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Murilo Mendes

Murilo Mendes Murilo Monteiro Mendes nasceu em 1901, em Juiz de Fora, Minas Gerais. Iniciou os estudos em sua terra natal e depois no Colgio Salesiano, em Niteri. Depois de formado exerceu diversas atividades profissionais, como dentista, telegrafista, auxiliar de guarda-livros, notrio e Inspetor Federal de Ensino.

Quando rapaz, por no conseguir se encaixar na escola ou no trabalho, foi morar com seu irmo mais velho no Rio de Janeiro. Onde acabou firmando-se como escrivo.

Sob a influncia de Belmiro Braga, mestre e vizinho iniciou nas letras e pasou a participar, eventualmente, de publicaes modernistas como, Terra Roxa e Outras Terras e Antropofagia onde, aos 24 anos publicou o poema Mapa. Em 1930, publicou Poemas, seu primeiro livro, sempre negando ser filiado de algum movimento especfico, nem mesmo do Modernismo, at que em 1934 converteu-se ao Catolicismo e, com Jorge de Lima, dedicou-se poesia religiosa, mstica, num movimento de "restaurao da poesia em Cristo"

De 1953 a 1955 percorreu diversos pases da Europa, divulgando, em conferncias, a cultura brasileira. Em 1957, se estabeleceu em Roma, onde lecionou Literatura Brasileira. Faleceu, em Portuga, em 1975.

obrasPoemas (1930)Histria do Brasil (1932)Tempo e Eternidade. Colaborao de Jorge de Lima (1935)O Sinal de Deus (1936)A Poesia em Pnico (1936)O Visionrio (1941)As Metamorfoses (1944)O Discpulo de Emas (1945; 1946)Mundo Enigma (1945)Poesia Liberdade (1947)

Janela do Caos (1949)Contemplao de Ouro Preto (1954)

Poesias (1925-1955).

Tempo Espanhol (1959)

A Idade do Serrote (memrias) (1968)

Convergncia (1970)

Poliedro (1972)

Retratos-relmpago (1973)

Fonte: http://pt.shvoong.com/books/biography/1660727-murilo-mendes-vida-obra/#ixzz1z5gCcOPw

O homem, a luta e a eternidadeMurilo Mendes

Adivinho nos planos da conscinciadois arcanjos lutando com esferas e pensamentosmundo de planetas em fogovertigemdesequilbrio de foras,matria em convulso ardendo pra se definir. alma que no conhece todas as suas possibilidades,o mundo ainda pequeno pra te encher.

O


Um dia a morte devolver meu corpo,
minha cabea devolver meus pensamentos ruins
meus olhos vero a luz da perfeio
e no haver mais tempo.

Abala as colunas da realidade,desperta os ritmos que esto dormindo. guerra! Olha os arcanjos se esfacelando!

A poesia acima foi publicada na revista "Letras e Artes", publicao do dia 07 de novembro de 1948 - Rio de Janeiro, na seo "Pginas da Poesia Moderna", e nos foi remetida pelo amigo Joo Antnio Bhrer.

A poesia e o nosso tempo (trechos )de MURILO MENDES Publicado no Suplemento Dominical do Jornal do Brasil, de 25 de julho de 1959, este artigo de MURILO MENDES, at hoje indito em livro, surpreendente no que diz respeito lucidez do autor que falava em "planetizao de fatos e idias"a partir da cincia e da tecnologia. Nossa poca, nascida sob o signo do relativismo, se distingue em boa parte pela flutuao e instabilidade das idias. Hoje difcil, se no impossvel, fixar um critrio seguro, no que se refere validez de escolas e estilos literrios. O que agora parece modernssimo torna-se "superado", datado, em pouco tempo. Nenhum de ns viver 500 anos para saber o que vai ficar da imensa produo literria da nossa poca.

Alm disso, entramos numa fase da histria muito diferente das que nos precederam. Somos os primitivos da era atmica, as primeiras testemunhas dum universo em elaborao, que geme com as dores do parto. Em p nos rios de asfalto, assistimos queda de Babilnia. Suspendemos as nossas liras de ferro nestes salgueiros de hoje, que so os monumentos de concreto armado. O futuro da literatura acha-se, pois, intimamente ligado fisionomia deste mundo novo que se constri. Podemos entretanto arriscar uma profecia: provavelmente se voltar a acentuar o carter "csmico" da poesia. De fato, caminhamos para um tempo e um espao em que a medida dominante ser a da universalidade; caminhamos para uma planetizao de fatos e ideias, de que a cincia e a tcnica oferecem os sinais mais evidentes.

No considero o artesanato literrio um fim em si, mas um meio de comunicao escrita. Em minha poesia procurei criar regras e leis prprias, um ritmo pessoal, operando desvios de ngulos, mas sem perder de vista a tradio. Restringir voluntariamente meu vocabulrio, procurando atingir o ncleo da ideia essencial, a imagem mais direta possvel, abolindo as passagens intermedirias. Certo da extraordinria riqueza da metfora - que alguns querem at identificar com a prpria linguagem -, tratei de instal-la no poema com toda a sua carga de fora. Preocupei-me com a aproximao de elementos contrrios, a aliana dos extremos, pelo que dispus muitas vezes o poema como um agente capaz de manifestar dialeticamente essa conciliao, produzindo choques pelo contato da ideia e do objeto dspares, do raro e do quotidiano.

Atrado simultaneamente pelo terrestre e o celeste, pelo animal e o espiritual, entendi que a linguagem poderia manifestar essa tendncia, sob a forma dum encontro de palavras extradas tanto da Bblia como dos jornais; procurando mostrar que o "social" no se ope ao "religioso". (...) Persegui sempre mais a musicalidade que a sonoridade; evitei o mais possvel a ordem inversa, procurei muitas vezes obter o ritmo sincopado, a quebra violenta do metro, porque isso se acha de acordo com a nossa atual predisposio auditiva; certos versos meus so os de algum que ouviu muito Schnberg, Stravinski, Alban Berg e o jazz. Empreguei frequentemente a forma elptica, visto ser uma tendncia acentuada da poesia moderna; de resto no cria uma ruptura entre o poeta e o leitor, antes obriga este a uma disciplina mental, ensinando-lhe a ler nos intervalos, a encobrir analogias e paralelismos. E se o leitor estpido tambm no vale a pena escrever claro demais.

Sendo de natureza impulsiva e romntica, cedo percebi que no plano da criao literria devia me impor um autocontrole e disciplina. Tendo em conta esta minha primeira natureza, julgo ter feito um trabalho de verdadeiro polimento de arestas, pois se os relacionar minha contnua necessidade de expulso, meus textos so at muito construdos e ordenados. (...) Sou contra a idolatria da linguagem; de resto sou contra qualquer idolatria. No creio, repito, no artesanato literrio como fim: precisamente uma tcnica de comunicao. Que nos diz hoje, por exemplo, a habilidade virtuosstica dos Banville, dos Heredia etc.? Que nos diz a arte pela arte? Acho errado que um poeta atual no colha os frutos do grande movimento de renovao da tcnica do verso operado em nosso sculo; que renegue a revoluo.

Cuidar do artesanato, desenvolver ao mximo a cincia da linguagem, de acordo; agora meter a poesia num sapato chins, isto nunca. Penso que poesia deve propor no s um conhecimento, mas ainda uma transfigurao da condio humana, elevando-nos a um plano espiritual mais alto. Realizar isto sem nfase, de acordo com os rumos atuais da estilstica, eis o problema. (...) Penso que todos os homens possuem o germe da poesia. Nem todos, porm, sabem ou podem comunicar a poesia em forma persuasiva. A misso particular do poeta consiste em desvendar o territrio da poesia, nomeando as coisas criadas e imaginadas, instalando-as no espao da linguagem, conferindo-lhes uma dimenso nova. Alm de recorrer ao seu tesouro pessoal, sua vivncia, o poeta se inspira no inconsciente coletivo, rico em smbolos, imagens e mitos. Da linguagem universal extrai a sua linguagem especfica. A linguagem, ao mesmo tempo que informa o poeta, revela-lhe sua fisionomia pessoal. Resumindo, pode-se dizer que a operao potica baseada em linguagem, afetividade e engenho construtivo. O poeta escrever, portanto, para manifestar suas constelaes prprias.

Desde muitos anos insisto em que a poesia uma chave do conhecimento, como a cincia, a arte ou a religio; sendo portanto bvio que atribuo um significado muito superior ao de simples confidncia ou de jogo literrio. Diversas so as faces da poesia, tal como se tem esta revelado atravs dos sculos. Que o instrumento bsico da poesia a linguagem, no h a menor dvida; tornando-se suprfluo mencionar o conhecido dilogo de Mallarm com Degas. J sabemos que impossvel dissociar forma e ideia Agora, o que se torna mais difcil, dado o nmero considervel das experincias de linguagem, bem como de teorias da poesia surgidas nos ltimos 100 anos, atribuir a esta ou quela teoria um carter de verdade esttica total, pois os antigos denominadores comuns, as regras clssicas, foram substitudos, alterados ou mesmo destrudos. Considerando-se os movimentos de poesia somente em funo da sua capacidade de reagir aos anteriores, incorremos no erro crtico que consiste em julgar as obras literrias apenas como documentos de determinada gerao. Bem entendido, isto no implica que eu negue as ligaes de tais obras com o tempo.http://www.artelivre.net/html/literatura/al_literatura_murilo_mendes.htm

CONCLUSO

MURILO MENDES FOI REALMENTE UM HOMEM QUE SE DEDICOU PROSA E A POESIA. MENDES NO DEIXA APENAS OBRAS MARAVILHOSAS DE LEITURAS E REVISES, MAS DEIXA SAUDADE, DO HOMEM, DO POETA E DO MARAVILHOSO E SIMPLESMENTE MURILO MENDES. JUNTAMENTE COM TODAS ESSAS OBRAS, DEIXA POESIAS E POEMAS ESCRITOS, PALAVRAS SOLTAS AO VENTO! E DEIXA NA MEMRIA UMA MENSAGEM: SER MURILO NO FOI FCIL, MAS VALEU A PENA.

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