noções de teoria do teatro - rubem queiroz cobra

Upload: mahlerbr

Post on 28-Feb-2018

219 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

  • 7/25/2019 Noes de Teoria Do Teatro - Rubem Queiroz Cobra

    1/10

    NOES DE TEORIA DO TEATRO

    Esta pgina, e tambm as outras pginas desta srie, contm algumas noesde Teoria do Teatro para uma viso geral do trabalho de planejamento de umapea teatral. Acredito ue essas noes podero ser ra!oavelmentein"ormativas para o leitor em geral, e #teis ao $rientador Educacional uedeseja tomar o teatro por instrumento pedag%gico, enuanto no encontraremum bom livro ou um &ite na 'nternet com in"ormaes mais completas sobre oassunto.

    O Teatro.

    E(iste grande polmica sobre a de)nio de Teatro. *orm, uma pgina sobreTeoria do Teatro deve comear + me parece +, pela de)nio do ue o Teatro .Ento, se partimos do "ato irrecusvel de ue h uma hist%ria, escrita ou

    memori!ada, ue d origem ao drama a ser representado, ento o drama estsubordinado a uma pea literria, por mais simples e r#stica ue esta seja. AArte ramtica, ou Arte do Teatro + ue envolve a arte de bem representar, aarte da iluminao, a arte da montagem do cenrio, etc. +, uma "orma demani"estao art-stica a servio da iteratura, assim como tambm a pr%priaArte do ivro + ue envolve a arte da ilustrao, a arte da impresso, a arte daencadernao, etc.

    /o Teatro, uma hist%ria e seu conte(to se "a!em reais e ver-dicos pelamontagem de um cenrio e a representao de atores em um palco, para ump#blico de espectadores. *or e(emplo0 um indiv-duo pode no acreditar na

    e(istncia do "antasma em uma hist%ria ue l em um livro, mas ter asensao de realidade desse "antasma se ele o v no palco, e se o personagemlhe parecer autntico, por agir do modo como, na sua concepo, um "antasmahaveria de agir..

    *ode ser dito, ento, ue o teatro uma forma de manifestao artstica emque uma histria e seu contexto se fazem reais e verdicos pela montagem deum cenrio e a representao de atores em um palco, para um pblico deespectadores.

    A representao teatral ser o resultado do trabalho de muitos pro)ssionais0 dodramaturgo, dos atores maiores e menores, do diretor de palco, do pintor docenrio, do maestro da oruestra, e de outros de cujo talento e competncia aarte da dramaturgia depende para atingir seu objetivo. E como este o de levaruma mensagem em um trabalho art-stico uni)cado, para ue seja de "ato Teatronecessita da presena e do interesse dos espectadores. /o grande Teatro, umaper"ormance de sucesso a ue consegue a harmonia per"eita entre todosesses elementos.

    O drama.A 1pea de teatro1, ou drama, em conse2ncia do acima dito, oprojeto escrito com a )nalidade de dar 3 pea literria + poder ser uma

    peuena hist%ria pensada j para ser levada ao teatro, ou uma "bula, ou umromance +, a sua e(presso teatral. $ ramaturgo, atravs de um roteiro escrito

    http://www.cobra.pages.nom.br/ecp-teatroscript.htmlhttp://www.cobra.pages.nom.br/ecp-teatroscript.html
  • 7/25/2019 Noes de Teoria Do Teatro - Rubem Queiroz Cobra

    2/10

    ou script, rege as "unes das artes unidas para a representao, assim comoum maestro rege os instrumentistas da sua oruestra para uma e(ecuo. /opalco, os personagens vo 4viver5 a hist%ria, vestidos de acordo com anarrativa, em um cenrio + parte concreto, parte imaginrio, sugerido por meiode paineis e objetos, e de sons especiais e m#sica + representativo do ambiente

    em ue a hist%ria acontece, com uma iluminao disposta para obter e"eitoscomplementares importantes de lu! e sombra. $ dramaturgo, portanto, precisano apenas de competncia literria para redigir sua pea, mas tambmconhecimento e sensibilidade sobre todos os outros elementos estticosenvolvidos na arte de representar.

    $ dramaturgo muitas ve!es dei(a a estruturao dos dilogos para o )nal,depois de selecionar os atores e trabalhar o cenrio em detalhes. 6omea pordividir a hist%ria em atos e somente depois de toda a pea estar planejada elevolta ao in-cio para escrever os dilogos. este modo, ao escrever o roteiro, odramaturgo j tem em mente os atores escolhidos, a categoria ou ualidade doteatro ou sala, se ser um palco ou simples estrado, os recursos de iluminao,e o p#blico ao ual a representao se destina.

    Etapas da dramaturgia.6la7ton 8amilton 9he heor! of the heatre and"ther #rinciples of $ramatic %riticism. 8enr7 8olt and 6ompan7, /e: ;or< 6it7,=>=? + *roj. @utenberg, considerando o progressivo desenvolvimento dospalcos, "ala de trs etapas na evoluo do teatro. A primeira e longa etapa, +ue ele chama $ramaturgia da &etrica + , vem da antiguidade at aoBenascimento, do per-odo grego at 3 poca de &ha

  • 7/25/2019 Noes de Teoria Do Teatro - Rubem Queiroz Cobra

    3/10

    montados no palco, o ue e(igiu ue as casas de espetculo "ossem "echadas ecobertas, e o palco iluminado por candelabros e lustres centrais. 6omo amudana do cenrio, entre um ato e outro, precisava ser oculta, passou a serusada uma cortina, ine(istente nos palcos da era anterior. Todas essasmelhorias tornaram poss-vel uma apro(imao maior ao realismo da

    representao nunca "eita antes. *alcios ou campos Goridos, jardins, o interiorde salas e mesmo ruas e caladas podiam agora ser sugeridas por um cenrioconstru-do, em lugar de slo por passagens descritivas em dilogos emon%logos. $s costumes tornaramse apropriados, e os objetos eram maiscuidadosamente escolhidos para dar ainda maior sabor de realidade 3 cena.*orm, a iluminao precria obrigava os atores a representar junto 3slanternas na beira do palco. A orat%ria gradualmente desapareceu e osdiscursos "oram abolidos, e as linhas poticas deram lugar a dilogos rpidos einteligentes. A ramaturgia de 6onversao, portanto, era apresentada commais naturalidade e )delidade ao real ue a ramaturgia da Bet%rica ue aprecedeu.

    ( $ramaturgia da 'luso de &ealidade ou ramaturgia do Bealismo "oi oresultado do avano da tecnologia em todos os setores, inclusive nadramaturgia. &eu in-cio tem por re"erncia a descoberta do uso da eletricidadetanto em iluminao como em mecanismos os mais variados. $ palco tornouseessencialmente pict%rico, e comeou a ser usado para representar )elmente os"atos reais da vida. escobriuse o valor de pontuao do 1bai(ar as cortinas1,ue antes eram usadas meramente para ocultar tare"as de preparao do palco.

    $ e(pediente passou a ser usado ao )nal do ato, e os atores no mais tinhamue debandar do palco ou se reunir em semic-rculo para se curvar para a platiana #ltima cena. Em lugar da mob-lia "ormal do per-odo anterior, "oramintrodu!idos m%veis ue eram cuidadosamente desenhados para servir ascondies reais do compartimento a ser representado. A partir de ento oscenrios avanaram rapidamente para um sempre maior grau de realidade.

    *orm o realismo tende 3 banalidade. A maior parte dos dramaturgos derealistas, e ao criar suas situaes eles buscam ser estritamente )eis e e(atosem sua representao do real. $ resultado ue as circunstancias de suaspeas tem uma aparncia ordinria ue as "a!em parecer simples transcries

    da vida diria em lugar de estudos sob condies especiais e peculiares da vida.

    Tragdia.$ drama da tragdia apresenta o espetculo de um ser humano sees"acelando contra obstculos insuperveis. A Tragdia um con"rontonecessariamente destinado 3 derrota do her%i, porue a vontade individualhumana lanada contra "oras opostas maiores ue ela. *ortanto, a tragdiadesperta compai(o, porue o her%i no pode vencer + e terror, porue as"oras mobili!adas contra ele no podem perder. Las, por outro lado, evidenteue a tragdia em si um tipo mais elevado de arte. /a tragdia grega clssica,o indiv-duo luta contra o estino, uma "ora impondervel ue domina

    igualmente as aes dos homens e dos deuses.

  • 7/25/2019 Noes de Teoria Do Teatro - Rubem Queiroz Cobra

    4/10

    *orm, a partir do sculo DH'' + nas tragdias representadas pela grandedramaturgia Elisabetana +, o indiv-duo est predestinado ao desastre no maisdevido 3 "ora do destino, mas por causa de certos de"eitos inerentes 3 pr%prianature!a humanaF os personagens mergulham para a destruio por causadeles mesmosF os elementos do seu carter tornam inevitvel um determinado

    )m . $ her%i trgico se v enredado no emaranhado ue a "atalidade arma paraos incautos. A morte do alpinista congelado pelas neves eternas, seria trgica.&ua ambio de proeminncia como um esportista radical tra! cada ve! maisnela pr%pria a possibilidade latente de seu "racasso em um e(tremo deestupendo es"oro. Lostra a ru-na de uma nature!a her%ica devida a umaambio insacivel de superao, condenada por sua pr%pria vastido aderrotar a si mesma. o autor da tragdia se e(ige, por esse motivo, ueapresente uma inevitabilidade inuestionvel + nada pode acontecer em suapea ue no seja um resultado l%gico da nature!a de seus personagens.

    O Drama Social.$ conGito inerente ao drama, a disputa ue permite ao

    espectador tomar partido e se interessar pela representao no palco,encontrou um tema novo no sculo D'D0 o poder econMmico, rico e opressor,contra o ual o indiv-duo pobre luta em vo, sem oportunidades, e(plorado pelaclasse economicamente dominadora, e ue est condenado eternamente 3 suamisria. 8amilton, acima citado, e(plica ue o rama &ocial surgiu como umanova linha da tragdia em ue as "oras do destino se materiali!avam como"oras das convenes sociais sobre a pessoa. $ her%i grego luta com o sobrehumano, o her%i do drama elisabetano luta contra si mesmo, e o her%i dorama &ocial luta contra o mundo. /este tipo de tragdia, o indiv-duo mostrado em conGito com o seu ambiente, e o drama trata da poderosa guerraentre o personagem e as condies sociais. Assim, enuanto os gregos

    religiosamente atribu-am a "onte de todo destino inevitvel a umapredeterminao divina, e o teatro elisabetano a atribu-a 3s "ranue!as de uea alma humana herdeira, o dramaturgo moderno pre"ere atribu-lacienti)camente 3 dissenso entre o individuo e seu meio social.

    Las, o sucesso ue teria esse tema j anteriormente muito e(plorado, no seriadevido apenas 3 simpatia e piedade das platias para com os desvalidos, masporue havia uma soluo para o conGito ue envolvia uma outra disputa, aindamais sria e pro"unda, e assim "a!ia o drama duplamente apelativo einteressante para a platia. N ue, desde o )nal da Bevoluo Orancesa 9o

    per-odo do Terror, se )rmara uma corrente de pensamento adeptade Bousseau, segundo a ual somente uma peuena minoria de luminares e de

    http://www.cobra.pages.nom.br/fmp-rousse.htmlhttp://www.cobra.pages.nom.br/fmp-rousse.html
  • 7/25/2019 Noes de Teoria Do Teatro - Rubem Queiroz Cobra

    5/10

    hbeis e inteligentes pol-ticos poderia por )m 3 injustia social, e ue esse )mera o desejo de todos como uma 4vontade geral5 dos homens. Essa 4vontadegeral5 encarnada nessa minoria, era mais importante ue a 4vontade damaioria5 democrtica. Em oposio a essa corrente, os constitucionalistasacreditavam na democracia e no mercado livre, valori!ando a conscincia do

    indiv-duo como capa! de "a!er voluntariamente sua parte pelo bem social. Aprimeira considerava a sociedade suprema, e o individuo subservienteF cadahomem era suposto e(istir em bene"-cio do mecanismo social do ual ele erauma pea. A segunda considerava o indiv-duo como capa! de construir umasociedade justa e democrtica a partir do es"oro pessoal de todos. $ ramasocial est baseado simultaneamente no conGito entre o indiv-duo e asociedade, e esta dividida na luta entre auelas duas correntes de pensamento.

    Esse novo )lo temtico garantiu o (ito no apenas na dramaturgia. &erviutambm com imenso sucesso ao cinema, 3 literatura popular, ao discursopol-tico, e inclusive a novas correntes religiosas, num tal paro(ismo de " uedos )lmes, dos livros e da dramaturgia saltou para as paradas, passeatas,revolues e praticamente toda "orma de agitao do in-cio do sculo D'D at oseu ocaso, no )m do sculo DD. 6om a progressiva diminuio do interesse pelorama da injustia social colocado nessas bases, a literatura e a dramaturgiabuscaram o en"oue de outras "ormas de opresso social igualmente poderosase trgicas, como o racismo, o preconceito contra minorias, o tabu do se(o, ahipocrisia social, e outros..

    Melodrama.i"erentemente da Tragdia, o Lelodrama e(pe apenas o uepode acontecer, no o inevitvel 9$ trgico e(pe auilo ue est "adado a

    acontecer. Pm homem perder a direo do carro em um dia de chuva e so"rerum acidente seria melodramtico, porue poderia ser evitado . Tudo o ue n%spedimos ao autor do melodrama uma plausibilidade momentQnea.*rovidenciado ue sua trama no imposs-vel, no so impostos limites em suainveno de um mero incidente.

    Comdia.Pma comdia uma pea humor-stica na ual os atores dominam aao. A comdia pura o mais raro de todos os tipos de drama. /a comdia aao precisa no somente ser poss-vel e plaus-vel, mas precisa ser um resultadonecessrio da nature!a ingnua do personagem.

    Farsa.A "arsa um tipo de drama escrito com o prop%sito de provocar riso. Nesttica e literariamente in"erior 3 comdiaF uma pea humor-stica na ual ospersonagens so rudes ou e(ageradamente "racos, covardes e impotentesF assituaes so de e(agero, improvveis, tendo por cenrio consult%rios dedentista, consult%rios mdicos, o uarto de dormir, a recepo de hotis, etc. Ncomum a associao dos dois tipos, "arsa e comdia, em uma #nica peahumor-stica, com o uso da comdia para a trama maior e da "arsa para os seusincidentes subsidirios. A "arsa decididamente o mais irresponsvel de todosos tipos de drama. A trama e(iste por sua pr%pria conta, e o dramaturgo precisapreencher somente duas e(igncias ao crila0 primeiro, ela precisa ser

    engraada , e segundo, ele precisa persuadir sua audincia a aceitar suassituaes pelo menos no momento enuanto elas esto sendo encenadas.

  • 7/25/2019 Noes de Teoria Do Teatro - Rubem Queiroz Cobra

    6/10

    Pantomima.*ea de teatro ou drama em ue a hist%ria contada por meio deao e e(presso corporal, sem uso de palavras.

    A moralidade./a dramaturgia, como nas outras "ormas de arte, o aspectomoral di! respeito 3 interpretao e por isto h ue separar auilo ue pode ser

    relativo, dauilo ue "or racionalmente condenvel, tolervel ou louvvel. Nrelativo o ue condenvel apenas em relao aos hbitos de um grupo.Ruanto ao julgamento racional, no pode haver algo ue, por si, seja umassunto imoral para uma pea teatral. $ ue pode ser julgado, des"avorvel ou"avoravelmente, o tratamento do assunto pelo dramaturgo. A uesto, pore(emplo, no se prostitutas merecem aprovao ou no, mas se uma certamulher dessa classe, colocada em uma situao particular, no seriamerecedora de simpatia. &eria desonesto o dramaturgo apresentar sua versodos "atos como #nica verdade, uando o assunto de valor relativo, e seriatambm desonesto retratar em detalhes uma realidade ue racionalmenteimoral, como a violncia sem motivo, o se(o sem amor, o roubo sem uma grave

    justi)cativa, etc. N condenvel a pea ue estimula os maus instintos do serhumano e louvvel a ue "a! o contrrio0 desperta no espectador noes devalor e emoo de esperana. *orm seria desonesto negar o desespero, ain)delidade, o crime, e apresentar ao p#blico a imagem de um mundo semessas ma!elas ue precisam ser vencidas.

    A histria educativa.$ grande Teatro tem seus temas polari!ados emaspectos particulares da nature!a humana e no ue aGige ou alegra os homensem geral. /o aborda temas ue so momentQneos, no discute problemassociais. essa sorte, a poca e o lugar em ue se desenvolve a trama so

    acidentais, porue o ue se buscar mostrar sero auelas maldades oubondades do homem, ue lhe so pr%prias em ualuer poca. *orm no assim com oTeatro *edag%gico. A este cabe muito bem a discusso deproblemas sociais contemporQneos, para os uais, encontrada a soluo, auelapea pedag%gica a eles re"erente perder o sentido.

    Embora no Teatro *edag%gico o iretor de Teatro trabalhe com um objetivoeducacional, esse prop%sito deve )car em um aparente segundo plano, paraue o interesse pela representao teatral, em suas m#ltiplas "acetas, possacaptar o interesse dos alunos e mantlos entusiasmados com o projeto. 'stoporue os jovens, e mesmo as crianas, no sero muito di"erentes dos adultosnesse particular. $ espectador comum no vai ao teatro para ser doutrinado.Begimes autoritrios e antidemocrticos j utili!aram o teatro para esse )m,com as pessoas coagidas a comparecerem aos espetculos. $ ue cadaindiv-duo na platia espera ue haja algum divertimento.

    http://www.cobra.pages.nom.br/ecp-teeatropedag.htmlhttp://www.cobra.pages.nom.br/ecp-teeatropedag.html
  • 7/25/2019 Noes de Teoria Do Teatro - Rubem Queiroz Cobra

    7/10

    Script. $ roteiro, te(to da pea ou script, contem a "ala dos atores e asindicaes uanto 3 e(presso dos sentimentos e atitudes de cada personagem,e ao cenrio. N desenvolvido em torno da idia central ou tema, e da hist%ria aser representada, ue veicula essa idia e seus desdobramentos. A divulgaoimpressa do script, uma obra literria. Pma pea ue intrigante, ue de

    algum modo desa)a o espectador a cogitar de algum signi)cado ue noestaria alcanando, levao a indagar o ue o dramaturgo estaria tentandopassar. 'sto praticamente imposs-vel saber, por vrios motivos. *rimeiro, osigni)cado ue o espectador v no ue representado "uno de umaconstruo pessoal, e vai di"erir dauele sentido, ue tambm pessoal, ue opr%prio autor em ualuer obra de Arte ,no caso o dramaturgo, pretende ue asua obra tenha. &egundo, a interpretao "eita pelo ator inGuir na percepode cada um na platia0 tambm o ator dar 3 sua represetao um acentopessoal, ue poder no transmitir com )delidade a idia pretendida pelodramaturgo. $ t-tulo de uma pea atrai o e(pectador justamente uando me(ecom sua imaginao, parecendolhe ue est no rumo de suas idias eemoes.

    A platia. Em tese, a reao da platia ser a soma das reaes individuais dosespectadores. Las e(istem certos comportamentos ue so estimulados naspessoas uando elas "a!em parte de uma multido. *essoas re)nadas ue estoisoladas em meio a indiv-duos mais simples e despreocupados podem perderconscincia de sua posio social e ualidades intelectuais e assumirem omesmo comportamento primitivo do grupo. $ contrrio in"eli!mente noacontece, ou seja, aueles menos educados inseridos em um grupo de pessoasbem educadas e comedidas no se dei(am intimidar, e primam por incomodar

    com comentrios jocosos, gargalhadas e(ageradas, etc. Pma platia de jovenspode mostrar esse mesmo "enMmeno e acontecer ue alguns precisem seradvertidos ou retirados da platia por uma autoridade. Pm tema controverso,uma hist%ria mal representada, atores ue no convencem em seus papeis,podem levar a platia 3 agitao e desordem, o ue ser uma surpresa, uandose espera ue a boa inteno do autor seja recompensada com a aprovao e orespeito da assistncia. Las um acompanhamento simultQneo de m#sica, meioescutada, meio imaginada, ue condu! ao humor da pea, agora crescendopara um clima(, agora suavi!ando para a uietude, pode "a!er muito paramanter a audincia sintoni!ada com o signi)cado emocional da ao.

    Disperso de !oco./o grande Teatro, o ramaturgo tem o cuidado de noinserir na pea nada ue desvie a representao da l%gica da narrativa e dasuave sucesso dos uadros. $ iretor de cena estar atento a ualuer desli!eda euipe ue possa chamar a ateno dos espectadores, desviandoa darepresentao em curso. /ovidades tcnicas ue sejam demasiadamentecomple(as, na movimentao do palco, na iluminao, no cenrio, desviam o"oco da ateno da platia, suscita comentrios cochichados e + alm daadmirao do espectador ue deveria ser inteiramente para o valor do dramaser colocada na maravilha tecnol%gica +, tambm suscitam comentrios emurm#rios ue perturbam a ateno de todos. *orm, ao contrrio, uma outra

    "orma de poss-vel disperso de "oco um cenrio muito pobre ou mesmo a "altade um cenrio.

    http://www.cobra.pages.nom.br/ecp-teatroscript.htmlhttp://www.cobra.pages.nom.br/ecp-teatroarte.htmlhttp://www.cobra.pages.nom.br/ecp-teatrocenario.htmlhttp://www.cobra.pages.nom.br/ecp-teatroscript.htmlhttp://www.cobra.pages.nom.br/ecp-teatroarte.htmlhttp://www.cobra.pages.nom.br/ecp-teatroarte.htmlhttp://www.cobra.pages.nom.br/ecp-teatrocenario.html
  • 7/25/2019 Noes de Teoria Do Teatro - Rubem Queiroz Cobra

    8/10

    Pm animal!inho ue aparea de repente e perambule pelo palco ir provocardistrao e risos na platia. &e no papel de um ator est previsto um tiro derevolver, os espectadores devem estar conscientes de ue ele porta uma armaatravs de meno no dilogo, ou porue tenha estado vis-vel em alguma cenaanterior. $ carter "orte ou antetico de um personagem, no pode ser

    revelado de s#bito, em cenas )nais. N preciso ue a platia perceba desde suaprimeira "ala ue determinada personagem , por e(emplo, capa! de trair. Pmerro de entonao de um ator, um engasgo, um tombo no palco, tudo isto, emgrau maior ou menor, prejudica o espetculo.

    Pm cenrioe(cessivamente rico, e(cessivamente detalhado, ou ue tenhamistura de estilo e cores ue no combinam, levam o espectador a analisar ecomentar as discrepQncias, e prestar menos ateno ao drama. /o grande

    Teatro, um diretor de cena ue vai usar algo de novo e ousado, abre a cortinaem a presena dos atores e "a! ue esses entrem e iniciem a representaoapenas depois de certo tempo dado aos espectadores para absorver anovidade.

    @uardadas as propores, essas preocupaes valem tambm para o iretor deTeatro na Escola. *orm, a simplicidade do cenrio esperada no teatropedag%gico coloca entre os principais cuidados serem tomados auelesnecessrios para evitar imprevistos.

    A "n!ase no drama. A "ora de uma narrativa dramtica est na sonoridade dote(to e(pressa nas "alas, nos dilogos, na locuo, etc. N necessrio aplicar oprinc-pio positivo da n"ase de modo a "orar a platia a "ocar sua ateno

    nauele certo detalhe mais importante da matria em uesto.

    A n"ase por repetio pertence ao dilogo e pode ser com habilidadeintrodu!ida no script. *orm h tambm momentos ue emprestam n"asenatural 3 representao e ue o dramaturgo deve aproveitar, como os #ltimosmomentos em ualuer ato 9ue so os mais prop-cios a criar o suspense, ou oin-cio de uma ao nos primeiros momentos em um ato. *orm os primeirosmomentos do primeiro ato perdem essa "aculdade devido 3 "alta deconcentrao dos espectadores ue acabam de tomar seus lugares, ou soperturbados por retardatrios ue passam pela "rente das pessoas jsentadas 9Heja, por "avor, em 6omo escrever uma pea.

    Cen#rio$ ilumina%o e m&sica.Em seu conjunto a construo do cenrio,compreendendo tanto os painis desenhados onde )guram janelas, uadrospendurados na parede, etc., uanto os m%veis e outros objetos componentes doambiente da cena, precisam obedecer normas estticas ue condu!am a umaviso harmoniosa, descansada e ao mesmo tempo cr-vel para o espectador.

    A iluminao um recurso polivalente para o cen%gra"o. *ode dar n"ase acertos aspectos do cenrio, pode estabelecer relaes entre o ator e os objetos,pode en"ati!ar as e(presses do ator, pode limitar a um c-rculo de lu! o espao

    da representao, alm de muitos outros e"eitos sutis.

    http://www.cobra.pages.nom.br/ecp-teatrocenario.htmlhttp://www.cobra.pages.nom.br/ecp-teatroscript.htmlhttp://www.cobra.pages.nom.br/ecp-teatrocenario.htmlhttp://www.cobra.pages.nom.br/ecp-teatroscript.html
  • 7/25/2019 Noes de Teoria Do Teatro - Rubem Queiroz Cobra

    9/10

    A m#sica tem "uno semelhante0 en"ati!a cenas, emprestalhes maior oumenor conte#do dramtico, sublinha os sentimentos e(pressos pelos atores.

    Os atores. A representao est, "undamentalmente, na vo! e nos gestos dosatores. 6ada personagem deve "alar com vo! distinta e clara, e suas vo!es nopodem ser con"undidas na representao0 o espectador deve distinguir inclusivepela vo! cada personagem. As m-nimas aes e e(presses dos atores podemtransmitir ao espectador signi)cados muito intensos, desde aueles ue eleperceber com clare!a at outros ue se poder di!er ue so subliminares,porue o espectador no poderia di!er ao certo o ue est a"etando seussentimentos 9Heja, por "avor, em Pma teoria da Arte.

    A ra!o principal porue o maneirismo no caminhar, ou nos gestos, ou naentonao vocal so reprovveis em um ator ue eles distraem a ateno daplatia, desviandoa do ue ele est representando, e atraindoa para o seumtodo de representar + de um e"eito ue buscado para o modo como buscacriar esse e"eito. Pm ator sem maneirismos capa! de produ!ir umconvencimento mais imediato.

    As vestes so importante complemento representativo do personagem. Elas

    estaro desenhadas, obviamente, de acordo com a descrio ue a hist%ria aser dramati!ada "a! dos personagens. Estaro em harmonia com o se(o, a idade, a classe social, a pro)sso do personagem representado, e reGetiroainda outras particularidades como seu n-vel social, pa-s e poca hist%rica emue vive, clima regional e, se reuerido pelo drama, tambm sua religio,pro)sso, etc.

    Pm ator ue est acostumado ao centro do palco muitas ve!es encontradi)culdade para manterse ao "undo nos momentos em ue a cena deveria serdominada por outros, ue algumas ve!es podem ser atores menores.

    Bubem Rueiro! 6obra

    anada em ?S?>??J

    ireitos reservados. As pginas ou te(tos de %obra #agescorrespondem a livros, cap-tulos delivros,apostilas e monogra)as do autor, com depsito no escritrio de $ireitos (utorais

    da *iblioteca+acional #ara citar este texto- %obra, &ubem . / +o0es de eoria do eatro .. &ite

    :::.cobra.pages.nom.br, internet, Uras-lia, ??J 91:::.geocities.comVcobraWpages1 1mirrorsite1 de :::.cobra.pages.nom.br.

    http://www.cobra.pages.nom.br/ecp-teatroarte.htmlhttp://www.cobra.pages.nom.br/ecp-teatroarte.html
  • 7/25/2019 Noes de Teoria Do Teatro - Rubem Queiroz Cobra

    10/10