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Copyright © 1990, ABNT–Associação Brasileira de Normas Técnicas Printed in Brazil/ Impresso no Brasil Todos os direitos reservados Sede: Rio de Janeiro Av. Treze de Maio, 13 - 28º andar CEP 20003 - Caixa Postal 1680 Rio de Janeiro - RJ Tel.: PABX (021) 210 -3122 Telex: (021) 34333 ABNT - BR EndereçoTelegráfico: NORMATÉCNICA ABNT-Associação Brasileira de Normas Técnicas Execução de paredes de concreto celular espumoso moldadas no local NBR 12645 JUN./1992 Palavras-chave: Concreto leve. Concreto celular. Parede Procedimento Origem: Projeto 18:307.01-001/91 CB-18 - Comitê Brasileiro de Cimento, Concreto e Agregados CE-18:307.01 - Comissão de Estudo de Procedimentos para Concreto Leve NBR 12645 - Foamed celular concrete - Walls produced in situ - Procedure Descriptors: Light concrete. Celular concrete. Wall 3 páginas 1 Objetivo Esta Norma fixa as condições gerais que devem ser cum- pridas na preparação, controle e aplicação do concreto celular espumoso na execução de paredes moldadas no local. 2 Documentos complementares Na aplicação desta Norma é necessário consultar: NBR 5732 - Cimento Portland comum - Especifi- cação NBR 5733 - Cimento Porland de alta resistência ini- cial - Especificação NBR 5735 - Cimento Portland de alto-forno - Espe- cificação NBR 5736 - Cimento Portland pozolânico - Especifi- cação NBR 7211 - Agregado para concreto - Especificação NBR 12646 - Paredes de concreto celular espumo- so moldadas no local - Especificação 3 Definições Para os efeitos desta Norma são adotadas as definições de 3.1 e 3.2. 3.1 Concreto celular espumoso Concreto leve obtido pela introdução, nas argamassas, de bolhas de ar, com dimensões milimétricas, homogêneas, uniformente distribuídas, estáveis, incomunicáveis e inde- formadas ao fim do processo, cuja densidade de massa aparente no estado fresco deve estar compreendida en- tre 1300 kg/m 3 e 1900 kg/m 3 . Nota: As bolhas de ar podem ser obtidas na forma de uma es- puma pré-formada ou geradas no interior do misturador por ação mecânica deste, devido a um agente espumante. 3.2 Agente espumante Produto de composição química capaz de produzir bo- lhas de ar estáveis no interior de pastas de cimento ou argamassas. Nota: As bolhas devem resistir aos esforços decorrentes da mis- tura, lançamento ou bombeamento do material, permane- cendo estáveis até o início da pega normal do cimento. 4 Condições gerais 4.1 Fôrmas No projeto das fôrmas, devem ser considerados alguns parâmetros característicos do concreto celular espumo- so, devendo basicamente garantir: a) resistência adequada à pressão do concreto no estado fresco;

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Copyright © 1990,ABNT–Associação Brasileirade Normas TécnicasPrinted in Brazil/Impresso no BrasilTodos os direitos reservados

Sede:Rio de JaneiroAv. Treze de Maio, 13 - 28º andarCEP 20003 - Caixa Postal 1680Rio de Janeiro - RJTel.: PABX (021) 210 -3122Telex: (021) 34333 ABNT - BREndereço Telegráfico:NORMATÉCNICA

ABNT-AssociaçãoBrasileira deNormas Técnicas

Execução de paredes de concretocelular espumoso moldadas no local

NBR 12645JUN./1992

Palavras-chave: Concreto leve. Concreto celular. Parede

Procedimento

Origem: Projeto 18:307.01-001/91CB-18 - Comitê Brasileiro de Cimento, Concreto e AgregadosCE-18:307.01 - Comissão de Estudo de Procedimentos para Concreto LeveNBR 12645 - Foamed celular concrete - Walls produced in situ - ProcedureDescriptors: Light concrete. Celular concrete. Wall

3 páginas

1 Objetivo

Esta Norma fixa as condições gerais que devem ser cum-pridas na preparação, controle e aplicação do concretocelular espumoso na execução de paredes moldadas nolocal.

2 Documentos complementares

Na aplicação desta Norma é necessário consultar:

NBR 5732 - Cimento Portland comum - Especifi-cação

NBR 5733 - Cimento Porland de alta resistência ini-cial - Especificação

NBR 5735 - Cimento Portland de alto-forno - Espe-cificação

NBR 5736 - Cimento Portland pozolânico - Especifi-cação

NBR 7211 - Agregado para concreto - Especificação

NBR 12646 - Paredes de concreto celular espumo-so moldadas no local - Especificação

3 Definições

Para os efeitos desta Norma são adotadas as definiçõesde 3.1 e 3.2.

3.1 Concreto celular espumoso

Concreto leve obtido pela introdução, nas argamassas, debolhas de ar, com dimensões milimétricas, homogêneas,uniformente distribuídas, estáveis, incomunicáveis e inde-formadas ao fim do processo, cuja densidade de massaaparente no estado fresco deve estar compreendida en-tre 1300 kg/m3 e 1900 kg/m3.

Nota: As bolhas de ar podem ser obtidas na forma de uma es-puma pré-formada ou geradas no interior do misturador poração mecânica deste, devido a um agente espumante.

3.2 Agente espumante

Produto de composição química capaz de produzir bo-lhas de ar estáveis no interior de pastas de cimento ouargamassas.

Nota: As bo lhas devem resis tir aos esforços decorrentes da m is-tura, lançamento ou bombeamento do material, permane-cendo estáveis até o início da pega normal do cimento.

4 Condições gerais

4.1 Fôrmas

No projeto das fôrmas, devem ser considerados algunsparâmetros característicos do concreto celular espumo-so, devendo basicamente garantir:

a) resistência adequada à pressão do concreto noestado fresco;

2 NBR 12645/1992

b) alinhamento das paredes;

c) acabamento superficial adequado;

d) estanqueidade.

4.2 Concreto celular espumoso

4.2.1 Cimento Portland

4.2.1.1 Devem ser usados somente cimentos que obede-çam às especificações das NBR 5732, NBR 5733,NBR 5735 e NBR 5736.

4.2.1.2 O armazenamento do cimento deve ser feito deacordo com as seguintes recomendações:

a) o cimento deve ser armazenado em local protegi-do da ação das intempéries, da umidade e deoutros agentes nocivos à sua qualidade;

b) caso o cimento não seja fornecido a granel, deveser conservado em sua embalagem original até aocasião de seu emprego. As pilhas devem serconstituídas de, no máximo, dez sacos, salvo se otempo de armazenamento não ultrapassar quinzedias, caso em que podem atingir quinze sacos.

c) lotes recebidos em épocas diversas não podemser misturados, mas colocados separadamente demaneira a facilitar sua inspeção e emprego na or-dem cronológica de recebimento.

4.2.2 Agregados

O agregado miúdo deve obedecer às prescrições daNBR 7211.

Nota: No caso de não ser atendida qualquer das suas exigên-cias, o agregado só pode ser usado se existir acordo entreas partes interessadas.

4.2.3 Água

4.2.3.1 A água destinada à preparação do concreto celularespumoso deve ser isenta de teores prejudiciais de subs-tâncias estranhas. Presumem-se satisfatórias as águaspotáveis e as que tenham pH entre 5,8 e 8,0 e respeitemos seguintes limites máximos:

a) matéria orgânica (expressaem oxigênio consumido) ......................... 3 mg/L;

b) resíduo sólido ..................................... 5000 mg/L;

c) sulfatos (expressos em íons SO4--) ...... 300 mg/L;

d) cloretos (expressos em íons Cl-) .......... 500 mg/L;

e) açúcar ...................................................... 5 mg/L.

Nota: Os limites anteriores incluem as substâncias trazidas aoconcreto pelo agregado.

4.2.3.2 No caso de não ser atendido qualquer dos limitesindicados em 4.2.3.1, a água só pode ser usada se en-

saios de laboratório comprovarem que a influência daágua na resistência mecânica e na durabilidade do con-creto é aceitável.

4.2.4 Espuma

Para a produção da espuma, é necessária a utilização deum agente espumante que pode ser de origem sintética ouprotéica. A espuma pode ser pré-formada para posteriorincorporação à argamassa ou gerada dentro desta poragitação em misturador especial. Em ambos os casos, de-vem ser respeitados os prazos de validade dos agentesespumantes, especificados pelos fabricantes.

4.2.5 Elementos de controle da retração

O controle da retração do concreto celular espumoso de-ve ser feito com o emprego de armaduras contínuas (bar-ras de aço, telas eletrossoldadas ou não) e/ou descontí-nuas (fibras metálicas, sintéticas ou naturais). Cuidadosadicionais, se necessários, devem ser tomados, tais co-mo: confecção de juntas de construção ou de controle deretração, bem como devem ser indicados no projeto.

4.3 Produção de concreto celular espumoso

4.3.1 Dosagem

A dosagem para preparo do concreto na obra, ou pré-mis-turado em usina, deve ter por base a resistência caracte-rística, fck, e a densidade de massa aparente no estadofresco, especificadas em projeto.

4.3.2 Medida dos materiais

Sempre que se for preparar o concreto no canteiro, de-vem ser cumpridas as seguintes condições:

a) no caso de cimento ensacado, pode ser considera-da a massa nominal do saco, atendidas as exigên-cias das normas; quando o cimento for usado agranel, deve ser medido em massa, com tolerân-cia de 3%;

b) o agregado deve ser medido em massa ou volume,com tolerância de 3%, devendo-se sempre levarem conta a influência da sua umidade;

c) a água pode ser medida em volume ou massa, comtolerância de 3%;

d) as fibras, quando utilizadas, devem ser medidasem massa, com tolerância de 3%;

e) a espuma, quando for pré-formada, deve ser me-dida através do tempo (em segundos) de opera-ção do gerador. Este equipamento deve, obrigato-riamente, apresentar um relé de tempo, regulávelem segundos, e ter seu fluxo volumétrico (litros porsegundo) verificado a cada semana ou após longoperíodo sem funcionamento;

f) o agente espumante utilizado para fabricação doconcreto celular espumoso, por agitação da arga-massa, em equipamento especial, deve ser medi-do em volume, com tolerância de 5%.

NBR 12645/1992 3

4.3.3 Amassamento mecânico

4.3.3.1 O amassamento mecânico realizado no canteiro daobra deve durar, sem interrupção, o tempo necessário pa-ra permitir a homogeneização da mistura de todos osseus componentes.

4.3.3.2 A seqüência de carregamento do misturador deveser:

a) no caso da espuma pré-formada:

1º) agregado miúdo;

2º) fibras (quando utilizadas);

3º) cimento;

4º) água;

5º) espuma;

Nota: A mistura dos três primeiros componentes deveter duração mínima de 60 s para a perfeita disper-são das fibras.

b) no caso de concreto celular espumoso gerado emequipamento especial:

1º) água;

2º) agente espumante;

3º) cimento;

4º) agregado miúdo;

5º) fibras (quando utilizadas).

Nota: A agitação da massa deve prosseguir até ser atin-gida densidade de massa aparente desejada.

4.3.4 Transporte

O concreto celular espumoso deve ser transportado dolocal de amassamento para o de lançamento num tempocompatível com o prescrito em 4.3.5, e o meio utilizadodeve ser tal que evite a perda da qualidade da massa (va-zamento, evaporação ou adensamento dos materiais).

4.3.5 Lançamento

4.3.5.1 O concreto celular espumoso deve ser lançado noprazo máximo de 30 min, após o seu amassamento. Nãodeve ser permitida a interrupção no lançamento por pe-ríodo superior a 60 min. Caso seja ultrapassado este tem-po, caracteriza-se uma junta de concretagem (ver 4.3.7).Em nenhuma hipótese se faz o lançamento após o início depega do concreto.

4.3.5.2 A altura de queda livre do concreto não pode ul-trapassar 4 m. Em condições críticas de lançamento, de-vem ser utilizados dispositivos convencionais, tais comofunis e mangueiras.

4.3.5.3 É necessário estabelecer um programa delançamento do concreto celular espumoso para garantir opreenchimento adequado de toda a fôrma, evitando-se aocorrência de bolsões de ar.

4.3.6 Adensamento

Não deve ser permitido o uso de vibradores.

4.3.7 Juntas de concretagem

Quando o lançamento for interrompido por um intervalo detempo de até 24 h, deve ser permitido o prosseguimentoda concretagem. Neste caso, deve ser aplicada uma cal-da de cimento sobre toda superfície exposta do concreto.

4.3.8 Desfôrma

4.3.8.1 A retirada das fôrmas só deve ser feita quando oconcreto se achar suficientemente endurecido para resis-tir às ações que sobre ele atuarem; em qualquer caso, nãopode ser inferior a 12 h após o término do lançamento.

4.3.8.2 A retirada das fôrmas deve ser efetuada sem im-pactos que possam gerar fissuramentos nas paredes.

4.3.9 Cura

4.3.9.1 Deve sempre ser executada a cura do concreto ce-lular. Seu início se dá logo após a desfôrma, evitando asecagem prematura do concreto.

4.3.9.2 Como processo de cura podem ser utilizados:

a) umedecimento por período mínimo de três dias,utilizando molhagem com água ou sacos de ania-gem umedecidos;

b) películas impermeáveis.

Nota: No caso da aplicação de revestimentos sobre a película,esta deve ser totalmente retirada ou então ser compatívelcom a natureza química do revestimento a ser aplicado.

4.4 Controle da qualidade do concreto celular espumoso

O controle da qualidade do concreto celular espumosoabrange obrigatoriamente o acompanhamento de duaspropriedades:

a) resistência à compressão simples;

b) densidade de massa aparente no estado fresco.Para a sua determinação, devem ser seguidas asprescrições da NBR 12646.