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Ano XXVI Nº 324 agosto de 2016 A guerra não tem rosto de mulher e Vozes de Tchern bil (ambos pu- blicados pela Companhia das Le- tras), da Prêmio Nobel de Literatu- ra de 2015, a ucraniana Svetlana Aleksiévitch, ao lado dos romances confessionais do norueguês Karl Ove Knausgard, são obras que per- manecerão fixadas como um dos melhores legados culturais deixados pela 14ª Feira Internacional de Paraty, realizada recentemente na histórica cidade fluminense. Particularizo A guerra não tem rosto de mulher, traduzida do russo por Cecília Rosas, costurada a partir de depoimentos que vão desenhan- do o ambiente diário da Segunda Guerra Mundial, no front e na reta- guarda, segundo as narrativas de mulheres que participaram do con- flito na condição de auxiliares de enfermagem, enfermeiras cirúrgi- cas, instrutoras de companhia de fuzileiros, correspondentes de guer- ra - todas dentro da rígida hierarquia do Exército Vermelho, seguindo a orientação do governo de Stálin. Valoriza a obra o cuidadoso tra- balho jornalístico de pesquisa, levan- tamento de endereços, dados identificadores e as conversas mantidas com cada uma das depo- entes, todas marcadas, tantos anos depois do conflito, pelos traumas que algumas sequer pretendiam reviver na memória, a exemplo do que disse à autora a suboficial de primeira classe, Olga Vassílievna, que combateu numa unidade da Marinha, no Báltico (pág. 143): “Eu queria viver ao menos um dia sem a guerra. Sem a nossa memória dela... Nem que fosse um dia só”. Apreciável o esforço da jorna- lista e escritora ao ir a fundo no tra- balho, realizado no período de 1978 a 1985, para resgatar a história, do ponto de vista não mais dos com- batentes, mas das combatentes. Ela começou o seu trabalho regis- Obra de Svetlana fica como bom legado na memória da 14ª Flip Nildo Carlos Oliveira trando: “Estou escrevendo um livro sobre a guerra”. Mas não poderia ser apenas mais um livro sobre o tema. Ele é um documento, um re- trato individualizando o drama pro- vocado coletivamente pela desumanização da guerra: as tra- gédias familiares, a multidão de ór- fãos abandonados pelos caminhos, os cadáveres insepultos na neve, milhares de corpos mutilados e a banalização dessa sombra escura seguindo os passos das tropas nazistas, que enfim encontraram pela frente, no território russo, a surpreendente muralha de Stalingrado. Ali, no auge do conflito, “não tinha um só grama de terra que não estivesse encharcado de san- gue humano, russo ou alemão” (pág. 383). Diz, Svetlana: “Ah, mais um li- vro sobre a guerra. Para quê? Já aconteceram milhares de guerras, pequenas e grandes, famosas e desconhecidas. Mas... Foi escrito por homens e sobre homens”. E, mais adiante: “A guerra ‘feminina’ tem suas próprias cores, cheiros, sua iluminação e seu espaço senti- mental. Nela, não há heróis nem fa- çanhas desumanamente humana”. Os depoimentos colocam a tragé- dia dentro de nós, com a multiplicidade de vidas sacrificadas nas trincheiras. Mas, chegou-se à Vitória. E, pelo conjunto dos depoimentos, co- meçamos a saber um pouco mais do “preço que os soviéticos paga- ram por ela - 20 milhões de vidas humanas em quatro anos” (pág. 146). O impacto da vitória, no entan- to, não teve desdobramentos ape- nas depois do confronto com as tro- pas de Hitler, enfim derrotadas em todas as frentes. E não se tratava tão-somente de substituir a história da derrota do Führer pela história da vitória do Exército Vermelho e dos exércitos dos países aliados. Hou- ve guerra de bastidores, a partir da política stalinista que não concebia a existência de soldados soviéticos feitos prisioneiros de guerra. Estes deveriam ser eliminados ou enca- minhados a campos de concentra- ção. A concepção era de que, se foram feitos prisioneiros, foi porque fracassaram. E, mesmo durante o conflito, os expurgos sob Stálin, não paravam. A guerra de classes, que ele empreendia internamente, se destinava a manter o país em per- manente estado de medo (pág. 148). Essa realidade explica por- que o livro de Svetlana passou tan- to tempo impedido de ser publicado na antiga União Soviética. Ao final do notável trabalho jornalístico e literário o livro mostra que terríveis debilidades humanas prosseguem sendo as mesmas. Transcrevo: “Como serão felizes as pessoas depois da guerra. Como será feliz, como será bonita a vida. Essas pessoas, que tanto sofreram, vão ter pena uma das outras. Vão amar. “ Mas, “as pessoas se odei- am tanto quanto antes. Matam de novo. E quem são? Nós... Somos nós”. (pág. 390). A guerra, seja onde for, continua. Essa é a tragédia hu- mana. E a obra, com sua força do- cumental, expõe um dos valores do papel do escritor: testemunhar a his- tória. Nildo Carlos Oliveira é escritor, biógrafo, contista e jornalista.

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Ano XXVI Nº 324 agosto de 2016

A guerra não tem rosto demulher e Vozes deTchernóbil (ambos pu-

blicados pela Companhia das Le-tras), da Prêmio Nobel de Literatu-ra de 2015, a ucraniana SvetlanaAleksiévitch, ao lado dos romancesconfessionais do norueguês KarlOve Knausgard, são obras que per-manecerão fixadas como um dosmelhores legados culturais deixadospela 14ª Feira Internacional deParaty, realizada recentemente nahistórica cidade fluminense.

Particularizo A guerra não temrosto de mulher, traduzida do russopor Cecília Rosas, costurada a partirde depoimentos que vão desenhan-do o ambiente diário da SegundaGuerra Mundial, no front e na reta-guarda, segundo as narrativas demulheres que participaram do con-flito na condição de auxiliares deenfermagem, enfermeiras cirúrgi-cas, instrutoras de companhia defuzileiros, correspondentes de guer-ra - todas dentro da rígida hierarquiado Exército Vermelho, seguindo aorientação do governo de Stálin.

Valoriza a obra o cuidadoso tra-balho jornalístico de pesquisa, levan-tamento de endereços, dadosidentificadores e as conversasmantidas com cada uma das depo-entes, todas marcadas, tantos anosdepois do conflito, pelos traumasque algumas sequer pretendiamreviver na memória, a exemplo doque disse à autora a suboficial deprimeira classe, Olga Vassílievna,que combateu numa unidade daMarinha, no Báltico (pág. 143): “Euqueria viver ao menos um dia sema guerra. Sem a nossa memóriadela... Nem que fosse um dia só”.

Apreciável o esforço da jorna-lista e escritora ao ir a fundo no tra-balho, realizado no período de 1978a 1985, para resgatar a história, doponto de vista não mais dos com-batentes, mas das combatentes.Ela começou o seu trabalho regis-

Obra de Svetlana fica como bom legado na memória da 14ª FlipNildo Carlos Oliveira

trando: “Estou escrevendo um livrosobre a guerra”. Mas não poderiaser apenas mais um livro sobre otema. Ele é um documento, um re-trato individualizando o drama pro-vocado coletivamente peladesumanização da guerra: as tra-gédias familiares, a multidão de ór-fãos abandonados pelos caminhos,os cadáveres insepultos na neve,milhares de corpos mutilados e abanalização dessa sombra escuraseguindo os passos das tropasnazistas, que enfim encontrarampela frente, no território russo, asurpreendente muralha deStalingrado. Ali, no auge do conflito,“não tinha um só grama de terra que

não estivesse encharcado de san-gue humano, russo ou alemão”(pág. 383).

Diz, Svetlana: “Ah, mais um li-vro sobre a guerra. Para quê? Jáaconteceram milhares de guerras,pequenas e grandes, famosas edesconhecidas. Mas... Foi escritopor homens e sobre homens”. E,mais adiante: “A guerra ‘feminina’tem suas próprias cores, cheiros,sua iluminação e seu espaço senti-mental. Nela, não há heróis nem fa-çanhas desumanamente humana”.Os depoimentos colocam a tragé-dia dentro de nós, com amultiplicidade de vidas sacrificadasnas trincheiras.

Mas, chegou-se à Vitória. E,pelo conjunto dos depoimentos, co-meçamos a saber um pouco maisdo “preço que os soviéticos paga-ram por ela - 20 milhões de vidashumanas em quatro anos” (pág.146).

O impacto da vitória, no entan-to, não teve desdobramentos ape-nas depois do confronto com as tro-pas de Hitler, enfim derrotadas emtodas as frentes. E não se tratavatão-somente de substituir a históriada derrota do Führer pela história davitória do Exército Vermelho e dosexércitos dos países aliados. Hou-ve guerra de bastidores, a partir dapolítica stalinista que não concebiaa existência de soldados soviéticosfeitos prisioneiros de guerra. Estesdeveriam ser eliminados ou enca-minhados a campos de concentra-ção. A concepção era de que, seforam feitos prisioneiros, foi porquefracassaram. E, mesmo durante oconflito, os expurgos sob Stálin, nãoparavam. A guerra de classes, queele empreendia internamente, sedestinava a manter o país em per-manente estado de medo (pág.148). Essa realidade explica por-que o livro de Svetlana passou tan-to tempo impedido de ser publicadona antiga União Soviética.

Ao final do notável trabalhojornalístico e literário o livro mostraque terríveis debilidades humanasprosseguem sendo as mesmas.Transcrevo: “Como serão felizes aspessoas depois da guerra. Comoserá feliz, como será bonita a vida.Essas pessoas, que tanto sofreram,vão ter pena uma das outras. Vãoamar. “ Mas, “as pessoas se odei-am tanto quanto antes. Matam denovo. E quem são? Nós... Somosnós”. (pág. 390). A guerra, seja ondefor, continua. Essa é a tragédia hu-mana. E a obra, com sua força do-cumental, expõe um dos valores dopapel do escritor: testemunhar a his-tória.

Nildo Carlos Oliveira é escritor,biógrafo, contista e jornalista.

Página 2 - agosto de 2016

Periodicidade: mensal - www.linguagemviva.com.brEditores: Adriano Nogueira (1928 - 2004) e Rosani Abou Adal

Rua Herval, 902 - São Paulo - SP - 03062-000Tels.: (11) 2693-0392 - 97358-6255

Distribuição: Encarte em A Tribuna Piracicabana, distribuído aassinantes, bibliotecas, livrarias, entidades, escritores e faculdades.

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semestral: R$ 42,00Tels.: (11) 2693-0392 - 97358-6255

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Minha alma é carregada deflores, que rego em segredo e exalam perfu-

mes, versos, reflexões. O ar à minhavolta está cheio de cheiros distantes,rastros de fragrâncias, fios de memó-ria.

Cada perfume me traz lembran-ças de pessoas que os usavam, deimagens e lugares captados pelo meuolfato apurado. A água de colônia es-tava no regaço materno, na pentea-deira imersa em luz lilás, adornada devioletas. A baunilha desprendia-se dasfavas longas. As cascas de limão elaranja grudavam no fundo dos tachosde cobre. O cravo e a canela impreg-navam-se nas massas encharcadasde mel de abelhas. E havia tambémos perfumes masculinos, de courossecos, tabaco e musgo, de madeirasvindas de ilhas distantes. São combi-nações que agem sobre meupsiquismo e me jogam em cenas deum passado longínquo. São notas quese fixaram no fundo do meu coração,da minha mente e evocam recorda-ções.

Eu poderia até ser uma alquimis-ta, capaz de misturar óleos de floresdestiladas, essências e álcool em tu-bos de ensaio. Criaria um perfumetodo especial, que intensificasse o quesou à mais alta potência. Teria a sa-bedoria dos antigos egípcios, dos quí-micos árabes. A fórmula de Moisésque, queimando especiarias, chegoua um incenso puro, temperado e san-to para entrar na presença de Deus.A palavra “perfume” significa “perfumare”, “através da fumaça”. UmDeus na fumaça forte do cipreste ar-dendo em brasas de purificação e vir-tude.

E como esquecer Maria, aquelaque ungiu com nardo precioso os pésde Jesus e os enxugou com seus ca-belos? Aquela que o embalsamou

Perfume Raquel Naveira para a morte? Só de pensar, sinto

um perfume espesso nesta sala,onde rosas vermelhas fenecem nosvasos.

O célebre romance O Perfu-me, que virou filme, do escritor ale-mão Patrick Süskind, vai radical-mente contra essa ideia sublime eromântica do perfume. É a históriade um assassino. Terror e mistériona França do século XVIII, centroeuropeu das pesquisas e do comér-cio do perfume. Um homem com faroextraordinário tem uma percepçãodiferente do mundo. Torna-se umexímio perfumista. Encontra umamoça com um perfume inusitado,doce, intocado. O perfume das vir-gens. Para apoderar-se desse odorde forma plena, ele a mata. Nasequência, mata outras vinte e seisjovens, buscando a criação do per-fume perfeito. É o perfume encobrin-do os fedores do crime e da hipo-crisia de uma Paris mundana, dadaaos gozos e prazeres materiais, afo-gada em luxo e carnalidade. Issonos lembra que em Apocalipse, agrande Babilônia, abrigo de espíri-tos imundos, é terra dos mercado-res de ouro, de prata, de pedraspreciosas, de seda, de púrpura, deperfume, de cavalos, carros, corpose almas de homens. É a seduçãoque nos envolve, atrai e destróiusando nossos cinco sentidos. Ecomo o planeta babilônico brilha,provoca e pesa sobre nós.

Minha alma é carregada de flo-res que rego em segredo. Queroespalhar o aroma suave de um co-nhecimento, o bom perfume de Cris-to. Que fique um perfume delicado,uma pétala, por onde eu passar.

Raquel Naveira é escritora,poeta, Doutora em Literatura

Portuguesa pela USP emembro da Academia

Sul-Mato-Grossense de Letrase do Pen Clube do Brasil.

A Luta ContinuaLinguagem Viva, em setembro,

completará 27 anos de circulaçãoininterrupta.

A partir de agora faremos contagemregressiva rumo aos 30 anos.

Faltam 37 meses para alcançarmostrês décadas de existência.

Será fundamental a parceria doencarte em A Tribuna Piracicabana e oapoio dos colaboradores, leitores,assinantes, anunciantes e amigos.

A luta continua para cumprir nossoobjetivo de difundir, divulgar, democratizar as nossas Letras e incentivar ogosto pela Leitura.

Temos fé que conseguiremos alcançar os 30 anos de existência,porque a cidade de Piracicaba é nosso Porto Seguro. A Noiva da Colina éa alma das nossas Letras.

Os caipiracicabanos - como disse o saudoso João Chiarini - sãonossa fonte de inspiração, a energia que nos move e não nos deixa desistirde continuar a caminhada.

Sem o apoio de A Tribuna Piracicabana jamais poderíamos dar osprimeiros passos. A parceria contribui ativamente para o engrandecimentoda nossa Cultura.

É um exemplo que deve servir de espelho para todo o País.Que nossos governantes sigam o exemplo e possam dar mais apoio

à Literatura e aos escritores brasileiros.

Rosani Abou Adal é escritora, poeta, jornalista, publicitária e Vice-Presidente do Sindicato dos Escritores no Estado de São Paulo.

Rosani Abou Adal

Xavier

Página 3 - agosto de 2016

Roberto Scarano

Execuções Cível Família Trabalhista

Rua Major Basílio, 441 - Cjs. 10 e 11 - Mooca - São PauloTel.: (11) 2601-2200 - [email protected]

OAB - SP 47239Advogado

A produção literária passa pormudanças profundas. Novastecnologias, a busca pela renova-ção da linguagem, o boom dos sa-raus, a horizontalidade nas relaçõessociais, tudo isso fez com que nosúltimos 15 anos surgisse um fenô-meno inédito: os “marginais”, movi-mento independente surgido nasperiferias, provocando o desloca-mento dos holofotes do mundo edi-torial do centro para as bordas. Pou-co ou nada devendo à geraçãomimeógrafo – que na década de1970 eclodiu como os primeiros“marginais” na literatura brasileira –a nova turma não discute isso. Es-tão todos ocupados em reescrevera própria história, criar novas for-mas de atuação política e social,empreender percursos artísticos eculturais e retroalimentar aautoestima dos excluídos, liçãoaprendida e apreendida com o mo-vimento hip-hop, seu antecessormais direto.

Os extremos geográficos deSão Paulo sempre tiveram sua ebu-lição artística. O diferencial é quehoje os coletivos assumem cadavez mais a responsabilidade devisibilizar a própria produção. Pro-va dessa mudança foi a aprovaçãoem 21 de junho de 2016 do Projetode Lei 624/2015, de Fomento Cul-tural das Periferias, pela CâmaraMunicipal de São Paulo. A força sim-bólica vem do fato da lei ter sido es-crita a várias mãos por grupos or-ganizados, mesmo alguns que se-quer estão formalmente constituí-dos, mas são representativos emsuas expressões.

Desde as primeiras movimen-tações na zona sul – com Ferréz eSérgio Vaz (que acaba de lançar

Não foram poucas as mãesnos anos 30, 40, 50 e 60que se louvaram no ma-

nual de puericultura do dr. Wladimirde Toledo Piza, o famoso Livro dasMãezinhas, que conheceu váriasreedições e teve ampla circulação.

O médico Wladimir Piza (1905-1999), que foi político destacado, decorte nacionalista, exímio orador(prefeito de São Paulo em 1956 e1957, deputado estadual, diretor doBanco do Estado, prócer do antigoPTB) escreveu o opúsculo a pedidodo Rotary Club de São Paulo, den-tro do espírito de companheirismo dainstituição. A cartilha, financi-ada na sua primeira ediçãopelo magnata Samuel Ribei-ro, passou a ser distribuídanos cartórios de Registro Ci-vil, e orientava as mães, porexemplo, no tocante a noçõesde higiene infantil e nutriçãode seus filhos. O Livro dasMãezinhas, com sua lingua-gem simples e direta, tambémfoi reeditado pela Secretariada Saúde do Governo do Es-tado de São Paulo (Seção dePropaganda e Educação Sa-nitária).

Entre a primeira ediçãoem 1937 e a última (a sétima)muita coisa, porém havia mu-dado, nos ensinamentos do dr. Pizacontra a mortalidade infantil: a exem-plo da qualidade do leite, mesmo ode tipo C, e o do surgimento de no-vas vacinas. Daí porque o livreto foiatualizado ao longo das reedições.

As páginas finais do livrinho tra-ziam folhas para “registro do bebê”com linhas em branco a serem pre-enchidas tais como para anotar asdoenças da criança, dados do bati-zado, apontamentos da árvoregenealógica, das vacinas etc.

Piza salienta que não há alimen-to superior ao leite de peito “aindadaqui a 100 anos” para as criançasde 1 a 3 meses de idade. Até o quar-to ou quinto mês e a partir do tercei-ro, segundo Piza, deve-se dar aobebê também, uma vez ao dia, sucoou gelatina de frutas (a gelatina neu-tralizaria, em parte, a acidez do sucode frutas).

O guia ensina o modo de pre-parar de mingaus, sopinhas,gelatinas...Desaconselha o hábito dedar cervejas pretas (então em voga)às mães nutrizes, prescrevendo nolugar leite de vaca, “puro, na dose

O Livro das Mãezinhas, de Wladimir PizaGabriel Kwak de um litro diário, além da alimenta-

ção comum.”Alguns conselhos pediátricos de

Wladimir de Toledo Piza:— Sempre que teu filho apre-

sentar qualquer sintoma anormal,não esperes que ele piore para, en-tão, o levares ao médico. Lembra-teque uma enfermidade, às vezes ba-nal no início, pode transformar-se emdoença gravíssima com o perpassardo tempo

—Cuida carinhosamente de teufilho; não o entregues a amas oupagens. Na convivência diária e per-manente poderás melhor estudarseu caráter, suas tendências, sua vo-cação e corrigir, em tempo, alguma

falha; assim comoo irás orientandode acordo com osprincípios moraisque formaram tuabase e a da tua fa-mília

— E não te es-queças que o teufilho é como um pe-daço de cera dúctil.Dele poderás fazeruma obra de arte ouum monstro

— De 11 a 12meses vai o garotocomer, pela primei-ra vez, um pratinhoigual ao teu. Assim

no almoço dar-lhes-ás arroz bem co-zido, caldo de feijão, pirão de legu-mes ou farinha de cereais, e sucode bife, bife raspado ou carne moí-da.

Outro livro dedicado ao cuida-do com a saúde das crianças foi oclássico A Vida do Bebê, de Rinaldode Lamare (1910-2002). Foi este umdos maiores best sellers em todosos tempos: editado primeiramenteem 1941, teve mais de 40 edições evendeu mais de seis milhões deexemplares.

Piza foi autor também de Depo-imento (1976); O Dinheiro do Brasil(1980) e Por Quem Morreu GetúlioVargas (1998), todos estes com tes-temunhos e crenças relativos a suatrajetória de combatente político.Teria deixado longo depoimento gra-vado a seu antigo assessor de im-prensa na Prefeitura, Jayme Martins(ex-TV Cultura), entrevista ainda iné-dita e sequer transcrita.

Gabriel Kwak é jornalista,escritor e diretor da Associação

Paulista dos Críticosde Arte (APCA).

Êxito na literatura da periferia paulistanaEscobar Franelas

Flores de Alvenaria, seu 8º livro) –tanto Sampa quanto a Grande SãoPaulo apontaram trajetórias: surgi-ram nomes como Sacolinha,Rodrigo Ciríaco, Akira Yamasaki(desde a década de 70 namilitância), Érica Peçanha, NiBrisant, Elizandra Souza eAlessandro Buzo. E coletivos comoCooperifa (zona sul), Sarau da Bra-sa (zona norte), Casa Amarela(zona leste), Associação Literaturano Brasil (Suzano) e Perifatividade(Heliópolis), são alguns, entre cen-tenas de espaços (há ainda aque-les sem endereço fixo, como o Mo-vimento Aliança da Praça, em S.Miguel, o Sarau da Galeria, emSuzano e os Poetas Ambulantes),que têm levado a literatura a dialo-gar com outras artes e asustentabilidade, a cidadania e aarticulação em redes.

O panteão – todos enfatizam –é bem maior e inclusivo, podendorepresentar em qualquer antologiaque retrate o momento literário desteperíodo.

Escobar Franelas é escritor,educador, cineasta e poeta.

Xavier

Página 4 - agosto de 2016

Poemas: II Antologia - 2008 - CANTO DO POETA

Trovas: II Antologia - 2008 - ESPIRAL DE TROVAS

Haicais: II Antologia - 2008 - HAICAIS AO SOL

Débora Novaes de Castro

Opções de compra: Livraria virtual TodaCultura: www.todacultura.com.brvia telefax: (11)5031-5463 - E-mail:[email protected] - Correio:

Rua Ática, 119 - ap. 122 - São Paulo - SP - Cep 04634-040.

Poemas: GOTAS DE SOL - SONHO AZUL - MOMENTOS- CATAVENTO - SINFONIA DO INFINITO –

COLETÂNEA PRIMAVERA - AMARELINHA - MARES AFORA...

Antologias:

Haicais: SOPRAR DAS AREIAS - ALJÒFARES - SEMENTES -CHÃO DE PITANGAS -100 HAICAIS BRASILEIROS

Poemas Devocionais: UM VASO NOVO...

Trovas: DAS ÁGUAS DO MEU TELHADO

A entrevista com o escritorGuilherme de Almeida foi

publicada no jornal Gazeta Magazi-ne. de 29/09/1941, e reproduzida noboletim Imprensa Paulista, órgão in-formativo da Associação Paulistade Imprensa, número 41, julho/de-zembro de 1980.

- Os haikai - usamos o pluralporque o singular incorre numcacófaton - são criação do séculoXVII, de Bashô, que era uma poetaboêmio, de vida inconstante e cheiade altos e baixos. Fez escola. Époesia essencialmente sintética, dedezessete sílabas, muito popular noJapão. A poesia mais popular, po-rém, é a “tanka”, de trinta e uma sí-labas. Existem também o “dodoitsu”e o “jintaishi”, este o verso livre nos-so. De todas estas formas poéticas,a mais interessante porque mais ri-gorosa, a que mais disciplina exi-ge, é o haikai; em primeiro lugar porser uma síntese; tem apenasdezessete silabas; e em segundolugar, pela sua construção forçadaem três versos, um de cincosilabas, outro de sete e um últimotambém de cinco.

- E o haikai como poesia “domomento”?

- Além das limitações de quefalei, uma outra torna o haikai dificí-limo e, portanto, interessantíssimo:é a de ser uma “poesia de estação”ou “saisonnière”. Tem que se limi-tar a impressões efêmeras, do mo-mento que passa. Pode-se mesmodizer que somente existem quatroespécies de haikai: de primavera, deverão, de outono e de inverno. 

- O amor não tem participaçãonessa poesia?

HAIKAI, POESIA DE ESTAÇÃOGenésio Pereira Filho - Absolutamente. O elemento

amor não entra nem pode entrar nohaikai. Ele se inspira exclusivamenteno aspecto da terra em cada umadessas fases do ano. Esses “moti-vos” de estação, quer dizer, a razãode ser poética do haikai, chama-seem japonês “kilai” (Nota do Editor:corruptela de “kidai”).

- O conceito de haikai pode sercontido numa definição?

- Sim. E a melhor definição, con-tendo todos os elementos, é dos pró-prios japoneses: “o haikai é a anota-ção poética e sincera de um momen-to de elite”. Note bem: anotação bre-ve e poética. E pela sua qualidade deser poesia espiritual, sincera, nãopode deixar de ser feita no momento:no verão não se faz um haikai da pri-mavera. Além do mais, é de um mo-mento de elite. Cita-se como exem-plo perfeito de haikai um de Bashô: 

No tanque mortohá o ruído de uma rãque mergulha”.Esse haikai tem o título de “Soli-

dão” e o titulo no haikai é como o ver-bete num dicionário: o texto definirá otítulo.

- O haikai exige do próprio leitorum alto senso poético, segundocreio. Em caso contrário jamais po-derá penetrar a essência dessa poe-sia. Qual sua opinião?

- Exatamente. O haikai citado éum exemplo. Que relação haverá en-tre uma rã que mergulha num tanquemorto com a solidão? Entretanto,acho que não há definição mais per-feita de solidão do que a que se con-tém nesse haikai. Veja-se mentalmen-te o desenho: numa água estagnada- tanque morto - a rã que mergulhaabrindo em torno dela círculos con-cêntricos que se prolongam indefini-

damente até às margens... Ora,não há nada mais “sozinho” nomundo do que o centro de umacircunferência; porque ele é úni-co. A circunferência só pode terum centro que só pode estarequidistante de todo o ponto da cir-cunferência. 

- O mesmo modo, para pro-duzir o haikai há de exigir-se mui-tas qualidades?

- Não só qualidades como épreciso, naturalmente, para pro-duzir o haikai, uma grande inicia-ção. Eu a tive aqui em S. Paulo,em 37, quando fui conduzido peloentão cônsul do Japão em S. Pau-lo e poeta distintíssimo, Kozo Itigé,ao Clube Japonês cuja sede erana rua da Liberdade. Nesse cluberealizavam-se verdadeiros “jogosflorais”. Doze poetas reunidos emtorno de uma mesa, na terceiraquarta-feira de cada mês, apre-sentavam cada um o seu haikaisobre um tema sorteado com ummês de antecedência. Esseshaikai eram postos em concurso,sendo premiado o melhor. Lem-bro-me de que nessa reunião emque estive o tema dado anterior-mente era este: “Brisa de prima-vera”. Ouvi haikai interessantíssi-mos apresentados pelos poetasjaponeses residentes em S. Pau-lo: empregados no comércio uns,pequenos lavradores nos arredo-res da Capital outros, gente humil-de mas de uma invejável cultura.Aliás, no Japão, a poesia quaseque é obrigatória para todas asclasses... As gueixas doYoshiwara são todas poetisas devalor... Traduzi mesmo várias po-esias dessas mulheres, como“Canções de Gueixas”. que figu-

ram no meu livro “Acaso”. Porexemplo: “Esconderijo”. ”Nada de mágoas, nem queixumes!Escondo-me na minha felicidadecomo os vaga-lumesque, quando querem se ocultar,buscam a claridadede um raio de luar...”

- E a transplantação para oocidente?

- Quem revelouautorizadamente o haikai no ociden-te foi Georges Boneau. A forma po-ética japonesa fez furor. Poetasfranceses, ingleses, alemães, nor-te-americanos, puseram-se a fazerhaikai. Mas, sem a rígida disciplinanipônica, mais ou menos ao aca-so. Foi diante disso que eu tive aideia nesse ano de 1937 de tentaruma transplantação rigorosa, sub-metida à disciplina rígida, do haikaipara o português. Descobri que osdois metros - de cinco e de setesilabas - eram familiares aos nos-sos poetas: o de cinco o metro ha-bitual das cantigas infantis, de rodaou de ninar. Por exemplo: “TutuMaramoa”, e o de sete, o verso es-sencialmente popular, das trovasou redondilhas. Note-se que a mé-trica japonesa corresponde exata-mente à nossa, pois é também si-lábica. O japonês não rima, nãoconhece a rima. Mas usa e abusade aliterações e onomatopéias. 

- E quais as regras que estipu-lou para a sua transplantação?

- Na minha fórmula de haikai,entendi de conservar a rima, poisque é uma riqueza embelezadorada nossa poesia; é a “única cordaque nós acrescentamos à lira dosgregos, entre os latinos”. Não temoso direito de abrir mão dessa con-quista e assim construo o haikai da

Página 5 - agosto de 2016

seguinte maneira: um versode cinco sílabas, outro desete e um terceiro de cinco.Os de cinco rimando entre sie o de sete com uma rimainterna: a segunda sílaba ri-mando com a sétima. 

Outubro“No fim da alamedahá raios e papagaiosde papel de seda”.(rima: alameda com

“seda” e “raios” com “papa-gaios”)

- Ultimamente li um livrode haikai, em que entra o li-rismo. Um livro todo dehaikai. O que pensa?

- Escrevi o meu primei-ro haikai no dia 13 de agostode 1937 e até hoje, 13 demaio de 1941, só conseguifazer quarenta e três haikai.É pouco, mas é assim... Exu-berante poeta nacional, em uma se-mana, publicou trezentos ecinquenta haikai!!... (ponha assimmesmo, dois pontos de admiraçãoe reticência...). Duvido que essascomposições sejam “anotações po-éticas e sinceras de momentos deelite”... E por falar em momento deelite, tenho que acreditar nele. É queele tem que ser aproveitado no ins-tante mesmo a sua sinceridade.Cito um caso que se passou comi-go mesmo. Em março de 1938, viuma quaresmeira, florida, maravi-lhosa. Era à tardinha, a luz já oblí-qua do quase outono faz ajoelhar-se aos pés da árvore a sua som-bra. Lembrei-me das imagens dequaresma - vestidas de roxo nasigrejas. O haikai ocorreu-me incon-tinente. Eu estava num ônibus; iaconstruindo mentalmente, improvi-sando, pois que o haikai é sempreimprovisado. Foi quando um conhe-cido, um amigo - antes um inimigo- isto é, o homem que explica, cor-tou-me o pensamento. Apontou-mea árvore, comentando a sua belezae dando-lhe o nome técnico, botâ-nico da quaresmeira. Quando che-guei em casa, à noite, quis refazero haikai. Inútil. Por mais de três ho-ras nesse afã, nada consegui. Saiuum outro haikai, inspirado numaestrelinha que, pela minha janela euavistava. Estava cochilando e essemovimento de pender e levantar a

cabeça, de abrir e fechar os olhos...de “piscar”... “pescar”... 

“Cochilo. Na linhaEu ponho a isca de um sonho.Pesco uma estrelinha”.O título desse haikai é “Pesca-

ria”.- Falamos atrás sobre a inicia-

ção necessária ao cultor do haikai.Um exemplo?

- Perguntaram-me no Clube,para uma resposta em dez minu-tos: Por que a Primavera é sono?

Ora, a Primavera é a estaçãodas flores. Tudo despertaalacremente, festivamente... Deve-ria ser sinônimo de vida ativa; masde sono...

Mas consegui a resposta: aPrimavera é sono porque a flor é oberço onde dorme o fruto!

- Sendo poesia de estação, ohaikai será objetivo.

- Justamente. Essa palavravem a calhar, respondeu o autor de“Acaso”. O haikai é eminentementeobjetivo, acrescentou, ao mesmotempo em que púnhamos um pon-to final à presente entrevista. 

Genésio Pereira Filho éescritor, jornalista, advogado,historiador, tradutor e membro

da Academia de Letras deCampos do Jordão e do

Instituto Histórico eGeográfico de São Paulo.

Guilherme de Almeida

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lgação

pedra na águaolhos molhadosespiam e fogem

Débora Novaes de Castro éescritora, poeta, artista plástica

e Mestre em Comunicação eSemiótica – Literatura e Artes.

São Paulo (SP)

Um velho parquinhoO progresso destruiu

Sabiá sem ninho

Teruko Oda é escritora, poeta efundadora do Grêmio de HaicaiCaminho das Águas, de Santos.

São Paulo (SP)

Sabendo-se raroo ipê branco floresce

um anjo discreto.

J. B. Donadon-Leal é escritor,poeta, professor e Doutor emSemiótica e Linguística pela

USP. Mariana (MG).

clareou o tempopássaros em revoada

segredos no ar

Ronaldo Cagiano é escritor,poeta e crítico literário.

São Paulo (SP)Intrigante luaamarela como um solqueimadas de agosto.

Andreia Donadon Leal éescritora, poeta, artista

plástica e Mestre em Literaturapela UFV. Mariana (MG)

gaivota em voolírio imaculadoenfeita o céu

Elza A. Ramos Amaral éescritora, poeta, pianista,

jornalista e advogada.Em memória. São Paulo (SP)

brinca no escurotecido de luzo pirilampo

Beatriz H. Ramos Amaral époeta, escritora, crítica literária

e Procuradora de Justiça noMinistério Público do Estado de

São Paulo. São Paulo (SP)

Nas folhas rasgadasDa bananeira de inverno

Como é livre o vento

Eunice Arruda é escritora,poeta e pós-graduada em

Comunicação e Semiótica pelaPUC-SP. São Paulo (SP)

Doente da viagem,Meus sonhos perambulamPelo campo seco.

Matsuo Bashô (1644 - 1694),Japão. Haikai escrito no leito,

poucos dias antes de suamorte. www.nippobrasil.com.br/zashi/2.haicai.mestres/093.shtml

Sob o manto azula nuvem passeia.

Sonho...

Itamar Rabelo é escritor,poeta, cronista e editor do

jornal O Avesso. Ourinhos (SP)

Página 6 - agosto de 2016

Neste   mundo  nosso, posso  dizer  que  o primeiro  pai  foi  quem  

fez  o  Adão.  Data  vênia,  valho-me  da  Bíblia. O Criador  pegou um  punhado  de  barro. Nada édito  sobre a procedência, a quali-dade desse barro.   Houve  um  so-pro e apareceu, por obra divina, ochamado Adão. Espécie de  filho e,daí, Deus, assumido pai. Adão foio primeiro, paternidade que depoisse generalizou porque é costumedizer que todos somos ”filhos de

NO DIA DOS PAISEdson Freire

Edson Freire é escritor,cronista, advogado, poeta

e professor.

Deus.”  Mas, voltemos  ao Adão. No  lo-cal, chamado Paraíso, Adão tinha detudo, tão magnânimo o grande  Pai.Com o tempo, se agravou  o só, so-mente só do habitante. Fosse   temponosso, poderia se falar a solidão  re-sultando em depressão.

Deus que sabe tudo, acudiu o fi-lho: - arrancou-lhe uma costela.  Adãoestava dormindo, quando acordou viu uma criatura de corpo e alma ao seu  lado. Feminino presente,não poderia acontecer coisa melhor para o solitário do Éden. Alémda adorável companhia, o Adão, ago-ra, poderia ser pai. Outra vida no des-

tino, mas, palavras, acho eu, oAdão teria ouvido do Senhor: -“Adão, leva a Eva.  Trate-a com respeito, com  carinho. Pus nelaum pouco mais de hormônios,daí, tenha cuidado. Às vezes, vaiser difícil entendê-la, mas, quan-do você bem  conhecê-la, maisdifícil será você esquecê-la.”

Para  a  Eva, eu acredito,oSenhor também deu-lhe conse-lhos com algum teor machista: -“Eva, cuide bem do companhei-ro. Faça  tudo que souber, tudoque puder, porém, jamais o quevocê quiser.”  Naquele tempo, aEva, quieta, concordou. Depois,muita coisa foi mudando. Com otempo, a mulher foi-se perceben-

do, cada  vez  mais, mulher. As ma-nhas, as carícias, os caprichos, amagia, os encantamentos, até asluzes femininas - foram  formatandoo homem. A tal ponto, que, dizem,o homem  é mais  homem quandotem  uma  mulher , bem   mulher,ao seu lado.

Em  tudo,  por tudo que sepossa falar sobre a relação, a par-tir do Adão e  a  Eva,  o mais impor-tante, sobremaneira belo, é quea mulher chegou para, através daconcepção, oferecer ao homem a  graça de haver o f i lho e a grande alegria de sentir-se  pai!

Roma, Florença e VenezaDimas Macedo

1) RomaRoma é uma das cidades mais be-

las do mundo. Num primeiro contato coma urbe, ainda na estação Termini, o en-troncamento central de trens e metrôs,podemos encontrar diversas opções dehospedagem, e dali é possível partir, semnenhum problema, para vários pontos dacidade. Mas a Roma dos seus sonhostambém pode ser conhecida de ônibusou preferencialmente a pé.

O Metrô possui duas linhas e, paramudar de rota, o eixo será sempre a es-tação Termini. O Metrô é de boa quali-dade, mas não tem acesso a algumaszonas. No mais, a partir da meia-noite,há pouca coisa funcionando. Os mapas,com roteiros de trens ou metrôs, podemser obtidos na própria Estação. 

Próximo aos hotéis localizadosnessa região, existem restaurantes ecantinas excelentes, especialmente pre-parados para lhe servir. Aí o turista já seencontra no melhor caminho, e com umaboa taça de vinho italiano, começa aentrar no clima da cidade.

Nesse espaço bastante agitado dacidade, acham-se localizadas algumasigrejas, tal como a de Santa MariaMagiori, e bem assim monumentos quevão nos levando até à Praça da Repúbli-ca e depois à Praça Veneza. Mas nãodevemos apressar a nossa caminhada,pois Roma é uma cidade que sempre nosespera.

Em Roma, não podemos deixar dever: a) o Coliseu; b) o Fórum e o Palatino(na mesma área do Coliseu); c) aFontana di Trevi (visitas podem ser fei-tas durante o dia e à noite, pois o astralé bem diferente); d) os Museus

Capitolinos; e) o Trastevere à noite e aPiazza Navona.

Seria também imperdoável não visi-tar as Escadas da Praça da Espanha (comfoto obrigatória) e sair andando pelas lojasem frente, descer pela Via Condotti, apa-nhar a via do Corso e se perder por luga-res que são absolutamente tentadores.

A Praça e a Basílica de São Pedrosão sítios urbanos imperdíveis, e Cúpulada Basílica de São Pedro vale a pena seracessada, custando pouquíssimos eurosos seus quinhentos degraus. Mas umaparte pode ser feita de elevador, por seteeuros, apenas. Outra opção recomendadaé uma visita ao Museu do Vaticano, compassagem pela Capela Sistina.

2) FlorençaA cidade de Florença, que é conside-

rada uma das mais bonitas da Europa, éum museu a céu aberto. Existem muitosrestaurantes próximos aos hotéis, e luga-res para visitar de forma obrigatória: a Ga-leria dell ’Academia e o David deMichelangelo, ou ainda a Galleria Uffizi,considerada um dos melhores museus daEuropa, e que reúne obras como O Nasci-mento da Vênus, A Primavera de Botticelie A Anunciação de Da Vinci.

Sair caminhando de qualquer hotel atéa Catedral de Duomo e ali contemplar oseu Campanário (esculpido pelo gênio deGiotto) ou o Batistério (onde se encontrao registro de nascimento de Dante), e de-pois seguir a até a Ponte Vecchio e sen-tar-se em um restaurante para uma refei-ção ou um drink, vendo a movimentaçãoda cidade, ou assistindo o pôr-do-sol apartir de uma bonita perspectiva, é umadas melhores coisas que podemos fazerna Europa.

A marca registrada em Florença é aatmosfera do Renascimento, a imponência

dos traços sociais e políticos da fa-mília Médici, uma das mais tradicio-nais da Europa, na época em queproduzia Papas, políticos de renomee banqueiros que fizeram a glória daItália.

Além dos seus importantes mu-seus, nessa bela cidade italiana sedestaca, também, a Academia deBelas Artes de Florença, a mais co-nhecida escola de formação de ar-tistas plásticos, estudiosos e críti-cos de arte, durante o século prece-dente.

As ruas e vitrines de Florençasão suntuosas; os seus cafés, sutise tentadores; e a sua arquitetura, fas-cinante. Conhecer Florença a pé,corresponde à aventura de visitar ummuseu de qualidade, sem a neces-sidade de pagar ingresso. Florençafaz lembrar Maquiavel, Lourenço deMédici e Dante Alighieri, isto é, o es-plendor da política, das finanças eda poesia de alcance universal.

3) VenezaEm Veneza, o ideal seria hos-

pedar-se na própria cidade e sentir asensação de estar flutuando em umgrande navio, dividido em cômodospor todos os lados; mas você podeoptar por um hotel situado em Mes-tre, com fácil acesso aos vaporetosque ligam o continente à bela ilha deVeneza.

Os famosos vaporetos  desli-zam pelo Grande Canal, que é comouma bela avenida marítima, ao lon-go da qual os nobres foramconstruindo palácios de diversos es-tilos que se conjugam num quadroperfeito. Os locais de destaque são:a Praça São Marcos, a Ponte daAcademia, a Alfândega e a PonteRialto, um dos símbolos de Venezaque desmoronou e foi reconstruídono século XVI.

Toda a cidade de Veneza é umajoia preciosa, lapidada pelo homem, otempo e a natureza. O Teatro de laFenice, a Igreja de São Moisés, a Igrejae a Praça de Santa Barnaba, as Igrejasde Nossa Senhora dos Remédios, deSanta Maria Gloriosa, de San Giovannie de San Paolo, e a do Cristo Redentor,na Ilha da Guidecca, e bem assim a Ilhade São Jorge, com vista da Praça SãoMarcos, constituem um luxo para o via-jante.

Se estiver acompanhado e quiserdesfrutar de uma experiência exclusiva,a sugestão é um passeio de gôndola,acompanhado de um tenor privativo. En-quanto estiver encantado com a óperae com a bela paisagem de Veneza, apedida é uma boa taça de champagne– isso no mínimo é muito romântico eserá sempre inesquecível.

Mas Veneza não é apenas isso.Como toda cidade que se preza, elapossui os seus encantos, as suas se-duções e os seus mistérios, que se re-velam a cada viajante de uma forma todaespecial. Mas o que fica de Veneza é oseu glamour e a sua atmosfera de cida-de que aparentemente flutua sobre aságuas.

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Coliseu

Dimas Macedo é poeta, jurista,historiador, professor, crítico

literário e membro da AcademiaCearense de Letras e da

Academia de Letras eArtes do Nordeste.

Página 7 - agosto de 2016

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Livros

Profa. Sonia Adal da Costa

Revisão - Aulas Particulares

Tel.: (11) 2796-5716 - [email protected]

Estou me lembrando dela.Sumiu, há anos. As nossas virações, os passei-

os, os agarrados à noite, nas ruasdesertas, aquele escorregão queela levou, perdendo o sapato e qua-se esfolando o pé. E passou a meculpar por isto. Como? Ela que,avoada, escorregou na casca debanana. Gritou e me culpou. Acor-dou um dos vizinhos do outro ladoda rua, que acendeu a luz, abriu ajanela, olhou, depois recolheu-se eapagou-a. E ela falando, falando,culpando-me, xingando-me comouma louca. Mostrei-lhe a casca debanana onde pisara. Não adiantou.Dei-lhe um tapa. Claro! Quem elapensou que era? Mandei-a paraaquele lugar, sim, mandei-a. Meti-a, na marra, no carro, aos empur-rões, para levá-la para casa. E nãotínhamos bebido nada. E ela falan-do, falando, culpando-me, que isto,que aquilo, um inferno, uma metra-lhadora. E que o dedo estava doen-do, que perdeu um sapato, que eutinha de lhe dar um par de sapatosnovos, um auê dos diabos. Deixei acasca de banana de lado e voltei amandá-la para aquele lugar um mi-lhão de vezes. Entrou em casa des-calça, o outro sapato na mão, fa-zendo um comício contra mim e di-zendo que não queria mais me ver.Pode? Fui embora na disparada equase entro na contramão e batonum carro, que buzinou sem parar.

Pronto. Não nos vimos mais,nem nos telefonamos. Meti-me comoutros amores. O tempo passou, osanos correram. E eis que hoje, derepente, me lembrei dela. Não seipor onde andará. Veio-me uma pontade saudade. Tivemos momentosinesquecíveis. Era meio avoada,mas doce e amorosa.

CASCA DE BANANA Caio Porfírio Carneiro

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Caio Porfírio Carneiro éescritor, contista, romancista,

poeta, crítico literário e membrodo Instituto Histórico e

Geográfico de São Paulo.

Tudo bem. São coisas da vida.Passou. Deixa pra lá. Depois de tan-to tempo me vem essa lembrançaviva, ela quase presente.

Vou dar o meu passeio mati-nal. Tirá-la da cabeça. Tranco acasa, cumprimento alguns vizinhose vou girando pelos quarteirões desempre. Tento assoviar, o som saimurcho. E vou andando. E vejo ali,à minha frente, sobre a calçada,uma casca de banana. O ódio medomina de repente. Mais berro doque falo:

- Jogar essa porcaria no chão!Devia ser preso! Vá!!!

Chutei-a com tanta violênciaque ela voou e foi silenciosamentepousar e dormir na calçada em fren-te. Passantes olharam-me curiosose assustados.

Segui em frente, olhando, comum pouco de pena, para a cascade banana, que me lembrava a ou-tra do passado e praticamentecorporificava, ao meu lado, a figurameio avoada, mas doce e amoro-sa, de tantos passeios noturnos,entre afagos, pelas ruas desertasda cidade.

Do livro Veredas Percorridas,a sair brevemente.

Do que é feito o Poeta, Anderson BragaHorta, Thesaurus Editora, 412 páginas, Brasília,DF.

ISBN:978-85-409-0287-5.O autor é escritor, poeta, ensaísta, con-

tista, advogado e membro da AcademiaBrasiliense de Letras.

A obra apresenta autores já falecidoscomo José Geraldo Pires de Mello e Luiz F.Papi e escritores vivos e atuantes como Afon-so Ligório, Alaor Barbosa, Antonio Miranda,Edson Guedes de Morais, Fabio Coutinho,Fontes de Alencar, José Jeronymo Rivera,Romeu Jobim, Sânzio de Azevedo e ViriatoGaspar.

Thesaurus: www.thesaurus.com.br/

Trinta Anos-Luz - Poetas celebram 30anos de Psiu Poético, Aroldo Pereira, LuisTuriba e Wagner Merije organizadores, Aqua-rela Brasileira Livros, 200 páginas, São Pau-lo, SP.

ISBN: 978-85-92552-01-5.A obra, em comemoração aos 30 anos

do Salão Nacional de Poesia Psiu Poético,reúne poemas de Adri Aleixo, Ana Elisa Ribei-ro, Anelito de Oliveira, Antônio Wagner Rocha,Aroldo Pereira, Celso Borges, Cristiano Ottonide Menezes, Demetrios Galvão, Éle Semog,Jairo Fará, João Diniz, Karla Celene Campos,Lia Testa, Luis Turiba, Márcio Adriano Moraes,Marlene Bandeira, Marli Fróes, Mirna Mendes,Murilo Antunes, Nicolas Behr, Noélia Ribeiro,Olivia Ikeda, Patrícia Giseli, Renilson Durães,Rômulo Garcias, Ronald Augusto, SandraFonseca, Vanderley Mendonça, Virna Teixeira

e Wagner Merije.Psiu Poético: www.psiupoetico.com.brAquarela Brasileira: www.aquarelabrasileira.com.br

Enéas Athanázio: de Leitor a Escri-tor, de Guilherme Queiroz de Macedo, Edi-tora Minarete, 50 páginas, BalneárioCamboriú, SC. A capa é de Jean PierreValim.

O autor é licenciado em História e Pe-dagogia pela Universidade Federal de MinasGerais, professor, cronista, escritor eensaísta.

A obra abriga o opúsculo EnéasAthanázio: de leitor a escritor que contémentrevista, ensaio e artigo sobre a trajetóriae o percurso literário de 40 anos do escritor,editor, ensaísta, cronista, biógrafo e mem-bro do Instituto Histórico e Geográfico deSanta Catarina Enéas Athanázio.

Guilherme Queiroz de Macedo:[email protected]

Editora Minarete: Caixa Postal 418 -Balneário Camboriú - SC - 88330-043.

Página 8 - agosto de 2016

Notícias

Indicador Profissional

Andreia Donadon Leal, escri-tora, poeta, artista plástica, Mestreem Literatura pela UFV e DoutoraHonoris Causa pela Universidade deEstudos Ibero-americanos deRoraima, foi agraciada com TroféuRio da UBE-RJ. A láurea foi entre-gue no dia 20 de julho, no auditórioda Sociedade Brasileira de Agrono-mia, Av. General Justo,171, Caste-lo, no Rio de Janeiro.

O 30º Salão Nacional PsiuPoético será realizado de 4 a 12de outubro, em Montes Claros (MG).As atividades literárias acontecerãoem vários espaços, nas ruas, es-colas, rodoviária, Mercado Central,universidade, Centro Cultural e ba-res. www.psiupoetico.com.br

A 24ª Bienal Internacional doLivro de São Paulo será realiza-da de 26 de agosto a 4 de setem-bro, no Pavilhão de Exposições doAnhembi, Av. Olavo Fontoura, 1.209,em São Paulo. Abrigará uma pro-gramação cultural que abrange a Li-teratura, gastronomia, Cultura e ne-gócios. Horário de Visitação: Segun-da à sexta-feira, das 9 às 22 horas(com entrada até 21h.); Sábados edomingos, das 10h. às 22h. (comentrada até 21h.); e no dia 4 de se-tembro, das 10h. às 21h .(com en-trada até 19h.). Ingressos: 2ª feiraa 5ª feira, R$ 20,00; 6ª feira a do-mingo, R$ 25,00; Meia-entrada: Es-tudante e matriculados no Sesccredencial plena; Menores de 12anos e maiores de 60 não pagamingresso. Ônibus gratuito da esta-ção Tietê do Metrô (Linha Norte-Sul),todos os dias da semana, com di-reito a ida e volta; No Terminal Ro-doviário e estação da Barra Funda(Linha Leste-Oeste), apenas nos fi-nais de semana. EstacionamentoPavilhão: Automóveis e Vans: R$40,00. www.bienaldolivrosp.com.br

João Meireles Câmara, advo-gado, escritor e orador, lançou Ora-tória em conta gotas-falar pensan-do e pensar falando, pela RG Edi-tores, no dia 24 de junho, na Asso-ciação Comercial de São Paulo-Distrital Centro. O lançamento dodécimo quarto livro contou com apresença de amigos e estudiososda Oratória que frequentam os ci-clos de estudos Técnicas de Ora-tória - Dr. João Meireles Câmara. 

O Sindicato dos Bibliotecá-rios no Estado de São Paulo -Sinbiesp - estará com estande naBienal Internacional do Livro naRua H/020, no Pavilhão de Exposi-ções do Anhembi, Av. OlavoFontoura, 1.209, em São Paulo.Estarão à venda livros da Briquet deLemos, Interciência, Gustavo Henn,Eduel, Thesaurus,  Lote 42 / BancaTatuí,  Coticoá, Oficina Tipográficae  Editora  Sociologia e Política.Serão realizadas Oficinas  de En-cadernação nos dias 30 de agosto,terça, e 2 de setembro, sexta, às15h30, e de higienização nos dias27 de agosto, sábado, às 18 horas,e 3 de setembro, sábado, às 16horas. As oficinas práticas dehigienização e de encadernação delivros e documentos será promovi-da pela ABER – Associação Brasi-leira de Encadernação e Restauro.

Luísa Aranha, jornalista e es-critora, lançou Noites de Verão, co-letânea das crônicas e contos pu-blicados no blog Causos & Prosas.www.causoseprosas.com.br. 

A Biblioteca do Mosteiro deSão Bento, a mais antiga de SãoPaulo com 418 anos, inauguradaem 1598, fechada ao público, aber-ta apenas para os monges e alu-nos da Faculdade de São Bento,possui um acervo de 115 mil livros.Um dos exemplares mais antigoscomo uma A Bíblia de Gutenbergdo século 15 é uma das raridadesdo acervo. A biblioteca funciona noMosteiro de São Bento, Largo deSão Bento, s/n, 2º andar, em SãoPaulo.

O Protagonismo Feminino,antologia editada pela REBRA, coma participação de 74 associadas,será lançada no dia 2 de setembro,a partir das 17 horas, no stand daentidade na Bienal Internacional deSão Paulo, Avenida 1 com a Rua N.

Volmer Silva do Rêgo lança-rá Olho de Aldebaran, romance, noestande da Scortecci Editora naBienal Internacional do Livro, dia 30de agosto, a partir das 13 horas,Avenida 1, Rua N, no Pavilhão deExposições Anhembi, em São Pau-lo.

O Encontro com LuisFernando Verissimo será realiza-do no dia 13 de setembro, das18h30 às 21h30, na Universidade doLivro, Praça da Sé, 108, 7º andar,em São Paulo. Inscrições: http://editoraunesp.com.br/unil/serie-en-contros-com-os-escritores-luis-fernando-verissimo-13092016

Jô Soares, humorista, escritore dramaturgo, foi eleito, no dia 4 deagosto, para ocupar a cadeira nº 33da Academia Paulista de Letras(APL). A cadeira foi ocupada peloescritor Francisco Marins.

Luiz Carlos Abritta, escritor,advogado e membro do Instituto His-tórico e Geográfico de Minas Gerais,tomará posse para ocupar a cadei-ra n° 40 da Academia de Letras, Ar-tes e Ciências Brasil, no dia 27 deagosto de 2016, às 16 horas, noAuditório do Instituto de CiênciasHumanas e Sociais da UFOP. Lo-cal: Rua Cônego Amando, s/n –Centro - Fundos do Museu da Mú-sica - Palácio dos Bispos, emMariana (MG). Será outorgado o Tro-féu Aldrava Letras e Artes para o Dr.Luiz Carlos Abritta e a Medalha deMérito Frei Santa Rita Durão paraAna Maria da Silva Lima deFigueiredo, Claydes Regina RicardoAraújo, Eunice Maria AparecidaFerreira Marmo, Rosa Maria TorresCampolina Silva, Viviane Márcia dosSantos Felisberto e Maria deLourdes Walter.

IMAGEM & HAICAI, exposiçãoque reúne haicais de diversos perí-odos da história e de vários países,com a curadoria de Altina Felício eCarlos Bueno, ficará em cartaz atédia 1 de setembro, de segunda asexta-feira, das 8 às 20 horas, naBiblioteca Brasiliana Guita e JoséMindlin, na USP – Universidade deSão Paulo, Avenida ProfessorLuciano Gualberto, 78 – ComplexoBrasiliana USP, em São Paulo. Par-ticipam da mostra poetas clássi-cos, como os japoneses MatsuoBashô e Kobayashi Issa, e Guima-rães Rosa, Jorge Luiz Borges (Ar-gentina), Garcia Lorca (Espanha),Paulo Leminski, Elza A. RamosAmaral, Carlos Bueno, Alice Ruiz,Millôr Fernandes, Beatriz H. RamosAmaral, Guilherme de Almeida,Pedro Xisto, Helena Kolody, ÁlvaroPosselt, Cristiane Grando,  CarlosSeabra, Paulo Franchetti, MárioBenedetti (Uruguai), Rafael Lozano(México), Berta Montalvo (Chile),Ignacio Sanches (RepúblicaDominicana), Juan Tablada (Méxi-co), Flávio Herrera (Guatemala),César Espínola (RepúblicaDominicana), entre outros. Conjugadas aos haicais, obras vi-suais em diversos suportes, de ar-tistas plásticos brasileiros represen-tativos da contemporaneidade, en-tre os quais Evandro Carlos Jardim,Lilian Arbex,  Vera Chalmers, LygiaEluf, Herbert Steffen, Arriet Chain,Altina Felício, Antonio Gopper,  IoleDi Natali, Geraldo França Júnior,Rosa Pillon, Maula de Andrade, IvaniRanieri, Raquel Fayad, PauloBarreto, Constança Lucas, IvanirCozeniosque, David William,Graciela Beltran, José Modé, MariaLúcia Panizza, Helena Carvalhosa,Ruth Kelson, Lígia Di Franceschi,Zilamar Takeda, Cassiano Nunes,Lu Barros, Carlos A. Duarte, MauraTakemiya, Hélio Schonmann, entreoutros.

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Andreia Donadon Leal