o humor na poesia nena medeiros drummond machado de assis gregório de matos manuel bandeira...
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O Humor na PoesiaNena Medeiros
Drummond
Machado de Assis
Gregório de Matos
Manuel Bandeira
Quintana
Murilo Mendes
Oswald de Andrade Aparício TorelliPaulo Leminski
Shakespeare
Vinícius de Moraes
Mário de Andrade
Cassiano Ricardo
Fernando Pessoa
Poema da DerrocadaQuem mexeu no meu sorrisoQue perdeu viço e volume?Quem mudou o meu humorPra esse fanhoso queixume?
Quem engrossou minha voz?
Quem mexeu nos meus joelhosQue doem quando eu levanto?Quem estragou meus espelhos?
Quem arruinou minha pele
Que parece craquelêQue tem sulcos como as pistas
Que margeiam o Tietê?
Quem retirou os suportesQue seguravam os peitinhos?Quem derrubou o bumbum
E pôs os cabelos branquinhos?
Quem, meu Deus, poderiaFazer-me tanta maldade
Destruir em tão pouco tempoQualquer ilusão de vaidade?
Eu que já fui tão bonita
A rainha da cocada pretaAgora estou parecendoUm maracujá de gaveta
Quem mexeu, quem foi, porquê?Quem foi que me deixou lerda?
Só sei que posso afirmar:Ficar velha é uma....
bênção
E quem é esta que vos fala?• Nena Medeiros• Carioca crescida em Brasília• Pai poeta e advogado• Escreve desde sempre• Publica há seis anos• Todos os gêneros• Todos os temas• Três livros publicados• Tesoureira do SINDESCRITORES• Membro da Academia de Letras do Brasil – Seccional/DF• Premiada e jurada em vários concursos literários• Colaboradora em coletâneas, sites e revistas• Colunista do jornal Alô Brasília
Clive Bell (crítico de arte inglês) diz que é evolução
O que é humor?
“Humor é a capacidade de ver o que há de negativo nas coisas
positivas e o que há de positivo nas coisas negativas.”
Aparício Torelli, o Barão de Itararé
E na poesia?• Origem nos primórdios do teatro grego• Didático e religioso• Maior representante
As NuvensNão consigo dormir. Malditas dívidas!
Não me deixam sequer piscar os olhos.Tudo por tua causa, filho ingrato.Teus malditos cavalos, tuas selas,
Arreios, jaezes e chicotes,E rabos de cavalo, ainda por cima!
Estou falido, arruinado, pobre.O que vai ser de mim no fim do mês,Quando todas as dívidas vencerem?
Vou ver aqui nas contas quanto devo.A Pásias a importância de trezentos...
Isto tudo? Para o que terá sido?Ah! Agora me lembro! Estou lembrado:
O cavalo capão que eu lhe comprei.Acho que era melhor me ter capado!
Até tu, Shakespeare?
Trabalhos de Amor Perdidos
Quando as violetas, as margaridase as cardaminas de cor de prata,todas cheirosas, todas garridas,
o chão matizam da extensa mata,o cuco zomba, no alto escondido,
dos casadinhos, em sustenido:Cuco! Cuco!
Oh! que palavras de desagradopara os ouvidos do homem casado!
• Grande dramaturgo de tragédia• Autor de Romeu e Julieta• Possui várias peças de humor
E em terra Brasilis?• Maior aptidão aos versos de humor• Gregório de Matos no século XVII• Sarcástico e polêmico • Boca do Inferno
Descrevo o que era RealmenteNaquele Tempo a Cidade da Bahia
A cada canto um grande conselheiro,que nos quer governar cabana, e vinha,
não sabem governar sua cozinha,e podem governar o mundo inteiro.
Ri o pai de Capitu?
• E por que não?• Mestre que é mestre ousa
em qualquer gênero• Sem perder a galhardia• Com técnica primorosa• Soneto em versos alexandrinos• A graça no inusitado
Círculo ViciosoBailando no ar, gemia inquieto vagalume:
“Quem me dera que eu fosse aquela loira estrelaQue arde no eterno azul, como uma eterna vela!”
Mas a estrela, fitando a lua, com ciúme:
“Pudesse eu copiar-te o transparente lume,Que, da grega coluna à gótica janela,
Contemplou, suspirosa, a fronte amada e bela”Mas a lua, fitando o sol com azedume:
Mísera! Tivesse eu aquela enorme, aquelaClaridade imortal, que toda a luz resume”!
Mas o sol, inclinando a rútila capela:
Pesa-me esta brilhante auréola de nume…Enfara-me esta luz e desmedida umbela…
Por que não nasci eu um simples vagalume?”
Rir é moderno• Semana da Arte Moderna reabilita o humor na poesia• Rebeldia inerente ao período• Poemas piadas, paródia, crítica
brasil
O Zé Pereira chegou de caravelaE preguntou pro guarani de mata virgem
-Sois cristão?-Não, Sou bravo, sou forte sou filho da morte
Tetetê tetê Quizá Quizá Quecê!Lá de longe a onça resmungava Uu! Ua! Uu!
O negro zonzo saído da fornalhaTomou a palavra e respondeu
-Sim pela graça de DeusCanhem Babá Canhem Babá Cum Cum!
E fizeram o carnaval.
(Oswald de Andrade)
Linguagem coloquial
Etinias brasileiras
Minúscula!!!!
Genocídio
Mário de AndradeOrientalismos Convencionais
(...) Somos os Orientalismos Convencionais!Os alicerces não devem cair mais!Nada de subidas ou de verticais!Amamos as chatezas horizontais!
Abatemos perobas de ramos desiguais!Odiamos as matinadas arlequinais!
Viva a Limpeza Pública e os hábitos morais!Somos os Orientalismos Convencionais!
Moda da cama de Gonçalo Pires
Delém! dem! dem!... O Ouvidor vai-se embora.
Sai mais festejado que quando entrou...A Câmara impa de satisfação.
Mas os vereadores são bons paulistas:- Que entregue-se a cama com prontidão.
Gonçalo Pires rejeita o bem dele.Não dorme em cheiro de ouvidor-geral...
Se reune a Câmara em nova sessão.- Lave-se o lençol! indica o notário.Qual! Gonçalo empaca no rejeição.Sete anos levam nessa pendenga
A Câmara Paulista e Gonçalo Pires,Paulista emperrando, não cede não.
E a História não sabe que fim levaramCama cobertor lençol e colchão.
Sandapilários Indiferentes
Critica os poetas
parnasianos
Lirismo+
Humor
Parte do poemaAs Enfibraturas do
Ipiranga
Juvenilidades Auriverdes
Senectudes Tremulinas
Minha Loucura
O Amigo do Rei: Manuel Bandeira• Primeiro poeta modernista aceito pelo público em geral• Dramático, sentimentalão, patético • Saúde precária – tuberculose
Vou-me embora pra Passárgada
Vou-me embora pra PassárgadaLá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu queroNa cama que escolherei (...)
Em Passárgada tem tudoÉ outra civilização
Tem um processo seguroDe impedir a concepção
Tem telefone automáticoTem alcaloide à vontadeTem prostitutas bonitas
Para a gente namorar (...)
O Poeta Maior:Carlos Drummond de Andrade
• Representante tardio do Modernismo, não é modernista• Liberdade linguística, o verso livre, sem métrica, as temáticas cotidianas• Obra sui gêneris livre de referências ou marcas ideológicas• Seus versos brincam com o inusitado
O amor bate na Aorta
Cantiga do amor sem eira nem beira,vira o mundo de cabeça para baixo,
suspende a saia das mulheres,tira os óculos dos homens,
o amor, seja como for,é o amor. (...)
Amor é bicho instruídoOlha: o amor pulou o muro
o amor subiu na árvoreem tempo de se estrepar.
Pronto, o amor se estrepou.
Daqui estou vendo o sangue
que escorre do corpo andrógino.
Essa ferida, meu bem
às vezes não sara nunca
às vezes sara amanhã.
Eles passarão, eu passarinho• Mário Quintana, o “poeta das coisas simples“• Ironia, profundidade e perfeição técnica
Do amoroso esquecimento
Eu, agora - que desfecho!Já nem penso mais em ti...Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?
Tantos exemplos...Murilo Mendes, surrealista
Canção do Exílio
A gente não pode dormircom os oradores e os pernilongos.
Os sururus em família têmpor testemunha a Gioconda.
Eu morro sufocado em terra estrangeira.Nossas flores são mais bonitas
nossas frutas mais gostosasmas custam cem mil réis a dúzia.
Cassiano Ricardo, modernista e nacionalista
O poetinha, Vinícius de Moraes
Tomara
Que você volte depressaQue você não se despeça
Nunca mais do meu carinhoE chore, se arrependa
E pense muitoQue é melhor se sofrer junto
Que viver feliz sozinho
Geração Mimeógrafo
Jogos Florais
Minha terra tem Palmaresmemória cala-te já.Peço licença poéticaBelém capital Pará.
Bem, meus prezados senhoresdado o avançado da horaerrata e efeitos do vinho
o poeta sai de fininho.(será mesmo com dois essesque se escreve paçarinho?)
• Chacal, Cacaso, Afonso Henriques Neto, Paulo Leminski...
CACASO
Nicolas Behr naquela noitesuzana estava
mais W3do que nuncatoda eixosacheia de L2
Suzana,vai ser superquadra
assim lá na minha cama.
Encerrando...“Por mais que alguns autores tenham buscado a
poesia mais perfeita e pura em seu ideal de estética, o humor, como representante da
condição humana teve seu papel na expressão literária.”
Cassiano Nunes
O poeta é um fingidor.Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dorA dor que deveras sente.
Fernando Pessoa