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NPSE CADERNOS DE RESUMOS DA III SEMANA DE ESTUDOS CLÁSSICOS DA UFS O MITO ENTRE CULTURAS DE 20 a 24 de setembro de 2010 GRUPO SERIGY CAL VIVA VOX ANAMNESIS (ONG) LABEC NPSE UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE Aracaju - SE Brasil

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NPSE

CADERNOS DE RESUMOS DA

III SEMANA DE ESTUDOS CLÁSSICOS DA UFS

O MITO ENTRE CULTURAS

DE 20 a 24 de setembro de 2010

GRUPO SERIGY

CAL VIVA VOX

ANAMNESIS (ONG) LABEC NPSE

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE

Aracaju - SE

Brasil

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COMISSÃO ORGANIZADORA:

Comissão Cientifica:

Prof. Dr. Aldo Lopes Dinucci - DFL

Prof. Dr. Cícero Cunha Bezerra- DFL

Prof. Dr. José Raimundo Galvão – DLE

Prof. Dr. Romero Junior Venâncio Silva - DFL

Prof. Esp. Ricardo Araújo da Silva - DLE

Profª. Esp. Maria José do Nascimento - NPSE

Coordenação Geral: Aldo Lopes Dinucci

Elynne Gabrielle Moreira de Oliveira José Raimundo Galvão

Maria José do Nascimento Melânia Lima Santos

Ricardo Araújo da Silva

Coordenação de Finanças: Diego Menezes de Araújo

Coordenação de Logística:

Magno Lima Santos

Coordenação Acadêmica: José Guttemberg Lima Silveira Sobrinho

Nara Caroline da Silva

Coordenação de Comunicação e Artes: Lucas Pazoline da Silva Ferreira

Coordenação de divulgação:

Tiago Costa dos Santos

Coordenação de Apoio: Adenilson Pereira da Silva

Paulo César Lins do Nascimento

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Apresentação:

A III Semana de Estudos Clássicos (SEC) na UFS vem confirmar a pertinência de

tal evento, sempre realizado por iniciativa e responsabilidade de alunos do curso de

Letras.

O envolvimento progressivo de outros setores – Filosofia, em especial - faz

visualizar perspectivas cada vez mais amplas para o evento. O tema deste ano, "O Mito

entre culturas", alerta para a curiosa relação da mitologia em diferentes povos desde a

Antiguidade; algo que excede a pura proximidade temática e abrange datas,

personagens até a mais surpreendente semelhança na configuração textual.

Tal constatação poderia suscitar questionamentos quanto à originalidade e

periodicidade de cada obra: quem copiou quem? Quem é mais antigo é, portanto,

mais original?

Na verdade, porém, o objetivo maior é reconhecer nas ocorrências literárias a

tentativa de explicar, mediante o recurso fantástico dos mitos, o grande enigma que é

o próprio ser humano.

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PROGRAMAÇÃO GERAL:

Horário 20/09 21/09 22/09 23/09 24/09

MANHÃ

09h-10h Credenciamento Minicurso Minicurso Oficinas Palestra

encerramento

10h-11h Credenciamento Minicurso Minicurso Oficinas Palestra

encerramento

11h-12h Credenciamento

TARDE

14h-15h Filme e debate Comunicações

científicas

(VIVA VOX)

Conferência Sarau

Poético

15h-16h Filme e debate Comunicações

científicas

Conferência Sarau

Poético

16h-17h Filme e debate Mesa-redonda Palestras Mesa-

redonda

17h-18h Credenciamento Mesa-redonda Palestras Mesa-

redonda

NOITE

18h-19h Credenciamento

19h-20h Palestra abertura Minicurso Minicurso Oficinas

20h-21h Palestra abertura Minicurso Minicurso Oficinas

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RESUMOS EM ORDEM ALEATÓRIA:

METALITERATURA: TENSÕES ENTRE MÍMESE E O REAL EM MADAME BOVARY DE GUSTAVE FLAUBERT

Amael Oliveira – graduado em Letras Português - UFS Resumo: Considerado um dos fundadores da estética literária realista, o romance Madame Bovary, de Gustave Flaubert, foi enredado como uma crítica ao Romantismo. Emma Bovary, influenciada pela leitura dos romances românticos, entra em uma vida de adultério e dilapida o patrimônio do marido, o médico Charles Bovary. O presente artigo procura desenvolver uma nova postura acerca desse romance a partir da articulação entre as imagens da própria literatura elaboradas ao longo do texto e a tensão estabelecida entre mímesis e o universo do real. Assim, a literatura transforma-se em um texto que fala da própria literatura, transforma-se em metaliteratura. Para iniciar as discussões sobre essa problemática, buscou-se, além da fortuna crítica, uma abordagem a partir de Platão, filósofo grego que argumentou contra o papel enganador da arte, cópia imperfeita do real.

*

DOS POEMAS ÀS TELAS: A PRESENÇA MITOLÓGICA NO UNIVERSO MIDIÁTICO Iolanda Figueira Amaro – Graduanda de Letras - UNIT

Paulo Alexandre Santos – Graduando de Letras -UNIT Resumo: A Literatura Clássica Universal tem atravessado os tempos e se travestido do moderno através das mídias digitais. Textos clássicos estão diariamente renascendo nas telas do cinema, da televisão, da internet e na música. Nesse artigo busca-se abordar a contribuição dos Clássicos da Mitologia Grega e seus Arquétipos na cultura atual, tendo por contraponto as mídias contemporâneas. Nessa releitura o diálogo cultural promove mudanças importantes no expectador, uma vez que a literatura propicia elaborações complexas cujos valores de transformação não se pode mensurar. Para tanto serão utilizados textos de Franchini como referência das histórias, em Todorov estão as bases das estruturas narrativas, na Poética de Aristóteles estão as formas e fôrmas desses modelos e como se submetem sempre à mesma estrutura, em Candido as relações da sociedade com a literatura e em Pugliesi as relações da mitologia e seus arquétipos na cultura humana.

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AS LENDAS DE LOBATO: SEMELHANÇAS COM AS SERGIPANAS

Luciara dos Santos – Graduada em Letras - UFS Maria Conceição Lima Santos – Graduada em Letras - UFS

Resumo: As lendas são histórias contadas pelas pessoas para explicar fatos que elas desconhecem. Seguindo tal linha de pensamento, este trabalho tem como objetivo mostrar a presença das mesmas na obra O Saci de Monteiro Lobato, assim como as semelhanças das lendas Lobatianas com as Sergipanas. A comparação será composta de uma parte teórica e de uma parte prática. Desse modo, a fundamentação teórica buscará aparato nas autoras Luciana Maria de Jesus e Helena Nagamine Brandão e a Prática consistirá de depoimentos dos moradores de dois interiores sergipanos: São José e Itabi.

* A DUPLA PERSONALIDADE DA MULHER NA PERSONAGEM ALICE

Jaqueline Santos Ribeiro – Graduanda de Letras -UFS Monalisa Santos das Graças - Graduanda de Letras - UFS

Resumo: O presente trabalho tem como objetivo analisar as representações da dupla personalidade feminina dentro dos aspectos característicos de Alice, personagem de Confissões de Ralfo (1975), do autor contemporâneo Sérgio Sant’anna. A mulher, segundo Georges Bataille (1988), é vista como objeto do desejo dos homens. Partindo desse princípio ligado ao erotismo, o estudo dar-se-á numa comparação entre as personagens Alice e Lolita, da obra em questão, e Eva e Lilith, personagens bíblicas e mitológicas. A primeira se relaciona com Alice no que diz respeito à pureza e à inocência, e a segunda com Lolita, a ninfeta que atormenta a libido masculina, a cortesã experimentada e sabedora de todos os segredos do corpo. Dentro deste embasamento, apresentar-se-ão conceitos e comparações acerca da mitologia grega.

* A REPRESENTAÇÃO DE ATENAS EM A SOMBRA DO PATRIARCA DE ALINA PAIM

Euler Lopes Teles — graduando de Letras – UFS Resumo: O presente trabalho pretende traçar uma análise mítico-psicológica da personagem Teresa, do romance Sol do Meio-Dia, da autora sergipana Alina Paim. Nascida em Estância/SE, Paim escreveu primordialmente sobre o imaginário feminino, marcando sua escrita pela presença de personagens femininas fortes, que rompem com o sistema patriarcal imposto. A partir dos estudos acerca da psique feminina na figuração das deusas, e tendo como aportes teóricos os estudiosos Jean Shinoda Bolen e os irmãos Jennifer e Roger Woolger, pretende-se mapear a presença das divindades femininas gregas no imaginário da escrita da autora. Os estudos da deusa representam o redespertar do feminino, interferindo em todos os pressupostos e relações e proporcionando novas formas de compreendê-lo. Debruçar-se sobre a literatura sergipana de autoria feminina, em especial no romance A Sombra do patriarca, através

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da perspectiva da psicologia feminina permite a descoberta da origem da mulher, de sua história e mito.

ODISSÉIA E LUSÍADAS NAVEGANDO ENTRE CULTURAS. Gilvanda Souza da Cunha— Graduanda de Letras- UFS

Resumo: O trabalho a ser apresentado tem por objeto realizar um estudo comparativo entre duas obras literárias, as quais atravessaram os tempos e os espaços onde foram criadas: Grécia, século VII a.C. e Portugal, século XVI. Trata-se, de um lado, da aparição dos monstros marinhos Cila e Caribde descrita na Odisséia, de Homero, canto XII, que gerava medo, angústia e apuros aos navegadores que precisassem transpassar o Estreito de Messina. De outro lado, tem-se o canto V de Os Lusíadas, escrito por Luiz Vaz de Camões, retratando a figura ameaçadora do Gigante Adamastor na travessia do Mar das Tormentas. O estudo busca analisar os aspectos comuns nas duas narrativas, no sentido de identificar o fio condutor presente nas imagens tomadas pelos autores, assim como buscar, na crítica platônica em A República, passagens 376c a 378b, a advertência que faz ao emprego da poesia homérica como recurso educativo, e o poder de interferência que acarreta a aplicação de fábulas caracterizadas por representações que amedrontam, na formação da alma de crianças e jovens.

* A morte do pai: reflexões sobre o parricídio em Édipo Rei e na sociedade contemporânea

Hider Araújo de Oliveira - Graduando de Letras- UFS Mônica de Freitas - Graduanda de Letras- UFS

Resumo: O presente trabalho traz uma análise a respeito do que significa o pai na sociedade ao longo de todos os séculos. Tendo esse embasamento, serão abordados o caráter hediondo inerente ao parricídio e a forma com que a sociedade repugna o filho que executa ato tão nefasto, considerando-o horrendo e excluso do convívio político-social. Para tanto, tendo como apoio uma linha teórica de Psicanálise, serão analisadas a história parricida que envolve a trama de Édipo Rei e as suas reflexões em casos de assassinatos de pais na sociedade contemporânea, incluindo os castigos ao assassino e a imagem que este passa para todo o meio social conservador, que vê o pai como um ponto crucial no alicerce educacional, moralista e ético da família.

* LE COMTE DE MONTE-CRISTO NA CULTURA ORIENTAL

Leonardo Silva Bandeira – Graduando de Letras - UFS Resumo: Surgida no meio século XIX através da pena de Alexandre Dumas, a novela O Conde De Monte Cristo contava não apenas uma história – criava um mito que viria a ser repetido, tal como um Robson Crusoé, em diversas outras literaturas. Notáveis são as adaptações feitas no Japão e Coréia, respectivamente, a série televisiva Gankutsuou

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(2004-2005) e o filme Oldboy (2003). A adaptação japonesa, em formato Anime, transporta os acontecimentos e personagens de Dumas para um universo fantástico, retrofuturístico. A adaptação Coreana não se utiliza dos personagens de Dumas, apropriando-se apenas do Mito em um cenário urbano contemporâneo da própria Coréia do Sul. Através deste dialogo entre culturas, é possível observar como os mitos atravessam qualquer diferença social e dialogam com aquilo que pode ser chamado de natureza humana. A presença do mito no oriente também nos instiga a procurar integração num cenário mundial verdadeiramente globalizado, além do limite presente na maior parte dos estudos científicos: o Ocidente.

*

IMAGENS MÍTICO-LITERÁRIAS NA OBRA DE JORGE LUÍS BORGES. Carlos Eduardo Japiassú de Queiroz – Professor do DLE-UFS

Resumo: O trabalho proposto defende uma hipótese interpretativa de alguns contos do escritor argentino Jorge Luís Borges a partir de uma visada hermenêutico-simbólica. Esta consiste numa leitura das macro-imagens ―mítico-literárias‖ cuja figuratividade recorrente caracteriza a obra borgiana. Como fundamento teórico, foram contempladas a fenomenologia poética do filósofo Gaston Bachelard, assim como os estudos acerca de uma arquetipologia simbólica do antropólogo-filósofo Gilbert Durand. Nesse sentido, como objeto de análise, foram escolhidos os seguintes contos do escritor: A Escrita de Deus; A Casa de Asterion; O Jardim dos Caminhos que se Birfucam; Deutches Requiem; Funes, o Memorioso; Emma Zunz; os quais pertencem às obras ―O Aleph‖ e ―Ficções‖.

*

LAMPIÃO: A IDENTIDADE DE UM MITO RETRATADA EM CORDEL Luciane Santos Santana— Graduanda de Letras - UFS

Cristiane Silva Santos— Graduanda de Letras - UFS Resumo: O presente trabalho tem a finalidade de demonstrar a relevância dos mitos na construção da identidade de um povo. Muitos estudiosos concordam que um mito pode ser descrito de várias maneiras: uma lenda, um conto de fadas ou até folclores. Geralmente são contos tradicionais de natureza simbólica, sobre certa pessoa ou lugar. Suas origens são de tempos passados e eles podem ter evoluído e alterado de geração para geração. Às vezes, tratam de deuses e deusas, como na mitologia grega e romana; outras vezes, tratam de figuras lendárias da história de uma nação. Nesse sentido é de nosso interesse, considerar como a figura lendária de Lampião se popularizou na sua região de origem, o Nordeste. Sua permanência como personagem destacado em nossa cultura assumiu inúmeras representações, quer seja no cinema, na música ou na literatura, área que iremos destacar. A literatura de cordel, lugar onde o elemento mágico e o imaginário popular são recorrentes, difundiu a identidade do cangaceiro e alguns de seus feitos, consagrando-o em nossa cultura popular como um mito. Nessa perspectiva, o conteúdo desse trabalho também apresenta os resultados obtidos com a

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realização das atividades vinculadas ao PIBID (Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência), especificamente ligadas ao cordel e desenvolvidas com alunos do ensino fundamental da rede pública de ensino.

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LENDAS: Herança Cultural de Itabi e de São José/SE Maria Conceição Lima Santos– Graduada em Letras - UFS

Melânia Lima Santos – Graduada em Letras - UFS Orientadora: Profa. Dra. Leônia Garcia Costa Carvalho – DLE/UFS

Resumo: O presente trabalho pretende mostrar a importância cultural de dois municípios sergipanos, Itabi e São José, através do gênero da oralidade: as lendas populares. Pretende-se apontar como as histórias contadas por pessoas desses municípios influenciam seu modo de vida, exercendo fascínio sobre quem as ouve. O texto oral valoriza, sobretudo, a fala, e, através dela, é possível caracterizar traços culturais de determinado lugar. Os moradores emprestam suas vozes às narrativas, dando brilho e encanto aos personagens lendários e míticos, através de recursos diversos por eles utilizados, como a fantasia, a entonação, o ritmo, entre outros. Desse modo, as lendas representam o modo de vida de um povo, fortalecendo o imaginário popular e enriquecendo o patrimônio cultural de uma região.

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O VALOR-VERDADE DO DISCURSO SOCRÁTICO Valter Duarte Júnior – Graduando em filosofia - UFS – Viva Vox

Orientador: Prof. Dr. Aldo Dinucci – UfS Resumo: Realizarei uma análise acerca do caráter do discurso socrático e seu objetivo, em contraposição ao discurso sofístico, a partir do diálogo de Platão A Apologia de Sócrates. Farei primeiro uma caracterização do discurso socrático, depois do discurso sofístico, e os elementos que possibilitam a estes discursos atingir seus objetivos, além de expor seus modos de justificativa, presentes no diálogo, a partir das falas de Sócrates e de seu acusador, Meleto.

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MONTEZUMA, O NONO IMPERADOR ASTECA E SUA HISTÓRIA Laís Araújo de Almeida – Graduada em Letras - UNIT

Orlanne Santos Silva Sobrinho – Graduada em Letras - UNIT Sheila Cristina Souza Silva – Graduada em Letras - UNIT

Resumo: Este artigo relata um pouco da história do México e sua invasão pelos espanhóis, quando o império asteca, um dos maiores e mais fortes da região, é derrotado por um punhado de espanhóis, tendo como principal responsável por esse

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feito o imperador Montezuma Xocoyotzin que, com base em adivinhações e previsões dos seus sacerdotes, acredita que o espanhol Hernán Cortés seja a reencarnação do deus Huitzilopochtli que, para eles, é o deus da guerra. Assim, para evitar um grande derramamento de sangue, Montezuma se deixa ser capturado diante do poderoso exército asteca. No entanto surgem algumas indagações a respeito dessa conduta de Montezuma: por que essa vitória tão fácil se os mexicanos são tão superiores em número, além de lutar em seu território e confrontar a civilização mais brilhante e poderosa do mundo precolombino? Como cem homens conquistam a capital de um povo que dispunha de centenas e milhares de guerreiros? Montezuma seria um sábio, que se encontra acima de todas as coisas, ou um covarde?

*

O ENSINO DE LÍNGUAS CLÁSSICAS NO ALVARÁ DE 28 DE JUNHO DE 1759 Marcle Vanessa Menezes Santana – Graduanda de Letras -UFS

Resumo: O século XVIII, comumente conhecido por ter concebido a ―mentalidade ilustrada‖ ou Iluminismo, foi perpassado pela formação de conceitos, tais como o de nação. Da mesma forma, a linguística conseguiu alcançar sua posição enquanto ciência, e foi neste período que ela ficou na encruzilhada entre o estudo dos vernáculos e das línguas clássicas. Tanto em Portugal quanto no Brasil, o Alvará de 28 de junho de 1759, também chamado de Lei Geral dos Estudos Menores, teve uma importante contribuição para o ensino de línguas Reforma das humanidades, pois, como trata a própria Lei, as Letras Humanas constituíam a base de todas as ciências. Além da intitucionalização da profissão docente e da criação das Aulas Régias, o Alvará trazia instruções para o ensino do grego, latim, hebraico. Entre as línguas mencionadas, o latim se destacava pelo seu caráter instrumental, posto que era considerada uma língua morta e passaria a servir de instrumento de acesso aos clássicos. Assim, este trabalho tem por objetivo explanar acerca da importância do referido Alvará no ensino das línguas clássicas em Portugal e no Brasil.

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O MITO DE NYX E A CRIAÇÃO DO MUNDO MÍTICO GREGO Gilmara Cruz de Araújo – Graduanda de História - UEBA

Resumo: O presente trabalho visa analisar as representações da Deusa Noite na mitologia grega. Discute como se desenvolveu o processo de criação do mundo, no pensamento dos gregos, e o papel representado por Nyx (Noite). A civilização grega foi a principal formadora do pensamento ocidental. A Grécia Antiga foi uma civilização de grande destaque nas análises historiográficas, especialmente por sua cultura, seus pensamentos, a busca pelo saber, na qual houve grande desenvolvimento da filosofia, religião, artes, arquitetura, esportes, entre outras áreas. No campo da religião grega podemos destacar a prática de cultuar vários deuses como explicação para os fenômenos físicos e naturais de tudo que acontece ao redor do homem. Dessa

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forma, pretende-se analisar o pensamento grego a cerca da criação do mundo e a participação da noite, enfatizando a Deusa das Bruxas e Feiticeiras, deusa dos mistérios da noite, dos segredos ocultos e sua presença nas mentalidades do mundo ocidental, assim contribuindo para um estudo da Historia Cultural, procurando estudar e valorizar o pensamento, trabalhando com as idéias, crenças e com o sentimento da criação do mundo.

* A FORMAÇÃO E A EVOLUÇÃO DA LÍNGUA ESPANHOLANO DECORRER DE TODA UMA HISTÓRIA.

Sheila Cristina Souza Silva - Graduada em Letras - UNIT Laís Araújo de Almeida - Graduada em Letras -UNIT

Orlanne Santos Silva Sobrinho - Graduado em Letras - UNIT Resumo: As transformações que ocorreram com a língua espanhola durante o transcorro dos séculos é o resultado do que temos hoje de mais de 1000 anos de evolução. Os habitantes da Espanha receberam influência de vários povos, entre eles os romanos e os árabes. Com a queda do Império Romano no século V, a influência do latim culto nas pessoas comuns foi diminuindo gradativamente. O latim falado naquele momento foi o fermento das variedades romanas hispânicas, entre elas o castellano antigo e as variedades que constituem a língua espanhola. No século VII, a invasão mulçumana na Península Ibérica contribuiu com sua cultura, enriquecendo ainda mais essa miscigenação espanhola. Entretanto, depois do início da dominação mulçumana se formam os reinos Cristãos, onde começa uma evolução divergente, em que surgem várias modalidades romanas. O presente trabalho vem resgatar esse progresso histórico na formação da língua espanhola.

* LEITURAS DO CLÁSSICO: PROPOSTA PARA O TRABALHO DE OBRAS LITERÁRIAS

Jeane Andrade Gomes – Graduanda de Letras - UFS Dra. Denise Porto Cardoso— Profa do DLE - UFS

Msc. Maria do Socorro Rocha—Profa do DLE - UFS Ariane Meneses Ribeiro - Graduanda de Letras - UFS

Resumo: Seguindo a perspectiva de contextualização, o estudo procura levantar uma abordagem de intertextualidade entre o texto literário clássico e propagandas de atual circulação no Brasil para, através de questionamentos, proporcionar reflexão sobre as problemáticas do discurso publicitário. Esse estudo dialógico visa também estimular o trabalho com obras clássicas, analisando os aspectos que ultrapassam a época de publicação do texto e alcançam um teor de atualidade. Como ilustração para o estudo, será trabalhado um trecho da obra de Aluísio Azevedo, "Casa de Pensão", e a propaganda IVETE BY SEANITE, onde é possível encontrar uma discussão que favorece a proposta do trabalho.

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O AMOR NA POESIA ÁRCADE DE BOCAGE Luciana Maia Santos— Graduanda de Letras - UFS

Rosana Santos Cardoso— Graduanda de Letras - UFS RESUMO: O presente artigo tem como objetivo explicitar a abordagem do amor na poesia de Bocage, poeta de maior destaque do Arcadismo. Os temas mais constantes em sua poesia lírica são o amor, objeto de estudo do presente artigo; a morte, o destino, a natureza, oscilando entre a contemplação filosófica e a submissão total ao amor ou a obsessão pela morte. Considerado um dos poetas mais populares da literatura portuguesa, Bocage conseguiu dar à poesia lírica uma dimensão de grandeza. Sua fama, segundo Castro, se deu sobretudo graças à exuberante veia erótico-satírica, manifesta em versos de linguagem obscena e agressiva. Ainda conforme Viana, a abordagem do amor na poesia artificializou-se completamente nos séculos XVII e XVIII. Os poetas pautavam os seus versos pelos eternos e estafados modelos clássicos.

* FILOSOFANDO EM LA VIDA ES UN SUEÑO

Ítalo Soares Santos –Graduando em Letras – UFS Regina de Oliveira Lima –Graduanda em Letras – UFS

Neste trabalho faremos um breve resumo a vida e a obra de Pedro Calderón de la Barca, grande poeta e dramaturgo espanhol que, depois de Lopez de Vega, foi considerado a figura mais importante do chamado século de ouro da literatura espanhola. Analisaremos a relação que existe entre a sua principal obra La vida es un sueño, peça de teatro barroca e os ―dois mundos‖ (sensível e inteligível) dos quais fala o filósofo Platão; queremos ainda relacionar alguns trechos da obra citada com outras obras que acreditamos ter algum tipo de relação.

*

O mito entre culturas: A mitologia grega modernizada na obra Os sinos da agonia de Autran Dourado

Danielle Guimarães da Silva— Graduada em Letras - UFS Resumo: A mitologia grega é reconstruída na obra Os sinos da agonia de Autran Dourado com um formato atualizado, já que esse livro foi escrito no âmbito da pós-modernidade. O autor perfaz diversas relações entre ações de personagens gregas mitológicas e suas personagens que se situam no tempo, espaço e na cultura da pós-modernidade, desenhando a sociedade dos dias atuais e todas as suas características, tendo como parâmetro a mitologia da Antiguidade Clássica. Sendo assim, ele

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(re)contextualiza os aspectos trágicos das paixões desmedidas do século XVIII ambientadas em Vila Rica, bem como traceja a cultura que as rodeia. Há relação na obra com os mitos de Fedra, Eurípedes, o complexo de Édipo e o de Electra.

* REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DO INFERNO, PURGATÓRIO E PARAÍSO NA OBRA DIVINA COMÉDIA DE DANTE ALIGHIERI

Lucas Pazoline da Silva Ferreira — Graduando de Letras - UFS Elynne Gabrielle Moreira de Oliveira – Graduanda de Letras - UFS

Resumo: Este estudo propõe uma reflexão acerca das representações sociais do Inferno, do Purgatório e do Paraíso na obra Divina Comédia de Dante Alighieri. Abordando aspectos religiosos dos últimos anos do século XIII, época em que a Igreja católica centralizava o poder político e exercia domínio sobre a população através da forma em que divulgava sua doutrina, o Inferno dantesco mostra de forma bem clara esses preceitos. Nele encontram-se as pessoas que em vida praticaram heresias e foram de encontro ao que a Igreja pregava. O Inferno de Dante é dividido em nove círculos e em cada um deles é pago determinado tipo de pecado. Na visão do catolicismo, o Purgatório é um plano alternativo onde as pessoas podem purgar os seus pecados e ter a esperança de uma possível união com Deus. E no Paraíso estão aqueles que haviam praticado o bem e também os que haviam cumprido suas penitências no purgatório.

*

O CARÁTER DIDÁTICO DAS FÁBULAS ESÓPICAS Marcus Éverson Santos - Graduado em FilosofIa - UFS

Resumo: A presente comunicação pretende discutir a questão do caráter didático das fabulas de Esopo na Literatura Greco-Clássica. Entre os diversos gêneros literários da antiguidade clássica como a epigramática, a poesia erótica, a epopéia, a tragédia e a comédia, a fábula destaca-se tanto por seu recurso retórico quanto didático permitindo-nos uma melhor compreensão das virtudes e defeitos humanos. A origem da fábula perde-se na pré-história. Juntamente como os mitos e os contos, aparecem na face da terra antes mesmo do surgimento da escrita. Embora já estivessem presentes em alguns dos mais antigos textos gregos, como a Ilíada, Odisséia de Homero, e Os Trabalhos e os Dias de Hesíodo, somente nos séculos V e IV esse gênero literário alcançou popularidade, notadamente entre filósofos como Aristóteles e poetas cômicos como Aristófanes. Por sua estrutura, pela amplitude de seus temas e por seu caráter didático, as fábulas esópicas continuam sendo um dos mais importantes mananciais culturais da história da literatura clássica.

* AS DIFERENÇAS ENTRE OS MÍTICOS PROTAGONISTAS DE ―ROMEU E JULIETA‖ E ―LA CELESTINA‖

Ruan Carlos Teles de Araujo – Graduando em Letras - UFS

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Cristiano de Jesus Rosa – Graduando de Letras - UFS Resumo: O presente trabalho visa desenvolver uma análise comparativa entre duas obras clássicas da Literatura universal: a tragédia inglesa mais conhecida internacionalmente, ―Romeu e Julieta‖ (séc. XVI) de William Shakespeare e a tragicomédia espanhola ―La Celestina‖ (séc. XV) de Fernando de Rojas. Partindo das diferenças com que os personagens protagonistas dessas obras são construídos no desenrolar de suas narrativas, essa comparação tem como objetivo desfazer o mito da tão esperada figura de ―mocinho‖ nas mesmas, e assim revelar uma maior complexidade do clássico espanhol em relação à tragédia inglesa.

* A Literatura clássica como caminho para o letramento literário

Margareth Miriam Araújo Santos – graduada Em Letras -UFS Resumo: O ensino de Literatura tem enfrentado um severo desafio: capacitar os alunos para a real compreensão das especificidades do texto literário. Não basta que nossos alunos conheçam autores renomados e escolas literárias, é necessário ampliar as experiências literárias, ou seja, formar leitores também de textos literários, e assim potencializar o aprendizado. O presente trabalho se propõe a traçar uma breve discussão sobre a importância do letramento literário e o lugar da literatura clássica dentro desse novo horizonte para o ensino de Literatura. Para tal é importante mostrar como os textos da literatura clássica possibilitam ao professor diversos meios para promover esse letramento, em virtude do universo tão peculiar, em forma e conteúdo, que os mesmos nos apresentam. Dessa forma, o artigo defende também o imprescindível papel do professor-leitor durante a trajetória do aluno que caminha para o aumento de experiências como leitor e para chegar ao letramento literário.

*

THOR: DA MITOLOGIA NÓRDICA AO MERCADO DE QUADRINHOS Sávio Queiroz Lima – Graduado em História - UCS

Resumo: O presente artigo investiga questões simbólicas de representação e apropriação de um arquétipo mitológico originário do norte da Europa com o personagem de história em quadrinhos de mesmo nome: o deus Thor. Através de interdisciplinaridades entre estudos sobre mitologia e reflexões acerca arquétipos da psicanálise junguiana, o trabalho busca compreender os elementos que resistiram e os que mudaram na adaptação de uma mitologia da sociedade Viking dentro do imaginário e da contemporânea mitologia dos super-heróis das histórias em quadrinhos. Fundamenta-se, para isso, na comparação analítica do mito original de Thor, encontrado na coleção escrita dos Eddas, aproximadamente no século XII, e na origem e no histórico do personagem Thor da norte-americana Editora Marvel de 1962 até a atualidade. A transcrição resumida do mito nórdico a ser utilizada é do estudioso da mitologia Thomas Bulfinch e as histórias em quadrinhos definidas para a

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reflexão do Thor serão as que remetem sua origem e outras histórias de apelo mítico ou com relações diretas com atores do mito original.

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DIACRONIA E SINCRONIA: A RELEVÂNCIA DO ESTUDO DA LÍNGUA CLÁSSICA LATINA PARA UMA MELHOR COMPREENSÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA

Lorena Gomes Freitas de Castro – Profa do DLE -UFS Pâmela Adelaide Oliveira de Azevedo – Graduanda de Letras - UFS

Resumo: O latim como língua viva estava sujeita a constantes modificações. Enquanto o latim clássico se tornava cada vez mais uniforme sob a influência do aprendizado, o latim vulgar (a língua do povo) se tornava cada vez mais diversificado. Em decorrência disso, a língua latina se torna uma ―língua morta‖, enquanto a língua do povo se desenvolve nas línguas neolatinas ou românicas. O nosso propósito no presente trabalho é evidenciar a importância do estudo da Língua Clássica Latina desmistificando e reavaliando o rótulo de língua morta que adquiriu ao longo do tempo. Ainda que não seja o idioma utilizado por comunidades por meio da escrita e da oralidade, é indubitável reconhecer a densidade da língua latina na constituição do léxico português.

* DISCURSO LÓGICO E NARRATIVA MÍTICA NO BANQUETE DE PLATÃO.

Ana Mércia Barbosa – Graduada em Filosofia (UFS) Resumo: A relação entre oralidade e escrita é um marco definidor da filosofia e, porque não dizer, dos aspectos literários presentes nos diálogos de Platão. Como sabemos, a difusão da mitologia grega ocorreu, entre outros meios, através da poesia, da arte figurativa e da literatura erudita. Nesse sentido, a passagem da oralidade para a ―literatura escrita‖ concedeu ao mito um caráter linguístico com ―gêneros de expressão‖ diversificados. Pese à clássica oposição entre mito e logos e embora toda a crítica de Platão à poesia, o mito corresponde a um dos aspectos importantes do seu pensamento filosófico e faz parte da investigação dialética enquanto recurso literário interpretado à luz da razão. O objetivo deste trabalho consiste, portanto, em analisar, a partir dos elementos míticos presentes no Banquete, a relação existente entre escrita e oralidade no diálogo platônico.

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SOBRE O CONCEITO DE VIRTUDE EM ARISTÓTELES Mayra Santos Silva - Graduada em Filosofia - UFS

Resumo: O presente trabalho tem como objetivo discorrer sobre a concepção do conceito de virtude em Aristóteles. Este conceito, será trabalhado com base no livro Ética a Nicômaco, obra em que o autor expõe que, para compreendermos a natureza

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da felicidade, é preciso que compreendamos a natureza da virtude. Para ele, felicidade não está no âmbito individual, mas no coletivo: por isso, a felicidade corresponderia à vida boa, ou seja, a vida digna de ser vivida na cidade. Assim, o conceito de virtude é de suma importância para Aristóteles, por ser ele o alicerce que constitui e dá sustentação à boa convivência nos Estados e entre os Estados. A virtude é base sem a qual não poderia existir o cidadão virtuoso e, consequentemente, o Estado justo, pois para nosso autor os homens são, sobretudo, cidadãos, e o sujeito da virtude é o sujeito público.

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MITO E RACIONALIDADE: A CRÍTICA DO ILUMINISMO NA DIALÉTICA DO ESCLARECIMENTO, DE ADORNO E HORKHEIMER.

Leomir Cardoso Hilário - Graduado em Psicologia - UNIT Resumo: Nascido de uma inquietação provocada pelo fato de que, num de seus trabalhos, Jean-Pierre Vernant não insere o estudo sobre o mito realizado pela Escola de Frankfurt entre as correntes que pensaram o mito durante os séculos XIX e XX, o presente trabalho procura defender que a teoria crítica pode e deve estar presente como uma tentativa de se estudar a relação entre mito e racionalidade, como também figurar entre as possibilidades de análise. Para cumprir essa tarefa, busca-se expor alguns dos conceitos elaborados por Horkheimer e Adorno em seu livro A dialética do esclarecimento, bem como, na conclusão, esboçar algumas concordâncias entre o pensamento de Vernant e de Adorno e Horkheimer.

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A TEORIA DA CAUSALIDADE EM ARISTÓTELES E HUME Edivan Santos – Graduando de Filosofia – UFS – Viva Vox

Orientador: Prof. Dr. Aldo Dinucci – UfS Resumo Este trabalho tem como objetivo principal realizar uma contraposição entre o conceito antigo e conceito moderno de causalidade. Para isso, nos concentraremos sobre dois autores que, reconhecida e explicitamente, influenciaram os desdobramentos da questão sobre a causalidade. Na Antigüidade, o nome que se destaca a este respeito é Aristóteles: foi o primeiro a tratar sistematicamente do conceito de causalidade – sua concepção sobre a mesma continuou a exercer influência decisiva por mais de dois milênios. Na modernidade, o nome que se destaca é Hume: foi o primeiro filósofo a se contrapor de modo sistemático a Aristóteles no que se refere ao tema em questão, produzindo uma nova concepção da relação entre causa e efeito que, emergindo a partir de uma vigorosa crítica à concepção aristotélica de causalidade, veio a influenciar todos os filósofos que o sucederam.

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A ANÁLISE DAS PROVAS NA RETÓRICA DE ARISTÓTELES Prof. Joelson Nascimento – Master/AJU – Viva Vox

Orientador: Prof. Dr. Aldo Dinucci – UfS Resumo: O objetivo deste trabalho é o de fazer uma análise das provas na Retórica de Aristóteles, definindo-as e mostrando o modo como o orador deve manejá-la com o objetivo de persuadir um determinado tipo de público. Para isso mostraremos o que Aristóteles entende por provas; qual a diferença entre as premissas científicas e as premissas oratórias; os lugares onde se devem retirar as premissas; definir os tipos de retórica e as duas espécies de provas definidas como técnicas, criados pelo orador, e não técnicas, as que não dependem do retórico, bastando apenas que ele as utilize.

* QUAL A FUNÇÃO DA LINGUAGEM NA FILOSOFIA CLÁSSICA?

Maria da Conceição Rocha de Sousa – Graduada em Filosofia –UFS Resumo: O presente texto tem como objetivo analisar a função da linguagem presente na filosofia clássica, principalmente a que se apresenta no pensamento dos filósofos da natureza e que serviu de base para formulação de outras teorias do surgimento e função da linguagem no âmbito antropológico, destacando entre eles Heráclito, Parmênides e Demócrito. Após a apresentação de um problema que se apresenta em tal âmbito e a exposição da tese que irá fundamentar a hipótese que se pretende defender, e refutação de algumas oposições, será exposta algumas considerações sobre a linguagem que se faz presente nesta época e que serviram de base para teorias lingüísticas até metade do século XIX e possibilitaram por meio de suas constatações a passagem de uma filosofia natural a uma filosofia da linguagem.

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PLATÃO E A RECEPÇÃO DOS POETAS NA REPÚBLICA Flaubert Marques da Cruz – Graduando em Filosofia - UFS

Resumo: Platão no livro X da Politéia realiza uma ação pouco observada ao longo das análises da crítica platônica aos poetas, a saber: a recondução dos mesmos à cidade ideal. Segundo Platão, associar à tradição poética um caráter enciclopedista pedagógico não era apropriado, pois o estatuto da criação poética e/ou artística não permitia isso. Sua crítica, portanto, segundo nossa interpretação, se pauta nas necessidades oriundas das transformações que se operaram durante o transcorrer dos séculos V e IV a. C., período no qual ocorreu transição da cultura oral, típica de sociedades tradicionais, para o mundo da escrita e dos manuscritos em que o Logos, em contraposição ao Mythos, exigia uma mudança substancial nos modos da formação educacional do cidadão, visando à constituição de homens justos e que prezassem a sabedoria dialética em oposição às fábulas. Nesse trabalho nos propomos analisar a crítica platônica ao modelo mimético-poético, sua pertinência para uma formação educacional proposta

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por esse mesmo autor e a readequação do poeta e das suas obras para a sua reentrada na ―cidade ideal‖ ocupando uma nova função e abordando novas temáticas.

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A RECRIAÇÃO DO MITO DE SÍSIFO EM O ESTRANGEIRO DE ALBERT CAMUS E O ENCONTRO MARCADO DE FERNANDO SABINO

Maíra Estela Santos – Graduanda de Letras - UFS Resumo: O Mito de Sísifo propõe uma reflexão acerca da existência absurda do homem, na qual não se pode verificar um sentido para as próprias ações praticadas pelo indivíduo ao longo da vida. Considerando tal pressuposto, o presente estudo tem por finalidade verificar a abordagem feita no romance de Albert Camus O Estrangeiro e no romance O Encontro Marcado de Fernando Sabino, com relação ao absurdo da existência das personagens centrais dos referidos romances. Pretende-se analisar comparativamente a temática presente nas obras relacionando-a com a própria temática do Mito de Sísifo: até que ponto os sofrimentos de Sísifo em sua jornada interminável apresentam uma relação com o percurso da narrativa de O Estrangeiro e O Encontro Marcado? O trabalho desse contexto colaborará para a verificação de que temas e reflexões já consagradas através do mito podem ser retomadas pela estrutura romanesca, mais precisamente em obras que pertencem a culturas distintas.

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BIELA: RETRATO DE UM MUNDO ESQUECIDO OU PERSPECTIVA DE UM NOVO MUNDO?

Ibernon Alves de Macena Junior - Graduando de Letras - UFS Wagner Menezes Pereira – Graduando de Letras - UFS

O presente artigo tem como objetivo fazer uma análise do confronto entre concepção de mundo disponibilizado no livro Uma vida em segredo do escritor brasileiro Autran Dourado. O choque entre culturas diante da pluralidade faz-nos analisar o conceito de normalidade e também refletir sobre o que chamamos de anormal. A inserção de Biela na nova sociedade a trouxe a outra cultura diferente da do local onde ela vivia, e nessa nova realidade ela ver-se-á cercada de desafios. No entanto, com o tempo, Biela aprende a tomar a direção de sua vida quebrando preconceitos e paradigmas, tornando sua vida o mais simples possível, sempre se lembrando de uma terra onde talvez ela tivesse sido feliz e não tenha se dado conta disso.

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POR UMA PEDAGOGIA DIALÓGICA Clesia de Santana Santos - Graduanda de Letras - UFS

Genisson Melo dos Santos - Graduando de Geografia - UFS Resumo: Partindo do pressuposto que o papel da educação é educar para a vida, e tendo em vista que a escola deve ser espaço para o cultivo da tolerância, da execução da cidadania, o presente trabalho examinará metodologias que levem em consideração

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a interação entre educando e educador. Foi Sócrates quem primeiramente pôs em execução tal método para exercício do pensamento a fim de que se pudesse dar plenitude a um saber seguro e que ao mesmo tempo desencadeasse habilidades de raciocínio, valorizando os conhecimentos previamente adquiridos. Ao tratar-se de ensino, existe a necessidade de resgatar a indissolúvel relação entre educação e filosofia, pois é no âmbito filosófico que surge a preocupação com a formação integral do homem. Far-se-á breve reflexão acerca da pedagogia dialógica facilitadora e de sua possível utilização como técnica eficaz no processo de ensino e dos métodos da pedagogia tradicional, análogos aos métodos sofísticos. Para tanto foram feitos questionamentos tais como: Qual a melhor forma de trabalhar a alteridade? A escola forma para que tipo de sociedade? A quem cabe a tarefa de transmitir valores sociais? O trabalho terá como fundamentação teórica a análise das obras A República, de Platão, e Didáctica Magna, de Coménio, que propôs um modelo de escola que deveria ensinar ―tudo a todos‖.

* O ENSINO DA FONÉTICA LATINA EM MANUAIS BRASILEIROS DE LÍNGUA LATINA

Cezar Alexandre Neri Santos – Mestrando em Letras -UFS; prof. da FJAV Gildete Cecilia Neri Santos Graduanda de Letras - UFS

Shenia Tahan da Silva Souza – IFS - CESAD- UFS Resumo: Historicamente a didática do latim enfatizou apenas uma habilidade lingüística, a leitura, enquanto o legado do estudo da fonética é mínimo. O desdém pelo qual o estudo dos sons da língua latina nos manuais brasileiros sempre passou tem estreita relação com os objetivos traçados para o ensino-aprendizagem de línguas estrangeiras. Ao estudar os livros didáticos de uma disciplina escolar outrora predominante nos currículos nacionais, pontuam-se os vários aspectos que configuram o ensino dessa matéria e a cosmovisão de paradigmas educacionais da sociedade em estudo. Ao comparar os sistemas fonéticos latino e português, classificações e observações dadas sobre esses sistemas são trilhadas, apontando marcas de semelhanças e diferenças metodológicas entre os manuais editados no Brasil para o ensino deste idioma.

* A figura mitológica de Zeus e o papel do mito na religião grega

Valéria de Oliveira Nascimento – graduada em Letras Espanhol/UFS Dalila Ramos de Lima – graduada em Letras Espanhol/UFS

Resumo: A religião grega possui algumas peculiaridades em relação a outras como o Cristianismo, por exemplo. É destituída de um clero complexo e hierarquizado, bem como um livro sagrado com dogmas rígidos.

* ABORDAGEM MITOLÓGICA DA PERSONAGEM DONA GUIDINHA DO POÇO

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Maria Renilde Matos Amaral - Graduada em Letras - UFS Tânia Andrade O. Santos - Graduada em Letras - UFS

Resumo: A questão mitológica é intrigante e misteriosa. Desde os tempos antigos até os dias de hoje, a humanidade concebe seres mitológicos que, além de fascinarem, apresentam um comportamento extremamente parecido com o dos seres humanos. Para a sociedade Patriarcal do século XIX, era perfeitamente natural o homem apresentar atitudes comportamentais semelhantes às loucuras praticadas pelos deuses do Olimpo, mas não para as mulheres. A figura feminina era vista como um ser passivo e submisso que jamais se sobrepunha à figura masculina. Todavia, Dona Guidinha, personagem do romance Dona Guidinha do Poço, de Manuel de Oliveira Paiva, é uma mulher muito à frente do seu tempo e transgressora por natureza. Percebe-se o desequilíbrio na vida da personagem que a conduz a vivências que fogem a todos os padrões puritanos da época. Este trabalho tem a finalidade de fazer uma análise do comportamento da protagonista desse romance, comparando-o com aspectos do comportamento de algumas deusas mitológicas.

* O MITO DE HEFESTO – UM DEUS DEFICIENTE FÍSICO

Leide Vilma Pereira Santos – Graduada em Letras -UFS Resumo: De acordo com a Mitologia Grega, Hefesto, filho da deusa Hera e de Zeus, foi um dos doze olimpianos do sofisticado Panteão Grego. Nosso objetivo é fazer uma análise de como é representado o deus Hefesto, focalizando a problematização do tema na sua história de vida, pois discutir essa questão da deficiência física do deus das forjas possibilita ampliar o debate, presente na sociedade e na mitologia. A esse respeito, as pesquisas de Ménard (1991) e Brandão (2004) revelam que, apesar de sua evidente deficiência física e de sua alegada figura rude de poucos amigos, Hefesto cuidava de sua aparência com esmero, procurando reduzir as dificuldades com determinação, tendo em vista que isso não o impedia de ser valente, destemido e tomar parte nos combates, pois era o senhor do elemento ígneo e respeitado pelos outros deuses.

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O ORFISMO EM SANTO SOUZA José Figueiredo Neto - Graduado em filosofia e graduando de Letras - UFS

Resumo: O mito de Orfeu é um dos mais conhecidos da mitologia grega e o orfismo marca a religiosidade helênica, a filosofia e as expressões literárias da antiguidade. Essa nova religiosidade foi um acontecimento que atingiu todo o mundo grego e era diferente da religião homérica. O novo movimento religioso era baseado no culto de Dionísio e Eros. Além de analisar o significado do mito e da expressão religiosa conhecida como orfismo, o presente trabalho tem como objetivo interpretar a ―poesia órfica‖ do escritor sergipano Santo Souza, tendo como estratégia comparar obras dos comentadores, também sergipanos, Gizelda Morais e Jackson da Silva Lima. O texto irá

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analisar as características do livro A Construção de Espanto (1998), de Santo Souza, percebendo a influência mítica que atravessa gerações e influencia a poesia de um dos maiores poetas sergipanos.

* O MITO DO LOBISOMEM NA LITERATURA

Juliana Freitas Calado Lira – Mestranda - UFS Resumo: O mito do lobisomem sempre amedrontou a humanidade, revelando aquilo que temos de selvagem e obscuro. Tem suas raízes na Grécia Antiga e está presente nas culturas européia, africana, oriental e americana. No Brasil, é uma das lendas mais conhecidas e, dependendo da região, adquire contornos singulares. O presente trabalho tem por objetivo analisar a constituição deste mito no texto literário, fazendo um paralelo entre as representações do licantropo no clássico da literatura latina Metamorfoses, de Ovídio e no romance regionalista O Coronel e o Lobisomem, de José Cândido de Carvalho. Para tanto, abordaremos o imaginário acerca desse ente lendário a partir dos estudos de Mircea Eliade (1986), Gilbert Durand (2002) e Câmara Cascudo (2002), buscando, por fim, identificar as diferenças e semelhanças entre o lobisomem clássico da mitologia greco-romana e o lobisomem sertanejo enfrentado pelo Coronel Ponciano de Azeredo Furtado no romance brasileiro.

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FILOCTETES DE SOFOCLES. Ivanildo Araujo Nunes - Graduado em Letras - UFS

Resumo: Em sua derradeira obra, Sófocles acredita que o mundo regido por homens é irrecuperável. Mergulhar na peça Filoctetetes é emergir em um universo de crises. Néoptalamo, filho de Aquiles, é instruído por Ulisses a ludibriar Filoctetes, que possui uma chaga terrível e vive isolado na ilha de Lemnos. Néoptalamo nega-se a princípio, mas o herói homérico o persuade afirmando que a mentira também é uma arma. O objetivo de ambos é extrair do personagem-título as setas de Herácles para pôr fim à guerra de Tróia, solução esta revelada por um vidente a Ulisses.

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ÉROS E AÍSTHESIS EM PLOTINO Prof. Dr. Cicero Cunha Bezerra – DFL - UFS

Resumo: Pensar o Belo em Plotino implica, necessariamente, adentrar no sistema henológico neoplatônico que tem como princípio o uno superior a todo ser. Sendo assim, em que medida é possível pensar o belo como, ao mesmo tempo, passível de uma experiência que se dá, primordialmente, pelos sentidos, mas que, necessariamente se fundamenta em uma concepção negativa de toda forma e imagem. Como resposta, busco demonstrar que, ao contrário da tradição clássica, Plotino, mediante uma leitura

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associativa entre o Banquete e a República de Platão, redireciona a investigação sobre a beleza ao deslocá-la do âmbito da ―simetria‖ para o da inteligibilidade do Nous. Cumpre, portanto, saber o papel do éros como mediador entre o sensível e o inteligível.

* ANDROGINIA E HOMOEROTISMO: LITERATURAS E CULTURAS EM COMPARAÇÃO

Prof. Dr. Dominique M. P. G. Boxus – DLE - UFS Joselma Duarte Santiago Nunes – Graduada de Letras - UFS

Adalúcia de Aragão - Graduanda em Letras - UFS Luiz Bosco Souza Filho – Graduando em Letras - UFS

Fábio Wesley Santos Paixão - Graduando em Letras – UFS Resumo: O minicurso apresentará uma história do mito do andrógino e do homoerotismo, a partir da cultura greco-romana. Far-se-á, para tanto, uma abordagem, teórica sobre as narrativas fundadoras do mito do andrógino (o mito bíblico do Gênese, O banquete de Platão, As metamorfoses de Ovídio), suas traduções e seus desdobramentos, inclusive homoeróticos. Também serão comparadas produções literárias e cinematográficas pertencentes à França, às francofonias e ao Brasil. Durante o minicurso, haverá exposições, debates, leituras de trechos literários e exibição de filmes. O presente trabalho situa-se no horizonte da literatura comparada, adotando uma perspectiva pluricultural e multidisciplinar.

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O MITO DO ANDRÓGINO NA URDIDURA DA NARRATIVA MODERNA: DIÁLOGOS ENTRE AL BERTO, VIRGÍNIA WOOLF E AGUINALDO SILVA

Msc. Manoel Messias Rodrigues Santos – UFS Resumo: Mito, Literatura e Ser humano são termos que se ligam diretamente entre si, visto que o mito surge como realidade cultural do indivíduo normalmente materializado pela literatura. Em outras palavras, o mito estabelece-se como uma narrativa por meio da qual o ser humano se relaciona consigo e com o mundo que constitui e pertence. Nessa perspectiva, pretende-se aqui pensar o lugar do mito na urdidura da narrativa moderna a partir do estudo do mito do andrógino proposto por Platão em O Banquete e de sua reatualização na escrita do português AlBerto, da inglesa Virgínia Woolf e do brasileiro Aguinaldo Silva.

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ATLÂNTIDA E NOVA ATLÂNTIDA: MITO NO PENSAMENTO HUMANO E RESTAURATIO NA CIÊNCIA MODERNA

Esp. Maria José do Nascimento – NPSE - UFS

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Resumo: Costuma-se argumentar que as imagens das narrativas sobre Atlântida, a ―terra dos pilares que sustentam o céu’, representam o desejo ardente do gênero humano em voltar a habitar nos ―tempos dourados‖, caracterizados pela ausência do sofrimento, da discórdia, desequilíbrio, desídia e injustiça. É sobre a representatividade da argumentação na busca pelo estágio de ordenação, firmeza e perfeita harmonia entre natureza e vida humana que a proposta de trabalho está sendo apresentada. Não se poderia deixar de iniciar com a Atlântida de Platão, narrada no diálogo Crítias onde o relato se identifica historicamente com a dinâmica de uma cidade saudável e perfeita como a construída em A República, descrita em seus fundamentos mais profundos. A abordagem comparativa será com a Nova Atlântida de Francis Bacon, escrita no século XVII, apontando a vida numa ilha com características semelhantes à que existiu nove mil anos antes de Cristo, um paraíso terrestre fascinante, com uma physis repleta de possibilidades e de grandeza infinita.

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A CULTURA LUNAR NOS POVOS PRIMITIVOS E A MITOLOGIA AMAZÔNICA DO BOTO ROSA

Matilde Caetano - Graduada em Letras - UFS Genilma Andrade - Graduada em Letras - UFS

Dra. Maria Leônia Garcia Costa Carvalho – Profa. do DLE - UFS Resumo: A lua é um elemento que está sempre presente no imaginário de diversas culturas, das mais primitivas às mais recentes. Há vários povos que trazem em seus rituais (sociais e religiosos) a lua como protagonista principal. No simbolismo que parece ser universal, a lua representa o princípio feminino, e é a deusa do amor controladora das forças misteriosas que fogem à compreensão humana. Ela é o Eros, poderoso e fatídico, incompreensível, que está sempre em conflito com o Logos. Na mitologia Amazônica encontramos a lenda do Boto Rosa, que tem o poder de emergir das águas do rio em noites de lua cheia e se transformar em um belo homem, para seduzir as mulheres: é aí que ele lança seu feitiço sobre elas e o amor vinga de uma maneira simples e direta, mas cheia de encanto e magia. Depois, ele some deixando no ventre da moça um menino. Além disso, a moça terá que arcar com todas as conseqüências funestas perante seus familiares e a sociedade.

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O MITO E A PSICANÁLISE A PSICANÁLISE E O MITO: O MITO E A LINGUAGEM COMO CONSTRUÇÃO DA SUBJETIVIDADE.

Esp. Salomão Santana – Graduado em Filosofia – UFS Resumo: Esse Mini-Curso procura apresentar a noção de mito, enfatizando a sua abertura à interpretação e à recombinação constante de seus elementos e, sobretudo como edificante na construção da Subjetividade. Tal noção é deslocada para o plano da

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subjetividade individual, tomando como base uma pequena análise de um caso clínico intitulado por Freud como ―O Homem dos Ratos‖.

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DANÇA DO VENTRE: ARTE DO EQUILÍBRIO DA MENTE E DO CORPO Luana dos Santos Barros – Bacharel em Administração – UNIT

Maria Conceição Lima Santos - Graduada em Letras – UFS Melânia Lima Santos – Graduada em Letras – UFS

Resumo: A metodologia do trabalho proposto tem por objetivo demonstrar as técnicas da dança do ventre, enquanto uma dança oriental, sua origem e benefícios proporcionados ao corpo, à mente e à alma. Foi propagada no Antigo Egito, Grécia, Índia, Mesopotâmia, Europa. Trata-se de uma dança primitiva, datada de 7000 a 5000 a. C., que apresenta movimentos parecidos com os de uma serpente. Através dos tempos suas técnicas foram adaptadas a outros estilos, como os movimentos do Ballet Clássico, no Egito; movimentos de Jazz e o uso de véus, no norte da América; Shimmies (movimentos do quadril) de origem libanesa e o estilo mais ousado com o uso da espada e do punhal, no Brasil. Dessa forma, a aplicação da técnica visa abordar inicialmente como os movimentos específicos da dança podem exercer influência no dinamismo que envolve as funções físico-psicológicas de quem a pratica, identificá-la como uma das técnicas milenares dotada de características peculiares que proporcionam equilíbrio da mente e do corpo, sua relação com outros estilos de dança, tendo como fundamentação teórica os conceitos desenvolvidos pelas autoras: Lucy Penna, Patrícia Bencardini, estudiosas da área do conhecimento e desenvolvimento saudável, e destina-se, sobretudo a todos quantos de um modo ou de outro se interessarem por compreender as significações contidas no projeto a ser apresentado.

* AS DEUSAS DA PHILOS: AMOR À AMIZADE, CLARIDADE E BELEZA

Maria José do Nascimento- Esp. em Didática, Graduada em Ped. e Fil. – NPSE/UFS

Resumo: Falar das deusas que atravessaram a cultura Grega e Romana, Cárites e Graças, é também falar de Afrodite e Vênus. O projeto apresentado encerra na sua parte teórica, exposição dialogada sobre o que tratam os estudos mitológicos das figuras das musas que representam o amor, a amizade, a harmonia, o encantamento, a beleza, o sentido da alegria e do bem estar. Na segunda parte será compartilhada a técnica de dinâmica de grupo ―Participar‖ onde através de movimentos apoiados por vídeo tape, deverão esboçar modelo que represente a relação com o outro na contemporaneidade para ao final, suscitar debate sobre questões que envolvem o estágio do homem moderno com referência à philos, auto percepção e seu papel diante da alteridade. O

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referencial teórico se fundamenta nos estudos de Campbell e Bulfinch sobre Mitologia, e Brown sobre jogos cooperativos

* DE DEMÉTER A CERES: TRANSFORMAÇÕES E PERMANÊNCIAS NO MITO DA DEUSA DA AGRICULTURA

Prof. Dr. Marco Arlindo Amorim Melo Nery –IFS/NPSE Resumo: A mitologia grega buscava explicações para os fatos e situações do cotidiano e deste modo os seus deuses eram responsáveis pela condução dos destinos dos homens. Contudo eram comuns os conflitos entre as divindades e entre estas e os homens. Em um desses conflitos entre as divindades, naquela que é chamada a ―Guerra dos Titãs‖, o mundo foi separado em três reinos, o mar ficou a cargo de Poseidon, o mundo subterrâneo (inferno) com Haddes e o céu e a terra com Zeus, o deus dos deuses. As deusas não ficaram responsáveis por nenhum reino, mas por tarefas, ou atividades. Uma dessas deusas, Deméter2, ficou responsável pela agricultura e a produção de alimentos, sendo responsável por tudo que brotasse do chão, exceto as oliveiras, que estavam associadas à figura de Atenas, e os feijões, que eram atribuições de Dionísio. A tarefa confiada a Deméter vinculava-a a Zeus pela terra onde se planta, e a Poseidon, pela água que rega. Com o surgimento do Império Romano, o mito de Deméter, que estava presente em todo o território do mediterrâneo ocidental, foi incorporado pelos romanos na figura da deusa Ceres. Aproximadamente no século V a.C. a apropriação de Deméter pelos romanos e sua conversão em Ceres pouco acrescentaram ao mito preexistente. Uma das alterações foi a inserção de doze pequenas divindades, auxiliares da deusa para as lides no campo, o que não estava presente no mito grego. Alguns desses auxiliares eram Vevactor, responsável por arar as terras baldias; Conditor, armazenador dos frutos da colheita, e Promitor, que distribuía tais frutos. Porém, a figura de Ceres (Deméter) continuava central, pois sem ela as terras ficariam estéreis, sem condições de germinar as sementes. Outra mudança era sua ligação com as classes inferiores, aproximando-a dos trabalhadores braçais, responsáveis pela produção e transporte dos grãos. Esta ligação com as classes menos privilegiadas fez com que seu primeiro templo em Roma, no monte Aventino, fosse transformado num local eminentemente popular, não freqüentado pela elite romana. Uma terceira alteração estava nas festividades alusivas à deusa da agricultura, as quais, na tradição grega, eram pulverizadas ao longo do ano, enquanto na tradição romana, ocorria no pós-colheita, quando agradeciam os resultados obtidos no campo. Apesar de algumas dessemelhanças, as permanências são maiores do que as rupturas na mitologia da deusa da Agricultura do período grego para o romano, tanto que os animais sagrados permaneciam os mesmos: o leitão, o cavalo e a cobra, além da filha raptada, Perséfone, que na mitologia romana recebeu o nome de Prosérpina. E, o principal, Ceres permanecia com as mesmas características gregas de fertilidade feminina. As incorporações e transformações realizadas pelos romanos à mitologia da deusa da agricultura fizeram com que o mito de Deméter fosse esquecido pelas

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gerações que se sucederam, fato que levou os Agrônomos a escolher Ceres e não Deméter como um dos símbolos da sua formação.

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INICIAÇÃO À LÍNGUA E À CULTURA ITALIANA José Vandinei da Silva - Graduado em Filosofia - INSAF

Resumo: O Italiano é uma língua que desperta paixão e simpatia em todos aqueles que têm o prazer em aprendê-la. Desde o final do século passado, quando muitos italianos decidiram imigrar para o Brasil, a cultura italiana faz parte do nosso cotidiano, através da arte, da música e da culinária. Os laços econômicos e culturais que unem o Brasil à Itália vêm se estreitando a cada dia. E o Italiano vem se destacando como um dos idiomas fundamentais no contexto do Mercado Comum Europeu. No Mercosul, muitos profissionais passaram a estudar italiano devido ao grande número de empresas italianas no Brasil abrindo novas filiais ou estabelecendo novas representações. Essa oficina tem por objetivo apresentar a cultura da Itália e abordar de forma sucinta a gramática e as expressões mais significativas da língua italiana, visando despertar o interesse dos participantes em conhecer e estudar a língua. A língua italiana é fascinante por causa da sua beleza e suavidade, além de ser agradável e culturalmente enriquecedor. O desenvolvimento da oficina se dará de forma muito sucinta, mas não menos rica de informações e conteúdo. Na primeira etapa será abordada a cultura italiana e suas nuances. Na segunda etapa terá por fim aprender os tópicos mais essências da gramática. Já na terceira e quarta etapa haverá recursos áudio visuais (vídeos, musicas) que auxiliarão o participante na fixação do conteúdo.

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VOLTAIRE: FILOSOFIA E LITERATURA CLÁSSICA. Pedro Miguel Sousa Santos – Graduado de Filosofia (Pibic-CNPq/Nephem/UFS)

Resumo: Numa linha de comparação entre culturas, essa comunicação suscita questionamentos a partir das reflexões do filósofo iluminista francês Voltaire sobre a proximidade temática e textual de figuras da mitologia grega e da bíblia sagrada. Uma dessas abordagens refere-se ao sacrifício de Ifigênia fortemente semelhante à imolação da filha de Jefté. Outros enfoques também fazem parte das considerações do filósofo, querendo destacar que nenhuma cultura pode ser considerada superior ou melhor que a outra, seja por motivos religiosos, seja por refinamento de ordem intelectual. O certo é que, na qualidade de estudioso da historiografia, Voltaire tenta suplantar interesses menores de raça, religião, cultura, poder para sugerir uma leitura filosófica da história centrada no próprio agir humano.

* ASPECTOS SEMIÓTICOS NO MITO DA NANA (SERPENTE) EM TUTUALA (LOS PALOS/TIMOR-LESTE): INTERDISCURSIVIDADE ENTRE CULTURAS

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Everaldo José Freire – Mestrando em Letras - UFS/NPGL Resumo: Esta pesquisa objetiva socializar uma experiência de atividade como docente no English Department da Faculdade de Ciências da Educação da Universidade Nacional Timor Lorosa´e (UNTL) entre 2007.2 e 2008.1, embasada na análise de uma história de um determinado grupo social. O Oriente pode ser visto por alguns como algo exótico, entretanto, similar a outras culturas, mantém vivo o imaginário coletivo de diversos grupos sociais através de histórias, as quais são mantidas através da oralidade. Selecionou-se uma história em língua fataluco, usada no Distrito de Lospalos – extremo oriente de Timor-Leste. Para Peirce, há uma tríade no signo linguístico, que pode ser categorizada como primeiridade (qualidade), secundidade (existência) e terceiridade (signo), as quais estão imbricadas no processo de semantização dos objetos de discurso. Ao trazer a serpente personificada com qualidades negativas e amedrontadoras dos outros animais na floresta, uma lagartixa pensa uma estratégia semelhante à história bíblica de Jonas e a aniquila. A interdiscursividade só é possível a partir do momento que histórias de diferentes culturas são conhecidas e ajuda a descaracterizar a ideia de que haja uma cultura superior à outra.

* MITO E TEATRO CLÁSSICO: UM PERCURSO MILENAR

Dra. Zelia de Almeida Cardoso - FFLCH /USP RESUMO: Surgidas há milênios na Grécia Antiga, as histórias que envolvem as figuras de deuses e heróis se perenizaram graças à utilização de versos que lhes mantiveram a forma. Quando esses versos, cantados inicialmente por conjuntos corais ou declamados por aedos, passaram a ser escritos, ampliou-se a possibilidade de imortalização de uma poesia que se encaminhava para seu apogeu artístico: nasceram os textos poéticos propriamente ditos que se filiaram a diferentes gêneros literários. A épica e a tragédia gregas se alimentaram dos velhos mitos, deles extraindo seus temas e assuntos. O teatro grego chegou a Roma com o início da expansão romana, aclimatizando-se na Cidade que viria a ser a ―capital do mundo ocidental‖. E de lá continuou a expandir-se pelo espaço e pelo tempo. Se durante a Idade Média houve um longo momento em que a tragédia de caráter mitológico pareceu silenciar-se, cedendo seu lugar a novas modalidades dramáticas, o Renascimento a trouxe de volta à civilização. Os antigos textos passaram a ser traduzidos e representados, foram adaptados e atualizados e geraram novos textos que continuam a aparecer até hoje e que não só estão presentes nos palcos do mundo sob a forma de dramas trágicos, melodramas e óperas como forneceram matéria para o cinema, a televisão e outras mídias. Mito e teatro continuam juntos, portanto, no percurso iniciado há tanto tempo.

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INTERDITO E SILÊNCIO: UMA ABORDAGEM MODAL NO QUADRADO DAS OPOSIÇÕES

Prof. Dr. Fabio Elias Verdiani Tfouni Profa. Dra. Raquel Meister Ko Freitag

Universidade Federal de Sergipe (UFS) Resumo: O presente curso apresenta subsídios para uma investigação epistemológica e lógica sobre as condições de possibilidade da existência da linguagem. Trata-se de uma pergunta fundamental: ―Porque existe linguagem ao invés de nada?‖ Para essa tarefa tratamos o interdito como fundador do discurso e sua relação com o silêncio. Tanto o interdito como o silêncio são tratados como fundadores e constitutivos do discurso e da linguagem. Para que haja dizer, é preciso que não se diga tudo, pois, se houver um dizer completo, a necessidade de enunciação deixaria de existir já com uma primeira enunciação completa. Portanto é justamente não se dizendo tudo que se pode dizer algo, e que se pode continuar a dizer. Por isso o dizer é estruturalmente incompleto. A existência do silêncio ou de sentidos não ditos, não é apenas restritiva, mas também criativa. Por isso é que tanto o interdito como o silêncio são constitutivos e fundadores do campo do dizer e da linguagem. Para verificar as condições de existência da linguagem, usamos a lógica aristotélica e suas modalidades aléticas: o possível, o impossível, o necessário e o contingente. Usamos também o quadrado lógico (ou quadrado das oposições) e o hexágono de Blanché. Apontaremos brevemente aspectos da psicanálise e da análise do discurso que permitem essa discussão. Após as discussões acerca do embasamento teórico deste curso, no segundo momento, passamos à análise de dados reais de língua, a fim de verificarmos a sua aplicabilidade prática.

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TRADUÇÕES DO MITO DO ANDRÓGINO NAS LITERATURAS FRANCÓFONAS: O EXEMPLO DA FICÇÃO QUEBEQUENSE

Prof. Dr. Dominique M. P. G. Boxus (DLES/UFS) Resumo: Nossa natureza primitiva não era a atual, era diferente. Para começar, a humanidade compreendia três sexos, não apenas dois, o masculino e o feminino, como agora. O andrógino era então, quanto à forma e quanto à designação, um gênero comum, composto de macho e fêmea. Dele nada mais resta do que um nome, caído em desprezo. » Essa referência estranha a um ancestral bissexuado e depois mutilado por um castigo divino encontra-se em O Banquete de Platão. Figura paradoxal na qual as tensões se anulam e as unidades quebradas se reconstituem, o andrógino expressa significados fundamentais para as coletividades humanas. Nas literaturas francófonas, tal figura pode revestir um caráter político, ao se fazer o eco poético de crises ou ambivalências identitárias. Para demonstrá-lo, apresentar-se-á um romance, produzido no Quebec, de Gaétan Soucy.

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* FAZER ARTISTICO E EDUCAÇÃO

Lucymar de Souza Leite Santos – Pós – graduada em Psicopedagogia Maria Conceição Lima Santos – Graduada em Letras - UFS

Resumo: A introdução da Educação Artística no currículo escolar foi um avanço, principalmente em razão do entendimento em relação à arte na formação dos indivíduos e tendo sido contemplada como complemento obrigatório nos diversos níveis da educação básica, requerendo aos professores observar princípios orientadores e reflexões sobre a natureza do conhecimento artístico e na delimitação do espaço que a área de arte pode ocupar a partir de uma investigação do fenômeno artístico e de como se ensina e como se aprende através da arte. Propõe-se, então, desenvolver através da oficina ―Fazer Artístico‖ instrumento auxiliar para que o professor possa mediar sua prática, em sala de aula de maneira resignificadora, uma vez que a manifestação artística tem em comum com o conhecimento científico, técnico ou filosófico seu caráter de criação e inovação. Neste sentido, a construção do conhecimento utilizando-se do lúdico tem sido a proposta utilizadora da prática cotidiana da escola, na educação infantil e nas séries iniciais da educação básica.

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―O ENSINO DO LATIM NA HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO LUSO-BRASILEIRA.‖

Prof. Msc. Antonio Andrade de Oliveira – Faculdade São Luis de França

Resumo: a palestra tem por objetivo analisar a trajetória do Latim, do Renascimento ao Século XX, enfatizando o apogeu, resistência e declínio dessa língua clássica, bem como suas relações com a história da educação luso-brasileira. Será analisado o desempenho do Latim em cada século, destacando os aspectos pedagógicos, políticos e sociais presentes no ensino, em consonância com a educação no Brasil e em Portugal. Ao final, serão tecidas algumas considerações sobre o futuro do Latim nos currículos escolares.

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INTERTEXTUALIDADE: LITERATURA CLÁSSICA E BÍBLIA SAGRADA

Prof. Dr. José Raimundo Galvão – DLE/UFS

Resumos: Este curso tece considerações sobre a intertextualidade entre culturas, especialmente a greco-latina clássica e a bíblica. Os aspectos linguísticos e filológicos são também explorados. A postura comum insiste em ver mais diferenças do que semelhanças, enquanto aqui serão evidenciadas proximidades e analogias. A

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diversidade cultural e religiosa observada num mundo de heterodoxia e pluralismo pode conter relações bem maiores do que se imagina, pois, no fundo, está sempre o homem à procura de explicar-se a si mesmo e de compreender o seu lugar na vastidão do universo. Este curso contém propostas sem previsão de finitude, haja vista a quantidade das fontes que lhe servem de base e a amplitude dos questionamentos que suscitam, convidando ao prosseguimento das pesquisas nesta direção.

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UMA DEUSA ENTRE CULTURAS: IMAGENS DE AFRODITE NA POESIA GREGA ARCAICA.

Profa. Dra. Giuliana Ragusa – FFLCH/USP Resumo: "A representação de Afrodite na poesia grega antiga revela constantemente traços que refletem a imagem da deusa como especialmente ligada a culturas orientais, com destaque para a da ilha de Chipre, no entrecruzamento Grécia-Oriente. Eis o cenário sobre o qual se debruça este estudo, tomando por recorte a poesia grega arcaica, a fim de analisar os contornos com os quais os poetas colocam Afrodite, mais evidentemente do que outras deidades da Hélade, entre múltiplas culturas".

* NARCISO: O REFLEXO DO HOMEM NO ESPELHO DAS ÁGUAS.

Antônio Farias Freitas – Graduando de Filosofia – UFS. Resumo: Nesta comunicação, a idéia é extrair do mito de Narciso a relação entre o rio e o homem, defendida por Heráclito de Éfeso, numa reflexão que trata da unidade dos opostos. Na ocasião será feita atualização desta abordagem, buscando aproximar o rio e o homem, visto que ambos possuem a mesma essência, mas natureza distinta. Daí, então, se mergulhará na vasta literatura da mitologia grega com sua riqueza de detalhes, sobretudo nos mitos onde em que se depara com uma grande variedade de deuses e suas mais variadas atribuições, que podem ser usadas em favor dos homens ou contra estes. Por fim, o texto de minha autoria, Eu e o Rio, que é a base desta comunicação, nos introduzirá neste fluxo idealizado por Heráclito.

* REESCREVENDO O LABIRINTO

Dra. Josalba Fabiana dos Santos – DLE/UFS Resumo: O mito do labirinto está presente em várias culturas. Na Antiguidade os gregos o imortalizaram por meio da tortuosa construção do palácio do rei Minos e lá fixaram a figura do Minotauro, mistura de homem e touro, ser monstruoso que se alimentava daqueles que lhe caiam nas garras. Cornélio Penna, escritor brasileiro autor de A menina morta (1954), retoma esse mito engendrando em sua obra uma casa-grande labiríntica. De dimensão grandiosa, a casa é comparada a um palácio (como o do rei Minos). Espaço privilegiado de encenação patriarcal e escravocrata, a casa opressiva aprisiona seus moradores e por isso eles se sentem constantemente caçados.

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Para não serem aniquilados, os moradores se defendem, logo também caçam. Este trabalho trata da ambivalência que se constitui no movimento de caçar e ser caçado, de morrer e de matar, movimento proposto por uma gravura fixada na parede da casa labirinto.

* TELÊMACO E O CICLO TROIANO: A IMPORTÂNCIA DO JOVEM FILHO DE ODISSEU NA E PARA A TRADIÇÃO ÉPICA ARCAICA

Marcelo Sussumu Takahashi – Graduação em Letras - FFLCH/USP Orientador: Prof. Dr. André Malta Campos – USP

Resumo: Teêmaco, o jovem filho de Odisseu, desempenha, não só no poema epônimo

de seu pai, a Odisséia, um importante papel dentro do Ciclo Troiano como um todo,

tendo seus muthoi narrados não só por Homero, mas também pelos demais aedos que

celebravam a glória dos heróis em hexâmetro Grécia afora, aparecendo em destaque, já

nos Cantos Cíprios, como causa do alistamento de seu pai, exposto ao perigo por

Palamedes, assim como na Telegoneia – poema que, de acordo comProclus encerra o

conjunto de poemas que celebram as façanhas dos heróis em campo troiano – é ele o

sucessor de Odisseu em seu reino, tendo desposado Circe, antiga amante de seu pai.

Assim é que, como parte integrante da poesia épica arcaica, e ainda que tenha seu

papel relevado à tradição epicórica de Ítaca, dependente da presença ofuscante e

gloriosa de seu pai, sua figura apresenta características comuns a muitos outros muthoi

referentes a jovens heróis que passam por situações e desafios que o auxiliarão em sua

jornada de formação heróica – tal como Orestes, filho de Agamêmnon, cujo

paradigma mítico deve ser emulado pelo jovem na Odisséia, e Neoptólemo, o filho de

Aquiles que tem em Odisseu uma espécie de referência paterna durante a campanha

troiana, dentre outros. Esse trabalho pretende analisar e comparar tais muthoi,

aproximando-os e contrastando-os, apontando convergências que fazem de tais

narrativas não apenas uma poesia de valor estético inestimável, mas, também, parte

integrante das estruturas primordiais da sociedade dita heróica da Grécia arcaica

celebrada como tal por Homero e pelos demais poetas do Ciclo Troiano.

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O MODO DE VIVER DOS JUSTOS: UMA LEITURA DO SALMO 1 ATRAVÉS DA TEORIA SEMIÓTICA DO TEXTO

Alexandre de Jesus dos Prazeres – Bacharel em Teologia – UNICAP

Resumo: Neste trabalho, efetua-se leitura do Salmo 1 e sua estrutura literária desde a composição em língua hebraica, considerando-o tanto como ―objeto de significação‖

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quanto como ―objeto de comunicação‖. A mensagem se expõe a partir da ―estrutura literária‖ utilizada pelo autor do texto, ressaltando os elementos artístico-poéticos utilizados no intuito de revelar intencionalidade. O artigo beneficia-se das contribuições oferecidas pela Linguística Textual e pela Teoria Semiótica do Texto para a compreensão de poemas líricos e sapienciais, em cuja categoria o salmo 1 está inserido.

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POR QUE A BÍBLIA É CONSIDERADA UM CONJUNTO DE LIVROS CLÁSSICOS? Elisson Souza de São José – Graduado em Letras – Faculdade Atlântico e Pós-

graduando em Metodologia do Ensino de Língua Inglesa

Resumo: Esse estudo trata de mostrar a Bíblia como um livro ou conjunto de livros

clássicos. Foram feitas várias pesquisas sobre o assunto com a finalidade de extrair o

maior número de pontos que mostrassem o motivo de ela ser um livro tão especial.

Iremos, então, observar não só a história do processo de escrita pelo qual ela passou

até ser finalizada, como também os meios pelos quais chegou até os nossos dias.

Veremos que algumas histórias nela contidas são também conhecidas em outras

culturas. Os pontos serão divididos em tópicos para facilitar a organização e o

entendimento. Todas as informações contidas no trabalho foram colhidas de fontes

fidedignas abrindo espaços para o prosseguimento das pesquisas sobre o assunto, tais

como: O que tem a bíblia de comum com os estudos clássicos? Quais os processos

pelos quais os textos clássicos chegaram até nós? Espera-se que este trabalho suscite

maior interesse pelo conhecimento por toda a obra bíblica e de outras com as quais

possui nítida semelhança.

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A JUSTA INJUSTIÇA DE PROCUSTO; UMA LÓGICA DE DESRAZÃO TÃO VIVA

NO MITO QUANTO NA FATUIDADE

Sidnei José Souza de Jesus – Graduando em Filosofia – UFS – GEFELIT – NPSE

Resumo: Na terra dos gigantes, Polipémon, depois de sentir a brisa da razão de Palas Atena, autodenomina-se Procrusto, o esticador, e decide instituir um procedimento que estendesse a igualdade entre os homens, que os não gigantes pudessem ter direitos iguais aos dos gigantes. Entretanto, o pressuposto de sua justiça estava na lógica da desigualdade, isto é, se fosse feita uma operação que transformasse aleijando os gigantes em não gigantes, e os não gigantes em gigantes, todos seriam iguais em sua nova condição de ser, não podendo mais haver dominação porque não haveria mais

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neles as características naturais que os colocava nas condições de subjulgadores e subjulgados. Diante da argumentação e ação de Procrusto, a razão se cala, com ela também todos os deuses, pois não possuíam argumento mais racional do que o novo conceito de justiça de Procrusto. No sentido deste argumento lógico de justiça, o presente trabalho desenvolve a história do mito de Procrusto como estudo comparado do progresso histórico, identificando em todos a noção de que o conceito de cidadania não foi senão o da ideologia da desigualdade.

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A CIÊNCIA COM CONSCIÊNCIA: O PROJETO DE DOMINAÇÃO DA NATUREZA

POR FRANCIS BACON.

Felipe Alan Souza Santos - Mestrando em Desenvolvimento e Meio Ambiente/UFS, Simone Rocha Reis – Pedagoga,

Profa. Dra. Maria Benedita Lima Pardo – DPS/UFS – PRODEMA.

Resumo: A estagnação da ciência para Bacon era resultado do método utilizado até o momento que barrava o progresso da ciência. Pois o mesmo não partia da experimentação, do teste e dos sentidos, mas da tradição, de idéias e de procedimentos que negavam as explicações práticas. As ciências deveriam buscar as causas dos fenômenos para poder dispor dos efeitos. Este trabalho objetivou-se em refletir sobre a idéia de ciência e progresso na filosofia baconiana e a importância desse método para o desenvolvimento do progresso do conhecimento técnico e científico da sociedade moderna. A metodologia usada foi o levantamento teórico nas principais obras de Bacon e em alguns artigos especializados. Para ocorre o domínio da natureza pelo homem é necessário que estes sejam mestres do mundo, exercendo poder sobre as coisas e transformando os objetos para que eles nós sirvam, porém para que isto aconteça o homem deve conhecê-la e suas leis, para que o homem possa submeter ela aos domínios das técnicas, Bacon irá retratar está sociedade do conhecimento e da técnica através da historia utópica denominada ―nova Atlântida‖. Todo o desenvolvimento da sociedade está presente na filosofia de Bacon. Cada controvérsia do presente pode ser estimulada e confundida pelos aforismos e fragmentos de seu pensamento escrito há séculos.

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A CARTOMANTE: UMA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO HUMANO

Diego Menezes de Araújo – Graduando em Letras Vernáculas/UFS

Resumo: Crítico observador do comportamento humano, Machado de Assis, no conto ―A Cartomante‖, aponta as graças, as incertezas, os desencantos, as aspirações,

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os amores e todas as inquietações pertencentes à alma humana. Ele utiliza como cenário os salões da alta sociedade carioca, meio social comum a sua vida, ele consegue reconstruir com veracidade o modo de vida, os arranjos casamenteiros, os casos de adultério e o cotidiano dessa gente representativamente brasileira, fazendo uso do recurso das crônicas de costumes do século XIX, e é por meio desse recurso que Machado de Assis consegue nos apresentar uma caricatura da figura humana, sem esquecer-se de exaltar suas qualidades e suas fraquezas. Triângulo amoroso, adultério e um fim trágico. Os amigos de infância Camilo e Vilela, depois de longos anos de distância, reencontram-se. Vilela casara-se com Rita, que mais tarde seria apresentada ao amigo. O resto é paixão, traição, adultério. A situação arriscada leva a jovem a consultar-se com uma cartomante, que lhe prevê toda a sorte de alegrias e bem-aventuranças. O Conto ―A Cartomante‖, apresenta um final infeliz, e foram publicadas no livro diversas Histórias no ano de 1896, sendo referencial da representatividade da segunda fase do escritor, que abandona o Romantismo para enveredar-se pelo Realismo. A psicologia do adultério feminino, a dependência materno-feminina do personagem Camilo e o instinto passional que leva um homem a matar por amor, serão explorados nesse trabalho, através da análise crítica da obra Machadiana.

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AS INFLUÊNCIAS CLÁSSICAS EM HARRY POTTER E O PRISIONEIRO DE AZKABAN

Ricardo Araújo da Silva – DLE /UFS

Resumo: O objetivo do presente trabalho é expor as principais facetas da tradição clássica, tratando-as de modo crítico e destacando suas contribuições para a obra ―Harry Potter e o Prisioneiro de Azkaban‖, de Joanne Kathleen Rowling. Partindo-se da idéia do mito do eterno retorno, de Mircea Eliade, poderemos associar a contemporaneidade e os tempos clássicos, no fazer artístico, reforçando-nos com o conceito arquetípico e com o conceito de consciente coletivo, propostos por Carl Gustav Jung. Assim sendo, as abordagens de momentos que remetem aos clássicos e aos mitos serão trabalhados, tratando-os de maneira interdisciplinar e enquanto partes de um conhecimento a ser explorado.

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FILOSOFIA DA LINGUAGEM: ALGUNS PENSADORES

Ricardo Araújo da Silva – DLE/UFS

Resumo: A Filosofia da Linguagem é o ramo da Filosofia que estuda a natureza dos fenômenos linguísticos, os problemas da linguagem, seu uso, sua aprendizagem, a criatividade dos falantes, a interpretação e a tradução dos aspectos linguísticos, a compreensão dos mesmos, o pensamento perante a linguagem e a experiência

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linguística. O objetivo do presente trabalho é expor as principais correntes da Filosofia da Linguagem, tratando-as de modo crítico e destacando suas contribuições para as teorias Linguisticas, desde os tempos clássicos até a contemporaneidade analisando os principais filósofos da linguagem, tais como: gregos (Sócrates, estóicos, Platão, Aristóteles, dentre outros), Santo Agostinho, São Tomás de Aquino, Mikhail Mikhailovich Bakhtin, Jean Jacques Rousseu, Charles Sanders Peirce, John Langshaw Austin, Roman Osipovich Jakobson, Avram Noam Chomsky, Georg Wilhelm Friedrich Hegel, Lev Semionovitch Vygotsky, Gottfried Wilhelm Von Leibniz, Ludwig Joseph Johann Wittgenstein, Friedrich Wilhelm Cristian Karl Ferdinand – Humboldt, Jacques Derrida, Ferdinand de Saussure, Giambattista Vico, Michael Foucault, Umberto Eco. Assim sendo, as abordagens de diferentes momentos filosóficos e linguísticos serão trabalhadas durante o trabalho, tratando-as de maneira interdisciplinar e enquanto partes de um conhecimento a ser explorado.

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