o inferno não foi feito para homem

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Uma publicação da Igreja Batista da Lagoinha

Gerência de Comunicação

Edição Abril/2008.

Transcrição: Else Albuquerque

Copidesque: Jussara Fonseca

Revisão: Adriana Santos

Capa e Diagramação: Luciano Buchacra

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Parte 1 O lugar dO

hOmem é nOs céus, mas cOmO

alcançá-lO?

“então, o Rei dirá também aos que estiverem à sua esquer-

da: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno,

preparado para o diabo e seus anjos.” (Mateus 25.41).

Freqüentemente, celebro casamentos e velórios. Du-

rante a ministração da Palavra, em velórios, sempre levo as

pessoas à reflexão sobre o lugar onde aquela pessoa, agora

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morta, estaria naquele momento, para onde ela teria ido de-

pois de sua morte. Céu ou inferno? Um dos dois, pois não

existe meio termo.

Inferno não é um assunto agradável de abordar, mas é

uma questão séria, terrível e de substancial importância para

entendermos o amor do Senhor para conosco. Às vezes, ou-

vimos uma pessoa dizer para outra: “Vá para o inferno!” Mas

não significa que alguém tenha poder para aprisionar uma

pessoa no inferno. O inferno é tão ou mais real que qualquer

coisa que você possa estar vendo agora. Nós não gostamos

muito de ouvir sobre realidades que nos incomodam, e o

inferno é uma dessas realidades que nos incomodam muito.

Está escrito, nas Escrituras, que o inferno não foi feito para

o homem, mas existem milhões de pessoas que estão indo

para o inferno (João 3.16; Romanos 3.23; Apocalipse 20.15).

O inferno foi preparado antes da criação do homem.

Quando Deus criou o homem não era plano de ele jogar

a sua criação no inferno. Deus preparou um jardim para a

sua criação. Imagino o Jardim como algo indescritível de tão

belo! Dizem as Escrituras que “nem olhos viram, nem ouvi-

dos ouviram, nem jamais penetrou em coração humano o que

Deus tem preparado para aqueles que o amam.” (1 Coríntios

2.9). Homem nenhum, por mais inteligente e perspicaz que

seja, consegue fazer idéia do que Deus preparou para ele.

Ao lermos o livro de Gênesis, vemos ali o carinho de Deus,

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como Ele pensou em detalhes quase imperceptíveis. Deus

preparou um lugar chamado Éden, plantou ali um jardim e

nele colocou o homem.

Se quando estivermos tristes e chateados, sairmos a an-

dar por um jardim, olhando as flores e sentindo seu perfu-

me, certamente nos sentiremos mais aliviados, mais leves.

Quando saímos do reboliço da cidade e vamos para um par-

que, como é diferente! Ficamos mais alegres, mais soltos! A

proposta de Deus era que o homem vivesse no jardim do

Éden com alegria e paz eternas. O verso 41 diz que o “fogo

eterno [foi] preparado para o diabo e seus anjos.” (Mt 25.41). O

inferno foi preparado para o diabo e seus anjos e não para o

homem, Deus preparou outra coisa para o homem, Ele pre-

parou a vida, Ele preparou o céu!

A condenação do homem é algo que “quebra” o cora-

ção de Deus, pois Ele não deseja que nenhum só se perca.

“Não retarda o Senhor a sua promessa, como alguns a julgam

demorada; pelo contrário, ele é longânimo para convosco, não

querendo que nenhum pereça, senão que todos cheguem ao

arrependimento.” (2 Pedro 3.9).

Quando os pais levam seus filhos ao templo para apre-

sentá-los a Deus, eles têm planos, sonhos, ideais para cada

um deles. Nenhum pai deseja que seu filho se ingresse no

caminho da destruição, ele sempre almeja o melhor para os

filhos. Deus deseja o melhor para o homem, mas o homem

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pode escolher a Deus ou, usando a sua própria vontade,

usando o seu livre arbítrio, negá-lo e rejeitá-lo. Deus não

manda as pessoas para o inferno, elas vão por sua livre esco-

lha, vão porque querem ir.

Quando olhamos para o Calvário, percebemos como o

coração de Jesus, o Filho de Deus, foi esmagado. Percebe-

mos, também, todo o seu sofrimento, toda a sua agonia, e

toda aquela situação dramática à qual Ele foi submetido. A

única razão para todo aquele sofrimento era a restauração

do homem. A Bíblia diz que: “Deus estava em Cristo reconci-

liando consigo o mundo, não imputando aos homens as suas

transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação.” (2 Co-

ríntios 5.19).

O inferno significa que o homem estará separado de

Deus por toda a eternidade.

“Ora, havia certo homem rico que se vestia de púrpura e

de linho finíssimo e que, todos os dias, se regalava esplendida-

mente. Havia também certo mendigo, chamado Lázaro, co-

berto de chagas, que jazia à porta daquele; e desejava alimen-

tar-se das migalhas que caíam da mesa do rico; e até os cães

vinham lamber-lhe as úlceras. Aconteceu morrer o mendigo

e ser levado pelos anjos para o seio de Abraão; morreu tam-

bém o rico e foi sepultado. No inferno, estando em tormentos,

levantou os olhos e viu ao longe a Abraão e Lázaro no seu seio.

Então, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim!

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E manda a Lázaro que molhe em água a ponta do dedo e me

refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama.

Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os

teus bens em tua vida, e Lázaro igualmente, os males; agora,

porém, aqui, ele está consolado; tu, em tormentos. E, além de

tudo, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte

que os que querem passar daqui para vós outros não podem,

nem os de lá passar para nós. Então, replicou: Pai, eu te implo-

ro que o mandes à minha casa paterna, porque cinco irmãos;

para que lhes dê testemunho, a fim de não virem também para

este lugar de tormento. Respondeu Abraão: Eles têm Moisés e

os Profetas; ouçam-nos. Mas ele insistiu: Não, pai Abraão; se

alguém dentre os mortos for ter com eles, arrepender-se-ão.

Abraão, porém, lhe respondeu: Se não ouvem a Moisés e aos

Profetas, tampouco se deixarão persuadir, ainda que ressuscite

alguém dentre os mortos.” (Lucas 16.19-31).

Deus é amor e é justiça, mas algumas pessoas têm difi-

culdade em compreender essa justiça e esse amor divinos.

Amor sem justiça é pieguice, e Deus não é piegas. O amor de

Deus tem a mesma profundidade da sua justiça, ou seja, tem

o mesmo peso. Muitos têm dificuldade em entender Deus

como um Deus de amor e de justiça também; querem des-

frutar apenas o amor de Deus, mas não entendem a ques-

tão do inferno, do lago de fogo e enxofre (Mateus 25.30). É

muito bom lermos os textos que falam de amor, de carinho,

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de cuidado, mas muitos evitam as passagens que falam de

sofrimento, de dor, de agonia e do inferno. Muitas vezes, é

preciso que o Espírito Santo nos toque para compreender-

mos a realidade do amor e da justiça de Deus.

Muitos anos atrás, antes de existirem os automóveis, o

meio de locomoção eram as carruagens e, na cidade de Lon-

dres, havia leis como se fossem leis de trânsito. Uma delas di-

tava que o cocheiro não poderia conduzir a carruagem com

os cavalos em disparada pela cidade. Os cavalos deveriam

trafegar com um trote bem lento. O castigo pela desobedi-

ência a essa lei não era feito por multas, mas pela execução

do cocheiro. Isto fazia com que os cocheiros tivessem temor

e por causa disso obedecessem. Assim, as leis eram cumpri-

das e, conseqüentemente, havia ordem. Houve, porém, um

cocheiro displicente que permitiu que seus cavalos saíssem

em disparada pela cidade. E enquanto os cavalos corriam,

um homem muito bem vestido correu e ficou lado a lado

com os cavalos e os puxou, parando-os. O cocheiro olhou

para o homem, agradeceu muito e disse: “O senhor salvou

a minha vida!” O homem não falou nada e foi embora. Pas-

sado algum tempo, aquele mesmo cocheiro deixou os cava-

los saírem em disparada novamente. Desta vez, porém, não

houve ninguém que parasse os cavalos a não ser os solda-

dos. Aquele cocheiro foi preso e o levaram a uma grande

sala, onde seria julgado e ouviria a sentença. Quando o juiz

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entrou, vestindo uma toga e com uma peruca branca, qual

não foi a sua surpresa ao reconhecê-lo como o homem que

o havia salvado parando os cavalos, Logo acendeu-lhe uma

esperança. Ele olhou para o juiz e perguntou: “O senhor se

lembra de ter parado os cavalos e ter me salvado?” O juiz

respondeu que sim. O cocheiro então sentiu um alívio muito

grande e inquiriu: “O senhor vai me salvar de novo?” Ao que

ele respondeu: “Naquele dia eu era o seu salvador, porém,

hoje, eu sou o seu juiz e, como juiz, eu o condeno”.

Hoje, todas as pessoas encontram Jesus como Salvador

e todos podem conhecê-lo como tal. As pessoas aceitam ou

rejeitam o Salvador, mas um dia todos nós estaremos diante

dele como nosso juiz. A Palavra diz: “Por isso, quem crê no Fi-

lho tem a vida eterna; o que, todavia, se mantém rebelde contra

o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus.”

(João 3.36). No capítulo 5.24 do mesmo livro, lemos: “Em ver-

dade, em verdade vos digo: quem ouve a minha palavra e crê

naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em juízo,

mas passou da morte para a vida.” (João 5.24). O tempo do

Senhor ainda não acabou, mas buscai o Senhor enquanto se

pode achar, invocai-o enquanto está perto (Isaías 55.6).

Existem duas realidades: 1) a realidade do amor de Deus,

do seu propósito e da vida eterna que Ele nos dá; 2) a realidade

do inferno que é o lugar reservado para aqueles que não rece-

bem o amor do Senhor, na pessoa de seu Filho, Jesus Cristo.

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Somente conhecendo o inferno é que podemos valori-

zar a nossa Salvação. Quanto mais conhecemos a realidade

do inferno, mais o nosso coração se apega ao amor e à graça

de Deus, nosso Pai. Nada se compara à realidade do amor

de Deus.

O inferno não é aqui, apesar de muitas pessoas pensa-

rem assim. Muitos até dizem que sua casa é um inferno, que

a sua vida é um inferno. O inferno é para depois da morte.

Mas, neste momento, o céu pode começar aqui, quando Je-

sus for colocado em primeiro lugar em nossa vida.

Deus enviou Jesus à Terra para ser nosso Salvador. Se o

aceitarmos, teremos a vida eterna, mas se o rejeitarmos tere-

mos a condenação eterna (João 3.16). Deus quer nos salvar,

mas, para isso, é preciso que você receba ao Senhor Jesus.

“Se, com a tua boca, confessares Jesus como Senhor e, em teu

coração, creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás

salvo.” (Romanos 10.9).

O Espírito de Deus diz que o tempo é hoje, é agora. Se

você ainda não tem certeza da sua salvação, se o seu cora-

ção ainda não está sendo consumido por esta dúvida, este é

o momento de você tomar esta decisão; reconhecer e decla-

rar Jesus como o seu Salvador e Senhor. Por isso te convido

a fazer esta oração:

“Senhor, diante desta realidade tão forte, percebo o

quanto o Senhor tem me amado, percebo o porquê da cruz;

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percebo que todo o seu sofrimento foi para que hoje eu pu-

desse ter a vida plena e abundante. Senhor, quero que me

abençoe, que me fortaleça na fé. Aquiete o meu coração e

me transforme, de cidadão que caminhava para o inferno

em filho da luz, herdeiro do céu. Em nome de Jesus. Amém”.

MANASSÉS

Cerca de quatro mil anos atrás, existiu um rei, em Jerusa-

lém, que reinou durante cinqüenta e cinco anos. Certamen-

te era bem diferente de você. Suas roupas, sua maneira de

falar, seus costumes, mas o coração dele era igual ao seu.

Nós podemos ser bem diferentes uns dos outros do lado de

fora, porém dentro de nós, existem os mesmos sentimen-

tos; as mesmas dúvidas, as mesmas angústias, as mesmas

frustrações, os mesmos medos, e até mesmo os pecados são

iguais.

Esse homem nasceu como fruto de um milagre, e seu

pai chamava-se Ezequias. Ele adoeceu e sua morte era certa.

Vamos conhecer um pouco a história do pai de Manasses:

“Naqueles dias, Ezequias adoeceu de uma enfermidade

mortal; veio ter com ele o profeta Isaías, filho de Amoz, e lhe

disse: Assim diz o Senhor: Põe em ordem a tua casa, porque

morrerás e não viverás. Então, virou Ezequias o rosto para a

parede e orou ao Senhor. E disse: Lembra-te, Senhor, peço-te,

de que andei diante de ti com fidelidade, com inteireza de co-

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ração e fiz o que era reto aos teus olhos; e chorou muitíssimo.

Então, veio a palavra do Senhor a Isaías, dizendo: Vai e dize a

Ezequias: Assim diz o Senhor, o Deus de Davi, teu pai: Ouvi a

tua oração e vi as tuas lágrimas; acrescentarei, pois, aos teus

dias quinze anos. Livrar-te-ei das mãos do rei da Assíria, a ti e a

esta cidade, e defenderei esta cidade. Ser-te-á isto da parte do

Senhor como sinal de que o Senhor cumprirá esta palavra que

falou: eis que farei retroceder dez graus a sombra lançada pelo

sol declinante no relógio de Acaz. Assim, retrocedeu o sol os dez

graus que já havia declinado.” (Isaías 38.1-8).

Decorridos três anos desse milagre, nasce-lhe um filho,

que recebeu o nome de Manassés, que significa “Aquele

que faz esquecer”. Ezequias queria olhar para aquele bebê

e esquecer-se de toda dor que a enfermidade lhe trouxera.

Aquela criança veio como um presente de Deus, como a

confirmação do milagre do Senhor em sua vida. E, passados

mais doze anos, Ezequias morreu, completando assim, os

quinze anos que o Senhor havia lhe acrescentado.

Manasses, então com apenas doze anos, assume o lugar

do pai no trono de Jerusalém. E os atos desse rei foram regis-

trados no livro de 2 Crônicas:

“Tinha Manassés doze anos de idade quando começou

a reinar e cinqüenta e cinco anos reinou em Jerusalém. Fez o

que era mau perante o Senhor, segundo as abominações dos

gentios que o Senhor expulsara de suas possessões, de diante

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dos filhos de Israel. Pois tornou a edificar os altos que Ezequias,

seu pai, havia derribado, levantou altares aos baalins, e fez

postes-ídolos, e se prostrou diante de todo o exército dos céus,

e o serviu. Edificou altares na Casa do Senhor, da qual o Senhor

tinha dito: Em Jerusalém, porei o meu nome para sempre. Tam-

bém edificou altares a todo o exército dos céus nos dois átrios

da Casa do Senhor, queimou seus filhos como oferta no vale

do filho de Hinom, adivinhava pelas nuvens, era agoureiro,

praticava feitiçarias, tratava com necromantes e feiticeiros e

prosseguiu em fazer o que era mau perante o Senhor, para o

provocar à ira. Também pôs a imagem de escultura do ídolo

que tinha feito na Casa de Deus, de que Deus dissera a Davi e

a Salomão, seu filho: Nesta casa e em Jerusalém, que escolhi

de todas as tribos de Israel, porei o meu nome para sempre e

não removerei mais o pé de Israel da terra que destinei a seus

pais, contanto que tenham cuidado de fazer tudo o que lhes

tenho mandado, toda a lei, os estatutos e os juízos dados por

intermédio de Moisés. Manassés fez errar a Judá e os morado-

res de Jerusalém, de maneira que fizeram pior do que as nações

que o Senhor tinha destruído de diante dos filhos de Israel. Fa-

lou o Senhor a Manassés e ao seu povo, porém não lhe deram

ouvidos. Pelo que o Senhor trouxe sobre eles os príncipes do

exército do rei da Assíria, os quais prenderam Manassés com

ganchos, amarraram-no com cadeias e o levaram à Babilônia.

Ele, angustiado, suplicou deveras ao Senhor, seu Deus, e muito

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se humilhou perante o Deus de seus pais; fez-lhe oração, e Deus

se tornou favorável para com ele, atendeu-lhe a súplica e o fez

voltar para Jerusalém, ao seu reino; então, reconheceu Manas-

sés que o Senhor era Deus. Depois disto, edificou o muro de fora

da Cidade de Davi, ao ocidente de Giom, no vale, e à entrada

da Porta do Peixe, abrangendo Ofel, e o levantou mui alto;

também pôs chefes militares em todas as cidades fortificadas

de Judá. Tirou da Casa do Senhor os deuses estranhos e o ídolo,

como também todos os altares que edificara no monte da Casa

do Senhor e em Jerusalém, e os lançou fora da cidade. Restau-

rou o altar do Senhor, sacrificou sobre ele ofertas pacíficas e de

ações de graças e ordenou a Judá que servisse ao Senhor, Deus

de Israel.” (2 Crônicas 33.1-16).

“É como se termina é que se conta.” Manassés, tinha um

pai que era um homem piedoso, porém ele não seguiu o

caminho do pai. A Bíblia nos diz que ele “fez o que era mau

diante do Senhor” (v.2).

Há um ditado que diz: “Filho de peixe peixinho é.” Contu-

do, esse ditado não se aplica a nós, espiritualmente falando.

Filho de “crente” não é “crentinho”. Nós precisamos passar

essa verdade aos nossos filhos. Há muitos pais que vão para

a igreja e deixam seus filhos em casa. Esperam até que eles

tenham doze anos ou mais para levá-los a Deus, isso é erra-

do. Nós temos, não só o dever, mas o privilégio de ensinar

nossos filhos no caminho do Senhor. E isso deve começar a

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ser ministrado, antes que eles nasçam, ali mesmo, dentro do

ventre da mãe.

Ezequias deu este nome ao seu filho: “Aquele que faz es-

quecer”, e ele se esqueceu de levá-lo a ser aquilo que ele de-

veria ser. É verdade que nós temos o livre arbítrio, mas tam-

bém é verdade que devemos semear aquilo que desejamos

colher. Há alguns que pensam que dentro do ventre é muito

cedo. No entanto, a Bíblia nos conta que Maria, grávida de

Jesus, foi visitar Isabel, que também esperava um bebê, João

Batista. Quando ela a saudou, o bebê pulou de alegria, em

seu ventre e Isabel foi cheia do Espírito Santo. A Palavra de

Deus nos orienta: “Ensina a criança no caminho em que deve

andar, e, ainda quando for velho, não se desviará dele.” (Pro-

vérbios 22.6). Semeie! Semeie aquilo que você quer colher

na vida de seus filhos. Ministre ao coração deles! Um filho

não se torna piedoso porque seu pai foi um homem piedo-

so. Esse processo não é automático.

Esse texto nos relata toda a maldade de Manassés. Tudo

o que o seu pai havia feito para restaurar o culto ao Deus

vivo em Israel, Manassés destruiu. Não adianta nada a gera-

ção atual fazer grandes coisas para o Senhor se não instruir

aos seus filhos para que permaneçam no temor de Deus. E,

hoje, temos visto muitas afrontas e as zombarias.

Manassés se prostrou diante dos exércitos do céu. Hoje,

equivale ao envolvimento com a astrologia. Há alguns cren-

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tes que se deixam envolver pela astrologia, chegam até a

reconhecer que têm signo e que são regidos pelos mapas

astrais. Nós não temos signos, nós temos é Jesus em nossa

vida. Não permita que o diabo tenha legalidade sobre você

e o envolva com a astrologia.

Manassés queimou seus filhos como oferta no vale de Hi-

nom. Que covardia! Quantos pais, hoje, estão “queimando seus

filhos no vale de Hinom”. O vale de Hinom era o vale do lixo.

Ali, ardia um fogo contínuo para queimar o lixo. Quantos filhos

estão sendo queimados no altar da televisão. São inúmeros

desenhos declaradamente diabólicos como “O aprendiz de

feiticeiro”, que muitas crianças assistem ao lado dos pais que

dizem: “que bonitinho!” Isso é o vale de Hinom. Cuidado com

o que entra no coração e na mente dos seus filhos! A falta de

orientação é tão negativa quanto o ensino pernicioso.

Manassés adivinhava pelas nuvens, era um agoureiro.

Olhava para o céu tentando se orientar pela formação das

nuvens. Ele trocava a orientação de Deus por uma supos-

ta figura produzida pelas nuvens, que tolice! Você pode até

pensar: “Esse homem era mesmo filho de Ezequias?” Ele não

nasceu sob a bênção? Sim, mas há uma diferença entre nas-

cer sob a bênção e ser abençoado. Moisés orienta o povo de

Deus, no livro de Deuteronômio, sobre isso:

“Prostrado estive perante o Senhor, como dantes, quaren-

ta dias e quarenta noites; não comi pão e não bebi água, por

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causa de todo o vosso pecado que havíeis cometido, fazendo

mal aos olhos do Senhor, para o provocar à ira.” (Deuteronô-

mio 9.18).

“Porque sei que, depois da minha morte, por certo, proce-

dereis corruptamente e vos desviareis do caminho que vos te-

nho ordenado; então, este mal vos alcançará nos últimos dias,

porque fareis mal perante o Senhor, provocando-o à ira com as

obras das vossas mãos.” (Deuteronômio 31.29).

“Com deuses estranhos o provocaram a zelos, com abomi-

nações o irritaram. Sacrifícios ofereceram aos demônios, não a

Deus; a deuses que não conheceram, novos deuses que vieram

há pouco, dos quais não se estremeceram seus pais. Olvidaste

a Rocha que te gerou; e te esqueceste do Deus que te deu o ser.

Viu isto o Senhor e os desprezou, por causa da provocação de

seus filhos e suas filhas; e disse: Esconderei deles o rosto, verei

qual será o seu fim; porque são raça de perversidade, filhos em

quem não há lealdade. A zelos me provocaram com aquilo que

não é Deus; com seus ídolos me provocaram à ira; portanto, eu

os provocarei a zelos com aquele que não é povo; com louca

nação os despertarei à ira.” (Deuteronômio 32.16-21).

Manassés conseguiu provocar a ira de Deus, praticando

todas essas abominações. Ele fez tudo para ser lembrado

como afronta a Deus. Talvez você esteja pensando: Por que

Deus não mandou um raio e o destruiu imediatamente? Por-

que Deus é longânimo.

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“Falou o Senhor a Manassés e ao seu povo, porém não

lhe deram ouvidos.” (2 Crônicas 33.10). Há um momento em

que todos ouvem a Deus. Até mesmo um Manassés. Nosso

Deus é o Deus que fala conosco pessoalmente. Todavia, so-

mente aqueles que conhecem a Deus podem discernir sua

voz. Certa vez, alguns gregos que estavam em Jerusalém, na

época das festas, queriam ver Jesus. Eles procuraram Filipe

que, juntamente com André, foi comunicar o fato a Jesus.

Jesus estava angustiado e orando em meio à multidão e dis-

se: “Pai, glorifica o teu nome. Então, veio uma voz do céu: Eu já

o glorifiquei e ainda o glorificarei.” (João 12.28). A multidão,

pois, que ali estava, tendo ouvido a voz, dizia ter havido um

trovão. Outros diziam: foi um anjo que lhe falou.

“Ora, entre os que subiram para adorar durante a festa,

havia alguns gregos; estes, pois, se dirigiram a Filipe, que era de

Betsaida da Galiléia, e lhe rogaram: Senhor, queremos ver Jesus.

Filipe foi dizê-lo a André, e André e Filipe o comunicaram a Je-

sus. Respondeu-lhes Jesus: É chegada a hora de ser glorificado

o Filho do Homem. Em verdade, em verdade vos digo: se o grão

de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se morrer,

produz muito fruto. Quem ama a sua vida perde-a; mas aque-

le que odeia a sua vida neste mundo preservá-la-á para a vida

eterna. Se alguém me serve, siga-me, e, onde eu estou, ali estará

também o meu servo. E, se alguém me servir, o Pai o honrará.

Agora, está angustiada a minha alma, e que direi eu? Pai, salva-

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me desta hora? Mas precisamente com este propósito vim para

esta hora. Pai, glorifica o teu nome. Então, veio uma voz do céu:

Eu já o glorifiquei e ainda o glorificarei. A multidão, pois, que ali

estava, tendo ouvido a voz, dizia ter havido um trovão. Outros

diziam: Foi um anjo que lhe falou.” (João 12.20-29.)

Essas pessoas que ali estavam não conseguiram dis-

cernir a voz do Senhor. Em outra ocasião, Jesus disse: “As

minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me

seguem.” (João 10.27.) Muitas vezes, Deus tem falado a você,

e você não tem discernido. Deus falou não só a Manassés,

mas também a todo o povo.

“O Senhor, Deus de seus pais, começando de madrugada,

falou-lhes por intermédio dos seus mensageiros, porque se

compadecera do seu povo e da sua própria morada. Eles, po-

rém, zombavam dos mensageiros, desprezavam as palavras

de Deus e mofavam dos seus profetas, até que subiu a ira do

Senhor contra o seu povo, e não houve remédio algum.” (2

Crônicas 36.15-16). Chegará um tempo em que ou você terá

de ouvir a voz de Deus ou não haverá mais remédio. Nesse

texto, vemos uma nação inteira que não queria ouvir Deus.

O Senhor dizia: “Manassés, pare de pecar! Manassés, volte

ao princípio, volte ao Deus de seu pai, é tempo de arrepen-

dimento.” Mas ele continuava com o coração duro. Não, eu

sou livre e posso continuar afrontando a Deus. Até que a ira

do Senhor subiu contra aquele povo:

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“Por isso, o Senhor fez subir contra ele o rei dos caldeus, o

qual matou os seus jovens à espada, na casa do seu santuá-

rio; e não teve piedade nem dos jovens nem das donzelas, nem

dos velhos nem dos mais avançados em idade; a todos os deu

nas suas mãos. Todos os utensílios da Casa de Deus, grandes

e pequenos, os tesouros da Casa do Senhor e os tesouros do

rei e dos seus príncipes, tudo levou ele para a Babilônia. Quei-

maram a Casa de Deus e derribaram os muros de Jerusalém;

todos os seus palácios queimaram, destruindo também todos

os seus preciosos objetos. Os que escaparam da espada, a esses

levou ele para a Babilônia, onde se tornaram seus servos e de

seus filhos, até ao tempo do reino da Pérsia [...]” (2 Crônicas

36.17-20). Deus trouxe essas coisas, sobre o povo, por causa

da legalidade na vida deles e de Manassés.

Parafraseando o texto em que Deus procurava lembrar a

Manasses: “você está em Jerusalém e Jerusalém é um lugar San-

to, é lugar de pessoas que temem a Deus, é a cidade do Messias,

mas você quer viver em Jerusalém como se estivesse na Babilô-

nia, então, eu vou levar você pra lá.” E como ele foi? Preso com

ganchos e amarrado em cadeias. Babilônia não serve para aque-

les que já viveram em Jerusalém. Babilônia não serve para nós.

Até filhos de crentes, que não são crentes sabem disso.

Manassés angustiou-se muito. Na Babilônia tudo era livre:

sexo, feitiçaria, idolatria e todo tipo de abominação ao Senhor

era praticado nessa nação. Mas Manassés estava preso e tudo

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que nos prende traz canseira. A bebida, a droga, a prostitui-

ção, tudo isso, cansa e traz angústia na alma. Manassés queria

voltar, mas não existe caminho de volta que não passe pela

humilhação. Olhe o que diz Tiago: “Humilhai-vos na presença

do Senhor, e ele vos exaltará.” (Tiago 4.10). E também Jesus, no

evangelho de Lucas: “Digo-vos que este desceu justificado para

sua casa, e não aquele; porque todo o que se exalta será humi-

lhado; mas o que se humilha será exaltado.” (Lucas 18.14). E ain-

da Pedro, em sua primeira epístola: “Humilhai-vos, portanto,

sob a poderosa mão de Deus, para que ele, em tempo oportuno,

vos exalte [...]” (1 Pedro 5.6). E Manassés muito se humilhou. O

nosso caminho é o caminho da humilhação diante de Deus

de quebrantamento e arrependimento. Ele era rei, mas teve

que se humilhar. O texto nos diz que ele se humilhou diante

do Deus de seus pais e lhe fez oração, e Deus se tornou fa-

vorável para com ele e o fez voltar para Jerusalém e, então,

reconheceu Manassés que o Senhor era Deus.

No livro de Provérbios, há uma expressão que diz assim:

“Sendo o caminho dos homens agradável ao Senhor, este re-

concilia com eles os seus inimigos.” (Provérbios 16.7). Manas-

sés estava preso nessa situação tão terrível e o Senhor incli-

nou o seu coração como ribeiros de água.

Manassés voltou para Jerusalém e edificou os muros

que estavam derrubados, levantando-os ainda mais altos.

Levantar muros bastante altos nos remete à comunhão com

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o Senhor. Como estão os muros espirituais à nossa volta?

Existem muralhas à nossa volta? A Palavra nos diz que os

anjos do Senhor estão ao nosso redor e que Satanás está

ao nosso derredor tentando nos tragar. Nossos muros têm

de estar mais altos. Uma das armas que precisamos usar é o

arrependimento, porque ele nos leva a agir.

Manassés tirou os altares dos deuses estranhos e res-

taurou o altar do Senhor. Vamos proclamar essa verdade

em nossa vida. Clame ao Senhor. Se você se encontra como

Manassés, amarrado em cadeias, humilhe-se diante do Se-

nhor e Ele lhe exaltará. Arrependa-se com atitudes. Levante

muros altos ao seu redor!

Manassés, “aquele que faz esquecer” é para nós, hoje,

“aquele que nos faz lembrar”. Que nos faz lembrar que, lon-

ge do Senhor a vida deixa de ser vida. Ele se levanta como

testemunho de que o pecado nos traz alegrias em um mo-

mento, mas nos cobra um preço muito alto! Quando Manas-

sés saiu de Babilônia, ele não ficou em Belém, que era bem

pertinho de Jerusalém. Ele voltou para Jerusalém, lugar que

tipifica o centro da vontade de Deus. Você que foi escravo

em Babilônia, ou você que saiu de Jerusalém e foi para Babi-

lônia, não deixe seu coração sossegar enquanto não estiver

vivendo no centro da vontade de Deus. A única maneira de

você permanecer no centro da vontade de Deus é estar cru-

cificado com Cristo, assentado nas regiões celestiais.

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Você deve ser capaz de dizer como Paulo: “Porque eu,

mediante a própria lei, morri para a lei, a fim de viver para

Deus. Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem

vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na

carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo

se entregou por mim.” (Gálatas 2.19-20). Você não foi criado

para viver em Babilônia! O Senhor é bondoso! Mas, sua lon-

ganimidade tem limites, e quando você extrapola esses limi-

tes não há mais remédio. Hoje, você está sendo desafiado a

não ser um religioso. A não viver em Jerusalém como se es-

tivesse em Babilônia. Declare ao Senhor que a vida que você

quer é a vida que Ele pode lhe dar. Arrependa-se, humilhe-

se e clame: “Levanta-me, Senhor.”

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Parte 2 cOmO ser levadO

Para O céu

É muito interessante que Deus tenha usado um elemento

natural tão violento para levar Elias para o céu. Ele foi levado

em um redemoinho. O redemoinho é uma composição de for-

ças. São ventos contrários que se chocam num ponto de ten-

são. Elias subiu aos céus exatamente nesse ponto de tensão.

Se Elias, que era homem semelhante a qualquer um de

nós, foi levado ao céu num momento de tensão, Deus pode

usar as tensões desta vida para levar você também ao céu.

Quero que você guarde isto no seu coração.

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Hoje, graças aos satélites e à tecnologia, é muito fácil

saber se vai chover, se haverá furacões, terremotos, etc. A

meteorologia pode prever esses fenômenos quase que com

cem por cento de acerto. Na vida também é assim, você

pode estar caminhando tranqüilamente e, de repente, um

vento contrário começa a soprar e você não tem domínio

sobre o vento. Você pode fechar as portas, as janelas, você

pode correr, procurar um abrigo, mas você não consegue

parar o vento. Você não tem domínio sobre o vento, apenas

Deus o tem.

Quando o vento contrário sopra, ele vai encontrar um

ponto, chamado ponto de tensão, que é uma força antagô-

nica, e então o vento começa a girar formando um redemoi-

nho.

No Velho Testamento, Elias não é apenas um símbolo

profético, tanto assim que quando Jesus se transfigurou no

alto do monte, estavam ao seu lado Moisés e Elias. Até de-

sejamos ver como é subir ao céu por um redemoinho. Você

pode amaldiçoar o redemoinho, mas a Bíblia nos diz que

Deus também nos fala através do redemoinho.

“Depois disto, o Senhor, do meio de um redemoinho, res-

pondeu a Jó: Quem é este que escurece os meus desígnios com

palavras sem conhecimento?” (Jó 38.1-2). Deus falou com Jó

no meio de um redemoinho. Não que Jó estivesse no meio

de um redemoinho de ventos, mas no meio de um redemoi-

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nho de problemas, de tensões que a própria vida lhe provo-

cara. No meio das dificuldades, sejam elas as mais difíceis,

você declara: “Quero ouvir Deus.”

Muitas pessoas até se esquecem do Senhor quando as

coisas vão bem. Tenho percebido que as pessoas que mais

ofertam são aquelas que mais amam ou aquelas que estão

vivendo os maiores problemas. A Palavra diz que o Senhor

respondeu Jó no meio de um redemoinho.

Quando observamos o livro de Jó, podemos ver que ele

estava atravessando um período de grande tensão. Deus

usa a tensão para falar com Jó. Tanto assim que ele diz para

o Senhor: “Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os meus olhos

te vêem.” (Jó 42.5). Durante muito tempo na vida de Jó, ele

conhecia a Deus só de ouvir falar, mas agora, quando ele co-

meçou a conhecer e a ouvir Deus no meio de redemoinho,

no meio da tensão que ele estava passando. Ele conseguiu

discernir a voz de Deus e pôde dizer: “Eu te conhecia só de

ouvir, mas agora os meus olhos te vêem”. O texto diz que a

tensão permitiu que os olhos de Jó vissem o Senhor.

Muitas vezes, a tensão não nos permite ouvir a voz de

Deus. Talvez você esteja até querendo ouvi-lo, e Deus tam-

bém esteja querendo falar com você através do redemoinho

que está ocorrendo em sua vida. Há vários tipos de tensão

na nossa vida: tensão pela falta de dinheiro para pagar uma

dívida, talvez um título que esteja no cartório, o aluguel que

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você não está conseguindo pagar. A tensão provocada pela

perda do emprego. A tensão do solteiro, ou solteira, que ain-

da não encontrou o companheiro, ou a companheira para

a sua vida. A tensão da violência urbana. A tensão familiar

criada pela desarmonia e conflitos conjugais. Na realidade,

tensão é o que não falta para a nossa vida.

Num momento, parece que tudo está bem, mas de re-

pente algo acontece. Uma situação imprevista como o re-

lacionamento conjugal que entrou em conflito, ou um filho

que enveredou pelos caminhos das drogas, ou uma doença

grave. Pode ser algo no seio da família, algo que está acon-

tecendo e que está trazendo a tensão familiar, fruto da desa-

vença e da desarmonia. Eu não sei quais são os ventos con-

trários que estão fazendo da sua vida um redemoinho, mas

uma coisa eu sei, a Bíblia diz que Deus não apenas pode,

mas quer falar com você no redemoinho. Ele quer quebran-

tar o seu coração e lhe ensinar para que esse ponto de ten-

são possa realmente amadurecê-lo, tornando-o mais forte

a fim de poder encarar com maturidade os momentos de

tensão e de dificuldades que existem na vida.

Eu li, recentemente, a história de um moço que alguns

anos atrás eu havia visitado no hospital. Chamava-se Esdras.

Ele era o tipo de moço que toda mãe gostaria que se casasse

com sua filha. Ele veio para o Senhor depois de um momen-

to difícil em sua vida, quando estava envolvido em drogas,

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mas a graça do Senhor o alcançou. Ele era apaixonado por

Jesus, a vida dele era para Jesus. Ele transpirava a graça e a

beleza de Jesus. Na escola, contagiava a todos, e por onde

passava irradiava a beleza do Evangelho. Certo dia, a tensão

veio, uma terrível dor na perna, e os exames constataram

que era câncer. Orações e clamores foram elevados a Deus.

O livro conta a sua história. Durante os quase dois anos

que passou no Hospital Evangélico, o testemunho daquele

moço e da graça de Deus enchiam aquele ambiente. O ponto

de tensão era sensível, mas uma paz dominava aquele lugar.

As pessoas, ao chegarem ao seu leito, não encontravam um

moribundo, mas ouviam a Palavra do amor de Deus e se con-

vertiam. Aquele quarto parecia uma romaria, não para se ver o

Esdras, mas para se ouvir de Jesus, e foi assim até o momento

de sua partida. Ali estava a tensão, mas Deus estava falando. É,

como dizia Paulo: “Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos;

se morremos, para o Senhor morremos. Quer, pois, vivamos ou

morramos, somos do Senhor.” (Romanos 14.8).

Temos de viver com nosso coração no coração do Se-

nhor. Deus nos fala no redemoinho. Quantas vezes, quando

o vento contrário alcança aquele ponto de tensão e o re-

demoinho surge, é exatamente ali que Deus começa a nos

falar.

Jó podia dizer: “Eu te conhecia só de ouvir, mas agora os

meus olhos te vêem.” (Jó 42.5). Deus nos fala e se manifesta

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no redemoinho. No meio do redemoinho, podemos ouvir

voz do Senhor e também a manifestação da sua presença.

“O Senhor será visto sobre os filhos de Sião, e as suas flechas

sairão como o relâmpago; o Senhor Deus fará soar a trombeta

e irá com os redemoinhos do Sul.” (Zacarias 9.14). Nesse texto

vemos a manifestação do Senhor no meio do redemoinho.

“Voltai à fortaleza, ó presos de esperança; também, hoje, vos

anuncio que tudo vos restituirei em dobro.” (Zacarias 9.12). No

meio do redemoinho, você precisa voltar à fortaleza. Nunca

permita que seu coração esteja preso pela desesperança e

pela incredulidade. Deixe-se ficar aprisionado pela espe-

rança porque somente os presos pela esperança recebem

do Senhor essa promessa. Você não apenas reaverá o que

perdeu, mas receberá tudo em dobro, porque Deus se mani-

festa no meio do redemoinho.

Deus pode se manifestar como Rei e como Libertador

no meio do redemoinho. Nessa tensão, Ele glorifica o nome

dele, mostrando-se presente. Somente Deus pode transfor-

mar a tragédia em bênção.

Certo homem, cristão, tinha uma vida muito tranqüila.

Era um empresário bem-sucedido e morava em uma casa

muito boa; possuía carros e tudo corria muito tranqüilo.

Entretanto, ele tinha um sócio desonesto que o levou à fa-

lência. Esse homem perdeu tudo o que tinha. A sua vida

virou um grande redemoinho. Ele não conseguia encarar

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a sua família, nem os amigos, nem a ele mesmo. Ele orou e

pediu a Deus que se manifestasse no meio do redemoinho.

Para sobreviver, a esposa começou a fazer salgadinhos, e

aquele homem saía para vendê-los. Ele logo percebeu que

a sua habilidade para vender era muito grande. Daí a pou-

co, ele deixou de vender salgadinhos e passou a vender

material de construção e começou a prosperar. Logo abriu

o primeiro depósito de material para construção, depois

abriu outro e depois outro e, em pouco tempo, a prosperi-

dade daquele homem era muito maior do que a que pos-

suía antes. Por quê? Porque Deus se manifesta no meio do

redemoinho.

Às vezes é necessário um redemoinho para que a vida

se ajuste. Quantos casamentos passam por um redemoinho

porque não estão indo bem. Em outros, o redemoinho é em

um negócio ilícito que precisa ser destruído. É uma situação

que precisa ser mudada. Quando alguém vem para Jesus,

pode até pensar que tudo será maravilhoso e tranqüilo, mas

não é bem assim. Deus permite o redemoinho sobre a sua

vida para destruir tudo o que não está de acordo com a von-

tade dele na sua vida. Você chega até a dizer: “Puxa, eu vim

para a igreja e parece que tudo desabou, meu namorado

terminou comigo, perdi meu emprego, tudo piorou.” Mas o

namoro, era um namoro impuro, um namoro errado. No em-

prego não havia como o nome do Senhor ser glorificado.

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No final do capítulo 24, versículo 51 do seu livro, Lucas

diz que Jesus subiu aos céus e que todos viram a ascensão

do Senhor. Ele estendeu as mãos e, enquanto os abençoava,

subia aos céus. Jesus não subiu aos céus num redemoinho

porque Ele não precisava de redemoinhos em sua vida. Na

vida de Jesus não era necessário tirar nada, não precisava

melhorar nada. Na vida do Senhor não havia nada que pre-

cisasse ser transformado. A sua vida já era plena. Jesus viveu

o céu aqui. Ele era tentado, como todos nós somos tenta-

dos. Ele sofria perseguições, experimentou traições, fome

e situações incrivelmente difíceis, mas Ele viveu o céu aqui

na Terra. Por isso, não precisou de um redemoinho, ou seja,

um momento de tensão para torna-lo apto para ir para o

céu. Mas nós vamos encontrar o céu, o descanso depois do

redemoinho em nossa vida, ou seja, depois desse ponto de

tensão.

O redemoinho nos traz quebrantamento. “Por isso, me

abomino e me arrependo no pó e na cinza.” (Jó 42.6). Nessa

passagem, podemos perceber que é na tensão que desco-

brimos as nossas fraquezas e incapacidades, é na tensão

que aprendemos a confiar em Deus e saber que, sem Ele,

nós não podemos fazer nada: “Por isso, me abomino e me

arrependo no pó e na cinza.”

Você talvez esteja vivendo esse momento de tensão,

mas eu quero que você comece a entender: Deus nos fala

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no redemoinho, Deus se manifesta no redemoinho, Deus

nos quebranta no redemoinho.

Em meio a essas situações, procure ouvir Deus. Acerte-se

com Ele e procure, como lemos em Zacarias, voltar à fortaleza:

“Voltai à fortaleza, ó presos de esperança; também, hoje, vos anun-

cio que tudo vos restituirei em dobro.” (Zacarias 9.12). Você que pre-

cisa do dobro de felicidade no seu casamento; precisa do dobro

de saúde para o seu corpo, do dobro de paz para a sua alma, vol-

tai à fortaleza. A Palavra diz que Deus é a nossa Rocha e a nossa

Fortaleza, que Ele é o nosso socorro presente bem no meio da

angústia (Salmo 46). No meio das tensões, Deus fala conosco.

Jesus não precisou ir ao céu num redemoinho porque

Ele vivia o céu aqui. Você que tem pensado que o mundo

vai desabar na sua cabeça e ser engolido por esse poço tão

profundo em função dos muitos problemas que angustiam

a sua alma, voltai à fortaleza. Refugie-se no Senhor. Querido,

Deus pode usar esses momentos de tensão para fazer uma

grande obra espiritual na sua vida, do mesmo modo como

Ele fez com Elias que foi levado ao céu num redemoinho. O

redemoinho não vai levá-lo ao inferno. O que leva uma pes-

soa ao inferno é a incredulidade. Por isso, voltai à fortaleza,

ó presos de esperança. Fique preso na esperança da inter-

venção de Deus na sua história, fique preso na esperança

de que o Senhor Deus é bom e a sua misericórdia dura para

sempre (Salmos 100.5).

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Talvez você pense que Deus está demorando muito,

mas continue firme, creia, Ele virá. Voltai à fortaleza, voltai

aos caminhos do Senhor, voltai com arrependimento sin-

cero, voltai com disposição de alma, voltai com o coração

inteiro para o Senhor. Voltai para ouvir Deus e experimentar

o seu poder.

Nas tensões, o Senhor promete: “O Senhor será visto so-

bre os filhos de Sião, e as suas flechas sairão como o relâmpago;

o Senhor Deus fará soar a trombeta e irá com os redemoinhos

do Sul.” (Zacarias 9.14).

ORAÇÃO:

“Torre forte é o nome do Senhor. Tu és a minha fortaleza.

Ó Deus, que eu esteja preso à sua esperança. Senhor, que o

meu coração esteja cheio de esperança, porque o Senhor é

o Deus da esperança.

Que a tua Palavra se cumpra: “Eu vos anuncio que tudo

vos restituirei em dobro”. Senhor, eu apresento ao seu co-

ração minhas lágrimas e intercessões. Ó Espírito Santo de

Deus, que neste momento, meu coração seja mudado; que

eu não seja destruído pelos redemoinhos ou pelas tensões

da vida, mas que o Senhor possa usar essas circunstâncias

para levar-me para mais perto do Senhor. E, arrependido,

me prostrar diante do Senhor e tomar posse de tudo o que

o Senhor tem. No nome de Jesus, o seu Filho, amém.”

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Deus abençoe,

Pr. Márcio Valadão

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