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UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE IPORÁ CURSO DE GEOGRAFIA O MUNICÍPIO DE AURILÂNDIA NO CONTEXTO DA PRODUÇÃO DO TERRITÓRIO GOIANO. WELLINGTON DIVINO PEREIRA Iporá-GO, 2008.

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Page 1: O MUNICÍPIO DE AURILÂNDIA NO CONTEXTO DA PRODUÇÃO DO TERRITÓRIO GOIANO.pdf

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE IPORÁ

CURSO DE GEOGRAFIA

O MUNICÍPIO DE AURILÂNDIA NO CONTEXTO DA PRODUÇÃO DO TERRITÓRIO GOIANO.

WELLINGTON DIVINO PEREIRA

Iporá-GO, 2008.

Page 2: O MUNICÍPIO DE AURILÂNDIA NO CONTEXTO DA PRODUÇÃO DO TERRITÓRIO GOIANO.pdf

WELLINGTON DIVINO PEREIRA

O MUNICÍPIO DE AURILÂNDIA NO CONTEXTO DA PRODUÇÃO DO TERRITÓRIO GOIANO.

Monografia apresentada ao Curso de Geografia da Universidade Estadual de Goiás, como requisito parcial à obtenção de Licenciatura em Geografia.

Orientador: Professor Ms. Julio César Pereira Borges

Iporá-GO, 2008

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WELLINGTON DIVINO PEREIRA

O MUNICÍPIO DE AURILÂNDIA NO CONTEXTO DA PRODUÇÃO DO TERRITÓRIO GOIANO

Banca Examinadora constituída pelos professores:

____________________________________________ Prof. Ms. Julio César Pereira Borges (UEG-IPORÁ)

Orientador

____________________________________________ Prof. Esp. Adjair Maranhão de Sousa (UEG-IPORÁ)

_____________________________________________ Prof. Esp. Marcos Antônio Marcelino (UEG-IPORÁ)

Page 4: O MUNICÍPIO DE AURILÂNDIA NO CONTEXTO DA PRODUÇÃO DO TERRITÓRIO GOIANO.pdf

Aos meus pais José Alves Pereira Filho e

Ivany Mamedes da Silva Pereira; Aos meus

irmãos: Núbia de Fátima Pereira, Meigna

Alves Pereira e Dennes Alves Pereira; Aos

meus colegas de sala: Bráulio Hugo Pereira

Resende e Elis Denner Lima Alves; Ao meu

amigo-irmão Rogério Rosa da Silva; Ao meu

mestre Professor Júlio César Pereira Borges e

em especial a minha namorada Roseny Alves

dos Santos, estes que tanto fizeram para a

realização deste objetivo, cooperando,

compreendendo e motivando até que o

proposto fosse concluído.

Agradeço a todos vocês que foram peças

fundamentais na realização do meu propósito.

Pelo amor, paciência, dedicação, contribuição

e disposição, pelo estímulo e por todos os mais

simples, porém sinceros gestos e atitudes de

colaboração, o meu mais sincero

agradecimento e o meu muito obrigado.

Page 5: O MUNICÍPIO DE AURILÂNDIA NO CONTEXTO DA PRODUÇÃO DO TERRITÓRIO GOIANO.pdf

Dedico este trabalho a toda comunidade

acadêmica da Universidade Estadual de Goiás

de Iporá.

Ao meu primo (Em memória) Eleomar

José Gomes, que foi jornalista e historiador

graduado também pela UEG de Iporá.

Em especial à população do meu querido

município de Aurilândia.

Page 6: O MUNICÍPIO DE AURILÂNDIA NO CONTEXTO DA PRODUÇÃO DO TERRITÓRIO GOIANO.pdf

RESUMO

O trabalho que se apresenta tem como objetivo promover uma discussão sobre o

Município de Aurilândia no Contexto da Produção do território Goiano, buscando entender

como o mesmo se relaciona, na história da produção desse território. Nesse sentido, entende-

se que o Estado Nacional através das políticas públicas participou ativamente do processo de

produção do território goiano. Assim foi feita uma análise da influência das políticas públicas,

na formação do território goiano, com ênfase ao município de Aurilândia. Para dar

plausibilidade a esse objetivo, foi feita uma analise de pesquisadores goianos que retratem o

assunto, tais como: Estevam(2000),Neto (2002), Chaveiro (2004), Calaça (2005) dentre

outros. Completando o procedimento metodológico desse trabalho, fez-se uso de dados

estatísticos que comprovem o pesquisado, assim como, foi utilizada a fonte oral com a

objetivação de compreender a realidade do espaço pesquisado. Entende-se que é o Estado

Nacional, através das políticas públicas que determina a organização territorial de Goiás,

promovendo uma regionalização dos investimentos e uma desigualdade regional, que por sua

vez determina a ocupação humana de forma diferenciada. Em outras palavras é o Estado

Nacional em seu caráter intervencionista que promove e mantem uma regionalização

econômica em Goiás, que por sua vez influencia diretamente na dinâmica do município de

Aurilândia. Assim sendo, a análise da influencia do Estado Nacional na produção territorial

do município, possibilita compreender o mesmo.

Palavras-chave: 1. Políticas Públicas, 2. Dinâmica 3. Regionalização Econômica.

Page 7: O MUNICÍPIO DE AURILÂNDIA NO CONTEXTO DA PRODUÇÃO DO TERRITÓRIO GOIANO.pdf

“Recentemente, com o neoliberalismo é freqüente o abandono da idéia do nacional brasileiro, com a sedução de um imaginário influenciado por forte apelo da técnica e aceitação tranqüila da força totalitária dos fatores da globalização” (Milton Santos)

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LISTA DE FIGURAS

Figura 01: Mapa de Localização

Figura 2- Frigorífico de Carne Bovina de Aurilândia

Figura 3: Nascente degradada do Rio São Domingos

Figura 4: Mapa dos Municípios Industrializados do Centro-Sul goiano

Figura 5: Auriparque

Page 9: O MUNICÍPIO DE AURILÂNDIA NO CONTEXTO DA PRODUÇÃO DO TERRITÓRIO GOIANO.pdf

LISTA DE TABELAS

Tabela 01: Despesa Global da União, PIB e despesas em Agricultura e Organização. Valores

de 1980 a 2005

Tabela 02: População do Município de Aurilândia

Page 10: O MUNICÍPIO DE AURILÂNDIA NO CONTEXTO DA PRODUÇÃO DO TERRITÓRIO GOIANO.pdf

SUMÁRIO

Lista de Figuras.........................................................................................................................7

Lista de Tabelas.........................................................................................................................8

INTRODUÇÃO.......................................................................................................................10

CAPITULO 1. AURILÂNDIA NO CONTEXTO DA PRODUÇÃO TERRITORIAL DE

GOIÁS .....................................................................................................................................12

CAPITULO 2. AURILÂNDIA NA CONJUNTURA DA PRODUÇÃO DO

TERRITORIO GOIANO PÓS 1930.....................................................................................18

2.1-Aurilândia no Contexto Econômico do Estado de Goiás Pós 1948.............................20

CAPITUL0 3. ATUAÇÃO DO ESTADO NA APROPRIAÇÃO E PRODUÇÃO DO

TERRITÓRIO GOIANO ......................................................................................................24

3.1- O Município de Aurilândia no Contexto do Estado do de Goiás pós 1970..............25

CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................................................32

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................34

Page 11: O MUNICÍPIO DE AURILÂNDIA NO CONTEXTO DA PRODUÇÃO DO TERRITÓRIO GOIANO.pdf

INTRODUÇÃO

O trabalho que se apresenta sob o título: “O Município de Aurilândia no Contexto da

Produção do Território Goiano”, tem como objetivo promover uma discussão sobre a atuação

do Estado Nacional, através das políticas públicas, na ocupação e dinamização econômica do

território goiano com ênfase ao município supracitado.

Está em debate, portanto, o modo como a atuação do Estado Nacional ao longo da

história orientou a produção do território goiano, determinando regionalmente o avanço do

capital e conseqüentemente o desenvolvimento econômico de Goiás e de Aurilândia. Dessa

forma o Estado Nacional é este ente político que propõe mudanças no uso do território e

promove uma dinâmica regional desigual no que se refere às questões socioeconômicas.

De acordo com Borges (2007, p 25) “O Estado Nacional a partir das políticas públicas,

recria o latifúndio, concentra renda, dispersa os regimes de cooperação, fragmenta os sujeitos

e cria uma cultura e uma subjetividade distante da vida”. Nesse sentido buscou-se fazer, nesse

trabalho, uma discussão sobre as transformações econômicas ocorridas em Goiás e em

contrapartida em Aurilândia na tentativa de vislumbrar a ação do Estado Nacional que altera

a vida do sujeito levando-o a uma readaptação no lugar de sua existência.

Como o trabalho não tem uma motivação apenas teórica, não será feita uma reflexão

separada da leitura das fontes documentais e estatísticas, que possibilitara uma maior

compreensão das questões levantadas, uma vez que, os dados estatísticos servem para

confirmar as suposições enquanto os documentos evidenciam as estratégias da ação do Estado

Nacional orquestrado pelo capital, no ordenamento territorial de Goiás e Aurilândia.

De acordo com BORGES:

Essa ação de gestão é incrementada e concretizada como uma política pública que age concreta e, ideologicamente, nos diferentes lugares, aproveitando infra-estrutura, portes demográficos, condições físicas do relevo e do solo. É a política pública, portanto, que age para a realização da modernização do território goiano, através da estratégia logística dos interesses dos atores econômicos que hegemonizam o capital e a política.(BORGES,2007,p.32)

O presente trabalho está fundamentado em três capítulos: o primeiro faz uma

discussão sobre a atuação do Estado Nacional e Local, através das políticas públicas na

produção do território goiano, contextualizando o município de Aurilândia em cada momento

histórico dessa atuação. Destaca-se nesse capítulo, o período que vai da mineração do século

XVIII, ao governo de Vargas de 1930.

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No segundo capítulo, analisou-se a dinâmica econômica de Goiás e como o município

de Aurilândia se insere nessa dinâmica. Busca-se então, mostrar como a atuação direta do

Estado Nacional através das políticas públicas, na produção territorial do Goiás moderno,

orienta a mobilidade do capital em Goiás. Destaca-se nesse capítulo o período que vai do de

1930 até 1970, evidenciando um período de grande transformação socioeconômica em Goiás

e em contrapartida na dinâmica regional do mesmo.

No terceiro capítulo, direcionou-se a discussão para a dinâmica socioeconômica de

Aurilândia, com ênfase nas atividades econômicas do município e suas influências na

organização espacial do município.

Por fim, o resultado da pesquisa demonstrou uma compatibilidade da visão de mundo

do orientador e do pesquisador no sentido de apresentar um descontentamento da aliança entre

capital, o Estado Nacional e Local, que influencia na regionalização socioeconômica de Goiás

que gera ao mesmo tempo regiões dinâmicas e opacas. Nesse lume destaca-se o Estado

Nacional como criador das desigualdades regionais do território goiano.

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CAPITULO 1. AURILÂNDIA NO CONTEXTO DA PRODUÇÃO TERRITORIAL DE

GOIÁS

Pensar o Município de Aurilândia no Contexto da Produção do território Goiano é

buscar entender como este município se relaciona, na história da produção do território

goiano. Para tanto se faz necessário uma investigação, na dinâmica territorial de Goiás.

Entende-se por dinâmica territorial, os aspectos políticos, econômicos e culturais, que

compõe o atual estado de Goiás, que por sua vez é resultada de um planejamento do Estado

Nacional para interiorização do capital no país. Nesse sentido, entende-se que o Estado

Nacional através das políticas públicas, participou ativamente do processo de produção do

território goiano, ou seja, o Estado cria uma dimensão política que promoveu mudanças na

economia e em contrapartida na cultura goiana, ao alterar o modo de vida do sujeito

contemporâneo que vive em Goiás. Assim pode-se dizer que há uma ligação entre “o sentido

econômico do Estado Nacional e o sentido econômico da cultura, juntamente com o sentido

político da economia. Dessa forma, o território aparece como síntese vital dessas variáveis:

política, econômica e cultural (BORGES 2007).

Neste sentido, a categoria território é entendida através da sua complexidade, pois

passa a ser percebido não só pelas suas características físicas, locacionais e de poder, mas

como a morada do homem, onde o mesmo se naturaliza concomitantemente a humanização da

natureza, processo que se dá através do trabalho. “É o uso do território e não este em si que

faz dele um objeto de analise social”. (SANTOS 2006, p.17) Ainda de acordo com o mesmo

“O território é o lugar onde desemboca todas as ações, todas as paixões, todos os poderes,

todas as forças, todas as fraquezas, isto é, onde a historia do homem plenamente se realiza a

partir das manifestações de sua existência”.

Em outras palavras, busca-se neste trabalho, adotar o discurso contemporâneo que

introduz no conceito de território uma teorização complexa, ao superar o caráter da simples

relação de poder, existente entre estado e território.

De acordo com MORAES:

Esta fase é caracterizada pela instalação de técnicas da informação que interliga o mundo em tempo real pelo sistema de comunicação, sistema este garantidor do poder dos capitais globalizados sobre os territórios, pois consiste em receptáculo e disseminador das ideologias destas organizações. Pode-se afirmar, que a globalização, propiciada pelo avanço das telecomunicações promove profundas alterações na estrutura socioespacial do planeta, colocando em evidencia uma política imperialista do capital que passa a comandar passos políticos e econômicos de uma nação. (MORAES,2005,p.37

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Mapa de localização

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É neste contexto que se propõe estudar o município de Aurilândia, ou seja, analisar a

ligação deste com a realidade global, ao mesmo tempo discutir suas particularidades que o

difere das demais regiões, pois como afirma Santos (1997, p.35): “O lugar é parte do mundo e

desempenha um papel em sua história”.

Porém, o ponto central da análise citada é o município de Aurilândia na dinâmica

territorial de Goiás, ou seja, compreender como este município se relaciona com as políticas

públicas direcionadas para Goiás, assim como ao mesmo tempo está inserido nas

transformações econômicas e culturais desencadeadas por tais políticas.

A atuação efetiva do Estado Nacional na apropriação e produção do território goiano

ganha ênfase com a mineração, no século XVIII, atividade ligada diretamente aos interesses

econômicos do Estado Absolutista Português. Na conjuntura econômica da época, o ouro e a

prata simbolizavam riqueza e poder, pois garantia o superávit comercial dos paises europeus,

regentes do capitalismo mercantilista de então. Neste contexto o Estado Português induziu a

uma ocupação exploradora do território goiano, voltado à extração do ouro para o

abastecimento do mercado europeu. Nesta fase tem inicio a formação do território goiano que

se dá através da definição de suas fronteiras, desvinculando-se da Capitania de São de Paulo,

e da ocupação demográfica e da organização econômica.

De acordo SOUZA :

Na metade do século XVIII, grande parte da população colonial despendia inacreditável esforço na extração do ouro. A organização da atividade fomentou a urbanização no interior e as instituições de controle administrativo, bem como as funções de abastecimento, animaram a vida social. Se for verdade que a mineração aurífera teve fases determinadas, a colônia, na época, experimentava um período de apogeu ( SOUZA,2002, p.41)

O arcabouço do mercantilismo foi gradativamente desmontado no território da colônia

brasileira. Primeiro, a abertura dos portos extinguiu o mecanismo do exclusivo metropolitano;

segundo, a formação do Estado Nacional impôs o fim da condição de dominação política e, no

final do século XIX, a abolição eliminou a forma de trabalho compulsório. A conformação

das estruturas sócio-econômicas de Goiás no bojo deste longo processo, bem como, a

transformação ocorrida no processo de ocupação, em função do deslocamento populacional

que vai impor uma nova característica à região – do surto mineratório à transição para a

pecuária.

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É nesse contexto que inicia a ocupação populacional do atual município de Aurilândia,

em 1923, já com o declínio do ouro em Goiás, restando alguns aventureiros garimpeiros,

provenientes da região do Antas, atual Anápolis é que se tem noticia das primeiras pessoas a

fixarem na região na esperança de encontrarem, por meio de garimpo ouro e diamante.

Porém o que garante a fixação destes é a agricultura e a pecuária, já que as condições

físicas do lugar são excelentes para a atividade. Na verdade esta foi à realidade da produção

do território goiano, a decadência da mineração é suprida pela agricultura de subsistência e

pela pecuária em pequena escala.

Em meados de 1925, migraram da Serra da Boa Vista para o ponto de confluência do

córrego hoje por nome Santa Luzia com o rio São Domingos e formaram o 1º núcleo

populacional vindo a surgir o arraial de Santa Luzia, este nome foi dado em homenagem a

Santa Católica, atribuída a ela uma cura nos olhos do filho de Aleixo Taveira de Matos e

Damázia Taveira de Matos, o menino Venâncio Taveira de Matos pioneiros da região. É bom

lembrar que naquele momento a região fazia parte do município de Paraúna.

Com o falecimento de seus pais Venâncio é considerado o fundador de Aurilândia, que

cresce com a notícia de terras férteis e de garimpo, que atraem para o lugar famílias providas

de Minas Gerais e São Paulo. Neste momento, a região sofre forte influência da inserção do

território goiano na economia nacional, dada pela exportação de alimentos para a região

sudeste do país via estrada de ferro.

A estrada de ferro que liga a cidade de Mogi das Cruzes (interior paulista)à cidade de

Anápolis,em Goiás, apelidada por Mogiana chega ao território goiano com a expansão da

cafeicultura no sudeste brasileiro, incentivando a exploração agrícola em Goiás,

principalmente na região do mato grosso goiano, onde está localizado Aurilândia. Nessa

região o solo originário do basalto é de grande fertilidade, o que atraiu um grande número de

migrantes, já que agricultura se constituía em uma atividade bastante rentável na época.

Neste momento, as terras férteis do sudeste brasileiro foram utilizadas pela produção

do café, assim sendo, comprometendo o abastecimento de produtos alimentícios na região. A

solução para esse problema foi incentivar a produção de alimentos em território goiano,

alterando a estrutura agrícola do Estado de Goiás que era de subsistência, e a partir de então

passou a ser para a exportação nacional.

Neste contexto, a estrada de ferro Mogiana exerceu um papel fundamental, a de

transporte da produção agrícola, já que sem a ferrovia seria impossível os alimentos chegar no

destino em condições de consumo.

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O município de Aurilândia, não foi diretamente beneficiado pela ferrovia, pois fica

distante da mesma, por outro lado, a territorialização do café no oeste de São Paulo e em

Minas Gerais, promoveu a desterritorialização1 de pequenos produtores, que vieram se

reterritorializar em Goiás, inclusive em terras do município de Aurilândia.

Embora, nesse período, a economia de Aurilândia tinha como base a agropecuária

predominando a produção de algodão, arroz,café feijão, milho e aves, suínos e bovinos, a

influência da mineração, ou seja, do garimpo ainda é de grande relevância. Chega em 1936,

na vila de Santa Luzia, atual Auriândia, um comerciante proveniente de Correntina na Bahia,

por nome de Esperidião Néri de Souza, que adquiriu uma área de terra e estabelece uma casa

de comercio, do ouro encontrado pelos garimpeiros e a venda de mantimentos para a região,

como cachaça, ferramentas, querosene, remédios, sal, tecidos. Embora este estabelecimento

tenha sido motivado pelo garimpo acabou por lucrar com a produção em geral da região, pois

constituiu no principal centro comercial da região.

A união do garimpo com a expansão do café no sudeste brasileiro gerou uma estrutura

demográfica e uma configuração econômica peculiar. A primeira direcionou uma migração

diversa, capangueiros (Compradores de ouro e pedras preciosas) responsável pelo incremento

do comercio local; pessoas de várias partes de Goiás e do Brasil e algumas delas com grande

capacidade de liderar e administrar, e que anos depois, lutaram com os administradores do

município de Paraúna para que o município de Aurilândia, viesse a conquistar sua

emancipação política. Da região nordestina vieram grande parte da população em busca de

melhores condições de vida, como: baianos, maranhense e paraibano, a grande maioria foi

absorvida pelas fazendas e garimpo; Outro grupo oriundo dos estados de Minas Gerais e São

Paulo chegaram com grande quantia em dinheiro, para comprar terras ou estabelecer

comércio. Desta forma a relação de trabalho se constituía da seguinte maneira: mão-de-obra

do nordeste e capital do sudeste.

Isso foi importante para o desenvolvimento econômico do município de Aurilândia,

com essas relações de comércio e divisão do trabalho, pode-se compreender como se deu o

inicio da estrutura comercial de Aurilândia.

Muitos baianos que vieram para o município de Aurilândia não encontravam, trabalho

em terras do município, desta forma migraram para cidades vizinhas como Paraúna, distante a

______________________________ 1 Ao se aventurar em uma discussão sobre o termo desterritorialização, faz-se necessário uma melhor clareza, face a sua grande complexidade, pois não se trata como afirma Haesbeart(2004, p.143),simplismente da outra metade da dinâmica da territorialização. Na verdade o termo desterritorialização é envolto de significados, que se expressam na simbologia estética da paisagem de um território, no ato de sua refuncionalização, assim como psique do individuo ou grupo social envolvido nesse processo.

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36 km de Aurilândia. Assim passaram a trabalhar em lavouras da região plantações de

algodão e café, mas na medida em que o distrito de Aurilândia ganha forças na luta pela

emancipação as pessoas retornam em busca de lotes que eram doados pelo poder público, com

isso ocorre um sensível crescimento demográfico no município.

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CAPITULO 2. AURILÂNDIA NA CONJUNTURA DA PRODUÇÃO DO

TERRITORIO GOIANO PÓS 1930

No Brasil a década de 1930 foi marcada por uma conjuntura de crise política e

econômica. A primeira se deu pelo fim da política café com leite e pela tomada do poder por

Getulio Vargas, episodio conhecido como Revolução de 1930, a segunda dada pela crise da

cafeicultura, que por sua vez, está relacionada com crise capitalista de 1929, que consistiu na

quebra da bolsa de valores de Nova Iorque. Neste momento a Europa e os Estados Unidos,

que eram os principais consumidores do café brasileiro, deixaram de comprar o café

Brasileiro o que reduzindo as exportações. O Brasil que dependia exclusivamente deste

produto passa por profundos problemas socioeconômicos.

A Revolução de 1930 significou a queda da oligarquia agrária representada pelos

coronéis da pecuária de minas gerais e os coronéis do café de São Paulo, dando inicio a uma

rearticulação na economia e na política brasileira. Esse acontecimento “exprimiu as rupturas

estruturais a partir das quais se tornou possível reelaborar as relações entre Estado e

sociedade”. (IANNI 1991, p.25).

De acordo com BORGES:

A Revolução de 1930 alterou significativamente as funções e a própria estrutura do Estado brasileiro, criando condições para o desenvolvimento de um Estado Burguês, em detrimento do fim do Estado Oligárquico, o que possibilitou um direcionamento do poder e das políticas públicas, rumo à estruturação estabelecida pelo sistema capitalista no Brasil (BORGES, 2007, p.22)

Não quer dizer que o Estado Brasileiro de antes não tinha a base burguesa. Assim, para IANNI:

É obvio que o Estado Oligárquico foi uma modalidade de Estado Burguês. Cabe a distinção, no entanto, na medida em que o Estado Oligárquico implicou numa modalidade singular de organização do poder político e econômico, em termos de estruturas de Dominação-Subordinação (IANNI, 1991, p. 25):

O principal objetivo do novo Estado brasileiro era criar as bases para o

desenvolvimento da indústria no país que vai ter a região sudeste como, principalmente São

Paulo como base industrial do Brasil. Neste momento inicia a intervenção direta do Estado

Nacional na produção do território goiano. De acordo com Castro:

Revolução de 1930 reorienta as políticas nacionais, voltadas à modernização do território brasileiro, o governo Getulio Vargas impulsiona o processo de industrialização do país, o que contemplava os interesses de uma burguesia nacional aliada ao capital externo. Porém, a única região que detinha condições que adequavam às exigências deste processo era o sudeste brasileiro, mais

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especificamente a cidade de São Paulo, dado seu estagio de urbanização. Assim caberia a outras regiões, nas quais se insere o Estado de Goiás, a função de mercado consumidor de produtos industrializados e fornecedor de produtos primários, principalmente no que se refere à produção de alimentos, instigada pelo crescimento demográfico urbano da região em industrialização (CASTRO, 2004, p.87)

Em outras palavras, Goiás recebe a função de fornecedor de alimentos ao mesmo

tempo em que cria um mercado consumidor, para os produtos industrializados do sudeste. A

partir dessa necessidade, Goiás passa a ser interesse do Estado Nacional, em criar uma cultura

consumista, para depois dar inicio a modernização do território goiano.

Para acompanhar a nova ordem política e econômica ocorre em Goiás uma transição

política simbolizada pela queda dos caiados que eram os representantes da oligarquia agrária,

em detrimento da acessão de Pedro Ludovico, representante da nova política brasileira, se

constituindo no interlocutor de Goiás junto ao Governo Nacional.

A construção de Goiânia é o símbolo da modernização do território goiano, uma nova

capital para Goiás, simbolizava uma fase de industrialização de uma nova fase que foi

estabelecida, com a construção de uma cidade moderna, com base na arquitetura representada

pela arte Deco e Rococó, substituindo a arquitetura Barroco, símbolo do atraso rural da

oligarquia agrária. Aliada a construção de Goiânia outras políticas foram implantadas no

território goiano, como afirma BORGES:

Uma das principais políticas do governo Vargas foi à Marcha para Oeste, que visava à integração econômica do território brasileiro, através da modernização do sertão, como afirma Vidal e Souza (1997, p. 87) “Ocupar o sertão para fazer um só Brasil”. Neste contexto, devido à localização geográfica, Goiás passou a ser a porta de entrada para realização deste processo, o que atraiu a atenção do Governo Nacional para a região. O mesmo realiza um conjunto de medidas, que buscam a adequação do Estado à nova exigência econômica do país, dentre estas, as de maiores vultuosidades foram: a construção de Goiânia, a criação da Colônia Agrícola Nacional do Estado de Goiás, na cidade de Ceres e a criação da Fundação Brasil Central sediada na cidade de Caiapônia (BORGES, 2007, p.23)

Tais políticas, não influenciaram diretamente no município de Aurilândia, pois não

ocorreram grandes transformações no mesmo, este fato se deve pela distância deste para as

regiões atingidas diretamente pela atuação do Estado Nacional. Por outro lado, a necessidade

de produção de alimentos para região sudeste do país, contribui para o desenvolvimento da

agricultura em Aurilândia, dada pela fertilidade do solo na região.

Já na década de 1940, a história do município ganha ênfase, devido à luta pela sua

emancipação, com a instauração de uma comissão direcionada ao governo municipal de

Paraúna reivindicando a emancipação do distrito. Essa comissão era composta por nomes de

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grande representação política da época, representantes dos comerciantes e pecuaristas, tais

como: os fazendeiros Esperidião de Souza, João Gomes e José de Souza Machado e os

comerciantes Antônio Antunes de Santana e Herculano Pinto Ribeiro, além do grande

cerealista e interlocutor político junto aos deputados goianos Josino Bretas Sobrinho (Bebé).

Esta comitiva encaminhou-se até a sede do município de Paraúna, e entregou ao então

prefeito Floriano Gonçalves de Oliveira, o projeto de emancipação de Aurilândia – nome este

sugerido pelo o deputado Estadual Cássio Costa. Embora o mesmo tenha resistido a idéia

Aurilândia foi emancipada em 08 de outubro de 1948, com a criação da lei nº 162/48 e foi

instalado o governo próprio em 1º de janeiro de 1949.

O primeiro administrador do município foi o Sr. Almerio Camilo da Silva que governa

Aurilândia por 3 meses e 15 dias, mas quem fora eleito em 02 de dezembro de 1948 foi o

cerealista Josino Bretas Sobrinho que foi o 1º prefeito eleito de Aurilândia, administrando o

município em mandatos de 17/04/49 a 16/04/53 e 01/02/73 a 31/12/76. Esse assunto sera

aprofundado a Seguir.

2.1 Aurilândia no Contexto Econômico do Estado de Goiás Pós 1948

O ano de 1948 tem um grande significado para a história do município de Aurilândia,

haja vista que este foi o ano de emancipação política e administrativa do município. A partir

deste momento Aurilândia traça seu próprio caminho político.

Nesse momento, a conjuntura política e econômica do Brasil é dotada de importantes

acontecimentos que conseqüentemente influencia na dinâmica territorial de Goiás. Nesse bojo

destacam-se a eleição de Getúlio Vargas, para presidente da República e a retomada da

política de integração nacional e a mais tarde a eleição do também presidente da República

Juscelino Kubstcheck o “JK”, que contribui significativamente para a modernização do

território goiano. De acordo com BORGES:

A partir de 1955, com o governo de JK, o Nacionalismo é substituído pelo Nacional Desenvolvimentismo, o que significou uma maior aproximação do governo com o capital externo. Nesse momento, a corrida rumo ao Oeste do país se intensifica e o Estado brasileiro investe pesado na região Centro Oeste, e Goiás é o território de maior intervenção com a transferência da capital e com a construção de uma rede de rodovias, o que influenciou significativamente a modernização do campo (BORGES, 2007, p.23)

De acordo com Chaveiro (2000) com a criação da Capital Federal em território goiano,

Goiás passou a ter também melhores relações e comunicação com o poder político do país.

20

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Fato que se tornou fundamental na consolidação das transformações do espaço agrário goiano

para o capital nacional e internacional e no surgimento de uma sociedade urbana e industrial

no interior do Brasil.

No que se refere às rodovias Goiás ficou entrelaçado pelas mesmas, percorendo por

Goiás a BR-020,Brasília- Fortaleza, passando por Formosa;a BR-040- Brasília-Sudeste,

ligando Goiás a Minas Gerais e Espírito Santo; a BR-050, Brasília-São Paulo, passando pelo

sudeste goiano e Triângulo Mineiro; a BR-060, Brasília-Mato Grosso e Paraguai, passando

pelo Sudoeste Goiano; a BR-153, Brasília-Belém, cortando Goiás de norte a centro-sul e se

constituindo numa espécie de espinha dorsal de parte de Goiás e do Norte de Goiás, atual

Tocantins. Nesse cenário rodoviário, as BRs tiveram papéis fundamentais na transformação

do espaço goiano, pois a chamada integração nacional passava obrigatoriamente por Goiás.

Na década de 1960, inicia uma nova fase de expansão do capital em Goiás incentivado

pelo processo de modernização do setor agrário, preconizada pela necessidade de otimização

do campo no Brasil. O investimento, nesse setor, faria ressonância com a necessidade de, a

partir da exportação de produtos primários, diminuírem o déficit orçamentário e gerar o

equilíbrio das contas. (GONÇALVES NETO 1997).

Tabela 01: Despesa Global da União, PIB e despesas em Agricultura e Organização. Valores de 1980 a 2005. Ano PIB

União

Agricultura

Organ. Agrária

Agric. Org. agr Agrária

GastosUnião

1980 145.211 171.440 12.803 121 12. 924 7,54 1985 1.220.001 172.292 5.710 334 6.052 3,51 1990 1.338.844 1.144.905 21.288 921 22.209 1,94 1995 1.557.281 433.585 19.659 3.278 22.938 5,29 2000 1.738.783 561.448 9.046 1.946 10.993 1,96 2005 1.937.598 606.933 8.437 3.628 12.066 1,99 Fonte:STN\MF IPEA\IPE

Para Gonçalves Neto (1997), os governos militares assumiram essa tarefa, no seu

plano de governo. Esta seria uma etapa do planejamento de modernização do território

brasileiro sem preocupação com os problemas sociais que afligiam o setor agrário na época, o

que é confirmado pelo modelo excludente e concentrador em que ocorreu esse processo,

refletido no descaso com a política de reforma agrária.

Nesse lume em 1965, é criado o SNCR (Sistema Nacional de Crédito Rural) que

estava vinculado ao investimento, custeio e comercialização. De acordo com Melo (1992, p,

28) “O mesmo concedia empréstimos de forma facilitada, porém uma pequena parcela de

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Page 23: O MUNICÍPIO DE AURILÂNDIA NO CONTEXTO DA PRODUÇÃO DO TERRITÓRIO GOIANO.pdf

grandes produtores tinha acesso a esse crédito, os que produziam para exportação e os que

produziam substutivos a importados”.

Segundo Borges (2007, p. 35):

Em um primeiro momento, o SNCR não foi aplicado no território goiano, tendo em vista que a modalidade de produtores exigida pelo planejamento do Estado encontrava-se nas regiões sudeste e sul. Foi devido ao fortalecimento dos mesmos pelo SNCR que ocorreu a expansão da fronteira agrícola em direção à região Centro Oeste, ou seja, são esses produtores que, em busca de uma produção mais barata e, conseqüentemente do aumento da lucratividade, deram início à modernização da agricultura em Goiás, obviamente direcionada e cumprindo o planejamento do Estado.

Ainda no Campo da modernização do setor agrário, em 1972 é criada a EMBRAPA

(Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e, em 1974, a EMBRATER (Empresa

Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural). A EMBRAPA era vinculada ao

Ministério da Agricultura e do Abastecimento. De acordo com Santana (2005, p.75):

As pesquisas realizadas pela EMBRAPA abrangem as áreas de ciências agronômicas, veterinárias, da sociologia e da economia rural, além daquelas relacionadas com a agroindústria, podendo, ainda, estender-se às ciências florestais e do meio ambiente. Sua atuação se dá por intermédio de 37 Centros de Pesquisa, três Centros de Serviços e 15 Unidades Centrais, estando presente em quase todos os Estados da Federação.

Em Goiás o órgão que atua diretamente para a modernização da agricultura foi o

CPAC (Centro de Pesquisa Agropecuária do Cerrado), criado em 1975 pois, suas pesquisas

são voltadas diretamente para o Cerrado que foi de fundamental importância para o sucesso

da agricultura moderna no Cerrado brasileiro, sendo o responsável direto na correção do solo

e na adaptação da soja ao cerrado.

EMATER (Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural), foi outro órgão

público que atuou na escala estadual, realizou em Goiás um importante papel aos produtores

rurais; consistia-se basicamente como um órgão de Extensão Rural. Para Ribeiro (1985, p.

21-22).

Extensão Rural é um processo de educação e capacitação de caráter permanente, que se caracteriza pela interação e comunicação recíproca e constante dos técnicos com os produtores, suas famílias e suas organizações. O objetivo desse processo é obter, por meios participativos, a compreensão da problemática agropecuária tanto a nível da unidade de produção de forma individualizada como das comunidades e regiões agrícolas onde agricultores estão localizados; discutindo sobre a seleção das melhores soluções para estes problemas, com ênfase na utilização dos recursos existentes no próprio meio; a realização dos programas de capacitação que surjam dessas análises e a avaliação permanente do processo.

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Page 24: O MUNICÍPIO DE AURILÂNDIA NO CONTEXTO DA PRODUÇÃO DO TERRITÓRIO GOIANO.pdf

O município de Aurilândia não se beneficiou diretamente dessa política de

modernização da agricultura de Goiás. Esta etapa no município acontece de forma lenta num

processo demorado, onde ate hoje não se vê grandes transformações de cunho tecnológico na

agricultura, exceto alguns produtores rurais que investiram em ordenhadeiras e tanques para

resfriamento e armazenamento do leite.

Diga-se de passagem, que as décadas de 1950 e 1960 para o município de Aurilândia

não contribuíram para o seu desenvolvimento, no que se refere à atuação do Estado Nacional,

embora vários programas fossem elaborados e implantados em Goiás, estes não interferiram

diretamente na organização econômica do município de Aurilândia, como foi abordado

anteriormente. Desta forma, Aurilândia teve um lento crescimento econômico nessas décadas,

o que resultou em uma estagnação do município.

Assim até o final da década de 1960, após todo o processo histórico supracitado, o

município de Aurilândia refletia a organização espacial de Goiás, que se constituía em um

estado de economia predominantemente agrária e regionalmente desigual.

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CAPITULO 3. ATUAÇÃO DO ESTADO NA APROPRIAÇÃO E PRODUÇÃO DO TERRITÓRIO GOIANO

O grande responsável pela modernização do Cerrado goiano foi o Estado Nacional

com o projeto de integração econômica do território brasileiro, dentre a sua atuação pode-se

destacar a criação de órgãos voltados ao desenvolvimento do cerrado, tais como: PCI (Plano

de Integração e Incorporação dos Cerrados, criado em 1970; em 1974, foi criado o

PRODECER (Programa de Desenvolvimento do Cerrado) etc.

Todos estes programas foram acompanhados por uma ideologia do Estado Nacional,

que propunha superar o latifúndio improdutivo e por fim na agricultura atrasada que

significava um entrave para o desenvolvimento do país. Silva( 2001). Na verdade o Estado

evitava a realização de uma reforma agrária, e inseria as regiões do cerrado na economia

nacional, como consumidora de produtos industrializados e fornecedores de produtos

primários, neste momento para o mercado externo.

Este processo desencadeou um desenvolvimento desigual e contraditório no cerrado,

processo dialético, resultante das novas relações estabelecidas entre homem x natureza e

homem x homem, para territorializar-se se fez em detrimento á exclusão de uma parcela da

população, isto é da desterritorialização do camponês e da ascensão dos grandes produtores.

Silva( 2001).

De acordo com Borges (2007) Esta desigualdade se estende pela estrutura regional do

estado, isto porque, o processo de modernização, não se deu de forma homogenia no estadode

Goiás tendo em vista que algumas regiões ainda possuem uma estrutura agrária semelhante ao

início do século XX, se constituído o que Milton Santos intitula de espaço de resistência.

Característica intrínseca do município de Aurilândia.

Ainda de acordo com Borges (2007), o estado de Goiás possui uma estrutura agrária

complexa, pois além de contradições existentes em áreas que passaram pelo processo de

modernização agrárias, onde convivem agroindústrias e pequenos produtores ainda presos ao

processo de produção tradicional, ocorre também contradição regional, como foi dito

anteriormente, existem regiões do estado de Goiás que não modernizou seu espaço agrário. O

que podemos afirmar, é que esta estrutura é resultado de um conjunto de políticas e intenções

do Estado Nacional no processo de exploração do território brasileiro, segundo Chaveio

(2004, p.137):

É possível encadear uma síntese das intenções políticas que perpassam todas as políticas territoriais dos anos 30 até os nossos dias, nos diversos padrões territoriais constituídos nesse ínterim: Da política do Estado Novo, passando por 50 com o desenvolvimentismo de JK; de 60 a 80. Com desenvolvimentismo graduando-se com a denominada abertura de fronteiras

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para o capital estrangeiro refuncionalizando partes antes destinadas a atividades econômicas desintegradas, e apresentando o milagre econômico como salvação do que se referia como uma economia dependente; e de 90 aos nossos dias, com a caracterização dos modelos de modernização da agricultura, mediante a consolidação do parque industrial brasileiro, do novo sistema de comunicação, aparatados pela transição democrática e servindo a internacionalização do neoliberalismo, percebe-se o esforço do estado brasileiro, sustentados por pactos entre elites, às vezes nacional, outras vezes, dessa com a internacional, utilizar o território brasileiro para incorporar o país a uma dinâmica de uma economia internacional.

3.1-O Município de Aurilândia no Contexto do Estado de Goiás Pós 1970.

Neste contexto da modernização da agricultura, o município de Aurilândia não se

encontra inserido, uma das hipóteses que justifica este fato, é a topografia do lugar, que é

bastante irregular, não recomendável ao processo de mecanização, exigência do modelo

moderno da produção agrícola.

O município de Aurilândia passa por grandes transformações em seu espaço agrário, a

partir da década de 1980, em um momento que vários países começam a comercializar carne

bovina com o Brasil. Esta abertura comercial, com outras nações fez do Brasil um grande

criador e exportador de carne bovina.

Esta exportação beneficiou diretamente a economia goiana, surgindo no estado de

Goiás, grandes fazendas criadoras de gado, assim como intensificam o numero de

abatedouros, já que Goiás passa a exportar os derivados do boi e não o mesmo em espécie,

como ocorria anteriormente.

Nesse sentido, a pecuária foi diretamente responsável pela transformação do espaço

agrário de Aurilândia, tendo em vista que foi instalado no município o FRIGOBOI LTDA-

Frigorífico de Carne Bovina de Aurilândia para atender a demanda local e regional, fato que

inseriu de vez o município no contexto estadual da economia goiana.

O espaço agrário de Aurilândia passa por transformações básicas como a adoção do

capim branchiara, espécime vegetal desenvolvida pela EMBRAPA-(Empresa Brasileira de

Pesquisa Agropecuária de Goiás), que veio substituir as espécimes nativas do Cerrado como o

Jaraguá que representava o atraso na engorda e criação do boi goiano.

Aliada a estas transformações ocorreu também a melhoria no plantel bovino atendendo

as exigências da economia exportadora, característica do modelo da produção agrícola que

adotou o país a partir dos anos de 1970, conhecido como a revolução verde ou

industrialização do campo, adotado para resolver a saturação do mercado das chamadas

indústrias de bens de produção, representadas pelas multinacionais. Sem dúvida, uma forma

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Page 27: O MUNICÍPIO DE AURILÂNDIA NO CONTEXTO DA PRODUÇÃO DO TERRITÓRIO GOIANO.pdf

inteligente dos grupos econômicos internacionais realizarem a expansão de suas empresas e

de seus interesses.

Figura 2 - Frigorífico de Carne Bovina de Aurilândia

Fonte: PEREIRA, Wellington.

Este modelo de produção agropecuária foi planejado para atender os interesses do

capital externo, sem preocupação com os impactos sociais e ambientais, tendo em vista que

este se deu de forma excludente e concentrador, isto porque beneficiaram os grandes

pecuaristas em detrimento da exclusão dos pequenos, os excluídos da modernização

(BORGES 2007).

No que se refere à questão ambiental, este modelo foi arrasador, isto porque, o bioma

Cerrado, o mais impactado por este processo, praticamente foi dizimado pelos vários

processos modernizadores. Caso bem perceptível no município de Aurilândia, como na

formação de pastagens, não respeitando as leis ambientais, como no caso da nascente do rio

São Domingos, na fazenda de mesmo nome de propriedade do Sr. Ubiratan Pereira Rezende.

Os impactos que são causados ao meio ambiente (ver figura 3), onde se explica

claramente a ação inconsciente do homem, no caso, na produção de pastagens e na destruição

das matas ciliares e de galerias.

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Page 28: O MUNICÍPIO DE AURILÂNDIA NO CONTEXTO DA PRODUÇÃO DO TERRITÓRIO GOIANO.pdf

Degradando a vegetação que protege as nascentes dos córregos e o rio São Domingos,

que em Aurilândia é o grande pivô de sustentação do turismo no município e que pouco a

pouco, vem diminuindo a vazão d’água. É óbvio que dessa maneira irá esgotar rapidamente

sua capacidade de se recompor.

Outra questão talvez não menos agravante é o risco de contaminação do Córrego Boa

Vista, que abastece a sede urbana do município de Aurilândia, onde vivem 3.000 pessoas

(IBGE 2007).

Figura 3: Nascente degradada do Rio São Domingos

Fonte: PEREIRA, Wellington.

Outra transformação de grande relevância ocorrida no município de Aurilândia se

refere à questão demográfica, pois a atividade pecuária promove a expropriação do pequeno

produtor pelo latifúndio e em conseqüência o êxodo rural para o meio urbano que promove a

transição demográfica do município.

É possível também observar no município de Aurilândia, que a população vem

reduzindo ano após ano. Alguns fatores podem ter contribuído para este processo, como: a

população tanto na zona rural quanto na urbana foram pressionados pelo avanço do capital,

que procuraram novas fronteiras, outros lugares, em maior parte nos grandes centros como:

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Page 29: O MUNICÍPIO DE AURILÂNDIA NO CONTEXTO DA PRODUÇÃO DO TERRITÓRIO GOIANO.pdf

Goiânia e Brasília, geralmente em busca de trabalho e estudos, como demonstra a tabela

abaixo.

Tabela 2: População do Município de Aurilândia

Fonte: IBGE, 2007.

Esse fator ocorreu com freqüência no Estado de Goiás pós 1970, onde a população

transitava buscando melhores condições de vida, normalmente atraídos pela industrialização,

grande mito do capitalismo, que aliena e manipula as pessoas, que vêem nessa atividade uma

referência de melhores condições de vida, onde o meio rural, o campo em si, é visto como um

atraso e a cidade como moderna (CARLOS1989).

A partir dos anos 1980, com maior intensidade na década de 1990, o Brasil passa pelo

processo de descentralização industrial, que consistiu na saída das indústrias tradicionais da

região sudeste do país em direção as áreas chamadas de periféricas, na busca de alternativas

para custos baixos da produção e na abertura de novos mercados consumidores.

Neste contexto, o Estado de Goiás intensifica o processo de industrialização ( ver

figura 4), mas este processo ocorre em regiões pólos, não se configurando de forma

homogênea no território goiano. Ocorre assim uma intensificação da desigualdade regional

em Goiás, influenciada pelo Estado Nacional, que orienta as políticas públicas para as regiões

de maior interesse do capital.

Em Goiás esse processo é visto na prioridade histórica do Estado Nacional pelos

investimentos na região sul. Neste contexto o município de Aurilândia não se insere

diretamente, mas alguns investimentos nos setores agrário e industrial movimentam o espaço

rural e urbano do município para um novo arranjo econômico.

A modalidade econômica promovida no território goiano, pela industrialização,

através da abertura econômica do Brasil, ou melhor, pela a política neoliberal e início das

privatizações das estatais durante o governo Fernando Collor de Melo movimentam outros

setores da economia. O comércio, por exemplo, foi ampliado para atender a demanda da nova

configuração socioeconômica do território goiano e conseqüentemente do município de

Aurilândia, tendo em vista que estas demandas aumentam, devido à “modernidade” trazida

Ano Número de Habitantes

1991 4205

1996 4580

2000 4235

2007 3719

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Page 30: O MUNICÍPIO DE AURILÂNDIA NO CONTEXTO DA PRODUÇÃO DO TERRITÓRIO GOIANO.pdf

pela indústria e do aumento do poder de compra da população economicamente ativa e

empregada.

Figura 4:Mapa dos Municípios Industrializados do Centro-Sul goiano

Com a instalação de indústrias no Estado de Goiás atual, houve alterações tanto no

espaço agrário quanto no urbano, modificando as relações econômicas, passando o mesmo a

depender da geração de rendas das indústrias ou agroindústrias, como também na prestação de

serviço, além do comércio. Estas relações modificam por completo o espaço urbano do Estado

de Goiás, chamado de urbanização do território goiano, que concentrou grande parte da renda

intensificando a disparidade das classes sociais, refletidas no espaço de moradias, através da

segregação, onde surgiram “bolções” de misérias, como é o exemplo da favelização nas zonas

periféricas das médias e grandes cidades que passam a abrigar os excluídos da

“modernização” e do “progresso” industrial.

Atualmente o município de Aurilândia está inserido na política do governo estadual,

através do setor turístico, este fato é justificado pela construção de um complexo turístico, por

nome de Auriparque (ver figura 5), construído com o respaldo do governo do Estado de Goiás

e do Governo Federal, na administração municipal do ano 2000-2004, o Estado busca através

desse setor, uma maior dinamização da economia municipal na tentativa de inserir o turismo

29

Page 31: O MUNICÍPIO DE AURILÂNDIA NO CONTEXTO DA PRODUÇÃO DO TERRITÓRIO GOIANO.pdf

no processo de geração de renda e divisas, além de uma maior arrecadação, através de

impostos.

Figura 5: Auriparque

Fonte: PEREIRA, Wellington

Na maioria dos casos ocorrem negligências na questão ambiental, de modo que os

relatórios de impactos ambientais, geralmente são fraudados, tendo em vista que a liberação

da construção desses complexos turísticos são “pratos cheios” para os políticos locais, sendo

essas obras eleitoreiras e em maior parte superfaturadas..

Na questão do comércio local é bom lembrar que em Aurilândia não se configura em

desenvolvimento, ou seja, encontra-se em estágio primário de modo que não se caracteriza

num comércio variado e versátil, sendo insuficiente em alguns produtos, não atendendo a

demanda local. Predomina no lugar, os estabelecimentos voltados para a atividade

agropecuária e doméstica, porém também insuficientes.

Este caráter primário e no momento estagnado, em hipótese pode ser explicado pela

Proximidade com a cidade de São Luís de Montes Belos, que se torna potencialmente em

vários ramos comerciais, concorrentes do comércio de Aurilândia. Contribuindo para que a

economia comercial, não se desenvolva, uma vez que a própria população local faz suas

30

Page 32: O MUNICÍPIO DE AURILÂNDIA NO CONTEXTO DA PRODUÇÃO DO TERRITÓRIO GOIANO.pdf

compras no município vizinho, permitindo que seu capital circule em São Luis de Montes

Belos e estagne cada vez mais o comércio de Aurilândia.

Assim podemos concluir nosso texto afirmando que a apropriação do território goiano

é obra da aliança entre Estado Nacional e capital externo que adotou um modelo excludente e

concentrador, o qual promoveu a intensificação da disparidade socioeconômica do território

goiano, através da regionalização dos investimentos, desenvolvendo algumas regiões e

estagnando outras. Na qual se insere o município de Aurilândia, onde as características do

tempo lento são bastante claras.

31

Page 33: O MUNICÍPIO DE AURILÂNDIA NO CONTEXTO DA PRODUÇÃO DO TERRITÓRIO GOIANO.pdf

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O ordenamento territorial do município de Aurilândia-Goiás, ao longo de sua história

está atrelado ao processo de apropriação, produção e modernização do território goiano. É

claro que, não se pode desprezar a particularidade do lugar, que apresenta configurações

próprias de sua realidade e que nem sempre foi resultado de influências externas.

Em um primeiro momento, o município de Aurilândia está inserida no contexto do

território goiano através da atividade mineratória, processo conhecido como garimpagem.

Nesse caso esta atividade por si só não correspondeu ao crescimento econômico do

município, tendo em vista, a sua inexpressividade.

Com a decadência da mineração, a agricultura a princípio de subsistência e a pecuária

foram responsáveis pela manutenção econômica do território goiano, embora devido a

problemas referentes a transportes, a única atividade que interligava a região ao sudeste

brasileiro era a pecuária. Neste contexto, o município de Aurilândia passa por um período de

estagnação, devido à fraca produção pecuária, limitando a produção para o mercado

doméstico, ou seja, interno.

Entretanto, esta realidade se altera com a chegada das ferrovias no território goiano:

estrada de ferro “Mogiana”, resolvendo assim, o problema do transporte. As ferrovias

articularam economicamente a região do oeste goiano ao sudeste do Brasil, através da

produção de alimentos. Este fato não atinge diretamente o município em questão, tendo vista

a longa distancia do mesmo em relação a ferrovia.

A construção de Goiânia foi outro fator que impulsionou a economia do território

goiano, fato que pouco contribuiu para o desenvolvimento socioeconômico do município de

Aurilândia, porem contribui no sentido de dinamização da prestação de serviço e do comercio

e na qualidade de vida, tendo em vista que o setor de saúde, compra e outros também chegou

ao município.

Na década 1970, o território goiano passava por uma expressiva transformação

econômica desencadeada pela Revolução Verde, modernização da agricultura, processo que

abrangiu o município de Aurilândia com a instalação do Frigorífico Frigoboi Ltda. Antes,

ocorreu a instalação da empresa de Laticínios Leitbom no município vizinho de São Luís de

Montes Belos, no final da década de 1980, além da grande exportação de guariroba, produto

nativo do município de Aurilândia que passa a exportar para todo o Brasil, principalmente

para São Paulo. Fato que inseriu o município de Aurilândia na economia nacional.

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Page 34: O MUNICÍPIO DE AURILÂNDIA NO CONTEXTO DA PRODUÇÃO DO TERRITÓRIO GOIANO.pdf

Atualmente a formação territorial do município de Aurilândia se fundamenta na

atividade turística e agropecuária, mesclando com a articulação comercial, em ambas as

atividades são perceptíveis à desigualdade socioeconômica. Este fato é simplesmente

explicável pela a dinâmica do avanço do capital, na qual, o benefício é reservado a poucos em

detrimento da exploração de muitos.

Desta forma esta pesquisa pretendeu fazer uma discussão sobre o município de

Aurilândia na produção do território goiano, através de uma visão crítica do discurso

desenvolvimentista do Estado Nacional atrelado a este processo, que camufla, esconde os

pontos falhos do mesmo, ao mesmo tempo não insere neste discurso os excluídos da

modernização que é realidade da maioria dos municípios brasileiros que é bastante expressivo

em Aurilândia-Goiás.

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