nÓs s o mos mesmo do amor - memoria.bn.brmemoria.bn.br/pdf/721158/per721158_1931_00021.pdf · por...

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r-' VALDEMAR CAVALCANTI NÓS S O MOS MESMO DO AMOR... ¦ i / í -'¦¦¦ Sa X Ar- H Como fotografo o sr. Paulo Frado tem os seus defeitos. O retrato que tirou do Brasil não ficou parecido não. Ele deu pra gente umas som- bras carregadas de melancolia. Ficamos tristes como Lse estivesse- mos de luto fechado por dentro da alma. Aliás o Brasil tem pouca sorte com retratistas ; ou é porque- me-ufano-do»men-país ou ê esse som- brio retrato do sobrinho de Eduar- do Prado. Embora se saiba que este, por mais triste que seja, é dez mil vesen menos prejudicial do que a balada sentimental do conde caro- Ia. «O Retrato do Brasil» é vm livro com os seus pontos falsos, mas um livro serio, que nos leva á reflexão ; é o livro do homem que em 28 previa a Revolução como uma das duas únicas soluções (a Guerra era a outra) para os desre- gramentos do regime passado. O « Porque me Ufano» ê um livro im- becil, perigoso para a infância por- que do Brasil uma impressão de paraizo; oestribilho a cada pagina é o mesmo—O Brasil é o melhor pais do mundo. A modos de quem descobriu uma botija. Porém essa mistura de Paulo Prado com Afonso Celso é que está horrorosa. O brasileiro nâoéo bicho jururú de Paulo Prado. E inegável que suas ancestralidades cheias de de- feitos, suas heranças de vidos e de- generescencias, acinsentaram-lhe um pouco a alma. Não somos um povo alegre, ianquemente divertido. Para isso éque não nascemos com a nc- tavel inferioridade intelectual do povo dos esportes. Um material étnico muito do ruim, 0 que serviu para a nossa forma- Ção, fez no entanto uma obrinha ieguíar) Nós temos é um jeitão bom da- M*do de olhar a vida. Sorj indo. Achando graça. Pode-se fazer um ensaio de mão cheia, com citações pitorescas além das históricas, sobre a compreensão boêmia da vida que o brasileiro eriqu. A própria Revolução, que foi a coisa mais seria que tivemos nestes últimos anos, daria uma co- laboração valiosa. Até de passagem pode-se citar sem nenhum pedantismo o caso da* queles soldados nortistas das tropas revoluc onarias, quando passaram vor aqui, terem muitos a barriga seca de fome mas a boca cheia de canções e de piadas. Iam pra trin- cheira cantando embolada sobre carreiras governamentais, enquanto outros se esbodegavam no realejo. Outro exemplo de nossa lo o- mia, de nossa distração quanto ás tristezas do meio. é a criação da atual campanha da boa-vontade. Num momento ruim. parado pais (a situação é periclitante, como diz. um amigo meu, amador inabala- vel de artigos de fundo), aparece a instituição do sorriso para tudo e para todos. Saturalmenle não é graça aguentar-se a gente com o cambio a vacilar entre 2 e 3, como um enfermo a vacilar entre a pa- ralisia da cadeira de rodas e a morte; não é graça a inestabilida- de politica de norte a sul ; nem a centena de problemas a esperar medicamentos urgentes tqasque ê que se ha de fazer ? Sorrir... Com um punhado de máximas de caráter mardeniano. o brasileiro enfrenta o seu mundo de dificulda- des. O assucar está baixando que não pode mais e fazemos ay cara alegre de quem nunca sofreu de calos. A importação estrangeira é ninharia o sorriso ê o mesmo. Por dentro a gente está sentindo. Se roendo. Mas pra que entriste- cer ?... E da cantiga carioca : nós somos mesmo do amor... u a ¦III a: a Kl Se ! SU SUl; II 16 paginas 400 réis i -A

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VALDEMAR CAVALCANTI

NÓS S O MOS

MESMO DO AMOR...

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Sa XAr- H

Como fotografo o sr. Paulo Fradotem os seus defeitos. O retrato quetirou do Brasil não ficou parecidonão. Ele deu pra gente umas som-bras carregadas de melancolia.Ficamos tristes como Lse estivesse-mos de luto fechado por dentro daalma. Aliás o Brasil tem poucasorte com retratistas ; ou é porque-me-ufano-do»men-país ou ê esse som-brio retrato do sobrinho de Eduar-do Prado. Embora se saiba que este,por mais triste que seja, é dez milvesen menos prejudicial do que abalada sentimental do conde caro-Ia. «O Retrato do Brasil» é vmlivro com os seus pontos falsos,mas um livro serio, que nos leva áreflexão ; é o livro do homem queem 28 já previa a Revolução comouma das duas únicas soluções (aGuerra era a outra) para os desre-

gramentos do regime passado. O« Porque me Ufano» ê um livro im-becil, perigoso para a infância por-que dá do Brasil uma impressão deparaizo; oestribilho a cada paginaé o mesmo—O Brasil é o melhorpais do mundo. A modos de quemdescobriu uma botija. Porém essamistura de Paulo Prado com AfonsoCelso é que está horrorosa.

O brasileiro nâoéo bicho jururúde Paulo Prado. E inegável quesuas ancestralidades cheias de de-feitos, suas heranças de vidos e de-generescencias, acinsentaram-lhe umpouco a alma. Não somos um povoalegre, ianquemente divertido. Paraisso éque não nascemos com a nc-tavel inferioridade intelectual dopovo dos esportes.

Um material étnico muito do ruim,0 que serviu para a nossa forma-Ção, fez no entanto uma obrinhaieguíar)

Nós temos é um jeitão bom da-M*do de olhar a vida. Sorj indo.Achando graça.

Pode-se fazer um ensaio de mão

cheia, com citações pitorescas alémdas históricas, sobre a compreensãoboêmia da vida que o brasileiroeriqu. A própria Revolução, quefoi a coisa mais seria que tivemosnestes últimos anos, daria uma co-laboração valiosa.

Até de passagem pode-se citarsem nenhum pedantismo o caso da*queles soldados nortistas das tropasrevoluc onarias, quando passaramvor aqui, terem muitos a barrigaseca de fome mas a boca cheia decanções e de piadas. Iam pra trin-cheira cantando embolada sobrecarreiras governamentais, enquantooutros se esbodegavam no realejo.

Outro exemplo de nossa lo o-mia, de nossa distração quanto ástristezas do meio. é a criação daatual campanha da boa-vontade.Num momento ruim. parado • pais(a situação é periclitante, como diz.um amigo meu, amador inabala-vel de artigos de fundo), aparece ainstituição do sorriso para tudo epara todos. Saturalmenle não égraça aguentar-se a gente com ocambio a vacilar entre 2 e 3, comoum enfermo a vacilar entre a pa-ralisia da cadeira de rodas e amorte; não é graça a inestabilida-de politica de norte a sul ; nema centena de problemas a esperarmedicamentos urgentes — tqasqueê que se ha de fazer ? Sorrir...

Com um punhado de máximas decaráter mardeniano. o brasileiroenfrenta o seu mundo de dificulda-des. O assucar está baixando quenão pode mais — e fazemos ay caraalegre de quem nunca sofreu decalos. A importação estrangeira éninharia — o sorriso ê o mesmo.Por dentro a gente está sentindo.Se roendo. Mas pra que entriste-cer ?...

E da cantiga carioca : nós somosmesmo do amor...

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Oscar WildeFalar de pscar Wilde com

unção; necrofiia é negar aque-le caráter quase eterno de fas-cinar que tem a sua maiorobra de arte: a sua vida. Estaobra prima em tomo da qualos seus livros desempenham osimples papel de ilustrações.

\ Estudando-se a obra sem terem contra a vida nos fica umavisâoincompleía desua^ obra.«Quem pôs todo seu gênio emsua vida e só seu talento emsuas obras» não pode serestu-dado unilateralmente.

Ha temperamentos silencio-sos e reconcentrados que nãotêm nenhum encango ao falar,e escrevem ^admiravelmente;outros ha, lúcidos e brilhantesno falar, porém inferiores noescrever. Wilde pertencia aossegundos. £) traço nele quemais impresionava André Gideera a perfeição do «causeur».Passava Gide horas inteiras aouvi-lo narrar belas fantasias,sempre com fome de sua voz.Imaginai, leitores, «O Retratode Uorian Gray», contado porWilde.

Em Paris Wilde era chamadocom razão «Le Roi de Ia Vie».Passeava pelos «boulevards»sua figura de «gentleman»,com uma grande flor na mão.Wilde podia muito bem haverescrito o «Manual do PerfeitoGentleman». Porque «gentle-man» ele sempre o foi, sobre-tudo naquela vez em que olevaram para a cadeia e ele quiz^pagar seu coche, porque diziaque «todo «gentleman» devepagar seu cochet.

Quando saiu da cadeia fal-taram-lhe dinheiro e amizades.Os amigos fugiam dele e o seutormento era p^ior que o doleproso, noraue já não havia afatalidade física queo justifi-casse. E a fatalidade moral, em-bpra aparentando ser grande,ainda era um pouco intelectual.Aindatinhaum bocado bom deliteratura. Quero dizer, a sua,consciência era mais um espeta-culo da sua arte do que deDeus.

, Muito antes de sua prisãode disse: «Todo o mundo ècapaz de simpatizar com as

desgraçasde um amigo, porém,para simpatizar com os êxitosde um a,migo se requer umadelicadíssima natureza». E aWilde faltou até o amigo quesimpatizasse com a sua desgra-ça.

E' doloroso a gente imagi-nar Wilde movendo com assuas mãos espirituais efemeni-nas, feitas para as luvas deseda e as. teclas do piano, asrudes maquinas da oficina docárcere, e confundido com cri-minosos da mais nojenra es-pe£ie.

Ele queria, no entanto, sertambém um pouco criminoso.Mas esse desejo nãopassava depura imaginação. Podia-se (Jizerapenas que Wilde possuia decerta maneira o diletantismoda canalhice. E' verdade que eraadmirável o seu esfôrço emconseguir aguçar o pecado emalegria artística. Sonhava sermaii com a mesma beleza comque São Francisco de Assis foibom Convefy notar, entjetan-to, que a estética no vicio émuito mais fácil do que na vir-tude, qye mesmo sem nenhu-ma estética, gorda e deselegan^te, ainda é uma fruta mais oumenos rara. De resto, para seconseguir o vício bonito o Sa-tanaz naturalmente quererános prestar o seu auxilio por-que tem necessidade de nós aopasso que somos nós que sen-timos necessidade de Deus enão Deus da gente. Assim eraum sinal de que os santos nãotinham o que fazer. Quantomais que se ser virtuoso como auxílio de Deus é uma coisaque está ao alcance de todo omundo. A maior dificuldade éjustamente merecer tal auxilio.

No entanto isso não quer di-zer nada porque eu acho queWilde devia ter passado unsamargos instantes de ateu meiodoloroso.Um desses ateus paraquem o seu ateismo ainda éuma forma de Deus castigar.

Após de pegarmos nas fixasbiográficas de Wilde não fazmal que se desinfete bem asmãos. A piedade seria nestecaso a creolina aconselhada.Porque o principal perigo paraquem se aproxima de sua mi-seria está justamente em a ad-mil ação não conceder um lu-garzinhoà compaixão.

Agora o perigo propriamente

— 3-tPagina de um ensaio

de Aloyslo Branco)(Especial par* NOVIDADE).

dito eu tenho a impressão deque Wilde não oferece : o «bla-guer» bota muito a cabeçaôpfora para que se kve o nego-cio a serio. O «blaguer» fazenfim a gente substituir poruma boa gargalhada a nossalágrima prestes a cair dianteda dramática realidade que ti-vemos a ingenuidade de supor.Wilde foi sempre o maior ini-migo do real. Tanto que quan-do se yiu mesmo cercado doinfortúnio e da dor faltou-lhea elegância para encarar a si-tuação adversa e encheu-se decobardia.

Mudou até de- nome. Nuncaque ele foi um precursor de Pe-tronius. Faltou-lhe aquela se-renidade heróica de diletanteda vida. O instinto de consei?váção terminou vencendo nttleo instinto de beleza. Terminoulevando Wilde ao supremj> egrotesco desespero. No períodode sua decadência tem algo dabon^mia de Verlaine, sendoporem de notar a falta daqueladignidade com que Verlainesabia ser indigno.

No Brasil contou^Orcar Wildedois grandes maníacos: Elísiode Carvalho e João do Rio. Oprimeiro impressionado exclu-sivamente com ^s seus livros.O segundo mais impressiona/Iocom a sua vida. Ambos, porem,incapazes de nos ter deixadoum bom ensaio critico e^umaboa biografia de seu ídolo.Ambos sem saber oferecer a*sua obsessão, um controle for-temente analítico. Controle queserviria pelo menos para^exphVcar os motivos de tal obfeessâp,

Que é uma das coisas que^sem uma explicação satisfato-ria, torna-se apenas ridícula.

Em Oscar Wilde o poder desedução mental se confundiacom o de sedução física. Paraêle, escrever um livro interes-sante era mais uma função dodândi que do escritor.

Talvez mesmo que na esco-lha de uma gravata entrassetanto a sua inteligência comona escolha de um paradoxo.

conclue adeante

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NOTAS DA SEMANA'"

Cadernetas

Parece que o vulcão até haPouco existente no Liceu Ala-goano entrou numa fase de re-pouso. E; como se sabe, oprocedimento normal de todosos outros: depois de um pe-nodo mais ou menos agitado,sossegam e transformam-se cmcrateras inofensivas.

O caso das cadernetas, o ul-timo aparecido no nosso prin-c-Parestabelecimento de ensi-no, foi resolvido de maneirasatisfatória para todos, o quedeu ao publico a impressão deque se estava a fazer muitobarulho por pouco toucinho.As cadernetas serão substitui-*das. Depois de profundas me-uitaçoes e infinitas conversasos homens do Liceu Alagoa-no compreenderam que a subs-f uiçao era possivel e deviaagradar forçosamente a todo omundo.

Realmente as novas devemser melhores que as velhas,^ao podem deixar de ser me-mores. Se são novas...

Realizou-se hontem a noite,no salão de conferênciasdo Instituto Arqueológico, alesta com que a Sociedade deMedicina de Alagoas p;,troci-nou a conferência do dr. Oscarde Carvalho.¦: N* P^rte artística tomaramparte Mlles. Lourdes Caldasípi-«^usedeAltavila (canto),Mana Alice Neto (declamaçãoe srs. Roberto Tavares (violão&.

dC Ale"Cilr Ferreirt'

A conferência do prof. dr.Oscar de Carvalha teve portema o seguinte: «A luta con-tra o álcool».O salão do Instituto esteverepleto.

Humorismo

Atendendo ao pedido de algunsassinantes e amigos, NOVIDADEcria a sua seção humorística, en'tregue a um velho e hábil maneja-dor da pilhéria, que toda Maceióconhece:

Picolé

No mundo tudo s'inventaPró dinhêro se gastaE' sinema, é grosmofomeAstomove pra se alugaAgora... veio uns canudoQui o povo véve a chupa.

Picolé; se chama o bichoDe gelo, frio danadoE' moça, veio, mininoNos Picolé, agarradoChupam qui os beiços ficamBabando,., todo melado

Mais porem, os PicoléQui exprementei.-Não é maoA gente chupa o mioUm creme doce, um mingauChupando vai qui s'iqueceTermina chupando o pno.

Juào Jurubita

Com que roupa ?

An"nG,^-se Pa»a o próximoh>Z* i o de sete^bro umalesta do Centro Sockd Femini-no, da serie de festas de bene-merencia social e que se pro-pos aquele brilhante grêmio demoças do nosso grande mundo

Com o prenuncio da próxima tem-porada de banhos de mar, voltou o«Jornal de Alagoas» a fazer a suavelha campanha a certos ba: hístasque vão á praia sem roupões. Acha ° nosso confrade qüe issoe uma falta de resnpiM Am .alheia- resPe,t° a pudicicia

r>orém,numa situação como a queatravés, amos, isto é perfeitamellnatural: c, povo está de tan*a. Agora, o que nos custa a Credita,eqneat.da hoje haj, alguém que

"eseanda^com a simples exposiçâo

bim:tnrsiesorers;ano's ciibumd sociedade Fp-m.mnaComba,en,e pelos Bon Co,tumesdoSccu-oPáçsado?...

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Profecias

Em sua edição de hontem, o«O Diário» publicou uma lon-ga serie de profecias de ummago qualquer para estes tem-pos próximos vindouros.

E' uma coleção'deVaticiniosos mais sinistros, carregando no trágico, que consíguiramimpressionar vivamente o es-pinto ingênuo de certas iímo-rancias descuidadas.

Fazendo do ano 32 um dra-madeConan Doyle sobre oim do mundo, o «futurista» fa-lou em guerras nunca vistas,terremotos, maremotos, arraza-mento de meia humanidade eainda acrescentando que quemnm tiver espirito fone não re-sistirá de forma alguma a estatase dolorosa que o mundo iráatravessar.Estas estúpidas, imbecis pro-fecias, que tanto impressionam

o povo crédulo por natureza,deviam ser proibidas, pela po-licia, porque criam em nossagente um movimento coletivoe prejudicial de su erstição ede desconfiança aos altos de-signiosdeDeus. !

/^tendendo ao interesse dosque negociam nas feirasda cidade de Alagoas, a em-

presa proprietária da lancha«Agerson Dantas* estabeleceupassagens de ida e volta, re-gressando desta capital paraAlagoas nas terças e daquelacidade para Maceió nas quar-tas pefos horários atuais.de sfikf d3S PaSSagePS SeT>''

|\| a próxima semana estaráem Maceió o padre Tor-iend conhecido homem deestudos que ora se encontra emKecile realizando uma serie deconferências.A convite do nosso confradeconego Valente, o padre TA-remi vem a esta capital fazeragumas conferências de fundocientifico e religioso

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PROBLEMAS DE HOJE-5-

ARNOBIO GRAÇA(Especial para NOVIDADE)

Ninguém nega que o Brasil,eterno enfermo em matériade finanças e de moral econo-mica, sacudido por tantas etantas questões sociaes, estáperto de um colapso irreme-díavej.

Há uma completa apatia porparte dos dirigentes da ordemlegai. E temos, no entanto,doze mezes de ditadura.

E a evolução dos fenome-nos desenrolados no campoda politica nacional, leva-nosa crer, sem medo, sequer, deum lapso, que a antiga Terrados Papagaios cairá, em breve,sob o ação do militarismo.

Entretanto, ele não frutifi-cará, de certo, entre nós comotriunfou o minorismo na Ale-manha de Bismarck e na Ir-glaterra de Philippe Snowden,uma vez que o Brasil tende,necessariamente, para o libe-ralismo perfeito, senão para osocialismo de cátedra. Depen-de, apenas, da solução impres-cindivel do problema dos anal-fabetos, o maior, em verdade,para a raça.

Daí o sucesso restrito, oumelhor, a decadência do go-verno militar.

Na realidade, o militarismoentre nós fracassará como oparlamentarismo em Portugal,Espanha e Itália.

A França progride com oseu militarismo menos evolui-do. Os Estados Unidos da Ame-rica do Norte marcham, >egu-larmente, com o presidennalis-mo. O Japão, s^b a orienta-Ç^o de S. M. Hirohito-Michi-no-Myia— vai evoluindo, ver-dadeiramente, com o seu regi-me «condicentecom a liberda-de e a dignidade humana». ASuécia, Noruega, Dinamarca,Canadá, Holanda e Austráliasob a forma de governo demo-cratico não ficam atrás. Fstão.efetivamente, submetidas á leida evolução.

Todavia, para sanar, radical-mente, esta ferida politica,mister se faz para «eliminarerros e vicios» em fae^ da fali-Wlidade humana, a fundação

Ca

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de grandes «partidos politicos»,emergentes das correntes ge-rais da opinião nacional',comoem varias potências da Europacontemporânea.

Sempre alertada deve ser aopinião publica pela imprensa,comícios populares e pelasgrandes pugnas eleitorais,como as de 1867, 1884, opera-das por Disraeli, o insigne ade-pto da «doutrina Cory» ea de1872, com a introdução do Bul-let-Act de Gladstone, na In-glaterra.

No Brasil não ha, realmente,grandes partidos politicos.

Atualmente, mercê de Deus,existe em S. Paulo o PartidoDemocrático. No Rio Grandedo Sul, ha o Partido Republi-cano e o Libertador.

Nas outras nações européase norte-americanas não se dá,porem, o mesmo. Pois nosEstados Unidos ha dois parti-dos permanentes : o Republi-cano e o Democrático. Na In-glaterra, também : o tory ouconservador; o Whigs ou libe-ral e o trabalhista com Philip-pe Snowden, quasi derrotado,ha Jpouco, na «Câmara dosLords».

Na Alemanha: o Socialista,o Partido Nacional do PovoAalemáo,Partido do Centro,Partido Democrático Germa-nica, Comunista, Fascista eoutros.

E na Rússia bolchevísta,cujoregime politico ha agitado,porem, o espirito literário dequasi uma geração, a organi-zaçâo dos partidos politicos tor-rou-se mais complexa. Lá, haum formidável partido: o Co-munista que, na maioria dasvezes, se confunde com o «apa-relho administrativo do go-verno s vietico».

Assim, pois, todo poderbra-sileiro deve emanar do povo,da vontade nacional.

Neste caso, a fundação dePartidos é eficaz, sem serem,porem, acompanhados peiacomplexidade crescente doPartido Comunista dos Soviets.Mesmo, para a existência do

voto proporcional é imprescin-divel a existência de Partidospara a respectiva representa-ção proporcional.

As legiões não substituem,lidimamente, os partidos poli-ticos, como querem os dirigen-tes da Revolução de 1930.

Também, o militarismo quenos ameaça devorar, não ser-ve para o Brasil hotfierno, tãoabatido pelo individualismo quetão bem caracteriza este ciclode grande periculosidade emque a nossa nacionalidade gra-vita em torno de uma única edefinitiva idealidade—a demo-cracia.

Um pais governado cesarea-mente, é um país que, pela suaexcentricidade, perdeu «a confi-anca monetária» em face dacomplexa politica internacional.

Alem disso, todo regime mi-litar é autocratico. Se autocra-tico, é tirano e se é tirano sos-sobrará, de certo, ao fragor doprimeiro embate, desenvolvidopelo influxo de ideas novas.

Dai, o militarismo na Repu-blica n. 2 ser um «impasse».

Não ha e nem pode haverdemocracia no cenário da po-Iitica militar.

Contudo, «os brasileiros po-dem, ás v* zes, não praticar ademocracia, mas saberão sem-pre defender esta forma de go-verno». a única compatível comas nossas condições sociais ecom a alma da época.

De qualquer fôrma, o mili-tarismo constitue uma repres-sâo á soberania nacional,tão justamente acatada naAlemanha pelo Código de Wei-maré na Inglaterra por Phili-pe Snowden,o homem de maiorvulto na politica britânica.

Não custará, pois, a deca-dencia do governo militar, noBrasil, uma vez que o povomesmo forte á sua dissolução,não pode viver neste cesa-rismo ou melhor nes-te czarismo russo, sem a ga-rantia positiva dos seus di-reitos civis e politico s.

Não faltarão de certo, noBrasil,os Stalins e os Trostkvs.

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Éu havia terminado um con-to sombrio como os breves etristes dia^de í inverno, que en?tão pesava sobre meu país.Deixei cair a pena e comeceia passear pela casa,

Era noite. Lá fora pronuncia-va:-se, .uma tormenta.. ,a nevecaía em flocos espessos. Á rua;estava deserta e encostando-,me á vidraça eu via apenasuma lanterna penduradas.umap^rta do outro lado da rua-. eagitada<pelo vento. Aquele es-petafitiloeratáo profundanaeiatedesolador que, afastando-meda^anela, apaguei a lâmpadae.fui me,deitar.

Entáo, na escuridão que in-vndia todo o meu quarto, os,sons,da noite se fizeram maisnítidos. 0 relógio, con ava iossegundo?, mas por vez*s o,zumbir da neve, lá Afora, aforga(va; seu rumor. Em vão. Oticjtac apressado, incansávelvoltava a dominarmos murmu-nos do .inverno,; e.aquele tkwtac seco* momo tono € r teimoso^emhsua.marcha para-aeterní.dade, impunha«S€ a meu cere*.-di:q* j resoava dejüro dele*

NâASppdendo,dormir,*u .pen-sava.na&.pagjna&que acabavadeescrever. Era umanarraçãomuito simples : a historia derdois, .velhas tímidos, e doces,dois abandonados pelo destino.Ele^go, ejaisua^posa.humilrde, e fiel. Uma niadrugada^navespera.de Natal sairam.de seuswiido t.abrigo e foram men-digarpela ca&aria.davizinhan-ça,.p0fa,ver seobtinhamí,comqufòeoroprarjjm.poucosdé ate-gri^.,econforta paraodia en-tre todos cantos.

Mn vidos por essa esperançapercorreram os arredores, creri-tes do,quer poderiam voltar, áhora da, missa do Galo, com.os bolsos cheios de dádivasf eitas em nome do Senhor.Mas» foram tão escassas as es-molas, que nem siquer com-pensaram a caminhada, e era^ámuito tarde quando o tristeca. #1 compreendeu que tinhade voltar a seu casebre semfogo para,se aquecer e apenascomi o indispensável pata nãopassar; fome.

Retomaram, pois, o caminhode seu abrigo, ela adiante, elecora-a; mão apoiada á sua cin-tura. Vinham lentamente, naescuridão da noite. As nuvensencapotavam o céu; o ventodansava com a neveeo cami-nho parecia cada vez maislongo. Ea que a velha se deixa-ra iludir pela alvura sempreigual do solo e, em vez de to-mar pelo atalho que eonvinha,seguira ao: longo de vale.

O; velho irritava-se.—Ainda não, chegamos ? Es?tou ivendo que não chegare-

mos antes da meia noite.Ela respondia que estavam

perto. Sabia que se tinhamperdido e queria ocupar-lhe.Ma& tanto andou em vão queteve de confessar com voz la-mentOíSa:-Em nome de Cristo^ perdoa-me. Eu me enganei, tomei ou-troAcaminho e agora não seionde estamos. Vamos pararum pouco para repousar.—Mas vamos ficar, gelados...-Queumporta!... Nossa vida,

___íArtaí d0Ce.<'ue ^ê penaperdê-la,.Euipreciso descansarumpoucopAO velho cedeu, suspirando.bentar.im-se na neve, costascom costas e ficaram imóveis,como duas trouxas de; farraposA neve ^e!.• caia incansávelcomeçou., a .cobrnks ea mu-mer, menos agasaJheda do qu*seu mando, não tardou a sesentir tomada por um sono ir»resishveLSentindo queela.se apoiavamaus foítementer sobre seushombros.ohomemassustou-se--Minha veJha.., nãodOTmas:Olha que va,s ficar gelada.Porem el_*á adormecera e. balbucava cousas incompre-r enciveis, sem despertarO yelho volta-se e tenta pr.guMa. repetindo seus alarma-do. conselhos. Como não oconBiga, ergue os braços e

5^mP.0.r^*BO"Nin8»««»oouve, mas os sinos, ao longecomeçam a repicar. g '—Minha velha— in.kt.» ._cego, sacudindo os'Sr„

J^^R^re companheira -os sinos ja estão tocando para

a missa. Levanta te... Olha quevamos chegar tarde...Mas a mulher mantinha-se

imóvel.Então, resignado, sentindo-

se tambem invadido pela so-nolencia mortal, o cego sentou-se de novo ao lado de «suavelha» e unia ultima suplicapassou por seus lábios :—Senhor! Acolhe a alma deteus servos. Ambos somos pe-cadores mas confiamos em tuamisericórdia.

Recordando essa historia,sorri, contente;comigo mesmo,certo de que ela enterneceriameus leitores. E, embalado, pelotie-tac do relógio comecei aamodorrar-me.

E então, sem saberão certose estava em sono ou, vigília,vi a claridade vaga da janelaaumentar, tomar um; tom azule fosforescente,. ampliar-se,formando um quadro imenso, eaí surgirem pouco a pouco vul-tos, a principioA confusos* in-consistentes. Mas logo j seuscontornos se foram acentuan-doe desenhandoformas fami-liares a meus olhos.

Eram creanças, mulheres,velhos... todos miseráveis e tris-tes.— De onde vêm essas som-bras e que representam?--Der-

gunto a mim mesmo, tentan-do em vão emergir dos abis-mos do sono.;Uma voz perguntouiporfsuavez.:—Não nos reconhece ?Procurei distinguir no meiodaquela multidão lamentável,vi então um grupo que, com

passovacilante tomava a dian-teira de todas as sombras.Era um velho cego, apoiado ácintura de uma mulher tambemja muito idosa, que me fitavacornar de censura.—Não nos reconheces ? —repetiu ela com voz severa.Nóssomos os heróis dos contos,qne passas a vida escrevendo;

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Estamos seguramente informados que os nos-sos exportadores de assucar desejam enviar umapartida de brutos para a Inglaterra,

; Sabemos ainda que o êxito do empreendimentoestá dependendo do nosso Governo. Caso sejamdispensados os impostos de exportação, ha todaprobabilidade de mais de 10 mil sacos daqueleproduto saírem dos armazéns de Jaraguá rumo áEuropa.

Vários [atores concorrem para a efetivação damedida, que lhe dão mesmo um caráter de neces-saria e oportuna.

Nas vésperas da nova safra, temos em «stock»mais de 60 mil sacos de assucar inferior, que saematualmente a conta-gotas, enquanto os preços nestesúltimos dias tem baixado assustadoramente.

O fracasso do Congresso Assucareiro trouxeconsigo a divergência, o descrédito, e conseqüente-mente, o descalabro das cotações.

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Esta queda do momento e o cambio a 3iavore-cemo «dumping» forçado, pois lá fora comprar-nos-ão a mercadoria pelo mesmo preço que nosoferece o sul, se a Interventoria fizer a concessãodo imposto a que nos referimos acima.

A vantagem da preferencia ao freguês brita-nico é nitida e prescinde de comentários.

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Nos circulos comerciais do Estado opina-sepelo embarque imediato do assucar porquanto, es-perando-se mandar para o estrangeiro, ao lado dePernambuco e Sergipe, urn saldo da próxima saíra,a medida de que se trata não seria mais do queuma exportação antecipada de parte da nossa quota.

O descongestionamento da praça é, portanto,e pelas razoes que acabamos de expor, além denecessário, oportuno.

Achamos que o governo deverá não só cola-borar com o comercio, mas promover uma coorde-denação de esforço?,chamando a Associação Comer-ciai e a Sociedade de Agricultura a se manifesta-rem sobre o caso, em defesa da nossa produção.

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ARGlM PE UM LIVROo vitoria do ¦rJo»-Empresa Editora—Rio—1931

(Especial para NOVIDADE)

No primeiro capitulo de «avitoria do feminismo-, o escri-tor brasileiro Adonias Lima,estuda a origem do casamen-to e da familia. São paginasmarcadas pelo amor á culturado direito, tão familiares aosnossoes tratadista*, como La-f-ayett, Estevam de Almeida,Cândido de Oliveira, Pontesdo Miranda, Clovis. GarcezFilho ou ainda um FerreiraCoelho, que vem construindoum monumento de erudição ;são paginas que podem' serperlustradas com interesse.Nãoé que louvemos em Ado-mas Lima alguma maravilhahistórica, porque depois de umOliveira Martins na parte quese refere ás instituições primi-tivas, temos a perfeita impres-são de que o assunto ficou es-gotado. Entrementes. o co-mentadorou analista de visãoagii a, desperta em matériavelha, uma feição curiosa, ai-pa-rentemente nov.-, e por assim 'dizer, singular.

E' precisamente o caso deAdonias Lima. Quando come-c-ámos alêr o seu livro, véqfi-cámos que se tratava de umacasa da qual já fomos inquili-nos, mas que nem por isso dei- ,xa de trazer para os nossosolhos certos encantos de habi-tações antigas. c<-m largos al-pendres coloniais, enramadosde bog ris cheiroso?, aos quaisa imaginação se prende párao resto da vida. Até as obrasantigas acordam no homem asreminiscencias aue , o tempjnão apaga. Quantos livros ve-lhos da nossa esta, te nâo se- .riam comparados pelos senti-mentais, aos pardieiros onde" 'vivemos um momento de feli-cidade, ou aos templos esque-ci ios e ameaçados de ruina,

que gerações vindouras irãovisitarem romaria, pelo grandeamor as tradições ?!

Foi certamente por este mo-tivo que Leon Bazalgette, ano-tando o livro de um velhopoeta, disse que as suas pa-ginas guardavam ainda umperfume de mocidade.

Adonias lançou um golpede vista ás origens da familia.Estuda a promiscuidade dossexos, desde as nlações ince -tuosas da biblia. da mitologiae da historia, até á evoluçãoconjugai dos ivs-osdias. fe ci-tando Morgan, estabelece a es-cala das organizações sociaiscom as famílias consanguinea'punalúa e sindiasmica, ParaLubbock o inicio da familia vemdo hetoírismo. Os autores dí-ferem muito quanto ás Origensda famiüa primitiva. Os mes-tres d, direito confirmam *discordância em que se achamos tratadistas quanto aos pri-mordiosda organização da fa-milia. Os que consultaram Mor-gan, Bachofen, Summer Mai-ne, DeGreef.Spencere outro*nao vacilam em assinalar adisparidade de opiniões.

Disse Fustel de Coulaneesque a religião foi o fator fo-ponderante da organização datamiha.

°ara os historiadores romanos<r*opodermaritaloupaternalque prep. .nderava na ore-a-nizaçao da familia. Tratandodasnupcias, Warnkoenig.nasinstituições de dire® romanoprivado, escreve' o seguinte •«pelo que pertence aos direitospessoais, o vinculo do matri-momo não gera nexo de obrigaçao, mas sim vários deveresrfos cônjuges. Porquanto omarido pode exigir da mulher

nao só obediência em tudo oque não obstar á honestidademas tambem respeito». Ado-nias Lima, além de uma língua-gem fluente revela constante-mente uma erudição pouco vul-gar. Encerra o primeiro capi-tulo do seu livro determinandoa evolução da monogamia emtrês etapas distintas : <o casa-mento sindiásmico, em que arecísào dos laços matrimoniaisera facultativa ao homem e ámulher; a segunda fase éaque-Ia em que a dissolução dovinculo conjugai só podia efe-tu.ar.--se por vontade exclusivado marido : e, finalmente, afamilia defitiva, concernenteao direito moderno».

«A vitoria do feminismo» éobra que revela independênciamental.

Livro esc ito por um pulsoforte. E a nossa mocidade inte-lectual precisa justamente en-trar em contacto com escrito-res destíi natureza, com ho-mes que vivem as suas idéase os seus pensamentos, quen£o se ruborizam com um risode incredulidade. Adonias, éprosador que anebata pelaconvicção.

Discordamos algumas vezesdos seus pontos de vista, mas,não ousamos negar o seu va-Íor como hornem de letras.

Em a nossa apreciação anterior, tivemos ensejo de dizerque Adonias Lima é muito oti-mista quando se refere ao amorlivre. Realmente. Se os nos-sos juristas lu am lia dezenasde anos em favor do divorcioa vinculo, encontrando diária-ménre a oposição do clero edos católicos, como pensaremleis inviáveis ?

Desde o nosso antigo dreito[ue a igreja combate o casa-Dento civil e principalmente olivorcio. 0 Concilio deTrento,jueteve á frente Paulo III. elinda alcançou Pio IV, ditava|s para o mundo. Os tratadis-asdiegam a confessar que as

luas determinações eram codi-pias. E a verdade é que oníigo direito brasileiro copia-

po direito canoriiço. Aindaos jornais católicos quan-

(dse referem ao casamento ci-izemapenas «contratados*,

|strando que osnubentes sópn «casados» quando rece-

os sacramentos cia igreja-;

|so até carece pilhéria. Masverdade.

m compensação, os nossospelos do interior, que sóIçasam «eclesiasticamente».Pam todo ano de mulher.

|%eja precisa do amparo,nossíls leis. E tanto preci-Pe combate apaixonada-° divorcio a vinculo. E'«amenie justificável que«o cos defendam a indis-* ade religiosa, porqueo f'-° <le crenW* -Mas

R m "Wôr »ma cam-

Cie lemi,'tlCa' ^ os ™o

ly^^^staslGeiterr.!s?olubilidade.Os pro-

|gqlicqs, em -8,';4, e' emmÊl- (,lue WmMei at

¦mwtionada exclusivida-c-samento religioso.

So MÍÜr,entares e políticos•fei^SMPfi, Abrantes,'« )r- -bucn' Proferiram* «wçoes calorosas co.n-agenciado clero.

n;,!>la.terrível, escre-^Smntes palavras:

«a Lgreja cabalou poderosa-mente contra a instituição docasamento civil. E desta caba-Ia iam resultando duvidas efraquezas nos espíritos traços,que se deixavam seduzir, acei-tando ura casamento que nãoera o da lei e abandonando umoutro que era o civil, o únicovalioso para os efeitos civis*.

E foi tal o movimento quese tornou indispensável contrao clero, a publicação do Decre-to h. 52i de 26 de julho de189o, como medida repressiva.E' forçoso reconhecer que asduvidas e fraquezas de quenos fala Almaehio Diniz, quan-to á exclusividade do casa-mento religioso, é a mesmaque vem dominando o espiritofanático do nosso povo no casodo divorcio a vinculo. O clerocombate o divorcio a vinculo,com os mesmos argumentoscom que se insurgiu contra ocasamento civil.

O divorc'o a vinculo resol-veria magnificamente o pro-blema social dos nossosdias. Quando os laços afe-tivos desaparecem, nem n es-mo o casamento civil, corn asgrades de ferro do artigo 283,do Código Penal, consegueevitar os desenlaces trágicosda vida atual. Os maridos in-felizes vão lavar a honra como auxilio dos trabucos.

No caso das mulheres, elassão vitimas duas vezes. A pri-meira, pela decepção moral di-ante do abandono dos mari-dos ; e a segunda, j.orque nãoencon.ram remédio dentro dasnossas leis. Os antidivorcis-tas exigem no caso da mu-llier a continência sexualpor amor ao preconceito. Mas

as creaturas que não sofremde demência mística, são for-çadas a romper com essas im-posições deshumanas, que contrariam todos os princípioscientíficos.

Paulo da Silveira, que é umespirito curioso, escreve o se-guinte : «Lavar a honra ! Su-jar a honra é o que se deveexclamar corn tristeza quandoohí-nv m desesperado assassí-na ou a sua esposa ou a suaamante».

E termina : «Para que hajaequilíbrio no amor,é necessárioque marido e mulher sejamparalelos. Do contrario, é im-possível existir harmonia. Emsendo assim, como tentar obri-gar á escravidão uma criaturaque sente em si as ânsias in-coerciveis da liberdade ? Sóencontro um remédio : — o d -vorcio.' Enquanto não surgiressa lei benemérita, quem man-da é o revolver. E assim seráaté um dia em que os legisla-dores se resolverem a desa-marrar do tronco uma porçãode almas cativas. Enquantoo legislativo não resolver oassunto, os homens estãodestinados a abrir vagas decasamento, a balr, •

E não se prevaleçam osanti-divorcistas de que PauloSilveira é humorista. Os ho-mens de sentimento só sabemrir diante do ridículo.

E que venha o divorcio avinculo, para restlvero pro-blema social da mulher mo-derna.

Deixemos a indissolubilidadepara os extremados em reli-giao

—10 -

p sonho.de uma nòiíe fls U|tJmOSde naíal t

oemas do sr. Paulo Torresconclusão

Willy Lewh (Especial para NOVIDADE)

(**¦

somos os tristes e desgraça-dos filhos de tua imaginação...Ali estão os dois meninos, quefizestes morrer de frio, diantedas janelas de um& casa ondefulgia, m gnifica e opulentauma arvore de Natal. Aquelamulher, é a desditosa que fi-zeste morrer sob as rodas deum trem, quando se precipita-va, ansiosa por levar aos filhosum presente de Natal. Aqueleancião...

Eu ouvia, contemplando, pa-lido de horror, as sombraslugubres e silenciosas quedes-filavam sem cessar ante meusolhos. Por que vinham todaselas alucinar-me nessa noite?Que queriam de mim? Quepretendiam?

—Responde tu mesmo a es-sas perguntas - bradou ave-lha lendo em meu pensamen-to. — Por que escreveste es-sas coisas ? Para que vivesinventando essas desgraças...essas tristezas ?... Que preten-des com isso ? Desfazer o queresta de fé e esperança no co-ração dos homens? Tirar-lhesa confiança na red nção, mos-trandolhes somente o mal?Aniquilar o desejo de viver,apresentando a existência comoum suplício sem fim e sem re-medio?

Eu estava consternado... Se-ria mesmo assim tão culpado?O que faço não é o que fazemtodos os escritores ? Espe-cialm^nte nos contos de Na-tal, procuramos todos íma-ginar cenas bem tristes, bemtor antes, para despertar emnossos leitores sentimentoscompassivos, abrir os cora-ções á piedade...

—Burla! — bradou a velha-Burla ingênua e ridícula.Então pretendes com dores emisérias imaginárias despertarbons sentimentos nos coraçõesacostumados a desgraças reais?Idiota! Pensão enternecer comtuas pobres fantasias os ho-mens, que não se .comovem

Faz muito tempo já e lem-bro-me que ainda usava calçascurtas quando, no Rio, fui, nãosei porque, assistir a uma da-quelas lamentáveis «Horas deInverno» organizadas pela ri-dicula Dona Angela Vargas.No meio da coisa, apareceuum «almofadinha» de cabelosengominados, olhos languidose pulseirinha de ouro, dispostoa agredir-nos com uma meiahora de leitura páu. Era opoeta Pau'o Torres, autor da«Hora ^a Neblina», que ia de-clamar alguns versos seus.Uma idéa das mais sinistrar.Travei imediatamente relaçõesauditivas com a tal «Hora daNeblina». E logo verifiquei(apezar dos meus treze ou qua-torze anos) que o livro do sr.Paulo Torres pretendia um lu-garzinho entre a literatura«bizarra» e exaltadamente re-quintada, tipo Géraldy ou Sar-ment. E choveram as ima-gens:«Ela parece quatro linhas lortasde uma silhueta esguia de pavão..,»etc, etc

Pausa.Em 1924 ou 25 os «moder-

nos» de Pernambuco (Inojosa& Cia.) anunciaram largamen-te p* los jornais que o «Vrin-guardista» Paulo Torres viriaao Recife. E o sr. Paulo Torres

ante a realidade miserável detodos os dias ?...

O resto do sonho foi umaconfusão, que nào consigo ie-cordar; mas pela manhã, quan-do despertei, meu primeiro mo-vimento foi correr á mesa on-de deixara as tiras de paneiescritas. rRasguei-as sem tornar a lê-Ias; atirei os pedaços pelajanela e eles esvoaçaram noar claro como mariposas.

veiu realmente com os mesmoscabelos engominados, os mes-mos olhos languidos, a mesmapulseirinha de ouro, trazendod' baixo do braço um segundolivro publicado e, no bolso dojaquetão irrepreensível, a ame-aça de uns originais dactilo-grafados. No segundo livro do'sr. Paulo Torres, «BailadosBrancos», as mulheres tinham«evoluído» das «silhuetas es-guias de pavão» para os «pu-nhais de gelo e as «plumasde neve». E quando, no sajãode < onferencias do «Diário dePernambuco», o poeta decla-mou os seus poemas em prosa(numa memorave: noite em queos srs. Austro Costa e JoaquimInojosa defenderam o «moder-nismo» e os srs. Oscar Bran-dão e João Barrei o de Menezesperderam os seus anacrônicospunhos duros atacando o «fu-turismo»), todo o mundo^viuque Rabindranath Tagore an-dava se confundindo esquisi-tamente com o sr. Paulo Tor-res.

Outra pausa.Resurge no Riò o sr. Paulo

Tones como redator principalde uma revista $spirita. Masde uma dessas revistas brabasque publicam fotografias me-diunicas e outros horro.es.

Torna a desaparecer o sr.Paulo Torres. E a respeitodesse desaparecimento nenhu-ma versão correu. Teria mor-rido o requintadissimo poeta ?

1931. O sr. Paulo Torresacaba de estourar novamente.Com um t rceirolivro de poe-mas. «Poemas Proletários*.Poemas comunistas. Dessecomunismo patético que falaem «mães esquálidas» e tecebaladas ás prostitutas.

Evidentemente quem conhe-ce o sr. lJaulo Torres não podeleva-lo a sério. Nem acreditarna sua «evolução» de pulseiri-nha dejouro para o teórico «ove-rall» proletário.

Recife, agosto de 1931

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POEMA SNA NOITE

11-.-

Carlos Paurilio(Especial para NOVIDADE)

E ansiosamente, palpitantemente,Esperamos na sala o amor e a noite.As .sombras virão deslisando dos ângulos,Se amontoarão em roda de ti.Tu serás perdida de vefc...

Teu rosto se apagará na sombra;Tuas,mãos.abandonadas, esquecidas na sombra;Tua boca como um traço negro, triste.Mas as sombras transmitirão melhor o calor do teu corpo,Darão mais consciência de tua proximidade.

Ficarei todo encolhido como com frio,Todo silencioso como com medo.Talvez as palavras tateantes não encontrarão teus ouvidos;Ou se dispersarão inutilmente na sala imensa ;Ou se confundirão com o bique duma porta, longe,No vento...

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Poema da Saudade N.T

Téo Brandão (Especial para NOVIDADE)

Porque não pára esta chuva de cair ? . , .Este sol risonho era o ultimoTônico que restava a minha sensibilidadeEnfraquecida.Essa garoa finaDoe mais n» meu peito angustiadoQue uma caverna de tísica.Eu sei que irei morrerNesta angustia e neste tédioQue me estrangulam a almaSi esta chuva continuar e não vier o solSeria melhor que a sensibilidade morresseE nunca mais eu sentisseO tormento «Ia distancia . ..Seria melhor que eu não tivesse nervosE fosse uma máquina indiferente .,.

Mas esta chuva não acabaE bate nos meus nervosComo uma saudade ,..

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—12 -

Qanhe sem esforço _Q0O$0OQ .NOVIDADE inicia, com o «Grande Concurso da Manteiga»,

a série dos seus certames populares

Bàsfes IVOV

O concurso constará da apre-sentação de latas das três co-nhecidas marcas de manteigamineira «Garça», «Invencível»e «Diamantina».

A contagem far-se-á porlata de 250 gramas, contando-se por duas a lata de 500 gra-mas, por quatro a de um quilo,etc.

Inscrição

Poderá concorrer ao concur-so qualquer pessoa, residenteou não neste Estado, que nosremeter, devidamente preen-chido, o cupon abaixo.

rentes, serão trocados por Iatas cheias as latas vasias, narazão de 2 % sobre a quanti*daie apresentada.

Prazo

O presente concurso encer-rarse-á no dia 15 de novem-bro de 1931, quando se proce-dera a apuração por uma comis-são previamente nomeada,sendo efetuada, logo depois,a entrega dos prêmios.

As inscrições serão recebi-das até o dia 14 de novembrode 1931.

Prêmios

Ao concurrente, inscrito nascondições aqui estabelecidas,que apresentar o maior nume-ro de latas das manteigas«Garça», «Invencível» e «Dia-mantina», será conferido ogrande prêmio de um conto deréis(lr00()S000).

Como prêmios de consola-Ção a todos os outros concur-

Apuração

A comissão apuradora do«Grande Concurso da Mantei-ga> constituir-se-á de comer-ciantes e jornalistas especial-mente convidados por estatedação.

No caso de dois ou maiscandidatos concorrerem comigual numero de latas, o gran-de prêmio será decidido porsorteio.

Quaisquer outras informaçõespoderão ser dadas por corres-pondencia.

Grande Concurso da Manteiga

Nome por extenso

residente em

inscreve-se no concurso de NOVIDADE

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Oscar Wilde...'

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(conclusão)!;vv ! V¦!'.¦". ,v * :/'.'.¦.' ,.-< .¦„¦'.>'¦ , '¦ 'AV' ¦ *¦'

AA. vAi,. : -t . í- i ;*'¦- ¦ f.rv t.'.t ¦ .'< -vi'-, ', \

Quando ele botava roupasnovas as idéas deveriam talvez/ser mais brilhantemente exo-ticas para comemorar o acon-tecimento. ^

Jorge de Lima falou-me, hatempos, dp snobismo de Wildecomo da terrível arma comque a estupidez levou a efeitomais uma vingança contra ainteligência. Wilde compreen-dia isso tão bem que, com medoou vergonha de «ntregar-setodo a figura de Dorian, repar-tiu o espirito com Lord Henrye o pintor Basil, sendo queeste ultimo tinha muito mais oseu coração. A Dorian só deuo corpo. Por isso Dorian nãopensava. Cpntentava-se emser o taqulgrafo de HenryWatton. Dfspendia unicamen-te um esforçozinho físico paraguardar bem guardadas as re-flexões bizarras do seu amigo.Essas reflexões que foram jidiabólica teoria do seuepicuris-mo. •

A vida de Oscar Wilde {pi umcomo gabinete de fotografo,onde, se registraram tidas asespécies de poses. Deve-se \sugestão do pecado a meia-luzo fato de ainda hoje ser tãograta

"a imaginação burguesa e

popular a figura daquele «TheKing of Life». E' verdade quepecar as claras é levar a vanta-gem moral da esperança docastigo, mas a desvantagemde não poder em todos os tem-posjncitar as curiosidades avolúpia do mistério. O povo sehabituou a achar feio tudo o

ue vê ou não pode ver.aí os pessimistas serem em

tão maior numero do que osotimistas e eu ter sempre aimpressão de que Marden foium pobre c?go.

E a propósito eu me lembrode ter visto no cínico e deli-cioso Visconde de Santo Tirsoque a civilidade tè uma virtudeque, na vida pjafica, substituao amor do próximo e cmsis-te na aplicação rpundana etemporal do principio quasecristão de não fazermos dian-te dos ou tios o que não que-remos que os outros façam di-ante de nós.

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s Ç_ I E D-13-

A D BSaudade

Para quem se encontra na Vene-za do Norte como um exilado, cer-tas noticias da terra distante con-solam e ao mesmo tempo carregamno doce amargo de infelizes. Con-solam porque fazem com que setraga sempre a memória carrega-da de uma lembrança bôa, e essabagagem de lembranças é das ra-ras encomendas que não incomo-dam o portador. Mas para umsujeito «romântico pela próprianatureza*, essas noticias amatgamtambém, porque criam um estadosentimental de quase remorso peladistancia que se procurou.

Essa filosofia toda vem a pro'positoda noticia que uma ami-guinha de outros tempos teve agentileza de mandar-me : a de queem princípios de setembro irá fim-cionar, como no ano passado, noFarol, a festa da primavera. E afesta ótima com que um grupo fc-minino ainda mais ótimo conseguetirar dinheiro para a construçãoda igreja de Santa Terezinha.Kendo assim, só pode sentir sau-dade o cronista mundano exiladoem Recife.

Saudade. Ou melancolia. Ou te-dio apenas. Sei lá. Vou fazei umsoneto...

Recife, agosto.

Ramil

Registo de Aniversários

HOJE:

dd. Eutalia Costa e Silva,Isaura de Magalhães, Lídia Pei-xoto de Andrade ; stas. Cán-dida Maria Martins, Maria Sá,Maria C. Nunes Vieira, NairPereira da Silva, Alaide Orne-na, Ana Amaral, Elina Batinga,Nazaré Cavalcante; srs. Au-gustoMaia,; José Rangel deCerqueira, Luiz de Sá Peixoto,Kraldo Souza Leão, CândidoBarr«-s, Francisco Silvr, Do-mingos de Paula Neves/Miguellavares Souto Filho, AugustoN. Lima, Adalberto Maciel.

AMANHA:

dd. Edite Maciel, Hilda Fer-'eira,Palmira Cavalcante, Ju-dite Marinho, Rosa Rego; stas.Angehta Fortes, Beralda Mo-rais Alzira Magalhães, Rosa-ia Prazeres Naná Carvalho,Rosita Tompson, Cacilda Al-vim ; srs. Heitor Casado deLima,Arestides Alcântara, Car-los Galvào, Oscar A. de Bar-ros, Denis Malta Ferraz.

DIA 31:

dd. Fani Ganii; Anaia deFigueiredo, Maria José Ataíde,Domt, C. da Silva, Ana Perei-ra Caldas, Maria Julia Brasil,Aurelia Mesquita, Diva Ribei-ro, Elvira Bastos ; stas. Guio-mar rego da Silva, Olga Fer-raz da Silva, Araci Fernandes;srs João Cavalcante Lins'Francisco Silveira, Luiz Patu-ri Acióli, José Marinho de Gus-máo, João Ramos de irouza.

DIA1 :

<\d. Argentina GuimarãesGracindo, Leopoldina R. dosSantos, Maria Elvira de Al-meida, Maria Barreto, ^delai-de Falcão da Silveira, MariaLuiza Carneiro, Henriqueta R.da Silveira, Maria A. ftamiresDiegues; stas Nazaré Doria,Ligia Aires ; sr. Benedito dosSantos.

DIa 2 :

dd. Francisca G. de Almeida,Maria Antonieta Pais, OdeteTones, Lidia de Brito, Ana Re-go, Aristéa R. Cavalcante, Ma-riazinha Tenorio; stas. Alice de0. Braga, Marinete Pereira daSilva, Stela Lins de Mendonça;srs Edgar Gomes de Souza,José R. de Araújo, Isidoro Je-ronimo da Rocha, BeneditoLima de Souza, Augusto M.de Araújo.

D/a 3 :

dd. Maria Eugenia Sete, Lau-ri Assunção, Felisbela Viana,

Modas

Minha deliciosa amiguinha :Recebi a sua «denuncia» no caso

de terem algumas elegantes jeunes-filies de nosso grande mundo re-querido para as suas pernas o di-vorcio das meias.

A noticia não é, como você pen-sa, sensacional. Antes ê até natural*Eu, pelo menos, já a esperava.

As pernas nuas são um costu-me encantador, baseado aliás empreceitos de higiene para a saudedo corpo, que as nortes-americanasimpuseram a todas as mulheres quefazem esporte.

Para passeio è que o uso não temdado grandes resultados. Em Paristeem tentado varias vezes aboliras meias, mas em vão.

Agora mesmo foi lançado pelaalta roda parisiense o seguinte .pernas nuas e sandália aberta paratoilette de bai?e, E o vient deparaitre da elegância inimitável damulher de Paris.

~s pernas nuas, em toilette depasseio, são um pouco de exirava-gancia. Mas isso não ê criticavel:para a mulher chique ê indispensa-vel sempre o seu quede exquisitice...

Mary

Alexandrina de Miranda, RosaBrasil, Noemia Perdigão deAlbuquerque, Regina FariasMonteiro, Violeta Paiva Lima;srs. Aristeu C. Lima, Luiz deSouza Melo, Ciro Paturi Ació-li, Carlos Vieira.

DIA 4 :

dd. Maria Carvalho, CecíliaVieira, Rosínha Maia, Bene-dita R. Barbosa, Ester Cardo-so, Francisca L. G. da Silva;stas. Marina do Espirito San-to, Eunice V. Freitas, Rute daCosta Marques,Nair Magalhãesda Silveira, srs. Rosalvo Arau-jo, José Luiz Barreiros, Mano-ei Maia Nobre.

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FUNDADA EM 1857.-.'.. ¦ :' A7 SY"' V ' Y7 Y' . .¦ ,

€im fabrica le ledas en fernaa-YelkoMunicípio de Maceió

Estado de Alagoas

Tem representantes no Norte'¦,""¦„) e [Sul do Paiz

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¦ ¦5 .?'¦¦' jEscriptorio Central:-Rua Dr. Rocha Cavalcanti. 617

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Caça_de_empregos

O Partido Libertador do RioGrande do Sul enviou a todosos seus membros, circularescensurando esse ingênuo es-porte que nos trouxe a revo-lução de Outubro: o caça aosempregos.

Na velha repubica os em-pregos públicos eram destina-dos exclusivamente aos ho-mens da panelinha dos gover-nantes mas havia certa segu-rança em se empunhar umpistolão.

Agora porem todos dão«gibús» a cada instante enem mesmo os revoluciona-rios autênticos poderão gabar-se de uma posição invejável.

Inúmeras pessoas, de bôaaparência até, têm sido postasde lado por um simples constaforgicado nos gabinetes sulís-tas por qualquer servidor dacausa.

Foi bôa mesmo a atitude d)partido riograndense; tomaraque seja verdade.

O taumaturgo de Penedo

Apesar de que por ai se dizacerca da inação do sr. Frei-tas Meiro é fora de duvida oseu pendor pelo trabalho ad-ministrativo. E1 de hontem,pode-se dizer, a sua nomeaçãopara a Interventoria de Ala-goas e já ninguém nega a exi-tencia de um ambiente movi-nientado cm que as preocupa-cães pelos nossos principaisproblemas tomam vulto cadavez maior.

O que tem perturbado umpouco a visão politica doExmo. Estadista de Penedo éa tremenda oposição que, infe-lizmente ele encontra aqui porparte dos nossos espíritosmais esclarecidos e do povoem geral. E não ha quem pos-sa levar contra a opinião pu-blica um programa de açãoPor mais brilhante que seja.Homens como ^o sr. João Al-berto e o sr. Artur Neiva, am-bos de ótimas intenções, logo

OV1DADESemanário Ilustrado

Numero 21 2Q«8~031Direção de

Alberto Passos Guimarãese

Valdemar Cavalcanti

Assinaturas

Semestre ......... 1OÍO00Ano 18$000Numero avulso $400

Toda correspondência para'.a Rua Barãode Atalaia, 33. Maceiô-Alagòas.

As colaborações devem sejabsolutamente inéditas.

Colaboração especial de Jorgede Lima, Graciliano Ramos, Gue-des de Miranda, Orlando AraújoArtur Acioli, Carlos de Gus-mão, Lima Júnior, José Lins doRego, Sebastião P. Dias, De Ca-valcanti Freitas, Álvaro Üoria,Tèo Brandão, Aurino Maciel,Luiz Lavenére, Jaime d'Altavila,Moacir Pereira, Abelardo Duarte,Barreto Falcão, Esdras Gueiros,José Auto, Willy Lewin, AloisioBranco. Mendonça Júnior, CarlosPaurilio, Mendonça Braga, RaulLima, Aurélio Buarque, JoséMorais Rocha, Paulino lorge,Arnobio Graça, Abelar França,Rocha Filho, Diégues Júnior, Car-los J. Duarte, Álvaro Lins, LauroJorge, Jurandir Gomes e outros

RepórterCajueiro

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Credito Mutuo Predial

Sociedade dé

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Pelos seus¦» XX -. :.\

Processos

CHAVES & Cia.

Rua Dr. Rocha Cvle, 550

Maceió-Alagôas

— 15-que se sentiram afastados dopovo impacientaram-se e dermitiram se.

ao sr. Freitas Meiro, porem,sobram qualidades — a bono-mia, a paciência, a resignação,Suas atitudes não se confun-dem. E* um mártir!

Não se julgue que ele estáalheio ás dificuldades que a po-tica revolucionaria está encon-trando para a nomeação deum substituto seu. Ele sabe detudo e cala. Seu silencio nãorevela senão a sua bondade ea sua pureza. Espera que me-lhor se compreenda o seu pas-sado sem manchas e os seusgestos sem cores—e seu fimprecisa ser igual ao de todosos super-homens.

Que o demitam, ao menos.

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Graças alcançadas

E' crença geral que as coisasde Alagoas são desprezadas eque os nossos clamores nãoencontram éco.

Quando o sr. Amando Sam-paio Costa de volta de sua via-gem ao Rio de Janeiro desar-rumou a sua mala, salienta-ram-se dentro de sua bagagemduas promessas que desraen-tíiam logo a fama de caveirade burro qüe nós tínhamos: acontinuação da Estrada deferro de Palmeira dos índios ea construção do açude de Ria-cho dò Meio.

Os jornais se encheram deelogios eem torno dos govèr-nantes surgiu uma atmosferade misticismo mais significa-tiva de que a dos profetas co-muns.

Essa campanha da bôa-von-tade1 porem, durou pouco.

O papelório do ministério daViaçao continuou esquecido deAlagoas e se acredita tantonaquelas promessas1 como nofar-se-á do sr. WashingtonLuiz

Mas lima coisa se verificou:que pára se estar livre dé umpolítico basta fazer com que eleprometa qualquer graça a Ala-goas.

A propósito: porque o sr.Freitas Meiro não nos fala nocais do Porto ?

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Todcs os jornaes e revisíasdo Brasil \

aumeníaram o cusío. por causa daalia do papel

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; Só NOVIDADE! I

e que maníem o preço

400 réisW

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.flpEífci VE L

O MERCADO está cheio de falsifica-ções e succedaneos, provenientesda grande fama que, por seus incompara-

veis merecimentos, alcançou esse pode-roso analgésico.Por Uso, agora, mais do quonunca, deve V.S. exigir «ue lheúèm a legitima CAFIASPIRINA«, absolutamente, nada mais!

Para identifical-a (comprando um "Tubo" de20 comprimidos ou um "enveloppe" de umadose) observe com attencão se o envolucrotraz escripto "CAFIASPIRINA" e a CRUZBAYER. Só assim pode ter a certeza de quenão emprçga mal o seu dinheiro e não levacomsigo uma droga que possa ser gravementenociva a saúde.

C/t CAFIASPIRINA. o quede mtihorexiste contra as dores de cmbeesudenUsmatlsmo, conseqüências de abusosalcoólicos, etc. AlUviarapl-damente, levanta as torças eauxilia o bom funeeiona»mento do coração e dos rins»

£ PRECISO, ENTRETANTO,TOMAR A LEGITIMA!

BAYER

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