morcegos e saúde ambiental

22
Morcegos e Saúde Ambiental Saúde Ambiental - Medicina Veterinária UNIRP Prof. Ms. Fernanda Vital

Upload: gui-zupirolli

Post on 15-Dec-2015

7 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Morcegos e Saúde Ambiental

TRANSCRIPT

Page 1: Morcegos e Saúde Ambiental

Morcegos e Saúde Ambiental

Saúde Ambiental - Medicina Veterinária – UNIRP Prof. Ms. Fernanda Vital

Page 2: Morcegos e Saúde Ambiental

Biologia e Ecologia de Morcegos

•Apresentam grande diversificação de hábitos alimentares, o que lhes confere importante papel ecológico.

•Mamíferos pertencentesà ordem Chiroptera (cheir=mão; pteron=asa /grego)

Page 3: Morcegos e Saúde Ambiental

Há espécies exclusivamente insetívoras, que são importantes controladores das

populações de insetos. Um morcego come mais de 600 insetos por hora à noite (baratas, mosquitos, pragas agrícolas)

Page 4: Morcegos e Saúde Ambiental

Há espécies frugívoras (que se alimentam de frutos) e nectarívoras (que se alimentam de néctar, pólen e partes das flores), que atuam na dispersão de sementes e na polinização de muitas espécies vegetais , sendo responsáveis pela regeneração de áreas florestadas (BREDT et al., 1996) Mais de 500 sementes dispersadas pelas fezes em uma única noite. Polinizam mais de 500 espécies de plantas

Page 5: Morcegos e Saúde Ambiental

•As três espécies exclusivamente hematófagas (que se alimentam de sangue) ocorrem somente na Região Neotropical, todas ocorrendo no Brasil.

•Nos ecossistemas naturais, os morcegos hematófagos auxiliam no controle das populações de vertebrados, através das sangrias e da transmissão de doenças como a raiva (BREDT et al., 1996)

Page 6: Morcegos e Saúde Ambiental

Seu sistema de ecolocalização e sua saliva (ação anticoagulante) são alvos de pesquisa científica

Page 7: Morcegos e Saúde Ambiental

Os morcegos são animais silvestres que se adaptaram muito bem as áreas urbanas, devido às condições encontradas nos ambientes urbanos, como a oferta de abrigos e alimentos (insetos e frutos). De acordo com a Instrução Normativa IBAMA nº 141/2006, os morcegos são considerados como animais sinantrópicos, ou seja, animais que utilizam de recursos de áreas urbanas de forma transitória ou permanente, utilizando-as como áreas de vida.

Morcegos X Ambiente Urbano

Page 8: Morcegos e Saúde Ambiental

Morcegos como reservatórios de doenças

Page 9: Morcegos e Saúde Ambiental

•Em toda a América Latina, os morcegos hematófagos Desmodus rotundus são os principais hospedeiros do vírus no ciclo silvestre, sendo os transmissores da infecção a bovinos e outros herbívoros (ciclo rural) •A partir do ano de 2004 a importância do morcego como transmissor da raiva aumentou, passando a ser considerado como a principal espécie agressora no Brasil. Essa mudança no perfil epidemiológico da doença poderia ser explicada por vários fatores: Expansão das áreas urbanas

Desmatamento

Falta de planejamento da arborização urbana

Demais fatores ambientais

•Atualmente, 41 espécies de morcegos já foram encontradas com evidências de infecção pelo vírus da raiva no país (SODRE et al., 2010), das quais muitas são sinantrópicas.

Contaminação da população humana e de animais domésticos

RAIVA

Page 10: Morcegos e Saúde Ambiental

Demais doenças

HISTOPLASMOSE Ao se agitar fezes ressecadas desses animais, partículas contendo esporos do fungo espalham-se no ar como poeira. A infecção ocorre quando as pessoas inalam essas partículas. SALMONELOSE É uma doença infecciosa causada por microorganismos do gênero Salmonella, bactérias entéricas do homem e de animais. Provocam febre e distúrbios intestinais. A infecção ocorre pela ingestão de alimentos ou pelo uso de objetos contaminados. Um fator de contaminação são as fezes de morcegos. Recomenda-se lavar bem as mãos e cuidar da higiene dos alimentos.

Page 11: Morcegos e Saúde Ambiental

Onde encontrar os morcegos?

ABRIGOS DIURNOS •Áreas que apresentam características que lhes propiciam proteção, área de repouso, locais favoráveis para a criação dos filhotes e também, constituem locais que permitem o desenvolvimento de interações sociais. •Essas áreas se caracterizam por apresentar pouca iluminação e um certo grau de estabilidade de temperatura e umidade • Nessa categoria estão as cavernas, ocos de árvores, fendas em rochas e inclusive telhados de prédios, e outros locais associados a habitações humanas.

No entanto, algumas espécies permanecem durante o dia em abrigos externos que são locais abertos, como entre os ramos, folhagens ou sobre a superfície do tronco das árvores. Essas áreas apresentam maior variação de iluminação, temperatura, umidade relativa e vento, e deixam os morcegos mais expostos à predação.

Page 12: Morcegos e Saúde Ambiental

Detalhe da entrada de uma caverna.

Page 13: Morcegos e Saúde Ambiental

CONTROLE POPULACIONAL DE MORCEGOS

Page 14: Morcegos e Saúde Ambiental

Os morcegos são protegidos pela legislação ambiental brasileira, sendo que as infrações são passíveis de penalidades civis, penais e administrativas: •Lei de Proteção a Fauna – Lei Federal no 5.197/67 • Lei de Crimes Ambientais – Lei Federal no 9.605/98 •Decreto Federal no 6.514/08

Page 15: Morcegos e Saúde Ambiental

•Este trabalho é realizado por técnicos especializados da Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio do Estado. •Caso tenha problemas com mordeduras em animais de produção (bovinos, equinos, outros) procure a Inspetoria Veterinária mais próxima. •O centro de Zoonozes do seu município também pode atuar com medidas de controle populacional destes vetores

Manejo de morcegos por empresas O manejo de morcegos em áreas urbanas pode ser realizado por empresas particulares, desde que cadastradas e licenciadas pelo SISBIO (ICMBIO) ou outro órgão ambiental estadual que ofereça este tipo de cadastramento.

Page 16: Morcegos e Saúde Ambiental

MÉTODOS RESTRITIVOS •São métodos que buscam evitar as agressões por morcegos hematófagos a animais e humanos, através de meios físicos que funcionam como barreiras de proteção entre presas e os morcegos hematófagos

•A barreira de luz pode ser eficiente, podendo ser utilizada em pequenas áreas, tendo como desvantagem o alto custo e a restrição a um pequeno número de animais. •A barreira física com telas impede o acesso dos morcegos aos animais, porém com um custo elevado conforme o material e área a ser protegida.

Page 17: Morcegos e Saúde Ambiental

MÉTODOS SELETIVOS INDIRETOS Nos indiretos o controle é realizado através do uso de substâncias químicas anticoagulantes usadas nos animais atacados. São métodos que buscam o controle, sem manter contato com o animal e estão baseados no conhecimento do comportamento de ataque desta espécie.

•Uso tópico de dois gramas de warfarina a 2% no local de mordedura, ou no dorso do animal agredido (visto que muitos morcegos hematófagos tendem a retornar ao local da mordida para se alimentarem por dias consecutivos)

Page 18: Morcegos e Saúde Ambiental

MÉTODOS SELETIVOS DIRETOS •necessita de equipes treinadas e perfeitamente capacitadas para a execução da atividade dentro das normas de biossegurança, posto que apresenta certo grau de risco na execução das atividades, necessitando de cuidados especiais. •o anticoagulante – (warfarina a 2% veiculada em vaselina solida) é utilizada na forma de pasta, que é aplicada diretamente no dorso dos quirópteros capturados durante as visitas aos abrigos.

Page 19: Morcegos e Saúde Ambiental

Este método funciona bem para os quirópteros hematófagos, pois este morcegos passam muito tempo lambendo um ao outro (“grooming”) no abrigo e, após a pasta química ser aplicada, os morcegos retornam para o abrigo onde ele próprio e os outros com os quais tiver contato, ingerem o anticoagulante através do “grooming”.

Anticoagulante: Causa hemorragias no trato digestivo, levando à morte do morcego entre sete a 14 dias. Todos estes métodos são altamente específicos e seletivos, pois eliminam apenas os morcegos heatófagos, que estariam se alimentando nos animais domésticos, preservando assim as demais especíes hematófagas, que se mantém alimentando-se principalmente de aves e animais silvestres (BRASIL, 2009; FLORES-CRESPO et al., 1974).

Page 20: Morcegos e Saúde Ambiental

O que FAZER ?

Procure a Secretaria de Meio Ambiente ou de Saúde de seu Município, o Centro de Zoonoses ou equipe especializada para que eles identifiquem os hábitos dos morcegos que ali habitam e dali os removam. Medidas que podem ser tomadas pela população:

• Troque algumas telhas do telhado por telhas de vidro, para permitir a entrada de luz dentro do forro. Os morcegos se escondem ali para fugir da luz do sol. Assim, eliminaria o abrigo que atualmente é adequado para servir de esconderijo. • Localizar por onde os morcegos entram no forro e vedar completamente estas entradas. •Repelentes (eficácia duvidosa)

Page 21: Morcegos e Saúde Ambiental

Adentramento ocasional em residências

Para captura segura siga os passos: 1. Mantenha a calma; 2. Lance um pano sobre o animal; 3. Com o auxílio de uma vassoura ou semelhante, coloque-o dentro de uma caixa de papelão, lata ou outro recipiente (Obs.: Não se esqueça de fazer pequenos furos para ventilação); 4. Não coloque álcool ou qualquer outro tipo de líquido conservante no recipiente; 5. Envie o animal para o Posto de Saúde mais próximo para realizar exame deraiva. Obs. NÃO capture animais com as mãos, pois a mordida é inevitável. Use sempre EPI´s (luvas, máscaras, botas de borracha).

Page 22: Morcegos e Saúde Ambiental

O que não fazer ? • Não mate morcegos indiscriminadamente. Além de prestarem serviço gratuito útil à sociedade - como a regeneração de florestas e controle de pragas - nem todos estão doentes; • Não toque em morcegos sem proteção, eles mordem para se defender;

• Não coloque venenos, pode haver risco de contaminar sua caixa de água e ocorrer acidentes com crianças e animais domésticos;