notícias de israel - ano 29 - nº 12

21
BETH-SHALOM www.Beth-Shalom.com.br Dezembro de 2007 • Ano 29 • Nº 12 • R$ 3,50

Upload: chamada

Post on 08-Mar-2016

227 views

Category:

Documents


4 download

DESCRIPTION

• Natal: Promessa - Cumprimento - Consumação • A Salvação de Israel • O problema da imagem de Israel

TRANSCRIPT

Page 1: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 12

BETH-SHALOM www.Beth-Shalom.com.br Dezembro de 2007 • Ano 29 • Nº 12 • R$ 3,50

Page 3: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 12

É uma publicação mensal da ““OObbrraaMMiissssiioonnáárriiaa CChhaammaaddaa ddaa MMeeiiaa--NNooiittee”” comlicença da ““VVeerreeiinn ffüürr BBiibbeellssttuuddiiuumm iinn IIssrraaeell,,BBeetthh--SShhaalloomm”” (Associação Beth-Shalom paraEstudo Bíblico em Israel), da Suíça.

AAddmmiinniissttrraaççããoo ee IImmpprreessssããoo::Rua Erechim, 978 • Bairro Nonoai90830-000 • Porto Alegre/RS • BrasilFone: (51) 3241-5050 Fax: (51) 3249-7385E-mail: [email protected]

EEnnddeerreeççoo PPoossttaall::Caixa Postal, 168890001-970 • PORTO ALEGRE/RS • Brasil

FFuunnddaaddoorr:: Dr. Wim Malgo (1922 - 1992)

CCoonnsseellhhoo DDiirreettoorr:: Dieter Steiger, Ingo Haake,Markus Steiger, Reinoldo Federolf

EEddiittoorr ee DDiirreettoorr RReessppoonnssáávveell:: Ingo Haake

DDiiaaggrraammaaççããoo && AArrttee:: Émerson Hoffmann

Assinatura - anual ............................ 31,50- semestral ....................... 19,00

Exemplar Avulso ................................. 3,50Exterior: Assin. anual (Via Aérea)... US$ 35.00

EEddiiççõõeess IInntteerrnnaacciioonnaaiissA revista “Notícias de Israel” é publicadatambém em espanhol, inglês, alemão,holandês e francês.

As opiniões expressas nos artigos assinadossão de responsabilidade dos autores.

INPI nº 040614Registro nº 50 do Cartório Especial

OO oobbjjeettiivvoo ddaa AAssssoocciiaaççããoo BBeetthh--SShhaalloomm ppaarraaEEssttuuddoo BBííbblliiccoo eemm IIssrraaeell éé ddeessppeerrttaarr eeffoommeennttaarr eennttrree ooss ccrriissttããooss oo aammoorr ppeelloo EEssttaaddooddee IIssrraaeell ee ppeellooss jjuuddeeuuss.. Ela demonstra oamor de Jesus pelo Seu povo de maneiraprática, através da realização de projetossociais e de auxílio a Israel. Além disso,promove também CCoonnggrreessssooss ssoobbrree aa PPaallaavvrraaPPrrooffééttiiccaa eemm JJeerruussaalléémm e vviiaaggeennss, com aintenção de levar maior número possível deperegrinos cristãos a Israel, onde mantém aCasa de Hóspedes “Beth-Shalom” (no monteCarmelo, em Haifa).

ISRAELNotícias de

16

4 Prezados Amigos de Israel

HHOORRIIZZOONNTTEE

• O problema da imagem de Israel - 16

índice6 Natal: Promessa - Cumprimento - Consumação

12 A Salvação de Israel

Page 4: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 12

44 Notícias de Israel, dezembro de 2007

“E tu, Belém-Efrata, pequena demais parafigurar como grupo de milhares de Judá, de time sairá o que há de reinar em Israel, e cujasorigens são desde os tempos antigos, desde osdias da eternidade” (Miquéias 5.2).

Muitas bíblias, inclusive a hebraica, apresentamMiquéias 5.1 no final do capítulo 4: “Agora, ajunta-te em tropas, ó filha de tropas; pôr-se-á sítiocontra nós; ferirão com a vara a face do juiz deIsrael”.

Esse versículo refere-se ao juiz de Israel, o que nosfaz lembrar de Isaías 53, onde o povo confessa: “...nóso reputávamos por aflito, ferido de Deus eoprimido” (Isaías 53.4). A seguir é explicada arazão: “Mas ele foi traspassado pelas nossastransgressões e moído pelas nossas iniqüidades;o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, epelas suas pisaduras fomos sarados” (Isaías53.5). O cumprimento é relatado em Mateus 26.67:“Então, uns cuspiram-lhe no rosto e lhe davammurros, e outros o esbofeteavam”. Umcomentário explica: “A palavra usada no originalsignifica literalmente ‘ferir com vara’.” É claro que o“juiz de Israel” é o Senhor Jesus Cristo, que disse: “Eo Pai a ninguém julga, mas ao Filho confioutodo julgamento” (João 5.22).

Devemos enfatizar também que esse versículo édirigido à “filha de tropas”, não a poderosos homensde valor. Na verdade, ele descreve a condição de Israeldurante o tempo do aparecimento do Messias. Arespeito, devemos ler as palavras que Jesus dirigiu àsfilhas de Jerusalém: “Porém Jesus, voltando-separa elas, disse: Filhas de Jerusalém, não choreispor mim; chorai, antes, por vós mesmas e porvossos filhos! Porque dias virão em que se dirá:Bem-aventuradas as estéreis, que não geraram,nem amamentaram. Nesses dias, dirão aosmontes: Caí sobre nós! E aos outeiros: Cobri-nos!” (Lucas 23.28-30).

A seguir vem a profecia sobre Belém-Efrata, o localdo nascimento de Jesus. Novamente, não restamargem para dúvidas, pois há somente um “que háde reinar em Israel, e cujas origens são desde ostempos antigos, desde os dias da eternidade”.Isaías exclama: “Porque um menino nos nasceu,um filho se nos deu; o governo está sobre osseus ombros; e o seu nome será: MaravilhosoConselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade,Príncipe da Paz” (Isaías 9.6).

O profeta prossegue: “Portanto, o SENHOR osentregará até ao tempo em que a que está emdores tiver dado à luz; então, o restante de seus

irmãos voltará aos filhos de Israel” (Miquéias5.3). Entendo esse versículo como uma referência aoreajuntamento dos filhos de Israel – eles foramentregues, sem que lhes restasse qualquer esperança.Sendo perseguidos, eles escapavam de um lugar para ooutro até retornarem a Israel – o lugar donde tinhamsido expulsos.

As intenções de Deus foram claramente reveladasaos profetas: Ele quer habitar em Sião. “Assim diz oSENHOR: Voltarei para Sião e habitarei nomeio de Jerusalém; Jerusalém chamar-se-á acidade fiel, e o monte do SENHOR dosExércitos, monte santo” (Zacarias 8.3). Para queEle possa habitar em Sião, Seu povo, os judeus, precisaretornar: “Assim diz o SENHOR dos Exércitos:Eis que salvarei o meu povo, tirando-o da terrado Oriente e da terra do Ocidente; eu os trarei,e habitarão em Jerusalém; eles serão o meupovo, e eu serei o seu Deus, em verdade e emjustiça” (Zacarias 8.7-8).

O retorno do povo judeu levará ao retorno doMessias, que terá um efeito global: “Ele se manteráfirme e apascentará o povo na força doSENHOR, na majestade do nome do SENHOR,seu Deus; e eles habitarão seguros, porque,agora, será ele engrandecido até aos confins daterra” (Miquéias 5.4). Essa profecia estende-se aténosso tempo, e mesmo até o Milênio, o reino milenarde paz. atualmente, Jesus Cristo não é aceito pelamaioria, isto é, Ele não é “engrandecido” aos olhos doshabitantes da terra, mas isso mudará. Isaías proclama:“Por mim mesmo tenho jurado; da minha bocasaiu o que é justo, e a minha palavra nãotornará atrás. Diante de mim se dobrará todojoelho, e jurará toda língua” (Isaías 45.23).

A seguir, lemos sobre o tempo do profeta Miquéias,cujo ministério se estendeu de 742 a 703 a.C.: “Esteserá a nossa paz. Quando a Assíria vier à nossaterra e quando passar sobre os nossos palácios,levantaremos contra ela sete pastores e oitopríncipes dentre os homens. Estes consumirão aterra da Assíria à espada e a terra de Ninrode,dentro de suas próprias portas. Assim, noslivrará da Assíria, quando esta vier à nossa terrae pisar os nossos limites” (Miquéias 5.5-6). Essehomem de paz, porém, não foi manifestado naqueletempo. Ele é o Verbo (a Palavra) desde o princípio –portanto, eles tinham a Palavra e a Palavra de Deus eraa força de Judá. Por isso a terra de Ninrode, osassírios, não tiveram sucesso em sua tentativa dedestruir Judá e de levá-lo cativo, como fizeram com asdez tribos de Israel.

Page 5: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 12

55Notícias de Israel, dezembro de 2007

Depois, vem a dispersão do povo judeu entre todasas nações do mundo: “O restante de Jacó estaráno meio de muitos povos, como orvalho doSENHOR, como chuvisco sobre a erva, que nãoespera pelo homem, nem depende dos filhos dehomens” (Miquéias 5.7). Observe o aspectopositivo – eles foram uma bênção, “como orvalhodo SENHOR, como chuvisco sobre a erva”. Acontribuição do povo judeu à civilização moderna, nasciências, nas artes, na medicina, na música e em outrasáreas é fartamente documentada. Nenhuma naçãogentia tem apresentado o brilhantismo dos judeus.

Mas então lemos o outro lado: “O restante deJacó estará entre as nações, no meio de muitospovos, como um leão entre os animais dasselvas, como um leãozinho entre os rebanhosde ovelhas, o qual, se passar, as pisará edespedaçará, sem que haja quem as livre. A tuamão se exaltará sobre os teus adversários; etodos os teus inimigos serão eliminados”(Miquéias 5.8-9). Pode ser que esse tipo de juízo nãoseja facilmente reconhecido, mas, como está expressoclaramente nos Dez Mandamentos, ele procede deIsrael. Todos os povos têm de obedecer a essas dezleis fundamentais para manter uma sociedade emfuncionamento. Esse é um lado da questão. O outrolado é encontrado quando observamos o papel decertos judeus na história da humanidade. Bastalembrar, por exemplo, de Karl Marx, o pai docomunismo, um flagelo para a humanidade, ou deAlbert Einstein, cujos estudos permitiram odesenvolvimento da bomba atômica. Portanto, o juízotambém vem dos judeus.

Como comparação, vamos considerar o que dizApocalipse 6. Catástrofes naturais abater-se-ão sobre aterra após a abertura do sexto selo. Como resultado,lemos:“Os reis da terra, os grandes, oscomandantes, os ricos, os poderosos e todoescravo e todo livre se esconderam nascavernas e nos penhascos dos montes edisseram aos montes e aos rochedos:Caí sobre nós e escondei-nos da facedaquele que se assenta no trono e daira do Cordeiro” (Apocalipse 6.15-16).Aqui vemos a outra face do Cordeiro deDeus: Sua ira. Os crentes O conhecem como“o Cordeiro de Deus, que tira o pecadodo mundo” (João 1.29). Outros, porém,experimentarão a “ira do Cordeiro”.

Continuando, lemos a mensagem a Israelque finalizará sua existência política e militar,como também sua separação da idolatria: “Esucederá, naquele dia, diz o SENHOR,que eu eliminarei do meio de ti os teuscavalos e destruirei os teus carros deguerra; destruirei as cidades da tua

terra e deitareiabaixo todas astuas fortalezas;eliminarei asfeitiçarias das tuasmãos, e não terásadivinhadores; do meio de tieliminarei as tuas imagens de escultura e astuas colunas, e tu já não te inclinarás diante daobra das tuas mãos; eliminarei do meio de ti osteus postes-ídolos e destruirei as tuas cidades”(Miquéias 5.10-14).

Após retornarem do cativeiro babilônico, os judeusforam curados da sua idolatria, eles deixaram suas“imagens de escultura” e não mais se “inclinaramdiante da obra das suas mãos”.

Finalmente, esse juízo progressivo, cujo clímax seráa Grande Tribulação, culminará na batalha deArmagedom, que afetará o mundo inteiro: “Com irae furor, tomarei vingança sobre as nações quenão me obedeceram” (Miquéias 5.15).

Que grande privilégio é vivermos numa época emque podemos observar num relance o cumprimentodessas profecias, que se estende por milênios,destacando a primeira vinda do Messias no Natal, e Suaiminente volta em grande poder e glória. Tendo emvista o papel fundamental de Israel no desenrolardesses acontecimentos, oremos pelo povo judeu emanifestemos nosso apoio a ele sempre que tivermosoportunidade!

Shalom!

Arno Froese

Viagem a Israel>> 4 a 16 de maio de 2008 <<Informações: 0300 789.5152

www.Chamada.com.br ✈

Page 6: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 12

■ A promessa“Subirá diante deles o que abre caminho; eles rompe-rão, entrarão pela porta e sairão por ela; e o seu Reiirá adiante deles; sim, o SENHOR, à sua frente”(Mq 2.13).

Encontramo-nos em meio ao tempo do Ad-vento, que precede o Natal. Mas na História daSalvação já vivemos o segundo Advento: espera-mos pelo Arrebatamento. Não sabemos quãopróximo está esse acontecimento, mas, com cer-teza, ele virá. O profeta Miquéias também nãosabia em que momento a sua profecia se cum-priria. Que risco correu ele ao divulgar uma vi-são como a que acabamos de citar! Não era umaousadia, até mesmo uma irresponsabilidade,anunciar um acontecimento futuro de tal impor-tância de forma tão detalhada? E se não acon-tecesse o que ele previa, e se não acontecessedessa forma? Certamente Miquéias tinha cons-

ciência de que nesse caso ele seria consideradocharlatão e sedutor do povo, em quem, depois,ninguém mais acreditaria. Um triunfante rei queabriria o caminho seguiria à frente da nação – queafirmação audaciosa! Como ficariam assustadosos poderosos religiosos e seculares quando che-gasse a hora do cumprimento! O rei que estives-se no poder naquele momento não haveria deusar de todos os meios disponíveis para aniqui-lar logo qualquer possível rival? Foi exatamenteo que o rei Herodes fez mais tarde, derraman-do rios de sangue ao mandar matar os meninosem Belém.

Mais ousada ainda se torna a profecia de Mi-quéias ao indicar até mesmo o local de nasci-mento do Rei da paz: “E tu, Belém-Efrata, peque-na demais para figurar como grupo de milhares deJudá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel...”(Mq 5.2).

66 Notícias de Israel, dezembro de 2007

Nesta época de Natal lembramos do

nascimento do Filho de Deus na

estrebaria em Belém. Esse acontecimento

maravilhoso não foi algo isolado,

pois representou o cumprimento

de inúmeras promessas divinas.

Page 7: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 12

Será que era possível acreditarno profeta Miquéias? Com certeza!Setecentos anos mais tarde, silen-ciosamente, aconteceu em Belém ofato que mudaria o mundo. Real-mente, o Messias prometido abriucaminhos: Ele rompeu Sua glória eentrou neste mundo como ser hu-mano. Ele rompeu a cruz e o túmu-lo. Nenhum poder das trevas e damorte conseguiu retê-lO. E, no fimdos tempos, diz a Palavra, os inimi-gos estarão aos pés dEle, o maiorrompedor de cadeias de todos ostempos.

De onde o profeta Miquéias ti-rou todo esse conhecimento, quetambém veio a se cumprir com tan-ta precisão? Só podia ser da únicafonte de origem divina: Deus con-fiou essa mensagem ao Seu servofiel por meio do Espírito Santo. Omesmo aconteceu com outros pro-fetas, que anunciaram aconteci-mentos futuros, próximos ou dis-tantes.

O Salmo 25.14 diz: “A intimida-de do SENHOR é para os que o te-mem, aos quais ele dará a conhecer asua aliança”. Isso também ocorreucom Abraão. “Ora, Abraão creu emDeus, e isso lhe foi imputado para jus-tiça; e: Foi chamado amigo de Deus”(Tg 2.23). Sobre Moisés é relatado:“Falava o SENHOR a Moisés face aface, como qualquer fala a seu ami-go...” (Êx 33.11). E Moisés disse deforma visionária sobre Jesus: “OSENHOR, teu Deus, te suscitará umprofeta do meio de ti, de teus irmãos,semelhante a mim; a ele ouvirás” (Dt18.15). O rei Davi foi chamado porDeus de “homem segundo o meu co-ração, que fará toda a minha vonta-de” (At 13.22).

Houve somente poucos escolhi-dos com os quais Deus pôde ter es-se tipo de relacionamento. Erampessoas fiéis em sua obediência aDeus. – Quem dera isso possa serdito também de nós! O que nos im-

pede de segui-lO com fé e fidelida-de? “Porque o SENHOR abomina operverso, mas aos retos trata com inti-midade”, diz Provérbios 3.32. Nos-so Senhor Jesus igualmente manti-nha um relacionamento de amizadecom Seus discípulos e lhes confiavasegredos. Em João 15.15 Ele disse:“Já não vos chamo servos, porque oservo não sabe o que faz o seu senhor;mas tenho-vos chamado amigos, por-que tudo quanto ouvi de meu Pai vostenho dado a conhecer”. Jesus querter esse relacionamento íntimo tam-bém conosco. Como é a nossa pos-tura em relação a Ele? O apóstoloPaulo escreveu aos coríntios: “As-sim, pois, importa que os homens nosconsiderem como ministros de Cristo edespenseiros dos mistérios de Deus” (1Co 4.1). Levemos nosso coraçãoduro de egoísmo e carnalidadeÀquele que abre caminhos, paraque Ele possa rompê-lo e mudá-lo!

Muitas vezes, o povo teocráticode Israel hesitava em seguir a Deusem obediência e fidelidade. Por is-so, em Seu amor misericordioso,Ele continuamente mandava men-sageiros ao “povo que andava em tre-vas”. Na qualidade de porta-vozes

de Deus, eles anunciavam juízo egraça. Alguns tinham dificuldadecom isso. Eles também ouviam coi-sas difíceis de entender, por exem-plo: “Porque um menino nos nasceu,um filho se nos deu; o governo está so-bre os seus ombros; e o seu nome será:Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte,Pai da Eternidade, Príncipe da Paz;para que se aumente o seu governo, evenha paz sem fim sobre o trono deDavi e sobre o seu reino, para o esta-belecer e o firmar mediante o juízo e ajustiça, desde agora e para sempre. Ozelo do SENHOR dos Exércitos faráisto” (Is 9.6,7). – Mas, era impossí-vel crer que o líder prometido fosseum menino?! Era bem mais fácilacreditar na afirmação de Isaías: “Ojuízo habitará no deserto, e a justiçamorará no pomar. O efeito da justiçaserá paz, e o fruto da justiça, repouso esegurança, para sempre. O meu povohabitará em moradas de paz, em mo-radas bem seguras e em lugares quietose tranqüilos” (Is 32.16-18). Um líderextraordinariamente forte, para oqual se pudesse olhar com orgulho– assim Ele deveria ser. Ah!, que is-so pudesse em breve se tornar reali-dade!

77Notícias de Israel, dezembro de 2007

“E tu, Belém-Efrata, pequena demais para figurar como grupo de milhares de Judá, de ti me sairá o que há de reinar em Israel...” (Mq 5.2). Na foto: Belém.

Page 8: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 12

Mas Isaías também profetizousobre um servo: “Era desprezado e omais rejeitado entre os homens; ho-mem de dores e que sabe o que épadecer; e, como um de quem os ho-mens escondem o rosto, era despreza-do, e dele não fizemos caso” (Is 53.3).Mas, não era possível que o Mes-sias fosse assim! Mesmo hoje aindahá cristãos que têm dificuldade emaceitar esse texto. No Adventoatual, quem ainda crê na proximi-dade da volta de Jesus e se preparaintimamente para ela? Com certezanaquela época havia justos que es-peravam pelo “consolo de Israel”.Talvez também fossem considera-dos exageradamente piedosos.

■ O cumprimento“Vindo, porém, a plenitude do tempo,Deus enviou seu Filho, nascido de mu-lher, nascido sob a lei” (Gl 4.4). –“Porquanto a graça de Deus se mani-festou salvadora a todos os homens”(Tt 2.11). Os céus foram abertos!(veja Lc 2.13-14). Do mundo celes-tial veio a notícia: “Não temais; eisaqui vos trago boa-nova de grandealegria, que o será para todo o povo: éque hoje vos nasceu, na cidade de Da-vi, o Salvador, que é Cristo, o Se-

nhor” (Lc 2.10-11). Os anjos jubilo-sos levaram a mensagem de alegriaaos pastores: “Glória a Deus nasmaiores alturas, e paz na terra entre oshomens, a quem ele quer bem”. O Na-tal mudou o mundo. Quem poderiaficar indiferente diante desse acon-tecimento maravilhoso em Belém?Ele toca os corações das crianças,inspira artistas a produzirem ima-gens e descrições cheias de fantasia.Poetas, pintores, escultores e músi-cos usaram essa temática e compe-tiram em obras de arte que vão do

ingênuo ao precioso. Em todas aslínguas ressoa o “Glória” de Lucas2.14: “Glória a Deus nas maiores al-turas, e paz na terra entre os homens,a quem ele quer bem”.

Que grandioso presente Deus nosdeu com o nascimento de Seu Filho!O mundo celestial ficou dramatica-mente mais pobre, mas a humanida-de enriqueceu indizivelmente. Issodeveria suscitar júbilo e alegria in-descritível por toda parte até hoje.Os corações dos homens não deve-riam se abrir a Ele em amor e adora-ção? Afinal, não há presente maiordo que o Salvador e Redentor Jesus!

Mas então se seguiu uma cons-tatação trágica: “Veio para o que eraseu, e os seus não o receberam” (Jo1.11). O Filho de Deus, que deixouo céu em obediência ao Seu Pai,não foi bem-vindo para os Seus. Elecuidou de Seu povo assumindo for-ma humana. Por puro amor aosperdidos Ele veio como Salvador eRedentor para “o que era seu”, pa-ra Seus conterrâneos judeus – e foirejeitado! Que dor indizível isso de-ve ter causado no Senhor Jesus! Elelamentou: “Jerusalém, Jerusalém,que matas os profetas e apedrejas osque te foram enviados! Quantas vezes

Muitas vezes, o povo teocrático de Israel hesitava em seguir a Deus em obediência e fidelidade. Por isso, em Seu amor misericordioso, Ele continuamente mandava mensageiros ao “povo que andava em trevas”. Na foto: diante do Muro das Lamentações em Jerusalém.

88 Notícias de Israel, dezembro de 2007

Do mundo celestial veio a notícia: “Não temais; eis aqui vos trago boa-nova degrande alegria, que o será para todo o povo: é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lc 2.10-11).

Page 9: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 12

quis eu reunir os teus filhos, como agalinha ajunta os seus pintinhos debai-xo das asas, e vós não o quisestes!”(Mt 23.37).

O prometido “rebento do troncode Jessé” (Is 11.1), o Verbo (a Pala-vra) encarnado, tinha chegado! “E oVerbo se fez carne e habitou entre nós,cheio de graça e de verdade, e vimos asua glória, glória como do unigênito doPai” (Jo 1.14). Essa glória não foireconhecida e Jesus não foi aceitocomo Messias porque se apresentoude forma simples e despretensiosa,e não como um governador mun-dial. Assim Ele não encontrou o re-conhecimento e a honra que Lheeram devidos como Messias e Filhode Deus. Que tragédia para Israel!Ele serviu ao Seu povo, teve com-paixão dos doentes, ajudou muitagente em sofrimento. Deu pão emabundância aos famintos, salvoupessoas das tempestades no mar,deu vista aos cegos e audição aosque eram surdos. Aos escravizadospelo pecado Ele ofereceu liberdade,possessos foram libertos e até mes-mo mortos foram ressuscitados pa-ra a vida! Ele anunciou-lhes o Rei-no de Deus. Muitos do povo judeuO reconheceram como Messias e Oadoraram. Mas então aconteceu al-go incompreensível: Seu povo Odesprezou e exigiu que fosse execu-tado como criminoso. Isso foi obrado inimigo de todos os tempos, dopríncipe deste mundo, Satanás, oopositor de Deus. Ele estava furiosoporque Jesus não tinha cedido àssuas tentadoras ofertas no deserto,não lhe concedendo reverência,mas opondo-se a ele e repreenden-do-o com severidade. Estava em jo-go o reconhecimento do reino daluz ou das trevas.

Desde então Satanás tenta sedu-zir todas as pessoas, mas especial-mente aqueles que estão ao lado deJesus. Ele escolhe suas vítimas entreestes – e, infelizmente, também as

encontra. A tática deSatanás de apresentar-se como anjo de luz ébem sucedida. Muitaspessoas crédulas e im-prudentes caem nessaarmadilha e são amar-radas pelo pecado, deforma que ele passa ater acesso fácil a elas. Aluta entre o reino daluz e o reino das trevascontinua acirrada. –Você também precisaconstantemente decidirem seu coração a qualvoz dará ouvidos!

O nascimento de Je-sus em Belém produziuuma mudança comple-ta de rumo no mundo.Não foram somente acontagem e o cálculodo tempo que recome-çaram do zero. Jesus também deuinício a uma revolução espiritual. Opensamento equivocado dos ju-deus, engessado e calcificado pelalei, obteve uma nova dimensão pe-lo ensino de Jesus, direcionando-seagora para o reino dos céus, de on-de Ele vinha. O novo pensamentode Jesus enfrentou a liderança espi-ritual orgulhosa e cheia de justiçaprópria. É verdade que João Batis-ta preparara os judeus para a vindado homem que ele chamava de“Cordeiro de Deus”. Afinal, João tes-temunhava que Jesus era muitomaior que ele mesmo e que ele (-João) não era digno de lhe desataras correias das sandália. Um Mes-sias com jeito de cordeiro? Esseconceito era totalmente estranhoaos judeus.

Então nosso Senhor Jesus Cristose apresentou ao Seu povo comohomem maduro. O próprio Deusautenticou-O dos céus com as pala-vras: “Este é o meu Filho amado, emquem me comprazo” (Mt 3.17).

Os judeus tiveram a oportunida-de de saber e experimentar quemera Jesus, mas mesmo assim O in-terrogaram a respeito de Sua identi-dade e poder. Mas a resposta nãoera aquela que eles tanto queriamouvir. Em vez disso, Jesus explicouque agia em nome do Seu Pai: “Po-rém eu já vos disse que, embora me te-nhais visto, não credes. Todo aqueleque o Pai me dá, esse virá a mim; e oque vem a mim, de modo nenhum olançarei fora. Porque eu desci do céu,não para fazer a minha própria von-tade, e sim a vontade daquele que meenviou” (Jo 6.36-38). Eles não gos-tavam de ouvir esse tipo de coisa.Teriam preferido que Jesus se cur-vasse à autoridade deles e seguisse aeles. Assim nasceu uma inimizadeprofunda contra o rei celestial JesusCristo. E esse conflito terminoucom Satanás ajudando-os a levarpara a cruz Aquele que desejava serSalvador e Redentor deles.

O nascimento de Jesus, Seu sofri-mento e Sua morte imerecidos, Sua

99Notícias de Israel, dezembro de 2007

Que grandioso presente Deus nos deu com o nascimento de Seu Filho! Isso deveria suscitarjúbilo e alegria indescritível por toda parte até hoje. Afinal, não há presente maior do que o Salvador e Redentor Jesus!

Page 10: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 12

ressurreição do túmulo e a triunfan-te subida aos céus revolucionaram omundo e dividiram-no em dois par-tidos. Afinal, não é possível manter-se neutro diante de Jesus. Há so-mente duas opções: aceitar Sua Pa-lavra e a Ele mesmo de formahumilde e grata – ou então recusá-lO, em rebeldia. As duas opções têmconseqüências, sejam elas a alegriacelestial ou a perdição eterna e cruel.

Porém, que felicidade experi-mentam aqueles que aceitam o Se-nhor Jesus Cristo como seu Salva-dor e Redentor! “Mas, a todos quan-tos o receberam, deu-lhes o poder deserem feitos filhos de Deus, a saber, aosque crêem no seu nome” (Jo 1.12). Je-sus dá felicidade e abre um futuroparadisíaco aos Seus discípulos, asaber, a glória celestial. Mas, Eledeseja o domínio total sobre nossavida e exige de Seus seguidores au-to-renúncia e disposição para o so-frimento. Jesus diz aos Seus discí-pulos: “Se alguém quer vir após mim,a si mesmo se negue, tome a sua cruz esiga-me. Porquanto, quem quiser sal-var a sua vida perdê-la-á; e quem per-der a vida por minha causa achá-la-á” (Mt 16.24-25).

O Filho de Deus não foi poupa-do do pior dos sofrimentos. Issosignificava permitir “ser feito peca-do” (veja 2 Co 5.21) e tomar sobreSi todos os pecados de todas as pes-soas de todos os tempos, a fim denos libertar do preço e do poder do

pecado e da morte. O caminho deJesus sobre a terra foi um caminhode dor, da manjedoura à cruz, deonde Ele proclamou, vitorioso: “Es-tá consumado!” (Jo 19.30). Manje-doura e coroa, Natal e Gólgota an-dam juntos.

Lembremos: a cruz é o coraçãodo Evangelho! Por mais maravilhosaque seja a mensagem do Natal, ahistória não termina aqui. O Natalnão poderia ser suficiente. A perdi-ção abissal da humanidade precisa-va de algo mais. Por isso, bons eamáveis sentimentos natalinos nãobastam. Todos os pecados de todasas pessoas exigiam um sacrifíciomaior do que qualquer sacrifício deanimais do Antigo Testamento, on-de rios de sangue corriam para a ex-piação dos pecados. O profeta Isaíasjá anunciara: “Mas ele foi traspassadopelas nossas transgressões e moído pelasnossas iniqüidades; o castigo que nostraz a paz estava sobre ele, e pelas suaspisaduras fomos sarados. Todos nósandávamos desgarrados como ovelhas;cada um se desviava pelo caminho,mas o SENHOR fez cair sobre ele ainiqüidade de nós todos” (Is 53.5-6).Assim o Senhor Jesus, o “Cordeirode Deus”, precisou sacrificar Seucorpo e Seu sangue para a expiaçãode nossa culpa, pois Hebreus 9.22diz: “...sem derramamento de sangue,não há remissão”. Diante de Deus,Jesus é o único sacrifício aceitável,Seu sangue é suficiente.

Por isso, precisamos tomar umadecisão concreta: basta-nos um Na-tal cheio de emoções, ou permiti-mos ser conduzidos até a cruz doGólgota, aceitando a reconciliaçãode Jesus por meio de Seu sangue,para nossa redenção? A oferta é es-ta: “Se, porém, andarmos na luz, co-mo ele está na luz, mantemos comu-nhão uns com os outros, e o sangue deJesus, seu Filho, nos purifica de todopecado” (1 Jo 1.7). Nosso futuroeterno depende disto! Deus não to-

lera neutralidade nesse assunto, enão existe meio termo. Ou aceita-mos o sacrifício vicário de Jesus pa-ra nossa salvação, ou o rejeitamose nos dirigimos à perdição eternano inferno. Por isso, a questão doreino de nosso grande Rei é tão sé-ria e não aceita qualquer compro-metimento com o pecado. Pois opreço que Jesus pagou por nós foialto demais. Lemos em 1 Timóteo2.4: Deus “deseja que todos os ho-mens sejam salvos e cheguem ao plenoconhecimento da verdade”. Portanto,escolha a luz da verdade e recuseterminantemente qualquer enganodo pecado!

Israel rejeitou o Rei de direito.Por causa dessa rejeição ao Filho deDeus, esse povo foi temporariamen-te posto de lado. Então, a salvaçãofoi levada às nações. Israel despertanossa compaixão, pois, por causado desprezo ao seu Rei, o povo pa-dece cegueira e desprezo entre asnações há dois mil anos – e conti-nua sofrendo. Mas, enquanto isso,a mensagem do Reino do Rei celes-tial continua sendo proclamada, atéque os últimos das nações entremem Seu Reino. Por isso, o chamadode Jesus vale também para nós: “Sealguém me serve, siga-me, e, onde euestou, ali estará também o meu servo.E, se alguém me servir, o Pai o honra-rá” (Jo 12.26). Porém, a afirmaçãode Jesus é irrevogável: “...porque asalvação vem dos judeus” (Jo 4.22).O Redentor ainda trará salvação aoSeu próprio povo, a saber, quandoeste O vir e reconhecer a quem tras-passou, como previsto por Zacarias12.10: “E sobre a casa de Davi e so-bre os habitantes de Jerusalém derra-marei o espírito da graça e de súplicas;olharão para aquele a quem traspassa-ram; pranteá-lo-ão como quem pran-teia por um unigênito e chorarão porele como se chora amargamente peloprimogênito”. Isso será salvação erestabelecimento para Israel!

João Batista preparara os judeus para a vinda do homem que ele chamava de “Cordeiro de Deus”.

1100 Notícias de Israel, dezembro de 2007

Page 11: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 12

■ A consumação“Nas tendas dos justos há voz de júbi-lo e de salvação; a destra do SE-NHOR faz proezas. A destra do SE-NHOR se eleva, a destra do SE-NHOR faz proezas” (Sl 118.15-16).– “Agora, veio a salvação, o poder, oreino do nosso Deus e a autoridade doseu Cristo, pois foi expulso o acusadorde nossos irmãos, o mesmo que os acu-sa de dia e de noite, diante do nossoDeus” (Ap 12.10).

O objetivo de Deus é: amor, ver-dade e justiça globais sob o Seu rei-nado. Nem o Natal, nem a ascen-são aos céus foram o objetivo finalde Jesus. Por maior que seja a ale-gria do Natal hoje, os filhos deDeus esperam por coisas maiorespela fé, pois Jesus as prometeu.“Nós, porém, segundo a sua promessa,esperamos novos céus e nova terra, nosquais habita justiça” (2 Pe 3.13). Osprofetas já viam muito além de nos-sa época, contemplando a consu-mação. Só então será reconstruídoaquilo que Satanás e o pecado es-tragaram. No novo paraíso, cujamagnificência e glória não conse-guimos sequer imaginar, recebere-mos “presentes de Natal” celestiais.Comeremos da árvore da vida. As-sim diz Apocalipse 2.7: “...dar-lhe-ei que se alimente da árvore da vidaque se encontra no paraíso de Deus”.

Esses frutos não deixarão gostoamargo. Seu sabor ultrapassaráqualquer ceia natalina terrena, e ojúbilo de então será muito maiorque a atual alegria do Natal. Isaíasanunciou isso com as seguintes pa-lavras: “Os resgatados do SENHORvoltarão e virão a Sião com cânticosde júbilo; alegria eterna coroará a suacabeça; gozo e alegria alcançarão, edeles fugirá a tristeza e o gemido” (Is35.10).

A maravilhosa plenitude come-çará com a volta de Jesus para esta-belecer Seu reino eterno. Hoje, aNoiva de Cristo, a Igreja, esperapelo Arrebatamento e se preparapara encontrar seu Salvador e Re-dentor. Ou será que você tem medodisso? Então aproveite a época doAdvento e do Natal para dedicarsua vida de forma nova e completaao Senhor! Como será jubiloso odia em que virmos o cumprimentoda promessa de Deus! Esta é a re-compensa da fé: “...o fim da vossafé: a salvação da vossa alma” (1 Pe1.9). Nesse momento todos os so-nhos e desejos de salvação própriados homens vão estourar como bo-lhas de sabão. Deus executa Seuplano e dará o reinado ao Seu Fi-lho, para que tudo seja levado àplenitude. Quando oramos “Venhao teu Reino” (Mt 6.10), queremos

viver em obe-diência e humil-dade em direçãoao objetivo. Aosfilhos de Deus,Jesus promete:“Na casa de meuPai há muitas mo-radas. Se assimnão fora, eu vo-loteria dito. Pois voupreparar-vos lu-gar. E, quando eufor e vos prepararlugar, voltarei evos receberei para

mim mesmo, para que, onde eu estou,estejais vós também” (Jo 14.2-3). Oseu lugar não pode ficar vazio nessahistória!

Neste momento já acontecem nomundo invisível terríveis lutas depoder, que mal podemos imaginar.Mas logo um combate global terálugar no palco mundial, o reino deSatanás. O velho inimigo não querentregar seu domínio sem luta. Nãoé de admirar que as pessoas caiamem desespero e insegurança e seperguntem: “O que acontecerá co-nosco amanhã?” As assustadorascatástrofes que vemos acontecendohoje são um mero prelúdio. Omundo não ficará melhor, mas oque é excelente virá depois do juízo.

O Senhor Jesus exaltado noscéus escolheu para si o fiel apóstoloJoão e permitiu que este tivesse vis-lumbres da eternidade e dos acon-tecimentos do fim durante sua esta-dia na ilha de Patmos: “...para mos-trar aos seus servos as coisas que embreve devem acontecer”. – “Eu sou oAlfa e Ômega, diz o Senhor Deus,aquele que é, que era e que há de vir, oTodo-Poderoso” (Ap 1.1,8). Depoisdo último toque da trombeta, as vo-zes no céu rejubilarão: “O reino domundo se tornou de nosso Senhor e doseu Cristo, e ele reinará pelos séculosdos séculos” (Ap 11.15).

Então Jesus levará até Seu Pai arecompensa do Seu sofrimento: a co-lheita de todos os justos que se dei-xaram salvar. Você não pode faltar!Com certeza você também quer par-ticipar do louvor de todos os salvosque pertencem à Noiva do Cordeiro:“Aleluia! Pois reina o Senhor, nossoDeus, o Todo-Poderoso. Alegremo-nos,exultemos e demos-lhe a glória, porquesão chegadas as bodas do Cordeiro, cujaesposa a si mesma já se ataviou” (Ap19.6-7). Alegre-se pela festa do Natalque está próxima – e alegre-se aindamais por, um dia, poder participardas bodas do Cordeiro!

“Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns com os outros, e o sangue deJesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado” (1 Jo 1.7).

1111Notícias de Israel, dezembro de 2007

Page 12: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 12

SERÁ que Israel sobreviveráao ódio e à incessante perseguiçãoque o afligem por séculos? Emboraesteja diante de um caldeirão deconflitos, o povo de Israel conse-guirá sobreviver às tentativas domundo de aniquilá-lo.

Os últimos três capítulos do li-vro de Zacarias se constituem nu-ma única profecia acerca da lutaque Israel enfrentaria para se man-ter vivo. Essa profecia descreveuma série de acontecimentos queculminarão na volta do Messias, nasalvação da nação de Israel e no es-tabelecimento do reino de Cristona Terra.

A mensagem do profeta é apre-sentada como a “Sentença [i.e., orá-culo] pronunciada pelo SENHOR con-tra [i.e., referente a] Israel” (Zc12.1). A palavra “sentença” signifi-ca uma carga, um peso a ser levanta-do. No contexto em questão, o ter-mo “sentença” se refere a uma pe-sada mensagem do Senhor arespeito dos seguintes aconteci-mentos: (1) o futuro cerco (i.e., sí-tio) que ainda será imposto contraa cidade de Jerusalém; e (2) a sal-vação final de Israel.

Após descortinar a profecia nocapítulo 12, Zacarias nos relembraque nenhuma força do universo po-de deter ou mudar o propósito e oplano de Deus para Israel. Essacerteza procede da seguinte decla-ração: “Fala o SENHOR, o que esten-deu o céu, fundou a terra e formou oespírito do homem dentro dele” (v. 1).

Deus não criou o universo comose fosse um relógio ao qual Ele deucorda e que passou a funcionar porconta própria. Pelo contrário, aonisciência e onipotência de Deuscontinuam a sustentar todos osmovimentos no universo, inclusiveo de criar e guiar o espírito do ho-mem no íntimo do seu ser. Dessemodo, Deus está ativamente ocu-pado na concretização do propósito

1122 Notícias de Israel, dezembro de 2007

“Sentença pronunciada pelo SE-

NHOR contra Israel. Fala o SENHOR,

o que estendeu o céu, fundou a ter-

ra e formou o espírito do homem

dentro dele. Eis que eu farei de Je-

rusalém um cálice de tontear para

todos os povos em redor e também

para Judá, durante o sítio contra

Jerusalém. Naquele dia, farei de Je-

rusalém uma pedra pesada para to-

dos os povos; todos os que a ergue-

rem se ferirão gravemente; e, contra

ela, se ajuntarão todas as nações da

terra. Naquele dia, diz o SENHOR,

ferirei de espanto a todos os cavalos

e de loucura os que os montam; so-

bre a casa de Judá abrirei os olhos e

ferirei de cegueira a todos os cavalos

dos povos. Então, os chefes de Judá

pensarão assim: Os habitantes de

Jerusalém têm a força do SENHOR

dos Exércitos, seu Deus. Naquele

dia, porei os chefes de Judá como

um braseiro ardente debaixo da le-

nha e como uma tocha entre a pa-

lha; eles devorarão, à direita e à es-

querda, a todos os povos em redor, e

Jerusalém será habitada outra vez

no seu próprio lugar, em Jerusalém

mesma. O SENHOR salvará primei-

ramente as tendas de Judá, para

que a glória da casa de Davi e a

glória dos habitantes de Jerusa-

lém não sejam exaltadas acima

de Judá. Naquele dia, o SE-

NHOR protegerá os habitantes de

Jerusalém; e o mais fraco dentre

eles, naquele dia, será como Davi, e

a casa de Davi será como Deus, co-

mo o Anjo do SENHOR diante deles.

Naquele dia, procurarei destruir to-

das as nações que vierem contra Je-

rusalém. E sobre a casa de Davi e

sobre os habitantes de Jerusalém

derramarei o espírito da graça e de

súplicas; olharão para aquele a

quem traspassaram; pranteá-lo-ão

como quem pranteia por um unigê-

nito e chorarão por ele como se cho-

ra amargamente pelo primogênito.

Naquele dia, será grande o pranto

em Jerusalém, como o pranto de

Hadade-Rimom, no vale de Megi-

do. A terra pranteará, cada família

à parte; a família da casa de Davi

à parte, e suas mulheres à parte; a

família da casa de Natã à parte, e

suas mulheres à parte; a família da

casa de Levi à parte, e suas mulhe-

res à parte; a família dos simeítas à

parte, e suas mulheres à parte. To-

das as mais famílias, cada família à

parte, e suas mulheres à parte” (Zc

12.1-14).

Page 13: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 12

de levar Jerusalém e o povo judeuao destino que Ele planejou. Aépoca do cumprimento dessa pro-fecia pode ser verificada no textopela frase “naquele dia” (v. 3),uma expressão que ocorre por 16vezes nos últimos três capítulosdesse livro. Ela se refere ao Dia doSenhor, um tempo de ira e bençãode Deus que começa no início doperíodo de sete anos da Tribulaçãovindoura e se estende até o fim doreino de mil anos ou Milênio.

O Cerco deJerusalém

Qualquer país que invadir Jeru-salém durante o Dia do Senhor so-frerá um juízo severo, conforme es-tá escrito:

“Eis que eu farei de Jerusalém umcálice de tontear para todos os povosem redor e também para Judá, du-rante o sítio contra Jerusalém. Na-quele dia, farei de Jerusalém uma pe-dra pesada para todos os povos; todosos que a erguerem se ferirão grave-mente; e, contra ela, se ajuntarão to-das as nações da terra” (Zc 12.2-3).

Deus declara que as nações queinvadirem Jerusalém beberão o cá-lice transbordante da Sua ira. To-do e qualquer exército invasor fica-rá desorientado, como uma pessoaembriagada que cambaleia sob oefeito do álcool. Estupefatos, osexércitos tropeçarão, cairão e fica-rão imobilizados na batalha.

Por semelhante modo, Jerusa-lém é comparada a “uma pedra pe-sada para [...] todos os que a ergue-rem”, e aqueles que tentarem er-guê-la “se ferirão [i.e., sedilacerarão] gravemente” (v. 3).Em outras palavras, aqueles queatacarem Jerusalém se ferirão, que-brarão e dilacerarão. Apesar dessaadvertência detalhada e aterradora,“todas as nações da terra” marcha-rão contra Jerusalém no Dia doSenhor (v. 3).

À medida que a batalha seguirseu curso, o Senhor diz que fará oseguinte: “...ferirei de espanto a to-dos os cavalos e de loucura os que osmontam; sobre a casa de Judá abrireios olhos e ferirei de cegueira a todos oscavalos dos povos” (v. 4). Assim,Deus infligirá “espanto” [i.e., pâni-

co] e “cegueira” aoscavalos, bem como“loucura” [i.e.,choque consterna-dor] aos cavaleiros“que os montam”.Por causa do peca-do de Israel, Deusfez vir a loucura, acegueira e o espan-to de coração à na-ção (Dt 28.28; cf.28.1-68). De igualmodo, Deus usaráa mesma espécie dedistúrbios e perple-xidades para des-truir os inimigos deIsrael. Enquanto osexércitos foremdestruídos, os

olhos do Senhor estarão sobre acasa de Judá a fim de garantir aproteção divina para a nação (vejaZc 3.9; 4.10; 9.8).

A Força de JudáNo momento exato, os habitan-

tes de Jerusalém e de Judá recorre-rão ao Senhor suplicando força:“Então, os chefes de Judá pensarãoassim: Os habitantes de Jerusalémtêm a força do SENHOR dos Exércitos,seu Deus” (v. 5). Isso significa queos habitantes de Jerusalém reco-nhecerão que o “SENHOR dos Exér-citos” é a força que os sustenta na-quela batalha. Durante essa se-qüência de eventos, tanto oslíderes quanto os cidadãos serãocapacitados e fortalecidos para re-sistir e vencer seus inimigos. Judáperceberá que a garantia de sua vi-tória veio única e exclusivamentede Deus.

O profeta Zacarias utilizou-sede duas símiles para descrever aforça concedida ao povo judeu.Eles serão como “um braseiro ar-dente debaixo da lenha e como umatocha entre a palha; eles devorarão, àdireita e à esquerda, a todos os povosem redor” (v. 6). Aqueles que ata-carem Jerusalém serão prontamen-te consumidos, como gravetos queincendeiam no mesmo instante emque são lançados dentro de umbraseiro aceso e como um feixe depalha que é rapidamente incinera-do por uma tocha de fogo ardente.No decorrer da batalha, os habi-tantes de Jerusalém não fugirão;pelo contrário, permanecerão “noseu próprio lugar, em Jerusalém mes-ma” (v. 6b).

Toda a população de Judá so-breviverá à batalha, como está es-crito: “O SENHOR salvará primeira-mente as tendas de Judá, para que aglória da casa de Davi e a glória doshabitantes de Jerusalém não sejam

1133Notícias de Israel, dezembro de 2007

Deus não criou o universo como se fosse um relógio aoqual Ele deu corda e que passou a funcionar por contaprópria. Pelo contrário, a onisciência e onipotência deDeus continuam a sustentar todos os movimentos no universo.

Page 14: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 12

exaltadas acima de Judá” (v. 7).Aqueles que viverem nas áreas ru-rais serão libertos primeiro, porcausa de sua vulnerabilidade, po-rém todos os moradores de Judáparticiparão igualmente da gloriosavitória.

Os judeus receberão poder divi-no que lhes servirá de escudo eforça durante o conflito, como di-zem as Escrituras: “...e o mais fracodentre eles, naquele dia, será comoDavi” (v. 8). Davi foi o poderosoguerreiro de Israel; ele era imbatí-vel em combate. Além disso, “...acasa de Davi será como Deus, como oAnjo do SENHOR diante deles” (v.8b). Israel será dotado de grandepoder “como o Anjo do SENHOR” (amanifestação de Cristo pré-encar-nado), aquele que é o invencível“príncipe do Exército do SENHOR”, omesmo que fortaleceu Israel paraque fosse vitorioso sobre seus ini-migos (cf. Êx 23.20; 32.34; 33.2;Js 5.13-15).

Naquele dia, declara o Senhor,“...procurarei destruir todas as naçõesque vierem contra Jerusalém” (v. 9).A palavra “procurarei” não põe em

dúvida a capacidadeque Deus tem dedestruir os inimigosde Jerusalém, nemquestiona o sucessoda intervenção divi-na. Pelo contrário, otermo “procurarei” in-dica que o Senhordará total atenção àmissão de perseguir edestruir qualquer na-ção que marche con-tra Jerusalém.

A Salvaçãode

JerusalémNa ocasião da Se-

gunda Vinda do Mes-sias, Deus trará salvação a um re-manescente judeu que se encontra-rá em Jerusalém:

“E sobre a casa de Davi e sobre oshabitantes de Jerusalém derramarei oespírito da graça e de súplicas; olha-rão para aquele a quem traspassa-ram; pranteá-lo-ão como quem pran-teia por um unigênito e chorarão porele como se chora amargamente peloprimogênito” (v. 10).

O pronome pessoal eu, implíci-to no termo “derramarei”, refere-seao Senhor, Aquele que faz tal pro-nunciamento. Ele é o Criador douniverso, o mesmo que derrama o“espírito de graça” sobre Jerusalémpor meio do Espírito Santo. Graçae súplicas resumem o ministério doEspírito Santo quando Ele trouxera salvação para os habitantes de Je-rusalém (cf. Ez 37.14; 39.29; Jl2.28-29). É o Espírito Santo queoutorga a graça de Deus a umapessoa ou a uma nação.

Naquele dia (i.e., no clímax da-quele período de sete anos da Tri-bulação e do fim dos tempos), seráremovido o véu que, por séculos,encobriu os olhos do povo judeu, à

exceção do remanescente que creuem Jesus, o Cristo. Naquele mo-mento, diz o Senhor, “olharão paramim, a quem traspassaram” (v. 10;na versão Almeida Revista e Corri-gida). O pronome eles, implícito napalavra “olharão”, refere-se ao po-vo judeu, sobre quem o “espírito degraça e de súplicas” será derramado.O pronome mim se refere a Deus,Aquele que faz tal declaração. Nocontexto em questão, a Pessoa quedirige essas palavras é o próprioMessias de Deus.

Os eruditos judeus ficaram per-plexos acerca desse texto por váriasrazões. Em primeiro lugar, porqueo texto diz: “olharão para mim, aquem traspassaram”. A palavra“traspassaram” (do hebraico: da-qar) significa “ser perfurado”, nor-malmente por uma espada ou lan-ça, o que, em geral, resultava nu-ma morte violenta, vergonhosa ecruel. Já que é o próprio Deus queprofere tais palavras, como poderiaEle ser traspassado e, conseqüente-mente, morto? Em segundo lugar,se Deus foi “traspassado”, como opovo judeu poderia clamar por sal-vação a um Deus morto? A respos-ta a tais indagações se encontra emJesus, o Messias. Ele não somenteé divino, mas “se fez carne” e tor-nou-se um homem. Na condiçãode homem, Jesus voluntariamentesofreu a morte por crucificação afim de redimir a humanidade peca-dora; todavia, três dias mais tarde,Ele ressuscitou dos mortos.

Esse texto se cumpriu parcial-mente na ocasião em que Jesus foicrucificado. Os soldados romanostraspassaram as mãos e os pés deJesus, quando Ele foi pregado nomadeiro; além disso, Seu lado foiperfurado por uma lança. Esse fatohistórico foi nitidamente registradopelos quatro Evangelhos no NovoTestamento. O apóstolo João com-preendeu que a crucificação de Je-

1144 Notícias de Israel, dezembro de 2007

Deus declara que as nações que invadirem Jerusalém beberão o cálice transbordante da Sua ira. Todo e qualquer exército invasor ficará desorientado, comouma pessoa embriagada que cambaleia sob o efeito do álcool. Estupefatos, os exércitos tropeçarão, cairão e ficarão imobilizados na batalha.

Page 15: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 12

sus era um cumprimento dessetexto (Jo 19.37). Embora umamultidão de judeus pedisse a cruci-ficação de Jesus, os soldados roma-nos foram aqueles que, de fato,praticaram o ato. As Escriturasmostram claramente que toda ahumanidade é responsável pelacrucificação de Jesus Cristo (At4.27-28).

Quando o Espírito Santo forderramado sobre Jerusalém, os ju-deus “olharão” para o seu Messiascom fé e esperança de salvação. Is-so fará com que cada indivíduochore e pranteie amargamente porseus pecados. Naquele momento,todos os judeus, homens e mulhe-res, reconhecerão que o pronome“mim” do versículo 10 diz respeitoao seu Senhor e Salvador Jesus, oMessias prometido que eles rejeita-ram e traspassaram na Sua primei-ra vinda a este mundo.

Todas as classes sociais de Is-rael chorarão de forma pública eprivada, lamentando por seus pe-cados. Zacarias ilustra esse prantode três maneiras. Primeiramente,as pessoas “...prantea-lo-ão comoquem pranteia por um unigênito echorarão por ele como se chora amar-gamente pelo primogênito” (v. 10). Amorte de um filho único ou de umprimogênito gera profunda tristezae provoca um dos prantos mais do-lorosos numa família judaica. Talpranto se tornou um provérbio deprofunda tristeza em Israel, porocasião de acontecimentos trágicos(veja Jr 6.26 e Am 8.10).

Em segundo lugar, Zacariascomparou esse tempo de choro elamento com aquele “...pranto deHadade-Rimom, no vale de Megido”(v. 11). Embora a exata localiza-ção de Hadade-Rimom não sejaidentificada nas Escrituras, a maio-ria dos comentaristas bíblicos cogi-ta a possibilidade de que seja aatual Runmaneh, um povoado nas

proximidades da antiga cidade deMegido. Em Hadade-Rimom o reiJosias, homem temente a Deus ejusto, foi mortalmente ferido; nes-se mesmo lugar o povo de Judápranteou profundamente pelamorte desse rei (2 Cr 35.23-25).Zacarias comparou o pranto de Ju-dá pelo rei Josias ao pranto amargoque a nação de Israel chorará na-quele momento em que contem-plar o Messias na Sua SegundaVinda, Aquele a quem eles rejeita-ram e traspassaram.

Em terceiro lugar, os demaisversículos desse capítulo revelam aamplitude e a singularidade do fu-turo arrependimento do povo ju-deu, quando, sem exceção, “cadafamília [judaica]” pranteará porseu pecado (v. 12). Quatro ho-mens são mencionados na qualida-de de representantes dos diversosgrupos de pranteado-res: Davi, Natã, Levie Simei (vv. 12-13).Davi representa a fa-mília real; Natã tal-vez represente a fa-mília real ou a linha-gem profética; Levie Simei representama família sacerdotal.Naquele dia, todosos indivíduos per-

tencentes a “todas as mais famílias”(v. 14) que sobreviverem à GrandeTribulação prantearão íntima eparticularmente por seu pecado.

Entretanto, seja judeu ou gen-tio, ninguém deve esperar para searrepender de seus pecados. A re-denção e a reconciliação com Deuspodem ser experimentadas nesteexato momento. A pessoa que as-sume esse compromisso de se arre-pender e crer em Jesus Cristo en-contrará paz e razão para viver,bem como desfrutará de vida eter-na. (Israel My Glory)

David M. Levy é o diretor dos ministérios in-ternacionais de The Friends of Israel.

1155Notícias de Israel, dezembro de 2007

Quando o Espírito Santo for derramado sobre Jerusalém, os judeus “olharão”para o seu Messias com fé e esperança de salvação.

Recomendamos:

Pedidos: 0300 789.5152www.Chamada.com.br

Page 16: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 12

1166 Notícias de Israel, dezembro de 2007

No dia 9 de junho de 2006, umapraia em Gaza foi atingida por umaexplosão, que matou sete membros deuma família palestina. Pouco tempodepois, a televisão da Autoridade Na-cional Palestina (ANP) liberou um ví-deo horroroso, mostrando uma meni-na de 10 anos gritando entre corposmortos na praia, e os funcionários deum hospital e porta-vozes palestinosculpando furiosamente os disparos deartilharia das Forças de Defesa de Is-rael (FDI) pelas mortes – embora ne-nhuma investigação tivesse sido con-duzida, e os acusadores palestinosnão tivessem nenhum modo de saber oque de fato causou a explosão. Decla-rações exultantes de um massacre is-raelense foram noticiadas como fato,em jornais e transmissões de TV, aoredor do mundo; grupos de direitos

humanos se uniram às condenações; emais uma vez Israel viu-se como obje-to de indignação internacional com re-lação à questão de vítimas civis.

Se essa história e suas origens seajustam perfeitamente a um padrãoprevisível, a reação de Israel à crisetambém seguiu o esperado: as FDIcessaram imediatamente as atividadesmilitares em Gaza, e as autoridadesisraelenses, em seus níveis mais altos,espontaneamente admitiram a culpa-bilidade das FDI e prometeram umainvestigação do incidente.

O último capítulo da história éigualmente familiar: ao final das inves-tigações ficou comprovado que os pa-lestinos na praia não foram mortos pe-las FDI. Ao invés disso, o Hamas tinhaminado a parte da praia onde a ex-plosão aconteceu, esperando defender

seu arsenal de fo-guetes Kassam con-tra missões de co-mandos israelenses.Depois da explosão,homens do Hamasrastrearam a praia,removendo estilha-ços que poderiamser usados comoprova. O vídeo sen-sacionalista, quecapturou as simpa-tias de jornalistascrédulos, e provo-cou uma fogueirade afronta pública,mostrou-se, em ava-liação objetiva, umamontagem mutilada

de trechos de vídeo colados repletosde anacronismos não explicáveis. Emoutras palavras, era um fraude. A pró-pria explosão aconteceu uns dez mi-nutos depois que a último cartucho deartilharia das FDI tinha sido disparadona área, e os estilhaços achados noscorpos das vítimas não eram de muni-ções israelenses. É quase certo que oHamas, em uma tentativa malfeita dedefender Gaza, matou seus próprioscidadãos.

No fim, nenhuma das evidênciasencontradas teve a menor importân-cia: Israel já havia sido julgado e con-denado no tribunal da opinião públicamundial nos primeiros dias do inciden-te. E, como tem acontecido, tão fre-qüentemente, tanto antes como depois,as autoridades israelenses tinham aju-dado seus inimigos a defender a ver-são deles.

Israel tem um problema de ima-gem. Começando com a Guerra do Lí-bano em 1982, e acelerando rapida-mente depois do início da segunda in-tifada (rebelião palestina) em 2000, oEstado judeu passou a ser visto emmuitos locais de opinião culta e ilustra-da como uma presença sinistra no ce-nário mundial. Fundado sobre princí-pios de direitos humanos, o Estado deIsrael é apresentado agora como oopressor de outros povos; antes consi-derada uma sociedade corajosamenteaberta em uma região de tiranos, Is-rael hoje é retratado como uma naçãoocupante com tropas violentas; anteslouvado como um modelo de direitoscivis e democracia, Israel é chamadoagora de um Estado de apartheid. Opróprio sionismo se tornou um impor-tante alvo dessa violência retórica. An-tes considerado como uma respostaheróica a pogroms (movimentos popu-lares de violência contra os judeus) egenocídio, o sionismo agora é culpa-do por conceder absolvição ideológica

O problema da imagem de Israel

Mídia tendenciosa

Depois da explosão que matou sete membros de uma famíliapalestina numa praia em Gaza, homens do Hamas rastrearamo local, removendo estilhaços que poderiam ser usados comoprova. Na foto: militantes do Hamas.

Page 17: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 12

para a perpetração desses mesmoscrimes. Todas essas caricaturas têmpor objetivo redefinir o caráter básicodo sionismo e do Estado que ele aju-dou a criar, debilitando insidiosamen-te, desse modo, tanto a legitimidadedo Estado judeu em sua forma atual,quanto a base moral e ideológica pa-ra sua criação. E essa redefinição foiseguramente bem sucedida: em umapesquisa de opinião feita em 2007,pela BBC World Service, foi pedidoaos pesquisados, em dezenas de paí-ses, que classificassem 27 nações deacordo com sua influência positiva ounegativa no mundo. Israel foi classifi-cado em último lugar absoluto – atéabaixo do Irã – com apenas 17 porcento dos entrevistados dizendo queviam a nação como uma influência“principalmente positiva”. Entre paísesocidentais, Israel se saiu apenas umpouco melhor: na Austrália, Itália, Rei-no Unido, França, e Grécia, Israel évisto como uma influência “principal-mente negativa” por quase dois terçosdas pessoas, e na Alemanha por maisde três quartos das pessoas. Da mes-ma forma, uma pesquisa de opiniãoem 2003 concluiu que, entre euro-peus, Israel é considerado o país maisperigoso no mundo.

Os operadores ligados a esse fenô-meno são o que poderia ser chamado,se quisermos ser polêmicos, o lobbyanti-Israel, ou, mais precisamente,uma cultura dominante de opinião,compartilhada por organizações dedireitos humanos, ONGs, departa-mentos de Estudos do Oriente Médio egrupos em campus universitários, asNações Unidas, organizações cristãs“progressistas”, e a maioria esmaga-dora da mídia e elite cultural britâni-cas e européias. Essas facções operamem um estado mais ou menos perma-nente de antagonismo a Israel, e emnenhuma época prévia da história doEstado judeu existiu tal eixo interna-cional profusamente consolidado, mu-tuamente reforçado, para questionar a

própria legitimidade da nação judai-ca. Hoje, em muitas partes da Europae do Reino Unido, e em algumas par-tes da América, uma caricatura de Is-rael que antes só florescia nas facçõesideológicas, foi popularizada: acredi-ta-se que Israel é um opressor sádico,um assassino cruel de civis, um fomen-tador implacável de guerras no Orien-te Médio, e o causador de uma res-ponsabilidade estratégica ameaçado-ra para os Estados Unidos e o mundoocidental.

A popularidade desse modo depensar não evoluiu de forma natural.Foi cultivada assiduamente durante vá-rias décadas, com as muitas batalhasempreendidas contra Israel durante es-se tempo, que serviram como oportu-nidades importantes para aqueles cujameta é a deslegitimização e o isola-mento do Estado judeu. A morte deMuhammad al-Dura, de doze anos,nas primeiras semanas da segunda in-tifada, foi uma primeira salva de tirose a que definiu tudo. Al-Dura foi mortoem um fogo cruzado em Gaza, entresoldados das FDI e palestinos queabriram fogo em suas posições. Umoperador cinematográfico palestino,que trabalhava para o canal de notí-cias francês France 2, capturou o fogocruzado em um filme, esse vídeo foieditado pelo canal France 2 e então li-berado, sem custo, para outras orga-nizações de mídia, acompanhado pe-la declaração de que as FDI não ape-nas tinham matado al-Dura, como otinham feito intencionalmente. Comoos repórteres do France 2 souberamdisso? Eles não souberam. Suas alega-ções eram baseadas na declaração deum homem, o operador de câmera,que não poderia ter sabido de quemforam as balas que de fato atingiramAl-Dura, muito menos se ele foi mira-do intencionalmente. Não surpreen-dentemente, Al-Dura foi enterrado an-tes que uma autópsia, remoção de ba-las, ou testes de balística pudessem serrealizados.

Também não foi surpreendente amaneira com que Israel lidou com acrise. As próprias FDI, tendo conduzi-do uma investigação apenas superfi-cial, anunciaram que eram “provavel-mente responsáveis” pela morte. AAnistia Internacional também culpouIsrael, dando seu aval de objetividadeàs acusações palestinas e francesas.Em grande parte devido ao sensacio-nalismo cinematográfico do incidente,imagens de Al-Dura morto foram di-fundidas pelo mundo árabe e pelasmídias européias para usá-las comoícones da situação dos palestinos en-quanto vítimas da crueldade israelen-se, como verdades destiladas que re-velam todo o caráter do conflito ára-be-israelense em um momento único,congelado. Governos por todo oOriente Médio atiçaram a crise, emi-tindo selos postais, encomendandopoemas e canções, e renomeandoruas em homenagem a Al-Dura. Atémesmo Osama Bin Laden reconheceuuma oportunidade para contribuir como rebuliço, advertindo, um mês depoisdos ataques de 11/9, que “Bush nãodeve esquecer-se da imagem de Mu-hammad Al-Dura”. Investigações sub-seqüentes mostraram que o vídeo cui-dadosamente editado da France 2 eracompletamente inconclusivo, que Al-Dura não poderia ter sido atingidopor disparos israelenses, e que, comotantos incidentes que se seguiriam, ahistória mobilizadora de sua morteera, na realidade, uma fabricaçãodiabólica, planejada para ser mais umataque com artilharia pesada na guer-ra maior para destruir a reputaçãomoral de Israel e das FDI.

Menos de dois anos depois, Israelencontrou-se mais uma vez objeto deum “Dois Minutos de Ódio Orweliano”(N.T.: período no qual os membros dopartido assistiam a um filme, mostran-do seus inimigos, e expressavam seuódio contra eles, no livro 1984 deGeorge Orwell), baseado em outraatrocidade inventada, dessa vez na ci-

1177Notícias de Israel, dezembro de 2007

Horizonte

Page 18: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 12

dade de Jenin, em Samaria. Em plenaintifada, durante a Operação EscudoDefensivo, tropas das FDI entraram emuma parte de Jenin para livrá-la deterroristas, que eram responsáveis porenviar um número desproporcional dehomens-bomba suicidas para Israel.Seguiram-se intensas batalhas casa acasa. Mais de cinqüenta residênciashaviam sido equipadas com explosi-vos, e enquanto a tática óbvia teria si-do seguir recentes exemplos usadospor outros exércitos ocidentais, emoperações na Somália, Bósnia, e Afe-ganistão, e usar artilharia ou ataquesaéreos para neutralizar a ameaça, asFDI escolheram, ao invés disso, conti-nuar com forças terrestres – às custasdas vidas de vinte e três de seus solda-dos de infantaria – tudo para minimi-zar as vítimas civis palestinas. Forammortos cinqüenta e dois palestinos, equase todos eram combatentes arma-dos. Mas, com relação ao resultadoda batalha, nenhum desses fatos foiconsiderado minimamente relevantepela mídia ou pelas autoridades inter-nacionais.

A narrativa do que aconteceu emJenin já havia sido decidida, e exigiahistórias de matança em massa e cri-mes de guerra. A agência oficial denotícias palestina declarou que o“massacre do século XXI” tinha sidoperpetrado. O enviado da ONU parao Oriente Médio, Terje Roed-Larsen,descreveu Jenin como “mais horripi-lante do que se poderia acreditar”, econcluiu que “Israel perdeu toda a ba-se moral nesse conflito”. Derrick Poun-der, um “perito forense” da Anistia In-ternacional, comentou, ao entrar emJenin, que “as evidências diante denós, no momento, não nos levam acrer que as alegações possam não serverdadeiras e, portanto, há um grandenúmero de civis mortos debaixo destasruínas bombardeadas que nós ve-mos”. Nos EUA, a National Public Ra-dio, a CNN, e o jornal The Los Ange-les Times repetiram incansavelmente

histórias de atrocidades, e no NewYork Times o ex-presidente Jimmy Car-ter acusou Israel de “destruir” Jenin “eoutros povoados”. Na Inglaterra, a im-prensa foi a mais gratuita. “O cheirodesagradável de corpos humanosapodrecidos está em todos os lugares,provando que é uma tumba humana”,despejou Phil Reeves no Independent.“As pessoas dizem que há centenas decadáveres, sepultados sob o pó”. Da-vid Blair, do Daily Telegraph, informouque tropas das FDI executaram suma-riamente nove homens, que foram des-pidos e ficaram apenas com suas rou-pas íntimas, “colocados contra um mu-ro e executados com simples tiros nacabeça”.

No final das contas, o único mas-sacre que foi cometido foi conduzidopela ONU, pelas organizações de aju-da internacionais, e pela imprensa in-ternacional – um massacre da verda-de, que foi planejado, exatamente co-mo o enviado da ONU declarou tãopresunçosamente, para destruir a re-putação moral de Israel em sua lutacontra a ofensiva terrorista palestina.

Mais recentemente, ocorreu o casoda Segunda Guerra do Líbano, cujosresultados inesperados concentrarama atenção israelense em falhas milita-res e políticas. Essa autocrítica ignorouem grande parte uma terceira falha,isto é, a facilidade com que Israel foiderrotado uma vez mais na mídia.Dentro dos primeiros dias do começoda guerra, e sem uma coordenaçãoconsciente, os inimigos de Israel come-çaram a debilitar a autodefesa israe-lense: Kofi Annan (o então secretário-geral da ONU) anunciou, sem umaprova que fosse, que Israel tinha inten-cionalmente assassinado quatro mem-bros da UNIFIL; grupos de direitos hu-manos como a Anistia Internacional ea Human Rights Watch (HRW) produ-ziram rapidamente montes de relató-rios condenando o esforço de guerrade Israel, alegando crimes de guerra,e ignorando primariamente o Hezb’al-

lah (Partido de Alá). Kenneth Roth, odiretor executivo da HRW, acusou Is-rael de empreender “guerra indiscri-minada” e acrescentou, sem qualquercomprovação confiável, que “em al-guns casos, forças israelenses parece-ram ter mirado deliberadamente emcivis”. Os jornalistas inundaram aárea com a cobertura das vítimas civislibanesas, produzindo falsos relatóriossobre os bombardeios de Qana, foto-grafias adulteradas, e histórias paraos noticiários que foram organizadase dirigidas pelo Hezb’allah. Em suasexcursões no campo de batalha pararepórteres, o Hezb’allah foi longe,chegando ao ponto de fabricar tiro-teios em ambulâncias, já que aparen-temente a compensação por usar essesveículos como acessórios de produçãopara a imprensa internacional erapreferível a usá-los para ajudar feri-dos libaneses.

1188 Notícias de Israel, dezembro de 2007

Horizonte

Dentro dos primeiros dias do começo daSegunda Guerra do Líbano, e sem uma

coordenação consciente, os inimigos deIsrael começaram a debilitar a autodefesa

israelense: Kofi Annan (o então secretário-geral da ONU) anunciou, sem

uma prova que fosse, que Israel tinha intencionalmente assassinado

quatro membros da UNIFIL

Page 19: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 12

A resposta israelense para as calú-nias, tão previsivelmente lançadas emsua direção, foi algumas vezes compe-tente, mas com freqüência excessivarecorreu a táticas familiares e autodes-trutivas: desculpas gratuitas e autocríti-ca, servilidade em face a jornalistashostis, e uma incapacidade para fazersua defesa básica de que as vítimas ci-vis libanesas eram uma das metas cen-trais do Hezb’allah no conflito, preci-samente por causa de seu valor depropaganda. Incrivelmente, depois dobombardeio em Qana, Israel prome-teu suspender suas operações aéreaspor 48 horas, um gesto que sinalizou,tanto para seus inimigos como para osaliados, uma profunda ambivalênciaquanto ao esforço de guerra existentenos níveis mais elevados do governoisraelense.

Lá pelo meio do conflito, a narrati-va da guerra tinha sido distorcida,mudando de uma na qual Israel se de-fendia do ataque de uma organizaçãoterrorista apoiada pelo Irã para umana qual Israel estava, mais uma vez,matando civis com selvageria. Umapesquisa feita pelo Centro Shorensteinda Universidade de Harvard achouque das 117 histórias que a BBC pu-blicou durante o conflito, 38 por centoidentificaram Israel como o agressor,enquanto só 4 por cento identificaramo Hezb’allah como tal. Como MarvinKalb de Harvard informou em um estu-do recente, “nas primeiras páginas doNew York Times e do WashingtonPost, Israel foi retratado como o agres-sor quase duas vezes mais freqüente-mente nas manchetes e exatamentetrês vezes mais freqüentemente nas fo-tografias”.

O padrão revelado por esses even-tos mostra um registro perturbador dofracasso israelense, mas sugere tam-bém um curso de ação corretiva. Emqualquer crise, seja Al-Dura, Jenin, Lí-bano, ou a explosão na praia de Ga-za, a resposta israelense se caracteri-zou pelos mesmos erros graves: uma

presunção espontânea de culpa; des-culpas antecipadas, autocrítica desne-cessária, promessas de investigação, esuspensão da ação militar; um trata-mento irresoluto para exatamente o ti-po de acusações incendiárias que re-querem uma resposta enérgica e con-sistente; a afirmação de inocênciasomente depois que a tempestade damídia tenha passado; e finalmente, arecusa em promover uma ofensiva, re-toricamente ou de outro modo, contraos indivíduos e organizações que fize-ram com que a calúnia contra Israel setornasse um esporte tão vergonhosa-mente fácil.

Várias reformas, conceituais e es-truturais, são imperativas. A primeiraé a respeito da Unidade do Porta-Vozdas FDI, o pequeno grupo dentro doexército israelense que se encarregadas relações com a mídia. Em temposde guerra, seus soldados-cidadãos sãosobrecarregados pela pesada respon-sabilidade de explicar ações militaresisraelenses para o mundo. Mais doque qualquer outro, a Unidade doPorta-Voz tem uma necessidade deses-perada de expansão e melhoria. Elatem que se tornar uma das unidadesde elite nas FDI, proativa, criativa, eagressiva – em outras palavras, estarà altura dos igualmente determinadosinimigos de Israel. Um gabinete deve-ria ser criado em Jerusalém, onde umgrande contingente de grupos da im-prensa estrangeira fica situado, paraestimular o cultivo das relações comjornalistas. Seu quadro de pessoal de-veria ser reestruturado para se comporde profissionais que tenham vasta ex-periência em mídia, jornalismo, e rela-ções públicas. Atualmente, a unidadeé, em grande parte, composta de jo-vens recrutas e reservistas mais velhosque, para falar francamente, estãosimplesmente fora de suas competên-cias. A nova Unidade do Porta-Voztem que incluir uma força-tarefa dedi-cada agressivamente – e muito publi-camente – a ir desmascarando a co-

bertura de mídia falsa e parcial. Final-mente, deveria ser criado um gabinetede conexão, de modo a coordenar aestratégia de mídia e as mensagensentre as FDI e o governo, com o objeti-vo de construir uma estratégia de co-municações única para complementartoda operação militar importante.

Para que essas mudanças deixemsua marca, o próprio governo israe-lense tem que adotar um processo decomunicações mais disciplinado. Hoje,Israel não tem nenhuma infra-estruturade comunicações unificada; cada mi-nistério e seção das FDI designa seuspróprios porta-vozes à imprensa, e oresultado é uma anarquia de declara-ções e mensagens, que freqüentementedeixam Israel na defensiva e parecen-do ser culpado diante de acusações ir-refutáveis.

No nível conceitual, os estrategistasisraelenses e os porta-vozes têm quepassar a entender a imensa influênciado simbolismo, da encenação, e darepetição de historietas definidas naguerra moderna. Isso significa que osplanejadores de guerra israelensestêm que considerar o papel desempe-nhado por essas ONGs e organiza-ções de notícias empenhados em di-vulgar falsas informações deliberada-mente. Esses agentes já não podemser agrupados conceitualmente comoterceiros ou observadores neutros du-rante os conflitos; eles estão profunda-mente implicados na própria guerra, ecomo partes de um conflito, sua pre-sença deve ser tratada com a máximaseriedade.

Por mais de um ano, as FDI con-duziram ataques aéreos em Gaza,destinados a impedir o disparo de fo-guetes Kassam para Israel. Como oHamas e os terroristas da Jihad Islâ-mica operam intencionalmente entrecivis, esses ataques invariavelmentemataram passantes não envolvidos ecriaram notícias prejudiciais. Seriaextraordinariamente fácil para o pri-meiro-ministro, por exemplo, dar

1199Notícias de Israel, dezembro de 2007

Horizonte

Page 20: Notícias de Israel - Ano 29 - Nº 12

uma coletiva de imprensa em Sderot,na frente de uma escola destruída pordisparos de foguetes palestinos, ex-plicando para as câmeras que, en-quanto Israel atacou o Hamas paraproteger as vidas das crianças israe-lenses, o Hamas está enviando suascrianças em missões suicidas paraoperar exatamente esses mesmos lan-çadores de foguetes. Toda vez, de-pois disso, que Israel atacar terroris-tas em Gaza, o porta-voz israelensepoderia martelar nessa tecla, conde-nando o fato do Hamas usar criançasem ataques terroristas. Repetindo es-sas informações com freqüência e vi-gor suficientes, os ocidentais comunspodem não estar muito inspirados agostar de Israel, mas pelo menos co-meçarão a entender a natureza daluta – e a realidade macabra da “re-sistência” palestina.

Finalmente, já passou muito da ho-ra para que Israel realize uma ofensi-va contra o que existe de pior em ter-mos de jornalistas, ativistas, e funcio-nários de ONGs, que estabeleceramno Estado judeu uma pequena indús-tria que opera sob falsos pretextos.Mais perturbadora do que a cobertura

fraudulenta deAl-Dura, Jenin,Líbano, e daexplosão napraia de Gazaé o fato de queIsrael não feznada para pu-nir aqueles quetão avidamenteparticiparam nadisseminaçãode propagandaenganosa. Osjornalistas queescreveram fa-bricações sen-sacionalistas deum massacre is-raelense em Je-nin mantiveram

suas credenciais de imprensa, e os es-critórios das agências de divulgaçãode notícias para as quais eles traba-lhavam permaneceram abertos. Damesma forma, os ativistas de direitoshumanos e ONGs, que proporciona-ram aos jornalistas e à ONU suas in-decentes camuflagens de falsa objetivi-dade, têm mantido seus vistos de tra-balho. Ao se recusar responsabilizaressa galeria de ofensores repetitivosmalévolos, Israel só consegue incenti-var as ambições daqueles que fizeramcarreira trabalhando para destruir Is-rael, operando dentro de suas pró-prias fronteiras. Israel deveria expelirjornalistas simplesmente com base emuma cobertura negativa? Absoluta-mente não; a liberdadepara criticar permane-ce a essência do deba-te democrático. Mashá uma diferença fun-damental entre críticae difamação, e o go-verno israelense nãodeveria pedir quais-quer desculpas por serecusar a fazer de seupaís um porto seguro

para ativistas sem escrúpulos mascara-dos de repórteres.

No coração dos problemas de or-ganização e disciplina que são tãoprevalecentes no fracasso de Israel emfocalizar seu problema de imagem,há, no final das contas, um fracassoconceitual: a incapacidade de reco-nhecer as mudanças na natureza daguerra moderna. Em nossa era de co-municação global e da influência des-proporcional de fotografias e vídeosfacilmente manipuláveis, um novo tea-tro de guerra foi criado, um teatro noqual a batalha não é travada em umterritório ou contra exércitos e terroris-tas. A batalha ocorre em cima de ima-gens, narrativas, e convicções, e as tá-ticas e estratégias exigidas para lutá-la guardam pouca semelhança com aguerra convencional. O que está emjogo para Israel é de longe maior doque as repercussões de uma crise par-ticular; o que está pendente, em sus-penso, é a posição estratégica de Is-rael entre nações democráticas; suacapacidade de manter seu própriosenso de clareza moral e confiançanacional contra seus inimigos; a perse-verança do sionismo como o ethos (ca-ráter distinto de um povo) inspiradordo Estado judeu; e o cumprimento daaspiração central de criar um país noqual os judeus não se sintam mais inti-midados pelos seus agressores. Israelnão pode mudar seus inimigos, mastem que mudar a forma como os com-bate. (Noah Pollak, Azure – extraídode www.deolhonamidia.org.br)

2200 Notícias de Israel, dezembro de 2007

Horizonte

Recomendamos:

Pedidos: 0300 789.5152www.Chamada.com.br

Se algo acontecer com estas crianças, quem você acha que seráacusado? Na foto: militantes palestinos preparando um artefatoexplosivo na Faixa de Gaza.

DVD