não há lei que proíba a mulher de exercer a advocacia! · presidente: stephany dayana pereira...

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A afirmação consta no parecer da Comissão de Justiça, Legislação e Jurisprudência, do Instituto da Ordem dos Advogados do Brasil, dado em 1899 à Dra. Myrthes Gomes de Campos, primeira mulher a exercer a advocacia no Brasil, em sua primeira tentativa de ingressar nesta Instituição. Um marco na história de luta das mulheres nesta e em muitas outras profissões. Esta edição especial é uma homenagem e o reconhecimento do valor da mulher advogada. Não há lei que proíba a mulher de exercer a advocacia! “[...] a liberdade de profissão é como a igualdade civil da qual promana, um princípio constitucional;” ORD EMDOSADVOGADOSDOBRA S I L FOZ DO IGUAÇU OAB/PR SUBSEÇÃO DE FOZ DO IGUAÇU | MAR/ABR | 2018 | ANO II | #07 | WWW.OABFI.COM.BR ANO Questão Ordem de

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A afirmação consta no parecer da Comissão de Justiça, Legislação eJurisprudência, do Instituto da Ordem dos Advogados do Brasil, dado em 1899

à Dra. Myrthes Gomes de Campos, primeira mulher a exercer a advocacia noBrasil, em sua primeira tentativa de ingressar nesta Instituição. Um marco na

história de luta das mulheres nesta e em muitas outras profissões. Esta ediçãoespecial é uma homenagem e o reconhecimento do valor da mulher advogada.

Não há lei queproíba a mulher

de exercera advocacia!

“[...] a liberdade de profissão é comoa igualdade civil da qual promana, um

princípio constitucional;”

ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL

FOZ DO IGUAÇU

OAB/PR SUBSEÇÃO DE FOZ DO IGUAÇU | MAR/ABR | 2018 | ANO II | #07 | WWW.OABFI.COM.BR

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OAB / PR SUBSEÇÃO DE FOZ DO IGUAÇU

|4 DIRETORIA OAB/PRSUBSEÇÃO DE FOZ DO IGUAÇUGESTÃO 2016 / 2018PresidenteValter Cândido Domingos

Vice-Presidente Neandro Lunardi

Secretário Geral Emerson Ricardo Galiciolli

Secretária Adjunta Isadora Minotto Gomes Schwertner

Tesoureiro Cesar Edward Abbate Sosa

Produção

EXPEDIENTE

FOZ DO IGUAÇU

descubraC o m u n i c a ç ã o

CONSELHEIROS ESTADUAISOAB/PRAbner Wandemberg RabeloGilder Cesar Longui Neres

CONSELHEIROS TITULARES OAB/FIAngélica Tatiana Tonin Ariane Dias Teixeira Leite Carlos Wisland Samways Jorge Ricardo Kuhn Jose Brito de Almeida Sobrinho Leandro de Oliveira Marcos Apolloni Neumann Plinio Ricardo Scappini Junior Yara Sueli Lang

CONSELHEIROS SUPLENTEOAB/FIEliane Davilla Savio Fernando Castro da Silva Maraninchi João Vladimir Viland Policeno Jorge Luis Nunes José Claudio Rorato Filho José Guilherme Zoboli Julmara Luiza Hubner Jusilei Soleide Matick Luis Miguel Barudi de Matos Poliana Cavaglieri Saldanha dos Anjos

DELEGADO DA CAA/PROAB/FIEduardo Costa Apolinário

Comissão de Mediação e Práticas Restaurativas Presidente: Marcia MihailescuTel: 3572 4655 email: [email protected]

Comissão de ObrasPresidente: Marcelo Rodrigues de AlmeidaTel: 3025 2002 / 99975 0046email: [email protected]

Comissão de EventosPresidente: Deynes Grasiele B. Benitez KellerTel: 3028 7506 / 99943 5338email: [email protected]

Comissão Direito MédicoPresidente: José Marcelo Nicoletti TeixeiraTel. 3027-1851/ 99975-1177e.mail: [email protected]

Comissão de Estudos sobre Violência de GêneroPresidente: Thaynã Davilla SavioTel. 3572-2201/ [email protected]

Comissão de Diversidade Sexual e de GêneroPresidente: Stephany Dayana Pereira MencatoTel. 99977-2385Email: [email protected]

Comissão de Direito de Família, Infância e JuventudePresidente: Gabriela Regina de Machado CardosoTel. 3027-1759/ 99942-9199e.mail: [email protected]

Comissão do Terceiro SetorPresidente: Louise Fernanda de Oliveira ReisTel. 3028 2333 / 99936 0702e.mail: [email protected]

Comissão Compliance Jurídico e AnticorrupçãoPresidente: Alfredo Copetti NetoTel. 99956 1980e.mail: [email protected]

COMISSÕESComissão de Fiscalização do Exercício ProfissionalPresidente: Allan Weston de Lima WanderleyTel: 3522 1011/ 99929 2030 email: [email protected]

Comissão de Direitos e PrerrogativasPresidente: Andre EyngTel: 3572 2201/ 99809 4397email: [email protected]

Comissão do Direito do ConsumidorPresidente: Bruno Rodrigo LichtnowTel: 3028-3115/ 99921 8979 email: [email protected]

Comissão da Mulher AdvogadaPresidente: Thaíse Vieira Thomé WerriTel: 3028 9193/ 99912 9229 email: [email protected]

Comissão Direitos HumanosPresidente: Daniel Fernandes ApolinárioTel: 3027 4221/ 99103 4221 email: [email protected]

Comissão do Jovem Advogado IniciantePresidente: Georgia Gabriele Braz DomingosTel: 3522 1011/ 99931 8055email: [email protected]

Comissão de Direito PrevidenciárioPresidente: Everaldo LarssenTel: 3027 1851/ 999114029email: [email protected]

Comissão de Direito EleitoralPresidente: Keila Rodrigues LopesTel: 99915 6857email: [email protected]

Comissão de EsportesPresidente: Nereu Luiz Battisti JuniorTel: 3029 3069/ 99953 7925email: [email protected]

Comissão Direito do TrabalhoPresidente: Samira ZeinedinTel: 3523 8420/ 99964 5180email: [email protected]

Comissão da Advocacia CriminalPresidente: William Raffael Pires FurlanTel: 99971 9081email: [email protected]

Comissão Advocacia Dativa (Lei n.º 18.664/20115 )Presidente: Douglas Irlan KalichevskiTel: 3572 9574 / 99936 8109email: [email protected]

Rua Guaratuba, 247 – JardimCopacabana – CEP: 85856 - 520Foz do Iguaçu / [email protected]

Rua José Menezes, 40 – Jardim GuarapuavaCEP 85856-220Telefones: 45 3025 3222 / 3025 [email protected] www.oabfi.com.br

Direção ExecutivaWellington [email protected] 99960 7797

Direção ComercialLaércio de [email protected] 99929 9093

Jornalista ResponsávelCyntia BragaMTb 3176/12/08 PR

DiagramaçãoIlustração de CapaRafael Ramires

ImpressãoGráfica Tuicial

Tiragem2.500 exemplares

Versão DigitalDistribuída a 61 mil Advogados e Advogadas inscritos na OAB/PR

REVISTA QUESTÃO DE ORDEM / MAR/ABR / 2018

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Neste mês de março, re-cebi a honrosa missão de escrever a palavra

do Presidente, mesmo não o sendo, por um motivo especial: sou a única mulher a integrar a Diretoria da OAB Subseção de Foz do Iguaçu, como secretaria geral adjunta. Foz do Iguaçu, como já foi noticiado, é a sub-seção do Paraná que mais con-ta com mulheres inscritas, ou seja, a maioria dos advogados na nossa cidade são, na verda-de, advogadas. Então aproveito esta oportunidade para destacar as ações da OAB para este mês referentes ao universo feminino e à defesa do empoderamen-to das mulheres na sociedade. Sabemos da importância de se promover ações desta natureza, pois, se nada for feito, a igual-dade entre homens e mulheres somente ocorrerá em mais de 40 anos e, no mercado profissio-nal, demorará mais de 120 anos para que a mulher conquiste os mesmos cargos, direitos e sa-lários que os homens, segundo pesquisas realizadas com base

nos dados apresentados no úl-timo Fórum Econômico Mun-dial. Ainda na contramão da igualdade, a violência contra a mulher foi declarada problema de saúde pública pela Organiza-ção Mundial de Saúde, contan-do com índices alarmantes de violência doméstica e familiar. Um país que se declara demo-crático deve ter como compro-misso básico a promoção do bem-estar de todos os cidadãos sem distinção, sem permane-cer indiferente ao fenômeno da desigualdade histórica, so-cial, jurídica e cultural de que foram e continuam sendo alvo as mulheres. Neste sentido, fica o convite para toda a comuni-dade iguaçuense encampar esta luta pela erradicação de todas as formas de discriminação, es-pecialmente a de gênero, com a promoção da valorização da mulher e a adoção de ações que promovam o reconhecimento do importante papel da mulher na sociedade, em especial, com um diálogo político mais regu-lar e inclusivo.

Senhoras Advogadas,Senhores Advogados,

PALAVRA DO PRESIDENTE

Dra. Isadora Minotto Gomes SchwertnerSecretária Adjunta

OAB / PR SUBSEÇÃO DE FOZ DO IGUAÇU

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A diversidade enriquece as

instituições

Na OAB/PR Subseção de Foz do Iguaçu elas já são maioria. Dos 1.560 inscritos, mais de 50% são mulheres. A Advogada Thaíse Vieira Thomé Werri lidera uma das mais atuantes e combativas comissões da Instituição: a da Mulher Advo-

gada. Além disso, participa ativamente da Comissão de Compliance.Consultora em Gestão de Empresas Familiares pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC), com especialização em Direito Público, a Dra. Thaíse Thomé iniciou sua carreira na área criminal. O tempo e os clientes acabaram direcionando-a para a área de inventários, bens e família, em especial, aos casos de sucessão nas empresas familiares (governança corporativa).Nesta entrevista, Dra. Thaíse aborda questões relativas ao Plano Nacional de Valorização da Mulher Advogada, a discriminação na profissão, violação de prerrogativas profissionais e honorários mais baixos por razões de gênero, assédio no ambiente de trabalho, entraves no exercício da advocacia e baixa participação da mulher advogada na política da OAB, além das ações, projetos, programas e políticas desenvolvidas no âmbito da Comissão da Mulher Advogada da Subseção de Foz do Iguaçu.

E N T R E V I S T A

Dra. Thaíse Vieira Thomé WerriAdvogada

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QO – Por que a Sra. escolheu a advocacia como profissão?

Dra. Thaíse - Inicialmente, esco-lhi o Direito, pelas possibilidades profissionais que se apresentavam. Viver em fronteiras (Brasil-Pa-raguai e Itália-Suíça) e conviver com os desafios encontrados nes-tes espaços sempre me motivaram a entender a vida transfronteiriça e isso envolve muito de leis e re-gulamentos. No início da faculda-de, pensava em concursos. Depois de muitos estágios, em gabinetes de juízes, percebi que a impar-cialidade e a dinâmica do serviço público não se compatibilizavam com minha forma de vida. Logo depois de formatura, já aprovada na OAB, passei a trabalhar em escritório de advocacia e gostei muito.

QO – Como se deu o início da sua carreira? Quais foram os fatos mais marcantes da sua trajetória como advogada?

Dra. Thaíse - Meu início na ad-vocacia se deu num escritório especializado em direito penal, atuava essencialmente com ques-tões criminais, as quais eu gostava muito e tinha bastante experiên-cia por ter trabalhando numa Vara Criminal durante muito tempo. Logo, as demandas do escritório me levaram ao direito sucessório. Continuei lindando com mortes, mas no aspecto civil. Amei. Nos últimos 10 anos, tenho trabalha-do essencialmente com inventá-rios e sucessão.

QO – Apesar da criação do Pla-no Nacional de Valorização da Mulher Advogada, que prevê a presença, em todas as co-missões da OAB, de no míni-mo 30% (trinta por cento) e no máximo 70% (setenta por cen-to) de membros de cada sexo, essa regra é descumprida. Na sua opinião, o que falta para a mulher ocupar seus espaços na OAB e na sociedade?

Dra. Thaíse - As cotas são uma realidade não apenas na OAB, como também nas eleições e em alguns âmbitos do mundo corpo-rativo. Na sociedade, as mulheres ocupam vários lugares e na OAB também. Somos a maioria em percentual tanto no nosso muni-cípio como também na nossa sub-seção. Conforme avançando ao topo da pirâmide rumo as espaços de maior poder e decisão (onde as disputas acontecem, onde ne-tworking importa, onde os ho-mens estão em sua maioria abso-luta) aí sim, a discrepância entre homens e mulheres é enorme. Na minha opinião falta mudança de cultura e ações concretas visando melhorar estes índices. Achar que este equilíbrio vai acontecer natu-ralmente, é muita ingenuidade.

QO - Na contramão da história da OAB Nacional e das demais instâncias de representação da classe, na Subseção de Foz do Iguaçu é ampla a participação e empoderamento da mulher ad-vogada. Na sua visão, por que isso acontece?

Dra. Thaíse - Porque tem mu-lheres que ousaram e chegaram lá. Porque temos homens que aprenderam que a diversidade só enriquece as instituições. Por-que antes de homens e mulheres, somos pessoas com propósitos, competências e desafios que pre-cisam ser superados todos os dias. Há tempos, equilibrar vida pesso-al e profissional é desafio de quem pretende ter qualidade de vida e não de homem ou de mulher e nossa Subseção viu isso há tem-pos.

QO – Sabe-se que ainda há muita discriminação na profis-são, violação de prerrogativas profissionais e honorários mais baixos por razões de gênero, assédio no ambiente de traba-lho, entraves no exercício da advocacia e baixa participação da mulher advogada na política da OAB. A Sra pode nos traçar um panorama desse cenário?

Dra. Thaíse - Os desafios são enormes e de todas as ordens. Mesmo que homens e mulheres tentem equilibrar vida pessoal com vida profissional, esse jogo traz consequências diferentes: a repercussão da carreira sobre a vida pessoal, no formato que vive-mos hoje, afeta muito mais a vida pessoal das mulheres do que dos homens. A meu ver, por conta da engenharia doméstica e toda a sua logística que insiste em recair so-bre as mulheres. O tempo é igual para todos. Fazer política dentro e fora da OAB exige um tempo de interação social que as mulhe-

OAB / PR SUBSEÇÃO DE FOZ DO IGUAÇU

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res gastam, muitas vezes, com esta engenharia. Pesquisas já demons-tram isso.

QO – Quais as ações, projetos, programas e políticas desen-volvidas ou planejadas no âm-bito da Comissão da Mulher Ad-vogada, na Subseção de Foz do Iguaçu?

Dra. Thaíse - Nossa Comissão desde o início seguiu as normati-

vas previstas no Plano Nacional de Valorização da Mulher Advoga-da, dentre os projetos realizamos ações com a Secretaria de Saúde visando a redução dos índices de mortalidade materno infantil em nosso município, participamos da realização do Seminário Inter-nacional sobre Tráfico de Pesso-as, realizamos em conjunto com a Comissão Eleitoral um evento

Mais Mulheres na Política com a participação de mulheres reno-madas da Tríplice Fronteira. Em parceria com a Unila, promovemos o curso Perspectiva de Gênero em políticas públicas. O mês da Mulher é sempre nosso período mais agita-do. Este ano faremos um Curso de Defesa Pessoal, em parceria com a Polícia Militar. Participaremos de eventos em escolas, no shopping e no PTI reforçando as reflexões pelo dia internacional da mulher.

E N T R E V I S T A

QO – Quais são, atualmente, os principais avanços e desafios da profissão?

Dra. Thaíse - Os principais avan-ços são a mudança de paradigma que vivemos hoje. Falar a respeito de assédio, de violência contra a mulher, de desigualdade salarial, de teto de vidro com dados es-quematizados é um avanço que

não podemos abrir mão. Os de-safios continuam atuais, discri-minação na profissão, violação de prerrogativas profissionais e assédio no ambiente de tra-balho. Contra isso, precisamos mais do que falar, precisamos agir.

QO – Que mensagem a Sra. deixa para as acadêmicas de Direito e advogadas em início de Carreira?

Dra. Thaíse - Sejam fortes, con-fiem e não se deixem levar pelos problemas da vida diária. Equili-brar as coisas é nossa maior espe-cialidade. Ousem vencer! O mun-do precisa de vocês.

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A OAB Paraná apoiou o VIII Congresso da Associação de Direito Pú-

blico do Mercosul e o VII Con-gresso Sulamericano de Direito Administrativo, realizados nos dias 1, 2 e 3 de março, em Foz do Igua-çu. Organizado pela Associação de Direito Público do Mercosul, pelo Instituto Paranaense de Direi-to Administrativo (IPDA) e pelo Instituto de Direito Romeu Felipe Bacellar, o evento teve como tema A Existência Digna e a Adminis-tração Pública do Século XXI. O presidente da Seccional do Paraná, Dr. José Augusto Araújo de Noronha, participou da mesa de abertura do evento ao lado dos advogados Eduardo Bordas, presidente da Associação de Direito Público do Mercosul; Edgar Guimarães, presidente do IPDA; Romeu Felipe Bacellar Filho, presidente do congresso; Fabrício Motta, presidente do Instituto Brasileiro de Direito Administrativo (IBDA); Justo Reyna, diretor de Direito

A Existência Digna e a Administração Pública do Século XXI

O A B P A R A N Á

Administrativo da Universidade Nacional da Argentina; Fernando Pulles, presidente da Associação Argentina de Direito Administrativo; Dr. Valter Cândido Domingos, presidente da subseção de Foz do Iguaçu; e ainda do presidente do tribunal de contas do Paraná, Durval Amaral.

Caminhos

Noronha destacou a importância do direito administrativo para que os gestores públicos do Brasil e dos demais países sulamericanos encontrem caminhos para “fazer valer o que está na Constituição”. O presidente da OAB Paraná também lembrou do número exagerado de faculdades de Direito em operação no Brasil e destacou que estão em tramitação processos para fechar aquelas que não oferecem aos estudantes o necessário para bem atuar na prestação jurisdicional.

A programação dos congressos foi composta por cinco painéis de debates, que trataram dos seguintes temas: Administração pública e a consolidação democrática na América do Sul; Direito público, economia e ética; Processos coletivos e interesse público; Contratos administrativos: novidades do Século XXI; e Princípios de Direito Administrativo (legalidade, regulação e controle). Além dos painéis, foram realizadas conferências com renomados profissionais do Direito.

Painéis de debates e Conferências

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Em União da Vitória, durante o IV Encontro de Delegados da Caixa

de Assistência dos Advogados do Paraná, evento paralelo ao VI Colégio de Presidentes da OAB da gestão 2016-2018, realizado nos dias 8 e 9 de março, as diretorias da Caixa dos Advogados, da OAB Paraná e da Subseção de Foz do Iguaçu assinaram o termo de construção do quarto Centro de Convivência dos Advogados do estado. O documento foi assinado pelo presidente da CAA/PR, Artur Piancastelli, pelo presidente da OAB Paraná José Augusto Araújo de Noronha, e pelo presidente da OAB Foz do Iguaçu, Valter Cândido Domingos.

Estiveram presentes no ato o vice-presidente da Seccional, Airton Molina, a secretária-geral Marilena Winter, o secretário-geral adjunto Alexandre Quadros, o diretor

tesoureiro Fabiano Baracat, o presidente da Subseção de União da Vitória, Laury Angelo Furlan Fagundes, o delegado da CAA/PR de Foz do Iguaçu, Eduardo Costa Apolinário, e o conselheiro estadual da OAB Paraná Abner Wandemberg Rabelo.

A proposta do Centro de Convivência de Foz do Iguaçu prevê a construção de campo de futebol, churrasqueiras e salão de festas em um terreno de treze mil metros quadrados, localizado na Vila A, dado em comodato à CAA/PR pela Itaipu Binacional.

“Temos uma rotina por vezes estressante, então é importante que tenhamos espaços também para o congraçamento e a integração da classe. Já há outros três grandes Centros de Convivência em funcionamento no Paraná, além dos mais de 15 Espaços de

C A A P A R A N Á

Caixa dos Advogados assina contrato de execução da obra do Centro de Convivência em Foz do Iguaçu

Convivência em atividade ou em fase de implantação nas Subseções da OAB no estado”, observa o presidente da CAA/PR, Artur Piancastelli.

As Subseções da OAB de Londrina, Maringá e Cascavel já contam com seus respectivos Centros de Convivência em funcionamento. Eles estão localizados em Subseções com maior número de advogados inscritos. Em Foz do Iguaçu são 1.560 advogados ativos. Os complexos disponibilizam serviços voltados à saúde, lazer e entretenimento, promoção social, incentivo à prática esportiva e convívio entre os profissionais da classe e seus familiares. É um projeto da Caixa dos Advogados desenvolvido em parceria com a OAB Paraná e as Subseções do Estado.

O presidente da OAB Paraná, José Augusto Araújo de Noronha, que conhece o projeto desde quando foi apresentado pela Subseção em 2015, quando ainda era presidente da CAA/PR, enalteceu a proposta. “O sentido destes espaços é a confraternização, o convívio entre os colegas, que o advogado tenha uma segunda casa, possa se aproximar da OAB e participar das atividades. A proposta é resgatar o encontro entre colegas, que se perdeu nos últimos anos”, afirma.

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Afinal como podemos classificar as “Fake News?!Fake News – Notícias Falsas.

São publicações que aparentam ser verdadeiras, mas que tem o objetivo de enganar o leitor. O problema é que as Fake News vem causando certa preocupação ao TSE – Tribunal Superior Eleitoral, devido à velocidade da sua disseminação por meio das redes sociais e aplicativos de comunicação como o whatsApp. Tais notícias podem ser usadas para beneficiar adversários políticos na corrida eleitoral. O TSE formou um conselho consultivo com integrantes dos órgãos de defesa do governo federal, que preparam uma força tarefa para combater as notícias falsas no período eleitoral em 2018.A resolução 23.551/2017 do TSE ao tratar da campanha eleitoral na internet, diz: “A livre manifestação do pensamento do eleitor identificado ou identificável na internet somente é passível de limitação quando ocorrer ofensa à honra de terceiros ou divulgação de fatos sabidamente inverídicos”. O problema é que alguns especialistas entendem que a criação de novas leis não é a solução para o problema e que podem ter um interesse com o autoritarismo e acabar cerceando a liberdade de expressão.A discussão sobre as Fake News é muito mais ampla, o início da solução seria conscientizar os usuários e a população. Não há como proibir as pessoas de mentir ou compartilhar coisas falsas. O Tribunal Eleitoral está buscando inibir o uso das Fake News durante o pleito eleitoral. Pode o eleitor dar sua opinião sobre determinado candidato, o que não pode é ofender

sua honra ou trazer algo inverídico.O eleitor tem que tomar cuidado em compartilhar notícias falsas, pois quem compartilha conteúdo classificado como Fake News também pode receber punição. No momento em que compartilhamos, curtimos ou republicamos a notícia de algum amigo, familiar ou de alguma pessoa que interagimos, estamos endossando tal notícia. Raramente verificamos a fonte ou checamos a veracidade dos fatos.O tema ganhou importância depois da campanha eleitoral para presidência do ano de 2016 nos Estados Unidos, que resultou na vitória de Donald Trump.Uma enxurrada de notícias falsas foram usadas para fragilizar a campanha do adversário, causando tumultos, e até mesmo buscando acentuar o posicionamento do eleitor, que poderia “morder a isca”.Será que as Fakes News podem mesmo ser relevantes na decisão dos eleitores? Muito embora o alcance das Fake News, ser evidente, entende-se, que em tempos de eleições estas servem apenas como “viés de confirmação”, onde a decisão do voto já está tomada.As pessoas tem uma tendência inata a acreditar em informações que confirmam ou correspondem melhor às suas crenças e concepções. Da mesma forma, têm uma propensão a descartar tudo o que contradiz sua visão de mundo. Tradando-se das eleições para 2018, não se acredita que as Fake News possam mudar o resultado das eleições, mas podem sim, fragilizar ou tirar a atenção da população do assunto que realmente importa.

“Boatos, agora conhecidos como Fake News”Os antigos boatos que eram divulgados de boca em boca pela conhecida “rádio peão”, agora, ganham força e se adaptam as novas tecnologias.

Keila Rodrigues Lopes Advogada especialista em Direito Eleitoral, presidente da Comissão de Direito Eleitoral da OAB/PR Subseção Foz do Iguaçu.

OAB / PR SUBSEÇÃO DE FOZ DO IGUAÇU

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“ Não há lei que proíba a mulher de exercer a advocacia! ”

O parecer da Comissão de Jus-tiça, Legislação e Jurisprudên-cia, do Instituto da Ordem dos Advogados do Brasil, dado em 1899 à Dra. Myrthes Gomes de Campos, primeira mulher a exercer a advocacia no Bra-sil, em sua primeira tentativa de ingressar nesta Instituição, é um marco na história de luta das mulheres nesta e em muitas outras profissões. Mesmo com este parecer, Dra. Myrthes só conseguiu ingressar de forma plena nos quadros da Institui-ção em 1906.De lá para cá, em âmbito na-cional, as mulheres advogadas continuam encontrando difi-culdades para se estabelecer na estrutura e na política da Or-dem dos Advogados do Brasil. Na atual direção do Conselho Federal da OAB, dos 5 cargos, nenhum é ocupado por uma advogada. Na história brasilei-ra, duas mulheres já ocuparam cargos na diretoria do Conselho Federal da OAB: Clea Carpi foi secretária-geral na gestão Ce-

zar Britto (2007-2010) e Már-cia Melaré, secretária-adjunta na gestão de Ophir Cavalcanti (2010-2013). No atual Conse-lho Pleno da OAB, dos 81 in-tegrantes, apenas 8 são do sexo feminino. Na contramão da história da OAB Nacional e das demais instâncias de representação da classe, na Subseção de Foz do Iguaçu é ampla a participação e empoderamento da mulher advogada. Dos 1.560 inscritos, mais de 50% são mulheres. No mês da mulher, a Revista Ques-tão de Ordem publica a Palavra do Presidente, assinada pela Dra. Isadora Minotto Gomes Schwertner, secretária adjunta da Subseção, a entrevista com a Dra. Thaíse Vieira Thomé Werri, presidente da Comissão da Mulher Advogada, e depoi-mentos de conselheiras e pre-sidentes de comissões, sobre os principais avanços e dasafios da profissão.

Confira os depoimentos:

M U L H E R A D V O G A D A

“[...] não se pode sustentar, contudo, que o casamento e a maternidade constituam a única aspiração da mu-lher ou que só os cuidados domésticos devem absorver-lhe toda atividade; [...] Não é a lei, é a natureza, que a faz mãe de família; [...] a liberdade de prof issão é como a igualdade civil da qual promana, um princípio cons-titucional; [...] nos termos do texto do art. 72, § 22 da Constituição o livre exercício de qualquer prof issão deve ser entendido no sentido de não constituir nenhuma delas monopólio ou privilégio, e sim carreira livre, acessível a todos, e só dependente de condições necessárias ditadas no inte-resse da sociedade e por dignidade da própria prof issão; [...] não há lei que proíba a mulher de exercer a advoca-cia e que, importando essa proibição em uma causa de incapacidade, deve ser declarada por lei [...].” (Revista IOAB, 6 jul. 1899).

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As mulheres compõem os quadros da Ordem dos Advogados do Brasil há mais de 100 anos, atuando como profissionais dedicadas e comprome-tidas com o trabalho e a evolução pro-fissional, resultando em conquistas à carreira, bem como o reconhecimento destas profissionais pela classe e pela sociedade.Esse reconhecimento e igualdade pro-fissional conquistados ao longo dos anos, resultaram do enfrentamento dos desafios no exercício da advoca-cia, com dedicação, superação e des-dobramento entre múltiplas tarefas e compromissos, visando o avanço pro-fissional.A continuidade da evolução desta conquista, iniciada por desbravadoras mulheres capazes há pouco mais de um século, depende do prosseguimen-to do exercício profissional pelas mu-lheres atuais, sempre com qualidade, dedicação, conhecimento e ética, de-vido por qualquer profissional, inde-pendente de gênero e sempre à luz da igualdade, respeito e ética.Parabéns a todas as mulheres!

Angelica Tatiana ToninConselheira Titular da OAB/FI

A presença feminina nas carreiras jurídi-cas é crescente. Isso não teria sido possí-vel sem a atuação de mulheres que foram verdadeiras desbravadoras e continuam, hoje, contribuindo para engrandecer a profissão e buscar um espaço cada vez mais igualitário com os homens. Comentar do nosso caminho até aqui, sem dar méritos a Myrthes Gomes de Campos, não é falar da nossa traje-tória, uma mulher tão guerreira e que deu o passo fundamental para que hoje possamos todas nos orgulhar de dizer SOU ADVOGADA. Que sejamos no dia-dia mais Myrthes, que tenha-mos na nossa rotina a garra, a força de vontade, que sejamos Maria Augusta Saraiva, persistente, astuta, sagaz, sere-mos como Ellen Gracie advogada, juíza, ministra, queremos mais conquistas e seremos o que quisermos, por que che-gamos até aqui lutando sem provocar guerra em busca de paz, em busca da nossa profissão, em busca de igualdade. O Plano Nacional da Mulher Advogada é a prova de que chegamos e não para-mos por aí, precisamos cada vez mais do fortalecimento dos direitos humanos da mulher, precisamos ocupar os espaços de poder, combater todo e qualquer tipo de violência doméstica, combater o femini-cídio e toda e qualquer violência contra a mulher, a mobilização contra a bana-lização da imagem da mulher na mídia publicitária, entre tantos outros. Juntas somos mais fortes, juntas somos inven-cíveis, juntas nossa trajetória não para, assim escrevemos mais um pedacinho da nossa história.

Deynes Grasiele B. Benitez KellerPresidente da Comissão de Eventos da OAB/FI

Com a proximidade da comemoração do dia Internacional da Mulher no dia 08 de março, sempre surge o debate do papel hoje da mulher na sociedade e em especial na advocacia, para nós que exercemos esta profissão.Há tempos atrás, as mulheres pouco ocupavam cargos de liderança e éra-mos pouco vistas em carreiras profis-sionais, sendo que a mulher ocupava apenas espaço no lar, como mãe e es-posa.Hoje vemos que muitas mudanças ocorreram, e a cada dia a mulher vem ganhando mais espaço, e mais, ga-nhando credibilidade e confiança no trabalho desenvolvido. Muitos desafios ainda precisam ser vencidos, pois a mulher costuma acu-mular funções, precisando administrar suas carreiras, com o ainda papel de mãe e dona de casa, o qual ainda é exercido precipuamente por nós.Mas é neste momento que a mulher mostra sua força e sua capacidade em executar multitarefas, razão pela qual devemos comemorar sempre, sendo que a cada dia estaremos ganhando muito mais visibilidade.

Julmara Luiza HubnerConselheira Suplente OAB/FI

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Ser advogada é tarefa árdua, tanto é que Sobral Pinto já dizia que a advo-cacia não é profissão de covardes.A frase acima, com certeza, possui um significado especial para as mulheres, que competem em um mercado cada vez mais acirrado e em patamar de igualdade com os homens, mas nem sempre foi assim.Myrthes Gomes de Campos foi a pri-meira mulher a tornar-se advogada no Brasil, no ano de 1906. Nos relatos de sua história vê-se que a causídica em apreço lutou por sete anos para ser aceita nos quadros da Ordem dos Ad-vogados do Brasil, ante aos preconcei-tos existentes à época. Ainda que seja imperioso manter a discussão acerca da igualdade de gê-nero sempre em pauta, é certo que a presença feminina está cada dia maior na Advocacia, tanto que, em muitas Subseções da Ordem dos Advogados do Brasil, o número de mulheres ins-critas já supera o número de homens.E note-se, ademais: não somos apenas números! A cada dia que passa depa-ramo-nos frente ao número crescente de advogadas com efetivo e evidente destaque na profissão, em clara de-monstração de capacidade, perseve-rança e bravura da mulher ao exercer a dura e corajosa profissão que é a Ad-vocacia. Gabriela Regina de Machado CardosoPresidente da Comissão de Direito da Família, Infância e Juventude.

A advocacia, assim como grande parte das profissões, sempre foi historica-mente dominada por homens, porém agora vem sendo conquistada pelo sexo feminino. Sinto orgulho em fazer parte da subseção de Foz do Iguaçu, a qual é a primeira do Paraná, em que o número de advogadas ultrapassou o de advogados.Saliento que devemos sim comemorar as nossas vitórias, porém ainda exis-tem algumas derrotas amargas. Digo que é bastante inspirador ver as colegas de profissão conquistando espaço dentro da instituição, se des-tacando na advocacia e no meio aca-dêmico.A OAB tem atuado seriamente na va-lorização da mulher advogada, desde 2009 foi instituído o mínimo de 30% de participação de mulheres nas cam-panhas eleitorais da instituição, no entanto não existe punição no caso de descumprimento, e infelizmente tal instituição não é atendida em diversas seccionais e subseções. No entanto devemos validar todas as iniciativas na luta para fortalecer a mulher advogada, e que com as novas gerações e a desconstruição de pa-drões atingiremos a isonomia no âm-bito profissional e social.

Georgia G. Braz DomingosPresidente da Comissão do Jovem Advogado Inciante

Quando me convidaram para falar sobre as mulheres, achei que seria interessante falar primeiro um pouco da minha genea-logia. Nasci numa família, onde as mulhe-res sempre foram guerreiras. A minha mãe é uma mulher com personalidade forte de muita fibra, corajosa, de uma inteligência e perspicácia que Deus lhe deu de sobra. O mesmo digo das minhas tias, mulheres que tiveram uma vida com muita luta e trabalho para criarem seus filhos. Portanto, eu e minhas irmãs crescemos tendo como exemplo essa família onde o sexo feminino contribuiu e muito para a manutenção do lar em todos os aspectos. Posso dizer sem sombra de dúvidas que as meninas chega-ram primeiro em minha casa. Portanto, em minha família, as mulheres nunca sofreram qualquer tipo de discriminação, e deste modo, jamais admitimos que sequer fosse cogitado a possibilidade de sermos discri-minadas, diminuídas ou desvalorizadas. E foi esse ensinamento de vida que procurei passar para as minhas filhas, acredito que elas apreenderam bem a lição. Contudo, sei que esta, ainda, não é a realidade de todas as mulheres em nosso país. Hoje, embora o mundo ainda teime em olhar para o univer-so feminino como o sexo frágil, este olhar não se sustenta mais. Penso que cabe a nós seres humanos, independentemente de gê-nero, raça, religião, estado civil, orientação sexual, combater de forma veemente qual-quer tipo de discriminação, desconsideração ou desprezo envolvendo a condição femi-nina. Concluindo, digo com toda a certeza do meu coração que: Ser mulher é ser forte e ser frágil. É chorar de alegria e sorrir com tristeza. É estar em mil lugares de uma só vez. É fazer mil papéis ao mesmo tempo. É ser mãe dos seus filhos dos filhos de outros. É acreditar no amanhã e aceitar o ontem. É desbravar caminhos difíceis. Para ao final levantar a bandeira da vitória!

Samira ZeinedinPresidente da Comissão Direito do Trabalho

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Entram na faculdade de direito dois ti-pos de mulheres: as que desejam casar com Juiz e as que querem se tornar o Juiz.Ouvi essa ‘anedota’ muitas vezes ao lon-go da minha formação jurídica, hoje meu depoimento, ao pensar minha tra-jetória e a mulher na advocacia reflete sobre o significado e o peso desta frase.Primeiramente, ela reflete dois dos principais estereótipos que cercam a mulher jurista e a definem seja como a bela, em busca de um casamento ideal, com pouca inteligência e incapaz de as-cender por outros meios, ou a não bela, estranha, não desejável para o casamen-to, que recorre a sua inteligência quase “sobrenatural”, tornando-se um “quase homem”.Seriam estas, estereotipadamente, as duas únicas formas pelo qual a mulher jurista teria sucesso.Está “simples anedota” deixa clara a des-valorização social da mulher advogada, principalmente ao atribuir à figura do juiz uma superioridade hierárquica ine-xistente juridicamente.Define ainda toda jurista como hete-rossexual ou assexuada, invisibiliza as-sim todas as outras expressões de sexu-alidade, identidade e gênero.Este cenário, socialmente estabelecido, faz com que a identidade da mulher ju-rista seja constituída de luta e resistên-cia, defensoras de seus clientes e de si, seus direitos e espaço, frente a todos os estereótipos.Deste modo, no dia internacional da mulher, meu depoimento expressa esta admiração a todas estas mulheres, ad-vogadas, guerreiras, colegas de profissão que lutam com seus estilos, expressões, saberes e risos tão múltiplos quanto elas próprias.

Stephany Dayana Pereira Mencato - Presidente da Comissão de Diversidade Sexual e de Gênero

Pensar na posição que as mulheres ocupam na sociedade brasileira tem um sabor agridoce. Embora reconheça o que conquistamos, o peso da injus-tiça e da desigualdade ainda é gran-de. Mesmo ficando feliz ao lembrar que a subseção de Foz do Iguaçu foi a primeira no Paraná onde o número de advogadas ultrapassou o de advo-gados, saber que muitas profissionais ainda são desvalorizadas e discrimi-nadas exclusivamente pelo seu gêne-ro é motivo de indignação. Penso nas mulheres que tiveram suas carreiras prejudicadas e suas oportunidades de estudo barradas e também naquelas que acumulam sobre uma já árdua jor-nada de trabalho, a responsabilidade integral pelos serviços domésticos. Si-tuações que parecem absurdas e coisas do século passado ainda permanecem reais na vida de muitas. Mas quando vejo que, mesmo com tantas adversi-dades, estamos conquistando direitos e nosso espaço, sinto um imenso or-gulho de ser mulher. Portanto, nesta época de comemoração ao Dia Inter-nacional da Mulher, lembro às colegas e aos colegas que a data é mais do que apenas celebração, de entregar flores ou bombons. É um momento de refle-xão e, principalmente de luta, até que que a igualdade de gênero seja realida-de em nosso país.

Thaynã Davilla SavioPresidente da Comissão de Estudos sobre Violência de Gênero

Fazer o que se gosta é especial. Ser advogada é desafiador. É vencer obs-táculos. É superar expectativas. Acre-dito que sendo mulher e advogada somamos a intuição, o jeito feminino de analisar e a forma de ver os pro-blemas e suas soluções, para apreciar os fatos, estudar soluções, peticionar, nos manifestar oralmente, enfim, tudo junto nos torna excelentes profissio-nais e ótimas pessoas. Muito se evo-luiu em relação ao mercado de traba-lho das mulheres, nas mais variadas profissões, e é gratificante ver tantas mulheres advogadas, umas a se apo-sentarem, outras iniciando a carreira, todas se encontrando nos corredores das mais variadas áreas de trabalho. Nossa profissão de advogada é nobre e deve sempre ser valorizada, cabendo a cada uma de nós sempre, em cada petição, em cada manifestação na bus-ca dos direitos alheios, agir de forma a que isso se concretize. Tenho para mim que não queremos tratamento diferenciado por sermos mulheres, mas sim tratamento igualitário, sem preconceito em face de nossa femini-lidade, e com respeito a nossa forma de ver e agir, somos profissionais e so-mos mulheres.Ser mulher é especial. Ser advogada mais ainda.

Yara Sueli Lang Conselheira Titular OAB/FI

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O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, quando da edição da

Resolução 02/2015 - que aprovou o atual Código de Ética e Disciplina da OAB - perdeu uma grande oportunidade para regulamentar a questão ligada à identidade visual dos advogados. O legislador não só se calou como - e pior - eliminou o que previa a parte final do artigo 31 do Código de Ética e Disciplina anterior, o qual vedava ao advogado o uso dos símbolos oficiais (artigo 13, § 1º da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988), bem como daqueles utilizados pela própria OAB. Desta forma, considerando-se que a Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994 (Estatuto da OAB), o Regulamento Geral do Estatuto da Advocacia e o Provimento nº 94/2000 (que dispõe sobre a publicidade na advocacia) também não tratam diretamente do tema “identidade visual dos advogados e das sociedades de advogados”, há uma lacuna no nosso ordenamento jurídico. Todavia, tanto o Provimento 94/2000 como o Capítulo VIII

A IDENTIDADE VISUAL DOS ADVOGADOSE DAS SOCIEDADES DE ADVOGADOS

do Código de Ética e Disciplina da OAB apenas consideram como lícitos os meios publicitários compatíveis com a discrição e sobriedade da advocacia e que tenham caráter informativo, não mercantilista. Não bastasse, temos que os advogados encontrarão os limites éticos por intermédio do posicionamento dos Tribunais de Ética dos Conselhos Seccionais, bem como do Conselho Federal da OAB, os quais certamente suprirão o vácuo deixado pelo legislador desatento.Certo é que o advogado, seja individualmente ou em sociedade, poderá desenvolver e utilizar sua identidade visual, utilizando uma marca, um símbolo e/ou um logotipo, criando desta forma sua “assinatura institucional”, desde que observe a necessária discrição e sobriedade, com finalidade meramente informativa. Para melhor compreensão necessário esclarecer que “marca” é o nome - ou a razão social, no caso das sociedades de advogados -, sendo o objetivo desta, identificar os serviços, diferenciando-

os dos demais. Já “símbolo” é o design, ou figura gráfica da marca, expressando o significado do serviço proposto, enquanto que o “logotipo” é a utilização de letras para compor o nome ou a razão social, sendo considerado tal qual fosse uma “assinatura institucional”. Já a “logomarca” seria a combinação do símbolo (desenho) e o logotipo (letras).A conjunção de marca, símbolo, logotipo e logomarca formam a identidade visual do advogado ou da sociedade de advogados, a qual poderá ser utilizada em todos os seus impressos, como cartões de apresentação, papel de petição, pastas etc., bem como na placa de identificação do escritório e demais formas de publicidade permitidas. O artigo 7º, XVIII da Lei nº 8.906, de 4 de julho de 1994, dispõe que é direito do advogado usar os símbolos privativos da profissão. Assim, importante destacar que tais símbolos não se confundem com a identidade visual do advogado, já que aqueles estão consagrados na jurisprudência dos Tribunais de

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Ética, onde temos a Balança, a imagem da Justiça - representada por Têmis, filha de Urano e de Gaia, que carrega em uma das mãos a espada (significando a força de suas deliberações), na outra a balança (significando a ponderação no julgamento das causas) e, quando retratada com as vendas nos olhos, demonstra a imparcialidade de julgamento -, a Beca (vestes talares) e as Insígnias, que devem ser ostentadas com orgulho pelo advogado.Quanto às vestes talares, símbolo privativo dos advogados, observa-se o disposto no Provimento nº 8/1964 que, em seu artigo primeiro, dispõe sobre o modelo

a ser utilizado pelos advogados brasileiros, estipulando que o modelo, de uso facultativo nos pretórios ou nas sessões da OAB, consiste na beca estabelecida para os membros do Instituto dos Advogados Brasileiros pelo Decreto Federal nº 393, de 23 de novembro de 1844, com as seguintes modificações: a) supressão do arminho do gorro, da gravata e da tira de renda pendente; b) inclusão de duas alças de cordão grená, grosso, pendentes sob a manga esquerda. Concluindo, tem-se, portanto que o advogado, individualmente, ou em sociedade, poderá criar sua identidade visual, sua “assinatura

Ordem dos Advogados do Brasil Seção do Estado do ParanáSubseção de Foz do IguaçuComissão de Fiscalização do Exercício Profissional

institucional”, desde que de forma discreta, sóbria e com finalidade meramente informativa, sendo vedado o uso dos símbolos (identidade visual) exclusivos da OAB, bem como os da União e demais entes públicos (brasões, bandeiras e congêneres).

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A Comissão de Advogados Iniciantes da Subseção da OAB/PR de Foz do Iguaçu,

em parceria com a Comissão de Estudos sobre a Violência de Gê-nero (CEVIGE), organizou a mesa redonda Facetas do combate à vio-lência contra a mulher, no dia 15 de março, na sede da Instituição.Participaram do debate, Iraci Pereira Conceição Segundo, Subinspetora da

Facetas do combate à violência contra a mulher

Guarda Municipal, Coordenadora da Patrulha Maria da Penha e membro do Conselho Municipal de Direito das Mulheres; Kiara Heck, Psicóloga, Ativista de direitos humanos e direito da mulher e diversidade e Coorde-nadora do Centro de Referência em Atendimento a Mulher em Situação de Violência; e Caroline Cavalcanti Espínola, formada em Direito, es-pecialista e mestre em Direitos Hu-

Curso de Prática Processual Trabalhista

A Comissão dos Advogados Trabalhistas de Foz do Iguaçu realizou nos dias 2 e 3 de

fevereiro, na sede da Subseção, o Curso de Prática Processual Trabalhista, a partir da Lei 13.467 de 13 de julho de 2017, ministrado pelo Dr. Jouberto de Quadros Pessoa Cavalcante. Doutor em Direito do Trabalho

pela Universidade de São Paulo (USP), Mestre em Integração da América Latina pela Universidade de São Paulo (2005) e Mestre em Direito Político e Econômico pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (2003). Possui graduação em Direito pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (1996), Dr. Jourberto é professor convidado no Curso de Pós-Graduação Lato Sensu PUC/PR e outros diversos cursos e ex-vice-coordenador acadêmico

do Curso de Pós-Graduação em Direito Material e Processual do Trabalho do Complexo Educacional Damásio de Jesus. Foi Procurador-Chefe no Município de Mauá e membro da Academia Paulista de Letras Jurídicas. Entre outros temas abordados, estiveram em pauta a Reclamação trabalhista, meios de defesa, aspectos práticos da audiência trabalhista, com as inovações da Reforma Trabalhista e as decisões judiciais e o recurso ordinário.

manos pela Universidade do Minho (Portugal), professora universitária, consultora em Direitos Humanos, facilitadora da Justiça Restaurativa e fundadora do Instituto Empatia de Desenvolvimento Humano. Durante o evento, as Dras Eliane To-dobom e Cledy Gonçalves, foram ho-menageadas por serem pioneiras no exercício da advocacia e no combate à violência contra a mulher.

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Viva a advocacia paranaense

O Dr. José Augusto Araújo de Noronha, presidente da OAB/PR, presidiu sessão de

compromisso de 53 novos advogados, realizada no dia 28 de fevereiro, na Subseção da OAB de Foz do Iguaçu. Em seu pronunciamento, destacou o importante trabalho desenvolvido pelo Dr. Valter Cândido Domingo e sua diretoria à frente da Subseção de Foz do Iguaçu. “Sem dúvidas, é uma das mais atuantes e importantes do Estado, graças a abnegação,

capacidade de gestão e integração da atual diretoria”. Dr. Noronha enalteceu os 86 anos de história, lutas e conquistas da OAB Paraná e a atuação da entidade na defesa da sociedade e da advocacia. “A OAB é a instituição com a maior credibilidade no país. Vamos continar lutando na defesa das prerrogativas, pela melhoria da formação e valorização profissional e continuaremos implacáveis em relação a Ética profissional”,

ressaltou. Para os novos advogados, Dr. Noronha esclareceu que “o Exame da Ordem é importante para separar os qualificados dos aventureiros” e afirmou que “do humilde ao mais rico, a advocacia não trará riqueza da noite para o dia, o sucesso na profissão é cada um dos seus clientes reconhecer que você foi importante na vida deles”.

XXIX Simpósio Brasileiro de Direito Previdenciário

O XXIX Simpósio Brasileiro de Direito Previdenciário, realizado pelo Instituto

Brasileiro de Direito Previdenciário - IBDP, nos dias 22 e 23 de fevereiro, em Curitiba, aprofundou o debate sobre assuntos atuais e controvertidos da advocacia previdenciária, como os reflexos das famílias no direito previdenciário, as perspectivas do processo previdenciário nos 30 anos

da Constituição Federal e nos 3 anos do novo Código de Processo Civil e a modernização do processo administrativo previdenciário ante a era digital. A palestra de abertura foi proferida pelo Juiz Federal Dr. José Antonio Savaris, presidente de honra do Instituto. Na sequencia ocorreu a posse da nova Diretoria do IBDP,

capitaneada pela Dra. Adriane Bramante de Castro Ladenthin. A Subseção de Foz do Iguaçu da OAB/PR esteve representada pelos colegas Paulo Henrique Guerra Zuchoski, atual presidente da Comissão de Direito Previdenciário da subseção, e Claudio dos Santos Tonholi.

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ODA Vinoteca anuncia a chegada da 4ª edição da Feira de Vinho ODA al Vino 2018.ODA al Vino é um evento exclusivo que se desenvolve no Iguassu Urban Mall na cidade Puerto Iguazú, Argentina. A Feira Oda al Vino expõe centenas de etiquetas de diversas bodegas da República Argentina, entre elas muitas reservas, clássicas e varietais de tendência. É um evento caracterizado pela magia do encontro, a qualidade dos expositores, o detalhe na organização e a diversidade de etiquetas que apaixona qualquer ser humano. A qualidade da atenção durante o evento gera um ambiente amável que permite a conexão entre pessoas, diretores de importantes bodegas, empresários do meio e personagens que participam da exclusividade da reunião, são algumas referências da ODA al Vino.A imagem de cada bodega presente propõe um impacto visual assombroso que dá méritos em conhecer, fotografar e recordar de muitas maneiras naquelas vivências. ODA al Vino se impõe colocar antes a seus participantes oferecendo colocar em uma cena única e inigualável. Neste encontro mágico podemos desfrutar de degustações guiadas, degustação de deliciosos frios e queijos, música ambiente e diversas artes culinárias. Cada estande denota seu ímpeto e capital humano que compõe, se põe em ação. ODA al Vino é a feira de vinho mais importante da região.

VidaEstiloe

SOBRE A EMPRESAA ODA Vinoteca é a maior loja de vinhos de Puerto Iguazú. A empresa, com mais de 15 anos no mercado, possui um acervo de mais 1,3 mil rótulos de vinhos e espumantes brancos, tintos e rosés, produzidos por 280 bodegas argentinas. Além de vinhos a empresa comercializa acessórios e presentes relativo ao tema vinho. São taças de cristais, decantadores, porta-garrafas, saca-rolhas e edições especiais de vinhos para ser oferecido como presentes. A loja abriga também a seção gourmet, comercializando produtos para a alta gastronomia, entre temperos, azeites e vinagres.

SERVIÇOVinoteca Oda - Loja 1Avenida República Argentina com 1° de MayoPuerto Iguazu - Misiones – ArgentinaTelefone:+54 (3757) 42-2333

Vinoteca Oda - Loja 2Avenida Presidente Perón 185Puerto Iguazu - Misiones - ArgentinaTelefone: +54 (3757) 42-3701

E-mail: [email protected]

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Botox com Dra. Janaina Samorano

As aplicações de botox são utilizadas para tratamentos de rugas na testa, entre os pés de galinha, sobrancelhas e também para o lifting de Nefertiti (técnica usada para rejuvenescer o pescoço, linha do maxilar e prevenir a formação de papada).A substância aplicada em pequenas quantidades diretamente no músculo, tem a eficácia de sucessivamente, suavizar as expressões, omitindo as rugas leves, impedindo a acentuação das profundas e enaltecendo os traços naturais.Em torno de 3 a 4 dias, já pode ser observado o efeito, mas o resultado final surge depois de uma semana.

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POR QUE UTILIZAR A ILUMINAÇÃO INDIRETA

A iluminação indireta é capaz de modificar a atmosfera de qualquer ambiente. Luciana Zamecki, arquiteta e lighting designer, explica que essa utilização acontece quando há luminosidade, mas a luz não incide diretamente no ambiente, está moderada em algum objeto ou espaço específico. Imprescindível em locais que buscam sensação de aconchego e intimismo pode ser aplicada nos mais diversos ambientes. Em quartos de bebês, evita que a luz direta irrite ou desperte o pequeno. Já em livings, pode servir para criação de cenários: “Em uma casa, a iluminação indireta no home theater é fundamental para evitar pontos na tela que atrapalham a visualização”, explica a especialista. Converse com a profissional para informações sobre iluminação indireta em ambientes residenciais ou comerciais.

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Ariana Regina Storer Brunieri OAB/PR n.62.566

O conceito do Instituto material da Desconsideração da Personalidade Jurídica

já é algo sedimentado em nosso ordenamento jurídico, mas o Código Civil que entrou em vigência 18 de março de 2.016, trouxe novidades acerca da aplicabilidade do instituto.O Novo Código apresenta a Desconsideração da Personalidade Jurídica como um incidente processual, trouxe esclarecimento sobre o cabimento do instituto em todas as fases do processo sejam elas: conhecimento, cumprimento de sentença e execução de título extrajudicial. Ainda prevê que sócio ou pessoa jurídica serão citados para que apresentem resposta e demandem as provas cabíveis dentro do prazo de 15(quinze) dias.Outras alterações importantes são a previsão expressa do cabimento do incidente da desconsideração da personalidade jurídica nos processos de competência dos juizados especiais, como nos apresenta o artigo 1.062 do CPC e o artigo 795,§ 4° que preceitua que para que haja desconsideração na petição inicial fica dispensada a instauração do incidente processual, sendo então o sócio citado.O Codex ainda deixa claro que não será criado procedimento

autônomo para discussão, bem como a possibilidade de aplicação ex officio pelo magistrado não é contemplada.Insta consignar que as alterações significativas não ficam só no nível de instrumentalidade, mas trazem garantias processuais importantes, como o contraditório e ampla defesa, com a citação dos sócios, os mesmos se manifestarão a respeito do pedido de desconsideração antes da decisão do magistrado.Quanto à celeridade processual tão questionada por renomados juristas em tal incidente processual, a escolha do idealizadores do Ordenamento em questão parecem ter primado pela segurança jurídica em detrimento desta.Mas o que não se pode negar são os operacionalidade e benefícios e que o Código de Processo Civil trouxe para o cotidiano processual no que tange a aplicabilidade do instituto.

A aplicabilidade da Desconsideração da Personalidade Jurídica no Código de Processo Civil/2015

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