nº 10 | maio 2020 · executivo escolhe um estilo de gestão mais próximo, mais transparente, mais...

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1 Nº 10 | Maio 2020 OS DESAFIOS DA GERAÇÃO Z A NOVA ROTINA EM MEIO À PANDEMIA PALAVRA DE ESPECIALISTA: JOÃO MARCIO SOUZA A PRESSÃO DA ALTA LIDERANÇA TRANSTORNOS MENTAIS ENFRENTADOS PELOS JOVENS O PROCESSO DE ADAPTAÇÃO DAS EMPRESAS COMO O COVID-19 ESTÁ IMPACTANDO AS EMPRESAS NO BRASIL.

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Nº 10 | Maio 2020

OS DESAFIOS DA GERAÇÃO Z

A NOVA ROTINA EM MEIO À PANDEMIA

PALAVRA DE ESPECIALISTA:JOÃO MARCIO SOUZAA PRESSÃO DA ALTA LIDERANÇA

TRANSTORNOS MENTAIS ENFRENTADOS PELOS JOVENS

O PROCESSO DE ADAPTAÇÃO DAS EMPRESAS

COMO O COVID-19 ESTÁ IMPACTANDOAS EMPRESASNO BRASIL.

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EDITORIALMedo, ansiedade, angústia. Sentimentos muitas vezes presentes na vida dos

executivos que têm nos visitado constantemente nos últimos dias, e que podem levar a um desequilíbrio da saúde mental. Essa edição da HR Lenses fica pronta em meio à pandemia do Coronavírus e a uma crise socioeconômica ainda sem a convicção da profundidade de seus impactos. Todos foram e estão sendo obrigados a tomar decisões difíceis que afetam milhares de pessoas e, é preciso mais do que nunca resiliência, criatividade e jogo limpo.

Não são tempos amistosos. Os colaboradores estão sendo pressionados possi-velmente como nunca antes, as lideranças precisam de agilidade na tomada de decisões e principalmente agora, percebemos a importância de uma mente equili-brada, da capacidade de leitura do cenário de forma clara e da coragem, para que sejam encontrados direcionais para suas equipes e seus negócios.

Nesta edição número 10 da HR Lenses mostramos como as empresas se adap-taram e responderam rapidamente às mudanças impostas pela pandemia bem como a importância que um líder equilibrado tem neste momento e como ele pode influenciar todo o time. A revista aborda também a saúde mental dos jovens co-laboradores, que podem não estar totalmente preparados emocionalmente para lidar com pressão e ansiedade no trabalho, os benefícios da meditação e outras técnicas mentais que podem aliviar o estresse e ajudar na produtividade.

Precisaremos de clareza e equilíbrio mental para enfrentarmos os próximos meses e refletir, aprender e nos reinventarmos com mais empatia e consciência coletiva. Hoje, sairão na frente aqueles que souberem, além de gerir negócios, lidar com pessoas e sentimentos.

Boa leitura!

Luiz Valente,CEO do Talenses Group

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Entrevista Ping-Pong João Marcio Souza

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Trabalho mais envolvente gera menos estresse e colabora com a saúde mental dos funcionários

Burnout, ansiedade e depressão. Quem não conhe-ce alguém que tenha sofrido de um destes males e que tenha como causa o excesso de trabalho, a pressão por resultados ou mesmo a solidão e a alta responsabilidade de tomada de decisões imposta pelas cadeiras de liderança? Por vezes os gestores, sem perceber, passam ansiedade ao time e preocu-pação excessiva com metas e resultados que podem funcionar como gatilho para essas questões mentais. Pressão e ansiedade estão presentes na rotina de trabalho da maioria das profissões, mas diante de tantos casos de afastamentos por doenças mentais dentro das organizações, a pergunta que fica é: será que não estamos exagerando? Conversamos com João Marcio Souza, CEO da Talenses Executive, especialista no recrutamento de executivos para Top Management, C-Level e Conselhos, que nessa entrevista diz acreditar que a chave para diminuir estes males está no próprio trabalho e na motivação que pode vir com ele.

Como tornar o trabalho menos estressante e mais envolvente para os colaboradores mesmo em mo-mentos de crise?

Partindo do princípio que cada colaborador tem uma maneira distinta de se automotivar, a primeira questão é analisar o contexto em que os profis-sionais estão trabalhando, já que a relação com o trabalho varia muito, de acordo com a cultura de cada país e, também, com a situação econômica de cada local. Quando se tem uma situação de crise muito grave, como a atual com o Coronavírus, em que os profissionais pensam a todo tempo na sobrevivência e em manter seus postos de trabalho, torna-se profundamente relevante para a motivação, praticar todos os dias o contato próximo com os executivos e a conversa sincera sobre os destinos da organização. Já em situações econômicas mais favoráveis, a preocupação com a motivação começa com o feedback que a empresa dá ao alto escalão sobre o que está bom e o que pode melhorar. Dessa forma, o C-Level toma consciência de onde está o

problema e quais as necessidades mais iminentes para o colaborador e a, partir daí, desenvolve ações táticas e atende aos anseios da equipe. Obviamente um trabalho mais ou menos envolvente e um am-biente menos estressante vai depender também dos valores da empresa. Algumas têm uma cultura muito bem definida apontando para um ambiente muito competitivo e outras, ao contrário, prezam por rotinas mais amigáveis e de acolhimento.

Como a saúde mental do executivo pode afetar a equipe dele?

“Costumo dizer que a equipe é o espelho de seu gestor.

Se ele está de mau-humor, muito provavelmente seu

time não estará com a energia lá em cima.”

E quando este executivo se vê em um cenário de burnout, depressão ou de muito estresse, torna-se muito difícil filtrar as emoções para a equipe, o que pode piorar o cenário de forma geral. O time vai sentir, vai sofrer e não verá um exemplo a seguir em momentos de alta pressão e estresse. Isso não quer dizer que líderes precisem ser praticamente um buda. Quer dizer que é importante que o gestor esteja muito atento, com um nível de consciência muito elevado para evitar que este tipo de situação aconteça de forma recorrente refletindo, de forma negativa em sua equipe, em outras áreas da empresa e até mesmo em seus pares.

Como o líder pode minimizar o estresse e a pressão em suas funções?

Quando falamos do alto escalão, entendemos que são funções mais solitárias por natureza, com pou-cas pessoas para compartilhar as inseguranças, as dores, decisões, valores e problemas pessoais. Ou seja, é um lugar na pirâmide bastante desafiador por este aspecto também. Então muitas vezes o líder

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Participação Especial

João Marcio SouzaSócio Administrador do Talenses Group e CEO da Talenses Executive

acaba somatizando e apresentando um alto nível de estresse. Para evitar este tipo de situação é preciso prestar muita atenção na relação com o trabalho, de forma a entender que patrimônio pessoal e posição no mercado não se sustentam sem que haja saúde física e mental. Encontrar um equilíbrio entre a vida profissional e outros papéis como a vida em família, os amigos, os hobbies, é fundamental para não ser absorvido unicamente pela função profissional. É um trabalho muito mais preventivo do que reativo porque, na hora em que o executivo se vê em uma situação de burnout ou depressão, já não dá mais tempo de pensar neste tipo de questão. É importante ter em mente que conforme o executivo vai subindo de cargo, o trabalho será cada vez mais desafiador, com mais responsabilidade e mais pressão, então é preciso encontrar maneiras de despressurizar.

Como o executivo C-LEVEL pode perceber que a equipe está mais estressada do que o normal?

Em toda relação gestor e equipe existe a escolha de manter uma proximidade com a equipe, e se o executivo escolhe um estilo de gestão mais próximo, mais transparente, mais pessoal, cria-se um cami-nho para que essas questões sejam tratadas com abertura. Não acredito no líder do passado, aquele líder hierárquico, que não mostra suas fraquezas e suas vulnerabilidades. Pelo contrário, acredito em um líder que aprende com a equipe, está aberto a feedbacks, que tem uma relação de respeito e está muito mais envolvido no dia a dia. Portanto, a dica que eu daria é: tenha uma relação aberta e franca com a sua equipe. Só assim é possível identificar estes problemas antes que eles de fato prejudiquem o colaborador e o time.

Que mecanismos podem ser implementados para que a equipe consiga performar de forma eficaz e sem tanto estresse?

Eu penso que a comunicação bem feita é o principal mecanismo. O líder tem que ter uma habilidade de comunicar os objetivos de negócio de maneira muito efetiva, muito aberta, de forma a engajar a equipe em relação ao que é esperado em termos de entregas e resultado. Na medida em que isso é feito, a equipe passa a ter um outro olhar em relação à liderança e o nível de motivação tende a crescer. Outro mecanismo seria criar um ambiente leve, amigável, que possibilite às pessoas atingir o resultado, mas sem ameaças, sem medo.

Qual o caminho para conseguir este ambiente mais leve e saudável no trabalho?

A equipe é o reflexo da liderança, então o primeiro passo é o líder se comportar de maneira a criar um bom ambiente, um bom clima e reduzir a tensão, sem cobranças no sentido de um ambiente ameaçador. Outro ponto é usar a criatividade e entender com o próprio time de que forma o ambiente pode ficar mais leve, mais divertido, e as maneiras de chegar aos resultados sem prejudicar física e emocional-mente os colaboradores. Isso pode ser conversado com a equipe e são bem-vindas as situações de aproximação como um day off juntos e happy hours que estimulam um ambiente de amizade e de pro-ximidade entre os colaboradores para conhecê-los como pessoas e não somente no papel de líder e liderados.

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www.talensesexecutive.com

www.talenses.com

www.mappit.com.br

www.assigna.com.br

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