newsletter no.3 critérios para compras conjuntas … · combustível ou sistemas de motores de...

9
1 www.pro-ee.eu Critérios para compras conjuntas energeticamente eficientes Nas compras públicas o preço é o critério de selecção mais comum, nomeadamente, na aquisição de veículos e de equipamento de escritório. As compras são um instrumento subestimado para as políticas ambientais e de inovação, notando-se a ausência duma estratégia global que inclua os resultados destas políticas no desenvolvimento económico regional e na melhoria da imagem das organizações. Da mesma forma que, sob o ponto de vista da crise económica, os investimentos adicionais no sector público podem conduzir à criação de novos empregos, também os processos que incentivam a sustentabilidade nas compras públicas podem contribuir para a solução de vários problemas. O projecto Pro-EE, financiado pelo programa europeu Intelligent Energy, aborda uma das áreas prioritárias do programa: a melhoria da eficiência energética nas compras públicas nos seis países europeus participantes. O plano de trabalhos inclui a elaboração de “critérios ambientais para compras conjuntas”, que serão o denominador comum para as compras previstas no projecto para os seis países, ambiciosos no entanto realistas, permitem que cada parceiro possa ainda aplicar critérios mais exigentes. Estes critérios não serão apenas uma selecção de indicadores mas também valores concretos para a concretização da eficiência energética. São vários os modelos para a adopção de critérios ambientais, p.e., pode-se implementar critérios exigentes desde o início estabelecendo níveis ambiciosos (como é o caso do País Basco) ou incluir critérios mínimos e atribuir prémios de majoração aos produtos em concurso que demonstrem superar o estipulado (Alta Áustria). Resultados da pesquisa sobre produtos relevantes em termos de consumo de energi Newsletter No.3 ao nível nacional e europeu. Muitas destas propostas traduzem-se em limites máximos definidos para o consumo de energia ou emissões de CO 2 (p.e. critérios Energy Star), outros critérios tais como a redução do ruído, critérios relativos às substâncias tóxicas que compõem o produto e ainda o critério de facilidade de reparação, irão depender das características do grupo de produto em estudo. Dado que existem dois modelos para lidar com a poupança de custos provenientes da redução do consumo de energia, a definição de critérios energeticamente eficientes torna-se mais complexa. Numa abordagem comum, a redução do consumo de energia faz parte dos critérios ambientais, num outro tipo de abordagem o custo-benefício da redução do consumo de energia é incluído nos critérios económicos. Neste caso, os preços são calculados de acordo com o modelo de Custos de Ciclo de Vida (LCC). Para além disso, a UE irá permitir no futuro ir mais além através da inclusão de custos externos para a não emissão de CO 2 (p.e. na aquisição de veículos). O estado oficial das propostas de critérios para as Compras Públicas Ecológicas deverá ser considerado como mais um aspecto para a selecção dos mesmos. É já evidente que os critérios listados no site sobre Compras Públicas Ecológicas da UE assumirão maior relevância no decorrer do tempo, deixando de ser voluntários para obrigatórios num futuro próximo. Tornou-se por isso importante utilizar os critérios da UE do programa “GPP Training Toolkit” (ferramenta de formação sobre Compras Públicas Ecológicas) como guia de trabalho. Tendo em linha de conta a meta de aumentar e melhorar os critérios ambientais, o modelo “abrangente” da UE é preferível ao modelo de “pontuação”. O site apresenta dez conjuntos de critérios para diversos grupos de produtos (incluindo tecnologias de informação e veículos), encontrando-se em desenvolvimento muitos mais. O desenvolvimento de propostas de critérios para Compras Públicas Ecológicas (GPP – Green Public Procurement) tem lugar tanto ao nível local (como é o caso de da cidade de Viena) como

Upload: vuongthuy

Post on 25-Dec-2018

213 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

1www.pro-ee.eu

Critérios para compras conjuntasenergeticamente eficientesNas compras públicas o preço é o critério de selecção mais comum, nomeadamente, na aquisição de veículos e de equipamento de escritório. As compras são um instrumento subestimado para as políticas ambientais e de inovação, notando-se a ausência duma estratégia global que inclua os resultados destas políticas no desenvolvimento económico regional e na melhoria da imagem das organizações. Da mesma forma que, sob o ponto de vista da crise económica, os investimentos adicionais no sector público podem conduzir àcriação de novos empregos, também os processos que incentivam a sustentabilidade nas compras públicas podem contribuir para a solução de vários problemas.

O projecto Pro-EE, financiado pelo programa europeu Intelligent Energy, aborda uma das áreas prioritárias do programa: a melhoria da eficiência energética nas compras públicas nos seis países europeus participantes. O plano de trabalhos inclui a elaboração de “critérios ambientais para compras conjuntas”, que serão o denominador comum para as compras previstas no projecto para os seis países, ambiciosos no entanto realistas, permitem que cada parceiro possa ainda aplicar critérios mais exigentes. Estes critérios não serão apenas uma selecção de indicadores mas também valores concretos para a concretização da eficiência energética.

São vários os modelos para a adopção de critérios ambientais, p.e., pode-se implementar critérios exigentes desde o início estabelecendo níveis ambiciosos (como é o caso do País Basco) ou incluir critérios mínimos e atribuir prémios de majoração aos produtos em concurso que demonstrem superar o estipulado (Alta Áustria).

Resultados da pesquisa sobre produtos relevantes em termos de consumo de energi

Newsletter No.3

ao nível nacional e europeu. Muitas destas propostas traduzem-se em limites máximos definidos para o consumo de energia ou emissões de CO2(p.e. critérios Energy Star), outros critérios tais como a redução do ruído, critérios relativos às substâncias tóxicas que compõem o produto e ainda o critério de facilidade de reparação, irão depender das características do grupo de produto em estudo.

Dado que existem dois modelos para lidar com a poupança de custos provenientes da redução do consumo de energia, a definição de critérios energeticamente eficientes torna-se mais complexa. Numa abordagem comum, a redução do consumo de energia faz parte dos critérios ambientais, num outro tipo de abordagem o custo-benefício da redução do consumo de energia é incluído nos critérios económicos. Neste caso, os preços são calculados de acordo com o modelo de Custos de Ciclo de Vida (LCC). Para além disso, a UE irápermitir no futuro ir mais além através da inclusão de custos externos para a não emissão de CO2 (p.e. na aquisição de veículos).

O estado oficial das propostas de critérios para as Compras Públicas Ecológicas deverá ser considerado como mais um aspecto para a selecção dos mesmos. É já evidente que os critérios listados no site sobre Compras Públicas Ecológicas da UE assumirão maior relevância no decorrer do tempo, deixando de ser voluntários para obrigatórios num futuro próximo. Tornou-se por isso importante utilizar os critérios da UE do programa “GPP Training Toolkit” (ferramenta de formação sobre Compras Públicas Ecológicas) como guia de trabalho. Tendo em linha de conta a meta de aumentar e melhorar os critérios ambientais, o modelo “abrangente” da UE épreferível ao modelo de “pontuação”. O site apresenta dez conjuntos de critérios para diversos grupos de produtos (incluindo tecnologias de informação e veículos), encontrando-se em desenvolvimento muitos mais.

O desenvolvimento de propostas de critérios para Compras Públicas Ecológicas (GPP –Green Public Procurement) tem lugar tanto ao nível local (como é o caso de da cidade de Viena) como

2www.pro-ee.eu

Proposta de critérios para a compra conjunta ecológica

As Compras Públicas Ecológicas deparam-se com vários obstáculos, já que num modelo LCC podem surgir custos adicionais; enquanto que os critérios de eficiência energética têm efeitos de retorno muito favoráveis, outros critérios ambientais, como o uso de materiais ecológicos ou a redução de ruído, podem aumentar o custo final do produto.

Quem realiza a compra muitas vezes tem de enfrentar o problema de não possuir fundos adicionais ao seu dispor para poder optar por comprar produtos com critérios ambientais. Se os produtos se tornam mais caros devido a um design mais ecológico quem compra poderá ser obrigado a comprar em menor quantidade, o que significa que departamentos com uma vertente ambiental mais desenvolvida que queiram incluir critérios ambientais nas suas aquisições, podem com isso estar a criar um problema aos técnicos de compras devido aos recursos financeiros limitados de estes dispõem.

Mesmo quando a compra de produtos energeticamente eficientes não está associada a preços mais elevados e existe um efeito rápido e positivo do retorno da poupança energética, ainda assim poderão levantar-se obstáculos às compras ecológicas devido à atribuição de diferentes categorias de orçamento para investimentos e custos com energia. A introdução de limites para a quantia máxima de custos adicionais pode ser uma solução para os problemas mencionados.

A seguir apresenta-se uma proposta concebida para colmatar diversas necessidades das várias vertentes do sector público e cumprir as premissas das compras públicas ecológicas. A proposta compreende os seguintes requisitos mínimos:

- Os parceiros irão incluir uma abordagem LCC –incluindo o consumo de energia nos critérios económicos ou ambientais.

-A base de trabalho para o grupo de produtos do projecto Pro-EE é o modelo de critérios ambientais da EU (GPP training toolkit). Para outros grupos de produto, se se verificar necessário, o ICLEI, no seu papel de conselheiro do projecto, irá elaborar propostas adicionais relacionadas com as actividades da UE

Critérios ambientais nas especificações técnicas

Modelo percentualFerrara (Itália)

Modelo percentual: (os critérios ambientais são raramente utilizados)

Cascais, Torres Vedras (Portugal)

100% o preço (no entanto pretende-se que o preço conte 50 a 65% do total de pontos a atribuir para premiar o contrato.)

Grécia

Modelo percentual: critério/preço.Mainz (Alemanha)

A UE utiliza percentagens para pontuação dos critérios.Região da Alta Áustria

A UE utiliza percentagens para pontuação dos critérios.UE

Especificações técnicasPaís

Para mais informação: http://ec.europa.eu/environmental/gpp

- Os parceiros poderão excluir critérios se os custos adicionais, baseados no modelo LCC, forem superiores a 10% do custo dos produtos que não incluam critérios ambientais. Todos os critérios cujo custo adicional seja inferior a 10% terão de ser cumpridos, ao passo que os critérios principais (core criteria) do “GPP training toolkit” são obrigatórios, independentemente do custo.

- Os critérios ambientais têm um impacte significativo (mais de 20%) nas especificações técnicas e, se possível, nos critérios de majoração. Os parceiros do projecto Pro-EE analisaram os seguintes procedimentos de majoração de uso comum nos seus países:

Andreas Drack

3www.pro-ee.eu

No ano passado, pela primeira vez, a indústria automóvel deu um passo em direcção a uma mobilidade com preocupação pelas alterações climáticas. Desencadeado por um aumento excessivo do preço dos combustíveis fósseis acompanhado por um debate controverso sobre biocombustíveis sob o lema “combustível ou comida”, todos os fabricantes das maiores marcas de veículos anunciaram conceitos de motores alternativos para os seus veículos. No seu todo estas iniciativas não estavam relacionadas a conceitos ecológicos, antes pelo contrário, os fabricantes demonstraram como serão os carros eléctricos do futuro. Os primeiros protótipos de produzidos em massa estarão à venda ainda no decorrer deste ano.

Durante muito tempo pouco se falou dos carros eléctricos, a indústria automóvel considerava o hidrogénio o combustível do futuro e os fabricantes documentavam o seu trabalho de desenvolvimento de carros inovadores com uma pequena lista de testes em veículos movidos a sistemas de células de combustível ou sistemas de motores de combustão movidos a hidrogénio. Nenhum destes veículos futuristas estava disponível para o comum consumidor. Além disso, os progressos foram muito poucos ao nível da melhoria do consumo de combustível nos modelos de série. Embora os motores fossem mais económicos foi a motorização de alta-performance e o aumento do peso dos carros que os fez vender mais. Quando o elevado nível de emissões de CO2, em particular dos veículos produzidos por fabricantes alemães, ganhou destaque no quadro das preocupações da UE, parecia haver uma solução muito simples: substituição de combustíveis fósseis por renováveis.

A utilização dos chamados biocombustíveis, ou mais concretamente de agrocombustíveis, não teria feito grande diferença. A pouco eficiente tecnologia de motores de combustão, em que apenas um terço da energia é convertida em movimento e os restantes dois terços aquecem o ambiente, seria a utilizada pela indústria automóvel. As emissões de CO2seriam supostamente reduzidas através da utilização dos agrocombustíveis, aparentemente neutros em CO2.

No entanto, estudos levados a cabo demonstraram que em muitos casos as emissões de CO2 da utilização de agrocombustíveis são superiores às

Carros eléctricos para uma mobilidade sustentável

emissões de combustíveis fósseis. Apenas a biomassa revela reduções consideráveis de emissões de CO2, no entanto não existe em quantidade suficiente para colmatar as necessidades de consumo e substituir na totalidade os combustíveis fósseis. O cultivo de espécies agrícolas para a produção de combustível requer uma área muito extensa, que não poderá ser no futuro cultivada com espécies para fins alimentares. À luz do dilema “combustível ou comida”, num mundo em que a fome não pára de aumentar, a introdução em massa dos agrocombustíveis estava condenada ao fracasso.

A pequena empresa norte americana Tesla Motors teve um papel muito importante na redescoberta do veículo eléctrico como uma tecnologia opcional, que até então era considerado um caixote móvel em que as pessoas poderiam percorrer distâncias muito pequenas a uma velocidade muito reduzida depois de o ter carregado numa fonte de electricidade. O carro desportivo eléctrico da Tesla, o Tesla Roadster, pode ir dos zero aos 100 km/h em menos de quatro segundos, com uma velocidade máxima de 200 km/h e só precisa de ser recarregado ao fim de 300 km. Este desempenho em estrada torna-se possível devido às baterias recarregáveis de ião Lítio, originalmente desenvolvidas para computadores portáteis.

A actual tecnologia de baterias já possibilita um percurso de cruzeiro considerado razoável, considerando que 90% das viagens de carro na Europa rondam os 100km. Para viagens de longo percurso é muito mais confortável a utilização do comboio. No futuro será possível recarregar as baterias dos veículos eléctricos em poucos minutos em estações de carregamento rápido equivalentes às estações de combustível fóssil. Para já, existem veículos eléctricos com um pequeno motor de combustão que permite recarregar as baterias do veículo, quando este se encontra em baixa rotação, através dum gerador eléctrico.

4www.pro-ee.eu

Shai Agassi, o sucessor na liderança da SAP, empresa alemã de software, encontra-se a seguir outro conceito: com o “Project Better Place” (Projecto Melhor Lugar) pretende ultrapassar o problema das viagens de longa distância, aumentando o número de estações de recarregamento de baterias. Nestas estações as baterias vazias poderão ser trocadas em poucos minutos. Até à data a Renault-Nissan é o único fabricante de automóveis com condições que se adaptam a este conceito. Agassi já assinou contraltos com Israel, Dinamarca, Portugal e a Província Canadiana de Ontário para a implementação destas infrastruturas. No entanto, os peritos duvidam que a troca de baterias seja uma opção tecnológica sustentável dado que seránecessário um fabricante com uma capacidade de produção elevada de um componente complexo –algo que não é provável que venha a acontecer.

Para a prevenção das alterações climáticas seria um golpe de sorte que a tendência fosse no sentido da adopção de veículos eléctricos no que se refere a deslocações de passageiros. Apesar das emissões de CO2 indexadas à produção de electricidade na Alemanha rondar os 600 g CO2/ kWh, a substituição de motores de combustão por eléctricos conduz a uma redução das emissões de CO2, isto devido àelevada eficiência energética dos motores eléctricos em comparação com os de combustão, razão pela qual os veículos eléctricos são muitas vezes referidos como as ‘lâmpadas de poupança de energia entre os meios de transporte’.

De facto, os veículos eléctricos só serão uma tecnologia cem por cento ambientalmente adequada quando a energia necessária provir duma fonte renovável, reduzindo as emissões de CO2 para um

QUICC! DiVa (DistributionVan) - electrically powered lightweight plastic car by DuraCar (www.quicc.eu)

único dígito, um decréscimo acentuado quando comparado com o limite de 120 g CO2/km discutido em todo o mundo.

Nesta segunda geração solar a electricidade é a forma de energia secundária dominante a ser produzida num maior número de instalações. Na actual geração do fóssil/nuclear o calor assume esse papel. Além disso, um aumento generalizado de veículos eléctricos significa que a sua capacidade de armazenamento poderá ser usada para a gestão da rede de carregamento. A capacidade flutuante de produção de energias renováveis pode ser harmonizada com os desequilíbrios da procura. Esta abordagem, a primeira a ser desenvolvida nos EUA, é conhecida como “Vehicle to Grid” (V2G).

A elevada contribuição dos veículos equipados com baterias com o objectivo final de contribuir para a protecção das alterações climáticas resulta da combinação da utilização das energias renováveis com a eficiência energética de toda a cadeia tecnológica. A utilização do hidrogénio como combustível é significativamente menos eficiente, dado que o hidrogénio terá de ser extraído da natureza com recurso à electricidade (por electrólise). A conversão de veículos movidos a combustíveis fósseis para eléctricos não é uma opção eficiente implicando perdas de energia. Menos eficiente que as pilhas de combustível é a combustão de hidrogénio num motor de combustão, em comparação as baterias requerem apenas um quarto da quantidade de energia.

Outro factor importante na segunda geração solar éa utilização dos recursos naturais para a produção de energia, pois os veículos eléctricos funcionam muito bem com energia solar e eólica quando comparados com agrocombustíveis, sendo necessária apenas 1/50 da área superficial para o seu abastecimento, uma boa opção que evita a concorrência entre a produção de espécies para alimentação e para a produção de combustível. O facto dos veículos eléctricos serem livres de emissões e os seus motores silenciosos são benefícios ambientais adicionais com particular importância para os centros urbanos.

Comparando a larga cobertura mediática de que os veículos eléctricos têm sido alvo nestes últimos meses, com a gama de produtos apresentada rapidamente, conclui-se que esta tem ficado muito aquém.

5www.pro-ee.eu

Actualmente nenhum fabricante do segmento está a oferecer um veículo eléctrico com uma produção em larga escala. Esta situação irá mudar em breve com o lançamento no mercado do modelo i-MiEV da Mitsubishi, está planeada a produção de 4.000 veículos ainda durante 2009.

Em contraste, os pequenos fabricantes tem jácapacidade para colocar no mercado os seus veículos eléctricos, ainda que a uma pequena escala. A gama de ofertas vai desde o veículo eléctrico ligeiro a carros desportivos e carrinhas, alguns dos quais são carros de motorização convencional convertida.

Dr. Dag Schulze

Compra Pública Conjunta inovadora – Alta ÁustriaO Departamento de Compras Centralizadas do Governo da Alta Áustria e a Academia do Ambiente estão a trabalhar em conjunto no projecto Pro-EE.

A meta desta cooperação é proporcionar aos compradores duas vantagens: a primeira, financeira, prendendo-se com a redução do custo alcançada pela integração de pedidos de vários municípios; a segunda envolve a implementação de critérios ambientais assim como o incentivo da inovação em termos de eficiência energética. Para os municípios, sendo um grupo-alvo novo, a Academia fornece financiamento para contrabalançar as desvantagens económicas que possam advir da escolha de produtos inovadores.

Actualmente, a equipa de projecto da Alta Áustria assume a responsabilidade sobre as seguintes propostas de produtos e actividades:

1. Equipamento informático – concurso a decorrer

2. Implementação de tecnologia LED na iluminação de Natal

3. Incentivar a instalação de suportes para bicicletas

4. Substituir equipamentos eléctricos com mais de 15 anos por equipamentos altamente eficientes (p.e. frigoríficos classe A++)

5. LED e tecnologia solar

6. Criação dum compêndio com critérios ambientais (Ökoleitfaden) que servirá de base aos concursos públicos da Alta Áustria (dentro dos grupos de produtos sob responsabilidade da central de compras)

1. Equipamento informático – concurso a decorrer

Encontra-se a decorrer uma consulta pública para equipamento informático de escritório com critérios ambientais.

6www.pro-ee.eu

2. Tecnologia LED na iluminação de Natal

A tecnologia LED para a iluminação de Natal éaltamente eficiente, poupando cerca de 90% da energia quando comparado com as lâmpadas de iluminação convencional. No entanto, os preços são o dobro dos outros sistemas, pelo que a equipa de projecto contactou a indústria de iluminação de forma a negociar preços mais rentáveis para os 444 municípios a Alta Áustria, tendo obtido descontos na ordem dos 40%. Para além disso, a Academia do Ambiente encontra-se a oferecer financiamento aos membros da rede Climate Alliance, cada um poderáreceber cerca de 2.000 euros para a aquisição deste novo sistema. Esta oferta é válida para todas as autoridades públicas da Alta Áustria até ao final de 2009.

© Blachere Illumination GmbH

3. Incentivar a instalação de suportes para bicicletas

Desde 2009 que a qualidade dos suportes para bicicletas se encontra regulamentada. De forma a substituir equipamento desactualizado e incentivar a utilização das bicicletas nos municípios, torna-se importante organizar a compra dos produtos. Dado que os suportes de bicicletas modernos são muitas vezes mais caros, a central de compras esforça-se para obter os melhores preços, a Academia do Ambiente coopera com o Comissário para as bicicletas da Alta Áustria para o estabelecimento de normas. O cumprimento destas normas é pré-condição para aceder ao financiamento oferecido pela Academia do Ambiente (mais de 50% do custo total até ao máximo de 2.000 euros por município). Oferta válida para todas as autoridades públicas da Alta Áustria até ao final de 2009.

4. Substituir equipamentos eléctricos com mais de 15 anos por equipamentos altamente eficientes

A eficiência energética dos equipamentos eléctricos “velhos” é muitas vezes muito baixa, enquanto que os electrodomésticos energeticamente eficientes podem representar poupanças de energia bastante elevadas. Dado que o preço de aquisição deste tipo de equipamentos por norma é elevado, a equipa do projecto decidiu basear as decisões de compra no cálculo dos custos de ciclo de vida (LCC), considerando não só o preço da compra mas todos os aspectos correspondentes ao seu uso, incluindo os custos do consumo de energia. A experiência adquirida pela equipa demonstra que este tipo de cálculo (LCC) conduz a escolhas de compra diferentes das do passado. No entanto, devido às limitações orçamentais, os departamentos e municípios nem sempre possuem o poder para aumentar a verba disponível. Assim o Ministro Regional do Ambiente decidiu financiar estas compras energeticamente eficientes com fundos especiais de forma a reduzir o período de retoma do investimento, tendo este sido substancialmente reduzido para 3-5 anos, o que equivale a um terço do tempo de vida normal do produto.

Esta oferta está disponível para todos os departamentos da Alta Áustria para os próximos 3 anos.

5. Tecnologia LED e solar

A equipa do projecto encontra-se a planear um teste para a iluminação pública solar e a LED, utilizando 5 produtos diferentes. Este teste iniciou-se em Março e decorrerá durante 6 meses. Com base nos resultados obtidos a equipa de projecto irárecomendar os melhores produtos, tentar obter os melhores preços e oferecer suporte técnico.

Para além disso, a equipa planeia adquirir uma lâmpada especial de iluminação exterior (solar e LED) para iluminar um passeio num prédio em construção.

7www.pro-ee.eu

6. Criação dum compêndio com critérios ambientais (Ökoleitfaden) que servirá de base aos concursos públicos da Alta Áustria i

O compêndio com critérios ambientais contem 26 grupos de produtos sob a responsabilidade da central de compras, que irá ser a base para todos os concursos e compras no futuro, para além de garantir a utilização de produtos ambientalmente orientados na administração pública da Alta Áustria.

Hannes Pöcklhofer

- Um módulo estratégico, que visa criar apoio político para as compras ecológicas dentro da organização, cujo grupo-alvo são os decisores políticos.

- Um módulo de legislação, que visa clarificar as questões legais associadas à temática, foi desenvolvido para dois níveis: operacional e estratégico.

- Um módulo operacional para os técnicos de compras, responsáveis pela preparação dos documentos do concurso. Com exemplos concretos de critérios ambientais para 11 grupos de produtos e serviços incluindo construção, equipamento de escritório, transporte e electricidade para utilização nos procedimentos dos concursos públicos.

A ferramenta de formação é um componente principal da estratégia da Comissão para a promoção das compras ecológicas por toda a Europa dentro da estratégia europeia para a produção e consumo sustentável.

Mais informação em:

http://ec.europa.eu/environment/gpp/index_en.htm

Procura critérios adequados de forma a potenciar a eficiência energética no mercado? Utilize a ferramenta de formação da Comissão Europeia sobre compras públicas ecológicas, desenvolvida pelo ICLEI e os seus parceiros do Ecoinstitut de Barcelona, SenterNovem e SMK. A ferramenta de formação foi criada de forma a fornecer às autoridades públicas europeias aconselhamento e informação sobre como implementar as compras públicas ecológicas.

Consiste em 3 módulos independentes, cada um desenvolvido de forma a colmatar um problema específico, identificado como uma barreira àaceitação das compras ecológicas nas organizações públicas:

Ferramentas para a implementação de compras ecológicas

8www.pro-ee.eu

O projecto Pro-EE irá trabalhar sobre produtos inovadores com elevado potencial de poupança energética, a nível económico e técnico, quando comparado com os actuais produtos disponíveis no mercado. Os exemplos incluem equipamentos de escritório energeticamente eficientes, iluminação pública, semáforos e veículos mais eficientes.

O projecto irá criar uma parceria entre os agentes de mercado em 6 países europeus (Espanha, Portugal, Itália, Grécia, Áustria e Alemanha) de forma a desenvolver abordagens inovadoras para as autoridades públicas e, assim, influenciar os fornecedores para produtos e serviços energeticamente eficientes.

O principal objectivo do projecto Pro-EE é associar autoridades públicas de 6 países europeus e incentivar a eficiência energética em grupos de produtos seleccionados. As autoridades públicas são os maiores compradores de bens e serviços e podem, por isso, influenciar um número significativo de impactes ambientais relacionados com especificações técnicas, compra, transporte, uso e deposição final dos produtos e serviços.

Uma compra conjunta em larga escala pretende demonstrar o poder das compras das autoridades públicas de forma a implementar no mercado produtos que cumpram ambiciosos critérios de eficiência energética.

O projecto Pro-EE

Meeting pro-EE progetto team in Vienna, novembre 2008

9www.pro-ee.eu

Coordenação do projecto: Contact:Dr. Andreas Kress, [email protected] Portugal: Dra. Paula Trindade, [email protected]

Parceiros do projecto:Climate Alliance Austria (AT), Upper Austrian Academy for the Environment (AT), Alleanza per il Clima onlus (IT), European Partners for the Environment (EU), Ecoinstitut Barcelona (ES), ICLEI Local Governments for Sustainability (EU), Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação (PT), Centre for Renewable Energy Sources (GR)

Participam no projecto:A vila de Cascais (PT) e as cidades de Ferrara (IT), Frankfurt am Main (DE), Mainz (DE), Maroussi (GR), Munich (DE), Murcia (ES), Torres Vedras (PT), San Sebastian (ES)

Foto di copertina illuminazione LED: BöSha, www.boesha.de Editado por: A. Hanisch, A. Kress, H. UnterpertingerTraduzido por: Eng. Dora Palma Revisão do texto por: Dr. Paula Trindade

pro EE co-financiado por:

Actualmente fazem parte do Climate Alliance mais de 1.400 cidades, municípios e distritos, incluindo 63 províncias, ONG e outras organizações. Os países membros são a Áustria, Bélgica, Bulgária, República Checa, Dinamarca, França, Alemanha, Hungria, Itália, Luxemburgo, Holanda, Polónia, República Eslovaca, Eslovénia, Espanha, Suécia e Suíça.

O “Climate Alliance of European Cities with Indigenous Rainforest Peoples / Alianza del Clima” é a maior rede urbana dedicada à protecção das alterações climáticas. Os municípios membros aderiram a uma parceria com os povos indígenas das florestas tropicais para proteger o clima à escala mundial. A rede urbana foi fundada em 1990, com a missão de elaborar e implementar medidas de protecção das alterações climáticas, em particular nas áreas da energia e mobilidade e para cooperar com os povos indígenas para proteger as florestas tropicais. O parceiro de cooperação é COICA, o Organismo de Coordenação das Organizações dos Indígenas da Bacia Amazónica. O Climate Alliance representa 50 milhões de cidadãos em toda a Europa.

O conteúdo deste boletim é da inteira responsabilidade do seu autor e não reflecte a opinião das Comunidades Europeias. A comissão Europeia não é responsável pela utilização que poderá ser feita da informação aqui contida.

Il Patto dei Sindaci è una nuova iniziativa della Commissione Europea dove gli enti locali che aderiscono si impegnano di andare oltre il “3x20”, obiettivi energetici dell’Unione Europea, usando l’efficienza nergetica e la produzione e l’uso di energia pulita. Le città pilota pro-EE Cascais, Murcia e San Sebastian fanno parte dei primi firmatari del Patto dei Sindaci.

pro-EE e il Patto dei Sindaci

Il Patto dei Sindaci –cerimonia firmatari in Bruxelles, 10 febbraio2009.