nocoes de administracao publica
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Noes de Administrao PblicaCiro Bchtold
2012Curitiba-PR
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e-Tec Brasil 2 Noes de Administrao Pblica
Presidncia da Repblica Federativa do Brasil
Ministrio da Educao
Secretaria de Educao a Distncia
Catalogao na fonte pela Biblioteca do Instituto Federal do Paran
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAO, CINCIA E TECNOLOGIA PARAN EDUCAO A DISTNCIA
Este Caderno foi elaborado pelo Instituto Federal do Paran para o Sistema Escola Tcnica Aberta do Brasil e-Tec Brasil.
Prof. Irineu Mario ColomboReitor
Prof. Mara Christina Vilas BoasChefe de Gabinete
Prof. Ezequiel WestphalPr-Reitoria de Ensino - PROENS
Prof. Gilmar Jos Ferreira dos SantosPr-Reitoria de Administrao - PROAD
Prof. Paulo Tetuo YamamotoPr-Reitoria de Extenso, Pesquisa e Inovao - PROEPI
Prof. Neide AlvesPr-Reitoria de Gesto de Pessoas e Assuntos Estudantis - PROGEPE
Prof. Carlos Alberto de vilaPr-reitoria de Planejamento e Desenvolvimento Institucional - PROPLADI
Prof. Jos Carlos CiccarinoDiretor Geral de Educao a Distncia
Prof. Ricardo HerreraDiretor de Planejamento e Administrao EaD - IFPR
Prof. Mrcia Freire Rocha Cordeiro MachadoDiretora de Ensino, Pesquisa e Extenso EaD - IFPR
Prof. Cristina Maria AyrozaCoordenadora Pedaggica de Educao a Distncia
Prof. Mrcia Denise Gomes Machado CarliniCoordenadora do Curso
Adriana Valore de Sousa BelloFabio DeckerKarmel Louise Pombal SchultzKtia FerreiraSuellen Santana de FreitasAssistncia Pedaggica
Prof. Ester dos Santos OliveiraIdamara Lobo DiasReviso Editorial
Paula BonardiDiagramao
e-Tec/MECProjeto Grfico
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e-Tec Brasil
Apresentao e-Tec Brasil
Prezado estudante,
Bem-vindo ao e-Tec Brasil!
Voc faz parte de uma rede nacional pblica de ensino, a Escola Tcnica
Aberta do Brasil, instituda pelo Decreto n 6.301, de 12 de dezembro
2007, com o objetivo de democratizar o acesso ao ensino tcnico pblico,
na modalidade a distncia. O programa resultado de uma parceria entre
o Ministrio da Educao, por meio das Secretarias de Educao a Distancia
(SEED) e de Educao Profissional e Tecnolgica (SETEC), as universidades e
escolas tcnicas estaduais e federais.
A educao a distncia no nosso pas, de dimenses continentais e grande
diversidade regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pessoas ao
garantir acesso educao de qualidade, e promover o fortalecimento da
formao de jovens moradores de regies distantes, geograficamente ou
economicamente, dos grandes centros.
O e-Tec Brasil leva os cursos tcnicos a locais distantes das instituies de
ensino e para a periferia das grandes cidades, incentivando os jovens a
concluir o ensino mdio. Os cursos so ofertados pelas instituies pblicas
de ensino e o atendimento ao estudante realizado em escolas-polo
integrantes das redes pblicas municipais e estaduais.
O Ministrio da Educao, as instituies pblicas de ensino tcnico, seus
servidores tcnicos e professores acreditam que uma educao profissional
qualificada integradora do ensino mdio e educao tcnica, capaz
de promover o cidado com capacidades para produzir, mas tambm com
autonomia diante das diferentes dimenses da realidade: cultural, social,
familiar, esportiva, poltica e tica.
Ns acreditamos em voc!
Desejamos sucesso na sua formao profissional!
Ministrio da Educao
Janeiro de 2010
Nosso contato
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Indicao de cones
Os cones so elementos grficos utilizados para ampliar as formas de
linguagem e facilitar a organizao e a leitura hipertextual.
Ateno: indica pontos de maior relevncia no texto.
Saiba mais: oferece novas informaes que enriquecem o assunto ou curiosidades e notcias recentes relacionadas ao
tema estudado.
Glossrio: indica a definio de um termo, palavra ou expresso utilizada no texto.
Mdias integradas: sempre que se desejar que os estudantes desenvolvam atividades empregando diferentes mdias: vdeos,
filmes, jornais, ambiente AVEA e outras.
Atividades de aprendizagem: apresenta atividades em diferentes nveis de aprendizagem para que o estudante possa
realiz-las e conferir o seu domnio do tema estudado.
e-Tec Brasil
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e-Tec Brasil
Sumrio
Palavra do professor-autor 11
Aula 1 Introduo administrao pblica 131.1 Como tudo comeou? Qual a sua opinio? 14
Aula 2 Administrao Pblica na Pr-Histria 172.1 Perodo Paleoltico (Idade da Pedra Lascada) 17
2.2 Perodo Neoltico (Idade da Pedra Polida) 17
2.3 Perodo dos Metais (Idade dos Metais) 18
2.4 Os elementos fundamentais do Estado 18
Aula 3 Formas de Governo 233.1 Sistemas de governo 25
Aula 4 Diviso dos Poderes 274.1 De onde surgiu a ideia de diviso do poder? 27
4.2 Teoria dos trs poderes 27
Aula 5 Definindo administrao pblica 315.1 Definio 31
5.1 Desenvolvimento da administrao pblica 33
Aula 6 A evoluo da administrao como cincia 356.1 Est preparado para um pouco de histria? 35
6.2 As principais Teorias Administrativas e seus principais enfoques 36
Aula 7 nfases no estudo da administrao 397.1 nfases da administrao 39
7.2 Teoria da administrao cientfica 40
Aula 8 Teoria Clssica e das relaes humanas 438.1 Teoria Clssica da Administrao 43
8.2 Teoria das relaes humanas 44
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Aula 9 Teoria Burocrtica 479.1 Modelo Burocrtico de Weber 47
9.2 Sistema Burocrtico 49
Aula 10 Teoria Comportamental 5310.1 Hierarquia de necessidades de Maslow 53
Aula 11 Teorias Estruturalista, de Sistemas e das Contingncias 55
11.1 Teoria Estruturalista 55
11.2 Teoria de Sistemas 56
11.3 Teoria das Contingncias 57
11.4 Desenvolvimento Organizacional 58
Aula 12 Funes da Administrao aplicadas na administrao pblica 61
12.1 Planejamento 61
12.2 Hierarquia do planejamento 62
12.3 Objetivos do planejamento 64
Aula 13 Organizao 6713.1 Diviso poltico-administrativa no Brasil 67
13.2 Diviso dos poderes no Brasil 69
Aula 14 Organizao para execuo da Administrao Pblica no Brasil 75
14.1 Administrao pblica direta ou centralizada 75
14.2 Administrao pblica indireta ou descentralizada 75
14.3 Diviso de trabalho ou especializao 76
14.4 Tipos de organizao 76
Aula 15 Direo 7915.1 Financiamento do Governo 83
e-Tec Brasil
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Aula 16 Polticas Pblicas Instrumento de Ao 8516.1 Voc poltico? No se apresse em dizer no! 85
16.2 Habilidades Necessrias ao Administrador 87
Aula 17 Controle 9117.1 O que controle? 91
17.2 Critrios para classificao do controle 92
17.3 Significados do controle 93
17.4 Fases do controle 94
Aula 18 As trs formas de Administrao Pblica 9518.1 Evoluo histrica das reformas
administrativas no Brasil 99
Aula 19 Que tamanho deve ter o Estado? 10119.1 Desburocratizando a Administrao Pblica 105
Aula 20 A desburocratizao no Brasil 10720.1 possvel governar como quem
administra uma empresa? 108
Referncias 111
Atividades autoinstrutivas 115
Currculo do professor-autor 133
e-Tec Brasil
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e-Tec Brasil11
Palavra do professor-autor
Prezado Aluno,
Voc est iniciando o curso tcnico em Servios Pblicos e talvez seja o seu
primeiro curso na modalidade distncia. Por isso, algumas dicas so impor-
tantes para que voc tenha melhor aproveitamento no curso.
Nesta modalidade de ensino a sua dedicao e participao so importants-
simas e este material vai ajud-lo a compreender o surgimento e desenvolvi-
mento da administrao pblica.
O material didtico foi elaborado com o objetivo de trazer temas relevantes
que possibilitam uma viso geral da administrao pblica. Aqui voc encon-
trar um orientador de estudos que alm de informar indica onde poder
encontrar material complementar de estudo.
A administrao pblica aqui retratada de forma geral, possibilitando a
utilizao deste material de estudo em todo o territrio nacional.
Procurei apresentar os conceitos de forma simples, utilizando uma lingua-
gem de fcil entendimento, da mesma forma como priorizei o uso de uma
biografia que informa e acessvel ao aluno.
Bons estudos!
Prof. Ciro Bchtold
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e-Tec Brasil13
Aula 1 Introduo administrao pblica
Para iniciarmos, importante um comentrio geral sobre a disciplina. Nos-
so objetivo trabalhar noes bsicas que nos auxiliem a entender o papel
do Estado e avaliar a situao em que nos encontramos. O objetivo no
atacar ou defender o governo e suas instituies, mas tratar de conhecer
um pouco mais da instituio que cuida dos interesses do povo e que
merece ser estudada.
Est ficando normal aparecerem nos meios de comunicao, denncias so-
bre desvio ou mau uso do dinheiro pblico. Pessoas se utilizam de cargos
pblicos unicamente para lograr proveito pessoal. Sim dinheiro nosso, dos
cidados que contribuem com tributos, que so transferidos para o governo,
no intuito de possibilitar a administrao pblica. Ficamos revoltados com
isso no mesmo? O pior que se voc no liga para isso, mais uma prova
de que a corrupo est to instalada na nossa cultura e razo porque nossa
imagem no exterior no das melhores. Uma grande parte da populao
est indiferente e alguns chegam a dizer: Se eu estivesse l faria a mesma
coisa!. Por culpa disso, a opinio pblica majoritariamente v de modo
pejorativo a figura do poltico.
hora de combater a corrupo e os maus polticos, envolvendo cada vez
mais pessoas boas e honestas no processo eleitoral. Se as pessoas boas no
querem se incomodar, os maus iro govern-las e incomod-las.
Quando isso vai mudar? Assim que a populao receber instruo e partici-
par mais ativamente na administrao pblica. Precisamos cada vez mais de
gente boa e honesta participando para mudarmos essa realidade. Tem gente
boa na poltica, mas preciso saber separar o joio do trigo, uma boa de uma
m administrao, um bom de um mau governante. Ns somos importantes
neste processo e precisamos melhorar nosso pas.
O nosso conhecimento sobre a administrao pblica ser enriquecido se
estudarmos outras cincias como Antropologia (estudo do homem e suas
caractersticas fsicas, cultural ou social), Arqueologia (estudo da antigui-
dade), Sociologia (estudo dos agrupamentos humanos e as leis que os
regem), Filosofia (estudo da causa e conseqncia dos fatos), Psicologia
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(estudo das manifestaes da alma, a vida de relao do homem), Direi-
to (estudo das leis, cincia social e jurdica), Poltica (estudo do governo
dos povos), Economia (estudo da produo, distribuio e consumo de
riquezas), Geografia (estudo dos lugares), Histria (estudo dos fatos que
ocorreram com a humanidade). Gilberto Cotrim, em seu livro Histria e
Conscincia do Mundo, faz a seguinte citao: Estudar histria adqui-
rir conscincia do mundo e dos homens. Conscincia do que fomos para
transformar o que somos.
1.1 Como tudo comeou? Qual a sua opinio?Um tema polmico a origem da vida na Terra. Alguns acreditam na Teoria
da Evoluo de Charles Darwin, publicada em seu livro a Origem das Es-
pcies (1836) em que o homem fruto da evoluo das espcies. Quem
adepto ao Cristianismo (grande maioria no Brasil) cr na Teoria da Criao,
em que administrar foi uma atribuio dada por Deus ao homem, confor-
me segue:
Criou Deus, pois, o homem sua ima-gem, imagem de Deus o criou: homem e
mulher os criou. E Deus os abenoou, e lhes disse: Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei
a terra e sujeitai-a; dominai...Gnesis 2.27-28.
A Criao de Ado Pintura de Michelangelo di Ludovico Buonarroti Simoni, no teto da Capela Sistina, residncia oficial do Papa.
Figura 1.1: A Criao de Ado Pintura de Michelangelo, teto da Capela SistinaFonte: http://filosandartes.files.wordpress.com
Voc sabia que a Bblia Sagrada uma rica fonte de informaes sobre a
administrao? Leia a Bblia, voc aprender preciosas lies!
Noes de Administrao Pblicae-Tec Brasil 14
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Por exemplo, veja a lio que Moiss recebeu de seu sogro Jetro (xodo
18.13-27). H ainda outras teorias sobre a origem da vida na Terra, mas
inquestionvel que a vida humana surgiu na Terra h muitos anos e com o
passar do tempo, tornou se necessrio instituio de regras de convivncia
entre os homens, nem sempre harmoniosas. A administrao pblica pas-
sou por transformaes significativas, sempre se adaptando as mais diversas
correntes de pensamentos e formas de governo, respeitando a vontade e a
cultura dos povos. Vale o adgio popular: A administrao tem a cara do
governante e o governante a cara do povo.
Referncias pr-histricas acerca das magnficas construes erigidas du-
rante a Antiguidade no Egito, na Mesopotmia, na Assria, testemunharam
a existncia em pocas remotas de dirigentes capazes de planejar e guiar
os esforos de milhares de trabalhadores em monumentais obras que per-
duram at nossos dias, como as pirmides do Egito. Os papiros egpcios
atribudos poca de 1.300 a.C. j indicam a importncia da organizao
e da administrao da burocracia pblica no Antigo Egito. Na China, as
parbolas de Confcio sugerem prticas para a boa administrao pblica.
(CHIAVENATTO, 2003; p. 26).
Figura 1.2: Egito Pirmide e EsfingeFonte: http://3.bp.blogspot.com
Podemos citar ainda outras grandes realizaes como a Muralha da China
ou as esculturas Maias, no Mxico, as construes Incas em Macchu Picchu,
no Peru. Enfim muitas outras obras maravilhosas construdas pela ao da
sociedade humana.
e-Tec BrasilAula 1 Introduo administrao pblica 15
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Figura 1.3: Chitzen Itza, Muralha da China e Machu PicchuFonte: http://people.su.sehttp://www.infoescola.comhttp://3.bp.blogspot.com
Voc j parou para imaginar quanto trabalho eles tiveram para construir
isso tudo?
ResumoVimos nesta aula que cada vez mais, a sociedade evoluiu e passou por mo-
mentos de grandes transformaes, exigindo cada vez mais dos governantes
e de sua equipe de trabalho. A satisfao das necessidades da populao
o motivo principal da existncia de um governo e este deve esforar-se para
atender ao povo que legitimou este poder.
Houve descobrimentos de terras e civilizaes que desapareceram; perodos
de escravatura e revolues de libertao. A histria humana rica em acon-
tecimentos, mas sempre a administrao pblica esteve presente, adaptan-
do-se vontade e muitas vezes necessidade do governo.
Para refletir!
O estudo da administrao pblica fascinante, concorda? A boa notcia
que no h necessidade de alto grau de instruo ou cultura para aprender.
Basta ter vontade e determinao. Bons Estudos!
Noes de Administrao Pblicae-Tec Brasil 16
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e-Tec Brasil17
Aula 2 Administrao Pblica na Pr-Histria
Vamos estudar nesta aula que nem o homem das cavernas escapou da
administrao pblica! Voc sabia que a pr-histria retrata a poca do
surgimento do homem na Terra e estende-se at o perodo do surgimento
da escrita?
2.1 Perodo Paleoltico (Idade da Pedra Lascada)
O homem precisou aprender a cooperar e a se organizar socialmente. Da
eficincia dessa organizao dependia sua alimentao e segurana. A lide-
rana era exercida pela fora fsica. Surgiram ento os primeiros cls (grupo
formado por famlias descendentes de ancestrais comuns). Era normal a vida
nmade, e buscavam a alimentao sempre em novas fontes, quando o local
de residncia apresentava escassez de recursos.
2.2 Perodo Neoltico (Idade da Pedra Polida)
O homem passou a interferir decisivamente no meio ambiente. Organizou-
-se para cultivar a terra, obtendo plantas e passou tambm a domesticar
animais, controlando sua fonte de alimentao. Evoluiu para uma fase se-
dentria. Foi uma das maiores transformaes da histria humana. A partir
deste momento o homem passou a dominar tcnicas que permitiam sua
fixao. Antonio Pedro, no livro Histria Geral, escreve o seguinte: No
havia distino social entre os membros do grupo: todos trabalhavam e o
produto era consumido igualmente por todos. Havia somente uma diviso
sexual do trabalho: as mulheres teciam, cuidavam das plantaes e faziam
pequenos cestos, enquanto os homens cuidavam dos animais e construam
casas. A necessidade de proteo levou formao de grupos sociais mais
complexos: as tribos. Ou seja, enquanto as mulheres cuidavam dos filhos e
dos afazeres domsticos, os homens cuidavam da proteo e sustento.
Neste perodo at mesmo as ferramentas de trabalho eram comuns. A ne-
cessidade de maior controle na agricultura e criao de animais fez surgir
diviso do trabalho e especializao de funes.
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2.3 Perodo dos Metais (Idade dos Metais)A partir da surgiu civilizao, que o estabelecimento dos homens sobre
uma rea continuamente possuda e cultivada, vivendo em construes ha-
bitadas, com regras e uma cidade comum. Comearam a surgir as primeiras
cidades, com populaes que se aproximavam de 2.000 habitantes.
Nas sociedades civilizadas aparecem as propriedades privadas e aqueles que
possuem propriedade tornam-se ricos e os que nada acumulam passam a
depender dos ricos e serem explorados.
A Administrao Pblica que at ento era exercida por todos, na organiza-
o e controle sobre a alimentao, na segurana contra os animais selva-
gens e dos invasores, deu espao para o surgimento:
de Classes sociais: passaram a existir a figura dos ricos e pobres, senho-res e escravos.
do Nascimento do Estado: estabelecimento de um governo que administra para o povo e controla a fora militar (exrcito) sob determi-
nado territrio.
2.4 Os elementos fundamentais do EstadoO Estado para existir necessita de alguns elementos. Quais so eles? Acom-
panhe com ateno essas definies.
Governo Ato ou efeito de administrar, sistema poltico que dirige um Estado com poder soberano. a organizao necessria para o exerccio
do poder e leva a populao ao cumprimento das normas que estabelece
como condio para a convivncia social;
Povo conjunto de habitantes de um determinado local. Representa o elemento humano, comum a todas as sociedades;
Territrio Extenso de terra que est sob direo de um governo. O Estado governado por uma minoria, cuja fora provm da combinao
do poder econmico (riqueza), poltico (fora) e ideolgico (saber).
O Estado a organizao poltico administrativa - jurdica e detm fora
para impor normas e exigir seu cumprimento sociedade civilizada.
Noes de Administrao Pblicae-Tec Brasil 18
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No havendo uma verdadeira democracia (poder emanado da maioria do
povo), o Estado, ao administrar, tende a beneficiar os interesses das classes
dominantes.
Ainda, com relao ao Estado, normal a alguns autores lhe atribuir um
quarto elemento:
Soberania: Poder absoluto e indivisvel de organizar-se e de conduzir-se segundo a vontade livre de seu povo, e de fazer cumprir as suas decises,
inclusive pela fora, se necessrio.
O Estado, admito-o com satisfao, a obra mais nobre do homem; mas
o homem, livre e honesto, , digo-o como que a este mundo, a obra mais
nobre de Deus... (Pedro Salvatti Netto)
Nos povos antigos as histrias, lendas e culturas eram transmitidas aos de-
mais integrantes da populao atravs das reunies onde o povo sentava-se
para ouvir as tradies repassadas por um lder carismtico. Assim, muitas
histrias e experincias acabavam sendo esquecidas ou deliberadamente
omitidas, perdendo-se no tempo.
A escrita revolucionou a histria, pois os acontecimentos e experincias pas-
saram a ficar registradas, mas ainda sempre na verso do narrador.
Hoje, as experincias ocorrem ininterruptamente em todos os lugares e as
informaes vo se avolumando. A notcia est disponvel on-line pratica-
mente no exato momento de sua ocorrncia. Transmisses ao vivo registram
fatos para todo o planeta. Antes no tnhamos a informao, hoje temos
tantas que no sabemos onde encontrar a que queremos. Prova disso que
fazem o maior sucesso os buscadores na internet.
inegvel que a sociedade passou por profundas transformaes. E a
troca de experincias fez evoluir as relaes humanas e tambm as rela-
es no Estado.
O conceito de Estado moderno est estreitamente vinculado com a noo de
poder institucionalizado, isto , o Estado se forma quando o poder se assen-
ta em uma instituio e no em um indivduo. Assim, podemos dizer que no
Estado moderno, no h poder absoluto, pois mesmo os governantes devem
se sujeitar ao que est estabelecido na Lei.
Buscador uma ferramenta virtual que permite encontrar na internet palavras, frases ou assuntos que quer pesquisar.
Voc sabia que a palavra cidado tem origem no latim e deriva da palavra Civita idade e tem relao com a palavra grega politikos, aquele que abita na cidade?
e-Tec BrasilAula 2 Administrao Pblica na Pr-Histria 19
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A cidadania expressa um conjunto de direitos que d pessoa a pos-
sibilidade de participar ativamente da vida e do governo de seu povo.
Quem no tem cidadania est marginalizado ou excludo da vida social e
da tomada de decises, ficando numa posio de inferioridade dentro do
grupo social (Dalmo Dallari livro Direitos Humanos e Cidadania).
Em sua origem grega, cidado denominava o habitante da Plis que exer-
cia a poltica, ou seja, participante das discusses das questes decisivas
Plis (organizao, funcionamento e ordenamento jurdico), possua
direitos e deveres. Eram excludos os escravos, as mulheres, os velhos e as
crianas. Estes no possuam cidadania. Apenas o cidado grego parti-
cipava da democracia. Na poca medieval, a cidadania era exercida pelo
rei, pelo clero e pela nobreza. As demais classes sociais no possuam
direitos sociais, eram posses do rei. No estado moderno as revolues so-
ciais tinham por objetivo a busca de direitos para todas as classes sociais.
Com o surgimento do Capitalismo continua a diviso de classe social,
s que agora mais difusa, pois todos so iguais perante lei. No Brasil,
vivemos num Estado Democrtico de Direito, onde exercemos a demo-
cracia mediante a participao no debate pblico e possumos cidadania.
Vimos, ento, que a cidadania em seus primrdios, era exercida apenas
por algumas classes sociais, as que detinham poder. A desigualdade so-
cial sempre gerou direitos s classes que detinham o poder, os excludos
socialmente no possuam direito a ter direitos.
Fonte: Apostila Educao Fiscal, disponvel no site www.fazenda.mg.gov.br em 2005)
Uma pesquisa divulgada pelo Ibope, em 25.11.03, traz dados preocu-
pantes sobre as nossas relaes de cidadania. Indica que 56% dos bra-
sileiros no tm vontade de participar das prticas capazes de influen-
ciar nas polticas pblicas. 35% nem tem conhecimento do sejam essas
prticas e 26% acham esse assunto chato demais para se envolver com ele. Nem tudo est perdido: 44% dos entrevistados manifestaram
algum interesse em participar para a melhoria das atividades estatais, e
entendem que o poder emana do povo como est previsto na Consti-
tuio. A pesquisa anima, de forma at surpreendente, quando mostra
que 54% dos jovens (entre 16 e 24 anos), tm interesse pela coisa
pblica. Interesse que cai progressivamente medida que a idade au-
menta. A pesquisa ajuda a desmontar a ideia de que o jovem aptico
ou indiferente s coisas do seu pas.
Fonte: www.advogado.adv.br/estudantesdireito/fadipa/marcossilviodesantana/cidadania.htm. Acesso em 04.jan.2008
CidadaniaEste conceito importante
para a administrao pblica. Ser cidado fazer valer seus
direitos e cumprir seus deveres.
www.advogado.adv.br/estudantesdireito/fadipa/marcossilviodesantana/
cidadania.htm, acesso em 16/08/2009
www.cgu.gov.br/olhovivo/Recursos/Videos/ acesso em
16/08/2009
Acesse: www.avozdocidadao.com.br Voc tambm
pode participar!
Noes de Administrao Pblicae-Tec Brasil 20
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ResumoNesta aula vimos os elementos Fundamentais do Estado:
Governo Povo Territrio Soberania
Cidadania: Conjunto de direitos que permite participar ativamente da vida e do governo de seu povo.
Anotaes
e-Tec BrasilAula 2 Administrao Pblica na Pr-Histria 21
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e-Tec Brasil23
Aula 3 Formas de Governo
Nesta aula vamos ver que vrias pessoas contriburam para chegarmos as
formas de governo existentes. O estudo das questes ligadas adminis-
trao pblica foi discutido inicialmente na Grcia Antiga. Vamos relem-
brar a grande influncia dos filsofos na organizao do Estado.
Figura 3.1: FilsofosFonte: http://www.osabichao.comhttp://3.bp.blogspot.comhttp://upload.wikimedia.org
Aristteles Maquiavel Montesquieu
Scrates (470-399 a.C.), filsofo grego, j apresentava noes de adminis-trao em seus ensinamentos.
Plato, (427-347 a.C.) no livro A Repblica, expe uma forma democrtica de governo e administrao pblica. A administrao pblica exige que seja
adotado uma forma de governo que o modo pelo qual o poder se organi-
za e se exerce: So trs as tipologias clssicas das formas de governo: a de
Aristteles, a de Maquiavel e a de Montesquieu.
Aristteles (384-322 a.C.), filsofo grego, na obra A Poltica (Politeia) co-menta sobre a organizao do Estado. Divide as formas de governo em pu-
ras e impuras, conforme a autoridade seja exercida tendo em vista o bem
geral ou somente o interesse dos governantes.
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As formas puras So formas boas de governo e todas visam o bem comum: Monarquia: governo bom de uma s pessoa;
Aristocracia: governo bom de poucas pessoas;
Democracia (Politeia): governo bom de muitos (o povo no poder).
As formas impuras So formas ms de governo: Tirania: Corrupo da monarquia, governo mau de um s, visa o inte-
resse do monarca;
Oligarquia Corrupo da aristocracia, governo mau de poucos, visa o interesse do grupo dominante;
Demagogia (Democracia) Corrupo da democracia, governo mau de muitos, visa o interesse particular da maioria, sem se importar com
os demais.
Aristteles chegou a indicar uma ordem hierrquica entre as formas de go-
verno, distinguindo entre as melhores e piores. A pior forma de governo
a degenerao da melhor, de modo que as degeneraes das formas que
seguem a melhor so cada vez menos graves. A classificao de Aristteles
segue a seguinte ordem: monarquia, aristocracia, democracia, demagogia,
oligarquia e tirania. Talvez voc esteja discordando de Aristteles por preferir
a democracia, mas lembre-se que a democracia proporciona vrias famlias
reais e este custo alto.
Maquiavel (1469-1527), filsofo italiano, na obra O prncipe (1532), es-creve: Todos os Estados, todos os domnios que tem havido e que h
sobre homens foram e so e pblicas ou principados. Na viso dualista de
Maquiavel, principado era o nome dado ao reino ou monarquia (ele utili-
za muito a expresso prncipe), e repblica denominava aristocracia e a
democracia. A repblica caracteriza-se pela eletividade peridica do Chefe
de Estado, pluralidade de funes e responsabilidade e a monarquia pela
hereditariedade e vitaliciedade, irresponsabilidade e unipersonalidade das
funes pelo monarca.
Montesquieu (1689-1755), filsofo francs, divide as formas de governo em monarquia, repblica e despotismo. Considera que cada uma das trs
formas possveis de governo animada por um princpio: a democracia ba-
seia-se na virtude, a monarquia na honra e o despotismo no medo.
Noes de Administrao Pblicae-Tec Brasil 24
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Hans Kelsen, no livro Teoria Geral do Direito e do Estado (Sc. XIX), afirma:
Se o critrio da classificao o modo como a ordem jurdica criada,
ento mais correto distinguir, em vez de trs, dois tipos de constituio: a
democracia e a autocracia. E segue explicando que ser um Estado demo-
crtico se houver maior liberdade poltica e Estado autocrtico se a liberdade
poltica por pequena. Quando as leis so feitas com a participao popular
so democrticas, porm quando as leis so elaboradas sem a participao
daqueles que devero cumpri-las so autocratas.
3.1SistemasdegovernoNa sua opinio qual sistema de governo melhor?
Parlamentarismo o sistema de governo em que o chefe de estado no o chefe de governo. O chefe de estado ocupa a posio mais alta de
representao, no participando das decises polticas. O chefe de governo
convidado pelo chefe de estado para compor o governo e aprovado pelo
Parlamento recebendo o ttulo de Primeiro-Ministro (Inglaterra), Chanceller
(Alemanha) ou Presidente do Conselho (Espanha). Quando h uma crise,
pode o Parlamento substituir o Chefe de Governo.
Presidencialismo o sistema de governo em que o Chefe do Poder Exe-cutivo eleito para cumprir um mandato e acumula as funes de Chefe
de Estado e Chefe de governo. Assim, no h dependncia com relao ao
Poder Legislativo, j que no Parlamentarismo o Chefe de Governo necessita
de aprovao parlamentar. No Sistema de Governo do Parlamentarismo
necessrio ter o apoio da maioria no Poder Legislativo (parlamento) para
governar. Quando o governo perde esta maioria, pode o parlamento exigir
a dissoluo do governo, substituindo-o. No presidencialismo possvel go-
vernar mesmo sem ter a maioria no Poder Legislativo. No Parlamentarismo,
os membros podem optar entre permanecer no apoio ao chefe de governo,
tambm podem optar por antecipar a eleio do novo chefe de governo. As-
sim, enquanto no parlamentarismo o chefe do governo depende da maioria
na Cmara para continuar do poder. No presidencialismo o governo menos
dependente e os parlamentares buscam a aproximao, por convico ideo-
lgica ou na esperana de lograr benefcio junto ao poder executivo.
Voclembra?
No Brasil foi realizado um plebiscito, em 1993, em que o povo escolheu
continuar com o regime presidencialista.
Leia os livros:
A Repblica (Plato); O Prncipe (Maquiavel);
A Poltica (Aristteles)
e-Tec BrasilAula 3 Formas de Governo 25
-
ResumoNesta aula estudamos as Formas de Governo:
Boas:
Monarquia; Aristocracia; Democracia.
Ms:
Tirania; Oligarquia; Demagogia.
E tambm vimos os Sistemas de Governo:
Parlamentarismo; Presidencialismo.
Anotaes
Noes de Administrao Pblicae-Tec Brasil 26
-
e-Tec Brasil27
Aula 4 Diviso dos Poderes
Nesta aula vamos estudar a diviso dos poderes pblicos e a Teoria dos
Trs Poderes. Esta teoria foi consagrada pelo pensador francs Montes-
quieu que escreveu a obra O Esprito das Leis, traando parmetros fun-
damentais da organizao poltica liberal. Para seu estudo sobre os pode-
res, Montesquieu, se baseou na obra Poltica, do filsofo Aristteles, e
na obra Segundo Tratado do Governo Civil, publicada por John Locke.
4.1 De onde surgiu a ideia de diviso do poder?
No princpio o rei tinha amplos poderes sobre tudo e todos. J imaginou nos-
sos governantes com toda essa tinta na caneta? Quem seria maluco a ponto
de fazer oposio? E a democracia e cidadania? Precisamos valorizar nossos
direitos, muitos deram a vida por eles.
Aristteles (384-322 a.C.) Foi o primeiro a comentar sobre a diviso estru-tural do Estado em sua obra A Poltica, porm no explicitou a diviso dos
poderes, limitando-se a comentar que na estrutura deveria haver a Assem-
bleia dos cidados, os magistrados e os juzes.
John Locke (1632-1704) Manifestou-se pela diviso dos Poderes, tomando como base a constituio inglesa. Segundo Locke, o Poder Legislativo o
que tem o direito de determinar a forma como se deve empregar o poder
pblico, para proteger a comunidade e seus membros de arbitrariedades dos
governantes, defendia tambm que o Poder Legislativo devia estar separado
do Poder Executivo.
Montesquieu (1689-1755), no livro Esprito das leis (1748), defendeu a Tripartio dos Poderes do Estado em Poder Legislativo, Poder Executivo e
Poder Judicirio, dividindo as funes e atribuies do Estado a cada um
desses poderes, que devem ser harmnicos e independentes entre si.
4.2 Teoria dos trs poderesSegundo SANTOS (2006, p. 38), Montesquieu demonstrou a separao dos
poderes e alm de julgar necessria a harmonia entre eles defendia uma
-
limitao para que uns no paralisassem os outros. O autor ainda faz uma refe-
rncia importante ao livro Teoria Geral do Estado de Darcy Azambuja, citando:
Segundo AZAMBUJA (1959), a organizao poltica dos Estados moder-
nos no consagra a separao absoluta de poderes no sentido em que
pretendeu realiz-la a assembleia revolucionria francesa. H separao
de rgos e especializao de funes, mas tambm h cooperao entre
os rgos, exatamente para o fim que Montesquieu almejava: para que
o poder limite o poder. Assim, a funo legislativa desempenhada prin-
cipalmente pelo rgo legislativo, o Parlamento, mas o rgo executivo
coopera na funo, propondo leis, limitando-o e negando a sano ou
vetando as leis. O rgo judicirio igualmente, porque pode declarar a
inconstitucionalidade de uma lei. Por sua vez, o Legislativo colabora com
o Executivo e limita-o, pois muitos atos deste tm seu foco dependente
da aprovao daquele. Alm disso, cada rgo exerce, em especial, sua
funo peculiar, porm no exclusivamente, pois pratica atos que, por sua
natureza, pertencem a funes diversas.
Segundo o Dicionrio de Lngua Portuguesa, poder : Capacidade ou
possibilidade de fazer uma coisa. Direito de agir, de decidir, de mandar.
Autoridade, governo de um pas. Poderes pblicos, conjunto de auto-
ridades governamentais que detm o poder num pas. Poderes da Re-
pblica, os trs poderes que compem o governo de uma repblica:
legislativo, executivo e judicirio.
Vamos estudar um pouco mais essa diviso do poder:
Poder Legislativo Tem o poder de legislar, ou criar leis. O poder le-gislativo a maioria das repblicas e monarquias constitudo por um
congresso, parlamento, assembleias ou cmaras. Outra atribuio impor-
tante dos legisladores fiscalizar as aes do Poder Executivo.
As leis so elaboradas de forma abstrata, geral e impessoal, pois so fei-tas para todas as pessoas e no devem atender a interesses ou casos in-
dividuais. O Poder Legislativo o poder-smbolo do regime democrtico
representativo. A amplitude e diversidade da representao dos diversos
segmentos faz do Parlamento uma verdadeira sntese da sociedade.
no Legislativo que a sociedade se encontra melhor espelhada, com pre-
sena mais visvel no mbito dos poderes constitudos para govern-la e
proteg-la. Por esta razo, a histria do Poder Legislativo encontra-se no
centro da histria de um pas.
Noes de Administrao Pblicae-Tec Brasil 28
-
Poder Executivo a quem compete gesto de aes e recursos, visando o bem comum. quem tem a responsabilidade por administrar
o bem pblico.
Por isso quando falamos em administrao pblica j pensamos nas aes do Poder Executivo. o Poder que tem maior destaque, com vo-
lume maior de recursos e maior nmero de funcionrios para atingir os
objetivos propostos. Talvez voc discorde desta afirmao de que o Poder
Executivo o de maior destaque. Mas responda sinceramente a esta
pergunta: Quem a pessoa mais importante em seu municpio? A popu-
lao pode no conhecer todos os vereadores ou o juiz da cidade, mas
certamente conhecer o prefeito. Assim como a pessoa mais conhecida
no pas o presidente da repblica.
Na administrao pblica algumas normas so criadas especificamente visando gesto e controle das atividades administrativas do governo,
como o caso, do Brasil, a Lei de Responsabilidade Fiscal (Lei Comple-
mentar n. 101/00), que estabelece limites para os gastos pblicos e pre-
v responsabilizao do gestor.
Poder Judicirio o Poder que tem o objetivo de julgar, ou seja, fazer justia Est vinculado a dirimir conflitos de interesses, ou o julgamen-
to de atos de ocupantes do Poder Legislativo ou Executivo com relao
ao cumprimento da legislao. Ao Poder Judicirio compete o poder de
julgar os conflitos que surjam no pas em face das leis elaboradas pelo
Poder Legislativo. Cabe ao Poder Judicirio aplicar a lei que abstrata,
genrica e impessoal a um caso especfico que envolva algumas pesso-
as em um conflito qualquer e decidir, de forma isenta e imparcial, quem
tem razo naquela questo.
O processo judicial o modo pelo qual o Poder Judicirio exerce a funo de solucionar conflitos de interesse. Para resolver os conflitos o
Poder Judicirio se utiliza das leis elaboradas pelo Poder Legislativo, dos
costumes vigentes em nossa sociedade e da jurisprudncia, isto , do
conjunto de decises anteriores j emitidas pelo prprio Poder Judici-
rio, alm da doutrina.
Fonte: Luiz Henrique Vogel, Ricardo Martins e Rejane Xavier O Poder Legislativo no Brasil, um estado republicano, democrtico e representativo, disponvel no site:
http://www2.camara.gov.br/conheca/poderlegislativo.pdf.
Acesse: www.camara.gov.br e www.senado.gov.br
e-Tec BrasilAula 4 Diviso dos Poderes 29
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Tabela 4.1: Classificao das Funes preponderantes e especficas
Funes Preponderantes Funes Especficas
Legislativa
Principal Normativa
AcessriasAdministrativa JudicativaControle Interno
Principal Administrativa
Executiva AcessriasNormativaJudicativaControle Interno
Judiciria
Principal Judicativa
AcessriasAdministrativaNormativaControle Interno
Fonte: SILVA, 2004, p. 23
ResumoEstudamos, nesta aula, a Diviso dos Poderes:
Poder Legislativo Poder Executivo Poder Judicirio
Anotaes
Noes de Administrao Pblicae-Tec Brasil 30
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e-Tec Brasil31
Aula 5 Definindo administrao pblica
Voc pode definir o que Administrao Pblica? s vezes sabemos o que
, mas no sabemos explicar. Ento nesta aula quero dar minha contribui-
o para que voc possa dar esta definio.
5.1 Definio
A palavra administrao vem do latim ad (direo) e minister (obedin-cia), ou seja, o administrador dirige obedecendo vontade de quem o
contratou. Assim, o administrador pblico vai conduzir o seu trabalho
procurando atender a necessidade da populao que o elegeu (obedi-
ncia ao seu objetivo).
Para ficar mais fcil de entender vamos fazer uma comparao. Acredito
que voc j ouviu falar de apartamentos com rea privada e rea comum,
mesmo que no more em edifcio. A rea privada aquela que ser utiliza-
da somente pelos proprietrios do imvel ou quem eles queiram receber,
uma rea reservada. J a rea que ser utilizada por todos os que moram no
prdio denominada rea comum. o espao que todos no prdio podero
utilizar, tambm chamada rea pblica. No edifcio os moradores elegem
um representante, visando o bem comum e harmonia entre os moradores,
para tratar os conflitos e dar ateno s reclamaes tentando resolver os
problemas existentes. Essa pessoa o sndico, que ir responder por ques-
tes relacionadas ao prdio e sua administrao. verdade que as regras so
estabelecidas em reunies com os moradores, mas cabe ao sndico aplicar as
normas estabelecidas.
De cada morador ser cobrada uma taxa, o condomnio, para custear os
servios que sero prestados e so comuns a todos. uma forma de admi-
nistrao pblica, onde as regras so estabelecidas e devem ser cumpridas,
e os bens comuns so geridos visando o benefcio de todos.
interessante como a simples administrao de um prdio possui inmeras
semelhanas com a administrao de nosso municpio, estado e pas.
-
Em todos os pases, qualquer que seja sua forma de governo ou organizao
poltica, existe uma administrao pblica. a administrao pblica que
permite aos governantes cumprir as funes bsicas do governo, de forma a
tratar o bem pblico da melhor maneira possvel.
Peter F. Drucker, guru da administrao, disse: No existem pases desenvol-
vidos e pases subdesenvolvidos, e sim pases que sabem administrar a tecno-
logia e os recursos disponveis e potenciais, e pases que ainda no o sabem.
Definio ClssicaAdministrao pblica: o planejamento, organizao, direo e controle
dos servios pblicos, segundo as normas do direito e da moral, visando
ao bem comum. Nada pode ser politicamente certo se for moralmente
errado. Daniel OConnel.
Hely Lopes Meirelles define assim administrao pblica: Administrao
pblica todo o aparelhamento do Estado, preordenado realizao de
seus servios, visando a satisfao das necessidades coletivas.
Quando se fala em aparelhamento do Estado, automaticamente imaginamos
a estrutura do Estado voltada para atendimento de suas tarefas essenciais,
visando o bem comum. a organizao definida pelo governo que atravs
da prestao de seus servios busca atender a expectativa da populao que
lhe concedeu o poder. o governo em ao!
Entende-se por aparelho do Estado a administrao pblica em sentido am-
plo, ou seja, a estrutura organizacional do Estado, em seus trs poderes
(Executivo, Legislativo e Judicirio) e trs nveis (Unio, Estados-membros e
Municpios). O aparelho do Estado constitudo pelo governo, isto , pela
cpula dirigente nos Trs Poderes, por um corpo de funcionrios, e pela for-
a militar. O Estado, por sua vez, mais abrangente que o aparelho, porque
compreende adicionalmente o sistema constitucional-legal, que regula a po-
pulao nos limites de um territrio. O Estado a organizao burocrtica
que tem o monoplio da violncia legal, o aparelho que tem o poder de
legislar e tributar a populao de um determinado territrio. (Plano Diretor
da Reforma do Aparelho do Estado 1995 Governo Federal).
A administrao est em constante mutao. Por isso o administrador p-
blico que estando no poder quer acomodao, desconhece administrao.
Vivemos tempos em que muitos so os problemas a serem resolvidos. E
Noes de Administrao Pblicae-Tec Brasil 32
-
cada vez maior a necessidade da populao. Muitos se deixam vencer pelos
problemas e assim perdem uma grande oportunidade, pois so nesses mo-
mentos que mais se espera do administrador pblico.
5.1 Desenvolvimento da administrao pblica
Com o tempo os pequenos cls e vilas passaram a se organizar, estabelecen-
do-se as cidades, reinos e imprios. Assim a administrao pblica comeou
a ganhar complexidade.
A populao evoluiu de 250 milhes de pessoas na poca da Antiguida-
de Clssica, para 500 milhes pelos meados do sculo XVII; um bilho em
1850, dois bilhes em 1940, mais de 4 bilhes antes de 1980; 5,8 bilhes
em 1996, e hoje estima-se que a populao supere a marca de 6.6 bilhes.
A populao mundial cresce rapidamente e faz com que desafios apaream
aos administradores pblicos exigindo polticas pblicas eficientes. So os
desafios da administrao pblica moderna!
Em uma poca de complexidades, mudanas e incertezas como a que atra-
vessamos nos dias de hoje, a Administrao tornou-se uma das mais im-
portantes reas da atividade humana. Vivemos em uma civilizao em que
predominam as organizaes e na qual o esforo cooperativo do homem
a base fundamental da sociedade. E a tarefa bsica da Administrao a
de fazer as coisas por meio das pessoas de maneira eficiente e eficaz. Nas
organizaes seja nas indstrias, comrcio, organizaes de servios p-
blicos, hospitais, universidades, instituies militares ou em qualquer outra
forma de empreendimento humano a eficincia e a eficcia com que as
pessoas trabalham em conjunto para conseguir objetivos comuns dependem
diretamente da capacidade daqueles que exercem a funo administrativa.
(CHIAVENATO - 2003, p. 10).
A Constituio Federal, de 1988, no Art. 37, registra que a administrao
pblica deve seguir os princpios da legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficincia. Outros princpios tambm devem ser seguidos na
administrao pblica: isonomia, supremacia do interesse pblico, presun-
o de legitimidade, autoexecutoriedade, autotutela, hierarquia.
No se assuste, voc estudar todas essas definies. Estamos apenas
comeando.
e-Tec BrasilAula 5 Definindo administrao pblica 33
-
Para refletir!
Lembre-se: Deus concede o progresso a passos lentos porque a luz re-
pentina ofusca a viso. Arajo Porto Alegre.
Salmos 19:2
Um dia faz declarao a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a
outra noite.
ResumoEstudamos nesta aula a definio do conceito de administrao pblica, e
vimos que ela toda a estrutura governamental e suas aes que visam o
bem comum.
Anotaes
Noes de Administrao Pblicae-Tec Brasil 34
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e-Tec Brasil35
Aula 6 A evoluo da administrao como cincia
Nesta aula vamos estudar que a administrao uma cincia e que atravs
de suas tcnicas podemos: planejar, organizar, dirigir, coordenar e contro-
lar os recursos visando atingir os objetivos propostos.
6.1 Est preparado para um pouco de histria?
A administrao como cincia comeou a surgir aps a Revoluo Industrial, no sculo XVIII. O estudo da administrao comeou a ser realizado a partir das transformaes ocorridas nas relaes de produo e trabalho que afe-taram a vida em sociedade.
Sendo a administrao pblica uma ramificao da administrao utiliza--se de suas tcnicas (que permitem planejar, organizar, dirigir, coordenar e controlar), porm de uma forma mais adequada s suas peculiaridades para atingir os objetivos propostos.
Quando tudo vai bem, dizemos que h uma boa administrao. Mas quan-do a situao no est boa costumamos dizer que nosso governo no est administrando bem.
Com o passar do tempo e respeitando as caractersticas locais, como aspec-tos sociais, costumes, cultura, legislao, recursos financeiros e restries ambientais, a administrao mostrou-se uma poderosa ferramenta para que o governo atinja seus objetivos institucionais.
Nos dias atuais, conhecer as tcnicas de administrao fator essencial para um bom governante.
Tabela 6.1: Funes da administrao
Processo ou Funo DescrioPlanejamento o processo de definir objetivos, atividades e recursos.
Organizao o processo de definir o trabalho a ser realizado e as responsabilidades pela realizao; tambm o processo de distribuir os recursos disponveis segundo algum critrio.
Direo o processo de realizar atividades e utilizar recursos para atingir os objetivos. O processo de execuo envolve outros processos, especialmente o processo de direo, para acionar os recursos que realizam as atividades e os objetivos.
Controle o processo de assegurar a realizao dos objetivos e identificar a necessidade de modific-los.
Fonte: MAXIMIANO, 2000, p. 27
-
Os recursos disponveis so traduzidos por pessoas, dinheiro, materiais, co-
nhecimentos, equipamentos e tecnologia.
Tabela 6.2: Recursos da administrao
EntidadeRecursos Planejamento Planejamento Direo Controle
Humanos; Financeiros; Materiais; Tecnolgico; Informao.
Definir a misso; Formular os
objetivos; Definir os planos; Programas as
atividades.
Dividir o trabalho; Designar as
atividades; Agrupar as ativi-
dades em rgos e cargos;
Alocar recursos; Definir autoridade
e responsabilidade.
Designar Pessoas; Coordenar os
esforos; Comunicar; Motivar; Liderar; Orientar.
Definir padres; Monitorar os
desempenhos; Avaliar o desem-
penho; Ao corretiva.
Fonte: CHIAVENATO, 2003, p. 168
6.2 As principais Teorias Administrativas e seus principais enfoques
Voc sabe como tudo comeou? Quase todas as teorias administrativas
nasceram na iniciativa privada, na tentativa de obteno de um diferencial
competitivo. Talvez porque raramente se viu na administrao pblica a pre-
ocupao com a eficincia da realizao das tarefas ou circunstncias que
obrigassem a melhoria de procedimentos em virtude da competitividade ou
visando a lucratividade. No setor pblico no h ameaa no mercado con-
sumidor relacionado aos servios prestados e o bem no do governante,
mas de todos. Desta forma as grandes descobertas da administrao en-
contraram como ambiente mais propcio as empresas privadas. Abaixo est
apresentado um quadro com as principais teorias administrativas com o seu
principal enfoque:
Tabela 6.3 Teorias Administrativas e enfoques
nfase Teoria Administrativa Principais enfoques
Nas Tarefas Administrao Cientfica Racionalizao do trabalho no nvel operacional
Na Estrutura
Teoria ClssicaTeoria Neoclssica
Organizao FormalPrincpios gerais da administrao Funes do adminis-trador
Teoria da BurocraciaOrganizao formal burocrticaRacionalidade organizacional
Teoria Estruturalista
Mltipla abordagem:Organizao formal e informal.Anlise intraorganizacional e anliseInterorganizacional
Noes de Administrao Pblicae-Tec Brasil 36
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nfase Teoria Administrativa Principais enfoques
Nas pessoas
Teoria das Relaes HumanasOrganizao informal.Motivao, liderana, comunicaes e dinmica de grupo.
Teoria do ComportamentoOrganizacional
Estilos de administraoTeoria das decises.Integrao dos objetivos organizacionais e individuais
Teoria do DesenvolvimentoOrganizacional
Estilos de administraoTeoria das decises.Integrao dos objetivos organizacionais e individuais
No ambiente
Teoria EstruturalistaAnlise intraorganizacional e anlise ambiental.Abordagem de sistema aberto.
Teoria da ContingnciaAnlise ambiental (imperativo ambiental)Abordagem de sistema aberto.
Na Tecnologia Teoria da ContingnciaAdministrao da tecnologia(imperativo tecnolgico)
CompetitividadeNovas Abordagens naAdministrao
Caos e complexidadeAprendizagem organizacionalCapital Intelectual.
Fonte: Elaborado pelo autor
ResumoVimos nesta aula as Funes da administrao:
Planejar Organizar Dirigir Controlar
Anotaes
e-Tec BrasilAula 6 A evoluo da administrao como cincia 37
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e-Tec Brasil39
Aula 7 nfases no estudo da administrao
Vamos estudar, nesta aula, que cada teoria administrativa foi extraordin-
ria e trouxe avanos na forma de gerenciar recursos em sua poca. Assim,
estudar as teorias da administrao traz um aprendizado importante e
interessante. As teorias da administrao foram elaboradas com o passar
o tempo, sempre com aplicao cientfica. E a cada nova teoria que surgia,
as organizaes iam se adaptando a elas. interessante observar que na
maioria eram preservados muitos dos conceitos trazidos pelas teorias j
existentes. Prova disso que ainda hoje so utilizadas tcnicas que foram
difundidas pelas primeiras teorias da administrao.
Para ficar mais fcil, tente identificar cada teoria que vamos estudar com o
seu ambiente de trabalho.
7.1 nfases da administrao7.1.1 nfase nas tarefas a administrao voltada para aumentar a eficincia operacional, atravs de
mudana na forma de realizar a produo. H preocupao com a racionali-
zao do trabalho. Foi o marco para o desenvolvimento da administrao. Em
1776, ao publicar A riqueza das Naes, Adam Smith j fazia algumas refe-
rncias vantagem da diviso do trabalho, mas sem comprovao cientfica.
7.1.2 nfase na estrutura o estudo da administrao que procura adequar a estrutura da organiza-
o para melhor atender a seus objetivos. A proposta melhorar a eficincia
atravs de uma reestruturao organizacional.
7.1.3 nfase nas pessoasTem como foco principal as relaes humanas no trabalho. a cincia vol-
tada para tornar o ambiente de trabalho melhor. Preconiza o aumento da
produtividade e satisfao dos funcionrios quando o ambiente de trabalho
adequado para atender s necessidades humanas.
-
7.1.4 nfase no ambiente o estudo que leva em considerao as influncias do ambiente externo
na organizao.
Tem o mrito de preparar a empresa para adaptar-se s variveis externas,
que at ento no eram levadas em conta.
7.1.5 nfase na tecnologiaCom o desenvolvimento tecnolgico, tornou-se necessrio o estudo da in-
fluncia da tecnologia na empresa. a cincia que trata da aplicao da
tecnologia na organizao, visando o seu melhoramento.
7.1.6 nfase na competitividadeTrata da adaptao organizacional em uma poca de constantes transfor-
maes, visando atender s necessidades de seus consumidores, ofertando
produtos e servios com melhor qualidade e preo mais baixo.
7.2 Teoria da administrao cientficaEsta teoria nasceu no cho de fbrica buscando a eficincia operacional. Foi
a primeira teoria a surgir. Proposta por Frederick Winslow Taylor (1856-1915),
engenheiro americano, com base em estudos da fadiga humana, tempos e
movimentos. Publicou, em 1911, os princpios da Administrao Cientfica.
Foi uma revoluo na poca e serviu para o incio do estudo sobre a efici-
ncia na administrao. Destacam-se ainda nesta escola: Frank e Lilian Gil-
breth, Henry Lawrence Gantt, Carl Barth, Harrington Emerson, entre outros.
Merece destaque Henry Ford, que usando princpios da administrao cien-
tfica criou a primeira linha de montagem mvel, um marco na forma de
produo. Para voc ter ideia um veculo que antes demorava 12 horas e 28
minutos passou a ser fabricado em 1 hora e 33 minutos.
Esta teoria apresenta como elementos principais:
Tabela 7.1: Principais elementos da teoria da administrao cientfica
Seleo cientfica do trabalhador:
Deve desempenhar a tarefa mais compatvel com suas aptides.A maestria da tarefa, resultado de muito treino, importante para o funcionrio (que valorizado) e para a empresa (que aumenta sua produtividade).
Tempo-padro:
O trabalhador deve atingir no mnimo a produo-padro estabelecida pela gerncia. muito importante contar com parmetros de controle da produtividade, porque o ser humano naturalmente preguioso. Se seu salrio estiver garantido, ele certamente produzir o menos possvel.
Noes de Administrao Pblicae-Tec Brasil 40
-
Plano de incentivo salarial:
A remunerao dos funcionrios deve ser proporcional ao nmero de unidades produzidas. Essa determinao se baseia no conceito de homo economicus, que considera as recompensas e as sanes financeiras as mais significativas para o trabalhador.
Trabalho em conjunto:
Os interesses dos funcionrios (altos salrios) e da administrao (baixo custo de produo) podem ser conciliados por meio da busca do maior grau de eficincia e produtividade. Quando o trabalhador produz muito, sua remunerao aumenta e a produtividade da empresa tambm.
Gerentes planejam, operrios executam:
O planejamento deve ser de responsabilidade exclusiva da gerncia, enquanto a execuo cabe aos operrios e seus supervisores.
Diviso do trabalho:
Uma tarefa deve ser dividida no maior nmero possvel de sub tarefas. Quanto maior e mais simples a tarefa, maior ser a habilidade do operrio em desempe-nh-la. Ao realizar um movimento simples e repetidas vezes, o funcionrio ganha velocidade na sua atividade, aumentando o nmero de unidades produzidas e elevando seu salrio de forma proporcional ao seu esforo.
SupervisoTambm deve ser funcional, ou seja, especializada por reas.A funo bsica do supervisor controlar o trabalho dos funcionrios, verificando o nmero de unidades produzidas e o cumprimento da produo-padro mnima.
nfase na eficincia:Existe uma nica maneira certa de executar uma tarefa (best way). Para descobri--la, a administrao deve empreender um estudo de tempos e mtodos, decompon-do os movimentos das tarefas executadas pelos trabalhadores.
Fonte: FERREIRA, 2002, p. 15 - 16
A pessoa que transformou o debate sobre a eficincia num grupo de prin-
cpios e tcnicas foi Frederick Whinslow Taylor, cujas contribuies concen-
tram-se entre as mais importantes da histria das teorias e prticas da admi-
nistrao (MAXIMIANO, 2000, p. 56).
ResumoNesta aula estudamos a Teoria da administrao cientfica. Com destaque
em: Taylor e Ford. Estudamos tambm a nfase nas tarefas: caractersticas
principais, diviso do trabalho, tempos e movimentos, eficincia, seleo do
trabalhador, plano de incentivo salarial, superviso. Assim como as nfases
no estudo da Administrao:
Tarefas
Estrutura
Pessoas
Ambiente
Tecnologia
Competitividade
Filme recomendado: Tempos Modernos (Charles Chaplin), uma crtica bem humorada, contra o rigor da Teoria administrao cientfica.
e-Tec BrasilAula 7 nfases no estudo da administrao 41
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e-Tec Brasil43
Aula 8 Teoria Clssica e das relaes humanas
Vamos estudar, nesta aula, a Teoria Clssica da Administrao segundo
o engenheiro Henri Fayol. E tambm a Teoria das Relaes Humanas do
filsofo George Elton Mayo.
8.1 Teoria Clssica da Administrao um treinamento para gerentes. Propem mudanas na estrutura organi-
zacional da empresa de cima para baixo. Foi apresentada por Henri Fayol
(1841-1925), engenheiro turco que viveu em Paris e l desenvolveu esta
teoria de administrao.
Fayol identificou 14 princpios que as empresas devem seguir para melhorar
sua eficincia:
Tabela 8.1: Teoria Clssica de Fayol
Diviso do TrabalhoConsiste na especializao das tarefas e das pessoas para aumentar a eficincia;
Autoridade e responsabilidadeAutoridade o direito de dar ordens e o poder de esperar obedincia. A responsabilidade uma consequncia natural da autoridade e significa o dever de prestar contas. Ambas devem estar equilibradas entre si;
DisciplinaDepende de obedincia, aplicao, energia, comportamento e respeito aos acordos estabelecidos;
Unidade de comandoCada empregado deve receber ordens de apenas um superior. o princpio da autoridade nica;
Unidade de direoUma cabea e um plano para cada conjunto de atividades que tenham o mesmo objetivo;
Subordinao dos interesses individuais aos gerais
Os interesses gerais da empresa devem sobrepor-se aos interesses particulares das pessoas;
Remunerao do PessoalDeve haver justa e garantida satisfao para os empregados e para a organiza-o em termos de retribuio;
Centralizao Refere-se concentrao da autoridade no topo da hierarquia da organizao;
Cadeia escalar a linha de autoridade que vai do escalo mais alto ao mais baixo em funo do princpio do comando;
OrdemUm lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar. a ordem material e humana;
Equidade Amabilidade e justia para alcanar a lealdade do pessoal;
Estabilidade do pessoalA rotatividade do pessoal prejudicial para a eficincia da organizao. Quan-to mais tempo uma pessoa permanecer no cargo, tanto melhor para a empresa;
Iniciativa A capacidade de visualizar um plano e assegurar pessoalmente o seu sucesso;
Esprito de Equipe A harmonia e a unio entre as pessoas so grandes foras para a organizao.
Fonte: Adaptado de CHIAVENATO, 2003, p. 83
-
Defendia que as empresas deveriam ter seis funes:
a) Funes Administrativas Integrando e controlando as demais funes, aparecem em posio de destaque com carter gerencial;
b) Funes Tcnicas Esto vinculadas a produo de bens ou servios;
c) Funes Comerciais Exercem atividades de compra e venda;
d) Funes Financeiras Cuidam dos recebimentos e pagamentos na empresa;
e) Funes de Segurana Visando preservar o patrimnio da empresa;
f) Funes Contbeis Tratam dos registros, avaliao e controle do patrimnio.
Tabela 8.2: Funes da Administrao Segundo Fayol
Previso Avalia o futuro e o aprovisionamento dos recursos em funo dele;
OrganizaoProporciona tudo o que til ao funcionamento da empresa e pode ser dividida em organizao material e organizao social;
ComandoLeva a organizao a funcionar. Seu objetivo alcanar o mximo retorno de todos os emprega-dos no interesse dos aspectos globais do negcio.
CoordenaoHarmoniza todas as atividades do negcio, facilitando seu trabalho e sucesso. Sincroniza coisas e aes em propores certas e adapta meios aos fins visados;
ControleConsiste na verificao para certificar se tudo ocorre em conformidade com o plano adotado, com as instrues transmitidas e com os princpios estabelecidos. O objetivo localizar as fraque-zas e erros no intuito de retific-los e prevenir a recorrncia.
Fonte: CHIAVENATO, 2003, p. 81
8.2 Teoria das relaes humanasCom as empresas visando cada vez mais a produtividade, os funcionrios
passaram a ser cada vez mais exigidos. Era perceptvel a falta de interesse
pelo trabalho em virtude da monotonia dos servios realizados, a ponto de
haver uma alta rotatividade nos ambientes de trabalho. O que no era bom
nem para a empresa, nem para os funcionrios, pois teriam que treinar
novos funcionrios, e com isso havia perda de produtividade. Foi o am-
biente propcio para o desenvolvimento de estudos referente as relaes
humanas, levando para o ambiente de trabalho contribuies da Psicologia
(cincia que estuda o comportamento humano). Destacamos o estudo de
Kurt Lewin (1890-1947), sobre a psicologia dinmica (toda necessidade
Noes de Administrao Pblicae-Tec Brasil 44
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cria um estado de tenso e uma predisposio ao). Quando a tenso
excessiva pode tumultuar a percepo do ambiente e desorientar o com-
portamento. Este estudo foi um dos principais inspiradores para a criao
da Teoria das Relaes Humanas.
No esquea! considerado o criador desta teoria George Elton Mayo (1880-1949), australiano, filsofo e mdico.
Em 1924, a Academia Nacional de Cincias dos Estados Unidos fez uma
pesquisa para verificar a correlao entre produtividade e iluminao do
local de trabalho, dentro dos pressupostos da administrao cientfica.
Pouco antes, Mayo conduzira uma pesquisa em uma indstria txtil com
elevadssima rotatividade de pessoal ao redor de 250% ao ano e que havia
tentado inutilmente vrios esquemas de incentivos salariais. Mayo introdu-
ziu um intervalo de descanso, delegou aos operrios a deciso sobre hor-
rios de produo e contratou uma enfermeira. Em pouco tempo, emergiu
um esprito de grupo, a produo aumentou e a rotatividade do pessoal
diminuiu. (CHIAVENATO, 2003, p. 102).
George Elton MayoFormado em filosofia e medicina, professor em Harvard, o australiano
Elton Mayo (1880 1949) comeou a se interessar em 1923 pela ro-
tatividade de pessoal e queda de produtividade. A partir dos anos 20
percebia-se nas empresas americanas o que se convencionou chamar de
spleen industrial: um abatimento moral dos trabalhadores, com perda de interesse pelo trabalho, fadiga e monotonia. Como continuao de
uma srie de estudos anteriores, entre 1927 e 1929, Mayo desenvolveu
experimentos junto a grupos de trabalhadores da rea de montagem
de rels da indstria Hawthorne, da Western Eletric. A experincia se
baseava na alterao de uma varivel da condio de trabalho (ilumina-
o, pausas, jornadas de trabalho), enquanto outras permaneciam cons-
tantes. Como a produtividade aumentava tanto no grupo experimental
quanto nos outros, a concluso foi a de que fatores fsicos influenciam
menos a produo do que os emocionais. O simples fato de mostrar,
pela presena dos cientistas e pelas experincias, que havia interesse
pelas condies dos operrios, incentivava-os a se interessar novamente
pelo trabalho. (FERREIRA, 2002, p. 29)
e-Tec BrasilAula 8 Teoria Clssica e das relaes humanas 45
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Tabela 8.3: Concluses - Princpios Bsicos
O nvel de produo resultante da integrao socialQuanto maior for a integrao social, maior ser a disposio de produzir.
Comportamento Social dos empregados O comportamento do indivduo se apoia no grupo.
Recompensas e sanes sociaisOs trabalhadores so avaliados pelo grupo, recebendo aprovao ou punio.
Grupos InformaisConstituem a organizao humana da empresa, nem sempre coincidindo com a formal.
Relaes HumanasO comportamento influenciado por atitudes e normas informais existentes no grupo.
Importncia do contedo do cargoO contedo e a natureza do trabalho tem influn-cia sobre o moral do trabalhador.
nfase nos aspectos emocionaisElementos emocionais no planejados e irracionais do comportamento humano merecem ateno especial.
Fonte: Adaptado de CHIAVENATO, 2003, p. 106 - 107
ResumoNesta aula estudamos a Teoria Clssica de Fayol e vimos que o autor focou
seus estudos na unidade do comando, autoridade e na responsabilidade
da empresa. Estudamos tambm a Teoria das relaes humanas de Mayo e
suas principais caractersticas: a) o ser humano no pode ser reduzido a um
ser cujo comportamento simples e mecnico; b) o homem , ao mesmo
tempo, guiado pelo sistema social e pelas demandas de ordem biolgica;
c) Todos os homens possuem necessidades de segurana, afeto, aprovao
social, prestgio, e autorrealizao.
Anotaes
Noes de Administrao Pblicae-Tec Brasil 46
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e-Tec Brasil47
Aula 9 Teoria Burocrtica
Veremos nesta aula a Teoria Burocrtica apresentada segundo o modelo
proposto pelo economista Max Weber.
9.1 Modelo Burocrtico de WeberA partir da dcada de 1940, as crticas feitas tanto Teoria Clssica pelo
seu mecanicismo como Teoria das Relaes Humanas por romantismo
ingnuo revelaram a falta de uma teoria da organizao slida e abrangen-
te e que servisse de orientao para o trabalho do administrador. Alguns es-
tudiosos foram buscar nas obras de um economista e socilogo j falecido,
Max Weber, a inspirao para essa nova teoria da organizao. Surgiu, as-
sim, a Teoria da Burocracia na Administrao (CHIAVENATO, 2003, p. 258).
A Teoria burocrtica a teoria de administrao que mais teve aplicao na administrao
pblica. Seus princpios so aplicados em todas as empresas, mas s vezes temos a ntida
impresso que ela foi desenvolvida para ser aplicada na administrao pblica.
Figura 9.1: Max Weber Economista poltico e socilogo alemo (1864-1920)Fonte: http://4.bp.blogspot.com
Ao mencionar burocracia, j imaginamos morosidade, lentido, filas, gui-
chs, protocolos, papelrio, estrutura inchada e no raramente imaginamos
rgos pblicos, o imprio da burocracia. Mas a concepo Weberiana de
burocracia a eficincia no atendimento e resoluo de problemas com
agilidade, por haver uma clara definio de atribuies e responsabilidades,
bem como padronizao no fluxo de tarefas e solues. s vezes, acredito
que Marx Weber imaginou perfeito o que os homens encheram de defeitos.
-
Segundo Weber, existem trs tipos de Sociedade:
a) Sociedade Tradicional: a sociedade natural. Que provm do prprio
ambiente em que a pessoa est inserida. Pode ser proveniente de vnculo
sanguneo ou dependncia patrimonial. Como a famlia, os patriarcas,
senhores feudais e monarcas absolutistas. Assim o poder herdado ou
delegado e aceito pela sociedade com base na tradio, usos e costumes
do povo.
b) Sociedade Carismtica: aquela em que voluntariamente o indivduo
resolve ingressar, motivado por ideologias. Como a Igreja e partidos pol-
ticos. O poder estabelecido com base no carisma (poder de influncia)
e aceito pela populao pelas virtudes da liderana.
c) Sociedade Burocrtica: Defendida por Weber como sendo a ideal.
Onde as regras so impessoais e esto centradas em normas e processos
e no nas pessoas. Por isso so mais racionais e menos pessoais. O poder
impessoal e estabelecido em normas formais e aceito pela populao
por ser justa, baseadas em critrios tcnicos previamente estabelecidos.
Para refletir!
Voc sabe a diferena entre autoridade e poder?
Podemos definir poder de duas maneiras: a capacidade de controlar
indivduos, eventos ou recursos, fazendo com que acontea aquilo que
a pessoa quer, a despeito de obstculos ou oposies, ou como sendo a
capacidade para influenciar decises, pessoas e o uso de recursos.
Podemos distinguir trs tipos de poder:
O poder legtimo o conferido pela posio ocupada na organizao. Inclui quase sempre, dois poderes que o complementam: o poder de
recompensa e o coercitivo ou de punio, instrumentos para o exerccio
do poder legtimo.
O poder referente corresponde influncia exercida pelo lder em vir-
tude da afeio e do respeito que as pessoas tm por ele, em funo
de suas qualidades como seu carter, a fora de sua personalidade, sua
coragem, sua capacidade de agir e sua ousadia. Os lderes carismticos
tm esse tipo de poder no mais alto grau.
Noes de Administrao Pblicae-Tec Brasil 48
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O poder do saber: baseado nos conhecimentos que a pessoa tem. In-clui os conhecimentos tcnicos, a experincia e o poder da informao.
Algumas pessoas no cedem informaes para reter este tipo de poder.
(LACOMBE & HEILBRON, 2006)
Autoridade o poder concedido pela instituio. possvel ter poder e no
ter autoridade, mas no possvel ter autoridade e no ter poder.
9.2 Sistema BurocrticoNo sistema burocrtico, a subordinao no s pessoas e sim as normas
estabelecidas dentro da organizao. Os cargos devem ser preenchidos por
mrito (concurso, eleio, nomeao) baseando-se em procedimentos for-
mais revestidos de legalidade. Desta forma, qualquer pessoa dentro da es-
trutura pode aspirar uma ascenso profissional.
Muito embora tenham existido administraes burocrticas no passado, so-
mente com a emergncia do Estado Moderno - o exemplo mais prximo do
tipo legal de dominao - que a burocracia passou a prevalecer em to lar-
ga escala. Todavia, a burocratizao no se limita organizao estatal, pois
embora Weber tenha elaborado o conceito de burocracia a partir de sua so-
ciologia poltica, ele usou o conceito de modo mais abrangente, englobando
as demais instituies sociais alm da administrao pblica. Weber notou a
proliferao de organizaes de grande porte, tanto no domnio religioso (a
Igreja) como no educacional (a Universidade) ou no econmico (as grandes
empresas), que adotaram o tipo burocrtico de organizao, concentrando
os meios de administrao no topo da hierarquia e utilizando regras racio-
nais e impessoais, visando mxima eficincia.
Weber identifica trs fatores principais que favorecem o desenvol-vimento da moderna burocracia:
1. O desenvolvimento de uma economia monetria: a moeda no apenas facilita, mas racionaliza as transaes econmicas. Na burocracia, a
moeda assume o lugar da remunerao em espcie para os funcion-
rios, permitindo a centralizao da autoridade e o fortalecimento da
administrao burocrtica.
2. O crescimento quantitativo e qualitativo das tarefas administrativas do Estado Moderno: apenas um tipo burocrtico de organizao poderia
arcar com a enorme complexidade e tamanho de tais tarefas.
e-Tec BrasilAula 9 Teoria Burocrtica 49
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3. A superioridade tcnica - em termos de eficincia - do tipo burocrtico de administrao: que serviu como uma fora autnoma interna para
impor sua prevalncia. A razo decisiva da superioridade da organi-
zao burocrtica sempre foi unicamente sua superioridade tcnica
sobre qualquer outra forma de organizao.
Fonte: CHIAVENATO, 2003, p. 262
9.2.1 As principais caractersticas da burocraciaAs nfases da burocracia, segundo Weber, so: formalizao (obedincia
a normas, rotinas, regras e regulamentos); diviso do trabalho; hierarquia;
impessoalidade; profissionalizao e competncia tcnica dos funcionrios.
(LACOMBE & HEILBORN, 2006, p. 473).
Vantagens da Burocracia:1. Racionalidade para alcanar os objetivos;
2. Preciso na definio do cargo e conhecimento dos deveres;
3. Rapidez nas decises (cada um conhece os trmites);
4. Uniformidade de resposta (est prescrita na norma);
5. Uniformidade de rotinas e procedimentos, favorecendo a padronizao, a reduo de custos e erros, pois as rotinas so definidas por escrito;
6. Continuidade da organizao na substituio de pessoas;
7. Reduo de atrito entre as pessoas, todos conhecem os limites de res-ponsabilidade e o que exigido da funo;
8. Confiabilidade, pois as decises so previsveis e impessoais (seguem as normas);
9. Benefcios para os funcionrios, pois so motivados a seguir carreira na organizao.
Fonte: Adaptado de CHIAVENATO, 2003, p. 266
Noes de Administrao Pblicae-Tec Brasil 50
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Desvantagens da Burocracia:1. Apego excessivo as normas e regulamentos;
2. Excesso de formalismo e de papelrio;
3. Resistncia s mudanas;
4. Despersonalizao do relacionamento;
5. Deciso nem sempre tomada por quem mais conhece o assunto ;
6. Criatividade e liberdade cedem lugar ao estrito cumprimento das regras;
7. Exibio de sinais de autoridade;
8. Dificuldade no atendimento a clientes e conflitos com o pblico.
Fonte: CHIAVENATO 2003, p. 269 - 270
ResumoEstudamos a Teoria Burocrtica da Administrao segundo Max Weber, que
construiu um modelo ideal, no qual a organizao caracterizada por cargos
formalmente bem definidos, ordem hierrquica com linhas de autoridade
e funes bem delimitadas. Assim, Weber cunhou a expresso burocrtica
para representar esse tipo ideal de organizao.
Anotaes
e-Tec BrasilAula 9 Teoria Burocrtica 51
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e-Tec Brasil53
Aula 10 Teoria Comportamental
Estudaremos nesta aula uma das teorias da administrao que mais tem
aplicao na administrao pblica a Teoria Comportamental ou Beha-
viorista (behavior palavra inglesa que significa comportamento).
A abordagem comportamental, tambm denominada orgnica ou huma-
nstica, deu nfase ao tratamento favorvel aos empregados, em vez de s
focalizar seu desempenho ou produtividade. (MEGGINSON, MOSLEY & e
PIETRI JR, 1998, p. 49).
Alguns estudos se destacaram na anlise do comportamento humano na
organizao, como: Kurt Lewin, Douglas McGregor, Herbert A. Simon, Chirs
Argyris, Frederick Herzberg, Chester Barnard, Abraham H. Maslow, que criou
uma hierarquia de necessidades e de Rensis Likert que desenvolveu o estudo
dos quatro sistemas administrativos.
10.1 Hierarquia de necessidades de Maslow
Figura 10.1: Pirmide de MaslowFonte: Adaptado de http://novo-mundo.org
Autorrealizao
Estima
Sociais
De Segurana
Fisiolgicas
Fisiolgicas alimento, repouso, abrigo, sexo;
Segurana segurana, proteo contra o perigo, doena, incerteza, desemprego;
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Sociais relacionamento, amizade, aceitao, afeio, compreenso, considerao;
Estima status e prestgio, confiana, progresso, apreciao e admirao dos colegas. O Elogio a forma mais simples, barata e eficaz para motivar
o funcionrio.;
Autorrealizao autorrealizao e desenvolvimento, excelncia pesso-al, competncia.
Fonte: Adaptado de CHIAVENATO, 2003, p. 332
O que motiva as pessoas so as necessidades insatisfeitas. O progresso
causado pelo esforo das pessoas para satisfazer s suas necessida-
des. As pessoas sempre tm necessidades insatisfeitas. Quando uma
necessidade prioritria satisfeita, ainda que no o seja saciedade,
outras emergem e ocupam o primeiro lugar na lista de prioridades.
(LACOMBE & HEILBORN, 2006)
Tabela 10.1: Sistemas de Administrao
Variveis principais
1 2 3 4Autoritrio- -coercitivo
Autoritrio- -benevolente
Consultivo Participativo
Processo decisorial
Totalmente centra-lizado na cpula da organizao.
Centralizado na cpula, mas permite alguma delegao de carter rotineiro.
Consulta aos nveis inferiores, permitindo participao e delegao.
Totalmente descen-tralizado. A cpula define polticas e con-trola os resultados.
Sistema de comunicaes
Muito precrio. Somente comunicaes verticais e descendentes carregando ordens.
Relativamente precrio, prevalecen-do comunicaes descendentes sobre as ascendestes.
A cpula procura facilitar o fluxo no sentido vertical (des-cendente e ascenden-te) e horizontal.
Sistemas de comuni-cao eficientes so fundamentais para o sucesso da empresa.
Relaes Interpessoais
Provocam descon-fiana. Organizao informal vedada e considerada prejudi-cial. Cargos confinam as pessoas.
So toleradas, com condescendncia. Organizao informal considerada uma ameaa empresa.
Certa confiana nas pessoas e nas relaes. A cpula facilita a organizao informal sadia.
Trabalho em equipes. Confiana mtua, participao e envolvimento grupal intenso.
Sistemas de recompensas e punies
Utilizao de punies e medidas disciplinares. Obedincia estrita aos regulamentos internos. Raras recompensas (estritamente salariais).
Utilizao de punies e medidas disciplinares, mas com menor arbitra-riedade. Recompen-sas salariais e raras recompensas sociais.
Utilizao de recom-pensas materiais (principalmente sa-lrios). Recompensas sociais ocasionais. Raras punies ou castigos.
Utilizao de recom-pensas sociais e re-compensas materiais e salariais. Punies so raras e, quando ocorrem, so definidas pelas equipes.
Fonte: CHIAVENATO, 2003, p. 342
ResumoNesta aula vimos a Teoria Comportamental e aprendemos que esta teoria tem
grande influncia da psicologia, seguindo o princpio do estmulo-resposta.
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e-Tec Brasil55
Aula 11 Teorias Estruturalista, de Sistemas e das Contingncias
Voc est percebendo a evoluo das teorias? Como as contribuies se somam
tornando a empresa mais consistente? Nesta aula vamos ver a Teoria Estrutura-
lista de Amitai Etzioni, a Teoria de Sistemas do alemo Ludwig von Bertalanffy e
a Teoria das Contingncias na essncia dos estudos de Joan Woodward.
11.1 Teoria EstruturalistaA teoria Estruturalista surgiu a partir de crticas rigidez e impessoalidade da
teoria da burocracia de Weber, que tendia a transformar uma organizao
num sistema fechado.
Os estruturalistas foram precursores da abordagem sistmica, isto , visuali-
zao da organizao como sistema aberto, em permanente interao com
o ambiente externo no qual est inserida. O principal autor dessa teoria,
Amitai Etzioni, procurou ainda definir tipos de organizaes conforme as
atividades executadas. (LACOMBE & HEILBORN, 2006).
Os estruturalistas veem a organizao como uma unidade social grande
complexa, onde interagem muitos grupos sociais. (FERREIRA, 2002, p 53)
Esta teoria tem enfoque no homem organizacional aquele que executa
vrios papis em diferentes organizaes.
Tabela 11.1: Caractersticas do Estruturalismo
Submisso do indivduo socializao
O desejo de obter recompensas materiais e sociais (como prestgio, reconhecimento de seus pare etc.) faz com que o indivduo aceite desempenhar vrios papis sociais em seu trabalho. Isso possvel graas existncia de diversos grupos dentro da mesma organizao.
Conflitos inevitveis
Os conflitos entre os interesses dos funcionrios e os objetivos da empresa so inegveis. Ao con-siderar os aspectos racionais e irracionais das necessidades empresariais e individuais, os conflitos podem ser reduzidos, mas no eliminados. Sua minimizao pode tornar o trabalho mais suport-vel, apesar de no satisfatrio. Por outro lado, se forem disfarados, os conflitos se expressaro de outras formas, como abandono do emprego ou aumento do nmero de acidentes.
Hierarquia e comunicaes
A hierarquia vista como perniciosa comunicao dentro da empresa. Mas, seguindo-se a su-posio de que a hierarquia um pr-requisito funcional para a coordenao em uma organizao formal, suas disfunes so consideradas um custo inevitvel. Custo esse que poder ser reduzido, mas no eliminado.
Incentivos mistos
Os estruturalistas consideram que, tambm na questo dos incentivos, tanto os clssicos (incentivo monetrio) quantos os humanistas (incentivos sociais) tinham uma viso parcial. Os indivduos, sendo seres complexos, precisam se realizar em diferentes aspectos. Vistos de uma forma global, os diversos tipos de incentivos no existem de maneira independente: Embora se tenha verificado que as recompensas sociais so importantes nas organizaes, isso no diminuiu a importncia das recompensas materiais.
Fonte: FERREIRA, 2002, p. 53 - 54
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11.2 Teoria de SistemasFoi lanada pelo bilogo alemo Ludwig von Bertalanffy, em 1937, partindo do
pressuposto de que h uma integrao entre todos os ramos do conhecimento.
A abordagem sistmica v a organizao como um todo integrado, consti-
tuda de parte que interagem entre si, e inserida numa ambiente com o qual
interage permanentemente. (LACOMBE & HEILBORN, 2006)
As principais caractersticas so: homem funcional (os papis so mais enfati-
zados na pessoa em si), conflitos de papis (as pessoas no agem em funo
do que so, mas em funo dos papis que representam), incentivos mistos
(equilbrio entre incentivos monetrios e no monetrios), equilbrio integra-
do (dada complexidade, qualquer ao sobre uma unidade da empresa
atingir todas as outras unidades), estado estvel (para evitar a entropia
tendncia ao desgaste, desintegrao e ao aumento da aleatoriedade).
(Adaptado de FERREIRA, 2002, p. 60 - 61).
Economia
Tecnologia
Cultura e Sociedade Concorrncia
Poltico/Legal
economiaEntrada Processamento Sadas
Feedback
Figura 11.1: Teoria de sistemasFonte: Fonte: FERREIRA, 2002, p. 62
No trabalho, voc se sente como parte do sistema?
11.2.1 Tipos de SistemasOs sistemas podem ser fechados ou abertos. Um sistema fechado no interage com o ambiente externo e, portanto, no influenciado pelo que
est acontecendo nesse ambiente. Por outro lado, um sistema aberto a uma
organizao tende sempre a ter um relacionamento dinmico com seu am-
biente, recebendo vrios inputs, transformando-os de alguma forma para
chegar ao produto final (outputs).
Receber os inputs na forma de material, energia e informao, levando em
conta a retro informao em relao ao produto final, permite ao sistema
aberto compensar e evitar o processo de declnio. Alm disso, o sistema
aberto se adapta ao seu ambiente, mudando o processo de sua estrutura e
componentes internos, assim que surge a necessidade. (MEGGINSON, MOS-
LEY & e PIETRI JR, 1998, p. 56).
Noes de Administrao Pblicae-Tec Brasil 56
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11.3 Teoria das ContingnciasSurgiu em virtude das incertezas provocadas pelo ambiente externo na
organizao.
A teoria da contingncia enfatiza que no h nada absoluto nas organiza-
es ou na teoria administrativa; tudo relativo, tudo depende. A aborda-
gem contingencial explica que existe uma relao funcional entre as condi-
es do ambiente e as tcnicas administrativas apropriadas para o alcance
eficaz dos objetivos da organizao. As variveis ambientais so as variveis
independentes, enquanto as tcnicas administrativas so as variveis depen-
dentes, dentro de uma relao funcional. (FERREIRA, 2002, p. 101)
A essncia dos estudos de Joan Woodward que no existe uma nica
maneira certa de montar a estrutura organizacional; existem sempre vrias
alternativas e a melhor depende de cada caso especfico. A concluso que
para uma organizao obter bom desempenho, sua estrutura organizacional
deve ser projetada de modo a se ajustar s demandas situacionais que deri-
vam da tecnologia que est sendo usada, da sua posio mercadolgica, da
sua diversidade de produtos, da velocidade de mudanas, e do seu tamanho.
(LACOMBE & HEILBORN, 2006)
Tom Burns apresentou dois tipos de estruturas organizacionais:
Sistema mecnico aquele no qual as especializadas funcionais tm uma classificao rgida, assim como as obrigaes, as diversas responsa-
bilidades e o poder. A hierarquia de comando bem definida, sustentan-
do um fluxo de comunicao que transmite informaes de baixo para
cima e ordens de cima para baixo.
Sistema Orgnico apresenta maior flexibilidade, sendo as atribuies de obrigaes, responsabilidades e poder mais adaptveis. A comunica-
o tende a ser um fluxo de mo dupla, transmitindo consultas de cima
para baixo de baixo para cima.
Fonte: Adaptado de http://www.strategia.com.br/Estrategia/estrategia_corpo_capitulos_organizacoes.htm
Como as empresas esto sujeitas s mudanas ambientais, devem estar pre-
paradas para se adaptar a elas. Uma organizao com sistema mecnico
pode ser adequada a situaes ambientais estveis; j uma organizao com
sistema orgnico se mostra mais flexvel a novas situaes ambientais. As or-
ganizaes costumam adotar sistemas que se situam em algum ponto da es-
cala formada pelos sistemas orgnico e mecnico. (FERREIRA, 2002, p. 103)
e-Tec BrasilAula 11 Teorias Estruturalista, de Sistemas e das Contingncias 57
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A melhor estrutura de organizao a mais simples possvel. O que tor-
na uma estrutura de organizao boa so os problemas que ela no
cria. Quanto mais simples for a estrutura, menos coisas sairo erradas.
Peter Drucker
11.4 Desenvolvimento OrganizacionalNo decorrer das dcadas de 1960 e 1970, foi desenvolvida uma tcnica,
denominada desenvolvimento organizacional, com o objetivo de conseguir
implantar mudanas de forma eficaz. Trata-se de uma complexa estratgia
educacional, baseada na experincia, que emprega os meios mais amplos
possveis de comportamento, e que tem por finalidade mudar as crenas,
as atitudes, os valores e a estrutura das organizaes, de modo que elas
possam se adaptar melhor aos novos mercados, tecnologias e desafios e ao
prprio ritmo vertiginoso de mudana. (LACOMBE & HEILBORN, 2006).
No esquea!
A palavra-chave no Desenvolvimento Organizacional mudana. Se o
ambiente cientfico-tecnolgico e mercadolgico fosse estvel e previs-
vel, no haveria presses para mudanas. Se os objetivos organizacionais
e individuais fossem integrados, as necessidades de mudanas tambm
seriam minimizadas. Assim, o desenvolvimento organizacional foi inicial-
mente visto como uma estratgia ou programa de ao voltado para ge-
renciar o processo de mudana organizacional. (FERREIRA, 2002, p. 67).
Tabela 11.2: Desenvolvimento Organizacional
Constante e rpida mu