motociclismo nº 286 fev 2015

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O na v io a lm ira n te
Ka wasa k i Nin  ja 300/ 250SL
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DAKAR  2015
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PARA QUEM QUER TUDO NA VIDA
• NOVO SISTEMA TCS DE CONTROLO DE TRACÇÃO, COM 3 NÍVEIS DE ESCOLHA E OPÇÃO “OFF”
• VERSÃO DISPONÍVEL COM SISTEMA DE DUPLA EMBRAIAGEM-DCT DE 2ª GERAÇÃO, AINDA MAIS INTUITIVO
• CANCELAMENTO AUTOMÁTICO DOS INDICADORES DE DIRECÇÃO (PISCAS)
• NOVO DESENHO DO ASSENTO, PARA MAIOR CONFORTO E ACESSO FACILITADO AO SOLO
• VASTA GAMA DE ACESSÓRIOS GENUÍNOS À ESCOLHA
Imagem não contratual
AGORA COM AS OFERTAS QUE SEMPRE QUIS
TOP CASE MALAS LATERAIS
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moto na Europa, com muito para descobrir
46
90
norte-americana
INTRO 
  Calendário de Mototurismo; Editorial;
  16 Crónica de Miguel Oliveira
  17 Projeto CS_05 Zen
  Honda VFR800X Crossrunner e Yamaha
MT-09 Tracer. Aceitam-se apostas!
  30 Honda NM4 Vultus
esta moto única
  Teste duplo com as mais pequenas da
família Ninja, a bicilíndrica 300 e a nova
250 SL, monocilíndrica
  46 Confederate Hellcat X132
  Staff e contactos
  56 Shopping
  65 Mercado
  Encontrámos um tesouro escondido no
norte do País, com cerca de 2000 motos
num fabuloso museu/coleção privada
Filipe Iglésias e a sua Helmet Care
DESPORTO ///    84 Dakar 2015
  Paulo Gonçalves foi segundo
46 Confederate Hellcat X132 Speedst 22 Honda VFR800X Crossrunner
30 Honda NM4 Vultus
90 Honda NSR250, 1985
36 Kawasaki Ninja 300
54 Suzuki GSX1300R Hayabusa
42 SYM Maxsym 600i
22 Yamaha MT-09 Tracer
MOTOTURISMO ///    70 Viagem   Visitar a Escócia
  72 Cross Egypt Challenge   De scooter pelo Egito
MAGAZINE  ///   96 Banda desenhada
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4 02/2015
SEGUNDO OS DADOS QUE MENSALMENTE RECEBEMOS DA DIVISÃO DE MOTOCICLOS DA ACAP E QUE PUBLICAMOS MAIS À FRENTE NESTA EDIÇÃO,  2014 foi um ano de crescimento para o mercado nacional, com as motos de cilindrada superior a 125 cc a registarem um acréscimo de 20% face ao verificado em 2013, enquanto as 125 cc se mantiveram exatamente no mesmo patamar do ano
anterior (variação de somente uma unidade).Mais de cinco anos após a entrada em vigor da “lei das 125”, sentem-se com mais expressão, finalmente, os sinais de um mercado mais adulto, com muitos dos que entraram para o mundo das motos pela porta que a referida lei lhes abriu – ou a elas regressaram após experiências interrompidas na juventude - a tirarem a carta A e a darem o salto para as cilindradas superiores. O top 10 do mercado de motociclos (+ 50 cc) desde o início desta década também demonstra isso mesmo.
Nas contas finais de 2010, os dez modelos mais vendidos eram todos de 125 cc, o mesmo se passando em 2011. No ano seguinte, a Honda conseguiu colocar uma lança em África com a sua NC700X, que fechou as contas de 2012 no 5º posto da tabela das mais vendidas, e em 2013 a NC700X voltou a ser a única moto +125 cc no top 10, agora no 4º posto. A novidade em 2014, para além dos números gerais positivos, foi que, desta feita, terminámos o ano com três motos de
cilindrada superior a 125 cc no top 10 – com a já “crónica” NC-X (agora 750) na 4ª posição, a BMW R1200GS no 7º posto e a Yamaha MT-07 no 9º lugar da tabela. Somos cada vez mais e, quer-me parecer, melhores. De um modo geral, hoje em dia começa-se a andar de moto mais tarde, mas isto também faz dos novos motociclistas, ou de boa parte deles, condutores mais cuidadosos e melhor formados, com mais acesso a informação e melhores condições para evoluírem. Sejam bem vindos e fiquem connosco!
A marca italina aliou-se aos capacetes Skully, no sentido de trabalharem em conjunto para desenvolver novas
formas de ligação entre o motociclista e a sua moto. A Skully já apresentou o seu primeiro capacete com viseira “HUD”, que mostra ao condutor as mais variadas informações sobre a moto, apresenta o percurso através de GPS, entre outras coisas. A Aprilia pretende integrar o seu próprio sistema de ligação condutor/moto, o V4-MP, disponível para smartphones, no capacete Skully, e dentro em breve poderemos alterar, por exemplo, a afinação das suspensões ou os mapas de motor através de comandos de voz.
Desde 2003 que os participantes do Lés-a-Lés não passavam em Albufeira, mas, na 17ª edição, que se realiza de 7 a 9 de junho, a Comissão de Mototurismo da Federação de Motociclismo de Portugal decidiu regressar a esta cidade algarvia onde estará instalado o palanque final. As inscrições estão abertas desde 1 de fevereiro, são limitadas a 1000 participantes e têm um
custo de 135 euros. Fique atento awww.motociclismo.pt para saber todos os detalhes desta aventura. Também com o intuito de descobrir Portugal, mas numa perspetiva fora de estrada, será realizado o 1º Lés-a-Lés Offroad, com partida em Bragança e chegada a Lagos, entre os dias 23 e 26 de setembro. As inscrições estão limitadas a 250 participantes, e podem ser feitas até dia 31 de agosto. Mais informações em www.fmotoportugal.pt .
SOMOS MAIS
E MELHORES
17º Lés-a-Lés regressa a Albufeira para festa final
w w w .mo t o c ic lismo . p t   37 
36   0 2/20 15
TESTE
K aw asak i Ni n ja 250 SL / 30 0 ABS
A K aw asak ié  c o nheci d ap elasd esp o r ti v as d e elev ad a p er fo r manc e , ind ep end entemente d aci lind rad a. Lad o a lad o  ,t est ámo s asmai s p equenas 250 SL e 30 0 ABS , o sd o i s p r imeir o s p asso s na esc o la d e Nin jas. 
250  SL: fal ta for ça a b aix as r ot açõ es,d e p ó si t o e sguio  par aapo iar as pe r nas 30 0: tat o d o t rav ão  fro nt ale sp o nj o so  ,af inação  mui t o s uav e d a f or qui l ha
250 S L: lev ez a d o  co nj unt o, t rav agem e f icaz,s us p ensõ e s f irmes ea gi l idade 30 0: mo t or bastant e fo rte  ,A BS  impe c áv e l, e st ab i lid ad e nas t ra j etó rias 
E SC O LA D E  NIN JAS
Texto : BrunoGomes F oto s: JoãoC arlos O liveira
LUIS C ARLOS SOUSACap acete Sc hubert h SR1Fat o  Spidi Hook  LuvasBering RX0 8 Bot asTC X S-Speed
BRUNO GOME S Cap acete:  Schuber th SR1Fato:  D ainese MonzaLuvas: Rev‘i t Jer ez P roBo t as:  T CX RS2
84   02/2 01 5
UmDak ard eprataparaPauloGonçalves(7).
MarcC omav enceu os eu quintoD ak ard epois
de uma lutai ntensa com aP aulo Gonçalves,
que desta vez conseguiu levar asu a Honda
até aof inal do Dakar.
E  VÃO CINCO PARA COMA
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A Motorbike Expo foi palco escolhido para revelar as primeiras transformações oficiais da Scrambler Ducati.
Era apenas uma questão de tempo até os melhores customizadores “atacarem” a nova Scrambler Ducati e, na Motorbike Expo, realizada em Verona, Itália, a marca italiana fez questão de revelar as três primeiras Scrambler modificadas com selo de aprovação da Ducati. Aproveitando as versões Scrambler Full Throttle, Urban Enduro e Classic, cada preparador alterou a moto a seu gosto! A Deus Ex Machina Itália “Hondo Grattan” é inspirada nas motos de speedway, que recebe uma traseira de uma única peça fabricada em alumínio, um sistema de escape exclusivo e ainda um guarda-lamas frontal assimétrico, sendo que a Deus Ex Machina não esconde que gostava de a ver em ação numa oval de speedway. Já a Scrambler Café Racer
de Mr. Martini adota as formas das motos americanas dos anos 70 do século passado. O nome desta versão é a clara demonstração da fusão de estilos scrambler e café racer, exibindo uma traseira de estilo “flat track” e um escape elevado, além de um frontal aerodinâmico. Por último, a Officine Mermaid mostra a sua visão de uma Scrambler sem medo dos pisos de terra e sem problemas com os riscos. A Scratch destaca-se pelo uso de jantes 21’’ e 18’’ e pneus próprios para o “offroad”.
Novo look  da Scrambler
Officine Mermaid Scrambler Scratch
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 Já foi apresentada a edição 2015 do Lisboa Moto Show, na FIL, que terá lugar de 9 a 12 de abril.
Foi revelada oficialmente a edição 2015 do Lisboa Moto Show, o salão nacional de motos que, de 9 a 12 de abril (quinta a domingo), levará as novidades da indústria, e não só, aos pavilhões da Feira Internacional de Lisboa, no Parque das Nações. O evento seguirá os moldes da edição de 2013, que se saldou por
um sucesso de afluência, com quase 50 mil visitantes, a que não terá sido estranho o formato de quatro dias e a integração com outros dois certames que decorriam, nos mesmos dias, nos pavilhões anexos, o Motor Clássico e o Mundo Abreu. Este ano, para além das exposições referidas e do Lisboa Moto Show, a FIL vai receber nas mesmas datas a 45ª edição da Nauticampo, um salão que se tornou num dos grandes “clássicos” da FIL mas que, devido às dificuldades do mercado, não se realizava desde 2011. Neste sentido, irá haver um bilhete conjunto, pelo menos para o Moto Show e para a Nauticampo,
permitindo que se visitem ambos os certames pelo preço de um. Tal como em 2013, o Lisboa Moto Show terá uma área de 15 mil metros quadrados, incluindo a área coberta e os espaços ao ar livre onde irão decorrer atividades paralelas, como test rides e uma prova de Trial Urbano. Esta edição tem uma parceria com a
Federação de Motociclismo de Portugal, que abrangerá, para além do Trial, outras ações a revelar, entre as quais a coordenação dos eventos programados com o Dia Nacional do Motociclista, que se realiza a 12 de abril perto da capital, em Torres Vedras. Está ainda prevista mais uma edição do Scooter Day e a realização de espetáculos musicais, complementos de programa que se pretende animado e irá, certamente, superar aquilo a que assistimos em abril de 2013. Fique atento à MOTOCICLISMO e a www.motociclismo.pt e acompanhe connosco as novidades do Lisboa Moto Show.
Lisboa Moto Show em abril
Durante quatro dias, de 9 a 12 de abril, volta a realizar-se na FIL o Lisboa Moto Show, apontando para a repetição do sucesso verificado em 2013
Durante o Consumers Eletronic Show, a Gogoro apresentou aquela que pode vir a revolucionar o mercado das motos elétricas, a SmartScooter. Esta scooter destaca-se por aprender os nossos hábitos e necessidades de condução. Utilizando um serviço Cloud, a SmartScooter partilha várias informações com um sistema informático da Gogoro, que depois utiliza os dados para otimizar a utilização da scooter, como por exemplo, indicando qual o posto de recarga e troca de baterias mais perto da nossa posição, que tem baterias com energia suficiente para chegarmos ao destino. As baterias são trocadas em menos de 2 minutos, eliminando um dos obstáculos deste tipo de veículos. A Gogoro tem alguns acordos concretizados para implementação de uma rede de postos de recarga em várias cidades, e outro ponto a destacar é que cada posto tem um custo estimado de 8.500 euros, valor considerado baixo. A Gogoro pretende comercializar a SmartScooter a partir do final de 2015.
Gogoro SmartScooter: a revolução nas motos
elétricas chega em 2015!
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Nova YAMAHA TMAX. O MAX supera-se a si mesmo.
A nova TMAX define uma nova fronteira no prazer de condução: ainda mais refinada, ainda mais TMAX.
Ainda mais inovadora, graças à nova suspensão dianteira equipada com forquilhaupsidedown, que
aumenta a estabilidade, ao novo e moderno sistema de igniçãosmartkey , e à redesenhada carenagem
frontal, ainda mais aerodinâmica, equipada com um conjunto de poderosos faróis totalmente em LED.
Descubra ainda o estilo mais refinado da nova TMAX na versão especial IRON MAX – concebida para
impressionar – disponível numa cor exclusiva, única, jarras da suspensão dianteira e tampas das pinças de
travão em dourado, e um selim com desenho especial e acabamentos exclusivos. Nova TMAX. Ser MAX nunca é demais!
Nova TMAX, Ser MAX nunca é demais!
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8 02/2015
Redação [email protected] Rua Policarpo Anjos, nº 4, telefone: 214 154 581/2/3 1495-742 CRUZ QUEBRADA/DAFUNDO
CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO Presidente VOLKER BREID
 Vice-Presidente e Admini strador DelegadoJOÃO FERREIRA   Vogal NORBERT LEHMANN
Diretora-Geral Comercial  Cecília Pina Prata Publicidade Diretor Paulo Baptista [email protected] Tel: 214 154 563
Diretor Luís Carlos Sousa [email protected]
Jornalistas Rogério Carmo [email protected] Bruno Gomes [email protected] Ensaios Alberto Pires, David Seguro, Rodrigo Castro
Colaboradores A. Nicolau, F. Pedrinho Martins, Luís Lourenço, Luís Pinto-Coelho e Pedro Homem Duque Correspondente internacional Alan Cathcart Arte
Coordenador Miguel Félix Filipa Ferreira, Filipa Fonseca, Joana Prudêncio, Marina Gonçalves, Miguel Ferreira, Teresa Cohen Fotografia João Carlos Oliveira, Rui Botas, Pedro Lopes
Marketing José Clemente, Maria Teresa Gomes, Vera Santos Tel: 214 154 580 Assinaturas e edições atrasadas: Sara Tomás Tel: 214 154 550 Fax: 214 154 501  [email protected]
Motor Presse Stuttgart GmbH & Co. KG. Presidents Volker Breid / Norbert Lehmann CEOs Volker Breid / Henry Allgaier
Director Product Development Robert WiljanBusiness Development & Strategy / Licensing Michael Trampert   Edição, Redação e Administração
Motor Press Lisboa – Edição e Distribuição S.A., Rua Policarpo Anjos, nº4, 1495-742 CRUZ QUEBRADA/DAFUNDO. Tel.: 21 415 45 00. Fax: 21 415 45 01. Com o capital social de 250.000 euros, registada no Registo Comercial de Cascais, nº 08613, cont. nº 502 561 408. Publicação registada na Entidade Reguladora para a Comunicação Social sob o nº 114182. Propriedade: Motor Press Ibérica S.A. e
Cruz Quebrada Media S.A. Ancora 40-28045 Madrid Espanha.
Impressão: Lidergraf – Sustainable Printing Depósito Legal nº 48490/91
Distribuição: Urbanos Press – Rua 1º de Maio, Centro Empresarial da Granja, 2525-572 Vialonga
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Edição escrita ao abrigo do novo acordo ortográfico
Membro:
Suécia Motorrad
Suiça Töff
Grupo editorial presente em 19 países, entre os quais 20 revistas de motos em 16 países.
MotoGP está a começar e há várias novidades neste início de ano: Kawasaki quer regressar, KTM aposta forte e Ducati não tem GP15 pronta.
Os fãs de MotoGP estão a tentar perceber o que vai acontecer em 2015, mas as principais novidades até poderão ter efeitos só em 2016. A maior de todas é que a Kawasaki estará a pensar no regresso. Dominique Aegerter testou um protótipo em Jerez a convite da própria marca, o que parecia confirmar essa intenção, mas a moto foi preparada pelos franceses da Akira, o que mantém a dúvida sobre o regresso. Já a KTM acredita que o ex-diretor de equipa de Dani Pedrosa, Mike Leitner, é a pessoa indicada para trabalhar no protótipo austríaco a usar a partir de 2017. Leitner foi contratado e leva consigo muitos conhecimentos, no que
será uma grande mais-valia para a KTM neste projeto. Por último, a Ducati tenta recuperar a diferença para a Honda e Yamaha, mas a vida está complicada. Gigi Dall’Igna confirmou recentemente que o novo protótipo GP15 está atrasado, e que os pilotos só o poderão testar no final de fevereiro. Fique atento a www.motociclismo.pt para saber todas as novidades.
MotoGP commuitas novidades
Dominique Aegerter testou o protótipo a convite da Kawasaki... mas a moto é preparada pela Akira
Mike Leitner abraço o projeto de MotoGP da KTM, e leva consigo a experiência que ganhou na Honda
Gigi Dall’Igna confirmou que o novo protótipo da Ducati, a GP15, deverá estar pronta no final de fevereiro
http://slidepdf.com/reader/full/motociclismo-no-286-fev-2015 9/100
No fim-de-semana de descanso da maior e mais mediática prova do desporto motorizado mundial, o Rally Dakar, um grupo crescente de motociclistas apaixonados pelo todo o terreno junta-se em Portugal, com as suas motos, para também fazer umas pistas. É o “Nosso Dakar”, um evento organizado pela Espaços Sonoros, e que tem o patrocínio de marcas conceituadas como a Nexx Helmets, a Touratech, a BMW Motorrad e a Drenaline. O ponto de encontro desta segunda edição, que reuniu cerca de 300 participantes, teve lugar no sábado, 10 de janeiro, logo de manhã na bela vila de Arrifana. Trilhos deslumbrantes e pistas de nível
técnico médio, com a navegação a poder ser feita por GPS, ou por RoadBook, doisdias de passeio levaram os participantes até às margens do Guadiana e à bela vila de Alcoutim. Pode ver mais aqui: www.facebook.com/events/744074202308337
O “Nosso Dakar 2015” foi um sucesso...
De acordo com as mais recentes notícias vindas do Japão e do Reino Unido, a Suzuki está a preparar um regresso ao topo do mundo das duas rodas. Do Japão chegam rumores de que a concept Recursion, com o seu motor sobrealimentado por um turbocompressor, estará a caminho da produção para 2016, talvez até utilizando um antigo nome da marca, a Katana. Do Reino Unido as últimas notícias dão conta que um concessionário da Suzuki está a remodelar o seu espaço para receber uma “nova desportiva até final do ano”, o que deixa no ar que a GSX-R1000 vai finalmente ser renovada de forma mais profunda.
Suzuki quer regressar ao topo!
A Logos Technology já recebeu o “ok” para continuar a desenvolver a SilentHawk, uma moto híbrida, com tração às duas rodas, e que terá pintura especial que a torna invisível aos radares. O exército americano parece assim resolver um problema antigo, e as forças especiais terão um novo veículo de assalto que pode ser adaptado com vários acessórios para utilização em vários tipos de cenário de guerra.
SilentHawk recebe o “OK”
do exército americano
Foram descobertos vários documentos e esquemas que indicam que a Honda estará a trabalhar numa moto de três rodas. No entanto, e enquanto a Yamaha Tricity ou a Piaggio MP3 são consideradas scooters de três rodas e apostam em motores de cilindrada mais baixa, a Honda está a desenvolver a sua moto aproveitando a
plataforma da NC750, o que significa que a três rodas da Honda terá um motor bastante mais potente e outras capacidades em comparação com este tipo de motos que conhecemos atualmente. De acordo com os esquemas que foram descobertos, a Honda utilizará um sistema de suspensão frontal tipo paralelogramo que permite que a moto se incline. Para ficar a par das mais recentes novidades deste projeto da Honda fique atento a www.motociclismo.pt .
Honda patenteou moto com três rodas
A concept Recursion estará pronta para comercialização em 2016!
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10 02/2015
Está oficialmente inaugurada a nova sede da Multimoto, empresa de Oliveira de Azeméis fundada em 1989 e que tem vindo a crescer de forma sustentada, conquistando uma posição de destaque no mercado. No dia 17 de janeiro, centenas de convidados puderam assistir ao destapar da placa comemorativa que abriu, de forma oficial, as portas das novas instalações, e entre eles estava o Campeão Mundial de SBK em 2013, Tom Sykes. Com espaços dedicados às várias marcas representadas pela empresa, como a Kawasaki, Keeway ou os acessórios de marcas como a Alpinestars, ProGrip, Renthal ou Öhlins entre muitas outras, esta mudança implicou um investimento de 2,5 milhões de euros, e é uma clara aposta da empresa em melhorar a sua oferta, alicerçada numa faturação anual que já atinge os nove milhões de euros! Adriano Duarte, num discurso emotivo, não deixou de apontar o esforço que tem sido feito por todos na empresa, confiante que esse esforço valerá a pena pois “passamos a ter condições que nunca tivemos e que há muito ansiávamos”. A nova sede fica na Rua Joaquim da Silva Landeau, Zona Industrial de Oliveira de Azeméis,
e o novo telefone de contacto é o 256 000 200.
Foram inauguradas as novas instalações da Multimoto, celebrando os 25 anos de vida da empresa de Oliveira de Azeméis.
A nova casa
Tom Sykes foi um dos convidados de honra na inauguração
Calendário Mototurismo FMP 2015 Para 2015, a Federação de Motociclismo de Portugal divulgou os seguintes calendários, referentes às concentrações organizadas por clubes federados e ao Troféu de Moto-ralis Turísticos, bem como os eventos especiais que são o 17º Portugal de Lés-a-Lés, o Dia Nacional do Motociclista e, pela primeira vez, um “Portugal de Lés-a-Lés Off Road”.
CALENDÁRIO 2015 
Eventos especiais
Torres Vedras
23/26 de setembro 1º Portugal de Lés-a-Lés Off Road
Troféu de Moto-ralis Turísticos
18/19 de abril Mototurismo do Centro
9/10 de maio C. Varadero-Crosstourer Portugal
27/28 de junho M.C. Motards do Ocidente
25/26 de julho M.C. Rio Maior 29/30 de agosto Moto Cruzeiro Bragança
19/20 de setembro Moto Galos Barcelos
17/18 de outubro Góis M.C.
7/8 de novembro C.M.C. Guimarães
Concentrações
1/3 de maio M.C. Montijo
8/10 de maio A.C. Moto Galos Barcelos
15/17 de maio M.C. Campense
29/31 de maio M.C. Prado
29/31 de maio M.C. Moura
5/7 de junho M.C. Foz do Lima
5/7 de junho M.C. Brotas
5/7 de junho M.C. Olhão
12/14 de junho M.C. Alfena
19/21 de junho M.C. Mirandela
19/21 de junho M.C Braga
26/28 de junho M.C. Vizela
26/28 de junho M.C. Tesos do Ribatejo
26/28 de junho M.C. Barreiro
10/12 de julho G.M. Lobo & Companhia
16/19 de julho Concentração Internacional M.C. Faro
24/26 de julho C.M. Chaves
24/26 de julho M.C. Abutres do Douro
31/2 de agosto C.M. Motabout
31/2 de agosto M.C. Régua 7/9 de agosto M.C. Bragança
7/9 de agosto M.C. Baionense
13/16 de agosto Góis M.C.
21/23 de agosto G.M. Vilar de Mouro
21/23 de agosto M.C. Viseu
28/30 de agosto C.A. Lamego
28/30 de agosto G.M. Vidigueira
4/6 de setembro M.C. Tuku-tuku Castelo Branco
4/6 de setembro M.C. Lagoa
11/13 de setembro M.C. Mafra
18/20 de setembro M.C. Fenómenos Entroncamento
18/20 de setembro M.C. Xupa Kabras
2/4 de outubro M.C. Estremoz
7/8 de novembro M.C. Tubarões de Portugal
13/15 de novembro M.C. Vale do Sousa
8/9/2019 Motociclismo Nº 286 FEV 2015
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12 02/2015
A Triumph está a trabalhar num conjunto de novidades para 2016, entre elas as novas café
racer 1100 cc, e, de acordo com esta foto “espia”divulgada pelo website Olipeil.nl, uma Tiger Explorer 1200 retocada. Do que podemos visualizar na imagem, a Triumph renovou o design e aerodinâmica da Explorer com utilização de um novo bico frontal e ecrã - que também conta com novo suporte -, as suspensões são também novas e vão contar com sistema de ajuste eletrónico derivado da Triumph Trophy, enquanto a travagem passa a estar entregue a um sistema Brembo em vez da Nissin.
No último Salão de Milão – EICMA a Husqvarna, sob domínio da KTM, revelou duas novidades em formato conceptual que deixaram os fãs bastante interessados
no que será o futuro das “Husky”. Agora é a vez de sabermos um pouco mais do que vai acontecer com as 401 Concept, a Svartpilen e Vitpilen – Black Arrow e White Arrow -, pois o Diretor Executivo da Husqvarna, Reinhold Zens, indicou 2017 como ano em que iremos assistir à revelação destas duas motos na sua versão
de produção. De acordo com o responsável da Husqvarna, cada uma das motos irá usufruir da
plataforma que a KTM aplica na RC390 e na Duke 390, incluindo quadro e motor. Em relação ao aspeto, Zens não esconde que “podem não ser iguais às concept, pois uma concept é, afinal de contas, o sonho de um designer e as motos de produção têm de cumprir regras. Mas terão definitivamente o mesmo estilo”.
As duas 401 Concept chegam em 2017
Fechadas as contas após o final de dezembro, o ano findo relevou-se bastante positivo para o segmento das motos “grandes”, ou seja, acima de 125 cc, com um aumento de 20% em relação a 2013. No que respeita às 125 cc, os números mantiveram- se intocados (variando apenas uma unidade),
enquanto as 50 ccdescem 5,5 % no acumulado. Onde a tendência de queda não abranda é nos moto 4, que em 2014, novamente, fecham o ano com números bastante negativos, contribuindo para um valor acumulado de -23%.
2014 fecha
Dados: ACAP
Sport   News
TT Series levam a Ilha de Man a todo o mundo O governo da Ilha de Man, onde se realiza o evento mais mediático do “road racing”, o Tourist Trophy, está à procura de investidor interessado em criar uma competição mundial “TT Series”. Este campeonato vai levar as corridas em estradas públicas a todo o Mundo e o culminar da
temporada será o próprio TT na Ilha de Man. As primeiras informações, não confirmadas para já, dão conta da intenção do TT Series visitar países como a Austrália, África do Sul, Argentina e também Macau. Cada evento durará 4 dias, cada percurso terá pelo menos 10 km de extensão e os mais conhecidos pilotos de “road racing”já se mostraram entusiasmados com a ideia.
Henrique Nogueira abandona competição O piloto Henrique Nogueira anunciou que abandona a competição a nível profissional. Em 2014 uma lesão obrigou-o a longa paragem, e agora colocou um ponto final na carreira: “Cheguei a um momento, após quase 7 anos a praticar Motocross, Supercross, Enduro, Extreme, Raids, desde o campeonato do Mundo a Europeus, Nacionais, Internacionais, Selecção, campeonatos Nacionais, Regionais e até o troféu da aldeia, e claro, uma mão cheia de lesões e parafusos, em que temos de tomar opções e determinar qual a nossa real ambição”.
  Variação % Unidades Unidades   2014 2013Motociclos +125 cc Dezembro 63,4% 286 175 Acumulado de 2014 20,3% 4872 4049
Motociclos 125 cc  Dezembro -19% 479 591 Acumulado de 2014 0% 10567 10568
Ciclomotores 50 cc  Dezembro -14,1% 122 142 Acumulado de 2014 -5,5% 2299 2432
Moto4 / ATV +50 cc  Dezembro -45,2% 23 42 Acumulado de 2014 -23,1% 466 606
Dados de dezembro 2014
Motociclos + 125 cc
Honda 1385Yamaha 880 BMW 777 Kawasaki 265 KTM 244 Suzuki 215 Ducati 154 Piaggio 153 SYM 145 H.-Davidson 140
Motociclos 50/125cc Honda 3122 Keeway 2491 SYM 1884 Yamaha 1317 Kymco 875
Top Marcas – Acumulado
Moto 4/ATVYamaha 92 Suzuki 58 Kawasaki 54 SYM 37 Honda 32
Top Modelos 1º Honda PCX125 2092 2º Keeway Superlight 125  862 3º SYM GTS 125 555 4º Honda NC750X  495 5º Honda CBF125 419 6º Keeway RKV 125 357 7º BMW R1200GS 345 8º SYM Wolf 125 317 9º Yamaha MT-07 310 10º Honda Vision 110 272
Fotos “espia” mostram Tiger Explorer retocada
Website Olipeil.nl divulgou as primeiras foto “espia” da Explorer
8/9/2019 Motociclismo Nº 286 FEV 2015
http://slidepdf.com/reader/full/motociclismo-no-286-fev-2015 13/100
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14 02/2015
Uma volta completa às duasAméricas. Uma aventura para nunca mais esquecer! Para acompanhar esta aventura, siga o website: www.americatourbmw.com
O América 2 - America Tour BMW – vai ser o maior desafio mototurístico pan-americano jamais realizado e é uma ideia
original do motociclista espanhol, viajante universal, jornalista eembaixador da BMW Motorrad, Gustavo Cuervo, que esteve em Lisboa no passado dia 17, para apresentar este desafio a convite do fórum BMW CKLT e com o apoio dos concessionários BMW Caetano Baviera e Motomil. O América 2 (lê-se “América ao quadrado”) vai, através de 22 países, percorrer um total de 250.000 quilómetros, realizados por 25 equipas de 14 nações diferentes e conduzindo tão-somente
quatro BMW R1200GS Adventure, totalmente equipadas pela Touratech e calçadas com pneus Pirelli Scorpion Trail II.
Esta promete ser a viagem mais completa através das Américas,indo de norte a sul e de sul a norte - desde o Alaska até a Ushuaia e vice-versa! As equipas vão cumprir etapas de aproximadamente 3.000 km que podem durar de 10 até 14 dias. Associadas a este projeto existirão atividades sociais e humanitárias que permitirão aos participantes explorar e relacionar-se com as culturas, os costumes e as gentes dos lugares por onde vão passar. A partida para esta aventura terá lugar no próximo dia 4 de abril, em Miami e, em homenagem à sua fundadora, Julia DeForest Tuttle (a única mulher que fundou uma das principais cidades americanas), a primeira equipa será contituída por quatro mulheres espanholas. Nesta aventura irão também estar presentes pelo menos quatro portugueses, que irão fazer a terceira etapa do evento, entre Nova Iorque e Chicago, num percurso de mais de 2.500 km que passa por Toronto, contornando os grandes lagos e que começa a 27 de abril. Para além do Gustavo Cuervo, a equipa da organização integra alguns dos mais referenciados viajantes espanhóis de aventura, entre eles Emilio Quesada, que encheu 16 passaportes somando mais de um milhão de milhas, Alicia Sornosa, que se converteu na primeira mulher espanhola a dar a volta ao Mundo, e ainda o argentino Emilio Scotto, que tem o recorde mundial da maior viagem em moto à volta do Mundo, passando através de 279 países e durante mais de 10 anos. Ainda há vagas! Atreva-se! Para mais informações ligue-se a: http://www.americatourbmw.com
America 2 4 mot os 250.000 k m 25 et apas 22 paí ses 25 equi
pas100 par t ic ipant es 14 nac ionalidades
Gustavo Cuervo, Tomas Regalado - Mayor de Miami, ao centro e Emilio Quesada, à direita
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16 02/2015
Miguel Oliveira
crónica
O  lá a todos! Antes de mais desejo que o Ano 2015 vos
traga a realização pessoal e profissional que tanto
desejam e com uma boa dose de saúde. Foi por aqui
que comecei o novo ano. Tratar a minha saúde e físico é parte
integrante da época de defeso.
Para os que não sabem, durante o decorrer dos meses de dezembro
e janeiro, nós, pilotos das três categorias, estamos estritamente proibidos
de poder realizar qualquer tipo de treinos com a nossa moto de
competição, por isso, há que arranjar alternativas de treino.
Após as festas de Natal, Ano Novo e aniversário, voltei a treinar
a minha condição física com o meu treinador, o Bruno Jorge. É no Bruno Jorge que deposito toda a confiança para estar a 100% e para
enfrentar cada competição, e é também a ele e aos seus conselhos
que se deve a minha excelente condição física. A preparação física é
muito importante para guiar uma moto ao mais alto nível.
Imaginem-se numa reta a 230 km/h e reduzirem, num espaço de
100 metros, a velocidade para 60 km/h o impacto que tem as zonas
abdominal, pescoço e tricípede. Mas não só…pensem que um circuito
não tem só uma travagem forte, tem duas, três, quatro ou cinco, e que
uma volta até se suporta, mas uma corrida? E as mudanças de direção e
as acelerações? Se juntar a estes fatores um fato de couro bem pesado,
um par de botas, um capacete e 40 graus de temperatura, então vão
perceber que a hidratação e o treino cardiovascular são tão ou mais
importantes que qualquer outro treino.
Pilotar uma moto em circuito significa fato justo à barriga, e respirar
de barriga apertada com vento que entra por baixo do capacete, que de
certa forma bloqueia o ar que ingerimos. Ar esse, essencial para controlar
a respiração e ajudar a baixar o ritmo cardíaco, aliado ao fator adrenalina,
é uma tarefa superável apenas e só com boa preparação física.
A questão do treino é algo que permanece como um dogma.
Ainda não se descobriu um “treino-tipo” que todos os pilotos
pudessem seguir e garantir resultados. Todos seguimos um pouco
o que os bem sucedidos fazem e também daquilo que resulta para
cada um pessoalmente. Eu sou um pouco da mentalidade de que
a melhor preparação para andar de moto é, efetivamente, andar
de moto! O ginásio teria de ser um complemento para superar as
nossas debilidades físicas em cima de uma moto.
Não podendo eu pegar na minha moto e ir ao autódromo do Estoril
uma tarde fazer umas 30 voltas, estou limitado a fazer outras disciplinas
como o supermoto, motocross ou enduro. Treinos que são ótimos
fisicamente e que me permitem estar em contacto com o motor.
É por aqui que tenho passado a maior parte do tempo, ginásio,
ciclismo e motocross. Todo o contacto com o motor que tenho tido
por estas alturas leva-me à conclusão de que vivemos no melhorsítio para treinar!
Por esta altura tenho que estudar para os exames, o que me
diminui o tempo disponível para treinar, mas, ainda assim, sinto-me
muito melhor do que me sentia no ano passado por esta altura. Tenho
feito testes de avaliação física e são muito satisfatórios. Já me encontro
a 90% da planificação para esta temporada, a dois meses do início do
campeonato. Enquanto nós, pilotos, nos dedicamos à condição física,
a KTM não para! Ainda antes de partirmos para o primeiro teste IRTA
2015, em Valência, vamos testar durante dois dias. Os testes estão
agendados para o início de fevereiro em Almeria para seguimos,
nas semanas seguintes, até Valência e Jerez de la Frontera. Estou
ansioso por poder voltar a montar na KTM, rodar, recuperar as boas sensações e começar a trabalhar!
Não quero terminar sem agradecer o tempo que dispensaram
a estas linhas, que espero sejam do vosso agrado, e aplaudir a
participação de todos os portugueses neste Dakar. Ainda não foi
desta que os nossos representantes conseguiram a vitória, mas
é importante que vocês leitores saibam que nós pilotos damos o
máximo e trabalhamos para vencer cada corrida!
Um abraço a todos,
MO#44
P.S. - A Oliveira Cup é algo pensado para vocês e, sobretudo, para o
motociclismo nacional. Todos juntos podemos fazer melhor. Participem! 
Durante o período de defeso, Miguel Oliveira tem aproveitado para intensificar os treinos físicos - pois andar de moto, só em todo-o-terreno -, estando em plena forma para a época que se aproxima!
TREINOS DE INVERNO
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Últimos retoques...
P  or agora está feito! A Zen já saiu das
mãos do mestre Jorge Brandão e
começa uma nova fase!
Foi visivelmente emocionado que o
grande serralheiro acompanhou a pequena
SR400, agora bem mais leve do que estava àchegada, aos portões da sua empresa e a viu
ser carregada para transporte.
acostumado a ver as linhas arredondadas e a
silhueta esguia da Yamaha, bem no centro da
sua grande oficina. E seguramente, mesmo com
tantos outros projetos tão interessantes em
cima das suas bancadas, vai sentir a falta dela!
Não tanto pela dificuldade do trabalho, mas
pelo desafio que representou conseguir aquele
equilíbrio entre a resistência e a leveza do aspeto.
Sobretudo quando se trata de componentes tão
importantes numa moto como o braço oscilante
ou o sub-quadro que, como é o caso deste, tem
de suportar um monocoque.
Tentámos consolá-lo dizendo-lhe que,conhecendo o nível de acabamento que a
itroCkSbikes garante às suas produções, não seria
de estranhar que a SR400 Zen ainda voltasse à
Brandon Parts para uns pequenos retoques.
Sorriu e comentou: é bem provável!
Mas, para já, e no estado que podem apreciar
nas fotos, a CS_05, como também é conhecida,
começa uma nova e não menos complicada
etapa. Deixámo-la a tirar medidas para o assento,
para os comandos e para outros acessórios, e
vai acabar por passar uns
dias, há muito prometidos,
Esperamos que na
mais completa. Até porque
oficial já está marcada, e para
breve, pois vai ser uma das
estrelas do stand da Yamaha
no Lisboa Moto Show, que
vai ter lugar na FIL, entre os
dias 9 e 12 de abril.
No que diz respeito a serralharia, a “nossa” Zen está praticamente pronta! O braço oscilante, o sub-quadro, as proteções e tudo o que é chapa... já está!
Texto: Rogério Carmo Fotos:  João Carlos Oliveira
www.motociclismo. pt 17
A união do depósito com a back et é  uma das imagens de marca da Zen
Pormenores do trabalho de  serralharia elaborado pela  Brandon Parts de acordo com o  design  da itroCk Sbik es!
A Zen abandona o cav alete e  segue para outras paragens
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18 02/2015
reportagem
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Texto: Rogério Carmo Fotos: João Carlos Oliveira
Qualquer aficionado de motos fica siderado perante esta imagem! Não contámos, mas foi-nos garantido que neste espaço existem perto de 2000 unidades. E que só não estão mais porque... não cabem!
Uma Zündapp KS750 da Wehrmacht, com side-car, uma peça que não podia faltar
Uma raríssima Indian Stylemaster de
finais dos anos 40 do século passado
Outra verdadeira preciosidade, a MV
Agusta 150 Rapido Sport
menos de 100 unidades no mundo
Uma Indian Prince Modelo L de 1925, em
estado completamente original
www.motociclismo. pt 19
http://slidepdf.com/reader/full/motociclismo-no-286-fev-2015 20/100
20 02/2015
Mais do que um
história da evolução
mais de um século!
descobri este verdadeirotesouro.
imediatamente que tinha que a partilhar
convosco, caros leitores da MOTOCICLISMO!
Por isso, aproveitei uma viagem ao
norte para ir a Felgueiras visitar esta coleção
privada, que corre o sério risco de se tornar
uma das maiores coleções de motos antigas
da Europa.
um Industrial nortenho que tem uma
verdadeira paixão pelas motos. Não têm de ser caras, nem das mais conhecidas. Não
têm que estar recuperadas nem em estado
novo. Faz questão de expor muitas no seu
estado original, marcadas pelo uso e pela
idade. Noutras, faz questão de mostrar
magníficos trabalhos de restauro.
funcionar na data em que entraram para o
fabuloso pavilhão que pode ver na imagem,
e nenhuma está para vender. Nem as
repetidas, pois essas também já têm um
destino que se prende com a realização deoutro sonho deste homem completamente
viciado em motos, que ainda não podemos
revelar. Do que pude ver, destaco algumas,
sem qualquer razão específica, mas apenas
porque foram aquelas a que pude dedicar
alguma atenção, já que o tempo, face à
tarefa, era ridiculamente escasso.
na secção das Indian, onde destaquei a
monocilíndrica Prince que detalho nestas
páginas, mas com muita pena de não ter
tido condições para fotografar algumas
“board trackers” em muito bom estado de conservação que estavam mesmo ao lado;
ou a velhas Chief, algumas acompanhadas
de preciosos sidecars.
colega fotógrafo, e assim ganhar algum
tempo para explorar, passei à coleção
das BMW, onde se destacavam duas
R75 militares, e muitos outros modelos
importantes como a R12, a primeira
moto de produção em série a oferecer
8/9/2019 Motociclismo Nº 286 FEV 2015
http://slidepdf.com/reader/full/motociclismo-no-286-fev-2015 21/100
suspensão hidráulica na roda dianteira,
ou as monocilíndricas R2 e R4 de início dadécada de 1930. Pelo meio, outras Boxer
míticas como a Zündapp, a NSU e até uma
Harley-Davidson…
nova pérola aos meus olhos, como a linda
FN de quatro cilindros com transmissão
por veio, e até, qual não foi o meu espanto,
quando reparei no lindíssimo Neracar que
também destaco nas fotos. Uma peça que
apenas tinha visto em fotografia e que, ao
vivo, é realmente uma verdadeira obra de
arte com duas rodas. Também recordo os míticos triciclos
Moto Guzzi, as diversas Terrot, ainda a
pedais, a AJS e a Matchless H2 dos anos
1920, a Excelsior com motor JAP, as próprias
JAP, e mais algumas menos conhecidas
mas igualmente raras como a Henderson
de 1923 e a Nimbus “Stovepipe” de 1924,
ambas com motores de quatro cilindros.
Mas ainda falta referir a grande
variedade de Jawa, já para não falar nos
ciclomotores, muitos estrangeiros e que
me eram completamente desconhecidos,confesso, e outros que pude relembrar
como a Sachs Lebre, a Kreidler com motor
Florett, a Formula1, a V5, a Lotus e tantas
outras… Depois ainda passei na secção das
scooters, onde se encontravam exemplares
tão raros como as Salsbury, as Meico Mobil,
e outras que até agora ainda não consegui
identificar. E segundo consta, “há muitas
mais para restaurar… só que não há espaço
para as pôr”.
passagem por este lugar mágico, mas que
tenho esperança de voltar brevemente, pois o sr. José Pereira permite visitas a este
espaço desde que se observem algumas
regras: primeiro, têm de ser grupos
superiores a 10 pessoas, depois, tem de ser
ao fim-de-semana, e ainda é preciso fazer
marcação com alguma antecedência.
Os interessados podem estabelecer
+351 255 341 250
Uma BMW R75 militar com sidecar, em versão Afrika Korps
A produção nacional bem representada,
com exemplares em estado de concurso
Uma das muitas Terrot, esta um modelo
2CV Tourisme de 1926 -175 cc a 2 tempos
Uma das várias Harley-Davidson 18-J
(c. 1919), esta com um raríssimo sidecar
Uma FN de 1913 - 498 cc 4 cilindros com
embraiagem e caixa de velocidades
www.motociclismo. pt 21
http://slidepdf.com/reader/full/motociclismo-no-286-fev-2015 22/100
N  as últimas edições da
MOTOCICLISMO já
tínhamos apresentado
um conceito de moto de estrada inspirado
22 02/2015
Texto: Rogério Carmo Fotos: João Carlos Oliveira
Duas motos à conquista de um mercado em expansão e que disputam a clientela com duas aproximações diferentes: uma conquista-nos pelo conforto e polivalência, outra arrebata-nos pelas prestações dinâmicas.
FILOSOFIAS
OPOSTAS
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versatilidade da ciclística e o conforto da
posição de condução, mas aliando-as a
prestações dinâmicas mais elevadas, até
agora geralmente encontradas apenas
aí para ficar… e encantar.
Ambas com mais de 100 cv de
potência, jantes de 17 polegadas em
ambas as rodas e muita tecnologia, tanto
a Honda VFR800X Crossrunner como a
Yamaha MT-09 Tracer estão prontas para se
fazerem a qualquer estrada.
www.motociclismo. pt 23
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Confortável, com elevados padrões de qualidade de construção, vale pelo
conjunto que transmite uma enorme
confiança a qualquer condutor e em qualquer tipo de utilização
Honda VFR 800X
Crossrunner
O grande nível de equipamento da Honda reflete-se a todos os níveis. Os punhos
aquecidos são equipamento de série
O monobraço oscilante identifica imediatamente a Crossrunner como sendo
uma VFR. E dá muito estilo!
  C   a   p   a   c   e   t  e   S   c   h   u   b   e   r  t  h   C   3   P   r  o
    L    u    v    a    s     B    e    r    i   n    g     Z    a    c     k
    B    o     t   a    s     A     l   p     i   n    e    s    t   a    r   s     R    o    a    m
    B     l   u    s     ã    o     D    r   e    n    a     l    i   n    e     V    e    n    t   u    r    i
    C    a     l   ç    a    s     D    r   e    n    a     l    i   n    e     A    t    l   a    s     G     T
8/9/2019 Motociclismo Nº 286 FEV 2015
http://slidepdf.com/reader/full/motociclismo-no-286-fev-2015 25/100
ao tipo de traçado. Têm na polivalência de
utilização o seu grande trunfo, já que na
cidade estão igualmente como “peixe na
água”, oferecendo uma grande visibilidade
sobre o trânsito devido à sua posição de
condução elevada, a uma grande brecagem
e uma razoável altura livre ao solo, que
lhes permite transpor facilmente os mais
variados obstáculos.
largura do guiador, oferecem grande conforto
para o condutor e para o passageiro.
Ambas estão preparadas para receber
malas laterais ou “Top Cases” que as
tornam ainda mais práticas. Têm um aspeto
moderno, grande qualidade de construção
e acabamentos, uma boa capacidade de
carga, consumos de combustível regrados
e baixos níveis de emissão de poluentes.
No entanto, neste comparativo pudemos
apurar que existe uma grande diferença de
caráter entre estes dois modelos.
Enquanto a Honda Crossrunner
proporciona doses de adrenalina elevadas,
mesmo aos mais experientes.
utilizador completamente diferentes, mas
Motor
Tipo: 4T, 4 cil. em V a 90º,   refrigeração por líquido Distribuição: DOHC, 4 válvulas por cilindro Cilindrada: 782 cc Diâmetro x curso: 72 mm x 48 mm
Potência declarada: 105 cv às 10.250 rpmBinário declarado: 75 Nm às 8.500 rpm Alimentação: inj. elet. multiponto PGM-FI Embraiagem: multidisco c/ molas helicoidais Caixa: 6 velocidades
Ciclística
Quadro: dupla trave em alumínio Suspensão dianteira: forquilha de 43 mm, HMAS   ajustável c/ 145 mm de curso Suspensão traseira: monoamortecedor Pro Link,   ajustável c/ 148 mm de curso Travão dianteiro: dois discos de 310 mm, c/   pinça radial de 4 pistões e ABS Travão traseiro: disco de 256 mm,   pinça de 2 pistões, c/ ABS Medidas dos pneus: 120/70-17’’ (F) / 180/55-17’’ (T)
Pneus utilizados: Pirelli Scorpion Peso e
dimensõES
Distância entre eixos: 1475 mm Altura do assento: 815 / 835 mm Capacid. do depósito: 20,8 litros Peso a cheio: 242 kg
Consumos: 5,5 litros / 100 km Preço: 12.300 €
Ficha  técnica
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26 02/2015
da sua missão. Em comparação direta, a
nova VFR800X apresenta-se mais pesada,
desde o manuseamento em manobra até à
reação das mudança de direção, sendo, no
entanto, muito intuitiva, enquanto a MT09
Tracer se apresenta muito mais leve nas
manobras, até parecer quase nervosa nas reações da direção e na travagem.
Montados na Honda, bem encaixados
no assento confortável, usufruímos de
uma grande suavidade nos comandos e
na reação do acelerador e dos travões. As
suspensões filtram primorosamente todas
uma elevada confiança e mesmo na entrada
em curva a direção transmite imensa
segurança. O V4 oferece uma suavidade
notável na entrega de potência, e mesmo
sob a ação do V-Tec, está sempre longe de
se poder considerar imprevisível. Reage
ao acelerador com prontidão, mas com
muita parcimónia na entrega de potência.
Mantendo o regime acima das 3000 rpm,o desempenho é irrepreensível, e o ronco
COMPARATIVO
Motor
Tipo: 4T, tricilíndrico em linha,   refrigeração por líquido Distribuição: DOHC, 4 válvulas por cilindro Cilindrada: 847 cc
Diâmetro x curso: 78 mm x 59,1 mm Potência declarada: 115 cv às 10.000 rpm Binário declarado: 87,5 Nm às 8.500 rpm Alimentação: injeção eletrónica Embraiagem: multidisco em banho de óleo Caixa: 6 velocidades
Ciclística
Quadro: em alumínio, tipo diamante Suspensão dianteira: forquilha de 41 mm,   com 137 mm de curso Suspensão traseira: monoamortecedor,   com 130 mm de curso Travão dianteiro: dois discos de 298 mm,   pinça radial de 4 pistões, ABS Travão traseiro: disco de 245 mm,   pinça simples, ABS
Medidas dos pneus: 120/70-17’’ (f) / 180/55-17’’ (t) Pneus utilizados: Dunlop Sportmax D222
Peso e
dimensõES
Distância entre eixos: 1440 mm Altura do assento: 845 a 860 mm Capacid. do depósito: 18 litros Peso a cheio: 210 kg
Consumos: 5,8 litros / 100 km Preço: 9.695 € / 9.795 € Race Blu
Ficha  técnica
única sensação que nos devolve à realidade
é a vibração que, em maior ou menor
quantidade, se percebe nos pés e nas mãos
ao longo de todo o regime de rotação.
Mal nos sentarmos na Yamaha,
reparamos imediatamente que o assento é bem menos confortável, que o guiador
está mais baixo, que as pernas ficam menos
dobradas e que o conjunto é muito mais
estreito ao nível das pernas, facilitando o
apoio dos pés no chão. Os comandos da
Tracer são mais diretos e menos filtrados e
apresentam uma reação mais rápida, que
incita à ação.
irregularidades do piso, mantendo-se
rígido torna a resposta rápida e incisiva. A
única suavidade que encontramos é a do
funcionamento do motor tricilíndrico que
quase não sente, apenas se ouve.
Mas essa suavidade é, no entanto,
contrastante com a capacidade de resposta
ao punho direito, que tem de ser bem
treinado, sobretudo devido ao pequeno
curso do acelerador Y-CCT, que pode ser
traiçoeiro se não o respeitarmos, pois
à mínima intenção faz
catapulte para a frente
Honda VFR800X Crossrunner / Yamaha MT-09 Tracer
8/9/2019 Motociclismo Nº 286 FEV 2015
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de condução, seja pelo aprumo
da ciclística, seja pelas prestações do tricilíndrico
Yamaha MT-09 Tracer
A travagem da Yamaha é potente e permite
um grande doseamento da força. O ABS é pouco intrusivo, mesmo com
chuva, devido à sensibilidade da manete
O ecrã da Tracer pode ser facilmente
regulado em altura . O escape escondido debaixo do motor também contribui para a
centralização de massas e leveza das linhas
    L     U      Í    S     C     A     R     L     O     S     S     O     U     S     A
    C    a    p    a    c    e     t   e     N     E     X     X     X
 .    T     1     L    o    t   u    s
    L    u    v    a    s     A     l   p     i   n    e    s    t   a    r   s     S     R   -    S
    D    r   y    s    t   a    r
http://slidepdf.com/reader/full/motociclismo-no-286-fev-2015 28/100
28 02/2015
antever se tivéssemos em
conta as experiências que já
tinhamos tido com as MT- 09! A leveza do conjunto, a
compostura da ciclística e a alucinação causada pelo
tricilíndrico, agora aliados a
uma posição de condução
“decente” e à possibilidade de viajar com passageiro...
Honda VFR800X Crossrunner Uma moto de grande nível.
O grande conforto, a excelente ergonomia, o ronco do V4 e o elevado
nível da ciclistica fazem dela
uma opção perfeita para longas viagens, de
preferência a dois. O seu
caráter mais calmo e confortável é a sua mais-
valia.
1
2
COMPARATIVO
INFORMAÇÃO Termómetro(temperatura ambiente)  Mudança engrenada Média consumo GPS  
TECNOLOGIA Modos de motor   Regulação eletrónica da suspensão   Controlo de Tração   ABS   Embraiagem deslizante   Anti roubo   Quick Shift   Piscas desligar automático   Piscas emergência   Cruise Control   Caixa automática  
CONFORTO Regulação manete travão   Regulação manete embraigem  
Regulação ecrã   Regulação de faróis   Regulação pedais   Regulação de peseiras   Regulação assento   Aquecimento de punhos   Proteção de punhos   Aquecimento do assento     PRÁTICO Tomada 12V no painel   Descanso central   Pré inst. de suportes bagagem   Compartimento arrumação no painel  
Check List   Honda Yamaha
mas muito doseável, e a suspensão é
quase desconfortável em mau piso,
mas garante uma ótima resposta às
solicitações mais bruscas, mesmo nos
piores pisos.
À chuva, a proteção aerodinâmica não é tão eficaz, tal como a alta
velocidade. E a leveza do conjunto
também exige mais cuidado para
não nos deixarmos enganar e
entrar demasiado rápido nas curvas
molhadas. No entanto, em piso seco,
proporciona uma condução muito
rapidamente na proporção inversa
com apenas 18 litros de capacidade,
não dá para grandes loucuras.
Em termos de equipamento,
na Yamaha, mas esta vai mais longe
e oferece ainda modos de motor,
sendo que em qualquer deles o efeito
“crossplane” resulta numa resposta
E, se a Honda oferece punhos
aquecidos de série, na Yamaha estes são opcionais, mas vem equipada de
série com proteções de punhos que
a Honda não tem! Tal como não tem
regulação do ecrã. A Yamaha tem-na,
e ainda oferece de série o descanso
central e uma tomada de 12V no
painel de instrumentos, enquanto na
Honda estes acessórios são, ambos,
opcionais. Para compensar, oferece
ambas se pode ajustar a altura do
assento e ambas oferecem regulação
das manetes do travão e, no caso
da Honda, regulação da manete da
embraiagem.
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completo, que oferece boa leitura e
muita informação. Também neste aspeto a Honda apresenta-se mais
sóbria, tendo a Yamaha um painel
muito mais ao estilo “Aventura”
Instrumentação
   ç     ã   o
   a
   n   n    e   r
   a 
   c   e    r
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 40
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10
150
30
30
20
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100
7 6 0
7 7
20 16
20 19 10 16 55
Neste âmbito, a Yamaha não dá a mínima hipótese à Honda. O tricilíndrico é um verdadeiro mestre do binário, libertando carradas de potência a qualquer regime. Seja em
pura aceleração seja em retomas, a estrada não merece clemência. A par disso ainda oferece uma suavidade de funcionamento impressionante.
Muito mais leve e fácil de manobrar, a Yamaha é também muito fácil de inserir em curva e de mudar de direção. A suspensão firme transmite uma muito boa leitura do piso. A potência e o doseamento da
travagem também são dignos de registo.
Este é o reino da Crossrunner, onde o grande conforto que proporciona, aliado à irrepreensível qualidade de construção. a tornam capaz de satisfazer mesmo os condutores mais exigentes. O destaque vai para a excelente iluminação. A falta do
descanso central e das proteções depunhos acabam, ainda assim, por a penalizar.
Neste capítulo não há uma grande diferença entre estes dois modelos, no entanto. a “leveza” da Yamaha e a sua muito boa capacidade de travagem dão-lhe alguma vantagem.
O preço da Tracer é bombástico! Quase três mil euros menos que a Crossrunner dão que pensar!
AVALIAÇÃO
Vencedora Motor: Yamaha
Vencedora Ciclística: Yamaha
Vencedora Quotidiano: Honda
Vencedora Segurança: Yamaha
Vencedora Custos: Yamaha
A Yamaha MT09 Tracer chega e domina esta classe. É uma justa vencedora!
MOTOR  Recuperações Acelerações
Embraiagem Accionamento da caixa
Escalonamento das mudanças Arranque
Direcção Feedback da ciclística
Afinação suspensão dianteira Afinação suspensão traseira
Possibilidades de afinação Conforto da suspensão
Comportamento com passageiro Soma parcial
  QUOTIDIANO  Ergonomia - condutor
Travagem com passageiro/fading Manipulação - parada
Função de ABS Reacções no guiador
Distância ao solo Soma parcial
  CUSTOS  Garantia Consumos médios
Soma parcial
187
25 18
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30 02/2015
Honda NM4 Vultus
A NM4 VULTUS É DIGNA DE UM SUPER-HERÓI. UMA TENTATIVA FUTURISTA DA HONDA EM ANTECIPAR A PRÓXIMA GERAÇÃO DE MOTOS E MOTOCICLISTAS.  SERÁ QUE GOSTAMOS DESTA “NEXT GEN”?
Texto: Bruno Gomes Fotos: João Carlos Oliveira
 NEXT
 GEN
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    B     R     U     N     O     G     O     M     E     S
    C    a    p    a    c    e     t   e    :     S     h    o    e     i     Q    w    e    s    t
    L    u    v    a    s    :     D    r   e    n    a     l    i   n    e     J   a    m    e    s
    B    o     t   a    s    :     T     C     X     I   n     f    i   n     i   t    y     G    o    r   e     T    e    x
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http://slidepdf.com/reader/full/motociclismo-no-286-fev-2015 33/100
intuitivo. A forquilha com bainhas de 43
mm está bem afinada, o monoamortecedor
Pro-link também se mantém composto, até
em piso degradado, mesmo tendo apenas
100 mm de curso. Se existe algo a apontar à
NM4 Vultus é que, para o peso do conjunto,
o sistema de travagem, com ABS de série,
revela-se pouco potente. Oferece bom tato mas nunca sentimos potência de travagem.
O disco frontal de 320 mm de diâmetro
é mordido por pinça de dois pistões,
manifestamente insuficiente, e é mesmo
necessário usar do pedal para ajudar com
o travão traseiro a parar em segurança.
Manter a trajetória em inclinação é um ato
simples que não implica esforço físico, o que
até me surpreendeu devido às dimensões
desta Honda.
ao ponto em que temos de referir a
característica mais saliente da Vultus: a face,
ou frente. Em latim, “Vultus” significa face.
E a Honda deixa isso bem claro! De largura,
entre cada ponta dos espelhos, a Vultus
mede 933 mm. Em conjunto com a distância
entre eixos própria de uma cruiser, faz com
que circular no meio do trânsito seja uma tarefa difícil, pois não conseguimos filtrar os
carros parados. Nesses momentos nem tudo
é mau! Podemos ter a sorte de parar ao lado
de uma condutora jeitosa (haverá quem
prefira condutores) e de certeza que não lhe
vamos passar despercebidos, e é só pedir o
número de telemóvel. No entanto qualquer
herói que se preze - e um motociclista é um
herói que enfrenta batalhas diárias - tem de
levar consigo vários objetos, mas na Vultus
vai ter dificuldade em conseguir transportar
todos, pois espaço para arrumação é muito
reduzido. Posto isto, não me recordo de ter
conduzido uma moto que conseguisse atrair
tanta atenção. No meio dos cidadãos que
habitualmente só ouvem falar das motos
por más razões, foi onde ouvi os maiores
elogios à Vultus. A aceitação por parte de um
público pouco ligado às duas rodas parece confirmada pelos polegares para cima que
me mostraram por diversas vezes, ou por
quererem acelerar para se colocarem ao
meu lado. Fotos que me tiraram foram pelo
menos duas, e inclusivamente um ciclista
exclamou “maravilhosa”! Se esta é a visão da
Honda do motociclismo no futuro, e tendo
em conta as reações positivas, então a Vultus
é um futuro agradável e que vai atrair novos
motociclistas.
ASSENTO TRASEIRO QUE SE TRANSFORMA EM ENCOSTO, AJUSTÁVEL EM TRÊS POSIÇÕES. A CAPA É POUCO ADERENTE
AOS COMANDOS DA VULTUS, O HERÓI ESTÁ SEMPRE ATENTO. OS CIDADÃOS NÃO PRECISAM DE TER MEDO DE NADA!
http://slidepdf.com/reader/full/motociclismo-no-286-fev-2015 34/100
34 02/2015
Motor
Tipo: 4T, bicilíndrico em linha,   refrigeração líquida Distribuição: SOHC, 4 válvulas por cilindro Cilindrada: 745 cc Diâmetro x curso: 77 x 80 mm Potência declarada: 54 cv às 6.250 rpm Binário declarado: 68 Nm às 4.750 rpm Alimentação: injeção eletrónica PGM-Fi Embraiagem: multidisco em banho de óleo
Transm. secundária: por corrente
Ciclística
Quadro: tipo diamante, em aço tubular Suspensão dianteira: bainhas de 43 mm,   com 125 mm de curso Suspensão traseira: monoamortecedor,   com 100 mm de curso Travão dianteiro: disco recortado de 320 mm,   com pinças de 2 pistões, ABS Travão traseiro: disco recortado de 240 mm, ABS Medidas dos pneus: 120/70-18’’ (F) / 200/50-17’’ (T)
Peso e
Distância entre eixos: 1645 mm
Distância mín. ao solo: 130 mm Altura do assento: 650 mm Capacid. do depósito: 11,6 litros Peso (cheio): 245 kg
Consumo: 3,9 litros / 100 km Preço: 11.300 €
Ficha  técnica
Ponto final A Honda deve ser aplaudida por criar a NM4
Vultus. As reações positivas de quem não está
ligado às motos deixam antever que, para atrair novos motociclistas, é nesta irreverência
que as marcas têm de apostar. E aí, a Honda
está na liderança. O comportamento desta cruiser também surpreende pela positiva,
tal como o conforto. Mas o preço, o travão frontal e as dimensões exageradas fazem
com que conduzir a Vultus numa cidade que
não seja Gotham implica que tenhamos uma condução ao nível de um Batman.
DCT: adivinha o que queremos fazer, facilitando a condução e melhora consumos
Irreverência: reações positivas mostram que assim é possível atrair novos motociclistas
Assento passageiro: duro e escorregadio
Travão dianteiro: pouco potente para 245 kg
 DCT: troca de caixa demasiado cedo
A  dupla embraiagem da Honda,
Dual Clutch Transmission, é
equipamento de série. A
segunda geração, e isso significa que
este DCT é mais leve, mais compacto e
mais eficiente porque inclui função de
“aprendizagem” que adapta de forma
pormenorizada a transmissão de acordo
com a nossa forma de conduzir. Ao todo são
6 relações geridas eletronicamente. Cada
troca é realizada em 70 milissegundos, o
que oferece uma condução extremamente
suave, ao mesmo tempo que as acelerações
são maximizadas. O DCT oferece três
modos de funcionamento: manual, em que a mudança é selecionada através de botões
no punho esquerdo, bem posicionados,
ou dois modos automáticos. Drive (D) é
utilizado em cidade e as trocas de caixa são
realizadas o mais cedo possível. Em Sport
(S) são adaptadas a ritmo agressivo, com a
eletrónica a manter cada relação por mais
tempo ao longo das rotações. É possível
“passar por cima” do sistema automático se
queremos ultrapassar ou fazer uma redução
de caixa para entrar mais seguros em curva.
A forma como a eletrónica adivinha o que
queremos fazer é inacreditável. E isso é a
melhor parte deste DCT. Se quisermos
podemos deixar a máquina fazer tudo
por nós, mas se for necessário, ou por puro
prazer, rapidamente retomamos o controlo,
com o resultado prático de reduzir os
consumos, pois a Vultus gastou apenas 3,9
litros para percorrer 100 km. No entanto…
nem tudo é perfeito! A Vultus sobe de caixa
até 6ª, mesmo a baixas velocidades, o que
leva a vibrações e a termos de socorrer do
modo manual para resolver o incómodo.
Por vezes no meio do trânsito cria algumas
dificuldades em manobrar uma moto de245 kg. A Honda trabalhou para evitar
esta situação, mas ainda não foi desta que
conseguiram debelar o problema. Uma
última nota para os custos de manutenção.
A manutenção é feita a cada 12.000 km,
tal como num sistema convencional das
NC750. A diferença é que o DCT utiliza filtro
de embraiagem além do de motor, e um
pouco mais de óleo de motor, o que ainda
assim não acrescentará custos exagerados.
Dual Clutch Transmission: no melhor... e no pior
Apesar da tecnologia,
o DCT não implicacustos de manutenção muito diferentes em relação a um sistema convencional
8/9/2019 Motociclismo Nº 286 FEV 2015
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36 02/2015
ESCOLA DE NINJAS
BRUNO GOMES
Capacete: Schuberth SR1 Fato: Dainese Monza Luvas: Rev ‘ it Jerez Pro Botas: TCX RS2
8/9/2019 Motociclismo Nº 286 FEV 2015
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A Kawasaki é conhecida pelas desportivas de elevada performance, independentemente da
cilindrada. Lado a lado, testámos as mais pequenas 250 SL e 300 ABS, os dois primeiros passos na escola de Ninjas.
250 SL: falta força a baixas rotações, depósito esguio para apoiar as pernas 300: tato do travão frontal esponjoso, afinação muito suave da forquilha
250 SL: leveza do conjunto, travagem eficaz, suspensões firmes e agilidade 300: motor bastante forte, ABS impecável, estabilidade nas trajetórias
Texto: Bruno Gomes Fotos: João Carlos Oliveira
LUIS CARLOS SOUSA
Capacete Schuberth SR1 Fato Spidi Hook  Luvas Bering RX08 Botas TCX S-Speed
http://slidepdf.com/reader/full/motociclismo-no-286-fev-2015 38/100
38 02/2015
ao nível “mestre” (leia-se:
conduzir uma ZX-6R ou
passar por um processo de aprendizagem
que visa revelar os segredos das KawasakiNinja. E esta aprendizagem começa pelas
cilindradas mais baixas. Esta “escola de
Ninjas” é composta por dois modelos: a
Ninja 300, que testámos com as cores de
guerra “30º Aniversário” e ABS, e a mais
recente mini-Ninja, a 250 SL, que utiliza um
monocilíndrico para fazer as delícias dos
menos experientes.
moto ocupou o lugar da Ninja 250R. O
bicilíndrico paralelo de 296 cc desenvolve
39 cv de potência às 11.000 rpm e o binário
chega aos 27 Nm às 10.000 rpm. O aumento da cilindrada em relação à 250R provém
do maior curso dos pistões, e o conforto
do condutor foi melhorado através da
adição de apoios de borracha no motor,
o que reduziu as vibrações nos regimes
elevados. A Kawasaki remodelou o quadro
em aço tubular ao passar a utilizar tubos
de diâmetro diferenciado e novos reforços
longitudinais, o que melhorou a rigidez
torsional. Na ciclística a Ninja 300 destaca-se
pela utilização de uma forquilha telescópica
com bainhas de 37 mm,