montessoria objetivos das atividades
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
PROJETO “A VEZ DO MESTRE”
A CONSTRUÇÃO DA AUTONOMIA NUMA ESCOLA MONTESSORIANA DE
PRÉ-ESCOLA, DETERMINANDO COMPETÊNCIA NA BUSCA DO
CONHECIMENTO.
MÉRCIA REGINA RIBEIRO
ORIENTADOR:
Prof. MESTRE: ROBSON MATERKO
RIO DE JANEIRO
AGOSTO / 2001
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PRÓ-REITORIA DE PLANEJAMENTO E DESENVOLVIMENTO
DIRETORIA DE PROJETOS ESPECIAIS
PROJETO “A VEZ DO MESTRE”
A CONSTRUÇÃO DA AUTONOMIA NUMA ESCOLA MONTESSORIANA DE
PRÉ-ESCOLA, DETERMINANDO COMPETÊNCIA NA BUSCA DO
CONHECIMENTO.
MÉRCIA REGINA RIBEIRO
Trabalho monográfico apresentado comoRequisito parcial para a obtenção do Grau de
Especialista em Psicopedagogia
RIO DE JANEIRO
AGOSTO / 2001
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Agradecimentos
Agradeço a Luis Fernando da Silva
Fonseca, pelo incentivo, amor e
compreensão, que me impulsionaram até o
final desta jornada. À família Fonseca pela
ajuda e contribuição, e especialmente a
Deus por me sustentar e me manter de pé.
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Dedicatória
Dedico a todas as pessoas que ainda
possuem a criança dentro de si, curiosa,
ativa e cheia de energia, pronta para os
desafios de enfrentar o desconhecido. E a
Jesus que disse: “Quem não se fizer como
uma criança não poderá ver o reino dos
céus”.
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“Eu não criei um Método educacional, eu
simplesmente dei às crianças a chance de
viver”. Maria Montessori
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SUMÁRIO
RESUMO 07
INTRODUÇÃO 08
1. PORQUE ESCOLA MONTESSORIANA 09
2. COMO É O MÉTODO MONTESSORIANO 12
3. POSTURA DO PROFESSOR 16
4. CONTRIBUIÇÃO DOS MATERIAIS E DO AMBIENTE 23
5. O QUE PIAGET TEM EM COMUM COM MONTESSORI 36
CONCLUSÃO 42
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 43
BIBLIOGRAFIAS RECOMENDADAS 45
ANEXOS 46
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RESUMO
Ao se falar em educação, logo se imagina qual será a metodologia a ser
empregada qual o público a ser atendido e como se deverá efetuar a troca de informações para que se alcance a eficácia.
A Metodologia Montessoriana também apresenta essa preocupação em ser
eficaz, quando aborda aspectos fundamentais para o desenvolvimento da criança pré-
escolar, sendo que na fase de 3 a 6 anos, é a fase que este trabalho deseja documentar,
proporcionando a reflexão sobre como ela encontrará o caminho para se tornar responsável
por seus conhecimentos e como será levada a ir em busca de suas descobertas e de sua
independência, no processo ensino-aprendizagem. Nos estudos realizados, pode-se perceber a eficiência no procedimento
Pedagógico, para a realização do processo da autonomia da criança, levando-a a sentir a
necessidade de buscar o conhecimento, para solucionar os problemas.
A escola e a família formam uma parceria, onde pais e professores
trabalham juntos com o objetivo de proporcionar a autonomia na criança. O ambiente e os
materiais são preparados para melhor desenvolvimento do educando, de forma
estimuladora, livre e reflexiva.
Os materiais têm o objetivo de isolar o estímulo, controlar o erro e atender
às necessidades de determinada faixa etária, selecionando objetivos diretos e indiretos.
Num ambiente preparado para que a criança tenha a facilidade de realizar inúmeras tarefas
de forma independente e criativa.
É necessário entender qual a importância da livre escolha, dando a
oportunidade para a criança decidir suas opções, para que a mesma alcance a
potencialidade de fazer no futuro escolhas certas, dentro da coerência em benefício próprio
e do comum. Aprender a aprender é outra característica desta metodologia, ter o prazer de
buscar o desconhecido e explorá-lo.
As contribuições de Piaget também são relevantes para um trabalho
eficiente do profissional educador, ou seja, conhecer as etapas pelas quais o
desenvolvimento infantil se processa através da ótica piagetiana.
Enfim, ter uma visão geral de alguns dos muitos fundamentos e
procedimentos didáticos do Método Montessoriano.
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INTRODUÇÃO
Muito se tem discutido, recentemente, sobre educação. E nos indagamos o
que a educação é afinal, pois todos querem achar respostas a contento.Educar é muito mais que dedicar-se a transmitir conhecimentos, é,
sobretudo, contribuir efetivamente para formação de indivíduos que estejam em harmonia
consigo e com os outros, incentivando-os a buscar a estabilidade emocional, a integração
com seu mundo interior e com o mundo exterior.
Na colaboração deste processo a escola Montessoriana acredita ser
imprescindível que haja um envolvimento dos profissionais de ensino, pais e alunos, numa
parceria efetiva. Este conjunto de colaboradores que se transforma num projetodidaticamente coerente valorizando a iniciativa, a auto-construção, a criatividade e a
confiança, formam um laboratório para que as crianças descubram as regras, podendo
questioná-las. Utilizando materiais de desenvolvimento, representações diversas do
ambiente que permitem trazer o mundo para dentro da sala de aula e favorecer a
exploração das qualidades dos objetos, ou ainda, atividades que organizarão estruturas
mentais de forma livre, supondo que a criança tem um impulso interior que se manifesta no
trabalho espontâneo do intelecto. Ela constrói seus conhecimentos interagindo com o
mundo em que vive, organizando-se externa e internamente. Nesse desenvolvimento
intervém um conteúdo biológico, sem o qual nada é possível. Se não houver um organismo
dotado de estruturas orgânicas e funcionando de modo integrado, não há possibilidades de
os conhecimentos progredirem. É condição preliminar, chamada por Piaget de período
“sensível” ou prontidão.
O método Montessori enfatiza atividades que irão contribuir para a conquista
da independência, onde a criança irá exercitar todo o tipo de experiência, desde as mais
simples, satisfazendo suas necessidades básicas, como comer sozinho, servir-se, vestir-se,
cuidar dos seus pertences, do ambiente comum ao grupo, etc., às atividades mais
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I- PORQUE ESCOLA MONTESSORI
Montessori é o sobrenome de uma médica italiana, chamada Maria
Montessori, nascida em 1870 e falecida com quase 82 anos, em 06 de maio de 1952, na
Holanda, completamente lúcida, projetando uma viagem ao continente africano. Em seu
túmulo existe um monumento em forma de dois braços envolvendo o mundo e nele estão
escritas a suas palavras: “ Peço às queridas crianças, que tudo podem, para unirem-se a
mim para a construção da paz nos homens e no mundo”.
Após sua morte, seu filho, Mário M. Montessori, que sempre a acompanhou
em suas viagens continuou divulgando o Método Montessori. Ela esperou sempre que sua
proposta educativa preparasse o Homem do Futuro, isto é, o homem que viveria numa
sociedade mais justa e mais harmônica.
Desenvolveu nas primeiras décadas deste século, um novo método de
ensino. Viveu entre as duas grandes guerras mundiais e criou uma educação para paz.
Sendo médica, Maria Montessori, possuía uma ótica científica de observação, pesquisa e
conclusão.
Estudou em Roma, onde doutorou-se em medicina, aos 25 anos e dedicou-
se a crianças anormais, com deficiências psíquicas, na própria Universidade onde obteve
grandes avanços na educação e tratamento com os mesmos.
Em 1898, é convidada a dirigir, em Roma, o Instituto Ortofrênico e
convencida da importância deste trabalho permaneceu sete anos neste instituto. Obteve a
livre docência em Antropologia no ano de 1904, onde observou os defeitos das escolas
comuns.Começou então, a experimentar em crianças de evolução regular, os
procedimentos utilizados na educação dos anormais.
Em 06 de janeiro de 1906 surge a “Casas das Crianças” conhecida como
“Casas dei Bambini”, para crianças normais. Estas instituições não visavam a instrução
somente, mas, eram locais de educação e de vida, realizavam enfim, a educação completa
na criança, inovando em todos os aspectos pedagógicos. “Um dos primeiros métodos
ativos quanto à criação e aplicação. Seu principal, fulcro são as atividades motoras e sensoriais, visando especialmente a pré-escolar. Ela dizia:
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Eu não criei um método educacional, eu simplesmente dei às crianças a
chance de viver” ( MONTESSORI, OMB, 1988).
E assim o método Montessoriano passa a ser difundido pelo mundo em
meados de 1909 com a publicação de “O Método da Pedagogia Científica”, onde expões
suas teorias e experiências.
Ela trabalhou com o que havia de possibilidades tecnológicas em seu tempo.
Muitas coisas que estão disponíveis para nós hoje, o computador, por exemplo, não o eram
naquela época, mas sua filosofia continua surpreendentemente atual.
“ No contexto da Escola Nova, Maria Montessori ocupa
lugar de destaque pelas novas técnicas introduzidas nos jardins de
infância e nas primeiras séries do ensino fundamental. Seus jogos são
atraentes e instrutivos. Apesar de relevante contribuição da médica e
educadora italiana, ela não foi à pioneira exclusiva do movimento,
mas uma das mais importantes para sua realização e construção”
(NICOLAU, 1988, p. 38).
Ela ressalta a importância de vários aspectos para que haja um bom
desenvolvimento, isto é, o ambiente, a parceria de pais, professores e escola, onde, acriança deve encontrar, neste ambiente, meios para efetuar um trabalho que vá de encontrocom suas necessidades; de crescer, descobrir, observar, experimentar, analisar e sintetizar,através de atividade que a ajudem desenvolver a autonomia, sendo capaz de se lançar paranovos desafios, novas descobertas, sem medo de tentar e até mesmo de errar. Montessorinão foi pretensiosa, ela ressaltou em dizer que a metodologia que leva seu nome não estavaconcluída e que sua estrutura sempre permitiria adequações à cultura e à sociedadediversas.
“ Para ser eficaz, uma atividade pedagógica deve
consistir em ajudar a criança a avançar no caminho da
independência; assim compreendida, esta ação consiste em iniciá-lanas primeiras formas de atividades ensinando-as a serem auto-
suficientes e a não incomodar os outros. Ajudá-las a aprender a
caminhar; a correr; a subir; a descer escadas: eis que é uma
educação na independência. Este é o ensinamento, esta é a missão do
educador, tudo o mais é trabalho inferior e fácil do servo”
(MONTESSORI, OMB, 1999).
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II- COMO É O MÉTODO MONTESSORIANO
Método Montessoriano, criado no início do século XX, está centrado
essencialmente, na criança. Lembremos das sábias palavras de Rousseau: “Tem-se um
grande desejo em procurar os melhores métodos para ensinar. O mais seguro de todos
eles de que sempre se esquece é o desejo de aprender. Dê a ele esse desejo e abandone
dados e tudo mais, e qualquer método será bom”.
Embora alguns afirmem o contrário, a criança é um ser único,
qualitativamente distinto do adulto e repleto de muita energia.
“ A descoberta da criança como um ser dotado, pela
natureza, da capacidade de auto-desenvolvimento, capacidade que
não necessita mais do que um ambiente adequado e que foge das
indevidas pressões do educador imprudente – tal revolução na
concepção da criança e de suas relações com o adulto constitui
verdadeiramente o coração da nova pedagogia, posta em prática
pelas escolas Montessorianas em quase todos os países” (TITONE,
1966, p.87).
O método mencionado baseia-se nos seguintes princípios: Liberdade;
Atividade; Vitalidade; Individualidade. Isto tudo, resumidamente, nada mais é o que
podemos chamar de auto-educação. Maria Montessori afirmou que: “cada criança, no
respectivo grau de desenvolvimento, experimenta certas necessidades interiores que a
impulsionam, em circunstâncias externas favoráveis, a uma atividade livre concentrada”
(PILETTI, 1986, p.108). Por isso, a primeira condição para a aplicação do MétodoMontessori está na formação de um ambiente apropriado, em que a criança possa
movimentar-se livremente e encontrar os brinquedos e materiais didáticos adaptados à sua
inata necessidade de atuar e se exercitar.
Lourenço Filho destaca que a concepção educacional de Montessori “é de
crescimento e desenvolvimento, mais que de ajustamento, ou integração social ” (Lourenço
Filho, 1974, p. 190).
Sendo médica a ênfase de Montessori volta-se mais para o
ser biológico do que para o social.
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“Considerando que a vida é desenvolvimento, Montessori
achava que a educação cabia favorecer esse desenvolvimento. E a
liberdade como condição de expansão da vida constituía-se num
princípio básico. Essa concepção influenciava a organização do
ambiente escolar sem carteiras presas e sem prêmios e castigos, a
criança deveria manifestar-se espontaneamente; ficar imóvel não
significa uma coisa extremamente benéfica, nem o estar ativo maléfico
para a aprendizagem. A atividade e a individualidade formavam,
juntamente com a liberdade, os princípios básicos para que se comece
a formar a autonomia na criança, respeitando alguns fatores
importantes e relevantes dentro deste sistema Montessoriano ”
(NICOLAU, 1988, p. 39).
Para a educadora italiana, o espírito da criança, se formaria mediante a
estímulos externos que precisam ser determinados. Lourenço Filho, ao se referir aos
fundamentos da didática Montessoriana:
“ A criança é livre, mas livre apenas na escolha dos objetos
sobre que possa agir. Esses objetos são preestabelecidos, sempre os
mesmos, típicos para cada gênero de atividade. Desta forma, deu-se a
necessidade da criação do conjunto de jogos, ou materiais que criou
para os jardins de infâncias e suas ligações materializadas para o
ensino primário” (LOURENÇO FILHO, 1974, p. 190).
Na “Casa dei Bambini” (Casa da Criança) ou Pré-escola Montessoriana,
chama-se Exercícios de Vida Prática, àquelas atividades diárias realizadas para manter aordem no ambiente e para restabelecer condições propícias a sua utilização. Na verdade,
porém, estes exercícios têm um outro caráter, mais profundo do que lhes atribui o adulto;
eles tendem a esta função conservadora, não apenas visando os objetos (condições), mas
também objetivando as pessoas (relações). Na medida em que estes exercícios fazem parte
da vida do adulto, a criança, desde que nasce participa deles, observando-os a princípio e,
mais tarde integrando-os de maneira ativa.
Não é preciso ser um observador muito atento e treinado para notar que acriança mostra muito cedo, um inegável e forte estímulo para estas atividades. A criança
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tenta “oferecer sua ajuda”, em primeiro lugar à sua mão, aos irmãos mais velhos, aos
empregados, etc.. Pode-se perguntar por que as crianças pequenas são tão fortemente
atraídas por tais atividades, enquanto o adulto, no máximo, as executa visando as suas
finalidades externas, esquecendo o seu verdadeiro objetivo interno.
No caso de crianças pequenas, estas atividades têm muito mais importância
e mais funções pessoais. As ações não são, meramente, de preservação e reintegração; elas
são verdadeiramente construtivas, não visando o ambiente, é claro, mas a criança em si
mesma. Estas atividades diárias tão simples, são, para a criança, evolutivas e criativas.
Nesta função elas são chamadas de “exercícios de vida prática”.
O que faz com que estas atividades atuem de forma tão construtivamente na
vida da criança, são três fatores reconhecidos;
A proposta simples, clara e concreta e a fácil compreensão do processo do
princípio ao fim (através de um curto espaço de tempo).
A evidência de movimentos físicos, bem visíveis, que se situam bem dentro
da capacidade da criança. Estes dois fatores fazem estas atividades compreensíveis para a
criança pequena.
A vontade de agir segundo um modelo, constituindo-se um convite atrativo.
“ A criança pode executar os exercícios exigidos em vistada sua compreensão e dos objetivos desejados, pois eles dão direção
aos movimentos e impõem uma disciplina pessoal, levando a uma
maior perfeição, maior destreza, não só por causa dos movimentos,
mas pela própria criança, pela “pessoa” como um todo” (ALMEIDA,
1998, p.3).
A educação deve ser considerada como uma ajuda à vida. Fazer da vivenciados valores éticos universais uma possibilidade de exercício no cotidiano escolar; pautar os
objetivos educacionais no respeito ao ritmo da criança, na conquista da independência, na
capacidade de realizar escolhas apropriadas num dado momento de vida, poder tentar sem
a preocupação de estar fazendo do modo com que a idade ou a classe social padronizou,
são preceitos fundamentais da escola concebida por Maria Montessori. Diferenças comuns
que são respeitadas em sua classe Montessoriana são: sexo, raça, etnia, origem, religião, a
idade (normalmente uma diferença de três anos, em uma mesma sala), habilidades sociais,
habilidades acadêmicas, estilo de aprendizado, nível de desenvolvimento, status econômico
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e interesses. As crianças com suas diferenças, não são apenas toleradas, elas serão
respeitadas e bem-vindas, onde a herança cultural será explorada como parte do currículo
normal.
Este respeito deve fazer parte da filosofia de trabalho do professor
(profissional) que irá trabalhar com a criança, lhe passando confiança e afeto.
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III- POSTURA DO PROFESSOR
Para que possa ocorrer a Construção da Autonomia numa Escola
Montessoriana de Pré-Escola, é de suma importância que crie-se um clima de liberdade,
onde os alunos se sintam motivados para aprender e interagindo positivamente com o
professor. Num clima de liberdade, o aluno motivado para aprender, interessa-se pelo que
faz, confia em sua própria capacidade, trabalha com mais dedicação, produz mais e
consegue alcançar seus objetivos. O trabalho em liberdade gera alegria e satisfação para
quem o faz e resulta em realização pessoal e atitudes positivas em relação aos outros e a si
mesmo.
O professor não é aquele que retém o conhecimento
No Método Montessoriano o professor não é aquele que retém o
conhecimento, mas sim aquele que facilitará a busca da aprendizagem, ele deve ser um
constante estudioso da alma infantil, deve levar a criança ao aperfeiçoamento,
determinando competências, levando-a a se interessar na busca do conhecimento,
promovendo meios para que o educando seja capaz de conduzir-se no próprio caminho do
seu desenvolvimento. Se o professor deseja promover um clima de liberdade na sala de
aula, é necessário que cultive algumas qualidades essenciais: a autenticidade, o apreço, a
aceitação, a aceitação, a confiança e a compreensão empática.
“O professor sendo autêntico se apresentas aos alunos
como realmente é, sendo sincero manifesta seus sentimento, e mostra-
se aberto ao diálogo e às sugestões, chega mais facilmente a seus
objetivos: a aprendizagem e a realização pessoal ” (ALMEIDA,1998,p. 63).
Sentindo-se respeitados os alunos também, mostram-se compreensivos em
relação aos sentimentos do professor e dos colegas de sala de aula. Valorizam os outros e
sentem-se livres para trabalhar, colaboram para que os objetivos da classe como um todo –
alunos e professore – sejam atingidos, sem necessitar de castigos ou prêmios. Ressaltando
que toda criança desnormalizada necessita da intervenção segura, firme e carinhosa para poder estabelecer escolhas adequadas.
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O a preço, a aceitação, a confiança e a valorização do aluno como ele é, um
ser imperfeito que busca desenvolver-se, e a compreensão empática, nada mais é, do que a
capacidade de compreender as reações íntimas dos outros, (a forma como os outros
percebem a realidade).
O papel do professor na conquista da Liberdade
A atividade do adulto, que é externa enquanto prepara o ambiente e o
material, passa a participação interna quando faz as apresentações, e protege a liberdade da
criança no seu trabalho construtivo (quando esta assume responsabilidade livre e pessoal
com respeito a essas atividades).
“Quando um professor desperta na criança a paixão pelos
estudos, ela mesma buscará o conhecimento e fará tudo para
corresponder. Isso ocorre não só com crianças nos níveis de pré-
escola, 1º e 2º graus, mas também no nível superior. Quando o aluno
descobre que a maior e melhor escola é aquela que existe dentro dele
mesmo, ninguém mais o segura. Ninguém mais precisará dizer-lhe
para fazer isto ou aquilo. Ele mesmo se encarregará de buscar os
“infinitos conhecimentos e experiências” que existem e esperam por
ele. Isso tudo se resume numa questão: saber despertar, conscientizar
e confiar ” (ALMEIDA, 1998, p. 64).
O adulto, então, observa as crianças no seu trabalho, segundo sua própria
mente, em atividades como: escolhas individuais, preferencia por uma ou outra forma de
atividade, a maneira pela qual estas atividades são executadas, as dificuldades encontradas,que requerem assistências direta ou que são superadas por performances repetidas.
“O adulto, assim, pode tentar interpretar com que base a
criança escolhe sua atividades. Se estimulada a partir do interesse
pela atividade em si mesma, em cujo caso sempre encontra-se a
criança, primeiro buscando o material necessário, só depois,
procurando um objeto no qual possa ser usado; Ou seja, em respostaa uma necessidade do ambiente, ou em resposta à atração por algum
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objeto do ambiente no qual a atividade pode ou necessita ser
executada (neste caso, vê-se sempre a criança, primeiro, pegando um
objeto e, só depois, buscando o material necessário)” ( Id ib. p. 20).
O professor deve construir um ambiente adequado
Para Montessori mais uma das funções do professor é construir um
ambiente adequado, onde a criança possa encontrar o trabalho que a conduzirá a um
desenvolvimento pleno de suas potencialidades, levá-la também a perceber a realidade,
usando de forma criativa e produtiva o pensamento, tendo o professor uma postura de
observador constante de ser aluno que apresentará o universo infantil, entendendo os
segredos que nortearão a criança diante da relação dialética que estabelece com as
circunstancias, ele deve, observar a transição entre uma escolha e outra, com respeito a
atividades individuais e para toda a série de exercícios de Vida Prática.
“O professor não se opõe ao desejo do aluno, mas possibilita o desejo e a vontade de buscar o conhecimento, sem perder
o sentido da alegria do real que forma a base da própria fonte do
saber aprender, a atividade interna de observação do adulto está
baseada na presteza em dar assistência quando a ajuda é necessária,
e ainda mais, na singela humildade em deixar a criança trabalhar
para o seu próprio desenvolvimento, com esforço, luta e conquista
pessoal através da atividade repetida e integrada” ( Id ib. p. 20).
A proposta é possibilitar ao aluno raciocinar e pensar em tudo que aprende,
encontrando respostas para os porquês e soluções inteligentes para solucionar os problemas
relativos à escola e a sua vida. Mesmos nas quais mais simples observações sobre os
fenômenos naturais, o aluno pode estabelecer inúmeras indagações e conclusões, sendo
levado a buscar respostas para estes questionamentos, que deverão ser de desejo internos.
O papel do professor é determinante para que isso ocorra.
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Desde cedo, o aluno é levado a investigar, a observar, a tirar conclusões em
todas as situações de aprendizagem. Os porquês são analisados, debatidos, alunos e
professores pesquisam e descobrem juntos. “ Mas é de extrema relevância que se faça uma
interferência rápida, do professor, firmemente expressa, mas sempre positiva, natural e
sem zanga” (Almeida, pg. 20). As respostas, buscadas pelo aluno, ultrapassam os limites
da escola e avançam para outras fontes de enriquecimento, quer se trate de escolas,
laboratório, do cotidiano, etc.. A sala de aula e todos os espaços da escola são laboratórios
permanentes, são espaços para o registro de descobertas. Exposições de artes. Feiras de
ciências são atividades comuns nas quais os alunos mostram seus trabalhos e sua
criatividade.
A escola enfatiza no aluno a consciência do mundo, de sua história, de seu
papel e de suas ações, análise de fatos sociais do cotidiano, o comportamento do ser
humano diante da natureza, suas atitudes e responsabilidade. “ As regras disciplinares são
definidas a partir da reflexão e discussão com os alunos. São expostas em todas as
dependências da escola e reelaboradas freqüentemente pelos alunos” (ALMEIDA, 1998,
p. 85).
A pontualidade na entrega de um trabalho, a solidariedade no trabalho
coletivo são alguns exemplos de situações que podem ser exploradas, analisadas e
transformadas em vivência, a autonomia não é resultado de um produto acabado, imposto,
mas uma conseqüência de reflexões do cotidiano que podem ser transformadas e vão
definir as atitudes e os padrões de conduta dos alunos, na escola, na família e na sociedade.
Também é necessária a interferência quando a(s) criança(s) cria(m) desordem com o
material, e falta(m) com o respeito aos colegas, desperdiçando, desta forma, sua energia e
tempo. Esta interferência deve estimular a reorientação de escolha, a alternativa de fazer ou
não alguma coisa.
“O ato de apropriar-se dos conhecimentos, de problematizar, de estudar, é um trabalho penoso que exige disciplina
intelectual que não se ganha senão praticando. A criança não só tem
um papel ativo; a escola é a continuação natural da vida a família e
do meio. Não se forma um homem pré-fabricado, mas homens vivos e
dinâmicos”. (RAPPAPORT, 1981, p. 52).
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Na escola, o professor Montessoriano deve ter uma postura reflexiva,
em constante formação pessoal e acadêmica, aberto às mudanças e atento às diversidades e
pluralismo das crianças com as quais trabalhará, para um desempenho que vá de encontro
com as necessidades individuais dos alunos.
Constituirão também as principais responsabilidades ativas do professor,
basicamente, em:
Preparação do Ambiente (conservação e desenvolvimento):
Adequando e colocando em ordem os materiais necessários, específicos a
cada atividade, idade e ambiente.
Apresentação do material (estabelecer contato):
De forma que a criança possa fazer uso dos objetos, de acordo com seu
processo evolutivo de compreensão e maturidade. O adulto deve reaprender e praticar a
maneira pela qual as atividades precisam ser própria vida. Ele deve estar convicto do fato
de que a mais freqüente, executam estas atividades na presença da criança. Apresentações
internacionais são, por, sua natureza apenas esporádicas, dadas em resposta a uma
necessidade de ajuda.
A apresentação involuntária , repetida sempre que os adultos executam estas
atividades é um constante exemplo para as crianças.
A apresentação formal requer atenção e mostra detalhes técnicos de cada
uma destas atividades, podendo habilitar a criança a executá-las com mais clareza, uma
vez que o domínio perfeito precisa ser atingido.
As apresentações podem ser três tipos; coletiva, de grupo e individual.
O tipo de apresentação será escolhido dependendo dos seguintes fatores:
• De acordo com as necessidades das crianças: devem ser observadas e
correspondidas. As necessidades podem ser comuns a todos os que formam uma
comunidade, ou apenas a algumas crianças, ou ser de necessidades individuais.
• A natureza da apresentação e a natureza da atividade: algumas
apresentações não podem ser compreendidas adequadamente, quando feitas para muitas
ou todas a s crianças ao mesmo tempo: assim, requerem apresentação individual. Existem
também exercícios de vida prática que, por sua natureza, exigem a participação de algumas
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ou de todas as crianças, como por exemplo, o lanche coletivo: portanto, devem ser
apresentados e realizados, respectivamente, para um grupo ou coletivamente. Como regra
geral, pode-se afirmar que atividades que precisam de uma apresentação coletiva (e não
dizem respeito a uma atividade coletiva, por exemplo escovar os dentes), também podem
ser dadas a uma criança individualmente ou para um grupo. Atividades que podem ser
apresentadas para um grupo ( e não concernem a uma atividade de grupo ), também podem
ser dadas para uma criança individualmente, mas não coletivamente. Atividades que
requerem uma apresentação individual não podem ser dadas, naturalmente, de outra forma.
• A técnica de apresentação: Esta apresentação ou seja a técnicas
utilizada para apresentar o exercícios deve ser de forma nítida, clara, transparente onde a
criança não perca nenhum movimento, pois cada um deles foi esmeradamente elaborado
tendo, cada um uma função específica, um objetivo específico, minuciosamente analisado,
os movimentos é a mais importante característica da apresentação dos exercícios de vida
prática. Estas atividades são essenciais, principalmente para que a criança se torne
independente em seus movimentos.
Na Nova L.D.B. também estão inseridas algumas das características que serão
mencionadas de como deve ser a postura deste profissional de educação:
“− Analisar, selecionar e utilizar materiais diversos que sirvam de
instrumento à criança na descoberta de conceito e ou reformulações do
mesmo;
− Atuar de modo adequado às características e capacidades das crianças,
considerando as necessidades de cuidados, as formas peculiaridades de
aprender, ser, sentir, desenvolver-se e interagir;
− Considerar a brincadeira como um trabalho importante e frutífico que
possibilita a aquisição de conhecimentos;
− Interferir nas situações educativas com sensibilidade, acolhimento das
diferenças e afirmação responsável de sua autoridade de forma
compartilhada com as famílias:
− Utilizar diferentes áreas de conhecimento, bem como do desenvolvimento
infantil e de didática específicas para criar, planejar, realizar, gerir e
avaliar situações de vida enriquecedoras para a aprendizagem e o
desenvolvimento das crianças;
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− Promover práticas educativas que levem em conta as características
pessoais, étnicas, e sócio-culturais das crianças, além de levar em conta os
avanços de nossa civilização;
−
Gerir o grupo de crianças e a organização do seu trabalho,estabelecendo uma relação de afetividade, autoridade e confiança com as
crianças;
− Propiciar e mediar situações de aprendizagens para todas as crianças,
zelando pelo seu desenvolvimento pessoal e considerando aspectos éticos e
de convívio social;
− Investigar o contexto educativo e analisar sua prática profissional, isto é,
observar, registrar e refletir sobre suas ações e as das crianças com asquais trabalha.” (LEI DE DIRETRIZES E BASES Lei 9.394/96)
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IV - CONTRIBUIÇÃO DOS MATERIAIS E DO AMBIENTE
É de fundamental importância que o professor não se atire a uma prática
com insegurança ou desconhecimento. Ler, conversar, pesquisar, buscar alternativas
variadas, e recriá-las, deve ser uma constância na vida do educador Montessoriano. Mais
segurança terá na aplicação e na execução do trabalho, se ele estiver bem informado sobre
assunto que irá apresentar.
Tendo o adulto aceitado suas responsabilidades, a primeira tarefa será a de
preparar e conservar o ambiente no qual a criança vai atuar, bem como preparar todo o
material com o qual estas atividades são realizadas. O ambiente tem que oferecer espaço
suficiente (interno e externo) para a liberdade de ação das crianças.
O LÚDICO
“ A educação lúdica está distante da concepção ingênua
de passatempo, brincadeira vulgar, diversão superficial. Ela é uma
ação inerente na criança, e aparece sempre como uma forma
transacional em direção a algum conhecimento, que se redefine na
elaboração constante do pensamento individual em permutações com
o pensamento coletivo. É importante ainda, mencionar o significado
da palavra Lúdico, que vem do latim, quer dizer Ludus, quer dizer
jogo”. (ALMEIDA, 1998, p.13)
Os aspectos básicos para a utilização do lúdico, são:
Saber a natureza do lúdico, para não se deixar enganar pelo falso jogo e pelo modismo.
Conhecer os fins mais abrangentes, a educação como um todo, os fins mais específicos
(concretizar a aprendizagem) e os meios para que isso ocorra;
Conhecer profundamente causas e efeitos para passíveis respostas e encaminhamentos;
Estar ciente das adequações de implementação, considerando a adaptação na escola, a
organização, o planejamento, a execução e a avaliação;
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Preparar o aluno antes mesmo de sugerir qualquer tipo de atividade, é necessário que
os alunos estejam conscientes e preparados para isso. Preparados no sentido de
conhecer as regras e fazer bom uso do material e de forma adequada.
Exercícios de vida prática
O ambiente de uma “Casa dei Bambini” é preparado de acordo com
requisitos do Método Montessori. Os materiais com os quais os Exercícios da Vida Prática
são realizados têm que ser preparados, basicamente, pelos adultos, de acordo com os
seguintes critério.
Proporção Física:
Referente à possibilidade da criança lidar fisicamente com o material
(extensão, peso, medida, etc.);
Proporção Psíquica:
Refere-se à inteligência da criança. A proposta funcional do material deve
ser compreendida a um primeiro olhar.
Complicações desnecessárias, fantasias e “desvios” devem ser evitados.
Todos os elementos do ambiente devem ser devidamente adequados.
Conservação
É uma atividade contínua por parte do adulto, que deve estar atento para que
o material esteja sempre limpo, intacto, completo e sempre visto da maneira que realmente
é. Portanto, limpar, reparar e repor partes perdidas ou quebradas do material fazem parte
dos deveres dos adultos. É necessário que esta reparação seja feita de imediato, pois os
materiais sujos, estragados ou incompletos, devem ser retirados do ambiente até estaremrestaurados e em condições de uso. Este dever do adulto é de grande importância, uma vez
que a criança é livre para escolher sua atividade e o material sujo, quebrado ou incompleto
repele qualquer uso.
Atração
A arrumação funcional dos objetos do ambiente atrai a vontade da criança à
atividade e a ajuda na escolha. Esta organização leva a criança a uma atividade evolutiva e,
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através de seus objetivos funcionais, dá direção à manipulação propositada. Ao lado disto,
a arrumação dá um caráter original e pessoal ao material.
Características Locais (adaptação)
Os materiais típicos do local devem ser aproveitados. Assim, a aparência
externa do material varia de lugar para lugar, de tempos em tempos. As crianças devem
reconhecer os materiais e seus objetivos pelas afinidades com aqueles usados em seu
ambiente de casa.
Aperfeiçoamento
Mesmo os materiais adaptados para as características locais devem ser
aperfeiçoados, tendo em vista os objetivos diretos e indiretos. Qualquer necessidade
passível de aperfeiçoamento deverá ser desenvolvida. Onde materiais eficiente estejam
faltando ou não seja do uso diário local, devem ser acrescentados. O número de atividades
e materiais, conseqüentemente, é variável, podendo ser aumentado ou diminuído baseados
em:
Uma observação dos materiais usados no ambiente da criança;
As mudanças que, constantemente, ocorrem em nosso ambiente;
Aumentar a sensibilidade em torno das necessidades do ambiente e em torno da
própria criança.
Diferenciação:
Quando materiais idênticos são usados para diferentes atividades
(espanador, escovas, panos, etc.) é importante torná-lo diferentes em aparência, de formaque a criança identifique, facilmente, aquele que deve ser usado para cada proposta de
atividade. Isto pode ser feito através de diferentes tamanhos e cores, embora toda
“artificialidade” deva ser evitada. Pode-se também usar etiquetas ou marcas especiais.
Conjuntos Independentes de Materiais:
Cada exercício de vida prática tem seu próprio conjunto de materiais. A
criança, nesta etapa, deve executar a atividade de sua escolha sem ter que tomar emprestado materiais de outros conjuntos.
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Mais de um conjunto de Material:
A característica do material de Vida Prática, em contraste com aqueles
usados para outras atividades, que, seja fornecido mais do que um conjunto de material.
Isto se torna necessário a fim de que a criança possa executar a atividade escolhida sem
precisar suspender sua escolha ou esperar outra criança acabar de utilizar o material, ou
ainda buscar uma alternativa. É importante salientar que, no estágio inicial da vida da
criança em uma “Casa de Bambini”, existem poucas alternativas para Exercícios da Vida
Prática.
Disposição do Material no Ambiente:
O material para cada área de atividade deve ser disposto em ordem fixa e
escrupulosa, em “cantinhos”, de acordo com a regra: “cada coisa em seu lugar próprio eum lugar próprio para cada coisa”. Esta ordem de disposição deve considerar que tudo
deve estar bem ao alcance das mãos e dos olhos da criança; os materiais devem ser
agrupados e permanecer juntos, de acordo com a seqüência ou área de desenvolvimento da
atividade a que se destinam. Além disso, a disposição deve estar de acordo com a natureza
do material e a atividade correspondente.
Separação entre Materiais com quais os Exercícios de Vida Prática são
executados e Objetos nos quais eles são usados. Segundo a Equipe Construtor Sui Campus:
“Há uma diferença entre objetos de vida diária e os
instrumentos usados para interpretá-los. Por exemplo: o avental está
na cabideira ou armário apropriado (local adequado); a criança veste
o avental e o abotoa (meio ou atividade de Vida Prática) baseado nos
exercícios com o telaio de botões (instrumento de treinamento). Todos
os objetos estão no ambiente nos diferentes lugares aos quais
pertencem, em vista de sua função natural (móveis, objetos
decorativos, sapatos no vestuário, bronze nas maçanetas, etc.). Só a
partir desta ordem é que a criança pode compreender e aprofundar o
seu contato ativo com o ambiente e assumir responsabilidade em
relação aos objetos e a si mesma. (CAMPUS, 1998, p.9)
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A técnica de apresentação levando a autonomia
A análise de movimentos é a mais importante característica da
apresentação dos exercícios de vida prática, constituindo-se uma técnica essencial,
principalmente para que a criança se torne independente em seus movimentos. Todos os
movimentos da apresentação devem ser executados de forma que possibilitem à criança
vê-los nitidamente.
“Cada atividade, consistem em uma série de ações lógicas,
executadas segundo uma técnica própria, em local adequado, num
tempo específico. A análise de movimentos, sem a quebra da unidade
de ação por si mesma, é efetuada pelo corte em etapas de cada açãoindividual e cada corte seguido por poucos segundo de inatividade.”
(ALMEIDA, 1998, p.12)
Fazendo isso, a criança é ajudada a compreender que no processo, cada
atividade consiste em etapas (algumas vezes numerosas) de ações individuais; quais são
estas ações; a sucessão destas ações; e como cada ação individual deve ser executada em
relação a toda a atividade e ao seu objetivo. É a análise dos movimentos executados peloadulto que apresenta à criança estas atividades reveladoras do seu potencial de
desenvolvimento.
O exercício apresentado com a análise dos movimentos torna-se
transparentes para ela, que é ajudada a entendê-lo como um todo e em suas partes.
Todavia, para desejar e executar com esforço consciente, para dominar totalmente com
perfeição o movimento, a criança é guiada pela sua inteligência, impulsionada pelo seu
desejo, treinando seus movimentos para cumprir sua função executiva. Conseqüentemente,
estas atividades se tornam verdadeiramente humanas nas quais inteligência, desejo e
movimentos trabalham integrados em harmoniosas cooperação. A criança constrói, dessa
forma, o que se chama de coordenação de movimentos: a ordenada (e isto também
significa ordenação hierárquica) cooperação da inteligência, vontade e movimentos,
trabalhando juntos a serviço da única e exclusiva vida à qual eles pertencem.
Geralmente, cada apresentação consiste em três partes distintas, isto é partes
básicas da apresentação: Preparação, Apresentação propriamente dita, Conclusão
conduzindo à Atividade pessoal independente da criança.
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Como são classificados os “Exercícios de vida prática”
Não teria sentido os “Exercícios de vida prática” se fossem estabelecidos
alguns objetivos para os mesmos, ou seja, são classificado de forma direta e indireta.
Diretos
Ajudar a criança a crescer com independência, considerando:
1) A execução dos movimentos elementares;
2) Os cuidados consigo mesmo;
3) Os cuidados com seu ambiente;
4) As relações sociais.
Indiretos
Ajudar a criança a consolidar e desenvolver a coordenação dos movimentos
e integração de sua personalidade.
“ A coordenação dos movimentos revela-se através dos
movimentos executados em ordem, graciosamente, de maneira
própria. Torna-se uma indicação da crescente integração da
personalidade; a união e harmonia dos poderes internos de
inteligência aliados à vontade, com seus órgãos executores
(movimentos)”. ( CAMPUS,1998, p.21)
Enquanto a criança executa estes exercícios de vida prática com umobjetivos próprio, esses poderes básicos caminham juntos, integrados, constituindo uma
base firme para um desenvolvimento posterior. Esta integração será feita através das
atividades como um todo, alcançados através de seus objetivos.
Eis, algumas conseqüências Positivas decorrentes dos Objetivos Diretos e
Indiretos:
Enriquecimento emocional: é o desenvolvimento (como resultado) de uma
atividade inteligente, desejada, livremente escolhida e executada com perseverança, quecorresponde a uma necessidade de crescimento.
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“O interesse da criança pelas atividades de Vida Prática
assegura a estas ações um lugar na própria vida desse criança,
possibilitando que estas atividades cumpram a missão para a qual
foram destinadas, tanto em vista de sua utilidade, como sob a forma
de um relaxamento, ou seja, um não tensionamento. A conquista de
uma atividade gera, na criança, segurança e participação”. (Id.
Ib.p.21)
Uma revolução social: o papel que a atividade desempenha nos primeiros
e fundamentais anos de vida, o amor que a criança dedica a ela e a inspiração dada àquelas
que as executam no ambiente diário, favorecem um real desenvolvimento e uma justa
valorização da vida.
Esta atitude positiva por parte da criança traz uma natural e tranqüila
reorientação social, pois pode influenciar a sociedade adulta e remover preconceitos
próprios mais eficientemente do que qualquer ação direta por partir da ação da criança
sobre o ambiente, ação geradora de uma mente livre, independente, sem preconceitos,
capaz de aceitar e fazer o novo.
Conseqüências Práticas: a criança executa estas atividades, por vontade
própria e no seu ambiente preparado, desenvolve o hábito de cuidar de tudo a volta,
inclusive de si mesma.
Desenvolvimento Físico: as atividades, espontaneamente executadas e
repetidas, também fazem uma substancial e natural contribuição ao desenvolvimento
físico.
“Os músculos de todo o corpo são exercitados, nãomecanicamente e sob coação externa, mas como um ser humano,
como uma expressão de sua vida humana em busca do homem
verdadeiro que pensa e tem vontade própria”. (ALMEIDA,1998.p.22)
Por esta razão, os exercícios podem ser repetidos, freqüentemente, mais do que por uma
mera atividade física, sem fadiga ou cansaço.
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Contato inteligente e responsável: a ação no cotidiano ajuda a criança a
manter este contato com seu ambiente, dando base para uma ação sempre profunda e
abstrata.
Hábito de uma atividade consciente e construtiva: o agir sobre o
ambiente desenvolve um gosto que faz com que todas as outras formas de atividades se
tornem, insípidas.
Capacidade de auto-avaliar-se, objetiva e subjetivamente: com a prática
e o aumento da complexidade, a criança vai adquirindo segurança e a capacidade de auto-
avaliar-se de forma inteira, sem medo ou culpas, não necessitando de elogios ou censuras,
mas visando à realização e a perfeição.
Estrutura de uma vontade própria e autodomínio: o viver integrado à
família, a comunidade facilita a estruturação do querer por um desejo real, dando à criança
uma vasta oportunidade para seu uso construtivo e inteligente da vontade, do desejo, na
escolha, decisão e perseverança
A Construção da autonomia numa escola Montessoriana de pré-escola
As atividades ou exercícios da vida prática são meios para umdesenvolvimento humano, construção de autonomia. Observadas, assistidas e executadas
com esta função, que vai além do meramente utilitário, as atividades não deixam lugar para
distorções sociais (entre meninos e meninas), ajudando a criança formar uma base para um
profundo desenvolvimento e dando-lhe as atividades necessárias a esta realização.
Existem várias atividades que contribuem para a aquisição desta autonomia.
Ao serem apresentadas às crianças, podem ser multiplicadas de acordo com as condições
do local, costumes e possibilidades de desenvolvimento no ambiente. A classificação desta
ou daquela atividade sob um outro tópico também é orientadora, uma vez que muitas
atividades podem ser consideradas relacionadas a mais de um grupo
Exemplos de exercícios de vida prática
A- Movimentos elementares e atividades
Cada atividade tem sua maneira diferente de ser executada e deve ser
apresentada separadamente. Não se pode apresentar mais do que uma atividade de cadavez.
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Deve-se escolher o que vai ser apresentado primeiro, em função da
independência da criança. O enrolar deve ser dado primeiro que o desenrolar...
O mesmo será aplicado, posteriormente, para abrir e fechar, onde algumas
atividades como abotoar, dar laços...., e mesmo roupas, caixas, tampas, o fechar deve ser
dado primeiramente, enquanto em outras atividades (portas e janelas) o abrir exige mais
habilidade e deve ser apresentado primeiro.
Devem-se fazer apresentações separadas quando o material precisar ser
manipulado por mais de uma pessoa.
Atividades propriamente ditas:
Enrolar e desenrolar tapetes;
Sentar e levantar de esteiras, tapete, cadeiras em frente a mesas, etc.
Caminhar silenciosamente;
Conversar baixo, mas de forma audível;
Apanhar diversos tipos de objetos;
Transportar bandeja com objetos: um objeto apenas, que não se mova;
um objeto que se mova; mais objetos móveis; vários objetos móveis, etc.
Verter em uma garrafa: através de um funil; dentro de pequenos copos
com conta-gotas; com a ajuda de uma bomba, etc;
Dobrar pequenos guardanapos, lenços, panos de limpeza, toalhas de
mesa (com a ajuda de mais de uma criança), diversos tipos de papéis,
(seguindo diferentes linhas-guias), etc.
Desdobrar os objetos citados acima. Cortar com tesoura de ponta
redonda ou de ponta fina (seis anos) vários objetos: fita, borracha, talos de
flores, folhas secas, papéis, tecidos, etc.) de acordo com diferentes linhas-
guias: retas, curvas ou desenhos geométricos simples;
Lavar vegetais, legumes e frutas diversas;
Lavar arroz, trigo, cereais, etc;
Bater ovos com batedor;
Misturar e mexer ingredientes;
E outros....
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B- Cuidados com o ambiente
Interno
Arrumar mesas, cadeiras, estante, etc;
Guardar o que foi usado (aparelhos, móveis, panos, etc.);
Usar escovas em diversos usos;
Limpar janelas, espelhos, etc. (com água, jornais velhos, tecidos...);
Polir metais, bronze, prata, madeira, etc., com material apropriado
(Brasso, Silvo, sal, óleo de peroba, etc.) podendo ser dada uma ajuda para
que a criança não use quantidade maior do que a necessária.
Lavar e esfregar potes e janelas;
Espanar o quadro de giz;
Molhar plantas nos vasos; lavar e limpar folhas.
Outros....
Externo
Varrer as áreas cimentadas
Varrer o pátio
Lavar e esfregar pavimentos de concretos ou de pedras.
Cavar
Cultivar
Colher gavetas, estocando-os
Preparar ninhos
Alimentar e dar água a pássaros
Outros....
C- Cuidados PessoaisHigiene
Lavar mãos, rosto, pés, banhar-se, usar sabonete, esponja e outros
utensílios próprios para este fim;
Secar-se;
Escovar dentes;
Cuidar dos cabelos: lavar, escovar, passar xampu, pentear;
Limpar nariz na pia ou com lenço; Outros....
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Vestuário
Dobrar roupas; desdobrar;
Cuidar dos sapatos e tênis, esfregando-os;
Utilizar os telaios: botões grandes e pequenos, pressão, ganchos,
laços, fitas, zíper, velcron, etc.
Usar espelhos (cabeça, pescoço, joelhos, pés, etc.)
Outros....
D- Relações Sociais
As relações sociais devem ser apresentadas no dia-a-dia, como modelo, de
forma que as crianças possam entendê-las.
Estas ações devem existir normalmente no ambiente, entre as próprias
crianças para executa-las, não necessitando de ouvir “peças desculpas”, “agradeça”, “seja
educado”, etc.
Agradecer;
Saudar com a cabeça;
Solicitar algo, usando “por favor”
Bater a porta pedindo permissão para entrar;
Assoar o nariz, espirrar, tossir, com o lenço, de forma adequada;
Oferecer lugar
Receber visitas
Não incomodar o amigo ou adulto em trabalho
Falar com voz normal; não interromper
Observar o trabalho dos outros sem interromper, falar, tocar, mover nada.
Utilizar as maneiras à mesa: usar talheres, não misturar a comida,
comer sem fazer ruído, passar os pratos com alimentos, desculpar-se quando
não quiser aceitar algo, comer de boca fechada, etc.
Ajudar outras pessoas a se vestirem
Outros...
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Fora de casa e em lugares públicos
Demonstrar as regras básicas da boa educação;
Respeitar filas.
Remediar situações; recolher objetos jogados no chão, levantar coisas
caídas (bicicleta, etc.)
Usar os serviços públicos (lixeira, banheiro, etc) de forma adequada.
Fazer parar o ônibus, saber entrar e sair
Reconhecer sinais que indicam movimento de pessoas, carros e uso
dos serviços públicos.
Respeitar as pessoas que prestam serviço à comunidade
Outros....
Observação: É de extrema relevância lembrar que estes exercícios são
realizados diariamente em uma escola Montessoriana, como algo natural.
“ Montessori é a única educadora a dar valor à vida
prática. Cabe a seus seguidores fundamenta-la na Psicologia, na
Psicomotricidade, na Ecologia Humana, para que seu método não
desapareça , em função dos horários curtos das escolas e na
arrogância e prepotência de algumas famílias, que acreditam que o
sucesso depende de ter servidores a seus pés. Fazer é participar da
construção de si mesmo e da evolução de uma sociedade mais sadia,
harmônica e promissora. Valorar a propriedade da ação é dever do
professor Montessoriano. ( ALMEIDA, 1998, p.33)
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V - O QUE PIAGET TEM EM COMUM COM MONTESSORI
PIAGET e suas contribuições para a Pré-Escola.
O que vale ressaltar em Piaget são suas extenuadas pesquisas no
desenvolvimento da criança.
Ele acreditava ser de extrema importância as atividades espontâneas da
criança visando a organização cognitiva voltada à preparação das operações da
inteligência, sendo esta concebida como um ser dinâmico que a todo instante se interage
com a realidade, operando ativamente com objetos e pessoas. Tendo esta interação
constante com o ambiente, faz com que, a criança construa estruturas mentais e adquira
maneiras de fazê-las funcionar.
Para Marieta Lúcia Machado Nicolau,
“...é necessário se ter um conhecimento profundo da criança, nos vários
seguimentos da população, como também um estudo árduo e prolongado das propostas
piagetianas, para que se possa chegar a uma utilização válida e
profícua”.(NICOLAU,1988, p.53)
Não há dúvida de que muito se tem contribuído no que se refere a conhecer
o desenvolvimento pleno das capacidades mentais de criança, que norteia o educador, para
que se possa trabalhar com o método Montessoriano, ciente do que está fazendo, de onde
se pode e quer chegar, observando que no planejamento pedagógico deve-se levar em
conta os potenciais e interesses típicos de cada idade.
Para Piaget este desenvolvimento ocorre quando acontecem ações físicas ou
mentais sobre objetos que, provocando o desequilíbrio, resultam em assimilação ou,
acomodação e assimilação dessas ações, e assim, em construção de esquemas ouconhecimento. Quando a criança não consegue assimilar o estímulo, ela tenta fazer uma
acomodação e após, uma assimilação chega-se ao equilíbrio.
“Vivendo um período de inteligência sensório-motora (zero
a dois anos) e pré-operatório (dois a sete anos), a criança agirá,
através de atividades, com seu corpo e terá um domínio total dos
grande e pequenos movimentos. Este domínio meios para aquisiçõesintelectuais, vivenciais, sócio-culturais advirá de um trabalho, neste
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período sensível com um material cientificamente preparado ao qual
denominados Material Sensorial de Desenvolvimento”.
(ALMEIDA,1998, p.4)
Em várias atividades do método Montessoriano, como por exemplo os jogos
de versamento onde a criança começa versando de um recipiente para outros materiais
sólidos e grandes, até chegar em versamentos de líquidos em recipientes menores. Sendo
preciso que ela esteja em desconforto (desequilíbrio) quando derruba, ela deseja conseguir
realizar esta tarefa com eficiência, (estímulo), refletir como pode realizar a contento,
(assimilação) até dominar esta atividade (equilíbrio) e indo para a próxima fazer que será o
desequilíbrio, assimilação, acomodação tendo o processo sucessivamente ,um após o outro.
Esses esquemas são estruturas que se modificam com o desenvolvimento
mental e que se tornam cada vez mais refinadas à medida que a criança torna-se mais apta
a generalizar os estímulos. Assimilação significa o processo cognitivo de colocar novos
eventos em esquemas existentes. Incorporar elementos do meio externo (objeto,
conhecimento, etc) a um esquema ou estrutura. É o processo pelo qual o individuo
cognitivamente capta o ambiente e o organiza possibilitando, a aplicação de seus
esquemas. O educando utilizará as estruturas que já possui na assimilação; e a acomodação
é a modificação de um esquema ou de uma estrutura em função das particularidades do
objeto a ser assimilado. Esta acomodação pode ser de duas formas, tendo em vista duas
alternativas: criar um novo esquema no qual se possa encaixar o novo estímulo; ou,
modificar um já existente de modo que o estimulo possa ser incluído nele.
É importante lembrar que a acomodação não é determinada pelo objeto e
sim pela atividade do educando, feita através do objeto, para tentar assimilar. Este processo
de assimilação e acomodação é chamado de adaptação.
A equilibração é o processo onde se passa da situação de menor equilíbrio para uma situação de maior equilíbrio. O desequilíbrio é a espera que determinada situação
ocorra de certa maneira e isto não ocorre.
Ressalta muito bem Versiani Cunha:
“ A teoria de Piaget, com sua ênfase na iniciativa e
atividade do sujeito, nos impele a adotar nova atitude diante da
criança: quanto mais se lhe permitir ser tratada como individuo, comalgo a oferecer à comunidade na qual se encontra na qualidade de
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criança, mais útil poderá tornar-se como adulto; quanto mais se lhe
permitir o uso da experiência direta, tanto melhor “aprenderá a
aprender”; quanto mais possa participar da organização e da
coletividade escolar, mais poderá enfrentar e solução dos problemas,
a tomada de decisões e a colaboração com os outros. Assim sendo,
tanto mais adaptável se tornará às transformações da vida”.
(CUNHA, 1973, p.100)
Piaget foi um estimulador da educação pré-escolar pela sua própria teoria
psicogenética, Ângela M. Brasil Biaggio, “esquematizou com muita clareza o
desenvolvimento intelectual segundo ele:
“I – Estágio sensório-motor (0 a 2 anos);
II – Estágio Pré-operacional (2 a 6 anos);
III – Estágio de operações concretas (7 a 11 anos);
IV – Estágio das operações formais (12 anos em diante)”
(NICOLAU, 1988, p.52)
Mas nos ateremos somente até nos estágios referentes a idade
correspondente ao estudo referido.
No estágio sensório-motor, a criança estabelece relações com o meio que
permitem a construção de ações, onde, ela já interiorizou o objeto na ausência do mesmo,
constituindo desta forma as primeiras estruturas intelectuais. A inteligência é formada
através da ação.
O estágio das operações concretas, está também dividido em dois outros
estágios. Primeiro período pré-operatório, também chamado de estágio da Inteligência
Simbólica. Caracterizado principalmente, pela interiorização de esquemas de açãoconstruídos no estágio anterior. Neste estágio a criança se apresenta:
Centrada em si mesma, (Egocêntrica ), não se imagina no lugar do outro;
Ela quer uma explicação para tudo, fase dos “Por quês”
Já age por simulação;
Age pela aparência sem relacionar os fatos.
E no segundo período das operações concretas, a criança desenvolve noções
de tempo, espaço, velocidade, ordem, casualidade, etc, Já sendo capaz de relacionar
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diferentes aspectos e abstrair dados da realidade. Em seus estudos, Rappaport, nos faz
lembrar que:
“ A preocupação central de Piaget dirige-se à elaboração
de uma teoria do conhecimento, que possa explicar como o organismo
conhece o mundo (...) Existe, para ele uma realidade externa ao
sujeito do conhecimento, e é a presença desta realidade que regula e
corrige o desenvolvimento do conhecimento adaptativo. A função do
desenvolvimento não consiste em produzir estruturas lógicas que
permitam ao individuo atuar sobre o mundo de formas cada vez mais
flexíveis e complexas”. (RAPPAPORT, 1981, p. 52)
A autonomia que é também muito marcante na teoria Montessoriana, Piaget
define sendo a autonomia moral algo fundamental para o desenvolvimento, o ser
governado por si mesmo. Todo ser nasce desprotegido e se torna autônomo a medida que
cresce, mas nem sempre é a autonomia ideal.
Enfatiza a responsabilidade, de educadores e pais na construção da
autonomia moral, dando à criança oportunidade constante para que perceba a relação com
a circunstância. Segundo Piaget, neste exercício para que a criança percebe as
conseqüências de ações, deve o adulto evitar a punição, pois se a criança é punida com
algo que nada tem a ver com a situação, por exemplo, perder o direito de brincar porque
não teve o rendimento esperado na escola, pode trazer conseqüências na formação de sua
autonomia moral.
Piaget acredita ser necessário para o desenvolvimento da autonomia moral
da criança que o poder do adulto seja reduzido. Ela, deve ser encorajada a construir por si
mesma os valores morais, tornando-se apta a tomar decisões por si mesma.
Liberdade completa não significa autonomia. Decidir de forma coerente,sendo o melhor para todos, observando os fatores considerados relevantes, isto é
autonomia. Ao construir a autonomia é necessário estabelecer sanções por reciprocidade
que estão diretamente ligadas com o ato inadequado da criança sob o ponto de vista do
adulto, onde a criança na relação consigo mesma e com o grupo deverá construir por si
mesma, regras de condutas através das coordenações de ponto de vista. Sempre que
possível deve-se dar à criança oportunidade de escolher, mesmo que sejam entre duas
coisas que desagradam, pois o elemento importante é a possibilidade de tomar decisões.
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A Pedagogia também faz menção a respeito aos sentimentos da criança, na
maneira de pensar e sentir. Existindo uma relação de afeto e respeito entre ela e o adulto,
será capaz de respeitar a maneira como os adultos pensam e sentem.
Os educandos, segundo Piaget, adquirem valores morais ao construí-lo
internamente. Ele coloca a importância da construção da autonomia moral para a
construção da autonomia intelectual. Defende também a necessidade das escolas buscarem
definir seus objetivos educacionais baseados na autonomia moral, pois a escola não deve
preocupar-se apenas em informar conteúdos, mas sim em formar cidadãos conscientes de
seus deveres, responsabilidades para construir em sua essência valores éticos universais,
ajudando na construção do social.
“O desenvolvimento cognitivo é o progresso gradativo da
habilidade dos seres humanos, precisamos não apenas saber que
ensino escolher para as crianças, ou modo como ensiná-las mas
sobretudo, quando ela está pronta para aprender as várias tarefas
intelectuais”. (BARROS, 1998, p.86)
Para ele o papel do professor não é dizer o que é certo ou errado, mas sim
levar a criança a pensar a respeito do fato ou circunstância , criando um juízo de fato
através de questionamentos que a leve a refletir diante de inúmeras respostas cabíveis à
situação, e isso só será possível através da coordenação de ponto de vista.
Sendo assim, quando a escola Montessori oferece à criança uma série de
materiais que possuem o controle do erro e permite que através do concreto a criança
operacionalize novos conceitos, encontra respaldo na teoria de Piaget pois possibilita que a
criança pense no erro e chegue a novas conclusões reformulando e buscando respostas
cabíveis à situação.O movimento é considerado essencial na educação infantil. Montessoriana,
pois através da ação que a criança irá construir o seu conhecimento, Piaget considera a
ação motora nos primeiros meses de vida essencial para a formação da inteligência.
“ Piaget ao se referir a importância da construção da autonomia moral
para a construção da autonomia intelectual, vai de encontro com a prática da escola
Montessoriana que considera extremamente importante que a criança desde pequena
exercite sua autonomia, que aprenda a escolher o que vai fazer bem a si própria e aosoutros”. (REVISTA OMB- 3a edição).
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Para Montessori liberdade é a capacidade do homem optar pelas coisas que
lhe farão bem. Piaget também encerra na sua teoria o conceito de liberdade como escolhas
adequadas para a vida.
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CONCLUSÃO
A criança na fase pré-escolar, ou seja, dos três a seis anos, tem uma
capacidade imensa de perceber e absorver tudo o que a rodeia. Nesta fase a criança
também é extremamente ativa e precisa canalizar toda esta energia e necessita estar em
atividades.
O método Montessoriano reúne estas características básicas e as aproveita
de forma benéfica e eficiente, respeitando a idade, o interesse (o objeto que esta criança
deseja alcançar) sua curiosidade, maturação, capacidade física e intelectual, social e
econômica.
Dar oportunidade de fazer ou tentar fazer, sem que isto seja algo punidor ou
premiado, mas o simples prazer de aprender e aprender, buscar o desconhecido de acordo
com as necessidades correspondentes. Tendo a satisfação de querer ir além do que já se
sabe, tornando-se autônomo na busca do conhecimento.
Toda vez que a criança tem a oportunidade de fazer, manipular, cheirar,
tocar, experimentar, ela adquirirá senso crítico e conceitos que irão interiorizar o
desconhecido dentro de si, dando certeza e autonomia do que faz. O educando seguirá em
seu próprio ritmo e idéias, sendo incentivado por seus próprios anseios e aspirações.
Conduzido a refletir sobre as responsabilidades diante de seu semelhante, da família,
sociedade e principalmente de si mesmo.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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COLL, César e outros. Desenvolvimento Psicológico e educação. Psicologia da
Educação. Vol 2, Porto Alegre: Artmed, 1996.
CUNHA, M. A Versiani. Didática fundamentada na teoria de Piaget. 2.ed., Rio deJaneiro: Forense, 1973.
GOULART, Íris Barbosa. Psicologia da Educação – Fundamentos teóricos aplicação e
prática Pedagógica. São Paulo: Vozes, 1987.
LOURENÇO FILHO, M. B. Introdução ao estudo da escola nova. 11 ed. São Paulo:
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RAPPAPORT, Clara Regina et alii. Psicologia do Desenvolvimento. “se.”. São Paulo:
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SEBER, Maria da Glória. Psicologia do Pré-Escolar uma visão Construtivista. “se.”. SãoPaulo: Moderna, 1995.
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BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
Internet: http://www.omb.org.br
MONTESSORI, Maria. O que toda criança gostaria que seus pais soubessem.. “s.d.”, “se”
“s.l.”.
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ANEXOS