monografia luciene matemática 2011

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO CAMPUS VII COLEGIADO DE MATEMÁTICA CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM CIÊNCIAS COM HABILITAÇÃO EM MATEMÁTICA LUCIENE DE SOUZA WANDERLEY INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIENCIA VISUAL MEDIADA POR TECNOLOGIAS DE INFORMÁTICA NO ENSINO SUPERIOR DE MATEMÁTICA NA UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA CAMPUS VII Senhor do Bonfim Bahia Março 2011

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Matemática 2011

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Page 1: Monografia Luciene Matemática 2011

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UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS VII

COLEGIADO DE MATEMÁTICA

CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM CIÊNCIAS COM

HABILITAÇÃO EM MATEMÁTICA

LUCIENE DE SOUZA WANDERLEY

INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIENCIA VISUAL

MEDIADA POR TECNOLOGIAS DE INFORMÁTICA NO

ENSINO SUPERIOR DE MATEMÁTICA NA UNIVERSIDADE

DO ESTADO DA BAHIA – CAMPUS VII

Senhor do Bonfim – Bahia Março – 2011

Page 2: Monografia Luciene Matemática 2011

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LUCIENE DE SOUZA WANDERLEY

INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIENCIA VISUAL

MEDIADA POR TECNOLOGIAS DE INFORMÁTICA NO

ENSINO SUPERIOR DE MATEMÁTICA NA UNIVERSIDADE

DO ESTADO DA BAHIA – CAMPUS VII

Trabalho monográfico de Conclusão de Curso apresentado como requisito para a obtenção do grau de Licenciatura Plena em Matemática com habilitação em Docência do Departamento de Educação Campus VII- Senhor do Bonfim, Universidade do Estado da Bahia – UNEB. Orientador: Ricardo Amorim

Senhor do Bonfim – Bahia Março – 2011

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LUCIENE DE SOUZA WANDERLEY

INCLUSÃO DE PESSOAS COM DEFICIENCIA VISUAL MEDIADA POR TECNOLOGIAS DE INFORMÁTICA NO

ENSINO SUPERIOR DE MATEMÁTICA NA UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – CAMPUS VII

Trabalho monográfico de Conclusão de Curso apresentado como requisito para obtenção do grau de Licenciatura Plena em Matemática com habilitação em Docência do Departamento de Educação Campus VII - Senhor do Bonfim, Universidade do Estado da Bahia – UNEB.

Monografia Aprovada em: ____/ / _

BANCA EXAMINADORA

_________________________________________________________

Orientador: Prof. Dr. Ricardo Amorim

___________________________________________________________

Examinador: Prof. MSc. Ozelito Souza Cruz

Examinadora: Profª. Esp. Lílian Teixeira

Senhor do Bonfim – Bahia Março – 2011

Page 4: Monografia Luciene Matemática 2011

3

Dedico este trabalho a Deus, Salvador e Senhor da

minha vida, aos meus pais, meus irmãos, esposo e

filhos que são pessoas especiais apoiando-me para

que essa pesquisa se tornasse realidade.

Page 5: Monografia Luciene Matemática 2011

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AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus, por ter me dado toda a sabedoria e saúde. Aos meus pais

por terem me dado todo o apoio para que eu conseguisse alcançar todos os meus

objetivos, e por terem contribuído com tanto amor para o meu crescimento pessoal e

emocional.

Aos meus filhos Carlos Wagner de Souza Wanderley e Karine Lorena de

Souza Wanderley. Ao meu esposo Carlos Henrique Dias Wanderley, pela

compreensão e apoio durante toda essa jornada em que precisei ausentar-me, não

podendo dar atenção necessária como mãe e esposa.

Agradeço também, a todos os professores em especial ao meu orientador

Ricardo Amorim por ter me ajudado neste trabalho e a todos professores do Curso

de Matemática. E a todos, em geral, que me ajudaram direta ou indiretamente nessa

longa e difícil caminhada.

Page 6: Monografia Luciene Matemática 2011

5

Para realizar grandes conquistas, devemos

não apenas agir, mas também sonhar; não

apenas planejar, mas também acreditar.

Anatole Franc

Page 7: Monografia Luciene Matemática 2011

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RESUMO

O presente trabalho foi desenvolvido com o objetivo de conhecer formas de utilizar tecnologias de informática para mediar a inclusão de pessoas com deficiência visual em classes do Ensino Superior de Matemática. Os objetivos específicos foram: definir deficiência visual e inclusão sócio cultural; refletir sobre programas educativos com a intenção de qualificar professores que lidam com deficientes visuais; saber quais as dificuldades existentes na adaptação de salas de aula para deficientes visuais; identificar no Campus VII, possibilidades de adaptações da sala de aula voltadas ao curso; propor um modelo de sala de aula que permita a inclusão de pessoas com necessidades especiais para aulas de matemática. Utilizou-se na Fundamentação Teórica os seguintes autores: Silva(1986) Brasil (1994); Fonseca (1995); Jannuzzi (1997); Bonetti(1998); Gil(2000); Girão (2002); Brumer (2004); UNESCO (1994);Cerqueira; Mantoan (2006); Creswel (2007); Haiduk e Alcântara (2007);Moreira & Caleffe (2008); Nunes e Lamônico (2010); Pereira (2010); Pinheiro et al(2003). A metodologia utilizada compreende a quantitativa e a qualitativa, utilizando-se como instrumento de investigação, variáveis metodológicas utilizadas pelos professores em sala de aula no Curso de Matemática da Universidade do Estado da Bahia - Campus VII. Os resultados mostram que a inclusão de deficientes visuais no Ensino Superior de Matemática, ainda não é realidade no Campus VII, pois ainda não há salas adaptadas para esse fim. A adaptação pode se tornar realidade quando essa instituição disponibilizar de recursos adequados e atuais como os softwares específicos.

Palavras-chave: Deficiente Visual. Adaptação. Sala de aula. Inclusão.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 09

CAPÍTULO I ..............................................................................................................11

1 – Contextualização do Tema ...............................................................................11

CAPÍTULO II .............................................................................................................17

2 - Fundamentação Teórica ...................................................................................17

2.1 - Definindo educação especial ........................................................................17

2.2 - Inclusões visual e sócio cultural .................................................................. 19

2.2.1 - Deficiente visual e ensino superior ........................................................... 23

2.2.2- Conceituando deficiência visual ................................................................ 25

2.3 - Programas com intenção de qualificar professores que lidam com

deficientes visuais .................................................................................................. 25

2.4 - Adaptações de sala de aula para deficientes visuais................................. 27

CAPÍTULO III ......................................................................................................... 32

METODOLOGIA ...................................................................................................... 32

3.1 - Área de Estudo ............................................................................................... 33

3.2 - Caracterização da Pesquisa .......................................................................... 33

3.3 - Populações/ Sujeito........................................................................................ 33

3.4 - Instrumento de Pesquisa ............................................................................... 33

CAPÍTULO IV............................................................................................................ 34

Interpretação dos resultados ................................................................................ 34

CAPÍTULO V ............................................................................................................ 37

Page 9: Monografia Luciene Matemática 2011

8

Proposta para uma possível sala adaptada no Campus VII ………………......... 37

5.1 – Categorias metodológicas para deficientes visuais ..................................

37

5.1.1 - Oralidade ..................................................................................................... 38

5.1.2 - Leitura e Escrita........................................................................................... 38

5.1.3 - Programas de softwares............................................................................. 39

5.2 - Modelo de sala de aula adaptada ................................................................. 40

CONSIDERAÇÕES FIANIS ................................................................................... 43

REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 45

ANEXO 1:.................................................................................................................. 49

Questionário: Prática Didática de Matemática no Campus VII: Variáveis

Metodológicas ........................................................................................................ 50

Page 10: Monografia Luciene Matemática 2011

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INTRODUÇÃO

A inclusão de pessoas com deficiência visual no Ensino Superior de

matemática tem o objetivo principal de conceder oportunidades àqueles que não

encontram facilidade de acesso nas Universidades do país, pois os obstáculos são

encontrados desde o acesso (locomoção), até a chegada na sala de aula, não

encontrando recursos adequados e professores capacitados para atendê-los.

Com base em tais afirmações a pesquisa foi realizada com o objetivo de

identificar possível forma de inclusão de pessoas com deficiência visual em classes

do Ensino Superior de Matemática com suporte de tecnologias de informática.

Sendo necessário conhecer sobre deficiência visual; refletir sobre programas

educativos com a intenção de qualificar professores que lidam com deficientes

visuais; identificar no Campus VII possibilidades de adaptações de salas de aulas

para deficientes visuais e propor no Campus VII um modelo de sala que permita a

inclusão de pessoas com déficit de atenção para aulas de matemática.

No sentido de melhor entender a pesquisa aqui realizada, a mesma foi

estruturada em quatro capítulos, apresentados a seguir:

O Primeiro Capítulo mostra como a inclusão de pessoas com deficiência era

vista em épocas passadas e como é atualmente com a inclusão de pessoas com

necessidades especiais na rede regular de ensino, especificamente os deficientes

visuais. São descritos também a questão da pesquisa, os objetivos, justificativa, bem

como a relevância social e científica.

No Segundo Capitulo têm-se os conceitos – chave, apontando a direção da

pesquisa compreendendo a definição de educação especial, o conceito de inclusões

visuais e sócio cultural, programa com intenção de qualificar os profissionais que

lidam com deficientes visuais e adaptação de sala de aula para deficientes visuais.

O Terceiro Capítulo faz a descrição como a pesquisa foi desenvolvida,

mostrando a metodologia utilizada, bem como o tipos de abordagens, no sentido de

alcançar os objetivos propostos.

No Quarto Capitulo mostra uma proposta para possível sala adaptada no

Campus VII - UNEB e as categorias metodologias próprias para os deficientes

Page 11: Monografia Luciene Matemática 2011

10

visuais, além dos programas de softwares específicos para os deficientes visuais.

O Quinto Capítulo trata sobre a interpretação dos resultados da pesquisa de

campo, cujo objetivo é identificar as necessidades de tecnologias assistivas para

deficientes visuais.

Nesse sentido, o resultado dessa pesquisa, pode contribuir para que

pesquisadores interessados nesse tema tirem dúvidas sobre a possibilidade de

incluir no Ensino Superior da Matemática, salas adaptadas para atender as pessoas

com deficiência visual.

Nas considerações finais mostra os resultados da pesquisa, verificando se os

objetivos propostos foram alcançados, se a proposta da adaptação pode se tornar

realidade na instituição de ensino através de recursos adequados e atuais como os

softwares específicos.

Page 12: Monografia Luciene Matemática 2011

11

CAPITULO I

1 – CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA

O considerável número de pessoas portadoras de deficiência que estudam e

cujo potencial não vem sendo aproveitado em beneficio do país é enorme e de

grande peso como justificativa para uma pesquisa sobre a forma de inserção destas

pessoas na vida social, principalmente no espaço acadêmico.

Como bem destaca, Pereira (2009):

Não basta decretar a integração do aluno deficiente visual, misturá-lo com outros alunos e um professor para que sua integração escolar se consiga, nem tão pouco se garanta o desenvolvimento das suas capacidades/aprendizagem; não nos parece sensato olhar para o professore ver na sua literatura uma formação do tipo ¨ pau para toda colher ¨ nem esperar que cada professor, por motivação intrínseca ,busca entre os paus de sua formação, a ¨ colher ¨ que há em si! ...Mas também não queiramos que, por cada aluno portador de deficiência que chega à escola, seja admitido um rol de professores ¨bem preparados ¨ para as diferentes disciplinas. (PEREIRA, 2009, p.2).

O termo Inclusão Escolar tem sido utilizado no âmbito das políticas públicas

em educação, especialmente desde a década de 1990, para caracterizar um

enfoque em educação especial, distinto do enfoque denominado Integração.

Verificando que o destaque recaia sobre a adaptação da pessoa com deficiência

para a sua reestruturação do sistema educacional, no sentido de atender todos os

alunos, mas nem sempre isso ocorre em todos os cantos do país, apesar de

programas feitos para esse fim.

De acordo com Silva (1986), em Roma, os cegos, surdos, deficientes mentais,

deficientes físicos e outros tipos de pessoas nascidas com mal formações eram

vinculados às casas comerciais, as tavernas, a bordeis, bem como a atividades dos

circos romanos, para serviços simples e às vezes humilhantes, costume esse que foi

adotado por muitos séculos na História da humanidade.

Em 1994, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciências e

Cultura – UNESCO, promoveu a Conferencia Mundial sobre a Necessidades

Educacionais Especiais, da qual participaram noventa e dois países, entre os quais,

o Brasil. Desse evento, ocorreu a elaboração da Declaração de Salamanca que

recomendou: o princípio de inclusão e o consequente reconhecimento da

necessidade dos ¨ sujeitos especiais ¨ serem aceitos em escolas regulares; a

Page 13: Monografia Luciene Matemática 2011

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recomendação da gestão eficiente, que atenda aos princípios de eficácia e de

eficiência. (UNESCO, 1994).

E Januzzi (1997), afirma que nas primeiras décadas do século XX, houve no

Brasil um período caracterizado pela vertente médico-pedagógico. Essa visão

perdeu até meados do século XX, quando se priorizou o modelo clinico e a

institucionalização, enquanto no atendimento educacional predominava a

segregação.

Sobre a integração e o combate a exclusão, a UNESCO (1994), afirma que:

A inclusão e a participação são essenciais à dignidade e o desfrute e exercício dos direitos humanos. No campo da educação, estas concepções refletem-se no desenvolvimento de estratégias que procuram alcançar uma genuína igualdade de oportunidades. A experiência em muitos países demonstra a integração de crianças e jovens com necessidades educativas especiais é atingida mais plenamente nas escolas inclusivas que atendem todas as crianças da respectiva comunidade. É nesse contexto que os que têm necessidades educativas especiais podem conseguir maior progresso educativo e maior integração social. (UNESCO, 1994, p.18).

Segundo Haiduke e Alcântara (2007), o governo brasileiro, através do

Ministério da Educação e das Secretarias Estaduais de Educação, apesar de iniciar

somente em 1999, vem realizando mudanças nos currículos escolares, incentivando

os professores a repensarem suas funções de educadores, de modo que estes

aceitem, com mais naturalidade, a presença em suas salas de aula de alunos

portadores de necessidades educativas especiais. A

autora, afirma ainda que o direito ao estudo é fator de inclusão social, devendo

garantir ao individuo com deficiência, pois exercendo esse direto ele precisará, em

muitas ocasiões, utilizar os serviços de apoio que a tecnologia assistiva pode lhe

proporcionar, sabendo que a inclusão escolar é fator preponderante dentro de uma

visão de inclusão social e deve ser garantia pela sociedade.

Em contrapartida,

segundo Gil (2000), as condições do deficiente no Brasil ainda predomina uma

concepção assistencialista, permeada de barreiras sociais. Para a autora, na maioria

das vezes, o portador de deficiência e sua família se sentem isolados, impotentes, à

espera de instituições, serviços médicos ou profissionais que possam

miraculosamente curar ou ¨ consertar ¨a deficiência e muitas famílias prolongam

seus momentos de angustia, ansiedade, conflitos, negação, sublimação, frustração e

até mesmo desesperança por não dispor de informações e não encontrar

interlocutores para discutir sua problemática e para se identificar.

Page 14: Monografia Luciene Matemática 2011

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Sobre a deficiência visual,

Nunes e Lemônaco (2010) afirmam que muitos professores volta e meia tem baixa

expectativa quanto à aprendizagem do aluno. Isso se deve à visão equivocada sobre

da ¨ pouca¨ capacidade de aprendizagem do aluno cego prejudicando-o muito, uma

vez que tende a minimizar as propostas pedagógicas do professor. Para os

autores, outro ponto negativo quanto à educação do cego é a possibilidade do

professor, por falta de preparo, adotar procedimentos educacionais, tendo como

parâmetros as formas de aprender do ¨vidente¨, significando a recusa total do

professor de encarar e perceber suas possibilidades e limitações.

É bem verdade que os alunos com

deficiência visual precisam de materiais adequados como afirma Nunes e Lemônaco

(2010):

O aluno cego, em sua vida escolar, necessita de materiais adaptados que sejam adequados ao conhecimento tátil sinestésico, auditivo, olfativo e gustativo - em especial materiais gráficos tateáveis e o Braille. A adequação de materiais tem o objetivo de garantir o acesso às mesmas informações que as outras crianças têm para a criança cega não esteja em desvantagem em relação aos seus pares. (NUNES e LEMÔNICO, 2010, p.60).

Há também os obstáculos encontrados pelos alunos com necessidades

espaciais no meio acadêmico, destacando-se a inadequação de recursos e do

conhecimento dos profissionais da educação com relação aos processos de ensino

e aprendizagem. Vendo que, ao iniciar a vida acadêmica os estudantes com

necessidades especiais são colocados frente a frente com outros desafios, os quais

requerem deles competências e habilidades que podem vir a ser trabalhadas de

forma mais adequada (Pastore, 2000 citado por Haiduke e Alcântara, 2007)

A educação de alunos com necessidades educativas especiais incorpora os princípios já comprovados de uma pedagogia saudável da qual todas as crianças podem beneficiar, assumindo eu as diferenças humanas são normais e que a aprendiz agem pode ser adaptada às necessidades da criança, em vez de ser esta adaptar a concepções predeterminadas, relativamente ao ritmo e à natureza do processo educativo. (UNESCO, 1994, p.15).

Em nível de sala de aula, de acordo com o PCN (1998), as medidas

adaptadas deste nível são realizadas pelo professor e destinam-se, à programação

das atividades da sala de aula. Os procedimentos de adaptação curricular destinada

á classe devem constar na programação de aula do professor e podem ser

exemplificadas nos seguintes exemplos ilustrativos: relação professor/aluno entre

colegas; relações sociais e o processo de ensino e aprendizagem; organização do

Page 15: Monografia Luciene Matemática 2011

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espaço e dos aspectos físicos da sala de aula; seleção, a adaptação e a utilização

dos recursos materiais; organização dos serviços de apoio ao aluno; atividades de

várias formas e os objetivos adaptados de modo individual e grupal na sala de aula.

Na inclusão do deficiente visual, os alunos precisam ser orientados por um

professor especializado, mas não precisa necessário colocá-lo em uma escola

especializada, mas receber o apoio de professor especializado para assegurar a

satisfação das suas necessidades, até o momento que isso for preciso. (Nunes e

Lemônaco, 2010).

Como se sabe, os deficientes passam por muitas dificuldades quanto à

locomoção, e quando se trata de pessoas com deficiência visual, vê-se que a

situação irreversível de diminuição da resposta visual, em virtude de causas

cognitivas ou hereditárias é uma situação.

A respeito da aprendizagem Matemática, Gil (2000) afirma que:

O aluno com deficiência visual tem as mesmas condições de um vidente para aprender Matemática, acompanhando idênticos conteúdos. No entanto, se faz necessário adaptar as representações gráficas e os recursos didáticos. Com frequência, ao criar recursos didáticos especiais para o aprendizado de alunos com necessidades especiais, o professor acaba beneficiando a classe, pois recorre a materiais concretos, facilitando pra todos a compreensão dos conceitos (GIL,2000,p.24).

Partindo de tal situação é necessário saber como se dá a inclusão de pessoas

portadoras de deficiência visual no ensino Superior de Matemática, quando a

dificuldade está localizada nas adaptações dentro da sala de aula e na locomoção

desse deficiente até a Instituição de Ensino.

Para Bonetti (1998) as instituições sociais buscam espaço para o exercício da

constatação de ordem dominante, propondo sua superação. A escola, como

instituição social, é sempre lembrada como uma instituição encarregada da

promoção da inclusão ou da diminuição da exclusão social, pois têm seu cotidiano

permeado pelas mesmas práticas, conflitos e teses presentes na sociedade em

geral. Como bem submetem Nunes e Lemônico (2010).

O habito de escrever a matéria na lousa como único recurso deve sofrer adaptações quando há um aluno cego em sala de aula. Não é possível ao professor simplesmente dizer para si e para os outros que esse é o seu jeito e que não pode mudar para não prejudicar os outros alunos. Esse tipo de preconceitos que leva o aluno cego à exclusão dentro da lógica da inclusão: ele está em sala de aula, mas as barreiras atitudinais não estão favorecendo seu aprendizado. (NENES e LEMÔNICO, 2010, p.61).

Page 16: Monografia Luciene Matemática 2011

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Tal atitude leva-nos a questionar por que os portadores de deficiência visual

que estudam em classes do Ensino Superior de Matemática, muitas vezes não

encontram salas adequadas para o bom desenvolvimento de suas atividades

cotidianas, no sentido de colaborar com o processo de ensino aprendizagem, já que

existem políticas públicas direcionadas a esses tipos de necessidades.

No que diz respeito ao atendimento educacional especializado, segundo

Brasil (2008) tem as funções de identificar, elaborar e organizar recursos

pedagógicos e de acessibilidade, possibilitando eliminar as barreiras para a plena

participação dos alunos, considerando as suas necessidades especificas.

Verificando que as atividades desenvolvidas no atendimento educacional

especializado diferenciam-se daquelas realizadas na sala de aula comum, não

sendo substitutivas à escolarização, complementando e/ou suplementando a

formação dos alunos com vistas à autonomia e independência na escola e fora dela.

De acordo com a Organização Mundial de Saúde – OMS, no mundo 10% da

população é composta por deficientes e dentre esses 5% são portadores de

deficiência visual. (Passos e Ferreira, 2010). Frente a tal realidade, percebe-se que

no Campus VII, não são identificadas pessoas com deficiência visual, isso acontece

por que as mesmas não se identificam como tal.

O que me chamou a atenção foi o fato de que durante toda minha formação

acadêmica, tive somente o conhecimento de um aluno com baixa visão no Campus

VII, o que me levou a questionar:

Por que praticamente não há pessoas com deficiência visual nesta instituição

se as estatísticas demonstram que há no mundo 5% de pessoas com deficiência

visual e de que forma as tecnologias de informática ajudariam na inclusão destas

pessoas? Com tais considerações, a pesquisa parte da necessidade de identificar

formas possíveis de inclusão de pessoas com deficiência visual em classes do

Ensino Superior de Matemática, com a mediação de tecnologias de informática. Os

objetivos específicos traçados para o desenvolvimento de tal pesquisa foram os

seguintes:

Realizar estudo sobre deficiência visual e inclusão sociocultural;

Refletir sobre programas educativos com a intenção de qualificar

professores que lidam com deficientes visuais;

Page 17: Monografia Luciene Matemática 2011

16

Conhecer quais as dificuldades existentes na adaptação de salas de

aula para deficientes visuais;

Identificar no Campus VII, possibilidades de adaptações da sala de aula

voltadas ao curso;

Propor no Campus VII um modelo de sala que permita a inclusão de

pessoas com necessidades especiais para aulas de matemática.

Page 18: Monografia Luciene Matemática 2011

17

CAPITULO II

2 - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Para o desenvolvimento desse capítulo serão apresentados alguns conceitos

sobre o tema em questão com a intenção de melhor compreendê-lo e conhecer a

realidade dos deficientes visuais no contexto social.

2.1 – DEFININDO EDUCAÇÃO ESPECIAL

A educação especial é definida como a parte da Educação que se ocupa do

atendimento e da educação de pessoas com deficiência em instituições

especializadas, tais como, a escola para surdos, cegos ou escolas para atender

pessoas com deficiência mental.

Ribeiro e Baumel (2003), com a influência do cristianismo as pessoas

consideradas até então deficientes, passaram a ter uma aceitação caritativa, e por

serem merecedores de caridade, deveriam receber moradia e alimentação, porém

ficariam segregados. Dessa nova concepção resultou uma relação de conformismo

piedoso, embora as pessoas com deficiência tivessem ganhado mais aceitação

social, ora eram protegidas de Deus, ora consideradas endemoniadas.

A respeito dos modelos de tratamento dispensados às pessoas com

deficiência ao longo da história das civilizações, Fonseca (1995), afirma que:

Desde a seleção natural, além da seleção dos espartanos – “ eliminaram” as crianças mal formadas ou deficientes, passando pelo conformismo piedoso do cristianismo, até a segregação e marginalização operadas pelos exorcistas” e “esconjuradores” da Idade Média, a perspectiva da deficiência andou sempre ligada a crenças sobrenaturais, demoníacas e supersticiosas. (FONSECA, 1995, p.8).

Quanto ao modelo da institucionalização, foi outra forma de tratar as pessoas

com deficiência, o qual já havia sido iniciado no final da Antiguidade, aprofundado na

Idade Média e se tornou predominante na quase totalidade do modo de produção

capitalista, principalmente em relação àquelas pertencentes às classes exploradas

da sociedade da época.

No Brasil, a Educação Especial é a modalidade de ensino que oferece a

educação formal ao educando com deficiência física, mental, auditiva, visual e ainda

Page 19: Monografia Luciene Matemática 2011

18

múltipla dos portadores de condutas típicas (problemas de conduta) e portadores de

altas habilidades (superdotados) através de um conjunto de recursos e de serviços

especiais e regulares. (Declaração de Salamanca, 1994).

De acordo com a Política Nacional de Educação Especial (2007) a educação

especial se organizou a partir do atendimento educacional especializado

substituindo o ensino comum, evidenciando diferentes concepções, terminologias e

modalidades, levando à criação de instituições especializadas, escolas especiais e

classes especiais, determinando formas de atendimento clínico-terapêuticos, que

por meio de diagnósticos, definem as práticas escolares para os alunos com

deficiência. Sobre esse tema, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei

9394/96, no seu Art. 58 afirma o seguinte:

Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educando portadores de necessidades especiais. § 1° Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial.§ 2°O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular. (Lei de Diretrizes e Bases da Educação – Lei 9394/96, no seu Art. 58, 1995, p.54).

A educação Especial denomina tanto na área do conhecimento, quanto no

campo de atuação profissional. Nisso, de modo geral a Educação Especial lida com

o processo de ensino e aprendizagem que não tem sido tarefa o sistema de ensino

regular, porém vemos que nas últimas décadas houve avanços, dando atenção

especial, devido ao movimento de Educação Inclusiva. Desde então, inclui em

Educação Especial pessoas com deficiências sensoriais, passando pelo ensino de

jovens e adultos, até mesmo o ensino de competências profissionais.

A Política Nacional de Educação Especial (2007) afirma que no aspecto da

educação inclusiva, a educação especial integra a proposta pedagógica da escola

regular, promovendo o atendimento às necessidades educacionais especiais de

alunos com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades

(superdotação), articulando com o ensino comum e orientando para o atendimento

às necessidades educacionais especiais desses alunos. Nesse sentido, educação

especial direciona suas ações para o atendimento às especificidades desses alunos

no processo educacional, atuando de forma mais ampla na escola, orientando na

organização de redes de apoio, na formação continuada, na identificação de

Page 20: Monografia Luciene Matemática 2011

19

recursos e serviços e no desenvolvimento de práticas colaborativas. No que se

refere ao atendimento educacional especializado, deve estar localizado,

preferencialmente, dentro das escolas comuns de nível básico e superior, com

professores especializados em alunos com cegueira, surdez e outras deficiências.

Sabendo que nas universidades esse atendimento não oferece aulas especializadas

de Química, Matemática, etc., a esses alunos, os professores especializados servem

para atender às necessidades específicas desses alunos relacionadas às suas

deficiências e não às suas necessidades diante de planos de curso, dos trabalhos

acadêmicos que se desenvolvem nas salas de aula. Já no ensino básico ainda é

comum que o professor especializado ensine o conteúdo curricular para alunos que

têm dificuldade de aprendizagem escolar, sendo ou não pessoas com deficiência,

bastando ou não estarem acompanhando a turma. (Mantoan, 2006).

Dessa forma Mantoan (2006) afirma que:

O atendimento educacional especializado não trabalha com as áreas curriculares, não trabalha com o que é da escola, ou seja, a Educação Especial, hoje, como modalidade de ensino, desde o básico ao superior, não é especializada no ensino de matérias curriculares para os alunos com deficiência, porque senão teríamos de oferecer um professor de Química especializado em alunos surdos. (MANTOAN, 2006, p.32).

Verifica-se que na educação especial o ensino é transversal, os professores

das disciplinas não são capacitados em atender pessoas com necessidades

especiais, mas há outros que podem ajudá-los quando um aluno especial necessita

de auxílio. A educação especial aponta para a melhoria qualitativa dos aspectos

gerais do ensino e da aprendizagem. E dessa forma, a educação inclusiva seria o

meio para construir uma escola que se especialize em todos os educandos.

2.2 – INCLUSÕES VISUAL E SÓCIO CULTURAL

A inclusão de pessoas com necessidades especiais na sociedade é discussão

que merece atenção a cada dia, pois ainda é comum presenciar o preconceito

contra as pessoas que por algum motivo estão - fora do padrão–exigido pela

sociedade.

Para Diretrizes Nacionais para a Educação Especial (2001) as pessoas com

deficiência são vistas como doentes e incapazes, estando em situação de

desvantagem no imaginário coletivo, sua posição é de alvos de caridade popular e

de assistência social, e não de sujeitos de direitos sociais, incluindo a educação.

Page 21: Monografia Luciene Matemática 2011

20

Percebe-se que ainda hoje há dificuldade de aceitação na família e na sociedade,

principalmente aqueles portadores de deficiências múltiplas e graves, que na

escolarização apresente dificuldades graves de aprendizagem.

O Ministério da Educação e Cultura – MEC adotou algumas políticas com a

intenção de garantir a inclusão de pessoas com deficiência, como mostra o quadro:

QUADRO I: Políticas adotadas pelo MEC para garantir a inclusão

Investimento em formação docente Oferece cursos para professores que trabalham com educação inclusiva

Adequação arquitetônica dos prédios escolares

Sistemas de ensino recebem o dobro de recursos do Fundeb para financiar reformas.

Salas de recursos O MEC monta salas de apoio pedagógico em todas as escolas com mobiliário, materiais e equipamentos tecnológicos

Livros didáticos As obras adquiridas no Programa Nacional do Livro Didático terão de ser produzidas para o formato Mecdaisy, um sistema desenvolvido pela UFRJ, para tornar obras acessíveis

Pelo que mostra o quadro acima, o MEC oferece condições para que a

inclusão de pessoas com deficiência não seja feita de forma aleatória, mas oferece

condições com o objetivo de promover uma educação de qualidade para os

portadores de necessidades especiais.

No que diz respeito às dificuldades enfrentadas no ensino, há programas do

governo que lutam em prol da não discriminação e do direito à educação através da

inclusão de alunos com necessidades especiais no sistema comum do ensino.

Nesse sentido, a Política Nacional de Educação Especial (2007) afirma que:

Ao reconhecer que as dificuldades enfrentadas nos sistemas de ensino evidenciam a necessidade de confrontar as práticas discriminatórias e criar alternativas para superá-las, a educação inclusiva assume espaço central no debate a cerca da sociedade contemporânea e do papel da escola na superação da lógica da exclusão. A partir dos referenciais para a construção de sistemas educacionais inclusivos, a organização de escolas e classes especiais passa a ser repensada, implicando uma mudança estrutural e cultural da escola para que todos os alunos tenham suas especificidades atendidas (Política Nacional de Educação Especial, 2007, p.5).

Page 22: Monografia Luciene Matemática 2011

21

No que diz respeito às especificidades dos alunos, segundo Pinheiro

(2003,p.2) essas especificidades precisam ser atendidas. Sendo assim, os que

apresentam deficiência devem receber Atendimento Educacional Especializado

(AEE), tomando como base a perspectiva da inclusão, se encaixando em um destes

três grandes grupos: O das deficiências (intelectual, auditiva, visual, física ou

múltipla), o das altas habilidades(dos superdotados) e o dos transtornos globais de

desenvolvimento (do autista),tendo o direto de receber um atendimento oferecido de

forma paralela e integrado às aulas regulares. Ainda segundo Pinheiro (2003)

observa-se:

Se o estudante manifesta características de imperatividades ou atraso no desenvolvimento da fala, por exemplo, não deve ser encaminhado a uma outra sala especial. No entanto, é interessante que o professor ofereça estratégias para garantira aprendizagem. É importante ressaltar: a conduta do educador em classe não deve, necessariamente, estar atrelada a um diagnóstico médico. Tanto os estudantes com algum tipo de deficiência como aqueles que apresentam atraso em relação aos demais precisam ser atendidos de acordo com as suas necessidades. (PINHEIRO, 2010, p.3.).

A inclusão educacional é um processo gradativo, dinâmico e em

transformação, que exige do poder público, em sua fase de mudança, o absoluto

respeito às diferenças individuais dos alunos e a responsabilidade quanto à oferta e

manutenção dos serviços mais apropriados ao seu atendimento.

A construção de uma sociedade inclusiva é um processo importante para o

desenvolvimento democrático do Estado garantindo assim, a todos o acesso

contínuo ao espaço comum da vida em sociedade. A educação tem hoje um grande

desafio: garantir o acesso aos conteúdos básicos que a escolarização deve

proporcionar a todos os indivíduos, inclusive aqueles com necessidades especiais

particularmente aqueles que apresentam altas habilidades, precocidade,

superdotação, que apresentam significativas diferenças físicas, sensoriais e

intelectuais, decorrentes de fatores genéticos (Diretrizes Nacionais para a Educação

Especial, 2001).

Apolítica nacional de educação especial na perspectiva da educação inclusiva

foi lançada em 2008 e ao mesmo tempo aprovada, por meio da emenda

constitucional, tendo como tema principal os direitos das pessoas com deficiência,

assegurado nos sistemas educacionais inclusivos em todos os níveis.

O gráfico abaixo mostra o avanço da inclusão de pessoas com necessidades

especiais no ensino regular. Esses resultados foram adquiridos pelo Censo Escolar

Page 23: Monografia Luciene Matemática 2011

22

da Educação Básica em 2008. Percebendo que a matrícula em escolas

regulares/classes comuns teve um aumento de 54% contra 46% em escolas

especializadas e classes especiais, estando em classes comuns 375.772 estudantes

com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades ou

superdotação. (Plano Nacional de Educação, 2009).

Fonte: Ministério da Educação e Cultura [email protected].

Percebe-se que a política de educação especial na perspectiva da educação

inclusiva, a educação é assegurada em todos os níveis, através do atendimento

educacional especializado, pelo Decreto nº 6.571, de 17 de setembro de 2008.

No que se refere à inclusão das pessoas portadoras de deficiência visual,

segundo Brumer et al (2004), em primeiro lugar, deve-se levar em consideração as

questões referente à identificação dessas pessoas e ao combate à discriminação,

que dizem respeito à fatores culturais da sociedade, essenciais para a

compreensão dos aspectos de inclusão civil, social e política dos Portadores de

Deficiência Visual - PDVs. Nesse sentido, pode-se observar também a inclusão

cultural do deficiente visual, percebendo que:

Page 24: Monografia Luciene Matemática 2011

23

Como um dos aspectos novos na luta por direitos, encontra-se a ação de associações representantes dos PDVs que, ao mesmo tempo que combatem a discriminação, chamam a atenção para os estereótipos e para as dificuldades existentes para a efetiva inclusão dos deficientes visuais.(BRUMER et al, 2004, p.9).

O direito à inclusão dos deficientes visuais é defendido por associações que

lutam contra a ação discriminatória de certos ambientes que rotulam através de

preconceitos gerando barreiras culturais, físicas e sociais, impedindo o acesso aos

sistemas da sociedade disponíveis a todos os cidadãos ditos comuns.

Ao passo que a matrícula de deficientes visuais cresce nas escolas regulares, diminui nas especiais. Para o Ministério da Educação e as secretarias de ensino, isso é uma vitória. Para os pais, ainda uma preocupação. Os especialistas defendem que a inclusão de estudantes deficientes em escolas comuns acaba com o preconceito e ajuda essas crianças e esses adolescentes a se tornarem mais independentes e autônomos. A família teme a falta de atendimento adequado e a discriminação (BORGES, 2010, p.6).

O atendimento de deficientes visuais em escolas regulares e com ela a

possibilidade de inclusão, em contrapartida, tem-se a questão: Será que há

materiais adequados para atender esses deficientes, os mesmos serão tratados

normalmente sem que exista discriminação e superproteção?

2.2.1- DEFICIENTE VISUAL E ENSINO SUPERIOR

No que diz respeito à inclusão do deficiente visual no ensino superior, ainda

há muita dificuldade, pois quando se pensa no acesso, há várias etapas a cumprir

para que o deficientes visuais tenham condições iguais aos ditos ¨normais¨ , indo

deste às condições físicas disponibilizadas na instituição de ensino superior, até os

materiais adaptados.

De acordo com Luz (2007) para quem é deficiente visual, concluir um curso

universitário é uma verdadeira batalha, começando no vestibular, quando apesar de

existir lei que assegure que a prova seja elaborada com letras ampliadas para

pessoas com baixa visão em braile para cegos, isso não ocorre e a única opção é

fazê-la oralmente.

Como consta no Art. 27 do Decreto nº 3298, de 20 de dezembro de 1999:

Art. 27. As instituições de ensino superior deverão oferecer adaptações de provas e os apoios necessários previamente solicitados pelo aluno portador de deficiência, inclusive tempo adicional para realização das provas. Conforme as características da deficiência (SECRETARIA DE EDUCAÇÃO ESPECIAL, 1999, p.22).

Page 25: Monografia Luciene Matemática 2011

24

Segundo Brumer et al (2004) os deficientes visuais aprovados no vestibular,

enfrentam outro tipo de dificuldade ao ingressarem na Faculdade, pois a bibliografia

específica de seu curso é de uso restrito para justificar sua impressão em braile,

ficando dependentes dos colegas em leituras, reprodução de trabalhos e provas, em

muitos casos, esses serviços são pagos, e somente os que dispõem de recursos

podem assumir esse custo.

A falta de material específico não se limita ao vestibular, segundo

Luz(2007,p.5) mesmo depois de matriculado, o deficiente visual não consegue

independência para ler e estudar. E apesar de existir uma pequena bibliografia

disponível em braile nas universidades, raramente possuem softwares de voz e

programas que ampliam a tela dos computadores. Outro problema apontado, diz

respeito ao não preparo da comunidade acadêmica para receber os deficientes

visuais, pois muitas ainda estão em processo de adequação física para recebê-los,

mas poucas possuem professores e funcionários capacitados a lidar com alunos

cegos.

Apesar da dificuldade, a presença de estudantes cegos ou com baixa visão

nas universidades, aumentou 475% de 2003 a 2008, que correspondia apenas 920

alunos nas instituições de ensino superior brasileiras. Já em 2010, esse número

corresponde a5,2 mil, vendo que o crescimento do número de alunos com cegueira

matriculados na rede de ensino foi de 129% em escolas comuns e84% no caso dos

estudantes com baixa visão (Borges,2010).

Sabe-se que uma proposta de inclusão não será realidade apenas com a

implantação baseada nos princípios de uma escola de qualidade, igualitária, justa e

acolhedora para todos. É preciso enfrentar as fragilidades ainda existentes, inclusive

garantindo a presença de professores capacitados e especializados, com formação

inicial e continuada em educação especial, para atender as Necessidades

Educativas Especiais – NEE desses sujeitos.

Assim, segundo a Declaração de Salamanca (1994) a escola inclusiva deve

promover uma educação de alta qualidade a todos os educandos, modificando

atitudes discriminatórias, criando comunidades acolhedoras e desenvolvendo uma

sociedade inclusiva. Para isso, a escola inclusiva, deve ser adaptada às

necessidades dos alunos, respeitando-se o ritmo e os processos de aprendizagem e

contrapondo à sociedade que incapacita e enfatiza os impedimentos, propondo uma

pedagogia centrada nas potencialidades humanas.

Page 26: Monografia Luciene Matemática 2011

25

2.2.2- CONCEITUANDO DEFICIÊNCIA VISUAL

O conceito de deficiência visual pode ser entendida como a perda parcial ou

total da visão, sendo caracterizado como baixa visão ou cegueira. De acordo com o

Decreto nº 3.298/99, conceitua-se como deficiência visual:

Cegueira - na qual a gravidade visual é igual ou menor que 0,05 no melhor

olho, com a melhor correção óptica;

Baixa Visão - gravidade visual entre 0,3 e 0,05 no melhor olho, com a melhor

correção óptica. As pessoas com baixa visão, mesmo usando óculos comuns, lentes

de contato, ou implantes de lentes intraoculares, não conseguem ter uma visão

nítida, podendo ter sensibilidade ao contraste, percepção das cores e intolerância à

luminosidade, dependendo da patologia causadora da perda visual.

Os casos nos quais a somatória da medida do campo visual em ambos os

olhos for igual ou menor que 60°;

Ocorrência simultânea de quaisquer das condições anteriores.

O conceito de deficiência visual é uma situação irreversível da diminuição da

resposta visual em virtude de causas congênitas ou hereditárias, mesmo que ocorra

um tratamento clinico ou cirúrgico e uso de óculos aprovados ou específicos para

ajudar o deficiente visual a diminuir a resposta visual classificada como leve,

moderada, severa ou profunda.

2.3 – PROGRAMAS COM A INTENÇÃO DE QUALIFICAR PROFESSORES QUE

LIDAM COM DEFICIENTES VISUAIS

Para atender deficientes visuais em escolas comuns e especializadas é

necessário que seus professores sejam qualificados, mas nem sempre isso é

suficiente, pois exige conhecimentos típicos que um professor não consegue

compreender.

De acordo com Girão (2002), não basta graduação, nem pós-graduação,

sequer doutorado em Pedagogia para alguém se tornar professor de um deficiente

visual. Segundo o autor, é preciso de uma metodologia altamente especializada,

exigindo conhecimentos característicos, que um mestre não possui, ou seja, o

professor precisa ser habilitado nessa área.

Page 27: Monografia Luciene Matemática 2011

26

Nessa perspectiva, no Art. 49 do decreto nº 3.298, destaca as seguintes

medidas sobre a qualificação profissional dos professores para a educação especial:

I – formação e qualificação de professores de nível médio e superior para a educação especial, de técnicos de nível médio e superior especializados na habilitação e reabilitação, e de instrumentos e professores para a formação profissional; II – formação e qualificação profissional, nas diversas áreas de conhecimento e de recursos humanos que atendam às demandas da pessoa portadora de deficiência; III – incentivo à pesquisa e ao desenvolvimento tecnológico em todas as áreas do conhecimento relacionadas com a pessoa portadora de deficiência. (BRASIL, 1999, p.25).

A formação e qualificação profissional de professores para atender pessoas

com necessidades especiais em escolas especializadas e em escolas comuns

devem ser nas áreas diversas do conhecimento para que assim possa atender às

demandas desses deficientes, atentando também para o incentivo à pesquisa e ao

desenvolvimento tecnológico.

Com tais considerações, Girão (2002) afirma que:

O deficiente visual habilitado ou reabilitado pelo programa de Orientação e Mobilidade ganha sinal verde para sua ativa participação na sociedade, superando em muito as atitudes negativas ou indiferentes do público em relação à pessoa cega. Ele se mune das condições mais eficientes para o seu deslocamento no cotidiano, dominando os caminhos e encontrando os espaços para exercitar sua atividade. (GIRÃO, 2002, p.186).

O deficiente visual após receber a qualificação necessária, já é capaz de

participar ativamente da vida em sociedade, assumindo condições de autonomia que

antes não tinha, pois já poderá se locomover com mais facilidade em caminhos

conhecidos, além de conhecer os novos. Mas não se pode esquecer que apesar da

sua autonomia, os deficientes visuais, assim como outros deficientes, ainda poderão

encontrar obstáculos próprios de sua condição.

A formação continuada de professores é assegurada no Plano Nacional de

Educação- PNE, oferecendo a capacitação para professores que atendem em

creches até o ensino superior, como verifica-se abaixo:

A formação de recursos humanos com capacidade de oferecer o atendimento aos educandos especiais nas creches ,pré-escolas, centros de educação infantil, escolas regulares de ensino fundamental, médio e superior, bem como em instituições especializadas e outras instituições é uma prioridade para o Plano Nacional de Educação.(PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO, 2000, p.4).

Sabendo que não há como ter uma escola regular dinâmica se o

desenvolvimento e aprendizagem dos educandos especiais não possuem qualidade.

Page 28: Monografia Luciene Matemática 2011

27

Nesse sentido, os professores devem ser especializados e o material

pedagógico adequado com o objetivo de atender a toda clientela. E para a

capacitação de professores, verifica-se que cada secretaria de educação do

município, promove cursos no sentido de capacitar os professores que já lidam com

os portadores de necessidades especiais.

2.4 – ADAPTAÇÕES DE SALAS DE AULA PARA DEFICIENTES VISUAIS

As adaptações de salas para deficientes visuais desenvolvidos em classes

especiais ou em classes comuns na educação são vistas como meio de facilitar a

vida desses deficientes. Atualmente as salas adaptadas para esse fim, ainda é uma

exceção. Os professores usam os improvisos quando necessário, apesar do

Ministério da Educação e Cultura – MEC ter aprovado o Decreto 3.298 de 20 de

dezembro de 1999, afirmando o seguinte:

Art. 29. As escolas e instituições de educação profissional oferecerão, se necessário, serviços de apoio especializado para atender as peculiaridades de pessoas portadoras de deficiência tais como: I – adaptação dos recursos instrucionais: material pedagógico, equipamento e currículo; II – capacitação dos recursos humanos: professores, instrutores e profissionais especializados; III – adequação dos recursos físicos: eliminação de barreiras arquitetônicas, ambientais e de comunicação(MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURAL, 1999, p.22).

Vê-se que em tal decreto, as escolas e instituições de educação devem

oferecer condições necessárias para que os portadores de deficiência sintam-se

acolhidos em ambiente no qual passa boa parte do seu dia. Nesse sentido, os

recursos humanos e materiais didáticos são indispensáveis para permanência e

desenvolvimento desses alunos.

Para o desempenho eficiente, do aluno deficiente visual, destacam-se o

reglete e punção, sorobã, textos transcritos em braile e outros. Se possível o aluno

deverá usar máquina de datilografia braile, cujo rendimento em termos de rapidez,

pode mesmo ultrapassar o da escrita cursiva dos videntes (Cerqueira e Ferreira,

2005).

No mercado há equipamentos que amplia recursos na área da educação

especial, na vida prática e em atividades profissionais dos deficientes visuais. Os

computadores existentes no mercado, equipados de programas específicos. Assim,

Page 29: Monografia Luciene Matemática 2011

28

de acordo com Cerqueira e Ferreira (2005) dentre os recursos didáticos específicos

para o deficiente visual destacam-se:

Sintetizadores de Voz – Conectados a um computador, permitem a leitura de

informações exibidas em um monitor. Dentre as diferentes modalidades produzidas

em outros países, inclusive com voz sintetizada na língua portuguesa, destaca-se o

DOSVOX, desenvolvido pelo Núcleo de Computação Eletrônica da Universidade

Federal do Rio de Janeiro – UFRJ.

Fonte: http://mrciagori.blogspot.com/2010/10/e-o-fim-do-braile.html.

Terminal Braille (Display Braille) – Representa, em uma ou duas linhas,

caracteres braile correspondentes às informações exibidas em um monitor. Os

caracteres braile são produzidos por pinos que se movimentam verticalmente em

celas dispostas numa placa, geralmente metálica.

Fonte: http//www.abledata.com/abledata

Page 30: Monografia Luciene Matemática 2011

29

Impressora Braille – Existem hoje, no mercado mundial, diferentes tipos de

impressoras braile, seja para uso individual (pequeno porte) ou para produção em

larga escala(médio e grande porte). Algumas impressoras braile podem utilizar folha

solta, mas a maioria funciona com formulário contínuo.

Fonte: Ler para ver – Impressoras Braille. http://warau.nied.unicamp.br/

Scanner de Mesa - A transferência de textos impressos para

microcomputadores (via scanner) vem alcançando ampla utilização entre estudantes

e profissionais deficientes da visão. O texto digitalizado pode ser lido através de um

sintetizador de voz de um terminal Braille, impresso em braile ou no sistema comum

ampliado.

Fonte: http://www.hp.com/latam/br/pyme/novidades/may_novidades_02.html.

Page 31: Monografia Luciene Matemática 2011

30

Sistema operacional DOSVOX – Núcleo de Computação Eletrônica da UFRJ

(NCE) dedicado à implementação de um sistema destinado a atender aos

deficientes visuais que desejam utilizar computadores para desempenharem

diferentes tarefas. Neste sentido, foram desenvolvidas as seguintes ferramentas

computacionais: sintetizador de voz portátil, sistema operacional complementar ao

DOS, destinado a produzir saída sonora com fala em língua portuguesa, editor de

textos, caderno de telefones, agenda de compromissos, calculadora, relógio, jogos,

etc.(Cerqueira e Ferreira, 2005).

Fonte: http://www.movimentolivre.org/artigo.php?id=55.

Através dos exemplos citados de materiais didáticos para deficientes visuais,

sabe-se que nem sempre as escolas contam com esses tipos de materiais, pois, há

a necessidade de algumas adaptações em relação a equipamentos e recursos para

que os alunos possam obter um ensino de qualidade.

Nessa visão, a Portaria nº 1.679, de 2 de dezembro de 1999, dispõe sobre

requisitos de acessibilidade de pessoas portadoras de deficiência visual:

- compromisso formal da instituição de proporcionar, caso seja solicitada desde o acesso até a conclusão do curso, sala de apoio contendo; - máquina de datilografia braile, impressora braile acoplada a computador, sistema de síntese de voz; - gravador e fotocopiadora que amplie textos; - plano de aquisição gradual de acervo bibliográfico em fitas de áudio; - software de ampliação de tela do computador; - equipamentos para ampliação de textos para atendimento a aluno com visão subnormal; - lupas, réguas de leitura; - scanner acoplado a computador; - plano de aquisição gradual de acervo bibliográfico dos conteúdos básicos em braile (Portaria Nº 1.679, de 2 de dezembro de 1999, 1999, p.42).

Page 32: Monografia Luciene Matemática 2011

31

Entre os softwares específicos para a matemática de acessibilidade aos

deficientes visuais são utilizados basicamente os recursos de áudio ou em braile e

os leitores de tela, segundo mostra Meira et al (2008):

JAWS – o leitor de tela mais popular do mundo.

NVDA – leitor de tela para o sistema operacional Windows que suporta

os sintetizadores de voz compatíveis.

Virtual Vision – permite aos deficientes visuais utilizar o ambiente

Windows e diversos aplicativos.

Em geral esses softwares leem em voz alta os conteúdos que estão na tela

do computador, permitindo que as pessoas cegas ouçam os conteúdos de uma

página web, mas não leem as imagens e as animações. Neste caso Delpizzo et

al,2005) defendem a necessidade que estes elementos gráficos sejam associados a

descrições textuais que o software possa ler.

Page 33: Monografia Luciene Matemática 2011

32

CAPITULO III

METODOLOGIA

A pesquisa foi realizada a partir da revisão bibliográfica em meio eletrônico,

em consultas e interpretações de livros pareceres e leis com o objetivo de enfocar os

principais estudos efetuados até o momento sobre a inclusão de pessoas com

deficiência visual no ensino superior de Matemática. No segundo momento para

identificar as variáveis metodológicas dos professores de Matemática realizou-se

uma pesquisa qualitativa.

De acordo com Moreira e Caleffe (2008), a pesquisa bibliográfica é

desenvolvida a partir de material já elaborado, construindo principalmente de livros e

artigos científicos. Os autores afirmam ainda que a pesquisa bibliográfica não deve

ser confundida com revisão ou resenha bibliográfica é por si só um tipo de pesquisa,

enquanto a revisão ou resenha bibliográfica é um componente obrigatório de todo ou

qualquer tipo de pesquisa.

No que se refere ao tipo de abordagem, a mesma é classificada como

quantitativa, pois de acordo com Tanaka e Melo (2001) tem como características a

descrição de significado que são considerados como essencial aos objetos e atos e

por isso é definida como objetiva. Permitindo também focalizar uma abordagem

pontual e estruturada, utilizando-se dados quantitativos e a coleta de dados se

realiza através da obtenção de respostas estruturadas.

Sobre a abordagem quantitativa Creswell (2007) afirma o seguinte:

Uma técnica quantitativa é aquela em que o investigador usa principalmente alegações pós-positivas para o desenvolvimento de conhecimento (ou seja raciocínio de causa e efeito, redução de variáveis especificas e hipóteses e questões, uso de mensuração e observação e testes e teorias),emprega estratégias de investigação (como experimentos ,levantamentos coletas de dados, instrumentos predeterminados que geram dados estatísticos).(CRESWELL,2007,p.35).

Nesse tipo de abordagem, o investigador tem como elemento principal a

comprovação de teorias desenvolvidas por teóricos que são conhecedores de

determinado assunto, nesse caso a inclusão de deficientes visuais no ensino

regular.

O segundo momento para identificar as variáveis metodológicas dos

professores de Matemática realizou - se uma pesquisa qualitativa.

Minayo (2004) afirma que a abordagem qualitativa solidifica no campo da

Page 34: Monografia Luciene Matemática 2011

33

subjetividade e do simbolismo, de forma que a compreensão das relações humanas

e seus significados, dados através das observações e experimentações. A

abordagem qualitativa aproxima o sujeito do objeto, uma vez que ambos são da

mesma natureza.

3.1 - Área de Estudo

A pesquisa foi realizada na Universidade do Estado da Bahia - Campus VII,

Rodovia Lomanto Junior, Br407, Km 127, na cidade de Senhor do Bonfim - Bahia.

3.2 - Caracterização da Pesquisa

A pesquisa foi conduzida no período de fevereiro a março de 2011, tendo

enfoque qualitativo. De acordo com Creswell (2007, p.35) essa técnica tem o

objetivo de fazer alegações de conhecimento com base ou em perspectivas

construtivistas ou em perspectivas reivindicatórias/participatorias ou em ambas. Usa-

se também estratégias de investigação como narrativas, fenomenologias,

etnografias, estudos baseados em teoria ou estudo de teoria embasada na

realidade, coletando dados emergentes abertos com o objetivo principal de

desenvolver temas a parir dos dados.

3.3 - Populações/ Sujeito

A amostra foi constituída por 08 professores do curso de matemática das

seguintes disciplinas: Cálculo Diferencial Integral, Física, Estágio Supervisionado e

TCC, Fundamentos Teóricos, Geometria Analítica e Álgebra.

3.4 - Instrumento de Pesquisa

A coleta de dados realizou-se através de questionários aplicados

diretamente aos professores com perguntas fechadas. Segundo Moreira e Caleffe

(2008, p.47) o questionário é uma das maneiras mais conhecidas para coletar dados

facilitando a compreensão da pesquisa. As suas respostas podem ser qualificadas

por meio técnico estatístico e sofisticados e os resultados são apresentados com

toda a confiança que trazem os números.

Page 35: Monografia Luciene Matemática 2011

34

CAPITULO IV

INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS

Com o objetivo de identificar as necessidades de tecnologias assistivas para

deficientes visuais e assim fazer uma adaptação de uma possível sala, foi aplicado

um questionário fechado a 08 professores do curso de Licenciatura em Matemática

no Campus VII – UNEB. Com este questionário buscam-se identificar aspectos

chave da prática de ensino adotada de forma generalizada pelos professores. Por

exemplo: que tipo de atividades, que recursos são utilizados, como são feitas as

avaliações, em que espaços estas acontecem, dentre outras. Para tal, foram

utilizadas as mesmas categorias de atividades identificadas por Silva (2010), em

trabalho relacionado.

Questão 1: Quantifique em que medida as atividades de ensino/aprendizagem, nas salas de aulas, utiliza-se:

Atividades Respostas dos professores

Sempre Frequentemente Às vezes Nunca

Exposição Oral (explicações, discussões, apresentações...)

8

0

0

0

Estudo individual 2 2 2 2

Trabalho de campo 0 3 3 2

Oficinas 2 2 2 2

Debate 3 0 3 2

Pesquisa bibliográfica 2 1 2 0

Estudo coletivo 5 3 0 0

De acordo com o resultado da pesquisa, verifica-se que, dentro das

variáveis metodológicas consideradas, as estratégias mais utilizadas pelos

professores no processo de ensino/aprendizagem são a exposição oral e o trabalho

coletivo.

Page 36: Monografia Luciene Matemática 2011

35

Questão 2: Sobre recursos em que medida, nas suas aulas, utiliza-se:

Atividades Respostas dos professores

Sempre Frequentemente Às vezes Nunca

Livro texto ( didático) 3 3 2 0

Quadro-negro/branco 4 4 0 0

Televisão 0 3 5 0

Aparelho de DVD 0 3 5 0

Notebook 1 4 3 0

Projetor multimídia 2 2 4 0

Retroprojetor (transparência) 0 3 3 2

Quanto aos recursos verifica-se que os mais utilizados pelos professores são

o livro texto (didático) e o quadro negro, e para adaptá-los, pode ser usado o

software especifico para que o deficiente visual tenha acesso às informações de

forma adaptada.

Questão 3: Para a realização das atividades dos alunos, em que medida estes utilizam:

Atividades Respostas dos professores

Sempre Frequentemente Às vezes Nunca

Sala de aula 3 5 0 0

Biblioteca 1 2 4 2

Sala de estudo

(laboratórios)

0 0 6 2

Auditório 0 0 4 4

Pátio 0 0 2 6

Nas realizações das atividades, o local mais utilizado pelos professores ainda

é a sala de aula, junto com a sala de estudo. Pode-se afirmar que esses locais

precisam ser adaptados de acordo com as necessidades do deficiente visual.

Page 37: Monografia Luciene Matemática 2011

36

Questão 4: Para a realização dos métodos avaliativos dos alunos, de forma são

avaliados:

Atividades Respostas dos professores

Sempre Frequentemente Às vezes Nunca

Provas 3 3 2 0

Seminários 0 3 5 0

Resumos 0 3 2 3

Mapa - conceitual 0 0 2 6

Perguntas orais 1 1 2 4

Artigos 0 1 0 7

Relatórios 0 4 1 3

Memoriais 0 1 2 5

Resenhas 0 1 2 5

No que diz respeito às formas que os alunos são avaliados, as variáveis

mais respondidas pelos professores foram as provas e os seminários. Nesse

sentido, para que essas formas de avaliar sejam adaptadas para os deficientes

visuais é necessário utilizar o BR Braille, pois o mesmo permite transcrever textos

em caracteres em Braille para caracteres alfanuméricos em português.

Page 38: Monografia Luciene Matemática 2011

37

CAPITULO V

PROPOSTA PARA UMA POSSIVEL SALA ADAPTADA NO CAMPUS VII

A proposta de uma possível sala adaptada no Campus VII – UNEB, para os

portadores de deficiência visual, surgiu a partir da necessidade de verificar de perto

como os deficientes visuais podem ser atendidos em uma sala onde há recursos

didáticos adaptados e suficientes para atender a suas necessidades ,onde apesar

das dificuldades para realizar tal proposta ,não custa planejá-la e pensar numa

possibilidade de concretizá-la.

Nesse sentido, segundo Bersch (2008), a escola acessível adapta o espaço

físico e a sinalização, instala salas de recursos com equipamentos e material

didático que permitam o acesso á aprendizagem, capacita professores e

funcionários para prestar atendimento de acordo com as necessidades especificas

de todos os alunos ,além de desenvolver tecnologia de leitura digital seletiva para

pessoas com deficiência visual, livro acessível com base no protocolo Daisy (Digital

Acessible Informaton System).

Baseado em tais reflexões, elaborou-se uma proposta de modelo dessa sala

voltada a educação de pessoa com deficiência visual no Campus VII , verificando

quais recursos didáticos podem ser utilizados ,pois de acordo com os dados

adquiridos no Campus de Senhor do Bonfim, já existe um projeto em andamento

para viabilizar o atendimento desses deficientes.

5.1 – CATEGORIAS METODOLOGICAS PARA DEFICIENTES VISUAIS

As atividades desenvolvidas no ambiente universitário com a finalidade de

facilitar a vida do aluno com deficiência visual compreendem as práticas didáticas

que são feitas pelo professor e junto a elas os materiais utilizados conforme as

necessidades desses alunos. Dentre esses materiais, estão os recursos e serviços

que contribuem para proporcionar ou ampliar as habilidades funcionais dessas

pessoas, ajustando assim para uma vida de inclusão, a então Tecnologia Assistiva.

Page 39: Monografia Luciene Matemática 2011

38

5.1.1 – ORALIDADE1

A categoria relacionada a atividades metodológicas utilizadas pelos

professores como, por exemplo, os softwares, são recursos que facilita a

aprendizagem de deficientes visuais. Nesse sentido, a partir das variáveis

metodológicas sobre as atividades de ensino aprendizagem, verificou-se que é

possível utilizar o Jaws, pois o mesmo pode fazer a leitura dos textos com o objetivo

de facilitar o acesso desses deficientes no Curso de Matemática.

5.1.2 - LEITURA E ESCRITA

Nessa categoria que compõem a leitura e a escrita, oferece possibilidades ao

deficiente visual de ler um texto no computador, sendo necessário que um adaptador

deum software sintetizador de voz, levando em consideração os recursos mais

utilizados pelos professores da pesquisa. Dentre esses recursos, têm-se o livro texto

(didático) e o quadro negro, e para adaptá-lo, o software específico para que o

deficiente visual tenha acesso às informações de forma adaptada, pode-se utilizar o

NVDA – leitor de telas para o sistema operacional sistema Windows, pois o mesmo

suporta os sintetizadores de voz compatíveis.

No que diz respeito às formas que os alunos são avaliados, as variáveis mais

respondidas pelos professores foram as provas e os seminários. Nesse sentido,

para que essas formas de avaliar sejam adaptadas para os deficientes visuais é

necessário utilizar o BR Braille, pois o mesmo permite transcrever textos em

caracteres em Braille para caracteres alfanuméricos em português.

Com as variáveis metodológicas a partir das respostas dos professores, pode-

se afirmar que as tecnologias assistivas são suportes adaptáveis para que os

deficientes visuais sejam incluídos em classes do ensino superior no Campus VII, já

que o número de alunos matriculados dito normais é estimado em 1.400i, isso nos

cursos regulares oferecidos nesta instituição, porém não há ainda nenhum caso de

aluno com necessidade especial, especificamente deficiente visual, sendo

necessário que o projeto já em andamento no Campus VII se concretize no sentido

de incluir esses deficientes.

1 Nesta pesquisa não foi possível obter números exatos em função de tempo requerido para tal, pelos setores

responsáveis

Page 40: Monografia Luciene Matemática 2011

39

5.1.3 – PROGRAMAS DE SOFTWARES

Os softwares que proporcionam a acessibilidade aos deficientes visuais nos

ambientes digitais são basicamente recursos de áudio ou em Braille que abre

caminho de informação para esses deficientes, podendo ser usado no Campus VII,

auxiliando nos estudos. Dentre esses recursos estão:

BR Braille - programa transcritor de textos em caracteres Braille para caracteres

alfanuméricos em português. Site: http://www.fee.unicamp.br/deb/brbraille/.

Braille Creator - Software que permite criar textos em Braille no computador com

vários recursos e é compatível com as principais impressoras Braille no mercado.

Site: www.micropower.com.br/dv/braille/index.asp.

Braille fácil - programa que permite digitar diretamente ou importar um texto de

um editor de texto convencional para preparar textos que podem ser enviados

para uma impressora Braille. Site: http://intervox.nce.ufrj.br/facil.

DOSVOX - Primeiro programa de leitura de tela feito no Brasil destinado a

auxiliar o deficiente visual e fazer uso do computador através de um aparelho

sintetizador de voz. Site: http://intervox.nce.ufrj.br/dosvox/dowload.htm.

Jaws - considerado atualmente o leitor de tela mais popular do mundo. Site:

http://www.freedomscientific.com/.

Openbook - É um dos softwares líderes de leitura OCR desenvolvido para os

portadores de deficiências visuais.

Site:http://www.freedomscientific.com/productus//fs/openbook-product-page-

asp.

Tecla fácil - Esse programa permite o treinando de técnicas de digitação com o

uso de teclado alfanumérico do microcomputador por cegos e portadores de

visão subnormal de forma autônoma.

Site: http://www.teclafacil.com.br/progdgit/tf60dv/tfdv.html.

Page 41: Monografia Luciene Matemática 2011

40

Teclado falado - Digita com sintetizador de voz. Site:

http://www.cronopinhos/games.asp?id=66.

Virtual Vison - Outro programa de tela brasileira. Site.

http://www.micropiwer.com.br.

Windows – Eyes - Programa de leitura de telas que inclui novos recursos

importantes para facilitar o acesso à Internet para os deficientes visuais. Site:

http://www.gwmicro.com/.

5.2 – MODELO DE SALA DE AULA ADAPTADA

A partir dos exemplos dos softwares sugeridos para facilitar a vidado

deficiente visual, é possível que no Campus VII, exista adaptações em

computadores já existentes pois tais programas não tem custo alto, necessitando

que os professores saibam como auxiliar os seus alunos para que os mesmos

utilizem de forma prazerosa.

Com relação aos espaços físicos mais utilizados, destacou-se a sala de aula,

esta pode ser adaptada para atender os deficientes visuais de forma mais

confortável. Deve-se se pensar nas instalações do mobiliário como carteira

adaptada, deixando sempre espaço para a locomoção do deficiente visual.

Quanto aos materiais didáticos específicos, é necessário que tenham:

sensibilizador tátil, computador com sistema da saída de voz e os sistemas de

saída em Braille, além de transistores Braille, para executar a transcrição de textos

escritos no sistema óptico, armazenados em computadores, para o sistema Braille,

impressos por impressoras especiais. Tendo em vista que a exposição oral é

bastante utilizada, o professor deverá ter à sua disposição computador com

software Jaws ou DOSVOX, Braille fácil, teclado falado e o Windows-Eyes. Para

apoiar as suas explicações, neste sentido, a lousa digital em conjunto com software

configura-se como um recurso indispensável. Desta forma, o conteúdo manuscrito

pelo professor pode, por intermédio do software da lousa, ser convertidoem texto

digital que, com DOSVOX ou JAWS, pode ser transformado em áudio.

Page 42: Monografia Luciene Matemática 2011

41

DESENHO DA SALA ADAPTADA

Conforme a figura, o conteúdo manuscrito é convertido automaticamente em

texto digital por software produzido pelo fabricante da lousa. Este conteúdo é

acessível por internet, por intermédio de um Ambiente Virtual de Aprendizagem –

AVA. A partir do JAWS ou DOSVOX o texto seria ¨ escutado ¨ pelo estudante com

déficit total de visão ao acessar o AVA. Em substituição ao livro texto, pode ser

usada a impressora Braille ou scanner de mesa. No caso de exposição oral

apoiada por apresentações em formato de texto PowerPoint2,utilizar-se-á o mesmo

software da lousa para disponibilizar o conteúdo do AVA, a partir do qual o

estudante poderia escutar a parte referente aos textos nesta apresentação. No

entanto, caberia ao professor adaptar esta apresentação incluindo textos que

aplicam figuras e gráficos.

2 PowerPoint – marca registrada. Software dedicado à preparação e apresentação de slides. Maiores

informações em: www.miccrosoft.com.

Page 43: Monografia Luciene Matemática 2011

42

No caso de alunos com baixa visão, bastaria ampliar o tamanho das letras do

texto e haveria a necessidade de utilizar JAWS ou DOSVOX.

Quanto aos métodos avaliativos mais utilizados pelos professores são as

provas e os seminários. No caso das provas escritas, estas seriam disponibilizadas

em formato texto digital no AVA, para serem ¨escutadas ¨ pelo aluno com JAWS ou

DOSVOX. Havendo necessidade de prova em papel, estas podem ser adaptadas

escritas em impressão Braille, ou seja, através da impressora Braille.

Page 44: Monografia Luciene Matemática 2011

43

CONSIDERAÇÔES FINAIS

O atendimento educacional especializado para as pessoas com deficiência

visual no Nível Superior com professores especializados e materiais didáticos

adaptados deve ser realidade em todos os cursos das instituições de ensino, no

sentido de fazer valer o que diz as políticas de inclusão de pessoas com

necessidades especiais. Para chegar ao modelo de uma sala adaptada com o

objetivo de atender ao deficiente visual, é necessário antes de tudo pensar na

disponibilidade de acesso até chegar à sala de aula, pois uma escola acessível

precisa adaptar-se, objetivando atender tanto os deficientes visuais como também

às pessoas com outros tipos de deficiência.

Na sugestão de um modelo de sala adaptada é necessário que logo no

acesso à Faculdade seja colocado piso tátil de direção, devendo ser instalado em

áreas de rebaixamento da calçada, travessia elevada ou obstáculos suspensos, e na

sala de aula, materiais didáticos específicos para promover à acessibilidade aos

deficientes visuais.

A sugestão aqui apresentada com o objetivo de mostrar um modelo de sala

adaptada para deficientes visuais no Campus VII, percebe-se que as barreiras ainda

são consideráveis, tanto para o acesso físico de locomoção, como para as

condições de adaptações de materiais didáticos na sala de aula, precisando que no

Campus, o projeto que está em andamento, seja dinamizado para que assim, a

sugestão da sala adaptada torne-se realidade para os deficientes visuais da cidade

de Senhor do Bonfim e regiões próximas incluindo -os no Ensino Superior, sem que

os mesmos passem por nenhuma dificuldade de acesso. Dessa

forma, a inclusão de deficientes visuais no Ensino Regular, especificamente no

Ensino Superior de Matemática, ainda não é realidade na UNEB Campus VII, pois

ainda não há salas adaptadas para esse fim. Há no entanto, um projeto em

andamento. A adaptação pode se tornar realidade quando essa instituição

disponibilizar de recursos adequados e atuais como os softwares específicos,

mencionados. contribuindo para facilitar a inclusão de portadores de deficiência

visual na Universidade. As

sugestões para trabalhos futuros poderão ser sobre as adaptações da biblioteca no

Campus VII da UNEB - Senhor do Bonfim; pesquisando como se monta uma

Page 45: Monografia Luciene Matemática 2011

44

audioteca para o deficiente visual; pesquisando por que não se vê pessoas com

deficiência visual neste Campus e por que a UNEB não consegue identificá-lo e

ainda por que os mesmos não se identificam.

Page 46: Monografia Luciene Matemática 2011

45

REFERÊNCIAS

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49

ANEXO

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50

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO – CAMPUS VII

COLEGIADO DE MATEMÁTICA

CURSO DE LICENCIATURA EM CIÊNCIAS COM HABILITAÇÃO EM

MATEMÁTICA

Prática Didática de Matemática no Campus VII: Variáveis Metodológica

Objetivo: Identificar necessidades de tecnologias assistivas para deficientes visuais.

QUESTIONÁRIO

1 - Quantifique em que medida, nas salas de aulas, utiliza-se:

Exposição Oral sempre frequentemente às vezes nunca

(explicações, discussões, apresentações...) ( ) ( ) ( ) ( )

Estudo individual ( ) ( ) ( ) ( )

Estudo coletivo ( ) ( ) ( ) ( )

2. Sobre recursos em que medida, nas suas aulas, utiliza-se:

Sempre frequentemente às vezes nunca

Livro texto (didático) ( ) ( ) ( ) ( )

Quadro-negro/branco ( ) ( ) ( ) ( )

Aparelho de DVD ( ) ( ) ( ) ( )

Page 52: Monografia Luciene Matemática 2011

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Notebook ( ) ( ) ( ) ( )

Projetor multimídia ( ) ( ) ( ) ( )

Retroprojetor ( transparência ) ( ) ( ) ( ) ( )

3. Para a realização das atividades dos alunos, em que medida estes utilizam:

Sempre frequentemente às vezes nunca

Sala de aula ( ) ( ) ( ) ( )

Biblioteca ( ) ( ) ( ) ( )

Sala de estudo ( laboratórios ) ( ) ( ) ( ) ( )

Auditório ( ) ( ) ( ) ( )

Pátio ( ) ( ) ( ) ( )

4- Para a realização dos métodos avaliativos dos alunos , de forma são avaliados:

Sempre frequentemente às vezes nunca

Provas ( ) ( ) ( ) ( )

Seminários ( ) ( ) ( ) ( )

Mapa - conceitual ( ) ( ) ( ) ( )

Perguntas orais ( ) ( ) ( ) ( )

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Relatórios ( ) ( ) ( ) ( )

Memoriais ( ) ( ) ( ) ( )

Resenhas ( ) ( ) ( ) ( )

i