nbr 12589 - 1992 - proteção de taludes e fixação de margens em obras portuárias
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7/28/2019 NBR 12589 - 1992 - Proteo de taludes e fixao de margens em obras porturias
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ABNT-Associao
Brasileira deNormas Tcnicas
ABR./1992
Proteo de taludes e fixao demargens em obras porturias
NBR 12589
1 Objetivo
Esta Norma fixa as condies exigveis para a proteo detaludes e fixao de margens em rios, canais de navega-
o, lagos, esturios, baas e enseadas, junto a obras por-turias, bem como recomenda soluo que cause o me-
nor impacto nas condies ambientais, de conformidade
com o horizonte do projeto e intensidade de utilizao dasinstalaes.
2 Documento complementar
Na aplicao desta Norma necessrio consultar:
NBR 9782 - Aes em estruturas porturias, mar-timas ou fluviais - Procedimento
3 Definies
Para os efeitos desta Norma so adotadas as definies
de 3.1 a 3.4.
3.1 Espigo
Estrutura transversal ao escoamento, apoiada ou ancora-
da margem, avanando em direo ao centro do curso
dgua. Pode ser um nico espigo isolado, destinado a
uma proteo muito localizada (ex.: proteo de um en-contro de ponte), ou um conjunto de espiges com eficin-
cia maior na proteo de trechos mais extensos (ex.: pro-
teo de margens cncavas de curvas).
Nota: Os espiges no devem ser utilizados em rios cujas curvas
sejam muito acentuadas.
3.2 Dique longitudinal
Estrutura localizada dentro do curso dgua e que acom-
panha o seu fluxo, desenhando nova linha de margem ar-tificial. Pode produzir um assoreamento entre esta nova
linha de margem e a margem original. De forma geral
submetida aos esforos longitudinais produzidos pelo es-coamento.
3.3 Travessas
Ligaes do dorso do dique margem, com a finalidadede evitar o escoamento entre a parte posterior do dique e
a margem original.
3.4 Aberturas
Espaos livres que do descontinuidades ao dique e per-mitem a entrada de sedimentos para o assoreamento da
rea abrigada.
4 Condies gerais
4.1 Estudos exigidos
4.1.1 A obra de proteo de taludes e fixao de margens
deve ser precedida de estudos minuciosos das aes que
atuam no trecho a ser defendido, bem como da natureza
da operao porturia vizinha, sua movimentao, tipo defrota e possveis fases futuras de ampliaes.
4.1.2 Destacam-se os seguintes estudos, embora no selimitem a eles, conforme critrio do projetista:
a) pleno conhecimento de regime hidrulico de curso
Palavras-chave: Proteo de taludes. Fixao de margens.Obras porturias
Origem: Projeto 02:007.04-001/91
CB-02 - Comit Brasileiro de Construo CivilCE -02:007.04 - Com isso de Estudo de Pro teo de Ta ludes e F ixao de MargensNBR 12589 - Protection of slopes and fixation of banks in dock civil construction -ProcedureDescriptors: Slopes. Fixation of banks. Dock construction
Procedimento
4 pginas
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dgua e eventual descarga slida, ou da ao de
ondas residuais;
b) natureza, forma e exposio do talude ou margem
ao das guas;
c) conhecimento das correntes, ondas e variao denvel dgua, incluindo eventuais ondas e correntes
formadas pela passagem das embarcaes;
d) situao e regime das guas pluviais e sua infiltra-o no terreno e lenol dgua;
e) formao e natureza de material que constitui o so-lo e conhecimento de suas propriedades, peculia-
ridades e parmetros de projeto;
f) existncia de outros cursos dgua prximos, pere-
nes ou temporrios;
g) conhecimento das construes existentes da obraporturia e, eventualmente, de reas urbanas con-
frontantes e sua futura evoluo.
4.2 A soluo adotada deve ser avaliada por comparaocom obras semelhantes e por mtodos de clculo ple-
namente reconhecidos como vlidos para anlise da es-tabilidade do terrapleno e da obra de proteo e/ou
fixao. Para melhor conhecimento da direo e compor-tamento das correntes e, dependendo do vulto da proteo,
pode ser indicada a pesquisa em modelo hidrulico e/ou
matemtico.
4.2.1 O projeto de estabilizao deve obedecer s indica-es e condies de segurana indicadas na NBR 9782.
5 Condies especficas
5.1 Tipos de obras de proteo de taludes e de fixaode margens
Tanto as obras de proteo de talude como as de fixao
de margem, tambm denominadas obras de proteo di-
reta ou indireta, respectivamente, tm por objetivo a con-teno do material marginal ou a criao de margem emdeterminada posio. As protees diretas, feitas sobre
os taludes, so recomendadas quando se deseja fixardefinitivamente a margem na posio em que se encon-
tra. Estas obras exigem manuteno contnua e cuidado-
sa. Cuidados especiais devem ser tomados em suas
extremidades de montante e jusante. As protees indiretasso utilizadas quando se deseja recompor ou regularizar o
traado da margem. Estas obras tm indicaes especfi-
cas de uso, pois podem reduzir a seo de escoamento epodem ter conseqncias ambientais. Permitem, por ve-
zes, a execuo escalonada da obra.
5.2 Proteo de talude ou proteo direta
As obras de proteo de talude so aquelas executadasdiretamente sobre a margem, no permitindo desconti-
nuidade. Estas obras podem ser de carter temporrio ou
permanente, dependendo da natureza do material em-pregado na proteo. Podem ser ainda impermeveis ou
permeveis. Deve-se prever uma soluo adequada para
evitar colapso nos casos de mudana brusca de nvel
dgua e considerar algum elemento filtrante, para evitar
que o escoamento atinja o embasamento da proteo pro-
vocando a fuga dos finos e comprometendo a suaestabilidade. Tm-se obtido solues adequadas e eco-nmicas, fazendo combinao das diversas categorias de
obras a seguir:
a) taludamento;
b) revestimento;
c) drenagem do terrapleno.
5.2.1 Taludamento
Trata-se de efetuar um corte no talude da margem de
forma a torn-lo estvel. Com cuidados especficos o ta-
lude pode ser formado por aterros. Esta obra a maiseconmica, mas de aplicao restrita a trechos retilneosou de pequena curvatura, onde a ao hidrodinmica
sobre as margens pouco acentuada. Normalmente, ostaludes apresentam inclinao no trecho submerso dife-rente da do trecho acima das guas, podendo apresentar
trecho horizontal formando uma berma. Geralmente oprimeiro estgio para posterior revestimento.
5.2.2 Revestimento
Consiste na colocao de um material mais resistentesobre o talude. Dentro desta classe existem inmeros
tipos de obras, das quais consideram-se as mais impor-
tantes:
a) colocao de faxinas e colches de material vege-tal:
- geralmente so empregadas em taludes sub-
mersos em locais com pequena variao de nvel
dgua;
- so protees indicadas para locais em que amo-de-obra barata e h abundncia de mate-
rial para sua confeco;
- exigem cuidadoso trabalho de manuteno;
b) substituio da camada superficial por pedregu-lho, cascalho ou pedra britada:
- trata-se de uma soluo simples, destinada aescoamentos de baixa velocidade;
- h necessidade de um cuidadoso trabalho de
manuteno;
c) revestimento com enrocamento de blocos soltos,
gabies-manta tipo Reno, sacos de areia simplesou com argamassa:
-neste tipo de revestimento os elementos cons-titutivos da proteo devem ser dimensionadospara resistir s aes hidrodinmicas, quer do
prprio escoamento, quer da ao de ondas;
- deve-se verificar, tambm, a estabilidade do talu-
de;
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5.2.3.1.1 Drenagem superficial
O terrapleno deve ter os caimentos adequados para per-mitir a coleta, conduo e despejo das guas em locais
previamente preparados para tal f im. Deve-se evitar seu
escoamento diretamente sobre talude no protegido.
5.2.3.1.2 Drenagem profunda
Dependendo da natureza do terrapleno, do nvel do lenol
fretico e da possibilidade de afluxo de guas subterr-
neas, recomenda-se a execuo de drenagem profundavertical e/ou horizontal ao longo das margens. As guascoletadas devem ser convenientemente conduzidas a
locais previamente preparados, observando-se a cota do
nvel dgua adjacente. No caso da cota de despejo serprojetada abaixo do nvel dgua, prevendo o funciona-
mento afogado durante certos perodos, devem ser pro-jetados e executados dispositivos para impedir a fuga do
material granular do terrapleno. Outras situaes de poss-vel fuga de materiais subjacentes devem ser identificadas
e prevenidas.
5.3 Fixao de margens ou proteo indireta
5.3.1 A proteo indireta indicada em regies onde seja
necessrio recompor margens erodidas, quer por razes
de melhoria de traado, quer para proteo de obras mar-ginais. Tambm so indicadas onde o talude da margeminterfere com a soleira do canal de navegao ou bacia de
espera ou evoluo. Estas obras podem ser de carter
temporrio ou permanente.
5.3.1.1 As obras temporrias destinam-se a atender situa-o emergencial ou em casos em que, aps um avanoindesejado da margem devido a um processo de asso-
reamento, torna-se necessria uma drenagem.
5.3.1.2 Nas obras permanentes, o material constituinte de-
ve ter uma vida longa, tais como o enrocamento, gabies,blocos de concreto, etc., conduzindo a obras que, no caso
de alteraes futuras, podem se tornar onerosas.
Nota: Dependendo das caractersticas hidrossedimentolgicasdo curso dgua, o projeto pode prever obras imperme-
veis ou permeveis. Neste ltimo caso, a obra permite apassagem do escoamento com velocidade reduzida, anu-
lando o efeito erosivo. Se o curso dgua transportar grande
carga de sedimentos, possibilitar o assoreamento mais
rpido na regio abrigada.
5.3.2 Consideram-se os trs seguintes tipos de obras deproteo indireta:
a) muros de arrimo;
b) espiges;
c) diques longitudinais.
5.3.2.1 Muros de arrimo
So obras destinadas a regies onde o talude submersointerfere com o canal de navegao ou onde o terrapleno
- nos casos de enrocamento, deve-se observar
graduao adequada do material;
- no caso de gabies, deve-se utilizar malha resis-
tente corroso, s aes mecnicas e outrasque possam comprometer sua integridade;
d) alvenaria de pedra seca, pedra rejuntada e lajotas
pr-fabricadas:
- este tipo de proteo mais utilizado em locaissujeitos ao moderada de correntes e peque-
nas variaes do nvel de gua, onde no se
deseja a reteno de vegetao ou detritos car-reados pelo escoamento;
- deve estar embasado sobre camada de granu-
lometria adequada;
e) revestimento asfltico:
- este pode ser um revestimento que vai do empre-go de pedra com imprimao, no caso mais sim-ples, ao uso de concreto asfltico;
- deve ser executado sobre uma camada de mate-
rial fi ltrante, com drenagem adequada;
Nota: Deve-se tomar cuidado quanto a possvel libe-rao de elementos poluentes no curso dgua,como ocorre com o alcatro.
f) revestimento de concreto sob forma de laje armadaou no, fundida no local ou pr-moldada:
- o projeto deve seguir dimensionamento estrutural
adequado para resistir aos esforos atuantes;
- trata-se de estrutura rgida que pode entrar em
colapso no caso de solapamento ou acomoda-
es de terreno.
Notas: a) Os cuidados comuns a estes tipos de revestimento so
quanto proteo do p do talude, que representa oponto mais frgil da obra. Os revestimentos imperme-
veis, ou de baixa permeabilidade, devem contar com
sistema de drenagem adequado para eliminar a pres-
so hidrosttica sob o revestimento. Os revestimentos
permeveis devem contar com filtros para evitar a fugado material fino que constitui o talude. Os filtros podemser feitos com material granular com dimenses ade-
quadas ou com geotxteis.
b) Os revestimentos como os asflticos, as alvenarias e
lajes de concreto tm a qualidade de apresentar melhor
acabamento superficial e de no permitir o crescimentode vegetao e reteno de detritos, mantendo sempre
a rugosidade das margens.
5.2.3 Drenagem do terrapleno
5.2.3.1 Deve ser analisada a drenagem do terrapleno con-
tnuo, tendo em vista as precipitaes pluviais, possi-bilidades de alagamento e condies do terreno, con-siderando-se:
a) drenagem superficial;
b) drenagem profunda.
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4 NBR 12589/1992
da obra porturia ou urbana avana restringindo o canal de
navegao. Podem ser:
a) gabies tipo caixa;
b) alvenaria de pedra ou blocos ciclpicos;
c) paliadas de estaca prancha;
d) cortinas contnuas ou paredes-diafragma em con-creto.
5.3.2.1.1 Sendo obras de sustentao, devem ser di-
mensionadas de forma a garantir a estabilidade diante dos
esforos oriundos do terreno e possveis sobrecargas.Nas obras permeveis deve-se atentar para a colocao
de filtro ou manta geotxtil. Nas obras impermeveis deve-se prever drenos adequados.
5.3.2.2 Espiges
O projeto de espiges deve atender a:
a) geometria do curso dgua no trecho protegido
- definindo a linha imaginria da nova margem, oposicionamento dos espiges, espaamento en-
tre si, orientao em relao direo do fluxo (se
normal ou inclinado em relao s linhas de cor-rente);
b) geometria do espigo
- definindo as dimenses dos elementos cons-titutivos, o grau de submergncia e detalhes de
fundao, seo transversal, considerando crit-rios de estabilidade se for em maico, en-
raizamento junto margem, inclinao do dorso
do espigo, proteo da cabea do espigo eregies adjacentes do leito.
5.3.2.3 Diques longitudinais
O projeto dos diques longitudinais deve prever:
a) tipo de obra
- dependendo do fato de ser temporria ou no,
das caractersticas hidrossedimentolgicas e dos
materiais disponveis na regio. H situaes emque se pode optar pela construo de uma obra
permevel temporria at ocorrer a deposio de
material entre o dique e a margem. Posteriormen-te, deve-se substitu-la pela permanente com a
finalidade de consolidar a nova margem;
b) geometria do curso dgua no trecho protegido
- definindo a nova linha de margem, o incio e o tr-
mino do dique, a posio das travessas e abertu-ras, se houver. As travessas estabelecidas atrs
do dique devem ser ancoradas margem primi-tiva formando tramos e normalmente so espaa-das de uma distncia, d, tal que 2B < d < 5B, onde
B = a largura do canal. Estas travessas
tm como cota mxima a mesma cota docoroamento do dique. Com a finalidade de favo-recer o assoreamento na parte posterior do di-
que, podem ser abertas bocas de largura prxi-
ma a um quinto da largura do canal;
c) geometria do dique
- definindo as dimenses dos elementos cons-titutivos, o grau de submergncia, detalhes de
fundao, seo transversal considerando crit-rios de estabilidade se for em macio, proteocontra a eroso junto ao p do macio na face
voltada para o escoamento, travessas, enrai-zamento, coroamento no caso de serem galg-
veis e armadura (carapaa) no caso de ocorrnciade ondas.
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