nº 68 – 9º ano revista da comunidade israelita de … · procurar a grandeza em outros cam- ......

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TIKVÁ תקוהREVISTA DA COMUNIDADE ISRAELITA DE LISBOA Nº 68 – 9º Ano Agosto /Setembro / Outubro 2008 Elul 5768 / Tishrei 5769 CHAGUEI TISHREI 5769 ט" חגי תשרי תשס

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Page 1: Nº 68 – 9º Ano REVISTA DA COMUNIDADE ISRAELITA DE … · procurar a grandeza em outros cam- ... anos, faleceu, em Haifa, a D. Simy Levy Sequerra, que nasceu, ... Que descanse

TIKVÁ תקוהREVISTA DA COMUNIDADE ISRAELITA DE LISBOA

N º 6 8 – 9 º A n o

A g o s t o / S e t e m b r o / O u t u b r o 2 0 0 8

E l u l 5 7 6 8 / T i s h r e i 5 7 6 9

CHAGUEI TISHREI 5769

חגי תשרי תשס"ט

Page 2: Nº 68 – 9º Ano REVISTA DA COMUNIDADE ISRAELITA DE … · procurar a grandeza em outros cam- ... anos, faleceu, em Haifa, a D. Simy Levy Sequerra, que nasceu, ... Que descanse

Com saudades dos leitores...

As longas férias de verão e as grandesfestas do mês de Tishrei – tema centraldesta edição – separaram o nosso últimoTikvá desta nova edição que vos chegaem mãos. Isto não quer dizer absolutamente quea nossa sempre movimentada CIL es-teve “parada” durante todo este perío-do. Muito pelo contrário. Esta ediçãotraz-lhes tudo o que se passou nesteperíodo, desde a 7ª edição da tradi-cional Machané de Verão do nossoquerido Movimento Juvenil Dor Chadashaté a recente celebração da última dasfestividades dos Chaguei Tishrei, a sem-pre agradável festa de Simchat Thorácom as alegres “Hakafot”. Mas não esperamos todo este tempopara contarmos somente o que se pas-sou na nossa CIL. Como sempre o Bole-tim Tikvá traz a todos informações e fac-tos de interesse judaico que ocorreramem Portugal e por todo o mundo, entreos quais boas novas para o judaísmo etambém infelizmente os já costumeirosfactos que demonstram o crescente epreocupante crescimento da escalada deanti-semitismo na Europa e não só… Esta edição presta também uma home-nagem especial ao nosso saudoso Dr.Moisés Bendrao Ayash Z´L – Presidenteda Assembleia Geral da CIL, que lamen-tavelmente deixou recentemente de es-tar entre nós. Não poderia fechar mais este editorialsem antes, ainda em tempo e com mui-ta sinceridade, desejar a todos um exce-lente 5769, com muita paz e harmoniapara todos os nossos irmãos judeus emPortugal e em todo o mundo. A todos umSHANÁ TOVÁ!

שנה טובה

Marcos PristDirector Executivo CIL

E D I T O R I A L

1938- 200870 anos da “Noite de Cristal”Assinalamos este ano o 70º aniversário da Noite deCristal. Na noite de 9 para 10 de Novembro de1938, um autêntico pogrome varreu a Alemanhanazi marcando de facto o inicio da “Solução Final”.Apresentada como uma manifestação popularespontânea no seguimento do assassinato de umadido militar alemão, Ernst Vom Rath, abatido a tiroem Paris por um jovem judeu polaco, HershlGrynspan, esta operação criminosa foi, na reali-dade, comanditada por Goebbels. Mais de sete milcomércios foram pilhados, centenas de sinagogas in-cendiadas, milhares de pessoas agredidas, 91 mor-tas. Centenas de judeus foram presos e enviadospara os campos de concentração de Buchenwald,Dachau e outros. Na manhã seguinte, as ruínas dassinagogas eram visíveis por toda a Alemanha e asruas cobertas pelos estilhaços das montras que-bradas – daí o nome de Noite de Cristal. Para cúmu-lo do cinismo, o governo nazi obrigou a comunidadejudaica a pagar uma multa colectiva de mil milhõesde marcos em compensação pelos estragos causados“provocando a justa cólera do povo alemão”. Qual o seu “crime”? Era serem judeus. Praticantes ouateus, sionistas ou anti-sionistas, burgueses ou so-cialistas, tiveram todos o mesmo destino. Oficial-mente a IIª Guerra ainda não tinha começado, sócomeçaria a 1 de Setembro de 1939, mas no Outonode 1939, Goebbels já escrevia no seu jornal: “A guer-ra oferece-nos todas as possibilidades que a paz nãonos permite.”Sabemos o resultado desta guerra para o judaísmoeuropeu: seis milhões de judeus mortos, correspon-dendo a 2/3 do seu total, centros brilhantes de re-ligião, cultura e civilização judaica varridos do mapade Vilnius a Salónica, de Amsterdão a Praga. Neste aniversário trágico, a lembrança é essencial.Lembra-nos até onde pode chegar o ódio racial, re-ligioso e político, terreno fértil do antisemitismo.Mas neste ano que marca os 60 anos do Estado deIsrael, a “Noite de Cristal” lembra-nos também quehoje os judeus do mundo inteiro dispõem de um es-cudo inexistente na época: um Estado judaico – oescudo de David.Um feliz ano de 5769!

Esther MucznikVice-Presidente

Um país tão pequeno emtamanho, como Israel, tempoucas alternativas além de

procurar a grandeza em outros cam-pos. Deve explorar a força do espíri-to, a profundidade da fé, a busca pela inovaçãoe a promessa oculta nas ciências.

Desde a sua criação, há 60 anos, Israel que,apesar da escassez de terras e água, conseguiudesenvo lver uma das economias ma isavançadas e resistentes do mundo. Enfrentan-do desafios sem proporção à sua dimensão ter-ritorial ou demográfica, além de ameaças à suaprópria existência, Israel sempre foi persever-ante. E pôde sê-lo através da mobilização dosseus recursos humanos e da sua força militar.Reforçou a sua democracia e o seu desejo depaz.

Israel suportou sete guerras num espaço desessenta anos. Superado em número e em arma-mento, sempre foi independente e seguro de si.Ganhando as guerras, Israel pôde triunfar na sualuta pela paz e firmar acordos de paz com o Egip-to e a Jordânia. Hoje, continua a negociar com ospalestinianos, sem perder a esperança de fazer apaz com todo o mundo árabe.

Promovendo uma política de paz e sendo fiel à éti-ca judaica que prega “Ama o teu próximo como ati mesmo”, mantendo um sistema de defesa quese adianta ao perigo e uma democracia resistente,guiada pelos valores morais da nossa tradição,podemos demonstrar que o que nos foi outorgadono Monte Sinai não se perdeu no deserto.

A realização da visão sionista é uma história queinspirou tanto a nação como o Estado. Com o seuestabelecimento, o povo judeu confiou a Israel afunção de preservar e desenvolver o legadohistórico judaico sobre uma plataforma moral,proclamando que “Todos os seres humanos sãocriados à imagem de D’us”.

Comprometido com a nossa fé e com ovalor de Tikun Olam, Israel deveprosseguir a sua missão a fim de venceros desafios globais do amanhã. Sendopequenos em tamanho e em população,

devemos ser maiores no campo das ciências e, as-sim, servir de laboratório mundial na busca de umaenergia alternativa, principalmente solar, de modoa reduzir a contaminação e secar o pântano depetrodólares que dá alento ao terrorismo.

A humanidade terá que gerar água para responderà crescente procura humana, evitar a sede e possi-bilitar a existência de um meio-ambiente harmo-nioso e sustentável, para o homem e para a na-tureza. Israel superou-se nessa área e deve con-tinuar a investir esforços nesta busca.

Devemos, também, cultivar um sistema de ensinoinovador, centrado mais em ferramentas e capaci-dade de pensamento do que na mera recolha dedados. A força histórica do povo judeu baseou-se –e deve continuar a basear-se – no estudo e na apli-cação do conhecimento.

Demonstrámos, no passado, e devemos voltar a fazê-lo no futuro, que o povo judeu pode servir de líder navanguarda da modernidade e da inovação, de modo aenfrentar os desafios, como a violência e o terror om-nipresente, que hoje em dia afrontam o mundo.

Entretanto, devemos responder às ameaças comque se defrontam as comunidades judias em todo omundo, tais como a assimilação, a crescente dis-tância entre as diferentes comunidades e a neces-sidade de fortalecer os laços entre a juventude ju-daica na Diáspora e em Israel.

Precisamente porque somos uma nação pequena, opovo judeu deve gerar a grandeza inerente à suacapacidade humana.Rosh Hashaná Sameach

Shimon Peres

2 Tikvá 68 • Agosto/Setembro/Outubro

FICHA TÉCNICA Directora Esther Mucznik

Chefe de Redacção Marcos Prist

Colaboradores Diana Ettner, Gabriel Steinhardt,

Henrique Ettner, Nuno Martins e Samuel Levy

Concepção e produção gráfica Raimundo Santos

m e n s a g e m d a d i r e c ç ã o

Tikvá 68 • Agosto/Setembro/Outubro 3

Saudação do Presidente do Estado de Israel, Senhor Shimon Peres, ao povo judeu,

por ocasião de Rosh Hashaná 5769

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No final do passado mês deAgosto com a idade de 95

anos, faleceu, em Haifa, a D.Simy Levy Sequerra, quenasceu, viveu e const ituiufamília em Lisboa.

Teve uma existência pratica-mente devotada à sua família

e às causas judaicas nos várioslugares onde viveu, Era filha deSalomão Levy Jor.(1875-1945) ede Esther Sequerra Levy (1888-1964) e casou-se em Lisboa, em19/3/41, com Joel Sequerra(1913-1988) de quem teve 4 fil-hos: Moses (1942), professor deviolino, Lyon, Salomão (1943)engenheiro informático, Rio deJaneiro, Arão (1944) engen-heiro/arquitecto Haifa e Thea(1947-1976) jornalista. Deixou 7netos e 7 bisnetos.

Simy, tendo feito fez estudosde enfermagem e pediatria,

muito jovem deu apoio ao Hospi-tal Israelita. No início da 2ª Guer-ra Mundial, trabalhou na Comis-são de Refugiados sob a direcçãodo Dr. Augusto d’Esaguy e, quaseno final da guerra, foi viver paraBarcelona, para acompanhar eapoiar o seu marido, que ali tra-balhava como director da Ameri-can Joint e que desenvolveu uma

actividade fundamental, mas difí-cil, no salvamento de refugiados.

Após alguns anos em Lisboatoda a família foi, em 1958,

para o Rio de Janeiro, onde oseu marido se ocupou dos refu-giados judeus emigrados doEgipto na época de Nasser; maistarde, Joel Sequerra promoveua venda de bonds do Estado deIsrael no quadro da respectivaEmbaixada. No Brasil, Simy par-ticipou activamente na vida ju-daica e sionista, colaborandocom as instituições locais.

Após uma estadia em Lisboa,onde perdeu a sua filha num

acidente de automóvel, em1976, Simy e o marido, fizeramaliah para Israel, em 1979, fi-cando a viver em Haifa. Aí de-senvolveu intensa actividade naWIZO local, organizando semi-nários de divulgação e activi-dades beneméritas.

Apesar da sua avançadaidade manteve, sempre, um

espírito alegre, lúcido e benevo-lente que contagiava de opti-mismo todos os que a foramconhecendo. Ela própria dizia desi que “apesar de ter muitosanos, não era velha”, o que era

amplamente confirmado peloseu espírito jovem. São de re-alçar as suas boas acções decariz humanitário, silenciosas eeficazes, que praticou sempreao longo da sua vida.

Asua memória excelente e a vi-vacidade da sua narrativa,

foram fonte de numerosos entre-vistas que concedeu (entre outras,ao Correio da Manhã, em 13/8/06,à TV3 Televisió de Catalunya,Janeiro 2008, programa s/ os refu-giados na 2ª guerra mundial quevai ser projectado dentro de dias),de depoimento a investigadores deHistória do Iad Vashem. Inclusiva-mente colaborou com o TIKVÁ,nos últimos anos, através devários artigos da sua autoria.

Perdeu-se uma grande Senho-ra, uma Eshet Hail, quer pelo

seu exemplo de chefe de família,quer pela acção benemérita e hu-manitária que sempre praticoucom a maior humildade e dedi-cação. Que descanse em Paz, emGan Éden como merece.

Apresentamos as nossas sin-ceras condolências à sua família.Baruh Dayan Haemet.

Samuel Levy

4 Tikvá 68 • Agosto/Setembro/Outubro Tikvá 68 • Agosto/Setembro/Outubro 5

HOMENAGEM ESPECIAL AO

DR. MOISÉS LEVY BENDRÁO AYASH Z´L (Q.D.T)

(1921-2008)Presidente da Mesa da Assembleia Geral da CIL | Falecido em 21 de Setembro 2008 (21 Elul 5768)

IN MEMORIAM

SIMY LEVY SEQUERRA Z´L (Q.D.T)

(Lisboa 4/7/1913 – Haifa 31/8/2008)

“Um momento !” Este não seráum obituário para falar da vi-

da do ainda Presidente da Mesada Assembleia Geral da CIL, massim o meu relato sobre o queaprendi e conheci do Poché Z’L.Embora não tenha Padrinho, o TioMoisés Ayash Z’L sempre me con-siderou como um afilhado, afir-mando por várias vezes que era omeu Padrinho. Na verdade, osseus conselhos e tudo o queaprendi com ele, levam-me hoje aver que ele foi mais do que isso,foi alguém cujos ensinamentos,nem sempre fáceis de ouvir, irãovaler para o resto da minha vida.

Sempre que ocorria uma As-sembleia Geral da CIL, lá ia

na segunda-feira seguinte à PraçaPasteur, passar a acta com para olivro. O Poché Z’L sempre au-toritário, a ditar-me o texto e vol-ta e meia lá dizia: “Um momento!Um momento!” Estava a ler muitodepressa o rascunho da acta quetinha sido redigida à mão por ele.Qualquer texto por ele redigidoprocurava sempre ser fiel ao quetinha ocorrido na Assembleia Ger-al, mas sem nunca transparecereventuais divisões entre os mem-bros da colónia. Não houve alturaem que essa preocupação nãotenha estado em cima da mesa no

momento da redacção de uma ac-ta da Assembleia Geral. Essa erauma das suas paixões e orgulhos.Ser membro do Povo de Israel.

Uma outra paixão era, bemconhecida por todos, o seu

Sporting Clube de Portugal.Paixão nascida no colo dos seusirmãos mais velhos a quemacompanhava ao velhinho estádiodo Lumiar. Paixão transmitida naideia de criar uma associaçãoleonina de apoio aos mais caren-ciados e que viu a luz sob o nomede Leões de Portugal. Acompan-hei-o ao estádio, a tascas, senta-do no sofá do primeiro andar daPraça Pasteur e, em todos os mo-mentos, via como vivia a suaPaixão pelo Sporting. Nunca meirei esquecer do dia em que falouna reunião dos lugares cativos. ADirecção do Sporting não queriarenovar os lugares cativos vitalí-cios, nem os de camarote, no no-vo Estádio de Alvalade XXI, tendomarcado uma reunião para ex-plicar a situação aos poucos queusufruíam desse direito. O MoisésAyash Z’L foi o primeiro do públi-co a falar e a responder à Di-recção. Quando acabou o seu dis-curso foram cerca de trezentaspessoas a aplaudi-lo. O Sportingtransferiu-nos os lugares. Muito

se deveu ao Poché Z’L essa trans-ferência pacífica.

Uma terceira paixão era a suafamília. A omnipresença dos

seus Pais e irmãos na sua vida eravisível a quem visitava a suacasa. Esse orgulho exprimia-sequando falava em Hakitia ou nodialecto angolano que aprendeuem Benguela. O amor pelo filho epelos netos estava igualmentepresente no discurso do Poché. Sebem que a sua forte personali-dade pudesse, por vezes, trans-mitir uma ideia diferente, nãohouve momento algum que nãosentisse que todas as críticas e el-ogios eram feitos com enormeorgulho pelos seus descendentes.Infelizmente, não viveu o sufi-ciente para assistir à Bar Mitzváhdo seu neto Tomás.

Muito mais pode ser dito a re-speito do Moisés Ayash Z’L, ou

melhor, do Moisés Levy BendráoAyash Z’L, como ele próprio gosta-va de se referir, mas agora que nãohá mais Ayash Z’L na Praça Pas-teur, nem um “Está lá?” de vozgrossa do outro lado do telefone,ficam as memórias e a saudade. Emais nada necessita ser escrito.

Nuno Wahnon Martins

R O S T O S D A C I L

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Com enorme alegr ia e sat is-

fação comunicamos que as

obras do novo mikvê da CIL foram

concluídas no final do mês de Jul-

ho, tendo o trabalho durado pre-

cisamente os 3 meses previstos pe-

lo empreiteiro encarregado. A inau-

guração do novo mikvê será real-

izada durante o Outono em data a

ser ainda definida e posteriormente

comunicada pela Direcção aos nos-

sos correligionários e convidados

especiais. Agradecemos imenso a

todos os que contribuíram directa

ou indirectamente com esta grande

realização.

Durante a celebração de Rosh

Hashaná deste ano, os membros

da CIL, amigos, convidados e turistas

presentes a nossa sinagoga puderam

utilizar o novo Machzor, com o nome

de "Ner Rosh Hashana." A publicação

foi preparada e editada pelo Rabino

Moyses Elmescany e pelo cantor litúr-

gico David Salgado com o apoio e

assistência da Instituição Shavei Is-

rael e inclui o texto tradicional he-

braico das orações do Ano Novo Ju-

daico, juntamente com a transliter-

ação e tradução para o português. O

novo machzor possibilitou uma maior

facilidade no acompanhamento do

serviço religioso e melhor compreen-

são da importância das rezas do ano

novo judaico. O Machzor reflecte os

textos e os usos das comunidades ju-

dias marroquinas, mas com uma sin-

gularidade especial, pois é o rito que

foi trazido para a região Amazónica

do Brasil pelos primeiros imigrantes

judeus marroquinos, que al i

chegaram há quase dois séculos e

que até hoje o praticam.

OMovimento Juve-

nil de Lisboa reali-

zou de 8 a 13 de Julho

na Quinta Bom Suces-

so no Bombarral, a 7ª

edição da sua tradi-

cional Machané de

Verão. A pedido dos

pais e dos nossos

jovens e crianças, foi

esta a 1ª edição com 6

dias de duração, da

qual participaram 37

jovens com idade a

partir dos 7 anos que

participaram em mais

esta rica vivência, sem-

pre marcada por mági-

cos momentos de integração,

conteúdo judaico, lazer e muita

diversão. O tema central desta

edição foi “ De autocarro por Is-

rael ”, um programa mais uma

vez séria e criteriosamente

definido, desenvolvido e aplica-

do, tendo sido todos os nossos

madrichim novamente prepara-

dos com o devido apoio e su-

porte pedagógico profissional.

O programa “ De autocarro por Israel” tinha por objectivo prop-

iciar aos nossos chanichim de forma criativa e interactiva uma

verdadeira “viagem” por Israel no ano do sexagenário da sua

independência. Desde as suas principais cidades de Tel Aviv e

sagrada Jerusalém, passando pelo tzafon (norte) e darom (sul)

sem deixar de lado a histórica Massada, todos puder conhecer

e vivenciar momentos históricos e aquilo de mais

moderno e bonito que estes sítios todos podem

oferecer a um visitante da “terra do leite e mel”.

Tudo isto realizado como sempre com muito em-

penho e carinho pelos nossos jovens madrichim

através de contínuas e variadas actividades (cer-

ca de 15 diárias). Novamente a vivência do Sha-

bat foi também

um ponto alto

d e s t a

machané des-

de a sua

preparação e

recebimento

(Cabalat Sha-

bat) até ao seu

final (havdalá),

tudo com o devido acompanhamento e orientação do nosso

querido more Laercio que esteve presente durante todo o

evento. Os parabéns aos chanichim pela bela participação.

Também os nossos parabéns e sincero agradecimento aos

madrichim pelo tradicional empenho e dedicação e aos pais

por mais manifestarem cada vez mais o seu apoio e confiança

neste evento e no nosso trabalho em geral. E para o ano há

mais ! Kadima Dor Chadash !

6 Tikvá 68 • Agosto/Setembro/Outubro

A C O N T E C E U N A C I L

VII Machané Kaitz Acampamento de Verão do Dor Chadash Os Novos Machzorim

de Rosh Hashaná

Novo Mikvê da CIL

Eleita nova Direcção da Somej NophlimCaros Correligionários,

A nova Direcção da Somej Nophlim, eleita em 22 de Junho do corrente ano, deseja a todos os membros da nossa Comu-nidade um Hag Sameah e um ano muito feliz, com paz e saúde.

Esta Direcção vem divulgar as suas propostas, oportunamente apresentadas aquando da sua eleição:• Aumentar o número de sócios;• Implementar um sistema de cobrança de quotas;• Promover a solidariedade intra-geracional, criando para o efeito eventos que possam minorar o sentimento de solidão; e• Atender a todas as situações de necessidade sentidas pelos membros da C.I.L., promovendo para isso todos os cuidadosque dignifiquem o tratamento daqueles que mais precisam – todas as situações serão tratadas com confidencialidade.

Para esse efeito, pedimos a todos que nos dêem a oportunidade de poder ajudar, dando-nos ideias e contactando-nos para:» Maria Antonieta Becker-Weinberg................91 760 0217;» Samuel Levy.............................................21 385 5946;» Clara Bensimon Hayat................................93 592 0171;» Lia Sequerra Amram..................................91 763 0399;» Rebeca Assor............................................91 250 3804.

Maria Antonieta Becker-WeinbergPresidente Eleita

Tikvá 68 • Agosto/Setembro/Outubro 7

Conteúdos e debates

Preparação do Programa

Lazer e diversão

Trabalhos manuaise criatividade

Preparação para Cabalat Shabat

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Também os nossos jovens daUPEJ – União Portuguesa de

Estudantes Judeus, dirigida ajovens dos 18 aos 30 anos par-ticiparam de forma alegre eefectiva da celebrações do anonovo judaico através da reali-zação da SHANÁ TOVÁ PARTY

que teve lugar no passado dia11 de Outubro na sede da Mac-cabi Country Club. Um excelen-te momento de convívio e inte-gração entre os jovens, marca-do por um jantar especial e dis-coteca que se seguiu por longashoras, sempre regado a vinho emuita diversão.

Durante 4 semanas consecutivas o MovimentoJuvenil Dor Chadash realizou actividades es-

peciais dedicadas às festividades do mês de Tish-rei, nalgumas das quais estiveram presentestambém o nosso Rabino Shai di Martino e o MoréLaercio Pintchovski. Vale destacar a actividade deSucot realizada no passado dia 12 de Outubro, naqual os jovens e crianças do Dor Chadash pude-ram preparar e arranjar toda a decoração da Sucápara que estivesse bela e agradável para ser utli-zada pelos membros da CIlL quando da cele-bração deste chag já no dia a seguir. Semanal-

mente cerca de 40 jovens e crianças participaramde forma activa destas actividades, nas quaismuito puderam aprender e interagir sobre osprincipais símbolos e costumes destas tão impor-tantes datas do nosso calendário judaico.

Veja mais fotos em http://www.cilisboa.org/act_youth.htm

8 Tikvá 68 • Agosto/Setembro/Outubro Tikvá 68 • Agosto/Setembro/Outubro 9

No mês em que comemora o seu6º ano consecutivo de activi-

dades, também o querido Grupo GuilHazaav realizou actividade especialde Sucot, no passado dia 16 de Outu-bro na nossa sinagoga, durante operíodo de “chol hamoed” desta fes-ta. Com muita música e num ambien-te sempre muito agradável, houvetempo ainda para um saborosolanche dentro da Sucá como manda atradição desta festa.

Grupo Guil Hazaav na Sucá Chaguei Tishrei 5769 na CILLiderados pelo nosso Rabino Eliezer Shai di Marti-

no, foram comemorados na nossa Sinagoga osChaguei Tishri que tiveram início com a celebraçãodos Yamim Noraim (Rosh Hashaná e Yom Kipur) queocorreu mais uma vez com toda dignidade e comgrande mobilização e afluência na nossa Comunida-de. Também com muita alegria foram comemoradasas outras festividades do mês de Tishri, nomeada-mente de Sucot, Shemini Atseret e Simchat Thorá

5769, esta última marcada pelas sempre alegres“Hakafot” e pela fundamental participação das nos-sas crianças. O nosso kol hakavod ao Rabino EliezerShai e o nosso agradecimento sempre especial aoAlain Hayat (Coordenador para assuntos da Sinago-ga), Isaac Assor (Chazan) e Samuel Levy (Consel-heiro da CIL para assuntos religiosos) pela colabo-ração e empenho na condução destes serviços. Tizkula Mitzvot !

Actividades especiaisdos Chaguei Tishrei no Dor Chadash

A C O N T E C E U N A C I L

UPEJ celebra Shaná Tová Party

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10 Tikvá 68 • Agosto/Setembro/Outubro Tikvá 68 • Agosto/Setembro/Outubro 11

Esta foi a conclusão de um dostrinta participantes no se-

minário que teve lugar no YadVashem, Instituto para a Memó-ria e Ensino do Holocausto, emJerusalém, no passado mês deAgosto. Foi a primeira vez que serealizou um curso criado espe-cia lmente para educadores eprofessores de Portugal sobre oensino do Holocausto. Para alémdos professores oriundos dasmais diversas escolas e regiões

do país, participaram também nocurso o director do jornal Públi-co, José Manuel Fernandes e suamulher Gabriela, editora da Pe-dra da Lua e eu própria como co-ordenadora do grupo.Intitulado “A memória da Shoah e

os dilemas da sua transmissão”,este primeiro seminário de dezdias incidiu sobre temas tão diver-sos como “Deus, os Judeus e aHistória”; “Os estereótipos judeuse o fenómeno do anti-semitismo”;“A ideologia nazi e a política anti-semita” ou “A vida dos Judeus naEuropa Oriental antes do Holo-causto”. Para além das palestrasdos professores da Escola Interna-cional do Yad Vashem para o Estu-do do Holocausto – sempre de

altíssimo nível – vários sobrevi-ventes prestaram o seu testemun-ho pessoal, um momento sempremuito comovente. Foram tambémefectuadas visitas em Jerusalém,ao Kotel, ao Museu do Holocaustoe ao Museu de Israel e um passeio

à Galileia, nomeadamente aos lu-gares do cristianismo, em Nazere-th e Tiberíades. Ao longo de todo oseminário os participantes portu-gueses demonstraram um imensointeresse e emoção: para a maio-ria foi uma verdadeira descobertanão só da realidade do Holocaus-to, praticamente ignorada em Por-tugal, mas também de Israel doqual, na maioria dos casos, tin-ham uma ideia distorcida.Terminado o seminário não se des-ligaram os fios que em Jerusalémforam tecidos. No dia 21 de Se-tembro de 2008, o grupo quasecompleto voltou a reunir-se, na Si-nagoga de Lisboa, para partilharos trabalhos e projectos em imple-mentação nas diversas escolas. NaPóvoa do Varzim já teve lugar aabertura de uma exposição de car-tazes trazidos do Yad Vashem eum colóquio e outros projectosestão em curso de concretização,correspondendo ao compromissoassumido pelos participantes doseminário. Dado o sucesso do cur-so, está prevista a realização dedois seminários para professores eeducadores portugueses em Julhoe Agosto de 2009. O facto destesseminários sobre o Holocausto te-rem lugar em Israel causa um im-pacto muito mais profundo nosprofessores bem expresso na ex-clamação de um deles: É precisoestar aqui em Israel, para com-preender o Holocausto”.Esther Mucznik

Afamosa e internacional cantoraisraelita Achinoam Nini, mais

conhecida por Noa, fez durante omês de Outubro uma mini-di-gressão por Portugal para promo-ver o seu mais recente disco“Genes & Jeans”. O álbum reúne asmúsicas tradicionais do Iémen (deonde a família da cantora é originá-ria) à música moderna de autor.Foram realizados concertos no

Centro Cultural de Ílhavo, no Tea-tro das Figuras de Faro, no CentroCultural de Belém, em Lisboa e no

Theatro Circo, em Braga. A cantoraisraelita, que actuou pela últimavez no nosso país há cerca de dezanos, apresentou espectáculoscom muito ritmo, misturando vá-rias culturas e sonoridades. “O quehá de especial nos nossos concer-tos, é que podes chegar da ruasem conhecer a nossa música eacabar por ficar realmente a gos-tar», afirmou Noa.

ACâmara Municipal da Nazaréaprovou o contrato de cedência

do direito de superfície sobre o ter-reno onde deverá instalar-se um in-vestimento israelita na área da saú-de e como contrapartida, anuncia aautarquia entre outras vantagenspara a população, está asseguradoo regresso do serviço de maternida-de ao concelho. Segundo a Câmarada Nazaré, a população residentepoderá beneficiar de assistênciagratuita na maternidade e no parto,bem como aceder a todos os ser-viços hospitalares e cuidados médi-cos, com descontos consideráveis.Nos termos do documento, analisa-do em reunião extraordinária, quecontou com a presença da presiden-te da Câmara de Comércio Luso- Is-rael em Portugal, Maria Martins, emrepresentação de um dos investi-dores, a autarquia cede à empresainvestidora o direito de superfície,

pelo prazo de 50 anos, de uma par-cela de três hectares, a destacar deum terreno situado na zona dasMarcelinas, na Pederneira, próximoda futura variante que fará a ligaçãoao IC9 Pólo universitário. O hospitalvai ser dotado de atendimento emregime de urgências e consultas ex-ternas, internamento e tratamentoambulatório, dotado de laboratóriode análises clínicas e de meios auxi-liares de diagnóstico; um pólo uni-versitário de estudos e formaçãoem Medicina, associado a um centrode investigação científica; e uni-dades de residência assistida, paraapoio aos utentes e respectivasfamílias. Aos jovens do concelhovão ser atribuídas bolsas de estudo(duas por ano, no máximo) parafrequência do pólo universitário afuncionar no complexo hospitalar.Este investimento, de natureza in-teiramente privada e de capitais is-

raelitas, estimado em cerca de 100milhões de euros, prevê a insta-lação de 300 camas, para apoio auma vasta gama de valências médi-cas. Equipado com tecnologias devanguarda e com recurso a fontesde energia renováveis, o hospitaloferecerá serviços de ponta em di-versas áreas da medicina. O com-plexo ocupará uma área de implan-tação de 10 mil metros quadrados,servido por um heliporto privativo, edeverá estar concluído em 2012.Aaprovação para a localização destehospital foi concedida em Junhopassado. As negociações prossegui-ram até agora com a aprovação dodireito de superfície. O presidenteda Câmara da Nazaré, Jorge Barro-so, considera que este é um dos in-vestimentos que vão proporcionar amudança no concelho. Fonte: Jornal Público

10.10.2008, Amadeu Leal

“O Mercador de Veneza” no Teatro de S. João � A célebre peça de Shakespeare,por muitos considerada anti-semitadevido ao personagem do judeu

Shylock, será es-treada a 6 de No-vembro, encenadapor Ricardo Pais. Adebater e comen-tar a peça estarãoRichard Zimler, Ja-net Adelman e Es-ther Mucznik, de13 a 15 de Novem-bro no Teatro de S.João no Porto.

IV Festival de Cinema Israelita de Lisboa� A Embaixada de Israel em Por-tugal em parceria com o Grupo Is-raelita NLC – Cinema City realizounovamente o já tradicional “Festi-val de Cinema Israelita de Lisboa”.Esta 4ª edição decorreu entre osdias 11 e 17 de Setembro, no cine-ma City do Campo Pequeno. O fes-tival contou com a presença de al-guns realizadores e actores israeli-tas, entre eles, o realizador do fil-

me “The Visit of theBand”. Os filmes exi-bidos no festival, entreos quais alguns internacio-nalmente premiados foram:“Lost Islands”;“Wild Dogs”, “Nood-le”,“Lemon Tree”, “Restless” e o jámencionado “The Visit of theBand”. Fonte: IOL Cinema

“O Violino no telhado” – grande sucesso em Portugal � No passado dia 4 de Outubro, oTeatro Rivoli no Porto comemoroua 100ª representação de “Um Vio-lino no Telhado”, a mega-produçãode Filipe La Féria que está já hátrês meses em cena com lotaçõesesgotadas. Um grande elenco quejunta actores consagrados e muitopopulares como José Raposo, no

papel da suavida, Rita Ri-beiro, JoelBranco, Hele-na Rocha, Hu-go Rendas, aolado de umelenco de 65actores, can-

tores, bailarinos e músicos, levamao rubro, todas as noites, o públi-co, que vem de todo ao país assis-tir a este grandioso espectáculo.Enquanto La Féria prepara a espe-rada vinda do musical para o Tea-tro Politeama em Lisboa, mais de70 mil espectadores já assistirameste espectáculo no Porto.Fonte: Site oficial do espectáculo

� Teve lugar nos dias 23 e 24de Outubro uma Exposição/Coló-quio subordinada ao tema dapresença judaica em Coimbra,com a colaboração da CIL queemprestou diversos objectos deculto judaico. Esther Mucznik,vice-presidente da CIL partici-pou no colóquio com uma inter-venção subordinada ao tema: “Ojudaísmo português contem-porâneo, uma herança de conti-nuidade e ruptura”. A exposiçãoestá patente ao público até 24de Abril 2009.

Hospital israelita instala-se na Nazaré e assegura maternidade Autarquia assegura que a assistência na maternidade e parto será gratuita para a população e algunsjovens poderão beneficiar de bolsas no pólo universitário

“É preciso estar aqui, em Israel, para compreender o Holocausto”

Estrela israelita actua em Portugal

A C O N T E C E U E M P O R T U G A L

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12 Tikvá 68 • Agosto/Setembro/Outubro Tikvá 68 • Agosto/Setembro/Outubro 13

I S R A E L E M F O C O

Na véspera do Rosh Hashanahde 5769, a população de Israel

é de 7.337.000 pessoas, incluindo5.542.000 israelitas judeus (75,5por cento) e 1.477.000 árabes is-raelitas (20,1 por cento). Estes nú-meros, publicados na quarta-feirapelo Escritório Central de Estatísti-ca, também listaram 318.000 isra-elitas sob a categoria de "outros"que incluem aproximadamente200.000 trabalhadores estrangei-ros. O relatório informou que a po-pulação cresceu 1,8 por cento des-de o ano passado. O relatóriotambém revelou que a populaçãode Israel é relativamente jovemem comparação com outras naçõesocidentais. Em 2007, 28,4 por cen-to dos israelitas tinham menos que14 anos, em comparação com 17por cento dos países ocidentais. Damesma maneira 9,8 por cento dapopulação do Israel têm 65 anosou mais, em comparação com 15por cento das populações de paísesocidentais. Os resultados tambémmostram que para cada 1.000 mul-heres em Israel há 978 homens. Apopulação de homens com 36 anosou menos é maior que a de mulhe-res, embora os números mostram-

se in-vertidosquando secompararamos sexos comidade de 37 anosou mais. Para cada 1.000 mulherescom idade de 75 anos, há 672 ho-mens na mesma faixa etária. A es-tatística também indica uma per-centagem maior de homens e mul-heres solteiros entre a populaçãojudaica, particularmente entre osmais jovens. Estes números reflec-tem uma tendência crescente paracasamentos numa idade maisavançada. Em 2006, 76 por centodos homens judeus entre as idadesdos 20 aos 29 anos de idade esta-vam solteiros, em comparação comos 73 por cento de 2000, enquantoque 60 por cento das mulheres es-tavam solteiras em 2006, em com-

paração com 54 por cento de 2000.Entre os judeus o maior gru-

po é de origem europeia -americana: 2,2milhões, que repre-senta 38,5 por centoda população judaicatotal no país ao finalde 2007. Quinze porcento dos judeus,

igual a 871.000 pesso-as é de origem africana,

enquanto que 11,9 porcento provém de países asiáti-

cos. Um total de 34,6 por cento dosjudeus são israelitas, nascidos emIsrael, e cujos pais também nasce-ram no país. A metade da popu-lação judaica vive na região centraldo país com 20,7 por cento residin-do no distrito de Tel Aviv. Menosque 10 por cento da população ju-dia vive na parte do norte. Por ou-tro lado, 45 por cento da populaçãoárabe vive no norte do país, en-quanto que 11 por cento vive nosul. Portanto, 53 por cento de to-dos residentes no norte são israeli-tas -árabes. A idade média de to-dos os israelitas continuou a au-mentar, e em 2007 tinha a médiade 28,7 anos de idade.

Israel na 81ª premiação do ÓscarIsrael divulgou o seu representante na disputa do “Os-car” (categoria “Melhor animação”): será o longa"Waltz With Bashir", de Ari Folman, que mostra entre-vistas com combatentes da Guerra do Líbano. O filmevenceu o “Ophir Awards”, em Tel-Aviv, e também foiexibido em festivais internacionais como o de Toronto(Canadá) e Nova York (EUA). A Academia de Artes eCiências Cinematográficas de Hollywood divulgará ofi-cialmente os indicados ao prêmio no dia 22 de janeirode 2009. A 81ª premiação do Oscar acontece no dia 22de Fevereiro de 2009 no teatro Kodak, em Los Angeles.Fonte: Jornal Alef

POPULAÇÃO DE ISRAEL

Quarenta turistas chineses partiram de Beijing, no dia25 de Setembro, para o aeroporto Ben Gurion. A via-

gem é fruto de um acordo assinado em Outubro passadopelo Ministro dos Negócios Estrangeiros, Tzipi Livni, e pe-la Ministra dos Negócios Estrangeiros Chinesa, Yang Jie-chi, que colocaram Israel na lista de mais de 100 paísespara ter o status de destino aprovado para chineses. A ElAl inaugurou sua rota de Beijing-Tel Aviv em 1992, e temagora três voos semanais, além de cinco voos semanaispara Hong Kong. Até agora, a maioria do tráfego ia no ou-tro sentido, com os aproximadamente 50.000 visitantesisraelitas que chegam à China todos os anos.Fonte: Notícias da Rua Judaica

Chineses “invadem” Israel

Israel concede visto a um rapaz iraniano vítima de cancro

Um rapaz iraniano de 12 anosvítima de cancro deu entrada

num hospital em Israel para umtratamento de urgência a um tu-mor no cérebro. O rapaz, identifi-cado como Roy, para proteger asua privacidade, foi conduzido aoCentro Médico Sheba perto deTel-Aviv, após o insucesso dostratamentos a que tinha sido su-jeito no Irão e na Turquia. Roychegou ao Aeroporto Ben Gurionna sexta-feira após lhe ter sidoconcedido um visto de entradaespecial. Este acordo foi mediadopor um empresário israelita deorigem iraniana. O rapaz foiacompanhado ao hospital pelosseus pais, a quem também foramconcedidos vistos de entrada.OIrão e Israel são inimigos e nãotêm relações formais. O Presiden-te do Irão negou o Holocausto etem repetidamente apelado a queIsrael seja varrido do mapa. Se-gundo o director do centro Médicode Sheva, Ze’ev Rotstein, não é aprimeira vez que Israel tratacrianças de países inimigos. “Te-mos esperança que o amor e

afecto que damos a estas criançasalicercem a construção de pelomenos algum entendimento entreas pessoas”, disse o Dr Rotstein.“Não podemos mudar a política.Não somos políticos. Fazemos istopor causa da nossa profissão”. Israel é sede de hospitais mun-dialmente famosos e de tecnolo-gia médica de vanguarda. O Dr.Amos Toren, director do Depar-tamento de Hemato-OncologiaPediátrica de Sheba, afirmou noseu diagnóstico inicial, que o tu-mor de que Roy sofre é o maisagressivo de entre todos os tu-mores cerebrais existentes.“Ele está consciente e consegue

sorrir”, disse o Dr Toren. “Vamosdar-lhe o tratamento mais mo-

derno que existe e talvez seja-mos capazes do o ajudar”.O Dr Rotstein informou que o

rapaz já tinha sido operado an-teriormente e que poderia ne-cessitar de outra intervençãoem Israel. “Há muito pouco quepossamos fazer, mas se há al-guma possib i l idade, estáaqui”.O hospital mantém em si-gilo as identidades de pacientesde países hostis a Israel, paraos proteger no seu regressoaos países de origem. O Irão eoutros países do Médio-Orienteopõem-se a qualquer forma denormalização de relações comIsrael. O Dr Rostein tem espe-rança que tratamentos como ode Roy ajudem a quebrar algu-mas dessas barreiras. “No que nos diz respeito, nãoestamos envolvidos em políti-ca. Roy é de um país a quem anossa existência não agradamas acho que parte do nossotrabalho é provar a países co-mo o Irão que estamos aqui pa-ra ajudar as populações”.Fonte: Associated Press

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prisões perpétuas pelo cruel as-sassinato de vários civis) bemcomo várias dezenas de caixõescom membros da pandilha, mor-tos em combate no Líbano. Comeles saiu a festejar no Líbano,sem se esquecer de mencionarque em Israel se estava de lutomas que para o Hezbollah era umdia de festa. Samir Kuntar, o pri-sioneiro libertado, prometeu queiria dedicar a sua vida a matar ci-dadãos israelianos inocentes.Aconteceu em Julho deste ano e,por acaso, eu estava em Israel. Oambiente era de facto de luto eas opiniões na rua dividiam-se.Eu próprio não sabia o que pen-sar. Obviamente, a alegria deNasrallah e o que quer que sejaque Kuntar viesse a fazer, eramirrelevantes. Do mesmo modo,todos entendiam o sentimentomisto das famílias que, não obs-tante a sua profunda tristeza, sa-biam finalmente qual tinha sido odestino dos seus entes queridos etinham um túmulo junto do qualpodiam chorar a sua morte. Masos próprios dirigentes de Israeltinham maneiras diferentes dejulgar a decisão de fazer a troca.Os negociadores experimentadose os homens dos serviços secre-tos, pensavam que era um erro:não se negoceia sem conhecer a“moeda de troca” (neste casosoldados vivos ou soldados mor-tos) e, sobretudo, não se podeconceder aos terroristas a sen-sação de que Israel está dispostaa fazer concessões mesmo queeles matem os prisioneiros. O ris-co é, afinal, de que os matem atodos. Mas os generais impuse-ram a sua vontade e eu acabeipor concordar com eles. Entre outros, o ministro da DefesaEhud Barak (ex-primeiro ministro eex-chefe do Estado Maior) e o ge-

neral Gabi Ashkenazi (actual Chefedo Estado Maior) tinham o maisnobre dos argumentos: uma frasehistórica "gravada" em todos osquartéis, uma garantia dos oficiaisa todos os soldados e às suas famí-lias: se algum dia fores feito prisio-neiro pelo inimigo, os teus coman-dantes não te abandonarão nuncano cativeiro e não descansarão en-quanto não te trouxerem de volta àpátria... vivo ou morto.A ética ganhou por pontos. Nas-rallah e Kuntar poderão ter tira-do proveito deste facto mas decerteza que nunca vão entenderporquê. Perdoa-lhes a eles, ó Eterno, maspor favor só depois de mostraremarrependimento.

PAZ (salmo 29, Arvit de Shabbat)A promessa velada daquela frasedo Mizmor LeDavid: HaShem ye-varech et amo bashalom (O Eter-no abençoará o Seu povo com apaz) 0sempre me encheu o co-ração de esperança. Boa! Só que,para a alcançar, temos de ler afrase que a antecede: HaShem ozleamo iten (O Eterno dará forçaao seu povo). Ou seja, a bênçãoda Paz chegará um dia mas... an-tes disso, é preciso ter força. Aquihá truque! Força para quê? Paraconquistar a paz, dizem uns. Paraarriscar, dizem outros. Uma coisaé certa: não nos vai ser entreguede mão beijada porque... parabeijar uma mão não é preciso fa-zer força. Estão a ver, não estão?Perdoa-me, ó Eterno, por pensarque nos poderias ter posto as coi-sas mais fáceis. Eu sei que devehaver um motivo e sou eu que nãoo estou a ver de momento.

Gabriel Steinhardt

14 Tikvá 68 • Agosto/Setembro/Outubro Tikvá 68 • Agosto/Setembro/Outubro 15

MORRER POR UM PEDAÇO DE NADAEntre nações vizinhas, há ânimosque se exaltam por um mero de-safio de futebol. Há canhões quese disparam pela propriedade deum território com minas de dia-mantes. Há conflitos sangrentosque se deflagram pelo petróleo deuns poços. Mas o que mais surpreende é queo ódio e a violência que algunsdos vizinhos mentecaptos de Is-rael nutrem pelos habitantes des-ta seja tão intenso não lhes deixaver a realidade: Israel, sem osjudeus, não vale nada. Mesmoassumindo que conseguissem al-cançar os seus objectivos, fica-riam com uns edifícios, algumasinfra-estruturas mas, sobretudo,montes de ruínas históricas commais de 2000 anos e um grandepedaço de deserto. Há muitopouca água, não há recursos na-turais... Pergunto: matar e mo-rrer para quê?Perdoa-me, ó Eterno, pelo pecadoda imodéstia, mas é que é tão ób-vio.... que não me pude conter.

OS "FALSOS COMBATENTES” DA “FALSA ESQUERDA” Que eu saiba, não consta denenhum manual da profissão,mas a verdade é que há muito

tempo que me apercebi de quehá certos jornalistas que pensamque, nos seus comentários e re-portagens, devem aparentar ser“de esquerda”. Não é que, nosdias que correm, se saiba o quesignifica exactamente ser “deesquerda”, mas uma coisa é cer-ta: no que diz respeito ao Médio-Oriente, não interessam os fac-tos. “Fica bem” é ser a favor dosárabes. Melhor ainda, dos “pa-les-ti-ni-a-nos”.Na sua vida privada, a maiorianão deixou de passar pelo menosuma semanita de férias num ClubMed em Marrocos. Para, entrecocktail e cocktail, investigar deperto a cultura do Corão e se soli-darizar com o sofr imento danação árabe, claro está.Após o regresso, já bronzeados,entendem bem melhor o problema.Por exemplo, embora ambos quei-ram libertar uma terra que dizemser sua e utilizem os mesmos abo-

mináveis meios, há que diferenciá-los no noticiário da noite: os bas-cos da ETA, como estão aqui ao pé,são sem sombra de dúvida, um“grupo terrorista”. Mas a Hezbollahe o Hamas (coitaditos, isso sim, látão longe, com o calor que lá devefazer!) são... um grupo de "comba-tentes”. Opa! Será que sem nos dar-mosconta acabamos de dar um exem-plo de desinformação facciosa?Perdoa-me, ó Eterno pelo pecadoda ofensa do próximo, mas é umacoisa que me irrita mesmo.

E OS FILHOS VOLTARAO À SUA PÁTRIA (Antigo testamento) Tradução livre da frase bíblica: Ve-Shavu Banim LeGvulam.

Alguns alimentavam ainda a es-perança de que pelo menos umainda estivesse vivo. Nasrallah, oignóbil líder dos “combatentes”do Hezbollah , que sempre se re-cusara a comentar o destino dostrês prisioneiros israelianos, tin-ha preparado um pequeno sketchsádico para emitir em directo naTV. ”Querem saber o que lhesaconteceu”? E mostrou oscaixões onde jaziam mortos. Emtroca, recebeu um prisioneiro queIsrael libertou da prisão (apesarde ter sido condenado a várias

I S R A E L E M F O C O

Pequenos grandes pensamentos

nos dias temíveisArqueologia Arqueólogos israelitas a trabal-har ao longo da rota propostapara a cerca junto à Cisjordania,ao norte de Jerusalém, cavarame trouxeram à superfície partede uma tampa de um sarcófagoque trazia a inscrição "filho doSumo Sacerdote" e datado dotempo de Jesus e do SegundoTemplo, informou a Autoridadede Israel para Antiguidades. Ofragmento de 60 cm por 48 cmde pedra calcária, trazendo ainscrição hebraica "Ben HacohenHagadol", não especifica a qualsacerdote se refere. "No entanto, provavelmente de-veria ser identificado com umdos sacerdotes que lá oficiavaentre os anos 30 e 70 E.C.” in-formou a Autoridade. Entre osaltos sacerdotes que serviramdurante esse período estão Yo-sef Bar Kayafa, ou Caiafás, The-ophilus (Yedidiya) Ben Hanan,Simon Ben Boethus e HananBen Hanan. Alguns dos Evangel-hos relacionam Caiafás à prisãoe julgamento de Jesus, após oqual ele foi entregue às autori-dades romanas e crucificado. AAutoridade acredita que o frag-mento foi originado num lugarou propriedade fora de Jeru-salém e que pertencia a um dossumos sacerdotes que serviramno Templo. "Poder-se-ia suporque o filho do sumo sacerdotemorreu devido a alguma razãodesconhecida naquele tempoquando o seu pai ainda oficiavacomo sumo sacerdote em Jeru-salém". As escavações que sãofinanciadas pelo Ministerio deDefesa e executadas pelo braçoda Administração Civil das IDFna Cisjordania, são definidas co-mo operações de resgate a fimde evitar que os trabalhos deconstrução da barreira de segu-rança não destruam ou ente-rrem artefactos arqueológicos.

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Tikvá 68 • Agosto/Setembro/Outubro 1716 Tikvá 68 • Agosto/Setembro/Outubro

A C O N T E C E U N O M U N D O

Ocomité para o Museu JudaicoRusso da Tolerância, em

Moscovo, aprovou esta semana oplano arquitectónico final para aconstrução do maior Museu Ju-daico do mundo. Baruch Gorin,que é o porta-voz para as comu-nidades judaicas de Moscovo, in-formou ao Haaretz que o museuseria instalado num edifício histó-rico no centro da comunidade ju-daica e que foi recebido da muni-cipalidade de Moscovo há cincoanos. O conjunto de edifícios jácontém várias instituições judai-cas, incluindo uma cozinha de so-pas, os serviços de saúde ShaareiTzedek , uma escola Chabad, edois prédios - uma yeshiva e umauniversidade – que estão nas eta-pas finais de construção. O novomuseu terá a finalidade de ser aglória maior deste complexo. Go-

rin disse que o museu comemo-rará a história russo-judaica e in-clui galerias de artes e artigos ju-daicos. Outra secção lembrará oHolocausto. Os planos incluem aconstrução de uma grande biblio-teca, um centro para estudos ju-

daicos e salas para conferências.Gorin informa que logo após amunicipalidade aprovar as li-cenças técnicas e alvarás, aconstrução será iniciada no iníciode 2009 e concluída em 2011. Acomunidade judaica recentemen-te assinou um acordo com a Fun-dação Cultural Russa para refor-mar, renovar e expandir o edifícioe torná-lo num museu judaico denível internacional. Os fundosvirão da Fundação Cultural Russa,da comunidade judaica de Mosco-vo e de filantropos judeus lidera-dos pelo homem de negócios LevLeviev. O edifício de 9.000 metrosquadrados será aumentado com aadição de andares subterrâneoscom 15.000 metros quadrados,tornando este museu judaico omaior do mundo.Fonte: Notícias da Rua Judaica

Para mostrar e conscienciali-zar a sociedade sobre a cul-

tura judaica, a exposição Cripto-judeus - a chama que a inqui-sição nunca conseguiu apagar -foi apresentada recentemente no

Salão Nobre do Palácio JoaquimNabuco. O evento, que contoucom o apoio do deputado IsaltinoNascimento (PT), representandoa Assembleia Legislativa, foi rea-

lizado pela Organização ShaveiIsrael. A instituição, que é com-posta por uma equipe de acadé-micos, educadores e personali-dades rabínicas, visa auxiliar osjudeus que foram obrigados aabandonar a religião devido à in-quisição, na luta pela sua he-rança e identidade. No Brasil, aorganização existe há aproxima-damente quatro anos, com sedeem Recife. Durante o evento, fo-ram ministradas palestras, noPlenário da Casa, sobre O Judaís-mo na Península Ibérica, Os Cos-tumes dos Bnei Anussim naClandestinidade, Os Bnei Anus-sim na Actualidade e O fenóme-no dos Bnei Anussim no Brasil.“Recife tem uma grande im-portância para a comunidade ju-

daica. Aqui está localizada a pri-meira sinagoga das Américas,fundada no século XVII. Por isto,Pernambuco é o primeiro Estadodo Nordeste a receber a expo-sição”, explicou o director exe-cutivo da Shavei Israel, MeirFurksman. De acordo com a pre-sidente do Instituto Multidiscipli-nar Haja Vida, Maria José Rosa,em Recife existem 34 famíliasretornando ao Judaísmo. Para odeputado Isaltino Nascimento(PT), “o Poder Legislativo esta-dual é um espaço de represen-tação dos interesses do povo,por isso, a importância de trazera exposição Criptojudeus - Achama que a inquisição nuncaconseguiu apagar - para a Ca-sa”, salientou.

Exposição em Recife mostra os “Criptojudeus”

Museu Judaico na Rússia

Sessenta e três anos após a ofim da II Guerra Mundial, a

Cruz Vermelha alemã admitiu oenvolvimento com o regime na-zista. O actual presidente da enti-dade, Rudolf Seiters, lamentou oepisódio: "é triste pensar o quan-to a Cruz Vermelha se dis-tanciou de seus princí-pios humanitários e to-mar conhecimentosobre como o regimenacional-social istainstrumentalizou aCruz Vermelha". As sus-peitas, e posteriormenteconfirmações, da colaboração daCruz Vermelha com o regime hit-lerista foi feita pelos historiadoresBrigitte Morgenbrod e StephanieMekenich no estudo "A Cruz Ver-melha Alemã sob a Ditadura Na-zi". Na pesquisa, os especialistasconcluem que, logo nas primeirassemanas de implementação do

nazismo, a Cruz Vermelha adop-tava a ideologia nazi com o ex-purgo de judeus e de outras mi-norias consideradas indesejáveis.Durante a guerra, cerca de 600mil profissionais da área médicaeram orientados a socorrer ape-

nas vítimas de etniaalemã. Os perseguidos

pelo regime vigenteeram ignorados. Ou-tra revelação: em1944, a Cruz Vermel-

ha ajudou a ocultar asbarbáries cometidas em

campos de concentração,mostrando aos enviados do Co-mité Internacional apenas um ro-teiro pré-determinado. Se istonão bastasse, os historiadoresainda denunciaram experiênciascom cobaias humanas praticadasnum hospital dirigido pela CruzVermelha em Hohenlynchen.Fonte: Notícias da Rua Judaica

De acordo com a pesquisa deatitude global do Pew Resear-

ch Center, o sentimento de ódiocontra judeus e muçulmanos estáa aumentar em diversos paíseseuropeus. O estudo constatouque o índice dos que vêem os ju-deus de forma nociva atinge 46%dos espanhóis, 36% dos polacos,34% dos russos, 25% dosalemães e 20% dos franceses. AGrã-Bretanha foi o único país eu-ropeu que não apresentou um au-mento nas atitudes anti-semitas,apresentando o número de 9%.Nos EUA, 7% têm opiniões nega-

tivas sobre os judeus, enquanto11% tem na Austrália. Os resulta-dos foram baseados em entrevis-tas com 24.717 pessoas em 24países. Os sentimentos anti-semi-tas mais radicais foram encontra-dos em nações predominante-mente muçulmanas, como Egip-to, Jordânia, Líbano, Turquia ePaquistão. O estudo não averi-guou os motivos desta imagemnegativa, mas outros dados indi-cam que atitudes anti-Israel po-deriam gerar sentimentos de an-ti-semitismo.Fonte: Notícias da Rua Judaica

Cruz Vermelha admite ter colaborado com Hitler

Cresce ódio contra judeus e muçulmanos na Europa

A N T I - S E M I T I S M O N O M U N D O

Putin doou um mês de seusalário para as obras domuseu judaico de Moscou

Ogoverno alemão rece-beu da Fundação

Memória, Responsabilidadee Futuro (EVZ) a primeiralista com todos os judeusque foram perseguidos pelonazismo na Alemanha, cercade 600 mil pessoas - que vi-veram ou passaram peloterritório alemão entre achegada de Hitler ao poder,em 1933, e sua queda, em1945. A l is ta traz infor-mações como nome, ende-reço, data da prisão, da de-portação e do exílio. No ca-so de óbito, o documentoinforma quando e ondeocorreu. "Este t rabalhocontribuirá para a recons-trução da identidade judai-ca", acredita o director daFundação EVZ, Gunter Saa-thoff – entidade criada pelogoverno de Gerhard Schroe-der (1998-2005) para in-demnizar os ex-trabalha-dores forçados do nazismo.A relação será enviada a di-versos museus e inst i -tuições, como o museu YadVashem de Jerusalém, oMuseu Judeu de Berlim, aJewish Claims Conference, oHolocaust Museum de Wa-shington e o serviço de ar-quivos nazis de Bad Arolsen(Alemanha).

“A reconstruçãoda identidade judaica"

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Tikvá 68 • Agosto/Setembro/Outubro 1918 Tikvá 68 • Agosto/Setembro/Outubro

A C O N T E C E U N O M U N D O

Paul Newman, o actor pre-miado com o Óscar e que

personificou como o anti-heróiem filmes como ‘O Indomado(Hud)’, ‘Rebeldia Indomável(Cool Hand Luke) e a ‘A Cor deDinheiro (The Color of Money)’– também era um activista, pi-

loto de carrosde corrida ee m p r e s á r i odo ramo depipocas, mor-reu aos 83anos de ida-de. Em Israele entre os ju-deus por todoo mundo, eleserá lembra-do como Ar i

Ben Canaan, o rebelde sionistado Exodos, que a bordo de umnavio de carga contrabandeia600 sobreviventes do Holocaus-to para a Palestina, apesar daoposição britânica. Otto Pre-minger, que dirigiu em 1960este épico em locações emChipre e Israel, disse que escol-heu Newman porque quis um

actor de origem judaica, porémque não parecesse judeu. New-man nasceu em Cleveland,Ohio, no dia 26 de Janeiro de1925 de uma família de classemédia alta. O seu pai Arthur,que era judeu, possuía a maiorloja de artigos desportivos dacidade, que a sua mãe Theresa,que era católica nascida naEslováquia, ajudava a dirigir.Em 1980, numa entrevista à re-vista TIME, Newman disse quese considerava judeu, dizendoque "é mais que um desafio".Como actor, Newman começouno teatro e na televisão duran-te a década de 1950, e prosse-guiu nos filmes tornando-se umdos astros mais duradouros epopulares, tornando-se umalenda e admirado pelos seus co-legas de profissão. Foi indicado10 vezes para Prémios da Aca-demia (Óscares), ganhando umÓscar e dois prémios honorífi-cos, e teve papéis importantesem mais de 50 filmes, incluindoo ‘Exodos’, ‘Butch Cassidy’, OVeredicto, Golpe de Mestre eAusência de Malícia.

Raízes Judaicas de Paul Newman

Oforte avanço da extrema-direita nas eleições legisla-

tivas na Áustria preocupa Is-rael. A mensagem dos eleitoresé eloquente: os social-demo-cratas (SPO) estão pela primei-ra vez na história abaixo dos30%, com 29,7%, e os conser-vadores (OVP) amargaram opior resultado da história com25,6%. Em contrapartida, aextrema-direita, somando osvotos dos dois partidos, o FPOde Heinz-Christian Strache e opart ido popul is ta BZO dorecém-falecido Jörg Haider,

chegou, com 29%, ao nível dossocial-democratas, maior for-mação política do país. "Acom-panhamos com preocupação einquietação o crescimento deelementos que pregam a xeno-fobia, o negativismo do Holo-causto e amizades com os neo-nazis", afirmou o porta-voz doministério israelense das Re-lações Exteriores, Yigal Pal-mor. O presidente austríaco, osocia l-democrata Heinz F i-scher, visitará Israel em De-zembro.Fonte: Alef Press

E S P A Ç O A B E R T O

o dia 11.11.2001, tevelugar o 1º Fórum de Re-

flexão, no qual participaramaproximadamente 50 pes-

soas, e que visou analisar “o futuro da Comu-nidade e da vida comunitária” para a décadaque então tinha inicio. Desse encontro resul-taram algumas linhas de orientação refe-rentes a certos aspectos da vida judaica daCIL, a saber, a necessidade de levar a cabo asobras de restauro da Sinagoga, o papel a de-sempenhar pelo “executivo operacional” daCIL, e a necessidade de “um local amplo,aprazível e agradável, com salas para jogos,reuniões e palestras, uma biblioteca, piscina ecampo de jogos (ténis, futebol, etc.)”.

Foram ainda considerados como sectores funda-mentais da CIL, e a merecer uma intervençãourgente, a juventude e as activi-dades religiosas, tendo sidoavançadas, relativamente aestas, algumas sugestões,nomeadamente, “a uni-formização dos livros deoração com traduçãoem Português e a expli-cação ocasional do ser-viço e indicação dapágina”, e a reali-zação de “serviçoscom duração maisbreve e com indicaçãodo horário do seu iní-cio e fim”.

Volvidos sete anos desde esse encontro, e emface dos objectivos concretizados nesse tem-po e daqueles que ficaram por concretizar,sobretudo no que concerne às actividades re-ligiosas da CIL, parece-nos da maior urgênciaa convocação de um 2º Fórum de Reflexão,com o propósito de debater, com rigor e se-riedade, a participação dos membros da CILnas actividades religiosas, e a incidência des-tas na vida comunitária.

Para efeitos de clarificação, desde já se escla-rece que a nossa motivação não passa pordiscutir a linha de orientação religiosa ou omodelo de organização da Comunidade. Antespelo contrário. Pretende-se fomentar a parti-cipação nas actividades religiosas de ummaior número de membros da CIL, e conse-quentemente, o melhoramento dessa compo-

nente do modelo de Comunidade emvigor. Nestes termos, propo-

mos à aprec iação da Di-recção a convocação do 2º

Fórum de Reflexão, a terlugar nos moldes do

anter ior , embora,desta feita, dedicadoao debate da partici-pação nas act iv i -dades religiosas daComunidade e a suaincidência na vida co-munitária.

Vasco Becker-Weinberg

2º Fórum de Reflexão “Participação nas actividades

religiosas e sua incidência na vida comunitária”

a

� Convite inéditoPela primeira vez na históriada Igreja, um expoente dareligião judaica tomou a pa-lavra numa assembleia do“Sínodo dos Bispos”. Shear-Yashuv Cohen, rabino-chefede Hai fa, membro da co-missão mista formada por Is-

rael e San-ta Sé, fo iconvidadocomo “de-legado fra-terno” àassembleia

especial do “Sínodo dos Bis-pos” que o papa Bento XVIinaugurou no passado dia 5de Outubro na Basíl ica deSão Paulo Fora dos Muros. Éa primeira vez que um não-cristão tomou a palavra. “Éum convite que implica umamensagem de amor, deconvivência, de paz”, comen-tou Shear-Yashuv.

� O Congresso dosEUA parou, devido a Rosh HashanáMesmo com a crise financeiramundial e na expectativa devotar um pacote de US$ 700

mil milhões, a Câ-mara dos Repre-sentantes e o Se-

nado dos EUAesteve fecha-ram no dia 2de Outubro,devido a Ro-

sh Hashaná.Os primeiros ju-

deus foram eleitos para a Câ-mara e para o Senado na dé-cada de 1840. Actualmente, oCongresso dos EUA tem 13parlamentares judeus no Se-nado, que conta com cem ca-deiras, e 29 parlamentares naCâmara dos Representantes,que tem 435 cadeiras.Fonte: Jornal Alef

A extrema-direita na Áustria

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Tikvá 68 • Agosto/Setembro/Outubro 2120 Tikvá 68 • Agosto/Setembro/Outubro

Em 1907 a Academia de Artesde Viena abriu duas vagas pa-

ra o seu curso de pintura. Asmesmas foram preenchidas porÓscar Kokoschka e Egon Schieleque se acabaram por revelar doisdos exponentes máximos da pin-tura do século XX. Contudo, um

dos candidatos não admitidosacabou por nunca se regenerardesse falhanço pessoal tendo fi-cado para a história por motivosbem diferentes que o desenvolvi-mento da arte europeia. Esse alu-no foi Adolfo Hitler. Kokoschkacostumava dizer que se Hitler ti-vesse sido admitido em seu lu-gar, a história do mundo teria si-do diferente.

Aobsessão pela arte nunca foiabandonada por Hitler, nem

com a invasão de Berlim pelosSoviéticos. O projecto de criar ummega museu de arte ariana na ci-dade de Linz continuava a serapresentado aos seus generais noseu bunker de Berlim. A invasãodos países europeus era acom-panhada por uma recolha de qua-dros e objectos de arte que eramposteriormente enviados para aAlemanha e distribuídos para acolecção privada de Hitler ou deGoering. Este tinha na sua casade férias na Baviera cerca de dezmil objectos de arte provenientesde todos os países invadidos pe-los alemães.

Apolítica de concentração daarte u l t rapassava o mero

propósito pessoal dos dirigentesnazis, fundamentando-se em doisaspectos essenciais da doutrinanazi: destruir tudo o que não cor-respondia ao conceito de arteariana e a negação da proprieda-de como primeiro passo para aaniquilação dos Judeus. O respei-to pela dignidade de pessoa hu-mana começa no reconhecimentoda propriedade. Quem não é pes-soa não pode possuir.

Com o iníc io da invasão daFrança, os franceses preparam

a evacuação das obras existentesno Museu do Louvre e distribuí-ram-nas pelos castelos. Quandoos alemães chegaram a Paris, en-contraram as pa-redes do Louvrecheias de moldurasvazias. Para nãocriar celeuma noseio da população,aproveitaram pararecolher e pilhartudo o que perten-cia a famílias Ju-daicas. Estes benscomeçaram a serrecolhidos no Jeude Paume, ondeera feita uma pré-selecção, antes doseu envio para aAlemanha. Umadas funcionárias deste museu, Ro-se Val land, anotava todas asnoites a origem e o destino dosobjectos de arte. À sua maneiraValland foi também uma Justaentre as nações ao registar maisde duzentas obras de arte.

OMuseu de Arte e de Históriado Judaísmo em Paris mante-

ve em exposição um conjunto deobjectos que ainda procuram osverdadeiros proprietários. Muitosoutros objectos também se en-contram desaparecidos. A recu-peração dos objectos não é fácil,mesmo que eles sejam descober-tos. Os actuais detentores nemsempre se mostram na disponibi-lidade de conceder os objectos.

Dois casos ilustram duas formasde estar no mundo.

André Seligman era um dosmaiores marchand de arte de

Paris no momento da queda da cida-de. Embora tenha conseguido fugirpara os Estados Unidos, as suasobras caíram nas mãos dosalemães. Depois da guerra tentourecuperar o seu património, tendoessa tarefa sido seguida pela sua fil-ha. Em 2006, esta foi informada queum dos quadros pertencentes ao seufalecido Pai fazia parte da colecçãopermanente do Museu do Utah.“Dois Jovens amantes” de FrançoisBoucher, um pintor francês do sécu-lo XVIII, foi devolvido à famíliaporque, e de acordo com as palavrasdo curador do Museu, “embora o

mesmo fosse umdos elementos prin-cipais da colecçãopermanente, esta-va em causa umimperativo moral.”

Omesmo respei-to não teve Ma-

ria Altmann. Her-deira de FerdinandBloch-Bauer, umindustrial austríacodo início do séculoXX, Altmann ins-taurou um proces-so judicial contra oEstado Austríaco

para a recuperação do retrato dasua Tia, Adéle Bloch-Bauer, pintadopor Klimt e considerado como umadas suas obras-primas. O motivopelo qual o Museu Nacional Austría-co não pretendia devolver o quadroprendia-se com uma disposição tes-tamentária de Adéle Bloch-Bauerque, ao falecer em 1925, legava osquadros de Klimt à Áustria aquandoda morte do seu marido. Em 2006,o retrato foi devolvido a Maria Alt-mann após a vitória nos tribunais.

Aarte pilhada pelos nazis é um dosexemplos mais característicos da

sua loucura doutrinária e de todo omal que fizeram à Europa.

Nuno Wahnon Martins

A arte pilhada e o Holocausto

Lola Touza Domínguez seria hoje lembrada comoa mãe solteira que geria o bar da estação de

comboios de Ribadavia, na Galiza, não fosse o fac-to de ter liderado uma rede clandestina que, entre1941 e 1945, ajudou perto de cinco centenas de ju-deus a escapar às chamas do Holocausto. A históriadesta "Schindler" galega era tão secreta que nemos seus filhos tiveram conhecimento dela, escreveurecentemente o jornal espanhol El Mundo, que lhededicou três páginas.O segredo de La Madre, nome de código que ela usouna altura, foi apenas desvendado, em 1964, por umdos judeus que ela ajudou a fugir para os EstadosUnidos da América. Isaac Retzmann pediu naquelaaltura a um galego seu conhecido que procurassenotícias da mulher. Lola estava então com 70 anos(acabaria por morrer dois anos depois). O enviadogalego chegou até ao alfarrabista Antón Patiño Re-gueira e com ele começou a desvendar o segredo. Antes de morrer, em 2005, Antón deixou escrita averdadeira história dos heróis de Ribadavia. Não sóde Lola, mas de toda a rede, que incluía, entre ou-tros, as suas irmãs, dois taxistas, um marinheiro,um emigrante retornado. Os judeus que fugiam pe-los Pirenéus chegavam de comboio à localidade deRibadavia, nas margens do rio Minho, sendo depois

transferidos para Portugal. A maioria partia em se-guida, de barco, para os EUA, Brasil, Argentina, Ve-nezuela, Marrocos ou Argélia. Foi também só agora que o neto de Lola, Julio, de 57anos, pôde começar a reconstituir a história. No mêspassado foi plantada na Ala dos Justos entre asNações uma árvore em homenagem de Lola. Este tí-tulo é atribuído pela Fundação Yad Vashem, em Jeru-salém Ocidental, a todos os que salvaram judeus.

Patrícia Viegas

Lola, a 'schindler' galega salvou 500 judeus

C O N T A N D O A N O S S A H I S T Ó R I A

"Palestra com Nuno Rogeiro " No passado dia 21 de Se-tembro, o conceituado co-mentador político Nuno Ro-geiro esteve mais uma vezpresente no nosso clubepara proferir palestra sobretema : “ As consequênciasdas eleições americanas noMédio Oriente”. Dezenasde pessoas assistiram a es-ta mais interessante pales-tra promovida pelo nossoMaccabi Country Club.

O Maccabi é a sua casa! Informações: 21 911 11 88

AGENDA NOVEMBRO

8 de NovembroSábado – Horário a confirmar “Noite Russa” – Jantar Especial

14 de NovembroSexta Feira, 20h00Oneg Shabat

16 de NovembroDomingo, 11h00 / 18h00 4ªedição - Maccabi Shuk Bazar

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Muita emoção e alegria marcou a realizaçãoda cerimónia de entrega dos certificados de

conclusão e/ ou participação aos 42 alunos queterminaram este ano lectivo a frequentar os cur-sos de Conceitos Básicos do Judaísmo e LínguaHebraica do Departamento de Ensino Judaico daCIL. Realizada no dia 02/07/2008 na Sala Portodo Hotel Diplomático contou com a presença de110 pessoas entre alunos e convidados.

A cerimónia teve como tema central os 60 anosda Independência do Estado de Israel e a figurade Eliezer ben Yehuda como o responsável pelorenascimento da Língua Hebraica falada.

Para além da entrega dos certificados, cada tur-ma, das mais variadas faixas etárias teve aoportunidade de se manifestar através de men-sagens e apresentações previamente preparadasdurante o curso. Também o Exmo. Sr. Embaixa-dor de Israel, Aaron Ram, o Presidente da CIL oSr. José O. Carp e a Directora de Educação e Ju-ventude da Comunidade, a Sra. Eva Ettner pro-feriram seus discursos e mensagens. Outros mo-mentos marcantes e emocionantes ocorreramdurante a apresentação de canções em hebraicoentoadas pelos nossos alunos. No final da ce-

rimónia foi apresentado um lindo filme com ima-gens e a retrospectiva do ano que se encerrou.

É importante salientar que no término do anolectivo foi distribuída aos alunos uma ficha deavaliação e novamente para nossa alegria e sa-tisfação a totalidade dos alunos manifestaram-se com gratidão e carinho, dando sugestõesconstrutivas para a melhoria do serviço prestadopelo DEJ. O melhor feed-back que poderíamoster é a constatação de que, antes mesmo do iní-cio das inscrições para o novo ano lectivo, todasas turmas que cursaram o ano de 2007/2008 játêm as sua continuidade garantida para os 2ºs e3ºs ano de estudos. Este é certamente o melhordos resultados.

Esperamos sinceramente termos novamenteneste ano atingido as melhores expectativas eanseios dos nossos alunos e participantes que,semanalmente, em uma ambiente frutífero e demuita amizade, estudaram conceitos, língua,tradições, História e a milenar Ética Judaica, for-talecendo assim a educação judaica que possibi-litará a transmissão às novas gerações.Moré Laercio Hillel Pintchovski

Cerimónia de Encerramento do ano lectivo 2007/2008 do DEJ

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Mais fotos em http://www.cilisboa.org/rt_activities.htm

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Os meus colegas e eu decidimos fazer umaviagem através do Êxodo – o Livro de She-

mot. Arranjámos um guia muito bom e começá-mos pelo Egipto, onde fomos escravos durante400 anos… Conseguimos sair depoisde D’us ter mandado 10 pragassobre os egípcios, por intermédio deMoisés; que, finalmente convence-ram o Faraó a deixar partir os He-breus.Fugimos de noite à pressaantes que o Faraó se arrependesseda sua ordem, e chegámos ao MarVermelho. As águas do mar abri-ram-se para nós passarmos e fecha-ram-se quando os soldados do Fa-raó, que se tinha arrependido da licença dada,quiseram passar.Cantámos e dançámos ao som da pandeireta deMiriam de regogizo e agradecimento a D’us portão grande milagre. E continuámos a nossa via-gem. Estivemos 40 anos no deserto onde passá-mos por vários acontecimentos: tivemos que lu-tar contra Amalek, povo forte daquele tempo, ecom a ajuda de D’us vencemos. Chegámos aoMonte Sinai onde assistimos ao grande episódio

onde D’us falou directamente com Moisés, queesteve 40 dias e 40 noites no Monte, a receber asTábuas da Lei com os 10 Mandamentos e umaquantidade de ensinamentos e leis para o Povo

Hebreu cumprir.Depois de várias peripécias, chegá-mos finalmente à Terra Prometidapor D’us ao nosso patriarca Avraham– Canaan – Terra que emana leite emel. É impossível descrever tudo oque foi esta maravilhosa viajem… li-mitámo-nos a contar algumas coisas,pois o tempo não nos permitiu mais.Escusado será de dizer que nosso ex-traordinário guia foi o nosso querido

Moré que nos ensinou com tanto carinho e de-voção e com muita paciência, tantas coisas (in-clusive conceitos éticos que ele tirava da leiturada Bíblia para a actualidade muito interes-santes). E, finalmente, só nos resta agradecermais uma vez ao nosso querido Moré o muito quefez por nós e desejar-lhe a ele e a sua queridafamília todas as bençãos de D’us. Amém.

Esther B. Ruah

Mensagem da aluna Esther Ruah(Teté) em nome dos demais alunos

Fico realmente contente ao veressa sala cheia e principalmen-

te que vemos gente dos 8 aos 80 –e não é força de expressão é real-mente uma realidade. O DEJ alémdo seu objectivo maior de “ensi-nar” acumulou um objectivo socialmuito grande. Juntou na mesmasala pessoas que de outra maneiranão sentariam juntos já que todosestavam juntos para o mesmo fim,aprender. Trouxe gente há muito afastado da CILe que agora participam das diversas actividadesEssencialmente quero deixar 2 mensagens:- Para os formandos de hoje: parabéns por te-rem concluído o ano e espero que façam bom

uso de tudo o que aprenderam.- Para o nosso More Laercio: TODARABÁ pelo seu trabalho, pela suadedicação e pelo carinho que colo-ca em tudo o que faz. Se o que vi-mos hoje é o espelho desse trabal-ho não é preciso acrescentar maisnada, além de: Continue assim, po-de e deve se orgulhar do seu tra-balho e posso acrescentar que nós,direcção da CIL estamos muito or-

gulhosos de o ter connosco.KOL HÁ’KAVOD a todos, formandos e formador!

Extraído do discurso da Sra. Eva Ettner

Directora de Educação e Juventude

Mensagem da Directora do Departamento de Educação

e Juventude da CIL

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Passámos as festas de Rosh Hashana e Yom Ki-pur com o prazer de ver a nossa querida sina-

goga cheia.Gostaria de comentar uma situação que acontecede forma recorrente nestes dias festivos. É o assun-to dos livros – os mahzorim – que não chegam pa-ra que todos possam seguir o serviço.Notamos que a situação melhorou muito com o em-penho do rabino Eliezer Shai, e do renovado apoiofinanceiro por parte de algumas das nossas famí-lias. Aproveitando a muito recente publicação de li-vros trilingues (hebraico, português e transliterado)com um texto muito similar à tradição litúrgica dasinagoga Shaaré Tikvá, conseguimos adquirir umaboa quantidade de livros que permitem agora essatão esperada situação de todos os presentes pode-rem participar no serviço.Estou a notar uma evolução dos comportamentosdos membros da comunidade, um mero reflexo doque acontece em forma geral na sociedade. Passa-mos a ser cada vez mais uma sociedade de assisti-dos pelos serviços sociais da nação, e isto não sepassa sem influir sobre todos os aspectos da nossavida. Precisamos que alguém se preocupe com osnossos problemas. Antigamente não era assim. Adisponibilização de livros pela sinagoga era um ac-to marginal, reservado para pessoas muito afasta-das ou para turistas. As pessoas tinham os seuspróprios livros, um para cada membro da família,por eles comprados, guardados e conservados commuito cuidado, objectos queridos e até marcadoscom os seus nomes, como se pode ver na foto aci-ma, que se refere à um mahzor de Yom Kipur quepertencia a uma senhora de uma respeitável famí-lia da Comunidade Israelita de Lisboa.Quando cheguei a Lisboa as pessoas tinham os seuspróprios livros (geralmente apenas em hebraico).Com o tempo, os mais jovens já não sabiam ler he-braico e não possuíam a biblioteca pessoal de livros“sagrados”. Esperavam encontrar um livro quandochegassem à sinagoga. Hoje ninguém aparece naaltura dos serviços com o seu material, com excep-ção do rabino e de algumas escassas pessoas. O costume de comprar livros em quantidade para a si-nagoga, é recente. Sempre existiram doadores paraoferecerem alguns exemplares. Eu lembro-me de,quando cheguei, ter comprado uma série de 60 mah-

zorim (20 de Rosh Hashana, 20 de Yom Kipur e 20 defestas) para complementar a oferta existente, e erasuficiente. Não se pensava em centenas de livros. Narealidade, a sinagoga recuperou muitos livros, usadose velhos, proveniente de famílias que os deixaram de-pois do falecimento de um parente, e isso chegava du-rante muitos anos. Com a óbvia consequência de quemuito dificilmente se conseguiam livros idênticos, oque dificultava a possibilidade de indicar ao Kahal apagina correspondente ao serviço.Agora queria fazer um apelo aos membros da comu-nidade para que se retome o bonito costume daconstituição de sifriás (bibliotecas) pessoais. Estes li-vros, tal como o Talit e os Tefilin, são para ficar emcasa. Claro, a sinagoga ajuda os que não tem mate-riais, mas não é uma razão para que se torne umasolução fácil para todos. Temos a sorte de haver ho-je editores que publicam livros no nosso rito, acessí-veis para todos. Adquirir esses livros para o uso fa-miliar é uma forma de demonstrar o nosso amor pa-ra com a tradição e para com a transmissão as gera-ções seguintes. Também gostaria sugerir que a CILcomercializasse uma selecção de livros para garantira uniformidade do material na sinagoga.

Alain Hayat

MAHZORIM

R E L I G I Ã O

Grupo de Estudos sobre a Parasháda semana

• Objectivo: Iniciação aos temas contidos na parasha (e Haftará) • Enfoque deste ano: Relação entre a parasha e a liturgia • Método: Exposição interactiva (perguntas nos 2 sentidos) Todas as 6ªs Feiras - às 18 hs (1 hora antes do CabalatShabat) na Sala de Estudos Isaac Joanes - na Sinagogacom Alain Hayat

Participe nos Serviços Religiosos da nossa Comunidade 6ªs feiras às 19h00 Sábados às 9h00Venha e traga toda a sua família !

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CURSOS 2008/2009

HebraicoLíngua Hebraica - Ivrit 1

Crianças Iniciantes – ano I 6 a 10 anos - 4ª Feira das 16h30 às 17h30

Local : Sede Administrativa da Cil

Língua Hebraica - Ivrit 1Crianças Iniciantes – ano III

6 a 10 anos - 2ª Feira das 17:15 às 18h15Local : Sede Administrativa da Cil

Língua Hebraica - Ivrit 2Crianças Iniciantes – ano II

11 a 14 anos - 3ª Feira das 17h30 às 18h30Local : Sede Administrativa da Cil

Língua Hebraica - Ivrit 2Crianças Iniciantes – ano III

11 a 15 anos - 4ª Feira das 17h30 às 18h30Local : Sede Administrativa da Cil

Língua Hebraica - Ivrit 4Crianças pré - alfabetização – ano I

4 a 5 anos - 3ª Feira das 16h45 às 17h30Local : Sede Administrativa da Cil

Língua Hebraica - Ivrit 5Adultos Iniciantes – ano I

5ª Feira das 19h30 às 20h30Local : Biblioteca Dr. Elias Baruel Z”L

Língua Hebraica - Ivrit 5Iniciantes – Ano II

3ª Feira das 19h30 às 20h30 Local : Biblioteca Dr. Elias Baruel Z”L

Língua Hebraica - Ivrit 5Iniciantes – Ano III

2ª Feira das 19h30 às 20h30 Local : Biblioteca Dr. Elias Baruel Z”L

JudaísmoCurso preparatório para Bar- Mitzvá

2ª Feira das 16h15 às 17h15Local : Sede Administrativa da Cil

Conceitos Básicos do Judaísmo – Ano II3ª Feira das 20h30 às 21h30

Local : Biblioteca Dr. Elias Baruel Z”L

Conceitos Básicos do Judaísmo –Ano III4ª Feira das 19h30 às 20h30 (para membros da CIL)

Local : Biblioteca Dr. Elias Baruel

Inscrições através da nossa secretaria Telef. 21 393 1130 Fax : 21 3931139

[email protected]

Mais uma vez a convite da instituição, o nossoMore Laercio Pintchovski esteve nesta escola

internac ional em Carcavelos, onde profer iupalestra e desenvolveu actividade especial sobre oRosh Hashaná – Ano Novo Judaico para cerca de 50alunos do 2º ano da primária. A iniciativa visa pro-porcionar aos alunos a vivência e conhecimentosobre esta sagrada data do nosso calendário e aomesmo tempo divulgar e esclarecer um pouco danossa cultura e tradição aos professores e diri-gentes desta instituição. Trata-se também de umimportante projecto e iniciativa que esta institu-ição desenvolve também com outras confissões re-ligiosas durante o ano lectivo.

Palestra sobre o Ano Novo Judaicono St. Julian’s

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Tikvá 68 • Agosto/Setembro/Outubro 2726 Tikvá 68 • Agosto/Setembro/Outubro

R E L I G I Ã O

Quero desta vez analisar a instituição da monarquiaBíblica e o que é que nos diz sobre a natureza do

sistema governamental assim como a Torá o entende.

O mandamento que se refere ao rei vem do seguinteversículo: 1) Quando entrares na terra que o Senhor teuDeus te dá, e a possuíres e, nela habitando, dis-seres: Porei sobre mim um rei, como o fazem to-das as nações que estão em redor de mim; poráscertamente sobre ti como rei aquele que o Se-nhor teu Deus escolher… (Deut. 17, 14-15)

Continua avisando para ter cuidado com um rei que“adquire muitos cavalos para si mesmo”. “Não de-ve ter muitas mulheres”, nem pode “acumulargrandes quantidades de prata ou ouro”. Ele deveescrever um rolo da Torá, que “deverá ler todos osdias da sua vida para apreender a reverenciar oSenhor seu D-us e …. Não considerar-se melhorque os seus irmãos, o modificar a lei drasticamen-te e de um lado para o outro”.

Toda a passagem parece ser ambivalente. Os perigossão claramente enumerados. Há um grande risco que orei explore o seu poder para ganhar riqueza, mulheres ecavalos. O seu “coração pode enganá-lo”, pode ser ten-tado de abusar do seu poder e considerar-se melhor queos seus irmãos.

Mas a coisa mais interessante é a forma como a Torá fa-la desta situação: a Torá não comanda directamente masdescreve uma situação na qual o povo é quem pede umrei para “ser igual a todas as outras nações”. Isto pareceser contrário a todo o espírito da Torá! Os Israelitas fo-ram comandados para ser diferentes, separados! Quererser como todos os outros para a Torá, não é um desejonobre mas uma grande falha!!!

Vários comentaristas medievais não consideraram o esta-belecimento da monarquia um mandamento bíblico. OIbn Ezra disse que a Torá não comandou, mas sim permi-tiu a monarquia. Abarbanel, que preferia um governo re-publicano à monarquia, disse que aqui a Torá fez umaconcessão ao sentimento público.

De qualquer forma o versículo chave encontra-se emSamuel I Cap. 8. Como foi predito em Deuteronômio,o povo eventualmente pede um rei:2) Então todos os anciãos de Israel se congrega-ram, e vieram ter com Samuel, a Ramá, e lhe dis-seram: Eis que já estás velho, e teus filhos nãoandam nos teus caminhos.

Constitui-nos, pois, agora um rei para nos julgar,como o têm todas as nações(Samuel I 8, 4-5)

Samuel não aceita o pedido, até que D-us lhe diz: 3) Disse o Senhor a Samuel: Ouve a voz do povoem tudo quanto te dizem, pois não é a ti que têmrejeitado, porém a mim, para que eu não reinesobre eles. (Samuel I 8, 7)

Neste versículo encontramos o coração do assunto, ouseja, o povo de Israel deveria ser reinado só por D-use ninguém mais. Todavia, D-us não recusa o pedido,efectivamente Ele já nos tinha avisado através de Mos-hé que o povo ia certamente a pedir um rei. Então D-us lhe diz: 4) Agora, pois, ouve a sua voz, contudo lhes protes-tarás solenemente, e lhes declararás qual será o mo-do de agir do rei que houver de reinar sobre eles.(Samuel I 8, 9)

O povo receberá um rei, mas não sem ter sido avisadodas eventuais consequências. Samuel, então, avisa-osusando as seguintes palavras:5) Este será o modo de agir do rei que houver dereinar sobre vós: tomará os vossos filhos, e os po-rá sobre os seus carros, e para serem seus cavalei-ros, e para correrem adiante dos seus carros; ….Tomará as vossas filhas para perfumistas, cozi-nheiras e padeiras.Tomará o melhor das vossas terras, das vossasvinhas e dos vossos olivais, e o dará aos seus ser-vos. Tomará e dízimo das vossas sementes e dasvossas vinhas, para dar aos seus oficiais e aosseus servos…e vós lhe servirão de escravos. En-tão naquele dia clamareis por causa de vosso rei,que vós mesmos houverdes escolhido; mas o Se-nhor não vos ouvirá (Samuel I 8, 11-18)

Sem ouvir o aviso, o povo continuou a pedir um rei di-zendo: 6) …Não, mas haverá sobre nós um rei,Para que nós também sejamos como todas as ou-tras nações, e para que o nosso rei nos julgue, esaia adiante de nós, e peleje as nossas bata-lhas….Ouviu, pois, Samuel todas as palavras do povo, erepetiu-as aos ouvidos do Senhor.Disse o Senhor a Samuel: Dá ouvidos à sua voz,e constitui-lhes rei…. (Samuel I 8, 19-22)

O que é que está a acontecer aqui? Até os sábios do Tal-mude, no tratado Sanhedrin 20b, não perceberam seSamuel estivava a estabelecer um monarca ou a tentar

dissuadir o povo! Ou seja, D-us con-corda ou não com o estabelecimentoda monarquia? Se concordasse nãoteria dito que o pedido do povo erauma tentativa de recusá-lo, e se nãoconcordasse teria ordenado a Sa-muel de dizer simplesmente NÃO.

A melhor analise deste assunto foidada pelo Rabino da Galiza Polaca noséculo 19, Rabi Zvi Hirsch Chayesna obra Torat Neviim. A sua tese foique “a instituição da monarquianos dias de Samuel nasceu naforma de contrato social.” O povo reconhece que não pode fun-cionar ordeiramente sem ter alguém com o poder de as-segurar o cumprimento da lei e a defesa da nação. Sem is-so, seriam o que o filosofo inglês Thomas Hobbes cha-mava “Estado de natureza”, ou seja, anarquia, caos.Continuando com as palavras do Hobbes, numa situaçãodeste tipo “Há medo continuamente e perigo de mor-te violenta; e a vida do homem é solitária, pobre, má,bruta e curta”. (Ele escreveu isto ao despertar-se daguerra civil inglesa). Esta é a versão “Hobbesiana” doúltimo versículo do livro dos Juízes: 7) Naqueles dias não havia rei em Israel; cadaum fazia o que parecia bem aos seus olhos. (Juí-zes 21, 25)

A única forma de evitar a anarquia é que todos concor-dem em transferir alguns dos seus direitos para umgovernante humano. Um governo tem um preço alto,significa transferir a outra pessoa ou órgão parte dosdireitos sobre a própria pessoa e propriedade. As pes-soas concordam com isso porque calculam que o preçoque se pagaria não o fazendo seria muito mais alto. Isto, conforme o nosso Rav Chayes, era o que Samuelestava a fazer, ou seja, propor um contrato social e ex-pressar quais serão os resultados. Assim os nossos co-mentaristas tinham razão, D-us dá a opção de eleger ounão um rei, não era um mandamento mas uma opção.

Um outro ponto fundamental na teoria dos contratos so-ciais, é que o poder final é dado ao povo. Na verdade, hálimites morais ao poder: também o rei está sob a sobera-nia de D-us, e é só D.us que nos dá as regras eternas: apolítica é para as regras temporárias, para este tempo eestas circunstâncias. Aquilo que caracteriza a política docontrato social é a sua insistência sobre o facto de que ogoverno é a livre escolha de uma nação livre. Isto ex-pressou-se da forma mais famosa na Declaração de In-dependência Americana: 8) “Para assegurar estes direitos (vida, liberdadee alcance da felicidade), o Governo é instituídoentre os homens, recebendo os seus justos pode-res pelo consenso dos governados” E isto é aquilo que D-us estava a dizer a Samuel, se elesquerem um rei, dá-lhes uma rei: o povo de Israel tem opoder de escolher a forma de governo que desejar entre

os parâmetros da lei estabelecida pelaTorá.

Agora segue outra coisa que toca anossa época. Isto foi delineado peloprimeiro rabino chefe de Israel, Ra-bino Avraham ItsHak Kook : 9) “Sendo que as leis da monar-quia pertencem à situação geraldas pessoas, estes direito legaisrevertem, na ausência de um rei,em todo o povo. Mais específica-mente, parece que qualquer lí-der que surgir em Israel tem oestatuto de rei em muitos aspec-tos, especialmente em quanto

tenha que ver com a conduta das pessoas…Quem seja que lidere o povo pode liderá-lo con-forme as leis da monarquia, sendo que estas in-cluem as necessidades do povo, naquele tempo enaquela situação…”.(Responsa Mishpat Cohen,no. 143-4, pp. 336-337)Usando outras palavras, na ausência dum rei de ascen-dência Davídica, o povo pode escolher ser governado porum rei de ascendência não davídica, (como fizeram notempo dos Hasmoneos) ou ao invés ser governado porum Parlamento democraticamente eleito. (como no mo-derno Estado de Israel).A verdadeira questão, porém, não é uma disputa entremonarquia e democracia, mas entre um governo que é ounão é livremente escolhido pelo povo governado. Na ver-dade a Torá é sistematicamente céptica sobre a política…numa sociedade ideal, Israel seria governada exclusiva-mente por D-us… mas sendo que esta não é uma socieda-de perfeita, deve haver algum poder humano com a auto-ridade de assegurar o cumprimento das leis e expulsar osinimigos. Mas este poder não é nunca ilimitado, tem duasrestrições. A primeira: está sob a inalcançável autoridadede D-us e Sua Lei; a segunda: está confinado à pura e ge-nuína perseguição dos interesses do povo. Qualquer ten-tativa de usar este poder para perseguir interesses pes-soais é ilegítima. (Como no caso do Rei AHav).Mais uma vez aqui está uma prova de que a livre so-ciedade nasce na Bíblia! Aquilo que precisamos no mo-derno mudo judaico, e especialmente em Israel, é deum renascimento da Filosofia Politica Judaica, que en-sina o projecto de uma sociedade livre e humanamen-te digna, cujos ideais ainda hoje são um imperativo.

Não quero acabar sem antes desejar a todos um bom ini-cio de ano novo judaico, com a esperança de passarmosjuntos um outro ano de sucesso e de aproximação à nos-sa fé assim como foi no passado, mas desta vez commais harmonia e respeito mutuo, mais empenho de cadaum de nós a passar às novas gerações mais identidade eamor pela Torá de Israel, o Povo de Israel e a Terra deIsrael. Que sejam escritos e assinados no Livro da Boa,Feliz e Rica Vida.

Rabino Eliezer Shai di Martino

Reavaliando a Monarquia no judaísmo

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Movimento Juvenil Dor Chadash de Lisboa - Ano VIIA cada semana um novo participante! Mais de 80 jovens já participam. Agora só falta você !

Actividades todos os domingos, das 15h30 às 18h30 no Maccabi Country Club

Jovens e crianças a partir dos 3 anos | Participação: 5 € por semanaDescontos especiais na compra de senhas antecipadas

Coral Musical representativo da CILPara adultos entre os 20 e os 60 anosEncontros às 3 ª e 5ª feiras, das 19h00 às 20h30Monte Olivete

Coral Etz Chaim

Ano VII

DANÇA ISRAELITA NO MACCABI Sempre com novas danças e coreografias do folclore israelita!Todos os Domingos no Maccabi das 15h00 ÁS 15h45 A partir dos 12 anos

DIRECÇÃO: LILIAN PRIST

ATENÇÃO ! NÃO SÓCIOS DO CLUBE PAGAM UMA TAXA ESPECIAL DE PARTICIPAÇÃO !

Mais informações e inscrições através da nossa secretaria.Participe nas actividades e eventos da nossa Comunidade, pois a nossa Comunidade é você.

A S N O S S A S A C T I V I D A D E S

28 Tikvá 68 • Agosto/Setembro/Outubro

Não perca mais tempo ! Venha participar connosco ! Actividades Especiais Permanentes

(música, ginástica, palestras, passeios ...)

Para adultos a partir dos 60 anosEncontros semanais às 4ªs feiras, das 15h30 às 17h00 Sede no Monte Olivete | Participação: 5,00 €

Grupo Guil HazaavAno VII (Idade de Ouro)

M A C C A B I C O U N T RY C L U B3ª a 6ª Feira - Das 9h00 às 17h00Tel: 21 9111188 - Tratar com Rosina | [email protected] com Rosina

A RAPARIGA DO GUETOde Janina BaumanEditora Pedra da LuaA história de uma jovem fu-gindo ao gueto de Varsóvia

DIÁRIOde Helene BerrEditorial Dom QuixoteDiário de uma jovem judia fran-cesa que permite entender o hor-ror e o absurdo enfrentado pelosjudeus franceses em Paris duran-te a ocupação nazi.

EU FUI O CAPITÃODO EXODUSde Ike AronowiczSextante EditoraO testemunho-chave de umadas epopeias mais extraor-dinárias da história contem-porânea

A CIL NA TVRTP 2

3 de Novembro – 2ª Feira, 18h30Programa Fé dos Homens:As Festas de Sucot e Simchat Thorá

9 de Novembro – Domingo, 9h00Programa Caminhos:“Em memória da Noite de Cristal – 1938”

26 de Novembro – 4ª Feira, 18h30Programa Fé dos HomensEventual mudança no horário da emissão é de total responsabilidade da emissora.

Livros Judaicos em Portugal

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EuroEnigma, LdaSr. Ricardo Afonso (Moreno)(351) 965324201 | [email protected]

Tikvá 68 • Agosto/Setembro/Outubro 29

Museu VirtualAristides

de Sousa Mendeshttp://mvasm.sapo.pt

Comunidade Israelita do Porto web site http://www.comunidade-israelita-porto.org/

Visite estes sites

Neste mês de Novembro em que se passam70 anos da Noite de Cristal sugerimos as seguintes publicações:

NOITE DE CRISTAL 1938 - 2008

SONDERKOMMANDOde Shlomo VeneziaEditora Esfera dos Livros. O depoimento único de um judeuforçado a trabalhar nas câmarasde gás e nos crematórios

EU NÃO LHE DISSEQUE ESTAVA A ESCREVER ESTE LIVROde Nadine VasseurEditora Pedra da Lua. Filhos de Sobrevivente do Ho-locausto testemunham

Movimento Juvenil

Dor Chadashde Lisboa

LEHAKAT HAMACCABI

GRUPO DE DANÇASCOREOGRAFIAS

UPEJUnião Portuguesa

de Estudantes Judeus

UPEJ - União Portuguesa de Estudantes JudeusSuper actividades mensais

para jovens entre os 18 e 30 anos

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H O M E N A G E N S

Participe nestas homenagens. Actualize os seus registos junto da nossa secretaria através do tel. 21 393 1130 de 2ª a 5ª feira - das 14h00 às 17h00 | [email protected]

30 Tikvá 68 • Agosto/Setembro/Outubro

TISHRIMark Seruya 1 Isaac Harsan 2Abraham T. Esaguy 3 Carlos Seruya 3Isaac Bentes Ruah 4 Moisés Ettner 4

04 OUTUBRO Ester B. Cardona 5 Isaac Segal 5 Simy Ruah Benoliel Kadosch 6 Avrum Olosinski 6 Judah Benoliel 7 Elias Seruya 8 David Obadia 8 Yehnia Israel 9Salomão Rosenfeld 7Yehuda Leon Cassuto 10 Eva Terló 11

11 OUTUBRO Moisés Israel 12Theodor Unterman 12 Joaquim Mitnitzky 13Rushla Dyna Koperman 14Salomão Cagi Ruah 15 Thelma Blumenfeld 16 Samuel Amram 17

18 OUTUBRO Ruy Mark Seruya 19 David Broder 23 Isabel Haber 23Jeta Noymark 24 Joshua H. Levy 24Salomão Moskovic 24 Isaac Querub 25 Sol Tuaty 25 Judith Levy 25

25 OUTUBRO Anabela Maria Levy Mendes 26 Salomão Moskovic 27David Benoliel 28 Ino Levy 29 Marie Langber 29 Samuel Benady 30 Rabino Abrahão Assor 30 Jonathan David P. Cowl 30Henriequeta Matias 30

CHESHVANJuliana Kaufmann Marques da Cunha 1Moisés B. Ruah 1 Norman Staley Beebe 1 Jacob Israel Levy 1 Icko Bekerman 1 Ernest Aberlé 2 Miriam Kofflea Katchi 2

01 NOVEMBRO Raquel Belmar Ruah 3 Roshym Unterman 3 Tamo Sabath 5Mary Rafael Benoliel 6Lothar Geismar 7Jacome Nahom 8 Erich Damann 8 Maurício Sulema 9 Sara Sorin Goldberg 9

08 NOVEMBRO Grete Friman 10 Esther Levy 12 Ana Tuaty 12 José Bento Esaguy Ruah 12 Alberto Amram 12 Helen Sorin 13 Sultana Tuaty 13

Victoria Arié 16 Narciso Arié 16

15 NOVEMBRO Mercedes Ayash 17 Henri Sorin Valerio 17 Bella Bensimon Cardona 19 Sofia Muginstein Azancot 19 Isaac Joanes 19 Nadia Spiegel 20 Ester Benoliel 20 Fortuna Obadia 22Máximo Dário Becker Weinberg 22 Carlos Ergas 22 Abraham Israel 23 Eugénia Weiss 23

22 NOVEMBRO Margarete Coenca 24 Max Nahmann 24 Ajzik Katzan 25 Raquel Querub 27 Raquel Jablonski 27 Srul Finkelstein 27 Miriam Levy 28 Ruben Azavey Azancot 29

KISLEVGoldina Taranto 1

29 NOVEMBRO Godoricha Mode Botelho 2 Berthold Singer 3 Magda Buzaglo 4 Vittoria Maissa 4 Anna Roffe Levy 4 Ruben Bak Gordon 5 Fortunata Esaguy Manaças 5

06 DEZEMBRO Salomão Levy Jr 7 Moisés Lev 9 Asher Peles 9Mecia Azriel 10 Micael Uzzan 10 Aló Levy 11 Messoda B.Esaguy 12 Yolande Cohen 12 Mery Tangi Israel 13 Matilde Presente Spiegel 14 Pinhas Segal Levy Bem Haim 14 Ida Helena Aberlé 14 Oswald Levy 14

13 DEZEMBRO Joshua Amram 16Erika Draiblate 17 Simy Azavey Azancot 17 Helena Kaezar 17 Menahem Adrahi 17Sofia Mirella Levy 17Joachim Draiblate 18 Shlomo Bekerman 18 Fraim Adrahi 19 Paulo Cymerman 19 Szindla Goldrajch 20 Simy Benzmien Barreiros 20 Maximiliano Bachman 21 José Tuati 21 Isaac Marques 21 Mazaltob David 22

20 DEZEMBRO Alegria Obadia 23 Clementino Benoliel de Carvalho 25 Jacob M. Sequerra 27 Raquel Toledano 27 Myriam Fresco dos Santos 27 Theodor Richheimer 28 Lúcia Terlo 29Alegria Bendelac 29

Mazal Tov !Os nossos parabéns e os votos de muitas felicidades a todos !

ANIVERSÁRIOSSETEMBRO Victor Blumenfeld 04

Bernardo Abecasis 04Maurice May per 06Valerie Brodheim 06Michel Kopejka 08Joshua Gabriel Ruah 08Gal Yarkoni 09Daniel Beckerman 09Emilia Ettner 11Charles Sammartano 13Tómas Ayash 20Charles Arié 20David Katz 22Eduardo Ruah 25David Yarkoni 27Jens Classen 28Samuel Ruah 29Gabriel Pihas 30Alexandre Arié 30

OUTUBRO Andrea Classen 02Henrique Ettner 02Abraham Sorin Cowl 03Ana Zagury Teotónio Pereira 04Marcos B. Zagury 05Inacio Steinhardt 05Diana Kadosh Ezra 08 John Blumenfeld 10Ester Atzmon 11Daniel Ayash 11Judith Shap Pinto 13Eva Mayer Raposo 17Lis Grossman 21 José Salomão Ruah 22Susana Ruah Arié 23Jaqueline Burd M.de Almeida 26 Ana Arié 26Gal Rozemberg 30

NOVEMBRO Edgar Loewenthal 03Muriel Levy 07Salomão Rosenfeld 07Beila Leia Szary 11Edith Foerster 14René Arié 14Álvaro Leon Cassuto 17Clara Bensimon Hayat 17Liron Schliesser 17

Andréia Fernandes Teruszkin 18Toni Ruah 19Alexandre Brodheim 19Eva Ettner 19Ester Bekerman das Neves Carneiro 21Mark Robertson 21Vera Goldschmidt Ferreira 21Vera Broder Koshét 25Martha Steinhardt 25Jaime Tuati 26Vera Curiel 27José Salvado 28Gabriel Steinhardt 29

As nossas boas vindas aos novos membros da CILALBERTO HOLLY SETTONDANIEL KNOPFHOLZGERARD JOCHEM SEELT

BAR – MITZVÁO querido Tomas Ayash realizou a sua Bar-Mitzvá, na nossa Sina-goga no passado dia 27 de Setembro / 27 de Elul de 5768 na pre-sença de seus pais, Anita e Jaime Ayash, bem como de vários famil-iares e amigos.

FALECIMENTOSÉ com profundo pesar que comunicamos o falecimentos de:

Paula Holly Z´L (Q.D.T)12 de Julho de 2008 – 9 Tammuz 5768

Simy Levy Sequerra Z´L (Q.D.T)31 de Agosto de 2008 – 30 de Av 5768

A nossa homenagem especial ao saudoso Dr. Moisés Levy Bendráo Ayash Z´L (Q.D.T)Presidente da Mesa da Assembleia Geral da CIL

Falecido em 21 de Setembro 2008 (21 Elul 5768)

Apresentamos as nossas sentidas condolências às Famílias enlutadas

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Prezados Leitores e Assinantes lembramos que desde a edição de nº 52, o nosso Boletim Tikvá passou a ser publicado com peridiocidade bimestral

Tikvá 68 • Agosto/Setembro/Outubro 31

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TIKVÁEnvie os seus textos e sugestões para TIKVÁ até ao dia 30 de cada mês.Rua do Monte Olivete, 16 r/c. esq. 1200-280 Lisboa | e-mail:tikvá@cilisboa.org

A quem se dirigirHorário de funcionamento da SecretariaSegunda a Quinta-feira, das 9h00 às 17h30Sexta-feira e vésperas de festas judaicas, das 9h00 às 13h00Horário de almoçodas 13h00 às 14h00

Atendimento ao públicoSegunda a Quinta-feira, das 13h00 às 17h30Os espaços para reuniões devem ser agendadoscom aviso prévio, mínimo de 48 horas

[email protected]. 213 931 134Atendimento de Segunda a Quinta-feira, das 10h00 às 13h00Telf. 213 931 130 | Fax 213 931 139

Director ExecutivoMarcos [email protected]

Departamento de Ensino JudaicoMoré Laercio Hillel [email protected]

Departamento de SegurançaContacto 24 horas – Telf. 96 347 [email protected]

Movimento Juvenil Dor [email protected]

UPEJ – União Portuguesa de Estudantes [email protected]

RabinoRav. Eliezer Shai Di Martino [email protected]

SecretáriaEstrella [email protected]

Visite o nosso site: www.cilisboa.org

DirecçãoPresidente Jose Oulman CarpVice-Presidente Esther MucznikVice-Presidente Ronald BrodheimTesoureiro José Salomão RuahSecretário Eva Ettner Vogal efectivo Clara K. CassutoVogal efectivo Charles AriéVogal efectivo Sonia Bernfeld Vogal efectivo Arnaldo GrossmanVogal Suplente Salomão KolinskiVogal Suplente Bernardo Abecasis

Mesa da Assembleia GeralPresidente Moisés Bendrao Ayash Z´L Vice-Presidente Mordechai Atsmon1º Secretário Nuno Wahnon Martins2º Secretário Diana Ettner

Conselho FiscalPresidente Samuel TuatiVogal Efectivo David Bentes RuahVogal Suplente Guilherme Grossman

Presidente Honorário Dr. Samuel Ruah