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NO VA PR ESS [email protected] Editor: Filipe Figueirôa Editor de Conteúdos : Bernardo Gonçalves Editor Adjunto: David Seco Direcção Artística: Miguel Vinagre Editorial: O Bicho da Abstenção 01 Lisboa: Mercado da Ribeira Política: Rodízio de Opiniões 02 03 04 05 06 07 Putos T raquinas Finanças A Economia da Saúde Dead Combo Unknown Mortal Orchestra Kurt Vile Vodafone Mexefest ELEIÇÕES Edição Edição Online Sugestões, Artigos 02 Outubro 2015 Issue: capa: reportagem: cultura: Economia:

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Page 1: NovaPress Outubro

N OV A

P RE SS

[email protected]: Filipe Figueirôa

Editor de Conteúdos : Bernardo GonçalvesEditor Adjunto: David Seco

Direcção Artística: Miguel Vinagre

Editorial: O Bicho da Abstenção

01

Lisboa: Mercado da Ribeira

Política: Rodízio de Opiniões

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Putos Traquinas

Finanças

A Economia da Saúde

Dead ComboUnknown Mortal OrchestraKurt VileVodafone Mexefest

E L E I ÇÕ E S

Edição Edição Online Sugestões, Artigos02

Outubro 2015

Issue:

capa:

reportagem:

cultura:

Economia:

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Outubro 2015 | NovaPress | 00

Índice

01 EditorialO Bicho Abstenção

03 PolíticaEleições Gregas: 0-2 Legislativas: O RescaldoObrigações Socialistas - À Direita e à Esquerda

07 LisboaMercado da Ribeira

13 FinançasUm Conto de Duas Políticas

15 EconomiaFilipe Correia - A Economia da SaúdeNIC UD - Financiamento da Segurança SocialAlexandre Mergulhão - Reflexões sobre as EleiçõesNova Stat - Statistik, o Início da Estatística

20 DebateRicardo Rodrigues Carreira - A Praxe

21 OpiniãoJoão Chambel - Aprender ao Vivo

23 ReportagemPutos Traquinas

10 GestãoCEO ClubAIESECSkillsJunior 24 Cultura

Programação de ConcertosCinema - Christian BaleDiscosLivrosBanda

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01 | NovaPress | Outubro 2015

Editorial

Bernardo Gonçalves

O Bicho Abstenção

No passado dia 4 de Outubro tivemos oportunidade de participar no derradei-ro momento de decisão, o acto de cel-ebração da democracia que é a escolha dos representantes políticos dos portu-gueses. Quando o papel dobrado ao gos-to de cada qual entra na urna, sabemos que o desenho político dos próximos anos vai ter a nossa marca. Demos, por-tanto, o nosso contributo que não pode ser desprezado: é pequeno, mas quem o chamar de insignificante está a dizer a maior das mentiras. A Nova SU não ignora a importân-cia deste momento da nossa democracia e, por isso, deixou um claro incentivo ao voto aos alunos da Nova SBE. Asso-ciámo-nos à campanha “Reage. Vota” do Movimento Associativo Nacional e do Conselho Nacional da Juventude. Não fizemos este apelo de reacção através do voto para ficar bem na fotografia, mas antes porque ele é – mais do que nunca – necessário. Assim o prova a evolução dos indicadores de abstenção nas últi-mas décadas. Nas Eleições legislativas 2015, a abstenção atingiu o valor recorde de 43,07% dos eleitores registados. No entanto, estamos longe de achar que o mais importante é fazer a cruz no boletim. É imperativo que o voto seja informado. De forma a aumentar o grau de esclarecimento entre os alunos, dis-ponibilizámos os programas eleitorais e organizámos um debate com um painel constituído por alunos do Mestrado em Economia, que analisaram os vários programas eleitorais, fizeram um retrato do cenário macroeconómico e dissecar-am os caminhos apontados pelos vári-os partidos. Este debate contou com a

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presença de 100 alunos, o que demon-stra o interesse e qualidade da nossa população estudantil. Realizámos também uma sondagem online no dia das eleições, divulgada depois de encerradas as urnas, que nos permite comparar os resultados a nív-el nacional com os resultados de uma amostra constituída exclusivamente por alunos da Nova SBE.

“Quando o papel dobra-do ao gosto de cada qual entra na urna, sabemos que o desenho político dos próximos anos vai

ter a nossa marca.”

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Editorial

urnas: quem não vota não terá grande interesse pela situação política, pelo que faria, em princípio, um voto menos in-formado e, por conseguinte, com menor qualidade. Esta ideia – se bem que algo aberrante, devido à perda evidente de representatividade decorrente da ab-stenção – alerta, pelo menos, para a per-tinência de acompanhar o incentivo ao voto de uma campanha de informação. E, já agora, programas eleitorais apre-sentados de forma mais atractiva.

Acredito que, no futuro, as redes so-ciais e a livre e barata proliferação da in-formação e conhecimento darão um im-portante contributo neste sentido. Isto acontecerá, em boa verdade, apenas se os partidos se aperceberem do potencial informativo das redes sociais e as usar-em mais como plataforma para medir o eleitorado, receber propostas e explicar as suas ideias e menos como mecanis-mo de contra-informação e produção de ruído eleitoralista.

Por muito bem-sucedidas que tenham sido estas iniciativas, e por mais firme que seja a nossa convicção de que os alunos da Nova SBE pouco terão con-tribuído para o engrossar da abstenção, não podemos deixar de constatar que 43% dos votos seriam bastantes para mudar radicalmente o resultado da eleição. Esta evidência abona a favor de propostas como o voto obrigatório.

Normalmente desclassificaria o voto obrigatório à partida por ser con-strangedor à liberdade do indivíduo de exercer o seu direito de voto (ou não), mas a tão desejada eficácia na resolução deste problema legitima a sua discussão. Há quem argumente ainda que o in-centivo ao voto é contraproducente em termos de eficiência, dado que existe um efeito de self-selection associado à ida às

“Esta ideia alerta, pelo menos, para a pertinência de acompanhar o incentivo ao voto

de uma campanha de informação.”

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Política

Eleições Gregas 0 - 2

No dia 20 de Setembro de 2015 con-heceram-se os resultados das muito aguardadas eleições gregas. Apesar de ter contrariado o referendo de 5 Julho após acordar um terceiro resgate finan-ceiro no valor de 86 mil milhões de euros, o Syriza voltou a merecer a con-fiança dos eleitores gregos, tendo per-dido apenas 4 lugares no parlamento (145 em 300). Sob a liderança de Alexis Tsipras, será reeditada a coligação com os “Gregos Independentes” (ANEL), partido de direita que conseguiu 10 deputados, menos 3 que em Janeiro. Estes resultados proporcionarão uma maioria parlamentar de 155 depu-tados. Esta é talvez a melhor notícia destas eleições. Aliás, no dia seguinte ao plebiscito, verificou-se uma queda de 57 pontos base na taxa de juro da dívida grega a 2 anos e uma descida de 16 pontos base nos juros da dívida a 10 anos. Bons sinais, apesar das taxas ain-da registarem valores acima dos 10% 8% respetivamente.

Outro ponto a destacar é a ascensão do partido neo-nazi “Aurora Dourada” a terceira maior força política dentro do parlamento grego com 18 depu-tados, mais um do que o arruinado PASOK. Os conservadores da Nova Democracia, que pareciam desafiar o Syriza, ficaram a mais de 8% do par-tido vencedor. Mas no fim de contas, o que salta mais à vista é o sucesso da arriscadíssima manobra de Alexis Tsipras, apelidada nalguma imprensa como uma jogada de “all in”. Após o difícil embate com a Europa e mesmo com o retumbante OXI (não) no ref-erendo ao programa de austeridade, o governo grego surpreendeu tudo e todos, em particular a sua bancada parlamentar de apoio ao assinar um novo acordo de austeridade. Bem vis-tas as coisas, era a única alternativa face à iminente saída do Euro. No en-tanto, membros mais radicais do Syriza opuseram-se veementemente ao mem-orando, o que resultou numa situação algo caricata em que o pacote de aus-teridade foi aprovado pela oposição, com votos contra dos partidos que suportavam o governo. Face à situação interna, em que membros destacados como Yannis Varoufakis se opunham à cedência perante as instituições, Alex-is Tsipras decidiu convocar eleições. Houve mesmo um desmembramento do Syriza, com o antigo ministro da Energia Panagiotis Lafazanis a formar um novo partido, a Unidade Popular, e a defender a saída da Grécia da Zona Euro. A maior vitória de Tsipras não foi sobre a Nova Democracia, partido que o primeiro-ministro reeleito considera

NIC

“o governo grego

surpreendeu tudo e todos,

em particular a sua bancada

parlamentar de apoio ao

assinar um novo acordo de

austeridade.”

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Política

responsável pela situação que levou a Grécia ao descalabro em 2010 e pela im-posição de austeridade no país. A sua maior vitória foi mesmo sobre os oposi-tores internos, que ameaçavam o cumpri-mento do programa de auxílio externo e a permanência da Grécia na Zona Euro e na União Europeia. Este triunfo não podia ter sido mais claro, já que os seus opositores, através da Unidade Popular, não conseguiram eleger sequer um dep-utado. Mas nem tudo é um mar de rosas. Não se sabe como vai ser a aplicação do novo acordo de austeridade, já que o próprio Alexis Tsipras afirma discor-dar do mesmo, apesar de o considerar necessário. Resta saber também se no decorrer da próxima legislatura não ocorrerão mais dissidências no Syriza. Na esperança de que tudo corra bem na Grécia, poderá haver algumas cedên-cias por parte das instituições europeias no que toca à aplicação das medidas de

austeridade se o executivo grego se mostrar empenhado na tarefa hercúlea que enfrenta. Equaciona-se inclusive uma abertura do programa de Quantita-tive Easing aos títulos gregos e até uma possível reestruturação da dívida.

“Não se sabe como vai ser a aplicação do novo acordo de austeridade, já que o próprio Alexis Tsipras afirma discordar do mesmo, apesar de o considerar necessário. Resta saber também se no decorrer da próxima legislatura não ocorrerão mais dissidências no Syriza.”

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Política

Legislativas O Rescaldo

O zigzag esquerda-moderada, esquer-da-radical de António Costa parece nun-ca mais terminar. Se na noite de eleições o líder socialista optou por um discurso mais brando, mostrando-se disponível para negociar à direita com a possibili-dade de acordos com a coligação, agora já parece excluir a possibilidade de um blo-co central. Mas a esquerda-à-esquerda do PS também acena. Irá Costa resistir? Há um ano, o ex-Presidente da Câmara de Lisboa era visto como um alento para o PS e para o país. Os trunfos transbor-davam-lhe nas mangas, e se por um lado tinha a força, o poder de negociação, e o know-how que faltavam a António José Seguro, por outro lado tinha a Presidên-cia da Câmara de Lisboa, que levada pela maré de novos empreendedores (que se viram obrigados a vencer a crise), o ajudaram a criar uma boa reputação aos olhos dos portugueses. Era imbatível: só com uns meses de campanha, o cargo de Primeiro-Ministro estava no papo. Não aconteceu. Costa ora se “encostava” ao Syriza, dan-do “força para seguir a mesma linha”, ora o partido grego afinal tinha “adoptado uma estratégia errada”. A tentativa de atrair os votos da esquerda à sua esquerda sucedia por vezes. Outras não. O momento da verdade chegou no domingo passado e no final, dos cerca de 800.000 votos perdidos pela coligação, 260.000 foram para o Blo-co de Esquerda e apenas 180.000 para o PS. Os eleitores fizeram a sua escolha. A crise interna está instalada dentro do Partido Socialista: costistas vs. seguristas. À vitória “poucochinha” de Seguro nas europeias segue-se a derrota de Costa nas legislativas. A estabilidade que este parti-

do assegura está fragilizada, desse modo quaisquer entendimentos relativos à As-sembleia da República que passem pelo actual PS poderão ser passos perigosos para a governabilidade e credibilidade do país. Da última comissão política do PS saíram opiniões muito díspares. Para uns o caminho certo a seguir passa pelo “diálogo com a coligação”, não existin-do “capacidade de diálogo nenhuma” à esquerda. Para outros, a estratégia passa pela “obtenção de uma maioria absoluta de esquerda” através de uma “negociação séria com o BE e o PCP”. Será António Costa forte o suficiente para aguentar este barco num mar de revoltas? Embora tenha afirmado que existe “uma enorme distância entre aquilo que o PS propôs e aquilo que a coligação de direita propôs”, o programa eleitoral dos socialistas é claramente mais próximo do da coligação do que dos partidos de extrema esquerda. Dito isto, o futuro do país está nas mãos do PS, está nas mãos de Costa. Fica ou sai? Negoceia à direita ou à esquerda? Pedro Passos Coelho, que perdeu a maioria absoluta, está agora na imi-nência de perder também a relativa. A História tem sentenciado que os gover-nos minoritários em Portugal têm os dias contados. Os acordos com o PS para o Orçamento de Estado para garantir uma economia sustentavel, com consequente criação de emprego, capaz de cumprir das regras europeias de disciplina orçamen-tal a que todos os estados membros estão sujeitos, poderão não ser suficientes para evitar que o governo caia. Ou será que o PS cai primeiro?

Artigo de Mariana Leão

“O momento da verdade chegou no domingo passado e no final, dos cerca de 800.000 votos perdidos pela coli-gação, 260.000 fo-ram para o Bloco de Esquerda e apenas 180.000 para o PS. Os eleitores fizeram a sua escolha.”

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Política

Opinião de Jaime Marques

Desafios Socialistas

Opinião de José Miguel Cerdeira

Estabilidade Sem Censura

O PS tornou-se central para a formação de Governo na XIII Legislatura, podendo viabi-lizar um Governo PaF através de um Acordo Parlamentar ou formar, juntamente com a CDU e o BE, um Governo de Esquerda. O Mandato Parlamentar do PS é o seu Pro-grama Eleitorial, e esse tem como objectivos o aumento do rendimento das famílias, o forta-lecimento do Estado Social, o balanço das con-tas públicas pelo crescimento económico. Qualquer Acordo Parlamentar ou Governo no qual o Partido Socialista seja parte inte-grante deve focar-se nestes temas. A meu ver, estabilidade governativa para um resultado dif-erente deste não deve ser perseguido pelo PS. O contexto social e económico de Portugal assim o exige.

Estamos a assistir aos processos negociais para a formação de governo à esquerda ou à di-reita. No entanto, é claro que um PS respeitador dos seus princípios irá viabilizar um governo da coligação PSD/CDS. A grande questão é se António Costa se revela o grande conciliador que diz ser e dá condições para pelo menos 2 anos de estabilidade, prudência orçamental e recuperação económica ou se manterá sempre qualquer iniciativa do governo refém da arma da moção de censura, levando a um período indeterminado de instabilidade política que travará o investimento e a confiança. Está nas mãos do PS.

“No entanto, é claro que um PS respeitador dos seus princípios irá viabilizar um governo da coligação PSD/CDS.”

“A meu ver, estabilidade governativa para um resultado diferente deste não deve ser perseguido pelo PS. O contexto social e económico de Portugal assim o exige.”

Obrigações do Partido Socialista:À Direita e à Esquerda

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Lisboa

Artigo de Camila Manique

Mercado da Ribeira

Inaugurado em 1882 e inspirado no antigo “Mercado da Ribeira Velha”, o novo Mercado da Ribeira, revitaliza-do pela Time Out Lisboa em 2014, tem agora uma nova vida: coexistin-do com as bancas tradicionais de fru-ta, legumes e flores, que passaram também para o piso de cima, as ban-cas de restaurantes variados ocupar-am o piso térreo que se transformou num festival de petiscos e sabores. Aqui estão representados os melhores espaços e produtos nacionais bem como alguns dos mais conceituados chefs do país, e a oferta varia entre o marisco, pregos, hambúrgueres, sushi, gelados, entre outras especialidades. Situado no Cais do Sodré, a principal missão deste projecto é transformar o Mercado num local de culto para os lisboetas e um ponto de paragem

obrigatório para os milhares de turistas que nos visitam diariamente, unindo o mercado tradicional a um conceito mais gastronómico, cultural e de lazer. Assim, o primeiro andar do ed-ifício emblemático da cidade de Lisboa abriu no verão de 2015, e in-clui uma sala de espectáculos com 350 lugares sentados e 650 de pé, uma galeria e um balcão de infor-mação da revista Time Out Lisboa. O espaço de restauração, com me-sas corridas, conta com cerca de 30 espaços de restauração, servidos por 500 lugares sentados na área coberta e mais 250 na esplanada, e funciona todos os dias, das 10h à meia-noite de domingo a quarta-feira, e das 10h às 2h de quinta-feira a sábado. É neste espaço que pode provar o que a ci-dade tem de melhor para oferecer:

“Inaugurado em 1882 e inspirado no

antigo “Mercado da Ribeira Velha”,

o novo Mercado da Ribeira, revitaliza-do pela Time Out Lisboa em 2014, tem agora uma

nova vida”

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Lisboa

Café de São Bento:

O Bife do Lombo, inspirado por aquele servido em cafés de Lisboa no século 19, é já um clássico do restaurante e é conhecido como o melhor da cidade.

Conserveira de Lisboa:

A conserveira de 84 anos ded-ica-se à embalagem de peixe gourmet em várias fábricas do país e está presente no Merca-do, na forma de uma réplica fiel da loja original na Baixa.

Aloma:

Os pastéis de nata caseiros, os palmiers, as Bolas de Berlim e os croissants são as especiali-dades desta pastelaria e são de perder a cabeça.

Henrique Sá Pessoa:

Este é um dos restaurantes de um dos mais prestigiados chefs nacionais e internacionais, Sá Pessoa, que trabalha em Lisboa há uma década.

Manteigaria Silva:

Conhecida pela qualidade dos queijos e enchidos, esta é uma das charcutarias tão apre-ciadas em Lisboa, cuja especial-idade é, como não podia deixar de ser, o queijo da Serra.

Garrafeira Nacional:

Quer falemos de vinho tin-to, branco ou rosé, todos eles foram seleccionados cuidados-amente pela equipa de especial-istas desta garrafeira.

Santini:

Ninguém regressa a casa sem primeiro provar os melhores gelados de fruta do país!

Casa da Ginja:

Um balcão destinado aos amantes e curiosos de um dos produtos portugueses mais car-acterísticos: o licor de ginja.

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Lisboa

Com a entrada do mês entrou também em jogo a nossa nova parceria: A Eat in Lisbon chegou à tua SU e não por 39.90€, mas apenas 9.90€! Nos 44 melhores restaurantes da cidade, terás sempre, no mínimo, um prato principal de oferta e certa-mente centenas de likes na tua #instafood.

Com apenas esta compra tens 3 meses, até 31 de Dezem-bro de 2015, para experimentares os sítios que sempre quis-este: Eleven, La Paparrucha, Assinatura, In Bocca al Tupo, Este Oeste, Edo Sushi e muitos mais. Além disto, não tens de apresentar o vale à entrada, mas só no ato de pagamento, de forma a garantir que não existem diferenças na forma como te servem.

O stock é limitado, por isso junta um grupo não percam esta oportunidade!

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Para que não percas a oportunidade de manter uma vida saudável não só acompanhada de uma alimentação equilibra-da mas também de um plano de exercício à tua medida, fica a saber que a NOVA SU conseguiu que o prazo de inscrições no Fitness Hut fosse estendido até ao final do mês de Outubro! Se ainda não te inscreveste, e estás interessado/a, não deixes esta oportunidade escapar! Tanto tu como todos os teus amigos e colegas da Nova SBE podem desfrutar de um desconto de 60€ no ato da inscrição (redução de 75€ para apenas 15€ de joia) e ainda de um preço exclusivo de apenas 6,60€ por semana (preço anterior de 11€/semana) que te dá a possibilidade de frequentares qualquer estabelecimento Fitness Hut todos os dias da semana (uma en-trada diária) com ginásio e aulas de grupo incluídas.

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Fitness Hut!

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CEO Club AIESEC

O Global Citizen é o nosso programa de voluntariado, o Luís decidiu ser um Global Citizen durante 6 semanas no Bra-sil. Como ele, 36 alunos tiveram este verão uma experiência de voluntariado connosco. O Luís sempre quis fazer volun-tariado escolheu a AIESEC porque considera que a AIESEC é sem dúvida a melhor plataforma para recorrer a estas ex-periências de voluntariado.

“Há sempre alguém à nossa espera do outro lado, o que torna esta experiência sempre mais autêntica. Nós não vamos fazer turismo, nós vamos tornar-nos parte integrante, vamos ser ci-dadãos.”

Para ele toda a experiência valeu muito a pena mas a parte mais desafiante foi estar a trabalhar nas estratégias de market-ing na ONG em que estava inserido em conjunto com uma chilena, um russo e uma chinesa.

“Graças à AIESEC as coisas foram suaves, rápidas e eficazes. Em pouco tempo consegui deixar tudo preparado. A AIESEC tem contribuído imenso na minha vida e na dos meus amigos com quem trabalho e com quem partilho estas experiências maravilhosas.”

Este inverno tu também podes ser um Global Citizen! Para mais informações: AIESEC.pt

Joana Geraldes Barba Presidente

Um espaço vazio é uma oportunidade para criar, im-aginar, sonhar e, mais importante, para realmente fazer alguma coisa que valha a pena, que terá impacto na nossa comunidade e origine bons resultados/lucros. Dito isso, isto é exatamente o que nós pensamos and o queremos ter nesta coluna. Se pensarmos mais fundo, apercebemo-nos que isto acontece com os negócios, procura-se um espaço vazio no mercado e usamo-lo para criar algo, ajudar as pessoas, ter impacto na sociedade e esperançosamente ganhar al-gum dinheiro com isso. Nos próximos meses vamos tentar fazer-te pensar sobre a tua mente, a tua atitude enquanto trabalhador, enquanto pessoa de negócio, empreendedor e enquanto alguém que vive na sociedade e quer fazer mais do que sobreviver!

“Para ele toda a experiência valeu muito a pena mas a parte mais desafiante foi estar a trabalhar nas estratégias de marketing na ONG em que estava inserido em conjunto com uma chilena, um russo e uma chinesa.”

Mariana Martins Social Projects Director

“Um espaço vazio é uma

oportunidade para criar, im-

aginar, sonhar e, mais importante,

para realmente fazer alguma

coisa que valha a pena”

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Gestão

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Gestão

Nova Skills Nova JuniorLuís Rebelo

Director de Operações

A consultoria é uma área bastante abrangente e diversifica-da, assumindo-se como uma das principais saídas profissionais para os alunos da Nova SBE. Assim, como júnior empresa de consultoria, a Nova Junior Enterprise procurará, através dete artigo, transmitir algumas noções fundamentais sobre o setor. Em termos gerais, uma consultora é uma empresa que usa o seu conhecimento e experiência em determinada indústria (industry practices), juntamente com as suas capacidades analíticas e de problem-solving, de modo a aconselhar outras organizações em funções/áreas como estratégia, finanças, op-erações, marketing e vendas (functional practices). Os serviços de consultoria trazem um grande valor acrescen-

tado para as organizações em questão, uma vez que, normal-mente, estas não possuem as ferramentas necessárias para faz-er determinados estudos/análises que transcedem a dimensão do trabalho dos seus funcionários. Para além disso, um “olhar” externo é habitualmente mais objetivo, facilitando decisões que afetem interesses instalados na organização. Como referido anteriormente, a consultoria é um setor am-plo, podendo, por isso, subdividir-se em áreas mais específicas, nomeadamente consultoria estratégica e de gestão, consultoria de IT (information technology) e consultoria de RH (recursos humanos). A consultoria estratégica e de gestão é, provavelmente, a área mais conhecida e à qual pertencem uma maior número de consultoras, destacando-se a McKinsey, a BCG e a Bain, conhecidas como The Big Three (ou MBB, devido às iniciais de cada uma). Este tipo de consultoras realizam serviços como market research, marketing plan, business plan, international-ization plan, mas também analisam problemas mais pontuais, visando obter resultados como redução de custos ou aumento das vendas. A Nova Junior Enterprise enquadra-se também na consul-toria estratégica e de gestão, procurando, através de projetos como os supracitados, proporcionar aos seus membros um primeiro contacto profissional e experiência prática no setor.

Márcia Pereira Vice - Presidente

“Este mês, decorrerá a formação de Trabalho em Equipa, inserida no Programa de Treino da NOVA Skills Association, destinada a alunos do primeiro ano da licenciatura. ”

A principal vantagem de trabalhar em equipa é a pos-sibilidade de combinar diferentes tipos de talento e de ca-pacidade. A criação de uma sinergia faz com que a soma seja maior do que as partes, no entanto esta é uma com-petência extremamente desvalorizada. Apesar de essencial, particularmente para um aluno de Economia ou Gestão que irá trabalhar em áreas tão diversas como Consultoria ou Marketing, a maioria das pessoas não é capaz de colaborar para um objetivo co-mum. Richard Hackman (Universidade de Harvard), um dos principais especialistas em trabalho de equipa, refere num estudo que é frequente os membros de uma equipa que elabora um projecto nem sequer concordarem com o plano de trabalho estabelecido. Este mês, decorrerá a formação de Trabalho em Equipa, inserida no Programa de Treino da NOVA Skills Associa-tion, destinada a alunos do primeiro ano da licenciatura. Nesta formação terás a oportunidade de aprender como maximizar o resultado de um esforço coletivo, aproveit-ando ao mais ínfimo pormenor o talento individual de cada membro. Mas para além de todo o conhecimento que irá potenciar o teu desenvolvimento, esta competên-cia será dada por um orador que já passou por várias empresas com uma cultura muito horizontal, as quais sonhas um dia poder vir a integrar.

“A consultoria é uma área bastante abrangente e diversificada, assumindo-se como uma das principais saídas profissionais para os alunos da Nova SBE.”

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Finanças

Um Conto de Catarina Castela NIC UD

O sistema financeiro assenta na alocação de capital. Uma das formas que o capital toma é a dívida. Quan-do falamos do preço do dinheiro e em particular no preço de um emprésti-mo, usamos o termo “taxa de juro.” Ao criar uma taxa de juro de referên-cia, bancos centrais influenciam as taxas de juro pagas pelos emprésti-mos, que por sua vez afetam a econo-mia. Isto é, as taxas de juro integram uma série de instrumentos de política monetária que visam controlar o nível da inflação e reduzir a amplitude dos ciclos económicos. Outra medida consiste na compra de ativos de maior maturidade que títulos para reduzir as taxas de juro de longo prazo. Este último mecanismo, con-hecido por quantitative easing (QE), é introduzido quando a política mone-tária se torna ineficaz. O seu objetivo é incentivar o consumo e o investimen-to através da expansão da capacidade de empréstimo das instituições finan-ceiras – tudo isto na esperança de que a economia cresça.

Após a crise financeira de 2007-08, os bancos centrais procuraram rean-imar a economia com programas de liquidez de emergência e redução das taxas de juro de curto prazo para próx-imas de zero. No entanto, a fragilidade dos mercados financeiros permaneceu – razão pela qual o Sistema de Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed) e o Banco da Inglaterra (BoE) recorreram ao QE.

Desde então, várias economias têm recuperado, destacando-se os Estados Unidos (EUA), que concluíram o seu programa de QE em outubro de 2014.

Atualmente, a questão principal tornou-se na incerteza quanto ao momento da subida das taxas de juro e nos riscos associados a uma era de taxas de juro baixas. À semelhança do que aconteceu com a crise imobiliária de 2007, as taxas de juro baixas podem encorajar o endividamento excessivo, correndo o risco de criar bolhas finan-ceiras. Nesta situação, os preços dos ativos de um setor particular sobem de for-ma eufórica e irracional (muito mais do que o PIB ou outra medida de rendimento) e cativam especuladores que, acreditando que lucro pode ser realizado através da compra e venda no curto prazo, aumentam ainda mais a procura. Quando o mercado (inev-itavelmente) se apercebe da situação, liquidação en masse arrebenta a bol-ha, que por sua vez prejudica o resto da economia. Após a taxa de inflação na União Europeia (UE) ter caído para valores negativos em dezembro, o Banco Central Europeu (BCE) começou em

“Outra medida consiste na compra de

ativos de maior maturidade que títulos para reduzir as taxas de

juro de longo prazo.”

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Outubro 2015 | NovaPress | 14

Finanças

Duas PolíticasCarlos Gonçalves NIC UD

março de 2015 a comprar €60 bilhões em títulos financeiros cada mês, pelo menos até o final de setembro de 2016. Similarmente, o Banco do Japão (BoJ) introduziu QE em 2001 para combat-er os efeitos da deflação, programa que foi alargado em 2011, 2013 e no-vamente em 2014 devido á crise. Considerando a atual conjuntura – i.e. os preços baixos do petróleo, uma moeda enfraquecida e as taxas de ju-ros perto de zero – o crescimento no Japão e na UE no Q2/15 tem sido fra-co (–1,6% e 0,4%, respetivamente). A recuperação económica continua a ser insuficiente para diminuir a taxa de desemprego de 10,9% na Europa ou dissipar pressões deflacionárias. Dado estes resultados dececionantes e a fragilidade económica da China e dos mercados emergentes, o BCE comprometeu-se a fazer o que for necessário para proteger a retoma eu-ropeia, através do aumento e da pro-longação de QE para além de setem-bro de 2016. Nestas condições, não haverá uma subida da taxa no futuro previsível. Por outro lado, o BoE e o Fed, face a uma taxa de desemprego em 5,1% nos EUA e 5,5% no Reino Unido (UK), preparam-se para aumentar as taxas de juro. Com a confiança do consumidor e do produtor em ascensão, um cresci-mento sólido de 0,7% no Q2/2015 e a consolidação do mercado de trabalho – a remuneração média (sem con-tar com bónus e benefícios) a crescer mais rapidamente no UK do que nos EUA – a recuperação económica do UK está num bom caminho. No entanto, o BoE decidiu manter as taxas de juro de referência a 0,5%, o

nível mais baixo de sempre, visto que existem riscos associados com um au-mento da taxa de juro. Um dos riscos é a valorização da libra (GBP) e o consequente agrava-mento do défice comercial – sobretu-do devido à perca de competitividade do UK face à fraqueza do euro (EUR), sendo que a UE continua a ser o seu maior mercado de exportação. Além disso, a inflação – atualmente num mínimo quase histórico de 0,2% – é outra ameaça para o seu crescimen-to económico, sem esquecer riscos políticos como o futuro da sua adesão à UE e o período de consolidação orçamental que se aproxima. Em última análise, motivos históri-cos sustentam a expectativa gener-alizada de que o BoE será o próximo banco central depois do Fed a subir as taxas de juro. Do outro lado do Atlântico, a economia dos EUA está cada vez mais robusta, com o Fundo Monetário Internacional (FMI) a prever um-crescimento de 3% em 2015 e 2016,

com taxas de inflação de 0,1% e 1,5% respetivamente. Aliás, embora a in-flação esteja abaixo da meta do Fed (o índice de preços no consumidor di-minuiu 0,1% em Agosto), o mercado de trabalho tem fortalecido, com um aumento da salarial (taxa anual) de 2,4%. Contudo, o Fed tem mantido a taxa de juro de referência entre os 0% e 0,25% devido aos valores da inflação e o cenário da economia global. Mais concretamente, o abrandamento económico da China – economia esta que passa por uma das maiores fu-gas de capitais da sua história, e deste modo, enfrenta o seu maior perío-do de incerteza desde as reformas económicas de 1979 – e o contágio dos mercados emergentes têm aumentado a volatilidade nos mercados financei-ros. A crescente convicção de hard land-ing na China – conjuntamente com a recente desvalorização do renminbi (CNY), o enfraquecimento das moe-das dos mercados emergentes e os preços baixos do petróleo e das com-modities – atenuará as pressões infla-cionistas, diminuindo os preços das importações realizadas pelas econo-mias dos EUA, UK e UE. Tudo isto aponta para que, mais cedo ou mais tarde, as expectativas de inflação sejam demasiado baixas para uma recuperação sustentável, empur-rando então a expectativa de uma sub-ida das taxas de juro de referência para dezembro de 2015 pelo Fed e Q3/16 pelo BoE. Os mercados, porém, não têm tanta certeza, pois continua a ser provável que os motivos apresentados acima perdurem para além de 2015.

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15 | NovaPress | Outubro 2015

Economia

Artigo de Opinião de Filipe Correira

A Economia da Saúdee a Saúde da Economia

Vamos fazer um exercício bem ao estilo económico, em que para explicar alguns factores da nossa Economia, recorremos a argumen-tos que se prendem com a Saúde humana, e a sua influência na com-posição da sociedade que habita e age na economia. Considere-se então um núme-ro de habitantes, composto por dois tipos de habitantes: novos e velhos, em que há mais velhos do que novos, porque hoje os novos têm menos fil-hos, os meios de contracepção são mais eficazes, o seu uso é prática regular, e os mais velhos vivem mais tempo com melhor saúde. Tendo isto em conta temos de ver que os novos – que são menos- são os que estão ou acabaram de adquirir capital humano capaz de produzir para contribuírem para a reforma dos velhos, que são os que há muitos anos que contribuem ou contribuiram e agora usufruem, ou em breve necessitarão de usufruir de uma reforma. Se disséssemos que n novos têm de contribuir para v velhos, numa perspectiva instantânea (já que qualquer fundo de pensões hoje tem retorno de 0% em investimentos em que não ponha em risco pagamentos futuros), e que os novos contribuem com uma percentagem α do seu ren-dimento o que se diria é o seguinte: “v rendimentos (reformas) dos vel-hos têm de igual αn rendimentos dos novos”

Aqui estou a assumir, que o mínimo da dignidade de chegar a velho, está em podermos reformarmo-nos mantendo o estilo de vida que se teve enquanto contribuinte para o mealheiro da reforma. O que com um α entre 0%-100%, e com um número de novos menor que o dos velhos, não pode ser verdade, levando facilmente à conclusão que há menos dinheiro a entrar da parte dos novos, que a sair para os velhos. O grave da saúde desta economia não está acima, mas sim, entre outros nos próximos 3 pontos: • Este raciocínio não vislumbra que os novos estejam a contribuir para a sua própria reforma, mas sim, que estão a contribuir para reformas pagas agora, ou num futuro próx-imo, na falsa esperança que quando estes envelhecerem haja outros novos a contribuirem para eles. Ora com menos novos, a terem menos filhos, onde é isto possível? E a reforma dos novos, quem pagará? • Este raciocínio não conta com a podridão tanto das escolas, como dos próprios no-vos, como das empresas no que toca a requisitos contratuais de trabalho: as empresas oferecem cláusulas abusivas, que os jovens, laboralmente iletrados e não protegidos pela educação que recebem nas escolas, aceitam. As escolas negoceiam ainda trabalho não remunerado como parte obrigatória ou creditada no curso, ou ainda, após pagamento de propinas, uma empresa para se fazer a tese. Mascara-se de estágio, e todos aceitam. Que jovem consegue contribuir para a sua reforma, ou mesmo para as dos velhos do seu tempo? •Este raciocínio não refere como então se prevê continuar a pagar as reformas num médio ou longo prazo. Não refere, porque estamos a falar de um país altamente endivida-do. Estamos a falar de um país que dificilmente pode galopar na escalada da dívida como o tem feito, até hoje mesmo. Estamos a falar de um país que corta as pernas aos jovens ainda dentro das escolas e universidades, e se prepara para cortar as dos velhos também.

A Economia está doente, em espiral. Não foi vacinada, não está a ser observada, nem tratada. A culpa é de todos: de quem governa, de quem escolhe, de quem cuja missão seria instruir e educar estes dois grupos de governantes e governados, e tambem, porque assim começámos, de novos e velhos!

“Aqui estou a assumir, que o mínimo da dignidade de chegar a velho, está em podermos reformar-mo-nos mantendo o estilo de vida que se teve en-quanto contribuinte para o mealheiro da reforma.”

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Outubro 2015 | NovaPress | 16

Economia

NIC UD

Financiamento da Segurança Social: que sistemas de pensões existem?

1.Modelo de repartição: As contribuições tanto dos tra-balhadores como das empresas são direcionadas para o pagamento das pensões. Se, e quando, o saldo entre o que entra no sistema e o que sai for positivo, é aplicado no Fundo de Estabilização da Segurança Social, que investe esse dinheiro para rent-abilizar ou capitalizar o dinheiro disponível no futuro, para pagar as pensões.

2. Modelo de capitalização puro: As contribuições são acumuladas e investidas em fundos de pensões, encarregues de pagar as pensões futuras. Isto é, a pensão futura resulta das contribuições acumuladas e do que resulta em capitalização.

3. Modelos mistos:

Misturam características dos an-teriores e é aqui que entra o plafon-amento. 3.1 Plafonamento horizon-tal: define um tecto salarial, a par-tir do qual os trabalhadores têm a hipótese de escolher onde aplicam as suas contribuições. 3.2 Plafonamento vertical: determina que parte dos descontos feitos por todos os salários é aplica-da noutras formas de poupança.

3.1 Plafonamento horizontal:

Define um tecto salarial, a partir do qual os trabalhadores têm a hipótese de escolher onde aplicam as suas contribuições.

3.2 Plafonamento vertical:

Determina que parte dos descontos feitos por todos os salários é aplicada noutras formas de poupança.

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Artigo de Opinião de Alexandre Mergulhão

Reflexões Sobre as Eleições

Depois de 6 anos de austeridade e de 4 anos de coligação PSD e CDS, vejamos o que nos dizem os re-sultados destas eleições, o que os ci-dadãos expressaram no passado dia 4 de Outubro. A direita caiu perdendo mais de 817 mil votos, passando de 50% para 36% do eleitorado português, com menos 30 deputados na Assembleia da República a defenderem austeri-dade. Ainda assim, a coligação Por-tugal à Frente ganhou estas eleições, e poderá vir a constituir um gover-no minoritário com 99 mandatos mais os 3 eleitos na Madeira e 2 nos Açores. Por outro lado assistimos a um crescimento da esquerda em Por-tugal: quase mais meio milhão de portugueses (“sacrificados” a pedi-do de Passos e Portas) votaram no BE, PCP e PS dizendo não à aliança Portugal à Frente. Depois do abuso mediático à volta de Socrates, das tensões internas do partido com a substituição de Seguro por António Costa, e mesmo tendo semeado a dúvida com um programa liberal, que não se revelou como uma ver-dadeira alternativa à austeridade, o PS conseguiu mais 12 deputados, passando de 28% para 32% dos vo-tos. O PCP contou novamente com o seu constante eleitorado, ganhan-do um deputado para além dos 16 mandatos que arrecadou em 2011. Isto quer dizer que se até aqui a coli-gação em maioria foi limitada pelo

Tribunal Constitucional, agora em minoria terá que aceitar discutir no Parlamento as divergências com a oposição. A grande surpresa foi o impres-sionante fortalecimento do Bloco de Esquerda que subiu de 5,2% para 10,2%, elegendo mais de o dobro dos deputados, tornando-se, pela primeira vez, a 3ª força política neste país. Desta feita, cerca de um quin-to dos eleitores portugueses - BE mais PCP somam 18,5% - rejeitam

objectivamente a austeridade fiscal e o consenso germanófilo europeu de que apenas com ela podemos resolver os nossos problemas de en-dividamento excessivo. Depois das rupturas e das especulações de desa-parecimento do partido, o BE con-segue 19 mandatos para promover o emprego e combater a precariedade, proteger o financiamento da Segu-rança Social e as pensões, reduzir as desigualdades e lutar contra as injustiças sociais.

“Isto quer dizer que se até aqui a coligação em

maioria foi limitada pelo Tribunal Constitucional,

agora em minoria terá que aceitar discutir no Parla-

mento as divergências com a oposição.”

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Economia

Antonio Costa

Catarina Martins

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Outubro 2015 | NovaPress | 18

Economia

Compreendendo a situação dev-astadora do país, a necessidade de parar com o sangramento da econo-mia em nome dos encargos com a dívida pública, e o carácter incon-stitucional de muitas medidas do anterior governo, tanto o PCP como o Bloco já se mostraram disponiveis para discutir a formação de um gov-erno com o PS, se este se conseguir distânciar das medidas da direita. Há, portanto, a possibilidade de for-mar um governo de esquerda, se o PS assim o entender. O BE e o PS juntos têm o mesmo número de dep-utados que a coligação PàF (104).

Como tal, e assumindo que é plausível – eu não creio que o seja - o BE coligar-se sem o Partido Comunista Português, de forma a que os 3 tenham maioria absoluta, o eventual governo minoritário de esquerda contaria com o apoio dos comunistas para medidas de defesa do Estado Social. O possível ponto de partida ne-gocial para que um entendimento se materialize faz jus à coerência pro-gramática do Bloco e já é conhecido por nós, desde o empolgante debate entre a Catarina Martins e António Costa:

I) Retirar o congelamento das pensões - que resulta num corte de 1660 milhões de euros no valor das pensões, entre 2016 e 2019;

II) Acabar com a redução de 4% da TSU - perdas de 2550 milhões de euros (em 4 anos) no financiamento da Segurança Social só pela redução das contribuições das entidades patronais (5569 milhões no total), que se manterá ao contrário da descida das contribuições dos trabalhadores. Repare-se que nem chegam a compensar os “ganhos” da Segurança Social com o congelamento das pensões.

III) Abdicar do “regíme conciliatório” – que é meramente uma forma de flexibi-lização dos despedimentos visto que os permitirá “englobando todos os motivos de ordem económica”, ou seja qualquer motivo económico serve.

Veremos então o que sairá da reunião de segunda-feira, entre o Bloco de Esquerda e o Partido Socialista e até onde o PS irá ceder nas medidas de austeridade. Porém convém salientar que o único governo minoritário que cumpriu o mandato até ao fim da legislatura foi o de Guterres, no entanto conseguiu tal proesa graças a uma situação económica muitíssimo mais favorável, na segunda metade dos anos 90. Por isso estou convencido de que, seja ele qual for, o próximo governo não durará mais de 2 anos. E aí, mais do que nunca, espero que as pessoas decidam por si, e que a abstenção não volte a bater recordes (43%).

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19 | NovaPress | Outubro 2015

Economia

Statistik O Ínicio da Estatística Ana Margarida Carvalho

NOVA Stat

A Estatística teve o seu início no século XVIII. Nesta altura, ela cen-trava-se na recolha de informações de âmbito demográfico e económico sobre os diferentes estados, como se pode ver pela etimologia da própria palavra, que advém de Status (Estado). Assim, o principal objetivo era que a informação fosse usada por organismos governamentais e administrativos. O sentido desta ciência tem evoluído, tornando-se mais abrangente. No século XIX, era já uma disciplina que se preocupava com a coleção e análise de dados relativos a informação de todos os tipos. Hoje em dia, a recolha de dados e a sua análise encontra-se computorizada e é comum em áreas desde a Economia à Meteorologia e ao Desporto, sendo mesmo possív-el ter acesso a dados de períodos remotos.

O desenvolvimento da estatística moderna ocorreu, apenas, nos sécu-los XIX e XX. Francis Galton e Karl Pearson transformaram a estatística numa disciplina matemática rigor-osa. Francis Galton é considerado uma das grandes figuras da estatísti-ca, por ter introduzido conceitos como o desvio padrão e a correlação. Ronald Fisher deu um contributo importante para o desenvolvimento do design de modelos experimen-tais, testes de hipóteses, entre outros. O primeiro organismo estatístico, a Royal Statistics Society, surgiu em 1834. Egon Pearson e Jerzy Neyman foram responsáveis pela introdução de conceitos de que é exemplo os intervalos de confiança. Hoje em dia, a estatística é considerada uma área distinta da matemática, principalmente pelo facto de estar presente na tomada de decisões em áreas tão importantes como a medicina e a economia e gestão.

Os primeiros resultados da teoria das probabilidades foram descob-ertos nos séculos XVII e XVIII por Blaise Pascal e Pierre de Fermat, principalmente através do estudo dos jogos de azar. O método dos mínimos quadrados foi usado primeiramente na astronomia por Legendre. Este método foi associa-do ao princípio de probabilidade e à distribuição normal por Carl Friedrich Gauss, através da sua utilização no cálculo das órbitras de corpos celestiais.

“Assim, o principal objetivo era que a informação fosse usada por organismos governamentais e administrativos.”

“Francis Galton é considerado uma das grandes figuras da estatística, por ter introduzido conceitos como o desvio padrão e a correlação.”

CarlGauss

KarlPearson

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Outubro 2015 | NovaPress | 20

Debate

A Praxe Foi me pedido para escrever umas palavras a favor da Praxe, mas tendo Praxe e praxe sentidos diferentes acho melhor começar pela definição destes conceitos antes de defender o que seja.Por Praxe (com p maiúsculo) deve entender-se o conjunto de regras e normas que regem o comportamen-to daqueles que dela voluntariamente fazem parte. Este conjunto de regras e normas, presente em forma de código, é a Lei Académica. Por praxe ou vulgo “praxes”, desig-nam-se as atividades realizadas entre caloiros e trajados, quando em respeito da Praxe. No início de cada ano letivo e na vasta maioria das instituições de ensino superior é dada a oportunidade aos novos alunos, os caloiros, de fazer-em parte de atividades de praxe e por conseguinte da Praxe. Esta participação deve ser voluntaria como o será ao lon-go de todo o tempo que permanecerem no ensino superior. Ao contrário do que se possa dizer o propósito da Praxe não é a integração dos caloiros, isso é algo necessário para preservar e continuar a tradição de séculos e garantir que os estudantes vindos de diferentes locais e de difer-entes meios sociais são colocados na mesma condição, a de caloiros. A Praxe não é algo que seja para to-dos, sendo uma só lei, não pode - nem tenta - agradar a gregos e troianos. Conheço e compreendo aqueles que não se identificam com a mesma, dela não fazem parte, mas que pouco se

Artigo de Ricardo Rodrigues Carreira

importam os que fazem. Já os di-tos “anti-Praxe”, também eles não fazem parte mas são contra aqueles que livremente e no exercício da sua liberdade são caloiros ou praxantes, o que eu não consigo compreender. A tradição da Praxe na nossa fac-uldade é algo recente, como também é recente a criação da mesma. Não pos-suímos uma tradição de séculos nem fomos parte ativa na criação de todas as normas e tradições, mas há uma evolução positiva e constante na forma como a Praxe é feita e como o traje é usado. Dentro da cidade de Lisboa pos-so dizer com que estamos entre as mel-hores faculdades a envergar e honrar o traje e a Praxe. A comunicação social tem dado destaque a acontecimentos negativos e de lamentar, que muitas vezes feitos em praxe nada têm a ver com a Praxe, que mancham a imagem da Praxe e de todos os trajados. Disto se conclui que a Praxe evoluiu de forma errada em certas instituições e a sua prática nesses mesmos locais dever ser repensada. Mesmo com todos esses aconteci-mentos o número de caloiros e trajados na nossa faculdade mantém-se con-stante, já o número de atividades real-izadas e a sua qualidade tem aumenta-do de ano para ano. Sendo a Praxe uma tradição que evolui, na Nova SBE o próximo passo será ter praxe em Inglês dado o número de alunos internacionais que já partici-pam nas actividades.

“Ao contrário do que se possa dizer o propósito da Praxe não é a integração dos caloiros, isso é

algo necessário para preservar e continuar a tradição de séculos e garantir que os es-tudantes vindos de

diferentes locais e de diferentes meios so-

ciais são colocados na mesma condição, a de

caloiros.”

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21 | NovaPress | Outubro 2015

Opinião

Aprender ao

No mês passado fui à estreia de um espectáculo fantástico. Tratou-se de um “one-man show” extremamente original, inteligente, e acima de tudo, divertido. O público ficou cativado do início ao fim, dando sempre uma resposta positiva quando assim lho era pedido (há neste espectáculo algum nível de interacção) e tentando responder sem-pre com o mesmo nível de dedicação do artista. Raramente se encontra alguém assim, com tamanha paixão naquilo que faz. Quem escolheu a plateia daquele an-fiteatro para gastar 90 minutos do seu dia, fez valer em pleno o seu tempo. Do que retive enquanto espectador, tenho a destacar o visível cuidado que o intérprete teve ao ser em tudo diferente da maioria dos seus cole-gas de profissão, e conseguir conjugar uma maneira estimulante e ímpar de se exprimir acerca de um conteúdo que muito frequentemente não é bem transmitido. A ele se deve a forma envolvente como a plateia recebeu e compreendeu a mensagem que se pretendia passar. Digo isto, visto que as ideias do guião que estava a ser seguido não são da sua autoria, são até representadas em mui-tos outros anfiteatros por esse mundo fora por um número sem fim de intér-pretes, não tendo obviamente a mesma recepção. E porquê? Porque este professor encara os alunos como uma plateia.

Artigo de João Chambel

“E porquê? Porque este

professor encara os

alunos como uma plateia.”

É verdade. Eu estava a referir-me a uma aula. A metáfora não é inédita e, como jov-ens universitários, é-nos em tudo próx-ima: professor - artista em palco. À partida, todos os professores da ca-deira X têm a mesma base de tópicos por onde se guiar. Como o actor que está a representar Hamlet, uma peça com mais de 400 anos, as falas que re-produz em palco já foram proferidas por milhares de outras vozes diferentes da sua, mantendo-se as palavras as mesmas, intactas, iguais. Como a ban-da que toca covers dos Beatles, e claro, se tivermos bom gosto, vão trazer para palco músicas das quais já sabemos as letras de cor. Então, porque é que eu vou ao teatro

MEYER LONDON1915

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Outubro 2015 | NovaPress | 22

Opinião

ver algo de Shakespeare? Porque é bem escrito? Podia planear um bom serão em casa a ler as falas para mim, pou-pava-me tempo e dinheiro. Ou porque é que me irei dar ao trabalho de ver um tipo que não seja o John Lennon a can-tar a ‘Come Together’? Tenho os álbuns todos da banda no meu telemóvel, bas-ta tirá-lo do bolso e escolher a música!

Não? Não. Decidimos pelo “quem” e não pelo mais-que-ouvido-e-decorado “quê”. Transpondo isto para o caso dos professores e das suas matérias leccionadas, existe apenas a pequena diferença de não ser suposto já termos ouvido antes o que nos vão dizer pela voz de centenas de outros professores diferentes.

Os professores têm de ser o trunfo. Sempre. Tem de ser esta a máxima de qualquer instituição que queira estar na vanguarda do ensino. O holofote tem de estar primeira-mente virado para os que ensinam, para só depois os que aprendem recol-herem os seus merecidos louros. E não me refiro apenas a números, ou ao ‘GPA’. Refiro-me ao que levamos dos nossos professores para o futuro.

O professor é um artista, o giz o seu pincel e o quadro a sua tela, se ele assim o quiser. Quantas maneiras houver de proporcionar uma experiência de ensi-no eficaz, eu pessoalmente fico com a do professor que “deixou a pele” na sala de aula, e que não arredou pé de uma questão de um aluno enquanto não tor-nasse nítida o suficiente a sua resposta.Alguém que, enquanto nos cativa, nos ensine.

“Decidimos pelo “quem”

e não pelo mais-que-ouvi-do-e-decorado

“quê”. “

“Alguém que, enquanto nos cativa, nos ensine.”

Vivo

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Reportagem

23 | NovaPress | Outubro 2015

No dia 24 de setembro, na Junta de Freguesia de Benfica, a Asso-ciação Putos Traquinas acolheu da melhor forma todos os que quiser-am abraçar o projeto de angariação de fundos para as crianças mais carenciadas de Benfica. Os esforços da APT com o apoio dos cerca de 30 parceiros, entre os quais a NOVA SU, resultaram numa ação que acrescentou valor à comuni-dade da freguesia. Para dar as boas vindas aos presentes, o clube de dança da APT, constituído inteiramente por raparigas com idades compreendi-das entre os 5 e os 15 anos, dançou três temas de coreografia origi-nal e arrancou rasgados aplausos na plateia. Entre as muitas asso-ciações que tornaram possível o

Putos Traquinas

“Este tipo de parcerias con-fere à NOVA SU uma dimensão de ação social que transborda o espaço físico da faculdade”

Reportagem deTiago Oliveira

festim sabatino, destacaram-se a ESCSTunis, tuna mista da Escola Superior de Comunicação Social e ainda a Tuna Mista do Instituto Su-perior Técnico (TMIST) que, com o seu habitual repertório, troux-eram animação à festa durante a tarde. A noite terminou com a per-formance de dois DJ’s convidados do pelouro de ação social da Nova SU (Tomás e Bernardo Gonçalves) com um reportório que fez os pre-sentes viajar até uma discoteca Portuguesa de anos 80, com Heróis do Mar e Sétima Legião a dominar a pista de dança. A encerrar a festa ouviu-se a atuação musical do alu-no da Nova SBE, Jaime Santiago, acompanhado da sua banda com temas diversos do Pop ao Rock.

Foi um prazer para a Nova SU colaborar com a Associação Putos Traquinas com a doação de bens essenciais à realização deste evento e ainda com dois embaixadores ofi-ciais que no dia passaram som com muito prazer. Este tipo de parcerias confere à NOVA SU uma dimensão de ação social que transborda o es-paço físico da faculdade, mas que é essencial num contexto de criação de sinergias entre a Faculdade de Economia da UNL e as freguesias que circundam o campus.

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Outubro 2015 | NovaPress | 24

Cultura

Programação de Concertos

613

24Kurt Vile 2924 NovembroTerça-feira 21:0020€Espaço Armazém F

Unknown Mortal Orchestra13 NovembroSexta-feira21:0020€Espaço Armazém F

Dead Combo6 NovembroSexta-feira21:0030€CCB - Centro Cultural Belém

Vodafone Mexefest27 e 28 NovembroSexta e Sábado19:0045€ - Passe 2 diasAvenida da Liberdade - Várias Salas

Filipe Figueiroa

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25 | NovaPress | Outubro 2015

Cultura

Na primeira sexta feira do mês celebra-se a música portuguesa. O CCB recebe Dead Combo, uma mistura tão estranha quanto boa en-tre os bons sons porosos do velho Oeste, ritmos de jazz e a emoção do Blues . Com alma e envoltos numa aura de mística ina-creditável, fazem-se valer da guitarra e do contrabaixo para produzir malhas in-strumentais elegantes que, ora nos apaziguam, ora nos inflamam, tão presentes que estão as suas origens e in-fluências. Para quem nunca os viu nem nunca os ouviu, que o desconhecimento não seja um impedimento, vão ficar surpreendidos com a qual-idade musical e a qualidade da entrega deste super duo composto por Tó Trips e Pe-dro V. Gonçalves.

Os Unknown Mortal Or-chestra voltam a Lisboa para apresentar o seu mais re-cente album: “Multi Love”. Após o bem recebido II, o grupo dá mais um passo na sua aventura única, com tons saturados e uma voz a resvalar para o pop - tendên-cias que parecem ter sido ainda mais exploradas neste último album. Com acumulada experiên-cia de concertos, este ex-celente nome da música al-ternativa convida-nos a sair do conforto das nossas casa para abraçarmos o Outono da melhor maneira: numa sala de concertos. É tempo de abrir os ou-vidos e as mentes para um concerto onde o tema cen-tral vão ser as relações a 3 (tema central do album), sem taboos, ao som de Multi - Love

Mais uma apresentação de album, no mesmo espaço. O Armazém F volta a receber um óptimo nome da músi-ca alternative, também Kurt Vile com novas músicas, no-vos singles. O ex-membro de War On Drugs tem-se focado no seu album a solo, com o lança-mento em 2013 de “Wakin on a Pretty Daze”, recheado de baladas de verão mais ou menos rápidas, mais ou menos complecas que se podem ouvir durante ho-ras. Agora, em 2015, lança “b’lieve i’m goin down...” com o single “Pretty Pimpin”. Na sua inconfundivel voz arrastada e com a sua subtil infantilidade, Vile continua presente, continua activo e nós gostamos de o ouvir e de o seguir. Resta saber como é que se vai ser a relação com o público lisboeta.

Já uma estranha tradição an-ual, o Vodafone Mexefest faz os amantes de música mexer num festival off-season. É um refúgio para o tempo mais hi-bernal, onde podemos andar de sala em sala a ouvir artistas em ascenção. Quanto aos artistas, Benja-min Clementine vai estar pre-sente. O pianista que tem sido altamente elogiado e consider-ado vem mostrar o producto do seu talento e certamente ganhar novos fâs. Aquele que já è um artista de culto, muito badalado no mundo artístico, tem o seu som próprio, atípi-co, altamente focado no piano e na voz, com ritmos contem-porâneos e que nos fazem rep-ensar sobre a Música. Patrick Watson é outro dos artistas que nos visita neste fim de Novembro fantástico. Munido de um Folk espaçoso, lento, com quebras e pausas, assenta que nem uma luva no ambiente do Mexefest para nos embalar, nos momentos certos. O festival conta ainda com as presenças de Ariel Pink, o português Benjamim e Peach-es, entre outros.

Dead Combo Unknown Mortal Orchestra

Kurt Vile Vodafone Mexefest6 Novembro

Sexta-feira21:0030€CCB - Centro Cultural Belém

13 NovembroSexta-feira21:0020€Espaço Armazém F

24 NovembroTerça-feira 21:0020€Espaço Armazém F

27 e 28 NovembroSexta e Sábado19:0045€ - Passe 2 diasAvenida da Liberdade - Várias Salas

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Cultura

Christian Bale é mais um exemplo do talento Britânico e é, para mim, um dos melhores atores da atualidade pois tem um brilho e talento especial, sendo algumas das suas característi-cas únicas: Bale consegue ser brilhante e discreto. Já ganhou um Óscar, foi nomeado para outros e certamente terá uma carreira brilhante. A verdade é que embora o enorme talento, o britânico não é tão mediático quanto este lhe poderia proporcionar: quero com isto dizer que existe um lote de atores inferiores a ele, mas com mais fama e mediatismo. Isto é apenas uma ressalva inicial pois nos últimos anos, de certa forma, Bale tem-se destacado e com o seu talento a emergir, naturalmente já é visto com muito respeito e admiração no mundo do cinema. É responsável, em parte, pelo sucesso da Saga dos filmes de Batman do realizador Christopher Nolan mas tem muitas outras participações no cin-ema dignas de destaque. Começando muito novo em 1987 com Empire of the Sun enquanto criança, descobre aqui o talento que o leva a enveredar por esta carreira. É em 2000 com American Psycho que o ator cria impacto e se começa a destacar num pa-pel brilhante voltando em 2007 com O Maquinista, onde para além de uma grande atuação fica patente a “marca Bale”: A sua entrega, dedicação e trabalho são os inputs para o que deixa em cena.

Christian BaleAs oscilações de peso são a sua imagem de marca onde reflete a sua personalidade e mostra ser alguém que se quer entregar às personagens e dar sempre o seu máximo. Isto faz com que quando representa não pareça teatro, mas algo real. Meses de trabalho fazem-no ingressar na personagem a um ponto em que quase o próprio deve ficar com dúvidas de quem ele é. Deixando patente estes factos, inicia-se a saga Batman que o lançam ainda mais, assim como The Prestige (2006) onde é soberbo. Finalmente em 2010, com The Fighter, vence o Óscar para melhor ator secundário. Nesse ano, com apenas 36 anos não poderia estar em melhor posição. Atualmente e terminando a Saga de Batman em grande, dest-acam-se 3 filmes do ator: Exodus: Gods and Kings; Out of the Furnace e American Hustle (2013). O ator esteve muito bem mas os filmes pecaram, em especial o ultimo, estabelecendo grandes expectativas que para críticos e espectadores acabam defraudadas. Já ingressando noutros projetos, aos 41 anos e com um óscar, o ator está bem posicionado e espera-se, mais tarde ou mais cedo, um papel e um filme brilhante para voltar ao auge. Talvez aquele que gravará em Portugal.

Cinema:

João Marinho

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27 | NovaPress | Outubro 2015

Cultura

Capitalismo eLiberdadeMilton Nascimento

Milton Nascimento é um dos nomes mais importantes do panorama mundial da música popular. Dotado de uma voz extraordinária e de uma criatividade fascinante, bem acom-panhado por outros músicos e compositores ( Lô Borges e Fernando Brant, são disso um bom exemplo entre muitos outros) cedo se impôs na MPB. Canções como “Travessia” ou a “Canção do Sal” rapidamente tornaram-se hits e foram adotados por outros músicos como a grande Elis Regina. Escolhi este álbum, “Milton”, porque marca um salto mui-to importante na música do Milton e para a própria MPB. A fusão com o Jazz e a parceria com grandes músicos como Wayne Shorter e Herbie Hancock dão-lhe uma dimensão in-ovadora, mas que não faz perder a matriz original, as suas raízes, bem como a sua componente social fortemente em-penhada. Canções como Raça, Nada será como antes, Cravo e Cane-la são exemplos disso mesmo. Este é um disco maravilhoso, como aliás quase todos os álbuns de Milton Nascimento. Recomendo além deste os álbuns “Clube da Esquina” 1 e 2 e “Milagre dos peixes”- gravado ao vivo. São portas abertas para o universo único deste músico extraordinário.

Faz por esta altura um ano que comecei a recta final da minha licenciatura; faz também um ano que, indeciso, aca-bei por pegar no livro que me definiu enquanto estudante.

Sendo mais do que um manual, faz-nos tratar as aulas por “tu”, despertando-nos para os verdadeiros valores do merca-do e para os perigos da concentração de poder. Apesar de todas as críticas, a mensagem deste livro repre-senta o espírito da nossa Nova e, como vosso colega, digo-vos que é com Friedman que começa a verdadeira aventura.

Livros:Milton

Discos:

Título Original: Capitalism and FreedomAutor: Milton FriedmanLíngua Original: InglêsPublicado: 1962Género: Não ficcionalISBN: 9783821839608

Maria Ana Henriques

Link:

https://www.youtube.com/embed/PpGWIXzXoJ0

Milton FriedmanPedro Almeida Jorge

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Outubro 2015 | NovaPress | 28

Cultura

Sim, TUNNG; é mesmo este o nome da banda da qual vos vou falar, particularmente do seu álbum “…And Then We Saw Land” (chegaram a apresenta-lo mesmo em Paredes de Coura). Para muitos é a primeira vez que ouvem falar deste sexteto. Estávamos no ano 2003 e Mike Lindsay tentava viver da música tanto como produtor de melodias electrónicas como de jingles para os mais diversos anúncios que passavam na TV britânica. Foi nesta altura que Mike conheceu Sam Genders, um bom rapaz com o dom para a poesia cantada. E assim nasceram os Tunng. É com este último álbum que a banda de Sam Genders ten-ta abandonar o rótulo de “folkatronic music” do qual têm sido apelidados desde o momento da sua formação, chegando mes-mo a descrevê-los como uma mistura entre os Hot Chip e Griz-zly Bear . “Hustle”; faixa de abertura e primeiro single do disco é uma faixa animada, alegre (primaveril chamemos-lhe) e que nos deixa completamente desde o momento em que a ouvimos.

TUNNG: O Som da Primavera Com o continuar deste LP deparamos-nos com uma música diferente; “Don’t Look Down or Back” vai buscar o que de mais obscuro a banda tem e reconta-o numa “love song” de aponta-mentos electrónicos, fazendo-se depois acompanhar com uma guitarra electrónica (numa das suas poucas incursões por todo o albúm) e dos tão já característicos metalofones da banda. O resultado é uma harmonia disforme ao bom estilo de Iron and Wine. É deste esforço de grupo que resultou a sonoridade mais (dig-amos..) épica deste último trabalho. É com o intuito de incitar o leitor a escutar este álbum que recomendo a canção final deste longa-duração: “Weekend Away” é (preferencias à parte) uma das melhores canções do albúm. Desde o intro da mesma; à voz da cristalina Betty a entoar o refrão que nos fica automatica-mente no ouvido.. Os Tunng já por cá andam à uns aninhos, e na minha opinião, vieram para ficar!

Banda:

Duarte Carreiro

(Da esquerda para a direita: Sam Genders, Martin Smith, Betty Jacobs, Ashley Bates, Phil Winter e Mike Lindsay)

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