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___________________________________________________________ Mano a Mano Capítulo 38 Pág: 1 MANO A MANO Novela de Rômulo Guilherme Criada e escrita por: Rômulo Guilherme

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Page 1: Novela de - megapro.com.br · um carro, num ferro-velho. E quando fui buscar o dinheiro, um maldito cachorro, que quase tinha ... REMO — Eu já perdi tudo o que tinha. _____ Mano

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Mano a Mano Capítulo 38 Pág: 1

MANO A MANO

Novela de

Rômulo Guilherme

Criada e escrita por:

Rômulo Guilherme

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Mano a Mano Capítulo 38 Pág: 2

CENA 01/CASA CACAU/SALA/INT/NOITE

CONTINUAÇÃO DA ÚLTIMA CENA DO CAPÍTULO ANTERIOR.

MESMOS PERSONAGENS.

FRAJOLA — Então abre o bico de uma vez e conta onde está

esse maldito dinheiro.

REMO — Virou merda de cachorro!

CACAU — Como assim?

FRAJOLA — Está zoando com nossa cara?

REMO — Vou explicar. Eu escondi o dinheiro dentro de

um carro, num ferro-velho. E quando fui buscar o

dinheiro, um maldito cachorro, que quase tinha

me mordido uma vez que voltei lá à primeira vez,

tinha destruído todas as notas. Estava tudo

rasgado.

FRAJOLA SACA SUA ARMA E APONTA PRA REMO. TENSÃO.

REMO FICA ASSUSTADO, ACUADO.

FRAJOLA — Tu acha mesmo que vamos acreditar nesse

papo seu?

CACAU — Calma, Frajola. Abaixa essa arma.

FRAJOLA — (P/CACAU, EXALTADO) Esse cara está

fazendo hora com a gente, Cacau. Está nos

fazendo de otário! Eu vou dar um fim nisso.

Acabar com essa história de uma vez.

REMO — Escutem minha proposta. Vai interessar vocês.

CACAU — Vamos escutar o que ele tem pra dizer, pelo

menos.

FRAJOLA ABAIXA A ARMA, TENTANDO SE CONTROLAR.

REMO — Eu já perdi tudo o que tinha.

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Mano a Mano Capítulo 38 Pág: 3

CACAU — O que era do seu irmão, né? O Marmita já nos

contou tudo.

REMO — O Rômulo assumiu o lugar dele. Agora não

tenho mais nada a perder. E se vim aqui, alem de

contar isso pra vocês, tenho algo a propor. Algo

que vai nos beneficiar mutuamente.

CACAU — Quer saber, cara? Pra mim já deu.

FRAJOLA — (SEM ENTENDER) Como assim?

CACAU — Chega de plano, de armação, de fazer e

acontecer. Cansei! O que aconteceu com esse

maldito dinheiro do assalto ao banco já não me

importa mais. Não quero mais. É uma página que

estou virando nesse momento!

CACAU E FRAJOLA TROCAM OLHARES.

CORTA PARA:

CENA 02/FAVELA/PRAÇA/EXT/NOITE

FRAJOLA E REMO ESTÃO SENTADOS NUM BANCO.

REMO — (SEM ENTENDER) O que deu no Cacau?

FRAJOLA — Tava com um papo aí, dizendo que quer ser um

homem de família agora, larga a vida de crime e

tudo mais. (DEBOCHADO) Deixar de lado tudo

isso que tem aqui, pra brincar de casinha com o

seu amor de juventude e com os filhos.

REMO — Sério?

FRAJOLA — Não tava levando muito a sério quando ele

falou isso. Mas agora, vendo essa atitude dele

quando tu falou do dinheiro, vejo que ele está

falando bem sério.

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Mano a Mano Capítulo 38 Pág: 4

REMO — E você também não quer mais a grana,

Frajola? Vai dar no pé junto com o Cacau?

FRAJOLA — (FIRME) É claro que quero, Remo. É o que

mais quero. E agora, com o Cacau dano no pé, sou

eu quem vai assumir tudo isso aqui e preciso de

grana pra levantar o meu império. Ser o rei da

Macaquinha.

REMO — Então acho que você vai gostar do que vou

propor.

FRAJOLA — E o que você vai propor?

REMO — Quero assumir a vida do Rômulo pra sempre.

Quero ter a vida que eu tinha de volta, morando

naquela mansão, vivendo com a esposa dele, com

a família dele... Eu me acostumei com aquela vida

e não quero perder tudo assim.

FRAJOLA — E onde eu me beneficio nisso?

REMO — Quando eu assumir a vida do Rômulo, volto a

assumir a presidência do banco e posso dar pra

você todo o dinheiro que eu peguei durante do

assalto e até mais.

FRAJOLA — Mas como vou poder confiar em você?

REMO — É confiar ou confiar, Frajola. Você não tem

outra opção, já que se me matar vai ficar sem essa

possibilidade de conseguir dinheiro fácil, fácil.

FRAJOLA PENSA UM POUCO. ATÉ QUE CONCORDA.

FRAJOLA — Tudo bem. Mas te aviso de uma coisa, Remo:

se tu me passar pra trás, eu meto uma bala na sua

testa sem dó nem piedade. Vai ser o seu fim.

REMO — Somos parceiros agora. É um dependendo do

outro.

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Mano a Mano Capítulo 38 Pág: 5

REMO ESTENDE A MÃO PRA FRAJOLA, QUE APERTA E FIRMAM

O COMPROMISSO.

CORTA PARA:

CENA 03/DELEGACIA/SALA DELEGADO/INT/NOITE

MAURO DIANTE DO DELEGADO.

MAURO — (SURPRESO) Estou sendo acusado pela morte

da minha secretária?

DELEGADO — Exatamente.

MAURO — (REVOLTADO) É um absurdo extremo tudo

isso. Vê lá se eu, um homem na minha posição,

iria matar alguém...

DELEGADO — Mas vocês tinham um caso, não tinham?

MAURO — Sim, mas e daí?

DELEGADO — Um caso que a vítima tratou de fazer com que

sua esposa descobrisse, não é?

MAURO — É verdade sim. Um plano de quinta categoria.

DELEGADO — E foi exatamente depois desse episódio que a

vítima desapareceu.

MAURO — E daí?

DELEGADO — Você sabia que a Agatha mandou uma

mensagem pro celular da mãe dela no período que

ficou desaparecida? E pelo horário que o legista

precisou ter sido o horário em que ela foi morta,

bate muito bem com o horário da mensagem.

MAURO FICA SURPRESA COM O QUE ESCUTA.

DELEGADO — O que você me diz?

MAURO FICA TENSO.

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Mano a Mano Capítulo 38 Pág: 6

MAURO — Não vou responder nada enquanto meu

advogado não chegar.

GUSMÃO ENTRA NA SALA.

GUSMÃO — Desculpe pela demora, mas estava numa jantar.

DELEGADO — Pronto. Acabou de chegar. Podemos continuar,

então?

MAURO — Não tenho nada a declarar!

CORTA PARA:

CENA 04/CASA FLAVIANA/INT/NOITE

FLAVIANA E ARNALDO TOMAM CAFÉ COMENDO UMA FATIA

DE BOLO.

ARNALDO — Que bom que tudo terminou bem, minha irmã.

Finalmente toda a verdade foi revelada.

FLAVIANA — E eu pude conhecer, abraçar meus netos e ter

minha filha de volta.

ARNALDO — Uma crueldade que a Leilane fez com você.

FLAVIANA — Mas isso agora é águas passadas. O que

passou, passou. É vida que segue.

ARNALDO — Bem que na primeira vez que vi a Luísa eu

senti algo familiar nela. Parecia que eu a

conhecia.

FLAVIANA — É a cara da Leilane.

ARNALDO — Era a verdade batendo na porta, querendo

entrar.

FLAVIANA — Falando em verdade, chegou a minha vez de

revelar um segredo que venho guardando a muitos

anos de você, meu irmão.

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Mano a Mano Capítulo 38 Pág: 7

ARNALDO — (SURPRESO) Segredo?

FLAVIANA — Sim. É sobre algo que eu fiz no passado,

pensando em te proteger, mas que não posso mais

guardar. (LEVANTA) Já volto...

FLAVIANA VAI ATÉ SEU QUARTO E VOLTA COM A CAIXA DE

SAPATO QUE ESCONDIA. SENTA DE VOLTA NO SEU LUGAR.

FLAVIANA — (ENTREGANDO) Isso te pertence.

ARNALDO — O que está acontecendo, Flaviana?

FLAVIANA — Abre que você vai entender tudo.

ARNALDO ABRE A CAIXA E RETIRA DE LÁ VÁRIOS PAPÉIS

ANTIGOS. ARNALDO FICA SEM ACREDITAR NO QUE VÊ.

ARNALDO — (PERPLEXO) São minhas composições. Meus

sambas que escrevi e que eu achei que tinha

perdido na enchente que destruiu nossa casa e

nossas coisas...

FLAVIANA — Foram poucas as coisas que consegui salvar no

meio daquela confusão naquela enchente,

Arnaldo. Guardei nessa caixa e ia te entregar. Mas

com nossa mudança pra cá, fui deixando esse

assunto de lado. E resolvi esconder esses papéis

depois que começaram a falar que o Venâncio

tinha matado o sócio dele e logo depois tinha

armado pra cima de você. (T) Eu fiquei com medo

de que ele te matasse se você fosse até lá,

reivindicar tudo o que você sempre teve direito.

Eu tive medo de que fizesse o que falaram que ele

fez com o sócio dele, Arnaldo. Não queria te

perder, meu irmão.

ARNALDO FICA SEM ACREDITAR EM TUDO O QUE ESCUTA.

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ARNALDO — O Venâncio tirou os direitos autorais dos meus

sambas. Eu não recebi nenhum tostão do que tinha

direito.

FLAVIANA — Não posso te pedir pra me perdoar, Arnaldo.

Só te peço pra que possa entender e compreender

o que me levou a tomar essa decisão. Só isso.

ARNALDO ENCARA FLAVIANA.

ARNALDO — Você é uma pessoa muito boa, minha irmã.

Incapaz de prejudicar alguém. Sei que você fez

isso pensando no meu bem. Fez por amor. Por

isso eu te perdôo sim.

FLAVIANA FICA ALIVIADA E SORRI. ARNALDO LHE DÁ UM

ABRAÇO FORTE E ELES FICAM ASSIM POR ALGUNS SEGUNDOS.

ARNALDO — (AMEAÇADOR) O Venâncio vai me pagar,

Flaviana. Escuta o que estou dizendo. O que é

dele está guardado. Ele não perde por esperar.

CORTA PARA:

CENA 05/MANSÃO VENÂNCIO/SALA/INT/NOITE

DOUGLAS ESTÁ NO SOFÁ COM A GAROTA DO BAILE CHARME,

NO MAIOR AMASSO.

GAROTA — Vamos pro seu quarto. Alguém pode chegar.

DOUGLAS — Tá tão bom aqui...

DOUGLAS E GAROTA CONTINUAM SE BEIJANDO.

VENÂNCIO ENTRA E FLAGRA TUDO.

VENÂNCIO — (TOM) Que pouca vergonha é essa?

DOUGLAS E A GAROTA LEVAM UM GRANDE SUSTO.

DOUGLAS — Tio... Eu posso explicar?

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VENÂNCIO — (REVOLTADO) Está achando que minha casa

é motel? Que pode fazer o que bem entende aqui,

na minha casa?

DOUGLAS — Eu já estava indo pro meu quarto.

VENÂNCIO — Você é igual ao seu pai mesmo: eu merda!

DOUGLAS FICA NERVOSO.

DOUGLAS — (REAGE) Não fale assim do meu pai. O

senhor que é um monte de lixo, que nem sua

esposa e nem o seu filho te suportaram. Tenho

pena do Rafael de ter um pai tão monstruoso

como o senhor!

VENÂNCIO DÁ UM TAPA EM DOUGLAS, QUE FICA POSSESSO DE

RAIVA.

VENÂNCIO — (GRITA) Fora da minha casa! Some daqui!

GAROTA — (ASSUSTADA) Vamos embora, Douglas.

DOUGLAS — O senhor me paga. Esse tapa não vai ficar

assim.

DOUGLAS PEGA A MÃO DA GAROTA E SAÍ PUXANDO PRA FORA

DA CASA.

VENÂNCIO — Era só o que me faltava, ter que ficar aceitando

desaforos de um moleque.

CORTA PARA:

CENA 06/ QUARTO GABRIEL/INT/NOITE

DEYSE ARRUMA O COBERTO EM GABRIEL, QUE JÁ ESTÁ

DEITADO.

DEYSE — Está feliz sabendo que tem um irmão?

GABRIEL — Muito. Mas sinto muito a falta da minha mãe.

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DEYSE — Eu sei, meu querido. Mas essa é uma dor que

você vai levar pra sempre com você. E acredite no

que a vovó vai te dizer: sua mãe sempre estará

com você. Ela sempre estará do seu lado. E eu

também, enquanto Deus me der forças pra isso.

(T) Agora dorme, que amanhã você tem aula.

DEYSE DÁ UM BEIJO EM GABRIEL, APAGA A LUZ E SAÍ.

CORTA PARA:

CENA 07/CASA DEYSE/SALA/INT/NOITE

DEYSE E BELARMINO SENTADOS NO SOFÁ.

DEYSE — Então foi por isso que sumi, Belarmino. Minha

vida virou do avesso.

BELARMINO — E por que você não me contou o que

acontecia? Eu podia ter te ajudado, minha

cabrocha.

DEYSE — Estava sem cabeça pra tudo.

BELARMINO — Que tragédia tudo isso.

DEYSE — Minha filha está morta e nada vai poder mudar

isso.

BELARMINO — Eu sinto muito, de verdade, de coração.

DEYSE — O que eu mais quero agora é vingança. Minha

filha sofreu muito nas mãos daquele desgraçado

que a matou, que acabou com a vida dela. E agora

merece pagar caro pelo que fez.

BELARMINO — Mas você tem certeza que foi esse tal Mauro

quem fez isso?

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DEYSE — Absoluta. Com dois e dois são quatros. Mas

Deus é justo, Belarmino. A justiça vai ser feita.

Eu tenho fé nisso!

CORTA PARA:

CENA 08/FLAT MAURO/QUARTO/INT/NOITE

MAURO ARRUMA SUA MALA APRESSADO.

MAURO — Preciso dar o fora. Não posso ser preso.

A CAMPAINHA TOCA. MAURO FICA ALARMADO. ELE VAI ATÉ A

PORTA.

MAURO — Quem é?

LEILANE — (OFF) Sou eu, Mauro.

MAURO ABRE A PORTA E PUXA LEILANE PRA DENTRO, NÃO

SEM ANTES CERTIFICA-SE DE QUE NÃO ESTÁ VINDO MAIS

NINGUÉM.

LEILANE — O que está acontecendo, Mauro?

MAURO — Vou me mandar.

LEILANE — Como assim?

MAURO — Eu preciso fugir, antes que me prendam.

LEILANE — Então realmente você matou sua amante.

MAURO — Matei, Leilane. E a polícia não vai demorar

muito pra vir me prender.

LEILANE — Eu vim pra conversamos sobre a nossa relação.

Tem muitas coisas que você precisa saber.../

MAURO OLHA BEM NO FUNDO DOS OLHOS DE LEILANE.

MAURO — Vem comigo. Vamos fugir juntos.

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LEILANE — Fugir pra onde, Mauro? Assim, de repente?

MAURO — Não tenho muito tempo. Podemos ir pro

Paraguai e de lá vamos pra Europa. Só precisamos

dos nossos passaportes.

LEILANE — Mas eu tenho que te contar.../

MAURO BEIJA LEILANE DE ROMPANTE.

MAURO — Esquece tudo o que passou, o que aconteceu.

Vamos construir uma vida nova longe daqui.

Recomeçar nossa história do zero.

LEILANE — E o Otávio? A Luísa?

MAURO — Levamos o Otávio com a gente. A Luísa já é

dona de si e sabe se virar muito bem.

LEILANE ENCARA MAURO, PENSATIVA, CONFUSA. MAURO

PERCEBE.

MAURO — Preciso de você do meu lado, Leilane. É você a

minha mulher, minha companheira. Não posso

partir sem você.

LEILANE — Tudo bem, Mauro. Vamos!

MAURO BEIJA LEILANE NOVAMENTE.

MAURO — Eu sabia que você não ia abandonar no

momento em que mais preciso de você.

LEILANE — E como faremos?

MAURO — Você vai pra casa, arruma sua mala e a do

Otávio, pega nossos passaportes no cofre no nosso

quarto e nos encontramos daqui à uma hora no

aeroporto.

ELES SE BEIJAM NOVAMENTE E LEILANE VAI EMBORA. MAURO

VAI ATÉ O SEU NOTEBOOK E COMEÇA A MEXER.

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MAURO — (VOZ) Vou fazer uma nova retirada da conta

do banco e enviar pra que tenho na Suíça...

CORTA PARA:

CENA 09/BAR/INT/NOITE

MAURÍCIO, VESTIDO DE ELVIS, SENTADO NA MESA COM

DOUGLAS.

MAURÍCIO — (EXALTADO) Ele fez o quê?

DOUGLAS — Me deu um tapa na cara.

MAURÍCIO — (REVOLTADO) Que história é essa?

DOUGLAS — Ele começou a falar mal de você, pai e eu não

agüentei. Falei umas verdades na cara dele e ele

me bateu, como se eu fosse algum moleque.

MAURÍCIO BATE A MÃ NA MESA NERVOSO.

MAURÍCIO — Quem ele pensa que é pra bater em você,

Douglas?!

DOUGLAS — Minha vontade era de dar um soco no meio da

cara dele. Se a gata que tava comigo não tivesse

me contido, acho que tinha feito isso mesmo sem

nenhum remorso.

MAURÍCIO — O problema do seu tio não é com você, mas é

comigo.

DOUGLAS — Desgraçado! Tinha mais é que morrer. Não ia

fazer falta pra ninguém.

MAURÍCIO — Eu vou acertar minhas contas com ele,

Douglas. E no fim dessa história só vai sobrar ele

ou eu.

DOUGLAS — Vamos usar aquelas fotos que tiramos dele

com aquele cara, com quem ele tem um caso, pra

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ferrar com a vida dele, envergonhá-lo e humilhá-

lo publicamente.

MAURÍCIO — É um trunfo que temos nas mãos e chegou a

hora de usá-lo.

CORTA PARA:

CENA 10/APTO VICKY E KARINA/INT/NOITE

MARIANA, VICKY E KARINA ESTÃO COMENDO BRIGADEIRO NA

PANELA, SENTADAS NO SOFÁ.

VICKY — As três mosqueteiras.

KARINA — Sempre unidas.

MARIANA — Nas tristezas e nas alegrias.

VICKY — O que você acha de vir morar aqui com a

gente, Mariana?

KARINA — É, amiga. A Neide foi morar com o Rafael.

MARIANA — Falando no Rafael, ele foi um amor por ter me

ajudado tanto no enterro do meu pai.

VICKY — Ficou do seu lado o tempo todo.

KARINA — Você é muito boba por dispensar um partidão

desses.

MARIANA — Não é questão de dispensar. Eu amo o Rafael.

Mas esse filho pra mim foi algo que me magoou

muito. Mexeu muito comigo. Eu tinha me

entregado de mais nessa relação pra levar essa

punhalada bem certeira no meu coração.

VICKY — Eu acredito no seguinte: se for pra vocês

ficarem juntos, vocês vão ficar. O destino vai dar

um jeito nisso.

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Mano a Mano Capítulo 38 Pág: 15

KARINA — Mas você não respondeu: aceita ou não aceita

morar aqui com a gente? Com suas duas belas e

melhores amigas?

VICKY — Aí você vende aquela casa, carregada de

lembranças e fica morando aqui.

MARIANA — Não vou atrapalhar?

VICKY — Para de besteira, Mariana. Nos te amamos.

KARINA — Será super bem vinda.

MARIANA — Se é assim eu aceito!

ELAS COMEMORAM E SE ABRAÇAM.

VICKY — E o Tadeu?

MARIANA — Tadeu virou um amigo. Um amigo que eu

posso contar.

KARINA — Mas acabou mesmo?

MARIANA — Foi algo passageiro. Acho que foi o sofrimento

que nos dois sentíamos pelas pessoas que amamos

que nos atraiu. Mas assim como eu gosto do

Rafael, ela gosta da Luísa.

VICKY — (BRINCA) Isso dá até novela viu!

ELAS RIEM.

CORTA PARA:

CENA 11/FLAT RAFAEL/QUARTO NEIDE/INT/NOITE

RAFAEL BATE NA PORTA. QUARTO VAZIO.

RAFAEL — (OFF) Mãe...

RAFAEL ABRE A PORTA E VÊ QUE NEIDE NÃO ESTÁ.

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RAFAEL — Onde você está, mãe?

RAFAEL PENSA POR ALGUNS SEGUNDOS.

RAFAEL — Será que ela foi falar com meu pai?

CORTA PARA:

CENA 12/MANSÃO VENÂNCIO/ESCRITÓRIO/INT/NOITE

VENÂNCIO SENTADO NA SUA CADEIRA. NEIDE DIANTE DELE.

VENÂNCIO — Você é muita petulante de vir na minha casa,

depois de tudo o que você fez.

NEIDE — Vim em paz, Venâncio.

VENÂNCIO — Não tem medo de não sair viva daqui?

NEIDE — Eu vim pra estender a bandeira branca entre

nos dois, em nome do nosso filho, da felicidade

dele. Estou disposta a esquecer tudo o que você

me fez, rasgar essa página, pra selar a paz entre

nos dois.

VENÂNCIO COMEÇA A RIR DEBOCHADO.

VENÂNCIO — Você acha mesmo que me interessa fazer as

pazes com você, Neide?

NEIDE — O Rafael vai casar, vamos ter um neto, eu

pensei.../

VENÂNCIO — (CORTA, EM CIMA) Pensou errado! Você

mexeu com a pessoa errada. Não esqueço e muito

menos perdôo o que as pessoas fazem comigo.

NEIDE — Você não tem um coração aí dentro do seu

peito. Tem uma pedra dura, fria. Você é cruel e

desumano. Não sei como pude me envolver com

uma pessoa como você.

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Mano a Mano Capítulo 38 Pág: 17

VENÂNCIO — Eu devia acabar com você aqui agora. Mas não

vou sujar minhas mãos, Neide. O que é seu está

guardado. Pode esperar. Agora some dá minha

vista, antes que eu mande soltar os cachorros.

NEIDE — Tudo que vai volta, Venâncio. Um dia a vida

vai te cobrar por tudo o que você fez.

NEIDE SAÍ.

VENÂNCIO — Sua praga não pega em mim, cobra venenosa e

traiçoeira.

VENÂNCIO PEGA O COPO QUE BEBIA E O JOGA LONGE.

VENÂNCIO — Todos se voltaram contra mim... Mas ninguém

vai me derrubar.

VENÂNCIO VAI ATÉ SEU COFRE E RETIRA DE LÁ SUA ARMA.

VENÂNCIO — (FIRME) Eu sou mais forte!

VENÂNCIO SENTA NA SUA CADEIRA E COLOCA A ARMA EM

CIMA DA MESA. DETALHAR.

CORTA PARA:

CENA 13/QUARTO ARNALDO/INT/NOITE

VELMA ENTRA NO QUARTO E NÃO ENCONTRA ARNALDO.

PEGA SEU CELULAR E DISCA. MAS ELE NÃO ATENDE.

VELMA — (PREOCUPADO) Onde o senhor se meteu,

pai?

CORTA PARA:

CENA 14/FAVELA MACAQUINHA/RUA/EXT/NOITE

FIGURA E BEBEL CONVERSAM.

BEBEL — Você e a Naomi estão namorando?

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Mano a Mano Capítulo 38 Pág: 18

FIGURA — Estamos ficando. Por quê?

BEBEL — Nada... É que eu achei que você gostava de

mim.

FIGURA — Eu sempre fui doido por você, Bebel.

Apaixonado.../

BEBEL — Não é mais?

FIGURA — Não sei. Acho que depois de tanta patada tudo

perdeu a graça.

DE ROMPANTE, BEBEL DÁ UM BEIJO EM FIGURA. O BEIJO QUE

FIGURA SEMPRE ESPEROU E DESEJOU. SLOW. BEBEL SE

AFASTA DE FIGURA, QUE FICA APATICO, SEM REAÇÃO. BEBEL

VAI EMBORA, SEM DIZER NADA. ASSIM QUE BEBEL SAÍ,

FIGURA PULA, COMEMORANDO, VIBRANDO.

CORTA PARA:

CENA 15/CASA DEYSE/SALA/INT/NOITE

DEYSE NO TELEFONE.

DEYSE — (FELIZ) Saiu o mandato de prisão contra o

Mauro? (T) Nossa, não sabe que notícia

maravilhosa o senhora acabou de me dar. Aquele

desgraçado agora vai pagar pelo que fez!

CORTA PARA:

CENA 16/MANSÃO VARELLA/QUARTO LEILANE/INT/NOITE

LEILANE ARRUME SUA MALA APRESSADO. OTÁVIO DO LADO.

LEILANE — Vai logo arruma sua mala, Otávio.

OTÁVIO — Pra onde estamos indo.

LEILANE — Vamos viajar com seu pai.

OTÁVIO — Mas assim? De uma hora pra outra?

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Mano a Mano Capítulo 38 Pág: 19

LEILANE — Menos pergunta e mais ação. Vai logo arruma

sua mala e leve só o necessário. Anda logo!

OTÁVIO SAÍ CONTRARIADO. LEILANE VAI ATÉ O COFRE E

RETIRA DE LÁ OS PASSAPORTES E ALGUNS MAÇOS DE

DINHEIRO QUE ESTÃO ALI.

CORTA PARA:

CENA 17/LAGOA/RESTAURANTE/EXT/NOITE

RÔMULO E VÂNIA JANTAM.

VÂNIA — Posso estar sendo prematura em falar isso, mas

já sinto os efeitos da terapia. Sinto que já consigo

me controlar quando vem a vontade de pegar

algum objeto.

RÔMULO — Fico muito feliz com isso, meu amor.

VÂNIA — Está tudo tão perfeito, que tenho medo de que

alguma coisa estrague nossa felicidade.

RÔMULO — Não vou deixar que nada estrague nossa

felicidade, Vânia.

VÂNIA — Tenho medo do que o Remo possa fazer,

Rômulo. Ele mostrou ser uma pessoa perigosa,

sórdida e cruel.

RÔMULO — Eu lamento que meu irmão, meu gêmeo, meu

mano, seja um bandido. Um bandido perigoso,

capaz até de matar. Mas creio que ele não apareça

mais.

VÂNIA — Nem gosto de pensar que eu convivia com esse

sujeito.

RÔMULO — Não pensa mais nisso, meu amor. Isso já ficou

no passado. Um triste passado, que só o tempo vai

nos ajudar a superar.

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Mano a Mano Capítulo 38 Pág: 20

VÂNIA — É o que eu espero.

TEMPO.

RÔMULO — Estou ansioso pra descobrir se é menino ou

menina o nosso filho.

VÂNIA — Você quer menino ou menina?

RÔMULO — Não tenho preferência por sexo. Quero apenas

que ele ou ela venha com saúde.

VÂNIA FICA OLHANDO CARINHOSAMENTE PRA RÔMULO.

RÔMULO — Que foi? Minha boca ta suja?

VÂNIA — Você é um homem incrível, Rômulo. Passou

por poucas e boas e mesmo assim sempre

pensando positivamente, sem guardar magoas e

rancor. Eu te amo.

RÔMULO — Eu também te amo, Vânia.

OS DOIS SE BEIJAM.

CORTA PARA:

CENA 18/ CASA MARIANA/ATELIÊ CARLOS/INT/NOITE

MARIANA ENTRA E SEGUE PELO ATELIÊ, SAUDOSA, SENTINDO

FALTA DO SEU PAI CARLOS.

MARIANA — Que saudade de você, pai...

MARIANA PRESTA ATENÇÃO NUM QUADRO QUE ESTÁ NO

CHÃO. ELA PEGA E OBSERVA NA PINTURA, QUE SE TRATA DE

UMA FAZENDA, UM CASAL DE COSTAS, DIANTE DE UM LAGO.

MARIANA — Nunca tinha visto esse quadro aqui. Que lindo.

CORTA PARA:

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Mano a Mano Capítulo 38 Pág: 21

CENA 19/CASA MARIANA/SALA/INT/NOITE

COM DIFICULDADE, DIANTE DE SUA PARAPLÉGIA, MARIANA

TIRA UM QUADRO DA PAREDE E COLOCA O QUADRO EM

QUESTÃO. FICA OBSERVANDO. ATÉ QUE RESOLVE ENCOSTAR

O DEDO NO CASAL NA PINTURA E ASSIM QUE TOCA O CASAL,

ATRAVÉS DE EFEITO, VIRA-SE PRA ELA E PERPLEXA PERCEBE

QUE SE TRATA DE CARLOS E CAROLINA, SEUS PAIS ALI NA

PINTURA.

MARIANA — (CHOCADA) Pai? Mãe?

CARLOS — Te amamos, minha filha.

CAROLINA — Sempre estaremos com você.

MARIANA, MUITO EMOCIONADA, CHORANDO.

MARIANA — Eu amo vocês!

O CASAL SE DÁ AS MÃOS E SEGUE PELO CAMINHO QUE ESTÁ

DESENHADO NA PINTURA, ATÉ QUE DESAPARECEM

MAGICAMENTE.

CORTA PARA:

CENA 20/RUA/EXTERIOR/NOITE

IMAGENS AÉREAS. DUAS VIATURAS SEGUEM EM ALTA

VELOCIDADE.

CORTA PARA:

CENA 21/CARRO MAURO/INT/NOITE

MAURO DIRIGE ACELERADO. LEILANE DO LADO. OTÁVIO

ATRÁS.

OTÁVIO — Pra onde vamos viajar, pai?

MAURO — Surpresa, filho.

OTÁVIO — Não vamos levar o Gabriel?

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Mano a Mano Capítulo 38 Pág: 22

MAURO E LEILANE SE OLHAM.

LEILANE — É uma viagem de pai, mãe e filho legítimo.

Não inclui filho bastardo.

CORTA PARA:

CENA 22/MANSÃO VARELLA/SALA/INT/NOITE

FRANCISCA E LUÍSA CONVERSAM.

LUÍSA — Como assim saíram apresados, vó?

FRANCISCA — Com mala e tudo. Leilane disse que era apenas

uma viagem rápida.

LUÍSA — Mas pra onde? Sem nem me dizer nada? Isso

está muito estranho.

FRANCISCA — Também estou achando.

LUÍSA — Vou ligar pra ela.

LUÍSA PEGA SEU CELULAR E DISCA.

CORTA PARA:

CENA 23/CARRO MAURO/INT/NOITE

MESMOS PERSONAGENS. LEILANE PEGA O CELULAR, QUE

RECEBE A LIGAÇÃO DE LUÍSA.

LEILANE — (BAIXO) É a Luísa.

MAURO — (BAIXO) Não atende. Desliga o celular.

Quando já estivermos fora do país ligamos e

explicamos.

LEILANE DESLIGA O CELULAR. OLHA PRA TRÁS E VÊ OTÁVIO

MEXENDO NO SEU TABLET.

CORTA PARA:

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Mano a Mano Capítulo 38 Pág: 23

CENA 24/MANSÃO VARELLA/SALA/INT/NOITE

LUÍSA DESLIGA O CELULAR. FRANCISCA, QUE TINHA SAÍDO DE

CENA, VOLTA.

FRANCISCA — Então?

LUÍSA — Não atende. Agora fiquei mais preocupada

ainda.

FRANCISCA — Eu também estou muito preocupada. Deus

queira que eu esteja enganada, mas estou

desconfiada de que isso não é uma simples

viagem, mas sim uma fuga.

LUÍSA — (ESTRANHA) Fuga?

FRANCISCA — Seu pai matou uma pessoa, Luísa. A polícia

está investigando o caso.

LUÍSA — E o que isso tem a ver?

FRANCISCA — E se o Mauro resolveu fugir, levando a Leilane

e o Otávio juntos?

LUÍSA — Será, vó?

FRANCISCA — Tomara que eu esteja errada, Luísa. Tomara!

CORTA PARA:

CENA 25/FLAT MAURO/RECEPÇÃO/INT/NOITE

DELEGADO ACOMPANHADO DE DOIS POLICIAS SAEM DO FLAT.

DELEGADO — Ele não está. Com certeza fugiu.

POLICIAL — E agora?

DELEGADO — Agora é dar o alerta em aeroportos, rodovias...

DELEGADO CONTINUA FALANDO, SEM ÁUDIO.

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Mano a Mano Capítulo 38 Pág: 24

CORTA PARA:

CENA 26/MANSÃO VENÂNCIO/EXTERIOR/NOITE

CORTA PARA:

CENA 27/MANSÃO VENÂNCIO/SALA/INT/NOITE

MÚSICA: “QUATRO ESTAÇÕES” – VIVALDI

RAFAEL ENTRA. A MÚSICA ESTÁ BEM ALTA, VINDA DO

ESCRITÓRIO. RAFAEL SEGUE CAMINHANDO ATÉ LÁ.

SUSPENSE.

CORTA RÁPIDO PARA:

CENA 28/MANSÃO VENÂNCIO/ESCRITÓRIO/INT/NOITE

RAFAEL ENTRA E LEVA UM GRANDE SUSTO QUANDO

ENCONTRA VENÂNCIO CAÍDO NO CHÃO, ENVOLTO NUMA

POÇA DE SANGUE QUE VEM DO FERIMENTO QUE TEM NA

CABEÇA E DO FERIMENTO NO SEU PEITO, ONDE TEM UMA

MARCA DE UM TIRO. A ARMA NÃO ESTÁ MAIS EM CIMA DA

MESA. MOMENTO.

RAFAEL — (DESESPERADO) Pai!

CONGELA EM VENÂNCIO. CORTA PARA:

FIM DO CAPÍTULO