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Faculdade de Educação
Departamento de Educação em Ciências Naturais e Matemática
Licenciatura em Educação Ambiental
Análise da Promoção da Legislação Ambiental Moçambicana na
Cidade de Maputo: Caso do ProInfo e PECODA entre 2010 e 2015
MONOGRAFIA
Ivan André de Amaral
Maputo, Junho de 2017
Ivan André de Amaral
Análise da Promoção da Legislação Ambiental Moçambicana na
Cidade de Maputo: Caso do ProInfo e PECODA entre 2010 e 2015
Monografia apresentada ao Departamento de Educação em
Ciências Naturais e Matemática, da Faculdade de Educação da
Universidade Eduardo Mondlane como requisito final para a
obtenção do grau de Licenciatura.
Supervisor: dr. Augusto Bassa João
Maputo, Junho de 2017
i
Declaração de Originalidade
Esta monografia foi julgada suficiente, em 09 de Junho de 2017, como um dos
requisitos para a obtenção do grau de Licenciado em Educação Ambiental e aprovada
na sua forma final pelo Curso de Licenciatura em Educação Ambiental, Departamento
de Educação em Ciências Naturais e Matemática, da Faculdade de Educação da
Universidade Eduardo Mondlane.
Prof. dr. Aguiar Baquete
(Director do Curso de Licenciatura em Educação Ambiental)
O Júri de Avaliação
O presidente do júri O Examinador O Supervisor
____________________ ____________________ ___________________
(drª Narcisia Cossa) (Prof. dr. Aguiar Baquete) (dr. Augusto Bassa)
ii
Agradecimentos
À Deus pai todo-poderoso agradeço, pelo suporte nesta fase e sempre;
Ao dr. Augusto Bassa João pela paciência, aconselhamento, supervisão ou
acompanhamento durante a pesquisa que resultou na presente monografia;
Aos meus pais pelo investimento, desde muito cedo, na minha formação até onde
puderam;
Aos meus irmãos, Sandra em especial, pelo suporte nos momentos difíceis fora da
academia onde o espírito de irmandade teve que intervir (cada um em sua medida!);
Aos tios Jorge Amaral (tio Jorginho) e Maria Thiel pelo amparo, paciência e confiança
em mim depositada até que à esta fase chegasse (seus ensinamentos deram frutos!);
Ao José Martins Saize, meu amigo e colega de longa data, pelo companheirismo
incondicional, apoio e cumplicidade (palavras vão faltar);
Ao Dário Chiluvane, meu amigo, pelo acolhimento e suporte dados nessa jornada;
A todos primos, tios e outros nas mais altas ramificações familiares que de forma
directa ou indirecta participaram desta conquista;
Um agradecimento especial vai a toda a turma “LEA-2013”, em especial aos mais
próximos, que a cada situação passada na academia demonstraram amizade, lealdade,
cumplicidade, responsabilidade e generosidade para comigo. São eles: Afonso Uapita
(pelo companheirismo), Domingas Matlombe (pela parceria), Marta Vânia (pelos
puxões de orelha), Laura Timene (por ser uma referência), Mágda Muendane (pelo
entendimento e as correcções) e José Saize (de novo), bem como a Helga Macuácua
(pela colaboração) e ao Enriques Bila a quem cumpro o dever de citar.
Muito obrigado!
iii
Dedicatória
Dedico este trabalho à pomba que me fez cria, a senhora minha mãe Benvinda Armando
André e ao senhor meu saudoso pai, Orlando Jorge Amaral, pois juntos, cada um ao seu
jeito, sempre apontaram a escola como o melhor caminho a trilhar ao sucesso pessoal.
Seus ensinamentos deram frutos!
iv
Declaração de honra
Declaro por minha honra que esta monografia nunca foi apresentada para a obtenção de
qualquer grau académico e que a mesma constitui o resultado do meu labor individual,
estando indicadas ao longo do texto e nas referências bibliográficas todas as fontes
utilizadas.
Ivan André de Amaral
v
Índice
Declaração de Originalidade ............................................................................................. i
Agradecimentos ................................................................................................................ ii
Declaração de honra ........................................................................................................ iv
Lista de figuras e tabelas ................................................................................................ vii
Lista de Abreviaturas e Siglas ........................................................................................ vii
Resumo .......................................................................................................................... viii
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO........................................................................................ 1
1.1. Introdução .............................................................................................................. 1
1.2. Formulação do Problema: ...................................................................................... 4
1.3. Objectivos da Pesquisa .......................................................................................... 6
1.4. Perguntas de pesquisa: ........................................................................................... 6
1.5. Justificativa da pesquisa: ....................................................................................... 7
CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA .............................................................. 8
2.1. Definição de conceitos ........................................................................................... 8
2.2. A promoção da Legislação Ambiental e seu enquadramento na Educação
Ambiental .................................................................................................................... 10
2.2.1. Processo de promoção da Legislação Ambiental .......................................... 10
2.2.2. Relação entre Legislação Ambiental (LA) e Educação Ambiental (EA) ...... 15
2.3. Quadro da Legislação Ambiental......................................................................... 15
2.3.1. Legislação Ambiental Internacional .............................................................. 15
2.3.2. Quadro da Legislação Ambiental Moçambicana .......................................... 15
2.6. Lições apreendidas da revisão da literatura ......................................................... 17
CAPÍTULO III: METODOLOGIA ................................................................................ 18
3.1.Descrição do local de estudo ................................................................................ 18
3.2. Abordagem metodológica .................................................................................... 18
3.3. Amostragem ......................................................................................................... 19
3.4. Técnicas de recolha e análise de dados ................................................................ 20
3.4.1. Instrumentos de recolha de dados ................................................................. 20
3.5. Questões éticas ..................................................................................................... 23
3.6. Limitações do estudo ........................................................................................... 23
vi
CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ............... 24
4.1. Resultados obtidos ........................................................................................... 24
1. Recursos e as estratégias metodológicas adoptadas na promoção da Legislação
Ambiental: .................................................................................................................. 25
CAPÍTULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES ............................................ 29
5.1. Conclusões ........................................................................................................... 29
5.2. Recomendações ................................................................................................... 31
Referências bibliográficas .............................................................................................. 33
Anexos ............................................................................................................................ 35
Credencial utilizada no âmbito da visita ao MITADER ............................................. 36
Credencial utilizada no âmbito da visita ao CTV ....................................................... 36
Apêndice ......................................................................................................................... 38
Apêndice A: Plano e cronograma de actividades previamente definido .................... 38
Apêndice B: Roteiros de entrevista ............................................................................ 39
Apêndice C: Dados brutos transcritos de algumas das entrevistas ............................. 45
Apêndice D: Matrizes de Análise FOFA dos mecanismos de intervenção dos
programas .................................................................................................................... 53
vii
Lista de figuras e tabelas
Figura 1: Esquema ilustrativo do processo de promoção
Tabela 1: Resultados obtidos da pesquisa
Tabela 2: Quadro exemplificativo da correspondência dados-variáveis analisadas.
Tabela 3. Ilustração dos parâmetros e abordagem da introdução de conteúdos CTSˊs.
Tabela 4. Tabela resumo dos resultados obtidos da pesquisa
Lista de Abreviaturas e Siglas
ACIPOL – Academia de Ciências Policiais
CRM – Constituição da República de Moçambique
CTS – Ciência, Tecnologia e Sociedade
CTV – Centro Terra Viva
DA – Direito Ambiental
EA – Educação Ambiental
FOFA – Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças
LA – Legislação Ambiental
MICOA – Ministério para a Coordenação da Acção Ambiental
MITADER – Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural
PECODA – Programa de Educação, Comunicação e Divulgação Ambiental
PI – Promoção Indirecta
PNA – Política Nacional do Ambiente
ProInfo – Programa de Educação e Informação Ambiental
SDPI – Serviços Distritais de Planificação e Infra-estrutura
viii
Resumo
Este trabalho propõe-se a analisar a promoção da Legislação Ambiental Moçambicana
no seio do Programa de Educação, Comunicação e Divulgação Ambiental (PECODA) e
do Programa de Educação e Informação Ambiental (ProInfo) ao nível da Cidade de
Maputo, olhando para o contributo destes no período compreendido entre 2010 e 2015.
Toma em consideração a necessidade de se reflectir a actuação de ambos no
enfrentamento da problemática da falta ou má compreensão dos preceitos legais e a sua
ignorância por parte dos cidadãos. O mesmo vem reforçar a relação entre a Educação
Ambiental e o Direito Ambiental no contexto moçambicano e desta forma desenvolveu-
se uma pesquisa de natureza teórico-empírica e de modalidade qualitativa, onde foram
aplicadas entrevistas e seus dados foram analisados mediante procedimentos típicos de
pesquisa descritiva aplicáveis no campo da Educação, tal como foi o caso da análise
FOFA e os parâmetros da introdução de conteúdos de Ciência, Tecnologia e Sociedade
(CTS) adaptados à matéria aqui analisada. Neste âmbito, a pesquisa foi feita ao nível
institucional, envolvendo também pessoas singulares como alguns técnicos de educação
ambiental dos dois programas em análise, coordenadores e alguns grupos sociais
beneficiados pela actuação destes programas, denotando-se por fim a ocorrência de uma
promoção limitada e indirecta da Legislação Ambiental, feita apenas ao nível da
componente de divulgação ao nível da Cidade de Maputo.
Palavras-chave: Promoção; Legislação Ambiental; Educação Ambiental
ix
Abstract
This research proposes to analyse the process of promoting the Mozambican
Environmental Legislation within the PECODA and ProInfo as environmental
education programs at the level of Maputo City, taking into account the need to reflect
the actions of these programs in the face of the problem of misunderstanding of the
legal precepts and ignorance of part of the citizens, in this particular circumscription. It
also strengthens the relationship between Environmental Education and Environmental
Law in the Mozambican context and in this way a search of empirical nature and
qualitative modality was initiated, where interviews were applied and their data were
analysed through typical descriptive research procedures and applied in the field of
Education, as was the case of the SWOT analysis and the parameters of the introduction
of STS content adapted to the subject studied here, and in this scope, the research was
done at the institutional level and also involving individuals such as some education
technicians environmental programs of the two programs under study, coordinators and
some of the masses benefited by the performance of these programs, with the aim of
denoting the occurrence of an indirect promotion of the understanding of Environmental
Legislation in the mentioned programs, and was finally concluded that in this both
programs is done an limited and indirect promotion process of the Environmental
Legislation at the level of Maputo City.
Keywords: Promotion; Environmental legislation; Environmental Education
1
CAPÍTULO I: INTRODUÇÃO
1.1. Introdução
Em Educação Ambiental e nalguns outros campos das Ciências Ambientais é comum
tratar e discutir-se termos ou conceitos como por exemplo, Impacto Ambiental, podendo
ser positivo (efeitos benéficos) e negativo (efeitos degradantes e que muitas vezes são
dados como problemas ambientais), sendo de um modo geral, tendência que os
impactos negativos sejam mais destacados, especialmente pela sua marcante influência
na condição de vida das sociedades humanas, estas que apesar de serem fortes agentes
causadores desses impactos, têm-se desdobrado em esforços para superá-los.
Reis, Semedo e Gomes (2012, p. 28) consideram que “nas sociedades actuais, os
impactos negativos intimamente ligados à condição de vida das sociedades, resultam
não só da precariedade dos serviços públicos oferecidos à população, mas também do
desleixo e omissão dos próprios cidadãos”, o que coloca em risco aspectos de interesse
da colectividade, defendendo ainda que tal postura de dependência da população,
sucede-se muito pelo desconhecimento e falta de consciência ambiental e que, a
Educação Ambiental (EA) mostra-se eficaz para superar os actuais embaraços da
sociedade.
Sauvé (2005) citado por Reis et al. (2012), por sua vez alerta que a consciência
ambiental almejada pela Educação Ambiental não deve restringir-se na concepção de
Ambiente como Natureza mas sim, deve englobar perspectivas como por exemplo
Ambiente como Projecto comunitário, entre outras, incorando aspectos humanos como a
justiça e política por exemplo, que estão associadas ao exercício da cidadania ambiental
formal, como sugere Rodrigues (2006) dando espaço à Legislação Ambiental (LA) que
no contexto moçambicano em especial, é a gama de instrumentos legais que regulam a
protecção do meio ambiente apresentando pressupostos que fundamentam os direitos e
deveres e os mecanismos de participação dos cidadãos na acção ambiental.
2
O Currículo de Educação Ambiental da Faculdade de Educação, aprovado em 2012, à
semelhança de algumas fontes da literatura, considera que a Educação Ambiental (EA)
tem o papel de a promover a compreensão da legislação e de políticas sobre o ambiente,
tendo em conta que traduzem alguns dos objectivos quer curriculares (à este nível) ou
noutras dimensões menos formais possíveis, espelhando a visão à luz da Conferência
das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, realizada em 1972, em Estocolmo,
bem como a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento,
também conhecida por Rio-92 ou Eco-92, a Conferência de Johanesburgo-2002, a de
Durban-2011 e ainda a Rio+20, em 2012.
É daí então, que começam a surgir as preocupações da presente pesquisa e a despertar-
se interesse nela, pois, foi com as diversos questionamentos que o autor inicialmente se
colocou perante diversas opiniões sobre o enquadramento da Educação Ambiental
diante da Legislação Ambiental e encontrou o papel da Educação Ambiental de
promover a compreensão desta legislação, surgindo de seguida a dúvida “é possível
promover-se uma compreensão?”.
Esta dúvida também foi facilmente respondida por via de buscas na literatura, sendo que
Lupton (1995) citado por Czeresnia (2003) permitiu tal esclarecimento definindo
“promoção” por processo que engloba um espectro de estratégias, técnicas e políticas
para permitir a concretização de objectivos.
Este esclarecimento reorientou o foco da pesquisa, procurando abordar numa
perspectiva aplicável à Educação Ambiental, tendo-se como objecto e propósito da
promoção, a geração e evolução de níveis de aprendizagem, que de forma específica
inclui a compreensão vista na teoria de aprendizagem significativa de Ausubel patente
em Masini (2011), que quando concebida no seio do indivíduo gera maiores níveis de
conhecimento e reconhecimento da realidade.
Esta realidade reconhecida, na presente pesquisa refere-se aos direitos e deveres
ambientais na Cidade de Maputo, uma circunscrição territorial que, segundo Langa
(2012) e a midia, tem registado problemas ambientais e carecido de intervenção de
iniciativas ou programas de Educação Ambiental voltados para a cidadania, protecção
do meio ambiente e que acima de tudo chamem a postura pública e à legalidade.
3
Sendo assim, a presente pesquisa, considerando a premissa que promover a
compreensão da legislação pressupõe antes de mais promover a própria legislação,
analisa então a promoção da Legislação Ambiental Moçambicana na Cidade de Maputo
entre 2010 e 2015, olhando para o contributo do Programa de Educação, Comunicação e
Informação Ambiental (PECODA, do então Ministério para a Coordenação da Acção
Ambiental - MICOA) e do Programa de Educação e Informação Ambiental (ProInfo, do
Centro Terra Viva - CTV), visto que estes dois programas até a altura deram relevo à
Legislação Ambiental Moçambicana, tal como suas próprias entidades publicitam,
Para efeito, a presente monografia apresenta-se sob uma estrutura que em termos de
conteúdo inclui esta nota introdutória no primeiro capítulo, seguido da fundamentação
teórica no segundo, a metodologia no terceiro e mais adiante, no quarto, apresentam-se
os resultados e por fim as conclusões e recomendações.
4
1.2. Formulação do Problema:
No dia-a-dia, seja na Cidade de Maputo ou noutros pontos do país, são comuns e
populares discursos como por exemplo:
“Eu sofro descontos em taxas para não me preocupar com o lixo”;
“Vende-se um terreno no bairro X”, etc.
Estes argumentos são todos incoerentes sob ponto de vista legal, visto que
constitucionalmente a Terra é propriedade do Estado e não deve ser vendida e ainda,
que o pagamento da taxa de lixo não anula a responsabilidade individual sobre os
mesmos, revelando-se aqui uma falta de compreensão da ideia inserida nos pressupostos
legais ambientais e falta de compromisso para com estes, reforçando-se então a
necessidade indicada anteriormente, de se esclarecer e dar a compreender a legislação
ambiental aos diferentes actores com vista no seu cumprimento e na redução da
ignorância dos indivíduos a respeito destes mesmos preceitos legais.
Nessa ordem, o Currículo Ajustado de Educação Ambiental da Faculdade de Educação
(2012), à semelhança de algumas fontes da literatura, condideram que a Educação
Ambiental tem também o papel da promover a compreensão da Legislação Ambiental e
para tal, recorrer às diversas estratégias de intervenção guiando-se pelos pressupostos
teóricos metodológicos. Porém, surge a prior, a necessidade de se promover a própria
Legislação Ambiental, englobando um leque de acções que, segundo PAVS (2015),
compreende a divulgação ou disseminação de informação e a orientação a respeito da
matéria ou produto promovido.
Contudo, entende-se que o Programa de Educação, Comunicação e Divulgação
Ambiental (PECODA) e o Programa de Educação e Informação Ambiental (ProInfo)
sendo programas que durante o período de 2010 a 2015 promovem também a
componente da Legislação Ambiental, actuando de alguma forma na Cidade de Maputo,
no espectro de sua actuação, deveriam dentro das suas possibilidades comprometer-se
também com a aplicação do seu papel de promotor da Legislação Ambiental
Moçambicana e contribuir significativamente na geração da compreensão de tais
instrumentos.
5
Nota-se porém, pela superficial observação dos materiais tornados públicos sobre estes
programas, diante ainda da problemática da falta de compreensão aqui levantada, que
apesar do engajamento destes dois programas na educação ambiental ao nível da Cidade
de Maputo e algum tratamento à legislação ambiental, ficam incertas e desconhecidas
que acções concretas conduzem a promoção da Legislação Ambiental Moçambicana e
como classificar este processo realizados aos diferentes públicos nesta cidade.
Sendo assim, diante da referida incerteza sobre as acções e o modo de promoção da
Legislação Ambiental e seus contributos na geração da compreensão necessária para o
domínio e adesão por parte dos diferentes grupos sociais na Cidade de Maputo, à frente
de outras perguntas, questiona-se:
Como se promoveu a legislação ambiental moçambicana no PECODA e
ProInfo ao nível da Cidade de Maputo, entre os anos 2010 e 2015?
6
1.3. Objectivos da Pesquisa
Objectivo geral:
Analisar como a promoção da Legislação Ambiental foi feita pelo PECODA e
ProInfo ao nível da Cidade de Maputo entre 2010 e 2015.
Objectivos específicos:
Identificar as acções desenvolvidas para promover a Legislação Ambiental
Moçambicana pelo PECODA e ProInfo na Cidade de Maputo entre 2010 e 2015;
Classificar as acções desenvolvidas para a promoção da Legislação Ambiental
pelo PECODA e ProInfo ao nível da Cidade de Maputo entre 2010 a 2015;
Propor possíveis medidas potenciadoras da promoção da Legislação Ambiental
nos programas PECODA e ProInfo na Cidade de Maputo;
1.4. Perguntas de pesquisa:
A pergunta central da presente pesquisa é a seguinte:
Como o PECODA e o ProInfo promoveram a Legislação Ambiental ao nível da
Cidade de Maputo durante o período de 2010 a 2015?
E para responder à esta pergunta, surgem as seguintes perguntas de suporte:
Que acções foram desenvolvidas para a promoção da Legislação Ambiental no
PECODA e ProInfo ao nível da Cidade de Maputo entre 2010 a 2015?
Como classificam-se as acções desenvolvidas para a promoção da Legislação
Ambiental pelo PECODA e ProInfo na Cidade de Maputo entre 2010 a 2015?
Quais seriam as medidas que potenciariam a promoção da Legislação Ambiental
no PECODA e ProInfo ao nível da Cidade de Maputo?
7
1.5. Justificativa da pesquisa:
A presente pesquisa, justifica-se pela necessidade de se discutir o papel da Educação
Ambiental (tendo como foco o PECODA e o ProInfo) na promoção da Legislação
Ambiental Moçambicana, como factor de promoção do exercício da cidadania
ambiental.
Este trabalho, sem querer encerrar as discussões em volta do assunto em destaque nesta
pesquisa, mostra-se ainda relevante pela possibilidade de impulsionar e reforçar o rol de
materiais científicos que integrem a Legislação Ambiental na esfera das temáticas da
Educação Ambiental e o contributo desta mesma educação ambiental no processo de
promoção ambiental na sua dimensão legal ou política, tendo em conta os seus
contornos baseados especialmente nos pressupostos da Conferência da Nações Unidas
sobre o Meio Ambiente Humano, de Estocolmo em 1972, bem como a Conferência das
Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento, também conhecida por Rio-
92 ou Eco-92, e por fim, a Conferência de Johanesburgo-2002, a de Durban-2011 e a
Rio+20, em 2012.
Justifica-se ainda, pela possibilidade de a partir dele originarem-se directrizes que
auxiliem na selecção e tomada de decisão sobre estratégias ou vias a se recorrer nas
acções destinadas a promover, em particular, a legislação ambiental.
Por fim, pela possibilidade de a partir desta reflexão serem dinamizados e encontrados
dentro destes programas, elementos de referência indicados por via da matriz FOFA e
que potencializem esta prática.
8
CAPÍTULO II: REVISÃO DA LITERATURA
2.1. Definição de conceitos
Neste tópico, é dada especial atenção às diferentes definições sobre os conceitos-chave
apontados nesta pesquisa. Entre os conceitos abordados destacam-se a Educação
Ambiental, a Promoção, Compreensão e a Legislação Ambiental, olhados no âmbito e
propósito desta pesquisa (vertente de Educação Ambiental), embora sem deixar de
auxiliar-se por algumas definições emprestadas a outros campos do saber.
Educação Ambiental (EA)
Reis et. al (2012, p. 51) define Educação Ambiental por “aquela que deverá ser
desenvolvida como uma prática educativa integrada, contínua e permanente em todos os
níveis e modalidades do ensino formal, e deve constar dos currículos de formação de
professores, em todos os níveis e em todas as disciplinas”. Podendo ainda ter um
carácter não formal, envolvendo acções e práticas educativas voltadas à sensibilização
da colectividade sobre as questões ambientais e sua organização e participação na
defesa da qualidade do ambiente.
Por sua vez, Marcatto (2002, p. 14) citando o capítulo 36 da Agenda 21, define
Educação Ambiental por:
Aquela que busca desenvolver uma população que seja consciente e preocupada com o
meio ambiente e com os problemas que lhes são associados. Uma população que tenha
conhecimentos, habilidades, atitudes, motivações e compromissos para trabalhar,
individual e colectivamente, na busca de soluções para os problemas existentes e para a
prevenção dos novos.
Por fim, Silva e Leite (2008, p. 215) trazem um argumento que permite associar este
conceito ao assunto promoção da Legislação Ambiental, considerando que:
É necessário propor e promover uma Educação Ambiental crítica que aponte para as
transformações da sociedade em direcção aos novos paradigmas de justiça social e
qualidade ambiental. Educação que proporcione compromisso do mundo humanizado
para a humanização dos seres humanos, responsabilidades com eles e com a história.
9
Promoção
Para Lupton (1995) citado por Czeresnia (2003, p. 6), promoção “engloba um espectro
de estratégias, técnicas e políticas que permitem a concretização de objectivos a si
relacionados”. A 1ª Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, realizada em
Ottawa, Canadá, em Novembro de 1986, definindo promoção integra o termo
capacitação (facilitar ou doptar de capacidades), tendo neste mesmo termo a designação
do processo e a sua finalidade.
PAVS (2015), em consonância com as definições acima apresentadas, considera que a
promoção compreende acções de divulgação ou disseminação de informação e a
orientação a respeito de uma dada matéria ou produto que se pretenda promover.
A partir deste conceito entende-se que tendo a Legislação Ambiental como objecto, esta
consiste na geraçã o e evolução nos níveis de domínio e aproximação da Legislação
Ambiental em relação aos diversos grupos sociais, e não exactamente o que Gomes
(2003, p. 48) considera como “formas de comunicação persuasiva utilizadas pelas
empresas e Organizações para com o mercado, sendo considerada em termos de venda”.
Legislação Ambiental
O número 17 do artigo 1 da Lei 20/97, de 1 de Outubro, relativa a Lei do Ambiente
moçambicana, define a Legislação Ambiental como todo e qualquer diploma legal que
rege a gestão do ambiente em Moçambique.
Esta definição, pode porém, variar em função do espaço ou jurisdição, de acordo com
suas especificidades, embora entre um e outro haja sempre um ou mais pontos em
comum, como por exemplo, “instrumento legal”.
Compreensão
Leffa (2012) apresenta uma definição etimológica do termo “Compreender”,
considerando que este advém de duas palavras latinas: “cum”, que significa “junto” e
“prehendere” que significa “pegar”. Compreender é, portanto, “pegar junto”.
10
De uma forma não muito mais elaborada, Masini (2011) define compreensão como
processo humano pelo qual as coisas podem ter significado podendo ser esboçado e
visto sobre diferentes vias.
Tem a Teoria de Aprendizagem Significativa de Ausubel como pressuposto (pela
chamada aprendizagem por compreensão) e se reflecte no domínio do conhecimento,
estimulando o aprender a aprender sobre a Legislação ambiental, seus pressupostos e
seus propósitos, isto é, conhecendo e reconhecendo a ideia inserida no discurso patente
nos instrumentos e suas respectivas implicações.
2.2. A promoção da Legislação Ambiental e seu enquadramento na Educação
Ambiental
2.2.1. Processo de promoção da Legislação Ambiental
A Primeira Conferência Internacional sobre Promoção da Saúde, realizada em Ottawa,
Canadá, em Novembro de 1986, implicitamente define que o propósito do processo de
promoção está relacionado à melhoria da “capacidade” de quem se beneficia de
determinado produto, aceder e tomar poder sobre o mesmo.
Por sua vez, PAVS (2015) permite-nos entender que o processo genérico da promoção
compreende a divulgação ou disseminação de informação e a orientação a respeito da
matéria (a Legislação Ambiental nesse caso), tal como se pretende ilustrar a seguir:
Figura 2: Esquema ilustrativo do processo de promoção - Adaptado do conceito em
PAVS (2015)
11
Numa perspectiva da Educação Ambiental, considerando o acto de promoção um acto
educativo, torna-se aplicável o uso das tipologias de educação ambiental propostas por
Barciotte e Saccaro (2012) que apresentam quatro (4) tipologias, dentre as quais:
Educação ambiental do tipo 1 – Informações objectivas (com base apenas na
aquisição e transferência de informação);
Educação ambiental tipo 2 – Sensibilização/mobilização da comunidade
directamente envolvida (Um segundo tipo de informação, ainda ligada à
importância da participação adequada da população);
Educação ambiental tipo 3 – Informação, sensibilização ou mobilização para o
tema resíduos sólidos desenvolvidas em ambiente escolar (um terceiro tipo de
informação ou conteúdo em Educação Ambiental trabalhado de forma específica
e está preferencialmente ligado à educação formal e/ou ao ambiente escolar e
sua comunidade de actuação); e
Educação ambiental tipo 4 – Campanhas e acções pontuais de mobilização
(acções, que pelo seu carácter pontual e temporário, não estão totalmente em
consonância com a definição e os objectivos macros de um processo todo mas
sim, alberga objectivos práticos e facilmente alcançáveis).
Estas tipologias reflectem as formas de actuação que variam de formais, não formais e
informais, vice-versa, envolvendo métodos e estratégias promotoras da aprendizagem,
sendo que a abordagem formal mostra-se mais consistente na actuação ou a promoção
de tal aprendizagem, pressupondo então, segundo Carvalho (2012, p.15), a aquisição de
diversas competências como a compreensão e representa assim, um dos mais altos
níveis da promoção da Legislação Ambiental, considerando os objec tivos da
aprendizagem, o perfil dos aprendizes e os meios disponíveis, sendo que:
As práticas não formais de educação são, em sua maioria, realizadas pelas Organizações
da sociedade civil, com variados objectivos que, por sua vez, podem estar subordinados
às missões e projectos de tais organizações. Estas são realizadas no âmbito do trabalho
comunitário, da intervenção social, do serviço voluntário, das acções de Associações de
todos os tipos, ou seja, no âmbito da actividade de organizações não-governamentais ao
nível local, nacional e internacional. Mas também têm sido realizadas em outros
12
espaços de aprendizagem tais como as empresas privadas e as instituições públicas (p.
15).
Este autor introduz o termo métodos pedagógicos que permitem olhar a questão da
promoção numa vertente educativa geral, classificando-os em afirmativos (carácter
expositivo e demonstrativo), interrogativos e activos. Sendo que os activos utilizam:
Trabalhos em grupos;
Debates em plenário;
Dramatizações/role-playing;
Estudos de casos;
Técnicas de brainstorm (“tempestade de ideias” sobre alguma temática);
Simulações;
Jogos pedagógicos, etc.
2.2.1.2. Pré-concepções sobre a promoção da Legislação Ambiental na Cidade de
Maputo
Na sequência da revisão literária feita de antemão pelo pesquisador, avança-se que com
a promoção da Legislação Ambiental, sua contextualização e compreensão dos seus
propósitos, pode-se reduzir o nível de ignorância em relação aos preceitos legais e
construir-se aquilo que alguns autores no campo do Direito chamam de literacia
jurídica, propiciando assim o maior exercício da cidadania ambiental.
Langa (2014), referindo-se especialmente à gestão de resíduos sólidos, considera que a
Legislação Ambiental é em sí um avanço em Moçambique, sobretudo nas grandes
cidades como Maputo, por agregar problemas ambientais relacionados e que tenderão a
crescer caso medidas de contenção não venham a se materializar.
Nesta cidade, como nalguns outros pontos do país, a Legislação Ambiental é divulgada
por meio institucional (tendo os programas PECODA, do MITADER e o ProInfo, do
CTV, como exemplo a associar) ou por plataformas virtuais, para alem da tradicional
publicação pelo Boletim da República, embora sem muitos detalhes no seu tratamento,
visando permitir acesso fácil aos diplomas legais em vigor em Moçambique, em tempo
real aos potenciais utilizadores. (http://www.macauhub.com.mo/pt/2007/01/03/2292/).
13
Esta divulgação, que é em si uma etapa do processo de promoção, não se mostra
suficiente para o domínio público da legislação ambiental, tendo em conta os desníveis
em termos de escolaridade ou de alfabetização entre os diferentes grupos sociais, sendo
que tem-se reportado pouco a respeito de acções que conduzem a níveis mais altos de
promoção ou que envolvem práticas educativas promotoras da sua compreensão.
2.2.1.2.1. Programa de Educação, Comunicação e Informação Ambiental
(PECODA).
O PECODA constitui um programa do então Ministério para a Coordenação da Acção
Ambiental (MICOA), que integrou um plano operacional com implementação de cinco
anos (2009-2013), definindo-se em áreas como Educação, Comunicação e Divulgação
Ambiental e enquadrou-se na Política Nacional do Ambiente aprovada em 1995, a qual
preconizava (a política, nesse caso) a “promoção do desenvolvimento sustentável e a
utilização racional dos recursos naturais, através da inclusão dos princípios e práticas
ambientais no esforço nacional de reconstrução e desenvolvimento do país, através de
políticas e legislação apropriadas para esse efeito” (MICOA, 1995).
Foi concebido pela necessidade de se disponibilizar informação ambiental fiável e
proporcionadora de educação às comunidades sobre as melhores formas de como os
recursos podem ser explorados e uma resposta à fraca capacitação técnica e financeira
verificada e uma fraca divulgação dos instrumentos legais (PECODA, 2009).
O programa teve como um dos alicerces a promoção de uma comunicação ambiental
destinada às comunidades visando divulgar não só informações ambientais (conteúdos
ambientais, inclusive a legislação), mas sobretudo que seja capaz de conduzir à
mudança de atitude através de acções educativas, actuando, para além de outros pontos
do país, nalguns dos distritos municipais da Cidade de Maputo. Mas, este programa não
prosseguiu nos anos subsequentes aquando da mudança do estatuto e as atribuições do
ministério, passando-se de MICOA à MITADER.
O PECODA teve suas linhas mestras definidas, focando em acções que deviam integrar
processos conducentes a níveis mais altos de promoção, visto que não se limitava na
14
componente informativa mas também educativa no seu sentido mais profundo, actuando
ao nível local numa primeira fase, e nacional na segunda.
2.2.1.2.2 Programa de Educação e Informação Ambiental (ProInfo)
O ProInfo constitui um programa que, ao contrário do PECODA, mantém-se até então
em vigor, tendo sido criado pelo Centro Terra Viva há mais de uma década, como
veículo para as contribuições da instituição no alargamento da informação e
conhecimentos do público sobre gestão e sustentabilidade ambiental, com especial
preocupação nas zonas rurais, normalmente marginalizados no acesso e uso de
informações ambientais (http://www.ctv.org.mz/qspeifa.php).
Subdivide-se em duas áreas (Educação e Informação ambiental), sendo que a Educação
Ambiental, procura criar oportunidades para a discussão de temas de interesse nacional,
através de debates em mesas redondas, assim como a canalização de esforços para
apetrechar os decisores governamentais de conhecimentos e capacidades de liderar o
processo de desenvolvimento sustentável a todos os níveis, intervindo por via de:
Organização de debates públicos, mesas redondas e outros eventos educativos;
Intervenção sobre questões ambientais e direitos da criança nas escolas, com
enfoque para raparigas, rapazes e professores; e
Organização de cursos de capacitação sobre gestão e legislação ambiental para
os mais diversos actores incluindo membros do Governo a todos os níveis,
sector privado, ONG’s, comunidade locais e público em geral, bem como a
elaboração de manuais, guiões, edições e artigos científicos, etc.
A área de Informação Ambiental, em contrapartida, para além da edição periódica da
página de internet do CTV, inclui actividades de disseminação de informação ambiental
como: produção e divulgação do boletim informativo terra viva (TV) e dos “Minutos
Terra Viva”; produção de documentários temáticos, programas radiofónicos e
televisivos de educação e consciencialização ambiental e por fim a capacitação e
assessoria a jornalistas sobre matérias ambientais (http://www.ctv.org.mz/qspeifa.php).
15
2.2.2. Relação entre Legislação Ambiental (LA) e Educação Ambiental (EA)
Nobles (2011) defende que pode-se dizer com convicção, que a educação é a base para
o desenvolvimento de um país, tendo em conta que ela possibilita que as pessoas
tenham condições de desempenhar o seu papel de cidadão, devido aos subsídios que
esta mesma educação disponibiliza para os indivíduos exigirem seus direitos e
cumprirem com os seus deveres. A partir daí, surge a necessidade de intervenção da EA
aliada ao conhecimento da LA, que o mesmo autor chama de Direito Ambiental (DA),
fornecendo elementos necessários para se enfrentar os destruidores da natureza.
Assim, a relação existente entre essas duas áreas é que a Educação Ambiental
complementa os propósitos da Legislação Ambiental ao actuar proporcionando aos
indivíduos, através de ferramentas pedagógico-didácticas, subsídios suficientes para a
compreensão dos propósitos legais por parte destes mesmos indivíduos.
Tais indivíduos, são os que materializam os preceitos legais e são chamados ao
exercício pleno da cidadania ambiental, espelhando a visão e os contornos à luz da
Conferência de Estocolmo-72, bem como a Rio-92, Johanesburgo-2002, e a Rio+20, em
2012, testemunhando a tendência de aproximação entre a Educação e a Justiça
verificada nos discursos de alguns autores do campo da educação, como é o caso de
Paulo Freire, destacado no campo da pedagogia.
2.3. Quadro da Legislação Ambiental
2.3.1. Legislação Ambiental Internacional
O quadro da legislação ambiental engloba os instrumentos ou normas internacionais que
regulam a gestão e controlo do meio ambiente de tal forma que os países e as regiões
estejam comprometidos com a gestão do meio ambiente e se implantem ao nível local as
directrizes globais. Isto especificamente inclui as declarações, tratados, convenções e os
protocolos ambientais.
2.3.2. Quadro da Legislação Ambiental Moçambicana
Segundo Serra e Cunha (2008), pressupõe-se que o regime jurídico de protecção
ambiental em Moçambique caracteriza-se por um regime de via “conservacionista”,
16
entendendo-se que as componentes ambientais naturais deverão ser exploradas com
apelo a limites rigorosamente definidos. Sendo assim, há necessidade de se harmonizar
e elucidar os pressupostos legais entre os diferentes públicos, visto que exige não só a
actuação das autoridades.
Serra (2011), não se distanciando do conceito legalmente instituído sobre a LA
nacional, apresenta o vasto quadro a seguir apresentado:
1. Constituição Ambiental (contempla alguns excertos da CRM de 2004);
2. Lei do Ambiente (Lei n° 20/97,de 1 de Outubro);
3. Políticas governamentais (engloba a PNA e excertos de programas
quinquenais);
4. Quadro institucional do ambiente (inclui decretos, leis, diplomas ministeriais e
resoluções que instituem a criação e regulamento das instituições de tutela
ambiental);
5. Instrumentos de prevenção ambiental (engloba decretos e diplomas que
regulam os mecanismos de prevenção ambiental);
6. Prevenção e tratamento da poluição (decretos e resoluções que tratam desta
questão especifica de tratamento de poluição);
7. Protecção da Biodiversidade;
8. Protecção do Ambiente marinho e costeiro;
9. Legislação complementar ambiental (engloba legislação especifica, que rege a
gestão de diferentes componentes ambientais em particular: águas, florestas e
fauna bravia, energia, minas e petróleos, pescas, saúde pública, ordenamento
do território);
10. Alguns excertos do código civil;
11. Alguns excertos do código penal.
17
2.6. Lições apreendidas da revisão da literatura
Durante a revisão da literatura foram constatadas situações e cenários não previstos e
que acabaram moldando o rumo da própria pesquisa, isto é, certas informações obtidas
por via das diferentes fontes documentais sobre o tema e as entidades aqui em estudo
ditavam que se procurasse fazer algumas confirmações e dar certa coerência à pesquisa,
querendo com isso dizer que uma informação encontrada não poderia ser considerada
suficiente para que a pesquisa afirmásse factos e emitísse pré-julgamentos.
A partir da mesma revisão aprofundada foi possível obter dados actualizados e gerir
melhor a movimentação do pesquisador no campo, assumindo um relativo nível de
confiança em suas afirmações, questionamento e ainda saber de antemão, a quem
encontrar e interpelar para fornecer dado tipo de informação e não incorrer o risco de
consultar a fontes que nada têm a ver com o assunto. Este exercício foi possível através
de um permanente diálogo junto das fontes de informação e de pessoas familiarizadas
com a matéria.
18
CAPÍTULO III: METODOLOGIA
3.1.Descrição do local de estudo
Esta pesquisa assumiu a Cidade de Maputo como local de estudo, tendo em conta que
esta constituiu um dos palcos de actuação do PECODA e do ProInfo durante o período
referido nesta pesquisa (2010-2015), embora um dos dois tenha deixado de vigorar um
pouco antes, levando-se em conta também o facto de os programas terem, dentre outras,
a componente de Educação Ambiental.
A Cidade de Maputo, enquanto município, apresenta uma divisão administrativa
compreendida em sete (7) distritos municipais, sendo estes: KaMpfumo, KaMbucuna,
KaMaxaquene, KaChamanculo, KaMavota, KaTembe e KaNhaca, tal como se ilustra a
seguir. Especificamente, o estudo foi desenvolvido ao nível do Centro Terra Viva -
Delegação de Maputo e ainda, ao nível da Direcção Nacional do Ambiente na Cidade de
Maputo.
3.2. Abordagem metodológica
A pesquisa apresentou-se numa natureza teórico-empírico pois, além de utilizar dados
secundários, recorreu a dados primários em buscas de campo com recurso aos órgãos
sensoriais para que se permitisse o contacto com a realidade em estudo.
A pesquisa contemplou a modalidade do tipo qualitativa ao nível do tratamento de
dados, baseando-se nas possibilidades defendidas por Marconi e Lakatos (2003), tendo-
se então recorrido a um estudo exploratório no qual se conduziram entrevistas aos
participantes e se definiram conceitos e julgamentos, havendo variáveis comparativas
que permitiram uma análise dos aspectos considerando a existência de um vínculo
indissociável entre os aspectos objectivos e subjectivos levantados pelas observações
feitas, que não podendo-se traduzir em números, recorreu-se a interpretação baseada na
atribuição de significados.
Apresentou uma finalidade de carácter descritivo, ao analisar os dados de forma
indutiva, visando descrever as características da população em estudo, esta que
19
compreende um grupo misto (os actores dos programas de educação ambiental em
estudo, o PECODA e ProInfo ao nível da Cidade de Maputo), e posteriormente
estabeleceu relações entre as variáveis do estudo.
Em termos de procedimentos técnicos, a pesquisa consistiu num estudo de caso, devido
as características do objecto de estudado (a promoção da legislação ambiental
moçambicana), tratado no contexto da Cidade de Maputo.
3.3. Amostragem
População:
Tendo-se definido como objecto de pesquisa o processo de promoção da Legislação
Ambiental pelo PECODA e o ProInfo, teve-se como população alvo os actores
envolvidos na componente de Educação Ambiental nos referidos programas e os grupos
afectados por estes mesmos programas.
Amostra:
A amostra seleccionada da população alvo para o fornecimento de dados em resposta às
perguntas desta pesquisa, considerando-se que suas análises conduziram a alguma
conclusão significante, esta envolveu os seguintes elementos:
1 Coordenador de cada programa em estudo (ProInfo e CTV);
2 Agentes responsáveis pelo desenvolvimento de actividades de educação
ambiental em cada programa (educadores ambientais);
15 Membros dos grupos beneficiados pelas actividades de educação ambiental
dos programas (considere-se que deste grupo só 9 foram contemplados pela
pesquisa, reduzindo para 15 indivíduos a amostra total).
A amostragem foi efectuada pelo critério de estratificação, ou seja, aquele que ainda de
acordo com Mutimucuio (2008), permite obter maior grau de representatividade e reduz
possíveis erros amostrais dependendo da composição da população.
O estudo privilegiou este tipo de amostragem pelo facto de a população ser constituída
por vários subgrupos.
20
3.4. Técnicas de recolha e análise de dados
3.4.1. Instrumentos de recolha de dados
A pesquisa recorreu a técnicas comuns na área social e em especial, a Educação, para a
recolha de dados assumindo a forma de levantamento. Para dados primários ou aqueles
que não tinham sido anteriormente recolhidos, a pesquisa recorreu a:
Entrevista do tipo semi-estruturada: realizou-se com auxílio de questões
previamente elaboradas, mas não decorreu de forma rígida e seguindo o cenário,
baseando-se no objectivo da pesquisa, como propõe Ballão (s.d.) assumindo a
característica de aprofundamento (ver o roteiro no Apêndice B).
Ela constituiu-se de um conjunto de elementos de guia (assuntos apresentados em forma
de perguntas organizadas, mas sem uma sequência rigidamente colocada) como vem no
caso dos questionários e foram debruçados em conversa para obter relatos sobre o
processo em estudo, destinando-se aos actores dos dois programas aqui estudados.
Observação assistemática: não obedeceu a critérios prévios para orientar o
registo de forma flexível e panorâmica as expressões e emoções com que os
indivíduos a volta do fenómeno em estudo tratam.
Revisão documental: feita para dados secundários, ou seja, aqueles
previamente recolhidos, tabulados, ordenados e, às vezes, até analisados, com
outros propósitos que o atender às necessidades da pesquisa em andamento.
3.4.2. Análise de dados
A análise dos dados colhidos consistiu na sua codificação ou categorização envolvendo
processos de classificação e interpretação como etapas.
a) Transcrição e organização das informações recolhidas
Esta etapa consistiu na anotação das informações obtidas em folhas separadas, para
permitir a selecção e diferenciação das informações, uma vez que o instrumento de
recolha de dados usado não permitia uma organização muito simplificada visto que foi
com base no apontamento que se registaram as informações e não por via de gravação
ou outra forma (Ver Apêndice C).
21
b) Agrupamento ou classificação dos dados
Para a classificação dos dados estabeleceram-se relações existentes entre si (atributos
convergentes, tendências ou regularidades) confrontadas com as divergências.
Agruparam-se informações que convergiam e que respondiam a uma pergunta comum,
assim, obtiveram-se grupos de respostas para cada pergunta tendo em conta o
respondente, sendo que, consideraram-se pesos para as respostas de cada um de acordo
com o seu grupo (grupo de entrevistados), ou seja, o peso das respostas ou intervenções
do pessoal contemplado pelos programas é proporcional ao peso dos outros
contemplados, dos agentes envolvidos entre si e os coordenadores também entre si.
Ou seja, enquanto a pergunta “Que acções, estratégias e planos de intervenção o
programa usa para promover a LA ao nível da Cidade de Maputo?” esteve relacionada à
variável Recursos e estratégias metodológicas, a pergunta “Que grupos/pessoas foram
contempladas pelo programa nas acções de promoção da LA?” esteve relacionada à
variável Abrangência e extensão. Ambas adequaram-se ao grupo dos coordenadores dos
programas;
A pergunta “O que ficou a saber a respeito da LA tendo participado de algumas
actividades do ProInfo/PECODA?”, corresponde à variável Alcance e correspondência
do público-alvo.
c) Atribuição de categoria á cada agrupamento de dados
A análise foi primeiramente realizada ao nível de informações colhidas para a
compilação em variáveis e que foram dispostas em matriz FOFA (Ver Apêndice D),
tendo-se julgado a informação patente na matriz e indicado resultados por via da
interpretação de seus dados. Neste sentido, tendo em conta o objecto da presente
pesquisa que é a promoção da Legislação Ambiental, agruparam-se nas seguintes
variáveis de análise:
A. Recursos e estratégias metodológicas (designação V1);
B. Frequência de actividades (designação V2);
C. Abrangência e extensão territorial (designação V3);
D. Abrangência e extensão dos instrumentos legais (designação V4);
22
E. Alcance e correspondência do público-alvo (designação V5);
F. Acompanhamento e auxílio do público na assimilação (designação V6).
Em termos específicos e explicativos, a categorização e agrupamento de informações
obtidas do depoimento dos coordenadores (Grupo 1), dos agentes envolvidos ou
técnicos de educação ambiental (Grupo 2) e dos públicos contemplados pelos
programas (Grupo 3), foram enquadradas nas categorias apresentadas na tabela a seguir:
Tabela 1: Quadro exemplificativo dacorrespondência entre dados e variáveis de análise.
Grupo 1: Coordenador 1 Variável:
Resposta 2: “Até então, ao nível da cidade de Maputo, o programa trabalhou
com instrumentos como a Lei de ordenamento de território e evidenciamos
algumas vezes a Lei do Ambiente”
Abrangência e extensão
dos instrumentos legais
(V4)
Grupo 2: Agente 2 Variável:
Resposta/Depoimento: “Para promover a Legislação Ambiental, alguns
instrumentos neste caso, nós aproveitamos os debates sobre as diversas
temáticas para discutir alguns artigos da LA”
Abordagem e estratégias
metodológicas (V1)
Grupo 3: individuo 1 Variável:
Resposta/Depoimento: “…eles costumam vir falar de meio ambiente e de lei.
Mas nunca vi essas leis e só oiço que isto e aquilo são proibidos”
Alcance e correspondência
do público-alvo (V5)
Com as variáveis definidas e os dados minimamente categorizados, passou-se à
montagem do esquema das matrizes para a sua interpretação (Ver Apêndice D).
Essa interpretação culminou com o julgamento por critérios como Abordagem
metodológica, Propósitos ou Intenções de acção, Frequência e acompanhamento das
acções, variando entre baixo (fraco), médio (razoável) e alto (ideal).
23
3.5. Questões éticas
Alves (2008) considera a observância às questões éticas:
Uma abordagem que coloca em consideração direitos e o cumprimento de deveres por
parte do investigador, para dessa forma orientar a sua conduta e regulá-la no sentido de
a acção ser desencadeada tendo em conta os meios e os fins, porém, não se
conformando com a ideia de que “os fins justificam os meios” (p. 114).
Segundo Bittar (2007) citado por Alves (2008), a não observância desses aspectos é
uma violação do quadro ético constituído por uma gama enumerada de situações
possíveis de ocorrer em processos de pesquisa.
A presente pesquisa, no tocante às questões éticas, tomou em consideração: a relativa
confidencialidade da identidade dos entrevistados e que forneceram informação útil ao
estudo; o consentimento livre e esclarecido dos indivíduos pesquisados e o respeito aos
mesmos; a apresentação do pesquisador às entidades ou partes contempladas na
pesquisa mediante identificação e devida autorização (credencial) e ainda o
esclarecimento dos propósitos da pesquisa (Ver Anexo 1); o processamento e censura de
dados com fidedignidade; a referenciação e a devida atribuição de créditos as fontes de
informação, etc.
3.6. Limitações do estudo
A presente pesquisa deparou-se com o constrangimento de nem toda a amostra
predefinida ter sido contemplada na recolha de dados, bem como a impossibilidade de
presenciar na prática e em tempo real, uma das actividades em volta do assunto aqui
abordado devido a incompatibilidade entre a agenda da pesquisa e a dos próprios
programas (aí reside a justificação da inexistência de ilustrações do cenário de pesquisa
e do processo de promoção da legislação ambiental nos dois programas em estudo).
24
CAPÍTULO IV: APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
4.1.Resultados obtidos
Com a análise feita dos dados colhidos no campo e as variáveis correspondentes,
obtiveram-se os resultados expressos na tabela a seguir.
Tabela 1: Resultados obtidos
Variável de análise
Resultados
PECODA ProInfo
Recursos e
estratégias
metodológicas
- Efectuava-se a Divulgação oral dos
instrumentos legais;
- Optava-se pela introdução casual da
temática da LA.
- Abordagem de orientação:
Inconsistente e superficial (recorre-se a
actividades genéricas para referenciar a
LA)
Divulgação oral e publicação de guias de
busca na internet;
Abordagem de orientação: Inconsistente e
superficial (recorre-se a actividades
genéricas para referenciar a LA);
- Optava-se pela introdução casual da
temática da LA.
Frequência das
actividades ou
acções
- Baixa frequência
- Ausente de mecanismos de
acompanhamento
- Baixa frequência e irregular
- Ausente de mecanismos de
acompanhamento
Abrangência e
extensão das acções
- Actuação em apenas 2 distritos
municipais da cidade.
- Algumas acções desenvolvidas na Cidade
de Maputo, mas algumas delas não com
grupos sociais da cidade de Maputo.
Abrangência e
extensão dos
instrumentos legais
- Alguns Instrumentos legais sobre o
ordenamento territorial;
- Regulamento sobre a gestão de
resíduos sólidos.
- Alguns Instrumentos legais sobre o
ordenamento territorial;
- Instrumentos sobre protecção costeira e de
espécies marinhas
Alcance e
correspondência dos
públicos-alvo
- Escolas e lideranças comunitárias
- Baixa
- Pequenos grupos de interesse (escolas,
agentes da policia, membros da Assembleia
Provincial)
- Baixa
Acompanhamento e
auxílio do público na
assimilação
Fraco Fraco
25
4.2. Discussão de resultados
De forma sintéctica, como resultado a pesquisa encontrou que entre 2010 e 2015 a
Legislação Ambiental Mocambicana era promovida na Cidade de Maputo, de forma
meramente implicita, sem acesso e tratamento dos próprios instrumentos e ainda, muito
menos se fazia com uma base explicativa e esclarecedora aos indivíduos a quem elas se
destinam, quer no seio do PECODA como no seio do ProInfo. Isto ocorria pois, os
agentes e os meios usados consistiam apenas em informar a existência destes
instrumentos legais e não iam além disso. Ou seja, tanto no PECODA quanto no
ProInfo não se chegava aos visados com a legislação em mãos, entregá-las ou facilitar
o seu acesso e dar a conhecer e discutir a respeito, acontecia sim, que simplesmente
referia-se a sua existência e, no mais longe dos casos, informava-se onde a encontrar.
Para compreender os fundamentos a estes resultados apresenta-se a seguir, uma breve
discussão sobre os resultados das variáveis de análise:
1. Recursos e as estratégias metodológicas adoptadas na promoção da
Legislação Ambiental:
Ao nível da Cidade de Maputo, os recursos utilizados quer pelo PECODA bem como o
ProInfo (a divulgação oral, a disponibilização de guias de busca e uma introdução
casual dos conteúdos da legislação ambiental em actividade sobre outras temáticas),
devido as suas alegadas limitações financeiras e de âmbito de actuação, tornavam
inconsistente e superficial o domínio desses instrumentos e não abrangido acções que
integrem a componente de orientação dos grupos visados.
Isto não se mostra suficiente para responder positivamente a ideia de promoção
colocada por PAVS (2015) e outros autores que defendem a promoção como um
conjunto de acções que vão além da divulgação ou provisão (da legislação ambiental,
nesse caso).
A introdução casual dos conteúdos ou da matéria de LA, que segundo Aikenhead (1998)
pressupõe a infusão destes conteúdos em tópicos ou práticas abordando outros assuntos,
26
foi aferida com base no balanço feito da proporção desses conteúdos e a possibilidade
de se evocar alguns pressupostos legais no rol temático desses programas.
Esta aferição foi dada espelhando-se nos critérios patentes na tabela 3 (em Anexo) sobre
a abordagem de conteúdos CTS’s e uma das evidências é, conforme obteve-se em
relato, a figura a seguir que ilustra uma sessão de palestra sobre as tartarugas marinhas e
que através dela falou-se para as crianças o seu estatuto de espécie protegida.
Figura 2: Sessão de palestra no Convívio Xiluva, sobre a vida e a protecção das
tartarugas marinha - um exemplo de ilustrativo das actividades onde se inclui o assunto
Legislação ambiental (CTV, 2016)
2. Frequência das acções promotoras da Legislação Ambiental:
As acções dos programas aqui referenciados, promovem de certa forma legislação
ambiental, porém, em termos de quantificação, estas mostram-se poucas à medida que
são realizadas de vez em quando e de forma muito irregular. Isto é, apesar de se
aproveitar as palestras, as plataformas digitais para divulgar a legislação, estas acções
são desencadeadas com uma baixa frequência, limitando assim a possibilidade de se
“popularizar” os instrumentos legais.
27
3. Abrangência e extensão territorial das acções:
À semelhança da baixa frequência e do volume de acções desenvolvidas na promoção
da LA, constatou-se que ambos programas actuaram num curto quadrante na Cidade de
Maputo, tendo em conta a extensão territorial e os diversos grupos nele existente. Por
um lado temos o PECODA que actuou com alguns grupos de pelo menos quatro
distritos municipais e por outro lado, temos o ProInfo a visar apenas alguns grupos de
interesse, embora alguns não residentes na Cidade de Maputo. Também deve-se ao facto
de o Centro Terra Viva como entidade responsável pelo programa, incidir suas
actuações para pontos fora da Cidade de Maputo, em especial aos distritos ou províncias
onde projectos de exploração dos recursos naturais estão a emergir.
4. Abrangência e extensão dos instrumentos do quadro da Legislação
Ambiental Moçambicana:
Para a abrangência e extensão dos instrumentos legais, denota-se que o que é abordado
com maior extensão e mais destacado pelos dois programas ao nível da Cidade de
Maputo é o grupo dos instrumentos legais sobre o ordenamento do território e o
regulamento sobre a gestão de resíduos sólidos, devido a problemática social à volta do
fenómeno da ocupação territorial ao nível da cidade de Maputo em particular.
Este pensamento serve também para o caso da abrangência do rol de instrumentos legais
abordados, ou seja, tratar-se mais instrumentos além dos de ordenamento territorial
(terra), abrangendo outras problemáticas e componentes ambientais.
5. Alcance e correspondência do público-alvo:
Esta variável, ao levar em consideração a opinião dos entrevistados sobre os meios que
possam melhorar a promoção da LA, bem como as propostas de métodos pedagógicos
colocada por Carvalho (2012) entre outros autores em volta da promoção, permitiu
aferir que a promoção da LA ao nível da Cidade de Maputo, pode ser potenciada a partir
da introdução desta matéria de forma adaptada e progressiva nos programas escolares e
reforçada nas plataformas digitais através das simulações, bem como em jornadas
interactivas que envolvam pessoas de interesses afins, desde os mais baixos aos altos
28
níveis, através de recursos inovadores e que estimulem o interesse, mostrando aos
diferentes grupos que estes instrumentos proporcionam procedimentos para a prevenção
e resolução de problemas ambientais no quotidiano e as obrigações de cada um.
6. Acompanhamento e auxílio do público na assimilação:
Constatou-se nessa variável, que em ambos programas não se estabeleceu e aplicou um
plano para o acompanhamento do desempenho dos visados pelas acções de promoção
LA, colocando este mesmo processo de promoção em situação de deficiência e com um
carácter de curto-prazo e insustentável para com os grupos já contemplados.
29
CAPÍTULO V: CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
5.1. Conclusões
Ao fim de uma análise aprofundada do tema à que se propôs a pesquisa, mediante a
busca de resposta às quatro perguntas lançadas de inicio (uma principal e três
secundárias), conclui-se que:
a) As acções desenvolvidas pelo PECODA e o ProInfo para a promoção da
Legislação Ambiental ao nível da Cidade de Maputo compreendem, a
disponibilização de guias de busca para acesso dos instrumentos legais sobre o
meio ambiente na internet e uma divulgação oral por via da introdução casual
dos conteúdos da legislação ambiental em actividade sobre outras temáticas e
que já são previamente definidas.
b) As acções desenvolvidas pelo PECODA e o ProInfo para a promoção da
Legislação Ambiental ao nível da Cidade de Maputo classificam-se por acções
indirectas de promoção e que no espectro do processo de promoção, englobam
apenas processos de divulgação da Legislação Ambiental, sem no entanto
envolver a orientação ou acompanhamento dos visados no uso ou conhecimento
de tais instrumentos.
c) As medidas que potenciarão a promoção da LA nos programas PECODA e
ProInfo na Cidade de Maputo englobam a introdução desta matéria de forma
adaptada e progressiva nos programas escolares e reforçada nas plataformas
digitais através das simulações, bem como em jornadas interactivas que
envolvam pessoas de interesses afins, desde os mais baixos aos altos níveis,
através de recursos inovadores e que estimulem o interesse, mostrando aos
diferentes grupos que estes instrumentos proporcionam procedimentos para a
prevenção e resolução de problemas ambientais no quotidiano e as obrigações de
cada um. Estas medidas são reforçadas pelas propostas apresentadas no tópico a
seguir, sobre as recomendações da pesquisa.
Esta cadeia de conclusões permitiu chegar a conclusão final que é sobre a questão maior
nesse estudo, pelo que:
30
d) O PECODA e o ProInfo, ao nível da Cidade de Maputo, promovem a Legislação
Ambiental de uma forma limitada e indirecta (com acções voltadas para um
outro objectivo mas que acabam contribuindo no processo de promoção da LA),
à medida que recorre a acções gerais para introduzir de forma casual (sem
intensão expressa de abordar) a matéria ou conteúdo da legislação ambiental e
desta forma estes dois programas contribuem nesse processo, sendo que deverão
ainda passar a incluir esta temática nos seus planos de intervenção e assumirem
cada vez mais o compromisso com os papéis da educação ambiental e de suas
próprias organizações.
31
5.2. Recomendações
Diante das conclusões feitas a partir da análise sobre o tema aqui proposto e discutido,
recomenda-se o seguinte:
a) Aos agentes ou técnicos de Educação Ambiental do CTV e do MITADER:
A utilização de estratégias e recursos metodológicos mais dinâmicos, atractivos
e interactivos tais como: olimpíadas académicas ou concursos diversos,
simulações, representações audiovisuais, diálogo, interacção por via de
campanhas porta-à-porta, sessões em programas televisivos e radiofónicos para
permitir a realização de sessões mais inovadoras e persuasivas de tal forma que
orientem ou acompanhem ao público, despertando nele a necessidade de se
esclarecerem sobre a matéria de Legislação Ambiental entre outros temas no
quadro da educação ambiental;
A articulação das ferramentas e programas de intervenção de custos
relativamente baixos, com um impacto á médio e longo prazo, mais abrangentes
para permitirem a sustentabilidade do processo;
O uso dos diferentes grupos associativistas para promover a compreensão da LA
(os potenciais interessados);
b) À Coordenação dos programas ProInfo e PECODA:
O reconhecimento da função da EA como promotora de compreensão da
legislação ambiental, o que eleva a necessidade de ampliação das acções de
promoção da legislação ambiental até a sua componente de orientação;
A mobilização de esforços materiais e técnicos para a diversificação de
estratégias que permitam integrar a temática da legislação ambiental e outras no
seu quadro de actuação;
32
c) À Direcção Nacional de Ambiente (no MITADER) e ao CTV como entidades
responsáveis pelos dois programas aqui referenciados:
A expansão dos campos de actuação dos programas em termos espaciais,
temáticos e em número de agentes envolvidos no processo, de tal forma que
cada um permaneça comprometido com os objectivos da EA;
A crescente mobilização de esforços e suporte financeiro os objectivos do
programa e englobamento de todos os propósitos da educação ambiental em
particular;
d) Ao Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural:
O reconhecimento da mudança de seu próprio papel em relação a sua anterior
designação, ou seja, passando de Coordenador de acções de interesse ambiental
para intervencionista e aplicador de acções de interesse ambiental, de tal forma
que replique, crie e desenvolva mais programas voltados para a educação
ambiental, especialmente em matéria de Legislação Ambiental, procurando
superar o desempenho do PECODA.
e) Ao Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano:
A inserção da matéria de Legislação Ambiental, de modo gradual e cada vez
mais explícito, como componente temática de algumas disciplinas curriculares
nos diferentes níveis de escolaridade, para não só permitir a literacia jurídica
mas também a compreensão dos instrumentos legais (no ensino primário de
forma explícita em disciplinas como Moral e cívica e, secundário em disciplinas
como Português ou Filosofia por exemplo), permitindo maior abrangência e
extensão no tratamento da Legislação Ambiental.
33
Referências bibliográficas
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35
Anexos
36
Credencial utilizada no âmbito da visita ao CTV
Credencial utilizada no âmbito da visita ao MITADER
37
Tabela 3. Ilustração dos parâmetros sobre a abordagem da introdução de conteúdos
CTSˊs adaptado à matéria da presente pesquisa.
38
Apêndice
Apêndice A: Plano e cronograma de actividades previamente definido
Ano: 2016 Ano: 2017
Mês
Actividade
Julho Agosto Set. Out. Nov. Dez. Jan. Fev.
Levantamento bibliográfico
e Delimitação temática
Elaboração do pré-projecto:
capitulo I
Elaboração do pré-projecto:
capitulo II
Elaboração do pré-projecto:
capitulo III
Colecta de dados no campo
Análise de dados
Redacção final
Revisão e edição
Submissão do trabalho final
ou monografia
Legenda:
Não ocorre
Ocorre
39
Apêndice B: Roteiros de entrevista
Faculdade de Educação
Departamento de Educação em Ciências Naturais e Matemática
Licenciatura em Educação Ambiental
Entrevista:
A presente entrevista terá em conta que os dados úteis constituir-se-ão por tudo o que o
entrevistado disser, fizer e o modo como o fizer, incluindo as expressões faciais e
linguagem corporal necessária para a interpretação e produção de um juízo.
a) Aos coordenadores dos programas (PECODA e ProInfo)
Entrevista
Objectivo: Colher dos coordenadores de cada programa (PECODA e ProInfo), o seu
relato sobre cada tipo de acções desenvolvida no âmbito da promoção da Legislação
Ambiental, a frequência com que ela se desenvolve, as limitações, os envolvidos e os
públicos cobertos por estas ao nível da cidade de Maputo.
Introdução:
A presente entrevista enquadra-se no âmbito do trabalho de culminação do curso e
pretende analisar a promoção da Legislação Ambiental ao nível da Cidade de Maputo e
eu em particular, apresento-me para lhe fazer algumas perguntas e elas poderão ser
respondidas de acordo com a opinião do senhor, na pessoa do coordenador do
programa. Importa referir que está livre de responder ou ignorar as perguntas que quiser
de forma honesta e consciente, podendo ainda justificar a razão (caso queira), para desta
forma contribuir para a pesquisa. Dou-lhe também a garantia de que a sua identidade
será salvaguardada e que se vai tomar em conta todas as questões éticas a respeito.
40
1. Que acções até então o PECODA/ProInfo desenvolveu no campo da
Educação Ambiental e de Informação Ambiental ao nível da cidade de
Maputo?
2. A respeito da matéria de legislação ambiental dentro do programa, que
planos ou estratégias de intervenção foram desenvolvidos pelo programa
para promover a compreensão da LA ao nível da Cidade de Maputo entre
2010 e 2015?
a) De forma específica, quais acções o programa levou a cabo para promover a
Legislação Ambiental e dar a compreender aos diferentes públicos a respeito entre 2010
e 2015?
3. Que grupos/pessoas foram envolvidas ou contempladas entre 2010 e 2015
pelo programa nas acções em matéria de Legislação Ambiental, em especial
no âmbito da promoção das leis, regulamentos ou outros instrumentos legais
sobre o meio ambiente?
4. Que instrumentos legais ambientais em específico, são ou foram tratados ou
promovidos pelo programa?
a)Deste leque, a Lei do Ambiente foi promovida?
b)Em que nível é ou não promovida: Para o maior acesso ou disponibilidade aos
diferentes públicos? Para uma maior compreensão?
5. Que grupos (sociais) foram envolvidos nessas acções?
a)Em que número se apresentam os grupos?
b) Quais serão os próximos grupos a serem alcançados?
c) Os grupos já alcançados têm sido acompanhados?
6. Com que frequência foram desenvolvidas essas acções entre 2010 e 2015?
7. Que resultados foram obtidos?
a)Como o programa avaliou ou avalia o seu próprio desempenho entre 2010 e 2015
nessa matéria?
41
8. Quais foram os agentes ou promotores dessas acções?
a)Estão ainda em serviço? Como e onde se podem encontrar ou contactar?
2. Aos agentes de cada programa, responsáveis pelo desenvolvimento de actividades de
educação ambiental (educadores ambientais);
Objectivo: Colher dos agentes envolvidos na promoção da legislação ambiental, os seus
relatos sobre o processo, suas limitações e resultados obtidos, os recursos didácticos ou
diversos usados para tal, a resposta do público coberto por estas ao nível da cidade de
Maputo, entre outras.
Introdução:
A presente entrevista enquadra-se no âmbito do trabalho de culminação do curso e
pretende analisar o processo de promoção da Legislação Ambiental ao nível da Cidade
de Maputo e eu, em particular, apresento-me para lhe fazer algumas perguntas e elas
poderão ser respondidas de acordo com a opinião do senhor, na pessoa de um agente
responsável ou integrante do grupo do pessoal desta Organização e neste programa, que
desenvolveu a acções voltadas ou que tiveram algum efeito na promoção da Legislação
Ambiental ao nível da cidade de Maputo. Importa referir que está livre de responder ou
ignorar as perguntas que quiser de forma honesta e consciente, podendo ainda justificar
a razão (caso queira), para desta forma contribuir para a pesquisa. Dou-lhe também a
garantia de que a sua identidade será salvaguardada e que se vai tomar em conta todas
as questões éticas á respeito.
1. Quais acções específicas realizaram-se para desenvolver acções que
permitem promover a Legislação Ambiental no seio do programa entre 2010
e 2015?
a)Por quais estratégias de intervenção optou?
2. Com que grupos trabalhou?
a)Como eram compostos os grupos?
42
b)Trabalhou com todos em simultâneo?
c) Houve casos excepcionais?
3. Que recurso, mecanismo ou ferramenta usou para realizar essas acções?
a)Usou a as mesmas em todas as situações e para todos os grupos?
b)Baseou-se nalgum pressuposto teórico, um guião ou algumas directrizes sobre a
educação (ambiental) para realizar a acção?
c)Como se estabeleceu o contacto com o público? E este, como se comunicou com os
instrumentos? Eles tiveram acesso?
4. Que resultados foram obtidos?
5. Quais foram as limitações verificadas?
a)O que acha que poderia ter melhorado o resultado obtido entre 2010 e 2015?
3. Aos membros dos grupos beneficiados por actividades de educação ambiental em
cada programa.
Objectivo: Colher do público beneficiado ou contemplado pelas acções de promoção da
Legislação Ambiental ao nível da cidade de Maputo e agentes envolvidos neste
processo, os seus relatos sobre o mesmo processo, suas limitações e resultados obtidos,
os recursos didácticos ou diversos usados para tal, a resposta do público coberto por
estas ao nível da cidade de Maputo, entre outras.
Introdução:
A presente entrevista colhe informações para permitir analisar a promoção da
Legislação Ambiental ao nível da Cidade de Maputo e eu, em particular, apresento-me
para lhe fazer algumas perguntas e elas poderão ser respondidas de acordo com a
opinião do senhor, na pessoa de alguém que participou numa das acções desenvolvidas
por um dos programas (PECODA ou ProInfo), onde tratou-se da matéria de Legislação
Ambiental moçambicana, em especial, ao nível da cidade de Maputo e ter algumas
43
considerações para a melhoria do desempenho dessas acções. Importa referir que está
livre de responder ou ignorar as perguntas que quiser de forma honesta e consciente,
podendo ainda justificar a razão (caso queira), para desta forma contribuir para a
pesquisa. Dou-lhe também a garantia de que o seu nome não será apontado e será
salvaguardado.
1. Como descreve a experiência de participar de uma das actividades
promovidas pelo PECODA/ProInfo?
2. Lembra de se ter tratado ou falado de leis, regulamentos ou outros assuntos
ou documentos sobre o meio ambiente, seja sobre água, terra ou outra?
a) Se sim, do que falaram e por quanto tempo falaram?
b) Antes de ter participado dessas acções, já tinha conhecimentos de como usar as leis
ou sobre o que as dizem?
c) Tiveram/teve acesso aos documentos ou a alguns trechos ou passagens das leis ou
regulamentos?
3. Quantas vezes participou dessas acções? Durante quanto tempo participou?
4. Acha que os agentes, técnicos ou formadores usaram uma boa forma para se
comunicar?
a) Souberam explicar as leis e fazer entender as pessoas lá presentes?
b) O que acha que fez com que compreendessem ou não compreendessem o que eles
diziam?
c) O que acha que deveria ser melhorado?
d) Saberia agora como usar as leis e o que elas dizem?
5. O que acha que os outros colegas acharam de ter participado destas
actividades?
a) Eles também são capazes ou não, de usar, explicar ou fazer o uso das leis e outras
normas sobre meio ambiente?
44
45
Apêndice C: Dados brutos transcritos de algumas das entrevistas
Entrevista 1:
Perguntas/Respostas
1. Que acções até então o PECODA/ProInfo desenvolveu no campo da Educação
Ambiental e de Informação Ambiental ao nível da cidade de Maputo entre 2010 e
2015?
˵…Enquanto programa em vigor, o PECODA funcionava com brigadas e tais brigadas,
trabalhavam e actuavam em assuntos específicos seguindo um plano geral predefinido,
os guiões nesse caso, fornecidos a partir da brigada central…˶
˵…Funcionou até 2014, embora estivesse inicialmente previsto para estender-se até
2025. Há actualmente acções à si alinhadas mas sendo materializadas com metodologias
diferentes das anteriores que são as brigadas…˶
2. A respeito da matéria de legislação ambiental dentro do programa, que planos ou
estratégias de intervenção foram desenvolvidos pelo programa para promover a
compreensão da LA ao nível da Cidade de Maputo?
˵…No seio do PECODA, a legislação é uma das componentes de temáticas ambientais
em seminários e debates públicos…˶
a) De forma específica, quais acções o programa levou a cabo para promover a
Legislação Ambiental e dar a compreender aos diferentes públicos a respeito?
˵…Para além de debates e seminários, o PECODA promoveu workshops e visitas ou
saídas de campo ao nível dos bairros nos distritos municipais…˶
3. Que grupos/pessoas foram envolvidas ou contempladas pelo programa nas
acções em matéria de Legislação Ambiental, em especial no âmbito da promoção das
leis, regulamentos ou outros instrumentos legais sobre o meio ambiente?
˵…O programa conseguiu abranger os distritos Municipais de KaMbukuane,
KaMaxaquene, KaChamanculo e Kampfumo …˶
46
4. Que instrumentos legais ambientais em específico, são ou foram tratados ou
promovidos pelo programa?
“…Até então, ao nível da cidade de Maputo, o programa trabalhou com instrumentos
como a Lei de ordenamento de território e evidenciamos algumas vezes a Lei do
Ambiente”
a)Deste leque, a Lei do Ambiente foi promovida?
˵…A Lei do Ambiente era tomada na sua generalidade no seio do programa e espelhada
de acordo com o assunto ambiental em destaque no dia do trabalho. Era usada e
referenciada mesmo como auxiliar…˶
b)Em que nível é ou não promovida: Para o maior acesso ou disponibilidade aos
diferentes públicos? Para uma maior compreensão?
˵…A legislação tem destaque ao nível do PECODA, mas para algumas, não ao nível de
uma lei específica mas sim ao nível de uma convenção e é desta forma que nalgumas
vezes funcionava…˶
˵…Os chefes ou representantes locais tomavam dianteira no processo de sensibilização
mas não tinham um arranjo ou preparo inicial, no entanto, a sensibilização acontecia
espontaneamente…˶
5. Que grupos (sociais) foram envolvidos nessas acções?
˵…O PECODA ao nível da cidade de Maputo trabalhou com Núcleos e clubes e ainda
integrou alguns comités…˶
6. Com que frequência foram desenvolvidas essas acções?
˵…O PECODA era o aglutinador das datas ambientais e nesse âmbito, actuava
especialmente nas vésperas dessas ocasiões, tendo em vista um universo de 12 datas
ambientais celebradas ao ano…˶
˵…Houve algumas saídas, embora não muitas, onde tocava-se na questão da legislação
e aconteceu especificamente no caso da lei do ordenamento territorial, no âmbito do
47
programa nacional do ordenamento dos bairros, tendo-se actuado ao nível de alguns
bairros da cidade de Maputo…˶
8. Quais foram os agentes ou promotores dessas acções?
˵…Em termos de agentes ou técnicos que administravam o processo de educação
ambiental, eram alguns dos técnicos do Ministério, incluindo alguns representantes do
sector jurídicos, bem como os técnicos das SDPI`s, que por vezes também podiam ser
os membros das Associações dos distritos municipais…˶
Entrevista 2:
Perguntas/Respostas
1. Quais acções específicas realizaram-se para desenvolver as acções que
permitem promover a Legislação Ambiental no seio do programa entre 2010
e 2015?
˵…No seio do programa, a parte relacionada aos instrumentos legais era tratada
exclusivamente pelo sector jurídico, na pessoa de um técnico integrado na brigada…˶
˵…Havendo o processo de promoção da legislação, o sector ou gabinete jurídico assume
a competência de conceber os instrumentos e realizar a interpretação dos mesmos. O
sector da educação ambiental explica a razão das proibições, seus benefícios através de
seus parceiros…˶
a)Por quais estratégias de intervenção optou?
˵…A legislação como tal, é apenas divulgada por via de um site e ainda são capacitadas
as autoridades provinciais ou distritais a respeito. Em moldes mais específicos a
legislação é divulgada pela sociedade civil organizada …˶
2. Que recurso, mecanismo ou ferramenta usou para realizar essas acções?
˵…A promoção aqui no programa era feita de forma indirecta e basicamente é uma
réplica da informação contida…˶
3. Quais foram as limitações verificadas?
48
˵…Um dos entraves no processo desencadeado pelo PECODA ou por qualquer outro
programa é a falta de interesse público sobre esta questão em particular e para muitas
outras relacionadas ao meio ambiente…˶
a)O que acha que poderia ter melhorado o resultado obtido?
˵…Uma das formas que vejo e que pode ser uma forma de promover a compreensão dos
instrumentos legais é a participação e o envolvimento dos diferentes actos e a sociedade
civil na elaboração dos drafts ao nível das consultas públicas e nas revisões. Refiro-me
às pessoas interessadas e disponíveis…˶
Entrevista 3
Pergunstas/Respostas
1. Quais acções específicas realizaram-se para desenvolver as acções que
permitem promover a Legislação Ambiental no seio do programa entre 2010
e 2015?
˵…Á respeito da Legislação Ambiental o programa tem sim actuado, embora não com
um tratamento próprio…˶
˵…O ProInfo geralmente trabalha com acções coordenadas do tipo ONG-governo, que
neste caso são os Ministérios…˶
˵…Ao nível da cidade de Maputo, o ProInfo já desenvolveu iniciativas de advocacia
para a divulgação de acções de sensibilização…˶
˵…A literacia jurídica ambiental é um dos aspectos promovidos pelo nosso centro.
Geralmente é voltada para grupos organizados e com características específicas como é
o caso de agentes do Estado, sendo que já uma vez aqui na cidade de Maputo houve
uma capacitação de um bom número deles…˶
a)Por quais estratégias de intervenção optou?
˵…Na apresentação de estudos também aproveita-se para fazer referência à alguns
instrumentos legais…˶
49
˵…Referenciamos sempre a fonte dos instrumentos mas nem sempre consegue-se dar
acesso destes aos grupos com os quais se trabalha…˶
˵…No quadro da Legislação Ambiental, os instrumentos destacados são o regulamento
de solo urbano, a Lei do ordenamento do território e a Lei do Ambiente em alguns
artigos ou excertos…˶
2. Com que grupos trabalhou?
˵…A Cidade de Maputo como tal não tem sido foco do programa e não tem sido alvo de
iniciativas próprias. O que acontece geralmente é que Maputo muitas vezes torna-se um
ponto onde se desenvolvem aspectos administrativos e que estão voltados mas para as
zonas interiores. Isso é uma tendência…˶
3. Que recurso, mecanismo ou ferramenta usou para realizar essas acções?
˵…A legislação não é abordada de uma forma exclusiva ou algo parecido. Ela é
discutida em partes e de acordo com o assunto em destaque, ou seja, citando-se alguns
artigos que se mostram relevantes ao debate. Acredito que assim dá-se também a
conhecer…˶
˵…Têm sido desenvolvidas mesas redondas e debates e, nestes fóruns são citados
trechos da legislação como fundamento de uma certa coisa em discussão…˶
“…Para fazer compreender a Legislação Ambiental, nós aproveitamos alguns
instrumentos, neste caso, os debates sobre as diversas temáticas para discutir alguns
artigos da Legislação Ambiental…”
a)O que acha que poderia ter melhorado o resultado obtido?
˵…A actuação do programa e até mesmo do CTV ao nível da cidade de Maputo, é baixa
em relação ao destaque que damos aos restantes pontos do país com características mais
rurais. Á título de exemplo, está a estratégia de capacitação de técnicos do Governo
sobre legislação feita em Quissico, com 40 técnicos do Estado em Cabo-Delgado e
alguns em Nampula…˶
50
Entrevista 4
Respostas
1. Quais acções específicas realizaram-se para desenvolver as acções que
permitem promover a Legislação Ambiental no seio do programa?
“…A Cidade de Maputo não tem sido foco para a actuação do ProInfo, tendo em conta
as componentes e características especificas do programa, excepto para o
desenvolvimento de actividades genéricas como debates públicos, mesas redondas e
seminários…”
“…As intervenções do ProInfo sobre os grupos alvos não englobam todo o público. A
título de exemplo é o facto de apenas contemplar-se as comissões e se esperar que os
mesmos repliquem os conhecimentos aos demais. Isto porque os factores como a
limitação financeira e a condicionante relacionada ao facto de o dador exigir resultados
imediatos para dar seguimento ao processo nas legislaturas seguintes, mostram-se como
constrangimentos para a abrangência desse processo…”
“…O programa faz aquilo que pode e que está ao seu alcance e isso envolve a
divulgação das leis ou instrumentos legais à partir dos nossos fóruns em jeito de sessões
de capacitação e pela disponibilização desses instrumentos…”
“…Um dos assuntos ou questões que mais mereceu destaque é a questão da participação
pública, onde ao nível da cidade de Maputo desencadearam-se discussões em debates
públicos sobre o projecto da ponte Maputo-Katembe e o regulamento de consulta
pública era o instrumento legal que fora abordado. Acreditamos que desta forma
promoveu-se o conhecimento e a compreensão sobre as lacunas do processo…”
a)Por quais estratégias de intervenção optou?
2. Com que grupos trabalhou?
51
“…O ProInfo já trabalhou com cerca de 10 escolas ao nível da cidade de Maputo, onde
as matérias relacionavam-se aos direitos fundamentais e estavam voltados a
problemáticas específicas…”
“…O programa quando teve as crianças como público-alvo, apenas tratou das questões
elementares sobre os assuntos ambientais. A questão da higiene e saúde, bem como os
direitos fundamentais relacionados ao meio ambiente…”
“…A priorização das áreas como corredor de Nacala, a província de Gaza e Inhambane,
bem como a província de Nampula deve-se a crescente tendência de surgimento e
crescimento de actividades de exploração que exigem maior demanda por áreas que á
princípio já são habitadas por nativos e nós interessamo-nos na defesa dos direitos dessa
comunidade e no desenvolvimento deste processo de forma justa…”
“…Em matéria de Legislação Ambiental, o programa já trabalhou com dois grupos
alvos que são parte da Assembleia da República (a última em 2014) e alguns
professores (Costa do sol, Triunfo, entre outros) ao nível da Cidade de Maputo. Estes
beneficiaram-se de capacitações realizadas no seio do programa acerca da matéria de
legislação, complementando a acção desenvolvida pelo Centro de formação jurídica e
judiciária com estes grupo…”
a)Como eram compostos os grupos?
“…Especificamente falando três grupos (deputados, alunos e professores), durante as
sessões os capacitados têm de antemão o acesso aos instrumentos os quais se colocam
em discussão…”
“…A escolha de grupos como deputados da Assembleia da República deve-se ao facto
de denotarem-se lacunas na forma como estes tratam ou vão tratar a legislação, visto
que são colocados nesses postos não pela competência técnica mas sim pelo critério de
confiança política. Daí a necessidade de os capacitar tanto no que existe e mostrar-lhes
o que falta…”
b)Trabalhou com todos em simultâneo?
c) Houve casos excepcionais?
52
1. Que recurso, mecanismo ou ferramenta usou para realizar essas acções?
“…Sempre que temos um badget suficiente, procura-se inovar as metodologias de
actuação e o raio de actuação. Á título de exemplo está o uso da representação teatral a
que recorremos mas, foram apenas em acções desenvolvidas fora da cidade de
Maputo…”
a)Usou a as mesmas em todas as situações e para todos os grupos?
b)Baseou-se nalgum pressuposto teórico, um guião ou algumas directrizes sobre a
educação (ambiental) para realizar a acção?
c)Como se estabeleceu o contacto com o público? E este, como se comunicou com os
instrumentos? Eles tiveram acesso?
2. Que resultados foram obtidos?
3. Quais foram as limitações verificadas?
a)O que acha que poderia ter melhorado o resultado obtido?
53
Apêndice D: Matrizes de Análise FOFA dos mecanismos de intervenção dos programas
Matriz de análise FOFA dos mecanismos de intervenção do PECODA na promoção da LA.
Força Oportunidade
O PECODA foi um programa que esteve inserido num plano de uma
entidade governamental e que tinha em vista diferentes públicos-alvo, sendo
que contemplou mais os grupos populares;
Privilegiou o trabalho por grupos de massa e tinha um grande número de
público em vista, em relação a outros programas (em termos de planificação
pode-se considerar que o programa tinha uma grande ambição).
O programa tinha a possibilidade de introduzir estratégias metodológicas
interactivas que superassem a estratégia de visitas por brigadas e, de
atacar os grupos de interesse;
Com a mudança do estatuto do Ministério, deixando de coordenar as
actividades de intervenção ambiental e tornando-se num agente, o
programa tem a possibilidade de desenvolver iniciativas educativas
próprias e efectivas que promovam a compreensão da legislação aos
diferentes públicos;
Os clubes e núcleos ambientais são grupos organizados e não foram
ainda contemplados em uma agenda que valorize o trabalho em seus
postos e um intercâmbio que permita tratar a fundo a matéria de
legislação (apresentam características favoráveis para o exercício da
troca de experiências)
54
Fraqueza Ameaças
As Estratégias metodológicas utilizadas são pouco interactivas (possibilitam
apenas a actuação unilateral e não dão possibilidade de se explorar o lado
que digere informação);
A abordagem das questões ambientais dentro do programa é muito
superficial entre os diferentes públicos e apresenta dimensões muito
informais;
Não se exploraram meios didácticos inovadores e de baixo custo
(audiovisuais, representações artísticas, concursos de leituras, jornadas de
intercâmbio, etc.);
O programa não teve continuidade após a mudança do estatuto do seu
Ministério, o que não permite a reedição e melhoria do desempenho na sua
actuação;
A promoção era realizada por acções implícitas, ou seja, como uma matéria à
margem e que é enquadrada nas acções de educação ambiental;
A consistência da promoção não era efectiva porque a actuação do programa
está reservada às vésperas das datas ambientais e não são desenvolvidas
As estratégias metodológicas adoptadas dificilmente possibilitam altos
níveis de promoção da legislação, isto é, não envolvem mecanismos de
orientação dos visados no tratamento do conteúdo da própria legislação,
sendo que com a simples divulgação pode-se apenas fazer a réplica da
informação e ocorrerem conotações do que está escrito na legislação não
permitir de facto a obtenção do significado;
A abordagem de “projectalização” ou temporal que se deu ao programa
colocou em causa a sustentabilidade do processo de integração da
temática de legislação ambiental e isto coloca ainda em causa uma
possível promoção da compreensão da mesma.
55
acções de acompanhamento ou assistência aos grupos visados;
Matriz de análise FOFA dos mecanismos de intervenção do ProInfo na promoção da LA na Cidade de Maputo.
Forças Oportunidades
Actuou sobre uma parte dos grupos prioritários em assunto de Legislação - o
legislador (os deputados da Assembleia da República e provincial) e
professores que são os transmissores dos valores cívicos;
Pode-se verificar uma variedade de recursos metodológicos, embora não
alocados à Cidade de Maputo com certa frequência;
Os técnicos estão familiarizados com a matéria da legislação ambiental.
A Cidade de Maputo apresenta um número considerável de
agrupamentos ou associações de interesse ambiental e que não
beneficiaram ainda de actividades integrais de promoção da Legislação
Ambiental e o ProInfo tem a possibilidade de actuar como entidade
vocacionada na matéria e explorar essa temática;
Fraquezas Ameaças
O tratamento da matéria de legislação ambiental no seio do programa é dado
de forma casual e elementar (implícita);
Maputo não constitui um campo de actuação visado pelo programa;
A inovação nas estratégias de intervenção estva condicionada ao factor
O processo de promoção da legislação ambiental no programa somente
ficava integrado pela disponibilidade financeira e nem tanto pela
planificação estratégica, o que poderá implicar na abdicação desta função
da educação ambiental;
O não acréscimo do efectivo de técnicos e agentes na área de educação
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financeiro;
A intervenção do programa era especializada e pouco abrangente, isto é,
prioriza algumas legislações e baseia-se em critérios excludentes (volta-se
mais para o regulamento sobre o processo de participação pública e toma as
restantes como subsequentes);
A legislação e o seu tratamento era vista pelo programa como uma questão
exclusiva do sector jurídico;
A promoção era realizada por acções implícitas, ou seja, uma matéria à
margem e que era enquadrada nas acções de educação ambiental;
A promoção realizada neste programa era feita baseando-se nas metas de
curto prazo;
ambiental pode prevalecer no nível de intervenção do programa na
matéria e agravar ainda mais a tendência de desfavorecimento da
actuação deste programa na Cidade de Maputo, comprometendo também
a expansão deste programa;