nietzschs scoppenhauer

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Page 1: Nietzschs scoppenhauer

Schopenhauer, Mundo como vontade e representação:

“O organismo, ele mesmo, é a vontade individual objetivada; o organismo é sua imagem e como imagem é que aparece para o cérebro”.

“o intelecto é o fenômeno secundário, o organismo o fenômeno primário, a saber, o fenômeno imediato da vontade; a vontade é metafísica, o intelecto é físico. O intelecto é tanto quanto estes objetos um puro fenômeno; a vontade é somente coisa-em-si... A vontade é a substância no homem, o intelecto é o acidente; a vontade é a matéria, o intelecto é a forma, a vontade é o calor, o intelecto a luz”.

“A inteligência é como o sol que somente ilumina o espaço graças à presença dos corpos, que reflete seus raios”.

“São, em efeito, as pulsões e as modificações da vontade e, não somente a volição e a resolução, no sentido restrito do termo, mas ainda toda aspiração, todo desejo, toda repulsão, toda esperança, toda crença, todo amor, todo ódio, em suma, tudo que imediatamente constitui a felicidade ou o sofrimento, o prazer e a dor; todos estes estados da alma são precisamente os atos da vontade, enquanto agindo no exterior”.

“Do mesmo modo que uma grande corola provém geralmente de uma grande raiz, as grandes habilidades mentais são encontradas somente nos indivíduos que possuem uma vontade violenta e passional” (p.15). Encontramos aqui uma ‘prova’ fisiológica da relação entre a vontade e o intelecto; a impetuosidade da vontade é condição para a potência intelectual: “atividade cerebral que é determinada pelo movimento que as grandes artérias que correm à base do cérebro e se comunicam com ele a cada pulsação”.

“De um lado, o que é peculiar a toda consciência, o desejo, as aspirações, a vontade, a repugnância, a aversão, o não-querer. Isto é o essencial e a base de toda consciência. De outro lado, encontramos o abismo entre nós e os animais: o intelecto”.

“A vontade como coisa-em-si permanece estrangeira ao domínio do princípio de razão em todas as suas figuras e é, por conseguinte, absolutamente sem fundamento”.

Nietzsche, fragmentos póstumos:

“A vontade de potência só pode manifestar-se em face de resistências, procura, pois, o que lhe resiste: tendência original do protoplasma, quando estende seus pseudópodes e tateia a sua volta” (XII, (104) 9 (151)).

Page 2: Nietzschs scoppenhauer

“(a efetividade) consiste exatamente nesta ação e reação particulares de cada indivíduo em relação ao todo...” (XIII, 14, (184)).

“O homem como multiplicidade: a fisiologia só faz indicar um maravilhoso comércio entre essa multiplicidade e a ordenação das partes sob e em um todo. Mas seria falso concluir necessariamente em um estado com um monarca absoluto (unidade do sujeito)” (XI, 27, (8)).

“Há ainda inofensivos observadores de si, que acreditam que há ‘certezas imediatas’, por exemplo, ‘eu penso’, ou, como era a superstição de Schopenhauer, ‘eu quero’: como se aqui o conhecer recebesse seu objeto puro e nu para captar, como ‘coisa-em-si’, e nem do lado do sujeito nem do lado do objeto tivesse lugar uma falsificação. Que, porém, ‘certeza imediata’, assim como ‘conhecimento absoluto’ e ‘coisa-em-si’, encerra uma contradictio in adjecto, eu repetirei uma centena de vezes; deveríamos, afinal, desvencilhar-nos da sedução das palavras!” (BM §16, grifo nosso).

“O eu é posto pelo pensamento, mas até agora acreditava-se, tal como crê o povo, que no ‘eu penso’ residisse algo de imediatamente evidente e que este ‘eu’ fosse a causa dada do pensamento, por analogia com o qual perceberíamos todas as outras relações causais. Por muito enraizada nos hábitos e imprescindível que hoje seja aquela ficção, isso, só por si, nada prova contra o seu caráter fictício: uma crença pode ser condição de vida e, apesar disso, ser falsa” (VII, 3 (325), grifo nosso).

"Com um tipo superior de existência o conhecimento terá também novas formas que hoje ainda não são necessárias" (XII, 26 (236)).

“Conhecer significa ‘entrar em relação condicional com algo’: sentir-se condicionado por algo e, igualmente, do nosso lado, condicionar - é, pois, em todas as circunstâncias, constatar, definir, tornar-se consciente de condições (não sondar essências, coisas, ‘em-si’)” (XII, 2, (154)).