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A vitória do Brasil sobre a Argentina por 2 a 0, na noite de terça-feira, mais do que ter assegurado a classificação brasileira para a final da Copa América, fez as marcas acordarem para a competição sul-americana. Logo após o triunfo brasileiro, diversas empresas, patrocinadoras ou não do tor- neio, lançaram promoções em suas redes sociais e por meio do e-mail marketing. Patrocinadora da competição, a GOL criou uma promoção-relâmpago que durou cerca de uma hora e meia após a partida. Destinos para o Brasil tinham 20% de desconto no uso de um código promocional, enquanto os voos para a Argentina, 10%. A promoção já havia sido feita em outros jogos da seleção no torneio, mas pela primeira vez a marca criou uma divulgação também com o time perdedor. O BOLETIM DO MARKETING ESPORTIVO DO POR ERICH BETING Promoções turbinam vitória do Brasil 1 NÚMERO DO DIA EDIÇÃO 1279 - QUARTA-FEIRA, 3 / JULHO / 2019 de pessoas viram, na Inglaterra, a derrota para os EUA no Mundial feminino; é a maior audiência do ano na TV britânica 11,7 mi O FE R E C I M E N T O

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Avitória do Brasil sobre a Argentina por 2 a 0, na noite de terça-feira, mais do que ter assegurado a classificação brasileira para a final da Copa América, fez as marcas acordarem para a competição sul-americana.

Logo após o triunfo brasileiro, diversas empresas, patrocinadoras ou não do tor-neio, lançaram promoções em suas redes sociais e por meio do e-mail marketing.

Patrocinadora da competição, a GOL criou uma promoção-relâmpago que durou cerca de uma hora e meia após a partida. Destinos para o Brasil tinham 20% de desconto no uso de um código promocional, enquanto os voos para a Argentina, 10%. A promoção já havia sido feita em outros jogos da seleção no torneio, mas pela primeira vez a marca criou uma divulgação também com o time perdedor.

O B O L E T I M D O M A R K E T I N G E S P O R T I V O

DO

POR ERICH BETING

Promoções turbinam vitória do Brasil

1

N Ú M E R O D O D I A EDIÇÃO 1279 - QUARTA-FEIRA, 3 / JULHO / 2019

de pessoas viram, na Inglaterra, a derrota para os EUA no Mundial feminino; é a maior audiência do ano na TV britânica11,7mi

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F E R E C I M E NT

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Outro patrocinador, a Brahma, usou o Twitter para promover a conversa sobre o jogo e, também, a votação para o Melhor em Campo, que é propriedade da marca. Na "transmissão" em tempo real, a marca provocou os argentinos e após o gol de Gabriel Jesus usou a expressão "El pié de Jesus", numa brincadeira com a "Mano de Diós" criada por Diego Maradona na Copa do Mundo de 1986.

O resultado dentro de campo também serviu para a Adidas tirar proveito da Copa América, que é patrocinada pela concorrente Nike. A empresa usou o fato de Gabriel Jesus ser um dos destaques da partida para comunicar-se nas redes sociais e, também, ampliar a venda da chuteira X18, que é utilizada pelo seu atleta.

No Twitter e no Instagram, a Adidas publicou foto de Jesus e disse que ele, mais uma vez, foi decisivo. Além disso, por e-mail, a marca enviou mensagem incenti-vando o torcedor a comprar a chuteira que é usada pelo autor do primeiro gol e da jogada que rendeu o segundo e decisivo gol do Brasil na partida.

Sem o mesmo controle da Fifa em relação ao marketing de emboscada, a Copa América tem sido usada por concorrentes de patrocinadores em suas ações.

Outra empresa que aproveitou o fato de a conversa sobre o jogo subir a tempe-ratura nas redes sociais foi a Dorflex. Enquanto a marca de medicamentos Cimed usava os paineis de LED do estádio do Mineirão, a de remédios para dores muscu-lares do grupo Sanofi se ancorava no personagem Bolívia, do canal Desimpedidos, para promover um debate sobre o jogo. A empresa escalou o jornalista como garoto-propaganda no Twitter e o "proclamou" técnico do Brasil. As postagens feitas conforme o momento do jogo tiveram centenas de interações.

C L Á S S I C O FA Z B R A S I L T E R N O V O

R E C O R D E D E R E N D A

A L L I A N Z PA R Q U E F E C H A C O M S O R V E T E S R O C H I N H A

O Mineirão recebeu na noite de terça-feira 52.235 pagantes para acom-panhar a vitória do Brasil. A renda da partida foi de R$ 18.744.445,00. O valor é o novo recorde de renda bruta de um jogo de futebol no país.

O valor superou a renda de Brasil x Bolívia, na abertura da Copa América. Apesar de a partida ter tido uma renda declarada de R$ 22 milhões, a Conme-bol anunciou que, daquele montante, R$ 6 milhões era relativo à venda de camarotes corporativos, cuja renda não vai diretamente para a entidade.

Com a classificação brasileira à final, a tendência é que o jogo de domingo se torne a maior renda da história do país.

O Allianz Parque anunciou um acordo de três anos com os sorvetes Rochinha, que passará a ter direitos ex-clusivos em seu segmento de atuação dentro do estádio.

O negócio também fará com que a empresa produza um picolé que será exclusivo para o Allianz Parque. Até hoje, seis diferentes sabores são comercializados no local.

Com o acordo, a Bravo Line, empresa gestora do está-dio, inicia um porjeto de busca de parceiros exclusivos na área de alimentação, ampliando o faturamento em jogos.

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O P I N I Ã O

Esporte não pode se restringir ao digital

A regra do mercado de ativação de patrocínio parece ser, cada vez mais, deixar a bola rolar na TV e reverberar nas redes sociais em busca de uma pretensa fama mensurada por likes, compartilhamentos e comentários.

O esporte é um prato cheio para as marcas entrarem no meio de uma conversa no digital. Cada vez mais, plataformas como o Twitter se transformaram em canal de debate daquilo que acontece em tempo real e tem alto consumo de mídia. Por isso, usar o esporte como meio de falar com o público é um caminho para as marcas.

Mas o que isso gera, de fato, para elas?A ativação de um patrocínio esportivo é uma oportunidade de ouro para a marca

criar ações que extrapolam o campo do digital e produzam algo que realmente tenha valor para o consumidor e, naturalmente, se converta em vendas para a empresa.

O problema é que, na maioria das vezes, o digital tem sido usado pela mar-ca apenas como uma forma de mensurar alcance de uma iniciativa. O que temos visto, cada vez mais acontecer no mercado anunciante, é o uso da rede social como uma espécie de "chancela definitiva".

O caso da Adidas com o Arsenal (leia na pág. 4) mostra como a rede social não pode ser usada "sem filtro" pelas empresas e, também, que ter um alcance grande de uma ação nem sempre é o melhor.

O digital ajuda a construir imagem, aproxima a marca do consumidor, mas não pode ser o único caminho para criar um relacionamento. Num universo em que o acesso à informação é cada vez maior, a dispersão do consumo também segue isso.

Para engajar de fato a marca com o consumidor, é preciso criar conexões mais do que digitais. É exatamente esse entendimento que as empresas têm perdido. Com os minuciosos relatórios de mensuração de alcance de uma ação, as marcas esquecem que mais importante do que o número de gente que viu uma iniciativa é aquele que se converteram em consumidores de fato de um produto ou uma marca.

As plataformas digitais ajudam a criar uma história que gere engajamento do consumidor com uma empresa. O patrocínio esportivo é um meio ótimo para gerar essa primeira conexão. O mercado, ultimamente, tem usado o digital como fim, e não como meio de uma ação para o consumidor. De nada adianta ter uma linda campanha que alcance milhões de pessoas se a mensagem transmitida não for eficaz.

O marketing, afinal de contas, precisa mesmo é vender.

Marcas confundem engajamento de

conversa no meio digital com eficácia

de uma estratégia de vendas ao público

POR ERICH BETING

diretor executivo da Máquina do Esporte

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Ação da Adidas no Twitter vira alvo de preconceito

O aplicativo de entrega de comi-da Uber Eats decidiu investir pesa-do no futebol francês nas próximas temporadas. Cerca de 20 dias após adquirir os naming rights da Ligue 1 por um valor estimado em € 32 milhões, a plataforma anunciou que será a patrocinadora máster do Olympique de Marseille, um dos times mais tradicionais do país.

De acordo com a imprensa fran-cesa, o negócio renderá € 3 milhões por ano ao Olympique, pouco mais do que os € 2 milhões anuais que estavam sendo pagos pela Orange.

O contrato tem a mesma du-ração daquele firmado com a liga francesa: três anos, sendo válido até a temporada de 2021/2022.

U B E R E AT S F E C H A C O M M A R S E I L L E E A M P L I A A Ç Õ E S N A F R A N Ç A

O Valladolid anunciou a Adidas como nova fornecedora de material esportivo até 2022/2023. O clube,

que tem o ex-jogador Ronaldo como presidente, assinou com a marca

alemã para substituir a dinamarquesa Hummel. Curiosamente, Ronaldo

ainda é patrocinado pela Nike, que o acompanha desde os 15 anos.

A Adidas passará a vestir desde o profissional masculino até o time que

joga a LaLiga Genuine, que reúne pessoas com deficiências intelectuais.

VALLADOLID, DE RONALDO, FAZ

ACORDO COM A ADIDAS PARA SEU UNIFORME

POR REDAÇÃO

O que era para ser uma ação que levasse o torcedor do Ar-senal a celebrar o lançamento da nova camisa do time feita pela Adidas por meio do Twitter se transformou numa crise de imagem para a marca alemã e também para a rede social.

A Adidas permitiu, em seu perfil no Twitter, que o torcedor criasse uma imagem da camisa do time com o nome dele às costas. Para isso, ele tinha de usar a expressão #DareToCrea-te e automaticamente a marca convertia o nome do perfil do usuário para as costas do novo uniforme do Arsenal, produ-zindo uma foto que ele poderia compartilhar. Ao fazer isso, a marca ainda brincava que era só comprar a nova camisa.

O problema é que isso fez surgir diversos perfis com ex-pressões racistas e antisemitas, que rapidamente se trans-formavam nos nomes nas camisas. Assim que percebeu o "sequestro" da campanha, a Adidas retirou a ação do ar e disse que "devido a uma minoria que criou versões ofensi-vas" da campanha, retirou a funcionalidade do ar e repassou o problema para uma análise a ser feita pelo Twitter.

O mais impressionante da história é que, em 2017, a rede social passou exatamente pelo mesmo problema, também na Inglaterra, numa ação muito parecida com essa da Adidas, mas feita com a Loteria Nacional. Na ocasião, para promover o patrocínio ao atletismo britânico, a loteria fez uma ação em que atletas erguiam cartazes com o nome dos perfis que ci-tassem a expressão #represent. Rapidamente, as expressões preconceituosas tomaram vulto, e a ação, claro, foi suspensa.

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POR ERICH BETING

Aempresa chinesa de eletrônicos TCL fez um evento de lançamento da nova coleção de televisores, aparelhos de ar condicionado e smartpho-nes. Patrocinadora da seleção brasileira, da Copa América e de Neymar,

a marca utilizou o ex-jogador Cafu para ser a grande estrela midiática do evento. Pelé, que seria o principal destaque, cancelou a participação por razões médicas.

A ideia original da empresa era prestar uma homenagem ao capitão da última conquista de Copa do Mundo do Brasil e, também, ao maior atleta da história.

O evento contou com a presença do CEO mundial da TCL e já estava agendado para acontecer durante a Copa América. Por conta disso, a ausência de Neymar, principal garoto-propaganda da marca, chamou a atenção. Se, antes, o jogador não estaria no evento por conta da agenda da própria Copa América, agora a ausência se deu pelo escândalo em que ele ainda está envolvido, acusado de es-tupro. Enquanto a TCL apresentou as novidades em São Paulo, Neymar esteve em Belo Horizonte, onde assistiu de camarote à vitória do Brasil sobre a Argentina.

"É uma honra trabalhar com Cafu para apresentar a TCL aos torcedores do fu-tebol em todo o mundo, mas particularmente aos torcedores no mercado latino--americano", declarou Kevin Wang, CEO da TCL Electronics.

A presença do ex-jogador foi amplamente divulgada pela mídia, já que Cafu foi questionado sobre a participação brasileira na Copa América. Na resposta, o ex-jo-gador acabou citando o atleta patrocinado: "O Brasil está bem dentro de campo, já não depende exclusivamente de Neymar, todos querem escrever sua história na equipe", disse Cafu no evento, horas antes da classificação brasileira para a final.

TCL 'esquece' Neymar em lançamento no país

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POR REDAÇÃO