrigatoriedade se daraacute a partir do recebimento da notificaccedilatildeo sobre a decisatildeo e os laudos teratildeo

forccedila de coisa julgada devendo ser cumpridos no prazo fixado pelo Tribunal Arbitral

O Protocolo de Brasiacutelia funciona como provisoacuterio fornecendo mecanismos para

a soluccedilatildeo de controveacutersias ateacute que entre em vigor o Sistema Permanente de Soluccedilotildees de

Controveacutersias Este sistema aleacutem de previsto no Tratado de Assunccedilatildeo ganhou forccedila com o

Protocolo de Ouro Preto quando diz que antes de se firmar uma Tarifa Externa Comum os

Estados-parte deveratildeo fazer uma revisatildeo do sistema atual para soluccedilatildeo de controveacutersias com o

objetivo de adotar o sistema permanente

123 Protocolo de Ouro Preto

O Protocolo de Ouro Preto ndash POP assinado em 1994 define a estrutura

institucional definitiva do MERCOSUL e firma a ideacuteia de avanccedilar na constituiccedilatildeo de um

mercado comum Este protocolo pode se adaptar a possiacuteveis circunstacircncias que se apresentem

pois por meio de uma conferecircncia diplomaacutetica sua estrutura pode ser reavaliada

O POP tem como principal atribuiccedilatildeo conferir personalidade juriacutedica ao

MERCOSUL sempre que ele tenha que se relacionar como bloco econocircmico com grupos de

paiacuteses e oacutergatildeos internacionais multilateraisO POP trouxe algumas inovaccedilotildees para a estrutura

orgacircnica do MERCOSUL com relaccedilatildeo agrave criaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos Este bloco pode contar agora

com os seguintes oacutergatildeos

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- Conselho do Mercado Comum (CMC)

- Grupo Mercado Comum (GMC)

- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)

- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)

- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)

- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)

Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de

Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte

reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a

decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o

encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver

uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc

teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado

reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante

poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de

Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de

Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares

13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu

Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem

conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo

regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos

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aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica

proacutepria

No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos

fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes

promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em

1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash

Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de

Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as

barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas

O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE

satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de

Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc

Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas

Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a

primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE

que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais

e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos

tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda

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parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila

comum (PESC)

O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs

pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica

externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria

Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais

elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo

Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma

deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para

um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de

acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE

14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia

Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros

fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e

Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda

aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez

com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-

se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios

tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a

ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses

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A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus

integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O

alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como

dos novos paiacuteses integrantes do bloco

ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)

Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455

milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou

preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados

pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo

15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia

As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as

importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL

8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional

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aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial

global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O

Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo

Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a

Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda

mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a

conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o

protecionismo adotado pela Europa

16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia

Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade

Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo

Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos

A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo

interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de

integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional

O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as

condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e

econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando

9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt

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a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)

Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas

regiotildees como conceitos baacutesicos

Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de

atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e

das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre

Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros

A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo

natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos

regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As

propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL

foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a

posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais

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2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE

Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e

Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute

de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e

Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de

envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da

Uniatildeo Europeacuteia

Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das

relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se

referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral

22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL

Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia

econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da

economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do

comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o

comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano

10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144

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Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das

exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo

Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do

Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira

Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros

paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido

com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a

Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees

Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve

um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$

45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila

comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do

MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno

crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL

passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees

Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees

brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina

23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina

Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai

para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo

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nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo

principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro

mercado comum

No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a

Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo

industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha

caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata

previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos

setoriais foram assinados bilateralmente

24 Produtos ou setores em potencial

A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila

de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees

europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-

tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral

permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a

UE

O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre

paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco

elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado

principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A

composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das

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importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do

MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e

ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu

25 Principais parceiros europeus

As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande

assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o

primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos

externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus

Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica

Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a

complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais

intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-

americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de

diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio

bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais

com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande

influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a

Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada

na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento

comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro

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3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ

RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE

31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia

O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco

pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do

MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa

Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros

comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos

comerciais na Europa

Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do

Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto

que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com

relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve

queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve

uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos

anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e

menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil

passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda

de 10 nesse investimento

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No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do

MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os

europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior

mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das

exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial

importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute

a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total

A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de

intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores

agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees

europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo

dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida

Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma

importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios

desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos

manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser

importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas

Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com

tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas

11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses

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Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta

de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as

maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados

representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros

quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo

eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos

Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II

32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil

Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco

econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a

assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos

tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL

Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de

facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo

acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram

negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL

com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados

europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia

A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais

nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que

temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as

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40

relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no

fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as

medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus

No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator

agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de

2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral

com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano

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41

CONCLUSAtildeO

As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito

tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se

aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial

implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente

conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados

Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos

data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina

individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se

com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as

partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados

A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos

causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e

Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um

desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo

com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e

falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a

formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse

fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados

que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus

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42

interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus

interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar

obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos

econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada

bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles

como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das

negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave

liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees

Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar

um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o

Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e

essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles

Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo

inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se

tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs

dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses

integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e

reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento

Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da

agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos

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43

Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor

agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta

de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses

desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil

esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor

Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do

Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC

depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia

Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a

pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade

eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os

subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre

MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas

do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos

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44

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005

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bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972

bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004

bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004

bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003

bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004

bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998

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bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000

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45

bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005

bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005

bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005

bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005

bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999

bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005

bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003

bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81

bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992

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46

ANEXO I

Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo

(valores totais em US$ e porcentuais)

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45

Exportaccedilotildees do Brasil

2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46

2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38

Importaccedilotildees do Brasil

2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44

Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28

2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23

Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31

Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees

2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil

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47

ANEXO II

Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL

Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp

Peso do MERCOSUL

nas Importaccedilotildees

extra UE 19982000

Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL

19982000

I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361

II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399

III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112

IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423

Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386

V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207

VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130

VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92

VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341

IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374

X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259

XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152

XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139

XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120

XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140

XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176

XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157

XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151

XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206

XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67

XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301

Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183

Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA

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ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE

Totais por fator agregado

US$ F0B

Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s

A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935

2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111

Fonte

Anos de 19801992 = Banco do Brasil

Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE

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ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro

Uniatildeo Europeacuteia - UE

US$ F0B

E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s

A n o

US$ FOB (A)

Var

Part ()

US$ FOB (B)

Var ()

Part ()

Saldo (A-B)

Corrente Comeacutercio (A+B)

Cobertura (AB)

1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133

Obs () ()

VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil

IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final

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c) Uniatildeo Aduaneira ndash caracteriza-se pela ausecircncia de barreiras ao comeacutercio entre

paiacuteses-membros pressupotildee uma poliacutetica comercial comum em relaccedilatildeo a paiacuteses natildeo-membros e a

adoccedilatildeo de uma Tarifa Externa Comum (TEC) A uniatildeo aduaneira pressupotildee ainda a

harmonizaccedilatildeo de instrumentos da poliacutetica comercial tais como diferentes sistemas monetaacuterios

fiscais etc que possam vir a originar problemas

d) Mercado Comum ndash consiste em uma uniatildeo aduaneira na qual os estados membros

determinam a eliminaccedilatildeo das restriccedilotildees sobre produtos bem como a livre circulaccedilatildeo dos demais

fatores produtivos como pessoas serviccedilos e capital eacute uma forma mais elevada de integraccedilatildeo

econocircmica

e) Uniatildeo Econocircmica ndash caracteriza-se pelo estabelecimento de uma autoridade

supranacional que se responsabiliza pela aplicaccedilatildeo das poliacuteticas comuns define criteacuterios e

distingue-se de um mercado comum por associar a eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees aos movimentos de

mercadorias e fatores com um certo grau de harmonizaccedilatildeo das poliacuteticas econocircmicas nacionais de

forma a abolir as discriminaccedilotildees resultantes das disparidades existentes entre essas poliacuteticas

f) Integraccedilatildeo Econocircmica Total ndash para Balassa4 essa forma de integraccedilatildeo pressupotildee a

unificaccedilatildeo das poliacuteticas monetaacuterias fiscais sociais e anticiacuteclicas e exige o estabelecimento de

uma autoridade supranacional cujas decisotildees satildeo obrigatoacuterias para os Estados-membros

g) Uniatildeo Poliacutetica ndash essa eacute uma forma de integraccedilatildeo que se caracteriza pela instituiccedilatildeo

de uma federaccedilatildeo de Estados com autoridade poliacutetica unificada ou formaccedilatildeo de Estados na qual

4 Bela Balassa op Cit p 11

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apenas as aacutereas acordadas passam a ser objeto de controle de instituiccedilotildees supranacionais Em

geral a formaccedilatildeo de uma uniatildeo poliacutetica deve envolver cooperaccedilatildeo em termos da poliacutetica externa

e de defesa5

Eacute bastante antiga a noccedilatildeo de que uma zona de livre comeacutercio e uma uniatildeo

aduaneira ajudam para o aumento do bem-estar mas foi Jacob Viner em 1950 que formulou

uma teoria dos efeitos econocircmicos de uma uniatildeo aduaneira Essa teoria eacute baseada nos efeitos da

uniatildeo aduaneira sobre os produtos Foi entatildeo que introduziu os conceitos de criaccedilatildeo de comeacutercio

e desvio de comeacutercio

Viner investigou os efeitos de uma uniatildeo aduaneira nas correntes de trocas e fez

a distribuiccedilatildeo entre o efeito de desvio de comeacutercio resultante de uma uniatildeo Outros autores

tambeacutem abordaram estes problemas poreacutem num esquema menos preciso e sem utilizar a

terminologia de Viner

A criaccedilatildeo de comeacutercio eacute o mecanismo de ampliaccedilatildeo das transaccedilotildees comerciais

entre os paiacuteses membros de uma uniatildeo aduaneira a partir da unificaccedilatildeo de preccedilos dos produtos na

regiatildeo apoacutes a queda das barreiras tarifaacuterias Entende-se por desvio de comeacutercio o mecanismo de

reduccedilatildeo de comeacutercio com paiacuteses natildeo-membros da uniatildeo aduaneira em benefiacutecio do aumento do

comeacutercio intra-regional

Os efeitos positivos sobre a produccedilatildeo resultam do desvio de compras de um

dado bem de fontes de produccedilatildeo interna de custos mais altos para outras de custos mais

5 MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000

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reduzidos localizadas em paiacuteses membros Jaacute os efeitos negativos sobre a produccedilatildeo dizem

respeito a um desvio das fontes de produccedilatildeo com custos mais baixos paiacuteses estrangeiros para

fontes de produccedilatildeo com custos mais elevados paiacuteses membros Segundo Viner os efeitos

beneacuteficos da uniatildeo aduaneira seratildeo predominantes se o aumento de comeacutercio for superior ao seu

desvio

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1 MERCOSUL E UNIAtildeO EUROPEacuteIA

11 MERCOSUL antecedentes histoacutericos

A Ameacuterica Latina vem haacute tempos buscando aumentar os laccedilos econocircmicos

entre seus paiacuteses atraveacutes da criaccedilatildeo de blocos regionais Vaacuterios foram os idealizadores da

integraccedilatildeo entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina dentre eles estaacute o presidente Getuacutelio Vargas que na

primeira metade do seacuteculo XX almejava a integraccedilatildeo das principais economias da Ameacuterica

Latina atraveacutes da formaccedilatildeo de um bloco econocircmico Inicialmente por volta da deacutecada de 30

ainda no Governo Vargas foram feitas algumas negociaccedilotildees para criar o BLOCO ABC

procurou-se formar a integraccedilatildeo dos trecircs paiacuteses mais fortes economicamente na Ameacuterica Latina

a Argentina o Brasil e o Chile Os paiacuteses sul americanos tiveram que enfrentar a resistecircncia do

governo dos EUA que natildeo via com bons olhos a imposiccedilatildeo de fronteiras econocircmicas pois

desejava continuar suprindo a Ameacuterica Latina com seus produtos industrializados e obtendo sua

mateacuteria prima

Anos mais tarde em 1948 foi criada a Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica

Latina - CEPAL subordinada ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees Unidas

representando outro importante instrumento para o desenvolvimento dos paiacuteses da Ameacuterica

Latina pois busca promover o desenvolvimento da Ameacuterica Latina estimulando a criaccedilatildeo de um

mercado comum latino americano

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O MERCOSUL considerado o mais recente esforccedilo para a integraccedilatildeo da

Ameacuterica Latina pode encontrar suas origens na criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo Latino-Americana de

Livre Comeacutercio ndash ALALC Este bloco tinha como objetivo implantar no prazo de 12 anos um

mercado comum regional por meio da formaccedilatildeo de uma zona de livre comeacutercio Criada em 1960

pelo Tratado de Montevideacuteu conhecido como TM-60 a ALALC era constituiacuteda pelos paiacuteses da

Ameacuterica do Sul excluindo-se deste grupo as Guianas e pelo Meacutexico O Tratado buscava ampliar

os mercados e alcanccedilar a liberalizaccedilatildeo do intercacircmbio eliminando as medidas protecionistas

Atraveacutes do Protocolo de Caracas a ideacuteia de criar um mercado comum em 12 anos teve seu prazo

aumentado para 1980 O objetivo era eliminar ateacute 1980 a maior quantidade imaginaacutevel de

restriccedilotildees comerciais existentes entre os integrantes do bloco

Os objetivos almejados pela ALALC natildeo foram alcanccedilados e dentre as razotildees

que levaram ao fracasso da Associaccedilatildeo encontra-se a falta de dinamismo por conta do elevado

nuacutemero de associados e suas diferenccedilas estruturais o vencimento do prazo determinado para a

obtenccedilatildeo de ecircxito do bloco entre outros motivos Durante a deacutecada de 70 a crise do petroacuteleo que

atingia a economia mundial causou uma intensa recessatildeo nos paiacuteses da Ameacuterica Latina e em

busca de uma alternativa para contornar o problema os paiacuteses latino-americanos reestruturaram a

ALALC fazendo surgir a Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo ndash ALADI criada em 1980

pelo Tratado de Montevideacuteu chamado TM-80 Ainda em vigor este Tratado compreende os

mesmos paiacuteses que compunham a ALALC Esse novo tratado requer que os paiacuteses membros

decircem continuidade ao processo de integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina colaborando para o

desenvolvimento econocircmico-social de uma forma mais equilibrada na regiatildeo Sua criaccedilatildeo

permitiu a promoccedilatildeo do aprofundamento do processo de integraccedilatildeo latino-americana e sua

finalidade eacute atingir a formaccedilatildeo de um mercado comum regional permitir o comeacutercio intra-

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regional reciacuteproco promover o comeacutercio ampliaccedilatildeo de mercados desenvolvimento equilibrado e

o estabelecimento de preferecircncias regionais O TM-80 daacute aos Estados membros grande liberdade

para formular suas poliacuteticas comerciais e ainda uma maior flexibilidade para celebrar acordos

bilaterais ou multilaterais Com a criaccedilatildeo da ALADI houve um grande avanccedilo nas relaccedilotildees

comerciais entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina isso aconteceu devido agrave essa possibilidade de

realizaccedilatildeo de acordos bilaterais e outros de alcance regional entre os membros fazendo com que

aumentasse cada vez mais o comeacutercio bilateral e intra-regional na Ameacuterica Latina

A criaccedilatildeo da ALADI ainda parece ter beneficiado o processo de integraccedilatildeo

latino-americana Ficou extinta a ldquoclaacuteusula de naccedilatildeo mais favorecida regionalrdquo anteriormente

adotada pela ALALC permitindo assim conceder preferecircncia tarifaacuteria entre alguns membros da

ALADI sem a obrigatoriedade de dar preferecircncia a todos os integrantes da Associaccedilatildeo Apesar

do esforccedilo a ALADI natildeo conseguiu atingir seu objetivo de alcanccedilar uma integraccedilatildeo regional As

vaacuterias perspectivas geradas com a criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo foram extintas devido aos

acontecimentos no cenaacuterio internacional por volta do final da deacutecada de 70 Alguns fatores

comprometeram o crescimento do comeacutercio internacional e dificultaram o acesso de paiacuteses em

desenvolvimento agraves suas fontes externas de financiamento Dentre esses fatores se encontram o

segundo choque do petroacuteleo a elevaccedilatildeo do valor das taxas de juros internacionais e a recessatildeo

das economias de paiacuteses desenvolvidos Como os paiacuteses da Ameacuterica Latina estavam com a diacutevida

externa cada vez maior e sofrendo com a alta dos juros houve entre os paiacuteses integrantes da

ALADI a praacutetica cada vez mais frequumlente do protecionismo pois cada paiacutes passava a empregar

um amplo conjunto de medidas para controlar as importaccedilotildees Poreacutem o impacto dessa poliacutetica

sobre o comeacutercio intra-regional natildeo foi considerado eficaz pois aleacutem da reduccedilatildeo das importaccedilotildees

de cada paiacutes aconteceu tambeacutem uma proporcional reduccedilatildeo das trocas comerciais entre os paiacuteses

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da proacutepria regiatildeo Haacute autores que dizem que a ALADI seguiu o mesmo modelo fracassado de

integraccedilatildeo regional que a ALALC onde o uacutenico agente eacute o Estado Isso porque o Tratado natildeo

considerava a livre circulaccedilatildeo de pessoas de empresas e de capitais privados e regionais e nem

de formas comunitaacuterias natildeo deixando espaccedilo para os verdadeiros interessados na integraccedilatildeo

regional

Mesmo a ALALC e a ALADI tendo obtido poucos resultados com relaccedilatildeo agrave

integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina ainda crescia o desejo pelo desenvolvimento de uma integraccedilatildeo

regional com destaque para o MERCOSUL que eacute considerado o processo de integraccedilatildeo regional

mais bem-sucedido da Ameacuterica Latina

12 Tratados do MERCOSUL

Eacute importante lembrar que os Estados-parte do MERCOSUL fazem parte do

GATT-OMC e suas accedilotildees devem estar adequadas ao regulamento desse acordo Isso acontece

devido agrave claacuteusula de habilitaccedilatildeo da Ronda Toacutequio que permite que os paiacuteses em

desenvolvimento natildeo apliquem o princiacutepio da naccedilatildeo mais favorecida

121 Tratado de Assunccedilatildeo

Foi assinado em 26 de marccedilo de 1991 o Tratado de Assunccedilatildeo visando agrave

constituiccedilatildeo de um mercado comum entre a Argentina o Brasil o Paraguai e o Uruguai Esse

tratado previa a liberalizaccedilatildeo comercial entre os paiacuteses-membros num periacuteodo de transiccedilatildeo ateacute

1994 Pode-se dividir a evoluccedilatildeo do MERCOSUL em dois periacuteodos o periacuteodo de transiccedilatildeo de

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1991 a 1994 e a partir do iniacutecio de 1995 a existecircncia do MERCOSUL como uma Uniatildeo

Aduaneira

Eacute um acordo-quadro que apesar de natildeo criar um mercado comum estabelece

as metas do processo de integraccedilatildeo e a forma de alcanccedilaacute-las Um dos objetivos desse tratado eacute o

estabelecimento de uma tarifa externa comum a TEC e adoccedilatildeo de uma poliacutetica comercial

comum em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses Estabelece tambeacutem as condiccedilotildees para o surgimento de um

projeto de integraccedilatildeo que define seu objetivo agrave criaccedilatildeo de um mercado comum Este tratado

registra a vontade por parte dos quatro paiacuteses integrantes de se inserir com mais forccedila no

mercado mundial

O Tratado de Assunccedilatildeo eacute um acordo que agrave medida que se necessita vem sendo

complementado por outros instrumentos adicionais negociados entre os participantes do bloco

Inicialmente determina os meios para que ateacute o fim de 1994 se chegasse a uma uniatildeo aduaneira

que eacute a fase anterior ao mercado comum Poreacutem como eacute visto o MERCOSUL hoje ainda eacute uma

uniatildeo aduaneira imperfeita pois natildeo manteacutem a Tarifa Externa Comum (TEC) prevista para os

quatro Estados-membros

O Tratado de Assunccedilatildeo ato que fundou o MERCOSUL constitui um dos

principais instrumentos do processo de integraccedilatildeo acompanhado do Protocolo de Brasiacutelia de

1991 e ainda do Protocolo de Ouro Preto de 1994

Este tratado constitui a base de todo o sistema normativo do MERCOSUL

ordena e regulamenta as relaccedilotildees existentes entre os Estados integrantes do bloco

O Tratado de Assunccedilatildeo tem como objetivo principal a constituiccedilatildeo de um

mercado comum entre seus signataacuterios o que sugere tambeacutem a livre circulaccedilatildeo de bens serviccedilos

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e fatores produtivos entre os Estados-parte eliminando as tarifas preacute-estabelecidas e as restriccedilotildees

natildeo tarifaacuterias No tratado estatildeo estabelecidos os elementos para a criaccedilatildeo de uma uniatildeo aduaneira

e por consequumlecircncia de uma poliacutetica comercial comum

De acordo com o Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE) o Tratado de

Assunccedilatildeo estabeleceu a utilizaccedilatildeo dos seguintes instrumentos para a constituiccedilatildeo do

MERCOSUL6

a) o cumprimento de um programa de liberalizaccedilatildeo comercial com reduccedilotildees tarifaacuterias

progressivas lineares e automaacuteticas acompanhadas da eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees natildeo-tarifaacuterias ou

de medidas de efeito equivalente

b) o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC) capaz de incentivar a

competitividade externa dos Estados-parte

c) a harmonizaccedilatildeo de poliacuteticas macroeconocircmicas e setoriais sempre que pertinente

O Tratado eacute sempre que necessaacuterio complementado por alguns instrumentos

adicionais acordados pelos quatro Estados-parte devido ao avanccedilo da integraccedilatildeo A intenccedilatildeo do

Tratado era de estabelecer condiccedilotildees para que se alcanccedilasse ateacute o fim de 1994 uma uniatildeo

aduaneira entre os quatro integrantes para posteriormente chegar a um mercado comum O MRE

mostra que o Tratado de Assunccedilatildeo determina alguns aspectos como7 estabelecer um programa de

liberalizaccedilatildeo comercial que consista de reduccedilotildees tarifaacuterias progressivas lineares e automaacuteticas

acompanhadas da eliminaccedilatildeo das barreiras natildeo tarifaacuterias coordenar poliacuteticas macro-econocircmicas

estabelecer uma Tarifa Externa Comum (TEC) estabelecer listas de exceccedilotildees ao programa de

6 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt

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liberalizaccedilatildeo para produtos considerados sensiacuteveis constituir um regime geral de origem e de

um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias

O Tratado de Assunccedilatildeo estabelece que o Poder Executivo de cada Estado-parte

deve manter informado seu respectivo Poder Legislativo sobre a evoluccedilatildeo do objeto deste tratado

o MERCOSUL

122 Protocolo de Brasiacutelia

Para solucionar os conflitos na esfera do MERCOSUL a forma escolhida foi a

arbitragem Portanto para cumprir determinaccedilatildeo do Tratado de Assunccedilatildeo designou-se um grupo

de trabalho que elaboraria um Sistema de Soluccedilatildeo de Controveacutersias entre os Estados-parte

Assim em dezembro de 1991 foi assinado o Protocolo de Brasiacutelia para Soluccedilatildeo de Controveacutersias

que passou a ter vigecircncia a partir de 1993

Este Protocolo no sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias tem como caracteriacutestica

ordenar que a soluccedilatildeo de controveacutersias ocorreraacute no plano diplomaacutetico por meio de negociaccedilotildees

diretas mas que possuem intervenccedilatildeo de oacutergatildeos institucionais como o Grupo Mercado Comum -

GMC- e se as dificuldades natildeo forem superadas utilizaraacute o procedimento arbitral O Protocolo

prevecirc tambeacutem poreacutem de maneira bem restrita e com normas complexas que particulares

pessoas fiacutesicas e juriacutedicas tenham acesso ao sistema com direito a reclamaccedilotildees pois o Tratado de

Assunccedilatildeo previa somente a participaccedilatildeo dos Estados-parte

7 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt

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A uacuteltima fase do Protocolo a instauraccedilatildeo de um Tribunal Arbitral proferiraacute a

decisatildeo por meio de laudos inapelaacuteveis e obrigatoacuterios para os Estados-parte na controveacutersia Essa

obrigatoriedade se daraacute a partir do recebimento da notificaccedilatildeo sobre a decisatildeo e os laudos teratildeo

forccedila de coisa julgada devendo ser cumpridos no prazo fixado pelo Tribunal Arbitral

O Protocolo de Brasiacutelia funciona como provisoacuterio fornecendo mecanismos para

a soluccedilatildeo de controveacutersias ateacute que entre em vigor o Sistema Permanente de Soluccedilotildees de

Controveacutersias Este sistema aleacutem de previsto no Tratado de Assunccedilatildeo ganhou forccedila com o

Protocolo de Ouro Preto quando diz que antes de se firmar uma Tarifa Externa Comum os

Estados-parte deveratildeo fazer uma revisatildeo do sistema atual para soluccedilatildeo de controveacutersias com o

objetivo de adotar o sistema permanente

123 Protocolo de Ouro Preto

O Protocolo de Ouro Preto ndash POP assinado em 1994 define a estrutura

institucional definitiva do MERCOSUL e firma a ideacuteia de avanccedilar na constituiccedilatildeo de um

mercado comum Este protocolo pode se adaptar a possiacuteveis circunstacircncias que se apresentem

pois por meio de uma conferecircncia diplomaacutetica sua estrutura pode ser reavaliada

O POP tem como principal atribuiccedilatildeo conferir personalidade juriacutedica ao

MERCOSUL sempre que ele tenha que se relacionar como bloco econocircmico com grupos de

paiacuteses e oacutergatildeos internacionais multilateraisO POP trouxe algumas inovaccedilotildees para a estrutura

orgacircnica do MERCOSUL com relaccedilatildeo agrave criaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos Este bloco pode contar agora

com os seguintes oacutergatildeos

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- Conselho do Mercado Comum (CMC)

- Grupo Mercado Comum (GMC)

- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)

- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)

- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)

- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)

Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de

Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte

reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a

decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o

encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver

uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc

teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado

reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante

poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de

Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de

Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares

13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu

Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem

conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo

regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos

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aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica

proacutepria

No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos

fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes

promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em

1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash

Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de

Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as

barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas

O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE

satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de

Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc

Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas

Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a

primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE

que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais

e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos

tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda

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parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila

comum (PESC)

O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs

pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica

externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria

Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais

elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo

Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma

deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para

um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de

acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE

14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia

Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros

fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e

Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda

aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez

com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-

se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios

tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a

ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses

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30

A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus

integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O

alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como

dos novos paiacuteses integrantes do bloco

ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)

Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455

milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou

preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados

pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo

15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia

As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as

importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL

8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional

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31

aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial

global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O

Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo

Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a

Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda

mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a

conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o

protecionismo adotado pela Europa

16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia

Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade

Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo

Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos

A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo

interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de

integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional

O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as

condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e

econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando

9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt

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32

a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)

Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas

regiotildees como conceitos baacutesicos

Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de

atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e

das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre

Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros

A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo

natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos

regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As

propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL

foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a

posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais

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33

2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE

Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e

Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute

de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e

Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de

envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da

Uniatildeo Europeacuteia

Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das

relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se

referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral

22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL

Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia

econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da

economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do

comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o

comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano

10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144

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Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das

exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo

Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do

Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira

Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros

paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido

com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a

Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees

Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve

um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$

45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila

comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do

MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno

crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL

passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees

Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees

brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina

23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina

Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai

para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo

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nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo

principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro

mercado comum

No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a

Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo

industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha

caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata

previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos

setoriais foram assinados bilateralmente

24 Produtos ou setores em potencial

A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila

de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees

europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-

tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral

permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a

UE

O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre

paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco

elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado

principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A

composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das

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importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do

MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e

ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu

25 Principais parceiros europeus

As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande

assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o

primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos

externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus

Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica

Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a

complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais

intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-

americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de

diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio

bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais

com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande

influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a

Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada

na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento

comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro

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3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ

RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE

31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia

O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco

pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do

MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa

Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros

comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos

comerciais na Europa

Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do

Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto

que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com

relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve

queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve

uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos

anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e

menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil

passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda

de 10 nesse investimento

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No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do

MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os

europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior

mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das

exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial

importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute

a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total

A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de

intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores

agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees

europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo

dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida

Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma

importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios

desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos

manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser

importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas

Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com

tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas

11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses

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Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta

de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as

maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados

representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros

quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo

eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos

Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II

32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil

Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco

econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a

assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos

tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL

Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de

facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo

acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram

negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL

com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados

europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia

A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais

nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que

temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as

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relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no

fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as

medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus

No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator

agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de

2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral

com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano

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CONCLUSAtildeO

As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito

tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se

aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial

implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente

conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados

Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos

data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina

individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se

com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as

partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados

A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos

causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e

Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um

desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo

com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e

falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a

formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse

fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados

que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus

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interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus

interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar

obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos

econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada

bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles

como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das

negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave

liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees

Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar

um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o

Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e

essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles

Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo

inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se

tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs

dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses

integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e

reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento

Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da

agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos

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Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor

agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta

de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses

desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil

esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor

Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do

Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC

depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia

Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a

pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade

eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os

subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre

MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas

do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos

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44

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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46

ANEXO I

Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo

(valores totais em US$ e porcentuais)

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45

Exportaccedilotildees do Brasil

2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46

2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38

Importaccedilotildees do Brasil

2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44

Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28

2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23

Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31

Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees

2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil

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47

ANEXO II

Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL

Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp

Peso do MERCOSUL

nas Importaccedilotildees

extra UE 19982000

Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL

19982000

I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361

II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399

III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112

IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423

Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386

V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207

VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130

VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92

VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341

IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374

X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259

XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152

XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139

XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120

XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140

XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176

XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157

XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151

XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206

XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67

XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301

Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183

Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA

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ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE

Totais por fator agregado

US$ F0B

Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s

A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935

2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111

Fonte

Anos de 19801992 = Banco do Brasil

Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE

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49

ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro

Uniatildeo Europeacuteia - UE

US$ F0B

E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s

A n o

US$ FOB (A)

Var

Part ()

US$ FOB (B)

Var ()

Part ()

Saldo (A-B)

Corrente Comeacutercio (A+B)

Cobertura (AB)

1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133

Obs () ()

VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil

IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final

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17

apenas as aacutereas acordadas passam a ser objeto de controle de instituiccedilotildees supranacionais Em

geral a formaccedilatildeo de uma uniatildeo poliacutetica deve envolver cooperaccedilatildeo em termos da poliacutetica externa

e de defesa5

Eacute bastante antiga a noccedilatildeo de que uma zona de livre comeacutercio e uma uniatildeo

aduaneira ajudam para o aumento do bem-estar mas foi Jacob Viner em 1950 que formulou

uma teoria dos efeitos econocircmicos de uma uniatildeo aduaneira Essa teoria eacute baseada nos efeitos da

uniatildeo aduaneira sobre os produtos Foi entatildeo que introduziu os conceitos de criaccedilatildeo de comeacutercio

e desvio de comeacutercio

Viner investigou os efeitos de uma uniatildeo aduaneira nas correntes de trocas e fez

a distribuiccedilatildeo entre o efeito de desvio de comeacutercio resultante de uma uniatildeo Outros autores

tambeacutem abordaram estes problemas poreacutem num esquema menos preciso e sem utilizar a

terminologia de Viner

A criaccedilatildeo de comeacutercio eacute o mecanismo de ampliaccedilatildeo das transaccedilotildees comerciais

entre os paiacuteses membros de uma uniatildeo aduaneira a partir da unificaccedilatildeo de preccedilos dos produtos na

regiatildeo apoacutes a queda das barreiras tarifaacuterias Entende-se por desvio de comeacutercio o mecanismo de

reduccedilatildeo de comeacutercio com paiacuteses natildeo-membros da uniatildeo aduaneira em benefiacutecio do aumento do

comeacutercio intra-regional

Os efeitos positivos sobre a produccedilatildeo resultam do desvio de compras de um

dado bem de fontes de produccedilatildeo interna de custos mais altos para outras de custos mais

5 MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000

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18

reduzidos localizadas em paiacuteses membros Jaacute os efeitos negativos sobre a produccedilatildeo dizem

respeito a um desvio das fontes de produccedilatildeo com custos mais baixos paiacuteses estrangeiros para

fontes de produccedilatildeo com custos mais elevados paiacuteses membros Segundo Viner os efeitos

beneacuteficos da uniatildeo aduaneira seratildeo predominantes se o aumento de comeacutercio for superior ao seu

desvio

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19

1 MERCOSUL E UNIAtildeO EUROPEacuteIA

11 MERCOSUL antecedentes histoacutericos

A Ameacuterica Latina vem haacute tempos buscando aumentar os laccedilos econocircmicos

entre seus paiacuteses atraveacutes da criaccedilatildeo de blocos regionais Vaacuterios foram os idealizadores da

integraccedilatildeo entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina dentre eles estaacute o presidente Getuacutelio Vargas que na

primeira metade do seacuteculo XX almejava a integraccedilatildeo das principais economias da Ameacuterica

Latina atraveacutes da formaccedilatildeo de um bloco econocircmico Inicialmente por volta da deacutecada de 30

ainda no Governo Vargas foram feitas algumas negociaccedilotildees para criar o BLOCO ABC

procurou-se formar a integraccedilatildeo dos trecircs paiacuteses mais fortes economicamente na Ameacuterica Latina

a Argentina o Brasil e o Chile Os paiacuteses sul americanos tiveram que enfrentar a resistecircncia do

governo dos EUA que natildeo via com bons olhos a imposiccedilatildeo de fronteiras econocircmicas pois

desejava continuar suprindo a Ameacuterica Latina com seus produtos industrializados e obtendo sua

mateacuteria prima

Anos mais tarde em 1948 foi criada a Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica

Latina - CEPAL subordinada ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees Unidas

representando outro importante instrumento para o desenvolvimento dos paiacuteses da Ameacuterica

Latina pois busca promover o desenvolvimento da Ameacuterica Latina estimulando a criaccedilatildeo de um

mercado comum latino americano

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20

O MERCOSUL considerado o mais recente esforccedilo para a integraccedilatildeo da

Ameacuterica Latina pode encontrar suas origens na criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo Latino-Americana de

Livre Comeacutercio ndash ALALC Este bloco tinha como objetivo implantar no prazo de 12 anos um

mercado comum regional por meio da formaccedilatildeo de uma zona de livre comeacutercio Criada em 1960

pelo Tratado de Montevideacuteu conhecido como TM-60 a ALALC era constituiacuteda pelos paiacuteses da

Ameacuterica do Sul excluindo-se deste grupo as Guianas e pelo Meacutexico O Tratado buscava ampliar

os mercados e alcanccedilar a liberalizaccedilatildeo do intercacircmbio eliminando as medidas protecionistas

Atraveacutes do Protocolo de Caracas a ideacuteia de criar um mercado comum em 12 anos teve seu prazo

aumentado para 1980 O objetivo era eliminar ateacute 1980 a maior quantidade imaginaacutevel de

restriccedilotildees comerciais existentes entre os integrantes do bloco

Os objetivos almejados pela ALALC natildeo foram alcanccedilados e dentre as razotildees

que levaram ao fracasso da Associaccedilatildeo encontra-se a falta de dinamismo por conta do elevado

nuacutemero de associados e suas diferenccedilas estruturais o vencimento do prazo determinado para a

obtenccedilatildeo de ecircxito do bloco entre outros motivos Durante a deacutecada de 70 a crise do petroacuteleo que

atingia a economia mundial causou uma intensa recessatildeo nos paiacuteses da Ameacuterica Latina e em

busca de uma alternativa para contornar o problema os paiacuteses latino-americanos reestruturaram a

ALALC fazendo surgir a Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo ndash ALADI criada em 1980

pelo Tratado de Montevideacuteu chamado TM-80 Ainda em vigor este Tratado compreende os

mesmos paiacuteses que compunham a ALALC Esse novo tratado requer que os paiacuteses membros

decircem continuidade ao processo de integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina colaborando para o

desenvolvimento econocircmico-social de uma forma mais equilibrada na regiatildeo Sua criaccedilatildeo

permitiu a promoccedilatildeo do aprofundamento do processo de integraccedilatildeo latino-americana e sua

finalidade eacute atingir a formaccedilatildeo de um mercado comum regional permitir o comeacutercio intra-

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regional reciacuteproco promover o comeacutercio ampliaccedilatildeo de mercados desenvolvimento equilibrado e

o estabelecimento de preferecircncias regionais O TM-80 daacute aos Estados membros grande liberdade

para formular suas poliacuteticas comerciais e ainda uma maior flexibilidade para celebrar acordos

bilaterais ou multilaterais Com a criaccedilatildeo da ALADI houve um grande avanccedilo nas relaccedilotildees

comerciais entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina isso aconteceu devido agrave essa possibilidade de

realizaccedilatildeo de acordos bilaterais e outros de alcance regional entre os membros fazendo com que

aumentasse cada vez mais o comeacutercio bilateral e intra-regional na Ameacuterica Latina

A criaccedilatildeo da ALADI ainda parece ter beneficiado o processo de integraccedilatildeo

latino-americana Ficou extinta a ldquoclaacuteusula de naccedilatildeo mais favorecida regionalrdquo anteriormente

adotada pela ALALC permitindo assim conceder preferecircncia tarifaacuteria entre alguns membros da

ALADI sem a obrigatoriedade de dar preferecircncia a todos os integrantes da Associaccedilatildeo Apesar

do esforccedilo a ALADI natildeo conseguiu atingir seu objetivo de alcanccedilar uma integraccedilatildeo regional As

vaacuterias perspectivas geradas com a criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo foram extintas devido aos

acontecimentos no cenaacuterio internacional por volta do final da deacutecada de 70 Alguns fatores

comprometeram o crescimento do comeacutercio internacional e dificultaram o acesso de paiacuteses em

desenvolvimento agraves suas fontes externas de financiamento Dentre esses fatores se encontram o

segundo choque do petroacuteleo a elevaccedilatildeo do valor das taxas de juros internacionais e a recessatildeo

das economias de paiacuteses desenvolvidos Como os paiacuteses da Ameacuterica Latina estavam com a diacutevida

externa cada vez maior e sofrendo com a alta dos juros houve entre os paiacuteses integrantes da

ALADI a praacutetica cada vez mais frequumlente do protecionismo pois cada paiacutes passava a empregar

um amplo conjunto de medidas para controlar as importaccedilotildees Poreacutem o impacto dessa poliacutetica

sobre o comeacutercio intra-regional natildeo foi considerado eficaz pois aleacutem da reduccedilatildeo das importaccedilotildees

de cada paiacutes aconteceu tambeacutem uma proporcional reduccedilatildeo das trocas comerciais entre os paiacuteses

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da proacutepria regiatildeo Haacute autores que dizem que a ALADI seguiu o mesmo modelo fracassado de

integraccedilatildeo regional que a ALALC onde o uacutenico agente eacute o Estado Isso porque o Tratado natildeo

considerava a livre circulaccedilatildeo de pessoas de empresas e de capitais privados e regionais e nem

de formas comunitaacuterias natildeo deixando espaccedilo para os verdadeiros interessados na integraccedilatildeo

regional

Mesmo a ALALC e a ALADI tendo obtido poucos resultados com relaccedilatildeo agrave

integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina ainda crescia o desejo pelo desenvolvimento de uma integraccedilatildeo

regional com destaque para o MERCOSUL que eacute considerado o processo de integraccedilatildeo regional

mais bem-sucedido da Ameacuterica Latina

12 Tratados do MERCOSUL

Eacute importante lembrar que os Estados-parte do MERCOSUL fazem parte do

GATT-OMC e suas accedilotildees devem estar adequadas ao regulamento desse acordo Isso acontece

devido agrave claacuteusula de habilitaccedilatildeo da Ronda Toacutequio que permite que os paiacuteses em

desenvolvimento natildeo apliquem o princiacutepio da naccedilatildeo mais favorecida

121 Tratado de Assunccedilatildeo

Foi assinado em 26 de marccedilo de 1991 o Tratado de Assunccedilatildeo visando agrave

constituiccedilatildeo de um mercado comum entre a Argentina o Brasil o Paraguai e o Uruguai Esse

tratado previa a liberalizaccedilatildeo comercial entre os paiacuteses-membros num periacuteodo de transiccedilatildeo ateacute

1994 Pode-se dividir a evoluccedilatildeo do MERCOSUL em dois periacuteodos o periacuteodo de transiccedilatildeo de

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1991 a 1994 e a partir do iniacutecio de 1995 a existecircncia do MERCOSUL como uma Uniatildeo

Aduaneira

Eacute um acordo-quadro que apesar de natildeo criar um mercado comum estabelece

as metas do processo de integraccedilatildeo e a forma de alcanccedilaacute-las Um dos objetivos desse tratado eacute o

estabelecimento de uma tarifa externa comum a TEC e adoccedilatildeo de uma poliacutetica comercial

comum em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses Estabelece tambeacutem as condiccedilotildees para o surgimento de um

projeto de integraccedilatildeo que define seu objetivo agrave criaccedilatildeo de um mercado comum Este tratado

registra a vontade por parte dos quatro paiacuteses integrantes de se inserir com mais forccedila no

mercado mundial

O Tratado de Assunccedilatildeo eacute um acordo que agrave medida que se necessita vem sendo

complementado por outros instrumentos adicionais negociados entre os participantes do bloco

Inicialmente determina os meios para que ateacute o fim de 1994 se chegasse a uma uniatildeo aduaneira

que eacute a fase anterior ao mercado comum Poreacutem como eacute visto o MERCOSUL hoje ainda eacute uma

uniatildeo aduaneira imperfeita pois natildeo manteacutem a Tarifa Externa Comum (TEC) prevista para os

quatro Estados-membros

O Tratado de Assunccedilatildeo ato que fundou o MERCOSUL constitui um dos

principais instrumentos do processo de integraccedilatildeo acompanhado do Protocolo de Brasiacutelia de

1991 e ainda do Protocolo de Ouro Preto de 1994

Este tratado constitui a base de todo o sistema normativo do MERCOSUL

ordena e regulamenta as relaccedilotildees existentes entre os Estados integrantes do bloco

O Tratado de Assunccedilatildeo tem como objetivo principal a constituiccedilatildeo de um

mercado comum entre seus signataacuterios o que sugere tambeacutem a livre circulaccedilatildeo de bens serviccedilos

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e fatores produtivos entre os Estados-parte eliminando as tarifas preacute-estabelecidas e as restriccedilotildees

natildeo tarifaacuterias No tratado estatildeo estabelecidos os elementos para a criaccedilatildeo de uma uniatildeo aduaneira

e por consequumlecircncia de uma poliacutetica comercial comum

De acordo com o Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE) o Tratado de

Assunccedilatildeo estabeleceu a utilizaccedilatildeo dos seguintes instrumentos para a constituiccedilatildeo do

MERCOSUL6

a) o cumprimento de um programa de liberalizaccedilatildeo comercial com reduccedilotildees tarifaacuterias

progressivas lineares e automaacuteticas acompanhadas da eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees natildeo-tarifaacuterias ou

de medidas de efeito equivalente

b) o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC) capaz de incentivar a

competitividade externa dos Estados-parte

c) a harmonizaccedilatildeo de poliacuteticas macroeconocircmicas e setoriais sempre que pertinente

O Tratado eacute sempre que necessaacuterio complementado por alguns instrumentos

adicionais acordados pelos quatro Estados-parte devido ao avanccedilo da integraccedilatildeo A intenccedilatildeo do

Tratado era de estabelecer condiccedilotildees para que se alcanccedilasse ateacute o fim de 1994 uma uniatildeo

aduaneira entre os quatro integrantes para posteriormente chegar a um mercado comum O MRE

mostra que o Tratado de Assunccedilatildeo determina alguns aspectos como7 estabelecer um programa de

liberalizaccedilatildeo comercial que consista de reduccedilotildees tarifaacuterias progressivas lineares e automaacuteticas

acompanhadas da eliminaccedilatildeo das barreiras natildeo tarifaacuterias coordenar poliacuteticas macro-econocircmicas

estabelecer uma Tarifa Externa Comum (TEC) estabelecer listas de exceccedilotildees ao programa de

6 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt

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liberalizaccedilatildeo para produtos considerados sensiacuteveis constituir um regime geral de origem e de

um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias

O Tratado de Assunccedilatildeo estabelece que o Poder Executivo de cada Estado-parte

deve manter informado seu respectivo Poder Legislativo sobre a evoluccedilatildeo do objeto deste tratado

o MERCOSUL

122 Protocolo de Brasiacutelia

Para solucionar os conflitos na esfera do MERCOSUL a forma escolhida foi a

arbitragem Portanto para cumprir determinaccedilatildeo do Tratado de Assunccedilatildeo designou-se um grupo

de trabalho que elaboraria um Sistema de Soluccedilatildeo de Controveacutersias entre os Estados-parte

Assim em dezembro de 1991 foi assinado o Protocolo de Brasiacutelia para Soluccedilatildeo de Controveacutersias

que passou a ter vigecircncia a partir de 1993

Este Protocolo no sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias tem como caracteriacutestica

ordenar que a soluccedilatildeo de controveacutersias ocorreraacute no plano diplomaacutetico por meio de negociaccedilotildees

diretas mas que possuem intervenccedilatildeo de oacutergatildeos institucionais como o Grupo Mercado Comum -

GMC- e se as dificuldades natildeo forem superadas utilizaraacute o procedimento arbitral O Protocolo

prevecirc tambeacutem poreacutem de maneira bem restrita e com normas complexas que particulares

pessoas fiacutesicas e juriacutedicas tenham acesso ao sistema com direito a reclamaccedilotildees pois o Tratado de

Assunccedilatildeo previa somente a participaccedilatildeo dos Estados-parte

7 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt

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A uacuteltima fase do Protocolo a instauraccedilatildeo de um Tribunal Arbitral proferiraacute a

decisatildeo por meio de laudos inapelaacuteveis e obrigatoacuterios para os Estados-parte na controveacutersia Essa

obrigatoriedade se daraacute a partir do recebimento da notificaccedilatildeo sobre a decisatildeo e os laudos teratildeo

forccedila de coisa julgada devendo ser cumpridos no prazo fixado pelo Tribunal Arbitral

O Protocolo de Brasiacutelia funciona como provisoacuterio fornecendo mecanismos para

a soluccedilatildeo de controveacutersias ateacute que entre em vigor o Sistema Permanente de Soluccedilotildees de

Controveacutersias Este sistema aleacutem de previsto no Tratado de Assunccedilatildeo ganhou forccedila com o

Protocolo de Ouro Preto quando diz que antes de se firmar uma Tarifa Externa Comum os

Estados-parte deveratildeo fazer uma revisatildeo do sistema atual para soluccedilatildeo de controveacutersias com o

objetivo de adotar o sistema permanente

123 Protocolo de Ouro Preto

O Protocolo de Ouro Preto ndash POP assinado em 1994 define a estrutura

institucional definitiva do MERCOSUL e firma a ideacuteia de avanccedilar na constituiccedilatildeo de um

mercado comum Este protocolo pode se adaptar a possiacuteveis circunstacircncias que se apresentem

pois por meio de uma conferecircncia diplomaacutetica sua estrutura pode ser reavaliada

O POP tem como principal atribuiccedilatildeo conferir personalidade juriacutedica ao

MERCOSUL sempre que ele tenha que se relacionar como bloco econocircmico com grupos de

paiacuteses e oacutergatildeos internacionais multilateraisO POP trouxe algumas inovaccedilotildees para a estrutura

orgacircnica do MERCOSUL com relaccedilatildeo agrave criaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos Este bloco pode contar agora

com os seguintes oacutergatildeos

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- Conselho do Mercado Comum (CMC)

- Grupo Mercado Comum (GMC)

- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)

- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)

- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)

- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)

Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de

Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte

reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a

decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o

encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver

uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc

teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado

reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante

poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de

Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de

Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares

13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu

Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem

conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo

regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos

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aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica

proacutepria

No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos

fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes

promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em

1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash

Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de

Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as

barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas

O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE

satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de

Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc

Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas

Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a

primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE

que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais

e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos

tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda

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parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila

comum (PESC)

O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs

pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica

externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria

Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais

elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo

Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma

deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para

um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de

acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE

14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia

Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros

fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e

Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda

aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez

com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-

se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios

tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a

ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses

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A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus

integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O

alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como

dos novos paiacuteses integrantes do bloco

ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)

Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455

milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou

preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados

pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo

15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia

As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as

importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL

8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional

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aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial

global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O

Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo

Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a

Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda

mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a

conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o

protecionismo adotado pela Europa

16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia

Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade

Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo

Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos

A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo

interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de

integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional

O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as

condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e

econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando

9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt

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a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)

Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas

regiotildees como conceitos baacutesicos

Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de

atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e

das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre

Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros

A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo

natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos

regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As

propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL

foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a

posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais

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2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE

Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e

Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute

de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e

Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de

envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da

Uniatildeo Europeacuteia

Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das

relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se

referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral

22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL

Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia

econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da

economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do

comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o

comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano

10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144

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Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das

exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo

Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do

Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira

Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros

paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido

com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a

Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees

Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve

um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$

45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila

comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do

MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno

crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL

passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees

Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees

brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina

23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina

Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai

para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo

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nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo

principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro

mercado comum

No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a

Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo

industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha

caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata

previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos

setoriais foram assinados bilateralmente

24 Produtos ou setores em potencial

A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila

de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees

europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-

tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral

permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a

UE

O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre

paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco

elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado

principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A

composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das

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importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do

MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e

ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu

25 Principais parceiros europeus

As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande

assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o

primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos

externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus

Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica

Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a

complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais

intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-

americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de

diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio

bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais

com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande

influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a

Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada

na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento

comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro

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37

3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ

RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE

31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia

O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco

pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do

MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa

Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros

comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos

comerciais na Europa

Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do

Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto

que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com

relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve

queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve

uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos

anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e

menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil

passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda

de 10 nesse investimento

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38

No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do

MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os

europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior

mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das

exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial

importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute

a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total

A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de

intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores

agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees

europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo

dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida

Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma

importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios

desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos

manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser

importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas

Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com

tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas

11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses

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39

Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta

de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as

maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados

representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros

quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo

eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos

Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II

32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil

Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco

econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a

assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos

tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL

Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de

facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo

acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram

negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL

com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados

europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia

A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais

nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que

temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as

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40

relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no

fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as

medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus

No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator

agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de

2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral

com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano

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41

CONCLUSAtildeO

As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito

tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se

aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial

implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente

conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados

Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos

data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina

individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se

com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as

partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados

A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos

causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e

Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um

desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo

com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e

falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a

formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse

fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados

que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus

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42

interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus

interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar

obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos

econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada

bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles

como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das

negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave

liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees

Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar

um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o

Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e

essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles

Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo

inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se

tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs

dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses

integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e

reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento

Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da

agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos

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43

Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor

agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta

de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses

desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil

esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor

Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do

Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC

depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia

Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a

pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade

eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os

subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre

MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas

do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos

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44

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992

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ANEXO I

Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo

(valores totais em US$ e porcentuais)

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45

Exportaccedilotildees do Brasil

2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46

2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38

Importaccedilotildees do Brasil

2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44

Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28

2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23

Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31

Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees

2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil

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ANEXO II

Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL

Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp

Peso do MERCOSUL

nas Importaccedilotildees

extra UE 19982000

Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL

19982000

I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361

II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399

III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112

IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423

Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386

V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207

VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130

VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92

VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341

IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374

X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259

XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152

XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139

XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120

XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140

XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176

XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157

XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151

XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206

XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67

XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301

Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183

Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA

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ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE

Totais por fator agregado

US$ F0B

Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s

A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935

2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111

Fonte

Anos de 19801992 = Banco do Brasil

Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE

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49

ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro

Uniatildeo Europeacuteia - UE

US$ F0B

E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s

A n o

US$ FOB (A)

Var

Part ()

US$ FOB (B)

Var ()

Part ()

Saldo (A-B)

Corrente Comeacutercio (A+B)

Cobertura (AB)

1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133

Obs () ()

VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil

IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final

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18

reduzidos localizadas em paiacuteses membros Jaacute os efeitos negativos sobre a produccedilatildeo dizem

respeito a um desvio das fontes de produccedilatildeo com custos mais baixos paiacuteses estrangeiros para

fontes de produccedilatildeo com custos mais elevados paiacuteses membros Segundo Viner os efeitos

beneacuteficos da uniatildeo aduaneira seratildeo predominantes se o aumento de comeacutercio for superior ao seu

desvio

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19

1 MERCOSUL E UNIAtildeO EUROPEacuteIA

11 MERCOSUL antecedentes histoacutericos

A Ameacuterica Latina vem haacute tempos buscando aumentar os laccedilos econocircmicos

entre seus paiacuteses atraveacutes da criaccedilatildeo de blocos regionais Vaacuterios foram os idealizadores da

integraccedilatildeo entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina dentre eles estaacute o presidente Getuacutelio Vargas que na

primeira metade do seacuteculo XX almejava a integraccedilatildeo das principais economias da Ameacuterica

Latina atraveacutes da formaccedilatildeo de um bloco econocircmico Inicialmente por volta da deacutecada de 30

ainda no Governo Vargas foram feitas algumas negociaccedilotildees para criar o BLOCO ABC

procurou-se formar a integraccedilatildeo dos trecircs paiacuteses mais fortes economicamente na Ameacuterica Latina

a Argentina o Brasil e o Chile Os paiacuteses sul americanos tiveram que enfrentar a resistecircncia do

governo dos EUA que natildeo via com bons olhos a imposiccedilatildeo de fronteiras econocircmicas pois

desejava continuar suprindo a Ameacuterica Latina com seus produtos industrializados e obtendo sua

mateacuteria prima

Anos mais tarde em 1948 foi criada a Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica

Latina - CEPAL subordinada ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees Unidas

representando outro importante instrumento para o desenvolvimento dos paiacuteses da Ameacuterica

Latina pois busca promover o desenvolvimento da Ameacuterica Latina estimulando a criaccedilatildeo de um

mercado comum latino americano

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20

O MERCOSUL considerado o mais recente esforccedilo para a integraccedilatildeo da

Ameacuterica Latina pode encontrar suas origens na criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo Latino-Americana de

Livre Comeacutercio ndash ALALC Este bloco tinha como objetivo implantar no prazo de 12 anos um

mercado comum regional por meio da formaccedilatildeo de uma zona de livre comeacutercio Criada em 1960

pelo Tratado de Montevideacuteu conhecido como TM-60 a ALALC era constituiacuteda pelos paiacuteses da

Ameacuterica do Sul excluindo-se deste grupo as Guianas e pelo Meacutexico O Tratado buscava ampliar

os mercados e alcanccedilar a liberalizaccedilatildeo do intercacircmbio eliminando as medidas protecionistas

Atraveacutes do Protocolo de Caracas a ideacuteia de criar um mercado comum em 12 anos teve seu prazo

aumentado para 1980 O objetivo era eliminar ateacute 1980 a maior quantidade imaginaacutevel de

restriccedilotildees comerciais existentes entre os integrantes do bloco

Os objetivos almejados pela ALALC natildeo foram alcanccedilados e dentre as razotildees

que levaram ao fracasso da Associaccedilatildeo encontra-se a falta de dinamismo por conta do elevado

nuacutemero de associados e suas diferenccedilas estruturais o vencimento do prazo determinado para a

obtenccedilatildeo de ecircxito do bloco entre outros motivos Durante a deacutecada de 70 a crise do petroacuteleo que

atingia a economia mundial causou uma intensa recessatildeo nos paiacuteses da Ameacuterica Latina e em

busca de uma alternativa para contornar o problema os paiacuteses latino-americanos reestruturaram a

ALALC fazendo surgir a Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo ndash ALADI criada em 1980

pelo Tratado de Montevideacuteu chamado TM-80 Ainda em vigor este Tratado compreende os

mesmos paiacuteses que compunham a ALALC Esse novo tratado requer que os paiacuteses membros

decircem continuidade ao processo de integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina colaborando para o

desenvolvimento econocircmico-social de uma forma mais equilibrada na regiatildeo Sua criaccedilatildeo

permitiu a promoccedilatildeo do aprofundamento do processo de integraccedilatildeo latino-americana e sua

finalidade eacute atingir a formaccedilatildeo de um mercado comum regional permitir o comeacutercio intra-

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regional reciacuteproco promover o comeacutercio ampliaccedilatildeo de mercados desenvolvimento equilibrado e

o estabelecimento de preferecircncias regionais O TM-80 daacute aos Estados membros grande liberdade

para formular suas poliacuteticas comerciais e ainda uma maior flexibilidade para celebrar acordos

bilaterais ou multilaterais Com a criaccedilatildeo da ALADI houve um grande avanccedilo nas relaccedilotildees

comerciais entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina isso aconteceu devido agrave essa possibilidade de

realizaccedilatildeo de acordos bilaterais e outros de alcance regional entre os membros fazendo com que

aumentasse cada vez mais o comeacutercio bilateral e intra-regional na Ameacuterica Latina

A criaccedilatildeo da ALADI ainda parece ter beneficiado o processo de integraccedilatildeo

latino-americana Ficou extinta a ldquoclaacuteusula de naccedilatildeo mais favorecida regionalrdquo anteriormente

adotada pela ALALC permitindo assim conceder preferecircncia tarifaacuteria entre alguns membros da

ALADI sem a obrigatoriedade de dar preferecircncia a todos os integrantes da Associaccedilatildeo Apesar

do esforccedilo a ALADI natildeo conseguiu atingir seu objetivo de alcanccedilar uma integraccedilatildeo regional As

vaacuterias perspectivas geradas com a criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo foram extintas devido aos

acontecimentos no cenaacuterio internacional por volta do final da deacutecada de 70 Alguns fatores

comprometeram o crescimento do comeacutercio internacional e dificultaram o acesso de paiacuteses em

desenvolvimento agraves suas fontes externas de financiamento Dentre esses fatores se encontram o

segundo choque do petroacuteleo a elevaccedilatildeo do valor das taxas de juros internacionais e a recessatildeo

das economias de paiacuteses desenvolvidos Como os paiacuteses da Ameacuterica Latina estavam com a diacutevida

externa cada vez maior e sofrendo com a alta dos juros houve entre os paiacuteses integrantes da

ALADI a praacutetica cada vez mais frequumlente do protecionismo pois cada paiacutes passava a empregar

um amplo conjunto de medidas para controlar as importaccedilotildees Poreacutem o impacto dessa poliacutetica

sobre o comeacutercio intra-regional natildeo foi considerado eficaz pois aleacutem da reduccedilatildeo das importaccedilotildees

de cada paiacutes aconteceu tambeacutem uma proporcional reduccedilatildeo das trocas comerciais entre os paiacuteses

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da proacutepria regiatildeo Haacute autores que dizem que a ALADI seguiu o mesmo modelo fracassado de

integraccedilatildeo regional que a ALALC onde o uacutenico agente eacute o Estado Isso porque o Tratado natildeo

considerava a livre circulaccedilatildeo de pessoas de empresas e de capitais privados e regionais e nem

de formas comunitaacuterias natildeo deixando espaccedilo para os verdadeiros interessados na integraccedilatildeo

regional

Mesmo a ALALC e a ALADI tendo obtido poucos resultados com relaccedilatildeo agrave

integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina ainda crescia o desejo pelo desenvolvimento de uma integraccedilatildeo

regional com destaque para o MERCOSUL que eacute considerado o processo de integraccedilatildeo regional

mais bem-sucedido da Ameacuterica Latina

12 Tratados do MERCOSUL

Eacute importante lembrar que os Estados-parte do MERCOSUL fazem parte do

GATT-OMC e suas accedilotildees devem estar adequadas ao regulamento desse acordo Isso acontece

devido agrave claacuteusula de habilitaccedilatildeo da Ronda Toacutequio que permite que os paiacuteses em

desenvolvimento natildeo apliquem o princiacutepio da naccedilatildeo mais favorecida

121 Tratado de Assunccedilatildeo

Foi assinado em 26 de marccedilo de 1991 o Tratado de Assunccedilatildeo visando agrave

constituiccedilatildeo de um mercado comum entre a Argentina o Brasil o Paraguai e o Uruguai Esse

tratado previa a liberalizaccedilatildeo comercial entre os paiacuteses-membros num periacuteodo de transiccedilatildeo ateacute

1994 Pode-se dividir a evoluccedilatildeo do MERCOSUL em dois periacuteodos o periacuteodo de transiccedilatildeo de

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23

1991 a 1994 e a partir do iniacutecio de 1995 a existecircncia do MERCOSUL como uma Uniatildeo

Aduaneira

Eacute um acordo-quadro que apesar de natildeo criar um mercado comum estabelece

as metas do processo de integraccedilatildeo e a forma de alcanccedilaacute-las Um dos objetivos desse tratado eacute o

estabelecimento de uma tarifa externa comum a TEC e adoccedilatildeo de uma poliacutetica comercial

comum em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses Estabelece tambeacutem as condiccedilotildees para o surgimento de um

projeto de integraccedilatildeo que define seu objetivo agrave criaccedilatildeo de um mercado comum Este tratado

registra a vontade por parte dos quatro paiacuteses integrantes de se inserir com mais forccedila no

mercado mundial

O Tratado de Assunccedilatildeo eacute um acordo que agrave medida que se necessita vem sendo

complementado por outros instrumentos adicionais negociados entre os participantes do bloco

Inicialmente determina os meios para que ateacute o fim de 1994 se chegasse a uma uniatildeo aduaneira

que eacute a fase anterior ao mercado comum Poreacutem como eacute visto o MERCOSUL hoje ainda eacute uma

uniatildeo aduaneira imperfeita pois natildeo manteacutem a Tarifa Externa Comum (TEC) prevista para os

quatro Estados-membros

O Tratado de Assunccedilatildeo ato que fundou o MERCOSUL constitui um dos

principais instrumentos do processo de integraccedilatildeo acompanhado do Protocolo de Brasiacutelia de

1991 e ainda do Protocolo de Ouro Preto de 1994

Este tratado constitui a base de todo o sistema normativo do MERCOSUL

ordena e regulamenta as relaccedilotildees existentes entre os Estados integrantes do bloco

O Tratado de Assunccedilatildeo tem como objetivo principal a constituiccedilatildeo de um

mercado comum entre seus signataacuterios o que sugere tambeacutem a livre circulaccedilatildeo de bens serviccedilos

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e fatores produtivos entre os Estados-parte eliminando as tarifas preacute-estabelecidas e as restriccedilotildees

natildeo tarifaacuterias No tratado estatildeo estabelecidos os elementos para a criaccedilatildeo de uma uniatildeo aduaneira

e por consequumlecircncia de uma poliacutetica comercial comum

De acordo com o Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE) o Tratado de

Assunccedilatildeo estabeleceu a utilizaccedilatildeo dos seguintes instrumentos para a constituiccedilatildeo do

MERCOSUL6

a) o cumprimento de um programa de liberalizaccedilatildeo comercial com reduccedilotildees tarifaacuterias

progressivas lineares e automaacuteticas acompanhadas da eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees natildeo-tarifaacuterias ou

de medidas de efeito equivalente

b) o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC) capaz de incentivar a

competitividade externa dos Estados-parte

c) a harmonizaccedilatildeo de poliacuteticas macroeconocircmicas e setoriais sempre que pertinente

O Tratado eacute sempre que necessaacuterio complementado por alguns instrumentos

adicionais acordados pelos quatro Estados-parte devido ao avanccedilo da integraccedilatildeo A intenccedilatildeo do

Tratado era de estabelecer condiccedilotildees para que se alcanccedilasse ateacute o fim de 1994 uma uniatildeo

aduaneira entre os quatro integrantes para posteriormente chegar a um mercado comum O MRE

mostra que o Tratado de Assunccedilatildeo determina alguns aspectos como7 estabelecer um programa de

liberalizaccedilatildeo comercial que consista de reduccedilotildees tarifaacuterias progressivas lineares e automaacuteticas

acompanhadas da eliminaccedilatildeo das barreiras natildeo tarifaacuterias coordenar poliacuteticas macro-econocircmicas

estabelecer uma Tarifa Externa Comum (TEC) estabelecer listas de exceccedilotildees ao programa de

6 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt

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liberalizaccedilatildeo para produtos considerados sensiacuteveis constituir um regime geral de origem e de

um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias

O Tratado de Assunccedilatildeo estabelece que o Poder Executivo de cada Estado-parte

deve manter informado seu respectivo Poder Legislativo sobre a evoluccedilatildeo do objeto deste tratado

o MERCOSUL

122 Protocolo de Brasiacutelia

Para solucionar os conflitos na esfera do MERCOSUL a forma escolhida foi a

arbitragem Portanto para cumprir determinaccedilatildeo do Tratado de Assunccedilatildeo designou-se um grupo

de trabalho que elaboraria um Sistema de Soluccedilatildeo de Controveacutersias entre os Estados-parte

Assim em dezembro de 1991 foi assinado o Protocolo de Brasiacutelia para Soluccedilatildeo de Controveacutersias

que passou a ter vigecircncia a partir de 1993

Este Protocolo no sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias tem como caracteriacutestica

ordenar que a soluccedilatildeo de controveacutersias ocorreraacute no plano diplomaacutetico por meio de negociaccedilotildees

diretas mas que possuem intervenccedilatildeo de oacutergatildeos institucionais como o Grupo Mercado Comum -

GMC- e se as dificuldades natildeo forem superadas utilizaraacute o procedimento arbitral O Protocolo

prevecirc tambeacutem poreacutem de maneira bem restrita e com normas complexas que particulares

pessoas fiacutesicas e juriacutedicas tenham acesso ao sistema com direito a reclamaccedilotildees pois o Tratado de

Assunccedilatildeo previa somente a participaccedilatildeo dos Estados-parte

7 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt

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A uacuteltima fase do Protocolo a instauraccedilatildeo de um Tribunal Arbitral proferiraacute a

decisatildeo por meio de laudos inapelaacuteveis e obrigatoacuterios para os Estados-parte na controveacutersia Essa

obrigatoriedade se daraacute a partir do recebimento da notificaccedilatildeo sobre a decisatildeo e os laudos teratildeo

forccedila de coisa julgada devendo ser cumpridos no prazo fixado pelo Tribunal Arbitral

O Protocolo de Brasiacutelia funciona como provisoacuterio fornecendo mecanismos para

a soluccedilatildeo de controveacutersias ateacute que entre em vigor o Sistema Permanente de Soluccedilotildees de

Controveacutersias Este sistema aleacutem de previsto no Tratado de Assunccedilatildeo ganhou forccedila com o

Protocolo de Ouro Preto quando diz que antes de se firmar uma Tarifa Externa Comum os

Estados-parte deveratildeo fazer uma revisatildeo do sistema atual para soluccedilatildeo de controveacutersias com o

objetivo de adotar o sistema permanente

123 Protocolo de Ouro Preto

O Protocolo de Ouro Preto ndash POP assinado em 1994 define a estrutura

institucional definitiva do MERCOSUL e firma a ideacuteia de avanccedilar na constituiccedilatildeo de um

mercado comum Este protocolo pode se adaptar a possiacuteveis circunstacircncias que se apresentem

pois por meio de uma conferecircncia diplomaacutetica sua estrutura pode ser reavaliada

O POP tem como principal atribuiccedilatildeo conferir personalidade juriacutedica ao

MERCOSUL sempre que ele tenha que se relacionar como bloco econocircmico com grupos de

paiacuteses e oacutergatildeos internacionais multilateraisO POP trouxe algumas inovaccedilotildees para a estrutura

orgacircnica do MERCOSUL com relaccedilatildeo agrave criaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos Este bloco pode contar agora

com os seguintes oacutergatildeos

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- Conselho do Mercado Comum (CMC)

- Grupo Mercado Comum (GMC)

- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)

- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)

- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)

- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)

Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de

Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte

reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a

decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o

encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver

uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc

teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado

reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante

poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de

Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de

Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares

13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu

Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem

conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo

regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos

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aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica

proacutepria

No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos

fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes

promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em

1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash

Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de

Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as

barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas

O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE

satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de

Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc

Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas

Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a

primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE

que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais

e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos

tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda

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parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila

comum (PESC)

O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs

pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica

externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria

Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais

elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo

Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma

deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para

um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de

acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE

14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia

Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros

fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e

Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda

aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez

com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-

se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios

tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a

ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses

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30

A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus

integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O

alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como

dos novos paiacuteses integrantes do bloco

ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)

Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455

milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou

preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados

pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo

15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia

As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as

importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL

8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional

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31

aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial

global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O

Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo

Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a

Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda

mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a

conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o

protecionismo adotado pela Europa

16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia

Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade

Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo

Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos

A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo

interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de

integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional

O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as

condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e

econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando

9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt

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a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)

Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas

regiotildees como conceitos baacutesicos

Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de

atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e

das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre

Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros

A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo

natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos

regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As

propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL

foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a

posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais

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33

2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE

Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e

Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute

de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e

Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de

envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da

Uniatildeo Europeacuteia

Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das

relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se

referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral

22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL

Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia

econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da

economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do

comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o

comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano

10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144

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Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das

exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo

Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do

Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira

Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros

paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido

com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a

Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees

Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve

um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$

45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila

comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do

MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno

crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL

passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees

Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees

brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina

23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina

Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai

para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo

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nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo

principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro

mercado comum

No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a

Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo

industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha

caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata

previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos

setoriais foram assinados bilateralmente

24 Produtos ou setores em potencial

A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila

de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees

europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-

tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral

permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a

UE

O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre

paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco

elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado

principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A

composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das

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importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do

MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e

ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu

25 Principais parceiros europeus

As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande

assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o

primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos

externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus

Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica

Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a

complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais

intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-

americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de

diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio

bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais

com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande

influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a

Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada

na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento

comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro

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3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ

RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE

31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia

O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco

pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do

MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa

Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros

comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos

comerciais na Europa

Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do

Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto

que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com

relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve

queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve

uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos

anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e

menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil

passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda

de 10 nesse investimento

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No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do

MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os

europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior

mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das

exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial

importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute

a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total

A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de

intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores

agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees

europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo

dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida

Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma

importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios

desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos

manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser

importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas

Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com

tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas

11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses

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Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta

de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as

maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados

representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros

quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo

eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos

Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II

32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil

Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco

econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a

assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos

tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL

Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de

facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo

acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram

negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL

com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados

europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia

A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais

nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que

temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as

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relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no

fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as

medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus

No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator

agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de

2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral

com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano

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CONCLUSAtildeO

As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito

tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se

aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial

implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente

conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados

Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos

data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina

individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se

com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as

partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados

A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos

causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e

Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um

desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo

com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e

falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a

formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse

fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados

que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus

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interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus

interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar

obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos

econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada

bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles

como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das

negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave

liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees

Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar

um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o

Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e

essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles

Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo

inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se

tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs

dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses

integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e

reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento

Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da

agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos

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43

Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor

agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta

de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses

desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil

esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor

Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do

Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC

depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia

Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a

pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade

eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os

subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre

MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas

do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos

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44

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005

bull AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144

bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972

bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004

bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004

bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003

bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004

bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998

bull GLOBAL 21 Disponiacutevel em lthttpwwwglobal21combrgt Acessado em 20 de novembro de 2005

bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001

bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000

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45

bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005

bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005

bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005

bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005

bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999

bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005

bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003

bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81

bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992

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46

ANEXO I

Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo

(valores totais em US$ e porcentuais)

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45

Exportaccedilotildees do Brasil

2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46

2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38

Importaccedilotildees do Brasil

2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44

Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28

2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23

Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31

Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees

2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil

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47

ANEXO II

Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL

Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp

Peso do MERCOSUL

nas Importaccedilotildees

extra UE 19982000

Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL

19982000

I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361

II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399

III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112

IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423

Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386

V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207

VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130

VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92

VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341

IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374

X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259

XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152

XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139

XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120

XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140

XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176

XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157

XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151

XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206

XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67

XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301

Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183

Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA

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ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE

Totais por fator agregado

US$ F0B

Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s

A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935

2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111

Fonte

Anos de 19801992 = Banco do Brasil

Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE

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ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro

Uniatildeo Europeacuteia - UE

US$ F0B

E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s

A n o

US$ FOB (A)

Var

Part ()

US$ FOB (B)

Var ()

Part ()

Saldo (A-B)

Corrente Comeacutercio (A+B)

Cobertura (AB)

1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133

Obs () ()

VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil

IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final

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19

1 MERCOSUL E UNIAtildeO EUROPEacuteIA

11 MERCOSUL antecedentes histoacutericos

A Ameacuterica Latina vem haacute tempos buscando aumentar os laccedilos econocircmicos

entre seus paiacuteses atraveacutes da criaccedilatildeo de blocos regionais Vaacuterios foram os idealizadores da

integraccedilatildeo entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina dentre eles estaacute o presidente Getuacutelio Vargas que na

primeira metade do seacuteculo XX almejava a integraccedilatildeo das principais economias da Ameacuterica

Latina atraveacutes da formaccedilatildeo de um bloco econocircmico Inicialmente por volta da deacutecada de 30

ainda no Governo Vargas foram feitas algumas negociaccedilotildees para criar o BLOCO ABC

procurou-se formar a integraccedilatildeo dos trecircs paiacuteses mais fortes economicamente na Ameacuterica Latina

a Argentina o Brasil e o Chile Os paiacuteses sul americanos tiveram que enfrentar a resistecircncia do

governo dos EUA que natildeo via com bons olhos a imposiccedilatildeo de fronteiras econocircmicas pois

desejava continuar suprindo a Ameacuterica Latina com seus produtos industrializados e obtendo sua

mateacuteria prima

Anos mais tarde em 1948 foi criada a Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica

Latina - CEPAL subordinada ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees Unidas

representando outro importante instrumento para o desenvolvimento dos paiacuteses da Ameacuterica

Latina pois busca promover o desenvolvimento da Ameacuterica Latina estimulando a criaccedilatildeo de um

mercado comum latino americano

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O MERCOSUL considerado o mais recente esforccedilo para a integraccedilatildeo da

Ameacuterica Latina pode encontrar suas origens na criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo Latino-Americana de

Livre Comeacutercio ndash ALALC Este bloco tinha como objetivo implantar no prazo de 12 anos um

mercado comum regional por meio da formaccedilatildeo de uma zona de livre comeacutercio Criada em 1960

pelo Tratado de Montevideacuteu conhecido como TM-60 a ALALC era constituiacuteda pelos paiacuteses da

Ameacuterica do Sul excluindo-se deste grupo as Guianas e pelo Meacutexico O Tratado buscava ampliar

os mercados e alcanccedilar a liberalizaccedilatildeo do intercacircmbio eliminando as medidas protecionistas

Atraveacutes do Protocolo de Caracas a ideacuteia de criar um mercado comum em 12 anos teve seu prazo

aumentado para 1980 O objetivo era eliminar ateacute 1980 a maior quantidade imaginaacutevel de

restriccedilotildees comerciais existentes entre os integrantes do bloco

Os objetivos almejados pela ALALC natildeo foram alcanccedilados e dentre as razotildees

que levaram ao fracasso da Associaccedilatildeo encontra-se a falta de dinamismo por conta do elevado

nuacutemero de associados e suas diferenccedilas estruturais o vencimento do prazo determinado para a

obtenccedilatildeo de ecircxito do bloco entre outros motivos Durante a deacutecada de 70 a crise do petroacuteleo que

atingia a economia mundial causou uma intensa recessatildeo nos paiacuteses da Ameacuterica Latina e em

busca de uma alternativa para contornar o problema os paiacuteses latino-americanos reestruturaram a

ALALC fazendo surgir a Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo ndash ALADI criada em 1980

pelo Tratado de Montevideacuteu chamado TM-80 Ainda em vigor este Tratado compreende os

mesmos paiacuteses que compunham a ALALC Esse novo tratado requer que os paiacuteses membros

decircem continuidade ao processo de integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina colaborando para o

desenvolvimento econocircmico-social de uma forma mais equilibrada na regiatildeo Sua criaccedilatildeo

permitiu a promoccedilatildeo do aprofundamento do processo de integraccedilatildeo latino-americana e sua

finalidade eacute atingir a formaccedilatildeo de um mercado comum regional permitir o comeacutercio intra-

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regional reciacuteproco promover o comeacutercio ampliaccedilatildeo de mercados desenvolvimento equilibrado e

o estabelecimento de preferecircncias regionais O TM-80 daacute aos Estados membros grande liberdade

para formular suas poliacuteticas comerciais e ainda uma maior flexibilidade para celebrar acordos

bilaterais ou multilaterais Com a criaccedilatildeo da ALADI houve um grande avanccedilo nas relaccedilotildees

comerciais entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina isso aconteceu devido agrave essa possibilidade de

realizaccedilatildeo de acordos bilaterais e outros de alcance regional entre os membros fazendo com que

aumentasse cada vez mais o comeacutercio bilateral e intra-regional na Ameacuterica Latina

A criaccedilatildeo da ALADI ainda parece ter beneficiado o processo de integraccedilatildeo

latino-americana Ficou extinta a ldquoclaacuteusula de naccedilatildeo mais favorecida regionalrdquo anteriormente

adotada pela ALALC permitindo assim conceder preferecircncia tarifaacuteria entre alguns membros da

ALADI sem a obrigatoriedade de dar preferecircncia a todos os integrantes da Associaccedilatildeo Apesar

do esforccedilo a ALADI natildeo conseguiu atingir seu objetivo de alcanccedilar uma integraccedilatildeo regional As

vaacuterias perspectivas geradas com a criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo foram extintas devido aos

acontecimentos no cenaacuterio internacional por volta do final da deacutecada de 70 Alguns fatores

comprometeram o crescimento do comeacutercio internacional e dificultaram o acesso de paiacuteses em

desenvolvimento agraves suas fontes externas de financiamento Dentre esses fatores se encontram o

segundo choque do petroacuteleo a elevaccedilatildeo do valor das taxas de juros internacionais e a recessatildeo

das economias de paiacuteses desenvolvidos Como os paiacuteses da Ameacuterica Latina estavam com a diacutevida

externa cada vez maior e sofrendo com a alta dos juros houve entre os paiacuteses integrantes da

ALADI a praacutetica cada vez mais frequumlente do protecionismo pois cada paiacutes passava a empregar

um amplo conjunto de medidas para controlar as importaccedilotildees Poreacutem o impacto dessa poliacutetica

sobre o comeacutercio intra-regional natildeo foi considerado eficaz pois aleacutem da reduccedilatildeo das importaccedilotildees

de cada paiacutes aconteceu tambeacutem uma proporcional reduccedilatildeo das trocas comerciais entre os paiacuteses

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da proacutepria regiatildeo Haacute autores que dizem que a ALADI seguiu o mesmo modelo fracassado de

integraccedilatildeo regional que a ALALC onde o uacutenico agente eacute o Estado Isso porque o Tratado natildeo

considerava a livre circulaccedilatildeo de pessoas de empresas e de capitais privados e regionais e nem

de formas comunitaacuterias natildeo deixando espaccedilo para os verdadeiros interessados na integraccedilatildeo

regional

Mesmo a ALALC e a ALADI tendo obtido poucos resultados com relaccedilatildeo agrave

integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina ainda crescia o desejo pelo desenvolvimento de uma integraccedilatildeo

regional com destaque para o MERCOSUL que eacute considerado o processo de integraccedilatildeo regional

mais bem-sucedido da Ameacuterica Latina

12 Tratados do MERCOSUL

Eacute importante lembrar que os Estados-parte do MERCOSUL fazem parte do

GATT-OMC e suas accedilotildees devem estar adequadas ao regulamento desse acordo Isso acontece

devido agrave claacuteusula de habilitaccedilatildeo da Ronda Toacutequio que permite que os paiacuteses em

desenvolvimento natildeo apliquem o princiacutepio da naccedilatildeo mais favorecida

121 Tratado de Assunccedilatildeo

Foi assinado em 26 de marccedilo de 1991 o Tratado de Assunccedilatildeo visando agrave

constituiccedilatildeo de um mercado comum entre a Argentina o Brasil o Paraguai e o Uruguai Esse

tratado previa a liberalizaccedilatildeo comercial entre os paiacuteses-membros num periacuteodo de transiccedilatildeo ateacute

1994 Pode-se dividir a evoluccedilatildeo do MERCOSUL em dois periacuteodos o periacuteodo de transiccedilatildeo de

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1991 a 1994 e a partir do iniacutecio de 1995 a existecircncia do MERCOSUL como uma Uniatildeo

Aduaneira

Eacute um acordo-quadro que apesar de natildeo criar um mercado comum estabelece

as metas do processo de integraccedilatildeo e a forma de alcanccedilaacute-las Um dos objetivos desse tratado eacute o

estabelecimento de uma tarifa externa comum a TEC e adoccedilatildeo de uma poliacutetica comercial

comum em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses Estabelece tambeacutem as condiccedilotildees para o surgimento de um

projeto de integraccedilatildeo que define seu objetivo agrave criaccedilatildeo de um mercado comum Este tratado

registra a vontade por parte dos quatro paiacuteses integrantes de se inserir com mais forccedila no

mercado mundial

O Tratado de Assunccedilatildeo eacute um acordo que agrave medida que se necessita vem sendo

complementado por outros instrumentos adicionais negociados entre os participantes do bloco

Inicialmente determina os meios para que ateacute o fim de 1994 se chegasse a uma uniatildeo aduaneira

que eacute a fase anterior ao mercado comum Poreacutem como eacute visto o MERCOSUL hoje ainda eacute uma

uniatildeo aduaneira imperfeita pois natildeo manteacutem a Tarifa Externa Comum (TEC) prevista para os

quatro Estados-membros

O Tratado de Assunccedilatildeo ato que fundou o MERCOSUL constitui um dos

principais instrumentos do processo de integraccedilatildeo acompanhado do Protocolo de Brasiacutelia de

1991 e ainda do Protocolo de Ouro Preto de 1994

Este tratado constitui a base de todo o sistema normativo do MERCOSUL

ordena e regulamenta as relaccedilotildees existentes entre os Estados integrantes do bloco

O Tratado de Assunccedilatildeo tem como objetivo principal a constituiccedilatildeo de um

mercado comum entre seus signataacuterios o que sugere tambeacutem a livre circulaccedilatildeo de bens serviccedilos

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e fatores produtivos entre os Estados-parte eliminando as tarifas preacute-estabelecidas e as restriccedilotildees

natildeo tarifaacuterias No tratado estatildeo estabelecidos os elementos para a criaccedilatildeo de uma uniatildeo aduaneira

e por consequumlecircncia de uma poliacutetica comercial comum

De acordo com o Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE) o Tratado de

Assunccedilatildeo estabeleceu a utilizaccedilatildeo dos seguintes instrumentos para a constituiccedilatildeo do

MERCOSUL6

a) o cumprimento de um programa de liberalizaccedilatildeo comercial com reduccedilotildees tarifaacuterias

progressivas lineares e automaacuteticas acompanhadas da eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees natildeo-tarifaacuterias ou

de medidas de efeito equivalente

b) o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC) capaz de incentivar a

competitividade externa dos Estados-parte

c) a harmonizaccedilatildeo de poliacuteticas macroeconocircmicas e setoriais sempre que pertinente

O Tratado eacute sempre que necessaacuterio complementado por alguns instrumentos

adicionais acordados pelos quatro Estados-parte devido ao avanccedilo da integraccedilatildeo A intenccedilatildeo do

Tratado era de estabelecer condiccedilotildees para que se alcanccedilasse ateacute o fim de 1994 uma uniatildeo

aduaneira entre os quatro integrantes para posteriormente chegar a um mercado comum O MRE

mostra que o Tratado de Assunccedilatildeo determina alguns aspectos como7 estabelecer um programa de

liberalizaccedilatildeo comercial que consista de reduccedilotildees tarifaacuterias progressivas lineares e automaacuteticas

acompanhadas da eliminaccedilatildeo das barreiras natildeo tarifaacuterias coordenar poliacuteticas macro-econocircmicas

estabelecer uma Tarifa Externa Comum (TEC) estabelecer listas de exceccedilotildees ao programa de

6 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt

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liberalizaccedilatildeo para produtos considerados sensiacuteveis constituir um regime geral de origem e de

um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias

O Tratado de Assunccedilatildeo estabelece que o Poder Executivo de cada Estado-parte

deve manter informado seu respectivo Poder Legislativo sobre a evoluccedilatildeo do objeto deste tratado

o MERCOSUL

122 Protocolo de Brasiacutelia

Para solucionar os conflitos na esfera do MERCOSUL a forma escolhida foi a

arbitragem Portanto para cumprir determinaccedilatildeo do Tratado de Assunccedilatildeo designou-se um grupo

de trabalho que elaboraria um Sistema de Soluccedilatildeo de Controveacutersias entre os Estados-parte

Assim em dezembro de 1991 foi assinado o Protocolo de Brasiacutelia para Soluccedilatildeo de Controveacutersias

que passou a ter vigecircncia a partir de 1993

Este Protocolo no sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias tem como caracteriacutestica

ordenar que a soluccedilatildeo de controveacutersias ocorreraacute no plano diplomaacutetico por meio de negociaccedilotildees

diretas mas que possuem intervenccedilatildeo de oacutergatildeos institucionais como o Grupo Mercado Comum -

GMC- e se as dificuldades natildeo forem superadas utilizaraacute o procedimento arbitral O Protocolo

prevecirc tambeacutem poreacutem de maneira bem restrita e com normas complexas que particulares

pessoas fiacutesicas e juriacutedicas tenham acesso ao sistema com direito a reclamaccedilotildees pois o Tratado de

Assunccedilatildeo previa somente a participaccedilatildeo dos Estados-parte

7 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt

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A uacuteltima fase do Protocolo a instauraccedilatildeo de um Tribunal Arbitral proferiraacute a

decisatildeo por meio de laudos inapelaacuteveis e obrigatoacuterios para os Estados-parte na controveacutersia Essa

obrigatoriedade se daraacute a partir do recebimento da notificaccedilatildeo sobre a decisatildeo e os laudos teratildeo

forccedila de coisa julgada devendo ser cumpridos no prazo fixado pelo Tribunal Arbitral

O Protocolo de Brasiacutelia funciona como provisoacuterio fornecendo mecanismos para

a soluccedilatildeo de controveacutersias ateacute que entre em vigor o Sistema Permanente de Soluccedilotildees de

Controveacutersias Este sistema aleacutem de previsto no Tratado de Assunccedilatildeo ganhou forccedila com o

Protocolo de Ouro Preto quando diz que antes de se firmar uma Tarifa Externa Comum os

Estados-parte deveratildeo fazer uma revisatildeo do sistema atual para soluccedilatildeo de controveacutersias com o

objetivo de adotar o sistema permanente

123 Protocolo de Ouro Preto

O Protocolo de Ouro Preto ndash POP assinado em 1994 define a estrutura

institucional definitiva do MERCOSUL e firma a ideacuteia de avanccedilar na constituiccedilatildeo de um

mercado comum Este protocolo pode se adaptar a possiacuteveis circunstacircncias que se apresentem

pois por meio de uma conferecircncia diplomaacutetica sua estrutura pode ser reavaliada

O POP tem como principal atribuiccedilatildeo conferir personalidade juriacutedica ao

MERCOSUL sempre que ele tenha que se relacionar como bloco econocircmico com grupos de

paiacuteses e oacutergatildeos internacionais multilateraisO POP trouxe algumas inovaccedilotildees para a estrutura

orgacircnica do MERCOSUL com relaccedilatildeo agrave criaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos Este bloco pode contar agora

com os seguintes oacutergatildeos

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- Conselho do Mercado Comum (CMC)

- Grupo Mercado Comum (GMC)

- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)

- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)

- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)

- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)

Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de

Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte

reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a

decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o

encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver

uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc

teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado

reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante

poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de

Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de

Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares

13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu

Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem

conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo

regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos

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aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica

proacutepria

No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos

fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes

promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em

1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash

Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de

Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as

barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas

O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE

satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de

Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc

Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas

Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a

primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE

que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais

e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos

tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda

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parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila

comum (PESC)

O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs

pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica

externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria

Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais

elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo

Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma

deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para

um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de

acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE

14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia

Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros

fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e

Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda

aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez

com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-

se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios

tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a

ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses

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A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus

integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O

alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como

dos novos paiacuteses integrantes do bloco

ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)

Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455

milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou

preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados

pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo

15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia

As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as

importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL

8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional

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aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial

global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O

Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo

Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a

Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda

mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a

conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o

protecionismo adotado pela Europa

16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia

Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade

Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo

Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos

A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo

interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de

integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional

O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as

condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e

econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando

9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt

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a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)

Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas

regiotildees como conceitos baacutesicos

Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de

atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e

das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre

Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros

A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo

natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos

regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As

propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL

foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a

posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais

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2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE

Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e

Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute

de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e

Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de

envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da

Uniatildeo Europeacuteia

Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das

relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se

referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral

22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL

Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia

econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da

economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do

comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o

comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano

10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144

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34

Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das

exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo

Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do

Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira

Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros

paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido

com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a

Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees

Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve

um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$

45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila

comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do

MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno

crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL

passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees

Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees

brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina

23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina

Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai

para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo

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35

nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo

principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro

mercado comum

No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a

Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo

industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha

caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata

previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos

setoriais foram assinados bilateralmente

24 Produtos ou setores em potencial

A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila

de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees

europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-

tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral

permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a

UE

O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre

paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco

elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado

principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A

composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das

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importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do

MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e

ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu

25 Principais parceiros europeus

As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande

assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o

primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos

externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus

Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica

Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a

complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais

intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-

americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de

diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio

bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais

com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande

influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a

Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada

na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento

comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro

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37

3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ

RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE

31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia

O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco

pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do

MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa

Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros

comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos

comerciais na Europa

Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do

Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto

que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com

relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve

queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve

uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos

anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e

menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil

passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda

de 10 nesse investimento

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38

No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do

MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os

europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior

mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das

exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial

importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute

a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total

A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de

intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores

agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees

europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo

dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida

Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma

importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios

desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos

manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser

importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas

Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com

tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas

11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses

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39

Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta

de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as

maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados

representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros

quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo

eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos

Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II

32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil

Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco

econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a

assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos

tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL

Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de

facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo

acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram

negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL

com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados

europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia

A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais

nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que

temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as

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40

relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no

fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as

medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus

No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator

agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de

2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral

com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano

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41

CONCLUSAtildeO

As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito

tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se

aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial

implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente

conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados

Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos

data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina

individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se

com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as

partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados

A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos

causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e

Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um

desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo

com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e

falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a

formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse

fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados

que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus

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interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus

interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar

obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos

econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada

bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles

como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das

negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave

liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees

Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar

um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o

Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e

essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles

Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo

inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se

tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs

dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses

integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e

reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento

Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da

agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos

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43

Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor

agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta

de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses

desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil

esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor

Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do

Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC

depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia

Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a

pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade

eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os

subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre

MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas

do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos

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44

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992

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ANEXO I

Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo

(valores totais em US$ e porcentuais)

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45

Exportaccedilotildees do Brasil

2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46

2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38

Importaccedilotildees do Brasil

2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44

Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28

2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23

Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31

Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees

2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil

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ANEXO II

Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL

Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp

Peso do MERCOSUL

nas Importaccedilotildees

extra UE 19982000

Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL

19982000

I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361

II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399

III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112

IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423

Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386

V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207

VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130

VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92

VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341

IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374

X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259

XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152

XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139

XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120

XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140

XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176

XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157

XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151

XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206

XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67

XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301

Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183

Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA

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ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE

Totais por fator agregado

US$ F0B

Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s

A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935

2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111

Fonte

Anos de 19801992 = Banco do Brasil

Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE

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49

ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro

Uniatildeo Europeacuteia - UE

US$ F0B

E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s

A n o

US$ FOB (A)

Var

Part ()

US$ FOB (B)

Var ()

Part ()

Saldo (A-B)

Corrente Comeacutercio (A+B)

Cobertura (AB)

1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133

Obs () ()

VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil

IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final

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20

O MERCOSUL considerado o mais recente esforccedilo para a integraccedilatildeo da

Ameacuterica Latina pode encontrar suas origens na criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo Latino-Americana de

Livre Comeacutercio ndash ALALC Este bloco tinha como objetivo implantar no prazo de 12 anos um

mercado comum regional por meio da formaccedilatildeo de uma zona de livre comeacutercio Criada em 1960

pelo Tratado de Montevideacuteu conhecido como TM-60 a ALALC era constituiacuteda pelos paiacuteses da

Ameacuterica do Sul excluindo-se deste grupo as Guianas e pelo Meacutexico O Tratado buscava ampliar

os mercados e alcanccedilar a liberalizaccedilatildeo do intercacircmbio eliminando as medidas protecionistas

Atraveacutes do Protocolo de Caracas a ideacuteia de criar um mercado comum em 12 anos teve seu prazo

aumentado para 1980 O objetivo era eliminar ateacute 1980 a maior quantidade imaginaacutevel de

restriccedilotildees comerciais existentes entre os integrantes do bloco

Os objetivos almejados pela ALALC natildeo foram alcanccedilados e dentre as razotildees

que levaram ao fracasso da Associaccedilatildeo encontra-se a falta de dinamismo por conta do elevado

nuacutemero de associados e suas diferenccedilas estruturais o vencimento do prazo determinado para a

obtenccedilatildeo de ecircxito do bloco entre outros motivos Durante a deacutecada de 70 a crise do petroacuteleo que

atingia a economia mundial causou uma intensa recessatildeo nos paiacuteses da Ameacuterica Latina e em

busca de uma alternativa para contornar o problema os paiacuteses latino-americanos reestruturaram a

ALALC fazendo surgir a Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo ndash ALADI criada em 1980

pelo Tratado de Montevideacuteu chamado TM-80 Ainda em vigor este Tratado compreende os

mesmos paiacuteses que compunham a ALALC Esse novo tratado requer que os paiacuteses membros

decircem continuidade ao processo de integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina colaborando para o

desenvolvimento econocircmico-social de uma forma mais equilibrada na regiatildeo Sua criaccedilatildeo

permitiu a promoccedilatildeo do aprofundamento do processo de integraccedilatildeo latino-americana e sua

finalidade eacute atingir a formaccedilatildeo de um mercado comum regional permitir o comeacutercio intra-

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regional reciacuteproco promover o comeacutercio ampliaccedilatildeo de mercados desenvolvimento equilibrado e

o estabelecimento de preferecircncias regionais O TM-80 daacute aos Estados membros grande liberdade

para formular suas poliacuteticas comerciais e ainda uma maior flexibilidade para celebrar acordos

bilaterais ou multilaterais Com a criaccedilatildeo da ALADI houve um grande avanccedilo nas relaccedilotildees

comerciais entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina isso aconteceu devido agrave essa possibilidade de

realizaccedilatildeo de acordos bilaterais e outros de alcance regional entre os membros fazendo com que

aumentasse cada vez mais o comeacutercio bilateral e intra-regional na Ameacuterica Latina

A criaccedilatildeo da ALADI ainda parece ter beneficiado o processo de integraccedilatildeo

latino-americana Ficou extinta a ldquoclaacuteusula de naccedilatildeo mais favorecida regionalrdquo anteriormente

adotada pela ALALC permitindo assim conceder preferecircncia tarifaacuteria entre alguns membros da

ALADI sem a obrigatoriedade de dar preferecircncia a todos os integrantes da Associaccedilatildeo Apesar

do esforccedilo a ALADI natildeo conseguiu atingir seu objetivo de alcanccedilar uma integraccedilatildeo regional As

vaacuterias perspectivas geradas com a criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo foram extintas devido aos

acontecimentos no cenaacuterio internacional por volta do final da deacutecada de 70 Alguns fatores

comprometeram o crescimento do comeacutercio internacional e dificultaram o acesso de paiacuteses em

desenvolvimento agraves suas fontes externas de financiamento Dentre esses fatores se encontram o

segundo choque do petroacuteleo a elevaccedilatildeo do valor das taxas de juros internacionais e a recessatildeo

das economias de paiacuteses desenvolvidos Como os paiacuteses da Ameacuterica Latina estavam com a diacutevida

externa cada vez maior e sofrendo com a alta dos juros houve entre os paiacuteses integrantes da

ALADI a praacutetica cada vez mais frequumlente do protecionismo pois cada paiacutes passava a empregar

um amplo conjunto de medidas para controlar as importaccedilotildees Poreacutem o impacto dessa poliacutetica

sobre o comeacutercio intra-regional natildeo foi considerado eficaz pois aleacutem da reduccedilatildeo das importaccedilotildees

de cada paiacutes aconteceu tambeacutem uma proporcional reduccedilatildeo das trocas comerciais entre os paiacuteses

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da proacutepria regiatildeo Haacute autores que dizem que a ALADI seguiu o mesmo modelo fracassado de

integraccedilatildeo regional que a ALALC onde o uacutenico agente eacute o Estado Isso porque o Tratado natildeo

considerava a livre circulaccedilatildeo de pessoas de empresas e de capitais privados e regionais e nem

de formas comunitaacuterias natildeo deixando espaccedilo para os verdadeiros interessados na integraccedilatildeo

regional

Mesmo a ALALC e a ALADI tendo obtido poucos resultados com relaccedilatildeo agrave

integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina ainda crescia o desejo pelo desenvolvimento de uma integraccedilatildeo

regional com destaque para o MERCOSUL que eacute considerado o processo de integraccedilatildeo regional

mais bem-sucedido da Ameacuterica Latina

12 Tratados do MERCOSUL

Eacute importante lembrar que os Estados-parte do MERCOSUL fazem parte do

GATT-OMC e suas accedilotildees devem estar adequadas ao regulamento desse acordo Isso acontece

devido agrave claacuteusula de habilitaccedilatildeo da Ronda Toacutequio que permite que os paiacuteses em

desenvolvimento natildeo apliquem o princiacutepio da naccedilatildeo mais favorecida

121 Tratado de Assunccedilatildeo

Foi assinado em 26 de marccedilo de 1991 o Tratado de Assunccedilatildeo visando agrave

constituiccedilatildeo de um mercado comum entre a Argentina o Brasil o Paraguai e o Uruguai Esse

tratado previa a liberalizaccedilatildeo comercial entre os paiacuteses-membros num periacuteodo de transiccedilatildeo ateacute

1994 Pode-se dividir a evoluccedilatildeo do MERCOSUL em dois periacuteodos o periacuteodo de transiccedilatildeo de

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1991 a 1994 e a partir do iniacutecio de 1995 a existecircncia do MERCOSUL como uma Uniatildeo

Aduaneira

Eacute um acordo-quadro que apesar de natildeo criar um mercado comum estabelece

as metas do processo de integraccedilatildeo e a forma de alcanccedilaacute-las Um dos objetivos desse tratado eacute o

estabelecimento de uma tarifa externa comum a TEC e adoccedilatildeo de uma poliacutetica comercial

comum em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses Estabelece tambeacutem as condiccedilotildees para o surgimento de um

projeto de integraccedilatildeo que define seu objetivo agrave criaccedilatildeo de um mercado comum Este tratado

registra a vontade por parte dos quatro paiacuteses integrantes de se inserir com mais forccedila no

mercado mundial

O Tratado de Assunccedilatildeo eacute um acordo que agrave medida que se necessita vem sendo

complementado por outros instrumentos adicionais negociados entre os participantes do bloco

Inicialmente determina os meios para que ateacute o fim de 1994 se chegasse a uma uniatildeo aduaneira

que eacute a fase anterior ao mercado comum Poreacutem como eacute visto o MERCOSUL hoje ainda eacute uma

uniatildeo aduaneira imperfeita pois natildeo manteacutem a Tarifa Externa Comum (TEC) prevista para os

quatro Estados-membros

O Tratado de Assunccedilatildeo ato que fundou o MERCOSUL constitui um dos

principais instrumentos do processo de integraccedilatildeo acompanhado do Protocolo de Brasiacutelia de

1991 e ainda do Protocolo de Ouro Preto de 1994

Este tratado constitui a base de todo o sistema normativo do MERCOSUL

ordena e regulamenta as relaccedilotildees existentes entre os Estados integrantes do bloco

O Tratado de Assunccedilatildeo tem como objetivo principal a constituiccedilatildeo de um

mercado comum entre seus signataacuterios o que sugere tambeacutem a livre circulaccedilatildeo de bens serviccedilos

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e fatores produtivos entre os Estados-parte eliminando as tarifas preacute-estabelecidas e as restriccedilotildees

natildeo tarifaacuterias No tratado estatildeo estabelecidos os elementos para a criaccedilatildeo de uma uniatildeo aduaneira

e por consequumlecircncia de uma poliacutetica comercial comum

De acordo com o Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE) o Tratado de

Assunccedilatildeo estabeleceu a utilizaccedilatildeo dos seguintes instrumentos para a constituiccedilatildeo do

MERCOSUL6

a) o cumprimento de um programa de liberalizaccedilatildeo comercial com reduccedilotildees tarifaacuterias

progressivas lineares e automaacuteticas acompanhadas da eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees natildeo-tarifaacuterias ou

de medidas de efeito equivalente

b) o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC) capaz de incentivar a

competitividade externa dos Estados-parte

c) a harmonizaccedilatildeo de poliacuteticas macroeconocircmicas e setoriais sempre que pertinente

O Tratado eacute sempre que necessaacuterio complementado por alguns instrumentos

adicionais acordados pelos quatro Estados-parte devido ao avanccedilo da integraccedilatildeo A intenccedilatildeo do

Tratado era de estabelecer condiccedilotildees para que se alcanccedilasse ateacute o fim de 1994 uma uniatildeo

aduaneira entre os quatro integrantes para posteriormente chegar a um mercado comum O MRE

mostra que o Tratado de Assunccedilatildeo determina alguns aspectos como7 estabelecer um programa de

liberalizaccedilatildeo comercial que consista de reduccedilotildees tarifaacuterias progressivas lineares e automaacuteticas

acompanhadas da eliminaccedilatildeo das barreiras natildeo tarifaacuterias coordenar poliacuteticas macro-econocircmicas

estabelecer uma Tarifa Externa Comum (TEC) estabelecer listas de exceccedilotildees ao programa de

6 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt

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liberalizaccedilatildeo para produtos considerados sensiacuteveis constituir um regime geral de origem e de

um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias

O Tratado de Assunccedilatildeo estabelece que o Poder Executivo de cada Estado-parte

deve manter informado seu respectivo Poder Legislativo sobre a evoluccedilatildeo do objeto deste tratado

o MERCOSUL

122 Protocolo de Brasiacutelia

Para solucionar os conflitos na esfera do MERCOSUL a forma escolhida foi a

arbitragem Portanto para cumprir determinaccedilatildeo do Tratado de Assunccedilatildeo designou-se um grupo

de trabalho que elaboraria um Sistema de Soluccedilatildeo de Controveacutersias entre os Estados-parte

Assim em dezembro de 1991 foi assinado o Protocolo de Brasiacutelia para Soluccedilatildeo de Controveacutersias

que passou a ter vigecircncia a partir de 1993

Este Protocolo no sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias tem como caracteriacutestica

ordenar que a soluccedilatildeo de controveacutersias ocorreraacute no plano diplomaacutetico por meio de negociaccedilotildees

diretas mas que possuem intervenccedilatildeo de oacutergatildeos institucionais como o Grupo Mercado Comum -

GMC- e se as dificuldades natildeo forem superadas utilizaraacute o procedimento arbitral O Protocolo

prevecirc tambeacutem poreacutem de maneira bem restrita e com normas complexas que particulares

pessoas fiacutesicas e juriacutedicas tenham acesso ao sistema com direito a reclamaccedilotildees pois o Tratado de

Assunccedilatildeo previa somente a participaccedilatildeo dos Estados-parte

7 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt

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A uacuteltima fase do Protocolo a instauraccedilatildeo de um Tribunal Arbitral proferiraacute a

decisatildeo por meio de laudos inapelaacuteveis e obrigatoacuterios para os Estados-parte na controveacutersia Essa

obrigatoriedade se daraacute a partir do recebimento da notificaccedilatildeo sobre a decisatildeo e os laudos teratildeo

forccedila de coisa julgada devendo ser cumpridos no prazo fixado pelo Tribunal Arbitral

O Protocolo de Brasiacutelia funciona como provisoacuterio fornecendo mecanismos para

a soluccedilatildeo de controveacutersias ateacute que entre em vigor o Sistema Permanente de Soluccedilotildees de

Controveacutersias Este sistema aleacutem de previsto no Tratado de Assunccedilatildeo ganhou forccedila com o

Protocolo de Ouro Preto quando diz que antes de se firmar uma Tarifa Externa Comum os

Estados-parte deveratildeo fazer uma revisatildeo do sistema atual para soluccedilatildeo de controveacutersias com o

objetivo de adotar o sistema permanente

123 Protocolo de Ouro Preto

O Protocolo de Ouro Preto ndash POP assinado em 1994 define a estrutura

institucional definitiva do MERCOSUL e firma a ideacuteia de avanccedilar na constituiccedilatildeo de um

mercado comum Este protocolo pode se adaptar a possiacuteveis circunstacircncias que se apresentem

pois por meio de uma conferecircncia diplomaacutetica sua estrutura pode ser reavaliada

O POP tem como principal atribuiccedilatildeo conferir personalidade juriacutedica ao

MERCOSUL sempre que ele tenha que se relacionar como bloco econocircmico com grupos de

paiacuteses e oacutergatildeos internacionais multilateraisO POP trouxe algumas inovaccedilotildees para a estrutura

orgacircnica do MERCOSUL com relaccedilatildeo agrave criaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos Este bloco pode contar agora

com os seguintes oacutergatildeos

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- Conselho do Mercado Comum (CMC)

- Grupo Mercado Comum (GMC)

- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)

- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)

- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)

- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)

Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de

Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte

reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a

decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o

encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver

uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc

teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado

reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante

poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de

Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de

Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares

13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu

Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem

conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo

regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos

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aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica

proacutepria

No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos

fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes

promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em

1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash

Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de

Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as

barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas

O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE

satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de

Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc

Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas

Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a

primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE

que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais

e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos

tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda

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parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila

comum (PESC)

O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs

pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica

externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria

Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais

elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo

Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma

deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para

um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de

acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE

14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia

Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros

fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e

Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda

aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez

com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-

se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios

tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a

ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses

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30

A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus

integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O

alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como

dos novos paiacuteses integrantes do bloco

ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)

Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455

milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou

preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados

pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo

15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia

As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as

importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL

8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional

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aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial

global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O

Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo

Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a

Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda

mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a

conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o

protecionismo adotado pela Europa

16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia

Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade

Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo

Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos

A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo

interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de

integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional

O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as

condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e

econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando

9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt

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a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)

Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas

regiotildees como conceitos baacutesicos

Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de

atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e

das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre

Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros

A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo

natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos

regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As

propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL

foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a

posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais

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33

2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE

Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e

Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute

de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e

Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de

envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da

Uniatildeo Europeacuteia

Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das

relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se

referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral

22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL

Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia

econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da

economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do

comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o

comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano

10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144

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Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das

exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo

Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do

Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira

Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros

paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido

com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a

Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees

Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve

um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$

45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila

comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do

MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno

crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL

passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees

Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees

brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina

23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina

Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai

para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo

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nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo

principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro

mercado comum

No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a

Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo

industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha

caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata

previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos

setoriais foram assinados bilateralmente

24 Produtos ou setores em potencial

A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila

de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees

europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-

tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral

permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a

UE

O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre

paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco

elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado

principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A

composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das

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importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do

MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e

ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu

25 Principais parceiros europeus

As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande

assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o

primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos

externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus

Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica

Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a

complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais

intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-

americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de

diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio

bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais

com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande

influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a

Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada

na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento

comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro

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3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ

RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE

31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia

O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco

pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do

MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa

Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros

comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos

comerciais na Europa

Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do

Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto

que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com

relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve

queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve

uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos

anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e

menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil

passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda

de 10 nesse investimento

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No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do

MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os

europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior

mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das

exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial

importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute

a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total

A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de

intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores

agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees

europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo

dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida

Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma

importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios

desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos

manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser

importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas

Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com

tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas

11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses

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Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta

de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as

maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados

representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros

quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo

eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos

Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II

32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil

Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco

econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a

assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos

tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL

Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de

facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo

acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram

negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL

com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados

europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia

A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais

nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que

temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as

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relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no

fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as

medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus

No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator

agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de

2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral

com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano

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CONCLUSAtildeO

As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito

tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se

aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial

implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente

conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados

Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos

data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina

individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se

com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as

partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados

A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos

causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e

Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um

desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo

com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e

falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a

formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse

fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados

que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus

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interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus

interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar

obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos

econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada

bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles

como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das

negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave

liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees

Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar

um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o

Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e

essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles

Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo

inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se

tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs

dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses

integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e

reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento

Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da

agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos

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Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor

agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta

de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses

desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil

esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor

Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do

Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC

depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia

Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a

pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade

eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os

subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre

MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas

do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos

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REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004

bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004

bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003

bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004

bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998

bull GLOBAL 21 Disponiacutevel em lthttpwwwglobal21combrgt Acessado em 20 de novembro de 2005

bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001

bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000

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45

bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005

bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005

bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005

bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005

bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999

bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005

bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003

bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81

bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992

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46

ANEXO I

Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo

(valores totais em US$ e porcentuais)

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45

Exportaccedilotildees do Brasil

2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46

2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38

Importaccedilotildees do Brasil

2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44

Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28

2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23

Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31

Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees

2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil

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47

ANEXO II

Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL

Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp

Peso do MERCOSUL

nas Importaccedilotildees

extra UE 19982000

Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL

19982000

I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361

II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399

III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112

IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423

Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386

V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207

VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130

VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92

VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341

IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374

X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259

XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152

XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139

XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120

XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140

XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176

XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157

XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151

XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206

XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67

XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301

Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183

Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA

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ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE

Totais por fator agregado

US$ F0B

Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s

A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935

2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111

Fonte

Anos de 19801992 = Banco do Brasil

Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE

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49

ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro

Uniatildeo Europeacuteia - UE

US$ F0B

E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s

A n o

US$ FOB (A)

Var

Part ()

US$ FOB (B)

Var ()

Part ()

Saldo (A-B)

Corrente Comeacutercio (A+B)

Cobertura (AB)

1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133

Obs () ()

VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil

IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final

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21

regional reciacuteproco promover o comeacutercio ampliaccedilatildeo de mercados desenvolvimento equilibrado e

o estabelecimento de preferecircncias regionais O TM-80 daacute aos Estados membros grande liberdade

para formular suas poliacuteticas comerciais e ainda uma maior flexibilidade para celebrar acordos

bilaterais ou multilaterais Com a criaccedilatildeo da ALADI houve um grande avanccedilo nas relaccedilotildees

comerciais entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina isso aconteceu devido agrave essa possibilidade de

realizaccedilatildeo de acordos bilaterais e outros de alcance regional entre os membros fazendo com que

aumentasse cada vez mais o comeacutercio bilateral e intra-regional na Ameacuterica Latina

A criaccedilatildeo da ALADI ainda parece ter beneficiado o processo de integraccedilatildeo

latino-americana Ficou extinta a ldquoclaacuteusula de naccedilatildeo mais favorecida regionalrdquo anteriormente

adotada pela ALALC permitindo assim conceder preferecircncia tarifaacuteria entre alguns membros da

ALADI sem a obrigatoriedade de dar preferecircncia a todos os integrantes da Associaccedilatildeo Apesar

do esforccedilo a ALADI natildeo conseguiu atingir seu objetivo de alcanccedilar uma integraccedilatildeo regional As

vaacuterias perspectivas geradas com a criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo foram extintas devido aos

acontecimentos no cenaacuterio internacional por volta do final da deacutecada de 70 Alguns fatores

comprometeram o crescimento do comeacutercio internacional e dificultaram o acesso de paiacuteses em

desenvolvimento agraves suas fontes externas de financiamento Dentre esses fatores se encontram o

segundo choque do petroacuteleo a elevaccedilatildeo do valor das taxas de juros internacionais e a recessatildeo

das economias de paiacuteses desenvolvidos Como os paiacuteses da Ameacuterica Latina estavam com a diacutevida

externa cada vez maior e sofrendo com a alta dos juros houve entre os paiacuteses integrantes da

ALADI a praacutetica cada vez mais frequumlente do protecionismo pois cada paiacutes passava a empregar

um amplo conjunto de medidas para controlar as importaccedilotildees Poreacutem o impacto dessa poliacutetica

sobre o comeacutercio intra-regional natildeo foi considerado eficaz pois aleacutem da reduccedilatildeo das importaccedilotildees

de cada paiacutes aconteceu tambeacutem uma proporcional reduccedilatildeo das trocas comerciais entre os paiacuteses

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22

da proacutepria regiatildeo Haacute autores que dizem que a ALADI seguiu o mesmo modelo fracassado de

integraccedilatildeo regional que a ALALC onde o uacutenico agente eacute o Estado Isso porque o Tratado natildeo

considerava a livre circulaccedilatildeo de pessoas de empresas e de capitais privados e regionais e nem

de formas comunitaacuterias natildeo deixando espaccedilo para os verdadeiros interessados na integraccedilatildeo

regional

Mesmo a ALALC e a ALADI tendo obtido poucos resultados com relaccedilatildeo agrave

integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina ainda crescia o desejo pelo desenvolvimento de uma integraccedilatildeo

regional com destaque para o MERCOSUL que eacute considerado o processo de integraccedilatildeo regional

mais bem-sucedido da Ameacuterica Latina

12 Tratados do MERCOSUL

Eacute importante lembrar que os Estados-parte do MERCOSUL fazem parte do

GATT-OMC e suas accedilotildees devem estar adequadas ao regulamento desse acordo Isso acontece

devido agrave claacuteusula de habilitaccedilatildeo da Ronda Toacutequio que permite que os paiacuteses em

desenvolvimento natildeo apliquem o princiacutepio da naccedilatildeo mais favorecida

121 Tratado de Assunccedilatildeo

Foi assinado em 26 de marccedilo de 1991 o Tratado de Assunccedilatildeo visando agrave

constituiccedilatildeo de um mercado comum entre a Argentina o Brasil o Paraguai e o Uruguai Esse

tratado previa a liberalizaccedilatildeo comercial entre os paiacuteses-membros num periacuteodo de transiccedilatildeo ateacute

1994 Pode-se dividir a evoluccedilatildeo do MERCOSUL em dois periacuteodos o periacuteodo de transiccedilatildeo de

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23

1991 a 1994 e a partir do iniacutecio de 1995 a existecircncia do MERCOSUL como uma Uniatildeo

Aduaneira

Eacute um acordo-quadro que apesar de natildeo criar um mercado comum estabelece

as metas do processo de integraccedilatildeo e a forma de alcanccedilaacute-las Um dos objetivos desse tratado eacute o

estabelecimento de uma tarifa externa comum a TEC e adoccedilatildeo de uma poliacutetica comercial

comum em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses Estabelece tambeacutem as condiccedilotildees para o surgimento de um

projeto de integraccedilatildeo que define seu objetivo agrave criaccedilatildeo de um mercado comum Este tratado

registra a vontade por parte dos quatro paiacuteses integrantes de se inserir com mais forccedila no

mercado mundial

O Tratado de Assunccedilatildeo eacute um acordo que agrave medida que se necessita vem sendo

complementado por outros instrumentos adicionais negociados entre os participantes do bloco

Inicialmente determina os meios para que ateacute o fim de 1994 se chegasse a uma uniatildeo aduaneira

que eacute a fase anterior ao mercado comum Poreacutem como eacute visto o MERCOSUL hoje ainda eacute uma

uniatildeo aduaneira imperfeita pois natildeo manteacutem a Tarifa Externa Comum (TEC) prevista para os

quatro Estados-membros

O Tratado de Assunccedilatildeo ato que fundou o MERCOSUL constitui um dos

principais instrumentos do processo de integraccedilatildeo acompanhado do Protocolo de Brasiacutelia de

1991 e ainda do Protocolo de Ouro Preto de 1994

Este tratado constitui a base de todo o sistema normativo do MERCOSUL

ordena e regulamenta as relaccedilotildees existentes entre os Estados integrantes do bloco

O Tratado de Assunccedilatildeo tem como objetivo principal a constituiccedilatildeo de um

mercado comum entre seus signataacuterios o que sugere tambeacutem a livre circulaccedilatildeo de bens serviccedilos

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e fatores produtivos entre os Estados-parte eliminando as tarifas preacute-estabelecidas e as restriccedilotildees

natildeo tarifaacuterias No tratado estatildeo estabelecidos os elementos para a criaccedilatildeo de uma uniatildeo aduaneira

e por consequumlecircncia de uma poliacutetica comercial comum

De acordo com o Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE) o Tratado de

Assunccedilatildeo estabeleceu a utilizaccedilatildeo dos seguintes instrumentos para a constituiccedilatildeo do

MERCOSUL6

a) o cumprimento de um programa de liberalizaccedilatildeo comercial com reduccedilotildees tarifaacuterias

progressivas lineares e automaacuteticas acompanhadas da eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees natildeo-tarifaacuterias ou

de medidas de efeito equivalente

b) o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC) capaz de incentivar a

competitividade externa dos Estados-parte

c) a harmonizaccedilatildeo de poliacuteticas macroeconocircmicas e setoriais sempre que pertinente

O Tratado eacute sempre que necessaacuterio complementado por alguns instrumentos

adicionais acordados pelos quatro Estados-parte devido ao avanccedilo da integraccedilatildeo A intenccedilatildeo do

Tratado era de estabelecer condiccedilotildees para que se alcanccedilasse ateacute o fim de 1994 uma uniatildeo

aduaneira entre os quatro integrantes para posteriormente chegar a um mercado comum O MRE

mostra que o Tratado de Assunccedilatildeo determina alguns aspectos como7 estabelecer um programa de

liberalizaccedilatildeo comercial que consista de reduccedilotildees tarifaacuterias progressivas lineares e automaacuteticas

acompanhadas da eliminaccedilatildeo das barreiras natildeo tarifaacuterias coordenar poliacuteticas macro-econocircmicas

estabelecer uma Tarifa Externa Comum (TEC) estabelecer listas de exceccedilotildees ao programa de

6 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt

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25

liberalizaccedilatildeo para produtos considerados sensiacuteveis constituir um regime geral de origem e de

um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias

O Tratado de Assunccedilatildeo estabelece que o Poder Executivo de cada Estado-parte

deve manter informado seu respectivo Poder Legislativo sobre a evoluccedilatildeo do objeto deste tratado

o MERCOSUL

122 Protocolo de Brasiacutelia

Para solucionar os conflitos na esfera do MERCOSUL a forma escolhida foi a

arbitragem Portanto para cumprir determinaccedilatildeo do Tratado de Assunccedilatildeo designou-se um grupo

de trabalho que elaboraria um Sistema de Soluccedilatildeo de Controveacutersias entre os Estados-parte

Assim em dezembro de 1991 foi assinado o Protocolo de Brasiacutelia para Soluccedilatildeo de Controveacutersias

que passou a ter vigecircncia a partir de 1993

Este Protocolo no sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias tem como caracteriacutestica

ordenar que a soluccedilatildeo de controveacutersias ocorreraacute no plano diplomaacutetico por meio de negociaccedilotildees

diretas mas que possuem intervenccedilatildeo de oacutergatildeos institucionais como o Grupo Mercado Comum -

GMC- e se as dificuldades natildeo forem superadas utilizaraacute o procedimento arbitral O Protocolo

prevecirc tambeacutem poreacutem de maneira bem restrita e com normas complexas que particulares

pessoas fiacutesicas e juriacutedicas tenham acesso ao sistema com direito a reclamaccedilotildees pois o Tratado de

Assunccedilatildeo previa somente a participaccedilatildeo dos Estados-parte

7 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt

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A uacuteltima fase do Protocolo a instauraccedilatildeo de um Tribunal Arbitral proferiraacute a

decisatildeo por meio de laudos inapelaacuteveis e obrigatoacuterios para os Estados-parte na controveacutersia Essa

obrigatoriedade se daraacute a partir do recebimento da notificaccedilatildeo sobre a decisatildeo e os laudos teratildeo

forccedila de coisa julgada devendo ser cumpridos no prazo fixado pelo Tribunal Arbitral

O Protocolo de Brasiacutelia funciona como provisoacuterio fornecendo mecanismos para

a soluccedilatildeo de controveacutersias ateacute que entre em vigor o Sistema Permanente de Soluccedilotildees de

Controveacutersias Este sistema aleacutem de previsto no Tratado de Assunccedilatildeo ganhou forccedila com o

Protocolo de Ouro Preto quando diz que antes de se firmar uma Tarifa Externa Comum os

Estados-parte deveratildeo fazer uma revisatildeo do sistema atual para soluccedilatildeo de controveacutersias com o

objetivo de adotar o sistema permanente

123 Protocolo de Ouro Preto

O Protocolo de Ouro Preto ndash POP assinado em 1994 define a estrutura

institucional definitiva do MERCOSUL e firma a ideacuteia de avanccedilar na constituiccedilatildeo de um

mercado comum Este protocolo pode se adaptar a possiacuteveis circunstacircncias que se apresentem

pois por meio de uma conferecircncia diplomaacutetica sua estrutura pode ser reavaliada

O POP tem como principal atribuiccedilatildeo conferir personalidade juriacutedica ao

MERCOSUL sempre que ele tenha que se relacionar como bloco econocircmico com grupos de

paiacuteses e oacutergatildeos internacionais multilateraisO POP trouxe algumas inovaccedilotildees para a estrutura

orgacircnica do MERCOSUL com relaccedilatildeo agrave criaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos Este bloco pode contar agora

com os seguintes oacutergatildeos

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- Conselho do Mercado Comum (CMC)

- Grupo Mercado Comum (GMC)

- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)

- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)

- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)

- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)

Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de

Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte

reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a

decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o

encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver

uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc

teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado

reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante

poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de

Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de

Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares

13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu

Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem

conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo

regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos

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aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica

proacutepria

No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos

fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes

promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em

1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash

Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de

Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as

barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas

O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE

satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de

Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc

Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas

Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a

primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE

que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais

e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos

tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda

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parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila

comum (PESC)

O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs

pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica

externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria

Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais

elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo

Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma

deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para

um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de

acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE

14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia

Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros

fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e

Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda

aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez

com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-

se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios

tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a

ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses

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A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus

integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O

alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como

dos novos paiacuteses integrantes do bloco

ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)

Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455

milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou

preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados

pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo

15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia

As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as

importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL

8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional

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aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial

global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O

Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo

Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a

Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda

mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a

conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o

protecionismo adotado pela Europa

16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia

Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade

Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo

Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos

A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo

interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de

integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional

O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as

condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e

econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando

9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt

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a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)

Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas

regiotildees como conceitos baacutesicos

Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de

atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e

das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre

Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros

A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo

natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos

regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As

propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL

foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a

posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais

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2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE

Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e

Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute

de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e

Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de

envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da

Uniatildeo Europeacuteia

Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das

relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se

referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral

22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL

Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia

econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da

economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do

comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o

comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano

10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144

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Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das

exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo

Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do

Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira

Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros

paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido

com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a

Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees

Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve

um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$

45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila

comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do

MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno

crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL

passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees

Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees

brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina

23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina

Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai

para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo

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nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo

principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro

mercado comum

No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a

Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo

industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha

caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata

previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos

setoriais foram assinados bilateralmente

24 Produtos ou setores em potencial

A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila

de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees

europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-

tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral

permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a

UE

O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre

paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco

elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado

principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A

composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das

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importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do

MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e

ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu

25 Principais parceiros europeus

As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande

assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o

primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos

externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus

Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica

Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a

complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais

intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-

americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de

diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio

bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais

com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande

influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a

Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada

na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento

comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro

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37

3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ

RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE

31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia

O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco

pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do

MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa

Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros

comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos

comerciais na Europa

Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do

Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto

que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com

relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve

queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve

uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos

anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e

menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil

passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda

de 10 nesse investimento

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No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do

MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os

europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior

mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das

exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial

importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute

a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total

A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de

intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores

agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees

europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo

dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida

Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma

importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios

desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos

manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser

importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas

Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com

tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas

11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses

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39

Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta

de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as

maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados

representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros

quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo

eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos

Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II

32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil

Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco

econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a

assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos

tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL

Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de

facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo

acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram

negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL

com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados

europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia

A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais

nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que

temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as

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40

relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no

fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as

medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus

No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator

agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de

2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral

com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano

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41

CONCLUSAtildeO

As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito

tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se

aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial

implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente

conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados

Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos

data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina

individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se

com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as

partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados

A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos

causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e

Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um

desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo

com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e

falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a

formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse

fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados

que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus

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interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus

interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar

obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos

econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada

bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles

como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das

negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave

liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees

Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar

um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o

Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e

essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles

Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo

inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se

tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs

dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses

integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e

reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento

Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da

agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos

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Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor

agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta

de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses

desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil

esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor

Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do

Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC

depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia

Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a

pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade

eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os

subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre

MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas

do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos

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REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992

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ANEXO I

Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo

(valores totais em US$ e porcentuais)

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45

Exportaccedilotildees do Brasil

2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46

2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38

Importaccedilotildees do Brasil

2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44

Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28

2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23

Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31

Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees

2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil

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ANEXO II

Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL

Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp

Peso do MERCOSUL

nas Importaccedilotildees

extra UE 19982000

Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL

19982000

I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361

II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399

III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112

IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423

Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386

V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207

VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130

VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92

VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341

IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374

X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259

XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152

XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139

XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120

XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140

XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176

XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157

XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151

XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206

XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67

XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301

Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183

Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA

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ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE

Totais por fator agregado

US$ F0B

Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s

A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935

2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111

Fonte

Anos de 19801992 = Banco do Brasil

Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE

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49

ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro

Uniatildeo Europeacuteia - UE

US$ F0B

E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s

A n o

US$ FOB (A)

Var

Part ()

US$ FOB (B)

Var ()

Part ()

Saldo (A-B)

Corrente Comeacutercio (A+B)

Cobertura (AB)

1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133

Obs () ()

VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil

IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final

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22

da proacutepria regiatildeo Haacute autores que dizem que a ALADI seguiu o mesmo modelo fracassado de

integraccedilatildeo regional que a ALALC onde o uacutenico agente eacute o Estado Isso porque o Tratado natildeo

considerava a livre circulaccedilatildeo de pessoas de empresas e de capitais privados e regionais e nem

de formas comunitaacuterias natildeo deixando espaccedilo para os verdadeiros interessados na integraccedilatildeo

regional

Mesmo a ALALC e a ALADI tendo obtido poucos resultados com relaccedilatildeo agrave

integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina ainda crescia o desejo pelo desenvolvimento de uma integraccedilatildeo

regional com destaque para o MERCOSUL que eacute considerado o processo de integraccedilatildeo regional

mais bem-sucedido da Ameacuterica Latina

12 Tratados do MERCOSUL

Eacute importante lembrar que os Estados-parte do MERCOSUL fazem parte do

GATT-OMC e suas accedilotildees devem estar adequadas ao regulamento desse acordo Isso acontece

devido agrave claacuteusula de habilitaccedilatildeo da Ronda Toacutequio que permite que os paiacuteses em

desenvolvimento natildeo apliquem o princiacutepio da naccedilatildeo mais favorecida

121 Tratado de Assunccedilatildeo

Foi assinado em 26 de marccedilo de 1991 o Tratado de Assunccedilatildeo visando agrave

constituiccedilatildeo de um mercado comum entre a Argentina o Brasil o Paraguai e o Uruguai Esse

tratado previa a liberalizaccedilatildeo comercial entre os paiacuteses-membros num periacuteodo de transiccedilatildeo ateacute

1994 Pode-se dividir a evoluccedilatildeo do MERCOSUL em dois periacuteodos o periacuteodo de transiccedilatildeo de

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1991 a 1994 e a partir do iniacutecio de 1995 a existecircncia do MERCOSUL como uma Uniatildeo

Aduaneira

Eacute um acordo-quadro que apesar de natildeo criar um mercado comum estabelece

as metas do processo de integraccedilatildeo e a forma de alcanccedilaacute-las Um dos objetivos desse tratado eacute o

estabelecimento de uma tarifa externa comum a TEC e adoccedilatildeo de uma poliacutetica comercial

comum em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses Estabelece tambeacutem as condiccedilotildees para o surgimento de um

projeto de integraccedilatildeo que define seu objetivo agrave criaccedilatildeo de um mercado comum Este tratado

registra a vontade por parte dos quatro paiacuteses integrantes de se inserir com mais forccedila no

mercado mundial

O Tratado de Assunccedilatildeo eacute um acordo que agrave medida que se necessita vem sendo

complementado por outros instrumentos adicionais negociados entre os participantes do bloco

Inicialmente determina os meios para que ateacute o fim de 1994 se chegasse a uma uniatildeo aduaneira

que eacute a fase anterior ao mercado comum Poreacutem como eacute visto o MERCOSUL hoje ainda eacute uma

uniatildeo aduaneira imperfeita pois natildeo manteacutem a Tarifa Externa Comum (TEC) prevista para os

quatro Estados-membros

O Tratado de Assunccedilatildeo ato que fundou o MERCOSUL constitui um dos

principais instrumentos do processo de integraccedilatildeo acompanhado do Protocolo de Brasiacutelia de

1991 e ainda do Protocolo de Ouro Preto de 1994

Este tratado constitui a base de todo o sistema normativo do MERCOSUL

ordena e regulamenta as relaccedilotildees existentes entre os Estados integrantes do bloco

O Tratado de Assunccedilatildeo tem como objetivo principal a constituiccedilatildeo de um

mercado comum entre seus signataacuterios o que sugere tambeacutem a livre circulaccedilatildeo de bens serviccedilos

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e fatores produtivos entre os Estados-parte eliminando as tarifas preacute-estabelecidas e as restriccedilotildees

natildeo tarifaacuterias No tratado estatildeo estabelecidos os elementos para a criaccedilatildeo de uma uniatildeo aduaneira

e por consequumlecircncia de uma poliacutetica comercial comum

De acordo com o Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE) o Tratado de

Assunccedilatildeo estabeleceu a utilizaccedilatildeo dos seguintes instrumentos para a constituiccedilatildeo do

MERCOSUL6

a) o cumprimento de um programa de liberalizaccedilatildeo comercial com reduccedilotildees tarifaacuterias

progressivas lineares e automaacuteticas acompanhadas da eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees natildeo-tarifaacuterias ou

de medidas de efeito equivalente

b) o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC) capaz de incentivar a

competitividade externa dos Estados-parte

c) a harmonizaccedilatildeo de poliacuteticas macroeconocircmicas e setoriais sempre que pertinente

O Tratado eacute sempre que necessaacuterio complementado por alguns instrumentos

adicionais acordados pelos quatro Estados-parte devido ao avanccedilo da integraccedilatildeo A intenccedilatildeo do

Tratado era de estabelecer condiccedilotildees para que se alcanccedilasse ateacute o fim de 1994 uma uniatildeo

aduaneira entre os quatro integrantes para posteriormente chegar a um mercado comum O MRE

mostra que o Tratado de Assunccedilatildeo determina alguns aspectos como7 estabelecer um programa de

liberalizaccedilatildeo comercial que consista de reduccedilotildees tarifaacuterias progressivas lineares e automaacuteticas

acompanhadas da eliminaccedilatildeo das barreiras natildeo tarifaacuterias coordenar poliacuteticas macro-econocircmicas

estabelecer uma Tarifa Externa Comum (TEC) estabelecer listas de exceccedilotildees ao programa de

6 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt

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liberalizaccedilatildeo para produtos considerados sensiacuteveis constituir um regime geral de origem e de

um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias

O Tratado de Assunccedilatildeo estabelece que o Poder Executivo de cada Estado-parte

deve manter informado seu respectivo Poder Legislativo sobre a evoluccedilatildeo do objeto deste tratado

o MERCOSUL

122 Protocolo de Brasiacutelia

Para solucionar os conflitos na esfera do MERCOSUL a forma escolhida foi a

arbitragem Portanto para cumprir determinaccedilatildeo do Tratado de Assunccedilatildeo designou-se um grupo

de trabalho que elaboraria um Sistema de Soluccedilatildeo de Controveacutersias entre os Estados-parte

Assim em dezembro de 1991 foi assinado o Protocolo de Brasiacutelia para Soluccedilatildeo de Controveacutersias

que passou a ter vigecircncia a partir de 1993

Este Protocolo no sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias tem como caracteriacutestica

ordenar que a soluccedilatildeo de controveacutersias ocorreraacute no plano diplomaacutetico por meio de negociaccedilotildees

diretas mas que possuem intervenccedilatildeo de oacutergatildeos institucionais como o Grupo Mercado Comum -

GMC- e se as dificuldades natildeo forem superadas utilizaraacute o procedimento arbitral O Protocolo

prevecirc tambeacutem poreacutem de maneira bem restrita e com normas complexas que particulares

pessoas fiacutesicas e juriacutedicas tenham acesso ao sistema com direito a reclamaccedilotildees pois o Tratado de

Assunccedilatildeo previa somente a participaccedilatildeo dos Estados-parte

7 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt

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A uacuteltima fase do Protocolo a instauraccedilatildeo de um Tribunal Arbitral proferiraacute a

decisatildeo por meio de laudos inapelaacuteveis e obrigatoacuterios para os Estados-parte na controveacutersia Essa

obrigatoriedade se daraacute a partir do recebimento da notificaccedilatildeo sobre a decisatildeo e os laudos teratildeo

forccedila de coisa julgada devendo ser cumpridos no prazo fixado pelo Tribunal Arbitral

O Protocolo de Brasiacutelia funciona como provisoacuterio fornecendo mecanismos para

a soluccedilatildeo de controveacutersias ateacute que entre em vigor o Sistema Permanente de Soluccedilotildees de

Controveacutersias Este sistema aleacutem de previsto no Tratado de Assunccedilatildeo ganhou forccedila com o

Protocolo de Ouro Preto quando diz que antes de se firmar uma Tarifa Externa Comum os

Estados-parte deveratildeo fazer uma revisatildeo do sistema atual para soluccedilatildeo de controveacutersias com o

objetivo de adotar o sistema permanente

123 Protocolo de Ouro Preto

O Protocolo de Ouro Preto ndash POP assinado em 1994 define a estrutura

institucional definitiva do MERCOSUL e firma a ideacuteia de avanccedilar na constituiccedilatildeo de um

mercado comum Este protocolo pode se adaptar a possiacuteveis circunstacircncias que se apresentem

pois por meio de uma conferecircncia diplomaacutetica sua estrutura pode ser reavaliada

O POP tem como principal atribuiccedilatildeo conferir personalidade juriacutedica ao

MERCOSUL sempre que ele tenha que se relacionar como bloco econocircmico com grupos de

paiacuteses e oacutergatildeos internacionais multilateraisO POP trouxe algumas inovaccedilotildees para a estrutura

orgacircnica do MERCOSUL com relaccedilatildeo agrave criaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos Este bloco pode contar agora

com os seguintes oacutergatildeos

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- Conselho do Mercado Comum (CMC)

- Grupo Mercado Comum (GMC)

- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)

- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)

- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)

- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)

Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de

Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte

reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a

decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o

encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver

uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc

teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado

reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante

poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de

Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de

Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares

13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu

Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem

conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo

regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos

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aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica

proacutepria

No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos

fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes

promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em

1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash

Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de

Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as

barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas

O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE

satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de

Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc

Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas

Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a

primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE

que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais

e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos

tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda

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parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila

comum (PESC)

O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs

pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica

externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria

Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais

elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo

Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma

deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para

um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de

acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE

14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia

Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros

fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e

Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda

aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez

com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-

se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios

tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a

ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses

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30

A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus

integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O

alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como

dos novos paiacuteses integrantes do bloco

ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)

Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455

milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou

preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados

pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo

15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia

As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as

importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL

8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional

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31

aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial

global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O

Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo

Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a

Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda

mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a

conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o

protecionismo adotado pela Europa

16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia

Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade

Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo

Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos

A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo

interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de

integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional

O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as

condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e

econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando

9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt

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32

a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)

Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas

regiotildees como conceitos baacutesicos

Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de

atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e

das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre

Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros

A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo

natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos

regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As

propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL

foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a

posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais

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33

2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE

Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e

Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute

de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e

Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de

envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da

Uniatildeo Europeacuteia

Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das

relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se

referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral

22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL

Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia

econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da

economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do

comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o

comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano

10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144

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34

Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das

exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo

Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do

Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira

Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros

paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido

com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a

Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees

Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve

um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$

45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila

comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do

MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno

crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL

passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees

Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees

brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina

23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina

Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai

para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo

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35

nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo

principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro

mercado comum

No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a

Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo

industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha

caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata

previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos

setoriais foram assinados bilateralmente

24 Produtos ou setores em potencial

A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila

de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees

europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-

tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral

permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a

UE

O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre

paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco

elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado

principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A

composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das

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36

importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do

MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e

ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu

25 Principais parceiros europeus

As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande

assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o

primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos

externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus

Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica

Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a

complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais

intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-

americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de

diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio

bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais

com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande

influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a

Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada

na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento

comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro

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37

3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ

RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE

31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia

O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco

pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do

MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa

Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros

comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos

comerciais na Europa

Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do

Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto

que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com

relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve

queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve

uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos

anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e

menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil

passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda

de 10 nesse investimento

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38

No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do

MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os

europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior

mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das

exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial

importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute

a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total

A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de

intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores

agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees

europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo

dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida

Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma

importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios

desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos

manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser

importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas

Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com

tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas

11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses

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39

Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta

de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as

maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados

representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros

quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo

eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos

Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II

32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil

Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco

econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a

assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos

tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL

Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de

facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo

acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram

negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL

com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados

europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia

A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais

nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que

temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as

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40

relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no

fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as

medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus

No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator

agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de

2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral

com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano

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41

CONCLUSAtildeO

As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito

tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se

aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial

implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente

conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados

Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos

data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina

individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se

com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as

partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados

A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos

causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e

Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um

desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo

com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e

falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a

formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse

fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados

que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus

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interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus

interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar

obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos

econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada

bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles

como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das

negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave

liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees

Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar

um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o

Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e

essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles

Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo

inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se

tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs

dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses

integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e

reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento

Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da

agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos

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43

Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor

agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta

de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses

desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil

esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor

Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do

Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC

depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia

Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a

pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade

eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os

subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre

MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas

do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos

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44

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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46

ANEXO I

Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo

(valores totais em US$ e porcentuais)

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45

Exportaccedilotildees do Brasil

2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46

2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38

Importaccedilotildees do Brasil

2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44

Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28

2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23

Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31

Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees

2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil

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47

ANEXO II

Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL

Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp

Peso do MERCOSUL

nas Importaccedilotildees

extra UE 19982000

Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL

19982000

I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361

II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399

III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112

IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423

Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386

V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207

VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130

VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92

VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341

IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374

X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259

XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152

XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139

XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120

XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140

XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176

XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157

XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151

XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206

XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67

XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301

Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183

Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA

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ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE

Totais por fator agregado

US$ F0B

Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s

A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935

2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111

Fonte

Anos de 19801992 = Banco do Brasil

Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE

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49

ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro

Uniatildeo Europeacuteia - UE

US$ F0B

E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s

A n o

US$ FOB (A)

Var

Part ()

US$ FOB (B)

Var ()

Part ()

Saldo (A-B)

Corrente Comeacutercio (A+B)

Cobertura (AB)

1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133

Obs () ()

VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil

IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final

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23

1991 a 1994 e a partir do iniacutecio de 1995 a existecircncia do MERCOSUL como uma Uniatildeo

Aduaneira

Eacute um acordo-quadro que apesar de natildeo criar um mercado comum estabelece

as metas do processo de integraccedilatildeo e a forma de alcanccedilaacute-las Um dos objetivos desse tratado eacute o

estabelecimento de uma tarifa externa comum a TEC e adoccedilatildeo de uma poliacutetica comercial

comum em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses Estabelece tambeacutem as condiccedilotildees para o surgimento de um

projeto de integraccedilatildeo que define seu objetivo agrave criaccedilatildeo de um mercado comum Este tratado

registra a vontade por parte dos quatro paiacuteses integrantes de se inserir com mais forccedila no

mercado mundial

O Tratado de Assunccedilatildeo eacute um acordo que agrave medida que se necessita vem sendo

complementado por outros instrumentos adicionais negociados entre os participantes do bloco

Inicialmente determina os meios para que ateacute o fim de 1994 se chegasse a uma uniatildeo aduaneira

que eacute a fase anterior ao mercado comum Poreacutem como eacute visto o MERCOSUL hoje ainda eacute uma

uniatildeo aduaneira imperfeita pois natildeo manteacutem a Tarifa Externa Comum (TEC) prevista para os

quatro Estados-membros

O Tratado de Assunccedilatildeo ato que fundou o MERCOSUL constitui um dos

principais instrumentos do processo de integraccedilatildeo acompanhado do Protocolo de Brasiacutelia de

1991 e ainda do Protocolo de Ouro Preto de 1994

Este tratado constitui a base de todo o sistema normativo do MERCOSUL

ordena e regulamenta as relaccedilotildees existentes entre os Estados integrantes do bloco

O Tratado de Assunccedilatildeo tem como objetivo principal a constituiccedilatildeo de um

mercado comum entre seus signataacuterios o que sugere tambeacutem a livre circulaccedilatildeo de bens serviccedilos

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24

e fatores produtivos entre os Estados-parte eliminando as tarifas preacute-estabelecidas e as restriccedilotildees

natildeo tarifaacuterias No tratado estatildeo estabelecidos os elementos para a criaccedilatildeo de uma uniatildeo aduaneira

e por consequumlecircncia de uma poliacutetica comercial comum

De acordo com o Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE) o Tratado de

Assunccedilatildeo estabeleceu a utilizaccedilatildeo dos seguintes instrumentos para a constituiccedilatildeo do

MERCOSUL6

a) o cumprimento de um programa de liberalizaccedilatildeo comercial com reduccedilotildees tarifaacuterias

progressivas lineares e automaacuteticas acompanhadas da eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees natildeo-tarifaacuterias ou

de medidas de efeito equivalente

b) o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC) capaz de incentivar a

competitividade externa dos Estados-parte

c) a harmonizaccedilatildeo de poliacuteticas macroeconocircmicas e setoriais sempre que pertinente

O Tratado eacute sempre que necessaacuterio complementado por alguns instrumentos

adicionais acordados pelos quatro Estados-parte devido ao avanccedilo da integraccedilatildeo A intenccedilatildeo do

Tratado era de estabelecer condiccedilotildees para que se alcanccedilasse ateacute o fim de 1994 uma uniatildeo

aduaneira entre os quatro integrantes para posteriormente chegar a um mercado comum O MRE

mostra que o Tratado de Assunccedilatildeo determina alguns aspectos como7 estabelecer um programa de

liberalizaccedilatildeo comercial que consista de reduccedilotildees tarifaacuterias progressivas lineares e automaacuteticas

acompanhadas da eliminaccedilatildeo das barreiras natildeo tarifaacuterias coordenar poliacuteticas macro-econocircmicas

estabelecer uma Tarifa Externa Comum (TEC) estabelecer listas de exceccedilotildees ao programa de

6 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt

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25

liberalizaccedilatildeo para produtos considerados sensiacuteveis constituir um regime geral de origem e de

um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias

O Tratado de Assunccedilatildeo estabelece que o Poder Executivo de cada Estado-parte

deve manter informado seu respectivo Poder Legislativo sobre a evoluccedilatildeo do objeto deste tratado

o MERCOSUL

122 Protocolo de Brasiacutelia

Para solucionar os conflitos na esfera do MERCOSUL a forma escolhida foi a

arbitragem Portanto para cumprir determinaccedilatildeo do Tratado de Assunccedilatildeo designou-se um grupo

de trabalho que elaboraria um Sistema de Soluccedilatildeo de Controveacutersias entre os Estados-parte

Assim em dezembro de 1991 foi assinado o Protocolo de Brasiacutelia para Soluccedilatildeo de Controveacutersias

que passou a ter vigecircncia a partir de 1993

Este Protocolo no sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias tem como caracteriacutestica

ordenar que a soluccedilatildeo de controveacutersias ocorreraacute no plano diplomaacutetico por meio de negociaccedilotildees

diretas mas que possuem intervenccedilatildeo de oacutergatildeos institucionais como o Grupo Mercado Comum -

GMC- e se as dificuldades natildeo forem superadas utilizaraacute o procedimento arbitral O Protocolo

prevecirc tambeacutem poreacutem de maneira bem restrita e com normas complexas que particulares

pessoas fiacutesicas e juriacutedicas tenham acesso ao sistema com direito a reclamaccedilotildees pois o Tratado de

Assunccedilatildeo previa somente a participaccedilatildeo dos Estados-parte

7 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt

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26

A uacuteltima fase do Protocolo a instauraccedilatildeo de um Tribunal Arbitral proferiraacute a

decisatildeo por meio de laudos inapelaacuteveis e obrigatoacuterios para os Estados-parte na controveacutersia Essa

obrigatoriedade se daraacute a partir do recebimento da notificaccedilatildeo sobre a decisatildeo e os laudos teratildeo

forccedila de coisa julgada devendo ser cumpridos no prazo fixado pelo Tribunal Arbitral

O Protocolo de Brasiacutelia funciona como provisoacuterio fornecendo mecanismos para

a soluccedilatildeo de controveacutersias ateacute que entre em vigor o Sistema Permanente de Soluccedilotildees de

Controveacutersias Este sistema aleacutem de previsto no Tratado de Assunccedilatildeo ganhou forccedila com o

Protocolo de Ouro Preto quando diz que antes de se firmar uma Tarifa Externa Comum os

Estados-parte deveratildeo fazer uma revisatildeo do sistema atual para soluccedilatildeo de controveacutersias com o

objetivo de adotar o sistema permanente

123 Protocolo de Ouro Preto

O Protocolo de Ouro Preto ndash POP assinado em 1994 define a estrutura

institucional definitiva do MERCOSUL e firma a ideacuteia de avanccedilar na constituiccedilatildeo de um

mercado comum Este protocolo pode se adaptar a possiacuteveis circunstacircncias que se apresentem

pois por meio de uma conferecircncia diplomaacutetica sua estrutura pode ser reavaliada

O POP tem como principal atribuiccedilatildeo conferir personalidade juriacutedica ao

MERCOSUL sempre que ele tenha que se relacionar como bloco econocircmico com grupos de

paiacuteses e oacutergatildeos internacionais multilateraisO POP trouxe algumas inovaccedilotildees para a estrutura

orgacircnica do MERCOSUL com relaccedilatildeo agrave criaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos Este bloco pode contar agora

com os seguintes oacutergatildeos

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- Conselho do Mercado Comum (CMC)

- Grupo Mercado Comum (GMC)

- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)

- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)

- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)

- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)

Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de

Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte

reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a

decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o

encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver

uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc

teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado

reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante

poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de

Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de

Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares

13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu

Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem

conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo

regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos

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aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica

proacutepria

No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos

fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes

promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em

1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash

Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de

Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as

barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas

O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE

satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de

Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc

Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas

Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a

primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE

que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais

e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos

tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda

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parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila

comum (PESC)

O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs

pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica

externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria

Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais

elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo

Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma

deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para

um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de

acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE

14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia

Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros

fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e

Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda

aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez

com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-

se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios

tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a

ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses

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30

A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus

integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O

alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como

dos novos paiacuteses integrantes do bloco

ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)

Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455

milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou

preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados

pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo

15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia

As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as

importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL

8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional

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31

aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial

global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O

Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo

Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a

Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda

mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a

conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o

protecionismo adotado pela Europa

16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia

Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade

Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo

Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos

A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo

interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de

integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional

O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as

condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e

econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando

9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt

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32

a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)

Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas

regiotildees como conceitos baacutesicos

Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de

atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e

das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre

Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros

A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo

natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos

regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As

propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL

foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a

posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais

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33

2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE

Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e

Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute

de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e

Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de

envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da

Uniatildeo Europeacuteia

Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das

relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se

referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral

22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL

Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia

econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da

economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do

comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o

comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano

10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144

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Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das

exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo

Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do

Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira

Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros

paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido

com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a

Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees

Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve

um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$

45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila

comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do

MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno

crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL

passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees

Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees

brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina

23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina

Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai

para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo

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nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo

principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro

mercado comum

No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a

Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo

industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha

caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata

previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos

setoriais foram assinados bilateralmente

24 Produtos ou setores em potencial

A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila

de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees

europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-

tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral

permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a

UE

O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre

paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco

elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado

principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A

composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das

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importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do

MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e

ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu

25 Principais parceiros europeus

As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande

assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o

primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos

externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus

Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica

Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a

complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais

intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-

americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de

diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio

bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais

com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande

influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a

Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada

na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento

comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro

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3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ

RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE

31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia

O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco

pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do

MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa

Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros

comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos

comerciais na Europa

Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do

Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto

que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com

relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve

queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve

uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos

anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e

menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil

passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda

de 10 nesse investimento

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No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do

MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os

europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior

mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das

exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial

importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute

a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total

A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de

intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores

agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees

europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo

dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida

Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma

importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios

desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos

manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser

importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas

Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com

tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas

11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses

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Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta

de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as

maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados

representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros

quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo

eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos

Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II

32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil

Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco

econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a

assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos

tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL

Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de

facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo

acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram

negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL

com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados

europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia

A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais

nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que

temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as

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40

relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no

fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as

medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus

No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator

agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de

2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral

com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano

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CONCLUSAtildeO

As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito

tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se

aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial

implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente

conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados

Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos

data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina

individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se

com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as

partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados

A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos

causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e

Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um

desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo

com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e

falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a

formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse

fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados

que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus

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interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus

interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar

obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos

econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada

bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles

como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das

negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave

liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees

Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar

um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o

Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e

essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles

Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo

inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se

tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs

dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses

integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e

reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento

Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da

agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos

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43

Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor

agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta

de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses

desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil

esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor

Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do

Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC

depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia

Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a

pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade

eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os

subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre

MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas

do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos

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44

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005

bull AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144

bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972

bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004

bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004

bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003

bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004

bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998

bull GLOBAL 21 Disponiacutevel em lthttpwwwglobal21combrgt Acessado em 20 de novembro de 2005

bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001

bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000

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45

bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005

bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005

bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005

bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005

bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999

bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005

bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003

bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81

bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992

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46

ANEXO I

Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo

(valores totais em US$ e porcentuais)

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45

Exportaccedilotildees do Brasil

2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46

2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38

Importaccedilotildees do Brasil

2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44

Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28

2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23

Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31

Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees

2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil

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ANEXO II

Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL

Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp

Peso do MERCOSUL

nas Importaccedilotildees

extra UE 19982000

Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL

19982000

I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361

II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399

III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112

IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423

Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386

V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207

VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130

VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92

VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341

IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374

X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259

XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152

XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139

XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120

XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140

XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176

XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157

XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151

XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206

XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67

XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301

Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183

Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA

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ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE

Totais por fator agregado

US$ F0B

Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s

A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935

2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111

Fonte

Anos de 19801992 = Banco do Brasil

Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE

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ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro

Uniatildeo Europeacuteia - UE

US$ F0B

E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s

A n o

US$ FOB (A)

Var

Part ()

US$ FOB (B)

Var ()

Part ()

Saldo (A-B)

Corrente Comeacutercio (A+B)

Cobertura (AB)

1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133

Obs () ()

VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil

IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final

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e fatores produtivos entre os Estados-parte eliminando as tarifas preacute-estabelecidas e as restriccedilotildees

natildeo tarifaacuterias No tratado estatildeo estabelecidos os elementos para a criaccedilatildeo de uma uniatildeo aduaneira

e por consequumlecircncia de uma poliacutetica comercial comum

De acordo com o Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE) o Tratado de

Assunccedilatildeo estabeleceu a utilizaccedilatildeo dos seguintes instrumentos para a constituiccedilatildeo do

MERCOSUL6

a) o cumprimento de um programa de liberalizaccedilatildeo comercial com reduccedilotildees tarifaacuterias

progressivas lineares e automaacuteticas acompanhadas da eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees natildeo-tarifaacuterias ou

de medidas de efeito equivalente

b) o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC) capaz de incentivar a

competitividade externa dos Estados-parte

c) a harmonizaccedilatildeo de poliacuteticas macroeconocircmicas e setoriais sempre que pertinente

O Tratado eacute sempre que necessaacuterio complementado por alguns instrumentos

adicionais acordados pelos quatro Estados-parte devido ao avanccedilo da integraccedilatildeo A intenccedilatildeo do

Tratado era de estabelecer condiccedilotildees para que se alcanccedilasse ateacute o fim de 1994 uma uniatildeo

aduaneira entre os quatro integrantes para posteriormente chegar a um mercado comum O MRE

mostra que o Tratado de Assunccedilatildeo determina alguns aspectos como7 estabelecer um programa de

liberalizaccedilatildeo comercial que consista de reduccedilotildees tarifaacuterias progressivas lineares e automaacuteticas

acompanhadas da eliminaccedilatildeo das barreiras natildeo tarifaacuterias coordenar poliacuteticas macro-econocircmicas

estabelecer uma Tarifa Externa Comum (TEC) estabelecer listas de exceccedilotildees ao programa de

6 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt

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liberalizaccedilatildeo para produtos considerados sensiacuteveis constituir um regime geral de origem e de

um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias

O Tratado de Assunccedilatildeo estabelece que o Poder Executivo de cada Estado-parte

deve manter informado seu respectivo Poder Legislativo sobre a evoluccedilatildeo do objeto deste tratado

o MERCOSUL

122 Protocolo de Brasiacutelia

Para solucionar os conflitos na esfera do MERCOSUL a forma escolhida foi a

arbitragem Portanto para cumprir determinaccedilatildeo do Tratado de Assunccedilatildeo designou-se um grupo

de trabalho que elaboraria um Sistema de Soluccedilatildeo de Controveacutersias entre os Estados-parte

Assim em dezembro de 1991 foi assinado o Protocolo de Brasiacutelia para Soluccedilatildeo de Controveacutersias

que passou a ter vigecircncia a partir de 1993

Este Protocolo no sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias tem como caracteriacutestica

ordenar que a soluccedilatildeo de controveacutersias ocorreraacute no plano diplomaacutetico por meio de negociaccedilotildees

diretas mas que possuem intervenccedilatildeo de oacutergatildeos institucionais como o Grupo Mercado Comum -

GMC- e se as dificuldades natildeo forem superadas utilizaraacute o procedimento arbitral O Protocolo

prevecirc tambeacutem poreacutem de maneira bem restrita e com normas complexas que particulares

pessoas fiacutesicas e juriacutedicas tenham acesso ao sistema com direito a reclamaccedilotildees pois o Tratado de

Assunccedilatildeo previa somente a participaccedilatildeo dos Estados-parte

7 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt

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A uacuteltima fase do Protocolo a instauraccedilatildeo de um Tribunal Arbitral proferiraacute a

decisatildeo por meio de laudos inapelaacuteveis e obrigatoacuterios para os Estados-parte na controveacutersia Essa

obrigatoriedade se daraacute a partir do recebimento da notificaccedilatildeo sobre a decisatildeo e os laudos teratildeo

forccedila de coisa julgada devendo ser cumpridos no prazo fixado pelo Tribunal Arbitral

O Protocolo de Brasiacutelia funciona como provisoacuterio fornecendo mecanismos para

a soluccedilatildeo de controveacutersias ateacute que entre em vigor o Sistema Permanente de Soluccedilotildees de

Controveacutersias Este sistema aleacutem de previsto no Tratado de Assunccedilatildeo ganhou forccedila com o

Protocolo de Ouro Preto quando diz que antes de se firmar uma Tarifa Externa Comum os

Estados-parte deveratildeo fazer uma revisatildeo do sistema atual para soluccedilatildeo de controveacutersias com o

objetivo de adotar o sistema permanente

123 Protocolo de Ouro Preto

O Protocolo de Ouro Preto ndash POP assinado em 1994 define a estrutura

institucional definitiva do MERCOSUL e firma a ideacuteia de avanccedilar na constituiccedilatildeo de um

mercado comum Este protocolo pode se adaptar a possiacuteveis circunstacircncias que se apresentem

pois por meio de uma conferecircncia diplomaacutetica sua estrutura pode ser reavaliada

O POP tem como principal atribuiccedilatildeo conferir personalidade juriacutedica ao

MERCOSUL sempre que ele tenha que se relacionar como bloco econocircmico com grupos de

paiacuteses e oacutergatildeos internacionais multilateraisO POP trouxe algumas inovaccedilotildees para a estrutura

orgacircnica do MERCOSUL com relaccedilatildeo agrave criaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos Este bloco pode contar agora

com os seguintes oacutergatildeos

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- Conselho do Mercado Comum (CMC)

- Grupo Mercado Comum (GMC)

- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)

- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)

- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)

- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)

Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de

Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte

reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a

decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o

encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver

uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc

teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado

reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante

poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de

Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de

Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares

13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu

Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem

conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo

regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos

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aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica

proacutepria

No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos

fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes

promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em

1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash

Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de

Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as

barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas

O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE

satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de

Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc

Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas

Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a

primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE

que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais

e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos

tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda

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parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila

comum (PESC)

O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs

pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica

externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria

Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais

elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo

Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma

deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para

um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de

acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE

14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia

Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros

fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e

Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda

aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez

com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-

se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios

tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a

ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses

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A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus

integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O

alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como

dos novos paiacuteses integrantes do bloco

ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)

Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455

milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou

preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados

pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo

15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia

As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as

importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL

8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional

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aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial

global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O

Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo

Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a

Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda

mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a

conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o

protecionismo adotado pela Europa

16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia

Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade

Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo

Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos

A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo

interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de

integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional

O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as

condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e

econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando

9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt

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a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)

Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas

regiotildees como conceitos baacutesicos

Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de

atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e

das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre

Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros

A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo

natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos

regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As

propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL

foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a

posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais

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2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE

Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e

Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute

de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e

Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de

envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da

Uniatildeo Europeacuteia

Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das

relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se

referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral

22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL

Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia

econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da

economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do

comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o

comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano

10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144

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Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das

exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo

Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do

Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira

Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros

paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido

com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a

Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees

Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve

um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$

45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila

comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do

MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno

crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL

passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees

Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees

brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina

23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina

Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai

para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo

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nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo

principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro

mercado comum

No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a

Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo

industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha

caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata

previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos

setoriais foram assinados bilateralmente

24 Produtos ou setores em potencial

A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila

de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees

europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-

tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral

permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a

UE

O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre

paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco

elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado

principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A

composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das

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importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do

MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e

ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu

25 Principais parceiros europeus

As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande

assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o

primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos

externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus

Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica

Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a

complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais

intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-

americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de

diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio

bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais

com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande

influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a

Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada

na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento

comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro

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3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ

RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE

31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia

O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco

pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do

MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa

Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros

comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos

comerciais na Europa

Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do

Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto

que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com

relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve

queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve

uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos

anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e

menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil

passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda

de 10 nesse investimento

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No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do

MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os

europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior

mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das

exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial

importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute

a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total

A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de

intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores

agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees

europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo

dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida

Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma

importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios

desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos

manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser

importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas

Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com

tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas

11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses

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Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta

de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as

maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados

representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros

quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo

eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos

Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II

32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil

Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco

econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a

assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos

tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL

Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de

facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo

acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram

negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL

com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados

europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia

A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais

nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que

temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as

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relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no

fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as

medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus

No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator

agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de

2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral

com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano

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41

CONCLUSAtildeO

As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito

tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se

aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial

implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente

conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados

Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos

data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina

individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se

com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as

partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados

A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos

causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e

Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um

desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo

com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e

falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a

formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse

fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados

que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus

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interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus

interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar

obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos

econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada

bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles

como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das

negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave

liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees

Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar

um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o

Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e

essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles

Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo

inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se

tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs

dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses

integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e

reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento

Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da

agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos

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Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor

agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta

de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses

desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil

esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor

Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do

Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC

depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia

Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a

pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade

eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os

subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre

MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas

do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos

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44

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972

bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004

bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004

bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003

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45

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bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005

bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999

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bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003

bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81

bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992

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ANEXO I

Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo

(valores totais em US$ e porcentuais)

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45

Exportaccedilotildees do Brasil

2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46

2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38

Importaccedilotildees do Brasil

2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44

Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28

2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23

Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31

Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees

2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil

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ANEXO II

Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL

Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp

Peso do MERCOSUL

nas Importaccedilotildees

extra UE 19982000

Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL

19982000

I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361

II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399

III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112

IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423

Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386

V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207

VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130

VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92

VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341

IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374

X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259

XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152

XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139

XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120

XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140

XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176

XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157

XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151

XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206

XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67

XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301

Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183

Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA

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ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE

Totais por fator agregado

US$ F0B

Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s

A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935

2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111

Fonte

Anos de 19801992 = Banco do Brasil

Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE

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ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro

Uniatildeo Europeacuteia - UE

US$ F0B

E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s

A n o

US$ FOB (A)

Var

Part ()

US$ FOB (B)

Var ()

Part ()

Saldo (A-B)

Corrente Comeacutercio (A+B)

Cobertura (AB)

1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133

Obs () ()

VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil

IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final

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liberalizaccedilatildeo para produtos considerados sensiacuteveis constituir um regime geral de origem e de

um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias

O Tratado de Assunccedilatildeo estabelece que o Poder Executivo de cada Estado-parte

deve manter informado seu respectivo Poder Legislativo sobre a evoluccedilatildeo do objeto deste tratado

o MERCOSUL

122 Protocolo de Brasiacutelia

Para solucionar os conflitos na esfera do MERCOSUL a forma escolhida foi a

arbitragem Portanto para cumprir determinaccedilatildeo do Tratado de Assunccedilatildeo designou-se um grupo

de trabalho que elaboraria um Sistema de Soluccedilatildeo de Controveacutersias entre os Estados-parte

Assim em dezembro de 1991 foi assinado o Protocolo de Brasiacutelia para Soluccedilatildeo de Controveacutersias

que passou a ter vigecircncia a partir de 1993

Este Protocolo no sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias tem como caracteriacutestica

ordenar que a soluccedilatildeo de controveacutersias ocorreraacute no plano diplomaacutetico por meio de negociaccedilotildees

diretas mas que possuem intervenccedilatildeo de oacutergatildeos institucionais como o Grupo Mercado Comum -

GMC- e se as dificuldades natildeo forem superadas utilizaraacute o procedimento arbitral O Protocolo

prevecirc tambeacutem poreacutem de maneira bem restrita e com normas complexas que particulares

pessoas fiacutesicas e juriacutedicas tenham acesso ao sistema com direito a reclamaccedilotildees pois o Tratado de

Assunccedilatildeo previa somente a participaccedilatildeo dos Estados-parte

7 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt

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A uacuteltima fase do Protocolo a instauraccedilatildeo de um Tribunal Arbitral proferiraacute a

decisatildeo por meio de laudos inapelaacuteveis e obrigatoacuterios para os Estados-parte na controveacutersia Essa

obrigatoriedade se daraacute a partir do recebimento da notificaccedilatildeo sobre a decisatildeo e os laudos teratildeo

forccedila de coisa julgada devendo ser cumpridos no prazo fixado pelo Tribunal Arbitral

O Protocolo de Brasiacutelia funciona como provisoacuterio fornecendo mecanismos para

a soluccedilatildeo de controveacutersias ateacute que entre em vigor o Sistema Permanente de Soluccedilotildees de

Controveacutersias Este sistema aleacutem de previsto no Tratado de Assunccedilatildeo ganhou forccedila com o

Protocolo de Ouro Preto quando diz que antes de se firmar uma Tarifa Externa Comum os

Estados-parte deveratildeo fazer uma revisatildeo do sistema atual para soluccedilatildeo de controveacutersias com o

objetivo de adotar o sistema permanente

123 Protocolo de Ouro Preto

O Protocolo de Ouro Preto ndash POP assinado em 1994 define a estrutura

institucional definitiva do MERCOSUL e firma a ideacuteia de avanccedilar na constituiccedilatildeo de um

mercado comum Este protocolo pode se adaptar a possiacuteveis circunstacircncias que se apresentem

pois por meio de uma conferecircncia diplomaacutetica sua estrutura pode ser reavaliada

O POP tem como principal atribuiccedilatildeo conferir personalidade juriacutedica ao

MERCOSUL sempre que ele tenha que se relacionar como bloco econocircmico com grupos de

paiacuteses e oacutergatildeos internacionais multilateraisO POP trouxe algumas inovaccedilotildees para a estrutura

orgacircnica do MERCOSUL com relaccedilatildeo agrave criaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos Este bloco pode contar agora

com os seguintes oacutergatildeos

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- Conselho do Mercado Comum (CMC)

- Grupo Mercado Comum (GMC)

- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)

- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)

- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)

- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)

Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de

Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte

reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a

decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o

encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver

uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc

teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado

reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante

poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de

Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de

Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares

13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu

Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem

conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo

regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos

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aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica

proacutepria

No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos

fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes

promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em

1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash

Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de

Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as

barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas

O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE

satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de

Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc

Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas

Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a

primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE

que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais

e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos

tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda

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parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila

comum (PESC)

O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs

pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica

externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria

Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais

elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo

Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma

deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para

um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de

acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE

14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia

Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros

fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e

Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda

aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez

com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-

se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios

tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a

ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses

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A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus

integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O

alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como

dos novos paiacuteses integrantes do bloco

ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)

Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455

milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou

preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados

pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo

15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia

As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as

importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL

8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional

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aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial

global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O

Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo

Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a

Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda

mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a

conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o

protecionismo adotado pela Europa

16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia

Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade

Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo

Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos

A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo

interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de

integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional

O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as

condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e

econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando

9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt

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a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)

Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas

regiotildees como conceitos baacutesicos

Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de

atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e

das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre

Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros

A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo

natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos

regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As

propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL

foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a

posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais

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2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE

Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e

Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute

de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e

Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de

envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da

Uniatildeo Europeacuteia

Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das

relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se

referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral

22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL

Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia

econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da

economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do

comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o

comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano

10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144

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Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das

exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo

Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do

Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira

Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros

paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido

com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a

Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees

Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve

um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$

45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila

comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do

MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno

crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL

passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees

Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees

brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina

23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina

Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai

para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo

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nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo

principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro

mercado comum

No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a

Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo

industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha

caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata

previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos

setoriais foram assinados bilateralmente

24 Produtos ou setores em potencial

A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila

de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees

europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-

tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral

permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a

UE

O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre

paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco

elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado

principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A

composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das

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importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do

MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e

ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu

25 Principais parceiros europeus

As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande

assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o

primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos

externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus

Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica

Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a

complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais

intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-

americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de

diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio

bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais

com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande

influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a

Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada

na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento

comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro

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3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ

RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE

31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia

O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco

pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do

MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa

Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros

comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos

comerciais na Europa

Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do

Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto

que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com

relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve

queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve

uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos

anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e

menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil

passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda

de 10 nesse investimento

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38

No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do

MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os

europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior

mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das

exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial

importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute

a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total

A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de

intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores

agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees

europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo

dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida

Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma

importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios

desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos

manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser

importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas

Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com

tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas

11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses

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39

Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta

de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as

maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados

representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros

quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo

eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos

Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II

32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil

Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco

econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a

assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos

tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL

Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de

facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo

acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram

negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL

com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados

europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia

A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais

nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que

temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as

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40

relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no

fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as

medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus

No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator

agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de

2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral

com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano

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41

CONCLUSAtildeO

As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito

tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se

aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial

implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente

conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados

Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos

data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina

individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se

com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as

partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados

A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos

causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e

Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um

desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo

com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e

falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a

formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse

fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados

que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus

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42

interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus

interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar

obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos

econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada

bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles

como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das

negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave

liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees

Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar

um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o

Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e

essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles

Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo

inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se

tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs

dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses

integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e

reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento

Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da

agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos

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43

Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor

agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta

de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses

desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil

esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor

Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do

Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC

depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia

Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a

pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade

eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os

subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre

MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas

do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos

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44

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992

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ANEXO I

Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo

(valores totais em US$ e porcentuais)

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45

Exportaccedilotildees do Brasil

2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46

2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38

Importaccedilotildees do Brasil

2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44

Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28

2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23

Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31

Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees

2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil

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ANEXO II

Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL

Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp

Peso do MERCOSUL

nas Importaccedilotildees

extra UE 19982000

Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL

19982000

I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361

II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399

III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112

IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423

Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386

V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207

VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130

VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92

VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341

IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374

X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259

XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152

XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139

XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120

XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140

XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176

XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157

XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151

XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206

XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67

XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301

Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183

Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA

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ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE

Totais por fator agregado

US$ F0B

Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s

A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935

2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111

Fonte

Anos de 19801992 = Banco do Brasil

Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE

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49

ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro

Uniatildeo Europeacuteia - UE

US$ F0B

E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s

A n o

US$ FOB (A)

Var

Part ()

US$ FOB (B)

Var ()

Part ()

Saldo (A-B)

Corrente Comeacutercio (A+B)

Cobertura (AB)

1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133

Obs () ()

VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil

IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final

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26

A uacuteltima fase do Protocolo a instauraccedilatildeo de um Tribunal Arbitral proferiraacute a

decisatildeo por meio de laudos inapelaacuteveis e obrigatoacuterios para os Estados-parte na controveacutersia Essa

obrigatoriedade se daraacute a partir do recebimento da notificaccedilatildeo sobre a decisatildeo e os laudos teratildeo

forccedila de coisa julgada devendo ser cumpridos no prazo fixado pelo Tribunal Arbitral

O Protocolo de Brasiacutelia funciona como provisoacuterio fornecendo mecanismos para

a soluccedilatildeo de controveacutersias ateacute que entre em vigor o Sistema Permanente de Soluccedilotildees de

Controveacutersias Este sistema aleacutem de previsto no Tratado de Assunccedilatildeo ganhou forccedila com o

Protocolo de Ouro Preto quando diz que antes de se firmar uma Tarifa Externa Comum os

Estados-parte deveratildeo fazer uma revisatildeo do sistema atual para soluccedilatildeo de controveacutersias com o

objetivo de adotar o sistema permanente

123 Protocolo de Ouro Preto

O Protocolo de Ouro Preto ndash POP assinado em 1994 define a estrutura

institucional definitiva do MERCOSUL e firma a ideacuteia de avanccedilar na constituiccedilatildeo de um

mercado comum Este protocolo pode se adaptar a possiacuteveis circunstacircncias que se apresentem

pois por meio de uma conferecircncia diplomaacutetica sua estrutura pode ser reavaliada

O POP tem como principal atribuiccedilatildeo conferir personalidade juriacutedica ao

MERCOSUL sempre que ele tenha que se relacionar como bloco econocircmico com grupos de

paiacuteses e oacutergatildeos internacionais multilateraisO POP trouxe algumas inovaccedilotildees para a estrutura

orgacircnica do MERCOSUL com relaccedilatildeo agrave criaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos Este bloco pode contar agora

com os seguintes oacutergatildeos

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- Conselho do Mercado Comum (CMC)

- Grupo Mercado Comum (GMC)

- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)

- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)

- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)

- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)

Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de

Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte

reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a

decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o

encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver

uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc

teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado

reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante

poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de

Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de

Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares

13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu

Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem

conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo

regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos

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aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica

proacutepria

No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos

fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes

promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em

1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash

Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de

Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as

barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas

O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE

satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de

Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc

Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas

Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a

primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE

que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais

e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos

tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda

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parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila

comum (PESC)

O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs

pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica

externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria

Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais

elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo

Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma

deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para

um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de

acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE

14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia

Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros

fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e

Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda

aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez

com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-

se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios

tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a

ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses

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30

A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus

integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O

alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como

dos novos paiacuteses integrantes do bloco

ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)

Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455

milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou

preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados

pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo

15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia

As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as

importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL

8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional

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aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial

global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O

Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo

Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a

Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda

mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a

conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o

protecionismo adotado pela Europa

16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia

Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade

Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo

Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos

A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo

interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de

integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional

O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as

condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e

econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando

9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt

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a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)

Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas

regiotildees como conceitos baacutesicos

Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de

atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e

das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre

Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros

A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo

natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos

regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As

propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL

foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a

posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais

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2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE

Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e

Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute

de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e

Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de

envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da

Uniatildeo Europeacuteia

Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das

relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se

referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral

22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL

Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia

econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da

economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do

comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o

comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano

10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144

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34

Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das

exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo

Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do

Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira

Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros

paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido

com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a

Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees

Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve

um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$

45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila

comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do

MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno

crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL

passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees

Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees

brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina

23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina

Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai

para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo

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35

nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo

principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro

mercado comum

No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a

Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo

industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha

caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata

previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos

setoriais foram assinados bilateralmente

24 Produtos ou setores em potencial

A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila

de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees

europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-

tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral

permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a

UE

O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre

paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco

elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado

principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A

composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das

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36

importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do

MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e

ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu

25 Principais parceiros europeus

As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande

assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o

primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos

externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus

Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica

Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a

complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais

intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-

americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de

diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio

bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais

com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande

influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a

Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada

na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento

comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro

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37

3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ

RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE

31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia

O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco

pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do

MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa

Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros

comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos

comerciais na Europa

Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do

Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto

que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com

relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve

queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve

uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos

anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e

menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil

passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda

de 10 nesse investimento

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38

No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do

MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os

europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior

mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das

exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial

importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute

a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total

A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de

intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores

agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees

europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo

dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida

Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma

importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios

desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos

manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser

importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas

Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com

tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas

11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses

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39

Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta

de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as

maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados

representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros

quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo

eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos

Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II

32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil

Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco

econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a

assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos

tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL

Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de

facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo

acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram

negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL

com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados

europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia

A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais

nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que

temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as

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40

relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no

fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as

medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus

No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator

agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de

2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral

com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano

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41

CONCLUSAtildeO

As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito

tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se

aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial

implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente

conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados

Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos

data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina

individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se

com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as

partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados

A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos

causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e

Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um

desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo

com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e

falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a

formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse

fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados

que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus

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42

interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus

interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar

obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos

econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada

bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles

como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das

negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave

liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees

Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar

um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o

Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e

essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles

Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo

inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se

tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs

dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses

integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e

reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento

Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da

agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos

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43

Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor

agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta

de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses

desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil

esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor

Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do

Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC

depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia

Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a

pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade

eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os

subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre

MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas

do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos

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44

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992

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ANEXO I

Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo

(valores totais em US$ e porcentuais)

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45

Exportaccedilotildees do Brasil

2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46

2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38

Importaccedilotildees do Brasil

2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44

Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28

2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23

Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31

Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees

2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil

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47

ANEXO II

Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL

Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp

Peso do MERCOSUL

nas Importaccedilotildees

extra UE 19982000

Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL

19982000

I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361

II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399

III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112

IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423

Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386

V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207

VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130

VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92

VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341

IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374

X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259

XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152

XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139

XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120

XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140

XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176

XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157

XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151

XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206

XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67

XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301

Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183

Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA

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ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE

Totais por fator agregado

US$ F0B

Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s

A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935

2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111

Fonte

Anos de 19801992 = Banco do Brasil

Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE

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49

ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro

Uniatildeo Europeacuteia - UE

US$ F0B

E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s

A n o

US$ FOB (A)

Var

Part ()

US$ FOB (B)

Var ()

Part ()

Saldo (A-B)

Corrente Comeacutercio (A+B)

Cobertura (AB)

1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133

Obs () ()

VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil

IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final

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27

- Conselho do Mercado Comum (CMC)

- Grupo Mercado Comum (GMC)

- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)

- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)

- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)

- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)

Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de

Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte

reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a

decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o

encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver

uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc

teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado

reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante

poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de

Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de

Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares

13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu

Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem

conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo

regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos

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aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica

proacutepria

No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos

fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes

promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em

1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash

Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de

Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as

barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas

O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE

satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de

Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc

Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas

Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a

primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE

que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais

e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos

tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda

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29

parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila

comum (PESC)

O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs

pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica

externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria

Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais

elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo

Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma

deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para

um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de

acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE

14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia

Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros

fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e

Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda

aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez

com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-

se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios

tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a

ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses

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30

A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus

integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O

alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como

dos novos paiacuteses integrantes do bloco

ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)

Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455

milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou

preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados

pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo

15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia

As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as

importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL

8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional

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aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial

global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O

Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo

Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a

Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda

mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a

conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o

protecionismo adotado pela Europa

16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia

Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade

Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo

Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos

A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo

interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de

integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional

O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as

condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e

econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando

9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt

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a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)

Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas

regiotildees como conceitos baacutesicos

Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de

atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e

das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre

Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros

A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo

natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos

regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As

propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL

foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a

posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais

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33

2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE

Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e

Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute

de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e

Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de

envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da

Uniatildeo Europeacuteia

Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das

relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se

referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral

22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL

Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia

econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da

economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do

comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o

comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano

10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144

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34

Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das

exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo

Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do

Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira

Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros

paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido

com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a

Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees

Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve

um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$

45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila

comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do

MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno

crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL

passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees

Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees

brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina

23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina

Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai

para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo

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35

nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo

principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro

mercado comum

No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a

Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo

industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha

caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata

previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos

setoriais foram assinados bilateralmente

24 Produtos ou setores em potencial

A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila

de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees

europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-

tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral

permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a

UE

O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre

paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco

elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado

principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A

composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das

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36

importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do

MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e

ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu

25 Principais parceiros europeus

As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande

assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o

primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos

externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus

Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica

Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a

complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais

intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-

americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de

diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio

bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais

com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande

influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a

Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada

na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento

comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro

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37

3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ

RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE

31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia

O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco

pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do

MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa

Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros

comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos

comerciais na Europa

Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do

Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto

que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com

relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve

queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve

uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos

anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e

menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil

passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda

de 10 nesse investimento

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38

No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do

MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os

europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior

mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das

exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial

importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute

a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total

A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de

intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores

agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees

europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo

dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida

Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma

importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios

desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos

manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser

importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas

Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com

tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas

11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses

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39

Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta

de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as

maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados

representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros

quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo

eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos

Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II

32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil

Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco

econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a

assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos

tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL

Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de

facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo

acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram

negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL

com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados

europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia

A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais

nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que

temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as

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40

relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no

fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as

medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus

No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator

agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de

2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral

com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano

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41

CONCLUSAtildeO

As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito

tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se

aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial

implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente

conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados

Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos

data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina

individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se

com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as

partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados

A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos

causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e

Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um

desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo

com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e

falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a

formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse

fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados

que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus

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42

interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus

interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar

obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos

econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada

bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles

como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das

negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave

liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees

Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar

um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o

Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e

essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles

Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo

inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se

tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs

dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses

integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e

reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento

Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da

agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos

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43

Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor

agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta

de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses

desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil

esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor

Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do

Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC

depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia

Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a

pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade

eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os

subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre

MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas

do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos

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44

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992

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ANEXO I

Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo

(valores totais em US$ e porcentuais)

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45

Exportaccedilotildees do Brasil

2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46

2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38

Importaccedilotildees do Brasil

2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44

Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28

2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23

Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31

Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees

2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil

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47

ANEXO II

Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL

Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp

Peso do MERCOSUL

nas Importaccedilotildees

extra UE 19982000

Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL

19982000

I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361

II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399

III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112

IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423

Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386

V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207

VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130

VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92

VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341

IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374

X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259

XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152

XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139

XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120

XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140

XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176

XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157

XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151

XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206

XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67

XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301

Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183

Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA

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ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE

Totais por fator agregado

US$ F0B

Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s

A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935

2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111

Fonte

Anos de 19801992 = Banco do Brasil

Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE

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49

ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro

Uniatildeo Europeacuteia - UE

US$ F0B

E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s

A n o

US$ FOB (A)

Var

Part ()

US$ FOB (B)

Var ()

Part ()

Saldo (A-B)

Corrente Comeacutercio (A+B)

Cobertura (AB)

1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133

Obs () ()

VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil

IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final

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28

aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica

proacutepria

No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade

Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos

fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes

promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em

1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash

Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de

Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as

barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas

O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE

satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de

Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc

Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas

Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a

primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE

que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais

e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos

tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda

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29

parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila

comum (PESC)

O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs

pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica

externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria

Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais

elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo

Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma

deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para

um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de

acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE

14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia

Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros

fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e

Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda

aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez

com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-

se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios

tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a

ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses

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30

A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus

integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O

alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como

dos novos paiacuteses integrantes do bloco

ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)

Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455

milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou

preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados

pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo

15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia

As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as

importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL

8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional

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31

aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial

global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O

Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo

Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a

Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda

mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a

conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o

protecionismo adotado pela Europa

16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia

Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade

Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo

Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos

A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo

interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de

integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional

O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as

condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e

econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando

9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt

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a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)

Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas

regiotildees como conceitos baacutesicos

Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de

atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e

das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre

Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros

A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo

natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos

regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As

propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL

foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a

posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais

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2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE

Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e

Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute

de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e

Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de

envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da

Uniatildeo Europeacuteia

Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das

relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se

referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral

22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL

Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia

econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da

economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do

comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o

comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano

10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144

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34

Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das

exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo

Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do

Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira

Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros

paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido

com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a

Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees

Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve

um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$

45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila

comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do

MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno

crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL

passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees

Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees

brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina

23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina

Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai

para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo

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35

nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo

principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro

mercado comum

No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a

Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo

industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha

caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata

previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos

setoriais foram assinados bilateralmente

24 Produtos ou setores em potencial

A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila

de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees

europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-

tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral

permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a

UE

O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre

paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco

elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado

principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A

composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das

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importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do

MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e

ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu

25 Principais parceiros europeus

As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande

assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o

primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos

externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus

Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica

Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a

complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais

intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-

americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de

diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio

bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais

com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande

influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a

Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada

na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento

comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro

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37

3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ

RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE

31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia

O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco

pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do

MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa

Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros

comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos

comerciais na Europa

Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do

Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto

que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com

relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve

queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve

uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos

anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e

menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil

passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda

de 10 nesse investimento

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No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do

MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os

europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior

mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das

exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial

importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute

a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total

A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de

intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores

agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees

europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo

dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida

Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma

importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios

desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos

manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser

importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas

Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com

tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas

11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses

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39

Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta

de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as

maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados

representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros

quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo

eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos

Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II

32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil

Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco

econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a

assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos

tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL

Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de

facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo

acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram

negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL

com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados

europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia

A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais

nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que

temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as

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relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no

fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as

medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus

No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator

agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de

2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral

com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano

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41

CONCLUSAtildeO

As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito

tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se

aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial

implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente

conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados

Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos

data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina

individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se

com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as

partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados

A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos

causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e

Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um

desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo

com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e

falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a

formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse

fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados

que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus

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interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus

interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar

obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos

econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada

bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles

como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das

negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave

liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees

Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar

um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o

Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e

essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles

Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo

inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se

tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs

dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses

integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e

reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento

Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da

agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos

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Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor

agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta

de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses

desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil

esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor

Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do

Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC

depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia

Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a

pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade

eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os

subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre

MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas

do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos

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REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992

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ANEXO I

Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo

(valores totais em US$ e porcentuais)

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45

Exportaccedilotildees do Brasil

2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46

2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38

Importaccedilotildees do Brasil

2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44

Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28

2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23

Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31

Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees

2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil

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ANEXO II

Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL

Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp

Peso do MERCOSUL

nas Importaccedilotildees

extra UE 19982000

Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL

19982000

I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361

II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399

III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112

IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423

Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386

V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207

VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130

VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92

VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341

IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374

X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259

XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152

XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139

XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120

XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140

XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176

XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157

XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151

XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206

XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67

XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301

Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183

Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA

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ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE

Totais por fator agregado

US$ F0B

Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s

A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935

2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111

Fonte

Anos de 19801992 = Banco do Brasil

Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE

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49

ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro

Uniatildeo Europeacuteia - UE

US$ F0B

E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s

A n o

US$ FOB (A)

Var

Part ()

US$ FOB (B)

Var ()

Part ()

Saldo (A-B)

Corrente Comeacutercio (A+B)

Cobertura (AB)

1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133

Obs () ()

VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil

IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final

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29

parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila

comum (PESC)

O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs

pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica

externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria

Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais

elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo

Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma

deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para

um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de

acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE

14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia

Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros

fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e

Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda

aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez

com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-

se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios

tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a

ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses

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30

A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus

integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O

alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como

dos novos paiacuteses integrantes do bloco

ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)

Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455

milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou

preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados

pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo

15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia

As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as

importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL

8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional

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31

aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial

global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O

Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo

Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a

Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda

mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a

conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o

protecionismo adotado pela Europa

16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia

Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade

Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo

Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos

A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo

interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de

integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional

O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as

condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e

econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando

9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt

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32

a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)

Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas

regiotildees como conceitos baacutesicos

Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de

atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e

das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre

Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros

A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo

natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos

regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As

propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL

foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a

posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais

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33

2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE

Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e

Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute

de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e

Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de

envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da

Uniatildeo Europeacuteia

Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das

relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se

referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral

22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL

Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia

econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da

economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do

comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o

comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano

10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144

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34

Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das

exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo

Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do

Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira

Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros

paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido

com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a

Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees

Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve

um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$

45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila

comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do

MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno

crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL

passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees

Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees

brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina

23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina

Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai

para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo

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35

nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo

principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro

mercado comum

No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a

Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo

industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha

caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata

previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos

setoriais foram assinados bilateralmente

24 Produtos ou setores em potencial

A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila

de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees

europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-

tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral

permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a

UE

O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre

paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco

elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado

principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A

composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das

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36

importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do

MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e

ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu

25 Principais parceiros europeus

As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande

assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o

primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos

externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus

Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica

Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a

complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais

intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-

americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de

diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio

bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais

com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande

influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a

Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada

na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento

comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro

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37

3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ

RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE

31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia

O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco

pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do

MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa

Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros

comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos

comerciais na Europa

Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do

Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto

que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com

relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve

queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve

uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos

anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e

menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil

passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda

de 10 nesse investimento

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38

No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do

MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os

europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior

mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das

exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial

importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute

a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total

A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de

intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores

agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees

europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo

dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida

Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma

importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios

desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos

manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser

importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas

Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com

tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas

11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses

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39

Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta

de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as

maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados

representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros

quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo

eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos

Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II

32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil

Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco

econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a

assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos

tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL

Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de

facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo

acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram

negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL

com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados

europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia

A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais

nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que

temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as

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40

relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no

fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as

medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus

No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator

agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de

2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral

com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano

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41

CONCLUSAtildeO

As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito

tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se

aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial

implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente

conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados

Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos

data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina

individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se

com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as

partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados

A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos

causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e

Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um

desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo

com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e

falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a

formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse

fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados

que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus

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interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus

interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar

obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos

econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada

bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles

como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das

negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave

liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees

Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar

um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o

Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e

essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles

Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo

inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se

tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs

dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses

integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e

reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento

Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da

agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos

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43

Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor

agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta

de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses

desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil

esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor

Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do

Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC

depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia

Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a

pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade

eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os

subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre

MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas

do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos

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44

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004

bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004

bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003

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bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003

bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81

bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992

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ANEXO I

Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo

(valores totais em US$ e porcentuais)

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45

Exportaccedilotildees do Brasil

2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46

2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38

Importaccedilotildees do Brasil

2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44

Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28

2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23

Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31

Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees

2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil

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ANEXO II

Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL

Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp

Peso do MERCOSUL

nas Importaccedilotildees

extra UE 19982000

Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL

19982000

I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361

II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399

III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112

IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423

Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386

V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207

VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130

VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92

VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341

IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374

X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259

XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152

XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139

XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120

XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140

XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176

XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157

XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151

XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206

XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67

XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301

Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183

Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA

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ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE

Totais por fator agregado

US$ F0B

Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s

A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935

2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111

Fonte

Anos de 19801992 = Banco do Brasil

Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE

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49

ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro

Uniatildeo Europeacuteia - UE

US$ F0B

E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s

A n o

US$ FOB (A)

Var

Part ()

US$ FOB (B)

Var ()

Part ()

Saldo (A-B)

Corrente Comeacutercio (A+B)

Cobertura (AB)

1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133

Obs () ()

VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil

IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final

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30

A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus

integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O

alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como

dos novos paiacuteses integrantes do bloco

ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)

Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455

milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou

preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados

pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo

15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia

As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as

importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL

8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional

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31

aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial

global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O

Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo

Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a

Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda

mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a

conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o

protecionismo adotado pela Europa

16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia

Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade

Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo

Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos

A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo

interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de

integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional

O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as

condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e

econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando

9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt

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32

a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)

Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas

regiotildees como conceitos baacutesicos

Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de

atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e

das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre

Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros

A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo

natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos

regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As

propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL

foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a

posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais

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33

2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE

Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e

Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute

de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e

Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de

envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da

Uniatildeo Europeacuteia

Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das

relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se

referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral

22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL

Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia

econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da

economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do

comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o

comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano

10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144

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34

Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das

exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo

Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do

Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira

Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros

paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido

com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a

Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees

Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve

um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$

45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila

comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do

MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno

crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL

passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees

Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees

brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina

23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina

Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai

para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo

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nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo

principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro

mercado comum

No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a

Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo

industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha

caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata

previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos

setoriais foram assinados bilateralmente

24 Produtos ou setores em potencial

A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila

de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees

europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-

tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral

permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a

UE

O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre

paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco

elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado

principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A

composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das

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36

importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do

MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e

ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu

25 Principais parceiros europeus

As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande

assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o

primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos

externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus

Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica

Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a

complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais

intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-

americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de

diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio

bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais

com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande

influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a

Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada

na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento

comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro

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37

3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ

RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE

31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia

O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco

pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do

MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa

Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros

comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos

comerciais na Europa

Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do

Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto

que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com

relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve

queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve

uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos

anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e

menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil

passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda

de 10 nesse investimento

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38

No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do

MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os

europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior

mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das

exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial

importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute

a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total

A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de

intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores

agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees

europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo

dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida

Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma

importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios

desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos

manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser

importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas

Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com

tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas

11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses

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39

Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta

de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as

maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados

representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros

quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo

eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos

Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II

32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil

Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco

econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a

assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos

tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL

Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de

facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo

acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram

negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL

com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados

europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia

A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais

nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que

temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as

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40

relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no

fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as

medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus

No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator

agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de

2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral

com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano

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41

CONCLUSAtildeO

As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito

tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se

aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial

implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente

conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados

Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos

data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina

individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se

com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as

partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados

A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos

causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e

Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um

desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo

com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e

falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a

formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse

fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados

que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus

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interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus

interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar

obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos

econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada

bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles

como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das

negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave

liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees

Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar

um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o

Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e

essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles

Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo

inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se

tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs

dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses

integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e

reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento

Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da

agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos

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Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor

agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta

de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses

desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil

esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor

Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do

Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC

depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia

Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a

pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade

eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os

subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre

MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas

do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos

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REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004

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bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81

bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992

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ANEXO I

Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo

(valores totais em US$ e porcentuais)

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45

Exportaccedilotildees do Brasil

2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46

2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38

Importaccedilotildees do Brasil

2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44

Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28

2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23

Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31

Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees

2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil

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ANEXO II

Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL

Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp

Peso do MERCOSUL

nas Importaccedilotildees

extra UE 19982000

Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL

19982000

I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361

II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399

III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112

IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423

Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386

V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207

VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130

VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92

VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341

IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374

X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259

XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152

XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139

XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120

XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140

XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176

XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157

XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151

XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206

XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67

XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301

Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183

Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA

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ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE

Totais por fator agregado

US$ F0B

Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s

A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935

2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111

Fonte

Anos de 19801992 = Banco do Brasil

Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE

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49

ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro

Uniatildeo Europeacuteia - UE

US$ F0B

E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s

A n o

US$ FOB (A)

Var

Part ()

US$ FOB (B)

Var ()

Part ()

Saldo (A-B)

Corrente Comeacutercio (A+B)

Cobertura (AB)

1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133

Obs () ()

VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil

IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final

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31

aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial

global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O

Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo

Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a

Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda

mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a

conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o

protecionismo adotado pela Europa

16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia

Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade

Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo

Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos

A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo

interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de

integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional

O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as

condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e

econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando

9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt

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32

a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)

Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas

regiotildees como conceitos baacutesicos

Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de

atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e

das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre

Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros

A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo

natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos

regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As

propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL

foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a

posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais

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33

2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE

Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e

Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute

de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e

Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de

envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da

Uniatildeo Europeacuteia

Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das

relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se

referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral

22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL

Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia

econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da

economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do

comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o

comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano

10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144

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Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das

exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo

Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do

Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira

Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros

paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido

com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a

Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees

Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve

um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$

45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila

comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do

MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno

crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL

passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees

Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees

brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina

23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina

Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai

para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo

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nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo

principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro

mercado comum

No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a

Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo

industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha

caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata

previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos

setoriais foram assinados bilateralmente

24 Produtos ou setores em potencial

A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila

de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees

europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-

tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral

permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a

UE

O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre

paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco

elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado

principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A

composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das

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36

importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do

MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e

ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu

25 Principais parceiros europeus

As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande

assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o

primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos

externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus

Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica

Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a

complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais

intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-

americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de

diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio

bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais

com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande

influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a

Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada

na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento

comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro

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37

3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ

RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE

31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia

O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco

pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do

MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa

Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros

comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos

comerciais na Europa

Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do

Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto

que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com

relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve

queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve

uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos

anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e

menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil

passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda

de 10 nesse investimento

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No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do

MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os

europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior

mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das

exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial

importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute

a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total

A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de

intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores

agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees

europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo

dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida

Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma

importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios

desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos

manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser

importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas

Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com

tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas

11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses

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39

Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta

de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as

maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados

representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros

quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo

eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos

Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II

32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil

Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco

econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a

assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos

tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL

Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de

facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo

acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram

negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL

com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados

europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia

A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais

nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que

temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as

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40

relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no

fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as

medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus

No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator

agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de

2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral

com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano

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41

CONCLUSAtildeO

As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito

tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se

aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial

implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente

conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados

Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos

data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina

individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se

com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as

partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados

A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos

causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e

Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um

desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo

com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e

falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a

formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse

fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados

que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus

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42

interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus

interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar

obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos

econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada

bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles

como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das

negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave

liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees

Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar

um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o

Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e

essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles

Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo

inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se

tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs

dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses

integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e

reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento

Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da

agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos

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43

Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor

agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta

de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses

desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil

esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor

Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do

Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC

depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia

Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a

pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade

eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os

subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre

MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas

do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos

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44

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005

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bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972

bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004

bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004

bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003

bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004

bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998

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bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000

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45

bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005

bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005

bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005

bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005

bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999

bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005

bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003

bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81

bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992

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46

ANEXO I

Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo

(valores totais em US$ e porcentuais)

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45

Exportaccedilotildees do Brasil

2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46

2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38

Importaccedilotildees do Brasil

2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44

Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28

2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23

Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31

Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees

2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil

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47

ANEXO II

Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL

Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp

Peso do MERCOSUL

nas Importaccedilotildees

extra UE 19982000

Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL

19982000

I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361

II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399

III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112

IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423

Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386

V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207

VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130

VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92

VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341

IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374

X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259

XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152

XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139

XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120

XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140

XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176

XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157

XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151

XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206

XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67

XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301

Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183

Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA

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ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE

Totais por fator agregado

US$ F0B

Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s

A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935

2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111

Fonte

Anos de 19801992 = Banco do Brasil

Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE

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ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro

Uniatildeo Europeacuteia - UE

US$ F0B

E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s

A n o

US$ FOB (A)

Var

Part ()

US$ FOB (B)

Var ()

Part ()

Saldo (A-B)

Corrente Comeacutercio (A+B)

Cobertura (AB)

1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133

Obs () ()

VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil

IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final

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32

a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)

Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas

regiotildees como conceitos baacutesicos

Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de

atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e

das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre

Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros

A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo

natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos

regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As

propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL

foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a

posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais

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2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE

Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e

Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute

de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e

Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de

envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da

Uniatildeo Europeacuteia

Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das

relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se

referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral

22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL

Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia

econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da

economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do

comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o

comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano

10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144

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Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das

exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo

Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do

Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira

Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros

paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido

com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a

Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees

Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve

um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$

45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila

comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do

MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno

crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL

passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees

Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees

brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina

23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina

Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai

para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo

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nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo

principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro

mercado comum

No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a

Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo

industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha

caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata

previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos

setoriais foram assinados bilateralmente

24 Produtos ou setores em potencial

A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila

de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees

europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-

tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral

permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a

UE

O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre

paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco

elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado

principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A

composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das

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importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do

MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e

ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu

25 Principais parceiros europeus

As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande

assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o

primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos

externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus

Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica

Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a

complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais

intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-

americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de

diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio

bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais

com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande

influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a

Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada

na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento

comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro

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3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ

RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE

31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia

O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco

pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do

MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa

Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros

comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos

comerciais na Europa

Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do

Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto

que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com

relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve

queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve

uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos

anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e

menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil

passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda

de 10 nesse investimento

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No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do

MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os

europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior

mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das

exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial

importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute

a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total

A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de

intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores

agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees

europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo

dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida

Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma

importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios

desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos

manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser

importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas

Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com

tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas

11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses

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Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta

de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as

maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados

representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros

quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo

eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos

Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II

32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil

Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco

econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a

assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos

tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL

Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de

facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo

acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram

negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL

com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados

europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia

A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais

nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que

temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as

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relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no

fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as

medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus

No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator

agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de

2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral

com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano

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CONCLUSAtildeO

As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito

tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se

aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial

implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente

conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados

Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos

data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina

individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se

com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as

partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados

A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos

causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e

Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um

desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo

com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e

falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a

formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse

fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados

que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus

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interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus

interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar

obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos

econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada

bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles

como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das

negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave

liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees

Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar

um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o

Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e

essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles

Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo

inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se

tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs

dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses

integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e

reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento

Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da

agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos

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Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor

agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta

de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses

desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil

esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor

Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do

Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC

depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia

Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a

pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade

eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os

subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre

MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas

do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos

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REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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ANEXO I

Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo

(valores totais em US$ e porcentuais)

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45

Exportaccedilotildees do Brasil

2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46

2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38

Importaccedilotildees do Brasil

2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44

Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28

2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23

Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31

Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees

2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil

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47

ANEXO II

Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL

Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp

Peso do MERCOSUL

nas Importaccedilotildees

extra UE 19982000

Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL

19982000

I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361

II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399

III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112

IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423

Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386

V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207

VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130

VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92

VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341

IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374

X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259

XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152

XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139

XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120

XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140

XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176

XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157

XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151

XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206

XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67

XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301

Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183

Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA

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ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE

Totais por fator agregado

US$ F0B

Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s

A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935

2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111

Fonte

Anos de 19801992 = Banco do Brasil

Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE

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ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro

Uniatildeo Europeacuteia - UE

US$ F0B

E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s

A n o

US$ FOB (A)

Var

Part ()

US$ FOB (B)

Var ()

Part ()

Saldo (A-B)

Corrente Comeacutercio (A+B)

Cobertura (AB)

1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133

Obs () ()

VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil

IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final

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33

2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE

Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e

Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute

de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e

Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de

envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da

Uniatildeo Europeacuteia

Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das

relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se

referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral

22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL

Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia

econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da

economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do

comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o

comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano

10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144

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34

Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das

exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo

Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do

Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira

Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros

paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido

com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a

Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees

Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve

um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$

45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila

comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do

MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno

crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL

passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees

Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees

brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina

23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina

Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai

para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo

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35

nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo

principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro

mercado comum

No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a

Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo

industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha

caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata

previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos

setoriais foram assinados bilateralmente

24 Produtos ou setores em potencial

A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila

de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees

europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-

tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral

permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a

UE

O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre

paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco

elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado

principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A

composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das

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36

importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do

MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e

ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu

25 Principais parceiros europeus

As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande

assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o

primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos

externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus

Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica

Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a

complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais

intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-

americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de

diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio

bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais

com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande

influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a

Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada

na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento

comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro

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37

3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ

RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE

31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia

O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco

pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do

MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa

Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros

comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos

comerciais na Europa

Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do

Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto

que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com

relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve

queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve

uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos

anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e

menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil

passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda

de 10 nesse investimento

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38

No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do

MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os

europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior

mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das

exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial

importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute

a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total

A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de

intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores

agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees

europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo

dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida

Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma

importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios

desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos

manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser

importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas

Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com

tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas

11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses

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39

Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta

de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as

maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados

representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros

quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo

eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos

Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II

32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil

Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco

econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a

assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos

tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL

Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de

facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo

acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram

negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL

com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados

europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia

A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais

nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que

temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as

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40

relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no

fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as

medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus

No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator

agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de

2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral

com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano

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41

CONCLUSAtildeO

As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito

tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se

aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial

implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente

conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados

Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos

data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina

individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se

com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as

partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados

A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos

causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e

Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um

desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo

com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e

falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a

formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse

fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados

que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus

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42

interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus

interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar

obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos

econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada

bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles

como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das

negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave

liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees

Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar

um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o

Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e

essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles

Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo

inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se

tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs

dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses

integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e

reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento

Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da

agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos

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43

Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor

agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta

de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses

desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil

esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor

Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do

Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC

depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia

Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a

pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade

eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os

subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre

MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas

do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos

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44

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992

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ANEXO I

Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo

(valores totais em US$ e porcentuais)

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45

Exportaccedilotildees do Brasil

2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46

2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38

Importaccedilotildees do Brasil

2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44

Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28

2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23

Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31

Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees

2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil

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ANEXO II

Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL

Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp

Peso do MERCOSUL

nas Importaccedilotildees

extra UE 19982000

Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL

19982000

I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361

II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399

III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112

IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423

Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386

V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207

VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130

VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92

VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341

IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374

X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259

XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152

XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139

XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120

XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140

XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176

XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157

XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151

XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206

XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67

XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301

Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183

Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA

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ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE

Totais por fator agregado

US$ F0B

Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s

A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935

2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111

Fonte

Anos de 19801992 = Banco do Brasil

Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE

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49

ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro

Uniatildeo Europeacuteia - UE

US$ F0B

E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s

A n o

US$ FOB (A)

Var

Part ()

US$ FOB (B)

Var ()

Part ()

Saldo (A-B)

Corrente Comeacutercio (A+B)

Cobertura (AB)

1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133

Obs () ()

VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil

IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final

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34

Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das

exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo

Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do

Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira

Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros

paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido

com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a

Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees

Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve

um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$

45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila

comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do

MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno

crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL

passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees

Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees

brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina

23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina

Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai

para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo

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35

nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo

principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro

mercado comum

No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a

Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo

industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha

caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata

previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos

setoriais foram assinados bilateralmente

24 Produtos ou setores em potencial

A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila

de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees

europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-

tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral

permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a

UE

O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre

paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco

elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado

principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A

composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das

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36

importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do

MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e

ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu

25 Principais parceiros europeus

As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande

assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o

primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos

externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus

Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica

Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a

complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais

intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-

americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de

diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio

bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais

com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande

influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a

Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada

na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento

comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro

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37

3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ

RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE

31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia

O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco

pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do

MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa

Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros

comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos

comerciais na Europa

Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do

Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto

que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com

relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve

queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve

uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos

anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e

menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil

passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda

de 10 nesse investimento

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No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do

MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os

europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior

mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das

exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial

importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute

a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total

A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de

intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores

agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees

europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo

dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida

Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma

importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios

desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos

manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser

importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas

Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com

tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas

11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses

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39

Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta

de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as

maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados

representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros

quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo

eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos

Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II

32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil

Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco

econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a

assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos

tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL

Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de

facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo

acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram

negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL

com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados

europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia

A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais

nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que

temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as

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relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no

fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as

medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus

No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator

agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de

2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral

com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano

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CONCLUSAtildeO

As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito

tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se

aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial

implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente

conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados

Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos

data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina

individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se

com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as

partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados

A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos

causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e

Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um

desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo

com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e

falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a

formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse

fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados

que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus

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interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus

interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar

obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos

econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada

bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles

como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das

negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave

liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees

Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar

um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o

Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e

essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles

Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo

inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se

tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs

dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses

integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e

reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento

Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da

agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos

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43

Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor

agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta

de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses

desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil

esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor

Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do

Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC

depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia

Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a

pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade

eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os

subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre

MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas

do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos

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44

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005

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bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972

bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004

bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004

bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003

bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004

bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998

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bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000

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45

bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005

bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005

bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005

bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005

bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999

bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005

bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003

bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81

bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992

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46

ANEXO I

Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo

(valores totais em US$ e porcentuais)

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45

Exportaccedilotildees do Brasil

2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46

2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38

Importaccedilotildees do Brasil

2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44

Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28

2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23

Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31

Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees

2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil

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47

ANEXO II

Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL

Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp

Peso do MERCOSUL

nas Importaccedilotildees

extra UE 19982000

Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL

19982000

I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361

II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399

III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112

IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423

Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386

V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207

VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130

VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92

VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341

IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374

X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259

XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152

XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139

XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120

XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140

XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176

XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157

XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151

XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206

XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67

XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301

Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183

Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA

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ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE

Totais por fator agregado

US$ F0B

Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s

A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935

2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111

Fonte

Anos de 19801992 = Banco do Brasil

Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE

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ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro

Uniatildeo Europeacuteia - UE

US$ F0B

E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s

A n o

US$ FOB (A)

Var

Part ()

US$ FOB (B)

Var ()

Part ()

Saldo (A-B)

Corrente Comeacutercio (A+B)

Cobertura (AB)

1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133

Obs () ()

VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil

IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final

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35

nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo

principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro

mercado comum

No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a

Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo

industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha

caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata

previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos

setoriais foram assinados bilateralmente

24 Produtos ou setores em potencial

A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila

de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees

europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-

tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral

permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a

UE

O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre

paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco

elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado

principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A

composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das

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importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do

MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e

ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu

25 Principais parceiros europeus

As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande

assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o

primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos

externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus

Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica

Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a

complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais

intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-

americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de

diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio

bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais

com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande

influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a

Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada

na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento

comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro

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37

3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ

RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE

31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia

O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco

pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do

MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa

Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros

comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos

comerciais na Europa

Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do

Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto

que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com

relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve

queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve

uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos

anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e

menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil

passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda

de 10 nesse investimento

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38

No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do

MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os

europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior

mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das

exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial

importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute

a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total

A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de

intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores

agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees

europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo

dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida

Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma

importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios

desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos

manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser

importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas

Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com

tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas

11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses

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39

Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta

de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as

maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados

representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros

quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo

eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos

Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II

32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil

Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco

econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a

assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos

tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL

Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de

facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo

acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram

negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL

com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados

europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia

A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais

nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que

temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as

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40

relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no

fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as

medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus

No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator

agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de

2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral

com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano

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41

CONCLUSAtildeO

As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito

tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se

aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial

implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente

conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados

Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos

data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina

individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se

com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as

partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados

A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos

causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e

Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um

desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo

com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e

falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a

formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse

fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados

que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus

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interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus

interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar

obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos

econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada

bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles

como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das

negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave

liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees

Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar

um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o

Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e

essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles

Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo

inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se

tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs

dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses

integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e

reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento

Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da

agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos

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Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor

agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta

de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses

desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil

esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor

Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do

Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC

depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia

Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a

pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade

eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os

subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre

MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas

do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos

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REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004

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bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81

bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992

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46

ANEXO I

Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo

(valores totais em US$ e porcentuais)

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45

Exportaccedilotildees do Brasil

2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46

2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38

Importaccedilotildees do Brasil

2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44

Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28

2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23

Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31

Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees

2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil

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47

ANEXO II

Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL

Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp

Peso do MERCOSUL

nas Importaccedilotildees

extra UE 19982000

Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL

19982000

I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361

II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399

III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112

IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423

Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386

V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207

VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130

VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92

VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341

IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374

X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259

XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152

XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139

XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120

XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140

XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176

XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157

XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151

XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206

XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67

XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301

Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183

Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA

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ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE

Totais por fator agregado

US$ F0B

Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s

A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935

2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111

Fonte

Anos de 19801992 = Banco do Brasil

Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE

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49

ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro

Uniatildeo Europeacuteia - UE

US$ F0B

E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s

A n o

US$ FOB (A)

Var

Part ()

US$ FOB (B)

Var ()

Part ()

Saldo (A-B)

Corrente Comeacutercio (A+B)

Cobertura (AB)

1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133

Obs () ()

VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil

IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final

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36

importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do

MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e

ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu

25 Principais parceiros europeus

As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande

assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o

primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos

externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus

Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica

Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a

complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais

intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-

americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de

diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio

bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais

com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande

influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a

Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada

na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento

comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro

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37

3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ

RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE

31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia

O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco

pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do

MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa

Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros

comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos

comerciais na Europa

Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do

Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto

que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com

relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve

queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve

uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos

anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e

menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil

passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda

de 10 nesse investimento

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38

No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do

MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os

europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior

mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das

exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial

importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute

a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total

A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de

intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores

agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees

europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo

dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida

Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma

importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios

desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos

manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser

importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas

Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com

tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas

11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses

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Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta

de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as

maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados

representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros

quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo

eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos

Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II

32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil

Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco

econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a

assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos

tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL

Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de

facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo

acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram

negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL

com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados

europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia

A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais

nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que

temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as

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40

relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no

fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as

medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus

No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator

agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de

2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral

com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano

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41

CONCLUSAtildeO

As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito

tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se

aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial

implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente

conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados

Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos

data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina

individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se

com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as

partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados

A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos

causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e

Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um

desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo

com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e

falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a

formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse

fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados

que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus

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interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus

interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar

obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos

econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada

bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles

como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das

negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave

liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees

Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar

um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o

Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e

essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles

Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo

inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se

tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs

dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses

integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e

reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento

Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da

agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos

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Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor

agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta

de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses

desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil

esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor

Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do

Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC

depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia

Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a

pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade

eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os

subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre

MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas

do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos

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44

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005

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bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972

bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004

bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004

bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003

bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004

bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998

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bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001

bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000

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45

bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005

bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005

bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005

bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005

bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999

bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005

bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003

bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81

bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992

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ANEXO I

Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo

(valores totais em US$ e porcentuais)

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45

Exportaccedilotildees do Brasil

2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46

2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38

Importaccedilotildees do Brasil

2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44

Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28

2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23

Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31

Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees

2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil

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47

ANEXO II

Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL

Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp

Peso do MERCOSUL

nas Importaccedilotildees

extra UE 19982000

Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL

19982000

I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361

II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399

III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112

IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423

Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386

V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207

VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130

VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92

VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341

IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374

X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259

XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152

XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139

XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120

XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140

XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176

XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157

XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151

XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206

XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67

XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301

Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183

Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA

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ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE

Totais por fator agregado

US$ F0B

Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s

A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935

2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111

Fonte

Anos de 19801992 = Banco do Brasil

Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE

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ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro

Uniatildeo Europeacuteia - UE

US$ F0B

E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s

A n o

US$ FOB (A)

Var

Part ()

US$ FOB (B)

Var ()

Part ()

Saldo (A-B)

Corrente Comeacutercio (A+B)

Cobertura (AB)

1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133

Obs () ()

VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil

IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final

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37

3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ

RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE

31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia

O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco

pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do

MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa

Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros

comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos

comerciais na Europa

Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do

Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto

que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com

relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve

queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve

uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos

anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e

menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil

passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda

de 10 nesse investimento

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38

No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do

MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os

europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior

mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das

exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial

importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute

a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total

A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de

intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores

agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees

europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo

dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida

Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma

importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios

desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos

manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser

importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas

Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com

tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas

11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses

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39

Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta

de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as

maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados

representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros

quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo

eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos

Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II

32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil

Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco

econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a

assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos

tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL

Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de

facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo

acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram

negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL

com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados

europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia

A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais

nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que

temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as

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relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no

fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as

medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus

No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator

agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de

2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral

com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano

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41

CONCLUSAtildeO

As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito

tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se

aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial

implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente

conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados

Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos

data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina

individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se

com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as

partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados

A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos

causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e

Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um

desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo

com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e

falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a

formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse

fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados

que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus

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interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus

interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar

obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos

econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada

bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles

como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das

negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave

liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees

Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar

um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o

Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e

essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles

Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo

inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se

tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs

dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses

integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e

reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento

Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da

agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos

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Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor

agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta

de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses

desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil

esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor

Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do

Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC

depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia

Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a

pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade

eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os

subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre

MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas

do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos

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44

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972

bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004

bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004

bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003

bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004

bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998

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bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999

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bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003

bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81

bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992

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ANEXO I

Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo

(valores totais em US$ e porcentuais)

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45

Exportaccedilotildees do Brasil

2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46

2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38

Importaccedilotildees do Brasil

2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44

Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28

2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23

Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31

Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees

2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil

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ANEXO II

Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL

Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp

Peso do MERCOSUL

nas Importaccedilotildees

extra UE 19982000

Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL

19982000

I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361

II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399

III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112

IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423

Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386

V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207

VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130

VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92

VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341

IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374

X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259

XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152

XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139

XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120

XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140

XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176

XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157

XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151

XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206

XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67

XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301

Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183

Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA

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ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE

Totais por fator agregado

US$ F0B

Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s

A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935

2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111

Fonte

Anos de 19801992 = Banco do Brasil

Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE

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49

ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro

Uniatildeo Europeacuteia - UE

US$ F0B

E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s

A n o

US$ FOB (A)

Var

Part ()

US$ FOB (B)

Var ()

Part ()

Saldo (A-B)

Corrente Comeacutercio (A+B)

Cobertura (AB)

1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133

Obs () ()

VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil

IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final

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38

No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do

MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os

europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior

mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das

exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial

importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute

a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total

A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de

intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores

agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees

europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo

dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida

Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma

importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios

desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos

manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser

importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas

Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com

tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas

11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses

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39

Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta

de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as

maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados

representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros

quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo

eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos

Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II

32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil

Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco

econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a

assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos

tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL

Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de

facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo

acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram

negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL

com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados

europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia

A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais

nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que

temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as

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relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no

fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as

medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus

No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator

agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de

2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral

com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano

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41

CONCLUSAtildeO

As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito

tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se

aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial

implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente

conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados

Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos

data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina

individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se

com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as

partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados

A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos

causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e

Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um

desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo

com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e

falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a

formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse

fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados

que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus

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interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus

interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar

obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos

econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada

bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles

como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das

negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave

liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees

Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar

um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o

Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e

essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles

Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo

inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se

tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs

dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses

integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e

reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento

Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da

agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos

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43

Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor

agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta

de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses

desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil

esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor

Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do

Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC

depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia

Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a

pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade

eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os

subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre

MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas

do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos

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44

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005

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bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004

bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004

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bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004

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bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001

bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000

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45

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bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005

bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005

bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005

bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999

bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005

bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003

bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81

bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992

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46

ANEXO I

Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo

(valores totais em US$ e porcentuais)

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45

Exportaccedilotildees do Brasil

2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46

2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38

Importaccedilotildees do Brasil

2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44

Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28

2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23

Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31

Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees

2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil

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ANEXO II

Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL

Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp

Peso do MERCOSUL

nas Importaccedilotildees

extra UE 19982000

Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL

19982000

I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361

II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399

III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112

IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423

Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386

V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207

VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130

VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92

VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341

IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374

X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259

XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152

XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139

XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120

XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140

XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176

XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157

XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151

XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206

XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67

XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301

Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183

Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA

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ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE

Totais por fator agregado

US$ F0B

Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s

A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935

2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111

Fonte

Anos de 19801992 = Banco do Brasil

Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE

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ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro

Uniatildeo Europeacuteia - UE

US$ F0B

E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s

A n o

US$ FOB (A)

Var

Part ()

US$ FOB (B)

Var ()

Part ()

Saldo (A-B)

Corrente Comeacutercio (A+B)

Cobertura (AB)

1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133

Obs () ()

VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil

IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final

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39

Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta

de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as

maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados

representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros

quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo

eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos

Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II

32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil

Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco

econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a

assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos

tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL

Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de

facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo

acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram

negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL

com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados

europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia

A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais

nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que

temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as

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relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no

fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as

medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus

No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator

agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de

2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral

com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano

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41

CONCLUSAtildeO

As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito

tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se

aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial

implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente

conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados

Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos

data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina

individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se

com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as

partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados

A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos

causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e

Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um

desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo

com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e

falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a

formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse

fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados

que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus

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interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus

interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar

obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos

econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada

bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles

como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das

negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave

liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees

Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar

um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o

Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e

essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles

Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo

inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se

tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs

dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses

integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e

reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento

Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da

agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos

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Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor

agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta

de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses

desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil

esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor

Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do

Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC

depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia

Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a

pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade

eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os

subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre

MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas

do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos

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44

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005

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bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972

bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004

bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004

bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003

bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004

bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998

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bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001

bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000

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45

bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005

bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005

bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005

bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005

bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999

bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005

bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003

bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81

bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992

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ANEXO I

Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo

(valores totais em US$ e porcentuais)

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45

Exportaccedilotildees do Brasil

2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46

2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38

Importaccedilotildees do Brasil

2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44

Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28

2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23

Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31

Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees

2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil

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47

ANEXO II

Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL

Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp

Peso do MERCOSUL

nas Importaccedilotildees

extra UE 19982000

Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL

19982000

I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361

II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399

III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112

IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423

Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386

V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207

VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130

VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92

VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341

IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374

X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259

XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152

XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139

XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120

XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140

XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176

XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157

XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151

XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206

XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67

XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301

Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183

Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA

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ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE

Totais por fator agregado

US$ F0B

Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s

A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935

2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111

Fonte

Anos de 19801992 = Banco do Brasil

Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE

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ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro

Uniatildeo Europeacuteia - UE

US$ F0B

E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s

A n o

US$ FOB (A)

Var

Part ()

US$ FOB (B)

Var ()

Part ()

Saldo (A-B)

Corrente Comeacutercio (A+B)

Cobertura (AB)

1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133

Obs () ()

VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil

IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final

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relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no

fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as

medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus

No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator

agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de

2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral

com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano

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41

CONCLUSAtildeO

As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito

tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se

aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial

implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente

conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados

Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos

data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina

individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se

com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as

partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados

A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos

causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e

Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um

desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo

com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e

falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a

formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse

fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados

que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus

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interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus

interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar

obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos

econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada

bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles

como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das

negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave

liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees

Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar

um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o

Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e

essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles

Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo

inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se

tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs

dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses

integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e

reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento

Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da

agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos

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Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor

agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta

de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses

desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil

esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor

Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do

Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC

depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia

Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a

pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade

eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os

subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre

MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas

do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos

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REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

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bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972

bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004

bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004

bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003

bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004

bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998

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bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000

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45

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bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005

bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005

bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005

bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999

bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005

bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003

bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81

bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992

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ANEXO I

Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo

(valores totais em US$ e porcentuais)

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45

Exportaccedilotildees do Brasil

2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46

2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38

Importaccedilotildees do Brasil

2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44

Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28

2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23

Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31

Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees

2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil

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ANEXO II

Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL

Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp

Peso do MERCOSUL

nas Importaccedilotildees

extra UE 19982000

Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL

19982000

I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361

II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399

III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112

IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423

Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386

V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207

VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130

VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92

VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341

IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374

X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259

XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152

XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139

XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120

XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140

XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176

XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157

XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151

XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206

XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67

XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301

Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183

Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA

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ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE

Totais por fator agregado

US$ F0B

Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s

A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935

2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111

Fonte

Anos de 19801992 = Banco do Brasil

Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE

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49

ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro

Uniatildeo Europeacuteia - UE

US$ F0B

E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s

A n o

US$ FOB (A)

Var

Part ()

US$ FOB (B)

Var ()

Part ()

Saldo (A-B)

Corrente Comeacutercio (A+B)

Cobertura (AB)

1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133

Obs () ()

VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil

IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final

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41

CONCLUSAtildeO

As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito

tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se

aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial

implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente

conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados

Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos

data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina

individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se

com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as

partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados

A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos

causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e

Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um

desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo

com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e

falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a

formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse

fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados

que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus

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42

interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus

interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar

obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos

econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada

bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles

como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das

negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave

liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees

Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar

um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o

Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e

essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles

Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo

inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se

tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs

dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses

integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e

reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento

Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da

agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos

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Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor

agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta

de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses

desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil

esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor

Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do

Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC

depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia

Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a

pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade

eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os

subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre

MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas

do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos

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44

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005

bull AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144

bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972

bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004

bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004

bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003

bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004

bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998

bull GLOBAL 21 Disponiacutevel em lthttpwwwglobal21combrgt Acessado em 20 de novembro de 2005

bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001

bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000

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45

bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005

bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005

bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005

bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005

bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999

bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005

bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003

bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81

bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992

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ANEXO I

Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo

(valores totais em US$ e porcentuais)

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45

Exportaccedilotildees do Brasil

2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46

2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38

Importaccedilotildees do Brasil

2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44

Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28

2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23

Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31

Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees

2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil

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ANEXO II

Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL

Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp

Peso do MERCOSUL

nas Importaccedilotildees

extra UE 19982000

Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL

19982000

I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361

II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399

III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112

IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423

Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386

V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207

VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130

VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92

VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341

IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374

X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259

XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152

XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139

XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120

XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140

XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176

XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157

XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151

XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206

XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67

XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301

Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183

Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA

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ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE

Totais por fator agregado

US$ F0B

Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s

A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935

2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111

Fonte

Anos de 19801992 = Banco do Brasil

Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE

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49

ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro

Uniatildeo Europeacuteia - UE

US$ F0B

E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s

A n o

US$ FOB (A)

Var

Part ()

US$ FOB (B)

Var ()

Part ()

Saldo (A-B)

Corrente Comeacutercio (A+B)

Cobertura (AB)

1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133

Obs () ()

VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil

IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final

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42

interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus

interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar

obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos

econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada

bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles

como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das

negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave

liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees

Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar

um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o

Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e

essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles

Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo

inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se

tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs

dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses

integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e

reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento

Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da

agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos

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43

Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor

agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta

de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses

desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil

esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor

Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do

Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC

depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia

Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a

pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade

eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os

subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre

MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas

do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos

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44

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005

bull AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144

bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972

bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004

bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004

bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003

bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004

bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998

bull GLOBAL 21 Disponiacutevel em lthttpwwwglobal21combrgt Acessado em 20 de novembro de 2005

bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001

bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000

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45

bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005

bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005

bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005

bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005

bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999

bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005

bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003

bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81

bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992

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46

ANEXO I

Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo

(valores totais em US$ e porcentuais)

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45

Exportaccedilotildees do Brasil

2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46

2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38

Importaccedilotildees do Brasil

2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44

Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28

2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23

Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31

Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees

2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil

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47

ANEXO II

Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL

Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp

Peso do MERCOSUL

nas Importaccedilotildees

extra UE 19982000

Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL

19982000

I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361

II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399

III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112

IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423

Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386

V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207

VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130

VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92

VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341

IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374

X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259

XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152

XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139

XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120

XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140

XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176

XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157

XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151

XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206

XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67

XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301

Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183

Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA

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ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE

Totais por fator agregado

US$ F0B

Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s

A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935

2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111

Fonte

Anos de 19801992 = Banco do Brasil

Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE

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49

ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro

Uniatildeo Europeacuteia - UE

US$ F0B

E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s

A n o

US$ FOB (A)

Var

Part ()

US$ FOB (B)

Var ()

Part ()

Saldo (A-B)

Corrente Comeacutercio (A+B)

Cobertura (AB)

1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133

Obs () ()

VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil

IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final

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43

Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor

agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta

de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses

desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil

esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor

Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do

Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC

depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia

Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a

pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade

eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os

subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre

MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas

do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos

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44

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005

bull AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144

bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972

bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004

bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004

bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003

bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004

bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998

bull GLOBAL 21 Disponiacutevel em lthttpwwwglobal21combrgt Acessado em 20 de novembro de 2005

bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001

bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000

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45

bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005

bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005

bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005

bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005

bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999

bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005

bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003

bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81

bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992

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46

ANEXO I

Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo

(valores totais em US$ e porcentuais)

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45

Exportaccedilotildees do Brasil

2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46

2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38

Importaccedilotildees do Brasil

2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44

Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28

2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23

Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31

Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees

2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil

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47

ANEXO II

Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL

Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp

Peso do MERCOSUL

nas Importaccedilotildees

extra UE 19982000

Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL

19982000

I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361

II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399

III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112

IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423

Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386

V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207

VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130

VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92

VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341

IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374

X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259

XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152

XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139

XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120

XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140

XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176

XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157

XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151

XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206

XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67

XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301

Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183

Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA

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ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE

Totais por fator agregado

US$ F0B

Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s

A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935

2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111

Fonte

Anos de 19801992 = Banco do Brasil

Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE

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49

ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro

Uniatildeo Europeacuteia - UE

US$ F0B

E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s

A n o

US$ FOB (A)

Var

Part ()

US$ FOB (B)

Var ()

Part ()

Saldo (A-B)

Corrente Comeacutercio (A+B)

Cobertura (AB)

1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133

Obs () ()

VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil

IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final

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44

REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS

bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005

bull AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144

bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972

bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004

bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004

bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003

bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004

bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998

bull GLOBAL 21 Disponiacutevel em lthttpwwwglobal21combrgt Acessado em 20 de novembro de 2005

bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001

bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000

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45

bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005

bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005

bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005

bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005

bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999

bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005

bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003

bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81

bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992

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46

ANEXO I

Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo

(valores totais em US$ e porcentuais)

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45

Exportaccedilotildees do Brasil

2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46

2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38

Importaccedilotildees do Brasil

2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44

Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28

2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23

Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31

Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees

2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil

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47

ANEXO II

Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL

Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp

Peso do MERCOSUL

nas Importaccedilotildees

extra UE 19982000

Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL

19982000

I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361

II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399

III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112

IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423

Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386

V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207

VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130

VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92

VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341

IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374

X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259

XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152

XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139

XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120

XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140

XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176

XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157

XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151

XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206

XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67

XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301

Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183

Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA

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ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE

Totais por fator agregado

US$ F0B

Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s

A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935

2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111

Fonte

Anos de 19801992 = Banco do Brasil

Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE

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49

ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro

Uniatildeo Europeacuteia - UE

US$ F0B

E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s

A n o

US$ FOB (A)

Var

Part ()

US$ FOB (B)

Var ()

Part ()

Saldo (A-B)

Corrente Comeacutercio (A+B)

Cobertura (AB)

1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133

Obs () ()

VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil

IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final

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45

bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005

bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005

bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005

bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005

bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999

bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005

bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003

bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81

bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992

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46

ANEXO I

Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo

(valores totais em US$ e porcentuais)

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45

Exportaccedilotildees do Brasil

2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46

2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38

Importaccedilotildees do Brasil

2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44

Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28

2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23

Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31

Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees

2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil

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47

ANEXO II

Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL

Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp

Peso do MERCOSUL

nas Importaccedilotildees

extra UE 19982000

Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL

19982000

I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361

II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399

III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112

IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423

Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386

V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207

VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130

VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92

VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341

IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374

X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259

XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152

XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139

XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120

XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140

XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176

XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157

XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151

XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206

XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67

XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301

Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183

Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA

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ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE

Totais por fator agregado

US$ F0B

Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s

A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935

2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111

Fonte

Anos de 19801992 = Banco do Brasil

Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE

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49

ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro

Uniatildeo Europeacuteia - UE

US$ F0B

E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s

A n o

US$ FOB (A)

Var

Part ()

US$ FOB (B)

Var ()

Part ()

Saldo (A-B)

Corrente Comeacutercio (A+B)

Cobertura (AB)

1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133

Obs () ()

VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil

IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final

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46

ANEXO I

Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo

(valores totais em US$ e porcentuais)

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45

Exportaccedilotildees do Brasil

2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46

2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38

Importaccedilotildees do Brasil

2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44

Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28

2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23

Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil

2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura

Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot

jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31

Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees

2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil

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47

ANEXO II

Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL

Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp

Peso do MERCOSUL

nas Importaccedilotildees

extra UE 19982000

Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL

19982000

I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361

II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399

III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112

IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423

Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386

V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207

VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130

VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92

VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341

IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374

X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259

XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152

XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139

XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120

XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140

XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176

XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157

XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151

XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206

XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67

XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301

Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183

Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA

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ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE

Totais por fator agregado

US$ F0B

Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s

A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935

2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111

Fonte

Anos de 19801992 = Banco do Brasil

Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE

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49

ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro

Uniatildeo Europeacuteia - UE

US$ F0B

E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s

A n o

US$ FOB (A)

Var

Part ()

US$ FOB (B)

Var ()

Part ()

Saldo (A-B)

Corrente Comeacutercio (A+B)

Cobertura (AB)

1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133

Obs () ()

VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil

IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final

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47

ANEXO II

Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL

Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp

Peso do MERCOSUL

nas Importaccedilotildees

extra UE 19982000

Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL

19982000

I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361

II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399

III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112

IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423

Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386

V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207

VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130

VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92

VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341

IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374

X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259

XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152

XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139

XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120

XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140

XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176

XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157

XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151

XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206

XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67

XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301

Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183

Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA

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ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE

Totais por fator agregado

US$ F0B

Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s

A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935

2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111

Fonte

Anos de 19801992 = Banco do Brasil

Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE

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49

ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro

Uniatildeo Europeacuteia - UE

US$ F0B

E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s

A n o

US$ FOB (A)

Var

Part ()

US$ FOB (B)

Var ()

Part ()

Saldo (A-B)

Corrente Comeacutercio (A+B)

Cobertura (AB)

1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133

Obs () ()

VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil

IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final

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ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE

Totais por fator agregado

US$ F0B

Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s

A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

US$ FOB

Var

1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935

2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111

Fonte

Anos de 19801992 = Banco do Brasil

Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE

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49

ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro

Uniatildeo Europeacuteia - UE

US$ F0B

E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s

A n o

US$ FOB (A)

Var

Part ()

US$ FOB (B)

Var ()

Part ()

Saldo (A-B)

Corrente Comeacutercio (A+B)

Cobertura (AB)

1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133

Obs () ()

VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil

IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final

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49

ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro

Uniatildeo Europeacuteia - UE

US$ F0B

E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s

A n o

US$ FOB (A)

Var

Part ()

US$ FOB (B)

Var ()

Part ()

Saldo (A-B)

Corrente Comeacutercio (A+B)

Cobertura (AB)

1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133

Obs () ()

VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil

IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final

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