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O Ensino JurídicoTRANSCRIPT
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Revista de Educao Vol. 13, N. 16, Ano 2010
Carlos Alexandre Michaello Marques Faculdade Anhanguera do Rio Grande [email protected]
O ENSINO JURDICO E AS NOVAS TECNOLOGIAS DE INFORMAO E COMUNICAO
RESUMO
O ensino jurdico no Brasil est passando por mudanas, porm se os professores no estiverem preparados para lidar com elas de forma pr-ativa ingressaremos em uma crise didtico-pedaggica sem precedentes. Os recursos utilizados em outros tempos no mais correspondem s realidades postas pela utilizao da informtica e da internet. Assim o estudo das constantes modificaes que recentemente abordaram nos Cursos de Direito nesta ltima dcada se faz imperativo, pois somente com isso ser possvel adequar o papel de facilitador que o professor deve incorporar. Nesta senda, utilizar os recursos e ferramentas digitais, como a plataforma Moodle, seja como auxlio ao ensino presencial ou em disciplinas distncia so condutas indispensveis ao novo profissional do ensino do direito.
Palavras-Chave: ensino jurdico; moodle; EaD; informao; internet.
ABSTRACT
The legal education in Brazil is going through changes, but if teachers are not prepared to deal with them proactively we will enter into a didactic-pedagogical crisis without precedent. The resources used in earlier times no longer correspond to the realities posed by the use of computers and the internet. Thus the study of the constant changes that have recently addressed in Law Courses in the last decade makes it imperative, for only thus will it be possible to adapt the role of facilitator, the teacher should incorporate. In this vein, use resources and digital tools such as moodle platform, either as adjuncts to classroom teaching or distance learning courses are necessary to conduct new professional teaching of law.
Keywords: legal education; moodle, distance education, information, internet.
Anhanguera Educacional Ltda. Correspondncia/Contato
Alameda Maria Tereza, 4266 Valinhos, So Paulo CEP 13.278-181 [email protected]
Coordenao Instituto de Pesquisas Aplicadas e Desenvolvimento Educacional - IPADE
Informe Tcnico Recebido em: 02/08/2011 Avaliado em: 09/09/2011
Publicao: 2 de maro de 2012
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1. INTRODUO
Nas ltimas dcadas as mudanas implantadas na educao promoveram um ensino
extremamente dinmico, reunindo em especial os recursos informticos e o uso da internet
e suas ferramentas. Essas mudanas revolucionaram as prticas pedaggicas e
aproximaram o ensino da nova realidade do alunado.
Com a utilizao destas novas ferramentas o ensino, que em muitos momentos se
caracterizava com uma passividade at mesmo exagerada dos acadmicos, em especial no
Curso de Direito, vem sendo suplantada e substituda por formas interativas e que exigem
um maior comprometimento do aluno.
Os antigos recursos, repositrio de jurisprudncia, aulas unicamente expositivas,
vm cedendo espao para o uso da informtica e da internet, pois os prprios rgos da
atividade jurdica esto arraigando seus esforos com a finalidade de transformar seus
sistemas em ferramentas mais geis e com maior interao, como p. ex. processos
eletrnicos, revistas de jurisprudncia e doutrina por meio digital.
O presente artigo, neste escopo, tem como objetivo estudar as mudanas que
esto ocorrendo no ambiente acadmico diante da implementao de novas tecnologias
de informao e comunicao TICs, como p. ex. a internet e o sistema moodle, dentre
outras de Ensino Distncia EaD, e verificar como essas mudanas podem ser
absorvidas pelos Cursos de Direito, com base em pesquisa bibliogrfica.
No transcorrer desta pesquisa sero analisadas as ferramentas e sua aplicao no
mbito do ensino jurdico e, qual sua repercusso no ambiente acadmico para evoluo
do papel do professor, que passa a no ser mais um detentor do conhecimento e sim um
facilitador de seu acesso por intermdio das novas tecnologias.
2. O ENSINO JURDICO ONTEM E HOJE, QUAIS AS NECESSIDADES?
O ensino das cincias jurdicas, mais precisamente do Direito no Brasil, tem quase 200
anos de existncia e foi formado sob o espelho da renomada Universidade de Coimbra de
Portugal. O empreendimento se deu pela necessidade de cumprir as funes essenciais do
Estado, sendo o primeiro local de instalao as cidades de Olinda e de So Paulo.
Embora o ensino jurdico tenha sido influenciado pelos ideais da Revoluo
francesa, os cursos de Direito, inicialmente, foram destinados s oligarquias e classes mais
abastadas da sociedade da poca. Os mtodos de ensino eram os tradicionais mtodos
europeus de ctedra que no estavam de todo adequados s novas realidades desta terra.
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Flagrantemente voltadas ao loteamento estatal, pois eram necessrios magistrados,
advogados e outros cargos decorrentes da formao jurdica, no existia nem uma
abertura do conhecimento, nem mesmo correntes totalmente livres de pensamento, o que
fora construdo ao longo das dcadas.
No mesmo sentido Bernandes e Rover (2009), desenvolvendo sob a orientao do
pensamento de Ferreira Sobrinho, asseveram que:
Neste contexto, a abordagem remete relao metodologia/pedagogia empregada pela maioria dos professores, no ensino jurdico. Isto porque, muitos docentes ainda se valem de uma abordagem tradicional, corroborando com esse entendimento Ferreira Sobrinho (2000, p. 45) afirma que: no mbito do Direito, o professor o senhor do conhecimento (detentor do poder) e passa aquilo que lhe aprouver. (BERNARDES e ROVER, 2009, p. 30)
Mesmo diante da pulsante problemtica enfrentada acerca das correntes de
pensamento, algo que no objeto do presente estudo, o ensino jurdico no Brasil passou
quase um sculo sem significativas evolues no que tange ao implemento de novas
tecnologias, as vezes por falta de alternativas viveis outras para no perder a dogmtica
do ensino do direito.
As nuances mais interativas dentre os cursos de direito sempre foram a aplicao
de atividades simuladas, algo que alava os acadmicos aos sonhos de profissionais, mas
que em nada poderiam assumir a nomenclatura de tecnolgicas e por um enorme perodo
assim se mantiveram. Contudo j na dcada de 1990, com a ampliao da internet como
grande ferramenta de difuso de informao o ambiente jurdico passou a iniciar uma
reflexo.
Deste ponto de partida, at o final da referida dcada muitos rgos que exercem
o Poder Estatal de dizer o Direito se renderam ao uso desta nova mdia que se
apresentava com uma velocidade nunca antes pensada pelos mais otimistas das novas
tecnologias. Com isso o ensino jurdico aos pouco foi compelido a receber e se adaptar
com as tendncias. A pesquisa da jurisprudncia, dantes extremamente complexa e
penosa, realizada em bibliotecas em livros de papel, passava a velocidades dos cliques do
mouse. Concordando com esta mudana de paradigma, Eduardo Cassela (2009)
acrescenta, ainda, que:
Chegar o dia em que no ser necessrio deslocarmos de casa ou do trabalho para obter uma certido, requerer uma autorizao, fazer uma comunicao de delito. O acesso ao governo ser on-line, em tempo real, tanto o que se procura como a resposta que buscamos, atravs de um crescimento contnuo, gradual e sem interrupo dos sistemas informatizados oficiais. (CASSELA, 2009, p. 58-59)
Assim, no bastavam mais enormes bibliotecas com repositrio de jurisprudncia
dos tribunais, necessitava-se sim, de uma mquina estranha aos olhos de muitos
relutantes, mas que era a ferramenta de suporte dos novos juristas. Aqueles que
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realizavam seus estudos comparando a legislao dos mais diversos Estados, tambm
apreciavam na internet e no computador a agilidade e a facilidade de no mais precisar
esperar meses por um cdigo ou uma lei editada em papel.
As mudanas comeavam a ocorrer e os acadmicos das letras jurdicas no
poderiam ficar alijados deste cenrio. Nesse sentido, se observa no Brasil a tendncia de
inserir jungido ao currculo jurdico, disciplinas que desenvolvam as habilidades de
informtica, a nova mola mestra na distribuio da informao. Surgem as mais diversas
definies para disciplinas voltadas a este fim, mas que at o momento no se tem uma
verdadeira noo de o quo eficazes esto sendo estas empreitadas.
Dessa forma, surgem os questionamentos como: quais as necessidades do atual
ensino jurdico? Quais as tecnologias indispensveis aos Cursos de Direito? Existe a
necessidade de uma Informtica Jurdica? Ou mesmo qual a nomenclatura correta para
estes anseios? As respostas so relativamente simples, porm demandam a anlise das
tecnologias disposio das Instituies de Ensino, o compromisso destas com a
formao do alunado, o grau de maturidade dos acadmicos e mesmo a real necessidade
de interatividade na disciplina eleita para esta transformao.
Assim, clarifica-se a importncia de abordar as ferramentas tecnolgicas para o
ensino superior, especialmente nos cursos jurdicos, a fim de que seja possvel identificar
as reais penrias, frente a esta enorme revoluo no final desta dcada que est sendo o
processo eletrnico e os meios probatrios os sustentculos do direito no novo sculo,
com uma atividade mais prxima dos recursos e menos dogmticos.
3. DO GIZ A INTERNET NA TICA DO ENSINO JURDICO NO BRASIL
Os recursos utilizados na educao, das mais diversas reas, por dcadas no sofreram
qualquer modificao e simbolicamente so representados pelo giz, pois esta foi a
difundida tecnologia auxiliar construo do conhecimento durante este perodo. Essa
simbologia marca o que Paulo Freire define como educao bancria, onde no h nada
alm de aulas expositivas e algumas anotaes no quadro negro, ou mesmo as
tradicionais aulas que se utilizam da leitura para transmitir conhecimento. Para dar
sentido a tal proposio, recorre-se ao e-mail enviado pela professora Selva Lopes.
Segundo a ilustre docente, educao bancria :
[...] uma referencia ao modelo pedaggico onde o saber era concentrado no professor, o professor era o detentor do saber e o aluno era o mero objeto do aprendizado. A concepo bancria distingue a ao do educador em dois espaos momentos: Primeiro o professor se apropria do conhecimento e depois vai at a sala de aula e deposita nas cabeas vazias dos alunos o seu conhecimento, cabendo aos alunos apenas arquivar o que ouviram ou copiaram. Os alunos no construam seu saber apenas recebiam
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passivamente o que o professor ensinava. Assim, de forma vertical, de cima para baixo e antidialgica, a concepo bancria de ensino educava para a passividade, objetizao do sujeito e para a acriticidade. Fazendo assim uma educao Bancria, oposta autonomia do aluno. (LOPES, 2010)
O ensino no Brasil carecia de uma nova abordagem, de uma nova dinmica e,
para tanto era necessrio tambm rediscutir velhas prticas e velhos sistemas
metodolgicos. Ao final do sculo XX, limiar do sculo XXI com a difuso da internet
como grande mdia do prximo sculo, a educao ptria foi includa neste turbilho,
sofrendo sensivelmente a mudana no comportamento do alunado que a cada dia
dispensava as leituras tradicionais em livros de papel, pelas pesquisas nos mais diversos
saites de informao na internet. Referendando a construo supra, Bernardes e Rover
(2009) esclarecem que:
[...] a velocidade com que as TICs se desenvolveram alcanou inclusive os meios educacionais, gerando uma nova onda educacional que passa pela reformulao total da sua base pedaggica, metodolgica, tecnolgica, cientfica e institucional, a metodologia mais apropriada a do learning doing (aprender fazendo). E a mais recente aliada dessa revoluo educacional ostenta natureza tecnolgica: consiste na combinao do ensino distncia (via satlite) com o virtual (via internet), [...]. (BERNARDES; ROVER, 2009, p. 32).
No mesmo sentido, Castells (2009) traz importantes consideraes acerca do
tratamento da tecnologia e da informao, com vistas a no aglutinao e por
consequncia a transformao do conhecimento em algo incuo e, assim se perca na
tentativa de apropriao e dominao, afirmando que:
La ciencia, la tecnologia y la informacin tambin estn organizadas em flujos globales, si bien en una estructura asimtrica. La propiedad de la informacin tecnolgica desempea un importante papel en la creacon de una ventaja comparativa y los centros de I+D se concentran fuertemente en ciertas zonas y en algunas empresas e instituciones. Sin embargo, ls caractersticas del nuevo conocimiento productivo favorecen su difusin. Los centros de innovacin no pueden vivir en secreto sin que se seque su capacidad innovadora. La comunicacon del conocimiento en una red global de interaccin es al mismo tiempo la condicin para mantenerse al corriente de su rpido avance y el obstculo para el control de su propiedad. (CASTELLS, 2009, p. 122).
Semelhante a revoluo que est em movimento no h nenhum outro
precedente equivalente na histria do sistema de educao, pois as ferramentas que
surgiram ao longo dos anos como retroprojetores, mimegrafos, apresentadores de slides,
no podem ser considerados frente s TICs como mudanas significativas. Isto tambm
se deve pela velocidade desta mudana como bem assevera o autor em tela, algo que no
perodo daquelas mudanas no foram fatores determinantes para um rompimento do
paradigma outrora existente.
A internet com seus inesgotveis recursos restou conduziu outras ferramentas ao
esquecimento, o que de certa feita no se converte em algo positivo, pois o ensino tambm
no pode ser baseado apenas nas informaes difundidas pela grande rede mundial.
Torna-se evidente que de maneira mpar os benefcios so enormes e certamente a Era
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digital da educao no uma passagem, mas sim um novo paradigma. Todavia, como
em todo processo revolucionrio, existem chagas que no podem ser desprezadas, como o
grande nmero de analfabetos digitais que assola a populao acadmica brasileira.
O professor doutor em Comunicao pela Universidade de So Paulo e Diretor
do Centro de Educao a Distncia da Universidade Anhanguera Uniderp, Jos Manuel
Moran, explica como utiliza esta ferramenta:
Comeamos com uma aula introdutria para os que no esto familiarizados com a Internet. Nela, aprendemos a conhecer e a usar as principais ferramentas. Fazemos pesquisa livre, em vrios programas de busca. Cadastramos cada aluno para que tenha o seu e-mail pessoal (na prpria universidade ou em sites que oferecem endereos eletrnicos gratuitamente). (MORAN, 2009, p. 3).
O processo citado na experincia realizada pelo professor Moran, demonstra que
esta revoluo acaba deixando alguns alijados, pois desde as pequenas cidades at os
grandes centros urbanos, ainda hoje, so encontradas pessoas que de toda sorte
desconhecem a internet, ou pelo menos no sabem operar o mnimo necessrio para
navegao e acesso as informaes.
Regredindo um pouco no espao-temporal do tema, facilmente identificado
pela experincia de aluno, que a insero e aceitao por parte dos docentes de mdias
como a televiso, o cinema e o vdeo, no foram bem recepcionadas como ferramentas,
mas sim como adversrias, pois a viso de que o conhecimento no partiria do professor
causou frisson entre os docentes durante um grande perodo. Nesta senda, o professor
Moran, experimentado na utilizao das chamadas novas tecnologias aplicadas ao ensino,
nos esclarece que:
A TV fala da vida, do presente, dos problemas afetivos - a fala da escola muito distante e intelectualizada - e fala de forma impactante e sedutora - a escola, em geral, mais cansativa. O que tentamos contrapor na sala de aula, de forma desorganizada e montona, aos modelos consumistas vigentes, a televiso, o cinema, as revistas de variedades e muitas pginas da Internet o desfazem nas horas seguintes. Ns mesmos como educadores e telespectadores sentimos na pele a esquizofrenia das vises contraditrias de mundo e das narrativas (formas de contar) to diferentes dos meios de comunicao e da escola. (MORAN 2002, p. 1, grifo nosso).
As novas ferramentas, as novas e as antigas mdias, ainda desprezadas, no mais
podem ser entendidas como ameaa, mas sim como um novo desafio para o ensino no
Brasil, que est saindo de um ostracismo tecnolgico para ser um dos grandes
protagonistas no cenrio internacional. Resta manifesto que a alterao primria no vem
do alunado, mas sim do corpo docente que deve incorporar s suas antigas prticas as
novas mdias e assim uma nova viso do processo de ensino-aprendizagem.
Essa prtica docente pode ser construda e para tanto as Instituies de Ensino
Superior, onde os referidos esto lotados, devem promover cursos de aperfeioamento
e/ou de especializao, a fim de colocar os docentes em contato com as novas ferramentas
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atualizando-os de maneira permanente. Em pouco resolver ser apenas apresentado
formalmente aos recursos ou mesmo informado que estes so de utilizao compulsria
nesta ou naquela instituio, sem de outra banda receber o pertinente esclarecimento
como ocorre em muitas vezes.
O professor deste sculo no pode mais estar preparado para o aluno do sculo
passado, pois cogente que esteja preparado para ensinar de forma diferente pessoas
diferentes (MORAN, 2009). A internet quem tem motivado esta mudana e, em muito
com ela que os docentes podero modificar suas prticas, aprofundando a interao com
os alunos e fazendo com que a construo do conhecimento seja efetiva e se frute de
maneira orgnica. Em discusso acerca do tema Rrig e Backes afirmam que:
O professor tem a finalidade de equilibrar a participao dos alunos nos aspectos qualitativos (nvel de colocaes e concepes trazidas cerca do tema proposto) e quantitativo (no controlador, mas de observador sobre as causas da no participao). O professor ento, assume um papel de mediador da interao entre os sujeitos, tencionando o processo de construo do conhecimento desses sujeitos. Neste processo os alunos se conscientizam dos diferentes tempos e espaos da construo do seu conhecimento, atravs da autonomia. (RRIG; BACKES, 2008, p. 5). (Grifo nosso).
Essa postura do professor mediador, orientador, facilitador ou mais
modernamente problematizador, ainda, causa arrepio a algumas reas do conhecimento
que so, em vezes, e por assim dizer dogmatizadas, como no caso especial da cincia
jurdica. notrio o no retrocesso no uso das novas tecnologias no ambiente acadmico
e, que no se pode olvidar que para o futuro profissional do direito, tambm no h
margem para retrogradar neste nterim. Neste sentido Pierre Lvy em sua obra a
Cibercultura apresenta reflexo importante acerca da inteligncia coletiva, o que
corrobora com a postura moderna da figura do docente neste novo sculo, afirmando que:
Devido a seu aspecto participativo, socializante, descompartimentalizante, emancipador, a inteligncia coletiva proposta pela cibercultura constitui um dos melhores remdios para o ritmo desestabilizante, por vezes excludente, da mutao tcnica. (LVY, 1999, p. 30, grifo nosso)
Como referido inicialmente, os sistemas informatizados esto difundidos pelos
mais diversos rgos pblicos, local de trabalho para os futuros profissionais, seja qual for
o labor escolhido. Outrossim, estes sistemas no esto presentes apenas no Poder
Executivo, mas tambm no Poder Judicirio e com um vis cada vez mais inovador e com
carter de facilitao e dinamismo da atividade judicante.
Estas ferramentas do cotidiano profissional, frequentemente vem assumindo
caractersticas intuitivas e, necessitam da preocupao da academia na preparao de seus
egressos. A insero nos currculos de disciplinas como informtica jurdica, informtica
aplicada ao direito, foi uma grande revoluo, pois criou uma proximidade entre reas do
conhecimento em princpio consideradas quase antagnicas, mas que se entrelaam e
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convergem em alguns pontos nevrlgicos. Partindo desta afirmao, importante frisar que
Ruschel e Rover afirmam que:
O Direito permeia hoje todos os ramos de atividades da sociedade, inclusive a internet, e em nvel mundial. O uso das inovadoras ferramentas da internet ajuda, por serem um meio, a atingir o objetivo do aprendizado mediado pelo computador e tutoriado pelo professor. (RUSCHEL; ROVER, 2009, p. 4)
No so os advogados, juzes e promotores que criaram os sites e os sistemas de
processo eletrnicos, mas sim analistas de sistemas, programados e outros espertes que os
desenvolveram com o auxlio e orientao daqueles, a fim de que se transformassem em
sistemas acessveis e de grande valia para suas atividades. Destarte, no se pode afastar
este conhecimento da academia, por tudo que j fora exposto, assim como no se concebe
que um docente o ignore e recorra ao giz como sua nica ferramenta/recurso de trabalho.
Hodiernamente, discutem alguns visionrios, inclusive a aplicao de tecnologias
que vo alm do uso regular e normal da informtica e da internet, fala-se em uso da
inteligncia artificial (HOESCHL, 2000). Neste sentido observa Bueno que:
Importantes transformaes, antes impensveis pelos tericos do direito, esto ocorrendo no mundo jurdico. A tecnologia informtica est provocando mudanas estruturais no ensino do direito, na organizao judiciria e, principalmente, em alguns princpios fundamentais da teoria jurdica, pois os velhos conceitos jurdicos no serem suficientes para compreender os novos fatos que o complexo mundo ciberntico comeam a provocar. (BUENO, 2000, p. 36)
Ainda, dentro da revoluo ocasionada pela internet no ensino jurdico mister
salientar sobre a enorme possibilidade de pesquisar e apresentar dezenas ou centenas de
artigos, resenhas, vdeos, e at mesmo livros em formato digital, os conhecidos e-books.
Esse dilvio de conhecimento e acesso a informao pode em um primeiro momento
parecer um grande facilitador, mas sem a presena do professor, preparado, devidamente
conhecedor das novas tecnologias, pode levar ao naufrgio intelectual dos acadmicos.
Os mestres so imprescindveis nesse processo, mas a transmisso dos conhecimentos
deve se valer de todos os instrumentos disponveis, especialmente os tecnolgicos.
(BERNARDES e ROVER, 2009, p. 28).
As inovaes ora mencionadas e seus efeitos so de extrema relevncia para o
futuro do ensino e, em especial o ensino do direito, onde a retrica ortodoxa, ainda reina
soberana, mas que vai sendo aos poucos auxiliada pelo suporte importante das TICs. Os
ambientes de aprendizagem virtual, as aulas telepresenciais nos cursos de ps-graduao
em Direito, com o uso predominante da internet e das transmisses em tempo real via
satlite esto mudando a face da cincia jurdica, democratizando o acesso ao
conhecimento formal e discutindo a formulao das polticas educacionais que o cidado
necessita como o caso da implantao do Ensino distncia como complementar ao
ensino presencial nos cursos jurdicos.
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4. AS INOVAES PROMOVIDAS PELA EAD E PELA PLATAFORMA MOODLE NOS CURSOS JURDICOS
A internet, como explanado modificou o acesso a educao, a difuso de idias e do
conhecimento, para alm dos grandes ncleos fechados anteriormente detentores de
conhecimento como se pensava, alcanando um nmero inimaginvel de pessoas.
Rapidamente visionrios chegaram ilao de que era extremamente necessrio convergir
o ensino para o uso das novas tecnologias que surgiam e, em especial a internet,
desenvolver estratgias a fim de que o alunado utilize o complexo de ferramentas trazidas
pela grande rede mundial (www - World Wide Web). Corroborando aos comentrios,
encontra-se em trabalho apresentado na II Cibertica Simpsio Internacional de
Propriedade Intelectual, Informao e tica, a explicao de que:
Fixou-se atravs de anlises a proposio de que a Educao a Distncia, apesar de encontrar resistncia em diversos nveis, um processo irreversvel, e que resta-nos decidir se iremos acompanhar a curva ascendente que ela vem traando, ou se vamo-nos postar margem do processo. Ela deixou de ser potencial medida que j foi criada, est implantada, e em franca disseminao, tanto internamente como de forma supranacional. No um por vir, uma realidade efetiva e atual. Ela tem formato e real, obrigando queles que se debatem sobre o assunto a buscar solues inditas para este desafio inovador. (POMAR; HOESCHL; GARCIA; COELHO; BUENO, 1998, p. 16, grifo nosso)
Atento a essas mudanas de comportamento, bem como significativo acrscimo
que estava trazendo para o ensino no Brasil, ainda de maneira experimental e sem
critrios muito bem definidos, foi inserida na Lei 9.394/96 Lei de Diretrizes e Bases da
Educao Nacional, em seu artigo 80, in verbis: O Poder Pblico incentivar o
desenvolvimento e a veiculao de programas de ensino a distncia, em todos os nveis e
modalidades de ensino, e de educao continuada., posteriormente regulamentado pelo
Decreto 5.622/2005.
O ingresso do Ensino distncia como nova modalidade ou como uma ferramenta de auxilio ao ensino presencial fez com que muitas pessoas que estavam fora afastadas do meio acadmico retornassem a estes ambientes com motivao extra, a maior interatividade e dinmica na aprendizagem. Neste contexto, os alunos esto diante de novas ferramentas desenvolvidas atravs da internet para o ensino distncia como os Ambientes Virtuais de Aprendizagem AVA.
Dentre os referidos ambientes mister destacar o Sistema de Gesto de
aprendizagem SGA (Learning Management System LMS) e os programas de
computador como o moodle, iTutor, SOLAR, Scrates, TelEduc, Amadeus, dentre outros
que utilizam por base o princpio do SGA/LMS. Em trabalho publicado nos anais da
XXVIII Congresso da SBC, restam clarificados os propsitos desta tecnologia, pois:
Os Sistemas de Gesto da Aprendizagem (Learning Management System, LMS) visam simplificar a administrao de programas educacionais, sendo freqentemente utilizados em instituies de ensino e em empresas. Os LMSs permitem que os usurios planejem individualmente as etapas de sua educao e colaborem para a construo do conhecimento. No que tange gerncia do processo educacional, os
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LMSs possibilitam ainda a disponibilizao, anlise e processamento do contedo informativo, bem como a gerao de relatrios e diagramas que facilitem a conduo e aperfeioamento do ensino. (LOBATO; MONTEIRO; SILVA; LUNA; GOMES, 2008, p. 186-187, grifo nosso)
Os ambientes de aprendizagem do modelo SGA so preponderantes para difuso
da inteligncia coletiva que leciona Pierre Lvy (1999), pois se utiliza de aplicativos como
bate-papo, gerenciadores de mensagens e tarefas, fruns, visando alcanar um nmero
superior de alunos e desenvolver uma aprendizagem facilitada. Essa experincia
amplamente utilizada nos cursos distncia e, como suporte aos treinamentos em
empresas agora ganha expresso como auxiliar nos cursos presenciais. Sobre a relao
entre EaD e o ensino presencial, Ruschel e Rover (2009) tecem comentrios pertinentes
afirmando que:
O EaD, mais do que uma soluo de ensino e aprendizagem, se demonstrou uma metodologia eficiente de planejamento e organizao do conhecimento e do seu ensino. Ensino a distncia (EaD) e ensino presencial comeam a se complementar e se fundir, no sentido de que um dependa do outro. (RUSCHEL; ROVER, 2009, p. 2, grifo nosso)
Na fase atual a EaD est sendo implementada em muitos cursos presenciais
como maneira de promover a inteligncia coletiva, ampliar as possibilidade de
interatividade no sistema de ensino. A adoo das TICs no mais vista pelos alunos
como algo em desconformidade com o ensino presencial, mas sim como um
enriquecimento da aprendizagem, uma forma mais agradvel de exercerem sua co-
responsabilizao no ensino, mas, como bem assenta Bernardes e Rover (2009):
Frise-se que um dos maiores bices do ensino jurdico tem sido o estranhamento/resistncia s mudanas oriundas das TICs que no decorre apenas de dificuldades de ordem tcnica, e sim da carncia de capacitao humana, mas com o passar do tempo essas resistncias passam a ter um qu de ridculo [...] Nesse sentido, se faz relevante a seguinte indagao: como adequar o ensino jurdico s TICs e (re)criar o profissional do direito? Comeando, evidentemente pelas Instituies de Ensino Superior, uma vez que se novos modelos se colocam, consequentemente novos mtodos so necessrios, a passividade na obteno dos ensinamentos no pode mais ser admitida! (BERNARDES e ROVER, 2009, p. 32).
Dessa feita, uma conjugao de esforos e de foras deve acontecer para o
sucesso da utilizao das TICs, em especial a internet e por intermdio da implantao do
EaD nos Cursos Jurdicos no Brasil. Os professores devem, como j referido, estar
atualizados com as novas tecnologia e, no visualizarem no EaD um adversrio, mas sim
uma oportunidade de sair do ostracismo e da repetio sem reflexo que marca por
algumas vezes determinadas condutas.
Dentre os programas de computador que fazem esta interao professor/aluno,
ou mais modernamente professor/tutor/aluno, destaca-se a plataforma moodle, que
significa em portugus: Ambiente de Aprendizagem Modular orientado ao objeto
dinmico (Modular Object-Oriented Dynamic Learning Environment), uma das mais
utilizadas ferramentas de suporte ao EaD em 155 pases e com mais de 54% do mercado
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internacional, alcanando 4 milhes de alunos em 360 mil cursos. S no Brasil o sistema
depois da implantao pela Universidade Aberta do Brasil usado por mais de 200.000
alunos (SABBATINI, 2007). Corroborando para o entendimento, Renato Sabbatini
acrescenta que:
O Moodle tambm um sistema de gesto do ensino e aprendizagem (conhecidos por suas siglas em ingls, LMS - Learning Management System, ou CMS Course Management System)., ou seja, um aplicativo desenvolvido para ajudar os educadores a criar cursos on-line, ou suporte on-line a cursos presenciais, de alta qualidade e com muitos tipos de recursos disponveis. (SABBATINI, 2007, p. 1)
A introduo do moodle foi propulsada no ensino presencial com a insero de
disciplinas semipresenciais pela Portaria MEC n. 4.059/2004, que estabelece em seu
artigo 1, pargrafo segundo que: Podero ser ofertadas as disciplinas referidas no caput,
integral ou parcialmente, desde que esta oferta no ultrapasse 20% (vinte por cento) da
carga horria total do curso. A partir desta permisso normativa, os cursos passaram a
sistematicamente utilizar-se da tecnologia para afastar-se da j referida educao bancria.
Convm ressaltar, ainda, que a oferta dos referidos 20% s passvel em cursos
reconhecidos pelo Ministrio da Educao MEC.
Nos cursos de direito como j mencionado a resistncia sempre maior, mas as
experincias tm sido positivas, embora tenha se iniciado pela ps-graduao com
algumas empresas como a Rede Luiz Flvio Gomes LFG, que recebe o nome de um dos
precursores do EaD no mbito do Direito. Instituio que utilizou a tecnologia via satlite
para alcanar um nmero surpreendente de alunos em todo o territrio nacional e como
suporte ao aprendizado se utilizou da plataforma moodle, fazendo com que a
interatividade estivesse presente em seus cursos em todos os momentos.
Nesta esteira, destaca-se tambm a implantao da plataforma como auxiliar de
disciplinas como Informtica Jurdica na UFSC (RUSCHEL; ROVER, 2009) e nas
disciplinas conhecidas como de ncleo comum das matrizes curriculares das Instituies
de Ensino Superior mantidas pela Anhanguera Educacional que atenta ao uso destas
novas tecnologias, adaptou-se rapidamente para incorporar esta ferramenta a suas
prticas pedaggicas. Para tanto, se valeu do know how de suas unidades adquiridas como
a Faculdade de Negcios e Tecnologias da Informao FACNET e da Universidade para
o Desenvolvimento do Estado e da Regio do Pantanal Uniderp, atual Universidade
Anhanguera Uniderp, que hoje representam os canais tecnolgicos do grupo, alm da
referida Rede LFG que inovou no Brasil com a democratizao do ensino de ps-
graduao, implantando cursos jurdicos em sistema telepresencial no territrio nacional.
Naturalmente o uso do moodle chegou aos cursos jurdicos e est aos poucos
transformando a participao do alunado, que em um primeiro momento tem a impresso
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de que no h aula, pois a presena do professor como orientador, ainda causa
estranheza, mas gradativamente vo reconhecendo a necessidade e a importncia de se
transpor as barreiras da aprendizagem presencial apenas. Outro ponto relevante e que
labora para o sucesso desta implantao o treinamento diuturno recebido por toda a
equipe envolvida com os novos procedimentos metodolgicos. Neste sentido, Oliveira e
Fireman (2008) explicam que:
O Moodle permite que estes mecanismos sejam oferecidos ao aluno de forma flexibilizada, ou seja, a grande responsabilidade para a elaborao dos materiais e definio das atividades destinada aos alunos, individualmente ou em grupo, do professor, que alm de produtor de materiais e de atividades, deve buscar situaes as quais incentivem a autonomia, a criatividade, a cooperao e a colaborao entre os pares, alm de poder definir a sua disposio na interface, poder utilizar metforas que imputem a estas ferramentas diferentes perspectivas, que apesar de utilizarem a mesma funcionalidade, se tornem espaos didticos nicos. (OLIVEIRA; FIREMAN, 2008, p. 8, grifo nosso)
Destarte, a vontade de alguns por um maior dinamismo nos cursos de direito e o
afastamento da retrica como nico instrumento, alm da necessidade de construo de
conhecimento de forma mais participativa, transpondo os locais tradicionais de encontro
que so simbolizados pelas classes e pelo quadro est sendo erguido. O moodle, dentre
outras tecnologias esto preparando os novos profissionais do direito, pessoas com maior
capacidade de contribuir com a sociedade, participando ativamente da reflexo e da
construo do conhecimento.
Dessa forma, o Direito no sobrevive trancado em uma sala de aula, assim como
os seres humanos. Os homens devem sair dela e passear pelos fatos para aprenderem
para que serve e como aplicar o Direito, evoluindo com o caminhar da sociedade.
(BERNARDES; ROVER, 2009, p. 34). E a interatividade e a construo do conhecimento,
por intermdio do desenvolvimento de uma inteligncia coletiva, onde o professor parte
e no centro deste sistema faz com que os cursos jurdicos experimentem sua nova feio,
mais abertos as aspiraes do alunado e mais adequados para o projeto de vida dos
egressos.
Por fim, nesta senda de inovaes e possibilidades advindas do avano das
tecnologias deparamos com a sociedade das informaes e/ou do conhecimento. Fazer
parte desta sociedade informacional pressupe estar conectado a uma rede e, por
conseguinte a um Ambientes Virtuais de Aprendizagem - AVA . Estes ambientes
oferecem ferramentas eficazes na construo do conhecimento pautado na participao e
co-responsabilidade dos acadmicos. O AVA abrevia distncias, motiva e compromete
docentes, discentes e instituies. Acresce interatividade e dinamismo ao processo de
ensino-aprendizagem.
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Atualmente parece algo utpico pensar no ensino jurdico sem a utilizao de
ferramentas como a plataforma moodle, pois o alunado est construindo conhecimento e os
professores esto desenvolvendo potencialidades at ento amordaadas e assim de
forma colaborativa e cooperativa saberes so construdos, desconstrudos e reconstrudos
diuturnamente.
5. CONSIDERAES FINAIS
O ensino a partir de uma viso ampliada est passando por uma srie de importantes
mudanas, neste sentido, a presente pesquisa no foi erigida com finalidade de
exaurimento do tema, eis que se transita em terreno frtil para grandes debates em prol
do ensino jurdico no Brasil. Todavia, possvel encaminhar algumas questes pontuais e
de extrema relevncia para as situaes atuais e como direo para futuros
aprofundamentos.
A utilizao crescente das Tecnologias de Informao e Comunicao fato
irreversvel no cenrio jurdico brasileiro, seja nas carreiras profissionais ou no ambiente
acadmico. translcido que a internet e seu conjunto de aplicaes esto cada vez mais
presentes nas salas de aula, bem como sua utilizao como ferramenta auxiliar ao novo
modelo de ensino-aprendizagem largamente preconizado.
O ensino dogmtico e retrico est cedendo espao para o ensino dinmico,
plural, com a participao e a co-responsabilidade dos alunos, a educao bancria est
sendo superada e ao longo se vislumbra a cada dia a construo de uma inteligncia
coletiva. A internet fez a discusso sobre a utilizao de mdias antes no bem aceitas
pelos docentes estar novamente em voga, como a utilizao da televiso e de vdeos em
sala de aula, fruto natural da convergncia das novas tecnologias e de sua larga aceitao
pelo alunado.
Neste nterim, tambm se destaca a viso de que os conhecimentos devem ser
compartilhados para que se produzam, pois o fato de isolar-se somente levar a sua
debilidade e no ao acmulo de conhecimento como pensam alguns. O momento em que
se vive de interao e interatividade e como o Direito rea do conhecimento humano
que permeia toda a sociedade e em diversos momentos entra em simbiose com a mesma,
no h como olvidar que deve esta cincia ser uma das precursoras na utilizao das
novas tecnologias.
E dessa forma se viu com a adoo de legislaes que promovem a insero das
novas tecnologias no sistema de ensino como um todo, alm de inserir oportunamente o
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Ensino distncia, seja este como meio para o ensino presencial ou fim em si mesmo.
Como se pode observar a incluso das TICs, em especial as transmisses via satlite, o
uso irrestrito da internet e, os sistemas de gesto de aprendizagem SGA, do qual a
plataforma moodle faz parte, partiu da ps-graduao em larga escala para assumir na
graduao esta caracterstica.
Outrossim, imprescindvel referir que o professor indispensvel para o
sucesso da implantao de novo modelo de ensino-aprendizagem e que deve estar aberto
ao uso das novas ferramentas. De outra banda, as instituies no podem deixar de
promover a atualizao de seus docentes, a fim de que estes possam motivar a
participao dos alunos e sua responsabilidade compartilhada na construo do
conhecimento.
Com efeito, avalia-se que o caminho est sendo muito bem trilhado, tanto por
docentes como pelas instituies e, no menos importante pelos acadmicos que so o
fruto de toda esta preocupao, pois para uma sociedade que vive na Era da tecnologia
no se pode dispens-la, incoerentemente no sistema de ensino. O Direito tambm, hoje,
fruto desta sociedade digital e seus futuros profissionais, membros da referida no podem
ser analfabetos digitais ou mesmo meros operadores sem desenvolver e interagir com as
novas tecnologias, deixando o ostracismo repeticionista.
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Carlos Alexandre Michaello Marques
Advogado. Graduado em Direito (2006) e Especialista em Gesto Ambiental em Municpios (2008) pela Universidade Federal do Rio Grande - FURG e, em Didtica e Metodologia do Ensino Superior (2010) pela Universidade Anhanguera - Uniderp. Professor dos componentes curriculares de Direito e Processo Constitucional, Direito e Responsabilidade Civil, Direito do Consumidor e Direito Ambiental da Faculdade Anhanguera do Rio Grande. Professor de Direito Civil da Faculdade de Direito - FADIR da Universidade Federal do Rio Grande - FURG. Pesquisador do Grupo Transdisciplinar de Pesquisa Jurdica para Sustentabilidade - GTJUS (CNPq) da Faculdade de Direito da FURG nas linhas Direitos Humanos e Fundamentais e Direito Constitucional Ambiental. Professor-Tutor EaD do Curso de Especializao em Educao em Direitos Humanos do Sistema Universidade Aberta do Brasil - UAB/FURG. Ps-graduando em MBA em Gesto de Pessoas e em Gesto e Metodologias em EaD ambos pela Universidade Anhanguera - Uniderp. Exerceu as funes de Coordenador do Curso de Direito, Coordenador dos Trabalhos de Concluso de Curso, Orientador e Supervisor de Estgios Extracurriculares e Atividades Complementares da Faculdade Anhanguera do Rio Grande (2009/2011).