multiculturalism o

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Apresentação sinté

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  • *Disciplina: Antropologia e EducaoCurso de Cincias SociaisUnimontes- Universidade Estadual de Montes Claros

  • *

  • *Globalizao e Multiculturalismo

  • *O perodo em que vivemos, marcado por diversas transformaes em todo o mundo.

    As formas de vida bastante rgidas ou severas que eram utilizadas para regular as relaes em sociedade, vm sendo, pouco a pouco, desgastadas.

    Isto traz diversas conseqncias no dia-a-dia das pessoas.

    , pois, um momento de crise nestas formas de vida. O Homem racional e o Cidado da modernidade

  • *Representao do smbolo do Islamismo sobre o smbolo de Parishttp://www.moonbattery.com

  • *Esta crise atinge um dos principais princpios a que a humanidade dava tanto valor, desde os incios da modernidade: a racionalidade.

    Com a crtica ao pensamento teolgico medieval e a atitude otimista diante da vida, provocada pelo Renascimento, as grandes invenes, as grandes navegaes e descobertas e, sobretudo, com a formao do capitalismo, a razo foi sendo progressivamente valorizada como a caracterstica, por excelncia, da condio humana: o Homem como animal racional.

    http://babylonianmusings.blogspot.com

  • *No foram os modernos que inventaram isto, a filosofia grega j havia apontado a razo como um elemento constitutivo do ser, da identidade humana. http://www.karl.benz.nom.br/http://nefer.multiply.com/Perodo pr-SocraticoScrates e Plato

  • *Mas, com a modernidade, foi sendo aprofundada a compreenso sobre a razo, que foi elevada a uma importncia jamais atingida antes, passando a ser considerada guia para transportar o homem felicidade, na medida em que possibilitaria ao ser humano a oportunidade de libert-lo do jugo do prprio homem e da natureza.

    Com base no princpio da racionalidade, o Homem se libertaria das foras incontrolveis da natureza e de foras sobrenaturais, mediante o desenvolvimento das cincias e das tcnicas.

    Tambm se libertaria do jugo de certos homens (seres humanos) sobre outros: esta crtica era diretamente dirigida aos poderes absolutistas, dos reis e prncipes.

  • *http://heynowunitedstates.spaces.live.comO Homem alcanaria a sua liberdade contra a opresso.

  • *Nesta nova forma de pensamento, durante a modernidade, a razo era considerada um atributo, uma qualidade de todo ser humano, portanto, absoluta e universal, acima de todas as diferenas e particularidades culturais.

    Portanto, tinha uma caracterstica bastante nica, ou seja, a pretenso de sua validade para todo o mundo, de uma forma nica, o que propiciou um excesso de confiana nas capacidades que esta qualidade humana poderia vir a possuir, tendo como objetivo trazer segurana atravs do controle total da natureza e da sociedade.

    A universalidade da razo foi expressa atravs de leis cientficas e morais, tidas como a condio para a busca em direo libertao humana pretendida.

  • *httpwww.nolandgrab.orgarchivesfrank_gehryAs formas de ordenamento dos fatos, realizadas pelas cincias exatas, comearam a ser pensadas para ordenar os fatos sociais.

  • *A partir do princpio da racionalidade, julgava-se, ento, possvel realizar um planejamento social, que pretendia acabar com todas as diferenas existentes na sociedade, a partir dessa concepo geral de Homem e de Cidado, uma espcie de padro ou modelo que passou a orientar os comportamentos sociais.

    Comportamentos que no estivessem dentro desse padro, eram recriminados, considerados irregulares e combatidos.

    Por exemplo: mulheres de classes populares, que conheciam as propriedades curativas das plantas, foram consideradas bruxas, muitas delas condenadas fogueira, porque teriam, segundo seus algozes, pacto com foras misteriosas da natureza, consideradas diablicas pelo conhecimento autorizado da poca.

  • *http://boingboing.net

  • *Outro exemplo: as greves operrias, que tambm foram criminalizadas.

    Em outras palavras, buscava-se enquadrar os hbitos e costumes sociais na uniformidade do modelo de ser humano e de cidado.

    O que e quem no se enquadrasse, era considerado irregular, desviante, anormal. http://globoesporte.globo.comhttp://flainandonaweb.blogspot.com

  • *Desse modo, instaurou-se uma ordem social, estruturada e pretensamente organizada segundo um certo modelo que deveria ser obedecido porque traria uma paz social, sem conflitos, uma vez que todos estariam de acordo com o modelo de conduta.

    Um modelo de sociedade que tentava eliminar as diferenas e os conflitos delas provenientes.

    Acreditava-se, de acordo com essa concepo, que a sociedade caminharia para o progresso sem conflitos, em ordem, sob o controle de confrontos que pudessem gerar insegurana e ameaas. As conseqncias deste modelo no tardaram a aparecer.http://cavaleirasdalua.blogspot.com

  • *Denncias a esta forma de regulao social passaram a ser freqentes, ao se constatar que a viso/concepo universalista de Homem e Cidado, sob a invocao de uma razo universal e imparcial, vlida para todos, portava um autoritarismo: na prtica, a lei da igualdade de todos perante a lei, no valia (e ainda no vale) para todos, indistintamente.

    Continuavam a vigorar os privilgios que tanto se criticara no Antigo Regime.

    A burguesia, que se juntara s camadas populares para combater tais privilgios da realeza, da nobreza e do clero, depois de tomar o poder do Estado nas revolues liberais da Inglaterra, no sculo XVII, na Independncia norte-americana, na Revoluo Francesa se esquecera do povo e arrogava o poder s para si.

    As crticas ao modelo de Cidado da modernidade

  • *http://br.geocities.com/

  • *A racionalidade tambm esteve presente nas intenes dos movimentos revolucionrios do sculo dezenove, que propunham uma organizao da sociedade de forma a diminuir as desigualdades sociais que se acentuaram com o desenvolvimento do capitalismo, que criou condies de vida desumanas para grande parte das pessoas.

    A Comuna de Paris foi um exemplo disso, a primeira experincia moderna de um governo realmente popular, e voltado para os interesses destas camadas populares.

    Durou algo em torno de quarenta dias, sendo massacrada pelas foras militares francesas em conjunto com as alems.

    Descendente direta da Comuna de Paris, a revoluo bolchevique realizada na Rssia tambm propunha uma racionalizao social, radicalizando ideais difundidos pelos movimentos anteriores.

  • *http://www.pco.org.br/http://www.cecac.org.br/Comuna de ParisRevoluo Bolchevique Assim como na Frana, foi derrubada na Rssia uma aristocracia detentora de um poder absoluto e que, h sculos, governava o pas.

  • *Logo, os efeitos nocivos da racionalidade comearam a aparecer, tornando o regime instalado na Unio Sovitica autoritrio.

    http://visualrian.com/

  • *Mas a racionalidade chegou ao seu pice de desumanidade e crueldade no nazismo, um regime com uma intensa organizao burocrtica que pretendia realizar um sistemtico extermnio de etnias e de formas de vida que eram considerados inferiores pela cincia e dispendiosas para o Estado Alemo.

    As virtudes da razo eram exaltadas, tudo era planejado em termos de custos e benefcio.

    Desprezava-se a moral e os valores individuais, pois estes seriam aspectos da irracionalidade e no eram teis ao tipo de sociedade que se pretendia implantar.http://www.colegioclasse.com.br

  • *A racionalidade perpassava todos os discursos do sculo XX e criava muitas mazelas para a humanidade.http://lucasleibholz.blogspot.com

  • *Os ltimos anos sessenta, do sculo XX, foram marcantes no que diz respeito s crticas a esse modelo de racionalidade.

    Houve, nesta poca, diversos movimentos de contestao, que emergiram em todos os continentes.

    As novas formas de perceber o mundo j no se adequavam mais aos modelos de pensar e agir, ento existentes.

    A crtica modernidade, de forma geral, baseou-se, a partir da, em uma crtica contra a sua necessidade de controle rgido da natureza, este controle que fazia pensar no poder do Homem em garantir a preveno de eventuais acasos e garantir a sua felicidade.

  • *http://artfiles.art.comhttp://i222.photobucket.comA Histria mostrava que essa concepo de ser humano, de cidado e de mundo no era realizvel, pois no havia conduzido paz social: ao contrrio, trouxera crises, conflitos, guerras, ameaas do apocalipse nuclear, produzindo a sensao de proximidade com o extermnio da Humanidade.

  • *O modelo de sociedade da modernidade mostrava indcios de esgotamento. A felicidade, segundo os padres modernos, passou a ser considerada um projeto irrealizvel. http://grupobrasilmostratuacara.blogspot.comhttp://www.marniemaclean.com

  • *O paradigma moderno e universal de pensar o mundo e nele agir, de controlar e planejar a sociedade, comeou a passar por um srio desgaste. Novos movimentos libertrios estavam surgindo, contra os que levavam a organizao racional e cientfica s ltimas conseqncias.

  • *Desenvolveu-se, neste momento, um descrdito em relao a essas maneiras de organizao como um meio de intromisso, por meio de um discurso autorizado e autoritrio, na vida das pessoas. http://www.acreditesequiser.net/

  • *Essas crticas conduzem a uma nova maneira de perceber o mundo, proporcionando, tambm, novas formas de agir sobre ele.

    Com o declnio da sociedade planejada que impunha uma cultura dominante, baseada nos critrios j analisados, h a possibilidade de um aperfeioamento da sensibilidade para que se perceba as caractersticas particulares e as necessidades das pessoas e dos grupos que formam a sociedade.

    Muda-se o foco de atuao, pensa-se agora nas vrias micro-comunidades, com suas experincias prprias e demandas particulares, que formam o corpo social. Novas formas de pensar o mundo e nele agir

  • *http://eisaterraincognita.blogspot.com

  • *Os movimentos em favor dos Direitos Humanos, que estavam em alta nesse perodo, levaram adiante uma severa crtica a esses modelos de ao propostos pela modernidade, que desprezavam as experincias humanas particulares, fazendo com que fosse reinvocado para o centro das preocupaes dos estudos sobre a sociedade aquilo que a modernidade, em larga medida, ignorara: o ser humano.

    A modernidade privilegiara o ser humano burgus, como o modelo perfeito de humanidade no capitalismo.

    Essa nova perspectiva buscava que o humanismo permeasse os estudos da sociedade.

    As tendncias autoritrias da racionalidade foram, a partir de ento, sendo derrubadas.

  • *http://clericalwhispers.blogspot.com

  • * esse contexto que traz as condies para a existncia de uma sociologia voltada para problemas que dizem respeito ao humanismo, com fortes reflexes a respeito da diversidade da vida humana.

    a partir dos anos de 1970, que estas crticas comeam a tomar dimenses mais aprofundadas, nesse perodo tambm que a globalizao intensificada.

    Essa nova sensibilidade com relao diversidade social vai ser desenvolvida, essencialmente, de duas maneiras.

    A primeira, vinculada s novas necessidades do capitalismo contemporneo; e outra, que leva em considerao as necessidades dos grupos excludos da sociedade moderna, que possuem demandas de primeira necessidade a serem supridas.

  • *http://www.jornalmudardevida.net/http://www.jornalmudardevida.net/

  • * no perodo posterior aos anos setenta (1973) que o capitalismo passa por uma forte transformao.

    http://farm1.static.flickr.com/

  • *O mercado, no mais planejado para produzir, padronizadamente, mercadorias para todos (produo de massa), passa a atender os micro-grupos sociais em suas peculiaridades, como se pode ver no desenvolvimento de produtos particulares para determinados grupos sociais.

  • *Observamos isso, por exemplo, em mercadorias voltadas para determinados pblicos.

    As modas passam e as mercadorias devem acompanhar os novos rumos que o mercado define.

  • *O fordismo, at ento, predominante no modelo de produo de mercadorias, sustentava uma produo de massa com operrios pouco qualificados.

    O ps-fordismo (toyotismo), exige uma produo especializada (para os mais distintos grupos sociais em suas caractersticas particulares) e qualificada.

    As novas tecnologias, decorrentes da revoluo tecno-cientfica que estava acontecendo, tambm a partir dos incios dos anos sessenta, adotam mquinas adaptadas, que atendem a demandas de grupos particulares, produzindo em um curto espao de tempo, para que haja uma maior circulao de mercadorias, o que favorece os lucros das empresas.

  • *Com isso, tem-se a possibilidade de se adaptarem as modas a comunidades e grupos etrios diferentes, atravs de pesquisas previamente encomendadas de mercado.

    A especializao na produo de mercadorias exige que os trabalhadores estejam atualizados em relao s novas tecnologias, sendo o modelo de organizao fordista no mais eficaz para atender os interesses novos que surgiram.

    Atravs da globalizao, este modelo de produo pode ser expandido em todo mundo sendo essas transformaes de fundamental importncia para que o capitalismo voltasse a se fortalecer;

    http://www.nolandgrab.org

  • *O Estado nacional, de regulador da sociedade, diminui a sua interveno no mercado, enxugando as suas responsabilidades em relao sociedade, o que diminui a possibilidade de regulamentao e seguridade social e contribui para o aumento das desigualdades.

    Mudanas legais e institucionais so levadas adiante para atender s exigncias do mercado.

    H, pois, uma sria limitao da atuao do Estado na sociedade para que este possa diminuir as responsabilidades com relao em relao mesma, deixando que as coisas aconteam no mercado, este proporcionar oportunidade para todos.

  • *Este o discurso do sistema capitalista.

    A afirmao das diferenas e particularidades est de acordo com essa nova forma de produo de mercadorias que torna bastante comum a cultura do consumo que movimenta o capitalismo.

    Isso proporcionado, principalmente, pelo capitalismo americano, que, juntamente com a circulao de suas mercadorias, promove, tambm, a circulao de sua cultura.

  • *A Ps-Modernidade a fase histrica correspondente a essa forma de organizao econmica e cultural, que produz um avano no mercado consumidor.

    Essa exaltao da fragmentao e da diversidade sociais no d respostas satisfatrias s pretenses ticas e polticas compromissadas com o fim das injustias sociais, pois, de uma forma sutil, continua a existir uma regulao social pelo consumo.

    Aquele que no tem capacidade de consumo, excluido e destinado a viver em bairros habitados por uma imensa parcela segregada.

    http://heynowunitedstates.spaces.live.com

  • *A regulao social promovida pela ps-modernidade exclui os que no tm dinheiro do direito cidadania.

    O estmulo s diferenas, que promovida hoje em dia, possui interesses comerciais.

    Pode-se perceber como que esse modelo de globalizao funciona ao voltar-se o olhar para a frica, extremamente empobrecida, que no tem acesso aos bens de consumo nem aos investimentos que outros lugares do mundo possuem.

    Com a globalizao, os grupos sociais passam a reafirmar suas identidades locais.

  • *Na modernidade, os pases desenvolvidos atriburam-se uma misso civilizadora.

    Ao se tornar injustificvel a forma como se vinha tentando expandir o modelo de civilizao, cria-se espao para que se apaream estas particularidades locais, que antes eram silenciadas.

    Esses grupos so incorporados de uma forma mercantil ao sistema capitalista globalizado.

    Devido ao poder econmico e supremacia econmica dos pases desenvolvidos, h uma grande desigualdade nas trocas de mercadorias entre os mais diversos lugares do mundo, com o privilgio de determinado local, que impe o seu localismo aos demais.

  • *Essa imposio, levada adiante atravs do mercado, globaliza, tambm,. as caractersticas culturais de quem possui maior poder.

    Um exemplo disso a quantidade de referncias que fazemos a manifestaes culturais que so tpicas da cultura norte-americana como msica, hbitos alimentares, expresses da lngua, smbolos, festas, comportamentos etc.

    Desta forma, cria-se uma incluso e uma integrao entre diversas localidades do globo, mas esta uma integrao vigiada por um poder superior representado por um pas ou conjunto de paises poderosos.

  • *Esse poder econmico dita as regras do jogo, que consistem na hegemonia de um discurso nico (fora da globalizao, no h sada), ditado pelos que se beneficiam da situao atual, que encontra formas de se legitimar e garantir apoio de uma opinio pblica.

    Estas empresas sustentam uma imensa mquina publicitria que estruturada para atender a seus interesses.

    H uma ascenso de uma burguesia cada vez mais globalizada que transita por todo o mundo em busca de espaos que se adaptem quela proposta que atenda a seus interesses.

    Esse modelo de globalizao levado adiante por diversas instituies financeiras que, reunidas em Washington (EUA) e em outros grandes centros financeiros mundiais, criam certos modelos de conduta para os pases em desenvolvimento que, por sua vez, buscam apoio e recursos financeiros nestes organismos internacionais, criando-se um ciclo vicioso.

  • *http://www.badaueonline.com.br/

  • *Na busca por alternativas que solucionem as injustias sociais, deve-se criar um outro modelo de sociedade que questione toda essa organizao econmica e social que atende aos interesses de uma minoria, de forma que a globalizao seja transformada em um espao para que as trocas culturais que citamos, ocorra de forma justa e igualitria.

    Para isso, condies bsicas de cidadania devem ser asseguradas, de maneira a garantir que sejam democratizados os recursos essenciais manuteno de uma vida digna (direito sade, educao, alimentao, moradia, emprego, lazer, etc.), criando-se polticas pblicas que interfiram no processo de mercadorizao dos meios necessrios sobrevivncia.

    http://www.eyebeam.org

  • *Isso quer dizer: no deixar que tais recursos s estejam ao alcance de quem pode pag-los; e que sejam garantidos publicamente, para todos, como possibilidade para que se promovam melhorias sociais.

    A organizao imposta pelos pases que constituem a hegemonia do atual processo de globalizao, tende a privatizar esses recursos e servios.

    Com a implantao destas medidas de ampliao de polticas pblicas, procura-se reverter o constante declnio da organizao republicana do Estado.

    O republicanismo sinnimo de coisa pblica, pertencente a todos, de que todos, de maneira igualitria, podemos e devemos fazer parte.

  • *Atualmente, predomina o critrio de capacidade de consumo para identificar o cidado.

    Essa viso empobrecedora, desmobilizadora e despolitizadora reduz o significado de Cidadania.e compromete, assim, o seu significado multidimensional e o esprito pblico do cidado, possuidor de direitos e deveres.

    A luta pelos Direitos Humanos garantidos para todos e para que todo cidado seja educado em uma Cultura de Direitos Humanos reinventa a Cidadania, forma pessoas ativas e participantes nos rumos da sociedade de que faz parte.

  • *http://boingboing.net