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BOLETIM DE INFORMAÇÃO PAROQUIAL NOVEMBRO 2012 ANO XXIII - Nº 253 Preço avulso: 0,50 € PUBLICAÇÃO MENSAL http://www.paroquiadamaia.net [email protected] EDITORIAL Foi uma Festa cheia de alegria, agradecimento e fé, a celebração do 20º aniversário da Dedicação da nossa Igreja de Nossa Senhora da Maia. Quem a viveu guarda uma feliz recordação que tem a iluminá-la os vinte anos de vida, para quem para ela colaborou fazendo-a crescer em tudo quanto a ela diz respeito. Eu creio que Deus tem tudo no Seu livro eterno, isto é no Seu Coração, pois nada Lhe é alheio. Esta Igreja permitiu que todos avançassem mais pelo caminho que é Jesus. Neste ano - o Ano da Fé - vai permitir ainda mais o conhecimento de Jesus, para O amarmos, celebrarmos seguindo-O. No Domingo, ao sair da Celebração do Baptismo de duas criancinhas, ao fechar uma das portas de bronze que pesará quinhentos quilos, veio-me à mente e coração que a Fé em Jesus Cristo dá fortaleza e resiste a tudo. Vai valer a pena percorrermos todos o caminho da fé. Há certamente quem tenha entrado pela "porta de fé" e se tenha esquecido do que ela significa. Temos que contar todos com a resistência de muitos e muitas que até pareciam viver na fé, mas que se deixaram levar por outros ventos e viraram as costas... não sei por onde andam, mas se são crentes regressarão ao seio da sua comunidade. A conversão de coração só Deus a realiza, mas temos que Lhe pedir. O ano da Fé, não mais um ano que tem título, mas deverá ser, tudo iremos fazer, um ano da descoberta de Jesus que é a Luz que guia, ilumina, é sentido e o único sentido do crente que todos deveremos ser., para nos dizermos e os outros afirmarem, pelo nosso modo de viver e ser, que somos cristãos felizes na Fé exclamando: "Vede como eles se amam...". A Igreja apontou o caminho e sinais para o percorrer; A Diocese expôs um plano; A Paróquia também estudou, pensou e tem um plano para todos celebrarmos este ano da Fé, que se vai prolongar até 24 de Novembro de 2013, para continuarmos o caminho que é Jesus, cheios de entusiasmo e com toda a verdade. A Fé é um dom. A conversão de coração a Deus, à Igreja e aos irmãos é obra de Deus, mas nós deveremos pôr-nos nas Suas Mãos para que Ele se sirva de nós neste trabalho e missão. PDJ A Maia Terra de Santa Maria. Nós, a Ela, dedicamos as nossas duas Igrejas. Neste Ano da Fé, Ela é caminho e guia para Jesus.

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BOLETIM DE INFORMAÇÃO PAROQUIAL NOVEMBRO 2012ANO XXIII - Nº 253 Preço avulso: 0,50 €

PUBLICAÇÃO MENSAL

http://www.paroquiadamaia.net [email protected]

EDITORIALFoi uma Festa cheia de alegria, agradecimento e fé,

a celebração do 20º aniversário da Dedicação da nossa Igreja de Nossa Senhora da Maia. Quem a viveu guarda uma feliz recordação que tem a iluminá-la os vinte anos de vida, para quem para ela colaborou fazendo-a crescer em tudo quanto a ela diz respeito. Eu creio que Deus tem tudo no Seu livro eterno, isto é no Seu Coração, pois nada Lhe é alheio. Esta Igreja permitiu que todos avançassem mais pelo caminho que é Jesus.

Neste ano - o Ano da Fé - vai permitir ainda mais o conhecimento de Jesus, para O amarmos, celebrarmos seguindo-O. No Domingo, ao sair da Celebração do Baptismo de duas criancinhas, ao fechar uma das portas de bronze que pesará quinhentos quilos, veio-me à mente e coração que a Fé em Jesus Cristo dá fortaleza e resiste a tudo. Vai valer a pena percorrermos todos o caminho da fé. Há certamente quem tenha entrado pela "porta de fé" e se tenha esquecido do que ela significa. Temos que contar todos com a resistência de muitos e muitas que até pareciam viver na fé, mas que se deixaram levar por outros ventos e viraram as costas... não sei por onde andam, mas se são crentes regressarão ao seio da sua comunidade. A conversão de coração só Deus a realiza, mas temos que Lhe pedir.

O ano da Fé, não mais um ano que tem título, mas deverá ser, tudo iremos fazer, um ano da descoberta de Jesus que é a Luz que guia, ilumina, é sentido e o único sentido do crente que todos deveremos ser., para nos dizermos e os outros afirmarem, pelo nosso modo de viver e ser, que somos cristãos felizes na Fé exclamando: "Vede como eles se amam...".

A Igreja apontou o caminho e sinais para o percorrer; A Diocese expôs um plano; A Paróquia também estudou, pensou e tem um plano para todos celebrarmos este ano da Fé, que se vai prolongar até 24 de Novembro de 2013, para continuarmos o caminho que é Jesus, cheios de entusiasmo e com toda a verdade. A Fé é um dom. A conversão de coração a Deus, à Igreja e aos irmãos é obra de Deus, mas nós deveremos pôr-nos nas Suas Mãos para que Ele se sirva de nós neste trabalho e missão.

PDJ

A Maia Terra de Santa Maria.

Nós, a Ela, dedicamos as nossas duas Igrejas.

Neste Ano da Fé, Ela é caminho e guia para Jesus.

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CONSULTANDO A HISTÓRIA

S.MIGUEL DA MAIA - Pág. 2

Já com o registo das atas a cargo do novo secre-tário, eleito, como vimos, em dezembro de 1901, teve lugar em janeiro seguinte a primeira reunião do ano de 1902 da Junta de Paróquia de S. Miguel de Barreiros:

“Anno do nascimento de Nosso Senhor Jesus Christo, aos doze dias do mez de janeiro de mil novecentos e dois pelas oito horas da manhã se reuniu a junta de parochia d’esta freguezia, sob a presidencia do Reverendo parocho Francisco José Pilrão com assistencia dos vogaes Manuel Martins dos

S. MIGUEL DA MAIA Proprietário e Editor

Paróquia da MaiaDirector

eChefe de Redacção

P. Domingos Jorge

Colaboradores Ana Maria Ramos

Ângelo SoaresAntónio MatosArlindo CunhaCarlos GomesConceição Dores de CastroHenrique CarvalhoHigino CostaIdalina MeirelesJoão AidoJosé Carlos Teixeira José Manuel Dias CardosoLuís Sá FardilhaManuel MachadoMª Artur C. Araújo BarrosMª Fernanda Ol. RamosMaria Lúcia Dores de CastroMª Luísa C.M. TeixeiraMaria Teresa AlmeidaMário OliveiraPalmira SantosPaula Isabel Garcia Santos

CorrespondentesVários (eventuais)

Col. na Composição João Aido José Tomé

Tiragem 1500 exemplares

NOTÍCIAS DA COMUNIDADE PAROQUIAL

Vamos iniciar um novo Ano Litúrgico que ficará recordado como o Ano da Fé, assim o nosso Papa o declarou, aproveitemos todas as oportunidades para o viver e conseguir aumentar o nosso conhecimento do que é a Fé que professamos e como se vem construindo o caminho dos cristãos desde o nascimento Jesus. Se nos unirmos e trabalharmos em conjunto as oportunidades de formação e aprofundamento do conhecimento não faltaram.

Cada comunidade paroquial e vicarial, ou mesmo diocesana, encontrará na união em

volta dos ideais de Jesus Cristo o caminho para fazer deste ano uma oportunidade de crescimento. Bom seria que esta unidade frutificasse e permanecesse como fermento na Igreja e refiro-me, em particular, à “cereja no topo do bolo”, a vocação para o sacerdócio. Não temos tido a capacidade de gerar vocações e como comunidade que anuncia a boa nova de Jesus, esta poderá ser a nossa maior lacuna. Em diversos sectores, aumentamos a nossa capacidade de ação, chegamos a mais pessoas com a nossa alegria e acreditamos que o caminho se vai construindo, dia a dia, devagar com pequenos passos, tal como Jesus nos ensinou na parábola do grão-de-mostarda, o Reino dos Céus não se constrói

de empreitada e com prazos apertados. Porém no caso das vocações cabe à família ter um papel mais ativo. Não é possível que celebremos com tanta alegria a Eucaristia e fique por anunciar aos nossos filhos que a vocação para o sacerdócio é uma opção dentro do melhor que procuramos para os nossos filhos. Tal como na parábola que citei, o importante é realizamos pequenas acções e de forma permanente.

Comecemos por rezar e por falar nesta alternativa aos jovens que caminham connosco, e persistir com estes gestos pequeninos mas importantes. Na família de cada um quando perguntamos a um filho o que pretende ser na vida, é uma oportunidade para falarmos na alternativa, não fiquemos calados.

José Dias Cardoso

CÔNGRUA É um dever de todo o cristão (de cada família), que aqui vive,

colaborar para a honesta sustentação do seu Pároco. Ninguém vai pelas portas lembrar ou pedir como se de esmola se

tratasse... Há famílias que nunca deram nada, apesar de viverem aqui há algumas dezenas de anos.

Há pouco tempo pedi a lista dos que entregam a côngrua paroquial. Se ela fosse publicada haveria muitas surpresas...

Como é que é possível cumprir este dever? Pode entregar a sua "côngrua" os Cartórios Paroquiais ou Casa Paroquial.

O Pároco não tem outra ocupação ou "emprego".

Santos, Antonio Ferreira dos Santos, Manuel Francisco da Silva e José Moreira da Silva. Aberta a sessão, procedeu-se à revisão do inventario das alfaias lavrando-se em seguida o respectivo termo, assistindo também o respectivo regedor de parochia Joaquim da Costa Mendes. E para constar lavrou-se a presente acta que vai ser assignada depois de lida por mim Joaquim Augusto Salvador Lima secretario que a escrevi. (…)”

Maria Artur

Por todos nós

CONVITE A Vigararia da Maia, convida todos os leigos comprometidos na Pastoral das Paróquias da Maia e todos os leigos cristãos a participarem:- Dia 14 de Novembro, 21h30 - Colóquio sobre a Fé;- Dia 19 de Novembro, 21h30 - Colóquio sobre a Igreja- Dia 23 de Janeiro, 21h30 - Colóquio sobre os Sacramentos- Dia 31 de Janeiro, 21h30 - Colóquio sobre os Ministérios.

Todos os Colóquios serão no FORUM DA MAIA - Grande Sala.

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BAPTIZADOSMês de Outubro

28 -Matilde Sousa Romano MATRIMÓNIOS 5 - Bruno daniel da Silva Sousa e Vânia Andreia Martins Ribeiro 6 -António Pedro Amaral Soares Moreira e Mariana Marques Santos Pintalhão13- Tiago André Alves de Almeida e Célia Marina Cordeiro Pimentel

ÓBITOS 6 - Laurentino Maciel Alves( 69 anos)20 - Mário Moutinho ( 68 anos)21 - Maria João Cadete de Brito (85 anos) 23 - Agostinho José Ferreira Monteiro ( 74 anos)

MOVIMENTO DEMOGRÁFICO

Pró - VOCAÇÃO, por vocação

Semana dos SemináriosComeça hoje, 11 de novembro, a Semana dos

Seminários, que neste Ano da Fé propõe o tema “Sacerdote, irmão na fé e servidor da fé dos irmãos”.

Na mensagem do presidente da Comissão Episcopal Vocações e Ministérios, “somos convidados a avivar a nossa consciência acerca da condição sacerdotal de todo o Povo de Deus, radicada no mistério pascal de Jesus Cristo, que assumimos pelo Batismo.”

Lembra-nos também alguma doutrina do Concílio Vaticano II sobre o sacerdócio na Igreja e sobre a relação existente entre todos os fiéis em Cristo, constante da Constituição dogmática sobre a Igreja chamada “Lumen Gentium”:

- a igual dignidade de todos os membros do Povo de Deus (LG32)- o sacerdócio comum dos fiéis e o sacerdócio ministerial, “embora

se diferenciem essencialmente e não apenas em grau, ordenam-se mutuamente um ao outro” e ambos “participam a seu modo no único sacerdócio de Cristo” (LG10)

- “a distinção que o Senhor estabeleceu entre os ministros sagrados e o restante Povo de Deus contribui para a união, já que os pastores e os demais fiéis estão ligados por uma vinculação comum.” (LG32) Ano da Fé

D. Manuel Clemente participou no Sínodo dos Bispos, sobre a chamada Nova Evangelização e, numa tertúlia realizada em Roma sobre o mesmo, sublinhou que um denominador comum às intervenções dos padres sinodais foi “a absoluta necessidade de se acompanharem as vidas pessoais de cada cristão em comunidades que o sejam realmente. Não havendo vida comunitária não é possível haver iniciação cristã”.

O grande objectivo é levar à prática o que já foi proposto no Sínodo de 1985, isto é, transformar as nossas “paróquias em comunidades de comunidades” e, como disse João Paulo II, “fazer da paróquia uma família de famílias”.

Vale a pena ir ao site da diocese para ver e ouvir as intervenções de D.Manuel nesta tertúlia.

Ano da Fé

Aveiro – Missão JubilarA diocese de Aveiro está a celebrar 75 anos com uma grande Missão Jubilar. Duma recente entrevista do seu Bispo à Ecclesia respigámos algumas palavras interpeladoras:“Quando entrei na diocese propus-me exercer o ministério de bondade, de proximidade e de acolhimento e ser mensageiro das Bem-Aventuranças.”“A Igreja não vive para si, vive para descobrir a solidez da fé, para anunciar a Boa Nova do Evangelho, para o testemunhar no mundo onde nós vivemos e para celebrar o amor redentor de Jesus Cristo pela Humanidade.”“A vida de quem anuncia o encontro com Jesus Cristo tem de ser feliz. É esse o melhor contributo que podemos dar ao mundo de hoje.”(Espero) “uma consciência diferente e o trabalho diário que é pedido a todos os cristãos: é a alegria de acreditar e o compromisso de educação da fé e de formação cristã para os leigos e, para nós diáconos padres e bispos, o testemunho feliz de sermos discípulos e seguidores do Mestre e pastores segundo o seu coração de Pastor.(…) Os leigos sintam que são Igreja, mensageiros e protagonistas da transformação do mundo no seu trabalho, na sua família, na vida pública, procurando “amar a Deus e servir”.

SEMANA DOS SEMINÁRIOS – 11 a 18-Nov-2012Diz-nos o Bispo de Coimbra e presidente da Comissão

Episcopal Vocações e Ministérios: “Convidamos as comunidades cristãs a intensificar a oração pelas vocações sacerdotais (…) numa corrente contínua que envolva todas as faixas etárias e todos os membros ativos da Igreja. É pela oração que manifestamos a fé e a disponibilidade para

aceitar a vocação e a vontade de Deus.”

ORAÇÃO

Ó Maria,Vós sois feliz porque acreditastes,

Primeira na Fé em Cristo,A imagem e a figura da Igreja crente.

Rogai a Deus por nós,Para que sejamos firmes na fé,

Na alegria do encontro com Cristo.Ó Maria,

Vós sois a Mãe de Cristo Sacerdote,A humilde Serva do Senhor,

A Mãe da Igreja crente.Rogai a Deus pelos sacerdotes,

Para que sejam servos da fé dos irmãos,Na alegria de crer e no entusiasmo de comunicar a fé.

Ó Maria,Vós sois a mulher do “sim” total a Deus,

Sempre disponível à vontade do Pai,A Rainha de todas as Vocações.Rogai a Deus pelos seminaristas,

Para que reconheçam o amor de Deus,Na resposta decidida à sua vocação.

Amen. Equipa Paroquial Vocacional

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Manuel Machado

Maria Teresa e Maria Fernanda

CENTRO SOCIALComo peremptoriamente afirmava Joâo Paulo II: «Não se pode excluir Cristo da

história do homem, nem olvidar a influência que os Santos tiveram na sociedade em que estamos inseridos e, principalmente, nas gerações ulteriores».

Os Santos são personagens históricas de ontem, de hoje e de sempre. Fazem parte integrante da História da Igreja e não se podem dissociar da História Universal.

Oriundos das mais diversas origens, possuindo os mais variados graus de instrução e cultura, vivendo e agindo em todas as épocas e circunstâncias, tiveram contudo uma característica fundamental: segundo os talentos que a Divina Providência lhes confiou e nas vicissitudes que rodearam a sua vida terrena, souberam, de um modo sublime, imitar Jesus Cristo e orientar-se exemplarmente à luz dos critérios apontados pelo Evangelho.

Temos vindo a celebrar, no dia 1 de Novembro de cada ano, o Dia de Todos os Santos, onde estão incluídos aqueles Santos de que a história não fala, mas que terão sido tanto ou mais Santos que aqueles que constam nos registos da Igreja.

Quem sabe se de entre nós, muitos que vivem ou viveram uma via anónima, escondidos das luzes da ribalta, não serão um daqueles eleitos?

Quem de nós não terá sido tocado pelo despertar de comportamentos de gente simples que nos deixaram estupefactos?

Quanta gente tenho encontrado que sofre na doença ou nos maus tratos familiares e aguenta serenamente, sem o mínimo de queixume, para não comprometer as pessoas que ama!

Veja-se nos hospitais gente que sofre silenciosamente escondendo o seu sofrimento aos visitantes com uma cara de bem dispostos, apenas com o único sentimento de que é na dor que estão a atingir a sua santificação, à imagem de Cristo.

Nestes Santos de que vimos falando, poderão estar muitos daqueles que a Igreja recorda no Dia dos Fiéis Defuntos, onde particularmente lembramos os que nos precederam no nosso Centro Social e que o Senhor já chamou à última morada, nomeadamente, pela ordem de falecimento:

José Lages, António Soares, Joaquim "Pataco", Ermelinda Freitas, Rita de "Custió", Eulálio Silva, Maria Correia, Augusto Pereira, Lídia Silva, Eduardo Teixeira, Manuel Fernandes, Margarida Rosa, Margarida "Ceguinha", Abel Rodrigues, Gracinda Borges, Ermelinda Catrina, Alzira do "Moleiro", Laurinda Maciel, Matilde Magalhães, António Rodrigues, Mário José, António Júnior, Alice "Azenha", Vitalina Martins, Maria Roberta, Amélia Freitas, Maria do "Silva", Jacinta Pereira, Maria de Lurdes, Deolinda Guedes, Palmira de Jesus, Maria do "Francisco", Idalina dos Santos, Albina de Sousa, Júlia Vieira, Deolinda Lagoa, António Ferreira, António Silva, Joaquim Soares, Maria Luísa, Carolina Gomes, Fernando Mota, Maria da Glória, Manuel Braga, Francisco Sequeira, Isaura Cândida, Brilhantina Moutinho, Belosinda Gonçalves, Aurora Pinto, Maria Rosa, Prazeres da Conceição, Luís Paulo, Maria Amélia, Maria do Carmo, Argentina Marques, Maria Cândida, Acidália Dias, Virgínia Augusta, Manuel Lessa, Francisco Torres, José Oliveira, Armindo Sousa, Alípio Silva, Felisbina Sousa, Arminda Mendonça, Emília "Reca", Adelina Silva, Glória da"Cidade Jardim", Laurentino Alves, e, ainda, os nossos saudosos amigos e colaboradores: Padre José Pinheiro Duarte, lida do "ourives", Adriano Campos e José Augusto Bragança.

Paz à sua alma. A morte levou aqueles que tanto amávamos, mas a sua memória ficou para sempre no nosso coração.

OS DOIS CAMINHOS (como eu senti o Salmo 1

Entrei no parque,O grande parque da vida…Olhei. Vi dois caminhos:Um, de difícil subida;Outro, fácil, a descer.Ali fiquei, indecisa,Sem saber qual escolher.

Até que me decidi…Ofegante, mas feliz,Continuei a subida.No alto, o sol brilhava.Na alegria da vidaAs tílias tinham flor,O rouxinol trinava.

Olhando p’ra baixo, viO outro caminho sombrioDe uma vida sem sentido,De desamor, de vazio…Nem o sol, ali, raiava,Nem as tílias floriam,Nem o rouxinol cantava.

Dois caminhos, duas escolhas…Num, de fácil descida,Reina a sombra, o vazio.Noutro, duro na subida,Reina vida, esperança, luz.Um, percurso sombrio.Outro, mostrando Jesus.

Ana Maria Ramos

Vários especialistas, de estratos e formação diversos, expressam neste livro a sua reflexão sobre alguns temas específicos referentes ao laicado, despertado a partir do Concílio Vaticano II.

- Que sucedeu aos leigos depois do Concílio?- Que é feito da sua tão afirmada ”autonomia”?- O seu lugar atual na Igreja, responde de facto às expectativas neles amadurecidas, a partir de tantas

passagens dos documentos Conciliares?Os colaboradores deste livro apresentam-nos o seu contributo sobre a identidade e a missão dos

leigos, dentro do modelo de uma Igreja que se diz comunidade de crentes em Jesus Cristo, onde todos os membros devem ser reconhecidos e abraçados numa dinâmica complementar de comunhão e de serviço.

Com o Vaticano II, a Igreja tornou-se mais comunitária e dialogante – abriu-se a uma nova forma de ser e de estar no mundo.

Mas, para que um Concílio dê todo o seu fruto, os tempos que se lhe seguem devem permitir absorver e concretizar as determinações por ele deixadas. Estamos ainda nessa fase, e precisamos de continuar, para que este seja um momento de germinação de um novo projeto de Igreja, exigido pelo atual ambiente cultural.

Aproveitemos este Ano da Fé para tornar mais consciente e revigorar a nossa adesão ao Evangelho e, com todo o empenhamento, responder com uma participação ativa aos desafios que nos são propostos.

LIVRO A LIVROOS LEIGOS

DEPOISDO CONCÍLIO

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EQUIPA PAROQUIAL DE PASTORAL FAMILIAR

Contactos:917373873 - 229482390 966427043 - 229416209 916746491 - 965450809 229448287 - 917630347 229486634 - 969037943 962384918

A Equipa de Pastoral Familiar está com vontade de assumir a sua missão. Através do seu delegado ao Conselho de Pastoral Paroquial fez chegar algumas sugestões para o Ano da Fé .

Fazendo parte da comunidade aguarda que saia o plano pastoral que englobe todos os mo-vimentos da Paróquia e todos os cristãos sejam chamados à vivência deste ano. A Fé não é uma sensação mas uma convicção porque se centra em Jesus.

Vamos sentindo que temos grande trabalho à nossa frente.

www.paroquiadamaia.net - [email protected]

A nova evangelização diz respeito a toda a vida da Igreja. Refere-se, em primeiro lugar, à pastoral ordinária que deve ser mais animada pelo fogo do Espírito a fim de incendiar os corações dos fiéis que frequentam regularmente a comunidade reunindo-se no dia do Senhor para se alimentarem da sua Pa-lavra e do Pão de vida eterna. Aqui gostaria de sublinhar três linhas pastorais que emergiram do Sínodo. A primeira diz res-peito aos Sacramentos da iniciação cristã. Foi reafirmada a necessidade de acompanhar, com uma catequese adequada, a preparação para o Batismo, a Confirmação e a Eucaristia; e reiterou-se também a importância da Penitência, sacramento da misericórdia de Deus. É através deste itinerário sacramental que passa o chamamento do Senhor à santidade, que é dirigido a todos os cristãos. Na realidade, várias vezes se repetiu que os verdadeiros prota-gonistas da nova evangelização são os santos: eles falam, com o exemplo da vida e as obras da caridade, uma linguagem compreensível a todos.

Em segundo lugar, a nova evangelização está essencialmente ligada à missão ad gentes. A Igreja tem o dever de evangelizar, de anunciar a mensagem da salvação aos homens que ainda não conhecem Jesus Cristo. No decurso das próprias reflexões sinodais, foi sublinha-do que há muitos ambientes em África, na Ásia e na Oceânia, onde os habitantes aguardam com viva expectativa – às vezes sem estar plenamente conscientes disso – o primeiro anún-cio do Evangelho. Por isso, é preciso pedir ao Espírito Santo que suscite na Igreja um renovado dinamismo missionário, cujos protagonistas sejam, de modo especial, os agentes pastorais e os fiéis leigos. A globalização provocou um notável deslocamento de populações, pelo que se impõe a necessidade do primeiro anúncio também nos países de antiga evangelização. Todos os homens têm o direito de conhecer Jesus Cristo e o seu Evangelho; e a isso cor-responde o dever dos cristãos – de todos os cristãos: sacerdotes, religiosos e leigos – de anunciarem a Boa Nova.

Um terceiro aspeto diz respeito às pessoas batizadas que, porém, não vivem as exigên-cias do Batismo. Durante os trabalhos sinodais, foi posto em evidência que estas pessoas se encontram em todos os continentes, especialmente nos países mais secularizados. A Igreja dedica-lhes uma atenção especial, para que encontrem de novo Jesus Cristo, redescubram a alegria da fé e voltem à

E. P.P.FMaria Luísa e José Carlos TeixeiraJorge LopesLídia MendesDavid BarbosaMaria Elizabete eJorge RealP. Domingos Jorge

prática religiosa na comunidade dos fiéis. Para além dos métodos tradicionais de pastoral, sempre válidos, a Igreja procura lançar mão de novos métodos, valendo-se também de novas linguagens, apropriadas às diversas culturas do mundo, para implementar um diálogo de simpatia e amizade que se fundamenta em Deus que é Amor. Em várias partes do mundo, a Igreja já encetou este caminho de criatividade pastoral para se aproximar das pessoas afastadas ou à procura do sentido da vida, da felicidade e, em última instância, de Deus. Recordamos algumas missões urbanas importantes, o «Átrio dos Gentios», a missão continental, etc.. Não há dúvida que o Senhor, Bom Pastor, abençoará abundan-temente estes esforços que nascem do zelo pela sua Pessoa e pelo seu Evangelho.

[ BENTO XVI, Homilia na Missa de encerramento do Sínodo, em 28/10/2012 ]

NOVA EVANGELIZAÇÃO

SÉ CATEDRAL DO PORTO - Domingo 4 de NovembroHomilia do Se nhor Bispo D. Manuel Clemente

ANO DA FÉ, PARA A NOVA EVANGELIZAÇÃOCaríssimos diocesanos e amigos1. Já em Ano da Fé, assinalamo-lo hoje na igreja catedral,

em completa inclusão e expectativa. Inclusão de gosto e propósito, tão oportuna foi a sua convocação pelo Papa Bento XVI, nas atuais circunstâncias. A elas quis atender o Santo Padre e com ele o queremos nós, para discernir esperançosos “sinais dos tempos” em muito do que hoje ocorre, na sociedade e na Igreja. Mas connosco nada é simplesmente mental, antes afetivamente sentido no Coração de Cristo, no incontido desejo de a tudo atender, para tudo redimir.

E, falando de Cristo, falamos do que mais importa para a fé de sempre. Nós não acreditamos em algo, acreditamos em Alguém e em tudo o que Ele mesmo nos faz entrever: no seu Pai celeste, a quem não chegaríamos senão por Ele; no Espírito que recebe e retribuiu ao Pai, envolvendo-nos nesse movimento eterno; na Igreja, em que a sua Palavra ressoa e a sua vida sacramentalmente se faz nossa; e em todas as coisas do céu e da terra, que têm em Cristo a forma e o destino.

Sim, d’Ele tudo provém como Palavra criadora do Pai e com Ele tudo se conclui, na humanidade que o seu

Continua na pág. 7

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S.MIGUEL DA MAIA - Pág. 6

QUE PROCURAIS?

Jesus virou-se e, vendo que O seguiam, perguntou: Que Procurais? (Jo, 1,35-38)

Jesus faz esta pergunta não para se informar, mas para provocar uma resposta capaz de nos fazer tomar consciência da nossa própria procura. Jesus desde o princípio «convida» o homem a interrogar--se sobre o seu próprio caminho.

A história da relação entre Deus e o homem é uma história de interrogações e de procura e a qualidade essencial dum cristão é procurar Deus.

QUE PROCURAIS NO ANO DA FÉ? É a pergunta que eu sinto ser feita a todos que se dizem cristãos e que já ouviram o anún-cio de que, entre 11 de Outubro passado e 24 de Novembro de 2013, viveremos o Ano da Fé proclamado por Bento XVI.

O Papa fala-nos da necessida-de de redescobrir o caminho da fé para fazer brilhar, com evidência sempre maior, a alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Cristo. Diz-nos, também, que o homem contemporâneo pode sentir de novo a necessidade de ir como a samaritana ao poço, para ouvir Jesus que convida a crer n’Ele e a beber na Sua fonte, donde jorra água viva.

No último encontro do grupo Bíblico, O Grão de Mostarda, a que pertenço na nossa paróquia, já nos debruçamos sobre este anúncio, interrogando--nos sobre o que cada um pensa que irá ser para si o Ano da Fé. Foi graças ao Espírito Santo uma noite de séria reflexão. Uma das primeiras opini-ões que foi dada, é que, antes de tudo, cada um precisa de se interrogar sobre o que é para si, a fé, como a vive em si mesmo e com os outros. Daí logo surgiram reflexões de algumas pessoas, marcadas todas elas, pelo desejo de que a fé que dizem professar, seja uma fé autêntica, aprendida nas palavras de Jesus, pois só assim sentem ser capazes de dar testemunho. Dar testemunho àqueles com quem vivem, com quem se encontram em qualquer situação da vida, começando, pelos vizinhos, por quem trabalha no mesmo emprego, por quem se encontra numa loja, nos transportes, em qualquer lado, até mesmo por aqueles que participam na mesma eucaristia e que apesar do abraço da paz por estarem ao lado, saindo a porta da igreja vol-tam a ser desconhecidos.

Bastou-me este pequeno, mas riquíssimo encon-tro graças á participação de todos, para começar, também eu, a pensar em como pretendo viver o Ano da Fé. Em que é que tenho que ser diferente no meu

caminho para Deus. Pois, penso que se foi intitulado um ano como Ano da Fé, é porque esse tem que ser um tempo vivido mais atentamente a tudo o que é alimento, vida a ação na fé. Assim, se não me esforçar para ler mais na Bíblia a palavra de Deus com vontade de que o seja com mais profundidade, se não me esforçar para encontrar mais tempo na minha vida para a oração, se não me esforçar por pôr em prática com mais frequência o que escuto dos ensinamentos de Jesus, e para isso preciso estar mais atenta aos outros e ás ocasiões que requerem a minha disponibilidade, se não me esforçar para que seja um ano em que nas minhas opções de adquirir conhecimento, estejam os acontecimentos que vão ser programados a nível da paróquia, da vigararia ou da diocese, não poderei chegar, daqui a um ano, sentindo que vivi um ano melhor, mais forte na procura de Cristo. Terei pois, que saber aproveitar bem este ano, porque o Senhor espera em cada dia da minha vida uma resposta á questão: Que procurais?

Portanto, somos chamados a viver verdadeiramen-te um ano numa mais intensa procura de Deus, para que o procuremos sempre, porque aquele que segue Cristo não é aquele que sabe já tudo, que possui já tudo, que já chegou, mas antes aquele que é chama-do todos os dias a retomar a procura de Deus e a renovar o seu amor.

M. Luísa C. M. Teixeira

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O que é a FÉ?A primeira e mais básica resposta à pergunta do título

poderá, sem dúvida, ser formulada do seguinte modo: a fé é uma determinada atitude dos humanos. Como tal, é bem começar por uma descrição breve das caraterísticas dessa atitude, que aliás são partilhadas por todos os tipos de fé, religiosa ou não, cristã ou não.

A atitude humana que melhor pode descrever a atitude de fé é a da confiança. Ter fé é, no sentido mais básico, confiar em algo ou alguém diferente de nós mesmos. Assim, opõem-se-lhe duas atitudes: a da desconfiança total, que levaria, em muitos casos, ao desespero; ou a da autoconfiança total, ou seja, a da confiança apenas em nós mesmos. Portanto, a fé pressupõe capacidade de confiar e capacidade de confiar noutros.

A confiança noutros implica, ao mesmo tempo, a capacidade de receber algo, reconhecendo que não podemos conquistar e produzir tudo o que somos e temos por nós mesmos. Porque quem confia em alguém mais do que em si mesmo, sabe que há dimensões da vida que só esse alguém, em quem se confia, pode dar.

O caso mais gritante é o do bebé, que confia na sua mãe ou no seu pai, relativamente a tudo o que tem a ver com a sua existência. Não considera, ainda – como acontecerá depois com muitos adultos – que é autossuficiente e que merece, pelo seu trabalho, aquilo que tem. O que tem e o que é, sente-o como dádiva permanente dos pais e confia nessa dádiva, despreocupadamente.

A atitude do bebé aproxima-nos de um nível de fé importante: o que se relaciona com o fundamento da nossa existência, seja quanto à sua origem seja quanto ao seu futuro. Porque não somos nós que nos damos a nós mesmos nem que garantimos o nosso próprio futuro. Assim sendo, ou desesperamos desconfiadamente da nossa existência, perante o perigo de deixar de ser, ou confiamos numa dádiva permanente do ser. Esse será o nível mais profundo da fé, relativamente ao sentido primeiro e último da existência de cada um, que é acolhido como uma dádiva milagrosa e imerecida. Ter fé é acolher a existência como dádiva gratuita de outro.

Mas, a este nível, esse Outro em que se confia é ainda muito indefinido. É apenas o próprio mistério de sermos – alguns diriam, «por acaso». Aceitar que há um Deus pessoal que nos origina e nos quer na vida, dando-nos gratuitamente

essa vida, para que a aceitemos, mesmo quando é dura e parece não fazer sentido – isso é já uma modalidade religiosa ou teológica da confiança. A fé, então, torna-se fé teológica. Mas o Deus que nos dá a nós mesmos é, ainda, uma entidade muito vaga.

Aceitar que esse Deus, que dá a vida e nos dá para a vida, vive connosco, se revela e nos liberta da morte em Jesus Cristo, é confiar de modo cristão. Ter fé cristã é, portanto, aceitar que Deus, em Jesus Cristo, nos dá a vida, para além da morte e para além de todas a nossas capacidades de a conquistar. Isso permite uma atitude de confiança que abre à esperança, para além de todo o absurdo aparente. E, ao mesmo tempo, implica o conhecimento de que o único caminho dessa esperança é a caridade, como dádiva da vida ao outro. Ou seja, a fé cristã está sempre ligada às outras duas virtudes teologais, pois só assim o dinamismo do acolhimento da vida dada por Deus é possível.

A confiança fundamental que determina a atitude de fé do cristão implica, ao mesmo tempo, a confissão convicta de um conjunto de afirmações sobre Deus e sobre os humanos, a que chamamos Credo ou símbolo da fé. Nessas afirmações condensa-se a descrição da nossa confiança e dos seus motivos. Por isso, a confissão explícita de fé é imprescindível à atitude crente, mesmo que a sua formulação linguística deva tudo ás linguagens humanas. E essa confissão, assim como a atitude correspondente, vive-se num leque de relações comunitárias, que nos ligam aos outros crentes, do nosso tempo e de outras gerações, assim como aos próprios não-crentes. Ou seja, não há fé cristã se não for inserida num dinamismo comunitário e numa tradição. Se assim não fosse, a fé seria puro sentimento individual e subjetivo, de iniciativa própria e para auto realização pessoal. Mas, ao assim ser, negava-se a si mesma, pois negava a básica atitude de confiança no outro, mais do que em si mesmo.

João Manuel Duque, diretor-adjunto da Faculdade de Teologia, UCP-BragaAgência Ecclesia, 2009-09-29

Espírito recria. Toda a nossa fé se resumirá inteira, quando coincidirmos de palavras e obras na doxologia final de cada Eucaristia: “Por Cristo, com Cristo e em Cristo, a Vós Deus Pai todo-poderoso, na unidade do Espírito Santo, toda a honra e toda a glória agora e para sempre!”. E o convicto Ámen do nosso assentimento far-nos-á autenticamente cristãos.

Com os Senhores Bispos, dirigi-vos em Junho passado uma carta relativamente extensa, ainda assim resumindo trechos essenciais do magistério conciliar e posterior. Podereis usá-la para concentrar o espírito e a catequese no fio condutor da nossa fé cristã.

“Fé cristã”, como acabo de dizer, mas dando à palavra “cristã” todo a substância requerida. Pois não daremos uma adesão vaga a um nome remoto; temos e queremos ter a convicção profunda e a experiência forte de um Cristo vivo que venceu a morte e nos possibilita vencê-la em cada um de nós também. Se chegarmos ao final deste ano temático ainda mais firmes numa fé autêntica, por demais bendita seja esta iniciativa de Bento XVI, para bem da Igreja e para bem do mundo: a Igreja é também Corpo (eclesial) de Cristo; o mundo é a criação que ansiosa espera “a revelação dos filhos de Deus”. E os tempos que vivemos e tantos agudamente sofrem precisam do significado ativo que o mesmo Cristo lhes proporcionará. Assim encontre em nós uma fé tão viva que em redor transborde. (Continua no próximo número)

Continuação dfa pág 5ANO DA FÉ, PARA A NOVA EVANGELIZAÇÃO

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No passado dia 14/Outubro/2012, numa celebração especial para a nossa Comunidade, presidida pelo Sr.Bispo D. João Miranda, viveram-se alguns momentos simbólicos. Para todos nós, representou o início do Ano da Fé, declarado pelo Papa Bento XVI, para o período compreendido entre 11/Outubro/2012 e 24/Novembro/2013, com o objectivo de “redescobrir o caminho da fé para fazer brilhar, com evidência sempre maior, a alegria e o renovado entusiasmo do encontro com Cristo.” (Carta Apostólica da Porta da Fé). O 20º aniversário da dedicação da nossa Igreja e o compromisso que o Grupo de Catequistas realizou, constituíram igualmente outros marcos desta Celebração.

Pelo meio, também para o Grupo de Acólitos da nossa Paróquia, esta celebração foi marcante. Após um período de dedicação e aprendizagem, este Grupo, que de forma alegre e espontânea serve Jesus e as nossas Eucaristias, teve a oportunidade de realizar o seu compromisso de fidelidade ao Ministério que exerce. Desta forma, 18 dos elementos deste Grupo, aguardavam este momento com alguma ansiedade e expectativa, estampadas nos seus rostos a alegria e a vontade na ascensão deste degrau da nossa caminhada. Depois de chamados individualmente, às interrogações constituintes do nosso compromisso, a determinação empregue no momento de responder “SIM QUERO!” foi patente, tornando ainda mais evidente a sua certeza.

Como coordenador deste Grupo, formado/organizado recentemente, e porque não nos devemos nunca esquecer daqueles que vão marcando o nosso percurso, não posso deixar de recordar algumas pessoas, que foram marcando a minha. Em primeiro lugar, o Sr. Padre Domingos pela confiança, apoio e Fé que sempre tem depositado no meu trabalho pastoral. Não posso igualmente deixar de lembrar a minha madrinha Raquel e o Miguel, pela forma como me “agarraram” ao caminho de Jesus, desde o momento em que entrei nesta Paróquia, enquanto catequizando. Aos meus companheiros, por terem aceite, desde o início, que os conduzisse neste “Projeto”, que todos nós exercemos com amor e dedicação. E, por fim, também aos seus Pais, pelo constante incentivo e esperança que têm demonstrado na nossa obra e no desenvolvimento desta Equipa.

Porém, é importante não esquecer que esta etapa não terminou aqui, bem pelo contrário: “Em cada passo que damos, é um degrau de responsabilidade que trepamos!”. Apesar deste compromisso, continuamos a ter bastante a progredir. “Roma e Pavia não se fizeram num dia”. E o nosso exemplo de amor e serviço é infindável. Jesus e a nossa Comunidade contam connosco! Em Ano da Fé, “alguém dirá: “Tu tens a fé, e eu tenho as obras.” Mostra-me a tua fé sem obras, que eu pelas minhas obras, te mostrarei a minha Fé.” (Tg 2, 18).

João Bessa

Compromisso do Grupo de Acólitos

Foi um dia importante/marcante ma vida de um acólito. Crescemos na Comunidade e ganhamos a responsabilidade de fazer mais e melhor pela nossa Paróquia

Carina TeixeiraO dia da investidura dos acólitos foi algo especial. Foi

um dia totalmente diferente e muito feliz. Não existem palavras que consigam descrever com exatidão como foi aquele momento. Já há muito, os acólitos ansiavam por este acontecimento. A partir desse dia o grupo de acólitos ficou mais forte. Lúcia Castro

O dia 14, para mim, foi muito importante, porque "assumi" um compromisso com Jesus e, sabendo que, agora o posso/devo ajudar cada vez mais, não só na Eucaristia, mas em todas as ocasiões que sejam necessárias. Este foi o meu compromisso. João Soares

Domingo, 14 de Outubro de 2012, dia especial para a Paróquia da Maia, foi também um dia muito importante para nós, acólitos. Pudemos assumir o nosso compromisso como acólitos perante toda a comunidade e assumimo-nos com muita fé. Foi uma oportunidade única e é com muito orgulho que faço parte do Grupo de Acólitos da Paróquia da Maia. Rute Barbosa

Quando fiz um compromisso como acólita na Igreja Nossa Senhora da Maia, não me comprometi só com a igreja, mas também com a sociedade que a constitui.

Alexandra TelesNeste dia, reparei nas bênçãos que me rodeiam: família,

amigos e tudo o que sustém o meu corpo e o meu espírito. Olhei para dentro de mim, tentando encontrar a força e a paz que Deus me oferece. Eu não estou sozinha, a força e a paz de Deus acompanham-me em cada momento do meu dia-a-dia. Alexandra Colaço

Eu estou muito contente por estar no seio dos Acólitos da Igreja de Nossa Senhora da Maia, e muito agradecida ao Sr. Bispo D. João Miranda por ter presidido a missa de

acolhimento e bênção dos acólitos, no dia 14 de Outubro de 2012. Foi muito importante para mim, na medida em quetambém aumentei a minha fé. Catarina Barbosa

No dia 14 de Outubro realizei o compromisso de seguir Jesus. Eu estava radiante, contente e muito confiante, apesar de estar um pouco nervosa. Mas como estava a servir Jesus quase não dei por isso. Ana Rita

No dia 14 de Outubro, realizou-se na igreja da Maia a cerimónia de imposição de acólitos, da qual fiz parte. Para mim foi um dia muito especial e muito importante.

Especial, porque ser acólito é ter um caminho privilegiado para estar mais próximo de Jesus. É esse caminho de amor que quero fazer para poder estar perto de Jesus. Servi-Lo é o primeiro passo.

Importante, pois senti que agora tenho uma responsabilidade maior, pelo compromisso que fiz perante a comunidade da Maia e com Jesus. E este compromisso de servir Jesus e os meus irmãos é uma tarefa que muito me alegra e satisfaz. Rita Sá

Dia 14 de Outubro de 2012 foi um dia muito importante!!! Depois da homilia, o Sr. Bispo fez de nós acólitos comprometidos. Nesse momento, fomos invadidos por uma alegria imensa. Estávamos todos sem palavras. Sentíamo-nos unidos num só objetivo: servir o Senhor. Quando recebemos as cruzes senti que estava mais próximo d’Ele.

Foi a primeira vez que isto aconteceu na paróquia de São Miguel da Maia. Foi um dia inesquecível!!! Diogo Pereira

O meu compromisso de acólito foi para mim uma subida na vida cristã. Foi também para continuar a servir Jesus e as pessoas com mais necessidades, fazendo-o o melhor possível. O meu compromisso ajuda-me a contribuir para um mundo cada vez melhor e a estar disponível para o que for necessário. Henrique Mota

A palavra dos novos Acólitos

Continua na Pág 11

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ENCONTRO COM CRISTOO Papa fala-nos de uma Porta que

dá acesso à vida. Esta é a porta da fé. Por ela temos acesso à vida de comunhão com Deus. Esta porta oferece-nos algo de muito real e exigente: a entrada na sua Igreja; um dom mas também um compromisso pessoal, exigente e renovador com Jesus Cristo. Esta porta está sempre aberta e disponível para nós. “Atravessar esta porta implica embrenhar-se num caminho que dura a vida inteira”.

Os nossos dias parecem envoltos num nevoeiro muito espesso de dúvidas e incertezas intransponíveis, mas Jesus chama a Sua Igreja a aprender a ser, cada vez mais, uma voz de esperança e confiança; pois Deus, em Jesus, manifesta-se como a voz do Bom Pastor que cuida e dá a vida pelas suas ovelhas confusas e ameaçadas pelos lobos devoradores da indiferença, do egoísmo e da corrupção sem escrúpulos.

O Papa Bento XVI afirmou claramente que o nosso tempo necessita de uma verdadeira e renovada educação da fé, que nasça de um verdadeiro encontro com Deus em Jesus Cristo: “Hoje cresce ao nosso redor um deserto espiritual. A sensação, muitas vezes, é que o mundo não caminha em direção à construção de uma comunidade mais fraterna e mais pacífica. Não obstante a grandeza das descobertas científicas, parece que o homem não se tornou mais livre, mais humano.”

Não é preciso ter um espírito muito atento e dedicado à promoção dos valores do Reino de Deus para notar claramente como é grande o número dos que se sentem desorientados. Acerca disto, Bento XVI diz-nos: “Necessitamos não somente do pão material, mas também de amor, de significado e de esperança, de um fundamento seguro, de um terreno sólido. É justamente isso que a fé nos oferece: um entregar-se confiante a Deus, que dá uma certeza diferente, não menos sólida daquela que vem da ciência”.

ACREDITO, POR ISSO ANUNCIO E DENUNCIO

Diz-nos S. Marcos que Jesus escolheu os que Ele quis para estarem/andarem com Ele como discípulos, e serem depois enviados, como

anunciadores da Boa Nova que era Ele mesmo. Um conviver, um estar a ver e relacionar-se, um permanecer... A Igreja é uma comunidade de com-vocados em torno do Senhor; comprometidos numa aprendizagem direta na ‘escola de Jesus’. “não fostes vós que me escolhestes, fui Eu que vos escolhi para irdes e dardes fruto, e o vosso fruto permanecer.”

Nesta escola de vida, o Mestre formava o primeiro núcleo da Igreja e, com eles, outros evangelizadores que iria enviar dois a dois, em missão fraterna. Jesus escolheu os que Ele quis, não os melhores, os mais sábios ou os mais inteligentes. São os critérios de Jesus, bem diferentes dos do mundo, se calhar dos nossos também.

Este ano da fé convida-nos antes de mais a renovar o nosso encontro com Jesus Cristo, fonte da vida e revelação da plenitude do amor de Deus para com a humanidade e para com cada um de nós. Neste Ano da Fé, Bento XVI propõem-nos a fé como o antídoto apropriado e eficaz contra o deserto espiritual que nos circunda. Estamos diante de uma luta feroz e desigual entre a cultura da vida e a cultura da morte. A Palavra de Deus nos alertou para a responsabilidade da nossa escolha: “Coloco diante de ti a vida e a morte; é a ti que compete escolher.”

O Papa fala-nos continuamente sobre o sentido da fé cristã neste nosso tempo: incessantemente formula perguntas com as quais deseja desafiar-nos: “A fé ainda faz sentido num mundo em que ciência e técnica abriram horizontes até há pouco tempo impensáveis?” “Que significa crer hoje?”

Não há dúvida de que o essencial e nós termos a coragem e a ousadia de nos encontrarmos a nós próprios; de descobrirmos e sentirmos que é em Deus que nós vivemos, nos movemos e existimos; só n’Ele encontramos o nosso ser. Nós só poderemos falar de Deus e do seu amor para connosco. Quando nós próprios fizermos a experiencia deste Deus que é amor e misericórdia, tornar-nos-emos anunciadores e testemunhas vivas e credíveis desse mesmo amor.

ENTUSIASMO EM DEUSBento XVI afirmou: «O nosso

tempo exige cristãos fascinados por

Cristo, que não se cansem de crescer

na fé, por meio da familiaridade com a Sagrada Escritura e os Sacramentos. A fé não é apenas conhecimento e adesão a algumas verdades divinas; também é um ato da vontade pelo qual me entrego livremente a Deus, que é Pai e me ama. Crer é confiar-se, com toda a liberdade e com alegria, ao desígnio providencial de Deus sobre a história, como fez Maria de Nazaré.”

E explicando melhor o ato de fé, acrescentou: «Nós podemos crer em Deus, porque Ele vem ao nosso encontro e nos toca. Na base do nosso caminho de fé, está o batismo, pelo qual nos tornamos filhos/filhas de Deus em Cristo e marca a entrada na comunidade de fé, na Igreja. Não se crê sozinho, mas juntamente com os nossos irmãos.

Depois do batismo, cada cristão é chamado a viver e assumir a profissão da fé, juntamente com seus irmãos. Concluindo, a fé é um assentimento, pelo qual a nossa mente e o nosso coração dizem ‘sim’ a Deus, confessando que Jesus é o Senhor. É este ‘sim’ que transforma a vida, tornando-a rica de significado e esperança segura».

Sim, a Igreja só conseguirá apresentar-se ao mundo com um rosto de verdade e vida, quando for capaz de viver e deixar-se transformar pelo amor incondicional de Deus: “A renovação da Igreja realiza-se também através do testemunho prestado pela vida dos crentes: de facto, os cristãos são chamados a fazer brilhar, com a sua própria vida no mundo, a Palavra de verdade que o Senhor Jesus nos deixou.”

P. José Francisco Seminário dos Combonianos - Maia

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Há algum tempo “descobri” um livro com o título: “Ouvir, Falar, Amar”. Comprei-o, não no escuro, como uma aventura, mas pelo conhecimento que tinha dos autores que conhecia, directa ou indirectamente. O P. Alberto Brito que conheço desde o tempo, que trabalhei com ele, no Colégio das Caldinhas, Santo Tirso, em 1970 durante vários meses enquanto aguardava que me chamassem para ir para a guerra na Guiné. Actualmente é o Provincial dos Jesuítas em Portugal. Laurinda Alves conheço-a da leitura que fiz de vários livros que escreveu e da revista Xis.

O livro em questão intitula-se Ouvir, Falar, Amar. Ouvir os outros é a maior escola de vida, e a compreensão daí resultante, é a única força de mudança. Aprendemos sempre com os outros; Falar, porque é a comunicar e dialogar que nos entendemos e assim se urgem as relações. Transmitimos e disponibilizamos para os outros, muitas das nossas capa-cidades, descobertas e certezas; Amar, porque é a partir do amor que temos a nós mesmos (aceitação) que podemos dar alguma coisa aos outros e ajudá-los a crescer.

São estes três itens que classificam e definem a nossa vida. Escutar (ouvir) é uma escola de vida. Só que ouvimos pouco, e, por vezes, temos a tentação de nos convencermos que sabemos tudo ou quase e, assim, há dificuldade em ouvir o que os outros têm para nos dizer. Arranjar paciência para os escutar, inventar tempo e disponibilidade para acatar o que nos querem transmitir, e simultaneamente aceitar que algumas das nossas verdades e certezas se sintam abaladas ou pouco seguras, é complicado, mas ajuda muito a amadu-recer e a crescer como pessoa.

Devíamos ouvir mais e falar menos. Temos duas ore-lhas e apenas uma só boca. Porque será? Não é por acaso, com certeza, e a natureza não se engana. Se aqui se pudes-se aplicar a matemática, muitos “rádios” humanos estariam calados durante algum tempo!... Quem fala demais e não

ouve, ou não quer ouvir, acaba por ficar, muitas vezes, a falar sozinho!

Brincando um pouco: diz o P. Alberto Brito que, em Coimbra, às vezes divertiam-se com a “malta”, inventando o verbo “ouver” que seria a capacidade que todos temos de, ao mesmo tempo, ouvir e ver!

Escutar, é uma grande escola de vida. Não é só ouvir, mas sim a capacidade de captar, pelas palavras, o que o ou-tro está a sentir, tentando “vestir a pele” da outra pessoa e perceber o que, de facto, lhe interessa e que é, realmente, importante .

É, também, acolher a mensagem dentro de nós, e no silêncio ou no segredo de nós mesmos, “mastigar” lenta-mente o que captamos, e absorver a totalidade do que nos foi enviado. É um exercício, por vezes, difícil de enfrentar e aplicar. Num diálogo, há um aspecto muito importante, que muitas vezes esquecemos, ou nunca nos apercebemos e que merece alguma reflexão: normalmente a pessoa com quem conversamos é muito mais importante que o assunto da conversa, porque...palavras leva-as o vento...mas as pes-soas, amigos ou não, permanecem para além das palavras e opiniões que delas possamos ter. Por vezes, nas nossas re-lações normais, tratamos os outros como se fossem rádios: e, assim, se a música interessa, ouvimos; se não interessa: desligamos, simplesmente.

Mas se não se consegue passar para além das apa-rências, muita da riqueza da vida fica por descobrir. E se fi-carmos apenas no imediato, até diria que o mais importante da vida, pode não chegar a ser aprendido.

O que ouço, esqueço-me; O que vejo, lembro-me, o que faço, aprendo.

Porque será que temos duas orelhas e uma só boca? Devemos ouvir mais e falar menos ou falar com pro-priedade.

Mário Oliveira

Ocorreu no passado dia 20 de Outubro em Fátima o X Encontro Nacional do Apostolado do Oratório, promovido pelos Arautos do Evangelho. Nele participaram cerca de dez mil pessoas que tiveram a honra de receber uma mensagem e uma benção de Sua SS o Papa Bento XVI, da qual cito parte: “Sua SS o Papa Bento XVI deseja enviar uma saudação cordial a todos os participantes do Encontro Nacional das famílias integrantes do Apostolado dos Arautos do Evangelho, e exortar-lhes a crescerem na consciência de que os cristãos pela graça de Deus «se tornam templos do Espírito Santo, pedras vivas com que se constrói a Igreja», de tal modo que possam reavivar o compromisso de transmitirem aos demais essa verdade salutar, pois o «amor de Cristo que enche os nossos corações nos impele a evangelizar».”. Da Paróquia da Maia partiram dois autocarros para este encontro. O tema para este ano foi o de “Viver o Ano da Fé com Maria”.

Maria é-nos apresentada das mais diversas formas, segundo as mais diversas designações, mas Maria é sempre a mesma: Mãe de Deus, Rainha do céu e da terra. Nela podemos encontrar na verdade o maior exemplo de fé de que um ser humano é capaz, ao ponto de obter privilégios divinos únicos, como foi o caso da anunciação do Senhor. Nela encontramos condensadas as bem-aventuranças. Nela encontramos o amor perfeito de Mãe que nos acolhe e intercede junto do Pai.

Ao longo da sua vida Maria mostrou-se humilde e submissa à vontade de Deus, ao aceitar o que lhe estava destinado por Deus: “Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra.” (Lc 1, 38). Maria mostrou uma fortaleza extraordinária de fé e de amor, que mesmo perante os acontecimentos da Paixão do seu filho Jesus não vacilou: “Junto à cruz de Jesus estavam, de pé, sua mãe” (Jo 19, 25). Maria mostrou ser uma conselheira sábia, como aconteceu nas bodas de Caná: “Sua mãe disse aos serventes: «Fazei o que Ele vos disser!»” (Jo 2, 5). É por isso que a devoção a Maria leva-nos a Jesus, nosso Senhor e único Mestre. Maria aponta o caminho a quem se lhe dirige com confiança e esse caminho é o que leva a Jesus.

Neste Ano da Fé que agora começamos a viver, depositando a nossa grande confiança em Deus e Maria, deixarmo-nos modelar por Maria é seguramente uma boa forma de o vivermos. Ao fazê-lo estamos a deixar que as nossas almas sejam transformadas à imagem de Jesus Cristo, para Sua maior glória e para melhor transmitir a nossa fé na sociedade secularizada em que vivemos. Vamos viver o ano da fé com Maria. Carlos Teles

O U V I R, F A L A R, A M A R

Viver o Ano da Fé com Maria

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OBAMA 2 OU O EXEMPLO AMERICANO Arlindo Cunha

Após um longo período de

“suspense”, que durou até aos últimos dias da campanha eleitoral, os cidadãos americanos decidiram, por uma inequívoca margem, eleger o presidente Barack Obama para um segundo mandato na Casa Branca. Esta reeleição suscita-me três reflexões que me parecem de relevo para analisarmos e compreendermos o mundo em que vivemos.

A primeira reflexão tem a ver com a eleição, pela segunda vez consecutiva, de um cidadão que, sendo americano, é negro, filho de um emigrante africano e não mudou o nome que que o pai lhe escolheu: Barack Hussein Obama. Esta é uma grande lição sobre a maturidade democrática do povo americano, maioritariamente constituído por eurodescendentes. Bem sabemos que, infelizmente, existem pessoas com preconceitos raciais em todo o lado, incluindo, inevitavelmente, nos Estados Unidos da América. Mas também ficámos a saber que não é esse o sentimento maioritário do povo americano. E, já agora, cabe perguntar: será que seria actualmente possível eleger

um descendente de europeus ou de americanos, de raça branca, com um nome e apelido anglo saxónico, francófono, germanófilo ou lusófono, num qualquer país de África, da Ásia ou do Médio Oriente? Boa questão para reflectir, sobretudo para os que têm do mundo um conceito maniqueísta e, sobretudo, um preconceito antiamericano.

Uma segunda reflexão tem a ver com o facto de esta eleição ter ocorrido num contexto de crise económica generalizada, que também tem fustigado seriamente a economia americana. Foi, aliás, lá que a crise começou em 2008 com o rebentar da chamada “bolha do imobiliário” e as primeiras falências bancárias. Ora, a lição que os americanos nos dão é que a pior coisa que pode haver no meio de uma crise destas é mudar as políticas e os seus agentes. É fácil e populista exigir a demissão de governos que têm que aplicar terapias duras, profundamente impopulares, para sair da crise. Mas todos sabemos que, nestes contextos, os que vêm a seguir não têm grande margem de manobra para aplicar políticas muito diferentes. Como não há receitas mágicas e indolores, aplicam, mais coisa menos coisa, as mesmas dos seus antecessores. Antecessores estes que, passados uns escassos meses já estão a pedir a demissão dos que lhes sucederam…E assim sucessivamente, tal como uma pescadinha de rabo na boca…. Ora, ao escolherem a continuidade da

governação, os americanos mostraram o seu proverbial espírito prático, já que, continuando com as políticas seguidas, mesmo com as suas imperfeições, ao menos não perdia mais tempo!

Terceira reflexão. A vitória de Obama não será um passeio triunfal, já que a oposição Republicana garantiu a maioria na Câmara dos Representantes. O que obrigará a uma negociação permanente com o Senado, de maioria Democrática e com o próprio Presidente. Ou seja, os cidadãos, tendo dado um sinal claro de quem querem para os liderar ao mais alto nível da hierarquia do Estado da União, também disseram que as medidas para combater a crise têm que ser bem ponderadas, implicando um envolvimento dos dois grandes partidos políticos que constituem o arco do poder e que nele se alternam há séculos. Porque é nisto que está a maturidade democrática de um povo: a capacidade de entendimento e de superação das diferenças, quando está em causa o futuro da própria nação.

Sabedoria popular, sem dúvida, bem útil para ser tida em conta também noutras paragens!

Nesse dia acordei muito ansioso. Passei a manhã toda a falar sobre este dia tão importante, que não podia errar, pois não podia deixar mal o meu catequista, João Bessa.

Houve algumas falhas, mas com tempo e dedicação irei melhorar, porque no meu coração Jesus está sempre presente.Fiquei emocionado quando o meu catequista (João Bessa) chamou pelo meu nome, subi as escadas do altar, e fui ter

com o bispo (D. João Miranda) que me colocou uma cruz a simbolizar o meu compromisso de servir Jesus.Foi um dia emocionante para nós (acólitos) e para o nosso padre (Domingos Jorge) que ficou muito orgulhoso, pois

se via na sua cara tão alegre. Adorei este dia tão importante da minha vida! Tiago Maranhão

O dia 14 de Outubro foi para mim muito especial, pois foi o dia do meu compromisso como acólita. Apesar da minha pouca experiência, nesse dia senti-me muito importante, principalmente quando recebi a cruz das mãos do Bispo D. João.

No início, o meu coração palpitava, não sabia se era de alegria ou de nervos mas depois com a cruz ao peito percebi como era importante o meu compromisso. E não tive dúvidas, era de alegria e que queria continuar a servir Jesus.

Vou esforçar-me por ser melhor, pois tal como aprendi com o João, o essencial no acólito não é apenas o saber fazer, mas sim também o ser (nomeadamente as atitudes e o empenho). Espero ser uma boa acólita.

Sofia Farinha

No Domingo, quando o Sr. Bispo nos fez aquelas perguntas do nosso compromisso, aquele momento foi único e muito sentido. É um sentimento que não se consegue descrever e só quem passa por isso é que pode avaliar. E eu gostei muito. Inês Ferreira - André Teixeira - Pedro Sousa - Gonçalo Ferreira

Continuação da Pág. 8A palavra dos novos Acólitos

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S.MIGUEL DA MAIA - Pág. 12

Ao escrever nas páginas deste Bip, deste Bip que me adotou há cerca de onze anos, para maior precisão, onze anos e um mês, faço-o muitas vezes com passagens da minha própria vida. E, mais uma vez o vou fazer, porque esta história faz parte da minha própria vida. Desta vez tenho receio de ser parcial, muito parcial, pois vou falar de alguém muito próximo. Creio que mais próximo não pode ser. E vou começar esta “história linda”, como canta o saudoso Carlos Paião, por “era uma vez”. Posso cair na redundância e na repetição do “era uma vez”, mas arrisco, pois não sou de “me ficar para trás”. Então, aqui vai:

Era uma vez uma menina, pequena, pequenina, tinha qua-tro anos e “qualquer coisa”. Participava nas Eucaristias da Maia, presididas pelo Sr. P.e Domingos. O fascínio pelo que via acon-tecer no altar começou a crescer. Atenta a tudo, observava e sonhava o viver a Eucaristia de perto e por dentro. E quis mais, um pouco mais que observar e sonhar. No final de cada Euca-ristia começou a abeirar-se do corredor central para ver pas-sar a procissão final e, como sempre, os olhos enchiam-se de alegria pelo passar dos participantes e do pároco. Com o de-correr do tempo a vontade de fazer algo crescia mais e mais, o fascínio por todos os passos executados no altar enchiam-lhe o coração e os sonhos. E, aqueles olhos abarrotados de ternu-ra e de vida captaram a atenção de quem mais gosta de estar rodeado pela inocência da infância, o nosso pároco. E, com um “código secreto”, o Sr. P.e Domingos convidava-a a integrar o cortejo processional final. Lá ia de cabecita erguida e orgulhosa. A “responsabilidade” foi aumentando pois o Sr. P.e Domingos incumbia-a de levar ora os óculos, ora qualquer folha solta dos avisos. Se, por algum motivo, Eucaristia Solene ou outro, o Sr. P.e Domingos passasse no corredor e não lhe fizesse o “código secreto”, até porque no meio de tanta gente não a via, a menina chorava, chorava até a mãe lhe explicar o motivo de tal ”falha”. Aí, “vencida mas não convencida”, a menina renovava a espe-rança de voltar a participar na procissão final.

E, como todas as histórias, esta também é vivida em várias etapas. Daí que… certo dia, esta menina foi alvo da atenção de mais alguém que, atento ao interesse que a menina demonstrava pela Eucaristia, começou a incentivá-la a participar mais de perto.

Também como em todas as histórias, há nesta um lobo mau. Entrou a mãe da menina em cena. Este “lobo mau” ofe-recia alguma resistência à participação mais ativa da menina, pois sentia que, assim pequenina, não teria capacidade para tão grande responsabilidade. Mas, num certo domingo de sol, num matrimónio celebrado na Igreja de Nossa Senhora da Maia, em

que a nossa pequena protagonista participou, foi também cele-brado um batismo. O nosso pároco, qual selecionador nacional que convoca os seus jogadores, lançou o desafio de a pequena o ajudar na celebração do batismo. Foi o seu primeiro e gran-de desafio. Pequenita, mas atenta e responsável, desempenhou bem o seu papel, ante a estupefação dos pais. Este aconteci-mento deu-lhe alento e vontade de conseguir concretizar o seu sonho. Era um sonho sonhado de olhos abertos.

Domingo após domingo, os dias foram passando, a espe-ra prolongava-se demais, o desejo de chegar “lá” era enorme e aumentava cada vez mais... Até que um dia se viu de bran-co vestida e cruz processional nas mãos. Tão grande era esta menina, em idade e tamanho, que tinha alguma dificuldade em subir as escadas do presbitério com a alva até aos pés e a cruz tão grande mas bem segura nas mãos. Segurar no missal também não era tarefa fácil, ao que o Sr. P.e Domingos dava sempre “uma mãozinha”. Na “sombra” tinha também a mão de alguém que a acompanhou ao longo dos anos. Esse alguém que, com paciência, gosto e arte, a ensinou a acolitar. Quem a acompanhava com as velas, seguia-a sempre com atenção para “acudir” se necessário fosse. Durante a Eucaristia seguia tudo com um olhar saltitante mas atento para que tudo corresse bem. Sempre preocupada em perguntar por melhorias no seu desempenho aceitava com humildade as “dicas” que ia ouvindo. Rodeada por uma boa equipa foi crescendo, assim como foi crescendo o sonho que vivia. Sonho sonhado e concretizado para um final feliz desta história linda.

Faço um agradecimento anónimo a quem, ao longo deste tempo, tem apoiado esta acólita a percorrer o seu caminho, quer por manifestações de agrado, quer de incentivo.

Agradeço ao Sr. Duarte e à D. Piedade o incentivo caloroso que sem-pre deram. Na ”sombra” sempre a incentivaram e ensinaram a acolitar.

Agradecimento também merecido ao jovem João Bessa que agora orienta e acolhe o grupo de acólitos que ganhou forma e vida sob a bênção do Sr. Bispo D. João de Miranda.

Bem-haja ao grupo de acólitos que, como rebanho alegre e salti-tante que segue o seu pastor, serve o altar com carinho e empenho.

Ao Sr. P.e Domingos um forte abraço de reconhecimento, pois sempre soube cativar, com o seu olhar terno que ilumina o caminho da acólita que hoje é, a Lúcia.

Este texto já vai longo, por isso não descrevo a vivência deste momento, a Festa da Nossa Senhora da Maia, pois o dia de hoje, domingo da instituição dos acólitos, começou há dez anos…

História linda

Dia de Todos os SantosSeria imperdoável que a Igreja não tivesse no seu calendário litúrgico o Dia de Todos os Santos. Pelo menos um dia do ano para

invocar todas as almas que fazem parte do reino do Pai. Conhecemos muitos santos, pessoas generosas, altruístas, cuja história de vida ultrapassa os limites humanos dos seus comuns.

Foram mártires que deram a vida em prol da sua fé, que tiveram o estoicismo de proclamar até à morte, sem nunca a renegar. Foram santos que sacrificaram o conforto do luxo que gozavam para seguir ideais cristãos de propagação da fé e amor fraterno, deixando sempre um rasto indelével à sua passagem. E arrastaram multidões! Foram santos que optaram por uma vida de piedade e sacrifício ao serviço dos mais carenciados. Foram santos que, na clausura do convento, seguiram o caminho da oração, da meditação para melhor conhecer a Deus e sufragar as almas perdidas.

Não os podemos esquecer. Devemos lembrá-los como alguém que tocou as vestes do Senhor ainda este mundo, por ter vivido tão próximo d’Ele.

Mas existiram e continuam a habitar no mundo milhões de almas, cuja conduta enorme de vida foi sempre pautada pela vontade de agradar ao Pai. Pessoas que se sacrificaram pelo seu semelhante, piedosas e bondosas, compreensivas com todos os que com eles interagiram nos caminhos sinuosos da sua passagem por aqui. Não podemos esquecer a multidão de santos anónimos que povoam o céu e cuja vida de retidão, honestidade, honra e amor a Deus foi um legado sem preço aos amigos e familiares, que os devem recordar com carinho e seguir os seus exemplos. Creio que todos teremos entes queridos a gozar da Luz Perpétua e a pedir por nós nos momentos mais difíceis. São santos que não foram canonizados porque não tiveram uma vida transcendente, incomum. Mas tal como José, souberam na sua oficina da vida, fazer do trabalho uma oração permanente, da abnegação lema de vida, do sacrifício pelos outros tarefa constante e do silêncio exemplo eloquente.

Merecem o descanso eterno e a nossa veneração.O Dia de Todos os Santos é, com certeza, dia de grande festa no Céu e deve ser dia de grande alegria na Terra.

Idalina Meireles

Conceição Dores de Castro

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NÃO HÁ FUTURO SEM SOLIDARIEDADE

Valentina, uma jovem de 21 anos, residente em Milão, inconformada e desorientada com a sociedade em que vive, escreveu uma carta ao Arcebispo D. Dionigi para lhe pedir respostas às suas preocupações. Diz-lhe que "não é fácil ser jovem hoje" e viver numa sociedade

desequilibrada e egoísta, como a que a rodeia. O artigo, que pode ser lido no site da paróquia, mostra a preocupação de uma jovem que destoa numa sociedade amorfa e insensível.

Dos muitos problemas que afetam a sociedade atualmente, gostava de me debruçar sobre um particular, a sua despersonificação. Agimos maquinalmente e reproduzimos ideias e frases que não são nossas, sem pensar e formar opinião sobre elas. Um exemplo flagrante é a moda. Surge uma nova tendência, um tipo de calçado ou de roupa, uns óculos deste ou daquele material, ou até as "cores da estação" e rapidamente as vemos a difundirem-se, simplesmente porque "se usa". E se o fazemos com coisas banais, fazemo-lo também com coisas mais sérias. Vemos a instituição "Família" desfazer-se com os divórcios e "ajuntamentos" e já achamos normal porque "se usa". Mais de 50% dos casais divorcia-se, mas agora "é normal". Os namorados vivem juntos, antes ou até sem se casaram, porque agora "usa-se, é normal". Os jornais e revistas apenas falam de tragédias e desgraças porque agora "é o que está na moda". Vemos a Igreja ser desprezada e espezinhada pela sociedade e comunicação social, que gosta de empolar qualquer notícia que manche a Igreja. Temos receio de testemunhar a nossa Fé porque agora "está na moda" não ser religioso, nem crente. Ouvimos um comentário de alguém ou lemos uma frase na internet e divulgamo-la sem pensar se é verdade ou se tem fundamento. Não nos damos ao trabalho de pensar porque, o que está na moda é não destoar, é sermos o mais parecidos uns com os outros, nem que seja apenas de aparência.

Somos uma sociedade massificada e despersonificada. E isso nem sequer é um problema, porque vivemos a um ritmo tão intenso, que nem temos tempo para nos preocuparmos. Cada um de nós deveria, em algum momento, parar para pensar na sua vida, naquilo que faz, e no sentido de tudo isso. Como católicos, parar para pensar na nossa Fé. Como vai a minha Fé? O que é que ela significa para mim?

A vida é um dom inestimável, não a deveríamos desperdiçar vivendo uma sucessão de dias todos iguais, sem nos preocuparmos com aquilo que estamos a construir.

Valentina diz a D. Dionigi que há necessidade de reacender um fogo de amor sincero no espírito dos jovens, fomentar a solidariedade e aprender que não devemos viver "uns como os outros" mas "uns para os outros".

Carlos Costa

ACANACContinuação do artigo do mês de Setembro)

Na Barragem Marchal Carmona, os Pioneiros foram convidados a Construir+ as suas jangadas de forma a poderem usufruir das actividades na água. Durante os raides a Penha Garcia e Monsanto, foram levados a Construir+ amizades e amor fraterno. Foram 7 dias a Construir+ em campo, para depois viverem no futuro a Construir+ na família, na escola, na paróquia,junto dos amigos e nos agrupamentos. A Viver+, estiveram os Caminheiros em campo, onde as escolhas foram constantes e as encruzYlhadas a precisarem de atitudes tais como Yniciativa, Ynteracção, Yntegridade, Yntensidade e Ynovação.

Durante dois dias, os caminheiros fizeram o raide que terminou no Castelo de Monsanto, numa vigília noturna que foi mágica pelos momentos de reflexão sobre o valor da liberdade e momentos informais de oração e partilha. Depois de retemperadas as forças com o descanso, o pão e a palavra, foi hora de regressar ao campo novamente em raide. Certamente as experiências

partilhadas e a aprendizagem feita ajudarão estes Caminheiros a Viver+ na procura do Homem Novo. Na cerimónia de abertura, transmitida em direto na Internet, onde estiveram presentes várias entidades oficiais convidadas a presenciar este momento, D. Manuel Clemente saudou todos os presentes dizendo o quanto se sentia bem em ali estar e recordou outros acampamentos que fez com Escuteiro.

A Eucaristia no domingo, foi também um momento alto, com o campo aberto às visitas dos pais que também aproveitaram para participar na celebração. A imagem da arena repleta de jovens, dos lenços a agitar-se no ar e do som das músicas Escutistas, enchia a alma! Já no encerramento, foi inscrito no Guiness o maior abraço do mundo, pois todos os Escuteiros presentes se abraçaram durante um minuto. E foi desta forma que se iniciaram oficialmente as comemorações dos 90 anos de Escutismo em Portugal.

O Agrupamento 95 Maia, esteve presente neste ACANAC, com um contingente de 60 elementos, Exploradores, Pioneiros, Caminheiros e respetivos Dirigentes. O tempo de preparação para este Acampamento, fez mexer os nossos Escuteiros nas mais diversas áreas de desenvolvimento e em acções de formação, de maneira que pudessem ter bom desempenho em campo e estarem capacitados para enfrentarem os desafios . As experiências foram boas e gratificantes para todos, a avaliar por alguns testemunhos que fomos ouvindo, mas a avaliação final, será feita no inicio do ano Escutista, quando as patrulhas da Expedição, as equipas da Comunidade e as equipas do Clã se reunirem em Conselho.

De referir ainda que uma equipa de Dirigentes do 95 Maia teve à sua responsabilidade a organização dos jogos aquáticos para todos os Exploradores deste ACANAC, numa estreita colaboração com a Junta Regional do Porto. Desde a construção de jangadas até às dinâmicas de jogos de destreza física, foi um trabalho exaustivo e empenhado para que tudo resultasse em pleno na Barragem Marechal Carmona. Foram muitas as horas "roubadas" ao descanso de cada um, de forma a que tudo estivesse pronto a tempo para o grande acontecimento e proporcionar aos 5200 exploradores em campo, experiências únicas como a de remar numa jangada ou fazer uma gincana debaixo de jatos de água.

A diversão foi mais que muita, o que fez com que os nossos Dirigentes se sentissem realizados com o trabalho desenvolvido.

E assim se vai Escuteirando no 95 Maia! Por uma Juventude Melhor - Palmira Santos

Um dia para a história…Este ano, as festas da Nossa Senhora da Maia foram

especialmente importantes, porque tivemos a investidura dos acólitos.

Desde há muito tempo que os acólitos ansiavam pela instituição do grupo e finalmente no dia 14 de outubro celebrou-se este acontecimento. Foi uma experiência incrível. A igreja estava cheia a apoiar o nosso grupo. É neste tipo de acontecimentos que se sente verdadeiramente como é bom pertencer a um grupo que serve a comunidade e serve a Deus. Sentimo-nos mais completos e mais perto de Deus. O Sr. Bispo D. João Miranda foi quem presidiu à celebração, a qual foi muito bonita. Vivemos este momento com muita emoção e felicidade.

Agradeço à D. Piedade e ao Sr. Duarte por me terem ajudado e ensinado a dar os meus primeiros passos como acólita.

Ao Sr. P.e Domingos agradeço o entusiasmo e o apoio sempre demonstrados. Desde pequena que me integrou na comunidade e por isso lhe agradeço muito.

Um dia bem vivido e que fica para a história de cada um de nós e para a história da paróquia da Maia.

Maria Lúcia

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PROCURAR A LUZ Serão grandes ou pequenos os sinais do Ano da Fé. Chegarão de muitos lados e revestirão

diversas formas. Alguns tocarão mais profundamente do que outros. Alguns chegarão mais longe. Alguns serão mais participados. Alguns serão mais intensos.

Os sinais terão a importância que lhes quisermos dar. Serão vividos consoante as nossas capaci-dades. Serão participados de acordo com a nossa motivação e necessidade. Serão valor acrescentado na nossa vida de crentes, na medida da nossa disponibilidade.

Este Ano da Fé não será, na minha opinião, um fim em si mesmo. Poderá ser, antes de mais, um bom motivo para galvanizar procuras e descobertas. Poderá ser um excelente motivo para dar início a processos de compromissos renovados. O impacte não será imediato. As descobertas exigem tempo. As mudanças e os compromissos também. Muitas vezes, a morosidade é intrínseca ao processo de mudança ou à procura e à aceitação desta.

A minha proposta para este apontamento poderá não ser um apelo evidente à mudança. Será, no entanto, um apelo claro à adesão a uma Igreja una, santa e universal como a definimos, através da proposta do Concílio Vaticano II sobre a leitura da Sagrada Escritura. O apelo à leitura e descoberta da Sagrada Escritura será, de certo, uma aposta da Igreja. Uma Igreja que deseja e luta por uma co-munidade que conheça Cristo através da Sua Palavra. Uma Igreja que deseja e promove a oração como fonte inesgotável de diálogo com Cristo.

Foi o que descobri ao ler o capítulo III - A inspiração divina da Sagrada Escritura e a sua inter-pretação da Constituição Dogmática Dei Verbum (Documento do Concílio Vaticano II) e que aqui transcrevo:

«É necessário, por isso, que todos os clérigos e sobretudo os sacerdotes de Cristo e outros que, como os diáconos e os catequistas, se consagram legitimamente ao ministério da palavra, mantenham um contacto íntimo com as Escrituras, mediante a leitura assídua e o estudo aturado, a fim de que nenhum deles se torne «pregador vão e superficial da palavra de Deus. por não a ouvir de dentro» (…). Do mesmo modo, o sagrado Concílio exorta com ardor e insistência todos os fiéis, mormente os religiosos, a que aprendam «a sublime ciência de Jesus Cristo» (Fil. 3,8) com a leitura frequente das divinas Escrituras, porque «a ignorância das Escrituras é ignorância de Cristo». Debrucem-se, pois, gostosamente sobre o texto sagrado, quer através da sagrada Liturgia, rica de palavras divinas, quer pela leitura espiritual, (…). Lembrem-se, porém, que a leitura da Sagrada Escritura deve ser acompanhada de oração para que seja possível o diálogo entre Deus e o homem; porque «a Ele falamos, quando rezamos, a Ele ouvimos, quando lemos os divinos oráculos».

Assim como a vida da Igreja cresce com a assídua frequência do mistério eucarístico, assim também é lícito esperar um novo impulso de vida espiritual, se fizermos crescer a veneração pela palavra de Deus, que «permanece para sempre» (Is. 40,8; cfr. l Pedr. 1, 23-25).

Paula Isabel

No prosseguimento da comemoração do vigésimo aniversário da nossa igreja, publico um texto escrito há seis anos. É mais uma evocação em palavras simples à belíssima e elegante imagem que veneramos neste belo templo a si dedicado.

Oração à Senhora da MaiaDos lados do norteDo sul ou da raiaVêem pedir sorteÀ Senhora da MaiaE numa oraçãoEste povo que é teuTe pede, os guiesNa via do céu.

Senhora da MaiaDe peito abertoAcolhe os filhosQue vão no desertoTens braços abertosPara nos receberTernura de mãePose de mulher.

Senhora da MaiaTão bela e bonitaPostura eleganteBeleza benditaCaminha formosaE no seu andarHá perfume de rosaHá iodo de mar.

Com respeito dobroMeu joelho ao chãoTe peço, te oroNa minha oraçãoQue o ser humanoNo erro não caiaTe rezo, te canto Senhora da Maia.

Henrique Carvalho

Concerto O Concerto GregorianoTeve qualidade bem altaAplaudido por quem lá esteveQuem não esteve. Não fez falta!

FiéisEste ano pelos FiéisVai ficar tudo mudadoPois o dia de Todos os SantosVai deixar de ser feriado.S. MartinhoA capa de S. MartinhoFoi repartida por doisAs castanhas e o vinhoChegaram muito depois.

Hoje escrevo para demonstrar a minha alegria e a minha emoção sobre o que se passou no passado dia 14 de Outubro. não só por ser o dia do envio dos catequistas, pela presença do D. João (que foi muito emotivo), mas também, e sobertudo, pelo compromisso, bênção e apresentação do grupo de acólitos da nossa paróquia.

Para mim, foi muito emocionante, não só por todos os acólitos, mas porque alguns deles fazem parte da minha vida. O Tiago Maranhão, vi-o crescer, da Lúcia fui catequista. Também acompanhei o

crescimento da Alexandra Colaço, da Alexandra Teles, da Rita Sá e do João Soares, Todos eles fizeram parte, durante 5 anos, do meu grupo de catequese. O João Soares diz-me mais, porque fui catequista dele, sou sua madrinha. Senti a alegria com que ele fez o compromisso. Levou este compromisso muito a sério, sinal de crescimento espiritual e responsabilidade.

Deixei para o fim um dos responsáveis pelo trabalho que os acólitos desempenham. O João Bessa. foi um dos responsáveis, o maoir, da preparação dos acólitos. Todos se sentem felizes por tudo o que o João Bessa tem desempenhado. Senten-no como verdadeiro amigo e testemunha de Fé.

Recordo como o João Soares foi convidado para ser acólito, quando um dia, ao entrar na Sacristia, o Sr. Duarte o desafiou para isso e ele aceitou com um largo sorriso.

Por fim, um agradecimento ao Sr. Padre Domingos e peço-lhe que continue a apoiar os acólitos.Cristina Oliveira

O GRUPO DE ACÓLITOS

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IGREJAS DE Nª Sª DO BOM DESPACHO E DE Nª Sª DA MAIA

E OBRAS PAROQUIAISMês de Setembro recebeu-se

Outubro - 3º Domingo (Missões) - 796,71; 4º Domingo; 4º Do-mingo 605,00; Vários 57,50; Todos os Santos 346,91;Fiéis Defuntos 118,00;1º Domingo de Novembro 762,00;Oratório Beatriz/ Con-ceição Romano 55,00; Arautos -Carlos teles -10,00; Vitória e Mª José -30,00.Cofre do Santuário: S. Gonçalo e S. Francisco 2,00;Anjo da Guarda 17,80; S. Miguel e S. João 19,20; Santíssimo Sacr. 7,70;Obras 9,70; S. José e Menino Jesus de Praga 3,80; S. Lourenço e S. Sebastião 1,70: S.Roque 13,10; Sagrado Coração de Jesus 12,30; NªSª do Bom Despacho (Cofre)311,50 e 3 anéis; NªSª do Bom Despacho (Sacristia)338,60;Sta Teresinha e Sta Bárbara 2,30; Acção Social 32,70; Sto António 31,70: Almas 32,00; Nossa Senhora de Fátima 142,50; Nossa Senhora da Assunção 106,60; Cofre da Capela do Senhor dos Passos: Senhor dos Passos 42,70; Senhor dos Amarrados 60,40; Nossa Senhora das Dores 48,80; Sta Eufémia e S. Frutuoso 15,70; Acção Social 17, 40; Obras 14,40. Cofre de Nossa Senhora da Maia: Santíssimo 13,70; Nossa Senhora da Maia 34,65; S. Miguel 3,55; Obras 10,10.

PLANOMAIA

CENTRO SOCIAL E PAROQUIAL LAR DE NAZARÉ

3122 –Manuel C. Sousa Moreira Ribeiro..........................250,003123 –Maria Luísa e José Carlos Moreira Texeira..........500,003124 – Maria Penha .............................................................100,003125 – Guido Ferreira da Silva.............................................50,003126 – Maria Virgínia Pinto Sousa........................................10,003127 – Maria do Carmo Santos Monteiro.........................50,003128 –João Bessa (Grupo de Acólitos)...............................30,003129 – José Fernando Moreira de Sá................................500,003030 – Isabel e Armindol (Bodas de Ouro).................... 100,003031 – Por Maria Joaquina Barros .......................................15,003032 – Alguém ........................................................................ 10,00 3033 –Alguém .........................................................................20,003034 – Joaquim da Silva Gomes Moreira.........................150,003035 - Sebastião Oliveira.....................................................250,003036 – Convívio Bom Despacho (SOLAR)......................300,003037 – Guido Ferreira da Silva .............................................10,003038 – Olga Aurora Espírito Santo Torres.......................200,003039 - Maria Eugénia Barros -Arautos,3330.............. ...... 10.003040 - Pregrinação a Fátima dos Arautos... .................... 162,553041 - Alguém ........................................................................ 20,003042- 22ª Prestação Casa Novo Rumo..............................20,003043- Guido Ferreira da Silva.............................................. 10,003044 - Albina Santos...............................................................10,00 A Transportar...................................................2.777,55

OFERTAS - Outubro

FEIRA DE S.MARTINHO - 11 de NovembroÉ p'ró LAR

Já antes da última feira - A FIERA DE S. MIGUELA- realizada no dia do nosso Padroeiro, ficou assente que a próxima feira seria a FEIRA DE S. MARTINHO e que vai ser de "arromba".

A do ano passado, foi a primeira e marcou bem o coração de todos os que nela assentaram as suas bancas e os que a ela acorreram para fazerem as suas compras. Os que vendiam tinham sorriso bem estampado no rosto e trajes e os que compravam não eram nada sisudos, pois compravam com o coração do que gostavam e unidos pela causa do LAR.

Vai acontecer também que muitos primam pela ausência, porque fincaram os pés nos paralelos da soleira da porta de casa de onde nada sai, a não ser palavras frutos de coração empedrenido, pois nada dando e nada comprando ainda se afirmam como senhores, não se podendo juntar a ninguém. Já ouvi alguém dizer acerca disto: "Isso passa-lhes e muito ,mais depressa do que pensam..."

Dou valor a todos os que tudo fazem pelos outros na comunidade onde se encontram. Há felicidade e alegria em dar e repartir. E para quem é cristão de fé sabe que Deus abunda nos seus dons para com aqueles que se deixaram encantar por Ele. Jesus prometeu 100 vezes mais e, no fim, a vida eterna. Nada passa para Deus, tudo Ele conhece, pois a todos ama como Pai. É bem certo o ditado: “O pouco com Deus é muito e o muito sem Deus é pouco”. Tem sido este o lema desta Paróquia, desde o passado dia 28 de Outubro de 1989. PARABÉNS AOS FEIRANTES DE S. MARTINHO. As Bancas e o Solar das Tílias são cartaz. Haverá animação a aprtir das 15h00 com o Conjunto dos Cavaquinhos e das 16h00 com o conjunto das Concertinas da Maia. Haverá festa rija.

Transporte....................................................197.211,40

Quem desejar fazer a sua dádiva (oferta) para o LAR DE NAZARÉ, por transferência bancária, pode fazê-lo usando o

NIB: 0045 1441 40240799373 19 Balcão da Caixa do Crédito Agrícola (Maia) ou

entregar nos Cartórios Paroquiais. A Obra é nossa .

Jantar de NatalO grupo dos amigos do LAR DE NAZARÉ, está a organizar o jantar convívio

de Natal com vista a angariar fundos para as obras do mesmo. Este jantar terá lugar no próximo dia 15 de Dezembro, nas instalações da escola E B 2 3 da Maia.

As inscrições poderão ser feitas nos Cartórios das duas Igrejas, ou à saída das Mesmas no final das Celebrações Dominicais a partir de 17 de Novembro, até 9 de Dezembro. O custo do jantar será de 15€ por adulto e 10€ por criança até aos 12 anos de idade.

Vamos também durante este tempo proceder à venda de rifas para um sorteio de 3 cabazes de Natal, a sortear no dia do jantar, estas rifas terão um valor simbólico de 1€.

Vamos pois todos colaborar, para que este seja não só um convívio mas também uma forma de partilhar para que o LAR DE NAZARÉ possa ser uma realidade pois todos somos chamados, assim estejamos atentos… Grupo de Amigos do LAR DE NAZARÉ.

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S.MIGUEL DA MAIA - Pág. 16

S. MIGUEL DA MAIABOLETIM DE INFORMAÇÃO PAROQUIAL

ANO XXIII Nº 253 2012 Publicação Mensal

PROPRIEDADE DA FÁBRICA DA IGREJA PAROQUIAL DA MAIADirector: Padre Domingos Jorge

Chefe de Redacção: Adelino de Lima MartinsTelef: 229448287 / 229414272 / 229418052Fax: 229442383 [email protected]

Registo na D.G.C.S. nº 116260Empr. Jorn./Editorial nº 216259http://www.paroquiadamaia.net

Impresso na Tipografia Lessa Largo Mogos, 157 - 4470 VERMOIM - MAIA

Telef. 229441603

Tiragem 1.500 exemplares

Luís Fardilha

Pela Cidade... A REORGANIZAÇÃO DA OFERTA NO ENSINO SUPERIOR As notícias mais recentes

sobre o ensino superior em Portugal não têm sido muito positivas. Todos os meios de comunicação social deram conta de que um emcada quatro cursos submetidos à aprovação da Agência de Ava-liação e Acreditação do Ensino Superior foi «chumbado». Foram avaliados 420 cursos e, destes, 107 não obtiveram autorização para funcionar. As razões que fundamentam a decisão de encerrar esta

centena de cursos têm a ver com o desrespeito dos requi-sitos legais, especialmente quanto à qualificação do corpo docente. Outros motivos foram invocados, mas este terá sido o principal, de acordo com a informação disponibilizada.

Significa isto que as nossas universidades e politécnicos estão a perder qualidade? E será isso, como tudo o mais neste país, motivado pela «crise»?

Em primeiro lugar, é preciso sublinhar que as quatro centenas de cursos apreciados representam apenas uma pequena parte da oferta existente no nosso ensino superior. Funcionam actualmente em Portugal cerca de 3500 cursos, entre licenciaturas, mestrados e doutoramentos, pelo que a amostra submetida ao juízo da Agência de Avaliação e Acreditação representa uma percentagem pouco significativa. Além disso, as instituições de ensino superior abrem todos os anos novos cursos, tendo sido propostos em 2012 mais 277. Não sabemos quantos serão aprovados – em 2011 ti-nham sido apresentados 290 pedidos de abertura de novos cursos e foram autorizados 219 –, mas haverá certamente a criação de novos mestrados e doutoramentos. Este facto pode representar uma fuga para a frente das instituições, que têm dificuldade em se adaptar ao decréscimo do número de candidatos e desejam atraí-los com estas «novidades», mas também revela uma certa vitalidade do nosso ensino superior, que não desiste de responder aos novos desafios e exigências das sociedades modernas.

Em segundo lugar, vale a pena reflectir sobre o facto de a grande maioria dos cursos «chumbados» pertencerem a universidades privadas. Trata-se de um sintoma que vem juntar-se a muitos outros já conhecidos e que confirma o desequilíbrio de qualidade existente entre o sector público e o sector privado do nosso ensino superior. Há, como sempre, honrosas excepções, mas a verdade é que grande parte das instituições privadas nasceu em tempos de forte crescimento da procura por formação de nível superior, durante o boom dos anos 80 e 90, oferecendo cursos baratos, sem a preocu-pação de formar um corpo docente próprio e qualificado ou promover actividades de investigação científica autónomas que garantissem a sua sustentabilidade e lhes assegurassem uma personalidade e um prestígio que as impusessem como produtoras reconhecidas de conhecimento. As facilidades desses tempos estão a ter, nos últimos anos, as consequências nefastas que eram fáceis de prever...

Não podemos, ainda assim, ignorar que as avaliações negativas atingem, também, cursos do sector público. As uni-

versidades mais atingidas são, sem surpresa, as mais periféricas, como as universidades dos Açores, da Madeira ou de Évora. É fácil vermos aqui mais uma evidência da desertificação que atinge o nosso país, com a concentração da oferta nos grandes centros do litoral continental, com as universidades de Lisboa, Porto e Coimbra à cabeça, em detrimento do interior e das ilhas. Há, no entanto, razões para nos interrogarmos se este não será mais um sinal da urgência em repensar a rede do ensino superior – público e privado – existente no nosso país.

O tema da reorganização do nosso ensino superior não é de hoje. De ano para ano é referida a necessidade de repensar a oferta disponível, sobretudo por altura das candidaturas às universidades e politécnicos. Constata-se, nesses momentos, que há um desfasamento claro entre a oferta excessiva e a procura que tem vindo a decrescer. Ainda no ano escolar que está em curso se verificou que 8547 lugares disponíveis no ensino público ficaram por preencher. Podemos compreen-der a importância decisiva de manter em funcionamento as instituições de ensino superior das regiões mais periféricas. Mas teremos de admitir que não é sustentável que todas as universidades ofereçam os mesmos cursos, nem que todos os politécnicos repliquem a mesma oferta formativa. Há que diversificar as instituições, especializá-las em diferentes áreas, dar-lhes uma personalidade própria que as distinga do conjunto e atraia públicos específicos. O que a realidade mostra é que já não é possível que todos ofereçam tudo...

Reorganizar, reordenar, ou até refundar – o termo do momento... – tornou-se uma necessidade e uma urgência. Como mostram os dados referidos no início, é o que está acontecer, por imposição da realidade. Quando já não há dinheiro para contratar um corpo docente qualificado nem para financiar actividades de investigação própria, os cursos acabam por ser encerrados e chegará um dia em que as pró-prias instituições deixarão de ter condições para funcionar. A realidade acaba sempre por impor-se aos nossos desejos. Mas esta seria uma forma descontrolada de proceder à re-estruturação indispensável do nosso ensino superior. Seria a pior maneira, também. Seremos capazes de tomar as rédeas deste processo? Ou vamos deixar que a realidade acabe por tomar conta de nós, já que nós não somos capazes de tomar conta dela?

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Este Suplemento marca o 20º aniversário da Dedica-ção da Igreja de Nossa Senhora da Maia.

FESTA DE NOSSA SENHORA DA MAIA 2012

(Dia 13 /14 de Outubro)

S.MIGUEL DA MAIA - Suplemento 1 - Pág. 1

SUPLEMENTO BIP ANO XXIIl - Nº 253

Novembro de 2012

Com o Suplemento que algumas vezes o S. Miguel da Maia oferece aos seus leitores da Paróquia e amigos de longe vai-se dando a conhecer, em imagens, momentos importantes de cele-brações e acontecimentos da Paróquia.

A imagem vale sempre mais que mil palavras.

Fotos de: José ToméPadre Domingos Jorge

FESTA DE NOSSA SENHORA DA MAIA Homilia de D. João Miranda Teixeira

Maria pôs-se a caminho, entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel…Irmãos: Celebramos a Festa da Senhora da Maia, Padroeira desta igreja e pa-

róquia. A data é densa de muitos significados. Primeiro, no dia 11, próxi-mo passado, perfizeram-se 50 anos da abertura do Concílio Vaticano II, completaram-se 20 anos da Dedicação desta Igreja e também 20 anos da publicação do Catecismo da Igreja Católica.

Não é aqui a ocasião para falar da importância de todas estas datas e do que significa para a Igreja um Concílio e um Sínodo. Mas é ocasião para di-zer algumas palavras sobre MARIA, Mãe da Igreja Universal, Padroeira desta igreja da Maia e Mulher de profunda fé. Maria esteve presente no início da Igreja, que já andou mais de 2000 anos e vai andar muitos mais.

O evangelho deste domingo recorda-nos a visita de Nossa Senhora à prima Isabel que ia ser mãe, em idade avançada, e precisaria de ajuda. Maria esteve atenta e foi pelas montanhas da Judeia ao encontro de Isabel e lá ficou três meses. De Maria nos falou o concílio:

Maria é reconhecida e honrada como verdadeira Mãe de Deus Reden-tor, Mãe de Deus Filho, filha predileta do Pai e templo do Espírito Santo. É verdadeiramente Mãe, porque cooperou para que na Igreja nascessem os fiéis, membros do Corpo de Cristo que é a Igreja e que tem como cabeça o próprio Senhor Jesus (LG 53).

Também A recorda para nós Bento XVI, ao convocar o Ano da fé. Diz assim: Pela fé, Maria acolheu a palavra do Anjo e acreditou no anúncio de que seria Mãe de Deus… Ao visitar Isabel, elevou o seu Cântico de louvor ao Altíssimo, pelas maravilhas que Ele operou…. Com alegria e trepidação deu à luz o seu Filho Unigénito …

Meus irmãos: Temos de interrogar-nos sobre a nossa fé, durante este ano pastoral, e

analisar em que bases ela assenta. É o mesmo Bento XVI que reconhece essa necessidade: Sucede não poucas vezes que os cristãos sintam maior preocupação com as consequências sociais, culturais e políticas da fé, consi-derando esta como um pressuposto óbvio da sua vida diária. Ora esse pres-suposto não só deixou de existir, como frequentemente acaba negado. No passado era possível reconhecer um tecido cultural unitário. Hoje parece que já não é assim, em largos setores da sociedade, devido a uma profunda crise de fé que atingiu muitas pessoas (nº 2).

Cristãos da Maia: A fé de Maria deu força à Igreja nascente. E continua hoje. O último sinal, para nós portugueses, foi dado em Fátima em 1917, quando ela visitou os Pastorinhos e lhes entregou uma mensagem de aviso e cautela, para que em Portugal se mantenha a fé, em horas de seculariza-

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ção debandada dos muitos que se deixam ir nas asas dos novos ventos secularistas ou pagãos.

A devoção das gentes da Maia a Nossa Senhora não pode, por isso, ser superficial. Em ano de estudo e apro-fundamento da nossa fé, ela tem de radicar-se, cada vez mais, nas raízes da mesma fé, que só podem ir beber-se ao evangelho de Jesus. Os fiéis lembrem-se de que a verda-deira devoção a Maria não consiste numa emoção passa-geira, mas nasce da fé, que nos faz reconhecer a grandeza da Mãe de Deus e nos incita a amar filialmente a nossa Mãe e a imitar as suas virtudes (LG 67).

Ouvimos hoje palavras do profeta Sofonias: Clama jubilosamente, filha de Sião… O Senhor, Deus de Israel, está no meio de ti como poderoso salvador. Se isto era verdade para a Filha de Sião, no antigo testamento, muito mais o foi para a Virgem Maria, quando ela cantou o seu Magnifica, em casa de Isabel. É também verdade para nós: O Senhor Deus está no meio de nós, está dentro de nós pela fé, pela graça do batismo e pela caridade-amor.

Meus caros irmãos: Cantamos nós um hino assim em nossos corações, pelas maravilhas e benesses que Deus nos faz? Ou só lamentamos a nossa sorte e a sorte do mundo? Queixamo-nos de que Deus não nos ouve. O próprio Papa Bento XVI, quando visitou os campos de extermínio nazis, perguntou: Onde estava Deus nesta altura? É caso para perguntar, mas é caso também para tentar uma resposta: O Senhor Deus está no meio de ti! Ele nunca abandonou a sua criação. Entretanto deu ao homem a liberdade. Liberdade implica responsabilidade. O homem faz coisas muito belas mas comete erros incrí-veis. Onde está Deus nestas crises que abalam a Europa? Bem perto de nós. Está mesmo ao nosso lado, a soprar modos de agir.

Estamos nós capazes de ouvir a sua voz, com tanto barulho à nossa volta e dentro de nós mesmos? Se Maria visitou Isabel, nós, a quem devemos visitar? A quem te-mos de falar? Com quem precisamos de fazer comunhão e comunidade? Estamos preocupados e ocupados com o anúncio da fé no nosso círculo pequenino da família, do grupo de casais ou de jovens, das catequeses e da paró-quia inteira?

A salvação não vem de nós mas é dom de Deus, diz S. Paulo. Peçamos encarecidamente a Maria que nos dê a graça da perseverança na fé e nos conduza pelos ca-minhos do evangelho, até que este mundo se converta à Verdade e acredite em Cristo, nosso redentor.

A 50 anos de abertura do concílio, temos de respon-der se conhecemos suficientemente a sua doutrina. A 20 anos de publicação do catecismo da Igreja, temos de per-guntar-nos se vamos ao menos compulsá-lo durante este ano pastoral de 2012/13. A 20 anos da Dedicação desta Igreja, temos de nos interrogar sobre nossa DEDICA-ÇÃO a Deus e ao próximo. Ficamos de fora ou estamos a dar o nosso coração e vida por um mundo melhor, sem guerras nem atropelos, com partilha de bens e tempo para a vida espiritual?

Os próximos anos serão decisivos quanto à fé das nossas juventudes, nas Terras da Maia. Eles, muitos jovens, estão a abandonar o barco e nós, adultos, a ouvir música, como aconteceu no afundamento do Titanic…

Nossa Senhora da Maia nos acuda e nos sacuda!+ João Miranda Teixeira

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A Festa de Dedicação da Igreja de Nossa Senhora da Maia e do Altar foi no dia 11 de Outubro de 1992. Esse dia tem sido sempre celebrado, em Eucaristia, às 21h30. Mas, desde o ano passado, por sugestão do Conselho de Pastoral e Comissão Fabriqueira, a celebração passou para segun-do domingo de Outubro, o domingo mais próximo da data, para dar possibilidades a todos os paroquianos de partici-parem. Este ano a Festa foi a 14 de Outubro. Presidiu Dom João Miranda Teixeira, emérito Bispo Auxiliar do Porto. Na homilia da festa, Dom João disse a toda a Assembleia que enchia a grande Igreja de Nossa Senhora da Maia. (Deve ler a Homilía nas 1º e 2ª páginas deste suplemento)

A Igreja estava cheia belamente ornada para a celebra-ção do 20.º aniversário. O grupo das zeladoras fizeram arte e beleza com as flores. Todos os arranjos e andor elevavam para a gratidão a Deus por Maria. Durante a Eucaristia fo-ram instituídos acólitos, um grupo de 18, preparados por João Bessa. São na sua maior parte adolescentes e jovens entusiasmados.

A Paróquia da Maia cresce com, e à volta de Maria, a Mãe de Deus e nossa Mãe também. Nossa Senhora tem as suas Igrejas (o Santuário a Nossa Senhora do Bom Despa-cho e a “nova” a Nossa Senhora da Maia), a Ela dedicadas.

Como Dom João disse na sua extraordinária homilia, a data de 11 de Outubro de 2012 tem significado especial para toda a Igreja: No dia 11 de Outubro de 1962, começou o Concílio Ecuménico Vaticano II; no dia 11 de outubro de 1992, foi publicado o Compêndio do Catecismo para toda a Igreja pelo Papa João Paulo II. Nesse dia era dedicada a Igreja de Nossa Senhora da Maia. No dia 11 de Outubro de 2012 ocorre o 20.º aniversário da Dedicação da Igreja da Maia. Foi para os catequistas a festa do envio para a missão na Paróquia da Maia. Creio que para todos foi um grande momento que marcou o início do Ano da Fé.

De tarde houve procissão, um momento importante de se sair à rua levando a Imagem d’Aquela que muito amamos, Nossa Senhora. Pelos ouvidos e pelo olhar a fé entra no coração. Foi muito bela para quem só viu, foi encontro com Deus por Maria para quem participou acompanhando por algumas Ruas da Cidade. Muitas pessoas tomaram parte bem como a Mesa Regedora da Santa Casa de Misericórdia, Grupo dos Arautos do Evangelho, os grupos pastorais e a Câmara da Maia, na pessoa do seu Bragança Feranandse, o Presidente da Junta de Freguesia da Maia, Paulo Ramalho, e de outras freguesias. Deu brilho à Procissão a Banda de Música de Gueifães. Ao chegar sentia-se a alegria em todos, certamente sinal dum coração feliz. Bento XVI anunciou a realização do Ano da Fé, com início em 11 de Outubro de 2012 – data do quinquagésimo aniversário da abertura do Concílio Vaticano II – e coincidindo também com a reali-zação do XIII Sínodo Ordinário dos Bispos, sob o tema “A nova evangelização”, nessa data de muito significado para a Maia. Por Maria somos chamados ir até Jesus. O Ano da Fé vai ser vivido entre nós. A Festa foi o início. (C)

Paróquia da Maia celebra festa de Nossa Senhora da Maia

Da Voz Portucalense, Jornal da nossa Diocese do Porto, na sua edição de 24 de Outubro, extraimos, com a devida vénia:

Sábado, dia 13 de Outubro, fazendo parte do Programa da Festa de Nossa Senhora da Maia e começo do Ano da Fé a nossa Catequese encantou-nos com uma representação alu-siva ao Rosário. A Igreja encheu-se e á noite, 21h30 houve um Concerto de Cântico Gregoriano: O Grupo da Pároquia e o Grupo Gregoriano de Penafiel