o herói e o sábio no Épico clássico
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Características do herói no Épico Clássico.TRANSCRIPT
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O Heri e o Sbio no pico clssico
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exoriare aliquis nostris ex ossibus ultor Que algum vingador nasa de nossos ossosVirglio, Eneida, VI, 625
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A literatura ocidental deve seus primeiros passos s narrativas deixadas sobre os feitos extraordinrios do heris gregos e depois romanos, como tambm, em seguida, pelo registro da vida e do pensamento dos homens sbios daquela poca.
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Desta foram, por meio desses antpodas, o heri, jovem, corajoso e destemido, e o sbio, maduro, introspectivo e solitrio, que a cultura escrita desde ento se afirmou.
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Ulisses e Aquiles "No h, todavia, razo para ver nos deuses homricos uma inveno puramente subjetiva, um simples fogo de imaginao: tais deuses tm as suas razes no esprito e nas crenas do povo grego e assentam numa base religiosa nacional. So potncias e foras absolutas, representam o que havia de mais elevado nos ideais dos gregos, a prpria essncia da beleza que o poeta diretamente recebeu das musas."G. F. Hegel - Esttica: A arte clssica e a arte romntica
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"Canta para mim Musa, o varo industrioso que, depois de haver saqueado a cidade sagrada de Trade, vagueou errante por inmeras regies...", assim expressou-se Homero, ao narrar a saga de Ulisses, na Odissia, que passou por aventuras mil antes de retornar para a ilha de taca, onde ele era rei. Era a mesma invocao quando Homero descreveu, num outro grande pico, A Ilada, a grande clera do feroz Aquiles.
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Esses dois livros, os pilares em que se sustenta a literatura ocidental, que juntos perfazem mais de 27 mil versos, a Odissia e A Ilada, de certo modo no so seno duas grandes biografias constitudas com a funo de enaltecer o heri para celebrar o homem extraordinrio, cujos predicados incomuns o colocam muito acima dos demais.
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Aquiles, o guerreiro imbatvel, possua, com exceo do seu calcanhar, um corpo imune aos ferimentos, enquanto que Ulisses, o rei de taca, personificava a astcia e a coragem exemplar dos marinheiros gregos.
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Presentes na Tragdia e na Invocao Tais super-homens imaginrios, os heris, no foram apenas incensados pela pica, pois a tragdia tica de squilo e Sfocles igualmente os acolheu e os celebrou, s que em seus momentos de queda, de dor ou de desespero.
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O povo grego seguidamente invocava a presena deles acreditando que, quando em perigo, os heris abandonavam a morada de Hades - o mundo dos mortos - e vinham, ombro a ombro, lutar ao seu lado, ao lado dos vivos. Os pais repetiam os feitos deles para os seus filhos obrigando-os a memorizar as incrveis faanhas para que neles se inspirassem a fim de levar uma vida destemida.
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Os heris eram homens divinizados, quando no semideuses, imortalizados nos versos de um rapsodo que peregrinava de gora em gora, de pao em pao, a celebrar-lhes as proezas, pois em suas origens mais remotas o verso foi um amante servil da coragem.
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Heris Romanos Enias salvando o pai na fuga de TriaOs romanos, por sua vez, tambm deleitaram-se com as narrativas hericas chegando mesmo a sua idolatria. Virglio, como sabido, inspirou-se em Homero para traar os feitos de Enias, o lendrio protofundador do antigo Lcio