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FILOSOFIA DA CIÊNCIA E CIDADANIA PROFESSOR DANIEL COSTA DOS SANTOS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE RECURSOS HÍDRICOS E AMBIENTAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ NOTAS DE AULA I Dos Temores e Encantamentos à Postura Filosófica 1 Senso Comum: Consta de uma percepção do mundo a partir daquilo que o mesmo parece ser; 2 Mito: mito é uma narrativa fidedigna sobre a origem de algo conduzida por alguém com autoridade para tanto, tornando tal narrativa, portanto, inconteste; 3 Opinião: asserção sobre o que se “acha” da realidade, cuja impressão não é construída no processo de sistematização do pensamento. A opinião, desta forma, é temporal, individual e fortemente dependente dos sentidos e da subjetividade. 4 Conceito: No período socrático o conceito é a expressão da verdade que o pensamento descobre sobre a essência de algo. Desta forma, o conceito é atemporal e universal. Temores e Encantamentos Interpretação do Mundo: Senso Comum 1 , Mito 2 . Experienciado X Senso Comum e Mito Instintos, Sentidos Intuição e Razão Opinião 3 Filosofia: Sistematização do Pensamento Fundamentação Racional dos Conceitos 4 Indagações

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FILOSOFIA DA CIÊNCIA E CIDADANIA PROFESSOR DANIEL COSTA DOS SANTOS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE RECURSOS HÍDRICOS E AMBIENTAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

NOTAS DE AULA

I Dos Temores e Encantamentos à Postura Filosófica

1 Senso Comum: Consta de uma percepção do mundo a partir daquilo que o mesmo parece ser; 2 Mito: mito é uma narrativa fidedigna sobre a origem de algo conduzida por alguém com autoridade para tanto, tornando tal narrativa, portanto, inconteste; 3 Opinião: asserção sobre o que se “acha” da realidade, cuja impressão não é construída no processo de sistematização do pensamento. A opinião, desta forma, é temporal, individual e fortemente dependente dos sentidos e da subjetividade. 4 Conceito: No período socrático o conceito é a expressão da verdade que o pensamento descobre sobre a essência de algo. Desta forma, o conceito é atemporal e universal.

Temores

e Encantamentos

Interpretação do Mundo:

Senso Comum1,

Mito2.

Experienciado

X

Senso Comum e Mito

Instintos, Sentidos

Intuição e Razão

Opinião3

Filosofia: Sistematização do Pensamento

Fundamentação Racional dos Conceitos4

Indagações

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II Ciência na História

Ciência Grega (sec. IV a.C)

. Platão: Pensar Ciência Verdade

Sentido Experiência Opinião

. Verdade (Conceito) x Opinião;

. Aristóteles: Inclui a observação do mundo na cadeia inversa efeito-causa;

. Ciência sob a metafísica.

Ciência Medieval (sec. V ao XIV)

. Ciência sob a metafísica e a religião.

Ciência na Idade Moderna (sec. XVII ao XVIII)

. Enfraquecimento do feudalismo valorização do trabalho;

. Valorização da técnica ciência ativa;

. Necessidade de conhecimento e de domínio da Natureza: Novo Paradigma

. Galileu: experimentação e matematização aliam-se para ler o “Livro do Mundo”;

. Consolidação do racionalismo;

. A ciência liberta-se da filosofia. O mundo é desmistificado. Surge o mecanicismo.

Ciência Contemporânea (sec. XIX à atualidade)

. Revolução das ciências naturais;

. Surgimento das ciências humanas;

. Revolução na epistemologia.

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III CIÊNCIA MODERNA E CONTEMPORÂNEA

Ciência Moderna: Revolução no Século XVII Ciência Contemporânea

Causas: .Teoria Heliocêntrica substitui a Teoria Geocêntrica; . surgimento da burguesia; . revolução industrial e comercial; . renascimento das artes e das ciências;

Causas: . crise da ciência moderna;

Características do Pensamento: . antropocêntrico: o indivíduo assume um protagonismo e vê-se como referência de tudo; . racionalista: postura indagatória e crítica; . busca um saber ativo: para além da contemplação, o saber funda-se na realidade observada e experimentada; . pressupostos: mecanicismo e determinismo (Física Newtoniana); . metódico: busca de um método para conhecer a realidade.

Características do Pensamento: . sujeito: a subjetividade confronta a racionalidade; . subjetividade: crítica à razão; . saber . pressupostos: associados a complexidade; . método: racional e subjetivo;

Objeto de Investigação: . natureza: Ciências da Natureza . áreas iniciais: física e astronomia; . áreas sequentes: química, biologia, etc.

Objeto de Investigação: Ciências naturais e humanas

Método Experimental: . fundamento: crença na capacidade de conhecer e na ordem do mundo; . aplicação: ciências da natureza; . etapas: .. observação: estudo do fenômeno bruto,

podendo ser comum ou científica, direta ou instrumental; Factual ou interpretativa?

.. hipótese: explicação inicial do fato observado; .. experimentação: estudo do fenômeno em

condições pré-determinadas; .. verificação .. generalização: formulação de leis empíricas e

teóricas;

Método Experimental: Diversos voltados às ciências naturais e humanas como, por exemplo, a fenomenologia.

Crise da Ciência Moderna: . Teoria da relatividade de Einstein contrapõe-se a física newtoniana; . Princípio da incerteza de Heisenberg a partir da Teoria Quântica.

Novas Demandas Epistemológicas: . Poincaré: sobre a ilusão da infalibilidade da ciência; . Círculo de Viena: a abordagem científica é contaminada por conceitos inconsistentes e pela metafísica; . Falseabilidade de Popper: quanto à impossibilidade de provar que uma teoria é verdadeira busca-se provar que a mesma é falsa. . Paradigma de Kuhn: . Feyerabend: negação do método.

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IV CONSIDERAÇÕES SOBRE DADOS, INFORMAÇÃO, CONHECIMENTO E COMPREENSÃO

Abordagem Prática “Dado: elemento que representa eventos ocorridos na empresa ou circunstâncias físicas, antes que tenham sido organizados ou arranjados de maneira que as pessoas possam entender e usar.” (Rossini & Palmisano); “Informação: Dado configurado de forma adequada ao entendimento e à utilização pelo ser humano.” (Rossini & Palmisano); “Conhecimento: é a capacidade, adquirida por alguém, de interpretar e operar sobre um conjunto de informações. Essa capacidade é criada a partir das relações que ele estabelece sobre o conjunto de Informações, e desse conjunto com outros conjuntos que já lhe são familiares (incluindo experiências, impressões, valores, crenças, etc.), que lhe permitem compreende-lo e tirar conclusões sobre ele e a partir dele”. Abordagem Filosófica Conhecimento: “modo pelo qual o sujeito se apropria intelectualmente do objeto”.1 Ato do Conhecimento: “diz respeito à relação que se estabelece entre o sujeito cognoscente e o objeto a ser conhecido”.1 Modos de Conhecer: intuição e conhecimento discursivo; . intuição: “conhecimento imediato, visão súbita”.1 . conhecimento discursivo: “para compreender o mundo, a razão supera as

informações concretas e imediatas recebidas por intuição e organiza-as em conceitos ou ideias gerais que, devidamente articulados pelo encadeamento de juízos e raciocínios, levam à demonstração e a conclusões”.1

Compreensão: “a compreensão depende da interpretação, encontra-se vinculada com a

intencionalidade dos atos humanos, sempre voltados para as motivações diversas, valores e finalidades, já que o ser humano é consciente de si”.1

1 ARANHA M.L.A ; MARTINS M.H.P., 1999. Filosofando. Introdução à Filosofia. Editora Moderna. São Paulo.

V CIÊNCIAS DA NATUREZA X CIÊNCIAS HUMANAS

Ciências da Natureza Ciências Humanas

Autonomia: século XVII Autonomia: final do século XIX

Ciências: física, química, biologia, etc. Ciências: sociologia, psicologia, economia, etc.

Objeto de estudo: o objeto para além do sujeito.

Objeto de estudo: o próprio sujeito.

Conhecimento: consideração da relação causa-efeito a qual utilizada para explicar o objeto. Requer explicação.

Compreensão: apreensão do objeto sob a subjetividade, seja o objeto o próprio sujeito, seja o objeto para além do sujeito.

Bases do Método: Reducionismo

Experimentação controlada Matemática

Objetividade Determinismo (causa-efeito)

Bases do Método: Complexidade Experimentação parcialmente controlada Estatística Subjetividade Liberdade

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A Parábola Hindu dos Cegos e o Elefante

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VI O MÉTODO CIENTÍFICO Trata-se de um conjunto de procedimentos destinado a produção ou validação de conhecimentos científicos. É aplicado às Ciências da Natureza e às Ciências Humanas. 1 Ciências da Natureza 1.1 Fundamento: Crença na capacidade de conhecer e na ordem do mundo. Portanto baseia-se no reducionismo, na experimentação controlada, na matemática, na objetividade e no determinismo (causa-efeito). 1.2 Etapas: Observação Observação é a atenção ao fenômeno bruto, a qual podendo ser comum ou científica, direta ou instrumental. A observação comum não é metódica, enquanto a observação científica é fundamentada na teoria e no método. A observação direta ocorre pelos próprios órgãos sensoriais ao passo que a observação instrumental depende de instrumentos para ampliação do objeto. Questão: A observação científica é factual ou interpretativa? Apreensão do Problema Esclarecer o problema a ser abordado. Este entendimento é fundamental a fim de viabilizar a proposição de hipóteses viáveis. Hipótese Hipótese, em termos simplificados, é a explicação inicial do fato observado. Tal explicação pode ocorrer a partir de um conhecimento intuído (intuição) ou discursivo. Além disto, a hipótese deve observar alguns critérios de valoração e aceitabilidade. O conhecimento intuído elabora-se sem raciocínio pois é apreendido de forma imediata. No entanto, após intuído o conhecimento é conceituado e raciocinado, tornando-se discursivo. Em outras palavras, este conhecimento discursivo depende da linguagem pela qual o objeto observado é abstraído (isolado) e transformado em conceito. Uma vez conceito, o método científico consegue buscar as relações gerais de causa e efeito para os fenômenos de maneira a criar leis. Quanto ao raciocínio, têm-se a seguinte tipologia: . Indução: generalização a partir do particular, abordagem esta usual na experimentação; . Dedução: a partir de verdades gerais se conclui verdades específicas (Ex.: matemática); . Analogia: pelo estabelecimento semelhança entre os fenômenos (Ex.: elétrica e hidráulica); A respeito da valoração e aceitabilidade das hipóteses, faz-se necessário que sejam relevantes, testáveis e compatíveis com outras hipóteses já verificadas. As hipóteses podem ser testadas por novas observações ou por experimentação. Experimentação Consta do estudo do fenômeno sob condições controladas para fins de verificação.

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Generalização: Busca a formulação de leis empíricas e teóricas. As leis empíricas são elaboradas a partir de casos particulares enquanto que as leis teóricas objetivam agregar e unificar as leis empíricas. Desta forma, a lei teórica (teoria) tem também uma função heurística. Um exemplo de estrutura de método é apresentado na Figura 01, conforme CARVALHO.

Figura 01: Esboço do Método Científico (CARVALHO L.C.) https://pt.wikipedia.org/wiki/M%C3%A9todo_cient%C3%ADfico#/media/File:Metodo_cientifico.svg Atividade: O manancial de abastecimento de água potável de um município está apresentando problemas. A água está com significativas turbidez e cor, assim como o odor está perceptível. A Secretaria de Meio Ambiente do município e a concessionária já estão investigando o problema e, considerando que a universidade local tem desenvolvido estudos científicos no referido manancial, a mesma foi convidada para participar da investigação. Uma questão de consenso entre estas instituições é que o manancial tem sofrido muitos impactos nos últimos anos decorrentes de uma ocupação desordenada do solo. E que a alteração na qualidade da água ora observada é anormal. Dado este contexto, assuma o papel da universidade e organize um esboço sobre “como seria a estrutura do método científico para conduzir tal investigação”.

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1.3 Críticas ao Método

. Poincaré: sobre a ilusão da infalibilidade da ciência;

. Círculo de Viena: a abordagem científica é contaminada por conceitos inconsistentes e pela metafísica;

. Falseabilidade de Popper:

Quanto à impossibilidade de provar que uma teoria é verdadeira busca-se provar que a mesma é falsa. Uma teoria pode ser considerada científica caso ela possa ser testada sob o critério da falseabilidade, o qual preconiza que uma teoria deve conter um espaço para ser falseada. Assim, a cada teste de falseamento, caso ela não seja falsificada a mesma será, por outro lado, corroborada. Em realidade, o critério de falseabilidade é um critério de demarcação entre o que é ciência e o que não é ciência, critério este que veio para substituir o critério da verificação na experiência. Isto porque Popper questiona o método indutivo e argumenta que toda e qualquer experiência que venha posteriormente verificar a teoria construída pela indução, ou seja, toda verificação posterior, jamais dará conta da realidade. Pois bastaria apenas uma experiência que contradissesse tal teoria vigente para desqualificá-la.

. Kuhn: sobre os paradigmas,

“O desenvolvimento da maioria das ciências têm-se caracterizado pela contínua competição entre diversas concepções de natureza distintas”; “Paradigmas são as realizações cientificas universalmente reconhecidas que, durante algum tempo, fornecem problemas e soluções modelares para uma comunidade de praticantes de uma ciência”; “A ciência normal, atividade na qual a maioria dos cientistas emprega inevitavelmente quase todo seu tempo, é baseada no pressuposto de que a comunidade científica sabe como é o mundo. Grande parte do sucesso do empreendimento deriva da disposição da comunidade para defender esse pressuposto – com custos consideráveis se necessário”.

. Feyerabend: negação do método;

. Edgar Morin: reducionismo e a complexidade. 2 Ciências Humanas 2.1 Fundamento: Complexidade, Experimentação parcialmente controlada, Estatística, Subjetividade e

Liberdade. 2.2 Correntes Metodológicas Positivismo: Corrente filosófica que elege o concreto (positivo) como o único objeto acessível ao

conhecimento. A ciência é admitida como o caminho exclusivo para acessar este conhecimento, sendo a observação e a busca pela relação entre os fenômenos as bases para o respectivo método de investigação. A metafísica é negada nesta abordagem pois o porquê para além dos fenômenos não interessa, mas sim o como tais fenômenos se relacionam no intuito de identificação de leis naturais.

Dialética: Linha de reflexão filosófica pautada no confrontamento entre os argumentos com o objetivo

de prospectar novas realidades.

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VII LÓGICA E A ESTRUTURA DE TEXTOS DISSERTATIVOS (FILOSÓFICOS E CIENTÍFICOS)

1 Lógica 1.1 Fundamentos 1.1.1 Conceito: área da Filosofia sobre as operações do pensamento em si e sobre a prospecção do

verdadeiro.

1.1.2 Princípios da Lógica Princípio da Identidade: todo o objeto é idêntico a si mesmo (A = A); Princípio da Não Contradição: não se pode admitir que, simultaneamente, uma proposição seja e não

seja. (“para qualquer A e para qualquer B é falso que A é B e não B simultaneamente”);

1.2 Argumentação

1.2.1 Conceitos Raciocínio: processo mental de conexão de ideias para a apreensão de conhecimentos, proposição de soluções, tomada de decisão, dentre outros movimentos do intelecto. Argumento: expressão do raciocínio pela linguagem com o intuito de logicamente fundamentar e justificar uma ideia. 1.2.2 Constituição do Argumento Premissas: proposições iniciais de elaboração do argumento; Conclusão: proposição final elaborada a partir das premissas. 1.2.3 Tipos de Raciocínio e Argumento Dedução: . a partir de premissas gerais elabora-se uma conclusão específica; . a dedução corretamente aplicada garante que o argumento seja válido; . a conclusão será verdadeira se a dedução for corretamente aplicada e se as premissas forem

verdadeiras, ou seja, é possível ter uma argumento válido e não verdadeiro; . a dedução é utilizada na aplicações de leis científicas à situações particulares; . “Todo A é B. C não é B. Logo C não é A”; Exemplo:

Premissa 1: Todos os suspeitos são pessoas que estavam no prédio entre 12 e 14 h; Premissa 2: Lana não é uma pessoa que estava no prédio entre 12 e 14 h; Conclusão: Logo, Lana não é suspeita.

Indução: . generalização a partir do particular, abordagem esta usual na experimentação; . o argumento parte de proposições fundadas na observação de situações particulares e as

generaliza para realidades não experienciadas); . a conclusão não decorre logicamente das premissas pois os limites informativos destas

(premissas) são ultrapassados; . a conclusão do processo indutivo pode ser provavelmente verdadeiro mas nunca certamente

verdadeiro pois as premissas são ultrapassadas; Exemplo: Premissa: 60 % dos entrevistados pelo instituto de pesquisa apoiam a nova lei; Conclusão: Logo, estima-se que 60 % da população apoia a nova lei. 1 ARANHA M.L.A ; MARTINS M.H.P., 1999. Filosofando. Introdução à Filosofia. Editora Moderna. São Paulo.

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2 Estrutura do Texto Dissertativo

2.1 Dissertar Dissertar consta da abordagem sobre um objeto de investigação, ou reflexão, que sustente o encaminhamento de questões rumo à estruturação de uma conclusão a respeito. Este encadeamento configura um processo argumentativo. Observar que para dissertar faz-se necessário ter conhecimento sobre o objeto em foco, assim como ter uma postura crítica a partir do lançamento da dúvida sobre o conhecido;

2.2 Atributos de um texto dissertativo Os seguintes atributos são considerados fundamentais para a elaboração de um texto dissertativo: . clareza (se fazer entender); . coerência: evitar contradições; . coesão: estabelecimento e expressão de conexões entre as partes do texto; . argumentação: desenvolvimento de proposições no intuito de erigir conclusões sobre um objeto

em foco. 2.3 Estrutura de um texto dissertativo

Introdução: Etapa para a apresentação e delimitação do objeto de investigação, ou reflexão, objeto este podendo ser uma tese, uma afirmação, um problema, uma pergunta, um ponto de vista, etc. Desenvolvimento: Etapa para o desenvolvimento das premissas do argumento a respeito do objeto sob investigação ou reflexão. Hipóteses e pressupostos, por exemplo, são tipos de premissas. Conclusão: Consta da finalização do argumento em questão.

2.4 Gêneros do texto dissertativo Os tipos são resumo, ensaio, tese, dissertação, etc., cujas definições são as seguintes:

2.4.1 Ensaio “O ensaio é um texto de caráter crítico sobre certo debate ou questão de ordem científica. Nesse sentido, o ensaio é discursivo, no sentido de mostrar o posicionamento e as reflexões do autor a respeito do ponto sob consideração. O autor ‘ensaia’ um discurso de manifestação sobre um ponto de vista, a partir de questionamentos, críticas, experimentações e ponderações sobre o tema. Para tanto, o ensaio, ainda que trazendo posicionamento nítido, se apresenta de modo formal e bem articulado, a fim de expor lógica e claramente as reflexões e argumentação do(a) autor(a). As reflexões devem ser feitas com racionalidade e seriedade, a partir da capacidade do(a) autor(a) de articular conhecimentos e posicionamentos e proceder interpretações e avaliações sobre a área na qual reflete. O modo de fazer tais articulações é mais flexível do que em outros gêneros, mas ainda assim o rigor e a organização são fundamentais, assim como o comprometimento e maturidade intelectuais de quem redige o ensaio. Já que defende um ponto de vista, o ensaio não exige, como o artigo ou as dissertações e teses, a inclusão extensiva de referenciais teóricos de apoio ou de provas e evidências empíricas para cada item argumentado. É evidente que o texto precisa ser sensato em sua argumentação, no sentido de oferecer reflexões plausíveis a partir do que a ciência já demonstrou na área, não podendo, portanto, ser caótico nem aleatório. Nesse sentido, diz-se que o ensaio é um gênero que permite certa transição entre o cultural, o literário, o didático e o não-didático, o científico e o filosófico.”

http://www.escritaacademica.com/topicos/generos-academicos/o-ensaio/

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2.4.2 Resumo1

“O resumo deve representar de forma fiel o conteúdo do trabalho.

Apresente o objetivo do trabalho de forma clara e sucinta.

Inclua as informações de maior relevância sobre o escopo, métodos, descobertas, resultados, conclusões e recomendações.

Não inclua citações ou referências a figuras e tabelas.

Defina símbolos que não são comuns e abreviações.

Não inclua tabelas ou ilustrações.

O resumo deve ser escrito de forma a poder ser lido independentemente.”

Extensão para resumos de monografias científicas: 150 a 500 palavras. 1 https://cienciapratica.wordpress.com/2012/11/08/estrutura-de-um-artigo-cientifico/

2.5 Critérios de Avaliação de Textos Científicos

1) Coesão e coerência: Refere-se à ligação harmoniosa entre os parágrafos e fluidez do texto. Além disso, espera-se uma lógica interna, isto é, o assunto abordado tem que tem que se manter como fio condutor, sem divagações para temas não pertinentes, facilitando, assim, sua compreensão pelo leitor.

2) Correção da linguagem: Utilização das normas cultas e a fidelidade à disciplina gramatical. 3) Argumentação: capacidade de relacionar fatos, teses, estudos, opiniões, problemas e possíveis

soluções, a fim de embasar determinado pensamento ou ideia. 4) Relação entre a tese central e a argumentação: Os argumentos apresentados na

fundamentação devem se relacionar com a tese central apresentada na introdução. 5) Atendimento às normas de estrutura e formatação: Seguir as orientações contidas no item 3.

VIII DISCUSSÃO SOBRE OS TEXTOS FILOSÓFICOS 1 “Discussões a respeito...” Francis Bacon: . o conhecimento possibilita ao homem o domínio da natureza; . avanço da técnica e a contradição entre o progresso e a realidade socioambiental. Felix Guattari: . crítica ao modelo de Bacon;

. rever a relação com a técnica e a ciência sob o prisma da realidade que se impõe a qual moldada pela pós-modernidade e pelos limites do planeta;

2 “ Eficácia e limites...” . A ciência da idade moderna foi um instrumento à burguesia para suplantar a aristocracia e para o domínio da natureza; . A ciência moderna serviu para o progresso humano, esse entendido como bem estar econômico e social; . Crítica à ciência para lidar com o conflito entre o progresso e a realidade socioambiental. 3 “Revolução Científica” A revolução científica da era moderna rompe com a metafísica e elege a vida terrena, destaca o subjetivismo em detrimento do objetivismo, substitui a postura contemplativa por uma postura ativa que subjuga a natureza.

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IX Alguns Conceitos

ética “O Dicionário de filosofia, de Nicola Abbagnano, define ética como a ciência da moral, ou ciência da conduta, que possui duas concepções fundamentais: uma que considera a ética uma ciência do fim para o qual a conduta dos homens deve ser orientada; e outra que se preocupa menos com o fim e mais com a investigação das questões que impulsionam a conduta humana. A primeira concepção busca entender qual a finalidade da vida, afirmando que o ideal para o qual o homem se dirige é a felicidade. Nessa perspectiva, Aristóteles defendeu que os atos do homem racional devem ser virtuosos para que ele alcance a felicidade. Já a segunda concepção da ética investiga as motivações das ações humanas, e não essas ações propriamente. Alguns filósofos chegaram a dizer que o móvel da conduta dos homens (o que os faz seguirem regras) era o desejo de sobreviver; outros que a motivação humana era o prazer; outros, ainda, que era a autoconservação.” ... O conceito de ética se relaciona aos conceitos afins de problema ético e de ação ética. Peter Singer define um problema ético como aquele que exige do indivíduo um confrontamento, uma escolha séria e racional a ser tomada. Para o autor, os juízos éticos são universalizáveis, e além disso a ação verdadeiramente ética é aquela que pode ser justificada não apenas pelos interesses do indivíduo que a executa, mas também pelos interesses dos outros sobre quem essa ação recai. Ou seja, não estamos agindo eticamente quando só nossos interesses estão envolvidos. Isso é fundamental para se pensar as nossas responsabilidades para com os outros, sejam eles parentes, amigos, membros de nossa própria comunidade ou pessoas distantes. A dimensão racional da ética, entretanto, não significa que há correspondência perfeita entre razão e ética. Se a ação ética envolve uma racionalidade que lhe fundamenta, a ação racional não envolve necessariamente a ética. Uma pessoa egoísta pode fundamentar racionalmente ações não éticas. Um investidor da bolsa de valores, por exemplo, pode praticar uma ação racional com respeito aos fins que almeja, mas as considerações de cunho ético podem passar bem longe dessa ação.” (Silva, K. V., Silva, M. H. Dicionário de Conceitos Históricos. Editora Contexto, São Paulo, 2005.) moral (lat. moralisv . de mor-, Hnos: costume): “1. Em um sentido amplo, sinônimo de *ética como teoria dos valores que regem a ação ou conduta humana, tendo um caráter normativo ou prescritivo. Em um sentido mais estrito, a moral diz respeito aos costumes, valores e normas de conduta específicos de urna sociedade ou cultura, enquanto que a ética considera a ação humana do seu ponto de vista valorativo e normativo, em um sentido mais genérico e abstrato. 2. Pode-se distinguir entre uma moral do bem. que visa estabelecer o que é o bem para o homem — a sua felicidade, realização, prazer etc., e como se pode atingi-lo — e uma moral do dever, que representa a lei moral como um imperativo categórico, necessária, objetiva e universalmente válida: " 0 dever é uma necessidade de se realizar uma ação por respeito à lei" (Kant). Segundo Kant. a moral é a esfera da razão prática que responde à pergunta: "O que devemos fazer? (Japiassú,H. Marcondes,D. Dicionário Básico de Filosofia, Zahar, Rio de Janeiro, 2001);” responsabilidade (do lat. responsus, de res-pondere: responder): “Em ética, a noção de que um indivíduo deve assumir seus atos, reconhecendo-se como autor destes e aceitando suas consequências, sejam estas positivas ou negativas, estando portanto o indivíduo sujeito ao elogio ou à censura. A noção de responsabilidade está estritamente ligada à noção de *liberdade, já que um indivíduo só pode ser responsável por seus atos se é livre, isto é, se realmente teve a *intenção de realizá-los, e se tem plena consciência de os ter praticado. Há, no entanto, casos em que excepcionalmente o indivíduo pode ser considerado culpado mesmo de atos não-intencionais, p. ex., quando algo ocorre por descuido, ou ainda em casos de consequências não-intencionais de seus atos. (Japiassú,H. Marcondes,D. Dicionário Básico de Filosofia, Zahar, Rio de Janeiro, 2001);” sociedade (lat. societas):”A sociedade não é um mero conjunto de indivíduos vivendo juntos. em um determinado lugar, mas define-se essencialmente pela existência de uma organização, de instituições e leis que regem a vida desses indivíduos e suas relações mútuas. Algumas teorias distinguem a sociedade, que se define pela existência de um contrato social entre os indivíduos que dela fazem parte, e a comunidade que possui um caráter mais natural e espontâneo. (Japiassú,H. Marcondes,D. Dicionário Básico de Filosofia, Zahar, Rio de Janeiro, 2001);”

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técnica (do lat. technicus, do gr. technikós) “1. Conjunto de regras práticas ou procedimentos adotados em um ofício de modo a se obter os resultados visados. Habilidade prática. Recursos utilizados no desempenho de uma atividade prática. Ex.: a técnica de pesca com anzol, a técnica da preparação do solo para o plantio. 2. Em um sentido derivado sobretudo da ciência moderna, aplicação prática do conhecimento científico teórico a um campo específico da atividade humana. Ciência aplicada. Ex.: o desenvolvimento da física, sobretudo da mecânica, no período moderno, possibilita como aplicação desse conhecimento a técnica da construção da máquina a vapor e de uma série de outros mecanismos, motores etc. Na concepção clássica, na Grécia antiga, entretanto, não havia interação entre ciência e técnica. A ciência como teoria era considerada um conhecimento puro. contemplativo, da natureza do real, de sua essência, sem fins práticos. A técnica por sua vez era um conhecimento prático, aplicado, visando apenas a um objetivo especifico, sem relação com a teoria. (Japiassú,H. Marcondes,D. Dicionário Básico de Filosofia, Zahar, Rio de Janeiro, 2001);” tecnologia: Numa extensa obra sobre o conceito de ‘tecnologia’ o filósofo brasileiro Álvaro Vieira Pinto (2005) nos elucida a complexidade do tema e o desafio de apreender as diferentes mediações e significados. Destaca, este autor, quatro sentidos mais usuais do conceito de ‘tecnologia’. O primeiro e mais geral é seu sentido etimológico: ‘tecnologia’ como o ‘logos’ ou tratado da técnica. Estariam englobados, nesta acepção, “a teoria, a ciência, a discussão da técnica, abrangidas nesta última acepção as artes, as habilidades do fazer, as profissões e, generalizadamente, os modos de produzir alguma coisa” (Pinto, 2005, p. 2219). O segundo sentido de ‘tecnologia’ é tomado, no senso comum e no linguajar corrente, como sinônimo de técnica ou de know-how. O terceiro sentido, que também aparece freqüente, relaciona-se ao ‘conjunto de técnicas de que dispõe uma sociedade’. Refere-se mais especificamente ao grau de desenvolvimento das forças produtivas de uma determinada sociedade. Por fim, um quarto sentido, ligado a este último, que é o de ‘tecnologia’ como ‘ideologia da técnica’. (Frigoto. G., http://www.epsjv.fiocruz.br/dicionario/verbetes/tec.html) ... Mas qual a diferença entre tecnologia, técnica e ciência? A diferença principal entre tecnologia e ciência é que, enquanto a tecnologia é um conjunto de conhecimentos práticos sobre como utilizar os recursos materiais a favor da humanidade, a ciência seria uma série de conhecimentos teóricos e abstratos para o mesmo fim. A técnica, por sua vez, é o esforço prático de dominar e utilizar os recursos materiais, apresentando-se como o conjunto de instrumentos e hábitos que tornam viável a produção, e também os instrumentos de trabalho. Ou seja, técnica é a prática, ao passo que tecnologia é o conjunto de conhecimentos que fornece as bases para a realização dessa prática, e a ciência é a teorização abstrata em torno da essência das coisas. (Silva, K. V., Silva, M. H. Dicionário de Conceitos Históricos. Editora Contexto, São Paulo, 2005.) paradigma (gr. paradeigma): “1. Segundo Platão, as *formas ou *idéias são paradigmas, ou seja, arquétipos, modelos perfeitos, eternos imutáveis dos objetos existentes no mundo natural que são cópias desses modelos, e que de algum modo participam deles. As noções de paradigma e de participação, ou seja. da relação entre o modelo e a cópia, levam, no entanto, a vários impasses que são discutidos por Platão sobretudo no diálogo Parménides (128-134). 2. O filósofo da ciência Thomas Kuhn utiliza o termo em sua análise do processo de formação e transformação das teorias científicas — da "revolução" na ciência — considerando que "alguns exemplos aceitos na prática científica real — exemplos que incluem, ao mesmo tempo, lei, teoria, aplicação e instrumentação — proporcionam modelos dos quais surgem as tradições coerentes e específicas da pesquisa científica" (A estrutura das revoluções cientificas). Esses modelos são os paradigmas, p. ex. a astronomia copernicana, a mecânica de Galileu, a mecânica quântica etc. Assim, "um paradigma é aquilo que os membros de uma comunidade partilham e, inversamente, uma comunidade científica consiste em indivíduos que partilham um paradigma" (id.). (Japiassú,H. Marcondes,D. Dicionário Básico de Filosofia, Zahar, Rio de Janeiro, 2001);”

FILOSOFIA DA CIÊNCIA E CIDADANIA PROFESSOR DANIEL COSTA DOS SANTOS PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE RECURSOS HÍDRICOS E AMBIENTAL UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ

cultura: “E. F. Tylor (1871) define a cultura através do desenvolvimento mental e organizacional das sociedades, como "esse todo complexo que inclui os conhecimentos, as crenças religiosas, a arte, a moral, os costumes e todas as outras capacidades e hábitos que o homem adquire enquanto membro da sociedade". (Japiassú,H. Marcondes,D. Dicionário Básico de Filosofia, Zahar, Rio de Janeiro, 2001)”; argumentação (lat. argumentado) “Modo de apresentar e de dispor os argumentos, vale dizer, os raciocínios destinados a provar ou a refutar determinada proposição, um ponto de vista ou uma tese qualquer. Seu objetivo é o de convencer ou persuadir, mostrando que todos os argumentos utilizados tendem para urna única conclusão.” (Japiassú,H. Marcondes,D. Dicionário Básico de Filosofia, Zahar, Rio de Janeiro, 2001); ética (gr. ethike, de ethikós: que diz respeito aos costumes) “Parte da filosofia prática que tem por objetivo elaborar uma reflexão sobre os problemas fundamentais da moral (finalidade e sentido da vida humana, os fundamentos da obrigação e do dever. natureza do bem e do mal, o valor da consciência moral etc.), mas fundada num estudo metafísico do conjunto das regras de conduta consideradas como universalmente válidas, Diferentemente da moral, a ética está mais preocupada em detectar os princípios de uma vida conforme à sabedoria filosófica, em elaborar uma reflexão sobre as razões de se desejar a justiça e a harmonia e sobre os meios de alcançá-las. A moral está mais preocupada na construção de um conjunto de prescrições destinadas a assegurar uma vida em comum justa e harmoniosa. (Japiassú,H. Marcondes,D. Dicionário Básico de Filosofia, Zahar, Rio de Janeiro, 2001);”