monografia - repositorio.uniceub.br · esta monografia é resultado de estudos sobre a...
TRANSCRIPT
CENTRO UNIVERSITAacuteRIO DE BRASIacuteLIA
FACULDADE DE CIEcircNCIAS JURIacuteDICAS E SOCIAIS ndash FCJS
CURSO RELACcedilOtildeES INTERNACIONAIS
DISCIPLINA MONOGRAFIA ACADEcircMICA
PROFESSOR ORIENTADOR CARLITO ZANETTI
AS RELACcedilOtildeES COMERCIAIS ENTRE MERCOSUL E UNIAtildeO
EUROPEacuteIA AS CONSEQUumlEcircNCIAS PARA O BRASIL
Monografia apresentada como requisito parcial para a conclusatildeo do curso de bacharelado em Relaccedilotildees Internacionais do Centro Universitaacuterio de Brasiacutelia ndash UniCEUB
POLIANNA DA SILVA RIBEIRO
BrasiacuteliaDF Novembro de 2005
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
2
POLIANNA DA SILVA RIBEIRO
AS RELACcedilOtildeES COMERCIAIS ENTRE MERCOSUL E UNIAtildeO
EUROPEacuteIA AS CONSEQUEcircNCIAS PARA O BRASIL
Banca Examinadora ____________________________ Prof Carlito Zanetti (orientador) ____________________________ Prof Claacuteudio Ferreira da Silva (membro) ____________________________ Prof Alaor Siacutelvio Cardoso (membro)
Brasiacutelia Novembro de 2005
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
3
AGRADECIMENTOS Agradeccedilo primeiramente a Deus por ter me proporcionado mais
essa conquista Aos meus pais e irmatilde pelo incentivo de sempre Aos
amigos pelo apoio e compreensatildeo Ao querido Ronaldo pela ajuda para a
realizaccedilatildeo deste trabalho E aos professores do curso de Relaccedilotildees
Internacionais do Uniceub que muito contribuiacuteram para a minha formaccedilatildeo
acadecircmica
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
4
RESUMO
Esta monografia eacute resultado de estudos sobre a importacircncia a participaccedilatildeo e a
evoluccedilatildeo do comeacutercio entre dois blocos regionais em constante crescimento a Uniatildeo Europeacuteia e
o MERCOSUL A abordagem deste trabalho engloba a origem do processo de integraccedilatildeo
regional a formaccedilatildeo dos blocos e sua atual relaccedilatildeo inter-regional O enfoque principal diz
respeito ao Brasil Analisa sua participaccedilatildeo importacircncia e as consequumlecircncias proporcionadas
devido agrave relaccedilatildeo comercial existente entre os blocos estudados
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
5
ABSTRACT
This work is the result of studies about the importance participation and
evolution of commerce between these two regional blocks that are in constant growth the
European Union and Mercosur This work encloses the beginning of the regional integration
process formation of economic blocks and its actual inter-regional relationship The focus of this
work encompasses Brazilrsquos situation This study analyses Brazilrsquos participation its importance
and the consequences due to the existing commercial relationship between the regional blocks
which were studied in this work
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
6
LISTA DE SIGLAS bull ALADI - Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo bull ALALC ndash Associaccedilatildeo Latino-Americana de Livre Comeacutercio bull BLOCO ABC ndash Bloco econocircmico formado por Argentina Brasil e Chile bull CCM ndash Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL bull CECA - Comunidade Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo bull CEE ndash Comunidade Econocircmica Europeacuteia bull CEPAL ndash Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina bull CMC ndash Conselho do Mercado Comum bull CPCM ndash Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL bull EUA ndash Estados Unidos da Ameacuterica bull FCES ndash Foro Consultivo Econocircmico e Social bull GATT ndash Acordo Geral sobre Tarifas e Comeacutercio bull GMC ndash Grupo Mercado Comum bull IPEA ndash Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada bull MERCOSUL ndash Mercado Comum do Sul bull MRE ndash Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores bull OMC ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio bull PESC - Poliacutetica Externa e Seguranccedila Comum bull PIB ndash Produto Interno Bruto bull PICE ndash Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica bull POP ndash Protocolo de Ouro Preto bull SAM ndash Secretaria Administrativa do MERCOSUL bull SGP ndash Sistema Geral de Preferecircncias bull TEC ndash Tarifa Externa Comum bull TM-60 ndash Tratado de Montevideacuteu criado em 1960 bull TM-80 ndash Tratado de Montevideacuteu criado em 1980 bull TUE ndash Tratado da Uniatildeo Europeacuteia bull UE ndash Uniatildeo Europeacuteia bull UNCTAD - Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre o Comeacutercio e o Desenvolvimento
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
7
SUMAacuteRIO
Paacutegina
AGRADECIMENTOS III RESUMO IV ABSTRACT IV LISTA DE SIGLAS VI INTRODUCcedilAtildeO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO PROBLEMA 10
IMPORTAcircNCIA DO TEMA E METODOLOGIA DE TRABALHO 12
REFERENCIAL TEOacuteRICO 13
1 MERCOSUL E UNIAtildeO EUROPEacuteIA 19
11 MERCOSUL antecedentes histoacutericos 19
12 Tratados do MERCOSUL 22
121 Tratado de Assunccedilatildeo 22
122 Protocolo de Brasiacutelia 25
123 Protocolo de Ouro Preto 26
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
8
13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu 27
14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia 29
15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia 30
16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia 31
2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 33
21 - A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE 33
22 - A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL 33
23 - O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina 34
24 - Produtos ou setores em potencial 35
25 - Principais parceiros europeus 36
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE 37
31 - MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia 37
32 - Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil 39
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
9
CONCLUSAtildeO 41 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 44 ANEXO I 46 ANEXO II 47 ANEXO III 48 ANEXO IV 49
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
10
INTRODUCcedilAtildeO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO PROBLEMA
Apoacutes a Segunda Guerra Mundial tornou-se possiacutevel assistir a propagaccedilatildeo de
iniciativas de diversos Estados para promover o comeacutercio internacional e consequumlentemente
uma maior inserccedilatildeo de cada um deles no mercado mundial Essas iniciativas se realizaram por
meio de negociaccedilotildees acordos bilaterais ou multilaterais e pela formaccedilatildeo de blocos econocircmicos
regionais
No decorrer do estudo nota-se a preocupaccedilatildeo em entender ateacute que ponto as
relaccedilotildees inter-regionais entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia afetam o Brasil sendo vantajosas
ou natildeo para o paiacutes Para tanto o presente trabalho foi dividido em trecircs capiacutetulos que buscam dar
uma melhor abordagem sobre o tema em questatildeo
Sabendo que o antecedente imediato do MERCOSUL foi a integraccedilatildeo Brasil-
Argentina pode-se notar que esta uacuteltima foi impulsionada principalmente pela superaccedilatildeo das
divergecircncias geopoliacuteticas bilaterais pelo retorno agrave plenitude do regime democraacutetico nos dois
paiacuteses e pela crise do sistema econocircmico internacional Uma seacuterie de acordos bilaterais
precederam o MERCOSUL poreacutem o primeiro desses acordos a Declaraccedilatildeo de Iguaccedilu foi
firmada pelos presidentes Sarney e Alfonsiacuten em 1985 buscando acelerar o processo de
integraccedilatildeo dos dois paiacuteses Brasil e Argentina em diferentes aacutereas
Tendo conhecimento do que foi apresentado o primeiro capiacutetulo abordaraacute um
pouco da fase histoacuterica dos blocos Fala da criaccedilatildeo do MERCOSUL que remonta agrave ALALC ateacute
chegar agrave assinatura do Tratado de Assunccedilatildeo e seus protocolos adicionais de Brasiacutelia que
estabelece um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias e de Ouro Preto que traz modificaccedilotildees para a
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
11
estrutura orgacircnica criando diversos oacutergatildeos para o bloco A partir de entatildeo procura-se fazer uma
breve abordagem histoacuterica da Uniatildeo Europeacuteia analisando-a desde quando era ainda a CEE ateacute
consolidar-se por meio do Tratado de Maastricht tornando-se de fato a atual Uniatildeo Europeacuteia
com 25 membros Ainda no primeiro capiacutetulo eacute possiacutevel verificar a vontade desses dois blocos de
implementar um acordo inter-regional entre eles
Mais adiante seraacute dado enfoque agrave relevacircncia da participaccedilatildeo do Brasil no
comeacutercio com o MERCOSUL e no comeacutercio com a Uniatildeo Europeacuteia separadamente procurando
ressaltar os setores mais expressivos para as partes e seus parceiros mais importantes
Finalmente no uacuteltimo capiacutetulo seratildeo abordadas as consequumlecircncias positivas ou
negativas para o Brasil a partir da relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia lembrando que
apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar um acordo entre eles os europeus adotam
medidas protecionistas que muito afetam as intenccedilotildees dos paiacuteses latino-americanos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
12
IMPORTAcircNCIA DO TEMA E METODOLOGIA DE TRABALHO
Com o constante fenocircmeno da globalizaccedilatildeo o interesse dos Estados por
mercados estrangeiros eacute cada vez maior proporcionando assim oportunidades para os paiacuteses
geograficamente mais proacuteximos se unirem formando grandes blocos econocircmicos atraveacutes do
processo de integraccedilatildeo regional Devido a vantagens e benefiacutecios oferecidos os paiacuteses optam cada
vez mais por integrar-se com seus vizinhos para adquirir mais forccedila e competitividade no cenaacuterio
internacional Esse processo de integraccedilatildeo pode ser facilmente observado como mostra o
trabalho na Ameacuterica Latina e na Europa com a criaccedilatildeo do Mercado Comum do Sul
(MERCOSUL) e da Uniatildeo Europeacuteia respectivamente
O interesse pelo tema surgiu da importacircncia no atual cenaacuterio internacional de
se obter uma visatildeo a partir da oacutetica do Brasil como maior economia do MERCOSUL com
relaccedilatildeo ao intercacircmbio comercial entre este bloco e a Uniatildeo Europeacuteia Estudar a relaccedilatildeo entre os
dois blocos torna mais faacutecil visualizar a participaccedilatildeo do Brasil no comeacutercio com cada um deles
individualmente e de sua situaccedilatildeo e eventuais consequumlecircncias para o paiacutes devido a essa relaccedilatildeo
inter-regional que tende a crescer cada vez mais
Este trabalho foi realizado baseado em fontes secundaacuterias como livros teses
textos especializados jornais revistas internet dados e tabelas para maior esclarecimento do que
foi abordado
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
13
REFERENCIAL TEOacuteRICO
Foi principalmente apoacutes a Segunda Guerra Mundial que surgiu o fenocircmeno da
integraccedilatildeo econocircmica regional que desde entatildeo tem sido objeto de estudo para a economia
poliacutetica O conceito de integraccedilatildeo eacute recente se implanta perfeitamente no atual panorama
econocircmico mundial e eacute marcado pelo multilateralismo das relaccedilotildees comerciais e pela
regionalizaccedilatildeo econocircmica Eacute um fato comum no mundo atual Quase todas as grandes economias
mundiais encontram-se de alguma forma envolvidas em processos de integraccedilatildeo econocircmica
Esse fenocircmeno se introduz no problema enfrentado por todas as naccedilotildees
modernas o protecionismo contra liberalismo comercial O protecionismo aumenta e favorece a
industrializaccedilatildeo de um paiacutes mas por outro lado apoacutes certo tempo tambeacutem favorece o
surgimento de monopoacutelios internos com visiacutevel desvantagem para o consumidor que natildeo tem
acesso a novos produtos lanccedilados no mercado internacional e soacute pode escolher entre os ofertados
no mercado interno Como natildeo haacute concorrecircncia internacional e satildeo produzidos por empresas
abrigadas sob o protecionismo os produtos nacionais tecircm a tendecircncia de serem caros e de baixa
qualidade
Ao se desestruturar os mecanismos da proteccedilatildeo a liberalizaccedilatildeo comercial
deixou de ser uma simples alternativa e passou a significar uma caracteriacutestica da economia
mundial Reuacutenem-se paiacuteses regionalmente para assim alcanccedilar novos paiacuteses sendo vizinhos ou
natildeo e ampliar o espaccedilo econocircmico integrado
A integraccedilatildeo deve ser entendida como um processo de unificaccedilatildeo de
sociedades que tendem a formar uma coletividade harmoniosa a partir de liberalizaccedilotildees das
trocas comerciais dos movimentos de capitais pessoas serviccedilos e reduccedilotildees de discriminaccedilotildees
entre os estados membros1
1 VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
14
Segundo o MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES os processos de
integraccedilatildeo econocircmica satildeo conjuntos de medidas de caraacuteter econocircmico e comercial que tecircm por
finalidade originar a aproximaccedilatildeo e consequumlentemente a uniatildeo entre as economias de dois ou
mais paiacuteses Essa aproximaccedilatildeo deve ter por objetivo natildeo somente laccedilos econocircmicos mas
tambeacutem poliacuteticos e sociais
A integraccedilatildeo consiste em estabelecer um novo ambiente econocircmico poliacutetico e
cultural a partir de vaacuterios ambientes econocircmicos Haacute uma eliminaccedilatildeo de formas de
discriminaccedilotildees iniciais como no aspecto comercial ou no que concerne agrave circulaccedilatildeo de pessoas
serviccedilos e capitais em processos de integraccedilatildeo mais avanccedilados
Os processos de integraccedilatildeo de mercados representam o auge da globalizaccedilatildeo e
internacionalizaccedilatildeo da economia o que resulta em tendecircncias de interdependecircncia e
uniformidade a chamada homogeneizaccedilatildeo A economia transnacional se sobrepotildee agrave soberania
dos Estados gerando assim novas territorizaccedilotildees sem raiacutezes culturais
As poliacuteticas de integraccedilatildeo econocircmica podem ser positivas ou negativas Nas
positivas ocorrem modificaccedilotildees dos instrumentos existentes ndash matildeo-de-obra barata infra-
estrutura mobilidade de um paiacutes a outro etc ndash e a criaccedilatildeo de instituiccedilotildees para permitir o
aprofundamento da unificaccedilatildeo dos mercados e seu efetivo funcionamento Jaacute nas poliacuteticas
negativas acontece a remoccedilatildeo total de barreiras ao comeacutercio internacional ou restriccedilatildeo ao
processo de liberalizaccedilatildeo comercial
VINER (1949) criou as bases da integraccedilatildeo econocircmica a partir da teoria pura do
comeacutercio internacional Foi ele tambeacutem quem fez a distinccedilatildeo entre criaccedilatildeo de comeacutercio e desvio
de comeacutercio
A integraccedilatildeo econocircmica entre paiacuteses em desenvolvimento seria uma alternativa
para viabilizar uma estrateacutegia de desenvolvimento que seria irrealizaacutevel nas dimensotildees de
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
15
pequenas economias perifeacutericas Essas razotildees levaram os economistas da CEPAL a defenderem a
necessidade da integraccedilatildeo das economias latino-americanas
Os processos de integraccedilatildeo2 buscam alcanccedilar diversos objetivos tais como a
ampliaccedilatildeo da resistecircncia frente agraves barreiras aduaneiras a ampliaccedilatildeo dos mercados o estiacutemulo do
intercambio tecnoloacutegico uma maior facilidade de acesso a mateacuterias primas e o maior poder de
pressatildeo na defesa de seus interesses nas negociaccedilotildees internacionais Tendo visto isso pode-se
observar que haacute diferentes formas e etapas de integraccedilatildeo divididos em vaacuterios estaacutegios definidos
como
a) Zonas de Preferecircncias Tarifaacuterias ndash caracteriza-se pela reduccedilatildeo de tarifas para uma
gama variada de produtos abrangendo parte do universo tarifaacuterio sem que se implique na
eliminaccedilatildeo total dos direitos aduaneiros e na reduccedilatildeo ou eliminaccedilatildeo de outras restriccedilotildees ao
comeacutercio Esses acordos violam a claacuteusula de Naccedilatildeo Mais Favorecida do GATT3 mas satildeo
admitidos entre paiacuteses em desenvolvimento e satildeo praticados pelos paiacuteses desenvolvidos atraveacutes
do Sistema Geral de Preferecircncias (SGP) criado pela Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre o
Comeacutercio e o Desenvolvimento (UNCTAD)
b) Zona de Livre Comeacutercio ndash trata-se da forma mais simples de associaccedilatildeo entre
Estados admitida pelo GATT Caracteriza-se pela eliminaccedilatildeo de tarifas aduaneiras e outras
restriccedilotildees ao comeacutercio entre os paiacuteses que dela participam Poreacutem cada paiacutes preserva sua
autonomia na poliacutetica comercial em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses
2 BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972 3 GATT ndash Acordo Geral sobre Tarifas e Comeacutercio assinado por 23 paiacuteses O artigo XXIV do acordo permite a formaccedilatildeo de uniotildees aduaneiras e aacutereas de livre comeacutercio sob certas condiccedilotildees
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
16
c) Uniatildeo Aduaneira ndash caracteriza-se pela ausecircncia de barreiras ao comeacutercio entre
paiacuteses-membros pressupotildee uma poliacutetica comercial comum em relaccedilatildeo a paiacuteses natildeo-membros e a
adoccedilatildeo de uma Tarifa Externa Comum (TEC) A uniatildeo aduaneira pressupotildee ainda a
harmonizaccedilatildeo de instrumentos da poliacutetica comercial tais como diferentes sistemas monetaacuterios
fiscais etc que possam vir a originar problemas
d) Mercado Comum ndash consiste em uma uniatildeo aduaneira na qual os estados membros
determinam a eliminaccedilatildeo das restriccedilotildees sobre produtos bem como a livre circulaccedilatildeo dos demais
fatores produtivos como pessoas serviccedilos e capital eacute uma forma mais elevada de integraccedilatildeo
econocircmica
e) Uniatildeo Econocircmica ndash caracteriza-se pelo estabelecimento de uma autoridade
supranacional que se responsabiliza pela aplicaccedilatildeo das poliacuteticas comuns define criteacuterios e
distingue-se de um mercado comum por associar a eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees aos movimentos de
mercadorias e fatores com um certo grau de harmonizaccedilatildeo das poliacuteticas econocircmicas nacionais de
forma a abolir as discriminaccedilotildees resultantes das disparidades existentes entre essas poliacuteticas
f) Integraccedilatildeo Econocircmica Total ndash para Balassa4 essa forma de integraccedilatildeo pressupotildee a
unificaccedilatildeo das poliacuteticas monetaacuterias fiscais sociais e anticiacuteclicas e exige o estabelecimento de
uma autoridade supranacional cujas decisotildees satildeo obrigatoacuterias para os Estados-membros
g) Uniatildeo Poliacutetica ndash essa eacute uma forma de integraccedilatildeo que se caracteriza pela instituiccedilatildeo
de uma federaccedilatildeo de Estados com autoridade poliacutetica unificada ou formaccedilatildeo de Estados na qual
4 Bela Balassa op Cit p 11
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
17
apenas as aacutereas acordadas passam a ser objeto de controle de instituiccedilotildees supranacionais Em
geral a formaccedilatildeo de uma uniatildeo poliacutetica deve envolver cooperaccedilatildeo em termos da poliacutetica externa
e de defesa5
Eacute bastante antiga a noccedilatildeo de que uma zona de livre comeacutercio e uma uniatildeo
aduaneira ajudam para o aumento do bem-estar mas foi Jacob Viner em 1950 que formulou
uma teoria dos efeitos econocircmicos de uma uniatildeo aduaneira Essa teoria eacute baseada nos efeitos da
uniatildeo aduaneira sobre os produtos Foi entatildeo que introduziu os conceitos de criaccedilatildeo de comeacutercio
e desvio de comeacutercio
Viner investigou os efeitos de uma uniatildeo aduaneira nas correntes de trocas e fez
a distribuiccedilatildeo entre o efeito de desvio de comeacutercio resultante de uma uniatildeo Outros autores
tambeacutem abordaram estes problemas poreacutem num esquema menos preciso e sem utilizar a
terminologia de Viner
A criaccedilatildeo de comeacutercio eacute o mecanismo de ampliaccedilatildeo das transaccedilotildees comerciais
entre os paiacuteses membros de uma uniatildeo aduaneira a partir da unificaccedilatildeo de preccedilos dos produtos na
regiatildeo apoacutes a queda das barreiras tarifaacuterias Entende-se por desvio de comeacutercio o mecanismo de
reduccedilatildeo de comeacutercio com paiacuteses natildeo-membros da uniatildeo aduaneira em benefiacutecio do aumento do
comeacutercio intra-regional
Os efeitos positivos sobre a produccedilatildeo resultam do desvio de compras de um
dado bem de fontes de produccedilatildeo interna de custos mais altos para outras de custos mais
5 MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
18
reduzidos localizadas em paiacuteses membros Jaacute os efeitos negativos sobre a produccedilatildeo dizem
respeito a um desvio das fontes de produccedilatildeo com custos mais baixos paiacuteses estrangeiros para
fontes de produccedilatildeo com custos mais elevados paiacuteses membros Segundo Viner os efeitos
beneacuteficos da uniatildeo aduaneira seratildeo predominantes se o aumento de comeacutercio for superior ao seu
desvio
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
19
1 MERCOSUL E UNIAtildeO EUROPEacuteIA
11 MERCOSUL antecedentes histoacutericos
A Ameacuterica Latina vem haacute tempos buscando aumentar os laccedilos econocircmicos
entre seus paiacuteses atraveacutes da criaccedilatildeo de blocos regionais Vaacuterios foram os idealizadores da
integraccedilatildeo entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina dentre eles estaacute o presidente Getuacutelio Vargas que na
primeira metade do seacuteculo XX almejava a integraccedilatildeo das principais economias da Ameacuterica
Latina atraveacutes da formaccedilatildeo de um bloco econocircmico Inicialmente por volta da deacutecada de 30
ainda no Governo Vargas foram feitas algumas negociaccedilotildees para criar o BLOCO ABC
procurou-se formar a integraccedilatildeo dos trecircs paiacuteses mais fortes economicamente na Ameacuterica Latina
a Argentina o Brasil e o Chile Os paiacuteses sul americanos tiveram que enfrentar a resistecircncia do
governo dos EUA que natildeo via com bons olhos a imposiccedilatildeo de fronteiras econocircmicas pois
desejava continuar suprindo a Ameacuterica Latina com seus produtos industrializados e obtendo sua
mateacuteria prima
Anos mais tarde em 1948 foi criada a Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica
Latina - CEPAL subordinada ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees Unidas
representando outro importante instrumento para o desenvolvimento dos paiacuteses da Ameacuterica
Latina pois busca promover o desenvolvimento da Ameacuterica Latina estimulando a criaccedilatildeo de um
mercado comum latino americano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
20
O MERCOSUL considerado o mais recente esforccedilo para a integraccedilatildeo da
Ameacuterica Latina pode encontrar suas origens na criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo Latino-Americana de
Livre Comeacutercio ndash ALALC Este bloco tinha como objetivo implantar no prazo de 12 anos um
mercado comum regional por meio da formaccedilatildeo de uma zona de livre comeacutercio Criada em 1960
pelo Tratado de Montevideacuteu conhecido como TM-60 a ALALC era constituiacuteda pelos paiacuteses da
Ameacuterica do Sul excluindo-se deste grupo as Guianas e pelo Meacutexico O Tratado buscava ampliar
os mercados e alcanccedilar a liberalizaccedilatildeo do intercacircmbio eliminando as medidas protecionistas
Atraveacutes do Protocolo de Caracas a ideacuteia de criar um mercado comum em 12 anos teve seu prazo
aumentado para 1980 O objetivo era eliminar ateacute 1980 a maior quantidade imaginaacutevel de
restriccedilotildees comerciais existentes entre os integrantes do bloco
Os objetivos almejados pela ALALC natildeo foram alcanccedilados e dentre as razotildees
que levaram ao fracasso da Associaccedilatildeo encontra-se a falta de dinamismo por conta do elevado
nuacutemero de associados e suas diferenccedilas estruturais o vencimento do prazo determinado para a
obtenccedilatildeo de ecircxito do bloco entre outros motivos Durante a deacutecada de 70 a crise do petroacuteleo que
atingia a economia mundial causou uma intensa recessatildeo nos paiacuteses da Ameacuterica Latina e em
busca de uma alternativa para contornar o problema os paiacuteses latino-americanos reestruturaram a
ALALC fazendo surgir a Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo ndash ALADI criada em 1980
pelo Tratado de Montevideacuteu chamado TM-80 Ainda em vigor este Tratado compreende os
mesmos paiacuteses que compunham a ALALC Esse novo tratado requer que os paiacuteses membros
decircem continuidade ao processo de integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina colaborando para o
desenvolvimento econocircmico-social de uma forma mais equilibrada na regiatildeo Sua criaccedilatildeo
permitiu a promoccedilatildeo do aprofundamento do processo de integraccedilatildeo latino-americana e sua
finalidade eacute atingir a formaccedilatildeo de um mercado comum regional permitir o comeacutercio intra-
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
21
regional reciacuteproco promover o comeacutercio ampliaccedilatildeo de mercados desenvolvimento equilibrado e
o estabelecimento de preferecircncias regionais O TM-80 daacute aos Estados membros grande liberdade
para formular suas poliacuteticas comerciais e ainda uma maior flexibilidade para celebrar acordos
bilaterais ou multilaterais Com a criaccedilatildeo da ALADI houve um grande avanccedilo nas relaccedilotildees
comerciais entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina isso aconteceu devido agrave essa possibilidade de
realizaccedilatildeo de acordos bilaterais e outros de alcance regional entre os membros fazendo com que
aumentasse cada vez mais o comeacutercio bilateral e intra-regional na Ameacuterica Latina
A criaccedilatildeo da ALADI ainda parece ter beneficiado o processo de integraccedilatildeo
latino-americana Ficou extinta a ldquoclaacuteusula de naccedilatildeo mais favorecida regionalrdquo anteriormente
adotada pela ALALC permitindo assim conceder preferecircncia tarifaacuteria entre alguns membros da
ALADI sem a obrigatoriedade de dar preferecircncia a todos os integrantes da Associaccedilatildeo Apesar
do esforccedilo a ALADI natildeo conseguiu atingir seu objetivo de alcanccedilar uma integraccedilatildeo regional As
vaacuterias perspectivas geradas com a criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo foram extintas devido aos
acontecimentos no cenaacuterio internacional por volta do final da deacutecada de 70 Alguns fatores
comprometeram o crescimento do comeacutercio internacional e dificultaram o acesso de paiacuteses em
desenvolvimento agraves suas fontes externas de financiamento Dentre esses fatores se encontram o
segundo choque do petroacuteleo a elevaccedilatildeo do valor das taxas de juros internacionais e a recessatildeo
das economias de paiacuteses desenvolvidos Como os paiacuteses da Ameacuterica Latina estavam com a diacutevida
externa cada vez maior e sofrendo com a alta dos juros houve entre os paiacuteses integrantes da
ALADI a praacutetica cada vez mais frequumlente do protecionismo pois cada paiacutes passava a empregar
um amplo conjunto de medidas para controlar as importaccedilotildees Poreacutem o impacto dessa poliacutetica
sobre o comeacutercio intra-regional natildeo foi considerado eficaz pois aleacutem da reduccedilatildeo das importaccedilotildees
de cada paiacutes aconteceu tambeacutem uma proporcional reduccedilatildeo das trocas comerciais entre os paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
22
da proacutepria regiatildeo Haacute autores que dizem que a ALADI seguiu o mesmo modelo fracassado de
integraccedilatildeo regional que a ALALC onde o uacutenico agente eacute o Estado Isso porque o Tratado natildeo
considerava a livre circulaccedilatildeo de pessoas de empresas e de capitais privados e regionais e nem
de formas comunitaacuterias natildeo deixando espaccedilo para os verdadeiros interessados na integraccedilatildeo
regional
Mesmo a ALALC e a ALADI tendo obtido poucos resultados com relaccedilatildeo agrave
integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina ainda crescia o desejo pelo desenvolvimento de uma integraccedilatildeo
regional com destaque para o MERCOSUL que eacute considerado o processo de integraccedilatildeo regional
mais bem-sucedido da Ameacuterica Latina
12 Tratados do MERCOSUL
Eacute importante lembrar que os Estados-parte do MERCOSUL fazem parte do
GATT-OMC e suas accedilotildees devem estar adequadas ao regulamento desse acordo Isso acontece
devido agrave claacuteusula de habilitaccedilatildeo da Ronda Toacutequio que permite que os paiacuteses em
desenvolvimento natildeo apliquem o princiacutepio da naccedilatildeo mais favorecida
121 Tratado de Assunccedilatildeo
Foi assinado em 26 de marccedilo de 1991 o Tratado de Assunccedilatildeo visando agrave
constituiccedilatildeo de um mercado comum entre a Argentina o Brasil o Paraguai e o Uruguai Esse
tratado previa a liberalizaccedilatildeo comercial entre os paiacuteses-membros num periacuteodo de transiccedilatildeo ateacute
1994 Pode-se dividir a evoluccedilatildeo do MERCOSUL em dois periacuteodos o periacuteodo de transiccedilatildeo de
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
23
1991 a 1994 e a partir do iniacutecio de 1995 a existecircncia do MERCOSUL como uma Uniatildeo
Aduaneira
Eacute um acordo-quadro que apesar de natildeo criar um mercado comum estabelece
as metas do processo de integraccedilatildeo e a forma de alcanccedilaacute-las Um dos objetivos desse tratado eacute o
estabelecimento de uma tarifa externa comum a TEC e adoccedilatildeo de uma poliacutetica comercial
comum em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses Estabelece tambeacutem as condiccedilotildees para o surgimento de um
projeto de integraccedilatildeo que define seu objetivo agrave criaccedilatildeo de um mercado comum Este tratado
registra a vontade por parte dos quatro paiacuteses integrantes de se inserir com mais forccedila no
mercado mundial
O Tratado de Assunccedilatildeo eacute um acordo que agrave medida que se necessita vem sendo
complementado por outros instrumentos adicionais negociados entre os participantes do bloco
Inicialmente determina os meios para que ateacute o fim de 1994 se chegasse a uma uniatildeo aduaneira
que eacute a fase anterior ao mercado comum Poreacutem como eacute visto o MERCOSUL hoje ainda eacute uma
uniatildeo aduaneira imperfeita pois natildeo manteacutem a Tarifa Externa Comum (TEC) prevista para os
quatro Estados-membros
O Tratado de Assunccedilatildeo ato que fundou o MERCOSUL constitui um dos
principais instrumentos do processo de integraccedilatildeo acompanhado do Protocolo de Brasiacutelia de
1991 e ainda do Protocolo de Ouro Preto de 1994
Este tratado constitui a base de todo o sistema normativo do MERCOSUL
ordena e regulamenta as relaccedilotildees existentes entre os Estados integrantes do bloco
O Tratado de Assunccedilatildeo tem como objetivo principal a constituiccedilatildeo de um
mercado comum entre seus signataacuterios o que sugere tambeacutem a livre circulaccedilatildeo de bens serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
24
e fatores produtivos entre os Estados-parte eliminando as tarifas preacute-estabelecidas e as restriccedilotildees
natildeo tarifaacuterias No tratado estatildeo estabelecidos os elementos para a criaccedilatildeo de uma uniatildeo aduaneira
e por consequumlecircncia de uma poliacutetica comercial comum
De acordo com o Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE) o Tratado de
Assunccedilatildeo estabeleceu a utilizaccedilatildeo dos seguintes instrumentos para a constituiccedilatildeo do
MERCOSUL6
a) o cumprimento de um programa de liberalizaccedilatildeo comercial com reduccedilotildees tarifaacuterias
progressivas lineares e automaacuteticas acompanhadas da eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees natildeo-tarifaacuterias ou
de medidas de efeito equivalente
b) o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC) capaz de incentivar a
competitividade externa dos Estados-parte
c) a harmonizaccedilatildeo de poliacuteticas macroeconocircmicas e setoriais sempre que pertinente
O Tratado eacute sempre que necessaacuterio complementado por alguns instrumentos
adicionais acordados pelos quatro Estados-parte devido ao avanccedilo da integraccedilatildeo A intenccedilatildeo do
Tratado era de estabelecer condiccedilotildees para que se alcanccedilasse ateacute o fim de 1994 uma uniatildeo
aduaneira entre os quatro integrantes para posteriormente chegar a um mercado comum O MRE
mostra que o Tratado de Assunccedilatildeo determina alguns aspectos como7 estabelecer um programa de
liberalizaccedilatildeo comercial que consista de reduccedilotildees tarifaacuterias progressivas lineares e automaacuteticas
acompanhadas da eliminaccedilatildeo das barreiras natildeo tarifaacuterias coordenar poliacuteticas macro-econocircmicas
estabelecer uma Tarifa Externa Comum (TEC) estabelecer listas de exceccedilotildees ao programa de
6 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
25
liberalizaccedilatildeo para produtos considerados sensiacuteveis constituir um regime geral de origem e de
um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias
O Tratado de Assunccedilatildeo estabelece que o Poder Executivo de cada Estado-parte
deve manter informado seu respectivo Poder Legislativo sobre a evoluccedilatildeo do objeto deste tratado
o MERCOSUL
122 Protocolo de Brasiacutelia
Para solucionar os conflitos na esfera do MERCOSUL a forma escolhida foi a
arbitragem Portanto para cumprir determinaccedilatildeo do Tratado de Assunccedilatildeo designou-se um grupo
de trabalho que elaboraria um Sistema de Soluccedilatildeo de Controveacutersias entre os Estados-parte
Assim em dezembro de 1991 foi assinado o Protocolo de Brasiacutelia para Soluccedilatildeo de Controveacutersias
que passou a ter vigecircncia a partir de 1993
Este Protocolo no sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias tem como caracteriacutestica
ordenar que a soluccedilatildeo de controveacutersias ocorreraacute no plano diplomaacutetico por meio de negociaccedilotildees
diretas mas que possuem intervenccedilatildeo de oacutergatildeos institucionais como o Grupo Mercado Comum -
GMC- e se as dificuldades natildeo forem superadas utilizaraacute o procedimento arbitral O Protocolo
prevecirc tambeacutem poreacutem de maneira bem restrita e com normas complexas que particulares
pessoas fiacutesicas e juriacutedicas tenham acesso ao sistema com direito a reclamaccedilotildees pois o Tratado de
Assunccedilatildeo previa somente a participaccedilatildeo dos Estados-parte
7 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
26
A uacuteltima fase do Protocolo a instauraccedilatildeo de um Tribunal Arbitral proferiraacute a
decisatildeo por meio de laudos inapelaacuteveis e obrigatoacuterios para os Estados-parte na controveacutersia Essa
obrigatoriedade se daraacute a partir do recebimento da notificaccedilatildeo sobre a decisatildeo e os laudos teratildeo
forccedila de coisa julgada devendo ser cumpridos no prazo fixado pelo Tribunal Arbitral
O Protocolo de Brasiacutelia funciona como provisoacuterio fornecendo mecanismos para
a soluccedilatildeo de controveacutersias ateacute que entre em vigor o Sistema Permanente de Soluccedilotildees de
Controveacutersias Este sistema aleacutem de previsto no Tratado de Assunccedilatildeo ganhou forccedila com o
Protocolo de Ouro Preto quando diz que antes de se firmar uma Tarifa Externa Comum os
Estados-parte deveratildeo fazer uma revisatildeo do sistema atual para soluccedilatildeo de controveacutersias com o
objetivo de adotar o sistema permanente
123 Protocolo de Ouro Preto
O Protocolo de Ouro Preto ndash POP assinado em 1994 define a estrutura
institucional definitiva do MERCOSUL e firma a ideacuteia de avanccedilar na constituiccedilatildeo de um
mercado comum Este protocolo pode se adaptar a possiacuteveis circunstacircncias que se apresentem
pois por meio de uma conferecircncia diplomaacutetica sua estrutura pode ser reavaliada
O POP tem como principal atribuiccedilatildeo conferir personalidade juriacutedica ao
MERCOSUL sempre que ele tenha que se relacionar como bloco econocircmico com grupos de
paiacuteses e oacutergatildeos internacionais multilateraisO POP trouxe algumas inovaccedilotildees para a estrutura
orgacircnica do MERCOSUL com relaccedilatildeo agrave criaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos Este bloco pode contar agora
com os seguintes oacutergatildeos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
27
- Conselho do Mercado Comum (CMC)
- Grupo Mercado Comum (GMC)
- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)
- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)
- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)
- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)
Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de
Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte
reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a
decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o
encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver
uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc
teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado
reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante
poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de
Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de
Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares
13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu
Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem
conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo
regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
28
aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica
proacutepria
No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos
fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes
promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em
1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash
Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de
Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as
barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas
O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE
satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de
Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc
Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas
Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a
primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE
que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais
e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos
tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
29
parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila
comum (PESC)
O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs
pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica
externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria
Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais
elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo
Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma
deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para
um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de
acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE
14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia
Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros
fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e
Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda
aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez
com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-
se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios
tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a
ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
30
A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus
integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O
alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como
dos novos paiacuteses integrantes do bloco
ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)
Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455
milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou
preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados
pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo
15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia
As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as
importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL
8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
31
aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial
global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O
Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo
Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a
Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda
mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a
conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o
protecionismo adotado pela Europa
16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia
Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade
Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo
Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos
A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo
interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de
integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional
O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as
condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e
econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando
9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
32
a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)
Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas
regiotildees como conceitos baacutesicos
Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de
atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e
das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre
Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros
A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo
natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos
regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As
propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL
foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a
posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
33
2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE
Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e
Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute
de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e
Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de
envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da
Uniatildeo Europeacuteia
Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das
relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se
referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral
22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL
Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia
econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da
economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do
comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o
comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano
10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
34
Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das
exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo
Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do
Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira
Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros
paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido
com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a
Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees
Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve
um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$
45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila
comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do
MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno
crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL
passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees
Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees
brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina
23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina
Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai
para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
35
nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo
principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro
mercado comum
No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a
Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo
industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha
caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata
previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos
setoriais foram assinados bilateralmente
24 Produtos ou setores em potencial
A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila
de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees
europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-
tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral
permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a
UE
O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre
paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco
elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado
principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A
composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
36
importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do
MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e
ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu
25 Principais parceiros europeus
As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande
assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o
primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos
externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus
Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica
Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a
complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais
intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-
americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de
diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio
bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais
com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande
influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a
Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada
na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento
comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
37
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ
RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE
31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia
O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco
pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do
MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa
Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros
comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos
comerciais na Europa
Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do
Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto
que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com
relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve
queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve
uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos
anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e
menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil
passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda
de 10 nesse investimento
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
38
No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do
MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os
europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior
mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das
exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial
importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute
a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total
A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de
intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores
agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees
europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo
dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida
Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma
importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios
desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos
manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser
importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas
Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com
tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas
11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
39
Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta
de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as
maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados
representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros
quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo
eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos
Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II
32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil
Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco
econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a
assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos
tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL
Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de
facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo
acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram
negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL
com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados
europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia
A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais
nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que
temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
40
relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no
fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as
medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus
No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator
agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de
2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral
com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
41
CONCLUSAtildeO
As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito
tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se
aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial
implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente
conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados
Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos
data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina
individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se
com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as
partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados
A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos
causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e
Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um
desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo
com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e
falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a
formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse
fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados
que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
42
interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus
interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar
obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos
econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada
bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles
como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das
negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave
liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees
Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar
um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o
Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e
essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles
Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo
inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se
tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs
dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses
integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e
reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento
Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da
agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
43
Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor
agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta
de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses
desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil
esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor
Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do
Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC
depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia
Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a
pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade
eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os
subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre
MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas
do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
44
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005
bull AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972
bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004
bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004
bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003
bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004
bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998
bull GLOBAL 21 Disponiacutevel em lthttpwwwglobal21combrgt Acessado em 20 de novembro de 2005
bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001
bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
45
bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005
bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005
bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999
bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005
bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003
bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
46
ANEXO I
Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo
(valores totais em US$ e porcentuais)
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45
Exportaccedilotildees do Brasil
2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46
2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38
Importaccedilotildees do Brasil
2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44
Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28
2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23
Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31
Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees
2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
47
ANEXO II
Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL
Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp
Peso do MERCOSUL
nas Importaccedilotildees
extra UE 19982000
Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL
19982000
I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361
II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399
III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112
IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423
Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386
V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207
VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130
VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92
VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341
IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374
X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259
XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152
XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139
XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120
XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140
XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176
XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157
XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151
XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206
XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67
XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301
Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183
Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE
Totais por fator agregado
US$ F0B
Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s
A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935
2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111
Fonte
Anos de 19801992 = Banco do Brasil
Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
49
ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro
Uniatildeo Europeacuteia - UE
US$ F0B
E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s
A n o
US$ FOB (A)
Var
Part ()
US$ FOB (B)
Var ()
Part ()
Saldo (A-B)
Corrente Comeacutercio (A+B)
Cobertura (AB)
1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133
Obs () ()
VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil
IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
2
POLIANNA DA SILVA RIBEIRO
AS RELACcedilOtildeES COMERCIAIS ENTRE MERCOSUL E UNIAtildeO
EUROPEacuteIA AS CONSEQUEcircNCIAS PARA O BRASIL
Banca Examinadora ____________________________ Prof Carlito Zanetti (orientador) ____________________________ Prof Claacuteudio Ferreira da Silva (membro) ____________________________ Prof Alaor Siacutelvio Cardoso (membro)
Brasiacutelia Novembro de 2005
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
3
AGRADECIMENTOS Agradeccedilo primeiramente a Deus por ter me proporcionado mais
essa conquista Aos meus pais e irmatilde pelo incentivo de sempre Aos
amigos pelo apoio e compreensatildeo Ao querido Ronaldo pela ajuda para a
realizaccedilatildeo deste trabalho E aos professores do curso de Relaccedilotildees
Internacionais do Uniceub que muito contribuiacuteram para a minha formaccedilatildeo
acadecircmica
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
4
RESUMO
Esta monografia eacute resultado de estudos sobre a importacircncia a participaccedilatildeo e a
evoluccedilatildeo do comeacutercio entre dois blocos regionais em constante crescimento a Uniatildeo Europeacuteia e
o MERCOSUL A abordagem deste trabalho engloba a origem do processo de integraccedilatildeo
regional a formaccedilatildeo dos blocos e sua atual relaccedilatildeo inter-regional O enfoque principal diz
respeito ao Brasil Analisa sua participaccedilatildeo importacircncia e as consequumlecircncias proporcionadas
devido agrave relaccedilatildeo comercial existente entre os blocos estudados
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
5
ABSTRACT
This work is the result of studies about the importance participation and
evolution of commerce between these two regional blocks that are in constant growth the
European Union and Mercosur This work encloses the beginning of the regional integration
process formation of economic blocks and its actual inter-regional relationship The focus of this
work encompasses Brazilrsquos situation This study analyses Brazilrsquos participation its importance
and the consequences due to the existing commercial relationship between the regional blocks
which were studied in this work
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
6
LISTA DE SIGLAS bull ALADI - Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo bull ALALC ndash Associaccedilatildeo Latino-Americana de Livre Comeacutercio bull BLOCO ABC ndash Bloco econocircmico formado por Argentina Brasil e Chile bull CCM ndash Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL bull CECA - Comunidade Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo bull CEE ndash Comunidade Econocircmica Europeacuteia bull CEPAL ndash Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina bull CMC ndash Conselho do Mercado Comum bull CPCM ndash Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL bull EUA ndash Estados Unidos da Ameacuterica bull FCES ndash Foro Consultivo Econocircmico e Social bull GATT ndash Acordo Geral sobre Tarifas e Comeacutercio bull GMC ndash Grupo Mercado Comum bull IPEA ndash Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada bull MERCOSUL ndash Mercado Comum do Sul bull MRE ndash Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores bull OMC ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio bull PESC - Poliacutetica Externa e Seguranccedila Comum bull PIB ndash Produto Interno Bruto bull PICE ndash Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica bull POP ndash Protocolo de Ouro Preto bull SAM ndash Secretaria Administrativa do MERCOSUL bull SGP ndash Sistema Geral de Preferecircncias bull TEC ndash Tarifa Externa Comum bull TM-60 ndash Tratado de Montevideacuteu criado em 1960 bull TM-80 ndash Tratado de Montevideacuteu criado em 1980 bull TUE ndash Tratado da Uniatildeo Europeacuteia bull UE ndash Uniatildeo Europeacuteia bull UNCTAD - Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre o Comeacutercio e o Desenvolvimento
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
7
SUMAacuteRIO
Paacutegina
AGRADECIMENTOS III RESUMO IV ABSTRACT IV LISTA DE SIGLAS VI INTRODUCcedilAtildeO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO PROBLEMA 10
IMPORTAcircNCIA DO TEMA E METODOLOGIA DE TRABALHO 12
REFERENCIAL TEOacuteRICO 13
1 MERCOSUL E UNIAtildeO EUROPEacuteIA 19
11 MERCOSUL antecedentes histoacutericos 19
12 Tratados do MERCOSUL 22
121 Tratado de Assunccedilatildeo 22
122 Protocolo de Brasiacutelia 25
123 Protocolo de Ouro Preto 26
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
8
13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu 27
14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia 29
15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia 30
16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia 31
2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 33
21 - A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE 33
22 - A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL 33
23 - O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina 34
24 - Produtos ou setores em potencial 35
25 - Principais parceiros europeus 36
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE 37
31 - MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia 37
32 - Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil 39
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
9
CONCLUSAtildeO 41 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 44 ANEXO I 46 ANEXO II 47 ANEXO III 48 ANEXO IV 49
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
10
INTRODUCcedilAtildeO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO PROBLEMA
Apoacutes a Segunda Guerra Mundial tornou-se possiacutevel assistir a propagaccedilatildeo de
iniciativas de diversos Estados para promover o comeacutercio internacional e consequumlentemente
uma maior inserccedilatildeo de cada um deles no mercado mundial Essas iniciativas se realizaram por
meio de negociaccedilotildees acordos bilaterais ou multilaterais e pela formaccedilatildeo de blocos econocircmicos
regionais
No decorrer do estudo nota-se a preocupaccedilatildeo em entender ateacute que ponto as
relaccedilotildees inter-regionais entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia afetam o Brasil sendo vantajosas
ou natildeo para o paiacutes Para tanto o presente trabalho foi dividido em trecircs capiacutetulos que buscam dar
uma melhor abordagem sobre o tema em questatildeo
Sabendo que o antecedente imediato do MERCOSUL foi a integraccedilatildeo Brasil-
Argentina pode-se notar que esta uacuteltima foi impulsionada principalmente pela superaccedilatildeo das
divergecircncias geopoliacuteticas bilaterais pelo retorno agrave plenitude do regime democraacutetico nos dois
paiacuteses e pela crise do sistema econocircmico internacional Uma seacuterie de acordos bilaterais
precederam o MERCOSUL poreacutem o primeiro desses acordos a Declaraccedilatildeo de Iguaccedilu foi
firmada pelos presidentes Sarney e Alfonsiacuten em 1985 buscando acelerar o processo de
integraccedilatildeo dos dois paiacuteses Brasil e Argentina em diferentes aacutereas
Tendo conhecimento do que foi apresentado o primeiro capiacutetulo abordaraacute um
pouco da fase histoacuterica dos blocos Fala da criaccedilatildeo do MERCOSUL que remonta agrave ALALC ateacute
chegar agrave assinatura do Tratado de Assunccedilatildeo e seus protocolos adicionais de Brasiacutelia que
estabelece um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias e de Ouro Preto que traz modificaccedilotildees para a
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
11
estrutura orgacircnica criando diversos oacutergatildeos para o bloco A partir de entatildeo procura-se fazer uma
breve abordagem histoacuterica da Uniatildeo Europeacuteia analisando-a desde quando era ainda a CEE ateacute
consolidar-se por meio do Tratado de Maastricht tornando-se de fato a atual Uniatildeo Europeacuteia
com 25 membros Ainda no primeiro capiacutetulo eacute possiacutevel verificar a vontade desses dois blocos de
implementar um acordo inter-regional entre eles
Mais adiante seraacute dado enfoque agrave relevacircncia da participaccedilatildeo do Brasil no
comeacutercio com o MERCOSUL e no comeacutercio com a Uniatildeo Europeacuteia separadamente procurando
ressaltar os setores mais expressivos para as partes e seus parceiros mais importantes
Finalmente no uacuteltimo capiacutetulo seratildeo abordadas as consequumlecircncias positivas ou
negativas para o Brasil a partir da relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia lembrando que
apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar um acordo entre eles os europeus adotam
medidas protecionistas que muito afetam as intenccedilotildees dos paiacuteses latino-americanos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
12
IMPORTAcircNCIA DO TEMA E METODOLOGIA DE TRABALHO
Com o constante fenocircmeno da globalizaccedilatildeo o interesse dos Estados por
mercados estrangeiros eacute cada vez maior proporcionando assim oportunidades para os paiacuteses
geograficamente mais proacuteximos se unirem formando grandes blocos econocircmicos atraveacutes do
processo de integraccedilatildeo regional Devido a vantagens e benefiacutecios oferecidos os paiacuteses optam cada
vez mais por integrar-se com seus vizinhos para adquirir mais forccedila e competitividade no cenaacuterio
internacional Esse processo de integraccedilatildeo pode ser facilmente observado como mostra o
trabalho na Ameacuterica Latina e na Europa com a criaccedilatildeo do Mercado Comum do Sul
(MERCOSUL) e da Uniatildeo Europeacuteia respectivamente
O interesse pelo tema surgiu da importacircncia no atual cenaacuterio internacional de
se obter uma visatildeo a partir da oacutetica do Brasil como maior economia do MERCOSUL com
relaccedilatildeo ao intercacircmbio comercial entre este bloco e a Uniatildeo Europeacuteia Estudar a relaccedilatildeo entre os
dois blocos torna mais faacutecil visualizar a participaccedilatildeo do Brasil no comeacutercio com cada um deles
individualmente e de sua situaccedilatildeo e eventuais consequumlecircncias para o paiacutes devido a essa relaccedilatildeo
inter-regional que tende a crescer cada vez mais
Este trabalho foi realizado baseado em fontes secundaacuterias como livros teses
textos especializados jornais revistas internet dados e tabelas para maior esclarecimento do que
foi abordado
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
13
REFERENCIAL TEOacuteRICO
Foi principalmente apoacutes a Segunda Guerra Mundial que surgiu o fenocircmeno da
integraccedilatildeo econocircmica regional que desde entatildeo tem sido objeto de estudo para a economia
poliacutetica O conceito de integraccedilatildeo eacute recente se implanta perfeitamente no atual panorama
econocircmico mundial e eacute marcado pelo multilateralismo das relaccedilotildees comerciais e pela
regionalizaccedilatildeo econocircmica Eacute um fato comum no mundo atual Quase todas as grandes economias
mundiais encontram-se de alguma forma envolvidas em processos de integraccedilatildeo econocircmica
Esse fenocircmeno se introduz no problema enfrentado por todas as naccedilotildees
modernas o protecionismo contra liberalismo comercial O protecionismo aumenta e favorece a
industrializaccedilatildeo de um paiacutes mas por outro lado apoacutes certo tempo tambeacutem favorece o
surgimento de monopoacutelios internos com visiacutevel desvantagem para o consumidor que natildeo tem
acesso a novos produtos lanccedilados no mercado internacional e soacute pode escolher entre os ofertados
no mercado interno Como natildeo haacute concorrecircncia internacional e satildeo produzidos por empresas
abrigadas sob o protecionismo os produtos nacionais tecircm a tendecircncia de serem caros e de baixa
qualidade
Ao se desestruturar os mecanismos da proteccedilatildeo a liberalizaccedilatildeo comercial
deixou de ser uma simples alternativa e passou a significar uma caracteriacutestica da economia
mundial Reuacutenem-se paiacuteses regionalmente para assim alcanccedilar novos paiacuteses sendo vizinhos ou
natildeo e ampliar o espaccedilo econocircmico integrado
A integraccedilatildeo deve ser entendida como um processo de unificaccedilatildeo de
sociedades que tendem a formar uma coletividade harmoniosa a partir de liberalizaccedilotildees das
trocas comerciais dos movimentos de capitais pessoas serviccedilos e reduccedilotildees de discriminaccedilotildees
entre os estados membros1
1 VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
14
Segundo o MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES os processos de
integraccedilatildeo econocircmica satildeo conjuntos de medidas de caraacuteter econocircmico e comercial que tecircm por
finalidade originar a aproximaccedilatildeo e consequumlentemente a uniatildeo entre as economias de dois ou
mais paiacuteses Essa aproximaccedilatildeo deve ter por objetivo natildeo somente laccedilos econocircmicos mas
tambeacutem poliacuteticos e sociais
A integraccedilatildeo consiste em estabelecer um novo ambiente econocircmico poliacutetico e
cultural a partir de vaacuterios ambientes econocircmicos Haacute uma eliminaccedilatildeo de formas de
discriminaccedilotildees iniciais como no aspecto comercial ou no que concerne agrave circulaccedilatildeo de pessoas
serviccedilos e capitais em processos de integraccedilatildeo mais avanccedilados
Os processos de integraccedilatildeo de mercados representam o auge da globalizaccedilatildeo e
internacionalizaccedilatildeo da economia o que resulta em tendecircncias de interdependecircncia e
uniformidade a chamada homogeneizaccedilatildeo A economia transnacional se sobrepotildee agrave soberania
dos Estados gerando assim novas territorizaccedilotildees sem raiacutezes culturais
As poliacuteticas de integraccedilatildeo econocircmica podem ser positivas ou negativas Nas
positivas ocorrem modificaccedilotildees dos instrumentos existentes ndash matildeo-de-obra barata infra-
estrutura mobilidade de um paiacutes a outro etc ndash e a criaccedilatildeo de instituiccedilotildees para permitir o
aprofundamento da unificaccedilatildeo dos mercados e seu efetivo funcionamento Jaacute nas poliacuteticas
negativas acontece a remoccedilatildeo total de barreiras ao comeacutercio internacional ou restriccedilatildeo ao
processo de liberalizaccedilatildeo comercial
VINER (1949) criou as bases da integraccedilatildeo econocircmica a partir da teoria pura do
comeacutercio internacional Foi ele tambeacutem quem fez a distinccedilatildeo entre criaccedilatildeo de comeacutercio e desvio
de comeacutercio
A integraccedilatildeo econocircmica entre paiacuteses em desenvolvimento seria uma alternativa
para viabilizar uma estrateacutegia de desenvolvimento que seria irrealizaacutevel nas dimensotildees de
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
15
pequenas economias perifeacutericas Essas razotildees levaram os economistas da CEPAL a defenderem a
necessidade da integraccedilatildeo das economias latino-americanas
Os processos de integraccedilatildeo2 buscam alcanccedilar diversos objetivos tais como a
ampliaccedilatildeo da resistecircncia frente agraves barreiras aduaneiras a ampliaccedilatildeo dos mercados o estiacutemulo do
intercambio tecnoloacutegico uma maior facilidade de acesso a mateacuterias primas e o maior poder de
pressatildeo na defesa de seus interesses nas negociaccedilotildees internacionais Tendo visto isso pode-se
observar que haacute diferentes formas e etapas de integraccedilatildeo divididos em vaacuterios estaacutegios definidos
como
a) Zonas de Preferecircncias Tarifaacuterias ndash caracteriza-se pela reduccedilatildeo de tarifas para uma
gama variada de produtos abrangendo parte do universo tarifaacuterio sem que se implique na
eliminaccedilatildeo total dos direitos aduaneiros e na reduccedilatildeo ou eliminaccedilatildeo de outras restriccedilotildees ao
comeacutercio Esses acordos violam a claacuteusula de Naccedilatildeo Mais Favorecida do GATT3 mas satildeo
admitidos entre paiacuteses em desenvolvimento e satildeo praticados pelos paiacuteses desenvolvidos atraveacutes
do Sistema Geral de Preferecircncias (SGP) criado pela Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre o
Comeacutercio e o Desenvolvimento (UNCTAD)
b) Zona de Livre Comeacutercio ndash trata-se da forma mais simples de associaccedilatildeo entre
Estados admitida pelo GATT Caracteriza-se pela eliminaccedilatildeo de tarifas aduaneiras e outras
restriccedilotildees ao comeacutercio entre os paiacuteses que dela participam Poreacutem cada paiacutes preserva sua
autonomia na poliacutetica comercial em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses
2 BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972 3 GATT ndash Acordo Geral sobre Tarifas e Comeacutercio assinado por 23 paiacuteses O artigo XXIV do acordo permite a formaccedilatildeo de uniotildees aduaneiras e aacutereas de livre comeacutercio sob certas condiccedilotildees
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
16
c) Uniatildeo Aduaneira ndash caracteriza-se pela ausecircncia de barreiras ao comeacutercio entre
paiacuteses-membros pressupotildee uma poliacutetica comercial comum em relaccedilatildeo a paiacuteses natildeo-membros e a
adoccedilatildeo de uma Tarifa Externa Comum (TEC) A uniatildeo aduaneira pressupotildee ainda a
harmonizaccedilatildeo de instrumentos da poliacutetica comercial tais como diferentes sistemas monetaacuterios
fiscais etc que possam vir a originar problemas
d) Mercado Comum ndash consiste em uma uniatildeo aduaneira na qual os estados membros
determinam a eliminaccedilatildeo das restriccedilotildees sobre produtos bem como a livre circulaccedilatildeo dos demais
fatores produtivos como pessoas serviccedilos e capital eacute uma forma mais elevada de integraccedilatildeo
econocircmica
e) Uniatildeo Econocircmica ndash caracteriza-se pelo estabelecimento de uma autoridade
supranacional que se responsabiliza pela aplicaccedilatildeo das poliacuteticas comuns define criteacuterios e
distingue-se de um mercado comum por associar a eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees aos movimentos de
mercadorias e fatores com um certo grau de harmonizaccedilatildeo das poliacuteticas econocircmicas nacionais de
forma a abolir as discriminaccedilotildees resultantes das disparidades existentes entre essas poliacuteticas
f) Integraccedilatildeo Econocircmica Total ndash para Balassa4 essa forma de integraccedilatildeo pressupotildee a
unificaccedilatildeo das poliacuteticas monetaacuterias fiscais sociais e anticiacuteclicas e exige o estabelecimento de
uma autoridade supranacional cujas decisotildees satildeo obrigatoacuterias para os Estados-membros
g) Uniatildeo Poliacutetica ndash essa eacute uma forma de integraccedilatildeo que se caracteriza pela instituiccedilatildeo
de uma federaccedilatildeo de Estados com autoridade poliacutetica unificada ou formaccedilatildeo de Estados na qual
4 Bela Balassa op Cit p 11
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
17
apenas as aacutereas acordadas passam a ser objeto de controle de instituiccedilotildees supranacionais Em
geral a formaccedilatildeo de uma uniatildeo poliacutetica deve envolver cooperaccedilatildeo em termos da poliacutetica externa
e de defesa5
Eacute bastante antiga a noccedilatildeo de que uma zona de livre comeacutercio e uma uniatildeo
aduaneira ajudam para o aumento do bem-estar mas foi Jacob Viner em 1950 que formulou
uma teoria dos efeitos econocircmicos de uma uniatildeo aduaneira Essa teoria eacute baseada nos efeitos da
uniatildeo aduaneira sobre os produtos Foi entatildeo que introduziu os conceitos de criaccedilatildeo de comeacutercio
e desvio de comeacutercio
Viner investigou os efeitos de uma uniatildeo aduaneira nas correntes de trocas e fez
a distribuiccedilatildeo entre o efeito de desvio de comeacutercio resultante de uma uniatildeo Outros autores
tambeacutem abordaram estes problemas poreacutem num esquema menos preciso e sem utilizar a
terminologia de Viner
A criaccedilatildeo de comeacutercio eacute o mecanismo de ampliaccedilatildeo das transaccedilotildees comerciais
entre os paiacuteses membros de uma uniatildeo aduaneira a partir da unificaccedilatildeo de preccedilos dos produtos na
regiatildeo apoacutes a queda das barreiras tarifaacuterias Entende-se por desvio de comeacutercio o mecanismo de
reduccedilatildeo de comeacutercio com paiacuteses natildeo-membros da uniatildeo aduaneira em benefiacutecio do aumento do
comeacutercio intra-regional
Os efeitos positivos sobre a produccedilatildeo resultam do desvio de compras de um
dado bem de fontes de produccedilatildeo interna de custos mais altos para outras de custos mais
5 MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
18
reduzidos localizadas em paiacuteses membros Jaacute os efeitos negativos sobre a produccedilatildeo dizem
respeito a um desvio das fontes de produccedilatildeo com custos mais baixos paiacuteses estrangeiros para
fontes de produccedilatildeo com custos mais elevados paiacuteses membros Segundo Viner os efeitos
beneacuteficos da uniatildeo aduaneira seratildeo predominantes se o aumento de comeacutercio for superior ao seu
desvio
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
19
1 MERCOSUL E UNIAtildeO EUROPEacuteIA
11 MERCOSUL antecedentes histoacutericos
A Ameacuterica Latina vem haacute tempos buscando aumentar os laccedilos econocircmicos
entre seus paiacuteses atraveacutes da criaccedilatildeo de blocos regionais Vaacuterios foram os idealizadores da
integraccedilatildeo entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina dentre eles estaacute o presidente Getuacutelio Vargas que na
primeira metade do seacuteculo XX almejava a integraccedilatildeo das principais economias da Ameacuterica
Latina atraveacutes da formaccedilatildeo de um bloco econocircmico Inicialmente por volta da deacutecada de 30
ainda no Governo Vargas foram feitas algumas negociaccedilotildees para criar o BLOCO ABC
procurou-se formar a integraccedilatildeo dos trecircs paiacuteses mais fortes economicamente na Ameacuterica Latina
a Argentina o Brasil e o Chile Os paiacuteses sul americanos tiveram que enfrentar a resistecircncia do
governo dos EUA que natildeo via com bons olhos a imposiccedilatildeo de fronteiras econocircmicas pois
desejava continuar suprindo a Ameacuterica Latina com seus produtos industrializados e obtendo sua
mateacuteria prima
Anos mais tarde em 1948 foi criada a Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica
Latina - CEPAL subordinada ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees Unidas
representando outro importante instrumento para o desenvolvimento dos paiacuteses da Ameacuterica
Latina pois busca promover o desenvolvimento da Ameacuterica Latina estimulando a criaccedilatildeo de um
mercado comum latino americano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
20
O MERCOSUL considerado o mais recente esforccedilo para a integraccedilatildeo da
Ameacuterica Latina pode encontrar suas origens na criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo Latino-Americana de
Livre Comeacutercio ndash ALALC Este bloco tinha como objetivo implantar no prazo de 12 anos um
mercado comum regional por meio da formaccedilatildeo de uma zona de livre comeacutercio Criada em 1960
pelo Tratado de Montevideacuteu conhecido como TM-60 a ALALC era constituiacuteda pelos paiacuteses da
Ameacuterica do Sul excluindo-se deste grupo as Guianas e pelo Meacutexico O Tratado buscava ampliar
os mercados e alcanccedilar a liberalizaccedilatildeo do intercacircmbio eliminando as medidas protecionistas
Atraveacutes do Protocolo de Caracas a ideacuteia de criar um mercado comum em 12 anos teve seu prazo
aumentado para 1980 O objetivo era eliminar ateacute 1980 a maior quantidade imaginaacutevel de
restriccedilotildees comerciais existentes entre os integrantes do bloco
Os objetivos almejados pela ALALC natildeo foram alcanccedilados e dentre as razotildees
que levaram ao fracasso da Associaccedilatildeo encontra-se a falta de dinamismo por conta do elevado
nuacutemero de associados e suas diferenccedilas estruturais o vencimento do prazo determinado para a
obtenccedilatildeo de ecircxito do bloco entre outros motivos Durante a deacutecada de 70 a crise do petroacuteleo que
atingia a economia mundial causou uma intensa recessatildeo nos paiacuteses da Ameacuterica Latina e em
busca de uma alternativa para contornar o problema os paiacuteses latino-americanos reestruturaram a
ALALC fazendo surgir a Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo ndash ALADI criada em 1980
pelo Tratado de Montevideacuteu chamado TM-80 Ainda em vigor este Tratado compreende os
mesmos paiacuteses que compunham a ALALC Esse novo tratado requer que os paiacuteses membros
decircem continuidade ao processo de integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina colaborando para o
desenvolvimento econocircmico-social de uma forma mais equilibrada na regiatildeo Sua criaccedilatildeo
permitiu a promoccedilatildeo do aprofundamento do processo de integraccedilatildeo latino-americana e sua
finalidade eacute atingir a formaccedilatildeo de um mercado comum regional permitir o comeacutercio intra-
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
21
regional reciacuteproco promover o comeacutercio ampliaccedilatildeo de mercados desenvolvimento equilibrado e
o estabelecimento de preferecircncias regionais O TM-80 daacute aos Estados membros grande liberdade
para formular suas poliacuteticas comerciais e ainda uma maior flexibilidade para celebrar acordos
bilaterais ou multilaterais Com a criaccedilatildeo da ALADI houve um grande avanccedilo nas relaccedilotildees
comerciais entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina isso aconteceu devido agrave essa possibilidade de
realizaccedilatildeo de acordos bilaterais e outros de alcance regional entre os membros fazendo com que
aumentasse cada vez mais o comeacutercio bilateral e intra-regional na Ameacuterica Latina
A criaccedilatildeo da ALADI ainda parece ter beneficiado o processo de integraccedilatildeo
latino-americana Ficou extinta a ldquoclaacuteusula de naccedilatildeo mais favorecida regionalrdquo anteriormente
adotada pela ALALC permitindo assim conceder preferecircncia tarifaacuteria entre alguns membros da
ALADI sem a obrigatoriedade de dar preferecircncia a todos os integrantes da Associaccedilatildeo Apesar
do esforccedilo a ALADI natildeo conseguiu atingir seu objetivo de alcanccedilar uma integraccedilatildeo regional As
vaacuterias perspectivas geradas com a criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo foram extintas devido aos
acontecimentos no cenaacuterio internacional por volta do final da deacutecada de 70 Alguns fatores
comprometeram o crescimento do comeacutercio internacional e dificultaram o acesso de paiacuteses em
desenvolvimento agraves suas fontes externas de financiamento Dentre esses fatores se encontram o
segundo choque do petroacuteleo a elevaccedilatildeo do valor das taxas de juros internacionais e a recessatildeo
das economias de paiacuteses desenvolvidos Como os paiacuteses da Ameacuterica Latina estavam com a diacutevida
externa cada vez maior e sofrendo com a alta dos juros houve entre os paiacuteses integrantes da
ALADI a praacutetica cada vez mais frequumlente do protecionismo pois cada paiacutes passava a empregar
um amplo conjunto de medidas para controlar as importaccedilotildees Poreacutem o impacto dessa poliacutetica
sobre o comeacutercio intra-regional natildeo foi considerado eficaz pois aleacutem da reduccedilatildeo das importaccedilotildees
de cada paiacutes aconteceu tambeacutem uma proporcional reduccedilatildeo das trocas comerciais entre os paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
22
da proacutepria regiatildeo Haacute autores que dizem que a ALADI seguiu o mesmo modelo fracassado de
integraccedilatildeo regional que a ALALC onde o uacutenico agente eacute o Estado Isso porque o Tratado natildeo
considerava a livre circulaccedilatildeo de pessoas de empresas e de capitais privados e regionais e nem
de formas comunitaacuterias natildeo deixando espaccedilo para os verdadeiros interessados na integraccedilatildeo
regional
Mesmo a ALALC e a ALADI tendo obtido poucos resultados com relaccedilatildeo agrave
integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina ainda crescia o desejo pelo desenvolvimento de uma integraccedilatildeo
regional com destaque para o MERCOSUL que eacute considerado o processo de integraccedilatildeo regional
mais bem-sucedido da Ameacuterica Latina
12 Tratados do MERCOSUL
Eacute importante lembrar que os Estados-parte do MERCOSUL fazem parte do
GATT-OMC e suas accedilotildees devem estar adequadas ao regulamento desse acordo Isso acontece
devido agrave claacuteusula de habilitaccedilatildeo da Ronda Toacutequio que permite que os paiacuteses em
desenvolvimento natildeo apliquem o princiacutepio da naccedilatildeo mais favorecida
121 Tratado de Assunccedilatildeo
Foi assinado em 26 de marccedilo de 1991 o Tratado de Assunccedilatildeo visando agrave
constituiccedilatildeo de um mercado comum entre a Argentina o Brasil o Paraguai e o Uruguai Esse
tratado previa a liberalizaccedilatildeo comercial entre os paiacuteses-membros num periacuteodo de transiccedilatildeo ateacute
1994 Pode-se dividir a evoluccedilatildeo do MERCOSUL em dois periacuteodos o periacuteodo de transiccedilatildeo de
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
23
1991 a 1994 e a partir do iniacutecio de 1995 a existecircncia do MERCOSUL como uma Uniatildeo
Aduaneira
Eacute um acordo-quadro que apesar de natildeo criar um mercado comum estabelece
as metas do processo de integraccedilatildeo e a forma de alcanccedilaacute-las Um dos objetivos desse tratado eacute o
estabelecimento de uma tarifa externa comum a TEC e adoccedilatildeo de uma poliacutetica comercial
comum em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses Estabelece tambeacutem as condiccedilotildees para o surgimento de um
projeto de integraccedilatildeo que define seu objetivo agrave criaccedilatildeo de um mercado comum Este tratado
registra a vontade por parte dos quatro paiacuteses integrantes de se inserir com mais forccedila no
mercado mundial
O Tratado de Assunccedilatildeo eacute um acordo que agrave medida que se necessita vem sendo
complementado por outros instrumentos adicionais negociados entre os participantes do bloco
Inicialmente determina os meios para que ateacute o fim de 1994 se chegasse a uma uniatildeo aduaneira
que eacute a fase anterior ao mercado comum Poreacutem como eacute visto o MERCOSUL hoje ainda eacute uma
uniatildeo aduaneira imperfeita pois natildeo manteacutem a Tarifa Externa Comum (TEC) prevista para os
quatro Estados-membros
O Tratado de Assunccedilatildeo ato que fundou o MERCOSUL constitui um dos
principais instrumentos do processo de integraccedilatildeo acompanhado do Protocolo de Brasiacutelia de
1991 e ainda do Protocolo de Ouro Preto de 1994
Este tratado constitui a base de todo o sistema normativo do MERCOSUL
ordena e regulamenta as relaccedilotildees existentes entre os Estados integrantes do bloco
O Tratado de Assunccedilatildeo tem como objetivo principal a constituiccedilatildeo de um
mercado comum entre seus signataacuterios o que sugere tambeacutem a livre circulaccedilatildeo de bens serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
24
e fatores produtivos entre os Estados-parte eliminando as tarifas preacute-estabelecidas e as restriccedilotildees
natildeo tarifaacuterias No tratado estatildeo estabelecidos os elementos para a criaccedilatildeo de uma uniatildeo aduaneira
e por consequumlecircncia de uma poliacutetica comercial comum
De acordo com o Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE) o Tratado de
Assunccedilatildeo estabeleceu a utilizaccedilatildeo dos seguintes instrumentos para a constituiccedilatildeo do
MERCOSUL6
a) o cumprimento de um programa de liberalizaccedilatildeo comercial com reduccedilotildees tarifaacuterias
progressivas lineares e automaacuteticas acompanhadas da eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees natildeo-tarifaacuterias ou
de medidas de efeito equivalente
b) o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC) capaz de incentivar a
competitividade externa dos Estados-parte
c) a harmonizaccedilatildeo de poliacuteticas macroeconocircmicas e setoriais sempre que pertinente
O Tratado eacute sempre que necessaacuterio complementado por alguns instrumentos
adicionais acordados pelos quatro Estados-parte devido ao avanccedilo da integraccedilatildeo A intenccedilatildeo do
Tratado era de estabelecer condiccedilotildees para que se alcanccedilasse ateacute o fim de 1994 uma uniatildeo
aduaneira entre os quatro integrantes para posteriormente chegar a um mercado comum O MRE
mostra que o Tratado de Assunccedilatildeo determina alguns aspectos como7 estabelecer um programa de
liberalizaccedilatildeo comercial que consista de reduccedilotildees tarifaacuterias progressivas lineares e automaacuteticas
acompanhadas da eliminaccedilatildeo das barreiras natildeo tarifaacuterias coordenar poliacuteticas macro-econocircmicas
estabelecer uma Tarifa Externa Comum (TEC) estabelecer listas de exceccedilotildees ao programa de
6 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
25
liberalizaccedilatildeo para produtos considerados sensiacuteveis constituir um regime geral de origem e de
um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias
O Tratado de Assunccedilatildeo estabelece que o Poder Executivo de cada Estado-parte
deve manter informado seu respectivo Poder Legislativo sobre a evoluccedilatildeo do objeto deste tratado
o MERCOSUL
122 Protocolo de Brasiacutelia
Para solucionar os conflitos na esfera do MERCOSUL a forma escolhida foi a
arbitragem Portanto para cumprir determinaccedilatildeo do Tratado de Assunccedilatildeo designou-se um grupo
de trabalho que elaboraria um Sistema de Soluccedilatildeo de Controveacutersias entre os Estados-parte
Assim em dezembro de 1991 foi assinado o Protocolo de Brasiacutelia para Soluccedilatildeo de Controveacutersias
que passou a ter vigecircncia a partir de 1993
Este Protocolo no sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias tem como caracteriacutestica
ordenar que a soluccedilatildeo de controveacutersias ocorreraacute no plano diplomaacutetico por meio de negociaccedilotildees
diretas mas que possuem intervenccedilatildeo de oacutergatildeos institucionais como o Grupo Mercado Comum -
GMC- e se as dificuldades natildeo forem superadas utilizaraacute o procedimento arbitral O Protocolo
prevecirc tambeacutem poreacutem de maneira bem restrita e com normas complexas que particulares
pessoas fiacutesicas e juriacutedicas tenham acesso ao sistema com direito a reclamaccedilotildees pois o Tratado de
Assunccedilatildeo previa somente a participaccedilatildeo dos Estados-parte
7 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
26
A uacuteltima fase do Protocolo a instauraccedilatildeo de um Tribunal Arbitral proferiraacute a
decisatildeo por meio de laudos inapelaacuteveis e obrigatoacuterios para os Estados-parte na controveacutersia Essa
obrigatoriedade se daraacute a partir do recebimento da notificaccedilatildeo sobre a decisatildeo e os laudos teratildeo
forccedila de coisa julgada devendo ser cumpridos no prazo fixado pelo Tribunal Arbitral
O Protocolo de Brasiacutelia funciona como provisoacuterio fornecendo mecanismos para
a soluccedilatildeo de controveacutersias ateacute que entre em vigor o Sistema Permanente de Soluccedilotildees de
Controveacutersias Este sistema aleacutem de previsto no Tratado de Assunccedilatildeo ganhou forccedila com o
Protocolo de Ouro Preto quando diz que antes de se firmar uma Tarifa Externa Comum os
Estados-parte deveratildeo fazer uma revisatildeo do sistema atual para soluccedilatildeo de controveacutersias com o
objetivo de adotar o sistema permanente
123 Protocolo de Ouro Preto
O Protocolo de Ouro Preto ndash POP assinado em 1994 define a estrutura
institucional definitiva do MERCOSUL e firma a ideacuteia de avanccedilar na constituiccedilatildeo de um
mercado comum Este protocolo pode se adaptar a possiacuteveis circunstacircncias que se apresentem
pois por meio de uma conferecircncia diplomaacutetica sua estrutura pode ser reavaliada
O POP tem como principal atribuiccedilatildeo conferir personalidade juriacutedica ao
MERCOSUL sempre que ele tenha que se relacionar como bloco econocircmico com grupos de
paiacuteses e oacutergatildeos internacionais multilateraisO POP trouxe algumas inovaccedilotildees para a estrutura
orgacircnica do MERCOSUL com relaccedilatildeo agrave criaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos Este bloco pode contar agora
com os seguintes oacutergatildeos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
27
- Conselho do Mercado Comum (CMC)
- Grupo Mercado Comum (GMC)
- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)
- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)
- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)
- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)
Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de
Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte
reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a
decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o
encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver
uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc
teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado
reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante
poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de
Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de
Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares
13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu
Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem
conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo
regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
28
aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica
proacutepria
No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos
fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes
promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em
1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash
Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de
Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as
barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas
O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE
satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de
Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc
Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas
Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a
primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE
que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais
e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos
tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
29
parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila
comum (PESC)
O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs
pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica
externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria
Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais
elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo
Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma
deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para
um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de
acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE
14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia
Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros
fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e
Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda
aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez
com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-
se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios
tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a
ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
30
A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus
integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O
alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como
dos novos paiacuteses integrantes do bloco
ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)
Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455
milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou
preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados
pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo
15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia
As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as
importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL
8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
31
aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial
global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O
Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo
Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a
Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda
mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a
conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o
protecionismo adotado pela Europa
16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia
Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade
Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo
Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos
A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo
interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de
integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional
O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as
condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e
econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando
9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
32
a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)
Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas
regiotildees como conceitos baacutesicos
Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de
atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e
das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre
Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros
A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo
natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos
regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As
propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL
foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a
posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
33
2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE
Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e
Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute
de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e
Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de
envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da
Uniatildeo Europeacuteia
Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das
relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se
referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral
22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL
Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia
econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da
economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do
comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o
comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano
10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
34
Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das
exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo
Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do
Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira
Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros
paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido
com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a
Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees
Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve
um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$
45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila
comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do
MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno
crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL
passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees
Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees
brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina
23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina
Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai
para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
35
nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo
principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro
mercado comum
No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a
Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo
industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha
caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata
previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos
setoriais foram assinados bilateralmente
24 Produtos ou setores em potencial
A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila
de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees
europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-
tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral
permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a
UE
O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre
paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco
elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado
principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A
composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
36
importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do
MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e
ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu
25 Principais parceiros europeus
As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande
assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o
primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos
externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus
Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica
Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a
complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais
intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-
americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de
diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio
bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais
com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande
influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a
Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada
na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento
comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
37
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ
RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE
31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia
O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco
pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do
MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa
Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros
comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos
comerciais na Europa
Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do
Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto
que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com
relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve
queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve
uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos
anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e
menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil
passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda
de 10 nesse investimento
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
38
No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do
MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os
europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior
mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das
exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial
importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute
a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total
A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de
intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores
agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees
europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo
dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida
Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma
importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios
desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos
manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser
importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas
Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com
tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas
11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
39
Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta
de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as
maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados
representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros
quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo
eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos
Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II
32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil
Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco
econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a
assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos
tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL
Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de
facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo
acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram
negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL
com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados
europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia
A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais
nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que
temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
40
relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no
fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as
medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus
No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator
agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de
2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral
com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
41
CONCLUSAtildeO
As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito
tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se
aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial
implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente
conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados
Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos
data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina
individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se
com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as
partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados
A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos
causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e
Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um
desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo
com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e
falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a
formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse
fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados
que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
42
interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus
interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar
obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos
econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada
bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles
como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das
negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave
liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees
Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar
um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o
Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e
essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles
Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo
inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se
tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs
dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses
integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e
reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento
Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da
agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
43
Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor
agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta
de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses
desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil
esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor
Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do
Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC
depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia
Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a
pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade
eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os
subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre
MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas
do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
44
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005
bull AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972
bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004
bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004
bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003
bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004
bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998
bull GLOBAL 21 Disponiacutevel em lthttpwwwglobal21combrgt Acessado em 20 de novembro de 2005
bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001
bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
45
bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005
bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005
bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999
bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005
bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003
bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
46
ANEXO I
Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo
(valores totais em US$ e porcentuais)
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45
Exportaccedilotildees do Brasil
2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46
2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38
Importaccedilotildees do Brasil
2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44
Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28
2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23
Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31
Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees
2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
47
ANEXO II
Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL
Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp
Peso do MERCOSUL
nas Importaccedilotildees
extra UE 19982000
Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL
19982000
I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361
II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399
III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112
IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423
Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386
V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207
VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130
VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92
VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341
IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374
X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259
XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152
XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139
XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120
XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140
XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176
XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157
XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151
XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206
XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67
XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301
Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183
Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE
Totais por fator agregado
US$ F0B
Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s
A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935
2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111
Fonte
Anos de 19801992 = Banco do Brasil
Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
49
ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro
Uniatildeo Europeacuteia - UE
US$ F0B
E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s
A n o
US$ FOB (A)
Var
Part ()
US$ FOB (B)
Var ()
Part ()
Saldo (A-B)
Corrente Comeacutercio (A+B)
Cobertura (AB)
1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133
Obs () ()
VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil
IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
3
AGRADECIMENTOS Agradeccedilo primeiramente a Deus por ter me proporcionado mais
essa conquista Aos meus pais e irmatilde pelo incentivo de sempre Aos
amigos pelo apoio e compreensatildeo Ao querido Ronaldo pela ajuda para a
realizaccedilatildeo deste trabalho E aos professores do curso de Relaccedilotildees
Internacionais do Uniceub que muito contribuiacuteram para a minha formaccedilatildeo
acadecircmica
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
4
RESUMO
Esta monografia eacute resultado de estudos sobre a importacircncia a participaccedilatildeo e a
evoluccedilatildeo do comeacutercio entre dois blocos regionais em constante crescimento a Uniatildeo Europeacuteia e
o MERCOSUL A abordagem deste trabalho engloba a origem do processo de integraccedilatildeo
regional a formaccedilatildeo dos blocos e sua atual relaccedilatildeo inter-regional O enfoque principal diz
respeito ao Brasil Analisa sua participaccedilatildeo importacircncia e as consequumlecircncias proporcionadas
devido agrave relaccedilatildeo comercial existente entre os blocos estudados
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
5
ABSTRACT
This work is the result of studies about the importance participation and
evolution of commerce between these two regional blocks that are in constant growth the
European Union and Mercosur This work encloses the beginning of the regional integration
process formation of economic blocks and its actual inter-regional relationship The focus of this
work encompasses Brazilrsquos situation This study analyses Brazilrsquos participation its importance
and the consequences due to the existing commercial relationship between the regional blocks
which were studied in this work
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
6
LISTA DE SIGLAS bull ALADI - Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo bull ALALC ndash Associaccedilatildeo Latino-Americana de Livre Comeacutercio bull BLOCO ABC ndash Bloco econocircmico formado por Argentina Brasil e Chile bull CCM ndash Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL bull CECA - Comunidade Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo bull CEE ndash Comunidade Econocircmica Europeacuteia bull CEPAL ndash Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina bull CMC ndash Conselho do Mercado Comum bull CPCM ndash Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL bull EUA ndash Estados Unidos da Ameacuterica bull FCES ndash Foro Consultivo Econocircmico e Social bull GATT ndash Acordo Geral sobre Tarifas e Comeacutercio bull GMC ndash Grupo Mercado Comum bull IPEA ndash Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada bull MERCOSUL ndash Mercado Comum do Sul bull MRE ndash Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores bull OMC ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio bull PESC - Poliacutetica Externa e Seguranccedila Comum bull PIB ndash Produto Interno Bruto bull PICE ndash Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica bull POP ndash Protocolo de Ouro Preto bull SAM ndash Secretaria Administrativa do MERCOSUL bull SGP ndash Sistema Geral de Preferecircncias bull TEC ndash Tarifa Externa Comum bull TM-60 ndash Tratado de Montevideacuteu criado em 1960 bull TM-80 ndash Tratado de Montevideacuteu criado em 1980 bull TUE ndash Tratado da Uniatildeo Europeacuteia bull UE ndash Uniatildeo Europeacuteia bull UNCTAD - Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre o Comeacutercio e o Desenvolvimento
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
7
SUMAacuteRIO
Paacutegina
AGRADECIMENTOS III RESUMO IV ABSTRACT IV LISTA DE SIGLAS VI INTRODUCcedilAtildeO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO PROBLEMA 10
IMPORTAcircNCIA DO TEMA E METODOLOGIA DE TRABALHO 12
REFERENCIAL TEOacuteRICO 13
1 MERCOSUL E UNIAtildeO EUROPEacuteIA 19
11 MERCOSUL antecedentes histoacutericos 19
12 Tratados do MERCOSUL 22
121 Tratado de Assunccedilatildeo 22
122 Protocolo de Brasiacutelia 25
123 Protocolo de Ouro Preto 26
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
8
13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu 27
14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia 29
15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia 30
16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia 31
2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 33
21 - A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE 33
22 - A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL 33
23 - O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina 34
24 - Produtos ou setores em potencial 35
25 - Principais parceiros europeus 36
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE 37
31 - MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia 37
32 - Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil 39
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
9
CONCLUSAtildeO 41 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 44 ANEXO I 46 ANEXO II 47 ANEXO III 48 ANEXO IV 49
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
10
INTRODUCcedilAtildeO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO PROBLEMA
Apoacutes a Segunda Guerra Mundial tornou-se possiacutevel assistir a propagaccedilatildeo de
iniciativas de diversos Estados para promover o comeacutercio internacional e consequumlentemente
uma maior inserccedilatildeo de cada um deles no mercado mundial Essas iniciativas se realizaram por
meio de negociaccedilotildees acordos bilaterais ou multilaterais e pela formaccedilatildeo de blocos econocircmicos
regionais
No decorrer do estudo nota-se a preocupaccedilatildeo em entender ateacute que ponto as
relaccedilotildees inter-regionais entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia afetam o Brasil sendo vantajosas
ou natildeo para o paiacutes Para tanto o presente trabalho foi dividido em trecircs capiacutetulos que buscam dar
uma melhor abordagem sobre o tema em questatildeo
Sabendo que o antecedente imediato do MERCOSUL foi a integraccedilatildeo Brasil-
Argentina pode-se notar que esta uacuteltima foi impulsionada principalmente pela superaccedilatildeo das
divergecircncias geopoliacuteticas bilaterais pelo retorno agrave plenitude do regime democraacutetico nos dois
paiacuteses e pela crise do sistema econocircmico internacional Uma seacuterie de acordos bilaterais
precederam o MERCOSUL poreacutem o primeiro desses acordos a Declaraccedilatildeo de Iguaccedilu foi
firmada pelos presidentes Sarney e Alfonsiacuten em 1985 buscando acelerar o processo de
integraccedilatildeo dos dois paiacuteses Brasil e Argentina em diferentes aacutereas
Tendo conhecimento do que foi apresentado o primeiro capiacutetulo abordaraacute um
pouco da fase histoacuterica dos blocos Fala da criaccedilatildeo do MERCOSUL que remonta agrave ALALC ateacute
chegar agrave assinatura do Tratado de Assunccedilatildeo e seus protocolos adicionais de Brasiacutelia que
estabelece um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias e de Ouro Preto que traz modificaccedilotildees para a
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
11
estrutura orgacircnica criando diversos oacutergatildeos para o bloco A partir de entatildeo procura-se fazer uma
breve abordagem histoacuterica da Uniatildeo Europeacuteia analisando-a desde quando era ainda a CEE ateacute
consolidar-se por meio do Tratado de Maastricht tornando-se de fato a atual Uniatildeo Europeacuteia
com 25 membros Ainda no primeiro capiacutetulo eacute possiacutevel verificar a vontade desses dois blocos de
implementar um acordo inter-regional entre eles
Mais adiante seraacute dado enfoque agrave relevacircncia da participaccedilatildeo do Brasil no
comeacutercio com o MERCOSUL e no comeacutercio com a Uniatildeo Europeacuteia separadamente procurando
ressaltar os setores mais expressivos para as partes e seus parceiros mais importantes
Finalmente no uacuteltimo capiacutetulo seratildeo abordadas as consequumlecircncias positivas ou
negativas para o Brasil a partir da relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia lembrando que
apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar um acordo entre eles os europeus adotam
medidas protecionistas que muito afetam as intenccedilotildees dos paiacuteses latino-americanos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
12
IMPORTAcircNCIA DO TEMA E METODOLOGIA DE TRABALHO
Com o constante fenocircmeno da globalizaccedilatildeo o interesse dos Estados por
mercados estrangeiros eacute cada vez maior proporcionando assim oportunidades para os paiacuteses
geograficamente mais proacuteximos se unirem formando grandes blocos econocircmicos atraveacutes do
processo de integraccedilatildeo regional Devido a vantagens e benefiacutecios oferecidos os paiacuteses optam cada
vez mais por integrar-se com seus vizinhos para adquirir mais forccedila e competitividade no cenaacuterio
internacional Esse processo de integraccedilatildeo pode ser facilmente observado como mostra o
trabalho na Ameacuterica Latina e na Europa com a criaccedilatildeo do Mercado Comum do Sul
(MERCOSUL) e da Uniatildeo Europeacuteia respectivamente
O interesse pelo tema surgiu da importacircncia no atual cenaacuterio internacional de
se obter uma visatildeo a partir da oacutetica do Brasil como maior economia do MERCOSUL com
relaccedilatildeo ao intercacircmbio comercial entre este bloco e a Uniatildeo Europeacuteia Estudar a relaccedilatildeo entre os
dois blocos torna mais faacutecil visualizar a participaccedilatildeo do Brasil no comeacutercio com cada um deles
individualmente e de sua situaccedilatildeo e eventuais consequumlecircncias para o paiacutes devido a essa relaccedilatildeo
inter-regional que tende a crescer cada vez mais
Este trabalho foi realizado baseado em fontes secundaacuterias como livros teses
textos especializados jornais revistas internet dados e tabelas para maior esclarecimento do que
foi abordado
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
13
REFERENCIAL TEOacuteRICO
Foi principalmente apoacutes a Segunda Guerra Mundial que surgiu o fenocircmeno da
integraccedilatildeo econocircmica regional que desde entatildeo tem sido objeto de estudo para a economia
poliacutetica O conceito de integraccedilatildeo eacute recente se implanta perfeitamente no atual panorama
econocircmico mundial e eacute marcado pelo multilateralismo das relaccedilotildees comerciais e pela
regionalizaccedilatildeo econocircmica Eacute um fato comum no mundo atual Quase todas as grandes economias
mundiais encontram-se de alguma forma envolvidas em processos de integraccedilatildeo econocircmica
Esse fenocircmeno se introduz no problema enfrentado por todas as naccedilotildees
modernas o protecionismo contra liberalismo comercial O protecionismo aumenta e favorece a
industrializaccedilatildeo de um paiacutes mas por outro lado apoacutes certo tempo tambeacutem favorece o
surgimento de monopoacutelios internos com visiacutevel desvantagem para o consumidor que natildeo tem
acesso a novos produtos lanccedilados no mercado internacional e soacute pode escolher entre os ofertados
no mercado interno Como natildeo haacute concorrecircncia internacional e satildeo produzidos por empresas
abrigadas sob o protecionismo os produtos nacionais tecircm a tendecircncia de serem caros e de baixa
qualidade
Ao se desestruturar os mecanismos da proteccedilatildeo a liberalizaccedilatildeo comercial
deixou de ser uma simples alternativa e passou a significar uma caracteriacutestica da economia
mundial Reuacutenem-se paiacuteses regionalmente para assim alcanccedilar novos paiacuteses sendo vizinhos ou
natildeo e ampliar o espaccedilo econocircmico integrado
A integraccedilatildeo deve ser entendida como um processo de unificaccedilatildeo de
sociedades que tendem a formar uma coletividade harmoniosa a partir de liberalizaccedilotildees das
trocas comerciais dos movimentos de capitais pessoas serviccedilos e reduccedilotildees de discriminaccedilotildees
entre os estados membros1
1 VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
14
Segundo o MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES os processos de
integraccedilatildeo econocircmica satildeo conjuntos de medidas de caraacuteter econocircmico e comercial que tecircm por
finalidade originar a aproximaccedilatildeo e consequumlentemente a uniatildeo entre as economias de dois ou
mais paiacuteses Essa aproximaccedilatildeo deve ter por objetivo natildeo somente laccedilos econocircmicos mas
tambeacutem poliacuteticos e sociais
A integraccedilatildeo consiste em estabelecer um novo ambiente econocircmico poliacutetico e
cultural a partir de vaacuterios ambientes econocircmicos Haacute uma eliminaccedilatildeo de formas de
discriminaccedilotildees iniciais como no aspecto comercial ou no que concerne agrave circulaccedilatildeo de pessoas
serviccedilos e capitais em processos de integraccedilatildeo mais avanccedilados
Os processos de integraccedilatildeo de mercados representam o auge da globalizaccedilatildeo e
internacionalizaccedilatildeo da economia o que resulta em tendecircncias de interdependecircncia e
uniformidade a chamada homogeneizaccedilatildeo A economia transnacional se sobrepotildee agrave soberania
dos Estados gerando assim novas territorizaccedilotildees sem raiacutezes culturais
As poliacuteticas de integraccedilatildeo econocircmica podem ser positivas ou negativas Nas
positivas ocorrem modificaccedilotildees dos instrumentos existentes ndash matildeo-de-obra barata infra-
estrutura mobilidade de um paiacutes a outro etc ndash e a criaccedilatildeo de instituiccedilotildees para permitir o
aprofundamento da unificaccedilatildeo dos mercados e seu efetivo funcionamento Jaacute nas poliacuteticas
negativas acontece a remoccedilatildeo total de barreiras ao comeacutercio internacional ou restriccedilatildeo ao
processo de liberalizaccedilatildeo comercial
VINER (1949) criou as bases da integraccedilatildeo econocircmica a partir da teoria pura do
comeacutercio internacional Foi ele tambeacutem quem fez a distinccedilatildeo entre criaccedilatildeo de comeacutercio e desvio
de comeacutercio
A integraccedilatildeo econocircmica entre paiacuteses em desenvolvimento seria uma alternativa
para viabilizar uma estrateacutegia de desenvolvimento que seria irrealizaacutevel nas dimensotildees de
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
15
pequenas economias perifeacutericas Essas razotildees levaram os economistas da CEPAL a defenderem a
necessidade da integraccedilatildeo das economias latino-americanas
Os processos de integraccedilatildeo2 buscam alcanccedilar diversos objetivos tais como a
ampliaccedilatildeo da resistecircncia frente agraves barreiras aduaneiras a ampliaccedilatildeo dos mercados o estiacutemulo do
intercambio tecnoloacutegico uma maior facilidade de acesso a mateacuterias primas e o maior poder de
pressatildeo na defesa de seus interesses nas negociaccedilotildees internacionais Tendo visto isso pode-se
observar que haacute diferentes formas e etapas de integraccedilatildeo divididos em vaacuterios estaacutegios definidos
como
a) Zonas de Preferecircncias Tarifaacuterias ndash caracteriza-se pela reduccedilatildeo de tarifas para uma
gama variada de produtos abrangendo parte do universo tarifaacuterio sem que se implique na
eliminaccedilatildeo total dos direitos aduaneiros e na reduccedilatildeo ou eliminaccedilatildeo de outras restriccedilotildees ao
comeacutercio Esses acordos violam a claacuteusula de Naccedilatildeo Mais Favorecida do GATT3 mas satildeo
admitidos entre paiacuteses em desenvolvimento e satildeo praticados pelos paiacuteses desenvolvidos atraveacutes
do Sistema Geral de Preferecircncias (SGP) criado pela Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre o
Comeacutercio e o Desenvolvimento (UNCTAD)
b) Zona de Livre Comeacutercio ndash trata-se da forma mais simples de associaccedilatildeo entre
Estados admitida pelo GATT Caracteriza-se pela eliminaccedilatildeo de tarifas aduaneiras e outras
restriccedilotildees ao comeacutercio entre os paiacuteses que dela participam Poreacutem cada paiacutes preserva sua
autonomia na poliacutetica comercial em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses
2 BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972 3 GATT ndash Acordo Geral sobre Tarifas e Comeacutercio assinado por 23 paiacuteses O artigo XXIV do acordo permite a formaccedilatildeo de uniotildees aduaneiras e aacutereas de livre comeacutercio sob certas condiccedilotildees
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
16
c) Uniatildeo Aduaneira ndash caracteriza-se pela ausecircncia de barreiras ao comeacutercio entre
paiacuteses-membros pressupotildee uma poliacutetica comercial comum em relaccedilatildeo a paiacuteses natildeo-membros e a
adoccedilatildeo de uma Tarifa Externa Comum (TEC) A uniatildeo aduaneira pressupotildee ainda a
harmonizaccedilatildeo de instrumentos da poliacutetica comercial tais como diferentes sistemas monetaacuterios
fiscais etc que possam vir a originar problemas
d) Mercado Comum ndash consiste em uma uniatildeo aduaneira na qual os estados membros
determinam a eliminaccedilatildeo das restriccedilotildees sobre produtos bem como a livre circulaccedilatildeo dos demais
fatores produtivos como pessoas serviccedilos e capital eacute uma forma mais elevada de integraccedilatildeo
econocircmica
e) Uniatildeo Econocircmica ndash caracteriza-se pelo estabelecimento de uma autoridade
supranacional que se responsabiliza pela aplicaccedilatildeo das poliacuteticas comuns define criteacuterios e
distingue-se de um mercado comum por associar a eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees aos movimentos de
mercadorias e fatores com um certo grau de harmonizaccedilatildeo das poliacuteticas econocircmicas nacionais de
forma a abolir as discriminaccedilotildees resultantes das disparidades existentes entre essas poliacuteticas
f) Integraccedilatildeo Econocircmica Total ndash para Balassa4 essa forma de integraccedilatildeo pressupotildee a
unificaccedilatildeo das poliacuteticas monetaacuterias fiscais sociais e anticiacuteclicas e exige o estabelecimento de
uma autoridade supranacional cujas decisotildees satildeo obrigatoacuterias para os Estados-membros
g) Uniatildeo Poliacutetica ndash essa eacute uma forma de integraccedilatildeo que se caracteriza pela instituiccedilatildeo
de uma federaccedilatildeo de Estados com autoridade poliacutetica unificada ou formaccedilatildeo de Estados na qual
4 Bela Balassa op Cit p 11
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
17
apenas as aacutereas acordadas passam a ser objeto de controle de instituiccedilotildees supranacionais Em
geral a formaccedilatildeo de uma uniatildeo poliacutetica deve envolver cooperaccedilatildeo em termos da poliacutetica externa
e de defesa5
Eacute bastante antiga a noccedilatildeo de que uma zona de livre comeacutercio e uma uniatildeo
aduaneira ajudam para o aumento do bem-estar mas foi Jacob Viner em 1950 que formulou
uma teoria dos efeitos econocircmicos de uma uniatildeo aduaneira Essa teoria eacute baseada nos efeitos da
uniatildeo aduaneira sobre os produtos Foi entatildeo que introduziu os conceitos de criaccedilatildeo de comeacutercio
e desvio de comeacutercio
Viner investigou os efeitos de uma uniatildeo aduaneira nas correntes de trocas e fez
a distribuiccedilatildeo entre o efeito de desvio de comeacutercio resultante de uma uniatildeo Outros autores
tambeacutem abordaram estes problemas poreacutem num esquema menos preciso e sem utilizar a
terminologia de Viner
A criaccedilatildeo de comeacutercio eacute o mecanismo de ampliaccedilatildeo das transaccedilotildees comerciais
entre os paiacuteses membros de uma uniatildeo aduaneira a partir da unificaccedilatildeo de preccedilos dos produtos na
regiatildeo apoacutes a queda das barreiras tarifaacuterias Entende-se por desvio de comeacutercio o mecanismo de
reduccedilatildeo de comeacutercio com paiacuteses natildeo-membros da uniatildeo aduaneira em benefiacutecio do aumento do
comeacutercio intra-regional
Os efeitos positivos sobre a produccedilatildeo resultam do desvio de compras de um
dado bem de fontes de produccedilatildeo interna de custos mais altos para outras de custos mais
5 MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
18
reduzidos localizadas em paiacuteses membros Jaacute os efeitos negativos sobre a produccedilatildeo dizem
respeito a um desvio das fontes de produccedilatildeo com custos mais baixos paiacuteses estrangeiros para
fontes de produccedilatildeo com custos mais elevados paiacuteses membros Segundo Viner os efeitos
beneacuteficos da uniatildeo aduaneira seratildeo predominantes se o aumento de comeacutercio for superior ao seu
desvio
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
19
1 MERCOSUL E UNIAtildeO EUROPEacuteIA
11 MERCOSUL antecedentes histoacutericos
A Ameacuterica Latina vem haacute tempos buscando aumentar os laccedilos econocircmicos
entre seus paiacuteses atraveacutes da criaccedilatildeo de blocos regionais Vaacuterios foram os idealizadores da
integraccedilatildeo entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina dentre eles estaacute o presidente Getuacutelio Vargas que na
primeira metade do seacuteculo XX almejava a integraccedilatildeo das principais economias da Ameacuterica
Latina atraveacutes da formaccedilatildeo de um bloco econocircmico Inicialmente por volta da deacutecada de 30
ainda no Governo Vargas foram feitas algumas negociaccedilotildees para criar o BLOCO ABC
procurou-se formar a integraccedilatildeo dos trecircs paiacuteses mais fortes economicamente na Ameacuterica Latina
a Argentina o Brasil e o Chile Os paiacuteses sul americanos tiveram que enfrentar a resistecircncia do
governo dos EUA que natildeo via com bons olhos a imposiccedilatildeo de fronteiras econocircmicas pois
desejava continuar suprindo a Ameacuterica Latina com seus produtos industrializados e obtendo sua
mateacuteria prima
Anos mais tarde em 1948 foi criada a Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica
Latina - CEPAL subordinada ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees Unidas
representando outro importante instrumento para o desenvolvimento dos paiacuteses da Ameacuterica
Latina pois busca promover o desenvolvimento da Ameacuterica Latina estimulando a criaccedilatildeo de um
mercado comum latino americano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
20
O MERCOSUL considerado o mais recente esforccedilo para a integraccedilatildeo da
Ameacuterica Latina pode encontrar suas origens na criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo Latino-Americana de
Livre Comeacutercio ndash ALALC Este bloco tinha como objetivo implantar no prazo de 12 anos um
mercado comum regional por meio da formaccedilatildeo de uma zona de livre comeacutercio Criada em 1960
pelo Tratado de Montevideacuteu conhecido como TM-60 a ALALC era constituiacuteda pelos paiacuteses da
Ameacuterica do Sul excluindo-se deste grupo as Guianas e pelo Meacutexico O Tratado buscava ampliar
os mercados e alcanccedilar a liberalizaccedilatildeo do intercacircmbio eliminando as medidas protecionistas
Atraveacutes do Protocolo de Caracas a ideacuteia de criar um mercado comum em 12 anos teve seu prazo
aumentado para 1980 O objetivo era eliminar ateacute 1980 a maior quantidade imaginaacutevel de
restriccedilotildees comerciais existentes entre os integrantes do bloco
Os objetivos almejados pela ALALC natildeo foram alcanccedilados e dentre as razotildees
que levaram ao fracasso da Associaccedilatildeo encontra-se a falta de dinamismo por conta do elevado
nuacutemero de associados e suas diferenccedilas estruturais o vencimento do prazo determinado para a
obtenccedilatildeo de ecircxito do bloco entre outros motivos Durante a deacutecada de 70 a crise do petroacuteleo que
atingia a economia mundial causou uma intensa recessatildeo nos paiacuteses da Ameacuterica Latina e em
busca de uma alternativa para contornar o problema os paiacuteses latino-americanos reestruturaram a
ALALC fazendo surgir a Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo ndash ALADI criada em 1980
pelo Tratado de Montevideacuteu chamado TM-80 Ainda em vigor este Tratado compreende os
mesmos paiacuteses que compunham a ALALC Esse novo tratado requer que os paiacuteses membros
decircem continuidade ao processo de integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina colaborando para o
desenvolvimento econocircmico-social de uma forma mais equilibrada na regiatildeo Sua criaccedilatildeo
permitiu a promoccedilatildeo do aprofundamento do processo de integraccedilatildeo latino-americana e sua
finalidade eacute atingir a formaccedilatildeo de um mercado comum regional permitir o comeacutercio intra-
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
21
regional reciacuteproco promover o comeacutercio ampliaccedilatildeo de mercados desenvolvimento equilibrado e
o estabelecimento de preferecircncias regionais O TM-80 daacute aos Estados membros grande liberdade
para formular suas poliacuteticas comerciais e ainda uma maior flexibilidade para celebrar acordos
bilaterais ou multilaterais Com a criaccedilatildeo da ALADI houve um grande avanccedilo nas relaccedilotildees
comerciais entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina isso aconteceu devido agrave essa possibilidade de
realizaccedilatildeo de acordos bilaterais e outros de alcance regional entre os membros fazendo com que
aumentasse cada vez mais o comeacutercio bilateral e intra-regional na Ameacuterica Latina
A criaccedilatildeo da ALADI ainda parece ter beneficiado o processo de integraccedilatildeo
latino-americana Ficou extinta a ldquoclaacuteusula de naccedilatildeo mais favorecida regionalrdquo anteriormente
adotada pela ALALC permitindo assim conceder preferecircncia tarifaacuteria entre alguns membros da
ALADI sem a obrigatoriedade de dar preferecircncia a todos os integrantes da Associaccedilatildeo Apesar
do esforccedilo a ALADI natildeo conseguiu atingir seu objetivo de alcanccedilar uma integraccedilatildeo regional As
vaacuterias perspectivas geradas com a criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo foram extintas devido aos
acontecimentos no cenaacuterio internacional por volta do final da deacutecada de 70 Alguns fatores
comprometeram o crescimento do comeacutercio internacional e dificultaram o acesso de paiacuteses em
desenvolvimento agraves suas fontes externas de financiamento Dentre esses fatores se encontram o
segundo choque do petroacuteleo a elevaccedilatildeo do valor das taxas de juros internacionais e a recessatildeo
das economias de paiacuteses desenvolvidos Como os paiacuteses da Ameacuterica Latina estavam com a diacutevida
externa cada vez maior e sofrendo com a alta dos juros houve entre os paiacuteses integrantes da
ALADI a praacutetica cada vez mais frequumlente do protecionismo pois cada paiacutes passava a empregar
um amplo conjunto de medidas para controlar as importaccedilotildees Poreacutem o impacto dessa poliacutetica
sobre o comeacutercio intra-regional natildeo foi considerado eficaz pois aleacutem da reduccedilatildeo das importaccedilotildees
de cada paiacutes aconteceu tambeacutem uma proporcional reduccedilatildeo das trocas comerciais entre os paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
22
da proacutepria regiatildeo Haacute autores que dizem que a ALADI seguiu o mesmo modelo fracassado de
integraccedilatildeo regional que a ALALC onde o uacutenico agente eacute o Estado Isso porque o Tratado natildeo
considerava a livre circulaccedilatildeo de pessoas de empresas e de capitais privados e regionais e nem
de formas comunitaacuterias natildeo deixando espaccedilo para os verdadeiros interessados na integraccedilatildeo
regional
Mesmo a ALALC e a ALADI tendo obtido poucos resultados com relaccedilatildeo agrave
integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina ainda crescia o desejo pelo desenvolvimento de uma integraccedilatildeo
regional com destaque para o MERCOSUL que eacute considerado o processo de integraccedilatildeo regional
mais bem-sucedido da Ameacuterica Latina
12 Tratados do MERCOSUL
Eacute importante lembrar que os Estados-parte do MERCOSUL fazem parte do
GATT-OMC e suas accedilotildees devem estar adequadas ao regulamento desse acordo Isso acontece
devido agrave claacuteusula de habilitaccedilatildeo da Ronda Toacutequio que permite que os paiacuteses em
desenvolvimento natildeo apliquem o princiacutepio da naccedilatildeo mais favorecida
121 Tratado de Assunccedilatildeo
Foi assinado em 26 de marccedilo de 1991 o Tratado de Assunccedilatildeo visando agrave
constituiccedilatildeo de um mercado comum entre a Argentina o Brasil o Paraguai e o Uruguai Esse
tratado previa a liberalizaccedilatildeo comercial entre os paiacuteses-membros num periacuteodo de transiccedilatildeo ateacute
1994 Pode-se dividir a evoluccedilatildeo do MERCOSUL em dois periacuteodos o periacuteodo de transiccedilatildeo de
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
23
1991 a 1994 e a partir do iniacutecio de 1995 a existecircncia do MERCOSUL como uma Uniatildeo
Aduaneira
Eacute um acordo-quadro que apesar de natildeo criar um mercado comum estabelece
as metas do processo de integraccedilatildeo e a forma de alcanccedilaacute-las Um dos objetivos desse tratado eacute o
estabelecimento de uma tarifa externa comum a TEC e adoccedilatildeo de uma poliacutetica comercial
comum em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses Estabelece tambeacutem as condiccedilotildees para o surgimento de um
projeto de integraccedilatildeo que define seu objetivo agrave criaccedilatildeo de um mercado comum Este tratado
registra a vontade por parte dos quatro paiacuteses integrantes de se inserir com mais forccedila no
mercado mundial
O Tratado de Assunccedilatildeo eacute um acordo que agrave medida que se necessita vem sendo
complementado por outros instrumentos adicionais negociados entre os participantes do bloco
Inicialmente determina os meios para que ateacute o fim de 1994 se chegasse a uma uniatildeo aduaneira
que eacute a fase anterior ao mercado comum Poreacutem como eacute visto o MERCOSUL hoje ainda eacute uma
uniatildeo aduaneira imperfeita pois natildeo manteacutem a Tarifa Externa Comum (TEC) prevista para os
quatro Estados-membros
O Tratado de Assunccedilatildeo ato que fundou o MERCOSUL constitui um dos
principais instrumentos do processo de integraccedilatildeo acompanhado do Protocolo de Brasiacutelia de
1991 e ainda do Protocolo de Ouro Preto de 1994
Este tratado constitui a base de todo o sistema normativo do MERCOSUL
ordena e regulamenta as relaccedilotildees existentes entre os Estados integrantes do bloco
O Tratado de Assunccedilatildeo tem como objetivo principal a constituiccedilatildeo de um
mercado comum entre seus signataacuterios o que sugere tambeacutem a livre circulaccedilatildeo de bens serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
24
e fatores produtivos entre os Estados-parte eliminando as tarifas preacute-estabelecidas e as restriccedilotildees
natildeo tarifaacuterias No tratado estatildeo estabelecidos os elementos para a criaccedilatildeo de uma uniatildeo aduaneira
e por consequumlecircncia de uma poliacutetica comercial comum
De acordo com o Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE) o Tratado de
Assunccedilatildeo estabeleceu a utilizaccedilatildeo dos seguintes instrumentos para a constituiccedilatildeo do
MERCOSUL6
a) o cumprimento de um programa de liberalizaccedilatildeo comercial com reduccedilotildees tarifaacuterias
progressivas lineares e automaacuteticas acompanhadas da eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees natildeo-tarifaacuterias ou
de medidas de efeito equivalente
b) o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC) capaz de incentivar a
competitividade externa dos Estados-parte
c) a harmonizaccedilatildeo de poliacuteticas macroeconocircmicas e setoriais sempre que pertinente
O Tratado eacute sempre que necessaacuterio complementado por alguns instrumentos
adicionais acordados pelos quatro Estados-parte devido ao avanccedilo da integraccedilatildeo A intenccedilatildeo do
Tratado era de estabelecer condiccedilotildees para que se alcanccedilasse ateacute o fim de 1994 uma uniatildeo
aduaneira entre os quatro integrantes para posteriormente chegar a um mercado comum O MRE
mostra que o Tratado de Assunccedilatildeo determina alguns aspectos como7 estabelecer um programa de
liberalizaccedilatildeo comercial que consista de reduccedilotildees tarifaacuterias progressivas lineares e automaacuteticas
acompanhadas da eliminaccedilatildeo das barreiras natildeo tarifaacuterias coordenar poliacuteticas macro-econocircmicas
estabelecer uma Tarifa Externa Comum (TEC) estabelecer listas de exceccedilotildees ao programa de
6 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
25
liberalizaccedilatildeo para produtos considerados sensiacuteveis constituir um regime geral de origem e de
um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias
O Tratado de Assunccedilatildeo estabelece que o Poder Executivo de cada Estado-parte
deve manter informado seu respectivo Poder Legislativo sobre a evoluccedilatildeo do objeto deste tratado
o MERCOSUL
122 Protocolo de Brasiacutelia
Para solucionar os conflitos na esfera do MERCOSUL a forma escolhida foi a
arbitragem Portanto para cumprir determinaccedilatildeo do Tratado de Assunccedilatildeo designou-se um grupo
de trabalho que elaboraria um Sistema de Soluccedilatildeo de Controveacutersias entre os Estados-parte
Assim em dezembro de 1991 foi assinado o Protocolo de Brasiacutelia para Soluccedilatildeo de Controveacutersias
que passou a ter vigecircncia a partir de 1993
Este Protocolo no sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias tem como caracteriacutestica
ordenar que a soluccedilatildeo de controveacutersias ocorreraacute no plano diplomaacutetico por meio de negociaccedilotildees
diretas mas que possuem intervenccedilatildeo de oacutergatildeos institucionais como o Grupo Mercado Comum -
GMC- e se as dificuldades natildeo forem superadas utilizaraacute o procedimento arbitral O Protocolo
prevecirc tambeacutem poreacutem de maneira bem restrita e com normas complexas que particulares
pessoas fiacutesicas e juriacutedicas tenham acesso ao sistema com direito a reclamaccedilotildees pois o Tratado de
Assunccedilatildeo previa somente a participaccedilatildeo dos Estados-parte
7 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
26
A uacuteltima fase do Protocolo a instauraccedilatildeo de um Tribunal Arbitral proferiraacute a
decisatildeo por meio de laudos inapelaacuteveis e obrigatoacuterios para os Estados-parte na controveacutersia Essa
obrigatoriedade se daraacute a partir do recebimento da notificaccedilatildeo sobre a decisatildeo e os laudos teratildeo
forccedila de coisa julgada devendo ser cumpridos no prazo fixado pelo Tribunal Arbitral
O Protocolo de Brasiacutelia funciona como provisoacuterio fornecendo mecanismos para
a soluccedilatildeo de controveacutersias ateacute que entre em vigor o Sistema Permanente de Soluccedilotildees de
Controveacutersias Este sistema aleacutem de previsto no Tratado de Assunccedilatildeo ganhou forccedila com o
Protocolo de Ouro Preto quando diz que antes de se firmar uma Tarifa Externa Comum os
Estados-parte deveratildeo fazer uma revisatildeo do sistema atual para soluccedilatildeo de controveacutersias com o
objetivo de adotar o sistema permanente
123 Protocolo de Ouro Preto
O Protocolo de Ouro Preto ndash POP assinado em 1994 define a estrutura
institucional definitiva do MERCOSUL e firma a ideacuteia de avanccedilar na constituiccedilatildeo de um
mercado comum Este protocolo pode se adaptar a possiacuteveis circunstacircncias que se apresentem
pois por meio de uma conferecircncia diplomaacutetica sua estrutura pode ser reavaliada
O POP tem como principal atribuiccedilatildeo conferir personalidade juriacutedica ao
MERCOSUL sempre que ele tenha que se relacionar como bloco econocircmico com grupos de
paiacuteses e oacutergatildeos internacionais multilateraisO POP trouxe algumas inovaccedilotildees para a estrutura
orgacircnica do MERCOSUL com relaccedilatildeo agrave criaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos Este bloco pode contar agora
com os seguintes oacutergatildeos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
27
- Conselho do Mercado Comum (CMC)
- Grupo Mercado Comum (GMC)
- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)
- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)
- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)
- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)
Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de
Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte
reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a
decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o
encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver
uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc
teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado
reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante
poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de
Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de
Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares
13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu
Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem
conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo
regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
28
aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica
proacutepria
No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos
fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes
promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em
1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash
Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de
Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as
barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas
O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE
satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de
Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc
Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas
Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a
primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE
que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais
e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos
tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
29
parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila
comum (PESC)
O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs
pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica
externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria
Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais
elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo
Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma
deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para
um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de
acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE
14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia
Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros
fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e
Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda
aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez
com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-
se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios
tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a
ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
30
A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus
integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O
alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como
dos novos paiacuteses integrantes do bloco
ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)
Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455
milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou
preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados
pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo
15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia
As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as
importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL
8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
31
aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial
global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O
Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo
Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a
Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda
mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a
conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o
protecionismo adotado pela Europa
16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia
Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade
Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo
Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos
A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo
interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de
integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional
O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as
condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e
econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando
9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
32
a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)
Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas
regiotildees como conceitos baacutesicos
Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de
atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e
das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre
Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros
A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo
natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos
regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As
propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL
foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a
posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
33
2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE
Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e
Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute
de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e
Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de
envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da
Uniatildeo Europeacuteia
Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das
relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se
referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral
22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL
Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia
econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da
economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do
comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o
comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano
10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
34
Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das
exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo
Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do
Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira
Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros
paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido
com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a
Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees
Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve
um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$
45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila
comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do
MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno
crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL
passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees
Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees
brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina
23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina
Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai
para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
35
nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo
principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro
mercado comum
No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a
Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo
industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha
caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata
previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos
setoriais foram assinados bilateralmente
24 Produtos ou setores em potencial
A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila
de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees
europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-
tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral
permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a
UE
O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre
paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco
elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado
principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A
composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
36
importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do
MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e
ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu
25 Principais parceiros europeus
As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande
assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o
primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos
externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus
Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica
Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a
complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais
intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-
americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de
diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio
bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais
com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande
influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a
Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada
na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento
comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
37
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ
RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE
31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia
O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco
pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do
MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa
Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros
comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos
comerciais na Europa
Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do
Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto
que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com
relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve
queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve
uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos
anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e
menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil
passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda
de 10 nesse investimento
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
38
No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do
MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os
europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior
mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das
exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial
importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute
a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total
A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de
intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores
agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees
europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo
dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida
Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma
importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios
desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos
manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser
importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas
Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com
tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas
11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
39
Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta
de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as
maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados
representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros
quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo
eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos
Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II
32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil
Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco
econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a
assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos
tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL
Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de
facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo
acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram
negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL
com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados
europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia
A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais
nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que
temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
40
relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no
fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as
medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus
No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator
agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de
2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral
com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
41
CONCLUSAtildeO
As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito
tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se
aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial
implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente
conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados
Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos
data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina
individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se
com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as
partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados
A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos
causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e
Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um
desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo
com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e
falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a
formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse
fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados
que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
42
interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus
interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar
obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos
econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada
bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles
como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das
negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave
liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees
Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar
um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o
Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e
essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles
Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo
inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se
tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs
dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses
integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e
reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento
Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da
agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
43
Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor
agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta
de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses
desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil
esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor
Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do
Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC
depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia
Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a
pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade
eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os
subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre
MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas
do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
44
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005
bull AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972
bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004
bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004
bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003
bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004
bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998
bull GLOBAL 21 Disponiacutevel em lthttpwwwglobal21combrgt Acessado em 20 de novembro de 2005
bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001
bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
45
bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005
bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005
bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999
bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005
bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003
bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
46
ANEXO I
Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo
(valores totais em US$ e porcentuais)
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45
Exportaccedilotildees do Brasil
2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46
2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38
Importaccedilotildees do Brasil
2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44
Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28
2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23
Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31
Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees
2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
47
ANEXO II
Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL
Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp
Peso do MERCOSUL
nas Importaccedilotildees
extra UE 19982000
Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL
19982000
I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361
II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399
III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112
IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423
Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386
V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207
VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130
VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92
VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341
IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374
X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259
XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152
XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139
XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120
XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140
XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176
XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157
XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151
XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206
XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67
XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301
Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183
Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE
Totais por fator agregado
US$ F0B
Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s
A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935
2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111
Fonte
Anos de 19801992 = Banco do Brasil
Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
49
ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro
Uniatildeo Europeacuteia - UE
US$ F0B
E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s
A n o
US$ FOB (A)
Var
Part ()
US$ FOB (B)
Var ()
Part ()
Saldo (A-B)
Corrente Comeacutercio (A+B)
Cobertura (AB)
1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133
Obs () ()
VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil
IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
4
RESUMO
Esta monografia eacute resultado de estudos sobre a importacircncia a participaccedilatildeo e a
evoluccedilatildeo do comeacutercio entre dois blocos regionais em constante crescimento a Uniatildeo Europeacuteia e
o MERCOSUL A abordagem deste trabalho engloba a origem do processo de integraccedilatildeo
regional a formaccedilatildeo dos blocos e sua atual relaccedilatildeo inter-regional O enfoque principal diz
respeito ao Brasil Analisa sua participaccedilatildeo importacircncia e as consequumlecircncias proporcionadas
devido agrave relaccedilatildeo comercial existente entre os blocos estudados
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
5
ABSTRACT
This work is the result of studies about the importance participation and
evolution of commerce between these two regional blocks that are in constant growth the
European Union and Mercosur This work encloses the beginning of the regional integration
process formation of economic blocks and its actual inter-regional relationship The focus of this
work encompasses Brazilrsquos situation This study analyses Brazilrsquos participation its importance
and the consequences due to the existing commercial relationship between the regional blocks
which were studied in this work
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
6
LISTA DE SIGLAS bull ALADI - Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo bull ALALC ndash Associaccedilatildeo Latino-Americana de Livre Comeacutercio bull BLOCO ABC ndash Bloco econocircmico formado por Argentina Brasil e Chile bull CCM ndash Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL bull CECA - Comunidade Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo bull CEE ndash Comunidade Econocircmica Europeacuteia bull CEPAL ndash Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina bull CMC ndash Conselho do Mercado Comum bull CPCM ndash Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL bull EUA ndash Estados Unidos da Ameacuterica bull FCES ndash Foro Consultivo Econocircmico e Social bull GATT ndash Acordo Geral sobre Tarifas e Comeacutercio bull GMC ndash Grupo Mercado Comum bull IPEA ndash Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada bull MERCOSUL ndash Mercado Comum do Sul bull MRE ndash Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores bull OMC ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio bull PESC - Poliacutetica Externa e Seguranccedila Comum bull PIB ndash Produto Interno Bruto bull PICE ndash Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica bull POP ndash Protocolo de Ouro Preto bull SAM ndash Secretaria Administrativa do MERCOSUL bull SGP ndash Sistema Geral de Preferecircncias bull TEC ndash Tarifa Externa Comum bull TM-60 ndash Tratado de Montevideacuteu criado em 1960 bull TM-80 ndash Tratado de Montevideacuteu criado em 1980 bull TUE ndash Tratado da Uniatildeo Europeacuteia bull UE ndash Uniatildeo Europeacuteia bull UNCTAD - Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre o Comeacutercio e o Desenvolvimento
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
7
SUMAacuteRIO
Paacutegina
AGRADECIMENTOS III RESUMO IV ABSTRACT IV LISTA DE SIGLAS VI INTRODUCcedilAtildeO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO PROBLEMA 10
IMPORTAcircNCIA DO TEMA E METODOLOGIA DE TRABALHO 12
REFERENCIAL TEOacuteRICO 13
1 MERCOSUL E UNIAtildeO EUROPEacuteIA 19
11 MERCOSUL antecedentes histoacutericos 19
12 Tratados do MERCOSUL 22
121 Tratado de Assunccedilatildeo 22
122 Protocolo de Brasiacutelia 25
123 Protocolo de Ouro Preto 26
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
8
13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu 27
14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia 29
15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia 30
16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia 31
2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 33
21 - A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE 33
22 - A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL 33
23 - O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina 34
24 - Produtos ou setores em potencial 35
25 - Principais parceiros europeus 36
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE 37
31 - MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia 37
32 - Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil 39
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
9
CONCLUSAtildeO 41 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 44 ANEXO I 46 ANEXO II 47 ANEXO III 48 ANEXO IV 49
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
10
INTRODUCcedilAtildeO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO PROBLEMA
Apoacutes a Segunda Guerra Mundial tornou-se possiacutevel assistir a propagaccedilatildeo de
iniciativas de diversos Estados para promover o comeacutercio internacional e consequumlentemente
uma maior inserccedilatildeo de cada um deles no mercado mundial Essas iniciativas se realizaram por
meio de negociaccedilotildees acordos bilaterais ou multilaterais e pela formaccedilatildeo de blocos econocircmicos
regionais
No decorrer do estudo nota-se a preocupaccedilatildeo em entender ateacute que ponto as
relaccedilotildees inter-regionais entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia afetam o Brasil sendo vantajosas
ou natildeo para o paiacutes Para tanto o presente trabalho foi dividido em trecircs capiacutetulos que buscam dar
uma melhor abordagem sobre o tema em questatildeo
Sabendo que o antecedente imediato do MERCOSUL foi a integraccedilatildeo Brasil-
Argentina pode-se notar que esta uacuteltima foi impulsionada principalmente pela superaccedilatildeo das
divergecircncias geopoliacuteticas bilaterais pelo retorno agrave plenitude do regime democraacutetico nos dois
paiacuteses e pela crise do sistema econocircmico internacional Uma seacuterie de acordos bilaterais
precederam o MERCOSUL poreacutem o primeiro desses acordos a Declaraccedilatildeo de Iguaccedilu foi
firmada pelos presidentes Sarney e Alfonsiacuten em 1985 buscando acelerar o processo de
integraccedilatildeo dos dois paiacuteses Brasil e Argentina em diferentes aacutereas
Tendo conhecimento do que foi apresentado o primeiro capiacutetulo abordaraacute um
pouco da fase histoacuterica dos blocos Fala da criaccedilatildeo do MERCOSUL que remonta agrave ALALC ateacute
chegar agrave assinatura do Tratado de Assunccedilatildeo e seus protocolos adicionais de Brasiacutelia que
estabelece um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias e de Ouro Preto que traz modificaccedilotildees para a
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
11
estrutura orgacircnica criando diversos oacutergatildeos para o bloco A partir de entatildeo procura-se fazer uma
breve abordagem histoacuterica da Uniatildeo Europeacuteia analisando-a desde quando era ainda a CEE ateacute
consolidar-se por meio do Tratado de Maastricht tornando-se de fato a atual Uniatildeo Europeacuteia
com 25 membros Ainda no primeiro capiacutetulo eacute possiacutevel verificar a vontade desses dois blocos de
implementar um acordo inter-regional entre eles
Mais adiante seraacute dado enfoque agrave relevacircncia da participaccedilatildeo do Brasil no
comeacutercio com o MERCOSUL e no comeacutercio com a Uniatildeo Europeacuteia separadamente procurando
ressaltar os setores mais expressivos para as partes e seus parceiros mais importantes
Finalmente no uacuteltimo capiacutetulo seratildeo abordadas as consequumlecircncias positivas ou
negativas para o Brasil a partir da relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia lembrando que
apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar um acordo entre eles os europeus adotam
medidas protecionistas que muito afetam as intenccedilotildees dos paiacuteses latino-americanos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
12
IMPORTAcircNCIA DO TEMA E METODOLOGIA DE TRABALHO
Com o constante fenocircmeno da globalizaccedilatildeo o interesse dos Estados por
mercados estrangeiros eacute cada vez maior proporcionando assim oportunidades para os paiacuteses
geograficamente mais proacuteximos se unirem formando grandes blocos econocircmicos atraveacutes do
processo de integraccedilatildeo regional Devido a vantagens e benefiacutecios oferecidos os paiacuteses optam cada
vez mais por integrar-se com seus vizinhos para adquirir mais forccedila e competitividade no cenaacuterio
internacional Esse processo de integraccedilatildeo pode ser facilmente observado como mostra o
trabalho na Ameacuterica Latina e na Europa com a criaccedilatildeo do Mercado Comum do Sul
(MERCOSUL) e da Uniatildeo Europeacuteia respectivamente
O interesse pelo tema surgiu da importacircncia no atual cenaacuterio internacional de
se obter uma visatildeo a partir da oacutetica do Brasil como maior economia do MERCOSUL com
relaccedilatildeo ao intercacircmbio comercial entre este bloco e a Uniatildeo Europeacuteia Estudar a relaccedilatildeo entre os
dois blocos torna mais faacutecil visualizar a participaccedilatildeo do Brasil no comeacutercio com cada um deles
individualmente e de sua situaccedilatildeo e eventuais consequumlecircncias para o paiacutes devido a essa relaccedilatildeo
inter-regional que tende a crescer cada vez mais
Este trabalho foi realizado baseado em fontes secundaacuterias como livros teses
textos especializados jornais revistas internet dados e tabelas para maior esclarecimento do que
foi abordado
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
13
REFERENCIAL TEOacuteRICO
Foi principalmente apoacutes a Segunda Guerra Mundial que surgiu o fenocircmeno da
integraccedilatildeo econocircmica regional que desde entatildeo tem sido objeto de estudo para a economia
poliacutetica O conceito de integraccedilatildeo eacute recente se implanta perfeitamente no atual panorama
econocircmico mundial e eacute marcado pelo multilateralismo das relaccedilotildees comerciais e pela
regionalizaccedilatildeo econocircmica Eacute um fato comum no mundo atual Quase todas as grandes economias
mundiais encontram-se de alguma forma envolvidas em processos de integraccedilatildeo econocircmica
Esse fenocircmeno se introduz no problema enfrentado por todas as naccedilotildees
modernas o protecionismo contra liberalismo comercial O protecionismo aumenta e favorece a
industrializaccedilatildeo de um paiacutes mas por outro lado apoacutes certo tempo tambeacutem favorece o
surgimento de monopoacutelios internos com visiacutevel desvantagem para o consumidor que natildeo tem
acesso a novos produtos lanccedilados no mercado internacional e soacute pode escolher entre os ofertados
no mercado interno Como natildeo haacute concorrecircncia internacional e satildeo produzidos por empresas
abrigadas sob o protecionismo os produtos nacionais tecircm a tendecircncia de serem caros e de baixa
qualidade
Ao se desestruturar os mecanismos da proteccedilatildeo a liberalizaccedilatildeo comercial
deixou de ser uma simples alternativa e passou a significar uma caracteriacutestica da economia
mundial Reuacutenem-se paiacuteses regionalmente para assim alcanccedilar novos paiacuteses sendo vizinhos ou
natildeo e ampliar o espaccedilo econocircmico integrado
A integraccedilatildeo deve ser entendida como um processo de unificaccedilatildeo de
sociedades que tendem a formar uma coletividade harmoniosa a partir de liberalizaccedilotildees das
trocas comerciais dos movimentos de capitais pessoas serviccedilos e reduccedilotildees de discriminaccedilotildees
entre os estados membros1
1 VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
14
Segundo o MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES os processos de
integraccedilatildeo econocircmica satildeo conjuntos de medidas de caraacuteter econocircmico e comercial que tecircm por
finalidade originar a aproximaccedilatildeo e consequumlentemente a uniatildeo entre as economias de dois ou
mais paiacuteses Essa aproximaccedilatildeo deve ter por objetivo natildeo somente laccedilos econocircmicos mas
tambeacutem poliacuteticos e sociais
A integraccedilatildeo consiste em estabelecer um novo ambiente econocircmico poliacutetico e
cultural a partir de vaacuterios ambientes econocircmicos Haacute uma eliminaccedilatildeo de formas de
discriminaccedilotildees iniciais como no aspecto comercial ou no que concerne agrave circulaccedilatildeo de pessoas
serviccedilos e capitais em processos de integraccedilatildeo mais avanccedilados
Os processos de integraccedilatildeo de mercados representam o auge da globalizaccedilatildeo e
internacionalizaccedilatildeo da economia o que resulta em tendecircncias de interdependecircncia e
uniformidade a chamada homogeneizaccedilatildeo A economia transnacional se sobrepotildee agrave soberania
dos Estados gerando assim novas territorizaccedilotildees sem raiacutezes culturais
As poliacuteticas de integraccedilatildeo econocircmica podem ser positivas ou negativas Nas
positivas ocorrem modificaccedilotildees dos instrumentos existentes ndash matildeo-de-obra barata infra-
estrutura mobilidade de um paiacutes a outro etc ndash e a criaccedilatildeo de instituiccedilotildees para permitir o
aprofundamento da unificaccedilatildeo dos mercados e seu efetivo funcionamento Jaacute nas poliacuteticas
negativas acontece a remoccedilatildeo total de barreiras ao comeacutercio internacional ou restriccedilatildeo ao
processo de liberalizaccedilatildeo comercial
VINER (1949) criou as bases da integraccedilatildeo econocircmica a partir da teoria pura do
comeacutercio internacional Foi ele tambeacutem quem fez a distinccedilatildeo entre criaccedilatildeo de comeacutercio e desvio
de comeacutercio
A integraccedilatildeo econocircmica entre paiacuteses em desenvolvimento seria uma alternativa
para viabilizar uma estrateacutegia de desenvolvimento que seria irrealizaacutevel nas dimensotildees de
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
15
pequenas economias perifeacutericas Essas razotildees levaram os economistas da CEPAL a defenderem a
necessidade da integraccedilatildeo das economias latino-americanas
Os processos de integraccedilatildeo2 buscam alcanccedilar diversos objetivos tais como a
ampliaccedilatildeo da resistecircncia frente agraves barreiras aduaneiras a ampliaccedilatildeo dos mercados o estiacutemulo do
intercambio tecnoloacutegico uma maior facilidade de acesso a mateacuterias primas e o maior poder de
pressatildeo na defesa de seus interesses nas negociaccedilotildees internacionais Tendo visto isso pode-se
observar que haacute diferentes formas e etapas de integraccedilatildeo divididos em vaacuterios estaacutegios definidos
como
a) Zonas de Preferecircncias Tarifaacuterias ndash caracteriza-se pela reduccedilatildeo de tarifas para uma
gama variada de produtos abrangendo parte do universo tarifaacuterio sem que se implique na
eliminaccedilatildeo total dos direitos aduaneiros e na reduccedilatildeo ou eliminaccedilatildeo de outras restriccedilotildees ao
comeacutercio Esses acordos violam a claacuteusula de Naccedilatildeo Mais Favorecida do GATT3 mas satildeo
admitidos entre paiacuteses em desenvolvimento e satildeo praticados pelos paiacuteses desenvolvidos atraveacutes
do Sistema Geral de Preferecircncias (SGP) criado pela Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre o
Comeacutercio e o Desenvolvimento (UNCTAD)
b) Zona de Livre Comeacutercio ndash trata-se da forma mais simples de associaccedilatildeo entre
Estados admitida pelo GATT Caracteriza-se pela eliminaccedilatildeo de tarifas aduaneiras e outras
restriccedilotildees ao comeacutercio entre os paiacuteses que dela participam Poreacutem cada paiacutes preserva sua
autonomia na poliacutetica comercial em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses
2 BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972 3 GATT ndash Acordo Geral sobre Tarifas e Comeacutercio assinado por 23 paiacuteses O artigo XXIV do acordo permite a formaccedilatildeo de uniotildees aduaneiras e aacutereas de livre comeacutercio sob certas condiccedilotildees
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
16
c) Uniatildeo Aduaneira ndash caracteriza-se pela ausecircncia de barreiras ao comeacutercio entre
paiacuteses-membros pressupotildee uma poliacutetica comercial comum em relaccedilatildeo a paiacuteses natildeo-membros e a
adoccedilatildeo de uma Tarifa Externa Comum (TEC) A uniatildeo aduaneira pressupotildee ainda a
harmonizaccedilatildeo de instrumentos da poliacutetica comercial tais como diferentes sistemas monetaacuterios
fiscais etc que possam vir a originar problemas
d) Mercado Comum ndash consiste em uma uniatildeo aduaneira na qual os estados membros
determinam a eliminaccedilatildeo das restriccedilotildees sobre produtos bem como a livre circulaccedilatildeo dos demais
fatores produtivos como pessoas serviccedilos e capital eacute uma forma mais elevada de integraccedilatildeo
econocircmica
e) Uniatildeo Econocircmica ndash caracteriza-se pelo estabelecimento de uma autoridade
supranacional que se responsabiliza pela aplicaccedilatildeo das poliacuteticas comuns define criteacuterios e
distingue-se de um mercado comum por associar a eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees aos movimentos de
mercadorias e fatores com um certo grau de harmonizaccedilatildeo das poliacuteticas econocircmicas nacionais de
forma a abolir as discriminaccedilotildees resultantes das disparidades existentes entre essas poliacuteticas
f) Integraccedilatildeo Econocircmica Total ndash para Balassa4 essa forma de integraccedilatildeo pressupotildee a
unificaccedilatildeo das poliacuteticas monetaacuterias fiscais sociais e anticiacuteclicas e exige o estabelecimento de
uma autoridade supranacional cujas decisotildees satildeo obrigatoacuterias para os Estados-membros
g) Uniatildeo Poliacutetica ndash essa eacute uma forma de integraccedilatildeo que se caracteriza pela instituiccedilatildeo
de uma federaccedilatildeo de Estados com autoridade poliacutetica unificada ou formaccedilatildeo de Estados na qual
4 Bela Balassa op Cit p 11
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
17
apenas as aacutereas acordadas passam a ser objeto de controle de instituiccedilotildees supranacionais Em
geral a formaccedilatildeo de uma uniatildeo poliacutetica deve envolver cooperaccedilatildeo em termos da poliacutetica externa
e de defesa5
Eacute bastante antiga a noccedilatildeo de que uma zona de livre comeacutercio e uma uniatildeo
aduaneira ajudam para o aumento do bem-estar mas foi Jacob Viner em 1950 que formulou
uma teoria dos efeitos econocircmicos de uma uniatildeo aduaneira Essa teoria eacute baseada nos efeitos da
uniatildeo aduaneira sobre os produtos Foi entatildeo que introduziu os conceitos de criaccedilatildeo de comeacutercio
e desvio de comeacutercio
Viner investigou os efeitos de uma uniatildeo aduaneira nas correntes de trocas e fez
a distribuiccedilatildeo entre o efeito de desvio de comeacutercio resultante de uma uniatildeo Outros autores
tambeacutem abordaram estes problemas poreacutem num esquema menos preciso e sem utilizar a
terminologia de Viner
A criaccedilatildeo de comeacutercio eacute o mecanismo de ampliaccedilatildeo das transaccedilotildees comerciais
entre os paiacuteses membros de uma uniatildeo aduaneira a partir da unificaccedilatildeo de preccedilos dos produtos na
regiatildeo apoacutes a queda das barreiras tarifaacuterias Entende-se por desvio de comeacutercio o mecanismo de
reduccedilatildeo de comeacutercio com paiacuteses natildeo-membros da uniatildeo aduaneira em benefiacutecio do aumento do
comeacutercio intra-regional
Os efeitos positivos sobre a produccedilatildeo resultam do desvio de compras de um
dado bem de fontes de produccedilatildeo interna de custos mais altos para outras de custos mais
5 MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
18
reduzidos localizadas em paiacuteses membros Jaacute os efeitos negativos sobre a produccedilatildeo dizem
respeito a um desvio das fontes de produccedilatildeo com custos mais baixos paiacuteses estrangeiros para
fontes de produccedilatildeo com custos mais elevados paiacuteses membros Segundo Viner os efeitos
beneacuteficos da uniatildeo aduaneira seratildeo predominantes se o aumento de comeacutercio for superior ao seu
desvio
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
19
1 MERCOSUL E UNIAtildeO EUROPEacuteIA
11 MERCOSUL antecedentes histoacutericos
A Ameacuterica Latina vem haacute tempos buscando aumentar os laccedilos econocircmicos
entre seus paiacuteses atraveacutes da criaccedilatildeo de blocos regionais Vaacuterios foram os idealizadores da
integraccedilatildeo entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina dentre eles estaacute o presidente Getuacutelio Vargas que na
primeira metade do seacuteculo XX almejava a integraccedilatildeo das principais economias da Ameacuterica
Latina atraveacutes da formaccedilatildeo de um bloco econocircmico Inicialmente por volta da deacutecada de 30
ainda no Governo Vargas foram feitas algumas negociaccedilotildees para criar o BLOCO ABC
procurou-se formar a integraccedilatildeo dos trecircs paiacuteses mais fortes economicamente na Ameacuterica Latina
a Argentina o Brasil e o Chile Os paiacuteses sul americanos tiveram que enfrentar a resistecircncia do
governo dos EUA que natildeo via com bons olhos a imposiccedilatildeo de fronteiras econocircmicas pois
desejava continuar suprindo a Ameacuterica Latina com seus produtos industrializados e obtendo sua
mateacuteria prima
Anos mais tarde em 1948 foi criada a Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica
Latina - CEPAL subordinada ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees Unidas
representando outro importante instrumento para o desenvolvimento dos paiacuteses da Ameacuterica
Latina pois busca promover o desenvolvimento da Ameacuterica Latina estimulando a criaccedilatildeo de um
mercado comum latino americano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
20
O MERCOSUL considerado o mais recente esforccedilo para a integraccedilatildeo da
Ameacuterica Latina pode encontrar suas origens na criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo Latino-Americana de
Livre Comeacutercio ndash ALALC Este bloco tinha como objetivo implantar no prazo de 12 anos um
mercado comum regional por meio da formaccedilatildeo de uma zona de livre comeacutercio Criada em 1960
pelo Tratado de Montevideacuteu conhecido como TM-60 a ALALC era constituiacuteda pelos paiacuteses da
Ameacuterica do Sul excluindo-se deste grupo as Guianas e pelo Meacutexico O Tratado buscava ampliar
os mercados e alcanccedilar a liberalizaccedilatildeo do intercacircmbio eliminando as medidas protecionistas
Atraveacutes do Protocolo de Caracas a ideacuteia de criar um mercado comum em 12 anos teve seu prazo
aumentado para 1980 O objetivo era eliminar ateacute 1980 a maior quantidade imaginaacutevel de
restriccedilotildees comerciais existentes entre os integrantes do bloco
Os objetivos almejados pela ALALC natildeo foram alcanccedilados e dentre as razotildees
que levaram ao fracasso da Associaccedilatildeo encontra-se a falta de dinamismo por conta do elevado
nuacutemero de associados e suas diferenccedilas estruturais o vencimento do prazo determinado para a
obtenccedilatildeo de ecircxito do bloco entre outros motivos Durante a deacutecada de 70 a crise do petroacuteleo que
atingia a economia mundial causou uma intensa recessatildeo nos paiacuteses da Ameacuterica Latina e em
busca de uma alternativa para contornar o problema os paiacuteses latino-americanos reestruturaram a
ALALC fazendo surgir a Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo ndash ALADI criada em 1980
pelo Tratado de Montevideacuteu chamado TM-80 Ainda em vigor este Tratado compreende os
mesmos paiacuteses que compunham a ALALC Esse novo tratado requer que os paiacuteses membros
decircem continuidade ao processo de integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina colaborando para o
desenvolvimento econocircmico-social de uma forma mais equilibrada na regiatildeo Sua criaccedilatildeo
permitiu a promoccedilatildeo do aprofundamento do processo de integraccedilatildeo latino-americana e sua
finalidade eacute atingir a formaccedilatildeo de um mercado comum regional permitir o comeacutercio intra-
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
21
regional reciacuteproco promover o comeacutercio ampliaccedilatildeo de mercados desenvolvimento equilibrado e
o estabelecimento de preferecircncias regionais O TM-80 daacute aos Estados membros grande liberdade
para formular suas poliacuteticas comerciais e ainda uma maior flexibilidade para celebrar acordos
bilaterais ou multilaterais Com a criaccedilatildeo da ALADI houve um grande avanccedilo nas relaccedilotildees
comerciais entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina isso aconteceu devido agrave essa possibilidade de
realizaccedilatildeo de acordos bilaterais e outros de alcance regional entre os membros fazendo com que
aumentasse cada vez mais o comeacutercio bilateral e intra-regional na Ameacuterica Latina
A criaccedilatildeo da ALADI ainda parece ter beneficiado o processo de integraccedilatildeo
latino-americana Ficou extinta a ldquoclaacuteusula de naccedilatildeo mais favorecida regionalrdquo anteriormente
adotada pela ALALC permitindo assim conceder preferecircncia tarifaacuteria entre alguns membros da
ALADI sem a obrigatoriedade de dar preferecircncia a todos os integrantes da Associaccedilatildeo Apesar
do esforccedilo a ALADI natildeo conseguiu atingir seu objetivo de alcanccedilar uma integraccedilatildeo regional As
vaacuterias perspectivas geradas com a criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo foram extintas devido aos
acontecimentos no cenaacuterio internacional por volta do final da deacutecada de 70 Alguns fatores
comprometeram o crescimento do comeacutercio internacional e dificultaram o acesso de paiacuteses em
desenvolvimento agraves suas fontes externas de financiamento Dentre esses fatores se encontram o
segundo choque do petroacuteleo a elevaccedilatildeo do valor das taxas de juros internacionais e a recessatildeo
das economias de paiacuteses desenvolvidos Como os paiacuteses da Ameacuterica Latina estavam com a diacutevida
externa cada vez maior e sofrendo com a alta dos juros houve entre os paiacuteses integrantes da
ALADI a praacutetica cada vez mais frequumlente do protecionismo pois cada paiacutes passava a empregar
um amplo conjunto de medidas para controlar as importaccedilotildees Poreacutem o impacto dessa poliacutetica
sobre o comeacutercio intra-regional natildeo foi considerado eficaz pois aleacutem da reduccedilatildeo das importaccedilotildees
de cada paiacutes aconteceu tambeacutem uma proporcional reduccedilatildeo das trocas comerciais entre os paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
22
da proacutepria regiatildeo Haacute autores que dizem que a ALADI seguiu o mesmo modelo fracassado de
integraccedilatildeo regional que a ALALC onde o uacutenico agente eacute o Estado Isso porque o Tratado natildeo
considerava a livre circulaccedilatildeo de pessoas de empresas e de capitais privados e regionais e nem
de formas comunitaacuterias natildeo deixando espaccedilo para os verdadeiros interessados na integraccedilatildeo
regional
Mesmo a ALALC e a ALADI tendo obtido poucos resultados com relaccedilatildeo agrave
integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina ainda crescia o desejo pelo desenvolvimento de uma integraccedilatildeo
regional com destaque para o MERCOSUL que eacute considerado o processo de integraccedilatildeo regional
mais bem-sucedido da Ameacuterica Latina
12 Tratados do MERCOSUL
Eacute importante lembrar que os Estados-parte do MERCOSUL fazem parte do
GATT-OMC e suas accedilotildees devem estar adequadas ao regulamento desse acordo Isso acontece
devido agrave claacuteusula de habilitaccedilatildeo da Ronda Toacutequio que permite que os paiacuteses em
desenvolvimento natildeo apliquem o princiacutepio da naccedilatildeo mais favorecida
121 Tratado de Assunccedilatildeo
Foi assinado em 26 de marccedilo de 1991 o Tratado de Assunccedilatildeo visando agrave
constituiccedilatildeo de um mercado comum entre a Argentina o Brasil o Paraguai e o Uruguai Esse
tratado previa a liberalizaccedilatildeo comercial entre os paiacuteses-membros num periacuteodo de transiccedilatildeo ateacute
1994 Pode-se dividir a evoluccedilatildeo do MERCOSUL em dois periacuteodos o periacuteodo de transiccedilatildeo de
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
23
1991 a 1994 e a partir do iniacutecio de 1995 a existecircncia do MERCOSUL como uma Uniatildeo
Aduaneira
Eacute um acordo-quadro que apesar de natildeo criar um mercado comum estabelece
as metas do processo de integraccedilatildeo e a forma de alcanccedilaacute-las Um dos objetivos desse tratado eacute o
estabelecimento de uma tarifa externa comum a TEC e adoccedilatildeo de uma poliacutetica comercial
comum em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses Estabelece tambeacutem as condiccedilotildees para o surgimento de um
projeto de integraccedilatildeo que define seu objetivo agrave criaccedilatildeo de um mercado comum Este tratado
registra a vontade por parte dos quatro paiacuteses integrantes de se inserir com mais forccedila no
mercado mundial
O Tratado de Assunccedilatildeo eacute um acordo que agrave medida que se necessita vem sendo
complementado por outros instrumentos adicionais negociados entre os participantes do bloco
Inicialmente determina os meios para que ateacute o fim de 1994 se chegasse a uma uniatildeo aduaneira
que eacute a fase anterior ao mercado comum Poreacutem como eacute visto o MERCOSUL hoje ainda eacute uma
uniatildeo aduaneira imperfeita pois natildeo manteacutem a Tarifa Externa Comum (TEC) prevista para os
quatro Estados-membros
O Tratado de Assunccedilatildeo ato que fundou o MERCOSUL constitui um dos
principais instrumentos do processo de integraccedilatildeo acompanhado do Protocolo de Brasiacutelia de
1991 e ainda do Protocolo de Ouro Preto de 1994
Este tratado constitui a base de todo o sistema normativo do MERCOSUL
ordena e regulamenta as relaccedilotildees existentes entre os Estados integrantes do bloco
O Tratado de Assunccedilatildeo tem como objetivo principal a constituiccedilatildeo de um
mercado comum entre seus signataacuterios o que sugere tambeacutem a livre circulaccedilatildeo de bens serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
24
e fatores produtivos entre os Estados-parte eliminando as tarifas preacute-estabelecidas e as restriccedilotildees
natildeo tarifaacuterias No tratado estatildeo estabelecidos os elementos para a criaccedilatildeo de uma uniatildeo aduaneira
e por consequumlecircncia de uma poliacutetica comercial comum
De acordo com o Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE) o Tratado de
Assunccedilatildeo estabeleceu a utilizaccedilatildeo dos seguintes instrumentos para a constituiccedilatildeo do
MERCOSUL6
a) o cumprimento de um programa de liberalizaccedilatildeo comercial com reduccedilotildees tarifaacuterias
progressivas lineares e automaacuteticas acompanhadas da eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees natildeo-tarifaacuterias ou
de medidas de efeito equivalente
b) o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC) capaz de incentivar a
competitividade externa dos Estados-parte
c) a harmonizaccedilatildeo de poliacuteticas macroeconocircmicas e setoriais sempre que pertinente
O Tratado eacute sempre que necessaacuterio complementado por alguns instrumentos
adicionais acordados pelos quatro Estados-parte devido ao avanccedilo da integraccedilatildeo A intenccedilatildeo do
Tratado era de estabelecer condiccedilotildees para que se alcanccedilasse ateacute o fim de 1994 uma uniatildeo
aduaneira entre os quatro integrantes para posteriormente chegar a um mercado comum O MRE
mostra que o Tratado de Assunccedilatildeo determina alguns aspectos como7 estabelecer um programa de
liberalizaccedilatildeo comercial que consista de reduccedilotildees tarifaacuterias progressivas lineares e automaacuteticas
acompanhadas da eliminaccedilatildeo das barreiras natildeo tarifaacuterias coordenar poliacuteticas macro-econocircmicas
estabelecer uma Tarifa Externa Comum (TEC) estabelecer listas de exceccedilotildees ao programa de
6 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
25
liberalizaccedilatildeo para produtos considerados sensiacuteveis constituir um regime geral de origem e de
um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias
O Tratado de Assunccedilatildeo estabelece que o Poder Executivo de cada Estado-parte
deve manter informado seu respectivo Poder Legislativo sobre a evoluccedilatildeo do objeto deste tratado
o MERCOSUL
122 Protocolo de Brasiacutelia
Para solucionar os conflitos na esfera do MERCOSUL a forma escolhida foi a
arbitragem Portanto para cumprir determinaccedilatildeo do Tratado de Assunccedilatildeo designou-se um grupo
de trabalho que elaboraria um Sistema de Soluccedilatildeo de Controveacutersias entre os Estados-parte
Assim em dezembro de 1991 foi assinado o Protocolo de Brasiacutelia para Soluccedilatildeo de Controveacutersias
que passou a ter vigecircncia a partir de 1993
Este Protocolo no sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias tem como caracteriacutestica
ordenar que a soluccedilatildeo de controveacutersias ocorreraacute no plano diplomaacutetico por meio de negociaccedilotildees
diretas mas que possuem intervenccedilatildeo de oacutergatildeos institucionais como o Grupo Mercado Comum -
GMC- e se as dificuldades natildeo forem superadas utilizaraacute o procedimento arbitral O Protocolo
prevecirc tambeacutem poreacutem de maneira bem restrita e com normas complexas que particulares
pessoas fiacutesicas e juriacutedicas tenham acesso ao sistema com direito a reclamaccedilotildees pois o Tratado de
Assunccedilatildeo previa somente a participaccedilatildeo dos Estados-parte
7 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
26
A uacuteltima fase do Protocolo a instauraccedilatildeo de um Tribunal Arbitral proferiraacute a
decisatildeo por meio de laudos inapelaacuteveis e obrigatoacuterios para os Estados-parte na controveacutersia Essa
obrigatoriedade se daraacute a partir do recebimento da notificaccedilatildeo sobre a decisatildeo e os laudos teratildeo
forccedila de coisa julgada devendo ser cumpridos no prazo fixado pelo Tribunal Arbitral
O Protocolo de Brasiacutelia funciona como provisoacuterio fornecendo mecanismos para
a soluccedilatildeo de controveacutersias ateacute que entre em vigor o Sistema Permanente de Soluccedilotildees de
Controveacutersias Este sistema aleacutem de previsto no Tratado de Assunccedilatildeo ganhou forccedila com o
Protocolo de Ouro Preto quando diz que antes de se firmar uma Tarifa Externa Comum os
Estados-parte deveratildeo fazer uma revisatildeo do sistema atual para soluccedilatildeo de controveacutersias com o
objetivo de adotar o sistema permanente
123 Protocolo de Ouro Preto
O Protocolo de Ouro Preto ndash POP assinado em 1994 define a estrutura
institucional definitiva do MERCOSUL e firma a ideacuteia de avanccedilar na constituiccedilatildeo de um
mercado comum Este protocolo pode se adaptar a possiacuteveis circunstacircncias que se apresentem
pois por meio de uma conferecircncia diplomaacutetica sua estrutura pode ser reavaliada
O POP tem como principal atribuiccedilatildeo conferir personalidade juriacutedica ao
MERCOSUL sempre que ele tenha que se relacionar como bloco econocircmico com grupos de
paiacuteses e oacutergatildeos internacionais multilateraisO POP trouxe algumas inovaccedilotildees para a estrutura
orgacircnica do MERCOSUL com relaccedilatildeo agrave criaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos Este bloco pode contar agora
com os seguintes oacutergatildeos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
27
- Conselho do Mercado Comum (CMC)
- Grupo Mercado Comum (GMC)
- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)
- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)
- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)
- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)
Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de
Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte
reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a
decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o
encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver
uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc
teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado
reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante
poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de
Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de
Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares
13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu
Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem
conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo
regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
28
aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica
proacutepria
No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos
fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes
promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em
1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash
Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de
Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as
barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas
O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE
satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de
Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc
Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas
Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a
primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE
que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais
e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos
tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
29
parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila
comum (PESC)
O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs
pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica
externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria
Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais
elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo
Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma
deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para
um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de
acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE
14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia
Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros
fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e
Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda
aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez
com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-
se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios
tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a
ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
30
A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus
integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O
alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como
dos novos paiacuteses integrantes do bloco
ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)
Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455
milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou
preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados
pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo
15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia
As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as
importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL
8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
31
aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial
global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O
Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo
Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a
Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda
mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a
conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o
protecionismo adotado pela Europa
16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia
Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade
Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo
Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos
A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo
interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de
integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional
O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as
condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e
econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando
9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
32
a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)
Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas
regiotildees como conceitos baacutesicos
Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de
atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e
das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre
Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros
A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo
natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos
regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As
propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL
foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a
posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
33
2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE
Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e
Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute
de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e
Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de
envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da
Uniatildeo Europeacuteia
Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das
relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se
referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral
22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL
Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia
econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da
economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do
comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o
comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano
10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
34
Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das
exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo
Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do
Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira
Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros
paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido
com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a
Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees
Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve
um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$
45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila
comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do
MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno
crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL
passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees
Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees
brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina
23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina
Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai
para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
35
nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo
principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro
mercado comum
No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a
Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo
industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha
caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata
previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos
setoriais foram assinados bilateralmente
24 Produtos ou setores em potencial
A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila
de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees
europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-
tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral
permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a
UE
O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre
paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco
elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado
principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A
composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
36
importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do
MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e
ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu
25 Principais parceiros europeus
As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande
assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o
primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos
externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus
Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica
Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a
complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais
intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-
americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de
diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio
bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais
com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande
influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a
Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada
na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento
comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
37
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ
RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE
31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia
O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco
pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do
MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa
Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros
comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos
comerciais na Europa
Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do
Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto
que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com
relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve
queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve
uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos
anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e
menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil
passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda
de 10 nesse investimento
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
38
No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do
MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os
europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior
mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das
exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial
importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute
a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total
A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de
intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores
agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees
europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo
dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida
Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma
importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios
desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos
manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser
importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas
Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com
tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas
11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
39
Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta
de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as
maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados
representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros
quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo
eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos
Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II
32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil
Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco
econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a
assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos
tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL
Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de
facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo
acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram
negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL
com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados
europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia
A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais
nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que
temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
40
relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no
fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as
medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus
No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator
agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de
2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral
com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
41
CONCLUSAtildeO
As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito
tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se
aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial
implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente
conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados
Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos
data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina
individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se
com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as
partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados
A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos
causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e
Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um
desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo
com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e
falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a
formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse
fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados
que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
42
interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus
interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar
obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos
econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada
bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles
como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das
negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave
liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees
Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar
um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o
Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e
essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles
Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo
inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se
tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs
dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses
integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e
reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento
Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da
agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
43
Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor
agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta
de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses
desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil
esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor
Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do
Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC
depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia
Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a
pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade
eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os
subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre
MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas
do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
44
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005
bull AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972
bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004
bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004
bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003
bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004
bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998
bull GLOBAL 21 Disponiacutevel em lthttpwwwglobal21combrgt Acessado em 20 de novembro de 2005
bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001
bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
45
bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005
bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005
bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999
bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005
bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003
bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
46
ANEXO I
Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo
(valores totais em US$ e porcentuais)
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45
Exportaccedilotildees do Brasil
2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46
2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38
Importaccedilotildees do Brasil
2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44
Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28
2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23
Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31
Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees
2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
47
ANEXO II
Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL
Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp
Peso do MERCOSUL
nas Importaccedilotildees
extra UE 19982000
Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL
19982000
I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361
II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399
III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112
IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423
Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386
V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207
VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130
VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92
VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341
IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374
X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259
XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152
XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139
XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120
XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140
XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176
XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157
XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151
XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206
XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67
XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301
Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183
Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE
Totais por fator agregado
US$ F0B
Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s
A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935
2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111
Fonte
Anos de 19801992 = Banco do Brasil
Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
49
ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro
Uniatildeo Europeacuteia - UE
US$ F0B
E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s
A n o
US$ FOB (A)
Var
Part ()
US$ FOB (B)
Var ()
Part ()
Saldo (A-B)
Corrente Comeacutercio (A+B)
Cobertura (AB)
1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133
Obs () ()
VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil
IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
5
ABSTRACT
This work is the result of studies about the importance participation and
evolution of commerce between these two regional blocks that are in constant growth the
European Union and Mercosur This work encloses the beginning of the regional integration
process formation of economic blocks and its actual inter-regional relationship The focus of this
work encompasses Brazilrsquos situation This study analyses Brazilrsquos participation its importance
and the consequences due to the existing commercial relationship between the regional blocks
which were studied in this work
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
6
LISTA DE SIGLAS bull ALADI - Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo bull ALALC ndash Associaccedilatildeo Latino-Americana de Livre Comeacutercio bull BLOCO ABC ndash Bloco econocircmico formado por Argentina Brasil e Chile bull CCM ndash Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL bull CECA - Comunidade Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo bull CEE ndash Comunidade Econocircmica Europeacuteia bull CEPAL ndash Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina bull CMC ndash Conselho do Mercado Comum bull CPCM ndash Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL bull EUA ndash Estados Unidos da Ameacuterica bull FCES ndash Foro Consultivo Econocircmico e Social bull GATT ndash Acordo Geral sobre Tarifas e Comeacutercio bull GMC ndash Grupo Mercado Comum bull IPEA ndash Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada bull MERCOSUL ndash Mercado Comum do Sul bull MRE ndash Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores bull OMC ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio bull PESC - Poliacutetica Externa e Seguranccedila Comum bull PIB ndash Produto Interno Bruto bull PICE ndash Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica bull POP ndash Protocolo de Ouro Preto bull SAM ndash Secretaria Administrativa do MERCOSUL bull SGP ndash Sistema Geral de Preferecircncias bull TEC ndash Tarifa Externa Comum bull TM-60 ndash Tratado de Montevideacuteu criado em 1960 bull TM-80 ndash Tratado de Montevideacuteu criado em 1980 bull TUE ndash Tratado da Uniatildeo Europeacuteia bull UE ndash Uniatildeo Europeacuteia bull UNCTAD - Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre o Comeacutercio e o Desenvolvimento
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
7
SUMAacuteRIO
Paacutegina
AGRADECIMENTOS III RESUMO IV ABSTRACT IV LISTA DE SIGLAS VI INTRODUCcedilAtildeO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO PROBLEMA 10
IMPORTAcircNCIA DO TEMA E METODOLOGIA DE TRABALHO 12
REFERENCIAL TEOacuteRICO 13
1 MERCOSUL E UNIAtildeO EUROPEacuteIA 19
11 MERCOSUL antecedentes histoacutericos 19
12 Tratados do MERCOSUL 22
121 Tratado de Assunccedilatildeo 22
122 Protocolo de Brasiacutelia 25
123 Protocolo de Ouro Preto 26
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
8
13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu 27
14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia 29
15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia 30
16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia 31
2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 33
21 - A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE 33
22 - A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL 33
23 - O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina 34
24 - Produtos ou setores em potencial 35
25 - Principais parceiros europeus 36
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE 37
31 - MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia 37
32 - Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil 39
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
9
CONCLUSAtildeO 41 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 44 ANEXO I 46 ANEXO II 47 ANEXO III 48 ANEXO IV 49
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
10
INTRODUCcedilAtildeO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO PROBLEMA
Apoacutes a Segunda Guerra Mundial tornou-se possiacutevel assistir a propagaccedilatildeo de
iniciativas de diversos Estados para promover o comeacutercio internacional e consequumlentemente
uma maior inserccedilatildeo de cada um deles no mercado mundial Essas iniciativas se realizaram por
meio de negociaccedilotildees acordos bilaterais ou multilaterais e pela formaccedilatildeo de blocos econocircmicos
regionais
No decorrer do estudo nota-se a preocupaccedilatildeo em entender ateacute que ponto as
relaccedilotildees inter-regionais entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia afetam o Brasil sendo vantajosas
ou natildeo para o paiacutes Para tanto o presente trabalho foi dividido em trecircs capiacutetulos que buscam dar
uma melhor abordagem sobre o tema em questatildeo
Sabendo que o antecedente imediato do MERCOSUL foi a integraccedilatildeo Brasil-
Argentina pode-se notar que esta uacuteltima foi impulsionada principalmente pela superaccedilatildeo das
divergecircncias geopoliacuteticas bilaterais pelo retorno agrave plenitude do regime democraacutetico nos dois
paiacuteses e pela crise do sistema econocircmico internacional Uma seacuterie de acordos bilaterais
precederam o MERCOSUL poreacutem o primeiro desses acordos a Declaraccedilatildeo de Iguaccedilu foi
firmada pelos presidentes Sarney e Alfonsiacuten em 1985 buscando acelerar o processo de
integraccedilatildeo dos dois paiacuteses Brasil e Argentina em diferentes aacutereas
Tendo conhecimento do que foi apresentado o primeiro capiacutetulo abordaraacute um
pouco da fase histoacuterica dos blocos Fala da criaccedilatildeo do MERCOSUL que remonta agrave ALALC ateacute
chegar agrave assinatura do Tratado de Assunccedilatildeo e seus protocolos adicionais de Brasiacutelia que
estabelece um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias e de Ouro Preto que traz modificaccedilotildees para a
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
11
estrutura orgacircnica criando diversos oacutergatildeos para o bloco A partir de entatildeo procura-se fazer uma
breve abordagem histoacuterica da Uniatildeo Europeacuteia analisando-a desde quando era ainda a CEE ateacute
consolidar-se por meio do Tratado de Maastricht tornando-se de fato a atual Uniatildeo Europeacuteia
com 25 membros Ainda no primeiro capiacutetulo eacute possiacutevel verificar a vontade desses dois blocos de
implementar um acordo inter-regional entre eles
Mais adiante seraacute dado enfoque agrave relevacircncia da participaccedilatildeo do Brasil no
comeacutercio com o MERCOSUL e no comeacutercio com a Uniatildeo Europeacuteia separadamente procurando
ressaltar os setores mais expressivos para as partes e seus parceiros mais importantes
Finalmente no uacuteltimo capiacutetulo seratildeo abordadas as consequumlecircncias positivas ou
negativas para o Brasil a partir da relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia lembrando que
apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar um acordo entre eles os europeus adotam
medidas protecionistas que muito afetam as intenccedilotildees dos paiacuteses latino-americanos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
12
IMPORTAcircNCIA DO TEMA E METODOLOGIA DE TRABALHO
Com o constante fenocircmeno da globalizaccedilatildeo o interesse dos Estados por
mercados estrangeiros eacute cada vez maior proporcionando assim oportunidades para os paiacuteses
geograficamente mais proacuteximos se unirem formando grandes blocos econocircmicos atraveacutes do
processo de integraccedilatildeo regional Devido a vantagens e benefiacutecios oferecidos os paiacuteses optam cada
vez mais por integrar-se com seus vizinhos para adquirir mais forccedila e competitividade no cenaacuterio
internacional Esse processo de integraccedilatildeo pode ser facilmente observado como mostra o
trabalho na Ameacuterica Latina e na Europa com a criaccedilatildeo do Mercado Comum do Sul
(MERCOSUL) e da Uniatildeo Europeacuteia respectivamente
O interesse pelo tema surgiu da importacircncia no atual cenaacuterio internacional de
se obter uma visatildeo a partir da oacutetica do Brasil como maior economia do MERCOSUL com
relaccedilatildeo ao intercacircmbio comercial entre este bloco e a Uniatildeo Europeacuteia Estudar a relaccedilatildeo entre os
dois blocos torna mais faacutecil visualizar a participaccedilatildeo do Brasil no comeacutercio com cada um deles
individualmente e de sua situaccedilatildeo e eventuais consequumlecircncias para o paiacutes devido a essa relaccedilatildeo
inter-regional que tende a crescer cada vez mais
Este trabalho foi realizado baseado em fontes secundaacuterias como livros teses
textos especializados jornais revistas internet dados e tabelas para maior esclarecimento do que
foi abordado
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
13
REFERENCIAL TEOacuteRICO
Foi principalmente apoacutes a Segunda Guerra Mundial que surgiu o fenocircmeno da
integraccedilatildeo econocircmica regional que desde entatildeo tem sido objeto de estudo para a economia
poliacutetica O conceito de integraccedilatildeo eacute recente se implanta perfeitamente no atual panorama
econocircmico mundial e eacute marcado pelo multilateralismo das relaccedilotildees comerciais e pela
regionalizaccedilatildeo econocircmica Eacute um fato comum no mundo atual Quase todas as grandes economias
mundiais encontram-se de alguma forma envolvidas em processos de integraccedilatildeo econocircmica
Esse fenocircmeno se introduz no problema enfrentado por todas as naccedilotildees
modernas o protecionismo contra liberalismo comercial O protecionismo aumenta e favorece a
industrializaccedilatildeo de um paiacutes mas por outro lado apoacutes certo tempo tambeacutem favorece o
surgimento de monopoacutelios internos com visiacutevel desvantagem para o consumidor que natildeo tem
acesso a novos produtos lanccedilados no mercado internacional e soacute pode escolher entre os ofertados
no mercado interno Como natildeo haacute concorrecircncia internacional e satildeo produzidos por empresas
abrigadas sob o protecionismo os produtos nacionais tecircm a tendecircncia de serem caros e de baixa
qualidade
Ao se desestruturar os mecanismos da proteccedilatildeo a liberalizaccedilatildeo comercial
deixou de ser uma simples alternativa e passou a significar uma caracteriacutestica da economia
mundial Reuacutenem-se paiacuteses regionalmente para assim alcanccedilar novos paiacuteses sendo vizinhos ou
natildeo e ampliar o espaccedilo econocircmico integrado
A integraccedilatildeo deve ser entendida como um processo de unificaccedilatildeo de
sociedades que tendem a formar uma coletividade harmoniosa a partir de liberalizaccedilotildees das
trocas comerciais dos movimentos de capitais pessoas serviccedilos e reduccedilotildees de discriminaccedilotildees
entre os estados membros1
1 VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
14
Segundo o MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES os processos de
integraccedilatildeo econocircmica satildeo conjuntos de medidas de caraacuteter econocircmico e comercial que tecircm por
finalidade originar a aproximaccedilatildeo e consequumlentemente a uniatildeo entre as economias de dois ou
mais paiacuteses Essa aproximaccedilatildeo deve ter por objetivo natildeo somente laccedilos econocircmicos mas
tambeacutem poliacuteticos e sociais
A integraccedilatildeo consiste em estabelecer um novo ambiente econocircmico poliacutetico e
cultural a partir de vaacuterios ambientes econocircmicos Haacute uma eliminaccedilatildeo de formas de
discriminaccedilotildees iniciais como no aspecto comercial ou no que concerne agrave circulaccedilatildeo de pessoas
serviccedilos e capitais em processos de integraccedilatildeo mais avanccedilados
Os processos de integraccedilatildeo de mercados representam o auge da globalizaccedilatildeo e
internacionalizaccedilatildeo da economia o que resulta em tendecircncias de interdependecircncia e
uniformidade a chamada homogeneizaccedilatildeo A economia transnacional se sobrepotildee agrave soberania
dos Estados gerando assim novas territorizaccedilotildees sem raiacutezes culturais
As poliacuteticas de integraccedilatildeo econocircmica podem ser positivas ou negativas Nas
positivas ocorrem modificaccedilotildees dos instrumentos existentes ndash matildeo-de-obra barata infra-
estrutura mobilidade de um paiacutes a outro etc ndash e a criaccedilatildeo de instituiccedilotildees para permitir o
aprofundamento da unificaccedilatildeo dos mercados e seu efetivo funcionamento Jaacute nas poliacuteticas
negativas acontece a remoccedilatildeo total de barreiras ao comeacutercio internacional ou restriccedilatildeo ao
processo de liberalizaccedilatildeo comercial
VINER (1949) criou as bases da integraccedilatildeo econocircmica a partir da teoria pura do
comeacutercio internacional Foi ele tambeacutem quem fez a distinccedilatildeo entre criaccedilatildeo de comeacutercio e desvio
de comeacutercio
A integraccedilatildeo econocircmica entre paiacuteses em desenvolvimento seria uma alternativa
para viabilizar uma estrateacutegia de desenvolvimento que seria irrealizaacutevel nas dimensotildees de
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
15
pequenas economias perifeacutericas Essas razotildees levaram os economistas da CEPAL a defenderem a
necessidade da integraccedilatildeo das economias latino-americanas
Os processos de integraccedilatildeo2 buscam alcanccedilar diversos objetivos tais como a
ampliaccedilatildeo da resistecircncia frente agraves barreiras aduaneiras a ampliaccedilatildeo dos mercados o estiacutemulo do
intercambio tecnoloacutegico uma maior facilidade de acesso a mateacuterias primas e o maior poder de
pressatildeo na defesa de seus interesses nas negociaccedilotildees internacionais Tendo visto isso pode-se
observar que haacute diferentes formas e etapas de integraccedilatildeo divididos em vaacuterios estaacutegios definidos
como
a) Zonas de Preferecircncias Tarifaacuterias ndash caracteriza-se pela reduccedilatildeo de tarifas para uma
gama variada de produtos abrangendo parte do universo tarifaacuterio sem que se implique na
eliminaccedilatildeo total dos direitos aduaneiros e na reduccedilatildeo ou eliminaccedilatildeo de outras restriccedilotildees ao
comeacutercio Esses acordos violam a claacuteusula de Naccedilatildeo Mais Favorecida do GATT3 mas satildeo
admitidos entre paiacuteses em desenvolvimento e satildeo praticados pelos paiacuteses desenvolvidos atraveacutes
do Sistema Geral de Preferecircncias (SGP) criado pela Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre o
Comeacutercio e o Desenvolvimento (UNCTAD)
b) Zona de Livre Comeacutercio ndash trata-se da forma mais simples de associaccedilatildeo entre
Estados admitida pelo GATT Caracteriza-se pela eliminaccedilatildeo de tarifas aduaneiras e outras
restriccedilotildees ao comeacutercio entre os paiacuteses que dela participam Poreacutem cada paiacutes preserva sua
autonomia na poliacutetica comercial em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses
2 BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972 3 GATT ndash Acordo Geral sobre Tarifas e Comeacutercio assinado por 23 paiacuteses O artigo XXIV do acordo permite a formaccedilatildeo de uniotildees aduaneiras e aacutereas de livre comeacutercio sob certas condiccedilotildees
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
16
c) Uniatildeo Aduaneira ndash caracteriza-se pela ausecircncia de barreiras ao comeacutercio entre
paiacuteses-membros pressupotildee uma poliacutetica comercial comum em relaccedilatildeo a paiacuteses natildeo-membros e a
adoccedilatildeo de uma Tarifa Externa Comum (TEC) A uniatildeo aduaneira pressupotildee ainda a
harmonizaccedilatildeo de instrumentos da poliacutetica comercial tais como diferentes sistemas monetaacuterios
fiscais etc que possam vir a originar problemas
d) Mercado Comum ndash consiste em uma uniatildeo aduaneira na qual os estados membros
determinam a eliminaccedilatildeo das restriccedilotildees sobre produtos bem como a livre circulaccedilatildeo dos demais
fatores produtivos como pessoas serviccedilos e capital eacute uma forma mais elevada de integraccedilatildeo
econocircmica
e) Uniatildeo Econocircmica ndash caracteriza-se pelo estabelecimento de uma autoridade
supranacional que se responsabiliza pela aplicaccedilatildeo das poliacuteticas comuns define criteacuterios e
distingue-se de um mercado comum por associar a eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees aos movimentos de
mercadorias e fatores com um certo grau de harmonizaccedilatildeo das poliacuteticas econocircmicas nacionais de
forma a abolir as discriminaccedilotildees resultantes das disparidades existentes entre essas poliacuteticas
f) Integraccedilatildeo Econocircmica Total ndash para Balassa4 essa forma de integraccedilatildeo pressupotildee a
unificaccedilatildeo das poliacuteticas monetaacuterias fiscais sociais e anticiacuteclicas e exige o estabelecimento de
uma autoridade supranacional cujas decisotildees satildeo obrigatoacuterias para os Estados-membros
g) Uniatildeo Poliacutetica ndash essa eacute uma forma de integraccedilatildeo que se caracteriza pela instituiccedilatildeo
de uma federaccedilatildeo de Estados com autoridade poliacutetica unificada ou formaccedilatildeo de Estados na qual
4 Bela Balassa op Cit p 11
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
17
apenas as aacutereas acordadas passam a ser objeto de controle de instituiccedilotildees supranacionais Em
geral a formaccedilatildeo de uma uniatildeo poliacutetica deve envolver cooperaccedilatildeo em termos da poliacutetica externa
e de defesa5
Eacute bastante antiga a noccedilatildeo de que uma zona de livre comeacutercio e uma uniatildeo
aduaneira ajudam para o aumento do bem-estar mas foi Jacob Viner em 1950 que formulou
uma teoria dos efeitos econocircmicos de uma uniatildeo aduaneira Essa teoria eacute baseada nos efeitos da
uniatildeo aduaneira sobre os produtos Foi entatildeo que introduziu os conceitos de criaccedilatildeo de comeacutercio
e desvio de comeacutercio
Viner investigou os efeitos de uma uniatildeo aduaneira nas correntes de trocas e fez
a distribuiccedilatildeo entre o efeito de desvio de comeacutercio resultante de uma uniatildeo Outros autores
tambeacutem abordaram estes problemas poreacutem num esquema menos preciso e sem utilizar a
terminologia de Viner
A criaccedilatildeo de comeacutercio eacute o mecanismo de ampliaccedilatildeo das transaccedilotildees comerciais
entre os paiacuteses membros de uma uniatildeo aduaneira a partir da unificaccedilatildeo de preccedilos dos produtos na
regiatildeo apoacutes a queda das barreiras tarifaacuterias Entende-se por desvio de comeacutercio o mecanismo de
reduccedilatildeo de comeacutercio com paiacuteses natildeo-membros da uniatildeo aduaneira em benefiacutecio do aumento do
comeacutercio intra-regional
Os efeitos positivos sobre a produccedilatildeo resultam do desvio de compras de um
dado bem de fontes de produccedilatildeo interna de custos mais altos para outras de custos mais
5 MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
18
reduzidos localizadas em paiacuteses membros Jaacute os efeitos negativos sobre a produccedilatildeo dizem
respeito a um desvio das fontes de produccedilatildeo com custos mais baixos paiacuteses estrangeiros para
fontes de produccedilatildeo com custos mais elevados paiacuteses membros Segundo Viner os efeitos
beneacuteficos da uniatildeo aduaneira seratildeo predominantes se o aumento de comeacutercio for superior ao seu
desvio
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
19
1 MERCOSUL E UNIAtildeO EUROPEacuteIA
11 MERCOSUL antecedentes histoacutericos
A Ameacuterica Latina vem haacute tempos buscando aumentar os laccedilos econocircmicos
entre seus paiacuteses atraveacutes da criaccedilatildeo de blocos regionais Vaacuterios foram os idealizadores da
integraccedilatildeo entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina dentre eles estaacute o presidente Getuacutelio Vargas que na
primeira metade do seacuteculo XX almejava a integraccedilatildeo das principais economias da Ameacuterica
Latina atraveacutes da formaccedilatildeo de um bloco econocircmico Inicialmente por volta da deacutecada de 30
ainda no Governo Vargas foram feitas algumas negociaccedilotildees para criar o BLOCO ABC
procurou-se formar a integraccedilatildeo dos trecircs paiacuteses mais fortes economicamente na Ameacuterica Latina
a Argentina o Brasil e o Chile Os paiacuteses sul americanos tiveram que enfrentar a resistecircncia do
governo dos EUA que natildeo via com bons olhos a imposiccedilatildeo de fronteiras econocircmicas pois
desejava continuar suprindo a Ameacuterica Latina com seus produtos industrializados e obtendo sua
mateacuteria prima
Anos mais tarde em 1948 foi criada a Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica
Latina - CEPAL subordinada ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees Unidas
representando outro importante instrumento para o desenvolvimento dos paiacuteses da Ameacuterica
Latina pois busca promover o desenvolvimento da Ameacuterica Latina estimulando a criaccedilatildeo de um
mercado comum latino americano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
20
O MERCOSUL considerado o mais recente esforccedilo para a integraccedilatildeo da
Ameacuterica Latina pode encontrar suas origens na criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo Latino-Americana de
Livre Comeacutercio ndash ALALC Este bloco tinha como objetivo implantar no prazo de 12 anos um
mercado comum regional por meio da formaccedilatildeo de uma zona de livre comeacutercio Criada em 1960
pelo Tratado de Montevideacuteu conhecido como TM-60 a ALALC era constituiacuteda pelos paiacuteses da
Ameacuterica do Sul excluindo-se deste grupo as Guianas e pelo Meacutexico O Tratado buscava ampliar
os mercados e alcanccedilar a liberalizaccedilatildeo do intercacircmbio eliminando as medidas protecionistas
Atraveacutes do Protocolo de Caracas a ideacuteia de criar um mercado comum em 12 anos teve seu prazo
aumentado para 1980 O objetivo era eliminar ateacute 1980 a maior quantidade imaginaacutevel de
restriccedilotildees comerciais existentes entre os integrantes do bloco
Os objetivos almejados pela ALALC natildeo foram alcanccedilados e dentre as razotildees
que levaram ao fracasso da Associaccedilatildeo encontra-se a falta de dinamismo por conta do elevado
nuacutemero de associados e suas diferenccedilas estruturais o vencimento do prazo determinado para a
obtenccedilatildeo de ecircxito do bloco entre outros motivos Durante a deacutecada de 70 a crise do petroacuteleo que
atingia a economia mundial causou uma intensa recessatildeo nos paiacuteses da Ameacuterica Latina e em
busca de uma alternativa para contornar o problema os paiacuteses latino-americanos reestruturaram a
ALALC fazendo surgir a Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo ndash ALADI criada em 1980
pelo Tratado de Montevideacuteu chamado TM-80 Ainda em vigor este Tratado compreende os
mesmos paiacuteses que compunham a ALALC Esse novo tratado requer que os paiacuteses membros
decircem continuidade ao processo de integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina colaborando para o
desenvolvimento econocircmico-social de uma forma mais equilibrada na regiatildeo Sua criaccedilatildeo
permitiu a promoccedilatildeo do aprofundamento do processo de integraccedilatildeo latino-americana e sua
finalidade eacute atingir a formaccedilatildeo de um mercado comum regional permitir o comeacutercio intra-
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
21
regional reciacuteproco promover o comeacutercio ampliaccedilatildeo de mercados desenvolvimento equilibrado e
o estabelecimento de preferecircncias regionais O TM-80 daacute aos Estados membros grande liberdade
para formular suas poliacuteticas comerciais e ainda uma maior flexibilidade para celebrar acordos
bilaterais ou multilaterais Com a criaccedilatildeo da ALADI houve um grande avanccedilo nas relaccedilotildees
comerciais entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina isso aconteceu devido agrave essa possibilidade de
realizaccedilatildeo de acordos bilaterais e outros de alcance regional entre os membros fazendo com que
aumentasse cada vez mais o comeacutercio bilateral e intra-regional na Ameacuterica Latina
A criaccedilatildeo da ALADI ainda parece ter beneficiado o processo de integraccedilatildeo
latino-americana Ficou extinta a ldquoclaacuteusula de naccedilatildeo mais favorecida regionalrdquo anteriormente
adotada pela ALALC permitindo assim conceder preferecircncia tarifaacuteria entre alguns membros da
ALADI sem a obrigatoriedade de dar preferecircncia a todos os integrantes da Associaccedilatildeo Apesar
do esforccedilo a ALADI natildeo conseguiu atingir seu objetivo de alcanccedilar uma integraccedilatildeo regional As
vaacuterias perspectivas geradas com a criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo foram extintas devido aos
acontecimentos no cenaacuterio internacional por volta do final da deacutecada de 70 Alguns fatores
comprometeram o crescimento do comeacutercio internacional e dificultaram o acesso de paiacuteses em
desenvolvimento agraves suas fontes externas de financiamento Dentre esses fatores se encontram o
segundo choque do petroacuteleo a elevaccedilatildeo do valor das taxas de juros internacionais e a recessatildeo
das economias de paiacuteses desenvolvidos Como os paiacuteses da Ameacuterica Latina estavam com a diacutevida
externa cada vez maior e sofrendo com a alta dos juros houve entre os paiacuteses integrantes da
ALADI a praacutetica cada vez mais frequumlente do protecionismo pois cada paiacutes passava a empregar
um amplo conjunto de medidas para controlar as importaccedilotildees Poreacutem o impacto dessa poliacutetica
sobre o comeacutercio intra-regional natildeo foi considerado eficaz pois aleacutem da reduccedilatildeo das importaccedilotildees
de cada paiacutes aconteceu tambeacutem uma proporcional reduccedilatildeo das trocas comerciais entre os paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
22
da proacutepria regiatildeo Haacute autores que dizem que a ALADI seguiu o mesmo modelo fracassado de
integraccedilatildeo regional que a ALALC onde o uacutenico agente eacute o Estado Isso porque o Tratado natildeo
considerava a livre circulaccedilatildeo de pessoas de empresas e de capitais privados e regionais e nem
de formas comunitaacuterias natildeo deixando espaccedilo para os verdadeiros interessados na integraccedilatildeo
regional
Mesmo a ALALC e a ALADI tendo obtido poucos resultados com relaccedilatildeo agrave
integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina ainda crescia o desejo pelo desenvolvimento de uma integraccedilatildeo
regional com destaque para o MERCOSUL que eacute considerado o processo de integraccedilatildeo regional
mais bem-sucedido da Ameacuterica Latina
12 Tratados do MERCOSUL
Eacute importante lembrar que os Estados-parte do MERCOSUL fazem parte do
GATT-OMC e suas accedilotildees devem estar adequadas ao regulamento desse acordo Isso acontece
devido agrave claacuteusula de habilitaccedilatildeo da Ronda Toacutequio que permite que os paiacuteses em
desenvolvimento natildeo apliquem o princiacutepio da naccedilatildeo mais favorecida
121 Tratado de Assunccedilatildeo
Foi assinado em 26 de marccedilo de 1991 o Tratado de Assunccedilatildeo visando agrave
constituiccedilatildeo de um mercado comum entre a Argentina o Brasil o Paraguai e o Uruguai Esse
tratado previa a liberalizaccedilatildeo comercial entre os paiacuteses-membros num periacuteodo de transiccedilatildeo ateacute
1994 Pode-se dividir a evoluccedilatildeo do MERCOSUL em dois periacuteodos o periacuteodo de transiccedilatildeo de
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
23
1991 a 1994 e a partir do iniacutecio de 1995 a existecircncia do MERCOSUL como uma Uniatildeo
Aduaneira
Eacute um acordo-quadro que apesar de natildeo criar um mercado comum estabelece
as metas do processo de integraccedilatildeo e a forma de alcanccedilaacute-las Um dos objetivos desse tratado eacute o
estabelecimento de uma tarifa externa comum a TEC e adoccedilatildeo de uma poliacutetica comercial
comum em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses Estabelece tambeacutem as condiccedilotildees para o surgimento de um
projeto de integraccedilatildeo que define seu objetivo agrave criaccedilatildeo de um mercado comum Este tratado
registra a vontade por parte dos quatro paiacuteses integrantes de se inserir com mais forccedila no
mercado mundial
O Tratado de Assunccedilatildeo eacute um acordo que agrave medida que se necessita vem sendo
complementado por outros instrumentos adicionais negociados entre os participantes do bloco
Inicialmente determina os meios para que ateacute o fim de 1994 se chegasse a uma uniatildeo aduaneira
que eacute a fase anterior ao mercado comum Poreacutem como eacute visto o MERCOSUL hoje ainda eacute uma
uniatildeo aduaneira imperfeita pois natildeo manteacutem a Tarifa Externa Comum (TEC) prevista para os
quatro Estados-membros
O Tratado de Assunccedilatildeo ato que fundou o MERCOSUL constitui um dos
principais instrumentos do processo de integraccedilatildeo acompanhado do Protocolo de Brasiacutelia de
1991 e ainda do Protocolo de Ouro Preto de 1994
Este tratado constitui a base de todo o sistema normativo do MERCOSUL
ordena e regulamenta as relaccedilotildees existentes entre os Estados integrantes do bloco
O Tratado de Assunccedilatildeo tem como objetivo principal a constituiccedilatildeo de um
mercado comum entre seus signataacuterios o que sugere tambeacutem a livre circulaccedilatildeo de bens serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
24
e fatores produtivos entre os Estados-parte eliminando as tarifas preacute-estabelecidas e as restriccedilotildees
natildeo tarifaacuterias No tratado estatildeo estabelecidos os elementos para a criaccedilatildeo de uma uniatildeo aduaneira
e por consequumlecircncia de uma poliacutetica comercial comum
De acordo com o Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE) o Tratado de
Assunccedilatildeo estabeleceu a utilizaccedilatildeo dos seguintes instrumentos para a constituiccedilatildeo do
MERCOSUL6
a) o cumprimento de um programa de liberalizaccedilatildeo comercial com reduccedilotildees tarifaacuterias
progressivas lineares e automaacuteticas acompanhadas da eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees natildeo-tarifaacuterias ou
de medidas de efeito equivalente
b) o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC) capaz de incentivar a
competitividade externa dos Estados-parte
c) a harmonizaccedilatildeo de poliacuteticas macroeconocircmicas e setoriais sempre que pertinente
O Tratado eacute sempre que necessaacuterio complementado por alguns instrumentos
adicionais acordados pelos quatro Estados-parte devido ao avanccedilo da integraccedilatildeo A intenccedilatildeo do
Tratado era de estabelecer condiccedilotildees para que se alcanccedilasse ateacute o fim de 1994 uma uniatildeo
aduaneira entre os quatro integrantes para posteriormente chegar a um mercado comum O MRE
mostra que o Tratado de Assunccedilatildeo determina alguns aspectos como7 estabelecer um programa de
liberalizaccedilatildeo comercial que consista de reduccedilotildees tarifaacuterias progressivas lineares e automaacuteticas
acompanhadas da eliminaccedilatildeo das barreiras natildeo tarifaacuterias coordenar poliacuteticas macro-econocircmicas
estabelecer uma Tarifa Externa Comum (TEC) estabelecer listas de exceccedilotildees ao programa de
6 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
25
liberalizaccedilatildeo para produtos considerados sensiacuteveis constituir um regime geral de origem e de
um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias
O Tratado de Assunccedilatildeo estabelece que o Poder Executivo de cada Estado-parte
deve manter informado seu respectivo Poder Legislativo sobre a evoluccedilatildeo do objeto deste tratado
o MERCOSUL
122 Protocolo de Brasiacutelia
Para solucionar os conflitos na esfera do MERCOSUL a forma escolhida foi a
arbitragem Portanto para cumprir determinaccedilatildeo do Tratado de Assunccedilatildeo designou-se um grupo
de trabalho que elaboraria um Sistema de Soluccedilatildeo de Controveacutersias entre os Estados-parte
Assim em dezembro de 1991 foi assinado o Protocolo de Brasiacutelia para Soluccedilatildeo de Controveacutersias
que passou a ter vigecircncia a partir de 1993
Este Protocolo no sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias tem como caracteriacutestica
ordenar que a soluccedilatildeo de controveacutersias ocorreraacute no plano diplomaacutetico por meio de negociaccedilotildees
diretas mas que possuem intervenccedilatildeo de oacutergatildeos institucionais como o Grupo Mercado Comum -
GMC- e se as dificuldades natildeo forem superadas utilizaraacute o procedimento arbitral O Protocolo
prevecirc tambeacutem poreacutem de maneira bem restrita e com normas complexas que particulares
pessoas fiacutesicas e juriacutedicas tenham acesso ao sistema com direito a reclamaccedilotildees pois o Tratado de
Assunccedilatildeo previa somente a participaccedilatildeo dos Estados-parte
7 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
26
A uacuteltima fase do Protocolo a instauraccedilatildeo de um Tribunal Arbitral proferiraacute a
decisatildeo por meio de laudos inapelaacuteveis e obrigatoacuterios para os Estados-parte na controveacutersia Essa
obrigatoriedade se daraacute a partir do recebimento da notificaccedilatildeo sobre a decisatildeo e os laudos teratildeo
forccedila de coisa julgada devendo ser cumpridos no prazo fixado pelo Tribunal Arbitral
O Protocolo de Brasiacutelia funciona como provisoacuterio fornecendo mecanismos para
a soluccedilatildeo de controveacutersias ateacute que entre em vigor o Sistema Permanente de Soluccedilotildees de
Controveacutersias Este sistema aleacutem de previsto no Tratado de Assunccedilatildeo ganhou forccedila com o
Protocolo de Ouro Preto quando diz que antes de se firmar uma Tarifa Externa Comum os
Estados-parte deveratildeo fazer uma revisatildeo do sistema atual para soluccedilatildeo de controveacutersias com o
objetivo de adotar o sistema permanente
123 Protocolo de Ouro Preto
O Protocolo de Ouro Preto ndash POP assinado em 1994 define a estrutura
institucional definitiva do MERCOSUL e firma a ideacuteia de avanccedilar na constituiccedilatildeo de um
mercado comum Este protocolo pode se adaptar a possiacuteveis circunstacircncias que se apresentem
pois por meio de uma conferecircncia diplomaacutetica sua estrutura pode ser reavaliada
O POP tem como principal atribuiccedilatildeo conferir personalidade juriacutedica ao
MERCOSUL sempre que ele tenha que se relacionar como bloco econocircmico com grupos de
paiacuteses e oacutergatildeos internacionais multilateraisO POP trouxe algumas inovaccedilotildees para a estrutura
orgacircnica do MERCOSUL com relaccedilatildeo agrave criaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos Este bloco pode contar agora
com os seguintes oacutergatildeos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
27
- Conselho do Mercado Comum (CMC)
- Grupo Mercado Comum (GMC)
- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)
- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)
- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)
- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)
Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de
Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte
reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a
decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o
encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver
uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc
teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado
reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante
poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de
Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de
Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares
13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu
Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem
conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo
regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
28
aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica
proacutepria
No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos
fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes
promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em
1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash
Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de
Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as
barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas
O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE
satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de
Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc
Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas
Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a
primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE
que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais
e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos
tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
29
parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila
comum (PESC)
O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs
pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica
externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria
Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais
elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo
Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma
deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para
um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de
acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE
14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia
Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros
fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e
Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda
aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez
com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-
se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios
tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a
ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
30
A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus
integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O
alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como
dos novos paiacuteses integrantes do bloco
ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)
Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455
milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou
preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados
pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo
15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia
As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as
importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL
8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
31
aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial
global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O
Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo
Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a
Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda
mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a
conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o
protecionismo adotado pela Europa
16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia
Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade
Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo
Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos
A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo
interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de
integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional
O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as
condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e
econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando
9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
32
a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)
Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas
regiotildees como conceitos baacutesicos
Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de
atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e
das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre
Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros
A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo
natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos
regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As
propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL
foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a
posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
33
2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE
Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e
Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute
de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e
Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de
envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da
Uniatildeo Europeacuteia
Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das
relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se
referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral
22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL
Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia
econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da
economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do
comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o
comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano
10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
34
Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das
exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo
Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do
Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira
Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros
paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido
com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a
Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees
Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve
um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$
45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila
comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do
MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno
crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL
passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees
Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees
brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina
23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina
Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai
para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
35
nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo
principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro
mercado comum
No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a
Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo
industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha
caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata
previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos
setoriais foram assinados bilateralmente
24 Produtos ou setores em potencial
A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila
de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees
europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-
tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral
permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a
UE
O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre
paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco
elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado
principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A
composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
36
importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do
MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e
ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu
25 Principais parceiros europeus
As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande
assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o
primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos
externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus
Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica
Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a
complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais
intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-
americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de
diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio
bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais
com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande
influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a
Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada
na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento
comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
37
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ
RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE
31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia
O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco
pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do
MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa
Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros
comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos
comerciais na Europa
Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do
Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto
que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com
relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve
queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve
uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos
anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e
menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil
passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda
de 10 nesse investimento
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
38
No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do
MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os
europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior
mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das
exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial
importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute
a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total
A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de
intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores
agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees
europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo
dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida
Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma
importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios
desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos
manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser
importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas
Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com
tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas
11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
39
Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta
de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as
maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados
representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros
quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo
eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos
Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II
32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil
Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco
econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a
assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos
tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL
Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de
facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo
acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram
negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL
com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados
europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia
A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais
nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que
temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
40
relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no
fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as
medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus
No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator
agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de
2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral
com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
41
CONCLUSAtildeO
As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito
tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se
aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial
implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente
conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados
Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos
data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina
individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se
com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as
partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados
A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos
causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e
Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um
desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo
com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e
falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a
formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse
fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados
que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
42
interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus
interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar
obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos
econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada
bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles
como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das
negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave
liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees
Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar
um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o
Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e
essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles
Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo
inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se
tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs
dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses
integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e
reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento
Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da
agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
43
Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor
agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta
de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses
desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil
esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor
Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do
Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC
depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia
Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a
pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade
eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os
subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre
MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas
do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
44
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005
bull AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972
bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004
bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004
bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003
bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004
bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998
bull GLOBAL 21 Disponiacutevel em lthttpwwwglobal21combrgt Acessado em 20 de novembro de 2005
bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001
bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
45
bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005
bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005
bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999
bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005
bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003
bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
46
ANEXO I
Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo
(valores totais em US$ e porcentuais)
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45
Exportaccedilotildees do Brasil
2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46
2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38
Importaccedilotildees do Brasil
2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44
Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28
2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23
Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31
Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees
2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
47
ANEXO II
Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL
Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp
Peso do MERCOSUL
nas Importaccedilotildees
extra UE 19982000
Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL
19982000
I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361
II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399
III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112
IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423
Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386
V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207
VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130
VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92
VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341
IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374
X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259
XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152
XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139
XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120
XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140
XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176
XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157
XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151
XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206
XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67
XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301
Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183
Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE
Totais por fator agregado
US$ F0B
Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s
A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935
2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111
Fonte
Anos de 19801992 = Banco do Brasil
Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
49
ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro
Uniatildeo Europeacuteia - UE
US$ F0B
E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s
A n o
US$ FOB (A)
Var
Part ()
US$ FOB (B)
Var ()
Part ()
Saldo (A-B)
Corrente Comeacutercio (A+B)
Cobertura (AB)
1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133
Obs () ()
VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil
IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
6
LISTA DE SIGLAS bull ALADI - Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo bull ALALC ndash Associaccedilatildeo Latino-Americana de Livre Comeacutercio bull BLOCO ABC ndash Bloco econocircmico formado por Argentina Brasil e Chile bull CCM ndash Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL bull CECA - Comunidade Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo bull CEE ndash Comunidade Econocircmica Europeacuteia bull CEPAL ndash Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica Latina bull CMC ndash Conselho do Mercado Comum bull CPCM ndash Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL bull EUA ndash Estados Unidos da Ameacuterica bull FCES ndash Foro Consultivo Econocircmico e Social bull GATT ndash Acordo Geral sobre Tarifas e Comeacutercio bull GMC ndash Grupo Mercado Comum bull IPEA ndash Instituto de Pesquisa Econocircmica Aplicada bull MERCOSUL ndash Mercado Comum do Sul bull MRE ndash Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores bull OMC ndash Organizaccedilatildeo Mundial do Comeacutercio bull PESC - Poliacutetica Externa e Seguranccedila Comum bull PIB ndash Produto Interno Bruto bull PICE ndash Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica bull POP ndash Protocolo de Ouro Preto bull SAM ndash Secretaria Administrativa do MERCOSUL bull SGP ndash Sistema Geral de Preferecircncias bull TEC ndash Tarifa Externa Comum bull TM-60 ndash Tratado de Montevideacuteu criado em 1960 bull TM-80 ndash Tratado de Montevideacuteu criado em 1980 bull TUE ndash Tratado da Uniatildeo Europeacuteia bull UE ndash Uniatildeo Europeacuteia bull UNCTAD - Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre o Comeacutercio e o Desenvolvimento
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
7
SUMAacuteRIO
Paacutegina
AGRADECIMENTOS III RESUMO IV ABSTRACT IV LISTA DE SIGLAS VI INTRODUCcedilAtildeO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO PROBLEMA 10
IMPORTAcircNCIA DO TEMA E METODOLOGIA DE TRABALHO 12
REFERENCIAL TEOacuteRICO 13
1 MERCOSUL E UNIAtildeO EUROPEacuteIA 19
11 MERCOSUL antecedentes histoacutericos 19
12 Tratados do MERCOSUL 22
121 Tratado de Assunccedilatildeo 22
122 Protocolo de Brasiacutelia 25
123 Protocolo de Ouro Preto 26
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
8
13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu 27
14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia 29
15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia 30
16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia 31
2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 33
21 - A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE 33
22 - A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL 33
23 - O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina 34
24 - Produtos ou setores em potencial 35
25 - Principais parceiros europeus 36
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE 37
31 - MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia 37
32 - Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil 39
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
9
CONCLUSAtildeO 41 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 44 ANEXO I 46 ANEXO II 47 ANEXO III 48 ANEXO IV 49
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
10
INTRODUCcedilAtildeO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO PROBLEMA
Apoacutes a Segunda Guerra Mundial tornou-se possiacutevel assistir a propagaccedilatildeo de
iniciativas de diversos Estados para promover o comeacutercio internacional e consequumlentemente
uma maior inserccedilatildeo de cada um deles no mercado mundial Essas iniciativas se realizaram por
meio de negociaccedilotildees acordos bilaterais ou multilaterais e pela formaccedilatildeo de blocos econocircmicos
regionais
No decorrer do estudo nota-se a preocupaccedilatildeo em entender ateacute que ponto as
relaccedilotildees inter-regionais entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia afetam o Brasil sendo vantajosas
ou natildeo para o paiacutes Para tanto o presente trabalho foi dividido em trecircs capiacutetulos que buscam dar
uma melhor abordagem sobre o tema em questatildeo
Sabendo que o antecedente imediato do MERCOSUL foi a integraccedilatildeo Brasil-
Argentina pode-se notar que esta uacuteltima foi impulsionada principalmente pela superaccedilatildeo das
divergecircncias geopoliacuteticas bilaterais pelo retorno agrave plenitude do regime democraacutetico nos dois
paiacuteses e pela crise do sistema econocircmico internacional Uma seacuterie de acordos bilaterais
precederam o MERCOSUL poreacutem o primeiro desses acordos a Declaraccedilatildeo de Iguaccedilu foi
firmada pelos presidentes Sarney e Alfonsiacuten em 1985 buscando acelerar o processo de
integraccedilatildeo dos dois paiacuteses Brasil e Argentina em diferentes aacutereas
Tendo conhecimento do que foi apresentado o primeiro capiacutetulo abordaraacute um
pouco da fase histoacuterica dos blocos Fala da criaccedilatildeo do MERCOSUL que remonta agrave ALALC ateacute
chegar agrave assinatura do Tratado de Assunccedilatildeo e seus protocolos adicionais de Brasiacutelia que
estabelece um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias e de Ouro Preto que traz modificaccedilotildees para a
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
11
estrutura orgacircnica criando diversos oacutergatildeos para o bloco A partir de entatildeo procura-se fazer uma
breve abordagem histoacuterica da Uniatildeo Europeacuteia analisando-a desde quando era ainda a CEE ateacute
consolidar-se por meio do Tratado de Maastricht tornando-se de fato a atual Uniatildeo Europeacuteia
com 25 membros Ainda no primeiro capiacutetulo eacute possiacutevel verificar a vontade desses dois blocos de
implementar um acordo inter-regional entre eles
Mais adiante seraacute dado enfoque agrave relevacircncia da participaccedilatildeo do Brasil no
comeacutercio com o MERCOSUL e no comeacutercio com a Uniatildeo Europeacuteia separadamente procurando
ressaltar os setores mais expressivos para as partes e seus parceiros mais importantes
Finalmente no uacuteltimo capiacutetulo seratildeo abordadas as consequumlecircncias positivas ou
negativas para o Brasil a partir da relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia lembrando que
apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar um acordo entre eles os europeus adotam
medidas protecionistas que muito afetam as intenccedilotildees dos paiacuteses latino-americanos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
12
IMPORTAcircNCIA DO TEMA E METODOLOGIA DE TRABALHO
Com o constante fenocircmeno da globalizaccedilatildeo o interesse dos Estados por
mercados estrangeiros eacute cada vez maior proporcionando assim oportunidades para os paiacuteses
geograficamente mais proacuteximos se unirem formando grandes blocos econocircmicos atraveacutes do
processo de integraccedilatildeo regional Devido a vantagens e benefiacutecios oferecidos os paiacuteses optam cada
vez mais por integrar-se com seus vizinhos para adquirir mais forccedila e competitividade no cenaacuterio
internacional Esse processo de integraccedilatildeo pode ser facilmente observado como mostra o
trabalho na Ameacuterica Latina e na Europa com a criaccedilatildeo do Mercado Comum do Sul
(MERCOSUL) e da Uniatildeo Europeacuteia respectivamente
O interesse pelo tema surgiu da importacircncia no atual cenaacuterio internacional de
se obter uma visatildeo a partir da oacutetica do Brasil como maior economia do MERCOSUL com
relaccedilatildeo ao intercacircmbio comercial entre este bloco e a Uniatildeo Europeacuteia Estudar a relaccedilatildeo entre os
dois blocos torna mais faacutecil visualizar a participaccedilatildeo do Brasil no comeacutercio com cada um deles
individualmente e de sua situaccedilatildeo e eventuais consequumlecircncias para o paiacutes devido a essa relaccedilatildeo
inter-regional que tende a crescer cada vez mais
Este trabalho foi realizado baseado em fontes secundaacuterias como livros teses
textos especializados jornais revistas internet dados e tabelas para maior esclarecimento do que
foi abordado
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
13
REFERENCIAL TEOacuteRICO
Foi principalmente apoacutes a Segunda Guerra Mundial que surgiu o fenocircmeno da
integraccedilatildeo econocircmica regional que desde entatildeo tem sido objeto de estudo para a economia
poliacutetica O conceito de integraccedilatildeo eacute recente se implanta perfeitamente no atual panorama
econocircmico mundial e eacute marcado pelo multilateralismo das relaccedilotildees comerciais e pela
regionalizaccedilatildeo econocircmica Eacute um fato comum no mundo atual Quase todas as grandes economias
mundiais encontram-se de alguma forma envolvidas em processos de integraccedilatildeo econocircmica
Esse fenocircmeno se introduz no problema enfrentado por todas as naccedilotildees
modernas o protecionismo contra liberalismo comercial O protecionismo aumenta e favorece a
industrializaccedilatildeo de um paiacutes mas por outro lado apoacutes certo tempo tambeacutem favorece o
surgimento de monopoacutelios internos com visiacutevel desvantagem para o consumidor que natildeo tem
acesso a novos produtos lanccedilados no mercado internacional e soacute pode escolher entre os ofertados
no mercado interno Como natildeo haacute concorrecircncia internacional e satildeo produzidos por empresas
abrigadas sob o protecionismo os produtos nacionais tecircm a tendecircncia de serem caros e de baixa
qualidade
Ao se desestruturar os mecanismos da proteccedilatildeo a liberalizaccedilatildeo comercial
deixou de ser uma simples alternativa e passou a significar uma caracteriacutestica da economia
mundial Reuacutenem-se paiacuteses regionalmente para assim alcanccedilar novos paiacuteses sendo vizinhos ou
natildeo e ampliar o espaccedilo econocircmico integrado
A integraccedilatildeo deve ser entendida como um processo de unificaccedilatildeo de
sociedades que tendem a formar uma coletividade harmoniosa a partir de liberalizaccedilotildees das
trocas comerciais dos movimentos de capitais pessoas serviccedilos e reduccedilotildees de discriminaccedilotildees
entre os estados membros1
1 VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
14
Segundo o MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES os processos de
integraccedilatildeo econocircmica satildeo conjuntos de medidas de caraacuteter econocircmico e comercial que tecircm por
finalidade originar a aproximaccedilatildeo e consequumlentemente a uniatildeo entre as economias de dois ou
mais paiacuteses Essa aproximaccedilatildeo deve ter por objetivo natildeo somente laccedilos econocircmicos mas
tambeacutem poliacuteticos e sociais
A integraccedilatildeo consiste em estabelecer um novo ambiente econocircmico poliacutetico e
cultural a partir de vaacuterios ambientes econocircmicos Haacute uma eliminaccedilatildeo de formas de
discriminaccedilotildees iniciais como no aspecto comercial ou no que concerne agrave circulaccedilatildeo de pessoas
serviccedilos e capitais em processos de integraccedilatildeo mais avanccedilados
Os processos de integraccedilatildeo de mercados representam o auge da globalizaccedilatildeo e
internacionalizaccedilatildeo da economia o que resulta em tendecircncias de interdependecircncia e
uniformidade a chamada homogeneizaccedilatildeo A economia transnacional se sobrepotildee agrave soberania
dos Estados gerando assim novas territorizaccedilotildees sem raiacutezes culturais
As poliacuteticas de integraccedilatildeo econocircmica podem ser positivas ou negativas Nas
positivas ocorrem modificaccedilotildees dos instrumentos existentes ndash matildeo-de-obra barata infra-
estrutura mobilidade de um paiacutes a outro etc ndash e a criaccedilatildeo de instituiccedilotildees para permitir o
aprofundamento da unificaccedilatildeo dos mercados e seu efetivo funcionamento Jaacute nas poliacuteticas
negativas acontece a remoccedilatildeo total de barreiras ao comeacutercio internacional ou restriccedilatildeo ao
processo de liberalizaccedilatildeo comercial
VINER (1949) criou as bases da integraccedilatildeo econocircmica a partir da teoria pura do
comeacutercio internacional Foi ele tambeacutem quem fez a distinccedilatildeo entre criaccedilatildeo de comeacutercio e desvio
de comeacutercio
A integraccedilatildeo econocircmica entre paiacuteses em desenvolvimento seria uma alternativa
para viabilizar uma estrateacutegia de desenvolvimento que seria irrealizaacutevel nas dimensotildees de
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
15
pequenas economias perifeacutericas Essas razotildees levaram os economistas da CEPAL a defenderem a
necessidade da integraccedilatildeo das economias latino-americanas
Os processos de integraccedilatildeo2 buscam alcanccedilar diversos objetivos tais como a
ampliaccedilatildeo da resistecircncia frente agraves barreiras aduaneiras a ampliaccedilatildeo dos mercados o estiacutemulo do
intercambio tecnoloacutegico uma maior facilidade de acesso a mateacuterias primas e o maior poder de
pressatildeo na defesa de seus interesses nas negociaccedilotildees internacionais Tendo visto isso pode-se
observar que haacute diferentes formas e etapas de integraccedilatildeo divididos em vaacuterios estaacutegios definidos
como
a) Zonas de Preferecircncias Tarifaacuterias ndash caracteriza-se pela reduccedilatildeo de tarifas para uma
gama variada de produtos abrangendo parte do universo tarifaacuterio sem que se implique na
eliminaccedilatildeo total dos direitos aduaneiros e na reduccedilatildeo ou eliminaccedilatildeo de outras restriccedilotildees ao
comeacutercio Esses acordos violam a claacuteusula de Naccedilatildeo Mais Favorecida do GATT3 mas satildeo
admitidos entre paiacuteses em desenvolvimento e satildeo praticados pelos paiacuteses desenvolvidos atraveacutes
do Sistema Geral de Preferecircncias (SGP) criado pela Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre o
Comeacutercio e o Desenvolvimento (UNCTAD)
b) Zona de Livre Comeacutercio ndash trata-se da forma mais simples de associaccedilatildeo entre
Estados admitida pelo GATT Caracteriza-se pela eliminaccedilatildeo de tarifas aduaneiras e outras
restriccedilotildees ao comeacutercio entre os paiacuteses que dela participam Poreacutem cada paiacutes preserva sua
autonomia na poliacutetica comercial em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses
2 BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972 3 GATT ndash Acordo Geral sobre Tarifas e Comeacutercio assinado por 23 paiacuteses O artigo XXIV do acordo permite a formaccedilatildeo de uniotildees aduaneiras e aacutereas de livre comeacutercio sob certas condiccedilotildees
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
16
c) Uniatildeo Aduaneira ndash caracteriza-se pela ausecircncia de barreiras ao comeacutercio entre
paiacuteses-membros pressupotildee uma poliacutetica comercial comum em relaccedilatildeo a paiacuteses natildeo-membros e a
adoccedilatildeo de uma Tarifa Externa Comum (TEC) A uniatildeo aduaneira pressupotildee ainda a
harmonizaccedilatildeo de instrumentos da poliacutetica comercial tais como diferentes sistemas monetaacuterios
fiscais etc que possam vir a originar problemas
d) Mercado Comum ndash consiste em uma uniatildeo aduaneira na qual os estados membros
determinam a eliminaccedilatildeo das restriccedilotildees sobre produtos bem como a livre circulaccedilatildeo dos demais
fatores produtivos como pessoas serviccedilos e capital eacute uma forma mais elevada de integraccedilatildeo
econocircmica
e) Uniatildeo Econocircmica ndash caracteriza-se pelo estabelecimento de uma autoridade
supranacional que se responsabiliza pela aplicaccedilatildeo das poliacuteticas comuns define criteacuterios e
distingue-se de um mercado comum por associar a eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees aos movimentos de
mercadorias e fatores com um certo grau de harmonizaccedilatildeo das poliacuteticas econocircmicas nacionais de
forma a abolir as discriminaccedilotildees resultantes das disparidades existentes entre essas poliacuteticas
f) Integraccedilatildeo Econocircmica Total ndash para Balassa4 essa forma de integraccedilatildeo pressupotildee a
unificaccedilatildeo das poliacuteticas monetaacuterias fiscais sociais e anticiacuteclicas e exige o estabelecimento de
uma autoridade supranacional cujas decisotildees satildeo obrigatoacuterias para os Estados-membros
g) Uniatildeo Poliacutetica ndash essa eacute uma forma de integraccedilatildeo que se caracteriza pela instituiccedilatildeo
de uma federaccedilatildeo de Estados com autoridade poliacutetica unificada ou formaccedilatildeo de Estados na qual
4 Bela Balassa op Cit p 11
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
17
apenas as aacutereas acordadas passam a ser objeto de controle de instituiccedilotildees supranacionais Em
geral a formaccedilatildeo de uma uniatildeo poliacutetica deve envolver cooperaccedilatildeo em termos da poliacutetica externa
e de defesa5
Eacute bastante antiga a noccedilatildeo de que uma zona de livre comeacutercio e uma uniatildeo
aduaneira ajudam para o aumento do bem-estar mas foi Jacob Viner em 1950 que formulou
uma teoria dos efeitos econocircmicos de uma uniatildeo aduaneira Essa teoria eacute baseada nos efeitos da
uniatildeo aduaneira sobre os produtos Foi entatildeo que introduziu os conceitos de criaccedilatildeo de comeacutercio
e desvio de comeacutercio
Viner investigou os efeitos de uma uniatildeo aduaneira nas correntes de trocas e fez
a distribuiccedilatildeo entre o efeito de desvio de comeacutercio resultante de uma uniatildeo Outros autores
tambeacutem abordaram estes problemas poreacutem num esquema menos preciso e sem utilizar a
terminologia de Viner
A criaccedilatildeo de comeacutercio eacute o mecanismo de ampliaccedilatildeo das transaccedilotildees comerciais
entre os paiacuteses membros de uma uniatildeo aduaneira a partir da unificaccedilatildeo de preccedilos dos produtos na
regiatildeo apoacutes a queda das barreiras tarifaacuterias Entende-se por desvio de comeacutercio o mecanismo de
reduccedilatildeo de comeacutercio com paiacuteses natildeo-membros da uniatildeo aduaneira em benefiacutecio do aumento do
comeacutercio intra-regional
Os efeitos positivos sobre a produccedilatildeo resultam do desvio de compras de um
dado bem de fontes de produccedilatildeo interna de custos mais altos para outras de custos mais
5 MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
18
reduzidos localizadas em paiacuteses membros Jaacute os efeitos negativos sobre a produccedilatildeo dizem
respeito a um desvio das fontes de produccedilatildeo com custos mais baixos paiacuteses estrangeiros para
fontes de produccedilatildeo com custos mais elevados paiacuteses membros Segundo Viner os efeitos
beneacuteficos da uniatildeo aduaneira seratildeo predominantes se o aumento de comeacutercio for superior ao seu
desvio
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
19
1 MERCOSUL E UNIAtildeO EUROPEacuteIA
11 MERCOSUL antecedentes histoacutericos
A Ameacuterica Latina vem haacute tempos buscando aumentar os laccedilos econocircmicos
entre seus paiacuteses atraveacutes da criaccedilatildeo de blocos regionais Vaacuterios foram os idealizadores da
integraccedilatildeo entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina dentre eles estaacute o presidente Getuacutelio Vargas que na
primeira metade do seacuteculo XX almejava a integraccedilatildeo das principais economias da Ameacuterica
Latina atraveacutes da formaccedilatildeo de um bloco econocircmico Inicialmente por volta da deacutecada de 30
ainda no Governo Vargas foram feitas algumas negociaccedilotildees para criar o BLOCO ABC
procurou-se formar a integraccedilatildeo dos trecircs paiacuteses mais fortes economicamente na Ameacuterica Latina
a Argentina o Brasil e o Chile Os paiacuteses sul americanos tiveram que enfrentar a resistecircncia do
governo dos EUA que natildeo via com bons olhos a imposiccedilatildeo de fronteiras econocircmicas pois
desejava continuar suprindo a Ameacuterica Latina com seus produtos industrializados e obtendo sua
mateacuteria prima
Anos mais tarde em 1948 foi criada a Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica
Latina - CEPAL subordinada ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees Unidas
representando outro importante instrumento para o desenvolvimento dos paiacuteses da Ameacuterica
Latina pois busca promover o desenvolvimento da Ameacuterica Latina estimulando a criaccedilatildeo de um
mercado comum latino americano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
20
O MERCOSUL considerado o mais recente esforccedilo para a integraccedilatildeo da
Ameacuterica Latina pode encontrar suas origens na criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo Latino-Americana de
Livre Comeacutercio ndash ALALC Este bloco tinha como objetivo implantar no prazo de 12 anos um
mercado comum regional por meio da formaccedilatildeo de uma zona de livre comeacutercio Criada em 1960
pelo Tratado de Montevideacuteu conhecido como TM-60 a ALALC era constituiacuteda pelos paiacuteses da
Ameacuterica do Sul excluindo-se deste grupo as Guianas e pelo Meacutexico O Tratado buscava ampliar
os mercados e alcanccedilar a liberalizaccedilatildeo do intercacircmbio eliminando as medidas protecionistas
Atraveacutes do Protocolo de Caracas a ideacuteia de criar um mercado comum em 12 anos teve seu prazo
aumentado para 1980 O objetivo era eliminar ateacute 1980 a maior quantidade imaginaacutevel de
restriccedilotildees comerciais existentes entre os integrantes do bloco
Os objetivos almejados pela ALALC natildeo foram alcanccedilados e dentre as razotildees
que levaram ao fracasso da Associaccedilatildeo encontra-se a falta de dinamismo por conta do elevado
nuacutemero de associados e suas diferenccedilas estruturais o vencimento do prazo determinado para a
obtenccedilatildeo de ecircxito do bloco entre outros motivos Durante a deacutecada de 70 a crise do petroacuteleo que
atingia a economia mundial causou uma intensa recessatildeo nos paiacuteses da Ameacuterica Latina e em
busca de uma alternativa para contornar o problema os paiacuteses latino-americanos reestruturaram a
ALALC fazendo surgir a Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo ndash ALADI criada em 1980
pelo Tratado de Montevideacuteu chamado TM-80 Ainda em vigor este Tratado compreende os
mesmos paiacuteses que compunham a ALALC Esse novo tratado requer que os paiacuteses membros
decircem continuidade ao processo de integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina colaborando para o
desenvolvimento econocircmico-social de uma forma mais equilibrada na regiatildeo Sua criaccedilatildeo
permitiu a promoccedilatildeo do aprofundamento do processo de integraccedilatildeo latino-americana e sua
finalidade eacute atingir a formaccedilatildeo de um mercado comum regional permitir o comeacutercio intra-
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
21
regional reciacuteproco promover o comeacutercio ampliaccedilatildeo de mercados desenvolvimento equilibrado e
o estabelecimento de preferecircncias regionais O TM-80 daacute aos Estados membros grande liberdade
para formular suas poliacuteticas comerciais e ainda uma maior flexibilidade para celebrar acordos
bilaterais ou multilaterais Com a criaccedilatildeo da ALADI houve um grande avanccedilo nas relaccedilotildees
comerciais entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina isso aconteceu devido agrave essa possibilidade de
realizaccedilatildeo de acordos bilaterais e outros de alcance regional entre os membros fazendo com que
aumentasse cada vez mais o comeacutercio bilateral e intra-regional na Ameacuterica Latina
A criaccedilatildeo da ALADI ainda parece ter beneficiado o processo de integraccedilatildeo
latino-americana Ficou extinta a ldquoclaacuteusula de naccedilatildeo mais favorecida regionalrdquo anteriormente
adotada pela ALALC permitindo assim conceder preferecircncia tarifaacuteria entre alguns membros da
ALADI sem a obrigatoriedade de dar preferecircncia a todos os integrantes da Associaccedilatildeo Apesar
do esforccedilo a ALADI natildeo conseguiu atingir seu objetivo de alcanccedilar uma integraccedilatildeo regional As
vaacuterias perspectivas geradas com a criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo foram extintas devido aos
acontecimentos no cenaacuterio internacional por volta do final da deacutecada de 70 Alguns fatores
comprometeram o crescimento do comeacutercio internacional e dificultaram o acesso de paiacuteses em
desenvolvimento agraves suas fontes externas de financiamento Dentre esses fatores se encontram o
segundo choque do petroacuteleo a elevaccedilatildeo do valor das taxas de juros internacionais e a recessatildeo
das economias de paiacuteses desenvolvidos Como os paiacuteses da Ameacuterica Latina estavam com a diacutevida
externa cada vez maior e sofrendo com a alta dos juros houve entre os paiacuteses integrantes da
ALADI a praacutetica cada vez mais frequumlente do protecionismo pois cada paiacutes passava a empregar
um amplo conjunto de medidas para controlar as importaccedilotildees Poreacutem o impacto dessa poliacutetica
sobre o comeacutercio intra-regional natildeo foi considerado eficaz pois aleacutem da reduccedilatildeo das importaccedilotildees
de cada paiacutes aconteceu tambeacutem uma proporcional reduccedilatildeo das trocas comerciais entre os paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
22
da proacutepria regiatildeo Haacute autores que dizem que a ALADI seguiu o mesmo modelo fracassado de
integraccedilatildeo regional que a ALALC onde o uacutenico agente eacute o Estado Isso porque o Tratado natildeo
considerava a livre circulaccedilatildeo de pessoas de empresas e de capitais privados e regionais e nem
de formas comunitaacuterias natildeo deixando espaccedilo para os verdadeiros interessados na integraccedilatildeo
regional
Mesmo a ALALC e a ALADI tendo obtido poucos resultados com relaccedilatildeo agrave
integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina ainda crescia o desejo pelo desenvolvimento de uma integraccedilatildeo
regional com destaque para o MERCOSUL que eacute considerado o processo de integraccedilatildeo regional
mais bem-sucedido da Ameacuterica Latina
12 Tratados do MERCOSUL
Eacute importante lembrar que os Estados-parte do MERCOSUL fazem parte do
GATT-OMC e suas accedilotildees devem estar adequadas ao regulamento desse acordo Isso acontece
devido agrave claacuteusula de habilitaccedilatildeo da Ronda Toacutequio que permite que os paiacuteses em
desenvolvimento natildeo apliquem o princiacutepio da naccedilatildeo mais favorecida
121 Tratado de Assunccedilatildeo
Foi assinado em 26 de marccedilo de 1991 o Tratado de Assunccedilatildeo visando agrave
constituiccedilatildeo de um mercado comum entre a Argentina o Brasil o Paraguai e o Uruguai Esse
tratado previa a liberalizaccedilatildeo comercial entre os paiacuteses-membros num periacuteodo de transiccedilatildeo ateacute
1994 Pode-se dividir a evoluccedilatildeo do MERCOSUL em dois periacuteodos o periacuteodo de transiccedilatildeo de
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
23
1991 a 1994 e a partir do iniacutecio de 1995 a existecircncia do MERCOSUL como uma Uniatildeo
Aduaneira
Eacute um acordo-quadro que apesar de natildeo criar um mercado comum estabelece
as metas do processo de integraccedilatildeo e a forma de alcanccedilaacute-las Um dos objetivos desse tratado eacute o
estabelecimento de uma tarifa externa comum a TEC e adoccedilatildeo de uma poliacutetica comercial
comum em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses Estabelece tambeacutem as condiccedilotildees para o surgimento de um
projeto de integraccedilatildeo que define seu objetivo agrave criaccedilatildeo de um mercado comum Este tratado
registra a vontade por parte dos quatro paiacuteses integrantes de se inserir com mais forccedila no
mercado mundial
O Tratado de Assunccedilatildeo eacute um acordo que agrave medida que se necessita vem sendo
complementado por outros instrumentos adicionais negociados entre os participantes do bloco
Inicialmente determina os meios para que ateacute o fim de 1994 se chegasse a uma uniatildeo aduaneira
que eacute a fase anterior ao mercado comum Poreacutem como eacute visto o MERCOSUL hoje ainda eacute uma
uniatildeo aduaneira imperfeita pois natildeo manteacutem a Tarifa Externa Comum (TEC) prevista para os
quatro Estados-membros
O Tratado de Assunccedilatildeo ato que fundou o MERCOSUL constitui um dos
principais instrumentos do processo de integraccedilatildeo acompanhado do Protocolo de Brasiacutelia de
1991 e ainda do Protocolo de Ouro Preto de 1994
Este tratado constitui a base de todo o sistema normativo do MERCOSUL
ordena e regulamenta as relaccedilotildees existentes entre os Estados integrantes do bloco
O Tratado de Assunccedilatildeo tem como objetivo principal a constituiccedilatildeo de um
mercado comum entre seus signataacuterios o que sugere tambeacutem a livre circulaccedilatildeo de bens serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
24
e fatores produtivos entre os Estados-parte eliminando as tarifas preacute-estabelecidas e as restriccedilotildees
natildeo tarifaacuterias No tratado estatildeo estabelecidos os elementos para a criaccedilatildeo de uma uniatildeo aduaneira
e por consequumlecircncia de uma poliacutetica comercial comum
De acordo com o Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE) o Tratado de
Assunccedilatildeo estabeleceu a utilizaccedilatildeo dos seguintes instrumentos para a constituiccedilatildeo do
MERCOSUL6
a) o cumprimento de um programa de liberalizaccedilatildeo comercial com reduccedilotildees tarifaacuterias
progressivas lineares e automaacuteticas acompanhadas da eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees natildeo-tarifaacuterias ou
de medidas de efeito equivalente
b) o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC) capaz de incentivar a
competitividade externa dos Estados-parte
c) a harmonizaccedilatildeo de poliacuteticas macroeconocircmicas e setoriais sempre que pertinente
O Tratado eacute sempre que necessaacuterio complementado por alguns instrumentos
adicionais acordados pelos quatro Estados-parte devido ao avanccedilo da integraccedilatildeo A intenccedilatildeo do
Tratado era de estabelecer condiccedilotildees para que se alcanccedilasse ateacute o fim de 1994 uma uniatildeo
aduaneira entre os quatro integrantes para posteriormente chegar a um mercado comum O MRE
mostra que o Tratado de Assunccedilatildeo determina alguns aspectos como7 estabelecer um programa de
liberalizaccedilatildeo comercial que consista de reduccedilotildees tarifaacuterias progressivas lineares e automaacuteticas
acompanhadas da eliminaccedilatildeo das barreiras natildeo tarifaacuterias coordenar poliacuteticas macro-econocircmicas
estabelecer uma Tarifa Externa Comum (TEC) estabelecer listas de exceccedilotildees ao programa de
6 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
25
liberalizaccedilatildeo para produtos considerados sensiacuteveis constituir um regime geral de origem e de
um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias
O Tratado de Assunccedilatildeo estabelece que o Poder Executivo de cada Estado-parte
deve manter informado seu respectivo Poder Legislativo sobre a evoluccedilatildeo do objeto deste tratado
o MERCOSUL
122 Protocolo de Brasiacutelia
Para solucionar os conflitos na esfera do MERCOSUL a forma escolhida foi a
arbitragem Portanto para cumprir determinaccedilatildeo do Tratado de Assunccedilatildeo designou-se um grupo
de trabalho que elaboraria um Sistema de Soluccedilatildeo de Controveacutersias entre os Estados-parte
Assim em dezembro de 1991 foi assinado o Protocolo de Brasiacutelia para Soluccedilatildeo de Controveacutersias
que passou a ter vigecircncia a partir de 1993
Este Protocolo no sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias tem como caracteriacutestica
ordenar que a soluccedilatildeo de controveacutersias ocorreraacute no plano diplomaacutetico por meio de negociaccedilotildees
diretas mas que possuem intervenccedilatildeo de oacutergatildeos institucionais como o Grupo Mercado Comum -
GMC- e se as dificuldades natildeo forem superadas utilizaraacute o procedimento arbitral O Protocolo
prevecirc tambeacutem poreacutem de maneira bem restrita e com normas complexas que particulares
pessoas fiacutesicas e juriacutedicas tenham acesso ao sistema com direito a reclamaccedilotildees pois o Tratado de
Assunccedilatildeo previa somente a participaccedilatildeo dos Estados-parte
7 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
26
A uacuteltima fase do Protocolo a instauraccedilatildeo de um Tribunal Arbitral proferiraacute a
decisatildeo por meio de laudos inapelaacuteveis e obrigatoacuterios para os Estados-parte na controveacutersia Essa
obrigatoriedade se daraacute a partir do recebimento da notificaccedilatildeo sobre a decisatildeo e os laudos teratildeo
forccedila de coisa julgada devendo ser cumpridos no prazo fixado pelo Tribunal Arbitral
O Protocolo de Brasiacutelia funciona como provisoacuterio fornecendo mecanismos para
a soluccedilatildeo de controveacutersias ateacute que entre em vigor o Sistema Permanente de Soluccedilotildees de
Controveacutersias Este sistema aleacutem de previsto no Tratado de Assunccedilatildeo ganhou forccedila com o
Protocolo de Ouro Preto quando diz que antes de se firmar uma Tarifa Externa Comum os
Estados-parte deveratildeo fazer uma revisatildeo do sistema atual para soluccedilatildeo de controveacutersias com o
objetivo de adotar o sistema permanente
123 Protocolo de Ouro Preto
O Protocolo de Ouro Preto ndash POP assinado em 1994 define a estrutura
institucional definitiva do MERCOSUL e firma a ideacuteia de avanccedilar na constituiccedilatildeo de um
mercado comum Este protocolo pode se adaptar a possiacuteveis circunstacircncias que se apresentem
pois por meio de uma conferecircncia diplomaacutetica sua estrutura pode ser reavaliada
O POP tem como principal atribuiccedilatildeo conferir personalidade juriacutedica ao
MERCOSUL sempre que ele tenha que se relacionar como bloco econocircmico com grupos de
paiacuteses e oacutergatildeos internacionais multilateraisO POP trouxe algumas inovaccedilotildees para a estrutura
orgacircnica do MERCOSUL com relaccedilatildeo agrave criaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos Este bloco pode contar agora
com os seguintes oacutergatildeos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
27
- Conselho do Mercado Comum (CMC)
- Grupo Mercado Comum (GMC)
- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)
- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)
- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)
- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)
Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de
Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte
reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a
decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o
encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver
uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc
teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado
reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante
poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de
Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de
Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares
13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu
Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem
conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo
regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
28
aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica
proacutepria
No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos
fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes
promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em
1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash
Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de
Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as
barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas
O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE
satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de
Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc
Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas
Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a
primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE
que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais
e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos
tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
29
parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila
comum (PESC)
O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs
pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica
externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria
Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais
elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo
Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma
deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para
um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de
acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE
14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia
Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros
fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e
Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda
aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez
com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-
se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios
tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a
ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
30
A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus
integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O
alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como
dos novos paiacuteses integrantes do bloco
ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)
Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455
milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou
preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados
pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo
15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia
As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as
importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL
8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
31
aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial
global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O
Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo
Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a
Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda
mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a
conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o
protecionismo adotado pela Europa
16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia
Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade
Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo
Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos
A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo
interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de
integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional
O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as
condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e
econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando
9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
32
a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)
Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas
regiotildees como conceitos baacutesicos
Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de
atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e
das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre
Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros
A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo
natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos
regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As
propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL
foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a
posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
33
2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE
Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e
Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute
de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e
Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de
envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da
Uniatildeo Europeacuteia
Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das
relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se
referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral
22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL
Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia
econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da
economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do
comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o
comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano
10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
34
Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das
exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo
Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do
Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira
Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros
paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido
com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a
Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees
Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve
um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$
45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila
comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do
MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno
crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL
passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees
Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees
brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina
23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina
Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai
para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
35
nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo
principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro
mercado comum
No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a
Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo
industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha
caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata
previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos
setoriais foram assinados bilateralmente
24 Produtos ou setores em potencial
A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila
de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees
europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-
tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral
permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a
UE
O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre
paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco
elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado
principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A
composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
36
importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do
MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e
ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu
25 Principais parceiros europeus
As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande
assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o
primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos
externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus
Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica
Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a
complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais
intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-
americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de
diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio
bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais
com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande
influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a
Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada
na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento
comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
37
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ
RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE
31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia
O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco
pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do
MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa
Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros
comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos
comerciais na Europa
Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do
Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto
que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com
relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve
queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve
uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos
anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e
menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil
passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda
de 10 nesse investimento
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
38
No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do
MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os
europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior
mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das
exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial
importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute
a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total
A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de
intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores
agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees
europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo
dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida
Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma
importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios
desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos
manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser
importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas
Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com
tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas
11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
39
Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta
de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as
maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados
representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros
quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo
eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos
Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II
32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil
Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco
econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a
assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos
tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL
Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de
facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo
acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram
negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL
com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados
europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia
A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais
nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que
temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
40
relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no
fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as
medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus
No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator
agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de
2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral
com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
41
CONCLUSAtildeO
As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito
tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se
aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial
implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente
conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados
Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos
data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina
individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se
com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as
partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados
A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos
causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e
Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um
desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo
com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e
falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a
formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse
fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados
que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
42
interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus
interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar
obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos
econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada
bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles
como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das
negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave
liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees
Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar
um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o
Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e
essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles
Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo
inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se
tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs
dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses
integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e
reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento
Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da
agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
43
Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor
agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta
de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses
desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil
esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor
Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do
Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC
depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia
Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a
pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade
eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os
subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre
MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas
do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
44
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005
bull AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972
bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004
bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004
bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003
bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004
bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998
bull GLOBAL 21 Disponiacutevel em lthttpwwwglobal21combrgt Acessado em 20 de novembro de 2005
bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001
bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
45
bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005
bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005
bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999
bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005
bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003
bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
46
ANEXO I
Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo
(valores totais em US$ e porcentuais)
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45
Exportaccedilotildees do Brasil
2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46
2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38
Importaccedilotildees do Brasil
2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44
Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28
2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23
Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31
Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees
2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
47
ANEXO II
Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL
Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp
Peso do MERCOSUL
nas Importaccedilotildees
extra UE 19982000
Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL
19982000
I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361
II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399
III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112
IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423
Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386
V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207
VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130
VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92
VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341
IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374
X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259
XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152
XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139
XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120
XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140
XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176
XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157
XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151
XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206
XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67
XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301
Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183
Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE
Totais por fator agregado
US$ F0B
Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s
A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935
2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111
Fonte
Anos de 19801992 = Banco do Brasil
Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
49
ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro
Uniatildeo Europeacuteia - UE
US$ F0B
E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s
A n o
US$ FOB (A)
Var
Part ()
US$ FOB (B)
Var ()
Part ()
Saldo (A-B)
Corrente Comeacutercio (A+B)
Cobertura (AB)
1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133
Obs () ()
VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil
IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
7
SUMAacuteRIO
Paacutegina
AGRADECIMENTOS III RESUMO IV ABSTRACT IV LISTA DE SIGLAS VI INTRODUCcedilAtildeO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO PROBLEMA 10
IMPORTAcircNCIA DO TEMA E METODOLOGIA DE TRABALHO 12
REFERENCIAL TEOacuteRICO 13
1 MERCOSUL E UNIAtildeO EUROPEacuteIA 19
11 MERCOSUL antecedentes histoacutericos 19
12 Tratados do MERCOSUL 22
121 Tratado de Assunccedilatildeo 22
122 Protocolo de Brasiacutelia 25
123 Protocolo de Ouro Preto 26
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
8
13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu 27
14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia 29
15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia 30
16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia 31
2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 33
21 - A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE 33
22 - A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL 33
23 - O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina 34
24 - Produtos ou setores em potencial 35
25 - Principais parceiros europeus 36
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE 37
31 - MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia 37
32 - Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil 39
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
9
CONCLUSAtildeO 41 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 44 ANEXO I 46 ANEXO II 47 ANEXO III 48 ANEXO IV 49
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
10
INTRODUCcedilAtildeO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO PROBLEMA
Apoacutes a Segunda Guerra Mundial tornou-se possiacutevel assistir a propagaccedilatildeo de
iniciativas de diversos Estados para promover o comeacutercio internacional e consequumlentemente
uma maior inserccedilatildeo de cada um deles no mercado mundial Essas iniciativas se realizaram por
meio de negociaccedilotildees acordos bilaterais ou multilaterais e pela formaccedilatildeo de blocos econocircmicos
regionais
No decorrer do estudo nota-se a preocupaccedilatildeo em entender ateacute que ponto as
relaccedilotildees inter-regionais entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia afetam o Brasil sendo vantajosas
ou natildeo para o paiacutes Para tanto o presente trabalho foi dividido em trecircs capiacutetulos que buscam dar
uma melhor abordagem sobre o tema em questatildeo
Sabendo que o antecedente imediato do MERCOSUL foi a integraccedilatildeo Brasil-
Argentina pode-se notar que esta uacuteltima foi impulsionada principalmente pela superaccedilatildeo das
divergecircncias geopoliacuteticas bilaterais pelo retorno agrave plenitude do regime democraacutetico nos dois
paiacuteses e pela crise do sistema econocircmico internacional Uma seacuterie de acordos bilaterais
precederam o MERCOSUL poreacutem o primeiro desses acordos a Declaraccedilatildeo de Iguaccedilu foi
firmada pelos presidentes Sarney e Alfonsiacuten em 1985 buscando acelerar o processo de
integraccedilatildeo dos dois paiacuteses Brasil e Argentina em diferentes aacutereas
Tendo conhecimento do que foi apresentado o primeiro capiacutetulo abordaraacute um
pouco da fase histoacuterica dos blocos Fala da criaccedilatildeo do MERCOSUL que remonta agrave ALALC ateacute
chegar agrave assinatura do Tratado de Assunccedilatildeo e seus protocolos adicionais de Brasiacutelia que
estabelece um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias e de Ouro Preto que traz modificaccedilotildees para a
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
11
estrutura orgacircnica criando diversos oacutergatildeos para o bloco A partir de entatildeo procura-se fazer uma
breve abordagem histoacuterica da Uniatildeo Europeacuteia analisando-a desde quando era ainda a CEE ateacute
consolidar-se por meio do Tratado de Maastricht tornando-se de fato a atual Uniatildeo Europeacuteia
com 25 membros Ainda no primeiro capiacutetulo eacute possiacutevel verificar a vontade desses dois blocos de
implementar um acordo inter-regional entre eles
Mais adiante seraacute dado enfoque agrave relevacircncia da participaccedilatildeo do Brasil no
comeacutercio com o MERCOSUL e no comeacutercio com a Uniatildeo Europeacuteia separadamente procurando
ressaltar os setores mais expressivos para as partes e seus parceiros mais importantes
Finalmente no uacuteltimo capiacutetulo seratildeo abordadas as consequumlecircncias positivas ou
negativas para o Brasil a partir da relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia lembrando que
apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar um acordo entre eles os europeus adotam
medidas protecionistas que muito afetam as intenccedilotildees dos paiacuteses latino-americanos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
12
IMPORTAcircNCIA DO TEMA E METODOLOGIA DE TRABALHO
Com o constante fenocircmeno da globalizaccedilatildeo o interesse dos Estados por
mercados estrangeiros eacute cada vez maior proporcionando assim oportunidades para os paiacuteses
geograficamente mais proacuteximos se unirem formando grandes blocos econocircmicos atraveacutes do
processo de integraccedilatildeo regional Devido a vantagens e benefiacutecios oferecidos os paiacuteses optam cada
vez mais por integrar-se com seus vizinhos para adquirir mais forccedila e competitividade no cenaacuterio
internacional Esse processo de integraccedilatildeo pode ser facilmente observado como mostra o
trabalho na Ameacuterica Latina e na Europa com a criaccedilatildeo do Mercado Comum do Sul
(MERCOSUL) e da Uniatildeo Europeacuteia respectivamente
O interesse pelo tema surgiu da importacircncia no atual cenaacuterio internacional de
se obter uma visatildeo a partir da oacutetica do Brasil como maior economia do MERCOSUL com
relaccedilatildeo ao intercacircmbio comercial entre este bloco e a Uniatildeo Europeacuteia Estudar a relaccedilatildeo entre os
dois blocos torna mais faacutecil visualizar a participaccedilatildeo do Brasil no comeacutercio com cada um deles
individualmente e de sua situaccedilatildeo e eventuais consequumlecircncias para o paiacutes devido a essa relaccedilatildeo
inter-regional que tende a crescer cada vez mais
Este trabalho foi realizado baseado em fontes secundaacuterias como livros teses
textos especializados jornais revistas internet dados e tabelas para maior esclarecimento do que
foi abordado
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
13
REFERENCIAL TEOacuteRICO
Foi principalmente apoacutes a Segunda Guerra Mundial que surgiu o fenocircmeno da
integraccedilatildeo econocircmica regional que desde entatildeo tem sido objeto de estudo para a economia
poliacutetica O conceito de integraccedilatildeo eacute recente se implanta perfeitamente no atual panorama
econocircmico mundial e eacute marcado pelo multilateralismo das relaccedilotildees comerciais e pela
regionalizaccedilatildeo econocircmica Eacute um fato comum no mundo atual Quase todas as grandes economias
mundiais encontram-se de alguma forma envolvidas em processos de integraccedilatildeo econocircmica
Esse fenocircmeno se introduz no problema enfrentado por todas as naccedilotildees
modernas o protecionismo contra liberalismo comercial O protecionismo aumenta e favorece a
industrializaccedilatildeo de um paiacutes mas por outro lado apoacutes certo tempo tambeacutem favorece o
surgimento de monopoacutelios internos com visiacutevel desvantagem para o consumidor que natildeo tem
acesso a novos produtos lanccedilados no mercado internacional e soacute pode escolher entre os ofertados
no mercado interno Como natildeo haacute concorrecircncia internacional e satildeo produzidos por empresas
abrigadas sob o protecionismo os produtos nacionais tecircm a tendecircncia de serem caros e de baixa
qualidade
Ao se desestruturar os mecanismos da proteccedilatildeo a liberalizaccedilatildeo comercial
deixou de ser uma simples alternativa e passou a significar uma caracteriacutestica da economia
mundial Reuacutenem-se paiacuteses regionalmente para assim alcanccedilar novos paiacuteses sendo vizinhos ou
natildeo e ampliar o espaccedilo econocircmico integrado
A integraccedilatildeo deve ser entendida como um processo de unificaccedilatildeo de
sociedades que tendem a formar uma coletividade harmoniosa a partir de liberalizaccedilotildees das
trocas comerciais dos movimentos de capitais pessoas serviccedilos e reduccedilotildees de discriminaccedilotildees
entre os estados membros1
1 VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
14
Segundo o MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES os processos de
integraccedilatildeo econocircmica satildeo conjuntos de medidas de caraacuteter econocircmico e comercial que tecircm por
finalidade originar a aproximaccedilatildeo e consequumlentemente a uniatildeo entre as economias de dois ou
mais paiacuteses Essa aproximaccedilatildeo deve ter por objetivo natildeo somente laccedilos econocircmicos mas
tambeacutem poliacuteticos e sociais
A integraccedilatildeo consiste em estabelecer um novo ambiente econocircmico poliacutetico e
cultural a partir de vaacuterios ambientes econocircmicos Haacute uma eliminaccedilatildeo de formas de
discriminaccedilotildees iniciais como no aspecto comercial ou no que concerne agrave circulaccedilatildeo de pessoas
serviccedilos e capitais em processos de integraccedilatildeo mais avanccedilados
Os processos de integraccedilatildeo de mercados representam o auge da globalizaccedilatildeo e
internacionalizaccedilatildeo da economia o que resulta em tendecircncias de interdependecircncia e
uniformidade a chamada homogeneizaccedilatildeo A economia transnacional se sobrepotildee agrave soberania
dos Estados gerando assim novas territorizaccedilotildees sem raiacutezes culturais
As poliacuteticas de integraccedilatildeo econocircmica podem ser positivas ou negativas Nas
positivas ocorrem modificaccedilotildees dos instrumentos existentes ndash matildeo-de-obra barata infra-
estrutura mobilidade de um paiacutes a outro etc ndash e a criaccedilatildeo de instituiccedilotildees para permitir o
aprofundamento da unificaccedilatildeo dos mercados e seu efetivo funcionamento Jaacute nas poliacuteticas
negativas acontece a remoccedilatildeo total de barreiras ao comeacutercio internacional ou restriccedilatildeo ao
processo de liberalizaccedilatildeo comercial
VINER (1949) criou as bases da integraccedilatildeo econocircmica a partir da teoria pura do
comeacutercio internacional Foi ele tambeacutem quem fez a distinccedilatildeo entre criaccedilatildeo de comeacutercio e desvio
de comeacutercio
A integraccedilatildeo econocircmica entre paiacuteses em desenvolvimento seria uma alternativa
para viabilizar uma estrateacutegia de desenvolvimento que seria irrealizaacutevel nas dimensotildees de
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
15
pequenas economias perifeacutericas Essas razotildees levaram os economistas da CEPAL a defenderem a
necessidade da integraccedilatildeo das economias latino-americanas
Os processos de integraccedilatildeo2 buscam alcanccedilar diversos objetivos tais como a
ampliaccedilatildeo da resistecircncia frente agraves barreiras aduaneiras a ampliaccedilatildeo dos mercados o estiacutemulo do
intercambio tecnoloacutegico uma maior facilidade de acesso a mateacuterias primas e o maior poder de
pressatildeo na defesa de seus interesses nas negociaccedilotildees internacionais Tendo visto isso pode-se
observar que haacute diferentes formas e etapas de integraccedilatildeo divididos em vaacuterios estaacutegios definidos
como
a) Zonas de Preferecircncias Tarifaacuterias ndash caracteriza-se pela reduccedilatildeo de tarifas para uma
gama variada de produtos abrangendo parte do universo tarifaacuterio sem que se implique na
eliminaccedilatildeo total dos direitos aduaneiros e na reduccedilatildeo ou eliminaccedilatildeo de outras restriccedilotildees ao
comeacutercio Esses acordos violam a claacuteusula de Naccedilatildeo Mais Favorecida do GATT3 mas satildeo
admitidos entre paiacuteses em desenvolvimento e satildeo praticados pelos paiacuteses desenvolvidos atraveacutes
do Sistema Geral de Preferecircncias (SGP) criado pela Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre o
Comeacutercio e o Desenvolvimento (UNCTAD)
b) Zona de Livre Comeacutercio ndash trata-se da forma mais simples de associaccedilatildeo entre
Estados admitida pelo GATT Caracteriza-se pela eliminaccedilatildeo de tarifas aduaneiras e outras
restriccedilotildees ao comeacutercio entre os paiacuteses que dela participam Poreacutem cada paiacutes preserva sua
autonomia na poliacutetica comercial em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses
2 BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972 3 GATT ndash Acordo Geral sobre Tarifas e Comeacutercio assinado por 23 paiacuteses O artigo XXIV do acordo permite a formaccedilatildeo de uniotildees aduaneiras e aacutereas de livre comeacutercio sob certas condiccedilotildees
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
16
c) Uniatildeo Aduaneira ndash caracteriza-se pela ausecircncia de barreiras ao comeacutercio entre
paiacuteses-membros pressupotildee uma poliacutetica comercial comum em relaccedilatildeo a paiacuteses natildeo-membros e a
adoccedilatildeo de uma Tarifa Externa Comum (TEC) A uniatildeo aduaneira pressupotildee ainda a
harmonizaccedilatildeo de instrumentos da poliacutetica comercial tais como diferentes sistemas monetaacuterios
fiscais etc que possam vir a originar problemas
d) Mercado Comum ndash consiste em uma uniatildeo aduaneira na qual os estados membros
determinam a eliminaccedilatildeo das restriccedilotildees sobre produtos bem como a livre circulaccedilatildeo dos demais
fatores produtivos como pessoas serviccedilos e capital eacute uma forma mais elevada de integraccedilatildeo
econocircmica
e) Uniatildeo Econocircmica ndash caracteriza-se pelo estabelecimento de uma autoridade
supranacional que se responsabiliza pela aplicaccedilatildeo das poliacuteticas comuns define criteacuterios e
distingue-se de um mercado comum por associar a eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees aos movimentos de
mercadorias e fatores com um certo grau de harmonizaccedilatildeo das poliacuteticas econocircmicas nacionais de
forma a abolir as discriminaccedilotildees resultantes das disparidades existentes entre essas poliacuteticas
f) Integraccedilatildeo Econocircmica Total ndash para Balassa4 essa forma de integraccedilatildeo pressupotildee a
unificaccedilatildeo das poliacuteticas monetaacuterias fiscais sociais e anticiacuteclicas e exige o estabelecimento de
uma autoridade supranacional cujas decisotildees satildeo obrigatoacuterias para os Estados-membros
g) Uniatildeo Poliacutetica ndash essa eacute uma forma de integraccedilatildeo que se caracteriza pela instituiccedilatildeo
de uma federaccedilatildeo de Estados com autoridade poliacutetica unificada ou formaccedilatildeo de Estados na qual
4 Bela Balassa op Cit p 11
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
17
apenas as aacutereas acordadas passam a ser objeto de controle de instituiccedilotildees supranacionais Em
geral a formaccedilatildeo de uma uniatildeo poliacutetica deve envolver cooperaccedilatildeo em termos da poliacutetica externa
e de defesa5
Eacute bastante antiga a noccedilatildeo de que uma zona de livre comeacutercio e uma uniatildeo
aduaneira ajudam para o aumento do bem-estar mas foi Jacob Viner em 1950 que formulou
uma teoria dos efeitos econocircmicos de uma uniatildeo aduaneira Essa teoria eacute baseada nos efeitos da
uniatildeo aduaneira sobre os produtos Foi entatildeo que introduziu os conceitos de criaccedilatildeo de comeacutercio
e desvio de comeacutercio
Viner investigou os efeitos de uma uniatildeo aduaneira nas correntes de trocas e fez
a distribuiccedilatildeo entre o efeito de desvio de comeacutercio resultante de uma uniatildeo Outros autores
tambeacutem abordaram estes problemas poreacutem num esquema menos preciso e sem utilizar a
terminologia de Viner
A criaccedilatildeo de comeacutercio eacute o mecanismo de ampliaccedilatildeo das transaccedilotildees comerciais
entre os paiacuteses membros de uma uniatildeo aduaneira a partir da unificaccedilatildeo de preccedilos dos produtos na
regiatildeo apoacutes a queda das barreiras tarifaacuterias Entende-se por desvio de comeacutercio o mecanismo de
reduccedilatildeo de comeacutercio com paiacuteses natildeo-membros da uniatildeo aduaneira em benefiacutecio do aumento do
comeacutercio intra-regional
Os efeitos positivos sobre a produccedilatildeo resultam do desvio de compras de um
dado bem de fontes de produccedilatildeo interna de custos mais altos para outras de custos mais
5 MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
18
reduzidos localizadas em paiacuteses membros Jaacute os efeitos negativos sobre a produccedilatildeo dizem
respeito a um desvio das fontes de produccedilatildeo com custos mais baixos paiacuteses estrangeiros para
fontes de produccedilatildeo com custos mais elevados paiacuteses membros Segundo Viner os efeitos
beneacuteficos da uniatildeo aduaneira seratildeo predominantes se o aumento de comeacutercio for superior ao seu
desvio
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
19
1 MERCOSUL E UNIAtildeO EUROPEacuteIA
11 MERCOSUL antecedentes histoacutericos
A Ameacuterica Latina vem haacute tempos buscando aumentar os laccedilos econocircmicos
entre seus paiacuteses atraveacutes da criaccedilatildeo de blocos regionais Vaacuterios foram os idealizadores da
integraccedilatildeo entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina dentre eles estaacute o presidente Getuacutelio Vargas que na
primeira metade do seacuteculo XX almejava a integraccedilatildeo das principais economias da Ameacuterica
Latina atraveacutes da formaccedilatildeo de um bloco econocircmico Inicialmente por volta da deacutecada de 30
ainda no Governo Vargas foram feitas algumas negociaccedilotildees para criar o BLOCO ABC
procurou-se formar a integraccedilatildeo dos trecircs paiacuteses mais fortes economicamente na Ameacuterica Latina
a Argentina o Brasil e o Chile Os paiacuteses sul americanos tiveram que enfrentar a resistecircncia do
governo dos EUA que natildeo via com bons olhos a imposiccedilatildeo de fronteiras econocircmicas pois
desejava continuar suprindo a Ameacuterica Latina com seus produtos industrializados e obtendo sua
mateacuteria prima
Anos mais tarde em 1948 foi criada a Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica
Latina - CEPAL subordinada ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees Unidas
representando outro importante instrumento para o desenvolvimento dos paiacuteses da Ameacuterica
Latina pois busca promover o desenvolvimento da Ameacuterica Latina estimulando a criaccedilatildeo de um
mercado comum latino americano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
20
O MERCOSUL considerado o mais recente esforccedilo para a integraccedilatildeo da
Ameacuterica Latina pode encontrar suas origens na criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo Latino-Americana de
Livre Comeacutercio ndash ALALC Este bloco tinha como objetivo implantar no prazo de 12 anos um
mercado comum regional por meio da formaccedilatildeo de uma zona de livre comeacutercio Criada em 1960
pelo Tratado de Montevideacuteu conhecido como TM-60 a ALALC era constituiacuteda pelos paiacuteses da
Ameacuterica do Sul excluindo-se deste grupo as Guianas e pelo Meacutexico O Tratado buscava ampliar
os mercados e alcanccedilar a liberalizaccedilatildeo do intercacircmbio eliminando as medidas protecionistas
Atraveacutes do Protocolo de Caracas a ideacuteia de criar um mercado comum em 12 anos teve seu prazo
aumentado para 1980 O objetivo era eliminar ateacute 1980 a maior quantidade imaginaacutevel de
restriccedilotildees comerciais existentes entre os integrantes do bloco
Os objetivos almejados pela ALALC natildeo foram alcanccedilados e dentre as razotildees
que levaram ao fracasso da Associaccedilatildeo encontra-se a falta de dinamismo por conta do elevado
nuacutemero de associados e suas diferenccedilas estruturais o vencimento do prazo determinado para a
obtenccedilatildeo de ecircxito do bloco entre outros motivos Durante a deacutecada de 70 a crise do petroacuteleo que
atingia a economia mundial causou uma intensa recessatildeo nos paiacuteses da Ameacuterica Latina e em
busca de uma alternativa para contornar o problema os paiacuteses latino-americanos reestruturaram a
ALALC fazendo surgir a Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo ndash ALADI criada em 1980
pelo Tratado de Montevideacuteu chamado TM-80 Ainda em vigor este Tratado compreende os
mesmos paiacuteses que compunham a ALALC Esse novo tratado requer que os paiacuteses membros
decircem continuidade ao processo de integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina colaborando para o
desenvolvimento econocircmico-social de uma forma mais equilibrada na regiatildeo Sua criaccedilatildeo
permitiu a promoccedilatildeo do aprofundamento do processo de integraccedilatildeo latino-americana e sua
finalidade eacute atingir a formaccedilatildeo de um mercado comum regional permitir o comeacutercio intra-
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
21
regional reciacuteproco promover o comeacutercio ampliaccedilatildeo de mercados desenvolvimento equilibrado e
o estabelecimento de preferecircncias regionais O TM-80 daacute aos Estados membros grande liberdade
para formular suas poliacuteticas comerciais e ainda uma maior flexibilidade para celebrar acordos
bilaterais ou multilaterais Com a criaccedilatildeo da ALADI houve um grande avanccedilo nas relaccedilotildees
comerciais entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina isso aconteceu devido agrave essa possibilidade de
realizaccedilatildeo de acordos bilaterais e outros de alcance regional entre os membros fazendo com que
aumentasse cada vez mais o comeacutercio bilateral e intra-regional na Ameacuterica Latina
A criaccedilatildeo da ALADI ainda parece ter beneficiado o processo de integraccedilatildeo
latino-americana Ficou extinta a ldquoclaacuteusula de naccedilatildeo mais favorecida regionalrdquo anteriormente
adotada pela ALALC permitindo assim conceder preferecircncia tarifaacuteria entre alguns membros da
ALADI sem a obrigatoriedade de dar preferecircncia a todos os integrantes da Associaccedilatildeo Apesar
do esforccedilo a ALADI natildeo conseguiu atingir seu objetivo de alcanccedilar uma integraccedilatildeo regional As
vaacuterias perspectivas geradas com a criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo foram extintas devido aos
acontecimentos no cenaacuterio internacional por volta do final da deacutecada de 70 Alguns fatores
comprometeram o crescimento do comeacutercio internacional e dificultaram o acesso de paiacuteses em
desenvolvimento agraves suas fontes externas de financiamento Dentre esses fatores se encontram o
segundo choque do petroacuteleo a elevaccedilatildeo do valor das taxas de juros internacionais e a recessatildeo
das economias de paiacuteses desenvolvidos Como os paiacuteses da Ameacuterica Latina estavam com a diacutevida
externa cada vez maior e sofrendo com a alta dos juros houve entre os paiacuteses integrantes da
ALADI a praacutetica cada vez mais frequumlente do protecionismo pois cada paiacutes passava a empregar
um amplo conjunto de medidas para controlar as importaccedilotildees Poreacutem o impacto dessa poliacutetica
sobre o comeacutercio intra-regional natildeo foi considerado eficaz pois aleacutem da reduccedilatildeo das importaccedilotildees
de cada paiacutes aconteceu tambeacutem uma proporcional reduccedilatildeo das trocas comerciais entre os paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
22
da proacutepria regiatildeo Haacute autores que dizem que a ALADI seguiu o mesmo modelo fracassado de
integraccedilatildeo regional que a ALALC onde o uacutenico agente eacute o Estado Isso porque o Tratado natildeo
considerava a livre circulaccedilatildeo de pessoas de empresas e de capitais privados e regionais e nem
de formas comunitaacuterias natildeo deixando espaccedilo para os verdadeiros interessados na integraccedilatildeo
regional
Mesmo a ALALC e a ALADI tendo obtido poucos resultados com relaccedilatildeo agrave
integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina ainda crescia o desejo pelo desenvolvimento de uma integraccedilatildeo
regional com destaque para o MERCOSUL que eacute considerado o processo de integraccedilatildeo regional
mais bem-sucedido da Ameacuterica Latina
12 Tratados do MERCOSUL
Eacute importante lembrar que os Estados-parte do MERCOSUL fazem parte do
GATT-OMC e suas accedilotildees devem estar adequadas ao regulamento desse acordo Isso acontece
devido agrave claacuteusula de habilitaccedilatildeo da Ronda Toacutequio que permite que os paiacuteses em
desenvolvimento natildeo apliquem o princiacutepio da naccedilatildeo mais favorecida
121 Tratado de Assunccedilatildeo
Foi assinado em 26 de marccedilo de 1991 o Tratado de Assunccedilatildeo visando agrave
constituiccedilatildeo de um mercado comum entre a Argentina o Brasil o Paraguai e o Uruguai Esse
tratado previa a liberalizaccedilatildeo comercial entre os paiacuteses-membros num periacuteodo de transiccedilatildeo ateacute
1994 Pode-se dividir a evoluccedilatildeo do MERCOSUL em dois periacuteodos o periacuteodo de transiccedilatildeo de
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
23
1991 a 1994 e a partir do iniacutecio de 1995 a existecircncia do MERCOSUL como uma Uniatildeo
Aduaneira
Eacute um acordo-quadro que apesar de natildeo criar um mercado comum estabelece
as metas do processo de integraccedilatildeo e a forma de alcanccedilaacute-las Um dos objetivos desse tratado eacute o
estabelecimento de uma tarifa externa comum a TEC e adoccedilatildeo de uma poliacutetica comercial
comum em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses Estabelece tambeacutem as condiccedilotildees para o surgimento de um
projeto de integraccedilatildeo que define seu objetivo agrave criaccedilatildeo de um mercado comum Este tratado
registra a vontade por parte dos quatro paiacuteses integrantes de se inserir com mais forccedila no
mercado mundial
O Tratado de Assunccedilatildeo eacute um acordo que agrave medida que se necessita vem sendo
complementado por outros instrumentos adicionais negociados entre os participantes do bloco
Inicialmente determina os meios para que ateacute o fim de 1994 se chegasse a uma uniatildeo aduaneira
que eacute a fase anterior ao mercado comum Poreacutem como eacute visto o MERCOSUL hoje ainda eacute uma
uniatildeo aduaneira imperfeita pois natildeo manteacutem a Tarifa Externa Comum (TEC) prevista para os
quatro Estados-membros
O Tratado de Assunccedilatildeo ato que fundou o MERCOSUL constitui um dos
principais instrumentos do processo de integraccedilatildeo acompanhado do Protocolo de Brasiacutelia de
1991 e ainda do Protocolo de Ouro Preto de 1994
Este tratado constitui a base de todo o sistema normativo do MERCOSUL
ordena e regulamenta as relaccedilotildees existentes entre os Estados integrantes do bloco
O Tratado de Assunccedilatildeo tem como objetivo principal a constituiccedilatildeo de um
mercado comum entre seus signataacuterios o que sugere tambeacutem a livre circulaccedilatildeo de bens serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
24
e fatores produtivos entre os Estados-parte eliminando as tarifas preacute-estabelecidas e as restriccedilotildees
natildeo tarifaacuterias No tratado estatildeo estabelecidos os elementos para a criaccedilatildeo de uma uniatildeo aduaneira
e por consequumlecircncia de uma poliacutetica comercial comum
De acordo com o Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE) o Tratado de
Assunccedilatildeo estabeleceu a utilizaccedilatildeo dos seguintes instrumentos para a constituiccedilatildeo do
MERCOSUL6
a) o cumprimento de um programa de liberalizaccedilatildeo comercial com reduccedilotildees tarifaacuterias
progressivas lineares e automaacuteticas acompanhadas da eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees natildeo-tarifaacuterias ou
de medidas de efeito equivalente
b) o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC) capaz de incentivar a
competitividade externa dos Estados-parte
c) a harmonizaccedilatildeo de poliacuteticas macroeconocircmicas e setoriais sempre que pertinente
O Tratado eacute sempre que necessaacuterio complementado por alguns instrumentos
adicionais acordados pelos quatro Estados-parte devido ao avanccedilo da integraccedilatildeo A intenccedilatildeo do
Tratado era de estabelecer condiccedilotildees para que se alcanccedilasse ateacute o fim de 1994 uma uniatildeo
aduaneira entre os quatro integrantes para posteriormente chegar a um mercado comum O MRE
mostra que o Tratado de Assunccedilatildeo determina alguns aspectos como7 estabelecer um programa de
liberalizaccedilatildeo comercial que consista de reduccedilotildees tarifaacuterias progressivas lineares e automaacuteticas
acompanhadas da eliminaccedilatildeo das barreiras natildeo tarifaacuterias coordenar poliacuteticas macro-econocircmicas
estabelecer uma Tarifa Externa Comum (TEC) estabelecer listas de exceccedilotildees ao programa de
6 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
25
liberalizaccedilatildeo para produtos considerados sensiacuteveis constituir um regime geral de origem e de
um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias
O Tratado de Assunccedilatildeo estabelece que o Poder Executivo de cada Estado-parte
deve manter informado seu respectivo Poder Legislativo sobre a evoluccedilatildeo do objeto deste tratado
o MERCOSUL
122 Protocolo de Brasiacutelia
Para solucionar os conflitos na esfera do MERCOSUL a forma escolhida foi a
arbitragem Portanto para cumprir determinaccedilatildeo do Tratado de Assunccedilatildeo designou-se um grupo
de trabalho que elaboraria um Sistema de Soluccedilatildeo de Controveacutersias entre os Estados-parte
Assim em dezembro de 1991 foi assinado o Protocolo de Brasiacutelia para Soluccedilatildeo de Controveacutersias
que passou a ter vigecircncia a partir de 1993
Este Protocolo no sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias tem como caracteriacutestica
ordenar que a soluccedilatildeo de controveacutersias ocorreraacute no plano diplomaacutetico por meio de negociaccedilotildees
diretas mas que possuem intervenccedilatildeo de oacutergatildeos institucionais como o Grupo Mercado Comum -
GMC- e se as dificuldades natildeo forem superadas utilizaraacute o procedimento arbitral O Protocolo
prevecirc tambeacutem poreacutem de maneira bem restrita e com normas complexas que particulares
pessoas fiacutesicas e juriacutedicas tenham acesso ao sistema com direito a reclamaccedilotildees pois o Tratado de
Assunccedilatildeo previa somente a participaccedilatildeo dos Estados-parte
7 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
26
A uacuteltima fase do Protocolo a instauraccedilatildeo de um Tribunal Arbitral proferiraacute a
decisatildeo por meio de laudos inapelaacuteveis e obrigatoacuterios para os Estados-parte na controveacutersia Essa
obrigatoriedade se daraacute a partir do recebimento da notificaccedilatildeo sobre a decisatildeo e os laudos teratildeo
forccedila de coisa julgada devendo ser cumpridos no prazo fixado pelo Tribunal Arbitral
O Protocolo de Brasiacutelia funciona como provisoacuterio fornecendo mecanismos para
a soluccedilatildeo de controveacutersias ateacute que entre em vigor o Sistema Permanente de Soluccedilotildees de
Controveacutersias Este sistema aleacutem de previsto no Tratado de Assunccedilatildeo ganhou forccedila com o
Protocolo de Ouro Preto quando diz que antes de se firmar uma Tarifa Externa Comum os
Estados-parte deveratildeo fazer uma revisatildeo do sistema atual para soluccedilatildeo de controveacutersias com o
objetivo de adotar o sistema permanente
123 Protocolo de Ouro Preto
O Protocolo de Ouro Preto ndash POP assinado em 1994 define a estrutura
institucional definitiva do MERCOSUL e firma a ideacuteia de avanccedilar na constituiccedilatildeo de um
mercado comum Este protocolo pode se adaptar a possiacuteveis circunstacircncias que se apresentem
pois por meio de uma conferecircncia diplomaacutetica sua estrutura pode ser reavaliada
O POP tem como principal atribuiccedilatildeo conferir personalidade juriacutedica ao
MERCOSUL sempre que ele tenha que se relacionar como bloco econocircmico com grupos de
paiacuteses e oacutergatildeos internacionais multilateraisO POP trouxe algumas inovaccedilotildees para a estrutura
orgacircnica do MERCOSUL com relaccedilatildeo agrave criaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos Este bloco pode contar agora
com os seguintes oacutergatildeos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
27
- Conselho do Mercado Comum (CMC)
- Grupo Mercado Comum (GMC)
- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)
- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)
- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)
- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)
Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de
Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte
reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a
decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o
encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver
uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc
teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado
reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante
poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de
Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de
Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares
13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu
Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem
conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo
regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
28
aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica
proacutepria
No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos
fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes
promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em
1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash
Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de
Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as
barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas
O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE
satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de
Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc
Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas
Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a
primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE
que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais
e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos
tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
29
parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila
comum (PESC)
O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs
pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica
externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria
Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais
elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo
Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma
deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para
um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de
acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE
14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia
Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros
fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e
Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda
aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez
com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-
se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios
tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a
ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
30
A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus
integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O
alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como
dos novos paiacuteses integrantes do bloco
ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)
Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455
milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou
preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados
pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo
15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia
As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as
importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL
8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
31
aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial
global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O
Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo
Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a
Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda
mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a
conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o
protecionismo adotado pela Europa
16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia
Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade
Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo
Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos
A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo
interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de
integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional
O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as
condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e
econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando
9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
32
a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)
Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas
regiotildees como conceitos baacutesicos
Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de
atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e
das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre
Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros
A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo
natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos
regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As
propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL
foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a
posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
33
2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE
Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e
Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute
de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e
Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de
envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da
Uniatildeo Europeacuteia
Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das
relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se
referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral
22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL
Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia
econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da
economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do
comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o
comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano
10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
34
Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das
exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo
Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do
Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira
Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros
paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido
com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a
Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees
Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve
um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$
45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila
comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do
MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno
crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL
passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees
Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees
brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina
23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina
Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai
para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
35
nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo
principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro
mercado comum
No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a
Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo
industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha
caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata
previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos
setoriais foram assinados bilateralmente
24 Produtos ou setores em potencial
A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila
de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees
europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-
tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral
permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a
UE
O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre
paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco
elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado
principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A
composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
36
importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do
MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e
ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu
25 Principais parceiros europeus
As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande
assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o
primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos
externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus
Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica
Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a
complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais
intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-
americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de
diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio
bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais
com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande
influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a
Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada
na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento
comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
37
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ
RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE
31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia
O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco
pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do
MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa
Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros
comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos
comerciais na Europa
Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do
Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto
que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com
relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve
queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve
uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos
anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e
menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil
passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda
de 10 nesse investimento
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
38
No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do
MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os
europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior
mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das
exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial
importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute
a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total
A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de
intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores
agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees
europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo
dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida
Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma
importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios
desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos
manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser
importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas
Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com
tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas
11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
39
Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta
de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as
maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados
representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros
quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo
eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos
Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II
32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil
Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco
econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a
assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos
tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL
Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de
facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo
acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram
negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL
com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados
europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia
A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais
nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que
temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
40
relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no
fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as
medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus
No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator
agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de
2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral
com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
41
CONCLUSAtildeO
As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito
tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se
aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial
implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente
conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados
Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos
data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina
individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se
com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as
partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados
A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos
causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e
Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um
desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo
com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e
falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a
formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse
fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados
que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
42
interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus
interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar
obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos
econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada
bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles
como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das
negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave
liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees
Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar
um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o
Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e
essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles
Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo
inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se
tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs
dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses
integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e
reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento
Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da
agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
43
Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor
agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta
de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses
desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil
esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor
Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do
Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC
depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia
Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a
pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade
eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os
subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre
MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas
do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
44
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005
bull AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972
bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004
bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004
bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003
bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004
bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998
bull GLOBAL 21 Disponiacutevel em lthttpwwwglobal21combrgt Acessado em 20 de novembro de 2005
bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001
bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
45
bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005
bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005
bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999
bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005
bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003
bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
46
ANEXO I
Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo
(valores totais em US$ e porcentuais)
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45
Exportaccedilotildees do Brasil
2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46
2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38
Importaccedilotildees do Brasil
2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44
Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28
2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23
Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31
Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees
2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
47
ANEXO II
Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL
Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp
Peso do MERCOSUL
nas Importaccedilotildees
extra UE 19982000
Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL
19982000
I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361
II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399
III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112
IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423
Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386
V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207
VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130
VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92
VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341
IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374
X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259
XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152
XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139
XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120
XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140
XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176
XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157
XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151
XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206
XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67
XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301
Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183
Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE
Totais por fator agregado
US$ F0B
Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s
A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935
2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111
Fonte
Anos de 19801992 = Banco do Brasil
Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
49
ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro
Uniatildeo Europeacuteia - UE
US$ F0B
E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s
A n o
US$ FOB (A)
Var
Part ()
US$ FOB (B)
Var ()
Part ()
Saldo (A-B)
Corrente Comeacutercio (A+B)
Cobertura (AB)
1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133
Obs () ()
VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil
IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
8
13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu 27
14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia 29
15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia 30
16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia 31
2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 33
21 - A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE 33
22 - A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL 33
23 - O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina 34
24 - Produtos ou setores em potencial 35
25 - Principais parceiros europeus 36
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE 37
31 - MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia 37
32 - Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil 39
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
9
CONCLUSAtildeO 41 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 44 ANEXO I 46 ANEXO II 47 ANEXO III 48 ANEXO IV 49
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
10
INTRODUCcedilAtildeO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO PROBLEMA
Apoacutes a Segunda Guerra Mundial tornou-se possiacutevel assistir a propagaccedilatildeo de
iniciativas de diversos Estados para promover o comeacutercio internacional e consequumlentemente
uma maior inserccedilatildeo de cada um deles no mercado mundial Essas iniciativas se realizaram por
meio de negociaccedilotildees acordos bilaterais ou multilaterais e pela formaccedilatildeo de blocos econocircmicos
regionais
No decorrer do estudo nota-se a preocupaccedilatildeo em entender ateacute que ponto as
relaccedilotildees inter-regionais entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia afetam o Brasil sendo vantajosas
ou natildeo para o paiacutes Para tanto o presente trabalho foi dividido em trecircs capiacutetulos que buscam dar
uma melhor abordagem sobre o tema em questatildeo
Sabendo que o antecedente imediato do MERCOSUL foi a integraccedilatildeo Brasil-
Argentina pode-se notar que esta uacuteltima foi impulsionada principalmente pela superaccedilatildeo das
divergecircncias geopoliacuteticas bilaterais pelo retorno agrave plenitude do regime democraacutetico nos dois
paiacuteses e pela crise do sistema econocircmico internacional Uma seacuterie de acordos bilaterais
precederam o MERCOSUL poreacutem o primeiro desses acordos a Declaraccedilatildeo de Iguaccedilu foi
firmada pelos presidentes Sarney e Alfonsiacuten em 1985 buscando acelerar o processo de
integraccedilatildeo dos dois paiacuteses Brasil e Argentina em diferentes aacutereas
Tendo conhecimento do que foi apresentado o primeiro capiacutetulo abordaraacute um
pouco da fase histoacuterica dos blocos Fala da criaccedilatildeo do MERCOSUL que remonta agrave ALALC ateacute
chegar agrave assinatura do Tratado de Assunccedilatildeo e seus protocolos adicionais de Brasiacutelia que
estabelece um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias e de Ouro Preto que traz modificaccedilotildees para a
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
11
estrutura orgacircnica criando diversos oacutergatildeos para o bloco A partir de entatildeo procura-se fazer uma
breve abordagem histoacuterica da Uniatildeo Europeacuteia analisando-a desde quando era ainda a CEE ateacute
consolidar-se por meio do Tratado de Maastricht tornando-se de fato a atual Uniatildeo Europeacuteia
com 25 membros Ainda no primeiro capiacutetulo eacute possiacutevel verificar a vontade desses dois blocos de
implementar um acordo inter-regional entre eles
Mais adiante seraacute dado enfoque agrave relevacircncia da participaccedilatildeo do Brasil no
comeacutercio com o MERCOSUL e no comeacutercio com a Uniatildeo Europeacuteia separadamente procurando
ressaltar os setores mais expressivos para as partes e seus parceiros mais importantes
Finalmente no uacuteltimo capiacutetulo seratildeo abordadas as consequumlecircncias positivas ou
negativas para o Brasil a partir da relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia lembrando que
apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar um acordo entre eles os europeus adotam
medidas protecionistas que muito afetam as intenccedilotildees dos paiacuteses latino-americanos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
12
IMPORTAcircNCIA DO TEMA E METODOLOGIA DE TRABALHO
Com o constante fenocircmeno da globalizaccedilatildeo o interesse dos Estados por
mercados estrangeiros eacute cada vez maior proporcionando assim oportunidades para os paiacuteses
geograficamente mais proacuteximos se unirem formando grandes blocos econocircmicos atraveacutes do
processo de integraccedilatildeo regional Devido a vantagens e benefiacutecios oferecidos os paiacuteses optam cada
vez mais por integrar-se com seus vizinhos para adquirir mais forccedila e competitividade no cenaacuterio
internacional Esse processo de integraccedilatildeo pode ser facilmente observado como mostra o
trabalho na Ameacuterica Latina e na Europa com a criaccedilatildeo do Mercado Comum do Sul
(MERCOSUL) e da Uniatildeo Europeacuteia respectivamente
O interesse pelo tema surgiu da importacircncia no atual cenaacuterio internacional de
se obter uma visatildeo a partir da oacutetica do Brasil como maior economia do MERCOSUL com
relaccedilatildeo ao intercacircmbio comercial entre este bloco e a Uniatildeo Europeacuteia Estudar a relaccedilatildeo entre os
dois blocos torna mais faacutecil visualizar a participaccedilatildeo do Brasil no comeacutercio com cada um deles
individualmente e de sua situaccedilatildeo e eventuais consequumlecircncias para o paiacutes devido a essa relaccedilatildeo
inter-regional que tende a crescer cada vez mais
Este trabalho foi realizado baseado em fontes secundaacuterias como livros teses
textos especializados jornais revistas internet dados e tabelas para maior esclarecimento do que
foi abordado
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
13
REFERENCIAL TEOacuteRICO
Foi principalmente apoacutes a Segunda Guerra Mundial que surgiu o fenocircmeno da
integraccedilatildeo econocircmica regional que desde entatildeo tem sido objeto de estudo para a economia
poliacutetica O conceito de integraccedilatildeo eacute recente se implanta perfeitamente no atual panorama
econocircmico mundial e eacute marcado pelo multilateralismo das relaccedilotildees comerciais e pela
regionalizaccedilatildeo econocircmica Eacute um fato comum no mundo atual Quase todas as grandes economias
mundiais encontram-se de alguma forma envolvidas em processos de integraccedilatildeo econocircmica
Esse fenocircmeno se introduz no problema enfrentado por todas as naccedilotildees
modernas o protecionismo contra liberalismo comercial O protecionismo aumenta e favorece a
industrializaccedilatildeo de um paiacutes mas por outro lado apoacutes certo tempo tambeacutem favorece o
surgimento de monopoacutelios internos com visiacutevel desvantagem para o consumidor que natildeo tem
acesso a novos produtos lanccedilados no mercado internacional e soacute pode escolher entre os ofertados
no mercado interno Como natildeo haacute concorrecircncia internacional e satildeo produzidos por empresas
abrigadas sob o protecionismo os produtos nacionais tecircm a tendecircncia de serem caros e de baixa
qualidade
Ao se desestruturar os mecanismos da proteccedilatildeo a liberalizaccedilatildeo comercial
deixou de ser uma simples alternativa e passou a significar uma caracteriacutestica da economia
mundial Reuacutenem-se paiacuteses regionalmente para assim alcanccedilar novos paiacuteses sendo vizinhos ou
natildeo e ampliar o espaccedilo econocircmico integrado
A integraccedilatildeo deve ser entendida como um processo de unificaccedilatildeo de
sociedades que tendem a formar uma coletividade harmoniosa a partir de liberalizaccedilotildees das
trocas comerciais dos movimentos de capitais pessoas serviccedilos e reduccedilotildees de discriminaccedilotildees
entre os estados membros1
1 VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
14
Segundo o MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES os processos de
integraccedilatildeo econocircmica satildeo conjuntos de medidas de caraacuteter econocircmico e comercial que tecircm por
finalidade originar a aproximaccedilatildeo e consequumlentemente a uniatildeo entre as economias de dois ou
mais paiacuteses Essa aproximaccedilatildeo deve ter por objetivo natildeo somente laccedilos econocircmicos mas
tambeacutem poliacuteticos e sociais
A integraccedilatildeo consiste em estabelecer um novo ambiente econocircmico poliacutetico e
cultural a partir de vaacuterios ambientes econocircmicos Haacute uma eliminaccedilatildeo de formas de
discriminaccedilotildees iniciais como no aspecto comercial ou no que concerne agrave circulaccedilatildeo de pessoas
serviccedilos e capitais em processos de integraccedilatildeo mais avanccedilados
Os processos de integraccedilatildeo de mercados representam o auge da globalizaccedilatildeo e
internacionalizaccedilatildeo da economia o que resulta em tendecircncias de interdependecircncia e
uniformidade a chamada homogeneizaccedilatildeo A economia transnacional se sobrepotildee agrave soberania
dos Estados gerando assim novas territorizaccedilotildees sem raiacutezes culturais
As poliacuteticas de integraccedilatildeo econocircmica podem ser positivas ou negativas Nas
positivas ocorrem modificaccedilotildees dos instrumentos existentes ndash matildeo-de-obra barata infra-
estrutura mobilidade de um paiacutes a outro etc ndash e a criaccedilatildeo de instituiccedilotildees para permitir o
aprofundamento da unificaccedilatildeo dos mercados e seu efetivo funcionamento Jaacute nas poliacuteticas
negativas acontece a remoccedilatildeo total de barreiras ao comeacutercio internacional ou restriccedilatildeo ao
processo de liberalizaccedilatildeo comercial
VINER (1949) criou as bases da integraccedilatildeo econocircmica a partir da teoria pura do
comeacutercio internacional Foi ele tambeacutem quem fez a distinccedilatildeo entre criaccedilatildeo de comeacutercio e desvio
de comeacutercio
A integraccedilatildeo econocircmica entre paiacuteses em desenvolvimento seria uma alternativa
para viabilizar uma estrateacutegia de desenvolvimento que seria irrealizaacutevel nas dimensotildees de
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
15
pequenas economias perifeacutericas Essas razotildees levaram os economistas da CEPAL a defenderem a
necessidade da integraccedilatildeo das economias latino-americanas
Os processos de integraccedilatildeo2 buscam alcanccedilar diversos objetivos tais como a
ampliaccedilatildeo da resistecircncia frente agraves barreiras aduaneiras a ampliaccedilatildeo dos mercados o estiacutemulo do
intercambio tecnoloacutegico uma maior facilidade de acesso a mateacuterias primas e o maior poder de
pressatildeo na defesa de seus interesses nas negociaccedilotildees internacionais Tendo visto isso pode-se
observar que haacute diferentes formas e etapas de integraccedilatildeo divididos em vaacuterios estaacutegios definidos
como
a) Zonas de Preferecircncias Tarifaacuterias ndash caracteriza-se pela reduccedilatildeo de tarifas para uma
gama variada de produtos abrangendo parte do universo tarifaacuterio sem que se implique na
eliminaccedilatildeo total dos direitos aduaneiros e na reduccedilatildeo ou eliminaccedilatildeo de outras restriccedilotildees ao
comeacutercio Esses acordos violam a claacuteusula de Naccedilatildeo Mais Favorecida do GATT3 mas satildeo
admitidos entre paiacuteses em desenvolvimento e satildeo praticados pelos paiacuteses desenvolvidos atraveacutes
do Sistema Geral de Preferecircncias (SGP) criado pela Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre o
Comeacutercio e o Desenvolvimento (UNCTAD)
b) Zona de Livre Comeacutercio ndash trata-se da forma mais simples de associaccedilatildeo entre
Estados admitida pelo GATT Caracteriza-se pela eliminaccedilatildeo de tarifas aduaneiras e outras
restriccedilotildees ao comeacutercio entre os paiacuteses que dela participam Poreacutem cada paiacutes preserva sua
autonomia na poliacutetica comercial em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses
2 BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972 3 GATT ndash Acordo Geral sobre Tarifas e Comeacutercio assinado por 23 paiacuteses O artigo XXIV do acordo permite a formaccedilatildeo de uniotildees aduaneiras e aacutereas de livre comeacutercio sob certas condiccedilotildees
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
16
c) Uniatildeo Aduaneira ndash caracteriza-se pela ausecircncia de barreiras ao comeacutercio entre
paiacuteses-membros pressupotildee uma poliacutetica comercial comum em relaccedilatildeo a paiacuteses natildeo-membros e a
adoccedilatildeo de uma Tarifa Externa Comum (TEC) A uniatildeo aduaneira pressupotildee ainda a
harmonizaccedilatildeo de instrumentos da poliacutetica comercial tais como diferentes sistemas monetaacuterios
fiscais etc que possam vir a originar problemas
d) Mercado Comum ndash consiste em uma uniatildeo aduaneira na qual os estados membros
determinam a eliminaccedilatildeo das restriccedilotildees sobre produtos bem como a livre circulaccedilatildeo dos demais
fatores produtivos como pessoas serviccedilos e capital eacute uma forma mais elevada de integraccedilatildeo
econocircmica
e) Uniatildeo Econocircmica ndash caracteriza-se pelo estabelecimento de uma autoridade
supranacional que se responsabiliza pela aplicaccedilatildeo das poliacuteticas comuns define criteacuterios e
distingue-se de um mercado comum por associar a eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees aos movimentos de
mercadorias e fatores com um certo grau de harmonizaccedilatildeo das poliacuteticas econocircmicas nacionais de
forma a abolir as discriminaccedilotildees resultantes das disparidades existentes entre essas poliacuteticas
f) Integraccedilatildeo Econocircmica Total ndash para Balassa4 essa forma de integraccedilatildeo pressupotildee a
unificaccedilatildeo das poliacuteticas monetaacuterias fiscais sociais e anticiacuteclicas e exige o estabelecimento de
uma autoridade supranacional cujas decisotildees satildeo obrigatoacuterias para os Estados-membros
g) Uniatildeo Poliacutetica ndash essa eacute uma forma de integraccedilatildeo que se caracteriza pela instituiccedilatildeo
de uma federaccedilatildeo de Estados com autoridade poliacutetica unificada ou formaccedilatildeo de Estados na qual
4 Bela Balassa op Cit p 11
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
17
apenas as aacutereas acordadas passam a ser objeto de controle de instituiccedilotildees supranacionais Em
geral a formaccedilatildeo de uma uniatildeo poliacutetica deve envolver cooperaccedilatildeo em termos da poliacutetica externa
e de defesa5
Eacute bastante antiga a noccedilatildeo de que uma zona de livre comeacutercio e uma uniatildeo
aduaneira ajudam para o aumento do bem-estar mas foi Jacob Viner em 1950 que formulou
uma teoria dos efeitos econocircmicos de uma uniatildeo aduaneira Essa teoria eacute baseada nos efeitos da
uniatildeo aduaneira sobre os produtos Foi entatildeo que introduziu os conceitos de criaccedilatildeo de comeacutercio
e desvio de comeacutercio
Viner investigou os efeitos de uma uniatildeo aduaneira nas correntes de trocas e fez
a distribuiccedilatildeo entre o efeito de desvio de comeacutercio resultante de uma uniatildeo Outros autores
tambeacutem abordaram estes problemas poreacutem num esquema menos preciso e sem utilizar a
terminologia de Viner
A criaccedilatildeo de comeacutercio eacute o mecanismo de ampliaccedilatildeo das transaccedilotildees comerciais
entre os paiacuteses membros de uma uniatildeo aduaneira a partir da unificaccedilatildeo de preccedilos dos produtos na
regiatildeo apoacutes a queda das barreiras tarifaacuterias Entende-se por desvio de comeacutercio o mecanismo de
reduccedilatildeo de comeacutercio com paiacuteses natildeo-membros da uniatildeo aduaneira em benefiacutecio do aumento do
comeacutercio intra-regional
Os efeitos positivos sobre a produccedilatildeo resultam do desvio de compras de um
dado bem de fontes de produccedilatildeo interna de custos mais altos para outras de custos mais
5 MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
18
reduzidos localizadas em paiacuteses membros Jaacute os efeitos negativos sobre a produccedilatildeo dizem
respeito a um desvio das fontes de produccedilatildeo com custos mais baixos paiacuteses estrangeiros para
fontes de produccedilatildeo com custos mais elevados paiacuteses membros Segundo Viner os efeitos
beneacuteficos da uniatildeo aduaneira seratildeo predominantes se o aumento de comeacutercio for superior ao seu
desvio
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
19
1 MERCOSUL E UNIAtildeO EUROPEacuteIA
11 MERCOSUL antecedentes histoacutericos
A Ameacuterica Latina vem haacute tempos buscando aumentar os laccedilos econocircmicos
entre seus paiacuteses atraveacutes da criaccedilatildeo de blocos regionais Vaacuterios foram os idealizadores da
integraccedilatildeo entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina dentre eles estaacute o presidente Getuacutelio Vargas que na
primeira metade do seacuteculo XX almejava a integraccedilatildeo das principais economias da Ameacuterica
Latina atraveacutes da formaccedilatildeo de um bloco econocircmico Inicialmente por volta da deacutecada de 30
ainda no Governo Vargas foram feitas algumas negociaccedilotildees para criar o BLOCO ABC
procurou-se formar a integraccedilatildeo dos trecircs paiacuteses mais fortes economicamente na Ameacuterica Latina
a Argentina o Brasil e o Chile Os paiacuteses sul americanos tiveram que enfrentar a resistecircncia do
governo dos EUA que natildeo via com bons olhos a imposiccedilatildeo de fronteiras econocircmicas pois
desejava continuar suprindo a Ameacuterica Latina com seus produtos industrializados e obtendo sua
mateacuteria prima
Anos mais tarde em 1948 foi criada a Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica
Latina - CEPAL subordinada ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees Unidas
representando outro importante instrumento para o desenvolvimento dos paiacuteses da Ameacuterica
Latina pois busca promover o desenvolvimento da Ameacuterica Latina estimulando a criaccedilatildeo de um
mercado comum latino americano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
20
O MERCOSUL considerado o mais recente esforccedilo para a integraccedilatildeo da
Ameacuterica Latina pode encontrar suas origens na criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo Latino-Americana de
Livre Comeacutercio ndash ALALC Este bloco tinha como objetivo implantar no prazo de 12 anos um
mercado comum regional por meio da formaccedilatildeo de uma zona de livre comeacutercio Criada em 1960
pelo Tratado de Montevideacuteu conhecido como TM-60 a ALALC era constituiacuteda pelos paiacuteses da
Ameacuterica do Sul excluindo-se deste grupo as Guianas e pelo Meacutexico O Tratado buscava ampliar
os mercados e alcanccedilar a liberalizaccedilatildeo do intercacircmbio eliminando as medidas protecionistas
Atraveacutes do Protocolo de Caracas a ideacuteia de criar um mercado comum em 12 anos teve seu prazo
aumentado para 1980 O objetivo era eliminar ateacute 1980 a maior quantidade imaginaacutevel de
restriccedilotildees comerciais existentes entre os integrantes do bloco
Os objetivos almejados pela ALALC natildeo foram alcanccedilados e dentre as razotildees
que levaram ao fracasso da Associaccedilatildeo encontra-se a falta de dinamismo por conta do elevado
nuacutemero de associados e suas diferenccedilas estruturais o vencimento do prazo determinado para a
obtenccedilatildeo de ecircxito do bloco entre outros motivos Durante a deacutecada de 70 a crise do petroacuteleo que
atingia a economia mundial causou uma intensa recessatildeo nos paiacuteses da Ameacuterica Latina e em
busca de uma alternativa para contornar o problema os paiacuteses latino-americanos reestruturaram a
ALALC fazendo surgir a Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo ndash ALADI criada em 1980
pelo Tratado de Montevideacuteu chamado TM-80 Ainda em vigor este Tratado compreende os
mesmos paiacuteses que compunham a ALALC Esse novo tratado requer que os paiacuteses membros
decircem continuidade ao processo de integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina colaborando para o
desenvolvimento econocircmico-social de uma forma mais equilibrada na regiatildeo Sua criaccedilatildeo
permitiu a promoccedilatildeo do aprofundamento do processo de integraccedilatildeo latino-americana e sua
finalidade eacute atingir a formaccedilatildeo de um mercado comum regional permitir o comeacutercio intra-
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
21
regional reciacuteproco promover o comeacutercio ampliaccedilatildeo de mercados desenvolvimento equilibrado e
o estabelecimento de preferecircncias regionais O TM-80 daacute aos Estados membros grande liberdade
para formular suas poliacuteticas comerciais e ainda uma maior flexibilidade para celebrar acordos
bilaterais ou multilaterais Com a criaccedilatildeo da ALADI houve um grande avanccedilo nas relaccedilotildees
comerciais entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina isso aconteceu devido agrave essa possibilidade de
realizaccedilatildeo de acordos bilaterais e outros de alcance regional entre os membros fazendo com que
aumentasse cada vez mais o comeacutercio bilateral e intra-regional na Ameacuterica Latina
A criaccedilatildeo da ALADI ainda parece ter beneficiado o processo de integraccedilatildeo
latino-americana Ficou extinta a ldquoclaacuteusula de naccedilatildeo mais favorecida regionalrdquo anteriormente
adotada pela ALALC permitindo assim conceder preferecircncia tarifaacuteria entre alguns membros da
ALADI sem a obrigatoriedade de dar preferecircncia a todos os integrantes da Associaccedilatildeo Apesar
do esforccedilo a ALADI natildeo conseguiu atingir seu objetivo de alcanccedilar uma integraccedilatildeo regional As
vaacuterias perspectivas geradas com a criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo foram extintas devido aos
acontecimentos no cenaacuterio internacional por volta do final da deacutecada de 70 Alguns fatores
comprometeram o crescimento do comeacutercio internacional e dificultaram o acesso de paiacuteses em
desenvolvimento agraves suas fontes externas de financiamento Dentre esses fatores se encontram o
segundo choque do petroacuteleo a elevaccedilatildeo do valor das taxas de juros internacionais e a recessatildeo
das economias de paiacuteses desenvolvidos Como os paiacuteses da Ameacuterica Latina estavam com a diacutevida
externa cada vez maior e sofrendo com a alta dos juros houve entre os paiacuteses integrantes da
ALADI a praacutetica cada vez mais frequumlente do protecionismo pois cada paiacutes passava a empregar
um amplo conjunto de medidas para controlar as importaccedilotildees Poreacutem o impacto dessa poliacutetica
sobre o comeacutercio intra-regional natildeo foi considerado eficaz pois aleacutem da reduccedilatildeo das importaccedilotildees
de cada paiacutes aconteceu tambeacutem uma proporcional reduccedilatildeo das trocas comerciais entre os paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
22
da proacutepria regiatildeo Haacute autores que dizem que a ALADI seguiu o mesmo modelo fracassado de
integraccedilatildeo regional que a ALALC onde o uacutenico agente eacute o Estado Isso porque o Tratado natildeo
considerava a livre circulaccedilatildeo de pessoas de empresas e de capitais privados e regionais e nem
de formas comunitaacuterias natildeo deixando espaccedilo para os verdadeiros interessados na integraccedilatildeo
regional
Mesmo a ALALC e a ALADI tendo obtido poucos resultados com relaccedilatildeo agrave
integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina ainda crescia o desejo pelo desenvolvimento de uma integraccedilatildeo
regional com destaque para o MERCOSUL que eacute considerado o processo de integraccedilatildeo regional
mais bem-sucedido da Ameacuterica Latina
12 Tratados do MERCOSUL
Eacute importante lembrar que os Estados-parte do MERCOSUL fazem parte do
GATT-OMC e suas accedilotildees devem estar adequadas ao regulamento desse acordo Isso acontece
devido agrave claacuteusula de habilitaccedilatildeo da Ronda Toacutequio que permite que os paiacuteses em
desenvolvimento natildeo apliquem o princiacutepio da naccedilatildeo mais favorecida
121 Tratado de Assunccedilatildeo
Foi assinado em 26 de marccedilo de 1991 o Tratado de Assunccedilatildeo visando agrave
constituiccedilatildeo de um mercado comum entre a Argentina o Brasil o Paraguai e o Uruguai Esse
tratado previa a liberalizaccedilatildeo comercial entre os paiacuteses-membros num periacuteodo de transiccedilatildeo ateacute
1994 Pode-se dividir a evoluccedilatildeo do MERCOSUL em dois periacuteodos o periacuteodo de transiccedilatildeo de
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
23
1991 a 1994 e a partir do iniacutecio de 1995 a existecircncia do MERCOSUL como uma Uniatildeo
Aduaneira
Eacute um acordo-quadro que apesar de natildeo criar um mercado comum estabelece
as metas do processo de integraccedilatildeo e a forma de alcanccedilaacute-las Um dos objetivos desse tratado eacute o
estabelecimento de uma tarifa externa comum a TEC e adoccedilatildeo de uma poliacutetica comercial
comum em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses Estabelece tambeacutem as condiccedilotildees para o surgimento de um
projeto de integraccedilatildeo que define seu objetivo agrave criaccedilatildeo de um mercado comum Este tratado
registra a vontade por parte dos quatro paiacuteses integrantes de se inserir com mais forccedila no
mercado mundial
O Tratado de Assunccedilatildeo eacute um acordo que agrave medida que se necessita vem sendo
complementado por outros instrumentos adicionais negociados entre os participantes do bloco
Inicialmente determina os meios para que ateacute o fim de 1994 se chegasse a uma uniatildeo aduaneira
que eacute a fase anterior ao mercado comum Poreacutem como eacute visto o MERCOSUL hoje ainda eacute uma
uniatildeo aduaneira imperfeita pois natildeo manteacutem a Tarifa Externa Comum (TEC) prevista para os
quatro Estados-membros
O Tratado de Assunccedilatildeo ato que fundou o MERCOSUL constitui um dos
principais instrumentos do processo de integraccedilatildeo acompanhado do Protocolo de Brasiacutelia de
1991 e ainda do Protocolo de Ouro Preto de 1994
Este tratado constitui a base de todo o sistema normativo do MERCOSUL
ordena e regulamenta as relaccedilotildees existentes entre os Estados integrantes do bloco
O Tratado de Assunccedilatildeo tem como objetivo principal a constituiccedilatildeo de um
mercado comum entre seus signataacuterios o que sugere tambeacutem a livre circulaccedilatildeo de bens serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
24
e fatores produtivos entre os Estados-parte eliminando as tarifas preacute-estabelecidas e as restriccedilotildees
natildeo tarifaacuterias No tratado estatildeo estabelecidos os elementos para a criaccedilatildeo de uma uniatildeo aduaneira
e por consequumlecircncia de uma poliacutetica comercial comum
De acordo com o Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE) o Tratado de
Assunccedilatildeo estabeleceu a utilizaccedilatildeo dos seguintes instrumentos para a constituiccedilatildeo do
MERCOSUL6
a) o cumprimento de um programa de liberalizaccedilatildeo comercial com reduccedilotildees tarifaacuterias
progressivas lineares e automaacuteticas acompanhadas da eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees natildeo-tarifaacuterias ou
de medidas de efeito equivalente
b) o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC) capaz de incentivar a
competitividade externa dos Estados-parte
c) a harmonizaccedilatildeo de poliacuteticas macroeconocircmicas e setoriais sempre que pertinente
O Tratado eacute sempre que necessaacuterio complementado por alguns instrumentos
adicionais acordados pelos quatro Estados-parte devido ao avanccedilo da integraccedilatildeo A intenccedilatildeo do
Tratado era de estabelecer condiccedilotildees para que se alcanccedilasse ateacute o fim de 1994 uma uniatildeo
aduaneira entre os quatro integrantes para posteriormente chegar a um mercado comum O MRE
mostra que o Tratado de Assunccedilatildeo determina alguns aspectos como7 estabelecer um programa de
liberalizaccedilatildeo comercial que consista de reduccedilotildees tarifaacuterias progressivas lineares e automaacuteticas
acompanhadas da eliminaccedilatildeo das barreiras natildeo tarifaacuterias coordenar poliacuteticas macro-econocircmicas
estabelecer uma Tarifa Externa Comum (TEC) estabelecer listas de exceccedilotildees ao programa de
6 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
25
liberalizaccedilatildeo para produtos considerados sensiacuteveis constituir um regime geral de origem e de
um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias
O Tratado de Assunccedilatildeo estabelece que o Poder Executivo de cada Estado-parte
deve manter informado seu respectivo Poder Legislativo sobre a evoluccedilatildeo do objeto deste tratado
o MERCOSUL
122 Protocolo de Brasiacutelia
Para solucionar os conflitos na esfera do MERCOSUL a forma escolhida foi a
arbitragem Portanto para cumprir determinaccedilatildeo do Tratado de Assunccedilatildeo designou-se um grupo
de trabalho que elaboraria um Sistema de Soluccedilatildeo de Controveacutersias entre os Estados-parte
Assim em dezembro de 1991 foi assinado o Protocolo de Brasiacutelia para Soluccedilatildeo de Controveacutersias
que passou a ter vigecircncia a partir de 1993
Este Protocolo no sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias tem como caracteriacutestica
ordenar que a soluccedilatildeo de controveacutersias ocorreraacute no plano diplomaacutetico por meio de negociaccedilotildees
diretas mas que possuem intervenccedilatildeo de oacutergatildeos institucionais como o Grupo Mercado Comum -
GMC- e se as dificuldades natildeo forem superadas utilizaraacute o procedimento arbitral O Protocolo
prevecirc tambeacutem poreacutem de maneira bem restrita e com normas complexas que particulares
pessoas fiacutesicas e juriacutedicas tenham acesso ao sistema com direito a reclamaccedilotildees pois o Tratado de
Assunccedilatildeo previa somente a participaccedilatildeo dos Estados-parte
7 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
26
A uacuteltima fase do Protocolo a instauraccedilatildeo de um Tribunal Arbitral proferiraacute a
decisatildeo por meio de laudos inapelaacuteveis e obrigatoacuterios para os Estados-parte na controveacutersia Essa
obrigatoriedade se daraacute a partir do recebimento da notificaccedilatildeo sobre a decisatildeo e os laudos teratildeo
forccedila de coisa julgada devendo ser cumpridos no prazo fixado pelo Tribunal Arbitral
O Protocolo de Brasiacutelia funciona como provisoacuterio fornecendo mecanismos para
a soluccedilatildeo de controveacutersias ateacute que entre em vigor o Sistema Permanente de Soluccedilotildees de
Controveacutersias Este sistema aleacutem de previsto no Tratado de Assunccedilatildeo ganhou forccedila com o
Protocolo de Ouro Preto quando diz que antes de se firmar uma Tarifa Externa Comum os
Estados-parte deveratildeo fazer uma revisatildeo do sistema atual para soluccedilatildeo de controveacutersias com o
objetivo de adotar o sistema permanente
123 Protocolo de Ouro Preto
O Protocolo de Ouro Preto ndash POP assinado em 1994 define a estrutura
institucional definitiva do MERCOSUL e firma a ideacuteia de avanccedilar na constituiccedilatildeo de um
mercado comum Este protocolo pode se adaptar a possiacuteveis circunstacircncias que se apresentem
pois por meio de uma conferecircncia diplomaacutetica sua estrutura pode ser reavaliada
O POP tem como principal atribuiccedilatildeo conferir personalidade juriacutedica ao
MERCOSUL sempre que ele tenha que se relacionar como bloco econocircmico com grupos de
paiacuteses e oacutergatildeos internacionais multilateraisO POP trouxe algumas inovaccedilotildees para a estrutura
orgacircnica do MERCOSUL com relaccedilatildeo agrave criaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos Este bloco pode contar agora
com os seguintes oacutergatildeos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
27
- Conselho do Mercado Comum (CMC)
- Grupo Mercado Comum (GMC)
- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)
- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)
- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)
- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)
Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de
Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte
reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a
decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o
encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver
uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc
teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado
reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante
poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de
Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de
Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares
13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu
Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem
conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo
regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
28
aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica
proacutepria
No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos
fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes
promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em
1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash
Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de
Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as
barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas
O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE
satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de
Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc
Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas
Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a
primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE
que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais
e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos
tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
29
parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila
comum (PESC)
O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs
pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica
externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria
Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais
elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo
Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma
deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para
um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de
acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE
14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia
Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros
fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e
Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda
aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez
com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-
se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios
tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a
ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
30
A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus
integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O
alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como
dos novos paiacuteses integrantes do bloco
ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)
Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455
milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou
preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados
pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo
15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia
As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as
importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL
8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
31
aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial
global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O
Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo
Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a
Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda
mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a
conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o
protecionismo adotado pela Europa
16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia
Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade
Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo
Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos
A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo
interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de
integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional
O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as
condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e
econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando
9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
32
a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)
Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas
regiotildees como conceitos baacutesicos
Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de
atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e
das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre
Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros
A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo
natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos
regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As
propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL
foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a
posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
33
2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE
Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e
Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute
de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e
Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de
envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da
Uniatildeo Europeacuteia
Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das
relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se
referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral
22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL
Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia
econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da
economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do
comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o
comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano
10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
34
Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das
exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo
Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do
Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira
Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros
paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido
com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a
Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees
Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve
um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$
45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila
comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do
MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno
crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL
passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees
Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees
brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina
23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina
Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai
para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
35
nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo
principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro
mercado comum
No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a
Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo
industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha
caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata
previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos
setoriais foram assinados bilateralmente
24 Produtos ou setores em potencial
A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila
de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees
europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-
tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral
permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a
UE
O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre
paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco
elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado
principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A
composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
36
importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do
MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e
ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu
25 Principais parceiros europeus
As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande
assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o
primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos
externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus
Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica
Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a
complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais
intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-
americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de
diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio
bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais
com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande
influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a
Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada
na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento
comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
37
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ
RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE
31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia
O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco
pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do
MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa
Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros
comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos
comerciais na Europa
Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do
Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto
que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com
relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve
queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve
uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos
anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e
menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil
passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda
de 10 nesse investimento
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
38
No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do
MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os
europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior
mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das
exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial
importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute
a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total
A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de
intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores
agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees
europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo
dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida
Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma
importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios
desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos
manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser
importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas
Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com
tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas
11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
39
Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta
de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as
maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados
representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros
quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo
eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos
Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II
32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil
Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco
econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a
assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos
tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL
Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de
facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo
acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram
negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL
com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados
europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia
A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais
nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que
temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
40
relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no
fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as
medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus
No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator
agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de
2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral
com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
41
CONCLUSAtildeO
As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito
tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se
aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial
implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente
conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados
Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos
data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina
individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se
com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as
partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados
A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos
causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e
Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um
desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo
com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e
falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a
formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse
fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados
que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
42
interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus
interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar
obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos
econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada
bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles
como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das
negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave
liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees
Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar
um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o
Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e
essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles
Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo
inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se
tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs
dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses
integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e
reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento
Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da
agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
43
Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor
agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta
de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses
desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil
esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor
Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do
Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC
depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia
Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a
pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade
eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os
subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre
MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas
do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
44
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005
bull AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972
bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004
bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004
bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003
bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004
bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998
bull GLOBAL 21 Disponiacutevel em lthttpwwwglobal21combrgt Acessado em 20 de novembro de 2005
bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001
bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
45
bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005
bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005
bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999
bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005
bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003
bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
46
ANEXO I
Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo
(valores totais em US$ e porcentuais)
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45
Exportaccedilotildees do Brasil
2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46
2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38
Importaccedilotildees do Brasil
2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44
Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28
2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23
Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31
Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees
2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
47
ANEXO II
Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL
Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp
Peso do MERCOSUL
nas Importaccedilotildees
extra UE 19982000
Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL
19982000
I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361
II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399
III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112
IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423
Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386
V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207
VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130
VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92
VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341
IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374
X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259
XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152
XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139
XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120
XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140
XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176
XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157
XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151
XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206
XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67
XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301
Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183
Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE
Totais por fator agregado
US$ F0B
Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s
A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935
2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111
Fonte
Anos de 19801992 = Banco do Brasil
Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
49
ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro
Uniatildeo Europeacuteia - UE
US$ F0B
E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s
A n o
US$ FOB (A)
Var
Part ()
US$ FOB (B)
Var ()
Part ()
Saldo (A-B)
Corrente Comeacutercio (A+B)
Cobertura (AB)
1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133
Obs () ()
VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil
IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
9
CONCLUSAtildeO 41 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS 44 ANEXO I 46 ANEXO II 47 ANEXO III 48 ANEXO IV 49
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
10
INTRODUCcedilAtildeO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO PROBLEMA
Apoacutes a Segunda Guerra Mundial tornou-se possiacutevel assistir a propagaccedilatildeo de
iniciativas de diversos Estados para promover o comeacutercio internacional e consequumlentemente
uma maior inserccedilatildeo de cada um deles no mercado mundial Essas iniciativas se realizaram por
meio de negociaccedilotildees acordos bilaterais ou multilaterais e pela formaccedilatildeo de blocos econocircmicos
regionais
No decorrer do estudo nota-se a preocupaccedilatildeo em entender ateacute que ponto as
relaccedilotildees inter-regionais entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia afetam o Brasil sendo vantajosas
ou natildeo para o paiacutes Para tanto o presente trabalho foi dividido em trecircs capiacutetulos que buscam dar
uma melhor abordagem sobre o tema em questatildeo
Sabendo que o antecedente imediato do MERCOSUL foi a integraccedilatildeo Brasil-
Argentina pode-se notar que esta uacuteltima foi impulsionada principalmente pela superaccedilatildeo das
divergecircncias geopoliacuteticas bilaterais pelo retorno agrave plenitude do regime democraacutetico nos dois
paiacuteses e pela crise do sistema econocircmico internacional Uma seacuterie de acordos bilaterais
precederam o MERCOSUL poreacutem o primeiro desses acordos a Declaraccedilatildeo de Iguaccedilu foi
firmada pelos presidentes Sarney e Alfonsiacuten em 1985 buscando acelerar o processo de
integraccedilatildeo dos dois paiacuteses Brasil e Argentina em diferentes aacutereas
Tendo conhecimento do que foi apresentado o primeiro capiacutetulo abordaraacute um
pouco da fase histoacuterica dos blocos Fala da criaccedilatildeo do MERCOSUL que remonta agrave ALALC ateacute
chegar agrave assinatura do Tratado de Assunccedilatildeo e seus protocolos adicionais de Brasiacutelia que
estabelece um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias e de Ouro Preto que traz modificaccedilotildees para a
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
11
estrutura orgacircnica criando diversos oacutergatildeos para o bloco A partir de entatildeo procura-se fazer uma
breve abordagem histoacuterica da Uniatildeo Europeacuteia analisando-a desde quando era ainda a CEE ateacute
consolidar-se por meio do Tratado de Maastricht tornando-se de fato a atual Uniatildeo Europeacuteia
com 25 membros Ainda no primeiro capiacutetulo eacute possiacutevel verificar a vontade desses dois blocos de
implementar um acordo inter-regional entre eles
Mais adiante seraacute dado enfoque agrave relevacircncia da participaccedilatildeo do Brasil no
comeacutercio com o MERCOSUL e no comeacutercio com a Uniatildeo Europeacuteia separadamente procurando
ressaltar os setores mais expressivos para as partes e seus parceiros mais importantes
Finalmente no uacuteltimo capiacutetulo seratildeo abordadas as consequumlecircncias positivas ou
negativas para o Brasil a partir da relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia lembrando que
apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar um acordo entre eles os europeus adotam
medidas protecionistas que muito afetam as intenccedilotildees dos paiacuteses latino-americanos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
12
IMPORTAcircNCIA DO TEMA E METODOLOGIA DE TRABALHO
Com o constante fenocircmeno da globalizaccedilatildeo o interesse dos Estados por
mercados estrangeiros eacute cada vez maior proporcionando assim oportunidades para os paiacuteses
geograficamente mais proacuteximos se unirem formando grandes blocos econocircmicos atraveacutes do
processo de integraccedilatildeo regional Devido a vantagens e benefiacutecios oferecidos os paiacuteses optam cada
vez mais por integrar-se com seus vizinhos para adquirir mais forccedila e competitividade no cenaacuterio
internacional Esse processo de integraccedilatildeo pode ser facilmente observado como mostra o
trabalho na Ameacuterica Latina e na Europa com a criaccedilatildeo do Mercado Comum do Sul
(MERCOSUL) e da Uniatildeo Europeacuteia respectivamente
O interesse pelo tema surgiu da importacircncia no atual cenaacuterio internacional de
se obter uma visatildeo a partir da oacutetica do Brasil como maior economia do MERCOSUL com
relaccedilatildeo ao intercacircmbio comercial entre este bloco e a Uniatildeo Europeacuteia Estudar a relaccedilatildeo entre os
dois blocos torna mais faacutecil visualizar a participaccedilatildeo do Brasil no comeacutercio com cada um deles
individualmente e de sua situaccedilatildeo e eventuais consequumlecircncias para o paiacutes devido a essa relaccedilatildeo
inter-regional que tende a crescer cada vez mais
Este trabalho foi realizado baseado em fontes secundaacuterias como livros teses
textos especializados jornais revistas internet dados e tabelas para maior esclarecimento do que
foi abordado
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
13
REFERENCIAL TEOacuteRICO
Foi principalmente apoacutes a Segunda Guerra Mundial que surgiu o fenocircmeno da
integraccedilatildeo econocircmica regional que desde entatildeo tem sido objeto de estudo para a economia
poliacutetica O conceito de integraccedilatildeo eacute recente se implanta perfeitamente no atual panorama
econocircmico mundial e eacute marcado pelo multilateralismo das relaccedilotildees comerciais e pela
regionalizaccedilatildeo econocircmica Eacute um fato comum no mundo atual Quase todas as grandes economias
mundiais encontram-se de alguma forma envolvidas em processos de integraccedilatildeo econocircmica
Esse fenocircmeno se introduz no problema enfrentado por todas as naccedilotildees
modernas o protecionismo contra liberalismo comercial O protecionismo aumenta e favorece a
industrializaccedilatildeo de um paiacutes mas por outro lado apoacutes certo tempo tambeacutem favorece o
surgimento de monopoacutelios internos com visiacutevel desvantagem para o consumidor que natildeo tem
acesso a novos produtos lanccedilados no mercado internacional e soacute pode escolher entre os ofertados
no mercado interno Como natildeo haacute concorrecircncia internacional e satildeo produzidos por empresas
abrigadas sob o protecionismo os produtos nacionais tecircm a tendecircncia de serem caros e de baixa
qualidade
Ao se desestruturar os mecanismos da proteccedilatildeo a liberalizaccedilatildeo comercial
deixou de ser uma simples alternativa e passou a significar uma caracteriacutestica da economia
mundial Reuacutenem-se paiacuteses regionalmente para assim alcanccedilar novos paiacuteses sendo vizinhos ou
natildeo e ampliar o espaccedilo econocircmico integrado
A integraccedilatildeo deve ser entendida como um processo de unificaccedilatildeo de
sociedades que tendem a formar uma coletividade harmoniosa a partir de liberalizaccedilotildees das
trocas comerciais dos movimentos de capitais pessoas serviccedilos e reduccedilotildees de discriminaccedilotildees
entre os estados membros1
1 VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
14
Segundo o MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES os processos de
integraccedilatildeo econocircmica satildeo conjuntos de medidas de caraacuteter econocircmico e comercial que tecircm por
finalidade originar a aproximaccedilatildeo e consequumlentemente a uniatildeo entre as economias de dois ou
mais paiacuteses Essa aproximaccedilatildeo deve ter por objetivo natildeo somente laccedilos econocircmicos mas
tambeacutem poliacuteticos e sociais
A integraccedilatildeo consiste em estabelecer um novo ambiente econocircmico poliacutetico e
cultural a partir de vaacuterios ambientes econocircmicos Haacute uma eliminaccedilatildeo de formas de
discriminaccedilotildees iniciais como no aspecto comercial ou no que concerne agrave circulaccedilatildeo de pessoas
serviccedilos e capitais em processos de integraccedilatildeo mais avanccedilados
Os processos de integraccedilatildeo de mercados representam o auge da globalizaccedilatildeo e
internacionalizaccedilatildeo da economia o que resulta em tendecircncias de interdependecircncia e
uniformidade a chamada homogeneizaccedilatildeo A economia transnacional se sobrepotildee agrave soberania
dos Estados gerando assim novas territorizaccedilotildees sem raiacutezes culturais
As poliacuteticas de integraccedilatildeo econocircmica podem ser positivas ou negativas Nas
positivas ocorrem modificaccedilotildees dos instrumentos existentes ndash matildeo-de-obra barata infra-
estrutura mobilidade de um paiacutes a outro etc ndash e a criaccedilatildeo de instituiccedilotildees para permitir o
aprofundamento da unificaccedilatildeo dos mercados e seu efetivo funcionamento Jaacute nas poliacuteticas
negativas acontece a remoccedilatildeo total de barreiras ao comeacutercio internacional ou restriccedilatildeo ao
processo de liberalizaccedilatildeo comercial
VINER (1949) criou as bases da integraccedilatildeo econocircmica a partir da teoria pura do
comeacutercio internacional Foi ele tambeacutem quem fez a distinccedilatildeo entre criaccedilatildeo de comeacutercio e desvio
de comeacutercio
A integraccedilatildeo econocircmica entre paiacuteses em desenvolvimento seria uma alternativa
para viabilizar uma estrateacutegia de desenvolvimento que seria irrealizaacutevel nas dimensotildees de
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
15
pequenas economias perifeacutericas Essas razotildees levaram os economistas da CEPAL a defenderem a
necessidade da integraccedilatildeo das economias latino-americanas
Os processos de integraccedilatildeo2 buscam alcanccedilar diversos objetivos tais como a
ampliaccedilatildeo da resistecircncia frente agraves barreiras aduaneiras a ampliaccedilatildeo dos mercados o estiacutemulo do
intercambio tecnoloacutegico uma maior facilidade de acesso a mateacuterias primas e o maior poder de
pressatildeo na defesa de seus interesses nas negociaccedilotildees internacionais Tendo visto isso pode-se
observar que haacute diferentes formas e etapas de integraccedilatildeo divididos em vaacuterios estaacutegios definidos
como
a) Zonas de Preferecircncias Tarifaacuterias ndash caracteriza-se pela reduccedilatildeo de tarifas para uma
gama variada de produtos abrangendo parte do universo tarifaacuterio sem que se implique na
eliminaccedilatildeo total dos direitos aduaneiros e na reduccedilatildeo ou eliminaccedilatildeo de outras restriccedilotildees ao
comeacutercio Esses acordos violam a claacuteusula de Naccedilatildeo Mais Favorecida do GATT3 mas satildeo
admitidos entre paiacuteses em desenvolvimento e satildeo praticados pelos paiacuteses desenvolvidos atraveacutes
do Sistema Geral de Preferecircncias (SGP) criado pela Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre o
Comeacutercio e o Desenvolvimento (UNCTAD)
b) Zona de Livre Comeacutercio ndash trata-se da forma mais simples de associaccedilatildeo entre
Estados admitida pelo GATT Caracteriza-se pela eliminaccedilatildeo de tarifas aduaneiras e outras
restriccedilotildees ao comeacutercio entre os paiacuteses que dela participam Poreacutem cada paiacutes preserva sua
autonomia na poliacutetica comercial em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses
2 BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972 3 GATT ndash Acordo Geral sobre Tarifas e Comeacutercio assinado por 23 paiacuteses O artigo XXIV do acordo permite a formaccedilatildeo de uniotildees aduaneiras e aacutereas de livre comeacutercio sob certas condiccedilotildees
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
16
c) Uniatildeo Aduaneira ndash caracteriza-se pela ausecircncia de barreiras ao comeacutercio entre
paiacuteses-membros pressupotildee uma poliacutetica comercial comum em relaccedilatildeo a paiacuteses natildeo-membros e a
adoccedilatildeo de uma Tarifa Externa Comum (TEC) A uniatildeo aduaneira pressupotildee ainda a
harmonizaccedilatildeo de instrumentos da poliacutetica comercial tais como diferentes sistemas monetaacuterios
fiscais etc que possam vir a originar problemas
d) Mercado Comum ndash consiste em uma uniatildeo aduaneira na qual os estados membros
determinam a eliminaccedilatildeo das restriccedilotildees sobre produtos bem como a livre circulaccedilatildeo dos demais
fatores produtivos como pessoas serviccedilos e capital eacute uma forma mais elevada de integraccedilatildeo
econocircmica
e) Uniatildeo Econocircmica ndash caracteriza-se pelo estabelecimento de uma autoridade
supranacional que se responsabiliza pela aplicaccedilatildeo das poliacuteticas comuns define criteacuterios e
distingue-se de um mercado comum por associar a eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees aos movimentos de
mercadorias e fatores com um certo grau de harmonizaccedilatildeo das poliacuteticas econocircmicas nacionais de
forma a abolir as discriminaccedilotildees resultantes das disparidades existentes entre essas poliacuteticas
f) Integraccedilatildeo Econocircmica Total ndash para Balassa4 essa forma de integraccedilatildeo pressupotildee a
unificaccedilatildeo das poliacuteticas monetaacuterias fiscais sociais e anticiacuteclicas e exige o estabelecimento de
uma autoridade supranacional cujas decisotildees satildeo obrigatoacuterias para os Estados-membros
g) Uniatildeo Poliacutetica ndash essa eacute uma forma de integraccedilatildeo que se caracteriza pela instituiccedilatildeo
de uma federaccedilatildeo de Estados com autoridade poliacutetica unificada ou formaccedilatildeo de Estados na qual
4 Bela Balassa op Cit p 11
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
17
apenas as aacutereas acordadas passam a ser objeto de controle de instituiccedilotildees supranacionais Em
geral a formaccedilatildeo de uma uniatildeo poliacutetica deve envolver cooperaccedilatildeo em termos da poliacutetica externa
e de defesa5
Eacute bastante antiga a noccedilatildeo de que uma zona de livre comeacutercio e uma uniatildeo
aduaneira ajudam para o aumento do bem-estar mas foi Jacob Viner em 1950 que formulou
uma teoria dos efeitos econocircmicos de uma uniatildeo aduaneira Essa teoria eacute baseada nos efeitos da
uniatildeo aduaneira sobre os produtos Foi entatildeo que introduziu os conceitos de criaccedilatildeo de comeacutercio
e desvio de comeacutercio
Viner investigou os efeitos de uma uniatildeo aduaneira nas correntes de trocas e fez
a distribuiccedilatildeo entre o efeito de desvio de comeacutercio resultante de uma uniatildeo Outros autores
tambeacutem abordaram estes problemas poreacutem num esquema menos preciso e sem utilizar a
terminologia de Viner
A criaccedilatildeo de comeacutercio eacute o mecanismo de ampliaccedilatildeo das transaccedilotildees comerciais
entre os paiacuteses membros de uma uniatildeo aduaneira a partir da unificaccedilatildeo de preccedilos dos produtos na
regiatildeo apoacutes a queda das barreiras tarifaacuterias Entende-se por desvio de comeacutercio o mecanismo de
reduccedilatildeo de comeacutercio com paiacuteses natildeo-membros da uniatildeo aduaneira em benefiacutecio do aumento do
comeacutercio intra-regional
Os efeitos positivos sobre a produccedilatildeo resultam do desvio de compras de um
dado bem de fontes de produccedilatildeo interna de custos mais altos para outras de custos mais
5 MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
18
reduzidos localizadas em paiacuteses membros Jaacute os efeitos negativos sobre a produccedilatildeo dizem
respeito a um desvio das fontes de produccedilatildeo com custos mais baixos paiacuteses estrangeiros para
fontes de produccedilatildeo com custos mais elevados paiacuteses membros Segundo Viner os efeitos
beneacuteficos da uniatildeo aduaneira seratildeo predominantes se o aumento de comeacutercio for superior ao seu
desvio
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
19
1 MERCOSUL E UNIAtildeO EUROPEacuteIA
11 MERCOSUL antecedentes histoacutericos
A Ameacuterica Latina vem haacute tempos buscando aumentar os laccedilos econocircmicos
entre seus paiacuteses atraveacutes da criaccedilatildeo de blocos regionais Vaacuterios foram os idealizadores da
integraccedilatildeo entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina dentre eles estaacute o presidente Getuacutelio Vargas que na
primeira metade do seacuteculo XX almejava a integraccedilatildeo das principais economias da Ameacuterica
Latina atraveacutes da formaccedilatildeo de um bloco econocircmico Inicialmente por volta da deacutecada de 30
ainda no Governo Vargas foram feitas algumas negociaccedilotildees para criar o BLOCO ABC
procurou-se formar a integraccedilatildeo dos trecircs paiacuteses mais fortes economicamente na Ameacuterica Latina
a Argentina o Brasil e o Chile Os paiacuteses sul americanos tiveram que enfrentar a resistecircncia do
governo dos EUA que natildeo via com bons olhos a imposiccedilatildeo de fronteiras econocircmicas pois
desejava continuar suprindo a Ameacuterica Latina com seus produtos industrializados e obtendo sua
mateacuteria prima
Anos mais tarde em 1948 foi criada a Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica
Latina - CEPAL subordinada ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees Unidas
representando outro importante instrumento para o desenvolvimento dos paiacuteses da Ameacuterica
Latina pois busca promover o desenvolvimento da Ameacuterica Latina estimulando a criaccedilatildeo de um
mercado comum latino americano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
20
O MERCOSUL considerado o mais recente esforccedilo para a integraccedilatildeo da
Ameacuterica Latina pode encontrar suas origens na criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo Latino-Americana de
Livre Comeacutercio ndash ALALC Este bloco tinha como objetivo implantar no prazo de 12 anos um
mercado comum regional por meio da formaccedilatildeo de uma zona de livre comeacutercio Criada em 1960
pelo Tratado de Montevideacuteu conhecido como TM-60 a ALALC era constituiacuteda pelos paiacuteses da
Ameacuterica do Sul excluindo-se deste grupo as Guianas e pelo Meacutexico O Tratado buscava ampliar
os mercados e alcanccedilar a liberalizaccedilatildeo do intercacircmbio eliminando as medidas protecionistas
Atraveacutes do Protocolo de Caracas a ideacuteia de criar um mercado comum em 12 anos teve seu prazo
aumentado para 1980 O objetivo era eliminar ateacute 1980 a maior quantidade imaginaacutevel de
restriccedilotildees comerciais existentes entre os integrantes do bloco
Os objetivos almejados pela ALALC natildeo foram alcanccedilados e dentre as razotildees
que levaram ao fracasso da Associaccedilatildeo encontra-se a falta de dinamismo por conta do elevado
nuacutemero de associados e suas diferenccedilas estruturais o vencimento do prazo determinado para a
obtenccedilatildeo de ecircxito do bloco entre outros motivos Durante a deacutecada de 70 a crise do petroacuteleo que
atingia a economia mundial causou uma intensa recessatildeo nos paiacuteses da Ameacuterica Latina e em
busca de uma alternativa para contornar o problema os paiacuteses latino-americanos reestruturaram a
ALALC fazendo surgir a Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo ndash ALADI criada em 1980
pelo Tratado de Montevideacuteu chamado TM-80 Ainda em vigor este Tratado compreende os
mesmos paiacuteses que compunham a ALALC Esse novo tratado requer que os paiacuteses membros
decircem continuidade ao processo de integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina colaborando para o
desenvolvimento econocircmico-social de uma forma mais equilibrada na regiatildeo Sua criaccedilatildeo
permitiu a promoccedilatildeo do aprofundamento do processo de integraccedilatildeo latino-americana e sua
finalidade eacute atingir a formaccedilatildeo de um mercado comum regional permitir o comeacutercio intra-
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
21
regional reciacuteproco promover o comeacutercio ampliaccedilatildeo de mercados desenvolvimento equilibrado e
o estabelecimento de preferecircncias regionais O TM-80 daacute aos Estados membros grande liberdade
para formular suas poliacuteticas comerciais e ainda uma maior flexibilidade para celebrar acordos
bilaterais ou multilaterais Com a criaccedilatildeo da ALADI houve um grande avanccedilo nas relaccedilotildees
comerciais entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina isso aconteceu devido agrave essa possibilidade de
realizaccedilatildeo de acordos bilaterais e outros de alcance regional entre os membros fazendo com que
aumentasse cada vez mais o comeacutercio bilateral e intra-regional na Ameacuterica Latina
A criaccedilatildeo da ALADI ainda parece ter beneficiado o processo de integraccedilatildeo
latino-americana Ficou extinta a ldquoclaacuteusula de naccedilatildeo mais favorecida regionalrdquo anteriormente
adotada pela ALALC permitindo assim conceder preferecircncia tarifaacuteria entre alguns membros da
ALADI sem a obrigatoriedade de dar preferecircncia a todos os integrantes da Associaccedilatildeo Apesar
do esforccedilo a ALADI natildeo conseguiu atingir seu objetivo de alcanccedilar uma integraccedilatildeo regional As
vaacuterias perspectivas geradas com a criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo foram extintas devido aos
acontecimentos no cenaacuterio internacional por volta do final da deacutecada de 70 Alguns fatores
comprometeram o crescimento do comeacutercio internacional e dificultaram o acesso de paiacuteses em
desenvolvimento agraves suas fontes externas de financiamento Dentre esses fatores se encontram o
segundo choque do petroacuteleo a elevaccedilatildeo do valor das taxas de juros internacionais e a recessatildeo
das economias de paiacuteses desenvolvidos Como os paiacuteses da Ameacuterica Latina estavam com a diacutevida
externa cada vez maior e sofrendo com a alta dos juros houve entre os paiacuteses integrantes da
ALADI a praacutetica cada vez mais frequumlente do protecionismo pois cada paiacutes passava a empregar
um amplo conjunto de medidas para controlar as importaccedilotildees Poreacutem o impacto dessa poliacutetica
sobre o comeacutercio intra-regional natildeo foi considerado eficaz pois aleacutem da reduccedilatildeo das importaccedilotildees
de cada paiacutes aconteceu tambeacutem uma proporcional reduccedilatildeo das trocas comerciais entre os paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
22
da proacutepria regiatildeo Haacute autores que dizem que a ALADI seguiu o mesmo modelo fracassado de
integraccedilatildeo regional que a ALALC onde o uacutenico agente eacute o Estado Isso porque o Tratado natildeo
considerava a livre circulaccedilatildeo de pessoas de empresas e de capitais privados e regionais e nem
de formas comunitaacuterias natildeo deixando espaccedilo para os verdadeiros interessados na integraccedilatildeo
regional
Mesmo a ALALC e a ALADI tendo obtido poucos resultados com relaccedilatildeo agrave
integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina ainda crescia o desejo pelo desenvolvimento de uma integraccedilatildeo
regional com destaque para o MERCOSUL que eacute considerado o processo de integraccedilatildeo regional
mais bem-sucedido da Ameacuterica Latina
12 Tratados do MERCOSUL
Eacute importante lembrar que os Estados-parte do MERCOSUL fazem parte do
GATT-OMC e suas accedilotildees devem estar adequadas ao regulamento desse acordo Isso acontece
devido agrave claacuteusula de habilitaccedilatildeo da Ronda Toacutequio que permite que os paiacuteses em
desenvolvimento natildeo apliquem o princiacutepio da naccedilatildeo mais favorecida
121 Tratado de Assunccedilatildeo
Foi assinado em 26 de marccedilo de 1991 o Tratado de Assunccedilatildeo visando agrave
constituiccedilatildeo de um mercado comum entre a Argentina o Brasil o Paraguai e o Uruguai Esse
tratado previa a liberalizaccedilatildeo comercial entre os paiacuteses-membros num periacuteodo de transiccedilatildeo ateacute
1994 Pode-se dividir a evoluccedilatildeo do MERCOSUL em dois periacuteodos o periacuteodo de transiccedilatildeo de
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
23
1991 a 1994 e a partir do iniacutecio de 1995 a existecircncia do MERCOSUL como uma Uniatildeo
Aduaneira
Eacute um acordo-quadro que apesar de natildeo criar um mercado comum estabelece
as metas do processo de integraccedilatildeo e a forma de alcanccedilaacute-las Um dos objetivos desse tratado eacute o
estabelecimento de uma tarifa externa comum a TEC e adoccedilatildeo de uma poliacutetica comercial
comum em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses Estabelece tambeacutem as condiccedilotildees para o surgimento de um
projeto de integraccedilatildeo que define seu objetivo agrave criaccedilatildeo de um mercado comum Este tratado
registra a vontade por parte dos quatro paiacuteses integrantes de se inserir com mais forccedila no
mercado mundial
O Tratado de Assunccedilatildeo eacute um acordo que agrave medida que se necessita vem sendo
complementado por outros instrumentos adicionais negociados entre os participantes do bloco
Inicialmente determina os meios para que ateacute o fim de 1994 se chegasse a uma uniatildeo aduaneira
que eacute a fase anterior ao mercado comum Poreacutem como eacute visto o MERCOSUL hoje ainda eacute uma
uniatildeo aduaneira imperfeita pois natildeo manteacutem a Tarifa Externa Comum (TEC) prevista para os
quatro Estados-membros
O Tratado de Assunccedilatildeo ato que fundou o MERCOSUL constitui um dos
principais instrumentos do processo de integraccedilatildeo acompanhado do Protocolo de Brasiacutelia de
1991 e ainda do Protocolo de Ouro Preto de 1994
Este tratado constitui a base de todo o sistema normativo do MERCOSUL
ordena e regulamenta as relaccedilotildees existentes entre os Estados integrantes do bloco
O Tratado de Assunccedilatildeo tem como objetivo principal a constituiccedilatildeo de um
mercado comum entre seus signataacuterios o que sugere tambeacutem a livre circulaccedilatildeo de bens serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
24
e fatores produtivos entre os Estados-parte eliminando as tarifas preacute-estabelecidas e as restriccedilotildees
natildeo tarifaacuterias No tratado estatildeo estabelecidos os elementos para a criaccedilatildeo de uma uniatildeo aduaneira
e por consequumlecircncia de uma poliacutetica comercial comum
De acordo com o Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE) o Tratado de
Assunccedilatildeo estabeleceu a utilizaccedilatildeo dos seguintes instrumentos para a constituiccedilatildeo do
MERCOSUL6
a) o cumprimento de um programa de liberalizaccedilatildeo comercial com reduccedilotildees tarifaacuterias
progressivas lineares e automaacuteticas acompanhadas da eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees natildeo-tarifaacuterias ou
de medidas de efeito equivalente
b) o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC) capaz de incentivar a
competitividade externa dos Estados-parte
c) a harmonizaccedilatildeo de poliacuteticas macroeconocircmicas e setoriais sempre que pertinente
O Tratado eacute sempre que necessaacuterio complementado por alguns instrumentos
adicionais acordados pelos quatro Estados-parte devido ao avanccedilo da integraccedilatildeo A intenccedilatildeo do
Tratado era de estabelecer condiccedilotildees para que se alcanccedilasse ateacute o fim de 1994 uma uniatildeo
aduaneira entre os quatro integrantes para posteriormente chegar a um mercado comum O MRE
mostra que o Tratado de Assunccedilatildeo determina alguns aspectos como7 estabelecer um programa de
liberalizaccedilatildeo comercial que consista de reduccedilotildees tarifaacuterias progressivas lineares e automaacuteticas
acompanhadas da eliminaccedilatildeo das barreiras natildeo tarifaacuterias coordenar poliacuteticas macro-econocircmicas
estabelecer uma Tarifa Externa Comum (TEC) estabelecer listas de exceccedilotildees ao programa de
6 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
25
liberalizaccedilatildeo para produtos considerados sensiacuteveis constituir um regime geral de origem e de
um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias
O Tratado de Assunccedilatildeo estabelece que o Poder Executivo de cada Estado-parte
deve manter informado seu respectivo Poder Legislativo sobre a evoluccedilatildeo do objeto deste tratado
o MERCOSUL
122 Protocolo de Brasiacutelia
Para solucionar os conflitos na esfera do MERCOSUL a forma escolhida foi a
arbitragem Portanto para cumprir determinaccedilatildeo do Tratado de Assunccedilatildeo designou-se um grupo
de trabalho que elaboraria um Sistema de Soluccedilatildeo de Controveacutersias entre os Estados-parte
Assim em dezembro de 1991 foi assinado o Protocolo de Brasiacutelia para Soluccedilatildeo de Controveacutersias
que passou a ter vigecircncia a partir de 1993
Este Protocolo no sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias tem como caracteriacutestica
ordenar que a soluccedilatildeo de controveacutersias ocorreraacute no plano diplomaacutetico por meio de negociaccedilotildees
diretas mas que possuem intervenccedilatildeo de oacutergatildeos institucionais como o Grupo Mercado Comum -
GMC- e se as dificuldades natildeo forem superadas utilizaraacute o procedimento arbitral O Protocolo
prevecirc tambeacutem poreacutem de maneira bem restrita e com normas complexas que particulares
pessoas fiacutesicas e juriacutedicas tenham acesso ao sistema com direito a reclamaccedilotildees pois o Tratado de
Assunccedilatildeo previa somente a participaccedilatildeo dos Estados-parte
7 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
26
A uacuteltima fase do Protocolo a instauraccedilatildeo de um Tribunal Arbitral proferiraacute a
decisatildeo por meio de laudos inapelaacuteveis e obrigatoacuterios para os Estados-parte na controveacutersia Essa
obrigatoriedade se daraacute a partir do recebimento da notificaccedilatildeo sobre a decisatildeo e os laudos teratildeo
forccedila de coisa julgada devendo ser cumpridos no prazo fixado pelo Tribunal Arbitral
O Protocolo de Brasiacutelia funciona como provisoacuterio fornecendo mecanismos para
a soluccedilatildeo de controveacutersias ateacute que entre em vigor o Sistema Permanente de Soluccedilotildees de
Controveacutersias Este sistema aleacutem de previsto no Tratado de Assunccedilatildeo ganhou forccedila com o
Protocolo de Ouro Preto quando diz que antes de se firmar uma Tarifa Externa Comum os
Estados-parte deveratildeo fazer uma revisatildeo do sistema atual para soluccedilatildeo de controveacutersias com o
objetivo de adotar o sistema permanente
123 Protocolo de Ouro Preto
O Protocolo de Ouro Preto ndash POP assinado em 1994 define a estrutura
institucional definitiva do MERCOSUL e firma a ideacuteia de avanccedilar na constituiccedilatildeo de um
mercado comum Este protocolo pode se adaptar a possiacuteveis circunstacircncias que se apresentem
pois por meio de uma conferecircncia diplomaacutetica sua estrutura pode ser reavaliada
O POP tem como principal atribuiccedilatildeo conferir personalidade juriacutedica ao
MERCOSUL sempre que ele tenha que se relacionar como bloco econocircmico com grupos de
paiacuteses e oacutergatildeos internacionais multilateraisO POP trouxe algumas inovaccedilotildees para a estrutura
orgacircnica do MERCOSUL com relaccedilatildeo agrave criaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos Este bloco pode contar agora
com os seguintes oacutergatildeos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
27
- Conselho do Mercado Comum (CMC)
- Grupo Mercado Comum (GMC)
- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)
- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)
- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)
- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)
Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de
Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte
reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a
decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o
encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver
uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc
teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado
reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante
poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de
Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de
Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares
13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu
Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem
conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo
regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
28
aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica
proacutepria
No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos
fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes
promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em
1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash
Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de
Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as
barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas
O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE
satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de
Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc
Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas
Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a
primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE
que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais
e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos
tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
29
parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila
comum (PESC)
O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs
pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica
externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria
Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais
elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo
Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma
deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para
um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de
acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE
14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia
Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros
fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e
Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda
aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez
com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-
se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios
tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a
ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
30
A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus
integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O
alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como
dos novos paiacuteses integrantes do bloco
ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)
Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455
milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou
preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados
pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo
15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia
As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as
importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL
8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
31
aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial
global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O
Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo
Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a
Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda
mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a
conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o
protecionismo adotado pela Europa
16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia
Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade
Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo
Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos
A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo
interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de
integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional
O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as
condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e
econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando
9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
32
a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)
Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas
regiotildees como conceitos baacutesicos
Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de
atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e
das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre
Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros
A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo
natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos
regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As
propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL
foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a
posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
33
2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE
Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e
Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute
de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e
Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de
envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da
Uniatildeo Europeacuteia
Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das
relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se
referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral
22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL
Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia
econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da
economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do
comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o
comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano
10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
34
Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das
exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo
Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do
Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira
Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros
paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido
com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a
Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees
Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve
um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$
45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila
comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do
MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno
crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL
passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees
Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees
brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina
23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina
Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai
para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
35
nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo
principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro
mercado comum
No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a
Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo
industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha
caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata
previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos
setoriais foram assinados bilateralmente
24 Produtos ou setores em potencial
A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila
de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees
europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-
tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral
permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a
UE
O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre
paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco
elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado
principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A
composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
36
importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do
MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e
ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu
25 Principais parceiros europeus
As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande
assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o
primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos
externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus
Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica
Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a
complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais
intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-
americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de
diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio
bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais
com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande
influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a
Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada
na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento
comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
37
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ
RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE
31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia
O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco
pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do
MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa
Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros
comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos
comerciais na Europa
Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do
Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto
que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com
relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve
queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve
uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos
anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e
menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil
passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda
de 10 nesse investimento
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
38
No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do
MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os
europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior
mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das
exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial
importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute
a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total
A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de
intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores
agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees
europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo
dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida
Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma
importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios
desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos
manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser
importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas
Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com
tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas
11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
39
Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta
de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as
maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados
representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros
quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo
eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos
Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II
32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil
Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco
econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a
assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos
tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL
Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de
facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo
acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram
negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL
com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados
europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia
A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais
nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que
temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
40
relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no
fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as
medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus
No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator
agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de
2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral
com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
41
CONCLUSAtildeO
As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito
tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se
aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial
implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente
conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados
Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos
data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina
individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se
com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as
partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados
A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos
causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e
Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um
desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo
com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e
falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a
formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse
fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados
que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
42
interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus
interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar
obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos
econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada
bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles
como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das
negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave
liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees
Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar
um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o
Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e
essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles
Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo
inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se
tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs
dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses
integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e
reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento
Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da
agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
43
Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor
agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta
de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses
desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil
esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor
Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do
Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC
depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia
Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a
pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade
eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os
subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre
MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas
do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
44
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005
bull AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972
bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004
bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004
bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003
bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004
bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998
bull GLOBAL 21 Disponiacutevel em lthttpwwwglobal21combrgt Acessado em 20 de novembro de 2005
bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001
bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
45
bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005
bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005
bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999
bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005
bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003
bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
46
ANEXO I
Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo
(valores totais em US$ e porcentuais)
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45
Exportaccedilotildees do Brasil
2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46
2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38
Importaccedilotildees do Brasil
2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44
Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28
2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23
Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31
Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees
2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
47
ANEXO II
Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL
Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp
Peso do MERCOSUL
nas Importaccedilotildees
extra UE 19982000
Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL
19982000
I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361
II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399
III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112
IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423
Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386
V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207
VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130
VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92
VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341
IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374
X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259
XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152
XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139
XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120
XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140
XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176
XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157
XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151
XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206
XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67
XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301
Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183
Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE
Totais por fator agregado
US$ F0B
Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s
A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935
2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111
Fonte
Anos de 19801992 = Banco do Brasil
Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
49
ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro
Uniatildeo Europeacuteia - UE
US$ F0B
E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s
A n o
US$ FOB (A)
Var
Part ()
US$ FOB (B)
Var ()
Part ()
Saldo (A-B)
Corrente Comeacutercio (A+B)
Cobertura (AB)
1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133
Obs () ()
VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil
IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
10
INTRODUCcedilAtildeO E CARACTERIZACcedilAtildeO DO PROBLEMA
Apoacutes a Segunda Guerra Mundial tornou-se possiacutevel assistir a propagaccedilatildeo de
iniciativas de diversos Estados para promover o comeacutercio internacional e consequumlentemente
uma maior inserccedilatildeo de cada um deles no mercado mundial Essas iniciativas se realizaram por
meio de negociaccedilotildees acordos bilaterais ou multilaterais e pela formaccedilatildeo de blocos econocircmicos
regionais
No decorrer do estudo nota-se a preocupaccedilatildeo em entender ateacute que ponto as
relaccedilotildees inter-regionais entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia afetam o Brasil sendo vantajosas
ou natildeo para o paiacutes Para tanto o presente trabalho foi dividido em trecircs capiacutetulos que buscam dar
uma melhor abordagem sobre o tema em questatildeo
Sabendo que o antecedente imediato do MERCOSUL foi a integraccedilatildeo Brasil-
Argentina pode-se notar que esta uacuteltima foi impulsionada principalmente pela superaccedilatildeo das
divergecircncias geopoliacuteticas bilaterais pelo retorno agrave plenitude do regime democraacutetico nos dois
paiacuteses e pela crise do sistema econocircmico internacional Uma seacuterie de acordos bilaterais
precederam o MERCOSUL poreacutem o primeiro desses acordos a Declaraccedilatildeo de Iguaccedilu foi
firmada pelos presidentes Sarney e Alfonsiacuten em 1985 buscando acelerar o processo de
integraccedilatildeo dos dois paiacuteses Brasil e Argentina em diferentes aacutereas
Tendo conhecimento do que foi apresentado o primeiro capiacutetulo abordaraacute um
pouco da fase histoacuterica dos blocos Fala da criaccedilatildeo do MERCOSUL que remonta agrave ALALC ateacute
chegar agrave assinatura do Tratado de Assunccedilatildeo e seus protocolos adicionais de Brasiacutelia que
estabelece um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias e de Ouro Preto que traz modificaccedilotildees para a
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
11
estrutura orgacircnica criando diversos oacutergatildeos para o bloco A partir de entatildeo procura-se fazer uma
breve abordagem histoacuterica da Uniatildeo Europeacuteia analisando-a desde quando era ainda a CEE ateacute
consolidar-se por meio do Tratado de Maastricht tornando-se de fato a atual Uniatildeo Europeacuteia
com 25 membros Ainda no primeiro capiacutetulo eacute possiacutevel verificar a vontade desses dois blocos de
implementar um acordo inter-regional entre eles
Mais adiante seraacute dado enfoque agrave relevacircncia da participaccedilatildeo do Brasil no
comeacutercio com o MERCOSUL e no comeacutercio com a Uniatildeo Europeacuteia separadamente procurando
ressaltar os setores mais expressivos para as partes e seus parceiros mais importantes
Finalmente no uacuteltimo capiacutetulo seratildeo abordadas as consequumlecircncias positivas ou
negativas para o Brasil a partir da relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia lembrando que
apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar um acordo entre eles os europeus adotam
medidas protecionistas que muito afetam as intenccedilotildees dos paiacuteses latino-americanos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
12
IMPORTAcircNCIA DO TEMA E METODOLOGIA DE TRABALHO
Com o constante fenocircmeno da globalizaccedilatildeo o interesse dos Estados por
mercados estrangeiros eacute cada vez maior proporcionando assim oportunidades para os paiacuteses
geograficamente mais proacuteximos se unirem formando grandes blocos econocircmicos atraveacutes do
processo de integraccedilatildeo regional Devido a vantagens e benefiacutecios oferecidos os paiacuteses optam cada
vez mais por integrar-se com seus vizinhos para adquirir mais forccedila e competitividade no cenaacuterio
internacional Esse processo de integraccedilatildeo pode ser facilmente observado como mostra o
trabalho na Ameacuterica Latina e na Europa com a criaccedilatildeo do Mercado Comum do Sul
(MERCOSUL) e da Uniatildeo Europeacuteia respectivamente
O interesse pelo tema surgiu da importacircncia no atual cenaacuterio internacional de
se obter uma visatildeo a partir da oacutetica do Brasil como maior economia do MERCOSUL com
relaccedilatildeo ao intercacircmbio comercial entre este bloco e a Uniatildeo Europeacuteia Estudar a relaccedilatildeo entre os
dois blocos torna mais faacutecil visualizar a participaccedilatildeo do Brasil no comeacutercio com cada um deles
individualmente e de sua situaccedilatildeo e eventuais consequumlecircncias para o paiacutes devido a essa relaccedilatildeo
inter-regional que tende a crescer cada vez mais
Este trabalho foi realizado baseado em fontes secundaacuterias como livros teses
textos especializados jornais revistas internet dados e tabelas para maior esclarecimento do que
foi abordado
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
13
REFERENCIAL TEOacuteRICO
Foi principalmente apoacutes a Segunda Guerra Mundial que surgiu o fenocircmeno da
integraccedilatildeo econocircmica regional que desde entatildeo tem sido objeto de estudo para a economia
poliacutetica O conceito de integraccedilatildeo eacute recente se implanta perfeitamente no atual panorama
econocircmico mundial e eacute marcado pelo multilateralismo das relaccedilotildees comerciais e pela
regionalizaccedilatildeo econocircmica Eacute um fato comum no mundo atual Quase todas as grandes economias
mundiais encontram-se de alguma forma envolvidas em processos de integraccedilatildeo econocircmica
Esse fenocircmeno se introduz no problema enfrentado por todas as naccedilotildees
modernas o protecionismo contra liberalismo comercial O protecionismo aumenta e favorece a
industrializaccedilatildeo de um paiacutes mas por outro lado apoacutes certo tempo tambeacutem favorece o
surgimento de monopoacutelios internos com visiacutevel desvantagem para o consumidor que natildeo tem
acesso a novos produtos lanccedilados no mercado internacional e soacute pode escolher entre os ofertados
no mercado interno Como natildeo haacute concorrecircncia internacional e satildeo produzidos por empresas
abrigadas sob o protecionismo os produtos nacionais tecircm a tendecircncia de serem caros e de baixa
qualidade
Ao se desestruturar os mecanismos da proteccedilatildeo a liberalizaccedilatildeo comercial
deixou de ser uma simples alternativa e passou a significar uma caracteriacutestica da economia
mundial Reuacutenem-se paiacuteses regionalmente para assim alcanccedilar novos paiacuteses sendo vizinhos ou
natildeo e ampliar o espaccedilo econocircmico integrado
A integraccedilatildeo deve ser entendida como um processo de unificaccedilatildeo de
sociedades que tendem a formar uma coletividade harmoniosa a partir de liberalizaccedilotildees das
trocas comerciais dos movimentos de capitais pessoas serviccedilos e reduccedilotildees de discriminaccedilotildees
entre os estados membros1
1 VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
14
Segundo o MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES os processos de
integraccedilatildeo econocircmica satildeo conjuntos de medidas de caraacuteter econocircmico e comercial que tecircm por
finalidade originar a aproximaccedilatildeo e consequumlentemente a uniatildeo entre as economias de dois ou
mais paiacuteses Essa aproximaccedilatildeo deve ter por objetivo natildeo somente laccedilos econocircmicos mas
tambeacutem poliacuteticos e sociais
A integraccedilatildeo consiste em estabelecer um novo ambiente econocircmico poliacutetico e
cultural a partir de vaacuterios ambientes econocircmicos Haacute uma eliminaccedilatildeo de formas de
discriminaccedilotildees iniciais como no aspecto comercial ou no que concerne agrave circulaccedilatildeo de pessoas
serviccedilos e capitais em processos de integraccedilatildeo mais avanccedilados
Os processos de integraccedilatildeo de mercados representam o auge da globalizaccedilatildeo e
internacionalizaccedilatildeo da economia o que resulta em tendecircncias de interdependecircncia e
uniformidade a chamada homogeneizaccedilatildeo A economia transnacional se sobrepotildee agrave soberania
dos Estados gerando assim novas territorizaccedilotildees sem raiacutezes culturais
As poliacuteticas de integraccedilatildeo econocircmica podem ser positivas ou negativas Nas
positivas ocorrem modificaccedilotildees dos instrumentos existentes ndash matildeo-de-obra barata infra-
estrutura mobilidade de um paiacutes a outro etc ndash e a criaccedilatildeo de instituiccedilotildees para permitir o
aprofundamento da unificaccedilatildeo dos mercados e seu efetivo funcionamento Jaacute nas poliacuteticas
negativas acontece a remoccedilatildeo total de barreiras ao comeacutercio internacional ou restriccedilatildeo ao
processo de liberalizaccedilatildeo comercial
VINER (1949) criou as bases da integraccedilatildeo econocircmica a partir da teoria pura do
comeacutercio internacional Foi ele tambeacutem quem fez a distinccedilatildeo entre criaccedilatildeo de comeacutercio e desvio
de comeacutercio
A integraccedilatildeo econocircmica entre paiacuteses em desenvolvimento seria uma alternativa
para viabilizar uma estrateacutegia de desenvolvimento que seria irrealizaacutevel nas dimensotildees de
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
15
pequenas economias perifeacutericas Essas razotildees levaram os economistas da CEPAL a defenderem a
necessidade da integraccedilatildeo das economias latino-americanas
Os processos de integraccedilatildeo2 buscam alcanccedilar diversos objetivos tais como a
ampliaccedilatildeo da resistecircncia frente agraves barreiras aduaneiras a ampliaccedilatildeo dos mercados o estiacutemulo do
intercambio tecnoloacutegico uma maior facilidade de acesso a mateacuterias primas e o maior poder de
pressatildeo na defesa de seus interesses nas negociaccedilotildees internacionais Tendo visto isso pode-se
observar que haacute diferentes formas e etapas de integraccedilatildeo divididos em vaacuterios estaacutegios definidos
como
a) Zonas de Preferecircncias Tarifaacuterias ndash caracteriza-se pela reduccedilatildeo de tarifas para uma
gama variada de produtos abrangendo parte do universo tarifaacuterio sem que se implique na
eliminaccedilatildeo total dos direitos aduaneiros e na reduccedilatildeo ou eliminaccedilatildeo de outras restriccedilotildees ao
comeacutercio Esses acordos violam a claacuteusula de Naccedilatildeo Mais Favorecida do GATT3 mas satildeo
admitidos entre paiacuteses em desenvolvimento e satildeo praticados pelos paiacuteses desenvolvidos atraveacutes
do Sistema Geral de Preferecircncias (SGP) criado pela Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre o
Comeacutercio e o Desenvolvimento (UNCTAD)
b) Zona de Livre Comeacutercio ndash trata-se da forma mais simples de associaccedilatildeo entre
Estados admitida pelo GATT Caracteriza-se pela eliminaccedilatildeo de tarifas aduaneiras e outras
restriccedilotildees ao comeacutercio entre os paiacuteses que dela participam Poreacutem cada paiacutes preserva sua
autonomia na poliacutetica comercial em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses
2 BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972 3 GATT ndash Acordo Geral sobre Tarifas e Comeacutercio assinado por 23 paiacuteses O artigo XXIV do acordo permite a formaccedilatildeo de uniotildees aduaneiras e aacutereas de livre comeacutercio sob certas condiccedilotildees
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
16
c) Uniatildeo Aduaneira ndash caracteriza-se pela ausecircncia de barreiras ao comeacutercio entre
paiacuteses-membros pressupotildee uma poliacutetica comercial comum em relaccedilatildeo a paiacuteses natildeo-membros e a
adoccedilatildeo de uma Tarifa Externa Comum (TEC) A uniatildeo aduaneira pressupotildee ainda a
harmonizaccedilatildeo de instrumentos da poliacutetica comercial tais como diferentes sistemas monetaacuterios
fiscais etc que possam vir a originar problemas
d) Mercado Comum ndash consiste em uma uniatildeo aduaneira na qual os estados membros
determinam a eliminaccedilatildeo das restriccedilotildees sobre produtos bem como a livre circulaccedilatildeo dos demais
fatores produtivos como pessoas serviccedilos e capital eacute uma forma mais elevada de integraccedilatildeo
econocircmica
e) Uniatildeo Econocircmica ndash caracteriza-se pelo estabelecimento de uma autoridade
supranacional que se responsabiliza pela aplicaccedilatildeo das poliacuteticas comuns define criteacuterios e
distingue-se de um mercado comum por associar a eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees aos movimentos de
mercadorias e fatores com um certo grau de harmonizaccedilatildeo das poliacuteticas econocircmicas nacionais de
forma a abolir as discriminaccedilotildees resultantes das disparidades existentes entre essas poliacuteticas
f) Integraccedilatildeo Econocircmica Total ndash para Balassa4 essa forma de integraccedilatildeo pressupotildee a
unificaccedilatildeo das poliacuteticas monetaacuterias fiscais sociais e anticiacuteclicas e exige o estabelecimento de
uma autoridade supranacional cujas decisotildees satildeo obrigatoacuterias para os Estados-membros
g) Uniatildeo Poliacutetica ndash essa eacute uma forma de integraccedilatildeo que se caracteriza pela instituiccedilatildeo
de uma federaccedilatildeo de Estados com autoridade poliacutetica unificada ou formaccedilatildeo de Estados na qual
4 Bela Balassa op Cit p 11
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
17
apenas as aacutereas acordadas passam a ser objeto de controle de instituiccedilotildees supranacionais Em
geral a formaccedilatildeo de uma uniatildeo poliacutetica deve envolver cooperaccedilatildeo em termos da poliacutetica externa
e de defesa5
Eacute bastante antiga a noccedilatildeo de que uma zona de livre comeacutercio e uma uniatildeo
aduaneira ajudam para o aumento do bem-estar mas foi Jacob Viner em 1950 que formulou
uma teoria dos efeitos econocircmicos de uma uniatildeo aduaneira Essa teoria eacute baseada nos efeitos da
uniatildeo aduaneira sobre os produtos Foi entatildeo que introduziu os conceitos de criaccedilatildeo de comeacutercio
e desvio de comeacutercio
Viner investigou os efeitos de uma uniatildeo aduaneira nas correntes de trocas e fez
a distribuiccedilatildeo entre o efeito de desvio de comeacutercio resultante de uma uniatildeo Outros autores
tambeacutem abordaram estes problemas poreacutem num esquema menos preciso e sem utilizar a
terminologia de Viner
A criaccedilatildeo de comeacutercio eacute o mecanismo de ampliaccedilatildeo das transaccedilotildees comerciais
entre os paiacuteses membros de uma uniatildeo aduaneira a partir da unificaccedilatildeo de preccedilos dos produtos na
regiatildeo apoacutes a queda das barreiras tarifaacuterias Entende-se por desvio de comeacutercio o mecanismo de
reduccedilatildeo de comeacutercio com paiacuteses natildeo-membros da uniatildeo aduaneira em benefiacutecio do aumento do
comeacutercio intra-regional
Os efeitos positivos sobre a produccedilatildeo resultam do desvio de compras de um
dado bem de fontes de produccedilatildeo interna de custos mais altos para outras de custos mais
5 MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
18
reduzidos localizadas em paiacuteses membros Jaacute os efeitos negativos sobre a produccedilatildeo dizem
respeito a um desvio das fontes de produccedilatildeo com custos mais baixos paiacuteses estrangeiros para
fontes de produccedilatildeo com custos mais elevados paiacuteses membros Segundo Viner os efeitos
beneacuteficos da uniatildeo aduaneira seratildeo predominantes se o aumento de comeacutercio for superior ao seu
desvio
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
19
1 MERCOSUL E UNIAtildeO EUROPEacuteIA
11 MERCOSUL antecedentes histoacutericos
A Ameacuterica Latina vem haacute tempos buscando aumentar os laccedilos econocircmicos
entre seus paiacuteses atraveacutes da criaccedilatildeo de blocos regionais Vaacuterios foram os idealizadores da
integraccedilatildeo entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina dentre eles estaacute o presidente Getuacutelio Vargas que na
primeira metade do seacuteculo XX almejava a integraccedilatildeo das principais economias da Ameacuterica
Latina atraveacutes da formaccedilatildeo de um bloco econocircmico Inicialmente por volta da deacutecada de 30
ainda no Governo Vargas foram feitas algumas negociaccedilotildees para criar o BLOCO ABC
procurou-se formar a integraccedilatildeo dos trecircs paiacuteses mais fortes economicamente na Ameacuterica Latina
a Argentina o Brasil e o Chile Os paiacuteses sul americanos tiveram que enfrentar a resistecircncia do
governo dos EUA que natildeo via com bons olhos a imposiccedilatildeo de fronteiras econocircmicas pois
desejava continuar suprindo a Ameacuterica Latina com seus produtos industrializados e obtendo sua
mateacuteria prima
Anos mais tarde em 1948 foi criada a Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica
Latina - CEPAL subordinada ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees Unidas
representando outro importante instrumento para o desenvolvimento dos paiacuteses da Ameacuterica
Latina pois busca promover o desenvolvimento da Ameacuterica Latina estimulando a criaccedilatildeo de um
mercado comum latino americano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
20
O MERCOSUL considerado o mais recente esforccedilo para a integraccedilatildeo da
Ameacuterica Latina pode encontrar suas origens na criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo Latino-Americana de
Livre Comeacutercio ndash ALALC Este bloco tinha como objetivo implantar no prazo de 12 anos um
mercado comum regional por meio da formaccedilatildeo de uma zona de livre comeacutercio Criada em 1960
pelo Tratado de Montevideacuteu conhecido como TM-60 a ALALC era constituiacuteda pelos paiacuteses da
Ameacuterica do Sul excluindo-se deste grupo as Guianas e pelo Meacutexico O Tratado buscava ampliar
os mercados e alcanccedilar a liberalizaccedilatildeo do intercacircmbio eliminando as medidas protecionistas
Atraveacutes do Protocolo de Caracas a ideacuteia de criar um mercado comum em 12 anos teve seu prazo
aumentado para 1980 O objetivo era eliminar ateacute 1980 a maior quantidade imaginaacutevel de
restriccedilotildees comerciais existentes entre os integrantes do bloco
Os objetivos almejados pela ALALC natildeo foram alcanccedilados e dentre as razotildees
que levaram ao fracasso da Associaccedilatildeo encontra-se a falta de dinamismo por conta do elevado
nuacutemero de associados e suas diferenccedilas estruturais o vencimento do prazo determinado para a
obtenccedilatildeo de ecircxito do bloco entre outros motivos Durante a deacutecada de 70 a crise do petroacuteleo que
atingia a economia mundial causou uma intensa recessatildeo nos paiacuteses da Ameacuterica Latina e em
busca de uma alternativa para contornar o problema os paiacuteses latino-americanos reestruturaram a
ALALC fazendo surgir a Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo ndash ALADI criada em 1980
pelo Tratado de Montevideacuteu chamado TM-80 Ainda em vigor este Tratado compreende os
mesmos paiacuteses que compunham a ALALC Esse novo tratado requer que os paiacuteses membros
decircem continuidade ao processo de integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina colaborando para o
desenvolvimento econocircmico-social de uma forma mais equilibrada na regiatildeo Sua criaccedilatildeo
permitiu a promoccedilatildeo do aprofundamento do processo de integraccedilatildeo latino-americana e sua
finalidade eacute atingir a formaccedilatildeo de um mercado comum regional permitir o comeacutercio intra-
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
21
regional reciacuteproco promover o comeacutercio ampliaccedilatildeo de mercados desenvolvimento equilibrado e
o estabelecimento de preferecircncias regionais O TM-80 daacute aos Estados membros grande liberdade
para formular suas poliacuteticas comerciais e ainda uma maior flexibilidade para celebrar acordos
bilaterais ou multilaterais Com a criaccedilatildeo da ALADI houve um grande avanccedilo nas relaccedilotildees
comerciais entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina isso aconteceu devido agrave essa possibilidade de
realizaccedilatildeo de acordos bilaterais e outros de alcance regional entre os membros fazendo com que
aumentasse cada vez mais o comeacutercio bilateral e intra-regional na Ameacuterica Latina
A criaccedilatildeo da ALADI ainda parece ter beneficiado o processo de integraccedilatildeo
latino-americana Ficou extinta a ldquoclaacuteusula de naccedilatildeo mais favorecida regionalrdquo anteriormente
adotada pela ALALC permitindo assim conceder preferecircncia tarifaacuteria entre alguns membros da
ALADI sem a obrigatoriedade de dar preferecircncia a todos os integrantes da Associaccedilatildeo Apesar
do esforccedilo a ALADI natildeo conseguiu atingir seu objetivo de alcanccedilar uma integraccedilatildeo regional As
vaacuterias perspectivas geradas com a criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo foram extintas devido aos
acontecimentos no cenaacuterio internacional por volta do final da deacutecada de 70 Alguns fatores
comprometeram o crescimento do comeacutercio internacional e dificultaram o acesso de paiacuteses em
desenvolvimento agraves suas fontes externas de financiamento Dentre esses fatores se encontram o
segundo choque do petroacuteleo a elevaccedilatildeo do valor das taxas de juros internacionais e a recessatildeo
das economias de paiacuteses desenvolvidos Como os paiacuteses da Ameacuterica Latina estavam com a diacutevida
externa cada vez maior e sofrendo com a alta dos juros houve entre os paiacuteses integrantes da
ALADI a praacutetica cada vez mais frequumlente do protecionismo pois cada paiacutes passava a empregar
um amplo conjunto de medidas para controlar as importaccedilotildees Poreacutem o impacto dessa poliacutetica
sobre o comeacutercio intra-regional natildeo foi considerado eficaz pois aleacutem da reduccedilatildeo das importaccedilotildees
de cada paiacutes aconteceu tambeacutem uma proporcional reduccedilatildeo das trocas comerciais entre os paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
22
da proacutepria regiatildeo Haacute autores que dizem que a ALADI seguiu o mesmo modelo fracassado de
integraccedilatildeo regional que a ALALC onde o uacutenico agente eacute o Estado Isso porque o Tratado natildeo
considerava a livre circulaccedilatildeo de pessoas de empresas e de capitais privados e regionais e nem
de formas comunitaacuterias natildeo deixando espaccedilo para os verdadeiros interessados na integraccedilatildeo
regional
Mesmo a ALALC e a ALADI tendo obtido poucos resultados com relaccedilatildeo agrave
integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina ainda crescia o desejo pelo desenvolvimento de uma integraccedilatildeo
regional com destaque para o MERCOSUL que eacute considerado o processo de integraccedilatildeo regional
mais bem-sucedido da Ameacuterica Latina
12 Tratados do MERCOSUL
Eacute importante lembrar que os Estados-parte do MERCOSUL fazem parte do
GATT-OMC e suas accedilotildees devem estar adequadas ao regulamento desse acordo Isso acontece
devido agrave claacuteusula de habilitaccedilatildeo da Ronda Toacutequio que permite que os paiacuteses em
desenvolvimento natildeo apliquem o princiacutepio da naccedilatildeo mais favorecida
121 Tratado de Assunccedilatildeo
Foi assinado em 26 de marccedilo de 1991 o Tratado de Assunccedilatildeo visando agrave
constituiccedilatildeo de um mercado comum entre a Argentina o Brasil o Paraguai e o Uruguai Esse
tratado previa a liberalizaccedilatildeo comercial entre os paiacuteses-membros num periacuteodo de transiccedilatildeo ateacute
1994 Pode-se dividir a evoluccedilatildeo do MERCOSUL em dois periacuteodos o periacuteodo de transiccedilatildeo de
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
23
1991 a 1994 e a partir do iniacutecio de 1995 a existecircncia do MERCOSUL como uma Uniatildeo
Aduaneira
Eacute um acordo-quadro que apesar de natildeo criar um mercado comum estabelece
as metas do processo de integraccedilatildeo e a forma de alcanccedilaacute-las Um dos objetivos desse tratado eacute o
estabelecimento de uma tarifa externa comum a TEC e adoccedilatildeo de uma poliacutetica comercial
comum em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses Estabelece tambeacutem as condiccedilotildees para o surgimento de um
projeto de integraccedilatildeo que define seu objetivo agrave criaccedilatildeo de um mercado comum Este tratado
registra a vontade por parte dos quatro paiacuteses integrantes de se inserir com mais forccedila no
mercado mundial
O Tratado de Assunccedilatildeo eacute um acordo que agrave medida que se necessita vem sendo
complementado por outros instrumentos adicionais negociados entre os participantes do bloco
Inicialmente determina os meios para que ateacute o fim de 1994 se chegasse a uma uniatildeo aduaneira
que eacute a fase anterior ao mercado comum Poreacutem como eacute visto o MERCOSUL hoje ainda eacute uma
uniatildeo aduaneira imperfeita pois natildeo manteacutem a Tarifa Externa Comum (TEC) prevista para os
quatro Estados-membros
O Tratado de Assunccedilatildeo ato que fundou o MERCOSUL constitui um dos
principais instrumentos do processo de integraccedilatildeo acompanhado do Protocolo de Brasiacutelia de
1991 e ainda do Protocolo de Ouro Preto de 1994
Este tratado constitui a base de todo o sistema normativo do MERCOSUL
ordena e regulamenta as relaccedilotildees existentes entre os Estados integrantes do bloco
O Tratado de Assunccedilatildeo tem como objetivo principal a constituiccedilatildeo de um
mercado comum entre seus signataacuterios o que sugere tambeacutem a livre circulaccedilatildeo de bens serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
24
e fatores produtivos entre os Estados-parte eliminando as tarifas preacute-estabelecidas e as restriccedilotildees
natildeo tarifaacuterias No tratado estatildeo estabelecidos os elementos para a criaccedilatildeo de uma uniatildeo aduaneira
e por consequumlecircncia de uma poliacutetica comercial comum
De acordo com o Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE) o Tratado de
Assunccedilatildeo estabeleceu a utilizaccedilatildeo dos seguintes instrumentos para a constituiccedilatildeo do
MERCOSUL6
a) o cumprimento de um programa de liberalizaccedilatildeo comercial com reduccedilotildees tarifaacuterias
progressivas lineares e automaacuteticas acompanhadas da eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees natildeo-tarifaacuterias ou
de medidas de efeito equivalente
b) o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC) capaz de incentivar a
competitividade externa dos Estados-parte
c) a harmonizaccedilatildeo de poliacuteticas macroeconocircmicas e setoriais sempre que pertinente
O Tratado eacute sempre que necessaacuterio complementado por alguns instrumentos
adicionais acordados pelos quatro Estados-parte devido ao avanccedilo da integraccedilatildeo A intenccedilatildeo do
Tratado era de estabelecer condiccedilotildees para que se alcanccedilasse ateacute o fim de 1994 uma uniatildeo
aduaneira entre os quatro integrantes para posteriormente chegar a um mercado comum O MRE
mostra que o Tratado de Assunccedilatildeo determina alguns aspectos como7 estabelecer um programa de
liberalizaccedilatildeo comercial que consista de reduccedilotildees tarifaacuterias progressivas lineares e automaacuteticas
acompanhadas da eliminaccedilatildeo das barreiras natildeo tarifaacuterias coordenar poliacuteticas macro-econocircmicas
estabelecer uma Tarifa Externa Comum (TEC) estabelecer listas de exceccedilotildees ao programa de
6 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
25
liberalizaccedilatildeo para produtos considerados sensiacuteveis constituir um regime geral de origem e de
um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias
O Tratado de Assunccedilatildeo estabelece que o Poder Executivo de cada Estado-parte
deve manter informado seu respectivo Poder Legislativo sobre a evoluccedilatildeo do objeto deste tratado
o MERCOSUL
122 Protocolo de Brasiacutelia
Para solucionar os conflitos na esfera do MERCOSUL a forma escolhida foi a
arbitragem Portanto para cumprir determinaccedilatildeo do Tratado de Assunccedilatildeo designou-se um grupo
de trabalho que elaboraria um Sistema de Soluccedilatildeo de Controveacutersias entre os Estados-parte
Assim em dezembro de 1991 foi assinado o Protocolo de Brasiacutelia para Soluccedilatildeo de Controveacutersias
que passou a ter vigecircncia a partir de 1993
Este Protocolo no sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias tem como caracteriacutestica
ordenar que a soluccedilatildeo de controveacutersias ocorreraacute no plano diplomaacutetico por meio de negociaccedilotildees
diretas mas que possuem intervenccedilatildeo de oacutergatildeos institucionais como o Grupo Mercado Comum -
GMC- e se as dificuldades natildeo forem superadas utilizaraacute o procedimento arbitral O Protocolo
prevecirc tambeacutem poreacutem de maneira bem restrita e com normas complexas que particulares
pessoas fiacutesicas e juriacutedicas tenham acesso ao sistema com direito a reclamaccedilotildees pois o Tratado de
Assunccedilatildeo previa somente a participaccedilatildeo dos Estados-parte
7 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
26
A uacuteltima fase do Protocolo a instauraccedilatildeo de um Tribunal Arbitral proferiraacute a
decisatildeo por meio de laudos inapelaacuteveis e obrigatoacuterios para os Estados-parte na controveacutersia Essa
obrigatoriedade se daraacute a partir do recebimento da notificaccedilatildeo sobre a decisatildeo e os laudos teratildeo
forccedila de coisa julgada devendo ser cumpridos no prazo fixado pelo Tribunal Arbitral
O Protocolo de Brasiacutelia funciona como provisoacuterio fornecendo mecanismos para
a soluccedilatildeo de controveacutersias ateacute que entre em vigor o Sistema Permanente de Soluccedilotildees de
Controveacutersias Este sistema aleacutem de previsto no Tratado de Assunccedilatildeo ganhou forccedila com o
Protocolo de Ouro Preto quando diz que antes de se firmar uma Tarifa Externa Comum os
Estados-parte deveratildeo fazer uma revisatildeo do sistema atual para soluccedilatildeo de controveacutersias com o
objetivo de adotar o sistema permanente
123 Protocolo de Ouro Preto
O Protocolo de Ouro Preto ndash POP assinado em 1994 define a estrutura
institucional definitiva do MERCOSUL e firma a ideacuteia de avanccedilar na constituiccedilatildeo de um
mercado comum Este protocolo pode se adaptar a possiacuteveis circunstacircncias que se apresentem
pois por meio de uma conferecircncia diplomaacutetica sua estrutura pode ser reavaliada
O POP tem como principal atribuiccedilatildeo conferir personalidade juriacutedica ao
MERCOSUL sempre que ele tenha que se relacionar como bloco econocircmico com grupos de
paiacuteses e oacutergatildeos internacionais multilateraisO POP trouxe algumas inovaccedilotildees para a estrutura
orgacircnica do MERCOSUL com relaccedilatildeo agrave criaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos Este bloco pode contar agora
com os seguintes oacutergatildeos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
27
- Conselho do Mercado Comum (CMC)
- Grupo Mercado Comum (GMC)
- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)
- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)
- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)
- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)
Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de
Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte
reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a
decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o
encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver
uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc
teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado
reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante
poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de
Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de
Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares
13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu
Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem
conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo
regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
28
aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica
proacutepria
No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos
fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes
promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em
1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash
Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de
Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as
barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas
O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE
satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de
Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc
Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas
Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a
primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE
que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais
e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos
tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
29
parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila
comum (PESC)
O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs
pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica
externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria
Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais
elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo
Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma
deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para
um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de
acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE
14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia
Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros
fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e
Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda
aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez
com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-
se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios
tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a
ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
30
A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus
integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O
alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como
dos novos paiacuteses integrantes do bloco
ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)
Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455
milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou
preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados
pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo
15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia
As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as
importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL
8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
31
aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial
global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O
Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo
Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a
Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda
mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a
conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o
protecionismo adotado pela Europa
16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia
Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade
Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo
Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos
A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo
interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de
integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional
O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as
condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e
econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando
9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
32
a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)
Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas
regiotildees como conceitos baacutesicos
Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de
atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e
das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre
Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros
A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo
natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos
regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As
propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL
foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a
posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
33
2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE
Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e
Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute
de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e
Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de
envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da
Uniatildeo Europeacuteia
Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das
relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se
referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral
22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL
Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia
econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da
economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do
comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o
comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano
10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
34
Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das
exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo
Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do
Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira
Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros
paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido
com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a
Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees
Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve
um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$
45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila
comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do
MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno
crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL
passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees
Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees
brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina
23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina
Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai
para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
35
nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo
principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro
mercado comum
No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a
Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo
industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha
caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata
previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos
setoriais foram assinados bilateralmente
24 Produtos ou setores em potencial
A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila
de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees
europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-
tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral
permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a
UE
O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre
paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco
elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado
principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A
composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
36
importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do
MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e
ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu
25 Principais parceiros europeus
As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande
assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o
primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos
externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus
Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica
Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a
complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais
intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-
americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de
diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio
bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais
com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande
influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a
Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada
na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento
comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
37
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ
RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE
31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia
O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco
pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do
MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa
Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros
comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos
comerciais na Europa
Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do
Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto
que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com
relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve
queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve
uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos
anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e
menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil
passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda
de 10 nesse investimento
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
38
No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do
MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os
europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior
mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das
exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial
importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute
a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total
A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de
intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores
agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees
europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo
dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida
Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma
importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios
desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos
manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser
importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas
Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com
tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas
11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
39
Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta
de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as
maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados
representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros
quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo
eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos
Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II
32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil
Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco
econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a
assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos
tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL
Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de
facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo
acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram
negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL
com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados
europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia
A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais
nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que
temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
40
relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no
fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as
medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus
No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator
agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de
2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral
com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
41
CONCLUSAtildeO
As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito
tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se
aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial
implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente
conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados
Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos
data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina
individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se
com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as
partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados
A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos
causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e
Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um
desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo
com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e
falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a
formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse
fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados
que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
42
interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus
interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar
obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos
econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada
bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles
como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das
negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave
liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees
Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar
um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o
Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e
essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles
Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo
inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se
tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs
dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses
integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e
reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento
Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da
agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
43
Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor
agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta
de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses
desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil
esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor
Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do
Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC
depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia
Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a
pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade
eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os
subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre
MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas
do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
44
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005
bull AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972
bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004
bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004
bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003
bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004
bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998
bull GLOBAL 21 Disponiacutevel em lthttpwwwglobal21combrgt Acessado em 20 de novembro de 2005
bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001
bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
45
bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005
bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005
bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999
bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005
bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003
bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
46
ANEXO I
Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo
(valores totais em US$ e porcentuais)
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45
Exportaccedilotildees do Brasil
2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46
2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38
Importaccedilotildees do Brasil
2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44
Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28
2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23
Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31
Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees
2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
47
ANEXO II
Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL
Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp
Peso do MERCOSUL
nas Importaccedilotildees
extra UE 19982000
Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL
19982000
I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361
II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399
III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112
IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423
Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386
V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207
VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130
VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92
VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341
IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374
X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259
XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152
XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139
XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120
XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140
XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176
XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157
XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151
XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206
XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67
XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301
Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183
Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE
Totais por fator agregado
US$ F0B
Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s
A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935
2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111
Fonte
Anos de 19801992 = Banco do Brasil
Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
49
ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro
Uniatildeo Europeacuteia - UE
US$ F0B
E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s
A n o
US$ FOB (A)
Var
Part ()
US$ FOB (B)
Var ()
Part ()
Saldo (A-B)
Corrente Comeacutercio (A+B)
Cobertura (AB)
1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133
Obs () ()
VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil
IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
11
estrutura orgacircnica criando diversos oacutergatildeos para o bloco A partir de entatildeo procura-se fazer uma
breve abordagem histoacuterica da Uniatildeo Europeacuteia analisando-a desde quando era ainda a CEE ateacute
consolidar-se por meio do Tratado de Maastricht tornando-se de fato a atual Uniatildeo Europeacuteia
com 25 membros Ainda no primeiro capiacutetulo eacute possiacutevel verificar a vontade desses dois blocos de
implementar um acordo inter-regional entre eles
Mais adiante seraacute dado enfoque agrave relevacircncia da participaccedilatildeo do Brasil no
comeacutercio com o MERCOSUL e no comeacutercio com a Uniatildeo Europeacuteia separadamente procurando
ressaltar os setores mais expressivos para as partes e seus parceiros mais importantes
Finalmente no uacuteltimo capiacutetulo seratildeo abordadas as consequumlecircncias positivas ou
negativas para o Brasil a partir da relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia lembrando que
apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar um acordo entre eles os europeus adotam
medidas protecionistas que muito afetam as intenccedilotildees dos paiacuteses latino-americanos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
12
IMPORTAcircNCIA DO TEMA E METODOLOGIA DE TRABALHO
Com o constante fenocircmeno da globalizaccedilatildeo o interesse dos Estados por
mercados estrangeiros eacute cada vez maior proporcionando assim oportunidades para os paiacuteses
geograficamente mais proacuteximos se unirem formando grandes blocos econocircmicos atraveacutes do
processo de integraccedilatildeo regional Devido a vantagens e benefiacutecios oferecidos os paiacuteses optam cada
vez mais por integrar-se com seus vizinhos para adquirir mais forccedila e competitividade no cenaacuterio
internacional Esse processo de integraccedilatildeo pode ser facilmente observado como mostra o
trabalho na Ameacuterica Latina e na Europa com a criaccedilatildeo do Mercado Comum do Sul
(MERCOSUL) e da Uniatildeo Europeacuteia respectivamente
O interesse pelo tema surgiu da importacircncia no atual cenaacuterio internacional de
se obter uma visatildeo a partir da oacutetica do Brasil como maior economia do MERCOSUL com
relaccedilatildeo ao intercacircmbio comercial entre este bloco e a Uniatildeo Europeacuteia Estudar a relaccedilatildeo entre os
dois blocos torna mais faacutecil visualizar a participaccedilatildeo do Brasil no comeacutercio com cada um deles
individualmente e de sua situaccedilatildeo e eventuais consequumlecircncias para o paiacutes devido a essa relaccedilatildeo
inter-regional que tende a crescer cada vez mais
Este trabalho foi realizado baseado em fontes secundaacuterias como livros teses
textos especializados jornais revistas internet dados e tabelas para maior esclarecimento do que
foi abordado
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
13
REFERENCIAL TEOacuteRICO
Foi principalmente apoacutes a Segunda Guerra Mundial que surgiu o fenocircmeno da
integraccedilatildeo econocircmica regional que desde entatildeo tem sido objeto de estudo para a economia
poliacutetica O conceito de integraccedilatildeo eacute recente se implanta perfeitamente no atual panorama
econocircmico mundial e eacute marcado pelo multilateralismo das relaccedilotildees comerciais e pela
regionalizaccedilatildeo econocircmica Eacute um fato comum no mundo atual Quase todas as grandes economias
mundiais encontram-se de alguma forma envolvidas em processos de integraccedilatildeo econocircmica
Esse fenocircmeno se introduz no problema enfrentado por todas as naccedilotildees
modernas o protecionismo contra liberalismo comercial O protecionismo aumenta e favorece a
industrializaccedilatildeo de um paiacutes mas por outro lado apoacutes certo tempo tambeacutem favorece o
surgimento de monopoacutelios internos com visiacutevel desvantagem para o consumidor que natildeo tem
acesso a novos produtos lanccedilados no mercado internacional e soacute pode escolher entre os ofertados
no mercado interno Como natildeo haacute concorrecircncia internacional e satildeo produzidos por empresas
abrigadas sob o protecionismo os produtos nacionais tecircm a tendecircncia de serem caros e de baixa
qualidade
Ao se desestruturar os mecanismos da proteccedilatildeo a liberalizaccedilatildeo comercial
deixou de ser uma simples alternativa e passou a significar uma caracteriacutestica da economia
mundial Reuacutenem-se paiacuteses regionalmente para assim alcanccedilar novos paiacuteses sendo vizinhos ou
natildeo e ampliar o espaccedilo econocircmico integrado
A integraccedilatildeo deve ser entendida como um processo de unificaccedilatildeo de
sociedades que tendem a formar uma coletividade harmoniosa a partir de liberalizaccedilotildees das
trocas comerciais dos movimentos de capitais pessoas serviccedilos e reduccedilotildees de discriminaccedilotildees
entre os estados membros1
1 VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
14
Segundo o MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES os processos de
integraccedilatildeo econocircmica satildeo conjuntos de medidas de caraacuteter econocircmico e comercial que tecircm por
finalidade originar a aproximaccedilatildeo e consequumlentemente a uniatildeo entre as economias de dois ou
mais paiacuteses Essa aproximaccedilatildeo deve ter por objetivo natildeo somente laccedilos econocircmicos mas
tambeacutem poliacuteticos e sociais
A integraccedilatildeo consiste em estabelecer um novo ambiente econocircmico poliacutetico e
cultural a partir de vaacuterios ambientes econocircmicos Haacute uma eliminaccedilatildeo de formas de
discriminaccedilotildees iniciais como no aspecto comercial ou no que concerne agrave circulaccedilatildeo de pessoas
serviccedilos e capitais em processos de integraccedilatildeo mais avanccedilados
Os processos de integraccedilatildeo de mercados representam o auge da globalizaccedilatildeo e
internacionalizaccedilatildeo da economia o que resulta em tendecircncias de interdependecircncia e
uniformidade a chamada homogeneizaccedilatildeo A economia transnacional se sobrepotildee agrave soberania
dos Estados gerando assim novas territorizaccedilotildees sem raiacutezes culturais
As poliacuteticas de integraccedilatildeo econocircmica podem ser positivas ou negativas Nas
positivas ocorrem modificaccedilotildees dos instrumentos existentes ndash matildeo-de-obra barata infra-
estrutura mobilidade de um paiacutes a outro etc ndash e a criaccedilatildeo de instituiccedilotildees para permitir o
aprofundamento da unificaccedilatildeo dos mercados e seu efetivo funcionamento Jaacute nas poliacuteticas
negativas acontece a remoccedilatildeo total de barreiras ao comeacutercio internacional ou restriccedilatildeo ao
processo de liberalizaccedilatildeo comercial
VINER (1949) criou as bases da integraccedilatildeo econocircmica a partir da teoria pura do
comeacutercio internacional Foi ele tambeacutem quem fez a distinccedilatildeo entre criaccedilatildeo de comeacutercio e desvio
de comeacutercio
A integraccedilatildeo econocircmica entre paiacuteses em desenvolvimento seria uma alternativa
para viabilizar uma estrateacutegia de desenvolvimento que seria irrealizaacutevel nas dimensotildees de
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
15
pequenas economias perifeacutericas Essas razotildees levaram os economistas da CEPAL a defenderem a
necessidade da integraccedilatildeo das economias latino-americanas
Os processos de integraccedilatildeo2 buscam alcanccedilar diversos objetivos tais como a
ampliaccedilatildeo da resistecircncia frente agraves barreiras aduaneiras a ampliaccedilatildeo dos mercados o estiacutemulo do
intercambio tecnoloacutegico uma maior facilidade de acesso a mateacuterias primas e o maior poder de
pressatildeo na defesa de seus interesses nas negociaccedilotildees internacionais Tendo visto isso pode-se
observar que haacute diferentes formas e etapas de integraccedilatildeo divididos em vaacuterios estaacutegios definidos
como
a) Zonas de Preferecircncias Tarifaacuterias ndash caracteriza-se pela reduccedilatildeo de tarifas para uma
gama variada de produtos abrangendo parte do universo tarifaacuterio sem que se implique na
eliminaccedilatildeo total dos direitos aduaneiros e na reduccedilatildeo ou eliminaccedilatildeo de outras restriccedilotildees ao
comeacutercio Esses acordos violam a claacuteusula de Naccedilatildeo Mais Favorecida do GATT3 mas satildeo
admitidos entre paiacuteses em desenvolvimento e satildeo praticados pelos paiacuteses desenvolvidos atraveacutes
do Sistema Geral de Preferecircncias (SGP) criado pela Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre o
Comeacutercio e o Desenvolvimento (UNCTAD)
b) Zona de Livre Comeacutercio ndash trata-se da forma mais simples de associaccedilatildeo entre
Estados admitida pelo GATT Caracteriza-se pela eliminaccedilatildeo de tarifas aduaneiras e outras
restriccedilotildees ao comeacutercio entre os paiacuteses que dela participam Poreacutem cada paiacutes preserva sua
autonomia na poliacutetica comercial em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses
2 BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972 3 GATT ndash Acordo Geral sobre Tarifas e Comeacutercio assinado por 23 paiacuteses O artigo XXIV do acordo permite a formaccedilatildeo de uniotildees aduaneiras e aacutereas de livre comeacutercio sob certas condiccedilotildees
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
16
c) Uniatildeo Aduaneira ndash caracteriza-se pela ausecircncia de barreiras ao comeacutercio entre
paiacuteses-membros pressupotildee uma poliacutetica comercial comum em relaccedilatildeo a paiacuteses natildeo-membros e a
adoccedilatildeo de uma Tarifa Externa Comum (TEC) A uniatildeo aduaneira pressupotildee ainda a
harmonizaccedilatildeo de instrumentos da poliacutetica comercial tais como diferentes sistemas monetaacuterios
fiscais etc que possam vir a originar problemas
d) Mercado Comum ndash consiste em uma uniatildeo aduaneira na qual os estados membros
determinam a eliminaccedilatildeo das restriccedilotildees sobre produtos bem como a livre circulaccedilatildeo dos demais
fatores produtivos como pessoas serviccedilos e capital eacute uma forma mais elevada de integraccedilatildeo
econocircmica
e) Uniatildeo Econocircmica ndash caracteriza-se pelo estabelecimento de uma autoridade
supranacional que se responsabiliza pela aplicaccedilatildeo das poliacuteticas comuns define criteacuterios e
distingue-se de um mercado comum por associar a eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees aos movimentos de
mercadorias e fatores com um certo grau de harmonizaccedilatildeo das poliacuteticas econocircmicas nacionais de
forma a abolir as discriminaccedilotildees resultantes das disparidades existentes entre essas poliacuteticas
f) Integraccedilatildeo Econocircmica Total ndash para Balassa4 essa forma de integraccedilatildeo pressupotildee a
unificaccedilatildeo das poliacuteticas monetaacuterias fiscais sociais e anticiacuteclicas e exige o estabelecimento de
uma autoridade supranacional cujas decisotildees satildeo obrigatoacuterias para os Estados-membros
g) Uniatildeo Poliacutetica ndash essa eacute uma forma de integraccedilatildeo que se caracteriza pela instituiccedilatildeo
de uma federaccedilatildeo de Estados com autoridade poliacutetica unificada ou formaccedilatildeo de Estados na qual
4 Bela Balassa op Cit p 11
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
17
apenas as aacutereas acordadas passam a ser objeto de controle de instituiccedilotildees supranacionais Em
geral a formaccedilatildeo de uma uniatildeo poliacutetica deve envolver cooperaccedilatildeo em termos da poliacutetica externa
e de defesa5
Eacute bastante antiga a noccedilatildeo de que uma zona de livre comeacutercio e uma uniatildeo
aduaneira ajudam para o aumento do bem-estar mas foi Jacob Viner em 1950 que formulou
uma teoria dos efeitos econocircmicos de uma uniatildeo aduaneira Essa teoria eacute baseada nos efeitos da
uniatildeo aduaneira sobre os produtos Foi entatildeo que introduziu os conceitos de criaccedilatildeo de comeacutercio
e desvio de comeacutercio
Viner investigou os efeitos de uma uniatildeo aduaneira nas correntes de trocas e fez
a distribuiccedilatildeo entre o efeito de desvio de comeacutercio resultante de uma uniatildeo Outros autores
tambeacutem abordaram estes problemas poreacutem num esquema menos preciso e sem utilizar a
terminologia de Viner
A criaccedilatildeo de comeacutercio eacute o mecanismo de ampliaccedilatildeo das transaccedilotildees comerciais
entre os paiacuteses membros de uma uniatildeo aduaneira a partir da unificaccedilatildeo de preccedilos dos produtos na
regiatildeo apoacutes a queda das barreiras tarifaacuterias Entende-se por desvio de comeacutercio o mecanismo de
reduccedilatildeo de comeacutercio com paiacuteses natildeo-membros da uniatildeo aduaneira em benefiacutecio do aumento do
comeacutercio intra-regional
Os efeitos positivos sobre a produccedilatildeo resultam do desvio de compras de um
dado bem de fontes de produccedilatildeo interna de custos mais altos para outras de custos mais
5 MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
18
reduzidos localizadas em paiacuteses membros Jaacute os efeitos negativos sobre a produccedilatildeo dizem
respeito a um desvio das fontes de produccedilatildeo com custos mais baixos paiacuteses estrangeiros para
fontes de produccedilatildeo com custos mais elevados paiacuteses membros Segundo Viner os efeitos
beneacuteficos da uniatildeo aduaneira seratildeo predominantes se o aumento de comeacutercio for superior ao seu
desvio
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
19
1 MERCOSUL E UNIAtildeO EUROPEacuteIA
11 MERCOSUL antecedentes histoacutericos
A Ameacuterica Latina vem haacute tempos buscando aumentar os laccedilos econocircmicos
entre seus paiacuteses atraveacutes da criaccedilatildeo de blocos regionais Vaacuterios foram os idealizadores da
integraccedilatildeo entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina dentre eles estaacute o presidente Getuacutelio Vargas que na
primeira metade do seacuteculo XX almejava a integraccedilatildeo das principais economias da Ameacuterica
Latina atraveacutes da formaccedilatildeo de um bloco econocircmico Inicialmente por volta da deacutecada de 30
ainda no Governo Vargas foram feitas algumas negociaccedilotildees para criar o BLOCO ABC
procurou-se formar a integraccedilatildeo dos trecircs paiacuteses mais fortes economicamente na Ameacuterica Latina
a Argentina o Brasil e o Chile Os paiacuteses sul americanos tiveram que enfrentar a resistecircncia do
governo dos EUA que natildeo via com bons olhos a imposiccedilatildeo de fronteiras econocircmicas pois
desejava continuar suprindo a Ameacuterica Latina com seus produtos industrializados e obtendo sua
mateacuteria prima
Anos mais tarde em 1948 foi criada a Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica
Latina - CEPAL subordinada ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees Unidas
representando outro importante instrumento para o desenvolvimento dos paiacuteses da Ameacuterica
Latina pois busca promover o desenvolvimento da Ameacuterica Latina estimulando a criaccedilatildeo de um
mercado comum latino americano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
20
O MERCOSUL considerado o mais recente esforccedilo para a integraccedilatildeo da
Ameacuterica Latina pode encontrar suas origens na criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo Latino-Americana de
Livre Comeacutercio ndash ALALC Este bloco tinha como objetivo implantar no prazo de 12 anos um
mercado comum regional por meio da formaccedilatildeo de uma zona de livre comeacutercio Criada em 1960
pelo Tratado de Montevideacuteu conhecido como TM-60 a ALALC era constituiacuteda pelos paiacuteses da
Ameacuterica do Sul excluindo-se deste grupo as Guianas e pelo Meacutexico O Tratado buscava ampliar
os mercados e alcanccedilar a liberalizaccedilatildeo do intercacircmbio eliminando as medidas protecionistas
Atraveacutes do Protocolo de Caracas a ideacuteia de criar um mercado comum em 12 anos teve seu prazo
aumentado para 1980 O objetivo era eliminar ateacute 1980 a maior quantidade imaginaacutevel de
restriccedilotildees comerciais existentes entre os integrantes do bloco
Os objetivos almejados pela ALALC natildeo foram alcanccedilados e dentre as razotildees
que levaram ao fracasso da Associaccedilatildeo encontra-se a falta de dinamismo por conta do elevado
nuacutemero de associados e suas diferenccedilas estruturais o vencimento do prazo determinado para a
obtenccedilatildeo de ecircxito do bloco entre outros motivos Durante a deacutecada de 70 a crise do petroacuteleo que
atingia a economia mundial causou uma intensa recessatildeo nos paiacuteses da Ameacuterica Latina e em
busca de uma alternativa para contornar o problema os paiacuteses latino-americanos reestruturaram a
ALALC fazendo surgir a Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo ndash ALADI criada em 1980
pelo Tratado de Montevideacuteu chamado TM-80 Ainda em vigor este Tratado compreende os
mesmos paiacuteses que compunham a ALALC Esse novo tratado requer que os paiacuteses membros
decircem continuidade ao processo de integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina colaborando para o
desenvolvimento econocircmico-social de uma forma mais equilibrada na regiatildeo Sua criaccedilatildeo
permitiu a promoccedilatildeo do aprofundamento do processo de integraccedilatildeo latino-americana e sua
finalidade eacute atingir a formaccedilatildeo de um mercado comum regional permitir o comeacutercio intra-
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
21
regional reciacuteproco promover o comeacutercio ampliaccedilatildeo de mercados desenvolvimento equilibrado e
o estabelecimento de preferecircncias regionais O TM-80 daacute aos Estados membros grande liberdade
para formular suas poliacuteticas comerciais e ainda uma maior flexibilidade para celebrar acordos
bilaterais ou multilaterais Com a criaccedilatildeo da ALADI houve um grande avanccedilo nas relaccedilotildees
comerciais entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina isso aconteceu devido agrave essa possibilidade de
realizaccedilatildeo de acordos bilaterais e outros de alcance regional entre os membros fazendo com que
aumentasse cada vez mais o comeacutercio bilateral e intra-regional na Ameacuterica Latina
A criaccedilatildeo da ALADI ainda parece ter beneficiado o processo de integraccedilatildeo
latino-americana Ficou extinta a ldquoclaacuteusula de naccedilatildeo mais favorecida regionalrdquo anteriormente
adotada pela ALALC permitindo assim conceder preferecircncia tarifaacuteria entre alguns membros da
ALADI sem a obrigatoriedade de dar preferecircncia a todos os integrantes da Associaccedilatildeo Apesar
do esforccedilo a ALADI natildeo conseguiu atingir seu objetivo de alcanccedilar uma integraccedilatildeo regional As
vaacuterias perspectivas geradas com a criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo foram extintas devido aos
acontecimentos no cenaacuterio internacional por volta do final da deacutecada de 70 Alguns fatores
comprometeram o crescimento do comeacutercio internacional e dificultaram o acesso de paiacuteses em
desenvolvimento agraves suas fontes externas de financiamento Dentre esses fatores se encontram o
segundo choque do petroacuteleo a elevaccedilatildeo do valor das taxas de juros internacionais e a recessatildeo
das economias de paiacuteses desenvolvidos Como os paiacuteses da Ameacuterica Latina estavam com a diacutevida
externa cada vez maior e sofrendo com a alta dos juros houve entre os paiacuteses integrantes da
ALADI a praacutetica cada vez mais frequumlente do protecionismo pois cada paiacutes passava a empregar
um amplo conjunto de medidas para controlar as importaccedilotildees Poreacutem o impacto dessa poliacutetica
sobre o comeacutercio intra-regional natildeo foi considerado eficaz pois aleacutem da reduccedilatildeo das importaccedilotildees
de cada paiacutes aconteceu tambeacutem uma proporcional reduccedilatildeo das trocas comerciais entre os paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
22
da proacutepria regiatildeo Haacute autores que dizem que a ALADI seguiu o mesmo modelo fracassado de
integraccedilatildeo regional que a ALALC onde o uacutenico agente eacute o Estado Isso porque o Tratado natildeo
considerava a livre circulaccedilatildeo de pessoas de empresas e de capitais privados e regionais e nem
de formas comunitaacuterias natildeo deixando espaccedilo para os verdadeiros interessados na integraccedilatildeo
regional
Mesmo a ALALC e a ALADI tendo obtido poucos resultados com relaccedilatildeo agrave
integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina ainda crescia o desejo pelo desenvolvimento de uma integraccedilatildeo
regional com destaque para o MERCOSUL que eacute considerado o processo de integraccedilatildeo regional
mais bem-sucedido da Ameacuterica Latina
12 Tratados do MERCOSUL
Eacute importante lembrar que os Estados-parte do MERCOSUL fazem parte do
GATT-OMC e suas accedilotildees devem estar adequadas ao regulamento desse acordo Isso acontece
devido agrave claacuteusula de habilitaccedilatildeo da Ronda Toacutequio que permite que os paiacuteses em
desenvolvimento natildeo apliquem o princiacutepio da naccedilatildeo mais favorecida
121 Tratado de Assunccedilatildeo
Foi assinado em 26 de marccedilo de 1991 o Tratado de Assunccedilatildeo visando agrave
constituiccedilatildeo de um mercado comum entre a Argentina o Brasil o Paraguai e o Uruguai Esse
tratado previa a liberalizaccedilatildeo comercial entre os paiacuteses-membros num periacuteodo de transiccedilatildeo ateacute
1994 Pode-se dividir a evoluccedilatildeo do MERCOSUL em dois periacuteodos o periacuteodo de transiccedilatildeo de
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
23
1991 a 1994 e a partir do iniacutecio de 1995 a existecircncia do MERCOSUL como uma Uniatildeo
Aduaneira
Eacute um acordo-quadro que apesar de natildeo criar um mercado comum estabelece
as metas do processo de integraccedilatildeo e a forma de alcanccedilaacute-las Um dos objetivos desse tratado eacute o
estabelecimento de uma tarifa externa comum a TEC e adoccedilatildeo de uma poliacutetica comercial
comum em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses Estabelece tambeacutem as condiccedilotildees para o surgimento de um
projeto de integraccedilatildeo que define seu objetivo agrave criaccedilatildeo de um mercado comum Este tratado
registra a vontade por parte dos quatro paiacuteses integrantes de se inserir com mais forccedila no
mercado mundial
O Tratado de Assunccedilatildeo eacute um acordo que agrave medida que se necessita vem sendo
complementado por outros instrumentos adicionais negociados entre os participantes do bloco
Inicialmente determina os meios para que ateacute o fim de 1994 se chegasse a uma uniatildeo aduaneira
que eacute a fase anterior ao mercado comum Poreacutem como eacute visto o MERCOSUL hoje ainda eacute uma
uniatildeo aduaneira imperfeita pois natildeo manteacutem a Tarifa Externa Comum (TEC) prevista para os
quatro Estados-membros
O Tratado de Assunccedilatildeo ato que fundou o MERCOSUL constitui um dos
principais instrumentos do processo de integraccedilatildeo acompanhado do Protocolo de Brasiacutelia de
1991 e ainda do Protocolo de Ouro Preto de 1994
Este tratado constitui a base de todo o sistema normativo do MERCOSUL
ordena e regulamenta as relaccedilotildees existentes entre os Estados integrantes do bloco
O Tratado de Assunccedilatildeo tem como objetivo principal a constituiccedilatildeo de um
mercado comum entre seus signataacuterios o que sugere tambeacutem a livre circulaccedilatildeo de bens serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
24
e fatores produtivos entre os Estados-parte eliminando as tarifas preacute-estabelecidas e as restriccedilotildees
natildeo tarifaacuterias No tratado estatildeo estabelecidos os elementos para a criaccedilatildeo de uma uniatildeo aduaneira
e por consequumlecircncia de uma poliacutetica comercial comum
De acordo com o Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE) o Tratado de
Assunccedilatildeo estabeleceu a utilizaccedilatildeo dos seguintes instrumentos para a constituiccedilatildeo do
MERCOSUL6
a) o cumprimento de um programa de liberalizaccedilatildeo comercial com reduccedilotildees tarifaacuterias
progressivas lineares e automaacuteticas acompanhadas da eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees natildeo-tarifaacuterias ou
de medidas de efeito equivalente
b) o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC) capaz de incentivar a
competitividade externa dos Estados-parte
c) a harmonizaccedilatildeo de poliacuteticas macroeconocircmicas e setoriais sempre que pertinente
O Tratado eacute sempre que necessaacuterio complementado por alguns instrumentos
adicionais acordados pelos quatro Estados-parte devido ao avanccedilo da integraccedilatildeo A intenccedilatildeo do
Tratado era de estabelecer condiccedilotildees para que se alcanccedilasse ateacute o fim de 1994 uma uniatildeo
aduaneira entre os quatro integrantes para posteriormente chegar a um mercado comum O MRE
mostra que o Tratado de Assunccedilatildeo determina alguns aspectos como7 estabelecer um programa de
liberalizaccedilatildeo comercial que consista de reduccedilotildees tarifaacuterias progressivas lineares e automaacuteticas
acompanhadas da eliminaccedilatildeo das barreiras natildeo tarifaacuterias coordenar poliacuteticas macro-econocircmicas
estabelecer uma Tarifa Externa Comum (TEC) estabelecer listas de exceccedilotildees ao programa de
6 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
25
liberalizaccedilatildeo para produtos considerados sensiacuteveis constituir um regime geral de origem e de
um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias
O Tratado de Assunccedilatildeo estabelece que o Poder Executivo de cada Estado-parte
deve manter informado seu respectivo Poder Legislativo sobre a evoluccedilatildeo do objeto deste tratado
o MERCOSUL
122 Protocolo de Brasiacutelia
Para solucionar os conflitos na esfera do MERCOSUL a forma escolhida foi a
arbitragem Portanto para cumprir determinaccedilatildeo do Tratado de Assunccedilatildeo designou-se um grupo
de trabalho que elaboraria um Sistema de Soluccedilatildeo de Controveacutersias entre os Estados-parte
Assim em dezembro de 1991 foi assinado o Protocolo de Brasiacutelia para Soluccedilatildeo de Controveacutersias
que passou a ter vigecircncia a partir de 1993
Este Protocolo no sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias tem como caracteriacutestica
ordenar que a soluccedilatildeo de controveacutersias ocorreraacute no plano diplomaacutetico por meio de negociaccedilotildees
diretas mas que possuem intervenccedilatildeo de oacutergatildeos institucionais como o Grupo Mercado Comum -
GMC- e se as dificuldades natildeo forem superadas utilizaraacute o procedimento arbitral O Protocolo
prevecirc tambeacutem poreacutem de maneira bem restrita e com normas complexas que particulares
pessoas fiacutesicas e juriacutedicas tenham acesso ao sistema com direito a reclamaccedilotildees pois o Tratado de
Assunccedilatildeo previa somente a participaccedilatildeo dos Estados-parte
7 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
26
A uacuteltima fase do Protocolo a instauraccedilatildeo de um Tribunal Arbitral proferiraacute a
decisatildeo por meio de laudos inapelaacuteveis e obrigatoacuterios para os Estados-parte na controveacutersia Essa
obrigatoriedade se daraacute a partir do recebimento da notificaccedilatildeo sobre a decisatildeo e os laudos teratildeo
forccedila de coisa julgada devendo ser cumpridos no prazo fixado pelo Tribunal Arbitral
O Protocolo de Brasiacutelia funciona como provisoacuterio fornecendo mecanismos para
a soluccedilatildeo de controveacutersias ateacute que entre em vigor o Sistema Permanente de Soluccedilotildees de
Controveacutersias Este sistema aleacutem de previsto no Tratado de Assunccedilatildeo ganhou forccedila com o
Protocolo de Ouro Preto quando diz que antes de se firmar uma Tarifa Externa Comum os
Estados-parte deveratildeo fazer uma revisatildeo do sistema atual para soluccedilatildeo de controveacutersias com o
objetivo de adotar o sistema permanente
123 Protocolo de Ouro Preto
O Protocolo de Ouro Preto ndash POP assinado em 1994 define a estrutura
institucional definitiva do MERCOSUL e firma a ideacuteia de avanccedilar na constituiccedilatildeo de um
mercado comum Este protocolo pode se adaptar a possiacuteveis circunstacircncias que se apresentem
pois por meio de uma conferecircncia diplomaacutetica sua estrutura pode ser reavaliada
O POP tem como principal atribuiccedilatildeo conferir personalidade juriacutedica ao
MERCOSUL sempre que ele tenha que se relacionar como bloco econocircmico com grupos de
paiacuteses e oacutergatildeos internacionais multilateraisO POP trouxe algumas inovaccedilotildees para a estrutura
orgacircnica do MERCOSUL com relaccedilatildeo agrave criaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos Este bloco pode contar agora
com os seguintes oacutergatildeos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
27
- Conselho do Mercado Comum (CMC)
- Grupo Mercado Comum (GMC)
- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)
- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)
- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)
- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)
Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de
Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte
reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a
decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o
encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver
uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc
teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado
reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante
poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de
Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de
Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares
13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu
Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem
conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo
regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
28
aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica
proacutepria
No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos
fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes
promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em
1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash
Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de
Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as
barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas
O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE
satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de
Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc
Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas
Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a
primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE
que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais
e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos
tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
29
parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila
comum (PESC)
O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs
pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica
externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria
Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais
elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo
Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma
deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para
um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de
acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE
14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia
Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros
fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e
Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda
aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez
com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-
se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios
tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a
ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
30
A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus
integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O
alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como
dos novos paiacuteses integrantes do bloco
ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)
Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455
milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou
preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados
pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo
15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia
As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as
importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL
8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
31
aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial
global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O
Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo
Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a
Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda
mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a
conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o
protecionismo adotado pela Europa
16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia
Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade
Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo
Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos
A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo
interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de
integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional
O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as
condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e
econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando
9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
32
a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)
Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas
regiotildees como conceitos baacutesicos
Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de
atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e
das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre
Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros
A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo
natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos
regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As
propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL
foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a
posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
33
2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE
Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e
Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute
de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e
Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de
envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da
Uniatildeo Europeacuteia
Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das
relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se
referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral
22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL
Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia
econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da
economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do
comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o
comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano
10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
34
Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das
exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo
Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do
Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira
Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros
paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido
com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a
Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees
Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve
um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$
45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila
comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do
MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno
crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL
passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees
Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees
brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina
23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina
Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai
para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
35
nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo
principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro
mercado comum
No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a
Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo
industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha
caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata
previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos
setoriais foram assinados bilateralmente
24 Produtos ou setores em potencial
A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila
de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees
europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-
tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral
permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a
UE
O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre
paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco
elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado
principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A
composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
36
importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do
MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e
ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu
25 Principais parceiros europeus
As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande
assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o
primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos
externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus
Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica
Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a
complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais
intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-
americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de
diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio
bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais
com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande
influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a
Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada
na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento
comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
37
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ
RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE
31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia
O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco
pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do
MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa
Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros
comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos
comerciais na Europa
Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do
Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto
que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com
relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve
queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve
uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos
anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e
menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil
passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda
de 10 nesse investimento
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
38
No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do
MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os
europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior
mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das
exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial
importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute
a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total
A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de
intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores
agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees
europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo
dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida
Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma
importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios
desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos
manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser
importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas
Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com
tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas
11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
39
Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta
de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as
maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados
representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros
quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo
eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos
Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II
32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil
Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco
econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a
assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos
tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL
Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de
facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo
acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram
negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL
com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados
europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia
A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais
nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que
temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
40
relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no
fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as
medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus
No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator
agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de
2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral
com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
41
CONCLUSAtildeO
As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito
tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se
aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial
implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente
conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados
Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos
data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina
individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se
com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as
partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados
A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos
causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e
Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um
desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo
com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e
falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a
formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse
fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados
que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
42
interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus
interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar
obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos
econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada
bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles
como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das
negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave
liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees
Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar
um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o
Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e
essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles
Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo
inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se
tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs
dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses
integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e
reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento
Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da
agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
43
Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor
agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta
de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses
desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil
esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor
Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do
Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC
depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia
Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a
pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade
eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os
subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre
MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas
do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
44
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005
bull AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972
bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004
bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004
bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003
bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004
bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998
bull GLOBAL 21 Disponiacutevel em lthttpwwwglobal21combrgt Acessado em 20 de novembro de 2005
bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001
bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
45
bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005
bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005
bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999
bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005
bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003
bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
46
ANEXO I
Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo
(valores totais em US$ e porcentuais)
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45
Exportaccedilotildees do Brasil
2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46
2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38
Importaccedilotildees do Brasil
2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44
Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28
2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23
Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31
Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees
2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
47
ANEXO II
Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL
Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp
Peso do MERCOSUL
nas Importaccedilotildees
extra UE 19982000
Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL
19982000
I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361
II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399
III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112
IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423
Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386
V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207
VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130
VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92
VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341
IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374
X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259
XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152
XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139
XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120
XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140
XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176
XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157
XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151
XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206
XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67
XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301
Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183
Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE
Totais por fator agregado
US$ F0B
Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s
A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935
2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111
Fonte
Anos de 19801992 = Banco do Brasil
Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
49
ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro
Uniatildeo Europeacuteia - UE
US$ F0B
E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s
A n o
US$ FOB (A)
Var
Part ()
US$ FOB (B)
Var ()
Part ()
Saldo (A-B)
Corrente Comeacutercio (A+B)
Cobertura (AB)
1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133
Obs () ()
VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil
IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
12
IMPORTAcircNCIA DO TEMA E METODOLOGIA DE TRABALHO
Com o constante fenocircmeno da globalizaccedilatildeo o interesse dos Estados por
mercados estrangeiros eacute cada vez maior proporcionando assim oportunidades para os paiacuteses
geograficamente mais proacuteximos se unirem formando grandes blocos econocircmicos atraveacutes do
processo de integraccedilatildeo regional Devido a vantagens e benefiacutecios oferecidos os paiacuteses optam cada
vez mais por integrar-se com seus vizinhos para adquirir mais forccedila e competitividade no cenaacuterio
internacional Esse processo de integraccedilatildeo pode ser facilmente observado como mostra o
trabalho na Ameacuterica Latina e na Europa com a criaccedilatildeo do Mercado Comum do Sul
(MERCOSUL) e da Uniatildeo Europeacuteia respectivamente
O interesse pelo tema surgiu da importacircncia no atual cenaacuterio internacional de
se obter uma visatildeo a partir da oacutetica do Brasil como maior economia do MERCOSUL com
relaccedilatildeo ao intercacircmbio comercial entre este bloco e a Uniatildeo Europeacuteia Estudar a relaccedilatildeo entre os
dois blocos torna mais faacutecil visualizar a participaccedilatildeo do Brasil no comeacutercio com cada um deles
individualmente e de sua situaccedilatildeo e eventuais consequumlecircncias para o paiacutes devido a essa relaccedilatildeo
inter-regional que tende a crescer cada vez mais
Este trabalho foi realizado baseado em fontes secundaacuterias como livros teses
textos especializados jornais revistas internet dados e tabelas para maior esclarecimento do que
foi abordado
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
13
REFERENCIAL TEOacuteRICO
Foi principalmente apoacutes a Segunda Guerra Mundial que surgiu o fenocircmeno da
integraccedilatildeo econocircmica regional que desde entatildeo tem sido objeto de estudo para a economia
poliacutetica O conceito de integraccedilatildeo eacute recente se implanta perfeitamente no atual panorama
econocircmico mundial e eacute marcado pelo multilateralismo das relaccedilotildees comerciais e pela
regionalizaccedilatildeo econocircmica Eacute um fato comum no mundo atual Quase todas as grandes economias
mundiais encontram-se de alguma forma envolvidas em processos de integraccedilatildeo econocircmica
Esse fenocircmeno se introduz no problema enfrentado por todas as naccedilotildees
modernas o protecionismo contra liberalismo comercial O protecionismo aumenta e favorece a
industrializaccedilatildeo de um paiacutes mas por outro lado apoacutes certo tempo tambeacutem favorece o
surgimento de monopoacutelios internos com visiacutevel desvantagem para o consumidor que natildeo tem
acesso a novos produtos lanccedilados no mercado internacional e soacute pode escolher entre os ofertados
no mercado interno Como natildeo haacute concorrecircncia internacional e satildeo produzidos por empresas
abrigadas sob o protecionismo os produtos nacionais tecircm a tendecircncia de serem caros e de baixa
qualidade
Ao se desestruturar os mecanismos da proteccedilatildeo a liberalizaccedilatildeo comercial
deixou de ser uma simples alternativa e passou a significar uma caracteriacutestica da economia
mundial Reuacutenem-se paiacuteses regionalmente para assim alcanccedilar novos paiacuteses sendo vizinhos ou
natildeo e ampliar o espaccedilo econocircmico integrado
A integraccedilatildeo deve ser entendida como um processo de unificaccedilatildeo de
sociedades que tendem a formar uma coletividade harmoniosa a partir de liberalizaccedilotildees das
trocas comerciais dos movimentos de capitais pessoas serviccedilos e reduccedilotildees de discriminaccedilotildees
entre os estados membros1
1 VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
14
Segundo o MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES os processos de
integraccedilatildeo econocircmica satildeo conjuntos de medidas de caraacuteter econocircmico e comercial que tecircm por
finalidade originar a aproximaccedilatildeo e consequumlentemente a uniatildeo entre as economias de dois ou
mais paiacuteses Essa aproximaccedilatildeo deve ter por objetivo natildeo somente laccedilos econocircmicos mas
tambeacutem poliacuteticos e sociais
A integraccedilatildeo consiste em estabelecer um novo ambiente econocircmico poliacutetico e
cultural a partir de vaacuterios ambientes econocircmicos Haacute uma eliminaccedilatildeo de formas de
discriminaccedilotildees iniciais como no aspecto comercial ou no que concerne agrave circulaccedilatildeo de pessoas
serviccedilos e capitais em processos de integraccedilatildeo mais avanccedilados
Os processos de integraccedilatildeo de mercados representam o auge da globalizaccedilatildeo e
internacionalizaccedilatildeo da economia o que resulta em tendecircncias de interdependecircncia e
uniformidade a chamada homogeneizaccedilatildeo A economia transnacional se sobrepotildee agrave soberania
dos Estados gerando assim novas territorizaccedilotildees sem raiacutezes culturais
As poliacuteticas de integraccedilatildeo econocircmica podem ser positivas ou negativas Nas
positivas ocorrem modificaccedilotildees dos instrumentos existentes ndash matildeo-de-obra barata infra-
estrutura mobilidade de um paiacutes a outro etc ndash e a criaccedilatildeo de instituiccedilotildees para permitir o
aprofundamento da unificaccedilatildeo dos mercados e seu efetivo funcionamento Jaacute nas poliacuteticas
negativas acontece a remoccedilatildeo total de barreiras ao comeacutercio internacional ou restriccedilatildeo ao
processo de liberalizaccedilatildeo comercial
VINER (1949) criou as bases da integraccedilatildeo econocircmica a partir da teoria pura do
comeacutercio internacional Foi ele tambeacutem quem fez a distinccedilatildeo entre criaccedilatildeo de comeacutercio e desvio
de comeacutercio
A integraccedilatildeo econocircmica entre paiacuteses em desenvolvimento seria uma alternativa
para viabilizar uma estrateacutegia de desenvolvimento que seria irrealizaacutevel nas dimensotildees de
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
15
pequenas economias perifeacutericas Essas razotildees levaram os economistas da CEPAL a defenderem a
necessidade da integraccedilatildeo das economias latino-americanas
Os processos de integraccedilatildeo2 buscam alcanccedilar diversos objetivos tais como a
ampliaccedilatildeo da resistecircncia frente agraves barreiras aduaneiras a ampliaccedilatildeo dos mercados o estiacutemulo do
intercambio tecnoloacutegico uma maior facilidade de acesso a mateacuterias primas e o maior poder de
pressatildeo na defesa de seus interesses nas negociaccedilotildees internacionais Tendo visto isso pode-se
observar que haacute diferentes formas e etapas de integraccedilatildeo divididos em vaacuterios estaacutegios definidos
como
a) Zonas de Preferecircncias Tarifaacuterias ndash caracteriza-se pela reduccedilatildeo de tarifas para uma
gama variada de produtos abrangendo parte do universo tarifaacuterio sem que se implique na
eliminaccedilatildeo total dos direitos aduaneiros e na reduccedilatildeo ou eliminaccedilatildeo de outras restriccedilotildees ao
comeacutercio Esses acordos violam a claacuteusula de Naccedilatildeo Mais Favorecida do GATT3 mas satildeo
admitidos entre paiacuteses em desenvolvimento e satildeo praticados pelos paiacuteses desenvolvidos atraveacutes
do Sistema Geral de Preferecircncias (SGP) criado pela Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre o
Comeacutercio e o Desenvolvimento (UNCTAD)
b) Zona de Livre Comeacutercio ndash trata-se da forma mais simples de associaccedilatildeo entre
Estados admitida pelo GATT Caracteriza-se pela eliminaccedilatildeo de tarifas aduaneiras e outras
restriccedilotildees ao comeacutercio entre os paiacuteses que dela participam Poreacutem cada paiacutes preserva sua
autonomia na poliacutetica comercial em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses
2 BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972 3 GATT ndash Acordo Geral sobre Tarifas e Comeacutercio assinado por 23 paiacuteses O artigo XXIV do acordo permite a formaccedilatildeo de uniotildees aduaneiras e aacutereas de livre comeacutercio sob certas condiccedilotildees
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
16
c) Uniatildeo Aduaneira ndash caracteriza-se pela ausecircncia de barreiras ao comeacutercio entre
paiacuteses-membros pressupotildee uma poliacutetica comercial comum em relaccedilatildeo a paiacuteses natildeo-membros e a
adoccedilatildeo de uma Tarifa Externa Comum (TEC) A uniatildeo aduaneira pressupotildee ainda a
harmonizaccedilatildeo de instrumentos da poliacutetica comercial tais como diferentes sistemas monetaacuterios
fiscais etc que possam vir a originar problemas
d) Mercado Comum ndash consiste em uma uniatildeo aduaneira na qual os estados membros
determinam a eliminaccedilatildeo das restriccedilotildees sobre produtos bem como a livre circulaccedilatildeo dos demais
fatores produtivos como pessoas serviccedilos e capital eacute uma forma mais elevada de integraccedilatildeo
econocircmica
e) Uniatildeo Econocircmica ndash caracteriza-se pelo estabelecimento de uma autoridade
supranacional que se responsabiliza pela aplicaccedilatildeo das poliacuteticas comuns define criteacuterios e
distingue-se de um mercado comum por associar a eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees aos movimentos de
mercadorias e fatores com um certo grau de harmonizaccedilatildeo das poliacuteticas econocircmicas nacionais de
forma a abolir as discriminaccedilotildees resultantes das disparidades existentes entre essas poliacuteticas
f) Integraccedilatildeo Econocircmica Total ndash para Balassa4 essa forma de integraccedilatildeo pressupotildee a
unificaccedilatildeo das poliacuteticas monetaacuterias fiscais sociais e anticiacuteclicas e exige o estabelecimento de
uma autoridade supranacional cujas decisotildees satildeo obrigatoacuterias para os Estados-membros
g) Uniatildeo Poliacutetica ndash essa eacute uma forma de integraccedilatildeo que se caracteriza pela instituiccedilatildeo
de uma federaccedilatildeo de Estados com autoridade poliacutetica unificada ou formaccedilatildeo de Estados na qual
4 Bela Balassa op Cit p 11
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
17
apenas as aacutereas acordadas passam a ser objeto de controle de instituiccedilotildees supranacionais Em
geral a formaccedilatildeo de uma uniatildeo poliacutetica deve envolver cooperaccedilatildeo em termos da poliacutetica externa
e de defesa5
Eacute bastante antiga a noccedilatildeo de que uma zona de livre comeacutercio e uma uniatildeo
aduaneira ajudam para o aumento do bem-estar mas foi Jacob Viner em 1950 que formulou
uma teoria dos efeitos econocircmicos de uma uniatildeo aduaneira Essa teoria eacute baseada nos efeitos da
uniatildeo aduaneira sobre os produtos Foi entatildeo que introduziu os conceitos de criaccedilatildeo de comeacutercio
e desvio de comeacutercio
Viner investigou os efeitos de uma uniatildeo aduaneira nas correntes de trocas e fez
a distribuiccedilatildeo entre o efeito de desvio de comeacutercio resultante de uma uniatildeo Outros autores
tambeacutem abordaram estes problemas poreacutem num esquema menos preciso e sem utilizar a
terminologia de Viner
A criaccedilatildeo de comeacutercio eacute o mecanismo de ampliaccedilatildeo das transaccedilotildees comerciais
entre os paiacuteses membros de uma uniatildeo aduaneira a partir da unificaccedilatildeo de preccedilos dos produtos na
regiatildeo apoacutes a queda das barreiras tarifaacuterias Entende-se por desvio de comeacutercio o mecanismo de
reduccedilatildeo de comeacutercio com paiacuteses natildeo-membros da uniatildeo aduaneira em benefiacutecio do aumento do
comeacutercio intra-regional
Os efeitos positivos sobre a produccedilatildeo resultam do desvio de compras de um
dado bem de fontes de produccedilatildeo interna de custos mais altos para outras de custos mais
5 MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
18
reduzidos localizadas em paiacuteses membros Jaacute os efeitos negativos sobre a produccedilatildeo dizem
respeito a um desvio das fontes de produccedilatildeo com custos mais baixos paiacuteses estrangeiros para
fontes de produccedilatildeo com custos mais elevados paiacuteses membros Segundo Viner os efeitos
beneacuteficos da uniatildeo aduaneira seratildeo predominantes se o aumento de comeacutercio for superior ao seu
desvio
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
19
1 MERCOSUL E UNIAtildeO EUROPEacuteIA
11 MERCOSUL antecedentes histoacutericos
A Ameacuterica Latina vem haacute tempos buscando aumentar os laccedilos econocircmicos
entre seus paiacuteses atraveacutes da criaccedilatildeo de blocos regionais Vaacuterios foram os idealizadores da
integraccedilatildeo entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina dentre eles estaacute o presidente Getuacutelio Vargas que na
primeira metade do seacuteculo XX almejava a integraccedilatildeo das principais economias da Ameacuterica
Latina atraveacutes da formaccedilatildeo de um bloco econocircmico Inicialmente por volta da deacutecada de 30
ainda no Governo Vargas foram feitas algumas negociaccedilotildees para criar o BLOCO ABC
procurou-se formar a integraccedilatildeo dos trecircs paiacuteses mais fortes economicamente na Ameacuterica Latina
a Argentina o Brasil e o Chile Os paiacuteses sul americanos tiveram que enfrentar a resistecircncia do
governo dos EUA que natildeo via com bons olhos a imposiccedilatildeo de fronteiras econocircmicas pois
desejava continuar suprindo a Ameacuterica Latina com seus produtos industrializados e obtendo sua
mateacuteria prima
Anos mais tarde em 1948 foi criada a Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica
Latina - CEPAL subordinada ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees Unidas
representando outro importante instrumento para o desenvolvimento dos paiacuteses da Ameacuterica
Latina pois busca promover o desenvolvimento da Ameacuterica Latina estimulando a criaccedilatildeo de um
mercado comum latino americano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
20
O MERCOSUL considerado o mais recente esforccedilo para a integraccedilatildeo da
Ameacuterica Latina pode encontrar suas origens na criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo Latino-Americana de
Livre Comeacutercio ndash ALALC Este bloco tinha como objetivo implantar no prazo de 12 anos um
mercado comum regional por meio da formaccedilatildeo de uma zona de livre comeacutercio Criada em 1960
pelo Tratado de Montevideacuteu conhecido como TM-60 a ALALC era constituiacuteda pelos paiacuteses da
Ameacuterica do Sul excluindo-se deste grupo as Guianas e pelo Meacutexico O Tratado buscava ampliar
os mercados e alcanccedilar a liberalizaccedilatildeo do intercacircmbio eliminando as medidas protecionistas
Atraveacutes do Protocolo de Caracas a ideacuteia de criar um mercado comum em 12 anos teve seu prazo
aumentado para 1980 O objetivo era eliminar ateacute 1980 a maior quantidade imaginaacutevel de
restriccedilotildees comerciais existentes entre os integrantes do bloco
Os objetivos almejados pela ALALC natildeo foram alcanccedilados e dentre as razotildees
que levaram ao fracasso da Associaccedilatildeo encontra-se a falta de dinamismo por conta do elevado
nuacutemero de associados e suas diferenccedilas estruturais o vencimento do prazo determinado para a
obtenccedilatildeo de ecircxito do bloco entre outros motivos Durante a deacutecada de 70 a crise do petroacuteleo que
atingia a economia mundial causou uma intensa recessatildeo nos paiacuteses da Ameacuterica Latina e em
busca de uma alternativa para contornar o problema os paiacuteses latino-americanos reestruturaram a
ALALC fazendo surgir a Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo ndash ALADI criada em 1980
pelo Tratado de Montevideacuteu chamado TM-80 Ainda em vigor este Tratado compreende os
mesmos paiacuteses que compunham a ALALC Esse novo tratado requer que os paiacuteses membros
decircem continuidade ao processo de integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina colaborando para o
desenvolvimento econocircmico-social de uma forma mais equilibrada na regiatildeo Sua criaccedilatildeo
permitiu a promoccedilatildeo do aprofundamento do processo de integraccedilatildeo latino-americana e sua
finalidade eacute atingir a formaccedilatildeo de um mercado comum regional permitir o comeacutercio intra-
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
21
regional reciacuteproco promover o comeacutercio ampliaccedilatildeo de mercados desenvolvimento equilibrado e
o estabelecimento de preferecircncias regionais O TM-80 daacute aos Estados membros grande liberdade
para formular suas poliacuteticas comerciais e ainda uma maior flexibilidade para celebrar acordos
bilaterais ou multilaterais Com a criaccedilatildeo da ALADI houve um grande avanccedilo nas relaccedilotildees
comerciais entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina isso aconteceu devido agrave essa possibilidade de
realizaccedilatildeo de acordos bilaterais e outros de alcance regional entre os membros fazendo com que
aumentasse cada vez mais o comeacutercio bilateral e intra-regional na Ameacuterica Latina
A criaccedilatildeo da ALADI ainda parece ter beneficiado o processo de integraccedilatildeo
latino-americana Ficou extinta a ldquoclaacuteusula de naccedilatildeo mais favorecida regionalrdquo anteriormente
adotada pela ALALC permitindo assim conceder preferecircncia tarifaacuteria entre alguns membros da
ALADI sem a obrigatoriedade de dar preferecircncia a todos os integrantes da Associaccedilatildeo Apesar
do esforccedilo a ALADI natildeo conseguiu atingir seu objetivo de alcanccedilar uma integraccedilatildeo regional As
vaacuterias perspectivas geradas com a criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo foram extintas devido aos
acontecimentos no cenaacuterio internacional por volta do final da deacutecada de 70 Alguns fatores
comprometeram o crescimento do comeacutercio internacional e dificultaram o acesso de paiacuteses em
desenvolvimento agraves suas fontes externas de financiamento Dentre esses fatores se encontram o
segundo choque do petroacuteleo a elevaccedilatildeo do valor das taxas de juros internacionais e a recessatildeo
das economias de paiacuteses desenvolvidos Como os paiacuteses da Ameacuterica Latina estavam com a diacutevida
externa cada vez maior e sofrendo com a alta dos juros houve entre os paiacuteses integrantes da
ALADI a praacutetica cada vez mais frequumlente do protecionismo pois cada paiacutes passava a empregar
um amplo conjunto de medidas para controlar as importaccedilotildees Poreacutem o impacto dessa poliacutetica
sobre o comeacutercio intra-regional natildeo foi considerado eficaz pois aleacutem da reduccedilatildeo das importaccedilotildees
de cada paiacutes aconteceu tambeacutem uma proporcional reduccedilatildeo das trocas comerciais entre os paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
22
da proacutepria regiatildeo Haacute autores que dizem que a ALADI seguiu o mesmo modelo fracassado de
integraccedilatildeo regional que a ALALC onde o uacutenico agente eacute o Estado Isso porque o Tratado natildeo
considerava a livre circulaccedilatildeo de pessoas de empresas e de capitais privados e regionais e nem
de formas comunitaacuterias natildeo deixando espaccedilo para os verdadeiros interessados na integraccedilatildeo
regional
Mesmo a ALALC e a ALADI tendo obtido poucos resultados com relaccedilatildeo agrave
integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina ainda crescia o desejo pelo desenvolvimento de uma integraccedilatildeo
regional com destaque para o MERCOSUL que eacute considerado o processo de integraccedilatildeo regional
mais bem-sucedido da Ameacuterica Latina
12 Tratados do MERCOSUL
Eacute importante lembrar que os Estados-parte do MERCOSUL fazem parte do
GATT-OMC e suas accedilotildees devem estar adequadas ao regulamento desse acordo Isso acontece
devido agrave claacuteusula de habilitaccedilatildeo da Ronda Toacutequio que permite que os paiacuteses em
desenvolvimento natildeo apliquem o princiacutepio da naccedilatildeo mais favorecida
121 Tratado de Assunccedilatildeo
Foi assinado em 26 de marccedilo de 1991 o Tratado de Assunccedilatildeo visando agrave
constituiccedilatildeo de um mercado comum entre a Argentina o Brasil o Paraguai e o Uruguai Esse
tratado previa a liberalizaccedilatildeo comercial entre os paiacuteses-membros num periacuteodo de transiccedilatildeo ateacute
1994 Pode-se dividir a evoluccedilatildeo do MERCOSUL em dois periacuteodos o periacuteodo de transiccedilatildeo de
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
23
1991 a 1994 e a partir do iniacutecio de 1995 a existecircncia do MERCOSUL como uma Uniatildeo
Aduaneira
Eacute um acordo-quadro que apesar de natildeo criar um mercado comum estabelece
as metas do processo de integraccedilatildeo e a forma de alcanccedilaacute-las Um dos objetivos desse tratado eacute o
estabelecimento de uma tarifa externa comum a TEC e adoccedilatildeo de uma poliacutetica comercial
comum em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses Estabelece tambeacutem as condiccedilotildees para o surgimento de um
projeto de integraccedilatildeo que define seu objetivo agrave criaccedilatildeo de um mercado comum Este tratado
registra a vontade por parte dos quatro paiacuteses integrantes de se inserir com mais forccedila no
mercado mundial
O Tratado de Assunccedilatildeo eacute um acordo que agrave medida que se necessita vem sendo
complementado por outros instrumentos adicionais negociados entre os participantes do bloco
Inicialmente determina os meios para que ateacute o fim de 1994 se chegasse a uma uniatildeo aduaneira
que eacute a fase anterior ao mercado comum Poreacutem como eacute visto o MERCOSUL hoje ainda eacute uma
uniatildeo aduaneira imperfeita pois natildeo manteacutem a Tarifa Externa Comum (TEC) prevista para os
quatro Estados-membros
O Tratado de Assunccedilatildeo ato que fundou o MERCOSUL constitui um dos
principais instrumentos do processo de integraccedilatildeo acompanhado do Protocolo de Brasiacutelia de
1991 e ainda do Protocolo de Ouro Preto de 1994
Este tratado constitui a base de todo o sistema normativo do MERCOSUL
ordena e regulamenta as relaccedilotildees existentes entre os Estados integrantes do bloco
O Tratado de Assunccedilatildeo tem como objetivo principal a constituiccedilatildeo de um
mercado comum entre seus signataacuterios o que sugere tambeacutem a livre circulaccedilatildeo de bens serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
24
e fatores produtivos entre os Estados-parte eliminando as tarifas preacute-estabelecidas e as restriccedilotildees
natildeo tarifaacuterias No tratado estatildeo estabelecidos os elementos para a criaccedilatildeo de uma uniatildeo aduaneira
e por consequumlecircncia de uma poliacutetica comercial comum
De acordo com o Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE) o Tratado de
Assunccedilatildeo estabeleceu a utilizaccedilatildeo dos seguintes instrumentos para a constituiccedilatildeo do
MERCOSUL6
a) o cumprimento de um programa de liberalizaccedilatildeo comercial com reduccedilotildees tarifaacuterias
progressivas lineares e automaacuteticas acompanhadas da eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees natildeo-tarifaacuterias ou
de medidas de efeito equivalente
b) o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC) capaz de incentivar a
competitividade externa dos Estados-parte
c) a harmonizaccedilatildeo de poliacuteticas macroeconocircmicas e setoriais sempre que pertinente
O Tratado eacute sempre que necessaacuterio complementado por alguns instrumentos
adicionais acordados pelos quatro Estados-parte devido ao avanccedilo da integraccedilatildeo A intenccedilatildeo do
Tratado era de estabelecer condiccedilotildees para que se alcanccedilasse ateacute o fim de 1994 uma uniatildeo
aduaneira entre os quatro integrantes para posteriormente chegar a um mercado comum O MRE
mostra que o Tratado de Assunccedilatildeo determina alguns aspectos como7 estabelecer um programa de
liberalizaccedilatildeo comercial que consista de reduccedilotildees tarifaacuterias progressivas lineares e automaacuteticas
acompanhadas da eliminaccedilatildeo das barreiras natildeo tarifaacuterias coordenar poliacuteticas macro-econocircmicas
estabelecer uma Tarifa Externa Comum (TEC) estabelecer listas de exceccedilotildees ao programa de
6 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
25
liberalizaccedilatildeo para produtos considerados sensiacuteveis constituir um regime geral de origem e de
um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias
O Tratado de Assunccedilatildeo estabelece que o Poder Executivo de cada Estado-parte
deve manter informado seu respectivo Poder Legislativo sobre a evoluccedilatildeo do objeto deste tratado
o MERCOSUL
122 Protocolo de Brasiacutelia
Para solucionar os conflitos na esfera do MERCOSUL a forma escolhida foi a
arbitragem Portanto para cumprir determinaccedilatildeo do Tratado de Assunccedilatildeo designou-se um grupo
de trabalho que elaboraria um Sistema de Soluccedilatildeo de Controveacutersias entre os Estados-parte
Assim em dezembro de 1991 foi assinado o Protocolo de Brasiacutelia para Soluccedilatildeo de Controveacutersias
que passou a ter vigecircncia a partir de 1993
Este Protocolo no sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias tem como caracteriacutestica
ordenar que a soluccedilatildeo de controveacutersias ocorreraacute no plano diplomaacutetico por meio de negociaccedilotildees
diretas mas que possuem intervenccedilatildeo de oacutergatildeos institucionais como o Grupo Mercado Comum -
GMC- e se as dificuldades natildeo forem superadas utilizaraacute o procedimento arbitral O Protocolo
prevecirc tambeacutem poreacutem de maneira bem restrita e com normas complexas que particulares
pessoas fiacutesicas e juriacutedicas tenham acesso ao sistema com direito a reclamaccedilotildees pois o Tratado de
Assunccedilatildeo previa somente a participaccedilatildeo dos Estados-parte
7 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
26
A uacuteltima fase do Protocolo a instauraccedilatildeo de um Tribunal Arbitral proferiraacute a
decisatildeo por meio de laudos inapelaacuteveis e obrigatoacuterios para os Estados-parte na controveacutersia Essa
obrigatoriedade se daraacute a partir do recebimento da notificaccedilatildeo sobre a decisatildeo e os laudos teratildeo
forccedila de coisa julgada devendo ser cumpridos no prazo fixado pelo Tribunal Arbitral
O Protocolo de Brasiacutelia funciona como provisoacuterio fornecendo mecanismos para
a soluccedilatildeo de controveacutersias ateacute que entre em vigor o Sistema Permanente de Soluccedilotildees de
Controveacutersias Este sistema aleacutem de previsto no Tratado de Assunccedilatildeo ganhou forccedila com o
Protocolo de Ouro Preto quando diz que antes de se firmar uma Tarifa Externa Comum os
Estados-parte deveratildeo fazer uma revisatildeo do sistema atual para soluccedilatildeo de controveacutersias com o
objetivo de adotar o sistema permanente
123 Protocolo de Ouro Preto
O Protocolo de Ouro Preto ndash POP assinado em 1994 define a estrutura
institucional definitiva do MERCOSUL e firma a ideacuteia de avanccedilar na constituiccedilatildeo de um
mercado comum Este protocolo pode se adaptar a possiacuteveis circunstacircncias que se apresentem
pois por meio de uma conferecircncia diplomaacutetica sua estrutura pode ser reavaliada
O POP tem como principal atribuiccedilatildeo conferir personalidade juriacutedica ao
MERCOSUL sempre que ele tenha que se relacionar como bloco econocircmico com grupos de
paiacuteses e oacutergatildeos internacionais multilateraisO POP trouxe algumas inovaccedilotildees para a estrutura
orgacircnica do MERCOSUL com relaccedilatildeo agrave criaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos Este bloco pode contar agora
com os seguintes oacutergatildeos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
27
- Conselho do Mercado Comum (CMC)
- Grupo Mercado Comum (GMC)
- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)
- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)
- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)
- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)
Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de
Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte
reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a
decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o
encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver
uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc
teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado
reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante
poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de
Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de
Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares
13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu
Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem
conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo
regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
28
aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica
proacutepria
No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos
fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes
promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em
1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash
Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de
Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as
barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas
O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE
satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de
Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc
Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas
Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a
primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE
que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais
e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos
tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
29
parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila
comum (PESC)
O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs
pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica
externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria
Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais
elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo
Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma
deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para
um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de
acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE
14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia
Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros
fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e
Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda
aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez
com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-
se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios
tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a
ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
30
A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus
integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O
alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como
dos novos paiacuteses integrantes do bloco
ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)
Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455
milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou
preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados
pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo
15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia
As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as
importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL
8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
31
aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial
global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O
Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo
Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a
Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda
mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a
conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o
protecionismo adotado pela Europa
16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia
Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade
Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo
Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos
A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo
interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de
integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional
O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as
condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e
econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando
9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
32
a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)
Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas
regiotildees como conceitos baacutesicos
Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de
atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e
das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre
Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros
A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo
natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos
regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As
propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL
foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a
posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
33
2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE
Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e
Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute
de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e
Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de
envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da
Uniatildeo Europeacuteia
Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das
relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se
referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral
22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL
Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia
econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da
economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do
comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o
comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano
10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
34
Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das
exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo
Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do
Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira
Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros
paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido
com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a
Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees
Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve
um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$
45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila
comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do
MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno
crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL
passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees
Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees
brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina
23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina
Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai
para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
35
nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo
principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro
mercado comum
No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a
Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo
industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha
caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata
previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos
setoriais foram assinados bilateralmente
24 Produtos ou setores em potencial
A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila
de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees
europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-
tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral
permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a
UE
O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre
paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco
elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado
principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A
composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
36
importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do
MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e
ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu
25 Principais parceiros europeus
As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande
assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o
primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos
externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus
Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica
Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a
complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais
intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-
americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de
diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio
bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais
com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande
influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a
Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada
na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento
comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
37
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ
RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE
31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia
O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco
pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do
MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa
Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros
comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos
comerciais na Europa
Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do
Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto
que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com
relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve
queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve
uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos
anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e
menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil
passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda
de 10 nesse investimento
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
38
No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do
MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os
europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior
mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das
exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial
importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute
a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total
A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de
intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores
agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees
europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo
dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida
Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma
importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios
desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos
manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser
importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas
Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com
tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas
11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
39
Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta
de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as
maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados
representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros
quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo
eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos
Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II
32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil
Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco
econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a
assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos
tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL
Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de
facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo
acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram
negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL
com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados
europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia
A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais
nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que
temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
40
relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no
fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as
medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus
No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator
agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de
2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral
com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
41
CONCLUSAtildeO
As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito
tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se
aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial
implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente
conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados
Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos
data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina
individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se
com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as
partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados
A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos
causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e
Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um
desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo
com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e
falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a
formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse
fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados
que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
42
interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus
interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar
obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos
econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada
bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles
como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das
negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave
liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees
Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar
um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o
Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e
essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles
Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo
inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se
tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs
dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses
integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e
reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento
Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da
agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
43
Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor
agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta
de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses
desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil
esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor
Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do
Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC
depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia
Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a
pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade
eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os
subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre
MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas
do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
44
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005
bull AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972
bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004
bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004
bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003
bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004
bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998
bull GLOBAL 21 Disponiacutevel em lthttpwwwglobal21combrgt Acessado em 20 de novembro de 2005
bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001
bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
45
bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005
bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005
bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999
bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005
bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003
bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
46
ANEXO I
Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo
(valores totais em US$ e porcentuais)
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45
Exportaccedilotildees do Brasil
2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46
2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38
Importaccedilotildees do Brasil
2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44
Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28
2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23
Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31
Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees
2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
47
ANEXO II
Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL
Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp
Peso do MERCOSUL
nas Importaccedilotildees
extra UE 19982000
Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL
19982000
I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361
II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399
III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112
IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423
Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386
V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207
VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130
VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92
VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341
IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374
X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259
XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152
XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139
XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120
XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140
XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176
XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157
XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151
XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206
XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67
XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301
Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183
Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE
Totais por fator agregado
US$ F0B
Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s
A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935
2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111
Fonte
Anos de 19801992 = Banco do Brasil
Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
49
ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro
Uniatildeo Europeacuteia - UE
US$ F0B
E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s
A n o
US$ FOB (A)
Var
Part ()
US$ FOB (B)
Var ()
Part ()
Saldo (A-B)
Corrente Comeacutercio (A+B)
Cobertura (AB)
1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133
Obs () ()
VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil
IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
13
REFERENCIAL TEOacuteRICO
Foi principalmente apoacutes a Segunda Guerra Mundial que surgiu o fenocircmeno da
integraccedilatildeo econocircmica regional que desde entatildeo tem sido objeto de estudo para a economia
poliacutetica O conceito de integraccedilatildeo eacute recente se implanta perfeitamente no atual panorama
econocircmico mundial e eacute marcado pelo multilateralismo das relaccedilotildees comerciais e pela
regionalizaccedilatildeo econocircmica Eacute um fato comum no mundo atual Quase todas as grandes economias
mundiais encontram-se de alguma forma envolvidas em processos de integraccedilatildeo econocircmica
Esse fenocircmeno se introduz no problema enfrentado por todas as naccedilotildees
modernas o protecionismo contra liberalismo comercial O protecionismo aumenta e favorece a
industrializaccedilatildeo de um paiacutes mas por outro lado apoacutes certo tempo tambeacutem favorece o
surgimento de monopoacutelios internos com visiacutevel desvantagem para o consumidor que natildeo tem
acesso a novos produtos lanccedilados no mercado internacional e soacute pode escolher entre os ofertados
no mercado interno Como natildeo haacute concorrecircncia internacional e satildeo produzidos por empresas
abrigadas sob o protecionismo os produtos nacionais tecircm a tendecircncia de serem caros e de baixa
qualidade
Ao se desestruturar os mecanismos da proteccedilatildeo a liberalizaccedilatildeo comercial
deixou de ser uma simples alternativa e passou a significar uma caracteriacutestica da economia
mundial Reuacutenem-se paiacuteses regionalmente para assim alcanccedilar novos paiacuteses sendo vizinhos ou
natildeo e ampliar o espaccedilo econocircmico integrado
A integraccedilatildeo deve ser entendida como um processo de unificaccedilatildeo de
sociedades que tendem a formar uma coletividade harmoniosa a partir de liberalizaccedilotildees das
trocas comerciais dos movimentos de capitais pessoas serviccedilos e reduccedilotildees de discriminaccedilotildees
entre os estados membros1
1 VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
14
Segundo o MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES os processos de
integraccedilatildeo econocircmica satildeo conjuntos de medidas de caraacuteter econocircmico e comercial que tecircm por
finalidade originar a aproximaccedilatildeo e consequumlentemente a uniatildeo entre as economias de dois ou
mais paiacuteses Essa aproximaccedilatildeo deve ter por objetivo natildeo somente laccedilos econocircmicos mas
tambeacutem poliacuteticos e sociais
A integraccedilatildeo consiste em estabelecer um novo ambiente econocircmico poliacutetico e
cultural a partir de vaacuterios ambientes econocircmicos Haacute uma eliminaccedilatildeo de formas de
discriminaccedilotildees iniciais como no aspecto comercial ou no que concerne agrave circulaccedilatildeo de pessoas
serviccedilos e capitais em processos de integraccedilatildeo mais avanccedilados
Os processos de integraccedilatildeo de mercados representam o auge da globalizaccedilatildeo e
internacionalizaccedilatildeo da economia o que resulta em tendecircncias de interdependecircncia e
uniformidade a chamada homogeneizaccedilatildeo A economia transnacional se sobrepotildee agrave soberania
dos Estados gerando assim novas territorizaccedilotildees sem raiacutezes culturais
As poliacuteticas de integraccedilatildeo econocircmica podem ser positivas ou negativas Nas
positivas ocorrem modificaccedilotildees dos instrumentos existentes ndash matildeo-de-obra barata infra-
estrutura mobilidade de um paiacutes a outro etc ndash e a criaccedilatildeo de instituiccedilotildees para permitir o
aprofundamento da unificaccedilatildeo dos mercados e seu efetivo funcionamento Jaacute nas poliacuteticas
negativas acontece a remoccedilatildeo total de barreiras ao comeacutercio internacional ou restriccedilatildeo ao
processo de liberalizaccedilatildeo comercial
VINER (1949) criou as bases da integraccedilatildeo econocircmica a partir da teoria pura do
comeacutercio internacional Foi ele tambeacutem quem fez a distinccedilatildeo entre criaccedilatildeo de comeacutercio e desvio
de comeacutercio
A integraccedilatildeo econocircmica entre paiacuteses em desenvolvimento seria uma alternativa
para viabilizar uma estrateacutegia de desenvolvimento que seria irrealizaacutevel nas dimensotildees de
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
15
pequenas economias perifeacutericas Essas razotildees levaram os economistas da CEPAL a defenderem a
necessidade da integraccedilatildeo das economias latino-americanas
Os processos de integraccedilatildeo2 buscam alcanccedilar diversos objetivos tais como a
ampliaccedilatildeo da resistecircncia frente agraves barreiras aduaneiras a ampliaccedilatildeo dos mercados o estiacutemulo do
intercambio tecnoloacutegico uma maior facilidade de acesso a mateacuterias primas e o maior poder de
pressatildeo na defesa de seus interesses nas negociaccedilotildees internacionais Tendo visto isso pode-se
observar que haacute diferentes formas e etapas de integraccedilatildeo divididos em vaacuterios estaacutegios definidos
como
a) Zonas de Preferecircncias Tarifaacuterias ndash caracteriza-se pela reduccedilatildeo de tarifas para uma
gama variada de produtos abrangendo parte do universo tarifaacuterio sem que se implique na
eliminaccedilatildeo total dos direitos aduaneiros e na reduccedilatildeo ou eliminaccedilatildeo de outras restriccedilotildees ao
comeacutercio Esses acordos violam a claacuteusula de Naccedilatildeo Mais Favorecida do GATT3 mas satildeo
admitidos entre paiacuteses em desenvolvimento e satildeo praticados pelos paiacuteses desenvolvidos atraveacutes
do Sistema Geral de Preferecircncias (SGP) criado pela Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre o
Comeacutercio e o Desenvolvimento (UNCTAD)
b) Zona de Livre Comeacutercio ndash trata-se da forma mais simples de associaccedilatildeo entre
Estados admitida pelo GATT Caracteriza-se pela eliminaccedilatildeo de tarifas aduaneiras e outras
restriccedilotildees ao comeacutercio entre os paiacuteses que dela participam Poreacutem cada paiacutes preserva sua
autonomia na poliacutetica comercial em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses
2 BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972 3 GATT ndash Acordo Geral sobre Tarifas e Comeacutercio assinado por 23 paiacuteses O artigo XXIV do acordo permite a formaccedilatildeo de uniotildees aduaneiras e aacutereas de livre comeacutercio sob certas condiccedilotildees
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
16
c) Uniatildeo Aduaneira ndash caracteriza-se pela ausecircncia de barreiras ao comeacutercio entre
paiacuteses-membros pressupotildee uma poliacutetica comercial comum em relaccedilatildeo a paiacuteses natildeo-membros e a
adoccedilatildeo de uma Tarifa Externa Comum (TEC) A uniatildeo aduaneira pressupotildee ainda a
harmonizaccedilatildeo de instrumentos da poliacutetica comercial tais como diferentes sistemas monetaacuterios
fiscais etc que possam vir a originar problemas
d) Mercado Comum ndash consiste em uma uniatildeo aduaneira na qual os estados membros
determinam a eliminaccedilatildeo das restriccedilotildees sobre produtos bem como a livre circulaccedilatildeo dos demais
fatores produtivos como pessoas serviccedilos e capital eacute uma forma mais elevada de integraccedilatildeo
econocircmica
e) Uniatildeo Econocircmica ndash caracteriza-se pelo estabelecimento de uma autoridade
supranacional que se responsabiliza pela aplicaccedilatildeo das poliacuteticas comuns define criteacuterios e
distingue-se de um mercado comum por associar a eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees aos movimentos de
mercadorias e fatores com um certo grau de harmonizaccedilatildeo das poliacuteticas econocircmicas nacionais de
forma a abolir as discriminaccedilotildees resultantes das disparidades existentes entre essas poliacuteticas
f) Integraccedilatildeo Econocircmica Total ndash para Balassa4 essa forma de integraccedilatildeo pressupotildee a
unificaccedilatildeo das poliacuteticas monetaacuterias fiscais sociais e anticiacuteclicas e exige o estabelecimento de
uma autoridade supranacional cujas decisotildees satildeo obrigatoacuterias para os Estados-membros
g) Uniatildeo Poliacutetica ndash essa eacute uma forma de integraccedilatildeo que se caracteriza pela instituiccedilatildeo
de uma federaccedilatildeo de Estados com autoridade poliacutetica unificada ou formaccedilatildeo de Estados na qual
4 Bela Balassa op Cit p 11
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
17
apenas as aacutereas acordadas passam a ser objeto de controle de instituiccedilotildees supranacionais Em
geral a formaccedilatildeo de uma uniatildeo poliacutetica deve envolver cooperaccedilatildeo em termos da poliacutetica externa
e de defesa5
Eacute bastante antiga a noccedilatildeo de que uma zona de livre comeacutercio e uma uniatildeo
aduaneira ajudam para o aumento do bem-estar mas foi Jacob Viner em 1950 que formulou
uma teoria dos efeitos econocircmicos de uma uniatildeo aduaneira Essa teoria eacute baseada nos efeitos da
uniatildeo aduaneira sobre os produtos Foi entatildeo que introduziu os conceitos de criaccedilatildeo de comeacutercio
e desvio de comeacutercio
Viner investigou os efeitos de uma uniatildeo aduaneira nas correntes de trocas e fez
a distribuiccedilatildeo entre o efeito de desvio de comeacutercio resultante de uma uniatildeo Outros autores
tambeacutem abordaram estes problemas poreacutem num esquema menos preciso e sem utilizar a
terminologia de Viner
A criaccedilatildeo de comeacutercio eacute o mecanismo de ampliaccedilatildeo das transaccedilotildees comerciais
entre os paiacuteses membros de uma uniatildeo aduaneira a partir da unificaccedilatildeo de preccedilos dos produtos na
regiatildeo apoacutes a queda das barreiras tarifaacuterias Entende-se por desvio de comeacutercio o mecanismo de
reduccedilatildeo de comeacutercio com paiacuteses natildeo-membros da uniatildeo aduaneira em benefiacutecio do aumento do
comeacutercio intra-regional
Os efeitos positivos sobre a produccedilatildeo resultam do desvio de compras de um
dado bem de fontes de produccedilatildeo interna de custos mais altos para outras de custos mais
5 MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
18
reduzidos localizadas em paiacuteses membros Jaacute os efeitos negativos sobre a produccedilatildeo dizem
respeito a um desvio das fontes de produccedilatildeo com custos mais baixos paiacuteses estrangeiros para
fontes de produccedilatildeo com custos mais elevados paiacuteses membros Segundo Viner os efeitos
beneacuteficos da uniatildeo aduaneira seratildeo predominantes se o aumento de comeacutercio for superior ao seu
desvio
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
19
1 MERCOSUL E UNIAtildeO EUROPEacuteIA
11 MERCOSUL antecedentes histoacutericos
A Ameacuterica Latina vem haacute tempos buscando aumentar os laccedilos econocircmicos
entre seus paiacuteses atraveacutes da criaccedilatildeo de blocos regionais Vaacuterios foram os idealizadores da
integraccedilatildeo entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina dentre eles estaacute o presidente Getuacutelio Vargas que na
primeira metade do seacuteculo XX almejava a integraccedilatildeo das principais economias da Ameacuterica
Latina atraveacutes da formaccedilatildeo de um bloco econocircmico Inicialmente por volta da deacutecada de 30
ainda no Governo Vargas foram feitas algumas negociaccedilotildees para criar o BLOCO ABC
procurou-se formar a integraccedilatildeo dos trecircs paiacuteses mais fortes economicamente na Ameacuterica Latina
a Argentina o Brasil e o Chile Os paiacuteses sul americanos tiveram que enfrentar a resistecircncia do
governo dos EUA que natildeo via com bons olhos a imposiccedilatildeo de fronteiras econocircmicas pois
desejava continuar suprindo a Ameacuterica Latina com seus produtos industrializados e obtendo sua
mateacuteria prima
Anos mais tarde em 1948 foi criada a Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica
Latina - CEPAL subordinada ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees Unidas
representando outro importante instrumento para o desenvolvimento dos paiacuteses da Ameacuterica
Latina pois busca promover o desenvolvimento da Ameacuterica Latina estimulando a criaccedilatildeo de um
mercado comum latino americano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
20
O MERCOSUL considerado o mais recente esforccedilo para a integraccedilatildeo da
Ameacuterica Latina pode encontrar suas origens na criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo Latino-Americana de
Livre Comeacutercio ndash ALALC Este bloco tinha como objetivo implantar no prazo de 12 anos um
mercado comum regional por meio da formaccedilatildeo de uma zona de livre comeacutercio Criada em 1960
pelo Tratado de Montevideacuteu conhecido como TM-60 a ALALC era constituiacuteda pelos paiacuteses da
Ameacuterica do Sul excluindo-se deste grupo as Guianas e pelo Meacutexico O Tratado buscava ampliar
os mercados e alcanccedilar a liberalizaccedilatildeo do intercacircmbio eliminando as medidas protecionistas
Atraveacutes do Protocolo de Caracas a ideacuteia de criar um mercado comum em 12 anos teve seu prazo
aumentado para 1980 O objetivo era eliminar ateacute 1980 a maior quantidade imaginaacutevel de
restriccedilotildees comerciais existentes entre os integrantes do bloco
Os objetivos almejados pela ALALC natildeo foram alcanccedilados e dentre as razotildees
que levaram ao fracasso da Associaccedilatildeo encontra-se a falta de dinamismo por conta do elevado
nuacutemero de associados e suas diferenccedilas estruturais o vencimento do prazo determinado para a
obtenccedilatildeo de ecircxito do bloco entre outros motivos Durante a deacutecada de 70 a crise do petroacuteleo que
atingia a economia mundial causou uma intensa recessatildeo nos paiacuteses da Ameacuterica Latina e em
busca de uma alternativa para contornar o problema os paiacuteses latino-americanos reestruturaram a
ALALC fazendo surgir a Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo ndash ALADI criada em 1980
pelo Tratado de Montevideacuteu chamado TM-80 Ainda em vigor este Tratado compreende os
mesmos paiacuteses que compunham a ALALC Esse novo tratado requer que os paiacuteses membros
decircem continuidade ao processo de integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina colaborando para o
desenvolvimento econocircmico-social de uma forma mais equilibrada na regiatildeo Sua criaccedilatildeo
permitiu a promoccedilatildeo do aprofundamento do processo de integraccedilatildeo latino-americana e sua
finalidade eacute atingir a formaccedilatildeo de um mercado comum regional permitir o comeacutercio intra-
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
21
regional reciacuteproco promover o comeacutercio ampliaccedilatildeo de mercados desenvolvimento equilibrado e
o estabelecimento de preferecircncias regionais O TM-80 daacute aos Estados membros grande liberdade
para formular suas poliacuteticas comerciais e ainda uma maior flexibilidade para celebrar acordos
bilaterais ou multilaterais Com a criaccedilatildeo da ALADI houve um grande avanccedilo nas relaccedilotildees
comerciais entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina isso aconteceu devido agrave essa possibilidade de
realizaccedilatildeo de acordos bilaterais e outros de alcance regional entre os membros fazendo com que
aumentasse cada vez mais o comeacutercio bilateral e intra-regional na Ameacuterica Latina
A criaccedilatildeo da ALADI ainda parece ter beneficiado o processo de integraccedilatildeo
latino-americana Ficou extinta a ldquoclaacuteusula de naccedilatildeo mais favorecida regionalrdquo anteriormente
adotada pela ALALC permitindo assim conceder preferecircncia tarifaacuteria entre alguns membros da
ALADI sem a obrigatoriedade de dar preferecircncia a todos os integrantes da Associaccedilatildeo Apesar
do esforccedilo a ALADI natildeo conseguiu atingir seu objetivo de alcanccedilar uma integraccedilatildeo regional As
vaacuterias perspectivas geradas com a criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo foram extintas devido aos
acontecimentos no cenaacuterio internacional por volta do final da deacutecada de 70 Alguns fatores
comprometeram o crescimento do comeacutercio internacional e dificultaram o acesso de paiacuteses em
desenvolvimento agraves suas fontes externas de financiamento Dentre esses fatores se encontram o
segundo choque do petroacuteleo a elevaccedilatildeo do valor das taxas de juros internacionais e a recessatildeo
das economias de paiacuteses desenvolvidos Como os paiacuteses da Ameacuterica Latina estavam com a diacutevida
externa cada vez maior e sofrendo com a alta dos juros houve entre os paiacuteses integrantes da
ALADI a praacutetica cada vez mais frequumlente do protecionismo pois cada paiacutes passava a empregar
um amplo conjunto de medidas para controlar as importaccedilotildees Poreacutem o impacto dessa poliacutetica
sobre o comeacutercio intra-regional natildeo foi considerado eficaz pois aleacutem da reduccedilatildeo das importaccedilotildees
de cada paiacutes aconteceu tambeacutem uma proporcional reduccedilatildeo das trocas comerciais entre os paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
22
da proacutepria regiatildeo Haacute autores que dizem que a ALADI seguiu o mesmo modelo fracassado de
integraccedilatildeo regional que a ALALC onde o uacutenico agente eacute o Estado Isso porque o Tratado natildeo
considerava a livre circulaccedilatildeo de pessoas de empresas e de capitais privados e regionais e nem
de formas comunitaacuterias natildeo deixando espaccedilo para os verdadeiros interessados na integraccedilatildeo
regional
Mesmo a ALALC e a ALADI tendo obtido poucos resultados com relaccedilatildeo agrave
integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina ainda crescia o desejo pelo desenvolvimento de uma integraccedilatildeo
regional com destaque para o MERCOSUL que eacute considerado o processo de integraccedilatildeo regional
mais bem-sucedido da Ameacuterica Latina
12 Tratados do MERCOSUL
Eacute importante lembrar que os Estados-parte do MERCOSUL fazem parte do
GATT-OMC e suas accedilotildees devem estar adequadas ao regulamento desse acordo Isso acontece
devido agrave claacuteusula de habilitaccedilatildeo da Ronda Toacutequio que permite que os paiacuteses em
desenvolvimento natildeo apliquem o princiacutepio da naccedilatildeo mais favorecida
121 Tratado de Assunccedilatildeo
Foi assinado em 26 de marccedilo de 1991 o Tratado de Assunccedilatildeo visando agrave
constituiccedilatildeo de um mercado comum entre a Argentina o Brasil o Paraguai e o Uruguai Esse
tratado previa a liberalizaccedilatildeo comercial entre os paiacuteses-membros num periacuteodo de transiccedilatildeo ateacute
1994 Pode-se dividir a evoluccedilatildeo do MERCOSUL em dois periacuteodos o periacuteodo de transiccedilatildeo de
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
23
1991 a 1994 e a partir do iniacutecio de 1995 a existecircncia do MERCOSUL como uma Uniatildeo
Aduaneira
Eacute um acordo-quadro que apesar de natildeo criar um mercado comum estabelece
as metas do processo de integraccedilatildeo e a forma de alcanccedilaacute-las Um dos objetivos desse tratado eacute o
estabelecimento de uma tarifa externa comum a TEC e adoccedilatildeo de uma poliacutetica comercial
comum em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses Estabelece tambeacutem as condiccedilotildees para o surgimento de um
projeto de integraccedilatildeo que define seu objetivo agrave criaccedilatildeo de um mercado comum Este tratado
registra a vontade por parte dos quatro paiacuteses integrantes de se inserir com mais forccedila no
mercado mundial
O Tratado de Assunccedilatildeo eacute um acordo que agrave medida que se necessita vem sendo
complementado por outros instrumentos adicionais negociados entre os participantes do bloco
Inicialmente determina os meios para que ateacute o fim de 1994 se chegasse a uma uniatildeo aduaneira
que eacute a fase anterior ao mercado comum Poreacutem como eacute visto o MERCOSUL hoje ainda eacute uma
uniatildeo aduaneira imperfeita pois natildeo manteacutem a Tarifa Externa Comum (TEC) prevista para os
quatro Estados-membros
O Tratado de Assunccedilatildeo ato que fundou o MERCOSUL constitui um dos
principais instrumentos do processo de integraccedilatildeo acompanhado do Protocolo de Brasiacutelia de
1991 e ainda do Protocolo de Ouro Preto de 1994
Este tratado constitui a base de todo o sistema normativo do MERCOSUL
ordena e regulamenta as relaccedilotildees existentes entre os Estados integrantes do bloco
O Tratado de Assunccedilatildeo tem como objetivo principal a constituiccedilatildeo de um
mercado comum entre seus signataacuterios o que sugere tambeacutem a livre circulaccedilatildeo de bens serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
24
e fatores produtivos entre os Estados-parte eliminando as tarifas preacute-estabelecidas e as restriccedilotildees
natildeo tarifaacuterias No tratado estatildeo estabelecidos os elementos para a criaccedilatildeo de uma uniatildeo aduaneira
e por consequumlecircncia de uma poliacutetica comercial comum
De acordo com o Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE) o Tratado de
Assunccedilatildeo estabeleceu a utilizaccedilatildeo dos seguintes instrumentos para a constituiccedilatildeo do
MERCOSUL6
a) o cumprimento de um programa de liberalizaccedilatildeo comercial com reduccedilotildees tarifaacuterias
progressivas lineares e automaacuteticas acompanhadas da eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees natildeo-tarifaacuterias ou
de medidas de efeito equivalente
b) o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC) capaz de incentivar a
competitividade externa dos Estados-parte
c) a harmonizaccedilatildeo de poliacuteticas macroeconocircmicas e setoriais sempre que pertinente
O Tratado eacute sempre que necessaacuterio complementado por alguns instrumentos
adicionais acordados pelos quatro Estados-parte devido ao avanccedilo da integraccedilatildeo A intenccedilatildeo do
Tratado era de estabelecer condiccedilotildees para que se alcanccedilasse ateacute o fim de 1994 uma uniatildeo
aduaneira entre os quatro integrantes para posteriormente chegar a um mercado comum O MRE
mostra que o Tratado de Assunccedilatildeo determina alguns aspectos como7 estabelecer um programa de
liberalizaccedilatildeo comercial que consista de reduccedilotildees tarifaacuterias progressivas lineares e automaacuteticas
acompanhadas da eliminaccedilatildeo das barreiras natildeo tarifaacuterias coordenar poliacuteticas macro-econocircmicas
estabelecer uma Tarifa Externa Comum (TEC) estabelecer listas de exceccedilotildees ao programa de
6 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
25
liberalizaccedilatildeo para produtos considerados sensiacuteveis constituir um regime geral de origem e de
um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias
O Tratado de Assunccedilatildeo estabelece que o Poder Executivo de cada Estado-parte
deve manter informado seu respectivo Poder Legislativo sobre a evoluccedilatildeo do objeto deste tratado
o MERCOSUL
122 Protocolo de Brasiacutelia
Para solucionar os conflitos na esfera do MERCOSUL a forma escolhida foi a
arbitragem Portanto para cumprir determinaccedilatildeo do Tratado de Assunccedilatildeo designou-se um grupo
de trabalho que elaboraria um Sistema de Soluccedilatildeo de Controveacutersias entre os Estados-parte
Assim em dezembro de 1991 foi assinado o Protocolo de Brasiacutelia para Soluccedilatildeo de Controveacutersias
que passou a ter vigecircncia a partir de 1993
Este Protocolo no sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias tem como caracteriacutestica
ordenar que a soluccedilatildeo de controveacutersias ocorreraacute no plano diplomaacutetico por meio de negociaccedilotildees
diretas mas que possuem intervenccedilatildeo de oacutergatildeos institucionais como o Grupo Mercado Comum -
GMC- e se as dificuldades natildeo forem superadas utilizaraacute o procedimento arbitral O Protocolo
prevecirc tambeacutem poreacutem de maneira bem restrita e com normas complexas que particulares
pessoas fiacutesicas e juriacutedicas tenham acesso ao sistema com direito a reclamaccedilotildees pois o Tratado de
Assunccedilatildeo previa somente a participaccedilatildeo dos Estados-parte
7 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
26
A uacuteltima fase do Protocolo a instauraccedilatildeo de um Tribunal Arbitral proferiraacute a
decisatildeo por meio de laudos inapelaacuteveis e obrigatoacuterios para os Estados-parte na controveacutersia Essa
obrigatoriedade se daraacute a partir do recebimento da notificaccedilatildeo sobre a decisatildeo e os laudos teratildeo
forccedila de coisa julgada devendo ser cumpridos no prazo fixado pelo Tribunal Arbitral
O Protocolo de Brasiacutelia funciona como provisoacuterio fornecendo mecanismos para
a soluccedilatildeo de controveacutersias ateacute que entre em vigor o Sistema Permanente de Soluccedilotildees de
Controveacutersias Este sistema aleacutem de previsto no Tratado de Assunccedilatildeo ganhou forccedila com o
Protocolo de Ouro Preto quando diz que antes de se firmar uma Tarifa Externa Comum os
Estados-parte deveratildeo fazer uma revisatildeo do sistema atual para soluccedilatildeo de controveacutersias com o
objetivo de adotar o sistema permanente
123 Protocolo de Ouro Preto
O Protocolo de Ouro Preto ndash POP assinado em 1994 define a estrutura
institucional definitiva do MERCOSUL e firma a ideacuteia de avanccedilar na constituiccedilatildeo de um
mercado comum Este protocolo pode se adaptar a possiacuteveis circunstacircncias que se apresentem
pois por meio de uma conferecircncia diplomaacutetica sua estrutura pode ser reavaliada
O POP tem como principal atribuiccedilatildeo conferir personalidade juriacutedica ao
MERCOSUL sempre que ele tenha que se relacionar como bloco econocircmico com grupos de
paiacuteses e oacutergatildeos internacionais multilateraisO POP trouxe algumas inovaccedilotildees para a estrutura
orgacircnica do MERCOSUL com relaccedilatildeo agrave criaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos Este bloco pode contar agora
com os seguintes oacutergatildeos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
27
- Conselho do Mercado Comum (CMC)
- Grupo Mercado Comum (GMC)
- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)
- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)
- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)
- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)
Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de
Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte
reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a
decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o
encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver
uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc
teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado
reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante
poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de
Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de
Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares
13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu
Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem
conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo
regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
28
aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica
proacutepria
No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos
fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes
promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em
1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash
Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de
Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as
barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas
O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE
satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de
Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc
Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas
Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a
primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE
que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais
e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos
tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
29
parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila
comum (PESC)
O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs
pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica
externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria
Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais
elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo
Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma
deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para
um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de
acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE
14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia
Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros
fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e
Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda
aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez
com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-
se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios
tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a
ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
30
A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus
integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O
alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como
dos novos paiacuteses integrantes do bloco
ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)
Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455
milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou
preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados
pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo
15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia
As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as
importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL
8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
31
aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial
global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O
Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo
Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a
Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda
mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a
conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o
protecionismo adotado pela Europa
16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia
Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade
Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo
Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos
A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo
interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de
integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional
O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as
condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e
econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando
9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
32
a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)
Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas
regiotildees como conceitos baacutesicos
Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de
atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e
das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre
Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros
A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo
natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos
regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As
propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL
foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a
posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
33
2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE
Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e
Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute
de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e
Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de
envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da
Uniatildeo Europeacuteia
Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das
relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se
referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral
22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL
Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia
econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da
economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do
comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o
comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano
10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
34
Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das
exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo
Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do
Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira
Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros
paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido
com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a
Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees
Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve
um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$
45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila
comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do
MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno
crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL
passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees
Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees
brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina
23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina
Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai
para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
35
nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo
principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro
mercado comum
No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a
Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo
industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha
caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata
previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos
setoriais foram assinados bilateralmente
24 Produtos ou setores em potencial
A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila
de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees
europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-
tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral
permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a
UE
O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre
paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco
elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado
principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A
composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
36
importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do
MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e
ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu
25 Principais parceiros europeus
As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande
assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o
primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos
externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus
Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica
Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a
complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais
intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-
americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de
diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio
bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais
com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande
influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a
Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada
na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento
comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
37
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ
RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE
31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia
O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco
pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do
MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa
Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros
comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos
comerciais na Europa
Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do
Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto
que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com
relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve
queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve
uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos
anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e
menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil
passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda
de 10 nesse investimento
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
38
No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do
MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os
europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior
mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das
exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial
importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute
a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total
A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de
intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores
agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees
europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo
dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida
Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma
importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios
desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos
manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser
importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas
Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com
tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas
11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
39
Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta
de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as
maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados
representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros
quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo
eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos
Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II
32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil
Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco
econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a
assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos
tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL
Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de
facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo
acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram
negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL
com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados
europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia
A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais
nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que
temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
40
relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no
fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as
medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus
No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator
agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de
2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral
com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
41
CONCLUSAtildeO
As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito
tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se
aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial
implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente
conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados
Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos
data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina
individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se
com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as
partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados
A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos
causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e
Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um
desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo
com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e
falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a
formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse
fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados
que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
42
interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus
interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar
obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos
econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada
bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles
como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das
negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave
liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees
Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar
um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o
Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e
essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles
Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo
inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se
tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs
dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses
integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e
reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento
Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da
agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
43
Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor
agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta
de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses
desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil
esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor
Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do
Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC
depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia
Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a
pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade
eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os
subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre
MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas
do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
44
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005
bull AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972
bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004
bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004
bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003
bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004
bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998
bull GLOBAL 21 Disponiacutevel em lthttpwwwglobal21combrgt Acessado em 20 de novembro de 2005
bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001
bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
45
bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005
bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005
bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999
bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005
bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003
bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
46
ANEXO I
Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo
(valores totais em US$ e porcentuais)
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45
Exportaccedilotildees do Brasil
2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46
2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38
Importaccedilotildees do Brasil
2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44
Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28
2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23
Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31
Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees
2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
47
ANEXO II
Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL
Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp
Peso do MERCOSUL
nas Importaccedilotildees
extra UE 19982000
Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL
19982000
I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361
II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399
III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112
IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423
Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386
V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207
VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130
VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92
VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341
IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374
X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259
XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152
XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139
XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120
XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140
XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176
XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157
XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151
XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206
XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67
XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301
Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183
Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE
Totais por fator agregado
US$ F0B
Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s
A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935
2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111
Fonte
Anos de 19801992 = Banco do Brasil
Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
49
ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro
Uniatildeo Europeacuteia - UE
US$ F0B
E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s
A n o
US$ FOB (A)
Var
Part ()
US$ FOB (B)
Var ()
Part ()
Saldo (A-B)
Corrente Comeacutercio (A+B)
Cobertura (AB)
1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133
Obs () ()
VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil
IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
14
Segundo o MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES os processos de
integraccedilatildeo econocircmica satildeo conjuntos de medidas de caraacuteter econocircmico e comercial que tecircm por
finalidade originar a aproximaccedilatildeo e consequumlentemente a uniatildeo entre as economias de dois ou
mais paiacuteses Essa aproximaccedilatildeo deve ter por objetivo natildeo somente laccedilos econocircmicos mas
tambeacutem poliacuteticos e sociais
A integraccedilatildeo consiste em estabelecer um novo ambiente econocircmico poliacutetico e
cultural a partir de vaacuterios ambientes econocircmicos Haacute uma eliminaccedilatildeo de formas de
discriminaccedilotildees iniciais como no aspecto comercial ou no que concerne agrave circulaccedilatildeo de pessoas
serviccedilos e capitais em processos de integraccedilatildeo mais avanccedilados
Os processos de integraccedilatildeo de mercados representam o auge da globalizaccedilatildeo e
internacionalizaccedilatildeo da economia o que resulta em tendecircncias de interdependecircncia e
uniformidade a chamada homogeneizaccedilatildeo A economia transnacional se sobrepotildee agrave soberania
dos Estados gerando assim novas territorizaccedilotildees sem raiacutezes culturais
As poliacuteticas de integraccedilatildeo econocircmica podem ser positivas ou negativas Nas
positivas ocorrem modificaccedilotildees dos instrumentos existentes ndash matildeo-de-obra barata infra-
estrutura mobilidade de um paiacutes a outro etc ndash e a criaccedilatildeo de instituiccedilotildees para permitir o
aprofundamento da unificaccedilatildeo dos mercados e seu efetivo funcionamento Jaacute nas poliacuteticas
negativas acontece a remoccedilatildeo total de barreiras ao comeacutercio internacional ou restriccedilatildeo ao
processo de liberalizaccedilatildeo comercial
VINER (1949) criou as bases da integraccedilatildeo econocircmica a partir da teoria pura do
comeacutercio internacional Foi ele tambeacutem quem fez a distinccedilatildeo entre criaccedilatildeo de comeacutercio e desvio
de comeacutercio
A integraccedilatildeo econocircmica entre paiacuteses em desenvolvimento seria uma alternativa
para viabilizar uma estrateacutegia de desenvolvimento que seria irrealizaacutevel nas dimensotildees de
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
15
pequenas economias perifeacutericas Essas razotildees levaram os economistas da CEPAL a defenderem a
necessidade da integraccedilatildeo das economias latino-americanas
Os processos de integraccedilatildeo2 buscam alcanccedilar diversos objetivos tais como a
ampliaccedilatildeo da resistecircncia frente agraves barreiras aduaneiras a ampliaccedilatildeo dos mercados o estiacutemulo do
intercambio tecnoloacutegico uma maior facilidade de acesso a mateacuterias primas e o maior poder de
pressatildeo na defesa de seus interesses nas negociaccedilotildees internacionais Tendo visto isso pode-se
observar que haacute diferentes formas e etapas de integraccedilatildeo divididos em vaacuterios estaacutegios definidos
como
a) Zonas de Preferecircncias Tarifaacuterias ndash caracteriza-se pela reduccedilatildeo de tarifas para uma
gama variada de produtos abrangendo parte do universo tarifaacuterio sem que se implique na
eliminaccedilatildeo total dos direitos aduaneiros e na reduccedilatildeo ou eliminaccedilatildeo de outras restriccedilotildees ao
comeacutercio Esses acordos violam a claacuteusula de Naccedilatildeo Mais Favorecida do GATT3 mas satildeo
admitidos entre paiacuteses em desenvolvimento e satildeo praticados pelos paiacuteses desenvolvidos atraveacutes
do Sistema Geral de Preferecircncias (SGP) criado pela Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre o
Comeacutercio e o Desenvolvimento (UNCTAD)
b) Zona de Livre Comeacutercio ndash trata-se da forma mais simples de associaccedilatildeo entre
Estados admitida pelo GATT Caracteriza-se pela eliminaccedilatildeo de tarifas aduaneiras e outras
restriccedilotildees ao comeacutercio entre os paiacuteses que dela participam Poreacutem cada paiacutes preserva sua
autonomia na poliacutetica comercial em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses
2 BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972 3 GATT ndash Acordo Geral sobre Tarifas e Comeacutercio assinado por 23 paiacuteses O artigo XXIV do acordo permite a formaccedilatildeo de uniotildees aduaneiras e aacutereas de livre comeacutercio sob certas condiccedilotildees
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
16
c) Uniatildeo Aduaneira ndash caracteriza-se pela ausecircncia de barreiras ao comeacutercio entre
paiacuteses-membros pressupotildee uma poliacutetica comercial comum em relaccedilatildeo a paiacuteses natildeo-membros e a
adoccedilatildeo de uma Tarifa Externa Comum (TEC) A uniatildeo aduaneira pressupotildee ainda a
harmonizaccedilatildeo de instrumentos da poliacutetica comercial tais como diferentes sistemas monetaacuterios
fiscais etc que possam vir a originar problemas
d) Mercado Comum ndash consiste em uma uniatildeo aduaneira na qual os estados membros
determinam a eliminaccedilatildeo das restriccedilotildees sobre produtos bem como a livre circulaccedilatildeo dos demais
fatores produtivos como pessoas serviccedilos e capital eacute uma forma mais elevada de integraccedilatildeo
econocircmica
e) Uniatildeo Econocircmica ndash caracteriza-se pelo estabelecimento de uma autoridade
supranacional que se responsabiliza pela aplicaccedilatildeo das poliacuteticas comuns define criteacuterios e
distingue-se de um mercado comum por associar a eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees aos movimentos de
mercadorias e fatores com um certo grau de harmonizaccedilatildeo das poliacuteticas econocircmicas nacionais de
forma a abolir as discriminaccedilotildees resultantes das disparidades existentes entre essas poliacuteticas
f) Integraccedilatildeo Econocircmica Total ndash para Balassa4 essa forma de integraccedilatildeo pressupotildee a
unificaccedilatildeo das poliacuteticas monetaacuterias fiscais sociais e anticiacuteclicas e exige o estabelecimento de
uma autoridade supranacional cujas decisotildees satildeo obrigatoacuterias para os Estados-membros
g) Uniatildeo Poliacutetica ndash essa eacute uma forma de integraccedilatildeo que se caracteriza pela instituiccedilatildeo
de uma federaccedilatildeo de Estados com autoridade poliacutetica unificada ou formaccedilatildeo de Estados na qual
4 Bela Balassa op Cit p 11
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
17
apenas as aacutereas acordadas passam a ser objeto de controle de instituiccedilotildees supranacionais Em
geral a formaccedilatildeo de uma uniatildeo poliacutetica deve envolver cooperaccedilatildeo em termos da poliacutetica externa
e de defesa5
Eacute bastante antiga a noccedilatildeo de que uma zona de livre comeacutercio e uma uniatildeo
aduaneira ajudam para o aumento do bem-estar mas foi Jacob Viner em 1950 que formulou
uma teoria dos efeitos econocircmicos de uma uniatildeo aduaneira Essa teoria eacute baseada nos efeitos da
uniatildeo aduaneira sobre os produtos Foi entatildeo que introduziu os conceitos de criaccedilatildeo de comeacutercio
e desvio de comeacutercio
Viner investigou os efeitos de uma uniatildeo aduaneira nas correntes de trocas e fez
a distribuiccedilatildeo entre o efeito de desvio de comeacutercio resultante de uma uniatildeo Outros autores
tambeacutem abordaram estes problemas poreacutem num esquema menos preciso e sem utilizar a
terminologia de Viner
A criaccedilatildeo de comeacutercio eacute o mecanismo de ampliaccedilatildeo das transaccedilotildees comerciais
entre os paiacuteses membros de uma uniatildeo aduaneira a partir da unificaccedilatildeo de preccedilos dos produtos na
regiatildeo apoacutes a queda das barreiras tarifaacuterias Entende-se por desvio de comeacutercio o mecanismo de
reduccedilatildeo de comeacutercio com paiacuteses natildeo-membros da uniatildeo aduaneira em benefiacutecio do aumento do
comeacutercio intra-regional
Os efeitos positivos sobre a produccedilatildeo resultam do desvio de compras de um
dado bem de fontes de produccedilatildeo interna de custos mais altos para outras de custos mais
5 MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
18
reduzidos localizadas em paiacuteses membros Jaacute os efeitos negativos sobre a produccedilatildeo dizem
respeito a um desvio das fontes de produccedilatildeo com custos mais baixos paiacuteses estrangeiros para
fontes de produccedilatildeo com custos mais elevados paiacuteses membros Segundo Viner os efeitos
beneacuteficos da uniatildeo aduaneira seratildeo predominantes se o aumento de comeacutercio for superior ao seu
desvio
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
19
1 MERCOSUL E UNIAtildeO EUROPEacuteIA
11 MERCOSUL antecedentes histoacutericos
A Ameacuterica Latina vem haacute tempos buscando aumentar os laccedilos econocircmicos
entre seus paiacuteses atraveacutes da criaccedilatildeo de blocos regionais Vaacuterios foram os idealizadores da
integraccedilatildeo entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina dentre eles estaacute o presidente Getuacutelio Vargas que na
primeira metade do seacuteculo XX almejava a integraccedilatildeo das principais economias da Ameacuterica
Latina atraveacutes da formaccedilatildeo de um bloco econocircmico Inicialmente por volta da deacutecada de 30
ainda no Governo Vargas foram feitas algumas negociaccedilotildees para criar o BLOCO ABC
procurou-se formar a integraccedilatildeo dos trecircs paiacuteses mais fortes economicamente na Ameacuterica Latina
a Argentina o Brasil e o Chile Os paiacuteses sul americanos tiveram que enfrentar a resistecircncia do
governo dos EUA que natildeo via com bons olhos a imposiccedilatildeo de fronteiras econocircmicas pois
desejava continuar suprindo a Ameacuterica Latina com seus produtos industrializados e obtendo sua
mateacuteria prima
Anos mais tarde em 1948 foi criada a Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica
Latina - CEPAL subordinada ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees Unidas
representando outro importante instrumento para o desenvolvimento dos paiacuteses da Ameacuterica
Latina pois busca promover o desenvolvimento da Ameacuterica Latina estimulando a criaccedilatildeo de um
mercado comum latino americano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
20
O MERCOSUL considerado o mais recente esforccedilo para a integraccedilatildeo da
Ameacuterica Latina pode encontrar suas origens na criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo Latino-Americana de
Livre Comeacutercio ndash ALALC Este bloco tinha como objetivo implantar no prazo de 12 anos um
mercado comum regional por meio da formaccedilatildeo de uma zona de livre comeacutercio Criada em 1960
pelo Tratado de Montevideacuteu conhecido como TM-60 a ALALC era constituiacuteda pelos paiacuteses da
Ameacuterica do Sul excluindo-se deste grupo as Guianas e pelo Meacutexico O Tratado buscava ampliar
os mercados e alcanccedilar a liberalizaccedilatildeo do intercacircmbio eliminando as medidas protecionistas
Atraveacutes do Protocolo de Caracas a ideacuteia de criar um mercado comum em 12 anos teve seu prazo
aumentado para 1980 O objetivo era eliminar ateacute 1980 a maior quantidade imaginaacutevel de
restriccedilotildees comerciais existentes entre os integrantes do bloco
Os objetivos almejados pela ALALC natildeo foram alcanccedilados e dentre as razotildees
que levaram ao fracasso da Associaccedilatildeo encontra-se a falta de dinamismo por conta do elevado
nuacutemero de associados e suas diferenccedilas estruturais o vencimento do prazo determinado para a
obtenccedilatildeo de ecircxito do bloco entre outros motivos Durante a deacutecada de 70 a crise do petroacuteleo que
atingia a economia mundial causou uma intensa recessatildeo nos paiacuteses da Ameacuterica Latina e em
busca de uma alternativa para contornar o problema os paiacuteses latino-americanos reestruturaram a
ALALC fazendo surgir a Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo ndash ALADI criada em 1980
pelo Tratado de Montevideacuteu chamado TM-80 Ainda em vigor este Tratado compreende os
mesmos paiacuteses que compunham a ALALC Esse novo tratado requer que os paiacuteses membros
decircem continuidade ao processo de integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina colaborando para o
desenvolvimento econocircmico-social de uma forma mais equilibrada na regiatildeo Sua criaccedilatildeo
permitiu a promoccedilatildeo do aprofundamento do processo de integraccedilatildeo latino-americana e sua
finalidade eacute atingir a formaccedilatildeo de um mercado comum regional permitir o comeacutercio intra-
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
21
regional reciacuteproco promover o comeacutercio ampliaccedilatildeo de mercados desenvolvimento equilibrado e
o estabelecimento de preferecircncias regionais O TM-80 daacute aos Estados membros grande liberdade
para formular suas poliacuteticas comerciais e ainda uma maior flexibilidade para celebrar acordos
bilaterais ou multilaterais Com a criaccedilatildeo da ALADI houve um grande avanccedilo nas relaccedilotildees
comerciais entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina isso aconteceu devido agrave essa possibilidade de
realizaccedilatildeo de acordos bilaterais e outros de alcance regional entre os membros fazendo com que
aumentasse cada vez mais o comeacutercio bilateral e intra-regional na Ameacuterica Latina
A criaccedilatildeo da ALADI ainda parece ter beneficiado o processo de integraccedilatildeo
latino-americana Ficou extinta a ldquoclaacuteusula de naccedilatildeo mais favorecida regionalrdquo anteriormente
adotada pela ALALC permitindo assim conceder preferecircncia tarifaacuteria entre alguns membros da
ALADI sem a obrigatoriedade de dar preferecircncia a todos os integrantes da Associaccedilatildeo Apesar
do esforccedilo a ALADI natildeo conseguiu atingir seu objetivo de alcanccedilar uma integraccedilatildeo regional As
vaacuterias perspectivas geradas com a criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo foram extintas devido aos
acontecimentos no cenaacuterio internacional por volta do final da deacutecada de 70 Alguns fatores
comprometeram o crescimento do comeacutercio internacional e dificultaram o acesso de paiacuteses em
desenvolvimento agraves suas fontes externas de financiamento Dentre esses fatores se encontram o
segundo choque do petroacuteleo a elevaccedilatildeo do valor das taxas de juros internacionais e a recessatildeo
das economias de paiacuteses desenvolvidos Como os paiacuteses da Ameacuterica Latina estavam com a diacutevida
externa cada vez maior e sofrendo com a alta dos juros houve entre os paiacuteses integrantes da
ALADI a praacutetica cada vez mais frequumlente do protecionismo pois cada paiacutes passava a empregar
um amplo conjunto de medidas para controlar as importaccedilotildees Poreacutem o impacto dessa poliacutetica
sobre o comeacutercio intra-regional natildeo foi considerado eficaz pois aleacutem da reduccedilatildeo das importaccedilotildees
de cada paiacutes aconteceu tambeacutem uma proporcional reduccedilatildeo das trocas comerciais entre os paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
22
da proacutepria regiatildeo Haacute autores que dizem que a ALADI seguiu o mesmo modelo fracassado de
integraccedilatildeo regional que a ALALC onde o uacutenico agente eacute o Estado Isso porque o Tratado natildeo
considerava a livre circulaccedilatildeo de pessoas de empresas e de capitais privados e regionais e nem
de formas comunitaacuterias natildeo deixando espaccedilo para os verdadeiros interessados na integraccedilatildeo
regional
Mesmo a ALALC e a ALADI tendo obtido poucos resultados com relaccedilatildeo agrave
integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina ainda crescia o desejo pelo desenvolvimento de uma integraccedilatildeo
regional com destaque para o MERCOSUL que eacute considerado o processo de integraccedilatildeo regional
mais bem-sucedido da Ameacuterica Latina
12 Tratados do MERCOSUL
Eacute importante lembrar que os Estados-parte do MERCOSUL fazem parte do
GATT-OMC e suas accedilotildees devem estar adequadas ao regulamento desse acordo Isso acontece
devido agrave claacuteusula de habilitaccedilatildeo da Ronda Toacutequio que permite que os paiacuteses em
desenvolvimento natildeo apliquem o princiacutepio da naccedilatildeo mais favorecida
121 Tratado de Assunccedilatildeo
Foi assinado em 26 de marccedilo de 1991 o Tratado de Assunccedilatildeo visando agrave
constituiccedilatildeo de um mercado comum entre a Argentina o Brasil o Paraguai e o Uruguai Esse
tratado previa a liberalizaccedilatildeo comercial entre os paiacuteses-membros num periacuteodo de transiccedilatildeo ateacute
1994 Pode-se dividir a evoluccedilatildeo do MERCOSUL em dois periacuteodos o periacuteodo de transiccedilatildeo de
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
23
1991 a 1994 e a partir do iniacutecio de 1995 a existecircncia do MERCOSUL como uma Uniatildeo
Aduaneira
Eacute um acordo-quadro que apesar de natildeo criar um mercado comum estabelece
as metas do processo de integraccedilatildeo e a forma de alcanccedilaacute-las Um dos objetivos desse tratado eacute o
estabelecimento de uma tarifa externa comum a TEC e adoccedilatildeo de uma poliacutetica comercial
comum em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses Estabelece tambeacutem as condiccedilotildees para o surgimento de um
projeto de integraccedilatildeo que define seu objetivo agrave criaccedilatildeo de um mercado comum Este tratado
registra a vontade por parte dos quatro paiacuteses integrantes de se inserir com mais forccedila no
mercado mundial
O Tratado de Assunccedilatildeo eacute um acordo que agrave medida que se necessita vem sendo
complementado por outros instrumentos adicionais negociados entre os participantes do bloco
Inicialmente determina os meios para que ateacute o fim de 1994 se chegasse a uma uniatildeo aduaneira
que eacute a fase anterior ao mercado comum Poreacutem como eacute visto o MERCOSUL hoje ainda eacute uma
uniatildeo aduaneira imperfeita pois natildeo manteacutem a Tarifa Externa Comum (TEC) prevista para os
quatro Estados-membros
O Tratado de Assunccedilatildeo ato que fundou o MERCOSUL constitui um dos
principais instrumentos do processo de integraccedilatildeo acompanhado do Protocolo de Brasiacutelia de
1991 e ainda do Protocolo de Ouro Preto de 1994
Este tratado constitui a base de todo o sistema normativo do MERCOSUL
ordena e regulamenta as relaccedilotildees existentes entre os Estados integrantes do bloco
O Tratado de Assunccedilatildeo tem como objetivo principal a constituiccedilatildeo de um
mercado comum entre seus signataacuterios o que sugere tambeacutem a livre circulaccedilatildeo de bens serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
24
e fatores produtivos entre os Estados-parte eliminando as tarifas preacute-estabelecidas e as restriccedilotildees
natildeo tarifaacuterias No tratado estatildeo estabelecidos os elementos para a criaccedilatildeo de uma uniatildeo aduaneira
e por consequumlecircncia de uma poliacutetica comercial comum
De acordo com o Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE) o Tratado de
Assunccedilatildeo estabeleceu a utilizaccedilatildeo dos seguintes instrumentos para a constituiccedilatildeo do
MERCOSUL6
a) o cumprimento de um programa de liberalizaccedilatildeo comercial com reduccedilotildees tarifaacuterias
progressivas lineares e automaacuteticas acompanhadas da eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees natildeo-tarifaacuterias ou
de medidas de efeito equivalente
b) o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC) capaz de incentivar a
competitividade externa dos Estados-parte
c) a harmonizaccedilatildeo de poliacuteticas macroeconocircmicas e setoriais sempre que pertinente
O Tratado eacute sempre que necessaacuterio complementado por alguns instrumentos
adicionais acordados pelos quatro Estados-parte devido ao avanccedilo da integraccedilatildeo A intenccedilatildeo do
Tratado era de estabelecer condiccedilotildees para que se alcanccedilasse ateacute o fim de 1994 uma uniatildeo
aduaneira entre os quatro integrantes para posteriormente chegar a um mercado comum O MRE
mostra que o Tratado de Assunccedilatildeo determina alguns aspectos como7 estabelecer um programa de
liberalizaccedilatildeo comercial que consista de reduccedilotildees tarifaacuterias progressivas lineares e automaacuteticas
acompanhadas da eliminaccedilatildeo das barreiras natildeo tarifaacuterias coordenar poliacuteticas macro-econocircmicas
estabelecer uma Tarifa Externa Comum (TEC) estabelecer listas de exceccedilotildees ao programa de
6 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
25
liberalizaccedilatildeo para produtos considerados sensiacuteveis constituir um regime geral de origem e de
um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias
O Tratado de Assunccedilatildeo estabelece que o Poder Executivo de cada Estado-parte
deve manter informado seu respectivo Poder Legislativo sobre a evoluccedilatildeo do objeto deste tratado
o MERCOSUL
122 Protocolo de Brasiacutelia
Para solucionar os conflitos na esfera do MERCOSUL a forma escolhida foi a
arbitragem Portanto para cumprir determinaccedilatildeo do Tratado de Assunccedilatildeo designou-se um grupo
de trabalho que elaboraria um Sistema de Soluccedilatildeo de Controveacutersias entre os Estados-parte
Assim em dezembro de 1991 foi assinado o Protocolo de Brasiacutelia para Soluccedilatildeo de Controveacutersias
que passou a ter vigecircncia a partir de 1993
Este Protocolo no sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias tem como caracteriacutestica
ordenar que a soluccedilatildeo de controveacutersias ocorreraacute no plano diplomaacutetico por meio de negociaccedilotildees
diretas mas que possuem intervenccedilatildeo de oacutergatildeos institucionais como o Grupo Mercado Comum -
GMC- e se as dificuldades natildeo forem superadas utilizaraacute o procedimento arbitral O Protocolo
prevecirc tambeacutem poreacutem de maneira bem restrita e com normas complexas que particulares
pessoas fiacutesicas e juriacutedicas tenham acesso ao sistema com direito a reclamaccedilotildees pois o Tratado de
Assunccedilatildeo previa somente a participaccedilatildeo dos Estados-parte
7 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
26
A uacuteltima fase do Protocolo a instauraccedilatildeo de um Tribunal Arbitral proferiraacute a
decisatildeo por meio de laudos inapelaacuteveis e obrigatoacuterios para os Estados-parte na controveacutersia Essa
obrigatoriedade se daraacute a partir do recebimento da notificaccedilatildeo sobre a decisatildeo e os laudos teratildeo
forccedila de coisa julgada devendo ser cumpridos no prazo fixado pelo Tribunal Arbitral
O Protocolo de Brasiacutelia funciona como provisoacuterio fornecendo mecanismos para
a soluccedilatildeo de controveacutersias ateacute que entre em vigor o Sistema Permanente de Soluccedilotildees de
Controveacutersias Este sistema aleacutem de previsto no Tratado de Assunccedilatildeo ganhou forccedila com o
Protocolo de Ouro Preto quando diz que antes de se firmar uma Tarifa Externa Comum os
Estados-parte deveratildeo fazer uma revisatildeo do sistema atual para soluccedilatildeo de controveacutersias com o
objetivo de adotar o sistema permanente
123 Protocolo de Ouro Preto
O Protocolo de Ouro Preto ndash POP assinado em 1994 define a estrutura
institucional definitiva do MERCOSUL e firma a ideacuteia de avanccedilar na constituiccedilatildeo de um
mercado comum Este protocolo pode se adaptar a possiacuteveis circunstacircncias que se apresentem
pois por meio de uma conferecircncia diplomaacutetica sua estrutura pode ser reavaliada
O POP tem como principal atribuiccedilatildeo conferir personalidade juriacutedica ao
MERCOSUL sempre que ele tenha que se relacionar como bloco econocircmico com grupos de
paiacuteses e oacutergatildeos internacionais multilateraisO POP trouxe algumas inovaccedilotildees para a estrutura
orgacircnica do MERCOSUL com relaccedilatildeo agrave criaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos Este bloco pode contar agora
com os seguintes oacutergatildeos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
27
- Conselho do Mercado Comum (CMC)
- Grupo Mercado Comum (GMC)
- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)
- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)
- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)
- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)
Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de
Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte
reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a
decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o
encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver
uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc
teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado
reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante
poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de
Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de
Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares
13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu
Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem
conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo
regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
28
aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica
proacutepria
No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos
fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes
promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em
1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash
Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de
Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as
barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas
O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE
satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de
Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc
Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas
Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a
primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE
que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais
e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos
tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
29
parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila
comum (PESC)
O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs
pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica
externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria
Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais
elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo
Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma
deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para
um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de
acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE
14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia
Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros
fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e
Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda
aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez
com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-
se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios
tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a
ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
30
A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus
integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O
alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como
dos novos paiacuteses integrantes do bloco
ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)
Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455
milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou
preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados
pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo
15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia
As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as
importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL
8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
31
aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial
global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O
Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo
Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a
Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda
mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a
conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o
protecionismo adotado pela Europa
16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia
Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade
Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo
Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos
A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo
interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de
integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional
O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as
condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e
econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando
9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
32
a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)
Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas
regiotildees como conceitos baacutesicos
Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de
atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e
das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre
Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros
A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo
natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos
regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As
propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL
foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a
posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
33
2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE
Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e
Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute
de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e
Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de
envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da
Uniatildeo Europeacuteia
Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das
relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se
referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral
22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL
Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia
econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da
economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do
comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o
comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano
10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
34
Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das
exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo
Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do
Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira
Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros
paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido
com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a
Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees
Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve
um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$
45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila
comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do
MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno
crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL
passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees
Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees
brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina
23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina
Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai
para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
35
nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo
principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro
mercado comum
No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a
Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo
industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha
caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata
previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos
setoriais foram assinados bilateralmente
24 Produtos ou setores em potencial
A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila
de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees
europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-
tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral
permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a
UE
O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre
paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco
elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado
principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A
composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
36
importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do
MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e
ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu
25 Principais parceiros europeus
As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande
assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o
primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos
externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus
Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica
Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a
complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais
intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-
americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de
diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio
bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais
com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande
influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a
Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada
na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento
comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
37
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ
RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE
31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia
O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco
pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do
MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa
Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros
comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos
comerciais na Europa
Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do
Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto
que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com
relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve
queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve
uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos
anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e
menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil
passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda
de 10 nesse investimento
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
38
No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do
MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os
europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior
mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das
exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial
importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute
a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total
A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de
intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores
agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees
europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo
dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida
Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma
importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios
desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos
manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser
importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas
Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com
tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas
11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
39
Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta
de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as
maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados
representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros
quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo
eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos
Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II
32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil
Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco
econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a
assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos
tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL
Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de
facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo
acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram
negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL
com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados
europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia
A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais
nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que
temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
40
relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no
fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as
medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus
No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator
agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de
2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral
com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
41
CONCLUSAtildeO
As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito
tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se
aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial
implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente
conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados
Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos
data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina
individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se
com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as
partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados
A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos
causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e
Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um
desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo
com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e
falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a
formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse
fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados
que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
42
interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus
interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar
obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos
econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada
bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles
como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das
negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave
liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees
Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar
um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o
Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e
essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles
Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo
inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se
tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs
dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses
integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e
reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento
Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da
agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
43
Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor
agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta
de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses
desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil
esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor
Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do
Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC
depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia
Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a
pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade
eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os
subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre
MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas
do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
44
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005
bull AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972
bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004
bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004
bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003
bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004
bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998
bull GLOBAL 21 Disponiacutevel em lthttpwwwglobal21combrgt Acessado em 20 de novembro de 2005
bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001
bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
45
bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005
bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005
bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999
bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005
bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003
bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
46
ANEXO I
Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo
(valores totais em US$ e porcentuais)
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45
Exportaccedilotildees do Brasil
2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46
2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38
Importaccedilotildees do Brasil
2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44
Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28
2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23
Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31
Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees
2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
47
ANEXO II
Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL
Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp
Peso do MERCOSUL
nas Importaccedilotildees
extra UE 19982000
Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL
19982000
I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361
II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399
III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112
IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423
Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386
V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207
VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130
VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92
VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341
IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374
X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259
XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152
XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139
XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120
XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140
XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176
XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157
XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151
XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206
XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67
XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301
Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183
Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE
Totais por fator agregado
US$ F0B
Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s
A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935
2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111
Fonte
Anos de 19801992 = Banco do Brasil
Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
49
ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro
Uniatildeo Europeacuteia - UE
US$ F0B
E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s
A n o
US$ FOB (A)
Var
Part ()
US$ FOB (B)
Var ()
Part ()
Saldo (A-B)
Corrente Comeacutercio (A+B)
Cobertura (AB)
1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133
Obs () ()
VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil
IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
15
pequenas economias perifeacutericas Essas razotildees levaram os economistas da CEPAL a defenderem a
necessidade da integraccedilatildeo das economias latino-americanas
Os processos de integraccedilatildeo2 buscam alcanccedilar diversos objetivos tais como a
ampliaccedilatildeo da resistecircncia frente agraves barreiras aduaneiras a ampliaccedilatildeo dos mercados o estiacutemulo do
intercambio tecnoloacutegico uma maior facilidade de acesso a mateacuterias primas e o maior poder de
pressatildeo na defesa de seus interesses nas negociaccedilotildees internacionais Tendo visto isso pode-se
observar que haacute diferentes formas e etapas de integraccedilatildeo divididos em vaacuterios estaacutegios definidos
como
a) Zonas de Preferecircncias Tarifaacuterias ndash caracteriza-se pela reduccedilatildeo de tarifas para uma
gama variada de produtos abrangendo parte do universo tarifaacuterio sem que se implique na
eliminaccedilatildeo total dos direitos aduaneiros e na reduccedilatildeo ou eliminaccedilatildeo de outras restriccedilotildees ao
comeacutercio Esses acordos violam a claacuteusula de Naccedilatildeo Mais Favorecida do GATT3 mas satildeo
admitidos entre paiacuteses em desenvolvimento e satildeo praticados pelos paiacuteses desenvolvidos atraveacutes
do Sistema Geral de Preferecircncias (SGP) criado pela Conferecircncia das Naccedilotildees Unidas sobre o
Comeacutercio e o Desenvolvimento (UNCTAD)
b) Zona de Livre Comeacutercio ndash trata-se da forma mais simples de associaccedilatildeo entre
Estados admitida pelo GATT Caracteriza-se pela eliminaccedilatildeo de tarifas aduaneiras e outras
restriccedilotildees ao comeacutercio entre os paiacuteses que dela participam Poreacutem cada paiacutes preserva sua
autonomia na poliacutetica comercial em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses
2 BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972 3 GATT ndash Acordo Geral sobre Tarifas e Comeacutercio assinado por 23 paiacuteses O artigo XXIV do acordo permite a formaccedilatildeo de uniotildees aduaneiras e aacutereas de livre comeacutercio sob certas condiccedilotildees
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
16
c) Uniatildeo Aduaneira ndash caracteriza-se pela ausecircncia de barreiras ao comeacutercio entre
paiacuteses-membros pressupotildee uma poliacutetica comercial comum em relaccedilatildeo a paiacuteses natildeo-membros e a
adoccedilatildeo de uma Tarifa Externa Comum (TEC) A uniatildeo aduaneira pressupotildee ainda a
harmonizaccedilatildeo de instrumentos da poliacutetica comercial tais como diferentes sistemas monetaacuterios
fiscais etc que possam vir a originar problemas
d) Mercado Comum ndash consiste em uma uniatildeo aduaneira na qual os estados membros
determinam a eliminaccedilatildeo das restriccedilotildees sobre produtos bem como a livre circulaccedilatildeo dos demais
fatores produtivos como pessoas serviccedilos e capital eacute uma forma mais elevada de integraccedilatildeo
econocircmica
e) Uniatildeo Econocircmica ndash caracteriza-se pelo estabelecimento de uma autoridade
supranacional que se responsabiliza pela aplicaccedilatildeo das poliacuteticas comuns define criteacuterios e
distingue-se de um mercado comum por associar a eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees aos movimentos de
mercadorias e fatores com um certo grau de harmonizaccedilatildeo das poliacuteticas econocircmicas nacionais de
forma a abolir as discriminaccedilotildees resultantes das disparidades existentes entre essas poliacuteticas
f) Integraccedilatildeo Econocircmica Total ndash para Balassa4 essa forma de integraccedilatildeo pressupotildee a
unificaccedilatildeo das poliacuteticas monetaacuterias fiscais sociais e anticiacuteclicas e exige o estabelecimento de
uma autoridade supranacional cujas decisotildees satildeo obrigatoacuterias para os Estados-membros
g) Uniatildeo Poliacutetica ndash essa eacute uma forma de integraccedilatildeo que se caracteriza pela instituiccedilatildeo
de uma federaccedilatildeo de Estados com autoridade poliacutetica unificada ou formaccedilatildeo de Estados na qual
4 Bela Balassa op Cit p 11
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
17
apenas as aacutereas acordadas passam a ser objeto de controle de instituiccedilotildees supranacionais Em
geral a formaccedilatildeo de uma uniatildeo poliacutetica deve envolver cooperaccedilatildeo em termos da poliacutetica externa
e de defesa5
Eacute bastante antiga a noccedilatildeo de que uma zona de livre comeacutercio e uma uniatildeo
aduaneira ajudam para o aumento do bem-estar mas foi Jacob Viner em 1950 que formulou
uma teoria dos efeitos econocircmicos de uma uniatildeo aduaneira Essa teoria eacute baseada nos efeitos da
uniatildeo aduaneira sobre os produtos Foi entatildeo que introduziu os conceitos de criaccedilatildeo de comeacutercio
e desvio de comeacutercio
Viner investigou os efeitos de uma uniatildeo aduaneira nas correntes de trocas e fez
a distribuiccedilatildeo entre o efeito de desvio de comeacutercio resultante de uma uniatildeo Outros autores
tambeacutem abordaram estes problemas poreacutem num esquema menos preciso e sem utilizar a
terminologia de Viner
A criaccedilatildeo de comeacutercio eacute o mecanismo de ampliaccedilatildeo das transaccedilotildees comerciais
entre os paiacuteses membros de uma uniatildeo aduaneira a partir da unificaccedilatildeo de preccedilos dos produtos na
regiatildeo apoacutes a queda das barreiras tarifaacuterias Entende-se por desvio de comeacutercio o mecanismo de
reduccedilatildeo de comeacutercio com paiacuteses natildeo-membros da uniatildeo aduaneira em benefiacutecio do aumento do
comeacutercio intra-regional
Os efeitos positivos sobre a produccedilatildeo resultam do desvio de compras de um
dado bem de fontes de produccedilatildeo interna de custos mais altos para outras de custos mais
5 MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
18
reduzidos localizadas em paiacuteses membros Jaacute os efeitos negativos sobre a produccedilatildeo dizem
respeito a um desvio das fontes de produccedilatildeo com custos mais baixos paiacuteses estrangeiros para
fontes de produccedilatildeo com custos mais elevados paiacuteses membros Segundo Viner os efeitos
beneacuteficos da uniatildeo aduaneira seratildeo predominantes se o aumento de comeacutercio for superior ao seu
desvio
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
19
1 MERCOSUL E UNIAtildeO EUROPEacuteIA
11 MERCOSUL antecedentes histoacutericos
A Ameacuterica Latina vem haacute tempos buscando aumentar os laccedilos econocircmicos
entre seus paiacuteses atraveacutes da criaccedilatildeo de blocos regionais Vaacuterios foram os idealizadores da
integraccedilatildeo entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina dentre eles estaacute o presidente Getuacutelio Vargas que na
primeira metade do seacuteculo XX almejava a integraccedilatildeo das principais economias da Ameacuterica
Latina atraveacutes da formaccedilatildeo de um bloco econocircmico Inicialmente por volta da deacutecada de 30
ainda no Governo Vargas foram feitas algumas negociaccedilotildees para criar o BLOCO ABC
procurou-se formar a integraccedilatildeo dos trecircs paiacuteses mais fortes economicamente na Ameacuterica Latina
a Argentina o Brasil e o Chile Os paiacuteses sul americanos tiveram que enfrentar a resistecircncia do
governo dos EUA que natildeo via com bons olhos a imposiccedilatildeo de fronteiras econocircmicas pois
desejava continuar suprindo a Ameacuterica Latina com seus produtos industrializados e obtendo sua
mateacuteria prima
Anos mais tarde em 1948 foi criada a Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica
Latina - CEPAL subordinada ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees Unidas
representando outro importante instrumento para o desenvolvimento dos paiacuteses da Ameacuterica
Latina pois busca promover o desenvolvimento da Ameacuterica Latina estimulando a criaccedilatildeo de um
mercado comum latino americano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
20
O MERCOSUL considerado o mais recente esforccedilo para a integraccedilatildeo da
Ameacuterica Latina pode encontrar suas origens na criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo Latino-Americana de
Livre Comeacutercio ndash ALALC Este bloco tinha como objetivo implantar no prazo de 12 anos um
mercado comum regional por meio da formaccedilatildeo de uma zona de livre comeacutercio Criada em 1960
pelo Tratado de Montevideacuteu conhecido como TM-60 a ALALC era constituiacuteda pelos paiacuteses da
Ameacuterica do Sul excluindo-se deste grupo as Guianas e pelo Meacutexico O Tratado buscava ampliar
os mercados e alcanccedilar a liberalizaccedilatildeo do intercacircmbio eliminando as medidas protecionistas
Atraveacutes do Protocolo de Caracas a ideacuteia de criar um mercado comum em 12 anos teve seu prazo
aumentado para 1980 O objetivo era eliminar ateacute 1980 a maior quantidade imaginaacutevel de
restriccedilotildees comerciais existentes entre os integrantes do bloco
Os objetivos almejados pela ALALC natildeo foram alcanccedilados e dentre as razotildees
que levaram ao fracasso da Associaccedilatildeo encontra-se a falta de dinamismo por conta do elevado
nuacutemero de associados e suas diferenccedilas estruturais o vencimento do prazo determinado para a
obtenccedilatildeo de ecircxito do bloco entre outros motivos Durante a deacutecada de 70 a crise do petroacuteleo que
atingia a economia mundial causou uma intensa recessatildeo nos paiacuteses da Ameacuterica Latina e em
busca de uma alternativa para contornar o problema os paiacuteses latino-americanos reestruturaram a
ALALC fazendo surgir a Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo ndash ALADI criada em 1980
pelo Tratado de Montevideacuteu chamado TM-80 Ainda em vigor este Tratado compreende os
mesmos paiacuteses que compunham a ALALC Esse novo tratado requer que os paiacuteses membros
decircem continuidade ao processo de integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina colaborando para o
desenvolvimento econocircmico-social de uma forma mais equilibrada na regiatildeo Sua criaccedilatildeo
permitiu a promoccedilatildeo do aprofundamento do processo de integraccedilatildeo latino-americana e sua
finalidade eacute atingir a formaccedilatildeo de um mercado comum regional permitir o comeacutercio intra-
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
21
regional reciacuteproco promover o comeacutercio ampliaccedilatildeo de mercados desenvolvimento equilibrado e
o estabelecimento de preferecircncias regionais O TM-80 daacute aos Estados membros grande liberdade
para formular suas poliacuteticas comerciais e ainda uma maior flexibilidade para celebrar acordos
bilaterais ou multilaterais Com a criaccedilatildeo da ALADI houve um grande avanccedilo nas relaccedilotildees
comerciais entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina isso aconteceu devido agrave essa possibilidade de
realizaccedilatildeo de acordos bilaterais e outros de alcance regional entre os membros fazendo com que
aumentasse cada vez mais o comeacutercio bilateral e intra-regional na Ameacuterica Latina
A criaccedilatildeo da ALADI ainda parece ter beneficiado o processo de integraccedilatildeo
latino-americana Ficou extinta a ldquoclaacuteusula de naccedilatildeo mais favorecida regionalrdquo anteriormente
adotada pela ALALC permitindo assim conceder preferecircncia tarifaacuteria entre alguns membros da
ALADI sem a obrigatoriedade de dar preferecircncia a todos os integrantes da Associaccedilatildeo Apesar
do esforccedilo a ALADI natildeo conseguiu atingir seu objetivo de alcanccedilar uma integraccedilatildeo regional As
vaacuterias perspectivas geradas com a criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo foram extintas devido aos
acontecimentos no cenaacuterio internacional por volta do final da deacutecada de 70 Alguns fatores
comprometeram o crescimento do comeacutercio internacional e dificultaram o acesso de paiacuteses em
desenvolvimento agraves suas fontes externas de financiamento Dentre esses fatores se encontram o
segundo choque do petroacuteleo a elevaccedilatildeo do valor das taxas de juros internacionais e a recessatildeo
das economias de paiacuteses desenvolvidos Como os paiacuteses da Ameacuterica Latina estavam com a diacutevida
externa cada vez maior e sofrendo com a alta dos juros houve entre os paiacuteses integrantes da
ALADI a praacutetica cada vez mais frequumlente do protecionismo pois cada paiacutes passava a empregar
um amplo conjunto de medidas para controlar as importaccedilotildees Poreacutem o impacto dessa poliacutetica
sobre o comeacutercio intra-regional natildeo foi considerado eficaz pois aleacutem da reduccedilatildeo das importaccedilotildees
de cada paiacutes aconteceu tambeacutem uma proporcional reduccedilatildeo das trocas comerciais entre os paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
22
da proacutepria regiatildeo Haacute autores que dizem que a ALADI seguiu o mesmo modelo fracassado de
integraccedilatildeo regional que a ALALC onde o uacutenico agente eacute o Estado Isso porque o Tratado natildeo
considerava a livre circulaccedilatildeo de pessoas de empresas e de capitais privados e regionais e nem
de formas comunitaacuterias natildeo deixando espaccedilo para os verdadeiros interessados na integraccedilatildeo
regional
Mesmo a ALALC e a ALADI tendo obtido poucos resultados com relaccedilatildeo agrave
integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina ainda crescia o desejo pelo desenvolvimento de uma integraccedilatildeo
regional com destaque para o MERCOSUL que eacute considerado o processo de integraccedilatildeo regional
mais bem-sucedido da Ameacuterica Latina
12 Tratados do MERCOSUL
Eacute importante lembrar que os Estados-parte do MERCOSUL fazem parte do
GATT-OMC e suas accedilotildees devem estar adequadas ao regulamento desse acordo Isso acontece
devido agrave claacuteusula de habilitaccedilatildeo da Ronda Toacutequio que permite que os paiacuteses em
desenvolvimento natildeo apliquem o princiacutepio da naccedilatildeo mais favorecida
121 Tratado de Assunccedilatildeo
Foi assinado em 26 de marccedilo de 1991 o Tratado de Assunccedilatildeo visando agrave
constituiccedilatildeo de um mercado comum entre a Argentina o Brasil o Paraguai e o Uruguai Esse
tratado previa a liberalizaccedilatildeo comercial entre os paiacuteses-membros num periacuteodo de transiccedilatildeo ateacute
1994 Pode-se dividir a evoluccedilatildeo do MERCOSUL em dois periacuteodos o periacuteodo de transiccedilatildeo de
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
23
1991 a 1994 e a partir do iniacutecio de 1995 a existecircncia do MERCOSUL como uma Uniatildeo
Aduaneira
Eacute um acordo-quadro que apesar de natildeo criar um mercado comum estabelece
as metas do processo de integraccedilatildeo e a forma de alcanccedilaacute-las Um dos objetivos desse tratado eacute o
estabelecimento de uma tarifa externa comum a TEC e adoccedilatildeo de uma poliacutetica comercial
comum em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses Estabelece tambeacutem as condiccedilotildees para o surgimento de um
projeto de integraccedilatildeo que define seu objetivo agrave criaccedilatildeo de um mercado comum Este tratado
registra a vontade por parte dos quatro paiacuteses integrantes de se inserir com mais forccedila no
mercado mundial
O Tratado de Assunccedilatildeo eacute um acordo que agrave medida que se necessita vem sendo
complementado por outros instrumentos adicionais negociados entre os participantes do bloco
Inicialmente determina os meios para que ateacute o fim de 1994 se chegasse a uma uniatildeo aduaneira
que eacute a fase anterior ao mercado comum Poreacutem como eacute visto o MERCOSUL hoje ainda eacute uma
uniatildeo aduaneira imperfeita pois natildeo manteacutem a Tarifa Externa Comum (TEC) prevista para os
quatro Estados-membros
O Tratado de Assunccedilatildeo ato que fundou o MERCOSUL constitui um dos
principais instrumentos do processo de integraccedilatildeo acompanhado do Protocolo de Brasiacutelia de
1991 e ainda do Protocolo de Ouro Preto de 1994
Este tratado constitui a base de todo o sistema normativo do MERCOSUL
ordena e regulamenta as relaccedilotildees existentes entre os Estados integrantes do bloco
O Tratado de Assunccedilatildeo tem como objetivo principal a constituiccedilatildeo de um
mercado comum entre seus signataacuterios o que sugere tambeacutem a livre circulaccedilatildeo de bens serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
24
e fatores produtivos entre os Estados-parte eliminando as tarifas preacute-estabelecidas e as restriccedilotildees
natildeo tarifaacuterias No tratado estatildeo estabelecidos os elementos para a criaccedilatildeo de uma uniatildeo aduaneira
e por consequumlecircncia de uma poliacutetica comercial comum
De acordo com o Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE) o Tratado de
Assunccedilatildeo estabeleceu a utilizaccedilatildeo dos seguintes instrumentos para a constituiccedilatildeo do
MERCOSUL6
a) o cumprimento de um programa de liberalizaccedilatildeo comercial com reduccedilotildees tarifaacuterias
progressivas lineares e automaacuteticas acompanhadas da eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees natildeo-tarifaacuterias ou
de medidas de efeito equivalente
b) o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC) capaz de incentivar a
competitividade externa dos Estados-parte
c) a harmonizaccedilatildeo de poliacuteticas macroeconocircmicas e setoriais sempre que pertinente
O Tratado eacute sempre que necessaacuterio complementado por alguns instrumentos
adicionais acordados pelos quatro Estados-parte devido ao avanccedilo da integraccedilatildeo A intenccedilatildeo do
Tratado era de estabelecer condiccedilotildees para que se alcanccedilasse ateacute o fim de 1994 uma uniatildeo
aduaneira entre os quatro integrantes para posteriormente chegar a um mercado comum O MRE
mostra que o Tratado de Assunccedilatildeo determina alguns aspectos como7 estabelecer um programa de
liberalizaccedilatildeo comercial que consista de reduccedilotildees tarifaacuterias progressivas lineares e automaacuteticas
acompanhadas da eliminaccedilatildeo das barreiras natildeo tarifaacuterias coordenar poliacuteticas macro-econocircmicas
estabelecer uma Tarifa Externa Comum (TEC) estabelecer listas de exceccedilotildees ao programa de
6 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
25
liberalizaccedilatildeo para produtos considerados sensiacuteveis constituir um regime geral de origem e de
um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias
O Tratado de Assunccedilatildeo estabelece que o Poder Executivo de cada Estado-parte
deve manter informado seu respectivo Poder Legislativo sobre a evoluccedilatildeo do objeto deste tratado
o MERCOSUL
122 Protocolo de Brasiacutelia
Para solucionar os conflitos na esfera do MERCOSUL a forma escolhida foi a
arbitragem Portanto para cumprir determinaccedilatildeo do Tratado de Assunccedilatildeo designou-se um grupo
de trabalho que elaboraria um Sistema de Soluccedilatildeo de Controveacutersias entre os Estados-parte
Assim em dezembro de 1991 foi assinado o Protocolo de Brasiacutelia para Soluccedilatildeo de Controveacutersias
que passou a ter vigecircncia a partir de 1993
Este Protocolo no sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias tem como caracteriacutestica
ordenar que a soluccedilatildeo de controveacutersias ocorreraacute no plano diplomaacutetico por meio de negociaccedilotildees
diretas mas que possuem intervenccedilatildeo de oacutergatildeos institucionais como o Grupo Mercado Comum -
GMC- e se as dificuldades natildeo forem superadas utilizaraacute o procedimento arbitral O Protocolo
prevecirc tambeacutem poreacutem de maneira bem restrita e com normas complexas que particulares
pessoas fiacutesicas e juriacutedicas tenham acesso ao sistema com direito a reclamaccedilotildees pois o Tratado de
Assunccedilatildeo previa somente a participaccedilatildeo dos Estados-parte
7 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
26
A uacuteltima fase do Protocolo a instauraccedilatildeo de um Tribunal Arbitral proferiraacute a
decisatildeo por meio de laudos inapelaacuteveis e obrigatoacuterios para os Estados-parte na controveacutersia Essa
obrigatoriedade se daraacute a partir do recebimento da notificaccedilatildeo sobre a decisatildeo e os laudos teratildeo
forccedila de coisa julgada devendo ser cumpridos no prazo fixado pelo Tribunal Arbitral
O Protocolo de Brasiacutelia funciona como provisoacuterio fornecendo mecanismos para
a soluccedilatildeo de controveacutersias ateacute que entre em vigor o Sistema Permanente de Soluccedilotildees de
Controveacutersias Este sistema aleacutem de previsto no Tratado de Assunccedilatildeo ganhou forccedila com o
Protocolo de Ouro Preto quando diz que antes de se firmar uma Tarifa Externa Comum os
Estados-parte deveratildeo fazer uma revisatildeo do sistema atual para soluccedilatildeo de controveacutersias com o
objetivo de adotar o sistema permanente
123 Protocolo de Ouro Preto
O Protocolo de Ouro Preto ndash POP assinado em 1994 define a estrutura
institucional definitiva do MERCOSUL e firma a ideacuteia de avanccedilar na constituiccedilatildeo de um
mercado comum Este protocolo pode se adaptar a possiacuteveis circunstacircncias que se apresentem
pois por meio de uma conferecircncia diplomaacutetica sua estrutura pode ser reavaliada
O POP tem como principal atribuiccedilatildeo conferir personalidade juriacutedica ao
MERCOSUL sempre que ele tenha que se relacionar como bloco econocircmico com grupos de
paiacuteses e oacutergatildeos internacionais multilateraisO POP trouxe algumas inovaccedilotildees para a estrutura
orgacircnica do MERCOSUL com relaccedilatildeo agrave criaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos Este bloco pode contar agora
com os seguintes oacutergatildeos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
27
- Conselho do Mercado Comum (CMC)
- Grupo Mercado Comum (GMC)
- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)
- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)
- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)
- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)
Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de
Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte
reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a
decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o
encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver
uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc
teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado
reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante
poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de
Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de
Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares
13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu
Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem
conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo
regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
28
aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica
proacutepria
No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos
fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes
promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em
1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash
Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de
Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as
barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas
O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE
satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de
Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc
Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas
Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a
primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE
que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais
e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos
tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
29
parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila
comum (PESC)
O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs
pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica
externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria
Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais
elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo
Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma
deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para
um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de
acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE
14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia
Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros
fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e
Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda
aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez
com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-
se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios
tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a
ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
30
A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus
integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O
alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como
dos novos paiacuteses integrantes do bloco
ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)
Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455
milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou
preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados
pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo
15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia
As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as
importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL
8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
31
aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial
global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O
Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo
Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a
Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda
mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a
conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o
protecionismo adotado pela Europa
16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia
Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade
Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo
Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos
A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo
interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de
integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional
O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as
condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e
econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando
9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
32
a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)
Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas
regiotildees como conceitos baacutesicos
Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de
atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e
das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre
Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros
A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo
natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos
regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As
propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL
foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a
posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
33
2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE
Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e
Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute
de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e
Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de
envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da
Uniatildeo Europeacuteia
Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das
relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se
referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral
22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL
Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia
econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da
economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do
comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o
comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano
10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
34
Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das
exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo
Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do
Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira
Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros
paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido
com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a
Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees
Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve
um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$
45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila
comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do
MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno
crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL
passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees
Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees
brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina
23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina
Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai
para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
35
nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo
principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro
mercado comum
No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a
Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo
industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha
caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata
previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos
setoriais foram assinados bilateralmente
24 Produtos ou setores em potencial
A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila
de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees
europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-
tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral
permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a
UE
O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre
paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco
elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado
principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A
composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
36
importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do
MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e
ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu
25 Principais parceiros europeus
As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande
assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o
primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos
externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus
Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica
Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a
complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais
intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-
americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de
diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio
bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais
com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande
influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a
Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada
na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento
comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
37
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ
RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE
31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia
O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco
pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do
MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa
Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros
comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos
comerciais na Europa
Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do
Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto
que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com
relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve
queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve
uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos
anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e
menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil
passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda
de 10 nesse investimento
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
38
No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do
MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os
europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior
mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das
exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial
importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute
a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total
A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de
intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores
agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees
europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo
dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida
Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma
importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios
desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos
manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser
importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas
Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com
tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas
11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
39
Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta
de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as
maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados
representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros
quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo
eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos
Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II
32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil
Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco
econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a
assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos
tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL
Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de
facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo
acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram
negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL
com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados
europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia
A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais
nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que
temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
40
relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no
fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as
medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus
No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator
agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de
2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral
com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
41
CONCLUSAtildeO
As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito
tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se
aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial
implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente
conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados
Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos
data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina
individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se
com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as
partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados
A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos
causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e
Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um
desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo
com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e
falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a
formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse
fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados
que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
42
interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus
interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar
obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos
econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada
bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles
como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das
negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave
liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees
Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar
um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o
Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e
essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles
Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo
inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se
tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs
dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses
integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e
reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento
Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da
agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
43
Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor
agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta
de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses
desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil
esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor
Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do
Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC
depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia
Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a
pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade
eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os
subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre
MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas
do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
44
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005
bull AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972
bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004
bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004
bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003
bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004
bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998
bull GLOBAL 21 Disponiacutevel em lthttpwwwglobal21combrgt Acessado em 20 de novembro de 2005
bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001
bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
45
bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005
bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005
bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999
bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005
bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003
bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
46
ANEXO I
Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo
(valores totais em US$ e porcentuais)
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45
Exportaccedilotildees do Brasil
2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46
2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38
Importaccedilotildees do Brasil
2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44
Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28
2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23
Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31
Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees
2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
47
ANEXO II
Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL
Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp
Peso do MERCOSUL
nas Importaccedilotildees
extra UE 19982000
Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL
19982000
I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361
II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399
III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112
IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423
Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386
V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207
VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130
VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92
VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341
IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374
X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259
XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152
XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139
XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120
XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140
XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176
XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157
XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151
XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206
XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67
XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301
Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183
Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE
Totais por fator agregado
US$ F0B
Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s
A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935
2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111
Fonte
Anos de 19801992 = Banco do Brasil
Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
49
ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro
Uniatildeo Europeacuteia - UE
US$ F0B
E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s
A n o
US$ FOB (A)
Var
Part ()
US$ FOB (B)
Var ()
Part ()
Saldo (A-B)
Corrente Comeacutercio (A+B)
Cobertura (AB)
1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133
Obs () ()
VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil
IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
16
c) Uniatildeo Aduaneira ndash caracteriza-se pela ausecircncia de barreiras ao comeacutercio entre
paiacuteses-membros pressupotildee uma poliacutetica comercial comum em relaccedilatildeo a paiacuteses natildeo-membros e a
adoccedilatildeo de uma Tarifa Externa Comum (TEC) A uniatildeo aduaneira pressupotildee ainda a
harmonizaccedilatildeo de instrumentos da poliacutetica comercial tais como diferentes sistemas monetaacuterios
fiscais etc que possam vir a originar problemas
d) Mercado Comum ndash consiste em uma uniatildeo aduaneira na qual os estados membros
determinam a eliminaccedilatildeo das restriccedilotildees sobre produtos bem como a livre circulaccedilatildeo dos demais
fatores produtivos como pessoas serviccedilos e capital eacute uma forma mais elevada de integraccedilatildeo
econocircmica
e) Uniatildeo Econocircmica ndash caracteriza-se pelo estabelecimento de uma autoridade
supranacional que se responsabiliza pela aplicaccedilatildeo das poliacuteticas comuns define criteacuterios e
distingue-se de um mercado comum por associar a eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees aos movimentos de
mercadorias e fatores com um certo grau de harmonizaccedilatildeo das poliacuteticas econocircmicas nacionais de
forma a abolir as discriminaccedilotildees resultantes das disparidades existentes entre essas poliacuteticas
f) Integraccedilatildeo Econocircmica Total ndash para Balassa4 essa forma de integraccedilatildeo pressupotildee a
unificaccedilatildeo das poliacuteticas monetaacuterias fiscais sociais e anticiacuteclicas e exige o estabelecimento de
uma autoridade supranacional cujas decisotildees satildeo obrigatoacuterias para os Estados-membros
g) Uniatildeo Poliacutetica ndash essa eacute uma forma de integraccedilatildeo que se caracteriza pela instituiccedilatildeo
de uma federaccedilatildeo de Estados com autoridade poliacutetica unificada ou formaccedilatildeo de Estados na qual
4 Bela Balassa op Cit p 11
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
17
apenas as aacutereas acordadas passam a ser objeto de controle de instituiccedilotildees supranacionais Em
geral a formaccedilatildeo de uma uniatildeo poliacutetica deve envolver cooperaccedilatildeo em termos da poliacutetica externa
e de defesa5
Eacute bastante antiga a noccedilatildeo de que uma zona de livre comeacutercio e uma uniatildeo
aduaneira ajudam para o aumento do bem-estar mas foi Jacob Viner em 1950 que formulou
uma teoria dos efeitos econocircmicos de uma uniatildeo aduaneira Essa teoria eacute baseada nos efeitos da
uniatildeo aduaneira sobre os produtos Foi entatildeo que introduziu os conceitos de criaccedilatildeo de comeacutercio
e desvio de comeacutercio
Viner investigou os efeitos de uma uniatildeo aduaneira nas correntes de trocas e fez
a distribuiccedilatildeo entre o efeito de desvio de comeacutercio resultante de uma uniatildeo Outros autores
tambeacutem abordaram estes problemas poreacutem num esquema menos preciso e sem utilizar a
terminologia de Viner
A criaccedilatildeo de comeacutercio eacute o mecanismo de ampliaccedilatildeo das transaccedilotildees comerciais
entre os paiacuteses membros de uma uniatildeo aduaneira a partir da unificaccedilatildeo de preccedilos dos produtos na
regiatildeo apoacutes a queda das barreiras tarifaacuterias Entende-se por desvio de comeacutercio o mecanismo de
reduccedilatildeo de comeacutercio com paiacuteses natildeo-membros da uniatildeo aduaneira em benefiacutecio do aumento do
comeacutercio intra-regional
Os efeitos positivos sobre a produccedilatildeo resultam do desvio de compras de um
dado bem de fontes de produccedilatildeo interna de custos mais altos para outras de custos mais
5 MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
18
reduzidos localizadas em paiacuteses membros Jaacute os efeitos negativos sobre a produccedilatildeo dizem
respeito a um desvio das fontes de produccedilatildeo com custos mais baixos paiacuteses estrangeiros para
fontes de produccedilatildeo com custos mais elevados paiacuteses membros Segundo Viner os efeitos
beneacuteficos da uniatildeo aduaneira seratildeo predominantes se o aumento de comeacutercio for superior ao seu
desvio
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
19
1 MERCOSUL E UNIAtildeO EUROPEacuteIA
11 MERCOSUL antecedentes histoacutericos
A Ameacuterica Latina vem haacute tempos buscando aumentar os laccedilos econocircmicos
entre seus paiacuteses atraveacutes da criaccedilatildeo de blocos regionais Vaacuterios foram os idealizadores da
integraccedilatildeo entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina dentre eles estaacute o presidente Getuacutelio Vargas que na
primeira metade do seacuteculo XX almejava a integraccedilatildeo das principais economias da Ameacuterica
Latina atraveacutes da formaccedilatildeo de um bloco econocircmico Inicialmente por volta da deacutecada de 30
ainda no Governo Vargas foram feitas algumas negociaccedilotildees para criar o BLOCO ABC
procurou-se formar a integraccedilatildeo dos trecircs paiacuteses mais fortes economicamente na Ameacuterica Latina
a Argentina o Brasil e o Chile Os paiacuteses sul americanos tiveram que enfrentar a resistecircncia do
governo dos EUA que natildeo via com bons olhos a imposiccedilatildeo de fronteiras econocircmicas pois
desejava continuar suprindo a Ameacuterica Latina com seus produtos industrializados e obtendo sua
mateacuteria prima
Anos mais tarde em 1948 foi criada a Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica
Latina - CEPAL subordinada ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees Unidas
representando outro importante instrumento para o desenvolvimento dos paiacuteses da Ameacuterica
Latina pois busca promover o desenvolvimento da Ameacuterica Latina estimulando a criaccedilatildeo de um
mercado comum latino americano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
20
O MERCOSUL considerado o mais recente esforccedilo para a integraccedilatildeo da
Ameacuterica Latina pode encontrar suas origens na criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo Latino-Americana de
Livre Comeacutercio ndash ALALC Este bloco tinha como objetivo implantar no prazo de 12 anos um
mercado comum regional por meio da formaccedilatildeo de uma zona de livre comeacutercio Criada em 1960
pelo Tratado de Montevideacuteu conhecido como TM-60 a ALALC era constituiacuteda pelos paiacuteses da
Ameacuterica do Sul excluindo-se deste grupo as Guianas e pelo Meacutexico O Tratado buscava ampliar
os mercados e alcanccedilar a liberalizaccedilatildeo do intercacircmbio eliminando as medidas protecionistas
Atraveacutes do Protocolo de Caracas a ideacuteia de criar um mercado comum em 12 anos teve seu prazo
aumentado para 1980 O objetivo era eliminar ateacute 1980 a maior quantidade imaginaacutevel de
restriccedilotildees comerciais existentes entre os integrantes do bloco
Os objetivos almejados pela ALALC natildeo foram alcanccedilados e dentre as razotildees
que levaram ao fracasso da Associaccedilatildeo encontra-se a falta de dinamismo por conta do elevado
nuacutemero de associados e suas diferenccedilas estruturais o vencimento do prazo determinado para a
obtenccedilatildeo de ecircxito do bloco entre outros motivos Durante a deacutecada de 70 a crise do petroacuteleo que
atingia a economia mundial causou uma intensa recessatildeo nos paiacuteses da Ameacuterica Latina e em
busca de uma alternativa para contornar o problema os paiacuteses latino-americanos reestruturaram a
ALALC fazendo surgir a Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo ndash ALADI criada em 1980
pelo Tratado de Montevideacuteu chamado TM-80 Ainda em vigor este Tratado compreende os
mesmos paiacuteses que compunham a ALALC Esse novo tratado requer que os paiacuteses membros
decircem continuidade ao processo de integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina colaborando para o
desenvolvimento econocircmico-social de uma forma mais equilibrada na regiatildeo Sua criaccedilatildeo
permitiu a promoccedilatildeo do aprofundamento do processo de integraccedilatildeo latino-americana e sua
finalidade eacute atingir a formaccedilatildeo de um mercado comum regional permitir o comeacutercio intra-
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
21
regional reciacuteproco promover o comeacutercio ampliaccedilatildeo de mercados desenvolvimento equilibrado e
o estabelecimento de preferecircncias regionais O TM-80 daacute aos Estados membros grande liberdade
para formular suas poliacuteticas comerciais e ainda uma maior flexibilidade para celebrar acordos
bilaterais ou multilaterais Com a criaccedilatildeo da ALADI houve um grande avanccedilo nas relaccedilotildees
comerciais entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina isso aconteceu devido agrave essa possibilidade de
realizaccedilatildeo de acordos bilaterais e outros de alcance regional entre os membros fazendo com que
aumentasse cada vez mais o comeacutercio bilateral e intra-regional na Ameacuterica Latina
A criaccedilatildeo da ALADI ainda parece ter beneficiado o processo de integraccedilatildeo
latino-americana Ficou extinta a ldquoclaacuteusula de naccedilatildeo mais favorecida regionalrdquo anteriormente
adotada pela ALALC permitindo assim conceder preferecircncia tarifaacuteria entre alguns membros da
ALADI sem a obrigatoriedade de dar preferecircncia a todos os integrantes da Associaccedilatildeo Apesar
do esforccedilo a ALADI natildeo conseguiu atingir seu objetivo de alcanccedilar uma integraccedilatildeo regional As
vaacuterias perspectivas geradas com a criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo foram extintas devido aos
acontecimentos no cenaacuterio internacional por volta do final da deacutecada de 70 Alguns fatores
comprometeram o crescimento do comeacutercio internacional e dificultaram o acesso de paiacuteses em
desenvolvimento agraves suas fontes externas de financiamento Dentre esses fatores se encontram o
segundo choque do petroacuteleo a elevaccedilatildeo do valor das taxas de juros internacionais e a recessatildeo
das economias de paiacuteses desenvolvidos Como os paiacuteses da Ameacuterica Latina estavam com a diacutevida
externa cada vez maior e sofrendo com a alta dos juros houve entre os paiacuteses integrantes da
ALADI a praacutetica cada vez mais frequumlente do protecionismo pois cada paiacutes passava a empregar
um amplo conjunto de medidas para controlar as importaccedilotildees Poreacutem o impacto dessa poliacutetica
sobre o comeacutercio intra-regional natildeo foi considerado eficaz pois aleacutem da reduccedilatildeo das importaccedilotildees
de cada paiacutes aconteceu tambeacutem uma proporcional reduccedilatildeo das trocas comerciais entre os paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
22
da proacutepria regiatildeo Haacute autores que dizem que a ALADI seguiu o mesmo modelo fracassado de
integraccedilatildeo regional que a ALALC onde o uacutenico agente eacute o Estado Isso porque o Tratado natildeo
considerava a livre circulaccedilatildeo de pessoas de empresas e de capitais privados e regionais e nem
de formas comunitaacuterias natildeo deixando espaccedilo para os verdadeiros interessados na integraccedilatildeo
regional
Mesmo a ALALC e a ALADI tendo obtido poucos resultados com relaccedilatildeo agrave
integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina ainda crescia o desejo pelo desenvolvimento de uma integraccedilatildeo
regional com destaque para o MERCOSUL que eacute considerado o processo de integraccedilatildeo regional
mais bem-sucedido da Ameacuterica Latina
12 Tratados do MERCOSUL
Eacute importante lembrar que os Estados-parte do MERCOSUL fazem parte do
GATT-OMC e suas accedilotildees devem estar adequadas ao regulamento desse acordo Isso acontece
devido agrave claacuteusula de habilitaccedilatildeo da Ronda Toacutequio que permite que os paiacuteses em
desenvolvimento natildeo apliquem o princiacutepio da naccedilatildeo mais favorecida
121 Tratado de Assunccedilatildeo
Foi assinado em 26 de marccedilo de 1991 o Tratado de Assunccedilatildeo visando agrave
constituiccedilatildeo de um mercado comum entre a Argentina o Brasil o Paraguai e o Uruguai Esse
tratado previa a liberalizaccedilatildeo comercial entre os paiacuteses-membros num periacuteodo de transiccedilatildeo ateacute
1994 Pode-se dividir a evoluccedilatildeo do MERCOSUL em dois periacuteodos o periacuteodo de transiccedilatildeo de
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
23
1991 a 1994 e a partir do iniacutecio de 1995 a existecircncia do MERCOSUL como uma Uniatildeo
Aduaneira
Eacute um acordo-quadro que apesar de natildeo criar um mercado comum estabelece
as metas do processo de integraccedilatildeo e a forma de alcanccedilaacute-las Um dos objetivos desse tratado eacute o
estabelecimento de uma tarifa externa comum a TEC e adoccedilatildeo de uma poliacutetica comercial
comum em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses Estabelece tambeacutem as condiccedilotildees para o surgimento de um
projeto de integraccedilatildeo que define seu objetivo agrave criaccedilatildeo de um mercado comum Este tratado
registra a vontade por parte dos quatro paiacuteses integrantes de se inserir com mais forccedila no
mercado mundial
O Tratado de Assunccedilatildeo eacute um acordo que agrave medida que se necessita vem sendo
complementado por outros instrumentos adicionais negociados entre os participantes do bloco
Inicialmente determina os meios para que ateacute o fim de 1994 se chegasse a uma uniatildeo aduaneira
que eacute a fase anterior ao mercado comum Poreacutem como eacute visto o MERCOSUL hoje ainda eacute uma
uniatildeo aduaneira imperfeita pois natildeo manteacutem a Tarifa Externa Comum (TEC) prevista para os
quatro Estados-membros
O Tratado de Assunccedilatildeo ato que fundou o MERCOSUL constitui um dos
principais instrumentos do processo de integraccedilatildeo acompanhado do Protocolo de Brasiacutelia de
1991 e ainda do Protocolo de Ouro Preto de 1994
Este tratado constitui a base de todo o sistema normativo do MERCOSUL
ordena e regulamenta as relaccedilotildees existentes entre os Estados integrantes do bloco
O Tratado de Assunccedilatildeo tem como objetivo principal a constituiccedilatildeo de um
mercado comum entre seus signataacuterios o que sugere tambeacutem a livre circulaccedilatildeo de bens serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
24
e fatores produtivos entre os Estados-parte eliminando as tarifas preacute-estabelecidas e as restriccedilotildees
natildeo tarifaacuterias No tratado estatildeo estabelecidos os elementos para a criaccedilatildeo de uma uniatildeo aduaneira
e por consequumlecircncia de uma poliacutetica comercial comum
De acordo com o Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE) o Tratado de
Assunccedilatildeo estabeleceu a utilizaccedilatildeo dos seguintes instrumentos para a constituiccedilatildeo do
MERCOSUL6
a) o cumprimento de um programa de liberalizaccedilatildeo comercial com reduccedilotildees tarifaacuterias
progressivas lineares e automaacuteticas acompanhadas da eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees natildeo-tarifaacuterias ou
de medidas de efeito equivalente
b) o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC) capaz de incentivar a
competitividade externa dos Estados-parte
c) a harmonizaccedilatildeo de poliacuteticas macroeconocircmicas e setoriais sempre que pertinente
O Tratado eacute sempre que necessaacuterio complementado por alguns instrumentos
adicionais acordados pelos quatro Estados-parte devido ao avanccedilo da integraccedilatildeo A intenccedilatildeo do
Tratado era de estabelecer condiccedilotildees para que se alcanccedilasse ateacute o fim de 1994 uma uniatildeo
aduaneira entre os quatro integrantes para posteriormente chegar a um mercado comum O MRE
mostra que o Tratado de Assunccedilatildeo determina alguns aspectos como7 estabelecer um programa de
liberalizaccedilatildeo comercial que consista de reduccedilotildees tarifaacuterias progressivas lineares e automaacuteticas
acompanhadas da eliminaccedilatildeo das barreiras natildeo tarifaacuterias coordenar poliacuteticas macro-econocircmicas
estabelecer uma Tarifa Externa Comum (TEC) estabelecer listas de exceccedilotildees ao programa de
6 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
25
liberalizaccedilatildeo para produtos considerados sensiacuteveis constituir um regime geral de origem e de
um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias
O Tratado de Assunccedilatildeo estabelece que o Poder Executivo de cada Estado-parte
deve manter informado seu respectivo Poder Legislativo sobre a evoluccedilatildeo do objeto deste tratado
o MERCOSUL
122 Protocolo de Brasiacutelia
Para solucionar os conflitos na esfera do MERCOSUL a forma escolhida foi a
arbitragem Portanto para cumprir determinaccedilatildeo do Tratado de Assunccedilatildeo designou-se um grupo
de trabalho que elaboraria um Sistema de Soluccedilatildeo de Controveacutersias entre os Estados-parte
Assim em dezembro de 1991 foi assinado o Protocolo de Brasiacutelia para Soluccedilatildeo de Controveacutersias
que passou a ter vigecircncia a partir de 1993
Este Protocolo no sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias tem como caracteriacutestica
ordenar que a soluccedilatildeo de controveacutersias ocorreraacute no plano diplomaacutetico por meio de negociaccedilotildees
diretas mas que possuem intervenccedilatildeo de oacutergatildeos institucionais como o Grupo Mercado Comum -
GMC- e se as dificuldades natildeo forem superadas utilizaraacute o procedimento arbitral O Protocolo
prevecirc tambeacutem poreacutem de maneira bem restrita e com normas complexas que particulares
pessoas fiacutesicas e juriacutedicas tenham acesso ao sistema com direito a reclamaccedilotildees pois o Tratado de
Assunccedilatildeo previa somente a participaccedilatildeo dos Estados-parte
7 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
26
A uacuteltima fase do Protocolo a instauraccedilatildeo de um Tribunal Arbitral proferiraacute a
decisatildeo por meio de laudos inapelaacuteveis e obrigatoacuterios para os Estados-parte na controveacutersia Essa
obrigatoriedade se daraacute a partir do recebimento da notificaccedilatildeo sobre a decisatildeo e os laudos teratildeo
forccedila de coisa julgada devendo ser cumpridos no prazo fixado pelo Tribunal Arbitral
O Protocolo de Brasiacutelia funciona como provisoacuterio fornecendo mecanismos para
a soluccedilatildeo de controveacutersias ateacute que entre em vigor o Sistema Permanente de Soluccedilotildees de
Controveacutersias Este sistema aleacutem de previsto no Tratado de Assunccedilatildeo ganhou forccedila com o
Protocolo de Ouro Preto quando diz que antes de se firmar uma Tarifa Externa Comum os
Estados-parte deveratildeo fazer uma revisatildeo do sistema atual para soluccedilatildeo de controveacutersias com o
objetivo de adotar o sistema permanente
123 Protocolo de Ouro Preto
O Protocolo de Ouro Preto ndash POP assinado em 1994 define a estrutura
institucional definitiva do MERCOSUL e firma a ideacuteia de avanccedilar na constituiccedilatildeo de um
mercado comum Este protocolo pode se adaptar a possiacuteveis circunstacircncias que se apresentem
pois por meio de uma conferecircncia diplomaacutetica sua estrutura pode ser reavaliada
O POP tem como principal atribuiccedilatildeo conferir personalidade juriacutedica ao
MERCOSUL sempre que ele tenha que se relacionar como bloco econocircmico com grupos de
paiacuteses e oacutergatildeos internacionais multilateraisO POP trouxe algumas inovaccedilotildees para a estrutura
orgacircnica do MERCOSUL com relaccedilatildeo agrave criaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos Este bloco pode contar agora
com os seguintes oacutergatildeos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
27
- Conselho do Mercado Comum (CMC)
- Grupo Mercado Comum (GMC)
- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)
- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)
- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)
- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)
Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de
Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte
reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a
decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o
encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver
uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc
teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado
reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante
poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de
Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de
Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares
13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu
Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem
conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo
regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
28
aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica
proacutepria
No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos
fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes
promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em
1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash
Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de
Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as
barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas
O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE
satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de
Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc
Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas
Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a
primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE
que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais
e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos
tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
29
parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila
comum (PESC)
O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs
pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica
externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria
Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais
elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo
Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma
deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para
um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de
acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE
14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia
Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros
fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e
Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda
aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez
com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-
se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios
tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a
ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
30
A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus
integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O
alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como
dos novos paiacuteses integrantes do bloco
ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)
Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455
milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou
preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados
pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo
15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia
As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as
importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL
8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
31
aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial
global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O
Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo
Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a
Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda
mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a
conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o
protecionismo adotado pela Europa
16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia
Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade
Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo
Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos
A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo
interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de
integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional
O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as
condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e
econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando
9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
32
a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)
Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas
regiotildees como conceitos baacutesicos
Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de
atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e
das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre
Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros
A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo
natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos
regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As
propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL
foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a
posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
33
2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE
Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e
Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute
de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e
Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de
envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da
Uniatildeo Europeacuteia
Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das
relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se
referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral
22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL
Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia
econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da
economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do
comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o
comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano
10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
34
Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das
exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo
Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do
Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira
Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros
paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido
com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a
Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees
Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve
um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$
45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila
comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do
MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno
crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL
passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees
Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees
brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina
23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina
Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai
para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
35
nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo
principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro
mercado comum
No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a
Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo
industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha
caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata
previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos
setoriais foram assinados bilateralmente
24 Produtos ou setores em potencial
A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila
de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees
europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-
tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral
permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a
UE
O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre
paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco
elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado
principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A
composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
36
importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do
MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e
ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu
25 Principais parceiros europeus
As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande
assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o
primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos
externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus
Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica
Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a
complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais
intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-
americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de
diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio
bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais
com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande
influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a
Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada
na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento
comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
37
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ
RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE
31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia
O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco
pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do
MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa
Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros
comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos
comerciais na Europa
Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do
Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto
que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com
relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve
queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve
uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos
anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e
menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil
passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda
de 10 nesse investimento
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
38
No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do
MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os
europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior
mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das
exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial
importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute
a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total
A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de
intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores
agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees
europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo
dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida
Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma
importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios
desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos
manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser
importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas
Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com
tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas
11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
39
Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta
de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as
maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados
representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros
quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo
eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos
Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II
32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil
Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco
econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a
assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos
tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL
Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de
facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo
acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram
negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL
com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados
europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia
A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais
nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que
temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
40
relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no
fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as
medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus
No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator
agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de
2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral
com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
41
CONCLUSAtildeO
As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito
tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se
aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial
implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente
conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados
Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos
data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina
individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se
com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as
partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados
A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos
causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e
Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um
desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo
com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e
falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a
formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse
fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados
que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
42
interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus
interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar
obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos
econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada
bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles
como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das
negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave
liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees
Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar
um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o
Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e
essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles
Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo
inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se
tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs
dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses
integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e
reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento
Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da
agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
43
Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor
agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta
de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses
desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil
esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor
Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do
Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC
depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia
Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a
pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade
eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os
subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre
MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas
do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
44
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005
bull AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972
bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004
bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004
bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003
bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004
bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998
bull GLOBAL 21 Disponiacutevel em lthttpwwwglobal21combrgt Acessado em 20 de novembro de 2005
bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001
bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
45
bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005
bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005
bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999
bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005
bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003
bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
46
ANEXO I
Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo
(valores totais em US$ e porcentuais)
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45
Exportaccedilotildees do Brasil
2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46
2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38
Importaccedilotildees do Brasil
2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44
Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28
2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23
Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31
Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees
2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
47
ANEXO II
Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL
Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp
Peso do MERCOSUL
nas Importaccedilotildees
extra UE 19982000
Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL
19982000
I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361
II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399
III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112
IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423
Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386
V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207
VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130
VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92
VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341
IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374
X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259
XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152
XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139
XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120
XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140
XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176
XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157
XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151
XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206
XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67
XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301
Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183
Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE
Totais por fator agregado
US$ F0B
Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s
A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935
2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111
Fonte
Anos de 19801992 = Banco do Brasil
Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
49
ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro
Uniatildeo Europeacuteia - UE
US$ F0B
E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s
A n o
US$ FOB (A)
Var
Part ()
US$ FOB (B)
Var ()
Part ()
Saldo (A-B)
Corrente Comeacutercio (A+B)
Cobertura (AB)
1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133
Obs () ()
VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil
IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
17
apenas as aacutereas acordadas passam a ser objeto de controle de instituiccedilotildees supranacionais Em
geral a formaccedilatildeo de uma uniatildeo poliacutetica deve envolver cooperaccedilatildeo em termos da poliacutetica externa
e de defesa5
Eacute bastante antiga a noccedilatildeo de que uma zona de livre comeacutercio e uma uniatildeo
aduaneira ajudam para o aumento do bem-estar mas foi Jacob Viner em 1950 que formulou
uma teoria dos efeitos econocircmicos de uma uniatildeo aduaneira Essa teoria eacute baseada nos efeitos da
uniatildeo aduaneira sobre os produtos Foi entatildeo que introduziu os conceitos de criaccedilatildeo de comeacutercio
e desvio de comeacutercio
Viner investigou os efeitos de uma uniatildeo aduaneira nas correntes de trocas e fez
a distribuiccedilatildeo entre o efeito de desvio de comeacutercio resultante de uma uniatildeo Outros autores
tambeacutem abordaram estes problemas poreacutem num esquema menos preciso e sem utilizar a
terminologia de Viner
A criaccedilatildeo de comeacutercio eacute o mecanismo de ampliaccedilatildeo das transaccedilotildees comerciais
entre os paiacuteses membros de uma uniatildeo aduaneira a partir da unificaccedilatildeo de preccedilos dos produtos na
regiatildeo apoacutes a queda das barreiras tarifaacuterias Entende-se por desvio de comeacutercio o mecanismo de
reduccedilatildeo de comeacutercio com paiacuteses natildeo-membros da uniatildeo aduaneira em benefiacutecio do aumento do
comeacutercio intra-regional
Os efeitos positivos sobre a produccedilatildeo resultam do desvio de compras de um
dado bem de fontes de produccedilatildeo interna de custos mais altos para outras de custos mais
5 MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
18
reduzidos localizadas em paiacuteses membros Jaacute os efeitos negativos sobre a produccedilatildeo dizem
respeito a um desvio das fontes de produccedilatildeo com custos mais baixos paiacuteses estrangeiros para
fontes de produccedilatildeo com custos mais elevados paiacuteses membros Segundo Viner os efeitos
beneacuteficos da uniatildeo aduaneira seratildeo predominantes se o aumento de comeacutercio for superior ao seu
desvio
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
19
1 MERCOSUL E UNIAtildeO EUROPEacuteIA
11 MERCOSUL antecedentes histoacutericos
A Ameacuterica Latina vem haacute tempos buscando aumentar os laccedilos econocircmicos
entre seus paiacuteses atraveacutes da criaccedilatildeo de blocos regionais Vaacuterios foram os idealizadores da
integraccedilatildeo entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina dentre eles estaacute o presidente Getuacutelio Vargas que na
primeira metade do seacuteculo XX almejava a integraccedilatildeo das principais economias da Ameacuterica
Latina atraveacutes da formaccedilatildeo de um bloco econocircmico Inicialmente por volta da deacutecada de 30
ainda no Governo Vargas foram feitas algumas negociaccedilotildees para criar o BLOCO ABC
procurou-se formar a integraccedilatildeo dos trecircs paiacuteses mais fortes economicamente na Ameacuterica Latina
a Argentina o Brasil e o Chile Os paiacuteses sul americanos tiveram que enfrentar a resistecircncia do
governo dos EUA que natildeo via com bons olhos a imposiccedilatildeo de fronteiras econocircmicas pois
desejava continuar suprindo a Ameacuterica Latina com seus produtos industrializados e obtendo sua
mateacuteria prima
Anos mais tarde em 1948 foi criada a Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica
Latina - CEPAL subordinada ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees Unidas
representando outro importante instrumento para o desenvolvimento dos paiacuteses da Ameacuterica
Latina pois busca promover o desenvolvimento da Ameacuterica Latina estimulando a criaccedilatildeo de um
mercado comum latino americano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
20
O MERCOSUL considerado o mais recente esforccedilo para a integraccedilatildeo da
Ameacuterica Latina pode encontrar suas origens na criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo Latino-Americana de
Livre Comeacutercio ndash ALALC Este bloco tinha como objetivo implantar no prazo de 12 anos um
mercado comum regional por meio da formaccedilatildeo de uma zona de livre comeacutercio Criada em 1960
pelo Tratado de Montevideacuteu conhecido como TM-60 a ALALC era constituiacuteda pelos paiacuteses da
Ameacuterica do Sul excluindo-se deste grupo as Guianas e pelo Meacutexico O Tratado buscava ampliar
os mercados e alcanccedilar a liberalizaccedilatildeo do intercacircmbio eliminando as medidas protecionistas
Atraveacutes do Protocolo de Caracas a ideacuteia de criar um mercado comum em 12 anos teve seu prazo
aumentado para 1980 O objetivo era eliminar ateacute 1980 a maior quantidade imaginaacutevel de
restriccedilotildees comerciais existentes entre os integrantes do bloco
Os objetivos almejados pela ALALC natildeo foram alcanccedilados e dentre as razotildees
que levaram ao fracasso da Associaccedilatildeo encontra-se a falta de dinamismo por conta do elevado
nuacutemero de associados e suas diferenccedilas estruturais o vencimento do prazo determinado para a
obtenccedilatildeo de ecircxito do bloco entre outros motivos Durante a deacutecada de 70 a crise do petroacuteleo que
atingia a economia mundial causou uma intensa recessatildeo nos paiacuteses da Ameacuterica Latina e em
busca de uma alternativa para contornar o problema os paiacuteses latino-americanos reestruturaram a
ALALC fazendo surgir a Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo ndash ALADI criada em 1980
pelo Tratado de Montevideacuteu chamado TM-80 Ainda em vigor este Tratado compreende os
mesmos paiacuteses que compunham a ALALC Esse novo tratado requer que os paiacuteses membros
decircem continuidade ao processo de integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina colaborando para o
desenvolvimento econocircmico-social de uma forma mais equilibrada na regiatildeo Sua criaccedilatildeo
permitiu a promoccedilatildeo do aprofundamento do processo de integraccedilatildeo latino-americana e sua
finalidade eacute atingir a formaccedilatildeo de um mercado comum regional permitir o comeacutercio intra-
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
21
regional reciacuteproco promover o comeacutercio ampliaccedilatildeo de mercados desenvolvimento equilibrado e
o estabelecimento de preferecircncias regionais O TM-80 daacute aos Estados membros grande liberdade
para formular suas poliacuteticas comerciais e ainda uma maior flexibilidade para celebrar acordos
bilaterais ou multilaterais Com a criaccedilatildeo da ALADI houve um grande avanccedilo nas relaccedilotildees
comerciais entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina isso aconteceu devido agrave essa possibilidade de
realizaccedilatildeo de acordos bilaterais e outros de alcance regional entre os membros fazendo com que
aumentasse cada vez mais o comeacutercio bilateral e intra-regional na Ameacuterica Latina
A criaccedilatildeo da ALADI ainda parece ter beneficiado o processo de integraccedilatildeo
latino-americana Ficou extinta a ldquoclaacuteusula de naccedilatildeo mais favorecida regionalrdquo anteriormente
adotada pela ALALC permitindo assim conceder preferecircncia tarifaacuteria entre alguns membros da
ALADI sem a obrigatoriedade de dar preferecircncia a todos os integrantes da Associaccedilatildeo Apesar
do esforccedilo a ALADI natildeo conseguiu atingir seu objetivo de alcanccedilar uma integraccedilatildeo regional As
vaacuterias perspectivas geradas com a criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo foram extintas devido aos
acontecimentos no cenaacuterio internacional por volta do final da deacutecada de 70 Alguns fatores
comprometeram o crescimento do comeacutercio internacional e dificultaram o acesso de paiacuteses em
desenvolvimento agraves suas fontes externas de financiamento Dentre esses fatores se encontram o
segundo choque do petroacuteleo a elevaccedilatildeo do valor das taxas de juros internacionais e a recessatildeo
das economias de paiacuteses desenvolvidos Como os paiacuteses da Ameacuterica Latina estavam com a diacutevida
externa cada vez maior e sofrendo com a alta dos juros houve entre os paiacuteses integrantes da
ALADI a praacutetica cada vez mais frequumlente do protecionismo pois cada paiacutes passava a empregar
um amplo conjunto de medidas para controlar as importaccedilotildees Poreacutem o impacto dessa poliacutetica
sobre o comeacutercio intra-regional natildeo foi considerado eficaz pois aleacutem da reduccedilatildeo das importaccedilotildees
de cada paiacutes aconteceu tambeacutem uma proporcional reduccedilatildeo das trocas comerciais entre os paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
22
da proacutepria regiatildeo Haacute autores que dizem que a ALADI seguiu o mesmo modelo fracassado de
integraccedilatildeo regional que a ALALC onde o uacutenico agente eacute o Estado Isso porque o Tratado natildeo
considerava a livre circulaccedilatildeo de pessoas de empresas e de capitais privados e regionais e nem
de formas comunitaacuterias natildeo deixando espaccedilo para os verdadeiros interessados na integraccedilatildeo
regional
Mesmo a ALALC e a ALADI tendo obtido poucos resultados com relaccedilatildeo agrave
integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina ainda crescia o desejo pelo desenvolvimento de uma integraccedilatildeo
regional com destaque para o MERCOSUL que eacute considerado o processo de integraccedilatildeo regional
mais bem-sucedido da Ameacuterica Latina
12 Tratados do MERCOSUL
Eacute importante lembrar que os Estados-parte do MERCOSUL fazem parte do
GATT-OMC e suas accedilotildees devem estar adequadas ao regulamento desse acordo Isso acontece
devido agrave claacuteusula de habilitaccedilatildeo da Ronda Toacutequio que permite que os paiacuteses em
desenvolvimento natildeo apliquem o princiacutepio da naccedilatildeo mais favorecida
121 Tratado de Assunccedilatildeo
Foi assinado em 26 de marccedilo de 1991 o Tratado de Assunccedilatildeo visando agrave
constituiccedilatildeo de um mercado comum entre a Argentina o Brasil o Paraguai e o Uruguai Esse
tratado previa a liberalizaccedilatildeo comercial entre os paiacuteses-membros num periacuteodo de transiccedilatildeo ateacute
1994 Pode-se dividir a evoluccedilatildeo do MERCOSUL em dois periacuteodos o periacuteodo de transiccedilatildeo de
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
23
1991 a 1994 e a partir do iniacutecio de 1995 a existecircncia do MERCOSUL como uma Uniatildeo
Aduaneira
Eacute um acordo-quadro que apesar de natildeo criar um mercado comum estabelece
as metas do processo de integraccedilatildeo e a forma de alcanccedilaacute-las Um dos objetivos desse tratado eacute o
estabelecimento de uma tarifa externa comum a TEC e adoccedilatildeo de uma poliacutetica comercial
comum em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses Estabelece tambeacutem as condiccedilotildees para o surgimento de um
projeto de integraccedilatildeo que define seu objetivo agrave criaccedilatildeo de um mercado comum Este tratado
registra a vontade por parte dos quatro paiacuteses integrantes de se inserir com mais forccedila no
mercado mundial
O Tratado de Assunccedilatildeo eacute um acordo que agrave medida que se necessita vem sendo
complementado por outros instrumentos adicionais negociados entre os participantes do bloco
Inicialmente determina os meios para que ateacute o fim de 1994 se chegasse a uma uniatildeo aduaneira
que eacute a fase anterior ao mercado comum Poreacutem como eacute visto o MERCOSUL hoje ainda eacute uma
uniatildeo aduaneira imperfeita pois natildeo manteacutem a Tarifa Externa Comum (TEC) prevista para os
quatro Estados-membros
O Tratado de Assunccedilatildeo ato que fundou o MERCOSUL constitui um dos
principais instrumentos do processo de integraccedilatildeo acompanhado do Protocolo de Brasiacutelia de
1991 e ainda do Protocolo de Ouro Preto de 1994
Este tratado constitui a base de todo o sistema normativo do MERCOSUL
ordena e regulamenta as relaccedilotildees existentes entre os Estados integrantes do bloco
O Tratado de Assunccedilatildeo tem como objetivo principal a constituiccedilatildeo de um
mercado comum entre seus signataacuterios o que sugere tambeacutem a livre circulaccedilatildeo de bens serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
24
e fatores produtivos entre os Estados-parte eliminando as tarifas preacute-estabelecidas e as restriccedilotildees
natildeo tarifaacuterias No tratado estatildeo estabelecidos os elementos para a criaccedilatildeo de uma uniatildeo aduaneira
e por consequumlecircncia de uma poliacutetica comercial comum
De acordo com o Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE) o Tratado de
Assunccedilatildeo estabeleceu a utilizaccedilatildeo dos seguintes instrumentos para a constituiccedilatildeo do
MERCOSUL6
a) o cumprimento de um programa de liberalizaccedilatildeo comercial com reduccedilotildees tarifaacuterias
progressivas lineares e automaacuteticas acompanhadas da eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees natildeo-tarifaacuterias ou
de medidas de efeito equivalente
b) o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC) capaz de incentivar a
competitividade externa dos Estados-parte
c) a harmonizaccedilatildeo de poliacuteticas macroeconocircmicas e setoriais sempre que pertinente
O Tratado eacute sempre que necessaacuterio complementado por alguns instrumentos
adicionais acordados pelos quatro Estados-parte devido ao avanccedilo da integraccedilatildeo A intenccedilatildeo do
Tratado era de estabelecer condiccedilotildees para que se alcanccedilasse ateacute o fim de 1994 uma uniatildeo
aduaneira entre os quatro integrantes para posteriormente chegar a um mercado comum O MRE
mostra que o Tratado de Assunccedilatildeo determina alguns aspectos como7 estabelecer um programa de
liberalizaccedilatildeo comercial que consista de reduccedilotildees tarifaacuterias progressivas lineares e automaacuteticas
acompanhadas da eliminaccedilatildeo das barreiras natildeo tarifaacuterias coordenar poliacuteticas macro-econocircmicas
estabelecer uma Tarifa Externa Comum (TEC) estabelecer listas de exceccedilotildees ao programa de
6 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
25
liberalizaccedilatildeo para produtos considerados sensiacuteveis constituir um regime geral de origem e de
um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias
O Tratado de Assunccedilatildeo estabelece que o Poder Executivo de cada Estado-parte
deve manter informado seu respectivo Poder Legislativo sobre a evoluccedilatildeo do objeto deste tratado
o MERCOSUL
122 Protocolo de Brasiacutelia
Para solucionar os conflitos na esfera do MERCOSUL a forma escolhida foi a
arbitragem Portanto para cumprir determinaccedilatildeo do Tratado de Assunccedilatildeo designou-se um grupo
de trabalho que elaboraria um Sistema de Soluccedilatildeo de Controveacutersias entre os Estados-parte
Assim em dezembro de 1991 foi assinado o Protocolo de Brasiacutelia para Soluccedilatildeo de Controveacutersias
que passou a ter vigecircncia a partir de 1993
Este Protocolo no sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias tem como caracteriacutestica
ordenar que a soluccedilatildeo de controveacutersias ocorreraacute no plano diplomaacutetico por meio de negociaccedilotildees
diretas mas que possuem intervenccedilatildeo de oacutergatildeos institucionais como o Grupo Mercado Comum -
GMC- e se as dificuldades natildeo forem superadas utilizaraacute o procedimento arbitral O Protocolo
prevecirc tambeacutem poreacutem de maneira bem restrita e com normas complexas que particulares
pessoas fiacutesicas e juriacutedicas tenham acesso ao sistema com direito a reclamaccedilotildees pois o Tratado de
Assunccedilatildeo previa somente a participaccedilatildeo dos Estados-parte
7 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
26
A uacuteltima fase do Protocolo a instauraccedilatildeo de um Tribunal Arbitral proferiraacute a
decisatildeo por meio de laudos inapelaacuteveis e obrigatoacuterios para os Estados-parte na controveacutersia Essa
obrigatoriedade se daraacute a partir do recebimento da notificaccedilatildeo sobre a decisatildeo e os laudos teratildeo
forccedila de coisa julgada devendo ser cumpridos no prazo fixado pelo Tribunal Arbitral
O Protocolo de Brasiacutelia funciona como provisoacuterio fornecendo mecanismos para
a soluccedilatildeo de controveacutersias ateacute que entre em vigor o Sistema Permanente de Soluccedilotildees de
Controveacutersias Este sistema aleacutem de previsto no Tratado de Assunccedilatildeo ganhou forccedila com o
Protocolo de Ouro Preto quando diz que antes de se firmar uma Tarifa Externa Comum os
Estados-parte deveratildeo fazer uma revisatildeo do sistema atual para soluccedilatildeo de controveacutersias com o
objetivo de adotar o sistema permanente
123 Protocolo de Ouro Preto
O Protocolo de Ouro Preto ndash POP assinado em 1994 define a estrutura
institucional definitiva do MERCOSUL e firma a ideacuteia de avanccedilar na constituiccedilatildeo de um
mercado comum Este protocolo pode se adaptar a possiacuteveis circunstacircncias que se apresentem
pois por meio de uma conferecircncia diplomaacutetica sua estrutura pode ser reavaliada
O POP tem como principal atribuiccedilatildeo conferir personalidade juriacutedica ao
MERCOSUL sempre que ele tenha que se relacionar como bloco econocircmico com grupos de
paiacuteses e oacutergatildeos internacionais multilateraisO POP trouxe algumas inovaccedilotildees para a estrutura
orgacircnica do MERCOSUL com relaccedilatildeo agrave criaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos Este bloco pode contar agora
com os seguintes oacutergatildeos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
27
- Conselho do Mercado Comum (CMC)
- Grupo Mercado Comum (GMC)
- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)
- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)
- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)
- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)
Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de
Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte
reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a
decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o
encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver
uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc
teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado
reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante
poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de
Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de
Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares
13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu
Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem
conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo
regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
28
aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica
proacutepria
No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos
fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes
promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em
1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash
Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de
Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as
barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas
O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE
satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de
Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc
Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas
Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a
primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE
que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais
e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos
tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
29
parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila
comum (PESC)
O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs
pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica
externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria
Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais
elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo
Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma
deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para
um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de
acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE
14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia
Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros
fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e
Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda
aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez
com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-
se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios
tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a
ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
30
A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus
integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O
alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como
dos novos paiacuteses integrantes do bloco
ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)
Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455
milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou
preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados
pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo
15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia
As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as
importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL
8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
31
aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial
global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O
Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo
Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a
Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda
mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a
conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o
protecionismo adotado pela Europa
16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia
Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade
Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo
Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos
A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo
interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de
integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional
O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as
condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e
econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando
9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
32
a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)
Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas
regiotildees como conceitos baacutesicos
Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de
atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e
das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre
Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros
A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo
natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos
regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As
propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL
foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a
posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
33
2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE
Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e
Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute
de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e
Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de
envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da
Uniatildeo Europeacuteia
Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das
relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se
referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral
22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL
Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia
econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da
economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do
comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o
comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano
10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
34
Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das
exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo
Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do
Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira
Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros
paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido
com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a
Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees
Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve
um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$
45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila
comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do
MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno
crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL
passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees
Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees
brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina
23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina
Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai
para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
35
nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo
principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro
mercado comum
No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a
Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo
industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha
caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata
previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos
setoriais foram assinados bilateralmente
24 Produtos ou setores em potencial
A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila
de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees
europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-
tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral
permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a
UE
O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre
paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco
elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado
principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A
composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
36
importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do
MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e
ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu
25 Principais parceiros europeus
As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande
assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o
primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos
externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus
Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica
Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a
complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais
intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-
americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de
diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio
bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais
com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande
influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a
Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada
na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento
comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
37
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ
RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE
31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia
O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco
pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do
MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa
Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros
comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos
comerciais na Europa
Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do
Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto
que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com
relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve
queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve
uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos
anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e
menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil
passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda
de 10 nesse investimento
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
38
No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do
MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os
europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior
mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das
exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial
importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute
a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total
A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de
intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores
agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees
europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo
dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida
Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma
importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios
desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos
manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser
importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas
Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com
tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas
11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
39
Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta
de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as
maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados
representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros
quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo
eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos
Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II
32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil
Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco
econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a
assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos
tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL
Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de
facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo
acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram
negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL
com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados
europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia
A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais
nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que
temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
40
relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no
fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as
medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus
No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator
agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de
2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral
com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
41
CONCLUSAtildeO
As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito
tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se
aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial
implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente
conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados
Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos
data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina
individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se
com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as
partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados
A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos
causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e
Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um
desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo
com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e
falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a
formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse
fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados
que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
42
interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus
interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar
obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos
econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada
bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles
como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das
negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave
liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees
Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar
um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o
Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e
essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles
Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo
inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se
tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs
dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses
integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e
reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento
Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da
agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
43
Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor
agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta
de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses
desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil
esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor
Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do
Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC
depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia
Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a
pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade
eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os
subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre
MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas
do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
44
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005
bull AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972
bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004
bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004
bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003
bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004
bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998
bull GLOBAL 21 Disponiacutevel em lthttpwwwglobal21combrgt Acessado em 20 de novembro de 2005
bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001
bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
45
bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005
bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005
bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999
bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005
bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003
bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
46
ANEXO I
Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo
(valores totais em US$ e porcentuais)
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45
Exportaccedilotildees do Brasil
2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46
2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38
Importaccedilotildees do Brasil
2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44
Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28
2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23
Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31
Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees
2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
47
ANEXO II
Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL
Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp
Peso do MERCOSUL
nas Importaccedilotildees
extra UE 19982000
Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL
19982000
I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361
II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399
III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112
IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423
Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386
V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207
VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130
VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92
VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341
IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374
X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259
XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152
XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139
XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120
XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140
XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176
XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157
XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151
XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206
XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67
XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301
Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183
Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE
Totais por fator agregado
US$ F0B
Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s
A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935
2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111
Fonte
Anos de 19801992 = Banco do Brasil
Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
49
ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro
Uniatildeo Europeacuteia - UE
US$ F0B
E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s
A n o
US$ FOB (A)
Var
Part ()
US$ FOB (B)
Var ()
Part ()
Saldo (A-B)
Corrente Comeacutercio (A+B)
Cobertura (AB)
1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133
Obs () ()
VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil
IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
18
reduzidos localizadas em paiacuteses membros Jaacute os efeitos negativos sobre a produccedilatildeo dizem
respeito a um desvio das fontes de produccedilatildeo com custos mais baixos paiacuteses estrangeiros para
fontes de produccedilatildeo com custos mais elevados paiacuteses membros Segundo Viner os efeitos
beneacuteficos da uniatildeo aduaneira seratildeo predominantes se o aumento de comeacutercio for superior ao seu
desvio
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
19
1 MERCOSUL E UNIAtildeO EUROPEacuteIA
11 MERCOSUL antecedentes histoacutericos
A Ameacuterica Latina vem haacute tempos buscando aumentar os laccedilos econocircmicos
entre seus paiacuteses atraveacutes da criaccedilatildeo de blocos regionais Vaacuterios foram os idealizadores da
integraccedilatildeo entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina dentre eles estaacute o presidente Getuacutelio Vargas que na
primeira metade do seacuteculo XX almejava a integraccedilatildeo das principais economias da Ameacuterica
Latina atraveacutes da formaccedilatildeo de um bloco econocircmico Inicialmente por volta da deacutecada de 30
ainda no Governo Vargas foram feitas algumas negociaccedilotildees para criar o BLOCO ABC
procurou-se formar a integraccedilatildeo dos trecircs paiacuteses mais fortes economicamente na Ameacuterica Latina
a Argentina o Brasil e o Chile Os paiacuteses sul americanos tiveram que enfrentar a resistecircncia do
governo dos EUA que natildeo via com bons olhos a imposiccedilatildeo de fronteiras econocircmicas pois
desejava continuar suprindo a Ameacuterica Latina com seus produtos industrializados e obtendo sua
mateacuteria prima
Anos mais tarde em 1948 foi criada a Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica
Latina - CEPAL subordinada ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees Unidas
representando outro importante instrumento para o desenvolvimento dos paiacuteses da Ameacuterica
Latina pois busca promover o desenvolvimento da Ameacuterica Latina estimulando a criaccedilatildeo de um
mercado comum latino americano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
20
O MERCOSUL considerado o mais recente esforccedilo para a integraccedilatildeo da
Ameacuterica Latina pode encontrar suas origens na criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo Latino-Americana de
Livre Comeacutercio ndash ALALC Este bloco tinha como objetivo implantar no prazo de 12 anos um
mercado comum regional por meio da formaccedilatildeo de uma zona de livre comeacutercio Criada em 1960
pelo Tratado de Montevideacuteu conhecido como TM-60 a ALALC era constituiacuteda pelos paiacuteses da
Ameacuterica do Sul excluindo-se deste grupo as Guianas e pelo Meacutexico O Tratado buscava ampliar
os mercados e alcanccedilar a liberalizaccedilatildeo do intercacircmbio eliminando as medidas protecionistas
Atraveacutes do Protocolo de Caracas a ideacuteia de criar um mercado comum em 12 anos teve seu prazo
aumentado para 1980 O objetivo era eliminar ateacute 1980 a maior quantidade imaginaacutevel de
restriccedilotildees comerciais existentes entre os integrantes do bloco
Os objetivos almejados pela ALALC natildeo foram alcanccedilados e dentre as razotildees
que levaram ao fracasso da Associaccedilatildeo encontra-se a falta de dinamismo por conta do elevado
nuacutemero de associados e suas diferenccedilas estruturais o vencimento do prazo determinado para a
obtenccedilatildeo de ecircxito do bloco entre outros motivos Durante a deacutecada de 70 a crise do petroacuteleo que
atingia a economia mundial causou uma intensa recessatildeo nos paiacuteses da Ameacuterica Latina e em
busca de uma alternativa para contornar o problema os paiacuteses latino-americanos reestruturaram a
ALALC fazendo surgir a Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo ndash ALADI criada em 1980
pelo Tratado de Montevideacuteu chamado TM-80 Ainda em vigor este Tratado compreende os
mesmos paiacuteses que compunham a ALALC Esse novo tratado requer que os paiacuteses membros
decircem continuidade ao processo de integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina colaborando para o
desenvolvimento econocircmico-social de uma forma mais equilibrada na regiatildeo Sua criaccedilatildeo
permitiu a promoccedilatildeo do aprofundamento do processo de integraccedilatildeo latino-americana e sua
finalidade eacute atingir a formaccedilatildeo de um mercado comum regional permitir o comeacutercio intra-
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
21
regional reciacuteproco promover o comeacutercio ampliaccedilatildeo de mercados desenvolvimento equilibrado e
o estabelecimento de preferecircncias regionais O TM-80 daacute aos Estados membros grande liberdade
para formular suas poliacuteticas comerciais e ainda uma maior flexibilidade para celebrar acordos
bilaterais ou multilaterais Com a criaccedilatildeo da ALADI houve um grande avanccedilo nas relaccedilotildees
comerciais entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina isso aconteceu devido agrave essa possibilidade de
realizaccedilatildeo de acordos bilaterais e outros de alcance regional entre os membros fazendo com que
aumentasse cada vez mais o comeacutercio bilateral e intra-regional na Ameacuterica Latina
A criaccedilatildeo da ALADI ainda parece ter beneficiado o processo de integraccedilatildeo
latino-americana Ficou extinta a ldquoclaacuteusula de naccedilatildeo mais favorecida regionalrdquo anteriormente
adotada pela ALALC permitindo assim conceder preferecircncia tarifaacuteria entre alguns membros da
ALADI sem a obrigatoriedade de dar preferecircncia a todos os integrantes da Associaccedilatildeo Apesar
do esforccedilo a ALADI natildeo conseguiu atingir seu objetivo de alcanccedilar uma integraccedilatildeo regional As
vaacuterias perspectivas geradas com a criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo foram extintas devido aos
acontecimentos no cenaacuterio internacional por volta do final da deacutecada de 70 Alguns fatores
comprometeram o crescimento do comeacutercio internacional e dificultaram o acesso de paiacuteses em
desenvolvimento agraves suas fontes externas de financiamento Dentre esses fatores se encontram o
segundo choque do petroacuteleo a elevaccedilatildeo do valor das taxas de juros internacionais e a recessatildeo
das economias de paiacuteses desenvolvidos Como os paiacuteses da Ameacuterica Latina estavam com a diacutevida
externa cada vez maior e sofrendo com a alta dos juros houve entre os paiacuteses integrantes da
ALADI a praacutetica cada vez mais frequumlente do protecionismo pois cada paiacutes passava a empregar
um amplo conjunto de medidas para controlar as importaccedilotildees Poreacutem o impacto dessa poliacutetica
sobre o comeacutercio intra-regional natildeo foi considerado eficaz pois aleacutem da reduccedilatildeo das importaccedilotildees
de cada paiacutes aconteceu tambeacutem uma proporcional reduccedilatildeo das trocas comerciais entre os paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
22
da proacutepria regiatildeo Haacute autores que dizem que a ALADI seguiu o mesmo modelo fracassado de
integraccedilatildeo regional que a ALALC onde o uacutenico agente eacute o Estado Isso porque o Tratado natildeo
considerava a livre circulaccedilatildeo de pessoas de empresas e de capitais privados e regionais e nem
de formas comunitaacuterias natildeo deixando espaccedilo para os verdadeiros interessados na integraccedilatildeo
regional
Mesmo a ALALC e a ALADI tendo obtido poucos resultados com relaccedilatildeo agrave
integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina ainda crescia o desejo pelo desenvolvimento de uma integraccedilatildeo
regional com destaque para o MERCOSUL que eacute considerado o processo de integraccedilatildeo regional
mais bem-sucedido da Ameacuterica Latina
12 Tratados do MERCOSUL
Eacute importante lembrar que os Estados-parte do MERCOSUL fazem parte do
GATT-OMC e suas accedilotildees devem estar adequadas ao regulamento desse acordo Isso acontece
devido agrave claacuteusula de habilitaccedilatildeo da Ronda Toacutequio que permite que os paiacuteses em
desenvolvimento natildeo apliquem o princiacutepio da naccedilatildeo mais favorecida
121 Tratado de Assunccedilatildeo
Foi assinado em 26 de marccedilo de 1991 o Tratado de Assunccedilatildeo visando agrave
constituiccedilatildeo de um mercado comum entre a Argentina o Brasil o Paraguai e o Uruguai Esse
tratado previa a liberalizaccedilatildeo comercial entre os paiacuteses-membros num periacuteodo de transiccedilatildeo ateacute
1994 Pode-se dividir a evoluccedilatildeo do MERCOSUL em dois periacuteodos o periacuteodo de transiccedilatildeo de
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
23
1991 a 1994 e a partir do iniacutecio de 1995 a existecircncia do MERCOSUL como uma Uniatildeo
Aduaneira
Eacute um acordo-quadro que apesar de natildeo criar um mercado comum estabelece
as metas do processo de integraccedilatildeo e a forma de alcanccedilaacute-las Um dos objetivos desse tratado eacute o
estabelecimento de uma tarifa externa comum a TEC e adoccedilatildeo de uma poliacutetica comercial
comum em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses Estabelece tambeacutem as condiccedilotildees para o surgimento de um
projeto de integraccedilatildeo que define seu objetivo agrave criaccedilatildeo de um mercado comum Este tratado
registra a vontade por parte dos quatro paiacuteses integrantes de se inserir com mais forccedila no
mercado mundial
O Tratado de Assunccedilatildeo eacute um acordo que agrave medida que se necessita vem sendo
complementado por outros instrumentos adicionais negociados entre os participantes do bloco
Inicialmente determina os meios para que ateacute o fim de 1994 se chegasse a uma uniatildeo aduaneira
que eacute a fase anterior ao mercado comum Poreacutem como eacute visto o MERCOSUL hoje ainda eacute uma
uniatildeo aduaneira imperfeita pois natildeo manteacutem a Tarifa Externa Comum (TEC) prevista para os
quatro Estados-membros
O Tratado de Assunccedilatildeo ato que fundou o MERCOSUL constitui um dos
principais instrumentos do processo de integraccedilatildeo acompanhado do Protocolo de Brasiacutelia de
1991 e ainda do Protocolo de Ouro Preto de 1994
Este tratado constitui a base de todo o sistema normativo do MERCOSUL
ordena e regulamenta as relaccedilotildees existentes entre os Estados integrantes do bloco
O Tratado de Assunccedilatildeo tem como objetivo principal a constituiccedilatildeo de um
mercado comum entre seus signataacuterios o que sugere tambeacutem a livre circulaccedilatildeo de bens serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
24
e fatores produtivos entre os Estados-parte eliminando as tarifas preacute-estabelecidas e as restriccedilotildees
natildeo tarifaacuterias No tratado estatildeo estabelecidos os elementos para a criaccedilatildeo de uma uniatildeo aduaneira
e por consequumlecircncia de uma poliacutetica comercial comum
De acordo com o Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE) o Tratado de
Assunccedilatildeo estabeleceu a utilizaccedilatildeo dos seguintes instrumentos para a constituiccedilatildeo do
MERCOSUL6
a) o cumprimento de um programa de liberalizaccedilatildeo comercial com reduccedilotildees tarifaacuterias
progressivas lineares e automaacuteticas acompanhadas da eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees natildeo-tarifaacuterias ou
de medidas de efeito equivalente
b) o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC) capaz de incentivar a
competitividade externa dos Estados-parte
c) a harmonizaccedilatildeo de poliacuteticas macroeconocircmicas e setoriais sempre que pertinente
O Tratado eacute sempre que necessaacuterio complementado por alguns instrumentos
adicionais acordados pelos quatro Estados-parte devido ao avanccedilo da integraccedilatildeo A intenccedilatildeo do
Tratado era de estabelecer condiccedilotildees para que se alcanccedilasse ateacute o fim de 1994 uma uniatildeo
aduaneira entre os quatro integrantes para posteriormente chegar a um mercado comum O MRE
mostra que o Tratado de Assunccedilatildeo determina alguns aspectos como7 estabelecer um programa de
liberalizaccedilatildeo comercial que consista de reduccedilotildees tarifaacuterias progressivas lineares e automaacuteticas
acompanhadas da eliminaccedilatildeo das barreiras natildeo tarifaacuterias coordenar poliacuteticas macro-econocircmicas
estabelecer uma Tarifa Externa Comum (TEC) estabelecer listas de exceccedilotildees ao programa de
6 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
25
liberalizaccedilatildeo para produtos considerados sensiacuteveis constituir um regime geral de origem e de
um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias
O Tratado de Assunccedilatildeo estabelece que o Poder Executivo de cada Estado-parte
deve manter informado seu respectivo Poder Legislativo sobre a evoluccedilatildeo do objeto deste tratado
o MERCOSUL
122 Protocolo de Brasiacutelia
Para solucionar os conflitos na esfera do MERCOSUL a forma escolhida foi a
arbitragem Portanto para cumprir determinaccedilatildeo do Tratado de Assunccedilatildeo designou-se um grupo
de trabalho que elaboraria um Sistema de Soluccedilatildeo de Controveacutersias entre os Estados-parte
Assim em dezembro de 1991 foi assinado o Protocolo de Brasiacutelia para Soluccedilatildeo de Controveacutersias
que passou a ter vigecircncia a partir de 1993
Este Protocolo no sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias tem como caracteriacutestica
ordenar que a soluccedilatildeo de controveacutersias ocorreraacute no plano diplomaacutetico por meio de negociaccedilotildees
diretas mas que possuem intervenccedilatildeo de oacutergatildeos institucionais como o Grupo Mercado Comum -
GMC- e se as dificuldades natildeo forem superadas utilizaraacute o procedimento arbitral O Protocolo
prevecirc tambeacutem poreacutem de maneira bem restrita e com normas complexas que particulares
pessoas fiacutesicas e juriacutedicas tenham acesso ao sistema com direito a reclamaccedilotildees pois o Tratado de
Assunccedilatildeo previa somente a participaccedilatildeo dos Estados-parte
7 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
26
A uacuteltima fase do Protocolo a instauraccedilatildeo de um Tribunal Arbitral proferiraacute a
decisatildeo por meio de laudos inapelaacuteveis e obrigatoacuterios para os Estados-parte na controveacutersia Essa
obrigatoriedade se daraacute a partir do recebimento da notificaccedilatildeo sobre a decisatildeo e os laudos teratildeo
forccedila de coisa julgada devendo ser cumpridos no prazo fixado pelo Tribunal Arbitral
O Protocolo de Brasiacutelia funciona como provisoacuterio fornecendo mecanismos para
a soluccedilatildeo de controveacutersias ateacute que entre em vigor o Sistema Permanente de Soluccedilotildees de
Controveacutersias Este sistema aleacutem de previsto no Tratado de Assunccedilatildeo ganhou forccedila com o
Protocolo de Ouro Preto quando diz que antes de se firmar uma Tarifa Externa Comum os
Estados-parte deveratildeo fazer uma revisatildeo do sistema atual para soluccedilatildeo de controveacutersias com o
objetivo de adotar o sistema permanente
123 Protocolo de Ouro Preto
O Protocolo de Ouro Preto ndash POP assinado em 1994 define a estrutura
institucional definitiva do MERCOSUL e firma a ideacuteia de avanccedilar na constituiccedilatildeo de um
mercado comum Este protocolo pode se adaptar a possiacuteveis circunstacircncias que se apresentem
pois por meio de uma conferecircncia diplomaacutetica sua estrutura pode ser reavaliada
O POP tem como principal atribuiccedilatildeo conferir personalidade juriacutedica ao
MERCOSUL sempre que ele tenha que se relacionar como bloco econocircmico com grupos de
paiacuteses e oacutergatildeos internacionais multilateraisO POP trouxe algumas inovaccedilotildees para a estrutura
orgacircnica do MERCOSUL com relaccedilatildeo agrave criaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos Este bloco pode contar agora
com os seguintes oacutergatildeos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
27
- Conselho do Mercado Comum (CMC)
- Grupo Mercado Comum (GMC)
- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)
- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)
- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)
- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)
Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de
Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte
reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a
decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o
encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver
uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc
teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado
reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante
poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de
Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de
Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares
13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu
Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem
conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo
regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
28
aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica
proacutepria
No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos
fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes
promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em
1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash
Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de
Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as
barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas
O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE
satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de
Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc
Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas
Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a
primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE
que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais
e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos
tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
29
parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila
comum (PESC)
O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs
pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica
externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria
Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais
elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo
Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma
deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para
um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de
acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE
14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia
Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros
fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e
Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda
aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez
com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-
se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios
tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a
ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
30
A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus
integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O
alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como
dos novos paiacuteses integrantes do bloco
ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)
Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455
milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou
preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados
pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo
15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia
As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as
importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL
8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
31
aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial
global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O
Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo
Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a
Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda
mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a
conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o
protecionismo adotado pela Europa
16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia
Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade
Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo
Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos
A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo
interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de
integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional
O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as
condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e
econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando
9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
32
a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)
Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas
regiotildees como conceitos baacutesicos
Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de
atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e
das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre
Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros
A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo
natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos
regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As
propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL
foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a
posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
33
2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE
Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e
Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute
de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e
Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de
envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da
Uniatildeo Europeacuteia
Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das
relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se
referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral
22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL
Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia
econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da
economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do
comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o
comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano
10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
34
Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das
exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo
Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do
Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira
Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros
paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido
com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a
Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees
Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve
um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$
45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila
comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do
MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno
crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL
passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees
Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees
brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina
23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina
Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai
para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
35
nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo
principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro
mercado comum
No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a
Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo
industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha
caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata
previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos
setoriais foram assinados bilateralmente
24 Produtos ou setores em potencial
A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila
de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees
europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-
tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral
permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a
UE
O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre
paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco
elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado
principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A
composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
36
importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do
MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e
ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu
25 Principais parceiros europeus
As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande
assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o
primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos
externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus
Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica
Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a
complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais
intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-
americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de
diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio
bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais
com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande
influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a
Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada
na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento
comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
37
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ
RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE
31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia
O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco
pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do
MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa
Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros
comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos
comerciais na Europa
Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do
Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto
que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com
relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve
queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve
uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos
anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e
menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil
passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda
de 10 nesse investimento
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
38
No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do
MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os
europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior
mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das
exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial
importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute
a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total
A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de
intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores
agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees
europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo
dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida
Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma
importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios
desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos
manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser
importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas
Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com
tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas
11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
39
Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta
de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as
maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados
representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros
quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo
eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos
Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II
32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil
Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco
econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a
assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos
tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL
Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de
facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo
acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram
negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL
com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados
europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia
A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais
nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que
temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
40
relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no
fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as
medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus
No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator
agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de
2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral
com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
41
CONCLUSAtildeO
As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito
tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se
aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial
implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente
conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados
Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos
data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina
individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se
com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as
partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados
A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos
causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e
Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um
desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo
com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e
falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a
formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse
fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados
que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
42
interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus
interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar
obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos
econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada
bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles
como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das
negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave
liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees
Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar
um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o
Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e
essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles
Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo
inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se
tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs
dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses
integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e
reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento
Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da
agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
43
Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor
agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta
de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses
desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil
esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor
Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do
Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC
depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia
Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a
pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade
eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os
subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre
MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas
do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
44
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005
bull AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972
bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004
bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004
bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003
bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004
bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998
bull GLOBAL 21 Disponiacutevel em lthttpwwwglobal21combrgt Acessado em 20 de novembro de 2005
bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001
bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
45
bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005
bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005
bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999
bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005
bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003
bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
46
ANEXO I
Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo
(valores totais em US$ e porcentuais)
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45
Exportaccedilotildees do Brasil
2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46
2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38
Importaccedilotildees do Brasil
2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44
Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28
2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23
Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31
Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees
2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
47
ANEXO II
Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL
Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp
Peso do MERCOSUL
nas Importaccedilotildees
extra UE 19982000
Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL
19982000
I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361
II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399
III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112
IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423
Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386
V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207
VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130
VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92
VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341
IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374
X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259
XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152
XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139
XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120
XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140
XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176
XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157
XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151
XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206
XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67
XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301
Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183
Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE
Totais por fator agregado
US$ F0B
Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s
A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935
2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111
Fonte
Anos de 19801992 = Banco do Brasil
Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
49
ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro
Uniatildeo Europeacuteia - UE
US$ F0B
E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s
A n o
US$ FOB (A)
Var
Part ()
US$ FOB (B)
Var ()
Part ()
Saldo (A-B)
Corrente Comeacutercio (A+B)
Cobertura (AB)
1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133
Obs () ()
VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil
IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
19
1 MERCOSUL E UNIAtildeO EUROPEacuteIA
11 MERCOSUL antecedentes histoacutericos
A Ameacuterica Latina vem haacute tempos buscando aumentar os laccedilos econocircmicos
entre seus paiacuteses atraveacutes da criaccedilatildeo de blocos regionais Vaacuterios foram os idealizadores da
integraccedilatildeo entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina dentre eles estaacute o presidente Getuacutelio Vargas que na
primeira metade do seacuteculo XX almejava a integraccedilatildeo das principais economias da Ameacuterica
Latina atraveacutes da formaccedilatildeo de um bloco econocircmico Inicialmente por volta da deacutecada de 30
ainda no Governo Vargas foram feitas algumas negociaccedilotildees para criar o BLOCO ABC
procurou-se formar a integraccedilatildeo dos trecircs paiacuteses mais fortes economicamente na Ameacuterica Latina
a Argentina o Brasil e o Chile Os paiacuteses sul americanos tiveram que enfrentar a resistecircncia do
governo dos EUA que natildeo via com bons olhos a imposiccedilatildeo de fronteiras econocircmicas pois
desejava continuar suprindo a Ameacuterica Latina com seus produtos industrializados e obtendo sua
mateacuteria prima
Anos mais tarde em 1948 foi criada a Comissatildeo Econocircmica para a Ameacuterica
Latina - CEPAL subordinada ao Conselho Econocircmico e Social das Naccedilotildees Unidas
representando outro importante instrumento para o desenvolvimento dos paiacuteses da Ameacuterica
Latina pois busca promover o desenvolvimento da Ameacuterica Latina estimulando a criaccedilatildeo de um
mercado comum latino americano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
20
O MERCOSUL considerado o mais recente esforccedilo para a integraccedilatildeo da
Ameacuterica Latina pode encontrar suas origens na criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo Latino-Americana de
Livre Comeacutercio ndash ALALC Este bloco tinha como objetivo implantar no prazo de 12 anos um
mercado comum regional por meio da formaccedilatildeo de uma zona de livre comeacutercio Criada em 1960
pelo Tratado de Montevideacuteu conhecido como TM-60 a ALALC era constituiacuteda pelos paiacuteses da
Ameacuterica do Sul excluindo-se deste grupo as Guianas e pelo Meacutexico O Tratado buscava ampliar
os mercados e alcanccedilar a liberalizaccedilatildeo do intercacircmbio eliminando as medidas protecionistas
Atraveacutes do Protocolo de Caracas a ideacuteia de criar um mercado comum em 12 anos teve seu prazo
aumentado para 1980 O objetivo era eliminar ateacute 1980 a maior quantidade imaginaacutevel de
restriccedilotildees comerciais existentes entre os integrantes do bloco
Os objetivos almejados pela ALALC natildeo foram alcanccedilados e dentre as razotildees
que levaram ao fracasso da Associaccedilatildeo encontra-se a falta de dinamismo por conta do elevado
nuacutemero de associados e suas diferenccedilas estruturais o vencimento do prazo determinado para a
obtenccedilatildeo de ecircxito do bloco entre outros motivos Durante a deacutecada de 70 a crise do petroacuteleo que
atingia a economia mundial causou uma intensa recessatildeo nos paiacuteses da Ameacuterica Latina e em
busca de uma alternativa para contornar o problema os paiacuteses latino-americanos reestruturaram a
ALALC fazendo surgir a Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo ndash ALADI criada em 1980
pelo Tratado de Montevideacuteu chamado TM-80 Ainda em vigor este Tratado compreende os
mesmos paiacuteses que compunham a ALALC Esse novo tratado requer que os paiacuteses membros
decircem continuidade ao processo de integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina colaborando para o
desenvolvimento econocircmico-social de uma forma mais equilibrada na regiatildeo Sua criaccedilatildeo
permitiu a promoccedilatildeo do aprofundamento do processo de integraccedilatildeo latino-americana e sua
finalidade eacute atingir a formaccedilatildeo de um mercado comum regional permitir o comeacutercio intra-
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
21
regional reciacuteproco promover o comeacutercio ampliaccedilatildeo de mercados desenvolvimento equilibrado e
o estabelecimento de preferecircncias regionais O TM-80 daacute aos Estados membros grande liberdade
para formular suas poliacuteticas comerciais e ainda uma maior flexibilidade para celebrar acordos
bilaterais ou multilaterais Com a criaccedilatildeo da ALADI houve um grande avanccedilo nas relaccedilotildees
comerciais entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina isso aconteceu devido agrave essa possibilidade de
realizaccedilatildeo de acordos bilaterais e outros de alcance regional entre os membros fazendo com que
aumentasse cada vez mais o comeacutercio bilateral e intra-regional na Ameacuterica Latina
A criaccedilatildeo da ALADI ainda parece ter beneficiado o processo de integraccedilatildeo
latino-americana Ficou extinta a ldquoclaacuteusula de naccedilatildeo mais favorecida regionalrdquo anteriormente
adotada pela ALALC permitindo assim conceder preferecircncia tarifaacuteria entre alguns membros da
ALADI sem a obrigatoriedade de dar preferecircncia a todos os integrantes da Associaccedilatildeo Apesar
do esforccedilo a ALADI natildeo conseguiu atingir seu objetivo de alcanccedilar uma integraccedilatildeo regional As
vaacuterias perspectivas geradas com a criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo foram extintas devido aos
acontecimentos no cenaacuterio internacional por volta do final da deacutecada de 70 Alguns fatores
comprometeram o crescimento do comeacutercio internacional e dificultaram o acesso de paiacuteses em
desenvolvimento agraves suas fontes externas de financiamento Dentre esses fatores se encontram o
segundo choque do petroacuteleo a elevaccedilatildeo do valor das taxas de juros internacionais e a recessatildeo
das economias de paiacuteses desenvolvidos Como os paiacuteses da Ameacuterica Latina estavam com a diacutevida
externa cada vez maior e sofrendo com a alta dos juros houve entre os paiacuteses integrantes da
ALADI a praacutetica cada vez mais frequumlente do protecionismo pois cada paiacutes passava a empregar
um amplo conjunto de medidas para controlar as importaccedilotildees Poreacutem o impacto dessa poliacutetica
sobre o comeacutercio intra-regional natildeo foi considerado eficaz pois aleacutem da reduccedilatildeo das importaccedilotildees
de cada paiacutes aconteceu tambeacutem uma proporcional reduccedilatildeo das trocas comerciais entre os paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
22
da proacutepria regiatildeo Haacute autores que dizem que a ALADI seguiu o mesmo modelo fracassado de
integraccedilatildeo regional que a ALALC onde o uacutenico agente eacute o Estado Isso porque o Tratado natildeo
considerava a livre circulaccedilatildeo de pessoas de empresas e de capitais privados e regionais e nem
de formas comunitaacuterias natildeo deixando espaccedilo para os verdadeiros interessados na integraccedilatildeo
regional
Mesmo a ALALC e a ALADI tendo obtido poucos resultados com relaccedilatildeo agrave
integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina ainda crescia o desejo pelo desenvolvimento de uma integraccedilatildeo
regional com destaque para o MERCOSUL que eacute considerado o processo de integraccedilatildeo regional
mais bem-sucedido da Ameacuterica Latina
12 Tratados do MERCOSUL
Eacute importante lembrar que os Estados-parte do MERCOSUL fazem parte do
GATT-OMC e suas accedilotildees devem estar adequadas ao regulamento desse acordo Isso acontece
devido agrave claacuteusula de habilitaccedilatildeo da Ronda Toacutequio que permite que os paiacuteses em
desenvolvimento natildeo apliquem o princiacutepio da naccedilatildeo mais favorecida
121 Tratado de Assunccedilatildeo
Foi assinado em 26 de marccedilo de 1991 o Tratado de Assunccedilatildeo visando agrave
constituiccedilatildeo de um mercado comum entre a Argentina o Brasil o Paraguai e o Uruguai Esse
tratado previa a liberalizaccedilatildeo comercial entre os paiacuteses-membros num periacuteodo de transiccedilatildeo ateacute
1994 Pode-se dividir a evoluccedilatildeo do MERCOSUL em dois periacuteodos o periacuteodo de transiccedilatildeo de
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
23
1991 a 1994 e a partir do iniacutecio de 1995 a existecircncia do MERCOSUL como uma Uniatildeo
Aduaneira
Eacute um acordo-quadro que apesar de natildeo criar um mercado comum estabelece
as metas do processo de integraccedilatildeo e a forma de alcanccedilaacute-las Um dos objetivos desse tratado eacute o
estabelecimento de uma tarifa externa comum a TEC e adoccedilatildeo de uma poliacutetica comercial
comum em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses Estabelece tambeacutem as condiccedilotildees para o surgimento de um
projeto de integraccedilatildeo que define seu objetivo agrave criaccedilatildeo de um mercado comum Este tratado
registra a vontade por parte dos quatro paiacuteses integrantes de se inserir com mais forccedila no
mercado mundial
O Tratado de Assunccedilatildeo eacute um acordo que agrave medida que se necessita vem sendo
complementado por outros instrumentos adicionais negociados entre os participantes do bloco
Inicialmente determina os meios para que ateacute o fim de 1994 se chegasse a uma uniatildeo aduaneira
que eacute a fase anterior ao mercado comum Poreacutem como eacute visto o MERCOSUL hoje ainda eacute uma
uniatildeo aduaneira imperfeita pois natildeo manteacutem a Tarifa Externa Comum (TEC) prevista para os
quatro Estados-membros
O Tratado de Assunccedilatildeo ato que fundou o MERCOSUL constitui um dos
principais instrumentos do processo de integraccedilatildeo acompanhado do Protocolo de Brasiacutelia de
1991 e ainda do Protocolo de Ouro Preto de 1994
Este tratado constitui a base de todo o sistema normativo do MERCOSUL
ordena e regulamenta as relaccedilotildees existentes entre os Estados integrantes do bloco
O Tratado de Assunccedilatildeo tem como objetivo principal a constituiccedilatildeo de um
mercado comum entre seus signataacuterios o que sugere tambeacutem a livre circulaccedilatildeo de bens serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
24
e fatores produtivos entre os Estados-parte eliminando as tarifas preacute-estabelecidas e as restriccedilotildees
natildeo tarifaacuterias No tratado estatildeo estabelecidos os elementos para a criaccedilatildeo de uma uniatildeo aduaneira
e por consequumlecircncia de uma poliacutetica comercial comum
De acordo com o Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE) o Tratado de
Assunccedilatildeo estabeleceu a utilizaccedilatildeo dos seguintes instrumentos para a constituiccedilatildeo do
MERCOSUL6
a) o cumprimento de um programa de liberalizaccedilatildeo comercial com reduccedilotildees tarifaacuterias
progressivas lineares e automaacuteticas acompanhadas da eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees natildeo-tarifaacuterias ou
de medidas de efeito equivalente
b) o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC) capaz de incentivar a
competitividade externa dos Estados-parte
c) a harmonizaccedilatildeo de poliacuteticas macroeconocircmicas e setoriais sempre que pertinente
O Tratado eacute sempre que necessaacuterio complementado por alguns instrumentos
adicionais acordados pelos quatro Estados-parte devido ao avanccedilo da integraccedilatildeo A intenccedilatildeo do
Tratado era de estabelecer condiccedilotildees para que se alcanccedilasse ateacute o fim de 1994 uma uniatildeo
aduaneira entre os quatro integrantes para posteriormente chegar a um mercado comum O MRE
mostra que o Tratado de Assunccedilatildeo determina alguns aspectos como7 estabelecer um programa de
liberalizaccedilatildeo comercial que consista de reduccedilotildees tarifaacuterias progressivas lineares e automaacuteticas
acompanhadas da eliminaccedilatildeo das barreiras natildeo tarifaacuterias coordenar poliacuteticas macro-econocircmicas
estabelecer uma Tarifa Externa Comum (TEC) estabelecer listas de exceccedilotildees ao programa de
6 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
25
liberalizaccedilatildeo para produtos considerados sensiacuteveis constituir um regime geral de origem e de
um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias
O Tratado de Assunccedilatildeo estabelece que o Poder Executivo de cada Estado-parte
deve manter informado seu respectivo Poder Legislativo sobre a evoluccedilatildeo do objeto deste tratado
o MERCOSUL
122 Protocolo de Brasiacutelia
Para solucionar os conflitos na esfera do MERCOSUL a forma escolhida foi a
arbitragem Portanto para cumprir determinaccedilatildeo do Tratado de Assunccedilatildeo designou-se um grupo
de trabalho que elaboraria um Sistema de Soluccedilatildeo de Controveacutersias entre os Estados-parte
Assim em dezembro de 1991 foi assinado o Protocolo de Brasiacutelia para Soluccedilatildeo de Controveacutersias
que passou a ter vigecircncia a partir de 1993
Este Protocolo no sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias tem como caracteriacutestica
ordenar que a soluccedilatildeo de controveacutersias ocorreraacute no plano diplomaacutetico por meio de negociaccedilotildees
diretas mas que possuem intervenccedilatildeo de oacutergatildeos institucionais como o Grupo Mercado Comum -
GMC- e se as dificuldades natildeo forem superadas utilizaraacute o procedimento arbitral O Protocolo
prevecirc tambeacutem poreacutem de maneira bem restrita e com normas complexas que particulares
pessoas fiacutesicas e juriacutedicas tenham acesso ao sistema com direito a reclamaccedilotildees pois o Tratado de
Assunccedilatildeo previa somente a participaccedilatildeo dos Estados-parte
7 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
26
A uacuteltima fase do Protocolo a instauraccedilatildeo de um Tribunal Arbitral proferiraacute a
decisatildeo por meio de laudos inapelaacuteveis e obrigatoacuterios para os Estados-parte na controveacutersia Essa
obrigatoriedade se daraacute a partir do recebimento da notificaccedilatildeo sobre a decisatildeo e os laudos teratildeo
forccedila de coisa julgada devendo ser cumpridos no prazo fixado pelo Tribunal Arbitral
O Protocolo de Brasiacutelia funciona como provisoacuterio fornecendo mecanismos para
a soluccedilatildeo de controveacutersias ateacute que entre em vigor o Sistema Permanente de Soluccedilotildees de
Controveacutersias Este sistema aleacutem de previsto no Tratado de Assunccedilatildeo ganhou forccedila com o
Protocolo de Ouro Preto quando diz que antes de se firmar uma Tarifa Externa Comum os
Estados-parte deveratildeo fazer uma revisatildeo do sistema atual para soluccedilatildeo de controveacutersias com o
objetivo de adotar o sistema permanente
123 Protocolo de Ouro Preto
O Protocolo de Ouro Preto ndash POP assinado em 1994 define a estrutura
institucional definitiva do MERCOSUL e firma a ideacuteia de avanccedilar na constituiccedilatildeo de um
mercado comum Este protocolo pode se adaptar a possiacuteveis circunstacircncias que se apresentem
pois por meio de uma conferecircncia diplomaacutetica sua estrutura pode ser reavaliada
O POP tem como principal atribuiccedilatildeo conferir personalidade juriacutedica ao
MERCOSUL sempre que ele tenha que se relacionar como bloco econocircmico com grupos de
paiacuteses e oacutergatildeos internacionais multilateraisO POP trouxe algumas inovaccedilotildees para a estrutura
orgacircnica do MERCOSUL com relaccedilatildeo agrave criaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos Este bloco pode contar agora
com os seguintes oacutergatildeos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
27
- Conselho do Mercado Comum (CMC)
- Grupo Mercado Comum (GMC)
- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)
- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)
- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)
- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)
Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de
Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte
reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a
decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o
encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver
uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc
teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado
reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante
poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de
Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de
Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares
13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu
Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem
conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo
regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
28
aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica
proacutepria
No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos
fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes
promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em
1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash
Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de
Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as
barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas
O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE
satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de
Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc
Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas
Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a
primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE
que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais
e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos
tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
29
parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila
comum (PESC)
O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs
pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica
externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria
Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais
elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo
Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma
deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para
um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de
acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE
14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia
Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros
fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e
Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda
aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez
com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-
se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios
tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a
ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
30
A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus
integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O
alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como
dos novos paiacuteses integrantes do bloco
ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)
Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455
milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou
preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados
pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo
15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia
As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as
importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL
8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
31
aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial
global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O
Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo
Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a
Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda
mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a
conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o
protecionismo adotado pela Europa
16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia
Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade
Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo
Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos
A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo
interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de
integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional
O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as
condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e
econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando
9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
32
a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)
Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas
regiotildees como conceitos baacutesicos
Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de
atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e
das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre
Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros
A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo
natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos
regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As
propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL
foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a
posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
33
2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE
Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e
Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute
de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e
Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de
envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da
Uniatildeo Europeacuteia
Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das
relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se
referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral
22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL
Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia
econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da
economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do
comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o
comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano
10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
34
Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das
exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo
Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do
Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira
Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros
paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido
com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a
Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees
Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve
um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$
45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila
comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do
MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno
crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL
passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees
Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees
brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina
23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina
Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai
para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
35
nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo
principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro
mercado comum
No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a
Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo
industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha
caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata
previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos
setoriais foram assinados bilateralmente
24 Produtos ou setores em potencial
A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila
de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees
europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-
tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral
permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a
UE
O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre
paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco
elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado
principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A
composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
36
importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do
MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e
ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu
25 Principais parceiros europeus
As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande
assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o
primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos
externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus
Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica
Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a
complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais
intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-
americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de
diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio
bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais
com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande
influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a
Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada
na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento
comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
37
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ
RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE
31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia
O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco
pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do
MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa
Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros
comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos
comerciais na Europa
Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do
Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto
que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com
relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve
queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve
uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos
anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e
menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil
passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda
de 10 nesse investimento
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
38
No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do
MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os
europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior
mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das
exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial
importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute
a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total
A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de
intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores
agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees
europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo
dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida
Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma
importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios
desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos
manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser
importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas
Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com
tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas
11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
39
Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta
de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as
maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados
representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros
quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo
eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos
Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II
32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil
Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco
econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a
assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos
tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL
Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de
facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo
acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram
negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL
com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados
europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia
A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais
nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que
temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
40
relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no
fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as
medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus
No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator
agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de
2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral
com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
41
CONCLUSAtildeO
As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito
tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se
aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial
implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente
conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados
Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos
data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina
individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se
com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as
partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados
A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos
causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e
Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um
desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo
com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e
falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a
formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse
fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados
que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
42
interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus
interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar
obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos
econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada
bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles
como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das
negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave
liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees
Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar
um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o
Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e
essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles
Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo
inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se
tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs
dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses
integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e
reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento
Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da
agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
43
Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor
agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta
de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses
desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil
esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor
Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do
Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC
depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia
Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a
pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade
eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os
subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre
MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas
do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
44
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005
bull AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972
bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004
bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004
bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003
bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004
bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998
bull GLOBAL 21 Disponiacutevel em lthttpwwwglobal21combrgt Acessado em 20 de novembro de 2005
bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001
bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
45
bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005
bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005
bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999
bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005
bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003
bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
46
ANEXO I
Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo
(valores totais em US$ e porcentuais)
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45
Exportaccedilotildees do Brasil
2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46
2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38
Importaccedilotildees do Brasil
2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44
Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28
2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23
Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31
Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees
2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
47
ANEXO II
Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL
Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp
Peso do MERCOSUL
nas Importaccedilotildees
extra UE 19982000
Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL
19982000
I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361
II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399
III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112
IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423
Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386
V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207
VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130
VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92
VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341
IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374
X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259
XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152
XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139
XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120
XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140
XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176
XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157
XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151
XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206
XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67
XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301
Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183
Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE
Totais por fator agregado
US$ F0B
Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s
A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935
2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111
Fonte
Anos de 19801992 = Banco do Brasil
Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
49
ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro
Uniatildeo Europeacuteia - UE
US$ F0B
E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s
A n o
US$ FOB (A)
Var
Part ()
US$ FOB (B)
Var ()
Part ()
Saldo (A-B)
Corrente Comeacutercio (A+B)
Cobertura (AB)
1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133
Obs () ()
VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil
IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
20
O MERCOSUL considerado o mais recente esforccedilo para a integraccedilatildeo da
Ameacuterica Latina pode encontrar suas origens na criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo Latino-Americana de
Livre Comeacutercio ndash ALALC Este bloco tinha como objetivo implantar no prazo de 12 anos um
mercado comum regional por meio da formaccedilatildeo de uma zona de livre comeacutercio Criada em 1960
pelo Tratado de Montevideacuteu conhecido como TM-60 a ALALC era constituiacuteda pelos paiacuteses da
Ameacuterica do Sul excluindo-se deste grupo as Guianas e pelo Meacutexico O Tratado buscava ampliar
os mercados e alcanccedilar a liberalizaccedilatildeo do intercacircmbio eliminando as medidas protecionistas
Atraveacutes do Protocolo de Caracas a ideacuteia de criar um mercado comum em 12 anos teve seu prazo
aumentado para 1980 O objetivo era eliminar ateacute 1980 a maior quantidade imaginaacutevel de
restriccedilotildees comerciais existentes entre os integrantes do bloco
Os objetivos almejados pela ALALC natildeo foram alcanccedilados e dentre as razotildees
que levaram ao fracasso da Associaccedilatildeo encontra-se a falta de dinamismo por conta do elevado
nuacutemero de associados e suas diferenccedilas estruturais o vencimento do prazo determinado para a
obtenccedilatildeo de ecircxito do bloco entre outros motivos Durante a deacutecada de 70 a crise do petroacuteleo que
atingia a economia mundial causou uma intensa recessatildeo nos paiacuteses da Ameacuterica Latina e em
busca de uma alternativa para contornar o problema os paiacuteses latino-americanos reestruturaram a
ALALC fazendo surgir a Associaccedilatildeo Latino-Americana de Integraccedilatildeo ndash ALADI criada em 1980
pelo Tratado de Montevideacuteu chamado TM-80 Ainda em vigor este Tratado compreende os
mesmos paiacuteses que compunham a ALALC Esse novo tratado requer que os paiacuteses membros
decircem continuidade ao processo de integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina colaborando para o
desenvolvimento econocircmico-social de uma forma mais equilibrada na regiatildeo Sua criaccedilatildeo
permitiu a promoccedilatildeo do aprofundamento do processo de integraccedilatildeo latino-americana e sua
finalidade eacute atingir a formaccedilatildeo de um mercado comum regional permitir o comeacutercio intra-
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
21
regional reciacuteproco promover o comeacutercio ampliaccedilatildeo de mercados desenvolvimento equilibrado e
o estabelecimento de preferecircncias regionais O TM-80 daacute aos Estados membros grande liberdade
para formular suas poliacuteticas comerciais e ainda uma maior flexibilidade para celebrar acordos
bilaterais ou multilaterais Com a criaccedilatildeo da ALADI houve um grande avanccedilo nas relaccedilotildees
comerciais entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina isso aconteceu devido agrave essa possibilidade de
realizaccedilatildeo de acordos bilaterais e outros de alcance regional entre os membros fazendo com que
aumentasse cada vez mais o comeacutercio bilateral e intra-regional na Ameacuterica Latina
A criaccedilatildeo da ALADI ainda parece ter beneficiado o processo de integraccedilatildeo
latino-americana Ficou extinta a ldquoclaacuteusula de naccedilatildeo mais favorecida regionalrdquo anteriormente
adotada pela ALALC permitindo assim conceder preferecircncia tarifaacuteria entre alguns membros da
ALADI sem a obrigatoriedade de dar preferecircncia a todos os integrantes da Associaccedilatildeo Apesar
do esforccedilo a ALADI natildeo conseguiu atingir seu objetivo de alcanccedilar uma integraccedilatildeo regional As
vaacuterias perspectivas geradas com a criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo foram extintas devido aos
acontecimentos no cenaacuterio internacional por volta do final da deacutecada de 70 Alguns fatores
comprometeram o crescimento do comeacutercio internacional e dificultaram o acesso de paiacuteses em
desenvolvimento agraves suas fontes externas de financiamento Dentre esses fatores se encontram o
segundo choque do petroacuteleo a elevaccedilatildeo do valor das taxas de juros internacionais e a recessatildeo
das economias de paiacuteses desenvolvidos Como os paiacuteses da Ameacuterica Latina estavam com a diacutevida
externa cada vez maior e sofrendo com a alta dos juros houve entre os paiacuteses integrantes da
ALADI a praacutetica cada vez mais frequumlente do protecionismo pois cada paiacutes passava a empregar
um amplo conjunto de medidas para controlar as importaccedilotildees Poreacutem o impacto dessa poliacutetica
sobre o comeacutercio intra-regional natildeo foi considerado eficaz pois aleacutem da reduccedilatildeo das importaccedilotildees
de cada paiacutes aconteceu tambeacutem uma proporcional reduccedilatildeo das trocas comerciais entre os paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
22
da proacutepria regiatildeo Haacute autores que dizem que a ALADI seguiu o mesmo modelo fracassado de
integraccedilatildeo regional que a ALALC onde o uacutenico agente eacute o Estado Isso porque o Tratado natildeo
considerava a livre circulaccedilatildeo de pessoas de empresas e de capitais privados e regionais e nem
de formas comunitaacuterias natildeo deixando espaccedilo para os verdadeiros interessados na integraccedilatildeo
regional
Mesmo a ALALC e a ALADI tendo obtido poucos resultados com relaccedilatildeo agrave
integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina ainda crescia o desejo pelo desenvolvimento de uma integraccedilatildeo
regional com destaque para o MERCOSUL que eacute considerado o processo de integraccedilatildeo regional
mais bem-sucedido da Ameacuterica Latina
12 Tratados do MERCOSUL
Eacute importante lembrar que os Estados-parte do MERCOSUL fazem parte do
GATT-OMC e suas accedilotildees devem estar adequadas ao regulamento desse acordo Isso acontece
devido agrave claacuteusula de habilitaccedilatildeo da Ronda Toacutequio que permite que os paiacuteses em
desenvolvimento natildeo apliquem o princiacutepio da naccedilatildeo mais favorecida
121 Tratado de Assunccedilatildeo
Foi assinado em 26 de marccedilo de 1991 o Tratado de Assunccedilatildeo visando agrave
constituiccedilatildeo de um mercado comum entre a Argentina o Brasil o Paraguai e o Uruguai Esse
tratado previa a liberalizaccedilatildeo comercial entre os paiacuteses-membros num periacuteodo de transiccedilatildeo ateacute
1994 Pode-se dividir a evoluccedilatildeo do MERCOSUL em dois periacuteodos o periacuteodo de transiccedilatildeo de
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
23
1991 a 1994 e a partir do iniacutecio de 1995 a existecircncia do MERCOSUL como uma Uniatildeo
Aduaneira
Eacute um acordo-quadro que apesar de natildeo criar um mercado comum estabelece
as metas do processo de integraccedilatildeo e a forma de alcanccedilaacute-las Um dos objetivos desse tratado eacute o
estabelecimento de uma tarifa externa comum a TEC e adoccedilatildeo de uma poliacutetica comercial
comum em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses Estabelece tambeacutem as condiccedilotildees para o surgimento de um
projeto de integraccedilatildeo que define seu objetivo agrave criaccedilatildeo de um mercado comum Este tratado
registra a vontade por parte dos quatro paiacuteses integrantes de se inserir com mais forccedila no
mercado mundial
O Tratado de Assunccedilatildeo eacute um acordo que agrave medida que se necessita vem sendo
complementado por outros instrumentos adicionais negociados entre os participantes do bloco
Inicialmente determina os meios para que ateacute o fim de 1994 se chegasse a uma uniatildeo aduaneira
que eacute a fase anterior ao mercado comum Poreacutem como eacute visto o MERCOSUL hoje ainda eacute uma
uniatildeo aduaneira imperfeita pois natildeo manteacutem a Tarifa Externa Comum (TEC) prevista para os
quatro Estados-membros
O Tratado de Assunccedilatildeo ato que fundou o MERCOSUL constitui um dos
principais instrumentos do processo de integraccedilatildeo acompanhado do Protocolo de Brasiacutelia de
1991 e ainda do Protocolo de Ouro Preto de 1994
Este tratado constitui a base de todo o sistema normativo do MERCOSUL
ordena e regulamenta as relaccedilotildees existentes entre os Estados integrantes do bloco
O Tratado de Assunccedilatildeo tem como objetivo principal a constituiccedilatildeo de um
mercado comum entre seus signataacuterios o que sugere tambeacutem a livre circulaccedilatildeo de bens serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
24
e fatores produtivos entre os Estados-parte eliminando as tarifas preacute-estabelecidas e as restriccedilotildees
natildeo tarifaacuterias No tratado estatildeo estabelecidos os elementos para a criaccedilatildeo de uma uniatildeo aduaneira
e por consequumlecircncia de uma poliacutetica comercial comum
De acordo com o Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE) o Tratado de
Assunccedilatildeo estabeleceu a utilizaccedilatildeo dos seguintes instrumentos para a constituiccedilatildeo do
MERCOSUL6
a) o cumprimento de um programa de liberalizaccedilatildeo comercial com reduccedilotildees tarifaacuterias
progressivas lineares e automaacuteticas acompanhadas da eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees natildeo-tarifaacuterias ou
de medidas de efeito equivalente
b) o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC) capaz de incentivar a
competitividade externa dos Estados-parte
c) a harmonizaccedilatildeo de poliacuteticas macroeconocircmicas e setoriais sempre que pertinente
O Tratado eacute sempre que necessaacuterio complementado por alguns instrumentos
adicionais acordados pelos quatro Estados-parte devido ao avanccedilo da integraccedilatildeo A intenccedilatildeo do
Tratado era de estabelecer condiccedilotildees para que se alcanccedilasse ateacute o fim de 1994 uma uniatildeo
aduaneira entre os quatro integrantes para posteriormente chegar a um mercado comum O MRE
mostra que o Tratado de Assunccedilatildeo determina alguns aspectos como7 estabelecer um programa de
liberalizaccedilatildeo comercial que consista de reduccedilotildees tarifaacuterias progressivas lineares e automaacuteticas
acompanhadas da eliminaccedilatildeo das barreiras natildeo tarifaacuterias coordenar poliacuteticas macro-econocircmicas
estabelecer uma Tarifa Externa Comum (TEC) estabelecer listas de exceccedilotildees ao programa de
6 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
25
liberalizaccedilatildeo para produtos considerados sensiacuteveis constituir um regime geral de origem e de
um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias
O Tratado de Assunccedilatildeo estabelece que o Poder Executivo de cada Estado-parte
deve manter informado seu respectivo Poder Legislativo sobre a evoluccedilatildeo do objeto deste tratado
o MERCOSUL
122 Protocolo de Brasiacutelia
Para solucionar os conflitos na esfera do MERCOSUL a forma escolhida foi a
arbitragem Portanto para cumprir determinaccedilatildeo do Tratado de Assunccedilatildeo designou-se um grupo
de trabalho que elaboraria um Sistema de Soluccedilatildeo de Controveacutersias entre os Estados-parte
Assim em dezembro de 1991 foi assinado o Protocolo de Brasiacutelia para Soluccedilatildeo de Controveacutersias
que passou a ter vigecircncia a partir de 1993
Este Protocolo no sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias tem como caracteriacutestica
ordenar que a soluccedilatildeo de controveacutersias ocorreraacute no plano diplomaacutetico por meio de negociaccedilotildees
diretas mas que possuem intervenccedilatildeo de oacutergatildeos institucionais como o Grupo Mercado Comum -
GMC- e se as dificuldades natildeo forem superadas utilizaraacute o procedimento arbitral O Protocolo
prevecirc tambeacutem poreacutem de maneira bem restrita e com normas complexas que particulares
pessoas fiacutesicas e juriacutedicas tenham acesso ao sistema com direito a reclamaccedilotildees pois o Tratado de
Assunccedilatildeo previa somente a participaccedilatildeo dos Estados-parte
7 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
26
A uacuteltima fase do Protocolo a instauraccedilatildeo de um Tribunal Arbitral proferiraacute a
decisatildeo por meio de laudos inapelaacuteveis e obrigatoacuterios para os Estados-parte na controveacutersia Essa
obrigatoriedade se daraacute a partir do recebimento da notificaccedilatildeo sobre a decisatildeo e os laudos teratildeo
forccedila de coisa julgada devendo ser cumpridos no prazo fixado pelo Tribunal Arbitral
O Protocolo de Brasiacutelia funciona como provisoacuterio fornecendo mecanismos para
a soluccedilatildeo de controveacutersias ateacute que entre em vigor o Sistema Permanente de Soluccedilotildees de
Controveacutersias Este sistema aleacutem de previsto no Tratado de Assunccedilatildeo ganhou forccedila com o
Protocolo de Ouro Preto quando diz que antes de se firmar uma Tarifa Externa Comum os
Estados-parte deveratildeo fazer uma revisatildeo do sistema atual para soluccedilatildeo de controveacutersias com o
objetivo de adotar o sistema permanente
123 Protocolo de Ouro Preto
O Protocolo de Ouro Preto ndash POP assinado em 1994 define a estrutura
institucional definitiva do MERCOSUL e firma a ideacuteia de avanccedilar na constituiccedilatildeo de um
mercado comum Este protocolo pode se adaptar a possiacuteveis circunstacircncias que se apresentem
pois por meio de uma conferecircncia diplomaacutetica sua estrutura pode ser reavaliada
O POP tem como principal atribuiccedilatildeo conferir personalidade juriacutedica ao
MERCOSUL sempre que ele tenha que se relacionar como bloco econocircmico com grupos de
paiacuteses e oacutergatildeos internacionais multilateraisO POP trouxe algumas inovaccedilotildees para a estrutura
orgacircnica do MERCOSUL com relaccedilatildeo agrave criaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos Este bloco pode contar agora
com os seguintes oacutergatildeos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
27
- Conselho do Mercado Comum (CMC)
- Grupo Mercado Comum (GMC)
- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)
- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)
- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)
- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)
Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de
Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte
reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a
decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o
encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver
uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc
teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado
reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante
poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de
Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de
Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares
13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu
Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem
conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo
regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
28
aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica
proacutepria
No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos
fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes
promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em
1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash
Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de
Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as
barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas
O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE
satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de
Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc
Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas
Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a
primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE
que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais
e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos
tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
29
parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila
comum (PESC)
O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs
pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica
externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria
Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais
elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo
Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma
deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para
um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de
acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE
14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia
Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros
fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e
Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda
aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez
com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-
se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios
tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a
ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
30
A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus
integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O
alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como
dos novos paiacuteses integrantes do bloco
ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)
Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455
milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou
preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados
pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo
15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia
As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as
importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL
8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
31
aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial
global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O
Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo
Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a
Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda
mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a
conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o
protecionismo adotado pela Europa
16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia
Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade
Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo
Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos
A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo
interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de
integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional
O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as
condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e
econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando
9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
32
a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)
Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas
regiotildees como conceitos baacutesicos
Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de
atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e
das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre
Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros
A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo
natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos
regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As
propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL
foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a
posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
33
2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE
Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e
Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute
de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e
Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de
envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da
Uniatildeo Europeacuteia
Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das
relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se
referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral
22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL
Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia
econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da
economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do
comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o
comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano
10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
34
Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das
exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo
Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do
Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira
Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros
paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido
com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a
Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees
Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve
um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$
45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila
comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do
MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno
crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL
passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees
Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees
brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina
23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina
Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai
para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
35
nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo
principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro
mercado comum
No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a
Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo
industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha
caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata
previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos
setoriais foram assinados bilateralmente
24 Produtos ou setores em potencial
A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila
de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees
europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-
tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral
permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a
UE
O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre
paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco
elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado
principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A
composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
36
importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do
MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e
ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu
25 Principais parceiros europeus
As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande
assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o
primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos
externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus
Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica
Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a
complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais
intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-
americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de
diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio
bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais
com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande
influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a
Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada
na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento
comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
37
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ
RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE
31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia
O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco
pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do
MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa
Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros
comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos
comerciais na Europa
Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do
Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto
que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com
relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve
queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve
uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos
anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e
menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil
passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda
de 10 nesse investimento
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
38
No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do
MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os
europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior
mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das
exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial
importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute
a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total
A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de
intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores
agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees
europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo
dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida
Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma
importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios
desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos
manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser
importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas
Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com
tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas
11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
39
Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta
de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as
maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados
representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros
quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo
eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos
Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II
32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil
Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco
econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a
assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos
tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL
Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de
facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo
acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram
negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL
com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados
europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia
A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais
nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que
temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
40
relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no
fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as
medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus
No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator
agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de
2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral
com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
41
CONCLUSAtildeO
As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito
tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se
aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial
implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente
conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados
Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos
data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina
individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se
com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as
partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados
A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos
causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e
Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um
desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo
com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e
falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a
formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse
fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados
que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
42
interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus
interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar
obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos
econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada
bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles
como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das
negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave
liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees
Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar
um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o
Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e
essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles
Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo
inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se
tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs
dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses
integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e
reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento
Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da
agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
43
Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor
agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta
de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses
desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil
esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor
Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do
Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC
depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia
Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a
pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade
eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os
subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre
MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas
do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
44
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005
bull AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972
bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004
bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004
bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003
bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004
bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998
bull GLOBAL 21 Disponiacutevel em lthttpwwwglobal21combrgt Acessado em 20 de novembro de 2005
bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001
bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
45
bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005
bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005
bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999
bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005
bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003
bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
46
ANEXO I
Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo
(valores totais em US$ e porcentuais)
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45
Exportaccedilotildees do Brasil
2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46
2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38
Importaccedilotildees do Brasil
2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44
Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28
2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23
Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31
Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees
2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
47
ANEXO II
Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL
Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp
Peso do MERCOSUL
nas Importaccedilotildees
extra UE 19982000
Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL
19982000
I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361
II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399
III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112
IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423
Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386
V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207
VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130
VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92
VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341
IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374
X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259
XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152
XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139
XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120
XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140
XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176
XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157
XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151
XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206
XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67
XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301
Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183
Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE
Totais por fator agregado
US$ F0B
Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s
A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935
2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111
Fonte
Anos de 19801992 = Banco do Brasil
Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
49
ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro
Uniatildeo Europeacuteia - UE
US$ F0B
E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s
A n o
US$ FOB (A)
Var
Part ()
US$ FOB (B)
Var ()
Part ()
Saldo (A-B)
Corrente Comeacutercio (A+B)
Cobertura (AB)
1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133
Obs () ()
VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil
IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
21
regional reciacuteproco promover o comeacutercio ampliaccedilatildeo de mercados desenvolvimento equilibrado e
o estabelecimento de preferecircncias regionais O TM-80 daacute aos Estados membros grande liberdade
para formular suas poliacuteticas comerciais e ainda uma maior flexibilidade para celebrar acordos
bilaterais ou multilaterais Com a criaccedilatildeo da ALADI houve um grande avanccedilo nas relaccedilotildees
comerciais entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina isso aconteceu devido agrave essa possibilidade de
realizaccedilatildeo de acordos bilaterais e outros de alcance regional entre os membros fazendo com que
aumentasse cada vez mais o comeacutercio bilateral e intra-regional na Ameacuterica Latina
A criaccedilatildeo da ALADI ainda parece ter beneficiado o processo de integraccedilatildeo
latino-americana Ficou extinta a ldquoclaacuteusula de naccedilatildeo mais favorecida regionalrdquo anteriormente
adotada pela ALALC permitindo assim conceder preferecircncia tarifaacuteria entre alguns membros da
ALADI sem a obrigatoriedade de dar preferecircncia a todos os integrantes da Associaccedilatildeo Apesar
do esforccedilo a ALADI natildeo conseguiu atingir seu objetivo de alcanccedilar uma integraccedilatildeo regional As
vaacuterias perspectivas geradas com a criaccedilatildeo da Associaccedilatildeo foram extintas devido aos
acontecimentos no cenaacuterio internacional por volta do final da deacutecada de 70 Alguns fatores
comprometeram o crescimento do comeacutercio internacional e dificultaram o acesso de paiacuteses em
desenvolvimento agraves suas fontes externas de financiamento Dentre esses fatores se encontram o
segundo choque do petroacuteleo a elevaccedilatildeo do valor das taxas de juros internacionais e a recessatildeo
das economias de paiacuteses desenvolvidos Como os paiacuteses da Ameacuterica Latina estavam com a diacutevida
externa cada vez maior e sofrendo com a alta dos juros houve entre os paiacuteses integrantes da
ALADI a praacutetica cada vez mais frequumlente do protecionismo pois cada paiacutes passava a empregar
um amplo conjunto de medidas para controlar as importaccedilotildees Poreacutem o impacto dessa poliacutetica
sobre o comeacutercio intra-regional natildeo foi considerado eficaz pois aleacutem da reduccedilatildeo das importaccedilotildees
de cada paiacutes aconteceu tambeacutem uma proporcional reduccedilatildeo das trocas comerciais entre os paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
22
da proacutepria regiatildeo Haacute autores que dizem que a ALADI seguiu o mesmo modelo fracassado de
integraccedilatildeo regional que a ALALC onde o uacutenico agente eacute o Estado Isso porque o Tratado natildeo
considerava a livre circulaccedilatildeo de pessoas de empresas e de capitais privados e regionais e nem
de formas comunitaacuterias natildeo deixando espaccedilo para os verdadeiros interessados na integraccedilatildeo
regional
Mesmo a ALALC e a ALADI tendo obtido poucos resultados com relaccedilatildeo agrave
integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina ainda crescia o desejo pelo desenvolvimento de uma integraccedilatildeo
regional com destaque para o MERCOSUL que eacute considerado o processo de integraccedilatildeo regional
mais bem-sucedido da Ameacuterica Latina
12 Tratados do MERCOSUL
Eacute importante lembrar que os Estados-parte do MERCOSUL fazem parte do
GATT-OMC e suas accedilotildees devem estar adequadas ao regulamento desse acordo Isso acontece
devido agrave claacuteusula de habilitaccedilatildeo da Ronda Toacutequio que permite que os paiacuteses em
desenvolvimento natildeo apliquem o princiacutepio da naccedilatildeo mais favorecida
121 Tratado de Assunccedilatildeo
Foi assinado em 26 de marccedilo de 1991 o Tratado de Assunccedilatildeo visando agrave
constituiccedilatildeo de um mercado comum entre a Argentina o Brasil o Paraguai e o Uruguai Esse
tratado previa a liberalizaccedilatildeo comercial entre os paiacuteses-membros num periacuteodo de transiccedilatildeo ateacute
1994 Pode-se dividir a evoluccedilatildeo do MERCOSUL em dois periacuteodos o periacuteodo de transiccedilatildeo de
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
23
1991 a 1994 e a partir do iniacutecio de 1995 a existecircncia do MERCOSUL como uma Uniatildeo
Aduaneira
Eacute um acordo-quadro que apesar de natildeo criar um mercado comum estabelece
as metas do processo de integraccedilatildeo e a forma de alcanccedilaacute-las Um dos objetivos desse tratado eacute o
estabelecimento de uma tarifa externa comum a TEC e adoccedilatildeo de uma poliacutetica comercial
comum em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses Estabelece tambeacutem as condiccedilotildees para o surgimento de um
projeto de integraccedilatildeo que define seu objetivo agrave criaccedilatildeo de um mercado comum Este tratado
registra a vontade por parte dos quatro paiacuteses integrantes de se inserir com mais forccedila no
mercado mundial
O Tratado de Assunccedilatildeo eacute um acordo que agrave medida que se necessita vem sendo
complementado por outros instrumentos adicionais negociados entre os participantes do bloco
Inicialmente determina os meios para que ateacute o fim de 1994 se chegasse a uma uniatildeo aduaneira
que eacute a fase anterior ao mercado comum Poreacutem como eacute visto o MERCOSUL hoje ainda eacute uma
uniatildeo aduaneira imperfeita pois natildeo manteacutem a Tarifa Externa Comum (TEC) prevista para os
quatro Estados-membros
O Tratado de Assunccedilatildeo ato que fundou o MERCOSUL constitui um dos
principais instrumentos do processo de integraccedilatildeo acompanhado do Protocolo de Brasiacutelia de
1991 e ainda do Protocolo de Ouro Preto de 1994
Este tratado constitui a base de todo o sistema normativo do MERCOSUL
ordena e regulamenta as relaccedilotildees existentes entre os Estados integrantes do bloco
O Tratado de Assunccedilatildeo tem como objetivo principal a constituiccedilatildeo de um
mercado comum entre seus signataacuterios o que sugere tambeacutem a livre circulaccedilatildeo de bens serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
24
e fatores produtivos entre os Estados-parte eliminando as tarifas preacute-estabelecidas e as restriccedilotildees
natildeo tarifaacuterias No tratado estatildeo estabelecidos os elementos para a criaccedilatildeo de uma uniatildeo aduaneira
e por consequumlecircncia de uma poliacutetica comercial comum
De acordo com o Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE) o Tratado de
Assunccedilatildeo estabeleceu a utilizaccedilatildeo dos seguintes instrumentos para a constituiccedilatildeo do
MERCOSUL6
a) o cumprimento de um programa de liberalizaccedilatildeo comercial com reduccedilotildees tarifaacuterias
progressivas lineares e automaacuteticas acompanhadas da eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees natildeo-tarifaacuterias ou
de medidas de efeito equivalente
b) o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC) capaz de incentivar a
competitividade externa dos Estados-parte
c) a harmonizaccedilatildeo de poliacuteticas macroeconocircmicas e setoriais sempre que pertinente
O Tratado eacute sempre que necessaacuterio complementado por alguns instrumentos
adicionais acordados pelos quatro Estados-parte devido ao avanccedilo da integraccedilatildeo A intenccedilatildeo do
Tratado era de estabelecer condiccedilotildees para que se alcanccedilasse ateacute o fim de 1994 uma uniatildeo
aduaneira entre os quatro integrantes para posteriormente chegar a um mercado comum O MRE
mostra que o Tratado de Assunccedilatildeo determina alguns aspectos como7 estabelecer um programa de
liberalizaccedilatildeo comercial que consista de reduccedilotildees tarifaacuterias progressivas lineares e automaacuteticas
acompanhadas da eliminaccedilatildeo das barreiras natildeo tarifaacuterias coordenar poliacuteticas macro-econocircmicas
estabelecer uma Tarifa Externa Comum (TEC) estabelecer listas de exceccedilotildees ao programa de
6 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
25
liberalizaccedilatildeo para produtos considerados sensiacuteveis constituir um regime geral de origem e de
um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias
O Tratado de Assunccedilatildeo estabelece que o Poder Executivo de cada Estado-parte
deve manter informado seu respectivo Poder Legislativo sobre a evoluccedilatildeo do objeto deste tratado
o MERCOSUL
122 Protocolo de Brasiacutelia
Para solucionar os conflitos na esfera do MERCOSUL a forma escolhida foi a
arbitragem Portanto para cumprir determinaccedilatildeo do Tratado de Assunccedilatildeo designou-se um grupo
de trabalho que elaboraria um Sistema de Soluccedilatildeo de Controveacutersias entre os Estados-parte
Assim em dezembro de 1991 foi assinado o Protocolo de Brasiacutelia para Soluccedilatildeo de Controveacutersias
que passou a ter vigecircncia a partir de 1993
Este Protocolo no sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias tem como caracteriacutestica
ordenar que a soluccedilatildeo de controveacutersias ocorreraacute no plano diplomaacutetico por meio de negociaccedilotildees
diretas mas que possuem intervenccedilatildeo de oacutergatildeos institucionais como o Grupo Mercado Comum -
GMC- e se as dificuldades natildeo forem superadas utilizaraacute o procedimento arbitral O Protocolo
prevecirc tambeacutem poreacutem de maneira bem restrita e com normas complexas que particulares
pessoas fiacutesicas e juriacutedicas tenham acesso ao sistema com direito a reclamaccedilotildees pois o Tratado de
Assunccedilatildeo previa somente a participaccedilatildeo dos Estados-parte
7 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
26
A uacuteltima fase do Protocolo a instauraccedilatildeo de um Tribunal Arbitral proferiraacute a
decisatildeo por meio de laudos inapelaacuteveis e obrigatoacuterios para os Estados-parte na controveacutersia Essa
obrigatoriedade se daraacute a partir do recebimento da notificaccedilatildeo sobre a decisatildeo e os laudos teratildeo
forccedila de coisa julgada devendo ser cumpridos no prazo fixado pelo Tribunal Arbitral
O Protocolo de Brasiacutelia funciona como provisoacuterio fornecendo mecanismos para
a soluccedilatildeo de controveacutersias ateacute que entre em vigor o Sistema Permanente de Soluccedilotildees de
Controveacutersias Este sistema aleacutem de previsto no Tratado de Assunccedilatildeo ganhou forccedila com o
Protocolo de Ouro Preto quando diz que antes de se firmar uma Tarifa Externa Comum os
Estados-parte deveratildeo fazer uma revisatildeo do sistema atual para soluccedilatildeo de controveacutersias com o
objetivo de adotar o sistema permanente
123 Protocolo de Ouro Preto
O Protocolo de Ouro Preto ndash POP assinado em 1994 define a estrutura
institucional definitiva do MERCOSUL e firma a ideacuteia de avanccedilar na constituiccedilatildeo de um
mercado comum Este protocolo pode se adaptar a possiacuteveis circunstacircncias que se apresentem
pois por meio de uma conferecircncia diplomaacutetica sua estrutura pode ser reavaliada
O POP tem como principal atribuiccedilatildeo conferir personalidade juriacutedica ao
MERCOSUL sempre que ele tenha que se relacionar como bloco econocircmico com grupos de
paiacuteses e oacutergatildeos internacionais multilateraisO POP trouxe algumas inovaccedilotildees para a estrutura
orgacircnica do MERCOSUL com relaccedilatildeo agrave criaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos Este bloco pode contar agora
com os seguintes oacutergatildeos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
27
- Conselho do Mercado Comum (CMC)
- Grupo Mercado Comum (GMC)
- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)
- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)
- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)
- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)
Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de
Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte
reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a
decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o
encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver
uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc
teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado
reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante
poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de
Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de
Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares
13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu
Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem
conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo
regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
28
aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica
proacutepria
No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos
fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes
promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em
1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash
Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de
Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as
barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas
O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE
satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de
Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc
Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas
Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a
primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE
que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais
e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos
tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
29
parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila
comum (PESC)
O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs
pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica
externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria
Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais
elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo
Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma
deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para
um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de
acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE
14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia
Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros
fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e
Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda
aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez
com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-
se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios
tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a
ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
30
A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus
integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O
alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como
dos novos paiacuteses integrantes do bloco
ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)
Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455
milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou
preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados
pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo
15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia
As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as
importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL
8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
31
aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial
global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O
Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo
Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a
Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda
mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a
conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o
protecionismo adotado pela Europa
16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia
Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade
Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo
Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos
A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo
interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de
integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional
O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as
condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e
econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando
9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
32
a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)
Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas
regiotildees como conceitos baacutesicos
Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de
atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e
das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre
Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros
A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo
natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos
regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As
propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL
foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a
posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
33
2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE
Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e
Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute
de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e
Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de
envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da
Uniatildeo Europeacuteia
Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das
relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se
referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral
22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL
Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia
econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da
economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do
comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o
comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano
10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
34
Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das
exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo
Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do
Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira
Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros
paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido
com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a
Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees
Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve
um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$
45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila
comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do
MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno
crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL
passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees
Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees
brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina
23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina
Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai
para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
35
nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo
principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro
mercado comum
No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a
Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo
industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha
caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata
previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos
setoriais foram assinados bilateralmente
24 Produtos ou setores em potencial
A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila
de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees
europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-
tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral
permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a
UE
O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre
paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco
elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado
principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A
composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
36
importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do
MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e
ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu
25 Principais parceiros europeus
As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande
assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o
primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos
externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus
Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica
Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a
complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais
intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-
americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de
diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio
bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais
com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande
influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a
Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada
na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento
comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
37
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ
RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE
31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia
O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco
pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do
MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa
Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros
comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos
comerciais na Europa
Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do
Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto
que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com
relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve
queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve
uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos
anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e
menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil
passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda
de 10 nesse investimento
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
38
No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do
MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os
europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior
mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das
exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial
importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute
a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total
A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de
intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores
agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees
europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo
dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida
Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma
importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios
desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos
manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser
importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas
Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com
tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas
11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
39
Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta
de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as
maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados
representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros
quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo
eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos
Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II
32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil
Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco
econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a
assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos
tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL
Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de
facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo
acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram
negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL
com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados
europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia
A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais
nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que
temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
40
relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no
fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as
medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus
No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator
agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de
2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral
com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
41
CONCLUSAtildeO
As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito
tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se
aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial
implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente
conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados
Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos
data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina
individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se
com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as
partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados
A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos
causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e
Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um
desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo
com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e
falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a
formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse
fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados
que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
42
interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus
interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar
obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos
econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada
bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles
como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das
negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave
liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees
Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar
um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o
Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e
essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles
Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo
inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se
tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs
dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses
integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e
reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento
Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da
agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
43
Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor
agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta
de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses
desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil
esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor
Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do
Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC
depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia
Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a
pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade
eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os
subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre
MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas
do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
44
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005
bull AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972
bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004
bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004
bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003
bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004
bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998
bull GLOBAL 21 Disponiacutevel em lthttpwwwglobal21combrgt Acessado em 20 de novembro de 2005
bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001
bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
45
bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005
bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005
bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999
bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005
bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003
bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
46
ANEXO I
Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo
(valores totais em US$ e porcentuais)
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45
Exportaccedilotildees do Brasil
2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46
2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38
Importaccedilotildees do Brasil
2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44
Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28
2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23
Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31
Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees
2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
47
ANEXO II
Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL
Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp
Peso do MERCOSUL
nas Importaccedilotildees
extra UE 19982000
Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL
19982000
I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361
II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399
III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112
IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423
Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386
V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207
VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130
VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92
VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341
IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374
X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259
XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152
XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139
XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120
XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140
XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176
XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157
XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151
XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206
XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67
XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301
Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183
Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE
Totais por fator agregado
US$ F0B
Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s
A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935
2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111
Fonte
Anos de 19801992 = Banco do Brasil
Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
49
ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro
Uniatildeo Europeacuteia - UE
US$ F0B
E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s
A n o
US$ FOB (A)
Var
Part ()
US$ FOB (B)
Var ()
Part ()
Saldo (A-B)
Corrente Comeacutercio (A+B)
Cobertura (AB)
1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133
Obs () ()
VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil
IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
22
da proacutepria regiatildeo Haacute autores que dizem que a ALADI seguiu o mesmo modelo fracassado de
integraccedilatildeo regional que a ALALC onde o uacutenico agente eacute o Estado Isso porque o Tratado natildeo
considerava a livre circulaccedilatildeo de pessoas de empresas e de capitais privados e regionais e nem
de formas comunitaacuterias natildeo deixando espaccedilo para os verdadeiros interessados na integraccedilatildeo
regional
Mesmo a ALALC e a ALADI tendo obtido poucos resultados com relaccedilatildeo agrave
integraccedilatildeo na Ameacuterica Latina ainda crescia o desejo pelo desenvolvimento de uma integraccedilatildeo
regional com destaque para o MERCOSUL que eacute considerado o processo de integraccedilatildeo regional
mais bem-sucedido da Ameacuterica Latina
12 Tratados do MERCOSUL
Eacute importante lembrar que os Estados-parte do MERCOSUL fazem parte do
GATT-OMC e suas accedilotildees devem estar adequadas ao regulamento desse acordo Isso acontece
devido agrave claacuteusula de habilitaccedilatildeo da Ronda Toacutequio que permite que os paiacuteses em
desenvolvimento natildeo apliquem o princiacutepio da naccedilatildeo mais favorecida
121 Tratado de Assunccedilatildeo
Foi assinado em 26 de marccedilo de 1991 o Tratado de Assunccedilatildeo visando agrave
constituiccedilatildeo de um mercado comum entre a Argentina o Brasil o Paraguai e o Uruguai Esse
tratado previa a liberalizaccedilatildeo comercial entre os paiacuteses-membros num periacuteodo de transiccedilatildeo ateacute
1994 Pode-se dividir a evoluccedilatildeo do MERCOSUL em dois periacuteodos o periacuteodo de transiccedilatildeo de
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
23
1991 a 1994 e a partir do iniacutecio de 1995 a existecircncia do MERCOSUL como uma Uniatildeo
Aduaneira
Eacute um acordo-quadro que apesar de natildeo criar um mercado comum estabelece
as metas do processo de integraccedilatildeo e a forma de alcanccedilaacute-las Um dos objetivos desse tratado eacute o
estabelecimento de uma tarifa externa comum a TEC e adoccedilatildeo de uma poliacutetica comercial
comum em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses Estabelece tambeacutem as condiccedilotildees para o surgimento de um
projeto de integraccedilatildeo que define seu objetivo agrave criaccedilatildeo de um mercado comum Este tratado
registra a vontade por parte dos quatro paiacuteses integrantes de se inserir com mais forccedila no
mercado mundial
O Tratado de Assunccedilatildeo eacute um acordo que agrave medida que se necessita vem sendo
complementado por outros instrumentos adicionais negociados entre os participantes do bloco
Inicialmente determina os meios para que ateacute o fim de 1994 se chegasse a uma uniatildeo aduaneira
que eacute a fase anterior ao mercado comum Poreacutem como eacute visto o MERCOSUL hoje ainda eacute uma
uniatildeo aduaneira imperfeita pois natildeo manteacutem a Tarifa Externa Comum (TEC) prevista para os
quatro Estados-membros
O Tratado de Assunccedilatildeo ato que fundou o MERCOSUL constitui um dos
principais instrumentos do processo de integraccedilatildeo acompanhado do Protocolo de Brasiacutelia de
1991 e ainda do Protocolo de Ouro Preto de 1994
Este tratado constitui a base de todo o sistema normativo do MERCOSUL
ordena e regulamenta as relaccedilotildees existentes entre os Estados integrantes do bloco
O Tratado de Assunccedilatildeo tem como objetivo principal a constituiccedilatildeo de um
mercado comum entre seus signataacuterios o que sugere tambeacutem a livre circulaccedilatildeo de bens serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
24
e fatores produtivos entre os Estados-parte eliminando as tarifas preacute-estabelecidas e as restriccedilotildees
natildeo tarifaacuterias No tratado estatildeo estabelecidos os elementos para a criaccedilatildeo de uma uniatildeo aduaneira
e por consequumlecircncia de uma poliacutetica comercial comum
De acordo com o Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE) o Tratado de
Assunccedilatildeo estabeleceu a utilizaccedilatildeo dos seguintes instrumentos para a constituiccedilatildeo do
MERCOSUL6
a) o cumprimento de um programa de liberalizaccedilatildeo comercial com reduccedilotildees tarifaacuterias
progressivas lineares e automaacuteticas acompanhadas da eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees natildeo-tarifaacuterias ou
de medidas de efeito equivalente
b) o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC) capaz de incentivar a
competitividade externa dos Estados-parte
c) a harmonizaccedilatildeo de poliacuteticas macroeconocircmicas e setoriais sempre que pertinente
O Tratado eacute sempre que necessaacuterio complementado por alguns instrumentos
adicionais acordados pelos quatro Estados-parte devido ao avanccedilo da integraccedilatildeo A intenccedilatildeo do
Tratado era de estabelecer condiccedilotildees para que se alcanccedilasse ateacute o fim de 1994 uma uniatildeo
aduaneira entre os quatro integrantes para posteriormente chegar a um mercado comum O MRE
mostra que o Tratado de Assunccedilatildeo determina alguns aspectos como7 estabelecer um programa de
liberalizaccedilatildeo comercial que consista de reduccedilotildees tarifaacuterias progressivas lineares e automaacuteticas
acompanhadas da eliminaccedilatildeo das barreiras natildeo tarifaacuterias coordenar poliacuteticas macro-econocircmicas
estabelecer uma Tarifa Externa Comum (TEC) estabelecer listas de exceccedilotildees ao programa de
6 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
25
liberalizaccedilatildeo para produtos considerados sensiacuteveis constituir um regime geral de origem e de
um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias
O Tratado de Assunccedilatildeo estabelece que o Poder Executivo de cada Estado-parte
deve manter informado seu respectivo Poder Legislativo sobre a evoluccedilatildeo do objeto deste tratado
o MERCOSUL
122 Protocolo de Brasiacutelia
Para solucionar os conflitos na esfera do MERCOSUL a forma escolhida foi a
arbitragem Portanto para cumprir determinaccedilatildeo do Tratado de Assunccedilatildeo designou-se um grupo
de trabalho que elaboraria um Sistema de Soluccedilatildeo de Controveacutersias entre os Estados-parte
Assim em dezembro de 1991 foi assinado o Protocolo de Brasiacutelia para Soluccedilatildeo de Controveacutersias
que passou a ter vigecircncia a partir de 1993
Este Protocolo no sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias tem como caracteriacutestica
ordenar que a soluccedilatildeo de controveacutersias ocorreraacute no plano diplomaacutetico por meio de negociaccedilotildees
diretas mas que possuem intervenccedilatildeo de oacutergatildeos institucionais como o Grupo Mercado Comum -
GMC- e se as dificuldades natildeo forem superadas utilizaraacute o procedimento arbitral O Protocolo
prevecirc tambeacutem poreacutem de maneira bem restrita e com normas complexas que particulares
pessoas fiacutesicas e juriacutedicas tenham acesso ao sistema com direito a reclamaccedilotildees pois o Tratado de
Assunccedilatildeo previa somente a participaccedilatildeo dos Estados-parte
7 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
26
A uacuteltima fase do Protocolo a instauraccedilatildeo de um Tribunal Arbitral proferiraacute a
decisatildeo por meio de laudos inapelaacuteveis e obrigatoacuterios para os Estados-parte na controveacutersia Essa
obrigatoriedade se daraacute a partir do recebimento da notificaccedilatildeo sobre a decisatildeo e os laudos teratildeo
forccedila de coisa julgada devendo ser cumpridos no prazo fixado pelo Tribunal Arbitral
O Protocolo de Brasiacutelia funciona como provisoacuterio fornecendo mecanismos para
a soluccedilatildeo de controveacutersias ateacute que entre em vigor o Sistema Permanente de Soluccedilotildees de
Controveacutersias Este sistema aleacutem de previsto no Tratado de Assunccedilatildeo ganhou forccedila com o
Protocolo de Ouro Preto quando diz que antes de se firmar uma Tarifa Externa Comum os
Estados-parte deveratildeo fazer uma revisatildeo do sistema atual para soluccedilatildeo de controveacutersias com o
objetivo de adotar o sistema permanente
123 Protocolo de Ouro Preto
O Protocolo de Ouro Preto ndash POP assinado em 1994 define a estrutura
institucional definitiva do MERCOSUL e firma a ideacuteia de avanccedilar na constituiccedilatildeo de um
mercado comum Este protocolo pode se adaptar a possiacuteveis circunstacircncias que se apresentem
pois por meio de uma conferecircncia diplomaacutetica sua estrutura pode ser reavaliada
O POP tem como principal atribuiccedilatildeo conferir personalidade juriacutedica ao
MERCOSUL sempre que ele tenha que se relacionar como bloco econocircmico com grupos de
paiacuteses e oacutergatildeos internacionais multilateraisO POP trouxe algumas inovaccedilotildees para a estrutura
orgacircnica do MERCOSUL com relaccedilatildeo agrave criaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos Este bloco pode contar agora
com os seguintes oacutergatildeos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
27
- Conselho do Mercado Comum (CMC)
- Grupo Mercado Comum (GMC)
- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)
- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)
- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)
- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)
Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de
Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte
reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a
decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o
encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver
uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc
teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado
reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante
poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de
Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de
Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares
13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu
Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem
conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo
regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
28
aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica
proacutepria
No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos
fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes
promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em
1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash
Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de
Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as
barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas
O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE
satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de
Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc
Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas
Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a
primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE
que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais
e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos
tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
29
parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila
comum (PESC)
O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs
pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica
externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria
Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais
elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo
Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma
deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para
um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de
acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE
14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia
Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros
fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e
Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda
aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez
com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-
se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios
tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a
ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
30
A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus
integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O
alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como
dos novos paiacuteses integrantes do bloco
ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)
Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455
milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou
preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados
pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo
15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia
As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as
importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL
8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
31
aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial
global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O
Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo
Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a
Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda
mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a
conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o
protecionismo adotado pela Europa
16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia
Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade
Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo
Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos
A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo
interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de
integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional
O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as
condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e
econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando
9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
32
a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)
Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas
regiotildees como conceitos baacutesicos
Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de
atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e
das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre
Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros
A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo
natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos
regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As
propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL
foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a
posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
33
2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE
Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e
Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute
de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e
Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de
envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da
Uniatildeo Europeacuteia
Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das
relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se
referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral
22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL
Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia
econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da
economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do
comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o
comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano
10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
34
Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das
exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo
Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do
Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira
Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros
paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido
com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a
Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees
Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve
um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$
45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila
comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do
MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno
crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL
passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees
Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees
brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina
23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina
Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai
para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
35
nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo
principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro
mercado comum
No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a
Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo
industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha
caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata
previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos
setoriais foram assinados bilateralmente
24 Produtos ou setores em potencial
A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila
de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees
europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-
tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral
permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a
UE
O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre
paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco
elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado
principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A
composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
36
importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do
MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e
ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu
25 Principais parceiros europeus
As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande
assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o
primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos
externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus
Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica
Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a
complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais
intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-
americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de
diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio
bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais
com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande
influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a
Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada
na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento
comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
37
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ
RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE
31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia
O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco
pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do
MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa
Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros
comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos
comerciais na Europa
Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do
Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto
que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com
relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve
queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve
uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos
anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e
menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil
passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda
de 10 nesse investimento
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
38
No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do
MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os
europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior
mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das
exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial
importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute
a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total
A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de
intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores
agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees
europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo
dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida
Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma
importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios
desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos
manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser
importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas
Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com
tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas
11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
39
Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta
de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as
maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados
representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros
quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo
eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos
Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II
32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil
Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco
econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a
assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos
tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL
Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de
facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo
acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram
negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL
com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados
europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia
A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais
nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que
temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
40
relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no
fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as
medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus
No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator
agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de
2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral
com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
41
CONCLUSAtildeO
As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito
tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se
aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial
implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente
conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados
Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos
data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina
individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se
com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as
partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados
A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos
causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e
Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um
desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo
com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e
falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a
formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse
fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados
que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
42
interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus
interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar
obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos
econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada
bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles
como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das
negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave
liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees
Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar
um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o
Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e
essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles
Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo
inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se
tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs
dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses
integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e
reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento
Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da
agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
43
Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor
agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta
de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses
desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil
esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor
Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do
Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC
depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia
Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a
pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade
eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os
subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre
MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas
do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
44
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005
bull AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972
bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004
bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004
bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003
bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004
bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998
bull GLOBAL 21 Disponiacutevel em lthttpwwwglobal21combrgt Acessado em 20 de novembro de 2005
bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001
bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
45
bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005
bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005
bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999
bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005
bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003
bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
46
ANEXO I
Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo
(valores totais em US$ e porcentuais)
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45
Exportaccedilotildees do Brasil
2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46
2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38
Importaccedilotildees do Brasil
2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44
Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28
2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23
Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31
Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees
2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
47
ANEXO II
Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL
Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp
Peso do MERCOSUL
nas Importaccedilotildees
extra UE 19982000
Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL
19982000
I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361
II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399
III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112
IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423
Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386
V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207
VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130
VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92
VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341
IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374
X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259
XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152
XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139
XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120
XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140
XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176
XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157
XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151
XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206
XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67
XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301
Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183
Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE
Totais por fator agregado
US$ F0B
Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s
A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935
2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111
Fonte
Anos de 19801992 = Banco do Brasil
Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
49
ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro
Uniatildeo Europeacuteia - UE
US$ F0B
E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s
A n o
US$ FOB (A)
Var
Part ()
US$ FOB (B)
Var ()
Part ()
Saldo (A-B)
Corrente Comeacutercio (A+B)
Cobertura (AB)
1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133
Obs () ()
VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil
IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
23
1991 a 1994 e a partir do iniacutecio de 1995 a existecircncia do MERCOSUL como uma Uniatildeo
Aduaneira
Eacute um acordo-quadro que apesar de natildeo criar um mercado comum estabelece
as metas do processo de integraccedilatildeo e a forma de alcanccedilaacute-las Um dos objetivos desse tratado eacute o
estabelecimento de uma tarifa externa comum a TEC e adoccedilatildeo de uma poliacutetica comercial
comum em relaccedilatildeo a terceiros paiacuteses Estabelece tambeacutem as condiccedilotildees para o surgimento de um
projeto de integraccedilatildeo que define seu objetivo agrave criaccedilatildeo de um mercado comum Este tratado
registra a vontade por parte dos quatro paiacuteses integrantes de se inserir com mais forccedila no
mercado mundial
O Tratado de Assunccedilatildeo eacute um acordo que agrave medida que se necessita vem sendo
complementado por outros instrumentos adicionais negociados entre os participantes do bloco
Inicialmente determina os meios para que ateacute o fim de 1994 se chegasse a uma uniatildeo aduaneira
que eacute a fase anterior ao mercado comum Poreacutem como eacute visto o MERCOSUL hoje ainda eacute uma
uniatildeo aduaneira imperfeita pois natildeo manteacutem a Tarifa Externa Comum (TEC) prevista para os
quatro Estados-membros
O Tratado de Assunccedilatildeo ato que fundou o MERCOSUL constitui um dos
principais instrumentos do processo de integraccedilatildeo acompanhado do Protocolo de Brasiacutelia de
1991 e ainda do Protocolo de Ouro Preto de 1994
Este tratado constitui a base de todo o sistema normativo do MERCOSUL
ordena e regulamenta as relaccedilotildees existentes entre os Estados integrantes do bloco
O Tratado de Assunccedilatildeo tem como objetivo principal a constituiccedilatildeo de um
mercado comum entre seus signataacuterios o que sugere tambeacutem a livre circulaccedilatildeo de bens serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
24
e fatores produtivos entre os Estados-parte eliminando as tarifas preacute-estabelecidas e as restriccedilotildees
natildeo tarifaacuterias No tratado estatildeo estabelecidos os elementos para a criaccedilatildeo de uma uniatildeo aduaneira
e por consequumlecircncia de uma poliacutetica comercial comum
De acordo com o Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE) o Tratado de
Assunccedilatildeo estabeleceu a utilizaccedilatildeo dos seguintes instrumentos para a constituiccedilatildeo do
MERCOSUL6
a) o cumprimento de um programa de liberalizaccedilatildeo comercial com reduccedilotildees tarifaacuterias
progressivas lineares e automaacuteticas acompanhadas da eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees natildeo-tarifaacuterias ou
de medidas de efeito equivalente
b) o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC) capaz de incentivar a
competitividade externa dos Estados-parte
c) a harmonizaccedilatildeo de poliacuteticas macroeconocircmicas e setoriais sempre que pertinente
O Tratado eacute sempre que necessaacuterio complementado por alguns instrumentos
adicionais acordados pelos quatro Estados-parte devido ao avanccedilo da integraccedilatildeo A intenccedilatildeo do
Tratado era de estabelecer condiccedilotildees para que se alcanccedilasse ateacute o fim de 1994 uma uniatildeo
aduaneira entre os quatro integrantes para posteriormente chegar a um mercado comum O MRE
mostra que o Tratado de Assunccedilatildeo determina alguns aspectos como7 estabelecer um programa de
liberalizaccedilatildeo comercial que consista de reduccedilotildees tarifaacuterias progressivas lineares e automaacuteticas
acompanhadas da eliminaccedilatildeo das barreiras natildeo tarifaacuterias coordenar poliacuteticas macro-econocircmicas
estabelecer uma Tarifa Externa Comum (TEC) estabelecer listas de exceccedilotildees ao programa de
6 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
25
liberalizaccedilatildeo para produtos considerados sensiacuteveis constituir um regime geral de origem e de
um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias
O Tratado de Assunccedilatildeo estabelece que o Poder Executivo de cada Estado-parte
deve manter informado seu respectivo Poder Legislativo sobre a evoluccedilatildeo do objeto deste tratado
o MERCOSUL
122 Protocolo de Brasiacutelia
Para solucionar os conflitos na esfera do MERCOSUL a forma escolhida foi a
arbitragem Portanto para cumprir determinaccedilatildeo do Tratado de Assunccedilatildeo designou-se um grupo
de trabalho que elaboraria um Sistema de Soluccedilatildeo de Controveacutersias entre os Estados-parte
Assim em dezembro de 1991 foi assinado o Protocolo de Brasiacutelia para Soluccedilatildeo de Controveacutersias
que passou a ter vigecircncia a partir de 1993
Este Protocolo no sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias tem como caracteriacutestica
ordenar que a soluccedilatildeo de controveacutersias ocorreraacute no plano diplomaacutetico por meio de negociaccedilotildees
diretas mas que possuem intervenccedilatildeo de oacutergatildeos institucionais como o Grupo Mercado Comum -
GMC- e se as dificuldades natildeo forem superadas utilizaraacute o procedimento arbitral O Protocolo
prevecirc tambeacutem poreacutem de maneira bem restrita e com normas complexas que particulares
pessoas fiacutesicas e juriacutedicas tenham acesso ao sistema com direito a reclamaccedilotildees pois o Tratado de
Assunccedilatildeo previa somente a participaccedilatildeo dos Estados-parte
7 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
26
A uacuteltima fase do Protocolo a instauraccedilatildeo de um Tribunal Arbitral proferiraacute a
decisatildeo por meio de laudos inapelaacuteveis e obrigatoacuterios para os Estados-parte na controveacutersia Essa
obrigatoriedade se daraacute a partir do recebimento da notificaccedilatildeo sobre a decisatildeo e os laudos teratildeo
forccedila de coisa julgada devendo ser cumpridos no prazo fixado pelo Tribunal Arbitral
O Protocolo de Brasiacutelia funciona como provisoacuterio fornecendo mecanismos para
a soluccedilatildeo de controveacutersias ateacute que entre em vigor o Sistema Permanente de Soluccedilotildees de
Controveacutersias Este sistema aleacutem de previsto no Tratado de Assunccedilatildeo ganhou forccedila com o
Protocolo de Ouro Preto quando diz que antes de se firmar uma Tarifa Externa Comum os
Estados-parte deveratildeo fazer uma revisatildeo do sistema atual para soluccedilatildeo de controveacutersias com o
objetivo de adotar o sistema permanente
123 Protocolo de Ouro Preto
O Protocolo de Ouro Preto ndash POP assinado em 1994 define a estrutura
institucional definitiva do MERCOSUL e firma a ideacuteia de avanccedilar na constituiccedilatildeo de um
mercado comum Este protocolo pode se adaptar a possiacuteveis circunstacircncias que se apresentem
pois por meio de uma conferecircncia diplomaacutetica sua estrutura pode ser reavaliada
O POP tem como principal atribuiccedilatildeo conferir personalidade juriacutedica ao
MERCOSUL sempre que ele tenha que se relacionar como bloco econocircmico com grupos de
paiacuteses e oacutergatildeos internacionais multilateraisO POP trouxe algumas inovaccedilotildees para a estrutura
orgacircnica do MERCOSUL com relaccedilatildeo agrave criaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos Este bloco pode contar agora
com os seguintes oacutergatildeos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
27
- Conselho do Mercado Comum (CMC)
- Grupo Mercado Comum (GMC)
- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)
- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)
- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)
- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)
Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de
Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte
reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a
decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o
encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver
uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc
teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado
reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante
poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de
Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de
Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares
13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu
Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem
conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo
regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
28
aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica
proacutepria
No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos
fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes
promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em
1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash
Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de
Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as
barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas
O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE
satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de
Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc
Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas
Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a
primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE
que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais
e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos
tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
29
parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila
comum (PESC)
O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs
pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica
externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria
Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais
elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo
Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma
deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para
um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de
acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE
14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia
Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros
fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e
Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda
aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez
com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-
se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios
tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a
ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
30
A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus
integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O
alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como
dos novos paiacuteses integrantes do bloco
ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)
Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455
milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou
preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados
pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo
15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia
As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as
importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL
8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
31
aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial
global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O
Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo
Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a
Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda
mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a
conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o
protecionismo adotado pela Europa
16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia
Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade
Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo
Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos
A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo
interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de
integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional
O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as
condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e
econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando
9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
32
a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)
Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas
regiotildees como conceitos baacutesicos
Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de
atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e
das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre
Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros
A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo
natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos
regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As
propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL
foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a
posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
33
2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE
Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e
Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute
de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e
Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de
envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da
Uniatildeo Europeacuteia
Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das
relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se
referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral
22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL
Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia
econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da
economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do
comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o
comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano
10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
34
Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das
exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo
Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do
Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira
Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros
paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido
com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a
Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees
Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve
um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$
45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila
comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do
MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno
crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL
passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees
Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees
brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina
23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina
Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai
para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
35
nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo
principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro
mercado comum
No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a
Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo
industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha
caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata
previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos
setoriais foram assinados bilateralmente
24 Produtos ou setores em potencial
A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila
de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees
europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-
tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral
permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a
UE
O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre
paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco
elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado
principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A
composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
36
importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do
MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e
ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu
25 Principais parceiros europeus
As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande
assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o
primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos
externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus
Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica
Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a
complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais
intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-
americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de
diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio
bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais
com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande
influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a
Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada
na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento
comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
37
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ
RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE
31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia
O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco
pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do
MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa
Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros
comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos
comerciais na Europa
Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do
Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto
que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com
relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve
queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve
uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos
anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e
menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil
passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda
de 10 nesse investimento
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
38
No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do
MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os
europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior
mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das
exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial
importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute
a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total
A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de
intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores
agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees
europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo
dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida
Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma
importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios
desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos
manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser
importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas
Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com
tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas
11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
39
Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta
de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as
maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados
representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros
quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo
eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos
Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II
32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil
Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco
econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a
assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos
tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL
Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de
facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo
acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram
negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL
com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados
europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia
A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais
nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que
temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
40
relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no
fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as
medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus
No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator
agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de
2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral
com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
41
CONCLUSAtildeO
As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito
tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se
aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial
implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente
conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados
Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos
data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina
individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se
com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as
partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados
A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos
causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e
Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um
desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo
com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e
falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a
formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse
fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados
que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
42
interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus
interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar
obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos
econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada
bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles
como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das
negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave
liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees
Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar
um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o
Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e
essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles
Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo
inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se
tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs
dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses
integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e
reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento
Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da
agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
43
Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor
agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta
de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses
desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil
esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor
Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do
Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC
depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia
Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a
pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade
eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os
subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre
MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas
do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
44
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005
bull AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972
bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004
bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004
bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003
bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004
bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998
bull GLOBAL 21 Disponiacutevel em lthttpwwwglobal21combrgt Acessado em 20 de novembro de 2005
bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001
bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
45
bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005
bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005
bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999
bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005
bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003
bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
46
ANEXO I
Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo
(valores totais em US$ e porcentuais)
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45
Exportaccedilotildees do Brasil
2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46
2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38
Importaccedilotildees do Brasil
2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44
Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28
2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23
Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31
Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees
2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
47
ANEXO II
Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL
Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp
Peso do MERCOSUL
nas Importaccedilotildees
extra UE 19982000
Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL
19982000
I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361
II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399
III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112
IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423
Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386
V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207
VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130
VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92
VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341
IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374
X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259
XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152
XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139
XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120
XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140
XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176
XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157
XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151
XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206
XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67
XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301
Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183
Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE
Totais por fator agregado
US$ F0B
Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s
A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935
2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111
Fonte
Anos de 19801992 = Banco do Brasil
Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
49
ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro
Uniatildeo Europeacuteia - UE
US$ F0B
E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s
A n o
US$ FOB (A)
Var
Part ()
US$ FOB (B)
Var ()
Part ()
Saldo (A-B)
Corrente Comeacutercio (A+B)
Cobertura (AB)
1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133
Obs () ()
VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil
IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
24
e fatores produtivos entre os Estados-parte eliminando as tarifas preacute-estabelecidas e as restriccedilotildees
natildeo tarifaacuterias No tratado estatildeo estabelecidos os elementos para a criaccedilatildeo de uma uniatildeo aduaneira
e por consequumlecircncia de uma poliacutetica comercial comum
De acordo com o Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores (MRE) o Tratado de
Assunccedilatildeo estabeleceu a utilizaccedilatildeo dos seguintes instrumentos para a constituiccedilatildeo do
MERCOSUL6
a) o cumprimento de um programa de liberalizaccedilatildeo comercial com reduccedilotildees tarifaacuterias
progressivas lineares e automaacuteticas acompanhadas da eliminaccedilatildeo de restriccedilotildees natildeo-tarifaacuterias ou
de medidas de efeito equivalente
b) o estabelecimento de uma Tarifa Externa Comum (TEC) capaz de incentivar a
competitividade externa dos Estados-parte
c) a harmonizaccedilatildeo de poliacuteticas macroeconocircmicas e setoriais sempre que pertinente
O Tratado eacute sempre que necessaacuterio complementado por alguns instrumentos
adicionais acordados pelos quatro Estados-parte devido ao avanccedilo da integraccedilatildeo A intenccedilatildeo do
Tratado era de estabelecer condiccedilotildees para que se alcanccedilasse ateacute o fim de 1994 uma uniatildeo
aduaneira entre os quatro integrantes para posteriormente chegar a um mercado comum O MRE
mostra que o Tratado de Assunccedilatildeo determina alguns aspectos como7 estabelecer um programa de
liberalizaccedilatildeo comercial que consista de reduccedilotildees tarifaacuterias progressivas lineares e automaacuteticas
acompanhadas da eliminaccedilatildeo das barreiras natildeo tarifaacuterias coordenar poliacuteticas macro-econocircmicas
estabelecer uma Tarifa Externa Comum (TEC) estabelecer listas de exceccedilotildees ao programa de
6 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
25
liberalizaccedilatildeo para produtos considerados sensiacuteveis constituir um regime geral de origem e de
um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias
O Tratado de Assunccedilatildeo estabelece que o Poder Executivo de cada Estado-parte
deve manter informado seu respectivo Poder Legislativo sobre a evoluccedilatildeo do objeto deste tratado
o MERCOSUL
122 Protocolo de Brasiacutelia
Para solucionar os conflitos na esfera do MERCOSUL a forma escolhida foi a
arbitragem Portanto para cumprir determinaccedilatildeo do Tratado de Assunccedilatildeo designou-se um grupo
de trabalho que elaboraria um Sistema de Soluccedilatildeo de Controveacutersias entre os Estados-parte
Assim em dezembro de 1991 foi assinado o Protocolo de Brasiacutelia para Soluccedilatildeo de Controveacutersias
que passou a ter vigecircncia a partir de 1993
Este Protocolo no sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias tem como caracteriacutestica
ordenar que a soluccedilatildeo de controveacutersias ocorreraacute no plano diplomaacutetico por meio de negociaccedilotildees
diretas mas que possuem intervenccedilatildeo de oacutergatildeos institucionais como o Grupo Mercado Comum -
GMC- e se as dificuldades natildeo forem superadas utilizaraacute o procedimento arbitral O Protocolo
prevecirc tambeacutem poreacutem de maneira bem restrita e com normas complexas que particulares
pessoas fiacutesicas e juriacutedicas tenham acesso ao sistema com direito a reclamaccedilotildees pois o Tratado de
Assunccedilatildeo previa somente a participaccedilatildeo dos Estados-parte
7 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
26
A uacuteltima fase do Protocolo a instauraccedilatildeo de um Tribunal Arbitral proferiraacute a
decisatildeo por meio de laudos inapelaacuteveis e obrigatoacuterios para os Estados-parte na controveacutersia Essa
obrigatoriedade se daraacute a partir do recebimento da notificaccedilatildeo sobre a decisatildeo e os laudos teratildeo
forccedila de coisa julgada devendo ser cumpridos no prazo fixado pelo Tribunal Arbitral
O Protocolo de Brasiacutelia funciona como provisoacuterio fornecendo mecanismos para
a soluccedilatildeo de controveacutersias ateacute que entre em vigor o Sistema Permanente de Soluccedilotildees de
Controveacutersias Este sistema aleacutem de previsto no Tratado de Assunccedilatildeo ganhou forccedila com o
Protocolo de Ouro Preto quando diz que antes de se firmar uma Tarifa Externa Comum os
Estados-parte deveratildeo fazer uma revisatildeo do sistema atual para soluccedilatildeo de controveacutersias com o
objetivo de adotar o sistema permanente
123 Protocolo de Ouro Preto
O Protocolo de Ouro Preto ndash POP assinado em 1994 define a estrutura
institucional definitiva do MERCOSUL e firma a ideacuteia de avanccedilar na constituiccedilatildeo de um
mercado comum Este protocolo pode se adaptar a possiacuteveis circunstacircncias que se apresentem
pois por meio de uma conferecircncia diplomaacutetica sua estrutura pode ser reavaliada
O POP tem como principal atribuiccedilatildeo conferir personalidade juriacutedica ao
MERCOSUL sempre que ele tenha que se relacionar como bloco econocircmico com grupos de
paiacuteses e oacutergatildeos internacionais multilateraisO POP trouxe algumas inovaccedilotildees para a estrutura
orgacircnica do MERCOSUL com relaccedilatildeo agrave criaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos Este bloco pode contar agora
com os seguintes oacutergatildeos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
27
- Conselho do Mercado Comum (CMC)
- Grupo Mercado Comum (GMC)
- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)
- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)
- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)
- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)
Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de
Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte
reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a
decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o
encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver
uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc
teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado
reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante
poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de
Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de
Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares
13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu
Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem
conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo
regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
28
aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica
proacutepria
No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos
fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes
promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em
1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash
Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de
Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as
barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas
O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE
satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de
Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc
Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas
Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a
primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE
que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais
e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos
tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
29
parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila
comum (PESC)
O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs
pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica
externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria
Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais
elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo
Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma
deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para
um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de
acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE
14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia
Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros
fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e
Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda
aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez
com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-
se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios
tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a
ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
30
A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus
integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O
alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como
dos novos paiacuteses integrantes do bloco
ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)
Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455
milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou
preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados
pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo
15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia
As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as
importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL
8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
31
aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial
global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O
Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo
Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a
Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda
mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a
conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o
protecionismo adotado pela Europa
16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia
Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade
Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo
Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos
A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo
interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de
integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional
O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as
condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e
econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando
9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
32
a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)
Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas
regiotildees como conceitos baacutesicos
Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de
atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e
das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre
Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros
A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo
natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos
regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As
propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL
foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a
posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
33
2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE
Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e
Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute
de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e
Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de
envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da
Uniatildeo Europeacuteia
Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das
relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se
referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral
22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL
Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia
econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da
economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do
comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o
comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano
10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
34
Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das
exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo
Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do
Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira
Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros
paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido
com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a
Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees
Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve
um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$
45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila
comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do
MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno
crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL
passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees
Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees
brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina
23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina
Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai
para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
35
nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo
principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro
mercado comum
No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a
Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo
industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha
caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata
previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos
setoriais foram assinados bilateralmente
24 Produtos ou setores em potencial
A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila
de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees
europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-
tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral
permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a
UE
O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre
paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco
elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado
principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A
composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
36
importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do
MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e
ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu
25 Principais parceiros europeus
As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande
assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o
primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos
externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus
Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica
Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a
complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais
intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-
americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de
diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio
bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais
com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande
influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a
Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada
na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento
comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
37
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ
RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE
31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia
O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco
pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do
MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa
Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros
comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos
comerciais na Europa
Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do
Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto
que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com
relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve
queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve
uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos
anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e
menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil
passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda
de 10 nesse investimento
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
38
No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do
MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os
europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior
mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das
exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial
importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute
a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total
A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de
intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores
agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees
europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo
dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida
Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma
importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios
desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos
manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser
importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas
Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com
tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas
11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
39
Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta
de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as
maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados
representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros
quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo
eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos
Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II
32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil
Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco
econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a
assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos
tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL
Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de
facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo
acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram
negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL
com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados
europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia
A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais
nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que
temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
40
relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no
fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as
medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus
No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator
agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de
2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral
com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
41
CONCLUSAtildeO
As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito
tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se
aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial
implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente
conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados
Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos
data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina
individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se
com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as
partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados
A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos
causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e
Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um
desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo
com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e
falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a
formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse
fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados
que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
42
interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus
interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar
obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos
econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada
bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles
como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das
negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave
liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees
Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar
um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o
Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e
essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles
Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo
inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se
tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs
dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses
integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e
reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento
Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da
agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
43
Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor
agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta
de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses
desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil
esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor
Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do
Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC
depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia
Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a
pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade
eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os
subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre
MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas
do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
44
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005
bull AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972
bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004
bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004
bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003
bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004
bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998
bull GLOBAL 21 Disponiacutevel em lthttpwwwglobal21combrgt Acessado em 20 de novembro de 2005
bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001
bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
45
bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005
bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005
bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999
bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005
bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003
bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
46
ANEXO I
Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo
(valores totais em US$ e porcentuais)
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45
Exportaccedilotildees do Brasil
2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46
2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38
Importaccedilotildees do Brasil
2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44
Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28
2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23
Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31
Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees
2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
47
ANEXO II
Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL
Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp
Peso do MERCOSUL
nas Importaccedilotildees
extra UE 19982000
Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL
19982000
I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361
II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399
III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112
IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423
Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386
V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207
VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130
VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92
VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341
IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374
X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259
XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152
XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139
XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120
XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140
XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176
XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157
XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151
XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206
XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67
XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301
Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183
Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE
Totais por fator agregado
US$ F0B
Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s
A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935
2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111
Fonte
Anos de 19801992 = Banco do Brasil
Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
49
ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro
Uniatildeo Europeacuteia - UE
US$ F0B
E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s
A n o
US$ FOB (A)
Var
Part ()
US$ FOB (B)
Var ()
Part ()
Saldo (A-B)
Corrente Comeacutercio (A+B)
Cobertura (AB)
1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133
Obs () ()
VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil
IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
25
liberalizaccedilatildeo para produtos considerados sensiacuteveis constituir um regime geral de origem e de
um sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias
O Tratado de Assunccedilatildeo estabelece que o Poder Executivo de cada Estado-parte
deve manter informado seu respectivo Poder Legislativo sobre a evoluccedilatildeo do objeto deste tratado
o MERCOSUL
122 Protocolo de Brasiacutelia
Para solucionar os conflitos na esfera do MERCOSUL a forma escolhida foi a
arbitragem Portanto para cumprir determinaccedilatildeo do Tratado de Assunccedilatildeo designou-se um grupo
de trabalho que elaboraria um Sistema de Soluccedilatildeo de Controveacutersias entre os Estados-parte
Assim em dezembro de 1991 foi assinado o Protocolo de Brasiacutelia para Soluccedilatildeo de Controveacutersias
que passou a ter vigecircncia a partir de 1993
Este Protocolo no sistema de soluccedilatildeo de controveacutersias tem como caracteriacutestica
ordenar que a soluccedilatildeo de controveacutersias ocorreraacute no plano diplomaacutetico por meio de negociaccedilotildees
diretas mas que possuem intervenccedilatildeo de oacutergatildeos institucionais como o Grupo Mercado Comum -
GMC- e se as dificuldades natildeo forem superadas utilizaraacute o procedimento arbitral O Protocolo
prevecirc tambeacutem poreacutem de maneira bem restrita e com normas complexas que particulares
pessoas fiacutesicas e juriacutedicas tenham acesso ao sistema com direito a reclamaccedilotildees pois o Tratado de
Assunccedilatildeo previa somente a participaccedilatildeo dos Estados-parte
7 Fonte Ministeacuterio das Relaccedilotildees Exteriores lthttpwwwmregovbrgt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
26
A uacuteltima fase do Protocolo a instauraccedilatildeo de um Tribunal Arbitral proferiraacute a
decisatildeo por meio de laudos inapelaacuteveis e obrigatoacuterios para os Estados-parte na controveacutersia Essa
obrigatoriedade se daraacute a partir do recebimento da notificaccedilatildeo sobre a decisatildeo e os laudos teratildeo
forccedila de coisa julgada devendo ser cumpridos no prazo fixado pelo Tribunal Arbitral
O Protocolo de Brasiacutelia funciona como provisoacuterio fornecendo mecanismos para
a soluccedilatildeo de controveacutersias ateacute que entre em vigor o Sistema Permanente de Soluccedilotildees de
Controveacutersias Este sistema aleacutem de previsto no Tratado de Assunccedilatildeo ganhou forccedila com o
Protocolo de Ouro Preto quando diz que antes de se firmar uma Tarifa Externa Comum os
Estados-parte deveratildeo fazer uma revisatildeo do sistema atual para soluccedilatildeo de controveacutersias com o
objetivo de adotar o sistema permanente
123 Protocolo de Ouro Preto
O Protocolo de Ouro Preto ndash POP assinado em 1994 define a estrutura
institucional definitiva do MERCOSUL e firma a ideacuteia de avanccedilar na constituiccedilatildeo de um
mercado comum Este protocolo pode se adaptar a possiacuteveis circunstacircncias que se apresentem
pois por meio de uma conferecircncia diplomaacutetica sua estrutura pode ser reavaliada
O POP tem como principal atribuiccedilatildeo conferir personalidade juriacutedica ao
MERCOSUL sempre que ele tenha que se relacionar como bloco econocircmico com grupos de
paiacuteses e oacutergatildeos internacionais multilateraisO POP trouxe algumas inovaccedilotildees para a estrutura
orgacircnica do MERCOSUL com relaccedilatildeo agrave criaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos Este bloco pode contar agora
com os seguintes oacutergatildeos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
27
- Conselho do Mercado Comum (CMC)
- Grupo Mercado Comum (GMC)
- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)
- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)
- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)
- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)
Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de
Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte
reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a
decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o
encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver
uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc
teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado
reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante
poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de
Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de
Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares
13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu
Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem
conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo
regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
28
aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica
proacutepria
No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos
fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes
promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em
1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash
Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de
Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as
barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas
O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE
satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de
Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc
Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas
Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a
primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE
que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais
e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos
tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
29
parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila
comum (PESC)
O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs
pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica
externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria
Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais
elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo
Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma
deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para
um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de
acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE
14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia
Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros
fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e
Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda
aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez
com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-
se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios
tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a
ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
30
A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus
integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O
alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como
dos novos paiacuteses integrantes do bloco
ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)
Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455
milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou
preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados
pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo
15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia
As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as
importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL
8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
31
aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial
global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O
Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo
Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a
Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda
mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a
conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o
protecionismo adotado pela Europa
16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia
Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade
Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo
Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos
A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo
interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de
integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional
O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as
condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e
econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando
9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
32
a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)
Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas
regiotildees como conceitos baacutesicos
Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de
atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e
das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre
Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros
A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo
natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos
regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As
propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL
foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a
posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
33
2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE
Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e
Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute
de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e
Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de
envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da
Uniatildeo Europeacuteia
Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das
relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se
referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral
22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL
Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia
econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da
economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do
comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o
comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano
10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
34
Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das
exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo
Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do
Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira
Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros
paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido
com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a
Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees
Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve
um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$
45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila
comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do
MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno
crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL
passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees
Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees
brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina
23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina
Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai
para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
35
nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo
principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro
mercado comum
No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a
Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo
industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha
caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata
previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos
setoriais foram assinados bilateralmente
24 Produtos ou setores em potencial
A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila
de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees
europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-
tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral
permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a
UE
O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre
paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco
elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado
principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A
composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
36
importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do
MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e
ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu
25 Principais parceiros europeus
As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande
assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o
primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos
externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus
Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica
Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a
complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais
intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-
americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de
diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio
bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais
com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande
influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a
Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada
na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento
comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
37
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ
RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE
31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia
O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco
pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do
MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa
Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros
comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos
comerciais na Europa
Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do
Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto
que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com
relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve
queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve
uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos
anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e
menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil
passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda
de 10 nesse investimento
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
38
No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do
MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os
europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior
mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das
exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial
importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute
a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total
A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de
intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores
agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees
europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo
dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida
Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma
importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios
desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos
manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser
importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas
Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com
tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas
11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
39
Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta
de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as
maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados
representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros
quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo
eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos
Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II
32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil
Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco
econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a
assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos
tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL
Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de
facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo
acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram
negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL
com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados
europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia
A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais
nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que
temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
40
relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no
fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as
medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus
No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator
agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de
2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral
com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
41
CONCLUSAtildeO
As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito
tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se
aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial
implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente
conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados
Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos
data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina
individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se
com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as
partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados
A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos
causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e
Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um
desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo
com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e
falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a
formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse
fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados
que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
42
interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus
interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar
obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos
econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada
bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles
como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das
negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave
liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees
Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar
um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o
Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e
essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles
Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo
inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se
tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs
dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses
integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e
reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento
Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da
agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
43
Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor
agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta
de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses
desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil
esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor
Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do
Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC
depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia
Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a
pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade
eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os
subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre
MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas
do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
44
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005
bull AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972
bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004
bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004
bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003
bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004
bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998
bull GLOBAL 21 Disponiacutevel em lthttpwwwglobal21combrgt Acessado em 20 de novembro de 2005
bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001
bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
45
bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005
bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005
bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999
bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005
bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003
bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
46
ANEXO I
Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo
(valores totais em US$ e porcentuais)
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45
Exportaccedilotildees do Brasil
2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46
2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38
Importaccedilotildees do Brasil
2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44
Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28
2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23
Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31
Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees
2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
47
ANEXO II
Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL
Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp
Peso do MERCOSUL
nas Importaccedilotildees
extra UE 19982000
Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL
19982000
I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361
II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399
III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112
IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423
Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386
V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207
VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130
VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92
VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341
IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374
X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259
XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152
XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139
XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120
XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140
XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176
XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157
XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151
XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206
XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67
XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301
Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183
Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE
Totais por fator agregado
US$ F0B
Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s
A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935
2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111
Fonte
Anos de 19801992 = Banco do Brasil
Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
49
ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro
Uniatildeo Europeacuteia - UE
US$ F0B
E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s
A n o
US$ FOB (A)
Var
Part ()
US$ FOB (B)
Var ()
Part ()
Saldo (A-B)
Corrente Comeacutercio (A+B)
Cobertura (AB)
1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133
Obs () ()
VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil
IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
26
A uacuteltima fase do Protocolo a instauraccedilatildeo de um Tribunal Arbitral proferiraacute a
decisatildeo por meio de laudos inapelaacuteveis e obrigatoacuterios para os Estados-parte na controveacutersia Essa
obrigatoriedade se daraacute a partir do recebimento da notificaccedilatildeo sobre a decisatildeo e os laudos teratildeo
forccedila de coisa julgada devendo ser cumpridos no prazo fixado pelo Tribunal Arbitral
O Protocolo de Brasiacutelia funciona como provisoacuterio fornecendo mecanismos para
a soluccedilatildeo de controveacutersias ateacute que entre em vigor o Sistema Permanente de Soluccedilotildees de
Controveacutersias Este sistema aleacutem de previsto no Tratado de Assunccedilatildeo ganhou forccedila com o
Protocolo de Ouro Preto quando diz que antes de se firmar uma Tarifa Externa Comum os
Estados-parte deveratildeo fazer uma revisatildeo do sistema atual para soluccedilatildeo de controveacutersias com o
objetivo de adotar o sistema permanente
123 Protocolo de Ouro Preto
O Protocolo de Ouro Preto ndash POP assinado em 1994 define a estrutura
institucional definitiva do MERCOSUL e firma a ideacuteia de avanccedilar na constituiccedilatildeo de um
mercado comum Este protocolo pode se adaptar a possiacuteveis circunstacircncias que se apresentem
pois por meio de uma conferecircncia diplomaacutetica sua estrutura pode ser reavaliada
O POP tem como principal atribuiccedilatildeo conferir personalidade juriacutedica ao
MERCOSUL sempre que ele tenha que se relacionar como bloco econocircmico com grupos de
paiacuteses e oacutergatildeos internacionais multilateraisO POP trouxe algumas inovaccedilotildees para a estrutura
orgacircnica do MERCOSUL com relaccedilatildeo agrave criaccedilatildeo de alguns oacutergatildeos Este bloco pode contar agora
com os seguintes oacutergatildeos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
27
- Conselho do Mercado Comum (CMC)
- Grupo Mercado Comum (GMC)
- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)
- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)
- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)
- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)
Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de
Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte
reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a
decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o
encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver
uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc
teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado
reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante
poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de
Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de
Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares
13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu
Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem
conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo
regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
28
aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica
proacutepria
No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos
fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes
promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em
1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash
Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de
Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as
barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas
O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE
satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de
Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc
Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas
Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a
primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE
que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais
e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos
tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
29
parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila
comum (PESC)
O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs
pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica
externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria
Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais
elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo
Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma
deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para
um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de
acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE
14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia
Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros
fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e
Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda
aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez
com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-
se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios
tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a
ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
30
A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus
integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O
alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como
dos novos paiacuteses integrantes do bloco
ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)
Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455
milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou
preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados
pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo
15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia
As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as
importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL
8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
31
aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial
global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O
Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo
Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a
Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda
mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a
conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o
protecionismo adotado pela Europa
16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia
Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade
Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo
Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos
A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo
interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de
integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional
O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as
condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e
econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando
9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
32
a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)
Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas
regiotildees como conceitos baacutesicos
Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de
atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e
das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre
Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros
A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo
natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos
regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As
propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL
foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a
posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
33
2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE
Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e
Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute
de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e
Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de
envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da
Uniatildeo Europeacuteia
Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das
relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se
referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral
22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL
Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia
econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da
economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do
comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o
comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano
10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
34
Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das
exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo
Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do
Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira
Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros
paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido
com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a
Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees
Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve
um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$
45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila
comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do
MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno
crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL
passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees
Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees
brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina
23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina
Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai
para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
35
nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo
principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro
mercado comum
No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a
Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo
industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha
caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata
previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos
setoriais foram assinados bilateralmente
24 Produtos ou setores em potencial
A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila
de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees
europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-
tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral
permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a
UE
O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre
paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco
elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado
principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A
composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
36
importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do
MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e
ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu
25 Principais parceiros europeus
As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande
assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o
primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos
externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus
Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica
Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a
complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais
intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-
americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de
diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio
bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais
com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande
influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a
Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada
na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento
comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
37
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ
RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE
31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia
O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco
pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do
MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa
Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros
comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos
comerciais na Europa
Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do
Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto
que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com
relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve
queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve
uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos
anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e
menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil
passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda
de 10 nesse investimento
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
38
No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do
MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os
europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior
mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das
exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial
importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute
a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total
A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de
intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores
agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees
europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo
dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida
Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma
importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios
desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos
manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser
importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas
Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com
tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas
11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
39
Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta
de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as
maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados
representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros
quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo
eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos
Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II
32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil
Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco
econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a
assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos
tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL
Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de
facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo
acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram
negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL
com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados
europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia
A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais
nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que
temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
40
relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no
fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as
medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus
No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator
agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de
2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral
com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
41
CONCLUSAtildeO
As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito
tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se
aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial
implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente
conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados
Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos
data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina
individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se
com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as
partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados
A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos
causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e
Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um
desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo
com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e
falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a
formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse
fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados
que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
42
interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus
interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar
obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos
econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada
bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles
como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das
negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave
liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees
Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar
um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o
Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e
essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles
Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo
inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se
tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs
dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses
integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e
reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento
Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da
agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
43
Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor
agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta
de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses
desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil
esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor
Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do
Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC
depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia
Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a
pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade
eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os
subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre
MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas
do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
44
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005
bull AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972
bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004
bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004
bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003
bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004
bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998
bull GLOBAL 21 Disponiacutevel em lthttpwwwglobal21combrgt Acessado em 20 de novembro de 2005
bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001
bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
45
bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005
bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005
bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999
bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005
bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003
bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
46
ANEXO I
Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo
(valores totais em US$ e porcentuais)
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45
Exportaccedilotildees do Brasil
2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46
2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38
Importaccedilotildees do Brasil
2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44
Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28
2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23
Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31
Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees
2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
47
ANEXO II
Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL
Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp
Peso do MERCOSUL
nas Importaccedilotildees
extra UE 19982000
Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL
19982000
I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361
II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399
III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112
IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423
Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386
V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207
VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130
VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92
VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341
IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374
X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259
XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152
XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139
XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120
XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140
XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176
XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157
XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151
XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206
XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67
XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301
Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183
Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE
Totais por fator agregado
US$ F0B
Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s
A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935
2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111
Fonte
Anos de 19801992 = Banco do Brasil
Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
49
ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro
Uniatildeo Europeacuteia - UE
US$ F0B
E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s
A n o
US$ FOB (A)
Var
Part ()
US$ FOB (B)
Var ()
Part ()
Saldo (A-B)
Corrente Comeacutercio (A+B)
Cobertura (AB)
1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133
Obs () ()
VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil
IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
27
- Conselho do Mercado Comum (CMC)
- Grupo Mercado Comum (GMC)
- Comissatildeo de Comeacutercio do MERCOSUL (CCM)
- Comissatildeo Parlamentar Conjunta do MERCOSUL (CPCM)
- Foro Consultivo Econocircmico e Social (FCES)
- Secretaria Administrativa do MERCOSUL (SAM)
Este protocolo criou um procedimento geral para reclamaccedilotildees agrave Comissatildeo de
Comeacutercio do MERCOSUL eacute o seu mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias O Estado parte
reclamante poderaacute apresentar sua queixa agrave Comissatildeo do MERCOSUL e caso natildeo seja aceita a
decisatildeo proferida um comitecirc teacutecnico elaboraraacute um parecer sobre o objeto da controveacutersia e o
encaminharaacute agrave Comissatildeo de Comeacutercio pra decidir sobre o problema Ainda assim se natildeo obtiver
uma soluccedilatildeo a Comissatildeo deveraacute encaminhar as propostas o parecer e as conclusotildees do Comitecirc
teacutecnico ao Grupo Mercado Comum Havendo consenso em relaccedilatildeo agrave decisatildeo tomada o Estado
reclamado deveraacute atender as medidas estabelecidas Caso isso natildeo ocorra o Estado reclamante
poderaacute ainda utilizar o mecanismo de soluccedilatildeo de controveacutersias que consta no Protocolo de
Brasiacutelia Poreacutem essa particularidade do POP natildeo impede a utilizaccedilatildeo direta do Protocolo de
Brasiacutelia Assim como neste o POP pode ser utilizado pelos Estados e tambeacutem por particulares
13 Uniatildeo Europeacuteia A Formaccedilatildeo do Mercado Comum Europeu
Em vigor desde 1993 e planejada pelo Tratado de Maastricht que eacute tambeacutem
conhecido como Tratado da Uniatildeo Europeacuteia (TUE) a Uniatildeo Europeacuteia eacute o processo de integraccedilatildeo
regional mais aprofundado e o mais bem sucedido atualmente eacute um exemplo a ser seguido pelos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
28
aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica
proacutepria
No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos
fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes
promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em
1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash
Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de
Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as
barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas
O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE
satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de
Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc
Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas
Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a
primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE
que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais
e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos
tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
29
parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila
comum (PESC)
O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs
pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica
externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria
Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais
elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo
Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma
deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para
um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de
acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE
14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia
Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros
fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e
Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda
aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez
com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-
se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios
tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a
ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
30
A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus
integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O
alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como
dos novos paiacuteses integrantes do bloco
ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)
Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455
milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou
preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados
pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo
15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia
As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as
importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL
8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
31
aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial
global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O
Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo
Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a
Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda
mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a
conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o
protecionismo adotado pela Europa
16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia
Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade
Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo
Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos
A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo
interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de
integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional
O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as
condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e
econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando
9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
32
a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)
Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas
regiotildees como conceitos baacutesicos
Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de
atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e
das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre
Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros
A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo
natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos
regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As
propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL
foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a
posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
33
2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE
Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e
Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute
de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e
Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de
envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da
Uniatildeo Europeacuteia
Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das
relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se
referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral
22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL
Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia
econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da
economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do
comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o
comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano
10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
34
Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das
exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo
Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do
Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira
Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros
paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido
com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a
Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees
Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve
um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$
45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila
comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do
MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno
crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL
passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees
Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees
brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina
23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina
Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai
para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
35
nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo
principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro
mercado comum
No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a
Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo
industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha
caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata
previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos
setoriais foram assinados bilateralmente
24 Produtos ou setores em potencial
A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila
de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees
europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-
tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral
permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a
UE
O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre
paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco
elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado
principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A
composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
36
importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do
MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e
ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu
25 Principais parceiros europeus
As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande
assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o
primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos
externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus
Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica
Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a
complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais
intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-
americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de
diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio
bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais
com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande
influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a
Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada
na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento
comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
37
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ
RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE
31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia
O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco
pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do
MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa
Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros
comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos
comerciais na Europa
Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do
Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto
que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com
relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve
queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve
uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos
anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e
menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil
passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda
de 10 nesse investimento
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
38
No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do
MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os
europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior
mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das
exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial
importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute
a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total
A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de
intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores
agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees
europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo
dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida
Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma
importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios
desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos
manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser
importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas
Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com
tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas
11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
39
Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta
de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as
maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados
representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros
quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo
eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos
Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II
32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil
Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco
econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a
assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos
tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL
Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de
facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo
acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram
negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL
com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados
europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia
A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais
nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que
temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
40
relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no
fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as
medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus
No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator
agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de
2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral
com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
41
CONCLUSAtildeO
As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito
tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se
aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial
implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente
conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados
Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos
data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina
individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se
com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as
partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados
A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos
causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e
Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um
desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo
com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e
falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a
formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse
fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados
que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
42
interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus
interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar
obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos
econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada
bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles
como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das
negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave
liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees
Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar
um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o
Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e
essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles
Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo
inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se
tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs
dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses
integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e
reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento
Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da
agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
43
Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor
agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta
de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses
desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil
esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor
Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do
Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC
depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia
Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a
pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade
eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os
subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre
MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas
do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
44
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005
bull AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972
bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004
bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004
bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003
bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004
bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998
bull GLOBAL 21 Disponiacutevel em lthttpwwwglobal21combrgt Acessado em 20 de novembro de 2005
bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001
bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
45
bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005
bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005
bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999
bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005
bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003
bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
46
ANEXO I
Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo
(valores totais em US$ e porcentuais)
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45
Exportaccedilotildees do Brasil
2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46
2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38
Importaccedilotildees do Brasil
2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44
Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28
2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23
Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31
Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees
2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
47
ANEXO II
Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL
Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp
Peso do MERCOSUL
nas Importaccedilotildees
extra UE 19982000
Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL
19982000
I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361
II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399
III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112
IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423
Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386
V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207
VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130
VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92
VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341
IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374
X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259
XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152
XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139
XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120
XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140
XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176
XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157
XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151
XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206
XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67
XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301
Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183
Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE
Totais por fator agregado
US$ F0B
Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s
A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935
2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111
Fonte
Anos de 19801992 = Banco do Brasil
Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
49
ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro
Uniatildeo Europeacuteia - UE
US$ F0B
E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s
A n o
US$ FOB (A)
Var
Part ()
US$ FOB (B)
Var ()
Part ()
Saldo (A-B)
Corrente Comeacutercio (A+B)
Cobertura (AB)
1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133
Obs () ()
VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil
IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
28
aspirantes a uma total integraccedilatildeo regional Poreacutem ainda natildeo possui personalidade juriacutedica
proacutepria
No fim da Segunda Guerra Mundial teve iniacutecio a construccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia poreacutem soacute aconteceu sua verdadeira origem em 1952 depois da criaccedilatildeo da Comunidade
Europeacuteia do Carvatildeo e do Accedilo ndash CECA criada pelo Tratado de Paris de 1951 O objetivo dos
fundadores era proporcionar uma maior aproximaccedilatildeo comercial dos Estados Integrantes
promovendo a uniatildeo das produccedilotildees de carvatildeo e de accedilo de seus paiacuteses membros Mais tarde em
1957 os integrantes da CECA decidiram criar a Comunidade Europeacuteia de Energia Atocircmica ndash
Euratom e a Comunidade Econocircmica Europeacuteia ndash CEE ambas instituiacutedas pelos Tratados de
Roma O Mercado Comum Europeu criado pelo Tratado de Roma tinha como meta eliminar as
barreiras entre as economias nacionais representadas pelas fronteiras poliacuteticas
O Tratado de Maastricht prevecirc algumas instituiccedilotildees que compreendem a UE
satildeo elas o Parlamento Europeu o Conselho a Comissatildeo o Tribunal de Justiccedila e o Tribunal de
Contas A Comissatildeo e o Conselho seratildeo assessorados pelo Comitecirc das Regiotildees e por um Comitecirc
Econocircmico e Social sem atribuiccedilotildees deliberativas sendo estas apenas consultivas
Entrando em vigor em 1987 o Ato Uacutenico Europeu foi o meio pelo qual se deu a
primeira revisatildeo de fundo do Tratado de Roma Com ele enfatizou-se o objetivo inicial da CEE
que era a formaccedilatildeo de um mercado comum buscando a livre circulaccedilatildeo de pessoas bens capitais
e serviccedilos Constituiacutedo de duas partes este Ato possui uma primeira parte que eacute modificativa dos
tratados comunitaacuterios visando agrave conclusatildeo do mercado comum ateacute janeiro de 1993 e a segunda
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
29
parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila
comum (PESC)
O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs
pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica
externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria
Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais
elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo
Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma
deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para
um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de
acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE
14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia
Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros
fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e
Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda
aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez
com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-
se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios
tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a
ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
30
A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus
integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O
alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como
dos novos paiacuteses integrantes do bloco
ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)
Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455
milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou
preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados
pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo
15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia
As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as
importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL
8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
31
aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial
global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O
Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo
Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a
Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda
mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a
conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o
protecionismo adotado pela Europa
16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia
Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade
Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo
Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos
A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo
interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de
integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional
O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as
condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e
econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando
9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
32
a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)
Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas
regiotildees como conceitos baacutesicos
Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de
atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e
das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre
Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros
A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo
natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos
regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As
propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL
foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a
posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
33
2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE
Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e
Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute
de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e
Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de
envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da
Uniatildeo Europeacuteia
Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das
relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se
referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral
22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL
Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia
econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da
economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do
comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o
comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano
10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
34
Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das
exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo
Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do
Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira
Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros
paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido
com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a
Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees
Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve
um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$
45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila
comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do
MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno
crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL
passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees
Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees
brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina
23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina
Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai
para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
35
nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo
principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro
mercado comum
No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a
Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo
industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha
caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata
previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos
setoriais foram assinados bilateralmente
24 Produtos ou setores em potencial
A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila
de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees
europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-
tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral
permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a
UE
O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre
paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco
elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado
principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A
composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
36
importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do
MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e
ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu
25 Principais parceiros europeus
As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande
assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o
primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos
externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus
Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica
Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a
complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais
intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-
americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de
diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio
bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais
com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande
influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a
Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada
na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento
comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
37
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ
RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE
31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia
O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco
pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do
MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa
Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros
comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos
comerciais na Europa
Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do
Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto
que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com
relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve
queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve
uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos
anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e
menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil
passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda
de 10 nesse investimento
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
38
No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do
MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os
europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior
mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das
exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial
importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute
a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total
A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de
intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores
agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees
europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo
dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida
Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma
importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios
desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos
manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser
importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas
Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com
tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas
11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
39
Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta
de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as
maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados
representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros
quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo
eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos
Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II
32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil
Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco
econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a
assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos
tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL
Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de
facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo
acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram
negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL
com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados
europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia
A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais
nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que
temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
40
relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no
fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as
medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus
No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator
agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de
2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral
com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
41
CONCLUSAtildeO
As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito
tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se
aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial
implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente
conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados
Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos
data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina
individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se
com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as
partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados
A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos
causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e
Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um
desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo
com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e
falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a
formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse
fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados
que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
42
interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus
interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar
obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos
econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada
bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles
como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das
negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave
liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees
Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar
um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o
Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e
essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles
Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo
inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se
tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs
dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses
integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e
reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento
Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da
agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
43
Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor
agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta
de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses
desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil
esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor
Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do
Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC
depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia
Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a
pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade
eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os
subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre
MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas
do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
44
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005
bull AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972
bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004
bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004
bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003
bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004
bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998
bull GLOBAL 21 Disponiacutevel em lthttpwwwglobal21combrgt Acessado em 20 de novembro de 2005
bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001
bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
45
bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005
bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005
bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999
bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005
bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003
bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
46
ANEXO I
Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo
(valores totais em US$ e porcentuais)
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45
Exportaccedilotildees do Brasil
2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46
2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38
Importaccedilotildees do Brasil
2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44
Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28
2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23
Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31
Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees
2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
47
ANEXO II
Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL
Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp
Peso do MERCOSUL
nas Importaccedilotildees
extra UE 19982000
Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL
19982000
I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361
II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399
III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112
IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423
Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386
V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207
VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130
VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92
VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341
IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374
X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259
XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152
XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139
XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120
XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140
XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176
XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157
XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151
XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206
XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67
XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301
Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183
Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE
Totais por fator agregado
US$ F0B
Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s
A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935
2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111
Fonte
Anos de 19801992 = Banco do Brasil
Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
49
ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro
Uniatildeo Europeacuteia - UE
US$ F0B
E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s
A n o
US$ FOB (A)
Var
Part ()
US$ FOB (B)
Var ()
Part ()
Saldo (A-B)
Corrente Comeacutercio (A+B)
Cobertura (AB)
1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133
Obs () ()
VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil
IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
29
parte eacute destinada aos mecanismos de cooperaccedilatildeo nas aacutereas de poliacutetica externa e seguranccedila
comum (PESC)
O Tratado de Maastricht institui uma Uniatildeo Europeacuteia construiacuteda sobre trecircs
pilares o primeiro eacute composto pelas comunidades europeacuteias o outro eacute formado pela poliacutetica
externa e de seguranccedila comum (PESC) e o uacuteltimo trata da cooperaccedilatildeo policial e judiciaacuteria
Jaacute no final de 1993 fez-se uma nova revisatildeo para obter uma posiccedilatildeo mais
elevada no processo de integraccedilatildeo atingindo assim e entrando em vigor desde entatildeo uma Uniatildeo
Econocircmica e Monetaacuteria prevendo uma moeda uacutenica para circular ate 1999 Ainda na mesma
deacutecada em 1997 o Tratado de Amsterdatilde instituiu a cooperaccedilatildeo reforccedilada que contribuiu para
um aprofundamento parcial da integraccedilatildeo envolvendo a maioria dos Estados comunitaacuterios de
acordo com a aprovaccedilatildeo de alguns requisitos do TUE
14 Desenvolvimento e Ampliaccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia
Inicialmente em 1952 com a criaccedilatildeo da CECA eram seis os membros
fundadores Eram eles a Franccedila Repuacuteblica Federal da Alemanha Itaacutelia Beacutelgica Paiacuteses Baixos e
Luxemburgo Mais tarde em 1957 houve a adesatildeo da Gratilde-Bretanha da Dinamarca e da Irlanda
aumentando para nove o nuacutemero de integrantes da Comunidade Europeacuteia em seguida para dez
com a Greacutecia em 1981 e depois para doze com Espanha e Portugal em 1986 Em 1995 alargou-
se para 15 membros com a entrada da Aacuteustria Finlacircndia e Sueacutecia Com o passar dos anos vaacuterios
tratados de adesatildeo foram crescendo o nuacutemero de membros da Comunidade Europeacuteia passando a
ser chamada de Uniatildeo Europeacuteia atualmente com 25 paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
30
A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus
integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O
alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como
dos novos paiacuteses integrantes do bloco
ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)
Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455
milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou
preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados
pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo
15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia
As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as
importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL
8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
31
aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial
global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O
Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo
Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a
Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda
mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a
conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o
protecionismo adotado pela Europa
16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia
Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade
Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo
Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos
A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo
interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de
integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional
O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as
condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e
econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando
9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
32
a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)
Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas
regiotildees como conceitos baacutesicos
Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de
atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e
das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre
Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros
A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo
natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos
regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As
propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL
foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a
posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
33
2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE
Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e
Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute
de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e
Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de
envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da
Uniatildeo Europeacuteia
Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das
relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se
referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral
22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL
Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia
econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da
economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do
comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o
comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano
10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
34
Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das
exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo
Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do
Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira
Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros
paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido
com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a
Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees
Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve
um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$
45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila
comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do
MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno
crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL
passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees
Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees
brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina
23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina
Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai
para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
35
nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo
principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro
mercado comum
No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a
Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo
industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha
caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata
previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos
setoriais foram assinados bilateralmente
24 Produtos ou setores em potencial
A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila
de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees
europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-
tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral
permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a
UE
O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre
paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco
elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado
principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A
composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
36
importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do
MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e
ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu
25 Principais parceiros europeus
As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande
assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o
primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos
externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus
Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica
Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a
complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais
intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-
americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de
diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio
bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais
com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande
influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a
Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada
na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento
comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
37
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ
RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE
31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia
O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco
pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do
MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa
Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros
comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos
comerciais na Europa
Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do
Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto
que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com
relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve
queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve
uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos
anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e
menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil
passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda
de 10 nesse investimento
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
38
No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do
MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os
europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior
mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das
exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial
importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute
a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total
A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de
intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores
agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees
europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo
dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida
Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma
importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios
desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos
manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser
importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas
Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com
tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas
11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
39
Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta
de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as
maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados
representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros
quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo
eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos
Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II
32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil
Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco
econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a
assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos
tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL
Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de
facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo
acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram
negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL
com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados
europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia
A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais
nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que
temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
40
relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no
fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as
medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus
No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator
agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de
2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral
com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
41
CONCLUSAtildeO
As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito
tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se
aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial
implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente
conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados
Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos
data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina
individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se
com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as
partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados
A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos
causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e
Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um
desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo
com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e
falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a
formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse
fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados
que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
42
interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus
interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar
obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos
econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada
bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles
como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das
negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave
liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees
Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar
um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o
Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e
essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles
Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo
inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se
tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs
dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses
integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e
reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento
Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da
agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
43
Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor
agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta
de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses
desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil
esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor
Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do
Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC
depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia
Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a
pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade
eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os
subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre
MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas
do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
44
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005
bull AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972
bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004
bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004
bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003
bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004
bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998
bull GLOBAL 21 Disponiacutevel em lthttpwwwglobal21combrgt Acessado em 20 de novembro de 2005
bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001
bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
45
bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005
bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005
bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999
bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005
bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003
bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
46
ANEXO I
Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo
(valores totais em US$ e porcentuais)
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45
Exportaccedilotildees do Brasil
2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46
2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38
Importaccedilotildees do Brasil
2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44
Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28
2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23
Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31
Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees
2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
47
ANEXO II
Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL
Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp
Peso do MERCOSUL
nas Importaccedilotildees
extra UE 19982000
Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL
19982000
I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361
II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399
III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112
IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423
Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386
V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207
VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130
VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92
VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341
IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374
X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259
XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152
XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139
XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120
XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140
XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176
XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157
XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151
XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206
XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67
XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301
Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183
Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE
Totais por fator agregado
US$ F0B
Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s
A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935
2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111
Fonte
Anos de 19801992 = Banco do Brasil
Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
49
ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro
Uniatildeo Europeacuteia - UE
US$ F0B
E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s
A n o
US$ FOB (A)
Var
Part ()
US$ FOB (B)
Var ()
Part ()
Saldo (A-B)
Corrente Comeacutercio (A+B)
Cobertura (AB)
1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133
Obs () ()
VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil
IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
30
A UE incentivada por diversos fatores resolveu aumentar o nuacutemero de seus
integrantes de maneira a conquistar quase todos os paiacuteses ligados agrave antiga Uniatildeo Sovieacutetica O
alargamento da UE favorece para o crescimento econocircmico dos antigos membros assim como
dos novos paiacuteses integrantes do bloco
ldquoEssa decisatildeo teraacute consequumlecircncias muacuteltiplas alterando provavelmente em profundidade a dinacircmica do processo de integraccedilatildeo europeu Eacute completamente fora do escopo desse projeto tentar prever ou avaliar tais repercussotildees do alargamento Entretanto uma dimensatildeo eacute relacionada com a pauta de negociaccedilotildees MERCOSUL-UE especialmente no que toca aos potenciais benefiacutecios advindos com a abertura dos mercados Trata-se das concessotildees iguais ou superiores que nesse mesmo acircmbito seratildeo feitas aos novos parceiros concessotildees que poderatildeo anular ou distorcer ganhos esperados pelo MERCOSUL Essa situaccedilatildeo torna-se mais provaacutevel pelo fato de que parte das economias a serem absorvidas eacute competidora da mercosulina sendo natural que em condiccedilotildees mais ou menos idecircnticas as transaccedilotildees se decircem com o parceiro mais proacuteximo seja em termos de distacircncia seja em termos do niacutevel de integraccedilatildeo (FLORES 2003 p 59)
Atualmente com 25 paiacuteses membros a UE passa a ter uma populaccedilatildeo de 455
milhotildees de habitantes e um PIB de US$1256 trilhotildees8 O alargamento da UE causou
preocupaccedilatildeo para os cidadatildeos dos antigos e dos novos integrantes mas logo foram tranquumlilizados
pela ideacuteia da possibilidade de novas relaccedilotildees com seus parceiros e com o resto do mundo
15 Perspectivas do MERCOSUL diante da Uniatildeo Europeacuteia
As exportaccedilotildees globais do MERCOSUL somam mais de 84 bilhotildees e as
importaccedilotildees 89 bilhotildees de doacutelares Nos uacuteltimos 10 anos as exportaccedilotildees globais do MERCOSUL
8 Fontelthttpwwwglobal21combrgt Blocos Econocircmicos Site especializado em comeacutercio exterior e marketing internacional
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
31
aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial
global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O
Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo
Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a
Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda
mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a
conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o
protecionismo adotado pela Europa
16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia
Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade
Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo
Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos
A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo
interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de
integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional
O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as
condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e
econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando
9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
32
a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)
Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas
regiotildees como conceitos baacutesicos
Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de
atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e
das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre
Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros
A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo
natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos
regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As
propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL
foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a
posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
33
2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE
Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e
Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute
de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e
Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de
envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da
Uniatildeo Europeacuteia
Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das
relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se
referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral
22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL
Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia
econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da
economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do
comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o
comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano
10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
34
Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das
exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo
Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do
Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira
Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros
paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido
com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a
Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees
Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve
um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$
45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila
comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do
MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno
crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL
passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees
Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees
brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina
23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina
Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai
para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
35
nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo
principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro
mercado comum
No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a
Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo
industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha
caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata
previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos
setoriais foram assinados bilateralmente
24 Produtos ou setores em potencial
A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila
de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees
europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-
tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral
permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a
UE
O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre
paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco
elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado
principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A
composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
36
importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do
MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e
ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu
25 Principais parceiros europeus
As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande
assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o
primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos
externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus
Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica
Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a
complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais
intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-
americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de
diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio
bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais
com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande
influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a
Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada
na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento
comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
37
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ
RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE
31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia
O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco
pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do
MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa
Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros
comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos
comerciais na Europa
Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do
Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto
que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com
relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve
queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve
uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos
anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e
menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil
passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda
de 10 nesse investimento
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
38
No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do
MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os
europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior
mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das
exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial
importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute
a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total
A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de
intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores
agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees
europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo
dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida
Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma
importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios
desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos
manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser
importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas
Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com
tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas
11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
39
Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta
de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as
maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados
representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros
quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo
eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos
Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II
32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil
Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco
econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a
assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos
tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL
Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de
facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo
acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram
negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL
com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados
europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia
A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais
nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que
temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
40
relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no
fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as
medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus
No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator
agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de
2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral
com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
41
CONCLUSAtildeO
As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito
tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se
aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial
implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente
conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados
Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos
data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina
individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se
com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as
partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados
A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos
causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e
Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um
desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo
com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e
falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a
formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse
fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados
que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
42
interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus
interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar
obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos
econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada
bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles
como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das
negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave
liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees
Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar
um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o
Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e
essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles
Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo
inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se
tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs
dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses
integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e
reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento
Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da
agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
43
Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor
agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta
de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses
desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil
esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor
Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do
Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC
depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia
Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a
pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade
eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os
subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre
MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas
do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
44
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005
bull AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972
bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004
bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004
bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003
bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004
bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998
bull GLOBAL 21 Disponiacutevel em lthttpwwwglobal21combrgt Acessado em 20 de novembro de 2005
bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001
bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
45
bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005
bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005
bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999
bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005
bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003
bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
46
ANEXO I
Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo
(valores totais em US$ e porcentuais)
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45
Exportaccedilotildees do Brasil
2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46
2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38
Importaccedilotildees do Brasil
2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44
Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28
2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23
Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31
Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees
2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
47
ANEXO II
Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL
Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp
Peso do MERCOSUL
nas Importaccedilotildees
extra UE 19982000
Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL
19982000
I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361
II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399
III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112
IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423
Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386
V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207
VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130
VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92
VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341
IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374
X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259
XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152
XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139
XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120
XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140
XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176
XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157
XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151
XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206
XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67
XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301
Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183
Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE
Totais por fator agregado
US$ F0B
Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s
A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935
2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111
Fonte
Anos de 19801992 = Banco do Brasil
Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
49
ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro
Uniatildeo Europeacuteia - UE
US$ F0B
E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s
A n o
US$ FOB (A)
Var
Part ()
US$ FOB (B)
Var ()
Part ()
Saldo (A-B)
Corrente Comeacutercio (A+B)
Cobertura (AB)
1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133
Obs () ()
VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil
IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
31
aumentaram apenas 182 vezes e as importaccedilotildees 306 ou seja o grau de abertura comercial
global do bloco em parte unilateral eacute superior agrave contrapartida recebida de paiacuteses extra-bloco O
Brasil exporta para os parceiros do MERCOSUL 1404 ALADI 2342 EUA 2426 Uniatildeo
Europeacuteia 26849 Essas informaccedilotildees tornam mais claro o fato de sempre se comentar que a
Uniatildeo Europeacuteia eacute o maior parceiro comercial do MERCOSUL tendendo para aumentar ainda
mais a relaccedilatildeo entre eles atraveacutes de um acordo entre os blocos Com isso o MERCOSUL visa a
conseguir a abertura do mercado europeu para seus produtos que muitas vezes sofrem com o
protecionismo adotado pela Europa
16 O Acordo-Marco MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia
Formalmente assinado em 15 de dezembro de 1995 entre a Comunidade
Europeacuteia e o MERCOSUL o Acordo Marco Inter-regional de Cooperaccedilatildeo e a Declaraccedilatildeo
Poliacutetica Conjunta tornou-se o primeiro documento celebrado entre os dois blocos
A aproximaccedilatildeo dos sistemas de integraccedilatildeo proporcionou em 1992 o acordo
interinstitucional entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia objetivando utilizar a experiecircncia de
integraccedilatildeo europeacuteia por meio de um apoio institucional
O objetivo do Acordo Marco eacute fortalecer as relaccedilotildees existentes e preparar as
condiccedilotildees necessaacuterias para se criar uma Associaccedilatildeo Inter-Regional de caraacuteter poliacutetico e
econocircmico que inclui a liberalizaccedilatildeo de todo o comeacutercio progressiva e mutuamente considerando
9 Fonte lthttpwwwaduaneirascombrintegraccedilatildeogt
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
32
a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)
Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas
regiotildees como conceitos baacutesicos
Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de
atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e
das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre
Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros
A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo
natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos
regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As
propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL
foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a
posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
33
2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE
Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e
Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute
de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e
Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de
envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da
Uniatildeo Europeacuteia
Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das
relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se
referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral
22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL
Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia
econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da
economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do
comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o
comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano
10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
34
Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das
exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo
Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do
Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira
Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros
paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido
com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a
Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees
Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve
um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$
45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila
comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do
MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno
crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL
passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees
Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees
brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina
23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina
Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai
para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
35
nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo
principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro
mercado comum
No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a
Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo
industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha
caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata
previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos
setoriais foram assinados bilateralmente
24 Produtos ou setores em potencial
A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila
de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees
europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-
tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral
permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a
UE
O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre
paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco
elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado
principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A
composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
36
importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do
MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e
ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu
25 Principais parceiros europeus
As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande
assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o
primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos
externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus
Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica
Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a
complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais
intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-
americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de
diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio
bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais
com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande
influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a
Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada
na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento
comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
37
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ
RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE
31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia
O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco
pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do
MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa
Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros
comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos
comerciais na Europa
Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do
Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto
que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com
relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve
queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve
uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos
anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e
menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil
passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda
de 10 nesse investimento
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
38
No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do
MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os
europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior
mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das
exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial
importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute
a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total
A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de
intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores
agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees
europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo
dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida
Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma
importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios
desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos
manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser
importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas
Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com
tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas
11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
39
Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta
de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as
maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados
representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros
quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo
eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos
Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II
32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil
Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco
econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a
assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos
tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL
Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de
facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo
acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram
negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL
com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados
europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia
A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais
nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que
temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
40
relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no
fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as
medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus
No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator
agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de
2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral
com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
41
CONCLUSAtildeO
As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito
tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se
aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial
implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente
conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados
Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos
data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina
individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se
com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as
partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados
A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos
causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e
Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um
desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo
com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e
falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a
formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse
fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados
que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
42
interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus
interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar
obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos
econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada
bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles
como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das
negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave
liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees
Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar
um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o
Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e
essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles
Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo
inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se
tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs
dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses
integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e
reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento
Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da
agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
43
Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor
agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta
de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses
desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil
esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor
Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do
Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC
depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia
Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a
pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade
eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os
subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre
MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas
do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
44
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005
bull AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972
bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004
bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004
bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003
bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004
bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998
bull GLOBAL 21 Disponiacutevel em lthttpwwwglobal21combrgt Acessado em 20 de novembro de 2005
bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001
bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
45
bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005
bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005
bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999
bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005
bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003
bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
46
ANEXO I
Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo
(valores totais em US$ e porcentuais)
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45
Exportaccedilotildees do Brasil
2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46
2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38
Importaccedilotildees do Brasil
2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44
Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28
2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23
Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31
Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees
2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
47
ANEXO II
Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL
Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp
Peso do MERCOSUL
nas Importaccedilotildees
extra UE 19982000
Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL
19982000
I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361
II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399
III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112
IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423
Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386
V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207
VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130
VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92
VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341
IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374
X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259
XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152
XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139
XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120
XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140
XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176
XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157
XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151
XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206
XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67
XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301
Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183
Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE
Totais por fator agregado
US$ F0B
Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s
A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935
2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111
Fonte
Anos de 19801992 = Banco do Brasil
Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
49
ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro
Uniatildeo Europeacuteia - UE
US$ F0B
E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s
A n o
US$ FOB (A)
Var
Part ()
US$ FOB (B)
Var ()
Part ()
Saldo (A-B)
Corrente Comeacutercio (A+B)
Cobertura (AB)
1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133
Obs () ()
VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil
IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
32
a sensibilidade de alguns produtos e as normas da Organizaccedilatildeo Mundial do Comercio (OMC)
Este Acordo reconhece os laccedilos histoacutericos culturais e os valores comuns da populaccedilatildeo das duas
regiotildees como conceitos baacutesicos
Foi instituiacuteda uma maneira para haver um diaacutelogo poliacutetico regular a fim de
atingir os objetivos traccedilados Satildeo encontros regulares entre Chefes de Estado do MERCOSUL e
das maacuteximas autoridades da UE reuniotildees perioacutedicas de altos funcionaacuterios reuniotildees anuais entre
Chanceleres e a Comissatildeo Europeacuteia reuniotildees de outros ministros
A ideacuteia a princiacutepio era de implantar o Acordo em outubro de 2004 O prazo
natildeo foi cumprido e ainda hoje as negociaccedilotildees estatildeo correndo Jaacute foram discutidos aspectos
regulatoacuterios como regras de origem registros fitossanitaacuterios defesa comercial e drawback As
propostas para liberalizaccedilatildeo de comeacutercio apresentadas pela Uniatildeo Europeacuteia e pelo MERCOSUL
foram consideradas frustrantes e inaceitaacuteveis pelos dois lados Poreacutem o MERCOSUL adotou a
posiccedilatildeo de soacute fechar o Acordo se houver ganhos substanciais
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
33
2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE
Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e
Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute
de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e
Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de
envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da
Uniatildeo Europeacuteia
Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das
relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se
referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral
22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL
Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia
econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da
economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do
comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o
comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano
10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
34
Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das
exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo
Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do
Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira
Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros
paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido
com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a
Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees
Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve
um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$
45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila
comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do
MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno
crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL
passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees
Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees
brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina
23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina
Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai
para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
35
nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo
principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro
mercado comum
No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a
Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo
industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha
caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata
previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos
setoriais foram assinados bilateralmente
24 Produtos ou setores em potencial
A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila
de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees
europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-
tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral
permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a
UE
O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre
paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco
elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado
principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A
composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
36
importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do
MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e
ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu
25 Principais parceiros europeus
As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande
assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o
primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos
externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus
Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica
Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a
complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais
intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-
americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de
diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio
bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais
com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande
influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a
Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada
na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento
comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
37
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ
RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE
31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia
O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco
pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do
MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa
Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros
comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos
comerciais na Europa
Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do
Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto
que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com
relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve
queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve
uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos
anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e
menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil
passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda
de 10 nesse investimento
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
38
No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do
MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os
europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior
mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das
exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial
importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute
a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total
A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de
intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores
agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees
europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo
dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida
Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma
importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios
desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos
manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser
importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas
Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com
tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas
11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
39
Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta
de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as
maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados
representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros
quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo
eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos
Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II
32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil
Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco
econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a
assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos
tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL
Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de
facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo
acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram
negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL
com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados
europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia
A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais
nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que
temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
40
relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no
fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as
medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus
No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator
agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de
2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral
com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
41
CONCLUSAtildeO
As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito
tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se
aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial
implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente
conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados
Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos
data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina
individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se
com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as
partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados
A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos
causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e
Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um
desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo
com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e
falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a
formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse
fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados
que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
42
interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus
interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar
obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos
econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada
bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles
como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das
negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave
liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees
Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar
um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o
Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e
essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles
Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo
inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se
tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs
dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses
integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e
reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento
Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da
agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
43
Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor
agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta
de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses
desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil
esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor
Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do
Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC
depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia
Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a
pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade
eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os
subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre
MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas
do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
44
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005
bull AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972
bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004
bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004
bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003
bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004
bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998
bull GLOBAL 21 Disponiacutevel em lthttpwwwglobal21combrgt Acessado em 20 de novembro de 2005
bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001
bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
45
bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005
bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005
bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999
bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005
bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003
bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
46
ANEXO I
Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo
(valores totais em US$ e porcentuais)
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45
Exportaccedilotildees do Brasil
2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46
2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38
Importaccedilotildees do Brasil
2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44
Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28
2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23
Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31
Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees
2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
47
ANEXO II
Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL
Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp
Peso do MERCOSUL
nas Importaccedilotildees
extra UE 19982000
Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL
19982000
I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361
II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399
III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112
IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423
Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386
V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207
VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130
VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92
VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341
IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374
X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259
XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152
XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139
XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120
XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140
XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176
XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157
XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151
XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206
XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67
XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301
Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183
Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE
Totais por fator agregado
US$ F0B
Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s
A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935
2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111
Fonte
Anos de 19801992 = Banco do Brasil
Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
49
ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro
Uniatildeo Europeacuteia - UE
US$ F0B
E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s
A n o
US$ FOB (A)
Var
Part ()
US$ FOB (B)
Var ()
Part ()
Saldo (A-B)
Corrente Comeacutercio (A+B)
Cobertura (AB)
1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133
Obs () ()
VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil
IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
33
2 IMPORTAcircNCIA DA UNIAtildeO EUROPEacuteIA E DO MERCOSUL PARA O COMEacuteRCIO EXTERIOR BRASILEIRO 21 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com a UE
Haacute vaacuterias afinidades culturais e histoacutericas que proporcionam entre Brasil e
Europa boas oportunidades de parceria Para o Brasil manter parceria com a Uniatildeo Europeacuteia eacute
de grande importacircncia pois a Europa eacute o maior investidor no paiacutes As negociaccedilotildees entre Brasil e
Uniatildeo Europeacuteia apresentam vantagens como o fato de os acordos serem bilaterais pois apesar de
envolver vaacuterios paiacuteses na mesa de negociaccedilotildees estaratildeo os representantes do MERCOSUL e da
Uniatildeo Europeacuteia
Segundo Christian Lohbauer10 uma das maiores dificuldades em tratar das
relaccedilotildees do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia na atualidade eacute saber qual o momento certo para se
referir ao Brasil especificamente ou ao MERCOSUL de forma geral
22 A relevacircncia da participaccedilatildeo brasileira no comeacutercio com o MERCOSUL
Considerado no Brasil como um dos maiores sucessos da diplomacia
econocircmica do paiacutes o MERCOSUL corresponde a uma estrateacutegia mais geral de reestruturaccedilatildeo da
economia brasileira Da mesma maneira os seus efeitos em termos de aumento do volume do
comeacutercio entre os paiacuteses membros satildeo bastante significativos Segundo dados da ALADI o
comeacutercio intra-MERCOSUL jaacute representaria cerca de 40 do comeacutercio intra-latino-americano
10AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
34
Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das
exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo
Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do
Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira
Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros
paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido
com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a
Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees
Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve
um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$
45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila
comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do
MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno
crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL
passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees
Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees
brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina
23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina
Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai
para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
35
nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo
principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro
mercado comum
No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a
Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo
industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha
caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata
previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos
setoriais foram assinados bilateralmente
24 Produtos ou setores em potencial
A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila
de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees
europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-
tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral
permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a
UE
O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre
paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco
elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado
principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A
composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
36
importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do
MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e
ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu
25 Principais parceiros europeus
As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande
assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o
primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos
externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus
Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica
Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a
complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais
intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-
americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de
diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio
bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais
com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande
influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a
Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada
na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento
comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
37
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ
RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE
31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia
O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco
pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do
MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa
Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros
comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos
comerciais na Europa
Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do
Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto
que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com
relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve
queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve
uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos
anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e
menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil
passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda
de 10 nesse investimento
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
38
No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do
MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os
europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior
mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das
exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial
importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute
a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total
A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de
intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores
agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees
europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo
dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida
Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma
importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios
desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos
manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser
importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas
Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com
tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas
11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
39
Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta
de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as
maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados
representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros
quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo
eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos
Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II
32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil
Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco
econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a
assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos
tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL
Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de
facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo
acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram
negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL
com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados
europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia
A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais
nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que
temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
40
relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no
fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as
medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus
No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator
agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de
2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral
com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
41
CONCLUSAtildeO
As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito
tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se
aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial
implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente
conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados
Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos
data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina
individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se
com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as
partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados
A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos
causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e
Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um
desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo
com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e
falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a
formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse
fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados
que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
42
interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus
interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar
obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos
econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada
bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles
como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das
negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave
liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees
Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar
um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o
Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e
essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles
Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo
inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se
tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs
dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses
integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e
reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento
Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da
agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
43
Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor
agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta
de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses
desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil
esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor
Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do
Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC
depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia
Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a
pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade
eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os
subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre
MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas
do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
44
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005
bull AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972
bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004
bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004
bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003
bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004
bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998
bull GLOBAL 21 Disponiacutevel em lthttpwwwglobal21combrgt Acessado em 20 de novembro de 2005
bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001
bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
45
bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005
bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005
bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999
bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005
bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003
bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
46
ANEXO I
Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo
(valores totais em US$ e porcentuais)
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45
Exportaccedilotildees do Brasil
2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46
2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38
Importaccedilotildees do Brasil
2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44
Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28
2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23
Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31
Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees
2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
47
ANEXO II
Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL
Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp
Peso do MERCOSUL
nas Importaccedilotildees
extra UE 19982000
Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL
19982000
I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361
II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399
III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112
IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423
Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386
V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207
VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130
VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92
VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341
IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374
X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259
XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152
XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139
XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120
XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140
XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176
XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157
XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151
XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206
XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67
XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301
Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183
Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE
Totais por fator agregado
US$ F0B
Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s
A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935
2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111
Fonte
Anos de 19801992 = Banco do Brasil
Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
49
ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro
Uniatildeo Europeacuteia - UE
US$ F0B
E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s
A n o
US$ FOB (A)
Var
Part ()
US$ FOB (B)
Var ()
Part ()
Saldo (A-B)
Corrente Comeacutercio (A+B)
Cobertura (AB)
1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133
Obs () ()
VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil
IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
34
Em particular para o Brasil o impacto do MERCOSUL pode ser analisado pelo aumento das
exportaccedilotildees do paiacutes durante o periacuteodo chamado de periacuteodo de transiccedilatildeo
Vale lembrar que a estabilizaccedilatildeo da economia brasileira e a valorizaccedilatildeo do
Real desde julho de 1994 causaram uma importante mudanccedila na balanccedila comercial brasileira
Isso quer dizer que ateacute metade de 1994 o paiacutes acumulava significativos superaacutevits com os outros
paiacuteses do MERCOSUL chegando a US$ 2 bilhotildees em 1993 Poreacutem este quadro foi revertido
com a implantaccedilatildeo do Plano Real Durante o primeiro semestre de 1995 somente com a
Argentina o Brasil acumulou um deacuteficit comercial de US$ 900 milhotildees
Nos oito primeiros anos do MERCOSUL o comeacutercio Brasil-MERCOSUL teve
um crescimento meacutedio anual de 20 com uma variaccedilatildeo de 300 no periacuteodo passando de US$
45 bilhotildees para uma quantia superior a US$ 18 bilhotildees Nos uacuteltimos anos os dados da balanccedila
comercial brasileira indicaram uma leve queda do comeacutercio do Brasil com os paiacuteses do
MERCOSUL enquanto o intercacircmbio comercial com o resto do mundo apresentou um pequeno
crescimento No periacuteodo entre 2000 e 2001 o deacuteficit comercial do Brasil com o MERCOSUL
passou de US$ 61 milhotildees para US$650 milhotildees
Este resultado se deu principalmente agrave grande reduccedilatildeo das exportaccedilotildees
brasileiras acarretada devido agrave queda de 197 das vendas brasileiras para a Argentina
23 O iniacutecio da relaccedilatildeo Brasil-Argentina
Na deacutecada de 70 foi assinado o Acordo Tripartite Argentina-Brasil-Paraguai
para compatibilizar as cotas de duas represas hidroeleacutetricas Itaipu e Corpus A partir de entatildeo
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
35
nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo
principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro
mercado comum
No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a
Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo
industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha
caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata
previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos
setoriais foram assinados bilateralmente
24 Produtos ou setores em potencial
A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila
de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees
europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-
tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral
permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a
UE
O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre
paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco
elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado
principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A
composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
36
importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do
MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e
ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu
25 Principais parceiros europeus
As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande
assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o
primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos
externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus
Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica
Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a
complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais
intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-
americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de
diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio
bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais
com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande
influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a
Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada
na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento
comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
37
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ
RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE
31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia
O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco
pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do
MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa
Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros
comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos
comerciais na Europa
Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do
Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto
que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com
relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve
queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve
uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos
anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e
menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil
passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda
de 10 nesse investimento
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
38
No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do
MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os
europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior
mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das
exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial
importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute
a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total
A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de
intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores
agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees
europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo
dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida
Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma
importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios
desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos
manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser
importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas
Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com
tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas
11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
39
Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta
de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as
maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados
representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros
quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo
eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos
Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II
32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil
Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco
econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a
assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos
tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL
Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de
facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo
acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram
negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL
com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados
europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia
A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais
nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que
temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
40
relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no
fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as
medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus
No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator
agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de
2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral
com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
41
CONCLUSAtildeO
As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito
tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se
aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial
implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente
conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados
Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos
data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina
individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se
com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as
partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados
A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos
causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e
Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um
desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo
com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e
falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a
formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse
fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados
que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
42
interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus
interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar
obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos
econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada
bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles
como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das
negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave
liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees
Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar
um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o
Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e
essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles
Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo
inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se
tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs
dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses
integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e
reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento
Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da
agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
43
Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor
agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta
de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses
desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil
esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor
Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do
Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC
depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia
Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a
pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade
eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os
subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre
MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas
do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
44
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005
bull AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972
bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004
bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004
bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003
bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004
bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998
bull GLOBAL 21 Disponiacutevel em lthttpwwwglobal21combrgt Acessado em 20 de novembro de 2005
bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001
bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
45
bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005
bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005
bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999
bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005
bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003
bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
46
ANEXO I
Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo
(valores totais em US$ e porcentuais)
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45
Exportaccedilotildees do Brasil
2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46
2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38
Importaccedilotildees do Brasil
2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44
Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28
2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23
Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31
Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees
2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
47
ANEXO II
Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL
Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp
Peso do MERCOSUL
nas Importaccedilotildees
extra UE 19982000
Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL
19982000
I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361
II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399
III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112
IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423
Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386
V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207
VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130
VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92
VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341
IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374
X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259
XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152
XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139
XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120
XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140
XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176
XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157
XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151
XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206
XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67
XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301
Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183
Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE
Totais por fator agregado
US$ F0B
Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s
A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935
2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111
Fonte
Anos de 19801992 = Banco do Brasil
Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
49
ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro
Uniatildeo Europeacuteia - UE
US$ F0B
E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s
A n o
US$ FOB (A)
Var
Part ()
US$ FOB (B)
Var ()
Part ()
Saldo (A-B)
Corrente Comeacutercio (A+B)
Cobertura (AB)
1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133
Obs () ()
VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil
IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
35
nos anos seguintes foram estabelecidos vaacuterios outros acordos de cooperaccedilatildeo e de integraccedilatildeo
principalmente entre Brasil e Argentina o que veio a ser fundamental para a criaccedilatildeo de um futuro
mercado comum
No final da deacutecada de 80 foi assinado entre Brasil e Argentina uma Ata para a
Integraccedilatildeo dos dois paiacuteses estabelecendo segundo modalidades baseadas na complementaccedilatildeo
industrial um Programa de Integraccedilatildeo e Cooperaccedilatildeo Econocircmica (PICE) Esse programa tinha
caracteriacutesticas proacuteprias e bem definidas como gradualidade flexibilidade e equiliacutebrio Esta Ata
previa tambeacutem tratamentos preferenciais frente a terceiros mercados e diversos protocolos
setoriais foram assinados bilateralmente
24 Produtos ou setores em potencial
A identificaccedilatildeo dos produtos com maior potencial de crescimento na presenccedila
de uma liberalizaccedilatildeo comercial eacute feita atraveacutes da estimaccedilatildeo da sensibilidade das importaccedilotildees
europeacuteias provenientes de seus muacuteltiplos parceiros agraves barreiras comerciais tarifaacuterias e natildeo-
tarifaacuterias por ela impostas O cruzamento desta informaccedilatildeo com o volume do comeacutercio bilateral
permite identificar os principais produtos que o MERCOSUL teria interesse em negociar com a
UE
O comeacutercio UE-MERCOSUL obedece a um padratildeo tiacutepico no comeacutercio entre
paiacuteses do Norte e paiacuteses do Sul O MERCOSUL exporta basicamente bens primaacuterios ou pouco
elaborados intensivos em recursos naturais e importa bens de alto valor agregado
principalmente produtos quiacutemicos maacutequinas e equipamentos e material de transporte A
composiccedilatildeo dos fluxos de comeacutercio bilateral explica tambeacutem o fraco crescimento das
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
36
importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do
MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e
ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu
25 Principais parceiros europeus
As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande
assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o
primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos
externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus
Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica
Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a
complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais
intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-
americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de
diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio
bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais
com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande
influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a
Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada
na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento
comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
37
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ
RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE
31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia
O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco
pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do
MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa
Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros
comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos
comerciais na Europa
Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do
Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto
que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com
relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve
queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve
uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos
anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e
menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil
passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda
de 10 nesse investimento
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
38
No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do
MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os
europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior
mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das
exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial
importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute
a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total
A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de
intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores
agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees
europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo
dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida
Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma
importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios
desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos
manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser
importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas
Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com
tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas
11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
39
Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta
de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as
maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados
representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros
quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo
eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos
Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II
32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil
Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco
econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a
assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos
tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL
Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de
facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo
acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram
negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL
com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados
europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia
A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais
nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que
temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
40
relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no
fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as
medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus
No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator
agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de
2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral
com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
41
CONCLUSAtildeO
As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito
tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se
aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial
implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente
conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados
Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos
data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina
individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se
com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as
partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados
A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos
causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e
Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um
desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo
com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e
falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a
formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse
fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados
que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
42
interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus
interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar
obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos
econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada
bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles
como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das
negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave
liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees
Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar
um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o
Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e
essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles
Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo
inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se
tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs
dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses
integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e
reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento
Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da
agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
43
Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor
agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta
de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses
desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil
esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor
Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do
Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC
depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia
Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a
pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade
eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os
subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre
MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas
do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
44
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005
bull AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972
bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004
bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004
bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003
bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004
bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998
bull GLOBAL 21 Disponiacutevel em lthttpwwwglobal21combrgt Acessado em 20 de novembro de 2005
bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001
bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
45
bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005
bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005
bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999
bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005
bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003
bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
46
ANEXO I
Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo
(valores totais em US$ e porcentuais)
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45
Exportaccedilotildees do Brasil
2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46
2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38
Importaccedilotildees do Brasil
2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44
Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28
2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23
Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31
Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees
2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
47
ANEXO II
Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL
Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp
Peso do MERCOSUL
nas Importaccedilotildees
extra UE 19982000
Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL
19982000
I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361
II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399
III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112
IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423
Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386
V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207
VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130
VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92
VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341
IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374
X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259
XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152
XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139
XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120
XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140
XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176
XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157
XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151
XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206
XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67
XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301
Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183
Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE
Totais por fator agregado
US$ F0B
Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s
A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935
2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111
Fonte
Anos de 19801992 = Banco do Brasil
Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
49
ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro
Uniatildeo Europeacuteia - UE
US$ F0B
E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s
A n o
US$ FOB (A)
Var
Part ()
US$ FOB (B)
Var ()
Part ()
Saldo (A-B)
Corrente Comeacutercio (A+B)
Cobertura (AB)
1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133
Obs () ()
VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil
IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
36
importaccedilotildees da UE provenientes do MERCOSUL Os principais produtos de exportaccedilatildeo do
MERCOSUL satildeo pouco dinacircmicos do ponto de vista do crescimento do comeacutercio mundial e
ainda enfrentam fortes barreiras comerciais na entrada do mercado europeu
25 Principais parceiros europeus
As relaccedilotildees comerciais UE-MERCOSUL satildeo marcadas por uma grande
assimetria no que se refere agrave importacircncia de cada um no comeacutercio do outro Enquanto a UE eacute o
primeiro parceiro extra-regional do MERCOSUL respondendo por cerca de 25 dos fluxos
externos totais o MERCOSUL responde por menos de 2 dos fluxos comerciais europeus
Esta situaccedilatildeo poreacutem foi bastante diferente no passado Nos anos 50 a Ameacuterica
Latina era o principal parceiro comercial europeu e como ressalta Grilli (1993) a
complementaridade dos dois grupos de paiacuteses fazia deles fortes candidatos a relaccedilotildees comerciais
intensas Poreacutem vaacuterios fatores contribuiacuteram para o afastamento dos dois grupos do lado latino-
americano a estrateacutegia de substituiccedilatildeo das importaccedilotildees assim como os posteriores problemas de
diacutevida externa e de estabilizaccedilatildeo macroeconocircmica contribuiacuteram para uma reduccedilatildeo do intercacircmbio
bilateral do lado europeu observa-se uma importante opccedilatildeo por travar relaccedilotildees preferenciais
com as ex-colocircnias africanas e com os paiacuteses do Leste Europeu A opccedilatildeo europeacuteia tem grande
influecircncia da posiccedilatildeo francesa que foi sempre muito reservada quanto agrave aproximaccedilatildeo com a
Ameacuterica Latina por temer que suas ex-colocircnias fossem prejudicadas Essa posiccedilatildeo foi reforccedilada
na adesatildeo da Espanha e de Portugal agrave CE em 1986 quando pela primeira vez o tratamento
comercial preferencial natildeo foi estendido agraves ex-colocircnias de um novo paiacutes membro
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
37
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ
RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE
31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia
O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco
pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do
MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa
Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros
comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos
comerciais na Europa
Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do
Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto
que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com
relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve
queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve
uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos
anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e
menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil
passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda
de 10 nesse investimento
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
38
No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do
MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os
europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior
mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das
exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial
importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute
a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total
A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de
intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores
agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees
europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo
dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida
Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma
importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios
desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos
manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser
importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas
Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com
tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas
11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
39
Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta
de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as
maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados
representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros
quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo
eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos
Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II
32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil
Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco
econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a
assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos
tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL
Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de
facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo
acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram
negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL
com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados
europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia
A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais
nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que
temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
40
relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no
fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as
medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus
No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator
agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de
2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral
com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
41
CONCLUSAtildeO
As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito
tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se
aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial
implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente
conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados
Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos
data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina
individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se
com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as
partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados
A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos
causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e
Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um
desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo
com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e
falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a
formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse
fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados
que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
42
interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus
interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar
obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos
econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada
bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles
como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das
negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave
liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees
Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar
um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o
Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e
essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles
Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo
inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se
tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs
dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses
integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e
reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento
Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da
agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
43
Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor
agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta
de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses
desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil
esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor
Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do
Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC
depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia
Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a
pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade
eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os
subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre
MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas
do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
44
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005
bull AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972
bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004
bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004
bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003
bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004
bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998
bull GLOBAL 21 Disponiacutevel em lthttpwwwglobal21combrgt Acessado em 20 de novembro de 2005
bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001
bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
45
bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005
bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005
bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999
bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005
bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003
bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
46
ANEXO I
Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo
(valores totais em US$ e porcentuais)
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45
Exportaccedilotildees do Brasil
2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46
2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38
Importaccedilotildees do Brasil
2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44
Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28
2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23
Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31
Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees
2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
47
ANEXO II
Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL
Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp
Peso do MERCOSUL
nas Importaccedilotildees
extra UE 19982000
Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL
19982000
I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361
II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399
III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112
IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423
Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386
V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207
VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130
VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92
VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341
IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374
X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259
XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152
XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139
XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120
XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140
XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176
XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157
XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151
XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206
XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67
XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301
Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183
Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE
Totais por fator agregado
US$ F0B
Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s
A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935
2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111
Fonte
Anos de 19801992 = Banco do Brasil
Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
49
ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro
Uniatildeo Europeacuteia - UE
US$ F0B
E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s
A n o
US$ FOB (A)
Var
Part ()
US$ FOB (B)
Var ()
Part ()
Saldo (A-B)
Corrente Comeacutercio (A+B)
Cobertura (AB)
1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133
Obs () ()
VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil
IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
37
3 VANTAGENS E DESVANTAGENS PARA O BRASIL NO QUE DIZ
RESPEITO Agrave RELACcedilAtildeO COMERCIAL ENTRE MERCOSUL E UE
31 Relaccedilatildeo Comercial MERCOSUL x Uniatildeo Europeacuteia
O comeacutercio entre UE e MERCOSUL eacute de grande importacircncia para este bloco
pois a Uniatildeo eacute seu principal parceiro comercial Poreacutem jaacute para o mercado europeu o peso do
MERCOSUL natildeo eacute muito significativo De acordo com informaccedilotildees do Instituto de Pesquisa
Econocircmica Aplicada (IPEA) os paiacuteses do Cone Sul em 1960 eram os principais parceiros
comerciais natildeo-europeus da CEE enquanto hoje em dia respondem por menos de 2 dos fluxos
comerciais na Europa
Como se pode ver na tabela do Anexo I as exportaccedilotildees de manufaturas do
Brasil para a UE este ano tiveram uma leve queda em comparaccedilatildeo aos anos anteriores enquanto
que as mesmas exportaccedilotildees para o MERCOSUL resultaram em pequeno aumento Jaacute com
relaccedilatildeo agraves importaccedilotildees houve um discreto aumento para a UE e para o MERCOSUL uma leve
queda nos valores Em se tratando de produtos agroalimentares pode-se observar ainda que houve
uma queda nas exportaccedilotildees para UE e uma porcentagem estaacutevel para o MERCOSUL nos uacuteltimos
anos Ao contraacuterio das importaccedilotildees onde se observa que o Brasil tem importado mais da UE e
menos do MERCOSUL Por fim nota-se que o investimento direto externo da UE no Brasil
passou por um significativo aumento ateacute o ano de 2004 e ateacute meados desse ano houve uma queda
de 10 nesse investimento
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
38
No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do
MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os
europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior
mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das
exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial
importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute
a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total
A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de
intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores
agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees
europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo
dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida
Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma
importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios
desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos
manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser
importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas
Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com
tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas
11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
39
Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta
de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as
maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados
representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros
quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo
eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos
Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II
32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil
Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco
econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a
assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos
tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL
Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de
facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo
acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram
negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL
com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados
europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia
A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais
nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que
temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
40
relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no
fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as
medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus
No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator
agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de
2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral
com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
41
CONCLUSAtildeO
As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito
tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se
aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial
implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente
conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados
Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos
data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina
individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se
com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as
partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados
A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos
causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e
Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um
desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo
com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e
falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a
formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse
fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados
que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
42
interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus
interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar
obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos
econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada
bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles
como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das
negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave
liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees
Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar
um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o
Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e
essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles
Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo
inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se
tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs
dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses
integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e
reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento
Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da
agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
43
Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor
agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta
de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses
desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil
esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor
Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do
Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC
depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia
Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a
pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade
eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os
subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre
MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas
do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
44
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005
bull AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972
bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004
bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004
bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003
bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004
bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998
bull GLOBAL 21 Disponiacutevel em lthttpwwwglobal21combrgt Acessado em 20 de novembro de 2005
bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001
bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
45
bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005
bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005
bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999
bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005
bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003
bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
46
ANEXO I
Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo
(valores totais em US$ e porcentuais)
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45
Exportaccedilotildees do Brasil
2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46
2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38
Importaccedilotildees do Brasil
2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44
Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28
2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23
Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31
Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees
2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
47
ANEXO II
Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL
Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp
Peso do MERCOSUL
nas Importaccedilotildees
extra UE 19982000
Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL
19982000
I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361
II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399
III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112
IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423
Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386
V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207
VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130
VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92
VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341
IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374
X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259
XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152
XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139
XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120
XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140
XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176
XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157
XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151
XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206
XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67
XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301
Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183
Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE
Totais por fator agregado
US$ F0B
Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s
A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935
2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111
Fonte
Anos de 19801992 = Banco do Brasil
Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
49
ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro
Uniatildeo Europeacuteia - UE
US$ F0B
E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s
A n o
US$ FOB (A)
Var
Part ()
US$ FOB (B)
Var ()
Part ()
Saldo (A-B)
Corrente Comeacutercio (A+B)
Cobertura (AB)
1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133
Obs () ()
VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil
IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
38
No comeacutercio entre MERCOSUL e UE percebe-se que os paiacuteses do
MERCOSUL exportam na sua maior parte produtos de origem agriacutecola ou mineral enquanto os
europeus exportam na maioria bens manufaturados com maior valor agregado A UE eacute o maior
mercado importador de produtos agriacutecolas brasileiros sendo responsaacutevel por 355 das
exportaccedilotildees agropecuaacuterias entre meados de 2003 e fins de 200411 Poreacutem apesar da essencial
importacircncia desse setor para o comeacutercio exterior do Brasil o que se verifica em termos gerais eacute
a baixa relevacircncia dos produtos agriacutecolas no comeacutercio mundial total
A recente evoluccedilatildeo do comeacutercio bilateral tem mostrado uma tendecircncia de
intensificaccedilatildeo A partir de 1990 as exportaccedilotildees europeacuteias que eram sistematicamente inferiores
agraves suas importaccedilotildees apresentaram um forte crescimento Esse crescimento das exportaccedilotildees
europeacuteias foi importante para aumentar o interesse da UE no MERCOSUL poreacutem a participaccedilatildeo
dos paiacuteses deste bloco no mercado europeu ainda eacute reduzida
Sabe-se que para MERCOSUL e UE o comeacutercio de produtos agriacutecolas eacute uma
importante parte do intercacircmbio entre essas duas regiotildees sendo tambeacutem o motivo de vaacuterios
desacordos entre as partes Poreacutem natildeo se pode esquecer da importacircncia dos produtos
manufaturados pois metade do comeacutercio inter-regional se deve a esses produtos Aleacutem de ser
importante para a UE tambeacutem o MERCOSUL busca aumentar potencialmente essas trocas
Poreacutem haacute que se lembrar que para os produtos manufaturados a UE jaacute natildeo eacute um parceiro com
tamanha importacircncia como no caso de produtos agriacutecolas
11 Fonte lthttpwwwagriculturagovbrspccomercializaccedilatildeohtm Anexo I Exportaccedilotildees Brasileiras do Agronegoacutecio Blocos Econocircmicos Paiacuteses
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
39
Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta
de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as
maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados
representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros
quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo
eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos
Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II
32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil
Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco
econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a
assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos
tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL
Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de
facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo
acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram
negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL
com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados
europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia
A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais
nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que
temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
40
relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no
fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as
medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus
No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator
agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de
2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral
com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
41
CONCLUSAtildeO
As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito
tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se
aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial
implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente
conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados
Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos
data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina
individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se
com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as
partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados
A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos
causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e
Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um
desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo
com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e
falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a
formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse
fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados
que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
42
interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus
interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar
obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos
econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada
bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles
como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das
negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave
liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees
Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar
um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o
Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e
essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles
Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo
inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se
tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs
dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses
integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e
reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento
Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da
agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
43
Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor
agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta
de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses
desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil
esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor
Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do
Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC
depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia
Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a
pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade
eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os
subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre
MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas
do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
44
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005
bull AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972
bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004
bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004
bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003
bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004
bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998
bull GLOBAL 21 Disponiacutevel em lthttpwwwglobal21combrgt Acessado em 20 de novembro de 2005
bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001
bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
45
bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005
bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005
bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999
bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005
bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003
bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
46
ANEXO I
Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo
(valores totais em US$ e porcentuais)
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45
Exportaccedilotildees do Brasil
2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46
2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38
Importaccedilotildees do Brasil
2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44
Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28
2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23
Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31
Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees
2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
47
ANEXO II
Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL
Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp
Peso do MERCOSUL
nas Importaccedilotildees
extra UE 19982000
Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL
19982000
I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361
II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399
III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112
IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423
Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386
V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207
VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130
VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92
VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341
IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374
X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259
XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152
XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139
XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120
XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140
XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176
XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157
XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151
XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206
XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67
XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301
Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183
Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE
Totais por fator agregado
US$ F0B
Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s
A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935
2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111
Fonte
Anos de 19801992 = Banco do Brasil
Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
49
ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro
Uniatildeo Europeacuteia - UE
US$ F0B
E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s
A n o
US$ FOB (A)
Var
Part ()
US$ FOB (B)
Var ()
Part ()
Saldo (A-B)
Corrente Comeacutercio (A+B)
Cobertura (AB)
1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133
Obs () ()
VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil
IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
39
Dentre os produtos manufaturados os que tecircm maior importacircncia para a pauta
de exportaccedilotildees do MERCOSUL para a UE satildeo os produtos minerais e as ligas de metal as
maacutequinas e equipamentos eleacutetricos e os equipamentos de transporte Juntos os produtos citados
representam mais de metade das exportaccedilotildees manufaturadas do MERCOSUL Haacute ainda outros
quatro grupos de produtos que representam quase 13 das exportaccedilotildees de manufaturados satildeo
eles papel e papelatildeo madeira corticcedila e cestaria couros peles e artigos e produtos quiacutemicos
Esses dados podem ser observados na tabela que consta no Anexo II
32 Consequumlecircncias dessa relaccedilatildeo inter-regional para o Brasil
Pode-se dizer que as relaccedilotildees do Brasil com a Europa enquanto bloco
econocircmico e processo de integraccedilatildeo regional existem praticamente desde a criaccedilatildeo da CEE com a
assinatura do tratado de Roma em 1957 Essas relaccedilotildees intensificaram-se ao longo dos anos
tornando a Europa o mais tradicional parceiro comercial do Brasil e do MERCOSUL
Uma das intenccedilotildees da criaccedilatildeo de um bloco econocircmico no Cone Sul era a de
facilitar a conclusatildeo de acordos inter-regionais de comeacutercio e cooperaccedilatildeo dentre eles um amplo
acordo com a Uniatildeo Europeacuteia A partir de entatildeo com a criaccedilatildeo do MERCOSUL foram
negociados novos acordos de cooperaccedilatildeo entre a CEE e o Brasil Para os paiacuteses do MERCOSUL
com enfoque para o Brasil a maior contribuiccedilatildeo da Uniatildeo Europeacuteia seria o acesso aos mercados
europeus poreacutem para isso haacute uma grande resistecircncia europeacuteia
A aproximaccedilatildeo entre MERCOSUL e UE ocasionou em mudanccedilas fundamentais
nas relaccedilotildees do Brasil com CEE e com Uniatildeo Europeacuteia mas apesar disso ainda percebe-se que
temas relacionados ao protecionismo agriacutecola sempre aparecem quando se procura aprofundar as
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
40
relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no
fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as
medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus
No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator
agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de
2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral
com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
41
CONCLUSAtildeO
As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito
tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se
aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial
implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente
conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados
Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos
data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina
individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se
com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as
partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados
A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos
causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e
Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um
desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo
com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e
falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a
formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse
fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados
que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
42
interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus
interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar
obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos
econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada
bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles
como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das
negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave
liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees
Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar
um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o
Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e
essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles
Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo
inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se
tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs
dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses
integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e
reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento
Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da
agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
43
Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor
agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta
de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses
desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil
esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor
Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do
Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC
depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia
Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a
pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade
eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os
subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre
MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas
do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
44
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005
bull AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972
bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004
bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004
bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003
bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004
bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998
bull GLOBAL 21 Disponiacutevel em lthttpwwwglobal21combrgt Acessado em 20 de novembro de 2005
bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001
bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
45
bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005
bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005
bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999
bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005
bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003
bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
46
ANEXO I
Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo
(valores totais em US$ e porcentuais)
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45
Exportaccedilotildees do Brasil
2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46
2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38
Importaccedilotildees do Brasil
2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44
Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28
2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23
Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31
Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees
2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
47
ANEXO II
Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL
Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp
Peso do MERCOSUL
nas Importaccedilotildees
extra UE 19982000
Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL
19982000
I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361
II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399
III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112
IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423
Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386
V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207
VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130
VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92
VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341
IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374
X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259
XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152
XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139
XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120
XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140
XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176
XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157
XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151
XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206
XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67
XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301
Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183
Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE
Totais por fator agregado
US$ F0B
Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s
A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935
2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111
Fonte
Anos de 19801992 = Banco do Brasil
Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
49
ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro
Uniatildeo Europeacuteia - UE
US$ F0B
E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s
A n o
US$ FOB (A)
Var
Part ()
US$ FOB (B)
Var ()
Part ()
Saldo (A-B)
Corrente Comeacutercio (A+B)
Cobertura (AB)
1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133
Obs () ()
VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil
IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
40
relaccedilotildees com os europeus O problema eacute que Brasil e MERCOSUL tecircm seu ponto forte no
fornecimento de produtos primaacuterios e continuam sofrendo duramente em boa parte com as
medidas tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias adotadas pelos europeus
No Anexo III observa-se a variaccedilatildeo nas exportaccedilotildees brasileiras por fator
agregado para a Uniatildeo Europeacuteia Percebe-se que houve uma reduccedilatildeo nos valores no periacuteodo de
2004 agrave meados de 2005 Enquanto o Anexo IV mostra o intercacircmbio comercial brasileiro geral
com a Uniatildeo Europeacuteia ateacute o presente ano
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
41
CONCLUSAtildeO
As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito
tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se
aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial
implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente
conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados
Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos
data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina
individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se
com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as
partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados
A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos
causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e
Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um
desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo
com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e
falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a
formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse
fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados
que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
42
interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus
interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar
obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos
econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada
bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles
como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das
negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave
liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees
Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar
um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o
Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e
essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles
Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo
inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se
tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs
dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses
integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e
reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento
Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da
agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
43
Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor
agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta
de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses
desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil
esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor
Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do
Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC
depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia
Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a
pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade
eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os
subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre
MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas
do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
44
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005
bull AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972
bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004
bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004
bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003
bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004
bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998
bull GLOBAL 21 Disponiacutevel em lthttpwwwglobal21combrgt Acessado em 20 de novembro de 2005
bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001
bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
45
bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005
bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005
bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999
bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005
bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003
bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
46
ANEXO I
Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo
(valores totais em US$ e porcentuais)
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45
Exportaccedilotildees do Brasil
2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46
2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38
Importaccedilotildees do Brasil
2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44
Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28
2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23
Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31
Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees
2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
47
ANEXO II
Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL
Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp
Peso do MERCOSUL
nas Importaccedilotildees
extra UE 19982000
Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL
19982000
I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361
II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399
III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112
IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423
Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386
V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207
VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130
VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92
VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341
IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374
X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259
XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152
XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139
XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120
XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140
XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176
XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157
XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151
XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206
XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67
XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301
Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183
Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE
Totais por fator agregado
US$ F0B
Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s
A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935
2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111
Fonte
Anos de 19801992 = Banco do Brasil
Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
49
ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro
Uniatildeo Europeacuteia - UE
US$ F0B
E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s
A n o
US$ FOB (A)
Var
Part ()
US$ FOB (B)
Var ()
Part ()
Saldo (A-B)
Corrente Comeacutercio (A+B)
Cobertura (AB)
1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133
Obs () ()
VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil
IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
41
CONCLUSAtildeO
As relaccedilotildees entre os paiacuteses da Ameacuterica Latina e da Europa existem haacute muito
tempo e hoje em dia verifica-se que estatildeo mais fortes pois MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia tecircm se
aproximado cada vez mais e pretendem aumentar ainda mais essa proximidade comercial
implantando o Acordo Marco de Cooperaccedilatildeo Inter-regional com o objetivo de futuramente
conseguir-se a liberalizaccedilatildeo comercial entre seus mercados
Pocircde ser visto no decorrer do trabalho que essa afinidade entre os dois blocos
data desde quando a CEE realizava acordos de cooperaccedilatildeo com paiacuteses da Ameacuterica Latina
individualmente especialmente o Brasil e depois da criaccedilatildeo do MERCOSUL consolidaram-se
com mais firmeza esses tipos de acordos aumentando tambeacutem a responsabilidade de ambas as
partes pois agora se tratava de dois blocos econocircmicos e natildeo somente de paiacuteses isolados
A proposta deste trabalho consistiu em analisar os benefiacutecios ou prejuiacutezos
causados ao Brasil devido a essa relaccedilatildeo comercial cada vez mais crescente entre MERCOSUL e
Uniatildeo Europeacuteia Para alguns autores a construccedilatildeo de blocos econocircmicos eacute considerada como um
desafio proposto pela globalizaccedilatildeo avanccedilando fronteiras nacionais e ao mesmo tempo fazendo
com que o Estado-naccedilatildeo abra matildeo de sua soberania levando-o a uma situaccedilatildeo de impotecircncia e
falta de autonomia Embora essa visatildeo seja defendida a afirmativa eacute equivocada pois com a
formaccedilatildeo de blocos econocircmicos o paiacutes acaba se fortalecendo no cenaacuterio internacional Esse
fortalecimento se daacute atraveacutes do poder de barganha que o paiacutes adquire ao se unir a outros Estados
que possuem objetivos semelhantes ou seja de maneira bilateral o Estado defende seus
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
42
interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus
interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar
obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos
econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada
bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles
como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das
negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave
liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees
Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar
um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o
Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e
essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles
Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo
inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se
tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs
dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses
integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e
reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento
Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da
agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
43
Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor
agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta
de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses
desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil
esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor
Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do
Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC
depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia
Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a
pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade
eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os
subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre
MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas
do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
44
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005
bull AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972
bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004
bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004
bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003
bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004
bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998
bull GLOBAL 21 Disponiacutevel em lthttpwwwglobal21combrgt Acessado em 20 de novembro de 2005
bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001
bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
45
bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005
bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005
bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999
bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005
bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003
bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
46
ANEXO I
Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo
(valores totais em US$ e porcentuais)
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45
Exportaccedilotildees do Brasil
2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46
2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38
Importaccedilotildees do Brasil
2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44
Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28
2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23
Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31
Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees
2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
47
ANEXO II
Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL
Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp
Peso do MERCOSUL
nas Importaccedilotildees
extra UE 19982000
Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL
19982000
I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361
II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399
III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112
IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423
Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386
V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207
VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130
VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92
VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341
IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374
X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259
XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152
XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139
XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120
XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140
XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176
XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157
XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151
XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206
XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67
XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301
Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183
Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE
Totais por fator agregado
US$ F0B
Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s
A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935
2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111
Fonte
Anos de 19801992 = Banco do Brasil
Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
49
ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro
Uniatildeo Europeacuteia - UE
US$ F0B
E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s
A n o
US$ FOB (A)
Var
Part ()
US$ FOB (B)
Var ()
Part ()
Saldo (A-B)
Corrente Comeacutercio (A+B)
Cobertura (AB)
1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133
Obs () ()
VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil
IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
42
interesses com as forccedilas que possui jaacute multilateralmente ele continua a lutar pelos seus
interesses mas a pressatildeo exercida eacute maior devido ao maior poder econocircmico poliacutetico e militar
obtido atraveacutes da uniatildeo dos paiacuteses E para alcanccedilar maiores objetivos com relaccedilatildeo aos blocos
econocircmicos pode ser possiacutevel ainda obter maiores benefiacutecios para os Estados-partes de cada
bloco de acordo com os interesses de cada um se houver um acordo inter-regional entre eles
como eacute o caso do Brasil na relaccedilatildeo entre MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia No decorrer das
negociaccedilotildees do Acordo Marco o paiacutes pode conseguir grandes benefiacutecios no que diz respeito agrave
liberalizaccedilatildeo do comeacutercio entre as regiotildees
Poreacutem vale lembrar que apesar da aproximaccedilatildeo e da vontade de implementar
um acordo entre os blocos ainda haacute muito que se negociar pois MERCOSUL especialmente o
Brasil sofrem com as barreiras tarifaacuterias e natildeo-tarifaacuterias impostas pelo protecionismo europeu e
essa eacute uma das principais preocupaccedilotildees do paiacutes quanto agrave liberalizaccedilatildeo comercial entre eles
Essa eacute a primeira vez que dois blocos econocircmicos decidem firmar um acordo
inter-regional para negociaccedilotildees e possiacutevel liberalizaccedilatildeo de seus mercados poreacutem ainda natildeo se
tem nada concreto somente especulaccedilotildees acerca de resultados Estaacute sendo realizada este mecircs
dezembro de 2005 a Reuniatildeo de Hong Kong que eacute uma conferecircncia ministerial entre os paiacuteses
integrantes da OMC com o objetivo de tentar liberalizar setores sensiacuteveis como a agricultura e
reduzir taxas em benefiacutecio da economia mundial principalmente dos paiacuteses em desenvolvimento
Poreacutem o que se percebe eacute que as dificuldades continuam e persistem nas aacutereas de negociaccedilatildeo da
agricultura de acesso aos mercados tanto para os bens industriais como para os de serviccedilos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
43
Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor
agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta
de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses
desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil
esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor
Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do
Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC
depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia
Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a
pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade
eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os
subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre
MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas
do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
44
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005
bull AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972
bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004
bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004
bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003
bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004
bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998
bull GLOBAL 21 Disponiacutevel em lthttpwwwglobal21combrgt Acessado em 20 de novembro de 2005
bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001
bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
45
bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005
bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005
bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999
bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005
bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003
bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
46
ANEXO I
Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo
(valores totais em US$ e porcentuais)
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45
Exportaccedilotildees do Brasil
2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46
2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38
Importaccedilotildees do Brasil
2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44
Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28
2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23
Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31
Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees
2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
47
ANEXO II
Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL
Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp
Peso do MERCOSUL
nas Importaccedilotildees
extra UE 19982000
Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL
19982000
I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361
II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399
III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112
IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423
Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386
V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207
VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130
VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92
VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341
IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374
X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259
XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152
XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139
XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120
XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140
XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176
XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157
XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151
XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206
XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67
XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301
Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183
Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE
Totais por fator agregado
US$ F0B
Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s
A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935
2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111
Fonte
Anos de 19801992 = Banco do Brasil
Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
49
ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro
Uniatildeo Europeacuteia - UE
US$ F0B
E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s
A n o
US$ FOB (A)
Var
Part ()
US$ FOB (B)
Var ()
Part ()
Saldo (A-B)
Corrente Comeacutercio (A+B)
Cobertura (AB)
1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133
Obs () ()
VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil
IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
43
Para o Brasil o setor de maior importacircncia para as negociaccedilotildees eacute o setor
agriacutecola que ainda eacute pouco competitivo no mercado internacional principalmente devido agrave falta
de apoio de todas as formas De acordo com informaccedilotildees do Ministeacuterio da Agricultura os paiacuteses
desenvolvidos oferecem uma meacutedia de 30 de subsiacutedio aos seus agricultores enquanto no Brasil
esse apoio fiscal eacute de apenas 3 no mesmo setor
Tendo em vista todas as dificuldades frequumlentes para uma maior inserccedilatildeo do
Brasil de forma mais competitiva no mercado europeu o sucesso da atual reuniatildeo da OMC
depende em especial de uma proposta agriacutecola menos conservadora da Uniatildeo Europeacuteia
Grandes liacutederes e autoridades europeacuteias sempre falam em ajudar a combater a
pobreza no chamado terceiro mundo mas para que isso seja possiacutevel e se torne uma realidade
eles devem fazer aquilo que mais favoreceria esses paiacuteses eliminar ou ao menos reduzir os
subsiacutedios E como foi visto sem a eliminaccedilatildeo de barreiras o acordo inter-regional entre
MERCOSUL e Uniatildeo Europeacuteia natildeo iraacute para frente levando ao fracasso o futuro e as expectativas
do primeiro acordo jaacute realizado entre dois blocos
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
44
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005
bull AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972
bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004
bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004
bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003
bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004
bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998
bull GLOBAL 21 Disponiacutevel em lthttpwwwglobal21combrgt Acessado em 20 de novembro de 2005
bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001
bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
45
bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005
bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005
bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999
bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005
bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003
bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
46
ANEXO I
Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo
(valores totais em US$ e porcentuais)
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45
Exportaccedilotildees do Brasil
2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46
2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38
Importaccedilotildees do Brasil
2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44
Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28
2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23
Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31
Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees
2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
47
ANEXO II
Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL
Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp
Peso do MERCOSUL
nas Importaccedilotildees
extra UE 19982000
Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL
19982000
I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361
II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399
III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112
IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423
Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386
V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207
VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130
VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92
VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341
IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374
X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259
XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152
XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139
XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120
XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140
XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176
XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157
XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151
XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206
XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67
XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301
Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183
Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE
Totais por fator agregado
US$ F0B
Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s
A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935
2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111
Fonte
Anos de 19801992 = Banco do Brasil
Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
49
ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro
Uniatildeo Europeacuteia - UE
US$ F0B
E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s
A n o
US$ FOB (A)
Var
Part ()
US$ FOB (B)
Var ()
Part ()
Saldo (A-B)
Corrente Comeacutercio (A+B)
Cobertura (AB)
1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133
Obs () ()
VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil
IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
44
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
bull ADUANEIRAS Informaccedilotildees sem fronteiras Disponiacutevel em lthttp wwwaduaneirascombrintegracaogt Acessado em 30 de outubro de 2005
bull AMARAL JUNIOR Alberto do SANCHEZ Michelle Ratton (Orgs) Uniatildeo Europeacuteia Satildeo Paulo Aduaneiras 2002 p 144
bull BALASSA Bela Teoria da Integraccedilatildeo Econocircmica Lisboa Claacutessica 2 ed1972
bull FERRAZ Daniel Amin Manual de Integraccedilatildeo Regional Belo Horizonte Mandamentos 2004
bull FILHO Demeacutetrio Florentino de Toledo Globalizaccedilatildeo Econocircmica e Unificaccedilatildeo Monetaacuteria Europeacuteia Brasiacutelia UnB Instituto de Relaccedilotildees Exteriores 2004
bull FLORES Renato (org) Acordo MERCOSUL ndash Uniatildeo Europeacuteia Aleacutem da Agricultura Rio de Janeiro Fundaccedilatildeo Konrad Adenauer 2003
bull FURLAN Fernando de Magalhatildees Integraccedilatildeo e Soberania o Brasil e o MERCOSUL Satildeo Paulo Aduaneiras 2004
bull GARCIA JUNIOR Armando Aacutelvares MERCOSUL hoje novos e difiacuteceis caminhos Satildeo Paulo LTr 1998
bull GLOBAL 21 Disponiacutevel em lthttpwwwglobal21combrgt Acessado em 20 de novembro de 2005
bull KUNZLER Jacob Paulo [coordenadora Yone Silva Pontes] MERCOSUL e o Comeacutercio Exterior Satildeo Paulo Aduaneiras 2 ed 2001
bull MACHADO Joatildeo Bosco M MERCOSUL Processo de Integraccedilatildeo - origem evoluccedilatildeo e crise Satildeo Paulo Aduaneiras 2000
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
45
bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005
bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005
bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999
bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005
bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003
bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
46
ANEXO I
Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo
(valores totais em US$ e porcentuais)
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45
Exportaccedilotildees do Brasil
2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46
2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38
Importaccedilotildees do Brasil
2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44
Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28
2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23
Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31
Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees
2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
47
ANEXO II
Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL
Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp
Peso do MERCOSUL
nas Importaccedilotildees
extra UE 19982000
Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL
19982000
I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361
II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399
III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112
IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423
Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386
V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207
VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130
VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92
VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341
IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374
X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259
XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152
XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139
XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120
XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140
XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176
XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157
XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151
XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206
XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67
XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301
Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183
Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE
Totais por fator agregado
US$ F0B
Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s
A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935
2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111
Fonte
Anos de 19801992 = Banco do Brasil
Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
49
ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro
Uniatildeo Europeacuteia - UE
US$ F0B
E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s
A n o
US$ FOB (A)
Var
Part ()
US$ FOB (B)
Var ()
Part ()
Saldo (A-B)
Corrente Comeacutercio (A+B)
Cobertura (AB)
1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133
Obs () ()
VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil
IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
45
bull MERCOSUL Disponiacutevel em lthttpwwwmercosulorgbrgt Acessado em 13 de agosto de 2005
bull MINISTEacuteRIO DA AGRICULTURA PECUAacuteRIA E ABASTECIMENTO Disponiacutevel em lthttpwwwagriculturagovbrgt Acessado em 05 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DO DESENVOLVIMENTO INDUacuteSTRIA E COMEacuteRCIO EXTERIOR Disponiacutevel em lthttpwwwdesenvolvimentogovbrgt Acessado em 10 de novembro de 2005
bull MINISTEacuteRIO DAS RELACcedilOtildeES EXTERIORES Disponiacutevel em lthttpwwwmregovbrgt Acessado em 14 de julho de 2005
bull SILVA Hebe T Romano P da O que o Brasil Precisa Saber sobre o MERCOSUL Brasiacutelia Brasiacutelia Juriacutedica 1999
bull UNIAtildeO EUROPEacuteIA Disponiacutevel em lthttpwwweuropaeuintgt Acessado em 17 de agosto de 2005
bull VENTURA Deisy de Freitas Lima As Assimetrias entre o MERCOSUL e a Uniatildeo Europeacuteia os desafios de uma associaccedilatildeo inter-regional Barueri SP Manole 2003
bull VIEIRA Jeacuteferson de Castro Dinacircmica socioeconocircmica do MERCOSUL frente agrave globalizaccedilatildeo Brasiacutelia Ed UNB 2001 p81
bull THORSTENSEN Vera Comunidade Europeacuteia Satildeo Paulo Editora Brasiliense 1992
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
46
ANEXO I
Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo
(valores totais em US$ e porcentuais)
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45
Exportaccedilotildees do Brasil
2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46
2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38
Importaccedilotildees do Brasil
2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44
Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28
2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23
Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31
Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees
2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
47
ANEXO II
Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL
Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp
Peso do MERCOSUL
nas Importaccedilotildees
extra UE 19982000
Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL
19982000
I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361
II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399
III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112
IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423
Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386
V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207
VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130
VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92
VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341
IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374
X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259
XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152
XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139
XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120
XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140
XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176
XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157
XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151
XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206
XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67
XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301
Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183
Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE
Totais por fator agregado
US$ F0B
Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s
A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935
2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111
Fonte
Anos de 19801992 = Banco do Brasil
Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
49
ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro
Uniatildeo Europeacuteia - UE
US$ F0B
E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s
A n o
US$ FOB (A)
Var
Part ()
US$ FOB (B)
Var ()
Part ()
Saldo (A-B)
Corrente Comeacutercio (A+B)
Cobertura (AB)
1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133
Obs () ()
VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil
IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
46
ANEXO I
Intercacircmbio comercial do Brasil com a Uniatildeo Europeacuteia em comparaccedilatildeo com Estados Unidos MERCOSUL e resto do mundo
(valores totais em US$ e porcentuais)
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 12 760 24 10 739 20 5 359 10 24 819 46 2004 24 160 25 20 038 21 8 912 9 43 365 45 2003 18 102 25 16 692 23 5 672 8 32 618 44 2002 15 113 25 15 354 25 3 311 5 26 584 45
Exportaccedilotildees do Brasil
2001 14 865 26 14 190 24 6 364 11 22 804 39 jan - jun 2005 8 865 26 6 017 18 3 398 10 15 730 46
2004 15 923 25 11 337 18 6 393 10 29 129 46 2003 12 687 26 9 564 20 5 686 12 20 323 42 2002 13 136 28 10 286 22 5 611 12 18 207 38
Importaccedilotildees do Brasil
2001 14 822 27 12 894 23 7 010 13 20 855 37 Fonte Ministeacuterio do Desenvolvimento da Induacutestria e do Comeacutercio Exterior
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos MERCOSUL Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 6 746 33 2 872 14 637 3 9 946 50 2004 13 429 34 5 756 15 1 133 3 18 698 48 2003 11 153 36 4 801 16 945 3 13 740 45 2002 9 110 37 4 139 17 675 3 10 915 44
Exportaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 8 904 37 3 654 15 1 454 6 9 851 41 jan - jun 2005 462 19 215 9 1 092 44 712 28
2004 880 18 476 10 2 239 46 1 286 26 2003 733 15 504 11 2 462 51 1 092 23 2002 749 17 465 10 2 244 50 1 034 23
Importaccedilotildees agroalimentares do Brasil
2001 838 17 424 9 2 450 51 1 135 23 Fonte Ministeacuterio da Agricultura
Uniatildeo Europeacuteia Estados Unidos Japatildeo Resto do mundo US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot US$ milhotildees tot
jan - jun 2005 3 927 51 1 939 25 165 2 1 713 22 2004 12 300 61 4 017 20 243 1 3 705 18 2003 4 670 36 2 383 18 1 368 11 4 481 35 2002 9 735 52 2 614 14 504 3 5 901 31
Ingresso de invest dir ext no Brasil em US$ milhotildees
2001 10 583 50 4 465 21 827 4 5 167 25 Fonte Banco Central do Brasil
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
47
ANEXO II
Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL
Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp
Peso do MERCOSUL
nas Importaccedilotildees
extra UE 19982000
Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL
19982000
I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361
II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399
III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112
IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423
Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386
V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207
VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130
VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92
VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341
IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374
X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259
XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152
XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139
XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120
XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140
XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176
XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157
XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151
XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206
XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67
XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301
Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183
Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE
Totais por fator agregado
US$ F0B
Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s
A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935
2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111
Fonte
Anos de 19801992 = Banco do Brasil
Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
49
ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro
Uniatildeo Europeacuteia - UE
US$ F0B
E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s
A n o
US$ FOB (A)
Var
Part ()
US$ FOB (B)
Var ()
Part ()
Saldo (A-B)
Corrente Comeacutercio (A+B)
Cobertura (AB)
1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133
Obs () ()
VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil
IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
47
ANEXO II
Evoluccedilatildeo das Importaccedilotildees Europeacuteias provenientes do MERCOSUL
Seccedilatildeo SH Descriccedilatildeo 1996 2000 Evoluccedilatildeo () 19982000 Comp
Peso do MERCOSUL
nas Importaccedilotildees
extra UE 19982000
Peso da UE nas exportaccedilotildees do MERCOSUL
19982000
I Produtos animais 1423773 1623654 140 1507280 80 102 361
II Produtos vegetais 3358733 3465849 32 3864932 206 141 399
III Gorduras oacuteleos 112607 101478 - 99 159462 08 53 112
IV Alimentosbebidasfumo 5197408 4348115 - 163 4193902 223 187 423
Produtos de origem agriacutecola 10092521 9539096 - 55 9725576 518 144 386
V Produtos minerais 1622882 1846666 138 1808796 96 17 207
VI Produtos quiacutemicos 505464 568298 124 565323 30 10 130
VII Plaacutesticos e borrachas 175649 223353 272 200780 11 08 92
VIII Couros e peles artigos de viagem 783629 656094 - 162 607907 32 66 341
IX Madeira corticcedila e cestaria 616583 707717 148 643811 34 50 374
X Produtos de papel e papelatildeo 566385 849814 500 708195 38 47 259
XI Tecircxteis 512948 295417 - 424 301485 16 05 152
XII Calccedilados chapeacuteus e similares 249749 219116 - 123 224002 12 25 139
XIII Pedras ceracircmicas e vidros 79376 87477 102 86246 05 12 120
XIV Artigos de joalheria 126793 103265 - 186 84810 05 03 140
XV Ligas de metal 904454 1189821 316 1149632 61 23 176
XVI Maquinaria eq Eleacutetricos 977143 1208612 237 1114420 59 04 157
XVII Equipamentos de transporte 379418 1359075 2582 1231933 66 17 151
XVIII Instrumentos de precisatildeo 69911 98301 406 90234 05 02 206
XIX Armas e municcedilotildees 4219 4534 75 3763 00 06 67
XX Artigos manufaturados diversos 233897 258004 103 223775 12 09 301
Produtos manufaturados 7808140 9675564 239 9045109 482 12 183
Total 17900661 19214660 73 18770685 1000 22 252 Fonte IPEA
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE
Totais por fator agregado
US$ F0B
Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s
A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935
2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111
Fonte
Anos de 19801992 = Banco do Brasil
Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
49
ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro
Uniatildeo Europeacuteia - UE
US$ F0B
E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s
A n o
US$ FOB (A)
Var
Part ()
US$ FOB (B)
Var ()
Part ()
Saldo (A-B)
Corrente Comeacutercio (A+B)
Cobertura (AB)
1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133
Obs () ()
VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil
IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
ANEXO III Exportaccedilatildeo Brasileira Uniatildeo Europeacuteia - UE
Totais por fator agregado
US$ F0B
Produtos I n d u s t r i a l i z a d o s O p e r a ccedil otilde e s
A n o M ecirc s T O T A L B aacute s i c o s Subtotal (A+B) Semimanuf (A) Manufaturados (B) E s p e c i a i s
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
US$ FOB
Var
1990 10504482217 -819 4618943274 -1331 5885449046 1497061093 -1505 4388387953 086 89897 -2101 1991 10364776209 -133 4577631732 -089 5787051628 1511501963 096 4275549665 -257 92849 328 1992 10971031878 585 4887593589 677 6083237452 1644643394 881 4438594058 381 200837 11630 1993 10469475978 -457 4886012748 -003 5530708737 1466061611 -1086 4064647126 -842 52754493 --- 1994 12551918665 1989 6317494493 2930 6196759263 1606131996 955 4590627267 1294 37664909 -2860 1995 13236481954 545 5804643484 -812 7373179359 2036856016 2682 5336323343 1624 58659111 5574 1996 13292850278 043 6358635219 954 6873943951 1907692441 -634 4966251510 -693 60271108 275 1997 14966002365 1259 8020768254 2614 6904432222 1943535527 188 4960896695 -011 40801889 -3230 1998 15103014567 092 6969707330 -1310 8094813273 2286181419 1763 5808631854 1709 38493964 -566 1999 14082887758 -675 6309479395 -947 7713535158 1991358561 -1290 5722176597 -149 59873205 5554 2000 15216937659 805 6450984983 224 8707289206 2557110585 2841 6150178621 748 58663470 -202 2001 15240991337 016 7515247449 1650 7436696986 2172716489 -1503 5263980497 -1441 289046902 39272 2002 15404578360 107 7566257291 068 7791929512 2222166832 228 5569762680 581 46391557 -8395 2003 18461012700 1984 9250126633 2225 9161817259 2420924686 894 6740892573 2103 49068808 577 2004 24160225116 3087 11444850828 2373 12661718327 2759961452 1400 9901756875 4689 53655961 935
2005 22008158775 1076 10540208370 724 11426624582 2536753068 1228 8889871514 1491 41325823 -1025 Janeiro 1760604499 --- 713053513 --- 1043257912 224899607 --- 818358305 --- 4293074 --- Fevereiro 1806707953 262 695233687 -250 1106831920 235644354 478 871187566 646 4642346 814 Marccedilo 2242809705 2414 877023388 2615 1360957333 300857534 2767 1060099799 2168 4828984 402 Abril 2204720248 -170 1080375119 2319 1119408593 252664647 -1602 866743946 -1824 4936536 223 Maio 2392072749 850 1219797272 1290 1167421785 237927746 -583 929494039 724 4853692 -168 Junho 2352660671 -165 1153111678 -547 1196234298 287203421 2071 909030877 -220 3314695 -3171 Julho 2428419754 322 1358750789 1783 1067065035 208297161 -2747 858767874 -553 2603930 -2144 Agosto 2508812519 331 1344596445 -104 1161204720 259616844 2464 901587876 499 3011354 1565 Setembro 2185597042 -1288 1047770867 -2208 1133145577 266403535 261 866742042 -386 4680598 5543 Outubro 2125753635 -274 1050495612 026 1071097409 263238219 -119 807859190 -679 4160614 -1111
Fonte
Anos de 19801992 = Banco do Brasil
Anos de 19932000 = SISCOMEX ALICE
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
49
ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro
Uniatildeo Europeacuteia - UE
US$ F0B
E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s
A n o
US$ FOB (A)
Var
Part ()
US$ FOB (B)
Var ()
Part ()
Saldo (A-B)
Corrente Comeacutercio (A+B)
Cobertura (AB)
1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133
Obs () ()
VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil
IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
49
ANEXO IV Intercacircmbio Comercial Brasileiro
Uniatildeo Europeacuteia - UE
US$ F0B
E x p o r t a ccedil atilde o I m p o r t a ccedil atilde o R e s u l t a d o s
A n o
US$ FOB (A)
Var
Part ()
US$ FOB (B)
Var ()
Part ()
Saldo (A-B)
Corrente Comeacutercio (A+B)
Cobertura (AB)
1990 10504482217 -819 3344 4853847920 1339 2349 5650634297 15358330137 216 1991 10364776209 -133 3278 5182427225 677 2463 5182348984 15547203434 200 1992 10971031878 585 3065 5046551305 -262 2455 5924480573 16017583183 217 1993 10469475978 -457 2715 6114670743 2117 2421 4354805235 16584146721 171 1994 12551918665 1989 2883 9209100874 5061 2784 3342817791 21761019539 136 1995 13236481954 545 2846 14211748149 5432 2844 -975266195 27448230103 093 1996 13292850278 043 2784 14535479812 228 2725 -1242629534 27828330090 091 1997 14966002365 1259 2825 16195210890 1142 2711 -1229208525 31161213255 092 1998 15103014567 092 2953 17220418080 633 2981 -2117403513 32323432647 088 1999 14082887758 -675 2933 15317770777 -1105 3107 -1234883019 29400658535 092 2000 15216937659 805 2762 14526683195 -516 2602 690254464 29743620854 105 2001 15240991337 016 2618 15403783734 604 2772 -162792397 30644775071 099 2002 15404578360 107 2552 13479908867 -1249 2853 1924669493 28884487227 114 2003 18461012700 1984 2526 13022907486 -339 2696 5438105214 31483920186 142 2004 24160225116 3087 2504 15924068678 2228 2535 8236156438 40084293794 152 2005 22008158775 1076 2278 15097974743 1609 2505 6910184032 37106133518 146 Janeiro 1760604499 --- 2365 1483224285 --- 2820 277380214 3243828784 119 Fevereiro 1806707953 262 2329 1285434630 -1334 2585 521273323 3092142583 141 Marccedilo 2242809705 2414 2424 1520461371 1828 2574 722348334 3763271076 148 Abril 2204720248 -170 2396 1390700709 -853 2608 814019539 3595420957 159 Maio 2392072749 850 2436 1636107467 1765 2569 755965282 4028180216 146 Junho 2352660671 -165 2305 1551518838 -517 2510 801141833 3904179509 152 Julho 2428419754 322 2195 1496151633 -357 2470 932268121 3924571387 162 Agosto 2508812519 331 2211 1879628849 2563 2448 629183670 4388441368 133
Obs () ()
VAR =gt CRITEacuteRIO DE CAacuteLCULO Anual = Sobre o ano anterior na mesma proporccedilatildeo mensal Mensal = Sobre o mecircs anterior PART =gt Participaccedilatildeo percentual sobre o Total Geral do Brasil
IMPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Origem Dados definitivos ateacute Dez96 Dados preliminares para os meses seguintes EXPORTACcedilAtildeO =gt Base ALICE - Out05 Paiacutes de Destino Final
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom
PDF created with pdfFactory Pro trial version wwwpdffactorycom