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Projecto de construção de 5 novos furos de abastecimento de água à rede de regaTRANSCRIPT
Av. Infante Santo, 63 – 1.º Esq. 1350 – 277 Lisboa. Portugal
Consultores em Engenharia e Recursos Naturais, Ld.ª
MONTE DAS NOGUEIRAS.
EMPREITADA DE EXECUÇÃO DE 5 FUROS DE
PESQUISA E SUA EVENTUAL TRANSFORMAÇÃO
EM CAPTAÇÕES DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
PROJETO DE EXECUÇÃO
Lisboa, Outubro de 2015.
Monte das Nogueiras, Redondo. Projeto de 5 furos de captação
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Consultores em Engenharia e Recursos Naturais, Ld.ª
EMPREITADA DE EXECUÇÃO DE 5 FUROS DE PESQUISA E SUA
EVENTUAL TRANSFORMAÇÃO EM CAPTAÇÕES DE ÁGUA SUBTERRÂNEA.
PROJETO DE EXECUÇÃO
PARTE 1 – MEMÓRIA DESCRITIVA
1 – INTRODUÇÃO
Decorrente da necessidade de proceder ao reforço do abastecimento do conjunto de infraestruturas de
rega instaladas Na Herdade do Monte das Nogueiras, localizada na freguesia do Freixo, no concelho do
Redondo, procedeu-se à avaliação das condições hidrogeológicas ocorrentes na área envolvente à referida
herdade.
Para além da recolha dos elementos disponíveis, bibliografia, cartografia geológica, ensaios expeditos de
captações já existentes procedeu-se ainda à execução de trabalhos de prospeção geofísica pelo método de
“VLF-EM”, após o que foi elaborado o presente Caderno de Encargos.
2 – CONDICIONANTES GEOLÓGICAS LOCAIS
As litologias ocorrentes nos terrenos da área em estudo são essencialmente constituídas por micaxistos e
paragnaisses integrando a Formação de Ossa e granodioritos, quartzodioritos e dioritos que constituem as
rochas dominantes do Soco Hercínico. As rochas aflorantes apresentam-se cortadas por filões, constituídos
por microgranitos e pórfiros graníticos, granitos grosseiros e pegmatíticos. Do ponto de vista tectónico-
estrutural, as fraturas ocorrentes dentro da área em estudo apresentam um conjunto de acidentes de
grande complexidade estrutural, integrando falhas com orientações de NW-SE, NE-SW, NNE-SSW e E-W.
Em termos tectónico-estruturais será de salientar que a ocorrência de falhas, propicia descontinuidades
naturais e consequente alteração das formações litológicas até uma profundidade que se poderá conside-
rar razoável, se atendermos à sua atitude vertical.
3 – CONDICIONANTES HIDROGEOLÓGICAS
Da situação descrita acima resulta que as captações deverão atravessar os terrenos afetados por falhas, até
à profundidade máxima possível e até ser atingida a zona correspondente a menor intensidade da fratura-
ção e, consequentemente, de diminuição da circulação hídrica.
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4 – OBRAS PREVISTAS
A análise conjugada de todos os dados obtidos permite-nos constatar da possibilidade de ser construído
um conjunto de furos de pesquisa, os quais, a revelarem-se positivos em termos do caudal pretendido,
deverão ser transformados em furos de captação, nos locais a indicar pelo Dono da Obra, dentro dos limi-
tes indicados em figura 1 em anexo, com uma profundidade próxima dos 100 metros e cujas caraterísticas
de projeto são apresentadas esquematicamente nas figuras 2 e 3 em anexo. Tal como se infere do Mapa de
Trabalhos, as obras previstas constam resumidamente de:
a) Abertura de 6 furos de pesquisa com uma profundidade de 100 metros, ao diâmetro de 6” 1/2
(165 mm).
b) Destes, admite-se que um se revela improdutivo, pelo que terá de ser entulhado.
c) Transformação de 4 furos de pesquisa em captação, a alargar ao diâmetro de 10” (250 mm) e, sub-
sequentemente, a entubar com tubo de 180 mm (cf. figura 2 em anexo).
d) Transformação de 1 furo de pesquisa em captação, a alargar ao diâmetro de 12” (300 mm) e, sub-
sequentemente, a entubar ao diâmetro de 225 mm (cf. figura 3 em anexo).
e) Cada um dos furos de captação será revestido com 100 metros de tubo de PVC, sendo 36 metros
de tubo-ralo e 64 metros de tubo fechado.
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PARTE 2 – CLÁUSULAS TÉCNICAS
1 – OBJETO DA EMPREITADA
A empreitada a que se refere o presente documento tem por objeto a execução de um conjunto de seis
furos de pesquisa de água subterrânea, prevendo-se a transformação de cinco destes em furos de capta-
ção, nos terrenos pertencentes à Herdade do Monte das Nogueiras, freguesia do Freixo, no concelho de
Redondo.
Em cada furo, pretende-se explorar para rega um caudal entre os 2,5 e os 3,5 L.s-1, prevendo-se, no entan-
to, que cada furo possa ser dimensionado para caudais ligeiramente superiores – até 5,0 L.s-1 – se os resul-
tados da pesquisa assim o justificarem.
Prevê-se assim a execução de um total de 5 furos de captação, com a profundidade próxima dos 100
metros, de acordo com o "Mapa de Trabalhos" constante do quadro 1 em anexo.
Cada furo será construído em duas fases – pesquisa e transformação em captação. No caso de não ser
obtido, quer o caudal pretendido, quer a qualidade química da água captada, o furo de pesquisa será aban-
donado e devidamente entulhado.
Em face dos resultados obtidos no decorrer dos trabalhos, a fiscalização poderá dar a sondagem por con-
cluída antes dos 100 metros de profundidade da perfuração ou mandar prolongá-la até a profundidade
máxima de 120 metros. A fiscalização poderá ainda introduzir eventuais alterações ou modificações quan-
do estas se afigurarem convenientes para o bom andamento dos trabalhos.
Em qualquer dos casos anteriormente referidos, proceder-se-á ao correspondente reajuste das quantida-
des do mapa de trabalho e, consequentemente, do valor contratual e do prazo de execução, sem alteração
dos preços unitários do contrato.
2 – LOCALIZAÇÃO DAS SONDAGENS DE PESQUISA
Os locais previstos para as sondagens serão os indicados pelo Dono da Obra, dentro da área assinalada na
Planta de Localização (cf. figura 1 em anexo). A área em causa pode e deve ser previamente reconhecida
pelas firmas concorrentes, presumindo-se que o Empreiteiro tem pleno conhecimento das respetivas con-
dições de acesso e de trabalho. Situa-se dentro dos terrenos da Herdade do Monte das Nogueiras, na fre-
guesia do Freixo, concelho do Redondo e é de fácil acesso a camionetas de elevada tonelagem.
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3 – CARATERÍSTICAS GERAIS DA OBRA
3.1 – Perfurações e entubamentos
Nos furos de pesquisa, prevê-se a utilização de um único diâmetro, de 165 mm, de forma a atravessar as
formações de natureza granodiorítica e diorítica até à profundidade pré definida e determinar as reais con-
dições hidrogeológicas das formações atravessadas. No caso de estas se manifestarem positivas, proceder-
se-á ao alargamento desta perfuração de pesquisa e posterior entubamento em função das caraterísticas
produtivas reveladas. As caraterísticas dos alargamentos e entubamentos serão as seguintes (ver também
figuras 2 e 3 em anexo):
a) Para os casos em que os caudais extraíveis se encontrem na gama prevista (2,5-3,5 L/s), o diâmetro
do alargamento será de 10” (250 mm), devendo o entubamento ser executado a 180 mm;
b) Nos casos em que se preveja extrair caudais superiores, empregar-se-á um diâmetro do alarga-
mento de 12” (300 mm), devendo o entubamento ser executado a 225 mm;
Em resumo, a profundidade e o diâmetro da perfuração e do entubamento, deverão permitir a extração do
caudal máximo previsto, bem como a instalação de uma bomba submersível adequada para elevar esse
caudal à altura de elevação prevista, com o melhor rendimento.
3.2 – Profundidade da perfuração
De acordo com as caraterísticas hidrogeológicas ocorrentes na área e ponderados os caudais pretendidos,
prevê-se que a perfuração atinja a profundidade de 100 metros, podendo, excecionalmente, atingir pro-
fundidades próximas dos 120 metros.
3.3 – Abandono do furo de pesquisa
A fiscalização decidirá do aproveitamento ou do abandono de cada furo de pesquisa, podendo essa decisão
ser precedida de realização de diagrafias elétricas e nucleares.
Em caso de abandono, o furo de pesquisa será devidamente entulhado e selado com cimento, segundo
projeto a fornecer pela Fiscalização.
3.4 – Diâmetros de perfuração das captações
Nos furos de pesquisa, deverá ser utilizado o diâmetro único de 6” ½ (165 mm).
Na fase de transformação dos furos de pesquisa em furos de captação de água subterrânea, o alargamento
da perfuração de pesquisa será feito em função das caraterísticas produtivas reveladas. Assim, os alarga-
mentos serão como se segue:
a) Para os casos em que os caudais extraíveis se encontrem na gama prevista (2,5-3,5 L/s), o diâmetro
do alargamento será de 10” (254 mm);
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b) Nos casos em que se preveja extrair caudais superiores, o diâmetro do alargamento será de 12”
(311 mm).
3.5 – Método de Perfuração
A perfuração poderá ser executada segundo qualquer método, dando-se contudo preferência à rotoper-
cussão com martelo de fundo de furo. O fluido de circulação preferencial será emulsão de ar, água e espu-
ma ou só água limpa e ar, conforme o caso.
3.6 – Revestimento definitivo da captação
Preconiza-se a utilização de tubagem de revestimento definitivo, com troços de tubo fechado e de tubo-
ralo, ambos em PVC GEOROSCADO®, liso, de 10 kg/cm2, devidamente homologado.
A tubagem deverá sobressair do nível do solo um mínimo de 0,40 m, devendo ficar corretamente centrada
na perfuração.
Para o caudal máximo previsto de 3,5 L/s, o revestimento terá um diâmetro nominal de 180 mm na câmara
da bomba, até à profundidade estimada de 50 a 60 metros, sendo o mesmo diâmetro de 180 mm aplicado
na zona drenante, até à profundidade final da perfuração.
No caso de o ensaio expedito do furo de pesquisa indicar uma capacidade de produção de cerca de 5 L/s, o
revestimento terá um diâmetro nominal de 225 mm na câmara da bomba, até à profundidade estimada de
50 a 60 metros, sendo o mesmo diâmetro de 225 mm aplicado na zona drenante, até à profundidade final
da perfuração.
As ligações entre os troços da tubagem de revestimento serão feitas por uniões roscadas, devendo o troço
inferior ser fechado numa extensão de dois metros de comprimento e tamponado no fundo.
O projeto definitivo da coluna de revestimento da captação, bem como do maciço filtrante para retenção
de “finos” (a executar com areão lavado e calibrado) será efetuado com base nos resultados da sondagem
e dos demais trabalhos de pesquisa realizados e deverá ser previamente apresentado à Fiscalização, para
aprovação.
3.7 – Tubo fechado
Os troços em tubo fechado serão em PVC GEOROSCADO® liso, com as caraterísticas físico-mecânicas defi-
nidas nos documentos de homologação. Como se referiu acima, o diâmetro de entubamento varia de acor-
do com a estimativa fornecida pelo ensaio expedito do furo de pesquisa (180 mm ou, menos provavelmen-
te, 225 mm).
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3.8 – Tubo-ralo
Os troços em tubo-ralo serão do mesmo material e com caraterísticas idênticas às do tubo fechado, deven-
do as fendas ser dispostas transversalmente ao eixo e ser pré-fabricadas com aberturas de 7x2mm e coefi-
ciente de abertura da ordem dos 8 - 10 %.
A área aberta útil deverá distribuir-se pelos horizontes produtivos do sistema aquífero e deverá permitir a
entrada do caudal previsto (3,5 L/s ou 5 L/s, de acordo com o diâmetro adotado), com uma velocidade de
entrada inferior a 3 cm/s, em conformidade com as normas de boa execução técnica.
O Empreiteiro poderá utilizar em qualquer zona diâmetros superiores aos mínimos previstos, não lhe dan-
do porém esse acréscimo de diâmetros, ou outros eventuais trabalhos a mais dele resultantes, direito a
retribuições diferentes das que resultam da aplicação dos preços propostos na sua lista de preços para os
trabalhos às profundidades respetivas.
3.9 – Centradores
Para uma boa aplicação da coluna de revestimento definitivo no furo, deverão ser utilizados centradores,
prevendo-se a aplicação de pelo menos um imediatamente abaixo de cada abocardo da tubagem de reves-
timento definitivo.
3.10 – Enchimento de areão calibrado
Após a colocação do entubamento definitivo, o espaço anelar (entre a perfuração e a tubagem de revesti-
mento) na zona produtiva deverá ser preenchido com areão calibrado (5 - 7 mm), para evitar o arraste de
“finos” e para estabilização das paredes da perfuração. O areão deverá ser de origem siliciosa bem arre-
dondado, lavado e crivado.
3.11 – Coluna de revestimento provisório
Em caso de eventual utilização de coluna de revestimento provisório para facilitar ou ultrapassar dificulda-
des durante as operações de perfuração, de bombagem ou outras, o transporte, a introdução e o arranque
daquelas colunas serão da exclusiva conta do Empreiteiro contratado, não dando lugar a qualquer fatura-
ção extra.
3.12 – Limpeza e Desenvolvimento
A limpeza e desenvolvimento serão feitos, exclusivamente, pelo sistema “air-lift”, em regime de paragens e
arranques, incidindo sobre toda a extensão produtiva do furo.
As caraterísticas do sistema “air-lift”, nomeadamente a capacidade e pressão do compressor a utilizar,
deverão ser de modo a otimizar os resultados pretendidos com a operação, e sempre sujeitos à prévia
aprovação da Fiscalização.
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No bombeamento pelo sistema “air-lift”, a submergência mínima deverá ser de 40 % e deverá ser utilizada
uma coluna autónoma para elevação da água, com o diâmetro de 2”, sempre que o furo não estiver reves-
tido, bem como uma tubagem e dispositivos adequados para medição, quer dos níveis, quer dos caudais.
As operações de limpeza e desenvolvimento serão dadas por concluídas, com o acordo da Fiscalização
quando, no final dos respetivos bombeamentos, a água se apresentar isenta de “finos”, sem turvação exa-
gerada e se tiver alcançado uma capacidade específica estabilizada no furo.
3.13 – Completamento do furo
Concluídas as operações de limpeza e desenvolvimento, serão efetuados os seguintes trabalhos:
a) entulhamento do espaço anelar com material detrítico, entre o topo do maciço de areão calibrado
e a cota prevista para a selagem superficial com cimento;
b) selagem superficial de proteção com calda de cimento, até à profundidade indicada pela Fiscaliza-
ção e por forma a prevenir eventuais contaminações de origem superficial.
3.14 – Diagrafias Elétricas e Nucleares
No final da perfuração o Empreiteiro contratado procederá, se a Fiscalização assim o decidir, à realização
do registo elétrico e nuclear das formações atravessadas, executando nomeadamente as seguintes diagra-
fias:
a) Potencial espontâneo;
b) Resistividade elétrica;
c) Gama-ray.
Tanto a perfuração como a tubagem de revestimento definitivo da captação deverão ser circulares, verti-
cais e retilíneas, sendo o desvio máximo admissível em relação à vertical de 1 m por cada 100 m de profun-
didade (1 %).
Concluído o furo de captação, será realizada, se assim o decidir a Fiscalização, uma prova de verificação da
verticalidade e alinhamento do furo. Esta prova consistirá em fazer descer livremente no furo um cilindro
testemunho, constituído por um troço de tubagem de 6 m de comprido e cujo diâmetro exterior seja infe-
rior em 10 mm, no máximo, ao diâmetro interior da tubagem de revestimento do furo na câmara da bom-
ba.
3.15 – Amostragem
Serão recolhidas amostras em cada três metros de avanço da perfuração e/ou sempre que for detetada
mudança na litologia da formação atravessada.
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As amostras serão colocadas no local da obra, por ordem da sua extração, com as profundidades assinala-
das, e deverão merecer todos os cuidados possíveis para que a Fiscalização possa fazer em qualquer altura,
e em todas as fases de trabalho até ao final dos mesmos, a análise litológica das camadas atravessadas.
Constitui obrigação do Empreiteiro a remoção, no final de todos os trabalhos e mediante prévia concordân-
cia da Fiscalização, de toda a amostragem ou material não aproveitável, para local onde o mesmo não cau-
se inconveniente à sequência da obra nem a terceiros.
3.16 – Ensaio de caudal
Após a conclusão dos trabalhos (colocação da tubagem definitiva, desenvolvimento e selagem superficial),
será realizado se assim o entender a Fiscalização, um ensaio final de caudal, com bomba elétrica submersí-
vel.
A realização deste ensaio tem por objetivo determinar as condições de exploração da captação com o
melhor rendimento (caudal de exploração, nível hidrodinâmico correspondente, dimensionamento do gru-
po elevatório e localização do ralo da bomba) e obter informações, quer sobre os principais parâmetros do
aquífero a explorar, quer sobre eventuais interferências com as captações na sua área de influência.
O equipamento de bombeamento a disponibilizar deverá poder garantir a extração de um caudal constan-
te, da ordem dos 5,0 L s-1 previsíveis, com o rebaixamento que for necessário, prevendo-se que o ralo da
bomba esteja situado entre as cotas de 45 a 55 metros.
Durante o ensaio deverá ser utilizado um caudal constante e os seguintes parâmetros serão periódica e
rigorosamente medidos e registados em impresso próprio a fornecer pela Fiscalização: (i) caudal extraído;
(ii) níveis de água, tanto no furo ensaiado como nos que eventualmente se situem na sua zona de influên-
cia.
A periodicidade das medições dos níveis deverá ser tal que permita o traçado das curvas de interpretação
clássicas (funções de logaritmo do tempo).
Terminado o bombeamento, serão medidos e igualmente registados os níveis na recuperação, durante o
tempo julgado necessário pela Fiscalização.
O caudal extraído durante o ensaio de bombeamento deverá ser mantido constante.
Para as medições de níveis e caudais o Empreiteiro deverá utilizar os dispositivos que as regras da boa téc-
nica recomendam. Os erros máximos dos instrumentos de medição dos caudais não podem ultrapassar
10 %. Para a medição dos níveis devem ser utilizados um tubo de observação colocado no furo paralelo à
tubagem de elevação e dispositivos que permitam medir a profundidade da água com um erro inferior a
1 cm, com intervalo de 1 minuto.
A água extraída durante os ensaios deverá ser conduzida para local adequado, de forma a impedir a sua
infiltração imediata na(s) camada(s) ensaiada(s) ou danos ou prejuízos a terceiros que, a existirem, serão da
inteira responsabilidade do Empreiteiro.
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Verificando-se qualquer avaria ou anomalia nos dispositivos de bombeamento ou de medição implicando a
interrupção do ensaio ou a não observância das tolerâncias atrás estabelecidas para os erros de medições,
o ensaio deverá ser repetido, depois de o Empreiteiro promover as devidas reparações ou substituições.
No caso de lhe ser impossível dar cumprimento a estas determinações, a Fiscalização poderá encarregar
outrem de realizar o ensaio, por conta do Empreiteiro, ou rescindir o contrato.
3.17 – Colheita de Água para Análise
Imediatamente antes da conclusão do ensaio de bombeamento, o Empreiteiro fará a colheita de uma
amostra de água, que submeterá a análise completa (do tipo 2), por laboratório da especialidade, devida-
mente certificado.
4 – OBRIGAÇÕES GERAIS DO EMPREITEIRO
O Empreiteiro contratado obriga-se a:
a) Possuir Alvará de empresa de construção de furos de captação, devidamente atualizado, em con-
formidade com a legislação em vigor.
b) Fornecer, no local dos trabalhos o pessoal especializado, assim como todos os equipamentos
necessários, tubagens e todos os demais acessórios e materiais que tiver de utilizar.
c) Executar completamente, de acordo com o programa de trabalhos definido e segundo as regras da
boa técnica, todos os trabalhos previstos neste Caderno de Encargos e todos os que lhes sejam
subsidiários, complementares ou consequentes, pelos preços unitários da sua proposta.
d) Dar conhecimento à Fiscalização, com uma antecedência mínima de 1 dia útil, do início de traba-
lhos específicos, designadamente, o início da perfuração, a descida da tubagem de revestimento
definitivo, a limpeza e desenvolvimento, o ensaio de caudal, bem como a verificação da verticali-
dade e alinhamento do furo e a inspeção com câmara video-tv, quando a esta houver lugar.
e) A suspender a perfuração quando a Fiscalização der esta por terminada e a entulhar o furo, de
modo a evitar possível contaminação do aquífero, se o mesmo for considerado não aproveitável
pela Fiscalização.
f) Transformar o furo de pesquisa em furo de captação, se ao Fiscalização assim o decidir. Para tanto,
obriga-se a apresentar, para aprovação, um projeto do revestimento definitivo a instalar.
g) Criar defronte dos horizontes produtivos, no espaço anelar entre o diâmetro exterior do entuba-
mento, constituído pelos tubos-ralo e o terreno perfurado, uma zona filtrante artificial, a fim de se
obter o máximo caudal possível, com um rebaixamento mínimo e sem arrastamento de “finos”. A
granulometria do maciço filtrante artificial a instalar, e as dimensões e forma das aberturas dos
tubos-ralo, serão estudadas pelo Empreiteiro em termos de não contribuírem para o prematuro
envelhecimento e/ou inutilização da captação, mas a sua aplicação carecerá sempre da prévia
aprovação da Fiscalização.
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h) Proteger adequada e completamente, e com a aprovação da Fiscalização, as camadas aquíferas a
aproveitar contra águas eventualmente contaminadas, quer exteriores, quer provenientes ou
associadas a formações contaminantes.
i) Refazer, por sua exclusiva conta, próximo do local de implantação, com as mesmas caraterísticas e
até à mesma profundidade, o furo de pesquisa ou de captação se o mesmo não puder ser aprovei-
tado pelas seguintes causas:
• acidente de trabalho, fortuito ou não, de qualquer natureza;
• erro técnico do empreiteiro contratado, como por exemplo:
— rotura, insuficiência do diâmetro ou má qualidade da tubagem de revestimento;
— ovalização, desvio da verticalidade ou do alinhamento do furo, impeditivo da correta insta-
lação do grupo elevatório adequado, com inclinação em relação à vertical superior a 1 %;
— utilização de lamas de caraterísticas não adequadas, que possam originar a colmatação
do(s) aquífero(s);
— má execução das ligações entre os troços de tubagem de revestimento, do mesmo diâme-
tro ou de diâmetros diferentes;
— indevida colocação ou má qualidade dos drenos;
— deficiente ou incompleto preparo ou execução do filtro natural ou artificial;
— indevida falta de tubagem de revestimento em troços extensos do furo.
j) Nos casos a que se refere a alínea anterior, competirá ainda ao Empreiteiro proceder ao entulha-
mento e selagem com cimento do furo não aproveitado, por sua exclusiva conta.
5 – RELATÓRIOS
5.1 – Parte Diária
O Empreiteiro entregará à Fiscalização todos os elementos de apreciação indispensáveis ao regular acom-
panhamento dos trabalhos, através de “Parte Diária”, isto é, de relatório diário, sumário e conciso, onde
registará:
a) O trabalho efetuado;
b) As profundidades atingidas;
c) Os diâmetros de perfuração e do revestimento provisório introduzido, se executado e aplicado;
d) A natureza e profundidade das formações atravessadas;
e) As camadas aquíferas encontradas e os respetivos níveis hidrostáticos;
f) Os tempos de avanço da furação;
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g) As posições dos entubamentos durante a perfuração, e das tubagens e ralo da bomba, durante o
ensaio de caudal;
h) As medições periódicas, durante a perfuração, dos níveis de água no furo e do caudal, obtido de
forma expedita;
i) Os resultados das medições contínuas da concentração em cloretos e condutividade elétrica;
As “partes diárias” deverão ser remetidas à Fiscalização no próprio dia ou no dia imediato àquele a que
digam respeito.
5.2 – Documentação da Fiscalização
O Empreiteiro contratado manterá no estaleiro da obra, até à conclusão dos trabalhos, uma coleção com-
pleta dos documentos emitidos sobre a obra, os quais ficarão à disposição do Dono de Obra, das autorida-
des competentes e da Fiscalização.
5.3 – Relatório Final
Concluídos os trabalhos de construção da captação e realizado o ensaio de caudal, será remetido ao Dono
da Obra, no prazo de 15 dias, um Relatório Final dos trabalhos realizados, do qual constará:
a) Indicação do número do processo de licenciamento do furo de pesquisa;
b) Data de início e conclusão dos trabalhos;
c) Profundidades, diâmetros e métodos de perfuração utilizados;
d) Profundidades, diâmetros e natureza dos materiais de revestimento utilizados;
e) Tipos e posicionamento do material da tubagem de revestimento definitivo (tubo cego e tubo-
ralo);
f) Profundidades dos níveis hidrostático e hidrodinâmico;
g) Caudal de ensaio e caudal de exploração recomendado;
h) Profundidade aconselhada para colocação do equipamento de bombeamento;
i) Posição, granulometria e natureza do maciço filtrante e outros preenchimentos do espaço anelar;
j) Registo da salinidade e da condutividade elétrica;
k) Análise química da água captada;
l) Quadro com os valores medidos no ensaio de caudal (caudal extraído e níveis dinâmicos no furo
bombeado e nos pontos de água vizinhos eventualmente controlados);
m) Observações quanto a cuidados a tomar na exploração da captação para se evitar o envelhecimen-
to prematuro da mesma;
n) Desenho apresentando:
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— Corte litológico dos terrenos atravessados, indicando as profundidades dos mesmos;
— Perfuração efetuada, referindo diâmetros e profundidades;
— Profundidade e diâmetros das tubagens de revestimento definitivo;
— Preenchimento do espaço anular (maciço filtrante, isolamentos e cimentações);
o) Outros elementos colhidos durante os trabalhos, tais como diagrafias, se e quando executadas.
O Relatório Final será produzido em três exemplares.
6 – PAGAMENTOS
Os pagamentos serão efetuados de acordo com as medições constantes do mapa dos trabalhos e da lista
de preços apresentada em fase de concurso.
Não serão pagos os trabalhos executados no furo se o Empreiteiro não conseguir atingir a profundidade ou
os diâmetros contratuais.
Quando forem apresentados trabalhos para serem faturados “a turnos" de pessoal, os mesmos só poderão
ser aceites desde que:
a) Constem da proposta e estejam detalhadamente enunciados;
b) Se adaptem ao tipo de perfuração apresentado na proposta;
c) A Fiscalização seja avisada com a devida antecedência, para poder exercer um controlo eficaz des-
ses trabalhos.
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PARTE 3 – PROGRAMA DO CONCURSO
1 – INDICAÇÕES A FORNECER PELOS CONCORRENTES
As propostas a apresentar pelos concorrentes deverão conter:
1.1 – Declaração, da qual conste que tomou integral conhecimento do presente projeto e caderno de
encargos e o compromisso de exato cumprimento de toda as suas condições.
1.2 – Memória Técnica contemplando os processos e o sistema de perfuração e equipamentos que prevê
adotar, bem como a indicação das principais caraterísticas dos equipamentos e materiais a mobilizar para
os trabalhos, nomeadamente:
1.2.1 - Sonda
1.2.2 - Tipos de perfuração, capacidade de elevação, potência instalada e a capacidade nominal expres-
sa em termos do diâmetro e da profundidade de perfuração.
1.2.3 - Compressor – capacidade, pressão máxima, etc.
1.2.4 - Coluna de perfuração – individualização, para todas as fases de perfuração, das caraterísticas,
diâmetros e comprimentos da sucessão de equipamento a seguir ao trépano, nomeadamente varas de
contrapeso, estabilizadores, retificadores, escariadores e varas de sondagem; relação dos diâmetros de
perfuração e das tubagens de revestimento provisório se necessárias, de que se dispõe para a execução
dos trabalhos.
1.2.5 - Sistema de captação – descrição dos dispositivos a empregar para estabilizar os “finos” even-
tualmente presentes, de forma a evitar o seu arrastamento durante as operações de bombeamento.
1.2.6 - Revestimento Definitivo – caraterísticas principais do tubo fechado e do tubo-ralo propostos, tais
como: natureza e resistência do material, diâmetros exteriores, espessuras, (dimensão da abertura,
percentagem de área aberta e caudal específico), com apresentação dos documentos de homologação
da tubagem a aplicar.
1.2.7 - Grupo eletrobomba para realização do ensaio de caudal e dispositivos e instrumentos de medi-
ção – caudal máximo de bombagem e respetiva altura de elevação máxima; diâmetro da tubagem de
compressão; tipo, capacidade e tolerância dos dispositivos e instrumentos de medição dos caudais e
dos níveis.
1.3 – Plano de Trabalhos, do qual conste os prazos previstos para a execução das diferentes fases do pro-
grama de trabalhos, com a indicação expressa dos avanços previstos para a perfuração.
1.4 - Lista de Preços, contendo os preços unitários e as verbas globais para a execução da obra prevista nes-
te Caderno de Encargos, de acordo com o mapa de trabalho apresentado mais à frente.
Monte das Nogueiras, Redondo. Projeto de 5 furos de captação
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Consultores em Engenharia e Recursos Naturais, Ld.ª
PARTE 4 – MAPA DE TRABALHOS
O mapa dos trabalhos previstos consta do quadro em anexo.
As quantidades nele estabelecidas partem dos seguintes pressupostos:
a) Abertura de 6 furos de pesquisa com uma profundidade de 100 metros, ao diâmetro de 6” 1/2
(165 mm).
b) Destes, admite-se que um se revela improdutivo, pelo que terá de ser entulhado.
c) Transformação de 4 furos de pesquisa em captação, a alargar ao diâmetro de 10” (250 mm) e, sub-
sequentemente, a entubar com tubo de 180 mm (cf. figura 2 em anexo).
d) Transformação de 1 furo de pesquisa em captação, a alargar ao diâmetro de 12” (300 mm) e, sub-
sequentemente, a entubar ao diâmetro de 225 mm (cf. figura 3 em anexo).
e) Cada um dos furos de captação será revestido com 100 metros de tubo de PVC, sendo 36 metros
de tubo-ralo e 64 metros de tubo fechado.
Lisboa, 21 de Outubro de 2015.
↑ ↑
N
Figura 1 – Localização e enquadramento dos pontos de pesquisa
Pontos de água
Estações de início e fim de perfil geofísico
Áreas de Pesquisa
Pontos de pesquisa
Traçado dos perfis de prospeção geofísica
0,00
Figura 2 - Perfil tipo de furos de captação a entubar a φ 180 mm
Cimentação
Perfuração
φ 250mm
Litologias previstas (*
)Perfil tipo
95,00
100,00
60,00
Solo Agrícola
Rocha ígnea muito alterada a decomposta
Rocha ígnea fracturada
Tubo fecha-
do, φ 180
mm (fundo
de saco)
Tubo em
P.V.C.
fechado
φ 180 mm
Enchimento
com material
detrítico +
argila
Areão
calibrado
(5/7 mm)
Tubo ralo
em P.V.C. φ 180 mm e
com slot de
2,0 mm
90,00
20,00
25,00
45,00
50,00
65,00
70,00
5,00
10,00
15,00
35,00
30,00
75,00
80,00
85,00
40,00
55,00
Compactonite
* descrição e profundidades estimadas
Perfuração φ 250 mm
Perfuração
φ 250 mm
0,00
Figura 3 - Perfil tipo de furos de captação a entubar a φ 225 mm
Cimentação
Perfuração
φ 311 mm
Litologias previstas (*
)Perfil tipo
95,00
100,00
60,00
Solo Agrícola
Rocha ígnea muito alterada a decomposta
Rocha ígnea fracturada
Tubo fecha-
do, φ 225
mm (fundo
de saco)
Tubo em
P.V.C.
fechado
φ 225 mm
Enchimento
com material
detrítico +
argila
90,00
20,00
25,00
45,00
50,00
65,00
70,00
5,00
10,00
15,00
35,00
30,00
75,00
80,00
85,00
40,00
55,00
Compactonite
* descrição e profundidades estimadas
Perfuração
φ 311 mm
Perfuração
φ 311 mm
Areão
calibrado
(5/7 mm)
Tubo ralo
em P.V.C. φ 225 mm e
com slot de
2,0 mm
VERBA QUANT PREÇO
Nº. PREV. UNITÁRIO
1Mobilização e transporte de pessoal e equipamentos,
montagem e desmontagem do estaleiro em Obra. 0,00 €
2 Perfuração de pesquisa à roto-percussão:
2.1 ao diâmetro de 6" 1/2
(165 mm) m 600 0,00 €
3 Alargamento da perfuração de pesquisa:
3.1 ao diâmetro de 10" (254 mm) m 400 0,00 €
3.2 ao diâmetro de 12" 1/4
(311 mm) m 100 0,00 €
4 Transporte da tubagem da coluna de revestimento
definitivo, areão e cimento para a Obra. 0,00 €
5 Fornecimento, transporte e colocação de tubo fechado,
em P.V.C. Georoscado ®, classe 10 kg/cm2:
5.1 ao diâmetro de 180 mm m 256 0,00 €
5.2 ao diâmetro de 225 mm m 64 0,00 €
6 Fornecimento e colocação de tubo ralo, em P.V.C.
Georoscado ®, classe 10 kg/cm2:
6.1 ao diâmetro de 180 mm m 144 0,00 €
6.2 ao diâmetro de 225 mm m 36 0,00 €
7 Centradores. Un 105 0,00 €
8 Complemento e isolamento do furo:
8.1 Com areão calibrado (5-7 mm) m3 15 0,00 €
8.2 Com material detrítico kg 1 0,00 €
8.3 Com material argiloso kg 625 0,00 €
8.4 Com cimento m3 2,5 0,00 €
8.5 Selagem de protecção, com cimento m3 2,5 0,00 €
9 Operações de limpeza e desenvolvimento com ar
comprimido, em sistema de "air lift":
9.1 Montagem e desmontagem do equipamento 0,00 €
9.2 Bombagem com compressor (21 m3-12 kg) h 24 0,00 €
10 Ensaios de caudal com bomba eléctrica submersível:
10.1 Montagem e desmontagem do equipamento 0,00 €
10.2 Com energia p/ conta do Dono da Obra h 1 0,00 €
10.3 Com energia p/ conta do Empreiteiro h 100 0,00 €
10.4 Registo de níveis com bomba parada h 20 0,00 €
11 Paragem dos equipamentos por ordem do Dono da
obra e/ou da Fiscalização.h 1 0,00 €
12 Equipamento em operações especiais. h 1 0,00 €
13 Relatório final de Obra (3 exemplares). 0,00 €
0,00 €
DESIGNAÇÃO DOS TRABALHOS
QUADRO 1 - MAPA DE TRABALHOS
Global
UNID.
Global
SUB-TOTAL
Global
Global
TOTAL
Global
Execução de 5 furos de captação no Monte das Nogueiras, Redondo